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<p>Inserir Título Aqui</p><p>Inserir Título Aqui</p><p>Teorias da</p><p>Aprendizagem</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof.ª Dr.ª Carmem Lúcia Costa Amaral</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos</p><p>Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:</p><p>• Conceituando Teoria e Aprendizagem;</p><p>• As Teorias de Aprendizagem.</p><p>Fonte: Getty Im</p><p>ages</p><p>Objetivo</p><p>• Apresentar as teorias de aprendizagem que influenciaram e influenciam o fazer peda-</p><p>gógico do professor.</p><p>Caro Aluno(a)!</p><p>Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-</p><p>timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material</p><p>trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.</p><p>Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você</p><p>poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns</p><p>dias e determinar como o seu “momento do estudo”.</p><p>No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões</p><p>de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e</p><p>auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de</p><p>discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de</p><p>propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de</p><p>troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Bons Estudos!</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>Contextualização</p><p>Do ponto de vista formal, para lecionar precisamos somente saber do conteúdo da</p><p>nossa disciplina, o resultado disso é que muitos professores sentem dificuldade para en-</p><p>sinar e repetem o que está no livro didático e seu ensino é pouco atraente para o aluno.</p><p>Como consequência, seus alunos não aprendem e o professor fica desanimado e não</p><p>sabe por que seus alunos não aprendem.</p><p>Com esta unidade apresenta-se uma solução? Não, longe disso, com esta unidade</p><p>esperamos lhe despertar a curiosidade de compreender como seu aluno aprende e como</p><p>é seu ensino, pois só assim você poderá mudar sua prática.</p><p>6</p><p>7</p><p>Conceituando Teoria e Aprendizagem</p><p>Iniciamos esta unidade indagando.</p><p>O que é uma teoria? O que é aprendizagem?</p><p>Teoria é...</p><p>Teoria tem várias definições. Em situações do nosso cotidiano, esse termo é usado</p><p>para designar uma crença ou uma ideia ou para denominar o oposto da prática. Por</p><p>exemplo, o currículo do curso de graduação em Química é formado por disciplinas de</p><p>carga teórica e prática. Neste caso, o desenvolvimento das disciplinas teóricas é , geral-</p><p>mente, chamado de teoria.</p><p>Esse termo é também um componente do conhecimento científico. Dentro desta</p><p>concepção, teoria é uma ideia utilizada para manusear dados em pesquisas (realizadas</p><p>de forma independente por cientistas ao longo do tempo), a fim de explicar e conceituar</p><p>um fenômeno (ROCHA PINTO, FREITAS; MAISONNAVE, 2010).</p><p>Seus objetivos são: descrever, explicar, predizer e controlar fenômenos. Entretanto,</p><p>nem todas as teorias têm todos esses objetivos. Algumas apenas descrevem; outras</p><p>descrevem e explicam um fenômeno; e outras, além destas funções, predizem e/ou</p><p>controlam o fenômeno (TRENTINI, 1987).</p><p>As teorias podem ser substituídas. Por exemplo, a substituição da teoria do flogís-</p><p>tico pela a teoria da combustão; a teoria do modelo atômico de Dalton pela teoria de</p><p>Thomson, que foi substituída pela teoria de Rutherford, que por sua vez foi substituída</p><p>pela teoria de Rutheford-Bohr, mas essa substituição não é aleatória, ou seja, não é a</p><p>simples adição de novas ideias, ela é resultado de um processo longo, que envolve me-</p><p>todologias e atividades de interpretações, de argumentações fundamentadas, interroga-</p><p>ções e hipóteses criativamente formuladas.</p><p>Qual a diferença entre uma teoria e uma hipótese?</p><p>Uma teoria, quando é formulada em uma determinada área, não precisa ficar restrita</p><p>àquela área, ou seja, pode também ser estendida para várias áreas e para outras teorias</p><p>da mesma área. Como descreve Lima (1990):</p><p>Isolar uma teoria de uma área do conhecimento de suas múltiplas</p><p>relações com outras áreas e outras teorias da mesma área e procurar</p><p>transformá -la num referencial absoluto não só significa um equívoco</p><p>científico, como implica o risco, perigoso, de transformar esta teoria</p><p>em instrumento de discriminação e de impedimento à evolução do</p><p>conhecimento (p. 2).</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>Em geral, quando elas são apresentadas à comunidade científica são recebidas com</p><p>bastante cepticismo. Só são aceitas depois de passarem por rigorosas provas impostas por</p><p>essa comunidade exigente, que defende, quase sempre, as teorias já aceitas anteriormente.</p><p>Aprendizagem é...</p><p>A aprendizagem faz parte da nossa vida e se inicia desde nosso nascimento.