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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Conceitos de proteção radiológica e radiobiologia. Apresentação da legislação sobre</p><p>modalidade e aplicação do controle de qualidade de sistemas radiográficos.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Promover o esclarecimento sobre radioproteção e radiobiologia, utilizando referências</p><p>nacionais e internacionais que embasem as decisões dos profissionais na promoção de suas</p><p>práticas, assegurando o mais alto índice de segurança aliado ao melhor diagnóstico.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Identificar a radiobiologia e os mecanismos de interação da radiação com o material biológico</p><p>MÓDULO 2</p><p>Descrever as diretrizes da RDC 330 e as aplicações de suas instruções normativas</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Por meio da descoberta dos raios X (1895) e da radioatividade (1896), foi possível observar</p><p>sua incorporação na medicina. Com isso, foram desenvolvidos novos métodos que</p><p>colaboraram ativamente no desempenho do diagnóstico e desenvolvimento de terapias</p><p>induzidas pelo uso de radiação.</p><p>Mesmo com a ampla vantagem obtida quando agregamos exposição à radiação na medicina, é</p><p>muito comum observarmos receios e medos quando o assunto radiação está em pauta. Desse</p><p>modo, este conteúdo tem como objetivo desmistificar e orientar para que todos possamos</p><p>aprender que é possível extrair todas as vantagens oriundas da radiação, com o maior nível de</p><p>segurança possível e para isso, nossa ferramenta é o desenvolvimento do conhecimento.</p><p>Existe duas formas principais de radiação, sendo natural ou artificial. No caso da radiação</p><p>natural, são utilizados elementos encontrados na natureza que apresentam instabilidade</p><p>nuclear. Para que esses elementos se estabilizem, é necessário que haja emissão de energia</p><p>ou parte do conteúdo nuclear. Essas emissões radioativas podem ter diferentes formas (alfa,</p><p>beta e gama). No radiodiagnóstico, o tipo de radiação utilizada é a artificial, através de uma</p><p>ampola e seus componentes elétricos, com a exposição ocorrendo somente durante o</p><p>acionamento.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Identificar a radiobiologia e os mecanismos de interação da radiação com o material</p><p>biológico</p><p>PRIMEIRAS PALAVRAS</p><p>Pode-se dizer que, desde a descoberta das radiações, foi possível perceber sua potencial</p><p>capacidade de gerar alterações no meio celular. A nível atômico, sob a forma de ionização ou</p><p>pela excitação de elétrons, ocorre uma deposição de energia no tecido, gerando modificações</p><p>nas ligações químicas, quebra molecular e mutações moleculares do átomo dentro da molécula</p><p>observáveis como danos resultantes.</p><p>Esses danos serão mensuráveis devido a disfunções e morte celular. Com o mesmo potencial</p><p>de ocasionar danos celulares e, por consequência, gerar efeitos deletérios no tecido humano,</p><p>ela também pode proporcionar resultados benéficos graças à sua finalidade terapêutica.</p><p>EXEMPLO</p><p>Exposições de células cancerígenas em tratamentos radioterápicos.</p><p>A radiobiologia é definida como a ciência que integra os diversos efeitos físicos das radiações</p><p>ionizantes após a ocorrência da exposição de células e tecidos vivos. Seu objetivo é fomentar o</p><p>conhecimento sobre as ações da interação e seus efeitos indesejados pelos tipos de radiação</p><p>no organismo.</p><p>Conheceremos, a seguir, os principais mecanismos da radiação, assim como seus estágios e</p><p>tipos de interação. Em seguida, falaremos sobre o seu efeito em relação à dose recebida,</p><p>apresentando ainda a Lei de Bergonie e Tribondeau, além de conceitos ligados à</p><p>radiossensibilidade e à radiorresistência.</p><p>Vamos ver os principais mecanismos da radiação.</p><p>MECANISMOS DE REPARO CELULAR</p><p>Imagem: Wellington Guimarães Almeida</p><p> Probabilidades de eventos pós-exposição biológica do tecido humano.</p><p>TIPOS DE INTERAÇÃO</p><p>COM A MATÉRIA</p><p>Para que alcancemos um melhor entendimento sobre a radiobiologia, devemos compreender</p><p>que, ao expor um determinado corpo, os fótons de raios X vão interagir principalmente de duas</p><p>formas distintas. No entanto, ambas realizam a mesma ação: transferir a energia para os</p><p>átomos, produzindo, a depender da energia incidente, o efeito fotoelétrico ou o efeito Compton.</p><p>Abordaremos os dois efeitos a seguir:</p><p>EFEITO FOTOELÉTRICO</p><p>É definido pela interação de um fóton de raios X com um elétron orbital ligado a um átomo do</p><p>material absorvedor. Durante esse processo, ocorre uma transmissão total da energia do fóton</p><p>para o tecido com o qual ele interagiu. Assim, a energia dos fótons incidentes é menor ou igual</p><p>à de ligação do elétron no seu orbital.</p><p>Seu índice de ocorrência aumenta com a diminuição da energia do fóton incidente. A partir</p><p>dessa interação, o fóton some, pois transfere toda sua energia. Já o elétron é ejetado,</p><p>alterando as características químicas do material.</p><p>Imagem: Researchgate adaptada por Wellington Guimarães Almeida</p><p> Ilustração do efeito fotoelétrico com o fóton incidente</p><p>interagindo com elétron orbital.</p><p>ESPALHAMENTO COMPTON</p><p>É definido pela interação de um fóton de raios X com um elétron orbital ligado a um átomo do</p><p>material absorvedor. Por meio dessa ação, o elétron é ejetado, enquanto o fóton é espalhado</p><p>para uma nova direção.</p><p>Após esse processo, a energia do fóton se tornará menor do que a existente antes da</p><p>interação. Essa diferença de energia será exatamente o valor gasto para vencer a energia de</p><p>ligação do elétron no seu orbital. A probabilidade de ocorrência do espalhamento Compton</p><p>cresce diretamente com o aumento da energia do fóton incidente.</p><p>Imagem: Toda Matéria adaptado por Wellington Guimarães Almeida</p><p> Espalhamento Compton com o fóton incidente ejetando um elétron orbital, o que</p><p>resulta em uma trajetória diferente do fóton espalhado.</p><p>COM A MOLÉCULA DE DNA</p><p>Quando um organismo vivo é exposto à radiação, os fótons interagem com os diversos átomos</p><p>que integram a composição do corpo. Contudo, o evento que mais demanda sua atenção é a</p><p>interação com a molécula de DNA.</p><p>Essa interação, afinal, é responsável por apresentar todas as informações genéticas de um</p><p>indivíduo. Exatamente por esse motivo, ela pode determinar o surgimento de danos celulares</p><p>capazes de avançar para um efeito radiogênico deletério, caso eles não sejam corrigidos por</p><p>um mecanismo de reparo celular.</p><p> EXEMPLO</p><p>Um exemplo de dano celular causado por radiação é o câncer.