Prévia do material em texto
PROBLEMA 5 – A terapêutica medicamentosa Objetivos: 1- Compreender a farmacocinética e suas fases 2- Compreender a farmacodinâmica explicando os seus locais de atuação e o efeito da droga de forma genérica 3- Explicar as vantagens e desvantagens das vias de administração 1. Definir: fármaco, drogas e medicamentos. Fármaco: estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica já existente; não cria função. Substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Sinônimo de princípio ativo. Drogas: substância que modifica a função fisiológica com ou sem intenção benéfica. Medicamentos: fármaco com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente; é toda substância química que tem ação profilática, terapêutica e auxiliar de diagnóstico. Finalidade: Preventiva, Paliativa, Curativa ou Substitutiva (insulina) Produto farmacêutico, uma forma farmacêutica que contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos. Dose: quantidade necessária de um fármaco, para produzir um determinado grau de resposta em determinado paciente; se estiver abaixo de um limiar crítico (dose sublimiar), não há efeito. ---- Farmacocinética: Droga e Movimento. COMO A CONCENTRAÇÃO DA DROGA MUDA NOS DIFERENTES LOCAIS DO ORGANISMO Farmacodinâmica: Droga e Potência. COMO A DROGA EXERCE SEU EFEITO • QUAL A SUA AÇÃO SOBRE A CÉLULA • QUAL A SUA POTÊNCIA? ---- Farmacocinética: estuda o destino do fármaco, a velocidade com que os fármacos atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Caminho do fármaco no organismo, desde a sua administração, absorção, distribuição e metabolismo, até a sua excreção, ADME. a resposta produzida por um fármaco que age sistemicamente é relacionada à quantidade do fármaco que entra no organismo e a concentração que atinge o seu sítio de ação após a administração (biodisponibilidade) e ao tempo que o medicamento permanece nele. Compreender a biodisponibilidade do fármaco, ou seja, que são as concentrações do fármaco no sítio de ação que determinam as respostas farmacológicas, e não a dose administrada; As características de um fármaco influenciam o seu transporte e sua disponibilidade nos locais de ação e incluem o peso molecular, o grau de ionização e a lipossolubilidade relativa dos seus compostos ionizados e não ionizados Para alcançar o local de ação, a grande maioria dos fármacos precisa atravessar as membranas plasmáticas. As membranas celulares são relativamente permeáveis à água. Por meio de difusão ou fluxo resultante dos gradientes hidrostáticos ou osmóticos existentes na membrana permite a passagem da água para dentro das células, mas o fluxo da água também pode transportar consigo as moléculas dos fármacos. Os fármacos atravessam a membrana por processos passivos ou por mecanismos envolvendo a participação ativa dos componentes da membrana. No transporte passivo, a molécula do fármaco penetra por meio de difusão seguindo um gradiente de concentração, em virtude da sua solubilidade na camada lipídica dupla. No caso dos compostos iônicos, as concentrações no estado de equilíbrio dependem do gradiente eletroquímico do íon e das diferenças de pH através da membrana, que influenciam de maneira diversa o estado de ionização da molécula em cada lado da membrana e podem reter o fármaco em um dos seus lados ABSORÇÃO: descreve a ENTRADA do fármaco no organismo; processo pelo qual átomos, íons ou moléculas são presos ou retidos na superfície de um material; é a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a circulação sistêmica. Tratando-se da via de administração intravenosa, não se deve considerar a absorção, uma vez que o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea. DISTRIBUIÇÃO: PASSAGEM de um fármaco do local onde foi administrado até o tecido-alvo; é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. A distribuição de um fármaco ocorre principalmente pelo sistema circulatório, porém, o sistema linfático contribui com uma parcela menor e os princípios e propriedades que influenciam a absorção também são aplicáveis à distribuição de um fármaco no organismo Ex. fármacos pouco lipossolúveis possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo restrições em sua distribuição; substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco. A ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular. Após a absorção ou a administração direta