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O QUE É O DIREITO CONSTITUCIONAL: AULA 01/28 a) CONCEITO: Segundo a doutrina dominante, o Direito Constitucional refere-se a um direito público fundamental. A Constituição Federal, na visão de Kelsen, é a norma fundamental e suprema do Estado, é vista como a norma que irá organizar e estruturar todo o Estado. Todas as demais normas que existem no ordenamento jurídico devem obediência à CF, que assume papel de destaque O professor Dirley da Cunha tem um conceito muito específico e analítico e afirma que cabe ao Direito Constitucional investigar, estudar e sistematizar normas e instituições que dispõem sobre as bases e elementos fundamentais do Estado. b) OBJETO O objeto imediato do estudo do Direito Constitucional é a própria Constituição política do Estado. Segundo alguns doutrinadores, o Direito Constitucional é a ciência das Constituições. Numa visão mais ampla de alguns autores, o Direito Constitucional tanto é a Constituição política do Estado quanto a teoria da Constituição MAS, O QUE SÃO NORMAS CONSTITUCIONAIS? As normas constitucionais são o conjunto de regras e princípios que constam de forma implícita ou explícita na Constituição de um país. Nesse sentido, a Constituição é o documento mais importante de um Estado pois delimita as funções, os poderes e a organização da entidade política NO BRASIL, O DIREITO CONSTITUCIONAL ESTUDA O CONTEÚDO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, QUE É DIVIDIDA EM NOVE TÍTULOS: · Dos princípios fundamentais · Dos direitos e garantias fundamentais · Da organização do Estado · Da organização dos poderes · Da defesa do Estado e das instituições democráticas · Da tributação e do orçamento · Da ordem econômica e financeira · Da ordem social · Das disposições constitucionais gerais c) DO PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Para que serve um preâmbulo da noção constituição O Preâmbulo é o conjunto de enunciados formulado pelo legislador constituinte originário, situado na parte preliminar do texto constitucional, que veicula a promulgação, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretativo para a compreensão do significado das suas prescrições PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. CUIDADO! Para o STF o Preâmbulo não é norma jurídica, não é norma constitucional, mas um enunciado de princípios políticos, sem força jurídica para obrigar, proibir ou permitir com uma eventual sanção por seu descumprimento. FONTES DOS DIREITO CONSTITUCIONAL CONSTITUIÇÃO: SENTIDO SOCIOLÓGICO; SENTIDO POLÍTICO E JURÍDICO: CONCEITO, OBJETOS E ELEMENTOS. AULAS 02 e 03/28 Sentidos Constitucionais: A) Formas de se enxergar a estrutura do texto Constitucional Quando se fala em sentido constitucional, encontramos em nossas provas basicamente três autores/ doutrinadores que são mais cobrados em provas de concursos. A tríade do direito constitucional concursal rsrsrs · Ferdinand Lassale · Carl Schmitt · Hans Kelsen Concepção sociológica: Essa vertente tem como mentor Ferdinand Lassale, o qual declina sua visão de que a Constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais de poder que regem a nação. Ou seja, trata-se das forças que comandam os interesses que preponderam e que se materializam em um documento real e efetivo, qual seja, a Constituição. Esses fatores de poder, a burguesia, aristocracia, monarquia, militares, grandes negociantes e outros grupos organizados reúnem forças sistematizadas em um documento escrito, que só terá valor e eficácia se corresponder a esses valores preponderantes. Caso a Constituição não represente ou contrarie essas forças sociais, para Lassale, seria apenas uma folha de papel. Guarde essas expressões em negrito pois são elas que caracterizam a concepção sociológica e que vão cair em sua prova. Concepção política: Tem seu expoente em Carl Schmitt, para quem a Constituição é uma decisão política fundamental, materializada pelo poder constituinte. Schmitt faz uma distinção entre Constituição e leis constitucionais, para estabelecer como Constituição tudo que se refira aos direitos e garantias fundamentais da pessoa humana, à organização do Estado, à competência, exercício e separação dos Poderes. Tudo aquilo que não for decisão política fundamental não seria Constituição, mas simples lei constitucional. Todas as demais normas inseridas no texto constitucional possuiriam status de leis constitucionais, pois não se referem à estrutura fundamental do Estado e aos direitos fundamentais. Aliás, guarde que é essa concepção, de Carl Schmitt, que fundamenta a teoria da constituição em sentido material e em sentido formal. No sentido material de Constituição, as normas constitucionais são identificadas a partir do seu conteúdo (somente são constitucionais as normas que tratam de temas substancialmente constitucionais, como organização e finalidades do Estado e direitos fundamentais, por exemplo. No sentido formal de Constituição, todas as normas inseridas no texto constitucional possuem status de lei constitucional, independentemente do assunto que tratam. Pode haver normas que têm apenas forma de Constituição, que estão contidas em um documento constitucional solenemente elaborado e dotado de rigidez mas não têm conteúdo propriamente constitucional. Exemplo é o art. 242, § 2º, da CF, o qual dispõe que " O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". Para Carl Schmitt, esta não seria, obviamente, uma norma constitucional. Mas que implicações isso tem? Dentre outras, a de que qualquer norma contida no texto da nossa Constituição, tem a mesma força normativa e impositiva, constituindo-se todos os seus dispositivos, à exceção do preâmbulo, como parâmetro para controle de constitucionalidade das normas. Nossa constituição é classificada, quanto ao conteúdo, como uma Constituição formal. Concepção jurídica ou em sentido puramente normativo: Com base na "Teoria Pura do Direito", Hans Kelsen considera a Constituição como norma pura, um dever-ser, sem pretensões sociológicas, políticas ou filosóficas, dentro de uma concepção formalista. O autor não negava a existência dessas disciplinas e de sua influência no Direito, mas não as considerava objeto de estudo do jurista. Dessa norma fundamental do Estado, espraia-se o paradigma de validade para todo o ordenamento jurídico, a partir da hierarquia constitucional. Nessa vertente, Kelsen desenvolveu dois conceitos para Constituição: o sentido lógico jurídico e o sentido jurídico-positivo. Como Kelsen não considerava outro fundamento de validade para a norma que não fosse a própria norma (superior), concebeu o sentido lógico-jurídico de Constituição, segundo o qual a norma hipotética fundamental, não escrita mas pressuposta, no plano lógico, e desvinculada de valores sociológicos, políticos ou filosóficos, constituiria o próprio fundamento de validade da Constituição escrita. E a Constituição escrita, norma positiva suprema, é chamada por ele de Constituição em sentido jurídico-positivo, no plano jurídico. Foi a partir da concepção jurídica de Hans Kelsen que se estabeleceu a ideia da "pirâmide" de Kelsen, consagrando o princípio da Supremacia da Constituição, segundo o qual todas as demais normas do ordenamento jurídico devem obediência à Constituição, não podendo contrariá-la ou violentá-la, sob pena de serem excluídas do sistema, mediante controle de constitucionalidade. Concepção Ideal de Constituição:Trata-se de uma expressão concebida pelo constitucionalista português José Gomes Canotilho, muito comum em concursos e que se tornou largamente difundida, e segundo a qual a "Constituição Ideal" deve: a) ser um documento escrito; b) conter um plexo de direitos fundamentais individuais; c) pressupor um sistema democrático formal, com a participação do povo no processo legislativo, por meio de representantes eleitos; d) garantir a limitação do poder estatal, mediante, dentre outros princípios, o da separação dos poderes. Classificações das constituições: constituição material e constituição formal, constituição-garantia e constituição-dirigente, normas constitucionais. Das normas constitucionais: A Constituição, como objeto de estudo do Direito Constitucional, tem por finalidade estabelecer os contornos da ordem política desse Estado, que abrangem, fundamentalmente, a organização dos poderes, as funções e repartição das competências das unidades federativas, e os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos. Segundo José Afonso da Silva, muito cobrado na sua prova, entendemos a Constituição como um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado (unitário, confederado, federado), a forma de seu governo(republicano, monárquico), o modo de aquisição e exercício do poder (sistema de governo), o estabelecimento de seus órgãos, o limite de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Constituição é Lei fundamental e suprema do Estado, que rege sua organização político-jurídica, na conceituação pragmática de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Após as atrocidades da 2ª Guerra Mundial, o direito internacional ressentiu-se da necessidade da incorporação de um caráter moral e ético que fosse de observância necessária por todas as nações. Princípios como a dignidade da pessoa humana e as garantias dos direitos fundamentais, aliados à Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 1948, passaram a dar corpo a um novo constitucionalismo contemporâneo. As Constituições adquiriram caráter mais normativo, com força vinculante, o que motivou Konrad Hesse a teorizar sobre a força normativa da Constituição, contrapondo-se às concepções de Ferdinand Lassale, e buscando demonstrar que o conflito entre os fatores reais de poder e a Constituição não implica necessariamente na derrocada desta, pois há pressupostos realizáveis que permitem assegurar sua força normativa. A partir de então, os princípios constitucionais passaram a ser considerados como verdadeiras normas jurídicas, já que antes funcionavam apenas como diretriz, como vetor de interpretação. Classificação das Constituições: Quanto à origem, as Constituições podem ser outorgadas, promulgadas, cesaristas ou pactuadas. Constituições promulgadas: Também chamadas de democráticas, votadas ou populares, são aquelas originadas da vontade popular, manifestada diretamente por meio de plebiscito ou referendo, ou indiretamente, por meio de representantes em uma Assembleia Constituinte, incumbida de formular a Lei Suprema. Exemplos de constituições promulgadas são as federais brasileiras de 1891 (Primeira Constituição Republicana), 1934, 1946 e 1988. Constituições outorgadas: são as constituições impostas, de maneira unilateral, pelo agente ou grupo governamental estabelecido ad hoc, após um evento revolucionário, que não recebeu legitimidade popular para formular uma nova ordem constitucional. No Brasil, as constituições outorgadas foram a imperial de 1824 (cuidado, não é Constituição federal), e as federais de 1937 (apelidada de Constituição Polaca, por seu caráter fascista, de inspiração polonesa), de 1967 (ditadura militar) e a EC 01/69 (Emenda Constitucional), considerada por alguns também como uma Constituição outorgada. Constituições cesaristas: são aquelas elaboradas sem participação popular e posteriormente ratificadas por meio de referendo popular. Costumo dizer que são outorgadas travestidas de promulgadas, pois o ato de ratificação popular, não obstante condição indispensável para entrada em vigor da nova Constituição, acaba sendo uma formalidade, pois o referendo, realizado sob "livre e espontânea pressão", apenas ratifica a vontade do agente revolucionário (ou "César"). Não se referem a teorias preconcebidas ou sistemas prévios ou ideologias bem delineadas. A ideologia é a do déspota ou ditador que a proclama. Quanto ao conteúdo, as Constituições classificam-se em formais e materiais. Trata-se de uma das classificações mais críticas em concursos, e não por outro motivo discutimos lá em cima a concepção "material" e "formal" de Constituição. A classificação é decorrência direta daquelas concepções. Constituições materiais: Conforme já estudado anteriormente, quando falamos da concepção política de constituição, de Carl Schmitt, vimos que esse autor fundamenta o esboço da existência, na Constituição, de normas de conteúdo materialmente constitucional – fundadas na decisão política fundamental -, e outras normas de conteúdo diverso, simplesmente denominadas leis constitucionais. Constituição material é, portanto, aquela que só traz matérias tipicamente constitucionais, como a organização do Estado e os direitos fundamentais do indivíduo. Exemplo dessa distinção encontramos na Constituição do Império de 1824, que era também uma Constituição semirrígida e cujo art. 178 prescrevia: “só é constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é constitucional, pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”. Constituições formais: são aquelas cujas normas inseridas em seu texto são integralmente constitucionais, independentemente de seu conteúdo. Toda e qualquer norma inserida em um texto único, de uma Constituição escrita, solenemente elaborada por um processo legislativo diferenciado, é considerada constitucional. Caso da CF/1988. Aqui, não interessa para identificação de uma norma constitucional se o conteúdo dessa norma tem "cara" ou "matéria" de constituição. Basta que tenha sido inserida no texto da Constituição, por um processo de elaboração diferenciado. Ou seja, se a norma integra uma Constituição rígida, é norma constitucional. Entretanto, que embora intimamente ligado às Constituições rígidas, o princípio da supremacia da Constituição também se verifica nas Constituições flexíveis, ainda que se revele por meio de fatores distintos. Neste caso, a supremacia é material e não formal, pois não há um processo legislativo diferenciado para aprovação de uma norma constitucional, prevalecendo, desse modo, a matéria constante da lei. A posição do nosso STF é esta em relação à nossa Constituição. Toda e qualquer norma inserida no texto constitucional (à exceção do preâmbulo), possui força normativa constitucional e serve parâmetro para declaração de inconstitucionalidade. Denomina-se constituição garantia aquela que visa assegurar as liberdades individuais e coletivas, limitando o poder do Estado. É um tipo clássico de constituição, pois protege aqueles direitos surgidos na primeira geração ou dimensão de direitos fundamentais, podendo-se destacar: a Magna Carta de 1215, a Constituição Norte Americana de 1787 e a francesa de 1791, que teve como preâmbulo a Declaração Universal do Direito do Homem e do Cidadão, de 1789. Constituição balanço é a nomenclatura utilizada para a constituição que descreve e registra a organização política estabelecida (Lenza, 2021). A constituição dirigente é a que estabelece um plano de direção objetivando uma evolução política. Traça diretrizes para a utilização do poder e progresso social, econômico e política a serem seguidas pelos órgãos estatais. Possui normas programáticas que, via de regra, quando não cumpridas ensejam a inconstitucionalidade por omissão. Poder Constituinte (originário, derivado, reformador, revisor, decorrente) Aulas 04 e 05 /28 De inicio pessoal,pega essa visão! O Poder constituinte é a prerrogativa de elaborar ou atualizar uma Constituição. Sua teoria foi inicialmente desenvolvida pelo abade francês Emanuel Sieyès , E onde foi que ele falou sobre, professor? Ora, por obvio em sua obra "O que é o Terceiro Estado", de 1789, na qual apontava como titular do Poder Constituinte a nação. E ainda falou o seguinte, a nação existe antes de tudo, ela é a origem de tudo. Antes dela e acima dela só existe o direito natural. Abusado ele, não? Para Abade A nação se forma unicamente pelo direito natural. O governo, ao contrário, não pode pertencer senão ao direito positivo. Desse princípio, ele deduz que a nação não está e nem pode ser submetida a uma Constituição, pois esta subjuga o governo, a estrutura de poder temporariamente reinante Daí a expressão poder constituinte em Sieyès. · O 1º Estado era a nobreza, · O 2º Estado, o Clero, ambos abrangendo mais ou menos 200 mil indivíduos e · O 3º Estado, os comuns, 25 ou 26 milhões de pessoas Seguindo no tema, com atenção Observa-se que O poder constituinte estrutura o exercício do poder político, determinado os termos em que as autoridades públicas, inclusive os legisladores, poderiam licitamente