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<p>2 0 2 2</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>NÃO VIOLENTA</p><p>Um resumo sistemático da pesquisa desenvolvida</p><p>por Marshall Rosemberg</p><p>Nícolas Murta</p><p>APRESENTADO POR</p><p>Histórico 3</p><p>Introdução 4</p><p>Expressão honesta</p><p>e escuta empática</p><p>5</p><p>Quatro componentes 6</p><p>O que, no fundo, é a CNV? 7</p><p>Prática 8</p><p>Para perguntas,</p><p>entre em contato</p><p>9</p><p>CONTEÚDO</p><p>“Há algo misterioso e sagrado</p><p>em estar vivo. É uma</p><p>consciência de algo que é</p><p>importante demais para</p><p>esquecer.”</p><p>Christina Feldman</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O C N V</p><p>03</p><p>HISTÓRICO</p><p>REFERÊNCIAS E INSPIRAÇÕES</p><p>O norte-americano Marshall Rosenberg (1934-</p><p>2015), psicólogo e autor da abordagem</p><p>Comunicação Não Violenta (CNV),</p><p>desenvolveu sua pesquisa inspirado nas ações</p><p>de grandes personalidades como Gandhi,</p><p>Martin Luther King Jr, ou seja, observando a</p><p>utilização da resistência não-violenta como</p><p>prática de transformação daquelas realidades</p><p>violentas.</p><p>A preocupação de Marshall com a postura</p><p>defensiva e as reações por meio da violência</p><p>começaram ainda na sua infância, em 1943,</p><p>quando em Detroit presenciou experiências</p><p>negativas na escola por ser judeu e pelo</p><p>contexto social da época com os conflitos</p><p>raciais nos Estados Unidos. Ele buscou,</p><p>sobretudo como psicólogo sob orientação de</p><p>Carl Rogers, entender como algumas pessoas</p><p>permanecem conectados à sua natureza</p><p>compassiva, mesmo em situações</p><p>extremamente adversas. Já na década de</p><p>1960, Marshall dedicou a carreira acadêmica</p><p>ao estudo do comportamento humano</p><p>violento em diversos contextos sociais. O</p><p>objetivo dele era construir uma cultura da</p><p>paz e um mundo mais justo.</p><p>Desde então, a CNV vem contribuindo e</p><p>sendo utilizada em organizações não-</p><p>governamentais, mediação de conflitos,</p><p>justiça restaurativa, escolas, empresas, etc.</p><p>Hoje, a CNV está presente em mais de 65</p><p>países, colaborando para o</p><p>desenvolvimento e fortalecimento da</p><p>consciência humana. Além disso, ela</p><p>também nos convida a trabalhar a nossa</p><p>própria mudança, em vez de esperar que</p><p>os outros mudem.</p><p>A CNV foi disseminada no Brasil</p><p>inicialmente por Dominic Barter, um inglês</p><p>que reside no Rio de Janeiro desde</p><p>meados dos anos 90, responsável por</p><p>grande parte do projeto de Justiça</p><p>Restaurativa regulamentado no nosso país.</p><p>Desde o início, Dominic Barter, mesmo</p><p>enquanto trabalhava nas favelas do Rio,</p><p>permaneceu fiel à proposta revolucionária</p><p>do fundador da CNV, mantendo a pesquisa</p><p>viva e aberta às inspirações que encontrava</p><p>em seu caminho particular.</p><p>Martin Luther King Jr.Gandhi Marshall Rosemberg Dominic BarterCarl Rogers</p><p>A CNV sustenta que a maioria dos</p><p>conflitos entre indivíduos ou grupos</p><p>decorre de uma falta de comunicação</p><p>sobre suas necessidades humanas, devido</p><p>à utilização de uma linguagem coercitiva</p><p>ou manipuladora que visa induzir medo,</p><p>culpa, vergonha, etc. Esses modos</p><p>"violentos" de comunicação, quando</p><p>usados em um conflito, desviam a atenção</p><p>dos participantes para longe do</p><p>esclarecimento das suas percepções, seus</p><p>sentimentos, suas necessidades e seus</p><p>pedidos, perpetuando assim o conflito de</p><p>forma desnecessária.</p><p>Visão</p><p>Tornar a vida mais fantástica e resolver</p><p>conflitos de forma que todos sejam</p><p>beneficiados.</p><p>Propósito da CNV</p><p>Sobre conflitos</p><p>04</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>"Se há conflito, a relação vale a pena.</p><p>Se existe conflito, existe relação.</p><p>Relacionamento não é opcional,</p><p>é um fato da nossa coexistência."