Prévia do material em texto
<p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Comunicação e Expressão 8 AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Bem vindo(a)! Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você é alguém que gosta de estudar a língua portuguesa em todos os seus aspectos, isso já é início de uma grande caminhada que vamos fazer juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre características da comunicação e formas de expressão abrangendo os mais variados âmbitos. Na Unidade começaremos a nossa jornada pelo conceito de comunicação baseado nas relações humanas, depois, ainda na mesma unidade falaremos sobre Comunicação e interação pela linguagem e apontaremos os elementos de interação para que seja possível ato comunicativo. Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os elementos de comunicação e vamos conhecer os aspectos socioculturais da fala e da escrita. Apontaremos, ainda, as relações e distanciamento entre oralidade e escrita, evidenciando características pertinentes aos aspectos do texto oral e do texto escrito, bem como sua utilização e diferenças evidentes. Já nas Unidades III e IV vamos dar continuidade aos conceitos, mas focando nas questões formais do uso da língua portuguesa, trazendo a Frase como unidade de composição, Texto como unidade de sentido e Gênero discursivo como produto da interação verbal. Na unidade IV finalizaremos nosso assunto sobre comunicação e expressão com foco em produção textual, principiando pelos Critérios de textualidade, para que seja possível entender como se dá a construção textual, e depois partindo para os aspectos gerais de textos escritos e orais da esfera acadêmica, evidenciando suas características e respectivas diferenças. Aproveito para reforçar convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo!</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde | Unidade 1 Conceitos de Comunicação AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Introdução Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo conhecimento. Nesta unidade vamos conhecer o conceito de comunicação e linguagem, passando pelos caminhos das funções da linguagem e embarcando nos estudos de Jakobson, linguista do século XX. Por meio dos seus estudos pudemos conhecer os elementos essenciais do processo de comunicação e nos aprofundarmos no que temos hoje sobre referência na temática. Bons estudos e vamos nessa!</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Comunicação nas Relações Humanas AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Comunicação pode ser entendido como todo processo em que há troca de informações entre duas ou mais pessoas. Temos comunicação em todos os lugares, seja por meio de publicidades expostas nas ruas, nos smartphones, na internet de modo geral, na tv, enfim, respiramos comunicação. Mas quando pensamos em comunicação entre pessoas que convivem ou que estabelecem algum vínculo de contato, temos as relações humanas, ou interpessoais, que pode ser no ambiente de trabalho, escolar, acadêmico, familiar, amoroso etc. O processo comunicativo mostra que para que haja interação e reconhecimento da mensagem, é necessário relação. Quando se fala em relação pode-se apontar as mais variadas formas de se relacionar e de se fazer entendido em um ato comunicativo, afinal, relação é reflexo de interação que há entre pessoas, e pessoas possuem as mais variadas formas de se expressar. SAIBA MAIS Já parou para pensar qual é a diferença entre os dois termos? É notório que O tempo todo a sociedade está exposta a um bombardeio de informações, e quando se fala em informação pode-se citar mais variados meios e formas para que esta se propague. A propaganda existe para propagar uma ideia e a publicidade tem O objetivo de fazer com que um produto ou serviço seja vendido. Baseado nesses conceitos é possível perceber como dia após dia há uma exposição exacerbada de fotos, vídeos, textos, imagens e todo e qualquer tipo de conteúdo que é possível compartilhamento. Tudo é comunicação, mas cada um deles cumpre com O seu objetivo. Enquanto a propaganda visa passar informações, a publicidade visa a venda, O lucro. Fonte: a autora. As relações interpessoais podem ser entendidas como aquelas em que se estabelecem trocas, sejam de experiências, de mensagens, de atos, de diálogos e de todo e qualquer canal e forma de emitir e receber informação. Mantém-se relação</p><p>afetiva, amorosa, profissional e pessoal, e entre todas não há como classificar grau de importância, todas são, em algum momento, importantes nas suas devidas proporções e intensidades. Por isso, manter uma relação é viajar no interior do outro, é tentar se fazer entendido quando processo de conhecimento do lado de lá está apenas em seu início e para que a comunicação se estabelece é necessário, segundo Sabino (2017, on-line), a empatia, entre outras coisas: As principais diretrizes para a comunicação eficiente são empatia, para isso o emissor precisa entrar no processo comunicativo e " mesmo também precisa ser sensível ao comportamento do receptor. processo de comunicação necessita, no mínimo, de seis elementos: emissor, mensagem, receptor, referência, canal e um código conhecido por ambos. caminho, então, para sucesso das relações interpessoais é entendido quando processo comunicativo consegue desenvolver-se do início ao fim sem que haja quebra ou ruídos que impeçam de acontecer, assim, a mensagem será passada de forma clara e eficaz. Entendamos como ruído tudo que for capaz de atrapalhar processo comunicativo. Podem ser situações simples, como barulho, conversas, trânsito, música alta, ou algo mais grave, como defeitos em aparelhos eletrônicos, ou mesmo problemas auditivos. Em qualquer uma das situações apresentadas há ruídos, há algo que está atrapalhando sucesso da mensagem, por isso, ela não chega com eficiência ao seu destino final. Pensando no âmbito corporativo, é preciso entender que as camadas e setores de uma empresa precisam estar sempre em harmonia para que essa relação interpessoal seja feita de forma natural e positiva, afinal todas elas são formadas por colaboradores com intenções e opiniões diversas e é aí que trabalho em equipe deve acontecer de forma que beneficie a todos. Quando os colaboradores se sentem bem no ambiente em que trabalham, têm acesso aos seus superiores de forma respeitosa e mantêm a hierarquia em funcionamento, tudo se estabelece de maneira saudável, pois a comunicação não foi afetada e é possível avaliar onde os erros estão acontecendo e traçar estratégias para que os problemas sejam resolvidos. Nas suas devidas proporções, cada empresa deve manter esse ato comunicativo e essa abertura de diálogo entre seus colaboradores, para que problemas maiores e futuros sejam resolvidos ainda na sua origem.