Prévia do material em texto
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok MORFOLOGIA I – SÉRGIO NADER – 12/04/2017 ABDOME PARTE 3 RIM Peritônio é a Serosa que contém no seu interior a maioria das vísceras abdominais. É o elemento externo dos órgãos. Os Rins são órgãos Retroperitoniais, ou seja, são localizados bem posteriormente na cavidade abdominal. Junto com eles estão as Glândulas Supra Renais, Veia Cava Inferior e Artéria Aorta, todos atrás do Peritônio. Eles não estão presos por nenhum Meso. Existe uma gordura que tem um papel importante em termos de sustentar o Rim na sua posição. Em uma Nefrectomia (procedimento de retirada do Rim), o acesso é costal e lateral, não invadindo a cavidade peritonial. Os dois Rins, em termos de topografia, apresentam uma diferença: o Rim Direito é um pouco mais baixo que o Rim Esquerdo, devido à presença do Fígado. O rim esquerdo chega a tocar o nível da 11ª costela, já o rim direito não o faz. O Hilo Renal é a abertura nos rins por onde os vasos chegam a estes órgãos. Nele se encontram três elementos principais, nesta ordem (de anterior para o posterior): a Veia Renal, a Artéria Renal e a Pelve Renal. A pelve renal é um elemento coletor, por onde a urina passa. A Veia Cava Inferior está à direita da coluna, o que faz com que ela esteja mais próxima ao Rim Direito. Por consequência, a Veia Renal Direita é bem menor do que a Veia Renal Esquerda. Já a Artéria Renal Esquerda é um pouco menor do que a Artéria Renal Direita, pois a Artéria Aorta está quase no plano mediano, porém mais próxima ao rim esquerdo. O Rim possui dois extremos: Pólo (ou Extremidade) Renal Superior e Pólo ( ou Extremidade) Renal Inferior. O Pólo Renal Superior relaciona-se intimamente com a Glândula Supra Renal. Existem duas margens, onde a margem lateral é convexa, enquanto a margem medial possui uma reentrância que dá origem ao Hilo. https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok O Rim é revestido por uma Cápsula Fibrosa. Por dentro, ele possui uma região mais periférica, de coloração geralmente mais clara, chamada Córtex Renal. A córtex, em vários momentos, projeta-se em direção à Medula Renal, formando as chamadas Colunas Renais. Entre cada uma das colunas existe uma estrutura de formação triangular, que tem a base voltada para a periferia e o ápice voltado para o meio, que são as Pirâmides Renais, que são estruturas da Medula Renal. Nos ápices das pirâmides encontram-se os Óstios das aberturas dos canalículos que vão trazer a urina. Grosseiramente pode-se pensar que nos ápices das pirâmides é onde está gotejando a urina já filtrada. Ela é coletada pelos Cálices Renais Menores, que são reunidos em 2, 3 ou até 4 deles para formar os Cálices Renais Maiores, que por sua vez se reúnem para formar uma estrutura chamava Pelve Renal (antigamente chamada de Passinete). O ponto em que se tem a Pirâmide relacionada com o Cálice Menor recebe o nome de Papila Renal. É onde a urina é de fato coletada. Entre esse sistema coletor e o próprio rim existe um espaço, que é preenchido por gordura, e chama-se Seio Renal. O seio renal é o ponto em que o Hilo se formou mas se projeta ainda no interior do gordura. Parênquima Renal e forma esse espaço preenchido por A Pelve Renal se torna Ureter, mas existe um ponto que marca o limite entre os dois, que é a Junção Ureteropiélica. O Rim não possui segmentação cirúrgica como os pulmões, ele é totalmente integrado. Cada Rim tem em média 1 milhão de Néfrons. Agenesia Renal → O indivíduo nasce sem um rim. Pode acontecer de nascer sem os dois também, mas é incompatível com a vida. Rim Extra Numerário → Quando o indivíduo nasce com mais de 2 rins. Isso não quer dizer que os rins deste indivíduo sejam melhores, pelo contrário. Às vezes são mal formados e não funcionam bem. Rim Ectópico → Quando o rim se encontra na região da Pelve. https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok Rim em Ferradura → Quando o indivíduo nasce com um só rim, que na verdade é a junção dos dois rins pelo pólo inferior, fazendo um “U”. Na formação fetal, os rins são um só, que vão subindo e se separando, formando os dois rins. Porém nesse caso, esses