</p><p>Em geral, as pessoas a associam somente ao que ocorre nas escolas, entretanto ela tem</p><p>um sentido mais amplo, pois abrange os nossos hábitos, os aspectos da nossa vida afe-</p><p>tiva e a assimilação de valores, ou seja, ela sofre interferência de vários domínios, como</p><p>o cognitivo, o físico e o emocional.</p><p>O cognitivo está relacionado com a forma como uma pessoa pensa. O físico está re-</p><p>lacionado com os nossos sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Quando apren-</p><p>demos, temos formas preferenciais de assimilar uma informação e processá-la. Essas</p><p>formas são os estilos de aprendizagem, que podem ser: visual, auditivo e tátil-sinestésico.</p><p>Embora todos desenvolvam esses estilos de aprendizagem, sempre tem um que é predo-</p><p>minante, ou seja, que se desenvolvido facilita a aprendizagem.</p><p>Embora o conceito de estilo de aprendizagem seja complexo, para Keefe (1991) é aquele</p><p>“composto de características cognitivas, afetivas e fatores psicológicos, que servem como</p><p>indicadores relativamente estáveis do modo como um aluno percebe, interage e responde</p><p>ao ambiente de aprendizagem” (Keefe, 1991 apud SILVA, 2012).</p><p>Por exemplo, um aluno que tem um estilo de aprendizagem predominantemente</p><p>visual possui habilidades de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos</p><p>visualmente. Aquele cujo estilo predominante é o auditivo possui habilidades de conhe-</p><p>cer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pela palavra falada, sons e ruídos,</p><p>organizando suas ideias, conceitos e abstrações a partir da linguagem falada, como, por</p><p>exemplo, uma aula expositiva. Já aqueles que são táteis-sinestésicos gostam de “pôr a</p><p>mão na massa”, ou seja, gostam de executar uma atividade ou praticar uma habilidade</p><p>ou mesmo desempenhar uma atividade física.</p><p>O Quadro 1 descreve algumas características observáveis em cada um dos estilos de</p><p>aprendizagem predominante.</p><p>Quadro 1 – Algumas características observáveis nos estilos de aprendizagem de domínio físico</p><p>Visual Auditivo Sinestésico</p><p>Estilo de</p><p>aprendizagem</p><p>Aprende pela</p><p>visão; observa</p><p>demonstrações; gosta</p><p>de ler e imaginar as</p><p>cenas no livro; tem boa</p><p>concentração e é rápido</p><p>na compreensão.</p><p>Aprende por instruções</p><p>verbais; gosta</p><p>de diálogo; evita</p><p>descrições longas; não</p><p>presta atenção nas</p><p>ilustrações.</p><p>Aprende fazendo;</p><p>prefere ir logo para a</p><p>ação; não é bom leitor.</p><p>8</p><p>9</p><p>Visual Auditivo Sinestésico</p><p>Memória</p><p>Lembra-se bem de um</p><p>rosto, mas esquece os</p><p>nomes; escreve e anota</p><p>a partir de esquemas</p><p>resumidos e simbólicos;</p><p>lembra-se bem</p><p>das ilustrações.</p><p>Lembra os nomes, mas</p><p>esquece dos rostos;</p><p>as coisas por</p><p>repetição auditiva.</p><p>Lembra-se melhor das</p><p>coisas que fez e não</p><p>daquelas que ouviu.</p><p>Aparência Geral</p><p>Limpo; meticuloso,</p><p>gosta de ordem e de</p><p>coisas bonitas.</p><p>Combinar roupas não</p><p>é importante, prefere</p><p>explicar as escolhas.</p><p>Limpo, mas logo se</p><p>desarruma devido às</p><p>atividades. Sem muito</p><p>senso estético, conforto</p><p>é essencial.</p><p>Comunicação</p><p>Quieto, não fala muito</p><p>e se o faz fala de forma</p><p>rápida; impacienta-se</p><p>quando tem que ouvir</p><p>explanações longas;</p><p>escreve coisas</p><p>com detalhe.</p><p>Gosta de ouvir,</p><p>mas não</p><p>consegue esperar para</p><p>falar; suas descrições</p><p>são longas</p><p>e repetitivas.</p><p>Gesticula quando fala;</p><p>não é bom ouvinte,</p><p>perde logo o interesse</p><p>pelo discurso; fica</p><p>muito perto quando</p><p>fala ou escuta.</p><p>Fonte: Saldanha, Zamproni e Batista (2016, p. 3)</p><p>O emocional está relacionado a como as pessoas se sentem em termos psicológico e</p><p>fisiológico. Os fatores psicológicos que podem influenciar na aprendizagem podem ser</p><p>internos e externos. Os internos são, por exemplo, motivação e persistência, e os exter-</p><p>nos são situações estressantes na vida pessoal ou profissional, como apoio por parte das</p><p>pessoas ao seu redor. Os fatores fisiológicos internos são, por exemplo, a fome, sede,</p><p>cansaço, doença, entre outros, e os externos podem ser luminosidade do ambiente, dis-</p><p>tração, temperatura, conforto ambiental, entre outros (DEAQUINO, 2007).</p><p>As salas de aula não são homogêneas; assim, é importante que o professor conheça</p><p>e identifique os estilos de aprendizagem dos alunos e o estilo predominante, pois com</p><p>isso ele tenderá a apresentar os conteúdos do currículo considerando a forma como seus</p><p>alunos aprendem, facilitando, assim, a aprendizagem.</p><p>É importante também que o professor conheça seu próprio estilo de aprendizagem,</p><p>pois este influencia de forma significativa na forma como ele organiza sua aula, planeja</p><p>suas estratégias, seleciona recursos e se relaciona com os alunos. Em geral, o professor en-</p><p>sina de acordo com seu próprio estilo de aprendizagem, sem levar em consideração que o</p><p>aluno também tem um estilo de aprendizagem, que é único (CERQUEIRA, 2000, 2006).