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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE FRUTAL 
 
 
 
 
ANDERSON LUIS GONÇALVES MENDES JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS, ROTEIRO DE IMPLANTAÇÃO E 
ADEQUAÇÃO EM UM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRUTAL 2024 
 
 
 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS, ROTEIRO DE IMPLANTAÇÃO E 
ADEQUAÇÃO EM UM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado à 
disciplina de Metodologia da Pesquisa 
Científica B, como condição primeira à 
elaboração e apresentação do Trabalho 
de Conclusão do Curso de Direito. 
Orientadora: Prof. Dra. Cristina Veloso 
de Castro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRUTAL 2024 
 
 
SUMÁRIO DO PROJETO DE PESQUISA 
 
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................................... 03 
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 04 
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 05 
4 PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................... ...08 
5 METODOLOGIA ................................................................................................... 10 
6 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 11 
7 SUMÁRIO PROVISÓRIO...................................................................................... 15 
8 CRONOGRAMA ................................................................................................... 16 
9 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
A Lei Geral de Proteção de Dados, nº 13.709 de 14 de agosto de 2018, consiste 
no assunto fundamental do presente trabalho, especialmente em relação ao exercício 
da advocacia. 
Objetiva-se analisar os aspectos gerais que compõem a Lei, desde o panorama 
histórico que antecede a legislação até a regulamentação do tratamento de dados. 
Mediante os avanços tecnológicos, é passível de análise que uma legislação mais 
específica fez-se necessária, visto que os dados pessoais na atualidade são 
facilmente manipulados, apresentando-se ainda como de extrema relevância para o 
pleno funcionamento e avanço das organizações. 
Assim, é responsabilidade de todos aqueles que coletam dados pessoais, que 
o façam conforme determina a legislação. 
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) abrange todos os indivíduos e 
entidades que coletam, armazenam ou processam dados pessoais. Esta abrangência 
inclui diferentes áreas de atuação, da administração pública a empresas privadas, 
incluindo, por consequência, os escritórios de advocacia. É indubitável que a nova 
legislação impactará todos os ramos do Direito, tendo em vista que faz-se necessário 
incluir nos instrumentos jurídicos elaborados por advogados, cláusulas que garantam 
o tratamento de dados conforme determina a legislação. Mediante a alta demanda de 
dados pessoais e sensíveis armazenados em escritórios de advocacia (tais como 
nome, CPF, endereço, contas bancárias, formas e dados de pagamentos, e 
empréstimos realizados), através de softwares ou em computadores, configura-se de 
extrema importância a adequação de tal categoria profissional com a finalidade de 
garantir conformidade com a legislação, evitando a possibilidade de vazamentos. 
Observa-se que embora a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tenha sido 
criada com a finalidade de assegurar e regulamentar o tratamento de dados pessoais 
dos indivíduos, faz-se necessário ainda avaliar as implicações provenientes da 
responsabilidade dos advogados em casos de vazamento de dados nas relações 
processuais. Tal fator apresenta-se como de extrema importância para determinar se 
a responsabilidade civil será realmente afastada nos casos previstos no art. 43 da 
LGPD. Assim, este trabalho abordará a relevância da adequação da LGPD, 
especialmente na relação entre advogado e cliente, destacando as barreiras que 
demarcam a possível responsabilidade do agente de tratamento dos dados. 
4 
2 OBJETIVOS 
 
O presente estudo objetiva desenvolver um roteiro para a implantação e 
adequação de processos necessários ao cumprimento das disposições estabelecidas 
pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), especificamente aplicável aos 
escritórios de advocacia. Para alcançar esse objetivo, optou-se pela realização de 
entrevistas com dois profissionais especializados em LGPD, visando à obtenção dos 
dados necessários para o desenvolvimento do projeto. A análise dessas entrevistas 
será conduzida por meio da análise de conteúdo, a partir da qual será elaborado um 
roteiro com processos voltados para a implantação e adequação da LGPD nos 
escritórios de advocacia. 
Este trabalho possui potenciais contribuições acadêmicas, profissionais e 
sociais. No âmbito acadêmico, a pesquisa oferece a possibilidade de contribuir 
teoricamente com a literatura emergente, que carece de estudos aplicados à relação 
entre advogados e clientes. Ademais, a criação de um estudo que pode ser utilizado 
em pesquisas futuras constitui uma contribuição acadêmica importante. 
Em termos de contribuições profissionais, considerando o objetivo 
estabelecido, esta pesquisa propõe a apresentação de um roteiro de adequação para 
a LGPD aplicado aos escritórios de advocacia. Esse roteiro poderá ser utilizado pelos 
profissionais da advocacia como base para a implementação da LGPD em suas 
rotinas, facilitando a compreensão da lei e promovendo melhorias no tratamento dos 
dados pessoais utilizados. Consequentemente, os indivíduos que possuem seus 
dados pessoais armazenados nos sistemas de gerenciamento de dados dos 
escritórios de advocacia poderão utilizar este trabalho científico, para aprofundar seu 
conhecimento sobre a lei, facilitando o processo de compliance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
3 JUSTIFICATIVA 
 
