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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE 
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais 
Pastor Presidente: Aílton José Alves 
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524 – 3084.1543 
 
LIÇÃO 05 – O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ: A REMIÇÃO DA FAMÍLIA 
3º TRIMESTRE 2024 (Rt 3. 8-10; Rt. 4.11) 
INTRODUÇÃO 
Nesta lição, veremos a definição etmológica e teológica do termo casamento; estudaremos o plano original do casamento segundo 
a Bíblia; e por fim; veremos o que podemos aprender com o casamento de Rute e Boaz. 
I - DEFINIÇÃO DE CASAMENTO 
1.1 Difinição etmológica. “Ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa 
e/ou civil”. O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Como podemos ver, tanto o 
dicionário como a Constituição Federal, conceitua o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro 
que a união homossexual não pode ser caracterizada como casamento. 
1.2 Difinição Teológica. Instituição que tem por objetivo legalizar a união entre um homem e uma mulher (Claudionor, 2006, p. 91). 
Ainda pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada no princípio da raça humana, para dar origem e 
sustentação à família (Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). Quanto ao ato, o casamento é um concerto, ou aliança, feito entre pessoas de sexos opostos 
– diante de Deus, da família, da igreja – de serem marido e mulher enquanto viverem (Ml 2.14) 
 
II – O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA 
 A Bíblia declara ser um livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos pelo Espírito Santo 
escreveram textos inspirados por Deus (2Tm 3.16,17; 2Pd 1.19-21). Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter 
como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. A Bíblia nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para 
o casamento. Vejamos abaixo: 
 
 2.1 União heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, 
ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 
1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 
18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir 
esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento perverso” e (3) 
“coisas que não convêm”. 
 
 2.2 União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” 
tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva 
poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do 
casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um nível de relacionamento tão íntimo entre um 
casal, ao ponto de fazerem com que o marido e a esposa se tornem uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou afetando um logo se 
atingirá o outro. De modo que amar a esposa, na perspectiva paulina é amar o seu próprio corpo (Ef 5.28-b). 
 
 2.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” 
(Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no 
sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no 
texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (Vine, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a 
indissolubilidade do casamento. Vejamos: Deus diz: a) “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b); b) Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); 
e Paulo diz: c) “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2). Está claro em toda a Escritura que o casamento 
deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o 
matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo 
Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; 1Co 
7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única 
exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9). 
 
3.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem 
uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto 
ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1Co 7.2). Há muitos 
argumentos contra a poligamia, eis alguns deles: (1) A monogamia foi ensinada por precedência: Deus deu a Adão apenas uma mulher e a 
Eva apenas um homem (Gn 2.18); (2) A monogamia foi ensinada por mandamento (Dt 17.17); (3) A monogamia foi ensinada como um 
preceito moral contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito que o próximo só poderia ter 
uma esposa legítima; e (4) A monogamia é ensinada através das severas consequências decorrentes da poligamia: Gênesis 26 nos mostra 
que: ela torna a vida amarga (v.35); Gênesis 29 afirma que ela causa rivalidade (v.30); e ódio (v.31). Gênesis 30 mostra que ela leva à 
inveja (v.1), à ira (v.2) e a desavença e brigas (v.8). 
 
IV – O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ 
Havia outros homens que não teriam hesitado em se casar com Rute (v. 10), mas estes não poderiam tê-la redimido. Somente um 
parente resgatador poderia fazer isso, e Boaz era esse parente. Uma vez que Noemi sabia que Boaz estaria usando a eira naquela noite e que 
ficaria lá para guardar os cereais, instruiu Rute a se preparar para encontrar-se com ele. 
 
4.1 Os desafios superados no passado não devem impedir nossa alegria no presente (Rt 3.1) Os problemas que nos afligem podem 
trazer-nos grandes transtornos: O marido e os filhos de Noemi morreram prematuramente. Abraão morreu farto de dias. Jó viu os filhos dos 
filhos até a quarta geração. Mas Elimeleque e seus filhos morreram sem deixar sequer um descendente. A morte prematura traz grandes 
transtornos e profundas angústias. Noemi perdeu tudo: marido, filhos e dinheiro. Parecia o fim, mas da dor surgiu uma luz de esperança. 
Das derrotas, brotou uma vitória inesperada. No deserto, encontrou o oásis que renovou sua alma. Quando achamos que não há mais saída, 
Deus ainda nos guia para o triunfo. Acredite, Você não será lançado no mar do esquecimento, o Senhor Poderoso em feito e tremendo em 
obras, jamais te abandonará, o inimigo não celebrará a tua ruína, os que ti perseguem não comemorarão a tua derrota (Sl 118.17). 
 
