Prévia do material em texto
1 METODOLOGIA CIENTÍFICA 2 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 4 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 2. TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ..................................................... 6 2.1 Estrutura de um artigo .............................................................................. 9 3. CONCEITOS DE PESQUISA CIENTÍFICA ............................................... 13 3.1 Etapas da pesquisa científica ................................................................. 15 4. PROJETO DE PESQUISA ........................................................................ 16 4.1 Capa e folha de rosto.............................................................................. 18 4.2 Objeto ..................................................................................................... 18 4.3 Problema ................................................................................................ 19 4.4 Hipótese básica e hipóteses secundárias ............................................... 20 4.5 Variáveis ............................................................................................. 20 4.5.1 Variáveis independentes, dependente, de controle e interveniente ............................................................................................ 20 4.5.2 Relação entre variáveis ................................................................. 21 4.6 Objetivo ................................................................................................... 22 4.7 Justificativa ............................................................................................. 22 4.8 Metodologia ............................................................................................ 23 4.8.1 Metodologia de abordagem ........................................................... 23 4.8.2 Metodologia de procedimento ...................................................... 24 4.8.3 Técnicas de pesquisa .................................................................... 25 4.8.4 Delimitação do universo (descrição da população de pesquisa) .................................................................................................................. 26 4.8.5 Tipos de amostragem .................................................................... 26 4.8.6 Tratamento estatístico ................................................................... 27 4.9 Embasamento teórico ............................................................................. 29 4.9.1 .......................................................................................................... 29 4.9.2 Revisão da bibliografia .................................................................. 30 4.9.3 Definição dos termos ..................................................................... 30 4.9.4 Conceitos operacionais e indicadores ......................................... 31 4.10 Cronograma .......................................................................................... 32 4.11 Orçamento ............................................................................................ 32 4.12 Instrumentos de pesquisa ..................................................................... 32 4.13 Referências bibliográficas ..................................................................... 33 4.14 Apêndice ............................................................................................... 33 3 4.15 Observações práticas ........................................................................... 33 5. ESTRUTURA DE UM TRABALHO ACADÊMICO ........................................ 33 5.1 Elementos pré-textuais ........................................................................... 34 5.2 Elementos textuais ................................................................................. 38 5.3 Elementos pós-textuais ........................................................................... 38 6. REGRAS DA ABNT ...................................................................................... 39 6.4 Elementos de apoio ao texto .................................................................. 41 6.4.1 Citação ............................................................................................ 41 6.4.2 Notas de rodapé ............................................................................. 46 6.4.3 Alíneas ............................................................................................ 47 6.4.4 Ilustrações ...................................................................................... 47 6.4.5 Tabelas ............................................................................................ 48 6.4.6 Numerais ......................................................................................... 48 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................ 49 4 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em- presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradua- ção e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua forma- ção contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, ci- entíficos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de for- ma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das ins- tituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 5 1. INTRODUÇÃO A Metodologia Científica é, etimologicamente, um discurso sobre o ca- minho que alguém deve percorrer se pretende fazer ciência. Em outras pala- vras, a Metodologia Científica é uma disciplina que capacita alguém para avali- ar métodos, identificar limitações e implicações que dizem respeito às suas uti- lizações. O método é uma série de preceitos abstratos que regulam a ação; a me- todologia é um conjunto de procedimentos utilizados, uma técnica e sua teoria geral. Dessa forma, a metodologia avalia a aplicação do método por meio de procedimentos e técnicas que garantem a legitimidade do conhecimento obti- do. Assim, a metodologia se relaciona com a epistemologia, um estudo que tem por objeto a própria ciência, os discursos e as técnicas específicas de cada ciência em particular. Tem interesse pela descrição e análise dos métodos, es- clarece seus objetivos, utilidade e consequências, procura compreender todo o processo de pesquisa científica. A Metodologia Científica relaciona, de forma inseparável, referenciais epistemológicos, métodos e procedimentos técnicos. Quando se decide por um ou mais métodos de pesquisa, o pesquisador deve compreender que sua con- cepção tem uma dimensão fundamentalmente histórica e que depende da es- pecificidade do objeto investigado. Não há uma visão linear, estática e homogênea da investigação científi- ca – ou seja, não há um método científico geral onde todas as ciências venham encontrar o seu lugar comum. A importância da Metodologia Científica comodisciplina consiste em que ela desenvolve a capacidade do aluno de observar, selecionar e organizar ci- entificamente os fatos. A Metodologia Científica tem como finalidade a formação do espírito ci- entífico. Isto quer dizer, a leitura crítica do cotidiano, o uso sistemático de técni- cas de pesquisa, a documentação e, fundamentalmente, a tentativa constante de relação entre a teoria metodológica e a prática da pesquisa. A disciplina ori- enta o aluno no processo de investigação para que ele possa tomar decisões, 6 ser agente de seu aprendizado no processo de investigação científica. Isso porque ela tem como pressuposto que no aprendizado pela pesquisa o aluno aprende a aprender, sendo essa a habilidade essencial para fazer da atitude investigativa uma prática não só acadêmica como também cotidiana. 2. TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS Na vida acadêmica você se depara com diversos tipos de trabalhos aca- dêmicos e/ou científicos, dentre eles: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia, Dissertação, Tese e Artigos Científicos. Ou- trossim, cada um desses trabalhos apresenta peculiaridades, como a sistemá- tica, a investigação e a fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho acadêmico e/ou científico tenha su- as peculiaridades e seja elaborado com finalidades específicas, é possível, vi- sualizar neles um padrão que compreende, de um modo geral, introdução, de- senvolvimento e conclusão. Por isso, a partir de agora, você terá acesso a al- gumas peculiaridades sobre os trabalhos acadêmicos e/ou científicos. a) Trabalhos de Graduação: No decorrer da sua graduação, é provável que tenha elaborado trabalhos para disciplinas diversas. Esses não necessariamente tinham como pretensão atingir o cunho ci- entífico dos trabalhos de excelência da área que você estudou, mas oportuni- zar o desenvolvimento de um raciocínio aos moldes das pretensões científicas. Ou, ainda, pode-se mencionar que os trabalhos de graduação também têm como propósito permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determina- do assunto ou assimilar conteúdo específicos de uma área cientifica. b) Trabalhos de curso: O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como Trabalho de Final ou Conclusão de Curso (TCC), é tido como uma mo- nografia sobre um assunto específico. Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados temas ou fenômenos por meio da análise, reflexão e pro- dução textual, bem como, muitas vezes, da defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora. Medeiros (2003, p. 249) ressalta que: Na monografia de graduação, é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão de literatura. É mais um trabalho de assimilação de conteúdos, de confecção de fichamentos e 7 sobretudo, de reflexão. É, propriamente, uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui capacidade investigativa de conclusões ou afirmações de autores con- sultados. c) Monografia: Apesar de haver esta classificação, aceita, inclusive, in- ternacionalmente, são comuns certos equívocos em relação à palavra mono- grafia no que diz respeito a dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação. Segundo D’Onofrio (2000, p. 72, grifo do autor): o prefixo grego mono (de onde derivam palavras como monge, mosteiro, monossílabo, monolí- tico etc), corresponde ao latino solus (solteiro, solitário, solicitude), significa” um só” e graphein = “escrever”. Como se pode verificar, etimologicamente, monografia define um trabalho intelectual concentrado em um único assunto. A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em al- guns cursos de pós-graduação lato sensu, é semelhante ao Trabalho de Final de Curso, apresentado em cursos de graduação. Por isso, para Medeiros (2003), não há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. Ambos são trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características dis- tintas. No entanto, tal distinção é usada para diferenciar o grau do acadêmico- graduado (monografia); mestre (dissertação); doutor (tese). Apesar da diferen- ciação, segundo o autor mencionado, o texto não deixa de ser monografia, respeitadas, é claro, suas peculiaridades. d) Dissertação: A dissertação, que paulatinamente está se destinando aos trabalhos de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado), busca, sobretudo, a reflexão acerca de um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo mais completo possível em relação ao tema escolhido. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 2), dissertação é: documento que repre- senta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo ci- entífico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhe- cimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematiza- ção do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) visando à obtenção do título de mestre. Para obter o grau de mestre, segundo Medeiros (2003, p. 249): 8 [...] além da revisão de literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesqui- sa. [...] embora não haja preocupação em apresentar novidades quanto às descobertas, o pesquisador expõe novas formas de ver uma realidade já conhecida. e) Tese: A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (dou- torado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 4), tese é: documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estu- do científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à ob- tenção do título de doutor, ou similar. A tese tem como finalidade abordar algo novo num determinado campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou, mesmo, dar uma real contribuição para a ciência. Para Fachin (2001, p. 187), “tese é entendida como um trabalho científi- co habitualmente exigido nos cursos de pós-graduação e que deve ser defen- dido oralmente em público”. Continua ainda Fachin (2001, p.188), “a tese deve ser elaborada baseada em pesquisas e deve apresentar um estudo original que traga uma contribuição para a sociedade científica”. Enfim, para obtenção de grau de doutor com a defesa de tese, é neces- sário que o candidato no seu trabalho tenha originalidade, rigor na argumenta- ção e apresentação de provas das suas afirmações, profundidade das ideias e apresentar avanços na área em estudo. Segundo D’Onofrio (2000, p.66, grifo do autor): o termo doctor, segundo o étimo latino, significa “aquele que sabe”, designado a pessoa que tem um conhecimento profundo sobre um assunto e deu prova deste seu saber excepcional mediante a realização de um trabalho sério, original e inédito, conseguindo aprovação de especialista num concurso público. f) Artigo Científico: O objetivo principal do artigo científico é levar ao co- nhecimento do público interessado alguma ideia nova ou alguma abordagem diferente sobre determinado tema já estudado, sobre a existência de aspectos 9 ainda não explorados em alguma pesquisa ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não resolvida. A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem as conclusões expos- tas no artigo e que passaram pelo crivo dacomunidade científica. Isso não sig- nifica que o autor não possa expressar seu parecer no artigo, e sim que deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquele parecer e quais evidências ou argumentos tornam consistente a sua ideia e digna de crédito frente à comunidade científica. Para Santos (2007, p. 43), os artigos científicos “são geralmente utiliza- dos como publicações em revistas especializadas, a fim de divulgar conheci- mentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação convertida”. Quanto ao conteúdo do artigo científico, este pode abranger os mais va- riados aspectos e, além disso, pode, conforme Marconi e Lakatos (2005, p. 262): a) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido; b) oferecer soluções a questões controvertidas; c) levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no as- sunto novas ideias, para sondagem de opiniões ou atualização de in- formes; d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma. 2.1 Estrutura de um artigo A estrutura de um artigo é constituída de elementos pré-textuais, textu- ais e pós-textuais. Alguns elementos são obrigatórios, outros são opcionais, como pode ser observado abaixo. 10 Elementos pré-textuais - Título, e subtítulo (se houver); - Nome(s) do(s) autor(es); - Resumo na língua do texto; - Resumo em outro idioma (opcional); - Palavras-chave na língua do texto. Elementos textuais - Introdução (obrigatório); - Desenvolvimento (obrigatório); - Conclusão (obrigatório). Elementos pós-textuais - Título e subtítulo (se houver0 em língua estrangeira; - Resumo em língua estrangeira; - Palavras-chave em língua estrangeira; - Notas(s) explicativa(s); - Referências: - Glossário; - Apêndice (s); - Anexo(s). Os elementos pré-textuais devem ser apresentados conforme a ordem apresentada a seguir. • Título O título deve aparecer na página de abertura do artigo e na língua do texto. Se houver subtítulo, este aparece, normalmente, separado do título por dois-pontos (:), mas pode ser também diferenciado tipograficamente, ou seja, pode-se mudar o tipo de letra para diferenciar o título e o subtítulo. “Opcionalmente, pode-se incluir o título em outro idioma, inserido logo abaixo do título no idioma do texto.” (ABNT, 2018a, p. 4). ● O nome do(s) autor(es) deve(m) aparecer logo abaixo do título do arti- go, com uma indicação de que haverá uma nota explicativa sobre ele(s), pois, 11 cada autor deve apresentar um breve currículo que o qualifique na área de co- nhecimento do artigo, assim como endereço eletrônico (e-mail). Esses dados devem aparecer em rodapé na página de abertura ou, op- cionalmente, no final dos elementos pós-textuais. Veja o que a ABNT (2018a, p. 4) orienta sobre a apresentação do(s) autor(es): O nome do autor deve ser inserido de forma direta: prenome (abrevia- do ou não) e sobrenome. Para mais de um autor, os nomes podem ser grafados na mesma linha, separados por vírgula, ou em linhas distin- tas. Deve constar o currículo sucinto de cada autor, com vinculação corporativa e endereço de contato. Recomenda-se que os dados de vinculação e endereço constem em nota, com sistema de chamada próprio, diferente do sistema adotado para citações no texto. Resumo: O resumo deve ser elaborado seguindo a ABNT NBR 6023 de 2020. De acordo com as definições dessa norma, entende-se resumo como a apresenta- ção resumida dos pontos mais importantes de um documento. O resumo deve destacar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do artigo, sendo que a primeira frase deve explicar o tema principal da pesquisa. Quanto a sua extensão, o resumo de um artigo deve conter de 100 a 250 palavras, seguido, logo abaixo das palavras-chave, que são as palavras representativas do conteúdo do trabalho. As palavras-chave devem ser separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto, e devem antecedidas da expressão Palavras-chave: Exemplo: Palavras-chave: Artigo Científico. Normas. Produção Acadêmica. Caso seja feito o resumo em outro idioma, este deve aparecer na se- quência do resumo na língua do texto. Datas de submissão e aprovação Para a publicação do artigo em revista, devem ser indicadas no mesmo as datas de submissão e de aprovação do artigo. 12 Identificação e disponibilidade Quando o artigo já estiver publicado, podem ser indicados o endereço eletrônico, suportes e outras informações relativas ao acesso do artigo. Elementos textuais Os elementos textuais são constituídos por introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução A introdução é a parte inicial do artigo, onde se expõe a delimitação do assunto que será abordado, a justificativa/relevância do estudo, a questão nor- teadora (problematização), os objetivos e métodos da pesquisa e demais fato- res necessários para apresentar o artigo. Desenvolvimento O desenvolvimento é a parte principal do artigo, que contém a exposição pormenorizada e sistemática do assunto que está sendo abordado. Essa é a parte mais extensa do artigo, pois é neste momento em que se apresenta as proposições teóricas dos autores consultados e, também, os resultados da pesquisa, discutindo sobre estes. Esta parte pode ser dividida em seções e subseções e pode variar con- forme a necessidade de abordagem do assunto e conforme o método de pes- quisa utilizado. É importante lembrar que a numeração das seções e subseções deve ser progressiva e que o número da seção antecede o título, alinhado à esquer- da, separado deste por um espaço de caractere, ou seja, não devemos utilizar nem hífen, nem ponto, nem travessão para separar o número da seção e seu título. Considerações finais É a parte final do artigo, na qual se apresentam as conclusões corres- pondentes aos objetivos e hipóteses, respondendo à questão norteadora (pro- blematização). 13 Nesta seção sugere-se que não sejam feitas citações e que não seja in- troduzido assunto novo, ou seja, assunto que não tenha sido discutido no de- senvolvimento do trabalho. Sendo assim, a conclusão é o momento de retomar os assuntos principais discutidos no corpo do artigo e de encerrar o trabalho trazendo a resposta sobre a dúvida que se tinha inicialmente e que foi esclare- cida por meio da pesquisa. Elementos pós-textuais Dentre os elementos pós-textuais, o único obrigatório é Referências. Referências É um elemento obrigatório em todas as publicações científicas, elabora- do conforme a NBR 6023. Notas explicativas, glossário, apêndice, anexo e agradecimentos As regras para notas explicativas, glossário, apêndice e anexo, que são elementos opcionais em um artigo científico, são as mesmas que devem ser seguidas para um projeto de pesquisa ou trabalhos acadêmicos. 