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Comunicação e Interação pela Linguagem AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>A comunicação por meio da linguagem pode acontecer das mais variadas maneiras. Primeiramente, vamos conceituar linguagem: tudo que fazemos com objetivo de emitir uma informação, pode ser gesto, palavra, sons, imagens etc. Se temos vários tipos de linguagem, significa que temos várias opções de comunicação ou várias maneiras de estabelecer essa comunicação, tudo vai depender do contexto inserido. Vamos pensar na língua portuguesa como se fosse uma roupa. Se você está se preparando para uma festa de gala, vai trajar as peças necessárias para tal evento, mas se seu evento for casual, você usará peças que correspondam com a realidade do que você participará. Assim também acontece com a nossa forma de comunicar e de se expressar, se você está em uma conversa entre amigos, se sentirá mais à vontade, já em um local que exija um discurso formal, sua postura será diferente. Em língua portuguesa temos estudo das funções da linguagem, tais funções existem para que sejam analisados ponto de partida de quem produz a mensagem e cada uma delas possui um objetivo. No tópico seguinte vamos conhecer um pouco sobre os elementos essenciais do processo de comunicação, tais elementos estão diretamente ligados às funções da linguagem que vamos conhecer agora. Vejamos: A nível de curiosidade (pois aprofundamento se dará a seguir) os elementos essenciais são: emissor, receptor, mensagem, código, canal e referente. As funções da linguagem são: Função referencial: tem como objetivo informar, seu foco está no contexto da situação; Função emotiva: está diretamente ligado ao emissor, pois é ele quem produz a emoção do que será dito; Função apelativa: como próprio nome diz, apela para algo, tenta convencer sobre alguma coisa; Função poética: é a escolha das palavras certas para produzir efeito poético nos textos; Função metalinguística: tenta explicar código através dele mesmo, melhor exemplo é dicionário.. palavras falando de palavras; Função fática: é a conversa "de elevador", "de fila do banco", aquela rápida e que fazemos por educação no dia a dia. Cada uma das funções está associada com os elementos da comunicação que vimos. Vejamos na figura a seguir de forma mais clara:</p><p>Figura 1 - Funções da Linguagem X Elementos da Comunicação Função referencial: referente Função emotiva: Função poética: Função apelativa: emissor mensagem receptor Função metalingística: código Função fática: canal Fonte: a autora. Fica evidente, portanto, que as funções da linguagem estão diretamente ligadas aos elementos da comunicação, por isso, usamos todos os dias e a todo momento sem perceber. que não se pode deixar de analisar, na verdade, é a forma como cada uma dessas funções da linguagem estão sendo usadas no dia a dia. Ouvir com calma que outro tem a dizer antes de responder é sempre uma boa alternativa para que não haja problemas na comunicação e nenhum tipo de de interpretação. Podemos tomar como lição, ainda, a antiga brincadeira infantil "telefone sem fio" para entender como os ruídos podem atrapalhar também processo comunicativo. Por isso, é sempre bom manter a calma, falar devagar e tentar passar para frente apenas que você tem certeza que é verdade.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Elementos da Interação pela Linguagem AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Falar em comunicação é sempre uma atividade de reflexão e busca por conceitos, afinal encontramos informações tempo todo, em todos os lugares e das mais variadas maneiras. Mas já parou para pensar como se dá esse processo de troca de informações? Para que você receba uma mensagem é preciso que alguém tenha enviado esse conteúdo. Isso acontece tão automaticamente desde que nascemos que, possivelmente, você nunca tenha parado para analisar de onde vem esse processo comunicativo ou como ele funciona de fato. Antes de nos aprofundarmos no assunto vamos ver que dicionário on-line Michaelis nos traz como definição para a palavra linguagem: "qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos por meio de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc." ou ainda "Conjunto de sinais falados, escritos ou gesticulados de que se serve homem para exprimir esses pensamentos e sentimentos". Diante das definições que acabamos de saber fica evidente que linguagem é tudo que podemos usar para nos comunicar, emitir e receber mensagens. REFLITA "O mais importante na comunicação é ouvir que não foi dito" (Peter Drucker). No final da década de 1960, um linguista russo chegou ao Brasil e começou seu contato com a Língua Portuguesa, Roman Jakobson deixou um legado importantíssimo de estudos e é considerado um dos mais importantes nomes da linguística do século XX. A partir de seus estudos foi possível identificar como se organizava esse processo comunicativo e principalmente como as funções da linguagem seriam estabelecidas.