Prévia do material em texto
LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Para o estudo da LINDB, é fundamental que o aluno esteja de posse do Decreto Lei 4657/42, para leitura conjunta de seus artigos. A LINDB é conhecida como uma “Lex legum”, pois trata-se de uma norma sobre direito, um conjunto de normas sobre normas. Em outras palavras, LINDB disciplina as próprias normas jurídicas, trazendo regras para sua vigência e aplicação. Antigamente se chamava LICC (Lei de Introdução ao Código Civil), mas a Lei nº 12.376/2010, modificou a denominação para LINDB. Fontes do Direito: 1) Formais, Diretas ou Imediatas: São as seguintes: - Lei - Analogia - Costumes - Princípios. A lei é a fonte primária, enquanto a analogia, os costumes e os princípios são fontes secundárias. A lei é imperativa, se impõe, mas em certos casos pode existir uma lacuna legislativa, o que irá desembocar em um processo de integração, ou de colmatação. Esta lacuna pode ser normativa (ausência de norma), ontológica (presença de norma para o caso concreto, mas sem eficácia social) axiológica (existe a norma para o caso concreto, mas sua aplicação é insatisfatória) ou devido a uma antinomia (choque entre duas ou mais normas válidas). Características da lei: - Generalidade: Vale e se destina a todos, com eficácia erga omnes. - Imperatividade: impõe deveres e condutas para todos os cidadãos - Permanência: irá permanecer até outra lei venha a revogá-la - Competência: precisa ser emanada de uma autoridade competente. - Autorizante: ela autoriza determinada conduta ou não. 2) Não Formais São a doutrina e a jurisprudência. OBS: Sobre a equidade, é preciso observar a regra do artigo 140 do CPC/15. Equidade significa justiça no caso concreto, e só pode ser aplicada quando houver norma autorizando sua aplicação. Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Início da Obrigatoriedade e Vigência da Lei: A lei deve observar o processo legislativo previsto na Constituição Federal para que seja válida e regular. Após a sua elaboração, temos a sua promulgação e, por fim, a publicação. Nos casos da lei de grande repercussão, deve haver ainda um “prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento” que é a chamada “vacatio legis”. Na vacatio legis, a lei já existe, mas não incide sobre os casos que regula. Ela é válida, mas ainda não há a sua incidência. Qual o prazo para a vigência de uma lei? Caso a lei nada disponha, entrará em vigor em 45 dias no país e em 3 meses no exterior. Contudo, é possível que a lei traga em seu bojo uma cláusula prevendo, por exemplo, que “esta lei entrará em vigor na data de sua publicação”, ou “esta lei entrará em vigor 1 ano após a sua publicação”, etc. Contudo, no silêncio da lei, guarde os prazos da regra geral: VIGÊNCIA DA LEI No Brasil 45 dias No Exterior 3 meses O Artigo 8º da LC95/98 menciona que a vigência da lei deve ser indicada de forma expressa, e que a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” só deve ser utilizada para leis de pequena repercussão. Caso não seja indicada de forma expressa a vigência da lei, devemos nos valer da regra do Art 1º da LINDB. Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. § 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ . ---- Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. § 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. De acordo com o art. 1º, §3º da LINDB, se houver uma modificação na lei durante o seu período de vacatio legis, inicia-se um novo prazo, a contar da nova publicação. Ademais, se a modificação ocorrer em lei já em vigor, será considerada como lei nova (§4º). OBSERVAÇÃO: A LINDB adotou o sistema de vigência único ou sincrônico, segundo o qual a lei entra em vigor de uma só vez no país. Assim, não é possível uma lei entre em vigor em uma determinada data no Estado de São Paulo e em outra data no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo. Término da Obrigatoriedade (Art. 2º) De acordo com o princípio da continuidade das leis, em regra, a lei tem um caráter permanente, até que outra lei venha a revogá-la ou modificá-la. A revogação de uma lei pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando assim o determinar (Exemplo: o CPC/15, em seu art. 1046, revogou expressamente o CPC/73), e será tácita quando regular inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A incompatibilidade entre a lei nova e a antiga também é um exemplo de revogação tácita (parte final do §1º). A revogação pode ainda ser total (chamada de ab-rogação) ou parcial (derrogação). Muito cuidado, pois esta nomenclatura é sempre cobrada em provas! Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. OBSERVAÇÃO: A teor do art. 2º da LINDB, é possível que uma lei tenha vigência TEMPORÁRIA. Neste caso, terminado o prazo de vigência, a lei automaticamente deixará de estar em vigor, não sendo necessária outra lei neste sentido. Repristinação (Art 2º, §3º): AB- ROGAÇÃO Revogação Total Derrogação Revogação Parcial A repristinação é o fenômeno por meio do qual uma norma revogada volta a valer no caso de revogação da sua norma revogadora. Em regra, não é aplicável em nosso ordenamento jurídico, salvo se expressamente previsto. Exemplo: Lei A é revogada pela Lei B que é revogada pela Lei C => a lei A não volta a viger automaticamente, é preciso menção expressa. Exceção: Art. 11, §2º da L9868/99: em casos de declaração de inconstitucionalidade, aplica-se o efeito represtinatório como regra. Ex: Se a lei A é revogada pela lei B, e a lei B é declarada inconstitucional, a lei A volta a viger. Eficácia da Ordem Jurídica (Art. 3º) De acordo com o art. 3º da LINDB e com o “princípio da obrigatoriedade” não se admite o não cumprimento de uma lei alegando ignorância ou desconhecimento. Assim, a lei é obrigatória mesmo para quem não a conheça. Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. OBSERVAÇÃO: A regra do “iura novit cúria” (o juiz conhece o direito) só se aplica no âmbito federal / nacional. Isto porque, conforme art. 376 do CPC/15, a parte que invocar legislação municipal, estadual e alienígena, bem como os costumes, deve provar o seu teor e vigência: Art. 376. A parte que alegar direito municipal,estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar- lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Integração da Norma Jurídica (Art 4º) Havendo lacuna na lei, deverá haver o processo de colmatação (integração), em que o juiz irá se valer da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito. A equidade só será aplicada quando a lei mencionar, conforme já alertado. Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Ademais, importante destacar que o juiz não pode deixar de decidir alegando lacuna ou obscuridade na lei (princípio do non liquet). Assim, em caso de lacunas, deve se valer dos métodos de integração acima mencionados ou até mesmo decidir por equidade, se assim autorizado por lei. Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Hermenêutica ou interpretação (Art. 5º) A interpretação das normas jurídicas deve ser norteada pelos fins sociais a que elas se dirigem e às exigências do bem comum, enquadrando a lei no caso concreto, evitando lacunas ou contradições normativas. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (Art. 6º) Ao disciplinar sobre a aplicação da lei no tempo, a LINDB busca garantir certeza, segurança e estabilidade, preservando as situações consolidadas e prezando pela segurança jurídica. Assim, como já visto, a lei nova terá efeito imediato e geral, mas deverá respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, vejamos: Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Portanto, Ato jurídico perfeito é aquele em que já se consumou de acordo com a lei vigente à época. O direito já foi exercido, todos os atos já foram praticados, não podendo ser modificados por Lei posterior. Direito adquirido é aquele que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, mesmo que este ainda não o tenha exercido. Seu exercício pode depender de um prazo, bem como pode estar subordinado a uma condição inalterável ao arbítrio de outrem. O importante é que, cumpridos os requisitos para o exercício do direito, a lei nova não pode atingi-los, salvo retroatividade expressa que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. A LINDB considera adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, ao arbítrio de outrem. Por coisa julgada entende-se o estado de imutabilidade dos efeitos da sentença, não mais sujeita a recursos. Para a LINDB, chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Conforme disciplina o CPC: “Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.” Conflito de Normas: Também é importante estudarmos os casos de conflitos de normas: quando duas leis trazem disposições contraditórias, qual deverá prevalecer? Para resolver este conflito, temos 3 critérios: - Hierarquia: a lei de hierarquia superior prevalece sobre a de hierarquia inferior (Exemplo: uma lei ordinária não pode contrariar as disposições de uma emenda constitucional, sob pena de inconstitucionalidade). - Temporalidade (ou critério cronológico): em sendo de mesma hierarquia, a lei posterior irá prevalecer sobre a lei anterior (neste caso, aplica-se o art. 2º, caput e §1º). - Especialidade: a lei especial prevalece sobre a lei geral, ainda que esta seja posterior. Art. 2º, § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Um exemplo de aplicação do critério da especialidade pela jurisprudência foi na discussão do PRAZO PRESCRICIONAL aplicável nas ações de reparação civil contra a FAZENDA PÚBLICA. Em que pese o clássico argumento das fazendas públicas de que deveria ser aplicado o prazo trienal do Código Civil de 2002 (por ser posterior), o STJ pacificou o entendimento de que deve ser aplicado o prazo específico previsto para a Fazenda Pública no Decreto 20.910/32. Confira-se: DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. PRAZO QUINQUENAL DO DEC. N. 20.910/1932. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). Aplica-se o prazo prescricional quinquenal – previsto no art. 1º do Dec. n. 20.910/1932 – às ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, e não o prazo prescricional trienal – previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002. (...) REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012 (Informativo nº 0512). Vigência da Lei no Tempo e Espaço: Após o processo legislativo com a promulgação e a publicação no Diário Oficial, a lei passa a vigorar. No que se refere à vigência no espaço, em razão da soberania, a lei se aplica em determinado espaço delimitado pelas fronteiras. Porém, em certos casos, a lei poderá ser aplicada no estrangeiro. Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. § 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. § 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Em resumo, a lei do país onde a pessoa tem domicílio (âmbito definitivo) determina as regras daordem civil. Os Casamentos no Brasil serão regidos pela lei brasileira, no que concerne às formalidades para o casamento, bem como os impedimentos legais. Os direitos de família são regidos pela lei do domicílio dos nubentes, brasileiros ou estrangeiros. Se a lei der competência ao agente consular ou diplomático, este poderá realizar casamentos de estrangeiros (de mesma pátria) fora de seu país, dentro de seu consulado ou fora dele. Brasileiros que se casarem com estrangeiros só poderão fazê-lo em consulado brasileiro. A invalidade do matrimônio será apurada pela lei do domicílio comum dos cônjuges, ou pela lei do primeiro domicílio conjugal dos mesmos. As questões patrimoniais obedecerão às leis onde os cônjuges estiverem domiciliados, se estiverem domiciliados em países diferentes, será regido pela lei do lugar onde tiveram o primeiro domicílio conjugal. O estrangeiro que se naturalizar pode, com o aval de seu cônjuge, solicitar o regime parcial de bens, desde que resguarde o direito de terceiros, anteriores à naturalização. O divórcio realizado no estrangeiro terá o prazo legal de um ano para ser reconhecido no Brasil, a não ser que tenha havido antes uma separação judicial também de um ano. Outro artigo que costuma cair em provas é o Art. 10, da LINDB. Então, vamos aos comentários. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Segundo o caput do referido artigo, a lei que rege a sucessão será a de onde estava domiciliado o defunto. Se o mesmo tiver dois domicílios, será competente o foro onde foi requerido primeiro. § 1º. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal do de cujus. A sucessão de bens de estrangeiros é regulada pela lei brasileira em benefício de seus herdeiros brasileiros, a não ser que aquilo que a lei pessoal do de cujus determine seja mais vantajosa. § 2º. A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. A capacidade para suceder é disciplinada pela lei do domicílio do falecido, enquanto que a capacidade de exercer o direito de suceder é regulada pela do domicílio do autor da herança e pela lei pessoal do sucessor. Jurisprudência sobre o tema A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610). Aplica-se a lei brasileira para reger a sucessão de bem imóvel situado no exterior? A Justiça brasileira é competente para julgar inventário e partilha de bem imóvel localizado em outro país? NÃO. Ainda que o domicílio do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei estrangeira da situação da coisa (e não a lei brasileira) na sucessão de bem imóvel situado no exterior. O art. 10 da LINDB afirma que a lei do domicílio do autor da herança regulará a sucessão por morte. Ocorre que essa regra não é absoluta e deverá ser interpretada sistematicamente, ou seja, em conjunto com os demais dispositivos que regulam o tema, em especial o art. 8º, caput, e § 1º do art. 12, ambos da LINDB e o art. 89 do CPC 1973 (art. 23 do CPC 2015). Desse modo, esses dispositivos revelam que a lei brasileira só se aplica para os bens situados no Brasil e autoridade judiciária brasileira somente poderá fazer o inventário dos bens imóveis aqui localizados. Mas no caso em que há um bem imóvel no Brasil e outro no exterior, como fazer? Deverão ser abertos dois inventários: um aqui no Brasil para reger o bem