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<p>METODOLOGIA</p><p>DAS LUTAS</p><p>Ana Paula Maurilia dos Santos</p><p>Classificação das</p><p>artes marciais</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Explicar as artes marciais de agarre.</p><p> Identificar as artes marciais baseadas em golpear/impactar.</p><p> Listar as lutas baseadas em golpes com implementos.</p><p>Introdução</p><p>Quando se pretende classificar as artes marciais, tem-se como objetivo</p><p>a compreensão dos seus aspectos em comum e suas diferenças. Muitos</p><p>autores têm se dedicado a classificá-las, seja a partir da ação motora</p><p>envolvida, da distância entre os oponentes ou do seu surgimento histó-</p><p>rico. As lutas são práticas tão plurais que dificilmente alguma forma de</p><p>classificação abarcaria todas as inúmeras possibilidades e modalidades</p><p>existentes. No entanto, buscaremos apresentar uma forma de classificação</p><p>que tenha uma concepção lógica e estruturada em consonância com os</p><p>pressupostos epistemológicos atuais dessa área de estudo.</p><p>Neste capítulo, a partir de referencial teórico, você vai aprender sobre</p><p>a lógica interna e a classificação das artes marciais de acordo com três</p><p>categorias: artes marciais de agarre, como o judô, o jiu-jítsu e o sumô;</p><p>artes marciais baseadas em golpes, como o caratê, o taekwondo e o boxe;</p><p>e artes marciais, baseadas também em golpes, mas com a utilização de</p><p>implementos, como é o caso da esgrima e do kendo.</p><p>Artes marciais de agarre</p><p>Os esportes de luta com agarre são representados por aqueles que abarcam</p><p>ações básicas, como o ato de derrubar, projetar e controlar no solo, e seu obje-</p><p>tivo está em agarrar, segurar e aproximar-se do oponente visando enfrentá-lo</p><p>(RUFINO; DARIDO, 2015). Para os autores, o agarramento da outra pessoa</p><p>está relacionado às ações de curta distância, uma vez que não é possível realizar</p><p>essas ações com uma distância maior entre os envolvidos.</p><p>Essas práticas de curta distância podem ser denominadas também práticas</p><p>corpo a corpo, em que não se tem a possibilidade de realizar outras ações,</p><p>como o toque, por exemplo. De acordo com Espartero (1999), nesse tipo de</p><p>modalidade, pode haver a necessidade de contato inicial entre os oponentes</p><p>desde o início (como a formação de pegadas ou kumi-kata no judô paralím-</p><p>pico) ou a ausência da imposição inicial de agarre (como no judô olímpico</p><p>tradicional e no jiu-jítsu, por exemplo). Há, ainda, diferenças de objetivos,</p><p>já que algumas práticas focam a projeção, ao passo que outras mantêm a</p><p>continuação das ações no solo.</p><p>A seguir, serão apresentados exemplos de práticas de curta distância cuja</p><p>ação básica envolve o ato de agarrar, segurar e aproximar-se do oponente</p><p>visando o enfrentamento.</p><p>Os princípios operacionais aqui tratados dizem respeito à meta. De acordo com Naka-</p><p>motor apud Rufino e Darido (2015), a meta é o objetivo que se busca ao atingir o alvo,</p><p>podendo ser de intenção direta ou indireta. Quando a meta é de intenção é direta, a</p><p>finalidade da luta pode ser, por exemplo, segurar ou tocar o “alvo” para marcar ponto</p><p>ou terminar o combate, ou seja, quando o oponente é o final da intenção. Já quando a</p><p>intensão é indireta, as ações de tocar e segurar são um meio para finalizar o combate,</p><p>seja por meio de uma projeção, de uma exclusão ou de um knock out (quando o</p><p>adversário é golpeado até cair no chão), ou seja, “a ação é indireta quando o oponente</p><p>é o meio para uma outra finalidade” (RUFINO; DARIDO, 2015).</p><p>Classificação das artes marciais2</p><p>Jiu-jítsu</p><p>O jiu-jítsu surgiu na Índia, quando os monges budistas criaram técnicas de defesa</p><p>pessoal pelo fato de que, em função da religião, não era permitido utilizar armas</p><p>para se defender dos roubos e agressões. Essas técnicas envolviam estrangula-</p><p>mentos e chaves de articulações com o intuito de imobilizar o agressor e eram</p><p>aplicadas por meio de uma luta de curta distância. As vantagens dessas técnicas</p><p>eram que os golpes não necessitavam de força, já que utilizavam a força do ad-</p><p>versário contra ele mesmo, além de não utilizar socos ou chutes, fato que não ia</p><p>contra a religião dos monges, que, então, podiam defender-se (GRACIE, 2008). A</p><p>partir do jiu-jítsu, diversas técnicas de artes marciais surgiram, inclusive o judô.