Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Responsabilidade Social e Sustentabilidade</p><p>Mirian Aparecida Micarelli Struett</p><p>Autor</p><p>Introdução</p><p>Prezado(a) estudante, este material é fundamental para que você compreenda o</p><p>porquê e como as atividades organizacionais impactam na qualidade de vida da</p><p>sociedade. Você será levado a compreender como a busca pelo desenvolvimento</p><p>econômico levou as empresas a se tornarem agentes de transformação na busca</p><p>pela sustentabilidade socioambiental a partir do uso da ferramenta da</p><p>responsabilidade social.</p><p>Para tanto, caro(a) aluno(a), você é convidado(a) a entrar nessa seara do</p><p>conhecimento no intuito de entender que ainda há muita resistência por parte dos</p><p>gestores organizacionais ao uso da responsabilidade social e que, nessas</p><p>discussões, devidamente argumentadas, alguns contra e outros a favor, a</p><p>responsabilidade empresarial culmina, também, em graus de envolvimento das</p><p>organizações em relação à sua atuação, ou seja, na sensibilidade social.</p><p>Para aquelas que já utilizam a ferramenta da responsabilidade social e querem</p><p>demonstrar a sua imagem de empresa cidadã, podem fazê-lo a partir do uso do</p><p>instrumento Balanço Social e seus indicadores, que existem em alguns modelos</p><p>disponíveis no mercado que, embora não sejam obrigatórias, muitas dessas</p><p>organizações utilizam-na para apresentar aos seus stakeholders a sua forma de</p><p>atuação de forma transparente e ética, bem como as dimensões da</p><p>sustentabilidade econômica, social e ambiental.</p><p>A seguir, caro(a) aluno(a), você compreenderá quais são os modelos de</p><p>desagregação das dimensões que se constituem e se traduzem em</p><p>responsabilidade social empresarial. A partir dos modelos Triple Botton Line e sua</p><p>derivação, os 3 P’s, que representam, respectivamente, People, profit and planet</p><p>(Pessoas, lucro e planeta), apesar do ceticismo, correspondem ao modelo utilizado</p><p>por grandes corporações no contexto nacional e internacional.</p><p>Por fim, prezado(a) estudante, você entenderá como o uso dos códigos de</p><p>governança corporativa e o uso da ética se traduzem como Sustentabilidade</p><p>Corporativa.</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>Compreender o processo de evolução do desenvolvimento e as causas</p><p>que culminaram no uso da ferramenta da responsabilidade social.</p><p>Discutir os dilemas da Responsabilidade Social Empresarial</p><p>Entender o que é e como o instrumento “Balanço Social” e seus principais</p><p>indicadores se traduzem em transparência organizacional</p><p>Compreender quais são os modelos de desagregação das dimensões de</p><p>Responsabilidade Social mais utilizados pelas organizações</p><p>Apresentar as perspectivas da Governança Corporativa e o uso da Ética</p><p>no contexto organizacional</p><p>Desenvolvimento Sustentável,</p><p>Responsabilidade Social e</p><p>Sustentabilidade</p><p>A noção de desenvolvimento está muitas vezes atrelada ao crescimento</p><p>econômico. Entretanto, esse conceito tem mudado bastante nas últimas décadas,</p><p>demonstrando um consenso entre a busca pela preservação ambiental e melhores</p><p>padrões de vida para a sociedade global. A partir do estabelecimento de relações</p><p>entre o crescimento econômico, a exploração dos recursos naturais, a herança</p><p>para as futuras gerações, a qualidade de vida e a distribuição de renda e pobreza,</p><p>a exclusão social e a desigualdade social, busca-se um conceito aproximado para</p><p>o desenvolvimento sustentável.</p><p>Dessa forma, estabelecendo a relação com o crescimento econômico entre países,</p><p>observou-se, na década de 50, com a crise econômica dos países do terceiro</p><p>mundo, que o progresso não era uma virtude natural para todos. Na década</p><p>seguinte, a via de desenvolvimento do terceiro mundo foi impulsionada pela</p><p>industrialização dos países ocidentais. De certo modo, as teorias</p><p>desenvolvimentistas, quer sejam neoliberais ou marxistas, inspiravam-se nas</p><p>sociedades ocidentais industrializadas para proporem modelos de</p><p>desenvolvimento. As crises ambientais, econômicas e sociais colocaram em xeque</p><p>as noções de desenvolvimento e progresso, principalmente pelo seu caráter</p><p>FIGURA 1 Desenvolvimento sustentável</p><p>FONTE: Sergey Nivens / 123RF.</p><p>eminentemente quantitativo analisado apenas sob o ponto de vista econômico</p><p>(ALMEIDA, 1997).</p><p>Na década de 1970, já eram formalizadas intenções disseminando a ideia da</p><p>sustentabilidade, muito antes do conceito de desenvolvimento sustentável e</p><p>sustentabilidade se tornarem conhecidos. O “Ecodesenvolvimento”, desenvolvido</p><p>por Ignacy Sachs, refletia uma preocupação com o desenvolvimento e o papel do</p><p>homem nesse processo em que o homem é colocado como protagonista ou vítima.</p><p>O termo, em si, busca retratar o desenvolvimento socioeconômico de forma</p><p>equitativa, incluindo a dimensão do meio ambiente com reconhecida importância</p><p>(SACHS, 1994 apud CHACON, 2007).</p><p>Ao corroborar com Sachs (1994 apud VEIGA, 2002), alia a cultura a uma outra</p><p>dimensão importante e promotora do desenvolvimento. Para ele, não se podia</p><p>limitar o desenvolvimento unicamente a aspectos sociais e sua base econômica,</p><p>pois se ignoraria questões complexas entre o porvir das sociedades humanas e a</p><p>evolução da biosfera:</p><p>[...] na realidade, estamos na presença de uma coevolução</p><p>entre dois sistemas que se regem por escalas de tempo e</p><p>escalas espaciais distintas. A sustentabilidade no tempo das</p><p>civilizações humanas vai depender da sua capacidade de se</p><p>submeter aos preceitos de prudência ecológica e de fazer um</p><p>bom uso da natureza. É por isso que falamos em</p><p>desenvolvimento sustentável. A rigor, a adjetivação deveria ser</p><p>desdobrada em socialmente includente, ambientalmente</p><p>sustentável e economicamente sustentado no tempo (VEIGA,</p><p>2002, p. 9-10).</p><p>Em 1987, é publicado o “Relatório de Brundtland” intitulado Nosso futuro comum</p><p>(Our common future). Esse relatório apontava para a desigualdade existente entre</p><p>os países e a pobreza como uma das principais causas dos problemas ambientais,</p><p>contribuindo, assim, para disseminar o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”.</p><p>Nesse contexto, há a introdução da ideia de que o desenvolvimento econômico da</p><p>atualidade deveria ser realizado sem comprometer as necessidades das futuras</p><p>gerações (CMMAD, 1991).</p><p>De acordo com as premissas fundamentais, há o reconhecimento da</p><p>“insustentabilidade” e inadequação econômica, social e ambiental, demonstrada</p><p>pela finitude dos recursos naturais e das injustiças sociais provocadas pelo modelo</p><p>de desenvolvimento vigente na maioria dos países. Entretanto, muito desses temas</p><p>continuam sendo negligenciados ou insuficientemente considerados. Dessa forma,</p><p>o desenvolvimento sustentável considera que o crescimento econômico deve</p><p>ocorrer em harmonia com o meio ambiente, ao ter em vista que a maioria dos</p><p>autores demonstram preocupações com o social e econômico (SOUZA FILHO, 2008).</p><p>Para compreender o fenômeno da responsabilidade social, é preciso compreender</p><p>as contingências que contribuíram para o seu advento. Uma delas, como expõe</p><p>Dupas (1999), foi o contexto de exclusão social e suas consequências, pois o</p><p>conceito é, em sua essência, multidimensional, e inclui a ideia de falta de acesso</p><p>aos bens e serviços, à segurança, à justiça e à cidadania. O autor frisa o conceito de</p><p>exclusão social e a pobreza, sua consequência, como os principais responsáveis</p><p>pela não satisfação das necessidades básicas. A seguir, as suas palavras nos soam</p><p>bem recentes. Um pouco mais de uma década, o quadro nos parece bem pior</p><p>quanto ao desemprego estrutural, principalmente nos países europeus.</p><p>A exclusão social apareceu na Europa na esteira do crescimento</p><p>dos sem teto e da pobreza urbana, da falta de perspectiva</p><p>urbana, da falta de perspectiva decorrente do desemprego de</p><p>longo prazo, da falta de acesso a emprego e rendas por parte</p><p>das minorias étnicas e imigrantes, da natureza crescentemente</p><p>precária dos empregos disponíveis e da dificuldade que os</p><p>jovens passaram a ter para ingressar no mercado de trabalho</p><p>(DUPAS, 1999, p. 19).</p><p>Como é possível perceber até o momento, a discussão sobre desenvolvimento</p><p>sustentável está polarizada em duas grandes concepções: o ambiental e o social.</p><p>De acordo com Almeida (1997), incorpora-se, desse modo, a “natureza” à cadeia de</p><p>produção (a natureza</p><p>como um bem de capital) e, de outro lado, uma ideia que</p><p>tenta quebrar a hegemonia do discurso econômico, indo para além de uma visão</p><p>instrumental e restrita que a economia impõe a ideia.</p><p>Para Veiga (2002), o maior desafio é iniciar a construção de uma prosperidade</p><p>multiplicadora de novos empreendimentos que, simultaneamente, passe a</p><p>conservar a estabilidade e coloque fim às práticas de exploração predatória dos</p><p>imensos recursos naturais. Isso exigiria um amplo rearranjo institucional. Esse</p><p>processo é difícil e lento devido à inércia imposta por fortes interesses cristalizados.