rins não se separam, formando esse grande rim em “U”. Eles não sobem até a mesma altura dos rins normais, porque ficam presos embaixo pela Artéria Mesentérica Superior, que prende o pólo inferior e não permite que o rim suba. Esses rins funcionam perfeitamente, na maioria das vezes. São encontrados ao acaso, geralmente fazendo uma ultra por outro motivo. Funções dos Rins A principal função do Rim é a Filtração. Porém, ele exerce outras funções, como a Reabsorção e a produção de Eritropoetina, um hormônio regulador de células sanguíneas. O rim verifica todo o sangue que passa por ele e controla a produção desse hormônio. Outra função é o Controle da Pressão Arterial → A Renina é uma enzima produzida pelo Aparelho Justaglomerular do Rim. Em última análise ela vai ser Angiotensina 1 e Angiotensina 2, esta última sendo um potente vasoconstrictor. Descobriu-se que a Angiotensina 2 está relacionada com a Hipertensão, sendo que boa parte dos indivíduos com hipertensão tem níveis de angiotensina 2 altos e são muito responsivos a ela. Daí coube à pesquisa e à indústria farmacêutica trabalhar com mecanismos que quebrem um pouco a ação da angiotensina. Logo, se a Angiotensina 2 é o vasoconstrictor mais potente que existe, pode-se começar a pensar nele para tratar a hipertensão. Existe uma enzima chamada Peptidil Dipeptidase e é essa enzima que participa na conversão de Angiotensina 1 para Angiotensina 2. Os primeiros medicamentos para a hipertensão, como o Captopril, agia nessa enzima para inibir a produção de Angiotensina 2. Apesar de esse mecanismo ser o mais utilizado mundialmente, ele não funciona bem em negros, que respondem melhor aos medicamentos com bloqueadores de canais de cálcio, da família da Nifedipina, etc. A explicação que os cardiologistas dão para isso é que os bloqueadores de receptores de angiotensina agem um pouco na angiotensina, fazendo a musculatura ser contraída. Mas a musculatura dos negros é, na maioria das vezes, mais potente, e acredita-se que isso também aconteça nos vasos. O Rim é um filtro tão inteligente que ele é capaz de descartar o que não é mais útil ao organismo, como também é capaz de descartar o que for útil se tiver em excesso. Por exemplo, a água, que é boa mas se tiver em excesso ele elimina. Assim como glicose, que em excesso ele joga fora, mas também pega uma parte dela e reabsorve. Diabetes → Existe uma enzima chamada SGLT-2 que recoloca na circulação toda a glicose que estiver sendo eliminada. Porém existem hoje no Brasil 3 remédios que inibem a ação dessa enzima, chamados Dapagliflozina, Canagliflozina e Empagliflozina. Esses medicamentos vêm revolucionando o tratamento de diabetes. Eles bloqueiam a ação do SGLT-2 e fazem com que o indivíduo elimine o açúcar pela urina. URETER O Ureter começa na Junção Ureteropiélica e é dividido em porções. Ele tem uma musculatura com peristaltismo, capaz de enviar a urina para a bexiga independente da posição que o indivíduo estiver, seja deitado, seja de cabeça para baixo, etc. https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidadee, ao continuar você concorda com essas condições. Ok A primeira porção, que é a mais longa de todas, é a porção Abdominal. Em determinado momento o Ureter passa sobre os Vasos Ilíacos Comuns Internos e Externos e é chamado Porção Ilíaca do Ureter. Depois ele mergulha na cavidade pélvica, onde é denominado Porção Pélvica do Ureter. O Ureter invade e atravessa a musculatura da Bexiga e neste ponto é chamado de Intra Mural. O interessante de saber os nomes das porções é devido aos cálculos renais, que quando detectados em exames, é descrita sua localização de acordo com a nomenclatura dessas porções, bem como indivíduos baleados para localizar o projétil, etc. Existem pessoas que têm Ureter duplo, ou seja, ao invés de um para cada rim, possui dois, mas isso geralmente não afeta em nada o funcionamento do organismo. Há também indivíduos que possuem o ureter passando por trás da veia cava, que se chama Ureter Retro-Cava e isso também não causa problemas. O que pode dar um pouco mais de problema é quando o rim do indivíduo gira e se dá um Ureter Contorcido. BEXIGA A Bexiga é formada em