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DIREITO CONSTITUCIONAL
O MOVIMENTO DO CONSTITUCIONALISMO 
Consiste em:
· limitação do poder estatal arbitrário 
· positivação de direitos humanos (fundamentais)
CONSTITUCIONALISMO MODERNO 
CLÁSSICO OU LIBERAL- remonta o século 18 e tem como marco a Constituição dos Estados Unidos da América, de 1787 e a Constituição Francesa, de 1791 que trazia em seu texto preambular a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
*A constituição americana e a mexicana foram as que as primeiras e marcaram o início do movimento de transformação no séc 18 nos países que começaram a elaborar as suas próprias constituições
· valorização do indivíduo 
· afastamento do Estado Direitos de 
 liberdade 
Não restou profícuo se considerado que tal acepção promoveu, de outra face, concentração de renda e exclusão social. O Estado passa a ser invocado para evitar abusos e limitar o poder econômico. 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO SOCIAL 
Segundo momento do desenvolvimento do constitucionalismo moderno, não menos importante, ainda que de fase mais curta. 
· tem forte caráter social ⇒ Direitos de 
 igualdade 
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO 
Seguindo a evolução do movimento do constitucionalismo surge, no decorrer do século XX, o centrado na ideia de constituição programática, sedimentando forte conteúdo social por meio da positivação de normas programáticas.
⏩A constituição programática (diretiva ou dirigente) se caracteriza por conter normas definidoras de tarefas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos.
A Constituição brasileira de 1988 é um forte exemplo de Constituição programática. 
○Normas constitucionais ou são princípios (valores) ou regras (matrícula da criança em educação infantil).
⏩A constituição brasileira é formal, escrita, porém existem outros tipos que não precisam necessariamente ser escritos. 
NEOCONSTITUCIONALISMO
■Neoconstitucionalismo
Em que os Estados e países estão criando estratégias e sistemas para efetivar as suas constituições.
Marcadamente o século XXI desenvolve o movimento do neoconstitucionalismo, onde se solidifica a premissa de superioridade constitucional, a concretização das promessas contidas nos textos programáticos.
· Princípios e regras 
· Inovações hermenêuticas 
· Modelo normativo axiológico 
· Caráter ideológico voltado para a concretização dos direitos fundamentais.
· Afasta o caráter meramente retórico e paradigmático dos textos constitucionais no sentido de buscar cada vez mais a concretização social dos direitos humanos erigidos à condição de fundamentais desde o início e durante o desenvolvimento secular do movimento do constitucionalismo. 
PROPOSTA DE UM CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO 
Pensado pelo jurista e doutrinador argentino José Roberto Dromi traça sete premissas fundamentais, ou seja, as Constituições do futuro devem obedecer a sete valores fundamentais supremos. 
Verdade: necessidade de transparência na previsão das metas a serem buscadas pelos governantes na vigência de suas Constituições. 
Solidariedade: perspectiva de igualdade, baseada na igualdade entre os povos, na dignidade da pessoa humana e na justiça social. Três vertentes: 
1. a primeira que almeja a solidariedade entres diferentes povos;
2. a segunda que preconiza a necessidade de transnacionalização constitucional de direitos de solidariedade;
3. respeito à especificação dos sujeitos onde cooperação, tolerância, redução das desigualdades de gênero, de etnia, de religião são exigências na consagração da Constituição enquanto instrumento de agregação das diversidades e não mero mecanismo de proteção das minorias. 
Consenso: vislumbra uma Constituição do futuro fruto do ‘consenso democrático’. 
Continuidade: respeito à evolução histórica de uma nação. 
Participação: influência da sociedade na política.
 Integração: o constitucionalismo do futuro alcança novamente status transnacional. A concretização desta premissa prevê a atividade de órgãos supranacionais para implementação da integração espiritual, moral, ética e institucional entre os povos. 
Universalização: dos direitos fundamentais para todos os povos do mundo consagrando-se direitos fundamentais internacionais nas constituições futuras, com a prevalência do princípio da dignidade da pessoa humana de forma universal. 
⏩A constituição pode ser reformada através das emendas constitucionais. Uma emenda troca as palavras, tira o texto do artigo 30 e coloca outro atualizado.
Poder difuso muda o conceito, porém sem mudar o texto do artigo.
》O que acontece com a legislação vigente de acordo com a constituição antiga quando se muda a mesma?
