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LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1 AGENTE DE COMBATE À ENDEMIAS – SESMA/PA 2023 LÍNGUA PORTUGUESA 1. Leitura e interpretação de textos ................................................................................................................ 2 2. Gêneros e tipos de texto ............................................................................................................................. 11 3. Ortografia: .................................................................................................................................................... 16 Divisão silábica .................................................................................................................................................. 16 Acentuação gráfica ............................................................................................................................................ 17 Emprego do sinal indicativo da crase ................................................................................................................ 20 4. Estrutura e formação de palavras .............................................................................................................. 23 5. Classes de palavras, flexão e emprego ..................................................................................................... 28 6. Sintaxe: ......................................................................................................................................................... 52 Frase e oração ................................................................................................................................................... 52 Termos da oração .............................................................................................................................................. 52 7. Concordância nominal ................................................................................................................................ 56 8. Semântica: .................................................................................................................................................... 58 Sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia .................................................................................................... 58 Conotação e denotação ..................................................................................................................................... 59 Figuras de sintaxe, de pensamento e de linguagem .......................................................................................... 60 9. Fonética: ....................................................................................................................................................... 64 Letra e fonema ................................................................................................................................................... 64 10. Pontuação ................................................................................................................................................... 65 LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 2 A palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta a idéia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado, um todo coeso e coerente. Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confront entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já a conotação é um sentido que só advém à palavra numa dada situação figurada, fantasiosa e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto O homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo socialmente por meio do seu discurso. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça serperda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 3 TEXTO LITERÁRIO Conotação Figurado, subjetivo Pessoal TEXTO NÃO-LITERÁRIO Denotação Claro, objetivo Informativo TIPOS DE COMPOSIÇÃO 1. Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 2. Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve: I) Quem? Personagem; II) Quê? Fatos, enredo; III) Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; IV) Onde? O lugar da ocorrência; V) Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos; VI) Por quê? A causa dos acontecimentos. 3. Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, primeiro, algumas definições importantes. É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 4 b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio. Interpretar X compreender Interpretar significa: - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - Através do texto, infere-se que... - É possível deduzir que... - O autor permite concluir que... - Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Compreender significa: - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma... Erros de interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase. qual (neutro) idem ao anterior. quem (pessoa) cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. como (modo) onde (lugar) quando (tempo) quanto (montante) exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos: Para interpretar bem Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo. 1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar. 2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 5 Faça exercícios de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedicada a isso.) 3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso. 4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas. 5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar- se a agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo. 6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas. QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES exercícios de Interpretação de texto II Leia o texto para responder às próximas 3 questões. Sobre os perigos da leitura Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabilidade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes. (Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 21 - De acordo com o texto, os candidatos (A) não tinham assimilado suas leituras. (B) só conheciam o pensamento alheio. (C) tinham projetos de pesquisa deficientes. (D) tinham perfeito autocontrole. (E) ficavam em fila, esperando a vez. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 22 - O autor entende que os candidatos deveriam (A) ter opiniões próprias. (B) ler os textos requeridos. (C) não ter treinamento escolar. (D) refletir sobre o vazio. (E) ter mais equilíbrio. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 23 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágrafo) refere-se a (A) candidatos. (B) pânico. (C) eles. (D) reação. (E) esse campo. Leia o texto para responder às próximas 3 questões. No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 6 centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? (Veja, 02.12.2009) (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 24 - De acordo com o texto, os brasileiros são piores do que outros povos em (A) eficiência de correios e andar a pé. (B) ajuste de relógios e andar a pé. (C) marcar compromissos fora de hora. (D) criar desculpas para atrasos. (E) dar satisfações por atrasos. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 25 - Pondo foco no processo de coesão textual do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um (A) jornalista. (B) economista. (C) cronometrista. (D) ensaísta. (E) psicólogo. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 26 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o significado de (A) bebida feita com derivado de pinho. (B) ausência de convite para dançar. (C) longa espera para conseguir assento. (D) ficar sentado esperando o chá. (E) longa espera em diferentes situações. Leia o texto para responder às próximas 4 questões. Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlandoa bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa do Mundo de 2010. (...) Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da Gillette, diz que não. Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcance, sua publicidade. Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 milhões de dólares anuais. (...) (Veja, 02.11.2009. Adaptado) (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 27 - A palavra jogada, em – A jogada previne os efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato de (A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. (C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7 (E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 28 - A expressão o gato subiu no telhado é parte de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abruptamente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: (A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da França. (B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. (C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. (E) a situação de Thierry, como garoto- propaganda da Gillette, ficou instável. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 29 - A expressão diz que não, no final do 2.º parágrafo, significa que (A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. (C) a repercussão na França foi bastaPnte negativa. (D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette. (E) os publicitários franceses se opõem a Thierry. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 30 - Segundo a revista Forbes, (A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente. (B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade. (C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários. (D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões. (E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade. As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo. Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo "Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a internet está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade. O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado superficial." A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão. (Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações) (MP/RS – 2010 – FCC) 31 - O assunto do texto está corretamente resumido em: (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as conexões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro. (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos. (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações no funcionamento do LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 8 cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraídas, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados. (D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percepção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do usuário. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concretas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da internet. (MP/RS – 2010 – FCC) 32 - Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo, (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado, ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website. (B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. (C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado vem provocando danos em partes do cérebro. (D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da internet, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade. (E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da internet, [...] deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo. Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito.Em consequência, congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas desses municípios. Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo aumento da frota. Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasileiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em segundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. (O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010, com adaptações) (MP/RS – 2010 – FCC) 33 - Não por acaso oito Estados já registram mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. A afirmativa final do texto surge como (A) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos. (B) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na utilização de carros, com danos provocados ao meio ambiente. (C) comprovação de que a compra de um carro é sinônimo de status e, por isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro. (D) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade, pois os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas distâncias. (E) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título que poderia ser: Carro, problema que se agrava. (MP/RS – 2010 – FCC) 34 - As ideias mais importantes contidas no 2o parágrafo constam, com lógica e correção, de: (A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cidades menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo aumento da frota. (B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente. (C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a isenção de impostos, que LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 9 são alguns dos elementos que têm colaborado para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro. (E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impostos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. Leia o texto para responder às próximas 4 questões. Os eletrônicos “verdes” Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com certificado Carbon Free, que prevê a compensação do carbono emitido na fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: trata-se do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” também conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável. O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve Jobs, e o fez render- se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preocupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se coloque a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em grandes empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora. (Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado) (CREMESP – 2011 - VUNESP) 35 - Leia o trecho: Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpretada como (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um novo celular com fibra de bambu. (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera. (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa. (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner Group para criar celulares sem o uso de carbono. (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos que não agridam o meio ambiente. (CREMESP – 2011 - VUNESP) 36 - Em – Computadores “limpos” fazem uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por: (A) com material reciclado. (B) feitos com garrafas plásticas. (C) com arquivos de bambu. (D) feitos com materiaisretirados da natureza. (E) com teclado feito de alumínio. (CREMESP – 2011 - VUNESP) 37 - A partir da leitura do texto, pode-se concluir que (A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial. (B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com que são feitos. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10 (C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa. (D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade. (E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas assegurado. (CREMESP – 2011 - VUNESP) 38 - O presidente da Apple, Steve Jobs, (A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrônicos. (B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops. (C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não duram muito. (D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de carbono no meio ambiente. (E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais recicláveis em eletrônicos. (CREMESP – 2011 - VUNESP) 39 - No texto, o estudo realizado pela Comunidade do Vale do Silício (A) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de bambu. (B) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de custos. (C) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos. (D) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera. (E) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecânica. Leia o texto para responder à questão a seguir. Quanto veneno tem nossa comida? Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde humana. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se somam – ninguém come apenas um tipo de alimento. (Francine Lima, Revista Época, 09.08.2010) (CREMESP – 2011 - VUNESP) 40 - Com a leitura do texto, pode-se afirmar que (A) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações. (B) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado doenças incuráveis. (C) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a terem doenças de estômago. (D) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao organismo. (E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resíduos de agrotóxicos. GABARITO 21 – B 22 – A 23 – E 24 – B 25 – E 26 – E 27 – B 28 – E 29 – A 30 – C 31 – C 32 – B 33 – E 34 – B 35 – E 36 – A 37 – C 38 – E 39 – B 40 - D LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 11 TIPOLOGIA TEXTUAL Narração Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. Descrição Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. Dissertação Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. Dissertação-Exposição Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. Dissertação-Argumentação Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. Injunção/Instrucional Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos consideram também que o tipo Predição possui características suficientes para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo entendimento para o tipo Dialogal. Predição Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. GÊNEROS TEXTUAIS Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo- argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", apresença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 12 Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. Editorial: é um gênero textual dissertativo- argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal. Gêneros literários: · Gênero Narrativo: Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir: Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 13 expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV.. Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos. Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. · Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Farsa: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as incongruências,os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas. Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. · Gênero Lírico: É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare. Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical; Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara); Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Acalanto: ou canção de ninar; Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase; Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança; Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical; Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio; Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas; Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d. Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 14 Gêneros discursivos Os Gêneros textuais (discursivos) são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo- argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. Editorial: é um gênero textual dissertativo- argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal. Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A tipologia narrativa tem prevalência neste caso. Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de engenhosidade. Predominantemente dialogal. Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada ano. Possui caráterfundamentalmente dissertativo. Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e da linguagem, consegue utilizar todas as tipologias textuais com facilidade. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 15 Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um traz. Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futuro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos tipos narrativo e descritivo. Domínio Principal Gêneros textuais Científico Artigo científico, Verbete de enciclopédia, Nota de aula, Nota de rodapé, Tese, Dissertação, Trabalho de conclusão, Biografia, Patente, Tabela, Mapa, Gráfico, Resumo, Resenha Jornalístico Editorial, Notícia, Reportagem, Artigo de opinião, Entrevista, Anúncio, Carta ao leitor, Resumo de novela, Capa de revista, Expediente, Errata, Programação semanal, Debate Religioso Oração, Reza, Lamentação, Catecismo, Homilia, Cântico religioso, Sermão Comercial Nota de venda, Nota de compra, Fatura, Anúncio, Comprovante de pagamento, Nota promissória, Nota fiscal, Boleto, Código de barras, Rótulo, Logomarca, Comprovante de renda, Curriculum vitae Instrucional Receita culinária, Manual de instrução, Manual de montagem Regra de jogo, Roteiro de viagem, Contrato, Horóscopo, Formulário, Edital, Placa, Catálogo, Glossário, Receita médica, Bula de remédio, Jurídico Contrato, Lei, Regimento, Regulamento, Estatuto, Norma, Certidão, Atestado, Declaração, Alvará, Parecer, Certificado, Diploma, Edital, Documento pessoal, Boletim de ocorrência Publicitário Propaganda, Anúncio, Cartaz, Folheto, Logomarca, Endereço postal Humorístico Piada, Adivinha, Charge, Interpessoal Carta pessoal, Carta comercial, Carta aberta, Carta do leitor, Carta oficial, Carta convite, Bilhete, Ata Telegrama, Agradecimento, Convite, Advertência, Bate-papo, Aviso, Informe, Memorando, Mensagem, Relato, Requerimento, Petição, Ordem, E-mail, Ameaça, Fofoca, Entrevista médica Ficcional Poema, Conto, Mito, Peça de teatro, Lenda, Fábula, Romance, Drama, Crônica, História em quadrinhos, RPG LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 16 DIVISÃO SILÁBICA A divisão silábica é feita de acordo com a quantidade de fonemas pronunciados em uma única emissão sonora. As sílabas têm as vogais em sua base e são divididas de acordo com os fonemas pronunciados em uma única emissão sonora. Como sabemos, as sílabas são fonemas pronunciados por meio de uma única emissão de voz e também que a base das sílabas da língua portuguesa são as vogais: a - e - i - o - u. Assim, todo fonema pronunciado em uma única emissão de voz tem, pelo menos, uma vogal. É importante ressaltarmos que, em algumas palavras, os fonemas /i/ e /u/ não são vogais, já que aparecem apoiados a outra(s) vogal(is), formando uma só emissão de voz (uma sílaba). Essas vogais que apoiam as outras são chamadas de semivogais. O que diferencia as vogais das semivogais é o fato de que as últimas não desempenham o papel de núcleo silábico. A palavra “papai”, por exemplo, é formada por duas sílabas (dissílaba), sendo a segunda formada por uma vogal (a) e por uma semivogal (i). A par dessas informações, podemos afirmar que, para saber o número de sílabas que compõem as palavras, basta identificar quantas vogais há nessa palavra. Vejamos os exemplos: • pipoca – pi – po – ca (emissão de três fonemas sequenciais que estão ligados a vogais); • aparelho – a – pa – re – lho (emissão de quatro fonemas sequenciais que estão ligados a vogais); • pernambucana – per – nam – bu – ca - na (emissão de cinco fonemas sequenciais que estão ligados a vogais. Classificação das palavras quanto ao número de sílabas • Monossílabas: palavras que possuem apenas uma sílaba: pé, flor, mão. • Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas: balão (ba-lão); suco (su-co); santo (san-to). • Trissílabas: palavras que possuem três sílabas: hóspede (hós-pe-de); lareira (la-rei-ra); sapato (sa-pa-to). • Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas: literatura (li-te-ra-tu-ra); amaciante (a-ma-ci-an-te); sambódromo (sam-bó- dro-mo). Divisão silábica → Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” devem pertencer a uma única sílaba: chu – va o – lho fe - char que – ri – do vo - zi – nho → Os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separados em sílabas diferentes. car – ro - ça as – sas – si – no cres – cer nas – ceu ex – ce – ção → Ditongos e tritongos devem permanecer na mesma sílaba. U – ru – guai ba – lai – o → Os hiatos devem ser separados em duas sílabas distintas. di – a ca – de – a – do ba – ú → Os encontros consonantais devem ser separados, exceto aqueles cuja segunda consoante é “l” ou “r”. bru – to blu – sa cla - ro tra - go → Os encontros consonantais que iniciam palavras são mantidos juntos na divisão silábica. pneu – má – ti – co gno – mo LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 17 ACENTUAÇÃO GRÁFICA As palavras podem conter uma ou mais sílabas. E ao pronunciá-las, temos a tendência em proferi-las intensificando uma sílaba frente as outras. Por exemplo, quando alguém fala a palavra “casa”, pronunciará com mais força uma das sílabas, no caso [ka]. Por que fazemos isso? Simplesmente porque a oralidade não é um sistema de uma única entonação. Tal como a música, precisamos destacar partes de sons para manter a atenção do ouvinte. Imagine se falássemos todas as palavras utilizando uma única modulação?. Esta sílaba que entoamos com maior ênfase a chamamos de sílaba tônica, já que é nela que recai a tonicidade, o som que mais se destaca ao pronunciar uma palavra. A gramática também nomeia esse acento tônico como pro-sódico, pois está ligado à emissão dos sons na fala. Todas as palavras com mais de uma sílaba possuem uma e somente uma sílaba tônica, como podemos verificar nesses exemplos: úmido, ideia, cadeira, jacaré. Importante destacar que o acento tônico é um fenômeno fonético, pois referente à fala. Entretanto, quando passamos a linguagem para outro registro, o da escrita, muitas vezes há a necessidade de enfatizar tal acento na própria grafia, já que pode surgir erro de tonicidade. Na origem da grafia, muitas palavras que não eram do uso comum dos falantes passaram a receber o acento gráfico a fim de reforçar textualmente o modo de pronunciá-las. Assim sendo, há palavras que não recebem acento gráfico, como porta, cortina, urubu, e outras que sim, como tônico, amável, paralelepípedo. Se