3. CONCEITOS DE PESQUISA CIENTÍFICA A pesquisa tem como finalidade a produção de novos conhecimentos através da utilização de procedimentos científicos. Assim, contribui para o trato dos problemas e processos do dia a dia nas mais diversas atividades humanas, no ambiente de trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação e outros (SILVA, 2008). Muitos autores dedicaram suas obras à publicação de suas percepções e conceitos sobre pesquisa e salientam que se trata de um processo de per- guntas e investigação; além de ser também sistemática e metódica, com o pro- pósito de aumentar o conhecimento humano (COLLIS; HUSSEY, 2005). Assim, a ciência desenvolvida por meio da pesquisa é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, com o objetivo de 14 encontrar soluções para os problemaspropostos mediante o emprego de mé- todos científicos e definição de tipos de pesquisa (CERVO; BERVIAN, 2002; ALVES, 1999). O conhecimento torna-se uma premissa para o desenvolvimento do ser humano e a pesquisa como a consolidação da ciência. “A pesquisa, tanto para efeito científico como profissional, envolve a abertura de horizontes e a apre- sentação de diretrizes fundamentais, que podem contribuir para o desenvolvi- mento do conhecimento. ” (OLIVEIRA, 2002, p. 62). Para o desenvolvimento de qualquer pesquisa científica, é necessária a defini- ção dos procedimentos metodológicos. Assim, o pesquisador deve citar e explicar os tipos de pesquisa que o estudo trata, podendo ser: a) Pesquisa metodológica: Quando são criados métodos e instrumentos para captar informações e se chegar a determinado fim. Esse tipo é mais ligado a caminhos, formas, maneiras e procedimentos para se chegar a alguma solu- ção. b) Pesquisa exploratória: É utilizada quando ainda não se tem muitas in- formações sobre o campo que se pretende abordar. Por isso, naturalmente, ela não é baseada em hipóteses, já que as informações necessárias para isso ain- da serão descobertas. c) Pesquisa descritiva: O único objetivo desse tipo é descrever caracte- rísticas de alguma população ou fenômeno. Ela é a base para análises posteri- ores, mas não tem a responsabilidade de fazer nenhuma correlação entre os dados encontrados. d) Pesquisa explicativa: Já nesse tipo de pesquisa o objetivo principal é deixar claro todas as informações a respeito do que foi descoberto ou quais os fatores que contribuem para que tal fenômeno aconteça e não apenas descre- ver os dados. e) Pesquisa intervencionista: Quando o objetivo não é apenas apresen- tá-la e/ou descrevê-la, mas interferir de algum modo, propondo e implementan- do soluções para os problemas encontrados, ela é definida como intervencio- nista. É preciso saber também que, para que seja realizada qualquer tipo de pesquisa são necessários meios de investigação, sendo estes: 15 f) Pesquisa de campo: Quando o trabalho exige que o local onde acon- teceu ou acontece o fenômeno seja investigado. Podem ser feitas também en- trevistas, aplicação de questionários, testes e, claro, observação de todo o am- biente. g) Pesquisa de laboratório: Como o próprio nome sugere, o local onde serão feitas as observações e realizadas as experiências será um laboratório. Onde, a depender do trabalho, será preciso ter um ambiente controlado e limi- tado para se chegar a alguma conclusão. i) Pesquisa documental: Esse tipo requer o acesso a documentos arqui- vados em órgãos públicos e privados ou com pessoas. Qualquer tipo de docu- mento que oficialize alguma informação importante, como fotografias, filmes, diários, cartas pessoais, registros anuais, entre outros, podem ser utilizados. j) Pesquisa bibliográfica: Já neste tipo de investigação, os meios neces- sários são materiais publicados em jornais, livros, revistas e qualquer docu- mento disponível e acessível ao público. k) Pesquisa experimental: Esse é um tipo de pesquisa onde só é possí- vel analisar dados a partir de um ambiente com condições totalmente controla- das como o clima, por exemplo. 3.1 Etapas da pesquisa científica 1. Escolha do tema; 2. Elaboração da pesquisa bibliográfica e seleção das obras rele- vantes; 3. Formulação do problema; 4. Especificação dos objetivos (gerais e específicos); 5. Justificativa da escolha da pesquisa; 6. Definição da metodologia a ser empregada; 7. Coleta dos dados; 8. Tabulação dos dados; 9. Análise, comparações e discussão dos dados; 10. Conclusões; 11. Relatório final. 16 4. PROJETO DE PESQUISA As instituições de fomento à pesquisa têm exigências próprias para a elaboração de projetos de pesquisa, com é o caso, por exemplo, da Fapesp (2001), que dispõe de um sistema de Apoio à Gestão (SAGe) que é Um sistema informatizado da FAPESP que permite ao pesquisador acesso on-line, provido pela Internet, utilizado para recebimento de propostas de financiamento a projetos de pesquisa cientifica e tecnolo- gia e para administração de projetos aprovados em suas linhas de apoio. Ele tem como objetivos: facilitar o fornecimento de informações por parte dos pesquisadores, agilizar procedimentos e possibilitar mai- or visibilidade das ações da FAPESP, entre outros (MANUAL SAGe VERSÃO 1.2). A Estrutura de um projeto de pesquisa segundo NBR 15287 da ABNT (parágrafo 4 e suas divisões). De acordo com a norma citada, temos em um projeto uma parte externa e uma interna. A externa compreende: a) Capa, elemento opcional, e é composta de: - Nome da entidade à qual será submetido, quando solicitado. - Nome(s) do(s) autor(es). - Título de pesquisa. - Subtítulo: se houver, será precedido de dois-pontos. - Número do volume: se houver mais de um, constará em cada capa a especificação do respectivo volume. - Local (cidade) da entidade onde será apresentado. - Ano de depósito (da entrega). b) Lombada: elemento opcional. A parte interna compreende: Elementos pré-textuais: - Folha de rosto: elemento obrigatório. É composto de: - Nome(s) do(s) autor(es). - Título. - Subtítulo, se houver. - Número do volume, se houver mais de um, constará em cada folha de rosto (dos volumes) a especificação do respectivo volume. 17 - Tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade à qual será submeti- do. - Nome do orientador, coorientador ou coordenador, se houver. - Local (cidade) da entidade em que será apresentado. - Ano de depósito (da entrega do projeto). - Lista de ilustrações: elemento opcional. - Lista de abreviaturas e siglas: elemento opcional. - Lista de símbolos: elemento opcional. - Sumário: elemento obrigatório. Elemento textuais: Introdução, que é composta de: tema do projeto, problema que será ob- jeto da investigação, hipótese(s) (se houver, se couber(em)), bem como objeti- vo(s) e justificativa(s). É ainda fundamental indicar o referencial teórico que dá embasamento à pesquisa, a metodologia que será utilizada, assim como os recursos (orçamento) e o cronograma de realização da pesquisa. A NBR 15287 não trata do desenvolvimento nem da conclusão da pes- quisa, visto que ela ainda não foi realizada. É comum, porém, nas universida- des, o pedido de apresentação de versão preliminar de um ou outro capítulo a ser desenvolvido durante a pesquisa. De igual forma, a NBR citada não trata de conclusão, evidentemente, por se tratar de projeto. Esta parte, porém, pode ser preenchida com o direcionamento da pesquisa, sempre em consonância com o que se apresentou na introdução. Elementos pós-textuais: - Referências: elemento obrigatório. - Glossário: elemento opcional. - Apêndice: elemento opcional. - Anexo: elemento opcional. - Índice remissivo: elemento opcional. Finalmente, apresenta-se um cronograma, o orçamento da pesquisa, instrumentos de pesquisa e apêndice (se houver). 18 4.1 Capa e folha de rosto A apresentação do projeto de pesquisa, respondendo à questão quem? inicia-se propriamente com a folha de rosto (a capa é elemento opcional). São indicados na folha de rosto os elementos essenciais à compreensão do estudo que se pretende realizar. Nas universidades, é comum o projeto iniciar-se com o nome da instituição à qual o orientador pertence. O título, acompanhado ou não de subtítulo, difere do tema. Enquanto es- te último sofre um processo de delimitação e especificação, para torná-lo viável à realização da pesquisa, o título sintetiza o conteúdo da investigação. Portanto, o título de uma pesquisa não corresponde ao tema, nem à de- limitação do tema, mas emana dos objetivos geral e específicos, quase como uma “síntese” deles. Pode comportar um subtítulo: nesse caso, o título será mais abrangente, ficandoa caracterização para o subtítulo. Toda pesquisa tem um responsável, que se denomina coordenador. Em raros casos, mais de uma pessoa partilha essa posição. O nome do coordena- dor deve vir em destaque, e, frequentemente, é o único que aparece. Quando uma pesquisa é publicada, é comum aparecer depois do nome do coordenador a abreviatura Coord. entre parênteses. Portanto, seu âmbito de responsabilida- de é muito amplo. Nas universidades, esse papel é exercido por um orientador, que é um professor doutor. Se a pesquisa for realizada por uma equipe de pesquisadores, logo de- pois da folha de rosto temos uma página reservada à descrição da equipe téc- nica, que compreende: nome da entidade, coordenador da pesquisa, relação completa do pessoal técnico, conforme o leitor pode verificar na ilustração que adiante apresentamos. O local independe daquele em que se pretende coletar os dados. Refe- re-se à cidade em que se encontra sediada a universidade, entidade ou a equi- pe de pesquisa, tendo precedência sobre ela o local da sede da universidade. O ano de realização do projeto é suficiente; é supérflua a indicação do mês. 4.2 Objeto Objeto (tema) é o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Res- ponde à pergunta: o que se vai pesquisar? Pode surgir de uma dificuldade prá- 19 tica enfrentada pelo coordenador, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria. Pode: (1) ter sido sugerido pela entidade responsável pela parte financeira, portanto, enco- mendado (o que não lhe tira o caráter científico, desde que não se interfira no desenrolar da pesquisa); ou (2) encaixar-se em temas amplos, determinados por uma entidade que se dispõe a financiar pesquisas e que promove concor- rência entre pesquisadores, distribuindo a verba de que dispõe entre os que apresentam os melhores projetos. Independentemente de sua origem, o tema é, nessa fase, necessariamente amplo, mas deve estabelecer com precisão o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa. Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto, o tema passa por um processo de especificação. O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a limitação geográfica (espacial) e temporal dele, com vistas na realização da pesquisa. Muitas vezes, as verbas disponí- veis determinam uma limitação maior do que o desejado pelo coordenador, mas, se se pretende um trabalho científico, é preferível o aprofundamento à extensão. 4.3 Problema A formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende resolver por intermédio da pesquisa. Para ser cientificamente válido, um problema deve passar pelo crivo das seguintes questões: a) Pode o problema ser enunciado em forma de pergunta? b) Corresponde a interesses pessoais (capacidade), sociais e científicos (de conteúdo e metodológicos)? Esses interesses estão harmonizados? c) Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se entre si pelo menos duas variáveis? d)Pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica? e) Pode ser empiricamente verificado em suas consequências? (SCHRADER, 1974, p. 20). 20 4.4 Hipótese básica e hipóteses secundárias O ponto básico do tema, individualizado e especificado na formulação do problema, que deve ser uma dificuldade sentida, compreendida e definida, necessita de uma resposta, “provável, suposta e provisória”, isto é, uma hipóte- se. A principal resposta é denominada hipótese básica, que pode ser comple- mentada por outras, que recebem a denominação de secundárias. Há diferen- tes formas de hipóteses; entre elas: a) As que afirmam, em uma situação, a presença ou ausência de certos fenômenos. b) As que se referem à natureza ou características de dados fenômenos, em uma situação específica. c) As que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos. d) As que preveem variação concomitante, direta ou inversa, entre cer- tos fenômenos etc. hipóteses secundárias são afirmações (toda hipótese é uma afirmação) com- plementares básica. Podem: a) Abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral. b) Englobar aspectos não especificados na básica. c) Indicar relações deduzidas da primeira. d) Decompor em pormenores a afirmação geral. e) Apontar outras relações que podem ser encontradas etc. 4.5 Variáveis Toda hipótese é o enunciado geral de relações entre, pelo menos, duas variáveis. Por sua vez, variável é um conceito que contêm ou apresenta valo- res, tais como: quantidades, qualidades, características, magnitudes, traços etc. o conceito é um objeto, processo, agente, fenômeno, problema etc. 4.5.1 Variáveis independentes, dependente, de controle e interveniente Na indicação das variáveis, deve-se especificar se são independentes, dependentes, de controle, interveniente etc. identifica-se como variável inde- pendente a que é decisiva para que ocorra determinado fenômeno, ou resulta- 21 do: ela se constitui na causa de uma consequência ou um efeito. Será variável dependente a que é efeito, consequência da variável independente; não se manipula a variável dependente, mas apenas se observa a existência das con- sequências da manipulação da variável independente. A variável de controle identifica-se com a propriedade que pode afetar a variável dependente, mas que se neutraliza ou anula por meio de manipulação estabelecida, para que não produza consequências entre a variável independente e a variável depen- dente. Já a variável interveniente define-se como o fator que teoricamente afe- ta o fenômeno objeto de observação; ele não pode ser manipulado nem medi- do (cf. RICHARDSON, 2015, p. 129-130). Freixo (2012, p. 204) considera ainda a variável parasita (que é chamada também de concorrente ou moderadora): “é considerada uma segunda variável independente, ou, dito de oura forma mais objetiva, diria que se trata de uma variável independente secundária”. É um tipo de variável que deve merecer a atenção do investigador, verificando se sua existência afeta a relação da variável independente com a dependente. 4.5.2 Relação entre variáveis Os principais tipos de relações entre variáveis são: (1) simétrica, em que nenhuma das variáveis exerce influência sobre a outra, quando então pouco interesse tem para a ciência; (2) recíproca, em que cada uma das variáveis é, alternadamente, causa e efeito, exercendo contínuo efeito uma sobre a outra, condição até certo ponto frequente em Ciências Sociais; (3) assimétrica, em que uma variável (independente) exerce efeito sobre a outra (dependente). A relação assimétrica é o cerne da análise nas Ciências Sociais: deve-se sempre procurar pelo menos uma relação assimétrica, mesmo que a maioria das hipó- teses prediga relações de reciprocidade. Em outras palavras, deve-se buscar uma relação causal entre variáveis independentes e dependentes, que pode ser: a) Determinista: “se X (independente) ocorre, sempre ocorrerá Y (de- pendente)”. b) Suficiente: “a ocorrência de X é suficiente, independentemente de qualquer outra coisa, para a subsequente ocorrência de Y”. c) Coextensiva: “se X ocorre, então ocorrerá Y”. 22 d) Reversível: “se X ocorre, então Y ocorrerá; e se Y ocorre, então X ocorrerá”. e) Necessária: “se X ocorre, e somente X, então ocorrerá Y”. f) Substituível: “se X ocorre, então Y ocorre, mas se H ocorre, então também Y ocorrerá”. g) Irreversível: “se X ocorre, então Y ocorrerá, mas se Y ocorre, então nenhuma ocorrência se produzirá”. h) Sequencial: “se X ocorre, então ocorrerá mais tarde Y”. i) Contingente: “se X ocorre, então ocorrerá Y somente se M estiver pre- sente”. j) Probabilista ou estocástica: “dada a ocorrência de X, então provavel- mente ocorrerá Y” (a maiscomum das relações em Ciências Sociais). 4.6 Objetivo O objetivo pode ser geral e específico. A formulação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê? e para quem? O objetivo geral relaciona-se com a visão global e abrangente do tema, com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias es- tudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto. O objetivo específico apresenta caráter mais concreto. Tem função in- termediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar o objetivo geral a situações particulares. 4.7 Justificativa É o único item do projeto que apresenta respostas à questão por quê? De suma importância, em geral é o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidade(s) que vai(ão) financiá-la. Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teóri- ca e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pes- quisa. Deve enfatizar. a) O estágio em que se encontra a teoria relativa ao tema. b) As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: 23 • Confirmação geral. • Confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa. • Especificação para casos particulares. • Clarificação da teoria. • Resolução de pontos obscuros etc. c) Importância do tema do ponto de vista geral. d) Importância do tema para os casos particulares em questão. e) Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarca- da pelo tema proposto. f) Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc. A justificativa não apresenta citações de outros autores. Difere da teoria de base, que vai servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência na qual se insere. Portanto, quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvi- mento da teoria, não se pretende explicitar o referencial teórico que se irá ado- tar, mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria. Deduz-se dessas características que, para a redação da justificativa, ao conhecimento científico do pesquisador soma-se boa parte de criatividade e capacidade de convencer. 4.8 Metodologia A especificação da metodologia da pesquisa responde, a um só tempo, às questões como? com quê? onde? quanto? Corresponde aos seguintes componentes: 4.8.1 Metodologia de abordagem A maioria dos especialistas faz distinção entre método e métodos, por se situarem em níveis claramente distintos, no que se refere à sua inspiração filo- sófica, ao seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou menos explicativa, à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam. Partindo do pressuposto dessa diferença, o método caracteriza-se por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenô- 24 menos da natureza e da sociedade. É, portanto, denominado método de abor- dagem. Ele engloba: a) Método indutivo: a aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particula- res às leis e teorias (conexão ascendente). b) Método dedutivo: parte de teorias e leis para predizer a ocorrência dos fenômenos particulares (conexão descendente). c) Método hipotético-dedutivo: inicia-se pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos sobre a qual formula hipóteses e, pelo processo de infe- rência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese. d) Método dialético: penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. 