</p><p>Conforme elucida Souza Filho (2008), os países desenvolvidos deveriam priorizar</p><p>políticas, como a reciclagem, o uso eficiente de energia, a conservação, a</p><p>recuperação das áreas degradadas, bem como perseguir maior equidade, justiça,</p><p>respeito às leis, redistribuição e criação de riqueza.</p><p>A partir da constatação de que o desenvolvimento sustentável serviria para discutir</p><p>a permanência ou durabilidade da estrutura de funcionamento do processo</p><p>produtivo, atendendo às necessidades da geração presente, sem impedir que as</p><p>gerações futuras também o façam, vê-se o conceito de desenvolvimento</p><p>sustentável sendo disseminado em todo o mundo. Nesse sentido, o ato de envolver</p><p>as organizações como parte desse processo, haja vista as atividades que lhe são</p><p>inerentes ao processo produtivo, confronta a inter-relação entre o movimento do</p><p>desenvolvimento sustentável e o da responsabilidade social, confluindo em</p><p>sustentabilidade.</p><p>Todos aqueles que possam vir a fazer parte desse processo, promotores e</p><p>coadjuvantes no Desenvolvimento Sustentável, são convidados à discussão.</p><p>Importantes eventos de caráter mundial, como a Conferência do Desenvolvimento</p><p>Sustentável que ocorreu no Brasil em 2012 – RIO+20 –, trouxeram importantes</p><p>discussões sobre os aspectos culturais e étnico-raciais. As práticas das culturas</p><p>afrodescendentes e africanas e a justiça ambiental foram apresentadas no</p><p>Seminário Quilombos, Terreiros e Juventudes, com importantes personalidades</p><p>brasileiras e mundiais.</p><p>Todos os países, pessoas e organizações são chamados, também, a se incluírem na</p><p>gestão, estratégias e ações que colaborem com os Objetivos do Desenvolvimento</p><p>Sustentável (ODS), os quais são, ao todo, 17, com 169 metas. Vejamos a seguir.</p><p>Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em</p><p>todos os lugares.</p><p>Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar</p><p>e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.</p><p>Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-</p><p>estar para todos, em todas as idades.</p><p>Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de</p><p>qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao</p><p>longo da vida para todos.</p><p>Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas</p><p>as mulheres e meninas.</p><p>Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da</p><p>água e saneamento para todos.</p><p>Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e</p><p>a preço acessível à energia para todos.</p><p>Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado,</p><p>inclusivo e sustentável, emprego pleno, produtivo e trabalho</p><p>decente para todos.</p><p>Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a</p><p>industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.</p><p>Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre</p><p>eles.</p><p>Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos</p><p>inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.</p><p>Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo</p><p>sustentáveis.</p><p>Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança</p><p>do clima e seus impactos (*) Reconhecendo que a Convenção</p><p>Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC]</p><p>é o fórum internacional intergovernamental primário para</p><p>negociar a resposta global à mudança do clima.</p><p>Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos</p><p>mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento</p><p>sustentável.</p><p>Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável</p><p>dos ecossistemas terrestres, gerir, de forma sustentável, as</p><p>florestas, combater a desertificação, deter e reverter a</p><p>degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.</p><p>Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o</p><p>desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça</p><p>para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e</p><p>inclusivas em todos os níveis.</p><p>Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a</p><p>parceria global para o desenvolvimento sustentável</p><p>(CONHEÇA…, 2015, on-line).</p><p>De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), essa agenda Universal,</p><p>elaborada em 2015, visa a transformar o mundo até 2030, ou seja, nos próximos 15</p><p>anos, busca-se concretizar os direitos humanos, alcançar a igualdade de gênero e</p><p>empoderamento das mulheres e meninas, erradicar a pobreza no mundo</p><p>equilibrada nas três dimensões do Desenvolvimento Sustentável que conhecemos</p><p>(CONHEÇA…, 2015). Assim, para cada objetivo, os governos, empresas e demais</p><p>organizações terão de traçar metas e estratégias que envolvam a todos, por meio</p><p>de relatórios e da prestação de contas.</p><p>A cultura e a diversidade têm relação direta com o processo produtivo: por um lado,</p><p>devido ao crescimento dos movimentos em defesa do meio ambiente em relação</p><p>ao uso dos recursos naturais e, por outro, como força produtiva, ou seja, mão de</p><p>obra nas empresas. A discussão do desenvolvimento sustentável é para todos os</p><p>atores da sociedade. Independentemente das relações étnico-raciais, todos devem</p><p>estar envolvidos.</p><p>Face ao crescimento dos movimentos em defesa do meio ambiente e do</p><p>consumidor, que estão cada vez mais exigentes em relação à atuação das</p><p>organizações, tem-se observado uma preocupação cada vez maior com as</p><p>obrigações sociais da empresa. A inter-relação da empresa com o seu ambiente</p><p>nunca foi tão intensa como nos dias atuais, principalmente porque as suas</p><p>decisões influenciam a prosperidade comunitária e as atividades nacionais e</p><p>internacionais. Há três considerações básicas para aumentar o interesse dos</p><p>gestores organizacionais, empresários e acionistas no seu papel social:</p><p>1. são forçados a se preocupar, pois a sociedade está mais bem</p><p>informada e mais exigente em relação aos seus direitos e da</p><p>preservação de leis que assegurem seu bem-estar e sua</p><p>sobrevivência;</p><p>2. são persuadidos a se tornarem mais atentos, pelo fato de</p><p>contribuírem para a formação e desenvolvimento de atitudes e</p><p>valores da sociedade;</p><p>3. o próprio desenvolvimento de teorias administrativas modernas,</p><p>tais como a ecologia de empresas, não pode ficar esquecido,</p><p>pois, se não as acompanharem, a sua empresa tende a</p><p>desaparecer (KWASNICKA, 2006, p. 324).</p><p>Um dos problemas em relação à responsabilidade social é o de definir, com certo</p><p>grau de precisão, a real responsabilidade social com que cada uma das empresas</p><p>deve arcar, dada a multiplicidade de conceitos acerca do tema. De maneira</p><p>bastante sucinta, o Instituto Ethos (2016, on-line) assim define:</p><p>FIGURA 2 Movimentos em defesa do meio ambiente</p><p>FONTE: 3000ad / 123RF.</p><p>A forma de gestão que se define pela relação ética e</p><p>transparente da empresa com todos os públicos com os quais</p><p>ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais</p><p>que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade,</p><p>preservando recursos ambientais e culturais para as gerações</p><p>futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução de</p><p>desigualdades sociais.</p><p>Da mesma forma, o conceito de sustentabilidade parece não estar exatamente</p><p>construído, já que muitos pesquisadores o relacionam ao Desenvolvimento</p><p>Sustentável proposto na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e</p><p>Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992 (RIO, 92), que está relacionado ao</p><p>desenvolvimento sustentável como: “aquele que atende às necessidades do</p><p>presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as</p><p>suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46). Diante do exposto, o conceito de</p><p>[...] sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável se</p><p>popularizou mundialmente a</p><p>partir de 1987, quando foi utilizado</p><p>pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e</p><p>Desenvolvimento das Nações Unidas, em seu relatório “Nosso</p><p>Futuro comum”, também conhecido como relatório de</p><p>Brundtland. O relatório dessa comissão vem difundindo, desde</p><p>então, o conceito de desenvolvimento sustentado, que passou a</p><p>figurar sistematicamente na semântica de linguagem</p><p>internacional, servindo como eixo central de pesquisas</p><p>realizadas por organismos multilaterais e, até mesmo, por</p><p>grandes empresas (CLARO; CLARO; AMÂNCIO, 2008, p. 291).</p><p>Conforme expõe Ricardo Young, do Instituto Ethos (2016, on-line), e Barbieri e</p><p>Cajazeira (2009, p. 116), “a Responsabilidade Social Empresarial (RSE),</p><p>definitivamente, tornou-se uma importante ferramenta para a sustentabilidade das</p><p>organizações”.</p><p>Dilemas acerca da Responsabilidade</p><p>Empresarial</p><p>As organizações não têm ainda uma postura definida e única sobre a</p><p>responsabilidade social. Essas visões contrastantes se resumem a dois enfoques</p><p>principais (SILVA, 2005, p. 71):</p><p>a) visão clássica: a única responsabilidade é conduzir os</p><p>negócios com máximo lucro – o chamado modelo do acionista</p><p>(visão de Milton Friedman), que envolve lucros reduzidos da</p><p>atividade, custos maiores do negócio, diluição do propósito do</p><p>negócio e poder demasiado para os negócios; e</p><p>b) visão socioeconômica: assegura que qualquer organização</p><p>deve se interessar pelo bem-estar social e não somente pelos</p><p>lucros (sustentada por Paul Samuelson) e envolve: lucros de</p><p>longo prazo e melhor imagem pública para os negócios, evitar</p><p>regulamentações governamentais, já que as organizações têm</p><p>recursos e obrigação ética e os negócios devem prover</p><p>melhores condições para cada um e para todos.