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Prévia do material em texto

<p>Brasília-DF.</p><p>SiStema De Controle</p><p>De infeCção HoSpitalar</p><p>Elaboração</p><p>Gizele Pereira Mota</p><p>Produção</p><p>Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração</p><p>Sumário</p><p>APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 5</p><p>ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 6</p><p>INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 8</p><p>UNIDADE I</p><p>SISTEMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ............................................................................. 9</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO, CONTROLE E VALIDAÇÃO .................................................. 9</p><p>UNIDADE II</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ............................................................................................ 14</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>O CONTROLE DE INFECÇÃO NOS PROCESSOS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR ....................... 14</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>A ATUAÇÃO DO CCIH NOS PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE ........................... 18</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR .................................. 19</p><p>UNIDADE III</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL .................................................................... 26</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>FARMÁCIA HOSPITALAR ......................................................................................................... 26</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>LAVANDERIA HOSPITALAR ....................................................................................................... 29</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>NUTRIÇÃO E DIETÉTICA .......................................................................................................... 30</p><p>CAPÍTULO 4</p><p>HIGIENE E DESINFECÇÃO ...................................................................................................... 31</p><p>CAPÍTULO 5</p><p>LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA ....................................................................................... 34</p><p>CAPÍTULO 6 .......................................................................................................................... 35</p><p>BANCO DE SANGUE .............................................................................................................. 35</p><p>CAPÍTULO 7</p><p>GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ............................................................................................ 37</p><p>CAPÍTULO 8</p><p>ARQUITETURA E ENGENHARIA HOSPITALAR .............................................................................. 40</p><p>CAPÍTULO 9</p><p>CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO ................................................................................ 42</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>ENDOSCOPIA ....................................................................................................................... 49</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS DE USO ÚNICO .................................................................. 56</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>CONTROLE DE ANIMAIS SINANTRÓPICOS ............................................................................... 64</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>VELÓRIO .............................................................................................................................. 66</p><p>PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 69</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 70</p><p>5</p><p>Apresentação</p><p>Caro aluno</p><p>A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem</p><p>necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela</p><p>atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade</p><p>de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.</p><p>Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos</p><p>a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma</p><p>competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para</p><p>vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.</p><p>Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar</p><p>sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a</p><p>como instrumento para seu sucesso na carreira.</p><p>Conselho Editorial</p><p>6</p><p>Organização do Caderno</p><p>de Estudos e Pesquisa</p><p>Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de</p><p>forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões</p><p>para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao</p><p>final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e</p><p>pesquisas complementares.</p><p>A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos</p><p>e Pesquisa.</p><p>Provocação</p><p>Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes</p><p>mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor</p><p>conteudista.</p><p>Para refletir</p><p>Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita</p><p>sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante</p><p>que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As</p><p>reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.</p><p>Sugestão de estudo complementar</p><p>Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,</p><p>discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.</p><p>Praticando</p><p>Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer</p><p>o processo de aprendizagem do aluno.</p><p>Atenção</p><p>Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a</p><p>síntese/conclusão do assunto abordado.</p><p>7</p><p>Saiba mais</p><p>Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões</p><p>sobre o assunto abordado.</p><p>Sintetizando</p><p>Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o</p><p>entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.</p><p>Exercício de fixação</p><p>Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/</p><p>conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não</p><p>há registro de menção).</p><p>Avaliação Final</p><p>Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,</p><p>que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única</p><p>atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber</p><p>se pode ou não receber a certificação.</p><p>Para (não) finalizar</p><p>Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem</p><p>ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.</p><p>8</p><p>Introdução</p><p>A infecção hospitalar é um evento que não pode ser relatado como sendo uma experiência que foi</p><p>vivenciada ao mesmo tempo em todo o mundo. Pode-se evidenciar que algumas das descobertas</p><p>feitas nos primórdios da civilização ainda são utilizados nos dias atuais (FERNANDES, 2000).</p><p>As infecções hospitalares são eventos adversos que podem estar relacionadas com o período em que</p><p>o paciente é admitido no ambiente hospitalar (FERNANDES, 2000).</p><p>Com isso o papel das Comissões de Controle de Infecção hospitalar, tornam-se fundamentais na</p><p>prevenção dessa adversidade.</p><p>O Programa de Controle de Infecção Hospitalar é regulamentada pela Portaria GM/MS N 2.616, de</p><p>12 de maio de 1998, que define a CCIH como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e,</p><p>sistematicamente, com vistas à redução máxima possível</p><p>os ambientes adjacentes, com</p><p>pressão diferencial mínima de 2,5 Pa.</p><p>A sala de desinfecção química deve ter bancada com uma cuba para limpeza e uma cuba para</p><p>enxágue com profundidade e dimensionamento que possibilitem a imersão completa do produto</p><p>ou equipamento, mantendo distanciamento mínimo entre as cubas de forma a não permitir a</p><p>transferência acidental de líquidos (ANVISA, 2012).</p><p>O sistema de climatização da sala de desinfecção química deve atender além do disposto nas</p><p>normatizações pertinentes, os seguintes itens (ANVISA, 2012):</p><p>I. Garantir vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2;</p><p>II. Manter um diferencial de pressão negativo entre os ambientes adjacentes, com</p><p>pressão diferencial mínima de 2,5 Pa;</p><p>III. Prover exaustão forçada de todo ar da sala com descarga para o exterior da edificação.</p><p>45</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>A sala de armazenamento e distribuição deve possuir (ANVISA, 2012):</p><p>IV. Equipamento de transporte com rodízio;</p><p>V. Escadas, se necessário;</p><p>VI. Prateleiras ou cestos aramados.</p><p>Os recursos humanos são essenciais, por isso vale destacar:</p><p>As fases do processamento de produtos para saúde devem ser executadas por profissionais para os</p><p>quais estas atividades estejam regulamentadas pelos seus respectivos conselhos de classe. O CME</p><p>e a empresa processadora devem possuir um Profissional Responsável de nível superior, para a</p><p>coordenação das atividades relacionadas ao processamento de produtos para a saúde, baseadas nas</p><p>competências profissionais definidas em legislação específica. O responsável pelo CME Classe II</p><p>deve atuar exclusivamente nesta unidade durante sua jornada de trabalho (ANVISA, 2012).</p><p>Os profissionais da CME e da empresa processadora devem receber capacitação específica e periódica</p><p>nos seguintes temas (ANVISA, 2012):</p><p>I. classificação de produtos para saúde;</p><p>II. conceitos básicos de microbiologia;</p><p>III. transporte dos produtos contaminados;</p><p>IV. processo de limpeza, desinfecção, preparo,inspeção, acondicionamento,</p><p>embalagens, esterilização, funcionamento dos equipamentos existentes;</p><p>V. monitoramento de processos por indicadores químicos, biológicos e físicos;</p><p>VI. rastreabilidade, armazenamento e distribuição dos produtos para saúde;</p><p>VII. manutenção da esterilidade do produto.</p><p>Pontos relevantes a serem observados na segurança e saúde no trabalho</p><p>O trabalhador do CME e da empresa processadora deve utilizar vestimenta privativa, touca e calçado</p><p>fechado em todas as áreas técnicas e restritas e utilizar os seguintes Equipamentos de Proteção</p><p>Individual (EPI) de acordo com a sala/área (ANVISA, 2012).</p><p>1o Para a descarga de secadoras e termodesinfetadoras e carga e descarga de autoclaves é obrigatória</p><p>a utilização de luvas de proteção térmica impermeável.</p><p>2o Na sala de recepção e limpeza, o protetor facial pode substituir o uso de máscara e óculos.</p><p>3o Quando não especificado, o equipamento de proteção deve ser compatível com o risco inerente à</p><p>atividade.</p><p>46</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual</p><p>e as vestimentas utilizadas em suas atividades.</p><p>Detalhes que fazem a diferença no que diz respeito à inspeção, preparo e acondicionamento dos</p><p>produtos para saúde (ANVISA, 2012).</p><p>» A limpeza dos produtos para saúde, seja manual ou automatizada, deve ser avaliada</p><p>por meio da inspeção visual, com o auxílio de lentes intensificadoras de imagem,</p><p>de no mínimo oito vezes de aumento, complementada, quando indicado, por testes</p><p>químicos disponíveis no mercado.</p><p>» utilizar embalagens que garantam a manutenção da esterilidade do conteúdo, bem</p><p>como a sua transferência sob técnica asséptica.</p><p>» As embalagens devem estar regularizadas junto à Anvisa, para uso especifico em</p><p>esterilização. Além disso, não é permitido o uso de embalagens de papel kraft,</p><p>papel toalha, papel manilha, papel jornal e lâminas de alumínio, assim como as</p><p>embalagens tipo envelope de plástico transparente não destinadas ao uso em</p><p>equipamentos de esterilização.</p><p>» A selagem de embalagens tipo envelope deve ser feita por termoseladora ou</p><p>conforme orientação do fabricante.</p><p>» Não é permitido o uso de caixas metálicas sem furos para esterilização de produtos</p><p>para saúde.</p><p>» Não é permitido o uso de embalagens de tecido de algodão reparadas com remendos</p><p>ou cerzidas e sempre que for evidenciada a presença de perfurações, rasgos, desgaste do</p><p>tecido ou comprometimento da função de barreira, a embalagem deve ter sua utilização</p><p>suspensa.</p><p>» É obrigatória a identificação nas embalagens dos produtos para saúde submetidos à</p><p>esterilização por meio de rótulos ou etiquetas.</p><p>O rótulo dos produtos para saúde processados deve ser capaz de se manter legível e afixado nas</p><p>embalagens durante a esterilização, transporte, armazenamento, distribuição e até o momento do</p><p>uso.E deve conter (ANVISA, 2012).</p><p>I. nome do produto;</p><p>II. número do lote;</p><p>III. data da esterilização;</p><p>IV. data limite de uso;</p><p>V. método de esterilização;</p><p>VI. nome do responsável pelo preparo.</p><p>47</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>A desinfecção química</p><p>As unidades de CME que realizem desinfecção química devem dispor de uma sala exclusiva. Na</p><p>situação do serviço, realizar desinfecção ou esterilização química líquida automatizada, e também</p><p>dispor de área e condições técnicas necessárias para instalação do equipamento (ANVISA, 2012).</p><p>Já na sala responsável pela desinfecção química, o enxágue dos produtos para saúde deve ser</p><p>realizado com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em normatização específica</p><p>(ANVISA, 2012).</p><p>O transporte de produtos para saúde submetidos à desinfecção de alto nível no CME deve ser feito</p><p>em embalagem ou recipiente fechado (ANVISA, 2012).</p><p>O CME deve realizar a monitorização dos parâmetros indicadores de efetividade dos desinfetantes</p><p>para artigo semicrítico, como concentração, pH ou outros, no mínimo 1 vez ao dia, antes do início</p><p>das atividades (ANVISA, 2012).</p><p>E a esterilização?</p><p>» É proibido o uso de autoclave gravitacional de capacidade superior a 100 litros.</p><p>» Não é permitido o uso de estufas para a esterilização de produtos para saúde.</p><p>» É obrigatório a realização de teste para avaliar o desempenho do sistema de remoção de ar</p><p>(Bowie & Dick) da autoclave assistida por bomba de vácuo, no primeiro ciclo do dia.</p><p>» Não é permitida a alteração dos parâmetros estabelecidos na qualificação de</p><p>operação e de desempenho de qualquer ciclo dos equipamentos de esterilização.</p><p>1º O ciclo de esterilização a vapor para uso imediato só pode ocorrer em caso de urgência e emergência</p><p>e deve ser documentado com o registro da data, hora, motivo do uso, nome do instrumental cirúrgico</p><p>ou produto para saúde, nome e assinatura do profissional responsável pelo CME e identificação do</p><p>paciente.Esse O ciclo deve ser monitorado por integrador ou emulador químico (ANVISA, 2012).</p><p>Do armazenamento</p><p>Os produtos esterilizados devem ser armazenados em local limpo e seco, sob proteção da luz solar</p><p>direta e submetidos à manipulação mínima (ANVISA, 2012).