A escolha desta temática justifica-se pela importância que a proteção de 
dados alcançou ao ser reconhecida como um direito fundamental do indivíduo. 
Além disso, é relevante considerar que, em muitos casos, as informações 
compartilhadas com os escritórios de advocacia são classificadas como sensíveis, 
exigindo, portanto, maior atenção e cuidado em seu tratamento. 
Na sociedade atual, marcada pela intensa digitalização, especialmente no 
ambiente profissional, é comum o uso de softwares de gestão que armazenam 
informações financeiras, dados de clientes, entre outros. Esses dados são mantidos 
em formato digital, juntamente com informações fornecidas por meio de aplicativos 
e sites. Tal exposição virtual cria significativas vulnerabilidades, tornando 
necessário um programa de compliance específico para o ambiente digital, com o 
objetivo de garantir a segurança das informações. 
Nesse contexto, reconhece-se que as transformações tecnológicas na 
sociedade indicam um cenário, no qual é essencial garantir a preservação das 
informações por meio de proteção adequada e prevenção de riscos. Assim, os 
operadores do Direito devem basear sua atuação nessa ética, assumindo a 
responsabilidade de acompanhar as inovações tecnológicas sempre que possível 
e empregando-as como ferramentas de gestão. 
A conexão entre Direito e tecnologia tem se tornado cada vez mais 
significativa, especialmente na última década. No campo normativo, são 
estabelecidos comportamentos padronizados para vários cenários, mas é crucial 
que esses ambientes permitam a constante observação das dinâmicas 
socioculturais da sociedade. Assim, o avanço tecnológico implica a necessidade de 
um regime jurídico que abarque todas as transformações sociais. 
Legislações como o Marco Civil da Internet buscaram estabelecerregulamentações iniciais e gerais sobre Direito e tecnologia. No entanto, essas 
regulamentações não são completas, o que sublinha a importância de acompanhar 
as inovações para garantir a proteção de direitos fundamentais. 
A estrutura empresarial é constantemente ajustada com a introdução de 
novas tecnologias, e é fundamental que as organizações estejam em conformidade 
com os requisitos legais, fazendo o uso de ferramentas e recursos de tecnologia da 
informação para manter sua ética e cultura organizacional. A legislação tem 
6 
prestado especial atenção à privacidade e proteção de dados dos usuários, devido 
ao aumento do uso de tecnologia por empresas de serviços. 
O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), precursor 
internacional no tema, define práticas que devem ser adotadas pelas instituições, 
as quais são reforçadas pela Lei Geral de Proteção de Dados, promulgada em 14 
de agosto de 2018. 
A LGPD delineia várias medidas que as instituições devem adotar para 
estabelecer um programa de compliance digital. Tais medidas envolvem processos 
de auditoria e avaliação das práticas vigentes, análise das licenças de software, 
atualização das políticas de privacidade e, crucialmente, a criação de normas, 
procedimentos e processos internos para a gestão de recursos de tecnologia da 
informação. 
A lei trouxe a comento a importância do desenvolvimento de políticas 
internas que previnam abusos ou práticas ilegais e antiéticas, com a finalidade de 
garantir a segurança das medidas implementadas e da organização em geral. 
Dentre as principais medidas para a implementação do compliance digital, 
conforme estabelecido pela LGPD, pode-se destacar: Auditoria prévia: Condução 
de auditoria para identificar as medidas já adotadas, redirecionar seu uso para 
melhorar a segurança e proteção, e identificar possíveis vulnerabilidades nos 
sistemas; Análise das licenças de software: Revisão das licenças de software 
utilizadas para assegurar a segurança dos dados e prevenir ataques cibernéticos, 
além de verificar sua adequação ao volume de armazenamento de dados nas 
redes; Atualização de políticas de privacidade: Revisão das políticas de privacidade 
para garantir conformidade com a legislação aplicável, como o Marco Civil da 
Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados e a Lei de Acesso à Informação; 
Desenvolvimento de normas e procedimentos internos: Criação de normas, 
processos e procedimentos internos para a gestão de recursos de tecnologia da 
informação, além do desenvolvimento de políticas internas com o objetivo de 
prevenir abusos ou práticas ilegais e antiéticas, protegendo assim a implementação 
e a organização como um todo. 
Mediante o exposto, torna-se evidente que a presença de regulamentação 
própria, tanto para o uso de meios virtuais quanto para a proteção dos dados de 
clientes, demanda que sejam seguidos os deveres de compreender os novos 
requisitos legais internamente, o que resulta na necessidade de conhecer os limites 
7 
legais e em reorganizar o escritório de maneira apropriada para garantir que cada 
setor esteja em conformidade com essas novas regulamentações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
4 PROBLEMATIZAÇÃO 
 