</p><p>Um dos grandes dilemas acerca da responsabilidade social se encontra já na</p><p>definição do tema. Há diversos conceitos para Responsabilidade Social. Em estudo</p><p>recente, Vieira (2007) apresenta alguns dados levantados em pesquisa</p><p>bibliográfica, conforme é verificável no quadro a seguir.</p><p>CONCEITOS SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL Autores/ano</p><p>Para uns, é tomada como uma responsabilidade legal ou</p><p>obrigação social; para outros, é o comportamento</p><p>socialmente responsável em que se observa a ética; para</p><p>outros, ainda, não passa de contribuições de caridade que a</p><p>empresa deve fazer. Há, também, os que admitam que a</p><p>responsabilidade social seja, exclusivamente, a</p><p>responsabilidade de pagar bem aos empregados e dar-lhes</p><p>bom tratamento. Logicamente, a responsabilidade social das</p><p>empresas é tudo isso, muito embora não se corresponda</p><p>apenas a esses itens isoladamente.</p><p>Zenisek (1984).</p><p>“[...] está ligada a questões e princípios éticos adotados pela</p><p>empresa no que diz respeito aos problemas de ordem social</p><p>que enfrenta. Surge a ideia de empresa como elo entre</p><p>sociedade, indivíduos e governo, enquanto instrumento capaz</p><p>de melhorar a qualidade de vida via desenvolvimento</p><p>econômico.”</p><p>Richard Eells e</p><p>Clarence Walton</p><p>(1984).</p><p>“[...] no envolvimento social da empresa, seja com os</p><p>empregados, com as pessoas que estão ligadas</p><p>tecnicamente à empresa ou à sociedade, a grande questão é</p><p>mesmo quanto custa a adoção de comportamentos</p><p>socialmente responsáveis e não o simples fato de adotar tais</p><p>comportamentos [...]”.</p><p>Archie Carrol (1984).</p><p>“[...] a obrigação do empresário de adotar práticas, tomar</p><p>decisões e acompanhar linhas de ação desejáveis, segundo</p><p>os objetivos e valores da sociedade”.</p><p>Howard Bowen</p><p>(1984).</p><p>“[...] uma obrigação pessoal de cada um de quando age em</p><p>seu próprio interesse, garantir que os direitos e legítimos</p><p>interesses dos outros não sejam prejudicados [...]. O indivíduo,</p><p>certamente, tem direito de agir e falar em seu próprio</p><p>interesse, mas precisa sempre ter o devido cuidado para que</p><p>essa liberdade não impeça os outros de fazerem a mesma</p><p>coisa”.</p><p>Harold Koontz e Cyril</p><p>O’Donnell (1982).</p><p>“[...] responsabilidade social é um comportamento</p><p>antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros</p><p>de fazerem a mesma coisa”.</p><p>Milton Friedman e</p><p>Theodore Levitt</p><p>(1958).</p><p>“Quando uma nova empresa abre suas portas para a</p><p>comunidade, ela também abre a porta para um conjunto de</p><p>obrigações que ultrapassam a tarefa de comprar ou vender,</p><p>produzir ou distribuir. Junto com a obrigação de ser uma</p><p>possibilidade de bom crédito - pagando suas contas,</p><p>pagando seus impostos -, ela assume a obrigação de ser uma</p><p>boa ‘cidadã’ e uma boa vizinha [...]. Se um negócio adotar</p><p>práticas que estejam contra o interesse público, o público irá</p><p>procurar o regulamento para corrigir a prática”.</p><p>Lundborg (1950).</p><p>Quadro 1 - Conceitos sobre Responsabilidade Social</p><p>Fonte: Adaptado de Vieira (2007).</p><p>A verdade é que as declarações de que a empresa deve dedicar parte de seus</p><p>recursos econômicos a ações que beneficiem a sociedade nem sempre têm sido</p><p>bem recebidas, de acordo com Montana e Charnov (2006). Para os autores, há</p><p>uma divergência quanto ao nível apropriado de ação social da empresa, bem</p><p>como se ela tem motivos legítimos para destinar esses recursos às ações sociais.</p><p>Dois importantes autores, Dr. Milton Friedman e o Dr. Keith Davis, enfrentaram esse</p><p>dilema, argumentando contra e a favor da responsabilidade social da empresa.</p><p>Esses argumentos são apresentados no quadro a seguir.</p><p>MILTON FRIEDMAN (1932-) KEITH DAVIS (1918-)</p><p>Argumentos teóricos contra</p><p>1.     Essa é a função maior do governo que, ao</p><p>vincular a empresa ao governo, criará uma força</p><p>poderosa demais na sociedade e, em última</p><p>instância, comprometerá o papel do governo na</p><p>regulamentação da empresa.</p><p>2.     A empresa precisa medir desempenho e os</p><p>programas de ação social, muitas vezes, não</p><p>conseguem medir índices de sucesso.</p><p>Geralmente, há um conflito inerente entre o</p><p>modo como a empresa funciona e o modo</p><p>como operam os programas sociais.</p><p>3.     A função da empresa é maximizar lucros.</p><p>Assim, exigir que recursos sejam destinados a</p><p>programas de ação social viola essa meta</p><p>empresarial, uma vez que ela reduz os lucros.</p><p>4.     Não há razão para supor que os líderes</p><p>empresariais tenham a capacidade de</p><p>determinar o que é de interesse social. Cientistas</p><p>sociais e administradores do governo, muitas</p><p>vezes, não conseguem chegar a um acordo</p><p>sobre metas de interesse social. Por que supor</p><p>que os líderes empresariais possam fazer um</p><p>trabalho melhor de definir o interesse social?</p><p>Argumentos teóricos a favor</p><p>1.     Teoricamente, é de melhor</p><p>interesse da empresa melhorar as</p><p>comunidades nas quais estão</p><p>inseridas e nas quais fazem</p><p>negócios. A melhoria dos</p><p>ambientes comunitários, em</p><p>última instância, reverterá em</p><p>benefício para a empresa.</p><p>2.     Programas de</p><p>responsabilidade social ajudam a</p><p>evitar que pequenos problemas</p><p>possam se tornar grandes</p><p>problemas. Em última análise, isso</p><p>será benéfico à sociedade e à</p><p>empresa.</p><p>3.     Ser socialmente responsável</p><p>é a coisa ética ou correta a se</p><p>fazer.</p><p>4.     Demonstrar sensibilidade a</p><p>questões sociais ajudará a evitar</p><p>a intervenção governamental na</p><p>empresa.</p><p>5.     O sistema de valores mais</p><p>generalizado, a tradição judaico-</p><p>cristã, incentiva fortemente os</p><p>atos de caridade e a</p><p>preocupação social.</p><p>Argumentos práticos contra</p><p>1.     Os gerentes têm uma responsabilidade</p><p>fiduciária (de confiança) para com os</p><p>interessados no sentido de maximizar o valor do</p><p>patrimônio líquido; utilizar os recursos</p><p>financeiros da empresa para realizar objetivos</p><p>sociais pode ser uma violação dessa</p><p>responsabilidade, portanto é ilegal.</p><p>2.     O custo dos programas sociais seria um</p><p>ônus para a empresa e teria de ser repassado</p><p>aos consumidores na forma de aumento de</p><p>preços.</p><p>3.     O público pode querer que o governo tenha</p><p>programas sociais, mas há pouco apoio para a</p><p>empresa assumir tais programas.</p><p>4.     Não há razão para supor que os líderes</p><p>empresariais disponham das habilidades</p><p>especializadas necessárias para alcançar as</p><p>metas de interesse social.</p><p>Argumentos práticos a favor</p><p>1.     Ações que demonstram</p><p>sensibilidade social, se efetivadas</p><p>dentro de um modelo econômico</p><p>sustentável, podem, de fato, ser</p><p>lucrativas para a empresa. Novas</p><p>máquinas de controle de</p><p>poluição, por exemplo, podem ser</p><p>mais</p><p>eficientes e econômicas.</p><p>2.     Ser socialmente responsável</p><p>melhora a imagem de relações</p><p>públicas da empresa em termos</p><p>de cidadania.</p><p>3.     Se nós mesmos não o</p><p>fizermos, nem a opinião pública,</p><p>nem o governo exigirão que o</p><p>façamos.</p><p>4.     Ela pode ser boa para os</p><p>acionistas, já que tais medidas</p><p>obterão a aprovação pública,</p><p>levarão a empresa a ser vista</p><p>pelos analistas financeiros como</p><p>menos exposta à crítica social e</p><p>produzirão um aumento no preço</p><p>das ações.</p><p>Quadro 2 - Dilemas contra e a favor da responsabilidade social da empresa</p><p>Fonte: Adaptado de Montana e Charnov (2006).</p><p>Nesse dilema, como podemos observar a partir de Montana e Charnov (2006),</p><p>Friedman afirma, categoricamente, que a tarefa principal da empresa é maximizar</p><p>o lucro do acionista (proprietário) pelo prudente uso dos recursos organizacionais,</p><p>atuando dentro da legalidade. Isso, de certa forma, pode ter influências pela</p><p>relação de poder sobre as suas atividades empresariais. Muitos têm acusado</p><p>Friedman sobre a sua posição não considerar aqueles que se encontram em</p><p>dificuldade econômica e não ter interesse pela justiça social. Além disso, para</p><p>Friedman e seus seguidores, bastaria que a empresa alcançasse o máximo lucro</p><p>dentro das regras da sociedade e isso, por si só, já a beneficiaria, principalmente</p><p>pela geração de novos empregos e pagamento de altos salários que melhoram a</p><p>vida de seus trabalhadores, contribuindo para o bem-estar deles. Assim, a empresa</p><p>estaria atuando com eficiência e eficácia sem desviar recursos para as obrigações</p><p>sociais.