</p><p>Do transporte</p><p>O transporte de produtos para saúde processados deve ser feito (ANVISA, 2012):</p><p>» em recipientes fechados e em condições que garantam a manutenção da identificação</p><p>e a integridade da embalagem;</p><p>48</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>» deve ser feito em recipiente exclusivo para este fim, rígido, liso, com sistema de</p><p>fechamento; estanque, contendo a lista de produtos a serem processados e o nome</p><p>do serviço solicitante;</p><p>» devem ser transportados para o serviço de saúde em recipientes fechados que</p><p>resistam às ações de punctura e ruptura, de forma a manter a integridade da</p><p>embalagem e a esterilidade do produto;</p><p>OBSERVAÇÃO: Os recipientes devem estar identificados com o nome da empresa processadora ou</p><p>do CME de funcionamento centralizado, o nome do serviço a que se destina e conter uma lista anexa</p><p>com a relação de produtos processados.</p><p>O trabalhador responsável pelo transporte deve receber treinamento quanto à higienização das</p><p>mãos e uso de equipamento de proteção individual.</p><p>Podemos observar o quanto a CME é fundamental para o controle de infecção, baseado nas exigências</p><p>técnicas contidas na resolução da ANVISA.</p><p>49</p><p>CAPÍTULO 10</p><p>Endoscopia</p><p>É fundamental que os pacientes, em sua totalidade, sejam considerados como uma fonte potencial de</p><p>infecção, assim como todos os endoscópios e dispositivos acessórios devem ser descontaminados</p><p>com o mesmo grau de rigorosidade após cada evento endoscópico (WGO, 2011)</p><p>A equipe profissional, que atua na sala de endoscopia deve ser treinada e aderir aos procedimentos</p><p>regulares de controle de infecções visando proteger tanto os pacientes quanto a equipe.</p><p>O patógeno ao ser transmitido envia todos os elos da denominada “corrente de infecção” para que</p><p>possa manter-se intacto. Porém, com a interrupção de um desses elos obtém um bloqueio suficiente</p><p>para impedir o desenvolvimento da infecção (WGO, 2011).</p><p>Sequência do reprocessamento do</p><p>endoscópio</p><p>A adesão às diretrizes é a principal forma que compromete a segurança do reprocessamento</p><p>do endoscópio. A ausência do cumprimento das recomendações pode não somente provocar a</p><p>transmissão de patógenos como também elevar o risco de se ter um diagnóstico errado (por causa</p><p>da introdução de material patológico de um paciente para outro paciente), mau funcionamento dos</p><p>instrumentos e redução de sua vida útil (WGO, 2011).</p><p>A maioria das diretrizes para reprocessamento do endoscópio indica os seis passos seguintes (WGO,</p><p>2011):</p><p>» Limpeza;</p><p>» Enxágue;</p><p>» Desinfecção;</p><p>» Enxágue;</p><p>» Secagem;</p><p>» Armazenamento.</p><p>O reprocessamento do endoscópio envolve dois componentes básicos que são detalhados nas</p><p>seguintes seções (WGO, 2011):</p><p>» Limpeza manual inclui escovação e exposição de todos os componentes externos</p><p>e internos acessíveis com um detergente de baixa espuma compatível com</p><p>endoscópios.</p><p>» A desinfecção automática, o enxágue e a secagem de todas as superfícies expostas</p><p>do endoscópio.</p><p>50</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Se houver dúvida sobre se o endoscópio foi submetido a um reprocessamento completo, deve ser</p><p>completado um novo ciclo de limpeza e desinfecção (WGO, 2011).</p><p>Reprocessamento de endoscópios: princípios gerais aplicáveis para todos os níveis de recursos.</p><p>Fonte: WGO, 2011.</p><p>Limpeza do endoscópio</p><p>Procedimentos gerais</p><p>A primeira limpeza deve ser feita antes de desconectar o endoscópio do processador de vídeo/fonte</p><p>de luz. Após a retirada do endoscópio do paciente, pode-se iniciar o reprocessamento observando os</p><p>seguintes passos (WGO, 2011):</p><p>1. Limpar detritos macroscópicos aspirando detergente pelo canal (250 mL/minuto).</p><p>2. Certificar que o canal não esteja obstruído.</p><p>3. Irrigar os canais de ar e água para verificar se não há obstruções causadas pela água.</p><p>4. Expelir restos de sangue, muco ou outros materiais.</p><p>5. Enxugar o tubo de inserção.</p><p>6. Verificar marcas de mordidas ou outras irregularidades na superfície.</p><p>7. Desconectar o endoscópio do processador de vídeo/fonte de luz.</p><p>51</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>8. Transferir o endoscópio para uma sala de reprocessamento com sistema de exaustão</p><p>de ar.</p><p>9. Realizar um teste diário de vazamento para conferir a integridade de todos os canais</p><p>antes do reprocessamento.</p><p>Se algum dos passos acima mencionados não for factível por falta de recursos, considerar as</p><p>seguintes alternativas (WGO, 2011):</p><p>» Limpeza com detergente não enzimático.</p><p>» Limpeza muito cuidadosa com sabão e água de qualidade aceitável, como padrão</p><p>mínimo.</p><p>» Utilizar água estéril, filtrada, potável ou fervida.</p><p>Limpeza ultra-sônica</p><p>Pode se necessária a utilização da limpeza ultra-sônica, dos acessórios reutilizáveis do endoscópio</p><p>e seus componentes, para remover material das áreas difíceis de limpar. A seguir são apresentadas</p><p>as recomendações (WGO, 2011):</p><p>» Utilizar um detergente não espumante e adequado tanto para a limpeza manual</p><p>como para a ultrassônica.</p><p>» De preferência utilizar soluções detergentes enzimáticas.</p><p>» No caso de detergentes enzimáticos, respeitar o tempo de contato específico</p><p>recomendado pelo fabricante.</p><p>» É preciso minimizar a inalação de aerossóis e detergentes contendo enzimas que possam</p><p>produzir reações anafiláticas, tampando o recipiente do detergente.</p><p>Detergentes</p><p>Na limpeza dos endoscópios, podem ser utilizados detergentes, com ou sem enzimas e detergentes</p><p>contendo substâncias antimicrobianas. É recomendado utilizar detergentes não espumantes. A</p><p>espuma pode dificultar o bom contato do líquido com as superfícies do dispositivo e impedir um</p><p>campo de visão claro durante o processo de limpeza, expondo o pessoal a risco de lesões (WGO, 2011).</p><p>O detergente escolhido deve soltar o material orgânico e não orgânico, de forma que a ação de</p><p>irrigação do líquido detergente seguida de água eliminem o material indesejado (WGO, 2011).</p><p>52</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Desinfecção dos endoscópios</p><p>Procedimentos gerais</p><p>O reprocessamento do endoscópio imediatamente após o uso é uma norma comumente aceita. Se o</p><p>endoscópio for armazenado em um ambiente limpo, pode ser feita uma exceção (WGO, 2011).</p><p>A seguir são apresentadas as recomendações para uma desinfecção eficaz de um germicida químico</p><p>líquido (WGO, 2011):</p><p>» Utilizar um reprocessador de endoscópios automático.</p><p>» Realizar a desinfecção em uma área especialmente desenhada para esses efeitos</p><p>com instalações para exaustão de ar.</p><p>» Irrigar todo o endoscópio com um desinfetante de alto nível ou esterilizante químico</p><p>na temperatura correta e durante o tempo adequado.</p><p>» Concluir a desinfecção enxaguando com água (estéril ou filtrada) ou álcool.</p><p>» Secar corretamente cada endoscópio com ar comprimido.</p><p>Com vistas à proteção do pessoal durante o processo de desinfecção, os seguintes aparelhos e</p><p>equipamentos são recomendados (WGO, 2011):</p><p>» Aventais impermeáveis de manga longa; trocar entre um paciente e outro.</p><p>» Luvas suficientemente longas para cobrir os antebraços.</p><p>» Óculos de proteção para impedir a irritação conjuntival e proteger contra respingos.</p><p>» Máscaras faciais descartáveis impregnadas com carvão para reduzir a inalação de</p><p>vapor.</p><p>» Um respirador de vapor aprovado por se houver derramamento ou outras</p><p>emergências.</p><p>» Salas com ventilação apropriada e troca de ar desenhadas para uso com agentes</p><p>desinfetantes.</p><p>Esterilização do endoscópio</p><p>A esterilização é usada para processar os acessórios do endoscópio por meios físicos ou químicos. É</p><p>relevante destacar que o termo “esterilização” não deve ser considerado equivalente a “desinfecção”</p><p>e que não existe um estado “parcialmente estéril” (WGO, 2011).</p><p>53</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>Os principais métodos de esterilização utilizados em estabelecimentos de saúde são o vapor sob</p><p>pressão, calor seco, gás óxido de etileno, peróxido de hidrogênio, plasma de gás e os produtos químicos</p><p>líquidos.Os endoscópios flexíveis não suportam temperaturas altas de processamento (> 60 °C) e</p><p>não podem ser autoclavados nem desinfetados utilizando água quente ou vapor subatmosférico.</p><p>Ressalta-se que não há evidências indicando a esterilização dos endoscópios flexíveis e nem que</p><p>essa melhore a segurança do paciente diminuindo o risco de transmissão de infecções (WGO, 2011).</p><p>Armazenamento do endoscópio</p><p>Recomendações para armazenamento (WGO, 2011):</p><p>» Garantir secagem correta antes de armazenar o endoscópio.</p><p>» Pendurar o endoscópio preferentemente em posição vertical para facilitar a secagem.</p><p>» Remover tampas, válvulas e outros componentes destacáveis, segundo as instruções</p><p>do fabricante.</p><p>» Desenrole os tubos de inserção.</p><p>» Proteger os endoscópios da contaminação colocando uma tampa descartável sobre</p><p>eles.</p><p>» Utilizar uma sala ou gabinete bem arejado para uso excluso</p><p>de endoscópios</p><p>reprocessados.</p><p>» Marcar claramente os endoscópios reprocessados.</p><p>» Evitar a contaminação dos endoscópios desinfetados por contato com o meio</p><p>ambiente ou por armazenagem prolongada em áreas que podem promover a</p><p>multiplicação de patógenos.</p><p>» As novas instalações de armazenagem diminuem o risco de contaminação cruzada,</p><p>permitindo o uso imediato dos endoscópios armazenados.</p><p>Acessórios endoscópicos</p><p>Os acessórios descartáveis são de uso único. Se, por algum motivo, tiverem que ser reutilizados,</p><p>devido a recursos limitados por exemplo, é indispensável que sejam submetidos a uma limpeza,</p><p>desinfecção e esterilização completas entre cada uso (WGO, 2011).</p><p>Os passos envolvidos são resumidos a seguir (WGO, 2011):</p><p>» Desmontar.</p><p>» Escovar.</p><p>54</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>» Enxaguar.</p><p>» Secar.</p><p>Acessórios que ultrapassem a barreira mucosa (pinças de biópsia, fios-guia, escovas para citologia,</p><p>outros instrumentos cortantes) (WGO, 2011):</p><p>» Utilizar uma vez só, ou;</p><p>» Limpar com ultrassom ou mecanicamente e depois esterilizar ou passar por</p><p>autoclave entre um paciente e outro;</p><p>» Os acessórios que não são passados por meio do canal (recipiente de água, bugias)</p><p>devem ser passados por autoclave durante 20 minutos a 134 °C;</p><p>» As válvulas de borracha devem ser trocadas após passar por elas uma pinça de</p><p>biópsia, fios-guia e/ou outros acessórios.</p><p>Eficácia da desinfecção e certificação de</p><p>qualidade</p><p>O processo de desinfecção acabar com a maioria, se não todos, os microrganismos patogênicos com</p><p>exceção dos esporos bacterianos. A desinfecção é obtida habitualmente utilizando químicos líquidos</p><p>ou de pasteurização úmida, e sua eficácia se vê comprometida pelos seguintes fatores (WGO, 2011):</p><p>» Limpeza prévia do objeto;</p><p>» Presença de carga orgânica e inorgânica;</p><p>» Tipo e nível de contaminação microbiana;</p><p>» Concentração de germicida e tempo de exposição a ele;</p><p>» Presença de biofilmes;</p><p>» Temperatura e pH utilizados para o processo de desinfecção.</p><p>Passo Recursos</p><p>Atividade de reprocessamento do</p><p>endoscópio</p><p>3 Enxâgue</p><p>Meio limitado</p><p>» Enxágue o endoscópio e as válvulas com água</p><p>corrente potável</p><p>» Submirja o endoscópio e irrigue todos os canais</p><p>» Descarte a água do enxague após cada uso para</p><p>evitar a concentração do detergente e o risco de</p><p>diminuir a eficácia da solução do desinfetante</p><p>» Limpe e enxágue o recipiente antes do próximo</p><p>procedimento</p><p>Extenso » faz parte do reprocessamento automático</p><p>55</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>4 Desinfecção</p><p>Meio limitado</p><p>» Submirja o endoscópio e as vávulas em uma solução</p><p>desinfetante de eficácia comprovada (GA, PAA, OPA,</p><p>etc)</p><p>» Irrigue todos os canais com uma seringa até que o ar</p><p>seja eliminado para evitar espaços mortos</p><p>» Siga as recomendações do fabricante para determinar</p><p>o tempo de contato com a solução</p><p>» Remova a solução de desinfecção insuflando ar antes</p><p>de enxaguar</p><p>Extenso</p><p>Reporcessamento automático</p><p>» Limpeza com solução de detergente de eficácia</p><p>comprovada, segundo recomenda o fabricante</p><p>» Enxágue</p><p>» Desinfecção</p><p>» Enxágue Final</p><p>5 Enxágue Final</p><p>Limitado</p><p>» Enxágue o endoscópio e as válvulas em água</p><p>potável ou água fervida, submergindo o endoscópio e</p><p>irrigando todos os canais</p><p>Meio</p><p>» Enxágue o endoscópio e as válvulas em água com</p><p>corrente ou filtrada, submergindo o endoscópio e</p><p>irrigando todos os canai</p><p>Meio Limitado</p><p>» Descarte a água de enxágue após cada uso para</p><p>evitar a concentração de desinfetante que possa</p><p>danificar a mucusa</p><p>Extenso » Faz parte do processamento automático</p><p>6 Secagem</p><p>Meio Limitado</p><p>» Certifique a secagem final correta antes do</p><p>armazenamento</p><p>Limitado</p><p>» Seque com ar comprimido ou, se nao contar com ar</p><p>comprimido, injete ar com uma seringa limpa</p><p>Meio » Seque com ar comprimido ou injete álcool a 70%</p><p>Extenso</p><p>» Seque com ar comprimido de qualidade definida ou</p><p>injete álcool a 70%</p><p>7 Armazenamento</p><p>Todos os níveis</p><p>» Desmonte o endoscópio em um armário bem</p><p>ventilado</p><p>» Certifique que as válvulas estejam secas e lubrificar se</p><p>necessário</p><p>Limitado</p><p>» armazene o endoscópio separadamente ou em caixa</p><p>fechada limpa sem vávulas</p><p>Meio extenso » Armazene o endoscópio separadamente</p><p>Observações Todos níveis</p><p>» O álcool deve ser conservado corretamente, ele se</p><p>evapora rapidamente ao entrar em contato com o ar</p><p>–se a concentração for < 70%, não pode ser utilizada</p><p>de maneira confiável no processo de secagem</p><p>» O reprocessamento com escova deve seguir os</p><p>mesmo procedimentos que o reprocessamento do</p><p>endoscópio</p><p>» A solução desinfentante deveria ser examinada pelo</p><p>menos todos os dias para confirmar sua eficácia</p><p>utilizando a fita reagente do fabricante</p><p>» A secagem deve ser realizada após cada ciclo</p><p>de processamento e não simplesmente do</p><p>armazenamento</p><p>GA, glutaraldeído; OPA ortoftalaldeído; PAA, àcido peracético</p><p>Fonte: WGO, 2011</p><p>56</p><p>CAPÍTULO 11</p><p>Reprocessamento de artigos de uso</p><p>único</p><p>O reprocessamento pode ser definido como o processo de limpeza e desinfecção ou esterilização</p><p>a ser aplicado a produto médico, que garanta a segurança na sua utilização, incluindo controle da</p><p>qualidade em todas as suas etapas (ANVISA, 2006).</p><p>A ANVISA atualizou em 2006 as recomendações para os artigos de uso único, e para a adequada</p><p>utilização e interpretação desta temática faz-se necessário utilizar as definições relacionadas abaixo:</p><p>I. Artigos Críticos: São artigos ou produtos utilizados em procedimentos invasivos com</p><p>penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema vascular,</p><p>incluindo também todos os artigos que estejam diretamente conectados com esses</p><p>sistemas. Pelo grande risco de transmissão, devem ser esterilizados.</p><p>II. Artigos Semi-Críticos: São artigos ou produtos que entram em contato com a pele</p><p>ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização para</p><p>ter garantida a qualidade do seu múltiplo uso.