situado em nosso território e outro no exterior para partilhar o imóvel de lá. STJ. 3ª Turma. REsp 1.362.400-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 28/4/2015 (Info 563). Vamos praticar? Aos trabalhos! (1) (FGV – 2023 – Técnico Judiciário TJ-RN) Paul, inglês, era casado com Maria, brasileira. Viviam em Londres e resolveram vir ao Brasil para comprar uma casa em Natal, que seria destinada a aluguel de temporada. Infelizmente, logo em seguida à finalização da compra, Paul sofre um mal súbito e falece. Maria, única herdeira dos imóveis deixados em Londres e em Natal, retorna, em definitivo, para a sua terra natal. Nesse caso, é correto afirmar que:: a) a sucessão será regida pelas leis brasileiras, considerando que o óbito ocorreu em Natal e que a única herdeira aqui assentou domicílio; b) a sucessão será regida pelas leis inglesas, inclusive quanto aos imóveis existentes no Brasil, mesmo que a lei nacional seja mais favorável a Maria; c) a capacidade para suceder (isto é, para ser herdeiro) é regulada pela lei do país onde o defunto tinha domicílio; d) a sucessão será regida pelas leis brasileiras, exceto no que diz respeito ao imóvel situado em Londres, que deve observar as leis inglesas; e) a sucessão será regida pelas leis inglesas, inclusive quanto aos imóveis existentes no Brasil, salvo se a lei nacional for mais favorável a Maria. GABARITO: E Comentário: a); b); c) d) Vide comentário abaixo. e) CORRETA. Nesse caso, aplica-se a lei do domicílio do de cujus (lei inglesa), inclusive quanto ao bem situado no Brasil (Casa em Natal), como via de regra, com base no caput do art. 10 da LINDB- “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Contudo, se a lei brasileira for mais favorável que a inglesa, aplica-se a exceção do art. 10, §1º, em benefício do cônjuge.§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (2) (FGV – 2023 – AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa - Advogado) Recentemente foi promulgada a Lei Federal nº XYZ, que é silenciosa a respeito de quando a norma entrará em vigor. Assim, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito brasileiro (LINDB), a Lei Federal nº XYZ começa a vigorar a) nos Estados estrangeiros, seis meses após a promulgação. b) em todo o país na data da publicação. c) nos Estados estrangeiros, um ano após a publicação. d) em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. e) nos Estados estrangeiros, após a promulgação. GABARITO: D Comentário: A Lei Federal nº XYZ era silenciosa, sobre quando iria entrar em vigor. Portanto, a LINDB discorre que: Art. 1º- Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fgv-2023-al-ma-tecnico-de-gestao-administrativa-advogado Vigência das leis: A) Início de vigência da lei em quatro situações: 1) Quando o legislador determina a data em que a lei entrará em vigor; 2) Quando o legislador determina a vigência imediata da lei (art. 8º, caput, da LC nº 95/98); 3) Quando o legislador é omisso quanto a data de vigência (art. 1º, caput, da LINDB); 4) Quando a lei brasileira possuir aplicabilidade obrigatória em Estados estrangeiros (art. 1º, §1º, da LINDB). A entrada em vigor da lei ocorre após o período de vacatio legis. Este, salvo disposição em contrário, é de 45 dias após a publicação. Para a lei ser obrigatória no exterior, quando lá admitida, o prazo é de 03 meses. Cuidado! As regras dispostas no art. 1º não se aplicam às Emendas Constitucionais (estas possuem vigência imediata, na data de sua publicação, salvo disposição em sentido contrário). Atenção! Em se tratando de ato administrativo normativo, a vigência será imediata.(3) (FGV – 2023 – Conciliador TJ-BA) À luz da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar que se qualifica como ato jurídico perfeito: a) a sentença judicial da qual não caiba mais recurso; b) o contrato celebrado à luz da legislação vigente, ainda que tenha efeitos futuros; c) o contrato celebrado à luz da legislação vigente, salvo se tiver efeitos futuros; d) os direitos que o titular tem incorporados definitivamente a seu patrimônio, ainda que sujeitos a termo fixo (por exemplo, prazo inicial); e) os direitos que o titular tem incorporados definitivamente a seu patrimônio, exceto se sujeitos a termo fixo (por exemplo, prazo inicial). GABARITO: B Comentário: Letra de lei presente no art. 6º, §1º da LINDB: Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (4) (FGV – 2023 – Juiz do Trabalho TST) A Constituição da República de 1988 e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro dispõe sobre as normas de vigência e eficácia das leis no tempo e o princípio da irretroatividade das leis. Com relação a esse tema, de acordo com o disposto nas normas jurídicas brasileiras, é correto afirmar que: a) a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência; b) a lei posterior revoga a anterior somente quando expressamente o declare; c) o sistema normativo brasileiro admite expressamente a hipótese de perda de vigência da lei por descumprimento reiterado; d) mesmo depois de transitada em julgado a decisão de mérito, poderão ser deduzidas ou repelidas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido; e) consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. GABARITO: E Comentário: De início, ressalta-se que a lei posterior revoga a anterior em 3 hipóteses: ● quando expressamente o declare, ● quando seja com ela incompatível ou ● quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. A questão, portanto, trata do Art 6º, § 2º: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aqueles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (5) (FGV – 2023 – TJ-MS) Paul e Marie casaram-se. Ele é finlandês, com domicílio na Polônia. Ela é americana, com domicílio no Canadá. No dia 14/01/2023 chegaram ao Brasil e no dia 15/01/2023 se casaram perante um notário de determinado Cartório de Registro Civil, em uma praia deserta no nordeste do país, como sempre tinham sonhado. Logo no dia seguinte partiram em lua de mel. Após, fixaram o primeiro domicílio do casal na República Dominicana, país que escolheram para morar. Com base nos fatos narrados e na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar que, quanto à formalidade do casamento, a lei a ser aplicada é: a) finlandesa ou americana, a depender de onde pretendam registrar o casamento. Quanto à possível invalidade do casamento, a lei a ser aplicada é a brasileira; b)polonesa ou canadense, a depender de onde pretendam registrar o casamento. Quanto à possível invalidade do casamento, a lei a ser aplicada é a da República Dominicana; c) brasileira. Quanto à possível invalidade do casamento, a lei a ser aplicada é a da República Dominicana; d) a da República Dominicana. Quanto à possível invalidade do casamento, a lei a ser aplicada é a brasileira; e)brasileira. Quanto à possível invalidade do casamento, a lei a ser aplicada também é a brasileira. GABARITO: C Comentário: Aplica-se o artigo 7º neste caso. Note que como o casamento foi realizado no BR, as formalidades e IMPEDIMENTOS são tratadas pelo BR. Mas impedimento é diferente de INVALIDADE. As invalidades são tratadas pelo 1º domicílio do casal, logo, na República Dominicana. LINDB. Art. 7 A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. § 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 3 Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. (6) (FGV – 2022 – TJ-MG) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro dispõe sobre o conflito de leis no tempo: “Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Analise as afirmativas a seguir. I. Como o Código Civil é a “Constituição do homem comum”, emenda à Constituição Federal, editada posteriormente ao Código Civil de 2002, não revoga regras codificadas, quando conflitantes. II. A criação dos chamados “microssistemas” não exclui a aplicação do Código Civil às relações jurídicas abrangidas pelos ditos “microssistemas”. III. O Código de Defesa do Consumidor se tornou incompatível com o Direito Empresarial, após a vigência do Código Civil de 2002. IV. Tendo em vista a necessidade da criação dos chamados “microssistemas”, desde o século XX passou a ser recomendado evitar a interpretação do Direito como unidade sistemática, a fim de se garantir a supremacia da Constituição Federal, a centralidade do Código Civil e a segurança jurídica. Está correto o que se afirma em: a) I, II, III e IV. b) II e IV, somente. c)II, somente. d) IV, somente. GABARITO: C Comentário: O item I está errado, pois uma PEC, após aprovada e promulgada passa a ter força de lei, modificando o texto Constitucional. Assim, caso tal modificação seja incompatível ou conflitante com as disposições do Código Civil, haverá a revogação das mesmas, segundo a regra do §1º, do art. 2º, da LINDB. O item II está correto, pois a criação de microssistemas para fins de tratar especificamente de um tema já abordado por uma lei pré-existente, assim como a promulgação de uma lei que estabeleça disposições gerais a respeito de uma lei específica, não implica em sua revogação. É o que dita o §2º, do art. 2º, da LINDB. O item III está errado, pois não há o que se falar em incompatibilidade uma vez que em se tratando de Direito do Consumidor, o CC trata apenas de disposições gerais, enquanto o CDC elenca disposições específicas, assim, estamos diante novamente da regra do §3º, do art. 2º, da LINDB. O item IV está errado, pois como assevera Bobbio, o ordenamento jurídico é composto de um complexo de normas que não existem isoladamente, mas