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GERENCIAL II 
DA ASSISTÊNCIA 
TÉCNICA E GERENCIAL
©2021. FATECNA - Faculdade CNA a Distância
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).
Fotos
Banco de imagens do SENAR
Getty Images
Shutterstock
Informações e Contato
SBN – Quadra 1, Bloco F. Edifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908
Telefone: (061) 3878-9500
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Júnior
Entidades integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial
Matheus Ferreira Pinto da Silva
Cálculo de custo de produção
Módulo 3
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 4
Sumário
Introdução do módulo ............................................................................................................... 6
Introdução ..............................................................................................................................10
Tópico 1: Custo operacional efetivo ..................................................................................12
Tópico 2: Mão de obra familiar ...........................................................................................23
Tópico 3: Depreciação ..........................................................................................................33
Tópico 4: Custo operacional total ......................................................................................45
Tópico 5: Aplicação dos conceitos .....................................................................................56
Encerramento do tema ........................................................................................................72
Atividade de Passagem ........................................................................................................73
Tema 2: Cálculo do custo de produção II ............................................................................74
Introdução ..............................................................................................................................74
Tópico 1: Custos fixos ...........................................................................................................76
Tópico 2: Custo total ..........................................................................................................100
Tópico 3: Margem bruta ....................................................................................................107
Tópico 4: Margem líquida ..................................................................................................120
Tópico 5: Aplicação dos conceitos ...................................................................................132
Encerramento do tema ......................................................................................................146
Atividade de passagem ......................................................................................................147
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 5
Tema 3: Cálculo dos indicadores ....................................................................................... 150
Introdução ............................................................................................................................150
Tópico 1: Lucro ....................................................................................................................152
Tópico 2: Ponto de cobertura ...........................................................................................163
Tópico 3: Ponto de cobertura total .................................................................................174
Tópico 4: Taxa de retorno de capital ...............................................................................179
Tópico 5: Aplicação dos conceitos ...................................................................................188
Encerramento do tema ......................................................................................................192
Atividade de Passagem ......................................................................................................193
Encerramento do módulo .................................................................................................... 195
Final de etapa ......................................................................................................................... 197
Gabarito das Questões......................................................................................................... 199
Referências bibliográficas .................................................................................................. 203
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 6
Introdução do módulo
Bem-vindo! Você está iniciando o módulo Gerencial II da Assistência Técnica 
e Gerencial. Observe no infográfico a sua posição no curso e atente-se ao 
seu progresso!
Você está aqui!
Início da 
jornada Final da 
jornada
Módulo 1
Metodologia da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Aprimorar conhecimentos 
metodológicos para o 
desempenho necessário 
de ações de assistência 
técnica, destacando as 
competências requeridas 
ao exercício da atividade.
Módulo 2
Gerencial I da 
Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Reconhecer os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Módulo 4
Gerencial III 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Calcular e 
interpretar 
indicadores técnicos 
e econômicos nas 
principais cadeias 
produtivas da 
pecuária ou da 
agricultura.Módulo 3
Gerencial III 
da Assistência 
Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os 
conceitos gerenciais 
da Metodologia de 
Assistência Técnica 
e Gerencial.
Módulo 5
Planejamento 
da Propriedade 
Rural
Definir em 
que consiste o 
planejamento 
estratégico da 
propriedade rural 
assistida pela 
Metodologia de 
ATeG, facilitando 
sua compreensão e 
aplicabilidade.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 7
Na prática, este módulo tem o objetivo de apresentar a você as diversas 
peculiaridades que envolvem a identificação dos custos na linha de produção 
vegetal, desenvolvendo uma visão mais crítica para o momento da aplicação 
em seu trabalho prático. Dessa forma, você terá embasamento em critérios 
técnicos, de acordo com a metodologia de Assistência Técnica e Gerencial 
para uma análise econômica mais real da empresa rural. Para isso, o módulo 
foi dividido em três temas
Tema 1
Cálculo de 
custos de 
produção I
Tema 2
Cálculo de 
custos de 
produção II
Tema 3
Cálculo de 
indicadores
Nossa expectativa é que, ao final do módulo, você entenda a teoria geral 
de custos com maior aprofundamento e com a prática de realizar cálculos 
importantes para levantar o custo de produção e de fazer algumas análises 
econômicas sobre a empresa rural.
Tudo isso para que você possa se tornar um autêntico educador agente de 
transformações no campo, capaz de:
• identificar a correta alocação das despesas, investigando e diferenciando os 
gastos para produção,
• estratificar custos operacionais e custo total, alocando apropriadamente cada 
elemento desse cálculo,
• identificar os fatores de maior impacto e os limitantes de desenvolvimento da 
atividade, elaborando um planejamento adequado ao final do processo,
• definir os conceitos de margem bruta e lucro, entendendo a relação com o 
“lucro da atividade”, além da margem líquida, que fornece dados essenciais 
para aplicação da taxade retorno de um investimento.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 8
Praticando...
Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que 
acha de ver esses conceitos de forma mais prática?
Vá ao seu Ambiente de Estudos, assista ao vídeo que 
mostra a história do Técnico Marcelo e da Fazenda 
Santa Felicidade, aplicando todos esses conceitos 
durante o módulo.
Desafios da jornada
Vale lembrar que o conteúdo é todo interligado, por isso, você precisa explorar 
o primeiro tema, todos os tópicos e realizar a Atividade de Passagem, para 
depois acessar o tema seguinte.
Relembre, a seguir, os tipos de desafios que você encontrará ao longo do módulo!
Pense e Decida
Situações práticas e objetivas em que você deve analisar o cenário 
e tomar uma decisão. Não possui valor para a certificação.
Atividade de Passagem
Tem o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento 
em relação ao conteúdo do tema correspondente e libera o acesso 
ao tema seguinte.
Estudo de Caso
Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso consiste em 
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 9
Simulado
Depois de passar por todos os temas do módulo e tiver completado 
a última atividade, você deverá responder o Simulado.
Avaliação
A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar o seu 
desempenho em cada módulo.
Fórum
O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre 
você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica aberto 
durante todo o seu período de estudos nesta fase.
Ah, não se esqueça:
• Realize, no Ambiente de Estudos, a pesquisa de satisfação.
• A nota do módulo é composta por uma média simples.
• Para passar: Avaliação + Estudo de Caso ÷ 2 = 6 ou mais.
Lembre-se de que é essencial voltar ao Ambiente de Estudos ao final de cada 
tema para realizar a sua Atividade de passagem, combinado?
Tenha uma ótima jornada de conhecimento e crescimento. Bons estudos!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 10
Tema 1: Cálculo do custo de 
produção I
Introdução
Você está iniciando o primeiro tema do módulo. O objetivo é que você 
compreenda todas as possibilidades de aplicação dos custos variáveis, 
sua dinâmica e a correta apropriação de acordo com os diversos cenários 
e exemplos.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• aplicar corretamente os conceitos que compõem o custo operacional efetivo 
(COE) e o custo operacional total (COT),
• estratificar cada elemento de composição desses conceitos,
• realizar propostas de intervenções tecnológicas ou administrativas.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 11
Estrutura do tema
A teoria dos custos é um conceito essencial para o gerenciamento financeiro da 
propriedade rural. Por isso, saber como aplicá-la na prática é de extrema importância. 
Para facilitar o entendimento deste conteúdo e garantir seu gerenciamento, o tema 
está dividido em tópicos.
Conheça, então, o objetivo de cada um.
Tema 1
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Custo operacional efetivo
Compreender melhor o conceito de “centro de custos” da metodologia de Assistência 
Técnica e Gerencial, alocando os custos variáveis sob diversos aspectos e com as 
peculiaridades de diversas cadeias produtivas exemplificadas.
Mão de obra familiar
Conhecer os conceitos que 
fundamentam a determinação 
dos valores deste que é 
um dos mais subjetivos e 
controversos componentes dos 
custos de produção.
Aplicação dos conceitos
Acompanhar a aplicação 
prática dos conceitos 
estudados, de forma 
detalhada. 
Custo operacional total
Saber qual é a composição do custo 
operacional total, negligenciado em 
algumas análises por não ter grande 
aplicação em campo, mas que é de 
grande importância na avaliação técnico-
econômica da propriedade rural.
Depreciação
Ampliar seus conhecimentos 
sobre conceituação, aplicação 
e importância de calcular a 
depreciação como parte relevante 
dos custos de produção.
Entendido o que esperar de cada tópico, siga em frente e ótimos estudos!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 12
Tópico 1: Custo operacional efetivo
Você sabe como usar o conceito de centro de custo na 
realidade rural?
No decorrer deste tópico você compreenderá melhor o conceito de 
“centro de custos”, entendendo como alocar os custos variáveis, 
considerando diversos aspectos e peculiaridades de diversas cadeias 
produtivas.
O custo operacional efetivo (COE) é a soma de todas as despesas diretas 
pagas pelo produtor rural (ou seu administrador) para poder iniciar, conduzir 
e concluir o ciclo de produção animal e/ou vegetal.
Basicamente, o que determina que um item de custo é um COE é a 
geração de um desembolso efetivo (que pode ser financeiro ou não). A 
duração do COE será sempre menor ou igual ao ciclo produtivo.
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 13
Os exemplos a seguir mostram quais custos fazem parte do COE no dia a dia 
da propriedade.
O imposto sobre o valor da 
terra (ITR) pode não ser 
variável, pois é cobrado 
todo ano. Porém, gera 
desembolso, então é COE.
O composto produzido 
na propriedade não gera 
desembolso financeiro, 
mas é efetivamente 
um gasto realizado na 
produção de hortaliças de 
um produto que poderia 
ser vendido. Então, é COE.
É possível citar alguns exemplos de despesas diretas:
• Aquisição de 
sementes, 
fertilizantes e 
corretivos
• Aluguel e/ou 
manutenção 
de máquinas e 
equipamentos
• Despesas 
administrativas e 
encargos fiscais
• Mão de obra 
contratada
• Combustível, 
energia, frete etc.
• Pagamento 
de mão de 
obra avulsa 
(diaristas) 
• Pagamento de 
mão de obra 
contratada (CLT) 
• Pagamento de 
impostos e taxas 
• Arrendamento 
de terras 
• Pagamento de 
energia elétrica
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma norma legislativa de 
regulamentação das leis referentes ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual 
do Trabalho no Brasil, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio 
de 1943. Constitui o principal instrumento de regulamentação das relações 
individuais e coletivas do trabalho. Desde a sua criação, sofreu várias alterações, 
no sentido de criar uma legislação.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 14
Gastos pessoais, como dentista, médico, escola etc., não são itens de despesa 
da atividade, portanto não compõem o COE. Quando a energia elétrica, ou 
qualquer outro insumo for compartilhado entre a atividade profissional e a 
pessoal, seu custo deverá ser computado separadamente, na proporção das 
aplicações realizadas.
Variação das quantidades
Todos esses elementos listados como exemplos de despesa geram 
um pagamento sistematizado, que vai variar de acordo com o volume 
e a tecnologia de produção que o administrador adotar. Por isso, o 
produtor tem autonomia para decidir as quantidades usadas.
Essa afirmação é possível seguindo a seguinte lógica:
Um produtor 
deseja:
Incrementar 
as tecnologias, 
melhorando a 
produtividade sem 
aumentar a área 
destinada à produção.
Não produzir, logo 
não será preciso nem 
adquirir insumos.
Consequentemente, 
precisará passar 
por um processo 
chamado de 
intensificação do 
cultivo.
Consequentemente, 
existirá a necessidade 
de contratar 
trabalhadores, adquirir 
corretivos, sementes, 
fertilizantes, água, 
defensivos etc.
Aumentar a área de 
cultivo, logo terá que 
preparar um espaço 
maior de solo para a 
implantação de lavoura, 
fruticultura, olericultura, 
ou mesmo de pastagens 
para seus animais.
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 15
É possível observar que o COE está diretamente ligado com a produção desejada, 
em que cada acréscimo almejado geralmente implica em aumentos desse 
custo, embora ele até possa ser nulo, caso não haja produção.
Note que o gráfico a seguir possui dois eixos: o de produção e o de custos. 
Entenda!
Custo em relação direta com a produção, gerando como respostao COE.
Produção
C
us
to
 R
$
COE
Produção
O COE parte da 
interseção dos 
eixos no VALOR 
ZERO – então, caso 
não haja produção, 
não haverá 
despesas diretas.
C
us
to
 R
$
COE
Produção
Conforme a produção 
aumenta, o custo 
também aumenta.
C
us
to
 R
$
COE
Custo em relação direta com a produção, gerando como resposta o COE.
Produção
C
us
to
 R
$
COE
Produção
O COE parte da 
interseção dos 
eixos no VALOR 
ZERO – então, caso 
não haja produção, 
não haverá 
despesas diretas.
C
us
to
 R
$
COE
Produção
Conforme a produção 
aumenta, o custo 
também aumenta.
C
us
to
 R
$
COE
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 16
Custo em relação direta com a produção, gerando como resposta o COE.
Produção
C
us
to
 R
$
COE
Produção
O COE parte da 
interseção dos 
eixos no VALOR 
ZERO – então, caso 
não haja produção, 
não haverá 
despesas diretas.
C
us
to
 R
$
COE
Produção
Conforme a produção 
aumenta, o custo 
também aumenta.
C
us
to
 R
$
COE
Como foi dito, geralmente existe uma relação direta entre o aumento da 
produção e o incremento de custo. Porém, pode acontecer que a quantidade 
produzida seja ampliada, sem que exista um aumento do COE.
O diagnóstico realizado pelo Técnico de Campo na propriedade pode identificar 
algum desperdício de recursos ou a má aplicação deles. A correção/racionalização 
desses desvios pode elevar o patamar produtivo ou até apresentar uma redução 
de custos, sem alterar suas estruturas.
Análise da elevação de custos
Ao analisarmos a elevação dos custos variáveis em consequência do 
aumento da produção, é fundamental relembrarmos os conceitos 
apresentados no tópico Economia de Escala do Módulo Gerencial I da 
Assistência Técnica e Gerencial.
Essa análise é importante para que não se tenha a ideia equivocada de que o 
COE apenas sofrerá aumentos, transmitindo a impressão de que a ampliação 
do volume produzido e, portanto, do COE, é sinônimo de maiores despesas e 
menores lucros.
A elevação de custos é observada somente no COE total da atividade. Quando 
analisamos o COE por unidade produzida, podemos observar que sua redução 
gradual é possível, através das seguintes medidas:
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 17
Diluição dos valores de 
serviços contratados 
para um maior volume 
produzido. 
Obtenção de descontos 
nos insumos adquiridos 
de acodo com o volume 
(compra programada ou 
coletiva).
Forma de pagamento/
faturamento 
(faturamento direto 
pela fábrica do insumo 
em questão).
Entenda acompanhando o exemplo a seguir!
O custo de uma unidade 
de adubo ou ração é de 
R$ 70,00/saca.
O mesmo produto terá 
seu valor reduzido para 
R$ 60,00/saca se ele comprar 
uma quantidade maior.
Porém, ao analisar o valor unitário 
dos insumos adquiridos e o seu 
reflexo nos custos unitários dos 
itens produzidos a partir deles, será 
observada uma redução gradual.
Assim, o custo total 
será maior, pois serão 
incrementados mais 
insumos no sistema.
Um produtor que compra apenas uma unidade de ração ou adubo paga um 
valor diferente do que desembolsaria ao comprar um volume maior. Então…
Neste momento não nos aprofundaremos sobre a redução de custos totais por 
meio da diluição dos custos fixos obtida com o aumento da escala de produção. 
Esse assunto será tratado mais adiante.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 18
A realidade do campo
Será comum para você, Técnico de Campo, observar 
que nem sempre quem obtém a maior renda bruta 
é quem alcança o maior lucro proporcional. Também 
verá que não é válido dizer que um COE elevado 
é sinônimo de prejuízo.
Despesas diretas no COE
Em relação ao pagamento de impostos e taxas, ao arrendamento de terras e 
ao gasto com energia elétrica, já citados como exemplos de despesas diretas, 
a metodologia considera que esses itens estão estreitamente ligados ao ciclo 
produtivo. Portanto, sua duração será sempre menor ou igual ao ciclo produtivo.
Mesmo que essas despesas sejam esperadas em intervalos e até mesmo em 
valores regulares, elas não se configuram como um elemento de custo fixo, 
mas sim como parte do COE.
Na prática
Em determinada propriedade rural arrendada, trabalham um funcionário 
contratado e um diarista eventual, ambos exclusivos para a produção.
O produtor resolve iniciar um projeto de irrigação, com a finalidade de melhorar sua 
produtividade. Isso acarretará maior gasto de energia elétrica e água, ou seja, os 
custos vão aumentar.
Já no caso do arrendamento, mesmo que seja regido por 
um contrato com prazos estabelecidos, o administrador 
também realiza um desembolso físico de recursos 
financeiros e detém controle absoluto e imediato sobre 
essa despesa.
Por isso, ele pode acabar com ela a qualquer tempo, 
mesmo que para isso suporte o pagamento de eventuais 
multas rescisórias, algo também observado na situação 
laboral legalmente estabelecida.
Por outro lado, caso 
o produtor deseje 
encerrar por completo 
a atividade, não haverá 
motivo para continuar 
tendo despesas com 
eletricidade, água 
e pessoal, podendo 
dispensá-los no 
momento em que 
tomar essa decisão.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 19
Para que esse assunto sobre valores e despesas 
referentes ao COE fique mais claro, volte ao Ambiente 
de Estudos e assista ao vídeo em que o Prof. Erno 
explica a metodologia de cálculo do custo operacional 
efetivo. Acompanhe!
Planejado versus realizado
É fundamental para os Técnicos de Campo e administradores rurais o entendimento 
da conceituação exata do COE, conforme foi tratado. O COE é tão somente 
um custo de produção.
Logo, apenas itens que foram efetivamente utilizados para a confecção de 
determinado produto em um ciclo produtivo específico, independentemente do 
volume de insumos que foram adquiridos inicialmente, são considerados como 
custo de produção. É o que se chama de relação “planejado versus realizado”.
Veja na tabela a seguir a exemplificação disso!
Item Unidade Quantidade 
adquirida
Valor 
unitário Valor total
Quantidade 
utilizada no 
ciclo
COE da 
atividade
Fertilizante 
ureia agrícola Saco 50 kg 20 R$ 120,00 R$ 2.400,00 16 R$ 1.920,00
De fato, o produtor 
desembolsou a quantia 
de R$ 2.400,00 para a 
aquisição do insumo.
Porém, em nossa metodologia esse desembolso é anotado 
como fluxo de caixa, e não como custo de produção – afinal, 
nem todo o insumo adquirido foi utilizado.
É muito importante entender o conceito de que a duração dos itens inseridos 
no COE é menor ou igual ao ciclo produtivo da cultura. Caso o produtor adquira 
um item que vai perdurar mais do que um ciclo produtivo, esse desembolso 
será classificado como investimento, pois seu uso se dará por tanto tempo 
quanto sua vida útil permitir.
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 20
Na prática
Qualquer que seja a cadeia produtiva que o técnico estiver 
assistindo, é importante que ele adote um período de 
referência igual a um ano para poder realizar a análise 
dos indicadores dessas atividades.
Assim, será possível ter seus comparativos em relação 
aos seus próprios exercícios anteriores, ano a ano, assim 
como comparar com outras propriedades que utilizam a 
mesma metodologia de cálculo de custos de produção.
Exemplos de investimentos
Macacão para apicultura e regador para olericultura, por exemplo, são itens que 
possuem um custo relativamente barato, o que leva alguns administradores à 
tendência de os classificarem como COE.
No entanto, se durarem mais de um ciclo produtivo, devem ser classificados 
como investimento.
Veja mais uma diferença entre COE e investimento.
COE Investimento
Deve ser reembolsado ao pagador 
(produtor rural) ao final de cada ciclo, 
para que ele volte a ter capacidade de 
comprar novamente os insumos. Deve 
ser iniciado a cada ciclo.
Não deve ser reembolsado logo no 
primeiro ciclo de sua utilização. O retorno 
será dado com a utilização do bem 
adquiridoao longo do tempo.
No caso do investimento, a metodologia de ATeG dá outro tratamento, conforme 
você verá mais afrente.
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 21
Manutenção versus investimento
A manutenção de máquinas, equipamentos, ferramentas e benfeitorias que 
são utilizadas para a atividade analisada, seja ela preventiva ou corretiva, é 
considerada COE. Isso, porque ela é caracterizada como uma despesa que 
gera desembolso direto e tem sua existência atrelada ao ciclo produtivo.
Entretanto, com o passar do tempo, esses itens tendem a se aproximar 
do sucateamento, necessitando de manutenções mais complexas (caso o 
proprietário deseje permanecer com o bem em pleno estado de utilização), 
que são chamadas de “reforma”.
Na metodologia de ATeG, manutenções são classificadas como investimento, 
sempre que atingem a representatividade de 30% do valor de mercado 
atualizado do bem que está sendo reformado.
Entenda observando o exemplo a seguir!
Na prática
Representatividade do valor da manutenção = 
(valor da manutenção ÷ valor de mercado) × 100%
(R$ 23.000,00 ÷ R$ 70.000,00) × 100% = 32,86%
Quando novo, um trator com vida útil de 15 anos custou 
R$ 180 mil ao produtor.
Hoje, com 12 anos de uso, seu valor atual de mercado 
é de R$ 70 mil.
Infelizmente, o trator quebrou. Se o produtor resolver realizar uma 
manutenção, que custa R$ 23 mil, ela deverá ser classificada como reforma, 
portanto um investimento. Por quê?
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 22
É possível concluir que houve um investimento, pois o valor da reforma de R$ 
23 mil superou o percentual de 30% do valor de mercado atualizado do bem 
de R$ 70 mil. Assim, a despesa deve ser alocada no fluxo de caixa e integrar 
o total de capital imobilizado (empatado) para a atividade, não no COE.
O exemplo apresenta uma decisão puramente administrativa, pois o proprietário 
optou por reformar um bem já existente em detrimento de adquirir um novo. 
Com um investimento de valor tão considerável quanto esse, vale a pena 
reavaliar esse bem sob dois pontos de vista:
Financeiro Vida útil
Seu valor é atualizado. Para isso, basta 
somar o valor investido na reforma àquele 
pelo qual o bem foi previamente avaliado 
para se obter sua nova cotação. É 
realizada a soma porque o administrador 
já tem a oportunidade de capital 
imobilizado ou empatado no equipamento 
antes da reforma e, mesmo assim, decide 
empatar mais essa quantia financeira.
Mesmo que a máquina ou o equipamento 
não valha esse mesmo valor atualizado 
no mercado, o administrador possui esse 
montante imobilizado no bem.
Devido a esse investimento, o bem 
avaliado poderá ser utilizado por mais 
tempo. É recomendável ter bastante 
critério no momento de realizar 
essa avaliação, a qual vai influenciar 
diretamente nos custos de produção.
Por exemplo, é possível supor que o 
trator deste caso terá um adicional de 
5 anos de trabalho. Ou seja, a vida útil 
residual será alterada de 3 para 8 anos 
(5 + 3), distribuindo ou diluindo o 
custo fixo do bem (depreciação) por um 
período mais prolongado.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Aprofundou-se no 
conceito de centro 
de custos.
Compreendeu a importância 
da relação “planejado versus 
realizado” dentro de uma 
análise financeira.
Viu como analisar a 
elevação de custos e 
relembrou o conceito de 
economia de escala.
Entendeu o que são 
despesas diretas no COE 
e saberá diferenciá-las 
dos investimentos.
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 23
Tópico 2: Mão de obra familiar
Família que trabalha na propriedade não recebe?
Neste tópico você vai compreender os conceitos que fundamentam 
a determinação dos valores de custo com mão de obra familiar.
O custo da mão de obra familiar é fixo e indireto, diferentemente de quando 
ocorre o pagamento de funcionários contratados, que representam um custo 
direto. Conforme visto anteriormente, o custo com a mão de obra familiar nada 
mais é do que a análise de custo de oportunidade.
É importante fazer uma avaliação muito cuidadosa desse item, uma 
vez que é um elemento de custo fixo e bastante subjetivo, ou seja, 
não vai se alterar no curto prazo. Além disso, a mão de obra familiar 
tem participação importante no custo de produção das atividades 
agropecuárias, especialmente em pequenas propriedades rurais.
O procedimento usual para valorar essa mão de obra é considerar o salário de 
mercado como referência de custo de oportunidade. Sendo assim, é preciso 
avaliar a atividade exercida pelos membros da família na propriedade, assim 
como a disponibilidade e as especialidades.
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 Cálculo de custo de produção pg. 24
Entenda melhor como calcular o valor da mão de obra familiar a seguir!
Assuntos do campo
A mão de obra familiar é um assunto importante e 
que faz parte de muitas propriedades.
Então, vamos começar imaginando o seguinte cenário.
Uma propriedade desenvolve as atividades de 
fruticultura e piscicultura.
O produtor rural possui formação superior com 
doutorado, mas trabalha em sua propriedade com 
atividades básicas, que não necessitam de sua 
formação acadêmica.
É possível ver que a ver que a sua mão de obra é 
valorada pelo trabalho que realiza e não por causa 
da formação ou capacidade intelectual.
O que deve ser avaliado nesse caso, é a atividade 
exercida.
Ao contabilizar o impacto que a mão de obra familiar 
tem no custo de produção, você, técnico, deve sempre 
ter em mente que o produtor rural é um empresário, 
um empreendedor, e não um funcionário. 
Sendo assim, seus recebimentos não englobam custos 
laborais legais, como contribuições compulsórias, 
pagamento de férias e 13º salário.
Dessa forma, você deve calcular apenas a estimativa 
de renda pelo período analisado, sem acréscimos.
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 25
Ou seja, deve contar os 12 meses do ano, o ciclo 
produtivo ou a base de valor da diária paga na região 
para a atividade exercida.
Caso o produtor conte com a colaboração de mais 
algum membro da família, você vai contabilizar como 
mão de obra familiar apenas aqueles que não possuem 
retirada de valores sistemáticos da atividade, seja em 
capital financeiro, seja em produtos.
Caso contrário, esse membro deve aparecer como 
um funcionário, portanto considerado no COE.
Então, atente-se sempre a essa questão quando 
estiver cuidando da contabilização desses valores 
com o produtor, ok?
Para que tudo fique mais claro, acompanhe um exemplo prático.
Na prática
O produtor de milho, Sr. Manoel, paga ao seu filho Zezinho R$ 100,00 por 
semana para que ele vá à cidade se divertir aos domingos. 
O rapaz o ajuda diariamente na atividade e merece uma folga…
A tendência de que o Zezinho seja incluído como mão de obra familiar 
é grande, pois ele é filho do proprietário.
Também é possível que o pagamento semanal de R$ 100,00 para o 
Zezinho entre na saída de fluxo de caixa e nos custos de produção.
O correto é contabilizar o Zezinho apenas como custo semanal igual a R$ 100,00 e 
retirá-lo da mão de obra familiar.
Isso porque ele recebe por seus serviços como um funcionário comum, 
contratado e pago por semana, mesmo que sua mão de obra esteja 
sendo avaliada de forma modesta pelo Sr. Manoel.
Então, o custo da mão de obra do Zezinho deve ser lançado 
como custo operacional efetivo (COE).
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 Cálculo de custo de produção pg. 26
Fica nítido, a partir de agora, que o termo “mão de obra familiar” não deve 
ser atrelado exclusivamente ao fator parentesco, mas assimilado juntamente 
ao contexto de desembolsos, pois também é conhecido como pró-labore do 
administrador (pagamento realizado aos sócios pelos serviços prestados à 
empresa).
Assim, é necessário ser um 
administrador da empresa 
rural para justificar o 
recebimento de pró-labore, 
apresentando grau de 
parentesco ou não,desde que 
não seja sistematicamente 
remunerado, causando 
desembolso físico de capital 
ou produtos.
Sempre que houver essa 
situação de pagamentos 
regulares a familiares 
ou administradores, eles 
deverão ser desqualificados 
dos custos fixos e alocados 
no COE, pois passaram a 
ser uma despesa direta.
