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<p>Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os</p><p>desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização</p><p>CADERNO DE RESUMOS</p><p>ORGANIZADORES:</p><p>Ana Paula Joaquim</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Marcelo Batista de Souza</p><p>Universidade Federal de Roraima</p><p>EDUFRR</p><p>BOA VISTA - RR</p><p>2014</p><p>CADERNO DE RESUMOS</p><p>Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os</p><p>desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização</p><p>ORGANIZADORES:</p><p>Ana Paula Joaquim</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Marcelo Batista de Souza</p><p>Universidade Federal de Roraima</p><p>EDUFRR</p><p>BOA VISTA - RR</p><p>2014</p><p>CADERNO DE RESUMOS</p><p>Os Direitos Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os</p><p>desaos do Plurarismo Jurídico e da Globalização</p><p>ORGANIZADORES:</p><p>Ana Paula Joaquim</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Copyright © 2014</p><p>Editora da Universidade Federal de Roraima</p><p>Todos os direitos reservados ao autor, na forma da Lei.</p><p>A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui</p><p>violação dos direitos autorais (Lei n. 9.610/98), é crime estabelecido pelo artigo</p><p>184 do Código Penal.</p><p>A exatidão das informações, conceitos e opiniões é</p><p>de exclusiva responsabilidade dos autores.</p><p>DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (CIP)</p><p>BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA</p><p>Revisão Ortográfica:</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Projeto Gráfico, Diagramação & Capa:</p><p>Almerizio Ovidio Pinheiro Neto</p><p>Reitora:</p><p>Patrícia de Castro</p><p>Pró-Reitoria de Extensão da UERR</p><p>Maria das Neves Magalhães Pinheiro</p><p>Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação</p><p>da UERR</p><p>Ivanise Maria Rizzatti</p><p>Coordenação da Área de Ciências</p><p>Socialmente Aplicadas da UERR</p><p>Lindete da Silva Souza Pinheiro</p><p>Coordenação do Curso de Direito da UERR</p><p>Marcello Renault Menezes</p><p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA</p><p>C749p II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima</p><p>(1.: 2014 : Boa Vista, RR)</p><p>II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima : Os Direitos</p><p>Fundamentais e o Estado Democrático de Direito ante os Desafios do Plurarismo</p><p>Jurídico e da Globalização. - Boa Vista, UFRR/UERR, 2014.</p><p>122 p.</p><p>Organizadores: Ana Paula Joaquim e Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>1 - Direito constitucional. 2 - Congresso. 3 - Roraima. I - Título.</p><p>CDU 342.4</p><p>Copyright © 2014</p><p>Editora da Universidade Federal de Roraima</p><p>Todos os direitos reservados ao autor, na forma da Lei.</p><p>A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui</p><p>violação dos direitos autorais (Lei n. 9.610/98), é crime estabelecido pelo artigo</p><p>184 do Código Penal.</p><p>A exatidão das informações, conceitos e opiniões é</p><p>de exclusiva responsabilidade dos autores.</p><p>DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO (CIP)</p><p>BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA</p><p>Revisão Ortográca:</p><p>Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx</p><p>Projeto Gráco, Diagramação e Capa:</p><p>Almerizio Ovidio Pinheiro Neto</p><p>Reitora:</p><p>Patrícia de Castro</p><p>Pró-Reitoria de Extensão da UERR</p><p>Maria das Neves Magalhães Pinheiro</p><p>Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação</p><p>da UERR</p><p>Ivanise Maria Rizzatti</p><p>Coordenação da Área de Ciências</p><p>Socialmente Aplicadas da UERR</p><p>Lindete da Silva Souza Pinheiro</p><p>Coordenação do Curso de Direito da UERR</p><p>Marcello Renault Menezes</p><p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA</p><p>COMISSÃO ORGANIZADORA</p><p>Coordenação Geral</p><p>Ana Paula Joaquim</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Coordenação Executiva</p><p>Sergio Mateus</p><p>Regys Odlare Lima de Freitas</p><p>Lívia Dutra Barreto</p><p>João Luiz Pereira de Araújo</p><p>Equipe de Apoio</p><p>Aldemir Simão de Melo</p><p>Anatildes Alves Carneiro</p><p>Andressa Santos Mirabile</p><p>Daniely Souza Teixeira</p><p>Eduardo Nascimento</p><p>Jarliani Feitosa Brito</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Miriam Aline Coelho Rosa Mansani</p><p>Natacha Michela Froes Boaes da Silva</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>Thainá Samara G. Cavalcante Farias</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>Taynara Mendes de Souza</p><p>Apoiadores do evento:</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Roraima</p><p>Defensoria Pública do Estado de Roraima</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Roraima</p><p>APRESENTAÇÃO.......................................................................... 11</p><p>PROGRAMAÇÃO ........................................................................ 13</p><p>SOBRE OS PALESTRANTES ........................................................... 15</p><p>1. O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O</p><p>DEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR ............................. 19</p><p>2. A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO</p><p>DO"CONTRATO SOCIAL"............................................................. 21</p><p>3. O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE</p><p>TRATADOS INTERNACIONAIS ..................................................... 23</p><p>4. SOBRE O CONCEITO DE “CONSTITUCIONALISMO</p><p>AUTORITÁRIO” EM MARK TUSHNET ............................................. 25</p><p>5. TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O</p><p>PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO</p><p>C A R Á T E R I L I M I TA D O D E N T R O D E U M C E N Á R I O</p><p>TRANSCONSTITUCIONAL .......................................................... 27</p><p>6. ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES</p><p>DE LOCKE E MONTESQUIEU ....................................................... 29</p><p>7. A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............ 31</p><p>8. O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE</p><p>OS GÊNEROS ............................................................................. 33</p><p>9. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE</p><p>CONSTITUCIONALIDADE .......................................................... 35</p><p>10. A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO</p><p>SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO</p><p>NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO ........................ 37</p><p>11. A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE</p><p>DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................... 39</p><p>12. CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL:</p><p>A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO</p><p>DOS PODERES PÚBLICOS ............................................................41</p><p>SUMÁRIO</p><p>COMISSÃO ORGANIZADORA</p><p>Coordenação Geral</p><p>Ana Paula Joaquim</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Coordenação Executiva</p><p>Sergio Mateus</p><p>Regys Odlare Lima de Freitas</p><p>Lívia Dutra Barreto</p><p>João Luiz Pereira de Araújo</p><p>Equipe de Apoio</p><p>Aldemir Simão de Melo</p><p>Anatildes Alves Carneiro</p><p>Andressa Santos Mirabile</p><p>Daniely Souza Teixeira</p><p>Eduardo Nascimento</p><p>Jarliani Feitosa Brito</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Miriam Aline Coelho Rosa Mansani</p><p>Natacha Michela Froes Boaes da Silva</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>Thainá Samara G. Cavalcante Farias</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>Taynara Mendes de Souza</p><p>Apoiadores do evento:</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Roraima</p><p>Defensoria Pública do Estado de Roraima</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Roraima</p><p>APRESENTAÇÃO.......................................................................... 11</p><p>PROGRAMAÇÃO ........................................................................ 13</p><p>SOBRE OS PALESTRANTES ........................................................... 15</p><p>1. O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O</p><p>DEBATE SOB A VISÃO DA INICIATIVA POPULAR ............................. 19</p><p>2. A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO</p><p>DO"CONTRATO SOCIAL"............................................................. 21</p><p>3. O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE</p><p>TRATADOS INTERNACIONAIS ..................................................... 23</p><p>4. SOBRE O CONCEITO DE “CONSTITUCIONALISMO</p><p>AUTORITÁRIO” EM MARK TUSHNET ............................................. 25</p><p>5. TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O</p><p>PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO</p><p>C A R Á T E R I L I M I TA D O D E N T R O D E U M C E N Á R I O</p><p>TRANSCONSTITUCIONAL .......................................................... 27</p><p>6. ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES</p><p>DE LOCKE E MONTESQUIEU ....................................................... 29</p><p>7. A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............ 31</p><p>8. O ESTADO DEMOCRÁTICO</p><p>governantes dessa nação são, ao mesmo tempo, fortes e moderados, evitaria a</p><p>conclusão apressada de que "o compromisso com o constitucionalismo em todos os</p><p>regimes autoritários é uma farsa". Uma conclusão mais precisa do status desses</p><p>regimes políticos é que podem ter algum compromisso normativo - e não apenas</p><p>instrumental - com importantes características do constitucionalismo, o que é um alento</p><p>para sistemas jurídicos em que a alternativa do autoritarismo é mais provável do que a da</p><p>democracia liberal. O presente artigo busca esclarecer a noção de constitucionalismo</p><p>autoritário, que, com Tushnet e outros, tem servido para ampliar a compreensão da</p><p>relação nada simples entre constitucionalismo e democracia.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalismo. Autoritarismo. Cingapura.</p><p>Referências:</p><p>GINSBURG, Tom; SIMPSER, Alberto (eds.). Constitutions in authoritarian regimes.</p><p>Cambridge: Cambridge University Press, 2014.</p><p>ISIKSEL, Turkuler, Between Text and Context: Turkey's Tradition of Authoritarian</p><p>Constitutionalism. Forthcoming in International Journal of Constitutional Law, out.</p><p>2013. Disponível em: <SSRN: http://ssrn.com/abstract=2276929>.</p><p>McILWAIN, Charles. Constitutionalism: Ancient and Modern. Ithaca: Cornell University</p><p>Press, 1940.</p><p>TUSHNET, Mark, Authoritarian Constitutionalism. Harvard Public Law Working Paper,</p><p>dez. 2013, nº 13-47. Disponível em: SSRN: <http://ssrn.com/abstract=2369518>.</p><p>THIO, Li-Ann. Relational Constitutionalism and the Management of Religious</p><p>Disputes: The Singapore 'Secularism with a Soul' Model. Oxford Journal of Law and</p><p>Religion, 2012, p. 1-24.</p><p>5</p><p>5 Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de</p><p>Roraima (ICJ/UFRR). Email: fxavier010@hotmail.com.24 25</p><p>TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O PODER</p><p>CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO CARÁTER ILIMITADO</p><p>DENTRO DE UM CENÁRIO TRANSCONSTITUCIONAL</p><p>Igor Fabrício Gomes Dourado</p><p>O movimento do constitucionalismo só foi definido em sua concepção moderna</p><p>a partir da Revolução Francesa, contudo, seu exercício pré-existe a sua definição. Ao</p><p>longo das eras foi-se sedimentando seus dois principais pilares, de limitação do poder</p><p>estatal e de garantia dos direitos fundamentais. A Magna Carta (1215) foi um dos</p><p>principais documentos relativos aquele movimento político-social, sendo importante o</p><p>advento do Estado Moderno para delimitar quais seus componentes e de que maneira a</p><p>soberania poderia ser exercida. Desta forma, o conceito de Jean Bodin, relativo à</p><p>soberania estatal clássica foi de suma importância para ditar os limites de cada Estado</p><p>quanto ao seu poder de organização em seu respectivo território. Por sua vez, a teoria do</p><p>poder constituinte originário foi concebida pelo abade de Sieyès no paradigma da</p><p>Revolução Francesa, movimento símbolo de uma ruptura conceitual de uma ordem</p><p>estatal pretérita para entrada em vigor de um novo ordenamento normativo. Dentre as</p><p>características do poder constituinte originário destaca-se a sua faceta ilimitada, que,</p><p>aliada à corrente positivista, legitimou atrocidades ocorridas na Segunda Guerra</p><p>Mundial, tal qual o Holocausto. Neste contexto, o mundo passou por uma reconceituação</p><p>em relação ao próprio Direito, tendo como vigas mestras no âmbito filosófico o pós-</p><p>positivismo e na seara jurídica o Neoconstitucionalismo. Este último movimento</p><p>culminou em uma reaproximação de valores com o direito; vinculação dos princípios</p><p>jurídicos; irradiação dos direitos fundamentais e principalmente da ideia de força</p><p>normativa da Constituição, não podendo esta ser dissociada de sua realidade social.</p><p>Entrementes, tais conceitos não se fazem suficientes para os problemas relativos a uma</p><p>nova ordem global em que a desterritorialização do poder é uma realidade latente e, na</p><p>qual, não se admite o exercício do poder constituinte originário (PCO) desvinculado da</p><p>ideia de legitimidade democrática. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o</p><p>Estado brasileiro global pode exercer o poder constituinte originário sem desrespeitar os</p><p>novos limites impostos a este. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de</p><p>partida será a teoria do Transconstitucionalismo, como forma de flexibilizar o caráter</p><p>soberano do Estado e adequar a realidade brasileira ao PCO, por meio do diálogo e, da</p><p>legitimidade democrática como elo entre o constitucionalismo e o poder constituinte</p><p>originário. A pesquisa delimita-se sobre o prisma da redefinição do caráter ilimitado do</p><p>poder constituinte originário no contexto do Estado brasileiro global. Deste modo, a</p><p>relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em rediscutir a mudança de</p><p>paradigma relacionada ao caráter ilimitado do PCO, com escopo de evidenciar os limites</p><p>decorrentes da hodierna realidade brasileira. Metodologicamente, adotar-se-á a ideia</p><p>construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção,</p><p>significa que não pretende-se expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta</p><p>sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre os novos limites decorrentes da</p><p>desterritorialização do poder e da busca pela legitimidade democrática.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalismo. Poder Constituinte Originário. Caráter Ilimitado.</p><p>Transconstitucionalismo . Legitimidade Democrática.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3ª edição. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição.</p><p>Bahia: JusPODIVM, 2013.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.</p><p>PINTO, Luzia Marques da Silva Cabral. O Poder Constituinte: do tempo das pátrias até</p><p>a era da globalização. Curitiba: Juruá Editora, 2013.</p><p>SOUZA NETO, Cláudio Pereira; SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional: teoria,</p><p>história e métodos de trabalho. 1. reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2013.</p><p>6</p><p>6Graduando do Curso de Direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.26 27</p><p>TENSÃO APARENTE ENTRE O CONSTITUCIONALISMO E O PODER</p><p>CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: A REDEFINIÇÃO DO CARÁTER ILIMITADO</p><p>DENTRO DE UM CENÁRIO TRANSCONSTITUCIONAL</p><p>Igor Fabrício Gomes Dourado</p><p>O movimento do constitucionalismo só foi definido em sua concepção moderna</p><p>a partir da Revolução Francesa, contudo, seu exercício pré-existe a sua definição. Ao</p><p>longo das eras foi-se sedimentando seus dois principais pilares, de limitação do poder</p><p>estatal e de garantia dos direitos fundamentais. A Magna Carta (1215) foi um dos</p><p>principais documentos relativos aquele movimento político-social, sendo importante o</p><p>advento do Estado Moderno para delimitar quais seus componentes e de que maneira a</p><p>soberania poderia ser exercida. Desta forma, o conceito de Jean Bodin, relativo à</p><p>soberania estatal clássica foi de suma importância para ditar os limites de cada Estado</p><p>quanto ao seu poder de organização em seu respectivo território. Por sua vez, a teoria do</p><p>poder constituinte originário foi concebida pelo abade de Sieyès no paradigma da</p><p>Revolução Francesa, movimento símbolo de uma ruptura conceitual de uma ordem</p><p>estatal pretérita para entrada em vigor de um novo ordenamento normativo. Dentre as</p><p>características do poder constituinte originário destaca-se a sua faceta ilimitada, que,</p><p>aliada à corrente positivista, legitimou atrocidades ocorridas na Segunda Guerra</p><p>Mundial, tal qual o Holocausto. Neste contexto, o mundo passou por uma reconceituação</p><p>em relação ao próprio Direito, tendo como vigas mestras no âmbito filosófico o pós-</p><p>positivismo e na seara jurídica o Neoconstitucionalismo. Este último movimento</p><p>culminou em uma reaproximação de valores com o direito; vinculação dos princípios</p><p>jurídicos; irradiação dos direitos fundamentais e principalmente da ideia de força</p><p>normativa da Constituição, não podendo esta ser dissociada de sua realidade social.</p><p>Entrementes, tais conceitos não se fazem suficientes para os problemas relativos</p><p>a uma</p><p>nova ordem global em que a desterritorialização do poder é uma realidade latente e, na</p><p>qual, não se admite o exercício do poder constituinte originário (PCO) desvinculado da</p><p>ideia de legitimidade democrática. Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o</p><p>Estado brasileiro global pode exercer o poder constituinte originário sem desrespeitar os</p><p>novos limites impostos a este. Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de</p><p>partida será a teoria do Transconstitucionalismo, como forma de flexibilizar o caráter</p><p>soberano do Estado e adequar a realidade brasileira ao PCO, por meio do diálogo e, da</p><p>legitimidade democrática como elo entre o constitucionalismo e o poder constituinte</p><p>originário. A pesquisa delimita-se sobre o prisma da redefinição do caráter ilimitado do</p><p>poder constituinte originário no contexto do Estado brasileiro global. Deste modo, a</p><p>relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em rediscutir a mudança de</p><p>paradigma relacionada ao caráter ilimitado do PCO, com escopo de evidenciar os limites</p><p>decorrentes da hodierna realidade brasileira. Metodologicamente, adotar-se-á a ideia</p><p>construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção,</p><p>significa que não pretende-se expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta</p><p>sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre os novos limites decorrentes da</p><p>desterritorialização do poder e da busca pela legitimidade democrática.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalismo. Poder Constituinte Originário. Caráter Ilimitado.</p><p>Transconstitucionalismo . Legitimidade Democrática.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3ª edição. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição.</p><p>Bahia: JusPODIVM, 2013.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.</p><p>PINTO, Luzia Marques da Silva Cabral. O Poder Constituinte: do tempo das pátrias até</p><p>a era da globalização. Curitiba: Juruá Editora, 2013.</p><p>SOUZA NETO, Cláudio Pereira; SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional: teoria,</p><p>história e métodos de trabalho. 1. reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2013.</p><p>6</p><p>6Graduando do Curso de Direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor Público do</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.26 27</p><p>ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES DE LOCKE E</p><p>MONTESQUIEU</p><p>Jéssica Sales Veras</p><p>Ana Gabriela Sequeira Leite e Silva</p><p>Maria Virginia Figueirêdo da Silva</p><p>André Luiz de Souza Hypólito</p><p>O presente trabalho tem como escopo apresentar duas das principais teorias</p><p>sobre a Separação dos Poderes do Estado, abordará então como colorarias, as teorias</p><p>de Locke e Montesquieu. O tema da separação dos poderes tem sido muito discutido no</p><p>âmbito jurídico, entretanto, desconhece-se suas origens, sua evolução, seu contexto</p><p>histórico, acarretando, por vezes, a uma visão distorcida da Separação de Poderes do</p><p>Estado. O trabalho em exposição terá como foco o estudo da obra de Locke e</p><p>Montesquieu sobre o tema para uma maior compreensão da aplicação do princípio nos</p><p>dias atuais na nossa sociedade. O método a ser aplicado será o discursivo - dedutivo, a</p><p>partir de uma análise bibliográfica de livros e artigos que tratam do assunto proposto. É</p><p>com a ideia de uma inter-relação entre os três poderes: Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário, que o Estado é organizado e estruturado e pode desenvolver suas atividades.</p><p>Atualmente, a problemática na discussão deste tema é o de delimitar a esfera de atuação</p><p>de cada poder, bem como os pontos de contato e de comunicação ente os três poderes,</p><p>assim o importante é compreender e realmente demonstrar os limites e a comunicação</p><p>entre eles. A análise das duas teorias da Separação dos Poderes pode auxiliar na</p><p>definição da esfera de atuação dos Poderes e também na previsão das consequências</p><p>de uma ou outra medida no intuito de dar identidade a cada um dos poderes.</p><p>Palavras-chave: Poderes. Separação. Locke. Montesquieu.</p><p>Referências:</p><p>ARISTÓTELES. A Política. Trad. de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fortes,</p><p>1991.</p><p>LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Abril, Coleção "Os pensadores."</p><p>MONTESQUIEU. Do espírito das leis. Coleção" Os pensadores". (Livro décimo</p><p>primeiro)</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>28 29</p><p>ABORDAGEM SOBRE A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES DE LOCKE E</p><p>MONTESQUIEU</p><p>Jéssica Sales Veras</p><p>Ana Gabriela Sequeira Leite e Silva</p><p>Maria Virginia Figueirêdo da Silva</p><p>André Luiz de Souza Hypólito</p><p>O presente trabalho tem como escopo apresentar duas das principais teorias</p><p>sobre a Separação dos Poderes do Estado, abordará então como colorarias, as teorias</p><p>de Locke e Montesquieu. O tema da separação dos poderes tem sido muito discutido no</p><p>âmbito jurídico, entretanto, desconhece-se suas origens, sua evolução, seu contexto</p><p>histórico, acarretando, por vezes, a uma visão distorcida da Separação de Poderes do</p><p>Estado. O trabalho em exposição terá como foco o estudo da obra de Locke e</p><p>Montesquieu sobre o tema para uma maior compreensão da aplicação do princípio nos</p><p>dias atuais na nossa sociedade. O método a ser aplicado será o discursivo - dedutivo, a</p><p>partir de uma análise bibliográfica de livros e artigos que tratam do assunto proposto. É</p><p>com a ideia de uma inter-relação entre os três poderes: Executivo, Legislativo e</p><p>Judiciário, que o Estado é organizado e estruturado e pode desenvolver suas atividades.</p><p>Atualmente, a problemática na discussão deste tema é o de delimitar a esfera de atuação</p><p>de cada poder, bem como os pontos de contato e de comunicação ente os três poderes,</p><p>assim o importante é compreender e realmente demonstrar os limites e a comunicação</p><p>entre eles. A análise das duas teorias da Separação dos Poderes pode auxiliar na</p><p>definição da esfera de atuação dos Poderes e também na previsão das consequências</p><p>de uma ou outra medida no intuito de dar identidade a cada um dos poderes.</p><p>Palavras-chave: Poderes. Separação. Locke. Montesquieu.</p><p>Referências:</p><p>ARISTÓTELES. A Política. Trad. de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fortes,</p><p>1991.</p><p>LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Abril, Coleção "Os pensadores."</p><p>MONTESQUIEU. Do espírito das leis. Coleção" Os pensadores". (Livro décimo</p><p>primeiro)</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>28 29</p><p>A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO</p><p>Raquel Maia Melo Nascimento</p><p>O estudo da Eficiência no Estado Democrático de Direito não prescinde de uma</p><p>compreensão prévia de outros conceitos que o circundam, tais como o significado da</p><p>própria eficiência, do Estado Democrático de Direito, perpassando pelo seu amparo</p><p>legal, por sua evolução histórica para, então, chegar-se à percepção das peculiaridades</p><p>e adequação da eficiência neste estágio do Estado. O poder do Estado no Brasil é</p><p>exercido via democracia, sistema que reflete, por assim dizer, a vontade dos indivíduos</p><p>de cederem parcialmente sua liberdade em prol do bem comum ou do bem coletivo. A</p><p>Constituição Federal de 1988 reforça essa ideia de poder do povo no parágrafo único de</p><p>seu artigo primeiro, afirmando que sim, todo poder emana do povo. A democracia, tema</p><p>bradado nos mais diversos discursos, por vezes desvia-se de sua real natureza, bem</p><p>como da eficiência, aqui entendida como princípio constitucional a partir do momento</p><p>que se dedique a viabilizar as ações do Estado de forma a cumprir com maior qualidade e</p><p>celeridade suas atribuições. É característica fundamental para a manutenção de</p><p>qualquer sistema administrativo. Contudo, seja por descaso ou ignorância, quando não</p><p>adequadamente aplicada, resulta em cenários desastrosos e de difícil reversão. Seria a</p><p>democracia então um meio de obstruir a eficiência? A resposta a essa e outras questões</p><p>exige estudo detalhado e embasamento teórico adequado. Por se tratar de um tema tão</p><p>subjetivo, optou-se para a elaboração do trabalho utilizar o método discursivo dedutivo,</p><p>no qual se intercala pesquisa, produção intelectual, análise de documentos dentre outras</p><p>etapas que culminam com a conclusão do artigo. Parte-se de uma premissa maior, um</p><p>juízo tomado como verdade, para a menor, objeto de conclusão e melhor trabalhado nas</p><p>considerações finais. Para dar seguridade ao trabalho, teóricos como Dalmo Abreu</p><p>Dallari, Norberto Bobbio, Cláudio de Cicco entre outros, foram utilizados como fonte de</p><p>pesquisa e norteadores para o desenvolvimento do artigo. Os resultados obtidos com a</p><p>produção são relevantes, contudo não se tem a intenção de esgotar o assunto, mas sim,</p><p>contribuir para a produção acadêmica e estimular tal prática.</p><p>Palavras-chave: Estado Democrático de Direito. Eficiência. Poder. Democracia.</p><p>Referências:</p><p>BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade - para uma teoria geral da política. 10ª</p><p>ed. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2003.</p><p>CICCO, Cláudio de e GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência</p><p>Política. 4 ed., ver., atual., e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2ª ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 1998.</p><p>FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política.</p><p>6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.</p><p>MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.</p><p>11</p><p>11Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>30 31</p><p>A EFICIÊNCIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO</p><p>Raquel Maia Melo Nascimento</p><p>O estudo da Eficiência no Estado Democrático de Direito não prescinde de uma</p><p>compreensão prévia de outros conceitos que o circundam, tais como o significado da</p><p>própria eficiência, do Estado Democrático de Direito, perpassando pelo seu amparo</p><p>legal, por sua evolução histórica para, então, chegar-se à percepção das peculiaridades</p><p>e adequação da eficiência neste estágio do Estado. O poder do Estado no Brasil é</p><p>exercido via democracia, sistema que reflete, por assim dizer, a vontade dos indivíduos</p><p>de cederem parcialmente sua liberdade em prol do bem comum ou do bem coletivo. A</p><p>Constituição Federal de 1988 reforça essa ideia de poder do povo no parágrafo único de</p><p>seu artigo primeiro, afirmando que sim, todo poder emana do povo. A democracia, tema</p><p>bradado nos mais diversos discursos, por vezes desvia-se de sua real natureza, bem</p><p>como da eficiência, aqui entendida como princípio constitucional a partir do momento</p><p>que se dedique a viabilizar as ações do Estado de forma a cumprir com maior qualidade e</p><p>celeridade suas atribuições. É característica fundamental para a manutenção de</p><p>qualquer sistema administrativo. Contudo, seja por descaso ou ignorância, quando não</p><p>adequadamente aplicada, resulta em cenários desastrosos e de difícil reversão. Seria a</p><p>democracia então um meio de obstruir a eficiência? A resposta a essa e outras questões</p><p>exige estudo detalhado e embasamento teórico adequado. Por se tratar de um tema tão</p><p>subjetivo, optou-se para a elaboração do trabalho utilizar o método discursivo dedutivo,</p><p>no qual se intercala pesquisa, produção intelectual, análise de documentos dentre outras</p><p>etapas que culminam com a conclusão do artigo. Parte-se de uma premissa maior, um</p><p>juízo tomado como verdade, para a menor, objeto de conclusão e melhor trabalhado nas</p><p>considerações finais. Para dar seguridade ao trabalho, teóricos como Dalmo Abreu</p><p>Dallari, Norberto Bobbio, Cláudio de Cicco entre outros, foram utilizados como fonte de</p><p>pesquisa e norteadores para o desenvolvimento do artigo. Os resultados obtidos com a</p><p>produção são relevantes, contudo não se tem a intenção de esgotar o assunto, mas sim,</p><p>contribuir para a produção acadêmica e estimular tal prática.</p><p>Palavras-chave: Estado Democrático de Direito. Eficiência. Poder. Democracia.</p><p>Referências:</p><p>BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade - para uma teoria geral da política. 10ª</p><p>ed. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Paz e Terra, 2003.</p><p>CICCO, Cláudio de e GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência</p><p>Política. 4 ed., ver., atual., e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2ª ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 1998.</p><p>FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política.</p><p>6ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.</p><p>MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999.</p><p>11</p><p>11Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>30 31</p><p>O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS</p><p>Katia Werilania Martins de Sousa</p><p>Uma análise histórica acerca do papel da mulher na sociedade demonstra que</p><p>por muito tempo esta foi colocada em posição secundária em relação aos homens.</p><p>Apesar de muito discutida e denunciada tal situação, na prática, ainda se percebe os</p><p>reflexos dos milhares de anos dessa postura. Por isso, no ano 2000, a ONU, através do</p><p>Relatório de Direitos Humanos, reconheceu a importância da promoção da igualdade</p><p>entre homens e mulheres, ao concluir que a discriminação histórica contra a mulher</p><p>causa um impacto negativo no crescimento econômico e social dos países e do mundo.</p><p>No Brasil, essa realidade, não é diferente. As desigualdades entre homens e mulheres</p><p>estão diminuindo, mas, ainda há muito o que se fazer para que possam ser superadas.</p><p>Em defesa disso, a Constituição Federal Brasileira de 1988, traz em seu artigo 5º, inciso</p><p>I, o princípio da igualdade entre os sexos, estabelecendo que os homens e as mulheres</p><p>são iguais em direitos e obrigações. Mas, deve-se levar em conta que o princípio da</p><p>igualdade tem também uma outra dimensão. Assim, ele pressupõe que as pessoas</p><p>colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma diferenciada. Dessa forma,</p><p>do artigo 5º da Constituição, deve-se extrair que não está garantida apenas a igualdade</p><p>formal, pois se assim fosse, ter-se-ia que pressupor que todos teriam a mesma</p><p>oportunidade, a mesma condição de vida, e de participação social. Pelo contrário. Do</p><p>referido artigo deve-se compreender o resguardo da igualdade material, que pressupõe</p><p>que as desigualdades concretas existentes na sociedade, de maneira a tratar de forma</p><p>dessemelhante situações diferentes. O que se busca, dessa forma, é uma igualdade</p><p>proporcional. Nesse sentido, a Constituição Federal pode fazer distinções e dar</p><p>tratamento diferenciado de acordo com juízos e critérios valorativos, razoáveis e</p><p>justificáveis que visem a conferir tratamento isonômico aos desiguais. Assim, parte-se da</p><p>ideia de que o entrelaçamento da justiça formal com a justiça material permite que o bem</p><p>comum seja alcançado de forma igualitária e justa. Realizada a partir de pesquisa</p><p>bibliográfica, discute-se aqui, o compromisso do Estado em relação à defesa dos direitos</p><p>da mulher, eliminando todas as formas de discriminações comparadas aos homens.</p><p>Palavras-chave: Igualdade. Mulher. Justiça Formal. Justiça Material.</p><p>Referências:</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo:</p><p>Malheiros Editores, 1999.</p><p>BARRETO, Ana Cristina Teixeira. Igualdade entre os sexos. Disponível em:</p><p>http://www.conjur.com.br/2010-nov-05/constituicao-1988-marco-discriminacao-familia-</p><p>contemporanea. Acesso em: 10 out. 2014.</p><p>12</p><p>12Acadêmica do 3º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>32 33</p><p>O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS</p><p>Katia Werilania Martins de Sousa</p><p>Uma análise histórica acerca do papel da mulher na sociedade demonstra que</p><p>por muito tempo esta foi colocada em posição secundária em relação aos homens.</p><p>Apesar de muito discutida e denunciada tal situação, na prática, ainda se percebe os</p><p>reflexos dos milhares de anos dessa postura. Por isso, no ano 2000, a ONU, através do</p><p>Relatório de Direitos Humanos, reconheceu a importância da promoção da igualdade</p><p>entre homens e mulheres, ao concluir que a discriminação histórica contra a mulher</p><p>causa um impacto negativo no crescimento econômico e social dos países e do mundo.</p><p>No Brasil, essa realidade, não é diferente. As desigualdades entre homens e mulheres</p><p>estão diminuindo, mas, ainda há muito o que se fazer para que possam ser superadas.</p><p>Em defesa disso, a Constituição Federal Brasileira de 1988, traz em seu artigo 5º, inciso</p><p>I, o princípio da igualdade entre os sexos, estabelecendo que os homens e as mulheres</p><p>são iguais em direitos e obrigações. Mas, deve-se levar em conta que o princípio da</p><p>igualdade tem também uma outra dimensão. Assim, ele pressupõe que as pessoas</p><p>colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma diferenciada. Dessa forma,</p><p>do artigo 5º da Constituição, deve-se extrair que não está garantida apenas a igualdade</p><p>formal, pois se assim fosse, ter-se-ia que pressupor que todos teriam a mesma</p><p>oportunidade, a mesma condição de vida, e de participação social. Pelo contrário. Do</p><p>referido artigo deve-se compreender o resguardo da igualdade material, que pressupõe</p><p>que as desigualdades concretas existentes na sociedade, de maneira a tratar de forma</p><p>dessemelhante situações diferentes. O que se busca, dessa forma, é uma igualdade</p><p>proporcional. Nesse sentido, a Constituição Federal pode fazer distinções e dar</p><p>tratamento diferenciado de acordo com juízos e critérios valorativos, razoáveis e</p><p>justificáveis que visem a conferir tratamento isonômico aos desiguais. Assim, parte-se da</p><p>ideia de que o entrelaçamento da justiça formal com a justiça material permite que o bem</p><p>comum seja alcançado de forma igualitária e justa. Realizada a partir de pesquisa</p><p>bibliográfica, discute-se aqui, o compromisso do Estado em relação à defesa dos direitos</p><p>da mulher, eliminando todas as formas de discriminações comparadas aos homens.</p><p>Palavras-chave: Igualdade. Mulher. Justiça Formal. Justiça Material.</p><p>Referências:</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo:</p><p>Malheiros Editores, 1999.</p><p>BARRETO, Ana Cristina Teixeira. Igualdade entre os sexos. Disponível em:</p><p>http://www.conjur.com.br/2010-nov-05/constituicao-1988-marco-discriminacao-familia-</p><p>contemporanea. Acesso em: 10 out. 2014.</p><p>12</p><p>12Acadêmica do 3º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>32 33</p><p>ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>Isabella Cavalcanti Cintra Vidal</p><p>Diante de mudanças sociais e históricas, há de se repensar em certos conceitos</p><p>e paradigmas anteriores, principalmente no que se refere ao controle de</p><p>constitucionalidade de leis e a atuação do Supremo Tribunal Federal como corte</p><p>constitucional no ordenamento jurídico brasileiro. A proposta desenvolvida nesse</p><p>trabalho baseia-se em forte tendência doutrinaria e jurisprudencial de abstrativização do</p><p>controle de constitucionalidade de modo incidental, ou seja, aquele exercido em função</p><p>de um caso concreto. A abstrativização de referido modelo consiste em atribuir efeitos</p><p>gerais e abstratos à decisão proferida em processo inter partes, em que o efeito inicial</p><p>estaria a estas restrito. Assim, tal tendência pauta-se na necessidade de conferir maior</p><p>coerência e segurança ao ordenamento pátrio, evitando a análise pela Corte Superior de</p><p>constitucionalidade de leis em casos concretos que já decididos, uniformizando assim o</p><p>Poder Judiciário como um todo e, ainda que de forma indireta, garantindo maior</p><p>efetividade e segurança à atuação jurisdicional. Nessa esteira, surge a questão acerca</p><p>de quais efeitos deverão ser atribuídos à decisão de inconstitucionalidade pronunciada</p><p>em caso concreto pelo STF e se estes estarão limitados às próprias partes, sendo</p><p>necessária a atuação do Senado Federal para garantir efeitos gerais a referida</p><p>inconstitucionalidade ou se a própria Corte teria legitimidade para fazê-lo, dispensando a</p><p>atuação senatorial. Diante do exposto, a tendência de abstrativização do controle</p><p>concreto de constitucionalidade tem se mostrado um tema inovador, instigando a</p><p>comunidade jurídica a repensar certos conceitos acerca do controle de</p><p>constitucionalidade de leis no Brasil, razão pela qual serão analisados os argumentos</p><p>que sustentam ou rechaçam citada tendência. Para tal, foram utilizadas as técnicas de</p><p>pesquisa doutrinária, destacando-se o direito comparado, jurisprudencial e dos</p><p>principais artigos e pesquisas disponibilizadas em meios digitais, em uma abordagem</p><p>qualitativa, com o tipo exploratório e teórico de pesquisa. Por fim, resta esclarecer que o</p><p>presente artigo não pretende expor uma restrita e verdadeira conclusão acerca do tema</p><p>proposto, mas, tão somente, instigar o debate e maior análise critica da comunidade</p><p>jurídica sobre a crescente tese de objetivação dos efeitos da decisão de</p><p>constitucionalidade proferida em caso concreto.</p><p>Palavras-chave: Controle de Constitucionalidade. Efeitos da decisão. Abstrativização.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luis Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 6.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>CUNHA JUNIOR, Dirley da. Controle de constitucionalidade: teoria e prática. 6. ed.</p><p>Salvador: Editora JusPodivm, 2012.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>13</p><p>13Graduada em Direito pelas Faculdades Cathedral.</p><p>GT 2 – PROCESSO, JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E PRECEDENTES</p><p>VINCULANTES</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes (UFRR)</p><p>34 35</p><p>ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>Isabella Cavalcanti Cintra Vidal</p><p>Diante de mudanças sociais e históricas, há de se repensar em certos conceitos</p><p>e paradigmas anteriores, principalmente no que se refere ao controle de</p><p>constitucionalidade de leis e a atuação do Supremo Tribunal Federal como corte</p><p>constitucional no ordenamento jurídico brasileiro. A proposta desenvolvida nesse</p><p>trabalho baseia-se em forte tendência doutrinaria e jurisprudencial de abstrativização do</p><p>controle de constitucionalidade de modo incidental, ou seja, aquele exercido em função</p><p>de um caso concreto. A abstrativização de referido modelo consiste em atribuir efeitos</p><p>gerais e abstratos à decisão proferida em processo inter partes, em que o efeito inicial</p><p>estaria a estas restrito. Assim, tal tendência pauta-se na necessidade de conferir maior</p><p>coerência e segurança ao ordenamento pátrio, evitando a análise pela Corte Superior de</p><p>constitucionalidade de leis em casos concretos que já decididos, uniformizando assim o</p><p>Poder Judiciário como um todo e, ainda que de forma indireta, garantindo maior</p><p>efetividade e segurança à atuação jurisdicional. Nessa esteira, surge a questão acerca</p><p>de quais efeitos deverão ser atribuídos à decisão de inconstitucionalidade pronunciada</p><p>em caso concreto pelo STF e se estes estarão limitados às próprias partes, sendo</p><p>necessária a atuação do Senado Federal para garantir efeitos gerais a referida</p><p>inconstitucionalidade ou se a própria Corte teria legitimidade para fazê-lo, dispensando a</p><p>atuação senatorial. Diante do exposto, a tendência de abstrativização do controle</p><p>concreto de constitucionalidade tem se mostrado um tema inovador, instigando a</p><p>comunidade jurídica a repensar certos conceitos acerca do controle de</p><p>constitucionalidade de leis no Brasil, razão pela qual serão analisados os argumentos</p><p>que sustentam ou rechaçam citada tendência. Para tal, foram utilizadas as técnicas de</p><p>pesquisa doutrinária, destacando-se o direito comparado, jurisprudencial e dos</p><p>principais artigos</p><p>e pesquisas disponibilizadas em meios digitais, em uma abordagem</p><p>qualitativa, com o tipo exploratório e teórico de pesquisa. Por fim, resta esclarecer que o</p><p>presente artigo não pretende expor uma restrita e verdadeira conclusão acerca do tema</p><p>proposto, mas, tão somente, instigar o debate e maior análise critica da comunidade</p><p>jurídica sobre a crescente tese de objetivação dos efeitos da decisão de</p><p>constitucionalidade proferida em caso concreto.</p><p>Palavras-chave: Controle de Constitucionalidade. Efeitos da decisão. Abstrativização.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luis Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 6.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>CUNHA JUNIOR, Dirley da. Controle de constitucionalidade: teoria e prática. 6. ed.</p><p>Salvador: Editora JusPodivm, 2012.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>13</p><p>13Graduada em Direito pelas Faculdades Cathedral.</p><p>GT 2 – PROCESSO, JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E PRECEDENTES</p><p>VINCULANTES</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes (UFRR)</p><p>34 35</p><p>A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO SISTEMA DE</p><p>PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO NOVO CÓDIGO DE</p><p>PROCESSO CIVIL BRASILEIRO</p><p>Adriny Sabrina Ferreira dos Santos</p><p>O sistema de precedentes judiciais vinculantes, próprio do regime common law -</p><p>adotado originariamente pelos países anglo-saxônicos, consiste, em linhas gerais, na</p><p>decisão judicial paradigma que, em sua ratio decidendi, aprecia questão de direito de</p><p>maneira fundamentada, propiciando a uniformização das respostas jurisdicionais</p><p>proferidas em casos análogos. Nesse sentido, considerando que o Brasil aderiu,</p><p>tradicionalmente, ao sistema civil law, cujo pressuposto recai nas bases do Direito</p><p>Positivo, a teoria do precedente judicial vinculante enfrentou certa resistência por parte</p><p>de sua comunidade jurídica e do legislador pátrio, mormente pela suposta</p><p>incompatibilidade de características e concepções entre os referidos sistemas. Não</p><p>obstante, já se nota, há algum tempo, uma convergência entre estes dois grandes</p><p>sistemas jurídicos, de modo particular, no contexto do processo civil brasileiro, pela</p><p>inclinação ao modelo de precedentes, a exemplo do que ocorre nos pronunciamentos</p><p>judiciais, com efeito vinculante, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal</p><p>Federal. O objetivo geral do presente trabalho, dessa forma, consiste no levantamento,</p><p>de cunho qualitativo e descritivo, das inovações pretendidas pelo Projeto de Novo</p><p>Código de Processo Civil brasileiro (Projeto de Lei do Senado nº 166/2010 e Projeto de</p><p>Lei da Câmara nº 8046/2010) quanto à matéria atinente ao precedente judicial. Ressalta-</p><p>se, com efeito, que é possível verificar, logo de início, verdadeiro avanço no tratamento</p><p>do tema, sobretudo porque, além de reservar-lhe capítulo próprio (Capítulo XV do Título I</p><p>do Livro I de sua Parte Especial), o Projeto concede tratamento diferenciado e inédito às</p><p>decisões judiciais aptas a vincular situações semelhantes. Assim, o tema proposto se</p><p>justifica pela necessidade de aprofundar o estudo do precedente judicial vinculante na</p><p>cultura jurídica pátria, considerando o possível reforço normativo almejado pelo Código</p><p>de Processo Civil Projetado e a consequente promoção da isonomia e segurança</p><p>jurídica às respostas concedidas àqueles que se socorrem do Poder Judiciário.</p><p>Palavras-Chave: Precedente. Common Law. Inserção. Código de Processo Civil</p><p>Brasileiro.</p><p>Referências:</p><p>BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e terceiros no processo civil brasileiro. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2003.</p><p>CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. Rio de Janeiro: Lumen</p><p>Juris, 2007.</p><p>DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito</p><p>processual Civil. Salvador: Jus Podivm, 2010.</p><p>LEAL, Roger Stiefelmann. O efeito vinculante na jurisdição constitucional. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>LEITE, Glauco Salomão. Súmula vinculante e jurisdição constitucional brasileira.</p><p>Rio de Janeiro: Forense, 2007.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de</p><p>conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá Editora, 2014.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo Gustavo</p><p>Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.</p><p>14</p><p>14Graduada em Direito pela Faculdade Cathedral. Pós-Graduanda, em nível de</p><p>especialização, em Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp.</p><p>Advogada.</p><p>36 37</p><p>A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO SISTEMA DE</p><p>PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO NOVO CÓDIGO DE</p><p>PROCESSO CIVIL BRASILEIRO</p><p>Adriny Sabrina Ferreira dos Santos</p><p>O sistema de precedentes judiciais vinculantes, próprio do regime common law -</p><p>adotado originariamente pelos países anglo-saxônicos, consiste, em linhas gerais, na</p><p>decisão judicial paradigma que, em sua ratio decidendi, aprecia questão de direito de</p><p>maneira fundamentada, propiciando a uniformização das respostas jurisdicionais</p><p>proferidas em casos análogos. Nesse sentido, considerando que o Brasil aderiu,</p><p>tradicionalmente, ao sistema civil law, cujo pressuposto recai nas bases do Direito</p><p>Positivo, a teoria do precedente judicial vinculante enfrentou certa resistência por parte</p><p>de sua comunidade jurídica e do legislador pátrio, mormente pela suposta</p><p>incompatibilidade de características e concepções entre os referidos sistemas. Não</p><p>obstante, já se nota, há algum tempo, uma convergência entre estes dois grandes</p><p>sistemas jurídicos, de modo particular, no contexto do processo civil brasileiro, pela</p><p>inclinação ao modelo de precedentes, a exemplo do que ocorre nos pronunciamentos</p><p>judiciais, com efeito vinculante, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal</p><p>Federal. O objetivo geral do presente trabalho, dessa forma, consiste no levantamento,</p><p>de cunho qualitativo e descritivo, das inovações pretendidas pelo Projeto de Novo</p><p>Código de Processo Civil brasileiro (Projeto de Lei do Senado nº 166/2010 e Projeto de</p><p>Lei da Câmara nº 8046/2010) quanto à matéria atinente ao precedente judicial. Ressalta-</p><p>se, com efeito, que é possível verificar, logo de início, verdadeiro avanço no tratamento</p><p>do tema, sobretudo porque, além de reservar-lhe capítulo próprio (Capítulo XV do Título I</p><p>do Livro I de sua Parte Especial), o Projeto concede tratamento diferenciado e inédito às</p><p>decisões judiciais aptas a vincular situações semelhantes. Assim, o tema proposto se</p><p>justifica pela necessidade de aprofundar o estudo do precedente judicial vinculante na</p><p>cultura jurídica pátria, considerando o possível reforço normativo almejado pelo Código</p><p>de Processo Civil Projetado e a consequente promoção da isonomia e segurança</p><p>jurídica às respostas concedidas àqueles que se socorrem do Poder Judiciário.</p><p>Palavras-Chave: Precedente. Common Law. Inserção. Código de Processo Civil</p><p>Brasileiro.</p><p>Referências:</p><p>BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e terceiros no processo civil brasileiro. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2003.</p><p>CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. Rio de Janeiro: Lumen</p><p>Juris, 2007.</p><p>DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito</p><p>processual Civil. Salvador: Jus Podivm, 2010.</p><p>LEAL, Roger Stiefelmann. O efeito vinculante na jurisdição constitucional. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>LEITE, Glauco Salomão. Súmula vinculante e jurisdição constitucional brasileira.</p><p>Rio de Janeiro: Forense, 2007.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de</p><p>conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá Editora, 2014.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inocêncio Mártires. BRANCO, Paulo Gustavo</p><p>Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008.</p><p>14</p><p>14Graduada em Direito pela Faculdade Cathedral. Pós-Graduanda, em nível de</p><p>especialização, em Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp.</p><p>Advogada.</p><p>36 37</p><p>A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE DIFUSO DE</p><p>CONSTITUCIONALIDADE</p><p>José Vieira de Sousa</p><p>No controle de constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário no Brasil, o</p><p>controle difuso é aquele em que cada órgão, nos casos analisados, verifica e decide se</p><p>uma lei ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição. Tal controle produz</p><p>efeito inter partes, ou seja, a lei ou ato normativo é declarado inconstitucional apenas</p><p>para as partes daquela lide. Contudo, contemporaneamente se observa que algumas</p><p>decisões do Supremo Tribunal Federal vem abarcando efeito erga omnes (aplicação</p><p>geral) no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, o que tem gerado pontuais</p><p>discussões na doutrina do Direito Constitucional. O efeito geral pode ocorrer por meio de</p><p>súmula editada pelo próprio STF, porém a suspensão ou execução da lei declarada</p><p>inconstitucional é medida de competência do Senado Federal, conforme preconiza o art.</p><p>52, X, da Constituição Federal. A Suprema Corte, na sua autêntica função de</p><p>interpretação da Constituição, tem prolatado decisões acerca de lei questionada no</p><p>controle difuso de constitucionalidade. Diante disso, a emissão de Súmula é</p><p>procedimento legitimo, pois consiste na orientação jurisprudencial para a resolução de</p><p>casos análogos, sendo justificado o efeito geral, tendo em vista o número de casos</p><p>idênticos que podem subir à Corte e a necessidade de economia processual, uma vez</p><p>que o Estado, por meio do Poder Judiciário, não pode omitir providencia ante os casos de</p><p>resolução emergente, já que o processo legislativo tem se mostrado lento e a sociedade</p><p>urge por uma resposta no tempo hábil. Tem parecido inadequado que estas decisões em</p><p>controle difuso tenham um efeito geral, visto que isso já ocorre nas demais modalidades</p><p>de controle constitucional. No entanto, há que se pensar na relevância jurídica para o</p><p>caso abordado, a exemplo da questão ventilada a partir do art. 2º, § 1º, da Lei nº</p><p>8.072/90, que estabelece o regime inicial fechado a presos condenados em crime</p><p>hediondo, ferindo o princípio da individualização da pena que é uma garantia</p><p>constitucional. Tal dispositivo foi questionado através do HC nº 82.959-7/SP (Rel. Min.