que são ligadas umas às outras formando um sistema normativo. Assim, partindo da perspectiva da hierarquia das normas de Kelsen, a Constituição (norma superior), servirá de base para as demais normas infraconstitucionais, o que inclui o CC e os chamados microssistemas, formando uma unidade sistemática. (7) (FGV – 2018 – TJ-SC) Após regular tramitação na AssembleiaLegislativa, lei que fixava o novo salário mínimo estadual foi publicada no Diário Oficial de Santa Catarina do dia 02. Verificando-se que do texto da lei não constou o valor correto aprovado pelo Legislativo, foi providenciada nova publicação corretiva da lei, o que ocorreu no dia 03. Considerando que não foi designada data para vigência da lei, o novo salário passa a vigorar: a) a partir do dia 02; b) a partir do dia 03; c) 45 dias após a publicação do dia 02; d) 30 dias após a publicação do dia 03; e)45 dias após a publicação do dia 03. GABARITO: E Comentário: Como houve correção da lei anteriormente publicada, a publicada no dia 03 é considerada uma lei nova. A vacatio legis será de 45 dias contados da publicação. Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada”. (8) (FGV – 2018 – TJ-AL) Até 07 de abril de 2017, vigorava, no Município X, a Lei 01, que estipulava em trinta dias prazo para interposição de recursos à própria administração municipal contra atos praticados por seus servidores. Na referida data, entrou em vigor a Lei 02, que alterou o referido prazo para quarenta dias e revogou, neste ponto, a Lei 01. Contudo, atendendo a pleito local, o Município editou a Lei 03, de 07 de março de 2018, com o seguinte e único texto: “Art. 1º : Revoga-se Lei 02”. Quanto a essa situação, é correto afirmar que: a) no dia da publicação da Lei 03, a Lei 01 volta a vigorar; b) trinta dias após a publicação da Lei 03, a Lei 01 retorna a vigorar; c) quarenta e cinco dias após a publicação da Lei 03, a Lei 02 deixa de vigorar; d) no dia da publicação da Lei 03, a Lei 02 deixa de vigorar; e) trinta dias após a publicação da Lei 03, a Lei 02 deixa de vigorar. GABARITO: C Comentário: Não há repristinação tácita. A lei somente revogou a anterior. Não houve menção a prazo de vacatio legis, aplicando-se a regra geral: 45 dias! Portanto, somente será revogada a lei 02 após 45 dias da lei 03, sem retorno da lei 01. (9) (FGV – 2018 – TJ-AL) Pedro ajuizou uma ação em face de João e se saiu vitorioso, sendo- lhe atribuído certo bem. Anos depois, quando já não mais era cabível qualquer recurso, ação ou impugnação contra a decisão do Poder Judiciário, foi editada uma lei cuja aplicação faria com que o bem fosse atribuído a João. À luz da sistemática constitucional, o referido bem deve: a) permanecer com Pedro, por força da garantia do ato jurídico perfeito; b) ser transferido a João, com a base no princípio da eficácia imediata da lei; c) permanecer com Pedro, por força da garantia do direito adquirido; d) ser transferido a João, salvo se a lei estabelecer regra de transição; e) permanecer com Pedro, por força da garantia da coisa julgada. GABARITO: E Comentário: #DICADOPED: COISA JULGADA = Já não cabe mais recurso. DIREITO ADQUIRIDO = Já incorporado. ATO JURÍDICO PERFEITO = Já consumado. LINDB - Art. 6º - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Ele ganhou um bem por causa de uma ação (processo), por isso a questão trata de coisa julgada, apesar de que a coisa julgada deu ensejo ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, todavia, se não fosse a coisa julgada não não haveria que se falar nos dois referidos fenômenos. (10) (FGV – 2015 – PGE-RO) De acordo com o que é apontado na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, é correto afirmar que: a) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova; b) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou; c) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito; d) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece; e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. GABARITO: E Comentário: A) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova; Art. 1º, §4º - As correções ao texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. B) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou; Art. 6º, § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. C) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito; Segundo a LINDB, a equidade não é considerada um método de integração, pois o rol é preferencial e taxativo. Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. D) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece; Art.3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. E) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Art. 2º, §3 Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.