Em algumas propriedades rurais o proprietário faz uma retirada (pró-labore) 
de um valor mensal para arcar com as despesas da família e muitas vezes até 
para socorrer outras atividades. Porém, esse valor não condiz com a realidade 
de custo dessa mão de obra, considerando o tempo dedicado e a natureza das 
tarefas executadas.
Caso não tenha atenção no momento de lançamento de dados, o Zezinho 
pode ser contabilizado de forma duplicada nos custos de produção: uma 
como pagamento a terceiros (COE de R$ 400,00/mês), e outra como mão 
de obra familiar.
Esse tipo de avaliação errônea pode comprometer a viabilidade do negócio 
analisado.
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 Cálculo de custo de produção pg. 27
Na prática
O Sr. Roberto é produtor de 
hortaliças e também cultiva milho e 
soja em sua propriedade.
O técnico que atende a propriedade, 
conversou com os familiares para 
identificar o que cada um deles faz 
na atividade e o tempo dedicado em 
suas funções, chegando à conclusão 
de que o custo da mão de obra 
familiar é de R$ 3.000,00.
R$ 3.000,00 é o valor correto a ser lançado 
como custo de mão de obra familiar, já que 
o restante do valor (R$ 2.000,00) pode ser 
interpretado como remuneração do capital ou 
ainda como lucro da atividade – remuneração 
do empreendedor.
Como a horta gera receita 
mensal, o proprietário retira do 
valor recebido, R$ 5.000,00 
todos os meses, para arcar 
com as despesas da família e, 
em alguns momentos, para 
comprar insumos para a lavoura.
Não se deve confundir custo 
de mão de obra familiar 
com remuneração do 
empreendedor, tema que 
será visto logo a diante.
É muito importante destacar que a mão de obra familiar, em alguns casos, 
dedica um esforço maior que a mão de obra contratada, além de trabalhar por 
um período superior à jornada legal de um funcionário. Logo, para dimensionar 
o valor do trabalho da mão de obra familiar, não se deve apenas contar o 
número de pessoas envolvidas, mas sim qual seria o custo para substituí-las, 
dadas as atividades executadas por elas.
Para complementar esse raciocínio, veja mais este exemplo!
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 Cálculo de custo de produção pg. 28
Um pai e seu filho trabalham sozinhos na 
propriedade rural. Acordam diariamente 
às 5h da manhã e encerram sua jornada 
de trabalho às 19h. Ambos realizam 11 
horas de trabalho e têm mais 3 horas 
de almoço e descanso. Muito dedicados 
e concentrados nas atividades, são 
eficientes nas operações que exercem.
Certa vez, resolveram tirar uma semana 
de férias com toda a família e, para isso, 
contrataram duas pessoas para substituí-
los. Porém, já no primeiro dia notaram 
que os dois contratados, em suas 8 horas 
de trabalho diário, não executaram 
sequer 50% das tarefas que pai e filho 
realizavam.
Dessa forma, tiveram de contratar mais 
duas pessoas para executar o serviço, 
chegando a quatro contratados. Nesse 
caso, a alocação deve ser de quatro 
salários para pai e filho como custo fixo de 
mão de obra familiar, pois eles realizam 
atividades que somente a contratação 
dessa quantidade de funcionários 
atenderia à demanda.
O que acha de confirmar se esse conceito está claro para você?
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 Cálculo de custo de produção pg. 29
 Pense e decida
Em uma propriedade rural, o pai, a esposa e seus cinco filhos trabalham 
nela. A situação da mão de obra é a seguinte:
• Pai e mãe: trabalho integral.
• Filho mais velho: formado; trabalho integral.
• Outros 4 filhos: cursam ensino técnico pela manhã e o trabalho é em 
meio período.
Ao chegarem dos cursos, o pai fala com os filhos sobre a importância 
da lida do sítio, porém a cada dia todos eles estão menos interessados 
nas atividades rurais, pois acreditam que pequenas propriedades não 
apresentam perspectivas de melhoria. Esse pensamento é validado por 
seus pais, ao não deixarem seus filhos participarem da administração 
da propriedade, ocultando os resultados alcançados pela família.
Dessa forma, a participação desses filhos no trabalho da propriedade 
existe, mas está cada vez menor. Diante desse contexto, qual é o custo 
da mão de obra familiar nessa propriedade?
 
O valor de sete salários de mercado 
para cada um dos sete membros 
da família.
O valor de cinco salários de mercado 
para essa função.
Justifique aqui a sua escolha!
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 Cálculo de custo de produção pg. 30
Feedback
Nesse caso, o custo da mão de obra familiar deve ser dimensionado com o 
mesmo critério de outras situações, ou seja, para substituir o trabalho dessa 
família, devemos considerar a quantidade de pessoas necessárias pelo salário 
de mercado.
Ao analisar as informações, você poderá concluir que para as atividades 
realizadas por essa família são necessárias cinco pessoas: pai, mãe e filho 
mais velho – cada um dos três com salário de mercado integral – e quatro 
filhos a meio período – o que totalizaria dois salários integrais, por exemplo. 
Logo, o custo da mão de obra familiar será o valor de cinco salários de 
mercado para essa função, e não de sete.
Remuneração do empreendedor
Caso o administrador/empreendedor tenha em mente que a única fonte de 
renda para a mão de obra familiar faça parte dos seus custos de oportunidade, 
deve ter sido realizada uma análise errada e pouquíssimo atrativa ao produtor.
É importante ter em mente que a remuneração do empreendedor acontece 
em três momentos. Acompanhe!
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 Cálculo de custo de produção pg. 31
O valor da mão de obra 
familiar representa o custo de 
oportunidade do trabalho do 
produtor rural e sua família, 
considerando as funções que 
todos desempenham dentro do 
sistema produtivo.
De uma forma geral, esse 
item é um componente dos 
custos fixos, pois não existe 
desembolso e representa 
também um custo de 
oportunidade de investimento.
Nesse caso, será avaliado, por 
exemplo, se compensaria mais 
o empreendedor ter investido 
R$ 1 milhão de capital médio 
na infraestrutura da atividade 
ou se teria uma melhor 
remuneração investindo esse 
mesmo capital na poupança 
– um investimento tradicional 
e com rendimento histórico 
médio de 6% ao ano que 
é adotado na metodologia 
de Assistência Técnica e 
Gerencial como parâmetro de 
comparação.
Assim, esse R$ 1 milhão 
renderia na poupança, a 6% 
a.a., a quantia de R$ 60 mil/
ano. Obrigatoriamente, para 
ser minimamente atrativa, 
a atividade deveria render a 
partir desse valor.
De forma conceitual, para 
entender a alocação do lucro 
que a atividade proporciona 
nessa etapa de cálculos, basta 
compreender que o lucro, na 
verdade, não é diretamente 
do empreendedor, mas 
sim do negócio – os custos 
com seu trabalho já foram 
remunerados.
Em muitos empreendimentos, 
o lucro é destinado a diversas 
finalidades, de acordo com 
o planejamento estratégico 
da empresa. Por exemplo: 
10% do lucro é destinado 
para ações de marketing; 
2% para doações; 20% para 
investimentos em pesquisa; 
50% para aquisição de 
novos negócios e 18% para 
distribuição de dividendos 
entre os sócios do negócio.
Assim, caso não haja 
destinação para investimentos 
em novas áreas ou destinação 
de recursos para outros 
setores, o lucro deverá ser 
destinado do negócio ao 
empreendedor.
Mão de obra 
familiar
Custo de 
oportunidade
Lucro
da atividade
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 Cálculo de custo de produção pg. 32
Tanto o custo de oportunidade quanto o lucro serão tratados mais profundamente 
no tema seguinte.
Assim, a fórmula para o cálculo da remuneração do produtor rural/empreendedor 
será:
REMUNERAÇÃO = MOF + CO + LUCRO
Custo de oportunidade
Mão de obra familiar Resultado econômico
Veja um exemplo!
Na prática
Ao final da apuraçãoanual dos resultados obtidos por uma propriedade rural, o Técnico 
de Campo do empreendimento encontrou os seguintes valores:
• custo mensal da mão de obra familiar igual a R$ 1 mil,
• custos de oportunidade do capital iguais a R$ 60 mil por ano,
• lucro anual igual a R$ 20 mil.
A remuneração total do empreendedor no ano analisado pela consultoria foi encontrada 
aplicando a fórmula:
Remuneração = MOF + CO + LUCRO
REMUNERAÇÃO = (R$ 1.000,00/mês × 12 meses) + R$ 60.000,00 + R$ 20.000,00
REMUNERAÇÃO = R$ 12.000,00 + R$ 60.000,00 + R$ 20.000,00
REMUNERAÇÃO = R$ 92.000,00
Portanto, a remuneração total do empreendedor será igual a R$ 92 mil ao ano.
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 Cálculo de custo de produção pg. 33
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Entendeu a 
fundamentação de 
como determinar o 
custo de mão de obra 
familiar.
Compreendeu 
como funciona a 
remuneração do 
empreendedor.
Pôde aprofundar seus 
conhecimentos sobre os 
elementos da mão de 
obra familiar, do custo de 
oportunidade e do lucro da 
atividade.
Tópico 3: Depreciação
Você consegue avaliar o impacto do valor da depreciação 
nos números de uma propriedade rural?
A partir de agora, você verá como reconhecer a importância de 
calcular a depreciação como parte relevante dos custos de produção.
A depreciação é uma reserva monetária destinada a gerar fundos necessários 
para a substituição de bens ao final de sua vida útil.
Ela permite que o produtor rural/empreendedor se prepare para o momento 
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 34
da troca de bens de produção – itens necessários para manter a capacidade 
produtiva da empresa – como:
Equipamentos, 
máquinas, 
benfeitorias
Forrageiras não 
anuais (capineira, 
canavial etc.)
A depreciação é um custo fixo que não representa desembolso, 
portanto é um custo indireto.
Na metodologia de ATeG para o cálculo de custo de depreciação, consideramos 
o método linear e que o valor de sucata dos bens sempre seja igual a zero. 
Esse método tem o objetivo de minimizar a subjetividade do cálculo de custo 
da agropecuária.
Ao optar pelo método linear também ocorre uma estabilização da depreciação 
ao longo de toda a vida útil do bem, necessitando que se realize seu cálculo 
apenas uma única vez, até que ela se encerre. Assim, depreciação é igual a:
Sucata 
(sempre igual a “0”)
Vida útil
Depreciação
Valor de novo
VN - S
VU
d =
Será necessário que o Técnico de Campo apure o valor de novo do bem, 
independentemente da quantidade de anos de uso ou do seu estado de 
conservação, desde que esteja dentro de seu prazo de vida útil.
Entenda a partir de um exemplo prático!
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 Cálculo de custo de produção pg. 35
Na prática
Para um trator no valor de novo de R$ 150 mil, com vida útil de 15 anos, qual 
será sua depreciação?
Nesse caso, o custo anual de depreciação do trator é igual a R$ 10 mil/ano.
Vale destacar que sempre que o bem for adquirido novo e estiver dentro de seu 
prazo de vida útil, a fórmula para calcular a depreciação é essa apresentada. 
Para os casos em que o produtor não for o primeiro dono do bem, o cálculo é 
outro, e será visto adiante.
VN – S
VU
d =
R$ 150.000,00 – 0
R$ 10.000,00 
15 anos
d =
d =
A vida útil se refere ao tempo que o bem pode ser usado para desempenhar sua 
função tendo utilidade econômica na empresa rural. Na metodologia de ATeG, 
ela é contabilizada em anos, podendo ser subdividida pelo intervalo de 
tempo que o administrador desejar para suas análises pessoais, até mesmo 
em horas.
É preciso ter muito critério ao realizar essa avaliação, pois os custos com 
depreciação geralmente são “mascarados” ou não “enxergados” pelo produtor 
rural, uma vez que não se realizam desembolsos para seu pagamento.
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 Cálculo de custo de produção pg. 36
Informação extra
Devido ao Brasil ser um país de dimensões continentais, 
apresentando um grande mix de produtos agropecuários, 
com características edafoclimáticas* diversas, e os bens 
sofrerem intensidades de uso e de desgaste diferentes, 
não é possível tabelar essa informação de modo que seja 
aplicável em todo o território nacional.
Porém, os valores de vida útil podem ser encontrados 
em tabelas disponíveis em obras especializadas para 
agropecuária, que servem de base para o Técnico de 
Campo realizar sua avaliação de acordo com a realidade 
local, como zona litorânea; trabalho em solos arenosos 
em oposição ao trabalho em solos argilosos; regime de 
chuvas na região etc.
Edafoclimáticas são características definidas por fatores do meio, tais como clima, relevo, 
litologia, temperatura, umidade do ar, radiação, tipo de solo, vento, composição atmosférica 
e precipitação pluvial.
Os parâmetros de vida útil para cada item do inventário de recursos, caso não 
sejam estabelecidos pela Coordenação Nacional de ATeG, deverão ser definidos 
pela Coordenação Estadual. Os exemplos utilizados aqui no curso são apenas 
hipotéticos, não servindo de base para a utilização no campo.
São itens que sofrem depreciação:
Benfeitorias (casas do proprietário e dos funcionários, 
aprisco, galpão, depósito, caixa de abelha, cercas etc.)
Máquinas e equipamentos 
(veículos, tratores, balança, 
roçadeira, misturador de ração, 
ferramentas etc.)
Semoventes 
(animais de serviço, 
reprodutores, rebanhos 
não estabilizados etc.)
Forrageiras não anuais.
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Lápis
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 Cálculo de custo de produção pg. 37
Quando o produtor não realiza cálculo de custos de produção, existe a tendência 
de se considerar a depreciação como parte de seus lucros, uma vez que a 
“reserva” financeira é algo raro no hábito dos brasileiros. Uma opção viável 
é aplicar essa reserva em investimentos de longo prazo, chamados no 
mercado financeiro de “renda fixa”.
Sempre que a vida útil do bem for esgotada, o cálculo da depreciação não 
será mais necessário, pois ela será sempre igual a zero, uma vez que toda a 
depreciação já foi paga.
Casos especiais
Quando se fala em depreciação, existem alguns casos especiais que necessitam 
de um pensamento diferente para esse cálculo. Acompanhe!
A. Bens adquiridos usados
Na aquisição de bens já usados, porém dentro do prazo de vida útil, o Técnico 
de Campo deve utilizar como base de cálculo o valor desembolsado pelo 
produtor para adquiri-lo, independentemente de seu valor de mercado.
O que está sendo avaliado é o custo real, e não a oportunidade, conforme a 
fórmula a seguir:
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 38
Sucata 
(sempre igual a “0”)
Vida útil residual
Depreciação
Valor de compra
VC - S
VR
d =
A vida útil residual é obtida a partir da subtração entre a vida útil total estipulada 
para o bem e o tempo efetivo de seu uso até o momento da compra.
Observe um exemplo prático.
Na prática
Uma bomba d’água elétrica nova custa R$ 18 mil e tem vida 
útil de 15 anos.
O produtor comprou uma usada por R$ 8 mil e com 11 anos de 
uso. Qual será a depreciação desse bem?
Nesse caso, o custo anual de depreciação é igual a R$ 2 mil/ano.
R$ 2.000,00d =
VC – S
VR
d =
R$ 8.000,00 – 0
(15 – 11 anos)
d =
R$ 8.000,00 
4 anos
d =
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 39
C. Depreciação da lavoura
Toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. Com 
o decorrer dos anos, a lavoura vai perdendo seu potencial produtivo, 
sofrendo depreciação. Então, em determinados momentos, ela precisará receber 
intervenções, como a poda drástica ou até mesmo o novo plantio.
A metodologia de ATeG utilizada para a formação dos custos de depreciação de 
lavouras consiste em dividir o investimento realizado para a sua formação 
pelo número de anos de vida útil média de produção, com algumas 
particularidades a serem descritas a seguir.
Conheça a fórmula:
Valor do investimento em formação
Vida útil produtiva
Depreciação
VI
VU
d =
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 40
A fórmula é aplicável a expectativa de vida útil produtiva que o produtor estima 
para sua lavoura, cuja duração deverá ser avaliada caso a caso pelo Técnico 
de Campo, que assim obterá a quantificação exata da reserva contábil que 
deverá manter em sua propriedade, por hectare, por talhão e até mesmo por 
planta, para que se proceda às intervenções naturalmente necessárias.
Também é possível encontrar casos em que as intervenções vão ocorrer antes 
mesmo do encerramento da vida útil produtiva esperada para a lavoura em 
questão. Estes serão tratados pela metodologia da seguinte maneira:
Valor do investimento em renovação
Vida útil produtiva
Depreciação
VR
VU
d =
A depreciação incide sobre a cultura formada, ou seja, as lavouras em formação 
e em renovação são consideradas investimentos e, portanto, a depreciação 
será zero durante esse período de análise.
Na prática
Uma propriedade implantou um talhão de 1 ha e 
apresentou os seguintes gastos com o plantio:
• R$ 5 mil/ha no primeiro ano,
• R$ 6 mil/ha no segundo ano,
• Expectativa de 10 anos de vida útil produtiva.
Porém, o produtor decidiu realizar uma intervenção/reforma em sua lavoura 
na oitava safra, com um custo de renovação de R$ 6 mil.
Com a intervenção/reforma, qual será a depreciação dessa lavoura ao longo 
do período analisado?
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 41
Para chegar à resposta, é necessário dividir essa análise em dois momentos. 
Observe!
Análise até o momento da reforma
Análise após a reforma
Do primeiro ao oitavo ano produtivo, o valor de depreciação que deverá ser 
reservado será de R$ 1.375,00 por ano. No entanto, a partir da retomada da 
produção após a reforma, e considerando que não mais sofrerá intervenções 
antecipadas pelo período de 10 anos, a nova reserva de depreciação deverá 
ser de R$ 600,00 por ano.
VI
VU
d =
R$ 5.000,00 + R$ 6.000,00
8
d = R$ 1.375,00 / anod =
VR
VU
d =
R$ 6.000,00
10
d = R$ 600,00 / anod =
É possível observar no exemplo, que o fato da intervenção/reforma ter sido 
realizada antes do período previamente programado não alivia os custos com 
a depreciação. Pelo contrário, os custos são pressionados, causando uma 
elevação em sua análise anual.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 42
D. Exaustão da floresta
O conceito de depreciação é aceitável contabilmente para a análise de florestas 
plantadas. Porém, gramaticalmente, na língua portuguesa, utilizar tal terminologia 
para essa cadeia produtiva não faz o menor sentido, uma vez que um bem 
depreciado é aquele que foi perdendo sua capacidade produtiva (tornou-se 
obsoleto) ao longo dos anos. Nas florestas, o que ocorre é justamente o 
contrário.
Com o passar dos anos, a floresta vai se tornando cada vez mais valiosa, 
ganhando mais e mais metros cúbicos para extração. A essa extração dá-se 
o nome de exaustão da floresta, que é como devemos chamar a depreciação 
nesse caso.
A exaustão é o custo de cada período pelo valor referente à parcela 
consumida da floresta, ou seja, representa a porcentagem que foi removida 
da floresta, para que se possa calcular proporcionalmente o investimento 
realizado na implantação e na condução da floresta.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 43
Para isso, primeiro é aplicada a seguinte fórmula:
% de árvores extraídas: 
(árvores extraídas ÷ total de árvores) × 100%
Depois de encontrar essa porcentagem representativa, é aplicada outra fórmula 
para saber a proporção da exaustão:
Exaustão: investimentos × % de árvores extraídas
Entenda acompanhando o exemplo a seguir.
Em um florestamento que envolve 10 mil pés de 
eucaliptos, cujo custo de formação foi de R$ 56.300,00, 
foram cortadas 4.800 árvores.
Na prática
Para calcular o valor da exaustão, deve ser observado o seguinte critério:
• descobrir o percentual de árvores exauridas;
• aplicá-lo sobre o valor investido na formação.
Cálculo percentual das árvores extraídas:
% de árvores extraídas = (árvores extraídas ÷ total de árvores) × 100
% de árvores extraídas = (4.800 ÷ 10.000) × 100
% de árvores extraídas = 0,48 × 100
% de árvores extraídas = 48%
Assim, o custo com a exaustão da floresta será 48% de R$ 56.300,00 investidos 
= R$ 27.024,00. Isso significa que do valor da venda das árvores extraídas, R$ 
27.024,00 devem ser direcionados para cobrir o investimento realizado na formação 
da floresta.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 44
A depreciação é um fator que precisa ser levado em consideração na administração 
do negócio rural, e as únicas formas de amenizar os impactos desse custo 
são o uso adequado e a conservação pelo devido tempo de qualquer bem ou 
infraestrutura.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Entendeu o impacto do 
valor da depreciação na 
propriedade rural.
Conheceu os casos 
especiais que devem 
ser considerados ao 
calcular o custo da 
depreciação.
Compreendeu como 
encontrar o valor dessa 
rubrica diante das 
particularidades de uma 
propriedade rural.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 45
Tópico 4: Custo operacional total
Você conhece a real necessidade de se calcular o custo 
operacional total?
A partir de agora, você verá a composição do custo operacional 
total, que é de grande importância na avaliação técnico-econômica 
da propriedade rural.
O custo operacional total (COT) permite avaliar se uma atividade é sustentável 
no médio prazo.
O COT inclui o custo operacional efetivo (COE), o pagamento da mão de obra 
familiar (pró-labore) e, também, as depreciações de benfeitorias, máquinas, 
animais de serviço e forrageiras perenes. Dessa forma, o COT é calculado da 
seguinte maneira:
COT = COE + MOF + d
Mão de obra familiar ou pró-labore do administradorCusto operacional total
DepreciaçãoCusto operacional efetivo
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 46
No caso de análise de florestas plantadas, o fator depreciação deve ser 
trocado pela exaustão da floresta, de maneira que a fórmula aplicada fica um 
pouco diferente, como você pode ver a seguir:
COT = COE + MOF + EX
Mão de obra familiarCusto operacional total
Exaustão da florestaCusto operacional efetivo
No cálculo do COT, também se deve considerar apenas a atividade analisada, 
e, portanto, todos os demais custos envolvidos em seu cálculo deverão ser 
rateados proporcionalmente caso haja necessidade.
Esse conceito de rateio dos custos também se aplica à mão de obra 
familiar e à depreciação, porém proporcionalmente, de acordo com a 
relação de uso, ou o tempo empregado para a atividade, ou ainda com 
a relação de composição da renda quando couber.
Entenda melhor acompanhando o exemplo a seguir!
Na prática
É justo que o técnico atribua o 
pagamento de custo da mão de 
obra familiar proporcionalmente à 
cada cadeia produtiva analisada.
Portanto, não é tão simples quanto 
parece identificar corretamente o 
COT, pois deve considerar diversas 
variáveis dentro de cada item de 
sua composição.
Um produtor divide seu tempo entre:
Fruticultura
Olericultura
30%
70%
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EZ2496
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 47
Aproximar do custo real
Devido à grande diversidade de cadeias produtivas atendidas pela metodologia 
de ATeG, a flexibilidade de sistemas de produção e às especificidades de cada 
uma delas, é natural que se tenha que ajustar alguns conceitos para que 
se possa atender de forma satisfatória a todas elas e, assim, se aproximar 
do custo real das atividades agropecuárias.
Essa tentativa de “aproximação” com o custo real se dá pela impossibilidade 
de se controlar totalmente, fora do ambiente experimental e laboratorial, as 
transformações e as inter-relações biológicas ocorridas no campo, que por si 
só comprometem a análise econômica fiel, diferentemente do que acontece 
em um ambiente industrial, por exemplo.
Como visto, além do COE existem dois outros custos da propriedade rural que 
são importantes para a identificação docusto operacional total de produção:
Mão de obra familiar Depreciação
Para iniciar essa discussão, além das características já elencadas sobre o 
COE, você conhecerá alguns casos especiais para esse item que impactam 
diretamente o COT.
Particularidades do cálculo do COE para atividades 
agrícolas
Por causa da complexidade do cálculo do custo de produção da atividade 
agrícola, é recomendável que o técnico tenha forte interação na determinação 
do custo, e o produtor, na busca de uma interpretação dos resultados que mais 
se aproximem da realidade.
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Realce
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 48
Muitas atividades agrícolas possuem produção conjunta, gerando um produto 
principal e outros que podem, ou não, ser considerados como subprodutos ou 
atividades secundárias.
Saber operacionalizar corretamente as ferramentas de controle é 
muito importante, porém ainda se esbarra em subjetividades. Por isso, 
o mais importante em um diagnóstico é ter um critério de julgamento 
justo com as atividades analisadas.
Acompanhe a seguir um exemplo!
Na prática
Propriedade com foco na olericultura.
Apenas essa atividade será analisada nela.
Se o técnico resgatar a nota fiscal de fertilizantes que 
o produtor adquiriu e observar apenas o valor total do 
documento, sem verificar que no meio do faturamento 
estavam elencados fertilizantes para o cultivo de frutíferas 
e também para suas plantas ornamentais, a análise estará 
errada, pois seriam listadas despesas que não são de 
competência da atividade da olericultura.
O critério é simples:
Em geral, não Sim, no caso em que os resíduos 
gerados pelas frutíferas ou plantas 
ornamentais sejam utilizados na 
produção de composto.
Então, compõe subproduto 
da olericultura. 
 Salvo essa exceção, as frutíferas 
e as plantas ornamentais não têm 
absolutamente nada a ver com a 
atividade estudada.
Utiliza frutíferas e plantas ornamentais para produção de olerícolas? 
Portanto, as despesas relativas a eles não devem ser consideradas no custo da olericultura.
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 49
Prática na atividade olerícola
Agora que o conceito está mais claro, pense na prática da atividade olerícola, 
que é uma operação complexa.
Na olericultura, existe um subproduto intrínseco ou inerente à atividade que 
é a produção de composto. Considerando que a produção estudada esteja 
estabilizada, esse produtor terá que reter a produção de composto para manter 
a de hortaliças, ou mesmo aumentar a produção de composto, mas focando 
apenas uma delas
Apenas uma parte desse composto será utilizada na propriedade para 
compor o estoque da produção ou ser utilizado na atividade como 
adubação orgânica, e todo o restante será comercializado.
Você sabia?
A compostagem é a transformação de resíduos orgânicos 
em produto de maior valor agregado e ambientalmente 
mais adequado. O uso do composto na produção de 
hortaliças tem por objetivo o enriquecimento dos solos 
baseado em princípios ecológicos. Pelo manejo dos recursos 
naturais e do solo — a nutrição vegetal —, utilizam-se 
insumos que estejam presentes dentro da propriedade, 
evitando a importação dessas matérias, o que acarreta o 
aumento da rentabilidade da produção. Geralmente, em 
produções orgânicas, a adubação é baseada na utilização 
de material orgânico (composto) e pode chegar a 100% 
dependendo da disponibilidade da matéria-prima e do 
objetivo do produtor.
A venda de composto muitas vezes representa um volume considerável de 
entrada de recursos na propriedade, mas é considerada uma subatividade 
da produção olerícola. Assim, é justo que ela também seja onerada com os 
custos de sua produção Então:
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Realce
EZ2496
Realce
EZ2496
Realce
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 50
Seguir a mesma 
proporção encontrada 
na relação renda 
do leite/renda da 
atividade.
Feito como de 
todos os demais 
custos de uso em 
comum.
É necessário 
fazer o rateio 
proporcional do COE 
no que compete 
exclusivamente 
à atividade 
olerícola.
Assim, a análise realizada diz que a atividade necessita do composto para 
que seja iniciada a produção de alface, por exemplo, porém ao término de 
uma safra esse composto é totalmente desnecessário para a produção dessa 
mesma alface.
Portanto, o item “aquisição de resíduos orgânicos” é um custo totalmente 
referente à produção de composto, e não com a qual a atividade olerícola deva 
arcar sozinha. Da mesma forma que, para produzir composto para venda, não 
é necessário que esta atividade seja onerada com insumos, como fertilizante 
químico, produtos fitossanitários ou sementes.
A fórmula
A aplicação de uma fórmula matemática específica nos permite descobrir o COE 
da produção de alface de forma bem detalhada, diferentemente de outras 
metodologias que não trabalham com centro de custos, nas quais o custo é 
total e a atividade olerícola tem de arcar com todas as despesas.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 51
1º - removem-se os 
elementos que não 
são de uso comum 
para ambas as 
atividades (fertilizantes 
químicos, produtos 
fitossanitários, 
sementes e resíduos 
orgânicos), pois os 
três primeiros são 
exclusivos da alface, e 
o último, da venda de 
composto.