</p><p>Você já observou em sua sala de aula qual o estilo de aprendizagem predominante de seus</p><p>alunos? E o seu próprio estilo de aprendizagem predominante?</p><p>Em geral, as pessoas associam o conceito de aprendizagem somente ao que ocorre</p><p>nas escolas, entretanto ela tem um sentido mais amplo, pois abrange os nossos hábitos,</p><p>os aspectos da nossa vida afetiva e a assimilação de valores.</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>Uma vez que ela envolve vários fatores, seu conceito é complexo, pois é analisada a</p><p>partir de diferentes teorias. Entre elas, estão a teoria comportamental (behaviorista), a</p><p>cognitivista (interacionista) e a humanista.</p><p>Essas teorias têm suas particularidades não só quanto ao conceito de aprendiza-</p><p>gem, mas também na concepção de homem e de mundo, da sociedade e da cultura,</p><p>do conhecimento, da educação, da escola, da relação professor-aluno, da metodologia</p><p>de ensino e da avaliação dessa aprendizagem (ANACLETO et al., 2015). Elas têm suas</p><p>origens na Psicologia.</p><p>Se essas teorias têm como origem a Psicologia, qual a sua relação com a Educação?</p><p>Os educadores estão constantemente à procura de explicações para entender e dar</p><p>conta do fenômeno educativo, que é extremamente complexo, e essas explicações têm</p><p>na Psicologia uma fonte de conhecimento. Embora tenhamos percebido que a Psicolo-</p><p>gia não tem dado conta de explicar o fracasso escolar e contribuir efetivamente para</p><p>a melhoria do desempenho escolar, a partir dos seus conhecimentos, os educadores</p><p>procuram entender as crianças que entram nas escolas e as dificuldades para alfabetizar</p><p>e ensinar estas crianças.</p><p>A Psicologia, assim como a Química, é composta por subáreas: a Psicologia da Aprendi-</p><p>zagem, que estuda como o indivíduo aprende; a Psicologia do Desenvolvimento, que estuda</p><p>como o indivíduo se desenvolve; a Psicologia social, que estuda a relação do indivíduo; e</p><p>assim por diante. Dentre as subáreas da Psicologia, as que têm se destacado na Educação</p><p>são a Psicometria, a Psicologia da Aprendizagem e a Psicologia do Desenvolvimento.</p><p>As Teorias de Aprendizagem</p><p>São várias as teorias de aprendizagem e para cada uma encontra-se uma grande</p><p>quantidade de obras na literatura; em um texto simples como este, não dá para apresen-</p><p>tar todas elas. Assim, serão focalizados neste texto apenas alguns aspectos das teorias</p><p>comportamental e cognitivista.</p><p>Teoria Comportamental</p><p>Teoria Comportamental é também conhecida como Análise Experimental do Com-</p><p>portamento, Análise do Comportamento, Comportamentalismo e Behaviorismo.</p><p>Esse último é derivado da palavra behavior, que significa “comportamento”, e foi intro-</p><p>duzido pelo psicólogo americano John B. Watson, em artigo publicado em 1913. Assim,</p><p>para os behavioristas a atividade humana pode ser estudada a partir do comportamento.</p><p>Essa teoria, como o próprio nome sugere, tem sua origem nos estudos de psicologia</p><p>sobre o comportamento humano, o qual é compreendido como resultado das influências</p><p>dos estímulos do meio. Desta forma, o comportamento pode ser moldado de acordo</p><p>com estímulos e respostas.</p><p>10</p><p>11</p><p>Seus principais defensores foram os psicólogos John B. Watson (1878-1958), Burrhus</p><p>Frederic Skinner (1904-1990) e o fisiologista Ivan Pavlov (1849-1936), sendo Skinner o</p><p>mais influente no movimento behaviorista contemporâneo, especialmente no Brasil, e</p><p>seus trabalhos deram origem a uma comunidade científica em torno de programas de</p><p>investigação por ele inaugurados.</p><p>Para esses autores behavioristas, o resultado da aprendizagem é uma mudança de</p><p>comportamento observável, causada por fatores externos, estímulos ambientais ou re-</p><p>forços (punição ou recompensa). Essa teoria se tornou um paradigma na década de</p><p>1920 até 1950.</p><p>Watson defendia a ideia de que o comportamento deveria ser estudado como função</p><p>de certas variáveis do meio e que pensamento e emoção não deveriam ser estudados na</p><p>Psicologia, pois não podem ser observados. Para ele, alguns estímulos levam o organis-</p><p>mo a determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus</p><p>ambientes pela formação de hábitos. Por isso, essa teoria também é conhecida como</p><p>teoria S-R (do inglê s Stimuli-Respond, Estí mulo-Resposta). A linha de estudo desenvol-</p><p>vida por Watson foi denominada de behaviorismo metodológico.</p><p>Desta forma, os defensores dessa teoria dedicavam-se ao estudo das interações entre</p><p>o indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Um exemplo dessa teoria</p><p>de estímulo-resposta é a salivação provocada por uma gota de limão colocada na ponta</p><p>da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as “lágrimas de cebola” etc.</p><p>Essa teoria gera o que se chamou de comportamento reflexo, que é aquele que ao rece-</p><p>ber um estímulo o responde de forma involuntária, sem o nosso próprio controle.