</p><p>Por outro lado, Keith Davis defende a responsabilidade social e afirma que ela</p><p>caminha de mãos dadas com o poder social.  Atribui à empresa uma força</p><p>poderosa que tem como obrigação assumir a responsabilidade social</p><p>correspondente, uma vez que a sociedade a faz prestar contas de tal poder. Dessa</p><p>forma, a empresa deve estar aberta à análise dos problemas sociais, mesmo sendo</p><p>ela dispendiosa, já que tais custos podem ser legitimados ao serem repassados,</p><p>também, aos consumidores na força de preços mais altos. A empresa tem a perícia</p><p>necessária e obrigação de ajudar a solucionar os problemas, mesmo que não</p><p>esteja diretamente envolvida, pois essa obrigação é em favor do bem social geral,</p><p>do qual todos se beneficiarão.</p><p>Ambos sustentam, entretanto, que a empresa deve obedecer à lei e realizar os atos</p><p>de sensibilidade social que forem exigidos. De acordo com Montana e Charnov</p><p>(2006), a sensibilidade social de uma organização é mensurada a partir da sua</p><p>sensibilidade às obrigações sociais e pode ser mensurada mediante a avaliação</p><p>da eficiência e eficácia com que ela se esforça para empreender ações que</p><p>satisfaçam as obrigações sociais.</p><p>Como reflexo a esses dilemas de que a organização tem responsabilidade social</p><p>porque é conferido o poder econômico e social, as instituições têm assumido</p><p>diferentes graus de sensibilidade social (algumas empresas são mais ou menos</p><p>envolvidas), conforme se verifica nas abordagens da obrigação social, da</p><p>responsabilidade social e da sensibilidade social (MONTANA; CHARNOV, 2006).</p><p>Abordagem da obrigação social: esse grau de envolvimento é menor, de forma</p><p>que a empresa busca cumprir apenas com as obrigações legais. Tem como</p><p>objetivos principais a maximização dos lucros e o patrimônio dos acionistas, sendo</p><p>adeptos de cumprir com as obrigações sociais mínimas impostas pela legislação.</p><p>As ideias são muito próximas aos argumentos de Friedman, de maneira que os</p><p>gerentes selecionam as ações que melhor contribuem para o resultado econômico</p><p>da empresa. Inclusive, as instituições podem até participar de campanhas de</p><p>associações comerciais no intuito de atender à lei ou alterar a legislação e limitar a</p><p>sua responsabilidade social.</p><p>Da mesma forma, as empresas podem até contribuir para a assistência social,</p><p>citando-as como boa reputação, com responsabilidades dos indivíduos e não suas.</p><p>A obrigação legal ou o benefício próprio é o único determinante da</p><p>responsabilidade social – caso contrário, pertence a outros. Os seus gerentes</p><p>limitam a reação da empresa a obrigações sociais, mesmo frente às críticas,</p><p>porém procuram agir dentro da legalidade em todas as esferas.</p><p>Em resumo, as instituições cumprem apenas com as obrigações legais e dedicam</p><p>somente os recursos organizacionais necessários para cumprir o que são também</p><p>consideradas obrigações sociais, porém sem empreender esforços voluntários.</p><p>Abordagem da responsabilidade social: esse grau de envolvimento, em relação à</p><p>sensibilidade social, é intermediário e supõe que a empresa não possui somente</p><p>objetivos econômicos, mas também de responsabilidades sociais. Cumpre com as</p><p>suas obrigações legais e sociais, mesmo que afete apenas diretamente a empresa,</p><p>com base na obediência à lei e no critério do benefício social.</p><p>Contudo, busca-se, ativamente, a aprovação da comunidade, além de participar</p><p>de projetos sociais e se dispõe a gastar alguns recursos organizacionais para a</p><p>promoção do bem-estar social, embora não se escolheria nenhuma ação que</p><p>trouxesse prejuízo econômico para a empresa. Assim, as instituições desejam ser</p><p>vistas como boas cidadãs empresariais e buscam reconhecimento público. Os</p><p>gerentes cooperam com entidades sociais municipais na definição das dimensões</p><p>de problemas sempre buscando a solução.</p><p>Os funcionários também são incentivados a participar, sendo que o</p><p>reconhecimento, muitas vezes, será dado à empresa, compensando o funcionário</p><p>com fundos da organização. Pratica-se a adaptação reativa, de maneira a</p><p>contribuir para providenciar a ação correta de problemas sociais.</p><p>Em resumo, as empresas têm responsabilidades econômicas e sociais. As suas</p><p>responsabilidades econômicas são maximizadas em forma de lucro e aumento do</p><p>patrimônio dos acionistas. As responsabilidades sociais consistem em lidar com</p><p>problemas correntes, mas até o ponto que não afete, negativamente, a empresa.</p><p>As instituições também agem por meio do incentivo aos seus funcionários e atuam</p><p>a partir de adaptação reativa, um processo de reação aos problemas.</p><p>Abordagem da sensibilidade social: essas empresas atuam no grau máximo de</p><p>envolvimento e, já que atuam sob essa perspectiva, não têm somente metas</p><p>econômicas e sociais, mas também devem antecipar problemas sociais futuros e</p><p>agir no presente em resposta a esses transtornos. Cumprem com as obrigações</p><p>legais e sociais relativas às tendências e problemas que estão surgindo, mesmo</p><p>que afetem apenas indiretamente a empresa. Primeiramente, antecipam-se e</p><p>lidam com os problemas. Em seguida, lidam com os problemas sociais futuros,</p><p>Highlight</p><p>fazendo uso dos recursos no presente e levando esse bem-estar para o futuro, o</p><p>que afeta, negativamente, a maximização dos lucros do presente.</p><p>Acredita-se que a boa cidadania implica assumir um papel proativo, verdadeiro na</p><p>sociedade, fazendo uso do poder conferido para a melhoria da sociedade. Assim,</p><p>ao final, também produzirá um efeito benéfico para a empresa. Essas instituições</p><p>adotam uma postura de adaptação proativa, antecipando problemas futuros antes</p><p>que se tornem graves demais, de forma a apoiar a legislação para que atenda às</p><p>necessidades sociais previstas. Geralmente, estão à frente do padrão de</p><p>desempenhos das demais empresas, conferindo-lhes uma excelente reputação na</p><p>sociedade, ao agir, inclusive, para a intervenção e a regulamentação</p><p>governamentais.</p><p>Em resumo, as empresas não têm somente responsabilidades econômicas e</p><p>sociais. Elas se antecipam a problemas sociais, destinando recursos</p><p>organizacionais ao tratamento dessas questões por meio de adaptação preventiva.</p><p>É uma abordagem muito aberta e admite a responsabilidade dos gerentes com os</p><p>proprietários da empresa (acionistas) e a sociedade como um todo.</p><p>Para Silva (2008), as organizações apresentam diferentes graus de</p><p>comprometimento, que vão da estratégia obstrucionista, de um lado, seguido da</p><p>defensiva e da acomodativa, e a estratégia proativa, do outro.</p><p>Estratégia obstrucionista: refere-se àquela organização que evita</p><p>responsabilidades sociais e reflete, principalmente, prioridades econômicas,</p><p>combatendo as demandas sociais.</p><p>Estratégia defensiva: é aquela que protege a organização fazendo o mínimo</p><p>legalmente requerido para satisfazer às expectativas sociais.</p><p>Estratégia acomodativa: refere-se à organização que aceita as responsabilidades</p><p>sociais e tenta satisfazer aos critérios legais econômicos e éticos, fazendo o mínimo</p><p>eticamente requerido.</p><p>Estratégia proativa: refere-se à organização que preenche todos os critérios de</p><p>desempenho social, incluindo o discricionário, ao ter liderança na iniciativa local. O</p><p>seu comportamento é preventivo dos impactos sociais adversos de atividades</p><p>econômicas da empresa e, algumas vezes, antecipa a identificação da resposta</p><p>dos aspectos sociais emergentes.</p><p>As estratégias do continuum do grau de comprometimento da organização para</p><p>com as responsabilidades sociais são apresentadas na figura a seguir.</p><p>Como vimos por meio da figura, algumas empresas negam as suas</p><p>responsabilidades mantendo uma estratégia obstrucionista, ou seja, atuam contra</p><p>as demandas sociais e se preocupam apenas com as atividades econômicas.</p><p>Demonstra-se, assim, um baixo grau de responsabilidade social, enquanto, no outro</p><p>extremo, temos organizações que atuam estrategicamente, de forma proativa, pois</p><p>corroboram com um alto grau de comprometimento com a responsabilidade</p><p>social.</p><p>FIGURA 3 Estratégias da responsabilidade social</p><p>FONTE: Adaptada de Silva (2008).</p><p>Balanço Social e os Indicadores de</p><p>Sustentabilidade</p><p>Os primeiros discursos no Brasil, em prol da mentalidade empresarial, mais voltada</p><p>para o social, foram notados na década de 60, com a publicação da “Carta de</p><p>princípios do Dirigente Cristão de empresas”, que, segundo Moratelli (2005 apud</p><p>ALLEDI FILHO et al., 2012), tinha o objetivo de discutir o balanço social das</p><p>organizações.</p><p>Durante as próximas décadas, devido à ascensão da ditadura militar no Brasil, a</p><p>sociedade civil estava desarticulada, mas, na década de 80, destaca-se o trabalho</p><p>do Instituto IBASE, que visava a valorizar as empresas envolvidas com a sociedade,</p><p>incentivando-as a publicarem o Balanço Social. Em 1984, a Nitrofértil publicou o seu</p><p>primeiro balanço. Dois anos depois, foi criada a FIDES – Fundação Instituto de</p><p>Desenvolvimento Empresarial e Social –, que tinha como meta humanizar as</p><p>empresas e integrá-las à sociedade, segundo princípios éticos, elaborando,</p><p>também, a primeira tentativa de estabelecer rotina para balanços sociais entre</p><p>empresas (ALLEDI FILHO et al., 2012).