2º - todo o resto 
de despesas 
comuns é rateado 
proporcionalmente de 
acordo com a relação 
entre a renda da 
atividade e a renda 
total. 
3º e último - serão 
integralmente somados 
os valores que 
pertencem à produção 
da alface, pois o que 
se pretende descobrir 
é apenas o COE da 
alface. 
Assim, tem-se a seguinte fórmula para basear esses custos:
COEAL = [(COE AT - FQ - PF - SEMENT – RO) x RL] + FQ + PF + SEMENT
COEAL da alface custo operacional efetivo da alface
COE da atividade COEAT custo operacional efetivo da atividade de 
olericultura
FQ fertilizante químico
PF produtos fitossanitários (recomendados para a 
cultura da alface)
SEMENT sementes
RO resíduos orgânicos
RL renda da alface/
renda da atividade de 
olericultura
proporção da renda bruta da alface sobre a 
renda bruta da atividade olerícola
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Retângulo
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 52
Outras cadeias
Em cadeias da produção vegetal, geralmente o raciocínio é menos complexo. 
Nas cadeias produtivas de cereais e na própria olericultura, encontra-se a 
semelhança de que todas as plantas pertencem ao COE, uma vez que são 
tratadas como insumos (compra de mudas ou sementes).
São considerados assim, pois se faz necessária sua aquisição sempre que um 
ciclo se encerra e para que se possa iniciar o subsequente.
Este ciclo é calculado 
pelo tempo em que 
cada etapa leva para 
ser realizada, desde 
a semeadura até a 
colheita.
Os ciclos produtivos 
das culturas podem ser 
repetitivos com uma certa 
regularidade dependendo 
da espécie vegetal 
cultivada.
A colheita é a última 
etapa de um ciclo 
produtivo e após se 
inicia um novo ciclo de 
produção com uma nova 
semeadura. 
Um ciclo de produção 
é um processo que um 
determinado produto 
passa para ser produzido. 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 53
Tome nota
As plantas serão ao mesmo tempo itens que necessitam ser 
adquiridos no início da produção, como também o próprio 
produto a ser comercializado. Como geram desembolso 
direto e se encerram ao final do ciclo produtivo, compõem 
o COE. 
O critério é válido mesmo para aquelas plantas que 
apresentam ciclos com duração maior que um ano, como 
a compra de mudas de abacaxi, uma vez que o termo 
“ciclo” não é restrito ao tempo fixo de um ano, mas sim 
ao período para o desenvolvimento da plantação.
A metodologia de ATeG considera sempre o centro de custos, ou seja, a 
separação total dos itens para cada segmento da produção.
No caso de a propriedade 
ter mais de uma 
atividade, será sempre 
como se o produtor 
estivesse vendendo o 
insumo para ele mesmo 
pelo preço de mercado. 
Isso se chama “custo 
de oportunidade”, que 
representa o que o 
produtor receberia casodecidisse vender seu 
produto no mercado, ao 
invés usá-lo em outra 
atividade na propriedade. 
Esse conceito serve 
para o administrador 
avaliar qual decisão 
será financeiramente 
mais vantajosa para 
sua empresa.
Já o trator e a mão de obra utilizados para a obtenção desses insumos continuarão 
alocados em outro centro de custo, sempre rateando proporcionalmente os 
custos que eventualmente sejam de uso comum a ambas as atividades.
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Retângulo
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 54
Fruticultura e floresta
Nos cultivos de árvores frutíferas — 
incluindo o café — e também nas 
florestas plantadas, as metodologias de 
custo de produção tratam de maneiras 
diferenciadas para cada um desses dois 
segmentos, comparativamente às demais 
cadeias produtivas atendidas pela ATeG.
Todos os gastos decorrentes da 
implantação desses cultivos, que 
nitidamente poderiam ser classificados 
como COE (como operações de 
pulverização, defensivos agrícolas, 
fertilizantes de cobertura e foliares, 
sementes, mudas etc.) por causa das 
suas características, serão considerados 
investimento. 
Essa classificação é necessária para que a avaliação econômica da atividade 
não se mostre com consecutivos prejuízos ano após ano, uma vez que a renda 
esperada apenas começará a compor o fluxo de caixa dessa propriedade anos 
após a sua implantação. 
Tome nota
Em caso de plantas frutíferas que iniciam sua produção 
já no primeiro ano de sua implantação, como é o caso da 
banana, os investimentos realizados são contabilizados 
no COE normalmente como quaisquer outras despesas 
diretas, ao contrário das demais plantas de produção 
tardia, pois sua produção já foi iniciada no primeiro 
período de análise e é considerada investimento.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 55
No caso de florestas plantadas, todas as despesas 
diretas precisam ser adquiridas a cada ciclo produtivo 
com mais de um ano de duração, uma vez que, 
dependendo da espécie cultivada, o gestor é quem 
decidirá se aproveitará a rebrota ou não. 
Portanto, são insumos que passam de um ano para 
outro, mas, ao final do ciclo, a própria planta é o 
produto a ser comercializado. Já na produção de 
frutas, a árvore produtora não será extraída do solo, 
e o seu produto final é o fruto, e não a própria árvore.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Compreendeu a 
importância de 
calcular o custo 
operacional total.
Aprofundou seus 
conhecimentos sobre 
a fórmula do COT, 
conhecendo os elementos 
que a compõem.
Conheceu a 
forma correta de 
se aproximar do 
custo real.
Entendeu a diferença 
desse custo de 
acordo com a 
cadeia produtiva ou 
atividade praticada.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 56
Tópico 5: Aplicação dos conceitos
Consegue prever como aplicar tudo o que foi visto 
na prática?
Neste tópico você verá na prática os conceitos aprendidos sobre 
os indicadores de custos e a forma como podem ser calculados.
Para começar, pense no custo operacional efetivo (COE). Nele, são contabilizadas 
apenas as despesas de custeio que envolvem desembolsos inerentes à 
atividade.
Ele está relacionado aos desembolsos do produtor, como:
• mão de obra contratada; 
• concentrados; 
• fertilizantes; 
• sementes; 
• medicamentos; 
• sais minerais; 
• reparos de benfeitorias; 
• consertos de máquinas; 
• impostos e taxas; 
• energia elétrica; 
• combustível e outros dessa natureza.
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 57
No estudo de caso, será analisada a atividade de horticultura. da 
Fazenda Santa Felicidade.
Veja a seguir a planilha de despesas apresentada pelo Sr. Ariovaldo!
Despesas de custeio Valor anual
Mão de obra temporária (diarista) R$ 3.300,00
Técnico Agrícola (assessoria) R$ 2.400,00
Sementes R$ 11.700,00
Fertilizantes químicos R$ 6.000,00
Adubos orgânicos R$ 1.170,00
Substrato R$ 7.800,00
Gastos com alimentação da família R$ 11.543,00
Fungicida R$ 720,00
Inseticida R$ 960,00
Despesas com vestuário da família R$ 500,00
Energia R$ 1.600,00
Combustível R$ 2.280,00
Material escolar para filhos R$ 1.000,00
Aquisição de resíduos orgânicos R$ 2.000,00
Embalagens R$ 1.800,00
Impostos sobre vendas (% vendas) R$ 2.401,20
Aquisição de um sistema de irrigação R$ 6.000,00
INSS + impostos + contribuição sindical R$ 4.350,00
Reparos de benfeitorias R$ 5.000,00
Reparos de máquinas e equipamentos R$ 3.500,00
Outros gastos de custeio R$ 2.000,00
Total R$ 78.024,20
Despesa da família
Despesa da família
Despesa da família
investimento
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 58
A aquisição de um sistema de irrigação, que nada mais é que um conjunto de 
equipamentos destinados a realizar a irrigação mecanizada da área cultivada, 
é comum na produção de olerícolas. 
Essa aquisição é tratada como um investimento e, portanto, não é um item a 
ser incluído na somatória do COE, assim como as despesas com o vestuário 
da família, os gastos com alimentação familiar e o material escolar dos filhos.
Separando os gastos da família para definir o custo operacional efetivo da 
atividade, basta somar as despesas de custeio. Observe a diferença das tabelas 
a seguir!
Despesas de custeio Despesas da família
Despesas de custeio Valor anual
Mão de obra temporária (diarista) R$ 3.300,00
Técnico Agrícola (assessoria) R$ 2.400,00
Sementes R$ 11.700,00
Fertilizantes químicos R$ 6.000,00
Adubos orgânicos R$ 1.170,00
Substrato R$ 7.800,00
Fungicida R$ 720,00
Inseticida R$ 960,00
Energia R$ 1.600,00
Combustível R$ 2.280,00
Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem R$ 2.000,00
Embalagens R$ 1.800,00
Impostos sobre vendas (% vendas) R$ 2.401,20
INSS + impostos + contribuição sindical R$ 4.350,00
Reparos de benfeitorias R$ 5.000,00
Reparos de máquinas e equipamentos R$ 3.500,00
Outros gastos de custeio R$ 2.000,00
Custo operacional efetivo da atividade (COE) R$ 58.981,20
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 59
Despesas da família Valor anual
Gastos com alimentação da família R$ 11.543,00
Despesas com vestuário da família R$ 500,00
Material escolar para filhos R$ 1.000,00
Total R$ 13.043,00
Apenas os gastos com atividades inerentes à atividade serão utilizados para 
uma avaliação econômica.
COE de um produto da atividade
O COE permite ao administrador avaliar, em separado, cada um dos produtos 
de uma atividade e, com isso, tomar as decisões adequadas na gestão de cada 
produto ou subproduto.
Nas atividades agropecuárias, alguns 
itens de custo são difíceis de ratear 
para cada produto da atividade.
Por exemplo: quanto do combustível 
utilizado na atividade foi para o 
transporte da alface e quanto foi para o 
transporte do composto? 
Ao mesmo tempo, alguns itens de 
custos são específicos de um produto.
Por exemplo: para produzir composto, 
não é necessário usar produtos 
fitossanitários.
Por exemplo: quanto do combustível 
utilizado na atividade foi para o 
transporte da alface e quanto foi para o 
transporte do composto?
Por exemplo: para produzir 
composto, não é necessário produtos 
fitossanitários. 
Com essas informações, veja como vamos calcular o COE da produção de 
alface na Fazenda Santa Felicidade.
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 60
• Produtos fitossanitários:
 » fungicida;
 » inseticida;
 » acaricida; 
 » outros itens vinculados a produtos fitossanitários.
• Reparos de benfeitorias (estufas)
• Fertilizantes químicos
Itens que são COE apenas da alface
O primeiro passo é definir quais itens não serão rateados.
● Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem
Os demais itens são rateados em proporção da renda obtida pelo produto do 
qual se deseja separar o custo, ou seja, assume-se que o custo do produto 
dividido pelo custo da atividade é igual à renda do produto dividida pela renda 
da atividade.Itens que não participam do COE da alface
Dessa forma, deve ser considerada a correspondência a seguir:
COE da atividade Renda da atividade
COE da alface Renda da alface
COEAL RAL
COETA RA
=
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 61
Logo, para se definir o COE da alface, parte-se do princípio de que:
COEAT RL RACOEL
Para corrigir essa conta, é necessário subtrair do COE da atividade aqueles 
itens que não são proporcionais e adicionar ao final apenas os que são 
100% da alface.
Considere os valores a seguir!
• Produtos fitossanitários (fungicida + inseticida) = PF = R$ 1.680,00
• Fertilizantes químicos = FQ = R$ 6.000,00
• Reparos de benfeitoria (estufa) = RB = R$ 5.000,00
• Aquisição de resíduos orgânicos para compostagem = RO = R$ 2.000,00
• Renda da alface: R$ 265.565,38
• Renda da atividade: R$ 281.565,38
• COE da atividade: R$ 58.981,20 (COEAT
Assim, você tem o seguinte cálculo.
94,31%=
RENDA DA ALFACE
RENDA DA ATIVIDADE
R$ 265.565,38
R$ 285.565,38
COEAL = {(COEAT - PF - FQ - RB - RO x ) } + PF + FQ +RB
RAL
RA
COEAL = {( R$ 58.981,20 – R$ 1.680,00 – R$ 6.000,00 – R$ 5.000,00 – R$ 2.000,00 x) 
94,31% } + R$ 1.680,00 + R$ 6.000,00 + R$ 5.000,00
COEAL = R$ 54.460,46
 
Highlight
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 62
Com base nos resultados, é possível observar como é grande a diferença 
encontrada (R$ 4.520,74) entre o COE total da atividade e o COE específico 
da alface.
Viu como não é justo que uma atividade arque sozinha com as despesas 
de outras? Esse erro pode comprometer a análise de viabilidade da 
atividade
O mesmo raciocínio pode ser adotado em qualquer atividade. Por exemplo: 
a embalagem específica da alface é custo só da produção de alface, que logo 
não deve ser rateado com a produção de composto.
COEAL por unidade
Agora, veja como encontrar o indicador COEAL/unidade da Fazenda Santa 
Felicidade.
Para isso, basta dividir o COEAL pela produção obtida nos últimos 12 meses. 
Acompanhe!
• COE da alface (COEAL) = R$ 54.460,46
• Produção = 360.365 unidades
O cálculo fica dessa forma:
COEAL/unidade = = R$0,15
R$ 54.460,46
360.365 unidades
Assim, para a produção total de alface, foi despendido R$ 0,15 para cada 
unidade de alface.
COEAL por preço médio
A renda representa a receita obtida com a venda de alface ao longo do período 
analisado. Sabendo que a atividade de olericultura:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 63
quando executada de 
forma racional é 
ininterrupta,
e que ao longo do ano, devido a 
diferentes fatores mercadológicos 
(disponibilidade do produto, 
demanda, região analisada, época 
do ano etc.), os preços sofrem 
diversas alterações,
é necessário investigar qual é o 
valor médio recebido ao longo do 
período analisado, que será 
chamado de preço médio.
Esse indicador é encontrado dividindo o valor total obtido com a venda de alface 
(exclusivamente) pelo volume total produzido durante o período compreendido 
pela análise, independentemente de quantas alterações o preço tenha sofrido.
Acompanhe os números da Fazenda Santa Felicidade!
Preço médio = Renda da alface = R$ 0,73/unidade
R$ 265.565,38
R$ 360.365 unidades
Assim, pode-se dizer que o Sr. Ariovaldo, ao longo do período analisado, 
recebeu em média o valor de R$ 0,73 por cada uma das 360.365 unidades 
de alface que comercializou. Note que o destacado é o valor e as quantidades 
comercializadas, não o produzido. A outra parte pode ter sido destinada para 
consumo interno da propriedade.
Tendo o COE da alface por unidade, é interessante descobrir, também, 
quanto representa o COE em relação à renda (pode-se assumir que a renda 
bruta unitária seja igual ao preço unitário) obtida na comercialização.
COEL/PREÇO MÉDIO = = 20,54%
 0,15
R$ 0,73
De acordo com o resultado obtido, sabe-se que 20,54% do que o produtor recebe 
(R$ 0,73) já estão comprometidos com o pagamento do COE (R$ 0,15/unidade).
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 64
Depreciações
Conforme visto, a depreciação consiste em uma reserva monetária contábil, 
anual, para a substituição de um bem ao final de sua vida útil.
Ela é calculada de forma linear, dividindo o valor do novo pela vida útil, conforme 
a fórmula a seguir:
DEPRECIAÇÃO =
VALOR DE NOVO - VALOR DE SUCATA
VIDA ÚTIL
Vale relembrar que o valor de sucata recomendado pela metodologia de ATeG 
é igual a R$ 0,00. Isso visa minimizar subjetividades.
Ao final da vida útil do bem, ele é considerado sucata, logo não serão mais 
contabilizadas depreciações, mesmo que ele ainda possua utilidade.
Agora, você vai rever os inventários da Fazenda Santa Felicidade apresentados 
no Módulo 2, mas agora compreendendo ainda mais os conceitos.
Inventário de benfeitorias
Item Quant.
Utilização na 
atividade de 
horticultura
Valor unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos) Idade
Galpão de 96 m² de 
madeira (depósito) 1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10
Galpão de 80 m² de 
madeira (máquinas) 1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23
Banheiros 1 100% 1.000,00 1.000,00 20 5
Estufa de 
40 m x 50 m 4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5
Estufa de produção 
de mudas 
10 m x 20 m
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16
Poço artesiano 1 80% 7.000,00 5.600,00 20 22
Unidade de lavagem 
de hortaliças 1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5
Unidade de 
produção de 
compostagem
1 50% 1.000,00 500,00 20 5
TOTAL 116.400,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 65
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Quantidade
Utilização na 
produção de 
alface
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Caminhão-baú 
– câmara fria 1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5
Pulverizador 
costal 3 100% 100,00 300,00 10 5
Carrinho de 
mão 3 100% 200,00 600,00 5 1
Ferramentas 
diversas 1 80% 2.300,00 1.840,00 10 12
Sistema de 
irrigação 1 100% 10.000,00 10.000,00 15 16
Trator 65 CV 1 80% 50.000,00 40.000,00 15 16
Enxada 
rotativa 
encanteiradora
1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5
Semeadora 
de hortaliças 
manual
1 100% 400,00 400,00 15 5
Computador 
com 
impressora
1 80% 2.500,00 2.000,00 5 7
Equipamento 
para lavagem 
de hortaliças
1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2
Bebedouro tipo 
gelágua 1 100% 300,00 300,00 5 2
TOTAL 137.640,00
Inventário de móveis, utensílios e outros bens
Item Quantidade
Utilização na 
produção de 
alface
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida 
útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Mesa de 
escritório 1 100% 250,00 250,00 10 5
Armário com 
fichário 1 80% 350,00 280,00 10 12
Mesa para 
computador e 
impressora
1 100% 200,00 200,00 10 11
Bandeja para 
produção de 
mudas (com 
200 células)
500 100% 9,00 4.500,00 5 2
Equipamento 
de proteção 
individual (EPI)
1 100% 80,00 80,00 5 2
Caixas de PVC 300 100% 20,00 6.000,00 5 2
TOTAL 11.310,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 66
Tome nota
Em relação à aplicação de defensivos agrícolas, perante 
a Instrução Normativa nº 46, de 24 de julho de 2002, 
a recomendação técnica de mistura em tanque de 
agrotóxicos é proibida. Isso explica a utilização de 
três pulverizadores costais (aplicação de herbicida, 
inseticida e fungicida), e somente será necessário um 
equipamento de proteção individual (EPI) pelo fato 
de utilizar um pulverizador costal para cada classe de 
produtos aplicados.
O que acha de fazer uma busca rápida? Identifique nas tabelas anteriores os 
itens que possuem idade superior à vida útil.
Saiba Mais
Como foi a sua busca? Observe a lista e veja se bate com 
os itens que você identificou!
Inventário de benfeitorias
• Galpão de 80 m² de madeira (máquinas)
• Estufa de produção de mudas 10 m x 20 m
• Poço artesiano
Inventário de máquinas e equipamentos
• Ferramentas diversas
• Sistema de irrigação
• Trator 65 CV
• Computador com impressora
Inventário de utensílios e outros bens
• Armário com fichário
• Mesa para computador e impressora
Mesmo que bens tenham funcionalidade devido às manutenções realizadas, 
ao final da vida útil eles são considerados sucata, ou seja,sua vida útil é igual 
a zero. Matematicamente, a depreciação passa a não existir, pois o resultado 
matemático de qualquer valor atribuído ao bem dividido por zero é zero.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 67
Quanto às benfeitorias, é difícil atribuir um valor comercial, logo, para 
efeito de cálculos, deve-se utilizar o valor de novo para calcular a 
depreciação.
Depreciação do galpão de 96 m² de madeira (depósito) = 30.000,00 ÷ 0 = 0
Calculando a depreciação
Observe os valores de depreciação de acordo com os inventários da Fazenda 
Santa Felicidade e entenda o cálculo de alguns itens!
Inventário de benfeitorias
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil
(anos)
Idade 
(anos)
Depreciação 
(R$)
Galpão de 96 
m² de madeira 
(depósito)
1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10 1.500,00
Galpão de 80 
m² de madeira 
(máquinas)*
1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23 Não existe
Banheiros 1 100% 1.000,00 1.000,00 20 5 50,00
Estufa de 40 m x 
50 m 4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5 4.000,00
Estufa de 
produção de 
mudas 10 m x 
20 m
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16 Não existe
Poço artesiano 1 80% 7.000,00 5.600,00 20 22 Não existe
Unidade de 
lavagem de 
hortaliças
1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5 90,00
Unidade de 
produção de 
compostagem
1 50% 1.000,00 500,00 20 5 25,00
TOTAL 116.400,00 5.665,00
Cálculo usado para chegarmos a esse resultado:
Galpão de 96 m² de madeira (depósito) = (R$ 30.000,00 - 0) ÷ 20 = R$ 1.500,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 68
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo 
(R$)
Valor total 
(R$)
Vida 
útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Depreciação 
(R$)
Caminhão-baú 
– câmara fria 1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5 5.333,33
Pulverizador 
costal 3 100% 100,00 300,00 10 5 30,00
Carrinho de 
mão 3 100% 200,00 600,00 5 1 120,00
Ferramentas 
diversas 1 80% 2.300,00 1.840,00 10 12 Não existe
Sistema de 
irrigação 1 100% 10.000,00 10.000,00 15 16 Não existe
Trator 65 CV 1 80% 50.000,00 40.000,00 15 16 Não existe
Enxada 
rotativa 
encanteiradora
1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5 66,66
Semeadora 
de hortaliças 
manual
1 100% 400,00 400,00 15 5 26,66
Computador 
com 
impressora
1 80% 2.500,00 2.000,00 5 7 Não existe
Equipamento 
para lavagem 
de hortaliças*
1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2 240,00
Bebedouro tipo 
gelágua 1 100% 300,00 300,00 5 2 60,00
TOTAL 137.640,00 5.876,65
Cálculo usado para chegarmos a esse resultado:
Equipamento para lavagem de hortaliças = (R$ 1.200,00 - 0) ÷ 5 = R$ 240,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 69
Inventário de móveis, utensílios e outros bens
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total
(R$)
Vida 
útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Depreciação 
(R$)
Mesa de 
escritório 1 100% 250,00 250,00 10 5 25,00
Armário com 
fichário 1 80% 350,00 280,00 10 12 Não existe
Mesa para 
computador e 
impressora
1 100% 200,00 200,00 10 11 Não existe
Bandeja para 
produção de 
mudas (com 
200 células) 
500 100% 9,00 4.500,00 5 2 900,00
Equipamento 
de proteção 
individual 
(EPI)
1 100% 80,00 80,00 5 2 16,00
Caixas de 
PVC* 300 100% 20,00 6.000,00 5 2 1.200,00
TOTAL 11.310,00 2.141,00
Cálculo usado para chegarmos a esse resultado:
Caixas de PVC = (R$ 6.900,00 - 0) ÷ 5 = R$ 1.200,00
Total das depreciações
Depois de aplicar a fórmula com os dados fornecidos na planilha, confira o 
resultado da somatória do total das depreciações.
Inventário Total de depreciações
Benfeitorias R$ 5.665,00
Máquinas R$ 5.876,65
Móveis e utensílios R$ 2.141,00
Total R$ 13.682,65
Custo da mão de obra familiar
O custo da mão de obra familiar representa o quanto o empresário rural 
deveria pagar no mercado em que ele atua para substituir o trabalho realizado 
por ele e sua família. Vale lembrar de que isso não tem nada a ver com os 
gastos pessoais do produtor – é simplesmente o valor de mercado das tarefas 
realizadas pela família.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 70
Entenda melhor, acompanhando como funciona esse aspecto na Fazenda Santa 
Felicidade
O Sr. Ariovaldo tem um 
funcionário chamado 
Roberto. Ele é contratado 
com carteira assinada e os 
dois trabalham juntos, de 
forma que seus desempenhos 
são muito semelhantes. 
Desconsiderando encargos 
sociais, férias e 
13º salário, Roberto recebe 
R$ 1.100,00/mês.
Porém, além dessas atividades, o Sr. Ariovaldo também realiza a administração 
de sua empresa e negocia ativamente com seus fornecedores e clientes. 
Portanto, um valor justo para a remuneração dessa mão de obra familiar (ou 
pró-labore do administrador) foi avaliado em R$ 1.600,00 por mês.
Logo, o custo da mão de obra* familiar é:
12 meses R$ 
19.200,00
R$ 
1.600,00/
mês
Na verdade, esse é um custo anual que não vai se distanciar muito do valor real do custo de 
um funcionário contratado com carteira assinada, quando se consideram todas as obrigações 
patronais (pagamento de encargos, férias e 13o salário).
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 71
Custo operacional total da atividade (COTA)
Conforme visto, o custo operacional total da atividade é obtido pela adição da 
depreciação e do custo da mão de obra familiar ao COE.
• Total de depreciações = R$ 13.682,65
• Custo da mão de obra familiar (MOF) = R$ 19.200,00
• COEAT = R$ 58.981,20
COEAT Depreciações MOFCOTAT
COTAT = R$ 58.981,20 + R$ 13.682,65 + R$ 19.200,00
COTAT = R$ 91.863,85
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Aprofundou seus 
conhecimentos sobre 
o tema, através de 
exemplos práticos.
Analisou 
informações e 
dados relevantes 
de uma 
propriedade rural.
Compreendeu a 
importncia dessas 
análises para um 
gerenciamento 
eficiente.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 72
Encerramento do tema
Você chegou ao final deste primeiro tema e, durante os estudos, pode conhecer 
o conceito e o comportamento de um dos principais custos de produção da 
metodologia de ATeG, os custos variáveis. Você pôde compreender:
Como diferenciar 
elementos de custo 
fixo de uma despesa 
de valor fixo, como 
arrendamentos, 
aluguéis, mão de 
obra contratada e 
energia elétrica.
A forma de decompor 
os custos fixos, a 
depreciação e a 
contabilização dos 
valores de mão de 
obra familiar.
A importância de 
realizar uma análise 
profunda dos custos, 
ou seja, ter uma 
anotação detalhada 
das despesas como 
uma ferramenta 
de controle dos 
processos produtivos 
e administrativos.
Esta primeira etapa de preparação para um trabalho de excelência no campo 
foi intensa e fundamental. São conceitos de gerenciamento essenciais para que 
você cumpra o atendimento de assistência técnica e gerencial de qualidade.
Para finalizar, o que acha de retornar ao seu Ambiente 
de Estudos, assistir ao vídeo e seguir acompanhando 
Marcelo e o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade?
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 73
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema, ok?
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Leia os itens a seguir e relacione cada um deles com os seguintes elementos:
• (COE) custo operacional efetivo;
• (COT) custo operacional total;
• (d) depreciação;
• (MOF) mão de obra familiar.
( ) Despesas diretas
( ) Reserva contábil
( ) Exige desembolso de capital
( ) Ocorrendo retiradas na forma de 
“salário fixo”, deixa de ser um custo fixo, 
tornando-se COE
( ) Serve como parâmetro de análise 
de viabilidade da empresa no curto e 
médio prazos
Assinale a alternativa que contém a ordem correta:
1. COE / d / COE / COT / MOF
2. COE / COE / d / COT / MOF
3. COE / d / COT / MOF / COE
4. COE / d / COT / COE / MOF
5. COE / d / COE/ MOF / COT
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 74
Tema 2: Cálculo do custo de 
produção II
Introdução
Você está iniciando o segundo tema do módulo. O objetivo é que você se 
aprofunde nos custos fixos, entendendo a sua importância no planejamento 
das atividades agropecuárias, compreenda que os custos totais oferecem 
condições de analisar com maior precisão a real situação econômica da 
propriedade, direcionando uma tomada de decisões mais assertivas. Além de 
iniciar a compreensão do conceito de viabilidade financeira do negócio.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• analisar de forma completa o panorama de custos de uma empresa,
• compreender que poucos são os negócios verdadeiramente inviáveis, mas que 
são muitos os negócios mal dimensionados para o mercado em que atuam e 
para a infraestrutura que possuem.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 75
Estrutura do tema
PPara que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema 
foi dividido em tópicos. Conheça, a seguir, o objetivo de cada um deles.