do fármaco na corrente sanguínea, as moléculas do fármaco são distribuídas por todo o organismo, isto é, são transportadas pelo sangue aos diferentes órgãos e tecidos do corpo. Nem todas as vias de administração resultam em quantidades similares de fármaco que alcançam a circulação sistêmica e o tecido-alvo. Assim, a taxa e a eficiência da absorção do fármaco diferem conforme a via de administração deste. Uma vez no compartimento vascular, as moléculas dos fármacos podem ligar-se às proteínas plasmáticas/proteínas de tecido (como albumina), formando assim um complexo fármaco-proteína, que tende a se concentrar no espaço vascular e é reversível. A outra fração circula livremente pelo fluido biológico. É a concentração de fármaco livre, dissolvida no plasma, que é farmacologicamente ativa e determina a intensidade do efeito e a velocidade de eliminação do fármaco do organismo, pois só as moléculas livres do fármaco, ou seja, as moléculas não ligadas às proteínas, conseguem passar pela barreira sangue-tecido, atingindo seu local de ação e sendo eliminadas do organismo. O complexo proteína-fármaco atua como um reservatório do fármaco no sangue. Esta relação droga ligada/ droga livre é definida por um equilíbrio. A ligação protéica geralmente é inespecífica, variando de acordo com a afinidade do fármaco pela proteína. Desse fato é que se explica o deslocamento de um fármaco por outro de maior afinidade pela proteína. A primeira barreira é a hematoencefálica, que utiliza junções estreitas, especializadas em impedir a difusão passiva da maioria dos fármacos da circulação sistêmica para a circulação cerebral. Por conseguinte, os fármacos destinados a atuar no sistema nervoso central (SNC) devem ser suficientemente pequenos e hidrofóbicos para atravessar com facilidade as membranas biológicas, ou devem utilizar as proteínas de transporte existentes. na barreira hematoencefálica para penetrar nas estruturas centrais. A segunda barreira é a hematoplacentária, que representa um conjunto de tecidos que se localizam entre a circulação materna e a fetal. Essa barreira pode facilitar ou restringir a passagem de fármacos da circulação materna para a fetal. A velocidade e extensão dessa distribuição dependerão da extensão da vascularização e da hemodinâmica, isto é, da velocidade do fluxo sanguíneo do órgão considerado. Nesse contexto, o fármaco que, em razão das suas características (tamanho molecular, lipossolubilidade, grau de ionização), consiga atravessar os epitélios de absorção, o endotélio capilar e as membranas celulares se distribuirá nos 40 litros de água de todo o organismo, que constituem o volume de distribuição real. Paralelo ao parâmetro volume de distribuição real, foi criado, no estudo da farmacocinética, o volume de distribuição aparente. Por isso, dizemos que os fármacos têm um volume de distribuição aparente (não é equivalente ao tamanho físico) (Vd), o qual relaciona a quantidade de fármaco no corpo com a concentração plasmática conforme a equação Vd = quantidade no corpo/concentração plasmática, Difusão passiva: a maioria dos fármacos é absorvida por esse mecanismo e a difusão passiva de um fármaco é determinada pelo gradiente de concentração através da membrana que separa dois compartimentos corporais. Ou seja, o fármaco se move da região de concentração alta para a região de concentraçãobaixa. A difusão passiva não envolve transportador e apresenta baixa especificidade estrutural. Os fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares pelos canais ou poros aquosos e os lipossolúveis movem-se facilmente pelas membranas em razão da sua solubilidade na bicamada lipídica. Difusão facilitada: alguns fármacos podem entrar na célula através de proteínas transportadoras transmembranas especializadas que facilitam a passagem de moléculas grandes. Essas proteínas transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a passagem de fármacos para o interior da célula, movendo-os de áreas de alta concentração para áreas de baixa concentração. Esse processo é denominado difusão facilitada, pois não requer energia. Porém, pode ser saturado e pode ser inibido por compostos que competem pelo mesmo transportador. Transporte ativo: a permeação de fármacos pela membrana também envolve transportadores proteicos específicos que atravessam a membrana. O transporte ativo é saturável e dependente de energia (depende