</p><p>III. Desinfecção: Processo físico ou químico que elimina a maioria dos microrganismos</p><p>patogênicos de objetos inanimados e superfícies.</p><p>IV. Embalagem: Envoltório, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento</p><p>destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter produtos dos quais</p><p>trata este regulamento.</p><p>V. Empresa reprocessadora: Estabelecimento que presta serviços de</p><p>reprocessamento de produtos médicos.</p><p>VI. Equipamento de proteção individual (EPI): Dispositivo ou produto de uso</p><p>individual destinado à proteção contra riscos à saúde e à segurança no trabalho.</p><p>VII. Evento adverso: Qualquer efeito não desejado em humanos decorrente do uso de</p><p>produto sob vigilância sanitária.</p><p>VIII. Esterilização: Processo físico ou químico que elimina todas as formas de vida</p><p>microbiana, incluindo os esporos bacterianos.</p><p>IX. Limpeza: Consiste na remoção de sujidades visíveis e detritos dos artigos, realizada</p><p>com água adicionada de sabão ou detergente, de forma manual ou automatizada,</p><p>por ação mecânica, com consequente redução da carga microbiana. Deve preceder</p><p>aos processos de desinfecção ou esterilização.</p><p>57</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>X. Medida de proteção coletiva: dispositivo, sistema ou meio de abrangência</p><p>coletiva destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores.</p><p>XI. Produto médico: produto para a saúde, tal como equipamento, aparelho,</p><p>material, artigo ou sistema de uso ou aplicação médica, odontológica ou laboratorial,</p><p>destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou anticoncepção e</p><p>que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico para realizar sua</p><p>principal função em seres humanos, podendo entretanto ser auxiliado em suas</p><p>funções por tais meios.</p><p>XII. Protocolo de Reprocessamento: É a descrição dos procedimentos necessários à</p><p>realização do reprocessamento do produto médico. Deve ser instituído por meio de um</p><p>instrumento normativo interno do estabelecimento e validado pela equipe por meio</p><p>da execução de protocolo</p><p>teste.</p><p>XIII. Protocolo Teste: É a descrição dos procedimentos necessários ao teste da</p><p>metodologia proposta para o reprocessamento do produto médico.</p><p>XIV. Reprocessamento de produto médico: Processo de limpeza e desinfecção</p><p>ou esterilização a ser aplicado a produtos médicos, que garanta o desempenho e a</p><p>segurança.</p><p>XV. Serviço de Saúde: estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações de</p><p>atenção à saúde da população, em regime de internação ou não, incluindo atenção</p><p>realizada em consultórios e domicílios.</p><p>XVI. Validação: Validação é um processo estabelecido por evidências documentadas</p><p>que comprovam que uma atividade específica apresenta conformidade com as</p><p>especificações predeterminadas e atende aos requisitos de qualidade.</p><p>As empresas reprocessadoras e os serviços de saúde que realizam o reprocessamento de produtos</p><p>médicos críticos e semi-críticos devem elaborar, validar e implantar os protocolos de reprocessamento</p><p>atendendo ao estabelecido nestas diretrizes, visando à segurança do paciente (ANVISA, 2006).</p><p>1o A validação dos protocolos de reprocessamento tem como objetivo garantir que o produto médico</p><p>reprocessado tenha desempenho e segurança compatível com a sua finalidade.</p><p>2o Os protocolos de reprocessamento devem garantir a qualidade do resultado e de todas as etapas</p><p>do processo, incluindo a avaliação de funcionalidade, esterilidade, rastreabilidade, condições de</p><p>armazenamento e descarte dos produtos.</p><p>3o Os serviços de saúde e as empresas reprocessadoras devem definir um responsável técnico de</p><p>nível superior pelo reprocessamento de produtos médicos.</p><p>A elaboração, a validação e a implantação de protocolos de reprocessamento devem seguir as</p><p>seguintes etapas (ANVISA, 2006):</p><p>58</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>I. Análise e pré-seleção dos produtos a serem reprocessados;</p><p>II. Elaboração de protocolo teste para cada marca e tipo de produto selecionado;</p><p>III. Avaliação dos resultados da aplicação do protocolo teste;</p><p>IV. Elaboração do protocolo de reprocessamento;</p><p>V. Capacitação da equipe para implantação do protocolo;</p><p>VI. Monitoramento da implantação do protocolo de reprocessamento;</p><p>VII. Monitoramento dos eventos adversos associados ao uso do produto reprocessado;</p><p>VIII. Monitoramento do descarte do produto reprocessado; e</p><p>IX. Revisão do protocolo de reprocessamento.</p><p>A análise e a pré-seleção dos produtos a serem reprocessados devem considerar os seguintes critérios</p><p>de inclusão (ANVISA, 2006) :</p><p>I. O produto não consta da lista negativa estabelecida na Resolução – RE no 2.605, de</p><p>2006, e não traz na sua rotulagem o termo “PROIBIDO REPROCESSAR”;</p><p>II. A análise do custo-benefício (custo do produto, volume esperado de</p><p>reprocessamento, custo do processo de trabalho, dos materiais e despesas gerais</p><p>para o reprocessamento, riscos e consequências da falha do produto e risco</p><p>ocupacional) justifica o reprocessamento do produto;</p><p>III. A tecnologia disponível para o reprocessamento do produto é compatível com as</p><p>propriedades do produto;</p><p>IV. O produto possui características que permitem a rastreabilidade e o controle do</p><p>número de reprocessamentos;</p><p>V. A instituição tem acesso aos métodos indicados nesta resolução para o controle da</p><p>qualidade do produto.</p><p>O protocolo teste, específico para cada marca e tipo de produto selecionado, deve ser elaborado</p><p>contemplando os seguintes aspectos:</p><p>I. Descrição do Produto a ser reprocessado, especificando: nome, número de registro</p><p>ou cadastro na Anvisa, nome do fabricante, dimensões, estrutura, e composição;</p><p>II. Classificação do produto segundo o risco em: artigo crítico ou semicrítico;</p><p>III. Descrição do tamanho da amostra e do número de reprocessamentos a que o</p><p>produto será submetido no teste;</p><p>59</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>IV. Descrição do método de reprocessamento proposto, compatível com o produto e</p><p>sua classificação de risco, especificando (ANVISA, 2006):</p><p>› as fases de reprocessamento de forma detalhada – limpeza, enxágue, secagem,</p><p>desinfecção, empacotamento, esterilização, rotulagem e acondicionamento;</p><p>› materiais e insumos a serem utilizados;</p><p>› medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual necessários;</p><p>V. Descrição da técnica de validação para cada fase do reprocessamento – padrões</p><p>de referência para cada fase (físicos, químicos e microbiológicos) e métodos de</p><p>verificação;</p><p>VI. Definição dos testes de segurança (esterilidade, apirogenicidade, atoxicidade e</p><p>integridade) e de desempenho.</p><p>A validação do protocolo necessita ser documentada e assinada pelo responsável técnico do serviço</p><p>de saúde ou da empresa reprocessadora. Os protocolos de reprocessamento devem ser elaborados a</p><p>partir dos protocolos teste validados e devem conter (ANVISA, 2006):</p><p>I. Descrição do Produto especificando: nome, número de registro ou cadastro na</p><p>Anvisa, nome do fabricante, dimensões, estrutura e composição.</p><p>II. Controle do Protocolo: data de redação, edição, público- alvo, critério de</p><p>recolhimento, e nome e assinatura dos responsáveis pela validação do protocolo</p><p>teste e do responsável técnico.</p><p>III. Síntese dos resultados da aplicação do protocolo teste.</p><p>IV. Descrição do método de reprocessamento aprovado por meio do protocolo teste.</p><p>V. Descrição dos mecanismos de rastreabilidade do produto, incluindo o modelo do</p><p>prontuário de identificação do produto.</p><p>VI. Descrição do monitoramento da implantação do protocolo de reprocessamento</p><p>(vigilância de processos e resultados).</p><p>VII. Descrição do monitoramento dos eventos adversos associados ao uso do produto</p><p>incluindo a classificação dos eventos, formas de registro, de notificação e medidas</p><p>corretivas a serem adotadas.</p><p>VIII. Descrição do monitoramento do descarte do produto reprocessado.</p><p>Observação: os produtos classificados como críticos devem ter garantida sua rastreabilidade</p><p>individual (ANVISA, 2006).</p><p>60</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Os produtos críticos reprocessados devem possuir um prontuário de identificação com as seguintes</p><p>informações (ANVISA, 2006):</p><p>I. Nome do artigo;</p><p>II. Identificação individual do produto;</p><p>III. Número do registro da ANVISA/MS;</p><p>IV. Nome do fabricante;</p><p>V. Nome do fornecedor;</p><p>VI. Descrição da estrutura e composição;</p><p>VII. Dimensões;</p><p>VIII. Nome do responsável por cada reprocessamento;</p><p>IX. Local da realização do reprocessamento;</p><p>X. Data de cada reprocessamento.</p><p>Os produtos semicríticos reprocessados devem possuir um prontuário de identificação com as</p><p>seguintes informações (ANVISA, 2006):</p><p>I. Nome do artigo;</p><p>II. Número do registro da ANVISA/MS;</p><p>III. Nome do fabricante;</p><p>IV. Nome do fornecedor;</p><p>V. Descrição da estrutura e composição;</p><p>VI. Dimensões;</p><p>VII. Nome do responsável por cada reprocessamento;</p><p>VIII. Local da realização do reprocessamento;</p><p>IX. Data de cada reprocessamento.</p><p>Os serviços de saúde devem promover a monitoração e notificar os eventos adversos associados ao</p><p>uso dos produtos reprocessados e monitorar o descarte de produtos reprocessados.</p><p>“Lista de Produtos Médico-Hospitalares de Uso Único”.</p><p>1. Agulhas com componentes, plásticos não desmontáveis</p><p>61</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>2. Aventais descartáveis;</p><p>3. Bisturi para laparoscopia com fonte geradora de energia, para corte ou coagulação</p><p>com aspiração e irrigação;</p><p>4. Bisturis descartáveis com lâmina fixa ao cabo; (funcionalidade)</p><p>5. Bolsa coletora de espécimes cirúrgicos;</p><p>6. Bolsas de sangue;</p><p>7. Bomba centrífuga de sangue;</p><p>8. Bomba de infusão implantável;</p><p>9. Campos cirúrgicos descartáveis;</p><p>10. Cânulas para perfusão;</p><p>11. Cateter de Balão Intra-aórtico;</p><p>12. Cateter epidural;</p><p>13. Cateter para embolectomia, tipo Fogart;</p><p>14. Cateter para oxigênio;</p><p>15. Cateter para termodiluição (swan ganz/ similares);</p><p>16. Cateter para ureter duplo J;</p><p>17. Cateteres de diálise peritoneal de curta e longa permanência;</p><p>18. Cateteres e válvulas para derivação ventricular;</p><p>19. Cateteres para infusão venosa com lume</p><p>único, duplo ou triplo periféricos ou</p><p>centrais;</p><p>20. Clipes de aneurisma permanente e temporário;</p><p>21. Cobertura descartável para mesa de instrumental cirúrgico;</p><p>22. Coletores de urina de drenagens, aberta ou fechada;</p><p>23. Compressas cirúrgicas descartáveis;</p><p>24. Conjuntos de tubos para uso em circulação extracorpórea;</p><p>25. Dique de borracha para uso odontológico;</p><p>26. Dispositivo para infusão venosa periférica ou aspiração venosa;</p><p>62</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>27. Dispositivo para sutura mecânica, não desmontável linear ou circular;</p><p>28. Drenos em geral;</p><p>29. Eletrodo para geradores de pulsos implantáveis;</p><p>30. Embalagens descartáveis para esterilização de qualquer natureza;</p><p>31. Endopróteses vascular implantável;</p><p>32. Equipos descartáveis de qualquer natureza exceto as linhas de diálise;</p><p>33. Esponjas Oftalmológicas;</p><p>34. Estabilizador de tecido tipo Octopus e similares;</p><p>35. Expansores de pele com válvula;</p><p>36. Extensões para eletrodos implantáveis;</p><p>37. Extensores para bomba de infusão e bomba de seringa;</p><p>38. Extensores para equipos com ou sem dispositivo para administração de</p><p>medicamentos;</p><p>39. Filtros de linha para sangue arterial;</p><p>40. Filtros para cardioplegia;</p><p>41. Filtros para veia cava;</p><p>42. Fios de sutura cirúrgica: fibra, natural, sintético ou colágeno, com ou sem agulha;</p><p>43. Geradores de pulso implantáveis;</p><p>44. Hemoconcentradores;</p><p>45. Injetores valvulados (para injeção de medicamentos, sem agulha metálica);</p><p>46. Implantes oftalmológicos;</p><p>47. Lâmina de Shaiver com diâmetro interno menor que 3mm;</p><p>48. Lâminas descartáveis de bisturi;</p><p>49. Lancetas de hemoglicoteste;</p><p>50. Lentes de contato descartáveis;</p><p>51. Linhas de Irrigação e Aspiração oftalmológicas;</p><p>63</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>52. Luvas cirúrgicas;</p><p>53. Luvas de procedimento;</p><p>54. Óleos de silicone Oftalmológico;</p><p>55. Oxigenador de bolhas;</p><p>56. Oxigenador de membrana;</p><p>57. Pinças e tesouras não desmontáveis de qualquer diâmetro para cirurgias vídeo</p><p>assistida laparoscópica;</p><p>58. Próteses oftalmológicas;</p><p>59. Próteses com materiais porosos;</p><p>60. Próteses valvulares cardíacas implantáveis;</p><p>61. Punch cardíaco plástico;</p><p>62. Reservatórios venosos para cirurgia cardíaca de cardioplegia e de cardiotomia;</p><p>63. Saco coletor de urina infantil;</p><p>64. Sensor débito cardíaco;</p><p>65. Sensores de Pressão Intra-Craniana;</p><p>66. Seringas plásticas exceto de bomba injetora de contraste radiológico;</p><p>67. Sistema de stent implantável;</p><p>68. Soluções viscoelásticas oftalmológicas;</p><p>69. Sondas de aspiração;</p><p>70. Sondas gástricas e nasogástricas exceto fouché;</p><p>71. Sondas retais;</p><p>72. Sondas uretrais, exceto uso em urodinâmica;</p><p>73. Sondas vesicais;</p><p>74. Sugador cirúrgico plástico para uso em odontologia;</p><p>75. Torneirinha multivias plástica;</p><p>76. Transdutores de pressão sanguínea (sistemas fechados);</p><p>77. Trocater não desmontável com válvula de qualquer diâmetro;</p><p>78. Tubo de coleta de sangue.</p><p>64</p><p>CAPÍTULO 12</p><p>Controle de animais sinantrópicos</p><p>O conceito de animais sinantrópicos está relacionado aos animais que, nos locais de concentração de</p><p>populações humanas, como os centros urbanos, cidades, vilas, possuem características de adaptação,</p><p>sobrevivência e proliferação em ambiente não-similar ao seu de origem. Tem representantes</p><p>desejáveis ou que não causam graves inconvenientes, bem como aqueles que, por seus hábitos de</p><p>alimentação ou trânsito, comprometem de diversos modos a saúde humana. (FERNANDES, 2000).</p><p>Principais animais sinantrópicos de importância médica de encontro mais frequente em instalações</p><p>da atenção à saúde.</p><p>Artrópodes</p><p>» Rasteiros</p><p>› Baratas;</p><p>› Formigas;</p><p>› Pulgas;</p><p>› Percevejos;</p><p>› Carrapatos;</p><p>› Animais vevenosos ou peçonhentos.</p><p>Voadores</p><p>» Moscas;</p><p>» Mosquitos;</p><p>» Marimbondos;</p><p>» Vespas;</p><p>» Abelhas.</p><p>Aves</p><p>» Mamíferos.</p><p>› Roedores;</p><p>65</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>› Morcegos;</p><p>› Gatos.</p><p>A observação sobre a área de alimentação tem que ser constante, pois ela constitui um dos principais</p><p>pontos de origem ou atração para estas pragas. Porém os aspectos que serão citados deverão ser</p><p>observados também em outras áreas (FERNANDES, 2000).</p><p>» Área de Recepção de Alimentos: local onde estes devem ser inspecionados, de forma</p><p>geral, atentando-se para a presença de pragas contidas nos próprios gêneros ou em</p><p>suas embalagens; esta área deve ser mantida limpa, livre de resíduos e bem arejada.