</p><p>O balanço social pode ser definido como uma medição comportamental da</p><p>empresa, buscando a satisfação dos objetivos sociais que almeja alcançar. Trata-</p><p>se de um instrumento estabelecido a partir de indicadores representativos da</p><p>situação atual da organização, em termos de sociedade, ambiente e das condições</p><p>de trabalho da própria organização. A sua utilização implica um estágio de reflexão</p><p>e aceitação por parte do empresariado. Embora já exista a consciência empresarial</p><p>da necessidade de sua utilização, ainda estamos em um estágio de maturação</p><p>(KWASNICKA, 2006).</p><p>Há várias correntes sobre as formas de compor um balanço social. Apesar de</p><p>países, como a França e a Alemanha, já se utilizarem desse instrumento de forma</p><p>legal, no Brasil, ainda é preciso divulgar os conhecimentos adquiridos a esse</p><p>respeito, procurando formar uma consciência empresarial. Para Kwasnicka (2006, p.</p><p>328), “[...] o balanço social representa um instrumento de gestão, que mede ou</p><p>informa a situação das empresas, sua evolução, as distorções eventuais sobre</p><p>objetivos”. Dentre as formas de compor um balanço social, citam-se:</p><p>1. a concepção de que o documento deveria ser financeiro e</p><p>demonstrar as despesas voluntárias incorridas em melhorias de</p><p>condições de seu quadro de pessoas e sua posição social;</p><p>2. a concepção de que é um instrumento que serve para mensurar</p><p>o impacto dos esforços organizacionais sobre o pessoal em</p><p>termos de avaliar o grau de satisfação;</p><p>3. a concepção do desempenho social das organizações, em que</p><p>o balanço seria um demonstrativo, tendo, no passivo, os fatores</p><p>de tensão social e, no ativo, os fatores de satisfação social.</p><p>Ambos os fatores seriam avaliados por meio de indicadores</p><p>diretamente mensuráveis.</p><p>Os relatórios de sustentabilidade ou de responsabilidade socioambiental eram</p><p>representados, até recentemente, por três gerações de relatórios. Salienta-se que a</p><p>quarta geração estava em construção para lançamento, em 2013, pelo GRI</p><p>(MARQUES, 2012).</p><p>Atenção!</p><p>1ª Geração: estrutura fragmentada com a integração de indicadores</p><p>de forma limitada, não representando uma base em sistemas de</p><p>gestão e tecnologia para medição adequada. São apresentadas</p><p>apenas informações selecionadas para atender à necessidade de</p><p>determinado grupo.</p><p>2ª Geração: a integração entre os indicadores começa a ser</p><p>evidenciada de maneira que são priorizados os produtos e os serviços</p><p>que se enquadram como modelo sustentável. São relatados os</p><p>compromissos no campo ambiental, desenvolvimento social e</p><p>econômico, bem como a contribuição da empresa para engajar a</p><p>cadeia produtiva.</p><p>3ª Geração: trata-se de uma geração com relatórios mais</p><p>consistentes, considerando indicadores, transparência dos resultados,</p><p>comunicação, entre outros aspectos. O conceito de desenvolvimento</p><p>sustentável está integrado e se apresenta, como base, uma gestão e</p><p>tecnologia adequadas e alicerçadas em diálogo com as partes.</p><p>4ª Geração: em maio de 2013, lançado pelo GRI (Global Reporting</p><p>Initiative) e com padrões internacionalmente aceitos, sendo o seu</p><p>diferencial a regulação dos tópicos relacionados com a</p><p>sustentabilidade para as empresas, ao considerarem o seu</p><p>desempenho, que deverá ser por meio de consenso das partes</p><p>interessadas, reflete-se em um relatório com uma contribuição de</p><p>forma mais abrangente.</p><p>Agora, que tal conhecer alguns modelos de balanços mais utilizados e os seus</p><p>indicadores econômicos, sociais e ambientais?</p><p>A seguir, os modelos de balanço do IBASE, do GRI, do CEBDS, do Instituto Ethos e os</p><p>indicadores relacionados ao mercado financeiro ISE, o DJSI, entre outros, serão</p><p>salientados.</p><p>Balanço Social IBASE</p><p>Criado em 1997 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Instituto Brasileiro de Análises</p><p>Sociais e Econômicas (IBASE) tem como objetivo demonstrar a importância e a</p><p>necessidade da realização do balanço social. Junto com o relatório e buscando</p><p>estimular a participação de um número maior de empresas, o IBASE lançou um selo</p><p>denominado “Balanço Social IBASE/Betinho”, a fim de que a empresa demonstrasse</p><p>a sua atitude cidadã.</p><p>Saiba mais!</p><p>Modelo IBASE</p><p>De acordo com o modelo IBASE apresentado pelo portal IBASE (2018), o</p><p>balanço social é composto, basicamente, por 7 indicadores: 1. Base de</p><p>cálculo; 2. Indicadores sociais internos; 3. Indicadores sociais externos;</p><p>4. Indicadores ambientais; 5. Indicadores do corpo funcional; 6.</p><p>Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial;</p><p>e 7. Outras informações.</p><p>Conheça o modelo IBASE disponível no seguinte link:</p><p>Clique Aqui</p><p>Modelo GRI</p><p>O Global Reporting Initiative (GRI, 2019) é uma Organização Não Governamental</p><p>(ONG) internacionalmente conhecida. O seu modelo de elaboração de relatórios de</p><p>sustentabilidade é aplicável a todos os tipos de organizações. Foi fundada em 1997</p><p>pelo CERES e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No</p><p>relatório de sustentabilidade, é divulgado o desempenho econômico, social e de</p><p>governança da organização, incluindo as questões de gênero. As diretrizes do GRI e</p><p>o seu conjunto de protocolos de indicadores se relacionam às dimensões:</p><p>econômico, meio ambiente, direitos humanos, práticas trabalhistas e trabalho</p><p>decente, responsabilidades pelo produto e sociedade.</p><p>Saiba mais!</p><p>Modelo GRI-4</p><p>Conheça o modelo GRI-4 por meio do Relatório da Empresa EMBRAER</p><p>disponível em:</p><p>Clique Aqui</p><p>Conheça, também, o modelo GRI-4 do Banco do Brasil disponível em:</p><p>Clique Aqui</p><p>Atualmente, o GRI Standard, lançado pelo Global Sustainability Standards Board</p><p>(GSSB), representa um novo conjunto de normas globais que substituirão a atual</p><p>versão, a G4, em 2018. O GRI</p><p>Standard é o primeiro padrão global pautado em 05</p><p>módulos, 03 normas de caráter geral e 33 outros tópicos, trazendo um formato mais</p><p>claro dado aos requisitos.</p><p>Essa mudança está ocorrendo, porque muitas empresas declaravam reportar com</p><p>G4, porém não seguiam a metodologia de forma adequada. Nesse sentido, esse</p><p>modelo estabelece maior rigor ao conteúdo, contudo com mais flexibilidade para</p><p>relatar as dimensões da sustentabilidade (GRI, 2019).</p><p>Indicadores do Balanço CEBDS</p><p>Fundado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento</p><p>Sustentável (CEBDS), representante no Brasil do World Business Council Sustainable</p><p>Development (WBCSD), lidera os esforços do setor empresarial para a</p><p>implementação do Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Foi a primeira instituição</p><p>a falar em Sustentabilidade no Brasil dentro do conceito do Triple Bottom Line (TBL)</p><p>– tema a ser tratado na seção a seguir – e responsável pelo primeiro relatório de</p><p>Balanço Social no Brasil, que ajudou a implantar no país, em parceria com a</p><p>Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o World Resources Institute (WRI), a partir de 2008,</p><p>a principal ferramenta de medição dos gases do efeito estufa (GHF Protocol).</p><p>Atualmente, o conselho promove diversas sugestões práticas e publicações que</p><p>visam a otimizar a performance das empresas sob a perspectiva do</p><p>desenvolvimento sustentável.</p><p>Indicadores do Balanço do Ethos</p><p>O Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)</p><p>e tem como missão “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus</p><p>negócios de forma socialmente responsável, tornando-se parceiras na construção</p><p>de uma sociedade justa e sustentável” (INSTITUTO ETHOS, 2016, on-line). O pensar e</p><p>o agir imbuídos de responsabilidade social significariam práticas empresariais</p><p>socialmente responsáveis no sentido de as empresas e a sociedade alcançarem</p><p>um desenvolvimento social, econômico e ambiental sustentáveis. O modelo de</p><p>indicadores utilizado pelas empresas como um instrumento em 2013 se denomina</p><p>Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis.</p><p>De acordo com o Instituto Ethos (2016), eram 54 indicadores com exercício de</p><p>integração com as normas da responsabilidade social ISO 26.000 e com a GRI. A</p><p>norma internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre responsabilidade social – é uma</p><p>ferramenta que tem caráter transformador e, ao contrário de outras normas, não é</p><p>certificável, tampouco tem caráter de gestão, mas, sim, de orientação sobre a</p><p>integração da responsabilidade social da organização.</p><p>Dentre as funcionalidades do Relatório do Instituto Ethos (2016), destaca-se a de ser</p><p>totalmente on-line. Esse sistema iniciou o seu pleno funcionamento em outubro de</p><p>2013 e o grande diferencial foi o compartilhamento entre as partes interessadas,</p><p>bem como o monitoramento dos compromissos e pactos estabelecidos.