da hidrólise do trifosfato de adenosina). Ele é capaz de mover fármacos contra um gradiente de concentração, ou seja, de uma região com baixa concentração de fármaco para outra com concentração mais elevada. Endocitose: este tipo de mecanismo de transporte é usado para transportar fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular. A endocitose envolve o engolfamento de moléculas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior da célula, pela compressão da vesícula cheia de fármaco. METABOLISMO/BIOTRANSFORMAÇÃO: a resposta farmacológica depende da quantidade do fármaco que atinge o seu sítio de ação. Biodisponibilidade é uma palavra usada para descrever a porcentagem qual uma dose do fármaco chega ao seu local de ação. Também se aplica à velocidade e à extensão da entrada do fármaco na circulação sistêmica. Transformação do fármaco em outra substância, o metabólico, por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. Ex. Muitos fármacos administrados oralmente sofrem absorção incompleta pelo trato gastrintestinal (TGI) superior, e o fármaco residual é então eliminado por excreção fecal. As reações de biotransformação podem resultar em: a) Inativação – transformados em compostos com menor atividade farmacológica ou farmacologicamente inativos. Ex. morfina e cloranfenicol. b) Metabólito ativo do fármaco ativo – parcialmente transformados em um ou mais metabólitos ativos. Os efeitos farmacológicos obtidos são desencadeados pelo fármaco original e pelos seus metabólitos. Ex. fenacetina, paracetamol, fenilbutazona, oxifenilbutazona, diazepam e oxazepam. c) Ativação do fármaco inativo – pró-fármacos, são inativos e necessitam ser biotransformados para se tornarem ativos; podem apresentar algumas vantagens, como maior estabilidade, melhor biodisponibilidade, menos efeitos adversos e toxicidade. Ex. levodopa e dopamina. Importante: determinados fármacos, como os anestésicos gerais inalatórios, são excretados em forma inalterada, sem sofrer biotransformação, em razão de suas propriedades físico-químicas. EXCREÇÃO: retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na forma de metabólitos (produto da reação de biotransformação) ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser excretada. Assim, as reações de biotransformação tem por finalidade aumentar a hidrofilicidade dos compostos para torná-los mais passíveis de excreção renal. Muitos fármacos administrados oralmente sofrem absorção incompleta pelo trato gastrintestinal (TGI) superior, e o fármaco residual é então eliminado por excreção fecal. PS: o corpo elimina os fármacos e outros compostos químicos por meio do metabolismo (biotransformação) e da excreção. Desse modo, a palavra eliminação não significa apenas excreção, mas também inclui processos metabólicos/biotransformação, que, em geral, inativam os fármacos. Os fármacos e seus metabólitos são, em sua maioria, eliminados do corpo por excreção renal e biliar. A excreção renal é o mecanismo mais comum de eliminação de fármacos e baseia-se na natureza hidrofílica de um fármaco ou seu metabólito. Apenas um número relativamente pequeno de fármacos é excretado primariamente na bile ou pelas vias respiratórias ou dérmicas. Muitos fármacos administrados oralmente sofrem absorção incompleta pelo trato gastrintestinal (TGI) superior, e o fármaco residual é então eliminado por excreção fecal. Embora o fígado seja quantitativamente o órgão mais importante no metabolismo dos fármacos, todos os tecidos do corpo são capazes de metabolizá-los, em certo grau. Assim, rins, TGI, pulmões, pele e outros órgãos contribuem para o metabolismo de fármacos sistêmicos. O TGI merece menção especial, visto que, à semelhança do fígado, pode contribuir para o efeito de primeira passagem mediante o metabolismo dos fármacos administrados por via oral antes que alcancem a circulação sistêmica. Ou seja, alguns fármacos administrados por via oral são absorvidos no TGI e transportados diretamente até o fígado por meio da circulação, onde são metabolizados antes de alcançarem a circulação sistêmica, e portanto, antes de atingirem seus órgãos-alvo. É muito importante considerar o efeito de primeira passagem quando se planejam os esquemas posológicos, pois, se o metabolismo hepático for extenso, a quantidade de fármaco que alcançará o tecido-alvo será muito menor do que a dose administrada por via oral, diminuindo