</p><p>Marco Aurélio), que declarou, incidenter tamtum, a inconstitucionalidade da norma, que</p><p>resultou na Súmula 26 do STF.</p><p>Palavras-chave: Controle. Difuso. Constitucionalidade. Erga omnes.</p><p>Referências:</p><p>DANTAS, Ivo. O valor da constituição: do controle da constitucionalidade como</p><p>garantia da suprelegalidade constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.</p><p>DIDIER JR., Fredie. Transformações do Recurso Extraordinário. In: FUX, Luiz; NERY</p><p>JÚNIOR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Processo e Constituição.</p><p>estudos em homenagem a professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006.</p><p>SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Notícias do STF. Plenário conclui julgamento</p><p>sobre decisão que impediu progressão de regime . Disponível em:</p><p><http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=262988&tip=UN></p><p>. Acesso em: 02 ago 2014.</p><p>15</p><p>15Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>38 39</p><p>A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE DIFUSO DE</p><p>CONSTITUCIONALIDADE</p><p>José Vieira de Sousa</p><p>No controle de constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário no Brasil, o</p><p>controle difuso é aquele em que cada órgão, nos casos analisados, verifica e decide se</p><p>uma lei ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição. Tal controle produz</p><p>efeito inter partes, ou seja, a lei ou ato normativo é declarado inconstitucional apenas</p><p>para as partes daquela lide. Contudo, contemporaneamente se observa que algumas</p><p>decisões do Supremo Tribunal Federal vem abarcando efeito erga omnes (aplicação</p><p>geral) no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, o que tem gerado pontuais</p><p>discussões na doutrina do Direito Constitucional. O efeito geral pode ocorrer por meio de</p><p>súmula editada pelo próprio STF, porém a suspensão ou execução da lei declarada</p><p>inconstitucional é medida de competência do Senado Federal, conforme preconiza o art.</p><p>52, X, da Constituição Federal. A Suprema Corte, na sua autêntica função de</p><p>interpretação da Constituição, tem prolatado decisões acerca de lei questionada no</p><p>controle difuso de constitucionalidade. Diante disso, a emissão de Súmula é</p><p>procedimento legitimo, pois consiste na orientação jurisprudencial para a resolução de</p><p>casos análogos, sendo justificado o efeito geral, tendo em vista o número de casos</p><p>idênticos que podem subir à Corte e a necessidade de economia processual, uma vez</p><p>que o Estado, por meio do Poder Judiciário, não pode omitir providencia ante os casos de</p><p>resolução emergente, já que o processo legislativo tem se mostrado lento e a sociedade</p><p>urge por uma resposta no tempo hábil. Tem parecido inadequado que estas decisões em</p><p>controle difuso tenham um efeito geral, visto que isso já ocorre nas demais modalidades</p><p>de controle constitucional. No entanto, há que se pensar na relevância jurídica para o</p><p>caso abordado, a exemplo da questão ventilada a partir do art. 2º, § 1º, da Lei nº</p><p>8.072/90, que estabelece o regime inicial fechado a presos condenados em crime</p><p>hediondo, ferindo o princípio da individualização da pena que é uma garantia</p><p>constitucional. Tal dispositivo foi questionado através do HC nº 82.959-7/SP (Rel. Min.</p><p>Marco Aurélio), que declarou, incidenter tamtum, a inconstitucionalidade da norma, que</p><p>resultou na Súmula 26 do STF.</p><p>Palavras-chave: Controle. Difuso. Constitucionalidade. Erga omnes.</p><p>Referências:</p><p>DANTAS, Ivo. O valor da constituição: do controle da constitucionalidade como</p><p>garantia da suprelegalidade constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.</p><p>DIDIER JR., Fredie. Transformações do Recurso Extraordinário. In: FUX, Luiz; NERY</p><p>JÚNIOR, Nelson; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Processo e Constituição.</p><p>estudos em homenagem a professor José Carlos Barbosa Moreira. São Paulo: RT, 2006.</p><p>SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Notícias do STF. Plenário conclui julgamento</p><p>sobre decisão que impediu progressão de regime . Disponível em:</p><p><http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=262988&tip=UN></p><p>. Acesso em: 02 ago 2014.</p><p>15</p><p>15Acadêmico do curso de bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>38 39</p><p>CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL: A PRIMAZIA DA</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO DOS PODERES PÚBLICOS</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Paloma de Paula Rodrigues</p><p>Com a concretização dos direitos fundamentais e das garantias sociais, surgem</p><p>questões polêmicas referentes a atitude ativista do Poder Judiciário para a efetividade do</p><p>direito constitucionalmente garantido. Desta forma, o presente artigo analisa o Ativismo</p><p>Judicial, elencando conceitos e correntes apresentadas por doutrinadores, abordando</p><p>críticas quanto a posição do Judiciário, tendo em vista a análise do princípio da</p><p>separação dos poderes, enfatizado pela cláusula da reserva do possível, essa</p><p>garantindo o mínimo existencial. Nesse diapasão, o Ativismo Judicial é a busca através</p><p>da hermenêutica jurídica de concretizar o verdadeiro valor normativo constitucional,</p><p>garantido o alcance dos direitos, diante da omissão dos poderes legislativo e executivo.</p><p>Ademais, algumas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal demostram a</p><p>importância do tema, retratando o poder exercido pela Suprema Corte brasileira, o que</p><p>resulta numa positiva criação jurisdicional do direito, diante da primazia da Constituição</p><p>Federal, muitas vezes transgredida e desrespeitada por pura e conveniente omissão dos</p><p>Poderes Públicos. Contudo, antes de delimitar o tema, pretendemos revisitar as</p><p>concepções históricas, bem como as críticas e as diferenças entre ativismo judicial e</p><p>judicialização da política, desenvolvidas</p><p>nos últimos anos, para depois questioná-las.</p><p>Importante, ainda, destacamos a relevância doutrinária desse debate, que buscará</p><p>desfazer algumas ideias e conflitos tidos como um "excesso de ativismo" pela</p><p>intervenção do Judiciário, no contexto da valoração das normas constitucionais, que, em</p><p>geral, apresenta-se na forma de discursos contra a inércia dos outros poderes, os quais</p><p>reproduzem uma distorção da teoria da separação dos três poderes. Conclui-se que,</p><p>embora tenha vários apontamentos contrários ao ativismo judicial, não podemos olvidar</p><p>que no Brasil, existe uma grande dificuldade de concretização dos direitos fundamentais</p><p>e sociais por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, podendo assim, ter a</p><p>interferência do Poder Judiciário com o intuito de garantir pelo menos o mínimo</p><p>existencial, ou seja, tudo conforme estampado na Constituição Federal de 1988.</p><p>Portanto, a atuação "protagonista" do Judiciário decorre da própria vontade da Carta</p><p>Constitucional, como condição de sobrevivência do Estado Democrático de Direito.</p><p>Metodologicamente, adotaremos um viés construtivista e dialético, com as propostas a</p><p>discussão sem pretensões de construção de certeza ou verdades absolutas. Ainda, será</p><p>analisado alguns julgados que contextua a problemática em questão, sendo substrato</p><p>fático para as discussões teóricas.</p><p>Palavras-chave: Ativismo Judicial. Direitos Fundamentais. Poder Judiciário. Estado</p><p>Democrático de Direito.</p><p>Referências:</p><p>ANDRADE, Fernando Gomes. Considerações iniciais acerca do controle judicial</p><p>concernente a concretização dos direitos fundamentais sociais prestacionais contidos</p><p>na CF/88: uma análise crítica da atuação do STJ e STF. In: SCAFF, Fernando Facury</p><p>(Coord.). Constitucionalismo, tributação e direitos humanos. Rio de Janeiro:</p><p>Renovar, 2007.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito</p><p>constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo).</p><p>BARROSO, Luís Roberto (Org.). In: A nova interpretação constitucional: ponderação,</p><p>direitos fundamentais e relações privadas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.</p><p>_____. Jucialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Disponível em:</p><p><http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1235066670174218181901.pdf>.</p><p>Acesso em: 08 set. 2014.</p><p>SARMENTO, Daniel Souza (Org.). A constitucionalização do direito: fundamentos</p><p>teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica em crise: uma exploração hermenêutica</p><p>da construção do direito. 5ª Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.</p><p>_____. Jurisdição constitucional e decisão jurídica. 3ª Ed. São Paulo: Revista dos</p><p>Tribunais, 2013.</p><p>16</p><p>17</p><p>16</p><p>17</p><p>Graduanda do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Graduanda do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.40 41</p><p>CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL: A PRIMAZIA DA</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO DOS PODERES PÚBLICOS</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Paloma de Paula Rodrigues</p><p>Com a concretização dos direitos fundamentais e das garantias sociais, surgem</p><p>questões polêmicas referentes a atitude ativista do Poder Judiciário para a efetividade do</p><p>direito constitucionalmente garantido. Desta forma, o presente artigo analisa o Ativismo</p><p>Judicial, elencando conceitos e correntes apresentadas por doutrinadores, abordando</p><p>críticas quanto a posição do Judiciário, tendo em vista a análise do princípio da</p><p>separação dos poderes, enfatizado pela cláusula da reserva do possível, essa</p><p>garantindo o mínimo existencial. Nesse diapasão, o Ativismo Judicial é a busca através</p><p>da hermenêutica jurídica de concretizar o verdadeiro valor normativo constitucional,</p><p>garantido o alcance dos direitos, diante da omissão dos poderes legislativo e executivo.</p><p>Ademais, algumas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal demostram a</p><p>importância do tema, retratando o poder exercido pela Suprema Corte brasileira, o que</p><p>resulta numa positiva criação jurisdicional do direito, diante da primazia da Constituição</p><p>Federal, muitas vezes transgredida e desrespeitada por pura e conveniente omissão dos</p><p>Poderes Públicos. Contudo, antes de delimitar o tema, pretendemos revisitar as</p><p>concepções históricas, bem como as críticas e as diferenças entre ativismo judicial e</p><p>judicialização da política, desenvolvidas nos últimos anos, para depois questioná-las.</p><p>Importante, ainda, destacamos a relevância doutrinária desse debate, que buscará</p><p>desfazer algumas ideias e conflitos tidos como um "excesso de ativismo" pela</p><p>intervenção do Judiciário, no contexto da valoração das normas constitucionais, que, em</p><p>geral, apresenta-se na forma de discursos contra a inércia dos outros poderes, os quais</p><p>reproduzem uma distorção da teoria da separação dos três poderes. Conclui-se que,</p><p>embora tenha vários apontamentos contrários ao ativismo judicial, não podemos olvidar</p><p>que no Brasil, existe uma grande dificuldade de concretização dos direitos fundamentais</p><p>e sociais por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, podendo assim, ter a</p><p>interferência do Poder Judiciário com o intuito de garantir pelo menos o mínimo</p><p>existencial, ou seja, tudo conforme estampado na Constituição Federal de 1988.</p><p>Portanto, a atuação "protagonista" do Judiciário decorre da própria vontade da Carta</p><p>Constitucional, como condição de sobrevivência do Estado Democrático de Direito.</p><p>Metodologicamente, adotaremos um viés construtivista e dialético, com as propostas a</p><p>discussão sem pretensões de construção de certeza ou verdades absolutas. Ainda, será</p><p>analisado alguns julgados que contextua a problemática em questão, sendo substrato</p><p>fático para as discussões teóricas.</p><p>Palavras-chave: Ativismo Judicial. Direitos Fundamentais. Poder Judiciário. Estado</p><p>Democrático de Direito.</p><p>Referências:</p><p>ANDRADE, Fernando Gomes. Considerações iniciais acerca do controle judicial</p><p>concernente a concretização dos direitos fundamentais sociais prestacionais contidos</p><p>na CF/88: uma análise crítica da atuação do STJ e STF. In: SCAFF, Fernando Facury</p><p>(Coord.). Constitucionalismo, tributação e direitos humanos. Rio de Janeiro:</p><p>Renovar, 2007.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito</p><p>constitucional brasileiro (pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo).</p><p>BARROSO, Luís Roberto (Org.). In: A nova interpretação constitucional: ponderação,</p><p>direitos fundamentais e relações privadas. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.</p><p>_____. Jucialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Disponível em:</p><p><http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1235066670174218181901.pdf>.</p><p>Acesso em: 08 set. 2014.</p><p>SARMENTO, Daniel Souza (Org.). A constitucionalização do direito: fundamentos</p><p>teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica em crise: uma exploração hermenêutica</p><p>da construção do direito. 5ª Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.</p><p>_____. Jurisdição constitucional e decisão jurídica. 3ª Ed. São Paulo: Revista dos</p><p>Tribunais, 2013.</p><p>16</p><p>17</p><p>16</p><p>17</p><p>Graduanda do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Graduanda do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.40 41</p><p>TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS</p><p>Ally Daphne Freiria de Paula</p><p>A teoria da carga dinâmica das provas é apontada pela doutrina como a melhor</p><p>forma de atingir a justa composição da lide. Norteada por princípios basilares, tais como</p><p>o princípio da cooperação, ampla defesa e o princípio da igualdade, essa teoria consiste</p><p>em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente fragilidade de</p><p>suportá-lo, impondo-o sobre quem se encontra em melhores condições de produzir a</p><p>prova essencial para o desfecho da lide. O Código de Processo Civil atual possui uma</p><p>visão estática, conforme art. 333, ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do</p><p>seu direito e ao réu os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor.</p><p>Com essa nova</p><p>perspectiva que a doutrina vem adotando, a teoria da carga dinâmica do</p><p>ônus da prova, permite ao juiz uma maior flexibilização da regra do ônus probatório. A</p><p>imposição do ônus será redistribuída de acordo com as peculiaridades do caso concreto.</p><p>No entanto, essa teoria não deve ser considerada como espécie de inversão do ônus da</p><p>prova, prevista no direito consumerista, porque a parte contrária não assume totalmente</p><p>o encargo de provar, mas somente de produzir aquela prova que lhe é mais fácil. O</p><p>projeto de lei do novo Código de Processo Civil - Projeto de Lei nº 8046/2010, já foi</p><p>aprovado pelo Senado Federal e, está tramitando na Câmara Federal. A matéria da</p><p>teoria da carga dinâmica do ônus da prova foi abrangida pelo novo Código e, está</p><p>disposta no seu artigo 358. Apesar disso, esta teoria já ingressou no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro, por intermédio da jurisprudência. A teoria busca a efetividade do</p><p>provimento jurisdicional, visando o processo justo por meio de um sistema que possibilite</p><p>dinamismo. Com isso, a teoria possui a função de colocar a efetividade jurisdicional ao</p><p>alcance de todos, oferecendo um trâmite processual mais eficaz e menos moroso. O</p><p>método utilizado nesta pesquisa é o teórico.</p><p>Palavras-chave: Teoria da carga dinâmica. Ônus da prova. Inversão do Ônus da prova.</p><p>Processo Civil.</p><p>Referências:</p><p>DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil: teoria geral do processo e</p><p>processo de conhecimento. Salvador: Edição Podium, 2013 pdf.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Formação da convicção e inversão do ônus da prova</p><p>s e g u n d o a s p e c u l i a r i d a d e s d e c a s o c o n c r e t o . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.professormarinoni.com.br/artigos.php. Acesso em: 15.08.2014.</p><p>NACCARATTI, Izabella; FRIEDRICH, André. A aplicação da teoria da carga dinâmica</p><p>d a s p r o v a s n o p r o c e s s o c i v i l b r a s i l e i r o . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos_12</p><p>013/IzabellaNaccaratti.pdf. Acesso em: 15.08.2014.</p><p>18</p><p>18Estudante de Graduação em Direito do 5º semestre da Universidade Estadual de</p><p>Roraima.42 43</p><p>TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS</p><p>Ally Daphne Freiria de Paula</p><p>A teoria da carga dinâmica das provas é apontada pela doutrina como a melhor</p><p>forma de atingir a justa composição da lide. Norteada por princípios basilares, tais como</p><p>o princípio da cooperação, ampla defesa e o princípio da igualdade, essa teoria consiste</p><p>em retirar o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente fragilidade de</p><p>suportá-lo, impondo-o sobre quem se encontra em melhores condições de produzir a</p><p>prova essencial para o desfecho da lide. O Código de Processo Civil atual possui uma</p><p>visão estática, conforme art. 333, ao autor cabe o ônus da prova do fato constitutivo do</p><p>seu direito e ao réu os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor.</p><p>Com essa nova perspectiva que a doutrina vem adotando, a teoria da carga dinâmica do</p><p>ônus da prova, permite ao juiz uma maior flexibilização da regra do ônus probatório. A</p><p>imposição do ônus será redistribuída de acordo com as peculiaridades do caso concreto.</p><p>No entanto, essa teoria não deve ser considerada como espécie de inversão do ônus da</p><p>prova, prevista no direito consumerista, porque a parte contrária não assume totalmente</p><p>o encargo de provar, mas somente de produzir aquela prova que lhe é mais fácil. O</p><p>projeto de lei do novo Código de Processo Civil - Projeto de Lei nº 8046/2010, já foi</p><p>aprovado pelo Senado Federal e, está tramitando na Câmara Federal. A matéria da</p><p>teoria da carga dinâmica do ônus da prova foi abrangida pelo novo Código e, está</p><p>disposta no seu artigo 358. Apesar disso, esta teoria já ingressou no ordenamento</p><p>jurídico brasileiro, por intermédio da jurisprudência. A teoria busca a efetividade do</p><p>provimento jurisdicional, visando o processo justo por meio de um sistema que possibilite</p><p>dinamismo. Com isso, a teoria possui a função de colocar a efetividade jurisdicional ao</p><p>alcance de todos, oferecendo um trâmite processual mais eficaz e menos moroso. O</p><p>método utilizado nesta pesquisa é o teórico.</p><p>Palavras-chave: Teoria da carga dinâmica. Ônus da prova. Inversão do Ônus da prova.</p><p>Processo Civil.</p><p>Referências:</p><p>DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil: teoria geral do processo e</p><p>processo de conhecimento. Salvador: Edição Podium, 2013 pdf.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Formação da convicção e inversão do ônus da prova</p><p>s e g u n d o a s p e c u l i a r i d a d e s d e c a s o c o n c r e t o . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.professormarinoni.com.br/artigos.php. Acesso em: 15.08.2014.</p><p>NACCARATTI, Izabella; FRIEDRICH, André. A aplicação da teoria da carga dinâmica</p><p>d a s p r o v a s n o p r o c e s s o c i v i l b r a s i l e i r o . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2013/trabalhos_12</p><p>013/IzabellaNaccaratti.pdf. Acesso em: 15.08.2014.</p><p>18</p><p>18Estudante de Graduação em Direito do 5º semestre da Universidade Estadual de</p><p>Roraima.42 43</p><p>A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA DECISÃO</p><p>NO CONTROLE CONCRETO COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL</p><p>Luiama de Matos Azevedo</p><p>A teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões no controle</p><p>concreto de constitucionalidade se refere à atribuição de eficácia vinculante à</p><p>fundamentação da decisão e não somente a parte dispositiva. O objetivo do estudo foi</p><p>analisar os reflexos da aplicação dessa teoria, bem como identificar o papel do Senado</p><p>Federal no que diz respeito a este instituto. Foi realizado um estudo qualitativo,</p><p>exploratório e bibliográfico para esclarecer os principais argumentos e fundamentos que</p><p>avigoram a tese aqui exposta. As informações foram obtidas a partir de doutrinas e</p><p>jurisprudências consolidadas em que foram analisados casos concretos que levaram à</p><p>baila a aplicação da teoria. Os resultados mostraram que ainda há divergências sobre o</p><p>tema, pois para os defensores da teoria o direito brasileiro tem caminhado em direção a</p><p>um sistema de valorização dos precedentes judiciais decorridos dos tribunais</p><p>superiores, aos quais se confere, cada vez com mais amplitude, força persuasiva e</p><p>expansiva em relação aos outros processos semelhantes, assim à luz da jurisdição</p><p>constitucional brasileira no controle difuso-incidental, deve-se eliminar do sistema a</p><p>intervenção do Senado nas questões constitucionais discutidas incidentalmente, para</p><p>transformar o Supremo Tribunal Federal em uma verdadeira Corte com competência</p><p>para decidir, ainda que nos casos concretos, com eficácia geral e vinculante. Por outro</p><p>lado, há autores que defendem a ideia de que erradicar do sistema a participação do</p><p>Senado Federal do controle de constitucionalidade, significaria uma usurpação de</p><p>competência por parte do STF. Nesse sentido, o Judiciário estaria, ao mesmo tempo,</p><p>criando uma norma e retirando parcela de poder de um órgão legiferante, que lhe fora</p><p>dada pelo Poder Constituinte Originário, do qual o povo é o possuidor. Pelas razões</p><p>expostas, conclui-se que a teoria da transcendência dos motivos determinantes surgiu</p><p>como uma construção jurisprudencial com o escopo de assegurar unidade ao</p><p>pensamento constitucional, o qual deu início a um conflito hermenêutico. Ou seja,</p><p>encontra-se diante de uma tese que visa atribuir uma nova interpretação ao conteúdo</p><p>normativo do art. 52, X, da CRFB/88, se opondo a uma regra expressa da Constituição, a</p><p>qual se encontra plenamente em vigor. O papel do Senado Federal, atribuído pelo</p><p>referido dispositivo constitucional, é proveniente do Poder Constituinte originário, do</p><p>qual só o povo é detentor. Assim, uma técnica de hermenêutica não teria poderes</p><p>suficientes para revogar norma oriunda da vontade popular, visto que os membros do</p><p>STF não são detentores de mandato eletivo, então para viabilizar a teoria da</p><p>transcendência dos motivos determinantes no controle de constitucionalidade</p><p>brasileiro,</p><p>é necessária uma regulamentação normativa. Somente a partir de proposta de emenda</p><p>à Constituição é que entende-se possível reformular a norma do art. 52, inciso X.</p><p>Palavras-Chave: Transcendência. Motivos Determinantes. Decisão. Senado Federal.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 4.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2009</p><p>CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle de constitucionalidade teoria e prática. 6. ed.</p><p>Salvador: Editora JusPodivm, 2014.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 5. ed. Salvador:</p><p>JusPodivm, 2013.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236 p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2013.</p><p>19</p><p>19Acadêmica do 10º semestre do Curso de Direito da Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>44 45</p><p>A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA DECISÃO</p><p>NO CONTROLE CONCRETO COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL</p><p>Luiama de Matos Azevedo</p><p>A teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões no controle</p><p>concreto de constitucionalidade se refere à atribuição de eficácia vinculante à</p><p>fundamentação da decisão e não somente a parte dispositiva. O objetivo do estudo foi</p><p>analisar os reflexos da aplicação dessa teoria, bem como identificar o papel do Senado</p><p>Federal no que diz respeito a este instituto. Foi realizado um estudo qualitativo,</p><p>exploratório e bibliográfico para esclarecer os principais argumentos e fundamentos que</p><p>avigoram a tese aqui exposta. As informações foram obtidas a partir de doutrinas e</p><p>jurisprudências consolidadas em que foram analisados casos concretos que levaram à</p><p>baila a aplicação da teoria. Os resultados mostraram que ainda há divergências sobre o</p><p>tema, pois para os defensores da teoria o direito brasileiro tem caminhado em direção a</p><p>um sistema de valorização dos precedentes judiciais decorridos dos tribunais</p><p>superiores, aos quais se confere, cada vez com mais amplitude, força persuasiva e</p><p>expansiva em relação aos outros processos semelhantes, assim à luz da jurisdição</p><p>constitucional brasileira no controle difuso-incidental, deve-se eliminar do sistema a</p><p>intervenção do Senado nas questões constitucionais discutidas incidentalmente, para</p><p>transformar o Supremo Tribunal Federal em uma verdadeira Corte com competência</p><p>para decidir, ainda que nos casos concretos, com eficácia geral e vinculante. Por outro</p><p>lado, há autores que defendem a ideia de que erradicar do sistema a participação do</p><p>Senado Federal do controle de constitucionalidade, significaria uma usurpação de</p><p>competência por parte do STF. Nesse sentido, o Judiciário estaria, ao mesmo tempo,</p><p>criando uma norma e retirando parcela de poder de um órgão legiferante, que lhe fora</p><p>dada pelo Poder Constituinte Originário, do qual o povo é o possuidor. Pelas razões</p><p>expostas, conclui-se que a teoria da transcendência dos motivos determinantes surgiu</p><p>como uma construção jurisprudencial com o escopo de assegurar unidade ao</p><p>pensamento constitucional, o qual deu início a um conflito hermenêutico. Ou seja,</p><p>encontra-se diante de uma tese que visa atribuir uma nova interpretação ao conteúdo</p><p>normativo do art. 52, X, da CRFB/88, se opondo a uma regra expressa da Constituição, a</p><p>qual se encontra plenamente em vigor. O papel do Senado Federal, atribuído pelo</p><p>referido dispositivo constitucional, é proveniente do Poder Constituinte originário, do</p><p>qual só o povo é detentor. Assim, uma técnica de hermenêutica não teria poderes</p><p>suficientes para revogar norma oriunda da vontade popular, visto que os membros do</p><p>STF não são detentores de mandato eletivo, então para viabilizar a teoria da</p><p>transcendência dos motivos determinantes no controle de constitucionalidade brasileiro,</p><p>é necessária uma regulamentação normativa. Somente a partir de proposta de emenda</p><p>à Constituição é que entende-se possível reformular a norma do art. 52, inciso X.</p><p>Palavras-Chave: Transcendência. Motivos Determinantes. Decisão. Senado Federal.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 4.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2009</p><p>CUNHA JUNIOR, Dirley. Controle de constitucionalidade teoria e prática. 6. ed.</p><p>Salvador: Editora JusPodivm, 2014.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 5. ed. Salvador:</p><p>JusPodivm, 2013.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236 p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 8.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2013.</p><p>19</p><p>19Acadêmica do 10º semestre do Curso de Direito da Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>44 45</p><p>O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO SISTEMA DE</p><p>PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA</p><p>Marcos Paulo Veloso Oliveira</p><p>O objeto do presente escrito cinge-se a análise da sistemática do recurso</p><p>extraordinário e o reconhecimento de eficácia vinculante a precedentes formados a partir</p><p>do enfrentamento pelo Supremo Tribunal Federal de questões constitucionais</p><p>suscitadas por meio daquela espécie recursal, demostrando, assim, uma evidência do</p><p>sistema de precedentes vinculantes no Brasil nos moldes delineados pelo stare decisis</p><p>no common law. Cabe ao STF garantir a unidade do direito em todo território nacional à</p><p>luz da Constituição Federal (art. 102 da CF/88), de modo que, entre as formas tidas para</p><p>consecução deste objetivo tem-se o recurso extraordinário que após a Emenda</p><p>Constitucional nº 45 de 2004 passou a exigir o requisito da repercussão geral como</p><p>requisito de admissibilidade recursal. A decisão tomada a partir do enfrentamento deste</p><p>requisito passou a transcender os interesses subjetivos inicialmente deduzidos pela</p><p>parte, diante da relevância das questões suscitadas. Nesse sentido, observa Marinoni</p><p>(2014, s/p) aduz que "o que está por detrás da repercussão é o interesse na concreção</p><p>da unidade do direito: é a possibilidade que se adjudica à Corte Suprema […] em função</p><p>ou a partir de determinada questão levada ao seu conhecimento". Cabe registrar, que a</p><p>repercussão geral não foi conceituada pela Constituição Federal de 1988 (§ 3º do art.</p><p>102 da CF/88), mas pela Lei n.º 11.418/2006, que inseriu no CPC o art. 545-A. Citando</p><p>Marinoni e Mitideiro (2008), Mendes (2014, p. 143) observa que a repercussão geral se</p><p>exibirá na hipótese da questão constitucional debatida detiver relevância e</p><p>transcendência. (i) a relevância reside em razão da causa ter valor do ponto de vista</p><p>econômico, político, social ou jurídico e (ii) a transcendência da controvérsia</p><p>constitucional aferida pelo STF poderá ser vista sob dupla perspectiva: "tanto na fase</p><p>qualitativa, haja vista que a transcendência da questão importará para a sistematização</p><p>e desenvolvimento do direito, ou na vertente quantitativa, aparente pela extensão</p><p>numérica e pela natureza da decisão do STF em relação aos jurisdicionados." Negada a</p><p>existência de repercussão geral, nos termos do art. 543-A, § 5º do CPC, tal decisão</p><p>valerá para todos os demais recursos que apresentarem similitude com a questão</p><p>analisada. Observa-se, portanto, que tal dispositivo apresenta previsão expressa da</p><p>eficácia vinculante à decisão que negar a existência de repercussão geral. Outro</p><p>dispositivo que evidência o sistema precedentes obrigatório se relaciona à disciplina</p><p>legal dos REs com fundamento em idêntica controvérsia (art. 543-B do CPC.). As razões</p><p>para atribuição de efeitos vinculantes às decisões de RE, não decorrem das mesmas</p><p>verificadas nas ações diretas, mas sim, da percepção de que os motivos determinantes</p><p>(ratio decidendi) devem ser observados pelos demais órgãos judiciais, sob pena de</p><p>esvaziar as atribuições constitucionais do STF (Marinoni, 2012). Por fim, observa-se que</p><p>tanto nas hipóteses em que haja previsão expressa (§ 5º do art. 543-A e § 2º do 543-B do</p><p>CPC), e nas</p><p>em que não (§ 4 do art. 543 do CPC ou em julgamento de mérito do RE - em</p><p>que inexista o regime de sobrestamento de outros feitos), a eficácia vinculante das</p><p>decisões do STF é igualmente imposta.</p><p>Palavras-Chave: Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Precedentes</p><p>Vinculantes. Uniformidade do Direito Constitucional. Supremo Tribunal Federal.</p><p>Referências:</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. - 1. ed. em e-book baseada na</p><p>2. ed. Impressa - são Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. 1. ed. Curitiba: Juruá 2014. 236 p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>20</p><p>20Acadêmico de direito do 10º semestre da Universidade Federal de Roraima.</p><p>46 47</p><p>O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO SISTEMA DE</p><p>PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA</p><p>Marcos Paulo Veloso Oliveira</p><p>O objeto do presente escrito cinge-se a análise da sistemática do recurso</p><p>extraordinário e o reconhecimento de eficácia vinculante a precedentes formados a partir</p><p>do enfrentamento pelo Supremo Tribunal Federal de questões constitucionais</p><p>suscitadas por meio daquela espécie recursal, demostrando, assim, uma evidência do</p><p>sistema de precedentes vinculantes no Brasil nos moldes delineados pelo stare decisis</p><p>no common law. Cabe ao STF garantir a unidade do direito em todo território nacional à</p><p>luz da Constituição Federal (art. 102 da CF/88), de modo que, entre as formas tidas para</p><p>consecução deste objetivo tem-se o recurso extraordinário que após a Emenda</p><p>Constitucional nº 45 de 2004 passou a exigir o requisito da repercussão geral como</p><p>requisito de admissibilidade recursal. A decisão tomada a partir do enfrentamento deste</p><p>requisito passou a transcender os interesses subjetivos inicialmente deduzidos pela</p><p>parte, diante da relevância das questões suscitadas. Nesse sentido, observa Marinoni</p><p>(2014, s/p) aduz que "o que está por detrás da repercussão é o interesse na concreção</p><p>da unidade do direito: é a possibilidade que se adjudica à Corte Suprema […] em função</p><p>ou a partir de determinada questão levada ao seu conhecimento". Cabe registrar, que a</p><p>repercussão geral não foi conceituada pela Constituição Federal de 1988 (§ 3º do art.</p><p>102 da CF/88), mas pela Lei n.º 11.418/2006, que inseriu no CPC o art. 545-A. Citando</p><p>Marinoni e Mitideiro (2008), Mendes (2014, p. 143) observa que a repercussão geral se</p><p>exibirá na hipótese da questão constitucional debatida detiver relevância e</p><p>transcendência. (i) a relevância reside em razão da causa ter valor do ponto de vista</p><p>econômico, político, social ou jurídico e (ii) a transcendência da controvérsia</p><p>constitucional aferida pelo STF poderá ser vista sob dupla perspectiva: "tanto na fase</p><p>qualitativa, haja vista que a transcendência da questão importará para a sistematização</p><p>e desenvolvimento do direito, ou na vertente quantitativa, aparente pela extensão</p><p>numérica e pela natureza da decisão do STF em relação aos jurisdicionados." Negada a</p><p>existência de repercussão geral, nos termos do art. 543-A, § 5º do CPC, tal decisão</p><p>valerá para todos os demais recursos que apresentarem similitude com a questão</p><p>analisada. Observa-se, portanto, que tal dispositivo apresenta previsão expressa da</p><p>eficácia vinculante à decisão que negar a existência de repercussão geral. Outro</p><p>dispositivo que evidência o sistema precedentes obrigatório se relaciona à disciplina</p><p>legal dos REs com fundamento em idêntica controvérsia (art. 543-B do CPC.). As razões</p><p>para atribuição de efeitos vinculantes às decisões de RE, não decorrem das mesmas</p><p>verificadas nas ações diretas, mas sim, da percepção de que os motivos determinantes</p><p>(ratio decidendi) devem ser observados pelos demais órgãos judiciais, sob pena de</p><p>esvaziar as atribuições constitucionais do STF (Marinoni, 2012). Por fim, observa-se que</p><p>tanto nas hipóteses em que haja previsão expressa (§ 5º do art. 543-A e § 2º do 543-B do</p><p>CPC), e nas em que não (§ 4 do art. 543 do CPC ou em julgamento de mérito do RE - em</p><p>que inexista o regime de sobrestamento de outros feitos), a eficácia vinculante das</p><p>decisões do STF é igualmente imposta.</p><p>Palavras-Chave: Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. Precedentes</p><p>Vinculantes. Uniformidade do Direito Constitucional. Supremo Tribunal Federal.</p><p>Referências:</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes obrigatórios. - 1. ed. em e-book baseada na</p><p>2. ed. Impressa - são Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. 1. ed. Curitiba: Juruá 2014. 236 p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 6.ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>20</p><p>20Acadêmico de direito do 10º semestre da Universidade Federal de Roraima.</p><p>46 47</p><p>MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:</p><p>INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES</p><p>Juliana de Carvalho Fontes</p><p>Rodrigo Machado Cabral da Costa</p><p>Pretende-se analisar, neste artigo, a falta de fiscalização no início e no decorrer</p><p>das atividades trabalhistas na microrregião do Alto Solimões, composta pelos municípios</p><p>de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença,</p><p>Tabatinga, Tonantins e Amaturá, ocasionada pela imensa extensão territorial do estado</p><p>do Amazonas, que possui uma área de 1.570.745 km (um milhão, quinhentos e setenta</p><p>mil, setecentos e quarenta e cinco quilômetros quadrados). Buscar-se-á atender ao</p><p>Princípio da Precaução previsto no artigo 160 da CLT, aplicável ao Meio Ambiente do</p><p>Trabalho. Dessa forma, inicialmente, abordaremos o Meio Ambiente e o Meio Ambiente</p><p>do Trabalho, seus conceitos e a caracterização do Meio Ambiente do Trabalho como um</p><p>aspecto do Meio Ambiente. Impõe-se o dever de prevenir e restaurar uma degradação</p><p>ambiental trabalhista, no mesmo sentido em que se conhece dessa obrigação em nível</p><p>Constitucional, tratando, especificamente, do Meio Ambiente, através dos artigos 6º e 7º,</p><p>inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, combinados com os artigos 196 e 200,</p><p>incisos II e VIII, e 225 da mesma Carta, bem como em âmbito infraconstitucional, através</p><p>da lei 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, a qual define poluição</p><p>como degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que, direta ou</p><p>indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, e o</p><p>poluidor, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsável, direta ou</p><p>indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental, bem como a</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece, em seu artigo 160, que nenhum</p><p>estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das</p><p>respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e</p><p>medicina do trabalho. Posteriormente, trataremos das características da microrregião do</p><p>Alto Solimões, suas peculiaridades e dificuldade de acesso, tanto por parte dos</p><p>trabalhadores, quanto por parte dos órgãos encarregados da promoção e proteção ao</p><p>Meio Ambiente do Trabalho, sobretudo o Ministério do Trabalho e Emprego. A premissa</p><p>maior deste trabalho será analisar, em observância ao princípio da dignidade da pessoa</p><p>humana, a manutenção de um patamar civilizatório mínimo das condições laborais nesta</p><p>região, justificando a necessidade de uma atividade mais incisiva por parte dos agentes</p><p>governamentais encarregados da proteção laboral, especificamente no que concerne à</p><p>instalação e ao funcionamento das atividades econômicas na microrregião do Alto</p><p>Solimões. Por fim, trata-se da uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na procura de</p><p>referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., com levantamento de</p><p>dados, índices e informações dos municípios do Alto Solimões, e a metodologia aplicada</p><p>foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações</p><p>DE DIREITO E A IGUALDADE ENTRE</p><p>OS GÊNEROS ............................................................................. 33</p><p>9. ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE CONCRETO DE</p><p>CONSTITUCIONALIDADE .......................................................... 35</p><p>10. A INSERÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS APLICADOS NO</p><p>SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES AO CONTEXTO DO</p><p>NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO ........................ 37</p><p>11. A RELEVÂNCIA DO EFEITO ERGA OMNES NO CONTROLE</p><p>DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................... 39</p><p>12. CRIAÇÃO JURISDICIONAL DO DIREITO E ATIVISMO JUDICIAL:</p><p>A PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIANTE DA OMISSÃO</p><p>DOS PODERES PÚBLICOS ............................................................41</p><p>SUMÁRIO</p><p>13. TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS ........................... 43</p><p>14. A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS</p><p>DETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETO</p><p>COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL ....................... 45</p><p>15. O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO</p><p>SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA</p><p>JURÍDICA BRASILEIRA ................................................................. 47</p><p>16. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:</p><p>INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES ......... 49</p><p>17. HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO</p><p>COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL ............................................. 51</p><p>18. OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS</p><p>GARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO ................... 53</p><p>19. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI ......................................... 55</p><p>20. TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO</p><p>CRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL .............................. 57</p><p>21. O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A</p><p>VEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE.. 59</p><p>22. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL</p><p>EM FACE DO FENÔMENO DA “EXCLUDÊNCIA” ............................. 61</p><p>23. A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO:</p><p>U M A A N Á L I S E D O P LU R A L I S M O J U R Í D I C O E DA S</p><p>INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA CONSOLIDAÇÃO DO</p><p>SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE ................................... 63</p><p>24. CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS</p><p>DIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS:</p><p>LIMITAÇÕES DO MODELO BRASILEIRO ....................................... 65</p><p>25. A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL</p><p>DA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO ................... 67</p><p>26. A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE</p><p>INIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA</p><p>INTERCULTURAL NO DIREITO COMPARADO ................................ 69</p><p>27. LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:</p><p>OS LIMITES DOS LIMITES ............................................................. 71</p><p>28. A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO</p><p>DOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA</p><p>FILÓFICA DO SABER JURÍDICO ................................................... 73</p><p>29. O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA</p><p>FUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO</p><p>BRASILEIRO E O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA ............................ 75</p><p>30. A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA</p><p>NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS</p><p>FUNDAMENTAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ................... 77</p><p>31. DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL</p><p>BRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................... 79</p><p>32. O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE</p><p>E À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL ............................................... 81</p><p>33. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO</p><p>APARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS</p><p>ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA HUMANA NO ÂMBITO DO</p><p>DIREITO AO ESQUECIMENTO ...................................................... 83</p><p>34. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO</p><p>DAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO ........................................................ 85</p><p>35. PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO</p><p>ASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO .............................................. 87</p><p>36. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........ 89</p><p>37. IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS</p><p>INDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA ............................... 91</p><p>38. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITO</p><p>BRASILEIRO ................................................................................. 93</p><p>39. O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS</p><p>BRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS</p><p>MIGRANTES ............................................................................... 95</p><p>40. O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E</p><p>CONVENCIONAIS ..................................................................... 97</p><p>13. TEORIA DA CARGA DINÂMICA DAS PROVAS ........................... 43</p><p>14. A TEORIA DA TRANSCEDÊNCIA DOS MOTIVOS</p><p>DETERMINANTES DA DECISÃO NO CONTROLE CONCRETO</p><p>COM ENFOQUE NO PAPEL DO SENADO FEDERAL ....................... 45</p><p>15. O RECURSO EXTRAORDINÁRIO COMO EVIDÊNCIA DO</p><p>SISTEMA DE PRECEDENTES VINCULANTES NA CULTURA</p><p>JURÍDICA BRASILEIRA ................................................................. 47</p><p>16. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:</p><p>INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES ......... 49</p><p>17. HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA: LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO</p><p>COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL ............................................. 51</p><p>18. OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS</p><p>GARANTIDOS NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO ................... 53</p><p>19. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI ......................................... 55</p><p>20. TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO</p><p>CRÍTICO DA RACIONALIDADE TRANSVERSAL .............................. 57</p><p>21. O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A</p><p>VEDAÇÃO DO DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE.. 59</p><p>22. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL</p><p>EM FACE DO FENÔMENO DA “EXCLUDÊNCIA” ............................. 61</p><p>23. A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO:</p><p>U M A A N Á L I S E D O P LU R A L I S M O J U R Í D I C O E DA S</p><p>INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA CONSOLIDAÇÃO DO</p><p>SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE ................................... 63</p><p>24. CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS</p><p>DIREITOS TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS:</p><p>LIMITAÇÕES DO MODELO BRASILEIRO ....................................... 65</p><p>25. A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL</p><p>DA INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO ................... 67</p><p>26. A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE</p><p>INIMPUTÁVEIS E A RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA</p><p>INTERCULTURAL NO DIREITO COMPARADO ................................ 69</p><p>27. LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:</p><p>OS LIMITES DOS LIMITES ............................................................. 71</p><p>28. A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO</p><p>DOS PRINCÍPIOS: UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA</p><p>FILÓFICA DO SABER JURÍDICO ................................................... 73</p><p>29. O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA</p><p>FUNÇÃO SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO</p><p>BRASILEIRO E O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA ............................ 75</p><p>30. A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA</p><p>NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS</p><p>FUNDAMENTAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ................... 77</p><p>31. DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL</p><p>BRASILEIRO E O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................... 79</p><p>32. O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE</p><p>E À PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL ............................................... 81</p><p>33. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO</p><p>APARENTE ENTRE A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS</p><p>ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA HUMANA NO ÂMBITO DO</p><p>DIREITO AO ESQUECIMENTO ...................................................... 83</p><p>34. CONSTITUCIONALIZAÇÃO</p><p>nacionais e internacionais.</p><p>Palavras-Chave: Meio ambiente. Precaução. Alto Solimões.</p><p>Referências:</p><p>BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e regulamentações especiais de trabalho. 3ª</p><p>ed. São Paulo: Ltr., 2008.</p><p>BENJAMIN, Antonio Herman. Constitucionalização do ambiente e ecologização da</p><p>constituição brasileira. In: CANOTILLO José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens</p><p>Morato. (orgs). Direito constitucional ambiental brasileiro. 5 ed. Revisada. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2012.</p><p>DERANI, Cristiane. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente e as três dimensões</p><p>da propriedade privada. In: Revista de direito ambiental da amazônia - Hiléia, n 1, ago-</p><p>dez 2013.</p><p>GT 3 - DIREITO CONSTITUCIONAL, SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Zedequias de Oliveira Júnior (UFRR)</p><p>21</p><p>22</p><p>21</p><p>22</p><p>Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Pós-graduanda, em nível de</p><p>especialização, em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do</p><p>Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA</p><p>(PPGDA/UEA).</p><p>Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Pós-graduado em Direito</p><p>Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental</p><p>pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso</p><p>de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.