</p><p>Já Skinner (1967) se ocupou com o que ocorre depois da resposta. Essas respostas</p><p>ou comportamentos foram denominadas por ele de comportamento respondente ou</p><p>operante. O respondente são os reflexos, pois estes são causados involuntariamente por</p><p>determinados estímulos. O operante é aquele no qual o sujeito faz algo que tem efeito</p><p>no mundo exterior, onde o ambiente é modificado e produz consequências que agem de</p><p>novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.</p><p>Ambiente: não é só espaço físico, é também o ambiente social, onde se encontra todo o</p><p>tipo de relação pessoal, interpessoal e relação com o próprio ambiente.</p><p>Foi a partir do estudo do comportamento operante, no final da década de 1930, que o siste-</p><p>ma skinneriano começou a assumir seus contornos definitivos, dando origem às pesquisas</p><p>que viriam a exercer grande impacto na Psicologia experimental das três décadas seguintes</p><p>(TOURINHO, 2011).</p><p>Para ele, há dois tipos de estímulos por meio dos quais as consequências podem</p><p>modificar o comportamento: o reforço positivo e o reforço negativo. Para Skinner, a</p><p>conexão importante era entre a resposta e o reforço e não entre o estímulo e a resposta.</p><p>11</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>O reforço positivo é, segundo Skinner (2007), definido como o fortalecimento de</p><p>uma resposta devido ao estímulo recebido, enquanto o reforço negativo consiste no au-</p><p>mento na frequência de uma resposta por causa da remoção de um estímulo.</p><p>Seu enfoque aplicado ao processo de ensino e aprendizagem leva à ideia de objetivos</p><p>operacionais, comportamento que o aluno deve apresentar, resposta</p><p>que ele deve dar ao</p><p>longo do processo de aprendizagem e ao final dele. Esses objetivos devem estar claros</p><p>para o aluno, pois só assim pode-se medir sua compreensão por ele.</p><p>É preciso reforçar positivamente o comportamento do aluno, como, por exemplo,</p><p>com uma nota, um comentário ou um elogio. É preciso também programar o reforço</p><p>caso o aluno necessite e até que a aprendizagem funcione como um estímulo reforçador.</p><p>Os recursos didáticos, as aulas, funcionam como estímulos para a resposta desejada</p><p>(MOREIRA, VEIT, 2010).</p><p>O uso dessa teoria na prática de ensino envolve também a elaboração de etapas que</p><p>obedecem a uma sequência de pré-requisitos para que o aluno possa progredir ao longo</p><p>das etapas. Para Moreira e Veit (2010), aparentemente não há nada de errado na teoria</p><p>behaviorista, uma vez que planejar uma aula, definir seus objetivos, ensinar e avaliar a</p><p>aprendizagem fazem parte do cotidiano de todo professor. Entretanto, na prática, ele</p><p>acaba promovendo o treinamento em lugar da educação, uma aprendizagem mecânica</p><p>ao invés da aprendizagem significativa. Isso fez com que essa teoria fosse rejeitada pelos</p><p>educadores e pesquisadores atuais (embora ainda muito presente em sala de aula, como,</p><p>por exemplo, nas aprendizagens por transmissão, onde o professor transmite as infor-</p><p>mações (estímulos) aos alunos e pede, em troca, que usem a sua atividade mental para</p><p>acumular, armazenar e reproduzir informações).</p><p>Nesse tipo de aprendizagem, o erro deve ser deve ser evitado, punido e exigida nova</p><p>resposta, e os exercícios de repetição ou de demonstrações de atividades, muitas vezes</p><p>preparados e apresentados como se o aluno tivesse que imitar, sem grandes explica-</p><p>ções, preenchem o tempo da aula.</p><p>Para saber mais sobre as diferenças das teorias de Watson e Skinner.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/ipHFpXAgjiA</p><p>Sobre a implicação dessa teoria no processo pedagógico.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/UkrlNh90BFg</p><p>A linha de estudo desenvolvida por Skinner foi denominada de behaviorismo radical.</p><p>A Teoria Cognitivista</p><p>Os cognitivistas, ao contrário dos behavioristas, enfatizam aquilo que é ignorado por</p><p>eles: a cognição; o ato de conhecer e como o ser humano conhece o mundo. Para eles,</p><p>o conhecimento pode ser concebido como objeto de estudo.</p><p>Os behavioristas das décadas de 1970 e 1980, entre eles Albert Bandura, percebe-</p><p>ram que o processo de aprendizagem é mais complexo do que Skinner julgava. Bandura</p><p>12</p><p>13</p><p>(1973, 1977) dedicou seus estudos ao comportamento humano em seu processo de</p><p>inserção no contexto social e a partir desses estudos desenvolveu a Teoria Cognitiva</p><p>Social, baseada, em parte, no modelo de comportamento operante. Para ele, o proces-</p><p>so de aprendizagem envolve alguns fatores, como:</p><p>Atenção: A aprendizagem requer o estímulo da atenção do aluno. Fa-</p><p>tores como nervosismo, mal-estar ou até mesmo estímulo competitivo</p><p>devem ser considerados pelo professor.</p><p>Retenção: O aluno precisa lembrar daquilo que aprendeu e para isso</p><p>o professor deve incentivá-lo a estabelecer relações entre o conteúdo</p><p>da aula com imagens mentais ou descrições verbais, pois quando es-</p><p>sas relações se interiorizam o aluno é capaz de reproduzir aquilo que</p><p>foi aprendido, quando necessário.