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<p>ÉTICA CONTÁBIL</p><p>PROF. ME. JOSÉ AUGUSTO SOUSA DE MELO</p><p>REITORIA:</p><p>Dr. Roberto Cezar de Oliveira</p><p>PRÓ-REITORIA:</p><p>Profa. Ma. Gisele Colombari Gomes</p><p>DIRETORIA DE ENSINO:</p><p>Profa. Dra. Gisele Caroline Novakowski</p><p>EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS:</p><p>Diagramação</p><p>Revisão textual</p><p>Produção audiovisual</p><p>Gestão</p><p>WWW.UNINGA.BR</p><p>33WWW.UNINGA.BR</p><p>UNIDADE</p><p>01</p><p>SUMÁRIO DA UNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................4</p><p>1. ORIGENS DA ÉTICA E MORAL ...............................................................................................................................5</p><p>1.1 ETIMOLOGIA ..........................................................................................................................................................5</p><p>1.2 CONCEITO DE ÉTICA ...........................................................................................................................................6</p><p>1.3 O QUE É MORAL? .................................................................................................................................................8</p><p>2. VALORES, PRINCÍPIOS E VIRTUDES .................................................................................................................10</p><p>2.1 VALORES ...............................................................................................................................................................10</p><p>2.2 PRINCÍPIOS ......................................................................................................................................................... 11</p><p>2.3 VIRTUDES ............................................................................................................................................................ 11</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................15</p><p>ÉTICA E MORAL</p><p>PROF. ME. JOSÉ AUGUSTO SOUSA DE MELO</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>DISCIPLINA:</p><p>ÉTICA CONTÁBIL</p><p>4WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A ética e a moral são conceitos fundamentais para a compreensão da conduta humana</p><p>em sociedade. A necessidade de convivermos em harmonia uns com os outros leva-nos à</p><p>necessidade de pensar e questionar quais são os princípios, valores e atitudes que nos conduzem</p><p>a uma convivência pací� ca.</p><p>Manter uma relação tranquila e produtiva entre as pessoas exige que elas ajam de maneira</p><p>a respeitar os direitos do outro e as regras de convívio social que imperam sob determinado</p><p>ambiente, seja ele familiar, comunitário, de trabalho etc. É justamente nesse ponto que entram a</p><p>ética e a moral.</p><p>A ética se revela nas pequenas ações no convívio do dia a dia, em casa, com os familiares,</p><p>bem como no trabalho, nos espaços que frequentamos, en� m, nas mais diversas relações com as</p><p>pessoas e o meio em que convivemos de forma ampla (DIAS, 2014).</p><p>Nesse aspecto, em um ambiente de trabalho podem surgir diversas situações de con� ito</p><p>de interesses, em que haverá a necessidade de se ter conhecimento dos princípios éticos que</p><p>devem ser seguidos. Por exemplo, um cliente de um escritório de contabilidade pede para que</p><p>você gere um relatório de faturamento com valores in� ados para que consiga se enquadrar</p><p>em uma linha de crédito. Nessa situação, o contador se vê diante de um dilema: acatar ou não</p><p>a solicitação de seu cliente (negar e correr o risco de perder esse cliente ou aceitar e ferir sua</p><p>obrigação pro� ssional de fornecer informações � dedignas para tomada de decisão).</p><p>Nesse sentido, vemos que a ética e a moral são temas fundamentais para qualquer</p><p>pro� ssional, especialmente para aqueles que lidam com questões � nanceiras e contábeis.</p><p>Contadores têm o dever de manter altos padrões éticos em suas atividades a � m de garantir a</p><p>con� abilidade e a transparência das informações � nanceiras e contábeis produzidas.</p><p>Esta unidade tem como objetivo explorar os conceitos de ética e moral e a relação entre</p><p>eles. Vamos analisar como esses conceitos surgiram ao longo da história, como são in� uenciados</p><p>por fatores culturais e sociais e como são aplicados em diferentes contextos.</p><p>Além disso, vamos discutir a importância da ética e da moral para a formação de uma</p><p>sociedade justa e equilibrada, assim como para o desenvolvimento pessoal de cada indivíduo.</p><p>Vamos re� etir sobre os valores, princípios que regem a conduta humana e a importância de</p><p>promover uma cultura de virtudes e princípios éticos e morais em todos os níveis.</p><p>5WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1. ORIGENS DA ÉTICA E MORAL</p><p>1.1 Etimologia</p><p>Para falarmos de ética e moral, é importante entendermos como esses termos surgiram e</p><p>se desenvolveram. A etimologia é justamente esse estudo da origem e evolução das palavras, algo</p><p>fundamental para nossa disciplina, que tem origem na Antiguidade.</p><p>A Grécia pode ser considerada o berço da civilização ocidental, visto que foi lá que</p><p>surgiram as bases do modo ocidental de compreender a realidade que envolve o ser humano.</p><p>Os gregos foram responsáveis por moldar os termos, conceitos e palavras em seus respectivos</p><p>signi� cados, que são referenciados nos estudos do mundo ocidental (BRAGA JUNIOR, 2023).</p><p>Dessa forma, temos que a palavra ética vem do grego ethos, que, conforme explica Braga</p><p>Junior (2023), é um conceito que abrange duas esferas:</p><p>• Em uma primeira acepção, ethos tem o signi� cado de costume. Seria o sentido mais</p><p>prático da palavra. Ou seja, relaciona-se àquilo que se manifesta no conviver social, o que</p><p>ocorre no dia a dia por assimilação dos valores que são aceitos pela sociedade. De certa</p><p>maneira, relaciona-se à ideia de prescrição de condutas.</p><p>• Já em uma segunda interpretação, ethos é entendido como caráter, qualidade do ser,</p><p>morada. Nesse sentido, ethos seria a compreensão que se dirige à procura de uma</p><p>referência de onde surgem os princípios e fundamentos. Em outras palavras, seria o</p><p>que gera uma ação essencialmente humana, algo que precede a exteriorização do ato no</p><p>mundo real.</p><p>• Em resumo, a segunda interpretação da palavra ethos diz respeito a uma qualidade interior</p><p>do ser. Já a primeira dimensão da palavra pode ser entendida como a exteriorização dessa</p><p>qualidade por meio de costumes, hábitos.</p><p>• A palavra ethos foi traduzida para o Latim, dando origem à palavra mos, que, por sua vez,</p><p>deu origem à moral. Portanto, tanto ética quanto moral tiveram uma origem comum. No</p><p>entanto, apenas a acepção mais prática da palavra grega foi incorporada à tradução para</p><p>o Latim.</p><p>Figura 1 - Esferas da palavra ethos. Fonte: O autor.</p><p>Dessa forma, temos que a moral é originária do termo latino mos (mores, no plural), que</p><p>signi� ca “costume” e era uma tradução do termo grego ethos. A palavra latina mos, derivada do</p><p>termo grego ethos, não englobou o signi� cado da dimensão de caráter, de morada do ser, mas</p><p>apenas o aspecto comunitário e prescritivo dos valores comportamentais.</p><p>6WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Apesar de uma origem comum, com signi� cados semelhantes na Antiguidade, ética e</p><p>moral têm signi� cados diferentes na atualidade.</p><p>1.2 Conceito de Ética</p><p>Agora que já vimos quais as origens da palavra ética, podemos entender melhor o conceito</p><p>ou, melhor dizendo, conceitos de ética.</p><p>O dicionário Houaiss traz a ética como parte da � loso� a responsável pela investigação</p><p>dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano,</p><p>re� etindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações</p><p>presentes em qualquer realidade social.</p><p>Nesse sentido, podemos entender a ética como uma ciência que estuda a conduta do</p><p>homem, avaliando os meios que precisam sem empregados para que tal conduta seja revertida</p><p>sempre em favor do homem (VIEIRA,</p><p>necessários para o adequado</p><p>exercício pro� ssional. A seguir está a estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade conforme</p><p>Resolução CFC nº 1.328/11.</p><p>1.1 Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais</p><p>I - Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente</p><p>a todos os pro� ssionais de Contabilidade;</p><p>II - do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade</p><p>aplicadas, especi� camente, aos contadores que atuam como auditores independentes;</p><p>III - do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas,</p><p>especi� camente, aos contadores que atuam como auditores internos;</p><p>IV - do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas,</p><p>especi� camente, aos contadores que atuam como peritos contábeis.</p><p>1.2 Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas</p><p>I - Geral - NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as</p><p>normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb); e as</p><p>Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes</p><p>internacionais;</p><p>As NBC TG são segregadas em:</p><p>a) normas completas que compreendem as normas editadas pelo CFC a partir dos</p><p>documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas do Iasb,</p><p>numeradas de 00 a 999;</p><p>b) normas simpli� cadas para PMEs que compreendem a norma de PME editada</p><p>pelo CFC a partir do documento emitido pelo Iasb, bem como as ITs e os CTs</p><p>editados pelo CFC sobre o assunto, numerados de 1000 a 1999;</p><p>c) normas especí� cas que compreendem as ITs e os CTs editados pelo CFC sobre</p><p>entidades, atividades e assuntos especí� cos, numerados de 2000 a 2999.</p><p>30WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>II - do Setor Público - NBC TSP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas</p><p>ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o</p><p>Setor Público, emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC); e as Normas</p><p>Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais,</p><p>sem equivalentes internacionais;</p><p>III - de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA - são as</p><p>Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria, convergentes com as Normas</p><p>Internacionais de Auditoria Independente, emitidas pela IFAC;</p><p>IV - de Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR - são as Normas Brasileiras</p><p>de Contabilidade aplicadas à Revisão, convergentes com as Normas Internacionais de</p><p>Revisão emitidas pela Ifac;</p><p>V - de Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO - são as Normas Brasileiras</p><p>de Contabilidade aplicadas à Asseguração, convergentes com as Normas Internacionais</p><p>de Asseguração emitidas pela Ifac;</p><p>VI - de Serviço Correlato - NBC TSC - são as Normas Brasileiras de Contabilidade</p><p>aplicadas aos Serviços Correlatos, convergentes com as Normas Internacionais para</p><p>Serviços Correlatos emitidas pela IFAC;</p><p>VII - de Auditoria Interna - NBC TI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade</p><p>aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna;</p><p>VIII - de Perícia - NBC TP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos</p><p>trabalhos de Perícia;</p><p>IX – de Auditoria de Informação Contábil Histórica Aplicável ao Setor Público – NBC</p><p>TASP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicáveis à Auditoria de Informação</p><p>Contábil Histórica, aplicadas à Auditoria do Setor Público, convergentes com as Normas</p><p>Internacionais de Auditoria emitidas pela International Federation of Accountants (Ifac)</p><p>e recepcionadas pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores</p><p>(INTOSAI).</p><p>2. CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL CONTADOR</p><p>A determinação de um código de ética pro� ssional é um processo normal em que</p><p>determinado grupo de pessoas representantes de uma mesma classe pro� ssional se organizam</p><p>para conviver de forma harmônica (ANTONOVZ, 2019). Segundo Lisboa (2016), o código de</p><p>ética serve tanto de guia para a ação moral, quanto para a pro� ssão contábil como um todo,</p><p>declarando seu propósito de:</p><p>• cumprir as regras da sociedade;</p><p>• servir com lealdade e diligência;</p><p>• respeitar a si mesma.</p><p>O Código de Ética do Pro� ssional Contador, na sua versão mais recente, foi apresentado</p><p>na NBC PG 01, de 7 de fevereiro de 2019. Essa norma está dividida em tópicos, sendo eles:</p><p>31WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1. Objetivo;</p><p>2. Deveres, vedações e permissibilidades;</p><p>3. Valor e publicidade dos serviços pro� ssionais;</p><p>4. Deveres em relação aos colegas e à classe;</p><p>5. Penalidades.</p><p>Discutiremos alguns dos principais itens do Código de Ética Contábil, mas é</p><p>importantíssimo que você faça a leitura do Código de Ética do Pro� ssional Contador na íntegra.</p><p>O objetivo expresso da NBC PG 01 é � xar a conduta do contador, quando no exercício</p><p>da sua atividade e nos assuntos relacionados à pro� ssão e à classe. Dessa forma, a conduta de</p><p>todos os pro� ssionais da área contábil, inclusive técnicos em contabilidade, deve seguir os</p><p>preceitos estabelecidos nessa norma, bem como nas demais Normas Brasileiras de Contabilidade</p><p>e legislação vigente.</p><p>2.1 Deveres, Vedações e Permissibilidades</p><p>O item 4 do Código de Ética apresenta os deveres do contador. O primeiro deles é o de</p><p>“exercer a pro� ssão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, [...] resguardando o</p><p>interesse público, os interesses de seus clientes ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e</p><p>independência pro� ssionais” (CFC, 2019a).</p><p>“O zelo pode ser entendido como o empenho que o pro� ssional precisa ter na execução</p><p>dos trabalhos com a contabilidade” (ANTONOVZ, 2019, p. 144). O zelo e a diligência exigem</p><p>que o contador desempenhe suas funções com cuidado, atenção e responsabilidade, buscando</p><p>a precisão e a exatidão em suas atividades. A honestidade implica que o contador deve agir de</p><p>forma íntegra, transparente e honesta em todas as suas atividades pro� ssionais. Isso envolve</p><p>a honestidade na comunicação de informações � nanceiras, a recusa em participar de práticas</p><p>fraudulentas e a manutenção de altos padrões éticos em todas as interações pro� ssionais.</p><p>A capacidade técnica também é essencial para o contador, pois ele deve possuir</p><p>conhecimentos atualizados e habilidades adequadas para realizar seu trabalho de forma</p><p>Confi ra a NBC PG 01 – Código de Ética Profi ssional do Contador,</p><p>disponível em https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.</p><p>aspx?Codigo=2019/NBCPG01&arquivo=NBCPG01.doc.</p><p>Para saber mais sobre o Código de Ética do Profi ssional Contador,</p><p>assista ao vídeo Exame CFC: Código de Ética Esquematizado - NBC</p><p>PG 01, disponível em https://youtu.be/aTo2b25Un7M.</p><p>32WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>competente. Esse ponto é posteriormente reforçado, quando a norma traz que o contador</p><p>deve “(...) recusar sua indicação em trabalho quando reconheça não se achar capacitado para a</p><p>especialização requerida” (CFC, 2019a).</p><p>Outra responsabilidade trazida nesse item pelo Código de Ética é a proteção dos interesses</p><p>públicos, dos clientes ou empregadores, o que signi� ca que ele deve agir de acordo com o melhor</p><p>interesse dessas partes. Isso inclui a atenção aos princípios éticos, a garantia da con� dencialidade</p><p>das informações con� adas a ele e a adoção de práticas pro� ssionais que promovam a con� ança e</p><p>a integridade no ambiente de negócios.</p><p>Por � m, o contador deve manter sua autonomia e imparcialidade, não permitindo que</p><p>in� uências externas comprometam sua objetividade e integridade. Isso assegura que suas opiniões</p><p>e recomendações sejam baseadas em princípios contábeis sólidos e na aplicação adequada das</p><p>normas.</p><p>Um outro aspecto do código de conduta do contador é o dever de manter suas opiniões</p><p>no campo pro� ssional, se abstendo “(...) de expressar argumentos ou dar conhecimento de sua</p><p>convicção pessoal</p><p>sobre os direitos de qualquer das partes interessadas” (CFC, 2019a). Esse item</p><p>do código de ética do contador destaca a importância de manter a imparcialidade e a objetividade</p><p>ao desempenhar o trabalho pro� ssional. Ao se abster de expressar convicções pessoais ou</p><p>opiniões sobre os direitos das partes interessadas ou a justiça de uma causa, o contador garante</p><p>que seu trabalho se concentre na análise técnica e no cumprimento das normas e regulamentos</p><p>pertinentes. Isso promove a con� ança e a integridade nas atividades contábeis, evitando qualquer</p><p>viés pessoal que possa comprometer a imparcialidade dos resultados.</p><p>A independência pro� ssional é um princípio fundamental na prática contábil. Dessa</p><p>forma, o código de ética ressalta a importância de evitar interpretações tendenciosas ao lidar</p><p>com a matéria que constitui o objeto do trabalho. O contador deve ser imparcial e objetivo</p><p>em sua análise e interpretação dos dados contábeis, evitando qualquer in� uência externa que</p><p>possa comprometer sua independência. Ao manter a independência, o contador assegura que</p><p>suas conclusões e recomendações sejam baseadas em fatos e princípios contábeis, garantindo a</p><p>con� abilidade e a integridade do trabalho realizado.</p><p>Nesse sentido, o código de ética do contador ressalta também a importância de despender</p><p>esforços e buscar informações relevantes antes de emitir uma opinião sobre qualquer caso. Essa</p><p>disposição destaca a responsabilidade do contador em adquirir um entendimento completo</p><p>e abrangente das circunstâncias que envolvem um determinado assunto ou situação antes de</p><p>emitir qualquer parecer pro� ssional. Ao cumprir essa disposição, os contadores contribuem</p><p>para a qualidade e a credibilidade dos serviços contábeis, promovendo a con� ança no campo da</p><p>contabilidade.</p><p>A NBC PG 01 traz também que o contador deve “(...) zelar pela sua competência</p><p>exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo, abstendo-se de emitir qualquer opinião</p><p>em trabalho de outro contador, sem que tenha sido contratado para tal” (CFC, 2019a). Esse item</p><p>do código de ética destaca a importância de respeitar a competência pro� ssional e evitar invadir a</p><p>área de atuação de outros contadores. O contador deve reconhecer seus limites de conhecimento</p><p>e habilidades e se abster de emitir opiniões ou orientações em trabalhos que não estejam sob</p><p>sua responsabilidade ou sem ter sido contratado especi� camente para esse � m. Ao agir dessa</p><p>forma, o contador demonstra respeito pela competência dos colegas e mantém a integridade e a</p><p>reputação da pro� ssão contábil como um todo.</p><p>Agora que já vimos alguns dos deveres do contador segundo o Código de Ética da</p><p>pro� ssão, vamos ver algumas das vedações trazidas pela norma.</p><p>A primeira delas é que é vedado ao contador “(...) assumir, direta ou indiretamente,</p><p>serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe” (CFC, 2019a).</p><p>Esse item do código de ética do contador proíbe o pro� ssional de assumir serviços que possam</p><p>33WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>causar prejuízo moral ou desprestígio para a classe contábil. Isso signi� ca que o contador deve</p><p>evitar envolver-se em atividades que possam comprometer a imagem, a reputação ou os princípios</p><p>éticos da pro� ssão contábil. Essa restrição incentiva o pro� ssional a agir de forma responsável,</p><p>preservando a integridade da pro� ssão e demonstrando compromisso com os valores éticos.</p><p>O código de ética estabelece que o contador deve obter proventos apenas por meio de</p><p>práticas pro� ssionais lícitas e éticas. Isso implica que o contador não deve receber compensações</p><p>� nanceiras ou benefícios que não estejam relacionados diretamente à sua prática contábil</p><p>legalmente autorizada. Essa restrição visa a garantir que os contadores mantenham altos padrões</p><p>éticos e evitem qualquer atividade que possa comprometer sua integridade pro� ssional ou a</p><p>con� ança dos clientes e do público em geral.