a sua biodisponibilidade e seu efeito farmacológico. Por outro lado, determinados fármacos são intensamente inativados em sua primeira passagem pelo fígado, não podendo ser administrados por via oral, devendo-se utilizar a via parenteral (como o agente antiarrítmico lidocaína, cuja biodisponibilidade é de apenas 3% quando administrado por via oral). O fígado contém diversidade e quantidade de enzimas metabólicas em larga escala. A capacidade do fígado de modificar os fármacos depende da quantidade de fármaco que penetra nos hepatócitos. Fármacos altamente lipofílicos podem penetrar de imediato nas células (inclusive nos hepatócitos), e o fígado metaboliza preferencialmente os compostos lipofílicos. As enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma gama de substituintes nas moléculas dos fármacos, tornando-os inativos ou facilitando sua eliminação. Essas modificações são designadas, em seu conjunto, como biotransformação. As reações de biotransformação/metabolismo são classificadas em dois tipos: (a) reações de funcionalização da fase I e (b) reações de biossíntese da fase II (conjugação) Ação local: administrados diretamente no local onde são necessários para produzir o efeito farmacológico. Ex. colírios, sprays nasais, cremes intravaginais e preparações tópicas para o tratamento de doenças de pele. Ação sistêmica: é requerida a sua entrada na circulação sanguínea para atingir o seu sítio de ação. Ex. antidepressivos, administrados por via oral, absorvidos pelo trato gastrointestinal, caem na circulação sanguínea onde são distribuídos ao organismo, e atingem o sistema nervoso central, promovendo então a ação antidepressiva. Portanto, a resposta produzida por um fármaco que age sistemicamente é relacionada à quantidade do fármaco que entra no organismo e a concentração que atinge o seu sítio de ação após a administração (biodisponibilidade) e ao tempo que o medicamento permanece nele. Só a droga livre se liga ao receptor para fazer efeito Vias enterais: administração do fármaco no segmento do trato gastrointestinal (TGI), vias de administração oral, bucal /sublingual e retal. Requer a colaboração do paciente. Obs: TGI não necessariamente passa pelo fígado! · Via oral: deglutição do fármaco e sua absorção a partir do lúmen do TGI; método mais usado; apresenta vantagens por ser o mais seguro, conveniente e econômico. Desvantagens: diminuição da quantidade absorvida em decorrência das características de alguns fármacos. Ex. fármacoscom hidrossolubilidade reduzida podem causar irritação da mucosa gastrintestinal, induzir vômito e inativação de alguns fármacos pelas enzimas digestivas ou pelo pH gástrico (ácido); a presença de alimentos ou outros medicamentos que podem alterar a motilidade e propulsão gastrointestinal podem formar quelatos e interferir na absorção (como leite e tetraciclinas). Podem ser metabolizados por enzimas da flora, da mucosa intestinais, ou do fígado, antes que possam alcançar a circulação sistêmica. Quando o fármaco é administrado por via oral e absorvido no estômago e no intestino, ele deve passar pelo fígado antes de entrar na circulação sistêmica, e o fígado pode transformar o fármaco em uma forma inativa antes de entrar na circulação sistêmica. Tal efeito é conhecido como efeito ou metabolismo de primeira passagem. · Via bucal e sublingual: bucal (entre a gengiva e a bochecha) e sublingual (sob a língua); permitem a absorção direta do fármaco na circulação sistêmica sem o efeito de primeira passagem, processo que pode ser rápido ou lento, conforme a formulação física do produto. Com relação à administração sublingual, apesar de a superfície da mucosa oral disponível para a absorção ser pequena, é muito importante para alguns fármacos (como nitroglicerina). A drenagem venosa da boca dirige-se à veia cava superior e isso provoca um desvio da circulação porta e, desse modo, protege o fármaco do metabolismo rápido causado pela primeira passagem pelos intestinos e pelo fígado. · Via retal: 50% do fármaco absorvido pelo reto passará pelo fígado, portanto, sofrem menor taxa de metabolismo hepático de primeira passagem quando comparado aos fármacos administrados por via oral. Geralmente prescritas como supositórios, inseridos na porção inferior do reto, mas que tendem a migrar para a porção superior. Absorção pode ser irregular e incompleta, e alguns fármacos podem causar irritação