atuar. OXEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, Então quer dizer que Tal poder, que pertencia à Nação, além de criar os “poderes constituídos”, fixava-lhes limites? Isso mesmo, e digo mais: “nenhuma espécie de poder delegado pode mudar nada nas condições de sua delegação”. O poder constituinte estrutura o exercício do poder político, determinado os termos em que as autoridades públicas, inclusive os legisladores, poderiam licitamente atuar. Tal poder, que pertencia à Nação, além de criar os “poderes constituídos”, fixava-lhes limites: “nenhuma espécie de poder delegado pode mudar nada nas condições de sua delegação”. Tradicionalmente, o poder constituinte segmenta-se em originário e derivado. Poder Constituinte Originário (PCO): é o poder de elaborar uma nova constituição. Pode se manifestar de duas formas distintas: na formação de um novo Estado, quando se elabora a primeira constituição (também chamado poder constituinte originário histórico) e na ruptura da ordem jurídica de um Estado pré-existente, em que uma constituição é substituída por outra (poder constituinte originário revolucionário). Essa ruptura pode ocorrer de forma democrática ou de forma autoritária, sendo que nesta última pode-se dizer que o poder constituinte originário é usurpado, temporariamente, pelos detentores ad hoc do poder estatal. O poder constituinte originário possui as seguintes características: i) é um poder político, e não jurídico, porque antecede a formação do ordenamento jurídico, que tem nele (PCO) seu fundamento de validade; dentro desta nova ordem jurídica estarão também sendo instituídos os demais poderes constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão chamados de poderes constituintes jurídicos, já que foram instituídos pelo Poder Constituinte Originário e retiram o seu fundamento de validade diretamente da ordem constitucional inovada. ii) é um poder ilimitado, por não estar restringido pelo direito pré-existente, não devendo obediência ao direito positivo antecessor, e podendo mesmo ultrapassar cláusulas pétreas e direitos adquiridos sob o regime constitucional prévio; iii) é um poder autônomo, isto é, compete somente ao seu titular, o povo, representado ou não, deliberar sobre o conteúdo a ser inserido na nova ordem constitucional. Não se subordina a nenhum outro poder para exercer sua autonomia. iv) é um poder incondicionado, porque não sujeito a nenhuma forma pré-definida de manifestação de sua vontade, nem para elaboração de sua obra, a Constituição; v) é também um poder permanente, o que significa dizer que é preexistente e que não se exaure com a promulgação da Constituição, permanecendo em estado latente e podendo se manifestar a qualquer momento, seja por meio de uma assembleia constituinte, seja por ato revolucionário; vi) Por ser ilimitado, não poderá sofrer controle de constitucionalidade; isto é, as normas constitucionais originárias não se sujeitam a controle de constitucionalidade, apenas aquelas alteradas/incluídas por emenda constitucional. vii) Fonte de validade da ordem jurídica: constitui-se em fonte de validade da ordem jurídica, cujo parâmetro de aferição é a Constituição; uma vez identificada alguma discordância entre o parâmetro e a norma questionada, esta é expurgada do sistema jurídico, pelo controle de constitucionalidade. viii) Inicial: pois instaura uma nova ordem jurídica, a partir de uma nova ordem constitucional. Apesar de teoricamente ilimitado, há doutrinadores que defendem a existência de limites supranacionais à atuação do Poder Constituinte Originário. Poder Constituinte Derivado(PCD): também chamado de remanescente, secundário, instituído, constituído ou de segundo grau, é previsto no próprio texto constitucional, e representa o poder de alterar a Constituição, dentro das regras por ela estabelecidas. Por sua vez, o Poder Constituinte Derivado divide-se em: Poder Constituinte Derivado Reformador: é o poder competente para modificar o texto da Constituição, respeitando-se o regramento estabelecido pela própria Constituição Federal. Na CF/88, ele é exercido pelo Congresso Nacional, na forma do artigo 60 da Constituição (processo de emenda constitucional). Poder Constituinte Derivado Revisor: a revisão constitucional está prevista no art. 3° do ADCT e consistiu em um procedimento simplificado, que ocorreu apenas uma vez: cinco anos após a promulgação da CF/88. As emendas foram aprovadas por maioria absoluta de votos em sessão unicameral do Congresso Nacional. Ademais, o texto foi promulgado pela Mesa do Congresso Nacional. ADCT: Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral . Poder Constituinte Derivado Decorrente: é a competência que têm os estados-membros, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de elaborarem suas próprias Constituições. Mesmo nesse caso, o exercício do poder constituinte derivado está sujeito a diversas limitações, a exemplo dos princípios constitucionais sensíveis, estabelecidos e extensíveis. O poder constituinte derivado decorrente inicial ou instituidor corresponde à capacidade de os Estados instituírem suas constituições, nos termos do art. 125, § 1º, da CF: Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. O poder constituinte derivado decorrente de revisão estadual ou reformador ou de segundo grau compreende o poder de atualizar a Carta Local, nos termos previstos na própria Constituição. O entendimento majoritário atualmente é de que o poder constituinte derivado decorrente é exclusivo dos Estados membros e também do Distrito Federal, conforme assentado pelo STF, não se estendendo aos Municípios (ao elaborarem suas leis orgânicas). Lembre-se de que a Lei Orgânica do DF possui uma parte de competência estadual e uma de competência municipal: "A Lei Orgânica do Distrito Federal constitui instrumento normativo primário destinado a regular, de modo subordinante – e com inegável primazia sobre o ordenamento positivo distrital – a vida jurídico-administrativa e político-institucional dessa entidade integrante da federação brasileira. Este ato representa, dentro do sistema de direito positivo, o momento inaugural e fundante da ordem jurídica vigente no âmbito do Distrito Federal. Em uma palavra: a Lei Orgânica equivale, em força, autoridade e eficácia jurídicas, a um verdadeiro estatuto constitucional, essencialmente equiparável às Constituições promulgadas pelos Estados-membros" ( RCL 3436/DF-MC, rel. Min. Celso de Mello, julg. em1º/7/2005) O poder constituinte derivado tem como características: i) é um poder jurídico e não político, pois integra o direito positivo, está presente no texto constitucional; ii) é derivado, pois haure sua força e autoridade do poder constituinte originário; iii) é subordinado, pois se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas na Constituição Federal, as quais não poderá contrariar ou abolir; iv) é condicionado, pois seu exercício deve obedecer às condições estabelecidas no texto da Constituição; v) como consequência do que dissemos anteriormente, as normas constitucionais resultantes do poder constituinte derivado (alteradas por emenda constitucional) podem sofrer controle de constitucionalidade, podendo ser declaradas eventualmente, inconstitucionais. Poder Constituinte Difuso Cuidado com este termo. O poder constituinte difuso diz respeito a um poder de que se reveste o Judiciário (e não o Legislativo), por intermédio de interpretação, e que conduz a mudanças informais do sentido, do significado e do alcance do texto constitucional, sem alterar expressamente seus dispositivos. É o caso típico da mutação constitucional. Assim leciona Uadi Lamêgo Bulos: "É precisamente no poder constituinte difuso que as práticas constitucionais encontram esteio. São, em essência, fruto dessa manifestação invisível, latente, por meio da qual os poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) continuam a obra do legislador constituinte originário, interpretando disposições vagas, ambíguas ou obscuras, bem como colmatando lacunas, preenchendo, assim, os espaços em branco do produto constitucional legislado" (BULOS, Uadi Lammêgo. Mutação constitucional . São Paulo: Saraiva, 1997, p. 172 ). O Poder Constituinte Difuso se manifesta, portanto, quando a modificação da Constituição é resultante de um processo informal no qual a criação de suas normas ocorre a partir das tradições e atualizações históricas de uma sociedade, a exemplo das Constituições consuetudinárias. Está ligado ao conceito de mutação constitucional, fenômeno que se verifica nas Constituições ao serem modificadas de forma silenciosa, contínua, sem alteração textual. É isso mesmo, trata-se de um processo informal e espontâneo de alteração da interpretação constitucional, em que se muda o conteúdo de determinado dispositivo, sem mudança no teor da norma. É o que acontece quando o Supremo Tribunal Federal muda seu entendimento sobre certo dispositivo constitucional, por decorrência da própria evolução de usos e costumes. Fala-se em Poder Constituinte Demarcado ou Concentrado, quando o surgimento da constituição resulta da deliberação formal de um grupo de agentes, como no caso das constituições escritas (NOVELINO, Marcelo. Curso de direito constitucional/ Marcelo Novelino. 11ª. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2016, p. 65). Exercício de fixação 1- CEBRASPE (CESPE) - Analista de Controle Externo (TCE-RJ)/Controle Externo/Direito/2021 Acerca de Constituição, poder constituinte e princípios fundamentais, julgue o item seguinte. Nos termos da jurisprudência do STF, é admissível o fenômeno da constitucionalidade superveniente. ( )Certo ( ) Errado 2- CEBRASPE (CESPE) - Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF/2021 Em relação ao poder constituinte, julgue o item a seguir. Tanto o poder constituinte originário quanto a assembleia constituinte que tenha elaborado uma nova Constituição caracterizam-se por serem permanentes e inalienáveis. ( )Certo ( )Errado 3- CEBRASPE (CESPE) - Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF/2021 Em relação ao poder constituinte, julgue o item a seguir. O poder constituinte originário, embora reconhecidamente não absoluto em sua integralidade, não se subordina hierarquicamente a normas jurídicas anteriores na acepção jurídico-formal. Certo Errado 4- IADES - Aluno Oficial (PM PA)/2021/CFO 2020 No que se refere ao poder constituinte e aos conceitos relacionados à Constituição de 1988, assinale a alternativa correta. A) Os direitos adquiridos são oponíveis ao poder constituinte originário, com o fim de evitar o retrocesso social. B) Para emendar a Constituição de 1988, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará necessita tão somente se manifestar com dois terços de seus membros. C) Entre as classificações existentes, a Constituição de 1988 pode ser considerada como constituição prolixa e semirrígida. D) A forma federativa de Estado, a separação de Poderes e o voto direto, secreto e obrigatório são exemplos de cláusulas pétreas. E) De acordo com o texto constitucional de 1988, a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Gab 01 E 02 E 03 C 04 E Direitos e Deveres Individuais e Coletivos AULAS 06,07,08 e 09/28 Os direitos individuais são uma cláusula pétrea de nossa Constituição, e eles não estão somente no art. 5º, mas também estão espalhados ao longo do texto constitucional; Os direitos individuais são de 5 grandes grupos: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. E são garantidos aos brasileiros e estrangeiros residentes no país (termo que deve ser entendido em sentido amplo, abrangendo todos os estrangeiros em solo brasileiro, sob as leis brasileiras); · Isonomia formal: Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei. · Isonomia material: Tratar desigualmente os desiguais para reduzir as desigualdades Igualdade perante a lei Direciona o aplicador da lei para que a aplique sem fazer distinções (isonomia formal). Igualdade na lei Direciona o legislador a não fazer distinções entre as pessoas no momento de se elaborar uma lei. • Prismas de observação do princípio da legalidade: · Para o cidadão - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba; · Para o administrador público - O administrador público só pode fazer aquilo que a lei autorize ou permita. É livre a manifestação do pensamento, mas o anonimato é VEDADO; · Sigilo bancário e fiscal - só podem ser relativizados, com a devida fundamentação, por: · decisão judicial; · CPI; (Obs - Também pode o Ministério Público, mas somente se o caso envolver verbas públicas). • Sigilo das comunicações telefônicas - Pode ser quebrado por ORDEM JUDICIAL, mas apenas se for para: · A quebra dos demais sigilos previstos pela Constituição - sigilo de correspondência e comunicações telegráficas e o sigilo de dados - não encontra previsão constitucional expressa no art. 5º, logo, em princípio, não podem ser quebrados, porém o STF admite a quebra quando for necessária para proteger outro interesse de igual ou maior relevância, ou quando estiver sendo usada para acobertar ilícitos (nenhum direito pode ser invocado para acobertar ilícitos); · Se a quebra de sigilos for feita irregularmente - será uma prova ilícita no processo, e as provas ilícitas contaminam, tornando nula, toda a parte do processo que decorrer dela (não contamina o processo todo, mas só a parte decorrente da ilicitude); · Só se pode entrar na casa de alguém se: · Tiver o consentimento do morador; ou · Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro; ou · Se o Juiz determinar, mas neste caso só poderá entrar durante o DIA. Direito de reunião, requisitos: pacificamente; sem armas; não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local; avise a autoridade competente. Atenção: dispensa autorização, basta simples aviso; Direito de associação: 1. Somente para fins LÍCITOS, sendo vedada a paramilitar; 2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se de autorização para criá-las; 3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado; 4. Paralisação compulsória (independente da vontade dos sócios) das atividades: Para que tenham suas atividades SUSPENSAS Só por decisão judicial ("simples") Para serem DISSOLVIDAS Só por decisão judicial TRANSITADAEM JULGADO 5. Podem, desde que EXPRESSAMENTE autorizadas, representar seus associados: Judicialmente; ou Extrajudicialmente. Regime Constitucional da Propriedade 1- Desapropriação por necessidade ou utilidade pública ou interesse social: Indenização: Justa, prévia e em dinheiro; 2- Desapropriação de solo URBANO, não edificado ou sub-utilizado: Pelo poder MUNICIPAL; Precisa de lei específica municipal nos termos de lei federal; Indenização: Títulos da divida pública com prazo de resgate de até 10 anos. 3- Desapropriação por interesse social para fins de REFORMA AGRÁRIA: Pela UNIÃO ; Indenização justa, prévia em títulos da divida agrária resgatáveis em até 20 anos; OBS. Se houver benfeitorias ÚTEIS ou NECESSÁRIAS, estas devem se indenizadas em dinheiro; 4- Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas ou trabalho escravo: Expropriação, da propriedade urbana ou rural, sem direito a qualquer indenização; Finalidade: Reforma agrária e a programas de habitação popular. • Requisição Administrativa da Propriedade: Caso de iminente perigo público; Indenização: ULTERIOR (após), mas, só se HOUVER DANO à propriedade. • Pequena Propriedade rural: Caberá à lei dispor sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento e: Se trabalhada pela família Não pode ser objeto de penhora para o pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva; Se o proprietário não possuir outra: o Será Imune ao ITR (imposto territorial rural); o Não pode ser desapropriada para fins de reforma agrária (bem como também não poderá a MÉDIA propriedade). • Propriedade Industrial: É um privilégio temporário; X • Direito Autoral: É um privilégio vitalício e ainda vai poder ser transmitido aos herdeiros, pelo tempo que a lei fixar; Direito de Petição: Aos poderes públicos: Em defesa de direitos; ou Contra ilegalidade; ou Contra abuso de poder. Direito de obter certidões: Em repartições públicas: Para defesa de direitos; e Para esclarecimentos de interesse pessoal. Observações sobre o direito de petição: 1. Não precisa de lei regulamentadora; 2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui caráter restritivo, ou seja, todos são isentos, e não apenas os pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade. 3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos em nome próprio ou da coletividade. 