</p><p>A NBC PG 01 estabelece que o pro� ssional não deve assinar documentos ou peças</p><p>contábeis que tenham sido elaborados por terceiros sem sua orientação, supervisão ou revisão</p><p>adequadas. Isso ressalta a importância do contador em assumir responsabilidade pela precisão</p><p>e qualidade das informações contábeis que levam sua assinatura. Ao exigir supervisão e revisão</p><p>adequadas, o código de ética busca garantir que os relatórios e documentos contábeis re� itam</p><p>adequadamente a realidade � nanceira e sejam con� áveis para tomada de decisões.</p><p>Um ponto que é reiterado ao longo do código de ética é a vedação ao exercício de</p><p>atividade pro� ssional contábil sem a devida habilitação pro� ssional. Dessa forma, o contador</p><p>não deve exercer a pro� ssão quando impedido; não deve facilitar o exercício da pro� ssão aos</p><p>não habilitados ou impedidos, tampouco explorar serviços contábeis, por si ou em organização</p><p>contábil, sem registro regular em Conselho Regional de Contabilidade (CRC).</p><p>O código de ética do contador estabelece a obrigação de o pro� ssional prestar contas de</p><p>quantias � nanceiras que tenham sido comprovadamente con� adas a ele. Essa disposição enfatiza</p><p>a importância da transparência e da responsabilidade na gestão � nanceira e no manuseio de</p><p>recursos con� ados pelo cliente, empregador ou outra parte interessada. Recusar-se a prestar</p><p>contas dessas quantias poderia resultar em violação de con� ança e prejudicar a reputação do</p><p>contador, além de ferir os princípios éticos da pro� ssão.</p><p>No mesmo sentido, a norma proíbe, de forma clara e enfática, a apropriação indevida</p><p>de valores, bens ou qualquer tipo de crédito que tenha sido con� ado à guarda do contador. Essa</p><p>restrição destaca a importância da honestidade, integridade e con� ança na pro� ssão contábil.</p><p>Os contadores têm o dever ético de proteger e gerenciar adequadamente os ativos � nanceiros</p><p>e materiais de seus clientes ou empregadores. A apropriação indevida é uma violação grave</p><p>dos princípios éticos e legais e pode resultar em consequências legais, além de prejudicar</p><p>signi� cativamente a reputação e a credibilidade do contador.</p><p>É proibida também a retenção abusiva de livros, papéis ou documentos, incluindo arquivos</p><p>eletrônicos, que tenham sido comprovadamente con� ados à guarda do contador. Essa proibição</p><p>visa a evitar o uso indevido de informações e documentos como uma forma de coerção ou pressão</p><p>para que o contratante cumpra suas obrigações contratuais com o contador. O contador tem o</p><p>dever ético de tratar as informações con� denciais com responsabilidade e respeito, garantindo</p><p>sua segurança e sigilo. A retenção abusiva pode prejudicar a relação de con� ança entre o contador</p><p>e o contratante, além de violar princípios éticos e legais.</p><p>O código de ética do contador aborda a proibição de iludir, ou tentar iludir, a boa-fé</p><p>de clientes, empregadores ou terceiros por meio da alteração ou deturpação do exato teor de</p><p>documentos, incluindo os eletrônicos, e fornecer informações falsas ou elaborar peças contábeis</p><p>inidôneas.</p><p>Essa disposição reforça a importância da honestidade, da integridade e da transparência</p><p>na atuação do contador. É fundamental que os pro� ssionais contábeis sejam precisos e objetivos</p><p>ao lidarem com a documentação e as informações que são con� adas a eles. Alterar, distorcer ou</p><p>fornecer informações falsas vão contra os princípios éticos e legais da pro� ssão contábil.</p><p>34WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Ao manipular documentos ou fornecer informações falsas, o contador pode prejudicar</p><p>a tomada de decisões informadas por parte dos clientes, empregadores ou terceiros. Além disso,</p><p>a elaboração de peças contábeis inidôneas compromete a con� abilidade e a credibilidade dos</p><p>relatórios � nanceiros, que são essenciais para a gestão adequada das organizações.</p><p>Por � m, os últimos itens desse tópico do código de ética tratam das permissões dadas ao</p><p>contador.</p><p>De acordo com o código de ética, os pro� ssionais contábeis têm permissão para publicar</p><p>trabalhos cientí� cos ou técnicos desde que sejam assinados e estejam sob sua responsabilidade.</p><p>Essa disposição incentiva a divulgação de conhecimentos e experiências relevantes para a área</p><p>contábil, contribuindo para o avanço da pro� ssão. Ao assumir a responsabilidade pelo conteúdo</p><p>publicado, os contadores demonstram seu compromisso com a precisão e a integridade das</p><p>informações compartilhadas.</p><p>O código de ética permite que o contador trans� ra o contrato de serviços que está sob sua</p><p>responsabilidade a outro pro� ssional desde que essa transferência seja feita com a anuência do</p><p>cliente, de forma documentada por escrito. Essa permissão reconhece que, em algumas situações,</p><p>pode ser necessário ou adequado para o contador transferir a responsabilidade por um contrato</p><p>de serviço a outro pro� ssional. No entanto, é fundamental obter o consentimento do cliente</p><p>para garantir a continuidade e a transparência no relacionamento pro� ssional. O pro� ssional</p><p>pode ainda transferir parcialmente a execução dos serviços sob seu cargo a outro pro� ssional,</p><p>enquanto mantém a responsabilidade técnica sobre o trabalho.</p><p>O contador tem permissão para indicar seus títulos, especializações, serviços oferecidos,</p><p>trabalhos realizados e, quando autorizada pelos clientes, a relação de clientes, em qualquer</p><p>modalidade ou veículo de comunicação. Essa disposição visa a permitir que os contadores</p><p>divulguem suas quali� cações, experiências e realizações pro� ssionais para que possam atrair</p><p>potenciais clientes e estabelecer sua reputação no mercado. No entanto, é importante respeitar a</p><p>privacidade e a con� dencialidade dos clientes, obtendo sempre sua autorização antes de divulgar</p><p>qualquer informação relacionada a eles.</p><p>Em resumo, o código de ética do contador estabelece diretrizes fundamentais para a</p><p>conduta pro� ssional, incluindo deveres (como exercer a pro� ssão com diligência, honestidade</p><p>e capacidade técnica) e vedações (como expressar convicções pessoais, reter documentos</p><p>indevidamente e fornecer informações falsas). O código também permite a publicação de</p><p>trabalhos, transferências de contratos e a divulgação de informações pro� ssionais desde que em</p><p>conformidade com as normas e obtenção de autorização adequada. Ao seguir essas diretrizes, os</p><p>contadores promovem a integridade e a con� ança na pro� ssão contábil.</p><p>2.2 Valor e Publicidade dos Serviços Profissionais</p><p>O valor e a publicidade dos serviços pro� ssionais são aspectos importantes a serem</p><p>considerados pelos contadores. O código de ética estabelece que os contadores devem � xar</p><p>honorários justos e adequados pelos serviços prestados, levando em conta a complexidade, a</p><p>natureza e a extensão dos trabalhos realizados. Essa determinação visa a garantir uma relação</p><p>equilibrada entre o valor do serviço e a qualidade entregue.</p><p>Nesse sentido, a NBC PG 01 estabelece que o contador deve estabelecer, por escrito, o</p><p>valor dos serviços em suas propostas de prestação de serviços pro� ssionais, considerando os</p><p>seguintes elementos:</p><p>• a relevância, o vulto, a complexidade, os custos e a di� culdade do serviço a executar;</p><p>• o tempo que será consumido para a realização do trabalho;</p><p>35WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>• a possibilidade de � car impedido da realização de outros serviços;</p><p>• o resultado lícito favorável que, para o contratante, advirá com o serviço prestado;</p><p>• a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;</p><p>• o local em que o serviço será prestado.</p><p>Nas propostas para a prestação de serviços pro� ssionais, exige-se que todos os serviços</p><p>sejam detalhados de forma explícita, incluindo o valor individual de cada serviço, a periodicidade</p><p>de cobrança e a forma de reajuste. Essa exigência visa a garantir a transparência na relação entre</p><p>o contador e o cliente, fornecendo uma compreensão clara dos serviços a serem prestados e dos</p><p>custos associados. Ao incluir essas informações na proposta, os contadores promovem a clareza</p><p>e a con� ança na negociação e contratação dos serviços contábeis.</p><p>Quanto à publicidade, os contadores são encorajados a promoverem seus serviços de</p><p>forma ética e responsável. Eles podem divulgar suas especializações, títulos, serviços oferecidos</p><p>e trabalhos realizados desde que não violem as normas e respeitem a privacidade dos clientes.</p><p>A publicidade deve ser precisa, objetiva e não enganosa, transmitindo informações verdadeiras</p><p>e relevantes sobre a experiência e competência do contador. Nesse sentido, os pro� ssionais</p><p>contábeis devem manter em seu poder os dados fáticos, técnicos e cientí� cos que dão sustentação</p><p>à mensagem da publicidade realizada dos seus serviços.</p><p>O código de ética do contador estabelece diretrizes claras em relação à publicidade dos</p><p>serviços contábeis. Segundo essas diretrizes, a publicidade deve ter um caráter técnico e cientí� co,</p><p>focando na natureza dos serviços contábeis prestados. É vedada a prática de mercantilização, ou</p><p>seja, a transformação dos serviços contábeis em meros produtos comerciais.</p><p>Além disso, a publicidade dos serviços contábeis deve ser meramente informativa,</p><p>evitando exageros e sensacionalismo. Deve ser moderada e discreta, transmitindo informações</p><p>relevantes sobre a expertise, experiência e quali� cações do contador, sem recorrer a práticas de</p><p>marketing agressivas ou enganosas.</p><p>Imagine que você é um contador recém-formado e está prestes a abrir seu próprio</p><p>escritório de contabilidade. Como parte do processo de divulgação dos seus</p><p>serviços, você decide investir em publicidade para atrair clientes em potencial. No</p><p>entanto, você se depara com a seguinte situação: muitos dos seus concorrentes</p><p>estão utilizando estratégias de publicidade agressivas, destacando preços baixos</p><p>e prometendo resultados fi nanceiros extraordinários.</p><p>Diante dessa contextualização, refl ita sobre as seguintes questões:</p><p>• Qual a importância de uma abordagem ética na publicidade dos serviços</p><p>contábeis?</p><p>• Como você poderia conciliar a necessidade de promover seu negócio com a ética</p><p>profi ssional, evitando práticas enganosas e priorizando uma abordagem técnica e</p><p>científi ca na divulgação dos seus serviços?</p><p>36WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Essas orientações buscam preservar a imagem e a integridade da pro� ssão contábil,</p><p>promovendo uma abordagem ética na divulgação dos serviços. Ao seguir essas diretrizes, os</p><p>contadores asseguram que a publicidade dos serviços contábeis seja voltada para fornecer</p><p>informações claras e objetivas aos potenciais clientes, mantendo a reputação e a con� ança na</p><p>pro� ssão contábil.</p><p>Ao considerar o valor e a publicidade dos serviços pro� ssionais, os contadores devem</p><p>buscar um equilíbrio entre a justa remuneração pelo trabalho realizado e a transparência na</p><p>comunicação com o público. Isso ajuda a promover a con� ança dos clientes e a construir uma</p><p>reputação sólida na pro� ssão contábil. É fundamental que os contadores ajam com integridade</p><p>e evitem práticas publicitárias enganosas, garantindo, assim, a credibilidade e a ética em seus</p><p>serviços pro� ssionais.</p><p>Dessa forma, o código de ética contábil veda a realização de ações publicitárias ou</p><p>manifestações que denigram a reputação da ciência contábil, da pro� ssão ou dos colegas, dentre</p><p>as quais:</p><p>• fazer a� rmações desproporcionais sobre os serviços que oferece, sua capacitação ou sobre</p><p>a experiência que possui;</p><p>• fazer comparações depreciativas entre o seu trabalho e o de outros;</p><p>• desenvolver ações comerciais que iludam a boa-fé de terceiros.</p><p>É correto a� rmar que o pro� ssional contábil deve observar, no que couber, o Código de</p><p>Defesa do Consumidor e a Lei de Propriedade Industrial. Essas leis são aplicáveis em diversas</p><p>áreas, incluindo os serviços contábeis, e estabelecem diretrizes importantes para garantir a</p><p>proteção dos consumidores e evitar práticas de concorrência desleal.</p><p>No que diz respeito ao Código de Defesa do Consumidor, o contador deve fornecer</p><p>informações adequadas e claras sobre os serviços contábeis que serão prestados, garantindo que o</p><p>consumidor tenha pleno conhecimento dos detalhes, prazos, custos e demais aspectos relevantes</p><p>antes de contratar os serviços contábeis.</p><p>Quanto à Lei de Propriedade Industrial, o pro� ssional contábil deve estar ciente das</p><p>disposições que tratam de crimes de concorrência desleal. Isso implica não utilizar práticas</p><p>desleais, como falsa identi� cação de serviços, apropriação indevida de direitos intelectuais ou</p><p>qualquer conduta que prejudique a concorrência justa e transparente no mercado.</p><p>Ao incorporar as diretrizes do Código de Defesa do Consumidor e da Lei de Propriedade</p><p>Industrial em sua prática pro� ssional, o contador demonstra um compromisso com a ética, a</p><p>transparência e a conformidade legal. Isso contribui para o fortalecimento da con� ança dos</p><p>consumidores e a proteção dos direitos e interesses das partes envolvidas nos serviços contábeis.</p><p>2.3 Deveres em relação aos Colegas e à Classe</p><p>Os deveres em relação aos colegas e à classe são aspectos fundamentais para promover</p><p>a ética e a harmonia dentro da pro� ssão contábil. O código de ética do contador estabelece</p><p>diretrizes especí� cas nesse sentido.</p><p>A refl exão sobre essas questões permitirá que você desenvolva uma compreensão</p><p>mais aprofundada sobre a importância da ética na publicidade de serviços</p><p>contábeis, buscando encontrar um equilíbrio entre a promoção do seu negócio e a</p><p>manutenção dos princípios éticos que regem a profi ssão contábil.</p><p>37WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Em relação aos colegas, os contadores têm o dever de manter entre si um relacionamento</p><p>pro� ssional respeitoso e cooperativo. Isso inclui compartilhar conhecimentos, experiências e</p><p>melhores práticas, promovendo um ambiente de aprendizado mútuo. Os contadores também</p><p>devem evitar qualquer forma de competição desleal, como difamação, calúnia ou denúncias</p><p>infundadas contra outros pro� ssionais.</p><p>Nesse sentido, na relação com seus colegas de classe pro� ssional, o contador deve:</p><p>• abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;</p><p>• abster-se da aceitação de encargo pro� ssional em substituição a colega que dele tenha</p><p>desistido para preservar a dignidade ou os interesses da pro� ssão ou da classe, desde que</p><p>permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento;</p><p>• jamais se apropriar de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que</p><p>deles não tenha participado, apresentando-os como próprios;</p><p>• evitar desentendimentos com o colega que substituir ou com o seu substituto no exercício</p><p>pro� ssional.</p><p>Em relação à classe contábil como um todo, os contadores têm o dever de promover a</p><p>valorização e o prestígio da pro� ssão. Isso envolve contribuir para o aprimoramento dos padrões</p><p>pro� ssionais, defender a imagem e a reputação da contabilidade e participar ativamente de</p><p>organizações e associações pro� ssionais.</p><p>Além disso, os contadores devem denunciar práticas antiéticas de outros pro� ssionais</p><p>quando tomarem conhecimento delas, colaborando, assim, para a integridade da pro� ssão. Esse</p><p>ponto � ca claro quando o código de ética a� rma que “(...) o espírito de solidariedade, mesmo na</p><p>condição de empregado, não induz nem justi� ca a participação, ou a conivência com erro ou com</p><p>atos infringentes de normas técnicas, éticas ou legais que regem o exercício da pro� ssão” (CFC,</p><p>2019a).</p><p>Ao cumprir esses deveres em relação aos colegas e à classe contábil, os contadores</p><p>fortalecem a pro� ssão como um todo, promovendo o respeito mútuo, a colaboração e o avanço</p><p>do conhecimento contábil. Essas práticas éticas são essenciais para construir uma comunidade</p><p>contábil coesa e con� ável.</p><p>2.4 Penalidades</p><p>O código de ética do contador prevê a possibilidade de penalidades em casos de violação</p><p>de suas disposições. As penalidades podem variar de acordo com a gravidade da infração e podem</p><p>incluir medidas como advertência, suspensão temporária do exercício da pro� ssão contábil ou,</p><p>até mesmo, a cassação do registro pro� ssional.</p><p>A transgressão de preceitos do código de ética do contador é considerada uma infração</p><p>ética e está sujeita a penalidades proporcionais à gravidade da violação. Essas penalidades incluem</p><p>advertência reservada, censura reservada ou censura pública.</p><p>A advertência reservada é uma penalidade mais branda e é aplicada em casos de infrações</p><p>de menor gravidade. Ela serve como uma forma de alerta ao pro� ssional, chamando sua atenção</p><p>para a conduta inadequada e incentivando-o a corrigir suas práticas.</p><p>A censura reservada é uma penalidade mais severa e é aplicada em casos de infrações mais</p><p>sérias. Ela representa uma repreensão formal ao pro� ssional, sendo registrada em seu prontuário</p><p>pro� ssional, mas não é divulgada publicamente.</p><p>A censura pública é a penalidade mais grave e é aplicada em casos de infrações éticas</p><p>38WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>graves e reincidentes. Nesse caso, a infração é tornada pública, sendo divulgada para a classe</p><p>contábil e para o público em geral, com o objetivo de alertar sobre a conduta inadequada do</p><p>pro� ssional.</p><p>Essas penalidades são aplicadas por meio dos órgãos de regulamentação e � scalização da</p><p>pro� ssão contábil, como os conselhos regionais de contabilidade. Esses órgãos são responsáveis</p><p>por investigar as denúncias de violações éticas, conduzir processos administrativos e aplicar as</p><p>penalidades correspondentes.</p><p>Na aplicação das sanções éticas previstas no código de ética do contador, algumas</p><p>circunstâncias podem ser consideradas como atenuantes. Essas circunstâncias podem incluir:</p><p>(a) Ação desenvolvida em defesa de prerrogativa pro� ssional: caso o pro� ssional</p><p>tenha agido em defesa de prerrogativas e direitos inerentes à sua pro� ssão, isso pode</p><p>ser considerado como um fator atenuante. Isso reconhece a importância de proteger as</p><p>prerrogativas pro� ssionais e pode in� uenciar na decisão sobre a penalidade a ser aplicada.</p><p>(b) Ausência de punição ética anterior: se o pro� ssional não possui histórico de violações</p><p>éticas anteriores, isso pode ser considerado como um fator atenuante. A ausência de</p><p>punições anteriores demonstra um bom histórico ético e pode ser levada em consideração</p><p>na avaliação da penalidade.</p><p>(c) Prestação de serviços relevantes à Contabilidade: caso o pro� ssional tenha realizado</p><p>contribuições signi� cativas para a pro� ssão contábil, como participação ativa em entidades</p><p>de classe, pesquisa, publicações ou outros trabalhos relevantes, isso pode ser considerado</p><p>como um fator atenuante. Isso reconhece o papel do pro� ssional na promoção e avanço</p><p>da Contabilidade.</p><p>(d) Aplicação de salvaguardas: se o pro� ssional tiver adotado medidas para evitar ou</p><p>minimizar as consequências da infração ética, como a implementação de salvaguardas ou</p><p>políticas internas de conformidade, isso pode ser considerado como um fator atenuante.</p><p>Isso demonstra o comprometimento do pro� ssional em corrigir e prevenir futuras</p><p>violações éticas.</p><p>Na aplicação das sanções éticas previstas no código de ética do contador, algumas</p><p>circunstâncias, por outro lado, podem ser consideradas como agravantes. Essas</p><p>circunstâncias podem incluir:</p><p>(a) Ação ou omissão que macule publicamente a imagem do contador: caso a conduta do</p><p>pro� ssional tenha causado danos signi� cativos à reputação da pro� ssão contábil perante</p><p>o público ou a sociedade em geral, isso pode ser considerado como um fator agravante.