</p><p>A indumentária utilizada no jiu-jítsu é quimono e faixa, e as lutas são divididas</p><p>em categorias de peso, faixa e idade e são realizadas em tatame. Tem seu início</p><p>em pé, e os atletas usufruem de técnicas de queda, a fim de deslocar o centro</p><p>de gravidade do oponente, causando um desequilíbrio e, consequentemente, a</p><p>queda. O vencedor da luta será aquele que finalizar o oponente por submissão ou</p><p>alcançar o maior somatório de pontos (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE</p><p>JIU-JITSU, 2019). Sempre que um atleta concretizar um golpe ou posicionamento</p><p>de domínio, o árbitro concederá ao mesmo uma determinada pontuação — para</p><p>que o atleta receba o ponto, são necessários 3 segundos de estabilização em cada</p><p>um desses golpes.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, no jiu-jítsu (Figura 1), tem-se uma intenção</p><p>direta, ou seja, realizar determinados golpes como chaves em algumas articulações</p><p>ou golpes de estrangulamento no pescoço, visando a desistência ou a submissão do</p><p>oponente — o objetivo final da ação é atingir o adversário de diferentes formas.</p><p>Figura 1. Jiu-jítsu.</p><p>3Classificação das artes marciais</p><p>O jiu-jítsu brasileiro</p><p>Apesar de levar o nome da antiga arte marcial japonesa (jujutsu — arte suave), o homô-</p><p>nimo brasileiro foi criado e desenvolvido para que indivíduos em desvantagem física</p><p>pudessem igualar-se ou sobreporem-se aos seus adversários por meio da excelência</p><p>técnica. Carlos Gracie, seu criador, adaptou e desenvolveu os conhecimentos aprendidos</p><p>com o lendário Mitsuyo Maeda, o Conde Koma, mestre japonês de kodokan jujutsu</p><p>(hoje chamado de judô) que veio ao Brasil com o intuito de difundir a arte japonesa.</p><p>Outros lutadores também criaram novos estilos a partir do jujutsu, mas o principal</p><p>representante do jiu-jítsu brasileiro pelo mundo sempre foi o “Gracie Jiu-Jítsu”.</p><p>A eficiência da modalidade se comprovou por meio de desafios e convocações</p><p>que a família Gracie fazia abertamente aos praticantes de outras lutas e artes marciais.</p><p>Raríssimas eram as ocasiões em que perdiam a luta, independentemente das dispa-</p><p>ridades físicas. Isso fez com que o jiu-jítsu brasileiro rompesse fronteiras. O boato se</p><p>espalhava pelo mundo todo e o slogan “se você quer ter uma costela partida ou um</p><p>braço quebrado, busque uma academia Gracie!” atraía desafiantes dos quatro cantos.</p><p>Anos mais tarde, novamente, a família Gracie demonstra a superioridade prática de sua</p><p>metodologia nos primeiros campeonatos de “vale-tudo” realizados nos EUA (evento</p><p>que deu origem ao Ultimate Fight Championship, o UFC). O espetáculo era oferecido</p><p>pelo mais franzino dos irmãos (colocado estrategicamente lá por parecer fraco), que,</p><p>quando vencia, saia celebrando com todos os seus irmãos que ficavam à beira do</p><p>ringue durante as lutas.</p><p>Fonte: Gracie(2008); Virgílio (2002).</p><p>Judô</p><p>O judô (Figura 2) foi concebido com base em valores éticos e humanitários</p><p>profundos, tendo como objetivo o equilíbrio entre o corpo e a mente a partir</p><p>de disciplina e baseando-se na execução de movimentos harmoniosos e em</p><p>princípios da física cosmológica. Assim, a partir do desenvolvimento interior</p><p>de seus participantes, o judô busca superar a força e os aspectos marciais, tendo</p><p>como foco elementos tais como a fraternidade e a efi ciência. A luta surgiu no</p><p>Japão e foi idealizada pelo mestre Jigoro Kano.</p><p>A vestimenta é o judogi (quimono) branco, mas, em função da esportivizaç ã o,</p><p>aderiu -se ao uso do judogi azul para diferenciar os competidores durante a</p><p>luta. A luta envolve a necessidade de amortecimentos de quedas (ukemis),</p><p>rolamentos e técnicas de movimentos — o objetivo é derrubar ou imobilizar</p><p>Classificação das artes marciais4</p><p>o adversário. Cada movimento apresenta pontuação e pode ser classificado</p><p>como ippon, wazari ou yuko.