4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras. 5. Estes direitos, se negados, poderão dar motivo à impetração de Mandado de Segurança. Exceções à inafastabilidade do Judiciário: Ações relativas à disciplina e às competições desportivas (CF, art. 217 §1º). Habeas Data (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e STJ - Súmula nº2). Crimes inafiançáveis expressamente previstos na Constituição: Prisão - Para prender alguém, precisa de: Flagrante delito; ou Ordem, escrita e fundamentada de juiz competente para tal. Prisão civil por dívida: Segundo a Constituição - Não pode prisão civil, salvo se decorrente de: Inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia; e caso de depositário infiel. Segundo o STF (vide Súmula Vinculante 25) - Não pode prisão civil, nem mesmo no caso de depositário infiel. Poderá haver prisão civil apenas no caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia; Habeas corpus • Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; (Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, permanecer, estar, passar e etc.) • Quem pode usar: qualquer pessoa; • Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder. • Modos de HC: Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação. • Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”; Mandado de segurança • Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD. • Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou autônomo) seja na forma preventiva ou repressiva. • Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no exercício de atribuições do poder público que use de ilegalidade ou abuso de poder. Segundo a lei 12016/09, equiparam-se às autoridades: Os representantes ou órgãos de partidos políticos; Os administradores de entidades autárquicas; Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. • Modos de MS: Individual: impetrado em nome de uma única pessoa; Habeas data: • Motivos: a) conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (após ter pedido administrativamente e ter sido negado); b) retificar dados, caso não prefira fazer isto por meio sigiloso administrativamente ou judicialmente. • Quem pode usar: qualquer pessoa. • Quem pode sofrer a ação: qualquer entidade governamental ou ainda nãogovernamental, mas que possua registros ou bancos de dados de caráter público. • Custas: (LXXVII) são gratuitas as ações de “habeas-data”; DOS DIREITOS SOCIAIS Aulas 10 e 11/28 Direitos Sociais - são protegidos pelo princípio da proibição do retrocesso. Mínimo existencial - conjunto de situações materiais indispensáveis à existência humanadigna. Não apenas "sobreviver", mas ter uma vida realmente digna, com suporte físico e intelectual necessário. Reserva do Financeiramente Possível - disponibilidade financeira do Estado em concretizar os direitos sociais - ponderação entre a razoabilidade da pretensão individual/social e a existência de disponibilidade financeira do Estado. Segundo o STF, a reserva do financeiramente possível não pode ser obstáculo à concretização do mínimo existencial. Direitos Sociais na Constituição = EMAP e seus decorrentes: A Educação é que te leva ao trabalho; A Moradia boa tem que ter lazer, segurança e fácil transporte*; A Alimentação te dá saúde; e A Previdência protege a maternidade, infância e desamparados. *O transporte foi inserido pela EC 90/2015 Proteção à relação de emprego = Único direito dos trabalhadores nos termos de Lei Complementar. Para melhor entender podemos dividir o estudos dos direitos sociais previstos no texto constitucional: Salário Mínimo: Fixado em lei; nacionalmente unificado; Reajustado periodicamente; Vedada vinculação para qualquer fim Ação de créditos trabalhistas - prazo prescricional de: 5 anos → se o contrato de trabalho estiver em vigor; 2 anos → após a extinção do contrato. Assistência gratuita em pré-escolas e creches - aos filhos e dependentes até os 5 anos; Seguro-acidente - será a cargo do EMPREGADOR; Seguro-desemprego - só se o desemprego for INVOLUNTÁRIO; Trabalhador avulso - tem igualdade de direitos com o de vínculo empregatício permanente. Jornada de trabalho: • 8h/dia • 44h/semana • máximo de 6h de turno ininterrupto, salvo Neg. Col. Empresa com MAIS DE 200 empregados - haverá um representante que possuirá finalidade exclusiva de tratar diretamente com os empregadores. Dios que se aplicam aos trabalhadores urbanos e rurais e que são aos servi - Salário Mínimo. - Décimo terceiro salário: Base = Ao valor integral do salário ou da aposentadoria; - Repouso semanal remunerado: preferencialmente aos domingos; - Ferias anuais remuneradas: com, PELO MENOS, 1/3 a mais do que o salário normal; - Licença a gestante: de 120 DIAS, sem prejuízo do emprego e do salário; · Licença Paternidade: nos termos fixados em lei; - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo: para os que percebem remuneração variável; - Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno; - salário-família: se o trabalhador de baixa-renda possuir dependentes; - Jornada de trabalho de no Maximo 8 horas/dia ou 44 horas/semana; - Hora-extra remunerada em no mínimo 50% a mais. - Proteção ao mercado de trabalho da mulher com incentivos específicos, conforme a lei; - Redução dos riscos do trabalho: por meio de normas de saúde, higiene e segurança;- Não-diferenciação de salários, funções e critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Imunidade do empregado que candidatar-se a mandato classista: A partir do registro da candidatura; e Se eleito, ainda que como suplente, até UM ANO após o FIM do mandato. O poder público não pode interferir na organização sindical, mas, PODE exigir o registro no órgão competente; Apenas UM sindicato da mesma categoria por base territorial, e o tamanho desta deve ser no mínimo referente à área de um Município (Segundo o STF, no caso de terem dois sindicatos, prevalecerá o que foi criado primeiro) A assembleia geral fixará contribuição confederativa (QUE NÃO É TRIBUTO) tratando de categoria profissional: ♦ Será descontada em folha; ♦ Custeará o sistema confederativo da respectiva representação sindical. Nacionalidade Aula 12/28 Nacionalidade originária: · Ius soli - É a regra: Nasceu no Brasil é brasileiro - salvo se os pais forem estrangeiros a serviço de seu país. · Ius sanguini - É a exceção: Nasceu fora do Brasil, e os pais não estão à serviço da Rep. Fed. do Brasil, porém: Português + Residência permanente no Brasil = mesmos direitos dos brasileiros. Cargos privativo de brasileiro nato: deverão ser natos os cargos de: a) "Presidente da República, ou alguém que possa algum dia vir a exercer tal função" (VicePresidente, Presidente da Câmara, Presidente do Senado, Ministro do STF); b) "Oficiais das forças armadas e Ministro da Defesa"; e c) "Carreira Diplomática". Esquematizando Direitos Políticos Aula 13/28 As características dos direitos políticos é a possibilidade de o cidadão participar da vida pública, na escolha de seus representantes, seja de forma ativa, seja de forma passiva Capacidade eleitoral ativa: é basicamente o direito de votar de escolher seus representantes, esta pode ser vista pelos seguintes aspectos Inelegibilidade reflexa • Só ocorre para parentes de "Chefes do Executivo" (Presidente, Governador e Prefeito); • o parentesco tem que ser até o segundo grau; • Só ocorre dentro do território de jurisdição do Chefe do Executivo. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação Ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) Perda ou suspensão de direitos políticos I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado - Perda. II - incapacidade civil absoluta - Suspensão. III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos - Suspensão. IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII - Perda ou Suspensão (sem pacificação doutrinária) V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. - Suspensão. Direitos dos partidos políticos Aulas 14 e 15/28 Direitos dos Partidos Políticos: • livre criação, fusão, incorporação e extinção; • autonomia para definir sua estrutura interna, organização e para adotar critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, não precisando vincular as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal; (EC 97/2017) • receber recursos do fundo partidário; • acesso gratuito ao rádio e televisão, na forma da lei. Obrigações • resguardar a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana; • possuir caráter nacional; • prestar contas à Justiça Eleitoral; • funcionamento parlamentar de acordo com a lei; • estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária em seus estatutos; • registrar seus estatutos no TSE após adquirirem personalidade jurídica conforme a lei civil; Vedações • Não podem receber recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou subordinarem-se a estes; • Não podem utilizar organização paramilitar. Antes da EC 97, o texto Constitucional previa que os partidos políticos, sem exceção ou regras constitucionais adicionais, teriam direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. Agora existem restrições claras, somente receberão acesso fundo e à propaganda gratuita aqueles partidos que reunirem, no mínimo, as seguintes condições em eleições de Deputados Federais (Câmara dos Deputados): Mas atenção, por força do art. 3º da EC 97, essas novas regras que limitam o acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão aplicar-se-á somente a partir das eleições de 2030. Enquanto 2030 não chega, a emenda trouxe uma regra de transição (recomendo estudar a regra de transição que se aplica à próxima eleição subseqüente ao seu concurso), qual seja: Após as eleições de 2018, no mínimo: • 1,5% dos votos válidos; • Em 1/3 dos Estados/DF • 1% dos votos válidos em cada um dos entes; • Total de 9 deputados, distribuídos por 1/3 dos Estados. . Após as eleições de 2022, no mínimo: • 2% dos votos válidos; • Em 1/3 dos Estados/DF • 1% dos votos válidos em cada um dos entes; • Total de 11 deputados, distribuídos por 1/3 dos Estados Após as eleições de 2026, no mínimo: • 2,5% dos votos válidos; • Em 1/3 dos Estados/DF • 1,5% dos votos válidos em cada um dos entes; • Total de 13 deputados, distribuídos por 1/3 dos Estados . OBS - Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos acima é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Inserido pela EC 97/17) Questões : Aula 15/28 1. CEBRASPE (CESPE) - Soldado (PM TO)/QPPM/2021 (e mais 2 concursos) Suponha que policiais militares do estado de Tocantins, de um mesmo batalhão, tenham criado determinada associação civil. Nessa situação, se a finalidade for objeto de questionamento, a associação poderá A ter suas atividades suspensas, por ato do governador do estado. B ser compulsoriamente dissolvida, por ato do comandante-geral da Polícia Militar. C ter suas atividades suspensas, se houver trânsito em julgado de decisão judicial. D ser compulsoriamente dissolvida, somente por decisão judicial. E ter suas atividades suspensas, por ato do comandante do batalhão 2- CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ PA)/Direito/2020 (e mais 1 concurso) A Constituição Federal de 1988 prevê o uso do mandado de injunção como uma garantia constitucional sempre que a falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Nesse sentido, segundo o STF, o cabimento do mandado de injunção pressupõe a demonstração da existência de omissão legislativa relativa ao gozo de liberdades ou direitos garantidos constitucionalmente pelas normas constitucionais de eficácia A plena lato sensu. B contida lato sensu. C plena stricto sensu. D contida stricto sensu. E limitada stricto sensu. 3-CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ PA)/Direito/2020 (e mais 1 concurso) Segundo o STF, lei editada pelo Poder Legislativo de estado da Federação para regulamentar o inquérito policial deverá ser considerada A inconstitucional, porque a competência legislativa para tratar do tema é privativa da União. B inconstitucional, porque a competência legislativa para tratar do tema é exclusiva da União. C constitucional, porque a competência legislativa para tratar de direito processual é comum à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. D constitucional, porque a competência legislativa para tratar do tema é concorrente, porém a superveniência de lei federal com normas gerais sobre o tema revogará a lei estadual. E constitucional, porque a competência legislativa para tratar do tema é concorrente e, caso não haja lei federal sobre normas gerais, o estado poderá exercer a competência legislativa plena. 4- CEBRASPE (CESPE) - Delegado de Polícia (PC MA)/2018 De acordocom a CF, é função de chefe de governo, exercida pelo presidente da República, A permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente. B controlar a legalidade dos atos normativos e administrativos. C fixar limites globais para o montante da dívida mobiliária dos estados. D requisitar e designar membros do MP, delegando-lhes atribuições. E dispor sobre os limites globais para as operações de crédito externo e interno da União. 5- CEBRASPE (CESPE) - Auditor-Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RS)/2019 À luz do disposto na CF, assinale a opção correta no que se refere aos princípios fundamentais da CF. A O Legislativo, o Executivo e o Judiciário — poderes independentes e harmônicos entre si, integrantes da República Federativa do Brasil — não estão sujeitos ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. B A República Federativa do Brasil é composta pela união entre os estados federados, municípios e o Distrito Federal, não podendo ser nem mesmo objeto de deliberação uma proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa. C A independência nacional como princípio significa a manifestação da soberania na ordem interna com superioridade a todas as demais manifestações de poder em âmbito global. D A solução pacífica dos conflitos é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. E O Legislativo, o Executivo e o Judiciário são poderes harmônicos e preservam o equilíbrio no exercício das funções estatais essenciais, coibindo o sistema de freios e contrapesos. Gabarito 1-d 2-e 3-a 4 a 5 b Noções Gerais Controle de Constitucionalidade Aula 16, 17 e 18/20 Tipos ou Espécies de Inconstitucionalidade Inconstitucionalidade Formal e Material A inconstitucionalidade material (ou nomoestática) ocorre quando o conteúdo da lei desrespeita a Constituição (por exemplo, uma lei que permitisse a contratação de servidores sem concurso para cargos efetivos estaria contrariando o art. 37, II). A inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica) ocorre quando o processo de elaboração da norma contraria as regras estabelecidas pela Constituição. A título meramente exemplificativo, podemos citar as seguintes situações: a) uma lei municipal trata de assunto de competência privativa da União; b) uma lei ordinária trata de assunto reservado à lei complementar; c) uma lei resultante de iniciativa parlamentar trata de assunto cuja iniciativa privativa compete ao presidente da República. Podemos ainda subdividir a inconstitucionalidade formal em orgânica e propriamente dita: A inconstitucionalidade formal orgânica resulta da inobservância das regras constitucionais de competência legislativa para elaboração da norma; por exemplo, quando uma norma estadual disponha sobre loterias ou jogos de azar, matéria afeta à iniciativa privativa da União, conforme já assentou o Supremo Tribunal Federal. A inconstitucionalidade formal propriamente dita ocorre quando há inobservância do processo legal ou constitucional legislativo, em seus requisitos subjetivos e objetivos. Os requisitos subjetivos dizem respeito à iniciativa da lei (privativa do Presidente da República, privativa de umas das Casas do Congresso ou dos Tribunais Superiores). Já os requisitos objetivos dizem respeito, por exemplo, ao quórum de votação, quantidade de turnos, Casa iniciadora ou quaisquer outros elementos de conformação da norma exigidos pela lei. Inconstitucionalidade por ação e por omissão A inconstitucionalidade por ação decorre de uma conduta comissiva, positiva. A última quando o Poder Público deixa de atuar em situações em que a Constituição obriga determinada medida (por exemplo, quando o Congresso deixa de elaborar uma lei, cuja edição era determinada pela Constituição). Deixe-me perguntar: a regra é essa inconstitucionalidade