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<p>1</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO À</p><p>ENGENHARIA</p><p>2</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>A Faculdade Multivix está presente de norte a sul</p><p>do Estado do Espírito Santo, com unidades em</p><p>Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova</p><p>Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.</p><p>Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-</p><p>tacando-se pela oferta de cursos de gradua-</p><p>ção, técnico, pós-graduação e extensão, com</p><p>qualidade nas quatro áreas do conhecimen-</p><p>to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-</p><p>pre primando pela qualidade de seu ensino</p><p>e pela formação de profissionais com cons-</p><p>ciência cidadã para o mercado de trabalho.</p><p>Atualmente, a Multivix está entre o seleto</p><p>grupo de Instituições de Ensino Superior que</p><p>possuem conceito de excelência junto ao</p><p>Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-</p><p>ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram</p><p>notas 4 e 5, que são consideradas conceitos</p><p>de excelência em ensino.</p><p>Estes resultados acadêmicos colocam</p><p>todas as unidades da Multivix entre as</p><p>melhores do Estado do Espírito Santo e</p><p>entre as 50 melhores do país.</p><p>MISSão</p><p>Formar profissionais com consciência cida-</p><p>dã para o mercado de trabalho, com ele-</p><p>vado padrão de qualidade, sempre mantendo a</p><p>credibilidade, segurança e modernidade, visando</p><p>à satisfação dos clientes e colaboradores.</p><p>VISão</p><p>Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-</p><p>da nacionalmente como referência em qualidade</p><p>educacional.</p><p>GRUPO</p><p>MULTIVIX</p><p>3</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>BIBLIotECa MuLtIVIX (dados de publicação na fonte)</p><p>As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com</p><p>Moreira Tainá, e Filogônio Vitor</p><p>Língua Portuguesa III / Moreira Tainá, e Filogônio Vitor. – Serra: Multivix, 2019.</p><p>EdItorIaL</p><p>Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra</p><p>2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.</p><p>FaCuLdadE CaPIXaBa da SErra • MuLtIVIX</p><p>Diretor Executivo</p><p>Tadeu Antônio de Oliveira Penina</p><p>Diretora Acadêmica</p><p>Eliene Maria Gava Ferrão Penina</p><p>Diretor Administrativo Financeiro</p><p>Fernando Bom Costalonga</p><p>Diretor Geral</p><p>Helber Barcellos da Costa</p><p>Diretor da Educação a Distância</p><p>Pedro Cunha</p><p>Conselho Editorial</p><p>Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente</p><p>do Conselho Editorial)</p><p>Kessya Penitente Fabiano Costalonga</p><p>Carina Sabadim Veloso</p><p>Patrícia de Oliveira Penina</p><p>Roberta Caldas Simões</p><p>Revisão de Língua Portuguesa</p><p>Leandro Siqueira Lima</p><p>Revisão Técnica</p><p>Alexandra Oliveira</p><p>Alessandro Ventorin</p><p>Graziela Vieira Carneiro</p><p>Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo</p><p>Carina Sabadim Veloso</p><p>Maico Pagani Roncatto</p><p>Ednilson José Roncatto</p><p>Aline Ximenes Fragoso</p><p>Genivaldo Félix Soares</p><p>Multivix Educação a Distância</p><p>Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico</p><p>Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial</p><p>Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia</p><p>Direção EaD</p><p>Coordenação Acadêmica EaD</p><p>4</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Aluno (a) Multivix,</p><p>Estamos muito felizes por você agora fazer parte</p><p>do maior grupo educacional de Ensino Superior do</p><p>Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a</p><p>Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.</p><p>A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-</p><p>ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia,</p><p>São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999,</p><p>no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de</p><p>cursos de graduação, pós-graduação e extensão</p><p>de qualidade nas quatro áreas do conhecimento:</p><p>Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-</p><p>dalidade presencial quanto a distância.</p><p>Além da qualidade de ensino já comprova-</p><p>da pelo MEC, que coloca todas as unidades do</p><p>Grupo Multivix como parte do seleto grupo das</p><p>Instituições de Ensino Superior de excelência no</p><p>Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-</p><p>tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-</p><p>-se bastante com o contexto da realidade local e</p><p>com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-</p><p>cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-</p><p>ciais, ambientais e na promoção de oportunida-</p><p>des para os que sonham em fazer uma faculdade</p><p>de qualidade mas que precisam superar alguns</p><p>obstáculos.</p><p>Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:</p><p>“Formar profissionais com consciência cidadã para o</p><p>mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-</p><p>dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança</p><p>e modernidade, visando à satisfação dos clientes e</p><p>colaboradores.”</p><p>Entendemos que a educação de qualidade sempre</p><p>foi a melhor resposta para um país crescer. Para a</p><p>Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o</p><p>mundo à sua volta.</p><p>Seja bem-vindo!</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>DA DIREÇÃO</p><p>EXECUTIVA</p><p>Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina</p><p>diretor Executivo do grupo Multivix</p><p>5</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>LISta dE FIguraS</p><p>> FIGURA 1 - Pirâmides do Egito 15</p><p>> FIGURA 2 - Coliseu, em Roma 16</p><p>> FIGURA 3 - Grande muralha da China 16</p><p>> FIGURA 4 - Torre Eiffel 18</p><p>> FIGURA 5 - Engenheira de manutenção inspecionando uma</p><p>instalação de óleo e gás 19</p><p>> FIGURA 6 - Engenheiros de produção em visita a uma fábrica 22</p><p>> FIGURA 7 - Engenheiros trabalhando no desenvolvimento</p><p>de um drone 28</p><p>> FIGURA 8 - Engenharia de construção e instalação 32</p><p>> FIGURA 9 - Aula de aplicações de engenharia 45</p><p>> FIGURA 10 - Estrutura curricular de Engenharia de Produção</p><p>da Multivix 53</p><p>> FIGURA 11 - Estrutura curricular de Engenharia de</p><p>Produção da Multivix 54</p><p>> FIGURA 12 - Estrutura curricular de Engenharia de Produção</p><p>da instituição X 55</p><p>> FIGURA 13 - Desastre ambiental na cidade de Mariana, Minas Gerais 67</p><p>> FIGURA 14 - Inspeção de prédios antigos e obras públicas 70</p><p>> FIGURA 15 - PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DO PROJETO 81</p><p>6</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>LISta dE QuadroS</p><p>> QUADRO 1 - Comparação de duas alternativas de projeto 79</p><p>7</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>SuMÁrIo</p><p>1UNIDADE</p><p>2UNIDADE</p><p>3UNIDADE</p><p>1 a EngEnharIa E o EngEnhEIro 13</p><p>1.1 INTRODUÇÃO 13</p><p>1.2 CONCEITOS INICIAIS SOBRE A ENGENHARIA E O ENGENHEIRO 14</p><p>1.2.1 UM BREVE HISTÓRICO DA ENGENHARIA E SUAS REALIZAÇÕES 15</p><p>1.2.2 O PERFIL DO ENGENHEIRO 18</p><p>1.2.3 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO 21</p><p>ConCLuSão 24</p><p>2 o CaMPo dE atuação do EngEnhEIro 26</p><p>2.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 26</p><p>2.2 DEFINIÇÕES NORMATIVAS SOBRE A ATUAÇÃO DOS ENGENHEIROS 27</p><p>2.3 AS FUNÇÕES DOS ENGENHEIROS 30</p><p>2.4 ÁREAS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 34</p><p>ConCLuSão 39</p><p>3 EStrutura CurrICuLar do CurSo 41</p><p>3.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 41</p><p>3.2 HABILIDADES REQUERIDAS NA ENGENHARIA 42</p><p>3.3 EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 44</p><p>3.4 A ESTRUTURA CURRICULAR NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 48</p><p>ConCLuSão 55</p><p>8</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>SuMÁrIo</p><p>4 ConSELho rEgIonaL - CrEa 57</p><p>4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 57</p><p>4.2 DEFINIÇÕES INICIAIS 57</p><p>4.3 A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO E DO PROFISSIONAL CREDENCIADO. 59</p><p>4.3.1 O PROFISSIONAL CREDENCIADO 62</p><p>4.3.2 A ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) 63</p><p>4.3.3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REQUERER</p><p>CARTEIRA PROFISSIONAL 65</p><p>4.3.4 CONSULTAS PÚBLICAS 66</p><p>ConCLuSão</p><p>Trata dos materiais no estado sólido, mas não se limita a</p><p>essa fase, já que, com a aplicação de princípios físico-químicos, também estu-</p><p>da o comportamento de materiais líquidos (em altas e baixas temperaturas) e</p><p>gases, com algumas limitações.</p><p>• Fenômenos de transporte: é uma das ciências da engenharia dedicada ao</p><p>estudo da matéria, quantidade de movimento e energia. Para os engenheiros</p><p>que utilizam deslocamento de matéria nas suas soluções, o conhecimento</p><p>profundo desses fenômenos é extremamente útil.</p><p>• Mecânica dos sólidos: é também uma das ciências da engenharia e se ocupa</p><p>do estudo dos corpos formados por partículas que impõem entre si restrições</p><p>de movimento, provocando deformações permanentes ou temporárias. Rela-</p><p>ciona conteúdos de física, matemática e ciência dos materiais.</p><p>• Eletricidade aplicada: o conhecimento básico para um estudante de enge-</p><p>nharia passa pelo estudo do comportamento dos circuitos elétricos, do</p><p>comportamento dos componentes básicos lineares e não lineares, de eletrôni-</p><p>ca fundamental, de equipamentos elétricos, como condutores, interruptores,</p><p>disjuntores, transformadores e máquinas elétricas, assim como de noções de</p><p>transmissão de sinais, sensores e infraestrutura dos sistemas computacionais.</p><p>• Metodologia científica e tecnológica: a metodologia científica é um méto-</p><p>do de investigação utilizado para a produção de conhecimento científico.</p><p>Ele consiste na observação sistemática, incluindo medição, experimentação,</p><p>formulação, análise e modificação de hipóteses. A aplicação desse método é</p><p>uma habilidade básica a ser desenvolvida por qualquer engenheiro.</p><p>48</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>• Comunicação e expressão: alguns currículos de formação de engenheiros</p><p>incluem disciplinas de redação técnica, oratória e desenho como disciplinas</p><p>específicas ou optativas, que objetivam o desenvolvimento de habilidades de</p><p>comunicação.</p><p>• Informática: os computadores são, no mínimo, as principais ferramentas de</p><p>trabalho e, em algumas especialidades, se tornam o objeto das suas atividades.</p><p>• Expressão gráfica: a comunicação de informações por meio de gráficos é de</p><p>extrema importância no trabalho dos engenheiros. Os projetos de soluções</p><p>podem envolver sistemas físicos muito complexos e, para a sua devida inter-</p><p>pretação, desenhos, diagramas, gráficos e outros recursos são imprescindíveis</p><p>para que não haja falha de comunicação ou ambiguidades.</p><p>• Administração: a administração na engenharia é uma ciência social que tem</p><p>como objeto o estudo das organizações e as técnicas utilizadas para o plane-</p><p>jamento, a organização, a direção e o controle dos recursos (humanos, finan-</p><p>ceiros, materiais, tecnológicos, de conhecimento, etc.).</p><p>• Economia: a economia é também uma ciência social que estuda a exploração,</p><p>produção, comercialização, distribuição e consumo de bens e serviços, assim</p><p>como as formas e métodos de satisfazer as necessidades humanas mediante</p><p>os recursos disponíveis, que são sempre limitados.</p><p>• Ciências do ambiente: engloba o estudo dos problemas ambientais, principal-</p><p>mente daqueles gerados pelas atividades de engenharia, e objetiva a elabo-</p><p>ração de propostas para o desenvolvimento sustentável. O grande número de</p><p>leis de proteção ambiental e o esgotamento dos recursos naturais fazem dessa</p><p>ciência um dos grandes desafios para o trabalho dos engenheiros.</p><p>• Humanidades, ciências sociais e cidadania: os cursos de humanidades e ciên-</p><p>cias sociais (que podem incluir literatura, filosofia, religião, história, economia,</p><p>psicologia e sociologia) ajudam o estudante a entender e apreciar os impactos</p><p>do trabalho da engenharia na sociedade e no meio ambiente.</p><p>3.4 A ESTRUTURA CURRICULAR NA ENGENHARIA</p><p>DE PRODUÇÃO</p><p>Conforme apresentado na unidade anterior, a Associação Brasileira de Engenharia</p><p>de Produção (ABEPRO) considera dez áreas (e suas respectivas subáreas) do conhe-</p><p>cimento no processo de formação do profissional de Engenharia de Produção no</p><p>49</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Brasil. Os cursos de graduação no país baseiam-se nessas áreas para a elaboração das</p><p>suas disciplinas, mantendo um grau de flexibilidade em termos de suas composi-</p><p>ções, cargas horárias e referências bibliográficas.</p><p>Este tópico destina-se à discussão de algumas estruturas curriculares vigentes no</p><p>país e que dizem respeito a cursos de Engenharia de Produção tradicionais ou recen-</p><p>temente reformulados que tomam por base as diretrizes da ABEPRO.</p><p>No site da ABEPRO você pode conhecer um pouco mais das áreas de atuação</p><p>que formam a estrutura curricular de um curso de Engenharia de Produção,</p><p>realizar seu cadastro para receber notícias sobre os principais eventos acadêmi-</p><p>cos da área, vagas para seleções de mestrado e doutorado, e ter acesso a muitas</p><p>outras informações. As principais áreas e suas respectivas descrições são apre-</p><p>sentadas a seguir:</p><p>1. Engenharia de operações e processos da produção</p><p>2. Logística</p><p>3. Pesquisa operacional</p><p>4. Engenharia da qualidade</p><p>5. Engenharia do produto</p><p>6. Engenharia organizacional</p><p>7. Engenharia econômica</p><p>8. Engenharia do trabalho</p><p>9. Engenharia da sustentabilidade</p><p>10. Educação em engenharia de produção</p><p>Tradicionalmente, um curso de Engenharia de Produção no Brasil tem duração de 10</p><p>períodos letivos, realizados ao longo de cinco anos. Em média, tem-se uma duração</p><p>de cerca de 3.600 horas/aula, contemplando nos últimos períodos atividades caracte-</p><p>rísticas como a realização de um estágio supervisionado e a elaboração de um traba-</p><p>lho de conclusão de curso (TCC).</p><p>50</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Conforme poderá ser observado nos exemplos ilustrados a seguir, os períodos iniciais</p><p>do curso, assim como em outros cursos de engenharia, estão voltados às disciplinas</p><p>do chamado “ciclo básico”. Fazem parte desse grupo as disciplinas de formação bási-</p><p>ca no campo das ciências exatas, como cálculo diferencial e integral, álgebra linear,</p><p>física teórica e experimental, química teórica e experimental.</p><p>Neste estágio inicial do curso, também são introduzidas algumas disciplinas referentes</p><p>à formação da engenharia, como mecânica vetorial (também conhecida como mecâ-</p><p>nica geral), programação de computadores e desenho técnico ou expressão gráfica.</p><p>Complementarmente, são adicionadas algumas disciplinas de formação geral do</p><p>aluno, como línguas estrangeiras (normalmente inglês), comunicação e expressão e</p><p>metodologia de pesquisa. Por fim, é muito comum observar em diversos cursos do país</p><p>a realização de uma disciplina introdutória sobre o campo da engenharia de produção.</p><p>Os períodos intermediários do curso (quarto e quinto períodos) passam a apresen-</p><p>tar uma mescla entre disciplinas de formação em engenharia, como eletricidade</p><p>básica (ou eletrotécnica), ciências e resistência dos materiais, mecânica dos fluidos</p><p>(também tratada como fenômenos de transporte) e o início do ciclo profissional da</p><p>engenharia de produção. Nesse último grupo, temos as disciplinas da área de enge-</p><p>nharia do trabalho, como ergonomia, psicologia e saúde e segurança no trabalho</p><p>(SST), custos da produção (ou custos industriais), gestão ambiental e ética. Essas disci-</p><p>plinas figuram como pré-requisitos para disciplinas que configuram ainda mais os</p><p>campos temáticos do conhecimento da área.</p><p>A partir do sexto período, os alunos passam a integrar o ciclo de componentes mais</p><p>próximas ao campo profissional da engenharia de produção. É possível verificar nessas</p><p>disciplinas a maior aderência dos conteúdos ministrados com questões advindas na</p><p>realidade das empresas e a aplicabilidade dos conhecimentos anteriores para a reso-</p><p>lução de problemas</p><p>reais. Nesta fase do curso, o aluno será apresentado a campos</p><p>temáticos da área, como a gestão de projetos e instalações industriais, engenharia</p><p>econômica e análise de investimentos, gestão da qualidade, gestão da manutenção,</p><p>planejamento e controle da produção, entre outros.</p><p>Destaca-se, também, a forte formação em termos de métodos quantitativos aplicados</p><p>para a resolução de problemas nos mais variados campos de atuação. Neste sentindo,</p><p>áreas como estatística aplicada, pesquisa operacional (geralmente são ministradas</p><p>duas disciplinas para cada uma destas áreas), análise de experimentos e simulação</p><p>computacional podem oferecer o subsídio necessário para uma atuação diferen-</p><p>ciada do aluno no mercado já neste momento. De fato, já nesta etapa observa-se</p><p>51</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>um número considerável de alunos do curso atuando em diferentes empresas, em</p><p>posições de estágio ou trainee, ou até mesmo como funcionários contratados para</p><p>funções de analista, coordenador ou supervisor.</p><p>Os últimos períodos, em geral, destinam-se às disciplinas que complementam a</p><p>formação do engenheiro de produção (disciplinas eletivas ou optativas), a realização</p><p>do estágio supervisionado e a elaboração de um trabalho de conclusão de curso.</p><p>Tradicionalmente, essas duas últimas atividades são acompanhadas por um profes-</p><p>sor orientador específico ou um coordenador de disciplina, com o objetivo de dire-</p><p>cionar os alunos na elaboração e formatação dos respectivos documentos em cada</p><p>uma das disciplinas, a escolha de temas de pesquisa (para o caso do TCC) e posterior</p><p>apresentação dos seus resultados.</p><p>As editoras nacionais (inclusive em parceria com a ABEPRO) contam com uma</p><p>linha editorial com diversas obras que cobrem muitos dos eixos de conheci-</p><p>mento previstos na engenharia de produção. Você pode encontrar títulos do</p><p>seu interesse em áreas como Gestão da Qualidade, Manutenção e Confiabili-</p><p>dade e Planejamento e Controle da Produção (PCP). Contudo, é válido ressal-</p><p>tar que, dentre estas obras, temos alguns títulos voltados especificamente para</p><p>situações particulares. A seguir, apresentam-se algumas obras que podem ser</p><p>do seu interesse e estão disponíveis na Minha Biblioteca:</p><p>• BERNARDES, Ednilson; MUNIZ JÚNIOR, Jorge; NAKANO, Davi Noboru.</p><p>Pesquisa qualitativa em engenharia de produção e gestão de opera-</p><p>ções. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>• MARTINS, Roberto Antonio; MELLO, Carlos Henrique Pereira; TURRIONI,</p><p>João Batista. guia para elaboração de monografia e tCC em engenharia</p><p>de produção. São Paulo: Atlas, 2014.</p><p>• NEUMANN, Clóvis. Engenharia de produção: curso preparatório para</p><p>concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.</p><p>• VENANZI, Délvio; SILVA, Orlando Roque (Orgs.). Introdução à engenharia</p><p>de produção: conceitos e casos práticos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.</p><p>52</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Por fim, apresentam-se a título de exemplo duas estruturas curriculares referen-</p><p>tes a cursos de engenharia de produção de duas instituições de ensino supe-</p><p>rior em atuação no Brasil: Multivix e uma outra instituição X. Você pode verificar</p><p>como as disciplinas são distribuídas ao longo dos períodos em cada um dos</p><p>casos e notar as sutis diferenças entre as duas estruturas.</p><p>Perceba, por exemplo, que disciplinas similares aos dois cursos são oferecidas</p><p>em momentos distintos em cada uma das situações. Por exemplo, a área de</p><p>Custos na Multivix é ofertada por meio de duas disciplinas (Gestão de Custos I e</p><p>II, respectivamente no sexto e sétimo período), já na segunda instituição o aluno</p><p>só cursará uma única disciplina (Custos da Produção Industrial) no quinto perío-</p><p>do. Outro aspecto interessante está na composição do percurso até a realização</p><p>de uma disciplina. Se tomarmos como exemplo a disciplina de Planejamento e</p><p>Controle da Produção (PCP) nas duas instituições, veremos diferentes pré-requi-</p><p>sitos e disciplinas cursadas previamente.</p><p>53</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>FIGURA 10 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA MULTIVIX</p><p>54</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>FIGURA 11 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA MULTIVIX</p><p>55</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>FIGURA 12 - ESTRUTURA CURRICULAR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA INSTITUIÇÃO X</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Ao final desta unidade você pôde conhecer melhor os elementos que compõem a</p><p>estrutura curricular de um curso de engenharia. Após a apresentação das principais</p><p>habilidades requeridas aos engenheiros pelo mercado, discutiu-se como elas dão</p><p>margem às áreas ou eixos de conhecimento da formação de um engenheiro.</p><p>Posteriormente, você foi apresentado à estrutura curricular de alguns cursos de</p><p>engenharia de produção que estão em funcionamento atualmente no país. A partir</p><p>da análise do fluxograma do curso, você pôde verificar como as disciplinas propos-</p><p>tas abordam não só as habilidades demandadas pelo mercado, mas também</p><p>as áreas de conhecimento previstas pela Associação Brasileira de Engenharia de</p><p>Produção (ABEPRO).</p><p>Agora você já compreende melhor o encadeamento das disciplinas do seu curso e</p><p>como estas vão dar subsídio à sua atuação profissional. Lembre-se de que a gradua-</p><p>ção é um momento crucial para a formação do seu conhecimento e em breve</p><p>você irá atuar na resolução de problemas que demandarão tais conhecimentos.</p><p>Bons estudos e até a próxima!</p><p>56</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Identificar a estrutura</p><p>vigente no sistema</p><p>Confea/ Crea.</p><p>> Descrever as</p><p>principais funções das</p><p>associações de classe</p><p>em engenharia.</p><p>> Definir os benefícios da</p><p>associação no Crea/</p><p>Confea.</p><p>UNIDADE 4</p><p>57</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>4 CONSELHO REGIONAL -</p><p>CREA</p><p>Após as discussões relativas à profissão de engenheiro, às suas aptidões e à estrutura</p><p>curricular do curso, esta unidade volta-se à apresentação e ao debate da sua principal</p><p>entidade de classe: o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA.</p><p>Ao longo desta unidade, você será apresentado e aos poucos vai se familiarizar um</p><p>pouco melhor com o trabalho do conselho e como você, enquanto profissional, pode</p><p>vir a se relacionar e interagir com alguma de suas instâncias. Você também será apre-</p><p>sentado a algumas das principais atividades realizadas pelo conselho, bem como os</p><p>requisitos e benefícios em se tornar um engenheiro credenciado.</p><p>4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Assim como médicos, advogados, contabilistas e demais profissionais de caráter mais</p><p>técnico, a engenharia no Brasil tem na figura dos seus Conselhos Regionais (CREA) e</p><p>do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) a sua maior representa-</p><p>ção em termos de entidade de classe.</p><p>Além desta representação, os Conselhos têm o papel de regulamentar as atividades</p><p>de engenharia no país, em seus mais variados segmentos de atuação (ou habilita-</p><p>ções) e nos mais variados contextos. Assim, é de suma importância que você enquanto</p><p>engenheiro (a) em formação conheça um pouco mais sobre este órgão e sua atuação</p><p>no país.</p><p>4.2 DEFINIÇÕES INICIAIS</p><p>Apesar do termo CREA já ser um pouco mais próximo da realidade da maior parte</p><p>dos engenheiros e estudantes</p><p>de engenharia, é preciso ressaltar que a sigla refere-se</p><p>a uma subdivisão de um sistema ainda mais complexo. Para explicar melhor, vamos</p><p>detalhar as siglas envolvidas.</p><p>58</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>A sigla CREA identifica o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Já a</p><p>sigla CONFEA é uma abreviatura para Conselho Federal de Engenharia e Agro-</p><p>nomia.</p><p>Assim, é preciso destacar que apesar da maior frequência de citações em torno do</p><p>termo CREA, ele refere-se a uma parte menor do sistema de atuação do Conselho</p><p>Nacional de Engenharia. Outro ponto a ser destacado é que algumas pessoas ainda</p><p>podem associar o CREA ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. De fato,</p><p>esta terminologia foi utilizada por muito tempo no país, uma vez que até então o siste-</p><p>ma CREA/CONFEA abarcava as atividades de engenharia em suas mais variadas habi-</p><p>litações, bem como a arquitetura e urbanismo e também agronomia.