da mucosa. OS: a absorção GTI pode ser afetada pelo uso concomitante de outros fármacos, seja em razão da quelação das moléculas, da alteração do pH gástrico, ou alteração da motilidade intestinal. As interações fármaco-nutrientes também são muito comuns. A composição da dieta e o tipo de alimentação podem alterar a absorção dos medicamentos. No caso de uma absorção diminuída ou retardada, o resultado é que o fármaco pode não atingir os níveis eficazes nas correntes sanguíneas; no caso de uma absorção aumentada, esses níveis podem ser mais elevados do que o desejável, potencializando efeitos colaterais. Vias parenterais: Administração FORA do TGI. inclui a administração leito vascular e extravascular, intravenosa, a subcutânea, a intramuscular, e a intra-articular (alta concentração do fármaco no espaço articular em quadros como artrite ou infecção da articulação). · Via intravenosa: administrado diretamente na corrente sanguínea, não há absorção; biodisponibilidade da dose administrada é de 100%. A via intravenosa permite a absorção instantânea e completa. É potencialmente perigosa porque, se a administração for muito rápida, serão alcançados elevados níveis sanguíneos do fármaco. A injeção intravenosa dos fármacos em solução aquosa propicia uma rápida completa biodisponibilidade. Permite a administração de algumas soluções irritantes, pois, injetado lentamente, se distribui de modo amplo na corrente sanguínea. Desvantagens: exige monitoração cuidadosa da resposta do paciente, pois alguns pacientes podem apresentar reações adversas em razão da rápida concentração do medicamento no sangue. Além disso, depois da injeção do fármaco, geralmente não há como retirá-lo. PS: fármacos dissolvidos em veículos oleosos, compostos que se precipitam no sangue ou hemolisam eritrócitos, e combinações de fármacos que formam precipitados não devem ser administrados por via intravenosa. · Via subcutânea e intramuscular: ocorre por difusão simples ao longo do gradiente existente entre o depósito de fármaco e o plasma. Vantagens: útil na administração de medicamentos em caso de emergência, em paciente inconsciente ou com restrição de utilização da via oral. É necessária para que o fármaco seja liberado em sua forma ativa, pois, se administrado por via oral, pode ser metabolizado no fígado antes de atingir a corrente circulatória. Garante uma biodisponibidade mais rápida e precisa. Desvantagens: é necessária a assepsia, exige técnica para uma administração segura e eficaz, há custo relacionado com a seringa e pode ser dolorosa. · Via intra-arterial: Um fármaco também pode ser injetado diretamente em uma artéria para obtenção de seus efeitos em um tecido ou órgão específico (por exemplo, no caso de tratamento de tumores hepáticos ou cânceres da cabeça e do pescoço). Em algumas situações, agentes diagnósticos são administrados por essa via (como albumina sérica humana marcada com tecnécio). Atenção, a injeção intra-arterial requer muito cuidado e só deve ser realizada por especialistas. · Via intramuscular: Em geral, a absorção do local da injeção intramuscular de fármacos em solução aquosa é mais rápida e com maior biodisponibilidade do que a administração oral, porém, isso depende da taxa de fluxo sanguíneo no local da injeção. A taxa de absorção pode ser aumentada pelo aquecimento do local da administração por meio de massagem ou exercício, ou aplicação de compressa quente. Por exemplo, o banho quente promove vasodilatação e então acelera a absorção dos fármacos aplicados por via intramuscular. A absorção de fármacos em solução oleosa ou suspenso em veículos de depósito (depot) será lenta e constante após a injeção intramuscular. Como desvantagem, alguns fármacos não podem ser administrados por essa via em razão dos efeitos adversos no local da injeção (heparina, por exemplo, pode provocar hematoma se administrada na musculatura). Com relação ao volume injetado por via intramuscular, recomenda-se: região deltoide (2 a 3 mL), região glútea (4 a 5 mL) e músculo da coxa (3 a 4 mL). · Via subcutânea (SC): utilizada com fármacos que não causam irritação dos tecidos; pode provocar dor, necrose e descamação. Não exceder a administração de 3 mL. Taxa de absorção constante e lenta para produzir um efeito prolongado. Nesse cenário, de acordo com a formulação, pode-se obter uma variabilidade de tempo de absorção do fármaco, como acontece