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<p>COMUNICAÇÃO ORAL</p><p>E ESCRITA</p><p>UNISENAI SC</p><p>SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL</p><p>DE SANTA CATARINA</p><p>MANTENEDORA</p><p>Fabrizio Machado Pereira</p><p>Diretor Regional do SENAI/SC e Diretor de</p><p>Educação e Tecnologia da FIESC</p><p>Adriana Paula Cassol</p><p>Gerente Executiva de Educação</p><p>Ana Luisa Mulbert</p><p>Cleunisse Aparecida Rauen de Luca</p><p>Canto</p><p>Gestão da Educação Superior</p><p>CENTRO DE EDUCAÇÃO DIGITAL</p><p>Fabiano Bachmann</p><p>Gerente do Centro de Educação Digital - CDI</p><p>Gisele Umbelino</p><p>Coordenadora de Desenvolvimento de</p><p>Recursos Digitais - CDI</p><p>Hellen Cristine Geremia</p><p>Líder de Projeto</p><p>Gustavo Lucas Alves</p><p>Analista de Educação Digital</p><p>Michele Antunes Corrêa</p><p>Design Educacional</p><p>Heliziane Barbosa</p><p>Janaina da Silveira Vieira</p><p>Design Gráfico</p><p>Carlos André Marques de Andrade</p><p>Davi Leon Dias</p><p>Ilustrações e Tratamento de Imagens</p><p>Felipe Moisés da Silva Hintz</p><p>Roger Humphreys</p><p>Programação Web</p><p>MANTIDA</p><p>Barbara Yadira Mellado Perez</p><p>Pro-reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão</p><p>do Centro Universitário</p><p>Fabricio Roulin Bittencout</p><p>Diretor Faculdade Senai</p><p>Luciele da Silva Bernardi</p><p>Autoria</p><p>Denise de Mesquita Correa</p><p>Revisor Técnico</p><p>André Gonçalves de Freitas</p><p>Bruno Rodrigues Magalhães</p><p>Gabriela da Silva Cândido</p><p>Produção Audiovisual</p><p>Michele Antunes Corrêa</p><p>Stephanie Johansen Longo Basso</p><p>Projeto Educacional</p><p>Heliziane Barbosa</p><p>Janaina da Silveira Vieira</p><p>Juliana Tonietto</p><p>Projeto Webgráfico</p><p>Airton Júlio Reiter</p><p>Revisão ortográfica, gramatical e</p><p>normalização</p><p>__________________________________________</p><p>Discovery Ltda.</p><p>Revisão ortográfica, gramatical e</p><p>normalização</p><p>IStock Photo</p><p>Banco de Imagens</p><p>© 2023. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina</p><p>A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,</p><p>mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia</p><p>autorização, por escrito, do SENAI.</p><p>Sede</p><p>Rodovia Admar Gonzaga • 2765 • Itacorubi • Florianópolis - SC,</p><p>88034-001 • Tel.: (48) 3231-4100</p><p>SENAI/SC</p><p>Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina</p><p>FIC HA C ATALOG R ÁFIC A</p><p>_____________________________________________________________________________</p><p>B523c</p><p>Bernardi , Luciele da Silva.</p><p>Comunicação oral e escrita / Luciele da Silva Bernardi. Florianópolis :</p><p>SENAI/ SC, 2023.</p><p>128 p. : il. Color.</p><p>ISBN 978-65-84921-78-8</p><p>1. Língua Portuguesa – Estudo e ensino. 2. Oratória. 3. Redação 4. Comunicação</p><p>Interpessoal . I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional</p><p>de Santa Catarina. II. Título. III. Série.</p><p>CDU: 811.134.3</p><p>_____________________________________________________________________________</p><p>SUMÁRIO</p><p>Abertura ...............................................................................................................9</p><p>Para Iniciar ......................................................................................................... 11</p><p>Estudo e Prática I ...............................................................................................13</p><p>E-book .............................................................................................................13</p><p>O processo de comunicação ....................................................................15</p><p>Videoflix ..........................................................................................................49</p><p>Linguagem verbal e não verbal ..............................................................49</p><p>Barreiras no processo de comunicação ..................................................49</p><p>Infocast ...........................................................................................................51</p><p>Pitch para entrevista ..............................................................................53</p><p>Memorial descritivo .................................................................................56</p><p>A oratória na vida profissional .................................................................59</p><p>Comunicação não violenta ......................................................................61</p><p>Quero saber + .................................................................................................63</p><p>Resumindo ......................................................................................................67</p><p>Estudo e Prática II ..............................................................................................69</p><p>E-book .............................................................................................................69</p><p>Leitura como processo interativo ...........................................................71</p><p>Videoflix ..........................................................................................................105</p><p>A escrita e a humanidade ........................................................................105</p><p>Fases da leitura ........................................................................................105</p><p>Infocast ...........................................................................................................107</p><p>A leitura e a interpretação de texto no ambiente de trabalho ..............109</p><p>Dicas para escrever no ambiente de trabalho ........................................112</p><p>Quero saber + .................................................................................................115</p><p>Resumindo ......................................................................................................117</p><p>Para Concluir ......................................................................................................119</p><p>Fechamento ........................................................................................................123</p><p>Referências .........................................................................................................124</p><p>9</p><p>Olá! Seja bem-vindo à Unidade Curricular Comunicação Oral e Escrita!</p><p>Na área da tecnologia, muitas vezes o trabalho é centrado na relação do pro-</p><p>fissional, o ser humano, com uma máquina, o computador.</p><p>De fato, as máquinas são os instrumentos de trabalho do profissional da TI,</p><p>mas é importante ter um olhar mais amplo e buscar entender também quais são</p><p>as características do mercado de trabalho, como ele reage às necessidades de</p><p>cada período, e como ele se modifica e passa a exigir novas habilidades a todo</p><p>momento dos profissionais desta área.</p><p>Não podemos prever com exatidão quais serão as novas exigências do merca-</p><p>do para um bom profissional no futuro, mas sabemos que a comunicação será</p><p>valorizada sempre, porque a história nos mostra isso. A história da tecnologia</p><p>inicia quando os primeiros seres humanos começam a utilizar a técnica para</p><p>produzir ferramentas a partir da manipulação da natureza.</p><p>Portanto, tecnologia não é algo recente, é algo muito antigo e que foi essen-</p><p>cial para o desenvolvimento da humanidade. Só que com as primeiras ferramen-</p><p>tas criadas pelos seres humanos, criou-se também uma necessidade maior de</p><p>comunicar, de passar adiante aquilo que estava sendo descoberto, aquilo que</p><p>servia melhor ao grupo e que poderia ser responsável pela sobrevivência daque-</p><p>le grupo.</p><p>Perceba então que a tecnologia sempre esteve ligada ao processo de comuni-</p><p>cação. Hoje, séculos depois, nós continuamos com a mesma necessidade.</p><p>Será que adianta a humanidade inventar máquinas e instrumentos tecnoló-</p><p>gicos, extremamente sofisticados, se aliado a isso não existir um processo de</p><p>comunicação muito bem construído?</p><p>No passado, as empresas não percebiam a comunicação como algo essencial,</p><p>mas nas últimas décadas esse cenário mudou. Atualmente, as empresas buscam</p><p>cada vez mais investir na comunicação interna e no estímulo à construção de</p><p>relações interpessoais saudáveis entre os colaboradores.</p><p>Existe um empenho por parte das empresas no sentido de estimular os cola-</p><p>boradores a terem relações mais próximas, para que conversem mais, se comu-</p><p>niquem melhor para evitar falhas na comunicação e possíveis problemas gerados</p><p>por essas falhas.</p><p>ABERTURA</p><p>10</p><p>E, para além</p><p>Pearson.</p><p>GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e Linguagem. 2ª ed. São Paulo: Pearson</p><p>Education do Brasil, 2018.</p><p>65</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=dThP7k68Us0</p><p>Filme: Narradores de Javé</p><p>Este filme é uma comédia de 2004 com direção de Eliane Caffé. Traz a</p><p>história de um povoado fictício (Javé), que está prestes a ser inundado para a</p><p>construção de uma hidrelétrica. Para mudar esse rumo, os moradores de Javé</p><p>resolvem escrever sua história e tentar transformar o local em patrimônio</p><p>histórico a ser preservado. O único adulto alfabetizado de Javé, Antônio Biá</p><p>(José Dumont) é o incumbido de recuperar a história e transpor para o papel</p><p>de forma “científica” as memórias dos moradores. Além de risadas, o filme</p><p>provoca a reflexão sobre o papel da escrita em nossa sociedade e o lugar</p><p>reservado para aqueles que não dominam a leitura e a escrita.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=CSe5k0E7O6Q</p><p>Pitch SEBRAE MG</p><p>Se você quer conhecer a ideia básica por traz desse modelo de</p><p>apresentação rápida de uma ideia ou negócio sobre o pitch, assista aos três</p><p>vídeos que mostram uma “competição” proposta pelo SEBRAE.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=cM2BTr5-w-I</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=6IvEH5H9KIw</p><p>66</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=dv8Zfki6ryM</p><p>Como fazer um pitch pessoal fantástico</p><p>Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre pitch, mas com</p><p>foco em apresentação para entrevista de emprego, confira esse vídeo</p><p>com dicas do especialista em apresentações André Arcas.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=VG2tPOm5wV8</p><p>Como montar o seu pitch</p><p>Neste vídeo com foco para seleção de emprego, a consultora de</p><p>carreira Carolina Okubo traz excelentes dicas para você elaborar seu</p><p>pitch. Acesse!</p><p>67</p><p>Agora é o momento de conferir um resumo dos principais conhecimentos</p><p>aprendidos ao logo de seus estudos até aqui. Este resumo foi elaborado em forma-</p><p>to de checklist para que você assinale os itens que você considera já ter desenvol-</p><p>vido e, caso sinta a necessidade, retome os estudos. Aproveite mais essa oportuni-</p><p>dade de construção de saberes.</p><p>Resumindo</p><p>Compreendi que existem diferentes noções gramaticais para serem aplicadas de</p><p>acordo com o texto.</p><p>Reconheço a leitura como um processo interativo.</p><p>Entendi como acontece a construção do sentido de um texto.</p><p>Identifiquei a importância da coerência e da coesão dentro de um texto.</p><p>Entendi como é feita a redação de textos dissertativos e argumentativos.</p><p>Identifiquei as características dos textos acadêmicos.</p><p>Reconheci a importância dos textos empresariais.</p><p>Reconheci a importância de desempenhar uma boa comunicação oral e escrita</p><p>no ambiente profissional.</p><p>69</p><p>No ambiente estudantil e empresarial, diferentes tipos de textos circulam o</p><p>tempo todo e é preciso assumir a tarefa de escrever e ler com eficiência. Aproveite,</p><p>porque aqui você vai poder explorar a leitura como processo interativo. Vamos lá!</p><p>ESTUDO E PRÁTICA II</p><p>Leitura e escrita podem ser entendidas por muitos</p><p>estudantes e profissionais como vilãs, como atividades</p><p>a serem evitadas. Porém, evitá-las não é uma opção. A</p><p>comunicação oral ocupa um espaço importante no dia a</p><p>dia das pessoas, porém, nem tudo pode ser feito através</p><p>da oralidade. Por isso, nestes estudos o foco serão as carac-</p><p>terísticas da comunicação escrita. Aproveite e explore esse</p><p>assunto!</p><p>Aqui neste e-book você poderá explorar as características da lei-</p><p>tura como processo interativo, o modo como atribui-se sentido a um texto,</p><p>além de elementos importantes como coesão e coerência, a aplicação de noções</p><p>gramaticais de acordo com o texto, bem como os tipos de textos acadêmicos e</p><p>empresariais.</p><p>No mundo do trabalho, os textos se apresentam de formas variadas e nem</p><p>sempre estamos preparados para entender as especificidades que a leitura aten-</p><p>ta exige. Por isso, é fundamental estar sempre buscando o desenvolvimento das</p><p>habilidades de escrita e leitura.</p><p>E-book</p><p>Leitura como processo interativo</p><p>Leitura como processo interativo72</p><p>LEITURA COMO PROCESSO INTERATIVO</p><p>Da escrita na pedra e nos blocos de argila, chegamos ao tablet. Da escrita</p><p>restrita a escribas e sacerdotes religiosos até o direito de acesso à escola pela</p><p>população mais pobre. Da procurada biblioteca de Alexandria que abrigava cerca</p><p>de 700 mil rolos de papiro e pergaminhos até o clique que dá acesso à Biblioteca</p><p>Digital Mundial que contém cerca de 7 mil títulos. O caminho foi longo e penoso.</p><p>Por isso, hoje qualquer leitor tem o dever de buscar fazer a leitura de um texto</p><p>da maneira mais construtiva e interativa possível.</p><p>Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha</p><p>dos deuses. Os gregos pensavam tê-la recebido de</p><p>Prometeus. Os egípcios, de Tot, o deus do conhecimento.</p><p>Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de</p><p>Enki, o deus da sabedoria.</p><p>Curiosidade</p><p>A leitura entra na vida da maioria das pessoas na infância e as acompanha até</p><p>o fim, funcionando como uma chave de acesso às informações do mundo. Ela</p><p>tem um espaço importantíssimo em nossas vidas durante os anos que passa-</p><p>mos na escola, na faculdade, na vida profissional e na nossa vida pessoal. Lemos</p><p>o tempo todo mesmo que essa atividade passe despercebida. O rótulo de um</p><p>alimento, uma placa de trânsito, as muitas mensagens recebidas no celular ao</p><p>longo do dia, ao assistirmos um filme legendado, ao usarmos o transporte públi-</p><p>co, etc. Essa leitura pode ser ativa ou passiva.</p><p>Leitura como processo interativo 73</p><p>Somos leitores passivos quando fazemos a leitura de maneira automática</p><p>sem investir energia no processo de atribuição de sentido para o código lido. A</p><p>leitura ativa é aquela que exige interpretação e compreensão. Aquele que nos</p><p>faz analisar, criticar, julgar, apresentar uma posição diante de fato da realidade.</p><p>A Epopeia de Gilgamesh é o livro considerado mais</p><p>antigo da história. Estima-se sua idade em 4 mil anos,</p><p>já que foi escrita mais ou menos em 2 mil a.C. Na</p><p>atualidade, são publicados cerca de 2.2 milhões de</p><p>novos livros a cada ano segundo a Unesco.</p><p>Curiosidade</p><p>Assim como existem diferentes tipos de textos, também existem diferentes</p><p>tipos de leitura. Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi (1992, p. 20)</p><p>apresentam cinco tipos com foco no objetivo da leitura.</p><p>Leitura como processo interativo74</p><p>a) Scanning:</p><p>o verbo “scan” em inglês tem o sentido de escanear, examinar em</p><p>detalhes. É uma leitura que busca por um tópico da obra ou parte</p><p>específica do texto fazendo a leitura do índice, do sumário, de algumas</p><p>linhas, tentando encontrar palavras-chave. É usada quando o leitor precisa</p><p>encontrar informações específicas de forma mais rápida.</p><p>b) Skimming:</p><p>tem o sentido de “passar os olhos por”. Também é um tipo de leitura mais</p><p>rápida, mas que exige um pouco mais de atenção, principalmente a algumas</p><p>partes do texto, como: palavras destacadas, títulos, subtítulos e ilustrações</p><p>das obras. Busca-se a essência do texto, mas sem entrar em detalhes.</p><p>c) De significado:</p><p>despreza aspectos secundários e se foca no conteúdo principal. É uma</p><p>leitura direta que percorre o texto todo sem voltar em alguma parte.</p><p>d) De estudo ou informativa:</p><p>essa é uma leitura mais completa em que o leitor deve ler, reler, utilizar</p><p>estratégias como a marcação de palavras e frases centrais, fazer uso do</p><p>dicionário para buscar significados e até mesmo fazer resumos buscando a</p><p>compreensão mais completa do conteúdo.</p><p>e) Crítica:</p><p>esse tipo de leitura exige do leitor a formação de um ponto de vista que deve</p><p>ser feito a partir da comparação de declarações do autor com o conhecimento</p><p>prévio do leitor. Para isso, é preciso avaliar dados e informações, analisar</p><p>argumentos buscando certificar se estão corretos e completos.</p><p>Leitura como processo interativo 75</p><p>No dia a dia de um estudante de graduação, esses tipos de leitura se apresen-</p><p>tam conforme a necessidade de cada tarefa e também do quanto o leitor está</p><p>disposto a investir nessa atividade. Se pensarmos no cotidiano de um profissio-</p><p>nal da área da tecnologia, por exemplo, podemos identificar algumas situações</p><p>em</p><p>que uma leitura mais rápida pode ser feita, como a de um documento que já</p><p>foi lido anteriormente e está sendo consultado novamente somente para buscar</p><p>uma parte, uma informação específica.</p><p>Já na leitura da documentação de uma biblioteca que está sendo utilizada no</p><p>desenvolvimento de um software, será preciso dedicar mais tempo e atenção</p><p>aos detalhes. Se o texto for um edital de licitação, será necessário perceber se</p><p>há benefícios e desvantagens em algo, se as exigências estão de acordo com o</p><p>que é possível oferecer em troca, se existe coerência nas informações apresen-</p><p>tadas. O fundamental aqui é perceber o nível de exigência de cada tipo de leitura</p><p>para evitar erros básicos nos estudos ou no trabalho.</p><p>Leitura como processo interativo76</p><p>Quais são os tipos de leitura que você mais utiliza em</p><p>seu trabalho? E na vida acadêmica?</p><p>Reflita</p><p>CONSTRUÇÃO DE SENTIDO</p><p>Um leitor, que pode ser uma pessoa em um momento de lazer, um estudante</p><p>ou um profissional durante o expediente, precisa saber como interagir, como</p><p>criar uma relação com um texto. Não basta saber juntar sílabas, saber o signi-</p><p>ficado de palavras, identificar frases, é preciso se conectar com o texto. Para</p><p>Duran (2009, p. 4), quando analisamos a interação que ocorre no processo de</p><p>leitura é fundamental compreender que:</p><p>(...) o produto da relação entre leitor e texto é o</p><p>sentido da leitura. Isso quer dizer que a interação</p><p>entre texto e leitor ocorre de maneira a se retomarem</p><p>ora a perspectiva do leitor, ora a do texto, conforme a</p><p>necessidade para cada situação de leitura.