</p><p>48 49</p><p>MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO:</p><p>INOBSERVÂNCIA NA MICRORREGIÃO DO ALTO SOLIMÕES</p><p>Juliana de Carvalho Fontes</p><p>Rodrigo Machado Cabral da Costa</p><p>Pretende-se analisar, neste artigo, a falta de fiscalização no início e no decorrer</p><p>das atividades trabalhistas na microrregião do Alto Solimões, composta pelos municípios</p><p>de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença,</p><p>Tabatinga, Tonantins e Amaturá, ocasionada pela imensa extensão territorial do estado</p><p>do Amazonas, que possui uma área de 1.570.745 km (um milhão, quinhentos e setenta</p><p>mil, setecentos e quarenta e cinco quilômetros quadrados). Buscar-se-á atender ao</p><p>Princípio da Precaução previsto no artigo 160 da CLT, aplicável ao Meio Ambiente do</p><p>Trabalho. Dessa forma, inicialmente, abordaremos o Meio Ambiente e o Meio Ambiente</p><p>do Trabalho, seus conceitos e a caracterização do Meio Ambiente do Trabalho como um</p><p>aspecto do Meio Ambiente. Impõe-se o dever de prevenir e restaurar uma degradação</p><p>ambiental trabalhista, no mesmo sentido em que se conhece dessa obrigação em nível</p><p>Constitucional, tratando, especificamente, do Meio Ambiente, através dos artigos 6º e 7º,</p><p>inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, combinados com os artigos 196 e 200,</p><p>incisos II e VIII, e 225 da mesma Carta, bem como em âmbito infraconstitucional, através</p><p>da lei 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, a qual define poluição</p><p>como degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que, direta ou</p><p>indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, e o</p><p>poluidor, pessoa física ou jurídica, pública ou privada, responsável, direta ou</p><p>indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental, bem como a</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, que estabelece, em seu artigo 160, que nenhum</p><p>estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das</p><p>respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e</p><p>medicina do trabalho. Posteriormente, trataremos das características da microrregião do</p><p>Alto Solimões, suas peculiaridades e dificuldade de acesso, tanto por parte dos</p><p>trabalhadores, quanto por parte dos órgãos encarregados da promoção e proteção ao</p><p>Meio Ambiente do Trabalho, sobretudo o Ministério do Trabalho e Emprego. A premissa</p><p>maior deste trabalho será analisar, em observância ao princípio da dignidade da pessoa</p><p>humana, a manutenção de um patamar civilizatório mínimo das condições laborais nesta</p><p>região, justificando a necessidade de uma atividade mais incisiva por parte dos agentes</p><p>governamentais encarregados da proteção laboral, especificamente no que concerne à</p><p>instalação e ao funcionamento das atividades econômicas na microrregião do Alto</p><p>Solimões. Por fim, trata-se da uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na procura de</p><p>referências teóricas publicadas em livros, documentos, etc., com levantamento de</p><p>dados, índices e informações dos municípios do Alto Solimões, e a metodologia aplicada</p><p>foi a dedutiva, utilizando doutrinas e legislações nacionais e internacionais.</p><p>Palavras-Chave: Meio ambiente. Precaução. Alto Solimões.</p><p>Referências:</p><p>BARROS, Alice Monteiro de. Contratos e regulamentações especiais de trabalho. 3ª</p><p>ed. São Paulo: Ltr., 2008.</p><p>BENJAMIN, Antonio Herman. Constitucionalização do ambiente e ecologização da</p><p>constituição brasileira. In: CANOTILLO José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens</p><p>Morato. (orgs). Direito constitucional ambiental brasileiro. 5 ed. Revisada. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Internacional do Meio Ambiente. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2012.</p><p>DERANI, Cristiane. Tutela jurídica da apropriação do meio ambiente e as três dimensões</p><p>da propriedade privada. In: Revista de direito ambiental da amazônia - Hiléia, n 1, ago-</p><p>dez 2013.</p><p>GT 3 - DIREITO CONSTITUCIONAL, SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Zedequias de Oliveira Júnior (UFRR)</p><p>21</p><p>22</p><p>21</p><p>22</p><p>Assessora Jurídica do VII Comando Aéreo Regional. Pós-graduanda, em nível de</p><p>especialização, em Direito Militar pela Universidade Cruzeiro do Sul. Aluna Especial do</p><p>Programa de Mestrado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA</p><p>(PPGDA/UEA).</p><p>Oficial de Justiça Avaliador Federal (TRT 11ª. Região). Pós-graduado em Direito</p><p>Tributário pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Mestrando em Direito Ambiental</p><p>pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA (PPGDA/UEA). Professor do Curso</p><p>de Direito do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.</p><p>48 49</p><p>FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos</p><p>trabalhadores. 2ª ed. São Paulo: Ltr, 2007.</p><p>FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3ª ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 5ªed. 2011.</p><p>HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E DEFENSORIA PÚBLICA:</p><p>LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL</p><p>Nayara de Lima Moreira</p><p>Este artigo tem por proposição investigar se a Defensoria Pública encontra-se</p><p>legitimada constitucional e infraconstitucionalmente a atuar, coletivamente, na tutela e</p><p>efetivação do direito fundamental ao meio ambiente equilibrado e sadio. Dessa forma,</p><p>cumpre saber se é jurídica a alteração do art. 5º, II, da Lei da Ação Civil Pública (Lei</p><p>7.347/85) levada a cabo pela Lei 11.448/07. O problema constitui-se na indagação:</p><p>possui a Defensoria Pública legitimidade ampla, concorrente, disjuntiva e autônoma</p><p>para propor a ação civil pública em matéria ambiental, tutelando, portanto, interesses</p><p>difusos? Assim, o objeto geral do presente artigo é identificar no contexto teórico,</p><p>jurisprudencial e normativo a legitimação da Defensoria Pública para atuação coletiva</p><p>em material ambietnal. Como objetivos específicos visa à análise dos princípios cruciais</p><p>relativos ao assunto sob estudo, quais sejam o princípio democrático e o da</p><p>inafastabilidade da jurisdição, bem como a busca do estabelecimento de um conceito</p><p>para necessitado ou hipossuficiente ambiental. No desenvolver do artigo é posto sob</p><p>apreciação e estudo o conceito de necessitado ambiental, distinguido-o do necessitado</p><p>econômico, sendo a vulnerabilidade a base para verificar a possibilidade de atuação da</p><p>Defensoria Pública. São também analisadas as ondas renovatórias de acesso à Justiça</p><p>doutrinadas por Mauro Capelleti e Bryan Garth. O artigo questiona, outrossim, sob o</p><p>aspecto constitucional, se, com o advento da Emenda 80/2014, permanece a discussão</p><p>sobre a constitucionalidade</p><p>do dispositivo. Os fundamentos do trabalho científico</p><p>buscam apresentar as razões jurídicas que legitimam a Defensoria Pública a agir em</p><p>matéria ambiental e ainda a necessidade de extinção da Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade proposta pela Associação de Membros do Ministério Público. Para</p><p>a confecção deste estudo o método é o indutivo na fase da coleta de dados, de</p><p>tratamento e relato dos dados bibliográficos recolhidos, incluindo-se julgados de</p><p>tribunais sobre o assunto, com o auxilio das técnicas do referente e do fichamento.</p><p>Palavras-chave: Meio Ambiente. Ação Coletiva; Legitimidade. Defensoria Pública.</p><p>Referências:</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 19ª Ed. São Paulo: Editora</p><p>Malheiros, 2006, p. 569.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasileira, Diário Oficial da</p><p>República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível</p><p>em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm></p><p>Acesso em 25 de junho de 2014.</p><p>BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição 247 de 2013. Disponível em:</p><p>http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B62120D9</p><p>4003B0453E6255915C7F9E3B.proposicoesWeb2?codteor=1064561&filename=PEC</p><p>+247/2013. Acesso em 25 de junho de 2014.</p><p>CAPPELLETTI, Mauro. Formações sociais e interesses coletivos diante da justiça civil.</p><p>In: Revista de processo, Ano II, N. 5, Jan/Mar, 1977, pp. 128-159.</p><p>_____; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto</p><p>Alegre: SAFE, 2002.</p><p>Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Proposta de tese institucional para o III</p><p>Encontro. www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/20/.../4_IIEncontro.doc</p><p>DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual. Volume 4</p><p>(Processo Coletivo). Salvador: Editora Juspodivm, 2007.</p><p>FORNACIARI, Flávia Hellmeisteir Clito. Tese de doutorado. 2010. Disponível em</p><p>h t t p : / / w w w. t e s e s . u s p . b r / t e s e s / d i s p o n i v e i s / 2 / 2 1 3 7 / t d e - 2 4 0 9 2 0 1 0 -</p><p>133201/publico/Representatividade_Adequada_nos_Processos_Coletivos.pdf Acesso</p><p>em 28.6.2014.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Da teoria da relação jurídica processual ao processo civil do</p><p>estado constitucional. In: Revista Jurídica, n. 347, Nota Dez: Porto Alegre, setembro de</p><p>2006, p. 20.</p><p>GRINOVER, Ada Pelegrini. Consulta formulada pela Associação Nacional de</p><p>D e f e n s o r e s P ú b l i c o s . D i s p o n í v e l e m :</p><p>23</p><p>23 Especialista em Processo Judiciário Civil pela Escola Superior de Advocacia do</p><p>Amazonas - Convênio com a Faculdade Figueiredo Costa. Mestranda em Direito</p><p>Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Defensora Pública no</p><p>Estado do Amazonas.</p><p>50 51</p><p>FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos</p><p>trabalhadores. 2ª ed. São Paulo: Ltr, 2007.</p><p>FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3ª ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. Rio de Janeiro:</p><p>Forense, 5ªed. 2011.</p><p>HIPOSSUFICIÊNCIA, TUTELA DO MEIO AMBIENTE E DEFENSORIA PÚBLICA:</p><p>LEGITIMIDADE PARA ATUAÇÃO COLETIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL</p><p>Nayara de Lima Moreira</p><p>Este artigo tem por proposição investigar se a Defensoria Pública encontra-se</p><p>legitimada constitucional e infraconstitucionalmente a atuar, coletivamente, na tutela e</p><p>efetivação do direito fundamental ao meio ambiente equilibrado e sadio. Dessa forma,</p><p>cumpre saber se é jurídica a alteração do art. 5º, II, da Lei da Ação Civil Pública (Lei</p><p>7.347/85) levada a cabo pela Lei 11.448/07. O problema constitui-se na indagação:</p><p>possui a Defensoria Pública legitimidade ampla, concorrente, disjuntiva e autônoma</p><p>para propor a ação civil pública em matéria ambiental, tutelando, portanto, interesses</p><p>difusos? Assim, o objeto geral do presente artigo é identificar no contexto teórico,</p><p>jurisprudencial e normativo a legitimação da Defensoria Pública para atuação coletiva</p><p>em material ambietnal. Como objetivos específicos visa à análise dos princípios cruciais</p><p>relativos ao assunto sob estudo, quais sejam o princípio democrático e o da</p><p>inafastabilidade da jurisdição, bem como a busca do estabelecimento de um conceito</p><p>para necessitado ou hipossuficiente ambiental. No desenvolver do artigo é posto sob</p><p>apreciação e estudo o conceito de necessitado ambiental, distinguido-o do necessitado</p><p>econômico, sendo a vulnerabilidade a base para verificar a possibilidade de atuação da</p><p>Defensoria Pública. São também analisadas as ondas renovatórias de acesso à Justiça</p><p>doutrinadas por Mauro Capelleti e Bryan Garth. O artigo questiona, outrossim, sob o</p><p>aspecto constitucional, se, com o advento da Emenda 80/2014, permanece a discussão</p><p>sobre a constitucionalidade do dispositivo. Os fundamentos do trabalho científico</p><p>buscam apresentar as razões jurídicas que legitimam a Defensoria Pública a agir em</p><p>matéria ambiental e ainda a necessidade de extinção da Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade proposta pela Associação de Membros do Ministério Público. Para</p><p>a confecção deste estudo o método é o indutivo na fase da coleta de dados, de</p><p>tratamento e relato dos dados bibliográficos recolhidos, incluindo-se julgados de</p><p>tribunais sobre o assunto, com o auxilio das técnicas do referente e do fichamento.</p><p>Palavras-chave: Meio Ambiente. Ação Coletiva; Legitimidade. Defensoria Pública.</p><p>Referências:</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 19ª Ed. São Paulo: Editora</p><p>Malheiros, 2006, p. 569.</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasileira, Diário Oficial da</p><p>República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível</p><p>em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm></p><p>Acesso em 25 de junho de 2014.</p><p>BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição 247 de 2013. Disponível em:</p><p>http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B62120D9</p><p>4003B0453E6255915C7F9E3B.proposicoesWeb2?codteor=1064561&filename=PEC</p><p>+247/2013. Acesso em 25 de junho de 2014.</p><p>CAPPELLETTI, Mauro. Formações sociais e interesses coletivos diante da justiça civil.</p><p>In: Revista de processo, Ano II, N. 5, Jan/Mar, 1977, pp. 128-159.</p><p>_____; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução de Ellen Gracie Northfleet. Porto</p><p>Alegre: SAFE, 2002.</p><p>Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Proposta de tese institucional para o III</p><p>Encontro. www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/Repositorio/20/.../4_IIEncontro.doc</p><p>DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual. Volume 4</p><p>(Processo Coletivo). Salvador: Editora Juspodivm, 2007.</p><p>FORNACIARI, Flávia Hellmeisteir Clito. Tese de doutorado. 2010. Disponível em</p><p>h t t p : / / w w w. t e s e s . u s p . b r / t e s e s / d i s p o n i v e i s / 2 / 2 1 3 7 / t d e - 2 4 0 9 2 0 1 0 -</p><p>133201/publico/Representatividade_Adequada_nos_Processos_Coletivos.pdf Acesso</p><p>em 28.6.2014.</p><p>MARINONI, Luiz Guilherme. Da teoria da relação jurídica processual ao processo civil do</p><p>estado constitucional. In: Revista Jurídica, n. 347, Nota Dez: Porto Alegre, setembro de</p><p>2006, p. 20.</p><p>GRINOVER, Ada Pelegrini. Consulta formulada pela Associação Nacional de</p><p>D e f e n s o r e s P ú b l i c o s . D i s p o n í v e l e m :</p><p>23</p><p>23 Especialista em Processo Judiciário Civil pela Escola Superior de Advocacia do</p><p>Amazonas - Convênio com a Faculdade Figueiredo Costa. Mestranda em Direito</p><p>Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Defensora Pública no</p><p>Estado do Amazonas.</p><p>50 51</p><p>http://www.cursomarcato.com.br/admin/mod_ac/exclusivo/528/53/33/acao_civil_public</p><p>a.docAcesso em 6.6.2014.</p><p>NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6 ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2012.</p><p>RÉ, Aluísio Iunes Monti Ruggeri. Manual do defensor público: teoria e prática.</p><p>Salvador: JusPodvm, 2013.</p><p>RODRIGUES, Marcelo Abelha. Didier, Fred (Coord). Ações constitucionais. 5 ed.</p><p>Salvador: JusPodivm, 2011.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19º ed. São Paulo:</p><p>Malheiros Editores, 2000.</p><p>WAMBIER, Luiz Rodrigues; Almeida, Flávio Renato Correia de; Talamini, Eduardo.</p><p>Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo do</p><p>conhecimento. v. 1, 8 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.</p><p>68.</p><p>OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS GARANTIDOS</p><p>NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO</p><p>Ana Cláudia da Silva Melo</p><p>Janeth Thayza Martins Diniz</p><p>Sabrina Selly Scheffer Duarte</p><p>Buscar-se-á abordar de maneira clara e objetiva, os desafios enfrentados pelos Estados,</p><p>na busca pela preservação e aplicação de forma eficaz das normas constitucionais</p><p>convencionadas entre os países, em face da aplicação das normas da Constituição</p><p>Nacional, uma vez que resultaria numa possível perda de soberania. Logo, partindo do</p><p>aspecto histórico do surgimento da Constituição, é possível vislumbrar que sempre</p><p>existiu uma norma superior que buscava estabelecer a organização interna de uma</p><p>sociedade, delimitando o poder dos governantes e instituindo direitos e deveres.</p><p>Entretanto, o termo Constitucionalismo somente ficou em evidência a partir de 1789,</p><p>após a Revolução Francesa, embora já existissem vestígios de que tal instituto vinha</p><p>sendo utilizado desde a Idade Antiga, sendo apenas aperfeiçoado com o passar do</p><p>tempo. Neste sentido, é certo que cada país possui a soberania de sua Constituição,</p><p>onde ocorre a determinação da forma de Estado e Governo, as repartições de poderes, e</p><p>os princípios a serem resguardados pela Carta Magna, observando-se que todas as</p><p>constituições acabam por ter um ponto em comum: os direitos fundamentais e humanos</p><p>garantidos, válidos para todos os povos e em todos os tempos. Fundado nesse</p><p>entendimento, é cada dia mais comum ver a tentativa de integração destes direitos, por</p><p>meio de um fenômeno denominado Constitucionalismo Global, uma vez que, pelo fato</p><p>desses direitos serem de interesse primordial de qualquer Estado, busca-se a proteção</p><p>universal dos mesmos sem interferir na soberania de cada país, visando um direito</p><p>comum, ou seja, pleiteia-se a concretização de uma Constituição Global. Portanto, na</p><p>tentativa de impor esta ideia, verifica-se o surgimento de vários institutos conflitantes</p><p>com a soberania nacional, como é o caso das constituições Supranacionais, o</p><p>Transconstitucionalismo, a aplicabilidade das normas internacionais, e a integração dos</p><p>Tratados. Ocorre que, a teoria nem sempre se vincula com a prática, fato esse que vem</p><p>se comprovando na medida em que surgem contradições entre as normas, criando</p><p>divergências em vez de harmonizá-las, haja vista que o Constitucionalismo Global deve</p><p>se pautar na busca pelo respeito às diferentes normas, ao invés de tentar uniformizá-las.</p><p>Palavras-chave: Constituição. Globalização. Soberania.</p><p>Referências:</p><p>ACCIOLY, Hildebrando. SILVA, G.E. do Nascimento. Manual de Direito Internacional</p><p>Público. 15ª Edição, revista a atualizada por Paulo Borba Casella e colaboradores.</p><p>Saraiva, 2002.</p><p>BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público. Fundação Calouste</p><p>Gulbenkian. Lisboa, 1997.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 12ª</p><p>edição, revista e atualizada. Saraiva, 2011.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. Editora WMF Martins Fontes,</p><p>2009.</p><p>LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18ª Edição. Saraiva, 2014.</p><p>PAGLIARINI, Alexandre Cout inho. Constituição Supranacional: Uma</p><p>internacionalização do Direito Constitucional. Revista Direitos Fundamentais e</p><p>Democracia. Vol 5, 2009.</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR),</p><p>e graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensinio Superior (FACES).</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).</p><p>GT 4 - CONSTITUCIONALISMO NA NOVA ORDEM GLOBAL</p><p>Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Jarochinski Silva (UFRR)</p><p>52 53</p><p>http://www.cursomarcato.com.br/admin/mod_ac/exclusivo/528/53/33/acao_civil_public</p><p>a.docAcesso em 6.6.2014.</p><p>NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 6 ed. Rio de Janeiro: Metodo, 2012.</p><p>RÉ, Aluísio Iunes Monti Ruggeri. Manual do defensor público: teoria e prática.</p><p>Salvador: JusPodvm, 2013.</p><p>RODRIGUES, Marcelo Abelha. Didier, Fred (Coord). Ações constitucionais. 5 ed.</p><p>Salvador: JusPodivm, 2011.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19º ed. São Paulo:</p><p>Malheiros Editores, 2000.</p><p>WAMBIER, Luiz Rodrigues; Almeida, Flávio Renato Correia de; Talamini, Eduardo.</p><p>Curso avançado de processo civil: teoria geral do processo e processo do</p><p>conhecimento. v. 1, 8 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.</p><p>68.</p><p>OS DESAFIOS EM PRESERVAR OS DIREITOS CONSTITUCIONAIS GARANTIDOS</p><p>NO FENÔNEMO DA GLOBALIZAÇÃO</p><p>Ana Cláudia da Silva Melo</p><p>Janeth Thayza Martins Diniz</p><p>Sabrina Selly Scheffer Duarte</p><p>Buscar-se-á abordar de maneira clara e objetiva, os desafios enfrentados pelos Estados,</p><p>na busca pela preservação e aplicação de forma eficaz das normas constitucionais</p><p>convencionadas entre os países, em face da aplicação das normas da Constituição</p><p>Nacional, uma vez que resultaria numa possível perda de soberania. Logo, partindo do</p><p>aspecto histórico do surgimento da Constituição, é possível vislumbrar que sempre</p><p>existiu uma norma superior que buscava estabelecer a organização interna de uma</p><p>sociedade, delimitando o poder dos governantes e instituindo direitos e deveres.</p><p>Entretanto, o termo Constitucionalismo somente ficou em evidência a partir de 1789,</p><p>após a Revolução Francesa, embora já existissem vestígios de que tal instituto vinha</p><p>sendo utilizado desde a Idade Antiga, sendo apenas aperfeiçoado com o passar do</p><p>tempo. Neste sentido, é certo que cada país possui a soberania de sua Constituição,</p><p>onde ocorre a determinação da forma de Estado e Governo, as repartições de poderes, e</p><p>os princípios a serem resguardados pela Carta Magna, observando-se que todas as</p><p>constituições acabam por ter um ponto em comum: os direitos fundamentais e humanos</p><p>garantidos, válidos para todos os povos e em todos os tempos. Fundado nesse</p><p>entendimento, é cada dia mais comum ver a tentativa de integração destes direitos, por</p><p>meio de um fenômeno denominado Constitucionalismo Global, uma vez que, pelo fato</p><p>desses direitos serem de interesse primordial de qualquer Estado, busca-se a proteção</p><p>universal dos mesmos sem interferir na soberania de cada país, visando um direito</p><p>comum, ou seja, pleiteia-se a concretização de uma Constituição Global. Portanto, na</p><p>tentativa de impor esta ideia, verifica-se o surgimento de vários institutos conflitantes</p><p>com a soberania nacional, como é o caso das constituições Supranacionais, o</p><p>Transconstitucionalismo, a aplicabilidade das normas internacionais, e a integração dos</p><p>Tratados. Ocorre que, a teoria nem sempre se vincula com a prática, fato esse que vem</p><p>se comprovando na medida em que surgem contradições entre as normas, criando</p><p>divergências em vez de harmonizá-las, haja vista que o Constitucionalismo Global deve</p><p>se pautar na busca pelo respeito às diferentes normas, ao invés de tentar uniformizá-las.</p><p>Palavras-chave: Constituição. Globalização. Soberania.</p><p>Referências:</p><p>ACCIOLY, Hildebrando. SILVA, G.E. do Nascimento. Manual de Direito Internacional</p><p>Público. 15ª Edição, revista a atualizada por Paulo Borba Casella e colaboradores.</p><p>Saraiva, 2002.</p><p>BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público. Fundação Calouste</p><p>Gulbenkian. Lisboa, 1997.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 12ª</p><p>edição, revista e atualizada. Saraiva, 2011.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. Editora WMF Martins Fontes,</p><p>2009.</p><p>LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18ª Edição. Saraiva, 2014.</p><p>PAGLIARINI, Alexandre Cout inho. Constituição Supranacional: Uma</p><p>internacionalização do Direito Constitucional. Revista Direitos Fundamentais e</p><p>Democracia. Vol 5, 2009.</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR),</p><p>e graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensinio Superior (FACES).</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Cathedral de Ensino Superior (FACES).</p><p>GT 4 - CONSTITUCIONALISMO NA NOVA ORDEM GLOBAL</p><p>Coordenador: Prof. Dr. João Carlos Jarochinski Silva (UFRR)</p><p>52 53</p><p>A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI</p><p>Camila Soares Lippi</p><p>Em 1998, uma Conferência de plenipotenciários se reuniu em Roma, e aprovou o</p><p>Estatuto de Roma, que criou o TPI, com competência para julgar os grandes</p><p>responsáveis por crimes de guerra, crimes contra humanidade e genocídio (e que, após</p><p>a entrada em vigor de emenda aprovada na conferência de Kampala de 2010, também</p><p>terá competência para julgar os responsáveis por crimes de agressão). Após a votação, o</p><p>representante brasileiro na conferência afirmou que tanto o instituto de entrega de</p><p>nacionais quanto a aplicação de pena de prisão perpétua seriam contrários à</p><p>Constituição brasileira de 1988. Apesar disso, o país não somente ratificou o tratado</p><p>constitutivo do TPI, como o constituinte derivado incluiu, por meio da EC nº 45/2004, o</p><p>parágrafo 4º do art. 5º, segundo o qual o Brasil se submete à jurisdição do TPI. A proposta</p><p>deste trabalho é discutir sobre a compatibilidade entre esses dispositivos. A metodologia</p><p>utilizada, além da pesquisa em fontes primárias, como por exemplo, as atas da</p><p>Conferência de Roma, foi a revisão bibliográfica.</p><p>Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional. Constituição Brasileira de 1988. Entrega.</p><p>Prisão Perpétua.</p><p>Referências:</p><p>BATISTA, Vanessa Oliveira; RODRIGUES, Luciana Boiteux de Figueiredo; PIRES,</p><p>Thula Rafaela. A Emenda Constitucional n.º 45/2004 e a constitucionalização dos</p><p>tratados internacionais de direitos humanos no Brasil. Revista Jurídica, V. 10, nº 90,</p><p>abril/maio de 2008.</p><p>CASSESE, Antonio. International Criminal Law. Oxford: Oxford University Press,</p><p>2008, 2nd edition.</p><p>JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del</p><p>Rey, 2009.</p><p>_____. O Tribunal Penal Internacional: a internacionalização do Direito Penal. Rio de</p><p>Janeiro: Renovar, 2004.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.</p><p>PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 13ª</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>_____. Temas de direitos humanos. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.</p><p>SILVA, Alice Rocha; LINO, Clarice Nader Pereira. A constitucionalidade pena de prisão</p><p>perpétua no TPI frente ao ordenamento jurídico brasileiro. Revista de Direito</p><p>Internacional, V. 9, nº 2, 2012, p. 115-123.</p><p>27</p><p>27Professora de Direito Internacional do curso de Relações Internacionais da</p><p>Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Bacharel e Mestre em Direito pela</p><p>Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Relações Internacionais pelo</p><p>Centro Universitário Metodista Bennett.</p><p>54 55</p><p>A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O TPI</p><p>Camila Soares Lippi</p><p>Em 1998, uma Conferência de plenipotenciários se reuniu em Roma, e aprovou o</p><p>Estatuto de Roma, que criou o TPI, com competência para julgar os grandes</p><p>responsáveis por crimes de guerra, crimes contra humanidade e genocídio (e que, após</p><p>a entrada em vigor de emenda aprovada na conferência de Kampala de 2010, também</p><p>terá competência para julgar os responsáveis por crimes de agressão). Após a votação, o</p><p>representante brasileiro na conferência afirmou que tanto o instituto de entrega de</p><p>nacionais quanto a aplicação de pena de prisão perpétua seriam contrários à</p><p>Constituição brasileira de 1988. Apesar disso, o país não somente ratificou o tratado</p><p>constitutivo do TPI, como o constituinte derivado incluiu, por meio da EC nº 45/2004, o</p><p>parágrafo 4º do art. 5º, segundo o qual o Brasil se submete à jurisdição do TPI. A proposta</p><p>deste trabalho é discutir sobre a compatibilidade entre esses dispositivos. A metodologia</p><p>utilizada, além da pesquisa em fontes primárias, como por exemplo, as atas da</p><p>Conferência de Roma, foi a revisão bibliográfica.</p><p>Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional. Constituição Brasileira de 1988. Entrega.</p><p>Prisão Perpétua.</p><p>Referências:</p><p>BATISTA, Vanessa Oliveira; RODRIGUES, Luciana Boiteux de Figueiredo; PIRES,</p><p>Thula Rafaela. A Emenda Constitucional n.º 45/2004 e a constitucionalização dos</p><p>tratados internacionais de direitos humanos no Brasil. Revista Jurídica, V. 10, nº 90,</p><p>abril/maio de 2008.</p><p>CASSESE, Antonio. International Criminal Law. Oxford: Oxford University Press,</p><p>2008, 2nd edition.</p><p>JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del</p><p>Rey, 2009.</p><p>_____. O Tribunal Penal Internacional: a internacionalização do Direito Penal. Rio de</p><p>Janeiro: Renovar, 2004.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.</p><p>PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 13ª</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>_____. Temas de direitos humanos. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.</p><p>SILVA, Alice Rocha; LINO, Clarice Nader Pereira. A constitucionalidade pena de prisão</p><p>perpétua no TPI frente ao ordenamento jurídico brasileiro. Revista de Direito</p><p>Internacional, V. 9, nº 2, 2012, p. 115-123.</p><p>27</p><p>27Professora de Direito Internacional do curso de Relações Internacionais da</p><p>Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Bacharel e Mestre em Direito pela</p><p>Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Relações Internacionais pelo</p><p>Centro Universitário Metodista Bennett.</p><p>54 55</p><p>TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO CRÍTICO DA</p><p>RACIONALIDADE TRANSVERSAL</p><p>Edgar Oliveira Campos</p><p>O presente artigo consistiu na análise de teorias propostas por alguns dos mais</p><p>notáveis pensadores das ciências jurídicas, sociais e antropológicas do século XX, como</p><p>ferramenta para explicar a dificuldade da emancipação de uma racionalidade transversal</p><p>dentro da ideia de um transconstitucionalismo atual. A pesquisa desenvolvida visa expor,</p><p>através da teoria critica e diversos outros posicionamentos sócio-antropológicos, como a</p><p>sociedade capitalista atual encontra-se em um estado de engessamento em suas</p><p>estruturas, graças a processos de integração repressivos, inviabilizando a consciência</p><p>de tomada do transconstitucionalismo nos planos jurídicos interno e externo, por mais</p><p>que a ideia fundamentada e proposta por Marcelo Neves tenha um aparato</p><p>revolucionário no que tange a pacificação de conflitos na esfera constitucional e do</p><p>direito internacional. Para isso, a metodologia utilizada foi a dedutiva. Os instrumentos</p><p>metodológicos consistiram na análise bibliográfica e documental especializada. Tendo</p><p>em vista a sistemática do tema, observou-se que um país democrático é regulado pelas</p><p>mais diversas ordens de poder, estas que controlam suas estruturas sociais,</p><p>econômicas, políticas e culturais. Dessa forma, o estudo de alguns elementos da Teoria</p><p>Crítica e de textos sócio-antropológicos como os de Noam Chomsky e Pierre Clastres,</p><p>por exemplo, evidenciam os elementos de uma sociedade com uma mentalidade forçada</p><p>a ter uma natureza provinciana, o que representa um escopo para que as forças</p><p>controladoras do poder refutem o argumento transconstitucional. Para que seja possível</p><p>entender a dificuldade de desenvolvimento de uma racionalidade transversal, proposta</p><p>como um elemento desencadeador do transconstitucionalismo de Marcelo Neves, foram</p><p>abordados alguns argumentos como os da construção ideológica social, comunicação</p><p>das massas, manipulação do consenso, crise de legitimidade, além de outros estudos da</p><p>linguagem política proposta pela Teoria Crítica e seus expoentes. Como conclusão,</p><p>verificou-se que a sociedade moderna atual encontra-se sob um conjunto de entraves,</p><p>representados por uma economia oligárquica e de um sistema estatal autoritário que</p><p>apenas muda de forma com o decorrer da história, e que bloqueiam as tentativas de</p><p>emancipação a um patamar de consciência política tão elevado, como o proposto por</p><p>Marcelo Neves.</p><p>Palavras-chave:</p><p>Racionalidade Transversal. Teoria Critica. Transconstitucionalismo.</p><p>Referências:</p><p>BRONNER, Stephen Eric. Da Teoria Crítica e seus Teóricos. Tradução de Tomás R.</p><p>Bueno, Cristina Meneguelo. Campinas, SP. Papirus, 1997.</p><p>CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas?. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. São</p><p>Paulo. Bertrand Brasil, 2002.</p><p>CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Tradução de Bernardo Frei. Porto.</p><p>Edições Afrontamento, 1979.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. WMF Martins Fontes, 2009.</p><p>Graduando do 8º período pela Universidade Estadual de Roraima (UERR)</p><p>28</p><p>28</p><p>56 57</p><p>TENSÕES NAS BASES DEMOCRÁTICAS COMO ELEMENTO CRÍTICO DA</p><p>RACIONALIDADE TRANSVERSAL</p><p>Edgar Oliveira Campos</p><p>O presente artigo consistiu na análise de teorias propostas por alguns dos mais</p><p>notáveis pensadores das ciências jurídicas, sociais e antropológicas do século XX, como</p><p>ferramenta para explicar a dificuldade da emancipação de uma racionalidade transversal</p><p>dentro da ideia de um transconstitucionalismo atual. A pesquisa desenvolvida visa expor,</p><p>através da teoria critica e diversos outros posicionamentos sócio-antropológicos, como a</p><p>sociedade capitalista atual encontra-se em um estado de engessamento em suas</p><p>estruturas, graças a processos de integração repressivos, inviabilizando a consciência</p><p>de tomada do transconstitucionalismo nos planos jurídicos interno e externo, por mais</p><p>que a ideia fundamentada e proposta por Marcelo Neves tenha um aparato</p><p>revolucionário no que tange a pacificação de conflitos na esfera constitucional e do</p><p>direito internacional. Para isso, a metodologia utilizada foi a dedutiva. Os instrumentos</p><p>metodológicos consistiram na análise bibliográfica e documental especializada. Tendo</p><p>em vista a sistemática do tema, observou-se que um país democrático é regulado pelas</p><p>mais diversas ordens de poder, estas que controlam suas estruturas sociais,</p><p>econômicas, políticas e culturais. Dessa forma, o estudo de alguns elementos da Teoria</p><p>Crítica e de textos sócio-antropológicos como os de Noam Chomsky e Pierre Clastres,</p><p>por exemplo, evidenciam os elementos de uma sociedade com uma mentalidade forçada</p><p>a ter uma natureza provinciana, o que representa um escopo para que as forças</p><p>controladoras do poder refutem o argumento transconstitucional. Para que seja possível</p><p>entender a dificuldade de desenvolvimento de uma racionalidade transversal, proposta</p><p>como um elemento desencadeador do transconstitucionalismo de Marcelo Neves, foram</p><p>abordados alguns argumentos como os da construção ideológica social, comunicação</p><p>das massas, manipulação do consenso, crise de legitimidade, além de outros estudos da</p><p>linguagem política proposta pela Teoria Crítica e seus expoentes. Como conclusão,</p><p>verificou-se que a sociedade moderna atual encontra-se sob um conjunto de entraves,</p><p>representados por uma economia oligárquica e de um sistema estatal autoritário que</p><p>apenas muda de forma com o decorrer da história, e que bloqueiam as tentativas de</p><p>emancipação a um patamar de consciência política tão elevado, como o proposto por</p><p>Marcelo Neves.</p><p>Palavras-chave: Racionalidade Transversal. Teoria Critica. Transconstitucionalismo.</p><p>Referências:</p><p>BRONNER, Stephen Eric. Da Teoria Crítica e seus Teóricos. Tradução de Tomás R.</p><p>Bueno, Cristina Meneguelo. Campinas, SP. Papirus, 1997.</p><p>CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas?. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. São</p><p>Paulo. Bertrand Brasil, 2002.</p><p>CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Tradução de Bernardo Frei. Porto.</p><p>Edições Afrontamento, 1979.</p><p>NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo. WMF Martins Fontes, 2009.</p><p>Graduando do 8º período pela Universidade Estadual de Roraima (UERR)</p><p>28</p><p>28</p><p>56 57</p><p>O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A VEDAÇÃO DO</p><p>DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE</p><p>Aluizio Ferreira Vieira</p><p>Elisa Assumpção Solinho</p><p>O artigo tem como objetivo discutir a problemática da auto-regulamentação</p><p>jurídica formuladas no interior de comunidades indígenas para fins de punição de índios</p><p>que pratiquem condutas ilícitas, bem como a disposição do Estado, mais</p><p>especificamente o Poder Judiciário, para reconhecê-las. Para balizar o direito de punir</p><p>das comunidades indígenas e, consequentemente, vedar o duplo jus puniendi - a</p><p>possibilidade da dupla punição do fato por dois entes que detém o direito de punir, in</p><p>casu, a Comunidade Indígena e o Estado -, tem-se a necessidade do reconhecimento</p><p>estatal da diversidade cultural e da plurietnicidade pela CF/88. Porém, na prática, não se</p><p>reconhece a autonomia das comunidades indígenas em punir os seus integrantes. Esse</p><p>é o cenário vivenciado pelas diversas comunidades indígenas existentes na região norte</p><p>do Brasil, em especial, no Estado de Roraima, que convivem com a pressão de grandes</p><p>grupos embasados numa ordem jurídica decorrente do Estado Nacional. A partir desta</p><p>discussão, teve-se como base o estudo de um caso específico ocorrido recentemente</p><p>em uma comunidade indígena localizada no Estado de Roraima, o qual será</p><p>denominado de "caso Denilson", em que sobreveio sentença declarativa de ausência do</p><p>direito de punir estatal. Diante da complexidade em entender a cultura indígena e a</p><p>construção de seus sistemas normativos, é necessário o diálogo com outros saberes que</p><p>permitam melhor compreensão do nosso lugar e do 'outro'. Invoca-se, pois, institutos</p><p>como o multiculturalismo e a jusdiversidade. Ademais, é importante ressaltar a</p><p>Convenção 169-OIT, que trata sobre os povos indígenas e tribais, uma vez que esta</p><p>promulga a autonomia das comunidades indígenas. A CF/88 apesar de aparentemente</p><p>ditar o respeito à diversidade cultural e ao reconhecimento do estado pluriétnico, não</p><p>criou instrumentos que fossem capazes de levar esse discurso à realidade das</p><p>comunidades indígenas. Diante destas lacunas, as práticas sociais internas das</p><p>comunidades tem o condão de resolver a maior parte dos conflitos, inclusive àquelas</p><p>atinentes às questões criminais, apesar de suas decisões serem, por vezes,</p><p>desrespeitadas em razão de novo julgamento do fato pelo Estado-juiz. Nesse contexto,</p><p>verifica-se o nó da questão indígena no Direito brasileiro que pretende ser analisada.</p><p>Palavras-chaves: Direito Indígena. Jusdiversidade. Duplo jus puniendi. Auto</p><p>regulamentação. Convenção 169 OIT</p><p>Referências:</p><p>Lobão, Ronaldo. (2014). Notas em favor de um programa de pesquisa da</p><p>antropologia no direito em contextos de jusdiversidade. Argentina. Revista</p><p>Democracia y Derechos. Nº5.</p><p>SILVA, Luiz Fernando Villares e (Org.). Coletânea da legislação indigenista brasileira.</p><p>Brasília: FUNAI, 2008.</p><p>SILVEIRA, Edson Damas da. Direito socioambiental - Tratado de Cooperação</p><p>Amazônica. Curitiba: Juruá, 2005.____. Socioambientalismo amazônico. Curitiba:</p><p>Juruá, 2008.</p><p>Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Roraima (2003). Mestrando em</p><p>Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Juiz de Direito</p><p>Titular da Comarca de Pacaraima/TJRR e Professor de Direito Civil - Parte geral, do</p><p>curso de Direito das Faculdades Cathedral - Pólo Boa Vista/RR</p><p>Graduanda em Direito pela Universidade Federal Fluminense, vinculada à</p><p>Universidade Federal de Roraima pelo programa de Mobilidade Nacional.</p><p>29</p><p>30</p><p>29</p><p>3058 59</p><p>O DIREITO DE PUNIR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS E A VEDAÇÃO DO</p><p>DUPLO JUS PUNIENDI À LUZ DA JUSDIVERSIDADE</p><p>Aluizio Ferreira Vieira</p><p>Elisa Assumpção Solinho</p><p>O artigo tem como objetivo discutir a problemática da auto-regulamentação</p><p>jurídica formuladas no interior de comunidades indígenas para fins de punição de índios</p><p>que pratiquem condutas ilícitas, bem como a disposição do Estado, mais</p><p>especificamente o Poder Judiciário, para reconhecê-las. Para balizar o direito de punir</p><p>das comunidades indígenas e, consequentemente, vedar o duplo jus puniendi - a</p><p>possibilidade da dupla punição do fato por dois entes que detém o direito de punir, in</p><p>casu, a Comunidade Indígena e o Estado -, tem-se a necessidade do reconhecimento</p><p>estatal da diversidade cultural e da plurietnicidade pela CF/88.</p><p>Porém, na prática, não se</p><p>reconhece a autonomia das comunidades indígenas em punir os seus integrantes. Esse</p><p>é o cenário vivenciado pelas diversas comunidades indígenas existentes na região norte</p><p>do Brasil, em especial, no Estado de Roraima, que convivem com a pressão de grandes</p><p>grupos embasados numa ordem jurídica decorrente do Estado Nacional. A partir desta</p><p>discussão, teve-se como base o estudo de um caso específico ocorrido recentemente</p><p>em uma comunidade indígena localizada no Estado de Roraima, o qual será</p><p>denominado de "caso Denilson", em que sobreveio sentença declarativa de ausência do</p><p>direito de punir estatal. Diante da complexidade em entender a cultura indígena e a</p><p>construção de seus sistemas normativos, é necessário o diálogo com outros saberes que</p><p>permitam melhor compreensão do nosso lugar e do 'outro'. Invoca-se, pois, institutos</p><p>como o multiculturalismo e a jusdiversidade. Ademais, é importante ressaltar a</p><p>Convenção 169-OIT, que trata sobre os povos indígenas e tribais, uma vez que esta</p><p>promulga a autonomia das comunidades indígenas. A CF/88 apesar de aparentemente</p><p>ditar o respeito à diversidade cultural e ao reconhecimento do estado pluriétnico, não</p><p>criou instrumentos que fossem capazes de levar esse discurso à realidade das</p><p>comunidades indígenas. Diante destas lacunas, as práticas sociais internas das</p><p>comunidades tem o condão de resolver a maior parte dos conflitos, inclusive àquelas</p><p>atinentes às questões criminais, apesar de suas decisões serem, por vezes,</p><p>desrespeitadas em razão de novo julgamento do fato pelo Estado-juiz. Nesse contexto,</p><p>verifica-se o nó da questão indígena no Direito brasileiro que pretende ser analisada.</p><p>Palavras-chaves: Direito Indígena. Jusdiversidade. Duplo jus puniendi. Auto</p><p>regulamentação. Convenção 169 OIT</p><p>Referências:</p><p>Lobão, Ronaldo. (2014). Notas em favor de um programa de pesquisa da</p><p>antropologia no direito em contextos de jusdiversidade. Argentina. Revista</p><p>Democracia y Derechos. Nº5.</p><p>SILVA, Luiz Fernando Villares e (Org.). Coletânea da legislação indigenista brasileira.</p><p>Brasília: FUNAI, 2008.</p><p>SILVEIRA, Edson Damas da. Direito socioambiental - Tratado de Cooperação</p><p>Amazônica. Curitiba: Juruá, 2005.____. Socioambientalismo amazônico. Curitiba:</p><p>Juruá, 2008.</p><p>Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Roraima (2003). Mestrando em</p><p>Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Juiz de Direito</p><p>Titular da Comarca de Pacaraima/TJRR e Professor de Direito Civil - Parte geral, do</p><p>curso de Direito das Faculdades Cathedral - Pólo Boa Vista/RR</p><p>Graduanda em Direito pela Universidade Federal Fluminense, vinculada à</p><p>Universidade Federal de Roraima pelo programa de Mobilidade Nacional.</p><p>29</p><p>30</p><p>29</p><p>3058 59</p><p>A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL EM FACE DO</p><p>FENÔMENO DA ‘‘EXCLUDÊNCIA’’</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Este artigo parte da premissa de que o tema da constitucionalização do direito</p><p>internacional merece estudo cada vez mais aprofundado, sobretudo porque, como</p><p>afirma Jan Klabbers (2009), ele comporia a "trindade" do debate jusinternacionalista</p><p>contemporâneo nestes primeiros anos do séc. XXI, ao lado dos temas da verticalização e</p><p>da fragmentação do direito internacional. Embora se possa dizer que a temática ainda</p><p>muito adstrita ao estudo da evolução do direito comunitário europeu, não há razões para</p><p>se desconsiderar a relação direta que há entre um tal fenômeno [a constitucionalização]</p><p>e outros como a relação entre a politização do direito e a internacionalização dos direitos</p><p>humanos - e, ipso facto, o consequente interesse que advém dessa constatação para</p><p>contextos não-europeus. Em agosto de 2013, Jürgen Habermas fez um "apelo" pela</p><p>constitucionalização do direito internacional, ocasião em que a definiu como a</p><p>continuidade do processo de juridificação (enquanto "domesticação" pelo direito) do</p><p>poder político. Segundo ele, após a Segunda Guerra, esse processo teria extravasado o</p><p>âmbito dos Estados nacionais e alcançado o domínio internacional, favorecido pela</p><p>atuação de uma rede de organizações internacionais de integração política e de</p><p>cooperação. O caminho para essa constitucionalização, contudo, passa a ser</p><p>"pedregoso" não apenas se se tomar em conta, como faz Habermas, a crise que se</p><p>instalou na União Europeia, mas também a assunção de novos dispositivos que hoje</p><p>consubstanciariam respostas jurídicas utilizadas de modo cada vez mais frequente nas</p><p>relações internacionais contra Estados com tendências, por assim dizer,</p><p>desintegradoras. Um exemplo desses novos dispositivos seria o que Scott Shapiro e</p><p>Onna Hathaway (2009) chamam de "excludência" (outcasting). Como seria possível a</p><p>conformação constitucional do direito internacional se, como aponta Habermas, "a</p><p>governança global é apenas um termo eufemístico para se referir ao caráter</p><p>antidemocrático das relações internacionais a que temos assistido hoje", sendo esse</p><p>caráter especialmente notado no arranjo institucional da Organização Mundial do</p><p>Comércio (OMC)? A socialização política exigida por esse grau avançado de</p><p>constitucionalização seria compatível com o contexto em que entidades internacionais</p><p>frequentemente marginalizam certos Estados tidos por não-colaborativos? Até que</p><p>ponto a excludência pressupõe a racionalização do poder político? Eis as dúvidas que</p><p>mobilizam as análises levadas a efeito no presente texto.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Internacional. Governança Global.</p><p>Excludência.</p><p>Referências:</p><p>HABERMAS, Jürgen. Plea for a constitutionalization of international law. Athens,</p><p>XXIII World Congress of Philosophy, 2013. 11f. (Texto digitado).</p><p>KLABBERS, Jan. Setting the scenes. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN,</p><p>Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press,</p><p>2009.</p><p>PETERS, Anne. Conclusions. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir.</p><p>The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009.</p><p>SHAPIRO, Scott; HATHAWAY, Oona. Outcasting: Enforcement in domestic and</p><p>international law. The Yale Law Journal. New Haven, v. 121, n. 2, p. 252-349, 2011.</p><p>31</p><p>31Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de</p><p>Roraima (ICJ/UFRR). E-mail: fxavier010@hotmail.com.60 61</p><p>A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL EM FACE DO</p><p>FENÔMENO DA ‘‘EXCLUDÊNCIA’’</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Este artigo parte da premissa de que o tema da constitucionalização do direito</p><p>internacional merece estudo cada vez mais aprofundado, sobretudo porque, como</p><p>afirma Jan Klabbers (2009), ele comporia a "trindade" do debate jusinternacionalista</p><p>contemporâneo nestes primeiros anos do séc. XXI, ao lado dos temas da verticalização e</p><p>da fragmentação do direito internacional. Embora se possa dizer que a temática ainda</p><p>muito adstrita ao estudo da evolução do direito comunitário europeu, não há razões para</p><p>se desconsiderar a relação direta que há entre um tal fenômeno [a constitucionalização]</p><p>e outros como a relação entre a politização do direito e a internacionalização dos direitos</p><p>humanos - e, ipso facto, o consequente interesse que advém dessa constatação para</p><p>contextos não-europeus. Em agosto de 2013, Jürgen Habermas fez um "apelo" pela</p><p>constitucionalização do direito internacional, ocasião em que a definiu como a</p><p>continuidade do processo de juridificação (enquanto "domesticação" pelo direito) do</p><p>poder político. Segundo ele, após a Segunda Guerra, esse processo teria extravasado o</p><p>âmbito dos Estados nacionais e alcançado o domínio internacional, favorecido pela</p><p>atuação de uma rede de organizações internacionais de integração política e de</p><p>cooperação. O caminho para essa constitucionalização, contudo, passa a ser</p><p>"pedregoso" não apenas se se tomar em conta, como faz Habermas, a crise que se</p><p>instalou na União Europeia, mas também a assunção de novos dispositivos que hoje</p><p>consubstanciariam respostas jurídicas utilizadas de modo cada vez mais frequente nas</p><p>relações internacionais</p><p>contra Estados com tendências, por assim dizer,</p><p>desintegradoras. Um exemplo desses novos dispositivos seria o que Scott Shapiro e</p><p>Onna Hathaway (2009) chamam de "excludência" (outcasting). Como seria possível a</p><p>conformação constitucional do direito internacional se, como aponta Habermas, "a</p><p>governança global é apenas um termo eufemístico para se referir ao caráter</p><p>antidemocrático das relações internacionais a que temos assistido hoje", sendo esse</p><p>caráter especialmente notado no arranjo institucional da Organização Mundial do</p><p>Comércio (OMC)? A socialização política exigida por esse grau avançado de</p><p>constitucionalização seria compatível com o contexto em que entidades internacionais</p><p>frequentemente marginalizam certos Estados tidos por não-colaborativos? Até que</p><p>ponto a excludência pressupõe a racionalização do poder político? Eis as dúvidas que</p><p>mobilizam as análises levadas a efeito no presente texto.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Internacional. Governança Global.</p><p>Excludência.</p><p>Referências:</p><p>HABERMAS, Jürgen. Plea for a constitutionalization of international law. Athens,</p><p>XXIII World Congress of Philosophy, 2013. 11f. (Texto digitado).</p><p>KLABBERS, Jan. Setting the scenes. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN,</p><p>Geir. The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press,</p><p>2009.</p><p>PETERS, Anne. Conclusions. In: KLABBERS, Jan; PETERS, Anne; ULFSTEIN, Geir.</p><p>The constitutionalization of international law. Oxford: Oxford University Press, 2009.</p><p>SHAPIRO, Scott; HATHAWAY, Oona. Outcasting: Enforcement in domestic and</p><p>international law. The Yale Law Journal. New Haven, v. 121, n. 2, p. 252-349, 2011.</p><p>31</p><p>31Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de</p><p>Roraima (ICJ/UFRR). E-mail: fxavier010@hotmail.com.60 61</p><p>A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO: UMA ANÁLISE</p><p>DO PLURALISMO JURÍDICO E DAS INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA</p><p>CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE.</p><p>Isete Evangelista Albuquerque</p><p>Kérlynni Misraelly Cavalcanti Muniz Caiado</p><p>Larissa Faria Lacerda</p><p>Este artigo analisou "a crise da soberania frente ao mundo globalizado: uma análise do</p><p>pluralismo jurídico e das interferências internacionais na consolidação do sistema</p><p>jurisdicional de Timor Leste". Seus objetivos específicos foram estudar o surgimento da</p><p>globalização e o seu marco histórico; analisar os elementos constitutivos do Estado e</p><p>suas implicações na ordem jurídica interna e externa, referente à soberania; expor os</p><p>principais reflexos da globalização na soberania dos Estados, e, ao final, analisar o</p><p>pluralismo jurídico e as interferências internacionais no processo de independência em</p><p>Timor Leste. A metodologia empregada foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória,</p><p>qualitativa e documental. A relevância da temática justifica-se pela premissa de que o</p><p>Estado Soberano é aquele que possui elementos que lhe são próprios e soberania</p><p>(interna e externa). Ocorre que a existência de tratados internacionais assinados pelos</p><p>Estados e a ingerência dos organismos internacionais na soberania interna revelam uma</p><p>crescente intromissão que pode revelar aspectos sombrios ou reluzentes de abdicação</p><p>de parcela da soberania interna, sob a alegação de preservação da paz mundial e</p><p>harmonização das relações internacionais. Deste modo, a globalização é o processo</p><p>pelo qual o espaço mundial adquire unidade. Assim, a maior parte da vida social é</p><p>determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras nacionais</p><p>estão dissolvendo-se e adquirindo uniformidade. Neste contexto, o discurso da</p><p>globalização a favor da mundialização do bem-estar e da prosperidade nas Nações não</p><p>é plenamente respeitado, pois os Estados se veem abertamente obrigados a fazer o que</p><p>determinados organismos internacionais e Estados mais poderosos sugerem,</p><p>acarretando, assim, a mitigação da soberania interna. Exemplo disso é Timor Leste que,</p><p>após a retirada da Indonésia do seu território, passou a viver com duas realidades, quais</p><p>sejam: a manutenção dos valores e da cultura local ou a imposição de novos "agentes"</p><p>da sociedade. Deste caso, constata-se o quanto a interferência internacional pode</p><p>prejudicar o amadurecimento democrático, afinal, tentaram neste Estado a imputação à</p><p>seco de uma legislação que em nada refletia a cultura e os anseios populares. Na</p><p>verdade, o processo de globalização e de interferência estatal na soberania dos Estados</p><p>cria uma uniformização de direitos, sem permitir que a maturidade jurídica de uma nação</p><p>seja alcançada, mesmo que arduamente pelas próprias experiências, como o que</p><p>ocorrerá com todas as grandes potências mundiais. Como resultados da investigação,</p><p>observou-se, a partir do caso de Timor Leste, que a preocupação dos organismos</p><p>internacionais não é a valorização do pluralismo jurídico, quiçá a dignificação do homem.