</p><p>Dominic Barter</p><p>A verdade simples e auto evidente é que,</p><p>conquanto seja desafiante, o conflito é intrínseco</p><p>à experiência humana e é bem provável que</p><p>jamais cesse por completo, uma vez que a</p><p>impermanência e decorrente atualização de</p><p>relações é algo sempre presente. É parte da rica e</p><p>indispensável substância das nossas vidas. Cada</p><p>romance incrível, filme, ou história memorável</p><p>tem como centro algum tipo de conflito. As</p><p>grandes tragédias de Shakespeare não poderiam</p><p>ter sido escritas sem intrigas e traição, sem as</p><p>quais seria impossível nos instruir nas verdades</p><p>mais profundas da natureza humana.</p><p>Para aprender a transformar conflitos, nós</p><p>precisamos abandonar a noção de que alguma</p><p>coisa ou alguém está errado ou é ruim por</p><p>natureza. Essa crença cria uma resistência</p><p>fundamental e é o primeiro obstáculo para</p><p>trabalharmos com conflitos. Podemos alterar</p><p>nosso ponto de vista para vermos que conflitos,</p><p>assim como sonhos, talvez possuam uma</p><p>inteligência elegante que expressa verdades que</p><p>talvez não estamos querendo ver com clareza. Por</p><p>exemplo, um padrão antigo que precisa ser</p><p>abandonado, uma ação assertiva que precisa ser</p><p>tomada ou mesmo uma relação que precisa</p><p>crescer ou mudar. Com a prática, nós podemos</p><p>aprender a ver essa sabedoria trabalhando nas</p><p>nuances do conflito e responder de forma criativa</p><p>e construtiva.</p><p>O conflito não é o problema; nossa resposta</p><p>a ele que é. Ao manifestar, o conflito</p><p>interrompe a ordem e nós somos</p><p>catapultados para um espaço</p><p>desconhecido, muitas vezes caótico, um</p><p>espaço de possibilidades abertas cuja</p><p>potência é tangível.</p><p>05</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O C N V</p><p>EXPRESSÃO</p><p>HONESTA E</p><p>ESCUTA EMPÁTICA</p><p>“Desenvolvi a CNV como uma forma de treinar minha</p><p>atenção – para iluminar a luz da consciência – em</p><p>lugares que têm o potencial de produzir o que estou</p><p>procurando. O que eu quero na minha vida é</p><p>compaixão, um fluxo entre mim e os outros baseado</p><p>em uma doação mútua do coração.”</p><p>Marshall Rosemberg</p><p>A CNV nos ajuda a nos ligarmos uns aos outros e a</p><p>nós mesmos, possibilitando que nossa compaixão</p><p>natural floresça. Ela nos guia no processo de</p><p>reformular a maneira pela qual nos expressamos</p><p>e escutamos os outros, mediante a concentração</p><p>em quatro áreas: o que observamos, o que</p><p>sentimos, do que necessitamos, e o que pedimos</p><p>para enriquecer nossa vida. A CNV promove maior</p><p>profundidade na escuta, incentiva o respeito e a</p><p>empatia e provoca o desejo mútuo de nos</p><p>entregarmos de coração. Algumas pessoas usam</p><p>a CNV para responder compassivamente a si</p><p>mesmas; outras, para estabelecer maior</p><p>profundidade em suas relações pessoais; e outras,</p><p>ainda, para gerar relacionamentos eficazes no</p><p>trabalho ou na política. No mundo inteiro, utiliza-</p><p>se a CNV para mediar disputas e conflitos em</p><p>todos os níveis.</p><p>Duas partes da CNV</p><p>06</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O C N VQUATRO</p><p>COMPONENTES</p><p>O método pedagógico da CNV é dividido</p><p>em quatro componentes principais</p><p>A CNV é um modo de pensar e olhar o mundo</p><p>muito diferente, porque não se concentra no certo</p><p>e no errado, na punição ou na recompensa, mas</p><p>sim nas necessidades, interesses ou valores que</p><p>estão sendo cuidados ou não. Nesse sentido, CNV</p><p>nos mostra outras formas importantes de</p><p>comunicação que permitem nos expressar de</p><p>maneira a compreender as necessidades das</p><p>pessoas.</p><p>Primeiro, ela sugere clareza sobre as ações que</p><p>estamos fazendo para que as necessidades sejam</p><p>atendidas ou não. Por isso, é recomendado que</p><p>façamos OBSERVAÇÕES claras que possamos</p><p>dizer aos demais quando suas ações estão ou não</p><p>atendendo nossas necessidades.</p><p>O segundo componente da CNV são os</p><p>SENTIMENTOS. Eles são manifestações das nossas</p><p>necessidades. Quando elas estão satisfeitas, temos</p><p>sentimentos prazerosos e, quando não estão,</p><p>temos sentimentos desagradáveis.</p><p>Em seguida, a identificação e a expressão das</p><p>NECESSIDADES que estão sendo atendidas ou não.</p><p>Tais necessidades são humanas e generalizadas.</p><p>Em sentido amplo, as necessidades podem</p><p>também ser vistas como valores importantes para</p><p>cada indivíduo.