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, a intenção é indireta, já que, em alguns</p><p>momentos, como na projeção, há o contato direto entre os envolvidos por</p><p>meio de situações de agarre, mas que não se resumem simplesmente nesse</p><p>agarre ao outro. Há outro fim, que é projetar o adversário com as costas no</p><p>solo, ocasionando o ippon e, consequentemente, a vitória do autor do golpe</p><p>(RUFINO; DARIDO, 2015).</p><p>Figura 2. Judô.</p><p>Fonte: Master1305/Shutterstock.com.</p><p>Sumô</p><p>O sumô (Figura 3) é uma arte marcial de ascendência japonesa que conserva</p><p>em sua prática aspectos de antigos rituais religiosos (LEDUR; ASSMANN;</p><p>MAZO, 2018). A modalidade apresenta regras simples e de fácil entendimento:</p><p>os atletas lutam em uma arena (ringue) em formato circular chamada de dohyō</p><p>e digladiam-se com técnicas de agarre, quedas e arremesso. O objetivo da luta</p><p>é retirar o adversário ou fazê-lo tocar qualquer parte do corpo, sem ser os</p><p>pés, no solo. A indumentária é um tipo de cinto protetor, chamada mawashi,</p><p>que nada mais é que um tecido grosso enrolado em volta da cintura. O intuito</p><p>dessa vestimenta é mostrar que a luta é feita sem armas, além de proteção das</p><p>5Classificação das artes marciais</p><p>partes íntimas, como também facilitar golpes de agarramento e a retirada do</p><p>oponente para fora do dohyō.</p><p>O sumô é um esporte de grande status no Japão, ocupando o posto mais</p><p>alto na preferê ncia dos nipô nicos, tal como é o futebol para os brasileiros</p><p>(LEDUR; ASSMANN; MAZO, 2018). Apesar de seus praticantes serem</p><p>obesos, em sua maioria, não existe limites físicos, éticos ou etários para a</p><p>sua prática. Porém, acredita-se que, como um dos objetivos da competição é</p><p>desequilibrar o adversário a ponto de ele encostar uma parte do corpo no chão</p><p>(exceto o pé) ou então tentar empurrá-lo até que saia do ringue, quanto mais</p><p>pesado e forte o lutador, mais facilmente ele vencerá o adversário.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, a intenção é indireta, ou seja, há o</p><p>contato entre os oponentes por meio de situações de agarre, mas o objetivo é</p><p>derrubar ou excluir o outro do espaço estipulado.</p><p>Figura 3. Sumô.</p><p>Fonte: mTaira/Shutterstock.com.</p><p>Wrestling</p><p>O wrestling (Figura 4) é conhecido também como luta livre, semelhante ao</p><p>vale-tudo, e utiliza várias técnicas de combate, como atirar o adversário às</p><p>cordas, torções, chaves, pontapés, murros, entre outros.</p><p>Nessa modalidade, há diversos estilos (tradicionais e modernos) e formas</p><p>de competição, cabendo a cada lutador impor a sua luta. O vencedor é aquele</p><p>que força o adversário à desistência ou consegue deixá-lo imobilizado no chão.</p><p>Classificação das artes marciais6</p><p>Um dos seus estilos que mais se destacam é a luta greco-romano o estilo livre,</p><p>o judô wrestling e o sambo wrestling.</p><p>Ele é derivado do pancrácio, a modalidade mais popular da Antiguidade</p><p>e que envolvia uma mistura de boxe e luta livre e era a base do treinamento</p><p>de luta do exército grego — como os poderosos soldados de Esparta e de</p><p>Alexandre, o Grande. A vestimenta utilizada é macacão, sapatos especiais,</p><p>protetor de cabeça e protetor bucal.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, a intenção é indireta, uma vez que há</p><p>o contato entre os oponentes por meio de situações de agarre.</p><p>Figura 4. Wrestling.</p><p>Por fim, verificamos que, quanto aos critérios de categorização das artes</p><p>marciais existentes, todos os estilos citados dizem respeito às práticas cor-</p><p>porais envolvendo a ação motora de agarrar e, por esse motivo, exigem uma</p><p>espacialidade mínima entre os oponentes, de curta distância e com um elevado</p><p>nível de contato entre os praticantes.