</p><p>A nova geração dos indicadores Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2016) tem diversos</p><p>indicadores e permite a flexibilidade da ferramenta, na qual a empresa ou</p><p>organização pode selecionar quais indicadores quer utilizar de acordo com o seu</p><p>interesse. São separados em quatro tipos abordados na sequência.</p><p>1) Indicadores Ethos com o questionário principal com 47 indicadores.</p><p>2) Indicadores Ethos-Sebrae - Diagnóstico para pequenos negócios com 12</p><p>indicadores.</p><p>3) Guia Temático - Integridade, Prevenção e Combate à Corrupção com 14</p><p>indicadores.</p><p>4) Guia Temático - Promoção da Equidade e Gênero - 12 indicadores.</p><p>Saiba mais!</p><p>Ferramentas</p><p>Baixe as ferramentas listadas do seu interesse disponíveis em:</p><p>Clique Aqui</p><p>Indicadores do Modelo ISE</p><p>A Bolsa de Mercadorias e Futuro e a Bolsa de Valores de São Paulo (B3..., 2017)</p><p>assumiram uma atitude de protagonismo no desenvolvimento de ações para o</p><p>aprimoramento das boas práticas de governança corporativa das empresas no</p><p>suporte à criação de novos mercados e no incremento à agenda social em face de</p><p>exigências de um mercado cada vez mais rigoroso. A exemplo do Dow Jones (DJSI),</p><p>o ISE é a tendência mundial dos investidores em procurarem empresas socialmente</p><p>responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicarem os seus recursos, empresas</p><p>denominadas organizações de “investimentos socialmente responsáveis”,</p><p>consolidando-se a cada dia.</p><p>O ISE foi lançado em 2005 e marca o entendimento da Bolsa de Mercadorias e</p><p>Futuro e a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) de que a sustentabilidade</p><p>pode criar vantagem competitiva para a empresa e valor para os seus acionistas</p><p>enquanto promove um mercado saudável e perene. O seu desenho metodológico</p><p>foi desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de</p><p>Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP). Tornou-se</p><p>uma das maiores referências em práticas de gestão sustentável no Brasil e no</p><p>mundo. A avaliação realizada pelo International Finance Corporation (IFC), em 2010,</p><p>mostrou, por exemplo, que 64% das empresas participantes apresentam o ISE como</p><p>o principal fator para o aprimoramento de suas práticas de sustentabilidade (B3...,</p><p>2017).</p><p>O seu objetivo é refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas</p><p>com um reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e</p><p>empresarial, bem como atuar como promotora de boas práticas no meio</p><p>empresarial brasileiro, representado pelas 200 ações mais líquidas, escolhidas por</p><p>um conselho a partir do balanço social e revisado anualmente. No ano de 2017,</p><p>foram convidadas 179 companhias, emissoras das 200 ações mais líquidas; destas,</p><p>41 se inscreveram no processo, sendo 37 inteligíveis, 3 na categoria simulado e 1 na</p><p>Treineira.</p><p>Indicadores do DJSI – Dow Jones</p><p>Sustainability Index</p><p>De acordo com Marques (2012), esse Indicador foi lançado em 1999 como o primeiro</p><p>benchmark mundial em avaliação de desempenho financeiro relacionado à</p><p>sustentabilidade. Em 2001, foi lançado o DJSI STOXX, voltado para portfólios</p><p>europeus. Assim, a DJSI World seleciona as 10% mais bem capitalizadas a partir de</p><p>2500 empresas líderes globais em sustentabilidade. Por sua vez, a DJSI STOXX</p><p>seleciona companhias líderes em sustentabilidade europeias, tendo como ponto de</p><p>partida Dow Jones STOXX 600, dos quais são extraídas 20% sob os critérios de</p><p>sustentabilidade. Nesse sentido, os “seus principais usuários são investidores e</p><p>gestores de fundos que pagam para ter acesso às informações da companhia”</p><p>(MARQUES, 2012, p. 217).</p><p>A avaliação engloba cerca de 50 critérios, como mudança climática, água,</p><p>alimentos, accountability, saúde, governança corporativa, gestão do conhecimento,</p><p>desempenho ambiental e políticas de direitos humanos, verificados pela análise da</p><p>SAM Group. Dentre as empresas contempladas no DJSI World 2010/2011, o relatório</p><p>abarcou mais de 300, sendo sete delas brasileiras: Fibria Celulose S/A, Banco</p><p>Bradesco S/A, Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), Itaú Unibanco</p><p>Holding S/A, Itaúsa – Investimentos Itaú S/A –, Petrobrás S/A e Redecard S/A</p><p>(MARQUES, 2012).</p><p>Há, ainda, outros indicadores compostos por organizações com os critérios da</p><p>sustentabilidade. A maioria utiliza a filosofia TBL, como o FTSE4good (Londres),</p><p>companhia independente de propriedade do Financial Times e da Bolsa de Londres,</p><p>JSE SRI Index (Johannesburg Stock Exchange Socially Responsible Investment Index</p><p>– África do Sul), S&P ESG Índia Index (Índia), em parceria com Standard&Poors e IFC.</p><p>Por fim, tem-se a Domini 400 Social Index (EUA), lançada em 1990, pela KLF</p><p>Research & Analytics, Inc., em Boston (MARQUES, 2012).</p><p>Triple Bottom</p><p>Line</p><p>e 3 Ps</p><p>(</p><p>Profit, People and</p><p>Planet</p><p>)</p><p>A sustentabilidade, como entendemos, é a consequência de um modelo de</p><p>desenvolvimento que estaria pautado em um tripé, ou seja, três pilares que</p><p>representam, respectivamente, as dimensões econômica, social e ambiental. O</p><p>grande paradigma está em conciliar sinergicamente as três sustentabilidades:</p><p>econômica, social e ambiental. Nesse sentido, o modelo Triple Bottom Line (tríplice</p><p>linha de resultados líquidos) e os Três Ps (profit, people and planet) se tornaram</p><p>populares. Na figura a seguir, apresenta-se a inter-relação</p><p>entre as dimensões.</p><p>Originado do livro de Elkington, Cannibals with forks (1997), a metáfora do garfo se</p><p>refere às três dimensões da sustentabilidade como uma forma de concebê-las no</p><p>âmbito das empresas. O modelo busca responder à seguinte questão: o</p><p>capitalismo, assim como um canibal, tornar-se-ia civilizado se comesse com garfo</p><p>e faca? Conforme descrevem Barbieri e Cajazeira (2009), no âmbito empresarial e</p><p>na dimensão econômica, é reconhecida a obtenção de lucros a partir do aumento</p><p>no valor de mercado e da geração de riquezas para os seus acionistas.</p><p>Há deficiências ligadas ao lucro convencional de como as externalidades não são</p><p>conhecidas, por exemplo, o custo ambiental ou social com que a sociedade irá</p><p>arcar ou, talvez, a própria empresa, como é o caso das organizações que adotam</p><p>FIGURA 4 Modelo TBL</p><p>FONTE: Adaptada de Afnor (2003 apud ALLEDI FILHO et al., 2012).</p><p>práticas de gestão para evitar a poluição, tornando-se a mitigação da</p><p>externalidade negativa de um custo para empresa. Destaca-se que o inverso pode</p><p>ocorrer, uma vez que há, ainda, faces ocultas da natureza que até o próprio homem</p><p>desconhece pela ciência.</p><p>Modelo 3 Ps – PROFIT, PEOPLE, PLANET</p><p>Os três Ps – Profit, people and Planet (Lucro, pessoas e planeta) – foi originado do</p><p>Modelo TBL e serve, também, para explicitar o modelo de uma organização</p><p>sustentável. O seu direcionamento considera as dimensões (econômica, social e</p><p>ambiental) no âmbito de empresas. A única diferença é que eles não servem para</p><p>todos os tipos de organizações, já que, em algumas organizações, como</p><p>cooperativas, organizações não governamentais e governos, o critério que associa</p><p>a dimensão econômica não é o lucro, aqui representado pelo profit (BARBIERI;</p><p>CAJAZEIRA, 2009).</p><p>Para Foladori (2001 apud ALLEDI FILHO et al., 2012, p. 34), “a questão ambiental tem a</p><p>particularidade de ser tão ampla e de seus elementos estarem tão interconectados</p><p>que sua delimitação não é tarefa fácil”. De acordo com Barbieri e Cajazeiras (2009),</p><p>outras formas de apuração – não somente o conceito do lucro contábil ou</p><p>convencional – devem estar em pauta quando tratamos as dimensões ambiental e</p><p>social.</p><p>Responsabilidade Social: governança</p><p>corporativa e ética</p><p>A responsabilidade social corporativa também é discutida na literatura como</p><p>cidadania corporativa, filantropia corporativa, responsabilidade corporativa,</p><p>governança, ambientalismo e desenvolvimento sustentável. Todos esses conceitos</p><p>são utilizados para caracterizar tanto as responsabilidades da organização para</p><p>com as suas diferentes partes interessadas como também com os impactos</p><p>sociais, ambientais e econômicos causados por sua operação (MURRAY; HAZLETT et</p><p>al., 2007 apud ALLEDI FILHO, 2012).</p><p>O conceito inclui tanto o desempenho econômico das organizações ao longo prazo</p><p>quanto o relacionamento com os seus stakeholders e ética – assunto que</p><p>abordaremos nesta seção. No quadro a seguir, são evidenciadas algumas</p><p>definições associadas à responsabilidade social corporativa.</p><p>CONCEITO AUTOR</p><p>Um conceito por meio do qual as organizações, de forma</p><p>voluntária, integram as suas preocupações sociais e</p><p>ambientais (operação e gestão) com as dos seus</p><p>negócios, como também com todas as diferentes partes</p><p>que interagem com a organização.</p><p>Comunidade Econômica</p><p>Europeia – Green Paper.</p><p>A responsabilidade social não é separada no negócio da</p><p>empresa. A empresa que não for socialmente responsável</p><p>não terá espaço no mercado.</p><p>Oded Grajew – Instituto</p><p>Ethos.