</p><p>““</p><p>Quando o autor escreve, seja um texto literário, um artigo científico ou mes-</p><p>mo uma mensagem enviada por e-mail, não existe certeza e domínio sobre o</p><p>que o leitor vai entender. O entendimento depende de como o sentido que o</p><p>leitor atribui ao texto será construído. Solé (1998, p. 23) considera que o enten-</p><p>dimento do ato de leitura deve ser visto como um processo do qual participam</p><p>tanto o texto, sua forma e conteúdo, quanto o leitor, suas expectativas e conhe-</p><p>cimentos prévios.</p><p>Leitura como processo interativo 77</p><p>Nesse ponto, a forma como o texto é escrito tem influência direta na constru-</p><p>ção de sentido. O autor precisa se colocar no lugar do leitor e entender o contex-</p><p>to em que ele está inserido. É claro que existem limites para isso e não é possível</p><p>que o autor saiba exatamente quais são as circunstâncias em que a leitura será</p><p>feita ou determinar com exatidão em todos os casos quem será o leitor. Porém,</p><p>um esforço nesse sentido precisa ser feito. No caso de textos acadêmicos e for-</p><p>mais, uma escrita clara, concisa, objetiva direciona a leitura e torna a missão do</p><p>leitor mais leve e assertiva.</p><p>A tarefa do leitor é a de ser um participante ativo na construção de sentido</p><p>do texto e essa missão é complexa e multifatorial, pois depende de elementos</p><p>como: emoções, ruídos, contexto, humor, entre outros. É fundamental entender</p><p>que o texto sozinho não carrega sentido, ele precisa do leitor para que o sentido</p><p>seja elaborado, produzido. Para Vilson J. Leffa (2012, p. 3):</p><p>Leitura como processo interativo78</p><p>O texto sozinho não tem sentido; é apenas um</p><p>amontoado de rabiscos no papel ou uma grande</p><p>sequência de minúsculos pixels na tela do monitor.</p><p>Leitor e texto só existem quando se encontram no</p><p>momento da leitura. Antes ou depois desse momento,</p><p>são apenas potencialidades.</p><p>““</p><p>Dica</p><p>Neste sentido, para ser um bom leitor é preciso exercício.</p><p>É necessário cultivar o hábito cotidiano da leitura e da</p><p>escrita, do contato com diferentes tipos de textos. Além</p><p>disso, investir no estudo da gramática ajuda a entender a</p><p>dinâmica do uso da língua na escrita.</p><p>Leitura como processo interativo78</p><p>Leitura como processo interativo 79</p><p>COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS</p><p>Tanto na vida acadêmica quanto na profissional, as habilidades de interpreta-</p><p>ção e compreensão são essenciais. Mas você sabe a diferença entre elas?</p><p>A compreensão é a análise do que está realmente escrito no texto. Aquilo que</p><p>é visível e aparente. É a leitura do que está identificado no texto. Já a interpreta-</p><p>ção é o processo de recorrer ao que está fora do texto e estabelecer relações. Na</p><p>interpretação, é necessário conectar conceitos, argumentos e ideias presentes</p><p>no texto com a realidade para chegar a uma conclusão.</p><p>Você sabia que existe uma ciência que estuda a teoria da</p><p>interpretação, chamada de hermenêutica? Trata-se de um</p><p>ramo da filosofia que explora a interpretação de textos</p><p>em diversas áreas, como literatura, religião e direito.</p><p>Curiosidade</p><p>Leitura como processo interativo80</p><p>Perceba que é possível compreender</p><p>um texto sem precisar fazer a interpre-</p><p>tação, mas não é possível interpretá-lo</p><p>sem passar antes pela compreensão.</p><p>Por isso, é importante você entender</p><p>que são habilidades diferentes que</p><p>estão imbricadas, relacionadas. A inter-</p><p>pretação sendo mais ampla necessita</p><p>que o leitor tenha condições de esta-</p><p>belecer relações com a realidade, ou</p><p>seja, exige pensamento crítico e autô-</p><p>nomo. Por essa razão, no mercado de</p><p>trabalho se busca por profissionais que</p><p>tenham a habilidade de interpretação</p><p>bem desenvolvida, pois ela é funda-</p><p>mental não só na comunicação, mas</p><p>também na identificação e na resolu-</p><p>ção de problemas.</p><p>E para chegar na etapa de interpre-</p><p>tação, faz-se necessário que o texto</p><p>apresente duas características essen-</p><p>ciais: coesão e coerência. A ausência</p><p>de coesão e coerência são causas</p><p>prováveis de falta de entendimento</p><p>de uma mensagem por parte do leitor</p><p>(receptor).</p><p>Pode-se entender a coerência como a organização lógica entre as</p><p>ideias presentes no texto. É a conexão entre as partes do texto. Sem</p><p>coerência, um texto seria apenas um amontoado de frases. A coerência</p><p>está vinculada diretamente ao processo de construção de sentido. Ela</p><p>é o sentido estabelecido pelo leitor a partir de seus conhecimentos</p><p>prévios e do modo como o autor escreveu o texto.</p><p>Atenção</p><p>Ao escrever, o autor deixa marcas, sinais no texto que direcionam o olhar</p><p>do leitor para a construção de sentido. Essas marcas formam a coesão textual.</p><p>(CARVALHO, 2018. p. 139). Existem seis tipos de coerência, como como você</p><p>pode acompanhar no quadro a seguir.</p><p>Leitura como processo interativo 81</p><p>TIPO CARACTERÍSTICA EXEMPLO</p><p>Sintática Se refere à forma como as orações são</p><p>elaboradas e como os termos estão</p><p>dispostos.</p><p>Não é coerente escrever “Os projetos</p><p>concluiu todos o Luiz”. Devemos escre-</p><p>ver “O Luiz concluiu todos os projetos.”</p><p>Semântica Se refere à organização dos pensa-</p><p>mentos, das ideias que são apresenta-</p><p>das no texto.</p><p>Não é coerente escrever que “No Brasil,</p><p>a maioria das pessoas têm emprego</p><p>formal e quase 90% das pessoas estão</p><p>desempregadas.”</p><p>Temática Está relacionada à necessidade de es-</p><p>colha de um tema, de um assunto para</p><p>o texto. E quando o tema é escolhido</p><p>deve ser mantido até final do texto.</p><p>Um e-mail que no início anuncia que será</p><p>tratado sobre prazos e ao longo do texto</p><p>trata apenas de orçamento.</p><p>Pragmática Está relacionada ao contexto, aos</p><p>elementos extralinguísticos.</p><p>Não é coerente utilizar uma linguagem</p><p>muito rebuscada para se comunicar com</p><p>crianças.</p><p>Estilística Se refere ao tipo de linguagem utiliza-</p><p>da na escrita. Se for adotada a lingua-</p><p>gem formal, ela deverá ser mantida</p><p>até o final do texto.</p><p>Não é coerente escrever desta forma:</p><p>“Na próxima semana o novo gestor de</p><p>projetos será apresentado à equipe. Es-</p><p>peramos que seja uma nova fase onde</p><p>nóis tudo junto vamo dá um jeito nos</p><p>problema que aparece.”</p><p>Genérica Se refere à escolha do gênero textual</p><p>apropriado.</p><p>Anúncio de produto para a venda que</p><p>utiliza a linguagem dos classificados de</p><p>jornal.</p><p>Quadro 2 - Tipos de coerência</p><p>Fonte: Adaptado de Carvalho (2018)</p><p>Além dos cuidados que você precisa ter para escrever um texto com coerên-</p><p>cia, precisa também se preocupar com a coesão. A coesão é a relação gramatical</p><p>que existe entre as palavras, frases e parágrafos. A coesão é a linha que amarra</p><p>as ideias dentro de um texto. Sem coesão, as ideias ficam soltas e não formam</p><p>uma</p><p>unidade, ou seja, não permite a construção de sentido. Existem três tipos</p><p>de coesão: a coesão referencial, a coesão sequencial e a coesão recorrencial.</p><p>• A coesão referencial é quando apresentamos uma informação que se rela-</p><p>ciona a outro elemento presente no texto. Chamamos de anáfora quando há</p><p>a retomada de um termo que já foi expresso anteriormente, e de catáfora</p><p>quando for feita a referência a um termo ainda não expresso, ou seja, que será</p><p>apresentado posteriormente.</p><p>• A coesão sequencial acontece quando as ideias apresentadas no texto se ligam</p><p>umas às outras. Para isso, o autor do texto deve buscar usar conectivos, como:</p><p>Leitura como processo interativo82</p><p>INTRODUÇÃO CONTINUAÇÃO CAUSA/EXPLICAÇÃO CONCLUSÃO</p><p>Inicialmente; atu-</p><p>almente; primeira-</p><p>mente; desde já; é</p><p>fato que; no contexto</p><p>atual, etc.</p><p>Além disso; demais;</p><p>ademais; outrossim;</p><p>ainda mais; por outro</p><p>lado; também; e; nem;</p><p>não só; como tam-</p><p>bém; não apenas; bem</p><p>como, etc.</p><p>Pois, por consequên-</p><p>cia; por conseguinte;</p><p>como resultado; por</p><p>isso; por causa de; em</p><p>virtude de; assim; de</p><p>fato; com efeito, etc.</p><p>Portanto, em suma;</p><p>em síntese; enfim;</p><p>em resumo; portanto;</p><p>assim; dessa forma;</p><p>dessa maneira; desse</p><p>modo; logo; assim</p><p>sendo; nesse sentido,</p><p>etc.</p><p>Quadro 3 - Conectivos</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>• A coesão recorrencial é a que se refere ao uso recorrente de um mesmo</p><p>termo para marcar o sentido. Acontece na frase “João chegava cedo no es-</p><p>critório e trabalhava, trabalhava, trabalhava.” Neste caso, a repetição tem o</p><p>objetivo de enfatizar o termo e dar uma noção de intensidade.</p><p>Mão na massa</p><p>Observe as imagens dessas duas paredes. Você</p><p>consegue estabelecer uma relação entre a construção</p><p>de uma casa e a construção de um texto? Observando a</p><p>parede da direita, você diria que ela possuiu “coesão”?</p><p>Leitura como processo interativo 83</p><p>APLICAÇÃO DE NOÇÕES GRAMATICAIS DE ACORDO</p><p>COM O TEXTO</p><p>Pense rápido e responda: Todo brasileiro, falante do</p><p>português, conhece as regras gramaticais da língua</p><p>portuguesa?</p><p>Reflita</p><p>De forma imediata talvez a primeira</p><p>resposta que venha em sua mente seja</p><p>“Sim, para falar é preciso conhecer a</p><p>língua”. Porém, observe que existem</p><p>muitas diferenças entre a oralidade e</p><p>a escrita e uma das principais é que a</p><p>oralidade apresenta espontaneidade,</p><p>já a escrita deve apresentar planeja-</p><p>mento e organização.</p><p>Outro ponto é que existe em nos-</p><p>so país um número bastante grande</p><p>de pessoas que não frequentam ou</p><p>não frequentaram a escola, não ten-</p><p>do acesso ao ensino formal da língua</p><p>portuguesa. Ainda assim, essas pesso-</p><p>as podem usar a língua para se comu-</p><p>nicar livremente, tanto através da fala</p><p>quanto da escrita, afinal a escola não é</p><p>o único lugar em que é possível apren-</p><p>der. Um exemplo disso é que quando</p><p>uma criança de seis anos chega para</p><p>sua primeira aula no ensino fundamen-</p><p>tal ela já usa a língua portuguesa para</p><p>se comunicar, ou seja, ela não aprende</p><p>a falar na escola e talvez até já tenha</p><p>aprendido a escrever em casa com</p><p>a ajuda de algum adulto. Mas, ainda</p><p>assim, essa criança respeita algumas</p><p>regras para usar a língua; chamamos</p><p>isso de gramática internalizada, pois é</p><p>aprendida naturalmente.</p><p>Leitura como processo interativo84</p><p>Você sabia que em Portugal a primeira gramática do</p><p>Português foi escrita em 1536 por Fernão de Oliveira?</p><p>Portanto, as pessoas já faziam uso da língua muito antes</p><p>de existir um livro sobre essas regras de uso.</p><p>Curiosidade</p><p>Isso não significa que a escola, enquanto instituição formal de ensino, não</p><p>seja necessária para a sociedade. Também não significa que não é necessário</p><p>estudar gramática. A provocação aqui é no sentido de pensarmos a importância</p><p>e o lugar de cada tipo de conhecimento que adquirimos ao longo da vida. Para</p><p>Geraldi (2011, p. 37):</p><p>Leitura como processo interativo84</p><p>Leitura como processo interativo 85</p><p>(...) uma coisa é saber a língua, isto é, dominar as</p><p>habilidades de uso da língua em situações concretas</p><p>de interação, entendendo e produzindo enunciados</p><p>adequados aos diversos contextos, percebendo as</p><p>dificuldades entre uma forma de expressão e outra.</p><p>Outra coisa é saber analisar a língua, dominando</p><p>conceitos e metalinguagens a partir dos quais se fala</p><p>sobre a língua, se apresentam suas características</p><p>estruturais e de uso.</p><p>““</p><p>Retomando a pergunta inicial, talvez você também tenha tentado rapidamen-</p><p>te buscar na memória as aulas do ensino fundamental e médio e para lembrar o</p><p>que é gramática. Inicialmente, é preciso considerar que existem vários sentidos</p><p>para o termo “gramática”, mas aqui vamos entender essa gramática que estu-</p><p>damos na escola como a gramática normativa que se refere a um conjunto de</p><p>regras referentes à pronúncia, à formação de palavras e à combinação dessas</p><p>palavras em frases (PERINE, 2002). A gramática normativa é a base da norma</p><p>padrão ou formal.</p><p>Leitura como processo interativo 85</p><p>Leitura como processo interativo86</p><p>Pense que para nos comunicarmos precisamos recorrer a duas</p><p>estratégias, a saber: a seleção e a combinação. Precisamos selecionar</p><p>palavras adequadas e combiná-las em uma ordem que faça sentido.</p><p>Atenção</p><p>As palavras formam aquilo que chamamos de léxico ou vocabulário da lín-</p><p>gua. Mas para combinarmos as palavras em uma ordem, precisamos recorrer a</p><p>um conjunto de regras que formam o que chamamos de gramática (CARVALHO,</p><p>2018. p.39).</p><p>No Brasil, a ortografia é decidida pela Academia</p><p>Brasileira de Letras (ABL), que procura entrar em acordo</p><p>com as academias de outros países lusófonos. A ABL</p><p>encaminha as regras à Presidência da República que</p><p>estabelece oficialmente por meio de uma lei ou um</p><p>decreto.</p><p>Curiosidade</p><p>No dia a dia, na função de estudante ou de profissional, você provavelmente</p><p>terá muitas dúvidas pontuais sobre alguma regra específica. É preciso entender</p><p>que isso é normal e você deve sempre recorrer a ferramentas que auxiliem, por</p><p>exemplo, um dicionário online ou uma busca em sites especializados na internet.</p><p>Leitura como processo interativo 87</p><p>No entanto, para saber o que e como procurar por algo quando a dúvida apa-</p><p>rece, é necessário saber identificar a natureza dessa dúvida. Observe o seguinte</p><p>esquema:</p><p>Gramática</p><p>normativa</p><p>Fonologia</p><p>Ortoépia</p><p>Prosódia</p><p>Ortografia</p><p>Grafia</p><p>Acentuação</p><p>Pontuação Morfologia Sintaxe</p><p>Formação</p><p>e</p><p>estrutura</p><p>Concordância</p><p>Classificação</p><p>gramatical Regência</p><p>Flexão Colocação</p><p>Figura 9 - Mapa prático da gramática normativa</p><p>Fonte: Adaptado de Carvalho (2018)</p><p>Leitura como processo interativo88</p><p>As principais dúvidas que surgem no momento da escrita se referem à orto-</p><p>grafia. A ortografia se refere à forma considerada correta de escrita e de acentu-</p><p>ação das palavras. Você vai conferir aqui algumas regras atuais que costumam</p><p>gerar dúvidas:</p><p>EXEMPLOS REGRAS</p><p>Pinguim</p><p>Tranquilo</p><p>Cinquenta</p><p>Linguística</p><p>Não se usa mais o trema ¨ (sinal de diérese) em palavras portuguesas</p><p>ou aportuguesadas. Não houve alteração de pronúncia dessas palavras</p><p>sem o trema. Mas, conserva-se o trema em:</p><p>• Palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Exemplo: mül-</p><p>leriano, de Müller.</p><p>• Na demonstração da pronúncia do u em dicionários e vocabulários</p><p>ortográficos. Exemplo: tranquilo (qü).</p><p>Ideia</p><p>Estreia</p><p>Joia</p><p>Não recebem o acento gráfico (´ ou ^) os ditongos abertos –ei e –oi</p><p>de palavras paroxítonas.</p><p>Mas, as palavras paroxítonas terminadas em –r, como destróier,</p><p>Méier, blêizer, etc., recebem acento gráfico.</p><p>Voo</p><p>Enjoo</p><p>Não se assinalam com acento gráfico (^ ou ´) encontros vocálicos</p><p>fechados.</p><p>Mas, as palavras paroxítonas terminadas em –n recebem acento gráfi-</p><p>co. Exemplos: herôon (Br.) e heróon (Port.).</p><p>Leem</p><p>Creem</p><p>Não se usa acento gráfico nas formas verbais leem, creem e seus deri-</p><p>vados releem, descreem, etc.</p><p>K, W, Y O alfabeto passa a ser formado oficialmente por 26 letras,</p><p>com o acréscimo de K, W e Y, na seguinte sequência:</p><p>a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.</p><p>Para (prep.) Para (verbo)</p><p>Pela (subst.) Pela (ver-</p><p>bo)</p><p>Para-choque</p><p>Para-brisa</p><p>Não recebem acento gráfico (diferencial)</p><p>as palavras homógrafas,</p><p>ou seja, que possuem a mesma grafia, mas com significados diferen-</p><p>tes, ainda que formem um composto separado por hífen, por exem-</p><p>plo: para-choque.</p><p>Mas, as seguintes palavras homógrafas recebem acento gráfico:</p><p>pôde (3ª pess. sing. pret. ind.)/ pode (3ª pess. sing. pres.ind.);</p><p>pôr (verbo)/ por (prep.);</p><p>têm (3ª pess. pl. pres. ind. do verbo ter)/ tem (3ª pess. sing. pres. ind.</p><p>do verbo ter);</p><p>Para evitar possível ambiguidade, a palavra fôrma (subst.) deve ser</p><p>acentuada para diferenciar-se de forma (3ª pess. sing. ind. ou 2ª</p><p>pess. sing. imper. do verbo formar). Deve-se diferenciar, ainda, as</p><p>palavras demos/dêmos.</p><p>Feiura</p><p>Cauila</p><p>Taoismo</p><p>Não recebem acento gráfico as palavras paroxítonas que têm as</p><p>vogais tônicas i e u precedidas de ditongo decrescente. Exemplos:</p><p>feiura, cauila, taoismo, etc.</p><p>Leitura como processo interativo88</p><p>O USO DO HÍFEN NA NOVA ORTOGRAFIA</p><p>Paraquedas</p><p>Pontapé</p><p>Girassol</p><p>Madressilva</p><p>Com o passar do tempo, algumas palavras que eram compostas</p><p>deixaram de ser escritas com o hífen e passaram a ser grafadas aglu-</p><p>tinadamente como: girassol, pontapé e paraquedas (paraquedista,</p><p>paraquedismo, etc.).</p><p>Couve-flor</p><p>Bem-te-vi</p><p>João-de-barro</p><p>O hífen é utilizado em palavras compostas que designam espécies</p><p>botânicas (plantas e frutos) e zoológicas. Exemplos: erva-doce, bem-</p><p>-me-quer (mas malmequer), andorinha-do-mar, formiga-branca, etc.</p><p>Anti-inflamatório</p><p>Auto-observação</p><p>Micro-ondas</p><p>Usa-se o hífen quando o primeiro elemento termina por vogal que</p><p>seja igual àquela que inicia o segundo elemento: eletro-ótica, anti-</p><p>-infeccioso, semi-interno, micro-ondas, etc. Mas, o prefixo co- sem-</p><p>pre se une ao segundo elemento, ainda que este comece por “o”</p><p>como em cooperar.</p><p>Autoescola</p><p>Antiaéreo</p><p>Hidroelétrico</p><p>Não se usa o hífen se o primeiro elemento terminar por vogal dife-</p><p>rente daquela que inicia o segundo elemento como em: autoescola,</p><p>agroindustrial, aeroespacial, hidroelétrico, semiárido, extraescolar,</p><p>neoimperialista, socioeconômico, etc.</p><p>Pós-, Pré-, Pró- (tônicos)</p><p>Pós-graduação</p><p>Pré-datado</p><p>Pró-ativo</p><p>Usa-se o hífen quando o primeiro elemento termina acentuado gra-</p><p>ficamente: pós-moderno, pré-escolar, pró-britânico, etc. Mas, pode</p><p>haver variação em determinados casos: pós-tônico ou postônico,</p><p>pró-ativo ou proativo, etc.</p><p>Auto-hipnose</p><p>Anti-herói</p><p>Super-homem</p><p>Sub-humano</p><p>Usa-se o hífen quando o primeiro elemento termina por vogal, r ou b e</p><p>o segundo elemento começa com h.