</p><p>Artes marciais com golpes/impactos</p><p>As artes marciais envolvendo golpes podem ser divididas entre aquelas que</p><p>utilizam apenas os punhos, como o boxe, por exemplo, os que utilizam apenas</p><p>as pernas, como o boxe francês, e as que misturam a utilização dos membros</p><p>7Classificação das artes marciais</p><p>inferiores e superiores, como o muay thai, o caratê, etc. (ESPARTERO, 1999),</p><p>utilizando-se ações de golpear e impactar o oponente (estão inclusas nessa</p><p>categoria outras artes, como o kung fu, o taekwondo, etc).</p><p>Essas práticas geralmente envolvem média distância e, nesse contexto,</p><p>as ações de toque estão presentes. Assim, enfatiza-se o toque entre os envol-</p><p>vidos, isto é, a forma de encostar, de tocar ou de percutir o corpo da outra</p><p>pessoa por diferentes meios ou modo (RUFINO; DARIDO, 2015). Os autores</p><p>acreditam que as ações ligadas ao toque podem se constituir de duas formas:</p><p>toque realizado diretamente na outra pessoa ou toque intermediado por algum</p><p>implemento, como veremos mais adiante.</p><p>As artes marciais com golpes/impacto são ações motrizes que envolvem o</p><p>toque realizado diretamente no outro e práticas cuja espacialidade é de média</p><p>distância. Por isso, há a intenção de encostar, tocar na outra pessoa, de forma</p><p>direta, sem nenhum objeto que faça essa ligação entre os praticantes.</p><p>A seguir, serão apresentados exemplos de práticas de média distância com</p><p>toque realizado diretamente no outro.</p><p>Boxe</p><p>A origem do boxe (Figura 5) remonta a Creta, em 1500 a.C., e sua prática</p><p>começou na Grécia e em Roma, como um esporte violento, cujo enfrentamento</p><p>ocorria até a morte. “A base do boxe está sobretudo nos pé s, nas pernas, na</p><p>forç a no abdô men, na respiraç ã o” (PEREIRA, 2017, p. 132). Segundo Pereira</p><p>(2017), o soco nã o está isolado na luta: faz parte de sé ries de movimentos que</p><p>devem procurar o espontâ neo e, para tanto, apesar de o boxe nã o usar chutes,</p><p>os membros inferiores sã o fundamentais. O boxeador deve estar presente,</p><p>atento e perceptivo e ser capaz de responder, a partir de esquivas, absorç ã o</p><p>de golpes e defesas, ao adversá rio (PEREIRA, 2017).</p><p>Há duas categorias de boxe, o profissional e o olímpico. A diferença entre</p><p>uma modalidade e outra é que no profissional os juízes avaliam qual lutador</p><p>é mais contundente no combate, o que mostra maior domínio do centro do</p><p>ringue, melhores golpes, ou seja, nem sempre o volume de golpes representa</p><p>a vitória, mas, sim, a contundência deles. Já no boxe olímpico, é dado como</p><p>válido cada golpe encaixado, mesmo sem ser contundente. Ao final de uma</p><p>luta, vence aquele que obtiver mais pontos, ou golpes encaixados. Vale ressaltar</p><p>que “encaixar o golpe”’ significa assimilar e absorver o soco da forma correta,</p><p>e não necessariamente acertar o golpe.</p><p>O objetivo no boxe é desferir golpes para pontuar ou nocautear o adversário,</p><p>e a indumentária utilizada são as luvas (com bandagens internas, envolvendo</p><p>Classificação das artes marciais8</p><p>as mãos), camiseta sem manga (no boxe olímpico), shorts e sapato especial.</p><p>Há, também, o protetor bucal e protetor genital (coquilha). As lutas acontecem</p><p>em uma arena (ringue de boxe), um tablado amortecido cercado de cordas que</p><p>delimitam a área do combate.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, são de ação direta, quando se objetiva</p><p>socar o rosto da pessoa com a intenção de pontuar ou nocautear, sendo o outro</p><p>o fim dessa ação. Vale ressaltar que o boxe que conhecemos hoje é também</p><p>oriundo do pancrácio.</p><p>Figura 5. Boxe.</p><p>Caratê</p><p>O caratê (Figura 6) surgiu em Okinawa, nas ilhas ao sul do Japão, com</p><p>o nome tode (mão). Era uma arte de defesa pessoal, com forte infl uência</p><p>das lutas chinesas. “De acordo com versões lendárias, por volta de 1429,</p><p>foi publicado um decreto proibindo a prática de artes marciais, e que,</p><p>em 1609, houve uma proibição de armas” (SOUSA, 2012, p. 1). O tode se</p><p>tornou o único método de proteção e recurso de autodefesa dos habitantes</p><p>de Okinawa e, como sua prática era proibida, os praticantes deveriam</p><p>fazê-la em sigilo total.