4.8.2 Metodologia de procedimento Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade restri- ta em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos. Pressu- põem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Nas Ciências Sociais, os principais métodos de procedimen- to são: a) Histórico. b) Comparativo. c) Monográfico ou estudo de caso. d) Estatístico. e) Tipológico. f) Funcionalista. g) Estruturalista. h) Etnográfico. Geralmente, em uma pesquisa, além do método de procedimento esta- tístico, utiliza-se outro ou outros, que devem ser assinalados 25 4.8.3 Técnicas de pesquisa Indicando como a pesquisa será realizada, devem-se relacionar no pro- jeto os instrumentos referentes às técnicas selecionadas para a coleta de da- dos, como: tópicos da entrevista, questionário e formulário, testes ou escalas de medida de opiniões e atitudes. Dispensa-se tal quesito apenas no caso em que a técnica escolhida for a de observação. Consideram-se técnicas de pesquisas um conjunto de preceitos ou pro- cessos de que se serve uma ciência; consistem também na habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspon- dem, portanto, à parte prática de coleta de dados. Apresentam duas grandes divisões: documentação indireta, que abrange a pesquisa documental e a bibli- ográfica, e documentação direta. Esta última subdivide-se em: a) Observação direta intensiva, com as técnicas da: • Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Pode ser: sistemática, assistemáti- ca; participante, não participante; individual, em equipe; na vida real, em labo- ratório. • Entrevista: é uma conversa efetuada face a face, de maneira metódica, que proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação que lhe é neces- sária. Tipos: padronizada ou estruturada, despadronizada ou não estruturada, painel. b) Observação direta extensiva, que apresenta as técnicas de: • Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador. • Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e pre- enchidas por ele com as respostas do pesquisado. • Medidas de opinião e de atitudes: instrumento de padronização, por meio do qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitu- des, com a finalidade de compará-las. 26 • Testes: instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a frequência, a capacidade ou a conduta de in- divíduos, de forma quantitativa. • Sociometria: técnica quantitativa que procura explicar as relações pes- soais entre indivíduos de um grupo. •Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quanti- tativa do conteúdo de uma comunicação. • História de vida: tenta obter dados relativos à experiência íntima de al- guém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em es- tudo. • Pesquisa de mercado: é a obtenção de informações sobre o mercado, de maneira organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o processo decisi- vo nas empresas e minimizar a margem de erros. Independentemente da(s) técnicas(s) escolhida(s), deve-se descrever tanto a característica quanto a forma de sua aplicação, indicando, inclusive, como se pensa codificar e tabular os dados obtidos. 4.8.4 Delimitação do universo (descrição da população de pesquisa) Universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Se N é o número total de elementos do universo ou população, ele pode ser representado pela letra maiúscula X, tal que XN = X1, X2, X3, ...XN. A delimitação do universo consis- te em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa etá- ria, organizaçãoa que pertencem, comunidade onde vivem etc. 4.8.5 Tipos de amostragem A amostragem só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. O problema da amostragem é, portanto, escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo e estabelecida com base nos resultados obti- dos relativos a essa parte. Por meio dela, podem-se inferir, o mais legitimamen- te possível, os resultados da população total, se esta fosse investigada. O con- 27 ceito de amostra é que a ela constitui uma porção ou parcela, convenientemen- te selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Se n é o número de elementos da amostra, ela pode ser representada pela letra mi- núscula X, tal que X = X1; X2; X3; ...; Xn onde Xn < XN e n ≤ N. Há duas gran- des divisões no processo de amostragem: a não probabilista e a probabilista. A primeira, ao não fazer uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de inferir para o todo os resultados obtidos para a amostra. É por esse motivo que a amostragem não probabilista é pouco utilizada. Apresenta os tipos: in- tencional, por juris, por tipicidade e por quotas. A segunda baseia-se na esco- lha aleatória dos pesquisados, significando o aleatório que a seleção se faz de forma que cada membro da população tem a mesma probabilidade de ser es- colhido. Esse procedimento permite a utilização de tratamento estatístico, que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a re- presentatividade e significância da amostra. Divide-se em: aleatória simples, sistemática, aleatória de múltiplo estágio, por área, por conglomerados ou gru- pos, de vários degraus ou estágios múltiplos, de fases múltiplas (multifásica ou em várias etapas), estratificada e amostra-tipo (amostra principal, amostra a priori ou amostra-padrão). Finalmente, se a pesquisa necessitar, podem-se se- lecionar grupos rigorosamente iguais pela técnica de comparação de par, com- paração de frequência e randomização. Além de caracterizar o tipo de amostragem utilizado, devem-se descre- ver as etapas concretas de seleção da amostra. 4.8.6 Tratamento estatístico Os dados colhidos pela pesquisa apresentam-se “em bruto”, necessitan- do da utilização da estatística para seu arranjo, análise e compreensão. Outra parte importante é a tentativa de determinação da fidedignidade dos dados, por intermédio do grau de certeza que se pode deles. A estatística não é um fim em si mesma, mas instrumento poderoso para a análise e interpretação de um grande número de dados, cuja visão global, pela complexidade, torna-se difícil. Nessa etapa do projeto de pesquisa, devem-se explicitar: 28 a) Se se pretende realizar um experimento e de que tipo. O pesquisador pode optar pelo método da concordância positiva ou negativa; pelo método da diferença ou plano clássico de prova, ou uma de suas numerosas variantes, como: (1) projeto antes-depois; (2) projeto antes-depois com grupo de controle; (2) projeto quatro grupos-seis estudos; (3) projeto depois somente com grupo de controle; (4) projeto ex post facto; (5) projeto de painel. Pode ainda optar pelo método conjunto de concordância e diferença; pelo método dos resíduos e pelo método da variação concomitante. b) Se se exercerá controle sobre determinadas variáveis e quais. Variá- vel de controle é o fator, fenômeno ou propriedade que o investigador neutrali- za ou anula propositadamente em uma pesquisa, com a finalidade de impedir que interfira na análise da relação entre as variáveis independente e depen- dente. c) Qual o nível de significância que se exigirá. Geralmente, para estudos exploratórios, admite-se um nível de significância de 90%, calculando-se o erro das estimativas segundo as frequências amostrais. d) Que medidas estatísticas utilizará. As principais medidas da estatísti- ca descritiva são: • Medidas de posição: média, mediana, moda, quartis, percentis etc. • Medidas de dispersão: amplitude, desvio-padrão etc. • Comparação de frequências: razão, proporção, percentagem, taxas etc. • Apresentação dos dados: série estatística, tabelas ou quadros, gráficos etc. e) Que testes de hipóteses empregará. Trata-se aqui de estatística infe- rencial. Os mais importantes, para aplicação em pesquisas sociais, são: t de Student, para comparação entre médias e X2, para discernir diferenças entre as proporções observadas. Para o aprofundamento do estudioso nos aspectos metodológicos da pesquisa, indicamos os livros Metodologia científica e Técnicas de pesquisa, das mesmas autoras (Atlas, 2020). O primeiro apresenta, em detalhes e com exemplos, métodos de abordagem, métodos de procedimento e plano de prova (experimento). O segundo, as técnicas de pesquisa, os processos e tipos de amostragem, estatística descritiva e estatística inferencial. 29 4.9 Embasamento teórico Respondendo ainda à questão como? Aparecem aqui os elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos em- pregados. 4.9.1 Teoria de base A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descri- ção de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de caráter in- terpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível cor- relacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teóri- co que sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. Todo projeto de pesquisa deve conter premissas ou pressupostos teóri- cos sobre os quais o pesquisador (o coordenador e os principais elementos de sua equipe) fundamentará sua interpretação. Pode-se tomar como exemplo um estudo que correlaciona atitudes indi- viduais e grupais de autoridade e subordinação na organização da empresa, tendo como finalidade discernir comportamentos rotulados como de “chefia” e “liderança”, relacionando-os com a maior ou menor eficiência no cumprimento dos objetivos da organização. Uma das possíveis teorias que se aplicam às atitudes dos componentes da empresa é a do tipo ideal de autoridade legítima, descrita por Weber. Para o autor, três seriam os tipos de autoridade: (1) a autoridade tradici- onal fundamenta-se na crença na “santidade” das tradições e na legitimidade do status dos que derivam sua autoridade da tradição; (2) a autoridade em ba- se racional, legal, burocrática repousa na crença em normas ou regras impes- soais e no direito de comandar dos indivíduos que adquirem autoridade de acordo com essas normas; (3) a autoridade carismática tem suas raízes no devotamento à “santidade” específica e excepcional, ao heroísmo, ou no cará- ter exemplar (exemplar é determinado pelas circunstâncias e necessidades específicas do grupo) de um indivíduo e nos modelos normativos por ele reve- lados ou determinados. O modelo teórico da autoridade legítima não exclui sis- 30 temas concretos de autoridade que incorporam dois ou mais elementos dos três tipos. 4.9.2 Revisão da bibliografia Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, is- to é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, alguém ou um gru- po, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma pro- cura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não duplicação de esforços, a não “descoberta” de ideias já expressas, a não inclusão de lugares-comuns no trabalho. A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradi- ções ou reafirmarcomportamentos e atitudes. Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância. 