toda a sua extensão por um músculo chamado Músculo Detrusor da Bexiga. Sua função é armazenar a urina produzida para que ela seja expelida no momento que for conveniente. Ela é dividida em regiões, onde o ponto mais anterior da Bexiga é a porção que se chama Ápice. O ponto mais superior chama-se Fundo, a porção média chama-se Corpo e a porção mais inferior chama-se Colo da Bexiga. Todas essas porções são igualmente importantes, mas se tivesse que eleger uma para ser a mais importante seria o Colo, pois nele que fica o esfincter natural, pertencente ao Sistema Nervoso Autônomo, que é automático e autônomo, uma vez que ele contém a urina sem que o indivíduo precise pensar em mantê-la ali. A Bexiga é toda pregueada e enrugada em seu interior, na mucosa, quando ela está vazia. Mas quando ela está cheia esse aspecto se altera bastante, ficando mais lisa. Porém existe uma região triangular da bexiga que nunca se modifica, chamada Trígono da Bexiga ou Trígono Vesical (vesical porque a bexiga era conhecida como vesícula urinária). Essa região contém dois orifícios que são chamados Óstios Ureterais, que é onde se tem a chegada dos ureteres que vêm dos rins e onde também se tem a parte chamada Intra Mural. Além disso, existe uma saliência chamada Crista (ou Barra) Inter Uretérica, que une esses dois orifícios. Ao final desse Trígono existe uma saliência no plano mediano chamado de Úvula do Trígono, e aí existe o Óstio Interno da Uretra e a partir dali inicia-se a Uretra. A região do Trígono nunca se modifica pois se ela se distendesse, o esfincter se abriria e a urina sairia e o principal, os óstios se abririam e a urina retornaria para os ureteres, facilitando as infecções. Quando isso acontece, chama-se essa patologia de Refluxo Vésico-Ureteral. O ato de urinar é uma forma de prevenção de infecções, sendo um sistema antibiótico mecânico, pois a uretra é uma porta aberta aos microorganismos, principalmente quando se trata de aparelho gênito-urinário feminino, onde a distância entre o óstio da uretra na mulher e a bexiga é muito pequena e germes da pele e até mesmo do trato digestório final (ânus) podem ganham muito facilmente a uretra feminina. Quando a pessoa urina, ela lava a uretra e o microorganismo que vinha subindo é jogado para fora. As infecções de bexiga chamam-se Cistites, que são infecções urinárias baixas. Algumas mulheres ingerem menos água para urinar menos, o que faz com que a urina fique mais concentrada e isso sobrecarrega os rins. Essa urina concentrada por um longo período de tempo na bexiga favorece muito o crescimento bacteriano. https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar você concorda com essas condições. Ok Essas infecções urinárias baixas podem subir e se tornar infecções urinárias altas, atingindo os rins, por exemplo, podendo dar febre. Nas baixas isso não acontece porque não há conexão com o hipotálamo. Urinar após as relações sexuais torna-se interessante pois os jatos de urina expelem microorganismo para fora do trato urinário, evitando assim determinadas possíveis infecções. Alguns indivíduos perdem o controle automático da continência urinária, sendo chamado Bexiga Neurológica. A bexiga tem sobre ela o útero e se for feita alguma pressão que sobrecarregue a bexiga, pode ser que ela não segure. As musculaturas dos oblíquos externos, do transverso do abdome, do oblíquo interno e do reto do abdome têm papel importante na hora de tossir, espirrar, trabalho de parto, evacuação, uma vez que a pressão que a musculatura faz na cavidade se transmite em todos os órgãos. O tossir, por exemplo, faz com que o músculo vá violentamente em direção à parede posterior, aumentando a pressão e fazendo com que o esfincter faça um pequeno escape. Isso chama-se Incontinência Urinária de Esforço. Isso acontece principalmente em mulheres, especialmente aquelas que já tiveram partos normais. Por isso, é indicado para essas mulheres, quando forem ser mães, que façam exercícios de fortalecimento dessa musculatura. O parto fica muito melhor pois a musculatura ganha potência e o pós parto também é muito melhor. https://sobreuol.noticias.uol.com.br/normas-de-seguranca-e-privacidade