</p><p>Contudo, a terminologia foi descontinuada no momento em que se institui o Conse-</p><p>lho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). A partir da Lei nº 12.378, de 31 de</p><p>Dezembro de 2010, as categorias relacionadas à arquitetura e ao urbanismo passam</p><p>a operar segundo uma representação profissional distinta e as siglas CREA e CONFEA</p><p>passam a destacar em seu título a agronomia em lugar da arquitetura.</p><p>Oficialmente, o CONFEA é caracterizado como uma entidade situada no nível</p><p>federal que tem o objetivo principal nortear a atuação dos engenheiros no país.</p><p>De acordo com seu sítio, o CONFEA:</p><p>“O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) é uma autarquia</p><p>pública federal instituída pelo Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933,</p><p>promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. [...] é regido</p><p>pela Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, tem sede em Brasília, e possui cer-</p><p>ca de um milhão de profissionais registrados em seu Sistema de Informações</p><p>59</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>(SIC). Sua missão é atuar eficiente e eficazmente como a instância superior da</p><p>verificação, da fiscalização e do aperfeiçoamento do exercício e das atividades</p><p>profissionais de engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologis-</p><p>tas, técnicos e tecnólogos, sempre orientado para a defesa da cidadania e a</p><p>promoção do desenvolvimento sustentável.” (Fonte:http://www.confea.org.br/</p><p>cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906)</p><p>Destaca-se ainda, a preocupação do órgão pelos interesses sociais e humanos calca-</p><p>dos no respeito ao indivíduo e ao meio ambiente. Neste sentido, o Conselho adota um</p><p>conjunto de valores em sua atuação que abarcam a integridade, a ética, a excelência</p><p>e a transparência.</p><p>A estrutura do CONFEA é organizada a partir de um plenário cujas atribuições e compe-</p><p>tências estão previstas na Resolução 1.015, de 30 de junho de 2006. Sua composição</p><p>prevê 18 conselheiros, uma série de comissões permanentes, o comitê de avaliação e</p><p>articulação e o conselho diretor.</p><p>É a partir desta estrutura que derivam as atuações dos CREAs. Com base nas diretrizes</p><p>do CONFEA, os Conselhos Regionais em cada estado do país idealizam suas ações e</p><p>desdobram estas atividades em nível estadual. Analogicamente, a interlocução entre</p><p>os CREAs e o CONFEA acontece na medida em que delegados ou representantes de</p><p>cada unidade estadual são designados para as eventuais reuniões e assembleias para</p><p>defenderem os interesses das regionais e/ ou apresentarem propostas de trabalho.</p><p>Esta estrutura de atuação regional dos órgãos de engenharia é similar àquela encon-</p><p>trada nos Estados Unidos. De acordo com Hotzapple e Reece (2006, p. 17), “cada esta-</p><p>do da federação tem poderes para licenciar e registrar engenheiros profissionais. O</p><p>objetivo é proteger a sociedade, assegurando um padrão mínimo de qualidade por</p><p>meio de exames, experiências e cartas de recomendação”.</p><p>4.3 A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO E DO</p><p>PROFISSIONAL CREDENCIADO.</p><p>Você pode estar se perguntando o porquê da estruturação de um conselho como o</p><p>CREA/ CONFEA. Mais que isso, você pode questionar como isso possa vir a influenciar</p><p>o seu trabalho ou a sua formação enquanto estudante de engenharia. Pois bem, saiba</p><p>60</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>que além de ser o órgão responsável pelas diretrizes e normatização da profissão de</p><p>engenheiro no país, o sistema CrEa/ConFEa atua como um interlocutor entre as</p><p>demandas da sociedade e os profissionais de engenharia.</p><p>Após a recente tragédia ocorrida na cidade de Brumadinho – MG, onde o rompi-</p><p>mento de uma barragem contendo milhões de metros cúbicos de rejeito de</p><p>minério causou a morte de centenas de pessoas, a atenção da população civil se</p><p>voltou ainda mais para as condições destas barragens. Neste sentido, algumas</p><p>assembleias foram convocadas para averiguar a situação destas estruturas e o</p><p>eventual risco à sociedade. O CREA do estado da Bahia, por exemplo, realizou</p><p>encontros entre engenheiros, órgãos públicos e as empresas responsáveis pelas</p><p>obras de diversas barragens no estado para averiguar as ações de manutenção</p><p>tomadas após a emissão de um relatório referente às condições das estruturas</p><p>realizadas no ano anterior.</p><p>Historicamente, as sociedades ou associações profissionais de engenharia</p><p>datam do século XIX. Sendo o Instituto de Engenheiros Civis da Grã-Bretanha,</p><p>fundado em 1818, considerado a primeira destas associações. Em 1852 funda-</p><p>-se a Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE — American Society of</p><p>Civil Engineers); e a partir daí diversas outras associações são fundadas (HOTZA-</p><p>PPLE; REECE, 2006).</p><p>Ainda segundo os autores:</p><p>A função primária das sociedades profissionais é a troca de informações entre</p><p>seus membros. [...] por meio da publicação de revistas técnicas, realização de</p><p>conferências, ma- nutenção de bibliotecas, oferecimento de cursos de edu-</p><p>cação continuada, e apresentação de estatísticas sobre emprego (salários e</p><p>benefícios), de modo que os membros possam avaliar sua remuneração. Al-</p><p>gumas sociedades profissionais auxiliam seus membros na busca de empre-</p><p>61</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>go, ou informam o governo sobre temas técnicos associados à sua profissão.</p><p>Como estudante, é aconselhável que você se integre aos capítulos de socieda-</p><p>des profissionais de sua especialidade. Eles oferecem vários benefícios, como</p><p>encontros que permitem que você interaja com a indústria, colegas de estu-</p><p>dos e professores (HOTZAPPLE; REECE, 2006, p. 17).</p><p>Hotzapple e Reece (2006, p.19 ) apresentam ainda uma lista contendo diversas</p><p>sociedades profissionais em engenharia e seus respectivos endereços eletrôni-</p><p>cos. Você pode conhecer um pouco mais sobre estas associações acessando os</p><p>sites apresentados na Tabela 1.2 do livro que está disponível no Minha Biblioteca.</p><p>Já para Moaveni (2016), o ingresso em uma associação de engenharia baseia-se em</p><p>uma série de motivos. Dentre estes, destacam-se:</p><p>• ampliar a rede de contatos, participar de visitas a fábricas;</p><p>• ouvir palestrantes técnicos convidados;</p><p>• participar de concorrências de projetos;</p><p>• frequentar eventos sociais;</p><p>• aproveitar oportunidades de aprendizado em pequenos cursos, seminários e</p><p>conferências; e,</p><p>• obter crédito estudantil e bolsas de estudo.</p><p>62</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Além disso, segundo o autor, as associações são locais adequados para se conhecer</p><p>um pouco mais sobre as áreas de especialização da engenharia. Muitas destas asso-</p><p>ciações partilham</p><p>interesses comuns e fornecem um gama de serviços diferencia-</p><p>dos para engenheiros de diferentes habilitações. Na prática, as associações oferecem</p><p>como benefícios (MOAVENI, 2016, p. 39):</p><p>• Realização de conferências e reuniões para compartilhar novas ideias e resul-</p><p>tados em pesquisa e desenvolvimento.</p><p>• Publicação de jornais, livros, relatórios e revistas técnicas para ajudar os enge-</p><p>nheiros a se manter atualizados sobre determinadas especialidades.</p><p>• Oferecimento de pequenos cursos sobre desenvolvimento técnico atual para</p><p>manter os profissionais atualizados em seus respectivos campos.</p><p>• Prestação de consultoria para os governos federal e estadual sobre políticas</p><p>públicas relacionadas à tecnologia.</p><p>• Criação, manutenção e distribuição de normas e padrões que tratam das</p><p>práticas corretas de projeto de engenharia para assegurar a segurança pública.</p><p>• Fornecimento de um mecanismo de rede por meio do qual pode-se conhe-</p><p>cer pessoas de diferentes empresas e instituições. Isso é importante por dois</p><p>motivos:</p><p>I. Se houver um problema para o qual precise de assistência externa</p><p>a sua empresa, você tem um conjunto de colegas com os quais se</p><p>reunir para ajudá-lo a solucionar o problema.</p><p>II. Boas parcerias podem acontecer caso venha a conhecer pessoas</p><p>de outras empresas que estão à procura de bons engenheiros para</p><p>contratar enquanto você está em busca de novas oportunidades.</p><p>Apresentadas as funções e objetivos das associações de engenharia, passa-se à discus-</p><p>são da necessidade de se trabalhar com um profissional credenciado.</p><p>4.3.1 O PROFISSIONAL CREDENCIADO</p><p>O profissional credenciado é um aspecto de grande importância tanto para as empresas</p><p>que realizarão as contratações, como para você enquanto profissional de engenharia.</p><p>63</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>De acordo com o CONFEA (2019):</p><p>“O profissional [credenciado] determina a segurança e a qualidade da obra,</p><p>além das garantias necessárias para que ela seja realizada sem problemas.</p><p>É fundamental que a sociedade entenda que aquele que estudou por vários</p><p>anos está apto para atender as demandas existentes. Contratar um profissio-</p><p>nal é, portanto, necessário para ter um bom projeto e para executá-lo com</p><p>qualidade e economia, prevendo problemas futuros que ocorrem quando o</p><p>projeto não é feito por um profissional.” (Fonte: CONFEA, 2019)</p><p>Assim, a entidade emite por meio de suas atribuições o Registro Profissional no</p><p>CONFEA/CREA. É a partir deste registro que o profissional se torna habilitado para</p><p>“realizar obras com a melhor técnica, provendo bem-estar à sociedade”. Uma vez</p><p>registrado, este profissional tem o aval da associação para atuar segundo o Código de</p><p>Ética Profissional da entidade. É a partir deste registro que o profissional pode emitir</p><p>a sua Anotação de Responsabilidade Técnica ou ART.</p><p>A ART funciona como uma assinatura profissional do engenheiro e garante</p><p>tanto benefícios para as partes envolvidas (consumidor e profissional de enge-</p><p>nharia) quanto a legitimidade do serviço prestado.</p><p>O tópico a seguir detalha a concepção e dinâmica da ART.</p><p>4.3.2 A ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA</p><p>(ART)</p><p>De acordo com a Lei nº 6.496/77, ao executarem serviços de engenharia, os profissio-</p><p>nais ficam sujeitos à Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) um documento</p><p>que reúne informações para o profissional, para a sociedade e para o contratante dos</p><p>serviços que objetivam auxiliar o controle e verificação dos serviços realizados e a sua</p><p>conformidade com os padrões técnicos vigentes.</p><p>64</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Do ponto de vista do profissional, este registro assume papel de comprovação da</p><p>prestação do serviço; garantindo ao profissional os seus direitos autorais e de remune-</p><p>ração e a comprovação de existência de um contrato mesmo em situações de contra-</p><p>tação verbal. A ART define ainda os limites de atuação do profissional, permitindo</p><p>assim, que este responda apenas pelas atividades executadas na prestação do servi-</p><p>ço. O CONFEA (2019) destaca ainda que a ART “indica para a sociedade os responsá-</p><p>veis técnicos pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais</p><p>referentes à área tecnológica, assim com as características do serviço contratado”.</p><p>Já para o consumidor, a ART atua como um elemento de defesa dos seus direitos,</p><p>uma vez que “formaliza o compromisso do profissional com a qualidade dos servi-</p><p>ços prestados” (CONFEA, 2019). Para aquelas situações que fogem ao acordado em</p><p>contrato, a ART possibilita a identificação individual dos responsáveis e suas respecti-</p><p>vas responsabilidades junto ao Poder Público. Para o cenário de trabalhos multidisci-</p><p>plinares ou em equipe, cada profissional deve registrar individualmente a ART, como</p><p>responsável, coautor ou corresponsável, em sua área de atuação (CONFEA, 2019).</p><p>Apesar da clara definição do papel da ART para cada uma das partes envolvidas,</p><p>profissional de engenharia e contratante, operacionalmente a adoção do registro</p><p>enfrenta alguns percalços. É possível observar um lapso de tempo entre a edição e a</p><p>revisão dos normativos relativos à ART e ao acervo técnico. Com isso, verificou-se uma</p><p>falta de uniformidade de ação pelos CREAS . Neste sentido, empresas ou profissionais</p><p>que atuavam em diferentes regiões enfrentavam a situação de adoção de “diferentes</p><p>critérios, exigências e documentos requeridos, bem como o atendimento da legisla-</p><p>ção federal por meio de entendimentos diversificados e muitas vezes antagônicos”</p><p>(CONFEA, 2019).</p><p>Assim, passou-se ao processo de revisão das normas relativas à emissão da ART de</p><p>modo a harmonizar tal demanda. Para tanto, a revisão focou-se em (CONFEA, 2019):</p><p>a. identificar a legislação federal vinculada à matéria;</p><p>b. sistematizar os procedimentos e documentos adotados pelos Regionais, e</p><p>c. conhecer as necessidades, as sugestões e as críticas dos principais interessados,</p><p>ou seja, dos Creas, do Confea, dos profissionais e de órgãos públicos de controle</p><p>e de estatística.</p><p>65</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Assim, a partir de uma série de parcerias, o sistema CONFEA/ CREA passou a propor</p><p>procedimentos operacionais normatizados com o objetivo de uniformizar os proces-</p><p>sos de emissão das ART sem desconsiderar as peculiaridades dos estados e dos seus</p><p>respectivos CREAS.</p><p>Com isso, foram elaborados os seguintes documentos (CONFEA, 2019):</p><p>• Resolução nº 1025/2009: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técni-</p><p>ca e o Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências.</p><p>• Decisão Normativa nº 85/2011: aprova o manual de procedimentos operacio-</p><p>nais para aplicação da Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de 2009, e dá</p><p>outras providências.</p><p>• Resolução nº 1050/2013: dispõe sobre a regularização de obras e serviços de</p><p>Engenharia e Agronomia concluídos sem a devida Anotação de Responsabili-</p><p>dade Técnica – ART e dá outras providências.</p><p>Veja a seguir a documentação necessária para requerer o seu registro no CREA do</p><p>seu estado.</p><p>4.3.3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REQUERER</p><p>CARTEIRA PROFISSIONAL</p><p>Uma vez que tenha concluído sua graduação, o profissional de engenharia pode soli-</p><p>citar o seu registro profissional e sua carteira de identificação junto a um CREA. Este</p><p>vínculo também está disponível para profissionais que tenham realizado sua forma-</p><p>ção no exterior.</p><p>Para solicitar sua carteira profissional, é preciso que engenheiro compareça ao CREA</p><p>do estado em que pretende atuar, preencha o formulário específico e apresente</p><p>originais e cópias dos seguintes documentos:</p><p>• Original do diploma ou do certificado, registrado pelo órgão competente do</p><p>Sistema de Ensino.</p><p>• Histórico</p><p>escolar com indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas.</p><p>• Carteira de identidade ou cédula de identidade de estrangeiro com indicação</p><p>de permanência no País, expedida na forma da lei.</p><p>66</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>• Cadastro de Pessoa Física – CPF.</p><p>• Título de eleitor, quando brasileiro.</p><p>• Prova de quitação com a Justiça Eleitoral, quando brasileiro.</p><p>• Prova de quitação com o Serviço Militar, quando brasileiro e do sexo masculino.</p><p>• Comprovante de residência.</p><p>• Duas fotografias, de frente, nas dimensões 3x4cm, em cores.</p><p>É possível incluir na sua carteira profissional informações relativas ao tipo sanguí-</p><p>neo e ao fator RH.</p><p>4.3.4 CONSULTAS PÚBLICAS</p><p>Conforme já comentado, o sistema CONFEA/ CREA além de atuar na normatização</p><p>das relações entre consumidores e prestadores de serviços de engenharia e no desen-</p><p>volvimento das diretrizes de atuação destes profissionais, assume também o papel</p><p>de interlocutor entre a sociedade civil e a classe dos profissionais de engenharia. Esta</p><p>outra faceta de atuação do órgão se sobressai em situações em que a sociedade</p><p>demanda maiores explicações sobre questões técnicas relacionadas às obras ou servi-</p><p>ços de engenharia e seus respectivos impactos na sociedade e no meio ambiente.</p><p>É o que pode ser observado em situações de desastres naturais ou causados</p><p>pela ação do homem como aqueles observados no rompimento da barragem</p><p>de rejeitos de minérios da empresa Samarco na cidade de Mariana, Minas Gerais;</p><p>ou no evento em que um viaduto na Marginal Pinheiros, em São Paulo, cedeu</p><p>interditando boa parte do trânsito daquela região da cidade.</p><p>67</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>FIGURA 13 - DESASTRE AMBIENTAL NA CIDADE DE MARIANA, MINAS GERAIS</p><p>Fonte: Shutterstock, 2019</p><p>Neste sentido, o sistema CONFEA/ CREA realiza, a partir do seu Sistema de Consulta</p><p>Pública, um processo de coleta de manifestações de profissionais, estudantes e da</p><p>sociedade em geral sobre projetos de lei e de normativos do próprio sistema que</p><p>possam afetar a vida do profissional e a segurança pública.</p><p>De fato, esta vertente de atuação do sistema CONFEA/ CREA se mostra bastante</p><p>presente nos últimos anos. Sendo inclusive, responsável pelo diálogo entre empresas,</p><p>sociedade e a classe dos engenheiros em questões concernentes à demarcação de</p><p>terras da União, aspectos legais e técnicos sobre a acessibilidade de indivíduos, utili-</p><p>zação de agrotóxicos, etc.</p><p>Alguns exemplos recentes da atuação do Sistema de Consulta Pública do siste-</p><p>ma CONFEA/ CREA são (CONFEA, 2019):</p><p>• Projeto de Lei - PL 9998/2018 - Criar regras de gestão de segurança em</p><p>unidades de conservação ambiental - Alterar as Leis 9985/2000, 7797/1989 e</p><p>11771/2008 para disciplinar a visitação pública para fins de turismo, esporte e</p><p>recreação em unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de</p><p>Unidades de Conservação - SNUC. Até 24/11/2018</p><p>68</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>• Projeto de Lei do Senado - PL 0219/2015 - Altera a Lei nº 10.098, de 19 de</p><p>dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a</p><p>promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com</p><p>mobilidade reduzida, e dá outras providências, para obrigar as empresas</p><p>aéreas a possuírem rampas de acesso ou mecanismos acessórios para auxiliar</p><p>no embarque e desembarque de pessoas com deficiência. Até 29/11/2018</p><p>• Projeto de Lei da Câmara - PLC 0079/2016 - Serviço de telecomunicações -</p><p>Alterar as Leis nºs 9.472, de 16 de julho de 1997, para permitir a adaptação da</p><p>modalidade de outorga de serviço de telecomunicações de concessão para</p><p>autorização, e 9.998, de 17 de agosto de 2000; e dar outras providências. Até</p><p>02/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 6950/2017 - Acrescentar o inciso VI ao art. 32 da lei nº 13.146,</p><p>de 6 de julho de 2015. - Projeto de Lei – PL 7184/2017 (Apensado) - Alterar a</p><p>Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, para tornar obrigatória a adaptação dos</p><p>imóveis destinados às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade</p><p>reduzida nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos</p><p>públicos. Até 04/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 9851/2018 - Alterar o Decreto Lei 9.760/1946 - Incluir onde</p><p>couber, na Seção II – Da demarcação dos terrenos de marinha. Até 04/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 1710/2003 e Apensado: PL 3482/2012 - Licenças Ambien-</p><p>tais - Alterar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Até 15/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 2163/2011 - Licenciamento Ambiental - Altera a Lei nº 6.938,</p><p>de 31 de agosto de 1991, dispondo sobre o licenciamento ambiental para a</p><p>instalação, a ampliação e o funcionamento de empreendimentos agropecuá-</p><p>rios, florestais ou agrossilvipastoris. Até 16/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 1634/2007 - Proteção às abelhas e à flora a elas relacionada.</p><p>- Alterar as Leis nºs 5.197, de 03 de janeiro de 1967, e 9.605, de 12 de fevereiro</p><p>de 1998, e estabelece medidas de proteção às abelhas e à flora a elas relacio-</p><p>nada. Até 17/12/2018</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0414/2018 - Composição dos órgãos executivos</p><p>dos conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas - Estabelecer um</p><p>percentual mínimo para cada sexo na composição dos órgãos executivos dos</p><p>conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas e da Ordem dos Advo-</p><p>gados do Brasil. Até 18/12/2018</p><p>69</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Projeto de Decreto Legislativo – PDC 0809/2012 - Comunicado de 19/07/2012-</p><p>IBAMA - Sustar a eficácia do Comunicado, de 19 de julho de 2012, do Insti-</p><p>tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Até</p><p>18/12/2018</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0541/2015 - Restringir o registro e uso de agro-</p><p>tóxicos. - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para restringir o registro</p><p>e uso de agrotóxicos. Até 18/12/2018</p><p>• PLS 0337/2008 e PLC 0055/2007 - Alterações na Lei dos Agrotóxicos - PLS</p><p>0337/2008: Alterar o art. 7º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para insti-</p><p>tuir a rastreabilidade de agrotóxicos. - PLC 0055/007: Excluir da lei a menção</p><p>ao indexador MVR (Maior Valor de Referência), adaptando os tipos penais ao</p><p>regime de multa adotado pelo Código Penal. Até 19/12/2018</p><p>• Projeto de Lei Complementar – PLP 0539/2018 - Avaliação periódica de desem-</p><p>penho de servidores públicos estáveis - Regulamentar o inciso III do § 1º do</p><p>art. 41 da Constituição Federal, para disciplinar o procedimento de avaliação</p><p>periódica de desempenho de servidores públicos estáveis das administrações</p><p>diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Muni-</p><p>cípios. Até 22/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 10870/2018 - A atividade do profissional de Segurança do</p><p>Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. - Alterar a Lei nº</p><p>7.410, de 27 de novembro de 1985, para dispor sobre a atividade do profissio-</p><p>nal de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Traba-</p><p>lho. Até 22/12/2018</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0438/2011 - Criminalizar a venda ilegal de</p><p>agrotóxicos - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e a Lei nº 8.072, de</p><p>25 de julho de 1990, para criminalizar a venda ilegal de agrotóxicos e condutas</p><p>correlatas. Até 23/12/2018</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0136/2014 - Prazo de validade de registro</p><p>de agrotóxico - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para fixar prazo</p><p>de validade de registro de agrotóxico no país e dá outras providências. Até</p><p>23/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 10882/2018 - Produção orgânica</p><p>- Alterar a Lei nº 10.831,</p><p>de 23 de dezembro de 2003, para instituir o Sistema Brasileiro de Avaliação</p><p>da Conformidade Orgânica e criar o selo de comprovação da conformidade</p><p>70</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>orgânica do produto alimentício e definir o órgão responsável pela fiscalização</p><p>do cumprimento das normas regulamentadas para a produção orgânica nos</p><p>estabelecimentos produtores registrados. Até 23/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 1291/2015 - Política Nacional de Biocombustíveis Florestais</p><p>- Dispõe sobre a Política Nacional de Biocombustíveis Florestais e dá outras</p><p>providências (alterar a Lei 10.336/2001). Até 24/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 5733/2009 e Apensados - Alteração, Estatuto da Cida-</p><p>de, competência, municípios, criação, normas, utilização, fonte alternativa</p><p>de energia, edifício, edifício público, prioridade, aquecimento, água, energia</p><p>solar, obtenção, recursos financeiros, financiamento, (SFH), construção. Até</p><p>25/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 2457/2011 e Apensados - Buscar medidas para reduzir o</p><p>impacto da escassez de água no País. Até 26/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 4990/2016 - Vida útil de prédios. - Determinar a divulgação,</p><p>na forma que especifica, do tempo estimado de vida útil de prédios e demais</p><p>edificações públicas e dar outras providências. Até 30/12/2018</p><p>• Projeto de Lei – PL 3516/2015 (POL/SOPL) - Instituir o Programa Obra Legal e</p><p>o Selo Obra Pública Legal. Até 30/12</p><p>FIGURA 14 - INSPEÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS E OBRAS PÚBLICAS</p><p>Fonte: Shutterstock, 2019.