DIREITOS E GARANTIAS
Direito: ir e vir 》 garantia: Habeas Corpus
Não há hierarquia na constituição, pois ela está no topo da pirâmide de Kelsen. Os direitos que colidirem só poderam ser resolvidos no caso concreto, pois na teoria nenhum direito constitucional são maiores ou mais importantes que outros
Seria viável uma constituição universal?
Não, pois existe o multiculturalismo, um obstáculo nessa proposta de constituição universal. O conceito de dignidade humana muda de um Estado para outro.
Teoria geral da constituição
O que é uma Constituição? Para o ministro Celso de Melo, a Constituição, em sentido jurídico, é a organização jurídica fundamental do Estado. A nossa Constituição é uma Constituição escrita, unitária e sistematizada. É um conjunto de normas jurídicas escritas e sistematizadas. O código penal e o código civil, por exemplo, também são um conjunto de normas jurídicas, porém, as normas constitucionais têm características que as distinguem das demais normas.
O que distingue as normas jurídicas constitucionais das demais normas?
A supralegalidade: As normas constitucionais são revestidas de supralegalidade. A estrutura do nosso ordenamento jurídico é escalonado como se fossem degraus de uma pirâmide - há relação de compatibilidade na linha vertical. Todos os atos normativos que integram o ordenamento jurídico devem guardar relação de conformidade com as regras jurídicas que estão no ápice da pirâmide.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL
Duas modalidades de fontes do Direito Constitucional: as escritas e as não-escritas. 
• Fontes escritas: 
-Leis constitucionais: São as leis fundamentais de um Estado. 
-Leis complementares ou regulamentares: De acordo com Bonavides, participa como “figura especial de leis ordinárias que servem de apoio à Constituição e fazem com que numerosos preceitos constitucionais tenham aplicação”.
-Prescrições administrativas: Segundo Bonavides, estão “contidas em regulamentos e decretos, de importância para o Direito Constitucional, desde que, recebendo a delegação de poderes, entre o governo no exercício da delegação legislativa”
-Regimentos das Casas do Poder Legislativo, ou do órgão máximo do Poder Judiciário: O Regimento interno é um conjunto de regras estabelecidas por um grupo para regulamentar o seu funcionamento e seu sistema em geral. Tais regimentos internos das Casas do Poder Legislativo e do Supremo Tribunal Federal possuem participação no conjunto de fontes escritas 
-Tratados Internacionais:São consensos que resultam de convergências das vontades de dois ou mais sujeitos de direito internacional. Ou seja, são meios pelos quais sujeitos de direitos internacionais estipulam direitos e obrigações entre si.
-Direito Canônico: O Direito Canônico é advindo da Igreja Católica e da Igreja Anglicana. Nele está presente o conjunto de normas que regulam a vida na comunidade eclesial. Além disso, o direito canônico está diretamente relacionado ao dia-a-dia de inúmeros católicos ao redor do mundo. Como exemplo, citamos a validade civil do casamento religioso.
O direito canônico está condensado no Código de Direito Canônico. Neste diploma legal, é possível encontrar regras de direito material e de direito processual. 
O Brasil é um pais monoteista, o oposto de um país ateu. Acredita em um único Deus, mas continua sendo um país laico, poishá a liberdade de escolha de qualquer religião. O país é de tradição católica, devido à colonização portuguesa, por isso é citado Deus na Constituição. Ser um país laico, não tem nada haver com ser um país monoteista, são coisas completamente diferentes. 
-Legislação estrangeira. Resoluções da comunidade internacional pelos seus órgãos representativos. 
-Jurisprudência: É a interpretação e a aplicação das leis a todos os casos concretos que se submetam a julgamento da justiça, é interpretar e aplicar as leis aos fatos concretos, para que, assim, se decidam as causas. 
-Doutrina: São os ensinamentos dos grandes juristas, ou seja, são as lições dos tratadistas que auxiliam como fonte instrumental de conhecimento, e não apenas de fonte técnica.
• Fontes não-escritas: 
-Costume: Segundo Bonavides “o costume forma-se quando a prática repetida de certos atos induz uma determinada coletividade à crença ou convicção de que esses atos são necessários ou indispensáveis”. 
-Usos constitucionais: “Os usos constitucionais compõem, enfim, a segunda categoria das fontes não escritas. Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários”. 
*Nos Estados Unidos, por exemplo, é evidente a presença de tal fenômeno, no qual as convenções partidárias e algumas práticas de funcionamento do Poder Executivo se assentam tão somente em usos constitucionais
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Escritas. França adota um sistema de leis escritas, o Brasil adota o mesmo sistema.
