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Questão 22/30 - Preparação Unificada de Concursos e Exames “A pandemia causada pelo novo coronavírus vem causando efeitos de grandes proporções em muitas sociedades ao redor do mundo. Indo além dos problemas relacionados à área da saúde, ela fez com que a produção mundial desacelerasse, reduziu o fluxo de movimentações humanas em escala global, fragilizou sistemas econômicos nacionais e não só expôs como aprofundou os problemas relacionados à desigualdade social. A doença teria chegado ao continente europeu em janeiro de 2020, quando o governo francês oficializou três pessoas contaminadas com histórico de viagem à China. A UE demorou um pouco a responder à ameaça da COVID-19. A Itália foi um dos primeiros países duramente afetados, o que desencadeou reações enfáticas de políticos italianos e acusações de falta de apoio europeu. Em março de 2020, o continente foi considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o epicentro da doença no mundo. De acordo com os dados oficias dos governos, em julho de 2020, os países mais afetados da Europa continental foram: Itália (mais de 245 mil casos e mais de 35 mil mortos), Espanha (270 mil casos e 28,4 mil mortos), França (178 mil casos e 30,1 mortos), seguidos pela Alemanha (203,3 mil casos e 9,1 mil mortos). Logo, os países mais afetados pela pandemia representam também as quatro maiores economias da União Europeia. Com exceção da Alemanha, os outros três países passaram por dificuldades maiores no combate à doença e tiveram fortes restrições de movimentação com a declaração de fechamento total (lockdown) em seu território e fechamento de fronteiras. Por mais que a circulação de mercadorias tenha sido pouco afetada pelos bloqueios nacionais, o efeito econômico gerado pelo tempo em que vários negócios ficaram parados, bem como a proibição da entrada de cidadãos não-europeus no bloco, teve um forte resultado negativo na economia europeia, tendo em vista a importância do setor do turismo em algumas dessas economias, sobretudo na Itália e Espanha. Analise as afirmativas abaixo, a respeito da situação econômica internacional no contexto atual, durante a pandemia do COVID-19: I - Os países europeus eram privilegiados economicamente no período pré-pandemia do Novo Corona Vírus PORQUE II - A resposta austera da Alemanha na crise econômica de 2008 e o resultado econômico positivo de países como a Grécia fizeram com que o crescimento voltasse ao patamares pré-crise. A respeito dessas afirmativas, assinale a opção correta: A-As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B-As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C-A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D-A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E-As asserções I e II são proposições falsas. Questão 23/30 - Preparação Unificada de Concursos e Exames “A Declaração [Universal] dos Direitos Humanos, em sua interpretação mais tradicional, serviria para regular apenas a relação entre os Estados e seus cidadãos. Entretanto, com o reconhecimento cada vez maior do indivíduo no campo internacional, e com o aumento do número de imigrantes no mundo, tornou-se cada vez mais frequente sua utilização como um parâmetro para regular as relações entre os Estados receptores e os imigrantes.” Considerando o trecho citado, análise as assertivas abaixo, que tratam da relação entre direitos humanos e os imigrantes, e a relação proposta entre elas: I. Os imigrantes, igualmente aos nacionais de um Estado, devem ter os direitos fundamentais garantidos por este, não importando se esses imigrantes são regularizados no país ou indocumentados. PORQUE II. Os sistemas universais e regionais de direitos humanos, de uma forma geral, estabelecem em seus documentos como uma obrigação dos Estados respeitar e garantir os direitos humanos dos indivíduos, dentro e fora de seus territórios, independentemente de quaisquer circunstâncias e considerações. Sobre as asserções, é correto afirmar que: A-As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B-A asserção I uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa C-A asserção II uma proposição verdadeira, e a I é uma proposição falsa D-As asserções I e II são proposições falsas E-As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. Questão 24/30 - Preparação Unificada de Concursos e Exames “Mais uma vez, o duelo entre o presidente francês Emmanuel Macron e a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, volta a preocupar a União Europeia. Atualmente, a França está no comando da presidência rotativa da União Europeia e uma derrota de Le Pen, que é contra o bloco europeu e a Otan, não só reforçaria o apoio dos franceses