Tema 2
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Custos fixos
Entender o dimensionamento total do custo fixo, assim como diversas análises 
que podem ser feitas a partir da sua identificação.
Custo total
Conhecer a determinação do 
custo total de uma produção 
agrícola, respeitando as 
peculiaridades de cada cadeia 
produtiva quando houver.
Aplicação dos conceitos
Saberá aplicar os conceitos 
estudados de forma 
detalhada.
Margem líquida
Compreender o conceito de margem 
líquida, saber como calcular, interpretar 
os resultados e tomar decisões com base 
nela, que é fundamental para checar se o 
negócio tem capacidade de se manter no 
longo prazo e para verificar a coerência 
entre a estrutura de custos do negócio e 
sua escala de produção.
Margem bruta
Conhecer a margem bruta e 
aprender a calcular, interpretar 
os resultados e tomar decisões, 
além de analisar a viabilidade de 
um negócio.
Agora que você já viu o objetivo de cada tópico, siga em frente neste tema e 
ótimos estudos!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 76
Tópico 1: Custos fixos
O que você entende como custo fixo?
Durante este tópico você verá como é a formação dos custos 
fixos, além de algumas análises que são possíveis a partir da sua 
identificação.
A depreciação e a mão de obra familiar já foram estudadas no tema 1, agora 
você vai se aprofundar no terceiro componente – o custo de oportunidade do 
capital.
A clássica divisão dos custos em variáveis e fixos muitas vezes é arbitrária e 
difícil de ser operacionalizada, já que um fator de produção pode ser classificado 
como fixo ou variável, dependendo do tempo considerado. O mesmo fator pode 
ser fixo no curto prazo e variável no longo prazo.
Em razão dessas dificuldades, existem outros critérios para a 
classificação dos custos que se ajustam melhor às necessidades 
do empresário rural, como despesas diretas e indiretas e custos 
operacionais
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 77
Na metodologia de Assistência Técnica e Gerencial, custos fixos são:
Aqueles que não resultam em 
despesas diretas, ou seja, não 
ocorre um desembolso físico de 
capital para sua remuneração.
Eles tendem a permanecer 
inalterados em curto e médio 
prazos (desde que forem 
mantidas as mesmas estruturas 
produtivas), porque seu valor 
independe do volume produzido 
e jamais será igual a zero.
• Mão de obra familiar
• Depreciação
• Custo de oportunidade do capital empatado
Entenda a fórmula:
CF = MOF + d + CO
DepreciaçãoCusto fixo
Custo de oportunidadeMão de obra
Observe que a fórmula do CF (custo fixo) engloba todos os elementos de 
custos, exceto os variáveis (COE). É possível afirmar também que a somatória 
de ambos os elementos resulta no CT (custo total).
Para ficar mais claro, acompanhe o exemplo a seguir.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 78
Na prática
Uma propriedade tem um galpão de máquinas no valor de 
R$ 36.000,00 com vida útil de 30 anos.
Agora, é preciso calcular o custo fixo dele.
1º Passo: Calcular a depreciação
2º Passo: Calcular o custo de oportunidade
3º Passo: Calcular o custo fixo
VN – S
VU
d =
36.000,00 – 0
30
d = R$ 1.200,00d =
CO = 1.080,00/ano
VN – S
2
CO = X i
CO = MOF + d + CO CF = 0 + R$ 1.200,00 + R$ 1.080,00
CF = R$ 2.280,00
CO = X 6%
36.000,00 – 0
2
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 79
Note que no exemplo, a mão de obra familiar foi considerada igual a zero, 
pois estamos avaliando o custo fixo de um bem, então não podemos envolver 
esse item.
Os elementos na análise de uma propriedade
A mão de obra familiar, a depreciação e o custo de oportunidade do capital 
empatado são custos que não geram desembolsos diretos ao produtor rural.
A realidade do campo
Ao analisar uma propriedade, você deverá prestar 
atenção nesses três elementos de custos, pois eles 
podem demonstrar qual é a capacidade produtiva 
da empresa rural.
Ao mesmo tempo, eles limitam a capacidade 
produtiva pela falta, podendo inviabilizar a atividade 
quando a estrutura for muito pesada.
Outra observação importante é que deve se realizar o inventário somente 
de bens que compõem a atividade e considerando seu uso efetivo na 
atividade rural.
Acompanhe um exemplo!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 80
Na prática
Na olericultura, não deve ser 
alocado um curral de ordenha 
para essa atividade, mesmo que a 
propriedade desenvolva ambas.
Quando uma infraestrutura é 
compartilhada entre duas ou mais 
atividades, seu custo deverá ser 
rateado proporcionalmente.
Se um mesmo galpão é utilizado 
para guardar rações do gado 
leiteiro e também fertilizantes, 
a atividade que for mais 
representativa em uso deverá 
arcar com uma maior porcentagem 
dos custos fixos desse local.
Outra situação a se observar é o inventário das terras. Quando a propriedade 
trabalha exclusivamente com uma atividade, toda a área deverá ser lançada 
como sendo dessa atividade. Porém, quando é desenvolvida mais do que uma 
atividade, devemos considerar para a área da atividade o espaço que ela utiliza 
diretamente e fazer o rateio das áreas consideradas de uso comum, como 
pátios, estradas, aplicativos, reservas etc.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 81
Uma propriedade com valores 
de depreciação e custo de 
oportunidade muito elevados 
mostra que possui uma vasta 
infraestrutura (benfeitorias, 
máquinas, equipamentos 
e ferramentas). Ou seja, 
que existe uma grande 
capacidade produtiva 
instalada.
De outra maneira, quando 
encontramos propriedades 
com esses mesmos custos 
muito baixos, podemos 
supor que têm pouca 
capacidade produtiva, ou 
que estão operando abaixo 
da capacidade. 
Em ambos os cenários, a empresa poderá operar em situação de ociosidade, 
normalidade ou até mesmo abaixo da necessidade. Tudo isso só será possível 
analisar quando avaliarmos o negócio como um todo, com a obtenção de mais 
dados, conforme veremos a seguir.
Mão de obra familiar
Resumindo...
Resumindo...
É contabilizada no custo fixo porque geralmente não existe um 
pagamento efetivo ‒ o produtor não paga a si mesmo.
Configura-se como um custo indireto, não havendo desembolso.
É um custo que sempre existirá, a não ser que se interrompa a atividade 
e não haja mais possibilidade de executá-la
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 82
Durante todo o ciclo produtivo, o produtor realiza diversas pequenas retiradas 
de valores para honrar compromissos pessoais, geralmente não uniformes, 
mas de acordo com suas necessidades. Essas retiradas devem sair dos ganhos 
da atividade olerícola e não devem ser consideradas como remuneração da 
mão de obra familiar.
O valor atribuído à mão de obra familiar deve ter como base os valores 
praticados na região. Ou seja, caso o produtor contrate alguém em seu 
lugar, quanto pagaria pelo mesmo serviço? O mesmo critério deve ser 
utilizado para todos os membros da família envolvidos na atividade.
Dois pontos críticosdevem ser observados, pois são facilmente solucionados 
quando se atêm a realidades distintas, mas que podem ocorrer na propriedade. 
Conheça!
O produtor não possui mais condições físicas e/ou mentais de realizar 
trabalho algum, muitas vezes já recebe os benefícios de aposentado rural. 
Nessa situação, por não haver a oportunidade de venda da sua mão de obra, 
esse custo não deverá ser computado.
Incapacidade de trabalho do produtor
Quando o administrador ou administradores realizam retiradas sistemáticas 
e padronizadas, caracterizando salário. Sendo assim, elas vão compor o 
COE (pagamento da administração), e não o custo fixo. Tal situação é mais 
comum em grandes propriedades rurais, que podem até mesmo ter vários 
proprietários (grupos empresariais).
Retirada sistemática de valores pelo administrador
A mão de obra familiar é tratada como custo fixo também pelo fato de não 
responder, de forma imediata, às variações de escala de produção.
Note que não estamos dizendo que a aposentadoria que o produtor recebe 
anula a contabilização na mão de obra familiar. Renda pessoal não possui nexo 
algum com a renda oriunda da atividade rural. Em muitos casos, o produtor 
é aposentado por idade ou tempo de contribuição, mas ainda se encontra em 
pleno gozo de suas faculdades físicas e mentais, gerando uma oportunidade 
e, portanto, um custo de mão de obra familiar
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 83
Depreciação
Resumindo...
Resumindo...
É um custo fixo e consiste em uma reserva monetária 
para que a propriedade possa substituir os bens 
duráveis no final de sua vida útil, mantendo a 
capacidade produtiva da empresa. 
Os principais itens geradores desse custo são 
equipamentos, máquinas, veículos, forrageiras e 
outra culturas não anuais, fertilizantes, sementes.
Na metodologia de ATeG para o cálculo dos custos de produção aplica-
se o método linear, ou seja, o valor da depreciação anual é igual em 
todos os anos durante sua vida útil do bem.
Para minimizar a subjetividade, a mesma metodologia considera o valor de 
sucata sempre igual a zero. Observe a fórmula:
Sucata 
(sempre igual a “0”)
Vida útil
Depreciação
Valor de novo
VN - S
VU
d =
Acompanhe como foi feito o cálculo da depreciação anual de um caminhão-
baú/câmara fria na Fazenda Santa Felicidade!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 84
Fazenda Santa Felicidade
O Técnico de Campo Marcelo sugeriu que o sr. Ariovaldo 
analisasse a depreciação do seu caminhão-baú/câmara fria.
Juntos, chegaram a estes dados:
• Valor de novo do caminhão (VN) = R$ 80.000,00
• Vida útil (VU) = 15 anos
• Valor de sucata (S) = 0
Assim, foi calculado:
A depreciação anual do bem é de R$ 5.333,33, valor que o sr. Ariovaldo deve reservar para 
a reposição do veículo ao final de sua vida útil.
R$ 80.000,00
15
d = R$ 5.333,33/anod =
Para situações em que há aquisição de máquinas, equipamentos e veículos usados 
ainda dentro da vida útil, a metodologia prevê um tratamento diferenciado.
Para calcular a depreciação nesses casos, é utilizado o valor pago pelo bem, 
denominado na fórmula como valor de compra (VC). O valor atribuído à sucata 
será sempre zero e para a vida útil consideramos o valor residual (VR).
Sucata 
(sempre igual a “0”)
Valor residual
Depreciação
Valor de compra
VC - S
VR
d =
Continue acompanhando o Sr. Ariovaldo e a sua história com o caminhão baú.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 85
Fazenda Santa Felicidade
O Técnico Marcelo fez os cálculos supondo que o sr. Ariovaldo 
vá comprar de uma propriedade vizinha um caminhão já com 
cinco anos de uso.
• Valor de compra (VC) = R$ 57.000,00
• Valor de sucata (S) = R$ 0
• Vida útil residual (VR) = 10 anos
Assim, foi calculado:
Nesse caso, sr. Ariovaldo deverá reservar R$ 5.700,00 por ano para que, ao final da vida 
útil do bem, tenha condições de fazer sua reposição.
R$ 57.000,00 – 0
10
d = R$ R$ 5.700,00/anod =
Custo de oportunidade do capital
O custo de oportunidade sobre o capital empatado consiste na remuneração 
anual esperada pelo dono do capital por emprestá-lo à atividade. Se 
o valor dos bens (investimento do dono do capital em toda a propriedade) 
estivesse aplicado na poupança, por exemplo, daria ao capitalista um retorno 
de aproximadamente 6% de juros ao ano. É o mínimo que se espera que a 
atividade seja capaz de remunerar pela oportunidade de uso do capital.
Como já visto, para calcular o custo de oportunidade do capital investido em 
bens dentro do prazo de vida útil, devemos usar a seguinte fórmula:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 86
Taxa de juros 
(6% a.a.)Custo de oportunidade
Valor de novo Sucata (sempre igual a “0”)
VN - S
2
CO = X i
O cálculo do custo de oportunidade sobre o capital empatado se apoia no ideal 
de capital médio (divisão do valor de novo por 2), enquanto o bem avaliado 
ainda está dentro do prazo de vida útil.
A lógica para utilizarmos o capital médio é:
Porque os juros sobre esse 
capital ficam estabilizados 
(linearmente) ao longo de 
toda a vida útil do bem, pois 
durante parte do tempo a 
avaliação será mais próxima 
do valor de novo e, no 
restante, se aproximará do 
valor totalmente depreciado.
Para minimizar a 
subjetividade no momento 
do levantamento do valor 
dos bens, já que para apurar 
o valor de novo existem 
parâmetros diferentes ao 
estimar o valor atual de um 
bem usado.
A avaliação dos itens do inventário deverá ser realizada individualmente, item 
a item, e não uma avaliação genérica de todos os itens conjuntamente. O 
cálculo é realizado uma única vez, enquanto o item ainda está dentro de seu 
prazo de vida útil
Entenda!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 87
Na prática
Agora, veja como calcular o valor do custo de oportunidade 
sobre o capital empatado.
• Trator com valor de novo igual a R$ 150.000,00.
• Vida útil dentro do prazo. 
Nesse caso, o custo de oportunidade desse trator será de R$ 4.500,00 por ano.
VN - S
2
CO = X i
R$ 15.000,00 - 0
2
CO = X 6%a.a
R$ 4.500,00/anoCO =
A metodologia de ATeG não considera o cálculo de juros sobre o capital empatado 
em terras, somente sobre benfeitorias, máquinas, equipamentos, ferramentas, 
pastagens, culturas não anuais e rebanho.
Informação extra
Também não é considerado o cálculo de juros sobre o 
capital de giro, pois devem ser observadas, em cada caso, 
a dimensão e a necessidade desse item. A metodologia 
de ATeG atende, sob a mesma ótica, diversas cadeias 
produtivas com características individuais diversas, 
o que a torna pouco prática para a realização de uma 
análise de capital de giro caso a caso.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 88
Custo de oportunidade de bens depreciados
Após o encerramento da vida útil dos bens, a forma de calcular o custo de 
oportunidade sobre o capital empatado é alterada. A justificativa é de que não 
haverá mais tempo de uso desse bem para estabilizar o cálculo desses juros 
no decorrer do período analisado.
Porém, o administrador (produtor rural) ainda detém o bem em sua posse, 
portanto, tem oportunidade de capital implícito, mesmo que o item já não 
valha mais o que valia no início de sua vida útil.
A metodologia de ATeG prevê particularidades no cálculo do custo 
de oportunidade dos bens depreciados, conforme a categoria a que 
pertencem: animais, benfeitorias e plantações, máquinas, veículos e 
equipamentos.
Particularidades no cálculo do custo de 
oportunidade sobre o capital empatado em 
máquinas, veículos e equipamentos já depreciados
Nesses casos, deverá ser considerado o valor atual de mercado do bem, a fim 
de valorar quanto se poderia obter de capital ao comercializá-lo. Entretanto, 
este já não será capital médio, e sim integral, de acordo com a fórmula a seguir:
Taxa de juros 
(6% a.a.)Custo de oportunidade
Valor de mercado Sucata (sempre igual a “0”)
VM - SCO = X i
Uma vez que, ano a ano, todos os bens sofrem paulatinamente uma redução 
no seu valor de mercado, será necessária a realização de uma atualizaçãodo inventário de bens depreciados anualmente, a fim de que o inventário se 
aproxime o máximo possível do custo real.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 89
Na prática
Uma propriedade rural possui em seu inventário um trator:
• quando novo valia: R$ 120.000,00,
• atualmente vale: R$ 30.000,00.
Considerando a taxa de juros médios de 6% a.a., observe o 
cálculo do custo de oportunidade do capital investido. 
Assim, observamos que o custo de oportunidade desse trator é de R$ 1.800,00 ao ano.
CO = R$ 30.000,00 - 0 X 6%a.aCO = VM - S X i
CO = R$ 1.800,00/ano
Custo de oportunidade sobre benfeitorias e 
lavouras não anuais já depreciadas
No caso de benfeitorias e lavouras com a vida útil esgotada, o custo de 
oportunidade do capital investido continua sendo calculado com base no capital 
médio. Acompanhe!
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 90
Na prática
Observe como é feito o cálculo do custo de 
oportunidade do capital do seguinte item:
• estufa para produção de olerícolas com a vida útil 
já esgotada,
• (VN) valor de nova de R$ 50.000,00,
• juros médios de 6% a.a.
VM - S
2
CO = X i
R$ 50.000,00 - 0
2
CO = X 6%a.a
R$ 1.500,00/anoCO =
Custo de oportunidade sobre uma área de cultivo 
de seringueiras
Extraído da seringueira, o látex usado na produção de borracha e luvas cirúrgicas 
também está presente em pneus de carros, aviões e variado número de 
utensílios. Essa árvore deve ser vista como um dos componentes para a 
mensuração da riqueza do produtor rural, pois a madeira possui valor de 
mercado. Isso se mostra totalmente verdadeiro quando o produtor decide 
paralisar sua atividade de produção de látex e se desfazer das plantas 
de seringueira
florestal 
(madeira) em capital 
corrente 
(dinheiro).
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 91
A forma de mensuração desse capital empatado em madeira se dará pela 
quantificação do estoque por categoria por estágio de desenvolvimento das 
seringueiras (inventário florestal), multiplicado pelo valor médio de mercado local 
para cada uma das fases de desenvolvimento das plantas arbóreas cultivadas.
O valor considerado deve ser uma média dos preços pagos na região, 
para não correr o risco de mascarar os resultados, superdimensionando 
esse capital considerando o valor máximo, ou subdimensionando 
considerando o valor mínimo
Uma vez estabelecido o critério de avaliação pelo valor médio, é utilizada a 
mesma base da fórmula de custo de oportunidade sobre bens depreciados. 
Observe!
CO = VM - S X i
Entenda!
Na prática
Uma propriedade rural desenvolve atividade de cultivo da 
seringueira.
• O inventário total da floresta está avaliado em 
R$ 3.850.000,00.
• O valor do custo de oportunidade sobre capital 
empatado será:
CO = (VM + S) × i
CO = (R$ 3.850.000,00 + 0) × 6%
CO = R$ 231.000,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 92
Conforme observado no exemplo, geralmente será encontrado um grande impacto 
do custo de oportunidade nas florestas analisadas. Por isso, é fundamental ter 
muito critério no momento dessa análise, pois corre-se o risco de distorcer o 
custo total de produção.
Pare para pensar
O capital empatado em madeira pode ser elevado, o que 
impacta os custos fixos na forma de custo de oportunidade 
sobre o capital. O que precisa ser investigado é se 
o seringal está desestruturado e os motivos dessa 
desestruturação. 
Pode ser que:
• a atividade esteja sendo ineficiente, com muitas plantas 
improdutivas na floresta;
• as plantas estejam sendo intensivamente exploradas com 
o propósito de aumentar a produção ao ponto de perder 
unidades por morte — a utilização de mão de obra não 
qualificada na extração do látex pode gerar o mesmo 
problema de mortes de plantas; 
• a área de cultivo de seringueira está muito elevada em 
relação à produção.
O que acha? Já pensou nisso?
Escreva o que você acredita quanto a esse questionamento 
e siga. Ao finalizar o tema, volte e veja se sua opinião 
mudou!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 93
É fundamental entender as motivações do elevado estoque de capital empatado 
em plantas de seringueiras para que se tenha condições de fazer uma boa 
leitura da situação e, junto com o produtor, tomar as decisões mais coerentes. 
Observe um exemplo!
Uma propriedade conta com:
• 500 plantas 
• em três fases diferentes de desenvolvimento
Para o cálculo do custo de oportunidade (juros) 
sobre o capital empatado em plantas de seringueira, 
estando dentro ou fora da vida útil, utiliza-se a 
seguinte fórmula:
CO = VM - S X i
Observe na tabela a forma prática desse cálculo!
Descrição Quant. de 
plantas
Valor médio 
unitário (por 
planta)
Vida útil 
(anos) Idade Custo de 
oportunidade
Seringueiras 1 225 R$ 7,00 24 10 R$ 94,50
Seringueiras 2 200 R$ 7,70 24 15 R$ 92,40
Seringueiras 3 75 R$ 8,40 24 20 R$ 37,80
TOTAL R$ 224,70
Juros de financiamento versus custos de produção
É importante que o Técnico de Campo e o produtor tenham plena consciência 
de que a atividade em si não necessita de financiamento, apenas de recursos, 
para que possa ser executada, não importando a fonte ou as taxas envolvidas.
Entenda!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 94
Na prática
Uma produtora de milho adquiriu um trator financiado 
com os seguintes parâmetros:
• valor de novo igual a R$ 120.000,00,
• vida útil de 15 anos,
• taxa de juros anuais contratada definida pela 
instituição financeira em 8% ao ano,
• tempo de carência de 3 anos,
• 7 parcelas anuais até a quitação do bem, totalizando 
10 anos.
VN - S
VU
d = d = R$ 8.000/ano
R$ 120.000 - 0
15
d =
Observe a maneira de contabilizar a entrada desse bem no sistema produtivo, no custo de 
produção da atividade.
A aquisição dessa máquina resultará em três alterações financeiras na propriedade:
• custo de oportunidade sobre capital empatado,
• depreciação do bem,
• fluxo de caixa.
As duas primeiras dizem respeito ao custo de produção; a última, apenas ao próprio fluxo 
de caixa.
Cálculo da depreciação:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 95
Cálculo do custo de oportunidade:
Em relação ao fluxo de caixa, temos:
• valor de novo = R$ 120.000,00,
• valor total dos juros contratados = R$ 96.000,00 (R$120.000,00 x 6% a.a. x 10 anos)
• custo total do bem para a produtora = R$ 216.000,00,
• valor da parcela anual = R$ 30.857,14 (7 parcelas após 3 anos de carência).
Esse será o valor (R$ 30.257,14) que vai compor o fluxo de caixa – é um pagamento, uma 
saída de capital da empresa. Não há nenhuma relação com o custo de produção.
VM - S
2
CO = X i
R$ 120.000,00 - 0
2
CO = X 6%a.a
R$ 3.600,00/anoCO =
De acordo com a análise do exemplo, essa máquina comporá o custo de produção 
de milho com a depreciação e o custo de oportunidade do capital empatado.
Observe que o valor do equipamento foi aportado no inventário de recursos da 
propriedade, totalmente no início do primeiro ciclo, não tendo ligação alguma 
com seu parcelamento e prazo de carência. O que foi contabilizado é seu custo 
(depreciação e custo de oportunidade) durante sua vida útil produtiva.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 96
Custo fixo médio
O custo fixo médio nos remete ao custo fixo por unidade produzida em 
determinado período analisado, e é calculado desta forma:
Custo fixo médio
Custo fixo total
Produção total no período 
analisado (ano, mês etc.)
CF Total
Produção
CFM =
É importante que o Técnico de Campo realize o cálculo do custo fixo médio 
por unidade, para que possa fazer a análise da eficiência dessa empresa em 
ofertar seus produtos ao mercado. O aumento do custo fixo unitário pode ser 
um indicativo de ineficiência da atividade.
Porém, isso não é regra, pois é possível que a aquisição dos bens, que geram 
aumento no custo fixo, causem redução no COE. Acompanhe um exemplo!
Na prática
Uma propriedade de produção de alface realizou, de uma só vez, 
todo o investimento necessário em infraestrutura de:
• galpões para depósito; 
• estufas para produção;• sistema de irrigação;
• pulverizador;
• automóvel;
• etc.
Porém, ainda está em fase de formação da escala de produção 
de alface.
Logo, sua análise de custo fixo unitário será altamente prejudicada, 
uma vez que o cenário aponta alto custo fixo, com pouca produção.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 97
Assim como no exemplo, temos ainda o comportamento do custo fixo médio 
(CFM), que, diante de diferentes volumes anuais de produção de alface 
(aumentados em uma escala de 200 unidades/dia em cada simulação — 200 
unidades por dia x 365 dias = 73.000 unidades), mantém inalterada a estrutura 
de custo fixo total (CFT).
Veja na tabela!
Simulação Volume
(unidade da alface) CFT (R$) CFM (R$)
1 73.000
R$ 190.000,00
R$ 2,60
2 146.000 R$ 1,30
3 219.000 R$ 0,87
4 292.000 R$ 0,65
A partir dos dados apresentados, teremos diferentes impactos dos custos 
fixos totais sobre a unidade produzida, de acordo com a escala de produção 
estabelecida.
Observe o gráfico!
Observe também o 
comportamento do custo fixo 
médio, que tem tendência de 
redução por unidade produzida 
quando a produção aumenta.
Essa redução pode chegar a 
valores irrisórios, porém 
jamais será igual a zero.
É possível observar que o 
custo fixo total se mantém 
estável ao longo de todo o 
período analisado.
Isso ocorre 
independentemente do 
volume de produção, desde 
que se mantenham estáveis as 
variáveis que o compõem 
(mão de obra familiar, 
depreciação e custo de 
oportunidade).
Produção
R
$
Custo 
Fixo Total
Custo 
Fixo Médio
Produção
R
$
Custo 
Fixo Total
Custo 
Fixo Médio
Produção
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 98
Observe também o 
comportamento do custo fixo 
médio, que tem tendência de 
redução por unidade produzida 
quando a produção aumenta.
Essa redução pode chegar a 
valores irrisórios, porém 
jamais será igual a zero.
É possível observar que o 
custo fixo total se mantém 
estável ao longo de todo o 
período analisado.
Isso ocorre 
independentemente do 
volume de produção, desde 
que se mantenham estáveis as 
variáveis que o compõem 
(mão de obra familiar, 
depreciação e custo de 
oportunidade).
Produção
R
$
Custo 
Fixo Total
Custo 
Fixo Médio
Produção
R
$
Custo 
Fixo Total
Custo 
Fixo Médio
Valor da Terra
A metodologia de cálculo do custo de produção utilizada não considera o valor 
da terra como componente do custo de produção. São avaliadas todas as 
benfeitorias úteis que estão sobre ela (incluindo poço artesiano, se houver).
Pare para pensar
Em duas propriedades com a mesma atividade, porém 
em regiões onde há grande variação no valor da terra, 
não existe a oportunidade de comparação. Isso acontece 
porque a atribuição de menores custos da atividade vai 
para quem tem a terra com valor menor, e os maiores 
custos da atividade vão para quem tem a terra com 
valor maior.
Os bens são inventariados à parte, quando o estoque de capital médio é 
apurado. Para obtermos o valor da terra nua, deve ser desconsiderado todo o 
inventário realizado, contabilizando somente o tamanho da área multiplicado 
pelo valor de mercado do hectare naquela região.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 99
Utilizamos a seguinte fórmula:
Área Valor do 
hectare
Valor da 
terra nua
Na metodologia de ATeG, não é contabilizada a remuneração do capital empatado, 
nem a depreciação sobre o valor da terra nua. O capital empatado em terras será 
levado em consideração apenas quando for calculada a taxa de remuneração do 
capital com terra, conforme você verá mais adiante no tema sobre indicadores.
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu 
como é formado o 
custo fixo em uma 
propriedade rural.
Analisou a forma 
que esse indicador 
é aplicado em casos 
práticos.
Entendeu como realizar os 
cálculos necessários para 
chegar aos resultados 
esperados.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 100
Tópico 2: Custo total
Será que determinar o custo total é somar todos os demais 
custos, simples assim?
A partir de agora, você verá como determinar o custo total de uma 
produção agropecuária, compreendendo as peculiaridades de cada 
cadeia produtiva.
O custo total engloba todos os custos, tanto variáveis como fixos, pois é a 
soma do custo operacional total (COT) com o custo de oportunidade (CO) do 
capital empatado em benfeitorias, máquinas, equipamentos, veículos, móveis, 
utensílios e outros bens.
Sua fórmula é a seguinte:
CT = COT + COCusto total
Custo operacional total Custo de oportunidade
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 101
Além da depreciação e da mão de obra familiar, devemos contabilizar o custo 
de oportunidade do capital investido na atividade, que corresponde à remuneração 
pelo uso do capital no processo produtivo analisado.