A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados ocorreu em 14 de agosto 
de 2018, tendo suas sanções administrativas passado a valer somente a partir de 
2021. Inicialmente, cumpre esclarecer que a LGPD traz consigo diversos desafios de 
adaptação e adequação. A referida legislação estabelece multas significativas para 
pessoas jurídicas que não cumprirem suas disposições, visando proteger contra 
vazamentos de dados sob sua responsabilidade. O simples fato de escritórios de 
advocacia armazenarem dados pessoais de clientes já representa um risco 
considerável. Os dados tornaram-se ativos valiosos devido ao seu uso comercial, 
estratégico e financeiro. 
O processo de conformidade com a LGPD enfrenta desafios contínuos devido 
a vazamentos e ataques cibernéticos constantes que afetam tanto empresas públicas 
quanto privadas. Essas invasões representam um risco à privacidade e à segurança 
da informação, uma vez que hackers podem expor ou utilizar esses dados de forma 
criminosa para cometer fraudes, resultando em multas e sanções administrativas 
conforme determinado pela lei. 
Além das invasões cibernéticas, a má conduta de advogados ou funcionários 
de escritórios de advocacia também representa uma ameaça, pois podem 
deliberadamente vazar dados. A preocupação com a maneira como as empresas 
protegem os grandes volumes de dados pessoais coletados é um tema recorrente na 
atualidade. 
Antes da implementação do Regulamento Geral de Proteção de Dados 
(GDPR), as empresas coletavam dados sem preocupações com segurança. No 
entanto, com o avanço tecnológico e o aumento massivo na coleta de dados, cresceu 
a preocupação em protegê-los adequadamente. 
A GDPR impõe às organizações a revisão de seus procedimentos e processos 
internos, resultando em várias adaptações com impacto significativo em suas 
operações. No entanto, isso também implica em custos elevados de adaptação, 
especialmente se comparados com as leis americanas. 
No contexto brasileiro, apesar da adesão à LGPD, poucos artigos oferecem 
orientações práticas para as empresas adotarem uma postura de proteção de dados. 
Isso destaca uma lacuna na literatura acadêmica sobre o tema. A LGPD estabelece 
mecanismos de governança nos artigos 46º e 50º, que abrangem várias disciplinas, 
9 
como conformidade legal, gerenciamento consciente de dados, práticas de Tecnologia 
da Informação (TI) e segurança da informação. 
Esses fundamentos relacionados à aplicação da LGPD possibilitam uma visão 
integrada para as empresas se protegerem contra invasões e exposição de dados. A 
TI desempenha um papel fundamental nesse processo, influenciando o planejamento 
organizacional e podendo ser um diferencial para o sucesso empresarial, conforme 
reforçado pela LGPD. 
A LGPD aborda diferentes temáticas, como segurança da informação, 
governança de tecnologia da informação e privacidade, que podem parecer 
desconectadas à primeira vista. Embora alguns autores discutam aspectos individuais 
dessas temáticas, há uma escassez de estudos que as articulem em um contexto de 
conformidade com a LGPD. O presente estudo contribui para preencher essa lacuna 
ao apresentar um roteiro de adequação à LGPD voltado especificamente para 
escritórios de advocacia, visando reduzir efetivamente vazamentos de dados pessoais 
decorrentes de vulnerabilidades ou erros de governança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
5 METODOLOGIA 
 