</p><p>» Despensa: As prateleiras devem estar afastadas das paredes, no mínimo 50 cm,</p><p>para permitir a limpeza do piso e das paredes, evitando o trânsito direto de pragas</p><p>rasteiras entre a instalação e os alimentos armazenados. As fontes de ventilação</p><p>deverão estar protegidas com tela de malha fina, para evitar a penetração de pragas.</p><p>» Área de Preparo: Os canais de ventilação também deverão estar protegidas com tela</p><p>de malha fina, para evitar a penetração de pragas. Remover frequentemente os</p><p>acúmulos de gordura de coifas, fornos e fogões,mantendo livres de resíduos ralos e</p><p>grades de escoamento de líquidos.</p><p>» Área de Serviço: Manter em bom estado de conservação e limpeza balcões de</p><p>aquecimento, máquinas de refrigerantes ou sucos, bem como utensilhos.</p><p>» Áreas de Circulação Restrita: Lactários, copas, sala de curativos, lavanderias (áreas</p><p>suja e limpa),cirurgia e UTI.</p><p>» Áreas de atenção para grandes focos: Serviço de nutrição e dietética, despensa, cozinha,</p><p>lavanderia, lixeira, almoxarifado, salas de repouso de uso interno.</p><p>A inspeção deve ser (FERNANDES, 2000):</p><p>» De rotina: no mínimo a cada seis meses na instalação como um todo.</p><p>» Extraordinárias: executada a cada três meses nas áreas de foco ou na ocorrência de</p><p>manifestações repetidas.</p><p>66</p><p>CAPÍTULO 13</p><p>Velório</p><p>Os estabelecimentos funerários e congêneres devem possuir os seguintes documentos para seu</p><p>funcionamento (ANVISA, 2007):</p><p>a. Alvará expedido pelo setor de finanças ou fazenda municipal, autorizando o</p><p>desenvolvimento das atividades no município;</p><p>b. Alvará ou Licença Sanitária expedida pela Vigilância Sanitária Estadual, Vigilância</p><p>Sanitária Municipal ou do Distrito Federal, conforme a competência pactuada;</p><p>Os estabelecimentos prestadores de serviços de Tanatopraxia, Conservação de Restos Mortais</p><p>Humanos, Higienização e/ou Tamponamento, devem dispor do Plano de Gerenciamento de Resíduos</p><p>de Serviços de Saúde (PGRSS) elaborado e implantado em conformidade com a RDC ANVISA no</p><p>306/2004, Resolução CONAMA no 358/2005 e/ou outros atos normativos que vierem a substituí-las</p><p>ou complementa-las. Esses deverão disponibilizar equipamentos de proteção individual e coletiva,</p><p>de acordo com o previsto no Programa Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de</p><p>prevenção de Riscos Ambientais (ANVISA, 2007).</p><p>Os procedimentos de Conservação de Restos Mortais Humanos e Tanatopraxia deverão ser</p><p>registrados em “Ata de Procedimento de Conservação de Restos Mortais” , conforme RDC ANVISA</p><p>no 68/2007 e/ou outra norma que vier a substituí-la ou complementá-la.</p><p>Higienização, tamponamento, conservação</p><p>de restos mortais humanos e Tanatopraxia</p><p>Os estabelecimentos que realizam procedimentos de higienização, tamponamento e ou conservação</p><p>de restos mortais humanos deverão possuir as seguintes áreas:</p><p>a. área para embarque e desembarque de carro funerário: área exclusiva,</p><p>com acesso privativo, distinto do acesso público ao estabelecimento funerário, com</p><p>área mínima de 21 m²;</p><p>b. sala para higienização, tamponamento e procedimentos de conservação</p><p>de restos mortais humanos: sala com acesso restrito aos funcionários do</p><p>setor, devendo possuir área mínima de 9,00 m² para uma mesa tanatológica,</p><p>acrescentando-se 5,00 m² por mesa tanatológica adicional. Devem atender ainda</p><p>às seguintes especificações:</p><p>› Sistema mecânico de exaustão;</p><p>› Recursos para lavagem das mãos: pia ou lavatório com torneira ou comando</p><p>67</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>que dispensa o contato das mãos para o fechamento da água,</p><p>provisão de sabão</p><p>líquido, além de recursos para secagem das mãos;</p><p>› Mesa ou bancada tanatológica para higienização de restos mortais humanos,</p><p>com formato que facilita o escoamento de líquidos, feita em material liso e</p><p>impermeável e que possibilite processos repetidos e sucessivos de limpeza,</p><p>descontaminação e desinfecção.</p><p>› Vestiários para funcionários diferenciados por sexo, com área para escaninhos e</p><p>boxes individualizados para chuveiros e bacias sanitárias;</p><p>a. sala ou área para higienização e esterilização de materiais e equipamentos,esse</p><p>ambiente deve possuir:</p><p>› acesso restrito aos funcionários do setor;</p><p>› recursos para lavagem das mãos: pia ou lavatório com torneira ou comando</p><p>que dispensa o contato das mãos para o fechamento da água, provisão de sabão</p><p>líquido, além de recursos para secagem das mãos;</p><p>› bancada com pia em material liso, impermeável para higienização de</p><p>equipamentos e materiais;</p><p>› Equipamento compatível com a demanda do estabelecimento e com os</p><p>equipamentos e materiais que se pretendem esterilizar.</p><p>Observação: A atividade de preparo e esterilização de materiais pode ser executada na sala para</p><p>preparo e higienização de restos mortais humanos, desde que haja barreira técnica e que as</p><p>condições descritas no item C sejam observadas. Os recursos para higienização das mãos podem</p><p>ser apenas um para os dois ambientes (ANVISA, 2007).</p><p>Armazenagem temporária de restos mortais</p><p>humanos</p><p>Os Estabelecimentos Funerários que oferecerem a armazenagem temporária de restos mortais</p><p>humanos devem possuir câmara frigorífica exclusiva e compatível com a atividade, constituída</p><p>de material sanitário e com formato que facilite a execução dos procedimentos de limpeza,</p><p>descontaminação e desinfecção (ANVISA, 2007).</p><p>68</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Remoção e translado de restos mortais</p><p>humanos</p><p>Para realizar a atividade de translado de restos mortais humanos, além do disposto nos itens 1 e 2</p><p>deste capítulo, os Estabelecimentos Funerários devem possuir veículo:</p><p>› destinado exclusivamente para esse fim;</p><p>› passível de lavagem e desinfecção frequentes;</p><p>› dotado de compartimento exclusivo para transporte de urnas funerárias, com</p><p>revestimento em material impermeável e resistente a repetidos processos de</p><p>limpeza, descontaminação e desinfecção.</p><p>Velório</p><p>Para realizar a atividade de velório os Estabelecimentos Funerários devem possuir (ANVISA, 2007):</p><p>a. sala de velório: ambiente exclusivo e com área mínima de 15 m²;</p><p>b. sala de descanso: sala com condições de conforto; e 9</p><p>c. instalações sanitárias, separadas por sexo anexos a sala de velório ou de fácil acesso;</p><p>d. copa: ambiente destinado ao preparo, guarda e distribuição de refeições e lanches.</p><p>69</p><p>para (não) finalizar</p><p>As infecções hospitalares estão presentes dentro do contexto hospitalar há várias décadas.</p><p>Como profissionais de saúde, vocês estarão constantemente vivenciando situações que requerem</p><p>grande embasamento técnico e científico para que possam disponibilizar seus pareceres profissionais.</p><p>Sugiro que permaneçam se atualizando, lendo, aprimorando seus conhecimentos com vistas a sua</p><p>inserção na prática hospitalar de maneira qualificada.</p><p>Com dedicação, você verá que em um curto período de tempo sua qualificação profissional alcançará</p><p>grande sucesso. E esta qualificação será vivenciada de forma bastante natural.</p><p>Tenha em mente ainda que este é apenas um módulo do curso que está realizando. E que com a</p><p>junção de todos os módulos é que você será detentor de um título de especialização e muito além</p><p>disso, será um profissional com mais excelência.</p><p>Que você obtenha muito sucesso nesta caminhada!</p><p>70</p><p>Referências</p><p>BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de</p><p>saúde. – Brasília : Anvisa, 2007.</p><p>BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Infecção de Corrente Sanguínea:</p><p>Orientações para Prevenção de Infecção Primária deCorrente Sanguínea. – Brasília: Anvisa, 2010.</p><p>BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manuais de Orientação para Prevenção</p><p>de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – Corrente Sanguínea, Setembro 2010,</p><p>disponível em http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/servicosdesaude.</p><p>BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Orientações técnicas para o funcionamento</p><p>dos Estabelecimentos funerários e congêneres. – Brasília: Anvisa, 2007</p><p>BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de</p><p>saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. – Brasília: Anvisa, 2010.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento</p><p>de resíduos de serviços de saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de lavanderia hospitalar. Brasília, 1986.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria no 2616, de 12 de maio de 1998. Regulamenta as ações</p><p>de controle de infecção hospitalar no país, em substituição a Portaria MS no 930/92. Disponível em:</p><p><http//www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm>.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos</p><p>de saúde. Brasília, 2012.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de</p><p>Acreditação Hospitalar. - 3. ed. — Brasilia: Ministério da Saúde, 2002.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Resolução da Diretoria Colegiada</p><p>- RDC no 93 de 26 de maio de 2006.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada -</p><p>RDC n° 15 de 15 de março de 2012.</p><p>BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução- RE no 515 de 15 de</p><p>fevereiro de 2006.</p><p>BRASIL. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 41, n. 4, Aug. 2008</p><p>71</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 2005. Resolução Conama No 358,</p><p>de 29 de abril de 2005. Disponível em: < www.mma.conama.gov.br/conama></p><p>CONTANDRIOPOULOS, A.P., CHAMPAGNE, F., DENIS, J.L., PINEAULT, R. A avaliação na</p><p>área da saúde: Conceitos e métodos. In: HARTZ, Z.M.A. A avaliação em Saúde: Dos Modelos</p><p>Conceituais à Prática da Implantação de Programas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 29- 47, 1997.</p><p>DONABEDIAN,A. Evolución de La calidad de La atención médica: In: WHITE,K.L.; FRANCK, J.</p><p>(org). Investigaciones sobre serviços de salu: uma antologia. Washington, DC: OPAS, 1992.</p><p>p. 382-404.</p><p>FERNANDES, A. T. Infecção hospitalar e suas interfaces na área de saúde. São Paulo:</p><p>Atheneu, 2000.</p><p>HINRICHSEN, Sylvia Lemos et al . Candidemia em hospital terciário do nordeste do</p><p>Mundial para a Segurança do Paciente: http://www.who.int/patientsafety/en/index.html</p><p>OPAS/OMS: Compromisso Mundial em Prol da Segurança do Paciente -Aliança</p><p>SANTOS, A.A.M.;AYUB, C.A. O Administrador de saúde e o planejamento do controle de infecções</p><p>hospitalares. RAS -VoI. S, NO 17 -Oul-Dez, 2002</p><p>SES- SP. Divisão de Infecção Hospitalar do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria</p><p>Estadual de Saúde de São Paulo. MANUAL DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PRÁTICAS</p><p>DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. São Paulo, 2006.</p><p>WGO. World Gastroenterology Organisation. WGO/WEO. Global Guideline Endoscope</p><p>disinfection, 2011.</p><p>da incidência e da gravidade das infecções</p><p>hospitalares.</p><p>Dessa forma, iremos abordar neste módulo aspectos peculiares dos Sistemas de Controle de Infecção</p><p>hospitalar, incluindo a Acreditação Hospitalar e a interface das áreas de apoio hospitalar com o</p><p>controle de infecção.</p><p>Objetivos</p><p>» Conhecer as etapas de planejamento, implementação, controle e validação do</p><p>sistema de controle de infecção hospitalar.</p><p>» Demonstrar a ação do controle de infecção nos processos de acreditação hospitalar.</p><p>» Compreender a atuação da CCIH na certificação de qualidade.</p><p>» Relacionar a CCIH dos serviços de apoio do hospital.</p><p>9</p><p>UNIDADE I</p><p>SISTEMAS DE</p><p>CONTROLE</p><p>DE INFECÇÃO</p><p>HOSPITALAR</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>Planejamento, implementação,</p><p>controle e validação</p><p>Abordar a temática infecção hospitalar nos remete a ações que visem minimizar esses eventos. A</p><p>presença de índices de infecção hospitalar podem comprometer não somente a saúde individual,</p><p>como também o sistema de saúde em sua totalidade. Esses índices podem elevar a morbidade e</p><p>também a mortalidade dos clientes. Além desses aspectos, pode-se citar aumento do número de</p><p>leitos hospitalares utilizados, os custos envolvidos, entre outros. O importante desta análise é que,</p><p>baseado na literatura atual, com a implementação de um Sistema de Controle de Infecção Hospitalar</p><p>- SCIH - a maioria dos objetivos é alcançada. E estes objetivos podem ser assegurados, em grande</p><p>parte, principalmente pelas características específicas deste serviço (SANTOS, 2002).</p><p>A implementação de um SCIH requer planejamento. Estudos relatam que a implementação desse</p><p>serviço sem um adequado planejamento gera resultados insatisfatórios. Estes podem ser exemplificados</p><p>por profissionais mal treinados ou com pouco conhecimento na área, altos custos utilizados e acima</p><p>disso tudo uma baixa qualidade dos serviços dispensados aos pacientes. (SANTOS, 2002).</p><p>Planejar é um dos requisitos preliminares da administração em saúde. Busca-se com o planejamento</p><p>alcançar ótimos resultados em períodos determinados de tempo, preferencialmente em pouco tempo.</p><p>Esses resultados geralmente visam modificar uma situação que não está adequada. (SANTOS, 2002).</p><p>O processo de planejamento é indispensável na função administrativa, para adequar qualquer que</p><p>seja o evento. Este inclui também o planejamento executado dentro dos serviços de controle de</p><p>infecção (SANTOS, 2002).</p><p>Necessidades do planejamento para o</p><p>controle de infecções (Santos, 2002).</p><p>» Definição de objetivos;</p><p>10</p><p>UNIDADE I │ SISTEMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR</p><p>» Ordenação de recursos financeiros, materiais, humanos e institucionais;</p><p>» Determinação de métodos e formas de organizações;</p><p>» Estabelecimento de medidas de tempo, recursos;</p><p>» Localização espacial e conduta de uma pessoa ou grupo.</p><p>Condutas prejudiciais na administração do</p><p>controle de infecção (Santos, 2002)</p><p>» Ausência de clareza sobre os propósitos principais;</p><p>» A presença de rotina, que muitas vezes com a sua adoção perde-se o foco;</p><p>» Priorização de técnicas e métodos em detrimento dos objetivos primordiais;</p><p>» Fixação de objetivos de forma frágil;</p><p>» Presença de metas conflitantes.</p><p>Com isso, encontra-se nas instituições planejamentos formais e limitados ao papel. Fato este</p><p>recorrente nas instituições pela ausência de observação dos fatores citados acima. (SANTOS, 2002).</p><p>Como planejar o controle de infecção?</p><p>A adequada implementação de um serviço de controle de infecção necessita da existência de alguns</p><p>requisitos favoráveis. Estes devem estar presentes no aspecto institucional, administrativo e técnico</p><p>(SANTOS, 2002).</p><p>» Aspecto Institucional:</p><p>› Apoio político;</p><p>› Compreensão e participação dos profissionais;</p><p>› Fundamentação técnica;</p><p>› Fundamentação legal;</p><p>› Adequação, força, estabilidade e prestígio administrativo.