</p><p>Quadro 4 - Guia de consulta rápida das regras da nova ortografia</p><p>Fonte: Adaptado de Santos e Cagliari (s.d.)</p><p>A língua portuguesa é cheia de encantos e armadilhas. Portanto, é importante</p><p>considerar que ninguém está livre de cometer erros relacionados à gramática</p><p>normativa. Um bom profissional não é aquele que nunca comete um erro, mas</p><p>aquele que é atento o suficiente para evitá-los e que quando eventualmente</p><p>percebe um erro busca corrigi-lo da melhor forma possível.</p><p>Leitura como processo interativo 89Leitura como processo interativo 89</p><p>Você já se sentiu envergonhado por ter cometido um</p><p>erro gramatical em um documento ou na escrita de um</p><p>e-mail e só ter percebido depois de alguém ter visto ou</p><p>depois do envio?</p><p>Reflita</p><p>REDAÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS</p><p>Sobre o ato de escrever, o poeta chileno Pablo Neruda certa vez disse:</p><p>“Escrever é fácil: você começa com letra maiúscula e</p><p>termina com um ponto final. No meio você coloca as</p><p>ideias.”</p><p>““</p><p>É claro que o poeta estava simplificando a difícil tarefa de escrever e escrever</p><p>bem. Sabemos que mesmo escritores experientes e com obras premiadas sen-</p><p>tem dificuldade diante da escrita. Por isso, nunca é tarde para perder o medo e</p><p>se aventurar pelas palavras.</p><p>Existem diferentes tipos de textos e que são classificados de acordo com o</p><p>objetivo, finalidade e estrutura. São eles:</p><p>• Texto narrativo: é aquele que apresenta um enredo, com personagens que</p><p>se relacionam no tempo e no espaço. Por exemplo: Conto; fábula; romance;</p><p>crônica.</p><p>• Texto descritivo: é aquele que apresenta a descrição de algo. Pode ser de</p><p>uma pessoa, um objeto, um local, etc. Por exemplo: diário, uma notícia, um</p><p>relato, etc.</p><p>• Texto expositivo: é aquele que tem como objetivo a exposição de um tema,</p><p>assunto, objeto, conceito, tipo de produto ou mesmo o estado da arte de cam-</p><p>po de estudos de forma clara e objetiva. Pode ser de duas formas: texto in-</p><p>formativo-expositivo, que tem o objetivo de transmitir informações ou texto</p><p>expositivo-argumentativo, que tem o objetivo de expor um tema com uma</p><p>defesa de opinião. Por exemplo: Seminários; entrevistas; palestras; enciclopé-</p><p>dia; verbete de dicionário.</p><p>• Texto injuntivo: é aquele que apresenta um método ou uma explicação para</p><p>realização de algo. Por exemplo: regulamento; propaganda; receita culinária;</p><p>bula de remédio; manual de instruções.</p><p>• Texto dissertativo: é aquele em que se busca defender uma ideia. O texto</p><p>dissertativo pode ser: dissertativo-expositivo, que mantém o foco na exposi-</p><p>ção de algo e dissertativo-argumentativo, que mantém o foco na defesa de</p><p>uma ideia por meio de argumentos, opinião e explicações fundamentadas.</p><p>Por exemplo: resenha; artigo; ensaio; monografia, etc.</p><p>Aqui vamos focar a atenção no texto dissertativo-argumentativo. Esse tipo</p><p>de texto exige um tipo de escrita que apresenta um tema e defende um ponto</p><p>de vista sobre esse tema se amparando em argumentos. É necessário respeitar</p><p>uma estrutura de parágrafos que formam uma sequência com introdução, de-</p><p>senvolvimento e conclusão, ou seja, início, meio e fim.</p><p>Leitura como processo interativo 91Leitura como processo interativo 91</p><p>Leitura como processo interativo92</p><p>No texto dissertativo-argumentativo é comum a apresentação de exemplos</p><p>para sustentar os argumentos. Isso é uma prática cotidiana para a maioria das</p><p>pessoas. Em uma reunião de trabalho, por exemplo, é comum que seja preci-</p><p>so expor aquilo que se pensa a respeito de um projeto e defender um ponto de</p><p>vista. Para isso, usa-se exemplos de situações anteriores em que foi obtido resul-</p><p>tado positivo ou negativo.</p><p>Na vida de estudante de graduação também é comum se deparar com tipos</p><p>específicos de textos que têm objetivos diferentes. Vamos analisar três: o resu-</p><p>mo, a resenha e o relatório acadêmico.</p><p>1. Resumo</p><p>O resumo é um trabalho de síntese que tem como objetivo apresentar de</p><p>forma concisa as principais informações presentes em um texto. O resumo é</p><p>indicado para quando é preciso fazer a leitura de um texto que é central em sua</p><p>área de estudo. Para isso, deve-se fazer uma leitura profunda e atenta da obra de</p><p>referência para que seja possível apresentar uma síntese que apresente os ob-</p><p>jetivos, os métodos, os resultados, a conclusão alcançada, respeitando sempre</p><p>a progressão e a forma como o texto de referência foi elaborado. Recomenda-se</p><p>que um resumo respeite as seguintes orientações:</p><p>• No início deve ser apresentada uma frase que indique o tema, assunto ou</p><p>ideia principal abordada na obra de referência, mas sem repetir o título.</p><p>Leitura como processo interativo 93</p><p>• O resumo deve ser construído com a apresentação dos pontos mais significa-</p><p>tivos da obra de forma direta e clara.</p><p>• O resumo deve ser escrito em um único parágrafo com uso de verbos na 3ª</p><p>pessoa do singular.</p><p>• O resumo deve respeitar as noções de início, meio e fim. É preciso que o texto</p><p>do resumo apresente coesão e coerência.</p><p>• O resumo não deve conter citações de nenhum tipo, tabelas, gráficos, es-</p><p>quemas ou quadros. Se o texto original apresentar informações importantes</p><p>dessa forma, apresente no formato de texto linear.</p><p>• O resumo não deve apresentar informações ou afirmações que não constem</p><p>na obra de referência.</p><p>Leitura como processo interativo94</p><p>2. Resenha</p><p>A resenha acadêmica possui algumas semelhanças com o resumo. A resenha</p><p>também é escrita com base na leitura de uma obra base que serve como refe-</p><p>rência. A diferença entre a resenha e o resumo é que na resenha o autor pode</p><p>inserir informações, avaliações e o seu ponto de vista sobre a obra.</p><p>As resenhas acadêmicas em geral</p><p>apresentam três objetivos: apresentar as</p><p>reações à escrita de uma obra, servir como guias para a leitura ou a compra de</p><p>uma obra e servir como exercício de escrita para estudantes que precisam de-</p><p>senvolver habilidades relacionadas à escrita. As resenhas acadêmicas são publi-</p><p>cadas em periódicos que têm como público leitor pessoas interessadas no estu-</p><p>do de alguma área específica.</p><p>3. Relatório</p><p>Ainda na área acadêmica, o relatório também é um documento bastante</p><p>solicitado. Um relatório caracteriza-se por apresentar o registro de algo que</p><p>pode ser uma aula, um projeto, um exercício prático, etc. Um bom relatório deve</p><p>apresentar as seguintes características:</p><p>• linguagem clara e objetiva;</p><p>• exatidão na descrição dos fatos;</p><p>• deve conter apenas informações necessárias e relevantes;</p><p>• não deve omitir etapas, fatos ou acontecimentos.</p><p>O Relatório tem como objetivo básico trazer o histórico daquilo que foi desen-</p><p>volvido. Por isso, quanto à estrutura, a escrita deve concentrar-se no início em</p><p>retomar os objetivos do projeto, em seguida deve descrever as atividades rea-</p><p>lizadas e apresentar os resultados obtidos, porém não existe a necessidade de</p><p>conter análises e reflexões mais desenvolvidas. Essa estrutura pode sofrer alte-</p><p>rações de acordo com a área de conhecimento e o objetivo do relatório.</p><p>Leitura como processo interativo94</p><p>Leitura como processo interativo 95</p><p>É preciso estar atento ao uso da linguagem formal para a escrita de</p><p>textos acadêmicos. Além disso, existem regras para a elaboração de</p><p>trabalhos acadêmicos que se amparam nas normas da Associação</p><p>Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A padronização tem como</p><p>objetivo facilitar o entendimento de um texto e a publicação em</p><p>periódicos especializados.</p><p>Atenção</p><p>Leitura como processo interativo 95</p><p>Mão na massa</p><p>Observe a imagem. Você consegue estabelecer uma</p><p>relação entre as partes de um sanduíche e as partes de</p><p>um texto dissertativo-argumentativo?</p><p>TEXTOS EMPRESARIAIS</p><p>Se engana quem pensa que a atividade de escrita se restringe a ambientes es-</p><p>colares e acadêmicos. Na vida profissional também é necessário ter contato com</p><p>textos de diferentes naturezas e características. É fundamental saber reconhecer</p><p>o objetivo de cada tipo de texto e sua estrutura para conseguir vincular o texto</p><p>ao contexto em que ele é apresentado ou solicitado.</p><p>É preciso entender que no momento em que o profissional escreve um docu-</p><p>mento, ele está representando a empresa, ou seja, a escrita dos textos empresa-</p><p>riais é coletiva.</p><p>Leitura como processo interativo96</p><p>O profissional não escreve em seu próprio nome, mas em nome</p><p>da empresa para a qual trabalha. A linguagem deve prezar pela</p><p>objetividade, clareza, eficácia e exatidão das informações apresentadas.</p><p>Por isso, a linguagem formal deve ser utilizada, assim como a linguagem</p><p>denotativa, aquela que apresenta o sentido real das palavras. A</p><p>estrutura do texto deve ser simples, paragrafação clara e objetiva.</p><p>Atenção</p><p>Vale lembrar que os documentos empresariais possuem valor jurídico e por</p><p>isso merecem atenção e zelo na elaboração. Serão abordados alguns dos princi-</p><p>pais textos empresariais, confira:</p><p>Leitura como processo interativo 97</p><p>Leitura como processo interativo98</p><p>Carta comercial: a carta comercial é um tipo de comunicação entre empresas</p><p>ou entre empresa e indivíduo. A escrita da carta deve ser organizada e apresen-</p><p>tar linguagem acessível para evitar um entendimento errôneo. Apesar de o ter-</p><p>mo “carta” remeter a uma forma de comunicação em desuso, a carta comercial</p><p>ainda é bastante utilizada e atualmente é enviada por e-mail. Confira a estrutura</p><p>da carta comercial:</p><p>Figura 10 - Carta comercial</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Ofício: O ofício é uma correspondência utilizada para enviar ordens, notifica-</p><p>ções, solicitações ou informações com efeito jurídico. O ofício apresenta uma</p><p>estrutura bastante particular, confira:</p><p>Figura 11 - Oficio</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>(Nome da empresa)</p><p>(Local, data, ano)</p><p>(Pronome de tratamento adequado) (Nome do</p><p>destinatário)</p><p>Mensagem</p><p>Agradecimento</p><p>Ofício de (tipo do ofício)</p><p>nº _____ _____</p><p>Local e data</p><p>A/C. (Pronome de tratamento adequado) (Nome do</p><p>destinatário)</p><p>(Cargo ou função de quem vai receber)</p><p>(Empresa ou órgão de quem vai receber)</p><p>Assunto</p><p>Prezado (a)sr. (sra.) (Cargo ou função do destinatário)</p><p>(Aqui, você deve descrever as razões que o levaram a</p><p>fazer o pedido, o comunicado ou a solicitação)</p><p>(Saudação e despedida)</p><p>(Assinatura)</p><p>(Seu nome)</p><p>/</p><p>Leitura como processo interativo 99</p><p>Memorando: Um memorando é um documento bastante utilizado e que</p><p>geralmente fica arquivado apara consultas posteriores. O ofício e o memorando</p><p>possuem semelhanças, mas se diferenciam em um aspecto importante: o ofício</p><p>é uma comunicação externa e o memorando se caracteriza por ser mais utiliza-</p><p>do na comunicação interna.</p><p>Figura 12 - Memorando</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Ata de reunião: é um documento que descreve os acontecimentos e assun-</p><p>tos tratados durante uma reunião. Pode ser manuscrita ou digitada em folhas</p><p>numeradas. É aconselhável o uso do verbo no pretérito perfeito ou imperfeito e</p><p>os números devem ser escritos por extenso. A ata deve ser feita no momento da</p><p>reunião para evitar que alguma informação não seja registrada. A ata não deve</p><p>ter espaços ou rasuras, pois não pode ser modificada após a reunião. Ao final da</p><p>reunião a ata deve ser lida e após a aprovação, todos os presentes devem assinar</p><p>a ata. A ata apresenta a seguinte estrutura:</p><p>Figura 13 - Ata reunião</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Memorando n°</p><p>Local e data</p><p>A/C. (pronome de tratamento adequado) (nome do</p><p>destinatário) ou (cargo ou função de quem vai receber)</p><p>(empresa ou órgão de quem vai receber)</p><p>Assunto</p><p>Mensagem</p><p>(saudação e despedida)</p><p>(assinatura)</p><p>(Cargo)</p><p>Cabeçalho</p><p>Declaração do quórum</p><p>Desenvolvimento do texto com início e fecho</p><p>Registro de aprovação</p><p>Relação nominal (assinaturas sem espaço)</p><p>Leitura como processo interativo100</p><p>Declaração: é um documento utilizado para informar algo sobre alguém ou</p><p>alguma situação. A declaração afirma que o que está sendo registrado de fato</p><p>aconteceu, por isso é padrão a apresentação do número dos documentos pes-</p><p>soais ou da empresa para legitimar as informações apresentadas. Geralmente</p><p>apresenta a assinatura de próprio punho.</p><p>Figura 14 - Declaração</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Declaração</p><p>Texto com números dos</p><p>documentos</p><p>Local, data</p><p>Assinatura do responsável</p><p>Leitura como processo interativo100</p><p>Leitura como processo interativo 101</p><p>Comentários, observações e avaliações de natureza subjetiva devem ser</p><p>evitadas, pois podem comprometer o conteúdo técnico apresentado.</p><p>Atenção</p><p>Se houver a necessidade de elaboração de um relatório mais completo é indi-</p><p>cado a divisão dos assuntos por tópicos que ajudarão a dar um direcionamento</p><p>para a leitura. É importante atentar para a conclusão, pois ela facilita a tomada</p><p>de decisões.</p><p>Existem vários modelos de relatório, mas de modo geral ele deve apresentar:</p><p>Figura 15 - Relatório técnico</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Relatório técnico: um relatório é um documento que tem como finalidade</p><p>relatar alguma atividade ou situação. Um relatório também pode ser feito com</p><p>o objetivo de registrar o desempenho de uma equipe ou de um setor específico</p><p>da empresa no decorrer do desenvolvimento de um projeto. A escrita deve trazer</p><p>informações claras e objetivas compilando as informações de maneira direta.</p><p>Título</p><p>Contextualização</p><p>Metodologia utilizada</p><p>Objetivos</p><p>Estrutura dos dados</p><p>Conclusões e recomendações</p><p>Leitura como processo interativo 101Leitura como processo interativo 101</p><p>Leitura como processo interativo102</p><p>Mão na massa</p><p>Imagine que você está no trabalho e recebe uma</p><p>solicitação para elaborar um documento. Você</p><p>conseguiria desenvolver essa atividade com facilidade?</p><p>Então exercite e escolha um dos tipos de documentos</p><p>empresariais apresentados aqui (carta comercial, ofício,</p><p>memorando, ata de reunião, declaração, relatório técnico) e elabore um</p><p>modelo como se você estivesse no trabalho.</p><p>Nestes estudos,</p><p>você pôde conferir conhecimentos relacionados à escrita e à</p><p>leitura, como: leitura como processo interativo, o modo como é atribuído senti-</p><p>do a um texto, além de elementos importantes como coesão e coerência, aplica-</p><p>ção de noções gramaticais de acordo com o texto, bem como os tipos de textos</p><p>acadêmicos e empresariais.</p><p>Lembre-se que entender os elementos que compõem um texto, ajuda a vê-lo</p><p>como uma unidade composta por partes e cada uma dessas partes tem sua im-</p><p>portância e merecem sua atenção no momento da leitura.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação da Presidência da Repú-</p><p>blica. 3 ed. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www4.</p><p>planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-</p><p>-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 28 maio 2022.</p><p>COROA, M. L.. O texto dissertativo-argumentativo. In: Textos dissertativo-argu-</p><p>mentativos: subsídios para qualificação de avaliadores. Lucília Helena do Carmo</p><p>Garcez, Vilma Reche Corrêa, organizadoras. Brasília: Instituto Nacional de Estu-</p><p>dos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2017. 279 p.</p><p>DICAS de como fazer o pitch perfeito na entrevista de emprego. Diário do Nordes-</p><p>te, 2020. Emprego. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/</p><p>projetos/empregos/dicas-de-como-fazer-o-pitch-perfeito-na-entrevista-de-em-</p><p>prego-1.2980862. Acesso em: 14 maio 2022.</p><p>DURAN, G. R. As concepções de leitura e a produção do sentido no texto. Revis-</p><p>ta Prolíngua – ISSN 1983-9979. Volume 2, número 2 – Jul./Dez. de 2009.</p><p>GERALDI, W. J. (Org.). O texto na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Ática, 2011.</p><p>GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e Linguagem. 2ª ed. São Paulo: Pearson Edu-</p><p>cation do Brasil, 2018.</p><p>LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. 4.</p><p>ed. São Paulo: Atlas, 1992.</p><p>LEFFA V. J. Interpretar não é compreender: um estudo preliminar sobre a inter-</p><p>pretação de texto. In: Vilson J. Leffa; Aracy Ernest. (Org.). Linguagens: metodolo-</p><p>gia de ensino e pesquisa. Pelotas: Educast, 2012, p. 253-269</p><p>SABBATINI, R. M. E. A evolução da inteligência. Revista Cérebro & Mente, 2011.</p><p>Disponível em: https://cerebromente.org.br/n12/mente/evolution/evolution.</p><p>htm#:~:text=A%20intelig%C3%AAncia%20%C3%A9%20uma%20entidade,de-</p><p>ve%20usar%20todas%20estas%20fun%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 20 maio</p><p>2022</p><p>SANTOS, L. M. R.; CAGLIARI L. C.. Guia de consulta rápida das regras da nova</p><p>ortografia. Araraquara: Laboratório editorial da FCL, 2016.</p><p>SOLÉ, I.. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.</p><p>Leitura como processo interativo 103</p><p>105</p><p>Videoflix</p><p>Você tem interesse em aprender mais sobre leitura e es-</p><p>crita? Você percebe que as habilidades de leitura e escrita são</p><p>importantes para o seu desenvolvimento profissional? Você já teve</p><p>algum problema no trabalho ou nos estudos por não ter entendido bem</p><p>um relatório, um e-mail, um aviso? Se você respondeu que sim, aproveite essa</p><p>oportunidade de desenvolvimento e assista aos vídeos nessa galeria.</p><p>Você poderá conferir que a escrita foi importante para a história da humani-</p><p>dade, trazendo alguns marcos temporais. E como a tecnologia influenciou esse</p><p>processo e possibilitou que mais pessoas tivessem acesso às produções escritas.</p><p>Vai poder conferir também possibilidades para lidar com dificuldades na leitura,</p><p>podendo conhecer melhor as fases da leitura para que o processo de identificação</p><p>das prováveis barreiras se torne mais fácil e a habilidade de leitura possa ser de-</p><p>senvolvida.</p><p>Por fim, nestes vídeos serão tratadas a importância e a necessidade da leitura</p><p>e da escrita para o nosso progresso enquanto seres humanos e também enquanto</p><p>profissionais em busca de espaço no mercado de trabalho. Confira os materiais e</p><p>reflita sobre esse tema.