4.2 Rute mostra coragem em sua iniciativa, mas discreta em seus gestos (Rt 3.4,8). Ela não espera pelo casamento sentada em casa. Ela 
vai atrás de Boaz. Ela busca realizar seu sonho. Não fica parada, esperando que algo aconteça. Ela toma a frente. No entanto, Rute não se 
atira sobre Boaz ou se deita em seu colo. Ela se coloca aos pés dele. Não tenta seduzi-lo com sua aparência, mas conquista seu coração 
com suas qualidades morais. 
 
4.3 A alegriada família deve ser construída sobre a base sólida que é Deus (Rt 3.10) Inicialmente, a alegria de Rute reside no fato de 
que ela se voltou para Deus antes de procurar um marido (2.12; 2.16,17; 3.10). Rute, originalmente moabita e seguidora do deus Camos, um 
deus pagão, não conhecia o Deus vivo. No entanto, após a morte de seu marido, ela deixou sua terra, sua família e seus deuses, e abraçou 
a fé no Deus de sua sogra. Rute se converteu ao Deus vivo, declarando: “Aonde quer que tu fores, irei também; aonde quer que pousares, 
ali pousarei; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu também e ali serei sepultada. 
Que o Senhor me castigue com toda severidade, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rt 1.16,17). Em casamentos mistos 
[entre crentes e não crentes], um dos erros graves é escolher primeiro o parceiro em vez de buscar a vontade de Deus; seguir os próprios 
desejos ao invés da orientação divina. 
 
4.4 A felicidade de Rute reside no fato de que, ao buscar a Deus antes de tudo. Rute encontrou não apenas um marido, mas também um 
salvador (Rt 3.9). Boaz agiu como um redentor para Rute. Seguindo a lei de Moisés, que permitia que um parente próximo se casasse com 
a viúva para preservar o nome da família (Dt 25.5-10), Boaz, sendo um parente próximo de Elimeleque, tornou-se qualificado para ser o 
redentor de Rute, uma viúva sem filhos. Ele não apenas tinha o direito, mas também o desejo de se casar com ela. 
 
4.5 A pergunta de Boaz: “quem é você?”. A pergunta de Boaz quebrou o silêncio da noite em volta. A própria pergunta e a ausência de 
“minha filha” (Rt 2.8) revelam que Boaz não reconheceu Rute. Observe os contrastes com o cap. 2. Antes, Boaz perguntou quem era o dono 
dela (Rt 2.5b); agora ele perguntou quem era ela Rute era antes “uma moabita que voltou com Noemi” (2.6); agora, ela era uma pessoa por 
direito próprio. Sua resposta (Sou Rute) ampliou esse contraste. Ela se dirigiu a Boaz como um par familiar não como uma serva prostrada 
(Rt 2.10,13). Segundo Robert L.Hubbard Jr em seu comentario p.180, Ao dar seu nome, ela também se confiou à integridade de Boaz, visto 
que, no pensamento israelita, conhecer o nome de alguém era poder exercer controle sobre a pessoa. 
 
CONCLUSÃO 
 Rute é uma figura nossa, a Igreja de Jesus, comprada e redimida, enquanto Boaz é uma figura de Jesus Cristo, que nos resgatou! 
Ele colocou um anel em nosso dedo e nos constituiu como reis e sacerdotes da sua família real, pois somos a Noiva do Cordeiro. Assim 
como Rute recebeu uma promessa de casamento, nós também recebemos a promessa de sermos a Noiva do Cordeiro, do nosso amado Noivo. 
Ele vai voltar para buscar a sua Noiva; aguardemos firmemente o glorioso dia da sua vinda! “o amor de Boaz simboliza o amor de Jesus 
[por todos nós], um amor sem acepção, um amor que não julga o [nosso] passado, mas que já perdoou e pagou todas as [nossas] dívidas, um 
amor redentor que muda a história”. 
 
REFERÊNCIAS 
LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Rute. HAGNOS. 
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRAFICA 
EDER, Jônatas. Culto doméstico: Restaurando a essência da adoração familiar. BEREIA 
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD. 
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD. 
HUBBARD JR, Robert L. Comentário do Antigo Testamento. CULTURA CRISTÃ, 
NETO, Emilio Garofalo. Redenção nos campos do Senhor: as boas novas em Rute. MONERGISMO. 
	INTRODUÇÃO
	I - DEFINIÇÃO DE CASAMENTO

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