</p><p>Para estabelecer as funções da linguagem, Jakobson tomou por referência três funções básicas da língua propostas por Karl Buhler função expressiva; função conativa; função de representação -, e também os fatores constitutivos do ato de comunicação verbal. Como fatores constitutivos, linguista apresenta: 1) remetente (codificador); " 2) mensagem; 3) destinatário (decodificador); 4) contexto (ao qual se faz referência durante a comunicação e deve ser de possível compreensão ao destinatário); 5) código (deve ser parcial ou totalmente comum ao remetente e ao destinatário); e, 6) contato (canal físico a partir do qual se estabelece a comunicação; envolve também uma conexão psicológica entre remetente e destinatário) (WINCH; NASCIMENTO, 2012, p. 221). Vamos agora conhecer com mais detalhes cada um desses seis itens estabelecidos por Jakobson: 1) remetente ou emissor (codificador) Entende-se remetente como indivíduo, grupo ou até mesmo organização que deseja se comunicar, em outras palavras é aquele que vai, de fato, emitir uma mensagem. Essa preparação da mensagem, inserção no meio correto, forma como ela se organizará e todos os elementos que a compõe diz respeito somente ao remetente, ou seja, a quem vai se pronunciar a respeito de algo. 2) Mensagem A codificação é mais um dos elementos essenciais, é por meio dela que a mensagem, através de códigos e símbolos, é elaborada, podendo ser transmitida. Vale lembrar que quando se fala em códigos e símbolos fala-se em tudo que pode ser passível de entendimento, nisso inclui-se: palavras, números, imagens, sons ou gestos e movimentos físicos. É nesse momento que emissor codifica, ou seja, transforma a mensagem em símbolos que receptor seja capaz de decodificar, que é entender de forma correta e adequadamente - emissor e receptor devem atribuir mesmo sentido aos símbolos. 3) Destinatário ou receptor (decodificador) Já a decodificação é processo pelo qual aquele que recebe a mensagem, chamado de destinatário ou receptor, interpreta, ou seja, decodifica os símbolos existentes que dão origem à mensagem.</p><p>Ele utiliza seu conhecimento a sua experiência para entender os símbolos da mensagem; em alguns casos, pode consultar uma autoridade, como um dicionário ou um livro de códigos. É somente no " estágio da decodificação que o receptor se torna mais ativo. significado que ele atribui aos símbolos pode ser igual ou diferente daquele planejado pelo emissor. Se os significados diferirem, a comunicação é quebrada e a má interpretação, provável. (LACOMBE, 2005, p. 15). É ele que de fato recebe a mensagem, esse recebimento pode ser intencional ou não. 4) Contexto ou referente referente é tudo que está em torno da mensagem e deve ser de conhecimento de destinatário e remetente. A mensagem só será de fato completa se os dois compartilharem do mesmo entendimento. 5) Código É a maneira pelo qual a mensagem se organiza, ou seja, pode ser através de palavras (escritas ou faladas), gestos, expressões faciais ou corporais, mímica etc. 6) Canal Outro fator determinante no processo comunicativo é a transmissão que, em termos gerais, pode ser entendido como processo pelo qual os símbolos que representam a mensagem são mandados ao seu receptor. Há ainda a possibilidade de denominar transmissão como canal, ou seja, trata-se do meio em que a mensagem se organizará para chegar ao seu receptor. canal pode ser entendido como as mais variadas formas de caminho com diferentes capacidades de transmissão de informações, como exemplo: bilhete de papel, mensagem em rede social, mensagem via SMS, diálogo, conversa em grupo etc. Veja na Figura 2 como esses elementos se relacionam:</p><p>Figura 2 - Elementos essenciais do Processo de comunicação Referente Remetente Mensagem Destinatário Canal Código Fonte: a autora. Fica evidente, portanto, que para que seja possível uma comunicação completa e eficaz todos os seis elementos estipulados por Jakobson precisam estar em harmonia. Quando um deles não se encaixa no todo há uma quebra no processo comunicativo e a mensagem é quebrada, chegando de forma equivocada, causando ambiguidade, interpretações erradas, entre tantos outros problemas sérios que podem acontecer por falta de uma comunicação eficaz. Por isso, é extremamente importante que a comunicação nas relações pessoais, principalmente familiar e profissional, se estabeleça adequadamente evitando prejuízos dos mais variados.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Conclusão - Unidade 1 Nesta unidade conhecemos os conceitos de comunicação e linguagem e pudemos aprender também sobre a teoria de Jakobson e como sua contribuição para aos estudos da comunicação foi importante. As funções da linguagem estão diretamente ligadas com os elementos essenciais do processo de comunicação, cada um deles faz referência a um elemento e se completa de alguma forma no ato comunicativo. Espero que este tenha sido um tempo de bons estudos e aprendizado. Até mais! Leitura complementar É importante saber nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo nome? "Posso ajudá-lo, cavalheiro?' "Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..." "Pois não?" "Um... como é mesmo nome?" "Sim?" "Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima." "Sim senhor." "O senhor vai dar risada quando souber." "Sim senhor." "Olha, é pontuda, certo?" "O quê, cavalheiro?"</p><p>"Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que a, negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?" "Infelizmente, cavalheiro..." "Ora, você sabe do que eu estou falando." "Estou me esforçando, mas..." "Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?" "Se senhor diz, cavalheiro." "Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente que eu quero." "Sim senhor. Pontudo numa ponta." "Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?" "Bom, eu preciso saber mais sobre O, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe senhor desenha para nós?" "Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho." "Sinto muito." "Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando." "Eu não estou pensando nada, cavalheiro." "Chame gerente." "Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que senhor quer, é feito do quê?" "É de, sei lá. De metal." "Muito bem. De metal. Ela se move?" "Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim." "Tem mais de uma peça? Já vem montado?" "É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço." "Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa." "Ah, tem clique. É elétrico." "Não! Clique, que eu digo, é barulho de encaixar." "Já sei!" "O senhor quer uma antena externa de televisão." "Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..." "Tentemos por outro lado. Para que serve?" "Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma</p><p>coisa." "Certo. Esse instrumento que senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e..." "Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!" "Mas do jeito que senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!" "É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo nome?" Fonte: Veríssimo (1982, p. 35-37). Material Complementar Pierre Weil e Roland Tompakow Corpo Fala Livro a linguagem silenciosa da comunicação não verbal corpo fala Autor: Pierre Weil e Roland Tompakow com Ano: 2015 350 ilustrações de expressão corporal Editora: Vozes EDITORA Edição VOZES Sinopse: livro tenta desvendar a comunicação não-verbal do corpo humano, primeiramente analisando os princípios subterrâneos que regem e conduzem corpo. A partir desses princípios aparecem as expressões, gestos e atos corporais que, de modos característicos estilizados ou inovadores, expressam sentimentos, concepções, ou posicionamentos internos. Acompanham 350 ilustrações. Filme Cidadão Kane Ano: 1941 Sinopse: longa narra a ascensão de Charles Foster Kane, um mito da comunicação De garoto pobre do interior a magnata mundial de um império do jornalismo e da publicidade, a história da personagem é contada a partir da sua morte. Um jornalista recebe a tarefa de investigar qual era, afinal, significado da última palavra proferida por Kane:</p><p>"Rosebud". Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst, é um filme obrigatório para qualquer profissional da área. Uma referência sobre como criar uma narrativa eficaz. Referências AMPLATZ, M. B. Aquisição das linguagens oral e escrita: fundamentos e metodologias. Curitiba: Intersaberes, 2019. ANDREONI, R. et al. (Orgs.). (des)caminhos na comunicação organizacional: ensaios e pesquisas do grupo de estudos em comunicação organizacional. Porto Alegre: Edipucrs, 2019. GAVIOLI-PRESTES, A. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução à sintaxe e à semântica da língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015 T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. KOCK, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: contexto, 2011. LACOMBE, F. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. MATOS, G. G. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 3. ed. Barueri: 2014. PAVIANI, N. M.; FONTANA, N. M.; AZEVEDO, T. M. de. Gêneros de texto: subsídios para ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: Educs, 2012. SABINO, E. C. Características básicas das organizações modernas. 2017. Disponível em: Acesso em: 05 fev. 2020. SANTOS, L. W.; RICHE, R. C.; TEIXEIRA, C. S. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2012. VERÍSSIMO, Comunicação. In: VERÍSSIMO, L. F. PARA gostar de ler. V. 7, 3. ed. São Paulo: Ática, 1982, p. 35-37. WINCH, P. G.; NASCIMENTO, S. S. Estudos da Língua(gem). Vitória da Conquista: , 2012.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Unidade 2 Linguagem Oral X Linguagem Escrita 8 AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Introdução Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo conhecimento. Nesta unidade vamos conhecer conceito de comunicação e linguagem e também a diferença da linguagem oral e escrita, bem como entender a origem da escrita e como ela está diretamente relacionada à fala no processo comunicativo. Pensar em comunicação e expressão é pensar e analisar como as linguagens verbais e não verbais se relacionam e como essa aplicação acontece em sala de aula. Por isso, teremos nesta unidade dicas de como analisar textos da oralidade e textos escritos. É importante, portanto, lembrar que essa mistura dos gêneros textuais é importantíssima para que processo de ensino e aprendizagem seja ainda mais completo. Bons estudos e vamos nessa!</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Aspectos Socioculturais da Fala e da Escrita AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>A origem da escrita é datada em 3500 anos a.C. e seus primeiros registros podem ser encontrados na Mesopotâmia com a escrita cuneiforme, como ficou conhecida. Um emaranhado de símbolos e figuras que deram início à escrita e que foi fundamental para os registros da época. Sua principal função era registrar tudo que estava relacionado à administração e contabilidade, e seus mais de dois mil símbolos eram fundamentais para tais registros. Um pouco depois da escrita cuneiforme, é inventada a escrita egípcia, os hieróglifos. Hieróglifo quer dizer, literalmente, gravura " sagrada. A escrita nasce, no Egito, não a serviço do comércio, como aconteceu com outras escritas, mas de um poder onde o religioso e o político são indissociáveis; lá, é considerada como um dom de Deus e uma vocação que garante a ordem do mundo (ROJO, 2006, p. 12). Tempos depois, a escrita egípcia nasce com objetivo religioso, não comercial como se tinha até então. Essa transformação da história da humanidade foi um verdadeiro divisor de águas, afinal que temos de registros mais precisos hoje foram aqueles que passaram a ser registrados pós-escrita. Já a escrita como transcrição ou representação da fala se deu ao longo dos tempos com a tentativa de representar aquilo que se queria dizer, essa evolução no processo de comunicação foi, obviamente, sendo modificada e se alterando ao longo dos anos. que de fato nos interessa aqui é a forma como a escrita acontece no processo de ensino aprendizagem e como a fala está aliada em todo esse contexto comunicacional Tudo se passa como se a escrita já tivesse sido inventada antes de ser posta em relação com a língua, antes de ser fonetizada: advento da escrita é advento de algo que já é a escrita (considerando que a sua " característica fundamental é isolamento de um traço significante através da grafia) e que, depois de uma evolução lenta e descontínua, acaba por poder servir de suporte ao som (BARTHES; MARTY, 1987, p. 32). Em termos gerais podemos dizer que a fala e a escrita são elementos da comunicação que se estabelecem da seguinte maneira:</p><p>Modalidade oral e escrita; Registro formal e informal; Variedade padrão e não-padrão. Por meio das modalidades podemos identificar a linguagem expressa da seguinte maneira: Oral: linguagem falada (espontânea); Escrita: linguagem que se utiliza de signos (planejada). Quando falamos sobre registros estamos nos referindo ao: Formal: normalmente utilizado na escrita, mas há casos em que se utiliza a formalidade, como um discurso presidencial, por exemplo; Informal: a conversa do dia a dia, a troca de informações com pessoas que você convive e que não há exigência de formalidade. Já sobre a variedade, temos: Padrão: que é aquele estabelecido pela gramática e