</p><p>Isso ressalta a importância de preservar a imagem e a credibilidade da classe contábil.</p><p>(b) Punição ética anterior transitada em julgado: se o pro� ssional já foi punido</p><p>anteriormente por violações éticas e a punição foi con� rmada em processo disciplinar</p><p>� nalizado, isso pode ser considerado como um fator agravante. Isso demonstra uma</p><p>conduta reincidente e reforça a necessidade de medidas disciplinares mais severas.</p><p>(c) Gravidade da infração:</p><p>a gravidade da infração em si pode ser considerada como um</p><p>fator agravante. Caso a infração ética seja considerada especialmente grave, de acordo</p><p>com os critérios estabelecidos no código de ética isso pode in� uenciar na decisão sobre a</p><p>penalidade a ser aplicada.</p><p>39WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>É importante ressaltar que a aplicação das sanções éticas e a consideração desses fatores</p><p>atenuantes e agravantes são decididas caso a caso, levando em consideração a gravidade da infração</p><p>e as circunstâncias especí� cas envolvidas. A � nalidade é garantir a justiça e a adequação das</p><p>medidas disciplinares aplicadas, considerando a proteção dos interesses públicos e a manutenção</p><p>da integridade da pro� ssão contábil.</p><p>Responsabilidade Criminal do Contador</p><p>A Lei 8137/90 estabelece que qualquer pessoa, de qualquer modo, deve ser</p><p>penalizada na medida de sua culpabilidade. Assim, pode-se entender que o</p><p>contador pode ser responsabilizado por crimes tributários sempre que houver</p><p>prejuízo aos cofres.</p><p>Entretanto, mesmo que uma ação do contador prejudique os cofres, ela pode não</p><p>confi gurar crime tributário. Isso porque é necessário que o crime tenha acontecido</p><p>de forma deliberada, livre e consciente. O contador pode ser condenado por crime</p><p>tributário quando houver os seguintes fatores envolvidos:</p><p>- Infração ocasional: quando seu trabalho culmina na prática de alguma infração,</p><p>seja ela legal ou contratual, resultando em danos ao cliente. Por exemplo, um</p><p>balanço com erros técnicos intencionais, que geram prejuízos aos investidores.</p><p>- Falsifi cação: quando houver falsifi cação ou alteração de documentos, incluindo</p><p>livros fi scais, constitui-se crime previsto no Código Penal. Por exemplo, uma</p><p>declaração falsa em um documento fi scal com obrigações previdenciárias da</p><p>empresa, ou fraude de folhas de pagamento e carteiras de trabalho.</p><p>- Fraude: o contador tem responsabilidade criminal quando se une ao contribuinte</p><p>para falsifi car documentos ou cometer irregularidades de escrituração com o</p><p>objetivo de fraudar impostos (DOMÍNIO SISTEMAS, 2023).</p><p>As penalidades têm o objetivo de assegurar a integridade e a ética na pro� ssão contábil,</p><p>proteger os interesses do público e manter a credibilidade da classe contábil. Ao aplicar as</p><p>penalidades, busca-se também incentivar os contadores a agirem de acordo com os princípios</p><p>éticos estabelecidos, mantendo altos padrões pro� ssionais.</p><p>É importante ressaltar que o cumprimento do código de ética do contador é essencial</p><p>para preservar a reputação individual e coletiva dos pro� ssionais contábeis, assim como para</p><p>garantir a con� ança da sociedade nos serviços contábeis prestados.</p><p>40WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Nesta unidade, exploramos diversos aspectos relacionados ao código de ética contábil,</p><p>fornecendo aos estudantes e pro� ssionais da área um panorama abrangente sobre a conduta ética</p><p>e responsável na prática da contabilidade.</p><p>Iniciamos nosso estudo compreendendo a estrutura das Normas Brasileiras de</p><p>Contabilidade, que estabelecem os princípios e diretrizes a serem seguidos pelos pro� ssionais</p><p>contadores no exercício de suas atividades. Essas normas fornecem uma base sólida para o</p><p>desenvolvimento de um trabalho de qualidade, garantindo a uniformidade e a con� abilidade das</p><p>informações contábeis.</p><p>Em seguida, adentramos no Código de Ética do Pro� ssional Contador, um guia essencial</p><p>que orienta os contadores sobre seus deveres, vedações e permissibilidades. Abordamos a</p><p>importância de exercer a pro� ssão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, sempre</p><p>resguardando o interesse público, dos clientes ou empregadores, sem comprometer a dignidade</p><p>e a independência pro� ssionais.</p><p>Discutimos também o valor e a publicidade dos serviços pro� ssionais, ressaltando a</p><p>necessidade de uma abordagem técnica e cientí� ca, evitando a mercantilização da pro� ssão. A</p><p>publicidade dos serviços contábeis deve ser moderada, discreta e informativa, transmitindo, de</p><p>forma clara e precisa, as informações sobre os serviços oferecidos.</p><p>Exploramos os deveres em relação aos colegas e à classe contábil, enfatizando a importância</p><p>da cooperação, do respeito mútuo e da valorização dos pro� ssionais. Reconhecemos que a união</p><p>da classe é fundamental para o fortalecimento e o avanço da contabilidade como um todo.</p><p>Por � m, abordamos as penalidades éticas, ressaltando que a violação dos preceitos éticos</p><p>pode resultar em sanções apropriadas. Essas penalidades têm como objetivo manter a integridade</p><p>da pro� ssão e garantir que os pro� ssionais contábeis atuem de acordo com os mais altos padrões</p><p>éticos.</p><p>Ao término desta unidade, esperamos que os estudantes e pro� ssionais tenham adquirido</p><p>um conhecimento aprofundado sobre o código de ética contábil e sua aplicação prática.</p><p>A ética é um pilar fundamental para a con� ança e o respeito no campo da contabilidade, e a</p><p>compreensão dos deveres, vedações e permissibilidades é essencial para uma atuação responsável</p><p>e comprometida com a excelência pro� ssional.</p><p>Continue explorando e aprimorando seus conhecimentos éticos, colocando em prática</p><p>os princípios e diretrizes abordados neste livro. Somente assim poderemos fortalecer a pro� ssão</p><p>contábil, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, transparente e con� ável.</p><p>4141WWW.UNINGA.BR</p><p>UNIDADE</p><p>04</p><p>SUMÁRIO DA UNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................42</p><p>1. NBC PG 100 (R1): PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ...............................................................................................43</p><p>1.1 INTEGRIDADE ....................................................................................................................................................... 44</p><p>1.2 OBJETIVIDADE .................................................................................................................................................... 46</p><p>1.3 COMPETÊNCIA PROFISSIONAL E DEVIDO ZELO ............................................................................................ 46</p><p>1.4 CONFIDENCIALIDADE .........................................................................................................................................47</p><p>1.5 COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ................................................................................................................ 48</p><p>2. NBC PG 100 (R1): ESTRUTURA CONCEITUAL .................................................................................................. 49</p><p>2.1 IDENTIFICAÇÃO DE AMEAÇAS .......................................................................................................................... 50</p><p>2.2 AVALIAÇÃO DAS AMEAÇAS ...............................................................................................................................52</p><p>2.3 TRATAMENTO DE AMEAÇAS .............................................................................................................................53</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 54</p><p>CÓDIGO DE ÉTICA CONTÁBIL INTERNACIONAL</p><p>PROF. ME. JOSÉ AUGUSTO SOUSA DE MELO</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>DISCIPLINA:</p><p>ÉTICA CONTÁBIL</p><p>42WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Assim como as demais Normas Contábeis, o Código de Ética passou por uma convergência</p><p>aos padrões internacionais de contabilidade. Dessa forma, além da NBC PG 01, discutida na</p><p>unidade anterior, os contadores estão sujeitos às NBC PG 100 (R1), NBC PG 200 (R1) e NBC PG</p><p>300 (R1). Essas normas tratam-se de uma revisão do Código de Ética Pro� ssional do Contador,</p><p>fundamentado no Código Internacional para Contadores Pro� ssionais, emitido pela</p><p>Federação</p><p>Internacional de Contadores (IFAC - International Federation of Accountants) (LOLATTO, 2020).</p><p>De acordo com a NBC PG 100 (R1), o Código de Ética Internacional para Pro� ssionais</p><p>da Contabilidade da IFAC está estruturado em 5 partes, e estas, em seções e subseções mais o</p><p>Glossário, que foi convertido nas seguintes normas pro� ssionais:</p><p>• NBC PG 100 (R1) – Cumprimento do Código, dos Princípios Fundamentais e da Estrutura</p><p>Conceitual, que é a Parte 1 e suas seções de 100 a 199, mais o Glossário;</p><p>• NBC PG 200 (R1) – Contadores Empregados (Contadores Internos), que é a Parte 2 e</p><p>suas seções de 200 a 299, mais o Glossário;</p><p>• NBC PG 300 (R1) – Contadores que Prestam Serviços (Contadores Externos), que é a</p><p>Parte 3 e suas seções de 300 a 399, mais o Glossário;</p><p>• NBC PA 400 – Independência para Trabalho de Auditoria e Revisão, que é a Parte 4A e</p><p>suas seções de 400 a 899, mais o Glossário;</p><p>• NBC PO 900 – Independência para Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e</p><p>Revisão, que é a Parte 5B e suas seções de 900 a 999, mais o Glossário.</p><p>Essas normas descrevem os princípios fundamentais de ética para os pro� ssionais</p><p>da contabilidade, re� etindo o reconhecimento da pro� ssão de sua responsabilidade de</p><p>interesse público. Esses princípios estabelecem o padrão de comportamento esperado do</p><p>pro� ssional da contabilidade, fornecendo uma base sólida para a conduta ética. Os princípios</p><p>fundamentais destacados são: integridade, objetividade, competência pro� ssional e devido zelo,</p><p>con� dencialidade e comportamento pro� ssional (NBC PG 100, 2019).</p><p>Além disso, essas normas fornecem uma estrutura conceitual que os pro� ssionais da</p><p>contabilidade devem aplicar para identi� car, avaliar e tratar as ameaças ao cumprimento dos</p><p>princípios fundamentais. Elas descrevem as exigências e o material de aplicação sobre vários</p><p>temas para auxiliar o pro� ssional da contabilidade a aplicar a estrutura conceitual a esses temas</p><p>(NBC PG 100, 2019).</p><p>No caso de trabalhos de auditoria, de revisão e de outros trabalhos de asseguração, essas</p><p>normas apresentam as normas internacionais de independência estabelecidas pela aplicação da</p><p>estrutura conceitual às ameaças à independência com relação a esses trabalhos (NBC PG 100,</p><p>2019).</p><p>Aqui, discutiremos apenas a NBC PG 100, que apresenta os princípios fundamentais de</p><p>aplicação a todos os pro� ssionais da contabilidade. De qualquer forma, incentivamos que você</p><p>faça a leitura tanto da NBC PG 100 na íntegra como das demais normas citadas.</p><p>43WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1. NBC PG 100 (R1): PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS</p><p>Conforme a NBC PG 100 (2019), existem cinco princípios fundamentais de ética para os</p><p>pro� ssionais da contabilidade:</p><p>Integridade: ser direto e honesto em todas as relações pro� ssionais e comerciais. Os</p><p>pro� ssionais da contabilidade devem ser honestos e sinceros em todas as interações</p><p>relacionadas ao seu trabalho. Eles devem manter a integridade de suas ações,</p><p>salvaguardando a con� ança pública na pro� ssão contábil.</p><p>Objetividade: não comprometer julgamentos pro� ssionais ou comerciais devido a</p><p>comportamento tendencioso, a con� ito de interesses ou à in� uência indevida de outros.</p><p>Os pro� ssionais da contabilidade devem ser imparciais e isentos de con� itos de interesse.</p><p>Eles devem basear suas decisões e opiniões em fatos relevantes, fornecendo informações</p><p>precisas e con� áveis aos usuários das demonstrações � nanceiras.</p><p>Competência pro� ssional e devido zelo: os pro� ssionais da contabilidade devem manter</p><p>um alto nível de conhecimento e habilidades técnicas. Eles devem buscar continuamente</p><p>o aprimoramento pro� ssional e agir com diligência, aplicando seus conhecimentos de</p><p>maneira adequada e responsável.</p><p>Con� dencialidade: respeitar a con� dencialidade das informações obtidas em decorrência</p><p>de relações pro� ssionais e comerciais. Os pro� ssionais da contabilidade devem respeitar</p><p>a con� dencialidade das informações obtidas durante o desempenho de suas funções.</p><p>Eles devem garantir que as informações sensíveis sejam protegidas contra acesso não</p><p>autorizado ou divulgação inadequada.</p><p>Comportamento pro� ssional: cumprir com as leis e os regulamentos pertinentes e evitar</p><p>qualquer conduta da qual o pro� ssional da contabilidade tenha conhecimento, ou deva</p><p>ter conhecimento, que possa desacreditar a pro� ssão. Os pro� ssionais da contabilidade</p><p>devem aderir a um código de conduta ética em todas as situações relacionadas à sua</p><p>prática pro� ssional. Eles devem agir de maneira digna e responsável, evitando qualquer</p><p>ação que possa prejudicar a reputação da pro� ssão contábil.</p><p>Confi ra as NBCs PG 100, 200 e 300 – Código de Ética Internacional</p><p>da Contabilidade, disponível em https://cfc.org.br/tecnica/normas-</p><p>brasileiras-de- contabilidade/nbc-pg-geral/.</p><p>44WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1.1 Integridade</p><p>O princípio da integridade é um dos pilares fundamentais da ética contábil e estabelece</p><p>um padrão de comportamento essencial para os pro� ssionais da contabilidade. Ao cumprir com</p><p>esse princípio, espera-se que o contador demonstre honestidade, transparência e retidão em</p><p>todas as suas interações pro� ssionais e comerciais.</p><p>A integridade exige que o pro� ssional da contabilidade seja direto e honesto em todas as</p><p>situações relacionadas ao seu trabalho. Isso signi� ca que ele deve fornecer informações verdadeiras</p><p>e precisas, evitando qualquer forma de distorção ou manipulação de dados � nanceiros. Além</p><p>disso, o contador deve agir de forma ética e íntegra, tomando decisões baseadas em valores</p><p>morais sólidos e em consonância com as normas pro� ssionais.</p><p>Ao aderir ao princípio da integridade, o pro� ssional da contabilidade fortalece a con� ança</p><p>e a credibilidade tanto dentro como fora da pro� ssão. A integridade é uma característica</p><p>valorizada pelos stakeholders, como investidores, clientes e órgãos reguladores, que con� am nas</p><p>informações � nanceiras fornecidas pelos contadores para tomar decisões fundamentadas.</p><p>No cumprimento do princípio da integridade, o pro� ssional da contabilidade também</p><p>assume a responsabilidade de agir em interesse público, colocando os melhores interesses da</p><p>sociedade acima de interesses pessoais ou de terceiros. Essa postura ética e moralmente correta é</p><p>essencial para a preservação da reputação da pro� ssão contábil e para a manutenção da con� ança</p><p>pública na integridade dos serviços contábeis.</p><p>Ele estabelece que o contador não deve, conscientemente, estar associado a informações</p><p>que contenham declarações falsas ou enganosas, sejam fornecidas de maneira negligente ou</p><p>omitam informações necessárias de forma enganosa.</p><p>Essa diretriz re� ete a necessidade de precisão e veracidade nas informações contábeis. O</p><p>pro� ssional da contabilidade tem a responsabilidade de garantir que as informações comunicadas</p><p>sejam corretas, completas e não induzam a erros ou interpretações enganosas. Isso envolve a</p><p>A Federação Internacional de Contadores (IFAC) é uma organização global</p><p>que representa a profi ssão contábil. A IFAC estabelece e promove padrões</p><p>internacionais, atuando como porta-voz da profi ssão em questões de política</p><p>pública. De acordo com o site da IFAC, o grupo serve ao interesse público por meio</p><p>de defesa, desenvolvimento e suporte às organizações-membro e aos mais de 3</p><p>milhões de contadores que são essenciais para a economia global.</p><p>A IFAC é composta por mais de 175 organizações-membro e fi liadas,</p><p>representando mais de 130 países e localidades. Essas organizações representam,</p><p>aproximadamente, 3 milhões de contadores profi ssionais em todo o mundo. Os</p><p>membros incluem organizações como o Institute of Certifi ed Public Accountants e</p><p>o Institute of Management Accountants.</p><p>Os conselhos da IFAC estabelecem padrões internacionais em várias áreas,</p><p>incluindo auditoria, controle de qualidade, educação, contabilidade do setor</p><p>público e ética para contadores profi ssionais. A IFAC foi fundada</p><p>em 1977 em</p><p>Munique, Alemanha. Atualmente, sua sede está localizada na cidade de Nova York</p><p>(HAYES, 2021).</p><p>45WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>análise cuidadosa e a veri� cação das informações antes de serem apresentadas aos usuários.</p><p>Ao cumprir essa diretriz, o pro� ssional da contabilidade ajuda a promover a transparência</p><p>e a con� ança nos relatórios � nanceiros e nas comunicações contábeis. Isso é fundamental para a</p><p>tomada de decisões informadas por parte dos usuários dessas informações, como investidores,</p><p>credores e outros stakeholders.</p><p>Além disso, o contador também tem a obrigação de não omitir informações relevantes que</p><p>possam ser necessárias para uma compreensão adequada da situação � nanceira e dos resultados</p><p>de uma entidade. A omissão intencional de informações essenciais pode distorcer a percepção e</p><p>levar a interpretações errôneas.</p><p>A norma destaca a responsabilidade do pro� ssional da contabilidade quando ele toma</p><p>conhecimento de que esteve associado com informações que contêm declarações falsas ou</p><p>enganosas, foram fornecidas de maneira negligente ou omitiram informações necessárias de forma</p><p>enganosa. Nesse caso, o pro� ssional da contabilidade tem a obrigação de tomar providências</p><p>para desassociar-se dessas informações.</p><p>Ao tomar conhecimento de sua associação com informações inadequadas, é fundamental</p><p>que o contador tome ações apropriadas para corrigir a situação. Isso pode envolver a comunicação</p><p>imediata com as partes relevantes e a tomada de medidas para reti� car as informações incorretas</p><p>ou enganosas. O objetivo é corrigir quaisquer equívocos e assegurar a precisão e a con� abilidade</p><p>das informações divulgadas.</p><p>Além disso, o pro� ssional da contabilidade deve avaliar as circunstâncias que levaram</p><p>à associação com as informações inadequadas. Isso pode incluir uma revisão de seus próprios</p><p>processos e controles internos para evitar futuras ocorrências semelhantes. A aprendizagem com</p><p>essas situações é essencial para aprimorar as práticas pro� ssionais e evitar a repetição de erros.</p><p>Em suma, esse princípio estabelece que o pro� ssional da contabilidade deve ser</p><p>diligente na garantia da precisão, integridade e transparência das informações contábeis que</p><p>são comunicadas. A adesão a essa diretriz fortalece a con� abilidade dos relatórios � nanceiros</p><p>e demonstra o compromisso ético do contador em fornecer informações con� áveis e relevantes</p><p>aos usuários.</p><p>O documentário Enron - Os Mais Espertos da Sala, de 2005, apresenta</p><p>um dos maiores casos de fraude do mundo, que nitidamente</p><p>envolveu a inobservância de integridade por parte dos profi ssionais</p><p>envolvidos.</p><p>A empresa Enron Corporation, fundada em 1985, era uma empresa</p><p>de energia, commodities e serviços dos EUA. Em 2001, descobriu-se que a empresa</p><p>ocultou bilhões de dólares de dívidas incobráveis enquanto infl acionou os ganhos</p><p>da empresa. Uma investigação da SEC (Securities and Exchange Commission)</p><p>detectou que o CEO da Enron, Jeff Skillling, e o ex-CEO, Ken Lay, manipulavam as</p><p>informações contábeis e pressionaram a empresa de auditoria, Arthur Andersen,</p><p>a ignorar o fato.