</p><p>71</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0222/2015 - Cadastro Brasil Eficiente – CBE -</p><p>Estabelece normas relativas ao controle centralizado de informações sobre as</p><p>obras públicas custeadas com recursos federais e cria o Cadastro Brasil Eficien-</p><p>te - CBE. Até 31/12/2018</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0538/2011 - Carteira de Projetos da Adminis-</p><p>tração Pública - Alterar os arts. 2º e 4º da Lei Complementar nº 101, de 4 de</p><p>maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a</p><p>responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, para criar a Carteira</p><p>de Projetos da Administração Pública, estabelecer medidas de controle das</p><p>obras públicas e adotar outras providências. Até 01/01/2019</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0011/2014 - Lei das Licitações - Alterar a Lei nº</p><p>8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos),</p><p>para dispor sobre os custos unitários das obras e serviços de engenharia contra-</p><p>tados por órgãos e entidades da Administração Pública Federal ou com recur-</p><p>sos dos Orçamentos da União. Alterar o mesmo diploma legislativo para esta-</p><p>belecer que, para os fins da lei, o Projeto Básico deverá conter a anotação de</p><p>responsabilidade técnica pelo orçamento detalhado, o qual deverá ser compa-</p><p>tível com os custos do sistema de referência, na forma da lei. Até 05/01/2019</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0195/2013 - Licitações: projeto executivo prévio</p><p>- Alterar a Lei nº 8.666/93, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição</p><p>Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública</p><p>e dá outras providências, para exigir o projeto executivo prévio nas licitações</p><p>para contratação de obras com valor estimado superior a 100 milhões de reais.</p><p>Até 06/01/2019</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0377/2014 - RDC e a matriz de riscos - Acres-</p><p>centar alínea ao inciso I do § 2º do art. 9º da Lei nº 12.462/2011 (Regime Dife-</p><p>renciado de Contratações Públicas - RDC), para exigir a inclusão, na contratação</p><p>integrada de obras e serviços de engenharia, de uma “matriz de riscos” no instru-</p><p>mento convocatório e na minuta contratual, em que sejam detalhados os riscos</p><p>inerentes à consecução do objeto licitado, bem como a repartição prévia das</p><p>responsabilidades e dos ônus cabíveis a cada uma das partes. Até 06/01/2019</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0426/2013 - Licitações: Procedimento de Mani-</p><p>festação de Interesse - PMI. - Alterar a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,</p><p>que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas</p><p>para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências,</p><p>para dispor sobre o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Até</p><p>06/01/2019</p><p>72</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0444/2013 - Disciplinar a concessão de obra</p><p>pública. - Alterar a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o</p><p>regime de concessão e permissão da prestação de serviços previsto no art. 175</p><p>da Constituição Federal, e dá outras providências, e a Lei nº 11.079, de 30 de</p><p>dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de</p><p>parceria público-privada no âmbito da administração pública, para disciplinar</p><p>a concessão de obra pública. Até 07/01/2019</p><p>• Projeto de Lei – PL 1759/2015 - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil . -</p><p>Alterar a Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que institui a Política Nacional</p><p>de Proteção e Defesa Civil. Até 08/01/2019</p><p>• Projeto de Lei – PL 6268/2016 (principal) - Dispor sobre a Política Nacional</p><p>de Fauna e dá outras providências. Alterar a Lei 7.797/1989. Revogar a Lei</p><p>5.197/1967 e dispositivo da Lei 9.605/998.</p><p>• Projeto de Lei - PL 7129/2017 (apensado) - Alterar as Leis 5.197/1967, 9.605/1998,</p><p>e 9.985/2000, para normatizar o abate e o controle de espécies exóticas inva-</p><p>soras. Até 20/01/2019</p><p>• Projeto de Lei do Senado – PLS 0091/2014 - Projetos básico e executivo em</p><p>Licitações - Alterar a Lei nº 8666/93 - que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da</p><p>Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administra-</p><p>ção Pública e dá outras providências - para estabelecer que nenhuma licitação</p><p>pode ser iniciada sem que os respectivos projetos básico e executivo estejam</p><p>plenamente atendidos em todos os seus requisitos e atestados por parecer</p><p>jurídico do órgão responsável pelo processo licitatório que comprove tal regu-</p><p>laridade; estabelece que o não cumprimento da regra acima referida sujeita</p><p>o dirigente do órgão responsável pelo processo licitatório a responder pelo</p><p>crime de responsabilidade. Até 06/11/2019</p><p>Perceba, através destes exemplos, como é ampla a atuação do mecanismo de consul-</p><p>tas públicas do CONFEA/ CREA. A partir dele, a entidade pode se aproximar e contri-</p><p>buir junto à sociedade na resolução de questões das mais diversas naturezas. Esta</p><p>atuação ampla e de grande complexidade é uma marca da postura do engenheiro</p><p>– independente da sua habilitação –, e como pode ser visto foi transportada para a</p><p>postura adotada pela sua associação de classe.</p><p>73</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Nesta unidade você tomou conhecimento da principal associação de classe de enge-</p><p>nharia no país, o sistema formado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agrono-</p><p>mia (CONFEA) e suas sucursais, os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia</p><p>(CREA). Mais especificamente, você foi apresentado ao histórico das recentes mudan-</p><p>ças ocorridas no conselho (com a saída das áreas de Arquitetura e Urbanismo da</p><p>autarquia), suas principais funções e vantagens para os seus associados.</p><p>Você também pode observar como a atuação do CONFEA/ CREA é ampla e complexa.</p><p>Figurando não só como um legislador das atividades dos profissionais de engenharia,</p><p>mas também como uma entidade que garante legitimidade aos serviços prestados</p><p>pelos seus profissionais devidamente credenciados</p><p>(através da carteira profissional e</p><p>da ART).</p><p>Agora você pode inclusive, pesquisar como a classe dos engenheiros (devidamente</p><p>representada pelos CREAs em todo o país) se posiciona e dialoga com a socieda-</p><p>de frente a questões diversas. Você, enquanto estudante e futuro profissional, pode</p><p>iniciar diálogos com estas entidades e outros profissionais e levar à discussão aspec-</p><p>tos técnicos e contributivos para a sociedade, sob o prisma do posicionamento da sua</p><p>entidade de classe. Você pode discordar ou concordar integralmente com a posição</p><p>do órgão, mas o mais importante, é que você desenvolva um senso crítico apoiado</p><p>nos seus conhecimentos técnicos e efetivamente, possa contribuir para um melhor</p><p>cenário nacional. Bons estudos e até a próxima!</p><p>74</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> demonstrar a</p><p>relevância do projeto</p><p>de engenharia na</p><p>tomada de decisão</p><p>empresarial;</p><p>> classificar as etapas</p><p>do projeto de</p><p>engenharia quanto</p><p>às suas funções e</p><p>contribuições;</p><p>> analisar a importância</p><p>de aspectos</p><p>complementares</p><p>ao projeto como</p><p>engenharia</p><p>econômica e</p><p>sustentabilidade.</p><p>UNIDADE 5</p><p>75</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>5 CONCEITO DE PROJETO E</p><p>TOMADA DE DECISÃO</p><p>Os projetos no contexto da engenharia podem ser encarados de maneira muito mais</p><p>complexa do que a tradicional visão de uma planta baixa em cima de uma mesa.</p><p>Os projetos devem ser encarados como uma abordagem multifuncional orientada à</p><p>resolução de um problema. Em função desta perspectiva, o processo de projeto em</p><p>engenharia está fortemente associado ao processo de tomada de decisão. É sob este</p><p>prisma que esta unidade é estabelecida. É preciso entender as principais etapas do</p><p>projeto e como estas se relacionam com outras características dos processos empre-</p><p>sariais, como por exemplo, aspectos econômicos e técnicos.</p><p>5.1 O PROCESSO DO PROJETO DE ENGENHARIA</p><p>Começaremos por enfatizar o que dissemos no Capítulo 1 sobre o que os enge-</p><p>nheiros fazem. Eles aplicam as leis da física, leis e princípios químicos e a matemá-</p><p>tica para projetar milhões de produtos e serviços que usamos em nosso cotidiano.</p><p>Estes produtos incluem automóveis, computadores, aviões, roupas, brinquedos,</p><p>eletrodomésticos, equipamentos cirúrgicos, equipamentos de aquecimento e refri-</p><p>geração, dispositivos de cuidados de saúde, ferramentas e máquinas que fazem</p><p>vários produtos, etc. Engenheiros levam em conta fatores importantes como custo,</p><p>eficiência, confiabilidade, sustentabilidade e segurança na concepção dos produtos e</p><p>realizam testes para ter certeza de que os produtos que projetam suportam diversas</p><p>cargas e condições. Os engenheiros também buscam continuamente maneiras de</p><p>melhorar os produtos já existentes. Também projetam e supervisionam a constru-</p><p>ção de edifícios, barragens, estradas e sistemas de transporte de massa e de usinas</p><p>que fornecem eletricidade para indústrias, residências e escritórios. Os engenheiros</p><p>desempenham um papel importante no projeto e na manutenção da infraestrutu-</p><p>ra das nações, incluindo sistemas de comunicação, serviços públicos e transporte.</p><p>Eles desenvolvem continuamente materiais novos e mais avançados para fabri-</p><p>car produtos mais leves e mais resistentes para diferentes aplicações. Também são</p><p>responsáveis por encontrar maneiras adequadas e projetar os equipamentos neces-</p><p>sários para extrair petróleo, gás natural e matéria-prima.</p><p>76</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Vamos agora olhar mais de perto o que constitui o processo do projeto. Os enge-</p><p>nheiros seguem certas etapas quando projetam produtos e serviços. Essas etapas</p><p>incluem o reconhecimento da necessidade de um produto ou serviço, realização de</p><p>pesquisa preliminar, gerar ideias para a solução, escolher a melhor ideia, avaliação</p><p>detalhada e teste dela, otimização, se necessário, e apresentação do projeto final.</p><p>Estas são as etapas básicas que os engenheiros, independentemente de sua expe-</p><p>riência, seguem para chegar a soluções para os problemas: (1) reconhecimento da</p><p>necessidade de um produto ou serviço, (2) definição e compreensão do problema (a</p><p>necessidade), (3) realização de pesquisa e preparação preliminares, (4) conceituação</p><p>das ideias para possíveis soluções, (5) síntese dos resultados, (6) avaliação detalhada</p><p>das boas ideias, (7) otimização do resultado para chegar à melhor solução possível e</p><p>(8) apresentação da solução.</p><p>Tenha em mente que essas etapas, que discutiremos em breve, não são indepen-</p><p>dentes umas das outras e não necessariamente se seguem na ordem em que são</p><p>apresentadas aqui. Na verdade, os engenheiros muitas vezes precisam voltar para as</p><p>etapas 1 e 2, quando os clientes decidem mudar os parâmetros do projeto. Muitas</p><p>vezes, os engenheiros também são obrigados a fornecer, regularmente, relatórios</p><p>orais e escritos. Portanto, esteja ciente de que, embora listemos a apresentação do</p><p>processo do projeto como Etapa 8, ela poderia muito bem ser parte integrante de</p><p>muitas outras etapas do projeto. Vamos agora dar uma olhada mais de perto em</p><p>cada etapa, começando com a necessidade de um produto ou serviço.</p><p>Etapa 1: Reconhecimento da necessidade de um produto ou serviço</p><p>Tudo o que você tem a fazer é olhar em volta para perceber o grande número de produ-</p><p>tos e serviços – projetados por engenheiros – que você usa todos os dias. Na maioria</p><p>das vezes, damos como garantida a disponibilidade desses produtos e serviços, até</p><p>que, por alguma razão, haja uma interrupção no fornecimento desses produtos e</p><p>serviços. Alguns dos produtos existentes estão constantemente sendo modificados</p><p>para que se beneficiem de novas tecnologias. Por exemplo, carros e eletrodomés-</p><p>ticos estão constantemente sendo reprojetados para incorporar novas tecnologias.</p><p>Além dos produtos e serviços já em uso, novos produtos são desenvolvidos todos os</p><p>dias com a finalidade de tornar nossa vida mais confortável, mais agradável e menos</p><p>trabalhosa. Costuma-se dizer que sempre que alguém se queixa de uma situação,</p><p>de uma tarefa, ou reclama de um produto, bem aí existe uma oportunidade para o</p><p>77</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>desenvolvimento de um produto ou serviço. Como você pode perceber, a necessida-</p><p>de de produtos e serviços existe; o que se tem a fazer é identificá-la. A necessidade</p><p>pode ser identificada por você, pela empresa na qual você eventualmente trabalha</p><p>ou por um cliente que precisa da solução para um problema ou de um novo produto</p><p>que desempenhe sua função de modo mais fácil e mais eficiente.</p><p>Etapa 2: Definição e compreensão do problema</p><p>Uma das primeiras coisas que você precisa fazer como engenheiro de projeto é</p><p>compreender totalmente o problema. Esta é a etapa mais importante em qualquer</p><p>processo do projeto. Se não tiver uma boa compreensão de qual é o problema ou</p><p>do que o cliente quer, não chegará a uma solução relevante para a necessidade do</p><p>cliente. A melhor maneira de entender completamente um problema é fazer muitas</p><p>perguntas. Você pode fazer perguntas ao cliente, tais como: Quanto você está dispos-</p><p>to a gastar com este projeto? Existem restrições quanto ao tamanho ou aos tipos de</p><p>materiais que podem ser usados?</p><p>Quando você precisa do produto ou do serviço? Quantos desses produtos você</p><p>precisa? As perguntas muitas vezes levam a mais perguntas, que definirão melhor o</p><p>problema. Além disso, tenha em mente que os engenheiros geralmente trabalham</p><p>em um ambiente de equipe, consultando-se mutuamente para resolver problemas</p><p>complexos.</p><p>Eles dividem a tarefa entre si em problemas menores, mais manejáveis;</p><p>consequentemente, os engenheiros produtivos devem trabalhar bem em equipes.</p><p>Boas habilidades de relacionamento interpessoal e comunicação são cada vez mais</p><p>importantes nos dias de hoje por causa da globalização. Você precisa ter certeza de</p><p>que entende claramente a sua parte do problema e como ela se encaixa com os</p><p>outros problemas. Por exemplo, várias partes de um produto podem ser fabricadas</p><p>por diferentes empresas, localizadas em diferentes estados ou países. Com a finalida-</p><p>de de garantir que todos os componentes se encaixam e funcionam bem em conjun-</p><p>to, a cooperação e a coordenação são essenciais, o que exige trabalho em equipe e</p><p>boas habilidades de comunicação. Certifique-se de você entendeu o problema e de</p><p>que ele está bem definido, antes de passar para a próxima etapa. Nunca é demais</p><p>repetir este ponto. Bons solucionadores de problemas são aqueles que primeiro</p><p>entendem completamente qual é o problema.</p><p>Etapa 3: Pesquisa e preparação</p><p>78</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Uma vez que você entendeu completamente o problema, a próxima etapa é recolher</p><p>informações úteis. De modo geral, um bom começo é fazer pesquisas para determi-</p><p>nar se já existe o produto que atenda a necessidade de seu cliente. Talvez um produto</p><p>ou os componentes de um produto já tenham sido desenvolvidos por sua empresa,</p><p>os quais você pode modificar para atender a necessidade. Você não quer “reinventar</p><p>a roda”. Como mencionado anteriormente, dependendo do escopo, alguns proje-</p><p>tos requerem colaboração com outras empresas, assim você precisa descobrir o que</p><p>está disponível também através dessas outras empresas. Tente recolher toda a infor-</p><p>mação que puder. É nesse ponto que você gasta muito tempo não só com o clien-</p><p>te, mas também com outros engenheiros e técnicos. Motores de busca na internet</p><p>estão se tornando ferramentas cada vez mais importantes para reunir tais informa-</p><p>ções. Depois de ter recolhido toda a informação pertinente, você deve, em seguida,</p><p>analisá-la e organizá-la de forma adequada</p><p>Etapa 4: Conceituação</p><p>Durante esta fase do projeto, você precisa gerar algumas ideias ou conceitos que</p><p>possam oferecer soluções razoáveis para o seu problema. Em outras palavras, sem a</p><p>realização de qualquer análise detalhada, você precisa gerar algumas possíveis manei-</p><p>ras de resolver o problema. Você precisa ser criativo e talvez desenvolver várias solu-</p><p>ções alternativas. Nesta fase do projeto, não é necessário descartar qualquer conceito</p><p>de trabalho razoável. Se o problema consiste em um sistema complexo, você precisa</p><p>identificar os componentes do sistema. Você ainda não precisa olhar para os detalhes</p><p>de cada solução possível, mas precisa realizar análise suficiente para ver se os concei-</p><p>tos que está propondo têm méritos. Simplificando, você precisa perguntar a si mesmo:</p><p>Os conceitos serão suscetíveis de funcionar se forem levados adiante? Durante todo o</p><p>processo do projeto, você também deve aprender a programar seu tempo. Bons enge-</p><p>nheiros têm habilidades de gerenciamento de tempo que lhes permite trabalhar de</p><p>forma produtiva e eficiente. Você deve aprender a criar um diagrama de marcos, deta-</p><p>lhando o seu planejamento de tempo para a conclusão do projeto e mostrar os prazos</p><p>e as tarefas correspondentes que devem ser executadas nesses prazos.</p><p>Você começa atribuindo um nível de importância (I) para cada critério do projeto. Por</p><p>exemplo, pode usar uma escala de 1 a 5, com I = 1 indicando pouca importância e I=5</p><p>significando extremamente importante. Em seguida, avaliará (A) de que modo cada</p><p>conceito viável atende a cada critério de projeto. Você pode usar a escala A = 3, A = 2</p><p>e A = 1 para bom, regular e ruim, respectivamente.</p><p>79</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Observe que os critérios de projeto que listamos na Tabela são exemplos e não crité-</p><p>rios absolutos de projeto. Os critérios de projeto variam de acordo com o projeto.</p><p>Para o seu projeto de classe, você deve listar aqueles que sente serem importantes.</p><p>Além disso, note que é costume dividi-los em positivos e negativos. Depois de atribuir</p><p>os valores I e A para suas opções de projeto, você adiciona as pontuações A × I para</p><p>cada projeto e seleciona o projeto com a mais alta classificação geral. Um exemplo</p><p>demonstrando como avaliar alternativas é mostrado no Quadro.</p><p>QUADRO 1 - COMPARAÇÃO DE DUAS ALTERNATIVAS DE PROJETO</p><p>PROJETO I PROJETO II</p><p>Critérios do Projeto I a a x I a a x I</p><p>Positivos</p><p>Originalidade 4 2 8 3 12</p><p>Viabilidade 4 3 15 2 10</p><p>Capacidade de fabricação 5 3 15 2 10</p><p>Confiabilidade 5 3 15 3 15</p><p>Desempenho 5 3 15 2 10</p><p>Durabilidade 4 2 8 2 8</p><p>Aparência 4 2 8 3 12</p><p>Rentabilidade 5 3 15 2 10</p><p>Outros</p><p>99 87</p><p>negativos</p><p>Custo de produção 5 2 10 3 15</p><p>Custo operacional 4 2 8 2 8</p><p>Custo de manutenção 3 2 6 3 9</p><p>Tempo para executar o projeto 5 3 15 3 15</p><p>Impacto ambiental 5 2 10 3 15</p><p>Outros</p><p>49 62</p><p>Pontuação líquida 50 25</p><p>Etapa 5: Síntese</p><p>Recapitulando o que dissemos no Capítulo 1, os bons engenheiros têm uma sóli-</p><p>da compreensão dos princípios fundamentais da engenharia, os quais podem usar</p><p>para resolver diversos problemas. Bons engenheiros são analíticos, orientados para</p><p>80</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>detalhes e criativos. Durante esta fase do projeto, você começa a considerar os deta-</p><p>lhes. Precisa fazer cálculos, executar modelos de computador, diminuir os tipos de</p><p>materiais a serem utilizados, dimensionar os componentes do sistema e responder</p><p>perguntas sobre como o produto será fabricado. Você consultará os códigos e normas</p><p>pertinentes e se certificará de que seu projeto estará em conformidade com esses</p><p>códigos e normas.</p><p>Etapa 6: Avaliação</p><p>Você pode ter que identificar os parâmetros de projeto críticos e considerar suas</p><p>influências em seu projeto final. Nesta fase, precisa ter certeza de que todos os cálcu-</p><p>los estão corretos. Se existem algumas incertezas em sua análise, você deve executar a</p><p>investigação experimental. Quando possível, modelos de trabalho devem ser criados</p><p>e testados. Nesta fase do processo do projeto, a melhor solução deve ser identificada</p><p>a partir das alternativas. Os detalhes de como o produto deve ser fabricado devem ser</p><p>totalmente desenvolvidos.</p><p>Etapa 7: Otimização</p><p>Otimização significa minimização ou maximização. Existem dois grandes tipos de</p><p>projeto: o projeto funcional e o projeto otimizado. Projeto funcional é o que aten-</p><p>de a todos os requisitos de projeto preestabelecidos, mas permite melhoria em</p><p>determinadas áreas. Para entender melhor o conceito de projeto funcional, consi-</p><p>deraremos um exemplo. Vamos supor que estamos projetando uma escada de 3</p><p>metros de altura para suportar, com um certo fator de segurança, uma pessoa que</p><p>pesa 1.335 newtons. Chegaremos a um projeto que consiste em uma escada de</p><p>aço com 3 metros de altura e que pode suportar com segurança a carga de 1.335 N</p><p>em cada degrau. A escada custaria certa quantia de dinheiro. Esse projeto atende-</p><p>ria a todos os requisitos, incluindo os de força e tamanho e, portanto, constitui um</p><p>projeto funcional. Antes de considerarmos a melhoria em nosso projeto, precisamos</p><p>nos perguntar quais critérios devemos utilizar para otimizar o projeto. A otimiza-</p><p>ção do projeto é sempre baseada em algum critério particular, como custo, resis-</p><p>tência, tamanho, peso, confiabilidade, ruído ou desempenho. Se usarmos o peso</p><p>como critério de otimização, então o problema se torna minimizar o peso da esca-</p><p>da, sem comprometer sua resistência. Podemos considerar, por exemplo, construir</p><p>a escada em alumínio. Conseguiríamos também realizar</p><p>a análise de tensão sobre</p><p>a nova escada para ver se poderíamos remover material de determinadas seções da</p><p>81</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>escada, sem comprometer os requisitos de carga e de segurança. Outro fato impor-</p><p>tante a ter em mente é que a otimização de componentes individuais de um siste-</p><p>ma de engenharia não conduz necessariamente a um sistema otimizado. Consi-</p><p>dere, por exemplo, um sistema fluido térmico, como um refrigerador. No que diz</p><p>respeito a alguns critérios, a otimização dos componentes individuais de forma inde-</p><p>pendente – como o compressor, o evaporador ou o condensador – não conduz a</p><p>um sistema global otimizado (refrigerador). Tradicionalmente, as melhorias em um</p><p>projeto vêm do processo de começar com um projeto inicial, realizar uma análise,</p><p>olhar para os resultados e decidir se podemos ou não melhorar o projeto inicial.</p><p>Esse procedimento é mostrado na figura a seguir. Nas últimas décadas, o proces-</p><p>so de otimização tornou-se uma disciplina que varia de técnicas de programação</p><p>linear para não linear. Como em qualquer disciplina, o campo da otimização tem</p><p>sua própria terminologia. Há cursos avançados sobre o processo de otimização de</p><p>projeto, se você quiser aprender mais sobre o assunto.</p><p>FIGURA 15 - PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DO PROJETO</p><p>SHUTTERSTOCK, 2019.</p><p>Etapa 8: Apresentação</p><p>Agora que você tem a solução final, precisa comunicá-la ao cliente, que pode ser</p><p>seu chefe, outro grupo dentro de sua empresa ou um cliente externo. Você pode</p><p>ter que preparar não só uma apresentação oral, mas também um relatório escrito.</p><p>82</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Como dissemos no Capítulo 1, os engenheiros devem escrever relatórios. Depen-</p><p>dendo da dimensão do projeto, esses relatórios podem ser extensos, detalhados e</p><p>técnicos, contendo gráficos, diagramas e desenhos de engenharia ou podem assu-</p><p>mir as formas de uma breve nota ou de resumos executivos. Lembramos novamente</p><p>que, apesar de termos listado a apresentação como Etapa 8 do processo do projeto,</p><p>muitas vezes os engenheiros são obrigados a fornecer relatórios orais e escritos regu-</p><p>larmente para vários grupos. Logo, a apresentação poderia muito bem ser parte inte-</p><p>grante de muitas outras etapas do projeto. Finalmente, lembre-se de que, em nossa</p><p>discussão no Capítulo 1 sobre os atributos dos bons engenheiros, dissemos que eles</p><p>têm habilidades de comunicação oral e escrita que os equipam para trabalhar bem</p><p>com seus colegas e transmitir seus conhecimentos para uma ampla gama de clien-</p><p>tes. Além disso, os engenheiros têm boas “habilidades pessoais” que lhes permitem</p><p>interagir e comunicar-se de forma eficaz com várias pessoas na organização. Eles são</p><p>capazes, por exemplo, de se comunicar igualmente bem com os especialistas de</p><p>vendas e de marketing e com os próprios colegas da engenharia.