</p><p>A interação entre a radiação e o DNA — e, por consequência, a quebra das ligações entre as</p><p>bases — pode ocorrer de duas maneiras distintas direta e indiretamente:</p><p>AÇÃO DIRETA</p><p>Ocorre graças à interação direta dos fótons com a molécula de DNA, havendo uma</p><p>transferência da energia da radiação. O choque entre o fóton e o átomo que integra a partícula</p><p>de DNA promove uma ionização positiva momentânea na molécula. Por esse motivo, ele altera</p><p>sua funcionalidade ou até ocasiona sua destruição.</p><p>Imagem: Shutterstock.com adaptado por Flávio Borges</p><p> Ilustração da ação direta da radiação na</p><p>molécula de DNA.</p><p>AÇÃO INDIRETA</p><p>Existe por conta da incidência de radicais livres formados principalmente no corpo humano pela</p><p>quebra por radiação (radiólise) de moléculas de água.</p><p>Durante o processo de radiólise, observa-se a formação de radicais livres (H e OH); altamente</p><p>reativos, eles podem se ligar à molécula de DNA, promovendo, assim, sua ionização. Após</p><p>interagirem quimicamente com o DNA, esses radicais podem “roubar” seus átomos e</p><p>indiretamente ionizar a molécula.</p><p>Imagem: Flávio Borges</p><p> Ilustração da ação indireta da radiação na molécula de DNA.</p><p>ESTÁGIOS DA INTERAÇÃO COM O TECIDO</p><p>BIOLÓGICO</p><p>Para que você tenha uma melhor compreensão da interação da radiação com o tecido</p><p>biológico, esse processo será dividido em diferentes estágios na seguinte ordem cronológica:</p><p>físico, químico e biológico. Além disso, haverá uma subdivisão em dois estágios intermediários:</p><p>físico-químico e químico-biológico.</p><p>FÍSICO</p><p>FÍSICO-QUÍMICO</p><p>QUÍMICO</p><p>QUÍMICO-BIOLÓGICO</p><p>BIOLÓGICO</p><p>Absorção e deposição de energia que pode gerar ionização e excitação das moléculas.</p><p>Primeira fase da interação, esse estágio ocorre em período muito curto (10-14 segundos).</p><p>Ele é determinado por meio de quebras das ligações químicas das moléculas,</p><p>inclusive da</p><p>água, gerando radicais livres. Esse estágio intermediário ocorre entre 10-14 e 10-12 segundos.</p><p>Nesse estágio, são formados compostos do tipo peróxido de hidrogênio (substância de alta</p><p>toxidade para as células, iniciando a ocorrência de danos ao RNA e ao DNA). O estágio</p><p>químico opera entre 10-12 e 10-7 segundos.</p><p>Ocorre a formação de radicais secundários e peróxidos orgânicos. Com isso, o organismo</p><p>começa a reagir, gerando reparo dos DNAs afetados. Essa ação acontece entre 10-3 e 10</p><p>segundos.</p><p>Completa-se a maioria das reações. A multiplicação mitótica diminui nas células irradiadas:</p><p>reações bioquímicas são bloqueadas quando existe um rompimento das membranas celulares.</p><p>Esse último estágio ocorre de 10 segundos até 10 horas.</p><p>EFEITO EM RELAÇÃO À DOSE RECEBIDA</p><p>Ao imaginar que um indivíduo foi exposto a uma dose radioativa e que, decorrente dessa ação,</p><p>efeitos serão observados, verifica-se que eles têm sua ocorrência definida segundo alguns</p><p>parâmetros: a quantidade de dose, o tempo de manifestação do dano e o tipo de célula</p><p>afetada.</p><p>Esses efeitos, portanto, podem ser divididos da seguinte forma:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Dose – determinístico ou estocástico;</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Tempo – imediato e tardio;</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Tipo de célula – hereditário e somático.</p><p>Elencaremos adiante os seis tipos de efeito em relação à dose recebida:</p><p>EFEITOS DETERMINÍSTICOS</p><p>Efeitos da radiação para os quais geralmente existe um limiar de dose acima da qual a</p><p>severidade do efeito será maior quanto mais elevada ela for. O nível da dose limite é</p><p>característico do efeito na saúde em particular, mas ele também pode depender, de certa</p><p>forma, do indivíduo exposto.</p><p>A síndrome aguda da radiação (SAR) é o efeito determinístico mais notável na saúde. Ela</p><p>consiste numa combinação de sintomas que ocorrem entre horas e semanas após a exposição</p><p>aguda de corpo inteiro.</p><p>A extensão e a gravidade dos sintomas da SAR são definidas por:</p><p>Dose de radiação total recebida.</p><p>Taxa de dose (valor de dose por tempo).</p><p>Região do corpo mais exposta.</p><p>Síndromes associadas: sistema cardiovascular, trato pulmonar, gônadas e a pele.</p><p>Tipos de SAR</p><p>Síndrome</p><p>hematopoiética</p><p>Síndrome</p><p>gastrointestinal</p><p>Síndrome</p><p>cerebrovascular</p><p>Dose para a</p><p>ocorrência</p><p>1-5 Gy 6-10 Gy > 10 Gy</p><p>Relação a</p><p>doses letais</p><p>< 20 Gy < 20 Gy > 100 Gy</p><p>Quadro: Relação do limiar de doses em ordem crescente de radiossensibilidade para que haja</p><p>efeitos visíveis em determinados sistemas do nosso corpo.</p><p>Elaborado por: Wellington Guimarães Almeida.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>EFEITOS ESTOCÁSTICOS</p><p>Eles consideram o somatório de todas as doses, mesmo as de magnitudes menores. Dessa</p><p>forma, nenhuma dose com energia mínima para gerar um dano molecular é considerada isenta</p><p>de possibilidade de efeitos.</p><p>Para esse tipo de efeito, não existe um limiar de dose capaz de definir a ocorrência do efeito.</p><p>Assim, sua manifestação está relacionada a efeitos tardios.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Diferentemente do que ocorre com o efeito determinístico, em que a severidade do dano</p><p>aumenta com a dose, o efeito estocástico não possui a relação dose x severidade; em vez</p><p>disso, sua relação é: dose x probabilidade de ocorrência.</p><p>EFEITOS IMEDIATOS</p><p>Eles podem ocorrer após alguns minutos ou dias. Seu efeito mais representativo é:</p><p>SAR de sistemas hematopoiético, gastrointestinal e cerebrovascular.</p><p>Lesões teciduais em pele, extremidades e gônadas.</p><p>Depressão hematológica.</p><p>Dano citogenético.</p><p>O EFEITO IMEDIATO (DERIVADO DO TEMPO DE</p><p>OCORRÊNCIA) ESTÁ SEMPRE</p><p>CORRELACIONADO AO DETERMINÍSTICO</p><p>(DERIVADO DA DOSE RECEBIDA).</p><p>EFEITOS TARDIOS</p><p>Ocorrem após anos decorrentes da exposição, sendo definidos devido a seu longo tempo de</p><p>latência entre o dano celular e a efetiva ocorrência manifestada. Seu efeito mais representativo</p><p>é o câncer (do tipo sólido e líquido, como a leucemia). Caso atinja as gônadas, eles podem</p><p>causar efeitos hereditários, com o potencial de atravessar diferentes gerações.</p><p>O EFEITO TARDIO (DERIVADO DO TEMPO DE</p><p>OCORRÊNCIA) ESTÁ SEMPRE</p><p>CORRELACIONADO AO ESTOCÁSTICO</p><p>(DERIVADO DA DOSE RECEBIDA).</p><p>EFEITOS SOMÁTICOS</p><p>São aqueles nos quais o próprio indivíduo envolvido com a exposição manifesta os danos</p><p>biológicos provenientes da interação entre fótons de radiação e átomos do seu corpo. Sua</p><p>ocorrência depende da:</p><p>Dose absorvida.</p><p>Taxa de absorção da energia da radiação.</p><p>Região.</p><p>Área do corpo irradiada.</p><p>EFEITOS HEREDITÁRIOS</p><p>São aqueles cujas futuras gerações do indivíduo envolvido sofrem o dano da exposição. O</p><p>surgimento desses efeitos deletérios também são efeitos estocásticos. Sua ocorrência é</p><p>definida pelo dano em células dos órgãos reprodutores.