É como se todo o dinheiro aplicado na atividade estivesse 
alocado em outro tipo de investimento e a nossa base 
de comparação é a taxa de remuneração da poupança, 
que paga juros reais de 6% ao ano, em média.
O custo de oportunidade do capital investido corresponde, em média, 
a 6% ao ano sobre o somatório dos valores investidos na atividade 
rural avaliada.
Nesse ponto, é importante dividir o produtor em duas figuras distintas: o 
empreendedor e o capitalista.
O empreendedor é quem realiza o 
processo produtivo. Ele precisa de 
recursos financeiros para executar 
a atividade de sua opção. Porém, o 
empreendedor é tão somente um 
executor que não detém recursos 
financeiros e deve recorrer ao 
capitalista para tomar emprestado os 
recursos necessários.
Capitalista é o dono do capital. 
Ocorre que, na maioria das vezes, o 
empreendedor e o capitalista são a 
mesma pessoa, ou seja, o produtor 
rural tem recursos próprios, que 
serão empregados na execução da 
produção. Em caso de tomada de 
crédito de custeio e/ou investimentos 
– aquisição de dívidas – o dono do 
capital (capitalista) deverá arcar com as 
parcelas e os juros do financiamento. 
A atividade, representada pelo 
empreendedor, remunera o capitalista 
(dono do capital) pela oportunidade de 
uso do capital, o que na metodologia 
de ATeG chamamos de custo de 
oportunidade sobre o capital empatado.
Empreendedor Capitalista
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 102
Quando o produtor é, ao mesmo tempo, empreendedor e capitalista, não é 
nada mais natural que o capital aplicado/emprestado seja remunerado. 
Na configuração apresentada, isso não vai gerar desembolsos diretos, pois a 
remuneração será paga a ele mesmo. Além disso, não vai compor o fluxo de 
caixa, apenas o custo de produção.
Entenda!
Na prática
Um produtor de cítricos financiou um valor em uma 
instituição de crédito para a compra de fertilizantes.
• Valor financiado: R$ 50.000,00.
• Taxa cobrada para esse capital de giro: 25% a.a.
• Prazo de pagamento: seis meses.
Veja como encontrar o valor atribuído ao COE dessa atividade e o valor de juros pago.
O valor a ser atribuído ao COE será apenas a quantia de R$ 50.000,00. Isso se dá pelo fato 
de que a atividade necessitava do fertilizante (comprado por esse valor no mercado), e não 
do capital, muito menos dos juros.
Como a metodologia de ATeG não considera juros sobre capital de giro, não incidirão juros 
no custo de produção.
O produtor contratou o crédito com a taxa de 25% a.a., ou seja, pagará o equivalente a 
12,5% no período correspondente ao prazo de pagamento (6 meses).
Calculando o valor total a ser pago pelo produtor, temos:
Apenas a título de juros à instituição credora, o produtor tomador pagará a quantia de R$ 
6.250,00. Essa quantia não vai compor o custo de produção, somente o fluxo de caixa, 
uma vez que vai de fato “sair do caixa”. Esse custo, apesar de efetivo, é debitado ao 
empreendedor, e não à atividade.
R$ 50.000 x 12,5
100
Valor a ser pago = Valor a ser pago = R$ 6.250,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 103
Custo total médio
O custo total médio é o resultado da divisão do custo total da atividade pelo 
volume produzido, calculado assim:Custo total
Produção
Custo total médio =
É fundamental conhecer e analisar o custo total por unidade produzida. Ele nos 
dará condições de analisar a eficiência da empresa, se seus custos e receitas 
estão equilibrados e se a escala de produção está adequada em relação à 
estrutura envolvida.
O gráfico a seguir nos ajuda a compreender a tendência de comportamento 
do custo total médio em função da escala de produção. Observe!
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 104
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
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Produçãoq0
C
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io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
C
us
to
 t
o
ta
l m
éd
io
Produçãoq0
Quando a escala de produção 
é pequena, o custo total 
médio tende a ser alto, pois 
as unidades produzidas são 
poucas para poderem diluir o 
custo fixo. 
A diluição vai acontecendo com o aumento 
da escala de produção.
Para fazer com que a produção 
aumente, geralmente os custos 
variáveis aumentam, com o 
pagamento de insumos, mão de 
obra, serviços de máquinas etc., 
fazendo com que o custo total 
médio volte a subir.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 105
O custo total médio pode ser utilizado para diversas unidades comerciais, como:
• unidade de alface, repolho, couve-flor;
• arroba de erva-mate;
• litro de leite;
• metros cúbicos ou lineares de madeira;
• hectares de terra (10.000 m²);
• toneladas de resíduos orgânicos;
• quilo da carne;
• sacas de milho (ou de café, feijão, arroz, trigo, soja);
• caixa de tomate (ou de laranja, uva, maçã etc.).
Custo total por área
O custo total por área é resultado da divisão do custo total da atividade pela 
área utilizada. O cálculo é realizado da seguinte forma:
Custo total
Área da 
atividade/ha
Custo total por área =
A análise do custo total por área oferece elementos para compreender a 
eficiência do uso dos recursos, especialmente da terra, permitindo ainda fazer 
comparações entre áreas da propriedade e outras propriedades.
Muitos são os empresários rurais que se preocupam com os preços dos 
produtos e poucos são os que dedicam tempo e energia para conhecer 
e controlar os custos de produção. São os custos que estão sob nosso 
controle, não os preços.
Todos os fatores formadores de custos de uma atividade precisam ser conhecidos 
e, a partir daí, administrados. Só dessa forma seremos bem-sucedidos em 
nossas atividades.
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 106
No Youtube, neste link:
https://www.youtube.com/
watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=18
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Compreendeu 
o conceito de 
custo total.
Entendeu as 
complexidades existentes 
em cada cadeia produtiva 
para a determinação do 
custo total.
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=19
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=19
https://www.youtube.com/watch?v=JxDDwCliOew&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=19
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 107
Tópico 3: Margem bruta
Afinal, o que é margem bruta na prática?
A partir de agora, você verá o conceito de margem bruta e como 
defini-la considerando as variáveis de uma atividade rural.
Margem bruta é um indicador que é frequentemente utilizado de forma empírica 
pelos produtores. Muitas vezes é interpretado erroneamente como lucro (cujo 
conceito ainda será estudado neste módulo).
RB COEMB
Em um reflexo natural, depois que o produtor vende a produção e paga as 
despesas, ele analisa quanto sobrou e chama isso de lucro, o que não passa 
da margem bruta. Ele esquece que foram pagos apenas os custos operacionais 
efetivos, sem considerar a mão de obra familiar, a depreciação e o custo de 
oportunidade do capital.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 108
A margem bruta permite ao gestor analisar aspectos fundamentais da produção 
e do negócio. A partir da sua apuração é possível:
• identificar se a margem bruta é suficiente para cobrir os custos fixos,
• analisar se essa unidade produtiva é capaz de suportar oscilações de mercado, 
tanto nos preços dos insumos quanto no preço de venda dos produtos.
Conheça os passos para calcular a margem bruta!
Assuntos do campo
E o papo da vez é a margem bruta, o indicador 
essencial para que uma propriedade continue 
produzindo.
Afinal, para que isso aconteça, ela precisa de fluxo 
de caixa positivo, o que só é possível se tiver a 
margem bruta positiva.
A margem bruta permite analisar a capacidade 
operacional da empresa a curto prazo.
Para calcular esse indicador de forma correta, o 
gestor precisa realizar três passos. Anote, porque 
é importante!
O primeiro passo é considerar a receita obtida pela 
venda dos produtos e subprodutos da atividade.
A riqueza que foi produzida no período analisado, 
mas que ainda não foi vendida, também entra como 
renda.
Essa situação acontece nas atividades de criação 
animal, caso tenha ocorrido uma variação no 
inventário, em que o produtor aumentou seu 
patrimônio.
Outra consideração é o consumo de produtos gerados 
pela atividade e que não são comercializados, 
como carne e feijão para o consumo das pessoas, 
leite para o aleitamento de bezerros, esterco ou 
composto para adubar as lavouras e pastagens.
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 109
O segundo passo é retirar os pagamentos ou 
recebimentos referentes a empréstimos, pois eles 
não são componentes da renda, mas apenas do 
fluxo de caixa.
Se o dinheiro for utilizado como capital de giro, os 
insumos adquiridos entram no custo operacional 
efetivo do produto.
Já o terceiro passo é retirar os itens de 
investimento, ou seja, verificar se atendem a mais 
de um ciclo produtivo, não fazendo parte do custo 
operacional efetivo.
É importante fazer esse filtro antes da análise, pois 
é muito comum considerar um item que foi pago 
à vista como despesa, mesmo que ele possa ser 
utilizado por mais de um ciclo produtivo.
Os itens que devem ser destacados podem ser, por 
exemplo, latões de leite, roçadeira costal e aparelho 
de cerca elétrica, entre outros.
É isso! Seguindo esses três passos, fica mais fácil 
calcular a margem bruta.
Fazer com que o empreendimento tenha margem bruta positiva e sustentável 
é a primeira tarefa do gestor, pois qualquer empreendimento com margem 
bruta negativa, se não tiver sua estrutura de custos revisada, estará à beira 
do fechamento.
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 110
Análise da margem bruta
Veja os tipos de margem bruta:
Numa empresa em situação de margem bruta negativa, a renda obtida com a 
venda da produção não cobre os custos operacionais efetivos (desembolsos), 
o que gera dificuldades operacionais que comprometem o fluxo de caixa, 
chegando a inviabilizar completamente a atividade. É preciso muita cautela 
ao interpretar indicadores, pois eles nos dão informações sobre o momento 
da análise, não significando que a situação apresentada seja definitiva. É 
necessário um constante acompanhamento de sua evolução.
MB < 0 | Margem bruta negativa
Na empresa que apresenta resultados de margem bruta iguais a zero, a 
renda obtida com a venda da produção é suficiente apenas para cobrir os 
custos operacionais efetivos. Ela não consegue pagar mão de obra familiar, 
depreciação e custo de oportunidade do capital empatado. Caso a situação 
não seja revertida, a tendência é a de que seus bens venham a se exaurir, já 
que a empresa não terá condições de mantê-los, tampouco de substitui-los.
MB = 0 | Margem bruta igual a zero
Quando a margem bruta for maior do que zero, significa que a propriedade 
é viável no curto prazo, podendo pagar todos os custos operacionais efetivos 
e sobrando recursos para pagar todaou parte da mão de obra familiar, da 
depreciação e do custo de oportunidade do capital.
A empresa que apresenta uma situação de margem bruta positiva, porém 
com margem líquida negativa, requer um acompanhamento da evolução de 
seus indicadores, a fim de que sejam identificados os principais gargalos e 
realizados os ajustes necessários.
MB > 0 | Margem bruta positiva
MB < 0
MB = 0
MB > 0
Highlight
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 111
Acompanhe um exemplo prático!
Na prática
Ao analisar os dados da Fazenda Jussara, o seguinte quadro se apresentou. Observe!
Fazenda Jussara
 A Fazenda Jussara é uma propriedade de médio 
porte destinada à produção de batata-doce, cujo 
cultivo é realizado com variedades precoces e tardias 
em várias etapas durante o ano para garantir a 
venda ininterrupta do produto. O seu proprietário 
está analisando qual é a viabilidade da sua 
fazenda no curto prazo e quer saber se o negócio é 
sustentável pelo cálculo da margem bruta. Para isso, 
conta com a ajuda de um Técnico de Campo.
Renda bruta da produção de batata-doce
Mês Quantidade em caixas Valor unitário Valor total
Janeiro 725 R$ 30,00 R$ 21.750,00
Fevereiro 765 R$ 35,00 R$ 26.775,00
Março 830 R$ 30,00 R$ 24.900,00
Abril 750 R$ 40,00 R$ 30.000,00
Maio 715 R$ 30,00 R$ 21.450,00
Junho 900 R$ 45,00 R$ 40.500,00
Julho 915 R$ 40,00 R$ 36.600,00
Agosto 940 R$ 40,00 R$ 37.600,00
Setembro 925 R$ 30,00 R$ 27.750,00
Outubro 850 R$ 30,00 R$ 25.500,00
Novembro 835 R$ 35,00 R$ 29.225,00
Dezembro 850 R$ 35,00 R$ 29.750,00
Renda bruta total 10.000 R$ 351.800,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 112
Analisando os dados fornecidos nas planilhas, temos:
• RB = R$ 351.800,00
• COE = R$ 57.230,00
MB = RB – COE
MB = R$ 351.800,00 – R$ 57.230,00
MB = R$ 294.570,00
Assim, chegamos à conclusão de que na propriedade a atividade proporcionou margem 
bruta positiva no valor de R$ 294.570,00/ano.
Dessa forma, o proprietário pode ficar tranquilo, já que a atividade é viável a curto prazo, 
pois cobre os custos operacionais. Mas o Técnico de Campo já avisou que não se pode 
estender essas informações para um longo prazo, já que não existem dados sobre os custos 
fixos, que podem ser maiores do que a margem bruta.
Planilha do custo operacional efetivo (COE) da produção de batata-doce
Item Valor
Mão de obra permanente R$ 17.000,00
Mão de obra avulsa (diarista) R$ 4.000,00
Subsolagem do solo R$ 1.750,00
Gradagem do solo R$ 2.300,00
Levantamento de leiras R$ 4.000,00
Adubos R$ 5.000,00
Corretivos R$ 2.000,00
Fungicida R$ 500,00
Transporte R$ 1.200,00
Energia e combustível R$ 7.000,00
Inseticida R$ 350,00
Impostos e taxas R$ 2.500,00
Reparos de benfeitorias R$ 2.300,00
Reparos de máquinas R$ 2.750,00
Outros gastos de custeio R$ 4.580,00
COE TOTAL R$ 57.230,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 113
Apenas conhecendo a margem bruta da atividade não é possível concluir a 
viabilidade da atividade a médio e longo prazos.
Margem bruta/área
Considerando a manutenção das estruturas de custos fixos, esse indicador 
pode ser utilizado para comparar diversas atividades agropecuárias e decidir 
qual explorar. Vamos voltar ao exemplo da Fazenda Jussara.
Na prática
O proprietário viu que ocupa uma área de 10 hectares da propriedade para a produção de 
batata-doce. Mais uma vez, com a ajuda do Técnico de Campo, realizou o seguinte cálculo:
• produção média por hectare de batata-doce: 1.000 caixas de 20 kg cada uma;
• área: 10 hectares da propriedade; 
• comercialização em caixas de madeira e papelão: R$ 35,18 em média na lavoura (sem 
o processo de lavagem da batata-doce) para cada caixa de 20 kg. 
A renda bruta é calculada levando em consideração a quantidade de caixas produzidas por 
hectare multiplicada pela quantidade de hectares utilizados na produção para obter seu 
total. Depois, é multiplicado o total produzido pelo preço de venda.
Renda bruta:
• Produção = 1.000 caixas/ha
• Produção = 1.000 x 10 ha = 10.000 caixas
• Preço médio = R$ 35,18/caixa
Renda bruta = 10.000 cx. x R$ 35,18 = R$ 351.800,00
Renda bruta = 36.000 sacas x R$ 33,00 = R$ 1.188.000,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 114
O cálculo do COE total da produção de batata-doce é simples, basta saber o valor do custo 
operacional efetivo por hectare e multiplicar pela quantidade de hectares ocupados pela 
cultura.
COE = x 10 ha
R$ 5.723,00
ha
Então, para calcular a margem bruta total, basta utilizar o valor da renda bruta da produção 
e subtrair o valor do COE total, tendo assim a margem bruta da atividade.
MB
ha
294.570,00
10
MB = R$ 351.800,00 – R$ 57.230,00 = 
MB = R$ 294.570,00
=
MB
ha
R$ 29.457,00/ha=
Diante desse cenário, o empresário identificou que, com a mecanização 
que tinha disponível e com as características de clima e topografia, poderia 
explorar milho na mesma área. Para definir se manteria a batata-doce ou 
exploraria milho, ele calculou a margem bruta/ha projetada para o milho 
naquele ano agrícola.
Observe!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 115
Na prática
Planilha de custo operacional efetivo (COE) da produção de milho por hectare:
Item Valor (R$)
Semente de milho 461
Corretivo de solo 93
Macronutrientes 899
Micronutrientes 217
Fungicida 85
Inseticida 223
Adjuvante 31
Herbicida 263
Operações mecanizadas 165
Reparos de benfeitorias 124
Reparos de máquinas 161
Operações e aéreas 92
Transporte da produção 240
Beneficiamento 191
Assistência técnica 15
Armazenagem 70
Impostos e taxas 42
Despesas de administração 128
COE TOTAL 3.500
Atividade principal: milho
COE: R$ 3.500,00/ha
Renda bruta:
• Produção = 120 sacas/ha
• Produção = 120 x 10 ha = 1.200
• Preço = R$ 33,00/saca
• Renda bruta = 1.200 x R$ 33,00 = R$ 39.600,00
COE da atividade = R$ 3.500 x 10 ha = R$ 35.000,00
MB = R$ 39.600,00 – R$ 35.000,00 = R$ 4.600,00
MB/ha = 4.600,00/10 = R$ 460,00/ha
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 116
Por fim, ele comparou os resultados:
MB/ha – batata-doce: R$ 29.457,00/ha
MB/ha – milho: R$ 460,00/ha
Diante desse cenário, o empresário pôde tomar a decisão de explorar a atividade 
de produção de batata-doce, e não de milho.
Margem bruta por unidade produzida
A margem bruta por unidade produzida, ou margem bruta unitária, é obtida 
com a divisão da MB pela quantidade de unidades produzidas. Logo, nesse 
indicador devemos utilizar as unidades comerciais.
Exemplos de unidades comerciais:
• arroba de erva-mate;
• unidade de alface, repolho, couve-flor etc.
• metro cúbico ou linear de madeira;
• hectares de terra;
• tonelada de resíduo orgânico;
• sacas de milho (ou de café, feijão, arroz, trigo, soja);
• caixa de tomate (ou de laranja, uva, maçã etc.).
Entenda!
Na prática
No exemplo da Fazenda Jussara, a margem bruta unitária seria:
MB total
Produção
MB Unitária =
R$ 294.570,00
10.000 caixas
MB Unitária =
MB Unitária = R$ 29,45/caixa
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 117
A margem bruta unitária é utilizada para identificar:
Quanto do preço do 
produto sobra ao 
produtor para pagar 
seus custos fixos e 
dimensionar seu lucro.
Rendimentos
Capacidade daquele 
negócio para suportar 
oscilações de preços 
no mercado.
Sustentabilidade
Uso da margem bruta como ferramenta para 
dimensionar o sistema produtivo
Esse indicador pode ser utilizado para projetar quantas unidades devem ser 
produzidas para alcançar determinada meta financeira. Entenda melhor, 
acompanhando a Fazenda Jussara!
Na prática
Na Fazenda Jussara, o produtor decidiu que deve produzir um 
número mínimo de caixas de batata-doce suficiente para pagar o 
custo fixo de R$ 16.000,00 e fazer uma retirada de R$ 80.000,00 
anualmente. 
Ele precisa saber o número de caixas a serem colhidas para atingir 
essa meta financeira.
O número de caixas a serem colhidas é igual à meta financeira: 
Isso significa que, para cobrir um custo fixo de R$ 16.000,00 e fazer uma retirada anual de 
R$ 80.000,00, o produtor deverá colher ao menos3.260 caixas de batata-doce anualmente.
R$ 16.000,00 + R$ 80.000,00 =
=
=
R$ 96.000,00 anualmente
MB por caixa (R$ 29,45)
Número de caixas Número de caixas = R$ 96.000,00
R$ 29,45 por caixa
Número de caixas Número de caixas = 3.260 caixas
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 118
Nas outras cadeias, o mesmo raciocínio pode ser utilizado para:
● sacas de cereais;
● unidade de alface, repolho etc.; 
● número de poedeiras;
● tonelada de laranja;
● quilograma de frutas
Margem bruta em equivalentes às unidades 
produzidas
É a conversão do valor financeiro da margem bruta em unidades produzidas. 
Isso é obtido pela margem bruta dividida pelo preço médio de venda. 
Entenda!
Na prática
Na Fazenda Jussara, cuja atividade é a produção de batata-doce, o cálculo fica da 
seguinte forma:
MB em equivalente 
unidades produzidas
=
Margem bruta
Preço médio
MB eq =
R$ 294.570,00
R$ 35,18 
(valor médio do ano/caixa)
MB eq = 8.373 caixas
MB em equivalente 
unidades produzidas
=
Margem bruta
Preço médio
MB eq =
R$ 294.570,00
R$ 35,18 
(valor médio do ano/caixa)
MB eq = 8.373 caixas
MB em equivalente 
unidades produzidas
=
Margem bruta
Preço médio
MB eq =
R$ 294.570,00
R$ 35,18 
(valor médio do ano/caixa)
MB eq = 8.373 caixas
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 119
A margem bruta em equivalentes às unidades produzidas permite ao gestor:
Comparar sua 
eficiência com 
outras regiões onde 
o preço de mercado 
é diferente, 
pois a unidade 
comercializada 
é a mesma nas 
regiões.
Conhecer sua 
margem bruta 
convertida na 
unidade de 
comercialização.
Analisar os 
resultados obtidos 
em safras ou 
ciclos produtivos 
diferentes.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Reconheceu a renda 
bruta como um 
indicador de extrema 
relevância para a 
propriedade rural.
Entendeu como 
realizar a análise 
da margem bruta, 
incluindo as suas 
variáveis.
Compreendeu como usar 
a margem bruta para 
dimensionar o sistema 
produtivo.
Highlight
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 120
Tópico 4: Margem líquida
Você sabe a importância de analisar o resultado do cálculo 
da margem líquida?
A partir de agora, você verá como calcular a margem líquida, 
interpretar os resultados e tomar decisões com base nela.
A margem líquida (ML) é o resultado da soma do custo operacional efetivo 
mais a depreciação e a mão de obra familiar menos a renda bruta da 
atividade (RB). Ou seja, é a renda bruta menos o custo operacional total. 
Observe a fórmula!
RB COE d MOFML
RB COTML
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 121
A análise da margem líquida permite ao administrador identificar se a atividade 
está sendo viável em curto e médio prazos.
• Se positiva, sinaliza ao empresário que a estrutura empregada na atividade 
está compatível com a escala de produção.
• Se negativa, indica desequilíbrio na estrutura de custos e, muitas vezes, elevado 
estoque de capital empatado na atividade, sem uma escala de produção que 
a justifique.
Análise da margem líquida
Ao analisar a margem líquida e identificar que ela é menor que zero, ou seja, 
negativa, deve-se investigar em qual das duas situações ela se enquadra: 
ML negativa com MB negativa ou ML negativa com MB positiva. Entenda as 
diferenças!
Essa atividade não é sustentável nem mesmo no curto prazo, portanto requer 
uma revisão minuciosa na estrutura de custos e no sistema de produção.
Vale destacar que alguns itens do COE, em situações de baixa escala de 
produção, podem comprometer grande parte da renda, mas podem ser diluídos 
com a escala de produção como energia elétrica, mão de obra contratada e 
combustível.
ML < 0 com margem bruta negativa
ML > 0
MB > 0
ML > 0ML = 0
ML < 0
MB < 0
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 122
Significa que a atividade está cobrindo os custos operacionais efetivos, mas 
não consegue cobrir todas as depreciações e o custo da mão de obra do 
produtor, além de não pagar o custo de oportunidade sobre o capital investido. 
Analisando economicamente, podemos dizer que a atividade é viável apenas 
no curto prazo.
Caso a situação de margem líquida negativa persistir, ocorrerá o empobrecimento 
da empresa, inviabilizando a atividade, que não conseguirá recursos suficientes 
para renovar seus bens duráveis.
ML < 0 com margem bruta positiva
Uma atividade na situação de margem líquida igual a zero é considerada viável 
no médio prazo, porém ela fica muito sensível às oscilações de mercado e de 
tecnologia. Pode-se dizer também que o negócio não é atrativo, pois não paga 
o custo de oportunidade do capital empatado, nem mesmo com uma taxa de 
6% ao ano, conhecida como taxa de atratividade mínima.
ML = 0
Quando a margem líquida é maior que zero, significa que essa atividade é 
viável em médio prazo, pois é capaz de cobrir o custo operacional efetivo, as 
depreciações, o custo da mão de obra familiar e ainda sobram recursos para 
pagar pelo menos parte do custo de oportunidade sobre o capital empatado. 
Porém, não podemos definir se esse negócio é atrativo, antes de avançarmos 
para as análises econômicas vinculadas ao lucro.
ML > 0
ML > 0
MB > 0
ML > 0ML = 0
ML < 0
MB < 0
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 123
No meio rural, a margem líquida, apesar de importante, é pouco analisada pelos 
produtores e gestores de fazendas, que não demonstram a devida preocupação 
com as estruturas geradoras de custos fixos que, quando superdimensionadas 
e com baixa escala de produção, acabam por inviabilizar as propriedades
De maneira geral, é possível afirmar que o crédito facilitado é 
algo positivo, capaz de proporcionar incremento de produção e 
desenvolvimento das unidades produtivas. Porém, infelizmente, muitos 
produtores têm inviabilizado suas propriedades ao tomarem crédito 
e investirem em estrutura, sem analisarem o impacto dessa ação, e 
depois enfrentam dificuldades para arcarem com seus compromissos 
diante das instituições financeiras.
É muito comum encontrarmos no mercado produtores insatisfeitos com os preços 
dos produtos, porém no período de alta nos preços também é muito frequente 
identificarmos superinvestimentos. Os produtores, movidos pela empolgação 
nos períodos de valorização, usam uma sobra de dinheiro e investem em bens 
depreciáveis, sem prever o custo da reposição desses itens para manter a 
eficiência do sistema.
A margem líquida, assim como os outros indicadores de análise de rentabilidade, 
é calculada com base em algo realizado – com dados passados. No entanto:
Se o produtor 
tem uma margem 
líquida restrita em 
sua atividade...
...aumenta 
seus custos de 
depreciação sem 
aumento da renda ou 
redução do COE...
...corre o risco de 
inviabilizar sua 
atividade ou diminuir 
a eficiência até então 
alcançada.
Em outras palavras, se um produtor adquire um bem qualquer que possui 
depreciação anual superior à sua margem líquida, e esse bem não promoveu 
redução no COE, nem aumento de produção, o produtor pode concluir que, a 
princípio, esse investimento é inviável ou incompatível com suas projeções atuais.
Entenda acompanhando um exemplo!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 124
Na prática
Nos últimos 12 meses, uma determinada atividade 
contabilizou uma margem líquida de R$ 10.000,00. Ao 
visitar uma feira agropecuária, ofereceram ao produtor 
rural um trator e implementos que, juntos, contabilizam 
uma depreciação de R$ 12.000,00 ao ano.
No primeiro momento, sabendo que a margem bruta da atividade era de R$ 35.000,00 nos 
últimos 12 meses e vendo um programa de financiamento com carência e prestações de R$ 
8.000,00, o produtor pensou em adquirir o trator.
De fato, no curto prazo estava tudo certo, e ele conseguiria pagar as prestações. Porém, 
não sobrariam recursos para pagar o custo extra de depreciação do novo trator.
Ao avaliar que não aumentaria sua produção, pois não tinha mercado para isso, o produtor 
calculou qual seria sua nova margem líquida se adquirisse o trator:ML = R$ 10.000,00 - R$ 12.000,00
ML = -R$ 2.000,00
O resultado mostra que, a longo prazo, esse seria um investimento inviável para 
sua atividade.
Margem líquida 
anterior
Depreciação 
dos novos bens 
adquiridos
ML
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 125
A margem líquida também é avaliada por unidade e por equivalência em unidades 
produzidas. Observe como aplicar os conceitos usando os dados da propriedade:
• depreciação anual do trator: R$ 12.000,00,
• mão de obra familiar: R$ 15.000,00,
• COE da atividade: R$ 338.930,00,
• renda bruta: R$ 446.150,00.
COT = R$ 338.930,00 + R$ 12.000,00 + R$ 15.000,00
COT = R$ 365.930,00
Com esses dados, agora basta encontrar a margem líquida.