O presente projeto possui como procedimentos metodológicos, análise 
bibliográfica do tema, a qual deverá ser feita junto a sites especializados, publicações 
como artigos, livros, revistas da área e congressos nacionais e internacionais, e 
estudo de caso realizado com um advogado especializado em adequação a LGPD. 
Com a utilização da pesquisa-ação, pretende-se a busca por soluções não 
somente teóricas, mas também práticas, a partir da elaboração de um roteiro de 
adequação a LGPD voltada para escritórios de advocacia, bem como a formulação 
de cláusulas importantes para o exercício da profissão, em conformidade com a Lei 
Geral de Proteção de Dados. Ademais, pretende-se, a partir do estudo de caso, a 
elaboração de uma análise qualitativa que permita ao pesquisador uma compreensão 
acerca do escritório objetos de estudo. 
Para analise dos dados, planeja-se usar a técnica de análise interpretativa de 
conteúdo, que consiste em um conjunto de técnicas objetivas para descrever o 
conteúdo das mensagens, permitindo interpretações refinadas dos dados coletados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
6 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Em 1981, o Conselho Europeu introduziua Convenção 108, uma das primeiras 
iniciativas globais para proteger os dados pessoais dos cidadãos. Anteriormente, em 
1978, uma legislação pioneira sobre proteção de dados foi promulgada no condado 
de Hesse, na Alemanha, conforme relata Jeferson Araújo (2021). Nos dias atuais, o 
Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (General Data Protection Regulation 
2016/679), também conhecido como RGPD ou GDPR, consiste na legislação da 
União Europeia que define e regula a proteção de dados pessoais. Criado em 2016, 
o regulamento entrou em vigor e foi implementado em 2018. Além de se aplicar às 
organizações europeias, também abrange todas as entidades que realizam negócios 
no Espaço Econômico Europeu. 
Anteriormente, a Diretiva 95/46/EC de 1995 tratava do processamento de 
dados na União Europeia. No entanto, como uma diretiva, não tinha efeito imediato e 
exigia que os estados membros a internalizassem através de suas próprias 
normativas, conforme observado por Neil Robinson (2009). 
No contexto brasileiro, o Marco Civil da Internet, formalizado pela Lei n° 12.965 
em 23 de abril de 2014, estabeleceu regras para o uso da internet no Brasil, com 
diversas orientações específicas para o Poder Público. Esta legislação, inovadora em 
termos tecnológicos no país, foi resultado de um contexto de intensos debates entre 
diferentes grupos, sendo considerada por Souza e Lemos (2014) como um dos 
processos legislativos mais complexos já realizados. Apesar de enfrentar oposição 
significativa, incluindo de empresas de telefonia, o Marco Civil da Internet se destacou 
como uma regulamentação pioneira em nível internacional no campo digital. 
No âmbito da proteção de dados na legislação brasileira, antes da LGPD, a 
principal referência era a Lei de Acesso à Informação, Lei nº 12.527, de 2011. Essa 
legislação ordinária regulamenta as disposições previstas no art. 5º, inciso XXXIII, e 
nos arts. 37, §3°, e 216, §2° da Constituição Federal, que garantem aos cidadãos o 
direito fundamental de acesso a informações em bancos de dados públicos. 
A Lei de Acesso à Informação foi uma resposta à "Open Government Initiative", 
um programa dos Estados Unidos que buscava aumentar a transparência 
governamental nos países participantes. Embora outras leis federais tratassem 
superficialmente da proteção de dados, como a Lei n. 11.111/05, que diz respeito ao 
acesso a arquivos públicos, nenhuma abordava o tema de forma abrangente como a 
12 
Lei de Acesso à Informação. 
Essa legislação assegura aos cidadãos o direito de acessar informações não 
sigilosas sobre uma variedade de assuntos institucionais, incluindo programas 
governamentais, auditorias, transparência do orçamento público e processos de 
licitação. O art. 1º da referida lei, define quais pessoas jurídicas estão sujeitas às suas 
normas. 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados 
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de 
garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no 
inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: 
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos 
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e 
Judiciário e do Ministério Público; 
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, 
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às 
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização 
de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do 
orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo 
de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos 
congêneres. 
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades 
citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos 
e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que 
estejam legalmente obrigadas. 
 