</p><p>Assista sobre o caso em https://youtu.be/z7hWT-LGeSY.</p><p>46WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1.2 Objetividade</p><p>O princípio da objetividade é um dos pilares fundamentais do código de ética contábil.</p><p>Esse princípio estabelece que o pro� ssional da contabilidade deve evitar comprometer seu</p><p>julgamento pro� ssional ou comercial devido a comportamento tendencioso, con� ito de interesses</p><p>ou in� uência indevida de outros.</p><p>A objetividade requer que o contador seja imparcial e livre de in� uências que possam</p><p>comprometer sua capacidade de fornecer informações precisas e imparciais. Isso signi� ca que o</p><p>pro� ssional da contabilidade deve basear suas decisões e opiniões em fatos e evidências relevantes,</p><p>sem permitir que interesses pessoais, pressões externas ou relacionamentos in� uenciem</p><p>indevidamente seu julgamento.</p><p>É importante destacar que o contador deve evitar realizar uma atividade pro� ssional</p><p>se houver circunstâncias ou relacionamentos que possam comprometer sua objetividade. Isso</p><p>envolve identi� car e avaliar potenciais con� itos de interesse ou in� uências indevidas e tomar</p><p>medidas adequadas para mitigá-los ou, quando necessário, evitar envolvimento na atividade em</p><p>questão.</p><p>Ao seguir o princípio da objetividade, o pro� ssional da contabilidade demonstra seu</p><p>compromisso em agir com imparcialidade e em fornecer informações con� áveis e neutras aos</p><p>usuários das demonstrações � nanceiras. Essa postura ética é essencial para a tomada de decisões</p><p>informadas e para a preservação da credibilidade e con� ança na pro� ssão contábil.</p><p>Em resumo, o cumprimento do princípio da objetividade é crucial para garantir que</p><p>o pro� ssional da contabilidade tome decisões baseadas em fatos, sem ser in� uenciado por</p><p>interesses pessoais, con� itos de interesse ou pressões externas. A adesão a esse princípio fortalece</p><p>a con� ança nas informações contábeis e reforça a integridade da pro� ssão contábil.</p><p>1.3 Competência Profissional e Devido Zelo</p><p>O princípio da competência pro� ssional e devido zelo é um dos pilares essenciais do</p><p>código de ética contábil. Esse princípio estabelece que o pro� ssional da contabilidade deve buscar,</p><p>e manter, o conhecimento pro� ssional e as habilidades necessárias para fornecer um serviço</p><p>pro� ssional competente ao cliente ou à organização empregadora. Além disso, o contador deve</p><p>agir de forma diligente e em conformidade com os padrões técnicos e pro� ssionais aplicáveis.</p><p>Em relação à competência pro� ssional, é esperado que o contador se mantenha atualizado</p><p>em relação aos desenvolvimentos nas áreas contábil, � scal e regulatória. “A manutenção da</p><p>competência pro� ssional requer a consciência contínua e o entendimento dos desenvolvimentos</p><p>técnicos, pro� ssionais e comerciais pertinentes” (CFC, 2019b). Isso envolve buscar o</p><p>conhecimento necessário para lidar com as questões contábeis e � nanceiras enfrentadas pelo</p><p>cliente ou pela organização empregadora. É essencial que o contador esteja ciente dos padrões</p><p>técnicos e pro� ssionais mais recentes, bem como das leis e regulamentos relevantes, a � m de</p><p>fornecer serviços de qualidade e precisão.</p><p>O devido zelo implica agir com diligência, cuidado e atenção em todas as atividades</p><p>pro� ssionais. “A diligência abrange a responsabilidade de agir de acordo com os requisitos</p><p>de designação de forma cuidadosa, exaustiva e tempestiva” (CFC, 2019b). Isso signi� ca que o</p><p>pro� ssional da contabilidade deve realizar seu trabalho de forma cuidadosa e atenta, cumprindo</p><p>os prazos estabelecidos e seguindo os procedimentos adequados. Além disso, o contador deve</p><p>aderir aos padrões éticos e pro� ssionais aplicáveis, garantindo a integridade e a con� abilidade</p><p>dos serviços prestados.</p><p>Ao cumprir com o princípio da competência pro� ssional e devido zelo, o pro� ssional da</p><p>47WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>contabilidade assegura que está fornecendo um serviço de qualidade e atendendo às necessidades</p><p>do cliente ou da organização empregadora. Isso contribui para a con� ança e a credibilidade</p><p>na pro� ssão contábil, demonstrando o compromisso do contador em manter altos padrões de</p><p>competência e desempenho pro� ssional.</p><p>Em síntese, o cumprimento do princípio da competência pro� ssional e devido zelo</p><p>requer que o pro� ssional da contabilidade busque, e mantenha, o conhecimento e as habilidades</p><p>necessárias, além de agir diligentemente e em conformidade com os padrões técnicos e</p><p>pro� ssionais aplicáveis. Essa abordagem ética é fundamental para fornecer serviços de qualidade,</p><p>garantir a conformidade com as normas e regulamentos, além de atender às expectativas dos</p><p>clientes e das organizações empregadoras.</p><p>1.4 Confidencialidade</p><p>O princípio da con� dencialidade é um dos pilares fundamentais da ética contábil e</p><p>estabelece a responsabilidade</p><p>do pro� ssional da contabilidade em respeitar a con� dencialidade</p><p>das informações obtidas em decorrência de suas relações pro� ssionais e comerciais. Esse princípio</p><p>implica uma série de diretrizes a serem seguidas:</p><p>(a) O pro� ssional da contabilidade deve estar atento à possibilidade de divulgação</p><p>inadvertida de informações con� denciais, inclusive em ambientes sociais. Isso inclui ter</p><p>cuidado ao compartilhar informações com parceiros de negócios próximos, familiares</p><p>próximos ou imediatos, a � m de evitar qualquer violação de con� dencialidade.</p><p>(b) É necessário que o pro� ssional da contabilidade mantenha a con� dencialidade das</p><p>informações dentro da � rma ou da organização empregadora. Isso signi� ca que as</p><p>informações con� denciais devem ser protegidas adequadamente, evitando o acesso não</p><p>autorizado a elas por parte de colegas de trabalho ou pessoas externas à organização.</p><p>(c) O contador também deve manter a con� dencialidade das informações divulgadas por</p><p>clientes ou potenciais organizações empregadoras. Isso implica não divulgar informações</p><p>con� denciais obtidas durante o curso das relações pro� ssionais e comerciais, a menos</p><p>que haja uma autorização especí� ca para fazê-lo.</p><p>(d) Em circunstâncias normais, o pro� ssional da contabilidade não deve divulgar</p><p>informações con� denciais obtidas em decorrência de suas relações pro� ssionais e</p><p>comerciais fora da � rma ou da organização empregadora, a menos que haja uma</p><p>autorização especí� ca para fazê-lo. No entanto, é importante observar que existem</p><p>situações em que pode haver um direito ou dever legal ou pro� ssional de divulgar</p><p>informações con� denciais.</p><p>(e) O princípio da con� dencialidade exige que o pro� ssional da contabilidade não</p><p>utilize informações con� denciais obtidas em decorrência de suas relações pro� ssionais e</p><p>comerciais para obter benefícios pessoais ou para bene� ciar terceiros. Isso signi� ca que</p><p>o contador não deve utilizar essas informações de forma inadequada ou antiética para</p><p>obter vantagens pessoais ou favorecer interesses de terceiros.</p><p>(f) Além disso, o pro� ssional da contabilidade deve abster-se de usar ou divulgar qualquer</p><p>informação con� dencial obtida ou recebida durante o período de sua relação pro� ssional</p><p>ou comercial após o término dessa relação. Mesmo após o encerramento da relação, é</p><p>fundamental manter a con� dencialidade das informações para proteger a privacidade e a</p><p>integridade das partes envolvidas.</p><p>48WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>(g) O contador também é responsável por tomar medidas razoáveis para garantir que o</p><p>pessoal sob seu controle, bem como as pessoas das quais recebe assessoria e assistência,</p><p>respeite o dever de con� dencialidade. Isso implica estabelecer políticas e procedimentos</p><p>adequados para proteger as informações con� denciais, promover a conscientização sobre</p><p>a importância da con� dencialidade e assegurar que todos os envolvidos cumpram com as</p><p>obrigações de con� dencialidade.</p><p>O cumprimento dessas diretrizes reforça a importância da con� dencialidade na pro� ssão</p><p>contábil. Ao agir de acordo com esses princípios, o pro� ssional da contabilidade demonstra sua</p><p>integridade e ética, protegendo os interesses e a con� ança de seus clientes ou empregadores.</p><p>Em suma, o pro� ssional da contabilidade deve abster-se de utilizar informações</p><p>con� denciais para benefício pessoal ou de terceiros, manter a con� dencialidade mesmo após o</p><p>término da relação pro� ssional ou comercial e garantir que as pessoas sob seu controle e aquelas</p><p>das quais recebe assessoria também respeitem o dever de con� dencialidade. Essas ações são</p><p>essenciais para preservar a con� ança, a integridade e a privacidade nas relações pro� ssionais e</p><p>comerciais.</p><p>1.5 Comportamento Profissional</p><p>O princípio de comportamento pro� ssional é um pilar fundamental do código de ética da</p><p>contabilidade e estabelece a responsabilidade do pro� ssional de cumprir as leis e regulamentos</p><p>pertinentes, bem como evitar condutas que possam prejudicar a integridade, objetividade ou boa</p><p>reputação da pro� ssão.</p><p>Ao cumprir esse princípio, o pro� ssional da contabilidade compromete-se a agir</p><p>em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis ao seu campo de atuação. Isso</p><p>inclui normas contábeis, regulamentações � scais, legislação comercial e outros requisitos legais</p><p>relevantes. Cumprir com essas obrigações é essencial para garantir a con� ança do público na</p><p>pro� ssão contábil e para manter a integridade do trabalho realizado.</p><p>Além disso, o pro� ssional deve evitar conscientemente envolver-se em qualquer negócio,</p><p>ocupação ou atividade que possa prejudicar a integridade, objetividade ou boa reputação da</p><p>pro� ssão contábil. Isso signi� ca que o contador deve evitar qualquer situação em que haja um</p><p>con� ito de interesse que possa comprometer sua capacidade de agir de forma imparcial e objetiva.</p><p>Ao tomar decisões e realizar suas atividades pro� ssionais, o contador deve sempre</p><p>ter em mente os princípios fundamentais da ética contábil, como integridade, objetividade e</p><p>comportamento pro� ssional. Agir em conformidade com esses princípios é essencial para</p><p>preservar a con� ança do público e a reputação da pro� ssão contábil como um todo.</p><p>Ao realizar atividades de marketing ou promoção, o pro� ssional da contabilidade deve</p><p>aderir a altos padrões éticos e evitar qualquer forma de desprestígio à pro� ssão. Isso signi� ca que o</p><p>pro� ssional deve ser honesto, verdadeiro e evitar práticas inadequadas que possam comprometer</p><p>a integridade da contabilidade como um todo.</p><p>Em relação a isso, é importante destacar duas diretrizes especí� cas:</p><p>(a) O pro� ssional da contabilidade não deve fazer declarações exageradas sobre os serviços</p><p>oferecidos por ele ou sobre suas próprias quali� cações ou experiências. Isso signi� ca que</p><p>o contador não deve promover seus serviços de forma enganosa, fazendo alegações falsas</p><p>ou in� adas sobre suas capacidades, competências ou resultados. É importante que as</p><p>informações divulgadas sejam precisas, transparentes e baseadas em fatos.</p><p>49WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>(b) O pro� ssional da contabilidade também deve evitar referências depreciativas</p><p>ou comparações infundadas com o trabalho de outros pro� ssionais. Isso implica não</p><p>denegrir a reputação ou criticar de forma injusta o trabalho de outros contadores ou</p><p>pro� ssionais relacionados. A competição saudável deve ser baseada em méritos e</p><p>qualidades individuais, sem recorrer a práticas desleais ou desrespeitosas.</p><p>Ao aderir a essas diretrizes, o pro� ssional da contabilidade promove uma cultura de</p><p>respeito, honestidade e transparência na pro� ssão. Isso fortalece a con� ança do público e dos</p><p>clientes na integridade e na qualidade dos serviços prestados pelos contadores.</p><p>Em suma, o princípio de comportamento pro� ssional exige que o pro� ssional da</p><p>contabilidade cumpra as leis e regulamentos pertinentes, evite condutas que possam desacreditar</p><p>a pro� ssão e não se envolva conscientemente em negócios, ocupações ou atividades que possam</p><p>comprometer a integridade, objetividade ou boa reputação da pro� ssão. Essa conduta ética</p><p>reforça a con� ança e a credibilidade da pro� ssão contábil no mercado.</p><p>2. NBC PG 100 (R1): ESTRUTURA CONCEITUAL</p><p>Além dos princípios fundamentais, a NBC PG 100, em sua seção 120, apresenta uma</p><p>estrutura conceitual que visa a auxiliar a identi� cação e tratamento de ameaças ao cumprimento</p><p>dos princípios fundamentais. Essa seção “(...) contém vasta gama de fatos e circunstâncias,</p><p>incluindo as diversas atividades pro� ssionais, interesses e relações que criam ameaças ao</p><p>cumprimento dos princípios fundamentais” (CFC, 2019b).</p><p>A estrutura conceitual especi� ca uma abordagem para que o pro� ssional da contabilidade:</p><p>(a) identi� que ameaças ao cumprimento dos princípios fundamentais;</p><p>(b) avalie as ameaças identi� cadas;</p><p>(c) trate as ameaças de forma a eliminá-las ou reduzi-las a um nível aceitável.</p><p>Ao aplicar a estrutura conceitual, o pro� ssional da contabilidade deve seguir as seguintes</p><p>orientações:</p><p>(a) Exercer o julgamento pro� ssional:</p><p>O julgamento pro� ssional envolve a aplicação de treinamento relevante,</p><p>conhecimento pro� ssional, habilidade e experiência proporcionalmente aos fatos</p><p>e às circunstâncias, incluindo a natureza e escopo das atividades pro� ssionais</p><p>especí� cas e os interesses e os relacionamentos envolvidos (CFC, 2019b).</p><p>Isso signi� ca que o contador deve utilizar seu conhecimento, experiência e habilidades</p><p>para tomar decisões informadas e exercer seu julgamento pro� ssional. O pro� ssional da</p><p>contabilidade deve aplicar os princípios contábeis de forma adequada e consistente, levando em</p><p>consideração as características especí� cas de cada situação contábil.</p><p>Ao exercer o julgamento pro� ssional para obter esse entendimento, o pro� ssional da</p><p>contabilidade pode considerar, entre outros assuntos, se:</p><p>• há motivo para se preocupar com o fato de que informações potencialmente relevantes</p><p>podem faltar nos fatos e circunstâncias conhecidos do pro� ssional da contabilidade;</p><p>• há inconsistência entre os fatos e circunstâncias conhecidos e as expectativas do</p><p>pro� ssional da contabilidade;</p><p>50WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>• a competência e a experiência do pro� ssional da contabilidade são su� cientes para que</p><p>se chegue à conclusão;</p><p>• há a necessidade de consultar outros que tenham competência ou experiência relevantes;</p><p>• as informações fornecem uma base razoável para se chegar à conclusão;</p><p>• a própria pré-concepção ou comportamento tendencioso do pro� ssional da contabilidade</p><p>podem afetar o exercício de seu julgamento pro� ssional;</p><p>• pode haver outras conclusões razoáveis que poderiam ser obtidas a partir das informações</p><p>disponíveis.</p><p>(b) Permanecer atento a novas informações e mudanças em fatos e circunstâncias:</p><p>o ambiente contábil está em constante evolução, e o pro� ssional da contabilidade deve estar</p><p>atento a novas informações, mudanças nas leis e regulamentos, bem como à evolução dos fatos e</p><p>circunstâncias relevantes para a contabilidade. Isso implica manter-se atualizado e adaptar suas</p><p>práticas e julgamentos conforme necessário.</p><p>(c) Usar o teste do terceiro informado e prudente: “O teste do terceiro informado e</p><p>prudente é a consideração por parte do pro� ssional da contabilidade quanto a se as mesmas</p><p>conclusões seriam provavelmente obtidas por outra parte” (CFC, 2019b). O pro� ssional da</p><p>contabilidade deve utilizar o teste do terceiro informado e prudente ao tomar decisões contábeis.</p><p>Isso signi� ca que o contador deve considerar como um terceiro informado e prudente poderia</p><p>interpretar e julgar as informações � nanceiras apresentadas. Essa abordagem ajuda a garantir</p><p>que as demonstrações � nanceiras sejam apresentadas de forma clara, objetiva e relevante para os</p><p>usuários das informações contábeis.</p><p>Essas orientações informam ao pro� ssional da contabilidade como aplicar a estrutura</p><p>conceitual em seu trabalho. Elas ajudam a garantir a consistência, a con� abilidade e a relevância</p><p>das informações contábeis, promovendo a transparência e a tomada de decisões informadas.</p><p>Ao seguir esses princípios, o pro� ssional da contabilidade contribui para a con� abilidade e a</p><p>credibilidade das demonstrações � nanceiras e do relatório contábil como um todo.</p><p>A estrutura conceitual apresentada na NBC 100 (2019) destaca três fases para identi� cação</p><p>e tratamento de ameaças, conforme a Figura 1.</p><p>Figura 1 - Fases da Estrutura Conceitual da NBC 100 (2019). Fonte: O autor.</p><p>A seguir, entraremos detalhadamente em cada uma dessas fases.</p><p>2.1 Identificação de Ameaças</p><p>O pro� ssional da contabilidade deve estar constantemente atento e identi� car quaisquer</p><p>ameaças que possam comprometer o cumprimento dos princípios fundamentais estabelecidos</p><p>no código de ética da contabilidade.</p><p>51WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>O entendimento dos fatos e circunstâncias, incluindo quaisquer atividades</p><p>pro� ssionais, interesses e relacionamentos que podem comprometer o</p><p>cumprimento dos princípios fundamentais, é um pré-requisito para a</p><p>identi� cação de ameaças por parte do pro� ssional da contabilidade a esse</p><p>cumprimento (CFC, 2019b).</p><p>As ameaças ao cumprimento dos princípios fundamentais da contabilidade podem</p><p>surgir de uma ampla variedade de fatos e circunstâncias. É impossível prever todas as situações</p><p>especí� cas que podem criar essas ameaças, pois cada contexto e tarefa contábil podem apresentar</p><p>desa� os únicos.</p><p>A diversidade de trabalhos e designações de trabalho na contabilidade também contribui</p><p>para a criação de diferentes tipos de ameaças. Por exemplo, um contador que trabalha em uma</p><p>empresa de auditoria enfrentará desa� os e ameaças diferentes daquele que trabalha em uma</p><p>empresa de contabilidade interna ou como consultor � nanceiro.</p><p>Portanto, é importante que os pro� ssionais da contabilidade estejam sempre atentos</p><p>e sensíveis a essas ameaças, avaliando constantemente as situações especí� cas em que estão</p><p>envolvidos. Isso requer um julgamento pro� ssional sólido e uma abordagem re� exiva para</p><p>identi� car ameaças potenciais, mesmo em circunstâncias que podem ser únicas para cada</p><p>pro� ssional e organização.</p><p>Conforme a NBC PG 100 (2019), as ameaças ao cumprimento dos princípios fundamentais</p><p>da ética contábil podem ser categorizadas em cinco tipos principais:</p><p>(a) Ameaça de interesse próprio: essa ameaça surge quando os interesses � nanceiros</p><p>ou outros interesses pessoais do pro� ssional da contabilidade in� uenciam de maneira</p><p>inadequada seu julgamento ou comportamento. Isso pode comprometer a objetividade e</p><p>a imparcialidade na tomada de decisões.</p><p>(b) Ameaça de autorrevisão: essa ameaça ocorre quando o pro� ssional da contabilidade</p><p>não avalia adequadamente os resultados de julgamentos ou atividades anteriores que</p><p>podem in� uenciar seu julgamento atual. É importante que o contador revise criticamente</p><p>seu próprio trabalho e seja diligente na revisão de resultados anteriores.</p><p>(c) Ameaça de defesa de interesse do cliente: essa ameaça ocorre quando o pro� ssional</p><p>da contabilidade coloca os interesses do cliente ou da organização empregadora acima da</p><p>objetividade e da integridade. Isso pode ocorrer quando há uma pressão para favorecer</p><p>Imagine que você é um profi ssional da contabilidade que trabalha em uma</p><p>empresa de auditoria e consultoria. Recentemente, você foi designado para</p><p>realizar a auditoria de uma grande empresa, que é um concorrente direto de um</p><p>dos principais clientes da sua empresa. Durante o processo de auditoria, você</p><p>percebe que existe uma ameaça à sua objetividade devido ao relacionamento</p><p>competitivo entre as duas empresas.