</p><p>Por fim, o último componente da CNV são os</p><p>PEDIDOS. Quando vemos que nossas necessidades</p><p>não estão sendo atendidas, precisamos fazer um</p><p>pedido a nós mesmos ou aos outros para que, caso</p><p>queiram, tomem atitudes para melhor atender às</p><p>necessidades de todos (jogo do ganha-ganha). Isso</p><p>porque, ao mesmo tempo que a CNV descortina os</p><p>mecanismos que construíram esse contexto de</p><p>violência que vivemos,</p><p>coloca-nos na posição de</p><p>agentes ativos da mudança.</p><p>“Qualquer avaliação que indica erro é</p><p>uma expressão trágica de uma</p><p>necessidade não atendida”</p><p>Marshall Rosemberg</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O C N V</p><p>07</p><p>O QUE, NO</p><p>FUNDO, É A CNV?</p><p>1 - É uma história sobre como o mundo funciona,</p><p>na qual todos os seres humanos agem para</p><p>atender necessidades universais que são</p><p>imperativas em determinado momento. Assim,</p><p>pode ser considerada uma forma de editar nossa</p><p>linguagem e narrativa sobre a realidade.</p><p>2 - Um modelo de comunicação que nos ajuda a</p><p>expressar o que é importante para nós e conectar</p><p>com o que está vivo no outro. Nesse caso estamos</p><p>nos referindo aos quatro componentes que</p><p>utilizamos no modelo pedagógico.</p><p>3 - Um convite para estar presente e atento de</p><p>forma curiosa e cuidadosa consigo mesmo e com</p><p>o outro, conectando com o que é necessário para</p><p>que a vida flua de forma a beneficiar todos os</p><p>seres.</p><p>"A CNV não é sobre ser</p><p>bonzinho. É sobre ser real."</p><p>Roxy Manning</p><p>"Grande parte da violência no</p><p>mundo é criada por pessoas</p><p>boas, que ficam inertes</p><p>independente do que está</p><p>acontecendo."</p><p>Marshall Rosemberg</p><p>Roxy Manning</p><p>08</p><p>Quando você _______________________________________________________________</p><p>eu me sinto _________________________________porque preciso _________________.</p><p>Você poderia ______________________________________________.</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O C N V</p><p>PRÁTICA</p><p>Qual a forma mais simples de</p><p>aplicar na vida real?</p><p>O grande psicólogo clínico Carl Rogers</p><p>sugeriu que seus leitores conduzissem um</p><p>breve experimento quando eles se</p><p>encontrassem em um conflito:</p><p>“Pare a discussão por um momento e</p><p>institua esta regra: 'Cada pessoa pode</p><p>falar por si mesma somente depois de</p><p>ter reafirmado as idéias e sentimentos</p><p>do orador anterior com precisão e para a</p><p>satisfação desse orador”.</p><p>Parece simples, não é? Mas se você tentar,</p><p>descobrirá que é uma das coisas mais</p><p>difíceis que você já tentou fazer. Se você</p><p>realmente entende uma pessoa dessa</p><p>maneira, se você está disposto a entrar em</p><p>seu mundo privado e ver como a vida lhe</p><p>parece, você corre o risco de ser mudado.</p><p>Você pode ver do jeito dele, pode se ver</p><p>influenciado em suas atitudes ou</p><p>personalidade. Esse risco de ser mudado é</p><p>uma das perspectivas mais assustadoras que</p><p>a maioria de nós pode enfrentar.</p><p>Pense em alguém que faz algo que torna sua vida menos incrível.</p><p>Escreva aqui uma coisa que você não gosta que essa pessoa faz</p><p>Para perguntas,</p><p>entre em contato</p><p>Nícolas Murta</p><p>Grupo: Comunicação Não Violenta -</p><p>Grande Vitória</p><p>(27) 99528-8342</p><p>@murtanicolas</p><p>"Atento ao sofrimento causado pela fala</p><p>descuidada e pela incapacidade de ouvir os</p><p>outros, comprometo-me a cultivar a fala amorosa</p><p>e a escuta profunda para trazer alegria e</p><p>felicidade aos demais e aliviar o sofrimento no</p><p>mundo. Sabendo que as palavras podem criar</p><p>felicidade ou sofrimento, estou determinado a</p><p>aprender a falar a verdade, com palavras que</p><p>inspiram autoconfiança, alegria e esperança. Não</p><p>vou espalhar notícias que não tenho certeza e</p><p>não vou criticar ou condenar coisas sobre as</p><p>quais não estou certo. Eu me absterei de proferir</p><p>palavras que possam causar divisão ou discórdia,</p><p>ou palavras que possam causar ruptura na família</p><p>ou na comunidade. Estou determinado a fazer</p><p>todos os esforços para reconciliar e resolver todos</p><p>os conflitos, por menores que sejam.”</p><p>Thich Nhat Hanh</p>