</p><p>» Aspecto Administrativo (ANVISA, 1998; SANTOS, 2002):</p><p>› Criação de uma comissão específica;</p><p>11</p><p>SISTEMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE I</p><p>› As ideias fundamentais devem incorporar as competências administrativas;</p><p>› Nomear os componentes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;</p><p>› Propiciar a infraestrutura necessária a correta operacionalização da CCIH;</p><p>› Aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH;</p><p>› Garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos</p><p>e formuladores de políticas da instituição;</p><p>› Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela coordenação de</p><p>Controle de Infecção;</p><p>› Fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar.</p><p>» Aspecto Técnico:</p><p>› Profissionais com qualificação específica para seu gerenciamento;</p><p>› Educação continuada.</p><p>Por fim, com um adequado planejamento pode-se encontrar um verdadeiro programa de controle</p><p>de infecção hospitalar. (SANTOS, 2002).</p><p>Implementação</p><p>Para implementar e executar as ações mínimas requeridas por sistema de de Controle de Infecção</p><p>Hospitalar com vistas à adequação de normas conforme prevê o Art. 4o da Portaria no 2616/GM</p><p>de 12 de maio de 1998, os hospitais deverão constituir uma Comissão de Controle de Infecção</p><p>Hospitalar (CCIH) e um Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) formalmente criados e</p><p>seus membros indicados pelo diretor clínico ou responsável técnico da instituição.</p><p>A CCIH deve ter um papel normativo, direcionando às ações de prevenção e controle de infecção</p><p>hospitalar. Deve realizar reuniões periódicas, no mínimo bimensal, obrigatoriamente registrada em</p><p>ata (ANVISA, 1998).</p><p>O Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar deve ter um papel executivo, constituído de profissionais</p><p>com carga horária exclusiva para ações de prevenção e controle de infecção hospitalar (ANVISA, 1998).</p><p>A CCIH tem que elaborar um programa de prevenção, controle e assistência das infecções</p><p>hospitalares de acordo com as leis vigentes e características do hospital. Este programa deverá ser</p><p>avaliado periodicamente (ANVISA, 1998).</p><p>A CCIH deve (ANVISA, 1998):</p><p>12</p><p>UNIDADE I │ SISTEMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR</p><p>1. Planejar, estudar, implementar, promover e divulgar ações de prevenção e controle</p><p>de infecções hospitalares;</p><p>2. Elaborar e promover a qualidade dos serviços e da assistência prestada ao paciente</p><p>e a capacitação dos profissionais da instituição em assuntos relativos ao controle de</p><p>infecção hospitalar;</p><p>3. Notificar casos de doenças sob vigilância e agravos inusitados à saúde atendidos</p><p>no hospital e auxiliar na implementação de medidas de prevenção e controle das</p><p>doenças de notificação compulsória.</p><p>4. Promover o uso racional de antimicrobianos no hospital.</p><p>O NCIH deve (ANVISA, 1998):</p><p>5. Implementar, manter e avaliar ações da Comissão de Controle de Infecção</p><p>Hospitalar;</p><p>6. Implantar e manter um sistema de vigilância epidemiológica adequada às</p><p>características do Hospital;</p><p>7. Realizar investigação epidemiológica de surtos e implantar medidas de controle;</p><p>8. Propor e cooperar na elaboração, implementação e supervisão da aplicação</p><p>de normas e rotinas técnico-administrativas visando à prevenção, controle e o</p><p>tratamento das infecções hospitalares;</p><p>9. Propor medidas técnico-administrativas para controlar e prevenir a disseminação</p><p>de microorganismos responsáveis por infecções hospitalares por meio de medidas</p><p>de precauções e de isolamento;</p><p>10. Participar da elaboração do formulário terapêutico contendo os antimicrobianos</p><p>necessários para a profilaxia e o tratamento das infecções nos diferentes serviços</p><p>do hospital;</p><p>11. Elaborar e implementar estratégias capazes de minimizar os riscos profissionais de</p><p>aquisição de microorganismos no ambiente hospitalar;</p><p>12. Atuar junto aos diversos serviços do hospital em programas de educação continuada</p><p>e comissões afins;</p><p>13. Promover uma base sistemática e integrada de análise e discussão, visando à</p><p>melhoria da qualidade dos serviços e da assistência prestada ao paciente;</p><p>14. Desenvolver e aplicar diretrizes clínicas práticas, protocolos, de modo a maximizar</p><p>a qualidade da assistência prestada,</p><p>bem como contribuir na formação de</p><p>profissionais, minimizando os custos e otimizando os recursos;</p><p>15. Buscar ativamente os casos suspeitos de doenças sob vigilância epidemiológica</p><p>e agravos inusitados à saúde atendidos no hospital (ambulatórios, enfermarias e</p><p>pronto socorro) e notificá-los.</p><p>13</p><p>SISTEMAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE I</p><p>Controle</p><p>O sistema de Controle de Infecção em Serviços de Saúde é sinônimo de controle de qualidade.</p><p>Baseado nisso, essa atividade está sendo desenvolvida pela Anvisa com muito empenho, em parceria</p><p>com Vigilâncias Sanitárias estaduais, municipais, hospitais públicos e privados, instituições de</p><p>ensino e profissionais de saúde. O objetivo principal é divulgar ações que atuem na prevenção das</p><p>infecções adquiridas nas unidades de saúde - hospitais, clínicas e ambulatórios (ANVISA, 2010).</p><p>Validação</p><p>A validade de conteúdo aborda o reconhecimento de que maneira uma medida incorpora e reflete</p><p>o domínio do fenômeno que está sendo estudado. Ela gera representatividade ou relevância dos</p><p>tópicos ou componentes do instrumento de medida da mesma forma que pode assegurar que os</p><p>itens de um instrumento representam e cobrem adequadamente aquilo que se pretende mensurar.</p><p>A validade de conteúdo acontece quando existir um consenso de que ela mede o que se propõe a</p><p>medir. Trata-se de um julgamento quanto à clareza, compreensibilidade ou redundância dos itens</p><p>do instrumento, realizado por meio de um comitê de especialistas (SES-SP, 2006).</p><p>O processo de validação pode ser executado observando-se as seguintes etapas (SES-SP, 2006):</p><p>» Fundamentação;</p><p>» Ajuste de padronização;</p><p>» Quantificação;</p><p>» Julgamento;</p><p>» Validação de conteúdo dos itens do indicador;</p><p>» Validade de todo o conteúdo de instrumento referente ao indicador.</p><p>Um exemplo de como pode ser executado o processo de validação, é o que foi executado pela</p><p>Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, seguindo as seguintes etapas (SES-SP, 2006) :</p><p>» Composição dos grupos de especialistas para realizar o julgamento dos indicadores;</p><p>» Técnica de trabalho de grupo dos especialistas para o julgamento dos indicadores;</p><p>» Técnica de julgamento pelos especialistas;</p><p>» Técnica de consenso do julgamento dos especialistas.</p><p>14</p><p>UNIDADE II</p><p>SISTEMAS DE</p><p>ACREDITAÇÃO</p><p>HOSPITALAR</p><p>O ensejo de unidades hospitalares busca alcançar um serviço de excelência. Uma das maneiras</p><p>de se obter esse objetivo é a permanente preocupação com a qualidade nas ações de gestão e de</p><p>assistência. Outro fator relevante, neste aspecto é a implantação de serviços coerentes entre a</p><p>equipe multidisciplinar, entre as quais, pode-se citar as áreas administrativas, médica, econômica,</p><p>assistencial, tecnológica e muitas vezes as áreas de pesquisa e educação.(BRASIL, 2002)</p><p>O Ministério da saúde vem fazendo uso de vários programas com vistas à melhoria da qualidade</p><p>da assistência, entre eles, vale ressaltar os programas: humanização da assistência, modernização</p><p>gerencial dos grandes estabelecimentos, assim como o da Acreditação Hospitalar. (BRASIL,2002)</p><p>A acreditação surgiu de uma necessidade em se alcançar a eficiência. Essa tem como meta desenvolver</p><p>um consenso de padrões e níveis de qualidade de maneira sustentável.Com o investimento do</p><p>Ministério da saúde, desde 1997, em campanhas de sensibilização, apresentações de paletras, entre</p><p>outros (BRASIL, 2002; FERNANDES, 2000).</p><p>Como parte integrante do sistema de saúde, as unidades de controle de infecção hospitalar também</p><p>fazem parte do sistema de acreditação. É o que veremos agora.</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>O controle de infecção nos processos</p><p>de Acreditação Hospitalar</p><p>Acreditação é um processo em que as organizações de saúde utilizam para avaliar e implementar a</p><p>qualidade dos serviços prestados. (BRASIL,2002)</p><p>O Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar avalia e verifica todos os serviços de um hospital</p><p>geral, estabelecendo três níveis de atenção, práticas ou métodos esperados, no qual o hospital será</p><p>classificado caso acreditado ou como não-acreditado (BRASIL, 2002):</p><p>Veremos agora quais são estes níveis...</p><p>a. Nível 1 — Exigências mínimas: as exigências contidas nesse nível contemplam</p><p>normas legais do exercício profissional e outras características imprescindíveis</p><p>15</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE II</p><p>para a prestação da assistência médico-hospitalar. O cumprimento dessas exigências</p><p>propicia ao hospital receber o selo “Acreditado”;</p><p>b. Nível 2 — Padrões de qualidade no atendimento: as exigências contidas nesse</p><p>nível buscam apontar instituições que, além de cumprirem as obrigações mínimas,</p><p>adotam boas práticas na organização da assistência médico-hospitalar, bem como</p><p>têm no paciente o foco central de sua atuação. Neste caso, o selo emitido é o de</p><p>“Acreditado pleno”; e,</p><p>c. Nível 3 — Padrões de excelência: as exigências contidas neste nível buscam</p><p>apontar as instituições que procuram sistematicamente a melhora continua do seu</p><p>atendimento e atingem padrões de excelência na prestação da assistência médico-</p><p>hospitalar. Neste caso, o selo informará: “Acreditado com excelência”.</p><p>Mas quais seriam os objetivos da acreditação?</p><p>Um programa de Acreditação em controle de infecção tem como objetivo qualificar as instituições</p><p>hospitalares públicas ou privadas no âmbito das infecções hospitalares (IH), conhecer e avaliar</p><p>o desempenho técnico das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e reconhecer</p><p>publicamente os hospitais que realmente efetivam as ações de controle de IH.(BRASIL, 2002;</p><p>FERNANDES,2000).</p><p>Vale ressaltar ainda que, de acordo com o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, o programa</p><p>de Acreditação hospitalar na CCIH é uma ação que visa à prevenção e Controle das IH de seus</p><p>clientes (internos e externos) (BRASIL,2002).</p><p>Os integrantes de cada nível serão apresentados, a seguir:</p><p>Controle de Infecções - Nível 1</p><p>A Organização conta com equipe multiprofissional habilitada; o serviço possui capacidade de</p><p>isolamento para clientes/pacientes portadores de doenças infectocontagiosas; realiza-se vigilância</p><p>epidemiológica dos clientes/pacientes internados nas áreas críticas (BRASIL, 2002).</p><p>Itens de Orientação</p><p>» Equipe multiprofissional habilitada e dimensionada adequadamente às necessidades</p><p>do serviço.</p><p>» Sistema de documentação e registros correspondentes aos procedimentos de</p><p>Controle de Infecções, conforme legislação vigente.</p><p>» Atuação da Comissão de Serviço de Controle de Infecção (CCI) na Organização.</p><p>» Normas e procedimentos específicos para as áreas críticas.</p><p>16</p><p>UNIDADE II │ SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR</p><p>» Precauções padrão e rotinas de isolamento.</p><p>» Interação com o Laboratório de Microbiologia e condutas para microorganismos</p><p>multiresistentes.</p><p>» Padronização e uso racional de antimicrobianos, conforme perfil da Organização.</p><p>» Procedimentos de lavagem simples e antissepsia das mãos e de biossegurança.</p><p>» Procedimentos de limpeza e desinfecção institucional.</p><p>» Vigilância epidemiológica em clientes/pacientes internados em áreas críticas.</p><p>Controle de Infecções - Nível 2</p><p>A Organização possui manual (is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizado(s)</p><p>e disponível(is), abordando o Controle de Infecções; o serviço executa atividades sistemáticas e</p><p>contínuas de vigilância epidemiológica e de monitorização; dispõe de programa de educação e</p><p>treinamento continuado, o qual busca a melhoria de processos e a prevenção de acidentes e sequelas;</p><p>ênfases de integração com os outros serviços da Organização (BRASIL, 2002).</p><p>Itens de Orientação</p><p>» Manual (is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizado(s) e</p><p>disponível(is).</p><p>» Ações sistemáticas e contínuas de busca ativa, bem como monitorização por meio</p><p>de sistema de registro dos resultados.</p><p>» Programa de educação e treinamento continuado.</p><p>» Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integração institucional.</p><p>» Sistema de análise crítica dos casos atendidos,</p><p>visando à melhoria da técnica,</p><p>controle de problemas, melhoria de processos e procedimentos, minimização de</p><p>riscos e efeitos colaterais.</p><p>» Registro do perfil de sensibilidade ou resistência a antimicrobianos.</p><p>» Procedimentos de orientação aos clientes/pacientes.</p><p>Controle de Infecções - Nível 3</p><p>Os serviços contêm um sistema de verificação da satisfação dos clientes (internos e externos); faz</p><p>parte do programa institucional da qualidade e produtividade, com evidências de ciclos de melhoria;</p><p>17</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE II</p><p>possui sistema de informação com dados, taxas e indicadores que viabilizam a avaliação do serviço e</p><p>a comparação com referenciais adequados (BRASIL, 2002).</p><p>Itens de Orientação</p><p>» Sistema de planejamento e melhoria contínua de estrutura, novas tecnologias,</p><p>atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos.</p><p>» Fluxo do programa destinado a controlar as infecções, processo de vigilância</p><p>epidemiológica e processamento de resultados.</p><p>» Ciclos de melhoria com impacto sistêmico.</p><p>» Sistema de aferição da satisfação dos clientes (internos e externos).</p><p>18</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>A atuação do CCIH nos processos de</p><p>certificação de qualidade</p><p>Antes de entendermos qual é a atuação da CCIH nos processos de certificação de qualidade, faço um</p><p>convite a vocês: Vamos entender o que é QUALIDADE?</p><p>Qualidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a união de características,</p><p>as quais incluem nível de excelência profissional, o uso racional de recursos, redução de risco ao</p><p>paciente/cliente, elevado grau de satisfação referida pelos usuários, além de levar em consideração</p><p>os valores da sociedade atual (DONABEDIAN, 1992).</p><p>Com a implementação do controle de qualidade nos serviços de saúde, uma mobilidade de</p><p>vários recursos humanos e financeiros é utilizada com o intuito de prover essa qualidade. Esta</p><p>movimentação baseia-se no fato de que a qualidade na execução dos serviços tem como resultado</p><p>último, o custo-efetividade (DONABEDIAN, 1992).</p><p>O controle de infecção tem ligação direta ao conceito de qualidade da assistência à saúde e de suas</p><p>atividades. De acordo como estas ações são realizadas, elas podem influenciar diretamente nos</p><p>resultados. A análise da qualidade da atenção dos serviços de saúde deve estar em consonância com</p><p>os dados técnico-científicos, além das crenças e perspectivas individuais e sociais do paciente,que</p><p>devem determinar a eficácia e a veracidade das ações (DONABEDIAN, 1992).