</p><p>Como você lidaria com a ameaça à sua objetividade nessa situação específi ca? E</p><p>quais salvaguardas poderiam ser implementadas para garantir um nível aceitável</p><p>de cumprimento dos princípios fundamentais da ética contábil?</p><p>52WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>um determinado resultado ou posição em detrimento da imparcialidade.</p><p>(d) Ameaça de familiaridade: essa ameaça surge quando um relacionamento próximo</p><p>e duradouro com o cliente ou a organização empregadora afeta a objetividade do</p><p>pro� ssional da contabilidade. Pode ser mais difícil questionar ou criticar as ações dessas</p><p>partes devido à proximidade ou dependência � nanceira.</p><p>(e) Ameaça de intimidação: essa ameaça ocorre quando o pro� ssional da contabilidade</p><p>é submetido a pressões reais ou percebidas que podem dissuadi-lo de agir de forma</p><p>objetiva. Essas pressões podem vir de superiores hierárquicos, colegas, clientes ou outros</p><p>interessados que tentam exercer in� uência indevida sobre o contador.</p><p>Ao reconhecer essas diferentes ameaças, o pro� ssional da contabilidade pode adotar</p><p>medidas apropriadas para minimizá-las ou eliminá-las, seja através da implementação de</p><p>salvaguardas adequadas, seja,</p><p>em casos extremos, evitando situações que possam comprometer</p><p>sua ética pro� ssional. A conscientização e o gerenciamento dessas ameaças são fundamentais</p><p>para a manutenção da integridade e da con� ança na pro� ssão contábil.</p><p>2.2 Avaliação das Ameaças</p><p>Quando um pro� ssional da contabilidade identi� ca uma ameaça ao cumprimento</p><p>dos princípios fundamentais da ética contábil, é importante realizar uma avaliação cuidadosa</p><p>para determinar se essa ameaça está em um nível aceitável. Essa avaliação envolve considerar a</p><p>magnitude da ameaça e a probabilidade de sua ocorrência.</p><p>A determinação do nível aceitável de uma ameaça pode variar, dependendo do contexto</p><p>e das circunstâncias especí� cas. É fundamental que o pro� ssional da contabilidade utilize seu</p><p>julgamento pro� ssional e aplique os princípios éticos relevantes para tomar essa decisão.</p><p>O nível aceitável de uma ameaça ao cumprimento dos princípios fundamentais é</p><p>determinado pelo pro� ssional da contabilidade usando o teste do terceiro informado e prudente.</p><p>Esse teste envolve colocar-se na posição de um terceiro imparcial e bem informado, avaliando se</p><p>um observador externo consideraria que o pro� ssional está agindo de acordo com os princípios</p><p>éticos.</p><p>O pro� ssional da contabilidade deve considerar se suas ações seriam percebidas como</p><p>éticas por uma pessoa imparcial e bem informada, levando em conta as circunstâncias especí� cas.</p><p>Isso implica adotar uma perspectiva objetiva e avaliar se a ameaça identi� cada pode comprometer</p><p>a capacidade de cumprir com os princípios fundamentais.</p><p>Se, ao aplicar o teste do terceiro informado e prudente, o pro� ssional da contabilidade</p><p>concluir que suas ações seriam consideradas éticas e em conformidade com os princípios</p><p>fundamentais, a ameaça pode ser considerada em um nível aceitável. Caso contrário, o pro� ssional</p><p>deve tomar medidas adicionais para mitigar ou eliminar a ameaça conforme necessário.</p><p>O teste do terceiro informado e prudente serve como uma referência para ajudar o</p><p>pro� ssional da contabilidade a tomar decisões éticas e garantir a integridade de sua prática</p><p>pro� ssional, promovendo a con� ança e a credibilidade na pro� ssão contábil.</p><p>A existência de condições, políticas e procedimentos é um fator relevante na avaliação</p><p>do nível das ameaças ao cumprimento dos princípios fundamentais da ética contábil. Esses</p><p>elementos fornecem um ambiente de controle e governança que pode ajudar a mitigar as ameaças</p><p>éticas e promover o cumprimento dos princípios fundamentais.</p><p>Algumas das condições, políticas e procedimentos que podem ser considerados incluem:</p><p>53WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1. Exigências de governança corporativa: isso se refere a requisitos estabelecidos para as</p><p>empresas em termos de estrutura de governança, transparência, prestação de contas e</p><p>responsabilidade. Uma governança corporativa sólida pode ajudar a garantir que a ética</p><p>seja valorizada e mantida dentro de uma organização.</p><p>2. Exigências educacionais, de formação e de experiência: a de� nição de requisitos claros</p><p>de educação, formação e experiência para a pro� ssão contábil ajuda a garantir que os</p><p>pro� ssionais estejam adequadamente preparados para enfrentar os desa� os éticos. Isso</p><p>inclui programas de educação continuada para manter os conhecimentos atualizados.</p><p>3. Sistemas e� cientes de denúncia: a existência de canais e� cientes de denúncia, tanto</p><p>internos quanto externos, proporciona uma forma segura para que os pro� ssionais da</p><p>contabilidade e o público em geral relatem comportamentos antiéticos. Isso promove a</p><p>transparência e incentiva uma cultura de responsabilidade.</p><p>4. Dever de comunicação de violações éticas: a existência de um dever explicitamente</p><p>declarado de comunicar violações éticas coloca a responsabilidade nos pro� ssionais da</p><p>contabilidade de denunciar atos antiéticos. Isso reforça a importância da ética e encoraja</p><p>uma postura de integridade.</p><p>5. Monitoramento e procedimentos disciplinares: a presença de órgãos pro� ssionais</p><p>ou reguladores que monitoram o cumprimento das normas éticas e que possuem</p><p>procedimentos disciplinares é fundamental. Isso ajuda a garantir a conformidade com os</p><p>padrões éticos estabelecidos e impõe sanções apropriadas em caso de violações.</p><p>Essas condições, políticas e procedimentos fornecem um contexto por meio do qual o</p><p>pro� ssional da contabilidade pode avaliar as ameaças éticas e tomar medidas adequadas para</p><p>mitigá-las. Eles reforçam a importância da ética na pro� ssão contábil e ajudam a promover a</p><p>con� ança e a integridade no exercício da contabilidade.</p><p>2.3 Tratamento de Ameaças</p><p>Quando o pro� ssional da contabilidade determinar que as ameaças ao cumprimento dos</p><p>princípios fundamentais não estão em nível aceitável, ele deve tomar medidas para tratá-las,</p><p>visando à eliminação ou redução dessas ameaças a um nível aceitável. Existem três abordagens</p><p>possíveis para tratar as ameaças:</p><p>(a) Eliminação das circunstâncias: o pro� ssional da contabilidade pode identi� car e</p><p>eliminar as circunstâncias, interesses ou relacionamentos que estão gerando as ameaças. Isso</p><p>pode envolver, por exemplo, recusar-se a assumir uma determinada atividade pro� ssional ou</p><p>encerrar um relacionamento comercial que represente uma ameaça ética signi� cativa.</p><p>(b) Aplicação de salvaguardas: quando disponíveis, o pro� ssional da contabilidade pode</p><p>aplicar salvaguardas para reduzir as ameaças a um nível aceitável. As salvaguardas são medidas</p><p>ou ações que visam a mitigar os riscos éticos e proteger a integridade da pro� ssão contábil. As</p><p>salvaguardas referem-se a ações que podem ser tomadas pelo pro� ssional da contabilidade para</p><p>reduzir as ameaças ao cumprimento dos princípios fundamentais a um nível aceitável. Essas</p><p>salvaguardas podem ser implementadas de forma isolada ou combinada, dependendo das</p><p>circunstâncias especí� cas.</p><p>54WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>As salvaguardas são projetadas para mitigar os riscos éticos e proteger a integridade</p><p>da pro� ssão contábil. Elas podem envolver a aplicação de políticas, procedimentos e práticas</p><p>adequadas que ajudem a prevenir ou minimizar potenciais con� itos de interesse, in� uências</p><p>indevidas ou outras situações que possam comprometer a objetividade, a independência ou a</p><p>conduta ética do pro� ssional da contabilidade.</p><p>Exemplos de salvaguardas incluem:</p><p>• Implementação de políticas e procedimentos claros para lidar com con� itos de interesse.</p><p>• Designação de uma pessoa independente para revisar e aprovar decisões importantes.</p><p>• Estabelecimento de um comitê de ética ou conselho de supervisão para fornecer</p><p>orientação e monitoramento.</p><p>• Realização de revisões e auditorias internas para garantir a conformidade com as políticas</p><p>éticas e regulamentos aplicáveis.</p><p>• Manutenção de programas de treinamento e desenvolvimento pro� ssional contínuo para</p><p>fortalecer a competência e a consciência ética do pro� ssional da contabilidade.</p><p>• Estabelecimento de mecanismos de denúncia seguros e con� denciais para relatar</p><p>comportamentos antiéticos.</p><p>(c) Recusa ou término da atividade pro� ssional: em situações em que não é possível</p><p>eliminar ou reduzir as ameaças a um nível aceitável por meio das opções anteriores, o pro� ssional da</p><p>contabilidade pode optar por recusar ou encerrar uma atividade pro� ssional especí� ca. Isso é feito</p><p>para proteger a integridade e a reputação da pro� ssão contábil, evitando qualquer envolvimento</p><p>em atividades que possam comprometer o cumprimento dos princípios fundamentais.</p><p>Ao aplicar essas medidas, o pro� ssional da contabilidade demonstra seu compromisso</p><p>com a ética e a integridade, garantindo que as ameaças sejam tratadas de maneira apropriada,</p><p>preservando a con� ança do público na pro� ssão contábil.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Nesta unidade do livro, sobre o código de ética internacional da contabilidade, exploramos</p><p>os princípios fundamentais que norteiam a conduta ética dos pro� ssionais da contabilidade.</p><p>2006). A ética fornece ao ser humano os critérios</p><p>necessários para escolher a melhor conduta possível em sua vida em sociedade.</p><p>Conseguimos, portanto, compreender que a ética, dentro de uma sociedade, consiste na</p><p>re� exão sobre quais ações são virtuosas e quais não são. Nesse sentido, a vida ética é vivenciada</p><p>na convivência em grupo, ou sociedade, e na construção de relações intersubjetivas.</p><p>Segundo Vieira (2006), a ética é a ciência relacionada ao julgamento de apreciação moral</p><p>sobre juízos de valores amarrados à distinção entre o bem e o mal.</p><p>Outro conceito de ética é trazido por Andrade (2017, p. 16): “ética são os conhecimentos</p><p>obtidos na investigação do comportamento humano em relação às regras morais, explicadas de</p><p>forma racional, fundamentada, cientí� ca e teórica, ou seja, a ética é uma re� exão sobre a moral”.</p><p>Como podemos perceber, não existe um consenso no conceito de ética. De� nir ética é</p><p>uma tarefa complexa e desa� adora. Mesmo entre os especialistas no assunto, existem divergências</p><p>em relação à de� nição precisa e ao verdadeiro signi� cado dessa palavra (BARSANO, 2014). De</p><p>maneira geral, os conceitos de ética podem ser agrupados em duas categorias: ética como ramo</p><p>da � loso� a e ética como ciência.</p><p>Para os pensadores que enxergam a ética como parte da � loso� a, há uma forte ligação</p><p>entre ética e � loso� a, ou seja, entre a concepção � losó� ca do homem como um ser social e</p><p>Vivemos em uma era digital, na qual a Internet e as tecnologias digitais permeiam</p><p>quase todos os aspectos de nossas vidas. Com um simples clique, podemos nos</p><p>conectar com pessoas ao redor do mundo, compartilhar informações, consumir</p><p>produtos e serviços, e exercer nossa liberdade de expressão de maneiras nunca</p><p>antes imaginadas. No entanto, essa liberdade aparentemente ilimitada traz</p><p>consigo uma série de desafi os éticos. À medida que navegamos pelas redes</p><p>sociais, tomamos decisões sobre privacidade, participamos de debates on-line</p><p>e até mesmo infl uenciamos as opiniões dos outros. É fundamental refl etir sobre</p><p>como nossas ações virtuais podem afetar não apenas a nós mesmos, mas</p><p>também a sociedade como um todo.</p><p>Como podemos encontrar um equilíbrio entre a liberdade individual e a</p><p>responsabilidade ética diante dos impactos sociais gerados por nossas escolhas</p><p>on-line?</p><p>7WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>histórico e os conceitos de liberdade, valor, consciência e sociabilidade, já que a ética deve estar</p><p>inserida nas relações humanas em sociedade. Nesse sentido, a ética é o nome dado ao ramo da</p><p>� loso� a dedicado aos assuntos morais (ANDRADE, 2017).</p><p>Figura 2 - Ética como um ramo da Filoso� a. Fonte: Andrade (2017).</p><p>Seguindo essa visão, Barsano (2014) apresenta a ética como parte da � loso� a que indaga:</p><p>• a pura essência, a origem e as condições físicas, psíquicas e sociais em que se realizam os</p><p>atos morais;</p><p>• a natureza, a função e os parâmetros do julgamento moral, do que é certo ou errado, bom</p><p>ou mau, justo ou injusto;</p><p>• como nascem e por que se sucedem diferentes sistemas morais etc.</p><p>Já os autores que enxergam a ética como uma ciência defendem que a ética é uma</p><p>disciplina racional, que parte dos atos humanos, ou seja, é um conjunto de conhecimentos</p><p>sistemáticos, metódicos e racionais, baseados na experiência e fundados em princípios universais</p><p>(ANDRADE, 2017).</p><p>Figura 3 - Ética como ciência. Fonte: Andrade (2017).</p><p>Dias (2014) faz uma ponte entre as duas visões ao a� rmar que a ética é uma ciência e, como</p><p>tal, está ligada à � loso� a, uma vez que esta procura compreender e explicar os comportamentos</p><p>8WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>humanos de maneira geral. O autor a� rma ainda que a ética relaciona-se justamente aos estudos</p><p>dos atos humanos nos quais se baseiam seus comportamentos morais.</p><p>De maneira ampla, todos esses estudiosos concordam que a ética é um conjunto de</p><p>conhecimentos que provê aos seres humanos critérios para a seleção da conduta mais adequada</p><p>para uma vida em sociedade e em comunidade.</p><p>Isso implica que, para uma vida em sociedade ser bem-sucedida, é crucial que cada</p><p>indivíduo escolha e de� na suas ações com cuidado, pois elas terão impacto sobre os outros.</p><p>Re� etir sobre quais comportamentos são mais bené� cos para a vida em sociedade é, portanto,</p><p>uma investigação ética - uma área da � loso� a que se dedica a estudar o comportamento moral</p><p>humano.</p><p>Com base no que foi mencionado anteriormente, em que a ética busca responder a</p><p>questões como “o que é moral?” e “qual é a melhor maneira de viver em sociedade?”, entre outras</p><p>indagações sobre a conduta adequada na vida em comunidade, podemos inferir que a ética é uma</p><p>disciplina especulativa que se apresenta como uma investigação teórica.</p><p>Uma vez que a função da ética é re� etir, criticar e investigar a moral, ou as morais, de uma</p><p>determinada realidade, não é papel dessa área da � loso� a emitir um juízo valorativo, mas, sim,</p><p>re� etir sobre essa realidade em questão.</p><p>Deve-se destacar que a ética é vista como uma medida que o indivíduo toma consigo</p><p>mesmo uma vez que é uma dimensão subjetiva e pessoal. Quando alguém age de forma ética, é</p><p>uma escolha consciente que faz. Ser ético signi� ca escolher voluntariamente respeitar princípios</p><p>e valores morais.</p><p>Essa ideia implica que a pessoa só pode ser considerada ética se tiver a liberdade de</p><p>escolher de forma voluntária. Sob coação, ninguém tem a liberdade de optar livremente entre</p><p>uma ação ou outra. Portanto, não faz sentido falar em escolha individual para o bem ou para o</p><p>mal sob coação.</p><p>1.3 O que é Moral?</p><p>Moral são regras que orientam os indivíduos no convívio diário na sociedade, guiando</p><p>suas ações e seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau, ou</p><p>seja, moral é o comportamento (ANDRADE, 2017). De acordo com Barsano (2014, p. 51), “(...)</p><p>podemos de� nir como moral o conjunto de valores, normas e de noç õ es prá ticas do que é certo</p><p>ou errado, proibido ou permitido, dentro de uma determinada sociedade organizada”.</p><p>A moral é normativa e se expressa concretamente nas mais diversas sociedades como</p><p>resposta a demandas sociais. Sua função é regular as interações entre os indivíduos e entre estes</p><p>com a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social.</p><p>Conforme Vázquez (2017, p. 63), a moral expressa “(...) um conjunto de normas, aceitas</p><p>livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual dos homens”. Dessa forma,</p><p>temos que a moral pode ser entendida como o conjunto de regras adquiridas por meio da cultura,</p><p>Os professores Clóvis Barros Filho e Mário Sérgio Cortella trazem</p><p>suas considerações sobre a ética no vídeo A ética não é uma tabela</p><p>pronta, disponível em https://youtu.be/NHwfWTZ-utg.</p><p>9WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>da educação, da tradição e do cotidiano, que guiam o comportamento de cada um de nós na</p><p>sociedade em que vivemos (ANDRADE, 2017).</p><p>As normas estabelecidas pela moral sã o anteriores a nó s, ou seja, logo ao nascermos já</p><p>herdamos da sociedade regras morais do que é correto e justo. Somos educados conforme a</p><p>cultura do bem e do mal, cabendo a cada um de nó s re� etir se as aceitamos ou nã o (BARSANO,</p><p>2014).</p><p>Com isso, percebemos que a moral se diferencia da ética, pois, enquanto esta última é</p><p>abordada através da re� exão, a primeira se manifesta através da ação. Em outras palavras,</p><p>(...) enquanto a ética assume uma posição questionadora das atitudes e</p><p>comportamentos do homem na qual há a possibilidade da escolha por meio da</p><p>racionalização, a moral é mais prática, assumindo a característica de regular o</p><p>comportamento humano (CRISOSTOMO et al., 2023, p. 88).</p><p>Como vimos, a moral pertence ao domí nio da prá tica, isto é, refere-se aos comportamentos</p><p>tidos como bons ou maus praticados pela sociedade. Por exemplo, o ato de � car nu em uma</p><p>praia de nudismo é permitido pela comunidade local,</p><p>Esses princípios (que incluem integridade, objetividade, competência pro� ssional e devido zelo,</p><p>con� dencialidade e comportamento pro� ssional) estabelecem o padrão de comportamento</p><p>esperado dos contadores em suas atividades pro� ssionais.</p><p>Além disso, discutimos a importância da estrutura conceitual para a identi� cação e o</p><p>tratamento das ameaças aos princípios fundamentais. Reconhecemos que as ameaças podem</p><p>surgir de diversas fontes e circunstâncias, comprometendo a imparcialidade, a objetividade e a</p><p>integridade dos contadores.</p><p>Para lidar com essas ameaças, destacamos a necessidade de exercer o julgamento</p><p>pro� ssional, estar atento a novas informações e mudanças nas circunstâncias e aplicar o teste</p><p>do terceiro informado e prudente. Também ressaltamos a importância de estabelecer condições,</p><p>políticas e procedimentos que promovam a ética contábil, tais como exigências de governança</p><p>corporativa, sistemas de denúncia e� cientes e monitoramento dos órgãos pro� ssionais ou</p><p>reguladores.</p><p>55WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>4</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Em suma, o cumprimento dos princípios fundamentais e a identi� cação e tratamento</p><p>adequados das ameaças são essenciais para a integridade e a con� abilidade da pro� ssão contábil.</p><p>Os pro� ssionais da contabilidade têm a responsabilidade de cultivar uma cultura ética e de buscar</p><p>constantemente o aprimoramento de suas práticas para manter a con� ança do público e garantir</p><p>a integridade do ambiente empresarial.</p><p>56WWW.UNINGA.BR</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDRADE, I. R. S. Ética geral e pro� ssional. Salvador: UFBA, 2017.</p><p>ANTONOVZ, T. O contador e a ética pro� ssional. Curitiba: InterSaberes, 2019.</p><p>BARSANO, P. R. Ética Pro� ssional. São Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>BRAGA JÚNIOR, G. N. Ética e Relações de Cidadania. 2023. Disponível em: https://www.</p><p>simonsen.br/semipresencial/etica-e-relacoes-de-cidadania-apostilas.php. Acesso em: 26 jun.