</p><p>Reprodução: A reprodução de um comportamento ou de uma apren-</p><p>dizagem requer reprodução constante.</p><p>Motivação: O aluno precisa de motivação para aprender, seja a partir</p><p>do método tradicional de reforço/punição, seja por meio de incentivos</p><p>futuros. (LAKOMY, 2014, p. 18)</p><p>Na sua teoria social cognitiva, o comportamento do indivíduo, os fatores pessoais e</p><p>o ambiente influenciam-se mutuamente. Transpondo isso para uma sala de aula, Pajares</p><p>e Olaz (2008, p. 97) descrevem:</p><p>Usando a teoria social cognitiva como referência, os professores po-</p><p>dem trabalhar para melhorar os estados emocionais de seus alunos e</p><p>para corrigir suas autocrenç as e hábitos negativos (fatores pessoais),</p><p>melhorar suas habilidades acadêmicas e práticas autorregulató rias</p><p>(comportamento) e alterar as estruturas da escola e da sala de aula</p><p>que possam atuar de maneira a minar o sucesso dos estudantes.</p><p>Completando essas ideias, para Azzi, Guerreiro-Casanova e Dantas (2014), alguns</p><p>conceitos que integram esta teoria têm sido associados à motivação para aprender do</p><p>aluno e para ensinar do professor e estão relacionados a ambientes escolares nos quais</p><p>a convivência entre discentes e docentes é mais harmoniosa.</p><p>Na década de 1960 e 1970, surgiu o modelo de aprendizagem por descoberta,</p><p>que defendia uma maior intervenção do aluno na sua aprendizagem. De acordo com</p><p>essa teoria, os alunos constroem o seu conhecimento sem a intervenção do professor,</p><p>ou seja, de forma independente. Cabe ao professor fazer perguntas que despertem a</p><p>curiosidade, mantenham o interesse e provoquem e desenvolvam o pensamento do alu-</p><p>no. Essa teoria tem como seu principal representante Jerome Bruner (VASCONCELOS,</p><p>PRAIA; ALMEIDA, 2003).</p><p>Brunner foi psicólogo e pedagogo e um dos principais representantes da revolução cognitiva.</p><p>Suas obras influenciaram a educação nos Estados Unidos e no Brasil.</p><p>Para saber mais sobre Brunner, veja o vídeo isponível em: https://youtu.be/HxMyLcGMrZA</p><p>13</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>A respeito de como ensinar, Bruner destacou, além do processo do descobrimento,</p><p>o currículo em espiral, que significa que o aluno deve ter oportunidade de ver o mesmo</p><p>conteúdo várias vezes, em níveis diferentes de profundidade (MOREIRA; VEIT, 2010).</p><p>Bruner propôs que para a aprendizagem por descoberta é importante que o profes-</p><p>sor tenha conhecimento sobre o assunto; apresente o conteúdo em forma de problema</p><p>que possa ser resolvido de maneira autônoma pelo aluno, a partir de pesquisa, experi-</p><p>mentação e observação pelo aluno; entenda que esse é um processo lento de aprendi-</p><p>zagem e que não pode ser apressado, pois o que interessa é a aprendizagem do aluno;</p><p>seja capaz de estruturar a matéria a partir das ideias mais gerais para as mais específicas</p><p>e daí desenvolvê-la em espiral; desenvolva e estimule uma atitude de investigação pelos</p><p>alunos; reconstitua o caminho do raciocínio do aluno para encontrar o momento do erro</p><p>e a partir dele reconduzi-lo ao raciocínio correto (nesse caso, o erro deve ser instrutivo);</p><p>conheça a realidade de vida dos seus alunos para que a sua dinâmica tenha significado</p><p>para o aluno, de forma a motivá-lo a aprender (LAKOMY, 2014).</p><p>Como podemos perceber, a teoria de Bruner é construtivista, embora ele não seja o</p><p>representante mais importante da teoria construtivista. O representante mais importante</p><p>foi Piaget, que apesar de ter alguns escritos sobre educação não foi e não pretendeu ser</p><p>pedagogo. Entretanto, os métodos pedagógicos hoje ditos construtivistas são construções</p><p>baseadas na sua teoria, principalmente sobre o desenvolvimento infantil, e/ou em autores</p><p>que desenvolveram suas pesquisas na mesma linha (SANCHIS; MAHFOUD, 2010).</p><p>Alguns dos trabalhos mais importantes de Piaget datam da década de 1920, mas apenas na</p><p>década de 1970 essas obras foram resgatadas e chamaram a atenção.</p><p>Piaget (1973, 1977) procurou entender como a criança aprende e seu estudo deu</p><p>ênfase ao modo pelo qual os indivíduos em determinada idade e estágio do desenvolvi-</p><p>mento compreendiam o mundo e as situações que os cercavam. Para ele, a formação do</p><p>indivíduo é produto de interações sociais. Quando o indivíduo está em equilíbrio com o</p><p>seu meio, ele está, no que Piaget chamou, em adaptação. Quando o indivíduo está dian-</p><p>te de situações problemáticas, entra em desequilíbrio e desadaptação com o ambiente,</p><p>desencadeando um conflito cognitivo. O indivíduo poderá retornar ao estado de equilí-</p><p>brio e adaptação a partir de dois mecanismos cognitivos: a assimilação e a acomodação</p><p>(reestrutura da estrutura cognitiva).