</p><p>5.2 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS DE PROJETO</p><p>5.2.1 SUSTENTABILIDADE NO PROJETO</p><p>Nos últimos anos, você tem ouvido ou lido muito sobre sustentabilidade. O que</p><p>significa sustentabilidade e por que é importante para você, como futuro enge-</p><p>nheiro, obter uma boa compreensão sobre esse tema? Para começar, é importan-</p><p>te saber que não existe uma definição universal para sustentabilidade e engenha-</p><p>ria sustentável. Sustentabilidade significa coisas diferentes para diferentes profissões.</p><p>No entanto, uma das definições geralmente aceitas é: “projeto e desenvolvimento</p><p>que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gera-</p><p>ções futuras satisfazerem as próprias necessidades”. Como você já sabe, os engenhei-</p><p>ros contribuem para ambos os setores da nossa sociedade, o público e o privado.</p><p>No setor privado, eles projetam e produzem os bens e serviços que usamos em nossas</p><p>vidas diárias, os mesmos bens e serviços que nos permite desfrutar de um alto padrão</p><p>de vida. Também já explicamos o papel do engenheiro no setor público. Os engenhei-</p><p>ros fornecem suporte para missões locais, estaduais e federais, atendendo às nossas</p><p>83</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>necessidades de infraestrutura, segurança energética e alimentar e defesa nacional.</p><p>Em razão das tendências socioeconômicas mundiais, das preocupações ambientais</p><p>e dos recursos finitos da Terra, espera-se cada vez mais dos engenheiros. Como futu-</p><p>ros engenheiros, espera-se que vocês projetem e forneçam produtos e serviços que</p><p>elevem o padrão de vida e melhorem a assistência sanitária, bem como abordem as</p><p>graves preocupações ambientais e de sustentabilidade. Em outras palavras, ao proje-</p><p>tar produtos e serviços, você deve considerar a relação entre os recursos finitos da</p><p>Terra e os fatores ambientais, sociais, éticos, técnicos e econômicos. Além disso, há</p><p>uma competição internacional para engenheiros que possam trazer soluções que</p><p>abordem segurança energética e alimentar e visem simultaneamente as questões</p><p>de sustentabilidade. A escassez potencial de engenheiros com formação em susten-</p><p>tabilidade – engenheiros que possam aplicar os conceitos, métodos e ferramentas de</p><p>sustentabilidade nos processos de tomada de decisão e de resolução de problemas</p><p>– pode ter consequências graves para o nosso futuro. Por causa disso, nos últimos</p><p>anos, organizações como a American Society of Civil Engineers (ASCE), a American</p><p>Society for Engineering Education (ASEE), a American Society of Mechanical Engi-</p><p>neers (ASME) e o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) saíram em</p><p>apoio à educação para a sustentabilidade nos currículos de engenharia.</p><p>Os engenheiros civis desempenham um papel cada vez mais importante na abor-</p><p>dagem das questões relativas às alterações climáticas e à sustentabilidade que</p><p>estão sendo discutidas nacional e internacionalmente entre legisladores e políticos.</p><p>A seguinte declaração de sustentabilidade da American Society of Civil Engineers</p><p>(ASCE) atesta esse fato: “A consciência crescente do público de que é possível alcan-</p><p>çar um ambiente sustentável, enquanto se abordam desafios como os desastres</p><p>naturais e os provocados pelo ser humano, a adaptação às alterações climáticas e o</p><p>abastecimento de água global, está reforçando a mudança do papel do engenhei-</p><p>ro civil de projetista/construtor para líder político e planejador, designer, construtor,</p><p>operador e mantenedor (sustentador) do ciclo de vida. Os engenheiros civis não são</p><p>reconhecidos como contribuintes significativos para um mundo sustentável”*. Em 4</p><p>de novembro de 2008, a diretoria da ASCE adotou a sustentabilidade como sua quar-</p><p>ta prioridade. As outras três são renovação da infraestrutura do país, elevação do nível</p><p>de educação em engenharia civil e a abordagem do papel dos engenheiros civis no</p><p>ambiente profissional atual, em constante mudança. Além disso, em 8 de janeiro de</p><p>2009 o artigo da ASCE News intitulado “Board of Direction Views Sustainability Stra-</p><p>tegy as Key Priority”, de William Wallace – fundador e presidente do Wallace Futures</p><p>84</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Group of Steamboat Springs, do Colorado, e autor de “Becoming Part of the Solu-</p><p>tion: The Engineer’s Guide to Sustainable Development”, (Washington, D.C.: American</p><p>Council of Engineering Companies, 2005) – propõe cinco questões que devem ser</p><p>compreendidas e espera-se que os engenheiros assumam novas responsabilidades</p><p>quanto à sustentabilidade. Elas são:</p><p>O atual desenvolvimento econômico mundial não é sustentável – a população</p><p>mundial já utiliza recursos que ultrapassam em aproximadamente mais de 20% a</p><p>capacidade de suporte do planeta.</p><p>(UN Millennium Ecosystem Assessment Synthesis</p><p>Report, 2005.)</p><p>Os efeitos da ultrapassagem da capacidade de suporte da Terra já atingiram propor-</p><p>ções de crise – os custos de energia aumentam, eventos climáticos extremos causam</p><p>enormes prejuízos e há a perspectiva de aumento do nível do mar, ameaçando cida-</p><p>des costeiras. O aumento da população mundial ultrapassa a capacidade das insti-</p><p>tuições de enfrentá-lo.</p><p>Será necessário muito trabalho para que o desenvolvimento mundial se torne susten-</p><p>tável – uma revisão completa dos processos, sistemas e infraestrutura mundiais terá</p><p>de ser empreendida.</p><p>A comunidade da engenharia deveria estar liderando o caminho para o desenvol-</p><p>vimento sustentável, mas ainda não assumiu essa responsabilidade. Os engenhei-</p><p>ros civis têm poucos incentivos para mudar. A maioria dos engenheiros civis entrega</p><p>projetos de engenharia convencionais que atendem aos códigos de construção e</p><p>protegem o status quo.</p><p>Pessoas de fora da comunidade da engenharia estão capitalizando essa nova opor-</p><p>tunidade – empresas de contabilidade e arquitetos são exemplos citados por Walla-</p><p>ce. Os arquitetos ajustam suas práticas de acordo com o U.S. Green Building Coun-</p><p>cil’s Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) Green Building Rating</p><p>System (Sistema de Classificação da LEED – Liderança em Energia e Projeto Ambien-</p><p>tal – do Conselho de Construção Sustentável dos EUA).</p><p>Como mencionado, outras organizações também têm percebido a importância da</p><p>sustentabilidade no ensino da engenharia. Por exemplo, em janeiro de 2009, o Insti-</p><p>tute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) formou o Sustainability Ad Hoc</p><p>Committee (Comitê Ad Hoc para a Sustentabilidade) para mapear e coordenar as</p><p>85</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>questões relacionadas com a sustentabilidade no IEEE. Também estudou ativida-</p><p>des de sustentabilidade de outras organizações para determina áreas de colabora-</p><p>ção e teve papel ativo na criação de uma rede mundial de monitoramento da Terra</p><p>para “tomar o pulso do planeta”. O projeto, conhecido como Global Earth Obser-</p><p>vation System of Systems (GEOSS) (Sistema de Sistemas de Observação Global da</p><p>Terra), envolve a coleta de dados de milhares de sensores, medidores, boias e esta-</p><p>ções meteorológicas em todo o globo. O objetivo do GEOSS é ajudar a promover</p><p>o desenvolvimento sustentável. O IEEE define o desenvolvimento sustentável como</p><p>“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a</p><p>capacidade das gerações futuras satisfazerem as próprias necessidades”. Como é</p><p>evidente pelas abordagens assumidas e declarações feitas por diferentes associações</p><p>de engenharia, a sustentabilidade tem que ser uma parte importante de sua educa-</p><p>ção em engenharia e de qualquer projeto de engenharia. Conheça agora a definição</p><p>dos principais conceitos, métodos e ferramentas de sustentabilidade.</p><p>• Principais conceitos de sustentabilidade – compreensão dos recursos finitos</p><p>da Terra e das questões ambientais, das questões socioeconômicas relacio-</p><p>nadas com a sustentabilidade, dos aspectos éticos da sustentabilidade e do</p><p>desenvolvimento sustentável.</p><p>• Principais métodos de sustentabilidade – análise baseada em ciclo de vida;</p><p>gestão de recursos e resíduos (material, energia); análise do impacto ambiental.</p><p>• Principais ferramentas de sustentabilidade – avaliação de ciclo de vida; avalia-</p><p>ção ambiental; utilização de indicadores de desenvolvimento sustentável;</p><p>sistema de classificação do U.S. Green Building Council (USGBC) Leadership in</p><p>Energy and Environmental Design (LEED).</p><p>O “LEED é um sistema de certificação de construção verde reconhecido interna-</p><p>cionalmente atuando como entidade externa na verificação de que um edifício ou</p><p>comunidade foi projetado e construído utilizando estratégias destinadas a melhorar</p><p>o desempenho em todas as áreas mais importantes: economia de energia, eficiên-</p><p>cia da água, redução de emissões de CO2, melhoria da qualidade ambiental interna</p><p>e manejo de recursos e sensibilidade a seus impactos. Desenvolvido pelo U.S. Green</p><p>Building Council (USGBC), o LEED fornece aos proprietários de edifícios e operadores</p><p>uma estrutura concisa para identificação e implementação de soluções práticas e</p><p>mensuráveis para projeto, construção, operações e manutenção de edifícios verdes”.</p><p>86</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Você pode conhecer mais sobre o LEED visitando o site da U.S. Green Building</p><p>Council (USGBC). E à medida que faz cursos adicionais em engenharia e projeto,</p><p>você gradualmente estudará mais detalhadamente esses conceitos, métodos</p><p>e ferramentas e os aplicará às soluções de problemas de engenharia e projeto.</p><p>5.2.2 ENGENHARIA ECONÔMICA</p><p>Os fatores econômicos sempre desempenham papéis importantes na tomada de</p><p>decisões nos projetos de engenharia. Se você projetar um produto cuja fabricação</p><p>seja muito cara, ele não poderá ser vendido a um preço que os consumidores possam</p><p>pagar e ainda ser rentável para sua empresa. O fato é que as empresas projetam</p><p>produtos e prestam serviços não só para tornar nossa vida melhor, mas também para</p><p>ganhar dinheiro.</p><p>5.3 O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA</p><p>No ensino médio, você provavelmente foi apresentado ao método científico:</p><p>1. Desenvolver uma hipótese (uma possível explicação) sobre um fenômeno físico.</p><p>2. Projetar um experimento para testar criticamente a hipótese.</p><p>3. Realizar o experimento e analisar os resultados para determinar que hipótese é</p><p>consistente com os dados.</p><p>4. Generalizar os resultados experimentais e propor uma lei ou teoria.</p><p>5. Publicar os resultados.</p><p>Embora engenheiros usem conhecimento gerado pelo método científico, eles não</p><p>empregam o método rotineiramente; este é o reino dos cientistas. Os objetivos de</p><p>cientistas e engenheiros são diferentes. Os cientistas se preocupam em descobrir o</p><p>87</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>que é, enquanto os engenheiros se preocupam em projetar o que será. Para alcan-</p><p>çar seus objetivos, os engenheiros utilizam o método de projeto de engenharia, que</p><p>pode ser sumariamente apresentado como:</p><p>1. Identificar e definir o problema.</p><p>2. Reunir a equipe de projeto.</p><p>3. Identificar restrições e critérios para atingir o sucesso.</p><p>4. Buscar soluções.</p><p>5. Analisar cada solução em potencial.</p><p>6. Selecionar a “melhor” solução.</p><p>7. Documentar a solução.</p><p>8. Comunicar a solução à gerência.</p><p>9. Construir a solução.</p><p>10. Verificar e avaliar o desempenho da solução.</p><p>Sua formação em engenharia terá como foco principal a análise. As centenas (ou</p><p>milhares) de exercícios e questões de provas que você fará durante seus estudos têm</p><p>como objetivo aprimorar suas habilidades analíticas. Os engenheiros utilizam mode-</p><p>los na análise de sistemas físicos. Um modelo representa o sistema real de interesse.</p><p>Dependendo da qualidade do modelo, este pode ou não ser uma representação</p><p>acurada da realidade.</p><p>5.4 DINÂMICA DO PROJETO DE ENGENHARIA</p><p>5.4.1 HABILIDADES E FERRAMENTAS DO PROCESSO</p><p>DE PROJETO</p><p>O processo de projeto de engenharia é iterativo e não sequencial. Recomendamos</p><p>que você comece com os requisitos e termine no projeto pós-conceitual, que inclui</p><p>a implementação ou a produção da tecnologia. No entanto, onde você começa, que</p><p>processos você usará durante um projeto e onde você vai acabar realmente tudo</p><p>dependerá da natureza e dos requisitos do projeto de desenvolvimento no qual você</p><p>88</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>está trabalhando. É normal, durante um projeto de desenvolvimento, visitar</p><p>73</p><p>5 ConCEIto dE ProJEto E toMada dE dECISão 75</p><p>5.1 O PROCESSO DO PROJETO DE ENGENHARIA 75</p><p>5.2 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS DE PROJETO 82</p><p>5.2.1 SUSTENTABILIDADE NO PROJETO 82</p><p>5.2.2 ENGENHARIA ECONÔMICA 86</p><p>5.3 O MÉTODO DE PROJETO DE ENGENHARIA 86</p><p>5.4 DINÂMICA DO PROJETO DE ENGENHARIA 87</p><p>5.4.1 HABILIDADES E FERRAMENTAS DO PROCESSO DE PROJETO 87</p><p>5.4.2 O ESPAÇO DE PROJETO 88</p><p>5.4.3 CLUSTERS NO NÚCLEO DO PROCESSO DE PROJETO 88</p><p>5.4.3.1 GERAÇÃO DE REQUISITOS: DEFININDO O ESPAÇO DE PROJETO 88</p><p>5.4.3.2 FERRAMENTAS MULTIÚSO DE PROJETO PARA CARACTERIZAR/DEFINIR/</p><p>DESCREVER/DETALHAR O ESPAÇO DE PROJETO 89</p><p>5.4.3.3 FERRAMENTAS DE GERAÇÃO DE IDEIAS: EXPANDINDO O ESPAÇO DE</p><p>PROJETO 89</p><p>5.4.3.4 TOMADA DE DECISÃO: REDUZINDO O ESPAÇO DE PROJETO 90</p><p>5.4.3.5 ITERANDO: ITERANDO NO ESPAÇO DE PROJETO 90</p><p>5.4.3.6 INVESTIGANDO IDEIAS: EXPLORANDO O ESPAÇO DE PROJETO 90</p><p>5.4.3.7 PROJETO PÓS-CONCEITUAL: DEIXANDO O ESPAÇO DE PROJETO 91</p><p>ConCLuSão 92</p><p>5UNIDADE</p><p>4UNIDADE</p><p>9</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>SuMÁrIo</p><p>6UNIDADE 6 ÉtICa ProFISSIonaL E SEgurança 94</p><p>6.1 ÉTICA NA ENGENHARIA 94</p><p>6.1.1 UM EXEMPLO DE CÓDIGO DE ÉTICA PARA ENGENHEIROS 95</p><p>6.1.2 O JURAMENTO DO ENGENHEIRO 102</p><p>6.2 COMPROMISSO COM A SEGURANÇA 104</p><p>6.2.1 INCERTEZAS NO PROJETO 105</p><p>6.2.2 ÉTICA AMBIENTAL E ASPECTOS SOCIAIS 106</p><p>6.2.3 AS DECISÕES TÉCNICAS E O BEM-ESTAR HUMANO 109</p><p>ConCLuSão 110</p><p>rEFErÊnCIaS 111</p><p>10</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>IConograFIa</p><p>ATENÇÃO</p><p>PARA SABER</p><p>SAIBA MAIS</p><p>ONDE PESQUISAR</p><p>DICAS</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>ATIVIDADES DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>CURIOSIDADES</p><p>QUESTÕES</p><p>ÁUDIOSMÍDIAS</p><p>INTEGRADAS</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>EXEMPLOS</p><p>CITAÇÕES</p><p>DOWNLOADS</p><p>11</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA</p><p>Caro(a) Aluno(a), você está iniciando a disciplina Introdução à Engenharia. Esta disci-</p><p>plina abordará aspectos iniciais e fundamentais sobre a profissão e atuação na área</p><p>de engenharia. Inicialmente, serão abordadas questões, como a definição de enge-</p><p>nheiro e da engenharia, seu histórico, grandes contribuições da área e o perfil do</p><p>profissional.</p><p>Mais à frente, trazem-se discussões sobre o campo de atuação do engenheiro (em</p><p>particular no Brasil), seu processo de formação e o seu conselho de classe, o Conselho</p><p>Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). A disciplina destaca um espaço espe-</p><p>cial para o papel dos projetos na área de engenharia, área que se apresenta como um</p><p>diferencial profissional, bem como uma forma de abordagem de problemas dentro</p><p>do contexto de atuação da engenharia. Por fim, discutem-se aspectos sobre a ética,</p><p>responsabilidade social e a segurança no trabalho de engenharia.</p><p>Espera-se que esses temas, juntamente com aqueles apresentados complementar-</p><p>mente nos fóruns e estudos orientados, despertem mais a vontade de adentrar no</p><p>mundo da engenharia e exercer suas funções de forma não apenas eficiente, mas</p><p>também satisfatória à sua formação. É a partir desses materiais que você terá maior</p><p>proximidade com a realidade da engenharia no país, como os novos desafios enfren-</p><p>tados pelos profissionais com as mudanças nos ambientes econômico e político, a</p><p>chegada de novas tecnologias e a atualização das demandas do mercado.</p><p>Bons estudos!</p><p>Objetivos da disciplina</p><p>Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de:</p><p>• Distinguir as principais características dos profissionais de engenharia e do seu</p><p>conselho de classe, o CREA.</p><p>• Examinar a estrutura curricular do curso.</p><p>• Ilustrar as áreas de atuação e funções do engenheiro.</p><p>• Organizar a realização de atividades segundo a abordagem de projetos.</p><p>• Avaliar a atuação no campo da engenharia a partir de princípios éticos e de</p><p>segurança.</p><p>12</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Descrever como a</p><p>engenharia contribuiu</p><p>para o desenvolvimento</p><p>tecnológico e social da</p><p>humanidade ao longo</p><p>das eras.</p><p>> Ilustrar as principais</p><p>definições acerca</p><p>da engenharia e do</p><p>engenheiro.</p><p>> Identificar as principais</p><p>características do perfil</p><p>comportamental do</p><p>engenheiro de sucesso.</p><p>> Ilustrar as áreas de</p><p>atuação e funções mais</p><p>frequentes no contexto</p><p>da engenharia.</p><p>UNIDADE 1</p><p>13</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 A ENGENHARIA E O</p><p>ENGENHEIRO</p><p>Nesta unidade, você conhecerá os principais conceitos relativos à engenharia e ao seu</p><p>profissional, o engenheiro. Será também apresentado um breve histórico da atuação</p><p>e das contribuições da engenharia ao longo do tempo. Além disso, você conhecerá</p><p>um pouco mais sobre as definições dadas ao engenheiro, a partir da descrição das</p><p>suas principais aptidões e características.</p><p>Por fim, você encontrará uma lista das principais funções desenvolvidas pelos enge-</p><p>nheiros dentro do seu contexto de atuação. Com isso, você já poderá vislumbrar algu-</p><p>mas áreas de atuação do engenheiro e quais as características necessárias para ser</p><p>um profissional de sucesso.</p><p>1.1 INTRODUÇÃO</p><p>Uma boa parcela da população brasileira e mundial não possui uma ideia muito clara</p><p>do que é e do que faz um engenheiro. Apesar das obras de engenharia (sejam de</p><p>grande porte, sejam de menor impacto) estarem às vistas, cerca de 60% da popula-</p><p>ção adulta diz não ter um conhecimento claro sobre as atividades de um engenheiro.</p><p>Assim, a engenharia é, por muitas vezes, vista como uma profissão discreta e imper-</p><p>ceptível na sociedade. Alguns autores, como Telles (2015), atribuem esse desconhe-</p><p>cimento no âmbito nacional a fatores de ordem cultural e social. Contudo, essa reali-</p><p>dade passou a mudar a partir do século XIX.</p><p>Este capítulo introdutório traz discussões que podem sanar alguns dos questiona-</p><p>mentos mais tradicionais acerca da atuação no campo da engenharia. Questiona-</p><p>mentos estes, que, na visão de Cocian (2017), envolvem, entre outras perguntas, saber</p><p>o que faz um engenheiro, para que se estuda engenharia, quem são esses profissio-</p><p>nais, como e onde atuam.</p><p>14</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>1.2 CONCEITOS INICIAIS SOBRE A ENGENHARIA E</p><p>O ENGENHEIRO</p><p>Apesar de ressaltar a dificuldade em se caracterizar a engenharia, Cocian define-a</p><p>como “a arte da aplicação dos princípios científicos, da experiência, do julgamento e</p><p>do senso comum, para implementar ideias e ações em benefício da humanidade e</p><p>da natureza” (COCIAN, 2017, p. 1). Ainda segundo o autor, a engenharia estaria orien-</p><p>tada ao desenvolvimento de produtos ou sistemas adequados à resolução de ques-</p><p>tões específicas. Para tanto, o engenheiro (profissional que pratica a engenharia) faz</p><p>uso de materiais e recursos naturais.</p><p>Para o autor, o engenheiro “é competente em virtude da sua educação fundamental</p><p>e do treinamento para aplicar o método científico (e da engenharia)” (COCIAN, 2017,</p><p>p. 4). A partir da aplicação das ciências e sempre assumindo uma postura de respon-</p><p>sabilidade, o engenheiro é determinante na solução de problemas da humanidade.</p><p>O engenheiro é uma pessoa qualificada pela sua capacidade, educação e experiência</p><p>em executar tarefas de engenharia.</p><p>Entretanto, conforme um dos questionamentos previamente apresentados, pode-</p><p>-se perguntar: para que os engenheiros fazem uso dos materiais e recursos natu-</p><p>rais? Hotzapple e Reece (2013) destacam que os engenheiros possuem um papel de</p><p>grande importância na transformação dos já citados recursos naturais</p><p>e revisi-</p><p>tar etapas, tais como a geração de ideias ou a tomada de decisão, várias vezes e em</p><p>nenhuma ordem particular. Não há um conjunto de receitas sequenciais que irão</p><p>previsivelmente trabalhar efetivamente para cada projeto de desenvolvimento.</p><p>5.4.2 O ESPAÇO DE PROJETO</p><p>Fundamentalmente, o processo de projeto é sobre definir e remodelar o espaço de</p><p>projeto. O espaço de projeto é um conceito abstrato de um espaço que abrange</p><p>todas as ideias de soluções do projeto que serão consideradas em qualquer ponto</p><p>no tempo durante um projeto. Os requisitos de desenvolvimento definem os limites</p><p>do espaço de projeto. A geração de novas ideias de solução povoa (amplia) o espaço.</p><p>O descarte de ideias (isto é, a remoção de ideias de solução consideradas) diminui</p><p>o espaço de projeto. Construir e testar protótipos ou modelos explora (investiga) o</p><p>espaço de projeto. Além disso, criar um projeto detalhado destaca o espaço de proje-</p><p>to. O processo de projeto envolve geralmente todos esses procedimentos. Se você</p><p>prefere pensar sobre as coisas do ponto de vista abstrato, então o conceito de mani-</p><p>pular, explorar e clarificar o espaço de projeto pode ser uma maneira útil de vislum-</p><p>brar o processo de projeto de engenharia.</p><p>5.4.3 CLUSTERS NO NÚCLEO DO PROCESSO DE</p><p>PROJETO</p><p>5.4.3.1 GERAÇÃO DE REQUISITOS: DEFININDO O</p><p>ESPAÇO DE PROJETO</p><p>Recomenda-se geralmente que o processo de projeto comece com uma compreen-</p><p>são clara do problema que está sendo resolvido. Essa é uma das diferenças fundamen-</p><p>tais entre um processo de projeto de engenharia formal e uma resolução de proble-</p><p>mas informal. Em engenharia, geralmente é boa prática definir um problema antes</p><p>de resolvê-lo. Em termos de engenharia, um problema é definido pela declaração</p><p>do problema e por seus requisitos. Os requisitos descrevem as funções que qualquer</p><p>89</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>solução possível deve ter, a fim de ser considerada uma solução para o problema. Os</p><p>requisitos também incluem os objetivos do projeto e suas restrições. Em adição, os</p><p>requisitos descrevem o contexto em que a solução de projeto vai operar, incluindo o</p><p>ambiente, os usuários, operadores e outros fatores existentes que irão influenciar nas</p><p>escolhas de projeto.</p><p>A equipe de desenvolvimento geralmente revisita a etapa de geração de requisitos</p><p>repetidamente durante todo o processo de projeto para rever os requisitos e melho-</p><p>rá-los.</p><p>5.4.3.2 FERRAMENTAS MULTIÚSO DE PROJETO PARA</p><p>CARACTERIZAR/DEFINIR/DESCREVER/DETALHAR O</p><p>ESPAÇO DE PROJETO</p><p>As ferramentas multiúso de projeto inclui uma grande variedade de técnicas que</p><p>podem ser usadas durante o processo de projeto. Essas ferramentas podem ser utili-</p><p>zadas em diversas etapas diferentes. Todas as ferramentas descritas nesta seção</p><p>podem ser usadas para gerar os requisitos. Contudo, elas também podem ser usadas</p><p>para gerar ideias de soluções e avaliar as soluções possíveis. Por exemplo, as ferramen-</p><p>tas podem ser usadas como métodos para rigorosamente comparar ideias de projeto</p><p>umas contra as outras ou contra as tecnologias existentes.</p><p>5.4.3.3 FERRAMENTAS DE GERAÇÃO DE IDEIAS:</p><p>EXPANDINDO O ESPAÇO DE PROJETO</p><p>As ferramentas de geração de ideias explicadas nesta seção são usadas para criar</p><p>ideias e são às vezes chamadas de métodos de criatividade. Tais como as ferramen-</p><p>tas multiúso de projeto, as ferramentas de geração de ideias podem ser usadas em</p><p>muitas fases diferentes do processo de projeto. Essas ferramentas podem ser usadas</p><p>para gerar ideias para requisitos, porém são usadas mais frequentemente para gerar</p><p>ideias para as soluções do projeto. Esses tipos de métodos são usados substancial-</p><p>mente no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e podem ser a atividade mais</p><p>importante em alguns projetos de desenvolvimento. Em outros projetos, pode haver</p><p>uma utilização muito limitada dessas ferramentas. É importante que os engenheiros</p><p>90</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>estejam familiarizados com uma ampla gama de ferramentas de criatividade como</p><p>essas que podem ser utilizadas se o projeto exigir isso.