</p><p>A INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM DOSES</p><p>ACIMA DO LIMIAR NAS GÔNADAS GERA UMA</p><p>ESTERILIDADE QUE PODE SER TEMPORÁRIA</p><p>OU PERMANENTE. DESSA FORMA, O INDIVÍDUO</p><p>NÃO APRESENTARIA CONDIÇÕES</p><p>FISIOLÓGICAS DE REPRODUÇÃO, E O DANO</p><p>OBSERVADO SE MANIFESTARIA EM SI</p><p>PRÓPRIO.</p><p>LEI DE BERGONIE E TRIBONDEAU</p><p>HISTÓRIA</p><p>Em 1906, os cientistas franceses Jean Alban Bergonie e Louis Tribondeau postularam uma</p><p>teoria que relacionava a sensibilidade celular com características relativas à especialidade, à</p><p>maturação celular e ao estado metabólico do tecido irradiado. Essa ideia, após a devida</p><p>comprovação científica, se tornou a lei da radiossensibilidade celular (Lei de Bergonie e</p><p>Tribondeau).</p><p>APLICAÇÃO</p><p>Sua aplicação demonstra, de forma clara, a maior sensibilidade de alguns órgãos e sistemas</p><p>do nosso corpo ou, até mesmo, o porquê o feto demonstra ser tão radiossensível quando</p><p>comparado aos demais indivíduos.</p><p>Eis algumas considerações da Lei de Bergonie e Tribondeau:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>As células-tronco (célula indiferenciada capaz de gerar células filhas com diferentes</p><p>especialidades) são as mais radiossensíveis de um organismo vivo.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Quanto maior for a especialidade celular, maior será sua radiorresistência.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Células jovens são mais radiossensíveis, enquanto as maduras são mais radiorresistentes.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Quanto maior a atividade metabólica celular (taxa de multiplicação celular), maior será a</p><p>radiossensibilidade.</p><p>RADIOSSENSIBILIDADE E</p><p>RADIORRESISTÊNCIA</p><p>A radiossensiblidade é definida como o nível de sensibilidade de células vivas, tecidos, órgãos</p><p>ou organismos à ação nociva das radiações, ou seja, é uma observação qualitativa de resposta</p><p>biológica quando eles recebem uma dose absorvida (energia depositada por unidade de massa</p><p>em Gray). Quanto maior for essa resistência, mais radiorresistente uma região será</p><p>considerada; caso ocorra o oposto, o tecido será radiossensível.</p><p>Certos fatores interferem na radiossensibilidade celular. Apontaremos alguns deles adiante:</p><p>TIPO DE EMISSÃO RADIOATIVA</p><p>Na médica diagnóstica, toda aplicação se baseia atualmente — embora, nos seus primórdios,</p><p>fontes radioativas já tenham sido utilizadas — nas exposições a raios X cuja transferência</p><p>linear de energia por raios X tem o peso (WR) igual a 1 (ou seja, o menor entre todos os tipos</p><p>de exposição).</p><p>A RESPOSTA BIOLÓGICA É ELEVADA COM O</p><p>AUMENTO DA TRANSFERÊNCIA LINEAR DE</p><p>ENERGIA!</p><p>Tipos de radiação e intervalos de</p><p>energia</p><p>WR</p><p>(ICRP-</p><p>60)</p><p>WR (ICRP-103)</p><p>Fótons de todas as energias 1 1</p><p>Elétrons e múons de todas as energias 1 1</p><p>Nêutrons com energias:</p><p>< 10keV</p><p>10 - 100 keV</p><p>5</p><p>10</p><p>>100keV a 2MeV</p><p>>2MeV a 20MeV</p><p>>20MeV</p><p>20</p><p>10</p><p>5</p><p>Função contínua da energia</p><p>do nêutron</p><p>Prótons 5 2 (prótons e píons)</p><p>Partículas alfa, elementos de fissão,</p><p>núcleos pesados</p><p>20 20</p><p>Quadro: Tipo de emissão radioativa.</p><p>Elaborado por: Wellington Guimarães Almeida.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>FRACIONAMENTO DE DOSE (PRINCÍPIO</p><p>APLICADO EM TRATAMENTOS TERAPÊUTICOS</p><p>DE RADIOTERAPIA)</p><p>Com isso, é possível realizar um planejamento de altas doses de forma fracionada para que as</p><p>células cancerígenas sejam afetadas, enquanto as normais possam</p><p>se reestabelecer durante o</p><p>intervalo entre as sessões do tratamento.</p><p>Os danos biológicos, que também estão associados à radiossensibilidade do órgão, são</p><p>apresentados de maneira tabelada em três diferentes publicações da ICRP:</p><p>ICRP 26, elaborada em 1977;</p><p>ICRP 60, de 1990;</p><p>ICRP 103, de 2007.</p><p>A tabela a seguir apresenta um comparativo entre as ICRPs 26, 60 e 103 para que você</p><p>compreenda as diferentes ponderações de valores atribuídos aos tecidos. Quanto maior for o</p><p>valor, maior será a radiossensibilidade do tecido.</p><p>Tecido ou órgão Wt</p><p>ICRP 26 ICRP 60 ICRP 103</p><p>Gônada 0,25 0,2 0,08</p><p>Cólon 0 0,12 0,12</p><p>Medula óssea (vermelha) 0,12 0,12 0,12</p><p>Pulmão 0,12 0,12 0,12</p><p>Estômago 0 0,12 0,12</p><p>Bexiga 0 0,05 0,04</p><p>Mama 0,15 0,05 0,12</p><p>Fígado 0 0,05 0,04</p><p>Esôfago 0 0,05 0,04</p><p>Tireoide 0,03 0,05 0,04</p><p>Pele 0 0,01 0,01</p><p>Superfície óssea 0,03 0,01 0,01</p><p>Cérebro 0 0 0,01</p><p>Glândula salivar 0 0 0,01</p><p>Restantes* 0,03 0,05 0,12</p><p>Quadro: As diferentes ponderações de valores atribuídos aos tecidos.</p><p>Extraído de: INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION, 1977,</p><p>1991, 2007.</p><p>*Intestino grosso superior, intestino delgado, rins, útero, pâncreas, vesícula, timo, adrenais e</p><p>músculo.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>Somente por intermédio dos conhecimentos científicos contidos na radiobiologia é possível</p><p>compreender como se dá a interação dos fótons de radiação com o organismo vivo, podendo,</p><p>dessa forma, prever ou estimar os possíveis riscos e a geração de efeitos deletérios oriundos</p><p>de exposições à radiação.</p><p> DICA</p><p>Com o passar do tempo e a aquisição de mais conhecimentos, a radiobiologia será mais bem</p><p>delineada, para que práticas cada vez mais seguras aos indivíduos expostos possam ser</p><p>desenvolvidas.</p><p>No vídeo a seguir, veremos o que é uma radiolesão e quais as suas fases de desenvolvimento</p><p>pela ação direta e indireta.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. QUAL É O TIPO DE INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA QUE</p><p>ESTÁ DESCRITO A SEGUIR? “NESSE PROCESSO, UM FÓTON DE RAIOS</p><p>X INCIDENTE INTERAGE COM UM ELÉTRON LIGADO A UM ÁTOMO. O</p><p>FÓTON TRANSFERE TODA A SUA ENERGIA PARA ESSE ELÉTRON DE</p><p>ALGUM ORBITAL; COM ISSO, O FÓTON DEIXA DE EXISTIR.”</p><p>A) Espalhamento Compton</p><p>B) Efeito fotoelétrico</p><p>C) Produção de pares</p><p>D) Radiação característica</p><p>E) Espalhamento fotoelétrico</p><p>2. MARQUE A OPÇÃO VERDADEIRA SOBRE A LEI DE TRIBONDEAU E</p><p>BERGONIE.</p><p>A) As células pouco especializadas, mais jovens e com maior atividade metabólica, são mais</p><p>sensíveis.</p><p>B) Quanto mais diferenciado e menos proliferativo, mais sensível será à radiação.</p><p>C) Quando comparados com adultos, os fetos são mais resistentes à radiação.</p><p>D) A célula sanguínea é a mais resistente do corpo humano.</p><p>E) O fracionamento da dose ignora a probabilidade de dano celular radioinduzido.</p><p>GABARITO</p><p>1. Qual é o tipo de interação da radiação com a matéria que está descrito a seguir?</p><p>“Nesse processo, um fóton de raios X incidente interage com um elétron ligado a um</p><p>átomo. O fóton transfere toda a sua energia para esse elétron de algum orbital; com isso,</p><p>o fóton deixa de existir.”