chamado também de norma culta, possuindo maior prestígio social; Não padrão: que é a linguagem do dia a dia e que não se remete à gramática para as construções. Outra forma de conhecermos os aspectos socioculturais da língua é entendendo algumas variações que ela tem. Vejamos: Variação histórica: como próprio nome sugere, é aquela que sofreu variações e se transformou ao longo do tempo. Temos vários exemplos desse acontecimento, como as palavras: pharmácia/ farmácia; entre tantas outras; Variação Regional: de acordo com determinada região é possível identificar diferença no uso de algumas palavras, como, por exemplo: a palavra mandioca, que em certas regiões é usada como macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum; Variação Social: pertence a um grupo seleto e específico de pessoas, ou seja, corresponde às gírias e costumes de um determinado grupo, e também pode ser uma linguagem utilizada pelas pessoas de maior prestígio social. Nesse aspecto da variação encontramos os jargões, que pertencem a uma classe</p><p>profissional mais específica, como, por exemplo, os médicos, os profissionais da informática, policiais etc. É válido ressaltar que a linguagem escrita e a linguagem falada se difere quanto ao seu uso, ou seja, enquanto uma é individual (fala) a outra é social (escrita), mas veremos tais informações com maior precisão nos próximos tópicos. REFLITA "Morre lentamente quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece" (Martha Medeiros).</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Relações e Distanciamento entre Oralidade e Escrita AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Falar em oralidade e escrita é muito bom para que seja possível identificar que é característica de um tipo de texto e de outro. Primeiramente, vamos definir a oralidade e a escrita enquanto comunicação: Oralidade: forma de se comunicar por meio da fala, expondo opiniões, argumentos e considerações sobre um determinado assunto e em um determinado contexto comunicativo. É espontânea, requer domínio apenas da fala e é preciso que receptor da mensagem esteja dentro do contexto da mensagem para que haja entendimento; Escrita: no contexto comunicativo a escrita é tudo aquilo que se utiliza de palavras escritas, seja um bilhete, um texto maior, uma narração ou qualquer elemento que faça uso de palavras. A combinação de várias palavras dá origem a uma frase/oração, várias frases a um parágrafo e vários parágrafos em um texto. A principal diferença, então, da linguagem oral e da linguagem escrita é que na oralidade usamos a fala e na escrita usamos palavras para que haja comunicação. Pensando no contexto escolar, em que há aprendizado de tipos de textos e linguagens, as linguagens oral e a escrita se distanciam pelas suas características, mas se unem no ato comunicativo. Temos, então, dois tipos de linguagem: a verbal e a não verbal: Linguagem verbal: é aquela em que se utilizam palavras para ato comunicativo, pode ser expressada através da fala ou da escrita, por um diálogo ou por um bilhete, enfim, tudo que se utiliza palavras como principal meio de comunicação; Linguagem não verbal: já a linguagem não verbal é aquela em que há processo comunicativo, há contexto e referente, mas não há utilização de palavras como forma de transmissão de informação. A linguagem não verbal acontece muito quando: Não é viável a escrita em determinadas situações, como as placas de trânsito e semáforo; Expressões faciais; Gestos; Mímicas; Fotos; Imagens; Desenhos. Ou seja, a linguagem não verbal pode ser utilizada em situações em que não é recomendado uso de palavras ou mesmo quando não há condições de seu uso, seja por qual motivo for.</p><p>Portanto, a relação entre a oralidade e a escrita se estabelece em determinadas situações. Se foco do estudo e da análise for uma situação de comunicação, como um diálogo, por exemplo, será possível identificar uso da linguagem oral e verbal através das palavras, bem como em momentos específicos uso da linguagem não verbal através de expressões e gestos. Pode acontecer ainda, e é muito comum durante um diálogo, que haja mistura dos dois tipos de linguagem, enquanto se fala algo, se representa com mímica ou enfatiza com gestos e expressões durante a fala. Já quando foco de estudo e de análise for textual, pensando agora em um contexto escolar, que se deve sempre levar em consideração é que os textos escritos possuem suas características voltadas para a gramática tradicional ou a gramática normativa. Nessa gramática, as regras que se exigem na construção do texto se baseia normalmente em: Coesão; Coerência; Intertextualidade; Denotação; Conotação; Figuras de linguagem; Figuras de pensamento. Esses itens são imprescindíveis para a construção correta do seu texto, seja de qual gênero ou tipo for. É válido ressaltar que temos: Tipos textuais: Narração; Descrição; Dissertação; Injuntivo.</p><p>Gêneros textuais: Artigo de opinião; Autobiografia; Biografia; Carta de leitor; Carta de solicitação; Conto de fadas; Conto maravilhoso; Conto; Curriculum vitae; Diário; Editorial; Ensaio; Entrevista; Fábula; Lenda; Ficção científica; Palestra; Piada; Regulamento; Relato de viagem; Relato histórico; Relatório científico; Resenhas críticas; Romance Percebe-se, portanto, que os tipos são apenas quatro, mas os gêneros são infinitos e estão diretamente relacionados aos tipos, por exemplo, a Fábula é um gênero textual que pertence ao tipo "narração".