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709), sancionada em 14 
de agosto de 2018 pelo então presidente Michel Temer, abrange 10 capítulos e 65 
artigos. Seu propósito é assegurar a proteção dos dados pessoais dos cidadãos, 
fundamentando-se em princípios como o respeito à privacidade, a liberdade de 
expressão, a inovação, o desenvolvimento econômico e tecnológico, a livre iniciativa 
e concorrência, além dos direitos humanos. Inspirada na GDPR europeia, a LGPD 
busca adaptar a regulamentação ao contexto brasileiro (Celidonio, 2020). 
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) é responsável por aplicar 
sanções administrativas, desenvolver metodologias de aplicação, definir as 
atribuições do encarregado, estabelecer padrões de segurança e regulamentar o 
compartilhamento de informações sensíveis (Martins, 2021). 
A lei exige que as empresas designem um encarregado, também conhecido 
13 
como Data Protection Officer (DPO), conforme estabelecido na legislação europeia 
(European Union, 2016). De acordo com o artigo 41, o nome e o contato do DPO 
devem ser divulgados aos titulares. Suas responsabilidades incluem receber 
sugestões e reclamações, orientar e treinar os funcionários e cumprir as exigências 
da autoridade nacional. O DPO deve auditar as operações para garantir conformidade 
com a lei e os requisitos da ANPD (Botelho, 2021). 
Embora a LGPD estabeleça o papel do encarregado de tratamento de dados, 
ela não especifica quais empresas são obrigadas a tê-lo. A lei exige que o controlador 
obtenha consentimento explícito dos titulares para o tratamento dos dados e registre 
como esses dados serão utilizados. Os titulares têm o direito de solicitar informações 
acerca do tratamento dos dados a qualquer momento e devem ser informados antes 
de dar consentimento. Qualquer mudança na forma de tratamento deve ser 
comunicada imediatamente aos titulares, que podem revogar o consentimento se não 
concordarem com as alterações (Teffé, 2020). 
A LGPD também identifica dados pessoais sensíveis, cujo vazamento pode 
causar danos significativos à privacidade, como informações sobre saúde, orientação 
sexual, raça e ideologia (Guanaes, 2018). O tratamento de dados pode ser encerrado 
se a finalidade for alcançada, se o uso não for mais necessário, se o prazo expirar, 
por solicitação do titular ou por decisão da ANPD em caso de violação de direitos. 
 Os dados devem ser excluídos pelo controlador, exceto em casos específicos, 
como cumprimento de obrigações legais, uso em pesquisa, transferência a terceiros 
(com garantias adequadas) e uso exclusivo do controlador sem interferência externa, 
com anonimização sempre que possível. O processo de anonimização envolve 
técnicas que tornam impossível a identificação do titular, como a exclusão de 
identificadores pessoais e informações específicas (Morellato, 2021). 
Entretanto, por se tratar de uma lei recente, poucos são os estudo que tratam 
de um plano de adequação a LGP especificamente voltado para os escritórios de 
advocacia. A atividade advocatícia envolve uma ampla gama de áreas de atuação, 
cada uma com demandas específicas relacionadas à proteção de dados. Portanto, é 
fundamental a adaptação das medidas de compliance às particularidades de cada 
área, especialmente em relação ao termo de consentimento de uso de dados adotado 
pelos escritórios de advocacia. Dessa maneira, torna-se evidente a necessidade de 
estudar a Lei Geral de Proteção de Dados no contexto da advocacia, com a devida 
atenção a readequação dos processos internos, visando mitigar riscos e fortalecer a 
14 
segurança dos dados armazenados. Além disso, devido à diversidade de atividades 
dentro da advocacia, é essencial adotar um termo de consentimento que atenda às 
necessidades específicas de cada escritório.15 
7 SUMÁRIO PROVISÓRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 CONTEXTO DA LEI 13.709/18 
 2.1 Evolução internacional da proteção de dados 
2.2 Origem e contexto histórico da lgpd 
2.3 Estrutura da lei geral de proteção de dados 
3 O PAPEL DO COMPLIANCE DIGITAL NA IMPLEMENTAÇÃO DA LGPD 
3.1 Conceito e práticas do compliance tradicional 
3.2 Características do compliance digital 
3.3 Integração do compliance digital com a lgpd 
4 NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA À 
LGPD 
4.1 Diretrizes de adequação para escritórios de advocacia 
4.2 Regulação da atividade advocatícia pela lgpd 
4.3 Relacionamento de escritórios de advocacia com clientes e colaboradores 
4.4 Uso regulado de dados por escritórios de advocacia 
5 PROPOSTA DE TERMO DE CONSENTIMENTO PARA USO DE DADOS 
5.1 Modelo de termo de consentimento 
5.2 Justificativa e fundamentação 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
7 REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
8 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TCC 
 