</p><p>O caratê é uma arte de defesa pessoal e uma forma saudável de exercícios</p><p>físicos, mas, conforme aumentou sua popularidade, cresceu muito seu interesse</p><p>pela realização de disputas, como aconteceu com o kendo e o judô (SOUSA,</p><p>2012, p. 1).</p><p>9Classificação das artes marciais</p><p>Ele passou de geração em geração, do mestre (professor) para o discípulo</p><p>(aluno), e os kata (exercícios formais) foram a principal forma de manutenção</p><p>das tradições do caratê. Essa relação hierárquica de professor (sensei)</p><p>e aluno</p><p>(deshi) era a base do ensino das artes marciais de Okinawa e do Japão no</p><p>período feudal (FROSI; OLIVEIRA; TODT, 2008).</p><p>Diferentes exercícios formais são praticados nos diversos estilos existen-</p><p>tes (FROSI; LOPES FILHO; MAZO, 2011), e a indumentária utilizada é o</p><p>karate-gi (quimono). Quanto aos princípios operacionais, são de ação direta,</p><p>quando, por exemplo, nas técnicas de chutes, o praticante levanta a perna</p><p>com o joelho articulado e, com o giro de cintura, termina o deslocamento do</p><p>pé até o oponente.</p><p>Figura 6. Caratê.</p><p>Fonte: Kzenon/Shutterstock.com.</p><p>Taekwondo</p><p>O taekwondo (Figura 7) surgiu há aproximadamente 1800 anos, na Coreia. É</p><p>uma técnica de combate desenvolvida para a defesa pessoal, com movimentos</p><p>efetuados pelos pé s e pelas mã os (CANOVA, GOMES, TRACTENBERG,</p><p>2016). O taekwondo, além de luta corporal, representa um estilo de pensamento</p><p>e um padrã o de vida que requer disciplina. É també m um sistema de treino da</p><p>mente e do corpo e se dá grande ê nfase ao desenvolvimento do cará ter moral do</p><p>Classificação das artes marciais10</p><p>aprendiz (SILVA, 2010 apud CHEMELLO; BONONE, 2014). A indumentária</p><p>utilizada no taekwondo é o dobok (quimono), o protetor de cabeça (capacete), o</p><p>protetor de tórax (hongu) e o protetor de antebraço e bucal, que, recentemente,</p><p>têm sido obrigatórios também.</p><p>Quanto aos princípios operacionais, são de ação direta, quando, por exem-</p><p>plo, um praticante objetiva chutar o tronco do outro praticante para pontuar,</p><p>já que o fim da ação é encostar no outro.</p><p>Figura 7. Taekwondo.</p><p>11Classificação das artes marciais</p><p>Muay thai</p><p>O muay thai (Figura 8) é uma arte marcial tailandesa cuja origem está nas tá ticas</p><p>de guerra dos campos de batalhas siameses. Essa modalidade de combate utiliza</p><p>socos, cotoveladas, joelhadas e chutes. Exige uma certa inteligê ncia tá tica devido</p><p>à variedade de té cnicas e habilidades que o atleta deve apresentar (MORTATTI</p><p>et al., 2003). Até por volta de 1920, os lutadores não usavam luvas ou qualquer</p><p>outro tipo de proteção; a partir de 1920, teve-se as divisões por peso, o uso de</p><p>luvas, a inclusão dos rounds e do árbitro central juntamente aos juízes laterais.</p><p>Para lutas em campeonatos, a vestimenta obrigatória são os shorts e as</p><p>luvas. Para garantir a segurança do atleta, é necessário que cada lutador utilize</p><p>proteção genital (conquilha) e protetor bucal. Nas competições, é proibido ter</p><p>cabelos longos e/ou barba no Oriente; já no Ocidente, não há essa restrição.</p><p>Seus princípios operacionais são de ação direta, como no taekwondo.</p><p>Figura 8. Muay thai.</p><p>De maneira geral, podemos considerar que as ações motoras nos diferentes estilos</p><p>de lutas se desenvolvem a partir dos seguintes fundamentos:</p><p> traumatizantes: representados por chutes, socos, joelhadas, etc.;</p><p> fintas: situações em que o objetivo é enganar ou ludibriar o adversário;</p><p>Classificação das artes marciais12</p><p>De modo geral, podemos perceber que, quanto aos critérios de categori-</p><p>zação das artes marciais existentes, todos os estilos citados dizem respeito</p><p>às práticas corporais envolvendo a ação motora de tocar e a espacialidade</p><p>classificada como média distância. Desse modo, vemos a ausência de contato</p><p>proporcionado pelas ações de agarrar e um contato mais vinculado às ações</p><p>de toques ou percussão no outro. Há também outros tipos de artes marciais</p><p>que se enquadrariam nessa categoria, como o sambo, o krav maga e o kung</p><p>fu, por exemplo.