Não escritas (costumeiras): o sistema brasileiro é de direito positivo (Direito Positivo), os países que não têm constituições escritas seguem o Direito Consuetudinário. Ex: Inglaterra (Common Law). 
Materiais: A constituição material, então, é o conjunto de todas as normas que têm conteúdo, substância, tipicamente constitucional, ou seja, as normas que tratam da estrutura do Estado, da forma de governo e dos direitos fundamentais, e nada mais.
Formais: independe da sua matéria e conteúdo, o que faz essa constituição é a forma de elaboração, elas passam por um processo legislativo de elaboração de uma norma constitucional, e esse processo que dá a constituição o título de constituição formal, não o conteúdo, mas a forma de elaboração. O que faz as normas serem constitucionais não é a matéria, mas a forma de elaboração desta constituição.
Dogmáticas (sistemática): sempre escritas
Históricas: são aquelas constituições não escritas que se formam paulatinamente pela evolução histórica de um Estado.
Populares (democráticas/promulgadas): são elaboradas por representantes do povo, votadas e aprovadas democraticamente.
Outorgadas: impostas unilateralmente pelo chefe de estado.
Rígidas: para terem o conteúdo constitucional alterado, necessitam de um processo de reforma extremamente rígido e moroso.
Flexíveis: ela é alterada pelo mesmo procedimento simples de alteração das leis.
Semi-flexíveis ou semi-rígidas: rígida e flexível ao mesmo tempo. 
Fixas: são as constituições que só aceitam alteração pelo mesmo poder que as criou.
Transitoriamente flexíveis: são aquelas constituições flexíveis por um período determinado de tempo, após tornando-se rígida.
Imutáveis: a constituição nunca sofre alteração.
Superrígidas: foram apontadas na obra do Alexandre de Morais. Cláusulas pétreas aqueles direitos fundamentais que não podem ser abolidos: Art 60 CF:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.
Elas não podem ser abolidas, mas podem ser alteradas (ex: posso adicionar emenda constitucional, mas não posso adicionar emenda abolindo ).
Então a constituição brasileira não é super rígida, porque ela pode ser alterada, só não pode ser abolida.
Codificadas: uma única lei.
Legais: leis constitucionais esparsas que juntas formam o texto constitucional.
· A Constituição Norte-Americana é de 1787, tem 7 artigos e 27 emendas.
· A Constituição Brasileira é de 1988, tem 250.
Garantistas: de direitos
Dirigentes: estabelece diretrizes a serem respeitadas/observadas pelo estado. 
Permanentes: não se alteram com a mudança de poder e de governo.
Contingentes/provisórias: tem um tempo preestabelecido de vida, e são alteradas quando se altera o governo/poder.
· Constituição Brasileira: escrita, formal (elaborados pela assembleia consideradas normas constitucionais), dogmática, popular, rígidas (tem que ser votada em duas casas, em dois turnos…), codificada, prolixas, garantista e dirigentes (tem de tudo, quer ser grande), permanente.
PODER CONSTITUINTE
A CF/88 é fruto de um poder maior que os próprios poderes que ela instituiu. O titular desse poder maior, capaz de instituir os poderes constituídos, é o povo (art. 1º, parágrafo único, CF). 
Art 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
TITULARIDADE art 1º e 12 CF
Não se confunde titular com exercente. O titular é o povo. O exercente ou será um órgão colegiado investido de poderes (Ex: Assembleia Nacional Constituinte- se originário) ou uma pessoa ou um grupo de pessoas. 
· Quando o exercente é um órgão – o processo de positivação se chama convenção. 
· Quando o exercente é uma pessoa – o processo de positivação se chama outorga.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
Pode ser chamado ‘de primeiro grau’, ‘genuíno’. 
Esse poder é capaz de: 
- Editar a primeira Constituição de um Estado que se torna independente, soberano – trata-se do poder constituinte histórico.
 - Editar uma nova Constituição, ab-rogando a Constituição anterior – poder constituinte originário
O poder constituinte é o responsável pela escolha e formalização do conteúdo das normas constitucionais. Trata-se de um poder político, supremo e originário, encarregado de elaborar a primeira Constituição de um Estado (poder constituinte histórico) ou criar uma nova Constituição (poder constituinte originário)
Há uma parte da doutrina, não majoritária, que entende que só seria possível o exercício do poder constituinte originário se houvesse uma ruptura traumática da ordem anterior. Mas essa não é a posição que prevalece. 