</p><p>2023.</p><p>CFC - CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Norma Brasileira de Contabilidade</p><p>– NBC PG 01 (R1). 2019a. Disponível em: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-</p><p>contabilidade/nbc-pg-geral/. Acesso em: 27 jun. 2023.</p><p>CFC - CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Norma Brasileira de Contabilidade</p><p>– NBC PG 100 (R1). 2019b. Disponível em: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-</p><p>contabilidade/nbc-pg-geral/. Acesso em: 27 jun. 2023.</p><p>COELHO, D. Ética e Responsabilidade Social. Recife: Secretaria de Educação Estado de</p><p>Pernambuco, 2014.</p><p>CRISOSTOMO, A. L. et al. Ética. [s. l.]: Grupo A, 2023.</p><p>DIAS, R. Sociologia e ética pro� ssional. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.</p><p>DOMÍNIO SISTEMAS. Responsabilidade criminal do contador: como manter a reputação</p><p>protegida. 2023. Disponível em: https://www.dominiosistemas.com.br/blog/responsabilidade-</p><p>criminal-do-contador/#:~:text=O%20contador%20tem%20responsabilidade%20criminal,o%20</p><p>objetivo%20de%20fraudar%20impostos. Acesso em: 28 jun. 2023.</p><p>FRAZÃO, D. Aristóteles. In: E-biogra� a. 2021. Disponível em: https://www.ebiogra� a.com/</p><p>aristoteles/. Acesso em: 26 jun. 2023.</p><p>GOLDIM, J. R. Modelo da Virtude. 2010. Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/</p><p>modvirt.htm#:~:text=A%20virtude%2C%20tem%20origem%20na,de%20realizar%20ou%20</p><p>oferecer%20vida. Acesso em: 26 jun. 2023.</p><p>HAYES, A. IFAC: overview, history. In: Investopedia. 2021. Disponível em: https://www.</p><p>investopedia.com/terms/i/international-federation-of-accountants.asp. Acesso em: 27 jun. 2023.</p><p>LISBOA, L. P. Ética geral e pro� ssional em contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2016.</p><p>LOLATTO, D. O contador e a ética pro� ssional. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p>SANTOS, F. A. Ética Empresarial. São Paulo: Grupo GEN, 2014.</p><p>57WWW.UNINGA.BR</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>SOCIOLOGIA LÍQUIDA. Estátua de Aristóteles. 2023. Disponível em: https://sociologialiquida.</p><p>org/30-frases-de-aristoteles-para-inspirar-sabedoria/. Acesso em: 26 jun. 2023.</p><p>VÁZQUEZ, A. S. Ética. 37. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.</p><p>VIEIRA, M. G. Ética na pro� ssão contábil. São Paulo: IOB � omson, 2006.</p><p>ou seja, moral; no entanto, o mesmo ato é</p><p>totalmente proibido numa praia comum ou outro lugar pú blico.</p><p>A palavra “moral”, como já sabemos, signi� ca “costume” e está relacionada à prática repetida</p><p>de ações consideradas boas e necessárias para uma convivência harmoniosa em sociedade. Além</p><p>disso, a ética é uma disciplina � losó� ca especulativa, enquanto a moral é normativa, ou seja,</p><p>estabelece regras que devem ser seguidas por todos.</p><p>A moral é considerada particular, pois lida com hábitos e costumes especí� cos, enquanto</p><p>a ética, devido ao seu caráter � losó� co, é mais abrangente e vista como universal. Por conta</p><p>disso, é possível concluir que a moral é in� uenciada por fatores sociais e históricos, o que leva a</p><p>diferenças nos conceitos morais entre grupos (relativismo). Já na ética não há espaço para essa</p><p>abertura já que é baseada em universalidade (absolutismo), considerando que seus princípios</p><p>possuem o mesmo valor em todos os lugares e épocas.</p><p>É importante ressaltar, no entanto, que, mesmo sendo uma matéria cientí� ca e universal, a</p><p>ética não é imutável ao longo do tempo. Como os próprios critérios cientí� cos mudam, é possível</p><p>dizer que a ética também se transforma, embora de forma diferente da moral.</p><p>Ética Moral</p><p>INVESTIGAÇÃO sobre a moral Apresenta-se por meio da AÇÃO/PRÁTICA</p><p>Disciplina � losó� ca ESPECULATIVA Disciplina NORMATIVA</p><p>Cunho FILOSÓFICO HÁBITOS/COSTUMES</p><p>Dimensão UNIVERSAL Dimensão PARTICULAR/TEMPORÁRIA</p><p>(cultural)</p><p>São PRINCÍPIOS São condutas ESPECÍFICAS</p><p>Fornece critérios para ESCOLHA da melhor conduta</p><p>possível</p><p>DETERMINA ações</p><p>Quadro 1 - Comparação entre ética e moral. Fonte: O autor.</p><p>As normas de� nidas pela moral regulam a maneira de agir de todas as pessoas. Nesse</p><p>sentido, a moral está relacionada com os bons costumes, valores e convenções estabelecidos por</p><p>uma cultura ou pela sociedade. Dessa forma, nós, que fazemos parte dessa sociedade, conseguimos</p><p>distinguir como bem ou mal, certo ou errado, bom ou ruim, aceitável ou inaceitável (ANDRADE,</p><p>2017). En� m, dado o que foi exposto até o momento, podemos concluir que a moral se baseia</p><p>10WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>num conjunto de normas de conduta que se apresentam como corretas (boas).</p><p>Como já vimos, sendo a moral in� uenciada por fatores socioculturais, temos que a moral</p><p>pode ser diferente de uma região para outra, bem como de um período histórico para outro. Em</p><p>outras palavras, a moral pode sofrer alterações no espaço e no tempo. Esse ponto é reforçado por</p><p>Barsano (2014, p. 51) quanto ele a� rma que “(...) a moral estabelece princí pios, normas e regras</p><p>de comportamento de determinada sociedade. O que pode ser moral num lugar pode ser imoral</p><p>em outro; vai depender da cultura cristalizada de cada lugar”.</p><p>Um exemplo de diferença de moral no espaço é o tratamento das mulheres no Oriente</p><p>Médio, as quais, em muitos lugares, não podem dirigir, têm seus direitos educacionais e � nanceiros</p><p>restritos etc. - fatos inaceitáveis em outras sociedades.</p><p>Mudanças na moral também podem ser observadas no tempo. Exemplo claro é</p><p>a escravidão, que era tida como moralmente aceita até por volta do � m do século XIX, mas</p><p>hoje é corretamente repudiada praticamente no mundo todo. Outros exemplos são direitos das</p><p>mulheres, tratamento de homossexuais etc.</p><p>Nesse sentido, podemos concluir que, dado o fato de as sociedades serem dinâ micas, a</p><p>moral nã o permanece congelada, mas se transforma a cada dia; outros valores se estabelecem, e</p><p>alguns deles se tornam costumes, que, apó s alguns anos, deixam de ser questionados e passam a</p><p>ser encarados como normais (BARSANO, 2014).</p><p>2. VALORES, PRINCÍPIOS E VIRTUDES</p><p>2.1 Valores</p><p>Na linguagem comum, costuma-se dizer que “valor” se refere ao preço dos bens materiais</p><p>ou ao mérito das pessoas. Por exemplo, o valor de um litro de gasolina ou o mérito de um cientista.</p><p>No âmbito ético, entretanto, o termo “valor” é atribuído à qualidade que torna algo digno</p><p>de admiração, sendo parte da concepção de perfeição da sociedade. Dessa forma, a solidariedade,</p><p>a honestidade e a lealdade, entre outros, são considerados valores por abrangerem noções de</p><p>comportamento ideal, sendo adotados como um sistema de orientação para conduta que todos</p><p>devem seguir.</p><p>Esses valores são considerados ideais, aproximando-se da nossa noção de perfeição. Ao</p><p>aderir a esses valores, as pessoas são orientadas, de certa forma, por um ideal de perfeição que as</p><p>guia ao longo da vida. A conduta de cada indivíduo é fundamentada em seus valores, pois eles</p><p>determinam seu comportamento e sua interação com as pessoas ao seu redor.</p><p>Embora esse referencial moral seja pautado pelo sistema de valores, nem sempre é</p><p>possível alcançá-los o tempo todo. No entanto, eles continuam sendo importantes para indicar</p><p>quais pessoas agem visando ao bem e quais agem visando ao mal. É por meio desse critério, por</p><p>exemplo, que costumamos avaliar o caráter de alguém como bom ou ruim, comparando-o com o</p><p>conjunto de valores que, em nossa concepção, expressa o ideal de perfeição.</p><p>Em outras palavras, seguir um determinado conjunto de valores não indica que alguém</p><p>Para mais informações sobre implicações da convivência do homem em sociedade,</p><p>conceitos de ética, moral etc., confi ra o livro:</p><p>ANTUNES, M. T. P. Ética. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.</p><p>11WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>seja perfeito, pois ninguém o é. Signi� ca apenas que as pessoas se orientam por um padrão de</p><p>perfeição especí� co que buscam alcançar ao longo da vida.</p><p>Conforme analisado, constatamos que não há uma moral universal, o que signi� ca que</p><p>as ações não são consideradas moralmente boas independentemente do local ou do momento</p><p>histórico em que são praticadas.</p><p>Considerando que a moral é in� uenciada por diversos fatores, como aspectos culturais,</p><p>históricos e sociológicos, os valores, por sua vez, baseados no que é considerado moral ou imoral,</p><p>também sofrem alterações de acordo com a época e o local.</p><p>2.2 Princípios</p><p>Em algumas situações, nossas escolhas não se limitam apenas entre uma conduta com</p><p>valor e outra sem valor. Às vezes, é necessário fazer uma escolha entre valores, ou seja, entre duas</p><p>ou mais opções que possuem valor, porém, uma delas possui um valor maior do que as demais.</p><p>Nesse processo de escolha, o que nos orienta é o conjunto de princípios.</p><p>Por precederem a própria escolha moral, podemos considerar os princípios como o ponto</p><p>de partida desse processo. Podemos até a� rmar que os princípios são o próprio fundamento de uma</p><p>determinada atitude. Como a palavra “princípio”, por de� nição, signi� ca fonte e, � loso� camente,</p><p>aquilo que sustenta uma ação, os princípios éticos são os fundamentos e alicerces nos quais a ação</p><p>humana voltada para o bem se baseia.</p><p>Os princípios éticos são diretrizes de ação que re� etem e expressam valores éticos,</p><p>podendo até mesmo servir como um guia interpretativo de leis e constituições.</p><p>Dessa forma, podemos sintetizar que:</p><p>• Princípio é o próprio fundamento de ser de determinada atitude.</p><p>• É a fonte, aquilo que sustenta uma ação.</p><p>• Os princípios éticos são os fundamentos e os alicerces nos quais se funda a ação humana</p><p>voltada para o bem.</p><p>Com o objetivo de alcançar uma convivência harmoniosa na sociedade, é fundamental</p><p>que, por princípio, optemos pela prática do que possui valor moral.</p><p>Os princípios que adotamos como guias para nosso comportamento são frequentemente</p><p>moldados pelo nosso próprio senso moral. Esse senso moral representa a avaliação individual que</p><p>fazemos do que é justo ou injusto, tanto em relação a nós mesmos quanto aos outros, baseando-se</p><p>em nossa consciência moral, que é a capacidade de realizar julgamentos morais.</p><p>Em outras palavras, é por meio do senso moral que somos capazes de distinguir entre o</p><p>que é justo e injusto, certo e errado, entre outros valores. Por sua vez, nossa consciência moral nos</p><p>torna responsáveis pelas escolhas que fazemos.</p><p>2.3</p><p>Virtudes</p><p>Por sua vez, as virtudes representam o conjunto ideal de qualidades essenciais que</p><p>compõem o homem virtuoso. A palavra “virtude” tem sua origem no termo em Latim virtus e</p><p>refere-se a uma qualidade inerente à natureza humana.</p><p>Embora o termo “virtude” esteja relacionado à natureza humana, as virtudes não são</p><p>consideradas inatas. De acordo com Aristóteles, a virtude é uma disposição adquirida para</p><p>fazer o bem, algo que pode ser aperfeiçoado ao longo do tempo (GOLDIM, 2010). Em outras</p><p>12WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>palavras, para Aristóteles as virtudes são disposições de caráter, ou seja, inclinações para um bom</p><p>comportamento.</p><p>No pensamento de Aristóteles, as virtudes morais são manifestadas por meio do controle</p><p>dos impulsos humanos, como as paixões, que são movimentos espontâneos do caráter humano.</p><p>Dessa forma, a virtude é um processo contínuo de construção, que resulta em uma determinada</p><p>maneira de ser, não sendo uma atividade estática em si.</p><p>Figura 4 - Estátua de Aristóteles. Fonte: Sociologia Líquida (2023).</p><p>Por ser um processo contínuo de desenvolvimento, a virtude não é inata, dependendo da</p><p>prática diária e sendo aprimorada por meio de atos repetitivos. Essa repetição acaba por criar um</p><p>modo especí� co de ser e uma disposição para agir de forma consistente. A virtude não pode ser</p><p>adquirida instantaneamente, requerendo um esforço contínuo e constante.</p><p>Indo ao encontro dessa linha de pensamento, Coelho (2014) a� rma que as virtudes não</p><p>são inatas. Para a autora, o ser humano nasce dotado de um organismo ético, mas cabe a cada um</p><p>“fazê-lo funcionar”. As virtudes mantêm a pessoa no imenso campo do bem: ajudar o próximo,</p><p>sorrir, ser cordial, ser justo, generoso, paciente, cumprir os compromissos etc.</p><p>Aristóteles (384-322 a.C.) foi um importante fi lósofo grego, um dos pensadores</p><p>com maior infl uência na cultura ocidental (FRAZÃO, 2021). Aristóteles nasceu</p><p>em Estagira, colônia de origem jônica encravada no reino da Macedônia. Filho de</p><p>Nicômaco, médico do rei Amintas, gozou de circunstâncias favoráveis para seus</p><p>estudos.</p><p>Em 367 a.C., aos seus 17 anos, foi enviado para a Academia de Platão em Atenas,</p><p>na qual permaneceu por 20 anos, inicialmente como discípulo, depois como</p><p>professor, até a morte do mestre em 347 a.C. Elaborou um sistema fi losófi co que</p><p>abordou praticamente todos os assuntos existentes, como a geometria, física,</p><p>metafísica, botânica, zoologia, astronomia, medicina, psicologia, ética, drama,</p><p>poesia, retórica, matemática e, principalmente, lógica (FRAZÃO, 2021).</p><p>13WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Justiça, honra, generosidade, doçura e coragem são exemplos de virtudes morais, ações</p><p>boas que surgem a partir de comportamentos repetidos. Por outro lado, os atos maus são</p><p>chamados de vícios e também são resultado de comportamentos repetitivos.</p><p>Segundo Coelho (2014), existem quatro virtudes principais, sendo elas: prudência,</p><p>justiça, fortaleza e temperança. O Quadro 2 apresenta as de� nições de cada uma dessas virtudes.</p><p>Virtudes De� nições</p><p>Prudência</p><p>A reta noção daquilo que se deve fazer ou evitar, exigindo o conhecimento</p><p>dos princípios gerais da moralidade e das contingências particulares da</p><p>ação.</p><p>Justiça</p><p>É o ato de respeitar os direitos e os deveres; é a disposição de dar a cada</p><p>um o que é seu de acordo com a natureza, a igualdade ou a necessidade; é a</p><p>base da vida em sociedade e da participação na existência comum; a justiça</p><p>implica a combinação de diversas atividades, com a imparcialidade, a pie-</p><p>dade, a veracidade, a � delidade, gratidão, liberdade e equidade.</p><p>Fortaleza Firmeza interior contra tudo o que molesta a pessoa neste mundo, fazendo</p><p>vencer as di� culdades e os perigos que exercem a medida comum.</p><p>Temperança</p><p>Regra, medida e condição de toda virtude; é o meio justo entre o excesso</p><p>e a falta; exige sensatez baseada num pensamento � exível e � rme. Encon-</p><p>tra-se atrelada à continência, à sobriedade, à humildade, à mansidão e à</p><p>modéstia.</p><p>Quadro 2 - Virtudes. Fonte: Adaptado de Camargo (1999 apud VIEIRA, 2006).</p><p>Coelho (2014) traz em sua obra conceitos complementares para essas quatro virtudes</p><p>básicas e complementa os conceitos com os “inimigos” dessas virtudes, conforme apresentado</p><p>no Quadro 3.</p><p>Prudência</p><p>De� nição: É o hábito de decidir bem. É a busca sistemática da objetivi-</p><p>dade, do realismo, do conhecimento de todas as circunstâncias dentro das</p><p>quais devemos agir.</p><p>Exige: Percepção das situações concretas; considerar as circunstâncias</p><p>todas; perspicácia para perceber os meios oportunos a pôr em prática;</p><p>estabelecer conexões entre os dados; ordenar os meios; prever o futuro;</p><p>lembrar-se das experiências próprias e alheias; evitar inconvenientes etc.</p><p>Inimigos da Prudência: Desatenção (viver desligado); precipitação; neg-</p><p>ligência; desconsideração (não dar importância); inconstância; astúcia (que</p><p>leva à fraude).</p><p>Justiça</p><p>De� nição: Dar a cada um o que é seu. A justiça consiste em tratar</p><p>igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida em que</p><p>são desiguais. A justiça busca uma harmonia entre as pessoas, uma dis-</p><p>tribuição, um equilíbrio.</p><p>Exige: Considerar fundamentalmente as igualdades e as diferenças entre as</p><p>pessoas, tais como idade, capacidade, esforço etc.</p><p>Inimigos da Justiça: Abuso, açambarcamento, imposição pela força, in-</p><p>justiça.</p><p>14WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Fortaleza</p><p>De� nição: É uma disposição da vontade que leva a não desistir do esforço</p><p>necessário para fazer o bem ou para resistir ao mal. É a virtude que leva a</p><p>combater o medo, o encolhimento perante as di� culdades da vida, a evitar</p><p>a omissão</p><p>Inimigos da Fortaleza: Covardia, temeridade (expor-se ao perigo sem</p><p>necessidade).</p><p>Temperança</p><p>De� nição: É a virtude que nos dispõe a moderar a procura do prazer. Visa</p><p>a manter o equilíbrio, evitando que o ser humano busque o prazer pelo</p><p>prazer.</p><p>Inimigos da Temperança: Excesso.</p><p>Quado 3 - Virtudes e seus inimigos - Fonte: Adaptado de Coelho (2014).</p><p>Dessa forma, as virtudes podem ser consideradas excelências, disposições do caráter,</p><p>inclinações e propensões que são nutridas por meio de um processo contínuo de agir de uma</p><p>determinada maneira em detrimento de outra. Essas disposições podem nos levar a escolher</p><p>comportamentos bons ou maus. Se a escolha for boa, será considerada uma virtude. Caso</p><p>contrário, será considerada uma perversão, um vício.</p><p>“O contrário da virtude é o vício, que é o mau hábito adquirido. Vício é a imprudência, a</p><p>injustiça, a covardia, a intemperança e muitos outros que podem derivar deles” (COELHO, 2014,</p><p>p. 13). Em seu livro, Andrade (2017) apresenta os principais vícios:</p><p>Orgulho Procura desordenada de excelência; o orgulhoso se valoriza demais e, normal-</p><p>mente, diminui e menospreza o outro.</p><p>Avareza</p><p>Procura desordenada de bens materiais; o avarento acumula riquezas, fazendo</p><p>uso de meios nem sempre lícitos e, principalmente, centralizando todo o ser</p><p>nesse esforço.</p><p>Gula Procura desordenada pelos prazeres de comer e beber; causa o estrago da</p><p>própria saúde, prejudicando muitas vezes atividades pro� ssionais e familiares.</p><p>Luxúria Procura desordenada dos prazeres sexuais; vive com � xação e obsessão, procu-</p><p>rando satisfações que até implicam desrespeito a si mesmo e a outros.</p><p>Inveja</p><p>Tristeza pelo bem alheio como um obstáculo ao próprio bem, como se isso im-</p><p>pedisse de ele também crescer e aparecer; ele sofre e até gostaria que ninguém</p><p>fosse superior a ele.</p><p>Preguiça</p><p>Recuo diante do trabalho e do esforço; falta-lhe aquela energia para assumir</p><p>atividades dentro de métodos adequados que lhe assegurem a construção de</p><p>valores.</p><p>Ira Violência contra aquilo que resiste à sua vontade, procurando vingança; a pes-</p><p>soa irada não raciocina, mas age tempestivamente.</p><p>Quadro 4 - Vícios. Fonte: Andrade (2017).</p><p>Portanto, podemos a� rmar que a virtude é uma disposição do caráter para realizar o</p><p>bem, o justo e o correto.</p><p>Além das virtudes morais, Aristóteles também discutia sobre as virtudes</p><p>intelectuais (dianoéticas), que são fundamentadas na razão, como a temperança, a inteligência e</p><p>a sabedoria.</p><p>Em resumo, podemos dizer que o comportamento ético é resultado de uma atitude</p><p>virtuosa. A virtude representa a concretização de um ideal de perfeição. Aprendemos também</p><p>15WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>1</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>que o hábito é o que torna uma pessoa virtuosa por meio da prática constante de virtudes, de</p><p>modo que a virtude é a disposição duradoura do caráter em busca do que possui valor.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A compreensão dos conceitos fundamentais relacionados à ética e à moral é essencial</p><p>para o desenvolvimento do pensamento crítico e da re� exão ética nos contextos acadêmico</p><p>e pro� ssional. Ao longo desta unidade, abordamos diversos conceitos de ética e da moral,</p><p>explorando suas origens, distinções e elementos-chave, como valores, princípios e virtudes. Ao</p><p>fazê-lo, fornecemos a você as ferramentas necessárias para uma re� exão ética signi� cativa e um</p><p>maior entendimento das questões morais que permeiam suas vidas.