</p><p>https://player.vimeo.com/</p><p>video/738368850?h=a1a4e7e2f7</p><p>A escrita e a humanidade</p><p>https://player.vimeo.com/</p><p>video/738369106?h=2b77118e5a</p><p>Fases da leitura</p><p>107</p><p>É fato que no ambiente profissional existem regras relacionadas ao compor-</p><p>tamento, à vestimenta, aos horários. Perceba que ter que lidar com regras rela-</p><p>cionadas à comunicação não é fácil. Porém, se você tiver atenção aos detalhes e</p><p>vontade de melhorar o seu desempenho profissional, tudo fica mais simples. Por-</p><p>tanto nessa galeria de podcasts serão abordadas dicas de como escrever bem no</p><p>ambiente de trabalho. Com a aplicação de apenas quatro dicas, você irá descom-</p><p>plicar a tarefa de escrita e trazer agilidade para o seu dia a dia profissional. Além</p><p>disso será tratado também sobre a leitura e a interpretação de texto no ambiente</p><p>de trabalho. Apesar da interpretação ser a grande vilã quando o assunto é leitu-</p><p>ra, você vai perceber que adotando medidas simples como estratégias de leitura,</p><p>você conseguirá ler, compreender melhor os sentidos presentes no texto e evitar</p><p>problemas de entendimento.</p><p>Lembre-se que a leitura é uma habilidade desenvolvida através do exercício</p><p>constante. Então não fuja de uma leitura mais extensa ou daquele conteúdo que</p><p>você não domina. Busque aprimorar sua capacidade de escrita e de interpretação</p><p>e tenha destaque na vida profissional.</p><p>Infocast</p><p>109Comunicação Oral e Escrita</p><p>109</p><p>A leitura e a interpretação de</p><p>texto no ambiente de trabalho</p><p>Olá! Aqui vamos tratar sobre algumas dicas sobre leitura e interpretação de</p><p>texto no ambiente de trabalho.</p><p>Os seres humanos são seres comunicativos. Nos comunicamos o tempo todo.</p><p>Mesmo quando estamos em silêncio seguimos nos expressando e nos comu-</p><p>nicando. Um exemplo disso são os filmes do magnífico Charlie Chaplin. E para</p><p>quem acha que um exemplo do cinema não conta, basta observar um bebê dor-</p><p>mindo por algum tempo. Até mesmo dormindo um bebê se expressa através de</p><p>movimentos do corpo e expressões faciais se está com dor ou se está tranquilo.</p><p>Mesmo assim, ainda que a gente faça isso a todo momento, sabemos que a</p><p>tarefa de se comunicar com o outro não é fácil, principalmente no ambiente de</p><p>trabalho. Por isso é importante investir no desenvolvimento da habilidade de</p><p>comunicação buscando evitar ou minimizar possíveis problemas. Para isso, trare-</p><p>mos agora algumas dicas para que você possa utilizar no seu dia a dia do traba-</p><p>lho. Fique atento!</p><p>Alguns podem confundir ter uma boa leitura e interpretação de</p><p>texto com possuir um bom repertório gramatical, escrever bem</p><p>e conseguir entender “textos difíceis”. Isso faz parte, porém é</p><p>apenas uma parte. Se no trabalho, ao receber um relatório de</p><p>desempenho, por exemplo, você consegue retirar daqueles dados o</p><p>cenário que sua empresa está vivendo e como os números podem ser melhorados,</p><p>você está praticando uma boa interpretação de texto.</p><p>O mercado enxerga leitura no sentido mais amplo da palavra, como a capacidade</p><p>de “ler” situações através das informações que você recebe ou produz. Desta</p><p>forma, você consegue identificar problemas e soluções de forma mais rápida e</p><p>chegar nos resultados que a empresa precisa no menor tempo possível.</p><p>Dica 1 - Não é só saber ler bem</p><p>Comunicação Oral e Escrita110</p><p>110</p><p>Para melhorar essa habilidade você precisa: ler muito. Livros,</p><p>notícias, revistas, artigos de opinião ou textos técnicos do seu</p><p>campo de trabalho. Quanto mais variado for seu hábito de leitura,</p><p>mais repertório linguístico você vai ter e mais facilidade seu cérebro</p><p>vai encontrar na hora de interpretar o que você está lendo.</p><p>Fora isso, o hábito de leitura traz outros benefícios, como ter uma boa memória,</p><p>ser uma pessoa mais criativa e também mais comunicativa. Quem lê bem escreve</p><p>bem, e quem se destaca nessas duas habilidades tem mais chances no campo</p><p>profissional.</p><p>Dica 2 - Aprimorando sua leitura e</p><p>interpretação de texto</p><p>Leia atentamente cada frase do texto. Não tenha pressa</p><p>para terminar sua leitura por mais que ela seja extensa. Se</p><p>for preciso, divida seu material em blocos de leitura e faça</p><p>pequenas pausas entre eles para que a tendência de desfocar</p><p>seja menor.</p><p>Muitos de nós costumamos apenas ler superficialmente ou pular algumas</p><p>partes do texto</p><p>quando achamos que já dominamos o assunto ou já temos</p><p>conhecimento do que está escrito. Esta é uma má prática de interpretação de</p><p>texto, pois dessa forma deixamos passar informações que não sabemos e que</p><p>talvez façam uma grande diferença na hora de entender o documento, absorver</p><p>seu conteúdo e encontrar soluções.</p><p>Dica 3 - Exercite a leitura atenta</p><p>111</p><p>Essa é uma boa forma de fixar na sua memória tudo que você</p><p>aprendeu lendo e interpretando. Faça um pequeno resumo de</p><p>tudo que você conseguiu absorver por escrito e crie uma rápida</p><p>apresentação listando todas as informações que você acha que</p><p>são importantes e estude o que você produziu.</p><p>Dica 4 - Repasse aquilo que você aprendeu</p><p>Colocando essas dicas básicas em prática você conseguirá perceber o seu</p><p>progresso no dia a dia. Por mais que seu ambiente de trabalho não seja o mais</p><p>adequado, que você seja tímido e sinta dificuldade de interagir com os colegas</p><p>ou clientes, que você esteja cansado ou que o texto recebido não atenda às suas</p><p>expectativas, você terá que criar estratégias para fazer o seu trabalho da melhor</p><p>maneira possível. E se você conseguir evitar os problemas que um erro de inter-</p><p>pretação pode causar, os resultados positivos serão visíveis.</p><p>Até a próxima!</p><p>Comunicação Oral e Escrita112</p><p>112</p><p>Dicas para escrever no</p><p>ambiente de trabalho</p><p>E aí? Tudo certo? Aqui você vai poder explorar algumas dicas que irão te aju-</p><p>dar na escrita no ambiente de trabalho.</p><p>O mercado de trabalho exige cada vez mais dos profissionais. Isso não é ne-</p><p>nhuma novidade. Mas o fato é que não é nada fácil corresponder a todas as ex-</p><p>pectativas das empresas e isso pode gerar frustração. Uma sugestão é identificar</p><p>aquelas habilidades que são essenciais e focar nelas com toda a sua energia.</p><p>Uma dessas habilidades é a escrita. Afinal, não adianta ser um profissional</p><p>que atende às demandas técnicas se você falha na hora de escrever um relatório</p><p>ou um simples e-mail. É claro que sabemos que errar é humano, mas também</p><p>é uma característica humana se aperfeiçoar sempre. E isso é exatamente o que</p><p>as empresas buscam: profissionais com vontade de se desenvolver e buscar sua</p><p>melhor versão.</p><p>Para te ajudar nesse processo, você vai conferir agora algumas dicas para es-</p><p>crever bem no ambiente de trabalho:</p><p>Se você for escrever um e-mail, por exemplo, e fizer isso de</p><p>uma maneira desordenada, dificilmente o leitor conseguirá</p><p>compreender a mensagem. Lembre-se que quem vai receber</p><p>o e-mail provavelmente receberá muitas outras mensagens ao</p><p>longo do dia e que tudo ficará mais fácil se você escrever de uma</p><p>forma que facilite o entendimento.</p><p>Dica 1 - Coloque-se no lugar do receptor</p><p>113Comunicação Oral e Escrita</p><p>113</p><p>Em um e-mail, textos claros e objetivos trazem fluidez para a</p><p>leitura, rapidez para o processo de resolução de problemas e</p><p>isso é o que todos os profissionais desejam. Então, prefira frases</p><p>curtas e se for tratar de um assunto que está em andamento,</p><p>procure trazer informações que situem o leitor da etapa sobre a qual</p><p>vocês estão tratando naquela mensagem. Se for um texto mais denso, como um</p><p>relatório, preze também pela clareza das informações para evitar erros de leitura,</p><p>pois eles podem trazer grandes prejuízos para a empresa.</p><p>Dica 2 - Clareza é fundamental</p><p>Ambientes de trabalho exigem linguagem formal na escrita. Do</p><p>relatório ao WhatsApp, a formalidade é essencial para manter o</p><p>profissionalismo. Lembre-se que por mais que você mantenha</p><p>uma boa relação com os colegas de trabalho, com o seu superior</p><p>ou mesmo com os clientes, a comunicação corporativa ainda é um</p><p>campo que possibilita resolução de problemas e criação de problemas. A formalidade</p><p>na escrita evita que problemas sejam criados. Então, evite abreviaturas, siglas que</p><p>não são conhecidas, uso de letras maiúsculas de forma indevida, termos técnicos para</p><p>tratar com alguém que não é da área. Não economize no empenho na hora de buscar</p><p>o melhor entendimento da sua mensagem.</p><p>Dica 3 - Use a linguagem formal</p><p>114</p><p>Sempre que for escrever um texto, revise. Várias vezes se for</p><p>necessário. Quanto mais importante for o texto, mais revisões</p><p>ele precisa ter. Use ferramentas como dicionários online, sites</p><p>com dicas de gramática, leia em voz alta se for possível. Vale tudo</p><p>na hora de garantir a boa aparência do seu texto.</p><p>Dica 4 - Revise seu texto</p><p>Seguindo essas dicas você evitará problemas e trará agilidade para o seu dia a</p><p>dia no trabalho. Pense sobre como você escreve e mude aquilo que está errado.</p><p>Progresso é um caminho que sempre vale a pena.</p><p>Até mais!</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>LEITURA e interpretação de texto: como melhorar suas habilidades? Blog Portal</p><p>Pós, 2022. Disponível em: https://blog.portalpos.com.br/leitura-e-interpretacao-</p><p>-de-texto/. Acesso em: 12 maio 2022.</p><p>115</p><p>Gostou do assunto? Você pode aprender ainda mais sobre comunicação e lin-</p><p>guagem, buscando novos horizontes, sites, links, aplicativos e livros. Saiba mais</p><p>lendo e conferindo os materiais a seguir.</p><p>Quero saber +</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=Y4OI4wnU-Rg</p><p>História da escrita</p><p>Assista ao vídeo que mostra de forma rápida e leve a história da</p><p>escrita. Ao longo da história houve diversas formas de escritas, as quais</p><p>evoluindo deram origem à escrita como a conhecemos atualmente.</p><p>Nesse vídeo, você vai conhecer a formação e a evolução de diversos</p><p>sistemas de escrita que surgiram desde o final do Neolítico. Na</p><p>periodização tradicional, a escrita marca o encerramento da Pré-</p><p>História e o início da História.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=aRGZD7fUy1w</p><p>Você sabe escrever? Ou pensa que sabe?</p><p>Neste vídeo da doutora em linguística Vivian Rio Stella, em parceria</p><p>com a “Casa do Saber”, você confere quais são os mitos da boa escrita</p><p>e o que deveria ser mais trabalhado quando se fala em “escrever bem”.</p><p>Se você quer desenvolver sua habilidade de escrita, esse vídeo pode ser</p><p>um bom começo para desconstruir alguns estereótipos sobre a escrita.</p><p>Acesse!</p><p>Técnicas de comunicação escrita</p><p>No livro “Técnicas de comunicação escrita” de autoria do professor Izidoro</p><p>Blikstein – um dos maiores especialistas em comunicação do país, o autor</p><p>desvenda os mistérios do escrever bem para todos aqueles que sentem</p><p>calafrios só de pensar que precisam redigir desde um simples e-mail até</p><p>um relatório complexo. Em linguagem leve, com exemplos didáticos, o</p><p>autor mostra que redigir um bom texto, qualquer que seja, não é nenhum</p><p>bicho de sete cabeças. Mas é preciso atenção e esforço, pois escrever bem</p><p>significa comunicar-se com eficiência. E uma boa comunicação é essencial</p><p>para o progresso no mundo corporativo. O livro encontra-se disponível na</p><p>biblioteca Pearson.</p><p>BLIKSTEIN, I. Técnicas de Comunicação Escrita. 22 ed. - São Paulo: Ática,</p><p>2006. 103p.</p><p>117</p><p>Agora é o momento de conferir um resumo dos principais conhecimentos</p><p>aprendidos ao logo de seus estudos até aqui. Este resumo foi elaborado em forma-</p><p>to de checklist para que você assinale os itens que você considera já ter desenvol-</p><p>vido e, caso sinta a necessidade, retome os estudos. Aproveite mais essa oportuni-</p><p>dade de construção de saberes.</p><p>Resumindo</p><p>Compreendi que a comunicação é fundamental para a vida em sociedade.</p><p>Compreendi como identificar as características do discurso publicitário.</p><p>Compreendi como identificar as características do discurso político.</p><p>Reconheci as diferenças entre o texto científico e o texto literário.</p><p>Entendi que a linguagem possui elementos e que eles se vinculam com as fun-</p><p>ções da linguagem.</p><p>Compreendi que a linguagem possui tipos e níveis.</p><p>Reconheci que existem os tipos de linguagem: verbal, não verbal e mista.</p><p>Entendi por que a variação linguística ocorre e por que ela não deve ser instru-</p><p>mento de discriminação entre as pessoas.</p><p>Reconheci que existem tipos de texto: verbal, não verbal e misto.</p><p>Compreendi que técnicas e ferramentas como memorial descritivo e pitch po-</p><p>dem ser muito importantes tanto em processos seletivos como no dia a dia da</p><p>prática profissional.</p><p>119</p><p>Parabéns! Você chegou ao final destes</p><p>estudos. A seguir explore o infográfico</p><p>que preparamos pra você!</p><p>Ele traz os principais conceitos e definições que foram abordadas no decorrer</p><p>de toda essa importante jornada de construção de conhecimentos. Esse é um</p><p>breve resumo para você consultar sempre que sentir necessidade.</p><p>PARA CONCLUIR</p><p>120</p><p>Linguagem: É um sistema de</p><p>signos empregados pelos seres</p><p>humanos na produção de</p><p>sentido, isto é, para expressar</p><p>sua faculdade de representação</p><p>da experiência e do</p><p>conhecimento. A linguagem</p><p>pode ser formal ou informal.</p><p>Possui as funções: referencial,</p><p>emotiva, poética, fática,</p><p>conativa e metalinguística.</p><p>Intencionalidade discursiva:</p><p>É a intenção, o objetivo por</p><p>trás da comunicação.</p><p>Comunicação: É o processo pelo</p><p>qual tornamos uma informação</p><p>comum, ou seja, partilhamos</p><p>com o outro aquilo que</p><p>conhecemos, pensamos,</p><p>sentimos, desejamos,</p><p>queremos, fazemos, etc.</p><p>COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA</p><p>Confira agora um resumo dos principais conceitos abordados e</p><p>retome sempre que sentir necessidade.</p><p>Texto: É uma produção</p><p>constituída por um código que</p><p>possui sentido e tem como</p><p>objetivo a comunicação em um</p><p>tempo e espaço. Um texto pode</p><p>ser: verbal (um artigo</p><p>científico), não verbal</p><p>(fotografia) ou misto</p><p>(quadrinhos). Quanto ao tipo,</p><p>um texto pode ser: narrativo,</p><p>descritivo, expositivo,</p><p>dissertativo e injuntivo.</p><p>Compreensão e interpretação textual:</p><p>Compreensão é a análise do que está</p><p>realmente escrito no texto. Aquilo que é</p><p>visível e aparente. É a leitura do que está</p><p>identificado no texto. Interpretação é o</p><p>processo de recorrer ao que está fora do</p><p>texto e estabelecer relações. Na</p><p>interpretação é necessário conectar</p><p>conceitos, argumentos e ideias</p><p>presentes no texto com a realidade para</p><p>chegar a uma conclusão.</p><p>Linguagem verbal, não verbal e</p><p>mista: A linguagem mista é</p><p>composta pela linguagem verbal</p><p>e pela não verbal, por exemplo:</p><p>cinema, teatro, quadrinhos, etc.</p><p>COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA</p><p>120</p><p>121</p><p>Linguagem: É um sistema de</p><p>signos empregados pelos seres</p><p>humanos na produção de</p><p>sentido, isto é, para expressar</p><p>sua faculdade de representação</p><p>da experiência e do</p><p>conhecimento. A linguagem</p><p>pode ser formal ou informal.</p><p>Possui as funções: referencial,</p><p>emotiva, poética, fática,</p><p>conativa e metalinguística.</p><p>Intencionalidade discursiva:</p><p>É a intenção, o objetivo por</p><p>trás da comunicação.</p><p>Comunicação: É o processo pelo</p><p>qual tornamos uma informação</p><p>comum, ou seja, partilhamos</p><p>com o outro aquilo que</p><p>conhecemos, pensamos,</p><p>sentimos, desejamos,</p><p>queremos, fazemos, etc.</p><p>COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA</p><p>Confira agora um resumo dos principais conceitos abordados e</p><p>retome sempre que sentir necessidade.</p><p>Texto: É uma produção</p><p>constituída por um código que</p><p>possui sentido e tem como</p><p>objetivo a comunicação em um</p><p>tempo e espaço. Um texto pode</p><p>ser: verbal (um artigo</p><p>científico), não verbal</p><p>(fotografia) ou misto</p><p>(quadrinhos). Quanto ao tipo,</p><p>um texto pode ser: narrativo,</p><p>descritivo, expositivo,</p><p>dissertativo e injuntivo.</p><p>Compreensão e interpretação textual:</p><p>Compreensão é a análise do que está</p><p>realmente escrito no texto. Aquilo que é</p><p>visível e aparente. É a leitura do que está</p><p>identificado no texto. Interpretação é o</p><p>processo de recorrer ao que está fora do</p><p>texto e estabelecer relações. Na</p><p>interpretação é necessário conectar</p><p>conceitos, argumentos e ideias</p><p>presentes no texto com a realidade para</p><p>chegar a uma conclusão.</p><p>Linguagem verbal, não verbal e</p><p>mista: A linguagem mista é</p><p>composta pela linguagem verbal</p><p>e pela não verbal, por exemplo:</p><p>cinema, teatro, quadrinhos, etc.</p><p>COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA</p><p>122</p><p>Gramática normativa e Ortografia:</p><p>A gramática normativa se refere a</p><p>um conjunto de regras referentes</p><p>à pronúncia, à formação de</p><p>palavras e à combinação dessas</p><p>palavras em frases. A gramática</p><p>normativa é a base da norma</p><p>padrão ou formal. A ortografia se</p><p>refere à forma considerada</p><p>correta de escrita e de</p><p>acentuação das palavras.</p><p>Coerência e Coesão textual:</p><p>Coerência é a organização lógica</p><p>entre as ideias presentes no texto.</p><p>É a conexão entre as partes do</p><p>texto. A coesão textual é a relação</p><p>gramatical que existe entre as</p><p>palavras, frases e parágrafos. A</p><p>coesão é a linha que amarra as</p><p>ideias dentro de um texto. Sem</p><p>coesão as ideias ficam soltas e</p><p>não formam uma unidade, ou seja,</p><p>não permite construir sentido.</p><p>COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA</p><p>122</p><p>123</p><p>Olá!</p><p>Você chegou ao final da Unidade Curricular de Comunicação Oral e Escrita.</p><p>Que trouxe conteúdos importantes para sua formação profissional.</p><p>Aqui, você conheceu, refletiu, compreendeu e aplicou conhecimentos que irão</p><p>acompanhá-lo durante toda a sua trajetória.</p><p>Lembre-se sempre: a comunicação faz parte da organização das empresas e,</p><p>mais do que isso, ela é responsável pela qualidade dos produtos e serviços que</p><p>são oferecidos aos clientes.