</p><p>Lutas com golpes e implementos</p><p>Lutas com golpes e implementos, como o próprio nome admite, são aquelas</p><p>nas quais há a utilização de algum tipo de objeto que intermedeia as ações dos</p><p>oponentes com o objetivo de tocar o adversário, como é o caso da esgrima,</p><p>por exemplo (ESPARTERO, 1999). Podemos verifi car, nas práticas de longa</p><p>distância, que há um contato intermediário por implementos, independente-</p><p>mente de quais sejam esses objetos, o que também diferencia as formas de</p><p>realização desse contato e, consequentemente, as ações motoras proporcionadas</p><p>por essas práticas (RUFINO; DARIDO, 2015). A seguir, são apresentados dois</p><p>exemplos de práticas de longa distância cuja ação básica envolve o manuseio</p><p>dos implementos, a esgrima e o kendo.</p><p>Esgrima</p><p>“A esgrima é considerada uma prá tica elegante de origem aristocrá tica.</p><p>As disputas entre cavalheiros empunhando espadas acontecem há muito</p><p>tempo na histó ria das civilizaç õ es, para busca de territó rio e poder, entre</p><p>grandes impé rios” (BRASIL, 2016, documento on-line). Antigamente, prin-</p><p> bloqueios: representados pelas defesas com brações, mãos e pernas;</p><p> esquivas: mudanças de direções;</p><p> desequilibrantes: visando a perda de apoio dos segmentos corporais;</p><p> projeçoes: visando a queda do adversário;</p><p> imobilizações: aplicação de chaves nas articulações;</p><p> estrangulamentos: realizados no pescoço do adversário;</p><p> acrobáticos: movimentos plásticos, estéticos, dentre outros.</p><p>Fonte: Paiva (2015).</p><p>13Classificação das artes marciais</p><p>cipalmente na Franç a, os jovens aristocratas aprendiam, em sua formação</p><p>pessoal e desde cedo, té cnicas de manuseio desses armamentos (BRASIL,</p><p>2016, documento on-line). As regras da esgrima (Figura 9) evoluíram e, da</p><p>mesma forma, seus equipamentos, que se desenvolveram impedir ferimentos</p><p>nos atletas — “a máscara utilizada é o maior exemplo da civilidade do</p><p>novo esporte (formada por arames posicionados de maneira a possibilitar a</p><p>visão dos desafi antes, ela impede que o armamento em posse do adversário</p><p>atinja a face do atleta)” (BRASIL, 2016, documento on-line).</p><p>As indumentárias da esgrima são máscara, luva, calça, sapato e meia,</p><p>roupas sempre brancas e colete de proteção com sensores e a arma (florete,</p><p>espada ou sabre). O combate é realizado numa pista (14 x 2 m) e, se um atleta</p><p>sair pelo fundo dessa pista, marca-se um ponto para o adversá rio. Cada toque</p><p>da arma no corpo do oponente vale um ponto e, nas principais competições,</p><p>existem sensores posicionados nas armas dos atletas que impossibilitam erros</p><p>na contagem dos pontos (BRASIL, 2016, documento on-line).</p><p>Você sabia que o florete — uma das armas usadas na esgrima — é o segundo objeto</p><p>mais rápido dos Jogos Olímpicos, perdendo apenas para a bala disparada na modali-</p><p>dade de tiro ao alvo? Confira essa e mais informações sobre a esgrima na reportagem</p><p>do programa ApêTV, disponível no link a seguir.</p><p>https://qrgo.page.link/eyTt7</p><p>A esgrima é um esporte de valores nobres e, por esse motivo, algumas ati-</p><p>tudes ainda sã o muito valorizadas nas disputas da modalidade, como o respeito</p><p>ao adversário, aos á rbitros e ao pú blico. Quanto aos princípios operacionais,</p><p>“há uma intenção direta quando se objetiva tocar, encostar o implemento na</p><p>outra pessoa visando o outro como finalidade, ou seja, visando a pontuar</p><p>ou encerrar o combate por meio do toque do implemento no outro, como na</p><p>ação de encostar a ponta da espada da esgrima, visando pontuar” (RUFINO;</p><p>DARIDO, 2015).</p><p>Classificação das artes marciais14</p><p>Figura 9. Esgrima.