</p><p>A compreensão da origem da ética e da moral remonta aos primórdios da � loso� a e da</p><p>re� exão humana. Desde os tempos antigos, os pensadores se debruçaram sobre o que signi� ca ser</p><p>ético e como devemos conduzir nossas vidas em harmonia com os demais. Através dos debates</p><p>� losó� cos, compreendemos que a ética não é um conjunto � xo de regras impostas, mas uma</p><p>busca constante pela virtude e pelo bem.</p><p>Nessa jornada pelo conhecimento ético, também destacamos a distinção entre ética e</p><p>moral. Embora muitas vezes sejam usadas indistintamente, é importante reconhecer que a ética</p><p>se refere ao estudo teórico e racional dos princípios morais, enquanto a moral abrange as normas</p><p>e valores estabelecidos em uma determinada sociedade ou grupo.</p><p>A discussão sobre valores, princípios e virtudes desempenha um papel central na re� exão</p><p>ética. Valores abrangem noções de comportamento ideal, sendo adotados como um sistema de</p><p>orientação para conduta que todos devem seguir. Os princípios éticos são guias morais universais</p><p>que nos ajudam a discernir entre o certo e o errado, fornecendo uma estrutura ética sólida para</p><p>a tomada de decisões.</p><p>Além disso, as virtudes são traços de caráter que nos levam a agir de maneira ética e</p><p>a buscar o aperfeiçoamento moral. Exemplos de virtudes incluem a coragem, a honestidade, a</p><p>justiça e a compaixão. Cultivar essas virtudes em nossas vidas não apenas nos torna indivíduos</p><p>mais éticos, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.</p><p>Concluímos esta unidade com a certeza de que a ética não é um campo isolado de</p><p>estudo, mas uma disciplina prática que requer re� exão constante e ação consciente. Ao adquirir</p><p>conhecimentos sólidos sobre a origem da ética, suas distinções e os elementos que a compõem,</p><p>você estará mais bem preparado para enfrentar os desa� os éticos que encontrará em sua vida</p><p>pessoal e pro� ssional.</p><p>À medida que prosseguem em suas jornadas acadêmicas, encorajamos os leitores</p><p>a aprofundarem seu entendimento sobre os temas aqui abordados, explorando diferentes</p><p>teorias éticas e aplicando esses conhecimentos em situações práticas. Ao fazer isso, eles estarão</p><p>contribuindo para a construção de um mundo mais ético, onde os valores humanos e o respeito</p><p>mútuo são cultivados.</p><p>Por � m, esperamos que você perceba a importância de uma re� exão ética contínua em</p><p>sua vida, reconhecendo que a busca pela excelência moral não tem � m. Ao integrar a ética em</p><p>todas as esferas de sua vida, desde suas escolhas individuais até suas interações com a sociedade</p><p>em geral, você estará promovendo uma cultura de responsabilidade ética.</p><p>1616WWW.UNINGA.BR</p><p>UNIDADE</p><p>02</p><p>SUMÁRIO DA UNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 17</p><p>1. ÉTICA E MORAL NO CAMPO PROFISSIONAL .....................................................................................................18</p><p>2. ÉTICA PROFISSIONAL ..........................................................................................................................................19</p><p>3. ÉTICA EMPRESARIAL ......................................................................................................................................... 20</p><p>4. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL .............................................................................................................22</p><p>5. CÓDIGO DE ÉTICA .................................................................................................................................................24</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................25</p><p>ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL</p><p>PROF. ME. JOSÉ AUGUSTO SOUSA DE MELO</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>DISCIPLINA:</p><p>ÉTICA CONTÁBIL</p><p>17WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>No mundo contemporâneo, onde os avanços tecnológicos e a globalização têm</p><p>transformado a maneira como as empresas operam, a ética pro� ssional e empresarial assume</p><p>um papel de fundamental importância. À medida que as organizações se tornam cada vez mais</p><p>interconectadas e as expectativas da sociedade evoluem, surge a necessidade de compreender e</p><p>aplicar princípios éticos sólidos nos campos pro� ssional e empresarial.</p><p>Nesta unidade, exploraremos as interseções entre ética, moral e responsabilidade social,</p><p>destacando a relevância desses conceitos para o ambiente empresarial. Além disso, examinaremos</p><p>a importância da ética pro� ssional como base para a conduta responsável dos indivíduos no</p><p>exercício de suas atividades pro� ssionais.</p><p>Inicialmente, abordaremos a diferença entre ética e moral no contexto pro� ssional.</p><p>Compreenderemos como esses dois conceitos se relacionam e como podem guiar as ações dos</p><p>pro� ssionais em seu ambiente de trabalho. Exploraremos os desa� os éticos comuns enfrentados</p><p>pelos indivíduos no exercício de suas pro� ssões e discutiremos a importância de se tomar decisões</p><p>éticas fundamentadas, considerando não apenas os interesses pessoais, mas também os impactos</p><p>nas partes interessadas envolvidas.</p><p>Posteriormente, examinaremos a ética empresarial e sua relação com a responsabilidade</p><p>social corporativa. Analisaremos como as organizações podem adotar uma postura ética,</p><p>considerando não apenas a maximização dos lucros, mas também o impacto social e ambiental</p><p>de suas operações. Discutiremos o conceito de responsabilidade social empresarial e como as</p><p>empresas podem contribuir para o desenvolvimento sustentável, a equidade social e o bem-estar</p><p>da comunidade em que estão inseridas.</p><p>Em seguida, adentraremos no campo especí� co da ética pro� ssional. Destacamos</p><p>a importância de desenvolver um código de ética no ambiente de trabalho, que oriente o</p><p>comportamento dos pro� ssionais e estabeleça padrões éticos a serem seguidos. Exploraremos</p><p>os princípios fundamentais que devem nortear a conduta pro� ssional, como honestidade,</p><p>integridade, con� dencialidade e respeito pelos direitos dos clientes e colegas de trabalho.</p><p>À medida que avançamos nesta unidade, é importante lembrar que a ética pro� ssional e</p><p>empresarial não se trata apenas de cumprir regras e regulamentos, mas, sim, de adotar uma postura</p><p>de integridade e responsabilidade em todas as esferas de atuação. Por meio da compreensão dos</p><p>conceitos discutidos nesta unidade, você estará mais bem equipado para enfrentar os desa� os</p><p>éticos que surgem nos mundos pro� ssional e empresarial. Ao adotar uma abordagem ética, os</p><p>pro� ssionais e as organizações podem não apenas evitar danos e consequências negativas, mas</p><p>também construir uma reputação sólida e sustentável.</p><p>A compreensão dos princípios éticos e morais, aliada à responsabilidade</p><p>social, permite</p><p>que os pro� ssionais e as empresas atuem como agentes de mudança positiva em suas comunidades</p><p>e na sociedade como um todo. A ética pro� ssional e empresarial não deve ser vista como uma</p><p>mera formalidade, mas, sim, como uma oportunidade para fazer a diferença, promovendo valores</p><p>humanos, justiça e equidade.</p><p>Ao explorar os tópicos abordados nesta unidade, espera-se que você compreenda a</p><p>importância de uma conduta ética e responsável em sua carreira. Além disso, será capaz de</p><p>reconhecer a relevância do código de ética e dos princípios éticos especí� cos da contabilidade,</p><p>compreendendo como esses padrões podem orientar suas ações e garantir a con� ança e a</p><p>credibilidade na área contábil.</p><p>18WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>A ética pro� ssional e empresarial não é um tema estático, mas um campo em constante</p><p>evolução. Conforme avançamos neste livro, encorajamos você a continuar explorando e</p><p>aprofundando seus conhecimentos éticos, bem como a buscar oportunidades de desenvolvimento</p><p>pessoal e pro� ssional para se tornar um líder ético e agente de mudança em sua área de atuação.</p><p>1. ÉTICA E MORAL NO CAMPO PROFISSIONAL</p><p>Retomando o que vimos na primeira unidade, a ética e a moral são dois conceitos inter-</p><p>relacionados que se referem a padrões de comportamento humano. A ética está relacionada à</p><p>� loso� a, pois envolve a re� exão sobre os valores e princípios que guiam a ação humana. A moral,</p><p>por outro lado, é mais prática e está ligada às normas e regras que regem a vida em sociedade.</p><p>Ambas são importantes para a formação de uma sociedade justa e equilibrada. A ética é</p><p>fundamental para a re� exão sobre o sentido da vida e o propósito da existência humana. Ela nos</p><p>ajuda a entender o que é bom e o que é ruim, o que é certo e o que é errado, e a tomar decisões</p><p>baseadas em valores universais.</p><p>Já a moral é essencial para a convivência em sociedade. Ela nos ajuda a estabelecer regras</p><p>e normas que são aceitas por todos e que permitem a convivência pací� ca e harmoniosa entre</p><p>os indivíduos. A moral também é responsável por de� nir as obrigações e responsabilidades de</p><p>cada um na sociedade. A falta de moral pode corroer o clima de con� ança que deve nortear</p><p>o relacionamento social, tornando insustentável e improdutivo o convívio em sociedade</p><p>(LOLATTO, 2020).</p><p>A ética e a moral são in� uenciadas por diversos fatores, como a cultura, a religião, a</p><p>educação, entre outros. Por isso, é importante que cada sociedade desenvolva seus próprios valores</p><p>e princípios, levando em consideração sua história, tradições e contextos sociais e econômicos.</p><p>No entanto, mesmo com a diversidade de valores e princípios, existem certos valores</p><p>universais que são essenciais para a formação de uma sociedade justa e equilibrada. Esses valores</p><p>incluem a honestidade, a integridade, a responsabilidade, a empatia e o respeito pelos direitos</p><p>humanos.</p><p>A ética e a moral também são importantes para o desenvolvimento pessoal de cada</p><p>indivíduo. Elas nos ajudam a tomar decisões mais conscientes e responsáveis, a desenvolver</p><p>relações interpessoais mais saudáveis e a contribuir para a construção de uma sociedade mais</p><p>justa e igualitária.</p><p>Por isso, é fundamental que a ética e a moral sejam temas de re� exão e discussão em</p><p>todos os níveis. Através do diálogo e do debate, é possível promover uma cultura de valores</p><p>e princípios que contribua para a formação de indivíduos éticos e moralmente responsáveis,</p><p>capazes de transformar a sociedade em que vivem.</p><p>Suponha que um profi ssional contábil realize consultoria na área de custos e</p><p>esteja negociando uma prestação de serviços com um grande cliente. Durante</p><p>a negociação, obteve informações sigilosas a respeito da estrutura de custos e</p><p>de produção do cliente. No entanto, o contrato não foi fi rmado, isto é, os serviços</p><p>do profi ssional não foram contratados. Então, o profi ssional contábil considerou-</p><p>se desobrigado de guardar sigilo das informações obtidas na negociação com</p><p>o grande cliente e comentou a situação com um amigo que estava planejando</p><p>empreender no mesmo segmento daquele cliente (LOLATTO, 2020).</p><p>19WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>No contexto da ética pro� ssional, os códigos deontológicos (códigos de ética) são</p><p>instrumentos normativos que estabelecem regras de conduta para os pro� ssionais de uma</p><p>determinada área de atuação. Eles têm como objetivo orientar o comportamento dos pro� ssionais,</p><p>garantindo que suas ações estejam de acordo com os padrões éticos estabelecidos pela pro� ssão.</p><p>Esses códigos são importantes não só para a garantia da qualidade dos serviços prestados,</p><p>mas também para a construção de relações de con� ança entre os pro� ssionais e seus clientes,</p><p>fornecedores e demais partes interessadas. Além disso, os códigos deontológicos contribuem para</p><p>a valorização da ética pro� ssional, pois estabelecem critérios claros para a tomada de decisões e</p><p>ações dos pro� ssionais em situações diversas.</p><p>É importante destacar que a ética pro� ssional tem ganhado cada vez mais importância</p><p>nos últimos anos, em função da crescente preocupação dos clientes e contribuintes em serem</p><p>atendidos por pro� ssionais e empresas que atuem de forma ética e responsável. Por isso, os</p><p>pro� ssionais que agem de acordo com os padrões éticos estabelecidos pelos códigos deontológicos</p><p>têm uma vantagem competitiva no mercado, já que são valorizados por sua integridade e</p><p>comprometimento com a ética pro� ssional.</p><p>Por � m, é importante enfatizar que o pro� ssional ético é aquele que não se limita a cumprir</p><p>suas obrigações técnicas, mas que também se preocupa com o bem-estar geral da instituição e</p><p>de seus clientes. Esse comprometimento com a ética pro� ssional contribui para a construção de</p><p>relações saudáveis e de con� ança no ambiente de trabalho, além de para a promoção da justiça e</p><p>da responsabilidade social em sua área de atuação.</p><p>2. ÉTICA PROFISSIONAL</p><p>A ética pro� ssional é um conjunto de princípios e normas que orientam a conduta dos</p><p>pro� ssionais em sua atuação no mercado de trabalho. “É um conjunto de normas éticas que</p><p>formam a consciência do pro� ssional e representam imperativos de sua conduta” (ANDRADE,</p><p>2017, p. 31). Essa conduta deve ser pautada pelo respeito aos valores morais, às leis e às normas</p><p>da pro� ssão.</p><p>O objetivo da ética pro� ssional é garantir o bem-estar dos clientes e da sociedade em</p><p>geral, estabelecendo um padrão de comportamento que promova a integridade, a honestidade, a</p><p>justiça e a responsabilidade social.</p><p>A ética pro� ssional é fundamental para a construção de um ambiente de trabalho saudável</p><p>e produtivo. Quando os pro� ssionais agem de acordo com valores éticos, é possível estabelecer</p><p>relações saudáveis com colegas, chefes e subordinados, o que contribui para a formação de</p><p>equipes mais coesas e produtivas.</p><p>Além disso, a ética pro� ssional contribui para a melhoria do funcionamento das rotinas</p><p>de trabalho, já que as normas de comportamento e relacionamento estabelecidas auxiliam na</p><p>resolução de con� itos e na manutenção de um ambiente de trabalho harmonioso.</p><p>A ética pro� ssional também é importante para a formação de uma imagem positiva da</p><p>instituição frente aos acionistas, clientes e sociedade em geral. Quando os pro� ssionais agem de</p><p>forma ética e responsável, é possível construir uma imagem de integridade e con� ança, o que é</p><p>fundamental para a reputação da instituição.</p><p>Por mais que cada pro� ssão exija seu próprio código de ética, por conta das particularidades</p><p>de cada atividade existe uma série de preceitos e princípios éticos norteadores na grande maioria</p><p>Nesse contexto, a atitude do contador foi ética? Quais as potenciais consequências</p><p>dessa atitude?</p><p>20WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>das pro� ssões, senão em todas (BARSANO, 2014). O Quadro 1 apresenta esses princípios.</p><p>Compromisso de con� anç a, ou seja, o dever de manter segredo sobre fatos</p><p>sigilosos de que</p><p>tenha conhecimento em decorrê ncia de privilé gios do cargo ou de sua atividade pro� ssion-</p><p>al.</p><p>Dever de proceder de forma justa, zelosa, correta e honesta no exercí cio das atividades</p><p>pro� ssionais, de modo a inspirar respeito e contribuir para o prestí gio da categoria pro� s-</p><p>sional a que pertence.</p><p>Lealdade e honestidade em relaç ã o aos colegas de pro� ssã o, tratando-os com o mais puro</p><p>respeito, consideraç ã o e estima.</p><p>Manter-se constantemente atualizado, aprimorar seus conhecimentos, desenvolver suas</p><p>competê ncias de modo a melhor atender aos que procuram seus serviç os pro� ssionais.</p><p>Nã o obter vantagens pessoais quando exercer atribuiç õ es da pro� ssã o de que está investido.</p><p>Ser assí duo, pontual e humano em suas atribuiç õ es, valorizando sempre os interesses da</p><p>organizaç ã o a que pertence, agindo como agente multiplicador de seus objetivos e valores</p><p>culturais.</p><p>Quadro 1 - Princípios pro� ssionais. Fonte: Adaptado de Barsano (2014).</p><p>No ambiente de trabalho, os pro� ssionais devem respeitar as normas da empresa e os</p><p>regulamentos da pro� ssão. É preciso evitar condutas que possam prejudicar o bom funcionamento</p><p>da empresa ou que possam colocar em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores.</p><p>Os pro� ssionais também devem manter uma postura ética em relação aos clientes,</p><p>garantindo o respeito à privacidade, à con� dencialidade e à segurança dos dados. Além disso,</p><p>devem fornecer informações claras e precisas sobre os serviços oferecidos e sobre as condições</p><p>de pagamento, evitando a prática de qualquer tipo de fraude.</p><p>Outro aspecto importante da ética pro� ssional é o respeito às diferenças e às</p><p>diversidades. Os pro� ssionais devem tratar todos os clientes de forma igualitária, sem qualquer</p><p>tipo de discriminação em relação à raça, gênero, orientação sexual, religião ou qualquer outra</p><p>característica pessoal.</p><p>É importante que os pro� ssionais estejam sempre atualizados sobre as normas éticas</p><p>e legais que regem sua pro� ssão, buscando aprimorar seus conhecimentos e habilidades para</p><p>oferecer um serviço de qualidade e respeito aos clientes.</p><p>Em resumo, a ética pro� ssional é um conjunto de valores e normas de comportamento que</p><p>devem ser seguidos pelos pro� ssionais em seu ambiente de trabalho. Sua observância contribui</p><p>para a construção de relações saudáveis, melhoria do funcionamento das rotinas de trabalho e</p><p>formação de uma imagem positiva da instituição frente aos acionistas, clientes e sociedade em</p><p>geral.</p><p>3. ÉTICA EMPRESARIAL</p><p>A ética empresarial é um conjunto de princípios e valores que orientam o comportamento</p><p>das empresas em relação aos seus diversos públicos de interesse, como colaboradores, clientes,</p><p>fornecedores, acionistas, comunidade e meio ambiente. A ética empresarial, ou corporativa, pode</p><p>variar de acordo com a empresa ou com o ambiente em que ela está inserida, pois será um re� exo</p><p>da sociedade, dos produtos que comercializa, da cultura organizacional e de outros fatores</p><p>que caracterizam esse ambiente (SANTOS, 2014). Por exemplo, para determinada empresa a</p><p>21WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>utilização do celular em horário de expediente pode não ser considerado um problema; já para</p><p>outra empresa essa prática pode ser proibida (LOLATTO, 2020).</p><p>A ética empresarial é o ramo da ética que está intimamente ligado ao comportamento das</p><p>empresas. Essa conduta ética empresarial será pautada por questões legais, sociais, bem como por</p><p>normas de bom senso e de boa convivência. Com o objetivo de manter relações de longo prazo</p><p>com seus diversos públicos, as organizações seguem os padrões éticos sociais, aplicando-as em</p><p>suas regras internas para o bom andamento dos processos de trabalho para alcance de metas e</p><p>objetivos (ANDRADE, 2017).</p><p>Além disso, a ética empresarial busca orientar as empresas na tomada de decisões, ações e</p><p>políticas internas e externas, de forma que possam contribuir para o bem-estar da sociedade e do</p><p>meio ambiente. A adoção de uma postura ética empresarial pode trazer diversos benefícios para</p><p>a empresa, tais como a conquista da con� ança do mercado, o fortalecimento da marca, a atração</p><p>e retenção de talentos, a redução de riscos de danos reputacionais e legais, entre outros.</p><p>Isso posto, ainda existirão empresas que não atuam de acordo com padrões éticos,</p><p>desrespeitam seus clientes e funcionários, não se relacionam bem com fornecedores, são</p><p>prejudiciais ao meio ambiente e não têm consciência ou preocupação social. Elas podem até</p><p>ter sucesso por um período, mas di� cilmente esse sucesso será sustentável. O comportamento</p><p>antiético dessa empresa com clientes, fornecedores, funcionários, governos, sociedade ou meio</p><p>ambiente resultará em resultados � nanceiros e de imagem negativos no longo prazo.