</p><p>Portanto entende-se que o processo de avaliação é um item essencial da gestão e no caso específico</p><p>de avaliação da CCIH, pois as repercussões podem trazer grandes contribuições na execução das</p><p>atividades clínica dos profissionais e na prevenção do aparecimento das infecções hospitalares.</p><p>(CONTANDRIOPOULOS et al, 1997).</p><p>19</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>Manual de boas práticas de controle</p><p>de infecção hospitalar</p><p>Os manuais de boas práticas, geralmente, são construídos tendo como base fundamentações</p><p>científicas. E são validados por instituições públicas de renomado reconhecimento dentro do nosso</p><p>país. Estas podem ser exemplificadas, sem sombra de dúvida, pela ANVISA.</p><p>Abaixo seguem alguns dos itens que compõem as boas práticas de Controle de Infecção Hospitalar.</p><p>Higienização das mãos</p><p>As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam.</p><p>Podem ser divididas em (BRASIL,2007):</p><p>» Higienização simples das mãos;</p><p>» Higienização antisséptica das mãos;</p><p>» Fricção de antisséptico nas mãos;</p><p>» Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos.</p><p>Como fazer? Quando fazer?</p><p>As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando -se:</p><p>água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico. A utilização de um determinado produto depende</p><p>das indicações descritas abaixo (BRASIL, 2007):</p><p>Uso de água e sabão (Brasil, 2007)</p><p>Indicação:</p><p>» Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e</p><p>outros fluidos corporais</p><p>» Ao iniciar o turno de trabalho.</p><p>» Após ir ao banheiro.</p><p>» Antes e depois das refeições.</p><p>» Antes de preparo e manipulação de medicamentos.</p><p>» Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.</p><p>20</p><p>UNIDADE II │ SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR</p><p>Uso de preparação alcoólica (Brasil, 2007)</p><p>Indicação:</p><p>Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em</p><p>todas as situações descritas a seguir:</p><p>Antes de contato com o paciente</p><p>Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do</p><p>profissional de saúde.</p><p>Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal);</p><p>contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal ); e gestos de cortesia</p><p>e conforto.</p><p>Após contato com o paciente</p><p>Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,</p><p>evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.</p><p>Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos</p><p>Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do</p><p>profissional de saúde.</p><p>Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica</p><p>e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos</p><p>invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).</p><p>Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram</p><p>preparo cirúrgico</p><p>Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do</p><p>profissional de saúde.</p><p>Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.</p><p>Após risco de exposição a fluidos corporais</p><p>Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,</p><p>evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.</p><p>Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao</p><p>paciente</p><p>Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada</p><p>área para outras áreas de seu corpo.</p><p>21</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE II</p><p>Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular.</p><p>» Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional.</p><p>OBSERVAÇÃO: Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequência:</p><p>sítio menos contaminado para o mais contaminado.</p><p>Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximos ao</p><p>paciente</p><p>Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,</p><p>evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.</p><p>Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da</p><p>velocidade de infusão de solução endovenosa.</p><p>Antes e após remoção de luvas</p><p>Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,</p><p>evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.</p><p>As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a</p><p>transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem</p><p>que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.</p><p>Outros procedimentos</p><p>Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril.</p><p>Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos.</p><p>Lembre-se: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos!</p><p>Uso de antissépticos (Brasil, 2007)</p><p>Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica</p><p>das mãos e degermação da pele.</p><p>Indicação:</p><p>Higienização anti-séptica das mãos</p><p>» Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes</p><p>portadores de</p><p>microrganismos multirresistentes.</p><p>» Nos casos de surtos.</p><p>Degermação da pele</p><p>22</p><p>UNIDADE II │ SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR</p><p>» No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda</p><p>equipe cirúrgica).</p><p>» Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter</p><p>intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise,</p><p>pequenas suturas, endoscopias e outros.</p><p>Prevenção de Infecção em Corrente</p><p>Sanguínea</p><p>Recomendações para Prevenção</p><p>Recomendações para cateter periférico (ANVISA,2010)</p><p>Higienização das mãos</p><p>Higienização das mãos com água e sabonete líquido quando estiveremvisivelmente sujas ou</p><p>contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. Usar preparação alcoólica para as mãos (60 a</p><p>80%) quando não estiverem visivelmente sujas. (ANVISA,2010)</p><p>O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. No cuidado específico com</p><p>cateteres intravasculares, a higienização das mãos deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de</p><p>inserção do cateter, bem como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo.</p><p>(ANVISA,2010)</p><p>Seleção do cateter e sítio de inserção</p><p>Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da terapia, na viscosidade</p><p>do fluido, nos componentes do fluido e nas condições de acesso venoso. (ANVISA,2010)</p><p>Para atender à necessidade da terapia intravenosa devem ser selecionados cateteres de menor</p><p>calibre e comprimento de cânula. Cateteres com menor calibre causam menos flebite mecânica</p><p>(irritação da parede da veia pela cânula) e menos obstrução do fluxo sanguíneo dentro da veia. Um</p><p>bom fluxo sanguíneo, por sua vez, ajuda na distribuição dos medicamentos administrados e reduz</p><p>o risco de flebite química (irritação da parede da veia por produtos químicos). Essa complicação</p><p>ocorre com administração de medicamentos irritantes ou vesicantes. É considerado um fármaco</p><p>irritante aquele que possui pH extremo (<5 ou >9) e/ou extrema osmolaridade (>600 mOsmol/</p><p>litro) e, ainda, aquele que causa necrose dos tecidos se houver extravasamento para fora do vaso.</p><p>(ANVISA, 2010)</p><p>23</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE II</p><p>Evitar agulha de aço para a administração de fluidos ou medicamentos que possam</p><p>causar necrose tecidual se ocorrer extravasamento. Restringir o uso de agulhas de</p><p>aço para situações como, coleta de amostra sanguínea, administração de dose única</p><p>ou bolus de medicamentos. (ANVISA, 2010)</p><p>NÃO ESQUECER: Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as</p><p>das superfícies dorsal e ventral dos membros superiores. As veias de membros</p><p>inferiores não devem ser utilizadas rotineiramente devido ao risco de embolias e</p><p>tromboflebites. Trocar o cateter inserido nos membros inferiores para um sítio nos</p><p>membros superiores assim que possível. (ANVISA, 2010)</p><p>OBSERVAÇÃO 1: O sítio de inserção do cateter intravascular não deverá ser tocado</p><p>após a aplicação do antisséptico, salvo quando a técnica asséptica for mantida.</p><p>(ANVISA,2010)</p><p>OBSERVAÇÃO 2: Em pacientes neonatais e pediátricos, além dos vasos supracitados,</p><p>também podem ser incluídas as veias da cabeça, do pescoço e de membros</p><p>inferiores. (ANVISA,2010)</p><p>Preparo da pele</p><p>» Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: gluconato de clorexidina 0,5 a</p><p>2%, PVPI alcoólico 10% ou álcool 70%.</p><p>» Para o álcool e o gluconato de clorexidina aguarde a secagem (espontânea) antes da</p><p>punção.</p><p>» Para PVPI aguarde pelo menos 1,5 a 2,0 minutos antes da punção.</p><p>» Somente uma aplicação é necessária.</p><p>» A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando houver</p><p>necessidade de reduzir sujidade.</p><p>» Utilizar o mesmo princípio ativo para degermação e antissepsia.</p><p>» Utilizar luvas não estéreis para a inserção do cateter venoso periférico.</p><p>» A remoção dos pêlos, quando necessária, deverá ser realizada com tricotomizador</p><p>elétrico ou tesouras. (ANVISA,2010)</p><p>Estabilização</p><p>» Estabilizar o cateter significa preservar a integridade do acesso, prevenir o</p><p>deslocamento do dispositivo e sua perda.</p><p>» A cânula do cateter deverá ser estabilizada antes de se realizar o curativo/cobertura.</p><p>24</p><p>UNIDADE II │ SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR</p><p>» O sítio de inserção do cateter prevê o acesso direto à circulação e o produto/material</p><p>que entra em contato com o sítio de inserção deverá ser estéril.</p><p>» A estabilização do cateter deverá ser realizada utilizando técnica asséptica.</p><p>» Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres devem incluir</p><p>dispositivos próprios para estabilização ou fita adesiva estéril. (ANVISA,2010)</p><p>» A estabilização dos cateteres não deverá interferir no seu acesso, na monitorização</p><p>do sítio de inserção ou impedir a infusão da terapia.</p><p>Coberturas</p><p>O propósito da cobertura é:</p><p>1. proteger o sítio de punção e minimizar a possibilidade de infecção por meio da</p><p>interface entre a superfície do cateter e a pele</p><p>2. fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo com dano ao</p><p>vaso. A cobertura deve ser estéril podendo ser semi oclusiva (gaze ou fixador) ou</p><p>membrana transparente semipermeável - MTS. (ANVISA,2010)</p><p>A cobertura não deve ser trocada em intervalos pré-estabelecidos.</p><p>A cobertura deve ser trocada imediatamente se houver suspeita de contaminação, e sempre quando</p><p>úmida, solta, suja ou com a integridade comprometida. Proteger o sítio de inserção com plástico</p><p>durante o banho quando utilizada cobertura não impermeável. (ANVISA,2010)</p><p>Manutenção</p><p>Acessos vasculares devem ter sua permeabilidade mantida com cloreto de sódio 0,9% antes e após o</p><p>uso para promover e manter o fluxo, além de prevenir a mistura de medicamentos e soluções, como</p><p>as que seguem abaixo: (ANVISA,2010)</p><p>» Sangue e seus componentes;</p><p>» Amostra de sangue;</p><p>» Administração de medicamentos ou soluções incompatíveis;</p><p>» Administração de medicamentos;</p><p>» Terapia intermitente;</p><p>» Quando há conversão de terapia contínua para intermitente.</p><p>25</p><p>SISTEMAS DE ACREDITAÇÃO HOSPITALAR │ UNIDADE II</p><p>» Examinar o sítio de inserção do cateter no mínimo diariamente. Por palpação por</p><p>meio da cobertura para avaliar a sensibilidade e por inspeção por meio da cobertura</p><p>de MTS em uso.</p><p>Remoção do cateter</p><p>O cateter periférico instalado em situação de emergência com comprometimento da técnica asséptica</p><p>deve ser trocado tão logo quanto possível. Além desta situação, na suspeita de contaminação,</p><p>complicações, mau funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado. (ANVISA,2010)</p><p>Recomenda-se a troca do cateter periférico em adultos em 72 horas quando</p><p>confeccionado com teflon e 96 horas quando confeccionado com poliuretano.</p><p>(ANVISA,2010)</p><p>Nas situações em que o acesso periférico é limitado, a decisão de manter o cateter além das 72-</p><p>96 horas depende da avaliação do cateter, da integridade da pele, da duração e do tipo da terapia</p><p>prescrita e deve ser documentado nos registros do paciente. (ANVISA,2010)</p><p>Em pacientes neonatais e pediátricos, não devem ser trocados rotineiramente e devem permanecer até</p><p>completar a terapia intravenosa, a menos que indicado clinicamente (flebite ou infiltração). (ANVISA,2010)</p><p>26</p><p>UNIDADE III</p><p>INTERFACES COM</p><p>OS SERVIÇOS</p><p>DE APOIO DO</p><p>HOSPITAL</p><p>A CCIH possui relação com grande parte dos serviços de apoio do hospital.</p><p>Que setores são estes?</p><p>Quais as relações?</p><p>É sobre isso que conversaremos agora...</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>Farmácia hospitalar</p><p>Unidades hospitalares que agreguem em sua organização um serviço de farmácia adequadamente</p><p>estruturado– técnica e administrativamente– conseguem manter sua economia, qualidade e</p><p>autonomia no que diz respeito aos medicamentos e a produtos a eles relacionados. O papel do</p><p>serviço de farmácia, atualmente, vai muito além do que a simples dispensação de produtos. Ele</p><p>possui grande relevância como área de apoio para o controle de infecção hospitalar (FERNANDES,</p><p>2000)</p><p>A farmácia hospitalar segue padrões, porém a sua estrutura</p><p>e modo de funcionamento devem</p><p>estar em consonância com o perfil do hospital. Ela deve levar em consideração alguns aspectos,</p><p>como: o número de leitos, tipo de instituição (pública ou privada), especialidade do hospital (geral,</p><p>pediátrico, trauma), entre outras (FERNANDES, 2000).</p><p>Então, quais seriam as atribuições da farmácia hospitalar?</p><p>As atribuições da farmácia hospitalar incluem (FERNANDES, 2000):</p><p>» planejamento, aquisição, análise, armazenamento, distribuição e controle de</p><p>medicamentos e produtos afins;</p><p>» manipulação de fórmulas farmacêuticas magistrais e oficinais;</p><p>» manipulação de nutrição parenteral e quimioterápica;</p><p>27</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>» desenvolvimento e produção de medicamentos e produtos correlatos;</p><p>» informações sobre os medicamentos, estudos sobre sua utilização, participação em</p><p>programas de suporte nutricional e protocolos institucionais sobre tratamentos,</p><p>além do programa de farmacovigilância do hospital;</p><p>» desenvolvimento, preparo e controle de qualidade das soluções germicidas e</p><p>saneantes domissanitários utilizados no hospital;</p><p>» atividades de ensino e pesquisa.</p><p>Um aspecto essencial na interface entre a farmácia e o controle de infecções</p><p>hospitalares são os chamados agentes antimicrobianos, e é sobre eles que estão as</p><p>maiores preocupações da equipe (FERNANDES, 2000).</p><p>Alguns aspectos inerentes à farmácia que implicam diretamente no controle de infecções hospitalares</p><p>são (FERNANDES, 2000):</p><p>Seleção de medicamentos</p><p>Os medicamentos selecionados devem fazer parte de uma padronização divulgada à equipe</p><p>hospitalar com informações sobre os grupos terapêuticos, forma de apresentação, dosagem, vias</p><p>de administração, indicações e contraindicações, reações adversas, compatibilidade entre soluções,</p><p>estabilidade, conservação quando não administrados imediatamente e observações quanto a</p><p>utilização na instituição (FERNANDES, 2000).