</p><p>A boa comunicação aumenta a produtividade, a eficiência, a troca de conhe-</p><p>cimento entre os colaboradores e representa saúde, pois trabalhar em um am-</p><p>biente confuso, desorganizado, onde ninguém se entende, pode trazer proble-</p><p>mas de saúde para os envolvidos e também afetar a eficiência e produtividade.</p><p>Por isso, é essencial que bons profissionais invistam no desenvolvimento da</p><p>habilidade da comunicação.</p><p>Você deu os primeiros passos ao concluir esta Unidade Curricular. A partir</p><p>desse momento, você pode incluir em seu currículo que você é um profissional</p><p>que estudou sobre os elementos do processo comunicativo, aprendeu sobre</p><p>linguagem e suas características, reconheceu que existe a língua e diversas</p><p>variações relacionadas ao seu uso, conheceu algumas particularidades da gra-</p><p>mática, verificou que existem elementos que dão estrutura e sentido ao texto,</p><p>compreendeu as especificidades dos diferentes tipos de textos e, inclusive, sobre</p><p>documentos que fazem parte da rotina de uma empresa.</p><p>Esperamos que os conteúdos estudados aqui sejam aplicáveis em seu dia a</p><p>dia e o tornem um profissional mais qualificado ainda. Continue seus estudos</p><p>sempre com empenho e dedicação.</p><p>Até!</p><p>FECHAMENTO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>124</p><p>BAGNO, M. Linguagem. In: FRADE, I. C. A. S.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G.</p><p>de C.. Glossário Ceale de termos de Alfabetização, leitura e escrita para educado-</p><p>res. Belo Horizonte. CEALE/Faculdade de Educação da UFMG. 2014. Disponível</p><p>em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/lingua-</p><p>gem. Acesso em: 10 maio 2022.</p><p>BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (org.). Dicionário de política. Tradu-</p><p>ção de Carmen C. Varriale et all. 12 ed. Brasília: Editora Universidade Brasília,</p><p>2004. Título original: Dizzionario di politica. Vol.1 e Vol.2.</p><p>BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação da Presidência da Repú-</p><p>blica. 3 ed. Brasília: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www4.</p><p>planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-</p><p>-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 28 maio 2022.</p><p>CABRAL, L. S. Processos psicolingüísticos de leitura e a criança. Porto Alegre:</p><p>Letras de hoje. 19 (1): 7-20, 1986.</p><p>COELHO, B. Confira vinte dicas para escrever um bom memorial. Blog Mettzer,</p><p>2021. Disponível em: https://blog.mettzer.com/memorial/. Acesso em: 20 maio</p><p>2022.</p><p>COROA, M. L. O texto dissertativo-argumentativo. In: Textos dissertativo-argu-</p><p>mentativos: subsídios para qualificação de avaliadores /</p><p>Lucília Helena do Carmo Garcez, Vilma Reche Corrêa, organizadoras. – Brasília: Ins-</p><p>tituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2017. 279 p.</p><p>DICAS de como fazer o pitch perfeito na entrevista de emprego. Diário do nor-</p><p>deste, 2020. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/pro-</p><p>jetos/empregos/dicas-de-como-fazer-o-pitch-perfeito-na-entrevista-de-empre-</p><p>go-1.2980862. Acesso em 14 maio. 2022.</p><p>DURAN, G. R. As concepções de leitura e a produção do sentido no texto. Revis-</p><p>ta Prolíngua – ISSN 1983-9979. Volume 2, número 2 – Jul./Dez. De 2009.</p><p>GERALDI, W. J. (Org.). O texto na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Ática,</p><p>2011.</p><p>125</p><p>GUIA para elaborar currículo e memorial. IDP. Disponível em: https://www.idp.</p><p>edu.br/arquivos/e-book-guia-para-elaborar-seu-curriculo-e-memorial.pdf. Aces-</p><p>so em: 15 maio 2022.</p><p>GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e Linguagem. 2ª ed. São Paulo: Pearson Edu-</p><p>cation do Brasil, 2018.</p><p>LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. 4.</p><p>ed. São Paulo: Atlas, 1992.</p><p>LEFFA V. J. Interpretar não é compreender: um estudo preliminar sobre a inter-</p><p>pretação de texto. In: Vilson J. Leffa; Aracy Ernest. (Org.). Linguagens: metodolo-</p><p>gia de ensino e pesquisa. Pelotas. Educast, 2012, p. 253-269.</p><p>LEITURA e interpretação de texto: como melhorar suas habilidades? Blog Portal</p><p>Pós, 2022. Disponível em: https://blog.portalpos.com.br/leitura-e-interpretacao-</p><p>-de-texto/. Acesso em: 12 maio 2022.</p><p>RABAÇA, C. A.; BARBOSA, G. Dicionário de Comunicação. São Paulo, 1997.</p><p>ROCHA, Daniel. As 4 fases do processo de leitura. Canal do ensino. Disponível</p><p>em: https://canaldoensino.com.br/blog/as-4-fases-do-processo-de-leitura. Aces-</p><p>so em: 11 maio 2022.</p><p>ROSENBERG. M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacio-</p><p>namentos pessoais e profissionais. [tradução Mário Vilela]. São Paulo: Ágora, 2006.</p><p>SABBATINI, R. M. E. A evolução da inteligência. Revista Cérebro & Mente, 2011.</p><p>Disponível em: https://cerebromente.org.br/n12/mente/evolution/evolution.</p><p>htm#:~:text=A%20intelig%C3%AAncia%20%C3%A9%20uma%20entidade,de-</p><p>ve%20usar%20todas%20estas%20fun%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 20 maio</p><p>2022.</p><p>SANTOS, L. M. R.; CAGLIARI L. C. Guia de consulta rápida das regras da nova or-</p><p>tografia. Araraquara: Laboratório editorial da FCL, 2016.</p><p>SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. Org. Charles Bally, Albert Sechehaye.</p><p>Col. Albert Riedlinger. Trad. Antônio Chelini, João Paulo Paes, Izidoro Blikstein.</p><p>São Paulo: Editora Cultrix, 2006.</p><p>SILVA, L. N. S. da (org.). Guia Prático para a Comunicação Não Violenta. Ministé-</p><p>rio Público do Estado do Piauí, 2020. Disponível em: https://www.mppi.mp.br/</p><p>126</p><p>internet/wp-content/uploads/2020/09/Ebook-Comunicac%CC%A7a%CC%83o-</p><p>-Na%CC%83o-Violenta_MPPI-1-1-1.pdf. Acesso em: 10 mai. 2022.</p><p>SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.</p><p>VALLE, M. L. E. Não erre mais: língua portuguesa nas empresas. Curitiba: Inter-</p><p>Saberes, 2013.</p><p>127</p><p>da comunicação interna, ainda resta o enorme desafio de garan-</p><p>tir a eficiência da comunicação com o cliente. Em toda a forma de comunicação</p><p>com o cliente, é necessário lembrar que o colaborador representa a empresa e</p><p>fala pela empresa.</p><p>Para isso, é necessário que o profissional da TI saiba se comunicar e saiba</p><p>entender como o cliente se comunica. É claro que existem diferentes tipos de</p><p>pessoas e diferentes formas de se comunicar, e não é tão simples dominar essa</p><p>habilidade.</p><p>Esta Unidade Curricular aborda conhecimentos relacionados ao processo</p><p>comunicativo, à oratória, à aplicação de noções gramaticais de acordo com o</p><p>texto, à leitura e à interpretação de textos, à redação e ao reconhecimento das</p><p>características dos gêneros textuais acadêmicos e aos gêneros textuais empre-</p><p>sariais.</p><p>É muito importante destacar que, você, profissional, precisa descobrir como</p><p>se comunicar melhor e quais são os pontos em que precisa melhorar. Comuni-</p><p>car-se bem não é um dom, algo que já nasce com a pessoa. A boa comunicação</p><p>exige exercício, esforço e boa vontade.</p><p>Por isso, invista na sua carreira profissional, aprofunde-se no desenvolvimento</p><p>da habilidade de comunicação e tenha isso como um diferencial no seu currículo.</p><p>Bons estudos!</p><p>11</p><p>Olá! Aqui você inicia seus estudos. A partir de agora, você encontrará diversos</p><p>conteúdos cuidadosamente selecionados para ajudá-lo a atender as demandas</p><p>profissionais da atualidade. Fique atento aos materiais disponíveis e dedique-se</p><p>às atividades propostas.</p><p>Nesse momento, daremos início aos estudos sobre comunicação oral e escrita.</p><p>Você já se perguntou sobre a real necessidade de estudar comunicação? Pen-</p><p>se um pouco.</p><p>Considerando que vivemos em grupo e nos comunicamos a todo instante,</p><p>seus estudos aqui terão como foco conceitos centrais e reflexões sobre como a</p><p>comunicação se relaciona com a vida em sociedade.</p><p>Em seguida, você vai poder conferir que todo ato comunicativo tem como</p><p>característica a intencionalidade.</p><p>Então, você aprenderá a identificar as ferramentas e estratégias mais utiliza-</p><p>das para persuadir alguém através do discurso.</p><p>Depois, serão examinados os elementos da comunicação e você vai poder dis-</p><p>tinguir as várias funções que a linguagem apresenta, os seus níveis, tipos e suas</p><p>variações.</p><p>Por fim, o foco será na comunicação escrita, na qual você poderá conhecer</p><p>os elementos de produção textual, bem como os tipos de textos acadêmicos e</p><p>empresariais, além de ferramentas que podem auxiliar você na interpretação e</p><p>compreensão textual.</p><p>Sendo assim, ao longo do caminho de estudos você terá a oportunidade de</p><p>conhecer, refletir, compreender e aplicar conhecimentos de comunicação oral e</p><p>escrita que serão essenciais para a sua formação profissional.</p><p>Se você quer conquistar o seu espaço e se destacar como um profissional</p><p>qualificado para trabalhar não só com máquinas, mas com pessoas, invista nos</p><p>estudos sobre comunicação e sinta a diferença no seu desenvolvimento.</p><p>Bons estudos!</p><p>PARA INICIAR</p><p>13</p><p>Com o avanço de novos modelos empresariais, as soft skills (habilidades não</p><p>técnicas) passaram a ser mais requisitadas, uma delas é a comunicação. Se você</p><p>quer se desenvolver profissionalmente, venha aprender aqui sobre como se comu-</p><p>nicar de forma eficiente!</p><p>ESTUDO E PRÁTICA I</p><p>Aqui será tratado como acontece a comunicação</p><p>humana, partindo do princípio de que a comunicação é</p><p>uma capacidade que se desenvolve a partir do convívio</p><p>com o outro. A comunicação é, portanto, um processo</p><p>que precisa da interação com o outro para adquirir sentido.</p><p>Para você compreender o funcionamento desse processo</p><p>que existe na interação com o outro, serão abordados aqui al-</p><p>guns conceitos importantes, por exemplo: a diferença entre língua, fala</p><p>e linguagem; a intencionalidade do discurso, a ideologia, persuasão da mídia</p><p>e do discurso político; os elementos do processo comunicativo; as funções da</p><p>linguagem; os níveis de linguagem formal e não formal; a variação linguística;</p><p>os tipos de linguagem verbal, não verbal, mista e os tipos de textos. Todos esses</p><p>conhecimentos vão ajudar você a desenvolver a habilidade da comunicação, tão</p><p>almejada pelas empresas atualmente.</p><p>Para ser um bom profissional e estar preparado para enfrentar os desafios do</p><p>mercado de trabalho, você precisa desenvolver a habilidade de comunicação,</p><p>ainda que você tenha como meta trabalhar com tecnologia avançada. Então,</p><p>explore os conteúdos a seguir no e-book.</p><p>E-book</p><p>O processo de comunicação</p><p>O processo de comunicação16</p><p>O filósofo grego Aristóteles definiu</p><p>o ser humano como um animal polí-</p><p>tico. Com as devidas desculpas pela</p><p>análise demasiadamente rápida, po-</p><p>demos entender que o filósofo queria</p><p>nos dizer que o ser humano tem a ne-</p><p>cessidade de viver em sociedade, pois</p><p>necessita da convivência com o outro</p><p>para desenvolver suas capacidades,</p><p>entre elas a da linguagem.</p><p>Longe de diminuirmos e encerrar-</p><p>mos a questão, parece óbvio que se o</p><p>ser humano fosse um animal que vive</p><p>isolado ele não teria a necessidade</p><p>de ter uma capacidade comunicativa</p><p>sofisticada como a que temos hoje.</p><p>Gemidos dariam conta de manifestar,</p><p>dor e gritos seriam suficientes para</p><p>afastar algum pequeno animal inde-</p><p>sejado. Porém, vivendo em grupo, as</p><p>demandas comunicativas vão muito</p><p>além de gemidos e gritos. Foi preciso</p><p>fazer acordos, garantir a seguran-</p><p>ça, dividir alimentos, sem falar na</p><p>“perpetuação da espécie”, que ficou</p><p>bem mais complexa e dependente</p><p>da comunicação. Muito mais do que</p><p>aprender a falar, foi preciso aprender</p><p>a comunicar pensamentos, ideias,</p><p>desejos e necessidades.</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>O processo de comunicação 17</p><p>Quando nos comunicamos, fazemos isso a partir do reconhecimento da</p><p>existência do outro e da intenção de que o outro também se comunique.</p><p>A partir da troca, se fez a evolução da comunicação humana. Nos</p><p>comunicamos porque precisamos da troca. E isso pressupõe que</p><p>precisamos do outro. A comunicação, ou a linguagem, no dizer de</p><p>Aristóteles, se faz porque precisamos do outro para viver e desenvolver.</p><p>A comunicação, ao mesmo tempo que nos promove ao status de animal</p><p>racional, nos descobre como seres emotivos e carentes do outro.</p><p>Atenção</p><p>Pois bem, somos animais que nos comunicamos de forma complexa! E agora?</p><p>Agora, é importante entender como isso tudo funciona. Afinal, se a comunicação</p><p>é a chave da vida em grupo, precisamos dela para abrir as portas das relações</p><p>que estabelecemos, inclusive no mundo do trabalho.</p><p>Você acredita que com a inserção da tecnologia no</p><p>mercado de trabalho, a necessidade de se comunicar</p><p>diminuiu?</p><p>Considerando que as máquinas estão cada vez mais</p><p>substituindo o ser humano no trabalho diário, você acredita que a</p><p>comunicação tende a ser descartada ou pelo menos mais limitada?</p><p>Reflita</p><p>O processo de comunicação 17</p><p>O processo de comunicação18</p><p>Em termos práticos, a comunica-</p><p>ção é um processo que solicita a utili-</p><p>zação de alguns recursos e elementos</p><p>básicos. Você já pensou na diferença</p><p>entre fala, língua e linguagem?</p><p>Tomando como referência os es-</p><p>tudos de Ferdinand Saussure (1995),</p><p>pode-se considerar que a língua é</p><p>“um conjunto de convenções neces-</p><p>sárias, adotadas pelo corpo social”</p><p>que permite o uso da linguagem.</p><p>Portanto, é uma produção social que</p><p>possui estabilidade, mas se altera de</p><p>acordo com as necessidades e vonta-</p><p>des da coletividade.</p><p>Individualmente não se pode al-</p><p>terar a língua, mas a partir do uso</p><p>e do consenso ela sofre alterações</p><p>em decorrência de fatores históricos,</p><p>sociais e culturais. Por outro lado, a</p><p>fala é individual e garante ao falan-</p><p>te a liberdade para usá-la. A fala é a</p><p>condição para que a língua ocorra, é</p><p>o ato de uso da língua. A língua reúne</p><p>palavras seguindo regras gramaticais</p><p>específicas e a fala segue também</p><p>essas regras, mas é bem mais flexível,</p><p>pois sofre influência de fatores como</p><p>o contexto, a personalidade e a faixa</p><p>etária do falante.</p><p>COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM</p><p>Você sabia que a Língua Portuguesa é a língua oficial de</p><p>nove países? São eles: Angola,</p><p>Brasil, Cabo Verde, Guiné-</p><p>Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São</p><p>Tomé e Príncipe e Timor Leste.</p><p>Curiosidade</p><p>O processo de comunicação 19</p><p>A linguagem é resultado da soma de língua e fala. Marcos Bagno (2014) de-</p><p>fine a linguagem como “todo e qualquer sistema de signos empregados pelos</p><p>seres humanos na produção de sentido, isto é, para expressar sua faculdade de</p><p>representação da experiência e do conhecimento”.</p><p>Perceba que a linguagem possibilita comunicar ideias ou sentimentos</p><p>e interpretar o sentido daquilo que é manifestado pelos outros na</p><p>vida em sociedade.</p><p>A linguagem é um sistema de representações, e dentro desse sistema tem-se</p><p>como unidade básica o signo, que é o que possibilita a sensação de que algo faz</p><p>sentido. Para Saussure (2006, p. 84), o signo é formado pela soma do significado</p><p>(conceito) e do significante (imagem acústica/impressão psíquica). O que se no-</p><p>meia de “imagem acústica” é basicamente aquilo que aparece na consciência do</p><p>indivíduo quando ele pensa em uma palavra. Ao escutarmos a palavra computa-</p><p>dor, que é um signo, reconhecemos os sons que formam a palavra e vinculamos</p><p>a esses sons uma imagem mental de um computador.</p><p>O processo de comunicação20</p><p>Você sabia que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é</p><p>uma língua com estrutura gramatical própria e não uma</p><p>linguagem? É a segunda língua oficial do Brasil, utilizada</p><p>pela comunidade surda brasileira, reconhecida pela Lei</p><p>Nº 10.436, de 24 de abril de 2002.</p><p>Curiosidade</p><p>COMUNICAÇÃO E INTENCIONALIDADE DISCURSIVA</p><p>20</p><p>A comunicação não é um elemento</p><p>neutro na vida do ser humano. Sem-</p><p>pre que nos comunicamos, fazemos</p><p>isso com algum objetivo, com alguma</p><p>intenção, que por vezes pode não ser</p><p>tão clara, até mesmo para quem co-</p><p>munica, mas ainda assim a comunica-</p><p>ção está presente. Chamamos isso de</p><p>intencionalidade discursiva.</p><p>Considerando a característica da</p><p>intencionalidade, assumimos que a</p><p>comunicação exerce um poder, uma</p><p>influência capaz de seduzir, persuadir,</p><p>convencer, provocar e conquistar. Isso</p><p>vale para um bebê que fica calmo no</p><p>colo e quando colocado no berço inicia</p><p>o choro, e vale também para o chefe</p><p>que, diante da possibilidade de perda</p><p>de lucro, pede que os colaboradores</p><p>“vistam a camisa da empresa e sintam-</p><p>-se parte de uma família”. Nessas duas</p><p>situações é possível perceber o sutil</p><p>domínio que a comunicação é capaz de</p><p>exercer.</p><p>Ao considerar que a comunicação</p><p>tem uma intencionalidade, torna-se</p><p>necessário elencar outras característi-</p><p>cas relevantes:</p><p>O processo de comunicação 21</p><p>• Inevitabilidade:</p><p>Se existe mais de uma pessoa em um local, inevitavelmente a</p><p>comunicação vai acontecer. E aqui é preciso reconhecer que somos seres</p><p>culturais e, por isso, nos expressamos através de nossas roupas, nosso</p><p>corte de cabelo, o ritmo que imprimimos ao caminhar, o modo como nos</p><p>movimentamos e até mesmo o silêncio comunica algo.</p><p>• Irreversibilidade:</p><p>Existe um antigo provérbio chinês que diz que “há três coisas que nunca</p><p>voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade</p><p>perdida”. Para além do seu significado prático, esse pensamento popular</p><p>nos remete ao fato de que quando comunicamos algo, não podemos voltar</p><p>atrás e simplesmente apagar. Podemos nos desculpar quando transmitimos</p><p>algo de maneira equivocada, porém o impacto e a reação provocada não</p><p>podem ser excluídos do tempo vivido.</p><p>• Irrepetibilidade:</p><p>Cada momento da comunicação é único e não se repete. Por mais que</p><p>você tente repetir as mesmas palavras no mesmo espaço de tempo,</p><p>modificações irão acontecer, pois o emissor e o receptor são pessoas,</p><p>e por isso são passíveis de mudanças que influenciam a forma de</p><p>comunicar. Isso significa que a comunicação exige atenção.