</p><p>Além disso, tais empresas podem enfrentar sanções legais e perder credibilidade no</p><p>mercado, o que pode levar à perda de clientes e investidores. Por outro lado, as empresas que</p><p>agem com ética e responsabilidade social são valorizadas pelo mercado e pela sociedade em geral,</p><p>gerando um impacto positivo em sua imagem e reputação, bem como em sua sustentabilidade</p><p>� nanceira. A ética empresarial deve ser vista como um valor fundamental na gestão e tomada</p><p>de decisões empresariais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da empresa e da</p><p>sociedade como um todo.</p><p>No entanto, a adoção de uma postura ética empresarial não deve ser vista apenas como</p><p>uma questão de benefício próprio, mas, sim, como um compromisso social e moral. As empresas</p><p>têm um papel importante na construção de uma sociedade mais justa e sustentável, e a ética</p><p>empresarial pode ser uma ferramenta para contribuir nessa direção. Por isso, é importante que</p><p>as empresas estejam cientes da sua responsabilidade social e se comprometam a agir de maneira</p><p>ética e transparente em todas as suas atividades.</p><p>A ética empresarial busca estabelecer um equilíbrio entre os objetivos � nanceiros das</p><p>empresas e suas responsabilidades sociais e ambientais. Isso signi� ca que a empresa não pode</p><p>pensar somente em lucrar, mas também em contribuir para o desenvolvimento sustentável da</p><p>sociedade. Para tanto, é necessário adotar práticas transparentes e responsáveis em suas relações</p><p>O professor Robert Henry Srour, doutor em Sociologia pela USP,</p><p>em uma palestra da Plataforma Liderança Sustentável, de 2016,</p><p>levanta alguns pontos sobre ética empresarial, tais como: usos</p><p>equivocados da palavra ética, código de ética com função de “sono</p><p>dos justos”, exemplos de escândalos empresariais, os motivos para</p><p>as empresas seguirem a ética, capital de reputação etc.</p><p>Assista ao vídeo O que é ética empresarial? em https://youtu.be/yz-oUHABAT8.</p><p>22WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>com todos os stakeholders, buscando promover a ética e a justiça em suas atividades.</p><p>Os princípios éticos que norteiam a ética empresarial incluem a integridade, a transparência,</p><p>a responsabilidade social, o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, a sustentabilidade, a</p><p>governança corporativa e a justiça. Esses princípios devem estar presentes em todas as áreas da</p><p>empresa, desde a estratégia e planejamento até a execução das atividades operacionais.</p><p>A integridade, por exemplo, é um princípio fundamental que envolve a honestidade, a</p><p>ética e a transparência nas relações da empresa com seus públicos de interesse. A transparência,</p><p>por sua vez, diz respeito à clareza e à objetividade nas informações divulgadas pela empresa, de</p><p>modo a permitir que os stakeholders tomem decisões de forma consciente e informada.</p><p>A responsabilidade social é outro princípio importante da ética empresarial, que envolve</p><p>a preocupação da empresa com as consequências sociais e ambientais de suas atividades. A</p><p>sustentabilidade, por sua vez, busca garantir que as atividades da empresa sejam realizadas de</p><p>forma a preservar o meio ambiente e a garantir a continuidade dos recursos naturais para as</p><p>gerações futuras.</p><p>A</p><p>governança corporativa é outro aspecto importante da ética empresarial, que se refere</p><p>à forma como a empresa é gerida e controlada. A adoção de boas práticas de governança é</p><p>fundamental para garantir a transparência, a responsabilidade e a ética na gestão da empresa.</p><p>Por � m, a justiça é um princípio fundamental da ética empresarial, que envolve a promoção</p><p>da igualdade e do respeito aos direitos humanos e trabalhistas em todas as atividades da empresa.</p><p>A adoção desses princípios éticos contribui para a construção de uma cultura empresarial ética e</p><p>responsável, que valoriza o desenvolvimento sustentável e a justiça.</p><p>4. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL</p><p>Um ponto de discussão que tem ganhado bastante atenção nos últimos anos e tem uma</p><p>forte relação com a ética empresarial é a sustentabilidade. Isso porque, para que as empresas</p><p>operem, elas precisam utilizar recursos humanos, bens de uso e consumo, matérias-primas e</p><p>tecnologias que são � nitas. Dessa forma, a continuidade das empresas e a sustentabilidade</p><p>dependem da preservação desses recursos.</p><p>A sustentabilidade abarca três aspectos: ambiental, social e econômico (em inglês</p><p>Environmental, Social and Governance - ESG), que é denominado triple botton line, conceito</p><p>criado pelo inglês John Elkington.</p><p>A Figura 1 apresenta os 3 pilares da sustentabilidade e as intersecções (interações) entre</p><p>eles. A interação entre os pilares econômico e social é chamada de socioeconômica; entre a</p><p>social e ambiental, é chamada de socioambiental; e entre econômica e ambiental, é chamada de</p><p>ecoe� ciente.</p><p>A dimensão socioeconômica da sustentabilidade visa a garantir que o interesse social não</p><p>se sobreponha ao interesse econômico, ou vice-versa. Por exemplo, o aumento da capacidade</p><p>Stakeholders, termo que pode ser traduzido para o português como partes</p><p>interessadas, signifi ca público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que</p><p>tem interesse em uma empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito</p><p>um investimento neles. O stakeholder é qualquer indivíduo ou organização que, de</p><p>alguma forma, é impactado pelas ações de uma determinada empresa.</p><p>23WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>produtiva gera tanto benefício para a empresa quanto para a sociedade que consome o produto.</p><p>Quanto ao aspecto socioambiental, tem-se como exemplo negativo o desperdício de insumos,</p><p>que gera tanto impactos negativos no meio ambiente quanto para a empresa. Já o aspecto da</p><p>ecoe� ciência busca equilibrar a necessidade de fornecer bens e serviços por preços competitivos</p><p>com a preservação ambiental (LOLATTO, 2020).</p><p>Figura 1 - Intersecções do triple botton line. Fonte: Lolatto (2020).</p><p>As empresas precisam estar atentas ao impacto ambiental causado pelo seu processo</p><p>produtivo, pela utilização de recursos pelos colaboradores, pelo impacto de suas instalações etc.</p><p>(SANTOS, 2014). Nesse sentido, o aspecto ambiental da sustentabilidade envolve ações que</p><p>buscam diminuir o impacto ambiental, como forma de garantir a sustentabilidade da empresa e</p><p>da comunidade afetada por ela.</p><p>Com isso em mente, de acordo com Santos (2014, p. 11), as empresas devem adotar</p><p>algumas ações, como:</p><p>• Veri� car se os insumos e outros materiais utilizados têm impacto ambiental.</p><p>• Veri� car a forma de produção dos insumos e outros materiais utilizados, evitando,</p><p>inclusive, produtos elaborados por pro� ssionais em condições inadequadas.</p><p>• Analisar formas de reaproveitamento do lixo ou da perda.</p><p>• Buscar melhorias de processo e certi� cações.</p><p>• Criar métodos para calcular o impacto ambiental e buscar anulá-los ou, se não for</p><p>possível, minimizá-los ou compensá-los.</p><p>• Elaborar políticas com o objetivo de orientar os colaboradores, com propostas preventivas</p><p>ou corretivas.</p><p>Já o aspecto econômico diz respeito à lucratividade da empresa. Uma empresa não</p><p>sobrevive no longo prazo sem obter lucro. A não observância do aspecto econômico em uma</p><p>empresa pode levar a desperdícios de recursos, prejuízos e, potencialmente, à falência da</p><p>organização. A dimensão econômica foca na necessidade de dar retorno � nanceiro aos acionistas</p><p>que investem na empresa.</p><p>Por � m, a dimensão social compreende as relações internas (de colaboradores, gestores</p><p>etc.) e externas (com clientes, fornecedores, comunidade etc.). Entre as ações que podem ser</p><p>24WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>tomadas para a promoção do aspecto social, Santos (2014) cita as seguintes:</p><p>• Criar e promover políticas interna e externa justas, com transparência e ética, englobando</p><p>crescimento pro� ssional, remuneração e outros aspectos.</p><p>• Desenvolver ações que incentivem o convívio harmonioso entre os funcionários,</p><p>fornecedores, clientes e outros membros das comunidades interna ou externa.</p><p>• Divulgar ações que valorizem todos os agentes que, direta ou indiretamente, estão</p><p>envolvidos com a gestão empresarial.</p><p>5. CÓDIGO DE ÉTICA</p><p>O código de ética é um conjunto de normas e princípios que regem a conduta dos</p><p>pro� ssionais de determinada área. Ele estabelece as diretrizes para a atuação dos pro� ssionais e</p><p>de� ne as responsabilidades éticas de cada um. Todos os pro� ssionais devem conhecer e seguir o</p><p>código de ética de sua pro� ssão.</p><p>Esse código é elaborado pelos conselhos representantes da pro� ssão ou pelas entidades</p><p>públicas competentes, e tem como objetivo estabelecer padrões éticos para a conduta dos</p><p>pro� ssionais.</p><p>O código de ética pro� ssional pode incluir normas relacionadas a diversos aspectos da</p><p>atuação pro� ssional, tais como: relacionamento com clientes e fornecedores, sigilo pro� ssional,</p><p>competência técnica, responsabilidade social, entre outros. Essas normas são importantes para</p><p>garantir que os pro� ssionais atuem de forma ética e responsável, contribuindo para a construção</p><p>de um ambiente pro� ssional saudável e para a proteção dos interesses dos clientes e da sociedade</p><p>em geral.</p><p>O objetivo do Código de Ética Pro� ssional é promover a conduta ética dos pro� ssionais,</p><p>protegendo a integridade da pro� ssão e garantindo a con� ança dos clientes e da sociedade</p><p>em geral. Ele estabelece regras para as relações entre os pro� ssionais e seus clientes, entre os</p><p>pro� ssionais e a sociedade, e entre os próprios pro� ssionais.</p><p>O Código de Ética Pro� ssional deve ser seguido por todos os pro� ssionais da área,</p><p>independentemente da especialidade. Ele de� ne as responsabilidades dos pro� ssionais, as</p><p>condições de trabalho, as relações com os clientes e com outros pro� ssionais, além de estabelecer</p><p>as consequências para a violação das normas éticas.</p><p>Entre os principais princípios do Código de Ética Pro� ssional estão a honestidade, a</p><p>integridade, a responsabilidade social, a con� dencialidade, o respeito à privacidade e aos direitos</p><p>dos clientes, a promoção da igualdade e da diversidade, a competência e o aprimoramento</p><p>contínuo.</p><p>Os pro� ssionais devem estar familiarizados com as normas do Código de Ética</p><p>Pro� ssional a � m de garantir a observância dos princípios éticos em suas atividades. Eles devem</p><p>buscar atualização constante sobre as mudanças nas normas e regulamentações de sua pro� ssão</p><p>a � m de se manterem atualizados e em conformidade com as diretrizes estabelecidas.</p><p>25WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Em caso de violação do Código de Ética Pro� ssional, os pro� ssionais podem ser</p><p>responsabilizados disciplinarmente, podendo sofrer sanções, tais como advertências, suspensões</p><p>temporárias ou, mesmo, a cassação do registro pro� ssional. Por isso, é importante que os</p><p>pro� ssionais sigam as normas éticas em sua atuação a � m de garantir a integridade da pro� ssão</p><p>e a con� ança dos clientes e da sociedade em geral.</p><p>Em resumo, o Código de Ética Pro� ssional é um conjunto de normas que orientam a</p><p>conduta dos pro� ssionais em sua atuação no mercado de trabalho. Ele estabelece padrões éticos</p><p>que devem ser seguidos pelos pro� ssionais em suas atividades, garantindo</p><p>a integridade, a</p><p>honestidade, a responsabilidade social e o respeito aos direitos dos clientes. É fundamental que</p><p>os pro� ssionais conheçam e sigam as normas do Código de Ética Pro� ssional a � m de garantir a</p><p>observância dos princípios éticos em suas atividades.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Nesta unidade, exploramos os principais tópicos relacionados à ética pro� ssional e</p><p>empresarial, abrangendo desde a compreensão das diferenças entre ética e moral no campo</p><p>pro� ssional, até a importância dos códigos de ética. Ao longo desse percurso, destacamos a</p><p>relevância de uma conduta ética e responsável, tanto para os indivíduos no exercício de suas</p><p>pro� ssões quanto para as organizações em seu ambiente empresarial.</p><p>Ficou claro que a ética pro� ssional não se resume a um conjunto de regras e regulamentos</p><p>a serem seguidos, mas, sim, a um conjunto de princípios e valores que orientam as ações dos</p><p>pro� ssionais. A compreensão e a internalização desses princípios são essenciais para tomar</p><p>decisões éticas embasadas, considerando não apenas os interesses individuais, mas também o</p><p>impacto nas partes interessadas envolvidas.</p><p>Além disso, abordamos a importância da ética empresarial e da responsabilidade social</p><p>corporativa. As organizações modernas enfrentam cada vez mais pressões para adotar práticas</p><p>éticas, levando em consideração não apenas a maximização dos lucros, mas também o bem-estar</p><p>da comunidade e a sustentabilidade ambiental. A responsabilidade social empresarial exige que</p><p>as organizações adotem uma abordagem ética em suas operações, promovendo a equidade social</p><p>e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.</p><p>Confi ra o artigo:</p><p>ALVES, F. J. S. et al. Um estudo empírico sobre a importância</p><p>do código de ética profi ssional para o contabilista. Revista</p><p>Contabilidade & Finanças, São Paulo, v. 68, 2007.</p><p>O material está disponível em https://doi.org/10.1590/S1519-70772007000300006.</p><p>Nesse artigo, os pesquisadores investigaram a infl uência do Código de Ética</p><p>sobre o processo decisório ético do profi ssional de contabilidade. Um resultado</p><p>interessante da pesquisa foi que a maioria dos profi ssionais considera o Código de</p><p>Ética Profi ssional do Contabilista importante como guia de conduta, mas apenas</p><p>uma minoria se predispõe a cumprir algumas, ou todas, as normas emanadas do</p><p>Conselho Federal de Contabilidade.</p><p>26WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>2</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>No contexto da ética pro� ssional e empresarial, a criação e a adoção de um código de</p><p>ética são fundamentais. Esse código fornece um conjunto de diretrizes e padrões éticos que</p><p>orientam o comportamento dos pro� ssionais e estabelecem a base para uma conduta responsável.</p><p>Destacamos a importância de os pro� ssionais conhecerem e aderirem aos princípios éticos</p><p>estabelecidos em seus respectivos códigos de ética, reconhecendo a in� uência que suas ações têm</p><p>sobre a reputação e a credibilidade de suas pro� ssões e organizações.</p><p>Ao concluir esta unidade, é importante ressaltar que a ética pro� ssional e empresarial</p><p>não é um objetivo � nal a ser alcançado, mas, sim, um processo contínuo de aprendizado e</p><p>aprimoramento. A ética requer re� exão constante, consciência dos impactos das nossas ações</p><p>e uma disposição para fazer escolhas éticas mesmo quando isso possa ser desa� ador. É um</p><p>compromisso pessoal e coletivo com a busca do bem comum, da justiça e da responsabilidade.</p><p>2727WWW.UNINGA.BR</p><p>UNIDADE</p><p>03</p><p>SUMÁRIO DA UNIDADE</p><p>INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................28</p><p>1. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ....................................................................................................29</p><p>1.1 ESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PROFISSIONAIS .......................................29</p><p>1.2 ESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE TÉCNICAS ................................................29</p><p>2. CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL CONTADOR .......................................................................................... 30</p><p>2.1 DEVERES, VEDAÇÕES E PERMISSIBILIDADES .................................................................................................31</p><p>2.2 VALOR E PUBLICIDADE DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS .............................................................................34</p><p>2.3 DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE ......................................................................................36</p><p>2.4 PENALIDADES .....................................................................................................................................................37</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 40</p><p>CÓDIGO DE ÉTICA CONTÁBIL</p><p>PROF. ME. JOSÉ AUGUSTO SOUSA DE MELO</p><p>ENSINO A DISTÂNCIA</p><p>DISCIPLINA:</p><p>ÉTICA CONTÁBIL</p><p>28WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta unidade, exploraremos os principais aspectos relacionados ao código de ética que</p><p>orienta a conduta dos pro� ssionais contadores. Adentramos ao Código de Ética do Pro� ssional</p><p>Contador, um documento fundamental que orienta a conduta ética e pro� ssional dos contadores.</p><p>Exploraremos os deveres, vedações e permissibilidades presentes no código, destacando a</p><p>importância de agir com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, sempre observando</p><p>as normas contábeis brasileiras e a legislação vigente. A resguarda do interesse público, dos</p><p>clientes ou empregadores, sem prejudicar a dignidade e independência pro� ssionais, será um</p><p>ponto central de discussão.</p><p>Além disso, analisaremos o valor e a publicidade dos serviços pro� ssionais contábeis,</p><p>entendendo a necessidade de primar pela natureza técnica e cientí� ca da publicidade, evitando a</p><p>prática da mercantilização. Veremos como a publicidade deve ser moderada, discreta e ter caráter</p><p>meramente informativo, garantindo uma comunicação adequada aos potenciais clientes.</p><p>Não deixaremos de lado a importância das relações entre os contadores e seus colegas de</p><p>pro� ssão. Abordaremos os deveres éticos em relação à classe contábil, incentivando a cooperação,</p><p>o respeito e a valorização dos pro� ssionais. Discutiremos também as penalidades aplicáveis em</p><p>casos de infração ética, compreendendo a importância de um sistema disciplinar que visa a</p><p>manter a integridade e a ética na pro� ssão contábil.</p><p>Ao � nal desta unidade, esperamos que você tenha adquirido um amplo conhecimento</p><p>sobre o código de ética contábil, compreendendo sua importância na orientação da conduta</p><p>pro� ssional dos contadores. Preparamos uma abordagem completa e detalhada dos tópicos</p><p>essenciais, proporcionando uma base sólida para sua atuação ética e responsável no campo da</p><p>contabilidade</p><p>29WWW.UNINGA.BR</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>CO</p><p>NT</p><p>ÁB</p><p>IL</p><p>| U</p><p>NI</p><p>DA</p><p>DE</p><p>3</p><p>EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>1. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE</p><p>De acordo com o Portal da Contabilidade (2023), as Normas Brasileiras de Contabilidade</p><p>(NBC) são um conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como</p><p>requisitos para o exercício da pro� ssão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios,</p><p>estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas</p><p>normas aprovadas por resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (doravante,</p><p>CFC).</p><p>As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC seguem os mesmos padrões de</p><p>elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente</p><p>ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.</p><p>As Normas Brasileiras de Contabilidade classi� cam-se em Pro� ssionais e Técnicas. As</p><p>Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas Pro� ssionais ou Técnicas, estabelecem preceitos</p><p>de conduta pro� ssional e padrões e procedimentos técnicos</p>

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