</p><p>Kendo</p><p>A origem do kendo (Figura 10) foi escrita pelos nossos antepassados há mais</p><p>de 657 anos a.C. Desde épocas remotas, o kendo nã o se limitava apenas à</p><p>defesa pessoal ou à sua utilização em guerras, mas continha outro objetivo,</p><p>que era adquirir um espírito. O kendo é uma prá tica de vida, que ocorre para o</p><p>autoaperfeiç oamento mediante treinamentos disciplinares básicos que regem a</p><p>arte do manejo da espada. Uma vez que a prática com espadas de combate em</p><p>aço ou em madeira maciça provocava tantas ví timas desnecessá rias, criou-se,</p><p>por volta de 1710, a prática com espadas de bambu, menos perigosas, que se</p><p>mantêm até hoje (ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE KENDO, 2019).</p><p>A indumentária utilizada no kendo consiste em uma armadura, que, em</p><p>japonê s, é chamada bogu, uma espada de bambu, chamada de shinai e as roupas:</p><p>hakama (tipo de vestimenta tradicional japonesa: saia calça com pregas) e keiko gi</p><p>(quimono semelhante ao usado no caratê). No kendo, há duas maneiras de abordar</p><p>o ataque: batidas e estocadas. Só sã</p><p>o permitidos golpes nos seguintes pontos:</p><p> Mem: a cabeça (no alto da máscara);</p><p> Kote: o antebraço direito coberto pelo Kote (eventualmente, o esquerdo);</p><p> Do: o tronco (lado direito ou esquerdo do protetor Do);</p><p> Tsuki: o pescoço (no protetor de garganta).</p><p>15Classificação das artes marciais</p><p>Quanto aos princípios operacionais, caracteriza-se como uma prática de</p><p>intenção direta, como na ação de encostar a ponta da espada, visando pontuar.</p><p>Figura 10. Kendo.</p><p>Fonte: Kusuyama (2013, documento on-line).</p><p>A partir de todos os exemplos supracitados, podemos verificar que o nível</p><p>de contato é uma característica determinante que modifica as compreensões</p><p>que se tem de cada prática e, consequentemente, interfere nas ações motoras</p><p>que devem ser realizadas pelos praticantes. Rufino e Darido (2015) colocam,</p><p>ainda, que o nível de contato é uma forma interessante de divisão do ensino</p><p>das lutas no âmbito escolar. Vale ressaltar que, além da esgrima e do kendo,</p><p>em alguns estilos de kung fu, são também utilizados implementos.</p><p>Você sabia que, independentemente do estilos de lutas, tanto nas modalidades de</p><p>agarre quanto nas sem agarre (de golpe ou com utilização de instrumentos), existem</p><p>diversas características em comum que variam de acordo com as ações motoras</p><p>desenvolvidas?</p><p>Essas práticas podem ser definidas como de ataque e de defesa. Nas práticas de</p><p>ataque, temos o agarre, a retenção, o desequilíbrio e a imobilização. Há diversas possíveis</p><p>Classificação das artes marciais16</p><p>A partir desses pressupostos teóricos, podemos definir, de maneira holística,</p><p>que a luta é uma “prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado</p><p>estado de contato, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa</p><p>constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o</p><p>objetivo mútuo sobre um alvo móvel personificado no oponente” (GOMES,</p><p>2008, p. 49 apud RUFINO; DARIDO, 2015).</p><p>Por fim, sem reduzir as múltiplas definições acerca da multidimensio-</p><p>nalidade de possibilidades do universo das artes marciais, buscamos, neste</p><p>capítulo, formas de compreender as lutas de modo a gerar, também, reflexões</p><p>potenciais sobre essas práticas corporais.</p><p>Um ponto que merece destaque é o quão difícil é limitar as lutas aos sistemas</p><p>de classificação, que não são completos. Algumas modalidades vão além das</p><p>proposições que lhes foram apresentadas, como a capoeira e o kung fu, que</p><p>podem ser categorizados tanto como artes marciais baseadas em golpes que</p><p>envolvem implementos quanto apenas como golpes/impactos, como ocorre</p><p>na maioria dos seus estilos.</p><p>Outro ponto importante a destacar é que a classificação das lutas abordadas</p><p>neste capítulo foi baseada na classificação de Espartero (1999), que divide as</p><p>práticas das artes marciais (ou lutas) a partir da terminologia empregada por</p><p>ele em três níveis diferentes: esporte de luta com agarre, esportes de luta com</p><p>golpes e esportes de luta com implementos. Desse modo, acredita-se que o</p><p>conhecimento sobre a classificação adotado neste capítulo servirá como ponto</p><p>de partida aos profissionais de educação física na elaboração de propostas de</p><p>intervenções em lutas mais eficazes.