</p><p>Denotou-se, assim, que a preocupação é padronizar comportamentos e compilar</p><p>legislações a fim de facilitar a ingerência nos Estados e viabilizar a concretização de seus</p><p>interesses a longo prazo. Assim sendo, estes organismos internacionais possui um</p><p>intuito nitidamente etnocentrista, pois partem da premissa de que seu conceito de justiça</p><p>é superior ao ideal de justiça consagrado na cultura local de um Estado.</p><p>Palavras-chave: Soberania. Globalização. Pluralismo Jurídico. Relações</p><p>Internacionais. Timor Leste.</p><p>Referências:</p><p>BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo:</p><p>FAPESP, 2001.</p><p>BONAVIDES, Paulo. A globalização e a soberania: aspectos constitucionais. Revista</p><p>do instituto dos advogados brasileiros, São Paulo, v. 34, n. 92, p. 23-43, abr./jun. 2000.</p><p>PEIXOTO, Alexandre Kotzias. A erosão da soberania e a teoria das relações</p><p>internacionais. Brasília, 1997. 134 f. Dissertação (Mestrado em Relações</p><p>Internacionais) - Departamento de Relações Internacionais. Universidade de Brasília.</p><p>SIMIÃO, Daniel. Documentário: 39. Sé Mak Sala Tenkeser Selu Sala Brasil/ Timor -</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>Professora da Faculdade Estácio Atual, graduada pela Universidade de Fortaleza,</p><p>Especialista em Direito Tributário e Direito Constitucional pela Universidade</p><p>Anhanguera e Mestre em Direito Público pela Universidade Estácio de Sá.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.</p><p>62 63</p><p>A CRISE DA SOBERANIA FRENTE AO MUNDO GLOBALIZADO: UMA ANÁLISE</p><p>DO PLURALISMO JURÍDICO E DAS INTERFERÊNCIAS INTERNACIONAIS NA</p><p>CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA JURISDICIONAL DE TIMOR LESTE.</p><p>Isete Evangelista Albuquerque</p><p>Kérlynni Misraelly Cavalcanti Muniz Caiado</p><p>Larissa Faria Lacerda</p><p>Este artigo analisou "a crise da soberania frente ao mundo globalizado: uma análise do</p><p>pluralismo jurídico e das interferências internacionais na consolidação do sistema</p><p>jurisdicional de Timor Leste". Seus objetivos específicos foram estudar o surgimento da</p><p>globalização e o seu marco histórico; analisar os elementos constitutivos do Estado e</p><p>suas implicações na ordem jurídica interna e externa, referente à soberania; expor os</p><p>principais reflexos da globalização na soberania dos Estados, e, ao final, analisar o</p><p>pluralismo jurídico e as interferências internacionais no processo de independência em</p><p>Timor Leste. A metodologia empregada foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória,</p><p>qualitativa e documental. A relevância da temática justifica-se pela premissa de que o</p><p>Estado Soberano é aquele que possui elementos que lhe são próprios e soberania</p><p>(interna e externa). Ocorre que a existência de tratados internacionais assinados pelos</p><p>Estados e a ingerência dos organismos internacionais na soberania interna revelam uma</p><p>crescente intromissão que pode revelar aspectos sombrios ou reluzentes de abdicação</p><p>de parcela da soberania interna, sob a alegação de preservação da paz mundial e</p><p>harmonização das relações internacionais. Deste modo, a globalização é o processo</p><p>pelo qual o espaço mundial adquire</p><p>unidade. Assim, a maior parte da vida social é</p><p>determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras nacionais</p><p>estão dissolvendo-se e adquirindo uniformidade. Neste contexto, o discurso da</p><p>globalização a favor da mundialização do bem-estar e da prosperidade nas Nações não</p><p>é plenamente respeitado, pois os Estados se veem abertamente obrigados a fazer o que</p><p>determinados organismos internacionais e Estados mais poderosos sugerem,</p><p>acarretando, assim, a mitigação da soberania interna. Exemplo disso é Timor Leste que,</p><p>após a retirada da Indonésia do seu território, passou a viver com duas realidades, quais</p><p>sejam: a manutenção dos valores e da cultura local ou a imposição de novos "agentes"</p><p>da sociedade. Deste caso, constata-se o quanto a interferência internacional pode</p><p>prejudicar o amadurecimento democrático, afinal, tentaram neste Estado a imputação à</p><p>seco de uma legislação que em nada refletia a cultura e os anseios populares. Na</p><p>verdade, o processo de globalização e de interferência estatal na soberania dos Estados</p><p>cria uma uniformização de direitos, sem permitir que a maturidade jurídica de uma nação</p><p>seja alcançada, mesmo que arduamente pelas próprias experiências, como o que</p><p>ocorrerá com todas as grandes potências mundiais. Como resultados da investigação,</p><p>observou-se, a partir do caso de Timor Leste, que a preocupação dos organismos</p><p>internacionais não é a valorização do pluralismo jurídico, quiçá a dignificação do homem.</p><p>Denotou-se, assim, que a preocupação é padronizar comportamentos e compilar</p><p>legislações a fim de facilitar a ingerência nos Estados e viabilizar a concretização de seus</p><p>interesses a longo prazo. Assim sendo, estes organismos internacionais possui um</p><p>intuito nitidamente etnocentrista, pois partem da premissa de que seu conceito de justiça</p><p>é superior ao ideal de justiça consagrado na cultura local de um Estado.</p><p>Palavras-chave: Soberania. Globalização. Pluralismo Jurídico. Relações</p><p>Internacionais. Timor Leste.</p><p>Referências:</p><p>BARROS, Alberto Ribeiro de. A teoria da soberania de Jean Bodin. São Paulo:</p><p>FAPESP, 2001.</p><p>BONAVIDES, Paulo. A globalização e a soberania: aspectos constitucionais. Revista</p><p>do instituto dos advogados brasileiros, São Paulo, v. 34, n. 92, p. 23-43, abr./jun. 2000.</p><p>PEIXOTO, Alexandre Kotzias. A erosão da soberania e a teoria das relações</p><p>internacionais. Brasília, 1997. 134 f. Dissertação (Mestrado em Relações</p><p>Internacionais) - Departamento de Relações Internacionais. Universidade de Brasília.</p><p>SIMIÃO, Daniel. Documentário: 39. Sé Mak Sala Tenkeser Selu Sala Brasil/ Timor -</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>Professora da Faculdade Estácio Atual, graduada pela Universidade de Fortaleza,</p><p>Especialista em Direito Tributário e Direito Constitucional pela Universidade</p><p>Anhanguera e Mestre em Direito Público pela Universidade Estácio de Sá.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Faculdade Estácio Atual.</p><p>62 63</p><p>Leste. 2011. Dir. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/6431243/S-Mak-Sala-</p><p>Tenkeser-Selu-Sala . Visualizados dia 25.09.2014.</p><p>CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS DIREITOS</p><p>TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS: LIMITAÇÕES DO MODELO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Luciano Alberto Ferreira</p><p>Bianca Ferreira Nasser Fraxe</p><p>Verçulina Firmino dos Santos</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Desde o período colonial o trabalho doméstico no Brasil esteve intimamente</p><p>ligado ao trabalho escravo, demonstrando nítida distinção entre classes trabalhadoras.</p><p>Somente na década de 1970 foi elaborada lei específica para tratar das relações</p><p>jurídicas derivadas do trabalho doméstico, até que em 2013, por meio da Emenda</p><p>Constitucional n. 72/ 2013, alterou-se o parágrafo único do art. 7º da CF/1988, conferindo</p><p>a esta classe de trabalhadores direitos sociais até então negados pela sociedade</p><p>brasileira. Entretanto, o modelo constitucionalista brasileiro, que oscila entre o</p><p>liberalismo capitalista e o intervencionismo estatal, tende a comprometer a eficácia</p><p>social desta norma constitucional ao estabelecer normas cogentes dependentes de</p><p>regulamentação legislativa posterior, prometendo-se futuros benefícios e criando-se</p><p>meras expectativas. Este processo de alargamento do texto constitucional,</p><p>característica marcante das constituições programáticas, procura dar respostas às</p><p>demandas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, esta inflação de</p><p>disposições programáticas contribui para a desvalorização da própria carta</p><p>constitucional e em geral não compatibiliza os limites fáticos da escassez de recursos e</p><p>reserva parlamentar para determinação orçamentária com as dimensões positivas dos</p><p>direitos sociais. Destarte, este trabalho, considerando as críticas ao constitucionalismo</p><p>contemporâneo, associado ao movimento neoconstitucionalista, dedica-se ao estudo</p><p>das limitações do modelo constitucional brasileiro na efetividade dos direitos sociais,</p><p>especialmente em relação aos direitos dos empregados domésticos, tendo como locus</p><p>de análise as decisões recentes quanto ao reconhecimento pelo judiciário brasileiro dos</p><p>direitos conquistados a partir Emenda Constitucional n. 72/ 2013. Para tanto, o estudo</p><p>preocupa-se em estabelecer o foco a partir das principais discussões doutrinárias e</p><p>jurisprudenciais que denotam a atual exigibilidade dos direitos sociais, destacando a</p><p>atuação do Poder Judiciário na efetivação desses direitos diante do princípio</p><p>democrático da separação de poderes e da discricionariedade dos agentes políticos</p><p>envolvidos. Indaga-se, assim, quanto à capacidade do nosso sistema constitucional na</p><p>efetivação dos direitos sociais que estão elencados em seu corpo, para além do campo</p><p>da técnica legislativa.</p><p>Palavras-chave: Direitos Trabalhistas. Trabalhadores Domésticos. Efetividade Social.</p><p>Referências:</p><p>BULOS, Uadi Lanmêgo. Curso de direito constitucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do</p><p>legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas.</p><p>Reimpr. Coimbra: Coimbra, 1994.</p><p>CORREIA, Henrique. Direito do trabalho. 5. ed. Salvador: JusPodivum, 2014.</p><p>FERREIRA FILHO. Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 4. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2007.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. Porto Alegre:</p><p>Livraria do Advogado, 2008.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo:</p><p>Malheiros, 2012.</p><p>Acadêmico do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação,</p><p>Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral.</p><p>35</p><p>36</p><p>37</p><p>38</p><p>35</p><p>36</p><p>37</p><p>38</p><p>64 65</p><p>Leste. 2011. Dir. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/6431243/S-Mak-Sala-</p><p>Tenkeser-Selu-Sala . Visualizados dia 25.09.2014.</p><p>CONSTITUCIONALISMO MODERNO E EFETIVIDADE DOS DIREITOS</p><p>TRABALHISTAS DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS: LIMITAÇÕES DO MODELO</p><p>BRASILEIRO</p><p>Luciano Alberto Ferreira</p><p>Bianca Ferreira Nasser Fraxe</p><p>Verçulina Firmino dos Santos</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Desde o período colonial o trabalho doméstico no Brasil esteve intimamente</p><p>ligado ao trabalho escravo, demonstrando nítida distinção entre classes trabalhadoras.</p><p>Somente na década de 1970 foi elaborada lei específica para tratar das relações</p><p>jurídicas derivadas do trabalho doméstico, até que em 2013, por meio da Emenda</p><p>Constitucional n. 72/ 2013, alterou-se o parágrafo único do art. 7º da CF/1988, conferindo</p><p>a esta classe de trabalhadores direitos sociais até então negados pela sociedade</p><p>brasileira. Entretanto, o modelo constitucionalista brasileiro, que oscila entre o</p><p>liberalismo capitalista e o intervencionismo estatal, tende a comprometer a eficácia</p><p>social desta norma constitucional ao estabelecer normas cogentes dependentes</p><p>de</p><p>regulamentação legislativa posterior, prometendo-se futuros benefícios e criando-se</p><p>meras expectativas. Este processo de alargamento do texto constitucional,</p><p>característica marcante das constituições programáticas, procura dar respostas às</p><p>demandas por uma sociedade mais justa e igualitária, porém, esta inflação de</p><p>disposições programáticas contribui para a desvalorização da própria carta</p><p>constitucional e em geral não compatibiliza os limites fáticos da escassez de recursos e</p><p>reserva parlamentar para determinação orçamentária com as dimensões positivas dos</p><p>direitos sociais. Destarte, este trabalho, considerando as críticas ao constitucionalismo</p><p>contemporâneo, associado ao movimento neoconstitucionalista, dedica-se ao estudo</p><p>das limitações do modelo constitucional brasileiro na efetividade dos direitos sociais,</p><p>especialmente em relação aos direitos dos empregados domésticos, tendo como locus</p><p>de análise as decisões recentes quanto ao reconhecimento pelo judiciário brasileiro dos</p><p>direitos conquistados a partir Emenda Constitucional n. 72/ 2013. Para tanto, o estudo</p><p>preocupa-se em estabelecer o foco a partir das principais discussões doutrinárias e</p><p>jurisprudenciais que denotam a atual exigibilidade dos direitos sociais, destacando a</p><p>atuação do Poder Judiciário na efetivação desses direitos diante do princípio</p><p>democrático da separação de poderes e da discricionariedade dos agentes políticos</p><p>envolvidos. Indaga-se, assim, quanto à capacidade do nosso sistema constitucional na</p><p>efetivação dos direitos sociais que estão elencados em seu corpo, para além do campo</p><p>da técnica legislativa.</p><p>Palavras-chave: Direitos Trabalhistas. Trabalhadores Domésticos. Efetividade Social.</p><p>Referências:</p><p>BULOS, Uadi Lanmêgo. Curso de direito constitucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2011.</p><p>CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do</p><p>legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas.</p><p>Reimpr. Coimbra: Coimbra, 1994.</p><p>CORREIA, Henrique. Direito do trabalho. 5. ed. Salvador: JusPodivum, 2014.</p><p>FERREIRA FILHO. Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 4. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2007.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. Porto Alegre:</p><p>Livraria do Advogado, 2008.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 35. ed. São Paulo:</p><p>Malheiros, 2012.</p><p>Acadêmico do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação,</p><p>Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral.</p><p>35</p><p>36</p><p>37</p><p>38</p><p>35</p><p>36</p><p>37</p><p>38</p><p>64 65</p><p>A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL DA</p><p>INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO</p><p>Tássia Camila Luniére Dias</p><p>A ideia de globalização do direito constitucional, tido por alguns como um</p><p>fenômeno inevitável, tem sido abordada sob diferentes perspectivas, as quais enfocam,</p><p>sobretudo, seu alcance e efeitos. Alguns autores, por uma linha mais radical, referem</p><p>que essa globalização significaria uma ou a tendência à uniformização do direito</p><p>constitucional entre sistemas jurídicos distintos. Outros, adotando uma postura mais</p><p>modesta, não vislumbram essa possibilidade, mas apenas sugerem uma convergência</p><p>entre variados sistemas constitucionais, sendo a globalização seu principal veículo</p><p>promotor. A despeito das divergências sobre a amplitude dos efeitos dessa "globalização</p><p>constitucional", a proposta do presente artigo é que esse fenômeno implica uma</p><p>internalização de conceitos, metas e ideias pelos membros da comunidade</p><p>internacional. A par da dificuldade de imposição de declarações internacionais em</p><p>matéria de direitos humanos - que, inclusive, são objeto de debates sobre sua natureza</p><p>ser de hard law ou soft law -, a internalização gradual do espírito da Declaração do</p><p>Milênio da ONU através dos processos de globalização do direito constitucional, pode</p><p>ser uma alternativa para conferir eficácia ao disposto na aludida declaração das Nações</p><p>Unidas. Sem prescindir dos debates acerca do universalismo e do relativismo inerentes</p><p>ao tema, embora sem se aprofundar nesse ponto, procura-se estabelecer uma relação</p><p>entre o referido fenômeno globalizacional e a efetivação dos Objetivos do Milênio, com</p><p>foco na necessidade de colaboração para a consecução de suas metas. No contexto do</p><p>debate, conforme Mark Tushnet, o diálogo entre juízes de cortes constitucionais entre</p><p>países conservadores e liberais, em conferências e encontros internacionais, propicia</p><p>uma troca informal de informações que pode levar à incorporação de determinadas</p><p>ideias inovadoras para os seus respectivos sistemas jurídicos. À medida que tais ideias</p><p>vão sendo aplicadas e inseridas à jurisprudência nacional, também vão sendo</p><p>paulatinamente absorvidas e reproduzidas em outros casos. Algo nesse sentido, como</p><p>se pretende aqui defender, poderia se dar em relação aos Objetivos do Milênio, sendo</p><p>certo que a sua incorporação por via do diálogo jurisdicional amenizaria a feição</p><p>neocolonialista que alguns enxergam nas metas do milênio, permitindo que sejam</p><p>adaptadas e moldadas às raízes históricas, culturais e políticas, bem como à condição</p><p>econômica de cada nação. A proposta, portanto, é analisar uma das utilidades da</p><p>multifacetada globalização do direito constitucional, pondo-se a serviço dos Objetivos do</p><p>Milênio.</p><p>Palavras-chave: Globalização. Direito constitucional. Comunidade internacional.</p><p>Declaração do Milênio. Direitos humanos.</p><p>Referências:</p><p>TUSHNET, Mark, The Inevitable Globalization of Constitutional Law (December 18,</p><p>2008). Hague Institute for the Internationalization of Law; Harvard Public Law Working</p><p>Paper n. 09-06 . Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1317766 ou</p><p>http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1317766.</p><p>FILIPPO, Thiago Baldani Gomes de. Jurisdição nacional e violações de direitos</p><p>humanos no estrangeiro: estudo comparado com os EUA. Revista de Direito</p><p>Constitucional e Internacional, São Paulo, v. 87, ano 22, pp. 241/262, abr./jun.2014.</p><p>MARQUES, Marcelo Henrique Pereira. Constitucionalismo global: novas tendências</p><p>para cultura, soberania e o direito frente à formação de uma aristocracia internacional.</p><p>Revista Brasileira de Direito Internacional, Curitiba, v. 3, n. 3, jan./jun.2006.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2010.</p><p>DECLARAÇÃO DO MILÊNIO DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em:</p><p>http://www.pnud.org.br/Docs/declaracao_do_milenio.pdf.</p><p>39</p><p>39 Graduanda no Curso de Direito pela Universidade Federal de Roraima. Bolsista do</p><p>PIBIC/CNPq.66 67</p><p>A GLOBALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL EM PROL DA</p><p>INTERNALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DO MILÊNIO</p><p>Tássia Camila Luniére Dias</p><p>A ideia de globalização do direito constitucional, tido por alguns como um</p><p>fenômeno inevitável, tem sido abordada sob diferentes perspectivas, as quais enfocam,</p><p>sobretudo, seu alcance e efeitos. Alguns autores, por uma linha mais radical, referem</p><p>que essa globalização significaria uma ou a tendência à uniformização do direito</p><p>constitucional entre sistemas jurídicos distintos. Outros, adotando uma postura mais</p><p>modesta, não vislumbram essa possibilidade, mas apenas sugerem uma convergência</p><p>entre variados sistemas constitucionais, sendo a globalização seu principal veículo</p><p>promotor. A despeito das divergências sobre a amplitude dos efeitos dessa "globalização</p><p>constitucional", a proposta do presente artigo é que esse fenômeno implica uma</p><p>internalização de conceitos, metas e ideias pelos membros da comunidade</p><p>internacional. A par da dificuldade de imposição de declarações internacionais em</p><p>matéria de direitos humanos - que, inclusive, são objeto de debates sobre sua natureza</p><p>ser de hard law ou soft law -, a internalização gradual do espírito da Declaração do</p><p>Milênio da ONU através dos processos de globalização do direito constitucional, pode</p><p>ser uma alternativa para conferir eficácia ao disposto na aludida declaração das Nações</p><p>Unidas. Sem prescindir dos debates acerca do universalismo e do relativismo inerentes</p><p>ao tema, embora sem se aprofundar nesse ponto, procura-se estabelecer uma relação</p><p>entre o referido fenômeno globalizacional e a efetivação dos Objetivos do Milênio, com</p><p>foco na necessidade de colaboração para a consecução de suas metas. No contexto do</p><p>debate, conforme Mark Tushnet, o diálogo entre juízes de cortes constitucionais entre</p><p>países conservadores e liberais, em conferências e encontros internacionais, propicia</p><p>uma troca informal de informações que pode levar à incorporação de determinadas</p><p>ideias inovadoras para os seus respectivos sistemas jurídicos. À medida que tais ideias</p><p>vão sendo aplicadas e inseridas à jurisprudência nacional, também vão sendo</p><p>paulatinamente absorvidas e reproduzidas em outros casos. Algo nesse sentido, como</p><p>se pretende aqui defender, poderia se dar em relação aos Objetivos do Milênio, sendo</p><p>certo que a sua incorporação por via do diálogo jurisdicional amenizaria a feição</p><p>neocolonialista que alguns enxergam nas metas do milênio, permitindo que sejam</p><p>adaptadas e moldadas às raízes históricas, culturais e políticas, bem como à condição</p><p>econômica de cada nação. A proposta, portanto, é analisar uma das utilidades da</p><p>multifacetada globalização do direito constitucional, pondo-se a serviço dos Objetivos do</p><p>Milênio.</p><p>Palavras-chave: Globalização. Direito constitucional. Comunidade internacional.</p><p>Declaração do Milênio. Direitos humanos.</p><p>Referências:</p><p>TUSHNET, Mark, The Inevitable Globalization of Constitutional Law (December 18,</p><p>2008). Hague Institute for the Internationalization of Law; Harvard Public Law Working</p><p>Paper n. 09-06 . Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1317766 ou</p><p>http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1317766.</p><p>FILIPPO, Thiago Baldani Gomes de. Jurisdição nacional e violações de direitos</p><p>humanos no estrangeiro: estudo comparado com os EUA. Revista de Direito</p><p>Constitucional e Internacional, São Paulo, v. 87, ano 22, pp. 241/262, abr./jun.2014.</p><p>MARQUES, Marcelo Henrique Pereira. Constitucionalismo global: novas tendências</p><p>para cultura, soberania e o direito frente à formação de uma aristocracia internacional.</p><p>Revista Brasileira de Direito Internacional, Curitiba, v. 3, n. 3, jan./jun.2006.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2010.</p><p>DECLARAÇÃO DO MILÊNIO DAS NAÇÕES UNIDAS. Disponível em:</p><p>http://www.pnud.org.br/Docs/declaracao_do_milenio.pdf.</p><p>39</p><p>39 Graduanda no Curso de Direito pela Universidade Federal de Roraima. Bolsista do</p><p>PIBIC/CNPq.66 67</p><p>A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE INIMPUTÁVEIS E A</p><p>RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA INTERCULTURAL NO DIREITO</p><p>COMPARADO</p><p>Natacha Michela Fróes Boaes da Silva</p><p>Regys Odlare Lima de Freitas</p><p>O ordenamento jurídico brasileiro assegura garantia constitucional à proteção</p><p>do penalmente inimputável, com defesa especial feita pela Lei 8.069/1990, dispondo</p><p>sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. O presente</p><p>artigo objetiva avaliar as disposições normativas utilizadas como fundamento para</p><p>proteção do inimputável brasileiro e fazer um comparativo com as principais legislações</p><p>estrangeiras, que atribuem ao inimputável responsabilização penal por quaisquer delitos</p><p>passíveis de punição. Trata-se de uma abordagem crítica acerca das perspectivas</p><p>culturais e costumeiras de diferentes tipos de sociedade, inferindo seus aspectos</p><p>divergentes em relação à sociedade brasileira ante a formação sócio-antropológica</p><p>propulsionadora dos ideais de legalidade relacionados às condutas ilícitas. A</p><p>responsabilidade penal do indivíduo que pratica um crime se baseia na sua capacidade</p><p>de discernimento a respeito do ato praticado, bem como as consequências afetas à</p><p>sociedade, além da disposição legalmente prevista acerca da maturidade cronológica,</p><p>que no Brasil se dá aos dezoito anos completos. Tal circunstância tem sido objeto de</p><p>inúmeras discussões, tendo em vista o fato de que o índice de criminalidade no país se</p><p>eleva ligeiramente se comparado há anos passados. O fator preocupante é que tais</p><p>práticas têm sido alvo de menores infratores que se utilizam do subterfúgio legal da</p><p>proteção assegurada à criança e ao adolescente, para o cometimento de condutas</p><p>ilícitas, que se praticadas por maiores de dezoito anos de idade, seriam penalizadas</p><p>conforme disposição prevista no Código Penal Brasileiro. No entanto, a legislação</p><p>especial 8.069/1990, nega a denominação de prática de crime, alegando que o delito</p><p>praticado pelo inimputável configura "ato infracional" passível de penalização através de</p><p>medidas de segurança. Fato relevante é que o desenvolvimento intelectual das pessoas</p><p>não mais se dá conforme o amadurecimento do corpo, como se acreditava funcionar</p><p>antigamente. É preciso reconhecer que crianças e adolescentes do século XXI</p><p>enxergam as realidades do cotidiano contemporâneo bem mais rapidamente, tanto que</p><p>começam a participar do meio social mais cedo do que acontecia quando o Código Penal</p><p>ou até mesmo a lei 8.069/1990 foram elaborados. A consciência da ilicitude está</p><p>presente e cada vez mais precocemente, razão pela qual alguns ordenamentos jurídicos</p><p>pelo mundo têm acompanhado o desenvolvimento e a capacidade lógico-motora de</p><p>crianças e adolescentes, atribuindo-lhes responsabilização pelos atos praticados. É</p><p>nesse diapasão que se busca avaliar se há incongruência na legislação brasileira</p><p>quando alarga a proteção ao penalmente inimputável, ou se se trata apenas de má</p><p>administração da política criminal, deixando a desejar nos quesitos segurança pública e</p><p>ressocialização dos reeducandos. Como se sabe, a estrutura carcerária brasileira há</p><p>muito está sobrecarregada, comportando além da capacidade permitida, propiciando</p><p>situação de caos e desumanidade completa nos presídios. Aumentar a quantidade de</p><p>presos certamente não seria a melhor saída para combater a criminalidade. No entanto,</p><p>utilizar-se de meios que façam levar a sério a política criminal, responsabilizando de</p><p>maneira mais severa o infrator que põe em risco a sociedade, e ainda, utilizando-se da</p><p>análise minuciosa acerca de sua capacidade de discernimento, poderia se falar numa</p><p>possibilidade de saneamento desse problema.</p><p>Palavras-chave: Inimputabilidade penal. Responsabilidade penal. Maioridade penal.</p><p>Direito comparado.</p><p>Referências:</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. 17ª ed. 2012.</p><p>Editora Saraiva.</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7ª ed. 2012. Editora</p><p>Saraiva.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito</p><p>Constitucional. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.</p><p>40</p><p>41</p><p>40</p><p>41</p><p>Acadêmica do 8º Semestre do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima -</p><p>UERR. E-mail: froesboaes@hotmail.com.</p><p>Graduado em Direito pela Faculdade Cathedral, Mestrado em Direito pelo Centro</p><p>Universitário Curitiba - UNICURITIBA. Professor da Faculdade Cathedral e</p><p>Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>GT 5 - AS INTERFACES ENTRE O DIREITO CONSTITUCIONAL E</p><p>OS ESTUDOS FILOSÓFICOS E SÓCIO ANTROPOLÓGICOS</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Leonardo Cupello (UERR)</p><p>68 69</p><p>A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AOS PENALMENTE INIMPUTÁVEIS E A</p><p>RELAÇÃO SOCIO-ANTROPOLÓGICA INTERCULTURAL NO DIREITO</p><p>COMPARADO</p><p>Natacha Michela Fróes Boaes da Silva</p><p>Regys Odlare Lima de Freitas</p><p>O ordenamento jurídico brasileiro assegura garantia constitucional à proteção</p><p>do penalmente inimputável, com defesa especial feita pela Lei 8.069/1990, dispondo</p><p>sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente previstos. O presente</p><p>artigo objetiva avaliar as disposições normativas utilizadas como fundamento para</p><p>proteção do inimputável brasileiro e fazer um comparativo com as principais legislações</p><p>estrangeiras, que atribuem ao inimputável responsabilização penal por quaisquer delitos</p><p>passíveis de punição. Trata-se de uma abordagem crítica acerca</p><p>DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO</p><p>DAS FONTES COMO FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO ........................................................ 85</p><p>35. PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO</p><p>ASSISTIDA: ÚTERO SUBSTITUIÇÃO .............................................. 87</p><p>36. EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........ 89</p><p>37. IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS</p><p>INDÍGENAS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA ............................... 91</p><p>38. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITO</p><p>BRASILEIRO ................................................................................. 93</p><p>39. O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS</p><p>BRASILEIRAS: UMA NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS</p><p>MIGRANTES ............................................................................... 95</p><p>40. O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E</p><p>CONVENCIONAIS ..................................................................... 97</p><p>41. DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS</p><p>EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E</p><p>DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM CASO DO SISTEMA</p><p>EUROPEU DEDIREITOS HUMANOS.............................................. 99</p><p>42. O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ...................................... 101</p><p>43. A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE</p><p>DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOS</p><p>FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS.... 103</p><p>44. OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS</p><p>2 9 0 8 7 : O D E B AT E C O N S T I T U C I O N A L D O C A S O</p><p>GUARANI-KAIOWÁ ..................................................................... 105</p><p>45. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE</p><p>O DIREITO E A POLÍTICA .............................................................. 107</p><p>46. USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS</p><p>INDÍGENAS: O CASO RAPOSA SERRA DO SOL ............................. 109</p><p>47. JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVA</p><p>ORÇAMENTÁRIA ........................................................................ 111</p><p>48. A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DO</p><p>CONTROLE POLÍTICO ................................................................ 113</p><p>49. LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-</p><p>MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE</p><p>TERRAS PÚBLICAS: DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃO</p><p>FUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO .................................................. 115</p><p>50. PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE</p><p>PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EM</p><p>SERVIÇO PELOS REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS.... 117</p><p>51. TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL</p><p>CONTEMPORANEO: UMA PRÁTICA ERRONEA QUE FERE O</p><p>PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................ 119</p><p>52. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHO</p><p>ESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDA</p><p>CONSTITUCIONAL Nº 81 ............................................................ 121</p><p>11</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>O II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima tem</p><p>como tema central os "Os Direitos Fundamentais e Estado Democrático de</p><p>Direito ante os desafios do Pluralismo Jurídico e da Globalização" e surge</p><p>como o resultado de uma parceria interinstitucional firmada entre o</p><p>Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima</p><p>(ICJ/UFRR) e a Coordenação do Curso de Direito da Universidade do</p><p>Estado de Roraima (CCD/UERR). O Estado de Roraima nasce com a</p><p>Constituição Federal de 1988, de modo que não é exagero dizer que a</p><p>alusão à Constituição costuma ter um alto valor simbólico nos círculos</p><p>políticos e sociais no Estado. No entanto, é necessário que o debate</p><p>constitucional se refine e adquira objetividade profundidade teórica, e o</p><p>Congresso vem justamente para se incumbir disso. Trata-se de uma</p><p>proposta concebida para contribuir com a consolidação de eventos</p><p>jurídicos estritamente acadêmicos no Estado de Roraima, nos quais</p><p>possam ser realizados debates ampliados e interativos sobre temas de</p><p>interesse prático e teórico para o direito. Os debates a serem promovidos</p><p>devem ser ampliados, para que não fiquem adstritos a uma perspectiva ou</p><p>uma tematização local/regional, mas antes que discutam e problematizem</p><p>os mais variados temas em sintonia com debates mais gerais que estão em</p><p>curso em outras partes do país e do mundo. Ainda, busca a interatividade,</p><p>para que oportunizem aos pesquisadores locais um canal para a</p><p>comunicação de seus estudos e críticas sobre os mais variados temas, em</p><p>ambiente favorável à troca de experiências e a construção coletiva de</p><p>ideias.</p><p>Boa Vista, novembro de 2014,</p><p>A Comissão Organizadora.</p><p>41. DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS</p><p>EXISTENTES? ANÁLISE DO JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E</p><p>DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM CASO DO SISTEMA</p><p>EUROPEU DEDIREITOS HUMANOS.............................................. 99</p><p>42. O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ...................................... 101</p><p>43. A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE</p><p>DAS AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOS</p><p>FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS.... 103</p><p>44. OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS</p><p>2 9 0 8 7 : O D E B AT E C O N S T I T U C I O N A L D O C A S O</p><p>GUARANI-KAIOWÁ ..................................................................... 105</p><p>45. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE</p><p>O DIREITO E A POLÍTICA .............................................................. 107</p><p>46. USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS</p><p>INDÍGENAS: O CASO RAPOSA SERRA DO SOL ............................. 109</p><p>47. JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVA</p><p>ORÇAMENTÁRIA ........................................................................ 111</p><p>48. A EMERGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO EXERCÍCIO DO</p><p>CONTROLE POLÍTICO ................................................................ 113</p><p>49. LIMITES DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS ESTADOS-</p><p>MEMBROS EM MATÁERIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE</p><p>TERRAS PÚBLICAS: DISTINÇÃO ENTRE REGULARIZAÇÃO</p><p>FUNDIÁRIA E DIRIETO AGRÁRIO .................................................. 115</p><p>50. PRINCÍPIO DA ISONOMIA E ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE</p><p>PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS AOS VEÍCULOS UTILIZADOS EM</p><p>SERVIÇO PELOS REPRESENTANTES COMERCIAIS AUTÔNOMOS.... 117</p><p>51. TRABALHO ANALOGO AO DE ESCRAVO NO BRASIL</p><p>CONTEMPORANEO: UMA PRÁTICA ERRONEA QUE FERE O</p><p>PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................ 119</p><p>52. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO JURÍDICO PENAL DE TRABALHO</p><p>ESCRAVO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EFETIVIDADE DA EMENDA</p><p>CONSTITUCIONAL Nº 81 ............................................................ 121</p><p>11</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>O II Congresso de Direito Constitucional do Estado de Roraima tem</p><p>como tema central os "Os Direitos Fundamentais e Estado Democrático de</p><p>Direito ante os desafios do Pluralismo Jurídico e da Globalização" e surge</p><p>como o resultado de uma parceria interinstitucional firmada entre o</p><p>Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima</p><p>(ICJ/UFRR) e a Coordenação do Curso de Direito da Universidade do</p><p>Estado de Roraima (CCD/UERR). O Estado de Roraima nasce com a</p><p>Constituição Federal de 1988, de modo que não é exagero dizer que a</p><p>alusão à Constituição costuma ter um alto valor simbólico nos círculos</p><p>políticos e sociais no Estado. No entanto, é necessário que o debate</p><p>constitucional se refine e adquira objetividade profundidade teórica, e o</p><p>Congresso vem justamente para se incumbir disso. Trata-se de uma</p><p>proposta concebida para contribuir com a consolidação de eventos</p><p>jurídicos estritamente acadêmicos no Estado de Roraima, nos quais</p><p>possam ser realizados debates ampliados e interativos sobre temas de</p><p>interesse prático e teórico para o direito. Os debates a serem promovidos</p><p>devem ser ampliados, para que não fiquem adstritos a uma perspectiva ou</p><p>uma tematização local/regional, mas antes que discutam e problematizem</p><p>os mais variados temas em sintonia com</p><p>das perspectivas</p><p>culturais e costumeiras de diferentes tipos de sociedade, inferindo seus aspectos</p><p>divergentes em relação à sociedade brasileira ante a formação sócio-antropológica</p><p>propulsionadora dos ideais de legalidade relacionados às condutas ilícitas. A</p><p>responsabilidade penal do indivíduo que pratica um crime se baseia na sua capacidade</p><p>de discernimento a respeito do ato praticado, bem como as consequências afetas à</p><p>sociedade, além da disposição legalmente prevista acerca da maturidade cronológica,</p><p>que no Brasil se dá aos dezoito anos completos. Tal circunstância tem sido objeto de</p><p>inúmeras discussões, tendo em vista o fato de que o índice de criminalidade no país se</p><p>eleva ligeiramente se comparado há anos passados. O fator preocupante é que tais</p><p>práticas têm sido alvo de menores infratores que se utilizam do subterfúgio legal da</p><p>proteção assegurada à criança e ao adolescente, para o cometimento de condutas</p><p>ilícitas, que se praticadas por maiores de dezoito anos de idade, seriam penalizadas</p><p>conforme disposição prevista no Código Penal Brasileiro. No entanto, a legislação</p><p>especial 8.069/1990, nega a denominação de prática de crime, alegando que o delito</p><p>praticado pelo inimputável configura "ato infracional" passível de penalização através de</p><p>medidas de segurança. Fato relevante é que o desenvolvimento intelectual das pessoas</p><p>não mais se dá conforme o amadurecimento do corpo, como se acreditava funcionar</p><p>antigamente. É preciso reconhecer que crianças e adolescentes do século XXI</p><p>enxergam as realidades do cotidiano contemporâneo bem mais rapidamente, tanto que</p><p>começam a participar do meio social mais cedo do que acontecia quando o Código Penal</p><p>ou até mesmo a lei 8.069/1990 foram elaborados. A consciência da ilicitude está</p><p>presente e cada vez mais precocemente, razão pela qual alguns ordenamentos jurídicos</p><p>pelo mundo têm acompanhado o desenvolvimento e a capacidade lógico-motora de</p><p>crianças e adolescentes, atribuindo-lhes responsabilização pelos atos praticados. É</p><p>nesse diapasão que se busca avaliar se há incongruência na legislação brasileira</p><p>quando alarga a proteção ao penalmente inimputável, ou se se trata apenas de má</p><p>administração da política criminal, deixando a desejar nos quesitos segurança pública e</p><p>ressocialização dos reeducandos. Como se sabe, a estrutura carcerária brasileira há</p><p>muito está sobrecarregada, comportando além da capacidade permitida, propiciando</p><p>situação de caos e desumanidade completa nos presídios. Aumentar a quantidade de</p><p>presos certamente não seria a melhor saída para combater a criminalidade. No entanto,</p><p>utilizar-se de meios que façam levar a sério a política criminal, responsabilizando de</p><p>maneira mais severa o infrator que põe em risco a sociedade, e ainda, utilizando-se da</p><p>análise minuciosa acerca de sua capacidade de discernimento, poderia se falar numa</p><p>possibilidade de saneamento desse problema.</p><p>Palavras-chave: Inimputabilidade penal. Responsabilidade penal. Maioridade penal.</p><p>Direito comparado.</p><p>Referências:</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. 17ª ed. 2012.</p><p>Editora Saraiva.</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7ª ed. 2012. Editora</p><p>Saraiva.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito</p><p>Constitucional. 7ª ed. 2012. Editora Saraiva.</p><p>40</p><p>41</p><p>40</p><p>41</p><p>Acadêmica do 8º Semestre do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima -</p><p>UERR. E-mail: froesboaes@hotmail.com.</p><p>Graduado em Direito pela Faculdade Cathedral, Mestrado em Direito pelo Centro</p><p>Universitário Curitiba - UNICURITIBA. Professor da Faculdade Cathedral e</p><p>Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>GT 5 - AS INTERFACES ENTRE O DIREITO CONSTITUCIONAL E</p><p>OS ESTUDOS FILOSÓFICOS E SÓCIO ANTROPOLÓGICOS</p><p>Coordenador: Prof. Msc. Leonardo Cupello (UERR)</p><p>68 69</p><p>HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro. Estudos de teoria política. TRad. George</p><p>Sperber. Edições Loyola.</p><p>SILVA, Virgílio Afonso da. A constitucionalização do Direito. Os direitos fundamentais</p><p>nas relações entre particulares. 1ª ed. Malheiros editores. 3ª tiragem.</p><p>LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: OS LIMITES DOS</p><p>LIMITES</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>Waldiney da Silva Maciel</p><p>O presente trabalho trata sobre a teoria dos limites dos limites relacionada à</p><p>aplicação dos direitos fundamentais. Tem como escopo analisar a limitação desses</p><p>direitos, desde que atendidos os requisitos limitadores da teoria dos limites dos limites,</p><p>que visa obstaculizar a atuação do legislador para sua restrição, garantindo o efetivo</p><p>exercício dos direitos fundamentais que fortalecem o Estado Democrático de Direito.</p><p>Justifica-se a abordagem dessa temática tendo em vista a crescente discussão no</p><p>âmbito da doutrina constitucional contemporânea. O método utilizado para abordagem</p><p>desse estudo é a análise bibliográfica realizada através de estudo comparado. Os</p><p>direitos fundamentais são uma construção histórica, onde a concepção sobre quais são</p><p>os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar.</p><p>Com a Revolução Francesa no século XVIII, por exemplo, os direitos fundamentais</p><p>podiam ser resumidos à liberdade, igualdade e fraternidade. Atualmente, porém, o</p><p>conceito de direitos fundamentais alcança questão como o direito ao meio ambiente</p><p>ecologicamente equilibrado, sequer imaginável naquela época. Isto é, o que parece</p><p>fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental</p><p>em outras épocas e em outras culturas. Os direitos, liberdades, poderes e garantias são</p><p>passíveis de limitação ou restrição, ou seja, não possuem característica absoluta e</p><p>devem coexistir no sistema jurídico, além de conviver com outros direitos e bens</p><p>juridicamente protegidos. Contudo, as limitações sofridas pelos direitos fundamentais</p><p>não são ilimitadas, pois não se pode limitá-los além do estritamente necessário, em</p><p>respeito os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. São os chamados</p><p>"limites dos limites", que delimitam a ação do legislador quando restringe direitos</p><p>individuais. Esses limites devem ser compatíveis com os ditames constitucionais,</p><p>emanar da autoridade que possui competência constitucionalmente outorgada para</p><p>tanto e enfatizar a necessidade de proteção de um núcleo essencial do direito</p><p>fundamental, de forma a evitar o esvaziamento do conteúdo do direito fundamental</p><p>diante de restrições descabidas ou desproporcionais. No caso concreto, onde direitos</p><p>fundamentais de terceiros e outros bens jurídicos de nível constitucional entrem em</p><p>colisão, o princípio da proporcionalidade representa um método geral para a solução de</p><p>conflitos e estabelecer ponderações entre distintos bens constitucionais. Em síntese, a</p><p>aplicação do princípio da proporcionalidade se dá quando verificada restrição a</p><p>determinado direito fundamental ou um conflito entre distintos princípios constitucionais</p><p>de modo a exigir que se estabeleça o peso relativo de cada um dos direitos por meio da</p><p>aplicação das máximas que integram o mencionado princípio da proporcionalidade.</p><p>Palavras-chave: Direitos fundamentais. Limitação. Razoabilidade. Proporcionalidade.</p><p>Referências:</p><p>ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Tradução Zilda Hutchinson Silva.</p><p>São Paulo: Landy, 2001.</p><p>ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios</p><p>jurídicos. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.</p><p>BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle da</p><p>constitucionalidade das leis restritivas dedireitos fundamentais. 2. ed. Brasília:</p><p>Brasília Jurídica, 2000.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito</p><p>constitucional brasileiro: pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo. Revista</p><p>Trimestral de Direito Público, São Paulo, n. 29, p. 2000.</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Malheiros,</p><p>2004.</p><p>CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra:</p><p>Almedina, 2000.</p><p>MENDES, Gilmar</p><p>Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade:</p><p>estudos de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.</p><p>Graduação em Direito do 8º semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>E-mail: pedro.carlos@ymail.com</p><p>Graduando em Direito do 8° semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>E-mail: neymaciel.nm@gmail.com</p><p>42</p><p>43</p><p>42</p><p>43</p><p>GT 6 - HERMENÊUTICA JURÍDICA E JUSTIÇA SOCIAL</p><p>Coordenador: Prof. Esp. Sergio Mateus (UERR)</p><p>70 71</p><p>HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro. Estudos de teoria política. TRad. George</p><p>Sperber. Edições Loyola.</p><p>SILVA, Virgílio Afonso da. A constitucionalização do Direito. Os direitos fundamentais</p><p>nas relações entre particulares. 1ª ed. Malheiros editores. 3ª tiragem.</p><p>LIMITAÇÃO ÀS RESTRIÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: OS LIMITES DOS</p><p>LIMITES</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>Waldiney da Silva Maciel</p><p>O presente trabalho trata sobre a teoria dos limites dos limites relacionada à</p><p>aplicação dos direitos fundamentais. Tem como escopo analisar a limitação desses</p><p>direitos, desde que atendidos os requisitos limitadores da teoria dos limites dos limites,</p><p>que visa obstaculizar a atuação do legislador para sua restrição, garantindo o efetivo</p><p>exercício dos direitos fundamentais que fortalecem o Estado Democrático de Direito.</p><p>Justifica-se a abordagem dessa temática tendo em vista a crescente discussão no</p><p>âmbito da doutrina constitucional contemporânea. O método utilizado para abordagem</p><p>desse estudo é a análise bibliográfica realizada através de estudo comparado. Os</p><p>direitos fundamentais são uma construção histórica, onde a concepção sobre quais são</p><p>os direitos considerados fundamentais varia de época para época e de lugar para lugar.</p><p>Com a Revolução Francesa no século XVIII, por exemplo, os direitos fundamentais</p><p>podiam ser resumidos à liberdade, igualdade e fraternidade. Atualmente, porém, o</p><p>conceito de direitos fundamentais alcança questão como o direito ao meio ambiente</p><p>ecologicamente equilibrado, sequer imaginável naquela época. Isto é, o que parece</p><p>fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental</p><p>em outras épocas e em outras culturas. Os direitos, liberdades, poderes e garantias são</p><p>passíveis de limitação ou restrição, ou seja, não possuem característica absoluta e</p><p>devem coexistir no sistema jurídico, além de conviver com outros direitos e bens</p><p>juridicamente protegidos. Contudo, as limitações sofridas pelos direitos fundamentais</p><p>não são ilimitadas, pois não se pode limitá-los além do estritamente necessário, em</p><p>respeito os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. São os chamados</p><p>"limites dos limites", que delimitam a ação do legislador quando restringe direitos</p><p>individuais. Esses limites devem ser compatíveis com os ditames constitucionais,</p><p>emanar da autoridade que possui competência constitucionalmente outorgada para</p><p>tanto e enfatizar a necessidade de proteção de um núcleo essencial do direito</p><p>fundamental, de forma a evitar o esvaziamento do conteúdo do direito fundamental</p><p>diante de restrições descabidas ou desproporcionais. No caso concreto, onde direitos</p><p>fundamentais de terceiros e outros bens jurídicos de nível constitucional entrem em</p><p>colisão, o princípio da proporcionalidade representa um método geral para a solução de</p><p>conflitos e estabelecer ponderações entre distintos bens constitucionais. Em síntese, a</p><p>aplicação do princípio da proporcionalidade se dá quando verificada restrição a</p><p>determinado direito fundamental ou um conflito entre distintos princípios constitucionais</p><p>de modo a exigir que se estabeleça o peso relativo de cada um dos direitos por meio da</p><p>aplicação das máximas que integram o mencionado princípio da proporcionalidade.</p><p>Palavras-chave: Direitos fundamentais. Limitação. Razoabilidade. Proporcionalidade.</p><p>Referências:</p><p>ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Tradução Zilda Hutchinson Silva.</p><p>São Paulo: Landy, 2001.</p><p>ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios</p><p>jurídicos. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.</p><p>BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle da</p><p>constitucionalidade das leis restritivas dedireitos fundamentais. 2. ed. Brasília:</p><p>Brasília Jurídica, 2000.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito</p><p>constitucional brasileiro: pós-modernidade, teoria crítica e pós-positivismo. Revista</p><p>Trimestral de Direito Público, São Paulo, n. 29, p. 2000.</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Malheiros,</p><p>2004.</p><p>CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra:</p><p>Almedina, 2000.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade:</p><p>estudos de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.</p><p>Graduação em Direito do 8º semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>E-mail: pedro.carlos@ymail.com</p><p>Graduando em Direito do 8° semestre pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>E-mail: neymaciel.nm@gmail.com</p><p>42</p><p>43</p><p>42</p><p>43</p><p>GT 6 - HERMENÊUTICA JURÍDICA E JUSTIÇA SOCIAL</p><p>Coordenador: Prof. Esp. Sergio Mateus (UERR)</p><p>70 71</p><p>SBROGIO'GALIA, Susana. Mutações constitucionais e direitos fundamentais. rev.</p><p>Rosane Marques Borba. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007.