ML = R$ 446.150,00 - R$ 365.930,00
ML = R$ 80.220,00
COE d MOFCOT
MB COTML
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 126
Margem líquida unitária
A margem líquida unitária é representada pela relação entre a margem líquida 
e a quantidade produzida.
ML
Produção
ML unitária =
Esse índice é utilizado para verificar quanto está sobrando de cada unidade por 
unidade produzida depois que foi pago o COT (COE, depreciação e mão de obra 
familiar). Caso a margem líquida unitária seja positiva, começa a ser remunerado 
o capital, conhecido como custo de oportunidade do capital investido.
Entenda!
Na prática
Na propriedade da batata-doce, há os seguintes dados:
• ML = R$ 40.220,00
• Produção em caixas = 3.000
O cálculo aplicado a esse contexto é
Isso significa que esse é o valor que sobra após o pagamento dos custos operacionais 
efetivos, das depreciações e do custo da mão de obra familiar, ou seja, o valor que sobra 
por caixa vendida para remunerar o capital empatado.
R$ 40.220,00
3.000 caixas
Margem 
líquida/caixas =
R$ 13,40/caixasMargem 
líquida/caixas =
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 127
Essa mesma análise pode ser feita para qualquer atividade. Observe!
Pecuária Agricultura
• ML/kg de carne
• ML/litro de leite
• ML/dúzia de ovos
• ML/kg mel
• ML/saca (café, milho e soja)
• ML/tonelada (cana, silagem)
• ML/arroba de fumo
• ML/caixa (hortaliças e frutas)
Margem líquida em equivalentes às unidades 
produzidas
É a conversão do resultado financeiro da margem líquida em unidades produzidas. 
Esse valor é obtido com a divisão da margem líquida pelo preço de uma unidade 
do produto em questão. Observe!
ML
Preço unitário
ML em equivalentes às unidades produzidas =
Agora, para dar uma variada, o que acha de testar o que tem visto neste tema?
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 128
Analise o resultado na apuração da margem líquida equivalente em uma 
atividade de gado de corte do Produtor A. Depois, para que essa análise seja 
eficiente, compare com os resultados apresentados pelo Produtor B, ambos 
utilizando áreas equivalentes.
Para isso, considere a fórmula:
ML da atividade
Preço unitário
ML equivalente =
Produtor A
• ML da atividade = R$ 80.220,00
• Preço = R$ 148,72/arroba
ML equivalente
a arrobas = 539,40 arrobas ML equivalente
a arrobas = 584,84 arrobas
ML equivalente
a arrobas
R$ 80.220,00
R$ 148,72
= ML equivalente
a arrobas
R$ 75.900,00
R$ 130,00
=
Produtor B
• ML da atividade = R$ 75.900,00
• Preço = R$ 130,00/arroba
ML equivalente
a arrobas = 539,40 arrobas ML equivalente
a arrobas = 584,84 arrobas
ML equivalente
a arrobas
R$ 80.220,00
R$ 148,72
= ML equivalente
a arrobas
R$ 75.900,00
R$ 130,00
=
Depois dessa análise, é nítido que o Produtor A, cuja margem líquida foi de 
R$ 80.220,00 para a mesma área, ganhou mais dinheiro que o Produtor B.
Porém, qual dos dois foi mais eficiente tecnicamente?
 
Produtor A Produtor B
Justifique aqui a sua escolha!
Pense e decida
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 129
Feedback
O produtor A obteve uma margem líquida da atividade equivalente a 539,40 
arrobas.
Já o produtor B obteve uma margem líquida da atividade equivalente a 
583,84 arrobas.
Portanto:
583,84 arrobas (Produtor B) menos 539,4 arrobas (Produtor A) = 44,44 
arrobas a mais para o produtor B.
Assim, podemos observar que o resultado produtivo do Produtor B foi melhor 
que o do produtor A em 44,44 arrobas, ambos explorando áreas equivalentes. 
Porém ele não foi economicamente melhor, devido ao menor preço que obteve 
na comercialização da sua produção.
Essa informação é rica para os dois produtores, mostrando que um pode 
comercializar seu produto melhor e o outro consegue ser mais eficiente 
tecnicamente.
Ao converter o resultado financeiro em unidades produzidas, o 
produtor também consegue comparar seus resultados ao longo dos 
anos, podendo avaliar o resultado da aplicação de tecnologias em 
diferentes safras. Esse comparativo anual de resultados é muito 
importante para visualizar a interação do sistema de produção que o 
produtor tem com o que acontece no mercado.
Usando o contexto do Produtor A de erva-mate, que nos últimos 12 meses 
obteve margem líquida de 2.979,25 arrobas, acompanhe...
Pesquisando em seus 
registros, ele viu que 
no ano 2000, antes de 
implementar diversas 
tecnologias, sua margem 
líquida foi de 3.100 
arrobas.
Essa análise permitiu ao 
Produtor A concluir que, 
para justificar as tecnologias 
implementadas, ele precisaria 
aumentar sua eficiência técnica 
e sua escala de produção.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 130
Para ficar mais claro, observe um exemplo prático!
Na prática
Uma propriedade com uma cultura de milho apresenta 
os seguintes dados:
• margem líquida da atividade = R$ 80.220,00,
• preço do milho = R$ 33,00/saca.
Agora, vamos apurar a margem líquida equivalente a 
sacas de milho.
• ML equivalente a sacas = R$ 80.220,00 ÷ R$ 33,00
• ML equivalente a sacas = 2.430 sacas
O resultado permite comparar a margem líquida com 
outros produtores que vendem a preços diferentes, 
como também comparar com a sua própria margem 
líquida em épocas diferentes. A moeda então é 
convertida em produto.
A margem líquida pode ser usada na equivalência com qualquer unidade 
produzida. Veja os exemplos a seguir:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 131
Pecuária Agricultura
• Equivalente a kg de carne
• Equivalente a litros de leite
• Equivalente a dúzia ou caixa de ovos
• Equivalente a kg mel
• Equivalente a sacas (café, milho e soja)
• Equivalente a toneladas (cana, silagem)
• Equivalente a arrobas de fumo
• Equivalente a caixas (hortaliças e frutas)
 
Para conhecer mais sobre margem líquida, acesse o 
Youtube e assista ao vídeo “Margem Líquida – Série 
ATeG Gestão”, disponível em 
https://www.youtube.com/
watch?v=K6tMmwToGd0&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=13.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Conheceu o cálculo da margem 
líquida e a sua importância 
na análise financeira da 
propriedade rural.
Compreendeu como realizar a 
análise desse índice, incluindo 
suas variações.
https://www.youtube.com/watch?v=K6tMmwToGd0&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=13
https://www.youtube.com/watch?v=K6tMmwToGd0&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=13
https://www.youtube.com/watch?v=K6tMmwToGd0&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=13
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 132
Tópico 5: Aplicação dos conceitos
Você consegue, com o que viu até aqui, analisar uma 
propriedade rural sob esses conceitos?
Neste tópico você vai ver a aplicação dos conceitos de custos 
fixos, custo total, margem bruta e líquida nas cadeias produtivas 
do agronegócio.
É importante manter o foco, pois quando todas as contabilizações dos custos 
de produção estiverem finalizadas, será feita a análise dos dois principais 
indicadores econômicos apresentados neste tema: margem bruta e margem 
líquida.
Custo fixo
Custo fixo (CF) é o somatório dos custos da mão de obra familiar (MOF), 
depreciação (d) e custo de oportunidade (CO).
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 133
Fórmula:
MOF d COCF
Observe os dados para calcular o custo fixo:
• CO = R$ 6.125,04
• MOF = R$ 19.200,00
•d = R$ 13.682,65
 
Cálculo e resultado:
CF = R$ 19.200,00 + R$ 13.682,65 + R$ 6.125,04
CF = R$ 39.007,69
Custo de oportunidade do capital empatado
Para esse cálculo, serão usados dados da enxada rotativa encanteiradeira, 
como visto anteriormente.
O custo de oportunidade é calculado da seguinte forma.
CO = [(VN - S) ÷ 2] × 6%
Observe os dados:
• Valor de novo = R$ 1.000,00
• Vida útil = 15 anos
• Idade = 5 anos
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 134
Veja que a idade é menor do que a vida útil, logo:
CO = [(R$ 1.000,00 - 0) ÷ 2] x 6%
CO = R$ 30,00
Custo de oportunidade do capital = R$ 30,00/ano
Para o cálculo do custo de oportunidade do capital dos bens da atividade de 
olericultura nas tabelas abaixo, seguimos o mesmo padrão e a mesma fórmula 
do exemplo da enxada rotativa encanteiradeira. Observe!
Benfeitorias no período da vida útil
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo 
(R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Custo de 
oportunidade 
(R$)
Galpão de 96 
m² de madeira 
(depósito)
1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10 900,00
Banheiros 1 100% 1.000,00 1.000,00 20 10 30,00
Estufa de 40 m 
x 50 m 4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5 1.800,00
Unidade de 
lavagem de 
hortaliças
1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5 54,00
Unidade de 
produção de 
compostagem
1 50% 1.000,00 500,00 20 5 15,00
TOTAL 2.799,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 135
Máquinas e equipamentos no período da vida útil
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
novo 
(R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Custo de 
oportunidade 
(R$)
Caminhão-baú 
– câmara fria 1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5 2.400,00
Pulverizador 
costal 3 100% 100,00 300,00 10 5 9,00
Carrinho de 
mão 3 100% 200,00 600,00 5 1 18,00
Enxada 
rotativa 
encanteiradora
1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5 30,00
Semeadora 
de hortaliças 
manual
1 100% 400,00 400,00 15 5 12,00
Equipamento 
para lavagem 
de hortaliças
1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2 36,00
Bebedouro tipo 
gelágua 1 100% 300,00 300,00 5 2 9,00
TOTAL 2.514,00
Cálculo do custo de oportunidade do capital de 
equipamentos já depreciados
Neste caso, é importante recorrer às particularidades previstas na metodologia 
de ATeG, a qual estabelece que em vez do capital médio (valor de novo ÷ 
2) deve ser utilizado o valor de mercado do bem para o cálculo do custo de 
oportunidade do capital. Entenda!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 136
Sistema de irrigação Cálculo e resultado
• Valor de novo do sistema de irrigação 
= R$ 10.000,00
• Valor de mercado do sistema de 
irrigação = R$ 1.000,00
• Vida útil = 15 anos
• Idade = 16 anos
CO = (VM + VS) x i
CO = (R$ 1.000,00 + 0) x 6%
CO = R$ 60,00
O custo de oportunidade anual do sistema 
de irrigação é igual a R$ 60,00.
Considerando o valor atualizado de mercado dos bens já depreciados de acordo 
com o que foi visto no exemplo, observe o custo de oportunidade sobre o 
capital empatado da Fazenda Santa Felicidade.
Equipamentos já depreciados
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor 
unitário 
atualizado 
de 
mercado 
(R$)
Valor 
total 
para a 
atividade 
(R$) 
Vida útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Custo de 
oportunidade 
(R$)
Ferramentas 
diversas 1 80% 230,00 184,00 10 12 11,04
Sistema de 
irrigação 1 100% 1.000,00 100,00 15 16 6,00
Trator 65 CV 1 80% 15.000,00 1.500,00 15 16 90,00
Computador 
com impressora 1 80% 250,00 200,00 5 7 12,00
TOTAL 119,04
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 137
Cálculo do custo de oportunidade das benfeitorias
Neste caso, devemos considerar tanto as benfeitorias que estão no período de vida 
útil quanto as já depreciadas, com base no capital médio (valor de novo ÷ 2).
Confira os resultados nas tabelas!
Benfeitorias já depreciadas
Item Quantidade
Utilização 
na 
produção 
de alface
Valor de 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida 
útil 
(anos)
Idade 
(anos)
Custo de 
oportunidade 
(R$)
Galpão de 
80 m² de 
madeira 
(máquinas)
1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23 480,00
Estufa de 
produção de 
mudas 10 m 
x 20 m
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16 45,00
Poço 
artesiano 1 80% 7.000,00 5.600,00 20 22 168,00
TOTAL 693,00
Somatório do custo de oportunidade anual
Inventário Custo de oportunidade (R$)
Máquinas e equipamentos 2.633,04
Benfeitorias 3.492,00
TOTAL 6.125,04
Custo total (CT)
O custo total pode ser obtido pela soma do custo operacional efetivo (COE) 
ao custo fixo ou pela soma do custo operacional total (COT) ao custo de 
oportunidade sobre o capital próprio. Observe a fórmula:
COT COCT
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 138
Agora, veja como ficou o CT da Fazenda Santa Felicidade!
• COT = R$ 91.863,85
• CO = R$ 6.125,04
Dados
CT = R$ 91.863,85 + R$ 6.125,04
CT = R$ 97.988,89
Cálculo e Resultado
Custo total proporcional de um produto
O custo total de um produto pode ser obtido pela soma do COT desse produto 
com o custo de oportunidade proporcional à renda gerada por ele em relação 
à renda bruta da atividade (RA). Observe a fórmula:
COT
da alface
CO 
x 
(RAAL/RAAT)
CT alface
Os dados são:
• RAAT = Renda da atividade
• RAAL = Renda da alface
Cálculo e resultado:
CT alface = R$ 85.472,08 + (R$ 6.125,04 x (265.565,38/281.565,38 ))
CT alface = R$ 85.472,08 + (R$ 6.125,04 x 0,9431)
CT alface = R$ 85.472,08 + R$ 5.776,52
CT alface = R$ 91.248,60
O custo de oportunidade de R$ 6.125,04 é o total referente ao custo 
de oportunidade de todos os itens que a atividade possui em uso 
compartilhado por uma ou mais atividades, devendo, portanto, ser 
rateado.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 139
Não é tão complicado determinar um custo de produção de forma correta, no 
entanto, esse conhecimento exige uma constante visão sistêmica do processo, 
sabendo reconhecer o que pertence ou não à atividade, proporcionalizando 
quando for o caso.
Por isso é que dissemos logo no começo: ninguém melhor para definir os 
custos de produção do que quem trabalha diretamente na atividade. Ou seja, 
produtores e técnicos de campo.
Margem bruta da atividade
A margem bruta da atividade (MB) é obtida pela diferença entre a renda bruta 
(RB) e o custo operacional efetivo (COE), conforme a fórmula:
RB COEMB
Neste estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, a renda foi obtida pelo 
somatório:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 140
• da venda de alface no atacado e a 
varejo; 
• da venda de composto e da alface 
utilizada para consumo..
= R$ 281.565,88
O custo operacional efetivo foi de R$ 58.981,20.
Os dados podem ser observados mais detalhadamente na tabela!
Produto Valor
Renda da alface no atacado 236.267,00
Renda da alface a varejo 28.861,50
Alface consumida pela família 437,38
Venda de composto 16.000,00
TOTAL 281.565,88
A partir da apuração da renda bruta e do COE, podemos calcular a margem 
bruta:
MB = R$ 281.565,88 – R$ 58.981,20
MB = R$ 222.584,68
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 141
Variações na análise da margem bruta da atividade
É a margem bruta por unidade produzida e deve ser calculada pela divisão da 
margem bruta pela produção. Observe a fórmula!
Na Fazenda Santa Felicidade, os dados são os seguintes:
• Produção = 360.365 unidades
• Margem bruta = R$ 211.105,42
MB unitária = R$ 211.105,42 ÷ 360.365
MB unitária = R$ 0,58
A margem bruta por unidade produzida na Fazenda Santa Felicidade é de 
R$ 0,58.
Margem Bruta
Produção
MB unitária =
A) Margem bruta unitária
Ela consiste em converter o valor da margem bruta da atividade em unidade 
de alface (produto principal), dividindo a margem bruta pelo preço da alface. 
Isso permite comparar o resultado de margem bruta entre as propriedades, 
sem o efeito do preço.
Veja a fórmula a seguir:
MB equivalente = R$ 222.584,18 ÷ R$ 0,73
MB equivalente = 304.909,83 unidades
No período analisado, a margem bruta da atividade é de R$ 222.584,18, que 
equivale a 304.909,83 unidades de alface.
Margem BrutaPreço
MB equivalente =
B) Margem bruta em equivalentes às unidades produzidas
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 142
É a margem bruta dividida pela área utilizada para a produção. Veja!
• Margem bruta = R$ 222.584,18 
• Área = 1,5 ha
MB/área = R$ 222.584,18 ÷ 1,5 = R$ 148.389,45 por ha
A margem bruta por hectare utilizado para a produção foi de 
R$ 148.389,45/ha.
Margem Bruta
Área
MB área =
C) Margem bruta por área
A margem bruta por estufa* é utilizada no gerenciamento de uma 
propriedade para dimensionar a quantidade necessária para atingir uma meta 
financeira.
Na propriedade produtora de alface, é feita por estufa. 
• Quantidade de estufa = 4
MB/Estufa = R$ 222.584,18 ÷ 4
MB/Estufa = R$ 55.646,04
Nesse caso, a margem bruta da atividade corresponde a R$ 55.646,04 por 
estufa em produção.
Margem Bruta
Estufas
MB/Estufa =
D) Margem bruta por estufa
Esse indicador não tem uma referência-padrão, pois depende muito do sistema de produção 
em que está inserido. Por exemplo, uma estufa de produção em larga escala e altamente 
tecnificada tende a gerar uma maior margem bruta por estufa, porém naquelas com um 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 143
nível tecnológico baixo, ou seja, de baixos investimentos, a produção é menor, sendo uma 
consequência a redução da margem bruta por estufa. Esse indicador é importante para tomar 
uma decisão mais segura em relação à ampliação da produção quando se tem conhecimento 
da demanda e da oferta do produto.
Margem líquida da atividade
A margem líquida da atividade (ML) é obtida pela diferença entre a Renda 
Bruta (RB) e o custo operacional total (COT), conforme a fórmula a seguir!
RB COTML
No estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, os dados são:
• RB = R$ 281.565,38
• COT = R$ 91.863,85
Observe o resultado!
ML = R$ 281.565,38 – R$ 91.863,85 = R$ 189.701,53
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 144
Variações na análise da margem líquida 
da atividade
Conheça as variações na análise da margem líquida da atividade:
É a margem líquida por unidade produzida e deve ser calculada pela divisão 
da margem líquida pela produção:
Margem Líquida
Produção
ML unitária =
 
Dados:
• Produção = 360.365 unidades de alface
• Margem líquida da alface = R$ 180.093,30
Resultado:
ML unitária = R$ 180.093,30 ÷ 360.365
ML unitária = R$ 0,49
ML unitária - Margem líquida unitária
Consiste em converter o valor da margem líquida da atividade em unidade 
de alface dividindo a margem líquida pelo preço médio da alface. Isso 
permite comparar o resultado da margem líquida entre as propriedades, 
sem o efeito do preço. Veja a fórmula abaixo:
Margem Líquida
Preço
ML equivalente =
 
Dados:
• Preço = R$ 0,73
• Margem líquida = R$ 180.093,30
 
Resultado
ML equivalente = R$ 180.093,30 ÷ R$ 0,73
ML equivalente = 246.703,15 unidades de alface
ML equivalente - Margem líquida equivalente
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 145
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Aprofundou os seus 
conhecimentos sobre 
os custos através de 
exemplos práticos.
Entendeu como 
analisar os custos 
com base em dados e 
informações de uma 
propriedade rural.
Conheceu os cálculos 
necessários para 
aplicar os conceitos 
na documentação 
financeira e produtiva.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 146
Encerramento do tema
Você chegou ao final do segundo tema e, de acordo com o que foi visto até 
aqui, você pôde conhecer os conceitos e a aplicações dos principais custos 
de produção por meio da metodologia de Assistência Técnica e Gerencial – 
tanto os fixos quanto os variáveis – além de avaliar o resultado econômico 
da propriedade por meio das margens bruta e líquida. Você pôde então 
compreender:
A importância da 
análise dos dados de 
produção e dos custos, 
além das receitas, 
que devidamente 
processados, 
possibilitam a avaliação 
econômica do negócio 
e o planejamento da 
empresa.
Como elaborar 
unidades de medida 
de custos mais claras 
para o produtor, 
traduzindo números 
em produtos. 
.
A relevância de 
enxergar o quanto 
de esforço físico 
e financeiro estão 
sendo direcionados 
apenas para pagar 
custos e não para 
gerar lucro.
A segunda etapa deste módulo foi bem intensa e bem relevante para você, 
que deseja fazer a diferença no trabalho do campo.
Para encerrar este tema, retorne ao seu Ambiente 
de Estudos, assista ao vídeo e acompanhe Marcelo 
em seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 147
Atividade de passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para passar para o próximo tema. 
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
A partir do que foi estudado neste tema, analise os dados apresentados a 
seguir, em que são identificados o custo fixo médio (CFM) e o custo total (CT) 
da atividade.
• Um trator novo financiado, com valor de R$ 150.000,00 e 15 anos de vida útil. 
Pagamento em 8 parcelas anuais. Juros e taxas à instituição financeira iguais 
a R$ 45.000,00.
• Uma carretinha de arrasto com valor de novo igual a R$ 14.000,00 e 10 anos 
de vida útil. Atualmente, está com 11 anos de uso e valor de sucata igual a R$ 
5.000,00.
• Produção de composto no valor de R$ 22.500,00.
• Uma mão de obra familiar no valor de R$ 1.034,00 ao mês, com um dia de folga 
na semana.
• Construções (casa e galpão para depósito) erguidas na mesma época, 11 anos 
atrás, e dentro da vida útil de 40 anos, totalizando R$ 230.000,00.
• Produção de alface: 260 unidades/dia, com preço médio de R$ 1,00/unidade.
• COE total: R$ 37.230,00.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 148
Observe o contexto dos dados nas tabelas a seguir!
Inventário de recursos
ITEM VALOR VIDA ÚTIL DEPRECIAÇÃO CUSTO DE OPORTUNIDADE
Trator R$ 150.000,00 15 R$ 10.000,00 R$ 4.500,00
Carretinha R$ 5.000,00 0 R$ 0,00 R$ 300,00
Construções R$ 230.000,00 40 R$ 5.750,00 R$ 6.900,00
Total R$ 15.750,00 R$ 11.700,00
Mão de obra familiar
ITEM VALOR MENSAL QUANTIDADE VALOR TOTAL
Mão de obra familiar R$ 1.034,00 12 R$ 12.408,00
Produção de alface
ITEM VOLUME DIÁRIO DIAS DO ANO VOLUME TOTAL
Produção de alface 260 unidades 365 94.900 unidades
INDICADORES DE CUSTO
Custo fixo total da alface R$ 39.858,00,00/ano
Custo fixo médio da unidade de alface R$ 0,42/unidade
Custo total da alface R$ 77.088,00/ano
A partir dos dados apresentados, analise as afirmativas abaixo e as classifique 
em verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A mão de obra familiar, por ter um dia de folga na semana, deveria ter 
sido reduzida.
( ) O custo de bens financiados será integralmente apropriado ao custo de 
produção no momento da disponibilização para uso, sem considerar o tipo 
ou os valores de parcelamento.
( ) Os custos com juros de financiamento deverão ser adicionados ao bem, 
pois, se não houvesse necessidade do bem para a produção, não haveria 
financiamento.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 149
( ) Itens que chegaram ao final de sua vida útil não precisarão mais reservar 
valores relativos à sua depreciação, porém continuarão a contabilizar custo 
de oportunidade.
( ) O custo de oportunidade sobre o capital empatado em composto é o mais 
representativo dos custos fixos por ser calculado sobre o valor integral, 
porém é um item indispensável à produção.
1. F, V, F, V, V.
2. V, V, F, V, V.
3. F, F, V, V, V.
4. F, F, V, V, F.
5. V, F, V, F, F.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 150
Tema 3: Cálculo dos 
indicadores
Introdução
Você está iniciando o terceiro tema do módulo. O objetivo é que você compreenda 
os cálculos dos custos e da renda como necessários para a análise da rentabilidade, 
que consiste em apurar a margem bruta, a margem líquida e o lucro.
Ao final deste tema, você será capaz de:
• calcular e interpretaros resultados inerentes ao lucro, verificando a capacidade 
que um negócio tem para se manter no longo prazo.
• analisar a equivalência de produção, assim como o ponto de cobertura total.
• calcular a taxa de retorno sobre o capital investido, indicador importante para 
o empresário definir a atratividade do negócio e comparar com as opções que 
ele tem no mercado
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 151
Para que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema 
foi dividido em tópicos. Conheça, a seguir o objetivo de cada um deles.
Tema 3
Tópico 1
Tópico 2Tópico 5
Tópico 4 Tópico 3
Lucro
Entender como calcular, interpretar os resultados e tomar decisões com o lucro, 
analisando a atratividade do negócio, levando em conta o custo de oportunidade 
do capital empatado no empreendimento.
Ponto de cobertura 
(PCOE e PCOT)
Aprender a apurar os 
indicadores PCOE e PCOT em 
unidades produzidas.
Aplicação dos conceitos
Aplicar durante o estudo 
de caso da Fazenda Santa 
Felicidade os conceitos 
obtidos no tema.
Taxa de retorno do capital
Conhecer a taxa de retorno do 
capital, vendo como calcular essa 
taxa e seus componentes, levando 
em conta o estoque de capital com e 
sem a terra.
Ponto de cobertura total
Compreender como apurar um dos 
indicadores mais importantes para 
saber quanto do que foi produzido foi 
comprometido para o pagamento do custo 
total ou quanto teria sido necessário 
produzir para que todos os custos fossem 
pagos, caso se atue em um cenário de 
prejuízo econômico.
Conhecido o objetivo de cada tópico, siga em frente neste tema e ótimos 
estudos!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 152
Tópico 1: Lucro
O que é lucro na realidade do negócio rural?
No decorrer deste tópico, você verá como calcular, interpretar os 
resultados e tomar decisões relacionadas ao lucro.
O lucro (L) é um indicador de atratividade do negócio. No meio rural ele 
é pouco utilizado, pois muitas vezes os produtores tomam suas decisões de 
investimento com base no lado técnico, voltando o foco para o aumento da 
produtividade e da produção, em vez de buscar o melhor retorno econômico.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 153
A realidade do campo
No seu dia a dia de atendimento, não será raro 
observar que produtores se tornam referência 
na sua região pelo nível de eficiência produtiva e 
poucas vezes por alcançar eficiência econômica.
Essa situação normalmente ocorre por impulso 
de vendedores ou até mesmo por ser algo visível 
em outras propriedades, chamando a atenção e 
despertando interesse dos vizinhos, enquanto a 
questão econômica não aparece.
O lucro é obtido pela diferença entre a renda bruta (RB) e o custo total (CT), 
conforme a fórmula abaixo:
L = RB - CTLucro
Renda bruta Custo total
O Técnico de Campo e/ou empresário rural, quando inicia um trabalho 
de viabilização da propriedade, começa seu desafio aplicando na 
atividade a margem bruta positiva. A partir disso, ele busca atingir 
também a margem líquida positiva, trabalhando a produtividade e o 
aumento da produção para chegar ao lucro com aquele negócio.
Esse entendimento escalonado é fundamental, especialmente para que o desafio 
de viabilidade de uma propriedade seja suportado pelo empresário rural.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 154
Análise do lucro
Entenda a variação do lucro para melhor analisá-lo.
L>0
Lucro maior 
que zero
L=0
Lucro igual
 a zero
L<0
Lucro menor
 que zero
L < 0 | Lucro menor que zero
Essa posição significa que a renda bruta obtida na atividade não foi suficiente 
para cobrir os custos totais. Ou seja, existe um desequilíbrio entre renda e 
custos, portanto o produtor atua então dentro de um cenário de prejuízo 
econômico.
Vale destacar que, se uma propriedade tem lucro negativo, 
esta pode ser uma situação momentânea. Não significa que 
ela não seja atrativa, mas sim que a forma com que o negócio 
foi dimensionado não está atendendo às expectativas para 
a geração de lucro.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 155
Pare para pensar
Uma propriedade produtora de tomate apresenta lucro 
negativo. Isso não significa que a cultura de tomate não 
seja lucrativa. Como mudar esse cenário? O que você 
sugeriria para o proprietário da fazenda?
Escreva aqui a sua sugestão de resolução e, depois de 
finalizar o módulo, volte e veja se continua com o mesmo 
pensamento!