</p><p>Aquisição</p><p>A farmácia assessorada por um setor de compras é responsável pela aquisição do arsenal terapêutico,</p><p>bem como de produtos destinados àesterilização, desinfecção e antissepsia no hospital;tendo de</p><p>haver uma avaliação periódica do produto, pois cuidados com o armazenamento são essenciais</p><p>(FERNANDES, 2000).</p><p>A farmácia hospitalar deve possuir área adequada para suas instalações, no que diz respeito a suas</p><p>dimensões, acabamento, especificações de paredes e pisos, iluminação– inclusive natural– e ainda</p><p>temperatura interior compatível, pois tais fatores influenciam de forma direta na armazenagem dos</p><p>produtos (FERNANDES, 2000).</p><p>A diversidade de medicamentos faz com que sejam adotados critérios para a aquisição dos</p><p>medicamentos. Em relação aos antimicrobianos, a escolha destes produtos fica a cardo de uma</p><p>comissão específica de estudos, que é assessorada diretamente pela CCIH (FERNANDES, 2000).</p><p>28</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Já em relação aos esterelizantes, desinfetantes e antissépticos recomenda-se que o hospital e o</p><p>setor de compra estejam sempre atualizados e utilizem as substancias aprovadas pelo Ministério da</p><p>Saúde (FERNANDES, 2000).</p><p>Armazenagem</p><p>Os medicamentos devem manter íntegras as atividades de seus princípios ativos durante um espaço</p><p>de tempo previamente estabelecido (FERNANDES, 2000).</p><p>Fatores que favorecem deteriorações (FERNANDES, 2000):</p><p>» Temperatura – responsável por muitas reações químicas, transformando compostos</p><p>ou alterando suas potências.</p><p>» Luz – introduz transformações e reações do tipo oxidorredução, despigmentação ou</p><p>outras alterações que modificam a ação de determinas substâncias.</p><p>» Umidade – facilita o desenvolvimento de fungos e bactérias e facilita a hidrólise.</p><p>» Microorganismos – a presença de determinados microorganismos em quantidades</p><p>exageradas, em produtos não estéreis– como os de uso oral ou tópico– deve ser</p><p>evitada.</p><p>Distribuição</p><p>O sistema de distribuição de medicamentos deve ter como principais objetivos diminuir o erros,</p><p>racionalizar a distribuição e administração de medicamentos, aumentar o controle de seu uso e</p><p>aumentar a segurança e eficiência da medicação prescrita. (FERNANDES, 2000).</p><p>Observando os dados relatados acima podemos observar o quanto a farmácia hospitalar anda em</p><p>consonância com o controle de infecção hospitalar.</p><p>29</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>Lavanderia hospitalar</p><p>A lavanderia hospitalar é um dos serviços de apoio ao atendimento dos pacientes, tem o papel de</p><p>processamento da roupa e sua distribuição em adequadas condições de higiene e conservação, em</p><p>quantidade adequada a todas às unidades do hospital (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986).</p><p>O controle das infecções relacionadas com o processamento da roupa hospitalar, exige uma</p><p>série de medidas perfeitamente coordenadas em todos os locais de trabalho, sendo a barreira de</p><p>contaminação e o controle do fluxo de pessoas e roupas as medidas mais importantes contra as</p><p>infecções. Além destas, recomendam-se as seguintes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986):</p><p>» a roupa suja deve ser manuseada e sacudida o menos possível, devendo ser</p><p>transportada ao serviço de lavanderia em sacos resistentes e bem vedados;</p><p>» os cobertores devem ser de tecido lavável, do tipo algodão;</p><p>» a roupa suja nunca deve ser contada, portanto o rol de roupa suja deve ser</p><p>definitivamente abolido;</p><p>» a roupa de isolamento deve ser conduzida à lavanderia em sacos nitidamente</p><p>identificados, sendo desinfetada numa pré-lavagem;</p><p>» todas as janelas devem ser providas de tela;</p><p>» os carros de transporte de roupa suja devem ter identificação para diferenciá-los dos</p><p>carros usados para o transporte de roupa limpa, a fim de se evitar uma troca acidental;</p><p>» todos os locais e carros usados no processamento devem ser diariamente lavados e</p><p>desinfetados com produtos germicidas;</p><p>» as máquinas de lavar devem ser regularmente desinfetadas, térmica e quimicamente,</p><p>ao final da jornada de trabalho;</p><p>» o pessoal do serviço de lavanderia deve usar uniformes lavados na própria lavanderia;</p><p>» o pessoal da área suja deve usar uniforme de cor diferente, máscara, gorro, luvas e</p><p>botas (borracha ). Essa indumentária deve ser de uso exclusivo deste setor;</p><p>» funcionários que apresentem foco de infecção não devem trabalhar no recinto da</p><p>lavanderia;</p><p>» periodicamente, a CCIH deve providenciar exames bacteriológicos para controlar</p><p>os processos de lavagem, desinfecção e limpeza das áreas de processamento e dos</p><p>carros de transporte de roupas;</p><p>» as infecções no ambiente hospitalar provém de funcionários, acompanhantes,</p><p>visitantes e dos próprios pacientes, portanto uma das medidas de controle é o</p><p>conhecimento, pelo pessoal, da relação existente entre a roupa, os microrganismos</p><p>e a doença.</p><p>30</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>Nutrição e Dietética</p><p>O objetivo da unidade de alimentação e nutrição é oferecer alimentação adequada as necessidades</p><p>nutricionais do paciente, isenta de contaminação inaceitável. (FERNANDES, 2000).</p><p>Para se evitar toxinfecção alimentar deve-se controlar todas as situações que causem riscos, desde a</p><p>aquisação da matéria - prima até o momento da distribuição. (FERNANDES, 2000).</p><p>Deve-se observar alguns requisitos para a Aquisição de Gênero (FERNANDES, 2000):</p><p>Cuidados no recebimento - Observação deve ser feita por um funcionário treinado, que deverá</p><p>observar:</p><p>» condições higiênicas e temperatura do veículo de transporte;</p><p>» características sensoriais do alimento in natura;</p><p>» embalagem do produto que deve conter prazo de validade, registros dos órgãos</p><p>competentes e procedência, integridade de latarias, embalagens a vácuo e o</p><p>acondicionamento dos produtos que estão sendo entregues;</p><p>» produtos liofilizados não poderão estar endurecidos ou emplastados;</p><p>» uniformes dos entregadores e condições higiênicas, inclusive as condições de</p><p>higiene das mãos.</p><p>Armazenamento (FERNANDES, 2000)</p><p>Pré-preparo dos alimentos</p><p>Preparo e distribuição</p><p>» Coleta de amostras: Uma forma de controlar a qualidade é o armazenamento de</p><p>uma amostra de 150g de cada preparaçã, sob temperatura</p><p>de até 4°C, durante 72</p><p>horas após o consumo.</p><p>» Higiene da equipe</p><p>» Cuidados com ambiente, utensílios e equipamentos</p><p>31</p><p>CAPÍTULO 4</p><p>Higiene e desinfecção</p><p>As infecções associadas à assistência à saúde representam um elevado risco à segurança do paciente</p><p>inseridos em instituições de saúde. Há dados científicos provando que vários patógenos contaminam</p><p>superfícies e equipamentos (bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópio e outros)</p><p>mais frequentemente manipulados por profissionais e pacientes.</p><p>Desta forma, falhas nos processos de higiene e desinfecção de superfícies podem ter como</p><p>consequência a disseminação e transferência de microrganismos nos ambientes dos serviços de</p><p>saúde, colocando em risco a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam nesses serviços</p><p>(ANVISA, 2010).</p><p>Fatores que favorecem a contaminação (ANVISA, 2010):</p><p>» Mãos dos profissionais de saúde em contato com as superfícies.</p><p>» Ausência da utilização de técnicas básicas pelos profissionais de saúde.</p><p>» Manutenção de superfícies úmidas ou molhadas.</p><p>» Manutenção de superfícies empoeiradas.</p><p>» Condições precárias de revestimentos.</p><p>» Manutenção de matéria orgânica.</p><p>Prevenção da transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde. As medidas utilizadas</p><p>para diminuir a interferência do ambiente nas infecções relacionadas à assistência à saúde envolvem</p><p>(HINRICHSEN, 2004; ASSAD & COSTA, 2010):</p><p>» evitar atividades que favoreçam o levantamento das partículas em suspensão, como</p><p>o uso de aspiradores de pó (permitidos somente em áreas administrativas);</p><p>» não realizar a varredura seca nas áreas internas dos serviços de saúde;</p><p>» as superfícies (mobiliários em geral, pisos, paredes e equipamentos, dentre outras)</p><p>devem estar sempre limpas e secas;</p><p>» remover rapidamente matéria orgânica das superfícies;</p><p>» isolar áreas em reformas ou em construção, utilizando tapumes e plástico.</p><p>A definição das áreas dos serviços de saúde foi feita considerando o risco potencial para a transmissão</p><p>de infecções, sendo classificadas em áreas críticas, semicríticas e não-críticas (YAMAUSHI et al.,</p><p>2000; BRASIL, 2002; APECIH, 2004), conforme descrito a seguir.</p><p>32</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>Vamos detalhar cada área?</p><p>Áreas críticas: são os ambientes onde existem risco aumentado de transmissão de infecção, em</p><p>que se realizam procedimentos de risco, com ou sem pacientes ou onde se encontram pacientes</p><p>imunodeprimidos. São exemplos desse tipo de área: Centro Cirúrgico (CC), Centro Obstétrico (CO),</p><p>Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade de Diálise, Laboratório de Análises Clínicas, Banco</p><p>de Sangue, Setor de Hemodinâmica, Unidade de Transplante, Unidade de Queimados, Unidades de</p><p>Isolamento, Berçário de Alto Risco, Central de Material e Esterilização (CME), Lactário, Serviço de</p><p>Nutrição e Dietética (SND), Farmácia e Área suja da Lavanderia (ANVISA, 2010).</p><p>Áreas semicríticas: são todos os compartimentos ocupados por pacientes com doenças infecciosas de</p><p>baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas. São exemplos desse tipo de área: enfermarias e</p><p>apartamentos, ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredores.</p><p>Áreas não-críticas: são todos os demais compartimentos dos estabelecimentos assistenciais de saúde não</p><p>ocupados por pacientes e onde não se realizam procedimentos de risco. São exemplos desse tipo de área:</p><p>vestiário, copa, áreas administrativas, almoxarifados, secretaria, sala de costura (ANVISA, 2010).</p><p>Atualmente, a busca por parte dos profissionais de saúde nos setores de apoio, incluindo o Serviço</p><p>de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde, deve-se à percepção da existência</p><p>do ambiente e de sua relevância na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde</p><p>(ANVISA, 2010).</p><p>Esse serviço tem a finalidade de preparar o ambiente para suas ações, mantendo a ordem</p><p>e conservando equipamentos e instalações, evitando, principalmente, a disseminação de</p><p>microrganismos responsáveis pelas infecções relacionadas à assistência à saúde (ANVISA, 2010).</p><p>Princípios Básicos (ANVISA, 2010):</p><p>» Proceder à frequente higienização das mãos.</p><p>» Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos) durante</p><p>o período de trabalho.</p><p>» Manter os cabelos presos e arrumados e unhas limpas, aparadas e sem esmalte.</p><p>» Os profissionais do sexo masculino devem manter os cabelos curtos e barba feita.</p><p>» O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser apropriado para a</p><p>atividade a ser exercida.</p><p>» Nunca varrer superfícies a seco, pois esse ato favorece a dispersão de microrganismos</p><p>que são veiculados pelas partículas de pó. Utilizar a varredura úmida, que pode ser</p><p>realizada com mops ou rodo e panos de limpeza de pisos.</p><p>» Para a limpeza de pisos, devem ser seguidas as técnicas de varredura úmida,</p><p>ensaboar, enxaguar e secar.</p><p>33</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>O uso de desinfetantes ficam reservados apenas para as superfícies que contenham matéria orgânica</p><p>ou indicação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (ANVISA, 2010).</p><p>» Todos os produtos saneantes utilizados devem estar devidamente registrados ou</p><p>notificados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.</p><p>» A responsabilidade do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços</p><p>de Saúde na escolha e aquisições dos produtos saneantes deve ser realizada</p><p>conjuntamente pelo Setor de Compras e Hotelaria Hospitalar.</p><p>» É importante avaliar o produto fornecido aos profissionais. São exemplos: testes</p><p>microbiológicos do papel toalha e sabonete líquido, principalmente quando se</p><p>tratar de fornecedor desconhecido.</p><p>34</p><p>CAPÍTULO 5</p><p>Laboratório de Microbiologia</p><p>Para um microbiologista clínico, é impossível imaginar que se possa realizar controle de infecção</p><p>hospitalar sem a participação do laboratório de microbiologia (FERNANDES, 2000).</p><p>E quais seriam as atribuições do microbiologista?</p><p>Atribuições do microbiologista junto à CCIH (FERNANDES, 2000):</p><p>» ser membro ativo;</p><p>» selecionar e produzir relatórios contendo dados microbiológicos da rotina de</p><p>interesse, tais como patógenos por topografia, padrão de suscetibilidade aos</p><p>antimicrobianos etc.;</p><p>» ter rápida e boa comunicação com os membros da CCIH e informar situações que</p><p>necessitam de medidas de urgência, tais como detecção de surtos, de bactérias em</p><p>regime de vigilância, aparecimento de novos patógenos, positividade de culturas de</p><p>controle de qualidade de equipamentos e testes de esterilidade etc.;</p><p>» permitir a integração dos membros da CCIH com o laboratório;</p><p>» participar de programas de treinamento sobre controle de infecção hospitalar para</p><p>estudantes e profissionais da área de saúde;</p><p>» oferecer apoio adequado às atividades de vigilância epidemiológica e às demais</p><p>ações da CCIH.</p><p>Atividades Básicas do Laboratório de Microbiologia (FERNANDES, 2000):</p><p>» Normas de coleta, conservação e transporte;</p><p>» Realizar uma rotina adequada;</p><p>» Possuir testes de sensibilidade aos Antimicrobianos e Monitoramento do seu uso.</p><p>A interação entre o laboratório e o setor de controle de infecção deve ser harmônica com vistas a um</p><p>controle rigoroso dos eventos relacionados à infecção.</p><p>35</p><p>CAPÍTULO 6</p><p>Banco de Sangue</p><p>A transfusão de sangue é um procedimento corriqueiro dentro das unidades hospitalares. Ela pode</p><p>expor o receptor a complicações tanto infecciosas como não infecciosas.(FERNANDES, 2000). A</p><p>adoção de alguns cuidados são essenciais para a segurança deste procedimento. Pode-se citar a</p><p>padronização das técnicas utilizadas na triagem sorológica e o fracionamento criterioso do sangue</p><p>coletado os quais objetivam garantir a qualidade do sangue e, dessa forma, proteger o receptor.</p><p>Entre as complicações infecciosas, a doença infecciosa pós-tranfusionaljá era uma preocupação</p><p>antes mesmo da Primeira Guerra Mundial. Esta fez surgir a necessidade de várias transfusões</p><p>sanguíneas o que resultou</p><p>no conhecimento da hepatite pós-tranfusional. Por isso, a transfusão</p><p>foi então definida como uma relevante via de transmissão de agentes patogênicos (FERNANDES,</p><p>2000).</p><p>É importante ressaltar quais as infecções que podem ser transmitidas pela transfusão (Fernandes,</p><p>2000).</p><p>» Agudas</p><p>» Bacterianas.:</p><p>› Contaminação Exógena.</p><p>› Contaminação Endógena.