</p><p>Centro Universitário Cidade Verde Aspectos do Texto Oral e do Texto Escrito AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Estudar os gêneros textuais e os tipos de textos na escola é sempre um grande desafio, afinal são inúmeras opções e formatos que podemos trabalhar em sala de aula e abordar os seus mais variados aspectos. Mas quando falamos em texto, talvez a primeira ideia que nos venha à mente são as características do texto narrativo, que acaba sendo um dos mais usados, de fato, em sala. Mas e os textos orais? Você tem proximidade com os gêneros que pertencem a essa esfera? Muitas vezes material que nos é proposto para trabalhar em sala nos engessa e não permite muitas aberturas, mas quando há possibilidades de incorporar outros gêneros textuais, ou mesmo realizar uma boa mistura do verbal e do não verbal, certamente teremos um resultado no mínimo interessante. texto oral é aquele do dia a dia, é a conversa, a troca de informações, as histórias que as crianças principalmente as do ensino fundamental adoram contar, aquilo que vivenciaram e aquilo que gostam de compartilhar. Mas enquanto tipos de texto, temos seminário, por exemplo, como um texto da oralidade. que não se pode em momento algum é desprezar os tipos de textos que existem da linguagem oral e achar que, por serem exatamente da oralidade, não depreendem regras ou ao menos instruções. Outro fator importantíssimo e que merece nossa atenção é sempre levar em consideração conhecimento empírico, prévio, a bagagem que seu aluno traz de casa, sua forma de pensar, agir e, consequentemente, transposto no seu falar e maneira de se expressar. Por isso, temos a realidade da escola em que: [...] uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes linguísticas social e escolarmente estigmatizadas provoca " preconceitos linguísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão socialmente prestigiada (SOARES, 1989, p. 17). Há aqui um delicado e tênue limite entre que é "certo e errado". Essa concepção se dá através do estudo da Gramática normativa que temos no ambiente escolar. Tais regras se estabelecem para que a forma padrão da língua portuguesa seja aprendida pelos alunos e colocada em prática na construção de textos escritos, normalmente tudo que é padrão e formalizado, como documentos, redações, processos de seleção de vestibulares e concursos. que acontece, de fato, é que os alunos têm acesso durante sua vida escolar, a partir das regras gramaticais, às divisões em classes e todas às características e pré- requisitos que a língua exige na construção textual.</p><p>Com surgimento dos estudos do texto, o enfoque vai deixando de fixar- se apenas no produto e se desloca para o processo. A linguagem deixa de ser vista como mera verbalização e passa a ser incorporada, nas análises textuais, a observação das condições de produção de cada atividade interacional. A elaboração do texto escrito assim como do " oral envolve um objetivo ou intenção do locutor. Contudo, entendimento desse texto não diz respeito apenas ao conteúdo semântico, mas à percepção das marcas de seu processo de produção. Essas marcas orientam interlocutor no momento da leitura, na medida em que são pistas linguísticas para a busca do efeito de sentido pretendido pelo produtor (PAULA, 2018, on-line). Portanto, fica evidente que os aspectos dos textos orais se diferenciam dos textos escritos. Enquanto na oralidade temos alguns tipos de textos mais voltados para público, na escrita essas características aumentam. Vejamos alguns tipos de gêneros orais: discussão em grupo: coloca-se um tema em discussão e os integrantes do grupo expõem sua opinião baseados em argumentos; exposição oral: normalmente acontece de forma individual e há a exposição sobre um assunto que foi estudado previamente, pode ser utilizado em ambiente corporativo ou acadêmico; seminário: muito utilizado na apresentação de trabalhos acadêmicos ou escolares, seminário possui características específicas em que são avaliados: postura, tom de VOZ, organização do conteúdo pelo grupo etc.; entrevista oral: perguntas e respostas, elas podem se dividir em espontâneas ou direcionadas através de perguntas previamente formuladas pelo entrevistador; debate regrado: com um mediador sempre à frente, debate possui temática específica e tem objetivo de expor um assunto de interesse coletivo. Já os textos escritos são vários e as características mudam de acordo com a finalidade e objetivo de cada um deles. Vejamos alguns: narração: os textos narrativos podem se subdividir em romance, novela, conto, crônica, fábula, parábola, entre outros. Cada um deles possui características distintas, mas a base é a narração, é contar algo; descrição: detalhamento de um personagem, de um cenário ou mesmo de um acontecimento Essa descrição pode ser ainda física ou psicológica, tudo depende de quem conta e de qual ângulo está observando os acontecimentos; injuntivo: e texto instrucional, normalmente encontrado em bulas de remédios, manuais de produtos novos, editais etc.; dissertação: argumentativo ou expositivo, é tipo de texto mais solicitado em vestibulares e no ENEM. Dissertar é mesmo que "falar sobre", seja apenas expondo ou argumentando sobre a temática.</p><p>Os textos orais e escritos se diferem por terem objetivos distintos, mesmo dentro das características de um ou de outro, os objetivos são muito específicos e a sua utilização também. Portanto, os gêneros e tipos textuais são muito diferentes e usados para finalidades específicas, tudo depende do seu objetivo.</p><p>SAIBA MAIS Língua falada e língua escrita Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de algumas vezes por mímicas, incluindo- se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com O jogo fisionômico, as mímicas e tom de VOZ do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado. Fatores culturais: O grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola. Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura. Fatores profissionais: O exercício de algumas atividades requer domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas. Fatores naturais: O uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.</p><p>Fonte: Só Português (2020, on-line).</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Conclusão - Unidade 2 Nesta unidade pudemos conhecer um pouco sobre a diferença da linguagem oral e escrita, bem como entender a origem da escrita e como ela está diretamente relacionada à fala no processo comunicativo. Pensar em comunicação e expressão é pensar e analisar como as linguagens verbais e não verbais se relacionam e como essa aplicação acontece em sala de aula. Trabalhar gêneros textuais orais requer atenção quanto as características, afinal os gêneros voltados para a escrita sempre foram os mais comuns e trabalhados no dia a dia escolar. Por isso, é importante fazer essa mistura dos gêneros textuais para que processo de ensino e aprendizagem seja ainda mais completo. Leitura Complementar Características da oralidade Ideia de maior proximidade entre locutor e receptor; Relação direta entre falantes; Contexto interfere; Uso de recursos extralinguísticos, tais como: gestos, expressões faciais, postura, entonação; Possibilidade de refazer a mensagem, caso não seja interpretada adequadamente; Transmissão maior de ideias, reflexões e emoções; Preocupação maior com a assimilação da mensagem do que a forma que ela será</p><p>Características da escrita Segue as normas cultas de linguagem padrão do idioma; Objetividade e clareza nas ideias; Registro documental; Rigor gramatical; Apuração do vocabulário; Exigência de elaboração e esforço de apresentação; Busca evitar a ambiguidade; Prevê questionamentos e explora abrangência nas ideias para sanar dúvidas; Fonte: Cegalla (2008). Material Complementar ORALIDADE NA Livro EDUCAÇÃO BÁSICA QUE Oralidade na Educação Básica. que Saber, Como Ensinar COMO ENSINAR Autor: Robson Santos de Carvalho e Celso Ferrarezi Junior Ano: 2018 ROBSON SANTOS DE CARVALHO CELSO FERRAREZI JR. Editora: Parábola Sinopse: Oralidade na educação básica: que saber, como ensinar é último tomo de uma trilogia sobre que seria a prática de uma pedagogia da comunicação. Depois de discutir as deficiências do ensino de língua materna no país e as consequências que delas decorrem na vida de milhões de estudantes silenciados, extorquidos de sua língua e dos direitos de saber ler e escrever competentemente, não poderíamos deixar de apresentar caminhos para sanar tais problemas. Os tomos precedentes são produzir textos na educação básica: que saber, como fazer (2015) e de alunos a leitores: ensino da leitura na educação básica (2017), todos pela parábola editorial. Agora, com esta obra sobre ensino da oralidade (ouvir e falar), completamos nossa proposta de possibilidades concretas de desenvolvimento das competências comunicativas na educação básica brasileira. A grande quantidade de atividades práticas e progressivas sugeridas permitirá desenvolvimento</p><p>da oralidade nas crianças e adolescentes desde os primeiros contatos com a escola, de forma planejada, sistemática e eficiente. Filme Os inconfidentes Ano: 1972 OS ONFIDENTES Sinopse: Lançado por Joaquim Pedro de Andrade, Os Inconfidentes é uma coprodução entre Brasil e Itália que narra a história da Inconfidência Mineira. Um grupo de intelectuais e membros da alta elite brasileira se juntam para libertar país da opressão portuguesa. De todos, Tirandentes (José Wilker) é aquele que está disposto a in até fim, custe que custar. O filme foi baseado nos livros Os Autos da Devassa e Romanceiro da Inconfidência. Apresenta a reconstrução do período e influenciou diversas produções literárias. Além de ilustrar um importante momento da história brasileira, a obra também é interessante por contar acontecimentos políticos que influenciaram fortemente trabalho de autores como Santa Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama. Também vale a pena conferir roteiro de Cecília Meireles, Eduardo Escorel e do próprio Joaquim Pedro de Andrade! Referências AMPLATZ, M. B. Aquisição das linguagens oral e escrita: fundamentos e metodologias. Curitiba: Intersaberes, 2019. ANDREONI, R. et al. (Orgs.). (des)caminhos na comunicação organizacional: ensaios e pesquisas do grupo de estudos em comunicação organizacional. Porto Alegre: Edipucrs, 2019. CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. GAVIOLI-PRESTES A. M.; LEGROSKI, M. C. Introdução à sintaxe e à semântica da língua portuguesa. Curitiba: Intersaberes, 2015.</p><p>T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. KOCK, I. G. V. texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2011. MATOS, G. G. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 3. ed. Barueri: 2014. PAULA, E. S. Linguagem e escrita: a influência da fala e do meio social na utilização da variedade padrão em textos escritos. 2018. Disponível em: ala-meio-social-na-utilizacao.htm. Acesso em: 12 fev. 2020. PAVIANI, N. M.; FONTANA, N. M.; AZEVEDO, T. M de. Gêneros de texto: subsídios para ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: Educs, 2012. ROJO, R. As relações entre fala e escrita: mitos e perspectivas - caderno do professor. Belo Horizonte: Ceale, 2006. SANTOS, L. W.; RICHE, R. C.; TEIXEIRA, C. S. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2012. SÓ PORTUGUÊS. Língua falada e língua escrita. 2020. Disponível em: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman3.php.Acesso em: 11 fev. 2020. SOARES, M. Linguagem e Escola: uma perspectiva social. 7. ed. São Paulo: Ática, 1989.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Unidade 3 Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Introdução Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo conhecimento. Nesta unidade vamos conhecer conceito de frase, oração e período, bem como entender como essas diferenças são fundamentais na construção do sentido. Veremos ainda sobre texto e sentido no que diz respeito aos critérios de construção textual, que usar e não usar, como e quando aplicar algumas características. Os vícios de linguagem, denotação, conotação, ambiguidade entre tantos outros elementos pertinentes à construção textual. Por fim, vamos conhecer os conceitos de Mikhail Bakhtin e suas definições sobre os gêneros do discurso, bem como sua aplicabilidade na prática. Bons estudos e vamos nessa!</p><p>Compreender como se dá processo comunicativo.</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde A Frase como Unidade de Composição AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>estudo da língua é dividido em partes e cada uma delas é responsável por uma característica específica na estrutura do todo. A língua se organiza em cinco áreas, sendo: a fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. A fonética se divide em três partes, que estudam: o aparelho fonador, onde som é produzido; a variedade de sons que podem ser produzidos e o significado desses sons. Já a fonética é conjunto da anatomia humana com os sons dos signos. A fonologia, por sua vez, estuda valor que som tem para a sociedade, é funcional. A morfologia estuda processo de formação das palavras, a divisão das classes gramaticais. A sintaxe é responsável pelo estudo da organização das frases, em outras palavras é a parte da língua que se apropria das combinações entre as classes gramaticais. E a semântica estuda o significado de cada palavra no processo de comunicação, mas nos aprofundaremos sobre tais questões