</p><p>Responsabilidade Corporativa Global é o termo mais</p><p>amplo em relação à Responsabilidade Social Corporativa</p><p>ou Cidadania Corporativa. Refere-se às obrigações da</p><p>empresa em um mundo globalizado e cada vez mais</p><p>interligado e interdependente, tanto em relação à</p><p>sociedade quanto ao meio ambiente cultural.</p><p>EFMD – European</p><p>Foundation for</p><p>Management</p><p>Development.</p><p>O dever das corporações de promover o desenvolvimento</p><p>social passou a ser acompanhado na década de 1970</p><p>com o termo “responsabilidade social corporativa”. As</p><p>perguntas passaram a ser consideradas um dever delas.</p><p>Patrícia A. Ashley.</p><p>O desejo contínuo das organizações de se comportar de</p><p>forma ética e contribuir para o desenvolvimento</p><p>econômico melhorou a qualidade de vida da força de</p><p>trabalho e das suas famílias, como também das</p><p>comunidades e da sociedade como um todo.</p><p>World Business Council</p><p>for Sustainable</p><p>Development (WBCSD).</p><p>Quadro 3 - Definições associadas à responsabilidade social corporativa</p><p>Fonte: Alledi Filho et al. (2012, p. 12).</p><p>A ética é uma necessidade em todos os níveis da organização e os seus negócios,</p><p>sendo um dos maiores desafios conduzir as atividades, de maneira ética, como se</p><p>fosse impossível atrelar negócios lucrativos a ela. Nos anos recentes, vem</p><p>crescendo a atenção à ética dos negócios devido, em grande parte, à cobertura</p><p>dada pela mídia às diversas ações não éticas, de forma a refletir costumes e a</p><p>moral estabelecida, bem como as relações humanas fundamentais que podem</p><p>variar conforme a cultura organizacional.</p><p>As demandas éticas que os administradores e outros empregados enfrentam têm</p><p>crescido significativamente a partir da década de 90 devido à atenção dos</p><p>acionistas para os efeitos das decisões internas tomadas pelos seus</p><p>administradores. Assim, a ética é um conjunto de valores e regras que definem a</p><p>conduta dos indivíduos como certa ou errada, envolvendo princípios morais gerais</p><p>de comportamento aceitáveis ou não pelas pessoas. Ao longo dos anos, quatro</p><p>visões de comportamento ético têm sido identificadas:</p><p>Visão utilitarista: considera o comportamento ético aquele que</p><p>entrega os melhores produtos para um grande número de</p><p>pessoas.</p><p>Visão individualista: considera comportamento ético aquele</p><p>que eleva os autointeresses, respeitando a condição do</p><p>indivíduo ao longo prazo.</p><p>Visão de direitos morais: considera comportamento ético</p><p>aquele que respeita e protege os direitos fundamentais das</p><p>pessoas.</p><p>Visão de justiça: considera comportamento ético aquele que</p><p>trata as pessoas imparcialmente e de maneira justa de acordo</p><p>com regras e padrões iguais (SILVA, 2008, p. 67).</p><p>A ética não é prescritiva, porém alguns códigos de condutas podem ser</p><p>documentados e escritos e servir de orientação geral para o comportamento.</p><p>Entretanto, muitas dificuldades são encontradas no dia a dia nos negócios e as</p><p>pessoas criam racionalizações para os seus comportamentos não éticos, como:</p><p>convencer-se de que o comportamento não é ilegal, de que é realmente do melhor</p><p>interesse de todos, de que ninguém descobrirá e de que a organização protegerá</p><p>tal comportamento. Dessa forma, é bastante conveniente criar um código de ética</p><p>para melhorar o desempenho da organização e orientar, de forma pessoal, a</p><p>sociedade em geral (SILVA, 2008).</p><p>Nesse sentido, é preciso fazer uma gestão responsável e ética. A Governança</p><p>Corporativa representa um sistema do qual as organizações se utilizam para</p><p>demonstrar as suas melhores práticas de gestão corporativa. De acordo com</p><p>Meiriño (2012), as boas práticas convertem princípios em recomendações objetivas,</p><p>contribuindo para a longevidade da organização. Muitas empresas buscaram esse</p><p>modelo formal de gestão principalmente para se profissionalizar em virtude da alta</p><p>competitividade do mercado cada vez mais globalizado.</p><p>São apontados como código de melhores práticas de governança corporativa os</p><p>códigos do Instituto Brasileiro de Gestão Corporativa (IBGC), o qual fora lançado em</p><p>1999. Em 2009, foi lançada a quarta edição do código motivada pelas mudanças no</p><p>cenário corporativo brasileiro. Os princípios básicos se inspiram em transparência,</p><p>equidade, prestação de contas (accountability) e Responsabilidade Corporativa</p><p>(MEIRIÑO, 2012).</p><p>Atualmente, o termo mais utilizado para definir o papel das empresas perante o</p><p>desenvolvimento sustentável é “Sustentabilidade Corporativa”, que consiste na</p><p>busca por sobrevivência a longo prazo a partir de sua viabilidade econômica e a</p><p>coexistência harmônica com o meio ambiente e a sociedade. Para Sousa (2011), os</p><p>principais benefícios de abordar a sustentabilidade, segundo a Sustainability:</p><p>the</p><p>embracers seize advantage, The Boston Consulting Group e MIT Sloan Management</p><p>Review, são apresentados a seguir.</p><p>a) Melhor imagem institucional ou da marca da empresa: 49%.</p><p>b) Redução de custos pela eficiência energética: 28%.</p><p>c) Vantagem competitiva ampliada: 26%.</p><p>d) Redução de custos pela eficiência em materiais e resíduos: 25%.</p><p>e) Acesso a novos mercados: 22%.</p><p>f) Aumento de margem e de participação de mercado: 21%.</p><p>Você, como gestor(a), em que quadrante está em termos de estratégia de</p><p>sustentabilidade? A ferramenta categoriza os objetivos corporativos:</p><p>Ao representar exemplos de empresas sustentáveis no mundo, cinco organizações</p><p>brasileiras estavam entre as 100 corporações, de acordo com o relatório “Global 100,</p><p>ano 2013”, realizado pela revista canadense Knights. Em primeiríssimo lugar, no</p><p>Brasil, é representada a Empresa “Natura Cosméticos S/A” (classificada em 2º lugar</p><p>no mundo). Por sua vez, em segundo lugar, é representada a “CEMIG – Cia</p><p>energética de Minas Gerais” (classificada em 43º lugar no mundo); em terceiro</p><p>lugar, a “Vale” (classificada em 49º lugar no mundo); em quarto lugar, o “Grupo Pão</p><p>de Açúcar” (classificado em 74º lugar no mundo); e, em quinto lugar, está o “Banco</p><p>do Brasil” (classificado em 100º lugar no mundo). Lidera o ranking mundial a</p><p>“Umicore”, empresa de materiais de construção, seguida pela “Natura” e a</p><p>Norueguesa “Statoil”.</p><p>No novo ranking, de acordo com a Corporate Knights, para o “Global 100, ano 2018”</p><p>das empresas mais sustentáveis do mundo, cinco são brasileiras. Em primeiro lugar,</p><p>no Brasil, continua líder a Empresa Natura (classificada em 14º); em segundo lugar,</p><p>a Empresa CEMIG (classificada em 18º); em terceiro lugar, no ranking brasileiro, está</p><p>o Banco do Brasil (classificado em 49º); em quarto lugar, a Empresa Angie Brasil</p><p>Energia (classificada em 52º); e, em quinto lugar, o Banco Santander (classificado</p><p>em 76º). Em cinco anos, observamos que a Empresa Natura saiu da 2ª colocação</p><p>no ranking mundial para a 14ª. Entretanto, o Banco do Brasil melhorou muito a sua</p><p>classificação, saindo da 100ª posição para a 49ª (2018 GLOBAL…, 2018).</p><p>FIGURA 5 Impulsionadores e resultados esperados de uma estratégia de sustentabilidade</p><p>FONTE: Adaptada de Sousa (2011).</p><p>Highlight</p><p>Atenção!</p><p>O crescimento econômico e socioambiental</p><p>É realmente possível conciliar crescimento econômico e</p><p>socioambiental no atual contexto de economia globalizada e ser uma</p><p>empresa sustentável?</p><p>As empresas sustentáveis buscam, cada vez mais, adequar-se às</p><p>exigências de uma produção na qual preserve o meio ambiente.</p><p>Concomitantemente, devem manter a sua produção no mesmo nível,</p><p>ou seja, é preciso assegurar a economia da empresa sempre em</p><p>ascensão, porém cumprindo com o seu papel socioambiental.</p><p>Agora que você concluiu a leitura deste estudo, veja, nos vídeos a seguir, temas que</p><p>complementarão seus estudos:</p><p>Questão 1</p><p>Na visão clássica da responsabilidade social, a organização socialmente</p><p>responsável busca responder às expectativas dos seus acionistas e, na</p><p>visão socioeconômica da responsabilidade social, a organização tem um</p><p>papel a cumprir com a sociedade. Ambas demonstram antagonismos</p><p>entre si, gerando controvérsias e divergências, além de levar a dilemas e</p><p>argumentos contra e a favor da responsabilidade social das organizações.</p><p>A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.</p><p>I. Na visão clássica, a organização tem como única responsabilidade</p><p>conduzir os negócios com máximo lucro.</p><p>II. Na visão socioeconômica, as organizações devem assegurar o lucro a</p><p>curto prazo em detrimento do bem-estar social.</p><p>III. Na visão socioeconômica, as organizações devem atender às</p><p>regulamentações governamentais pautadas pela máxima lucratividade.</p><p>IV. Na visão clássica, sustentada por Samuelson, a organização deve</p><p>conduzir os negócios, visando melhorar a imagem pública.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>A. I, somente.</p><p>B. I e II, somente.</p><p>C. I, II e III, somente.</p><p>D. II e III, somente.</p><p>E. I, II, III e IV.</p><p>Questão 2</p><p>De acordo com Silva (2008), as organizações apresentam diferentes graus</p><p>de comprometimento de um extremo a outro. Dessa forma, utilizam-se das</p><p>seguintes estratégias de atuação: a estratégia obstrucionista, a estratégia</p><p>defensiva, a estratégia acomodativa e a estratégia proativa.