 
 
Etapas Maio Junho Agosto Setembro Outubro Novembro 
Pesquisa 1 a 15 
Capítulo 1 16 a 30 
Pesquisa 1 a 15 
Capítulo 2 16 a 27 
Pesquisa 1 a 15 
Capítulo 3 16 a 30 
Pesquisa 1 a 15 
Capítulo 4 16 a 30 
Considerações 
Finais 
 1 a 5 
Introdução 6 a 10 
Pré-textuais 11 a 15 
Revisão 15 a 30 
Entrega 01 
Defesa 
 A 
confirmar 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAÚJO, Jeferson. A História Brasileira de Proteção aos Dados: O Advento da 
LGPD e a sua Influência No Acesso aos Dados Médicos no Brasil. 2021. Disponível 
em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/advento-da-lei - Acesso em 13 
maio 2024. 
 
BOTELHO, Marcos. C., CAMARGO, Elimei. P. do A. O tratamento de dados 
pessoais pelo poder público na LGPD. Revista Direitos Sociais e Políticas 
Públicas (UNIFAFIBE), pág. 549, set 2021. Disponível em: 
https://portal.unifafibe.com.br/revista/index.php/direitos-sociais-politicas-
pub/article/view/1034 - Acesso em 13 maio 2024. 
 
 
GUANAES, Francisco. J. T,, SOUZA, Allan R. de, D., D., NASCIMENTO, 
Danilo. VIEIRA, Paulo C. de. Marcos legais nacionais em face da abertura de 
dados para pesquisa em saúde: Dados pessoais, sensíveis ou sigilosos e 
propriedade intelectual. 2018. Fiocruz. Disponível em: 
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28838 - Acesso em 12 maio 2024. 
 
MARTINS, Ricardo M. Proteção de dados pessoais e Administração Pública. 
2021. Disponível em: https://doi.org/10.47975/IJDL/1martins - Acesso em 07 maio 
2024. 
 
MORELLATO, Ana C. B., SANTOS, André F. P. R. dos. O Capitalismo de 
vigilância e a lei geral de proteção de dados. Revista Brasileira de 
Sociologia do Direito. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.21910/rbsd.v8i2.455 
- Acesso em 03 abr 2024. 
 
TEFFÉ, Chiara. A. S. de, TEPEDINO, Gustavo. O consentimento na 
circulação de dados pessoais. Revista Brasileira de Direito Civil, pág 25, nov 
2020. Disponível em: https://rbdcivil.emnuvens.com.br/rbdc/article/view/521 - Acesso 
em 03 abr 2024. 
 
 
ROBINSON, Neil, GRAUX, Hans, BOTTERMAN, Maarten, VALERI, Lorenzo. 
Revisão da diretiva europeia de proteção de dados. Pittsburg: Rand Corporation. 
2009. Disponível em: 
https://afyonluoglu.org/PublicWebFiles/Reports/PDP/international/2009%20RAND%
C2%A0Review%20of%20the%20European%20Data%20Protection%20Directive.pdf 
- Acesso em 13 maio 2024. 
 
SOUZA, Carloa A; LEMOS, Ronaldo. Marco civil da internet. São Paulo: Atlas, 
2014. p. 28. Disponível em: https://itsrio.org/wp-
content/uploads/2017/02/marco_civil_construcao_aplicacao.pdf - Acesso em 18 
maio 2024. 
 