</p><p>A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO DOS PRINCÍPIOS:</p><p>UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Nos últimos anos, os estudos sobre a interpretação hermenêutica ganharam</p><p>fôlego, em razão de uma crise lógico-positivista da modernidade. Tal paradigma busca a</p><p>essência das coisas, paradoxalmente, a filosofia da consciência. Desta forma, o</p><p>movimento da Hermenêutica Jurídica Crítica procura romper com o senso comum</p><p>proporcionado pelo padrão filosófico de dupla face, fazendo com que o direito seja</p><p>invadido pela linguagem. Dando-se origem no âmbito do "giro linguístico-hermenêutico"</p><p>da filosofia, por sua vez, essa linguagem dá condições de possibilidade do pensar e do</p><p>conhecer, destacando a razão da hermenêutica. Ademais, problemas decorrentes do</p><p>mal uso de princípios jurídicos que, surgem no conhecimento do caso concreto, são</p><p>aplicados sem a devida responsabilidade democrática. Nesse diapasão, a hermenêutica</p><p>jurídica brasileira parece não ter enfrentado o desafio exigido na aplicação dos princípios</p><p>como ratio decidendi, de forma compatível com o ideal democrático que marca os</p><p>sistemas jurídicos do século XXI. Em loco, essas considerações demonstram a íntima</p><p>relação entre Direito e linguagem, pois sempre existe uma tensão entre a busca pelo</p><p>sentido na Constituição e o sentido que alcança a sua aplicação na situação concreta.</p><p>Entretanto, antes de delimitar teoricamente o tema abordado, pretendemos rever as</p><p>concepções históricas e filosóficas da interpretação do direito, bem como a mudança na</p><p>maneira de ver o direito, permitindo uma razão crítica quanto à utilização normativa dos</p><p>princípios. Diante disso, passasse a exigir do intérprete o reconhecimento da elaborada</p><p>compreensão jurídica, assim, tendo como referência a integridade e coerência da</p><p>tradição jurídica, essa como medida impeditiva da discricionariedade judicial</p><p>incompatível com o Estado Democrático de Direito. Logo, é necessário encontrar</p><p>princípios de interpretação que possam colocar a Constituição em uma realidade mais</p><p>segura e determinada. Portanto, a hermenêutica se direciona ao nível ontológico da</p><p>tradição no âmbito de cada cultura. Sendo a Alteridade ao nível ético-originário, prático-</p><p>material da vida do homem, do espaço da vivência crítica, da reprodução e do</p><p>desenvolvimento em sentido biológico e antropológico. Desse modo, entendemos ser de</p><p>grande importância acadêmica a discussão desse tema, pois o mesmo permitirá explorar</p><p>os avanços e risco da atual interpretação jurídica, com o fito de apontar e elencar os</p><p>ganhos e os desafios. Metodologicamente, adotaremos a ideia construtivista e dialética.</p><p>Por fim, buscamos construir</p><p>uma visão e uma linha de pesquisa sobre o reflexo da</p><p>hermenêutica jurídica no cenário acadêmico, e ao mesmo tempo amadurecer uma nova</p><p>concepção sobre o tema abordado, com a fundamentação filosófica da razão</p><p>hermenêutica.</p><p>Palavras-chave: Hermenêutica. Jurisdição Constitucional. Democracia. Hermenêutica</p><p>Filosófica.</p><p>Referências:</p><p>AZEVEDO, Plauto Faraco de. Crítica à dogmática e hermenêutica jurídica. Porto</p><p>Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor.</p><p>BITTAR, C. B. Eduardo. Hans-Georg Gadamar: a experiência hermenêutica e a</p><p>experiência jurídica. BOUCAULT, Carlos E. De Abreu; RODRIGUES, José Rodrigo</p><p>(orgs.) Hermenêutica Plural: possibilidade jusfilosóficas em contextos imperfeitos. São</p><p>Paulo: Martins Fontes, 2002.</p><p>ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgilio Afonso da</p><p>Silva da 5ª edição alemã. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.</p><p>GADAMER, Hans-Georg. Heidegger em retrospectiva. Hermenêutica em</p><p>retrospectiva. V. 1.Trad. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2004.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica</p><p>da construção do Direito. 8 ed. Rv. Atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora,</p><p>2009.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica. 3ª Ed. Thomson</p><p>Reuters. Revista dos Tribunais, 2013.</p><p>44</p><p>44Graduanda do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>72 73</p><p>SBROGIO'GALIA, Susana. Mutações constitucionais e direitos fundamentais. rev.</p><p>Rosane Marques Borba. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007.</p><p>A CRÍTICA HERMENÊUTICA DO DIREITO NA COMPREENSÃO DOS PRINCÍPIOS:</p><p>UM CASO CONCRETO NA HERMENÊUTICA FILÓFICA DO SABER JURÍDICO</p><p>Kercya Mayahara Moura Cavalcante</p><p>Nos últimos anos, os estudos sobre a interpretação hermenêutica ganharam</p><p>fôlego, em razão de uma crise lógico-positivista da modernidade. Tal paradigma busca a</p><p>essência das coisas, paradoxalmente, a filosofia da consciência. Desta forma, o</p><p>movimento da Hermenêutica Jurídica Crítica procura romper com o senso comum</p><p>proporcionado pelo padrão filosófico de dupla face, fazendo com que o direito seja</p><p>invadido pela linguagem. Dando-se origem no âmbito do "giro linguístico-hermenêutico"</p><p>da filosofia, por sua vez, essa linguagem dá condições de possibilidade do pensar e do</p><p>conhecer, destacando a razão da hermenêutica. Ademais, problemas decorrentes do</p><p>mal uso de princípios jurídicos que, surgem no conhecimento do caso concreto, são</p><p>aplicados sem a devida responsabilidade democrática. Nesse diapasão, a hermenêutica</p><p>jurídica brasileira parece não ter enfrentado o desafio exigido na aplicação dos princípios</p><p>como ratio decidendi, de forma compatível com o ideal democrático que marca os</p><p>sistemas jurídicos do século XXI. Em loco, essas considerações demonstram a íntima</p><p>relação entre Direito e linguagem, pois sempre existe uma tensão entre a busca pelo</p><p>sentido na Constituição e o sentido que alcança a sua aplicação na situação concreta.</p><p>Entretanto, antes de delimitar teoricamente o tema abordado, pretendemos rever as</p><p>concepções históricas e filosóficas da interpretação do direito, bem como a mudança na</p><p>maneira de ver o direito, permitindo uma razão crítica quanto à utilização normativa dos</p><p>princípios. Diante disso, passasse a exigir do intérprete o reconhecimento da elaborada</p><p>compreensão jurídica, assim, tendo como referência a integridade e coerência da</p><p>tradição jurídica, essa como medida impeditiva da discricionariedade judicial</p><p>incompatível com o Estado Democrático de Direito. Logo, é necessário encontrar</p><p>princípios de interpretação que possam colocar a Constituição em uma realidade mais</p><p>segura e determinada. Portanto, a hermenêutica se direciona ao nível ontológico da</p><p>tradição no âmbito de cada cultura. Sendo a Alteridade ao nível ético-originário, prático-</p><p>material da vida do homem, do espaço da vivência crítica, da reprodução e do</p><p>desenvolvimento em sentido biológico e antropológico. Desse modo, entendemos ser de</p><p>grande importância acadêmica a discussão desse tema, pois o mesmo permitirá explorar</p><p>os avanços e risco da atual interpretação jurídica, com o fito de apontar e elencar os</p><p>ganhos e os desafios. Metodologicamente, adotaremos a ideia construtivista e dialética.</p><p>Por fim, buscamos construir uma visão e uma linha de pesquisa sobre o reflexo da</p><p>hermenêutica jurídica no cenário acadêmico, e ao mesmo tempo amadurecer uma nova</p><p>concepção sobre o tema abordado, com a fundamentação filosófica da razão</p><p>hermenêutica.</p><p>Palavras-chave: Hermenêutica. Jurisdição Constitucional. Democracia. Hermenêutica</p><p>Filosófica.</p><p>Referências:</p><p>AZEVEDO, Plauto Faraco de. Crítica à dogmática e hermenêutica jurídica. Porto</p><p>Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor.</p><p>BITTAR, C. B. Eduardo. Hans-Georg Gadamar: a experiência hermenêutica e a</p><p>experiência jurídica. BOUCAULT, Carlos E. De Abreu; RODRIGUES, José Rodrigo</p><p>(orgs.) Hermenêutica Plural: possibilidade jusfilosóficas em contextos imperfeitos. São</p><p>Paulo: Martins Fontes, 2002.</p><p>ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgilio Afonso da</p><p>Silva da 5ª edição alemã. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.</p><p>GADAMER, Hans-Georg. Heidegger em retrospectiva. Hermenêutica em</p><p>retrospectiva. V. 1.Trad. Marco Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2004.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica</p><p>da construção do Direito. 8 ed. Rv. Atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora,</p><p>2009.</p><p>STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica. 3ª Ed. Thomson</p><p>Reuters. Revista dos Tribunais, 2013.</p><p>44</p><p>44Graduanda do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>72 73</p><p>O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA FUNÇÃO</p><p>SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO</p><p>DA UNIÃO EUROPEIA</p><p>Almiro José Mello Padilha</p><p>Mauro José do Nascimento Campello</p><p>O presente artigo pretende abordar o processo histórico que levou não apenas</p><p>ao reconhecimento do direito à propriedade como um direito fundamental e humano (a</p><p>partir de uma abordagem privatista-civilista dos direitos sobre a res), mas também ao</p><p>posterior reconhecimento de que esse direito deveria estar condicionado ao</p><p>atendimento de uma função social e promoção do bem-estar geral (a partir de uma</p><p>abordagem constitucionalista dos direitos reais). Conforme Richard P. Epstein, a</p><p>propriedade sobre bens móveis nasce com a civilização, ao passo que a propriedade de</p><p>bens imóveis surge inicialmente sob a forma de posse temporária da terra, a qual,</p><p>posteriormente, torna-se duradoura e, então, definitiva. No direito romano, a noção de</p><p>propriedade particular remonta à fundação de Roma, quando grandes terras aráveis</p><p>foram distribuídas em forma de propriedades particulares, mesmo antes da Lei das XII</p><p>Tábuas (século V a.C.). O hábito de concessão da terra às mesmas famílias,</p><p>gradativamente, acabou por estabelecer certo vínculo do pater famílias ao solo, o que</p><p>levou surgimento do caráter privado, individual e perpétuo da propriedade. Assim, em</p><p>sua aparência inicial, por influência romana, a propriedade passou a ter caráter absoluto</p><p>e personalíssimo, baseando-se no direito de usar, gozar e abusar das coisas (ius utendi,</p><p>fruendi et abutendi). A noção de propriedade individual como um direito, em sua</p><p>concepção moderna, remete à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de</p><p>1789, como produto das ideias liberais da Revolução Francesa. Nesse importante</p><p>documento, a propriedade é proclamada como um direito sagrado e inviolável,</p><p>considerando-se a uma exteriorização da própria pessoa e da sua cidadania. Em nossos</p><p>dias, o direito de propriedade torna-se uma função social, que interessa à coletividade,</p><p>afastando-se a nota absoluta, perpétua, exclusiva que, na concepção romana, tornava</p><p>aquele direito uma potestade quase soberana e intangível. No direito brasileiro, várias</p><p>normas foram editadas durante os séculos XIX e XX, reconhecendo mas prevendo</p><p>limitações ao exercício do direito à propriedade, tanto móvel quanto imóvel.</p><p>a</p><p>Constituição Federal de 1988 positivou o direito de propriedade vinculado ao</p><p>cumprimento de sua função social, considerando-o como direito e garantia fundamental,</p><p>destacadamente, em seu artigo 5.º, incisos XXII e XXIII. No âmbito da União Europeia, foi</p><p>na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2000), art. 17, que "Toda a</p><p>pessoa tem o direito de possuir, usar, dispor e legar seus bens legalmente adquiridos.</p><p>Ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto no interesse público e nos casos e</p><p>nas condições previstas em lei". Em todo caso, o direito da União Europeia tem</p><p>sedimentado, através das interpretações dadas pelo seu Tribunal de Justiça, o</p><p>entendimento de que a propriedade - ou qualquer outro direito individual - não é um</p><p>direito absoluto, enfatizando a função social que ela deve ter. Baseado no método da</p><p>análise comparativa, o artigo tem por objetivo apresentar a convergência legal e</p><p>jurisprudencial que tem sido alcançada no direito comparado na definição dos limites do</p><p>direito fundamental à propriedade como direito individual.</p><p>Palavras-chave: Direito à propriedade. Função social da propriedade. Constituição</p><p>Brasileira. União Europeia.</p><p>Referências:</p><p>CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional. Belo Horizonte: Livraria Del</p><p>Rey Editora Ltda,1999.</p><p>COMPARATO, Fábio Konder. Função social da propriedade dos bens de produção. In:</p><p>Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1995.</p><p>EPSTEIN, Richard P. Supreme Neglect: how to revive constitutional protection for</p><p>private property. Inalienable Rights Series. Oxford University Press, 2008.</p><p>LOUREIRO, Francisco Eduardo. A propriedade como relação jurídica complexa. Rio</p><p>Desembargador Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, Brasil.</p><p>Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, Brasil,</p><p>Doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora, Argentina,</p><p>Mestre em Sociedades e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima e</p><p>Especialista em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.</p><p>Professor de Direitos Reais do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>45</p><p>46</p><p>45</p><p>46</p><p>GT 7 - TEMAS EMERGENTES DE DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL</p><p>Coordenadora: Prof. Msc. Lívia Dutra Barreto (UFRR)</p><p>74 75</p><p>O DIREITO À PROPRIEDADE E O RECONHECIMENTO DE SUA FUNÇÃO</p><p>SOCIAL: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O DIREITO BRASILEIRO E O DIREITO</p><p>DA UNIÃO EUROPEIA</p><p>Almiro José Mello Padilha</p><p>Mauro José do Nascimento Campello</p><p>O presente artigo pretende abordar o processo histórico que levou não apenas</p><p>ao reconhecimento do direito à propriedade como um direito fundamental e humano (a</p><p>partir de uma abordagem privatista-civilista dos direitos sobre a res), mas também ao</p><p>posterior reconhecimento de que esse direito deveria estar condicionado ao</p><p>atendimento de uma função social e promoção do bem-estar geral (a partir de uma</p><p>abordagem constitucionalista dos direitos reais). Conforme Richard P. Epstein, a</p><p>propriedade sobre bens móveis nasce com a civilização, ao passo que a propriedade de</p><p>bens imóveis surge inicialmente sob a forma de posse temporária da terra, a qual,</p><p>posteriormente, torna-se duradoura e, então, definitiva. No direito romano, a noção de</p><p>propriedade particular remonta à fundação de Roma, quando grandes terras aráveis</p><p>foram distribuídas em forma de propriedades particulares, mesmo antes da Lei das XII</p><p>Tábuas (século V a.C.). O hábito de concessão da terra às mesmas famílias,</p><p>gradativamente, acabou por estabelecer certo vínculo do pater famílias ao solo, o que</p><p>levou surgimento do caráter privado, individual e perpétuo da propriedade. Assim, em</p><p>sua aparência inicial, por influência romana, a propriedade passou a ter caráter absoluto</p><p>e personalíssimo, baseando-se no direito de usar, gozar e abusar das coisas (ius utendi,</p><p>fruendi et abutendi). A noção de propriedade individual como um direito, em sua</p><p>concepção moderna, remete à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de</p><p>1789, como produto das ideias liberais da Revolução Francesa. Nesse importante</p><p>documento, a propriedade é proclamada como um direito sagrado e inviolável,</p><p>considerando-se a uma exteriorização da própria pessoa e da sua cidadania. Em nossos</p><p>dias, o direito de propriedade torna-se uma função social, que interessa à coletividade,</p><p>afastando-se a nota absoluta, perpétua, exclusiva que, na concepção romana, tornava</p><p>aquele direito uma potestade quase soberana e intangível. No direito brasileiro, várias</p><p>normas foram editadas durante os séculos XIX e XX, reconhecendo mas prevendo</p><p>limitações ao exercício do direito à propriedade, tanto móvel quanto imóvel. a</p><p>Constituição Federal de 1988 positivou o direito de propriedade vinculado ao</p><p>cumprimento de sua função social, considerando-o como direito e garantia fundamental,</p><p>destacadamente, em seu artigo 5.º, incisos XXII e XXIII. No âmbito da União Europeia, foi</p><p>na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2000), art. 17, que "Toda a</p><p>pessoa tem o direito de possuir, usar, dispor e legar seus bens legalmente adquiridos.</p><p>Ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto no interesse público e nos casos e</p><p>nas condições previstas em lei". Em todo caso, o direito da União Europeia tem</p><p>sedimentado, através das interpretações dadas pelo seu Tribunal de Justiça, o</p><p>entendimento de que a propriedade - ou qualquer outro direito individual - não é um</p><p>direito absoluto, enfatizando a função social que ela deve ter. Baseado no método da</p><p>análise comparativa, o artigo tem por objetivo apresentar a convergência legal e</p><p>jurisprudencial que tem sido alcançada no direito comparado na definição dos limites do</p><p>direito fundamental à propriedade como direito individual.</p><p>Palavras-chave: Direito à propriedade. Função social da propriedade. Constituição</p><p>Brasileira. União Europeia.</p><p>Referências:</p><p>CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional. Belo Horizonte: Livraria Del</p><p>Rey Editora Ltda,1999.</p><p>COMPARATO, Fábio Konder. Função social da propriedade dos bens de produção. In:</p><p>Direito empresarial: estudos e pareceres. São Paulo: Saraiva, 1995.</p><p>EPSTEIN, Richard P. Supreme Neglect: how to revive constitutional protection for</p><p>private property. Inalienable Rights Series. Oxford University Press, 2008.</p><p>LOUREIRO, Francisco Eduardo. A propriedade como relação jurídica complexa. Rio</p><p>Desembargador Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, Brasil.</p><p>Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, Brasil,</p><p>Doutorando em Direito pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora, Argentina,</p><p>Mestre em Sociedades e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima e</p><p>Especialista em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.</p><p>Professor de Direitos Reais do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>45</p><p>46</p><p>45</p><p>46</p><p>GT 7 - TEMAS EMERGENTES DE DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL</p><p>Coordenadora: Prof. Msc. Lívia Dutra Barreto (UFRR)</p><p>74 75</p><p>de Janeiro: Renovar, 2003.</p><p>MARTINS, Patrícia Fragoso. O princípio do primado do direito comunitário sobre</p><p>normas constitucionais dos Estados-Membros: dos tratados ao projecto de</p><p>"Constituição da Europa". Estoril: Princípia, 2006.</p><p>PAIS, Sofia Oliveira (coord.). Princípios Fundamentais de Direito da União Europeia:</p><p>Uma abordagem jurisprudencial. Coimbra: Almedina, 2013.</p><p>A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA NORMATIVA</p><p>DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS</p><p>DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL.</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>O objeto de estudo do presente trabalho é a análise do direito do companheiro</p><p>em ter o seu nome e a sua condição reconhecida e registrada na certidão de óbito</p><p>daquele com quem constituiu união estável. O problema da pesquisa surge quando se</p><p>observa que o art. 80 da Lei 6.015/1973 elenca taxativamente as informações que</p><p>devem ser inseridas no assento de óbito, dentre elas, apenas o nome do cônjuge</p><p>sobrevivente, se casado fosse. Neste ponto, portanto, a Lei de Registros</p><p>Públicos está</p><p>evidentemente ultrapassada em relação às novas linhas do Direito Civil-Constitucional</p><p>brasileiro, em especial, em razão da consagração dos direitos decorrentes da União</p><p>Estável no art. 226 da Constituição Federal de 1988 e no art. 1.723 do Código Civil de</p><p>2002, e ainda, dentre outras, pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996, sem esquecer</p><p>diversos precedentes judiciais nesse sentido. A pesquisa justifica-se porque citada lei</p><p>vincula o Oficial a registrar, objetivamente, apenas o que o texto legal assinala, mesmo</p><p>em situações em que o companheiro sobrevivente esteja de posse da competente</p><p>Escritura Pública de união estável, ferindo de maneira drástica os direitos fundamentais</p><p>construídos a partir de uma relação afetiva de convivência pública e duradoura, com o</p><p>objetivo imediato de constituição de família. Apesar de se tratar de tema amplo, o objetivo</p><p>principal é analisar a questão de Direito Civil posta a partir de uma visão contemporânea</p><p>em que a Constituição passa a irradiar valores para os demais sistemas jurídicos desse</p><p>ramo do Direito, consolidando, por conseguinte, um movimento de Repersonalização do</p><p>Direito Civil, a partir de um caráter garantista e humanista, preocupado com a tutela</p><p>jurídica da pessoa. A partir da Constituição, passa-se a conceber a solidez da relação</p><p>familiar nascida fora da formalidade imposta ao casamento, e então, tem-se evidente o</p><p>fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil, o qual se baseia na existência de uma</p><p>nova tábua axiológica motivada a partir de uma atividade interpretativa proveniente do</p><p>próprio texto constitucional. Ao caso em questão, há de se observar as lições do</p><p>professor alemão Konrad Hesse quando trata da Teoria da Força Normativa da</p><p>Constituição, cujas ideias foram amplamente difundidas durante a primeira metade do</p><p>século XX no momento de transição e superação do modelo predominante na Europa,</p><p>que enxergava a Constituição como um documento essencialmente político, para dar-</p><p>lhe um novo sentido: o normativo. Para Hesse, mais do que um reflexo das condições</p><p>fáticas de sua vigência, a Constituição é capaz de imprimir ordem e conformação à</p><p>realidade política e social devido à sua força normativa. Com essa base doutrinária,</p><p>revela-se uma tendência de adequado tratamento da matéria no reconhecimento da</p><p>união estável e na produção de seus efeitos, já que, para dar efetividade à Constituição e</p><p>concretizar a vontade que dela decorre, é necessário reconhecer a força ativa do instituto</p><p>sobre as disposições contrárias ou mesmo omissas da Lei de Registros Públicos,</p><p>alcançando, assim, o reconhecimento judicial da possibilidade de inserção, no assento</p><p>de óbito, da situação jurídica existente entre o companheiro e o falecido, tanto para</p><p>garantir a dignidade da pessoa humana, quanto para resguardar a isonomia</p><p>constitucional e a força normativa da Constituição.</p><p>Palavras-Chave: União Estável. Registros Públicos. Força Normativa. Constituição.</p><p>Direitos Fundamentais.</p><p>Referências:</p><p>ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios - da definição à aplicação dos princípios</p><p>jurídicos. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 3. ed. São</p><p>Paulo: Editora Saraiva, 1999.</p><p>GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil:</p><p>direito de família. Vol IV 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 773p.</p><p>HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antônio</p><p>Fabris, 1991.</p><p>47</p><p>47 Professor Assistente-A do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR. Advogado e Coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas e defesas da UFRR.</p><p>Mestre em Direito Público e Evolução Social pela Universidade Estácio de Sá -</p><p>UNESA. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade para o</p><p>Desenvolvimento da Região do Pantanal - UNIDERP.</p><p>76 77</p><p>de Janeiro: Renovar, 2003.</p><p>MARTINS, Patrícia Fragoso. O princípio do primado do direito comunitário sobre</p><p>normas constitucionais dos Estados-Membros: dos tratados ao projecto de</p><p>"Constituição da Europa". Estoril: Princípia, 2006.</p><p>PAIS, Sofia Oliveira (coord.). Princípios Fundamentais de Direito da União Europeia:</p><p>Uma abordagem jurisprudencial. Coimbra: Almedina, 2013.</p><p>A LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS À LUZ DA TEORIA DA FORÇA NORMATIVA</p><p>DA CONSTITUIÇÃO: A EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS</p><p>DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL.</p><p>Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>O objeto de estudo do presente trabalho é a análise do direito do companheiro</p><p>em ter o seu nome e a sua condição reconhecida e registrada na certidão de óbito</p><p>daquele com quem constituiu união estável. O problema da pesquisa surge quando se</p><p>observa que o art. 80 da Lei 6.015/1973 elenca taxativamente as informações que</p><p>devem ser inseridas no assento de óbito, dentre elas, apenas o nome do cônjuge</p><p>sobrevivente, se casado fosse. Neste ponto, portanto, a Lei de Registros Públicos está</p><p>evidentemente ultrapassada em relação às novas linhas do Direito Civil-Constitucional</p><p>brasileiro, em especial, em razão da consagração dos direitos decorrentes da União</p><p>Estável no art. 226 da Constituição Federal de 1988 e no art. 1.723 do Código Civil de</p><p>2002, e ainda, dentre outras, pelas Leis 8.971/1994 e 9.278/1996, sem esquecer</p><p>diversos precedentes judiciais nesse sentido. A pesquisa justifica-se porque citada lei</p><p>vincula o Oficial a registrar, objetivamente, apenas o que o texto legal assinala, mesmo</p><p>em situações em que o companheiro sobrevivente esteja de posse da competente</p><p>Escritura Pública de união estável, ferindo de maneira drástica os direitos fundamentais</p><p>construídos a partir de uma relação afetiva de convivência pública e duradoura, com o</p><p>objetivo imediato de constituição de família. Apesar de se tratar de tema amplo, o objetivo</p><p>principal é analisar a questão de Direito Civil posta a partir de uma visão contemporânea</p><p>em que a Constituição passa a irradiar valores para os demais sistemas jurídicos desse</p><p>ramo do Direito, consolidando, por conseguinte, um movimento de Repersonalização do</p><p>Direito Civil, a partir de um caráter garantista e humanista, preocupado com a tutela</p><p>jurídica da pessoa. A partir da Constituição, passa-se a conceber a solidez da relação</p><p>familiar nascida fora da formalidade imposta ao casamento, e então, tem-se evidente o</p><p>fenômeno da Constitucionalização do Direito Civil, o qual se baseia na existência de uma</p><p>nova tábua axiológica motivada a partir de uma atividade interpretativa proveniente do</p><p>próprio texto constitucional. Ao caso em questão, há de se observar as lições do</p><p>professor alemão Konrad Hesse quando trata da Teoria da Força Normativa da</p><p>Constituição, cujas ideias foram amplamente difundidas durante a primeira metade do</p><p>século XX no momento de transição e superação do modelo predominante na Europa,</p><p>que enxergava a Constituição como um documento essencialmente político, para dar-</p><p>lhe um novo sentido: o normativo. Para Hesse, mais do que um reflexo das condições</p><p>fáticas de sua vigência, a Constituição é capaz de imprimir ordem e conformação à</p><p>realidade política e social devido à sua força normativa. Com essa base doutrinária,</p><p>revela-se uma tendência de adequado tratamento da matéria no reconhecimento da</p><p>união estável e na produção de seus efeitos, já que, para dar efetividade à Constituição e</p><p>concretizar a vontade que dela decorre, é necessário reconhecer a força ativa do instituto</p><p>sobre as disposições contrárias ou mesmo omissas da Lei de Registros Públicos,</p><p>alcançando, assim, o reconhecimento judicial da possibilidade de inserção, no assento</p><p>de óbito, da situação jurídica existente entre o companheiro e o falecido, tanto para</p><p>garantir a dignidade da pessoa humana, quanto para resguardar a isonomia</p><p>constitucional e a força normativa da Constituição.</p><p>Palavras-Chave: União Estável. Registros Públicos. Força Normativa. Constituição.</p><p>Direitos Fundamentais.</p><p>Referências:</p><p>ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios - da definição à aplicação dos princípios</p><p>jurídicos. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 3. ed. São</p><p>Paulo: Editora Saraiva, 1999.</p><p>GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil:</p><p>direito de família. Vol IV 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 773p.</p><p>HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antônio</p><p>Fabris, 1991.</p><p>47</p><p>47 Professor Assistente-A do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR. Advogado e Coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas e defesas da UFRR.</p><p>Mestre em Direito Público e Evolução Social pela Universidade Estácio de Sá -</p><p>UNESA. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade para o</p><p>Desenvolvimento da Região do Pantanal - UNIDERP.</p><p>76 77</p><p>LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,</p><p>2000.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2008.</p><p>NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011. 927p.</p><p>DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E O</p><p>PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL</p><p>Camila Costa Carvalho</p><p>Elisa Jacobina de Castro Catarina</p><p>A tendência codificadora do Direito reporta-se aos tempos mais longínquos da</p><p>civilização, tais como se poderia citar o Código de Hamurábi, a Lei das XII Tábuas,</p><p>ambos atinentes aos tempos Antigos. Já na fase Moderna, este movimento foi</p><p>intensificado, sobretudo após a arrebatadora influência da cultura exegética francesa</p><p>pós-edição dos Códigos de Napoleão. Pode-se dizer que essa tendência, foi um dos</p><p>nortes responsáveis pelo surgimento do que hoje se conhece pelo Sistema do "Civil</p><p>Law", cujo sustentáculo é a legislação escrita. Guardadas as peculiaridades históricas,</p><p>hoje o termo "Codex" quer significar livro ou compêndio que reúne toda norma pertinente</p><p>a uma parte ou ramo do direito. Se de um lado o sistema escrito tem a benesse de unificar</p><p>de tratamento jurídico às relações sociais que a ela se subsumem, conferindo segurança</p><p>jurídica; há, em contrapartida, o demérito de sedimentar as regras jurídicas, tornando-as</p><p>defasadas, apesar de válidas. Logo, não se pode supor, peremptoriamente, que os</p><p>Códigos sejam obras perfeitas e acabadas. Pelo contrário, sendo o Direito uma ciência</p><p>social, deve acompanhar o seu objeto em todo o processo de evolução. É nesse contexto</p><p>que surgiu a Descodificação, pois, na medida em que os anos passam e/ou com a</p><p>mudança do contexto social em voga, os Códigos tornam-se inefetivos e um empecilho à</p><p>evolução jurídica. Para combater tais males, as Compilações vêm sofrendo emendas por</p><p>várias leis esparsas, obrigando-as a voltar à realidade. Até certo ponto isso é tolerável,</p><p>após isso estar-se-ia criando mero anacoluto jurídico, uma colcha de retalhos sem</p><p>coerência ou efetividade social. Assim, o movimento codificador paulatinamente vem</p><p>perdendo parte do seu brio, quando passou-se a dar preferência à criação legislativa de</p><p>natureza mais específica, pronta a compor os litígios a ela relativos, criando espécies de</p><p>subsistemas autônomos que visam atender a situações sociais determinadas, tornando-</p><p>se mais condizente com a realidade. Com efeito, no Brasil o movimento da</p><p>descodificação vem ganhando força, tal como é visto claramente após a edição do Novo</p><p>Código Civil (Lei n. 10.406/02), que sofreu edições logo após entrar em vigência, em</p><p>2003. Ora, é cediço que ao legislador não é possível antever as necessidades sociais</p><p>que o futuro guarda e, sendo assim, manter o Código em sua redação original por muito</p><p>tempo é tarefa impossível. Além disso, sabe-se que a Constituição é a norma superior de</p><p>todo o sistema, e, portanto, é quem definirá os parâmetros básicos sob os quais as novas</p><p>leis deverão ser externadas no âmbito social. Nesta seara, para enfrentarmos os</p><p>objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a</p><p>utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados</p><p>bibliográficos. Sem prejuízo, também pretende-se analisar o papel da Carta Magna na</p><p>criação e na aplicação das mudanças legislativas que se tem visto. Deste modo, a</p><p>relevância acadêmica do debate suscitado consiste em analisar até que ponto a</p><p>Descodificação vem afetando o ramo civilista brasileiro, as suas tendências.</p><p>Palavras-chave: Codificação. Descodificação. Direito Civil. Constituição Federal.</p><p>Referências:</p><p>SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. Volume I, 8ª edição. Rio de</p><p>Janeiro, Freitas Bastos, 1996.</p><p>MORATO, Antônio Carlos. Codificação e Descodificação: uma análise do tema. In:</p><p>Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, [S.I.], v. 98, p. 95-120,</p><p>j a n . d e 2 0 1 3 , I S S N 2 3 1 8 - 8 2 3 5 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/vier/67581>. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>TIMM, Luciano Benetti. "Descodificação", constitucionalização e reprivatização do</p><p>Direito Privado: O Código Civil ainda é útil? The Latin American an Caribean Journal of</p><p>legal Studies. Vol. 3 [2003], publicação eletrônica de Berkeley Eletronics Press em:</p><p><http://services.bepress.com/laços/vol3/iss1/art1. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>48</p><p>49</p><p>48</p><p>4978 79</p><p>LASSALE, Ferdinand. A essência da Constituição. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,</p><p>2000.</p><p>MENDES, Bruno Cavalcanti Angelin. Precedentes judiciais vinculantes: a eficácia dos</p><p>motivos determinantes da decisão na cultura jurídica. Curitiba: Juruá, 2014. 236p.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva,</p><p>2008.</p><p>NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011. 927p.</p><p>DA TENDÊNCIA DESCODIFICADORA DO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E O</p><p>PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL</p><p>Camila Costa Carvalho</p><p>Elisa Jacobina de Castro Catarina</p><p>A tendência codificadora do Direito reporta-se aos tempos mais longínquos da</p><p>civilização, tais como se poderia citar o Código de Hamurábi, a Lei das XII Tábuas,</p><p>ambos atinentes aos tempos Antigos. Já na fase Moderna, este movimento foi</p><p>intensificado, sobretudo após a arrebatadora influência da cultura exegética francesa</p><p>pós-edição dos Códigos de Napoleão. Pode-se dizer que essa tendência, foi um dos</p><p>nortes responsáveis pelo surgimento do que hoje se conhece pelo Sistema do "Civil</p><p>Law", cujo sustentáculo é a legislação escrita. Guardadas as peculiaridades históricas,</p><p>hoje o termo "Codex" quer significar livro ou compêndio que reúne toda norma pertinente</p><p>a uma parte ou ramo do direito. Se de um lado o sistema escrito tem a benesse de unificar</p><p>de tratamento jurídico às relações sociais que a ela se subsumem, conferindo segurança</p><p>jurídica; há, em contrapartida, o demérito de sedimentar as regras jurídicas, tornando-as</p><p>defasadas, apesar de válidas. Logo, não se pode supor, peremptoriamente, que os</p><p>Códigos sejam obras perfeitas e acabadas. Pelo contrário, sendo o Direito uma ciência</p><p>social, deve acompanhar o seu objeto em todo o processo de evolução. É nesse contexto</p><p>que surgiu a Descodificação, pois, na medida em que os anos passam e/ou com a</p><p>mudança do contexto social em voga, os Códigos tornam-se inefetivos e um empecilho à</p><p>evolução jurídica. Para combater tais males, as Compilações vêm sofrendo emendas por</p><p>várias leis esparsas, obrigando-as a voltar à realidade. Até certo ponto isso é tolerável,</p><p>após isso estar-se-ia criando mero anacoluto jurídico, uma colcha de retalhos sem</p><p>coerência ou efetividade social. Assim, o movimento codificador paulatinamente vem</p><p>perdendo parte do seu brio, quando passou-se a dar preferência à criação legislativa de</p><p>natureza mais específica, pronta a compor os litígios a ela relativos, criando espécies de</p><p>subsistemas autônomos que visam atender</p><p>a situações sociais determinadas, tornando-</p><p>se mais condizente com a realidade. Com efeito, no Brasil o movimento da</p><p>descodificação vem ganhando força, tal como é visto claramente após a edição do Novo</p><p>Código Civil (Lei n. 10.406/02), que sofreu edições logo após entrar em vigência, em</p><p>2003. Ora, é cediço que ao legislador não é possível antever as necessidades sociais</p><p>que o futuro guarda e, sendo assim, manter o Código em sua redação original por muito</p><p>tempo é tarefa impossível. Além disso, sabe-se que a Constituição é a norma superior de</p><p>todo o sistema, e, portanto, é quem definirá os parâmetros básicos sob os quais as novas</p><p>leis deverão ser externadas no âmbito social. Nesta seara, para enfrentarmos os</p><p>objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma abordagem qualitativa, com a</p><p>utilização de pesquisa exploratória, por meio do procedimento de coleta de dados</p><p>bibliográficos. Sem prejuízo, também pretende-se analisar o papel da Carta Magna na</p><p>criação e na aplicação das mudanças legislativas que se tem visto. Deste modo, a</p><p>relevância acadêmica do debate suscitado consiste em analisar até que ponto a</p><p>Descodificação vem afetando o ramo civilista brasileiro, as suas tendências.</p><p>Palavras-chave: Codificação. Descodificação. Direito Civil. Constituição Federal.</p><p>Referências:</p><p>SERPA LOPES, Miguel Maria de. Curso de Direito Civil. Volume I, 8ª edição. Rio de</p><p>Janeiro, Freitas Bastos, 1996.</p><p>MORATO, Antônio Carlos. Codificação e Descodificação: uma análise do tema. In:</p><p>Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, [S.I.], v. 98, p. 95-120,</p><p>j a n . d e 2 0 1 3 , I S S N 2 3 1 8 - 8 2 3 5 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/vier/67581>. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>TIMM, Luciano Benetti. "Descodificação", constitucionalização e reprivatização do</p><p>Direito Privado: O Código Civil ainda é útil? The Latin American an Caribean Journal of</p><p>legal Studies. Vol. 3 [2003], publicação eletrônica de Berkeley Eletronics Press em:</p><p><http://services.bepress.com/laços/vol3/iss1/art1. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>48</p><p>49</p><p>48</p><p>4978 79</p><p>O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE E À</p><p>PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL</p><p>Renata Cristina Onofre Ramalho</p><p>Este trabalho apresenta um estudo dos danos causados pela violação da</p><p>intimidade, da imagem e da privacidade das pessoas por meio da rede mundial de</p><p>computadores. O objetivo é expor a problemática advinda do uso da internet no que</p><p>concerne ao desrespei to a esses direi tos fundamentais assegurados</p><p>constitucionalmente, bem como procura demonstrar os desafios quanto à</p><p>responsabilização civil do cometedor pelas leis vigentes, visto que muitas vezes a</p><p>internet possui peculiaridades que não estão previstas no ordenamento jurídico vigente,</p><p>além de certos entraves, dentre os quais o anonimato no meio virtual. O método utilizado</p><p>foi o dedutivo, o qual partindo das relações virtuais, procurou apresentar as</p><p>transformações promovidas pela internet na vida das pessoas até chegar à violação do</p><p>direito à intimidade e à privacidade. Foi ainda objeto do referido trabalho, uma pesquisa</p><p>bibliográfica acerca do tema proposto em leis, jurisprudências, doutrinas e decisões</p><p>proferidas por tribunais na análise de casos concretos. O estudo da violação da</p><p>intimidade e da privacidade no meio virtual torna-se relevante, visto que a internet é uma</p><p>ferramenta incorporada ao cotidiano das pessoas e que traz inúmeros benefícios à</p><p>sociedade, como a facilidade de comunicação, o acesso e compartilhamento de</p><p>informações, estabelecimento de relações de trabalho, comerciais e principalmente</p><p>interpessoais. Porém, sem os cuidados necessários, essa tecnologia também pode</p><p>apresentar sérios riscos à segurança do internauta, pois atualmente são crescentes os</p><p>episódios que demonstram o desrespeito aos direitos mencionados, como uso indevido</p><p>da imagem e o "bullying virtual", além da prática criminosa de roubo e publicação de</p><p>fotografias e vídeos íntimos. Conclui-se que estamos em um momento de transição em</p><p>que as relações humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos</p><p>móveis de comunicação, porém, as pessoas estão cada vez mais vulneráveis aos</p><p>ataques às suas esferas de intimidade e privacidade. Sob o ponto de vista da legislação</p><p>interna, nota-se que o Brasil ainda está engatinhando com a adoção de leis específicas</p><p>sobre crimes virtuais, a exemplo da criação da Lei nº. 12.737/2012, que dispõe sobre a</p><p>tipificação criminal de delitos informáticos e da Lei nº. 12.965/2014 que regula o uso da</p><p>internet no país, também conhecida como Marco Civil da Internet.</p><p>Palavras-chave: Direito à Privacidade. Direito à Intimidade. Internet. Crimes virtuais.</p><p>Responsabilidade Civil.</p><p>Referências:</p><p>BLUM, Renato M. S. Opice. Manual de direito eletrônico e internet. São Paulo:</p><p>Aduaneiras, 2006.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias,</p><p>direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 24 abr. 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 01 out. 2014.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação</p><p>criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de</p><p>1940 - Código Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03</p><p>dez. 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2012/lei/l12737.htm>. Acesso em: 01 out. 2014.</p><p>ZANATTA, Leonardo. O Direito digital e as implicações cíveis decorrentes das</p><p>r e l a ç õ e s v i r t u a i s . D i s p o n í v e l e m : < w w w 3 . p u c r s . b r / p u c r s / f i l e s /</p><p>uni/poa/direito/...2/leonardo_zanatta.pdf>. Acesso em: 20 set 2014.</p><p>50</p><p>50 Bacharelanda em Direito pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>80 81</p><p>O DIREITO FUNDAMENTAL DE INVIOLABILIDADE À INTIMIDADE E À</p><p>PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL</p><p>Renata Cristina Onofre Ramalho</p><p>Este trabalho apresenta um estudo dos danos causados pela violação da</p><p>intimidade, da imagem e da privacidade das pessoas por meio da rede mundial de</p><p>computadores. O objetivo é expor a problemática advinda do uso da internet no que</p><p>concerne ao desrespei to a esses direi tos fundamentais assegurados</p><p>constitucionalmente, bem como procura demonstrar os desafios quanto à</p><p>responsabilização civil do cometedor pelas leis vigentes, visto que muitas vezes a</p><p>internet possui peculiaridades que não estão previstas no ordenamento jurídico vigente,</p><p>além de certos entraves, dentre os quais o anonimato no meio virtual. O método utilizado</p><p>foi o dedutivo, o qual partindo das relações virtuais, procurou apresentar as</p><p>transformações promovidas pela internet na vida das pessoas até chegar à violação do</p><p>direito à intimidade e à privacidade. Foi ainda objeto do referido trabalho, uma pesquisa</p><p>bibliográfica acerca do tema proposto em leis, jurisprudências, doutrinas e decisões</p><p>proferidas por tribunais na análise de casos concretos. O estudo da violação da</p><p>intimidade e da privacidade no meio virtual torna-se relevante, visto que a internet é uma</p><p>ferramenta incorporada ao cotidiano das pessoas e que traz inúmeros benefícios à</p><p>sociedade, como a facilidade de comunicação, o acesso e compartilhamento de</p><p>informações, estabelecimento de relações de trabalho, comerciais e principalmente</p><p>interpessoais. Porém, sem os cuidados necessários, essa tecnologia também pode</p><p>apresentar sérios riscos à segurança do internauta, pois atualmente são crescentes os</p><p>episódios que demonstram o desrespeito aos direitos mencionados, como uso indevido</p><p>da imagem e o "bullying virtual", além da prática criminosa de roubo e publicação de</p><p>fotografias e vídeos íntimos. Conclui-se que estamos em um momento de transição em</p><p>que as relações</p><p>humanas se tornam cada vez mais interativas através dos dispositivos</p><p>móveis de comunicação, porém, as pessoas estão cada vez mais vulneráveis aos</p><p>ataques às suas esferas de intimidade e privacidade. Sob o ponto de vista da legislação</p><p>interna, nota-se que o Brasil ainda está engatinhando com a adoção de leis específicas</p><p>sobre crimes virtuais, a exemplo da criação da Lei nº. 12.737/2012, que dispõe sobre a</p><p>tipificação criminal de delitos informáticos e da Lei nº. 12.965/2014 que regula o uso da</p><p>internet no país, também conhecida como Marco Civil da Internet.</p><p>Palavras-chave: Direito à Privacidade. Direito à Intimidade. Internet. Crimes virtuais.</p><p>Responsabilidade Civil.</p><p>Referências:</p><p>BLUM, Renato M. S. Opice. Manual de direito eletrônico e internet. São Paulo:</p><p>Aduaneiras, 2006.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias,</p><p>direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 24 abr. 2014. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em: 01 out. 2014.</p><p>BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação</p><p>criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de</p><p>1940 - Código Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03</p><p>dez. 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-</p><p>2014/2012/lei/l12737.htm>. Acesso em: 01 out. 2014.</p><p>ZANATTA, Leonardo. O Direito digital e as implicações cíveis decorrentes das</p><p>r e l a ç õ e s v i r t u a i s . D i s p o n í v e l e m : < w w w 3 . p u c r s . b r / p u c r s / f i l e s /</p><p>uni/poa/direito/...2/leonardo_zanatta.pdf>. Acesso em: 20 set 2014.</p><p>50</p><p>50 Bacharelanda em Direito pela Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>80 81</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO APARENTE ENTRE A</p><p>LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA</p><p>HUMANA NO ÂMBITO DO DIREITO AO ESQUECIMENTO</p><p>Bárbara Graziele Carvalho Brígido</p><p>O direito constitucional passou por diversas transformações ao longo do tempo,</p><p>sendo sensível a modificação conceitual ocorrida com a construção do pós-positivismo.</p><p>Neste contexto, aquele movimento filosófico contribui sobremaneira para o</p><p>desenvolvimento e afirmação dos direitos fundamentais, núcleos inerentes ao Estado</p><p>Constitucional de Direito. Sob a ótica do Neoconstitucionalismo, movimento político-</p><p>social relacionado ao Pós-positivismo, o Estado tem de respeitar as liberdades</p><p>fundamentais dos cidadãos e, além disto, resguardar e promover o princípio da</p><p>dignidade da pessoa humana, cerne do ordenamento jurídico brasileiro. Aquele</p><p>movimento constitucional impulsionou mudanças significativas no âmbito da</p><p>aproximação entre direito público e privado, sendo nítida a influência e os reflexos que a</p><p>Carta Excelsa exerce no Direito Civil, acarretando no fenômeno denominado de</p><p>Constitucionalização do Direito Civil. Ganha relevo a matéria sobre os direitos da</p><p>personalidade, tidos como núcleos intangíveis relacionados ao íntimo de cada pessoa,</p><p>sendo relevante o tratamento atribuído quando da colisão destes direitos. Desta relação</p><p>conflituosa faz-se necessária a técnica de ponderação, proposta por Robert Alexy, para</p><p>impedir uma exclusão inoportuna de um direito perante o outro, tendo em vista a</p><p>relevância do conteúdo de tais direitos. Da análise mais atenta desta possibilidade de</p><p>conflito, torna-se cada vez mais frequente a questão sobre o direito ao esquecimento</p><p>indo de encontro ao direito à informação, gerando discussões acerca da extensão</p><p>daquele direito, máxime no que diz respeito ao âmbito do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o direito ao esquecimento assegura a</p><p>ponderação entre a liberdade de informação e atributos individuais da pessoa humana.</p><p>Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será o estudo do direito civil-</p><p>constitucional, analisando a maneira com que a liberdade de informação e os atributos</p><p>individuais da pessoa humana podem ser ponderados para se atingir sintonia com a</p><p>presunção legal e constitucional de regenerabilidade da pessoa humana em face do</p><p>direito ao esquecimento. O tema será delimitado na evolução dos direitos da</p><p>personalidade, com enfoque no direito ao esquecimento no âmbito do Superior Tribunal</p><p>de Justiça. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em</p><p>discutir a proteção dos direitos da personalidade, com ênfase no direito ao</p><p>esquecimento, cujo escopo é o de evidenciar a visualização dos aspectos deste direito</p><p>no ordenamento jurídico brasileiro. Metodologicamente, será adotada a ideia</p><p>construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção,</p><p>significa que não pretendemos expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade</p><p>absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a extensão do direito ao</p><p>esquecimento e o meio pelo qual serão solucionadas suas controvérsias quando colidir</p><p>com o direito à informação.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Civil. Direitos fundamentais. Direitos</p><p>da personalidade. Teoria da Ponderação. Direito ao esquecimento.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>OST, François. O tempo do direito. Tradução Élcio Fernandes. Baurú: Edusc, 2005.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. rev. atual. e ampl.</p><p>Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.</p><p>TARTUCE, Flávio. Direito civil 1: Lei de introdução e parte geral. 10 ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.</p><p>TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.</p><p>51</p><p>51Graduanda do 10º semestre do curso de Direito na Universidade Federal de Roraima.</p><p>82 83</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: CONFLITO APARENTE ENTRE A</p><p>LIBERDADE DE INFORMAÇÃO E OS ATRIBUTOS INDIVIDUAIS DA PESSOA</p><p>HUMANA NO ÂMBITO DO DIREITO AO ESQUECIMENTO</p><p>Bárbara Graziele Carvalho Brígido</p><p>O direito constitucional passou por diversas transformações ao longo do tempo,</p><p>sendo sensível a modificação conceitual ocorrida com a construção do pós-positivismo.</p><p>Neste contexto, aquele movimento filosófico contribui sobremaneira para o</p><p>desenvolvimento e afirmação dos direitos fundamentais, núcleos inerentes ao Estado</p><p>Constitucional de Direito. Sob a ótica do Neoconstitucionalismo, movimento político-</p><p>social relacionado ao Pós-positivismo, o Estado tem de respeitar as liberdades</p><p>fundamentais dos cidadãos e, além disto, resguardar e promover o princípio da</p><p>dignidade da pessoa humana, cerne do ordenamento jurídico brasileiro. Aquele</p><p>movimento constitucional impulsionou mudanças significativas no âmbito da</p><p>aproximação entre direito público e privado, sendo nítida a influência e os reflexos que a</p><p>Carta Excelsa exerce no Direito Civil, acarretando no fenômeno denominado de</p><p>Constitucionalização do Direito Civil. Ganha relevo a matéria sobre os direitos da</p><p>personalidade, tidos como núcleos intangíveis relacionados ao íntimo de cada pessoa,</p><p>sendo relevante o tratamento atribuído quando da colisão destes direitos. Desta relação</p><p>conflituosa faz-se necessária a técnica de ponderação, proposta por Robert Alexy, para</p><p>impedir uma exclusão inoportuna de um direito perante o outro, tendo em vista a</p><p>relevância do conteúdo de tais direitos. Da análise mais atenta desta possibilidade de</p><p>conflito, torna-se cada vez mais frequente a questão sobre o direito ao esquecimento</p><p>indo de encontro ao direito à informação, gerando discussões acerca da extensão</p><p>daquele direito, máxime no que diz respeito ao âmbito do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Em razão disso, questiona-se sobre de que forma o direito ao esquecimento assegura a</p><p>ponderação entre a liberdade de informação e atributos individuais da pessoa humana.</p><p>Para enfrentar a problemática levantada, o ponto de partida será o estudo</p><p>do direito civil-</p><p>constitucional, analisando a maneira com que a liberdade de informação e os atributos</p><p>individuais da pessoa humana podem ser ponderados para se atingir sintonia com a</p><p>presunção legal e constitucional de regenerabilidade da pessoa humana em face do</p><p>direito ao esquecimento. O tema será delimitado na evolução dos direitos da</p><p>personalidade, com enfoque no direito ao esquecimento no âmbito do Superior Tribunal</p><p>de Justiça. Deste modo, a relevância acadêmica do debate suscitado, consiste em</p><p>discutir a proteção dos direitos da personalidade, com ênfase no direito ao</p><p>esquecimento, cujo escopo é o de evidenciar a visualização dos aspectos deste direito</p><p>no ordenamento jurídico brasileiro. Metodologicamente, será adotada a ideia</p><p>construtivista, segundo a qual a descrição do objeto é ao mesmo tempo sua construção,</p><p>significa que não pretendemos expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade</p><p>absoluta sobre o tema, mas somente ensejar um debate sobre a extensão do direito ao</p><p>esquecimento e o meio pelo qual serão solucionadas suas controvérsias quando colidir</p><p>com o direito à informação.