</p><p>5.4.3.4 TOMADA DE DECISÃO: REDUZINDO O ESPAÇO</p><p>DE PROJETO</p><p>As tomadas de decisão são técnicas usadas para tomar decisões bem fundamenta-</p><p>das, ou seja, decisões que estão alinhadas com os requisitos e objetivos do projeto.</p><p>A natureza estruturada dessas ferramentas pode ajudar as equipes a superar a inde-</p><p>cisão e seguir em frente, quando confrontadas com requisitos complexos e contra-</p><p>ditórios ou opiniões. As ferramentas podem ser usadas para tomar todos os tipos de</p><p>decisões ao longo do processo de projeto. No entanto, elas são mais cruciais quando</p><p>a equipe de desenvolvimento deve decidir quais ideias de solução do projeto seguir</p><p>e quais descartar.</p><p>5.4.3.5 ITERANDO: ITERANDO NO ESPAÇO DE</p><p>PROJETO</p><p>O ciclo de iteração abrange: gerar → selecionar → refletir. Seguir esse processo irá</p><p>ajudar você no desenvolvimento de um melhor resultado do projeto. No projeto, os</p><p>engenheiros se esforçam para encontrar a solução ótima que encaixa as funções e as</p><p>restrições do projeto, e isso tipicamente requer iteração.</p><p>5.4.3.6 INVESTIGANDO IDEIAS: EXPLORANDO O</p><p>ESPAÇO DE PROJETO</p><p>A investigação de ideias abrange ferramentas, como o desenvolvimento de métricas,</p><p>modelagem e prototipagem, que são normalmente utilizadas para testar e avaliar as</p><p>soluções detalhadas de projeto. Essas ferramentas podem ser usadas logo no início</p><p>do processo de projeto para dar à equipe de desenvolvimento uma compreensão</p><p>concreta do problema e mostrar as vantagens e desvantagens de diferentes soluções</p><p>possíveis. Alguns projetos de desenvolvimento se beneficiam da prototipagem cedo.</p><p>91</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Contudo, é mais frequente que os protótipos, a modelagem e os testes venham mais</p><p>tarde: depois que os requisitos estiverem bem estabelecidos, muitas ideias de solu-</p><p>ção já tiverem sido consideradas, uma solução preferida tiver sido escolhida, e a equi-</p><p>pe estiver trabalhando em direção a um projeto detalhado.</p><p>5.4.3.7 PROJETO PÓS-CONCEITUAL: DEIXANDO O</p><p>ESPAÇO DE PROJETO</p><p>O projeto pós-conceitual aborda atividades comuns que precisam ocorrer para trazer</p><p>um projeto à realidade, isto é, para implementar, instalar ou produzir a tecnologia</p><p>que resulta do processo de projeto. Os passos necessários dependem significativa-</p><p>mente do tipo de tecnologia que está sendo projetada. Levar um produto ao merca-</p><p>do é muito diferente de construir uma usina ou distribuir um pacote de software. No</p><p>seu curso, você vai aprender mais sobre esse passo do processo, no que se refere à</p><p>sua habilitação de engenharia, conforme você se mover ao longo de seu programa</p><p>de estudo.</p><p>92</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Nesta unidade você conheceu um pouco mais da abordagem de projetos na enge-</p><p>nharia e como esta abordagem se relaciona com o processo de tomada de decisão</p><p>empresarial. Você pôde perceber como o projeto é subdividido em diferentes etapas</p><p>e como cada uma destas apresenta uma função específica, desde a concepção do</p><p>projeto a ser implementado, até a avaliação final do trabalho.</p><p>De forma complementar, você ficou conhecendo alguns elementos que também</p><p>devem ser levados em consideração na condução de um projeto. Da viabilidade</p><p>econômica do projeto e de suas etapas até a relação entre os departamentos da</p><p>empresa envolvidos na sua realização, o processo de projeto envolve diferentes esfe-</p><p>ras da organização, assim como diferentes competências são necessárias.</p><p>Assim, é preciso que você</p><p>entenda que os projetos vão demandar diferentes perspec-</p><p>tivas, habilidades e competências em diferentes momentos. Logo, enquanto profis-</p><p>sional de engenharia, você não deveria excluir outras abordagens para a solução de</p><p>problemas. Você pode se deparar com a necessidade de novos olhares para a condu-</p><p>ção de um projeto. Mantenha-se conectado, bons estudos e até a próxima.</p><p>93</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> avaliar condutas éticas</p><p>e aéticas no contexto</p><p>da engenharia;</p><p>> formular um código</p><p>de ética profissional;</p><p>> debater sobre os</p><p>impactos sociais</p><p>e ambientais</p><p>da conduta do</p><p>engenheiro</p><p>UNIDADE 6</p><p>94</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>6 ÉTICA PROFISSIONAL E</p><p>SEGURANÇA</p><p>Além de um bom conhecimento técnico, habilidades de comunicação e capacidade</p><p>analítica, o bom engenheiro precisa ter uma conduta calcada na ética. Não apenas</p><p>para si, mas também para influenciar de maneira positiva aqueles que o cercam. Esta</p><p>unidade está orientada à discussão do papel da ética na rotina do profissional de</p><p>engenharia e como esta se relaciona com outros aspectos, como por exemplo, ques-</p><p>tões morais, sociais e ambientais.</p><p>6.1 ÉTICA NA ENGENHARIA</p><p>Ética refere-se ao estudo da moralidade e opções morais que todos precisamos</p><p>fazer em nossas vidas. As sociedades profissionais, como a médica e a engenheira,</p><p>têm orientações, padrões e regras estabelecidas há muito tempo e que governam</p><p>a conduta de seus membros. Essas regras também são usadas pelos membros do</p><p>comitê de ética da organização profissional para interpretar dilemas éticos subme-</p><p>tidos por um reclamante. Conforme previamente discutido, os engenheiros proje-</p><p>tam muitos produtos, como carros, computadores, avião, roupas, brinquedos, apare-</p><p>lhos domésticos, equipamentos cirúrgicos e de refrigeração, dispositivos de saúde</p><p>e máquinas que fabricam outros produtos. Os engenheiros também projetam e</p><p>supervisionam a construção de prédios, barragens, rodovias e sistemas de transporte</p><p>em massa e a construção de usinas, que fornecem energia para empresas de manu-</p><p>fatura, residências e escritórios. Os engenheiros exercem uma importante função</p><p>no projeto e manutenção da infraestrutura de um país, o que inclui sistemas de</p><p>comunicação, serviços públicos e transporte. Também estão envolvidos com meios</p><p>de aumentar a produção agrícola de grãos, frutas e vegetais, além de melhorias na</p><p>segurança alimentar.</p><p>Como você pode ver, as pessoas contam muito com os engenheiros para obter produ-</p><p>tos e serviços bons e seguros. Não há espaços para erros ou desonestidade na enge-</p><p>nharia! Os erros cometidos por engenheiros podem custar não apenas muito dinhei-</p><p>ro, mas também vidas. Pense nisso: Um cirurgião incompetente ou sem ética poderia</p><p>95</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>causar a morte de no máximo uma pessoa a cada vez (se uma mulher grávida morre</p><p>na mesa de cirurgia, então seriam duas mortes); ao passo que um engenheiro incom-</p><p>petente e não ético poderia causar a morte de centenas de pessoas de uma só vez.</p><p>Se, a fim de economizar dinheiro, um engenheiro não ético projeta uma ponte ou</p><p>parte de um avião que não atende aos requisitos de segurança, centenas de pessoas</p><p>estarão em risco!</p><p>Você percebe como em determinados trabalhos não há margem para erros huma-</p><p>nos. Por exemplo, se um garçom trouxer uma Coca-cola em vez de Pepsi, como soli-</p><p>citada, ou em vez de trazer batatas fritas, traz anéis de cebola, você pode muito bem</p><p>viver com esse erro. Esses são enganos que geralmente podem ser corrigidos sem</p><p>nenhum dano a ninguém. Mas se um engenheiro incompetente ou não ético projeta</p><p>incorretamente uma ponte, ou um prédio, ou um avião, ele pode ser responsável pela</p><p>morte de centenas de pessoas. Portanto, você deve perceber por que é tão importan-</p><p>te que os engenheiros praticantes futuros sigam os mais altos padrões de honestida-</p><p>de e integridade.</p><p>6.1.1 UM EXEMPLO DE CÓDIGO DE ÉTICA PARA</p><p>ENGENHEIROS</p><p>Preâmbulo: Engenharia é uma importante profissão que deve ser aprendida. Como</p><p>membros desta profissão, espera-se que os engenheiros apresentem os mais altos</p><p>padrões de honestidade e integridade. A engenharia exerce impacto direto e vital na</p><p>qualidade de vida das pessoas. Dessa forma, os serviços fornecidos pelos engenheiros</p><p>exigem honestidade, imparcialidade, equilíbrio e equidade, e devem ser dedicados</p><p>à proteção da saúde pública, da segurança e do bem-estar. Os engenheiros devem</p><p>trabalhar de acordo com um padrão de comportamento profissional que requer</p><p>adesão aos mais altos princípios de conduta ética.</p><p>I. Códigos de valores fundamentais</p><p>No comprimento de suas obrigações profissionais, os engenheiros devem:</p><p>1. Manter em condição soberana a segurança, saúde e bem-estar da população.</p><p>2. Realizar serviços unicamente nas áreas de sua competência.</p><p>96</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>3. Divulgar declarações públicas somente de maneira objetiva e verdadeira.</p><p>4. Atuar para cada empregador ou cliente como agente responsável e digno de</p><p>confiança.</p><p>5. Evitar atos enganadores.</p><p>6. Manter conduta honrada, responsável, ética e seguidora da lei, de forma a contri-</p><p>buir com a honra, reputação e utilidade da profissão.</p><p>II. Regras de prática</p><p>1. Os engenheiros devem manter em condição soberana a segurança, saúde e</p><p>bem-estar da população.</p><p>a. Se o julgamento dos engenheiros for rejeitado sob circunstância em que haja</p><p>risco à vida ou à propriedade, eles devem notificar ao seu empregador ou cliente, e a</p><p>respectiva autoridade local deve ser informada.</p><p>b. Os engenheiros devem aprovar somente os documentos de engenharia que estão</p><p>em conformidade com os padrões aplicáveis.</p><p>c. Os engenheiros não devem revelar fatos, dados ou informações sem prévio consen-</p><p>timento do cliente ou empregador, exceto quando autorizado ou exigido por lei ou</p><p>por meio deste Código.</p><p>d. Os engenheiros não devem permitir o uso de seu nome ou associá-lo a empreen-</p><p>dimentos comerciais que acreditem estarem envolvidos em negócios fraudulentos</p><p>ou desonestos.</p><p>e. Os engenheiros, tendo conhecimento de alegada violação deste Código, devem</p><p>informá-la aos órgãos profissionais competentes e, quando relevante, também às</p><p>autoridades públicas, e devem cooperar com as autoridades apropriadas no provi-</p><p>mento de tais informações, conforme necessário.</p><p>2. Os engenheiros devem realizar serviços unicamente nas áreas de sua competência.</p><p>a. Os engenheiros devem aceitar atribuições somente quando qualificados por sua</p><p>formação ou experiência nas respectivas áreas de especialidades envolvidas.</p><p>b. Os engenheiros não devem incluir suas assinaturas em quaisquer planos ou docu-</p><p>mentos que tratem de matéria na qual lhes falte competência, nem qualquer plano</p><p>ou documento não preparado sob sua direção ou controle.</p><p>97</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>c. Os engenheiros podem aceitar atribuições e assumir responsabilidade pela coor-</p><p>denação de um projeto inteiro e podem assinar e selar os documentos de enge-</p><p>nharia do projeto inteiro, desde que cada segmento técnico seja assinado e selado</p><p>somente por engenheiros qualificados que prepararam o segmento.</p><p>3. Os engenheiros devem divulgar declarações públicas somente de maneira objetiva</p><p>e verdadeira.</p><p>a. Os engenheiros devem ser objetivos e verdadeiros nos relatórios profissionais,</p><p>declarações ou testemunhos. Eles devem incluir todas as informações</p><p>relevantes e</p><p>pertinentes em tais relatórios, declarações ou testemunhos, que devem mostrar a</p><p>data em que o fato aconteceu.</p><p>b. Os engenheiros podem expressar publicamente opiniões técnicas, fundamenta-</p><p>das pelo conhecimento dos fatos e competência na matéria.</p><p>c. Os engenheiros não devem divulgar declarações, críticas ou argumentos sobre</p><p>questões técnicas inspiradas ou financiadas pelas partes interessadas, a menos que</p><p>precedidas por seus comentários, identificando explicitamente as partes interessa-</p><p>das em cujo nome estão falando, e revelando a existência de quaisquer interesses</p><p>que os engenheiros possam ter na questão.</p><p>4. Os engenheiros devem atuar para cada empregador ou cliente como agente</p><p>responsável e digno de confiança.</p><p>a. Os engenheiros devem revelar todos os conflitos de interesses potenciais ou conhe-</p><p>cidos que possam influenciar ou parecer influenciar seu julgamento ou a qualidade</p><p>de seus serviços.</p><p>b. Os engenheiros não devem aceitar compensação, financeira ou outra, de mais de</p><p>uma parte para serviços no mesmo projeto, ou para serviços pertencentes ao mesmo</p><p>projeto, a menos que as circunstâncias sejam completamente divulgadas e em</p><p>conformidade com todas as partes interessadas.</p><p>c. Os engenheiros não devem solicitar ou aceitar montante pecuniário ou outra obri-</p><p>gação financeira, direta ou indiretamente, de agentes estranhos ao trabalho para o</p><p>qual são responsáveis.</p><p>98</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>d. Os engenheiros em função pública como membros, consultores ou empregados</p><p>de um órgão governamental ou paragovernamental não devem participar de deci-</p><p>sões com respeito aos serviços solicitados ou fornecidos por eles ou por suas empre-</p><p>sas em prática de engenharia privada ou pública.</p><p>e. Os engenheiros não devem solicitar ou aceitar um contrato de um órgão governa-</p><p>mental no qual um diretor ou empregado de sua empresa trabalhe como membro.</p><p>5. Os engenheiros devem evitar atos enganadores.</p><p>a. Os engenheiros não devem falsificar suas qualificações ou permitir qualquer má</p><p>interpretação de suas qualificações ou das de seus associados. Eles não devem dimi-</p><p>nuir nem exagerar sua responsabilidade nessa matéria quanto a atribuições prévias.</p><p>Folhetos ou outras apresentações que aparecem nas solicitações de emprego não</p><p>devem desrespeitar os fatos pertinentes a respeito dos empregadores, empregados,</p><p>associados, joint ventures ou realizações anteriores.</p><p>b. Os engenheiros não devem oferecer, conceder, solicitar nem receber, direta ou indi-</p><p>retamente, nenhuma contribuição para influenciar um contrato por parte de auto-</p><p>ridade pública, ou que possa ser razoavelmente constituída para o público, tendo</p><p>como intenção influenciar a conquista de um contrato. Não devem oferecer nenhum</p><p>presente ou outra consideração de valor para garantir o trabalho. Não devem pagar</p><p>comissão, porcentagem ou taxa de corretagem a fim de assegurar um trabalho, exce-</p><p>to a um empregado de boa fé ou a agência comercial ou de marketing estabelecida</p><p>e de boa fé mantidos por ele.</p><p>III. Obrigações do profissional</p><p>1. Os engenheiros devem orientar todas as suas relações com os mais altos padrões</p><p>de honestidade e integridade.</p><p>a. Os engenheiros devem saber reconhecer seus erros e não distorcer ou alterar os</p><p>fatos.</p><p>b. Os engenheiros devem aconselhar seus clientes ou empregados quando acredita-</p><p>rem que um projeto não será bem-sucedido.</p><p>99</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>c. Os engenheiros não devem aceitar pagamentos externos em detrimento de seu</p><p>trabalho ou interesse regular. Antes de aceitarem qualquer emprego externo de</p><p>engenharia, devem notificar seus empregadores.</p><p>d. Os engenheiros não devem tentar atrair um engenheiro de outro empregador por</p><p>meio de pretensões falsas ou enganosas.</p><p>e. Os engenheiros não devem promover seus próprios interesses à custa da dignidade</p><p>e integridade de sua profissão.</p><p>2. Os engenheiros devem se esforçar o tempo todo para atender aos interesses</p><p>públicos.</p><p>a. Os engenheiros devem buscar oportunidades para participar de assuntos cívicos;</p><p>orientação vocacional aos jovens e trabalhar para o avanço da segurança, da saúde e</p><p>do bem-estar de sua comunidade.</p><p>b. Os engenheiros não devem completar, assinar ou selar planos e/ou especificações</p><p>que não estejam em conformidade com os padrões aplicáveis de engenharia. Se o</p><p>cliente ou empregador insistir em tal conduta antiprofissional, ele deve ser notificado</p><p>às autoridades competentes e retirado do serviço ou do processo.</p><p>c. Os engenheiros devem se esforçar para ampliar o conhecimento público e aprecia-</p><p>ção da engenharia e suas conquistas.</p><p>3. Os engenheiros devem evitar toda conduta ou prática que engane o público.</p><p>a. Os engenheiros devem evitar o uso de declarações que contenham material de má</p><p>interpretação dos fatos ou omissão de algum fato.</p><p>b. Em conformidade com o exposto anteriormente, os engenheiros devem se preca-</p><p>ver no recrutamento de pessoal.</p><p>c. Em conformidade com o exposto anteriormente, os engenheiros devem preparar</p><p>artigos para impressão técnica ou legal, mas tais artigos não devem implicar crédito</p><p>ao autor por trabalho realizado por terceiros.</p><p>4. Os engenheiros não devem divulgar, sem consentimento, informações confiden-</p><p>ciais a respeito dos negócios ou processos técnicos do cliente ou empregador atual</p><p>ou anterior, ou de órgão público para o qual trabalham.</p><p>100</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>a. Os engenheiros não devem, sem consentimento de todas as partes interessadas,</p><p>promover ou contratar novo trabalho ou prática em conexão com um projeto especí-</p><p>fico para o qual o engenheiro adquiriu conhecimento particular e especializado.</p><p>b. Os engenheiros não devem, sem consentimento de todas as partes interessadas,</p><p>participar ou representar um interesse adversário em conexão com um projeto espe-</p><p>cífico em que o engenheiro obteve conhecimento especializado particular em nome</p><p>de um antigo cliente ou empregador.</p><p>5. Os engenheiros não devem ser influenciados em seus deveres profissionais median-</p><p>te conflitos de interesses</p><p>a. Os engenheiros não devem aceitar considerações financeiras ou outras, incluin-</p><p>do projetos de engenharia gratuitos, de fornecedores de materiais ou equipamentos</p><p>para especificar seu produto.</p><p>b. Os engenheiros não devem aceitar comissões ou permissões, direta ou indireta-</p><p>mente, de contratantes ou outras partes que lidem com clientes ou empregadores</p><p>do engenheiro, em conexão com o trabalho sobre o qual o engenheiro é responsável.</p><p>6. Os engenheiros não devem tentar obter emprego ou promoção ou envolvimen-</p><p>tos profissionais por meio de críticas infundadas a outros engenheiros, ou por outros</p><p>métodos impróprios e questionáveis.</p><p>a. Os engenheiros não devem solicitar, propor ou aceitar comissão em possíveis situa-</p><p>ções, sob circunstâncias em que seu julgamento possa ser comprometido.</p><p>b. Engenheiros em posições assalariadas devem aceitar trabalho de engenharia de</p><p>meio período somente consistente com as políticas do empregador e de acordo com</p><p>as considerações éticas.</p><p>c. Os engenheiros não devem, sem consentimento, usar equipamento, suprimen-</p><p>tos, laboratório ou instalações de escritório de um empregador para conduzir prática</p><p>privada de terceiros.</p><p>7. Os engenheiros não devem procurar prejudicar, adulterar ou falsificar, direta ou indi-</p><p>retamente, a reputação profissional, prospectos, prática ou emprego de outros enge-</p><p>nheiros. Os engenheiros que acreditem que alguém seja culpado de prática ilegal ou</p><p>de falta de ética devem apresentar tais informações à autoridade competente da ação.</p><p>101</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº</p><p>767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>a. Os engenheiros em prática privada não devem revisar o trabalho de outro enge-</p><p>nheiro para o mesmo cliente, exceto com o conhecimento de tal engenheiro, ou a</p><p>menos que a conexão de tal engenheiro com o trabalho tenha sido finalizada.</p><p>b. Engenheiros em empregos governamental, industrial ou educacional são incumbi-</p><p>dos de rever e avaliar o trabalho de outros engenheiros, quando assim requerido por</p><p>suas funções.</p><p>c. Engenheiros em empregos de vendas ou industrial são incumbidos de fazer compa-</p><p>rações de engenharia de produtos relacionados com produtos de outros fornecedores.</p><p>8. Os engenheiros devem aceitar a responsabilidade pessoal de suas atividades profis-</p><p>sionais, contanto que esse engenheiro possa reivindicar indenização de serviços que</p><p>surjam de sua prática decorrente da negligência de terceiros, sendo que os interesses</p><p>do engenheiro não podem ser protegidos de outra maneira.</p><p>a. Os engenheiros devem estar em conformidade com as leis de registro estadual na</p><p>prática da engenharia.</p><p>b. Os engenheiros não devem se associar com parceiros não engenheiros, empresa</p><p>ou parceiros como um “laranja” para atitudes não éticas.</p><p>9. Os engenheiros devem dar crédito por um trabalho de engenharia para aqueles</p><p>cujo crédito é devido, e deve reconhecer os interesses de propriedade de outros.</p><p>a. Os engenheiros devem, sempre que possível, nomear a pessoa ou pessoas que</p><p>possam ser responsabilizadas individualmente por projetos, invenções, escritos ou</p><p>outras realizações.</p><p>b. Os engenheiros que utilizam projetos fornecidos pelo cliente reconhecem que os</p><p>projetos continuam sendo propriedade do cliente e não podem ser duplicados pelo</p><p>engenheiro para terceiros sem permissão expressa.</p><p>c. Os engenheiros, antes de empreenderem o trabalho de outros, no qual podem fazer</p><p>melhorias, planos, projetos, invenções ou outros registros que venham a justificar direi-</p><p>tos autorais ou patentes, devem entrar em acordo positivo a respeito da propriedade.</p><p>d. Os projetos dos engenheiros, dados, registros e notas de referência exclusivas do</p><p>trabalho do empregador são propriedades do empregador. O empregador deve</p><p>indenizar o engenheiro para o uso das informações para quaisquer outros propósitos</p><p>além do original.</p><p>102</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>6.1.2 O JURAMENTO DO ENGENHEIRO</p><p>O juramento do engenheiro, que foi adotado pela NSPE em 1954, é a declaração</p><p>de crença, similar ao juramento de Hipócrates feito por praticantes da medicina. Foi</p><p>desenvolvido para afirmar a filosofia de serviços da engenharia de maneira sucinta.</p><p>O conteúdo de O juramento do engenheiro é:</p><p>• Oferecer o máximo de desempenho;</p><p>• Participar unicamente de empresa honesta;</p><p>• Viver e trabalhar de acordo com as leis dos homens e com os mais altos padrões</p><p>de con-duta profissional; e</p><p>• Colocar</p><p>• o serviço à frente do lucro,</p><p>• a honra e a reputação da profissão à frente da vantagem pessoal; e</p><p>• o bem-estar público acima de todas as outras considerações.</p><p>Com humildade e de acordo com a orientação divina, faço este juramento. Esse</p><p>juramento normalmente é usado em cerimônias de graduação ou apresentações</p><p>de certificado de licenciatura. As definições adicionais a seguir devem ser estudadas</p><p>cuidadosamente.</p><p>Fraude acadêmica – A honestidade é muito importante em todos os aspectos da</p><p>vida. A fraude acadêmica refere-se ao comportamento que inclui colar nas provas,</p><p>trapacear nos deveres de casa, em relatórios do laboratório; plágio; fingir estar doen-</p><p>te para não fazer uma prova; assinar a folha de presença para outro aluno ou pedir</p><p>que outro aluno assine por você em sua ausência. As universidades apresentam dife-</p><p>rentes critérios para lidar com fraudes acadêmicas, inclusive punir o aluno desones-</p><p>to com a repetição do curso, ou pedir-lhe que saia da sala de aula, ou colocá-lo em</p><p>período experimental.</p><p>Plágio – O plágio refere-se a apresentar o trabalho de outra pessoa como se fosse seu.</p><p>Você pode usar ou citar o trabalho de outros, incluindo informações de artigos de</p><p>revistas, livros, fontes on-line, TV ou rádio, mas assegurando-se de citar de onde foram</p><p>obtidas as informações.</p><p>Conflito de interesses – Um conflito entre os interesses pessoais de um indivíduo e as</p><p>obrigações desse indivíduo geradas pela posição que ele ocupa.</p><p>103</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Contrato – O contrato é um acordo entre duas ou mais partes, que celebram livre-</p><p>mente. Contrato legal é o contrato com vínculo legal, indicando que, caso não seja</p><p>cumprido integralmente, poderá haver consequência legal.</p><p>Responsabilidade profissional – Trata-se da responsabilidade associada ao predomí-</p><p>nio de um tipo especial de conhecimento para o bem-estar e benefício da sociedade.