UNIÃO EUROPEIA. Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). 2016. 
Disponível em: https://gdpr-info.eu - Acesso em 07 maio 2024. 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/advento-da-lei
https://portal.unifafibe.com.br/revista/index.php/direitos-sociais-politicas-pub/article/view/1034
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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28838
https://doi.org/10.47975/IJDL/1martins
https://doi.org/10.21910/rbsd.v8i2.455
https://rbdcivil.emnuvens.com.br/rbdc/article/view/521
https://afyonluoglu.org/PublicWebFiles/Reports/PDP/international/2009%20RAND%C2%A0Review%20of%20the%20European%20Data%20Protection%20Directive.pdf
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https://itsrio.org/wp-content/uploads/2017/02/marco_civil_construcao_aplicacao.pdf
https://itsrio.org/wp-content/uploads/2017/02/marco_civil_construcao_aplicacao.pdf
https://gdpr-info.eu/
	UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE FRUTAL
	LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS, ROTEIRO DE IMPLANTAÇÃO E ADEQUAÇÃO EM UM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
	LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS, ROTEIRO DE IMPLANTAÇÃO E ADEQUAÇÃO EM UM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA (1)
	1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
	A Lei Geral de Proteção de Dados, nº 13.709 de 14 de agosto de 2018, consiste no assunto fundamental do presente trabalho, especialmente em relação ao exercício da advocacia.
	Objetiva-se analisar os aspectos gerais que compõem a Lei, desde o panorama histórico que antecede a legislação até a regulamentação do tratamento de dados. Mediante os avanços tecnológicos, é passível de análise que uma legislação mais específica fez...
	Assim, é responsabilidade de todos aqueles que coletam dados pessoais, que o façam conforme determina a legislação.
	A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) abrange todos os indivíduos e entidades que coletam, armazenam ou processam dados pessoais. Esta abrangência inclui diferentes áreas de atuação, da administração pública a empresas privadas, incluindo, por conse...
	Observa-se que embora a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tenha sido criada com a finalidade de assegurar e regulamentar o tratamento de dados pessoais dos indivíduos, faz-se necessário ainda avaliar as implicações provenientes da responsabilidade...
	2 OBJETIVOS
	3 JUSTIFICATIVA
	4 PROBLEMATIZAÇÃO
	5 METODOLOGIA
	O presente projeto possui como procedimentos metodológicos, análise bibliográfica do tema, a qual deverá ser feita junto a sites especializados, publicações como artigos, livros, revistas da área e congressos nacionais e internacionais, e estudo ...
	Com a utilização da pesquisa-ação, pretende-se a busca por soluções não somente teóricas, mas também práticas, a partir da elaboração de um roteiro de adequação a LGPD voltada para escritórios de advocacia, bem como a formulação de cláusulas importan...
	Para analise dos dados, planeja-se usar a técnica de análise interpretativa de conteúdo, que consiste em um conjunto de técnicas objetivas para descrever o conteúdo das mensagens, permitindo interpretações refinadas dos dados coletados.
	6 REFERENCIAL TEÓRICO
	7 SUMÁRIO PROVISÓRIO
	1 INTRODUÇÃO
	2 CONTEXTO DA LEI 13.709/18
	2.1 Evolução internacional da proteção de dados
	2.2 Origem e contexto histórico da lgpd
	2.3 Estrutura da lei geral de proteção de dados
	3 O PAPEL DO COMPLIANCE DIGITAL NA IMPLEMENTAÇÃO DA LGPD
	3.1 Conceito e práticas do compliance tradicional
	3.2 Características do compliance digital
	3.3 Integração do compliance digital com a lgpd
	4 NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DOS ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA À LGPD
	4.1 Diretrizes de adequação para escritórios de advocacia
	4.2 Regulação da atividade advocatícia pela lgpd
	4.3 Relacionamento de escritórios de advocacia com clientes e colaboradores
	4.4 Uso regulado de dados por escritórios de advocacia
	5 PROPOSTA DE TERMO DE CONSENTIMENTO PARA USO DE DADOS
	5.1 Modelo de termo de consentimento
	5.2 Justificativa e fundamentação
	6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	7 REFERÊNCIAS
	8 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TCC

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