mais adiante. Unidades de composição podem ser entendidas como tudo aquilo que se agrupa para a construção do texto, em outras palavras, podemos definir como os itens que constituem e constroem texto pouco a pouco. Temos, então, nessa construção a frase, a oração e período que, juntos, compõem todo de um texto. Veremos a seguir suas características. Frase A frase pode ser entendida como um enunciado que tem a capacidade de transmitir um sentido, um significado diante de um determinado contexto comunicativo, que chamamos de interação verbal. Observe alguns exemplos de frases curtas:</p><p>- Ai! Socorro! - O quê? - Silêncio Pare! - Que tragédia! Como assim? - Fogo! Essas frases, em sua grande maioria, são formadas por uma ou duas palavras. Portanto, podemos definir frase como uma unidade mínima de significação e contexto. Principais características das frases É marcada por pontuação no final, às vezes ponto final, exclamação ou interrogação; A entonação na oralidade é muito importante para que haja entendimento; A expressividade que se coloca na frase faz toda diferença de interpretação; Pode apresentar verbo ou Listamos aqui características bem abrangentes apenas para entendimento. Classificação das frases Frases interrogativas: é a pergunta que fazemos nos mais variados contextos, normalmente é finalizada com ponto de interrogação (?). Exemplo: Está gostando do passeio? Frases exclamativas: é aquela bem expressiva e que demonstra uma reação exaltada. Normalmente esse tipo de frase finalizamos com ponto de exclamação ou reticências (! ...). Exemplo: Que susto! Frases declarativas: conhecidas também como afirmativas, as declarativas são aquelas marcadas pela entonação expressiva ou intencional e são finalizadas</p><p>com ponto final (.). Exemplo: Hoje iremos ao cinema. Frases imperativas: é um tipo de ordem ou comando e é finalizado pelos pontos de exclamação e final Exemplo: Coma tudo! Oração A oração, em Língua Portuguesa, pode ser entendida como uma unidade sintática, ou seja, é um enunciado (curto ou longo) que tem obrigatoriamente a presença de um verbo. Normalmente, na construção de uma oração temos: um sujeito; termos essenciais; integrantes ou acessórios. Observe alguns exemplos de orações: - Venha! - Esse bolo parece muito gostoso. - Chove muito na minha cidade. Perceba que a diferença básica entre a frase e a oração é que na oração há presença de um verbo, por obrigatoriedade, enquanto nas frases não há. Em termos gerais, se há sentido é frase, se há sentido e um verbo é oração. Veja: Menina linda (sem verbo = frase) A menina é linda (há verbo = oração)</p><p>Período período em um texto é constituído por uma unidade sintática com uma ou mais orações com sentido completo. Ou seja, na oralidade marcamos início dos períodos pela entonação, já na escrita início dos períodos é marcado pela letra maiúscula no começo da oração e a pontuação específica que demarca sua extensão. Os períodos podem se dividir em dois: simples ou compostos. Período simples Os períodos simples são aqueles em que apresentam apenas uma oração, ou seja, há apenas um trecho com apenas um verbo (ou uma locução verbal) e sentido completo. Exemplos: Minha gatinha dorme muito! (verbo dormir) Minha gatinha está dormindo muito! (está dormindo = locução verbal) A locução verbal se caracteriza por possuir dois verbos ou mais, normalmente um principal e um auxiliar, mas juntos eles exercem a função, sentido de um verbo só, por isso, é considerado período simples, pois entendimento é de uma única situação. Período composto Os períodos compostos são aqueles que possuem mais de uma oração, ou seja, dois ou mais verbos.</p><p>Exemplo: Julia me chamou para ao cinema mais tarde. (Período composto por duas orações: verbos chamar e ir).</p><p>UniFCV Centro Universitário Cidade Verde Texto como Unidade de Sentido 8 AUTORIA Lucimari de Campos Monteiro</p><p>Pensar em texto é, antes de tudo, pensar em linguagem como meio de comunicação, afinal é através dos textos que nos comunicamos, e quando falamos em texto podemos apontar modalidades orais e escritas. A semântica é a parte da língua portuguesa responsável por estudar significado das palavras, de uma frase ou mesmo de um contexto comunicativo, é por meio dela que temos acesso às características do que "se quis dizer" em um determinado momento e meio. É válido ressaltar que a semântica também leva em consideração aspectos geográficos, de tempo e de espaço para que haja melhor compreensão da significação. Portanto, a definição e a constituição básica de texto na unidade linguística comunicativa básica é: Texto é a unidade linguística comunicativa fundamental, produto da atividade verbal humana, que possui sempre caráter social: está caracterizado por seu estrato semântico e comunicativo, assim como por sua coerência profunda e superficial, devida à intenção (comunicativa) do falante de criar um texto íntegro, e à sua estruturação mediante dois conjuntos de regras: as próprias do nível textual e as do sistema da língua (BERNÁRDEZ, 1982, p. 35). É notório que texto se qualifica como interação humana e que vamos nos later aqui nesta unidade é texto enquanto modalidade escrita e unidade de sentido. Para isso, separamos algumas das principais características de como construir um texto com seu sentido estruturado, veja na sequência. Coesão Para que a haja uma construção textual coesa é necessário que os elementos do texto se comuniquem, em outras palavras, a coesão textual pode ser entendida como a aplicação dos conectivos nas orações. Essa relação entre as palavras escolhidas para a construção do texto (de todas as classes gramaticais) é que nos traz a coesão dos elementos, mas para que isso aconteça é preciso escolher corretamente os conectivos (sejam as conjunções, os pronomes ou os advérbios). Exemplo: Nós não sabemos quem é sortudo, mas ela sabe. Coerência A coerência é marcada em relação ao texto como um todo. A relação que se estabelece entre os parágrafos e que está explicitado no contexto, seja ele com as informações internas ou externas do texto em si. Para que não haja confusão, vamos a uma explicação bem simples: a coesão diz respeito aos elementos internos do parágrafo, a coerência diz respeito ao texto como um todo e às referências que existem dentro e fora do texto, ou seja, contexto.</p>