4.9.3 Definição dos termos A ciência lida com conceitos, isto é, termos simbólicos que sintetizam as coisas e os fenômenos perceptíveis na natureza, no mundo psíquico do ho- mem ou na sociedade, de forma direta ou indireta. Para que possa esclarecer o fato ou fenômeno que se está investigando e ter possibilidade de comunicá-lo de forma não ambígua, é necessário defini-lo com precisão. Termos como temperatura, QI, classe social, precisam ser especificados para a compreensão de todos: o que significa temperatura elevada? Acima de 30ºC ou 100ºC? A representação do QI compreende os conceitos de capacita- ção mental, criatividade, discernimento etc.; portanto, devem ser esclarecidos. E classe social? Entende-se por ela a inserção do indivíduo no sistema de pro- dução ou sua distribuição em camadas segundo a renda? Até expressões co- mo pessoa idosa requerem definição: a partir de que idade o indivíduo é consi- derado idoso para fins de pesquisa? 60, 65, 70 ou mais? Outro fato que deve ser levado em consideração é que os conceitos po- dem ter significados diferentes, de acordo com o quadro de referência ou a ci- ência que os emprega; por exemplo, cultura pode ser entendida como conhe- 31 cimento literário (popular), conjunto dos aspectos materiais, espirituais e psico- lógicos que caracteriza um grupo (Sociologia e Antropologia) e cultivo de bac- térias (Biologia). Além disso, uma mesma palavra, por exemplo, função, pode ter vários significados dentro da própria ciência que a utiliza. Dessa forma, a definição dos termos esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa. 4.9.4 Conceitos operacionais e indicadores A especificação dos conceitos operacionais, assim como dos indicado- res do conceito, é uma continuação da definição dos termos, em caráter mais concreto, em relação a um conjunto de instruções para a manipulação ou ob- servação dos fatos ou fenômenos. Em outras palavras, a definição operacional de um conceito ou de um termo consiste na indicação das operações necessá- rias para produzir, medir, analisar etc. um fenômeno. Os indicadores são as etapas concretas dessas operações. Por exemplo, falando de temperatura, es- pecificamos que será medida pela altura da coluna de mercúrio de um termô- metro com uma escala de graus centígrados. Referindo-nos ao QI, precisare- mos de todos os detalhes dos testes que deverão medir a capacidade mental, a criatividade, o discernimento etc. e que fatores tomaremos como indicadores da pontuação obtida pelos diferentes indivíduos nesses testes. Finalmente, em relação à classe social, se na definição dos termos se optou pelo conceito de Weber, no conceito operacional especifica-se que elas se diferenciam pelo tipo de propriedade (posses), pelo modo de aquisição e pela situação geral (social, política, cultural etc.); em relação aos indicadores, determina-se o uso de pon- tuação baseada em: renda, escolaridade, profissão, itens de conforto domésti- co, posse de carro etc. Portanto, os indicadores são os fatores que serão me- didos, com suas pontuações especificadas, indicando o número mínimo e/ou máximo de pontos para cada classe, de acordo com as diferenças que devem apresentar, segundo nosso conceito operacional. É evidente que a classifica- ção dos indivíduos, segundo classes sociais, terá outros indicadores, funda- mentados em outro conceito operacional, se, na definição dos termos, a opção tivesse sido pelo conceito de classe de Marx, por exemplo. A definição dos termos, assim como a especificação dos conceitos ope- racionais e dos indicadores, é uma tarefa que permeia todo o desenvolvimento do projeto de pesquisa, desde os estudos preliminares até a construção dos 32 instrumentos de pesquisa. Muitas vezes, depois de elaborado um questionário ou formulário, há necessidade de definir conceitos e termos indicadores nele utilizados. 4.10 Cronograma A elaboração de um cronograma de pesquisa responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra. Não esquecer que, se de- terminadas partes podem ser executadas simultaneamente pelos vários mem- bros da equipe que vai realizar a pesquisa, existem outras que dependem das fases anteriores, como é o caso da análise e interpretação, cuja realização de- pende da codificação e tabulação, só possíveis depois de colhidos os dados. 4.11 Orçamento Respondendo à questão quantos será necessário despender? o orça- mento distribui os gastos por vários itens, que devem necessariamente ser se- parados. Inclui: a) Pessoal: do coordenador aos pesquisadores de campo, o ganho de todos os elementos deve ser computado, seja ele global, mensal, semanal, se- ja por hora/atividade, incluindo os programadores de computador, b) Material, subdividido em: • Elementos consumidos no processo de realização da pesquisa, como papel, canetas, lápis, cartões ou plaquetas de identificação dos pesquisadores de campo, hora/computador, digitação, xerox, encadernação etc. • Elementos cuja posse pode retornar à entidade financiadora, ou equi- pamentos a serem adquiridos para a execução da pesquisa: computadores, notebook, tablets, calculadoras etc. 4.12 Instrumentos de pesquisa Ainda indicativo como pesquisa será realizada, devem-se anexar ao pro- jeto os instrumentos referentes às técnicas selecionadas para a coleta de da- dos. Desde os tópicos da entrevista, passando pelo questionário e o formulário, até os testes ou escalas de medidas de opiniões e atitudes, a apresentação 33 dos instrumentos de pesquisa deve ser feita, dispensando-se tal quesito ape- nas no caso em que no caso em que técnica escolhida for a de observação. 4.13 Referências bibliográficas A lista de referências bibliográficas final, apresentada no projeto de pes- quisa, abrange livros, teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos científicos e documentos utilizados na pesquisa. 4.14 Apêndice Apresenta(m)-se apêndice(s) no projeto se eles forem necessários. Apêndice é elemento opcional. 4.15 Observações práticas O formato do papel utilizado para imprimir o projeto de pesquisa é A4. As margens são as seguintes: esquerda e superior: 3 cm; direita e inferior: 2 cm. A fonte (tipográfica) é 12 para todo o texto, exceto para as citações diretas de mais de três linhas, legendas, notas de rodapé e textos constantes de qua- dros, tabelas, gráficos que utilizarão fonte menor. O espaçamento é 1,5. Cita- ções com mais de três linhas são compostas com espaço interlinear simples, “devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas” (parágrafo 5.3 da NBR 10520 da ABNT). Em relação à paginação, as páginas pré-textuais são contadas, mas o número, ao imprimir o texto, não deve ficar aparente. 5. ESTRUTURA DE UM TRABALHO ACADÊMICO A estrutura de um trabalho acadêmico compreende: elementos pré- textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais que estão abaixo relaci- onados na ordem em que obrigatoriamente devem aparecer no documento: 34 5.1 Elementos pré-textuais A seguir serão apresentados os itens pré-textuais de um trabalho aca- dêmico, a: capa, lombada, folha de rosto, composição institucional e ficha cata- lográfica, errata, folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo, abstract, lista de ilustrações, tabelas e símbolos e sumário. a) Capa - (obrigatório): Deve conter identificação institucional e curso, nome do(s) autor(es), título, subtítulo (se houver), números de volumes (se houver mais de um deve constar em cada capa a especificação do respectivo volume), local e ano da entrega.b) Lombada (obrigatório apenas para os trabalhos encadernados): Para efeito de padronização a lombada deve conter: sigla da instituição, nome com- pleto do autor na ordem direta (impresso longitudinalmente e legível de cima para baixo da lombada) e o ano da entrega. 35 c) Folha de rosto (obrigatório): Esta página deve conter os elementos essenciais à identificação do trabalho, d) Ou seja: nome do autor; título do trabalho; subtítulo (se houver); nú- mero de volumes (se houver mais de um deve constar em cada folha de rosto e especificação do respectivo volume); natureza (tese, dissertação, monografia, trabalho de conclusão de curso e outros); objetivo do trabalho (aprovação em disciplina, grau pretendido: mestre, especialista, bacharel etc.); nome da insti- tuição à qual o trabalho é apresentado, nome do orientador, local e ano da en- trega. e) Errata (opcional): Deve ser inserida logo após a folha de rosto. Deve conter lista de folhas e linhas em que ocorrem erros, seguidas das correções. f) Embora seja um recurso autorizado pela ABNT seu uso deve ser res- tringido, uma vez que denota pouco cuidado ao revisar o trabalho antes da ver- são final. g) Folha aprovação (obrigatório): Este elemento deve ser apresentado nos exemplares de defesa e apresentação final do trabalho e deve conter: au- tor, título, subtítulo (se houver), natureza (tese, dissertação, monografia, traba- lho de conclusão de curso e outros); nome da instituição à qual o trabalho é apresentado, indicando o título pretendido (mestre, bacharel, especialista etc), nome, titulação e assinaturas dos componentes da banca examinadora e insti- tuições a que pertencem, local e data de aprovação. h) Incluir esta folha devidamente assinada pela banca na versão final do trabalho. i) Dedicatória (s) (opcional): Espaço dedicado ao autor para se prestar homenagem ou dedicar seu trabalho a alguém. j) Agradecimento (s) (opcional): Neste item, o autor tem a possibilidade de fazer os agradecimentos de forma destacada às pessoas e/ou instituições que, em seu entender, contribuíram significativamente para elaboração do tra- balho ou para o alcance dos seus objetivos. k) Epígrafe (opcional): Espaço no qual o autor pode apresentar uma ci- tação, que de certa forma embasou a construção do trabalho, seguida da indi- cação da fonte, devendo, inclusive, constar das referências listadas ao final do trabalho. 