com a insulina injetável, usando alterações na dimensão da partícula, formação de complexo proteico e variação do pH para produzir as preparações de ações curta (3-6 horas), intermediária (10-18 horas) e longa (18-24 horas). A associação de um agente vasoconstritor (como epinefrina) retarda a absorção, o anestésico local injetável lidocaína incorpora epinefrina em sua preparação. Permite uma absorção lenta durante semanas ou meses quando os fármacos são implantados sob a pele na forma de pellets sólidas, hormônios (anticoncepcionais) asseguram uma eficaz contracepção por três anos. · Via intradérmica: permite apenas a administração de pequenos volumes (0,1 a 0,5 mL); usada para reações de testes de hipersensibilidade e aplicação de vacinas. Via respiratória inalatória ou pulmonar: vias intranasal e de inalação; indicada para efeitos locais (administração intranasal de descongestionantes); ou sistêmicos (fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e absorvidos pelo epitélio pulmonar e pelas mucosas do trato respiratório). Evita a perda pelo metabolismo de primeira passagem hepática; e, no caso de doença pulmonar, permite a aplicação no local de ação desejado. Ps: absorve quase instantaneamente, pois o acesso à circulação é rápido, uma vez que é grande a área de superfície pulmonar. Via tópica ou epidérmica: substâncias ativas diretamente na pele ou em feridas; efeito local; disponíveis como pomadas, cremes, sprays, loções, colutórios e pastilhas para a garganta. Alguns fármacos são aplicados nas mucosas da conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, colo, uretra e bexiga. Ps: em algumas situações, a aplicação na mucosa visa à obtenção de efeito sistêmico, pois a absorção pelas mucosas ocorre rapidamente.Ex. aplicação do hormônio antidiurético sintético na mucosa nasal. No sistema ocular, a aplicação tópica de fármacos oftálmicos objetiva a obtenção de efeitos locais, porém pode ocorrer absorção sistêmica em razão da drenagem pelo canal nasolacrimal, o que é, em geral, indesejável. Em geral, os efeitos locais dependem da absorção do fármaco pela córnea. Por essa razão, infecção ou traumatismo da córnea podem acelerar a absorção · Via transdérmica: efeitos sistêmicos por meio da aplicação do fármaco na pele com um adesivo cutâneo; padrão de absorção lento e prolongado; velocidade de absorção varia de acordo com as características físicas da pele no local e da lipossolubilidade do fármaco. Usada com mais frequência para disponibilização de forma prolongada. É conveniente e indolor, ideal para fármacos lipofílicos e que têm baixa biodisponibilidade oral, pois evita a primeira passagem pelo fígado. Alguns pacientes podem ser alérgicos aos adesivos, causando irritação local. Ex. adesivo de nicotina. https://ares.unasus.gov.br/ ANTAGONISMO CONCEITO: Redução do efeito de um fármaco pela ação de outro. TIPOS DE ANTAGONISMO: # Fisiológico: Dois agentes, mecanismos diferentes, exibem efeitos opostos. Ex.: Histamina – Noradrenalina # Farmacológico: Concorrentes por receptores ou sobre a mesma estrutura. Ex.: Atropina – Acetilcolina # Físico: Mecanismo puramente físico Ex.: Carvão Ativado – Metais (Chumbo, Ferro, ...) # Químico: Agentes reagem entre si quimicamente. Ex.: Permanganato de Potássio – Alcalóides FATORES DETERMINANTES DOSE/EFEITO • Dose prescrita adesão do paciente erros de medicação/distribuição. • Dose administrada Taxa e absorção, superfície corporal, ligação à proteínas plasmático e taxa de eliminação • Concentração no local de ação Variáveis fisiológicas; fatores patológicos/ genéticos; interação com outros fármacos/ tolerância; •Intensidade do efeito efeito placebo Interação fármaco receptor; estado funcional. O que é interação medicamentosa? •Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a interação medicamentosa é definida como uma resposta farmacológica ou clínica à administração de uma combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois agentes administrados individualmente. •Existem interações medicamentosas do tipo medicamentomedicamento, medicamento-alimento, medicamento-bebida alcoólica e medicamento-exames laboratoriais. As interações medicamentosas podem ocorrer entre medicamentos sintéticos, fitoterápicos, chás e ervas medicinais. image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.jpeg image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png