</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>No efeito fotoelétrico, um fóton transfere toda sua energia para um elétron orbital, ejetando-o e</p><p>sumindo.</p><p>2. Marque a opção verdadeira sobre a Lei de Tribondeau e Bergonie.</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>A Lei de Bergonie e Tribondeau considera que as células pouco especializadas são mais</p><p>sensíveis e as mais especializadas, mais radiorresistentes. Quanto maior for a atividade</p><p>metabólica celular, maior será a radiossensibilidade. As células jovens são mais</p><p>radiossensíveis, enquanto as maduras são mais radiorresistentes.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Descrever as diretrizes da RDC 330 e as aplicações de suas instruções normativas</p><p>PRIMEIRAS PALAVRAS</p><p>Após a descoberta da radiação (1895) e da radioatividade (1896), foi possível observar a sua</p><p>iminente incorporação na Medicina e na Odontologia. Com isso, foram desenvolvidos novos</p><p>métodos que colaboraram ativamente no desempenho do diagnóstico e no desenvolvimento de</p><p>terapias induzidas pelo uso de radiação.</p><p>Mesmo com a ampla vantagem, obtida graças à exposição à radiação na Medicina, é muito</p><p>comum observar receios e medos quando o assunto “radiação” está em pauta. Desse modo,</p><p>este conteúdo tem como objetivo desmistificar esses tabus e orientar você para que todos</p><p>possamos aprender o seguinte postulado: é possível extrair todas as vantagens oriundas da</p><p>radiação com o maior nível de segurança possível. Para isso, a ferramenta a ser aplicada é o</p><p>desenvolvimento do conhecimento.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p>Quando se aborda a aplicação da radiação ionizante na Medicina e na Odontologia, é</p><p>inquestionável o quanto esses métodos contribuíram no desenvolvimento diagnóstico, gerando</p><p>novas perspectivas por conta das informações mais precisas, o que auxilia os profissionais em</p><p>suas tomadas de decisão. Contudo, é imprescindível salientar que, durante a aplicação da</p><p>radiação ionizante, os profissionais devem ter em mente todos os conceitos necessários a fim</p><p>de proporcionar uma prática que atenda completamente às expectativas. Além disso, eles</p><p>devem cuidar para que isso ocorra de forma segura tanto para os pacientes quanto para os</p><p>indivíduos que executam as atividades.</p><p>Desde essa descoberta até os dias atuais, inúmeras foram as conclusões sobre as</p><p>características dessas energias. Por meio de eventos danosos, também foi possível conceituar</p><p>as diretrizes sobre o uso seguro da radiação. Desse modo, não é errado imaginar que a</p><p>proteção radiológica experimentou um surgimento e um desenvolvimento gradativos, de acordo</p><p>com o modo como a própria história se apresentou. Ao longo do processo de construção dos</p><p>conceitos, que são a base da proteção radiológica, em inúmeras oportunidades, teorias foram</p><p>confirmadas e outras, completamente rechaçadas.</p><p>Com isso, concluímos que, apesar da extensa jornada percorrida desde a descoberta da</p><p>radiação até os dias atuais, ainda estamos caminhando na construção do saber, para criar</p><p>condições cada vez mais seguras de extrair todos os benefícios de uma exposição,</p><p>minimizando os riscos para todos os indivíduos envolvidos.</p><p>Foto: Shutterstock.com</p><p> Imagem de uma ampola de raios X.</p><p>FORMAS DE RADIAÇÃO</p><p>Existem duas formas principais de radiação: natural ou artificial. No radiodiagnóstico, o tipo</p><p>de radiação utilizada é a artificial. Seu uso se dá por meio de uma ampola e de seus</p><p>componentes elétricos, com a exposição ocorrendo somente durante o acionamento.</p><p>No caso da radiação natural, são utilizados elementos, encontrados na natureza, que</p><p>apresentam uma instabilidade nuclear. Para que tais elementos busquem a estabilidade, é</p><p>necessário haver uma emissão de energia ou de parte do conteúdo nuclear. Essas emissões</p><p>radioativas podem ter diferentes formas (alfa, beta e gama).</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Essa forma de exposição já foi aplicada no passado na radiologia odontológica, porém, há</p><p>muito tempo, essas utilizações estão totalmente excluídas das rotinas.</p><p>Diferentemente de exposições artificiais, as fontes radioativas emitem radiação sem que haja a</p><p>necessidade de nenhum acionamento. Por isso, elas requerem maiores medidas de</p><p>segurança.</p><p>Como os raios X são ondas eletromagnéticas e tais ondas se propagam na velocidade da luz</p><p>(3,0 x 108ms), logo após a exposição, não é necessário aguardar para que a radiação se</p><p>dissipe, pois isso acontece em um curtíssimo intervalo de tempo. Os fótons de radiação vão</p><p>interagir inúmeras vezes, perdendo energia até que haja sua total absorção.</p><p>Imagem: Shutterstock.com</p><p> Ilustração de ondas eletromagnéticas.</p><p>PROTEÇÃO RADIOLÓGICA</p><p>DEFINIÇÃO</p><p>Também conhecida como radioproteção, a proteção radiológica pode ser definida como o</p><p>conjunto de medidas cujo objetivo visa a fornecer ao homem, a seus descendentes e ao</p><p>ecossistema um padrão adequado de proteção, resguardando-os, assim, de possíveis efeitos</p><p>indesejáveis causados pela interação entre as radiações e os organismos vivos,</p><p>sem que isso</p><p>represente uma inibição de atividades benéficas à sociedade ou ao indivíduo.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Os conceitos de radioproteção são constantemente criados, analisados, detalhados e</p><p>reavaliados por meio de publicações da Comissão Internacional em Proteção Radiológica</p><p>(ICRP, de International Commission on Radiological Protection).</p><p>Foi necessário desenvolver grandezas radiológicas para:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Entender o conceito físico da exposição do tecido biológico.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Esclarecer a razão de se realizar uma avaliação quantitativa/qualitativa.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Compreender as consequências e as sequelas à saúde, assim como os riscos associados.</p><p>Para isso, outra importante organização foi responsável pela elaboração, pelo aperfeiçoamento</p><p>e pela atualização de todas as grandezas e unidades radiológicas: a Comissão Internacional</p><p>em Unidades de Radiação e Medições (ICRU, de International Commission on Radiation Units</p><p>and Measurements).</p><p>PARÂMETROS</p><p>Para que o objetivo de radioproteção seja alcançado, de modo a extrair o benefício máximo</p><p>com a menor dose absorvida possível ao paciente profissional e público, será necessário que,</p><p>durante a execução de tais práticas, alguns parâmetros de proteção radiológica sejam</p><p>aplicados em todas as etapas:</p><p>Imagem: Wellington Guimarães Almeida</p><p> Parâmetros de proteção radiológica.</p><p>TEMPO</p><p>A dose recebida por irradiação externa será diretamente proporcional ao tempo, ou seja,</p><p>quanto maior for o tempo de irradiação, maior será a dose recebida. Para que haja a redução</p><p>do tempo de exposição, o profissional deverá considerar a compatibilidade dessa redução com</p><p>a proposta da prática executada.