</p><p>A assimilação é a incorporação de novos conhecimentos, experiências ou informa-</p><p>ções na estrutura cognitiva da criança que não são modificados, enquanto a acomo-</p><p>dação ocorre quando a criança reorganiza sua estrutura</p><p>cognitiva para incorporar e</p><p>transformar esses novos conhecimentos, experiências ou informações, de forma a se</p><p>ajustarem às novas exigências do meio. De acordo com Piaget, só há aprendizagem</p><p>quando há acomodação (LACOMY, 2014).</p><p>A assimilação e acomodação, juntamente com os conceitos de adaptação e equili-</p><p>bração, são conceitos-chaves na sua teoria. Adaptação é o equilíbrio entre assimilação</p><p>e acomodação. A equilibração é responsável pelo desenvolvimento cognitivo do sujeito.</p><p>14</p><p>15</p><p>É a partir dela que o conhecimento é construído em interação com o meio físico e so-</p><p>ciocultural (PIAGET, 1973, 1977).</p><p>Para o desenvolvimento cognitivo, Piaget (1973) distingue quatro estágios, que va-</p><p>riam de acordo com a idade da criança:</p><p>• Sensó rio-motor (0 a 2 anos): no qual os bebês aprendem sobre si mesmo e seu</p><p>mundo, por meio da atividade sensória (tato, olfato, visão, audição, gustação) e mo-</p><p>tora (sugar o leite no seio da mãe);</p><p>• Pré-operacional (2 a 6-7 anos): nesse estágio, as crianças desenvolvem a imagi-</p><p>nação e a memória e têm a capacidade de usar símbolos ou representações mentais</p><p>(palavras, números ou imagens). O pensamento nessa fase ainda é egocêntrico e a</p><p>criança tem dificuldade em ver o ponto de vista dos outros;</p><p>• Operações concretas (7 a 11-12 anos): nesse estágio, as crianças são menos ego-</p><p>cêntricas e podem usar o pensamento, são capazes de distinguir a fantasia, o jogo</p><p>simbólico da realidade, possuem melhor compreensão da conservação, da diferen-</p><p>ça entre aparência e realidade e dos relacionamentos entre os objetos. Esse estágio</p><p>marca o início do pensamento lógico ou operacional e isso implica que a criança</p><p>pode resolver as coisas internamente em sua cabeça, em vez de apenas fisicamente;</p><p>• Operações formais (11-12 anos em diante): nessa última fase, o adolescente con-</p><p>segue formar esquemas conceituais abstratos e realizar operações mentais com ló-</p><p>gica formal, mais elaboradas em conteúdo e raciocínio. A partir desse estágio, o</p><p>indivíduo é capaz de construir e discutir valores morais, adquirir autonomia, levantar</p><p>e propor suas hipóteses e fazer julgamentos com argumentos (MASTELLA, 2012).</p><p>As idades não são fixas e obrigatórias a cada estágio, mas dependem dos estímulos rece-</p><p>bidos, e a passagem de um estágio para outro não ocorre de maneira abrupta, pode haver</p><p>diferenças na idade em que as crianças atingem cada estágio (CEVOLANE et al., 2017).</p><p>Esses estágios devem ser respeitados para um trabalho mais eficiente do ponto de</p><p>vista pedagógico e para isso o papel do professor é importante, pois é ele quem cria os</p><p>espaços, disponibiliza materiais e faz a intervenção para a construção do conhecimento</p><p>do seu aluno.</p><p>Os estudos de Piaget revolucionaram a maneira de pensar com relação às crianças.</p><p>Antes, a teoria pedagógica tradicional afirmava que as crianças eram “caixas vazias” es-</p><p>perando que os adultos depositassem conhecimento. Para Piaget, as crianças constroem</p><p>seu mundo de acordo com o que lhes é oferecido, criando e testando suas teorias.</p><p>Para ver um resumo das fases de desenvolvimento de Piaget.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/Dj-yrUass4s</p><p>Veja também este interessante vídeo de uma conversa com Piaget.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/FWYjDvh3bWI</p><p>Uma implicação da teoria de Piaget para o ensino é de que ele deve ser acompa-</p><p>nhado de ações e demonstrações, desde que estejam integradas às argumentações do</p><p>15</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>professor, e sempre que possível deve dar ao aluno a oportunidade de agir (trabalho</p><p>prático). Para Piaget, as aptidões diferenciadas de alunos, em igual nível de inteligência,</p><p>em um determinado conteúdo, como Matemática ou Física, por exemplo, consistem</p><p>principalmente na sua capacidade de adaptação ao tipo de ensino que lhe é fornecido</p><p>(MOREIRA; VEIT, 2010).</p><p>Atualmente, a influência da teoria de Piaget é tão marcante que alguns pesquisado-</p><p>res chegam a pensar que a sua teoria é por definição a teoria construtivista. Mas, não</p><p>é bem assim porque existem outras visões construtivistas, mas o enfoque piagetiano é</p><p>indiscutivelmente o mais conhecido e influente.</p><p>As teorias mais reconhecidas de Piaget são a “Epistemologia Genética” e a “Teoria do co-</p><p>nhecimento”, sendo esta última uma das teorias fundamentais para os estudos acerca da</p><p>pedagogia e do desenvolvimento infantil.</p><p>Outro representante dos estudos no campo do desenvolvimento cognitivo foi</p><p>Vygotsky. Diferente de Piaget, Vygotsky (1984) explica que o desenvolvimento cognitivo</p><p>não pode ser entendido sem referência ao contexto social e cultural no qual ele ocorre.</p><p>Assim, para ele o desenvolvimento cognitivo e o contexto social caminham juntos. Sua</p><p>teoria é conhecida como socioconstrutivista ou sociointeracionista.