</p><p>SILVA, D. R. R. Relações de poder na agricultura. Fazendo Gênero 8 – Corpo,</p><p>Violência e Poder. Anais […]. Florianópolis: UFSC, 2008. Disponível em:</p><p>http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST15/Dayse_Reis_Rodrigues_da_Silva_15.pd</p><p>Acesso em: 9 jan. 2019.</p><p>Com base no exposto, relacione essas estratégias com as suas principais</p><p>características.</p><p>1) Obstrucionista.     ( ) Atua de maneira preventiva quanto aos impactos</p><p>sociais, antecipando-se.</p><p>2) Defensiva.            (  ) As suas prioridades são econômicas.</p><p>3) Acomodativa.       ( ) Satisfaz minimamente às questões legais,</p><p>atendendo às expectativas sociais.</p><p>4) Proativa.               (  ) Aceita a responsabilidade social e atende às</p><p>expectativas legais, econômicas e éticas.</p><p>A partir das relações feitas anteriormente, assinale a alternativa que</p><p>apresenta a sequência correta.</p><p>A. 1, 2, 3, 4.</p><p>B. 4, 1, 2, 3.</p><p>C. 2, 3, 4, 1.</p><p>D. 3, 4, 1, 2.</p><p>E. 4, 3, 2, 1.</p><p>Questão 3</p><p>O Relatório de Brundtland intitulado “Nosso futuro comum” (Our common</p><p>future) expôs a desigualdade e a pobreza como uma das principais</p><p>causas dos problemas ambientais no mundo. Nesse contexto, introduz-se</p><p>a ideia de que o desenvolvimento econômico deve ocorrer sem</p><p>comprometer as necessidades das futuras gerações. No que tange ao</p><p>exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>A. A principal causa da pobreza é relacionada aos problemas</p><p>ambientais.</p><p>B. Temas como sustentabilidade e justiça social não são mais</p><p>negligenciados.</p><p>C. O desenvolvimento econômico deve ocorrer separado do</p><p>desenvolvimento sustentável.</p><p>D. A exclusão social inclui a satisfação das necessidades básicas.</p><p>E. Esse relatório contribuiu para disseminar o conceito de</p><p>Desenvolvimento Sustentável.</p><p>Síntese</p><p>Prezado(a) estudante, principalmente a partir da década de 80 em diante, o</p><p>paradigma do desenvolvimento tem se modificado, surgindo a necessidade de se</p><p>pensar a longo prazo, em um novo contexto no qual o “desenvolvimento</p><p>sustentável” e a “responsabilidade social” são suscitados por uma questão de</p><p>sobrevivência. Trata-se de uma responsabilidade atribuída diretamente aos</p><p>gestores organizacionais por serem grandes agentes de transformação nas</p><p>atividades globais a partir de suas atividades. Eles, agora, veem-se forçados a</p><p>pensar ou são persuadidos por uma sociedade cada vez mais atenta e exigente.</p><p>Apesar dos dilemas em relação às ações da responsabilidade social, as empresas,</p><p>em grau maior ou menor, estão participando. Cada qual tem um grau de</p><p>comprometimento ou envolvimento, porém aquelas que têm sensibilidade social,</p><p>em sua maioria, já buscam formas de ir além do que lhes é cobrado. Algumas já</p><p>dispõem, por meio dos balanços sociais, da transparência de suas ações que são</p><p>apresentadas à sociedade. Conhecemos, também, o modelo TBL e os 3 Ps.</p><p>Compreendemos que, apesar de serem os mais utilizados por organizações</p><p>nacionais e internacionais, estas ainda se apresentam incapazes.</p><p>Entretanto, as organizações buscam encontrar outros meios de fazer uma gestão</p><p>cada vez melhor. Assim, a governança corporativa, por meio de sua sistemática,</p><p>parece que está surtindo resultados positivos. Por fim e não menos importante,</p><p>discutimos sobre a ética, uma vez que se suscita a procura por organizações que</p><p>atuem correta e eticamente e de modo socialmente responsável. Para aquelas que</p><p>só buscam demonstrar uma melhor imagem institucional ou de marca, como é</p><p>constatado nas pesquisas, é melhor repensarem a sua atuação. Àquelas que</p><p>conseguiram demonstrar sustentabilidade, como as apresentadas no Global 100,</p><p>parabéns!</p><p>Porém, o caminho ainda é árduo e há muitos desafios para os gestores e demais</p><p>atores da sociedade, em especial quando o processo de globalização e exclusão</p><p>social, principalmente das minorias presentes na sociedade global, está</p><p>cada vez</p><p>mais aumentando face ao desemprego.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>2018 GLOBAL 100 results. Corporate Knights, 22 jan. 2018. Disponível em:</p><p>http://www.corporateknights.com/reports/global-100/2018-global-100-results-</p><p>15166618/. Acesso em: 9 jan. 2019.,</p><p>AFLALO, H. M. O Instituto Ethos e a responsabilidade social: transparência e</p><p>monitoramentos. Ecopolítica, São Paulo, n. 2, p, 159-161, 2012. Disponível em:</p><p>http://revistas.pucsp.br/index.php/ecopolitica/article/view/9086/7291. Acesso em: 9</p><p>jan. 2019.,</p><p>ALLEDI FILHO, C. et al. Ética, transparência e sustentabilidade. In: MARQUES, V. L.; ALLEDI</p><p>FILHO, C. (orgs.). Responsabilidade social conceitos e práticas: construindo o</p><p>caminho para a sustentabilidade nas organizações. São Paulo: Atlas, 2012. p. 18-38.,</p><p>ALMEIDA, J. A problemática do desenvolvimento sustentável. In: BECKER, F. D. (org.).</p><p>Desenvolvimento sustentável: necessidade e/ou possibilidade? Santa Cruz do Sul:</p><p>EDUNISC, 1997. p. 17-26.,</p><p>B3 divulga a 13ª carteira do ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial. B3, 23 nov.</p><p>2017. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/noticias/ise-2018.htm. Acesso em:</p><p>9 jan. 2019.,</p><p>BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa</p><p>sustentável: da teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2009.,</p><p>CHACON, S. S. O sertanejo e o caminho das águas: políticas públicas, modernidade</p><p>e sustentabilidade no semiárido. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2007.,</p><p>CLARO, P. B. O.; CLARO, D. P.; AMÂNCIO, R. Entendendo o conceito de sustentabilidade</p><p>nas organizações. Revista de Administração, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 289-300, 2008.</p><p>Disponível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/4417/entendendo-o-</p><p>conceito-de-sustentabilidade-nas-organizacoes/i/pt-br. Acesso em: 9 jan. 2019.,</p><p>CMMAD – COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso</p><p>futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991.,</p><p>CONHEÇA os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Nações</p><p>Unidas Brasil, 25 set. 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/conheca-os-</p><p>novos-17-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/. Acesso em: 3 jul.</p><p>2019.,</p><p>DUPAS, G. Economia global e exclusão social: pobreza, emprego, estado e o futuro</p><p>do capitalismo. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.,</p><p>ELKINGTON, J. Enter the triple bottom line. John Elkington, 17 ago. 2004. Disponível em:</p><p>http://www.johnelkington.com/archive/TBL-elkington-chapter.pdf. Acesso em: 9 jan.</p><p>2019.,</p><p>GRI – GLOBAL REPORTING INITIATIVE. The Resource Library. GRI, 2019. Disponível em:</p><p>https://www.globalreporting.org/Pages/resource-library.aspx?</p><p>resSearchMode=resSearchModeText&resLangText=Portuguese. Acesso em: 9 jan.</p><p>2019.,</p><p>IBASE. Balanço social. IBASE, 2018. Disponível em: http://www.balancosocial.org.br.</p><p>Acesso em: 9 jan. 2019.,</p><p>INSTITUTO ETHOS. Sobre o Instituto Ethos. Ethos, 2016. Disponível em:</p><p>https://www.ethos.org.br/conteudo/sobre-o-instituto/. Acesso em: 9 jan. 2019.,</p><p>KWASNICKA, E. L. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2006.,</p><p>MARQUES, V. L. Para valorizar. In: MARQUES, V. L.; ALLEDI FILHO, C. (orgs.).</p><p>Responsabilidade social, conceitos e práticas: construindo o caminho para a</p><p>sustentabilidade nas organizações. São Paulo: Atlas, 2012. p. 203-235. ,</p><p>MEIRIÑO, M. J. Para aprofundar. In: MARQUES, V. L.; ALLEDI FILHO, C. (orgs.).</p><p>Responsabilidade social, conceitos e práticas: construindo o caminho para a</p><p>sustentabilidade nas organizações. São Paulo: Atlas, p. 141-173, 2012. ,</p><p>MONTANA, P.; CHARNOV, B. H. Administração. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.,</p><p>SILVA, D. R. R. Relações de poder na agricultura. Fazendo Gênero 8 – Corpo, Violência</p><p>e Poder, 2008. Anais… Florianópolis: UFSC, 2008. Disponível em:</p><p>http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST15/Dayse_Reis_Rodrigues_da_Silva_15.pdf.</p><p>Acesso em: 9 jan. 2019.,</p><p>SILVA, R. O. da. Teorias da Administração. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson</p><p>Learning, 2005.,</p><p>SOUSA, A. O negócio da sustentabilidade: uma radiografia. HSM Management -</p><p>Sustentabilidade, Edição Especial, p. 35-41, 2011.,</p><p>SOUZA FILHO, H. M. Desenvolvimento agrícola sustentável. In: BATALHA, M. O. (coord.).</p><p>Gestão Agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2008. p. 665-710.,</p><p>VEIGA, J. E. da. Do crescimento agrícola ao desenvolvimento rural. In: CASTRO, A. C.</p><p>(org.). Desenvolvimento em Debate. Rio de Janeiro: Manual/BNDES, 2002. v. 2. p.</p><p>383-409.,</p><p>VIEIRA, R. F. A iniciativa privada no contexto social: exercício de cidadania e</p><p>responsabilidade social. RP em Revista, Salvador, 2007. Disponível em:</p><p>http://www.rp-</p><p>bahia.com.br/revista/a_iniciativa_privada_no_contexto_social3.pdf. Acesso em: 9</p><p>jan. 2019.,</p>

Mais conteúdos dessa disciplina