</p><p>Imagem: Wellington Guimarães Almeida</p><p> Relação tempo x dose.</p><p>DISTÂNCIA</p><p>A intensidade da radiação tem a característica de ser reduzida quanto maior for a distância (de</p><p>maneira exponencial negativa) em relação à fonte emissora. Esse comportamento se justifica</p><p>por:</p><p>Divergência dos fótons.</p><p>Atenuação dos fótons de menor energia pela camada de ar presente no seu trajeto.</p><p>Tal comportamento ainda respeita a regra do inverso do quadrado da distância segundo esta</p><p>equação:</p><p>D1</p><p>D2 =</p><p>R2 . 2</p><p>R1 . 2</p><p>Em que:</p><p>r1 é a distância inicial.</p><p>r2 é a distância final.</p><p>D1 é dose recebida com a fonte na distância r1.</p><p>D2 é a dose recebida com a fonte na distância r2.</p><p>( )</p><p>( )</p><p>Imagem: Museu de Ciências Nucleares adaptado por Wellington Guimarães Almeida</p><p> Relação da distância e a interação dos fótons com o corpo.</p><p>EPI</p><p>Todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador que é destinado à</p><p>proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.</p><p>BLINDAGEM</p><p>CONCEITO</p><p>A blindagem é definida como uma barreira física posicionada entre a fonte e o indivíduo que se</p><p>deseja proteger. Seu objetivo é conter os fótons de radiação antes que eles interajam e causem</p><p>danos biológicos nas moléculas de DNA.</p><p>UTILIZAÇÃO</p><p>A blindagem pode ser observada em:</p><p>Projetos físicos dos setores de imagem.</p><p>Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC).</p><p>Podem ser utilizados diferentes materiais. Contudo, os mais aplicados são a barita e a malha</p><p>de chumbo nos projetos de blindagem. Já nos EPIs, tradicionalmente são usados o chumbo e</p><p>(mais recentemente) uma combinação de bismuto, tungstênio e antimônio. Essa combinação é</p><p>muito mais leve e confortável, embora possua a mesma equivalência de proteção que os</p><p>confeccionados em chumbo.</p><p>CONSIDERAÇÕES</p><p>Estabeleceremos agora algumas considerações sobre dois tipos de projeto:</p><p>BLINDAGEM</p><p>EPIS</p><p>Todo setor deve ser projetado e calculado para que as salas onde se realizam os</p><p>procedimentos, a fim de que elas não ultrapassem os níveis de restrição de dose estabelecidos</p><p>na RDC 330, sejam consideradas “áreas controladas” e possuam barreiras físicas com</p><p>blindagem capazes de garantir que os níveis de dose sejam tão baixos quanto razoavelmente</p><p>exequíveis.</p><p>Durante os procedimentos de exposição à radiação, o profissional deve aplicar a blindagem</p><p>adequada nos pacientes com 0,5mm de proteção equivalente ao chumbo. O objetivo é proteger</p><p>regiões radiossensíveis que não incluem informações úteis ao diagnóstico.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Foto: Wellington Guimarães Almeida</p><p> Teste de integridade dos EPIs realizado por análise radiográfica em um equipamento</p><p>tomográfico.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Conservação dos EPIs</p><p>Para a manutenção dos EPIs, é necessário que os estabelecimentos criem condições para que</p><p>eles fiquem sempre esticados quando não estiverem sendo utilizados. Essa ação evita a</p><p>ocorrência de danos à sua estrutura pela dobragem. As normas nacionais determinam que a</p><p>integridade dos EPIs seja verificada anualmente.</p><p>Foto: Shutterstock.com</p><p> Modo correto de guardar os EPIs.</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (2014), a utilização de radiação</p><p>ionizante na Medicina e na Odontologia é regida pelas diretrizes de radioproteção. Além dos</p><p>parâmetros, também são apresentados nesse documento os quatro princípios básicos de</p><p>proteção radiológica:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Justificação da prática</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Otimização da proteção radiológica</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Limitação da dose individual</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Prevenção de acidentes</p><p>Por meio desses princípios, todas as ações fundamentais tomadas serão apoiadas e servirão</p><p>de alicerce para o conjunto de condutas radioprotetivas cujo objetivo seja o de garantir a</p><p>segurança das práticas. Descreveremos cada um desses princípios a seguir:</p><p>JUSTIFICATIVA</p><p>Este deve ser o primeiro princípio a ser considerado antes que ocorra uma exposição. Ele</p><p>define que nenhuma prática ou fonte adscrita a uma prática pode ser executada a menos que a</p><p>totalidade dos benefícios produzidos para a saúde do indivíduo ou para a sociedade supere o</p><p>detrimento com o potencial de ser causado.</p><p>Imagem: Wellington Guimarães Almeida</p><p> Relação dos benefícios obtidos pela prática versus a probabilidade</p><p>de danos que podem ser induzidos.</p><p>Nas exposições oriundas do radiodiagnóstico, devem ser avaliados os benefícios e os riscos de</p><p>modalidades alternativas com o mesmo objetivo clínico que utilizem diferentes processos</p><p>físicos na formação da imagem ou menores exposições de radiações ionizantes.</p><p> EXEMPLO</p><p>A ressonância magnética e o ultrassom não utilizam radiação ionizante na formação de seus</p><p>estudos. Já os métodos radiográficos, embora utilizem radiação ionizante, necessitam de uma</p><p>quantidade consideravelmente menor em comparação a exames de tomografia</p><p>computadorizada.</p><p>O princípio da justificativa pode ser dividido em dois diferentes níveis:</p><p>JUSTIFICAÇÃO GENÉRICA</p><p>JUSTIFICAÇÃO INDIVIDUAL</p><p>Ela define que, sempre que houver novas práticas que envolvam exposições médicas, esse</p><p>método deverá ser previamente justificado antes que sua aplicação seja adotada para</p><p>realização generalizada. Além disso, a justificação genérica estipula que é preciso haver</p><p>revisões sistemáticas das práticas já adotadas de modo que sejam adquiridos novos dados</p><p>significativos acerca de sua eficácia ou de suas consequências.</p><p>Ela postula que, em todas as circunstâncias que envolvam exposição médica, deve haver uma</p><p>justificativa individual após a devida consideração dos objetivos específicos da exposição e das</p><p>características do indivíduo envolvido.</p><p>ALGUNS PONTOS IMPORTANTES PRECISAM SER</p><p>DESTACADOS</p><p>Não é permitido haver exposições deliberadas em humanos com o objetivo de</p><p>treinamento instrutivos, assim como para fins de pesquisa biomédica, salvo quando tal</p><p>prática estiver de acordo com a Declaração de Helsinque.</p><p>Não deve haver a execução de exames radiológicos para fins empregatícios ou periciais,</p><p>salvo quando as informações geradas forem úteis à saúde do indivíduo examinado ou</p><p>para melhorar o estado de saúde da população.</p><p>Não se deve realizar exames radiográficos para o rastreamento em massa de grupos</p><p>populacionais, salvo quando, por entendimento do Ministério da</p><p>Saúde, as vantagens</p><p>esperadas para os indivíduos examinados e a população compensem o custo econômico</p><p>e social, incluindo o detrimento radiológico.