Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO DE REDEFINIÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO AULA 3 Profª Sandra Aparecida dos Santos 2 CONVERSA INICIAL Bem-vindos Nesta aula, vamos dar continuidade à revisão das etapas do projeto de intervenção. TEMA 1 – PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS/METODOLOGIA O detalhamento dos procedimentos operacionais é realizado com vistas a informar minuciosamente as ações propostas no projeto de intervenção. Rezende (1994) explica que se deve explicitar a quem se dirige a ação, lembrando que no projeto de intervenção a ação pode ser direcionada ao público usuário do serviço, aos técnicos e trabalhadores da instituição onde se realiza o estágio ou a outros públicos que direta ou indiretamente se relacionem com o campo de estágio. Diferentes são os procedimentos que auxiliam no alcance dos objetivos, como palestras, reuniões, cartazes, folders etc. A informação dos procedimentos a serem utilizados são de grande importância vista a necessidade de previsão dos recursos e das estratégias utilizadas. Ao informar a respeito dos procedimentos, deve explicitar o conteúdo a ser abordado no material e nos encontros e reuniões, devendo ser anexada ao projeto de intervenção a proposta de folder e outros materiais informativos. A definição dos sujeitos envolvidos em cada procedimento são, segundo CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB (2001), informações que deverão constar no item metodologia, apontando os responsáveis pela elaboração e operacionalização das ações. Além da apresentação das ações propostas, a periodicidade delas deverá ser informada. É preciso explicitar se o evento proposto se realizará diariamente, semanalmente etc. e quanto tempo será demandado para cada ação. TEMA 2 – PÚBLICO-ALVO Apresentar o público que se beneficiará de sua intervenção constitui-se em elemento obrigatório na construção do projeto. Segundo Rezende (1994), o público-alvo se refere a quem o objetivo geral se destina. Para construir seu público-alvo, é necessário que você tenha 3 coerência com seu objetivo geral, pois nele já ocorre o direcionamento do para quem é destinada a proposta do projeto. O público-alvo é composto pelos beneficiários do projeto, mas não somente por eles. Para Rezende (1994), o público-alvo divide-se em público- alvo direto e público-alvo indireto. O público-alvo direto diz respeito aos beneficiários diretos de sua ação. No nosso exemplo, se o projeto se destina aos idosos que são atendidos no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) xxx, o público direto de seu projeto serão os idosos atendidos no CRAS xxx. O público-alvo indireto diz respeito às pessoas que indiretamente também se beneficiarão do projeto. Podemos dizer que os familiares dos idosos atendidos se beneficiarão da proposta de prevenção de acidentes, que a comunidade do bairro onde se situa o CRAS também se beneficiará, que os motoristas que trafegam no entorno também serão beneficiados. TEMA 3 – METAS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO Definir as metas que se quer alcançar com o projeto de intervenção constitui-se em elemento obrigatório na construção do projeto, definindo o período para o alcance dos objetivos e percentual/quantidade que se quer atingir com a proposta. Rezende (1994) afirma que as metas se dividem em metas a curto prazo, médio prazo e longo prazo. Podemos considerar como metas a curto prazo aquelas que se pretende alcançar em um período inferior a um ano. As metas de médio prazo deverão ser alcançadas de um a cinco anos, e as metas de longo prazo têm previsão de alcance acima de cinco anos. O projeto de intervenção, por seu caráter de formação, terá metas a curto prazo, visto o tempo de realização do estágio supervisionado. As metas definidas dizem respeito ao objetivo geral e aos objetivos específicos, procurando, para Júnior (2012), apontar os prazos, as quantidades e os volumes a serem alcançados com as ações contempladas no projeto de intervenção. Isso quer dizer que, além de realizar as propostas de intervenção, você deverá esclarecer quanto a quantidade/alcance e tempo previsto para a concretização dos objetivos. 