O entendimento majoritário é no sentido de que há poder constituinte originário ainda que a transição seja pacífica e não traumática. O STF reconheceu que, em 1.988, o constituinte exerceu o poder constituinte originário.
CARACTERÍSTICAS 
- Trata-se de um poder constituinte originário: 
a) Inicial, por não existir nenhum outro antes ou acima dele; o poder constituinte originário é inicial, pois dá fundamento a si próprio. É um poder de fato, não decorre de outra regra. b) Autônomo, por caber apenas ao titular a escolha do conteúdo a ser consagrado na Constituição. Doutrinadores dizem que o poder constituinte originário é também soberano.
c) Incondicionado, por não estar submetido a nenhuma regra de forma ou de conteúdo.
d) Ilimitado juridicamente pelo direito positivo, apesar de sua submissão aos princípios do direito natural. 
e) Permanente, por continuar existindo mesmo após concluir a sua obra. 
f) Inalienável, por sua titularidade não ser passível de transferência. A nação nunca perde o direito de querer mudar sua vontade. 
Questão: Se existe uma Assembleia Nacional Constituinte, ela foi precedida de um ato convocatório. A exigência desse ato não retiraria do exercício do poder a sua inicialidade? 
Não. O ato convocatório é um imperativo lógico. A escolha dos representantes, pelo povo, já é o início de um poder constituinte. 
Questão: O poder constituinte originário é ilimitado? 
Dentro de uma perspectiva jus naturalista, o direito natural serviria como condicionante de uma limitação ao exercício do poder constituinte originário. Já, os positivistas admitem que não se pode dar caráter ilimitado ao poder constituinte originário, pois existem valores éticos universais que serão limitadores. Neste sentido,não se tem admitido o caráter ilimitado do poder constituinte originário.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR 
O Poder Constituinte Derivado também pode ser chamado instituído, constituído, secundário, de segundo grau. É criado e instituído pelo originário. 
O Poder Constituinte Derivado Reformador é aquele com parcela de competência atribuída ao próprio corpo legislativo encarregado de elaborar as leis em geral, por meio do qual se confere a faculdade de modificação da Constituição do Estado.
Tem natureza jurídica porque está previsto na Constituição Federal.
O poder reformador é derivado, subordinado e condicionado – submissão procedimental, formal. O procedimento está predefinido pelo constituinte originário. Já, o poder constituinte originário não é condicionado, pois é ele mesmo que decide o que e como deliberará. 
Exercício: CONGRESSO NACIONAL 
Tipo legislativo: EMENDA CONSTITUCIONAL 
Conteúdo ou matéria: NORMA CONSTITUCIONAL
CARACTERÍSTICAS CONTRAPOSTAS DO PODER ORIGINÁRIO E DO PODER DE REFORMA: 
O Poder constituinte está acima da própria constituição federal.
A ÚNICA CONSTITUIÇÃO COM PODER CONSTITUINTE HISTÓRICO É A CONSTITUIÇÃO DE 1824.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE
ESTADOS: É o Poder Constituinte Derivado Decorrente aquele de que se acham investidos os Estados membros da Federação que têm, assim, competência para elaborar sua própria Constituição. É exercido pelas Assembleias Legislativas (deputados estaduais) de cada Estado. 
Art 25 da CF – limites ao poder decorrente? ‘...os princípios desta Constituição’ - Princípios constitucionais enumerados/ Princípios constitucionais organizatórios/ Princípios Constitucionais extensíveis - ADCT – Art. 11 – 1 ano contado da promulgação da CF
DISTRITO FEDERAL: no âmbito do DF, verifica-se a manifestação do poder constituinte derivado decorrente, qual seja, a competência que o DF tem para elaborar a sua Lei Orgânica Distrital sujeitando-se aos limites já apontados para os Estados-membros e, assim, aplicando-se, por analogia, o art. 11 do ADCT. (Lenza: É Poder Constituinte Derivado Decorrente)
MUNICÍPIOS: Cada Município tem sua Lei Orgânica (art. 29 CF). Não é Poder C. Derivado Decorrente
PODER LEGISLATIVO →> elaboração das normas maiores
FEDERAL: C.N. - A.N.C. - CF → Deputados e Senadores 
CN: Congresso Nacional
A.N.C: Assembleia Nacional Constituinte 
ESTADUAL: Assembleia Legislativa 
 Deputados Estaduais - CE 
CE: Constituição Estadual 
MUNICIPAL: Câmara Municipal - L.O.M
 Vereadores 
LOM: Lei Orgânica Municipal 
▶️A LOM não têm Poder constituinte derivado decorrente 
DISTRITAL: Câmara Legislativa - LODF
 (DF) Deputados Distritais 
Art. 29 da CF “O Município reger-se-á por lei orgânica (...) atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos (...)”