</p><p>Não se deve realizar imagens radiográficas do tórax de modo rotineiro com o objetivo de</p><p>internação hospitalar, exceto quando houver uma justificativa no contexto clínico e</p><p>levando em consideração os métodos alternativos.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>OTIMIZAÇÃO</p><p>Ela estabelece que todos os projetos e as construções de equipamentos e instalações nos</p><p>procedimentos de trabalho devem ser planejados, implantados e executados de tal forma que a</p><p>magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de</p><p>exposições acidentais sejam tão baixos quanto razoavelmente exequíveis. Para isso, devem</p><p>ser considerados fatores sociais e econômicos, além das restrições de dose aplicáveis.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Conceito aplicado no princípio da otimização, Alara (de as low as reasonably achievable)</p><p>significa “tão baixo quanto razoavelmente exequível”. Seu entendimento busca minimizar as</p><p>doses em pacientes e profissionais por meio da aplicação de todos os mecanismos</p><p>disponíveis.</p><p>LIMITE DE DOSE</p><p>Consiste em valores de dose (efetiva ou equivalente) que consideram a totalidade das</p><p>exposições decorrentes de todas as práticas controladas que não podem ser excedidas para</p><p>indivíduos ocupacionalmente expostos (IOES) e integrantes do público.</p><p>Contudo, vale ressaltar que sua aplicação não deve ser considerada como uma fronteira entre</p><p>"seguro" e "perigoso". O princípio de limitação de dose não se aplica para o paciente:</p><p>basta que a exposição dele seja devidamente justificada e otimizada.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>No caso dos pacientes, existe o conceito de dose referência. Para procedimentos</p><p>odontológicos, o valor definido é de 3,5mGy de dose de entrada na pele (DEP).</p><p>Limites de dose anuais[a]</p><p>Grandeza Órgão</p><p>Indivíduo ocupacionalmente</p><p>exposto</p><p>Indivíduo do</p><p>público</p><p>Dose efetiva</p><p>Corpo</p><p>inteiro</p><p>20 mSv[b] 1 mSv[c]</p><p>Dose</p><p>equivalente</p><p>Cristalino</p><p>20 mSv[b]</p><p>(alterado pela resolução CNEN</p><p>114/2011)</p><p>15 mSv</p><p>Pele[d] 500 mSv 50 mSv</p><p>Mãos e</p><p>pés</p><p>500 mSv ---</p><p>[a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve ser</p><p>considerado como dose no ano calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro</p><p>de cada ano.</p><p>[b] Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50mSv em qualquer ano.</p><p>(Alterado pela Resolução CNEN 114/2011)</p><p>[c] Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até</p><p>5mSv em um ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos não</p><p>exceda a 1mSv por ano.</p><p>[d] Valor médio em 1cm2 de área na região mais irradiada. Os valores de dose efetiva se</p><p>aplicam à soma das doses efetivas causadas por exposições externas, com as doses efetivas</p><p>comprometidas (integradas em 50 anos para adultos e até a idade de 70 anos para crianças)</p><p>causadas por incorporações ocorridas no mesmo ano.</p><p>Quadro: Limite de dose.</p><p>Extraída de Comissão Nacional de Energia Nuclear, 2014.</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p>PREVENÇÃO DE ACIDENTE</p><p>Deve ser considerado o desenvolvimento de meios, além da implementação de ações nos</p><p>projetos e na operação de equipamentos e de instalações, para que se minimize o erro</p><p>humano capaz de fomentar a probabilidade de exposições acidentais.</p><p>EVOLUÇÃO NORMATIVA</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Quando observamos a evolução tecnológica sofrida nas últimas décadas pelos serviços de</p><p>radiodiagnóstico e odontológico, fica notório o acréscimo de novas modalidades, assim como</p><p>mudanças no fluxo de serviço trazidas como o resultado do avanço da informatização de</p><p>dados. Por esses motivos, fica fácil entender a necessidade da substituição da Portaria nº 453,</p><p>de 1998, pela RDC 330 (2019). Com a constante implementação da telerradiologia, novas</p><p>relações de trabalho vão sendo constituídas, diversificando cada vez mais a atuação do serviço</p><p>de radiologia.</p><p> EXEMPLO</p><p>Serviços itinerantes com caminhão de atendimento, centrais de laudo remoto, comando remoto</p><p>de equipamentos e retirada de laudos e imagens online.</p><p>Por outro lado, antigas práticas vão se tornando obsoletas e são substituídas por novas</p><p>modalidades que contribuem para melhores resultados diagnósticos ou que apresentam maior</p><p>segurança para o profissional e o cliente.</p><p>A RDC 330 e suas respectivas instruções normativas (INs) foram desenvolvidas para atender a</p><p>todas essas necessidades, contextualizando os princípios já estabelecidos para a elevação da</p><p>cultura de proteção radiológica e da qualidade diagnóstica.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Após a publicação da RDC 330, em 26 de dezembro de 2019, estabeleceu-se o prazo de 12</p><p>meses para que as unidades de saúde se adaptassem às novas regras. Além disso, a Portaria</p><p>nº 453 (diretriz de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico) foi</p><p>automaticamente revogada.</p><p>PORTARIA Nº 453</p><p>Uma portaria é definida como um documento de ato jurídico que, oriundo da presidência da</p><p>República, contém ordens de acordo com leis ou regulamentos. A Portaria nº 453, criada em 1º</p><p>de junho de 1998, é definida como um regulamento técnico que define as diretrizes básicas de</p><p>proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, sobretudo a respeito da</p><p>aplicação dos raios X diagnósticos em todo território nacional, além de estabelecer outras</p><p>providências.</p><p>Na portaria, está presente um conjunto de normas cujo objetivo é o de promover a</p><p>radioproteção durante realizações diagnósticas médicas e odontológicas, por meio da</p><p>aplicação dos parâmetros (tempo, blindagem e distância) e dos princípios básicos</p><p>(justificativa, otimização, limite de dose e prevenção de acidentes) que devem ser adotados</p><p>durante todas as etapas das práticas que envolvem a utilização de radiação ionizante. Desde</p><p>sua descoberta e aplicação na área médica, o diagnóstico por imagem já era uma realidade</p><p>nas condutas médicas nacionais. Contudo, não existia nenhuma orientação normativa para</p><p>esse tipo de aplicação.</p><p></p><p>1987</p><p>Somente no ano de 1987 o Decreto nº 93.933 foi criado pelo Conselho Nacional de Saúde para</p><p>que pudesse ser desenvolvida a Resolução nº 6, em 21 de dezembro de 1988. Essa resolução</p><p>tinha como principal objetivo a radioproteção. Ela visava à defesa da saúde dos pacientes, dos</p><p>indivíduos profissionalmente expostos e do público em geral, cumprindo, com isso, o disposto</p><p>no artigo 9º do Decreto nº 81.384, de 22 de fevereiro de 1978.