</p><p>21</p><p>O processo de comunicação22</p><p>MÚLTIPLAS LINGUAGENS: IDEOLOGIA, PERSUASÃO DA</p><p>MÍDIA E DO DISCURSO POLÍTICO</p><p>Você provavelmente já comprou algo que não precisava ou que nunca usou</p><p>só porque o vendedor foi convincente. Quando o assunto é vendas, o importante</p><p>é criar a necessidade, ainda que ilusória. A publicidade utiliza a linguagem para</p><p>criar uma necessidade que não temos e depois criar a ideia de que, além de ser</p><p>útil, ter um determinado produto vai trazer status social.</p><p>Contudo, não são só produtos que a publicidade vende. Ela oferece também</p><p>ideias. Para entender melhor como esse processo funciona é preciso trazer à</p><p>tona o conceito de ideologia. O termo “ideologia” foi criado pelo filósofo An-</p><p>toine Destutt de Tracy (1754-1836), que pretendia elaborar uma “ciência das</p><p>ideias”, que fosse capaz de analisar a origem e o desenvolvimento de todas as</p><p>ideias, assim como de suas consequências. Porém, o termo ganhou outros signi-</p><p>ficados e até mesmo uma conotação pejorativa ao longo do tempo.</p><p>Para o filósofo Norberto Bobbio (2004), ideologia pode ser entendida a partir</p><p>da sua divisão em duas partes, uma parte fraca e outra forte. No seu significa-</p><p>do fraco, a ideologia designa um conjunto de ideias e de valores que têm como</p><p>O processo de comunicação22</p><p>O processo de comunicação 23</p><p>função orientar os comportamentos políticos coletivos. O significado forte tem</p><p>origem marxista e relaciona ideologia à falsa consciência das relações de domí-</p><p>nio entre as classes, ou seja, traz a noção da falsidade, de ideologia como uma</p><p>crença falsa.</p><p>A publicidade se apropria da ideologia neste último sentido, quando</p><p>cria uma realidade diferente da vivida pelas pessoas para forjar</p><p>necessidades e desejos que estimulem a compra. Por isso, ao comprar</p><p>um produto, o cliente compra também a ideia presente na propaganda</p><p>publicitária, como: o padrão de beleza, o desenho de família perfeita,</p><p>de emprego dos sonhos, de roupa adequada, etc.</p><p>A arte de persuadir e convencer também é utilizada nos discursos políticos,</p><p>em que um candidato vende a sua imagem de alguém que vai resolver todos os</p><p>problemas e tenta convencer que ele é o que a política precisa. No discurso pu-</p><p>blicitário e político existe uma camada pouco visível que é composta de algumas</p><p>características, como: argumentação, estratégia, controvérsia, posição e persua-</p><p>são, uso da linguagem apelativa, induz a aceitação de uma ideia ou produto, etc.</p><p>O processo de comunicação24</p><p>Na Grécia antiga, a democracia exigia que aqueles que</p><p>eram cidadãos defendessem publicamente suas ideias</p><p>sobre os rumos da cidade (polis). Por isso, quem tinha</p><p>condições financeiras pagava professores particulares que</p><p>ensinavam oratória, que é entendida como a arte de falar</p><p>bem, e retórica, que é a capacidade de convencer o outro através da fala.</p><p>Por isso, até hoje o discurso político é visto como elemento central em uma</p><p>campanha eleitoral.</p><p>Curiosidade</p><p>No dia a dia torna-se necessário ter senso crítico para analisar, refletir e não</p><p>acreditar em tudo o que vemos e ouvimos. Precisamos perceber as ideias e in-</p><p>tencionalidades presentes nos discursos, inclusive no nosso. Nós também costu-</p><p>mamos utilizar algumas ferramentas persuasivas quando queremos convencer</p><p>alguém de algo. No ambiente de trabalho, por vezes, você pode usar a linguagem</p><p>apelativa para conseguir um favor de um colega ou alguma estratégia de escolha</p><p>de palavras para evitar dizer exatamente o que pensa em uma reunião ou quando</p><p>um colega pede a sua opinião sobre uma solução que ele desenvolveu.</p><p>Na publicidade, o ponto central é a mensagem. Um texto</p><p>sucinto e atrativo deve ser usado de forma sugestiva</p><p>e convincente. Um logotipo e um slogan definem a</p><p>identidade da marca que será lembrada pelos clientes.</p><p>Com base nessas características, analise a publicidade que a</p><p>empresa em você trabalha faz e tente perceber se ela utiliza alguns desses</p><p>elementos. Caso você não esteja trabalhando, escolha uma empresa de sua</p><p>preferência e realize este exercício.</p><p>Mão na massa</p><p>O processo de comunicação 25</p><p>ELEMENTOS DO PROCESSO COMUNICATIVO</p><p>Existem muitas formas de conceituar o termo comunicação. A palavra comuni-</p><p>cação deriva do latim communicare, que significa “tornar comum”, “participar de</p><p>algo”, “partilhar’’. Dessa forma, entende-se</p><p>que a comunicação é o processo pelo</p><p>qual tornamos uma informação comum,</p><p>ou seja, partilhamos com o outro aquilo</p><p>que conhecemos, pensamos, sentimos,</p><p>desejamos, queremos, fazemos, etc. E</p><p>esse ato de partilha pode acontecer de</p><p>variadas formas, mas é preciso compre-</p><p>ender o espaço que o outro ocupa nesse</p><p>processo.</p><p>No início do século 20, o linguista</p><p>russo Roman Jacobson (1896-1982)</p><p>formulou, com base em uma teoria an-</p><p>terior, um modelo que busca descrever</p><p>como funciona a comunicação humana. Ele entendeu que o processo comunica-</p><p>tivo é composto por seis elementos que se relacionam com algumas funções e</p><p>se complementam.</p><p>Os elementos do processo comunicativo são: emissor (quem emite), receptor</p><p>(quem recebe), mensagem (o que é emitido), canal (por onde é emitido), código</p><p>(como é emitido), referente (assunto ou contexto em que é emitido). Além des-</p><p>ses, pode-se ainda citar: o ruído (atrapalha o que é emitido) e o feedback (retor-</p><p>no sobre o que foi emitido).</p><p>No processo de comunicação, o emissor também pode</p><p>ser chamado de “codificador”, pois ele utiliza um código</p><p>para se comunicar. E o receptor pode ser chamado de</p><p>“decodificador”, pois ele precisa decodificar, “traduzir”</p><p>o código utilizado na mensagem.</p><p>Curiosidade</p><p>O processo de comunicação26</p><p>Confira a seguir um exemplo de como se dá o processo comunicativo em uma</p><p>conversa entre duas pessoas:</p><p>1</p><p>A solução que você</p><p>apresentou é muito</p><p>boa!</p><p>2</p><p>Obrigado! Mas foi</p><p>trabalho em equipe.</p><p>Todos contribuíram.</p><p>Contexto ou Referente</p><p>Situação ou assunto a que</p><p>se refere a mensagem.</p><p>Mensagem</p><p>Aquilo que é transmitido</p><p>pelo emissor.</p><p>Código</p><p>Conjunto de signos, linguagem utilizada. Pode</p><p>ser a Língua Portuguesa, a Língua Brasileira de</p><p>Sinais (LIBRAS), sistema de escrita Braile. Etc.</p><p>Canal</p><p>Meio físico ou virtual pelo qual a</p><p>mensagem é transportada. Pode ser</p><p>televisão, computador, telefone, livro,</p><p>ar que você usa na voz (na fala) sons,</p><p>cores, cheiros, etc.</p><p>Ruído/Barreira</p><p>Ocorre quando existe</p><p>uma interferência que</p><p>afeta a transmissão da</p><p>mensagem e ela não é</p><p>compreendida. Pode</p><p>ser devido a</p><p>problemas,</p><p>emocionais, físicos ou</p><p>técnicos, etc.</p><p>Emissor</p><p>Aquele que transmite a</p><p>mensagem. Pode ser uma</p><p>pessoa, um grupo, uma</p><p>empresa, uma instituição, etc.</p><p>Receptor</p><p>Destinatário. Aquele que</p><p>recebe a mensagem. Pode ser</p><p>uma pessoa, um grupo, um</p><p>animal, etc.</p><p>Feedback</p><p>Retorno. Resposta dada</p><p>pelo receptor.</p><p>Figura 1 - Exemplo processo comunicativo</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Pode-se simplificar dizendo que, com o objetivo de dar início ao</p><p>processo comunicativo, o emissor decide qual o código e qual</p><p>canal ideal para que sua mensagem chegue ao receptor e produza</p><p>entendimento efetivo.</p><p>Para exemplificar, imagine uma situação comum em uma empresa: você</p><p>(emissor) envia um e-mail para um cliente (receptor) que irá receber e ler a sua</p><p>mensagem. O canal será o meio pelo qual o e-mail será lido, que pode ser um</p><p>celular, um computador, um tablet, etc. O código utilizado foi a Língua Portu-</p><p>guesa e o referente é o assunto da mensagem que no caso é o projeto que foi so-</p><p>licitado pelo cliente. Nesse caso, imagine que ocorreu um ruído, uma barreira de</p><p>comunicação devido a diferenças culturais, pois o cliente é uma pessoa estran-</p><p>geira que ainda não domina a Língua Portuguesa e não entende completamente</p><p>a mensagem. O cliente responde (feedback) apresentando algumas dúvidas, mas</p><p>aprovando o projeto. A partir disso o processo pode ser reiniciado ou concluído.</p><p>Você consegue imaginar uma situação cotidiana no</p><p>trabalho em que seja possível identificar os elementos</p><p>da comunicação?</p><p>Reflita</p><p>FUNÇÕES DA LINGUAGEM</p><p>Quando nos comunicamos, fazemos isso com um objetivo. Por isso, a lin-</p><p>guagem passa a ter uma função que depende desse objetivo. Cada função está</p><p>ligada a um dos elementos da linguagem. Confira a seguir:</p><p>O processo de comunicação 27</p><p>O processo de comunicação28</p><p>Funções</p><p>da linguagem Mantém o foco Características/Exemplos</p><p>Função Emotiva</p><p>(expressiva) Emissor Ênfase no “eu”. Opinativa, subjetiva.</p><p>Ex: depoimentos, entrevistas, música</p><p>Função conativa</p><p>(apelativa) Receptor Tenta influenciar e convencer. Ex:</p><p>Publicidade, discursos políticos...</p><p>Função</p><p>metalinguística Código O código explica o próprio código.</p><p>É autoexplicativa. Ex: Dicionário.</p><p>Função</p><p>referencial ou</p><p>denotativa</p><p>Referente/Contexto</p><p>Caráter informativo. Possui clareza e</p><p>objetividade. Ex: Revistas, jornais, livros</p><p>didáticos, textos científicos...</p><p>Função fática Canal</p><p>Procura testar a comunicação</p><p>prolongando ou interrompendo a</p><p>conversa. Ex: “Alô” e “Tchau” em</p><p>conversa telefônica.</p><p>Função poética Mensagem Se preocupa mais com a estrutura. Ex:</p><p>obras literárias, poemas...</p><p>Figura 2 - Funções da linguagem</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Na comunicação empresarial, a função da linguagem mais utilizada é a refe-</p><p>rencial com foco no contexto, pois esse ambiente exige objetividade e clareza</p><p>na comunicação. Porém, não significa que as outras funções são menos impor-</p><p>tantes. Quando é preciso convencer um cliente de que a solução oferecida pela</p><p>empresa é a melhor do mercado, é usada a função conativa. A função fática é</p><p>utilizada quando precisa-se verificar o canal para evitar ruídos, buscando man-</p><p>ter a comunicação ativa durante todo o tempo de uma conversa telefônica, por</p><p>exemplo. Observe a tirinha:</p><p>O processo de comunicação 29</p><p>Figura 3 - Exemplo de função fática</p><p>Fonte: Adaptado de Português (2022)</p><p>Esse tipo de comunicação é bastante comum no cotidiano de uma empresa.</p><p>Seja uma “conversa de elevador” ou naquele momento de espera antes de uma</p><p>reunião começar, ou ainda, quando se quer evitar o silêncio total, o fato é que a</p><p>função fática está presente em muitos momentos de interação.</p><p>Também é possível identificar uma função da linguagem em um aviso recebi-</p><p>do na rede social da empresa. Observe esse exemplo em que a função referen-</p><p>cial foi utilizada:</p><p>Figura 4 - Exemplo de função referencial</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Com esse exemplo, também pode-se perceber que conhecer as funções da</p><p>linguagem contribui muito para o desenvolvimento da capacidade de interpreta-</p><p>ção de textos. Ao contrário do que muitos pensam, interpretar textos não é uma</p><p>atividade que fazemos somente enquanto estudantes. No cotidiano do trabalho</p><p>também é preciso utilizar essa capacidade com desenvoltura.</p><p>O processo de comunicação30</p><p>A interpretação de texto é um passo além da simples leitura. Trata-</p><p>se da capacidade de entender o significado das palavras dentro de</p><p>um contexto e de atribuir sentido para elas. Se o profissional tem</p><p>dificuldade em interpretar textos, isso pode acarretar dificuldades em</p><p>compreender, por exemplo, um e-mail ou um documento em que o</p><p>cliente especifica os requisitos do produto de que necessita. Uma leitura</p><p>equivocada pode gerar atrasos no projeto e desgaste para a equipe.</p><p>Atenção</p><p>Mão na massa</p><p>Que tal colocar em prática um pouco do que você</p><p>aprendeu até aqui? Busque identificar a função fática</p><p>da linguagem em alguma situação real que você já</p><p>vivenciou no trabalho ou em outras situações.</p><p>NÍVEIS DE LINGUAGEM: FORMAL E NÃO FORMAL</p><p>Com o advento das tecnologias digitais, a comunicação humana se diversifi-</p><p>cou e ampliou o entendimento das pessoas sobre velocidade e alcance da co-</p><p>municação. No ambiente de trabalho não foi diferente. A possibilidade de trocar</p><p>mensagens de forma rápida com pessoas de qualquer lugar do mundo é fasci-</p><p>nante. Mas também pode trazer alguns problemas de comunicação.</p><p>O processo de comunicação 31</p><p>Atualmente, a adoção de aplicativos para troca de mensagens e reuniões on-</p><p>line são vistos como indispensáveis pelas empresas. E de fato essas ferramentas</p><p>podem colaborar e muito para a comunicação interna e externa das empresas.</p><p>Porém, a facilidade também acaba trazendo a ideia de informalidade.</p><p>A linguagem não formal é também chamada de informal e a linguagem</p><p>formal é chamada de linguagem culta ou padrão. Todas as formas de uso</p><p>são consideradas corretas.</p><p>No passado recente, o correio eletrônico tornou-se um importante</p><p>canal de</p><p>comunicação, mas pelo fato de já ter nascido com foco na comunicação empresa-</p><p>rial, a escrita de um e-mail sempre solicitou a manutenção da formalidade no uso</p><p>da linguagem aplicada. Já no caso do surgimento do WhatsApp, por exemplo, seu</p><p>uso não foi direcionado a situações específicas, o que tornou o aplicativo bastante</p><p>popular sem que houvesse o estabelecimento de regras para esse uso e a informa-</p><p>lidade acabou ocupando esse espaço. Por isso, torna-se cada vez mais importante</p><p>que o bom profissional reconheça em que circunstâncias a linguagem informal</p><p>pode ser usada e quando existe a necessidade da utilização da linguagem formal.</p><p>O processo de comunicação32</p><p>Através da convivência com o outro e da identificação das</p><p>características do contexto, foi estabelecido uma diferenciação no uso</p><p>da linguagem oral e da linguagem escrita. A oralidade está vinculada à</p><p>naturalidade e a escrita está ligada à necessidade de permanência da</p><p>mensagem no tempo e no espaço. Em outras palavras, aquilo que é dito</p><p>se perde ou se modifica com facilidade, já o escrito permanece.</p><p>Atenção</p><p>Por isso, é comum a utilização da linguagem informal quando conversamos</p><p>com uma pessoa, mesmo no ambiente de trabalho. Porém, ao escrever um</p><p>e-mail ou um relatório utiliza-se obrigatoriamente a linguagem formal. Isso não</p><p>significa que a oralidade seja sempre feita de maneira informal e que a escrita</p><p>seja sempre formal. Ao escrever um bilhete para alguém próximo, por exemplo,</p><p>podemos usar a linguagem informal. E quando nos comunicamos de forma oral</p><p>em um contexto que exige a linguagem formal, como uma entrevista de empre-</p><p>go, por exemplo, precisamos respeitar essa necessidade.</p><p>O processo de comunicação 33</p><p>Uma das principais características da linguagem não formal é que ela admite</p><p>gírias, abreviações e até mesmo erros de concordância verbal, pois o mais impor-</p><p>tante é que a mensagem seja transmitida. Seu uso está presente em conversas</p><p>com amigos, familiares, pessoas mais próximas e em situações de lazer e des-</p><p>canso. Por outro lado, a linguagem formal ou culta é caracterizada pelo respeito</p><p>às regras de gramática e concordância verbal e nominal, é planejada e revisada.</p><p>É comum acontecerem situações, inclusive no ambiente</p><p>de trabalho, em que surge a dúvida sobre como usar a</p><p>linguagem e se é mais adequado utilizar a linguagem</p><p>formal ou a informal. A dica nessa situação é atentar para</p><p>uma das principais diferenças no uso da linguagem formal e da</p><p>linguagem informal, que é o nível de proximidade entre emissor e receptor.</p><p>Se as pessoas com quem você estiver se comunicando forem próximas, você</p><p>até pode usar a linguagem informal, dependendo do contexto. Porém, se as</p><p>pessoas não forem próximas, se você não tiver intimidade, a melhor opção é</p><p>a linguagem formal.</p><p>Dica</p><p>É importante notar que os dois níveis da linguagem, o formal e o informal,</p><p>promovem a comunicação, mas não dão garantia de compreensão por parte do</p><p>receptor em ambos os casos de uso. Uma mensagem informal pode ser mal in-</p><p>terpretada, assim como um texto formal. Por isso, não podemos considerar que</p><p>uma forma é mais importante que a outra. Em determinado contexto e tempo</p><p>uma pode ser mais adequada, mas não mais importante. A comunicação é um</p><p>processo complexo e é preciso tomar cuidado para não transformar o uso da</p><p>linguagem em fonte de preconceito e exclusão.</p><p>Comunicação Oral e Escrita34</p><p>Figura 5 - Exemplo de processo comunicativo concluído</p><p>Fonte: Adaptado de Tiras Armandinho (2022)</p><p>Ao ler e interpretar essa tirinha, perceba que o emissor (personagem da meni-</p><p>na) utilizou a linguagem não formal na escrita de uma carta, provavelmente por</p><p>ser uma criança e ainda não dominar as regras da Língua Portuguesa. Porém, a</p><p>sua mensagem foi recebida pelo receptor (pai) que a compreendeu e retornou</p><p>com uma nova mensagem. O processo comunicativo foi concluído de forma efi-</p><p>ciente, mesmo com o uso da linguagem não formal.</p><p>VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS</p><p>A linguagem formal visa padronizar o uso da linguagem para promover o</p><p>maior entendimento da mensagem que se quer transmitir. Porém, a língua é um</p><p>elemento da cultura que é vivo, dinâmico, fluido e por isso é passível de mudan-</p><p>ças e variações. Portanto, variações linguísticas são as diferentes formas de falar</p><p>o idioma. Trata-se de um movimento natural e comum do uso da língua.</p><p>As variações linguísticas podem ser separadas em quatros grupos:</p><p>TIPO CARACTERÍSTICA EXEMPLO</p><p>Variação geográfica</p><p>(ou diatópica).</p><p>Ocorre porque diferentes</p><p>regiões do país têm diferentes</p><p>hábitos, culturas, tradições.</p><p>Aipim, mandioca, macaxeira; sacolé,</p><p>dindim, geladinho.</p><p>Variação histórica</p><p>(diacrônica).</p><p>Variação que ocorre de acordo</p><p>com as diferentes épocas vivi-</p><p>das pelos falantes.</p><p>Termo “você” - No português ar-</p><p>caico, a forma usual desse pronome</p><p>de tratamento era “vossa mercê”,</p><p>que, devido a variações inicialmente</p><p>sociais, passou a ser mais usada fre-</p><p>quentemente como “vosmecê”.</p><p>O processo de comunicação34</p><p>Comunicação Oral e Escrita 35</p><p>TIPO CARACTERÍSTICA EXEMPLO</p><p>Variação social (dias-</p><p>trática).</p><p>Ocorrem de acordo com os</p><p>hábitos e cultura de diferentes</p><p>grupos sociais.</p><p>Para gerarem sentimento de</p><p>pertencimento e de identidade,</p><p>os grupos desenvolvem uma</p><p>linguagem própria.</p><p>Gírias, termos técnicos.