por omissão ocorrer nas normas de eficácia limitada ou contida? A inconstitucionalidade por conduta omissiva ocorre diante de uma norma constitucional de eficácia limitada, e apenas nos casos em que a Constituição exige (não se trata de mera faculdade) a produção de uma lei para tornar efetivo determinado direito. São portanto normas de eficácia limitada impositivas. E qual instrumento funcionaria como mecanismo hábil para o controle da inconstitucionalidade por omissão, diante de casos concretos? Conforme você estudou no capítulo de Direitos e Garantias Fundamentais, é o mandado de injunção. Controle intertemporal de normas Vamos revisar o que estudamos na aplicação das normas constitucionais no tempo. A inconstitucionalidade originária ocorre quando a norma nasce inconstitucional, frente à Constituição de sua época. Já a inconstitucionalidade superveniente ocorre quando uma norma é válida frente à Constituição de sua época. Entretanto, revogada a Constituição antiga é promulgada uma nova Constituição tratando aquele assunto de forma diferente. Assim, essa norma passa a desrespeitar o novo regramento constitucional daquele tema. Assim, imagine que uma Constituição admite a tortura e o Congresso edital a lei “A” regulamentando esse assunto. Essa lei, a princípio, é válida. Entretanto, se uma nova Constituição é promulgada suprimindo a possibilidade de tortura, aquela lei “A” estaria incompatível com a nova Constituição, por fator superveniente (a mudança se deu após a edição da norma). Mas, no Brasil, não se admite a inconstitucionalidade superveniente. O que acontece com essa lei então? Nesse exemplo, a lei “A” seria revogada pela nova Constituição. Porque a incompatibilidade material entre uma lei e a Constituição superveniente se resolve pela revogação daquela, e não pela declaração de inconstitucionalidade. É dizer, não há a chamada inconstitucionalidade superveniente no Brasil. É o que veremos no próximo tópico. Portanto, quanto às formas de confronto entre normas e Constituições, antigas e atuais: I) Constituição nova x Constituição pretérita: A nova Constituição revoga integralmente a Constituição antiga. Desse modo, quando a Constituição de 1988 entrou em vigor, todos os dispositivos da Constituição de 1969 (alguns a chamam de Emenda Constitucional nº 1/1969), foram totalmente revogados, independentemente de sua compatibilidade com a atual Constituição. Do mesmo modo, se daqui a alguns anos, for promulgada uma nova Constituição Federal, a atual CF/88 perderá totalmente sua vigência, devendo-se observar as disposições da nova Carta Constitucional. II) Legislação ordinária anterior x Constituição nova: Será feita uma análise de compatibilidade material, ou seja, se a matéria tratada na lei antiga foi compatível materialmente com o conteúdo da nova Constituição, será por esta recepcionada. Não interessa, no caso, a compatibilidade formal, ligada ao processo de elaboração das leis. Por exemplo, se a Constituição pretérita exigia lei ordinária para regular a matéria e a nova Constituição passa a exigir lei complementar para esse mesmo fim, a norma antiga que cuidava dessa matéria (lei ordinária) poderá sim ser recepcionada pela nova Constituição. E será recepcionada com força (status) de lei complementar. E só por lei complementar poderá ter seu conteúdo alterado! É o exemplo da Lei 5.172/19866 (Código Tributário Nacional), que embora editada à época como lei ordinária, foi recepcionada pela Constituição de 1988 com força de lei complementar, pois a CF/88, em seu art. 146, III, exige essa espécie normativa para dispor sobre normas gerais de legislação tributária. Se houver incompatibilidade material, o direito infraconstitucional será revogado pela nova Constituição. Por isso, repetimos que não se admite a tese da inconstitucionalidade superveniente no Brasil. Para o nosso STF, não há que se falar em inconstitucionalidade nesse caso, pois o juízo de constitucionalidade pressupõe contemporaneidade entre a lei e a Constituição. Segundo o Supremo Tribunal Federal, "O vício da inconstitucionalidade é congênito à lei e há de ser apurado em face da Constituição vigente ao tempode sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição superveniente; nem o legislador poderia infringir Constituição futura. A Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as" ( ADI 4.222-MC, rel. min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 8/2/2011). "...é cabível a arguição de descumprimento de preceito fundamental para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, ou quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anteriores à Constituição. (...) não sendo admitida a utilização de ações diretas de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade -- isto é, não se verificando a existência de meio apto para solver a controvérsia constitucional relevante de forma ampla, geral e imediata -- há de se entender possível a utilização da arguição de descumprimento de preceito fundamental" ( ADPF 129-MC, rel. min. Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, julgamento em 18/2/2008). No âmbito da interpretação, entretanto, há doutrinadores que aceitam a tese da inconstitucionalidade superveniente resultante de alteração na jurisprudência. Nesse caso, o que ocorre é uma mudança de interpretação da norma constitucional. Exemplo disso é a tendência a admitir o casamento entre companheiros do mesmo sexo, ou que possam ser dependentes um do outro para determinados fins, inclusive planos de saúde e previdência. Essa revogação alcançará todas as espécies normativas pretéritas infraconstitucionais, como decretos, leis, portarias, medidas provisórias, atos administrativos e outros. E se houver a promulgação de uma emenda à Constituição? Como ficam as leis vigentes até a promulgação da referida emenda? Da mesma forma, será feita uma análise de compatibilidade material com o novo texto constitucional, o que ensejará a recepção ou revogação da norma infraconstitucional em vigor. Perguntamos, então: pode haver fiscalização de norma pré-constitucional em face da Constituição atual, por via de ação no STF, no chamado controle objetivo ou abstrato de constitucionalidade? Apesar de o STF ter se utilizado, algumas vezes, da ação direta de inconstitucionalidade para declara a recepção ou não de normas pré-constitucionais face à Carta Política vigente ADI 4.222-MC, essa normas antigas deverão ser fiscalizadas na via da ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental -, em face da nova Constituição. III) Legislação ordinária anterior x Constituição da sua época: Quanto à possibilidade do STF analisar a constitucionalidade de norma pré-constitucional frente à constituição vigente a sua época, tal hipótese é viável por meio do controle difuso de constitucionalidade, utilizando-se do recurso extraordinário. O Supremo decidiu ser possível o pleito de normas jurídicas que foram promulgadas antes da entrada em vigor da Constituição de 1988 frente à constituição vigente a sua época. Nesta via de controle difuso não é possível o controle de constitucionalidade de norma pré-constitucional frente à constituição atual, pois por essa via só se realiza o controle em face da Constituição sob cujo império foi editada a lei ou ato normativo (RE 148.754, Rel. Francisco Rezek, DJ de 4.3.1994). Inconstitucionalidade Direta e Indireta A inconstitucionalidade é chamada direta quando há entre o ato impugnado e a Constituição uma violação frontal, imediata. Será indireta quando antes de confrontar a Constituição, o ato conflita com uma lei ou ato normativo dela decorrente. Um decreto do Presidente da República que exorbite do Poder Regulamentar, por exemplo, conquanto importe violação ao princípio da legalidade (art. 5º, II, CF), terá antes violado a lei que pretendia regulamentar, configurando antes um conflito de legalidade. O Supremo Tribunal Federal não conhecerá desse conflito. Mesmo em matéria de cabimento de recurso extraordinário para o STF, por violação à Constituição, a regra é exigir que a afronta seja direta, imediata, inadmitindo-se o recurso se ela for indireta. A exceção é o conflito entre ato normativo local, julgado válida e contestada em face de lei federal (art. 102, III, d), onde aí se instala um confronto federativo, que ameaça a coesão da Federação, Princípio derivado de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I). Inconstitucionalidade por arrastamento Também pode aparecer na sua prova como inconstitucionalidade por atração, por consequência, por derivação ou reverberação normativa, ela ocorre quando há correlação lógica, relação de dependência entre atos normativos, e mesmo que o pedido de declaração de inconstitucionalidade tenha recaído somente sobre um deles, o STF ou tribunal que estiver analisando o caso poderá declarar, por arrastamento, a inconstitucionalidade de toda a cadeia normativa. Isso tem razão de ser até porque muitas vezes, a manutenção de uma norma em detrimento de outra, deixaria a primeira sem sentido e sem eficácia. A inconstitucionalidade por arrastamento pode atingir inclusive partes da lei não atacadas originalmente pela ação direta de inconstitucionalidade. Nesse sentido, o Supremo: "Com efeito, constatado o vínculo de instrumentalidade entre o objeto precípuo da ação de controle abstrato e outros excertos constantes do diploma normativo questionado, pode o Tribunal reconhecer a inconstitucionalidade “por arrastamento” dos trechos subsistentes, sem prejuízo de atacar fragmentos de lei não impugnados expressamente na inicial" (ADI 5.678/RR, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/6/2017) "Extensão da declaração de inconstitucionalidade a dispositivos não impugnados expressamente na inicial. Inconstitucionalidade por arrastamento." (ADI 2.982-QO, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 17/6/2004) A inconstitucionalidade por arrastamento (ou por atração) necessita da conexão entre as normas, para que haja a declaração de inconstitucionalidade da cadeia normativa. Se não houver essa conexão, o Supremo não admite a utilização da técnica: "Não obstante de constitucionalidade duvidosa a primeira parte do mencionado art. 74, ocorre, no caso, a impossibilidade de sua apreciação, em obséquio ao "princípio do pedido" e por não ocorrer, na hipótese, o fenômeno da inconstitucionalidade por "arrastamento" ou "atração", já que o citado dispositivo legal não é dependente da norma declarada inconstitucional." (ADI 2.895, rel. min. Carlos Velloso, j. 2/2/2005, Plenário) Inconstitucionalidade superveniente Conforme já estudamos na eficácia temporal das normas constitucionais, é fenômeno no qual uma lei constitucional o tempo de sua edição passaria a ser inconstitucional em virtude de uma modificação no parâmetro constitucional, tornando-a incompatível com a Constituição vigente.Para uns seria caso de inconstitucionalidade superveniente; já para outros, seria caso de mera revogação (direito intertemporal). A doutrina dominante e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmam-se nesta última posição. Inconstitucionalidade progressiva Diz respeito a uma norma que, embora incompatível com a Constituição, pode ser considerada constitucional enquanto não sobrevierem circunstâncias que concretizem seu caráter inconstitucional. Ou seja, a lei ainda é constitucional, mas, pela evolução dos fatos e do direito, está se tornando ilegítima, convocando-se o legislador para modificar a lei. É também chamada pelo Supremo de norma constitucional em trânsito para a inconstitucionalidade. Supremacia da Constituição pressupõe a Constituição como ordem jurídica suprema do Estado de Direito, pois é nela que se encontram a própria estruturação deste e a organização de seus órgãos, bem como os direitos e garantias fundamentais. No caso brasileiro, a supremacia FORMAL da Constituição, atribuiu força normativa constitucional a todo o conteúdo inserto no texto constitucional. Eficácia transcendente dos motivos determinantes Encerra a tese de que o efeito vinculante ea eficácia erga omnes projetavam-se além da parte dispositiva do julgamento proferido em sede de controle abstrato de constitucionalidade para alcançar a “ratio decidendi, a tese jurídica contida no julgado Em determinada fase, o Supremo Tribunal Federal admitiu a tese da eficácia transcendente dos motivos determinantes, alcançando outras normas que não foram objeto do processo objetivo, mas que contivessem o mesmo conteúdo material (Rcl. 2.363/PA, Rel. Min. Gilmar Mendes. Pleno. Julg em 23.10.2003): "Sequestro de recursos do Município de Capitão Poço. Débitos trabalhistas. 3. Afronta à autoridade da decisão proferida na ADI 1.662. 4. Admissão de sequestro de verbas públicas somente na hipótese de quebra da ordem cronológica. Não equiparação às situações de não-inclusão da despesa no Orçamento. 5. Efeito vinculante das decisões proferidas em ação direta de inconstitucionalidade. 6. Eficácia que transcende o caso singular. 7. Alcance do efeito vinculante que não se limita à parte dispositiva da decisão. 8. Aplicação das razões determinantes da decisão proferida na ADI 1.662. 9. Reclamação que se julga procedente". Posteriormente, o Supremo se afastou dessa vertente, não mais admitindo o fenômeno da transcendência dos motivos que embasaram a decisão em controle abstrato de constitucionalidade, malgrado o posicionamento pessoal de um ou outro Ministro, conforme se depreende do excerto abaixo (Ag. Reg na Rcl 8.946SE, Rel. Min. Celso de Mello, Julg em 10.6.2014): Também partilho desse mesmo entendimento (Rcl 2.986-MC/SE, Rel. Min. CELSO DE MELLO), vale dizer, o de que é possível reconhecer, em nosso sistema jurídico, a existência do fenômeno da “transcendência dos motivos que embasaram a decisão” emanada desta Suprema Corte em processo de fiscalização abstrata, para que se torne viável proclamar, em decorrência dessa orientação (...). Ocorre, no entanto, que o Plenário do Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente rejeitado essa tese (Rcl 2.475-AgR/MG, Rel. p/ o acórdão Min. MARCO AURÉLIO – Rcl 3.014/SP, Rel. Min. AYRES BRITTO – Rcl 3.249-AgR/RN, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – Rcl 6.204-AgR/AL, Rel. Min. EROS GRAU – Rcl 6.319-AgR/SC, Rel. Min. EROS GRAU – Rcl 9.778-AgR/RJ, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI – Rcl 11.831- -AgR/CE, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 14.098/TO, Rel. Min. ROBERTO BARROSO – Rcl 14.111/DF, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – Rcl 14.391/MT, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 15.225/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, v.g.), o que me impõe, por efeito do princípio da colegialidade, a observância do que prevaleceu em tais julgamentos, ainda que contra o meu próprio voto (...). O Ministro Luís Roberto Barroso reconhece que a rejeição à eficácia transcendente é, vez por outra, superada, quando a matéria em questão diz respeito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa. Menciona decisões do STF que têm admitido reclamações e limitares, com o propósito de garantir o conteúdo de tais direitos conferidos pela Corte, ainda que a decisão reclamada não se fundamente na parte dispositiva ou no mesmo ato declarado inconstitucional em sede concentrada. Nesse sentido, cita o Rcl. 18.638-MC, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, Dje. 17.set.2014; Rcl. 18.687/DF, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, Dje. 9.out.2014; Rcl. 18.566-MC, Rel. Min. Celso De Mello, Dje. 17.set.2014 (BARROSO, Luís Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016 p. 249-250). O novo Código de Processo Civil de 2015 aparentemente positivou e chancelou a teoria dos efeitos transcendentes dos motivos determinantes, ao prever em seu art. 988, § 4º, que as hipóteses dos incisos III e IV alcançam a aplicação indevida da tese jurídica ou sua não aplicação às hipóteses que a ela correspondam, superando definitivamente o obstáculo jurisprudencial do STF: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; § 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. § 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. § 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. § 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. (grifos acrescidos) Correta, portanto, a alternativa “c”, já que a questão versa sobre hipótese dos efeitos transcendentes dos motivos determinantes. PODER EXECUTIVO FEDERAL Aula 19 e 20/28 O