</p><p>1998</p><p>No ano de 1998, a Secretaria de Vigilância Sanitária, no uso de suas atribuições legais, tendo</p><p>em vista as disposições constitucionais e a Lei nº 8.080, de 19 de outubro de 1990, que</p><p>transcorrem a respeito das condições para a promoção e a recuperação da saúde como direito</p><p>fundamental do ser humano, criou a Portaria nº 453 como diretriz básica de radioproteção em</p><p>diagnóstico por imagem e odontologia. Esse documento foi aplicado em todo território nacional</p><p>por mais de 20 anos até sua revogação pela RDC 330.</p><p></p><p>RESOLUÇÃO RDC 330</p><p>SURGIMENTO</p><p>Após um longo período de aplicação da Portaria nº 453, como principal documento instrutivo de</p><p>proteção radiológica para o radiodiagnóstico e o setor odontológico (de junho de 1998 até</p><p>dezembro de 2019), era necessário haver a elaboração de uma nova norma mais abrangente</p><p>com foco na gestão de:</p><p>Radiodiagnóstico;</p><p>Tecnologias, qualidade, processos de trabalho e gerenciamento de risco.</p><p>Por isso, em 20 de dezembro de 2019, a resolução RDC 330 foi publicada. Ela apresentava</p><p>novas perspectivas a respeito de aplicações em veterinária, intensificando as ações em</p><p>radiologia intervencionista e determinando um controle da qualidade específico para a</p><p>ressonância magnética e a ultrassonografia. Além disso, essa resolução previa aplicações em</p><p>telerradiologia e radiologia itinerante.</p><p>RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO</p><p>Três entidades foram cruciais para a criação da RDC 330:</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE</p><p>Trata-se</p><p>do órgão do Poder Executivo Federal responsável por organizar e elaborar planos e</p><p>políticas públicas voltados para a promoção, a prevenção e a assistência à saúde dos</p><p>brasileiros. Seu foco é dispor de condições que visam à proteção e à recuperação da saúde da</p><p>população, reduzindo as enfermidades e controlando as doenças endêmicas e parasitárias,</p><p>além de melhorar a vigilância à saúde e, dessa forma, contribuir com a melhoria da qualidade</p><p>de vida ao brasileiro.</p><p>Conforme aponta a Biblioteca virtual em saúde do Ministério da Saúde (2020), sua missão é</p><p>promover “a saúde da população mediante a integração e a construção de parcerias com os</p><p>órgãos federais, as unidades da Federação, os municípios, a iniciativa privada e a sociedade,</p><p>contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e para o exercício da cidadania”.</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA</p><p>Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, essa agência reguladora é baseada em</p><p>uma autarquia de regime especial vinculada ao Ministério da Saúde. Sua função é exercer o</p><p>controle sanitário de todos os produtos e serviços a elas submetidos:</p><p>Medicamentos;</p><p>Alimentos;</p><p>Cosméticos;</p><p>Saneantes;</p><p>Derivados do tabaco;</p><p>Produtos médicos;</p><p>Sangue;</p><p>Hemoderivados;</p><p>Serviços de saúde.</p><p>DIRETORIA COLEGIADA</p><p>A diretoria colegiada integra a estrutura organizacional da Anvisa, sendo a responsável por</p><p>dirigir a agência. Sua composição deve contar com:</p><p>Um procurador.</p><p>Um corregedor.</p><p>Um ouvidor.</p><p>Unidades especializadas incumbidas de diferentes funções.</p><p>PRINCIPAIS MUDANÇAS NA ABORDAGEM</p><p>Listaremos adiante as principais mudanças na abordagem da RDC 330:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Reportar referências de limiares em outras normas em vez de citá-las no corpo da resolução.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>As recomendações são apresentadas de maneira fragmentada por cada modalidade por</p><p>intermédio de INs.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Criar um nível de restrição para a operação dos equipamentos.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Recomendações de controle da qualidade específico para modalidades que antes não eram</p><p>abordadas, como, por exemplo, RM e USG.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Pontuar aplicações em veterinária e intensificar as ações em intervencionista.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Prever aplicações em telerradiologia e radiologia itinerante.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Norma mais abrangente e com foco geral na gestão do radiodiagnóstico.</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Fazer a gestão de tecnologias, da qualidade, de processos de trabalho e de risco.</p><p> ATENÇÃO</p><p>O que não muda com a alteração da legislação em radiodiagnóstico é a necessidade de todos</p><p>os IOEs realizarem anualmente um curso de reciclagem em proteção radiológica exigido no</p><p>Programa de Educação Permanente. Com isso, todas as suas práticas rotineiras terão o mais</p><p>elevado conceito de radioproteção seja promovido.</p><p>INSTRUÇÕES NORMATIVAS ADITIVAS</p><p>As INs consistem em atos administrativos definidos como ordens disciplinares descritas por</p><p>autoridades, como, por exemplo, o chefe de Estado, os ministros de Estado e seus</p><p>subordinados. Esses atos devem ser adotados no funcionamento do poder público recém-</p><p>formado ou reformulados com o objetivo de disciplinar a execução de determinada atividade.</p><p>Graças às INs, é possível detalhar de forma mais precisa um conteúdo de determinada lei que</p><p>consta no ordenamento jurídico pátrio. Não cabe a ela criar direitos ou obrigações; contudo,</p><p>sua existência possibilita a explicação, de maneira mais clara, de determinado assunto previsto</p><p>em legislação específica.</p><p>No caso das INs que acompanham a RDC 330, seu foco reside na realização de testes</p><p>importantes para o desenvolvimento de um programa de controle da qualidade das diversas</p><p>modalidades que integram o radiodiagnóstico, inclusive daquelas nunca abordadas antes,</p><p>como, por exemplo, a ultrassonografia e a ressonância magnética.</p><p>Indicaremos a seguir as INs de acordo com suas diferentes modalidades:</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Radiologia convencional</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Fluoroscopia e radiologia intervencionista</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Mamografia</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Tomografia computadorizada</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Radiologia odontológica extraoral</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Radiologia odontológica intraoral</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>Ultrassonografia</p><p>Imagem: Danielle Ribeiro</p><p>IN nº 59 – Ressonância magnética</p><p>As duas INs destacadas possuem um foco direcionado nos procedimentos de diagnóstico</p><p>odontológico (intra e extraoral) e são aplicadas conforme os mais diferentes objetivos.</p><p> EXEMPLO</p><p>Aplicações exploratórias com a finalidade de diagnóstico, acompanhamento e documentação</p><p>do complexo buco-maxilo-facial e das estruturas anexas.</p><p>A respeito dos dois grupos de estudos radiográficos na Odontologia, sua diferença básica é</p><p>relativa ao posicionamento do receptor de imagem em relação à cavidade oral do paciente.