</p><p>Variação estilística</p><p>(diafásicas).</p><p>Ocorre em situações em que a</p><p>pessoa altera sua maneira de</p><p>falar dependendo do ambiente</p><p>em que está se comunicando</p><p>(formal ou informal).</p><p>Modo de falar com uma criança e</p><p>com um adulto, modo de falar com</p><p>um amigo e em uma entrevista de</p><p>emprego.</p><p>Quadro 1 - Variações linguísticas</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Observe a imagem que segue e perceba a grande variação que acontece em</p><p>diferentes regiões do país para nomear os mesmos itens.</p><p>Figura 6 - Variações linguísticas em regiões do Brasil</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>O processo de comunicação 35</p><p>O processo de comunicação36</p><p>Muitas vezes as variações demonstradas pelos sotaques, gírias, termos antigos</p><p>são vistos com bom humor e leveza. Porém, as variações linguísticas também re-</p><p>velam as diferenças sociais existentes em nosso país, pois uma grande parcela da</p><p>população ainda não tem acesso à educação de qualidade e a bens culturais que</p><p>contribuam para o conhecimento mais amplo da Língua Portuguesa.</p><p>Nesse sentido, a linguagem formal ou culta tornou-se uma forma de sepa-</p><p>rar aqueles que a dominam e conseguem prestígio social e aqueles que não a</p><p>dominam e são excluídos, ou seja, o uso da língua se tornou um elemento de</p><p>discriminação. Isso é chamado de preconceito linguístico, que é o ato de discri-</p><p>minar alguém pelo uso que essa pessoa faz da língua, ou seja, pela forma como</p><p>a pessoa se comunica oralmente (pronúncia) ou por escrito (gramática). Quanto</p><p>mais distante da norma culta, maior será o julgamento sofrido.</p><p>O processo de comunicação 37</p><p>Você sabia que o conceito de preconceito linguístico</p><p>começou a ser debatido depois que o livro Preconceito</p><p>Linguístico: o que é e como fazer, do pesquisador e</p><p>escritor Marcos Bagno, foi lançado em 1999? Na obra, o</p><p>escritor fala sobre como é comum que seja disseminado o</p><p>preconceito linguístico em relação a regionalismos, sotaques e diferenças</p><p>socioculturais.</p><p>Curiosidade</p><p>Ao estudar e entender que a comunicação é um processo dinâmico e passível</p><p>de mudanças, fica mais fácil compreender que não há erro, o que existe é um</p><p>uso considerado mais adequado ao meio, ao contexto em que emissor e recep-</p><p>tor estão inseridos. Isso é o que chamamos de adequação linguística, ou seja, a</p><p>adaptação da linguagem a cada situação em que precisamos utilizá-la.</p><p>No ambiente de trabalho, torna-se fundamental respeitar o uso da linguagem,</p><p>assim como sotaques e regionalismos, visto que o Brasil é um país com uma</p><p>grande diversidade cultural e isso se manifesta através da linguagem.</p><p>É essencial frisar que a língua não é uniforme, por isso é importante aprender</p><p>e conhecer as regras de uso da nossa língua para nos adequarmos ao ambiente</p><p>em que vivemos, mas devemos estar atentos e refletir</p><p>sempre para evitar tornar</p><p>a linguagem um instrumento de preconceito.</p><p>Você já se sentiu vítima de preconceito linguístico em</p><p>alguma situação? E o contrário já aconteceu? Em algum</p><p>momento você já teve alguma atitude ou pensamento</p><p>preconceituoso relacionado ao modo como alguém</p><p>falou?</p><p>Reflita</p><p>O processo de comunicação38</p><p>USO DE ESTRANGEIRISMOS</p><p>Quem vive no Brasil fala português, certo? Bem, mais ou menos. A língua oficial</p><p>do Brasil é a Língua Portuguesa, mas como já vimos, a língua sofre variações e</p><p>alterações ao longo do tempo e uma dessas alterações é o uso de palavras prove-</p><p>nientes de outra língua. Isso acontece com o espanhol, o francês, o italiano, entre</p><p>outras línguas. Mas nos últimos anos, a influência é maior da língua inglesa. Pala-</p><p>vras como playlist, diet, design, delivery, fitness, jeans, shopping center, spray, hot</p><p>dog, show, notebook e marketing são exemplos de estrangeirismo.</p><p>O estrangeirismo é o processo linguístico, entendido por alguns especialistas</p><p>como vício de linguagem, que resulta no emprego de uma palavra, expressão</p><p>ou construção frasal de outro idioma a uma língua nativa. Esse fenômeno sofreu</p><p>a influência da globalização e do maior uso das tecnologias digitais em nossas</p><p>vidas nas últimas décadas.</p><p>O processo de comunicação 39</p><p>Por isso, na área da tecnologia é muito comum o uso de</p><p>estrangeirismos. Como muitas novidades do setor de tecnologia</p><p>são desenvolvidos em países de língua inglesa, alguns termos são</p><p>aceitáveis, já que nem sempre vai existir uma tradução direta ou simples</p><p>para o português. Em alguns casos o uso de algumas palavras já está tão</p><p>fixado na comunicação cotidiana que ninguém mais questiona. É o caso</p><p>de palavras como: login, delete, download, e-mail, enter, game, bug,</p><p>keyword, off, link, online, entre outros.</p><p>O problema é quando a inclusão de palavras em outro idioma se torna exces-</p><p>sivo e o emissor não se preocupa se os receptores estão entendendo a mensa-</p><p>gem transmitida. Quando o uso da língua é feito de forma leviana, isso pode criar</p><p>uma barreira na comunicação e gerar constrangimento para quem não sabe falar</p><p>o idioma. Observe o exemplo:</p><p>Figura 8 - Exemplo de barreiras de comunicação</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>O processo de comunicação40</p><p>Nesse diálogo temos uma frase cur-</p><p>ta com quatro palavras em inglês. Você</p><p>consegue perceber que neste caso</p><p>o uso de palavras em outro idioma é</p><p>demasiado e a comunicação se torna</p><p>cansativa? Além disso, uma pesquisa</p><p>realizada pela British Council concluiu</p><p>que apenas 5% dos brasileiros falam</p><p>inglês e somente 1% da população</p><p>possui fluência na língua. Isso demons-</p><p>tra que saber falar inglês com fluência</p><p>está longe de ser a realidade da maio-</p><p>ria dos brasileiros.</p><p>Mas então, por que algumas pesso-</p><p>as insistem em usar muitas palavras</p><p>em inglês na sua comunicação diária?</p><p>Bem, uma indicação de resposta é que</p><p>justamente por saber que muitas pes-</p><p>soas não dominam a língua inglesa, a</p><p>pessoa usa isso para se promover, para</p><p>demonstrar que sabe mais do que os</p><p>outros, o que é uma atitude extrema-</p><p>mente inadequada. Lembre-se que</p><p>a língua não deve ser utilizada como</p><p>forma de demonstrar status social e</p><p>como um elemento de exclusão. Uma</p><p>outra resposta poderia ser o fato da</p><p>convivência com um grupo em que isso</p><p>é comum. Por exemplo, uma pessoa</p><p>começa a trabalhar em uma empresa</p><p>da área da tecnologia e passa a convi-</p><p>ver com pessoas que têm o habito de</p><p>incluir em demasia palavras em inglês</p><p>nas conversas. Na busca por reconhe-</p><p>cimento e inclusão a pessoa repete a</p><p>ação sem questionar.</p><p>O fato é que a Língua Inglesa do-</p><p>minou o cenário corporativo e os pro-</p><p>fissionais devem se adaptar. Porém, é</p><p>preciso ter sempre uma boa dose de</p><p>bom senso para não exagerar. Nesse</p><p>caso, a palavra de ordem é necessida-</p><p>de. Sempre se pergunte se existe ne-</p><p>cessidade real de usar uma palavra ou</p><p>expressão em outro idioma ou se exis-</p><p>te uma palavra na Língua Portuguesa</p><p>que pode ser utilizada no contexto da</p><p>mensagem. Se existir palavra na nossa</p><p>língua, dê preferência a ela e evite o</p><p>estrangeirismo.</p><p>O processo de comunicação 41O processo de comunicação 41</p><p>Mão na massa</p><p>Na letra da música “Samba do Approach”, o compositor</p><p>Zeca Baleiro ironiza a mania brasileira de gostar de</p><p>palavras e modismos estrangeiros. Você já participou de</p><p>conversas em que alguém fala dessa forma, utilizando</p><p>termos em inglês sem necessidade? Você tem esse hábito?</p><p>Tente perceber em seu dia a dia esse tipo de utilização dos termos em inglês.</p><p>Samba do Approach</p><p>Venha provar meu brunch</p><p>Saiba que eu tenho approach</p><p>Na hora do lunch</p><p>Eu ando de ferryboat...(2x)</p><p>Eu tenho savoir-faire</p><p>Meu temperamento é light</p><p>Minha casa é hi-tech</p><p>Toda hora rola um insight</p><p>Já fui fã do Jethro Tull</p><p>Hoje me amarro no Slash</p><p>Minha vida agora é cool</p><p>Meu passado é que foi trash...</p><p>Venha provar meu brunch</p><p>Saiba que eu tenho approach</p><p>Na hora do lunch</p><p>Eu ando de ferryboat...(2x)</p><p>Fica ligado no link</p><p>Que eu vou confessar my love</p><p>Depois do décimo drink</p><p>Só um bom e velho engov</p><p>Eu tirei o meu green card</p><p>E fui prá Miami Beach</p><p>Posso não ser pop-star</p><p>Mas já sou um noveau-riche...</p><p>Venha provar meu brunch</p><p>Saiba que eu tenho approach</p><p>Na hora do lunch</p><p>Eu ando de ferryboat...(2x)</p><p>Eu tenho sex-appeal</p><p>Saca só meu background</p><p>Veloz como Damon Hill</p><p>Tenaz como Fittipaldi</p><p>Não dispenso um happy end</p><p>Quero jogar no dream team</p><p>De dia um macho man</p><p>E de noite, drag queen...</p><p>Venha provar meu brunch</p><p>Saiba que eu tenho approach</p><p>Na hora do lunch</p><p>Eu ando de ferryboat...(7x)</p><p>(Zeca Baleiro. Perfil, CD 3105-2,</p><p>Som Livre, 2003.)</p><p>O processo de comunicação42</p><p>OS TIPOS DE LINGUAGEM</p><p>Podemos considerar que existem tipos de linguagem: linguagem verbal, lin-</p><p>guagem não verbal e linguagem mista.</p><p>• A linguagem verbal é expressa pelo “verbo” na forma de palavras</p><p>escritas e palavras faladas.</p><p>• A linguagem não verbal é expressa por gestos, sons, sinais, imagens,</p><p>desenhos, cores, expressão facial e corporal, símbolos, etc.</p><p>• Já a linguagem mista é composta pela linguagem verbal e pela não</p><p>verbal, como: cinema, teatro, quadrinhos, etc.</p><p>No contexto empresarial, as duas formas de linguagem circulam e o domínio</p><p>da comunicação eficiente é considerada atualmente como uma característi-</p><p>ca-chave dos bons profissionais. A linguagem verbal é utilizada durante uma</p><p>reunião ou na troca de mensagens por e-mail ou WhatsApp, por exemplo. Já a</p><p>linguagem não verbal é manifestada pelo uso de gestos como um aceno com as</p><p>mãos, pela postura que se mantém ao sentar-se e pela expressão facial que é</p><p>demonstrada ao receber uma nova tarefa.</p><p>O processo de comunicação 43</p><p>Como profissional, você deve buscar um entendimento claro tanto da</p><p>linguagem verbal como da não verbal, pois isso irá refletir no modo</p><p>como você se relaciona com seus colegas e com os clientes e pode ser</p><p>decisivo no momento de evitar ou solucionar conflitos.</p><p>Atenção</p><p>Pense em uma entrevista de emprego, por exemplo. Um momento normal-</p><p>mente tenso em que você pode se sentir desconfortável por estar sendo avalia-</p><p>do, porém deve tomar cuidado para não manifestar isso através da linguagem</p><p>não verbal, como esfregar as mãos constantemente, mexer muito no cabelo ou</p><p>na roupa. Ficar de braços cruzados pode passar uma mensagem de que você não</p><p>está prestando atenção ou é uma pessoa fechada. Por outro lado, sorrir com</p><p>naturalidade pode transmitir que você é uma pessoa aberta e que está se sentin-</p><p>do seguro mesmo diante de uma situação desafiadora, o que pode ser entendido</p><p>como uma característica positiva pelo entrevistador.</p><p>Comunicação Oral e Escrita44</p><p>Depois de conquistar a desejada</p><p>vaga, imagine que você precisa ter</p><p>uma reunião com um cliente. Neste</p><p>momento, é prudente se vestir de uma</p><p>maneira adequada para a situação,</p><p>evitar apertos de mão muito fortes</p><p>que podem ser desconfortáveis, evitar</p><p>forçar intimidade com perguntas pes-</p><p>soais podem provocar constrangimen-</p><p>to, buscar manter contato visual pode</p><p>transmitir confiança e segurança.</p><p>No ambiente de trabalho, um ele-</p><p>mento importante no uso da lingua-</p><p>gem verbal no ambiente de trabalho</p><p>é o tom da voz. Certamente, você já</p><p>vivenciou alguma situação em que o</p><p>tom de voz utilizado pela pessoa não</p><p>foi compatível com o conteúdo da sua</p><p>fala ou com o contexto. Por exemplo:</p><p>Imagine um líder de equipe que diz de</p><p>forma tranquila que está tudo certo</p><p>com o projeto, mas o tom utilizado não</p><p>passa muita credibilidade consideran-</p><p>do que o prazo de entrega já venceu.</p><p>Isso traria insegurança para o ambien-</p><p>te de trabalho.</p><p>Também é preciso saber manter o</p><p>controle da voz para não transmitir uma</p><p>mensagem de arrogância ao distribuir</p><p>tarefas ou de apontar um erro de uma</p><p>colega.</p><p>Outro aspecto importante é encon-</p><p>trar o tom adequado em uma reunião</p><p>quando você precisa apresentar um</p><p>novo projeto ou defender um trabalho</p><p>que já foi desenvolvido, por exemplo.</p><p>No caso de ter sua mesa de trabalho</p><p>muito próxima da de outro colega, pro-</p><p>cure adaptar a altura da voz ao conver-</p><p>sar para não atrapalhar a concentra-</p><p>ção dos demais. Se um colega estiver</p><p>falando com um cliente ao telefone,</p><p>por exemplo, é aconselhável que você</p><p>se afaste para tratar verbalmente de</p><p>assuntos que por descuido podem ser</p><p>ouvidos do outro lado da linha.</p><p>Nesse contexto, torna-se fundamental também revisar</p><p>mensagens escritas antes do envio para evitar erros, mas</p><p>é preciso também entender e tratar com respeito quando</p><p>você recebe uma mensagem escrita de maneira considerada</p><p>errada, pois pode acontecer com qualquer profissional, por</p><p>vários motivos, entre eles o cansaço e a demanda exaustiva de trabalho. Em</p><p>caso de dúvida sobre o significado de uma mensagem, peça esclarecimentos</p><p>e contorne a situação com cortesia e polidez.</p><p>Dica</p><p>Comunicação Oral e Escrita44 O processo de comunicação44</p><p>Comunicação Oral e Escrita 45</p><p>TIPOS DE TEXTOS</p><p>A palavra texto tem sua origem no latim “textum” e significa “tecido”, ou</p><p>seja, uma trama de fios que formam um todo. De modo mais específico, pode-</p><p>mos considerar que texto é uma produção constituída por um código que possui</p><p>sentido e tem como objetivo a comunicação em um tempo e espaço. Para a</p><p>professora Maria Lúcia Elias Valle:</p><p>Um texto tem que ter uma estrutura tal que, ao longo</p><p>do seu percurso, a relação entre seus elementos seja</p><p>mantida. Um texto correto, preciso, resulta de ideias</p><p>adequadamente organizadas, às quais se somam a</p><p>capacidade de aproveitar os recursos expressivos da</p><p>língua e a interpretação analítica da realidade (VALLE,</p><p>2013, p. 74).</p><p>““</p><p>Comunicação Oral e Escrita 45O processo de comunicação 45</p><p>Comunicação Oral e Escrita46</p><p>Quando pensamos em texto, é comum associarmos à escrita. Porém, um texto</p><p>pode utilizar outras formas de linguagem e ser:</p><p>• Verbal: aquele que usa palavras escritas ou faladas. Exemplos: um artigo cien-</p><p>tífico, artigo de opinião, Código de Trânsito Brasileiro, etc.</p><p>• Não verbal: aquele que usa sons, cores, imagens. Exemplos: gestos, fotogra-</p><p>fia, pintura, dança, placas de trânsito, etc.</p><p>• Misto: aquele que usa palavras, sons, cores, imagens. Exemplo: textos publi-</p><p>citários, filmes, séries, quadrinhos, placas, etc.</p><p>Observe os exemplos:</p><p>Figura 7 - Exemplos te texto verbal, não verbal e misto</p><p>Fonte: da Autora (2022)</p><p>Entre os textos verbais, iremos enfatizar as características do texto científico e</p><p>do texto literário. Observe o quadro abaixo:</p><p>TEXTO LITERÁRIO TEXTO CIENTÍFICO</p><p>Textos narrativos, poesias, novelas, histórias e</p><p>dramas.</p><p>Artigos, teses, dissertações, projeto de pesquisa.</p><p>Linguagem é artística. A linguagem é formal</p><p>Linguagem subjetiva e conotativa. Linguagem objetiva e denotativa.</p><p>Comunicação Oral e Escrita46 Comunicação Oral e Escrita46 O processo de comunicação46</p><p>Comunicação Oral e Escrita 47</p><p>TEXTO LITERÁRIO TEXTO CIENTÍFICO</p><p>Tem o objetivo de provocar a emoção. Tem o objetivo de explicar, informar.</p><p>Tem função estética. Tem função utilitária.</p><p>O público-alvo é amplo e diversificado. O público-alvo é específico.</p><p>A leitura de um texto literário inclui a busca</p><p>de metáforas e simbolismos.</p><p>Analisar um texto não literário requer confirma-</p><p>ção dos fatos, conhecimento, desenvolvimento</p><p>de habilidades e realização de tarefas.</p><p>É fundamental entender que o texto literário possui normas internas, mas</p><p>admite mais liberdade. Já o texto científico contempla regras mais rígidas que</p><p>devem ser respeitadas pelos autores. Essas regras são estipuladas pelas revistas,</p><p>pelas universidades, pelos comitês de organização de eventos e pela Associação</p><p>Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e ajudam na padronização da comunica-</p><p>ção científica e contribuem para a compreensão do leitor.</p><p>Aqui, você teve a oportunidade de aprender sobre o processo comunicativo,</p><p>seus elementos e características. Além disso, estudou sobre linguagem, discurso,</p><p>variação linguística, tipos de textos e ferramentas que auxiliam no entendimento</p><p>e compreensão de uma mensagem.</p><p>Estudar sobre comunicação traz inúmeros benefícios para a vida pessoal e profis-</p><p>sional. Tenha certeza que você está no caminho certo para uma formação sólida.</p><p>Comunicação Oral e Escrita 47Comunicação Oral e Escrita 47O processo de comunicação 47</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BAGNO, M. Linguagem. In: FRADE, I. C. A. S.; VAL, M. da G. C.; BREGUNCI, M. das G.</p><p>de C. Glossário Ceale de termos de Alfabetização, leitura e escrita para educa-</p><p>dores. Belo Horizonte, CEALE/Faculdade de Educação da UFMG. 2014. Disponível</p><p>em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/lingua-</p><p>gem. Acesso em: 10 maio 2022.</p><p>BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (org.). Dicionário de política. Tradu-</p><p>ção de Carmen C. Varriale et al. 12 ed. Brasília: Editora Universidade Brasília, 2004.</p><p>Título original: Dizzionario di politica. Vol.1 e Vol.2.</p><p>GUIMARÃES, T. de C.. Comunicação e Linguagem. – São Paulo: Pearson, 2012.</p><p>MARTINS, T. Estrangeirismo é comum no vocabulário corporativo. Isso é bom</p><p>ou ruim? Correio Brasiliense, Brasília, 24 jun. 2018. Trabalho e formação. Dis-</p><p>ponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/</p><p>trabalho-e-formacao/2018/06/24/interna-trabalhoeformacao-2019,690611/es-</p><p>trangeirismo-e-comum-no-vocabulario-corporativo-isso-e-bom-ou-ruim.shtml.</p><p>Acesso em 17 jun. 2022.</p><p>RABAÇA, C. A.; BARBOSA, G. Dicionário de Comunicação. São Paulo, 1997.</p><p>SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. Org. Charles Bally, Albert Sechehaye.</p><p>Col. Albert Riedlinger. Trad. Antônio Chelini, João Paulo Paes, Izidoro Blikstein.</p><p>São Paulo: Editora Cultrix, 2006.</p><p>VALLE, M. L. E. Não erre mais: língua portuguesa nas empresas. Curitiba: Inter-</p><p>Saberes, 2013.