4 A definição das metas deve prever índices passives de serem concretizados, sempre considerando a realidade institucional, devendo ser analisadas pelo autor do projeto e pela equipe envolvida nele as metas viáveis de serem alcançadas. TEMA 4 – AVALIAÇÃO E CONTROLE DO PROJETO DE INTERVENÇÃO A avaliação e o controle do projeto de intervenção utilizam como parâmetros, segundo Rezende (1994), o objetivo geral e os objetivos específicos, as metas e o contexto sócio-histórico e político. Essa importante etapa do projeto de intervenção é realizada em termos quantitativos e qualitativos, de acordo com CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB (2001), tanto em nível geral, no qual se considera o objetivo geral, quanto em nível parcial, quando se consideram os objetivos específicos. Avaliar o projeto de intervenção em nível quantitativo requer observar o universo a ser atingido pela proposta. Já para CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB (2001), a avaliação em nível qualitativo requer a observância de indicadores que foram definidos em relação à questão escolhida como objeto de intervenção. O íntimo relacionamento entre as etapas de planejamento, implementação e avaliação é destacado por Cury (2001), que esclarece serem as etapas de importância similar que se complementam em movimentos dinâmicos e não lineares. Isso significa que a avaliação, por exemplo, está contida na fase do planejamento e também deve ser realizada na fase da implementação. A avaliação para Cury (2001) começa a partir do esboço da proposta do projeto de intervenção e objetiva analisar ambiente e contexto econômico, social e político local, sendo definida esta etapa como avaliação ex-ante. A avaliação prossegue, para Carvalho (2001, p.64), durante a implementação e a execução do projeto (avaliação de processos e indicadores de acompanhamento da ação) e com a avaliação dos resultados e impactos que deve ocorrer não só ao término da ação, mas também após um tempo de sua efetivação. 5 TEMA 5 – CRONOGRAMA, RECURSOS, BIBLIOGRAFIA E ANEXOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO Construir o cronograma do projeto de intervenção pressupõe, segundo Rezende (1994), planejar as fases da execução do projeto. No cronograma, os períodos de realização do projeto de intervenção com cada etapa especificada devem ser informados, sendo definidos os períodos de implantação do projeto, de execução propriamente dita, de avaliação e controle e de redefinição e ajustamentos. A especificação dos procedimentos de cada fase deverá ser feita, assim como a previsão dos períodos necessários para sua efetivação. Definir os recursos do projeto de intervenção requer considerar a viabilidade de execução da proposta e, segundo CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB (2001), a informação dos recursos disponíveis deve estar condizente com a real existência dos mesmos. Os recursos a serem informados no projeto se referem a recursos humanos, que dizem respeito às pessoas que efetivamente contribuirão com a proposta de intervenção em suas diferentes fases; recursos materiais, que se referem a material a ser utilizado; e recursos financeiros, que dizem respeito a previsões de necessidade de investimento financeiro. A bibliografia deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), devendo ser informadas neste item todos os materiais de consulta utilizados na construção do projeto de intervenção. Nos anexos, segundo CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB (2001), os instrumentais utilizados na intervenção deverão ser anexados, não devendo as páginas do anexo serem numeradas. Ao final da elaboração do projeto de intervenção, elabora-se a folha de rosto do projeto, contendo informações importantes para o entendimento da proposta que auxiliará o leitor em suacompreensão. NA PRÁTICA Os procedimentos operacionais devem informar minuciosamente as ações propostas em seu projeto de intervenção e deverão estar condizentes com os recursos levantados para a efetivação da intervenção. 6 Avalie com seus supervisores se sua proposta de intervenção requer a utilização de recursos e se os recursos necessários para sua efetivação, tanto humanos quanto materiais e financeiros, encontram-se disponíveis na instituição concedente de estágio. 7 FINALIZANDO A proposta de intervenção, além de objetivar capacitar o aluno na construção prática de uma intervenção, contribui com o campo de estágio, na realização de intervenção oriunda do conhecimento da realidade do campo e das necessidades encontradas para a melhoria da qualidade dos serviços. 8 REFERÊNCIAS CARVALHO, M. do C. B. Avaliação de projetos sociais. In: Gestão de projetos sociais. Coordenação: ÁVILA, C. M. de. AAPCS. 3. ed. revista. São Paulo: 2001. CFESS/ABEPSS/CEAD/UNB. Intervenção e Pesquisa em Serviço Social. Brasília, UNB, 2001. CURY, T. C. H. Elaboração de projetos sociais. In: Gestão de projetos sociais. Coordenação: ÁVILA, C. M. de. AAPCS. 3. ed. revista. São Paulo: 2001. JUNIOR, M. R. de C. Gestão de projetos: da academia à sociedade. Curitiba: InterSaberes, 2012. REZENDE, I. Síntese do roteiro simplificado para elaboração do projeto de intervenção. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994.