</p><p>Leia os casos a seguir:</p><p>Compartilhar suíte de hotel: caso no 87-4</p><p>Fatos O Engenheiro B é diretor de engenharia em uma grande agência</p><p>governamental, que utiliza muitos consultores de engenharia. O Engenhei-</p><p>ro A é diretor em uma grande empresa de engenharia que realiza serviços</p><p>para essa agência. Ambos são membros de uma sociedade de engenharia</p><p>que conduz um seminário de dois dias em uma cidade distante. Ambos</p><p>planejam participar do seminário, e concordam em compartilhar os custos</p><p>de uma suíte de hotel de duas camas a fim de obter melhor acomodação.</p><p>Foi ético aos engenheiros A e B compartilharem a suíte do hotel?</p><p>Uso dos mesmos serviços para clientes diferentes: caso no 00-3</p><p>Fatos O Engenheiro A, um profissional de engenharia, realiza um estudo de</p><p>tráfego para o Cliente X como parte do pedido de autorização do cliente ao</p><p>fluxo do tráfego para desenvolvimento de uma loja. O Engenheiro A fornece</p><p>um orçamento ao Cliente X para o estudo de tráfego completo. Mais tarde, o</p><p>Cliente X descobre que parte do estudo de tráfego fornecido pelo Engenheiro</p><p>A para o Cliente X foi anteriormente desenvolvido pelo Engenheiro A para</p><p>um desenvolvedor, o Cliente Y, em um local perto dali, e que o Engenheiro A</p><p>faturou do Cliente Y pelo estudo de tráfego completo. O segundo estudo em</p><p>um novo projeto para o Cliente X utilizou alguns dos mesmos dados utiliza-</p><p>dos no relatório preparado para o Cliente Y. A conclusão final do estudo de</p><p>engenharia foi essencialmente a mesma nos dois estudos.</p><p>Foi ético da parte do Engenheiro A cobrar do Cliente X pelo estudo de tráfe-</p><p>go completo?</p><p>104</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>6.2 COMPROMISSO COM A SEGURANÇA</p><p>A sociedade exige produtos e serviços seguros, e alguém deve pagar por essa segu-</p><p>rança. Esse é um assunto subjetivo, pois o que pode ser seguro para uma pessoa pode</p><p>não ser para outra (MARTIN; SCHINZINGER, 2010); existem diferentes percepções do</p><p>que é seguro ou podem existir situações diferentes de exposição ao risco. Por exem-</p><p>plo, um parafuso em um brinquedo pode não representar um risco para um adulto,</p><p>mas pode ser um grande perigo para uma criança.</p><p>Para ter uma noção melhor do significado de segurança, deve-se definir algum ponto</p><p>de referência objetiva, além do nosso próprio ponto de vista. Ou seja, o conceito de</p><p>segurança está intimamente ligado às percepções e valores do grupo.</p><p>Uma opção é simplesmente avaliar a segurança como a ausência de qualquer risco.</p><p>Lamentavelmente isso não se aplica a nossa vida e muito menos à engenharia.</p><p>Assim, assumindo que qualquer atividade ou produto tenha algum tipo de risco,</p><p>estes podem ser definidos como seguros quando seus riscos são totalmente conhe-</p><p>cidos e considerados aceitáveis por uma quantidade significativa de pessoas à luz da</p><p>razão, dos princípios e dos valores morais estabelecidos.</p><p>No âmbito da engenharia, o conceito de segurança está associado diretamente aos</p><p>produtos, aos serviços, aos processos e à proteção contra desastres.</p><p>Riscos</p><p>Diz-se que uma coisa não é segura quando ela expõe as pessoas a um risco inaceitá-</p><p>vel. Porém, o que significa a palavra “risco”? Um risco é simplesmente a possibilidade</p><p>de ocorrer algo indesejado ou perigoso.</p><p>No que se refere à engenharia, os riscos e perigos incluem situações que podem</p><p>resultar em possíveis danos à saúde das pessoas, perdas econômicas ou degradação</p><p>ambiental. Essas situações indesejadas podem ser ocasionadas por falhas nos produ-</p><p>tos ou sistemas, soluções economicamente inadequadas, soluções ambientalmente</p><p>danosas ou por falhas na operação ou manutenção dos processos.</p><p>105</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>As boas práticas da engenharia têm sempre se preocupado com a segurança comple-</p><p>ta das suas soluções. Além dos perigos mensuráveis e identificáveis provenientes do</p><p>uso de produtos de consumo e dos processos de produção das fábricas, até alguns</p><p>efeitos negativos menos óbvios da tecnologia são, nos dias de hoje, de conhecimento</p><p>público. Dentre eles, alguns riscos não eram identificáveis por desconhecimento dos</p><p>seus efeitos negativos.</p><p>Por outro lado, os perigos da natureza ainda continuam ameaçando a vida e o patri-</p><p>mônio das pessoas. A tecnologia tem ajudado a reduzir o efeito negativo de alguns</p><p>desses perigos, como o das enchentes e tormentas, mas, ao mesmo tempo, tem</p><p>aumentado a vulnerabilidade a outros perigos naturais, como os terremotos, pelos</p><p>frágeis e antigos sistemas de distribuição de água, energia elétrica, medicamentos e</p><p>alimentos. Outras consequências preocupantes relacionadas com a tecnologia são os</p><p>serviços de coleta de esgoto, aterros sanitários, recuperação e neutralização de subs-</p><p>tâncias tóxicas.</p><p>6.2.1 INCERTEZAS NO PROJETO</p><p>Os riscos em um determinado produto surgem das muitas incertezas encontradas</p><p>pelos engenheiros projetistas, de produção e também pelos engenheiros de vendas.</p><p>Iniciando pela concepção do produto, os objetivos principais podem ser maximizar</p><p>os lucros na sua utilização ou ter o retorno do investimento mais rápido possível, por</p><p>exemplo.</p><p>Dependendo do tipo de aplicação, uma peça mecânica pode apresentar boas carac-</p><p>terísticas estáticas e falhar quando carregada dinamicamente. Além das incertezas</p><p>sobre as aplicações de um produto, existem àquelas referentes aos materiais dos</p><p>quais é feito e o nível de tecnologia utilizado na sua produção, no transporte e na</p><p>adaptação.</p><p>Além disso, o engenheiro deve ainda entender que os dados fornecidos pelo fabri-</p><p>cante referentes aos itens utilizados nos seus projetos, como resistores, vidros ópticos,</p><p>isolantes elétricos, parafusos, cimento, ligas de aço, etc., foram calculados de forma</p><p>estatística. As características dos componentes individuais podem variar muito do</p><p>valor médio.</p><p>106</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Os engenheiros tradicionalmente têm contornado essas incertezas sobre os materiais</p><p>ou componentes, assim como o conhecimento limitado das condições de operação</p><p>dos seus produtos, introduzindo um confortável “coeficiente de segurança”. Esse fator</p><p>tem como objetivo antecipar-se diante de possíveis condições limites de operação de</p><p>forma que o produto tenha pequena probabilidade de falha, geralmente causados</p><p>por pequenos desvios inesperados nos materiais, na variabilidade da qualidade ou</p><p>nas condições de operação.</p><p>Um produto pode ser dito seguro se a sua capacidade excede a sua utilidade. Porém,</p><p>isso pressupõe o conhecimento exato da capacidade e da utilidade atual. Por exem-</p><p>plo, o projeto de um elevador de passageiros é composto de muitos componentes</p><p>e conta com inúmeras formas possíveis de carregamento e utilização durante a sua</p><p>operação, que nem sempre podem ser totalmente previstas. O engenheiro dimensio-</p><p>na os componentes de acordo com uma especificação mecânica de cargas e formas</p><p>de operação. Durante a construção, montagem, operação e manutenção do eleva-</p><p>dor, as condições reais de utilização podem variar muito em relação às previstas pelo</p><p>engenheiro, e isso se deve em parte pelo fato de as peças componentes apresenta-</p><p>rem certas tolerâncias nas suas dimensões físicas, assim como nas suas propriedades,</p><p>por se tornarem viáveis economicamente ou pela aproximação inexata dos modelos</p><p>utilizados. Durante as montagens, pode haver danos nas estruturas internas dessas</p><p>peças. Durante a utilização, pode ocorrer o uso fora das especificações de projeto, por</p><p>exemplo, nos casos de sobrecarga. Com o tempo, os materiais também envelhecem</p><p>e as suas propriedades físicas se alteram.</p><p>6.2.2 ÉTICA AMBIENTAL E ASPECTOS SOCIAIS</p><p>A expressão ética ambiental pode ter vários significados. Pode-se utilizar essa expres-</p><p>são para se referir ao estudo dos problemas morais relacionados com o meio ambien-</p><p>te, ou para avaliar os pontos de vistas morais desses problemas.</p><p>Quando um engenheiro começa o projeto de um produto, processo ou dispositivo,</p><p>as considerações dos aspectos ambientais e sociais desse trabalho devem ser avalia-</p><p>das. Tais considerações não são novas no processo do projeto da engenharia, entre-</p><p>tanto, no mundo atual elas têm ganhado uma grande ênfase nas avaliações de quais</p><p>produtos, processos ou dispositivos deverão ser aceitos no mercado. Historicamente,</p><p>107</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>o principal determinante da viabilidade de um produto ou processo de engenharia</p><p>tem sido o seu custo com relação a outros que podem ser utilizados com o mesmo</p><p>propósito. Se o novo produto ou processo fosse mais econômico, então ele era esco-</p><p>lhido pelos clientes como uma escolha lógica. Se ele for, portanto, mais caro que</p><p>outros produtos ou processos disponíveis, não irá sobreviver por muito tempo. Esse</p><p>processo de seleção natural do mercado é perceptível tanto para bicicletas quanto</p><p>para automóveis.</p><p>De certa forma, a escolha de um produto A com relação a um produto B, ou um</p><p>processo C por um processo D, baseados em fatores econômicos, é uma escolha justi-</p><p>ficadamente vantajosa por parte do cliente. O mesmo raciocínio não se aplica neces-</p><p>sariamente quando se levam em conta as preocupações ambientais ou sociais. O</p><p>que torna a influência dos aspectos sociais e ambientais nos projetos de engenharia</p><p>muito mais difícil é o paradoxo entre as medidas absolutas e os valores relativos. Se</p><p>um engenheiro trabalha no projeto de um novo avião comercial para viajar a uma</p><p>velocidade supersônica, o público poderá fazer algumas perguntas, como:</p><p>Qual é a poluição sonora que o avião vai gerar?</p><p>Qual é a taxa de destruição da camada de ozônio dos motores?</p><p>Ambas as questões podem ser válidas e respondidas em termos de quantidades</p><p>absolutas em decibéis de potência sonora ou pela quantidade de perda de ozônio</p><p>em toneladas por ano, levando em conta velocidade e altitude. Entretanto, o parado-</p><p>xo é que o engenheiro não pode julgar apenas os valores absolutos dos efeitos cola-</p><p>terais e secundários negativos que o seu produto ou processo impactará no ambiente</p><p>ou na sociedade.</p><p>Assim, essas quantidades absolutas não serão necessariamente comparadas com</p><p>uma base comum entre produtos ou entre tecnologias. Não se pode comparar,</p><p>por exemplo, as emissões de dióxido de enxofre e dióxido de carbono que uma</p><p>usina termelétrica de carvão produz diariamente com o rejeito radiativo produzi-</p><p>do por uma usina termelétrica nuclear. Algumas pessoas podem achar ambas as</p><p>soluções inaceitáveis, porém, dificilmente queiram viver sem eletricidade ou com</p><p>o seu uso restrito.</p><p>108</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Não existem muitas formas de resolver esse tipo de problema. Uma das maneiras é</p><p>utilizar uma pesquisa de mercado para avaliar o valor econômico dado pela maioria</p><p>para os impactos sociais ou ambientais e então incluí-la nos custos do produto ou</p><p>processo. Em alguns casos, pode ser associado um valor monetário equivalente para</p><p>compensar esses impactos.</p><p>Outra forma de resolver o problema é utilizar o sistema político e estudar os limites</p><p>regulatórios legais já estabelecidos do impacto ambiental ou social, para um deter-</p><p>minado produto ou processo. No caso em que a regulação seja inexistente, ou na</p><p>falta de normas específicas, elas podem ser estabelecidas e negociadas com a socie-</p><p>dade para alcançar um limite mensurável e razoável que permita a exploração do</p><p>produto ou processo.</p><p>Nenhum dos métodos citados é totalmente satisfatório para todos e geralmente</p><p>resulta em uma negociação com as partes entrando em conflito para tentar chegar a</p><p>um termo que seja aceitável. Nessas discussões, a falta de racionalidade e a ignorân-</p><p>cia da parte conflitante pode ser um impedimento para os projetos do engenheiro.</p><p>A engenharia e o desenvolvimento sustentável</p><p>Alguns engenheiros acreditam que existe uma forma padronizada de entendimento</p><p>na engenharia, que o mundo faz parte de um universo mecânico, onde tudo pode ser</p><p>entendido pela análise e que, então, se alguma coisa der errado, pode ser consertada</p><p>(KUHN, 2001).</p><p>Esse tipo de pensamento se contrapõe à visão de um ambiente orgânico, onde tudo</p><p>está interconectado e que assume a ignorância e estupidez humana como uma</p><p>das suas bases fundamentais. Esse segundo tipo de pensamento é chamado por</p><p>alguns de “filosofia verde” e demanda humildade, respeito e sensibilidade para com</p><p>o mundo natural.</p><p>Cabe reconhecer que, historicamente, os engenheiros não foram responsáveis como</p><p>deveriam com relação ao meio ambiente; a esse respeito, eles simplesmente refle-</p><p>tiam as atitudes predominantes da sociedade. Os movimentos sociais que muda-</p><p>ram esse comportamento surgiram timidamente no início da revolução industrial</p><p>e amadureceram no início da segunda metade do século XX. Essas transformações</p><p>culturais e sociais influenciaram os engenheiros, assim como a outros profissionais.</p><p>Os engenheiros, assim como outros profissionais, diferem consideravelmente nos</p><p>seus pontos de vista individuais, incluindo a sua própria visão holística sobre o meio</p><p>ambiente. O que é importante é que todos os engenheiros devem refletir seriamente</p><p>109</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>sobre os valores ambientais (MARTIN; SCHINZINGER, 2010) e como eles podem ser</p><p>melhor integrados na solução dos problemas de engenharia. Assim, os engenheiros</p><p>devem ser hábeis em saber trabalhar em contextos organizacionais onde os métodos</p><p>ecoamigáveis são valorizados e apoiados com ferramentas, informações e incentivos</p><p>necessários para o sucesso. Além disso, eles devem trabalhar em um mercado onde</p><p>haja um encorajamento para a produção de produtos e processos sustentáveis, bem</p><p>como em um contexto político que objetive a proteção ambiental.</p><p>Em muitos aspectos, os engenheiros ocupam cargos de autoridade que permitem</p><p>que possam fazer as suas contribuições para o desenvolvimento sustentável e o cuida-</p><p>do com o meio ambiente. Eles podem influenciar as empresas na direção da preo-</p><p>cupação pela manutenção das condições naturais de forma a estimular a procura</p><p>por soluções inteligentes e economicamente viáveis. Em muitos casos, eles ajudam a</p><p>assegurar que as empresas estejam atendendo às leis ambientais aplicáveis.</p><p>Em todas as suas atividades, os engenheiros podem ser beneficiados pelo apoio de</p><p>um código de ética que estabeleça as responsabilidades compartilhadas da profissão</p><p>para com a exploração sustentável do meio ambiente.</p><p>O termo desenvolvimento sustentável foi introduzido na década de 1970 e foi utiliza-</p><p>do para mostrar que os padrões da atividade e do crescimento econômico daquele</p><p>tempo não se sustentariam com o crescimento da população, provocando a degra-</p><p>dação do meio ambiente e, consequentemente, da economia global.</p><p>O termo também é utilizado na discussão de novos padrões econômicos e produtos</p><p>sustentáveis, isto é, compatíveis com o desenvolvimento tecnológico e a proteção do</p><p>meio ambiente, sugerindo o compromisso da economia tradicional, que antes negli-</p><p>genciava o meio ambiente e criticava quem tentasse avisar sobre a crise ambiental.</p><p>6.2.3 AS DECISÕES TÉCNICAS E O BEM-ESTAR</p><p>HUMANO</p><p>Os sistemas não devem crescer pela simples interconexão entre os sistemas existen-</p><p>tes; o aumento do tamanho e da complexidade requer um controle mais sensível e</p><p>providências mais elaboradas. Ao alcançar as decisões de projeto num sistema que</p><p>se estende em cada extremidade da nossa sociedade tecnológica, o engenheiro deve</p><p>110</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>levar em consideração a confiabilidade e a estética, assim como o custo e a seguran-</p><p>ça. Na definição da engenharia estudada nos capítulos iniciais, foi enfatizado o uso</p><p>otimizado dos recursos naturais para o bem da humanidade.</p><p>O processo da otimização implica a seleção cuidadosa das alternativas, e a engenha-</p><p>ria é, essencialmente, uma série de decisões. As decisões técnicas que envolvem fato-</p><p>res quantitativos são relativamente simples, e com elas podem-se efetuar compara-</p><p>ções numéricas de forma direta. Onde os seres humanos estão envolvidos, como em</p><p>todos os problemas importantes de engenharia, os fatores qualitativos podem ser</p><p>significativos, e as decisões do engenheiro tornam-se mais difíceis.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Nesta unidade discutimos como a ética emerge na conduta do profissional de enge-</p><p>nharia e quais os principais direcionamentos a serem seguidos de modo a garantir</p><p>uma atuação profissional que não fira os princípios éticos e morais da sociedade em</p><p>que vivemos.</p><p>Para isso, você conheceu não apenas o juramento do engenheiro, mas teve exemplos</p><p>de condutas questionáveis no meio profissional da engenharia, assim como um códi-</p><p>go de ética profissional para servir de referência para produções futuras. Agora você</p><p>poderá agir com mais segurança enquanto engenheiro e também cidadão, ao passo</p><p>que pode elaborar suas próprias diretrizes para uma conduta ética nas empresas em</p><p>que venha a atuar.</p><p>111</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALEXANDER, Charles K.; WATSON, James A. habilidades para uma carreira de sucesso</p><p>na engenharia. Porto Alegre: AMGH, 2015.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – ABEPRO. a profissão.</p><p>Rio de Janeiro: [201-?]. Disponível em: <http://portalabepro.educacao.ws/a-profissao/#-</p><p>1521896886728-954b63bc-a756>. Acesso em: 27 dez. 2018.</p><p>COCIAN, Luis Fernando Espinosa. Introdução à engenharia. Porto Alegre: Grupo A, 2017.</p><p>CONFEA. resolução n° 1.073, de 19 de abril de 2016. Disponível em: <http://normativos.</p><p>confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=59111>. Acesso em: 08 jan. 2019.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA (CONFEA). Disponível em: <http://</p><p>www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906>. Acesso em: 30 jan. 2019.</p><p>HOLTZAPPLE, Mark Thomas; REECE, W. Dan. Introdução à engenharia. Rio de Janeiro:</p><p>Grupo GEN, 2006.</p><p>HOLTZAPPLE, Mark Thomas; REECE, W. Dan. Introdução à engenharia. Rio de Janeiro:</p><p>Grupo GEN, 2013.</p><p>MCCAHAN, Susan et al. Projetos de engenharia: uma introdução. Rio de Janeiro: LTC,</p><p>2017.</p><p>MOAVENI, Saeed. Fundamentos de engenharia: uma introdução. 1. ed. São Paulo:</p><p>Cengage Learning, 2016.</p><p>TELLES, Pedro Carlos Silva.</p><p>a engenharia e os engenheiros na sociedade brasileira. Rio</p><p>de Janeiro: LTC, 2014.</p><p>UOL EDTECH. 2019.</p><p>112</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>EAD.MULTIVIX.EDU.BR</p><p>CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE:</p><p>SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS</p><p>em objetos e</p><p>soluções comuns, que podem ser observadas no mercado. Mais que isso, os enge-</p><p>nheiros realizariam tais feitos de forma eficiente. Os autores, citando o engenheiro A.</p><p>M. Wellington (1847–1895), descrevem a engenharia como a “a arte de fazer... bem,</p><p>com um dólar, aquilo que qualquer outro pode fazer com dois” (HOTZAPPLE; REECE,</p><p>2013, p. 1).</p><p>Além da definição do que vem a ser um engenheiro, pode-se traçar uma breve dife-</p><p>renciação entre estes e os cientistas:</p><p>Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, da</p><p>matemática e da economia para solucionar problemas técnicos com os quais</p><p>a sociedade se depara. É o conhecimento prático que distingue os enge-</p><p>nheiros dos cientistas, que também são mestres da ciência e da matemática</p><p>(HOTZAPPLE; REECE, 2013, p. 1).</p><p>15</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>O termo engenheiro deriva das palavras engenho e engenhoso, que possuem</p><p>seu radical no latim in generare, que significa a faculdade de saber, criatividade.</p><p>1.2.1 UM BREVE HISTÓRICO DA ENGENHARIA E SUAS</p><p>REALIZAÇÕES</p><p>A história da engenharia se confunde com a história da civilização humana. Muitas</p><p>das grandes realizações da humanidade estão associadas à ação da engenharia.</p><p>Desde a Antiguidade, quando figuras, como Alexandre, Júlio César e Carlos Magno</p><p>fizeram uso de transportes diferenciados e máquinas de guerras para expandir seus</p><p>domínios, passando pelos esboços das incríveis invenções (como tanques, submari-</p><p>nos e planadores) de Leonardo da Vinci, a engenharia sempre permeou o imaginário,</p><p>bem como a mudança na rotina da humanidade.</p><p>Algumas realizações da engenharia ao longo dos anos podem ser observadas em</p><p>diferentes categorias. No campo da arquitetura, podem ser elencadas as grandes</p><p>construções, como as grandes pirâmides do Egito, o Coliseu, em Roma, e a Grande</p><p>Muralha da China.</p><p>FIGURA 1 - PIRÂMIDES DO EGITO</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>16</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>FIGURA 2 - COLISEU, EM ROMA</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>FIGURA 3 - GRANDE MURALHA DA CHINA</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>17</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Ainda em se tratando dos desenvolvimentos relativos ao Império Romano, destacam-</p><p>-se a estrutura de estradas desenvolvidas ao longo de todo o território do império.</p><p>Hotzapple e Reece (2013) relatam que os engenheiros romanos eram deslocados para</p><p>vários territórios do império, a fim de acompanharem a construção de estradas que</p><p>eram ligadas à capital Roma. De acordo com os autores “no Império Romano existiam</p><p>aproximadamente 75.000 km de estradas construídas de acordo com os princípios de</p><p>pavimentação e drenagem usados até hoje” (HOTZAPPLE; REECE, 2013, p. X).</p><p>O ditado “todos os caminhos levam a Roma” deriva da grande amplitude da rede</p><p>de estradas construídas durante o Império Romano. Além disso, tem-se o fato</p><p>de que a capital Roma era o ponto central do sistema de estradas do império.</p><p>Outra categoria diferencial de desenvolvimentos da engenharia são os avanços obti-</p><p>dos na hidráulica e distribuição de água. Alguns desses desenvolvimentos datam do</p><p>ano 2000 a.C., quando represas e canais de irrigação foram construídos à margem</p><p>do Rio Nilo. Cidades, como Constantinopla (atual território da Turquia) e Atenas,</p><p>possuíam cisternas e aquedutos para atender às necessidades da população.</p><p>Com o desenvolvimento da metalurgia, o homem pôde assumir maior controle sobre</p><p>os metais e suas propriedades. Com isso, desenvolver ferramentas que deram margem</p><p>a outros desenvolvimentos. A partir do manejo do bronze, ferramentas, como serras</p><p>e brocas, puderam ser desenvolvidas para a construção das pirâmides. Com o passar</p><p>das eras, esse desenvolvimento foi levado à concepção dos metais, como materiais</p><p>para a construção de estruturas e componentes. Veja o caso da Torre Eiffel, com mais</p><p>de 320 metros de altura e 7.300 toneladas de aço, ou das grandes edificações moder-</p><p>nas que fazem uso de estruturas metálicas combinadas com outros materiais, como</p><p>concreto e vidro, nos seus projetos.</p><p>18</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>FIGURA 4 - TORRE EIFFEL</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>Ao final do século XIX, uma grande inovação da engenharia foi apresentada ao mundo.</p><p>Trata-se da máquina a vapor, que permitiu ao homem desbravar grandes distâncias</p><p>em menores espaços de tempo, fazendo, assim, com que outras inovações fossem</p><p>apresentadas (como os ciclos de refrigeração e o automóvel) e com que o comércio e</p><p>a industrialização se expandissem de maneira nunca vista anteriormente.</p><p>1.2.2 O PERFIL DO ENGENHEIRO</p><p>Após abordar brevemente algumas das principais realizações da engenharia, pode-</p><p>-se refletir a respeito de mais alguns dos questionamentos sobre a engenharia e o</p><p>engenheiro: o que faz de uma pessoa um engenheiro? Pode-se reformular esse ques-</p><p>tionamento perguntando-se quais as características que um indivíduo deve ter para</p><p>exercer a engenharia.</p><p>Este tópico se propõe a apresentar algumas destas características e sua relação com</p><p>as funções que o engenheiro desenvolve na sua vida profissional, funções estas que</p><p>serão apresentadas a seguir.