</p><p>Enquanto na extraoral o filme radiográfico ou o sensor é posicionado fora da cavidade oral do</p><p>paciente, na intraoral as imagens são obtidas por meio de filmes radiográficos ou sensores</p><p>posicionados internamente à cavidade oral do paciente. O mais interessante é que essas duas</p><p>modalidades da radiologia odontológica apresentam diversas técnicas. Podemos inferir que,</p><p>apesar de serem duas INs, elas são aplicadas às várias submodalidades de radiodiagnóstico</p><p>em Odontologia.</p><p>Veremos adiante exemplos de dois tipos de estudo radiográfico:</p><p>Foto: Shutterstock.com</p><p> Imagem de radiografia extraoral panorâmica.</p><p>EXTRAORAL</p><p>Panorâmica odontológica;</p><p>Radiografias do crânio: Perfil (cefalométrica), oblíqua 45º, (PA) frontonaso e mentonaso,</p><p>localizada para articulações temporomandibulares;</p><p>Radiografias de mandíbula: (PA) perfil e oblíquas (direita e esquerda); e</p><p>Radiografias da face: Axial submentovértice.</p><p>Foto: Shutterstock.com</p><p> Imagem de radiografia intraoral (técnica do paralelismo).</p><p>INTRAORAL</p><p>Periapical: Técnicas da bissetriz e paralelismo.</p><p>Interproximal (bitwing).</p><p>Oculsal (total e parcial).</p><p>É extremamente importante que todos os profissionais que atuam com radiações ionizantes</p><p>conheçam as diretrizes normativas a respeito de suas práticas. Somente assim será possível</p><p>reconhecer seus direitos e deveres e saber qual conduta deve ser adotada durante suas</p><p>atividades laborais. Com isso, é possível extrair todos os benefícios provenientes do uso da</p><p>radiação ionizante e minimizar ao máximo os riscos ao próprio indivíduo, ao paciente, ao</p><p>público e ao meio ambiente.</p><p>No vídeo a seguir, veremos mais sobre grandezas radiológicas.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO NÃO REPRESENTA UMA MUDANÇA NA</p><p>ABORDAGEM DA RDC 330 EM RELAÇÃO À PORTARIA Nº 453?</p><p>A) Recomendações apresentadas por instruções normativas (INs).</p><p>B) Criação de nível de restrição para a operação dos equipamentos.</p><p>C) Aplicação de recomendações apenas para procedimentos odontológicos intraorais.</p><p>D) Recomendações de CQ específico para RM e USG.</p><p>E) Previsão de aplicações em telerradiologia e radiologia itinerante.</p><p>2. MARQUE A OPÇÃO INCORRETA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE OS</p><p>PARÂMETROS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E A DOSE.</p><p>A) Tempo — possui uma relação diretamente proporcional de maneira linear.</p><p>B) Distância — conta com uma relação inversamente proporcional de maneira exponencial.</p><p>C) Blindagem — possui uma relação inversamente proporcional de maneira exponencial.</p><p>D) Distância — de acordo com a lei de Kepler, a dose decresce com o inverso do quadrado da</p><p>distância.</p><p>E) Tempo — tem uma relação diretamente proporcional de maneira exponencial.</p><p>GABARITO</p><p>1. Qual das opções abaixo não representa uma mudança na abordagem da RDC 330 em</p><p>relação à Portaria nº 453?</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A resolução RDC 330 prevê aplicações em procedimentos intra e extraorais, o que é reforçado</p><p>por duas INs: 56 (radiologia odontológica extraoral) e 57 (radiologia odontológica intraoral).</p><p>2. Marque a opção incorreta sobre a relação entre os parâmetros</p><p>de proteção radiológica</p><p>e a dose.</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>O tempo possui relação com a dose de maneira direta, porém ela é linear – e não exponencial.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao pensarmos no diagnóstico em radiologia de forma mais abrangente, vimos que é necessário</p><p>compreender a atuação de cada componente e acessório do equipamento, assim como suas</p><p>vantagens e sua participação na formação da imagem. Ainda salientamos que outro ponto</p><p>importante consiste em avaliar como a evolução tecnológica na formação da imagem influencia</p><p>de maneira direta na qualidade no procedimento.</p><p>Como um reforço dos conceitos de segurança, observamos também que é primordial o</p><p>entendimento dos parâmetros e dos princípios de proteção radiológica. Desse modo, as</p><p>práticas que utilizam exposições à radiação podem ser realizadas da maneira mais segura.</p><p>Além disso, destacamos que, com o conhecimento científico de radiobiologia, é possível extrair</p><p>todo o potencial dessa vantagem, minimizando, com isso, os possíveis detrimentos</p><p>radiogênicos. Por último, ressaltamos a importância da implementação de um controle da</p><p>qualidade para que haja um eficiente diagnóstico mesmo em meio a tantas dificuldades</p><p>encontradas, além daquelas relativas às características das patologias investigadas.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BIASOLI JR., A. Técnicas radiográficas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006.</p><p>BONTRANGER, K. L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de</p><p>Janeiro, 2001.</p><p>BRASIL. 25/7 — aniversário de criação do Ministério da Saúde. In: Biblioteca virtual em saúde.</p><p>Publicado em: 24 jul. 2020. Consultado na internet em: 14 maio 2021.</p><p>BRASIL. Instrução Normativa nº 56, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>BRASIL. Instrução Normativa nº 57, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>BRASIL. Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de junho de 1998.</p><p>BRASIL. Resolução nº 6, de 21 de dezembro de 1988.</p><p>BRASIL. Resolução - RDC nº 330, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.</p><p>COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Norma CNEN NN 3.0 - Resolução 164/14:</p><p>diretrizes básicas de proteção radiológica. Publicado em: mar. 2014. Consultado na internet</p><p>em: 14 maio 2021.</p><p>INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION. 1990</p><p>Recommendations of the International Commission on Radiological Protection. In: Annals</p><p>of the ICRP. v. 21. n. 1-3. 1. ed. 1991.</p><p>INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION. Recommendations of</p><p>the International Commission on Radiological Protection. In: ICRP Publication 26.</p><p>Publicado em: 17 jan. 1977. Consultado na internet em: 14 maio 2021.</p><p>INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION. The 2007</p><p>recommendations of the International Commission on Radiological Protection. In: Annals</p><p>of the ICRP. v. 37. n. 2-4. 2007.</p><p>TAUHATA, L.; DE PAULA, M. V. Q. Manual de radioproteção radiodiagnóstico intrabucal.</p><p>Juiz de Fora: UFJF, 2005.</p><p>EXPLORE+</p><p>Consulte os seguintes documentos:</p><p>BRASIL. Instrução Normativa nº 56, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>BRASIL. Instrução Normativa nº 57, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>BRASIL. Resolução - RDC nº 330, de 20 de dezembro de 2019.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Wellington Guimarães Almeida</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p>