36 l) Resumo na língua vernácula (obrigatório): O resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. O resumo pode ser: crítico, indicativo ou informativo. Para os trabalhos acadêmicos, recomenda - seque seja feita a opção pelo resumo informativo, que deve apresentar: a enunciação do problema, objetivos, procedimentos metodológicos, resultados e conclu- sões. Orientações quanto à elaboração: 1. utilizar frases concisas e afirmativas e não enumeração de tópicos; 2. utilizar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular; 3. a primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal, seguida de informação sobre a categoria do documento (memória, estudo de caso; Análise da situação etc.); 4. não deve apresentar dados qualitativos e/ou quantitativos, nem tam- pouco citações bibliográficas; 6. não deve ultrapassar 500 palavras; 7. deve ser apresentado em um único parágrafo, ou seja, sem recuo de Parágrafo; 8. deve ser digitado em fonte normal e espaçamento 1,5 entre as linhas. Logo abaixo do resumo, devem constar as palavras (descritores) repre- sentativas do conteúdo do trabalho, escolhidas, preferencialmente, em um vo- cabulário controlado. (Para este procedimento, procure auxílio de um profissio- nal bibliotecário). Estes descritores devem ser precedidos da expressão Pala- vras chave: separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto, con- forme a NBR 6028 (ABNT, 2003). As palavras-chave do resumo não devem ultrapassar o limite de cinco palavras. Exemplo: Palavras-chave: Agroindústrias. Organizações. Campo organizacional. Isomorfismo. m) Lista de ilustrações (opcional) - Elemento opcional, que deve apre- sentar as ilustrações de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e ou- tros), acompanhado do respectivo número de página onde está localizado. 37 n) Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustra- ção, desde que a lista apresente mais de três itens de cada tipo. Caso contrá- rio, pode-se elaborar uma única lista denominada “LISTA DE ILUSTRAÇÕES”, identificando-se, necessariamente, o tipo de ilustração antes do número. o) Lista de tabelas (opcional) - Elemento opcional, que deve ser elabo- rado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. p) Lista de abreviaturas e siglas (opcional) - É a relação em ordem alfa- bética das abreviaturas e siglas empregadas no trabalho, com o significado correspondente. q) Embora se trate de um elemento opcional, a lista é de grande ajuda para os leitores de apenas parte do trabalho, já que a descrição da sigla, usu- almente, só aparece na primeira ocorrência do texto. r) Lista de símbolos (opcional) - Recomenda-se que os símbolos sejam relacionados conforme a ordem apresentada no texto, com o devido significa- do. s) Sumário (obrigatório) - O sumário é o último elemento pré-textual do trabalho. t) Trata-se da enumeração dos capítulos, seções e outras partes do tra- balho, devendo ser elaborado, indicando os itens na ordem em que se suce- dem no texto, com indicação da página inicial. Observações gerais: • as seções deverão ser indicadas, utilizando a tipologia das fontes uti- lizadas nos títulos das seções do trabalho (primárias, secundárias, terciárias etc.); • os itens pré-textuais como: folha de rosto, folha de aprovação, dedica- tória, agradecimentos, epígrafe, resumo, abstract, lista de ilustrações e tabelas, lista de abreviaturas e símbolos não devem constar no su- mário; • alinhar os títulos das seções pela margem esquerda do número de subseção mais extenso, inclusive os elementos pós-textuais; • não usar traço ou ponto entre o número da seção e o título (apenas um espaço de caractere); 38 • não utilizar a palavra “capítulo” diante da numeração; • em obra de mais de um volume, o sumário deverá figurar completo em todos os volumes. 5.2 Elementos textuais Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenori- zada do assunto. a) Introdução - Parte inicial do texto em que o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes. O autor deve abordar de forma sucinta os se- guintes elementos: a delimitação do assunto tratado; problema (pergunta) de pesquisa; objetivos e justificativa. b) Desenvolvimento - Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema. Contempla a fundamentação teórica ou revisão de literatura; metodologia; análise dos resultados e discussão. c) Conclusão - É a recapitulação sintética dos resultados e da discussão do estudo ou pesquisa. Deve apresentar deduções lógicas e correspondentes à situação problema e aos objetivos propostos. Em resumo, são as considera- ções finais. 5.3 Elementos pós-textuais A seguir são apresentados os itens pós-textuais de um trabalho acadê- mico, a saber: referências, glossário, apêndices e anexos. a) Referências (obrigatório) - Conjunto padronizado de elementos que permitem a identificação de um documento, no todo ou em parte. Constitui-se de uma lista ordenada alfabeticamente de documentos citados pelo autor do trabalho. Deve obedecer a NBR 6023, Informação e documentação referências– Elaboração (ABNT, 2002a). Nas Referências devem constar obrigatoriamente todas as obras citadas no trabalho. Para não ampliar em demasiado esta lista, sugere-se não referenciar obras consultadas, mas não citadas. Documentos utilizados como suporte para a elaboração do trabalho, como dicionários ge- rais, normas para apresentação, entre outros também não devem ser referen- ciados. 39 b) Glossário (opcional) - É uma relação, em ordem alfabética, de pala- vras ou expressões de uso restrito ou de sentido obscuro, acompanhadas das respectivas definições, com o objetivo de esclarecer o leitor sobre o significado dos termos empregados no trabalho. c) Apêndice (s) (opcional) - São textos ou documentos elaborados pelo autor, a fim de complementarem sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. São identificados por letras maiúsculas consecutivas, tra- vessão e os respectivos títulos, devendo estar centralizados na folha. Excepci- onalmente, utilizam-se letras maiúsculas dobradas na identificação dos apêndi- ces, se esgotadas as 23 letras do alfabeto. Podem-se incluir nos apêndices: questionários de pesquisas, tabulação de dados, ilustrações e outros documen- tos preparados pelo autor. Sua paginação deve ser contínua a do texto. 6. REGRAS DA ABNT As regras de formatação segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) são utilizadas para padronizar a apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos no Brasil. Essas regras abrangem diversos elementos, como estrutura do trabalho, citações, referências bibliográficas, entre outros. Aqui estão algumas das principais regras de formatação segundo a ABNT para trabalhos acadêmicos: Estrutura do Trabalho: • Capa: Contendo nome da instituição, título do trabalho, local e ano. • Folha de rosto: Com informações sobre autor, título, natureza, objetivo, orientador, coorientador (se houver), instituição, local e ano. • Sumário: Listagem dos capítulos, seções e subseções do trabalho, na ordem em que aparecem. Elementos Textuais: • Introdução, desenvolvimento e conclusão. • Uso de títulos e subtítulos para organizar o conteúdo. 40 Citações: • Citação direta: Transcrição literal do texto do autor consultado. • Citação indireta: Ideias do autor consultado, sem transcrição literal. Notas de Rodapé: • Utilizadas para explicar, comentar ou complementar informação do tex- to. Referências Bibliográficas: • Lista de todas as obras citadas no trabalho, seguindo um formato pa- drão. • Organizadas em ordem alfabética. Margens e Espaçamento: • Margens: 3 cm (superior e esquerda) e 2 cm (inferior e direita). • Espaçamento: 1,5 entre linhas no texto, exceto em citações longas, no- tas de rodapé, referências bibliográficas e legendas das ilustrações e tabelas. Paginação: • Número da página no canto superior direito, a 2 cm da borda. Numeração Progressiva: • Utilizada para seções e subseções do trabalho. Ilustrações e Tabelas: • Título acima (ilustrações) ou na parte superior (tabelas). • Fonte e nota explicativa abaixo. Anexos e Apêndices: • Documentos complementares ao trabalho principal. Elementos Pré-Textuais: • Dedicatória, agradecimentos, resumo, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário. 41 1. ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Recurso utilizado: negrito, justificado, palavras maiúsculas) Seção secundária: Seção secundária: (Recurso utilizado: fonte negrito, justificado e somente a pri- meira letra da primeira palavra do título maiúsculas) Seção terciária: Monografias (Recurso utilizado: fonte negrito, itálico e justificado) Seção quaternária: Livros, folhetos, enciclopédias, dicionários e bíblias (Recurso utilizado: itálico e justificado) Seção quinaria: Capítulos de livros (Recurso utilizado: fonte regular e justificado, sem nenhum destaque) 6.4 Elementos de apoio ao texto São elementos para enriquecer o texto acadêmico: as citações, as notas de rodapé, as alíneas, as ilustrações, tabelas e gráficos. 6.4.1 Citação As citações podem seguir o sistema numérico ou o sistema autor-data. Deve-se adotar somente um sistema de citação para todo o trabalho. 1. Sistema numérico: a indicação da fonte é por números arábicos em ordem consecutiva entre parênteses. A referência completa da fonte deve constar na lista de referências em ordem numérica crescente e de acordo com a ordem de ocorrência no texto. Notas de rodapé não devem ser utilizadas nestes sistemas. 42 Exemplo: “The objective of library and information service is to increase access to sources, information and ideas” (1) Na lista de referências: (1) KUHLTHAU, C. C. Seeking meaning: a process approach to library and information services. 2. ed. Englewood: Libraries Unlimited, 2004. 2. Sistema autor-data: indicação da fonte por autoria e data. A lista de referências é organizada por ordem alfabética de autor. a) Citação direta: A indicação de página ou localização deve ser acres- centada se houver. Para paginação usar abreviatura p. e para localização usar a abreviação local. Exemplo: (Bourdieu, 2004, p. 28) ou (Dongo-Montoya, 2009, local. 264) ou (Brasil, 1999). Citação com mais de três linhas: as transcrições de texto com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4cm da margem esquerda, com caractere menor que o do texto, sem aspas e com espaçamento simples entre linhas. Exemplo: Na tradição ocidental, a atitude imperial de permanente conquista de novos mercados e territórios impulsiona a descoberta científica – com aplicações nas comunicações, na indústria e na guerra – e contribui para a formação de uma elite empreendedora capaz de formular estra- tégias de expansão de alcance mundial. (AYERBE, 2003, p. 15). a) Citação indireta: apresenta a ideia de outros autores utilizando suas próprias palavras (é opcional indicar página neste caso). 