</p><p>49</p><p>Videoflix</p><p>Ao conferir os vídeos desta galeria, você terá a oportunida-</p><p>de de entender melhor as características do processo comunica-</p><p>tivo. Esse processo é formado por partes que englobam importantes</p><p>“ferramentas”. Uma dessas ferramentas utilizada na comunicação é a</p><p>linguagem. A linguagem pode ser verbal, não verbal ou mista.</p><p>Por vezes quando tentamos nos comunicar nem sempre conseguimos atingir o</p><p>objetivo esperado. Isso acontece porque muitas vezes a pessoa que está do outro</p><p>lado (receptor) não compreende bem a mensagem. Aquilo que queremos comuni-</p><p>car é atravessado pelo que chamamos de “barreiras de comunicação”.</p><p>Essas barreiras ou ruídos que atrapalham a comunicação podem trazer conse-</p><p>quências negativas e prejuízos para os profissionais e para as empresas. Por isso é</p><p>tão importante conhecê-las e evitá-las, então aproveite ao máximo e explore os</p><p>vídeos disponíveis a seguir.</p><p>https://player.vimeo.com/</p><p>video/737884058?h=ae98db762d</p><p>Linguagem verbal e não verbal</p><p>https://player.vimeo.com/</p><p>video/737885365?h=342d86f534</p><p>Barreiras no processo de comunicação</p><p>51</p><p>A vida profissional exige versatilidade e você deve estar preparado para usar a</p><p>comunicação ao seu favor em qualquer contexto. Aqui você encontra mais infor-</p><p>mações para saber como se expressar em diferentes situações. O primeiro podcast</p><p>é sobre pitch, que é uma ferramenta de apresentações pessoais ou de negócios,</p><p>saber fazer um pitch irá contribuir para o desenvolvimento da sua capacidade de</p><p>argumentação, síntese de informações, raciocínio lógico</p><p>e claro e oratória.</p><p>Infocast</p><p>O segundo podcast é sobre memorial descritivo. O memorial é um documento em</p><p>que você conta a história da sua carreira profissional e mostra as suas motivações.</p><p>52</p><p>Já o terceiro podcast é sobre técnicas de oratória que ajudam muito a enfrentar</p><p>esse momento em que todos os olhos e ouvidos estão voltados para você.</p><p>O último podcast é sobre comunicação não violenta, que é um modelo de co-</p><p>municação baseada em habilidades que têm como foco manter as nossas caracte-</p><p>rísticas humanas mesmo em momentos de adversidade. Saber usar a comunicação</p><p>a seu favor para resolver situações de conflito, é uma habilidade indispensável</p><p>para o bom profissional. Prepare-se para aprender mais! Não deixe de ler!</p><p>53Comunicação Oral e Escrita</p><p>53</p><p>Pitch para entrevista</p><p>Olá! Aqui você vai conferir algumas dicas de como fazer um pitch para entre-</p><p>vista de emprego.</p><p>O termo “pitch” se tornou bem conhecido no mundo dos negócios. Trata-se</p><p>de uma apresentação direta e objetiva, em geral com até três minutos, em que</p><p>uma pessoa apresenta o seu negócio ou produto com objetivo de despertar o</p><p>interesse da outra parte (investidor ou cliente).</p><p>Com o passar do tempo, o pitch passou a ser solicitado também em processos</p><p>seletivos. Neste caso, o candidato se apresenta e tenta “vender” a ideia de que é</p><p>a melhor escolha para a empresa. Pense no pitch pessoal como a resposta para</p><p>as perguntas “por que deveríamos contratá-lo?”, ou “por que deveríamos inves-</p><p>tir em você?”. Para ajudá-lo a entender melhor como produzir um pitch pessoal</p><p>para um processo seletivo, vamos apresentar algumas dicas.</p><p>O pitch geralmente é utilizado como parte do processo seletivo.</p><p>Ele tem a função de complementar o currículo e ser um critério</p><p>de seleção para a parte da entrevista. Se você conseguir</p><p>ser atraente no pitch você é chamado para a entrevista, caso</p><p>contrário é eliminado do processo. Então, é o momento de “vender</p><p>seu peixe” e mostrar que você é interessante para a empresa.</p><p>Dica 1 – Pense no objetivo do pitch</p><p>Comunicação Oral e Escrita54</p><p>54</p><p>Você não precisa e nem deve colocar toda a sua vida em</p><p>um vídeo de três minutos. Seja objetivo, fale com clareza e</p><p>destaque pontos mais relevantes da sua trajetória profissional.</p><p>Se você trouxer muitos elementos para o vídeo ele ficará</p><p>cansativo e você corre o risco de ser eliminado.</p><p>Dica 2 - Objetividade e clareza</p><p>A preparação de um roteiro é essencial para um pitch de</p><p>qualidade. Você deve escrever aproximadamente uma página</p><p>de texto que norteará a sua fala. Mas é importante que</p><p>você não fique lendo o roteiro durante o vídeo. Demonstre</p><p>naturalidade ao falar sobre você e sua trajetória. E prepare-se para</p><p>gravar vários vídeos, pois dificilmente o primeiro ficará bom.</p><p>Dica 3 - Prepare um roteiro</p><p>Produzir um vídeo tem seus truques e eles podem ser utilizados</p><p>a seu favor.</p><p>Dica 4 - Qualidade técnica e estética</p><p>• Respeite o tempo máximo estipulado pelas regras do processo seletivo.</p><p>• Se for usar o celular, grave o vídeo na horizontal e deixe-o em um lugar fixo.</p><p>• Grave em um lugar silencioso e com boa iluminação. Certifique-se que não</p><p>haverá distrações, você precisa ser o centro das atenções.</p><p>• Procure usar uma roupa que você usaria em uma entrevista presencial.</p><p>• Apresente uma postura apropriada para uma entrevista de emprego. Pro-</p><p>cure gravar sentado em uma cadeira ou em pé.</p><p>55</p><p>É importante passar a ideia de simpatia e boa comunicação.</p><p>Procure iniciar com um cumprimento e finalize com uma</p><p>frase de encerramento, por exemplo: “Agradeço a atenção</p><p>e seu tempo e estou à disposição da empresa para o que for</p><p>necessário”. Um sorriso abre portas, por isso, sorria e mostre que</p><p>você está aberto ao desafio de iniciar em um novo emprego.</p><p>Dica 5 - Fatores comportamentais</p><p>Mentir em um processo seletivo nunca é uma boa ideia. Seja</p><p>honesto em relação a suas experiências profissionais. Se você</p><p>estiver buscando seu primeiro emprego, deixe isso claro e</p><p>mostre que você tem muita energia e disposição para aprender</p><p>e só precisa de uma oportunidade. Busque ressaltar características</p><p>pessoais como: boa comunicação, gentileza, pontualidade, organização, etc. Mostre</p><p>para a empresa que existem vantagens em contratar alguém que não carrega os</p><p>“vícios” das empresas anteriores e que você está pronto para o desafio.</p><p>Dica 6 - Seja verdadeiro</p><p>Agora que você já sabe como produzir um pitch, “mãos à obra”! Faça o seu e</p><p>esteja preparado para os desafios de um processo seletivo.</p><p>Até a próxima!</p><p>Comunicação Oral e Escrita56</p><p>56</p><p>Memorial descritivo</p><p>Olá! Tudo certo? Você sabe como fazer um memorial para processo seletivo?</p><p>Aqui vamos falar um pouco sobre como criar um memorial e ter uma primeira</p><p>impressão positiva com os avaliadores do processo seletivo.</p><p>Ao participar de um processo seletivo, você pode ter que apresentar além de</p><p>um currículo, um memorial, que é um documento em que você conta a história</p><p>da sua carreira profissional. O currículo tradicional apresenta informações sobre</p><p>sua trajetória profissional em formato de lista. No memorial você deve escrever</p><p>um texto articulando sua trajetória profissional com informações, justificativas e</p><p>reflexões sobre suas escolhas.</p><p>Para ajudá-lo na tarefa de escrever um bom memorial vamos dar algumas</p><p>dicas preciosas. Preste atenção:</p><p>Estude sobre a empresa, os produtos e serviços que ela</p><p>oferece, quem são os clientes, etc. Tente também entender</p><p>as especificidades da vaga e o perfil profissional esperado</p><p>pela empresa. Isso servirá como guia para a sua participação no</p><p>processo seletivo.</p><p>Dica 1 - Analise o perfil da vaga</p><p>Leia com atenção todas as informações sobre o processo</p><p>seletivo. Verifique se existe alguma regra para o memorial,</p><p>como um limite de número de páginas.</p><p>Dica 2 - Analise as especificidades do</p><p>processo seletivo</p><p>57Comunicação Oral e Escrita</p><p>57</p><p>No seu currículo você deve ter listado inúmeras experiências.</p><p>No memorial, foque nas experiências mais interessantes sob o</p><p>ponto de vista da vaga que você está almejando. Não entre em</p><p>detalhes irrelevantes (como sua escola do fundamental ou do</p><p>ensino médio, por exemplo). O memorial é um relato reflexivo, mas</p><p>focado na sua trajetória profissional.</p><p>Dica 3 - Seleção das experiências</p><p>Após selecionar as experiências que irá trabalhar, é hora de definir</p><p>a ordem que as experiências irão surgir em seu documento. O</p><p>mais intuitivo é que o seu memorial siga uma linha cronológica,</p><p>mas pode ser que você prefira iniciar pelo cargo que ocupa</p><p>atualmente. O importante é que a escrita seja organizada.</p><p>Dica 4 - Sequenciamento</p><p>Faça várias revisões cuidadosas do seu texto. Tudo no seu</p><p>memorial pode ser excelente e ainda assim ir por água abaixo</p><p>com erros gramaticais simples.</p><p>Dica 5 - Revisão do texto</p><p>Busque relacionar as experiências anteriores com o cargo que</p><p>você almeja. Mesmo que você esteja fazendo uma transição de</p><p>carreira e você pense que os seus empregos anteriores não têm</p><p>nenhuma relação com a nova função que você deseja, se você</p><p>refletir um pouquinho irá perceber que todas as nossas experiências</p><p>nos ensinam algo. Por exemplo, se você trabalhou durante alguns anos com vendas</p><p>Dica 6 - Relacione as experiências</p><p>58</p><p>e agora deseja trabalhar na área da tecnologia, você pode especificar que o trabalho</p><p>com pessoas te ajudou a desenvolver as habilidades de comunicação, empatia e</p><p>compreensão. Que você aprendeu a identificar problemas de forma ágil e buscar</p><p>soluções criativas.</p><p>E se você não tem nenhuma experiência profissional, é válido considerar outras</p><p>situações da vida – pessoal ou estudantil. Faça o memorial descrevendo suas</p><p>características e habilidades e como você as adquiriu. Por exemplo, se você já fez</p><p>algum trabalho voluntário, use isso para dizer que aprendeu sobre responsabilidade</p><p>social. Lembre-se que experiência é bom, mas não é tudo.</p><p>Quando bem escrito, um memorial é um documento que pode garantir uma</p><p>primeira impressão positiva com os avaliadores do processo seletivo. Então con-</p><p>fie em você e escreva a</p><p>sua história.</p><p>Até a próxima!</p><p>59Comunicação Oral e Escrita</p><p>59</p><p>A oratória na vida profissional</p><p>Olá! Você já parou para pensar sobre a importância da oratória para a vida</p><p>profissional?</p><p>A boa comunicação é considerada uma ferramenta de destaque social des-</p><p>de a antiguidade, quando era preciso defender as ideias através da oratória, ou</p><p>seja, da fala em público. Atualmente a oratória se tornou uma das chaves para</p><p>garantir o sucesso no campo profissional, inclusive na área da tecnologia. Em</p><p>uma empresa é comum que os profissionais tenham que fazer apresentações,</p><p>falar em reuniões, dar treinamentos aos colegas, etc. E para que a fala em públi-</p><p>co seja eficiente, é preciso atenção e dedicação. Se você tem receio de falar em</p><p>público, preste atenção nessas dicas:</p><p>Se você tem medo de falar em público, a primeira coisa que</p><p>deve fazer é descobrir qual é a origem do seu medo. Tente</p><p>entender se é pura e simples insegurança, a lembrança de uma</p><p>situação ruim, o medo do julgamento do outro sobre você, o</p><p>medo de fazer algo diferente, de se deparar com perguntas ou</p><p>reações inesperadas. Identificar a causa do medo ajuda a entender o que é preciso</p><p>fazer para superá-lo.</p><p>Dica 1 - Identifique a origem do seu medo</p><p>Comunicação Oral e Escrita60</p><p>60</p><p>Prepare a sua apresentação com antecedência. Mesmo que</p><p>seja uma fala mais curta, faça um roteiro para evitar repetições</p><p>ou esquecimentos. Mas, lembre-se que planejamento não</p><p>é só preparar material para apresentar. Planejamento inclui</p><p>pensar em objetivos, no tipo de linguagem que será utilizada, pensar</p><p>no público-alvo, no contexto, etc. Não esqueça de pensar no tempo que você tem</p><p>para falar.</p><p>Dica 3 - Planeje sua fala</p><p>Um ponto importante é não fugir das situações que precisa falar em público.</p><p>Um profissional não pode acreditar que isso é só para os outros ou que pode</p><p>escapar porque não tem o “dom da fala”. É claro que existem pessoas que se</p><p>expressam melhor, mas isso acontece porque pessoas diferentes, falam de for-</p><p>mas diferentes e algumas podem ser mais extrovertidas do que outras. Porém,</p><p>falar bem em público não é um talento inato ou um dom. Pessoas extroverti-</p><p>das podem ser assim em falas informais e simplesmente travarem durante uma</p><p>apresentação ou durante uma reunião, por exemplo.</p><p>Lembre-se, a verdade é que, com a prática e dedicação, é possível desenvolver</p><p>a habilidade de falar bem em público.</p><p>Até mais!</p><p>Procure tomar cuidado com a linguagem corporal. Evite</p><p>caminhar demais ou movimentar muito as mãos enquanto fala,</p><p>pois isso pode se tornar cansativo para quem assiste. Também</p><p>não é indicado cruzar os braços, pois isso pode ser entendido</p><p>como um sinal de afastamento das pessoas que estão no ambiente.</p><p>Procure ficar o máximo possível de frente para o público e no máximo, de lado,</p><p>nunca de costas.</p><p>Dica 2 - Controle o seu corpo</p><p>61Comunicação Oral e Escrita</p><p>61</p><p>Comunicação não violenta</p><p>Olá! Aqui vamos tratar de um assunto muito importante: a comunicação não</p><p>violenta.</p><p>A comunicação é uma habilidade fundamental para os seres humanos. Em</p><p>todos os aspectos da vida a utilizamos em suas mais variadas formas. Contudo,</p><p>muitas vezes a comunicação se torna uma ferramenta de violência, inclusive no</p><p>ambiente de trabalho. Uma importante obra relacionada a esse tema é o livro</p><p>“Comunicação não violenta”. Nele, o autor Marshall B. Rosenberg (2006, p. 19)</p><p>pergunta:</p><p>O que acontece que nos desliga de nossa natureza</p><p>compassiva, levando-nos a comportarmos de maneira</p><p>violenta e baseada na exploração das outras pessoas?</p><p>E, inversamente, o que permite que algumas pessoas</p><p>permaneçam ligadas à sua natureza compassiva</p><p>mesmo nas circunstâncias mais penosas?</p><p>““</p><p>A comunicação não violenta é baseada em habilidades de comunicação que</p><p>têm como foco manter as nossas características humanas mesmo em momentos</p><p>de adversidade. Ela busca aprimorar os relacionamentos interpessoais, nos ligan-</p><p>do às nossas necessidades e às dos outros, com a finalidade de falar sem machu-</p><p>car e ouvir sem se ofender. Trata-se de uma abordagem que pode ser aplicada a</p><p>todos os níveis de comunicação, nos mais variados contextos.</p><p>Marshall, em seu modelo de comunicação não violenta, aborda quatro com-</p><p>ponentes essenciais que se tornam base para qualquer comunicação. Esse</p><p>processo é válido tanto para a forma verbal de comunicação, como para outros</p><p>meios. São eles:</p><p>Comunicação Oral e Escrita62</p><p>62</p><p>Observação: refere-se às situações que estamos observando e vivenciando e</p><p>que afetam nosso bem-estar. Porém, devemos observar sem julgar ou avaliar,</p><p>simplesmente dizendo o que nos agrada ou não naquela situação ou naquilo</p><p>que as pessoas estão fazendo.</p><p>Sentimento: refere-se à identificação de como nos sentimos perante aquilo</p><p>que estamos observando.</p><p>Necessidades: refere-se ao reconhecimento das necessidades (valores,</p><p>desejos etc.) ligadas aos sentimentos identificados.</p><p>Pedido: refere-se ao que queremos da outra pessoa, as ações concretas que</p><p>pedimos para ela.</p><p>Entendeu que se trata de um processo ordenado? Para facilitar a compre-</p><p>ensão vamos analisar um exemplo cotidiano: ao observar que o seu colega de</p><p>trabalho, que usa a mesa ao lado, fala muito alto e atrapalha quando você está</p><p>ao telefone conversando com algum cliente importante você fala:</p><p>“Luiz, quando você fala alto e eu estou usando o telefone para me comuni-</p><p>car com os clientes me sinto incomodado porque preciso de um ambiente mais</p><p>silencioso para trabalhar. Você poderia falar mais baixo, por favor?”. Conseguiu</p><p>perceber os quatro elementos?</p><p>Vale ressaltar que, ao falarmos de “não-violência” não estamos tratando de</p><p>algo que nos torne facilmente influenciáveis ou passivos perante as situações.</p><p>A comunicação não violenta reformula a maneira pela qual nos expressamos e</p><p>ouvimos o outro.</p><p>Lembre-se sempre que a comunicação não violenta consiste em um método</p><p>de resolução pacífica de conflitos, para que passemos a nos colocar no lugar do</p><p>outro, desenvolvendo a empatia, bem como formas de convivência mais harmô-</p><p>nicas e congruentes.</p><p>Até a próxima!</p><p>63</p><p>Gostou do assunto? Você pode aprender ainda mais sobre comunicação e lin-</p><p>guagem, buscando novos horizontes, sites, links, aplicativos e livros. Saiba mais</p><p>lendo e conferindo os materiais a seguir.</p><p>Quero saber +</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=u9Ml9OCp6NQ</p><p>Qual imagem você passa? Comunicação verbal e não verbal</p><p>Assista ao vídeo da doutora em linguística Vivian Rio Stella, em parceria</p><p>com a “Casa do Saber”, no qual explica que para nos comunicarmos,</p><p>além do vocabulário, utilizamos gestos, olhares, entonação vocal e</p><p>comportamento. E a soma de todos esses elementos constroem uma</p><p>imagem que passamos no momento da comunicação.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=6fUWsKdxNos</p><p>Como se comunicar bem?</p><p>Assista também ao vídeo em que o professor Diogo Arrais, em parceria</p><p>com a “Casa do Saber”, que explica porque a comunicação interpessoal</p><p>é um desafio para muitas pessoas. Neste vídeo, ele traz os elementos</p><p>principais para se comunicar bem. Não deixe de assistir!</p><p>64</p><p>Não erre mais - Língua Portuguesa nas empresas</p><p>Para saber mais sobre os conceitos de língua e linguagem, texto e sua</p><p>estrutura, ter dicas pontuais de erros mais frequentes e dúvidas mais</p><p>comuns na produção textual, além de pontuação, morfologia e sintaxe,</p><p>leia o livro de Maria Lúcia Elias Valle. Este livro se encontra disponível</p><p>na biblioteca Pearson, é uma sugestão para aqueles que buscam ter um</p><p>material para consulta rápida em caso de dúvida.</p><p>VALLE, M. L. E. Não erre mais: língua portuguesa nas empresas. Curitiba:</p><p>InterSaberes, 2013</p><p>Comunicação e linguagem</p><p>Neste livro de Thelma de Carvalho Guimaraes, você encontra tópicos</p><p>como gramática normativa, denotação e conotação, variação linguística e</p><p>morfologia - que, dependendo da abordagem, podem parecer complicados</p><p>– mas nesta obra são apresentados de um ponto de vista inusitado que,</p><p>ao mostrar como as coisas funcionam na prática, possibilita um processo</p><p>intensivo de aprendizagem. O livro também se encontra disponível na</p><p>biblioteca</p>