L>0
Lucro maior 
que zero
L=0
Lucro igual
 a zero
L<0
Lucro menor
 que zero
L = 0 | Lucro igual a zero
Na economia, o lucro zero também é chamado de lucro normal. Neste cenário, existe 
equilíbrio entre a renda bruta e os custos totais – ambos se equivalem equivalem.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 156
Esta pode não ser a situação ideal, 
porém quando ela ocorre, foi 
alcançado o que se chama de nível 
mínimo de atratividade.
Isso porque todos os custos 
operacionais foram cobertos e o 
capital foi remunerado em 6% 
ao ano, conforme preconiza a 
metodologia de ATeG.
Lucro zero não significa que o produtor não tenha dinheiro no bolso depois de 
pagar os custos operacionais efetivos, remunerar a mão de obra da família, 
recolher o valor referente à depreciação e remunerar o capital empatado em 
forma de custo de oportunidade
Em situação de lucro zero, pode-se estabelecer a estabilidade do negócio 
e, em alguns casos, pode ocorrer inclusive crescimento.
Acompanhe um exemplo!
Na prática
Dentro da atividade, um produtor 
com lucro igual a zero conseguiu 
promover uma grande variação 
patrimonial que, fora da 
atividade, talvez 
não conseguiria. 
Automaticamente, 
a mesma taxa 
de 6% de 
remuneração 
média, quando 
submetida a um 
capital maior, 
resultará em maior 
retorno ao empresário.
Atuando nesse negócio, o produtor pode planejar seu sistema de produção para um maior 
retorno, porém também está submetido a riscos. Cabe ao produtor, com apoio do técnico, 
definir os melhores caminhos para obter lucro.
Isso acontece 
porque a atividade 
consegue retornar 
os investimentos 
realizados, muitos 
deles feitos por 
meio de crédito 
subsidiado. 
O fator de 
produção, com 
itens como tratores, 
implementos, sistema 
de irrigação etc., 
passa a contribuir 
para a geração de 
renda, ainda que 
esses recursos não 
tenham sido pagos.Com isso, surge uma 
oportunidade que o 
produtor não teria, 
caso o capital estivesse 
na poupança, por 
exemplo. 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 157
L>0
Lucro maior 
que zero
L=0
Lucro igual
 a zero
L<0
Lucro menor
 que zero
L > 0 | Lucro maior que zero
Um resultado de lucro maior que zero também é chamado de lucro supernormal. 
Isso significa que o negócio avaliado remunera todos os custos e ainda sobra 
dinheiro ao empresário para retirada ou aplicação no próprio negócio ou em 
outros investimentos.
No meio agropecuário, buscar o lucro maior que zero é o refinamento da 
gestão. Isso ocorre quando o produtor atinge a maturidade gerencial e se 
torna um empresário rural. Enquanto o objetivo for puramente produzir, 
raramente o produtor conseguirá essa margem de lucro.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 158
Ele também passa a 
visar redução dos custos 
e aumento da renda, 
ou aumento no custo 
total que seja justificado 
pelo aumento da renda 
superior ao impacto no 
custo.
Com a sua gestão, 
ele consegue 
dimensionar os 
investimentos, 
especialmente os que 
se referem ao capital 
próprio, de forma 
mais coesa. 
Quando o produtor 
atinge maturidade 
empresarial, o lucro 
passa a ser uma 
constante. 
Variações do lucro
A) Lucro unitário
É o lucro por unidade produzida, calculado pela divisão do lucro pela produção. 
Veja a fórmula abaixo:
Lucro
Produção
Lucro unitário =
Este indicador pode ser utilizado para verificar se o negócio avaliado tem 
capacidade para suportar variações no preço de venda sem que tome prejuízo.
Essa análise pode ser feita para qualquer cultura, observe!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 159
PecuáriaAgricultura
• Lucro/kg de carne
• Lucro/litro de leite
• Lucro/dúzia de ovos
• Lucro/kg mel
• Lucro/saca (café, milho e soja)
• Lucro/tonelada (cana, silagem)
• Lucro/arroba de fumo
• Lucro/caixa (hortaliças e frutas)
B) Lucro em equivalentes às unidades produzidas
Consiste em converter o valor do lucro de reais para volume de produção, 
bastando para isso dividir o lucro apurado pelo preço médio da unidade 
produzida. Isso permite comparar o resultado do lucro entre as propriedades, 
sem o efeito do preço*. Observe a fórmula!
Lucro
Preço
Lucro equivalente =
O lucro equivalente às unidades produzidas é utilizado para comparação 
entre propriedades diferentes do mesmo negócio, podendo ser usado 
para comparar períodos diferentes.
Logicamente, o preço recebido vai interferir no resultado desse indicador. De acordo com a 
fórmula, se o mesmo valor for apurado como lucro em duas propriedades e elas receberam 
preços diferentes pelo produto, o lucro equivalente será diferente.
Para ter esse conceito mais claro, realize a atividade!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 160
Conheça os dados de duas propriedades produtoras 
de café.
Propriedade A:
• lucro de R$ 100.000,00 no ano,
• comercializou o café por R$ 450,00/saca.
Propriedade B corrigida para o mesmo número de matrizes:
• lucro de R$ 110.000,00 no ano,
• comercializou o café por R$ 550,00/saca.
Analisando o resultado, fica claro que a propriedade A foi a mais eficiente.
Porém, qual das propriedades obteve maior lucro equivalente a sacas de café?
Justifique aqui a sua escolha!
Pense e decida
Propriedade A Propriedade B
Lucro 
equivalente a 
sacas
= 222,22 sacas
Lucro 
equivalente a 
quilos
= 200 sacas
Lucro 
equivalente
Lucro
Preço
= Lucro 
equivalente
Lucro
Preço
=
Lucro 
equivalente
R$ 100.000,00
R$ 450,00
= Lucro 
equivalente
R$ 110.000,00
R$ 550,00
=
Propriedade A Propriedade B
Lucro 
equivalente a 
sacas
= 222,22 sacas
Lucro 
equivalente a 
quilos
= 200 sacas
Lucro 
equivalente
Lucro
Preço
= Lucro 
equivalente
Lucro
Preço
=
Lucro 
equivalente
R$ 100.000,00
R$ 450,00
= Lucro 
equivalente
R$ 110.000,00
R$ 550,00
=
Produtor A Produtor B
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 161
Feedback
A propriedade A, ainda que com um resultado econômico menor, foi mais 
eficiente tecnicamente que a propriedade B. Assim, é possível dizer que a 
propriedade A precisa melhorar a qualidade de seu produto ou as formas 
de comercialização, para conseguir comercializar o seu produto com maior 
valor na saca de café.
Pense bem no contexto geral das duas propriedades!
Já a propriedade B teve um lucro maior com um preço unitário maior, 
mostrando que conseguiu agregar valor à saca de café, mas mesmo assim 
não representou o maior lucro equivalente.
Considerando o contexto apresentando na atividade, vale destacar dois aspectos:
A propriedade B, ao fazer uma análise 
histórica, identifica que já conseguiu, 
em outros períodos, maior lucro 
equivalente a quilos de carne. Dessa 
forma, ela validou que pode melhorar 
sua produtividade. 
O gestor da propriedade B, ao ver 
o resultado da propriedade A, deve 
analisar as potencialidades de aumentar 
a produtividade do seu sistema, desde 
que isso não comprometa a qualidade 
do produto e, consequentemente, os 
preços de venda.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 162
O Senar em Campo tem um vídeo interessante sobre 
o assunto: “Lucro – SérieATeG Gestão”, disponível no 
YouTube no link:
https://www.youtube.com/
watch?v=LtFAlCW711Q&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=10>
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Conheceu o conceito do 
lucro na gestão de uma 
propriedade rural.
Descobriu como 
encontrar o lucro 
e analisar seu 
impacto na gestão da 
propriedade.
Entendeu as variações do 
lucro e como usá-las para 
uma gestão madura e de 
resultados.
https://www.youtube.com/watch?v=LtFAlCW711Q&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=10>
https://www.youtube.com/watch?v=LtFAlCW711Q&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=10>
https://www.youtube.com/watch?v=LtFAlCW711Q&list=PLpvd_yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=10>
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 163
Tópico 2: Ponto de cobertura
Você sabe como pensar em estratégias de gerenciamento 
e gestão mais assertivas usando cálculos e comparações?
No decorrer deste tópico você verá o cálculo do ponto de cobertura, 
que ajuda a comparar os resultados de uma propriedade em 
diferentes períodos.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 164
PCOE
 Ponto de 
cobertura 
operacional 
efetivo 
PCOT
Ponto de 
cobertura 
operacional 
total
Esta forma de analisar o custo consiste em converter custos em unidades 
produzidas. Assim, o empresário e a assistência técnica conseguem definir a 
parcela da produção necessária para cobrir os custos de uma propriedade, ou 
então, ao elaborar o planejamento, projetar a produção que será necessária 
para pagar o COE e o COT.
Um jeito bem fácil de calcular o custo equivalente é dividindo o custo 
que se deseja analisar pelo preço de comercialização do produto, para 
verificar sua conversão.
A conversão do custo em unidades produzidas também permite ao gestor 
comparar seus resultados em diferentes períodos. Essa análise ajuda a avaliar 
o negócio numa série histórica, guiando tomadas de decisão.
Entenda!
Foi realizada uma análise comparativa do custo operacional efetivo (COE) por 
meio do custo equivalente às unidades produzidas em uma produtora de café 
em um período de 2 anos.
Observe os resultados:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 165
A propriedade 
gastou 100 
sacas de café 
para pagar o 
COE
A propriedade 
gastou 120 
sacas de 
café para 
pagar o COE
ANO 1
ANO 2
Isso significa que, no segundo ano, foi comprometida uma parte maior da 
produção para pagar o COE. É possível dizer, então, que no ano 2 a propriedade 
foi menos eficiente?
Não! É necessário que o empresário, antes de chegar a essa conclusão, associe 
a análise com a renda gerada por essa variação de custo.
Observe as hipóteses que podem justificar a variação:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 166
Queda no preço da saca de café, 
sendo necessárias mais sacas 
para pagar o COE no ano 2.
Alta nos preços dos insumos 
devido a uma variação cambial, 
por exemplo.
O aumento no número de sacas 
foi justificado por um crescimento 
da produção, ou seja, a produção 
cresceu mais do que as 20 sacas 
aumentadas no COE.
Ponto de cobertura operacional efetivo (PCOE)
O resultado do PCOE representa o volume da produção necessária para pagar 
o COE. Ele pode ser calculado pela fórmula:
=
COE
Preço Médio
Ponto de cobertura operacional efetivo
O resultado do PCOE é obtido em unidades produzidas, dependendo da unidade 
que usada para comercializar o produto, por exemplo:
• arrobas por ano de erva-mate;
• quilos de mandioca por ano;
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 167
• unidade de alface por ano;
• metros cúbicos de madeira por ano;
• arrobas de tabaco por safra;
• toneladas por ano de laranja;
• sacas por ano;
• litros de leite por dia;
• quilos de carne por ano.
Entenda melhor acompanhando o exemplo da Fazenda Cambirela na prática!
Na prática
Fazenda Cambirela
Produtora de feijão: produz 320 sacas em 8 hectares de área, 
comercializa o feijão em média a R$ 120,00 a saca de 60 kg e tem 
COE de R$ 12.000,00 no ano.
COE
Preço Médio
Ponto de cobertura 
operacional efetivo =
Com os dados apresentados, observe como calcular o PCOE dessa 
propriedade.
Fórmula:
PCOE = R$ 12.000,00 ÷ R$ 120,00 = 100 sacas/ano
No caso do feijão, cuja produção pode ser expressa por ano, para 
que o número fique mais claro para o produtor, dividimos o valor 
do PCOE anual por 8 hectares (área para produção). Portanto:
PCOE = 100 sacas ÷ 8 hectares = 12,5 sacas/ha
Isso significa que, das 320 sacas (40 sacas por hectare) de feijão 
produzidos por safra, essa propriedade compromete 100 sacas(12,5 sacas por hectare) para pagar o COE.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 168
Esse custo é muito analisado pelos produtores, mesmo de forma empírica, sem 
considerar alguns pagamentos, como impostos e taxas, entre outros.
Muitas vezes, o produtor contabiliza apenas as despesas diretamente ligadas 
à produção. No entanto, a interpretação correta desse indicador é o ponto de 
cobertura operacional efetivo.
Para fixar esse conceito, acompanhe mais este exemplo!
Na prática
Um produtor de milho em um determinado ano agrícola teve os seguintes itens 
de COE para 20 hectares:
Elementos de despesa Unidade Quantidade Valor unitário Valor total
Herbicida L 40 R$ 20,00 R$ 800,00
Adubo de base (30-20-10) sac. 150 R$ 65,00 R$ 9.750,00
Adubação de cobertura sac. 120 R$ 63,00 7.560,00
Semente sac. 20 R$ 500,00 R$ 10.000,00
Tratamento de semente L 3 R$ 70,00 R$ 210,00
Herbicida pré L 30 R$ 20,00 R$ 600,00
Herbicida pós L 40 R$ 20,00 R$ 800,00
Inseticida L 3 R$ 120,00 R$ 360,00
Fungicida L 3 R$ 150,00 R$ 450,00
Adubo foliar L 5 R$ 30,00 R$ 150,00
Mão de obra contratada un. 1 R$ 4.695,00 R$ 4.695,00
Horas trator dessecação h 5 R$ 20,00 R$ 100,00
Horas plantio h 20 R$ 40,00 R$ 800,00
Horas inseticida – herbicida h 5 R$ 20,00 R$ 100,00
Horas inseticida – fungicida h 5 R$ 20,00 R$ 100,00
Hora colheita h 15 R$ 250,00 R$ 3.750,00
Frete un. 1 R$ 3.360,00 R$ 3.600,00
Funrural 2,3% un. 1 R$ 1.932,00 R$ 1.932,00
Deslocamento do produtor un. 1 R$ 550,00 R$ 550,00
 R$ 46.307,00
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 169
O produtor tem posse de um trator, de uma plantadeira e de um 
pulverizador, e isso justifica os valores baixos das horas na tabela 
citados (os valores da tabela em relação a pulverização e plantio são 
apenas do custo da operação). O produtor possui uma depreciação 
anual desses equipamentos no valor de R$ 5.833,33.
Análise do ponto de cobertura operacional efetivo
Ponto de cobertura operacional efetivo maior que a produção
Quando o PCOE supera a produção, é possível ver que a empresa rural precisa 
rever a eficiência na utilização dos itens do COE. Ela também apresenta 
problemas gerenciais graves, pois o empresário precisará usar recursos próprios 
ou de terceiros para manter o sistema funcionando.
Popularmente, costuma se dizer que o dinheiro da produção não deu para 
pagar as contas. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como:
A produção total da lavoura = 3.400 sacas de milho (170 sacas por ha x 20 ha) 
Ele comercializou o milho por um preço médio de R$ 28,50 a saca. 
Logo:
Isso significa que, nesse período, seriam comprometidas 1.624,8 sacas da 
produção total para pagar o COE.
COE equivalente 
sacas de milho
R$ 46.307,00
R$ 28,50
=
COE equivalente 
sacas de milho 1.624,8 sacas de milho=
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 170
Ponto de cobertura operacional efetivo menor que 
a produção
Com um PCOE menor que a produção a propriedade se mantém, pelo menos 
em curto prazo. Isso porque, ao vender sua produção, ela consegue pagar 
todas as despesas de custeio e ainda sobra dinheiro.
Entenda!
Mão de obra 
contratada operando 
em sistemas de baixa 
escala de produção 
e participando 
excessivamente do 
custo.
Catástrofes naturais 
que limitam a 
produção.
Erros graves na 
técnica de produção 
que comprometem a 
produtividade, como 
desequilíbrio nutricional 
das plantas.
Problemas 
fitossanitários que 
ocasionam perda de 
plantas.
Na prática
Se um produtor de arroz produziu 10.000 sacas no ano e seu PCOE equivalente foi 
de 4.000 sacas, significa que ele será capaz de pagar todas as despesas e ainda 
sobrarão 6.000 sacas.
Esse produtor pode comparar, também, quantas sacas gastou para produzir as mesmas 
10.000 sacas no ano anterior. Se ele gastou 5.000 sacas no ano anterior e apenas 
4.000 neste ano, é possível concluir que, economicamente, ele foi mais eficiente. 
Como isso se justifica? Por uma melhoria na eficiência técnica ou por variações no 
mercado.
10.000 sacas no ano
6.000 sacas de sobra
PCOE
4.000 sacas
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 171
O produtor que pretende obter o máximo da produção deve trabalhar o manejo 
e as tecnologias de forma a comprometer o mínimo possível da produção para 
pagar o COE.
Ponto de cobertura operacional total (PCOT)
O PCOT é o resultado da divisão do COT pelo preço médio de venda de 
um produto.
COT
Preço Médio
PCOT =
O resultado expressa o COT convertido em unidades produzidas, ou seja, 
quantas unidades foram, ou precisam ser produzidas para pagar o COT.
Análise do ponto de cobertura operacional total
Ponto de cobertura operacional total maior que a produção
Esse indicador significa que a produção obtida pelo sistema não foi capaz de 
pagar o COE, mão de obra familiar e depreciações. Nesse cenário, o produtor 
deve fazer algumas verificações:
Verificar se o COE da propriedade é coerente com a produção.
É interessante revisar os conceitos de PCOE.
1
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 172
Ponto de cobertura operacional total menor que a 
produção
Na situação em que a produção supera o PCOT, dizemos que esse negócio é 
sustentável pelo menos no médio prazo, pois além de cobrir o COT, sobram 
recursos para remunerar o capital empregado na atividade.
Checar se o fluxo de produção no qual a mão de obra familiar está 
inserida pode ser melhorado.
Se o fluxo for adaptado, o recurso humano passaria a produzir mais, diluindo 
esse custo.
3
Checar se a estrutura da propriedade é compatível com a escala 
de produção.
Os produtores rurais, muitas vezes impulsionados pelo fácil acesso ao 
crédito, ou mesmo pelo dinheiro em caixa, superdimensionam seus sistemas 
de produção, comprando máquinas e construindo benfeitorias sem analisar 
criteriosamente os impactos nos custos e na renda. Dessa forma, para 
ajustar esse indicador é necessário reduzir bens ociosos ou aumentar a 
escala de produção.
2
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 173
Resumindo o tópico
Neste tópico, você:
Entendeu como usar 
as comparações para 
pensar em melhores 
estratégias para a 
propriedade rural.
Conheceu os 
índices de ponto de 
cobertura operacional 
efetivo e total.
Compreendeu como 
calcular e analisar 
contextos de propriedades 
a partir desses indices e 
suas variações.
Na prática
Relembre o contexto daquela produtora de milho que conhecemos 
no estudo do COE equivalente a unidades produzidas.
Estes são os dados:
• COE = R$ 46.307,00.
• Total de depreciações anuais = R$ 5.833,33.
• Produção total da lavoura = R$ 3.400 sacas de milho.
• Mão de obra familiar realizada por marido e esposa = R$ 
22.500,00 por ano (R$ 937,50,00 x 12 meses x 2 pessoas).
• O preço da arroba comercializada no período foi de R$ 148,72.
Cálculo e resultado
Primeiro, devemos encontrar o COT:
COT = COE + DEPRECIAÇÃO ANUAL + MÃO DE OBRA FAMILIAR
• COT = R$ 46.307,00 + R$ 5.833,33 + R$ 22.500,00 
• COT = R$ 74.640,33
Depois, calculamos o PCOT
Isso significa que essa empresa comprometeu 2.618,95 sacas da sua produção 
para pagar o COT.
PCOT
COT
Preço Médio
= PCOT
R$ 74.640,33
R$ 28,50
=
PCOT 2.618,95 sacas de milho=
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 174
Tópico 3: Ponto de cobertura total
Você sabe como o ponto de cobertura total (PCT) pode 
ajudar no gerenciamento da propriedade rural?
No decorrer deste tópico, você verá como calcular o ponto de cobertura 
total e sua importância para a gestão da propriedade rural.
Esse é um indicador muito importante! O PCT é obtido ao se converter o 
custo total em unidades produzidas, ou seja, quanto da produção a empresa 
comprometeu ou terá que produzir para pagar o custo total.
Para calcular o PCT é muito simples: basta dividir o custo total pelo preço:
CT
Preço Médio
Ponto de cobertura total PCT =
Bem fácil, não é mesmo? Agora, entenda como analisar esse índice!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 175
 Análise do ponto de cobertura total
Ponto de cobertura total maior que produçãoQuando o resultado do cálculo do ponto de cobertura total é maior que a 
produção, vemos que a produção não foi suficiente para pagar o custo total. 
Isso se dá em algumas situações, como:
Catástrofes naturais que 
comprometeram a produção 
– Dessa forma, o produtor tem o 
custo integral, mas apenas parte da 
produção.
1
Má aplicação da técnica de 
produção – Muitas vezes, o 
produtor reduz a utilização de 
recursos que influenciam os custos 
de produção. Outras situações 
podem levar o produtor a não 
atingir o ponto de cobertura total, 
especialmente a falta de gestão e a 
ineficiência no uso dos recursos.
2
Acompanhe um exemplo!
Na prática
Uma fazenda de produção de milho estava 
contabilizando custos muito altos e nada de lucro. 
Seu proprietário resolveu, então, reduzir o uso de 
fertilizantes, acreditando solucionar o problema.
Assim, para que o produtor eleve a 
produção novamente, terá que reinserir 
na atividade aqueles insumos que retirou, 
o que causará uma mudança no custo 
utilizado para obter o PCT.
A curto prazo, atitudes 
como essa produzem 
redução das despesas 
e um ajuste de fluxo de 
caixa momentâneo. 
Porém, esse tipo de 
comportamento pode 
promover uma redução 
da produção, que acaba 
inviabilizando o negócio.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 176
Isso explica por que o PCT não é o indicador da produção que representa o 
lucro, mas se trata da parcela da produção utilizada para cobrir o custo total.
Sistema de produção com baixa escala de produção
Muitos sistemas de produção têm alto custo fixo, porém operam em baixa 
escala de produção. O curioso é que, nesses casos, quando calculado o PCT, 
vemos que o resultado apresentado é de alto valor, mesmo com um alto custo 
fixo e operação em baixa escala.
O que fazer 
nesse caso
Para aumentar a produção, seria 
necessário um aumento em toda a 
parcela variável do COE, o que 
resultaria num CT maior do que o 
que foi usado para o cálculo do PCT.
?
Mais uma vez, se vê que não podemos dizer que o PCT indica se a produção 
terá lucro, mas sim qual a parcela da produção que seria necessária para cobrir 
o custo total atribuído ao produtor.
O produtor precisa analisar em qual cenário ele se enquadra, tomando 
as decisões administrativas mais assertivas para que não continue 
produzindo sem lucro.
Especialmente nos casos de produção de composto, na atividade olerícola, por 
exemplo, ao aumentar a compostagem, haverá um crescimento no estoque 
de capital sem existir elevação nas depreciações, uma vez que o composto é 
um produto que não sofre depreciação.
Logo, isso causaria um aumento no custo de oportunidade do capital empatado. 
Esse aumento pode ser justificado pelo crescimento da produção.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 177
Ponto de cobertura total menor que a produção
Nesse caso, a interpretação é bem simples.
• O PCT representa a parcela da produção comprometida para pagar o custo total.
• A análise do PCT se fundamenta em compreender se o produtor está alcançando 
o nível mínimo de produção para pagar todos os custos; caso não esteja, deve 
procurar saber o que pode fazer para obter tal patamar de produção.
Esse indicador se torna mais visível quando o produtor usa o valor para comparar 
seus resultados com outros produtores que recebem preços diferentes, podendo 
dizer quem foi mais eficiente em unidades produzidas. Outra forma de usar esse 
indicador é comparando os resultados da própria empresa rural em períodos 
diferentes.
Observe o exemplo da Fazenda Morada dos Ipês!
Na prática
Acompanhe!
Dados:
• COT = R$ 116.524,61.
• Preço médio do trigo (sacas de 60 kg) = R$ 34,68.
• Estoque de capital em máquinas, equipamentos, benfeitorias = R$ 453.343,52.
Fazenda Morada dos Ipês
Uma produtora de trigo. O proprietário 
tem recebido o apoio de uma Técnica 
de Campo. A propriedade conta 
com extensão expressiva de terras, 
e a Técnica tem aplicado vários 
conhecimentos da metodologia ATeG 
para ajudar a propriedade a crescer.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 178
Veja que os cálculos aprendidos até aqui apresentam suas particularidades, 
mas são simples e fáceis de memorizar. Lembre-se da importância e da forma 
correta de aplicar cada um deles.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Conheceu o ponto 
de cobertura total 
e a sua importância 
para a gestão de uma 
propriedade.
Entendeu como 
analisar os dados da 
propriedade, com 
base nesse indicador 
e nas suas variações.
Observou esse indicador 
sendo aplicado em 
exemplos práticos nas 
rotinas rurais.
Acompanhe!
Dados:
• COT = R$ 116.524,61.
• Preço médio do trigo (sacas de 60 kg) = R$ 34,68.
• Estoque de capital em máquinas, equipamentos, benfeitorias = R$ 453.343,52.
Custo de oportunidade do capital empatado =
Custo de oportunidade do capital empatado = R$ 13.600,30
CT = R$ 116.524,61 + R$ 13.600,30
CT = R$ 130.124,91
x 6%
CT equivalente 
sacas de trigo
R$ 130.124,91
R$ 34,68
=
CT equivalente sacas de trigo = 3.752,16 sacas 
R$ 453.343,52
2
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 179
Tópico 4: Taxa de retorno de capital
Você entende a relação da taxa de retorno com a 
margem líquida?
Neste tópico você verá como funciona a taxa de retorno sobre o 
capital empatado (TRC), calculando novamente a margem líquida e 
considerando os tipos de estoques e demais fatores que contribuem 
para o cálculo correto desse indicador.
Como já visto, existe uma série de fatores a considerar no momento de realizar 
os cálculos de indicadores, entre os quais está a taxa de retorno sobre o 
capital empatado, conhecida como TRC.
A taxa de retorno do capital empatado (TRC) é o indicador central da análise 
da atividade e sem dúvida o mais importante. Isso porque ele é formado a 
partir da combinação de indicadores de produção e produtividade, custos 
operacionais, renda bruta e estoque de capital, como mostra a figura abaixo:
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 180
TRC
ML Capital
TerraBenf. Maq.
Equip.COTRenda
Produt.Área
Preço COE MOF e dProdução
Qualquer variação na produção, no preço, nos custos operacionais efetivos, 
na depreciação, no valor da mão de obra familiar, ou ainda, no estoque de 
capital, terá impacto na TRC.
A taxa de retorno sobre o capital empatado (TRC) corresponde, em termos 
percentuais, à capacidade da atividade de remunerar o capital médio que foi 
aplicado na produção. Ela é calculada considerando o estoque de capital 
com e sem a terra.
A realidade do campo
O Técnico de Campo deve realizar ambas as 
análises, com e sem terra, para que o efeito do 
“valor da terra” seja posto à parte, conseguindo 
avaliar apenas a atividade em si. Isso é importante 
especialmente quando o empresário rural não cogita 
a hipótese de vender a terra, o que é muito comum 
nesse meio.
A taxa de retorno do capital é calculada com a seguinte fórmula:
Margem Líquida
Estoque de capital
TRC = x 100
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 181
Margem líquida
A margem líquida é o resultado da diferença entre a renda bruta e o custo 
operacional total, ou seja, o que sobra da renda bruta quando abatido o COE, 
depreciações e custo da mão de obra familiar. Esses custos são inerentes à 
operação e são reais.
A depreciação ocorre ao longo do tempo e, mais cedo ou mais tarde, haverá 
necessidade de substituição do bem e o consequente desembolso, ou seja, a 
estrutura do negócio, se não monetizada, não é uma riqueza, e sim um custo.
Por mais que a depreciação 
e a mão de obra familiar não 
resultem em desembolso 
sistemático, elas são custos 
do sistema que não retornam 
ao empresário.