à UE, como ajudaria a diminuir o fantasma da extrema-direita no continente. A reeleição do primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, para o seu quarto mandato consecutivo, na semana passada, foi um grande revés para Bruxelas. “Aderir ao populismo e à xenofobia, isso não é a França”, lembrou Macron após o resultado do primeiro turno. Em 2017, a líder de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, admiradora de longa data do presidente russo Vladimir Putin, afirmou na época que, caso ganhasse as eleições, iria convocar um referendo sobre um eventual “Frexit”, a saída da França do bloco europeu. Além disso, Le Pen tinha planos de abandonar o euro e retomar o controle das fronteiras para deter a imigração." O século XXI não tem sido de calmaria política no mundo. Políticos e cidadãos de vários países têm questionado as integrações regionais criadas no século passado para a relação integrada de países próximos economicamente, fenômeno concomitante à globalização. São exemplos de contestações o caso do Brexit, movimento para a retirada do Reino Unido da União Europeia e a extrema direita nacionalista na França, representada pela candidata à presidência em 2017 e 2022, Marine Le Pen. Sobre esse contexto da política internacional contemporânea, analise as asserções abaixo: I. O crescimento da extrema direita vem do descontentamento da população com os partidos de direita, também nacionalistas e radicais, que governaram antes destes novos e, portanto, é um contraponto entre direitas. II. Não houve de 2010 para o momento atual crise social e econômica, mas o oposto, já que houve o crescimento econômico e de bem-estar social em todos os países europeus, com crescimento do PIB, diminuição das desigualdades e um bom gerenciamento das imigrações. III. Há um crescente descontentamento social sobre as condições de vida e econômica, o que tem levado a um radicalismo na política, capitaneado pela extrema-direita em um discurso populista, que vai contra a democracia liberal e é antissistema. IV. Os movimentos nacionalistas e de extrema-direita têm ascendido ao poder como por exemplo o então presidente Viktor Orbán na Hungria, assim como Le Pen, ele é um eurocético, isto é, tem forte desconfiança da União Europeia e defende uma não integração do país. Assinale a alternativa correta: Apenas a afirmativa I está correta. Apenas a afirmativa I está correta. B Apenas a afirmativa II está correta. C Apenas a afirmativa III está correta. D Apenas as afirmativas I e II estão corretas. Você assinalou essa alternativa (D) E Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. Questão 25/30 - Preparação Unificada de Concursos e Exames Nos anos da Guerra Fria, com o uso das armas nucleares e a emergência das superpotências, a política externa passa a ser tanto uma expressão do aumento da rivalidade bipolar quanto uma alternativa para explicar a competição militar entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União Soviética. Nesse momento, ela passa a constituir-se subárea das Relações Internacionais e a debruçar-se sobre o nível doméstico e o processo decisório. No pós-Guerra Fria, as análises de política externase deparam com a questão da democracia, da responsabilidade das ações internacionais dos Estados e seus impactos sobre os cidadãos. Fonte: HILL. C. What is to be done? Foreign Policy as a site for political action. International Affairs, v.79, n. 2, 2003 (adaptado) Considerando os fundamentos dos modelos de tomada de decisão e os diferentes momentos históricos de construção das análises de política externa, avalie as afirmações a seguir: I). A Análise de Política Externa, desde que se constituiu subárea relevante da disciplina de Relações Internacionais, passou a resgatar o papel do Estado como ator unitário e racional, reflexo do Realismo Político e do Neorealismo de Kenneth Waltz. II). O fim da Guerra Fria proporcionou a emergência de uma nova forma de analisar o processo decisório em política externa, que parte das mudanças no papel do Estados em suas práticas de inserção internacional. III). No período da Guerra Fria, os estudos dos processos de tomada de decisão em política externa recebem uma contribuição significativa com o desenvolvimento de análises burocráticas, que passam a enfatizar a interação entre líderes políticos, atores burocráticos, cultura organizacional e atores políticos, fora do aparato estatal, nas ações de políticas externa dos EUA e dos países socialistas. IV). Antes de se constituir subárea de estudo, a Análise de Política Externa baseava-se na ideia da autonomia de decisão dos Estados em relação às sociedades nacionais, reflexo da influência da corrente liberal. V). A Análise de Política