</p><p>Vygotsky (1999) tem como uma de suas teorias que os processos mentais superiores</p><p>(planejar ações, conceber consequências para uma decisão, imaginar objetos etc.) de um</p><p>indivíduo tem origem em processos sociais. Na sua perspectiva, esses processos mentais</p><p>são a conversão das relações sociais, isto é, não é a partir do desenvolvimento cognitivo</p><p>que o indivíduo se torna capaz de socializar, ao contrário, é a partir da socialização que</p><p>se dá o desenvolvimento dos processos mentais superiores.</p><p>Mas, como ocorre essa conversão?</p><p>Essa conversão se dá a partir da mediação, pois para Vygotsky (1999) a relação do</p><p>homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, uma relação</p><p>mediada. A mediação precisa de dois elementos: o instrumento e o signo. Os instrumen-</p><p>tos podem ser materiais e psicológicos e são responsáveis pela regulação das ações so-</p><p>bre o meio, enquanto o signo é responsável pela regulação das ações sobre o psiquismo</p><p>dos indivíduos, ou seja, instrumento é todo objeto (externo) criado pelo homem com a</p><p>intenção de facilitar seu trabalho e sua sobrevivência, enquanto os signos são instrumen-</p><p>tos psicológicos (internos), que auxiliam o homem diretamente nos processos internos</p><p>(SILVA, 2017).</p><p>Os instrumentos materiais são físicos, como os utilizados pelos professores em sala</p><p>de aula: vídeos, slides, equipamentos laboratoriais, entre outros. E os psicológicos são:</p><p>os signos, as palavras, os conceitos, os conteúdos escolares, todos aqueles criados pelas</p><p>sociedades e na cultura ao longo do curso da história humana.</p><p>A partir da mediação se dá a internalização. Na escola, o professor é o responsável</p><p>por ela e a realiza quando transpõe os conteúdos escolares. Assim, o desenvolvimento</p><p>16</p><p>17</p><p>do aluno acontece quando ele internaliza esses conteúdos escolares e consegue utilizá-</p><p>-los dentro e fora da escola.</p><p>De acordo com Vygotsky (2007), o conteúdo escolar é : “mais do que a soma de cer-</p><p>tas conexões associativas formadas pela memória, [...] mais do que um simples hábito</p><p>mental; é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio</p><p>de treinamento” (apud STRIQUER, 2017, p. 145).</p><p>Para Vygostky, a aprendizagem possibilita o desenvolvimento, o qual está dividido</p><p>em dois níveis: a) o desenvolvimento real: determinado pela capacidade do aprendiz</p><p>de resolver sozinho um problema, independentemente da ajuda de outra pessoa; b) o</p><p>desenvolvimento potencial: determinado pela constatação de que o aprendiz, para</p><p>resolver um problema, necessita da orientação de uma outra pessoa que seja mais capaz</p><p>do que ela. Entre esses dois níveis, forma-se a Zona de Desenvolvimento Próximo ou</p><p>Proximal (ZDP) (Figura 1), que é “a distância entre o nível de desenvolvimento real [...] e</p><p>o nível de desenvolvimento potencial” (VYGOTSKY, 2007, p. 97).</p><p>Estímulo para</p><p>se chegar à zona de</p><p>desenvolvimento potencial</p><p>Zona de</p><p>desenvolvimento real</p><p>Zona de</p><p>desenvolvimento potencial</p><p>Resolve uma situação-</p><p>-problema com ajuda</p><p>Resolve uma</p><p>situação-problema de</p><p>forma individual</p><p>Zona de desenvolvimento</p><p>proximal</p><p>Figura 1 – Relação entre os níveis de desenvolvimento</p><p>A ZDP define as funções que ainda não amadureceram, mas que estão no processo de</p><p>maturação, representa a região na qual ocorre o desenvolvimento cognitivo.</p><p>É dinâmica,</p><p>pois está sempre mudando. Por exemplo, quando o professor faz uma pergunta para os</p><p>alunos e eles respondem, essas respostas estão no nível de desenvolvimento real desses</p><p>alunos, eles respondem aquilo que já sabem ou acreditam saber, mesmo que suas respos-</p><p>tas não estejam totalmente corretas. Se nada acontece por parte do professor (ou mesmo</p><p>de outros alunos), aqueles alunos que responderam talvez permaneçam com as mesmas</p><p>ideias que os levaram a expressar suas respostas. Mas, se o professor (ou outro aluno) con-</p><p>segue produzir um entendimento e atuar nas respostas dos estudantes com ações que os</p><p>façam avançar ou progredir em suas ideias iniciais, há emersão da ZDP, uma vez que essa</p><p>intervenção do professor/outro aluno provoca uma mudança no nível de desenvolvimen-</p><p>to real dos alunos para o nível de desenvolvimento potencial e, consequentemente,</p><p>podemos dizer que ocorreu uma aprendizagem (FRADE; MEIRA, 2012).</p><p>Usando a concepção acima, você já analisou sua interação com seus alunos para a emersão</p><p>da ZDP?</p><p>17</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Livros</p><p>A evolução da Teoria Social Cognitiva</p><p>BANDURA, A.; AZZI, R. G.; POLYDORO, S. A. J. (org.). A evolução da Teoria Social</p><p>Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2008.</p><p>Vídeos</p><p>Entrevista virtual a Vygotsky</p><p>XTRA NORMAL. NANCY ZAMBRANO CHÁVEZ. Entrevista virtual a Vygotsky.</p><p>https://youtu.be/QukJPOY5dEk</p><p>Vygotsky x Piaget – Teorias</p><p>XTRA NORMAL. NANCY ZAMBRANO CHÁVEZ. Vygotsky x Piaget – Teorias.