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalização do Direito Civil. Direitos fundamentais. Direitos</p><p>da personalidade. Teoria da Ponderação. Direito ao esquecimento.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>OST, François. O tempo do direito. Tradução Élcio Fernandes. Baurú: Edusc, 2005.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 ed. rev. atual. e ampl.</p><p>Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008.</p><p>TARTUCE, Flávio. Direito civil 1: Lei de introdução e parte geral. 10 ed. Rio de Janeiro:</p><p>Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.</p><p>TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.</p><p>51</p><p>51Graduanda do 10º semestre do curso de Direito na Universidade Federal de Roraima.</p><p>82 83</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO DAS FONTES COMO</p><p>FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO</p><p>Igor Fabrício Gomes Dourado</p><p>O direito civil em sua origem era tido como o centro do ordenamento jurídico,</p><p>norteando as interpretações de diversas normas, além do fato de ser o responsável por</p><p>estabelecer, exclusivamente, os requisitos essenciais do contrato. O movimento do Pós-</p><p>positivismo trouxe a lume uma inversão da interpretação no âmbito do direito, por meio</p><p>do movimento Neoconstitucionalista, alguns fenômenos foram surgindo, tal qual a</p><p>inserção do direito constitucional na seara do direito civil, causando uma aproximação</p><p>nítida entre o direito público e o direito privado. O fenômeno da Constitucionalização do</p><p>Direito Civil se faz presente pela irradiação das normas constitucionais por todo o</p><p>ordenamento jurídico. Com o advento da poluição legislativa, o Direito Civil tem de</p><p>conviver com inúmeras leis esparsas. Em razão disso, questiona-se sobre a</p><p>possibilidade de convivência do Código Civil com inúmeras leis, que, a priori, parecem ir</p><p>de encontro a aquele, sem que seja gerada uma grave insegurança jurídica. Para</p><p>enfrentar esta problemática, será utilizada a teoria do diálogo das fontes, oriunda do</p><p>Direito Alemão, em que a comunicação normativa é dinamizada para se extrair o melhor</p><p>proveito de sua construção, superando as antigas soluções para as antinomias reais. O</p><p>tema será delimitado no âmbito do diálogo entre duas fontes normativas, quais sejam:</p><p>Código Civil e Código de Defesa do Consumidor. Deste modo, a relevância acadêmica</p><p>do debate suscitado consiste em discutir a mudança de paradigma enfrentada pelo</p><p>Direito Civil, quando da sua construção normativa, em que a comunicação entre</p><p>codificações se torne regra e a exclusão de normas incompatíveis venha a se tornar</p><p>medida excepcional. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a</p><p>qual a descrição do objeto é a mesmo tempo sua construção, significa que há pretensão</p><p>de expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas</p><p>somente ensejar um debate sobre a mudança decorrente do diálogo das fontes.</p><p>Palavras-chave: Direito Civil. Constitucionalização do Direito Civil. Diálogo das fontes.</p><p>Direito do Consumidor. Neoconstitucionalismo.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense;</p><p>São Paulo: MÉTODO, 2013.</p><p>TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.</p><p>MARQUES, Claudia Lima. Diálogo das fontes: Do conflito à coordenação das normas</p><p>do direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>52</p><p>52Graduando do 10º semestre do curso de direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor</p><p>Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.84 85</p><p>CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL: O DIÁLOGO DAS FONTES COMO</p><p>FORMA DE APRIMORAR A UNIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO</p><p>Igor Fabrício Gomes Dourado</p><p>O direito civil em sua origem era tido como o centro do ordenamento jurídico,</p><p>norteando as interpretações de diversas normas, além do fato de ser o responsável por</p><p>estabelecer, exclusivamente, os requisitos essenciais do contrato. O movimento do Pós-</p><p>positivismo trouxe a lume uma inversão da interpretação no âmbito do direito, por meio</p><p>do movimento Neoconstitucionalista, alguns fenômenos foram surgindo, tal qual a</p><p>inserção do direito constitucional na seara do direito civil, causando uma aproximação</p><p>nítida entre o direito público e o direito privado. O fenômeno da Constitucionalização do</p><p>Direito Civil se faz presente pela irradiação das normas constitucionais por todo o</p><p>ordenamento jurídico. Com o advento da poluição legislativa, o Direito Civil tem de</p><p>conviver com inúmeras leis esparsas. Em razão disso, questiona-se sobre a</p><p>possibilidade de convivência do Código Civil com inúmeras leis, que, a priori, parecem ir</p><p>de encontro a aquele, sem que seja gerada uma grave insegurança jurídica. Para</p><p>enfrentar esta problemática, será utilizada a teoria do diálogo das fontes, oriunda do</p><p>Direito Alemão, em que a comunicação normativa é dinamizada para se extrair o melhor</p><p>proveito de sua construção, superando as antigas soluções para as antinomias reais. O</p><p>tema será delimitado no âmbito do diálogo entre duas fontes normativas, quais sejam:</p><p>Código Civil e Código de Defesa do Consumidor. Deste modo, a relevância acadêmica</p><p>do debate suscitado consiste em discutir a mudança de paradigma enfrentada pelo</p><p>Direito Civil, quando da sua construção normativa, em que a comunicação entre</p><p>codificações se torne regra e a exclusão de normas incompatíveis venha a se tornar</p><p>medida excepcional. Metodologicamente, será adotada a ideia construtivista, segundo a</p><p>qual a descrição do objeto é a mesmo tempo sua construção, significa que há pretensão</p><p>de expor uma ideia conclusiva, com tons de verdade absoluta sobre o tema, mas</p><p>somente ensejar um debate sobre a mudança decorrente do diálogo das fontes.</p><p>Palavras-chave: Direito Civil. Constitucionalização do Direito Civil. Diálogo das fontes.</p><p>Direito do Consumidor. Neoconstitucionalismo.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os</p><p>conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense;</p><p>São Paulo: MÉTODO, 2013.</p><p>TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.</p><p>MARQUES, Claudia Lima. Diálogo das fontes: Do conflito à coordenação das normas</p><p>do direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.</p><p>52</p><p>52Graduando do 10º semestre do curso de direito da Faculdade Estácio Atual. Servidor</p><p>Público do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima.84 85</p><p>PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: ÚTERO</p><p>SUBSTITUIÇÃO</p><p>Fabiana Rikils</p><p>Larissa Araldi</p><p>Virgínia Muniz de Souza Cruz</p><p>O presente trabalho pretende elucidar sobre os métodos de reprodução</p><p>assistida, dentre as quais tem-se a Inseminação Artificial, Fertilização In Vitro (FIV),</p><p>Bancos de Sémen, Doação de Óvulos e Embriões, o maior enfoque será a respeito do</p><p>Útero Substituição, ou popularmente conhecido erroneamente como "Barriga de</p><p>Aluguel", não só porque o feto se desenvolve no útero e não na barriga, mas também</p><p>porque o contrato de aluguel exige pagamento e no Brasil é vedado cobrar pela doação</p><p>do útero. O objeto principal do estudo os avanços biotecnológicos e seus impactos nas</p><p>relações jurídicas. A Reprodução Assistida é um conjunto de técnicas, utilizadas por</p><p>médicos especializados, que tem como principal objetivo tentar viabilizar a gestação em</p><p>mulheres com dificuldades de engravidar. A Maternidade de Substituição, envolve</p><p>essencialmente técnicas de reprodução humana assistida, que consiste, na doação</p><p>temporária do útero de uma mulher em favor da concretização do projeto parental</p><p>idealizado por outra. No Brasil, a Reprodução Assistida é regulamentada tão somente</p><p>por Resoluções, que estabelecem parâmetros para que esta incida de forma regular sem</p><p>que haja intuito mercantil. As resoluções não têm força de lei, e portanto não implicam</p><p>sanções. Temos a Resolução nº. 1.358/92 e a Resolução nº 1.957/2010 do CFM, que</p><p>adota normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, Resolução</p><p>da ANVISA nº 33/2006 que regulamenta banco de células e tecidos germinativos, o</p><p>Biodireito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas</p><p>reguladoras da conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da</p><p>Medicina, Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05), que permite a utilização dos embriões</p><p>excedentes. Diante desse contexto, e da constatação de que sua realização é mais</p><p>frequente do que se imaginaria, revela-se adequado e pertinente um estudo mais</p><p>aprofundado acerca de seu tratamento na proteção jurídica pátria, nas analogias</p><p>trazidas pelo Direito comparado, bem como das tendências legislativas e</p><p>jurisprudências.</p><p>Palavras-chave: Métodos de Reprodução Assistida. Útero Substituição. Doação</p><p>temporária de útero. Biodireito.</p><p>Referências:</p><p>KRELL, OLGA J. GOUVEIA. Reprodução humana assistida e filiação civil: princípios</p><p>éticos e jurídicos. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2006.</p><p>GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o biodireito e as relações</p><p>parentais. O Estabelecimento da Parentalidade-Filiação e os Efeitos Jurídicos da</p><p>Reprodução Assistida Heteróloga. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.</p><p>PINTO, Taciana Jusfredo Simões. As procriações artificiais e o direito de família.</p><p>Presidente Prudente, Faculdades Integrada Antônio Eufrásio de Toledo, 2001.</p><p>SCARPARO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta, aspectos</p><p>científicos e legais, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.</p><p>OLIVEIRA, Deborah Ciocci Alvarez de; BORGES JR., Edson. Reprodução assistida:</p><p>até onde podemos chegar? Compreendendo a ética e a lei, São Paulo: Gaia, 2000.</p><p>MOREIRA FILHO, José Roberto. O direito civil em face das novas técnicas de</p><p>reprodução assistida. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em:</p><p><http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2747>. Acesso em: 13/05/2008.</p><p>R e v i s t a Ve j a . A p r á t i c a d a b a r r i g a d e a l u g u e l . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://veja.abril.com.br/070508/p_140.shtml></p><p>TORRES, Eugênio Magarinos. Estimulação Ovariana; FIV; ICSI; Doação de Óvulos;</p><p>Doação de Útero; Transferência de Embriões. Clínica Bebê de Proveta. Disponível</p><p>em http://www.bebedeproveta.com.br/default.asp . Acesso em 27/01/2009.</p><p>OLIVEIRA, Guilherme Freire Falcão de. Mãe há só 'uma' duas!: o contrato de gestação.</p><p>Coimbra: Coimbra. Ed., 1992.</p><p>COSTA, Sérgio Costa; DINIZ, Débora. Ensaios: Bioética. Editora Letras Livres, 2006.</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>Graduanda em Direito pelas Faculdades Cathedral.</p><p>53</p><p>54</p><p>55</p><p>53</p><p>54</p><p>55</p><p>86 87</p><p>PROTEÇÃO JURÍDICA NOS MÉTODOS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA: ÚTERO</p><p>SUBSTITUIÇÃO</p><p>Fabiana Rikils</p><p>Larissa Araldi</p><p>Virgínia Muniz de Souza Cruz</p><p>O presente trabalho pretende elucidar sobre os métodos de reprodução</p><p>assistida, dentre as quais tem-se a Inseminação Artificial, Fertilização In Vitro (FIV),</p><p>Bancos de Sémen, Doação de Óvulos e Embriões, o maior enfoque será a respeito do</p><p>Útero Substituição, ou popularmente conhecido erroneamente como "Barriga de</p><p>Aluguel", não só porque o feto se desenvolve no útero e não na barriga, mas também</p><p>porque o contrato de aluguel exige pagamento e no Brasil é vedado cobrar pela doação</p><p>do útero. O objeto principal do estudo os avanços biotecnológicos e seus impactos nas</p><p>relações jurídicas. A Reprodução Assistida é um conjunto de técnicas, utilizadas por</p><p>médicos especializados, que tem como principal objetivo tentar viabilizar a gestação em</p><p>mulheres com dificuldades de engravidar. A Maternidade de Substituição, envolve</p><p>essencialmente técnicas de reprodução humana assistida, que consiste, na doação</p><p>temporária do útero de uma mulher em favor da concretização do projeto parental</p><p>idealizado por outra. No Brasil, a Reprodução Assistida é regulamentada tão somente</p><p>por Resoluções, que estabelecem parâmetros para que esta incida de forma regular sem</p><p>que haja intuito mercantil. As resoluções não têm força de lei, e portanto não implicam</p><p>sanções. Temos a Resolução nº. 1.358/92 e a Resolução nº 1.957/2010 do CFM, que</p><p>adota normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, Resolução</p><p>da ANVISA nº 33/2006 que regulamenta banco de células e tecidos germinativos, o</p><p>Biodireito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas</p><p>reguladoras da conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da</p><p>Medicina, Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05), que permite a utilização dos embriões</p><p>excedentes. Diante desse contexto, e da constatação de que sua realização é mais</p><p>frequente do que se imaginaria, revela-se adequado e pertinente um estudo mais</p><p>aprofundado acerca de seu tratamento na proteção jurídica pátria, nas analogias</p><p>trazidas pelo Direito comparado, bem como das tendências legislativas e</p><p>jurisprudências.</p><p>Palavras-chave: Métodos de Reprodução Assistida. Útero Substituição. Doação</p><p>temporária de útero. Biodireito.</p><p>Referências:</p><p>KRELL, OLGA J. GOUVEIA. Reprodução humana assistida e filiação civil: princípios</p><p>éticos e jurídicos. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2006.</p><p>GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o biodireito e as relações</p><p>parentais. O Estabelecimento da Parentalidade-Filiação e os Efeitos Jurídicos da</p><p>Reprodução Assistida Heteróloga. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.</p><p>PINTO, Taciana Jusfredo Simões. As procriações artificiais e o direito de família.</p><p>Presidente Prudente, Faculdades Integrada Antônio Eufrásio de Toledo, 2001.</p><p>SCARPARO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta, aspectos</p><p>científicos e legais, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.</p><p>OLIVEIRA, Deborah Ciocci Alvarez de; BORGES JR., Edson. Reprodução assistida:</p><p>até onde podemos chegar? Compreendendo a ética e a lei, São Paulo: Gaia, 2000.</p><p>MOREIRA FILHO, José Roberto. O direito civil em face das novas técnicas de</p><p>reprodução assistida. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em:</p><p><http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2747>. Acesso em: 13/05/2008.</p><p>R e v i s t a Ve j a . A p r á t i c a d a b a r r i g a d e a l u g u e l . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://veja.abril.com.br/070508/p_140.shtml></p><p>TORRES, Eugênio Magarinos. Estimulação Ovariana; FIV; ICSI; Doação de Óvulos;</p><p>Doação de Útero; Transferência de Embriões. Clínica Bebê de Proveta. Disponível</p><p>em http://www.bebedeproveta.com.br/default.asp . Acesso em 27/01/2009.</p><p>OLIVEIRA, Guilherme Freire Falcão de. Mãe há só 'uma' duas!: o contrato de gestação.</p><p>Coimbra: Coimbra. Ed., 1992.</p><p>COSTA, Sérgio Costa; DINIZ, Débora. Ensaios: Bioética. Editora</p><p>debates mais gerais que estão em</p><p>curso em outras partes do país e do mundo. Ainda, busca a interatividade,</p><p>para que oportunizem aos pesquisadores locais um canal para a</p><p>comunicação de seus estudos e críticas sobre os mais variados temas, em</p><p>ambiente favorável à troca de experiências e a construção coletiva de</p><p>ideias.</p><p>Boa Vista, novembro de 2014,</p><p>A Comissão Organizadora.</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>17/11/2014 (Segunda-feira)</p><p>17h - Credenciamento</p><p>18h - Abertura com as Reitorias das Instituições envolvidas</p><p>19h - Palestra do Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>20h - Palestra da Profª Dra. Vanice Regina Lírio do Valle</p><p>21h - Coquetel de Lançamento e Sessão de autógrafos do livro:</p><p>Precedentes Judiciais Vinculantes</p><p>18/11/2014 (Terça-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT1: Constitucionalismo e Democracia; GT2: Processo,</p><p>Jurisdição Constitucional e Precedentes Vinculantes; GT3: Direito</p><p>Constitucional, Sustentabilidade e Meio Ambiente.</p><p>19/11/2014 (Quarta-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT4: Constitucionalismo na Nova Ordem Global; GT5: As</p><p>interfaces entre o Direito Constitucional e os estudos filosóficos e sócio-</p><p>antropológicos; GT6: Hermenêutica Jurídica e Justiça Social.</p><p>20/11/2014 (Quinta-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT7: Temas Emergentes de Direito Civil-Constitucional; GT8:</p><p>Direitos Humanos e Interculturalidade; GT9: Jurisdição Constitucional.</p><p>21/11/2014 (Sexta-feira)</p><p>18h - Palestra do Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa</p><p>19h - Palestra do Prof. Marco Antônio da Costa Sabino</p><p>20h - Encerramento</p><p>12 13</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>17/11/2014 (Segunda-feira)</p><p>17h - Credenciamento</p><p>18h - Abertura com as Reitorias das Instituições envolvidas</p><p>19h - Palestra do Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>20h - Palestra da Profª Dra. Vanice Regina Lírio do Valle</p><p>21h - Coquetel de Lançamento e Sessão de autógrafos do livro:</p><p>Precedentes Judiciais Vinculantes</p><p>18/11/2014 (Terça-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT1: Constitucionalismo e Democracia; GT2: Processo,</p><p>Jurisdição Constitucional e Precedentes Vinculantes; GT3: Direito</p><p>Constitucional, Sustentabilidade e Meio Ambiente.</p><p>19/11/2014 (Quarta-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT4: Constitucionalismo na Nova Ordem Global; GT5: As</p><p>interfaces entre o Direito Constitucional e os estudos filosóficos e sócio-</p><p>antropológicos; GT6: Hermenêutica Jurídica e Justiça Social.</p><p>20/11/2014 (Quinta-feira)</p><p>15h-17h - Mini-curso: “A História Constitucional Brasileira - Os</p><p>paradigmas norteadores das tradições constitucionais.”</p><p>18h - 22h - GT7: Temas Emergentes de Direito Civil-Constitucional; GT8:</p><p>Direitos Humanos e Interculturalidade; GT9: Jurisdição Constitucional.</p><p>21/11/2014 (Sexta-feira)</p><p>18h - Palestra do Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa</p><p>19h - Palestra do Prof. Marco Antônio da Costa Sabino</p><p>20h - Encerramento</p><p>12 13</p><p>SOBRE PALESTRANTES</p><p>Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Palestra de Abertura: Os Precedentes Judiciais Vinculantes e o Sistema Jurídico Brasileiro</p><p>Professor de Ensino Superior e Advogado. Mestre em Direito Público</p><p>pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2013), Especialista em Direito</p><p>Processual Civil (2011) e pós-graduando em Direito Tributário pela</p><p>Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -</p><p>UNIDERP, em convênio com a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - Rede</p><p>LFG. Possui graduação em Direito pela Universidade da Amazônia -</p><p>UNAMA (2007). É professor das disciplinas Direito Processual Civil e</p><p>Direito Constitucional. Atualmente é Coordenador do Núcleo de Práticas</p><p>Jurídicas e Defesa de Direitos Humanos na Universidade Federal de</p><p>Roraima - UFRR e docente das disciplinas de Estágio e Prática Jurídica. Tem</p><p>experiência na área de Direito Público.</p><p>Profª. Drª. Vanice Regina Lírio Do Valle</p><p>Tema da Palestra: Constitucionalismo democrático e as escolhas públicas no campo dos</p><p>direitos fundamentais</p><p>Pós-doutorado em Administração pela EBAPE/FGV e Doutora em</p><p>Direito pela Universidade Gama Filho (2006), é também Professora do</p><p>Programa de Pós-Graduação em Direito da UNESA/RJ e Professora</p><p>Visitante dos cursos de Pós-graduação da FGV/Rio, Procuradora do</p><p>Município do Rio de Janeiro e membro do Instituto de Direito Administrativo</p><p>do Estado do Rio de Janeiro. Tem ainda em seu background, o</p><p>desenvolvimento de atividades de gerenciamento na área pública,</p><p>titularizando a Secretaria Municipal de Administração do Rio de Janeiro, e</p><p>ainda a Secretaria de Estado de Administração do Rio de Janeiro. A</p><p>experiência na área de Direito Público, com ênfase nos temas de direitos</p><p>fundamentais e jurisdição constitucional, tem direcionado sua atividade</p><p>acadêmica, mantendo-se sempre o contato com o Direito Administrativo.</p><p>14 15</p><p>SOBRE PALESTRANTES</p><p>Prof. Msc. Bruno Cavalcanti Angelin Mendes</p><p>Palestra de Abertura: Os Precedentes Judiciais Vinculantes e o Sistema Jurídico Brasileiro</p><p>Professor de Ensino Superior e Advogado. Mestre em Direito Público</p><p>pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2013), Especialista em Direito</p><p>Processual Civil (2011) e pós-graduando em Direito Tributário pela</p><p>Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -</p><p>UNIDERP, em convênio com a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes - Rede</p><p>LFG. Possui graduação em Direito pela Universidade da Amazônia -</p><p>UNAMA (2007). É professor das disciplinas Direito Processual Civil e</p><p>Direito Constitucional. Atualmente é Coordenador do Núcleo de Práticas</p><p>Jurídicas e Defesa de Direitos Humanos na Universidade Federal de</p><p>Roraima - UFRR e docente das disciplinas de Estágio e Prática Jurídica. Tem</p><p>experiência na área de Direito Público.</p><p>Profª. Drª. Vanice Regina Lírio Do Valle</p><p>Tema da Palestra: Constitucionalismo democrático e as escolhas públicas no campo dos</p><p>direitos fundamentais</p><p>Pós-doutorado em Administração pela EBAPE/FGV e Doutora em</p><p>Direito pela Universidade Gama Filho (2006), é também Professora do</p><p>Programa de Pós-Graduação em Direito da UNESA/RJ e Professora</p><p>Visitante dos cursos de Pós-graduação da FGV/Rio, Procuradora do</p><p>Município do Rio de Janeiro e membro do Instituto de Direito Administrativo</p><p>do Estado do Rio de Janeiro. Tem ainda em seu background, o</p><p>desenvolvimento de atividades de gerenciamento na área pública,</p><p>titularizando a Secretaria Municipal de Administração do Rio de Janeiro, e</p><p>ainda a Secretaria de Estado de Administração do Rio de Janeiro. A</p><p>experiência na área de Direito Público, com ênfase nos temas de direitos</p><p>fundamentais e jurisdição constitucional, tem direcionado sua atividade</p><p>acadêmica, mantendo-se sempre o contato com o Direito Administrativo.</p><p>14 15</p><p>Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa</p><p>Tema da Palestra: A construção da cidadania no Brasil</p><p>Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru</p><p>(1974), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de</p><p>Pernambuco (1978) e doutorado em Direito - Universidad Autonoma de</p><p>Madrid (1993). Pós-Doutorado na Universidad Castilla La Mancha (2005).</p><p>Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Amazonas -</p><p>UEA ( onde é docente no Programa de Pós-Graduação em Direito</p><p>Ambiental e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco.</p><p>Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado e</p><p>Doutorado) da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na</p><p>área de Direito, com ênfase em Direito Tributário, atuando principalmente</p><p>nos seguintes temas: federalismo, reforma tributária,</p><p>Letras Livres, 2006.</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>Graduanda em Direito pela Faculdade Estácio da Amazônia.</p><p>Graduanda em Direito pelas Faculdades Cathedral.</p><p>53</p><p>54</p><p>55</p><p>53</p><p>54</p><p>55</p><p>86 87</p><p>DINIZ, Maria Helena de. O Estado Atual do Biodireito. São Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de família. 16. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 5.</p><p>EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>O presente trabalho trata sobre o debate da aplicação dos direitos fundamentais</p><p>nas relações privadas. Tem como escopo fazer uma abordagem geral sobre a eficácia</p><p>dos direitos fundamentais frente às relações jurídicas privadas, objetivando-se ressaltar</p><p>a importância do tema para a doutrina constitucional contemporânea. A eficácia</p><p>horizontal dos direitos fundamentais vem passando por uma grande contribuição de</p><p>estudiosos. Sendo perceptível que a doutrina constitucional tem maior preocupação com</p><p>a aplicabilidade desses direitos, do que com o seu fundamento e legitimidade. O método</p><p>utilizado para abordar a temática foi a análise bibliográfica acerca das teorias</p><p>concernentes à eficácia horizontal através do estudo comparado do ordenamento</p><p>jurídico e doutrina alemã e americana, e seus reflexos no direito brasileiro. O estudo</p><p>procura demonstrar que a proteção dos direitos fundamentais é essencial para a</p><p>garantia de uma sociedade livre, harmônica e justa. Com a obtenção dos direitos</p><p>fundamentais, resultantes de lutas, batalhas e revoluções para que atingissem seu</p><p>status de garantia mínima essencial ao ser humano, sendo que o grande marco dessa</p><p>evolução foi alcançado com o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, conquistado</p><p>pelas revoluções americana e francesa, que culminou com o fortalecimento do Estado</p><p>de Direito; passaram a atuar novas forças privadas, além do Poder Estatal, capazes de</p><p>desestabilizar as relações jurídicas entre particulares. Deste modo, a aplicação dos</p><p>direitos fundamentais na esfera privada surgiu com intuito de proteger esses direitos</p><p>primários dos indivíduos, uma vez que os direitos fundamentais são oponíveis não só em</p><p>relação ao Estado, mas também no âmbito das relações privadas. Sob este cenário</p><p>desenvolveram-se teorias que tratavam sobre esse tema: a teoria State Action ou teoria</p><p>da ineficácia horizontal, que rebateu aquela ideia, visa defender o liberalismo clássico; a</p><p>teoria da eficácia horizontal indireta ou mediata, que aponta que a vinculação dos</p><p>particulares aos direitos fundamentais deve ocorrer de forma mediata por meio de</p><p>cláusulas gerais acolhedoras de direitos fundamentais estabelecidas pelo legislador; e a</p><p>teoria da eficácia horizontal direta ou imediata, que atribui aos direitos fundamentais</p><p>eficácia erga omnes. O Direito Brasileiro tende para o reconhecimento majoritário da</p><p>aplicação direta e imediata dos direitos fundamentais nas relações entre particulares,</p><p>pelas características inerentes à constituição vigente. Dessa forma, a aplicação</p><p>horizontal dos direitos fundamentais surge com intuito de proteger esses direitos</p><p>primários dos indivíduos também no âmbito de suas relações privadas. Assim, a</p><p>aplicação desses direitos na esfera privada é uma realidade necessária, e a solução da</p><p>controvérsia entre a autonomia privada e os direitos fundamentais, deve ser suprida pelo</p><p>Estado de modo a propiciar os direitos e garantias inerentes a pessoa e a sociedade,</p><p>utilizando-se da ponderação entre os direitos fundamentais e a autonomia privada.</p><p>Palavras-chave: Eficácia. Direitos Fundamentais. Relações privadas.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição federal. 2 ed.</p><p>São Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 10 ed. São Paulo: Malheiros,</p><p>2000.</p><p>DIMITRI, Dimoulis; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.</p><p>KRETZ, Andrietta. Autonomia da vontade e eficácia horizontal dos direitos</p><p>fundamentais. Florianópolis: Momento atual, 2005.</p><p>PEREIRA. Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos</p><p>fundamentais: uma contribuição ao estudo das restrições aos direitos</p><p>fundamentais na perspectiva da teoria dos princípios. Rio de Janeiro: Renovar,</p><p>2006.</p><p>REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 .ed., rev., ampl. Porto</p><p>Alegre: Livraria do Advogado, 2007.</p><p>SILVA, José Afonso, Aplicabilidade das normas constitucionais. 3 ed., ver., ampl.</p><p>São Paulo: Malheiros, 1998.</p><p>Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>56</p><p>56</p><p>88 89</p><p>DINIZ, Maria Helena de. O Estado Atual do Biodireito. São Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de família. 16. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 5.</p><p>EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS</p><p>Pedro Carlos de Araújo Oliveira</p><p>O presente trabalho trata sobre o debate da aplicação dos direitos fundamentais</p><p>nas relações privadas. Tem como escopo fazer uma abordagem geral sobre a eficácia</p><p>dos direitos fundamentais frente às relações jurídicas privadas, objetivando-se ressaltar</p><p>a importância do tema para a doutrina constitucional contemporânea. A eficácia</p><p>horizontal dos direitos fundamentais vem passando por uma grande contribuição de</p><p>estudiosos. Sendo perceptível que a doutrina constitucional tem maior preocupação com</p><p>a aplicabilidade desses direitos, do que com o seu fundamento e legitimidade. O método</p><p>utilizado para abordar a temática foi a análise bibliográfica acerca das teorias</p><p>concernentes à eficácia horizontal através do estudo comparado do ordenamento</p><p>jurídico e doutrina alemã e americana, e seus reflexos no direito brasileiro. O estudo</p><p>procura demonstrar que a proteção dos direitos fundamentais é essencial para a</p><p>garantia de uma sociedade livre, harmônica e justa. Com a obtenção dos direitos</p><p>fundamentais, resultantes de lutas, batalhas e revoluções para que atingissem seu</p><p>status de garantia mínima essencial ao ser humano, sendo que o grande marco dessa</p><p>evolução foi alcançado com o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, conquistado</p><p>pelas revoluções americana e francesa, que culminou com o fortalecimento do Estado</p><p>de Direito; passaram a atuar novas forças privadas, além do Poder Estatal, capazes de</p><p>desestabilizar as relações jurídicas entre particulares. Deste modo, a aplicação dos</p><p>direitos fundamentais na esfera privada surgiu com intuito de proteger esses direitos</p><p>primários dos indivíduos, uma vez que os direitos fundamentais são oponíveis não só em</p><p>relação ao Estado, mas também no âmbito das relações privadas. Sob este cenário</p><p>desenvolveram-se teorias que tratavam sobre esse tema: a teoria State Action ou teoria</p><p>da ineficácia horizontal, que rebateu aquela ideia, visa defender o liberalismo clássico; a</p><p>teoria da eficácia horizontal indireta ou mediata, que aponta que a vinculação dos</p><p>particulares aos direitos fundamentais deve ocorrer de forma mediata por meio de</p><p>cláusulas gerais acolhedoras de direitos fundamentais estabelecidas pelo legislador; e a</p><p>teoria da eficácia horizontal direta ou imediata, que atribui aos direitos fundamentais</p><p>eficácia erga omnes. O Direito Brasileiro tende para o reconhecimento majoritário da</p><p>aplicação direta e imediata dos direitos fundamentais nas relações entre particulares,</p><p>pelas características inerentes à constituição vigente. Dessa forma, a aplicação</p><p>horizontal dos direitos fundamentais surge com intuito de proteger esses direitos</p><p>primários dos indivíduos também no âmbito de suas relações privadas. Assim, a</p><p>aplicação desses direitos na esfera privada é uma realidade necessária, e a solução da</p><p>controvérsia entre a autonomia privada e os direitos fundamentais, deve ser suprida pelo</p><p>Estado de modo a propiciar os direitos e garantias inerentes a pessoa e a sociedade,</p><p>utilizando-se da ponderação entre os direitos fundamentais</p><p>e a autonomia privada.</p><p>Palavras-chave: Eficácia. Direitos Fundamentais. Relações privadas.</p><p>Referências:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição federal. 2 ed.</p><p>São Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 10 ed. São Paulo: Malheiros,</p><p>2000.</p><p>DIMITRI, Dimoulis; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.</p><p>KRETZ, Andrietta. Autonomia da vontade e eficácia horizontal dos direitos</p><p>fundamentais. Florianópolis: Momento atual, 2005.</p><p>PEREIRA. Jane Reis Gonçalves. Interpretação constitucional e direitos</p><p>fundamentais: uma contribuição ao estudo das restrições aos direitos</p><p>fundamentais na perspectiva da teoria dos princípios. Rio de Janeiro: Renovar,</p><p>2006.</p><p>REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.</p><p>SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9 .ed., rev., ampl. Porto</p><p>Alegre: Livraria do Advogado, 2007.</p><p>SILVA, José Afonso, Aplicabilidade das normas constitucionais. 3 ed., ver., ampl.</p><p>São Paulo: Malheiros, 1998.</p><p>Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima - UERR.</p><p>56</p><p>56</p><p>88 89</p><p>IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS INDÍGENAS NA</p><p>FRONTEIRA BRASIL-GUIANA</p><p>Isabele Medeiros de Souza</p><p>Líbia Renata Oliveira de Souza</p><p>Thaize Generoso de Oliveira</p><p>Na fronteira entre a República Federativa do Brasil e a República Cooperativa da</p><p>Guiana, nos limites do município de Bonfim e da cidade de Lethem, foi verificado um</p><p>aumento expressivo no número de guianenses que passaram a adquirir a nacionalidade</p><p>brasileira de maneira irregular, isto é, pessoas reconhecidas a um só tempo como</p><p>naturais da Guiana e do Brasil, utilizando-se de nomes e filiações distintas. Esse fato tem</p><p>ocorrido em virtude de haver, na região, terras indígenas que antecedem a definição da</p><p>fronteira internacional, em 1904. Nessas terras, o responsável pelo controle de</p><p>natalidade nas comunidades é o tuxaua. Entretanto, guianenses de ascendência</p><p>indígena, que já possuem documentos de identidade da Guiana, procuram os tuxauas</p><p>para serem incluídos como membros das comunidades. Alguns que são incluídos</p><p>solicitam junto às autoridades brasileiras documentos de identidade e, obtendo-os,</p><p>passam a ter plenos direitos de cidadania brasileiros e guianenses, inclusive a benefícios</p><p>sociais, como direito à moradia e aos programas de assistência, e políticos, como o</p><p>direito ao voto. Esses cidadãos duplamente beneficiados transitam livremente na</p><p>fronteira, identificando-se como brasileiro ou guianense, conforme o seu interesse. O</p><p>presente texto pretende contrapor os requisitos para a nacionalidade brasileira,</p><p>presentes no artigo 12 da Constituição Federal brasileira de 1988, e a problemática em</p><p>torno da indefinição da identidade dos povos indígenas das áreas mencionadas, que</p><p>tiveram suas terras divididas na linha de fronteira entre o Brasil e a Guiana. Para tanto,</p><p>serão realizadas pesquisas bibliográficas baseadas nos estudos de Stephen G. Baines,</p><p>Roberto Cardoso de Oliveira e no que a Constituição Brasileira versa a respeito do tema.</p><p>Normas do direito brasileiro e do direito internacional relacionadas a terras indígenas e</p><p>aos direitos dos nativos também serão fontes documentais para o desenvolvimento do</p><p>artigo.</p><p>Palavras-chave: Fronteira. Nacionalidade. Povos Indígenas. Brasil-Guiana.</p><p>Referências:</p><p>BAINES, Stephen G. Entre dois Estados nacionais: perspectivas indígenas a respeito</p><p>da fronteira entre Guiana e Brasil. Anuário Antropológico 2005, pp 35?49, 2006.</p><p>BAINES, Stephen G. Indianidade e nacionalidade na fronteira Brasil-Guiana. Série</p><p>Antropologia, No 360, Brasília: Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília,</p><p>2004a.</p><p>BAINES, Stephen G. A fronteira Brasil-Guiana e os povos indígenas. In: Revista de</p><p>Estudos e Pesquisas. Brasília: FUNAI: CGEP/CGDOC, v.1,n.1, 2004b</p><p>CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os (dês)caminhos da identidade.</p><p>Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 15, no. 42, 2000.</p><p>CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto; BAINES, Stephen G. (Org.). Nacionalidade e</p><p>etnicidade em fronteiras. Brasília: Editora UnB, 2005. 278 p. (Coleção Américas,</p><p>Coordenação Ana Maria Fernandes).</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>57</p><p>58</p><p>59</p><p>57</p><p>58</p><p>59</p><p>GT 8 - DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADE</p><p>Coordenador: Prof. Dr. Isaias Montanari Júnior (UFRR)</p><p>90 91</p><p>IMPASSES QUANTO A NACIONALIDADE DOS POVOS INDÍGENAS NA</p><p>FRONTEIRA BRASIL-GUIANA</p><p>Isabele Medeiros de Souza</p><p>Líbia Renata Oliveira de Souza</p><p>Thaize Generoso de Oliveira</p><p>Na fronteira entre a República Federativa do Brasil e a República Cooperativa da</p><p>Guiana, nos limites do município de Bonfim e da cidade de Lethem, foi verificado um</p><p>aumento expressivo no número de guianenses que passaram a adquirir a nacionalidade</p><p>brasileira de maneira irregular, isto é, pessoas reconhecidas a um só tempo como</p><p>naturais da Guiana e do Brasil, utilizando-se de nomes e filiações distintas. Esse fato tem</p><p>ocorrido em virtude de haver, na região, terras indígenas que antecedem a definição da</p><p>fronteira internacional, em 1904. Nessas terras, o responsável pelo controle de</p><p>natalidade nas comunidades é o tuxaua. Entretanto, guianenses de ascendência</p><p>indígena, que já possuem documentos de identidade da Guiana, procuram os tuxauas</p><p>para serem incluídos como membros das comunidades. Alguns que são incluídos</p><p>solicitam junto às autoridades brasileiras documentos de identidade e, obtendo-os,</p><p>passam a ter plenos direitos de cidadania brasileiros e guianenses, inclusive a benefícios</p><p>sociais, como direito à moradia e aos programas de assistência, e políticos, como o</p><p>direito ao voto. Esses cidadãos duplamente beneficiados transitam livremente na</p><p>fronteira, identificando-se como brasileiro ou guianense, conforme o seu interesse. O</p><p>presente texto pretende contrapor os requisitos para a nacionalidade brasileira,</p><p>presentes no artigo 12 da Constituição Federal brasileira de 1988, e a problemática em</p><p>torno da indefinição da identidade dos povos indígenas das áreas mencionadas, que</p><p>tiveram suas terras divididas na linha de fronteira entre o Brasil e a Guiana. Para tanto,</p><p>serão realizadas pesquisas bibliográficas baseadas nos estudos de Stephen G. Baines,</p><p>Roberto Cardoso de Oliveira e no que a Constituição Brasileira versa a respeito do tema.</p><p>Normas do direito brasileiro e do direito internacional relacionadas a terras indígenas e</p><p>aos direitos dos nativos também serão fontes documentais para o desenvolvimento do</p><p>artigo.</p><p>Palavras-chave: Fronteira. Nacionalidade. Povos Indígenas. Brasil-Guiana.</p><p>Referências:</p><p>BAINES, Stephen G. Entre dois Estados nacionais: perspectivas indígenas a respeito</p><p>da fronteira entre Guiana e Brasil. Anuário Antropológico 2005, pp 35?49, 2006.</p><p>BAINES, Stephen G. Indianidade e nacionalidade na fronteira Brasil-Guiana. Série</p><p>Antropologia, No 360, Brasília: Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília,</p><p>2004a.</p><p>BAINES, Stephen G. A fronteira Brasil-Guiana e os povos indígenas. In: Revista de</p><p>Estudos e Pesquisas. Brasília: FUNAI: CGEP/CGDOC, v.1,n.1, 2004b</p><p>CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os (dês)caminhos da identidade.</p><p>Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 15, no. 42, 2000.</p><p>CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto; BAINES, Stephen G. (Org.). Nacionalidade e</p><p>etnicidade em fronteiras. Brasília: Editora UnB, 2005. 278 p. (Coleção Américas,</p><p>Coordenação Ana Maria Fernandes).</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>57</p><p>58</p><p>59</p><p>57</p><p>58</p><p>59</p><p>GT 8 - DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADE</p><p>Coordenador: Prof. Dr. Isaias Montanari Júnior (UFRR)</p><p>90 91</p><p>DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA</p><p>NO TRÂNSITO BRASILEIRO</p><p>Karla Ingrid Pinto Cuellar</p><p>Este artigo discorre sobre a importância da educação para o trânsito e do</p><p>exercício da cidadania, tendo-se em vista o direito fundamental dos cidadãos a um</p><p>trânsito seguro. Enfatiza-se o papel do motorista na prevenção de acidentes e melhoria</p><p>das condições de tráfego nas vias públicas. Os acidentes de trânsito acarretam vítimas,</p><p>diretas e indiretas, com lesões graves, incapacidades físicas permanentes e mortes,</p><p>trazendo diversos prejuízos à sociedade. Apesar das normas vigentes, ainda é muito</p><p>observada a ideia de impunidade dos motoristas, que apenas respeitam as leis se</p><p>houver uma fiscalização efetiva, como é o caso da Lei Seca. Conclui-se pela</p><p>necessidade de mudanças sociais, através da valorização dos direitos humanos, tendo-</p><p>se em vista a necessidade de um trânsito seguro, primordial para a preservação da vida,</p><p>como direito fundamental de segunda dimensão. Nessa perspectiva, analisar-se-á as</p><p>gerações ou dimensões dos Direitos Fundamentais, efetuando um paralelo com os</p><p>Direitos Humanos.</p><p>Palavras-chaves: Trânsito. Direitos Humanos. Direitos Fundamentais.</p><p>Referências:</p><p>BITTENCOURT, Cezar Roberto. Alguns aspectos penais controvertidos do código</p><p>de trânsito. Revista dos Tribunais 754/480/94.</p><p>BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11ª ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de</p><p>Janeiro: Campus, 1992.</p><p>BRASIL, Previdência Social. Publicação do Ministério da Previdência Social. Ano II, n.</p><p>2, janeiro-abril, 2012.</p><p>CAMPOS, Tomás Cano. El régimen jurídico-administrativo del tráfico (Bases</p><p>históricas y constitucionales, técnicas de intervención y sanciones). Madrid: Civitas</p><p>Ediciones, 1999.</p><p>HONORATO, Cássio Mattos. Trânsito: infrações e crimes. O Trânsito em Condições</p><p>Seguras. Campinas (SP): Millennium, 2009.</p><p>__________. Trânsito seguro: Direito Fundamental de Segunda Dimensão. RT 911,</p><p>ano 100, p. 107-169, set. 2011.</p><p>LORENCES, Valentín Héctor. Derecho de tránsito. 1ª ed. Buenos Aires: Editorial</p><p>Universidad, 2007.</p><p>MATTA, Roberto da; VASCONCELOS, João Gualberto M.; PANDOLFI, Ricardo. Fé em</p><p>Deus e pé na tábua (Ou como e por que o trânsito enlouqueceu no Brasil). Rio de janeiro:</p><p>Rocco, 2010.</p><p>MITIDIERO, Nei Pires. Comentários ao código de trânsito brasileiro: direito de</p><p>trânsito e direito administrativo de trânsito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.</p><p>MONTENEGRO, Magda. Meio ambiente e responsabilidade civil. São Paulo: IOB</p><p>Thomson, 2005.</p><p>MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.</p><p>PINHONI, Marina. Com nova Lei Seca, mortes em acidentes caem 43% em São</p><p>Paulo. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/. Acesso em 15.04.2014.</p><p>PORTAL CET. Pela primeira vez em 8 anos o número de acidentes fatais na cidade</p><p>c a i e m t o d a s a s c a t e g o r i a s , 2 0 . 0 3 . 2 0 1 4 . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.cetsp.com.br/noticias/2014/03/20/pela-primeira-vez-em-8-anos-o-numero-</p><p>de-acidentes-fatais-na-cidade-cai-em-todas-as-categorias.aspx. Acesso em</p><p>10.05.2014.</p><p>SANTOS, Juliano Viali dos. Trânsito em condições seguras. Paragimas e acepções</p><p>jurídicas do artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.</p><p>WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2013. Acidentes de trânsito e</p><p>motocicletas. Rio de Janeiro: CEBELA - Centro Brasileiro de Estudos Latino-</p><p>Americanos, 2013.</p><p>WHO. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs358/en/>. World</p><p>Health Organization, 2013. Acesso em: 25.05.2014.</p><p>Professora da universidade Federal de Roraima. Mestre em Direitos Fundamentais.</p><p>Advogada.</p><p>60</p><p>60</p><p>92 93</p><p>DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO</p><p>Karla Ingrid Pinto Cuellar</p><p>Este artigo discorre sobre a importância da educação para o trânsito e do</p><p>exercício da cidadania, tendo-se em vista o direito fundamental dos cidadãos a um</p><p>trânsito seguro. Enfatiza-se o papel do motorista na prevenção de acidentes e melhoria</p><p>das condições de tráfego nas vias públicas. Os acidentes de trânsito acarretam vítimas,</p><p>diretas e indiretas, com lesões graves, incapacidades físicas permanentes e mortes,</p><p>trazendo diversos prejuízos à sociedade. Apesar das normas vigentes, ainda é muito</p><p>observada a ideia de impunidade dos motoristas, que apenas respeitam as leis se</p><p>houver uma fiscalização efetiva, como é o caso da Lei Seca. Conclui-se pela</p><p>necessidade de mudanças sociais, através da valorização dos direitos humanos, tendo-</p><p>se em vista a necessidade de um trânsito seguro, primordial para a preservação da vida,</p><p>como direito fundamental de segunda dimensão. Nessa perspectiva, analisar-se-á as</p><p>gerações ou dimensões dos Direitos Fundamentais, efetuando um paralelo com os</p><p>Direitos Humanos.</p><p>Palavras-chaves: Trânsito. Direitos Humanos. Direitos Fundamentais.</p><p>Referências:</p><p>BITTENCOURT, Cezar Roberto. Alguns aspectos penais controvertidos do código</p><p>de trânsito. Revista dos Tribunais 754/480/94.</p><p>BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11ª ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de</p><p>Janeiro: Campus, 1992.</p><p>BRASIL, Previdência Social. Publicação do Ministério da Previdência Social. Ano II, n.</p><p>2, janeiro-abril, 2012.</p><p>CAMPOS, Tomás Cano. El régimen jurídico-administrativo del tráfico (Bases</p><p>históricas y constitucionales, técnicas de intervención y sanciones). Madrid: Civitas</p><p>Ediciones, 1999.</p><p>HONORATO, Cássio Mattos. Trânsito: infrações e crimes. O Trânsito em Condições</p><p>Seguras. Campinas (SP): Millennium, 2009.</p><p>__________. Trânsito seguro: Direito Fundamental de Segunda Dimensão. RT 911,</p><p>ano 100, p. 107-169, set. 2011.</p><p>LORENCES, Valentín Héctor. Derecho de tránsito. 1ª ed. Buenos Aires: Editorial</p><p>Universidad, 2007.</p><p>MATTA, Roberto da; VASCONCELOS, João Gualberto M.; PANDOLFI, Ricardo. Fé em</p><p>Deus e pé na tábua (Ou como e por que o trânsito enlouqueceu no Brasil). Rio de janeiro:</p><p>Rocco, 2010.</p><p>MITIDIERO, Nei Pires. Comentários ao código de trânsito brasileiro: direito de</p><p>trânsito e direito administrativo de trânsito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.</p><p>MONTENEGRO, Magda. Meio ambiente e responsabilidade civil. São Paulo: IOB</p><p>Thomson, 2005.</p><p>MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.</p><p>PINHONI, Marina. Com nova Lei Seca, mortes em acidentes caem 43% em São</p><p>Paulo. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/. Acesso em 15.04.2014.</p><p>PORTAL CET. Pela primeira vez em 8 anos o número de acidentes fatais na cidade</p><p>c a i e m t o d a s a s c a t e g o r i a s , 2 0 . 0 3 . 2 0 1 4 . D i s p o n í v e l e m :</p><p>http://www.cetsp.com.br/noticias/2014/03/20/pela-primeira-vez-em-8-anos-o-numero-</p><p>de-acidentes-fatais-na-cidade-cai-em-todas-as-categorias.aspx. Acesso em</p><p>10.05.2014.</p><p>SANTOS, Juliano Viali dos. Trânsito em condições seguras. Paragimas e acepções</p><p>jurídicas do artigo 1º do Código de Trânsito Brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.</p><p>WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência 2013. Acidentes de trânsito e</p><p>motocicletas. Rio de Janeiro: CEBELA - Centro Brasileiro de Estudos Latino-</p><p>Americanos, 2013.</p><p>WHO. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs358/en/>. World</p><p>Health Organization, 2013. Acesso em: 25.05.2014.</p><p>Professora da universidade Federal de Roraima. Mestre em Direitos Fundamentais.</p><p>Advogada.</p><p>60</p><p>60</p><p>92 93</p><p>O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS BRASILEIRAS: UMA</p><p>NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS MIGRANTES</p><p>Larissa Soares Melo</p><p>O presente artigo se propõe a refletir sobre as políticas migratórias e o</p><p>anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no Brasil.</p><p>Passados 26 anos da promulgação da Constituição Cidadã, a legislação brasileira ainda</p><p>guarda vínculos com o passado que precisam ser enfrentados. Ao longo dos anos,</p><p>percebe-se a deficiência legislativa e administrativa das políticas migratórias brasileiras,</p><p>inobstante o Brasil tenha passado por situações de crises devido aos fluxos migratórios</p><p>internacionais cada vez mais frequentes. Por não possuir uma legislação adequada para</p><p>a matéria, políticas adotadas pelo Estado costumeiramente ocasionam</p><p>violações de</p><p>direitos humanos e passam uma imagem negativa da mobilidade humana junto à opinião</p><p>pública. Diante das experiências históricas, tanto no Brasil quanto em outros países, está</p><p>passando do tempo ao Brasil adaptar suas políticas migratórias aos atuais paradigmas</p><p>ínsitos nas Constituições de países democráticos, que consideram que migrar é um</p><p>direito humano. Dada a maneira como o mundo está hoje configurado, a migração não é</p><p>mais um fenômeno geopolítico que possa ser ignorado. É preciso olhar o migrante não</p><p>apenas como força de trabalho ou como perigo, mas também, e principalmente, como</p><p>ser humano com direitos garantidos. A pesquisa da qual deriva este trabalho se justifica</p><p>pela necessidade de contribuição da pesquisa para o exame do ordenamento jurídico</p><p>brasileiro com foco na questão dos direitos dos migrantes, enquadrando possíveis</p><p>avanços e retrocessos à vista do enfoque pluralista que ganha terreno no panorama</p><p>latino-americano através de um constitucionalismo avançado sobre o tema do</p><p>multiculturalismo e do plurinacionalismo. A metodologia que será empregada é a</p><p>qualitativa, sem olvidar, por óbvio, da pesquisa quantitativa como um instrumento de</p><p>pesquisa exploratória.</p><p>Palavras-Chave: Política Migratória. Direitos Humanos. Direito Constitucional.</p><p>Referências:</p><p>B R A S I L . C o n s t i t u i ç ã o f e d e r a l d e 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em:</p><p>17.04.2014.</p><p>_ _ _ _ _ . E s t a t u t o d o e s t r a n g e i r o . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6815.htm>. Acesso em: 16.04.2014</p><p>BOBBIO, N. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ed.</p><p>Campus, 1992.·.</p><p>Comissão de Especialistas (criada pelo Ministério da Justiça pela Portaria n°</p><p>2.162/2013). Anteprojeto de lei de migrações e promoção dos direitos dos</p><p>migrantes no Brasil, 2014.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional - 10ª</p><p>Ed. São Paulo: Saraiva, 2009</p><p>WOLKMER, Antônio Carlos. Plurarismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no</p><p>direito. 3 ed. São Paulo: Alfa-Omega, 2001.</p><p>61</p><p>61 Aluna do 8º período do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>94 95</p><p>O PLURINACIONALISMO NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS BRASILEIRAS: UMA</p><p>NOVA PERSPECTIVA AOS DIREITOS DOS MIGRANTES</p><p>Larissa Soares Melo</p><p>O presente artigo se propõe a refletir sobre as políticas migratórias e o</p><p>anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no Brasil.