</p><p>19</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Primeiramente, é preciso compreender um pouco melhor a engenharia como profis-</p><p>são. Mais especificamente, entender quais as aptidões que um profissional deve</p><p>possuir para desenvolver suas atividades dentro da engenharia. Para Moaveni (2016),</p><p>a atuação do engenheiro prevê a aplicação de leis e princípios das ciências naturais</p><p>(particularmente, química, física e matemática) para o projeto de produtos e serviços,</p><p>como automóveis, computadores, aviões, roupas, etc. O projeto e a produção desses</p><p>itens levam em consideração diversos fatores, como eficiência, custo, credibilidade,</p><p>sustentabilidade e segurança. Para tanto, é preciso que sejam realizados testes acer-</p><p>ca da durabilidade e segurança dos produtos, assim como a busca contínua pela</p><p>melhoria dos processos.</p><p>FIGURA 5 - ENGENHEIRA DE MANUTENÇÃO INSPECIONANDO</p><p>UMA INSTALAÇÃO DE ÓLEO E GÁS</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>O autor ressalta também que os engenheiros exercem importante papel no desen-</p><p>volvimento e manutenção da infraestrutura de um país, na medida em que projetam</p><p>e supervisionam a construção de prédios, usinas, rodovias, sistemas de transporte</p><p>de massa e de comunicação. Além disso, estão sempre orientados ao desenvolvi-</p><p>mento de novos materiais (mais baratos e/ou resistentes, por exemplo) para diferen-</p><p>tes aplicações.</p><p>Contudo, os engenheiros não precisam estar associados exclusivamente às ativida-</p><p>des técnicas da profissão. Alguns engenheiros podem atuar como consultores de</p><p>processos, suporte técnico e até mesmo como representantes de vendas de produ-</p><p>tos. De acordo com Moaveni:</p><p>20</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Muitos engenheiros envolvem-se em vendas e suporte ao cliente, pois sua</p><p>formação permite que expliquem e discutam as informações técnicas para</p><p>auxiliar na instalação, operação e manutenção de vários produtos e máquinas”</p><p>(MOAVENI, 2016, p. 9).</p><p>Você deve estar se perguntando o que é preciso para que possa exercer tais ativida-</p><p>des. Além das competências básicas em ciências naturais (como matemática, física e</p><p>química), o engenheiro precisa apresentar características analíticas, de comunicação,</p><p>de liderança, de criatividade</p><p>e de resolução de problemas (HOTZAPPLE; REECE, 2013).</p><p>Visto que a engenharia é uma atividade mental, uma característica do estudo da</p><p>engenharia é a necessidade de adquirir um modo específico de pensar. Complemen-</p><p>tarmente, as seguintes características são ressaltadas (COCIAN, 2017):</p><p>• discernimento;</p><p>• feeling;</p><p>• experiência;</p><p>• conhecimento;</p><p>• determinação;</p><p>• bom senso;</p><p>• empreendedorismo;</p><p>• curiosidade;</p><p>• ousadia.</p><p>Para Alexander e Watson (2015), uma carreira de sucesso de um engenheiro perpas-</p><p>sa pelo desenvolvimento de um perfil profissional que contemple as características</p><p>previamente comentadas. Ademais, habilidades, como gerenciamento de tempo,</p><p>apresentação profissional, captura de informação, visão sistêmica, desenvolvimento</p><p>de equipes e de redes de contatos, são preponderantes para um perfil mais abran-</p><p>gente e completo frente a um mercado de grande competitividade.</p><p>Em relação aos bons hábitos e características do engenheiro, Moaveni defende que:</p><p>[...] Bons engenheiros demonstram o desejo de estar sempre aprenden-</p><p>do. Por exemplo, participam de aulas de educação continuada, seminários</p><p>e workshops para estarem informados sobre inovações e tecnologias emer-</p><p>gentes. Isso é particularmente importante no mundo de hoje, pois as rápidas</p><p>mudanças tecnológicas exigem que você, como engenheiro, acompanhe as</p><p>novas tecnologias. Além disso, você correrá o risco de ser demitido ou ter uma</p><p>21</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>promoção negada, caso não aprimore sua formação de engenharia. [...] Bons</p><p>engenheiros contam com boas habilidades de comunicação oral e escrita que</p><p>os capacitam a trabalhar com seus colegas e transmitir seus conhecimentos</p><p>para uma ampla gama de clientes. [...] Bons engenheiros apresentam boas</p><p>‘habilidades interpessoais’ que os permitem interagir de maneira eficiente</p><p>com várias pessoas nas organizações. Por exemplo, comunicam-se bem com</p><p>especialistas de vendas e marketing e com os próprios colegas. [...] Os enge-</p><p>nheiros devem escrever relatórios. Esses relatórios podem ser extensos, deta-</p><p>lhados e técnicos, com gráficos, diagramas e plantas, ou podem ser breves</p><p>memorandos ou resumos executivos. [...] Os engenheiros são hábeis no uso de</p><p>computadores de várias maneiras diferentes para modelar e analisar diversos</p><p>tipos de problemas prático” (MOAVENI, 2016, p. 12-13).</p><p>Apesar da subárea de atuação do engenheiro determinar de forma incisiva as</p><p>ferramentas computacionais a serem utilizadas no seu dia a dia, alguns soft-</p><p>wares comumente são utilizados pelos engenheiros, independentemente da</p><p>sua área, e contribuem consideravelmente para sua formação. Alguns desses</p><p>programas são o editor de planilhas Excel®, o Autocad® (software alemão volta-</p><p>do aos desenhos 2D e 3D), R (linguagem de programação de livre acesso utiliza-</p><p>da para modelagem matemática e estatística) e Matlab® (software amplamen-</p><p>te utilizado para modelagem matemática).</p><p>Você pode conhecer um pouco mais os detalhes sobre as características de um</p><p>engenheiro de sucesso lendo o tópico 1.10 do livro “Introdução à engenharia”,</p><p>de Hotzapple e Reece (2013, p. 21 – 23), disponível em Minha Biblioteca.</p><p>1.2.3 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO</p><p>Mesmo com diversas especialidades ou habilitações da engenharia, os engenhei-</p><p>ros podem ser classificados a partir das funções que exercem. Hotzapple e Reece</p><p>(2013) listam e comentam algumas destas funções. Primeiramente, pode-se citar os</p><p>22</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>engenheiros que assumem papel de professores em cursos de graduação, tecnólogo</p><p>ou de nível técnico. Esses profissionais têm a função de ensinar a outras pessoas os</p><p>fundamentos da engenharia nas suas mais variadas especialidades.</p><p>Os engenheiros podem assumir funções de pesquisadores. Nesse caso, aplicam seus</p><p>conhecimentos para o desenvolvimento de novos conhecimentos ou para a resolu-</p><p>ção de problemas complexos que não possuem uma solução imediata disponível.</p><p>Em se tratando de ambientes empresariais e, particularmente, industriais, os enge-</p><p>nheiros podem assumir uma gama de outras funções. Os engenheiros de desenvol-</p><p>vimento fazem uso de conhecimentos (novos ou já existentes) para a concepção de</p><p>novos produtos, estruturas ou processos. Os engenheiros de projeto empreendem</p><p>atividades de acompanhamento e implantação de atividades e alocação de recur-</p><p>sos, de modo que os planos para produzir produtos ou processos sejam realizados</p><p>conforme a expectativa das empresas.</p><p>Os engenheiros de produção atuam nos processos necessários para a manufatura de</p><p>produtos ou para a realização de serviços, especificando as etapas e o cronograma de</p><p>produção. Para tanto, determinam a disponibilidade de recursos (humanos, mate-</p><p>riais, financeiros, etc.), bem como atuam em sistemas de suporte, como logística,</p><p>manutenção e qualidade. Os engenheiros de teste executam verificações em produ-</p><p>tos, de modo a garantir sua confiabilidade e adequação às especificações técnicas e</p><p>de mercado.</p><p>FIGURA 6 - ENGENHEIROS DE PRODUÇÃO EM VISITA A UMA FÁBRICA</p><p>Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.</p><p>23</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Hotzapple e Reece (2013) identificam ainda outras funções para os engenheiros, a</p><p>saber:</p><p>• Engenheiros de construção: são responsáveis pelo projeto, construção e manu-</p><p>tenção de grandes estruturas.</p><p>• Engenheiros de vendas: possuem o conhecimento técnico necessário para</p><p>vender produtos de tecnologia e dar suporte técnico aos clientes.</p><p>• Engenheiros consultores: especialistas contratados por empresas para comple-</p><p>mentar a competência da engenharia de seu corpo de funcionários.</p><p>Grandes empresas de consultoria empresarial geralmente contratam engenhei-</p><p>ros para os mais diversos cargos. Se tomarmos as quatro maiores consultorias</p><p>do mundo – a saber, Deloitte, PricewaterhouseCoopers (PwC), Ernst & Young</p><p>(EY) e KPMG –, é possível encontrar engenheiros das mais variadas formações</p><p>em cargos de todos os níveis. Seja desenvolvendo softwares e aplicações para</p><p>a resolução dos problemas das empresas-cliente, seja atuando na mediação</p><p>de grandes projetos de energia renovável, os engenheiros são requeridos em</p><p>função da sua atuação dinâmica e capacidade analítica.</p><p>24</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Nesta unidade, você foi apresentado aos conceitos iniciais da engenharia e do enge-</p><p>nheiro. Você pôde observar como a atuação do engenheiro foi preponderante na</p><p>evolução da humanidade. Suas grandes contribuições, em termos de obras e equipa-</p><p>mentos, foram responsáveis não só pela segurança e sobrevivência do homem, como</p><p>também deram a ele a possibilidade de desenvolver novas formas de se produzirem</p><p>bens e comercializá-los.</p><p>Você também pôde conhecer alguns conceitos sobre a engenharia e o engenheiro,</p><p>algumas das suas características, em termos de conhecimentos e aptidões, e a sua</p><p>diferenciação para os cientistas. As características que trazem diferencial ao perfil do</p><p>engenheiro e que podem garantir uma carreira de sucesso também foram apresen-</p><p>tadas na visão de diversos autores.</p><p>Espera-se que, com essas reflexões, você tenha se animado para conhecer um pouco</p><p>mais sobre o mundo da engenharia e da profissão do engenheiro. Lembre-se de que a</p><p>engenharia está além das atividades de projeto e acompanhamento de obras. Atual-</p><p>mente, os engenheiros são requeridos para as mais diversas funções e nos mais dife-</p><p>rentes tipos de empresas. Você pode encontrar engenheiros atuando como gestores</p><p>em grandes hospitais, diretores em fábricas de alimentos e até mesmo como consul-</p><p>tores</p><p>de investimentos na bolsa de valores.</p><p>Essas são apenas algumas das possíveis ocupações que esperam por você em um</p><p>futuro próximo na engenharia. Bons estudos e até a próxima!</p><p>25</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Distinguir os termos</p><p>utilizados para</p><p>descrever a atuação do</p><p>engenheiro.</p><p>> Ilustrar as principais</p><p>funções exercidas pelo</p><p>engenheiro.</p><p>> Demonstrar algumas</p><p>atividades realizadas</p><p>nas diversas funções</p><p>dos engenheiros de</p><p>produção.</p><p>UNIDADE 2</p><p>26</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>2 O CAMPO DE ATUAÇÃO DO</p><p>ENGENHEIRO</p><p>Olá. Dando continuidade à disciplina de Introdução à Engenharia, você será apresen-</p><p>tado ao campo de atuação do engenheiro. Na verdade, esta unidade serve de apro-</p><p>fundamento sobre as diversas funções que podem ser exercidas por esse profissional.</p><p>Você vai poder observar que essas funções são, inclusive, previstas pelo principal órgão</p><p>normativo da classe, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA).</p><p>Você vai perceber, também, a ênfase dada aos campos de atuação e áreas de conhe-</p><p>cimento do engenheiro de produção, previstas e apresentadas por sua entidade de</p><p>classe, a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO).</p><p>2.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Apesar da sua grande importância para a sociedade, a engenharia ainda parece ser</p><p>uma profissão distante e desconhecida para boa parte da população. Ainda é comum</p><p>pensar no engenheiro como uma pessoa introvertida, que gosta de trabalhar com</p><p>cálculos e sem a presença de outras pessoas. Mas a engenharia e suas várias facetas</p><p>estão aí para provar o contrário. Esta unidade tem como objetivo mostrar caracterís-</p><p>ticas da atuação do engenheiro, que vão desde a legislação, que prevê e define os</p><p>termos da sua atuação, até os diversos campos de atuação dos engenheiros.</p><p>Em especial, a unidade apresenta, ainda, um aprofundamento sobre o campo de</p><p>atuação do engenheiro de produção e como a sua principal entidade de classe, a</p><p>Associação Brasileira de Engenharia de Produção, divide os seus diversos campos de</p><p>atuação por áreas de conhecimento.</p><p>27</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>2.2 DEFINIÇÕES NORMATIVAS SOBRE A ATUAÇÃO</p><p>DOS ENGENHEIROS</p><p>A Resolução nº 1.073, de 19 de abril de 2016, regulamenta a atribuição de títulos,</p><p>atividades, competências e campos de atuação aos profissionais registrados no Siste-</p><p>ma CONFEA/CREA. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e os</p><p>respectivos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) são os órgãos</p><p>responsáveis pela regulamentação e fiscalização do exercício profissional dos enge-</p><p>nheiros no Brasil.</p><p>Para tanto, define alguns termos.</p><p>atividade profissional: conjunto de práticas profissionais que visam à aquisição</p><p>de conhecimentos, capacidades, atitudes, inovação e formas de comportamentos</p><p>exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão regulamentada.</p><p>Campo de atuação profissional: conjunto de habilidades e conhecimentos</p><p>adquiridos pelo profissional no decorrer de sua vida laboral em consequência</p><p>da sua formação profissional obtida em cursos regulares, junto ao sistema oficial</p><p>de ensino brasileiro.</p><p>Formação profissional: processo de aquisição de habilidades e conhecimentos</p><p>profissionais, mediante conclusão com aproveitamento e diplomação em curso</p><p>regular, junto ao sistema oficial de ensino brasileiro, visando ao exercício respon-</p><p>sável da profissão.</p><p>Competência profissional: capacidade de utilização de conhecimentos, habili-</p><p>dades e atitudes necessários ao desempenho de atividades em campos profis-</p><p>sionais específicos, obedecendo a padrões de qualidade e produtividade.</p><p>Fonte: CONFEA, 2016.</p><p>28</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>A mesma Resolução define, em seu artigo 5º, no §1º, dezoito possíveis atividades</p><p>profissionais atribuídas ao exercício de engenharia, que podem ser realizadas de</p><p>forma integral ou parcial, e de forma complementar. Você perceberá, ao longo desta</p><p>unidade, que essas atividades representam as linhas gerais para a identificação das</p><p>principais funções realizadas pelos engenheiros no mercado profissional, bem como</p><p>as áreas de conhecimento estabelecidas pelas associações específicas das diversas</p><p>habilitações da engenharia (nos fixaremos em uma, em particular) e, eventualmente,</p><p>na estruturação dos currículos dos cursos superiores responsáveis pela formação dos</p><p>engenheiros.</p><p>FIGURA 7 - ENGENHEIROS TRABALHANDO NO DESENVOLVIMENTO DE UM DRONE</p><p>Fonte: Shutterstock, 2018.</p><p>A seguir, a lista de atividades previstas pelo sistema CONFEA/CREA atribuídas aos</p><p>profissionais de engenharia:</p><p>I. Gestão, supervisão, coordenação, orientação técnica.</p><p>II. Coleta de dados, estudo, planejamento, anteprojeto, projeto, detalhamen-</p><p>to, dimensionamento e especificação.</p><p>29</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>III. Estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental.</p><p>IV. Assistência, assessoria, consultoria.</p><p>V. Direção de obra ou serviço técnico.</p><p>VI. Vistoria, perícia, inspeção, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técni-</p><p>co, auditoria, arbitragem.</p><p>VII. Desempenho de cargo ou função técnica.</p><p>VIII. Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, análise, experimentação,</p><p>ensaio, divulgação técnica, extensão.</p><p>IX. Elaboração de orçamento.</p><p>X. Padronização, mensuração, controle de qualidade.</p><p>XI. Execução de obra ou serviço técnico.</p><p>XII. Fiscalização de obra ou serviço técnico.</p><p>XIII. Produção técnica e especializada.</p><p>XIV. Condução de serviço técnico.</p><p>XV. Condução de equipe de produção, fabricação, instalação, montagem,</p><p>operação, reforma, restauração, reparo ou manutenção.</p><p>XVI. Execução de produção, fabricação, instalação, montagem, operação, refor-</p><p>ma, restauração, reparo ou manutenção.</p><p>XVII. Operação, manutenção de equipamento ou instalação.</p><p>XVIII. Execução de desenho técnico.</p><p>Para conhecer um pouco mais sobre as atividades do exercício profissional do</p><p>engenheiro e suas definições formais, você pode pesquisar o Anexo I da reso-</p><p>lução 1.073, de 19 de abril de 2016, do CONFEA. Nesse anexo, você vai encon-</p><p>trar um glossário dos diversos termos utilizados no texto, que são de natureza</p><p>específica. É o entendimento desses termos que guia a atuação profissional dos</p><p>engenheiros, minimizando eventuais entendimentos distintos.</p><p>30</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>2.3 AS FUNÇÕES DOS ENGENHEIROS</p><p>Para Cocian (2017), a atuação no campo da engenharia é formada por uma série de</p><p>funções que se diferenciam das áreas de interesse dos engenheiros, uma vez que</p><p>estão relacionadas às suas aptidões e ao seu treinamento. Ainda segundo o autor,</p><p>certas pessoas podem, por exemplo, se sair bem em atividades de pesquisa, mas</p><p>nem tanto na atividade de vendedor.</p><p>Alguns exemplos de funções no campo da engenharia são:</p><p>Pesquisa: é realizada em instituições de ensino como universidades, laboratórios</p><p>industriais, organizações patrocinadas por governos e institutos de pesquisa. Enge-</p><p>nheiros que atuam nesta função estão na fronteira do conhecimento científico,</p><p>desenvolvendo o estado da arte das suas respectivas áreas. Para tanto, é necessário</p><p>um conjunto particular de competências, dentre as quais, algumas de ordem social.</p><p>Para Cocian:</p><p>Esses engenheiros devem ser hábeis no raciocínio abstrato e indutivo, e</p><p>devem</p><p>saber expressar-se de forma matemática. Os pesquisadores de enge-</p><p>nharia devem ser hábeis na concepção, execução e análise dos experimentos.</p><p>Devem estar cientes, porém, de que podem encontrar várias falhas, fracassos</p><p>e perdas antes de obter o sucesso. Para isso, é imprescindível ter imaginação,</p><p>criatividade e aceitação da incerteza (COCIAN, 2017, p. 27).</p><p>Concepção e desenvolvimento: esta função está posicionada estrategicamente entre</p><p>a pesquisa e o projeto. Tem como objetivo garantir a funcionalidade das descobertas</p><p>da pesquisa em termos de modelos funcionais, com características desejadas para</p><p>posterior entrada na fase de produção. Assim, como na função anterior, a comunica-</p><p>ção (com outros engenheiros, projetistas e pesquisadores) é primordial.</p><p>Projeto: a partir dos resultados obtidos pelos engenheiros de desenvolvimento para</p><p>criar um produto útil e economicamente viável, os engenheiros, atuando na função</p><p>de projeto, elaboram o sequenciamento das atividades necessárias para a implemen-</p><p>tação desses resultados em termos práticos. Para tanto, segundo Cocian:</p><p>[..] selecionam métodos de execução, especificam materiais e determinam</p><p>os meios de satisfazer os requisitos físicos, químicos, térmicos e elétricos. Um</p><p>bom projeto deve ser econômico em termos de materiais, fabricação, instala-</p><p>ção, operação e manutenção (COCIAN, 2017, p. 28).</p><p>31</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Somam-se a essas características a habilidade necessária na síntese por meio da</p><p>expressão gráfica, mas, principalmente, é imprescindível a essa função uma forte</p><p>base em economia para a realização dos estudos de viabilidade dos projetos.</p><p>Produção: esta função harmoniza aspectos técnicos como a definição de layout de</p><p>fábricas e seleção de equipamentos, com fatores humanos e econômicos. Engenhei-</p><p>ros de produção realizam estudos sobre o processo de fabricação dos mais diversos</p><p>produtos, sua sequência de atividades, ferramentas e métodos necessários à manu-</p><p>fatura eficiente. Para Cocian, os engenheiros de produção:</p><p>[...] desenvolvem estações de trabalho que facilitam os esforços humanos e</p><p>automáticos para aumentar a produção; implementam os meios e métodos</p><p>para a inspeção e teste, eliminam os funis de produção e corrigem as falhas</p><p>nos procedimentos de manufatura. Trabalham lado a lado com os projetis-</p><p>tas desde os primeiros estágios da produção e participam no reprojeto. É</p><p>sua responsabilidade converter a matéria-prima em um produto acabado de</p><p>forma mais eficiente que os concorrentes do mercado (COCIAN, 2017, p. 29).</p><p>Uma vez que enfrentam problemas tanto de natureza técnica quanto humana, é</p><p>preciso que os engenheiros de produção possuam uma formação abrangente,</p><p>incluindo, então, forte base teórica nas ciências exatas, mas também em aspectos</p><p>aplicados como engenharia econômica e controle de qualidade. Em complemento à</p><p>sua formação, sugere-se treinamento prático que pode ser obtido em visitas técnicas</p><p>a instalações fabris ou em estágios.</p><p>Construção e instalação: constitui um dos grandes segmentos da economia da maior</p><p>parte dos países, sendo responsável por uma fatia significativa do Produto Inter-</p><p>no Bruto. Os engenheiros atuando nesta função são responsáveis pela supervisão</p><p>e preparação dos ambientes que serão utilizados para a construção de estruturas</p><p>ou instalações. É a partir dos projetos desenvolvidos previamente por outros enge-</p><p>nheiros, contendo especificações técnicas, que os engenheiros de construção devem</p><p>transformar essas informações em um produto palpável e exequível. São atribuições</p><p>do engenheiro de construção a determinação dos procedimentos a serem seguidos</p><p>(tomando por base questões econômicas, de qualidade e segurança), a organização</p><p>das equipes responsáveis pela execução das obras e a gestão dos materiais neces-</p><p>sários e da montagem propriamente dita. Assim, é preciso que estes engenheiros</p><p>sejam capazes de coordenar adequadamente equipes diversas enquanto possuem</p><p>uma boa noção dos custos operacionais envolvidos e emitam relatórios técnicos às</p><p>diversas áreas da empresa.</p><p>32</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>FIGURA 8 - ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO E INSTALAÇÃO</p><p>Fonte: Shutterstock, 2018.</p><p>Vendas, aplicações e serviços: os engenheiros de vendas, ou engenheiros de aplica-</p><p>ções, lidam com constantes análises sobre as necessidades dos clientes e a posterior</p><p>recomendação de itens para o atendimento dessa demanda. Desta forma, combi-</p><p>nam o treinamento técnico às suas competências interpessoais (o que inclui a comu-</p><p>nicação com pessoas de diversos níveis e a capacidade de convencimento). Ainda no</p><p>escopo desta função, estão a análise das reclamações dos clientes e o treinamento</p><p>de seus funcionários.,</p><p>Gestão: para Cocian (2017), o engenheiro que atua na função de gestão determina os</p><p>principais propósitos de um empreendimento, para antecipar as tendências e áreas</p><p>de crescimento, selecionando os projetos mais promissores e formulando as diretivas</p><p>a serem seguidas. Assim sendo, o engenheiro gestor estabelece a estrutura organi-</p><p>zacional e a hierarquia da empresa, selecionando os recursos humanos necessários</p><p>para a sua operação. Em termos de mercado, existe uma valorização dos engenheiros</p><p>para cargos de gestão, uma vez que possuem uma boa capacidade analítica e visão</p><p>sistêmica. Ao tratar das principais características da função de gestão na engenharia,</p><p>Cocian comenta que:</p><p>33</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Os requisitos principais incluem uma base sólida dos fundamentos da enge-</p><p>nharia, habilidades nas relações humanas e destreza nos negócios. [...] As</p><p>características mais importantes do gestor são a sensibilidade nas relações</p><p>humanas, o entendimento dos desejos básicos de segurança e reconhecimen-</p><p>to, e a aceitação da responsabilidade de contribuir para o bem-estar pessoal</p><p>dos seus funcionários (COCIAN, 2017, p. 32).</p><p>Consultoria: é uma atividade ampla que pode ser encontrada nos mais diversos</p><p>campos da engenharia. A principal diferença desta função em relação às demais</p><p>apresentadas está no fato de que, na consultoria, os problemas técnicos podem ser</p><p>rotineiros, e o objetivo, muitas vezes, está associado a conseguir desempenho e segu-</p><p>rança com um mínimo de custo para o cliente. Cocian ressalta, ainda, a necessidade</p><p>de os engenheiros consultores conhecerem bem seu público e venderem suas ideias:</p><p>“na maioria dos casos, seu senso comercial é tão importante quanto as suas habilida-</p><p>des técnicas na determinação do sucesso profissional” (COCIAN, 2017).