Com relação à mão de 
obra familiar, por mais que 
o desembolso não seja 
sistemático, o trabalho por 
ela realizado precisa ser 
valorizado e custeado pelo 
sistema de produção.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 182
Na prática
Uma propriedade produtora de café possui um sistema de 
produção que precisa de um trator para fazer os tratosculturais. 
• Valor de mercado = R$ 70.000,00 
• Vida útil = 15 anos. 
Durante esses 15 anos, ele terá apenas os gastos com 
manutenções. Porém, ao final da vida útil o dinheiro investido 
nesse trator possuirá um valor residual mínimo.
Podemos concluir que, se a atividade com o trabalho do trator 
não remunerar pelo menos os R$ 70.000,00 nesse período, é 
melhor que o empresário não aplique seu dinheiro nesse trator, 
pois esse item será um custo, e não uma riqueza.
Não se usa o lucro para calcular a taxa de retorno, porque dele são contabilizados 
os custos de oportunidade sobre o capital empatado e esse custo não se 
incorpora ao produto, sendo apenas analítico. Assim, esse valor também 
retorna ao empresário
O objetivo principal ao se calcular a taxa de retorno é justamente 
identificar se o negócio avaliado possui retorno superior a 6%, que 
constitui a taxa média de remuneração do capital, balizada na poupança.
Conheça os estoques e seus cálculos!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 183
Estoque de capital médio em benfeitorias, plantas 
perenes, máquinas e equipamentos (ECM)
O estoque de capital médio consiste em calcular a média do capital empatado, 
considerando um determinado bem ao longo de sua vida útil. Como na metodologia 
de ATeG considera-se um valor de sucata igual a zero, um bem empregado na 
atividade passará toda a sua vida útil nela.
Dessa forma, o bem vai de 100% a 0% do capital nele empatado dentro da 
atividade. Em média, ao longo da vida útil, o bem tem 50% do capital investido 
na atividade.
Logo, para máquinas, plantas perenes, equipamentos e benfeitorias, o capital médio 
é calculado usando a seguinte fórmula:
Valor de novo do bem
2
Estoque de capital =
Estoque de capital médio em benfeitorias, 
plantas perenes, máquinas e equipamentos (ECM)
O estoque de capital em floresta é também chamado de inventário florestal, ou 
seja, é o valor da floresta. Vale destacar que, para fazer esse levantamento, deve-
se definir um valor médio de cada planta da floresta (e não o valor dos eucaliptos 
melhores, por exemplo).
Em outras palavras, se essa floresta fosse vendida, quanto ela valeria no mercado 
atual?
Estoque de capital em floresta (ECF)
Estoque de capital em floresta (ECF)
Estoque de capital em terra (ECT)
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 184
O estoque de capital em terra é o valor da terra nua no mercado em que a 
propriedade está inserida, multiplicado pela área da propriedade.
Valor da terra nua (R$)
Área (ha)
Estoque de capital em terra =
Vale destacar que, se na propriedade houver mais de uma atividade, devemos 
ratear as áreas de construções, estradas, reservas e outras áreas improdutivas. 
Esse rateio pode ser feito em proporção à área útil utilizada em cada atividade.
Estoque de capital em terra (ECT)
Entenda melhor acompanhando o exemplo!
Na prática
Uma propriedade de 100 hectares produz café e limão. 
Observe os dados!
• Área destinado para reservas = 30 ha.
• Áreas construídas = 70 ha úteis, divididos entre 
limão e café.
• Participação do limão na área útil = 28/70 = 40%.
• Participação do café na área útil = 42/70 = 60%.
Logo:
• Área de reservas e construções destinadas ao limão = 30 ha x 40% = 12 ha.
• Área de reservas e construções destinadas ao café = 30 ha x 60% = 18 ha.
Se o valor da terra nua na região for de R$ 10.000,00/ha, o estoque de capital em terra 
destinado para cada atividade será:
ECT para o limão = (28 ha + 12 ha) x R$ 10.000,00 = R$ 400.000,00.
ECT para o café = (42 ha + 18 ha) x R$ 10.000,00 = R$ 600.000,00.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 185
Taxa de retorno do capital sem a terra (TRCST)
A taxa de retorno do capital sem a terra é utilizada para comparar diferentes 
sistemas de produção, ou até mesmo definir qual atividade explorar.
Uma questão importante é que a maioria dos proprietários de terra não estão 
dispostos a vendê-la, portanto é importante saber o que dá maior retorno 
sobre a terra para a tomada de decisão. Além disso, esse indicador é utilizado 
também para casos de arrendatários.
A taxa de retorno do capital sem terra é calculada da seguinte forma:
Estoque de capital sem terra, que corresponde à soma do estoque de capital médio de 
máquinas, benfeitorias e plantas perenes com o estoque de capital em reflorestamento 
ou em produção de composto.
Taxa de retorno do capital sem terra.
Margem Líquida
ECST
TRCST = X 100
Entenda melhor vendo esse cálculo aplicado num exemplo prático:
Margem Líquida
ECST
TRCST = x 100
Na prática
Em uma fazenda produtora de soja, foi calculada a taxa 
de retorno do capital sem a terra. Observe!
• Estoque de capital médio em máquinas, 
equipamentos e benfeitorias = R$ 650.000,00 
• Margem líquida = R$ 65.000,00
Significa dizer que todo o capital investido na propriedade (tudo o que está em cima da 
terra), anualmente, retorna ao produtor 10% desse capital. Esses 10% retornam por meio 
da renda (margem líquida) da atividade que a propriedade possui.
TRCST x 100
Margem Líquida
ECST
= TRCST x 100
R$ 65.000,00
R$ 65.000,00
= TRCST 10%=
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 186
Taxa de retorno do capital com terra (TRCCT)
A taxa de retorno do capital com a terra permite ao empresário analisar a 
capacidade que o sistema de produção integrado à terra tem de remunerar o 
capital. Seu cálculo é feito através da seguinte fórmula:
Estoque de capital com terra, que é a soma do estoque 
de capital sem terra com o estoque de capital em terra.
Taxa de retorno do capital com terra.
Margem Líquida
ECCT
TRCCT = X 100
Interpretação da TRCCT
Entenda o que os valores encontrados nesse indicador podem apontar:
Em algumas atividades, 
como a produção de soja 
com nível de tecnologia 
baixo, o estoque de capital 
em benfeitorias, máquinas 
e equipamentos é muito 
baixo. Isso pode causar 
uma alta TRCST. 
A referência é especulação 
imobiliária, quando existe a 
decisão de manter a terra 
contando com uma valorização 
desse patrimônio. Uma taxa de 
retorno menor é aceitável, pois 
o risco dessa decisão é menor, 
quando comparado a montar 
um sistema de produção em 
qualquer cadeia.
A referência mais 
comum é a poupança e 
outros investimentos de 
renda fixa assegurada, 
porém cada empresário 
pode adotar uma taxa 
mínima de atratividade 
de acordo com as 
oportunidades que ele 
tem para o capital. 
Dependendo do valor da 
terra na região, isso resulta 
em baixas taxas de retorno 
do capital investido.
Para definir se a taxa de 
retorno do capital é 
atrativa, cada gestor 
precisa adotar sua 
referência.
Algumas situações 
podem causar uma 
TRCST alta.
Vale destacar 
que a metodologia de 
ATeG não calcula a 
variação do patrimônio 
em terra, pois considera a 
decisão de ter a terra 
como outra atividade.
Esse tipo de sistema 
demanda grandes 
extensões de terra, pois 
opera normalmente em 
baixa produção.
Dessa forma, podemos afirmar que em regiões de terra de alto valor, para 
viabilizar e manter a terra é necessário ter uma produção intensiva em qualquer 
atividade agropecuária.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 187
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Compreendeu o 
conceito da taxa 
de retorno sobre o 
capital empatado.
Explorou a taxa de retorno 
de capital com e sem 
terra, e sua interpretação 
diante de contextos de 
aplicação prática.
Entendeu a relação da 
TRC com a margem 
líquida e a sua 
importância para os 
cálculos da taxa de 
retorno.
Conheceu os 
estoques de capital 
ECM, ECA e ECT.
Margem Líquida
ECST
TRCST = x 100
Na prática
Ainda usando o contexto da propriedade produtora de 
soja, observe as informações a seguir:
• Estoque de capital médio em máquinas, 
equipamentos e benfeitorias = R$ 650.000,00 
• Valor da terra: R$ 10.000,00/ha
• Área = 200 ha
• Estoque de capital em terra = 200 ha x R$ 
10.000,00 = R$ 2.000.000,00
• Margem líquida = R$ 65.000,00
Cálculo e resultado:
Logo, podemos concluirque é necessário ter uma produção intensiva para viabilizar e 
manter a terra.
TRCCT x 100
R$ 65.000,00
R$ 650.000,00 + R$ 2.000.000
= TRCCT 2,45%=
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 188
Tópico 5: Aplicação dos conceitos
Qual é o papel que a comunicação desempenha no 
processo de desenvolvimento rural?
No decorrer deste tópico vamos aplicar o que aprendemos ao 
longo do módulo no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade. 
Também vamos relembrar alguns conceitos já aprendidos e que o 
ajudarão a construir seu conhecimento.
Agora é hora de aplicar todos os conceitos trabalhados no tema, analisando 
os dados da Fazenda Santa Felicidade.
Então, antes de começar, vá até o Ambiente de Estudos e relembre todas as 
informações da Fazenda Santa Felicidade. 
Com base nesses dados, entenda como calcular o lucro e os indicadores 
relacionados ao lucro, destacando o PCT.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 189
Lucro (L)
O lucro é obtido pela diferença entre a renda bruta (RB) e o custo total (CT), 
conforme a fórmula:
RB CTL
Cálculo e resultado:
L = R$ 281.565,38 – R$ 97.988,89
L = R$ 183.576,49
Variações do lucro
 Lucro unitário
O lucro unitário é aquele obtido por unidade produzida. Conseguimos o seu 
valor calculando a divisão do lucro pela produção. Veja a fórmula:
Lucro
Produção
Lucro unitário =
Cálculo e resultado:
Lucro unitário = R$ 183.576,49 ÷ 360.365
Lucro unitário = R$ 0,50
1
21
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 190
 Lucro equivalente às unidades produzidas
Consiste em converter o valor do lucro em unidades de alface dividindo esse 
valor encontrado pelo preço da alface. Isso permite comparar o resultado de 
lucro entre as propriedades sem o efeito do preço. Veja a fórmula:
Lucro
Preço
Lucro equivalente =
Cálculo e resultado:
Lucro equivalente = R$ 183.576,49 ÷ R$ 0,73
Lucro equivalente = 251.474,64 unidades de alface
2
COE, COT e CT
Agora, observe as fórmulas e a aplicação de cada uma delas, considerando os 
dados da Fazenda Santa Felicidade.
Os valores dos custos são convertidos em unidades de alface, ou seja, quantas 
unidades de alface são necessárias para cobrir COE, COT e CT.
COE
COE – PCOE equivalente a unidades de alface
Dados:
• COE = R$ 58.981,20.
• Preço médio ponderado da alface = R$ 0,73.
Cálculo e resultado:
PCOE equivalente à unidade de alface = R$ 58.981,20 ÷ R$ 0,73
PCOE equivalente à unidade de alface = 80.796,16 unidades/ano
Para entender melhor esses resultados, dividimos esse valor em unidades por 
dia, pois, na prática, o que o produtor planeja é sua produção diária.
80.796,16 unidades ÷ 365 dias = 221,35 unidades por dia
Assim, a quantidade da produção diária comprometida para pagar o COE foi 
de 221,35 unidades.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 191
COT
COT – PCOT equivalente em unidades de alface
Dados:
• COT = R$ 85.472,08.
• Preço médio ponderado da alface = R$ 0,73.
Cálculo e resultado
PCOT = R$ 85.472,08 ÷ R$ 0,73
PCOT = 117.085,04 unidades/ano
No PCOT, a conversão será em unidades por dia, dividindo o volume anual 
por 365 dias.
117.085,04 unidades ÷ 365 dias = 320,78 unidades por dia
Portanto, 320,78 unidades de alface da produção diária são comprometidas 
para pagar o COT.
CT
CT – Ponto de cobertura total (CT equivalente em unidades de alface)
Dados:
CT = R$ 97.988,89.
Preço médio ponderado da alface = R$ 0,73.
Cálculo e resultado
PCT = R$ 97.988,89 ÷ R$ 0,73
PCT = 134.231,35 unidades/ano
Agora, veja o cálculo em unidades por dia:
134.231,35 ÷ 365 = 367,75 unidades por dia
Concluindo: a produção diária necessária para pagar todos os custos é de 
367,75 unidades.
Viu só como é simples fazer os cálculos e ter uma visão mais ampla dos custos 
e lucros de uma empresa rural?
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 192
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Aplicou o conhecimento 
do tema, aprofundando-
se no estudo de caso 
da Fazenda Santa 
Felicidade.
Acompanhou o passo 
a passo dos cálculos 
utilizados.
Analisou os cálculos sobre 
o lucro a partir dos dados 
da fazenda.
Encerramento do tema
Durante o tema, foi visto que é essencial entender como calcular os principais 
indicadores de rentabilidade, para um gerenciamento eficiente da propriedade. 
Você pôde compreender:
Como o lucro 
ajuda a medir a 
atratividade do 
negócio, entendendo 
que ele também é 
um refinamento da 
gestão por parte do 
empresário rural.
A importância de 
analisar o lucro 
como parte da 
avaliação do custo de 
oportunidade do seu 
capital. 
Que esse indicador é 
ainda mais evidente 
quando se calcula 
a taxa de retorno 
do capital, em que 
o produtor passa 
a comparar as 
oportunidades do 
mercado.
A terceira etapa desse módulo foi uma chuva de cálculos, não é? O entendimento 
desses conceitos, a análise e a aplicação são essenciais para basear o seu 
trabalho de gerenciamento, garantindo a qualidade e a rentabilidade que toda 
propriedade precisa!
Agora, para finalizar o tema, retorne ao Ambiente de 
Estudos, assista a um vídeo e acompanhe Marcelo e 
o seu trabalho na Fazenda Santa Felicidade!
Siga em frente para encerrar esse módulo!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 193
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Você deve responder uma questão relacionada ao conteúdo 
estudado até aqui para finalizar este módulo e seguir para a 
avaliação.
Atenção! Se você estiver com alguma dúvida quanto ao 
assunto, retorne ao conteúdo do módulo ou, se preferir, entre 
em contato com o tutor no seu Ambiente de Estudos.
Questão
Leia o trecho adaptado de um texto retirado do portal da Universidade Federal 
de Minas Gerais (UFMG…, s.d.)
“Atualmente, a cadeia da olericultura consiste num segmento do 
agronegócio de elevada concorrência, incertezas e redução continuada 
das margens de ganho. Os sistemas de produção são complexos e 
diversificados. Cada produtor deve desenvolver seu sistema de produção, 
combinando suas metas às condições ambientais e mercadológicas, 
devendo aliar às suas capacidades financeiras e recursos humanos, 
tendo como base as responsabilidades social e ambiental. A capacidade 
gerencial do administrador, envolvendo o planejamento, a direção e o 
controle dos processos da atividade, bem como a alocação dos recursos 
produtivos de maneira racional, são fundamentais para a eficiência 
técnica e econômica. A gerência não deve permitir que o aumento de 
custo unitário diminua sua vantagem competitiva. Quando se aumenta 
a produtividade, aumenta-se o custo total (principalmente o variável). 
Devido à maior quantidade de produtos gerados (sacas de composto ou 
unidades de alface), o custo unitário diminui. Com menor custo unitário 
de produção e mesmo preço médio de venda, ocorre maior receita 
total, além de aumento do lucro total e da rentabilidade do sistema. A 
produtividade deve ser analisada de acordo com a disponibilidade dos 
fatores de produção (terra, trabalho e capital), que, sendo mais escassos, 
tornam-se mais caros. Quando se aumenta a produtividade da olericultura, 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 194
observa-se também o aumento da produtividade da terra, do trabalho 
e do capital. O uso de tecnologias permite aumentar a produtividade e, 
consequentemente, reduzir o custo médio unitário. É por esse motivo 
que as propriedades mais tecnificadas são mais competitivas.”
Com base no que você aprendeu neste tema do curso e analisou no texto, 
classifique as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F):
• O lucro de uma atividade é produto da diferença entre custos e receitas. Quanto 
maior a eficiência produtiva, melhor é a diluição dos custos fixos, aumentando 
o lucro unitário.
• O ponto de cobertura operacional efetivo (PCOE) representa um nível de produção 
necessário para cobrir o COE. Portanto, é variável de acordo com a produtividade.
• Uma maior infraestrutura produtiva impacta diretamente o estoque de capital 
médio. Assim, o equivalente em produção dolucro obtido será maior quanto 
maior for esse estoque. 
• A diferença entre a quantidade total de unidades de produtos agropecuários 
produzidos e o ponto de cobertura total permite ao produtor conhecer seu lucro 
equivalente em produtos.
• Uma maior eficiência produtiva melhora as perspectivas de lucro e de taxa 
de retorno do capital. Porém, para encontrarmos a TRC, utilizamos a margem 
líquida, e não o lucro — este já contabiliza o custo de oportunidade do capital 
empatado (CO).
1. F, F, V, F, F.
2. V, F, V, V, V.
3. V, V, F, V, V.
4. V, F, F, V, V.
5. V, F, V, F, F.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 195
Encerramento do módulo
Durante este módulo, foram abordados conceitos de extrema relevância para 
o gerenciamento da propriedade rural, garantindo um trabalho eficiente nas 
finanças e nas decisões produtivas. Relembre!
• É importante 
diferenciar os 
elementos de custo 
fixo, decompor 
os custos fixos, a 
depreciação e a 
contabilização dos 
valores de mão de obra 
familiar.
• A análise profunda 
dos custos, ou seja, 
ter uma anotação 
detalhada das despesas 
é uma ferramenta 
de controle dos 
processos produtivo e 
administrativo.
• A análise dos dados de 
produção e custos, além 
das receitas, quando 
devidamente processada, 
possibilita a avaliação 
econômica do negócio 
e o planejamento da 
empresa. Podemos 
visualizar o quanto de 
esforço físico e financeiro 
está sendo direcionado 
apenas para pagar custos 
e não para gerar lucro. 
• O lucro é um indicador 
que ajuda a medir 
a atratividade do 
negócio e também é 
um refinamento da 
gestão por parte do 
empresário rural. Isso 
fica mais evidente 
quando calculamos 
a taxa de retorno do 
capital e a comparamos 
com as oportunidades 
do mercado.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 196
O objetivo é garantir que você se aproprie de conhecimentos e tenha o 
desenvolvimento de competências que lhe deem condições para transferi-los 
de maneira mais eficiente e efetiva ao produtor, o que fará de você um legítimo 
promotor de mudanças e transformações.
Antes de finalizar este módulo, vá ao seu Ambiente 
de Estudos e assista ao vídeo de encerramento.
Siga em frente, volte ao Ambiente de Estudos e acesse o Estudo de Caso, o 
Simulado e a sua Avaliação.
Sucesso e até o próximo módulo!
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 197
Final de etapa
Parabéns pelo seu percurso até aqui!
Este é mais um momento para você aplicar os seus conhecimentos! Então, 
para finalizar o módulo, retorne ao Ambiente de Estudos onde você deverá 
realizar três atividades. Veja o que deve ser feito!
Estudo de Caso
Será apresentada para você uma situação problema relacionada 
aos temas estudados no módulo. Responda, fazendo uma análise 
da situação. Você deverá responder ao Estudo de Caso em forma 
de texto, ok? Essa atividade será corrigida pelo tutor, que dará 
uma nota e um feedback.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 198
Simulado
São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo. 
Você pode realizar o Simulado três vezes, permitindo que você 
se prepare bem para a Avaliação.
A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota. 
Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento, 
estudar e ter uma prévia de como será a avaliação. Aproveite!
Avaliação
Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação. 
Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla 
escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo. 
Essa atividade é obrigatória e vale nota.
O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A 
correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção 
da atividade.
Onde acessar?
Para acessar essas atividades, clique no menu do seu Ambiente de Estudos e, 
depois, em Minhas Avaliações.
Início | Ambientação | Conteúdo | Biblioteca | Minhas Avaliações | Turma | Comunicação | 
Importante! A Avaliação estará disponível somente depois que você 
passar pelo Simulado. Comece apenas quando tiver a segurança e 
a confiança necessárias nos seus estudos, pois você terá somente 
uma tentativa de acerto.
Ah! Caso falte energia durante a avaliação, não se preocupe, pois o sistema 
de avaliações, incluindo o Simulado, são salvos automaticamente. Você não 
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Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 199
Gabarito das Questões
Tema 1
Alternativa correta: 5. COE / d / COE / MOF / COT
O custo operacional efetivo é variável e exige desembolsos financeiros para que 
a produção ocorra. A depreciação representa a reserva de capital destinada 
à substituição de itens ao final de sua vida útil, desprezando-se os valores de 
sucata. Já a mão de obra familiar representa uma despesa de natureza fixa, 
que não exige desembolso de capital financeiro para seu pagamento, pois 
apenas é um levantamento da oportunidade implícita em se vender o trabalho, 
em vez de trabalhar para si próprio. Ou seja, a atividade se torna obrigada a 
remunerar esse fator de produção, caso contrário, será melhor aplicá-la em 
outra atividade ou lugar. Porém, quando há pagamento sistemático desse 
trabalho executado para si mesmo, a terminologia mais adequada é pro-labore. 
Ao ser identificada essa ocorrência, o aconselhável é remover esse item dos 
custos fixos da propriedade e alocá-lo nos variáveis, pois há, de fato, saída de 
capital. Por fim, o custo operacional total representa uma somatória do COE, 
depreciação e MDOF. Caso seja negativo com COE positivo, isso significa que 
a atividade se mantém no curto prazo. Caso o COT seja nulo, significa que ela 
poderá se manter no médio prazo. Em caso de COT positivo, é necessário dar 
sequência aos estudos e analisar se houve ou não lucro na empresa. Diante 
do exposto, a resposta que melhor completa as informações elencadas é “E”.
Tema 2
Alternativa correta: I. F, V, F, V, V
Analisando item a item das informações fornecidas: 
• Trator: o valor total do bem para o sistema produtivo será seu valor de novo, 
sem taxas ou juros bancários. Portanto, R$ 150.000,00. Sua vida útil será igual 
a 15 anos, independentemente do número de parcelas do financiamento. 
• Carretinha de arrasto: é um bem depreciado, ou seja, não possui mais vida útil, 
porém ainda possui valor de mercado, atualmente avaliado em R$ 5.000,00. 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 200
• Produção de composto estabilizado: não sofre depreciação. Seu valor é 
contabilizado integralmente para o cálculo de custo de oportunidade. 
• A mão de obra familiar não possui acréscimos de obrigações trabalhistas, 
sendo considerado apenas o salário mensal estabelecido, multiplicado pelos 
12 meses do ano. 
• Foi informado que as construções custaram R$ 230.000,00 quando novas, e 
esse será o valor a ser considerado. O fato de já estarem sendo utilizadas há 
11 anos, em comparação aos 40 anos de vida útil total, não irá alterar a forma 
de calcular a depreciação, pois a metodologia utiliza a depreciação linear. O 
custo de oportunidade também não será afetado por esse uso, uma vez que 
o importante é saber apenas se o bem analisado está ou não dentro do prazo 
de vida útil. 
• Produção de alface: foi fornecido o volume de produção diária (260 unidades), 
devendo ser encontrado o volume anual. 
• Preço da alface: essa informação não será usada para responder ao exercício, mas 
é sempre bom ter em mente o valor recebido por cada unidade comercializada, 
a fim de agilizar diversas análises, como o lucro ou o prejuízo unitário. 
• COE: esse valor deverá ser utilizado como referência do COE, sem rateios. 
Identificação dos indicadores de custos: Para determinar o custo fixo médio, 
ou seja,o custo fixo por unidade de alface produzido, é necessário encontrar 
o custo fixo total, para então dividi-lo pelo volume total da produção anual 
dessa propriedade. O custo fixo será igual à somatória da mão de obra familiar, 
depreciação e custo de oportunidade.
CF = MDOF + d + CO 
CF = 12.408,00 + 15.750,00 + 25.110,00 
CF = R$ 53.268,00/ano 
CFM = CF ÷ Produção total
CFM = R$ 53.268,00/ano ÷ 94.900 unidades/ano
CFM = R$ 0,56
Isso significa que a cada R$ 1,00 ganho na venda de cada unidade de alface, 
esse produtor possui R$ 0,56 comprometidos somente em custo fixo. 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 201
Uma vez conhecidos os valores do COE e CF, fica mais fácil determinar o CT. 
Veja: 
CT = COE + CF 
CT = 37.230,00 + 53.268,00 
CT = R$ 90.498,00/ano 
Isso significa que o custo total suportado por esse produtor, para que ele oferte 
seus produtos no mercado, é de R$ 90.498,00 ao ano.
Tema 3
Alternativa correta: 3. V, V, F, V, V
A afirmativa A é verdadeira, pois lucro é função de renda bruta menos custos 
totais. Relembre a fórmula: L = RB – CT. Nos custos totais, estão inclusos tanto 
os variáveis quanto os fixos. Os primeiros têm por característica aumentar 
conforme se aumenta a produção, sendo pequena sua redução por unidade 
produzida. 
Já os segundos se mantêm constantes, sendo mais impactante sua amortização 
quando se tem maior eficiência produtiva, pelo simples processo da diluição 
(distribuição). 
Corroborando com essa explicação, temos a afirmativa B, que também é 
verdadeira. Afinal, o COE tanto poderá não existir quanto poderá não ter 
limite para chegar ao seu máximo, sendo dinâmico, em conformidade com a 
produção alcançada ou desejada. 
Para respondermos à afirmativa C, vamos relembrar que o CF é composto 
pela somatória da depreciação, custo de oportunidade do capital empatado 
na atividade e mão de obra familiar. Sendo o CF um componente do CT (e, 
conforme vimos, a margem de lucro é dependente dos custos), podemos afirmar 
que quanto maior o estoque de capital médio, maior será seu impacto no CF 
da atividade (e CT), podendo comprometer o lucro, reduzindo-o conforme se 
aumenta esse estoque e mantendo-se as mesmas expectativas de renda bruta. 
Portanto, essa afirmativa é falsa. 
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 202
A afirmativa D é verdadeira, pois, ao assumirmos que o PCT representa a 
quantidade de produtos necessários para se cobrir os custos totais de produção, 
e conhecendo o volume total produzido, podemos afirmar que a diferença entre 
eles representa o lucro do produtor em equivalente produto. 
A afirmativa E necessita de uma análise mais profunda. Relembre a fórmula 
da TRC: (margem líquida/estoque de capital) x 100. De fato, utiliza-se a ML 
para cálculo de TRC, ao invés do lucro. O motivo, conforme visto no conteúdo 
que você estudou, é que o custo de oportunidade, já embutido na análise do 
lucro, não se configura como um custo operacional, sendo apenas analítico. 
Inserir o lucro nessa fórmula exigiria que a atividade pagasse em duplicidade 
o custo de oportunidade. Assim, essa afirmativa também é verdadeira.
Módulo 3
 Cálculo de custo de produção pg. 203
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	Introdução do módulo
	Introdução
	Tópico 1: Custo operacional efetivo
	Tópico 2: Mão de obra familiar
	Tópico 3: Depreciação
	Tópico 4: Custo operacional total
	Tópico 5: Aplicação dos conceitos
	Encerramento do tema
	Atividade de Passagem
	Tema 2: Cálculo do custo de produção II
	Introdução
	Tópico 1: Custos fixos
	Tópico 2: Custo total
	Tópico 3: Margem bruta
	Tópico 4: Margem líquida
	Tópico 5: Aplicação dos conceitos
	Encerramento do tema
	Atividade de passagem
	Tema 3: Cálculo dos indicadores
	Introdução
	Tópico 1: Lucro
	Tópico 2: Ponto de cobertura
	Tópico 3: Ponto de cobertura total
	Tópico 4: Taxa de retorno de capital
	Tópico 5: Aplicação dos conceitos
	Encerramento do tema
	Atividade de Passagem
	Encerramento do módulo
	Final de etapa
	Gabarito das Questões
	Referências bibliográficas

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