</p><p>Passados 26 anos da promulgação da Constituição Cidadã, a legislação brasileira ainda</p><p>guarda vínculos com o passado que precisam ser enfrentados. Ao longo dos anos,</p><p>percebe-se a deficiência legislativa e administrativa das políticas migratórias brasileiras,</p><p>inobstante o Brasil tenha passado por situações de crises devido aos fluxos migratórios</p><p>internacionais cada vez mais frequentes. Por não possuir uma legislação adequada para</p><p>a matéria, políticas adotadas pelo Estado costumeiramente ocasionam violações de</p><p>direitos humanos e passam uma imagem negativa da mobilidade humana junto à opinião</p><p>pública. Diante das experiências históricas, tanto no Brasil quanto em outros países, está</p><p>passando do tempo ao Brasil adaptar suas políticas migratórias aos atuais paradigmas</p><p>ínsitos nas Constituições de países democráticos, que consideram que migrar é um</p><p>direito humano. Dada a maneira como o mundo está hoje configurado, a migração não é</p><p>mais um fenômeno geopolítico que possa ser ignorado. É preciso olhar o migrante não</p><p>apenas como força de trabalho ou como perigo, mas também, e principalmente, como</p><p>ser humano com direitos garantidos. A pesquisa da qual deriva este trabalho se justifica</p><p>pela necessidade de contribuição da pesquisa para o exame do ordenamento jurídico</p><p>brasileiro com foco na questão dos direitos dos migrantes, enquadrando possíveis</p><p>avanços e retrocessos à vista do enfoque pluralista que ganha terreno no panorama</p><p>latino-americano através de um constitucionalismo avançado sobre o tema do</p><p>multiculturalismo e do plurinacionalismo. A metodologia que será empregada é a</p><p>qualitativa, sem olvidar, por óbvio, da pesquisa quantitativa como um instrumento de</p><p>pesquisa exploratória.</p><p>Palavras-Chave: Política Migratória. Direitos Humanos. Direito Constitucional.</p><p>Referências:</p><p>B R A S I L . C o n s t i t u i ç ã o f e d e r a l d e 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em:</p><p>17.04.2014.</p><p>_ _ _ _ _ . E s t a t u t o d o e s t r a n g e i r o . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6815.htm>. Acesso em: 16.04.2014</p><p>BOBBIO, N. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ed.</p><p>Campus, 1992.·.</p><p>Comissão de Especialistas (criada pelo Ministério da Justiça pela Portaria n°</p><p>2.162/2013). Anteprojeto de lei de migrações e promoção dos direitos dos</p><p>migrantes no Brasil, 2014.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional - 10ª</p><p>Ed. São Paulo: Saraiva, 2009</p><p>WOLKMER, Antônio Carlos. Plurarismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no</p><p>direito. 3 ed. São Paulo: Alfa-Omega, 2001.</p><p>61</p><p>61 Aluna do 8º período do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima - UFRR.</p><p>94 95</p><p>O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E CONVENCIONAIS</p><p>Nayara Mota Costa</p><p>A polêmica relativa à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte mantém-</p><p>se acesa, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional, seja em relação à</p><p>constitucionalidade dos procedimentos adotados pelo governo brasileiro, seja pela</p><p>convencionalidade dos direitos das comunidades indígenas que estariam sendo</p><p>violados. Primeiramente, diz-se que as obras de Belo Monte, no rio Xingu, no Estado do</p><p>Pará, serão construídas em área definida pela Portaria n. 9/2007, do Ministério do Meio</p><p>Ambiente, como de importância biológica extremamente alta, dada a presença exclusiva</p><p>de populações de animais nativos. Além disso, de acordo com a entidade "Movimento</p><p>Xingu Vivo Para Sempre", as obras afetarão aproximadamente 40 povos indígenas</p><p>(cerca de 25 mil índios, incluindo comunidades em isolamento voluntário), implicando,</p><p>inclusive, o deslocamento de pelo menos 40.000 pessoas, entre ribeirinhos, agricultores</p><p>e extrativistas. Alega-se que não houve a oitiva das populações indígenas que serão</p><p>afetadas, em desacordo com a Constituição Federal, a Declaração das Nações Unidas</p><p>sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Convenção 169 da OIT. Há, portanto, o</p><p>fundado temor de que esse complexo hidrelétrico ocasione impactos irremediáveis no</p><p>meio ambiente, na economia familiar local e na integridade cultural e física das</p><p>comunidades indígenas. Ante a iminência de violação de direitos humanos, foi</p><p>encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, ainda em 2013,</p><p>uma petição contra o Estado brasileiro, que exigirá que o órgão se manifeste em relação</p><p>a uma das questões mais delicadas no sistema interamericano hoje; segundo Emilio</p><p>Álvarez Icaza, secretário executivo da CIDH, "todos os países têm seu Belo Monte",</p><p>assim o julgamento do caso possibilita gerar jurisprudência no âmbito da OEA. Este</p><p>artigo pretende analisar as questões constitucionais e convencionais que envolvem o</p><p>caso Belo Monte, e não apenas aquelas relacionadas a direitos civis e políticos, mas</p><p>também a direitos econômicos, sociais e culturais.</p><p>Palavras-chave: Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Direitos Ambientais. Direitos</p><p>Indígenas.</p><p>Referências:</p><p>RAMOS, André Carvalho de. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 8ª ed. rev. e atual. de</p><p>acordo com a Emenda Constitucional n. 70/2012. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.</p><p>VENTURA, Deisy; CETRA, Raísa Ortiz. O Brasil e o sistema interamericano de</p><p>direitos humanos: de Maria da Penha à Belo Monte. Texto apresentado no Seminário</p><p>Internacional "Limites e Possibilidades</p><p>da Justiça de Transição - Impunidade, direitos e</p><p>democracia" (Porto Alegre, 2/04/2012), organizado pelo Grupo de Pesquisa CNPq</p><p>Direito à verdade e à memória e justiça de transição da PUC/RS, pela Comissão de</p><p>Anistia do Ministério da Justiça e pelo IDEJUST, com apoio da CAPES, da FAPERGS e</p><p>do CNPq. Publicado em: José Carlos Moreira da Silva Filho e Marcelo Torelly (orgs.).</p><p>Justiça de Transição nas Américas: olhares interdisciplinares, fundamentos e padrões de</p><p>e f e t i v a ç ã o . B e l o H o r i z o n t e : F o r u m , 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m :</p><p>< h t t p : / / w w w . c o n e c t a s . o r g / a r q u i v o s -</p><p>site/Ventura%20Cetra%20O%20Brasil%20e%20o%20SIDH%202012%20(2)(1).pdf>.</p><p>Acesso em: 06 out. 2014.</p><p>Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>62</p><p>62</p><p>96 97</p><p>O CASO BELO MONTE: ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E CONVENCIONAIS</p><p>Nayara Mota Costa</p><p>A polêmica relativa à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte mantém-</p><p>se acesa, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional, seja em relação à</p><p>constitucionalidade dos procedimentos adotados pelo governo brasileiro, seja pela</p><p>convencionalidade dos direitos das comunidades indígenas que estariam sendo</p><p>violados. Primeiramente, diz-se que as obras de Belo Monte, no rio Xingu, no Estado do</p><p>Pará, serão construídas em área definida pela Portaria n. 9/2007, do Ministério do Meio</p><p>Ambiente, como de importância biológica extremamente alta, dada a presença exclusiva</p><p>de populações de animais nativos. Além disso, de acordo com a entidade "Movimento</p><p>Xingu Vivo Para Sempre", as obras afetarão aproximadamente 40 povos indígenas</p><p>(cerca de 25 mil índios, incluindo comunidades em isolamento voluntário), implicando,</p><p>inclusive, o deslocamento de pelo menos 40.000 pessoas, entre ribeirinhos, agricultores</p><p>e extrativistas. Alega-se que não houve a oitiva das populações indígenas que serão</p><p>afetadas, em desacordo com a Constituição Federal, a Declaração das Nações Unidas</p><p>sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Convenção 169 da OIT. Há, portanto, o</p><p>fundado temor de que esse complexo hidrelétrico ocasione impactos irremediáveis no</p><p>meio ambiente, na economia familiar local e na integridade cultural e física das</p><p>comunidades indígenas. Ante a iminência de violação de direitos humanos, foi</p><p>encaminhada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, ainda em 2013,</p><p>uma petição contra o Estado brasileiro, que exigirá que o órgão se manifeste em relação</p><p>a uma das questões mais delicadas no sistema interamericano hoje; segundo Emilio</p><p>Álvarez Icaza, secretário executivo da CIDH, "todos os países têm seu Belo Monte",</p><p>assim o julgamento do caso possibilita gerar jurisprudência no âmbito da OEA. Este</p><p>artigo pretende analisar as questões constitucionais e convencionais que envolvem o</p><p>caso Belo Monte, e não apenas aquelas relacionadas a direitos civis e políticos, mas</p><p>também a direitos econômicos, sociais e culturais.</p><p>Palavras-chave: Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Direitos Ambientais. Direitos</p><p>Indígenas.</p><p>Referências:</p><p>RAMOS, André Carvalho de. Curso de direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.</p><p>SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 8ª ed. rev. e atual. de</p><p>acordo com a Emenda Constitucional n. 70/2012. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.</p><p>VENTURA, Deisy; CETRA, Raísa Ortiz. O Brasil e o sistema interamericano de</p><p>direitos humanos: de Maria da Penha à Belo Monte. Texto apresentado no Seminário</p><p>Internacional "Limites e Possibilidades da Justiça de Transição - Impunidade, direitos e</p><p>democracia" (Porto Alegre, 2/04/2012), organizado pelo Grupo de Pesquisa CNPq</p><p>Direito à verdade e à memória e justiça de transição da PUC/RS, pela Comissão de</p><p>Anistia do Ministério da Justiça e pelo IDEJUST, com apoio da CAPES, da FAPERGS e</p><p>do CNPq. Publicado em: José Carlos Moreira da Silva Filho e Marcelo Torelly (orgs.).</p><p>Justiça de Transição nas Américas: olhares interdisciplinares, fundamentos e padrões de</p><p>e f e t i v a ç ã o . B e l o H o r i z o n t e : F o r u m , 2 0 1 3 . D i s p o n í v e l e m :</p><p>< h t t p : / / w w w . c o n e c t a s . o r g / a r q u i v o s -</p><p>site/Ventura%20Cetra%20O%20Brasil%20e%20o%20SIDH%202012%20(2)(1).pdf>.</p><p>Acesso em: 06 out. 2014.</p><p>Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>62</p><p>62</p><p>96 97</p><p>DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO</p><p>JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM</p><p>CASO DO SISTEMA EUROPEU DE DIREITOS HUMANOS</p><p>Taynara Mendes de Souza</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Em artigo recente, publicado em abril de 2014, o jusfilósofo Andrei Marmor refere</p><p>que o direito à privacidade é um curioso tipo de direito que estaria fundamentado "no</p><p>interesse das pessoas em terem uma medida razoável de controle sobre as formas pelas</p><p>quais elas apresentam a si mesmas para os outros". Para que esse interesse seja</p><p>assegurado, ele diz que deve existir um ambiente razoavelmente seguro e previsível em</p><p>relação ao fluxo de informações disponíveis, sendo que qualquer manipulação nesse</p><p>ambiente, de forma a diminuir injustificadamente aquele controle, constituiria violação do</p><p>direito à privacidade. Concordando com o autor que o direito à privacidade não é</p><p>exatamente o tipo de direito que possui fronteiras nítidas e que pode haver discordâncias</p><p>razoáveis sobre a medida razoável de controle que o interesse pela privacidade requer,</p><p>este artigo pretende debater esse direito a partir do caso Laranjeira Marques da Silva vs.</p><p>Portugal, do sistema europeu de direitos humanos, que pode bem ilustrar como essas</p><p>discordâncias razoáveis podem aparecer com frequência em casos em que o interesse à</p><p>privacidade parte de pessoas públicas que vivem em ambientes provincianos. O referido</p><p>caso do sistema europeu de direitos humanos gerou um instigaste debate sobre</p><p>informação e expressão vs. honra e privacidade, visto que vários artigos foram</p><p>publicados pelo jornalista Laranjeira Marques da Silva, referindo-se a informações</p><p>processuais confidenciais, das quais ele não poderia ter acesso, relacionadas a um</p><p>político e médico da região que teria se aproveitado de consultas para abusar</p><p>sexualmente de suas pacientes. No caso em análise, o jornalista recorreu das decisões</p><p>proferidas internamente, esgotando todas as possibilidades para levar este caso à corte</p><p>europeia de direitos humanos, a qual aceitou a queixa e proferiu decisão a favor de</p><p>Laranjeira. Então, até que ponto poderá ir o direito à liberdade de expressão?</p><p>A abordagem pretendida trata-se do direito à privacidade presente na Constituição</p><p>Federal de 1988, tema este analisado pelo Filósofo de Direito Andrei Marmor, além da</p><p>análise com a diversidade cultural, demonstrada no caso Laranjeira Marques da Silva vs.</p><p>Portugal, do sistema europeu de direitos humanos.</p><p>Palavras-chave: direito à privacidade; sistema europeu; liberdade de expressão.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso</p><p>em: 18 de setembro de 2014.</p><p>USC GOLID. Biograf ia Professor Andre i Marmor . D isponíve l em:</p><p>http://weblaw.usc.edu/who/faculty/directory/contactInfo.cfm?detailID=234. Acesso em:</p><p>18 de setembro de 2014.</p><p>MARMOR, ANDREI . A r t i go . Dire i to à Pr ivac idade . D ispon íve l em:</p><p>http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2422380. Acesso em: 18 de</p><p>setembro de 2014.</p><p>MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Direito internacional público: parte geral. São Paulo:</p><p>Editora Revista dos Tribunais, 2013.</p><p>PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado.</p><p>Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.</p><p>VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 12ª ed.</p><p>São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>_______. Direitos, deveres</p><p>e garantias fundamentais. Parte II. Cap. II.</p><p>Coordenadores: George Salomão Leite, Ingo Wolfgang Sarlet e Miguel Carbonell.</p><p>Salvador: JusPODIVM, 2011.</p><p>63</p><p>64</p><p>63</p><p>64</p><p>Acadêmica do 4° semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB); Mestre em</p><p>Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA),</p><p>e Bacharel em Direito pela mesma instituição. Professor Adjunto do Instituto de</p><p>Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR).</p><p>98 99</p><p>DIREITO À PRIVACIDADE: QUAIS AS FRONTEIRAS EXISTENTES? ANÁLISE DO</p><p>JUSFILÓSOFO ANDREI MARMOR E DEBATE DESSE DIREITO A PARTIR DE UM</p><p>CASO DO SISTEMA EUROPEU DE DIREITOS HUMANOS</p><p>Taynara Mendes de Souza</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Em artigo recente, publicado em abril de 2014, o jusfilósofo Andrei Marmor refere</p><p>que o direito à privacidade é um curioso tipo de direito que estaria fundamentado "no</p><p>interesse das pessoas em terem uma medida razoável de controle sobre as formas pelas</p><p>quais elas apresentam a si mesmas para os outros". Para que esse interesse seja</p><p>assegurado, ele diz que deve existir um ambiente razoavelmente seguro e previsível em</p><p>relação ao fluxo de informações disponíveis, sendo que qualquer manipulação nesse</p><p>ambiente, de forma a diminuir injustificadamente aquele controle, constituiria violação do</p><p>direito à privacidade. Concordando com o autor que o direito à privacidade não é</p><p>exatamente o tipo de direito que possui fronteiras nítidas e que pode haver discordâncias</p><p>razoáveis sobre a medida razoável de controle que o interesse pela privacidade requer,</p><p>este artigo pretende debater esse direito a partir do caso Laranjeira Marques da Silva vs.</p><p>Portugal, do sistema europeu de direitos humanos, que pode bem ilustrar como essas</p><p>discordâncias razoáveis podem aparecer com frequência em casos em que o interesse à</p><p>privacidade parte de pessoas públicas que vivem em ambientes provincianos. O referido</p><p>caso do sistema europeu de direitos humanos gerou um instigaste debate sobre</p><p>informação e expressão vs. honra e privacidade, visto que vários artigos foram</p><p>publicados pelo jornalista Laranjeira Marques da Silva, referindo-se a informações</p><p>processuais confidenciais, das quais ele não poderia ter acesso, relacionadas a um</p><p>político e médico da região que teria se aproveitado de consultas para abusar</p><p>sexualmente de suas pacientes. No caso em análise, o jornalista recorreu das decisões</p><p>proferidas internamente, esgotando todas as possibilidades para levar este caso à corte</p><p>europeia de direitos humanos, a qual aceitou a queixa e proferiu decisão a favor de</p><p>Laranjeira. Então, até que ponto poderá ir o direito à liberdade de expressão?</p><p>A abordagem pretendida trata-se do direito à privacidade presente na Constituição</p><p>Federal de 1988, tema este analisado pelo Filósofo de Direito Andrei Marmor, além da</p><p>análise com a diversidade cultural, demonstrada no caso Laranjeira Marques da Silva vs.</p><p>Portugal, do sistema europeu de direitos humanos.</p><p>Palavras-chave: direito à privacidade; sistema europeu; liberdade de expressão.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso</p><p>em: 18 de setembro de 2014.</p><p>USC GOLID. Biograf ia Professor Andre i Marmor . D isponíve l em:</p><p>http://weblaw.usc.edu/who/faculty/directory/contactInfo.cfm?detailID=234. Acesso em:</p><p>18 de setembro de 2014.</p><p>MARMOR, ANDREI . A r t i go . Dire i to à Pr ivac idade . D ispon íve l em:</p><p>http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2422380. Acesso em: 18 de</p><p>setembro de 2014.</p><p>MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Direito internacional público: parte geral. São Paulo:</p><p>Editora Revista dos Tribunais, 2013.</p><p>PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional público e privado.</p><p>Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.</p><p>VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 12ª ed.</p><p>São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>_______. Direitos, deveres e garantias fundamentais. Parte II. Cap. II.</p><p>Coordenadores: George Salomão Leite, Ingo Wolfgang Sarlet e Miguel Carbonell.</p><p>Salvador: JusPODIVM, 2011.</p><p>63</p><p>64</p><p>63</p><p>64</p><p>Acadêmica do 4° semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima.</p><p>Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB); Mestre em</p><p>Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA),</p><p>e Bacharel em Direito pela mesma instituição. Professor Adjunto do Instituto de</p><p>Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (ICJ/UFRR).</p><p>98 99</p><p>O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>O caso Maria da Penha Maia Fernandes foi apresentado à Comissão</p><p>Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 20 de agosto de 1998, através da</p><p>denúncia dos peticionários Maria da Penha Maia Fernandes, Centro pela Justiça e pelo</p><p>Direito Internacional, e Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher,</p><p>contra a República Federativa do Brasil. Os peticionários alegaram a violação do artigo II</p><p>(direito de igualdade perante a lei) e XVIII (direito à justiça), da Declaração Americana</p><p>dos Direitos Humanos; dos artigos 1 (obrigação de respeitar os direitos), 8 (garantias</p><p>judiciais), 24 (igualdade perante a lei) e 25 (proteção Judicial) do Pacto de San José da</p><p>Costa Rica; e dos artigos 3 (direito de ser livre de violência), 4 (direito ao reconhecimento,</p><p>desfrute, exercício e proteção de todos os direitos humanos e liberdades), 5 (direito de</p><p>exercer livre e plenamente seus direitos) e 7 (os Estados devem adotar meios para</p><p>erradicar a violência contra a mulher) da Convenção de Belém do Pará. O caso foi</p><p>concluído com um relatório sobre o mérito, (Relatório n° 54/01), e a CIDH condenou o</p><p>Brasil e fez recomendações ao país, entre elas a de intensificar o tratamento de</p><p>intolerância à violência doméstica. Esse foi o principal motivo para a criação da Lei n°</p><p>11.340 de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que se tornou uma</p><p>das leis mais populares no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia</p><p>Galvão. A CIDH acompanha o cumprimento de suas recomendações aos países, tendo o</p><p>Brasil informado à mesma que desde 2001 trabalha para cumprir tais recomendações,</p><p>criando delegacias especializadas em atender casos de violência doméstica, a central</p><p>de atendimento à mulher, acrescentando uma atenuante no rol do artigo 61, II, f, do</p><p>Código Penal brasileiro (com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações</p><p>domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na</p><p>forma da lei específica), além de criar políticas públicas para conscientizar a população</p><p>da existência da lei n° 11.340/06.</p><p>Palavras-chave: Comissão Interamericana de Direitos Humanos; violência doméstica;</p><p>lei Maria da Penha.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, DF:</p><p>Senado, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-</p><p>2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 10 de setembro de 2014.</p><p>BRASIL. Cartilha lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília:</p><p>Secretaria de Políticas para as Mulheres, Presidência da República, 2012. Disponível</p><p>em: < http://www.mulheresedireitos.org.br/publicacoes/LMP_web.pdf>. Acesso em: 20</p><p>de junho de 2014.</p><p>CIDH. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Relatório Anual 200. Relatório</p><p>n° 54/2001. Caso 12.051. Maria da Penha Maia Fernandes. Disponível em:</p><p><https://www.cidh.oas.org/annualrep/2000port/12051.htm>. Acesso em: 20 de junho de</p><p>2014.</p><p>INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Compromisso atitude. Percepção da sociedade</p><p>sobre violência e assassinatos de mulheres. São Paulo: 2013. Disponível em:</p><p>< h t t p : / / w w w . c o m p r o m i s s o e a t i t u d e . o r g . b r / w p -</p><p>content/uploads/2013/08/livro_pesquisa_violencia.pdf>. Acesso em: 9 de setembro de</p><p>2014.</p><p>Acadêmica do 4° Semestre da Universidade Federal de Roraima.</p><p>65</p><p>65</p><p>100 101</p><p>O CASO MARIA DA PENHA FERNANDES E SEUS IMPACTOS NO</p><p>ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>O caso Maria da Penha Maia Fernandes foi apresentado à Comissão</p><p>Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 20 de agosto de 1998, através da</p><p>denúncia dos peticionários Maria da Penha Maia Fernandes, Centro pela Justiça e pelo</p><p>Direito Internacional, e Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher,</p><p>contra a República Federativa do Brasil. Os peticionários alegaram a violação do artigo II</p><p>(direito de igualdade perante a lei) e XVIII (direito à justiça), da Declaração Americana</p><p>dos Direitos Humanos; dos artigos 1 (obrigação de respeitar os direitos), 8 (garantias</p><p>judiciais), 24 (igualdade perante a lei) e 25 (proteção Judicial) do Pacto de San José da</p><p>Costa Rica; e dos artigos 3 (direito de ser livre de violência), 4 (direito ao reconhecimento,</p><p>desfrute, exercício e proteção de todos os direitos humanos e liberdades), 5 (direito de</p><p>exercer livre e plenamente seus direitos) e 7 (os Estados devem adotar meios para</p><p>erradicar a violência contra a mulher) da Convenção de Belém do Pará. O caso foi</p><p>concluído com um relatório sobre o mérito, (Relatório n° 54/01), e a CIDH condenou o</p><p>Brasil e fez recomendações ao país, entre elas a de intensificar o tratamento de</p><p>intolerância à violência doméstica. Esse foi o principal motivo para a criação da Lei n°</p><p>11.340 de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que se tornou uma</p><p>das leis mais populares no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia</p><p>Galvão. A CIDH acompanha o cumprimento de suas recomendações aos países, tendo o</p><p>Brasil informado à mesma que desde 2001 trabalha para cumprir tais recomendações,</p><p>criando delegacias especializadas em atender casos de violência doméstica, a central</p><p>de atendimento à mulher, acrescentando uma atenuante no rol do artigo 61, II, f, do</p><p>Código Penal brasileiro (com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações</p><p>domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na</p><p>forma da lei específica), além de criar políticas públicas para conscientizar a população</p><p>da existência da lei n° 11.340/06.</p><p>Palavras-chave: Comissão Interamericana de Direitos Humanos; violência doméstica;</p><p>lei Maria da Penha.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília, DF:</p><p>Senado, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-</p><p>2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 10 de setembro de 2014.</p><p>BRASIL. Cartilha lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Brasília:</p><p>Secretaria de Políticas para as Mulheres, Presidência da República, 2012. Disponível</p><p>em: < http://www.mulheresedireitos.org.br/publicacoes/LMP_web.pdf>. Acesso em: 20</p><p>de junho de 2014.</p><p>CIDH. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Relatório Anual 200. Relatório</p><p>n° 54/2001. Caso 12.051. Maria da Penha Maia Fernandes. Disponível em:</p><p><https://www.cidh.oas.org/annualrep/2000port/12051.htm>. Acesso em: 20 de junho de</p><p>2014.</p><p>INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO. Compromisso atitude. Percepção da sociedade</p><p>sobre violência e assassinatos de mulheres. São Paulo: 2013. Disponível em:</p><p>< h t t p : / / w w w . c o m p r o m i s s o e a t i t u d e . o r g . b r / w p -</p><p>content/uploads/2013/08/livro_pesquisa_violencia.pdf>. Acesso em: 9 de setembro de</p><p>2014.</p><p>Acadêmica do 4° Semestre da Universidade Federal de Roraima.</p><p>65</p><p>65</p><p>100 101</p><p>A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES</p><p>AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS</p><p>VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS</p><p>Fyama Maria Pimentel Barreiros</p><p>Iasmin Bonomo Moletta</p><p>Luan Carlo Franco Camêlo</p><p>Rhyká Aguiar de Souza</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Trata-se de um estudo por meio de pesquisas e leituras aprofundadas, sob a</p><p>perspectiva de renomados juristas contemporâneos e seu saber juris-filosófico acerca</p><p>das ações falso-positivas do Estado, voltadas para atender às imposições do legislador</p><p>constituinte originário em face do princípio fundamental da igualdade, diante dos grupos</p><p>vulneráveis e do surgimento de "indivíduos especificados" com medidas compensatórias</p><p>para a sociedade brasileira, através de políticas públicas sociais. Utilizar-se-á de</p><p>metodologia de pesquisa bibliográfica jurídica, tomando-se como ponto de partida a</p><p>Constituição Federal, os doutrinadores constitucionais, e a produção científico-jurídica</p><p>publicada, tendo como fontes principais de pesquisa a base de dados Periódicos Capes</p><p>e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Observa-se que desde a instituição da</p><p>Constituição Federal de 1988, o Estado está promovendo meios para suprir a</p><p>necessidade de igualar todos, através de "Ações Afirmativas" ou "Discriminação</p><p>Positiva", criando um liame entre a sociedade e o direito material do "dever ser"</p><p>intrínseco na norma constitucional. Salienta-se que a visão deste é expressar a criação</p><p>de uma flagrante lacuna aos olhos da pluralidade das classes abordadas, que acabam</p><p>sendo descriminadas, iniciando assim, uma figura no qual a dogmática jurídica</p><p>tradicional é incapaz de abranger, o que justifica e demonstra a relevância do presente</p><p>estudo. Assim sendo, considera-se que essas novas formas de direitos que nasceram ao</p><p>longo das ultimas décadas, acabaram necessitando diretamente dos cuidados da tutela</p><p>jurisdicional, que por sua vez, nem sempre está de acordo com as reivindicações feitas</p><p>através de seus movimentos sociais. Reflete-se a busca pela inclusão e aceitação para</p><p>com a sociedade tendo como embasamento os direitos fundamentais à Luz da</p><p>Constituição Federal. Assim, este trabalho objetiva analisar as afirmações supracitadas</p><p>no que diz respeito ao que é relevante para o debate da questão paradoxal, no qual</p><p>algumas minorias acabam sendo beneficiadas pelo legislador atual por se contraporem</p><p>aos costumes, havendo a necessidade de inserir aqueles chamados de minorias no</p><p>conjunto objetivo do programa de ação governamental, os quais condicionam a</p><p>execução da integração entre a sociedade e as classes menos favorecidas e</p><p>discriminadas. Destarte, argui-se a existência de um modo adequado para erradicar a</p><p>desigualdade entre os diferentes grupos sociais que se formaram na sociedade</p><p>brasileira, por meio da solução da deficiência educacional do país, visto que o ensino</p><p>proposto pelo Estado não é satisfatório, gerando assim um ciclo vicioso, onde o cidadão</p><p>acaba sendo moldado erroneamente no que diz respeito à garantia da igualdade entre</p><p>todos.</p><p>Palavras-chave: Nova Postura Constitucional. Imposições pelo Estado. Direitos</p><p>fundamentais das minorias e grupos vulneráveis. Ações afirmativas e Políticas Públicas.</p><p>Referências:</p><p>ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação Afirmativa - O Conteúdo Democrático do Princípio</p><p>da Igualdade Jurídica. In Revista Trimestral de Direito Público nº 15, p. 85. São Paulo:</p><p>Malheiros, 1996.</p><p>DRAY, GUILHERME MACHADO. O Princípio da Igualdade no Direito do Trabalho:</p><p>Sua aplicabilidade no domínio específico da formação de contratos individuais de</p><p>trabalho. Coimbra: Ed. Livraria Almedina, 1999.</p><p>GOMES, Joaquim B. Barbosa. Instrumentos e métodos de mitigação da</p><p>desigualdade em direito constitucional e internacional. Disponível em:</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação,</p><p>Bacharel em Direito e professor das Faculdades Cathedral.</p><p>66</p><p>67</p><p>68</p><p>69</p><p>70</p><p>66</p><p>67</p><p>68</p><p>69</p><p>70102 103</p><p>A NOVA POSTURA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA DIANTE DAS AÇÕES</p><p>AFIRMATIVAS</p><p>VOLTADAS PARA OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS GRUPOS</p><p>VULNERÁVEIS E DAS MINORIAS</p><p>Fyama Maria Pimentel Barreiros</p><p>Iasmin Bonomo Moletta</p><p>Luan Carlo Franco Camêlo</p><p>Rhyká Aguiar de Souza</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Trata-se de um estudo por meio de pesquisas e leituras aprofundadas, sob a</p><p>perspectiva de renomados juristas contemporâneos e seu saber juris-filosófico acerca</p><p>das ações falso-positivas do Estado, voltadas para atender às imposições do legislador</p><p>constituinte originário em face do princípio fundamental da igualdade, diante dos grupos</p><p>vulneráveis e do surgimento de "indivíduos especificados" com medidas compensatórias</p><p>para a sociedade brasileira, através de políticas públicas sociais. Utilizar-se-á de</p><p>metodologia de pesquisa bibliográfica jurídica, tomando-se como ponto de partida a</p><p>Constituição Federal, os doutrinadores constitucionais, e a produção científico-jurídica</p><p>publicada, tendo como fontes principais de pesquisa a base de dados Periódicos Capes</p><p>e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Observa-se que desde a instituição da</p><p>Constituição Federal de 1988, o Estado está promovendo meios para suprir a</p><p>necessidade de igualar todos, através de "Ações Afirmativas" ou "Discriminação</p><p>Positiva", criando um liame entre a sociedade e o direito material do "dever ser"</p><p>intrínseco na norma constitucional. Salienta-se que a visão deste é expressar a criação</p><p>de uma flagrante lacuna aos olhos da pluralidade das classes abordadas, que acabam</p><p>sendo descriminadas, iniciando assim, uma figura no qual a dogmática jurídica</p><p>tradicional é incapaz de abranger, o que justifica e demonstra a relevância do presente</p><p>estudo. Assim sendo, considera-se que essas novas formas de direitos que nasceram ao</p><p>longo das ultimas décadas, acabaram necessitando diretamente dos cuidados da tutela</p><p>jurisdicional, que por sua vez, nem sempre está de acordo com as reivindicações feitas</p><p>através de seus movimentos sociais. Reflete-se a busca pela inclusão e aceitação para</p><p>com a sociedade tendo como embasamento os direitos fundamentais à Luz da</p><p>Constituição Federal. Assim, este trabalho objetiva analisar as afirmações supracitadas</p><p>no que diz respeito ao que é relevante para o debate da questão paradoxal, no qual</p><p>algumas minorias acabam sendo beneficiadas pelo legislador atual por se contraporem</p><p>aos costumes, havendo a necessidade de inserir aqueles chamados de minorias no</p><p>conjunto objetivo do programa de ação governamental, os quais condicionam a</p><p>execução da integração entre a sociedade e as classes menos favorecidas e</p><p>discriminadas. Destarte, argui-se a existência de um modo adequado para erradicar a</p><p>desigualdade entre os diferentes grupos sociais que se formaram na sociedade</p><p>brasileira, por meio da solução da deficiência educacional do país, visto que o ensino</p><p>proposto pelo Estado não é satisfatório, gerando assim um ciclo vicioso, onde o cidadão</p><p>acaba sendo moldado erroneamente no que diz respeito à garantia da igualdade entre</p><p>todos.</p><p>Palavras-chave: Nova Postura Constitucional. Imposições pelo Estado. Direitos</p><p>fundamentais das minorias e grupos vulneráveis. Ações afirmativas e Políticas Públicas.</p><p>Referências:</p><p>ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação Afirmativa - O Conteúdo Democrático do Princípio</p><p>da Igualdade Jurídica. In Revista Trimestral de Direito Público nº 15, p. 85. São Paulo:</p><p>Malheiros, 1996.</p><p>DRAY, GUILHERME MACHADO. O Princípio da Igualdade no Direito do Trabalho:</p><p>Sua aplicabilidade no domínio específico da formação de contratos individuais de</p><p>trabalho. Coimbra: Ed. Livraria Almedina, 1999.</p><p>GOMES, Joaquim B. Barbosa. Instrumentos e métodos de mitigação da</p><p>desigualdade em direito constitucional e internacional. Disponível em:</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Acadêmica do 6º semestre do curso de Direito das Faculdades Cathedral.</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Especialista em Educação,</p><p>Bacharel em Direito e professor das Faculdades Cathedral.</p><p>66</p><p>67</p><p>68</p><p>69</p><p>70</p><p>66</p><p>67</p><p>68</p><p>69</p><p>70102 103</p><p><http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/31989-37507-1-PB.pdf. > Acesso</p><p>em 04 Out. 2014.</p><p>SANTOS, Rodrigo Mioto dos. Pluralismo, multiculturalismo e reconhecimento uma</p><p>análise constitucional do direito dos povos indígenas ao reconhecimento. Revista da</p><p>Faculdade de Direito UFPR, [S.l.], jan. 2007. ISSN 2236-7284. Disponível em:</p><p><http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/article/view/7050/5026>. Acesso em: 05</p><p>Out. 2014.</p><p>OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS 29087: o debate</p><p>constitucional do caso guarani-kaiowá</p><p>Narrila Bessa de Brito</p><p>No segundo semestre de 2014, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do</p><p>Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 29087, decidiu, por maioria de</p><p>votos, dar provimento ao recurso para não reconhecer a existência de posse indígena</p><p>(imemorial) em favor da etnia guarani-kaiowá em uma fazenda em Mato Grosso do Sul.</p><p>O caso é curioso porque, embora o resultado tenha parecido desfavorável à causa</p><p>indígena, nele foram aplicadas as condicionantes do caso Raposa Serra do Sol (PET</p><p>3388). No presente artigo, serão analisados os argumentos contidos, sobretudo, no voto</p><p>dos Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Celso de Mello, a</p><p>partir dos quais é possível identificar os critérios atualmente utilizados pelo STF para se</p><p>definir constitucionalmente a posse indígena, além do que, se pode notar o drama</p><p>vivenciado pela etnia guarani-kaiowá. Relator do RMS, o Ministro Ricardo Lewandowiski</p><p>chegou a mencionar que o caso apontaria para o "novo genocídio" contra os indígenas,</p><p>no qual fazendeiros ocupariam terras indígenas e expulsariam os índios de forma</p><p>criminosa e em afronta ao art. 213, § 4º, da Constituição Federal. Aduziu ainda o Relator</p><p>que, no caso dos guarani-kaiowás, estes viviam na área litigiosa desde o séc. XVIII, mas</p><p>teriam sido expulsos da área em 1940, por pressão de fazendeiros locais. Abrindo</p><p>divergência, o Ministro Gilmar Mendes deu provimento ao recurso para declarar que não</p><p>havia que se falar em posse indígena, uma vez que a própria Funai havia reconhecido</p><p>que os índios não tinham a posse da terra na data da promulgação da Constituição de</p><p>1988, e que já não habitavam a região há mais de 70 anos. Para Mendes, "a orla de</p><p>Copacabana certamente foi povoada de índios em algum momento, mas isso não</p><p>significa que os prédios da Avenida Atlântica possam ser resgatados hoje em favor de</p><p>alguma etnia". Acompanhando a divergência, o Ministro Celso de Mello ressaltou que, tal</p><p>como decidido no caso Raposa Serra do Sol, as novas demarcações da Funai devem</p><p>levar em conta a data de promulgação da Constituição vigente, ou seja, o marco</p><p>temporal para a análise de casos envolvendo ocupação indígena é o dia 05 de outubro</p><p>de 1988. Nas palavras da ministra Cármen Lúcia, o caso dos guarani-kaiowás gerou</p><p>grande "desassossego", ante a dificuldade de se encontrar uma solução judicial que</p><p>pareça equânime para a comunidade indígena, "há muito desapossada de suas terras",</p><p>e do produtor rural recorrente, "ameaçado no que considera seu direito". De forma crítica,</p><p>o artigo objetiva questionar se a hermenêutica jurídica utilizada para o caso foi a mais</p><p>adequada, à luz do precedente criado no caso Raposa Serra do Sol.</p><p>Palavras-chave: Posse Indígena. Guarani-Kaoiwás. STF. RMS 29087.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso em Mandado de Segurança nº 29087.</p><p>Segunda Turma, Brasília, DF, julgado em 14 de outubro de 2014.</p><p>ALBUQUERQUE, Antônio Armando Ulian Lago. Multiculturalismo e direito a</p><p>autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Ed. Sérgio Antônio Fabris,</p><p>2008.</p><p>STEFANINI, Luiz de Lima. Código indígena no direito brasileiro. Curitiba: Ed. Juruá,</p><p>2011.</p><p>FILHO, Carlos Frederico Marés de Souza. O renascer dos povos indígenas para o</p><p>direito. Curitiba: Ed. Juruá, 2006.</p><p>Acadêmica do 8º semestre</p><p>do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR.</p><p>71</p><p>71</p><p>104 105</p><p><http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/31989-37507-1-PB.pdf. > Acesso</p><p>em 04 Out. 2014.</p><p>SANTOS, Rodrigo Mioto dos. Pluralismo, multiculturalismo e reconhecimento uma</p><p>análise constitucional do direito dos povos indígenas ao reconhecimento. Revista da</p><p>Faculdade de Direito UFPR, [S.l.], jan. 2007. ISSN 2236-7284. Disponível em:</p><p><http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/article/view/7050/5026>. Acesso em: 05</p><p>Out. 2014.</p><p>OCUPAÇÃO E POSSE DE TERRAS INDÍGENAS À LUZ DO RMS 29087: o debate</p><p>constitucional do caso guarani-kaiowá</p><p>Narrila Bessa de Brito</p><p>No segundo semestre de 2014, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do</p><p>Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (RMS) 29087, decidiu, por maioria de</p><p>votos, dar provimento ao recurso para não reconhecer a existência de posse indígena</p><p>(imemorial) em favor da etnia guarani-kaiowá em uma fazenda em Mato Grosso do Sul.</p><p>O caso é curioso porque, embora o resultado tenha parecido desfavorável à causa</p><p>indígena, nele foram aplicadas as condicionantes do caso Raposa Serra do Sol (PET</p><p>3388). No presente artigo, serão analisados os argumentos contidos, sobretudo, no voto</p><p>dos Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Celso de Mello, a</p><p>partir dos quais é possível identificar os critérios atualmente utilizados pelo STF para se</p><p>definir constitucionalmente a posse indígena, além do que, se pode notar o drama</p><p>vivenciado pela etnia guarani-kaiowá. Relator do RMS, o Ministro Ricardo Lewandowiski</p><p>chegou a mencionar que o caso apontaria para o "novo genocídio" contra os indígenas,</p><p>no qual fazendeiros ocupariam terras indígenas e expulsariam os índios de forma</p><p>criminosa e em afronta ao art. 213, § 4º, da Constituição Federal. Aduziu ainda o Relator</p><p>que, no caso dos guarani-kaiowás, estes viviam na área litigiosa desde o séc. XVIII, mas</p><p>teriam sido expulsos da área em 1940, por pressão de fazendeiros locais. Abrindo</p><p>divergência, o Ministro Gilmar Mendes deu provimento ao recurso para declarar que não</p><p>havia que se falar em posse indígena, uma vez que a própria Funai havia reconhecido</p><p>que os índios não tinham a posse da terra na data da promulgação da Constituição de</p><p>1988, e que já não habitavam a região há mais de 70 anos. Para Mendes, "a orla de</p><p>Copacabana certamente foi povoada de índios em algum momento, mas isso não</p><p>significa que os prédios da Avenida Atlântica possam ser resgatados hoje em favor de</p><p>alguma etnia". Acompanhando a divergência, o Ministro Celso de Mello ressaltou que, tal</p><p>como decidido no caso Raposa Serra do Sol, as novas demarcações da Funai devem</p><p>levar em conta a data de promulgação da Constituição vigente, ou seja, o marco</p><p>temporal para a análise de casos envolvendo ocupação indígena é o dia 05 de outubro</p><p>de 1988. Nas palavras da ministra Cármen Lúcia, o caso dos guarani-kaiowás gerou</p><p>grande "desassossego", ante a dificuldade de se encontrar uma solução judicial que</p><p>pareça equânime para a comunidade indígena, "há muito desapossada de suas terras",</p><p>e do produtor rural recorrente, "ameaçado no que considera seu direito". De forma crítica,</p><p>o artigo objetiva questionar se a hermenêutica jurídica utilizada para o caso foi a mais</p><p>adequada, à luz do precedente criado no caso Raposa Serra do Sol.</p><p>Palavras-chave: Posse Indígena. Guarani-Kaoiwás. STF. RMS 29087.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso em Mandado de Segurança nº 29087.</p><p>Segunda Turma, Brasília, DF, julgado em 14 de outubro de 2014.</p><p>ALBUQUERQUE, Antônio Armando Ulian Lago. Multiculturalismo e direito a</p><p>autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Ed. Sérgio Antônio Fabris,</p><p>2008.</p><p>STEFANINI, Luiz de Lima. Código indígena no direito brasileiro. Curitiba: Ed. Juruá,</p><p>2011.</p><p>FILHO, Carlos Frederico Marés de Souza. O renascer dos povos indígenas para o</p><p>direito. Curitiba: Ed. Juruá, 2006.</p><p>Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR.</p><p>71</p><p>71</p><p>104 105</p><p>JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE O DIREITO E A</p><p>POLÍTICA</p><p>Mariana Von Linde Moura</p><p>A Jurisdição Constitucional, como bem anunciada por Hans Kelsen, é a garantia</p><p>jurisdicional da Constituição, ou seja, é a competência que os órgãos jurídicos têm para</p><p>verificar a adequação das leis e dos demais atos a Carta Magna do país. O controle</p><p>jurisdicional de constitucionalidade das leis nasce e se desenvolve em face da</p><p>supremacia da Constituição. No Brasil, este controle jurídico surgiu a partir da</p><p>proclamação da República, no final do século XIX, fortemente inspirado pelo sistema</p><p>norte-americano do judicial review. Além do controle difuso de constitucionalidade, o</p><p>sistema brasileiro passou a adotar o controle concentrado e abstrato de</p><p>constitucionalidade, difundido por Hans Kelsen. À luz da contemporaneidade, observa-</p><p>se a ascensão institucional do Judiciário no Brasil, sobrevindo por uma nova atuação do</p><p>controle jurisdicional frente aos casos de alta complexidade - envolvendo questões</p><p>morais, econômicas e sociais - resolvidos, por vezes, em instância final pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal. É preponderante analisar a concepção tradicionalista da separação</p><p>dos três poderes e da segregação da relação entre o Direito e a Política, visando</p><p>entender como a fronteira dessa relação deixou de ser nitidamente separada para se</p><p>tornar uma linha tênue. Assim, surge um novo debate no sistema jurídico brasileiro: o</p><p>modelo real das relações entre o Direito e a Política. E é nesse ponto que o presente</p><p>estudo encontrará seu foco, na análise sobre o que de fato ocorre no exercício da</p><p>prestação jurisdicional observando o pensamento de Luís Roberto Barroso sobre a</p><p>tênue fronteira entre o direito e a política, observando os desdobramentos da moderna</p><p>jurisdição constitucional, tais como o fenômeno da judicialização e do ativismo judicial.</p><p>Ademais, procura-se identificar alguns dos diversos fatores extrajurídicos que</p><p>influenciam direita ou indiretamente a decisão do magistrado, tais como, as relações do</p><p>Judiciário com outros atores políticos e a opinião pública.</p><p>Palavra-chave: Jurisdição Constitucional. Direito. Política.</p><p>Referencias:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Jurisdição Constitucional: A Tênue Fronteira entre o Direito</p><p>e a Política. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/arquivos/2014/2/art20140204-</p><p>06.pdf. Acesso em: 10 out. 2014.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional . Disponível em:</p><p>h t t p : / / w w w . j f p b . j u s . b r / a r q u i v o s / b i b l i o t e c a / e -</p><p>books/JURISDICAO%20CONSTITUCIONAL%201.pdf. Acesso em 10 out. 2014.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalvez. Curso de Direito Constitucional. Editora</p><p>JusPodivm.Ed 5ª. 2013.</p><p>LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Editora Saraiva. Ed.18ª. 2014.</p><p>Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR.</p><p>72</p><p>72</p><p>GT 9 - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL</p><p>Coordenador: Prof. Dr. Fernando César Costa Xavier (UFRR)</p><p>106 107</p><p>JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE O DIREITO E A</p><p>POLÍTICA</p><p>Mariana Von Linde Moura</p><p>A Jurisdição Constitucional, como bem anunciada por Hans Kelsen, é a garantia</p><p>jurisdicional da Constituição, ou seja, é a competência que os órgãos jurídicos têm para</p><p>verificar a adequação das leis e dos demais atos a Carta Magna do país. O controle</p><p>jurisdicional de constitucionalidade das leis nasce e se desenvolve em face da</p><p>supremacia da Constituição. No Brasil, este controle jurídico surgiu a partir da</p><p>proclamação da República, no final do século XIX, fortemente inspirado pelo sistema</p><p>norte-americano do judicial review. Além do controle difuso de constitucionalidade, o</p><p>sistema brasileiro passou a adotar o controle concentrado e abstrato de</p><p>constitucionalidade, difundido por Hans Kelsen. À luz da contemporaneidade, observa-</p><p>se a ascensão institucional do Judiciário no Brasil, sobrevindo por uma nova atuação do</p><p>controle jurisdicional frente aos casos de alta complexidade - envolvendo</p><p>questões</p><p>morais, econômicas e sociais - resolvidos, por vezes, em instância final pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal. É preponderante analisar a concepção tradicionalista da separação</p><p>dos três poderes e da segregação da relação entre o Direito e a Política, visando</p><p>entender como a fronteira dessa relação deixou de ser nitidamente separada para se</p><p>tornar uma linha tênue. Assim, surge um novo debate no sistema jurídico brasileiro: o</p><p>modelo real das relações entre o Direito e a Política. E é nesse ponto que o presente</p><p>estudo encontrará seu foco, na análise sobre o que de fato ocorre no exercício da</p><p>prestação jurisdicional observando o pensamento de Luís Roberto Barroso sobre a</p><p>tênue fronteira entre o direito e a política, observando os desdobramentos da moderna</p><p>jurisdição constitucional, tais como o fenômeno da judicialização e do ativismo judicial.</p><p>Ademais, procura-se identificar alguns dos diversos fatores extrajurídicos que</p><p>influenciam direita ou indiretamente a decisão do magistrado, tais como, as relações do</p><p>Judiciário com outros atores políticos e a opinião pública.</p><p>Palavra-chave: Jurisdição Constitucional. Direito. Política.</p><p>Referencias:</p><p>BARROSO, Luís Roberto. Jurisdição Constitucional: A Tênue Fronteira entre o Direito</p><p>e a Política. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/arquivos/2014/2/art20140204-</p><p>06.pdf. Acesso em: 10 out. 2014.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional . Disponível em:</p><p>h t t p : / / w w w . j f p b . j u s . b r / a r q u i v o s / b i b l i o t e c a / e -</p><p>books/JURISDICAO%20CONSTITUCIONAL%201.pdf. Acesso em 10 out. 2014.</p><p>FERNANDES, Bernardo Gonçalvez. Curso de Direito Constitucional. Editora</p><p>JusPodivm.Ed 5ª. 2013.</p><p>LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Editora Saraiva. Ed.18ª. 2014.</p><p>Acadêmica do 4º semestre do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima -</p><p>UFRR.</p><p>72</p><p>72</p><p>GT 9 - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL</p><p>Coordenador: Prof. Dr. Fernando César Costa Xavier (UFRR)</p><p>106 107</p><p>USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS INDÍGENAS: o caso</p><p>Raposa Serra do Sol.</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Parima Dias Veras</p><p>O presente trabalho aborda a questão dos limites estabelecidos pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF), quando da decisão da demarcação da Terra Indígena Raposa</p><p>Serra do Sol, quanto ao usufruto pelos índios. Trata-se de uma análise comparativa entre</p><p>o usufruto indígena previsto na Constituição Federal e no Estatuto do Índio (Lei nº</p><p>6.001/73), e o usufruto como um dos direitos reais previstos no Código Civil brasileiro,</p><p>cotejando o instituto civilista com o constitucional adotado pelo STF para essas terras.</p><p>Este estudo se justifica devido à relevância do tema para a sociedade, com especial</p><p>relevo para as comunidades jurídica e roraimense, por causar controvérsias jurídicas e</p><p>implicações socioeconômicas, seja do ponto de vista dos indígenas, seja dos não índios</p><p>envolvidos direta ou indiretamente nessa complexa questão. Quanto à metodologia</p><p>utilizada no estudo foram adotados os recursos da pesquisa bibliográfica jurídica, com</p><p>emprego da doutrina especializada, da jurisprudência do STF (PET 3388) e outros votos</p><p>e acórdãos, a Constituição Federal e o Código Civil como fontes diretas de análise,</p><p>buscando-se uma comparação do instituto jurídico do usufruto previsto diversamente</p><p>nos dois diplomas legais: a CF, no art. 231, prevê que as terras tradicionalmente</p><p>ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto</p><p>exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Por outro lado, o</p><p>Código Civil prevê no art. 1.399 que o usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante</p><p>arrendamento do prédio, mas não pode mudar a sua destinação econômica, sem</p><p>expressa autorização do proprietário. Apesar disso, a decisão do STF (condição 14)</p><p>estabelece que as terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de</p><p>qualquer ato ou negócio jurídico, que restrinja o pleno exercício do usufruto e da posse</p><p>direta pela comunidade jurídica ou pela comunidade indígena, seguindo à risca o que</p><p>preceitua o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), em seu artigo 18, que prevê o mesmo.</p><p>Constata-se a existência de um usufruto indígena destoante do espírito do instituto, que</p><p>deveria ser empregado com a junção dos direitos de uso com o direito de fruição,</p><p>conforme uníssono na doutrina brasileira, a exemplo de Gonçalves (2011, p. 478),</p><p>Peluzo (2010, p. 1.454) e Venosa (2003, p. 423).</p><p>Palavras-chave: Constituição Federal. Usufruto Exclusivo Constitucional das Terras</p><p>Indígenas. Demarcação das Terras Indígenas Raposa Serra do Sol.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,</p><p>DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.</p><p>DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos constitucionais dos índios. FSP,</p><p>T e n d ê n c i a s / D e b a t e s , p . A 3 , 2 3 a g o . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m</p><p>http://www.socioambiental.org/inst/esp/ raposa/?q=node/278. Acesso em 01 Set. 2014.</p><p>DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14 ed. São Paulo: Saraiva. 2009.</p><p>FRANCO, Cezar Augusto de Oliveira. Direitos Indígenas e Mobilização: Um olhar</p><p>sobre a tríplice fronteira - Brasil, Guyana e Venezuela. 2012. 200f. Tese de doutorado.</p><p>Universidade de Brasília, Brasília, 2012.</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 5: Direito das Coisas. 6.