primeiro dispositivo, qual seja, o art. 76, apresenta as regras típicas do sistema presidencialista de governo Este dispositivo trata da matéria de forma indireta, sem usar a expressão 'sistema presidencialista' no momento em que considera o Presidente da República um chefe do Poder Executivo, sendo o chefe do Poder Executivo, é o Presidente da República, simultaneamente, chefe de Estado e chefe de Governo. Portanto, a estrutura monocrática do Poder Executivo Federal apresenta a característica básica do sistema presidencialista de governo. O mesmo dispositivo estabelece que o Presidente da República será auxiliado pelos Ministros de Estado, portanto, o sistema presidencialista é reforçado, porque neste sistema, Ministro de Estado é um mero secretário, auxiliar do Presidente da República, diferentemente, do que ocorre no sistema Parlamentarista. Os sistemas de governo, na realidade, referem-se não só à estruturação interna do Poder Executivo como ao relacionamento entre Poder Executivo e Poder Legislativo. · No sistema Parlamentarista, o Poder Executivo tem estrutura dualista, com Chefe de Estado e Chefe de Governo, distintos. A chefia de Estado e a chefia de Governo são endereçadas à autoridade distintas. O chefe de Estado nas repúblicas é o Presidente da República; · Nas monarquias é o monarca; enquanto que o chefe de Governo é o primeiro ministro que exerce a administração pública do Estado com o apoio dos demais ministros, e, portanto, o conjunto dos ministros liderado pelo primeiro ministro, constitui um órgão autônomo, no sentido de que é dotado de autoridade política própria, mas não autônomo do Poder Executivo, integra o Poder Executivo, mas dotado de autoridade política própria, e, permanece no poder, enquanto tiver o apoio da maioria parlamentar. · O primeiro ministro é designado pela maioria parlamentar, o que revela o relacionamento de proximidade entre legislativo e executivo que existe no sistema parlamentarista. Além disso, em casos de constante instabilidade, é possível que ocorra a dissolução do legislativo por ato do executivo. Portanto, nesse sistema parlamentarista os poderes estão próximos, o Legislativo e o Executivo com um vínculo contundente entre eles, um depende do outro, há uma relação estreita de proximidade, e, em relação ao Poder Executivo há uma divisão de tarefas entre chefe de Estado e chefe de Governo. O chefe de Estado exerce um papel no parlamentarismo puro, meramente simbólico, embora seja um papel importante, o da representação oficial do Estado, interna e externamente; enquanto que toda a gestão, a administração pública, a gestão dos negócios e serviços públicos, cabe ao chefe de Governo, com a colaboração dos demais ministros. Já no sistema presidencialista há um afastamento maior entre Legislativo e Executivo. O Presidente permanece no Poder por um mandato fixo, só perderá o cargo por eventual condenação no processo de impeachment, mas nãopor mau governo ou por um desacordo com o parlamento, com a maioria parlamentar, como ocorre no sistema parlamentarista. Portanto, no sistema presidencialista há um distanciamento maior entre Legislativo e Executivo, por isso que se diz que o presidencialismo é um sistema de independência dos Poderes, enquanto que o parlamentarismo é um sistema de cooperação de Poderes. Existem, ainda, alguns sistemas mistos, que alguns denominam de presidencialismo mitigado ou semi-presidencialismo, que é o caso francês, português, em que há uma divisão de tarefas governamentais entre o presidente (chefe de Estado) e o primeiro ministro (chefe de Governo).No nosso sistema presidencialista, temos, inclusive, um mecanismo típico parlamentarista, que é a medida provisória, importada do parlamentarismo italiano. A Constituição Federal de 1988 adotou o sistema presidencialista, que é tradição republicana no Brasil. Tivemos na nossa história uma curta experiência parlamentarista durante a República e uma longa experiência parlamentarista durante o Império, no século XIX. Em resumo Como diz a Constituição Federal de 1988 que mantém o sistema presidencialista, o presidencialismo tradicional, claro que com esse elemento típico do parlamentarismo, que é a figura da medida provisória. · Mas toda a estruturação, a organização constitucional da atuação do Legislativo e do Poder Executivo, com a ressalva feita, leva ao presidencialismo puro - Presidente da República, no qual é chefe de Estado e chefe de Governo simultaneamente, é o chefe do Poder, e subordinados a ele estão os ministros de Estado, que não possuem autoridade política própria, como ocorre no Parlamentarismo. · É o Presidente da República que nomeia os ministros de Estado como bem entender; ele escolhe e ele nomeia os ministros de Estado de sua preferência, e, também os demite quando bem entender. · Basta apenas que sejam observados os requisitos constitucionais para que um indivíduo possa ser designado para o cargo de ministro de Estado, com idade mínima de 21 anos, pleno exercício dos direitos políticos e no caso de ministro da Defesa, deve ser brasileiro nato. A designação dos ministros cabe unilateralmente ao Presidente da República, mas a criação de ministério depende de lei, conforme dispõe o próprio art. 48 da CF, é lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República e admite-se também a possibilidade excepcional de criação de ministérios por medida provisória, desde que presentes os pressupostos da medida provisória - urgência e relevância. É o máximo que se admite para criação de ministério, embora já tenha ocorrido na prática histórica do Brasil, não se admite criação de ministério por decreto presidencial, pelo menos é o que se extrai do texto constitucional do art. 84, inciso VI, alínea 'a', que veda a criação de órgãos públicos por decreto presidencial. Portanto, criação de ministério apenas por lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República ou em casos de urgência e relevância, excepcional criação, por meio de medida provisória. O Supremo Tribunal Federal admitiu a possibilidade de extensão pela via legislativa do status de Ministro de Estado a outros cargos é o que se existe no momento em relação ao presidente do Banco Central e Advogado Geral da União, que possuem status de Ministro de Estado. A Constituição Federal estabelece que os Ministros de Estado devem referendar os decretos e atos do Presidente da República relativos a respectiva área de atuação. Houve uma divergência doutrinária, na doutrina a divergência ainda persiste sobre a validade dos atos presidenciais, sem a referenda ministerial. Há corrente que sustenta que nessas circunstâncias, os atos do Presidente da República seriam inválidos, uma vez que a Constituição textualmente determina a chancela ministerial. Por outro lado, há a corrente que sustenta que os atos presidenciais nessas hipóteses seriam válidos. É a posição que foi acolhida pelo STF, que é a posição condizente com o sistema presidencialista de governo, em que há a subordinação dos ministros ao Presidente da República. Não teria sentido considerar inválido o ato do Presidente por falta de chancela de um subordinado, como bem destacou o STF, a referenda ministerial é apenas um ato de dar a necessária adesão dos Ministros, àquilo que foi decidido pelo Presidente da República, afinal, pela relação de subordinação, os Ministros não podem opor-se ao que foi decidido pelo Presidente da República. Portanto, não há como emprestar a referenda ministerial, senão, ao significado de uma necessária adesão ao que já foi decidido pelo Presidente. Por esse motivo, eventual ausência dessa referenda ministerial não invalida o ato do Presidente da República. A Constituição Federal estabelece que a eleição do Presidente da República implicará a do Vice-Presidente, trata-se do denominado princípio da chapa una e indivisível para o Poder Executivo. É um princípio que existe no Brasil há um bom tempo, a última eleição que houve a escolha separada do Presidente e do vice foi a que elegeu para a Presidência da República, Jânio Quadros e para vice, João Goulart. Daí para cá, adotou-se no Brasil o princípio da chapa una e indivisível. Portanto, não votamos em candidatos à chefia do Poder Executivo, e isso nos três planos: · Federal, · Estadual e · Municipal. Nós votamos em uma chapa, é muito comum ouvirmos dos leigos 'o titular renunciou e o vice assumiu e assumirá até o final, mas eu não votei nele', é um equívoco de compreensão, porque nós votamos em uma chapa, o vice é eleito, o nome dele tem que constar da cédula, votamos em uma chapa que é una e indivisível. Havendo vício, haverá o comprometimento da chapa. E qual a razão de ser desse sistema aplicado no Poder Executivo? É exatamente o fato de que as principais atribuições do vice são: substituir e suceder o titular e no momento em que o vice assume a chefia em substituição ao titular, ele passa a ter a capacidade para exercer todas as competências do Presidente da República, como: · apresentar projetos, · vetar e sancionar projetos, · editar medida provisória, · demitir ministro, · nomear ministro, · promulgar leis, Portanto, seria traumático para a sociedade, uma eventual divergência entre o titular e aquele que o substitui. É exatamente por isso a preocupação constitucional de garantir uma certa afinidade política programática entre o titular e aquele que tem como missão principal substituí-lo. Daí a razão de ser do princípio da chapa una e indivisível para o Poder Executivo. Como já dito, as principais atribuições do Vice-Presidente é: substituir e suceder o titular. Estabelece ainda o art. 79 da CF que lei complementar poderá prever outras atribuições para o vice-presidente, mas independentemente disso poderá o vice ser designado para missões especiais por determinação do Presidente da República. Não há ainda lei complementar que preveja atribuições adicionais ao Vice-Presidente da República, e, em razão da expressão que consta do art. 79 de que o Presidente pode designar o vice para missões especiais, prevaleceu na prática, o entendimento de que o vice poderá acumular o cargo com o de Ministro de Estado, como já ocorreu no Brasil e que certa ocasião, o Vice- Presidente cumulou este cargo com o de Ministro da Defesa, sendo assim no âmbito federal, o mesmo ocorre no âmbito estadual e no âmbito municipal, o vice pode acumular o cargo com alguma secretaria. SUBSTITUIÇÃO E A SUCESSÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SUBSTITUIÇÃO Ocorre na hipótese de ausência temporária do Presidente. Na ausência do Presidente, assume o: Ressalte-se que, na ordem de substituição, diante da ausência do vice, primeiro, assume o Presidente da Câmara e na ausência ou no impedimento deste, é que assume o Presidente do Senado... SUCESSÃO A sucessão ocorre na hipótese de vacância do cargo de Presidente. Portanto, é a ausência definitiva do titular, não importa o motivo, renúncia, impeachment, falecimento, etc. Havendo vacância, ausência definitiva do cargo de Presidente,o Vice-Presidente da República assumirá de forma definitiva, até o final do mandato, independentemente do momento em que tenha ocorrido a vaga. E se houver a vacância definitiva dos dois cargos (de Presidente e o de vice Presidente da República? ) Haverá nova eleição, mas nos seguintes termos: Os eleitos nessa eleição indireta também exercerão os cargos apenas até o término deste mandato e se disputarem e vencerem a eleição subsequente, já valerá como reeleição. · É interessante mencionar que o Supremo Tribunal Federal entendeu que o modelo federal relativo às regras de sucessão do Poder Executivo nas hipóteses de vacância definitiva dos cargos de Presidente e Vice não constituem modelo obrigatório aos demais entes da Federação. · Os Estados, os Municípios podem dispor de outra maneira, de tal modo que alguns Estados preveem regra distinta, como vacância definitiva dos dois, nos três primeiros anos, haveria eleição direta para Governador e vice; e se ocorresse no último ano a vacância definitiva, o Presidente da Assembleia assumiria até o final, é um exemplo do que se encontra em uma ou outra constituição estadual. · Neste caso, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o modelo federal não é de observância obrigatória pelos demais entes. Os critérios para a eleição do chefe do poder executivo, nesse caso, do art. 77 da CF, é um princípio extensível que deve ser observado pelos demais entes, mas não as regras atinentes a sucessão do Executivo nas hipóteses de vacância definitiva dos cargos de titular e vice. COMPETÊNCIAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA O art. 84 da CF relaciona as competências privativas do Presidente da República. Simplesmente decompondo nos seus vários incisos as atribuições próprias de um Poder Executivo, ainda mais de um Poder Executivo no sistema presidencialista, reunindo atribuições típicas de chefia de Estado e atribuições típicas de chefia de Governo. Assim, as atribuições do Poder Executivo podem ser divididas: 1ª) o Presidente da República é ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe de Governo. E na condição de chefe de Estado, ele é o representante oficial do Estado internamente e externamente. É desta chefia de Estado que decorre a competência presidencial para nomeação de magistrados nos casos previstos pela Constituição Federal, bem como de autoridades que ingressarão em outros órgãos e até o próprio Procurador Geral da República. Isso decorre da chefia de Estado, assim como a atribuição prevista textualmente no art. 84 da CF, de concessão de honrarias. Também decorre da chefia de Estado atribuição da chefia de estado, portanto, dessa função representativa, a atribuição de concessão de indultos e de comutar penas. 2ª) é a de manter relações com Estados estrangeiros e organizações internacionais. É tradição do Poder Executivo este papel diplomático, por isso cabe ao Presidente da República assinar tratados, convenções e atos internacionais, acreditar diplomatas e evidentemente manter durante o exercício do mandato essas relações, não só com Estados, mas com organizações e organismos internacionais. 3ª) é a de participar do processo legislativo. É função tradicional que visa atender o mecanismo de controle recíproco entre os Poderes atendendo ao que Montesquieu chamou de sistema de freios e contrapesos ou 'check and balances'. A ideia de que um poder limita o outro. No caso, o chefe do Poder Executivo com a prerrogativa de sancionar ou vetar projetos de lei, pressupõe um controle do Executivo aos atos do Legislativo. Participa, ainda do processo legislativo, o Chefe do Executivo ao promulgar as leis, assim como ao dar início a tramitação legislativa por meio da iniciativa legislativa para apresentação de projetos, sem contar que com o desenvolvimento dessa função gerou na realidade uma função atípica do Executivo, que é a de legislar por meio lei delegada ou de medida provisória, como no caso brasileiro. 4ª) é a de promover a defesa nacional. Portanto, o Presidente da República é o comandante supremo das forças armadas, cabendo a ele a nomeação dos comandantes das três forças. · Por este motivo, cabe ao Presidente declarar guerra ou paz, mediante a autorização ou sujeito a referenda congressual. 5ª) é a de promover também a segurança interna, a ordem interna do país. Não é à toa que cabe ao Presidente da República a decretação de intervenção federal, de estado de defesa, de estado de sítio e até mesmo a função policial naquilo que cabe quanto à segurança pública a União Federal. · As matérias de competência da polícia federal que está subordinada à Presidência da República. 6ª) a função que deu nome ao poder, é a função de execução das leis por meio dos decretos regulamentares dos chamados regulamentos de execução como está previsto textualmente no art. 84, IV, da CF, que é a referência aos atos de execução, aos regulamentos de execução, aos decretos regulamentares. 