</p><p>Cocian (2017, p. 33) ilustra alguns exemplos da atuação de engenheiros na</p><p>função de consultoria. De acordo com o autor, o consultor pode ser o engenheiro</p><p>civil que trata principalmente com o público e pode inspecionar a casa de uma</p><p>pessoa, esquematizar uma subdivisão de um problema para um engenheiro</p><p>de desenvolvimento, planificar uma planta de tratamento de esgoto para uma</p><p>pequena comunidade, determinar os requisitos estruturais para a obra de um</p><p>arquiteto ou definir o melhor local para uma ponte e uma autoestrada.</p><p>Da mesma forma, um engenheiro mecânico especialista em projetos pode criar</p><p>sua própria empresa e oferecer serviços a qualquer cliente que deseje contra-</p><p>tá-lo. Um engenheiro industrial com particular habilidade na automação de</p><p>processos de produção pode oferecer os seus serviços como consultor a uma</p><p>grande variedade de pequenas empresas.</p><p>34</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>2.4 ÁREAS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO</p><p>De acordo com o site da Associação Brasileira de Engenharia de</p><p>Produção:</p><p>Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a</p><p>melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e servi-</p><p>ços, envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compe-</p><p>te ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para</p><p>a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados</p><p>da matemática, física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os</p><p>princípios e métodos de análise e projeto da engenharia (ABEPRO, 2018).</p><p>Ainda segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção, a atividade de</p><p>produção perpassa a simples utilização dos conhecimentos de natureza científica</p><p>e tecnológica. Assim, é preciso que haja uma integração entre fatores de natureza</p><p>diversa, dentre os quais destacam-se os fatores humanos e psicológicos em linha</p><p>com parâmetros de qualidade, eficiência e custos. Desta forma:</p><p>[...] a Engenharia de Produção, ao voltar a sua ênfase para as dimensões do</p><p>produto e do sistema produtivo, veicula-se fortemente com as ideias de</p><p>projetar produtos, viabilizar produtos, projetar sistemas produtivos, viabilizar</p><p>sistemas produtivos, planejar a produção, produzir e distribuir produtos que</p><p>a sociedade valoriza. Essas atividades, tratadas em profundidade e de forma</p><p>integrada pela Engenharia de Produção, são fundamentais para a elevação da</p><p>competitividade do país. (ABEPRO, 2018).</p><p>De modo a cumprir tais objetivos e, por consequência dar suporte à elevação da</p><p>competitividade do país, a engenharia de produção apresenta a característica de</p><p>ampla atuação em diversas funções e nos mais variados tipos de empresas. Assim,</p><p>a ABEPRO, principal representante da engenharia de produção no país, prevê uma</p><p>série de campos de atuação para os engenheiros de produção, estratificando também</p><p>suas subáreas. São essas áreas e subáreas que balizam a atuação dos engenheiros de</p><p>produção e delimitam também os conhecimentos necessários para tal atuação.</p><p>As dez áreas, respectivas subáreas, definições e limites de atuação</p><p>descritas a seguir estão disponíveis no próprio site da ABEPRO (2018).</p><p>São elas:</p><p>1. ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO</p><p>Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os</p><p>produtos (bens ou serviços) primários da empresa.</p><p>35</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>1.1.Gestão de Sistemas de Produção e Operações</p><p>1.2.Planejamento, Programação e Controle da Produção</p><p>1.3.Gestão da Manutenção</p><p>1.4. Projeto de Fábrica e de Instalações Industriais: organização industrial,</p><p>layout/arranjo físico</p><p>1.5. Processos Produtivos Discretos e Contínuos: procedimentos, métodos</p><p>e sequências</p><p>1.6.Engenharia de Métodos</p><p>2. LOGÍSTICA</p><p>Técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movi-</p><p>mentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando à redução</p><p>de custos e a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos</p><p>níveis de exigências dos clientes.</p><p>2.1.Gestão da Cadeia de Suprimentos</p><p>2.2. Gestão de Estoques</p><p>2.3. Projeto e Análise de Sistemas Logísticos</p><p>2.4. Logística Empresarial</p><p>2.5. Transporte e Distribuição Física</p><p>2.6. Logística Reversa</p><p>2.7.Logística de Defesa</p><p>2.8. Logística Humanitária</p><p>3. PESQUISA OPERACIONAL</p><p>Resolução de problemas reais envolvendo situações de tomada de decisão, por meio</p><p>de modelos matemáticos habitualmente processados computacionalmente. Aplica</p><p>conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamen-</p><p>to ou na operação de sistemas para atingir seus objetivos. Procura, assim, introduzir</p><p>elementos de objetividade e racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem</p><p>descuidar dos elementos subjetivos e de enquadramento organizacional que carac-</p><p>terizam os problemas.</p><p>36</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>3.1.Modelagem, Simulação e Otimização</p><p>3.2.Programação Matemática</p><p>3.3.Processos Decisórios</p><p>3.4.Processos Estocásticos</p><p>3.5.Teoria dos Jogos</p><p>3.6.Análise de Demanda</p><p>3.7.Inteligência Computacional</p><p>4. ENGENHARIA DA QUALIDADE</p><p>Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que conside-</p><p>rem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão</p><p>e a utilização de ferramentas da qualidade.</p><p>4.1.Gestão de Sistemas da Qualidade</p><p>4.2.Planejamento e Controle da Qualidade</p><p>4.3.Normalização, Auditoria e Certificação para a Qualidade</p><p>4.4.Organização Metrológica da Qualidade</p><p>4.5.Confiabilidade de Processos e Produtos</p><p>5. ENGENHARIA DO PRODUTO</p><p>Conjunto de ferramentas e processos de projeto, planejamento, organização, deci-</p><p>são e execução envolvidos nas atividades estratégicas e operacionais de desenvolvi-</p><p>mento de novos produtos, compreendendo desde a concepção até o lançamento do</p><p>produto e sua retirada do mercado com a participação das diversas áreas funcionais</p><p>da empresa.</p><p>5.1.Gestão do Desenvolvimento de Produto</p><p>5.2.Processo de Desenvolvimento do Produto</p><p>5.3.Planejamento e Projeto do Produto</p><p>37</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>6. ENGENHARIA ORGANIZACIONAL</p><p>Conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das organizações, englobando</p><p>em seus tópicos o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produ-</p><p>ção, a gestão empreendedora, a propriedade intelectual, a avaliação de desempenho</p><p>organizacional, os sistemas de informação e sua gestão e os arranjos produtivos.</p><p>6.1.Gestão Estratégica e Organizacional</p><p>6.2.Gestão de Projetos</p><p>6.3.Gestão do Desempenho Organizacional</p><p>6.4.Gestão da Informação</p><p>6.5.Redes de Empresas</p><p>6.6.Gestão da Inovação</p><p>6.7.Gestão da Tecnologia</p><p>6.8.Gestão do Conhecimento</p><p>6.9.Gestão da Criatividade e do Entretenimento</p><p>7. ENGENHARIA ECONÔMICA</p><p>Formulação, estimação e avaliação de resultados econômicos para avaliar alternati-</p><p>vas para a tomada de decisão, consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas</p><p>que simplificam a comparação econômica.</p><p>7.1.Gestão Econômica</p><p>7.2.Gestão de Custos</p><p>7.3.Gestão de Investimentos</p><p>7.4.Gestão de Riscos</p><p>8. ENGENHARIA DO TRABALHO</p><p>Projeto, aperfeiçoamento, implantação e avaliação de tarefas, sistemas de traba-</p><p>lho, produtos, ambientes e sistemas para fazê-los compatíveis com as necessidades,</p><p>habilidades e capacidades das pessoas visando à melhor qualidade e produtivida-</p><p>de, preservando a saúde e integridade física. Seus conhecimentos são usados na</p><p>compreensão das interações entre os humanos e outros elementos de um sistema.</p><p>Pode-se, também, afirmar que esta área trata da tecnologia da interface máquina–</p><p>ambiente–homem–organização.</p><p>38</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>8.1.Projeto e Organização do Trabalho</p><p>8.2.Ergonomia</p><p>8.3.Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança do Trabalho</p><p>8.4.Gestão de Riscos de Acidentes do Trabalho</p><p>9. ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE</p><p>Planejamento da utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas produtivos</p><p>diversos, da destinação e tratamento dos resíduos e efluentes desses sistemas, bem</p><p>como da implantação de sistema de gestão ambiental e responsabilidade social.</p><p>9.1.Gestão Ambiental</p><p>9.2.Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação</p><p>9.3.Gestão de Recursos Naturais e Energéticos</p><p>9.4.Gestão de Efluentes e Resíduos Industriais</p><p>9.5.Produção mais Limpa e Ecoeficiência</p><p>9.6.Responsabilidade Social</p><p>9.7.Desenvolvimento Sustentável</p><p>10. EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO</p><p>Universo de inserção da educação superior em engenharia (graduação, pós-gradua-</p><p>ção, pesquisa e extensão) e suas áreas afins, a partir de uma abordagem sistêmica</p><p>englobando a gestão dos sistemas educacionais em</p><p>todos os seus aspectos: a forma-</p><p>ção de pessoas (corpo docente e técnico administrativo); a organização didático peda-</p><p>gógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios</p><p>de ensino/aprendizagem. Pode-se considerar, pelas características encerradas nesta</p><p>especialidade como uma “Engenharia Pedagógica”, que busca consolidar essas ques-</p><p>tões, assim como visa apresentar como resultados concretos das atividades desenvol-</p><p>vidas, alternativas viáveis de organização de cursos para o aprimoramento da ativida-</p><p>de docente, campo em que o professor já se envolve intensamente sem encontrar</p><p>estrutura adequada para o aprofundamento de suas reflexões e investigações.</p><p>39</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>10.1.Estudo da Formação do Engenheiro de Produção</p><p>10.2. Estudo do Desenvolvimento e Aplicação da Pesquisa e da</p><p>Extensão em Engenharia de Produção</p><p>10.3.Estudo da Ética e da Prática Profissional em Engenharia de Produção</p><p>10.4. Práticas Pedagógicas e Avaliação Processo de Ensino-Aprendizagem</p><p>em Engenharia de Produção</p><p>10.5. Gestão e Avaliação de Sistemas Educacionais</p><p>de Cursos de Engenharia de Produção</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Dando continuidade aos estudos introdutórios sobre a engenharia, esta unidade</p><p>adentrou um pouco mais no campo de atuação do engenheiro. Você pôde conhecer</p><p>um pouco sobre a legislação vigente, que define vários termos e delimita o campo de</p><p>atuação da engenharia e outras funções correlatas.</p><p>Você pôde conhecer, também, um pouco mais sobre as diversas funções que podem</p><p>ser exercidas pelo engenheiro. Essas funções são bastante amplas e diversificadas,</p><p>abrangendo desde a atuação em projetos e grandes construções até a prestação</p><p>de serviços de consultoria e pós-venda. A ideia principal com a apresentação dessas</p><p>funções foi mostrar a você que o campo profissional do engenheiro não está restrito</p><p>a um escritório ou a uma fábrica. Você pode se deparar com atividades extremamen-</p><p>te diferentes (como a análise de risco em projetos de investimento ou do impacto</p><p>ambiental da construção de um novo shopping) daquela visão tradicional de um</p><p>engenheiro fazendo cálculos sozinho em uma sala.</p><p>Por fim, entramos ainda mais no nível de detalhamento da atuação do engenheiro.</p><p>Em particular, foram apresentadas as dez áreas e subáreas de atuação do engenheiro</p><p>de produção. Elaboradas pela ABEPRO, essa subdivisão baliza a forma como a atua-</p><p>ção do engenheiro de produção é realizada no país, bem como norteia os diversos</p><p>conhecimentos necessários para tal atuação.</p><p>40</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>OBJETIVO</p><p>Ao final desta</p><p>unidade,</p><p>esperamos</p><p>que possa:</p><p>> Ilustrar as principais</p><p>habilidades requeridas</p><p>de um engenheiro.</p><p>> Interpretar como as</p><p>áreas de conhecimento</p><p>se desdobram em</p><p>disciplinas do curso</p><p>de engenharia de</p><p>produção.</p><p>> Comparar estruturas</p><p>curriculares de</p><p>diferentes cursos em</p><p>funcionamento do país.</p><p>UNIDADE 3</p><p>41</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>3 ESTRUTURA CURRICULAR</p><p>DO CURSO</p><p>Olá. Nesta unidade será discutida a estrutura curricular dos cursos de engenharia no</p><p>país. Para isso, serão apresentadas, inicialmente, algumas das principais habilidades</p><p>requeridas na formação do engenheiro e, a partir daí, como essas habilidades dão</p><p>base às principais áreas de conhecimento que formam a estrutura curricular de um</p><p>curso de engenharia.</p><p>Com isso, serão aprofundados ainda mais os detalhes da formação do engenheiro e</p><p>também da grade curricular de alguns cursos de engenharia de produção em funcio-</p><p>namento no país. A partir de exemplos extraídos de cursos reais, será discutido esse</p><p>percurso formativo.</p><p>3.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE</p><p>Figurado como um curso de graduação de grande procura e com um vasto poten-</p><p>cial de empregabilidade no processo de reestruturação do país, o curso de enge-</p><p>nharia de produção apresenta uma multidisciplinaridade que destoa dos demais</p><p>cursos de engenharia. Logo, compreender como é estruturado o percurso formativo</p><p>de um aluno de graduação nesta área se mostra um desafio de grande importância</p><p>e responsabilidade.</p><p>É preciso que você, aluno de um curso de engenharia tão plural, compreenda que</p><p>esta formação está baseada em bem mais do que em uma série de disciplinas de</p><p>cálculo ou física. Elas serão, sim, a base para muitas das suas habilidades futuras, mas,</p><p>combinadas às disciplinas da esfera de projeto de engenharia e humanidades, farão</p><p>de você um profissional mais completo.</p><p>Para que você entenda bem a estrutura do seu curso, inicialmente é preciso entender</p><p>que ele, antes de tudo, é um curso de engenharia e, como tal, pressupõe uma forma-</p><p>ção que apresente uma série de habilidades requeridas. Iniciaremos nossa unidade</p><p>tratando de tais habilidades, posteriormente será discutido como essas habilidades</p><p>42</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>desencadeiam a necessidade de formação em áreas de conhecimento específicas e,</p><p>por fim, falaremos das disciplinas. Para tratar especificamente deste último tema, serão</p><p>apresentados e discutidos currículos de cursos de engenharia de produção no país.</p><p>3.2 HABILIDADES REQUERIDAS NA ENGENHARIA</p><p>Em se tratando de uma profissão dotada de dinamismo e calcada em um conjun-</p><p>to complexo de conhecimentos, a engenharia apresenta um processo de formação</p><p>profissional intenso e bastante característico. Esse processo, por sua vez, decorre de</p><p>uma série de habilidades que são demandadas aos engenheiros para a realização de</p><p>suas atividades.</p><p>Algumas dessas características já foram abordadas em unidades anteriores, contudo,</p><p>para trazer à tona a sua relação com a formação e os conhecimentos necessários ao</p><p>engenheiro, destacam-se três destas habilidades ilustradas por Moaveni (2016, p. 12):</p><p>• Bons engenheiros desenvolvem sólido conhecimento dos princípios funda-</p><p>mentais da engenharia que podem ser usados para resolver grande variedade</p><p>de problemas.</p><p>• Bons engenheiros demonstram o desejo de estar sempre aprendendo. Por</p><p>exemplo, participam de aulas de educação continuada, seminários e workshops</p><p>para estarem informados sobre inovações e tecnologias emergentes. Isso é</p><p>particularmente importante no mundo de hoje, pois as rápidas mudanças</p><p>tecnológicas exigem que você, engenheiro, acompanhe as novas tecnologias.</p><p>Além disso, você correrá o risco de ser demitido ou ter uma promoção negada,</p><p>caso não aprimore sua formação de engenharia.</p><p>• Independentemente da área de especialização, os bons engenheiros contam</p><p>com conhecimento profundo, que pode ser aplicado em muitas áreas. Portan-</p><p>to, engenheiros bem treinados são capazes de trabalhar fora de sua área de</p><p>especialização, em outros campos relacionados. Por exemplo, um bom enge-</p><p>nheiro mecânico, com ampla base de conhecimento, pode trabalhar como</p><p>engenheiro automotivo, aeroespacial ou químico.</p><p>43</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>Perceba o peso dado ao conhecimento pelo autor e entenda que esta não é uma</p><p>exclusividade sua. Outros autores, assim como o senso comum que se tem da enge-</p><p>nharia, associam com bastante ênfase o conhecimento possuído pelo engenheiro à</p><p>sua base de recursos para a resolução de problemas.</p><p>Para Hotzapple e Reece (2006, p. 14), o conhecimento se expande a uma taxa expo-</p><p>nencial. E mesmo sendo impossível dominar a engenharia completamente em</p><p>um curso de graduação de cinco anos, a formação em engenharia dá subsídios em</p><p>termos de competências e habilidades individuais que se demonstram</p><p>diferenciais</p><p>no mercado de trabalho. Ainda segundo os autores, “embora você continue a apren-</p><p>der em seu trabalho, sua experiência tende a se estreitar, ficando focada nas necessi-</p><p>dades da companhia” (HOTZAPPLE; REECE, p. 14).</p><p>De modo a direcionar de forma harmoniosa a estruturação de cursos de graduação</p><p>em engenharia, entidades como Ministério da Educação (MEC), no Brasil, e o Conse-</p><p>lho de Acreditação de Engenharia e Tecnologia (ABET - Accrediting Board for Engi-</p><p>neering and Technology), nos Estados Unidos, definem as bases curriculares para que</p><p>os cursos possam emitir seus certificados de formação superior. Hotzapple e Reece</p><p>(2006, p. 15) destacam que o propósito primário é garantir que os formandos sejam</p><p>adequadamente preparados para praticar a engenharia. Para tanto, é previsto que:</p><p>O currículo deve culminar com uma grande experiência de projeto conside-</p><p>rando limitações realistas e associadas a aspectos econômicos, ambientais, de</p><p>sustentabilidade, de possibilidade de manufatura, éticos, de saúde, de segu-</p><p>rança, sociais e políticos (HOTZAPPLE; REECE, p. 15).</p><p>Apesar da flexibilidade dos cursos para definirem as disciplinas que comporão sua</p><p>estrutura curricular em termos de descritivos, carga horária, ementa e conteúdo</p><p>programático, algumas das principais habilidades requeridas no processo de forma-</p><p>ção dos graduandos em engenharia são (HOTZAPPLE; REECE, p. 16):</p><p>a. Habilidade para aplicar conhecimentos de matemática, ciência e engenharia.</p><p>b. Habilidade para projetar e conduzir experimentos, assim como para analisar e</p><p>interpretar dados.</p><p>c. Habilidade para projetar um sistema, componente ou processo para atender às</p><p>especificações desejadas.</p><p>d. Habilidade para trabalhar em equipes multidisciplinares.</p><p>e. Habilidade para identificar, formular e solucionar problemas de engenharia.</p><p>44</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>f. Entendimento das responsabilidades profissionais e éticas.</p><p>g. Habilidade para se comunicar eficientemente.</p><p>h. Conhecimento amplo, necessário para entender o impacto de soluções de</p><p>engenharia em um contexto global e social.</p><p>i. Consciência da necessidade de um aprendizado contínuo e habilidade para</p><p>nele se engajar.</p><p>j. Conhecimento de temas contemporâneos.</p><p>k. Habilidade para utilizar técnicas, aptidões e ferramentas modernas de enge-</p><p>nharia para a prática da engenharia.</p><p>3.3 EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA</p><p>Cocian (2017) destaca que a educação em engenharia como a conhecemos data</p><p>do final do século XIX. Ao longo dos anos, o percurso formativo representado pelas</p><p>estruturas curriculares dos cursos foi sendo modificado. Contudo, gradualmente vêm</p><p>evoluindo em torno de cinco áreas (COCIAN, 2017, p. 25):</p><p>• Ciências: geralmente inclui o estudo dos mecanismos da natureza, como físi-</p><p>ca, química e matemática, e, em alguns casos especiais, biologia, astronomia,</p><p>geologia, anatomia e até botânica.</p><p>• Ciências da engenharia: inclui os princípios da ciência aplicados à solução de</p><p>uma classe particular de problemas que envolve algum tipo de técnica. Alguns</p><p>temas importantes são a mecânica dos fluidos, os fenômenos de transporte, a</p><p>ciência dos materiais e a eletricidade aplicada.</p><p>• Aplicações de engenharia: trata da aplicação das técnicas ao dia a dia. Com</p><p>essas técnicas, os estudantes treinam a resolução de problemas reais, prefe-</p><p>rencialmente sob a supervisão de um professor engenheiro experiente. Um</p><p>tema típico das aplicações de engenharia são os projetos de engenharia (ou a</p><p>engenharia de projetos).</p><p>45</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>FIGURA 9 - AULA DE APLICAÇÕES DE ENGENHARIA</p><p>Fonte: Shutterstock, 2019.</p><p>• Humanidades, sociedade e meio ambiente: é incluído nos currículos porque</p><p>o engenheiro deve resolver os problemas das pessoas e da sociedade, sempre</p><p>preservando o meio ambiente, de onde tira os seus recursos.</p><p>• Comunicação e expressão: o desenvolvimento de habilidades de comunica-</p><p>ção e expressão (oral, escrita e visual) é um aspecto importante na educação</p><p>em engenharia, pois engenheiros trabalham com pessoas e para as pessoas.</p><p>Esses temas são geralmente tratados em matérias especiais, nas avaliações</p><p>dos relatórios e nas apresentações de projetos das disciplinas técnicas.</p><p>Cocian (2017) ainda destaca que, depois de formado, é importante que o enge-</p><p>nheiro dedique de 10% a 20% do seu esforço para aprender novas tecnologias.</p><p>Para tanto, pode realizar estudos individualmente, participar de encontros nas</p><p>associações de engenharia ou realizar cursos de curta duração.</p><p>46</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO</p><p>Atualmente, cerca de um terço dos engenheiros continua os seus estudos</p><p>formais na especialização, no mestrado e no doutorado, e esses números estão</p><p>crescendo.</p><p>As habilidades requeridas e as áreas previamente comentadas se unem ao conhe-</p><p>cimento das normas de engenharia e das restrições do mundo real, como fatores</p><p>econômicos, segurança, confiabilidade, ética e impacto social e ambiental, para a</p><p>composição dos tópicos básicos para a formação em engenharia (COCIAN, 2017, p.</p><p>41). Para o autor:</p><p>Os estudantes de engenharia geralmente procuram treinamento em outras</p><p>áreas especializadas durante o seu curso de graduação, incluindo matérias</p><p>que ajudam na comunicação efetiva com clientes, funcionários e o público</p><p>em geral. Muitos estudantes de engenharia cursam disciplinas eletivas de</p><p>contabilidade, gestão, qualidade e legislação (COCIAN, 2017, p. 41).</p><p>Ainda segundo Cocian (2017, p. 42), os conhecimentos básicos que compõem cerca</p><p>de 30% de um currículo de curso de engenharia devem abordar as seguintes áreas:</p><p>• Matemática: em qualquer currículo de formação de engenheiros, as disciplinas</p><p>de matemática são muitas e alcançam um nível bem elevado. Os engenheiros</p><p>precisam ter habilidades de avaliação, tanto qualitativa quanto quantitativa, e</p><p>os números servem muito bem para isso, junto com padrões de comparação.</p><p>Antes de começar um curso de engenharia, o estudante deve ser hábil no uso</p><p>da aritmética, geometria, álgebra, trigonometria e lógica, para poder estudar</p><p>as disciplinas de matemática. Para os engenheiros, a matemática, sem aplica-</p><p>ção, é só filosofia.</p><p>• Física: a física é útil ao engenheiro para entender a mecânica de funcionamen-</p><p>to do nosso universo e, junto com a matemática, serve para que ele desenvol-</p><p>va os seus modelos matemáticos de comportamento ou previsão. No ensino</p><p>médio, as pessoas aprendem os mecanismos básicos usando uma mate-</p><p>mática fundamental. Já na formação de engenheiros, são somados a esse</p><p>47</p><p>FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD</p><p>Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017</p><p>Introdução à EngEnharIa</p><p>SUMÁRIO</p><p>conhecimento os modelos que utilizam as técnicas de cálculo diferencial e</p><p>integral. Em muitas especialidades, os modelos matemáticos para descrever</p><p>os sistemas físicos continuam a ser usados com técnicas de matemática avan-</p><p>çada e cálculo numérico. Para o estudante de engenharia, a física é o momen-</p><p>to de utilizar a matemática. Estudar física é o hobby do engenheiro.</p><p>• Química: o entendimento das reações químicas serve ao engenheiro para fazer,</p><p>por exemplo, previsões de comportamentos, corrosões, geração de eletricida-</p><p>de, etc., assim como para elaborar máquinas para a produção de produtos e</p><p>serviços que se aproveitem desse comportamento.</p><p>• Ciência e tecnologia dos materiais: a ciência dos materiais estuda as rela-</p><p>ções entre a estrutura interna e o comportamento das propriedades físicas</p><p>dos materiais. Baseia-se na química e na física para fornecer informações</p><p>fundamentais para o processamento dos materiais, para as suas mais variadas</p><p>formas e utilidades.</p>