43 Exemplo: Segundo Ayerbe (2003), o fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e também à livre iniciativa, mas [...] OU O fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e à livre iniciativa, segundo Ayerbe (2003), mas [...] OU O fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e à livre iniciativa (AYERBE, 2003), mas [...] Citação indireta e simultânea de vários autores: indicar todos os autores em ordem alfabética. Exemplo: (ABREU; SILVA, 2007; VARGAS, 2001; YIN, 2010) b) Citação traduzida: se o texto estiver em outra língua e for traduzido por você, indicar “tradução nossa” antes do parêntese que fecha a indicação da fonte. Recomenda-se colocar o trecho na língua original em nota de rodapé. Exemplo: “Acesso aprimorado engloba tanto acesso intelectual quanto físico” (KUHLTHAU, 2004, p. XV, tradução nossa). d) Citação da citação: quando se utiliza uma citação que consta no do- cumento que você está lendo. Exemplo: 44 “A indústria da informação, isoladamente, não produz conhecimento.” (BARRETO, 1990 apud SOUZA; ARAUJO, 1991, p. 183). OU Para Barreto (1990 apud SOUZA; ARAUJO, 1991, p. 183), a indústria da informação não elabora conhecimento de forma isolada. Obs.1: Barreto é citado por Souza e Araújo na obra deles. Souza e Araú- jo (1991) são autores do documento que você tem em mãos (está consultando) e precisa indicá-lo na lista de referências. c) Citação de documentos diferentes de mesmo autor e ano: diferenciar os documentos acrescentando letras em minúscula após o ano tanto na ci- tação como na lista de referências. Exemplo: (MANOLIS, 1972a) (MANOLIS, 1972b) f) Coincidência de sobrenomes: indicar a primeira letra do nome.Exemplo: (VARGAS, J., 2001) (VARGAS, M., 2001) g) Sobrenomes que indicam parentesco (Júnior, Filho, Neto, Sobrinho). Exemplo: (PELCZAR JUNIOR, 1996) (SILVA NETO; SOLEDADE, 2005) h) Sem indicação de autoria: quando não é possível localizar a autoria, iniciar pela primeira palavra do título em caixa alta, seguido de reticências. Exemplo: A composição do solo pode ser analisada posteriormente. (GEOMOR- FOLOGIA..., 1994). 45 i) Supressões: para indicação de supressão de trechos, utilizar reticên- cias entre colchetes. Exemplo: “Na tradição ocidental, a atitude imperial de permanente conquista de novos mercados e territórios impulsiona a descoberta científica [...] e contribui para a formação de uma elite empreendedora [...]”. (AYERBE, 2003, p. 15). j) Interpolações: quando é inserida uma palavra ou expressão na cita- ção. Exemplo: Para Vigevani et al. (2008, p. 6), “quando a política brasileira empreen- deu o caminho do estreitamento das relações com a Argentina [país sul- americano], a ideia do universalismo não foi abandonada, mas ganhou novo significado”. Citação de citação A citação de citação é a “citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original” (ABNT, 2002, p. 1). Nesse caso, como o pró- prio nome diz, é feita uma citação de uma citação que está no texto que esta- mos lendo no momento, mas não tivemos acesso ao original. Esse é um tipo de citação que deve ser evitado. Exemplo: “O aço é a liga ferro-carbono em que o teor de carbono varia desde 0,008% até 2,11%” (CHIAVERINI, 19962 apud PFEIL; PFEIL, 2016, p.1). No exemplo citado acima, foi utilizado o livro de Pfeil e Pfeil (2016) e os autores estavam citando Chiaverini (1996). Para não fazer um plágio de fontes, foi feita uma citação de citação, indicando o autor original da citação, que é Chiaverini (1996) e que este foi citado por (apud) Pfeil e Pfeil (2016, p.1). Ao 46 utilizar o apud que significa “citado por, estamos dizendo que um autor foi cita- do por outro e, assim, deixamos de cometer um plágio de fontes”. Destaques a) Quando o pesquisador realiza um destaque na citação, acrescentar a expressão “grifo nosso” na indicação de autoria. Exemplo: Em meados dos anos 80, “quando a política brasileira empreendeu o caminho do estreitamento das relações com a Argentina, a ideia do universalismo não foi abandonada, mas ganhou novo significado.” (VI- GEVANI et al., 2008, p. 6, grifo nosso). b) Quando o autor do documento destaca seu texto. Exemplo: Em meados dos anos 80, “quando a política brasileira empreendeu o caminho do estreitamento das relações com a Argentina, a ideia do universalismo não foi abandonada, mas ganhou novo significado.” (VI- GEVANI et al., 2008, p. 6, grifo do autor). 6.4.2 Notas de rodapé São indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor. Deve-se utilizar o sistema autor-data para as citações no texto e o nu- mérico para notas explicativas. As notas de rodapé podem ser de Referência ou Explicativas e devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expo- ente e sem espaço entre elas e com fonte menor: a) nota de referência: a numeração das notas de referência é feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página. A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa: b) nota explicativa: - a numeração das notas explicativas é feita em alga- rismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítu- lo ou parte. 47 6.4.3 Alíneas Quando for necessário enumerar os diversos assuntos de uma seção que não possua título, esta deve ser subdividida em alíneas. Orientações gerais: a) o trecho final que antecede as alíneas, termina em dois pontos; b) as alíneas são ordenadas alfabeticamente, em letra minúscula, segui- da de parêntese; c) as letras indicativas das alíneas são recuadas em relação à margem esquerda; d) o texto da alínea começa por letra minúscula e termina em ponto-e- vírgula, exceto a última alínea que termina em ponto; e) o texto da alínea deve terminar em dois pontos, se houver subalí- nea; as subalíneas devem começar por um travessão seguido de espaço, co- locado sob a primeira letra do texto da alínea correspondente. As linhas se- guintes do texto da subalínea começam sob a primeira letra do próprio texto da própria subalínea, terminando em ponto-e-vírgula. A última subalínea deve terminar em ponto final, se não houver alínea subsequente. f) a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira letra do texto da própria alínea. 6.4.4 Ilustrações São consideradas ilustrações: desenhos, gráficos, fluxogramas, fotogra- fias, figuras, mapas, organogramas, enfim imagens que acompanham um texto. As ilustrações devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que se refere, conforme projeto gráfico do trabalho. A identificação das ilustrações deve aparecer na parte superior, precedi- da da palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos e do respectivo título, usando a mesma tipologia de fonte utilizada para as seções primárias do trabalho. Após a ilustração, na parte inferior, indicar obrigatoriamente a fonte (ainda que seja produção do próprio autor), utilizando fonte tamanho 10, estilo regular e espaçamento sim- ples. 48 6.4.5 Tabelas Conforme o conteúdo que apresentam, as tabelas podem ser estatísti- cas de codificação, de conversão de unidades técnicas, de rotina ou controle e especiais. O título da tabela deve ser inscrito no topo e deve indicar a natureza e as abrangências geográfica e temporal dos dados numéricos. A fonte deve ser indicada logo abaixo da tabela. Esta informação é obri- gatória ainda que a tabela tenha sido elaborada pelo autor. Quando uma tabela ocupar mais de uma folha, não será delimitada na parte inferior, repetindo-se o cabeçalho e o título na folha seguinte. Cada folha deve ter as seguintes indicações: continua (na primeira), conclusão (na última) e continuação (nas demais). 6.4.6 Numerais Recomenda-se escrever por extenso os números de uma só palavra (um, dezesseis, vinte, cem) e usar algarismos para os números de mais de uma palavra. Porém, trata-se apenas de uma convenção. Uma alternativa é escrever os números de 0 a 9 por extenso e a partir de 10, usar somente algarismos. 49 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2018a. ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 1999. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Cengage Learning, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: in- formação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2020. AZEVEDO, Fernando de et al. O manifesto dos pioneiros da educação nova. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, 65 (150), p. 407- 425, mai./ago. 1994. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes pa- ra a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998. BARROS, Aidil J. da Silveira; LEHFELD, Neide A. de Souza. Fundamen- tos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica.5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prá- tico para alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 50 FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São Paulo: Sarai- va, 2003. FREIXO, Manuel João Vaz. Metodologia científica: fundamentos, méto- dos e técnicas. 4. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2012. FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FE- CAP). Código de ética do Centro Universitário FECAP. São Paulo: FECAP, 2010. GARCIA, Pedro Luengo. O plágio e a compra de trabalhos acadêmicos: um estudo exploratório com professores de administração. 2006. GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. São Pau- lo: Atlas, 2006. ICPG – Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Equipe de Metodologia do Trabalho Científico. Blumenau: ICPG, 2008. KROKOSCZ, Marcelo. Abordagens sobre o plágio nas melhores univer- sidades dos cinco continentes e do Brasil. 2011. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho ci- entífico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY (MIT). Avoiding plagiarism. [2011]. MCCABE, Donald L.; Gary PAVELA. New honor codes for a new gen- eration. Inside Higher Education, 11 Mar. 2005. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de aço: dimensionamento prático: 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 51 SILVA, Renata. Modalidades e etapas da pesquisa e do trabalho cientí- fico. São José: USJ, 2008.