7ª) a função de exercer a administração pública federal, de gerir os negócios e serviços públicos. Para isso prevê inclusive a Constituição Federal a disciplina da administração no âmbito interno da União com a própria administração do país. Para a disciplina da administração no âmbito interno da própria União o art. 84, incisos VI, alínea 'a' prevê que mediante decreto do Presidente da República poderá dispor sobre a organização e o funcionamento da administração pública federal. Trata-se de norma primária e por isso alguns autores denominam este decreto presidencial de uma modalidade de decreto; consideram esse decreto presidencial como uma modalidade de regulamento autônomo, que, como denominam José Afonso da Silva, seria regulamento autônomo de organização, de administração. Muitos administrativistas criticam o emprego da expressão "regulamento autônomo" para designação deste decreto presidencial. De todas as atribuições, de todas as competências privativas do Presidente da República, previstas neste artigo 84 da CF, apenas algumas delas podem ser delegadas pelo Presidente aos Ministros de Estado, ao Advogado Geral da União ou ao Procurador Geral da República. São elas: 1) inciso VI, é a que prevê a competência do Presidente da República para, mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos vagos, e, ainda, dispor sobre a organização e o funcionamento da administração pública federal, desde que isso não implique aumento de despesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos. 2) inciso XII: que prevê a competência presidencial para conceder indulto ou então comutar penas. 3) inciso XXV, 1ª parte: prevê que cabe ao Presidente da República prover cargos públicos federais na forma da lei. Prover é nomear para. · Segundo o Supremo Tribunal Federal se cabe ao Presidente prover, cabe a ele também desprover. · Isto significa que esta primeira parte do inciso XXV do art. 84 contém a previsão da competência presidencial para prover e desprover cargos públicos federais na forma da lei, o que poderá ser delegado aos ministros, ao AGU, que é procurador geral da república. · Desprover está dentro, implicitamente, da primeira parte do inciso XXV, ao falar prover implicitamente a Constituição Federal admite desprover. Este inciso na íntegra fala da competência presidencial para prover e extinguir cargos públicos. Só a primeira parte é delegável, prover, e não extinguir cargo público federal na forma da lei. Não confundam com a previsão do inciso VI, que é extinguir funções e cargos públicos vagos. Dica: leitura atenta destes três incisos do art. 84 e do parágrafo único, que prevê a delegação. PRERROGATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA De acordo com a CF a instauração de processo contra o Presidente da República, seja por crime comum, seja por crime de responsabilidade, depende de prévia autorização da Câmara dos deputados. Essa é a primeira grande prerrogativa do Presidente da República, que é este juízo de admissibilidade exercido pela câmara dos deputados. A Câmara só autorizará a instauração do processo pelo voto de 2/3 de seus membros. Na hipótese de crime de responsabilidade,havendo autorização da Câmara pelo voto de 2/3 dos deputados, o processo será instaurado no senado. No caso de crime comum havendo autorização da Câmara pelo mesmo quórum, caberá ao Supremo Tribunal Federal avaliar se deve ou não receber a denúncia ou queixa. Portanto, no caso de crime comum, não é porque houve autorização da Câmara que o Supremo Tribunal Federal estará obrigado a receber a denúncia ou queixa. Sem autorização da Câmara o Supremo Tribunal Federal sequer poderá manifestar-se; havendo autorização da Câmara cabe ao Supremo Tribunal Federal, mediante uma análise técnica, decidir se recebe ou não a denúncia ou queixa. Recebida a denúncia ou queixa no caso de processo por crime comum ou instaurado o processo no senado na hipótese de crime de responsabilidade, o Presidente da República será afastado de suas atribuições, porém, se o mérito, se o julgamento, não ocorrer em 180 dias, ele retomará o exercício de suas atribuições. Evidentemente sem prejuízo da sequência do processo. A segunda prerrogativa presidencial está localizada no art. 86, §3º da CF, segundo o qual o Presidente da República nas infrações penais comuns não será preso antes de sentença condenatória, entenda-se: transitada em julgado. É o melhor entendimento, embora o trânsito em julgado não esteja previsto neste dispositivo constitucional. Vejam que nesse caso, a força da imunidade prisional do Presidente da República, que decorre da chefia de estado. A próxima prerrogativa encontra-se no § 4º do art. 86, segundo o qual durante o mandato, portanto, durante o exercício de suas atribuições e funções: · O Presidente da República não será responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Prevaleceu o entendimento de que esta imunidade refere-se apenas a persecução penal. Não é extensível às áreas tributárias, cível, administrativa. O Supremo Tribunal Federal tem entendido que estas prerrogativas dos §§ 3º e 4º do art. 86 da CF são exclusivas do Presidente da República porque decorre da chefia de Estado, por este motivo não poderão ser estendidas a governadores, ainda que seja por lei federal, não poderão ser estendidas a governadores. · Por lei estadual muito menos, porque disse o STF que não cabe aos Estados legislar sobre matéria penal e processual em razão do exposto no art. 22, I, da Constituição Federal, que trata da competência privativa da União Federal. Mas, ainda que fosse uma norma da União, também não seria possível essa extensão a governadores, porque é uma peculiaridade do Poder Executivo Federal - a chefia de Estado. Portanto, são prerrogativas, as dos §§ 3º e 4º do art. 86, exclusivas do Presidente da República. Do Congresso Nacional (arts. 44 a 47 da CF/1988) Aulas 21 e 22/28 Falaaaaaaaaaaaaaaaa Pessoal, Vamos lá desvendar o poder que tem maior influência diárias nas nossa vidas De início o Poder Legislativo, abrange a sua organização e composição, funcionamento e suas funções típicas e atípicas, dentro daquilo que costuma ser de frequência certa nos certames das diversas bancas. Nesta parte, é importante a fixação do conhecimento acerca das atribuições exclusivas de cada Casa Legislativa, bem como da disciplina relativa aos deputados e senadores, e, em especial, ao regime das Comissões Parlamentares de Inquérito, as quais, se mereceram somente um parágrafo dentro da Constituição, suscitam um sem número de questões de prova, a grande maioria delas originadas da jurisprudência do STF sobre seu funcionamento, atribuições e poderes. Já o processo legislativo, por suas peculiaridades, é estudando em tópico específico, para os editais que exigirem esse conteúdo. Muitos concursos não incluem o processo legislativo no conteúdo programático ou inserem somente itens em separado, como medidas provisórias ou Emendas Constitucionais. Do Congresso Nacional Nosso Poder Legislativo é federal e bicameral, isto é, composto por duas câmaras, chamadas de câmara baixa (Câmara dos Deputados) e câmara alta (Senado Federal), que compõem o Congresso Nacional (art. 44, CF). Este desenho do Legislativo federal brasileiro está ligado diretamente à opção do constituinte pátrio pela forma federativa de Estado, que fez surgir o bicameralismo federativo. Neste sentido, o Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os os Estados e o Distrito Federal, de forma paritária (três senadores por unidade da Federação), assegurando o equilíbrio entre os entes federativos. Os municípios não possuem representantes no Poder Legislativo Federal e não participam da formação da vontade nacional, sendo considerados entes federativos anômalos ou atípicos. Já a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, de forma proporcional à população de cada unidade da federação, como corolário (decorrência) do princípio republicano-democrático. No Poder Legislativo Federal, temos a chamada eleição proporcional para a Câmara dos Deputados, conforme o art. 45 e o sistema majoritário para o Senado Federal, nos termos do art. 46 da Constituição: Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. Sistema proporcional é aquele no qual o voto é para a legenda e não diretamente para o candidato. Isso ocorre para que as minorias garantam representantes no parlamento, fortalecendo o pluralismo político, fundamento da República (art. 1º, V). Ele é adotado em eleições em que há vários cargos em disputa, (Deputados federais, deputados estaduais, distritais e vereadores). Sistema majoritário é aquele no qual se considera o número de votos válidos ofertados ao candidato registrado pelo partido político, valorizando-se o candidato e não a legenda. É dividido em majoritário simples e majoritário absoluto. No sistema majoritário simples, o candidato é eleito com maioria simples de votos, somente em primeiro turno; é adotado nas eleições para Senador e Prefeito de Municípios com menos de 200 mil eleitores, segundo a regra do art. 29, II. Já o sistema majoritário absoluto exige maioria absoluta de votos para eleger o candidato em primeiro turno; caso nenhum candidato consiga a maioria absoluta, é realizado um segundo turno. É o sistema utilizado para eleição do Presidente da República, governadores de Estados, e municípios com mais de 200 mil eleitores de acordo com o art. 77, da CF/88. Nos casos de municípios com menos de 200 mil eleitores, utiliza-se o sistema majoritário simples, sem a realização de segundo turno para eleição do prefeito. Ou seja, em turno único, aquele que obtiver a maioria dos votos válidos, é eleito prefeito (art. 29, II, CF). Já os municípios com mais de 200 mil eleitores, utilizarão o sistema majoritário absoluto de 2 turnos, utilizando as regras do artigo 77 (eleição do Presidente da República). O Governador de Estado também será eleito pelo sistema majoritário de 2 turnos (art. 28, CF). Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. § 5º Se, nahipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. Parlamentares estaduais (deputados) e municipais (vereadores) serão eleitos pelo sistema proporcional. Já os congressistas, o serão pelo sistema majoritário (senadores) e proporcional (deputados federais). O § 1º do art. 44 estabelece que cada legislatura terá a duração de quatro anos. E o que é legislatura? A legislatura é o período de exercício total de um mandato, e tem a duração de 4 anos. Assim, o mandato de um deputado é de uma legislatura, enquanto o Senador exerce duas legislaturas. Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. Já a sessão legislativa representa a reunião anual do Congresso Nacional. É dividida em duas partes: a primeira, vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. O art. 46 estabelece expressamente o princípio majoritário para eleição dos Senadores, bem como a quantidade fixa desses parlamentares por unidade da Federação: Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos (duas legislaturas). § 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. § 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes. Em resumo: Uma das questões que atualmente se discutem, no âmbito da chamada "reforma política" (tema bom para redação) é o fato de que aproximadamente 23% dos mandatos de senadores atualmente em vigor (2014) são exercidos por parlamentares suplentes, ou seja, que não receberam um voto sequer para exercer a função para a qual foram investidos. Infidelidade partidaria O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional não é direito pessoal do candidato e está vinculado à lealdade à agremiação partidária e, por isso, na hipótese de desfiliação por justa causa reconhecida, o parlamentar não perde o mandato, apesar de não se transferir ao novo partido o direito à sucessão à vaga. Nesse sentido, o STF decidiu que que não se aplica aos cargos do sistema majoritário de eleição (prefeito, governador, senador e presidente da República) a regra de perda do mandato em favor do partido, por infidelidade partidária, referente aos cargos do sistema proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais), e este caso o partido de origem titulariza o mandato do candidato desistente: "A perda do mandato em razão da mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor (...) Em termos mais claros: o fato de o candidato não depender única e exclusivamente dos votos a ele atribuídos para vencer as eleições transfere ao partido político a titularidade do mandato, autorizando o reconhecimento da perda do mandato em caso de desfiliação partidária sem justa. Em suma: foi a força partidária que o elegeu, razão por que é o partido, e não o candidato eleito, que titulariza o mandato" (ADI 5.081/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 27/5/2015). Quóruns de deliberação Já o art. 47 estabelece que salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Ou seja, a Constituição define expressamente quando é que o quórum de decisão do parlamento será diverso da chamada maioria simples, estabelecida pelo art. 47. Por exemplo, há inúmeras hipóteses de utilização do quórum de maioria absoluta na Constituição Federal. Estado de Defesa e de Sítio (arts. 136 a 141 da CF/1988) Aula 23 A chamada defesa do Estado compreende o conjunto de ações voltadas para a manutenção da coesão das relações sociais em determinado território, visando à manutenção da integridade territorial e social de uma nação. Pressupõe ainda a defesa do território nacional contra invasão estrangeira (arts. 34, II e 137, II - Intervenção e Estado de Sítio), a defesa da soberania nacional (art. 91 - Conselho de Defesa Nacional) e a defesa da pátria (art. 142 - Forças Armadas). Uma vez ameaçada essa integridade e a coesão dos elementos fundamentais de uma nação - povo, soberania e território -, a Constituição Federal autoriza a implementação de determinados Estados de Exceção autorizados constitucionalmente. Do Estado de Defesa O Estado de Defesa consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por tempo limitado, em locais restritos e determinados, para preservação da ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingida por calamidades naturais de grandes proporções. É autorizado por decreto do Presidente da República e está previsto no art. 136 da CF: Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: Quais as medidas que poderão ser tomadas na vigência do estado de defesa? É o que nos explicam os parágrafos primeiro e segundo do art. 136: Art. 136... § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; Aqui ocorrem algumas hipóteses de limitação de direitos e garantias fundamentais, quais sejam o direito de reunião (art. 5º, XVI), sigilo das correspondências (art. 5º, XII) e sigilo das comunicações telegráficas e telefônicas (art. 5º, XII, in fine) II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. E como é feito o controle da decretação do estado de defesa? Em dois momentos, pelo Congresso Nacional: 1º momento - apreciação do decreto de instauração e/ou de prorrogação do estado de defesa pelo Congresso, que deverá receber o ato diretamente das mãos do Presidente da República, com a respectiva justificação, no prazo de vinte e quatro horas da decretação. O Congresso decidirá sobre o ato por maioria absoluta. É o que se depreende da leitura dos parágrafos quarto a sétimo do art. 136: § 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º - Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. 2º momento - controle concomitante, nos termos do art. 140 da CF: Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhare fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. 3º momento - após o término e a cessão dos efeitos do estado de defesa ou do estado de sítio, por intermédio de mensagem do Presidente da República enviada ao Congresso, com os detalhes da medida, nos termos do art. 141, em especial o parágrafo único: Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. Pode ainda haver CONTROLE JURISDICIONAL das medidas adotadas no estado de defesa, nos termos do § 3º do art. 136: Art. 136.... § 3º - Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. Do Estado de Sítio O estado de sítio é uma medida agravadora do estado de defesa, diante de situações críticas que indiquem a necessidade de instaurar uma legalidade de exceção mais gravosa que a anterior, ou diante de situações de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Nesse sentido, estabelece o art. 137: Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. E que medidas podem ser tomadas durante a vigência do estado de sítio? Quem nos responde é o art. 139: Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. Perceba aqui, novamente, mais dois institutos de intervenção administrativa no domínio econômico privado: a intervenção e a requisição temporária de bens, naturalmente com a devida indenização ulterior, caso haja dano ou custo para o proprietário. Além disso, as medidas de restrição a direitos fundamentais são também mais gravosas que as do estado de defesa, como se observam dos incisos I a V do artigo. Mas com relação ao inciso III - restrições à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão -, o parágrafo único do art. 139 excepciona a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. O controle das medidas tomadas durante o estado de sítio será feito também pelo Congresso Nacional, em três momentos distintos: 1º momento: o Presidente da República solicita autorização do Congresso para decretar o estado de sítio, e o CN decide por maioria absoluta (art. 137, parágrafo único e art. 138, § 2º): Art. 137, Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138, § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. 