</p><p>» Tardias</p><p>» Virais</p><p>› Hepatite Viral Tipo A.</p><p>› Hepatite Viral Tipo B.</p><p>› Hepatite Viral Tipo C.</p><p>› Hepatite Viral Tipo D.</p><p>› Hepatite Viral Não-A, Não-B.</p><p>› Doença de Inclusão Citomegálica.</p><p>› Mononucleose Infecciosa.</p><p>36</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>› HIV-1.</p><p>› HIV-2.</p><p>› Htlv-I e II.</p><p>› Parvovirose.</p><p>» Protozoários</p><p>› Malária.</p><p>› Chagas.</p><p>› Toxoplasmose.</p><p>› Leishmaniose.</p><p>› Babesiose.</p><p>» Espiroquetas</p><p>› Sífilis.</p><p>› Doença de Lyme.</p><p>» Parasitas</p><p>› Filariose.</p><p>› Rickétsia.</p><p>› Doença de Creutzfeldt-Jacob.</p><p>Deve-se instituir uma prevenção da infecção pós-transfusional, com a adoção de uma rigorosa</p><p>triagem clínica.</p><p>37</p><p>CAPÍTULO 7</p><p>Gerenciamento de resíduos</p><p>A RDC ANVISA no 306/2004 e a Resolução CONAMA no 358/2005 versam sobre o gerenciamento</p><p>dos Resíduos Sólidos em Saúde (RSS) em todas as suas etapas. Definem a conduta dos diferentes</p><p>agentes da cadeia de responsabilidades pelos RSS. Refletem um processo de mudança de paradigma</p><p>no trato dos RSS, fundamentada na análise dos riscos envolvidos, em que a prevenção passa a ser</p><p>eixo principal.</p><p>Entre esses, estão aqueles criados pelo descarte errôneo de resíduos que criaram e,ainda criam,</p><p>enormes passivos ambientais, causando risco aos recursos naturais e a qualidade de vida das atuais</p><p>e futuras gerações (ANVISA, 2004).</p><p>A acomodação inadequada desses resíduos oriundos da ação de agentes físicos, químicos ou</p><p>biológicos, gera condições ambientais potencialmente perigosas que alteram esses agentes e</p><p>favorecem sua disseminação no ambiente, o que interfere, consequentemente, a saúde humana</p><p>(ANVISA, 2004).</p><p>Como se classificam esses resíduos?</p><p>A classificação dos RSS atualiza-se constantemente na medida em que são inseridos novos tipos</p><p>de resíduos nas unidades de saúde e como resultado do conhecimento do comportamento destes</p><p>diante do meio ambiente e da saúde, como meio de estabelecer uma gestão segura tendo como base</p><p>os princípios da avaliação (ANVISA, 2004).</p><p>Os RSS são parte importante do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela</p><p>quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde</p><p>e ao meio ambiente (ANVISA, 2004).</p><p>Os RSS são classificados em função de suas características e consequentes riscos que podem</p><p>acarretar ao meio ambiente e à saúde (ANVISA, 2004).</p><p>De acordo com a RDC ANVISA no 306/2004 e Resolução CONAMA no 358/2005, os RSS são</p><p>classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.</p><p>Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas</p><p>características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos:</p><p>placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais</p><p>contendo sangue, entre outras.</p><p>Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio</p><p>ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e</p><p>38</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais</p><p>pesados, entre outros.</p><p>Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos</p><p>em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional</p><p>de Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.</p><p>Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente,</p><p>podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de</p><p>alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.</p><p>Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas,</p><p>ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.</p><p>RDC, 306/2004.</p><p>39</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>O passo a passo do gerenciamento dos</p><p>resíduos</p><p>» Manejo: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em</p><p>seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final,</p><p>incluindo as seguintes etapas (ANVISA, 2004):</p><p>» Segregação - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração,</p><p>de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os</p><p>riscos envolvidos (ANVISA, 2004).</p><p>» Acondicionamento - Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos</p><p>ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A</p><p>capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração</p><p>diária de cada tipo de resíduo (ANVISA, 2004).</p><p>» Identificação – Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento</p><p>dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto</p><p>manejo dos RSS (ANVISA, 2004).</p><p>› O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na</p><p>NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.</p><p>› O Grupo B é identificado por meio do símbolo de risco associado, de acordo com</p><p>a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de</p><p>risco.</p><p>› O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação</p><p>ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos</p><p>pretos, acrescido da expressão Rejeito Radioativo.</p><p>› O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na</p><p>NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos,</p><p>acrescido da inscrição de Resíduo Perfurocortante, indicando o risco que</p><p>apresenta o resíduo</p><p>» Transporte interno - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até</p><p>local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a</p><p>finalidade de apresentação para a coleta (ANVISA, 2004).</p><p>» Armazenamento temporário – Consiste na guarda temporária dos recipientes</p><p>contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração,</p><p>visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre</p><p>os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não</p><p>poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o</p><p>piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento</p><p>(ANVISA, 2004).</p><p>40</p><p>CAPÍTULO 8</p><p>Arquitetura e engenharia hospitalar</p><p>A Engenharia Hospitalar e o Controle de Infecção</p><p>Na Engenharia, é necessário que todos os equipamentos de uma instituição hospitalar estejam</p><p>completos, portando todas as informações adequadas a ele. Um sistema estará completo quando</p><p>forem constatados, no hospital, o manual de operação, de serviço ou de manutenção, de peças de</p><p>reposição, a lista de preços das peças de reposição e os desenhos e esquemas pertinentes a ele.</p><p>O conteúdo dessas informações é relevante, não só para as ações de manutenção, como também</p><p>para os processos de controle de infecção (FERNANDES, 2000).</p><p>A equipe de Engenharia deve ter o seu papel sempre voltado para a obtenção de níveis de qualidade.</p><p>A equipe deverá ser estimulada e liderada sempre de acordo com as recomendações da instituição e</p><p>da CCIH (FERNANDES, 2000).</p><p>São áreas físicas da Engenharia:</p><p>Abastecimento de água, esgotos, ar comprimido medicinal, vácuo medicinal, equipamentos de</p><p>lavanderia, equipamentos de esterilização, sistemas de ventilação, refrigeração e de ar condicionado</p><p>e outras instalações especiais como tratamento de água para laboratório, hemodiálise,</p><p>sistema de</p><p>fluxo unidirecional (laminar) (FERNANDES, 2000).</p><p>A Arquitetura Hospitalar tem o papel de garantir um projeto adequado, dirigindo os esforços para</p><p>as soluções mais corretas. Desde o início das conversas com vistas à construção de um hospital deve</p><p>estar presente a preocupação com o combate à infecção hospitalar (FERNANDES, 2000).</p><p>Como se classificam os espaços físicos?</p><p>» Espaços críticos – envolvem maior risco de infecções, tais como áreas cirúrgicas, de</p><p>isolamento e UTI (FERNANDES, 2000).</p><p>» Espaços Semicríticos- Oferecem risco menor. É o caso de quartos de internaçãoe</p><p>lavanderias (FERNANDES, 2000).</p><p>» Espaços não-críticos- sem riscos. Pode-se citar a administraçãoe a recepção</p><p>(FERNANDES, 2000).</p><p>O programa de trabalho deve observar:</p><p>41</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>Circulação</p><p>» Quanto a elementos sujos e limpos:</p><p>› Corredores.</p><p>› Portas.</p><p>› Salas.</p><p>› Vestiários.</p><p>› Instalações em geral.</p><p>› Instalação hidráulica e elétrica.</p><p>› Ar condicionado.</p><p>› Materiais de revestimento.</p><p>› Localização dos equipamentos.</p><p>Tratamento – Realiza-se por meio da aplicação de método, técnica ou processo que altere as</p><p>características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação,</p><p>de acidentes de trabalho ou de agravo ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio</p><p>estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de</p><p>segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento (FERNANDES,</p><p>2000).</p><p>Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento</p><p>ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA no. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de</p><p>controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente (FERNANDES, 2000).</p><p>Armazenamento externo – É a guarda dos recipientes de resíduos até realização da etapa de coleta</p><p>externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.</p><p>Coleta e transporte externos – Podem ser definidos como a remoção dos RSS do abrigo de resíduos</p><p>(armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas</p><p>que avalizem a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores,</p><p>da população e do meio ambiente. Estas ações devem estar baseadas nas orientações dos órgãos de</p><p>limpeza urbana (FERNANDES, 2000).</p><p>Disposição final – É a disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recepcioná-los,</p><p>obedecendo a regras técnicas de construção e operação, com licenciamento ambiental de acordo</p><p>com a Resolução CONAMA no.237/1997 (FERNANDES, 2000).</p><p>42</p><p>CAPÍTULO 9</p><p>Central de material e esterilização</p><p>Primeiramente, o que seria uma central de</p><p>material e esterilização?</p><p>O Ministério da Saúde determina que a Central de Material atue como um conjunto de elementos</p><p>destinados à recepção e expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as</p><p>unidades de estabelecimentos de saúde (ANVISA, 2012).</p><p>A medida que comprovou-se uma associação entre a utilização de artigos de serviços de saúde e</p><p>os eventos de infecção, foi necessário implementar ações eficazes de manipulação/processamento</p><p>desses, com o intuito de reduzir o risco de transmissão de Infecções Relacionadas à Assistência à</p><p>Saúde (IRAS) (ANVISA, 2012).</p><p>De acordo com a forma de uso, os artigos devem passar por processos eficazes de limpeza, desinfecção</p><p>ou esterilização para alcançarem os objetivos necessários (ANVISA, 2012).</p><p>Como deve ser organizado?</p><p>A literatura atual nos traz duas classificações da CME: Classe I e CME Classe II (ANVISA, 2012).</p><p>1º O CME Classe I é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos,</p><p>semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de processamento.</p><p>2º O CME Classe II é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos,</p><p>semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa passíveis de processamento.</p><p>3º O CME só pode processar produtos compatíveis com a sua capacidade técnica operacional e</p><p>conforme a sua classificação.</p><p>4º Quando não especificada a classificação, as determinações desta resolução se aplicam aos dois</p><p>tipos de CME e às empresas processadoras.</p><p>O estabelecimento de saúde que realize mais de quinhentas cirurgias/mês, com exceção partos, deve</p><p>constituir um Comitê de Processamento de Produtos para Saúde - CPPS, composto minimamente,</p><p>por um representante (ANVISA, 2012):</p><p>I. da diretoria do serviço de saúde;</p><p>II. responsável pelo CME;</p><p>III. do serviço de enfermagem;</p><p>43</p><p>INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL │ UNIDADE III</p><p>IV. da equipe médica;</p><p>V. da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar).</p><p>E a infraestrutura?</p><p>O CME Classe I deve possuir os seguintes ambientes (ANVISA, 2012):</p><p>I. Área de recepção e limpeza (setor sujo);</p><p>II. Área de preparo e esterilização (setor limpo);</p><p>III. Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo);</p><p>IV. Área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); e</p><p>V. Área de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo).</p><p>O dimensionamento das áreas do CME Classe I deve ser efetuado em função da demanda e dos</p><p>métodos de processamento utilizados, além de ter barreira técnica entre o setor sujo e os setores</p><p>limpos (ANVISA, 2012).</p><p>O CME Classe II e a empresa processadora devem possuir os seguintes ambientes (ANVISA, 2012):</p><p>I. Sala de recepção e limpeza (setor sujo);</p><p>II. Sala de preparo e esterilização (setor limpo);</p><p>III. Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo);</p><p>IV. Área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); e</p><p>V. Sala de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo).</p><p>A área para recepção dos produtos para saúde do CME Classe II deve estar localizada dentro da sala</p><p>de recepção e limpeza (ANVISA, 2012).</p><p>1º Essa área deve dispor de pelo menos uma bancada com dimensões que permitam a conferência</p><p>dos materiais de forma a garantir a segurança do processo.</p><p>2º Deve possuir ainda recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduo biológico.</p><p>No CME Classe II, que recebe instrumental cirúrgico e produtos consignados, tem que ter em sua</p><p>estrutura , uma área exclusiva, dimensionada baseada na quantidade de trabalho desenvolvido,</p><p>para recepção, conferência e devolução destes (ANVISA, 2012).</p><p>Os equipamentos dedicados à limpeza automatizada devem ser instalados em área que não ocluam</p><p>a circulação da sala de recepção e limpeza (ANVISA, 2012).</p><p>44</p><p>UNIDADE III │INTERFACES COM OS SERVIÇOS DE APOIO DO HOSPITAL</p><p>O sistema de climatização da área de limpeza do CME Classe II e da empresa processadora devem</p><p>atender além do disposto nas normatizações pertinentes, os seguintes itens (ANVISA, 2012):</p><p>I. Manter temperatura ambiente entre 18º e 22º C;</p><p>II. Garantir vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2;</p><p>III. Manter um diferencial de pressão negativo entre os ambientes adjacentes, com</p><p>pressão diferencial mínima de 2,5 Pa;</p><p>IV. Prover exaustão forçada de todo ar da sala com descarga para o exterior da edificação.</p><p>A sala de preparo e esterilização do CME Classe II e da empresa processadora devem dispor de</p><p>(ANVISA, 2012):</p><p>I. Equipamento para transporte com rodízio, em quantitativo de acordo com o volume</p><p>de trabalho;</p><p>II. Secadora de produtos para saúde e pistolas de ar comprimido medicinal, gás inerte</p><p>ou ar filtrado, seco e isento de óleo;</p><p>III. Seladoras de embalagens;</p><p>IV. Estações de trabalho e cadeiras ou bancos ergonômicos com altura regulável.</p><p>O sistema de climatização da sala de preparo e esterilização do CME Classe II e da empresa</p><p>processadora devem atender além do disposto nas normatizações pertinentes, os seguintes itens</p><p>(ANVISA, 2012):</p><p>I. Manter temperatura ambiente entre 20 e 24º C;</p><p>II. Garantir vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2;</p><p>III. Manter um diferencial de pressão positivo entre</p>

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