</p><p>ed.São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>MELO, Milena Petters e BURCKHART, Thiago Rafael. Direito indígena e inovações</p><p>Constitucionais na américa latina: Uma leitura a partir da teoria crítica do direito. In:</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Especialista em</p><p>Ensino, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral de Boa Vista-RR. E-</p><p>m a i l : p r o f v i l m a r @ g m a i l . c o m - C u r r í c u l o L a t t e s</p><p>http://lattes.cnpq.br/9238569695749495</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Bacharelado em</p><p>Direito pela Universidade Federal de Roraima (1997), Licenciatura em Educação</p><p>Física pela Universidade Federal do Amazonas (1995) e Licenciatura em Letras pela</p><p>Universidade Federal de Santa Maria (1985). É especialista em Direito Constitucional</p><p>pela Faculdade Atual da Amazônia (2004) e em Direito Civil e Processo Civil pela</p><p>Universidade Estácio de Sá (2002). Atualmente é Juiz de Direito do Tribunal de Justiça</p><p>do Estado de Roraima e Professor do curso de Direito da Faculdade Cathedral. E-mail:</p><p>parimaveras@gmail.com- Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1996403540605646</p><p>73</p><p>74</p><p>73</p><p>74</p><p>108 109</p><p>USUFRUTO EXCLUSIVO CONSTITUCIONAL DE TERRAS INDÍGENAS: o caso</p><p>Raposa Serra do Sol.</p><p>Vilmar Antônio da Silva</p><p>Parima Dias Veras</p><p>O presente trabalho aborda a questão dos limites estabelecidos pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF), quando da decisão da demarcação da Terra Indígena Raposa</p><p>Serra do Sol, quanto ao usufruto pelos índios. Trata-se de uma análise comparativa entre</p><p>o usufruto indígena previsto na Constituição Federal e no Estatuto do Índio (Lei nº</p><p>6.001/73), e o usufruto como um dos direitos reais previstos no Código Civil brasileiro,</p><p>cotejando o instituto civilista com o constitucional adotado pelo STF para essas terras.</p><p>Este estudo se justifica devido à relevância do tema para a sociedade, com especial</p><p>relevo para as comunidades jurídica e roraimense, por causar controvérsias jurídicas e</p><p>implicações socioeconômicas, seja do ponto de vista dos indígenas, seja dos não índios</p><p>envolvidos direta ou indiretamente nessa complexa questão. Quanto à metodologia</p><p>utilizada no estudo foram adotados os recursos da pesquisa bibliográfica jurídica, com</p><p>emprego da doutrina especializada, da jurisprudência do STF (PET 3388) e outros votos</p><p>e acórdãos, a Constituição Federal e o Código Civil como fontes diretas de análise,</p><p>buscando-se uma comparação do instituto jurídico do usufruto previsto diversamente</p><p>nos dois diplomas legais: a CF, no art. 231, prevê que as terras tradicionalmente</p><p>ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes</p><p>sistemas tributários,</p><p>tributação indutora e intervenção econômica. Professor Visitante nas</p><p>Universidades de Salamanca e Castilla la Mancha na Espanha. Foi</p><p>presidente do CONPEDI em dois mandatos (2003/2005 e 2005 e 2007).</p><p>Prof. Dr. Marco Antonio Da Costa Sabino</p><p>Tema da Palestra: Dimensões contemporâneas da liberdade de expressão.</p><p>Marco Antonio da Costa Sabino, Doutor em Ciências, área de</p><p>Direito Processual, pela Faculdade de Direito da Universidade de São</p><p>Paulo, sob a orientação da Professora Ada Pellegrini Grinover. Possui</p><p>graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo</p><p>(2003). É Especialista em Direito Processual Civil pela mesma Instituição</p><p>(2007) e Pós-graduado (sentido amplo) em Direito Civil pela FADISP -</p><p>Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (2008). É, também,</p><p>Especialista em Educação (Docência no Ensino Superior) pela Universidade</p><p>Anhembi-Morumbi (2012). Professor Assistente no Curso de Graduação</p><p>em Direito Processual Civil da Universidade de São Paulo e Gerente de</p><p>Relações com o Mercado Publicitário da Rede Globo de Televisão. É árbitro</p><p>na Arbitranet. É professor de Ética, Direito Empresarial, Gestão Tributária,</p><p>Governança Corporativa e Responsabilidade Social na BSP - Business</p><p>School São Paulo, além de professor convidado na pós-graduação em</p><p>sentido largo (Difusos e Coletivos) da Escola Superior do Ministério Público</p><p>de São Paulo. Professor de Tutela de Interesses Difusos e Coletivos do R2</p><p>Direito-IOB, preparatório para concursos públicos. É, também, professor</p><p>de Direito Empresarial no Bacharelado em Administração da Faculdade</p><p>FIA - Fundação Instituto de Administração, além de ser monitor convidado</p><p>do Programa de Pós-Graduação em Sentido Estrito da Faculdade de</p><p>Direito da Universidade de São Paulo. É membro do IBDP - Instituto</p><p>Brasileiro de Direito Processual e do CEBEPEJ - Centro Brasileiro de Estudos</p><p>e Pesquisas Judiciárias. É, ainda, pesquisador vinculado à Universidade de</p><p>São Paulo em: (i) projeto fomentado pelo Ministério da Justiça e pelo</p><p>PNUD; e (ii) no grupo "Mecanismos de solução de conflitos em sociedades</p><p>complexas: a resposta do processo civil", cadastrado no CNPq. Tem</p><p>experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil, Processual</p><p>Civil, de Comunicação Social e Constitucional.</p><p>16 17</p><p>Prof. Dr. Raymundo Juliano Rego Feitosa</p><p>Tema da Palestra: A construção da cidadania no Brasil</p><p>Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru</p><p>(1974), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de</p><p>Pernambuco (1978) e doutorado em Direito - Universidad Autonoma de</p><p>Madrid (1993). Pós-Doutorado na Universidad Castilla La Mancha (2005).</p><p>Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Amazonas -</p><p>UEA ( onde é docente no Programa de Pós-Graduação em Direito</p><p>Ambiental e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco.</p><p>Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado e</p><p>Doutorado) da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na</p><p>área de Direito, com ênfase em Direito Tributário, atuando principalmente</p><p>nos seguintes temas: federalismo, reforma tributária, sistemas tributários,</p><p>tributação indutora e intervenção econômica. Professor Visitante nas</p><p>Universidades de Salamanca e Castilla la Mancha na Espanha. Foi</p><p>presidente do CONPEDI em dois mandatos (2003/2005 e 2005 e 2007).</p><p>Prof. Dr. Marco Antonio Da Costa Sabino</p><p>Tema da Palestra: Dimensões contemporâneas da liberdade de expressão.</p><p>Marco Antonio da Costa Sabino, Doutor em Ciências, área de</p><p>Direito Processual, pela Faculdade de Direito da Universidade de São</p><p>Paulo, sob a orientação da Professora Ada Pellegrini Grinover. Possui</p><p>graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo</p><p>(2003). É Especialista em Direito Processual Civil pela mesma Instituição</p><p>(2007) e Pós-graduado (sentido amplo) em Direito Civil pela FADISP -</p><p>Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (2008). É, também,</p><p>Especialista em Educação (Docência no Ensino Superior) pela Universidade</p><p>Anhembi-Morumbi (2012). Professor Assistente no Curso de Graduação</p><p>em Direito Processual Civil da Universidade de São Paulo e Gerente de</p><p>Relações com o Mercado Publicitário da Rede Globo de Televisão. É árbitro</p><p>na Arbitranet. É professor de Ética, Direito Empresarial, Gestão Tributária,</p><p>Governança Corporativa e Responsabilidade Social na BSP - Business</p><p>School São Paulo, além de professor convidado na pós-graduação em</p><p>sentido largo (Difusos e Coletivos) da Escola Superior do Ministério Público</p><p>de São Paulo. Professor de Tutela de Interesses Difusos e Coletivos do R2</p><p>Direito-IOB, preparatório para concursos públicos. É, também, professor</p><p>de Direito Empresarial no Bacharelado em Administração da Faculdade</p><p>FIA - Fundação Instituto de Administração, além de ser monitor convidado</p><p>do Programa de Pós-Graduação em Sentido Estrito da Faculdade de</p><p>Direito da Universidade de São Paulo. É membro do IBDP - Instituto</p><p>Brasileiro de Direito Processual e do CEBEPEJ - Centro Brasileiro de Estudos</p><p>e Pesquisas Judiciárias. É, ainda, pesquisador vinculado à Universidade de</p><p>São Paulo em: (i) projeto fomentado pelo Ministério da Justiça e pelo</p><p>PNUD; e (ii) no grupo "Mecanismos de solução de conflitos em sociedades</p><p>complexas: a resposta do processo civil", cadastrado no CNPq. Tem</p><p>experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil, Processual</p><p>Civil, de Comunicação Social e Constitucional.</p><p>16 17</p><p>O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O DEBATE SOB A</p><p>VISÃO DA INICIATIVA POPULAR.</p><p>Alana Paula de Sousa e Sousa¹</p><p>A Ciência Política tem reservado importante espaço ao debate sobre o que</p><p>efetivamente constitui a democracia. Esta, por vezes, é alocada ao lado da monarquia e</p><p>da república como formas de governo. Em outras oportunidades é analisada no contexto</p><p>dos sistemas de governo, em conjunto com o presidencialismo e o parlamentarismo.</p><p>Ocasionalmente, é compreendida como regime ou método de governo. Assim, a</p><p>democracia vem transitando pelas definições próprias dessa ciência sem que, no</p><p>entanto, seja possível pretender uma conceituação estanque acerca do que realmente</p><p>ela significa. Contudo, tão importante quanto a análise do fenômeno "conhecimento",</p><p>objeto da Teoria do Conhecimento, é o estudo do fenômeno axiológico, da ideia dos</p><p>valores e sua relevância para a compreensão do indivíduo posto em sociedade. Neste</p><p>aspecto, nota-se a importância da Teoria dos Valores. Mario Ferreira dos Santos</p><p>pontifica que os valores são imprescindíveis para o homem, que nada seria sem a</p><p>consciência dos valores; nada mais haveria a lhe servir de fundamento caso o homem</p><p>perdesse o valor, ou deles duvidasse. Se o valor desaparece, desaparece o homem. Não</p><p>é possível, com efeito, conceber a vida sem a prática da valoração. Todo ser</p><p>cognoscente valora. É atividade cotidiana do homem, é sua essência emitir constantes</p><p>juízos de valor. O ato de querer, a vontade humana, está intimamente ligado aos valores,</p><p>já que o homem pretende aquilo que de certo modo lhe pareça mais valioso, portanto,</p><p>digno de ser desejado, em uma análise comparativa que envolve a eleição de</p><p>preferências a serem atribuídas a determinado objeto. Sob outro enfoque, o valor é tudo</p><p>aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades. A saúde é um valor,</p><p>pois supre a necessidade elementar do bem estar necessário para a continuidade da</p><p>própria vida. Esta análise é mais bem reservada àqueles valores que guardam relação</p><p>com o vital, o indispensável à sobrevivência, mas igualmente se aplicam aos valores</p><p>éticos, estéticos, religiosos, políticos, sociais, etc. Não se pode pretender que a "vontade</p><p>de Constituição" impere em um cenário em que a participação direta do Povo nas</p><p>decisões concernentes à dinâmica constitucional seja menosprezada. As constituições</p><p>democráticas nascem, evoluem e se fortalecem nos braços do Povo. Tão maior será o</p><p>interesse pelas questões constitucionais</p><p>o usufruto</p><p>exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Por outro lado, o</p><p>Código Civil prevê no art. 1.399 que o usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante</p><p>arrendamento do prédio, mas não pode mudar a sua destinação econômica, sem</p><p>expressa autorização do proprietário. Apesar disso, a decisão do STF (condição 14)</p><p>estabelece que as terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou de</p><p>qualquer ato ou negócio jurídico, que restrinja o pleno exercício do usufruto e da posse</p><p>direta pela comunidade jurídica ou pela comunidade indígena, seguindo à risca o que</p><p>preceitua o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), em seu artigo 18, que prevê o mesmo.</p><p>Constata-se a existência de um usufruto indígena destoante do espírito do instituto, que</p><p>deveria ser empregado com a junção dos direitos de uso com o direito de fruição,</p><p>conforme uníssono na doutrina brasileira, a exemplo de Gonçalves (2011, p. 478),</p><p>Peluzo (2010, p. 1.454) e Venosa (2003, p. 423).</p><p>Palavras-chave: Constituição Federal. Usufruto Exclusivo Constitucional das Terras</p><p>Indígenas. Demarcação das Terras Indígenas Raposa Serra do Sol.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,</p><p>DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.</p><p>DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos constitucionais dos índios. FSP,</p><p>T e n d ê n c i a s / D e b a t e s , p . A 3 , 2 3 a g o . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m</p><p>http://www.socioambiental.org/inst/esp/ raposa/?q=node/278. Acesso em 01 Set. 2014.</p><p>DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14 ed. São Paulo: Saraiva. 2009.</p><p>FRANCO, Cezar Augusto de Oliveira. Direitos Indígenas e Mobilização: Um olhar</p><p>sobre a tríplice fronteira - Brasil, Guyana e Venezuela. 2012. 200f. Tese de doutorado.</p><p>Universidade de Brasília, Brasília, 2012.</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 5: Direito das Coisas. 6.</p><p>ed.São Paulo: Saraiva, 2011.</p><p>MELO, Milena Petters e BURCKHART, Thiago Rafael. Direito indígena e inovações</p><p>Constitucionais na américa latina: Uma leitura a partir da teoria crítica do direito. In:</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Especialista em</p><p>Ensino, Graduado em Direito, Professor da Faculdade Cathedral de Boa Vista-RR. E-</p><p>m a i l : p r o f v i l m a r @ g m a i l . c o m - C u r r í c u l o L a t t e s</p><p>http://lattes.cnpq.br/9238569695749495</p><p>Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia (NECAR-UFRR), Bacharelado em</p><p>Direito pela Universidade Federal de Roraima (1997), Licenciatura em Educação</p><p>Física pela Universidade Federal do Amazonas (1995) e Licenciatura em Letras pela</p><p>Universidade Federal de Santa Maria (1985). É especialista em Direito Constitucional</p><p>pela Faculdade Atual da Amazônia (2004) e em Direito Civil e Processo Civil pela</p><p>Universidade Estácio de Sá (2002). Atualmente é Juiz de Direito do Tribunal de Justiça</p><p>do Estado de Roraima e Professor do curso de Direito da Faculdade Cathedral. E-mail:</p><p>parimaveras@gmail.com- Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/1996403540605646</p><p>73</p><p>74</p><p>73</p><p>74</p><p>108 109</p><p>Revista Jurídica CCJ. v. 17, nº. 34, p. 97-120, jul./dez. 2013.</p><p>PELUSO, Cezar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência: Lei n. 10.406, de</p><p>10.01.2002 : contém o Código Civil de 1916 /coordenador - 4. ed. rev. e atual. - Barueri,</p><p>SP: Manole, 2010.</p><p>PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil - direitos reais, 18. ed. Rio</p><p>de Janeiro, Forense, v. IV, 2003.</p><p>SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos Sociais e Participação: abordagens e</p><p>experiências no Brasil e na América Latina. Florianópolis : Editora UFSC, 2011.</p><p>SILVA, José Afonso da. Parecer à consulta do Conselho Indígena de Roraima-CIR.</p><p>P u b l i c a d o e m 3 0 . 0 7 . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m</p><p><http://www.socioambiental.org/inst/esp/raposa/?q=node/260>. Acesso em 01 Set.</p><p>2014.</p><p>SOUSA SANTOS, Boaventura. Refundacióndel Estado en América Latina:</p><p>Perspectivas desde una Epistemología del Sur. Buenos Aires: Antropofagia, 2010.</p><p>SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés. O renascer dos povos indígenas para o</p><p>direito. Curitiba: Juruá, 1998.</p><p>TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 2ª ed. São Paulo: Método. 2012.</p><p>VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais / Sílvio de Salvo Venosa. - 3ª</p><p>edição atualizadade acordo com o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002). São</p><p>Paulo: Atlas, 2003. - (Coleção direito civil; v.5).</p><p>JUDICIALIZAÇÃO DOS DIRETOS À SAÚDE PELA PERSPECTIVA</p><p>ORÇAMENTÁRIA</p><p>Ianh Coutinho Martins</p><p>Jade Menezes de Oliveira</p><p>O presente trabalho tem como objetivo explanar acerca da inobservância do</p><p>direito à saúde enquanto direito fundamental social, com ênfase na questão</p><p>orçamentária e trazer também, uma das possíveis soluções deste embate: a</p><p>"judicialização" dos direitos à saúde. Para tanto, as pesquisas bibliográficas são</p><p>necessárias, a fim de que seja possível a obtenção de um conhecimento apurado sobre</p><p>as questões constitucionais dos direitos à saúde, assegurados em primeiro plano no art.</p><p>6º da Constituição Cidadã e posteriormente detalhados nos artigos 196 a 200 da CF/88,</p><p>assim como, a sua judicialização. Conforme os estudos feitos, tem-se o problema da</p><p>efetivação dos direitos sociais pelo Estado, em face da escassez de recursos públicos e</p><p>de burocracia excessiva para a autorização e disponibilização de medicamentos,</p><p>tratamentos e cirurgias necessárias à proteção do direito à vida. Neste aspecto, a</p><p>necessidade de previsão orçamentária entra em discussão, haja vista a limitação da</p><p>atuação do Estado para com a efetivação dos direitos sociais. Os princípios da reserva</p><p>do possível e do mínimo existencial entram em divergência, já que a disponibilidade e a</p><p>funcionalidade dos recursos públicos vão de encontro às garantias mínimas básicas dos</p><p>cidadãos. Portanto, a previsão orçamentária e os recursos públicos devem englobar</p><p>todos os direitos e garantias fundamentais, afim de que não atentem contra o mínimo</p><p>existencial e o direito primordial da pessoa humana que é o direito à vida. Ademais, para</p><p>a corroboração material destes princípios é imprescindível que o Poder Judiciário ganhe</p><p>autonomia de ordenança para com o poder estatal, seja por jurisprudência ou por</p><p>positivações em leis específicas.</p><p>Palavras-chave: Judicialização. Saúde. Direitos Fundamentais. Solução.</p><p>Referências:</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36a. edição - São</p><p>Paulo: Malheiros, 2012.</p><p>KELBERT, Fabiana Okchstein. Reserva do Possível e a Efetividade dos Direitos</p><p>Sociais no Direito Brasileiro. 1ª edição - Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.</p><p>COELHO, Helena Beatriz Cesareno Mendes. Políticas Públicas e Controle de</p><p>Juridicidade. 1ª edição - Porto Alegre: Fabris Editora, 2010.</p><p>Acadêmico do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>75</p><p>76</p><p>75</p><p>76</p><p>110 111</p><p>Revista Jurídica CCJ. v. 17, nº. 34, p. 97-120, jul./dez. 2013.</p><p>PELUSO, Cezar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência: Lei n. 10.406, de</p><p>10.01.2002 : contém o Código Civil de 1916 /coordenador - 4. ed. rev. e atual. - Barueri,</p><p>SP: Manole, 2010.</p><p>PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil - direitos reais, 18. ed. Rio</p><p>de Janeiro, Forense, v. IV, 2003.</p><p>SCHERER-WARREN, Ilse. Movimentos Sociais e Participação: abordagens e</p><p>experiências no Brasil e na América Latina. Florianópolis : Editora UFSC, 2011.</p><p>SILVA, José Afonso da. Parecer à consulta do Conselho Indígena de Roraima-CIR.</p><p>P u b l i c a d o e m 3 0 . 0 7 . 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m</p><p><http://www.socioambiental.org/inst/esp/raposa/?q=node/260>. Acesso em 01 Set.</p><p>2014.</p><p>SOUSA SANTOS, Boaventura. Refundacióndel Estado en América Latina:</p><p>Perspectivas desde una Epistemología del Sur. Buenos Aires: Antropofagia, 2010.</p><p>SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés. O renascer dos povos indígenas para o</p><p>direito. Curitiba: Juruá, 1998.</p><p>TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 2ª ed. São Paulo: Método.</p><p>quanto mais se permite que delas o Povo</p><p>participe efetiva e diretamente. A modalidade de atuação popular direta na reforma da</p><p>Constituição que tencionamos advogar detém atributos que em muito auxiliarão na</p><p>evolução do constitucionalismo em nosso País, contribuindo, ademais, com a politização</p><p>do cidadão brasileiro, que compreenderá, enfim, a importância de seu papel nos rumos</p><p>da Nação. Compreenderá, também, o real significado da ideia de soberania popular, que</p><p>lhe permitirá conceber o quão determinante é sua vontade no cenário do Estado</p><p>Democrático de Direito consagrado na CF/88. Deixará de ser mero coadjuvante, e</p><p>assumirá, vez por todas, sua missão como parcela indissociável desse Estado. Nesse</p><p>sentido, vale lembrar, como vimos, que a CF/88 consagrou o princípio da soberania</p><p>popular e, diferentemente do que se previu nas Cartas anteriores, estatuiu que o poder</p><p>absoluto que emana do povo será exercido diretamente, e não apenas por meio de seus</p><p>representantes. Insistir que o debate constitucional, mormente no que tange à alteração</p><p>da Norma Fundamental, deva circunscrever-se aos limites das casas congressuais, é</p><p>contribuir para o menoscabo daquilo que representa uma das maiores conquistas</p><p>populares da história da humanidade. Se o constitucionalismo teve sua gênese nas ruas,</p><p>entre o Povo, ali também deve ele permanecer. Veja-se, pois, que a defesa da iniciativa</p><p>popular para fins de emenda constitucional é a defesa da própria plenitude da</p><p>Constituição. Através dela se enriquece o debate constitucional nas ruas, se permite que</p><p>a Constituição se faça presente entre aqueles para os quais foi concebida. A partir daí, a</p><p>tão imprescindível "vontade de Constituição" defendida por Hesse é consequência</p><p>lógica e inafastável.</p><p>Palavras-chave: Valor. Iniciativa popular. Constituição. Democracia. Conhecimento.</p><p>Referências:</p><p>REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>ROUSSEAU. Jean-Jacques. O contrato social, apud MORRIS. In: Clarence (org.). Os</p><p>¹Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>GT 1 - CONSTITUCIONALISMO E DEMOCRACIA</p><p>Coordenadora: Prof.ª Msc. Ana Paula Joaquim (UERR)</p><p>18 19</p><p>O VALOR DA DEMOCRACIA COMO MEIO DE FORMENTAR O DEBATE SOB A</p><p>VISÃO DA INICIATIVA POPULAR.</p><p>Alana Paula de Sousa e Sousa¹</p><p>A Ciência Política tem reservado importante espaço ao debate sobre o que</p><p>efetivamente constitui a democracia. Esta, por vezes, é alocada ao lado da monarquia e</p><p>da república como formas de governo. Em outras oportunidades é analisada no contexto</p><p>dos sistemas de governo, em conjunto com o presidencialismo e o parlamentarismo.</p><p>Ocasionalmente, é compreendida como regime ou método de governo. Assim, a</p><p>democracia vem transitando pelas definições próprias dessa ciência sem que, no</p><p>entanto, seja possível pretender uma conceituação estanque acerca do que realmente</p><p>ela significa. Contudo, tão importante quanto a análise do fenômeno "conhecimento",</p><p>objeto da Teoria do Conhecimento, é o estudo do fenômeno axiológico, da ideia dos</p><p>valores e sua relevância para a compreensão do indivíduo posto em sociedade. Neste</p><p>aspecto, nota-se a importância da Teoria dos Valores. Mario Ferreira dos Santos</p><p>pontifica que os valores são imprescindíveis para o homem, que nada seria sem a</p><p>consciência dos valores; nada mais haveria a lhe servir de fundamento caso o homem</p><p>perdesse o valor, ou deles duvidasse. Se o valor desaparece, desaparece o homem. Não</p><p>é possível, com efeito, conceber a vida sem a prática da valoração. Todo ser</p><p>cognoscente valora. É atividade cotidiana do homem, é sua essência emitir constantes</p><p>juízos de valor. O ato de querer, a vontade humana, está intimamente ligado aos valores,</p><p>já que o homem pretende aquilo que de certo modo lhe pareça mais valioso, portanto,</p><p>digno de ser desejado, em uma análise comparativa que envolve a eleição de</p><p>preferências a serem atribuídas a determinado objeto. Sob outro enfoque, o valor é tudo</p><p>aquilo que for apropriado a satisfazer determinadas necessidades. A saúde é um valor,</p><p>pois supre a necessidade elementar do bem estar necessário para a continuidade da</p><p>própria vida. Esta análise é mais bem reservada àqueles valores que guardam relação</p><p>com o vital, o indispensável à sobrevivência, mas igualmente se aplicam aos valores</p><p>éticos, estéticos, religiosos, políticos, sociais, etc. Não se pode pretender que a "vontade</p><p>de Constituição" impere em um cenário em que a participação direta do Povo nas</p><p>decisões concernentes à dinâmica constitucional seja menosprezada. As constituições</p><p>democráticas nascem, evoluem e se fortalecem nos braços do Povo. Tão maior será o</p><p>interesse pelas questões constitucionais quanto mais se permite que delas o Povo</p><p>participe efetiva e diretamente. A modalidade de atuação popular direta na reforma da</p><p>Constituição que tencionamos advogar detém atributos que em muito auxiliarão na</p><p>evolução do constitucionalismo em nosso País, contribuindo, ademais, com a politização</p><p>do cidadão brasileiro, que compreenderá, enfim, a importância de seu papel nos rumos</p><p>da Nação. Compreenderá, também, o real significado da ideia de soberania popular, que</p><p>lhe permitirá conceber o quão determinante é sua vontade no cenário do Estado</p><p>Democrático de Direito consagrado na CF/88. Deixará de ser mero coadjuvante, e</p><p>assumirá, vez por todas, sua missão como parcela indissociável desse Estado. Nesse</p><p>sentido, vale lembrar, como vimos, que a CF/88 consagrou o princípio da soberania</p><p>popular e, diferentemente do que se previu nas Cartas anteriores, estatuiu que o poder</p><p>absoluto que emana do povo será exercido diretamente, e não apenas por meio de seus</p><p>representantes. Insistir que o debate constitucional, mormente no que tange à alteração</p><p>da Norma Fundamental, deva circunscrever-se aos limites das casas congressuais, é</p><p>contribuir para o menoscabo daquilo que representa uma das maiores conquistas</p><p>populares da história da humanidade. Se o constitucionalismo teve sua gênese nas ruas,</p><p>entre o Povo, ali também deve ele permanecer. Veja-se, pois, que a defesa da iniciativa</p><p>popular para fins de emenda constitucional é a defesa da própria plenitude da</p><p>Constituição. Através dela se enriquece o debate constitucional nas ruas, se permite que</p><p>a Constituição se faça presente entre aqueles para os quais foi concebida. A partir daí, a</p><p>tão imprescindível "vontade de Constituição" defendida por Hesse é consequência</p><p>lógica e inafastável.</p><p>Palavras-chave: Valor. Iniciativa popular. Constituição. Democracia. Conhecimento.</p><p>Referências:</p><p>REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>ROUSSEAU. Jean-Jacques. O contrato social, apud MORRIS. In: Clarence (org.). Os</p><p>¹Acadêmica do 2º semestre do curso de Direito da Universidade Estadual de Roraima.</p><p>GT 1 - CONSTITUCIONALISMO E DEMOCRACIA</p><p>Coordenadora: Prof.ª Msc. Ana Paula Joaquim (UERR)</p><p>18 19</p><p>grandes filósofos do direito: leituras escolhidas em direito. Trad. Reinaldo Guarany.</p><p>São Paulo: Martins Fontes, 2002.</p><p>SANTOS, Mario Ferreira dos. Filosofia Concreta dos Valores. Enciclopédia de</p><p>Ciências Filosóficas e Sociais, vol. XI. São Paulo: Logos, 1960.</p><p>A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO DO ‘‘CONTRATO</p><p>SOCIAL’’</p><p>Camila Costa Carvalho²</p><p>Elisa Jacobina de Castro Catarina³</p><p>Percorrendo a história da humanidade, percebemos as inúmeras necessidades</p><p>que se fizeram imperativas a serem ultrapassados pelos homens das primeiras eras.</p><p>Decorrem da convivência em grupos primitivos, primordialmente, o desenvolvimento</p><p>social e intelectual de seus membros, bem como a criação de instituições como o direito</p><p>e o Estado. Por meio desta análise histórica percebemos que o surgimento do Estado</p><p>está intimamente ligado ao poder que os indivíduos componentes da comunidade</p><p>depositaram sobre ele com o intuito de torná-lo ente suficiente para manter a sociedade</p><p>estruturada e protegê-la dos males que contra ela insurgissem. Desta forma, torna-se</p><p>essencial neste trabalho analisar a tutela do "Contrato Social"</p><p>assinado, por nossos</p><p>antepassados, quando do surgimento do Estado tal qual o conhecemos hoje e sob quais</p><p>fundamentos poderíamos nós, a sociedade, no atual estágio de desenvolvimento</p><p>intelectual e social impugnar sua atuação, tendo em vista a ineficiência estatal patente</p><p>em diversas áreas que atua e a possibilidade de revogá-lo intentando retornar ao status</p><p>quo ante. Para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma</p><p>abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do</p><p>procedimento de coleta de dados bibliográficos. Deste modo, a relevância acadêmica do</p><p>debate suscitado consiste em explanar as teorias basilares da concepção política que</p><p>temos pelo Estado e possibilitar uma mudança de paradigma quanto ao poder estatal,</p><p>uma vez ser este decorrente do poder que os próprios indivíduos se dispuseram a</p><p>empregá-lo. Percebe-se que o Estado surgiu da necessidade social de organização e</p><p>império das regras de conduta das sociedades desde os tempos primitivos e que tais</p><p>regras por serem elaboradas pelo próprio corpo cumpridor, são feitas por quem deverá</p><p>cumpri-las, ilustram e lembram a cada indivíduo o "Contrato Social" que realiza</p><p>permanentemente com o Estado. Ademais, se é possível que ainda hoje, a cada vez que</p><p>nos submetemos à lei e a sanção dela decorrente, que estejamos assinando e</p><p>concordando com o "Contrato Social" idealizado por Rousseau também podemos</p><p>acreditar que ainda temos o poder de rever os termos do contrato que nos impomos a</p><p>nós mesmos para o bem da coletividade e paz social? Verificamos hipóteses</p><p>argumentativas de revogação do "Contrato Social" e algumas consequências práticas</p><p>iniciais. Não pretendemos apresentar pensamentos absolutos, mas sim instigar a</p><p>construção de pensamento crítico acerca dos fundamentos de validade do poder estatal</p><p>tendo em vista que tal poder não deve sobrepujar sua origem nem renegar sua</p><p>destinação que é a ordem social, função que percebemos inúmeras vezes ineficaz pela</p><p>prestação estatal.</p><p>Palavras-chave: Sociedade. Estado. Contrato Social.</p><p>Referências:</p><p>DINIZ, Maria Helena., Compêndio de introdução à ciência do direito. 8. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>MONTORO, André? Franco. Introdução à ciência do Direito. 2. ed. São Paulo: Revista</p><p>dos Tribunais, 1997.</p><p>PASE, Hemmerson Luiz. Contrato Social e (Des)Igualdade. Revista Desenvolvimento</p><p>e m Q u e s t ã o , v. 6 , n . 1 2 [ 2 0 0 8 ] . E d i t o r a U n i j u í . D i s p o n í v e l e m :</p><p><https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/down</p><p>load/159/115>. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>SOUZA, Daniel Coelho de. Introdução à ciência do direito. 6. ed. Belém: CESUP,</p><p>1994.</p><p>² Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR.</p><p>³ Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR.</p><p>20 21</p><p>grandes filósofos do direito: leituras escolhidas em direito. Trad. Reinaldo Guarany.</p><p>São Paulo: Martins Fontes, 2002.</p><p>SANTOS, Mario Ferreira dos. Filosofia Concreta dos Valores. Enciclopédia de</p><p>Ciências Filosóficas e Sociais, vol. XI. São Paulo: Logos, 1960.</p><p>A INEFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO ESTATAL E A REVOGAÇÃO DO ‘‘CONTRATO</p><p>SOCIAL’’</p><p>Camila Costa Carvalho²</p><p>Elisa Jacobina de Castro Catarina³</p><p>Percorrendo a história da humanidade, percebemos as inúmeras necessidades</p><p>que se fizeram imperativas a serem ultrapassados pelos homens das primeiras eras.</p><p>Decorrem da convivência em grupos primitivos, primordialmente, o desenvolvimento</p><p>social e intelectual de seus membros, bem como a criação de instituições como o direito</p><p>e o Estado. Por meio desta análise histórica percebemos que o surgimento do Estado</p><p>está intimamente ligado ao poder que os indivíduos componentes da comunidade</p><p>depositaram sobre ele com o intuito de torná-lo ente suficiente para manter a sociedade</p><p>estruturada e protegê-la dos males que contra ela insurgissem. Desta forma, torna-se</p><p>essencial neste trabalho analisar a tutela do "Contrato Social" assinado, por nossos</p><p>antepassados, quando do surgimento do Estado tal qual o conhecemos hoje e sob quais</p><p>fundamentos poderíamos nós, a sociedade, no atual estágio de desenvolvimento</p><p>intelectual e social impugnar sua atuação, tendo em vista a ineficiência estatal patente</p><p>em diversas áreas que atua e a possibilidade de revogá-lo intentando retornar ao status</p><p>quo ante. Para enfrentarmos os objetivos e problemáticas expostos utilizaremos uma</p><p>abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisa exploratória, por meio do</p><p>procedimento de coleta de dados bibliográficos. Deste modo, a relevância acadêmica do</p><p>debate suscitado consiste em explanar as teorias basilares da concepção política que</p><p>temos pelo Estado e possibilitar uma mudança de paradigma quanto ao poder estatal,</p><p>uma vez ser este decorrente do poder que os próprios indivíduos se dispuseram a</p><p>empregá-lo. Percebe-se que o Estado surgiu da necessidade social de organização e</p><p>império das regras de conduta das sociedades desde os tempos primitivos e que tais</p><p>regras por serem elaboradas pelo próprio corpo cumpridor, são feitas por quem deverá</p><p>cumpri-las, ilustram e lembram a cada indivíduo o "Contrato Social" que realiza</p><p>permanentemente com o Estado. Ademais, se é possível que ainda hoje, a cada vez que</p><p>nos submetemos à lei e a sanção dela decorrente, que estejamos assinando e</p><p>concordando com o "Contrato Social" idealizado por Rousseau também podemos</p><p>acreditar que ainda temos o poder de rever os termos do contrato que nos impomos a</p><p>nós mesmos para o bem da coletividade e paz social? Verificamos hipóteses</p><p>argumentativas de revogação do "Contrato Social" e algumas consequências práticas</p><p>iniciais. Não pretendemos apresentar pensamentos absolutos, mas sim instigar a</p><p>construção de pensamento crítico acerca dos fundamentos de validade do poder estatal</p><p>tendo em vista que tal poder não deve sobrepujar sua origem nem renegar sua</p><p>destinação que é a ordem social, função que percebemos inúmeras vezes ineficaz pela</p><p>prestação estatal.</p><p>Palavras-chave: Sociedade. Estado. Contrato Social.</p><p>Referências:</p><p>DINIZ, Maria Helena., Compêndio de introdução à ciência do direito. 8. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2002.</p><p>MONTORO, André? Franco. Introdução à ciência do Direito. 2. ed. São Paulo: Revista</p><p>dos Tribunais, 1997.</p><p>PASE, Hemmerson Luiz. Contrato Social e (Des)Igualdade. Revista Desenvolvimento</p><p>e m Q u e s t ã o , v. 6 , n . 1 2 [ 2 0 0 8 ] . E d i t o r a U n i j u í . D i s p o n í v e l e m :</p><p><https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/down</p><p>load/159/115>. Acesso em: 16 Out. 2014.</p><p>SOUZA, Daniel Coelho de. Introdução à ciência do direito. 6. ed. Belém: CESUP,</p><p>1994.</p><p>² Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR.</p><p>³ Acadêmica do 8º semestre do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR.</p><p>20 21</p><p>O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE TRATADOS</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>A Constituição brasileira dotou o Congresso Nacional de importantíssimas</p><p>competências, dentre as quais a de "resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou</p><p>atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio</p><p>nacional" (art. 49, I). Para que uma norma internacional seja incorporada pelo Estado</p><p>brasileiro, é imprescindível a sua aprovação pelo Congresso - exceção feita aos</p><p>chamados Acordos por Troca de Notas -, antes da ratificação pelo Chefe de Estado,</p><p>conforme a Constituição Federal quando expressa que compete privativamente ao</p><p>Presidente da República "celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a</p><p>referendo do Congresso Nacional" (art. 84, VIII). Embora isso esteja claro na</p><p>interpretação constitucional, não é igualmente claro se, para o Estado se desincorporar</p><p>das obrigações de um tratado já internalizado, o Congresso Nacional também precisa se</p><p>manifestar, aprovando ou não a chamada denúncia do tratado. A prática, no Brasil,</p><p>que</p><p>toma em consideração o papel mais proativo do Chefe de Estado, a quem cumpre</p><p>celebrar ad referendum acordos internacionais, tem entendido que a manifestação do</p><p>Congresso Nacional seria prescindível. Quando em 1926 o Brasil denunciou o Pacto da</p><p>Sociedade das Nações, o jurista Clóvis Beviláqua defendeu que "[o] Por Executivo, sem</p><p>ouvir o Congresso nacional, [pode] desligar o país das obrigações de um tratado, que, no</p><p>seu texto, estabeleça as condições e o modo da denúncia" (apud CANÇADO</p><p>TRINDADE, 1984). Porém, a questão sobre a atuação do Congresso Nacional na</p><p>denúncia de tratados deve ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal, ADI</p><p>1.625-DF, que analisará a questão a partir do caso da Convenção n. 158 da Organização</p><p>Internacional do Trabalho (OIT), denunciada por Nota do Governo brasileiro à OIT, em</p><p>1996, sem a oitiva do Congresso Nacional. O objetivo da presente comunicação,</p><p>revisitando este tema, é analisar o papel que se deve reconhecer hoje ao Congresso</p><p>Nacional em assuntos que digam respeito às relações exteriores brasileiras.</p><p>Palavras-chave: Denúncia de Tratados. Congresso Nacional. Convenção 158 da OIT.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso</p><p>em: 23 de novembro de 2013.</p><p>BRASIL. Decreto n° 2.100, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidente da</p><p>República, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/</p><p>1996/d2100.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade. ADI 1.625/DF.</p><p>Requerentes CONRAG e outro. Relator: Min. Maurício Corrêa. Brasília, DF, julgamento</p><p>em andamento. Disponível em: <http: / /www.st f . jus.br/portal /processo/</p><p>verProcessoAndamento.asp?numero=1625&classe=ADI&origem=AP&recurso=0&tipo</p><p>Julgamento=M>. Acesso em: 4 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI nº 1.625, voto-vista, Ministro Joaquim</p><p>B a r b o s a , I n f o r m a t i v o n o 5 4 9 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo549.htm>. Acesso em:</p><p>9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI 1.625, voto-vista, Ministro Maurício</p><p>Corrêa, Informativo no 323. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/</p><p>documento/informativo323.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral>. Acesso</p><p>em: 9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pleno, ADI n. 1.625, voto-vista, Ministro Nelson</p><p>Jobim, Informativo no 421. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/</p><p>documento/informativo421.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral - 2>.</p><p>Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto (org.). Repertório da prática brasileira do</p><p>direito internacional (1919-1940). Brasília: FUNAG, 1984.</p><p>CERVO, Amado. O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores (1826-1889).</p><p>4</p><p>4 Acadêmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR. 22 23</p><p>O CONGRESSO BRASILEIRO E A DENÚNCIA UNILATERAL DE TRATADOS</p><p>INTERNACIONAIS</p><p>Thalita Lívia Israel Ferreira</p><p>A Constituição brasileira dotou o Congresso Nacional de importantíssimas</p><p>competências, dentre as quais a de "resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou</p><p>atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio</p><p>nacional" (art. 49, I). Para que uma norma internacional seja incorporada pelo Estado</p><p>brasileiro, é imprescindível a sua aprovação pelo Congresso - exceção feita aos</p><p>chamados Acordos por Troca de Notas -, antes da ratificação pelo Chefe de Estado,</p><p>conforme a Constituição Federal quando expressa que compete privativamente ao</p><p>Presidente da República "celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a</p><p>referendo do Congresso Nacional" (art. 84, VIII). Embora isso esteja claro na</p><p>interpretação constitucional, não é igualmente claro se, para o Estado se desincorporar</p><p>das obrigações de um tratado já internalizado, o Congresso Nacional também precisa se</p><p>manifestar, aprovando ou não a chamada denúncia do tratado. A prática, no Brasil, que</p><p>toma em consideração o papel mais proativo do Chefe de Estado, a quem cumpre</p><p>celebrar ad referendum acordos internacionais, tem entendido que a manifestação do</p><p>Congresso Nacional seria prescindível. Quando em 1926 o Brasil denunciou o Pacto da</p><p>Sociedade das Nações, o jurista Clóvis Beviláqua defendeu que "[o] Por Executivo, sem</p><p>ouvir o Congresso nacional, [pode] desligar o país das obrigações de um tratado, que, no</p><p>seu texto, estabeleça as condições e o modo da denúncia" (apud CANÇADO</p><p>TRINDADE, 1984). Porém, a questão sobre a atuação do Congresso Nacional na</p><p>denúncia de tratados deve ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal, ADI</p><p>1.625-DF, que analisará a questão a partir do caso da Convenção n. 158 da Organização</p><p>Internacional do Trabalho (OIT), denunciada por Nota do Governo brasileiro à OIT, em</p><p>1996, sem a oitiva do Congresso Nacional. O objetivo da presente comunicação,</p><p>revisitando este tema, é analisar o papel que se deve reconhecer hoje ao Congresso</p><p>Nacional em assuntos que digam respeito às relações exteriores brasileiras.</p><p>Palavras-chave: Denúncia de Tratados. Congresso Nacional. Convenção 158 da OIT.</p><p>Referências:</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>B r a s í l i a , D F : S e n a d o , 1 9 8 8 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso</p><p>em: 23 de novembro de 2013.</p><p>BRASIL. Decreto n° 2.100, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidente da</p><p>República, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/</p><p>1996/d2100.htm>. Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade. ADI 1.625/DF.</p><p>Requerentes CONRAG e outro. Relator: Min. Maurício Corrêa. Brasília, DF, julgamento</p><p>em andamento. Disponível em: <http: / /www.st f . jus.br/portal /processo/</p><p>verProcessoAndamento.asp?numero=1625&classe=ADI&origem=AP&recurso=0&tipo</p><p>Julgamento=M>. Acesso em: 4 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI nº 1.625, voto-vista, Ministro Joaquim</p><p>B a r b o s a , I n f o r m a t i v o n o 5 4 9 . D i s p o n í v e l e m :</p><p><http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/ documento/informativo549.htm>. Acesso em:</p><p>9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal, Pleno, ADI 1.625, voto-vista, Ministro Maurício</p><p>Corrêa, Informativo no 323. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/</p><p>documento/informativo323.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral>. Acesso</p><p>em: 9 de maio de 2014.</p><p>BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pleno, ADI n. 1.625, voto-vista, Ministro Nelson</p><p>Jobim, Informativo no 421. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/</p><p>documento/informativo421.htm#Convenção 158 da OIT e Denúncia Unilateral - 2>.</p><p>Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto (org.). Repertório da prática brasileira do</p><p>direito internacional (1919-1940). Brasília: FUNAG, 1984.</p><p>CERVO, Amado. O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores (1826-1889).</p><p>4</p><p>4 Acadêmica do Curso de Direito da Universidade Federal de Roraima –</p><p>UFRR. 22 23</p><p>Brasília: EdUnB, 1981.</p><p>HENEHAN, Marie T. Foreign Policy and Congress: an international relations</p><p>perspective. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2000.</p><p>MARTINS, Thiago Penzin Alves Martins. A denúncia pelo Estado Brasileiro da</p><p>Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho e a Ilegalidade</p><p>Internacional do Ato. Cedin - Centro de Direito Internacional. Disponível em:</p><p><http://www.cedin.com.br/revistaeletronica/volume5/arquivos_pdf/sumario/thiago_mart</p><p>ins.pdf>. Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo:</p><p>Editora Revista dos Tribunais, 2011.</p><p>_____________. Direito Internacional Público: parte geral. São Paulo: Editora Revista</p><p>dos Tribunais, 2013.</p><p>NUNES, Paulo Henrique Farias. Direito Internacional: introdução crítica. Goiânia:</p><p>Edição do Autor, 2011.</p><p>PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado.</p><p>Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.</p><p>SOBRE O CONCEITO DE "CONSTITUCIONALISMO AUTORITÁRIO" EM MARK</p><p>TUSHNET</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Em substancioso artigo de dezembro de 2013, o constitucionalista Mark</p><p>Tushnet, fazendo coro a uma literatura cada vez mais em voga, defende que certos</p><p>regimes não deveriam ser compreendidos normativamente como sendo de transição</p><p>entre o autoritarismo e o liberalismo democrático, e sim que deveriam ser pensados</p><p>como uma categoria à parte, a indicar um quadro estável - e não transitório. Partindo do</p><p>exemplo do sistema constitucional de Cingapura, o professor de Harvard descreve uma</p><p>certa categoria política para que, "mais geralmente, [possa] pluralizar a nossa</p><p>compreensão do constitucionalismo - [o que] pode contribuir para a clareza analítica no</p><p>direito, como ocorreu na ciência política". Para Tushnet, os juristas e cientistas políticos</p><p>que abordam o constitucionalismo como um conceito normativo tendem a dicotomizar a</p><p>questão, supondo que há o constitucionalismo de tipo liberal (disseminado no Ocidente</p><p>moderno), comprometido com os direitos humanos e a autogovernança, e, de outro lado,</p><p>há o autoritarismo, que rejeita os direitos humanos e permite o uso do poder político sem</p><p>restrições. No entanto, ele enxerga três formas de constitucionalismo não-liberais: o</p><p>constitucionalismo absolutista, o constitucionalismo como mero Estado de direito e o</p><p>constitucionalismo autoritário. No constitucionalismo absolutista, um governante,</p><p>interessado no bem-estar da nação, pode fazer consultas amplamente e proteger as</p><p>liberdades civis em geral, mas no final é ele quem decide, a seu critério exclusivo, sobre</p><p>um determinado curso de ação, sem fiscalização por quaisquer outras instituições. No</p><p>constitucionalismo como mero Estado de direito, o governante atua em conformidade</p><p>com regras processuais e implementa decisões através, dentre outros, de tribunais</p><p>independentes, contudo não é limitado por regras substantivas em relação, por exemplo,</p><p>às liberdades civis. Finalmente, no constitucionalismo autoritário, as liberdades civis são</p><p>protegidas em um nível intermediário e os processos eleitorais são razoavelmente livres</p><p>e justos. O modelo de Cingapura - que a jurista cingapuriana Thio Li-ann define como</p><p>"secularismo com alma" - pertenceria a esse terceiro tipo. A tese de Tushnet de que o</p><p>constitucionalismo autoritário - nos moldes do de Cingapura - pode ser melhor definido</p><p>ao se perceber que os compromissos normativos com o constitucionalismo colocados</p><p>para os governantes dessa nação são, ao mesmo tempo, fortes e moderados, evitaria a</p><p>conclusão apressada de que "o compromisso com o constitucionalismo em todos os</p><p>regimes autoritários é uma farsa". Uma conclusão mais precisa do status desses</p><p>regimes políticos é que podem ter algum compromisso normativo - e não apenas</p><p>instrumental - com importantes características do constitucionalismo, o que é um alento</p><p>para sistemas jurídicos em que a alternativa do autoritarismo é mais provável do que a da</p><p>democracia liberal. O presente artigo busca esclarecer a noção de constitucionalismo</p><p>autoritário, que, com Tushnet e outros, tem servido para ampliar a compreensão da</p><p>relação nada simples entre constitucionalismo e democracia.</p><p>Palavras-chave: Constitucionalismo. Autoritarismo. Cingapura.</p><p>Referências:</p><p>GINSBURG, Tom; SIMPSER, Alberto (eds.). Constitutions in authoritarian regimes.</p><p>Cambridge: Cambridge University Press, 2014.</p><p>ISIKSEL, Turkuler, Between Text and Context: Turkey's Tradition of Authoritarian</p><p>Constitutionalism. Forthcoming in International Journal of Constitutional Law, out.</p><p>2013. Disponível em: <SSRN: http://ssrn.com/abstract=2276929>.</p><p>McILWAIN, Charles. Constitutionalism: Ancient and Modern. Ithaca: Cornell University</p><p>Press, 1940.</p><p>TUSHNET, Mark, Authoritarian Constitutionalism. Harvard Public Law Working Paper,</p><p>dez. 2013, nº 13-47. Disponível em: SSRN: <http://ssrn.com/abstract=2369518>.</p><p>THIO, Li-Ann. Relational Constitutionalism and the Management of Religious</p><p>Disputes: The Singapore 'Secularism with a Soul' Model. Oxford Journal of Law and</p><p>Religion, 2012, p. 1-24.</p><p>5</p><p>5 Professor Adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de</p><p>Roraima (ICJ/UFRR). Email: fxavier010@hotmail.com.24 25</p><p>Brasília: EdUnB, 1981.</p><p>HENEHAN, Marie T. Foreign Policy and Congress: an international relations</p><p>perspective. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2000.</p><p>MARTINS, Thiago Penzin Alves Martins. A denúncia pelo Estado Brasileiro da</p><p>Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho e a Ilegalidade</p><p>Internacional do Ato. Cedin - Centro de Direito Internacional. Disponível em:</p><p><http://www.cedin.com.br/revistaeletronica/volume5/arquivos_pdf/sumario/thiago_mart</p><p>ins.pdf>. Acesso em: 9 de maio de 2014.</p><p>MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo:</p><p>Editora Revista dos Tribunais, 2011.</p><p>_____________. Direito Internacional Público: parte geral. São Paulo: Editora Revista</p><p>dos Tribunais, 2013.</p><p>NUNES, Paulo Henrique Farias. Direito Internacional: introdução crítica. Goiânia:</p><p>Edição do Autor, 2011.</p><p>PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado.</p><p>Salvador: Editora Jus Podivm, 2011.</p><p>SOBRE O CONCEITO DE "CONSTITUCIONALISMO AUTORITÁRIO" EM MARK</p><p>TUSHNET</p><p>Fernando César Costa Xavier</p><p>Em substancioso artigo de dezembro de 2013, o constitucionalista Mark</p><p>Tushnet, fazendo coro a uma literatura cada vez mais em voga, defende que certos</p><p>regimes não deveriam ser compreendidos normativamente como sendo de transição</p><p>entre o autoritarismo e o liberalismo democrático, e sim que deveriam ser pensados</p><p>como uma categoria à parte, a indicar um quadro estável - e não transitório. Partindo do</p><p>exemplo do sistema constitucional de Cingapura, o professor de Harvard descreve uma</p><p>certa categoria política para que, "mais geralmente, [possa] pluralizar a nossa</p><p>compreensão do constitucionalismo - [o que] pode contribuir para a clareza analítica no</p><p>direito, como ocorreu na ciência política". Para Tushnet, os juristas e cientistas políticos</p><p>que abordam o constitucionalismo como um conceito normativo tendem a dicotomizar a</p><p>questão, supondo que há o constitucionalismo de tipo liberal (disseminado no Ocidente</p><p>moderno), comprometido com os direitos humanos e a autogovernança, e, de outro lado,</p><p>há o autoritarismo, que rejeita os direitos humanos e permite o uso do poder político sem</p><p>restrições. No entanto, ele enxerga três formas de constitucionalismo não-liberais: o</p><p>constitucionalismo absolutista, o constitucionalismo como mero Estado de direito e o</p><p>constitucionalismo autoritário. No constitucionalismo absolutista, um governante,</p><p>interessado no bem-estar da nação, pode fazer consultas amplamente e proteger as</p><p>liberdades civis em geral, mas no final é ele quem decide, a seu critério exclusivo, sobre</p><p>um determinado curso de ação, sem fiscalização por quaisquer outras instituições. No</p><p>constitucionalismo como mero Estado de direito, o governante atua em conformidade</p><p>com regras processuais e implementa decisões através, dentre outros, de tribunais</p><p>independentes, contudo não é limitado por regras substantivas em relação, por exemplo,</p><p>às liberdades civis. Finalmente, no constitucionalismo autoritário, as liberdades civis são</p><p>protegidas em um nível intermediário e os processos eleitorais são razoavelmente livres</p><p>e justos. O modelo de Cingapura - que a jurista cingapuriana Thio Li-ann define como</p><p>"secularismo com alma" - pertenceria a esse terceiro tipo. A tese de Tushnet de que o</p><p>constitucionalismo autoritário - nos moldes do de Cingapura - pode ser melhor definido</p><p>ao se perceber que os compromissos normativos com o constitucionalismo colocados</p><p>para os</p>

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