</p><p>https://youtu.be/NQH-e8OOaM8</p><p>Leitura</p><p>Frederic Skinner</p><p>SMITH, L. M.; ALVES, M. L. (org.) Frederic Skinner. Recife: Fundaç ã o Joaquim</p><p>Nabuco, Editora Massangana, 2010.</p><p>http://bit.ly/2LpAsKw</p><p>Lev Semionovich Vygotsky</p><p>IVIC, I.; COELHO, E. P. (org.). Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Fundação Joaquim</p><p>Nabuco, Editora Massangana, 2010.</p><p>http://bit.ly/2Ln6c2H</p><p>18</p><p>19</p><p>Referências</p><p>ANACLETO, V. G.; PINTO, M. S. D.; PEREIRA, J. C.; MORAIS, L. A. Teorias da</p><p>aprendizagem: os principais conceitos e a relação com o contexto escolar. In: II Congresso</p><p>Nacional de Educação, 2015, Centro Multidisciplinar de Estudos e Pesquisas, Campina</p><p>Grande, Paraíba. Anais... 2, 2015.</p><p>AZZI, R. G.; GUERREIRO-CASANOVA, D. C.; DANTAS, M. A. Percepções de</p><p>licenciandos e professores da educação básica sobre livros e vídeos elaborados a partir da</p><p>teoria social cognitiva. Revista Contrapontos - Eletrônica, v. 14, n. 2, p. 289-305, 2014.</p><p>BANDURA, A. Aggression: a social learning analysis. Englewood Cliffs, N. J: Prentice</p><p>Hall, 1973.</p><p>________. Social learning theory. Englewood Cliffs, N. J: Prentice Hall, 1977.</p><p>CERQUEIRA, T. C. S. Estilos de aprendizagem em universitários. Tese (Doutorado em</p><p>Educação), 2000, 153 f. Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas. 2000.</p><p>________. O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e a</p><p>escuta sensível. Pepsic, v. 7, n. 1, p. 29-38, 2006.</p><p>CEVOLANE, L. et al. Desenvolvimento humano: um esboço da perspectiva de Jean</p><p>Piaget. Revista Dimensão Acadêmica, v. 2, n. 1, p. 63-78, 2017.</p><p>DEAQUINO, C. T. E. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem.</p><p>São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007 (e-book).</p><p>FRADE, C.; MEIRA, L. Interdisciplinaridade na escola: subsídios para uma zona de</p><p>desenvolvimento proximal como espaço simbólico. Educação em Revista, v. 28, n. 01,</p><p>p. 371-394, 2012.</p><p>LAKOMY, A. M. Teorias cognitivas de aprendizagem. Curitiba: InterSaberes, 2014. (e-book)</p><p>LIMA, E. C. A. S. O conhecimento psicológico e suas relações com a educação. Em</p><p>aberto, ano 9, n. 48, p. 1-24, 1990.</p><p>MASTELLA, I. C. R. et al. A teoria piagetiana na educação atual: um retorno necessário.</p><p>In: XIV Seminário Internacional de Educação no Mercosul, 14, 2012. Universidade de</p><p>Cruz Alta. Anais... Rio Grande do Sul, 2012.</p><p>MOREIRA, M. A.; VOIET, E. A. Ensino superior: bases teóricas e metodológicas. São</p><p>Paulo: EPU, 2010.</p><p>PAJARES, F.; OLAZ, F. Teoria social cognitiva e autoeficá cia: uma visão geral. In:</p><p>BANDURA, A.; AZZI, R. G.; POLYDORO, S. Teoria social cognitiva: conceitos</p><p>básicos. São Paulo: Artmed.2008, p. 97- 114.</p><p>PIAGET, J. A epistemologia genética. Rio de Janeiro: Vozes, 1973.</p><p>________. Psicologia da inteligência. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1977.</p><p>19</p><p>UNIDADE</p><p>Teorias de Aprendizagem: Um Breve Olhar</p><p>ROCHA-PINTO, S. R., FREITAS, A. S., MAISONNAVE, P. R. Métodos interpretativistas</p><p>em administração: implicações para pesquisadores. Revista ADM. Faces Journal, v. 9,</p><p>n. 1, p. 115-127, 2010.</p><p>SALDANHA, C. C.; ZAMPRONI, E. C. B.; BATISTA, M. L. A. Estilos de aprendizagem.</p><p>2016. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_</p><p>pedagogica/julho_2016/dee_anexo1.pdf>. Acesso: julho/2019.</p><p>SANCHIS, I. P.; MAHFOUD, M. Construtivismo: desdobramentos teóricos e no campo</p><p>da educação. Revista Eletrônica de Educação, v. 4, n. 1, p. 18-33, 2010.</p><p>SILVA, D. M. B. Aprendizagem mediada por signos e a construção de conceitos em</p><p>uma perspectiva Vigotskiana. Revista de Educação Pública, v. 19, ed. 14, p. 1, 2017.</p><p>SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. Tradução de R. Azzir. São Paulo: Herber, 1972</p><p>(Coleção de Ciências do Comportamento).</p><p>________. Ciência e comportamento humano. Tradução de J. C. Todorov e R. Azzi.</p><p>Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1967.</p><p>TOURINHO, E. Z. Notas sobre o Behaviorismo de ontem e de hoje. Psicol. Reflex.</p><p>Crit., v. 24, n. 1, p. 186-194, 2011.</p><p>TRENTINI, M. Relação entre teoria, pesquisa e prática. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo,</p><p>v. 2, n. 2., p. 135-143,1987.</p><p>VASCONCELOS, C.; PRAIA, J. F.; ALMEIDA, L. S. Teorias de aprendizagem e o</p><p>ensino/aprendizagem das ciências: da instrução à aprendizagem. Psicol. esc. educ.,</p><p>v. 7, n. 1, p. 11-19, 2003.</p><p>VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.</p><p>________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.</p><p>________. Pensamento e linguagem. Edição eletrônica: Ed Ridendo Castigat Mores,</p><p>2007. Disponível em: <http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/</p><p>Lev%20Semenovich%20Vygotsky-1.pdf>. Acesso: julho/2019.</p><p>20</p>

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