ADCT – Art. 11 Parágrafo único. “Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual”
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR
Poder anômalo de revisão ou revisão constitucional anômala. É uma competência de revisão destinada a adaptar a Constituição à realidade social (são ajustes). 
Constituição Federal de 1988 – Poder Revisor está no artigo 3º dos ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias), estabelecendo uma revisão à Constituição de 1988 a ser realizada após 5 anos da promulgação da mesma, por voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral. 
A REVISÃO FOI PREVISTA PARA OCORRER 1 ÚNICA VEZ – após o que sua eficácia é exaurida ou esgotada
É mais fácil fazer uma revisão do que uma reforma.
Em 94 houve uma emenda de revisão na constituição aceita em maioria absoluta. Não se faz mais emenda de revisão em sessão unicameral com maioria absoluta 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
Chamado de mutação constitucional, o poder difuso é a competência para alteração da Constituição, sem que se altere formalmente seu texto, o que ocorre por meio de uma mudança em seu sentido interpretativo (v. hermenêutica constitucional). Decorre principalmente das novas interpretações dadas pelas jurisprudências, em especial do STF, a fim de adequar o texto constitucional às contingências sociais da atualidade. Verdadeiro poder de fato, trata-se de um processo informal de mudança da Constituição. Limites? Os princípios estruturantes. Exemplo: v. art. 5º, XI da CF/88.
Posso mudar a constituição estadual, obedecendo a constituição Federal, e as LOMs obedecem a Constituição estadual, se forem mudar, apenas seguindo os mesmos princípios
→ Distrito Federal é uma figura híbrida, não é estado, nem município. 
ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias) são normas para transição da cf antiga para a nova.
ADCT art 11, Parágrafo único: Se mudar a CF daqui uns anos, muda as CFs estaduais e as municipais também, pois elas devem seguir a constituição federal.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR RESTRIÇÕES (ou LIMITAÇÕES) AO PODER DE REFORMA
RESTRIÇÕES FORMAIS (ou procedimentais)
RESTRIÇÕES MATERIAIS→Expressas
Restrições Implícitas
RESTRIÇÕES FORMAIS: 
As limitações formais ou procedimentais dizem respeito ao procedimento de elaboração da Emenda Constitucional e podem ser de ordem subjetiva ou de ordem objetiva.
1- Restrições Processuais 
1.1 Restrições de ordem subjetiva: v. Art. 60 I II III
Poder de Iniciativa: quem pode formular uma proposta de emenda constitucional (PEC). 
Iniciativa popular? 
· Os únicos que podem formular uma PEC é o senado, o presidente da república e as assembleias legislativas 
PEC - PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL. 
Questão: A PEC pode ser exercida por iniciativa popular? 
Existem duas correntes em relação à iniciativa popular da PEC: 
1ª) Não pode haver PEC de iniciativa popular, pois o art. 60 da CF que enumera as hipóteses de iniciativa de PEC prevê um rol taxativo. 
2ª) Posição favorável de que a PEC pode ser exercida por iniciativa popular (José Afonso da Silva). O ponto de partida é a soberania popular, prevista no parágrafo único do art. 1º CF. E ainda: o art. 14 CF prevê as formas de exercício da soberania popular. Dentre elas, está a iniciativa popular (inc III). O poder de iniciativa é um dos mecanismos de expressão da soberania popular.
1.2 Restrições de ordem objetiva: v. Art. 60, §2º
As limitações de ordem objetiva dizem respeito à maneira como se aprova e à maneira como se promulga uma Emenda Constitucional – diz respeito ao ‘processo legislativo’ das PECs. Apresentada a proposta, inicia-se o processo, que deverá observar as regras previstas na CF. 
Art. 5º, § 3º, CF – o procedimento dos Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos é o mesmo procedimento das emendas constitucionais. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
2- Restrições Circunstanciais:
 v. Art. 60, § 1º, CF: “§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio” Mas cessada a causa, automaticamente se restabelece a competência. Se o Congresso desrespeitasse a regra e aprovasse a emenda nessas situações, a inconstitucionalidade seria formal orgânica, uma vez que não haveria competência.