2º momento - controle concomitante, nos termos do art. 140 da CF, da mesma forma que no estado de defesa: Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. 3º momento - após o término e a cessação do estado de sítio, por intermédio de mensagem do Presidente da República enviada ao Congresso, com os detalhes da medida, nos termos do art. 141, em especial o parágrafo único: Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. Portanto, em termos de controle, a diferença fundamental entre o estado de defesa e o estado de sítio, é o controle prévio, que no caso do estado de defesa permite a edição imediata do decreto com submissão da medida ao Congresso Nacional, enquanto que no estado de sítio, o Presidente da República só poderá editar o decreto com autorização prévia do Congresso. Importante entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da restrição a direitos fundamentais foi dado quanto à liberdade de imprensa que não pode sofrer constrições em período eleitoral, tanto em período não eleitoral, portanto, quanto em período de eleições gerais. Segundo o STF, à exceção do estado de sítio, ela é plena em todo o tempo, lugar e circunstâncias, podendo as emissoras de rádio e televisão, fora do período eleitoral, produzir e veicular charges, sátiras e programas humorísticos que envolvam partidos políticos, pré-candidatos e autoridades em geral. Afirma o Supremo que processo eleitoral não é estado de sítio (art. 139 da CF), única fase ou momento de vida coletiva que, pela sua excepcional gravidade, a Constituição toma como fato gerador de ‘restrições à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei (ADI 4.451 MC-REF, rel. min. Ayres Britto, julg. 2/9/2010). Portanto a liberdade de imprensa pode ser restringida durante o Estado de Sítio, estando ou não o período eleitoral em vigor, por se tratar de circunstâncias totalmente distintas; Fora do estado de sítio, não poderão ser opostas restrições à liberdade de imprensa, à exceção daquelas estabelecidas pela lei eleitoral relativas a charges, sátiras e programas humorísticos que envolvam partidos políticos, pré-candidatos e autoridades em geral. Veja agora um resumo esquemático dos estados de exceção constitucionais: Órgãos do Poder Judiciário (art. 92 da CF/1988) Aulas 24, 25 e 26/28 Estrutura do Poder Judiciário O Poder Judiciárioé um dos poderes expressamente reconhecidos pela Constituição Federal em seu art. 2º. Além de estar instituído como Poder independente, essa autonomia é erigida à conta de cláusula pétrea, conforme se distingue da leitura do art. 60, § 4°, III: § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...) III - a separação dos Poderes. O Poder Judiciário é constituído pelos órgãos constantes do art. 92: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. O esquema a seguir resume os principais órgãos: Apesar de formalmente integrar a estrutura do Poder Judiciário, o CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA é órgão controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, não se constituindo em órgão de natureza jurisdicional, muito menos em instância recursal, conforme estudaremos em módulo próprio. Os juízes são também órgãos do Poder Judiciário, e constituem a chamada Primeira Instância ou Juizados de Primeiro grau. Já os tribunais de Justiça, os Tribunais Regionais Federais, Regionais do Trabalho, Eleitorais e Militares constituem a Segunda Instância ou Tribunais de Segundo Grau. Os demais são os Tribunais Superiores ou Instância Especial. Lembre-se de que não há Poder Judiciário nos municípios, apenas no âmbito federal e estadual. Poderíamos ainda mencionar as Juntas Eleitorais, pois embora não estejam no rol expresso do art. 92, estão expressamente indicadas no art. 118: Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais. As Juntas Eleitorais funcionam durante as eleições e são compostas de um juiz de Direito – que será o presidente da junta eleitoral – e de dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade (art. 36 do Código Eleitoral; e art. 11, § 2º, da LC nº 35/1979). Os juízes eleitorais, por sua vez, são os juízes de Direito de primeiro grau de jurisdição integrantes da Justiça Estadual e do Distrito Federal (art. 32 do Código Eleitoral). Também os juizados especiais são órgãos do Judiciário, cuja criação é prevista e estimulada na Constituição, em especial no art. 118: Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. Do quinto constitucional (art. 94 da CF/1988) Quinto e Terço Constitucional O art. 94 traz a regra do chamado quinto constitucional, que estabelece para os Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça que um quinto de seus membros sejam oriundos da advocacia e do Ministério Público: Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Atente para o fato de que no âmbito dos TRT's e do TST, o quinto constitucional também se aplica, porém é formado por advogados e membros do Ministério Público do trabalho, conforme os artigos 111-A (com a redação dada pela EC 92/2016) e 115 da CF: Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: : I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. Para que você já guarde tudo para a prova, anote também a regra do Superior Tribunal de Justiça (art. 104), que no caso estabelece a proporção de um terço e não de um quinto para a advocacia e o Ministério Público, mas faz referência ao art. 94 no tocante às regras de indicação. Vamos aos artigos: Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Atenção: o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal Militar, os Tribunais Regionais Eleitorais e o Tribunal Superior Eleitoral (artigos 119 e 120, CF) não seguem a regra do quinto constitucional. Veja então como funciona a regra de indicação dos magistrados pertencentes ao quinto e ao terço constitucional: I - Associações representativas apresentam lista sêxtupla II - Tribunal recebe lista e forma uma lista tríplice III - Presidente da República ou Governador de Estado escolhe um no prazo de 20 dias. No caso do TJDFT a escolha é feita pelo Presidente da República, pois este tribunal é mantido pela União. Esquematizando a regra do quinto e do terço constitucional: Os advogados e membros do Ministério Público que adentram nos tribunais de segundo grau e tribunais superiores pelo quinto (TST, TRT, TRF ou TJ) ou terço constitucional (STJ), sejam ou não servidores de carreira (advocacia pública ou privada), adquirem imediatamente a garantia da vitaliciedade a partir do momento da posse (Lei Orgânica da Magistratura, art. 22, I). Apesar de a Os dois anos para aquisição da vitaliciedade só são exigidos para os juízes de primeiro grau. Os juízes e membros do Ministério Público já adquiriram a vitaliciedade nos seus cargos de origem: Art. 22 - São vitalícios: I - a partir da posse: a) os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) osMinistros do Tribunal Federal de Recursos; (atual Superior Tribunal de Justiça, e os cinco Tribunais Regionais Federais) c) os Ministros do Superior Tribunal Militar; d) os Ministros e Juízes togados do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho; e) os Desembargadores, os Juízes dos Tribunais de Alçada e dos Tribunais de segunda instância da Justiça Militar dos Estados; (os tribunais de alçada foram extintos pela EC 45/2004) Da mesma forma, mesmo que membro do Ministério Público integre a carreira da Magistratura através da regra do quinto constitucional no exato momento da posse adquirirá a vitaliciedade, não tendo de passar por qualquer estágio probatório. Além disso, o STF entende também que se o número total da composição do Tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por advogados e membros do Ministério Público. Das garantias e vedações (poder judiciário, art. 95 da CF/1988) Atenção: capítulo revisto e atualizado em 22/1/2018 (jurisprudência do STF e organização do texto) Garantias As garantias da magistratura, bem como os impedimentos estão disciplinados no art. 95 e seus incisos: Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; A vitaliciedade é adquirida no primeiro grau de jurisdição, após 2 anos de exercício na função da magistratura. Nesse período de dois anos, o juiz poderá perder o cargo por deliberação do tribunal a que estiver vinculado, em processo administrativo, portanto. Após adquirir vitaliciedade, somente a perderá por sentença judicial transitada em julgado. Não poderá perder por deliberação do Conselho Nacional de Justiça ou processo administrativo, cuidado! Não confunda esse período com o estágio probatório do serviço público. Isso porque a vitaliciedade é diferente da estabilidade, que exige período de 3 anos para aquisição desde a edição da Emenda Constitucional 19/1998. A Emenda não alterou o prazo de vitaliciedade, que permaneceu em 2 anos. Além disso, lembre-se de todos os juízes que tomam posse em Tribunais, incluídos os advogados e membros do Ministério Público que adentram nos tribunais de segundo grau e tribunais superiores pelo quinto constitucional (TJ, TST, TRT, TRF) ou terço constitucional (STJ), sejam ou não servidores de carreira (advocacia pública ou privada), adquirem imediatamente a garantia da vitaliciedade a partir do momento da posse (Lei Orgânica da Magistratura, art. 22, I). Os dois anos para aquisição da vitaliciedade só são exigidos para os juízes de primeiro grau. A respeito da vitaliciedade, o STF assentou que se trata de garantia inerente ao exercício do cargo, não se estendendo aos inativos o foro por prerrogativa de função: "Ação penal. Foro por prerrogativa de função. Desembargador do Estado do Ceará. Ex-presidente e ex-corregedor geral do Tribunal de Justiça. Deslocamento para o primeiro grau de jurisdição. (...) A vitaliciedade é garantia inerente ao exercício do cargo pelos magistrados e tem como objetivo prover a jurisdição de independência e imparcialidade (...) não se estendendo aos inativos o foro especial por prerrogativa de função. A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição" ( RE 549.560, rel. min. Ricardo Lewandowski, julg. 22/3/2012 ) Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: .......... II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; A inamovibilidade é garantia não absoluta da magistratura. Pode ser relativizada por motivo de interesse público, como vimos no art. 93, VIII, e necessita de decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça (aqui o CNJ pode decidir, ao contrário da vitaliciedade!). Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: .............. VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; O STF firmou entendimento de que a inamovibilidade é garantia de toda a magistratura, alcançando não apenas o juiz titular como também o substituto. "A inamovibilidade é, nos termos do art. 95, II, da CF, garantia de toda a magistratura, alcançando não apenas o juiz titular como também o substituto. O magistrado só poderá ser removido por designação, para responder por determinada vara ou comarca ou para prestar auxílio, com o seu consentimento, ou, ainda, se o interesse público o exigir, nos termos do inciso VIII do art. 93 do Texto Constitucional" ( MS 27.958, rel. min. Ricardo Lewandowski, julg. 17/5/2012) Além disso, decidiu que o CNJ não pode criar novas hipóteses de afastamento cautelar de magistrado, por via de mero ato normativo: "Qualquer restrição às garantias da inamovibilidade e da vitaliciedade exige a promulgação de lei em sentido formal e material, sob pena de flagrante ofensa ao princípio da legalidade e ao devido processo legal ( ADI 4.638 MC-REF, rel. min. Marco Aurélio, voto do min. Ricardo Lewandowski, julg. 8/2/2012, Plenário). Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: .......... III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. A irredutibilidade de subsídio é dispositivo que deve observar a iniciativa privativa de lei (art. 37, X) o teto constitucional de remuneração (art. 37, XI) , remuneração mediante subsídio em parcela única (art. 39, § 4º) e as disposições relativas às limitações do poder de tributar e incidência de impostos sobre a renda. Vedações O parágrafo único do art. 95 traz as vedações: Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: .......... Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; Quanto a este inciso, o STF manifestou-se no sentido de que o magistrado não poderá exercer função em tribunal de justiça desportiva, não obstante o seu caráter administrativo, não jurisdicional, reafirmando a possibilidade do exercício de mais uma função pública, qual seja a de magistério. Mandado de segurança. Resolução 10/2005 do CNJ. Vedação ao exercício de funções, por parte dos magistrados, em tribunais de justiça desportiva e suas comissões disciplinares. Estabelecimento de prazo para desligamento. Norma proibitiva de efeitos concretos. Inaplicabilidade da Súmula 266/STF. Impossibilidade de acumulação do cargo de juiz com qualquer outro, exceto o de magistério. A proibição jurídica é sempre uma ordem, que há de ser cumprida sem que qualquer outro provimento administrativo tenha de ser praticado. (MS 25.938, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24/4/2008) Ainda aqui, é importante saber ainda a possibilidade de que o juiz estadual ou ministro do STF e STJ exercer função na Justiça Eleitoral (Tribunal Regional Eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral) e poderá acumular os subsídios respectivos. Tanto o exercício do magistério público quanto da função na eleitoral, estão excluídos da incidência do teto remuneratório constitucional. Isso foi regulamentado pela Resolução 13/2006 do CNJ. Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: .......... Parágrafo único. Aos juízes é vedado: .......... II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-seà atividade político-partidária. Quanto ao inciso III, o STF reiterou a vedação a juízes e promotores de participarem de pleitos eleitorais: "No Brasil, os Juízes e Promotores exercem as atribuições de autoridade eleitoral. Perfeitamente natural que os magistrados, sendo os fiscais e árbitros das eleições sejam impedidos de se candidatar aos pleitos" ( AO 2.236-ED, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 22/9/2017, 2ª Turma ) IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (chamada quarentena , apesar de serem três anos) A Constituição Federal não estabelece qualquer período de quarentena para que juízes aposentados ou afastados do cargo se dediquem à atividade político-partidária. A vedação do art. 95, III, diz respeito ao exercício das funções da magistratura, tão somente. Entretanto, norma do Tribunal Superior Eleitoral determina que os magistrados, os membros de tribunal de contas ou do Ministério Público que quiserem concorrer às eleições devem se filiar a um partido até seis meses antes do pleito, devendo se desligar em definitivo (pedir exoneração) do seu cargo na Justiça ou na corte de contas, em igual prazo. Daí se depreende que juízes em disponibilidade, que podem a qualquer momento, voltar ao exercício da magistratura, não podem se dedicar a atividade político-partidária: “Consulta. Prazo. Filiação partidária. Magistrado. Comprovação. Afastamento. Função. Magistrado que pretenda se aposentar para satisfazer a condição de elegibilidade de filiação partidária, objetivando lançar-se candidato às eleições, somente poderá filiar-se a partido político depois de publicado o ato que comprove seu afastamento de forma definitiva e até seis meses antes do pleito que deseja disputar.” ( Resolução nº 22.179, de 30/3/2006, rel. Min. Cesar Asfor Rocha ). Segurança Pública (art. 144 da CF/1988) Aulas 27 e 28 /28 Da Segurança Pública O art. 144 da Constituição ocupa-se da segurança pública, dever do Estado e responsabilidade de todos, e enumera os órgãos que a compõem: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Acrescentado pela EC 104/2019) A polícia penal, criada pela EC 104/2019, é órgão responsável pela segurança do sistema prisional federal, estadual e do Distrito Federal (art. 144, § 5º). Nos termos do art. 4º, da EC 104/2019, os quadros da corporação serão compostos pela transformação dos cargos dos atuais agentes penitenciários e equivalentes, além da realização de concursos públicos para preenchimento das vagas. Com a transformação dos cargos em carreira policial e órgão constitucional de segurança pública, os agentes penitenciários foram equiparados aos membros das demais polícias, com atribuições específicas, cujas atribuições serão reguladas em lei: Art. 4º O preenchimento do quadro de servidores das polícias penais será feito, exclusivamente, por meio de concurso público e por meio da transformação dos cargos isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes penitenciários e dos cargos públicos equivalentes. Na visão do STF, o rol de órgãos integrantes da segurança pública é TAXATIVO, ou seja, não há que se falar em extensão daqueles rol para outras direções. Viu guardas municipais (por enquanto) "Os Estados-membros, assim como o Distrito Federal, devem seguir o modelo federal. O art. 144 da Constituição aponta os órgãos incumbidos do exercício da segurança pública. Entre eles não está o Departamento de Trânsito. Resta pois vedada aos Estados-membros a possibilidade de estender o rol, que esta Corte já firmou ser numerus clausus, para alcançar o Departamento de Trânsito" (ADI 1.182, voto do rel. min. Eros Grau, julgamento em 24/11/2005, Plenário) Força Nacional de Segurança? A Força Nacional de Segurança, é vinculada ao Ministério da Justiça foi uma instituição criada em 2004 para atender a necessidades emergenciais dos estados federados, em situações onde se fazem necessárias uma interferência maior do poder público ou for detectada urgência de reforço na área de segurança. É integrada por policiais e bombeiros selecionados entre os grupos de elite dos Estados, que passam por treinamento na Academia Nacional da Polícia Federal. Não se constituem, portanto, de integrantes de uma categoria, distinta, específica. Também não são integrados por elementos das Forças Armadas, não obstante possam com elas atuar em conjunto, estrategicamente, em determinadas operações. Desta forma, a gente começa a entender que a força nacional de segurança não tem status de segurança pública constitucionalmente falando. Vamos nos atualizar! Recente edição da Emenda Constitucional 82, de 16 de julho de 2014, que incluiu o § 10 no art. 144 da Constituição Federal: § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. A referida Emenda constitucionalizou os órgãos e a carreira dos agentes de trânsito, no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, integrando-os no capítulo da segurança pública. Entretanto, cuidado pois a Emenda também não incluiu os órgãos e agentes de trânsito dentro do rol taxativo do art. 144. A polícia judiciária é aquela destinada a reprimir as infrações penais e apresentar os infratores para a devida punição, excetuando-se os crimes militares. Tem também a função de investigar os delitos não evitados pela polícia preventiva ou administrativa (normalmente a polícia militar), incluídas aí as tarefas de investigação, autópsia e perícias em geral. Essas atividades de natureza técnico-científica são exercidas pelos Institutos de Criminalística, de Medicina Legal e Institutos de Identificação.Da Polícia Judiciário Os órgãos que exercem função de polícia judiciária são a polícia federal e a polícia civil, nos termos do art. 144, § 1º, IV e § 4º: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: § 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (...) IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. .... § 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. A EC 104/2019, deu nova redação ao § 6º e acrescentou o § 5º-A no art. 144, para incluir as atribuições gerais da polícia penal: Art. 144.... .... § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 6º As polícias militares e os corposde bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. O Supremo Tribunal Federal decidiu que normas de Constituições estaduais que criam a Polícia Científica não podem ser interpretadas no sentido de considerá-las órgão de segurança pública. Considerou que nada impede que a Polícia Científica, órgão responsável pelas perícias continue a existir, vinculada ou não à Polícia Civil (órgão ao qual normalmente está vinculado), mas sem ostentar natureza de órgão autônomo de segurança pública. (ADI 2.575/PR, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento 24/6/2020) Já a polícia ostensiva tem por missão prevenir os delitos e preservar a ordem pública e é exercida primordialmente pela polícia militar. As demais funções da Polícia Federal, estabelecidas no § 1º do art. 144, além de polícia judiciária, são: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; Repare que a polícia federal cuida das infrações relativas a bens, serviços e interesses da União, autarquias e empresas públicas (como Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Embrapa e Correios) . Entretanto, não alcança os crimes cometidos em detrimento de bens, serviços e interesses das sociedades de economia mista (como Banco do Brasil, Petrobrás e Eletrobrás), que serão investigados pela polícia civil. Nos termos do § 2º do art. 144, a polícia rodoviária federal é órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Já a polícia ferroviária federal é disciplinada no § 3º, é também órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares, nos termos do § 4º. Apesar de haver a exceção quanto às infrações militares, ao final do parágrafo quarto, o STF firmou entendimento de que havendo o envolvimento de policiais militares na investigação de crimes comuns, estranhos à atividade militar, a polícia civil é competente para o inquérito, e não haverá deslocamento deste para a polícia militar. À polícia militar cabe a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil (art. 144, § 5º). A defesa civil é executada também por órgãos próprios dos Estados e do DF. Já o § 6º estabelece que as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Apesar de todos os órgãos acima serem considerados integrantes da segurança pública, apenas as polícias militares e o corpo de bombeiros militares são considerados auxiliares e reservas do exército, justamente pelo regime de treinamento e disciplina militares, e podem ser requisitados pelo Comando do Exército para situações de exceção, como conflitos armados. No que diz respeito ao Distrito Federal, ente sui generis na Constituição da República e na Federação, não se esqueça de que compete à UNIÃO organizar as polícias civil, militar e o corpo de bombeiros do Distrito Federal, bem como sobre eles dispor (arts. 21, XIV e 32, § 4º da CF), contudo tais órgãos continuam sob o comando hierárquico do Governador do Distrito Federal. Segundo o STF, compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civis e militar do Distrito Federal (Súmula 647). Também segundo o Supremo Tribunal Federal, são de iniciativa privativa do governador as leis que disponham sobre organização e funcionamento da segurança pública estadual. Entretanto, o STF vedou a outorga de foro especial por prerrogativa de função aos delegados de polícia, considerando que são agentes subordinados administrativamente ao Chefe do Poder Executivo estadual ou distrital, e que o controle externo da atividade policial é exercido pelo Ministério Público (art. 129, VII, CF): "O § 6º do art. 144 da Constituição diz que os delegados de polícia são subordinados, hierarquizados administrativamente aos governadores de Estado, do Distrito Federal e dos Territórios. E uma vez que os delegados são, por expressa dicção constitucional, agentes subordinados, eu os excluiria desse foro especial, ratione personae ou intuitu personae". (ADI 2.587, voto do rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 1º/12/2004) Também a competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida prevalece sobre eventual foro privilegiado estabelecido pela Constituição do Estado (Súmula Vinculante 45): · Súmula Vinculante 45/STF: A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. O § 8º do art. 144 autoriza aos municípios constituírem guardas municipais, destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, na forma da lei. Esta prerrogativa não inclui as demais funções policiais, conferidas unicamente aos órgãos de segurança pública, e limita-se à proteção do patrimônio municipal. Importante lembrar que, por força do § 9º do art. 144, os servidores públicos policiais, de qualquer corporação, serão remunerados em parcela única, na forma de subsídio, previsto no § 4º do art. 39, da CF. Nacionalidade derivada: 1- Ordinária - vale para os estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa. Requisitos: • residir no Brasil por 1 ano ininterrupto; e • ter idoneidade moral 2 - extraordinária ou quinzenária - vale para estrangeiros oriundos de qualquer outro país. Requisitos: • residir no Brasil por 15 anos ininterruptos; e • não ter condenação penal; e • requerer a nacionalidade brasileira. Cargos privativo de Brasileiro NATO Presidente da República Presidente do câmara Presidente do Senado Cargo de Carreira Diplomática Ofíciais das forças armadas Ministro do Estado de defesa Perda da nacionalidade • Se nato ou naturalizado perde ao adquirir outra nacionalidade, salvo se de forma originária ou por condição para permanecer no país ou exercer direitos civis; • Se naturalizado perde por sentença judicial caso pratique atividade nociva ao interesse nacional; alistamento e voto Obrigatório Facultativo Proibido Eleição do militar Se - 10 anos de serviço deverá afastar-se da atividade; Se + 10 anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade 15 dias contados da diplomação Provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Segredo de justiça. entrada em vigor → Na data de sua publicação; aplicação → Somente nas eleições que ocorram após 1 ano do início da sua vigência Lei que altera o Processo Eleitoral: • 3% dos votos válidos; Em 1/3 dos Estados/DF • 2% dos votos válidos em cada um dos entes; • Total de 15 deputados, distribuídos por 1/3 dos Estados. REPÚBLICA Eletividade Temporalidade Monarquia Hereditariedade Representatividadepopular (o povo escolhe ser representante) Responsabilização dos governantes (inclusive por crime de responsabilidade - impeachment) Vitaliciedade Ausência de representatividade popular (o critério para definição do rei é a linhagem familiar) Inexistência de responsabilidade dos governantes (the king can do no wrong – o rei não pode errar). Vice Presidente Na ausência do vice, assume o Presidente da Câmara dos Deputados, Na ausência deste, assume o Presidente do Senado, e, por último, O Presidente do Supremo Tribunal Federal. 1ª Hipótese a) se o fato ocorrer nos dois primeiros anos do mandato haverá eleição popular direta para a escolha dos sucessores, realizada 90 dias após a última vaga e os eleitos apenas completarão o mandato e se disputarem e vencerem a eleição subsequente, já valerá como reeleição. 2ª Hipótese b) se o fato ocorrer nos dois últimos anos do mandato, haverá eleição indireta, realizada pelo Congresso Nacional, 30 dias após a última vaga, cabendo a lei disciplinar esta eleição indireta, mas aplicam-se a esta eleição indireta as normas constitucionais do art. 14 da CF sobre condições de elegibilidade e inelegibilidade. Presidente comete crime comum ou de responsabilidade Juízo de admissibilidade da Camara por 2/3 se crime de responsabilidade o senado julga se crime comum o STF julga sistemas de escolhas Majoritário 1º turno Absoluto Proporcional Simples 1º turno 2º turno Legislatura 4 anos Sessão legislativa 1 ano Período legislativo 6 meses Investigação CRIMINAL Instrução processual PENAL Polícia Judiciário Reprimir Previnir São órgãos que exercem a policia Judiciária Polícia Federal Polícia Civil órgãos da Segurança Pública Polícia Federal Polícia Rodoviária Federal Polícia Ferroviária Federal Polícia Militar Corpo de Bombeiro Militar Polícia Penal Polícia Civil Ofende a Constituição a atribuição da atendimento em delegacias de polícia a policiais militares, especialmente sargentos da PM na função de delegado de polícia, sob o argumento de inexistência de servidor para a função (ADI 3.614/PR, rel. min. Gilmar Mendes, julg. em 20/9/2007). Prerrogativas do Juri a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) Competênciapara julgamento dos crimes dolosos contra vida ação de grupos armados contra o Estado – imprescritíve racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – racismo X R – reclusão); • 3TH (tortura/tráfico/terrorismo/hediondo) – insuscetível de graça ou anistia (“H” – “A– GA”– lembrar de “Graça” ). A pena pode ser de: Privação ou restrição da liberdade; Perda de bens; A pena NÃO pode ser de: Morte, salvo guerra externa declarada; Caráter perpétuo Multa Prestação social alternativa; Suspensão ou interdição de direitos. Trabalhos forçados; Banimento Cruéis Extradição passiva de brasileiro: nato nunca; naturalizado pode, se cometer: crime comum antes da naturalização; tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei. Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extraditado, salvo se o motivo for crime político ou de opinião; CF, Art. 142 § 2º → Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares mandado de segurança Individual Coletivo legitimado a) Partido político com representação no CN; b) Organização sindical; c) Entidade de classe; ou d) Associação, desde que esta esteja legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano Não cabe mandado de segurança contra: Os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, desociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; Decisão judicial transitada em julgado. Mandado de Injunção Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais; das prerrogativas inerentes à: ♦ nacionalidade; ♦ soberania; e ♦ cidadania. Quem pode usar: Qualquer pessoa. � Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para editar a norma em questão. Modos de MI: individual: impetrado em nome de uma única pessoa; coletivo: não está previsto na Constituição. Mas é admitido, devendo cumprir os mesmos requisitos do MS Coletivo. Ação popular Quem pode propor: qualquer cidadão, ou seja, somente aquele nacional que estiver em gozo de seus direitos políticos. Motivo anular ato lesivo: ao patrimônio público ou de entidade a qual o Estado participe; à moralidade administrativa; ao meio ambiente; ao patrimônio histórico e cultural. �Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Organizando as gratuidades e imunidades do art. 5º : Direito de petição e de obter certidões → Isento do pagamento de taxas Ação Popular → Isenta de custas judiciais e ônus da sucumbência, salvo comprovada má- fé. Habeas Corpus e Habeas Data → Gratuitos. Atos necessários ao exercício da cidadania → Gratuitos, na forma da lei. Registro de nascimento e certidão de óbito → Gratuitos aos reconhecidamente pobres Assistência Jurídica integral pelo Estado → Gratuita a quem comprove insuficiência de recursos FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL FONTES IMEDIATAS CONSTITUIÇÃO COSTUMES** FONTES MEDIATAS JURISPRUDÊNCIA DOUTRINA Direitos Sociais Mínimo existencial Reserva do Financeiramente Possível CONSTITUIÇÃO FEDERAL DIREITOS SOCIAIS Educação Moradia lazer trabalho segurança transporte ALIMENTAÇÃO PREVIDENCIA SAÚDE MATERNIDADE INFÂNCIA ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS Idades mínimas para o trabalho: regra: 16 anos; exceção 1: 18 anos se o trabalho for noturno, perigoso ou insalubre; exceção 2: 14 anos se estiver na condição de aprendiz Empresa COM MAIS DE 200 empregados haverá um representante que possuirá finalidade exclusiva de tratar diretamente com os empregadores Direito de greve dos trabalhadores: Independe de lei. Cabe a lei somente dispor sobre: Serviços e atividades essenciais; Atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade; Punição a quem cometer abusos Nem precisa ter nascido no Brasil, mas o pai e/ou mãe são brasileiros à serviço da Rep. Fed. do Brasil. 2 image1.jpeg image2.jpeg image1.png image3.png image4.png image5.svg image6.png image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.png