</p><p>ações que os representam, como, por exemplo, o apanhar/pegar (nos braços, nas pernas,</p><p>na cintura, roupas), o puxar, o empurrar, o carregar, o projetar, o combinar ações, etc.</p><p>Já nas práticas que envolvem as ações de defesa, podemos citar o esquivar-se, o resistir</p><p>e o livrar-se, e suas representações possíveis estão no rolar, no saltar, no abaixar-se, no</p><p>opor-se, no empurrar, no girar, no virar, entre outras.</p><p>A forma como essas ações de lutas são representadas é interessante, e vale lem-</p><p>brar que as ações tanto de ataque quanto de defesa costumam ser simultâneas e</p><p>realizadas por cada um dos oponentes a qualquer momento. Um ponto importante</p><p>a se destacar é que ações motoras como socar, chutar, bloquear, tocar também</p><p>fazem parte, mas devem ser limitadas quando utilizadas no esporte educacional,</p><p>por exemplo (PAIVA, 2015).</p><p>17Classificação das artes marciais</p><p>ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE KENDO. Manual ilustrado de Kendo. São Paulo: Kendo</p><p>Piratininga, 2019. Disponível em: http://www.kendopiratininga.com.br/down/manual2.</p><p>pdf. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>BRASIL. Ministério do Esporte. Esgrima. 2016. Disponível em: http://www.inteligencia-</p><p>esportiva.ufpr.br/site_api/arquivos/esgrima.pdf. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>CANOVA, I; GOMES, C. M.; TRACTENBERG, S. G. Percepções de pais e educadores</p><p>sobre o desenvolvimento de comportamentos relacionados às funções executi-</p><p>vas em crianças praticantes de Taekwondo. Aletheia [online]. 2016, vol.49, n.2 [ci-</p><p>tado  2019-05-22], pp. 122-135 . Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.</p><p>php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942016000200012&lng=pt&nrm=iso.</p><p>CHEMELLO, G.; BONONE, C. G. G. Taekwondo – escola - família: comportamentos e</p><p>atitudes de atletas da cidade de São Marcos-RS. DO CORPO: Ciências e Artes, v. 4, n.</p><p>1, 2014. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/docorpo/article/</p><p>view/3452/2011. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JIU-JITSU. 2019. Disponível em: http://www.cbjj.com.</p><p>br/home.htm. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>ESPARTERO, J. Aproximació n histó rico-conceptual a los deportes de lucha. In: VILLAMÓ N,</p><p>M. Introducció n al judo. Barcelona: Editorial Hispano Europea, 1999.</p><p>FROSI, T. O.; LOPES FILHO, B. J. P.; MAZO, J. Z. Kata de karate: a cultura nos shiteigata</p><p>da World Karate Federation. EFDeportes.com, Revista Digital, Buenos Aires, Año 16, n.</p><p>158, jul. 2011. 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Disponível em: http://fefnet178.fef.</p><p>unicamp.br/ojs/index.php/fef/article/view/740/pdf. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>PAIVA, L. Olhar clínico nas lutas, artes marciais e modalidades de combate. Manaus: OMP,</p><p>2015.</p><p>Classificação das artes marciais18</p><p>PEREIRA, L. F. O movimento útil no boxe: base e golpes frontais. Algazarra, São Paulo,</p><p>n. 5, p. 127-137, nov. 2017.</p><p>RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação</p><p>física. Porto alegre: Penso, 2015.</p><p>SOUSA, G. R. Karatê como possibilidade pedagógica da educação física escolar. EF-</p><p>Deportes.com, Revista Digital, Buenos Aires, año 17, n. 167, abr. 2012. Disponível em:</p><p>https://www.efdeportes.com/efd167/karate-da-educacao-fisica-escolar.htm. Acesso</p><p>em: 21 maio 2019.</p><p>VIRGÍLIO, S. Conde Koma: o invencível yondan da história. Campinas: Átomo, 2002.</p><p>Leitura recomendada</p><p>VASQUES, D. G.; BELTRÃO, J. A. MMA e educação física escolar: a luta vai começar.</p><p>Movimento, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 289-308, out./dez. 2013. Disponível em: https://</p><p>seer.ufrgs.br/Movimento/article/viewFile/37713/27455. Acesso em: 21 maio 2019.</p><p>19Classificação das artes marciais</p>

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