ART 60, §1° - quando não pode ter uma PEC 
3- Restrição temporal (?) 
Não há na Constituição Federal de 1988. Houve na Constituição de 1824. 
RESTRIÇÕES MATERIAIS:
1- Expressas:
 Estão previstas (descritas) nos incisos do § 4º do art. 60, CF 
São as cláusulas pétreas descritas (porque encontram-se em diversos dispositivos da CF/88) nos incisos I, II, III e IV da CF/88. 
· A PEC pode tratar de cláusulas pétreas, ela não pode modificá-las.EX: voto é direto, universal… não está escrito que é obrigatório, então posso ter uma pec que trata da obrigatoriedade do voto. 
· Eu posso acrescentar uma cláusula pétrea, não posso excluí-las 
Restrições Implícitas: São as de ordem lógica. São impostas por razões lógicas. Dizem respeito a: 
· Alteração da titularidade do poder constituinte derivado reformador 
· Supressão de restrições explícitas (§ 4º do art. 60, CF) 
· Modificação do processo legislativo de reforma (procedimento formal rígido para EC)
NOVA CONSTITUIÇÃO E O ORDENAMENTO JURÍDICO ANTERIOR 
RECEPÇÃO
 A recepção das normas jurídicas infraconstitucionais ocorre quando a nova Constituição entra em vigor e com ela há, automaticamente, um processo de reconhecimento da legislação anterior em conformidade com a nova ordem constitucional - a legislação anteriormente editada passa a ter validade e eficácia perante a nova ordem constitucional.
STF – Princípio da Contemporaneidade – não admite a Teoria da Inconstitucionalidade Superveniente.
· A Lei será constitucional ou inconstitucional de acordo com a Constituição que estava vigente quando ela foi criada. Quando comparada com a nova constituição ela é compatível ou incompatível. EX: uma lei que foi criada em 1970, quando estava vigente a Constituição de 66/69, ai em 88 mudou-se a constituição, essa lei não deverá ser inconstitucional, mas sim incompatível e deverá ser revogada por este motivo.
Para que exista RECEPÇÃO deve haver COMPATIBILIDADE MATERIAL entre a nova Constituição e a norma jurídica anterior (v. requisitos para recepção). 
REPRISTINAÇÃO
Uma norma jurídica não recepcionada por uma nova Constituição, porque com ela incompatível, não pode ser recepcionada pela Constituição seguinte mesmo se com esta for compatível. Também chamado efeito repristinatório.
· A lei não “ressuscita”, salvo se a nova constituição estabelecer expressamente que ela deverá voltar à vigência. Uma lei revogada por incompatibilidade pela const de 88, surge uma nova const em 2025, a lei que foi revogada volta a vigência? NÃO.
 Não há repristinação no Brasil, salvo se a ordem jurídica expressamente determinar. 
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
As normas constitucionais (dispositivos da Constituição anterior) são recepcionadas pela nova ordem como normas infraconstitucionais=tornam-se legislação infraconstitucional. No Brasil não há, salvo se a nova Constituição expressa e inequivocamente prever. Ex: art 147 da Constituição do Estado de São Paulo de 1967 assim determinou: “consideram-se vigentes, com caráter de lei ordinária, os artigos da Constituição promulgada em 9 de julho de 1947 que não contrariem esta Constituição”
RETROATIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
IRRETROATIVIDADE A norma constitucional somente alcança atos jurídicos praticados após o início de sua vigência.
RETROATIVIDADE MÍNIMA, TEMPERADA OU MITIGADA... a norma constitucional atinge apenas os efeitos dos fatos jurídicos anteriores, verificados após a data em que ela entra em vigor. Isto é, efeitos futuros de atos jurídicos anteriores ao advento da nova norma constitucional. 
RETROATIVIDADE MÉDIA A norma constitucional alcança os efeitos pendentes de atos jurídicos passados. Ou seja, a norma constitucional atinge os efeitos passados ainda não consumados-pendentes (atinge as prestações vencidas ainda não adimplidas) Exemplo: norma que diminuísse a taxa de juros e se aplicasse aos já vencidos, mas não pagos 
RETROATIVIDADE MÁXIMA OU RESTITUTÓRIA A norma constitucional atinge os efeitos consumados. Não observa a coisa julgada ou os fatos jurídicos já consumados. 
❌Segundo o STF, as normas constitucionais, por serem fruto do Poder Constituinte Originário, têm, via de regra, retroatividade mínima. 
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