Externa pode ser considera uma disciplina estadocêntrica pelo fato de desconsiderar o papel de atores não estatais e de dinâmicas não protagonizadas pelo Estado na política internacional. Sobre as asserções acima, é correto o que se afirma em: Nota: 0.0Você não pontuou essa questão A I e II, apenas. B II e III, apenas. Apenas II e III estão corretas uma vez que os Estados nacionais tiveram que alterar suas respectivas estratégias de inserção internacional em face do novo cenário internacional do pós-Guerra Fria. A terceira questão está correta, pois foi na Guerra Fria que surgiram e se desenvolveram os estudos e análises dos processos de tomada de decisão, cultura organizacional e atores burocráticos nas ações de inserção internacional das superpotências. Referência: Gonçalves, F. N.; Pinheiro, L. Análise de Política Externa: O que Estudar e Por Quê? Curitiba: Intersaberes, 2020. C I, II e III, apenas. D IV e V, apenas. Você assinalou essa alternativa (D) E III e IV, apenas. Questão 26/30 - Preparação Unificada de Concursos e Exames Leia o texto a seguir: “A “paz” não é sinônimo de “ordem”, e a existência de uma “ordem internacional” não assegura a paz. Basta ver o que aconteceu nos últimos 30 anos, com a “ordem liberal-cosmopolita” que foi tutelada pelos Estados Unidos depois do fim da guerra fria, e que se transformou num dos períodos mais violentos da história norte-americana. Como já havia acontecido, também, com a “ordem internacional” que nasceu depois da Paz de Westfália, período em que a Grã-Bretanha, sozinha, iniciou uma nova guerra a cada três anos, entre 1652 e 1919, mesma periodicidade que teriam as guerras norte-americanas, entre 1783 e 1945 (Holmes, 2001). Dentro do sistema interestatal, a “potência dominante”, mesmo depois de conquistar a condição de um “superestado”, segue se expandindo e fazendo guerras, e necessita fazê-lo para poder preservar sua posição monopólica já adquirida” (Fiori, 2022, s/p). Fonte: FIORI, José Luis. A guerra da Ucrânia e uma nova ordem internacional. Teoria e Debate – Internacional, publicado em 12 de abril de 2022. Disponível em: https://teoriaedebate.org.br/2022/04/12/a-guerra-da-ucrania-e-uma-nova-ordem-internacional/ Agora leia o seguinte texto: “Argumento que a autoajuda e a política de poder não seguem a lógica da anarquia, e que se hoje nos encontramos em um mundo de autoajuda, isto se deve ao processo, não à estrutura. Não há uma “lógica” da anarquia à parte das práticas que criam e instanciam uma estrutura de identidades e interesses em detrimento de outras [...] A autoajuda e a política de poder são instituições, não características essenciais da anarquia. A anarquia é o que os estados fazem dela” (Wendt, 2013, p. 425-426). Fonte: WENDT, Alexander. A anarquia é o que os estados fazem dela: a construção social da política de poder. Tradução de Rodrigo Duque Estrada. Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, v.2. n.3, jan./jun., 2013. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/2188/1525 Tendo como base os conteúdos discutidos no decorrer do curso de Relações Internacionais e os textos citados acima, assinale a alternativa que explica, corretamente, a famosa frase de Alexander Wendt: “a anarquia é o que os Estados fazem dela”. A-A anarquia internacional não deve ser compreendida como uma conjuntura de interação objetiva e material, que delimita o campo de atuação dos atores políticos. Ela deve ser apreendida, na verdade, como um grande texto sobre a política internacional. B-A anarquia internacional não deve ser considerada como um aspecto fundamental e basilar para o funcionamento do livre comércio em âmbito internacional. Ela, antes de qualquer coisa, é um imperativo normativo, fruto da incapacidade humana de viver em mundo sem regras. C-A anarquia internacional não deve ser compreendida como o resultado dos processos de dominação das grandes potências com relação aos países do Terceiro Mundo. É preciso analisar a anarquia como um componente inevitável e imutável dos padrões de interação entre as diferentes classes sociais. D-A anarquia internacional não deve ser considerada como uma estrutura rígida, responsável por determinar (e limitar) o comportamento dos Estados. Mas sim, como uma construção social, resultante dos processos sócio-históricos de interação entre os Estados e de formação dos seus interesses e identidades. E-A anarquia internacional não deve ser compreendida a partir das suas características culturais e normativas, uma vez que isso tende a limitar o seu poder de opressão sobre os indivíduos. Ela deve ser estudada como uma engrenagem do sistema de dominação ocidental e uma necessidade para a manutenção das relações de poder. image1.wmf image2.wmf