em uma palavra há uma sílaba mais forte, como chamamos as pronunciadas com menos intensidade? A gramática denomina sílabas átonas as mais fracas, que podem ser pretônicas ou postônicas dependendo de sua posição frente a sílaba tônica. Em uma palavra com mais de uma sílaba, portanto, haverá sempre uma com maior destaque fonético, a sílaba tônica. Entretanto, a ênfase em uma sílaba possui também regras impostas pela própria fala. Por maior que seja um vocábulo, há apenas três modos de emitir tonicidade: ênfase na última sílaba(oxítona), penúltima (paroxítona) ou antepenúltima (proparoxítona): OXÍTONAS: palavras que apresentam a última sílaba tônica, tais como jacaré, também, amor, rapaz. PAROXÍTONAS: Paroxítona significa literalmente, “ao lado da oxítona”, e são as palavras que possuem a penúltima sílaba tônica, como táxi, caráter, heroico, porta. Vale destacar que a língua portuguesa é basicamente paroxítona, devido à maior quantidade de palavras com essa carac- terística. PROPAROXÍTONAS: fenômeno menos comum, são as palavras que apresentam a antepenúltima sílaba tônica. Alguns exemplos de proparoxítonas: exército, pêndulo, quilômetro. A Língua Portuguesa também apresenta palavras com uma única sílaba, as quais chamamos de monossílabos. Estes são pronunciados com menor ou maior ênfase e, por isso, podem ser átonos ou tônicos: Monossílabos átonos: sãos os enunciados com menor intensidade e, por serem constituídos por uma única sílaba, são dependentes foneticamente da palavra a qual se apoiam, tornando-se praticamente uma sílaba da mesma. As preposições, conjunções, artigos e pronomes oblíquos átonos integram esse grupo. Vejamos as palavras “amá-lo”. O pronome oblíquo “lo” é átono e é acoplado foneticamente á palavra amar. Monossílabos tônicos: proferidos com maior ênfase, possuem independência fonética: má, mim, eu, tu, mar, céu. 1) OXÍTONAS: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o – seguidos ou não de “s”: sofás, crachás, jacarés, filé, purê, dominó, cipós, metrô…. ditongo nasal -ém, -éns: mantém, ninguém, parabéns, amém… ditongos abertos -ói, -éu, -éi, seguindo ou não de “s”: herói, troféu, fiéis. 2) PAROXÍTONAS: Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: r: ímpar, cadáver l : réptil, têxtil n: éden, hífen x – xérox, tórax ps – bíceps, fórceps ã, ãs, ão, ãos – órgão, órfã, órgãos um, uns, om, ons – álbum, fóruns, prótons us – vírus, bônus i, is, júri, tênis ei, eis – jóquei, jóquei As paroxítonas e os erros de prosódia Algumas palavras são acentuadas ou pronunciadas de maneira equivocada, não respeitando sua tonicidade. É o que chamamos de erros de entonação ou de prosódia, e que geralmente transformam paroxítonas em proparoxítonas: Correto Errado rubrica rúbrica LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 18 recorde récorde libido líbido pudico púdico filantropo filântropo 3) PROPAROXÍTONAS Por se tratar de um fenômeno mais raro de entonação das palavras, temos a tendência de pronunciar erroneamente as palavras com a antepenúltima sílaba tônica. Por isso mesmo todas as proparoxítonas devem ser acentuadas para evitar esse equívoco. Exemplos: xícara, úmido, colocávamos, término, lógico. Obs. Caso a vogal tônica for fechada ou nasal usa-se o acento circunflexo: côncavo, estômago, sonâmbulo. ACENTUAÇÃO DOS MONOSSÍLABOS: Acentuam-se os monossílabos terminados em: a, as: má, já, lá, cá, pás e, es: crê, vês, pé o, os: nós, nós, dó, pô-lo ACENTUAÇÃO DOS DITONGOS E A NOVA ORTOGRAFIA Segundo o Novo Acordo Ortográfico do Português, não são mais acentuados ditongos abertos em palavras paroxítonas: Como era Como é agora heróico heroico idéia ideia jibóia jiboia apóia apoia paranóico paranoico ACENTUAÇÃO DOS HIATOS Chamamos de hiato o encontro de duas vogais em uma palavra que, no entanto, não fazem parte da mesma sílaba. A maior parte dos hiatos não são acentuados, mas alguns levam acento para evitar erros de pronúncia. Acentuam-se as vogais “i” e “u” que formam hiato com a sílaba anterior: cafeína balaústre saúde saída saúva No entanto, há uma exceção. Não são acentuados os hiatos seguidos por dígrafo “nh”, tal como rainha, moinho, ruim, amendoim, ainda. Também evitamos acentuação em hiatos que não formam sílaba com letra diferente de “s”, como em juiz, cair, sair, contribuiu. Segundo o Novo Acordo Ortográfico do Português, não são mais acentuados os hiatos que vêm após ditongos: baiuca, feiura, bocaiuva. Também os “ôos” e “êes” não levam mais acento: enjoo, voo, creem, veem. EMPREGO do TIL O til [~] é um sinal e não um acento. No Português o til aparece sobre as vogais “a” e “o” para indicar nasalização, som que sai pela boca e nariz. Tal sinal não se sobrepõe em sílabas tônicas somente, podendo também estar em sílabas pretônicas ou átonas: Exemplos: órgão, órfã, balõezinhos… O ACENTO DIFERENCIAL Como o próprio nome diz, o acento diferencial tem como função marcar uma diferença. Há muitas palavras no português que são homógrafas, ou seja, que possuem a mesma grafia e, por isso, é necessário um sinal distintivo para que não surjam equívocos. Vejamos: a) Pôde – Pretérito perfeito do indicativo b) Pode – Presente do indicativo c) Pôr – Verbo Por – preposição É facultativo o uso do acento diferencial para distinguir as palavras forma e fôrma. Imagine a frase: qual a forma da fôrma de torta que você comprou? O Novo Acordo Ortográfico do Português aboliu alguns acentos diferenciais, tais como em pelo (preposição) e pêlo (substantivo), pára (verbos) e para (preposição): O pelo do gato está crescendo muito. Vá pelo caminho mais curto. Ele para para pensar. TREMA O trema, sinal de dois pontos usado sobre a letra “u”, era utilizado para marcar a pronúncia da vogal em palavras marcadas pelo encontro vocálico, tais como “lingüiça” e “freqüentar”. Entretanto, segundo a Nova Ortografia, não se deve mais usar essa marcação. A partir de agora as pala- vras são assim grafadas: Frequentar, linguiça, linguística, bilíngue, cinquenta, aguentar. EXERCÍCIOS LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 19 1. (EPCAR) Assinale a série em que todos os vocábulos devem receber acento gráfico: a) Troia, item, Venus b) hifen, estrategia, albuns c) apoio (subst.), reune, faisca d) nivel, orgão, tupi e) pode (pret. perf.), obte-las, tabu 1. (BB) Opção correta: a) eclípse b) juíz c) agôsto d) saída e) intúito 2. (BB) “Alem do trem, voces tem onibus, taxis e aviões”. a) 5 acentos b) 4 acentos c) 3 acentos d) 2 acentos e) 1 acento 3. (BB) Monossílabo tônico: a) o b) lhe c) e d) luz e) com 4. (BB) Leva acento: a) pêso b) pôde c) êste d) tôda e) cêdo 5. (BB) Não leva acento: a) atrai-la b) supo-la c) conduzi-la d) vende-la e) revista-la 6. (UF-PR) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos: a) paletó, avô, pajé, café, jiló b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis c) você, capilé, Paraná, lápis, régua d) amém, amável, filó, porém, além e) caí, aí, ímã, ipê, abricó GABARITO 1 – b 2 – d 3 – a 4 – d 5 – b 6 – c 7 - a LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 20 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DA CRASE A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais. Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo frequente. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos conferidos pelo padrãoformal que norteia a linguagem escrita. Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que exige complemento regido pela preposição “a”, e o temo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os exemplos a seguir: Refiro-me a(a) funcionária antiga, e não a(a)quela contratada recentemente. Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente. Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). A fim de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as circunstâncias em que se requer ou não o uso da crase, analisaremos: # O termo regente deve prescindir-se de complemento regido da preposição “a”, e o temo regido deve admitir o artigo feminino “a” (s): Exemplos: As informações foram solicitadas à diretora. (preposição + artigo) Nestas férias, faremos uma visita à Bahia. (preposição + artigo) Observação importante: Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles: a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a+o(s), a crase está confirmada. Exemplos: As informações foram solicitadas à diretora. As informações foram solicitadas ao diretor. b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Exemplos: Faremos uma visita à Bahia. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Não me esqueço da viagem a Roma. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos. Atenção: Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada. Exemplos: Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias. # A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição “a”. Exemplos: Entregamos a encomenda àquela menina. (preposição + pronome demonstrativo) Iremos àquela reunião. (preposição + pronome demonstrativo) Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) (preposição + pronome demonstrativo) # A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave: Exemplos: * locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade... * locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de... LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 21 * Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que. Casos passíveis de nota: * Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou instrumento. Exemplos: O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro) Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis) * Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos. Exemplos: Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) * Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”. Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância. Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada. Exemplo: O pedestre foi arremessado à distância de cem metros. - De modo a evitar o duplo sentido, faz- se necessário o emprego da crase. Exemplo: Ensino à distância. Ensino a distância. # Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase. Exemplo: Ela ficou frente a frente com o agressor. Casos em que não se admite o emprego da crase: # Antes de vocábulos masculinos. Exemplos: As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Esta caneta pertence a Pedro. # Antes de verbos no infinitivo. Exemplos: Ele estava a cantar quando seu pai apareceu repentinamente. No momento em que preparávamos para sair, começou a chover. # Antes de numeral. Exemplo: Chegou a cento e vinte o número de feridos daquele acidente. Observação: - Nos casos em que o numeral indicar horas, configurar-se-á como uma locução adverbial feminina, ocorrendo, portanto, a crase. Os passageiros partirão às dezenove horas. - Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser empregados sem o artigo. As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe. # Antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada. Exemplo: Chegamos todos exaustos a casa. Entretanto, se a palavra casa vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada. Chegamos todos exaustos à casa de Marcela. # Antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme. Exemplo: Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite. Contudo, se o referido termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá a crase. Paulo viajou rumo à sua terra natal. # Quando os pronomes indefinidos “alguma, certa e qualquer” estiverem subentendidos entre a preposição “a” e o substantivo, não ocorrerá a crase. Exemplo: Caso esteja certo, não se submeta a humilhação. (a qualquer humilhação) # Antes de pronomes que requerem o uso do artigo. Exemplos: Os livros foram entregues a mim. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 22 Dei a ela a merecida recompensa. Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição. Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ____________________________________________________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 23 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra, denominados de morfemas. São os seguintes os morfemas da Língua Portuguesa. Radical O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for modificada. Ex. falar, comer, dormir, casa, carro. Obs: Em se tratando de verbos, descobre- se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR. Vogal Temática Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence: • 1ª conjugação = Verbos terminados em AR. • 2ª conjugação = Verbos terminados em ER. • 3ª conjugação = Verbos terminados em IR. Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer. Nos substantivos e adjetivos, são as vogais A, E, I, O e U, no final da palavra, evitando que ela termine em consoante. Por exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro, urubu. * Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente. Tema É a junção do radical com a vogal temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a vogal temática - estuda, come, parti; em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No substantivo pasta, past é o radical, a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora, porque o radical é terminado pela vogal temática. Desinências É a terminação das palavras, flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de modificá-las. Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os adjetivos em gênero e número. Existem dois tipos de desinências: Desinências verbais Modo-temporais = indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais: -va- e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia. -ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira. -ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria. -sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse. Número-pessoais = indicam a pessoa e o número. São três os grupos das desinências númeropessoais. Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram. Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem. Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam. Desinências nominais de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora. de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por exemplo: cadeiras, pedras, águas. Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles: Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral. Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 24 Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro, canais. Formação das palavras Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição. São os seguintes os processos de formação de palavras: Derivação: Formação de novas palavras a partir de apenas um radical. Derivação Prefixal Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação. Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz. Derivação Sufixal Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer. Derivação Prefixal e Sufixal Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de prefixação e sufixação. Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer. Derivação Parassintética Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer. Obs.: A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e Sufixal e Derivação Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de envernizar: não existe a palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi formada por Parassíntese. Derivação Regressiva É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate. Derivação Imprópria É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: a palavra gelo é um substantivo, mas pode ser transformada em um adjetivo: camisa gelo. Composição Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais. Composição por justaposição Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais ponta e pé, obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre com mandachuva, passatempo, guarda-pó. Composição por aglutinação Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento do a. O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano alto). Hibridismo É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes. Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo,burocracia. Onomatopéia Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum, cricri, tiquetaque, pingue-pongue. Abreviação Vocabular Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematografia, cinema ou cine. Siglas As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma seqüência de palavras que constitui um nome: Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). Neologismo semântico Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal. Empréstimo linguístico É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu, "shopping center". LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 25 EXERCÍCIOS Estrutura e Formação de Palavras 1- Os elementos mórficos sublinhados estão corretamente classificados nos parênteses, exceto em: a) aluna (desinência de gênero); b) estudássemos (desinência modo- temporal); c) reanimava (desinência número-pessoal); d) deslealdade (sufixo); e) agitar (vogal temática). 2- Tendo em vista o processo de formação de palavras, não é exemplo de hibridismo: a) automóvel; b) sociologia; c) alcoômetro; d) burocracia; e) biblioteca. 3-(AL) Tendo em vista a estrutura das palavras, o elemento sublinhado está incorretamente classificado nos parênteses em: a) velha (desinência de gênero); b) legalidade (vogal de ligação); c) perdeu (tema); d) organizara (desinência modo-temporal); e) testemunhei (desinência número- pessoal). 4- O processo de formação da palavra sublinhada está incorretamente indicado nos parênteses em: a) Só não foi necessário o ataque porque a vitória estava garantida. (derivação parassintética); b) O castigo veio tão logo se receberam as notícias. (derivação regressiva); c) Foram muito infelizes as observações feitas durante o comício. (derivação prefixal); d) Diziam que o vendedor seria capaz de fugir. (derivação sufixal); e) O homem ficou boquiaberto com as nossas respostas. (composição por aglutinação). Polícia Rodoviária Federal 5- Tendo em vista o processo de formação de palavra, todos os vocábulos abaixo são parassintéticos, exceto: a) entardecer; b) despedaçar; c) emudecer; d) esfarelar; e) negociar. 6- É exemplo de palavra formada por derivação parassintética: a) pernalta; b) passatempo; c) pontiagudo; d) vidraceiro; e) anoitecer. 7- Todas as palavras abaixo são formadas por derivação, exceto: a) esburacar; b) pontiagudo; c) rouparia; d) ilegível; e) dissílabo. 8- "Achava natural que as gentilezas da esposa chegassem a cativar um homem". Os elementos constitutivos da forma verbal grifada estão analisados corretamente, exceto: a) CHEG - radical; b) A - vogal temática; c) CHEGA - tema; d) SSE - sufixo formador de verbo; e) M - desinência número-pessoal. 9- O elemento mórfico sublinhado não é desinência de gênero, que marca o feminino, em: a) tristonha; b) mestra; c) telefonema; d) perdedoras; e) loba. 10- A afirmativa a respeito do processo de formação de palavras não está correta em: a) Choro e castigo originaram-se de chorar e castigar, através de derivação regressiva; b) Esvoaçar é formada por derivação sufixal com sufixo verbal freqüentativo; c) O amanhã não pode ver ninguém bem. - a palavra sublinhada surgiu por derivação imprópria; d) Petróleo e hidrelétrico são formadas através de composição por aglutinação; e) Pólio, extra e moto são obtidas por redução. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 26 11- O processo de formação de palavras é o mesmo em: a) desfazer, remexer, a desocupação; b) dureza, carpinteiro, o trabalho; c) enterrado, desalmado, entortada; d) machado, arredondado, estragado; e) estragar, o olho, o sustento. 12- O processo de formação da palavra amaciar está corretamente indicado em: a) parassíntese; b) sufixação; c) prefixação; d) aglutinação; e) justaposição. 13- O processo de formação das palavras grifadas não está corretamente indicado em: a) As grandes decisões saem do Planalto. (composição por justaposição); b) Sinto saudades do meu bisavô. (derivação prefixal); c) A pesca da baleia deveria ser proibida. (derivação regressiva); d) Procuremos regularmente o dentista. (derivação sufixal); e) As dificuldades de hoje tornam o homem desalmado. (derivação parassintética). 14- O processo de formação de palavras está indicado corretamente em: a) Barbeado: derivação prefixal e sufixal; Polícia Rodoviária Federal Apostila de Português para Concursos 43 b) Desconexo: derivação prefixal; c) Enrijecer: derivação sufixal; d) Passatempo: composição por aglutinação; e) Pernilongo: composição por justaposição. 15- Apenas um dos itens abaixo contém palavra que não é formada por prefixação. Assinale-o: a) anômalo e analfabeto; b) átono e acéfalo; c) ateu e anarquia; d) anônimo e anêmico; e) anidro e alma. 16- Em que alternativa a palavra grifada resulta em derivação imprópria? a) "De repente, do riso fez-se o pranto / Silencioso e branco como a bruma / E das bocas fez- se a espuma / E das mãos espalmadas fez-se o espanto." (Vinícius de Moraes); b) "Agora, o cheiro áspero das flores / leva- me os olhos por dentro de suas pétalas."(Cecília Meireles); c) "Um gosto de amora / Comida com sal. A vida / Chamava-se "Agora"." (Guilherme de Almeida); d) "A saudade abraçou-me, tão sincera, / soluçando no adeus de nunca mais. / A ambição de olhar verde, junto ao cais, / me disse: vai que eu fico à tua espera." (Cassiano Ricardo). 17- Marque a opção em que todas as palavras possuem um mesmo radical: a) batista - batismo - batistério - batisfera - batiscafo; b) triforme - triângulo - tricologia - tricípite - triglota; c) poligamia - poliglota - polígono - política - polinésio; d) operário - opereta - opúsculo - obra - operação; e) gineceu - ginecologia - ginecofobia - ginostênio - gimnosperma. 18- Com relação ao seguinte poema, é CORRETO afirmar que: Neologismo "Beijo pouco, falo menos ainda. / Mas invento palavras / Que traduzem a ternura mais funda / E mais cotidiana. / Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. / Intransitivo: / Teadoro, Teodora." (Manuel Bandeira) a) o verbo "teadorar" e o substantivo próprio "Teodora" são palavras cognatas, pois possuem o mesmo radical; b) as classes das palavras que compõem a estrutura do vocábulo "teadorar" são pronome e verbo; c) o verbo "teadorar", por se tratar de um neologismo, não possui morfemas; d) a vogal temática dos verbos "beijo", "falo", "invento" e "teadoro" é a mesma, ou seja, "o". 19- Está INCORRETO afirmar que: a) malcheiroso é formada por prefixação e sufixação; b) televisão é formada por prefixação que significa ao longe; c) folhagem é formada por derivação sufixal que significa noção coletiva; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 27 d) em amado e malcheiroso, ambos os sufixos significam provido ou cheio de. 20- Farejando apresenta em sua estrutura: a) radical farej - vogal temática a - tema fareja - desinência ndo; b) radicalfar - tema farej - vogal temática e - desinência ndo; c) radical fareja - vogal temática a - sufixo ndo; d) tema farej - radical fareja - sufixo ndo. Respostas 1- C 2- E 3- C 4- A 5- E 6- E 7- B 8- D 9- C 10- B 11- C 12-A 13- A 14- B 15- E 16- D 17- D 18-B 19- B 20- A ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 28 As classes das palavras variáveis e invariáveis e seus conceitos, classificação, flexão e emprego; Consultando a gramática, descobrimos que dentre as partes que a constituem há uma que, por excelência, permite-nos tornar conhecedores da forma como se estruturam as palavras, levando em conta aspectos específicos, como é caso das flexões, por exemplo. Estamos fazendo referência à morfologia, obviamente, aquela responsável por nos apresentar acerca das dez classes gramaticais. Em se tratando delas, das classes gramaticais, um dos aspectos que lhes são inerentes diz respeito à flexão e não flexão das palavras, que, por sua vez, traduz os nossos objetivos ao travar essa importante discussão, por isso, iremos falar um pouco mais acerca das palavras variáveis e das palavras invariáveis. Cabe, portanto, ressaltar que as palavras variáveis são aquelas que sofrem variações em sua forma, o que resulta nas chamadas desinências nominais de gênero e de número, bem como nas desinências verbais, de modo, tempo, número e pessoa. Assim, ao revelarmos acerca das desinências nominais, já que estamos fazendo referência à morfologia, equivale afirmar que elas se aplicam às classes gramaticais representadas pelo substantivo, artigo, adjetivo, pronome e numeral, haja vista que se classificam, gramaticalmente dizendo, como nomes. Dessa forma, nada melhor que analisarmos alguns exemplos, tornando nosso aprendizado ainda mais efetivo: Ele é um menino esperto – gênero masculino, o que nos permite concluir que há a ausência de desinência. Ela é uma garota esperta – Constatamos agora o gênero feminino e a desinência “a”. Mário é um rapaz educado – Em se tratando do número, afirmamos ser tal elemento demarcado no singular, bem como constatamos a ausência de desinência. Eles são uns rapazes educados – constatamos se tratar de um número plural associado à presença da desinência “s”. Agora, referindo-nos às desinências verbais, constata-se que elas são representadas pelas desinências de modo e tempo (DMT) e pelas desinências de número e pessoa (DNP). Observemos então o exemplo que segue: Estávamos com muita saudade de todos vocês. Assim, infere-se que: - va – DMT - desinência modo-temporal indicando o pretérito imperfeito do modo indicativo. - mos – DNP – desinência número-pessoal indicando a primeira pessoa do plural (nós). Diante de tais elucidações, afirmamos que elas se aplicam às chamadas palavras variáveis. Para completar nossos estudos acerca do caso em questão cumpre afirmar que palavras invariáveis, como nos revela o próprio nome, são aquelas que não sofrem flexão nenhuma, demarcadas pelos advérbios, preposições, conjunções e interjeições. CLASSES DE PALAVRAS CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO: As palavras são classificadas de acordo com as funções exercidas nas orações. Na língua portuguesa podemos classificar as palavras em: Substantivo Adjetivo Pronome Verbo Artigo Numeral Advérbio Preposição Interjeição Conjunção SUBSTANTIVO: É a palavra variável que denomina qualidades, sentimentos, sensações, ações, estados e seres em geral. Quanto a sua formação, o substantivo pode ser primitivo (jornal) ou derivado (jornalista), simples (alface) ou composto (guarda-chuva). Já quanto a sua classificação, ele pode ser comum (cidade) ou próprio (Curitiba), concreto (mesa) ou abstrato (felicidade). Os substantivos concretos designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tal: alma, fada, santo. Já os substantivos abstratos designam qualidade, sentimento, ação e estado dos seres: beleza, cegueira, dor, fuga. Os substantivos próprios são sempre concretos e devem ser grafados com iniciais maiúsculas. Certos substantivos próprios podem tornar-se comuns, pelo processo de derivação imprópria (um judas = traidor / um panamá = chapéu). LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 29 Os substantivos abstratos têm existência independente e podem ser reais ou não, materiais ou não. Quando esses substantivos abstratos são de qualidade tornam-se concretos no plural (riqueza X riquezas). Muitos substantivos podem ser variavelmente abstratos ou concretos, conforme o sentido em que se empregam (a redação das leis requer clareza / na redação do aluno, assinalei vários erros). Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser: biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. (rato, rata ou conde X condessa). uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos em: epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) - albatroz, badejo, besouro, codorniz; comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos por palavras determinantes - aborígine, camarada, herege, manequim, mártir, médium, silvícola; sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos - algoz, apóstolo, cônjuge, guia, testemunha, verdugo; Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. (o cisma X a cisma / o corneta X a corneta / o crisma X a crisma / o cura X a cura / o guia X a guia / o lente X a lente / o língua X a língua / o moral X a moral / o maria-fumaça X a maria-fumaça / o voga X a voga). Os nomes terminados em -ão fazem feminino em -ã, -oa ou -ona (alemã, leoa, valentona). Os nomesterminados em -e mudam-no para -a, entretanto a maioria é invariável (monge X monja, infante X infanta, mas o/a dirigente, o/a estudante). Quanto ao número (singular X plural), os substantivos simples formam o plural em função do final da palavra. vogal ou ditongo (exceto -ÃO): acréscimo de -S (porta X portas, troféu X troféus); ditongo -ÃO: -ÕES / -ÃES / -ÃOS, variando em cada palavra (pagãos, cidadãos, cortesãos, escrivães, sacristães, capitães, capelães, tabeliães, deães, faisães, guardiães). Os substantivos paroxítonos terminados em -ão fazem plural em -ãos (bênçãos, órfãos, gólfãos). Alguns gramáticos registram artesão (artífice) - artesãos e artesão (adorno arquitetônico) - artesões. -EM, -IM, -OM, -UM: acréscimo de - NS (jardim X jardins); -R ou -Z: -ES (mar X mares, raiz X raízes); -S: substantivos oxítonos acréscimo de -ES (país X países). Os não-oxítonos terminados em -S são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus), cais, cós e xis são invariáveis; -N: -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen X hifens ou hífenes), cânon > cânones; -X: invariável, usando o artigo para o plural (tórax X os tórax); -AL, EL, OL, UL: troca-se -L por -IS (animal X animais, barril X barris). Exceto mal por males, cônsul por cônsules, real (moeda) por réis, mel por méis ou meles; IL: se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -IL por -EIS. (til X tis, míssil X mísseis). Observação: réptil / reptil por répteis / reptis, projétil / projetil por projéteis / projetis; sufixo diminutivo -ZINHO(A) / -ZITO(A): colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e acrescentar o sufixo diminutivo (caezitos, coroneizinhos, mulherezinhas). Observação: palavras com esses sufixos não recebem acento gráfico. metafonia: -o tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também variando em função da palavra. (ovo X ovos, mas bolo X bolos). Observação: avôs (avô paterno + avô materno), avós (avó + avó ou avô + avó). Os substantivos podem apresentar diferentes graus, porém grau não é uma flexão nominal. São três graus: normal, aumentativo e diminutivo e podem ser formados através de dois processos: analítico: associando os adjetivos (grande ou pequeno, ou similar) ao substantivo; sintético: anexando-se ao substantivo sufixos indicadores de grau (meninão X menininho). Certos substantivos, apesar da forma, não expressam a noção aumentativa ou diminutiva. (cartão, cartilha). alguns sufixos aumentativo: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, -eirão, -alhão, -arão, -arrão, -zarrão; alguns sufixos diminutivo: -ito, -ulo-, -culo, - ote, -ola, -im, -elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafezinho, paizinho); O aumentativo pode exprimir desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade (amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (filhinho) ou ter valor pejorativo (livreco, casebre). Algumas curiosidades sobre os substantivos: LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 30 Palavras masculinas: ágape (refeição dos primitivos cristãos); anátema (excomungação); axioma (premissa verdadeira); caudal (cachoeira); carcinoma (tumor maligno); champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante); diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno); herpes, hosana (hino); jângal (floresta da Índia); lhama, praça (soldado raso); praça (soldado raso); proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante); suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante); teiró (parte de arma de fogo ou arado); telefonema, trema, vau (trecho raso do rio). Palavras femininas: abusão (engano); alcíone (ave doa antigos); aluvião, araquã (ave); áspide (reptil peçonhento); baitaca (ave); cataplasma, cal, clâmide (manto grego); cólera (doença); derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto); filoxera (inseto e doença); gênese, guriatã (ave); hélice (FeM classificam como gênero vacilante); jaçanã (ave); juriti (tipo de aves); libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino); sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa); usucapião (FeM classificam como gênero vacilante); xerox (cópia). Gênero vacilante: acauã (falcão); inambu (ave); laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino); víspora. Alguns femininos: abade - abadessa; abegão (feitor) - abegoa; alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina; aldeão - aldeã; anfitrião - anfitrioa, anfitriã; beirão (natural da Beira) - beiroa; besuntão (porcalhão) - besuntona; bonachão - bonachona; bretão - bretoa, bretã; cantador - cantadeira; cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz; castelão (dono do castelo) - castelã; catalão - catalã; cavaleiro - cavaleira, amazona; charlatão - charlatã; coimbrão - coimbrã; cônsul - consulesa; comarcão - comarcã; cônego - canonisa; czar - czarina; deus - deusa, déia; diácono (clérigo) - diaconisa; doge (antigo magistrado) - dogesa; druida - druidesa; elefante - elefanta e aliá (Ceilão); embaixador - embaixadora e embaixatriz; ermitão - ermitoa, ermitã; faisão - faisoa (Cegalla), faisã; hortelão (trata da horta) - horteloa; javali - javalina; ladrão - ladra, ladroa, ladrona; felá (camponês) - felaína; flâmine (antigo sacerdote) - flamínica; frade - freira; frei - sóror; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 31 gigante - giganta; grou - grua; lebrão - lebre; maestro - maestrina; maganão (malicioso) - magana; melro - mélroa; mocetão - mocetona; oficial - oficiala; padre - madre; papa - papisa; pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja; parvo - párvoa; peão - peã, peona; perdigão - perdiz; prior - prioresa, priora; mu ou mulo - mula; rajá - rani; rapaz - rapariga; rascão (desleixado) - rascoa; sandeu - sandia; sintrão - sintrã; sultão - sultana; tabaréu - tabaroa; varão - matrona, mulher; veado - veada; vilão - viloa, vilã. Substantivos em -ÃO e seus plurais: alão - alões, alãos, alães; aldeão - aldeãos, aldeões; capelão - capelães; castelão - castelãos, castelões; cidadão - cidadãos; cortesão - cortesãos; ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; escrivão - escrivães; folião - foliões; hortelão - hortelões, hortelãos; pagão - pagãos; sacristão - sacristães; tabelião - tabeliães; tecelão - tecelões; verão - verãos, verões; vilão - vilões, vilãos; vulcão - vulcões, vulcãos. Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural: abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo, socorro, tijolo, toco, torno, torto, troco. Substantivos só usados no plural: anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes. Coletivos: alavão - ovelhas leiteiras; armento - gado grande (búfalos, elefantes); assembléia (parlamentares, membros de associações); atilho - espigas; baixela - utensílios de mesa; banca - de examinadores, advogados; bandeira - garimpeiros,exploradores de minérios; bando - aves, ciganos, crianças, salteadores; boana - peixes miúdos; cabido - cônegos (conselheiros de bispo); cáfila - camelos; cainçalha - cães; cambada - caranguejos, malvados, chaves; cancioneiro - poesias, canções; caterva - desordeiros, vadios; choldra, joldra - assassinos, malfeitores; chusma - populares, criados; conselho - vereadores, diretores, juízes militares; conciliábulo - feiticeiros, conspiradores; concílio - bispos; canzoada - cães; conclave - cardeais; congregação - professores, religiosos; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 32 consistório - cardeais; fato - cabras; feixe - capim, lenha; junta - bois, médicos, credores, examinadores; girândola - foguetes, fogos de artifício; grei - gado miúdo, políticos; hemeroteca - jornais, revistas; legião - anjos, soldados, demônios; malta - desordeiros; matula - desordeiros, vagabundos; miríade - estrelas, insetos; nuvem - gafanhotos, pó; panapaná - borboletas migratórias; penca - bananas, chaves; récua - cavalgaduras (bestas de carga); renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas; réstia - alho, cebola; ror - grande quantidade de coisas; súcia - pessoas desonestas, patifes; talha -lenha; tertúlia - amigos, intelectuais; tropilha - cavalos; vara - porcos. Substantivos compostos: Os substantivos compostos formam o plural da seguinte maneira: sem hífen formam o plural como os simples (pontapé/pontapés); caso não haja caso específico, verifica-se a variabilidade das palavras que compõem o substantivo para pluralizá-los. São palavras variáveis: substantivo, adjetivo, numeral, pronomes, particípio. São palavras invariáveis: verbo, preposição, advérbio, prefixo; em elementos repetidos, muito parecidos ou onomatopaicos, só o segundo vai para o plural (tico-ticos, tique-taques, corre-corres, pingue- pongues); com elementos ligados por preposição, apenas o primeiro se flexiona (pés-de-moleque); são invariáveis os elementos grão, grã e bel (grão-duques, grã-cruzes, bel-prazeres); só variará o primeiro elemento nos compostos formados por dois substantivos, onde o segundo limita o primeiro elemento, indicando tipo, semelhança ou finalidade deste (sambas-enredo, bananas-maçã) nenhum dos elementos vai para o plural se formado por verbos de sentidos opostos e frases substantivas (os leva-e-traz, os bota-fora, os pisa- mansinho, os bota-abaixo, os louva-a-Deus, os ganha-pouco, os diz-que-me-diz); compostos cujo segundo elemento já está no plural não variam (os troca-tintas, os salta-pocinhas, os espirra-canivetes); palavra guarda, se fizer referência a pessoa varia por ser substantivo. Caso represente o verbo guardar, não pode variar (guardas-noturnos, guarda- chuvas). ADJETIVO: É a palavra variável que restringe a significação do substantivo, indicando qualidades e características deste. Mantém com o substantivo que determina relação de concordância de gênero e número. adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas por alagoano). Podem ser simples ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro). locuções adjetivas: expressões formadas por preposição e substantivo e com significado equivalente a adjetivos (anel de prata = anel argênteo / andar de cima = andar superior / estar com fome = estar faminto). São adjetivos eruditos: açúcar - sacarino; águia - aquilino; anel - anular; astro - sideral; bexiga - vesical; bispo - episcopal; cabeça - cefálico; chumbo - plúmbeo; chuva - pluvial; cinza - cinéreo; cobra - colubrino, ofídico; dinheiro - pecuniário; estômago - gástrico; fábrica - fabril; fígado - hepático; fogo - ígneo; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 33 guerra - bélico; homem - viril; inverno - hibernal; lago - lacustre; lebre - leporino; lobo - lupino; marfim - ebúrneo, ebóreo; memória - mnemônico; moeda - monetário, numismático; neve - níveo; pedra - pétreo; prata - argênteo, argentino, argírico; raposa - vulpino; rio - fluvial, potâmico; rocha - rupestre; sonho - onírico; sul - meridional, austral; tarde - vespertino; velho, velhice - senil; vidro - vítreo, hialino. Quanto à variação dos adjetivos, eles apresentam as seguintes características: O gênero é uniforme ou biforme (inteligente X honesto[a]). Quanto ao gênero, não se diz que um adjetivo é masculino ou feminino, e sim que tem terminação masculina ou feminina. No tocante a número, os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos princípios dos substantivos simples, em função de sua terminação (agradável X agradáveis). Já os substantivos utilizados como adjetivos ficam invariáveis (blusas cinza). Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -o, num processo de metafonia. Quanto ao grau, os adjetivos apresentam duas formas: comparativo e superlativo. O grau comparativo refere-se a uma mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade: tão alto quanto (como / quão); de superioridade: mais alto (do) que (analítico) / maior (do) que (sintético) e de inferioridade: menos alto (do) que. O grau superlativo exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso. O superlativo pode ser classificado como absoluto, quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser analítico (acréscimo de advérbio de intensidade) ou sintético (-íssimo, - érrimo, -ílimo). (muito alto X altíssimo) O superlativo pode ser também relativo, qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros elementos. Pode ser de superioridade analítico (o mais alto de/dentre), de superioridade sintético (o maior de/dentre) ou de inferioridade (o menos alto de/dentre). São superlativos absolutos sintéticos eruditos da língua portuguesa: acre - acérrimo; alto - supremo, sumo; amável - amabilíssimo; amigo - amicíssimo; baixo - ínfimo; cruel - crudelíssimo; doce - dulcíssimo; dócil - docílimo; fiel - fidelíssimo; frio - frigidíssimo; humilde - humílimo; livre - libérrimo; magro - macérrimo; mísero - misérrimo; negro - nigérrimo; pobre - paupérrimo; sábio - sapientíssimo; sagrado - sacratíssimo; são - saníssimo; veloz - velocíssimo. Os adjetivos compostos formam o plural da seguinte forma: têm como regra geral, flexionar o último elemento em gênero e número (lentes côncavo- convexas, problemas sócio-econômicos); são invariáveis cores em que o segundo elemento é um substantivo (blusas azul-turquesa, bolsas branco- gelo); não variam as locuções adjetivas formadas pela expressão cor-de-... (vestidos cor-de-rosa); as cores: azul-celeste e azul-marinho são invariáveis; em surdo-mudo flexionam-se os dois elementos. PRONOME: É palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 34 A diferença entre pronome substantivo e pronome adjetivo pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Assim, o pronome substantivo é aquele que substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro). Já o pronome adjetivo é aquele que acompanhaum substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo). Os pronomes pessoais são sempre substantivos. Quanto às pessoas do discurso, a língua portuguesa apresenta três pessoas: 1ª pessoa - aquele que fala, emissor; 2ª pessoa - aquele com quem se fala, receptor; 3ª pessoa - aquele de que ou de quem se fala, referente. Pronome pessoal: Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe). A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal: Pronomes pessoais Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos Átonos Tônicos singular primeira segunda terceira eu tu ele, ela me te o, a, lhe, se mim, comigo ti, contigo ele, ela, si, consigo plural primeira segunda terceira nós vós eles, elas nos vos os, as, lhes, se nós, conosco vós, convosco eles, elas, si, consigo Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento. Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome. Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita. Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição; enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições a ou para (não expressas). Apesar de serem usadas pouco, as formas mo, to, no-lo, vo-lo, lho e flexões resultam da fusão de dois objetos, representados por pronomes oblíquos (Ninguém mo disse = ninguém o disse a mim). Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal. Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto ao verbo fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando). A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para a 3ª pessoa. Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S. Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer). Os pronomes acompanhados de só ou todos, ou seguido de numeral, assumem forma reta e podem funcionar como objeto direto (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles). Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco. As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e usados para a 3ª pessoa. Já conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios, numeral ou oração adjetiva). LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 35 Os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus). Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui). Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns átonos são partes integrantes de verbos como suicidar-se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se. Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva (Não me venha com essa). Pronome possessivo: Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída. São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas: 1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s); 2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s); 3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s). Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase. O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos). Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor. Pronome demonstrativo: Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como substitutos de substantivos. As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo. Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira: uso dêitico, indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá); uso dêitico, indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago); uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito - este (novo enunciado) e esse (retoma informação); o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence); tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo a que se refere e equivalente a "aquele", "idêntico" (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as negociações / Não brigue por semelhante causa); mesmo e próprio são demonstrativos, se precedidos de artigo, quando significarem "idêntico", "igual" ou "exato". Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries); como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências, respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma / ou: esta calma e aquele amedrontado); pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo / Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco); podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite); nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela entrou triunfante - nisso = advérbio). Pronome relativo: Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente) e introduz uma oração dependente, adjetiva. Os pronome nomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira: mento, armamentomes relativos são: que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).Os relativos são chamados relativos indefinidos quando são empregados sem antecedente expresso (Quem espera sempre alcança / Fez quanto pôde). Quanto ao emprego, observa-se que os relativos são usados quando: LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 36 o antecedente do relativo pode ser demonstrativo o (a/s) (O Brasil divide-se entre os que lêem ou não); como relativo, quanto refere-se ao antecedente tudo ou todo (Ouvia tudo quanto me interessava) quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados expressos; quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição; cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente. Ele tem sempre valor adjetivo e não pode ser acompanhado de artigo. Pronome indefinido: Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação. São pronomes indefinidos de: pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem; lugares: onde, algures, alhures, nenhures; pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada. Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para: algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema); cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma); alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários) bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação (Isso é bastante para mim); o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"; o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje); o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje); existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc. todo com valor indefinido antecede o substantivo, sem artigo (Toda cidade parou para ver a banda ≠ Toda a cidade parou para ver a banda). Pronome interrogativo: São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou). Alguns interrogativos podem ser adverbiais (Quando voltarão? / Onde encontrá-los? / Como foi tudo?). Verbo: É a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da natureza. Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classificação: regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação; irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar - estou/estão); Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir. defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos; abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito); auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos tempos compostos e locuções verbais; certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes deles. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 37 Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-se etc.); formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós cantaríamos). Quanto à flexão verbal, temos: número: singular ou plural; pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª; tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo, o presente; voz: ativa, passiva e reflexiva; modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou pedido). As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função exclusivamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime. Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes valores: presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se fala; presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em que se fala; pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída no passado; pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado; pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada; futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época vindoura; futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um momento passado; futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num momento ou época futura; Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos simples podem ser primitivos (presente e pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados: São derivados do presente do indicativo: pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente + VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª conj.) + Desinência número pessoal (DNP); presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do presente + E (1ª conj.) ou A (2ª e 3ª conj.) + DNP; Os verbos em -ear têm duplo "e" em vez de "ei" na 1ª pessoa do plural (passeio, mas passeemos). imperativo negativo (todo derivado do presente do subjuntivo) e imperativo afirmativo (as 2ª pessoas vêm do presente do indicativo sem S, as demais também vêm do presente do subjuntivo). São derivados do pretérito perfeito do indicativo: pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do perfeito + RA + DNP; pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito + SSE + DNP; futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP. São derivados do infinitivo impessoal: futurodo presente do indicativo: TEMA do infinitivo + RA + DNP; futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP; infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES - 2ª pessoa, -MOS, -DES, -EM) gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO; particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal temática (VT) e R + ADO (1ª conjugação) ou IDO (2ª e 3ª conjugação). Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa constituem-se dos verbos auxiliares TER ou HAVER + particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal. No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira: pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado]; pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado); futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do VP (Terei falado); LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 38 futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do VP (Teria falado). No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira: pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha falado); pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado); futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver falado). Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira: infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres falado); gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do VP (Tendo falado). O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o imperfeito na forma simples e o perfeito e o mais-que-perfeito nas formas compostas. Não há presente composto nem pretérito imperfeito composto Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz: ativa: sujeito é agente da ação verbal; passiva: sujeito é paciente da ação verbal; A voz passiva pode ser analítica ou sintética: analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal; sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora); reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do verbo); Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal). Alguns verbos da língua portuguesa apresentam problemas de conjugação. A seguir temos uma lista, seguida de comentários sobre essas dificuldades de conjugação. Abolir (defectivo) - não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, por isso não possui presente do subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir, delinqüir, demolir, descomedir-se, emergir, exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir) Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do indicativo - com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plural no presente do indicativo Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir, ferir, sugerir) Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo - ajo, ages... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transigir, urgir) Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., - pretérito perfeito do indicativo - agüei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar, minguar) Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo, aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo - aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram Argüir (irregular com alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - arguo (ú), argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem - pretérito perfeito - argüi, argüiste... (com trema) Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio, atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair, cair, distrair, sair, subtrair) Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir, destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir) Averiguar (alternância vocálica o/u) - presente do indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito perfeito - averigüei, averiguaste... - presente do subjuntivo - averigúe, averigúes, averigúe... (= apaziguar) Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo - ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam pronúncia aberta: estréio, estréia...) Coar (irregular) - presente do indicativo - côo, côas, côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste, coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (regular) - presente do indicativo - comercio, comercias... - pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar , exceto os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar) LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 39 Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito indicativo - compeli, compeliste... Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo, compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo - compilei, compilaste... Construir (irregular e abundante) - presente do indicativo - construo, constróis (ou construis), constrói (ou construi), construímos, construís, constroem (ou construem) - pretérito perfeito indicativo - construí, construíste... Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês, crê, cremos, credes, crêem - pretérito perfeito indicativo - cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito indicativo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis - pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-se, remir, renhir) Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi, frigiste... Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai, vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui, foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades, vão Jazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes... - pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu... Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam - pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... / Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas... - pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste... Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo - pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir (alternância vocálica e/i)- presente do indicativo - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito indicativo - poli, poliste... Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do indicativo - precavemo-nos, precaveis- vos - pretérito perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover (irregular) - presente do indicativo - provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem - pretérito perfeito indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo) - presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais com a letra v) Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos, remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste... Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro, requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri, requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo regular) Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri, rimos, rides, riem - pretérito perfeito indicativo - ri, riste... (= sorrir) Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo - saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei, saudaste... Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua... - pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, sou... (= atuar, continuar, habituar, individuar, recuar, situar) Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales, vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu... Também merecem atenção os seguintes verbos irregulares: Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se, precaver-se Caber presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem; presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam; pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam; pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem; futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem. Dar presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão; presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem; pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu, demos, destes, deram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram; pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 40 futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes, derem. Dizer presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem; presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos, digais, digam; pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram; futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.; futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.; pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem; futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem; Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer, contradizer, desdizer, maldizer, predizer. Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: dito, bendito, contradito, etc. Estar presente do indicativo: estou, estás, está, estamos, estais, estão; presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam; pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes, estiveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem; futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem; Fazer presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos, façais, façam; pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem; futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem. Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer. Os particípios desse verbo e seus derivados são irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc. Haver presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis, hão; presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam; pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem; futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem. Ir presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão; presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão; pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem. Poder presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem; presente do subjuntivo: possa, possas, possa, possamos, possais, possam; pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 41 pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem; futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem. Pôr presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem; presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham; pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham; pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram; pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem; futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem. Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse modelo: antepor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor, pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor são alguns deles. Querer presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem; presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram; pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram; pretérito imperfeito do subjuntivo:quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem; futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem; Saber presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem; presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam; pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam; pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem; futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem. Ser presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são; presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam; pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era, éramos, éreis, eram; pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram; pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem; futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes, forem. As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu) e sede (vós). Ter presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm; presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham; pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham; pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram; pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem; futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem. Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter, manter, reter. Trazer presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem; presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam; pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram; LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 42 pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram; futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.; futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.; pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem; futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem. Ver presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem; presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam; pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram; pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem; futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. Seguem esse modelo os derivados antever, entrever, prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no presente do indicativo e seus tempos derivados; nos demais tempos, comporta- se como um verbo regular da segunda conjugação. Vir presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; presente do subjuntivo: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham; pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham; pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram; pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram; pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem; futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem; particípio e gerúndio: vindo. Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se, intervir, provir, sobrevir. O emprego do infinitivo não obedece a regras bem definidas. O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, o pessoal refere-se às pessoas do discurso, dependendo do contexto. Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for necessário dar à frase maior clareza e ênfase. Usa-se o impessoal: sem referência a nenhum sujeito: É proibido fumar na sala; nas locuções verbais: Devemos avaliar a sua situação; quando o infinitivo exerce função de complemento de adjetivos: É um problema fácil de solucionar; quando o infinitivo possui valor de imperativo - Ele respondeu: "Marchar!" Usa-se o pessoal: quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito da oração principal: Eu não te culpo por saíres daqui; quando, por meio de flexão, se quer realçar ou identificar a pessoa do sujeito: Foi um erro responderes dessa maneira; quando queremos determinar o sujeito (usa- se a 3ª pessoa do plural): - Escutei baterem à porta. Exercícios 1. A forma correta do verbo submeter-se, na 1a. pessoa do plural do imperativo afirmativo é: a) submetamo-nos b) submeta-se c) submete-te d) submetei-vos 2. __________ mesmo que és capaz de vencer; __________ e não __________ . a) Mostra a ti – decide-te – desanime b) Mostre a ti – decida-te – desanimes c) Mostra a ti – decida-te – desanimes d) Mostra a ti – decide-te – desanimes 3. Depois que o sol se __________, haverão de __________ as atividades. a) pôr – suspender b) por – suspenderem c) puser – suspender d) puser – suspenderem 4. Não se deixe dominar pela solidão. __________ a vida que há nas formas da natureza, __________ atenção à transbordante linguagem das coisas e __________ o mundo pelo qual transita distraído. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 43 a) Descobre – presta – vê b) Descubra – presta – vê c) Descubra – preste – veja d) Descubra – presta – veja 5. Se __________ a interferência do Ministro nos programas de televisão e se ele __________, não ocorreriam certos abusos. a) requerêssemos – interviesse b) requiséssemos – interviesse c) requerêssemos – intervisse d) requizéssemos – interviesse 6. Se __________ o livro, não __________ com ele; __________ onde combinamos. a) reouveres – fiques – põe-no b) reouveres – fiques – põe-lo c) reaveres – fica – ponha-o d) reaveres fique – ponha-o 7. Se eles __________ suas razões e __________ suas teses, não os __________ . a) expuserem – mantiverem – censura b) expuserem – mantiverem – censures c) exporem – manterem – censures d) exporem – manterem – censura 8. Se o __________ por perto, __________; ele __________ o esforço construtivo de qualquer pessoa. a) veres – precavenha-se – obstrue b) vires – precavém-te – obstrui c) veres – acautela-te – obstrui d) vires – acautela-te – obstrui 9. Se ele se __________ em sua exposição, __________ bem. Não te __________. a) deter – ouça-lhe – precipites b) deter – ouve-lhe – precipita c) detiver – ouve-o precipita d) detiver – ouve-o -precipites 10. Os habitantes da ilha acreditam que, quando Jesus __________ e __________ todos em paz, haverá de abençoá-los. a) vier – os ver b) vir – os ver c) vier – os vir d) vier – lhes vir 11. Os pais ainda __________ certos princípios, mas os filhos já não __________ neles e __________ de sua orientação. a) mantém – crêem – divergem b) mantêem – crêem – divergem c) mantêm – crêem – divergem d) mantém – crêem – divirgem 12. Se todas as pessoas __________ boas relações e __________ as amizades, viveriam mais felizes. a) mantivessem – refizessem b) mantivessem– refazessem c) mantiverem – refizerem d) mantessem – refizessem 13. __________ graves problemas que o __________, durante vários anos, no porto, e impediram que __________ , em tempo devido, sua promoção. a) sobreviram – deteram – requeresse b) sobreviram – detiveram – requisesse c) sobrevieram – detiveram – requisesse d) sobrevieram – detiveram – requeresse 14. Eu não __________ a desobediência, embora ela me _________, portanto, não __________ comigo. a) premio – favoreça – contes b) premio – favorece – conta c) premio – favoreça – conta d) premeio – favoreça – contas 15. Se ao menos ele __________ a confusão que aquilo ia dar! Mas não pensou, não se __________, e __________ na briga que não era sua. a) prevesse – continha – interveio b) previsse – conteve – interveio c) prevesse – continha – interviu d) previsse – conteve – interviu 16. A locução verbal que constitui voz passiva analítica é: a) Vais fazer essa operação? b) Você teria realizado tal cirurgia? c) Realizou-se logo a intervenção. d) A operação foi realizada logo. 17. O seguinte período apresenta uma forma verbal na voz passiva: “as pessoas comprometidas com a corrupção deveriam ser punidas de forma mais LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 44 rigorosa”. Qual a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente? a) deveria punir b) puniria c) puniriam d) deveriam punir 18. A oração “o alarma tinha sido disparado pelo guarda” está na voz passiva. Assinale a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente. a) disparara b) fora disparado c) tinham disparado d) tinha disparado 19. A oração “o engenheiro podia controlar todos os empregados da estação ferroviária” está na voz ativa. Assinale a forma verbal passiva correspondente. a) podiam ser controlados b) seriam controlados c) podia ser controlado d) controlavam-se 20. Assinale a oração que não tem condições de ser transformada em passiva. a) As novelas substituíram os folhetins do passado b) O diretor reuniu para esta novela um elenco especial c) Alguns episódios estão mexendo com as emoções do público d) O autor extrai alguns detalhes do personagem de pessoas conhecidas * Instruções para as questões subsequentes: Passe a frase dada, se for ativa, para a voz passiva, e vice-versa. Assinale a alternativa que, feita a transformação, substitui corretamente a forma verbal grifada, sem que haja mudança de tempo e modo verbais. 21. Não se faz mais nada como antigamente. a) é feito b) têm feito c) foi feito d) fazem 22. Saí de lá com a certeza de que os livros me seriam enviados por ele, sem falta, na data marcada. a) iria enviar b) foram enviados c) enviará d) enviaria 23. Em meio àquele tumulto, ele ia terminando o complicado trabalho. a) foi terminando b) foi sendo terminado c) foi terminado d) ia sendo terminado 24. Seria bom que o projeto fosse submetido à apreciação da equipe, para que se retificassem possíveis falhas. a) submeteram – retifiquem b) submeter – retificar c) submetessem – retificassem d) se submetesse – retifiquem 25. Se fôssemos ouvidos, muitos aborrecimentos seriam evitados. a) ouvíssemos – estaríamos b) formos ouvidos – serão evitados c) nos ouvissem – se evitariam d) nos ouvissem – evitariam GABARITO: 1 A / 2 D / 3 C / 4 C / 5 A / 6 A / 7 B / 8 D / 9 D / 10 C / 11 C / 12 A / 13 D / 14 A / 15 B / 16 D / 17 D / 18 D / 19 A / 20 C / 21 D / 22 D / 23 D / 24 C / 25 D ARTIGO Precede o substantivo para determiná-lo, mantendo com ele relação de concordância. Assim, qualquer expressão ou frase fica substantivada se for determinada por artigo (O 'conhece-te a ti mesmo' é conselho sábio). Em certos casos, serve para assinalar gênero e número (o/a colega, o/os ônibus). Os artigos podem ser classificado em: definido - o, a, os, as - um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie; indefinido - um, uma, uns, umas - um ser qualquer entre outros de mesma espécie; Podem aparecer combinados com preposições (numa, do, à, entre outros). Quanto ao emprego do artigo: não é obrigatório seu uso diante da maioria dos substantivos, podendo ser substituído por outra palavra determinante ou nem usado (o rapaz ≠ este rapaz / Lera numa revista que mulher fica mais gripada que homem). Nesse sentido, convém omitir o uso do artigo em provérbios e máximas para manter LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 45 o sentido generalizante (Tempo é dinheiro / Dedico esse poema a homem ou a mulher?); não se deve usar artigo depois de cujo e suas flexões; outro, em sentido determinado, é precedido de artigo; caso contrário, dispensa-o (Fiquem dois aqui; os outros podem ir ≠ Uns estavam atentos; outros conversavam); não se usa artigo diante de expressões de tratamento iniciadas por possessivos, além das formas abreviadas frei, dom, são, expressões de origem estrangeira (Lord, Sir, Madame) e sóror ou sóror; é obrigatório o uso do artigo definido entre o numeral ambos (ambos os dois) e o substantivo a que se refere (ambos os cônjuges); diante do possessivo (função de adjetivo) o uso é facultativo; mas se o pronome for substantivo, torna-se obrigatório (os [seus] planos foram descobertos, mas os meus ainda estão em segredo); omite-se o artigo definido antes de nomes de parentesco precedidos de possessivo (A moça deixou a casa a sua tia); antes de nomes próprios personativos, não se deve utilizar artigo. O seu uso denota familiaridade, por isso é geralmente usado antes de apelidos. Os antropônimos são determinados pelo artigo se usados no plural (os Maias, Os Homeros); geralmente dispensado depois de cheirar a, saber a (= ter gosto a) e similares (cheirar a jasmim / isto sabe a vinho); não se usa artigo diante das palavras casa (= lar, moradia), terra (= chão firme) e palácio a menos que essas palavras sejam especificadas (venho de casa / venho da casa paterna); na expressão uma hora, significando a primeira hora, o emprego é facultativo (era perto de / da uma hora). Se for indicar hora exata, à uma hora (como qualquer expressão adverbial feminina); diante de alguns nomes de cidade não se usa artigo, a não ser que venham modificados por adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva (Aracaju, Sergipe, Curitiba, Roma, Atenas); usa-se artigo definido antes dos nomes de estados brasileiros. Como não se usa artigo nas denominações geográficas formadas por nomes ou adjetivos, excetuam-se AL, GO, MT, MG, PE, SC, SP e SE; expressões com palavras repetidas repelem artigo (gota a gota / face a face); não se combina com preposição o artigo que faz parte de nomes de jornais, revistas e obras literárias, bem como se o artigo introduzir sujeito (li em Os Lusíadas / Está na hora de a onça beber água); depois de todo, emprega-se o artigo para conferir idéia de totalidade (Toda a sociedade poderá participar / toda a cidade ≠ toda cidade). "Todos" exige artigo a não ser que seja substituído por outro determinante (todos os familiares / todos estes familiares); repete-se artigo: a) nas oposições entre pessoas e coisas (o rico e o pobre) / b) na qualificação antonímica do mesmo substantivo (o bom e o mau ladrão) / c) na distinção de gênero e número (o patrão e os operários / o genro e a nora); não se repete artigo: a) quando há sinonímia indicada pela explicativa ou (a botânica ou fitologia) / b) quando adjetivos qualificam o mesmo substantivo (a clara, persuasiva e discreta exposição dos fatos nos abalou). NUMERAL: Numeral é a palavra que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração. Classifica-se como cardinal(1, 2, 3), ordinal (primeiro, segundo, terceiro), multiplicativo (dobro, duplo, triplo), fracionário (meio, metade, terço). Além desses, ainda há os numerais coletivos (dúzia, par). Quanto ao valor, os numerais podem apresentar valor adjetivo ou substantivo. Se estiverem acompanhando e modificando um substantivo, terão valor adjetivo. Já se estiverem substituindo um substantivo e designando seres, terão valor substantivo. [Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor adjetivo) / Ele será o primeiro desta vez. (valor substantivo)]. Quanto ao emprego: os ordinais como último, penúltimo, antepenúltimo, respectivos... não possuem cardinais correspondentes. os fracionários têm como forma própria meio, metade e terço, todas as outras representações de divisão correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze avos); designando séculos, reis, papas e capítulos, utiliza-se na leitura ordinal até décimo; a partir daí usam-se os cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segundo); Se o numeral vier antes do substantivo, será obrigatório o ordinal (XX Bienal - vigésima, IV Semana de Cultura - quarta); zero e ambos(as) também são numerais cardinais. 14 apresenta duas formas por extenso catorze e quatorze; a forma milhar é masculina, portanto não existe "algumas milhares de pessoas" e sim alguns milhares de pessoas; alguns numerais coletivos: grosa (doze dúzias), lustro (período de cinco anos), sesquicentenário (150 anos); LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 46 um: numeral ou artigo? Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto. Numeral indicando quantidade e artigo quando se opõe ao substantivo indicando-o de forma indefinida. Quanto à flexão, varia em gênero e número: variam em gênero: Cardinais: um, dois e os duzentos a novecentos; todos os ordinais; os multiplicativos e fracionários, quando expressam uma idéia adjetiva em relação ao substantivo. variam em número: Cardinais terminados em -ão; todos os ordinais; os multiplicativos, quando têm função adjetiva; os fracionários, dependendo do cardinal que os antecede. Os cardinais, quando substantivos, vão para o plural se terminarem por som vocálico (Tirei dois dez e três quatros). ADVÉRBIO: É a palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância que determina sua classificação: lugar: longe, junto, acima, ali, lá, atrás, alhures; tempo: breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente, ainda; modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, a maioria dos adv. com sufixo -mente; negação: não, qual nada, tampouco, absolutamente; dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente; intensidade: muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão; afirmação: sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente. As palavras onde (de lugar), como (de modo), porque (de causa), quanto (classificação variável) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classificadas como advérbios interrogativos (queria saber onde todos dormirão / quando se realizou o concurso). Onde, quando, como, se empregados com antecedente em orações adjetivas são advérbios relativos (estava naquela rua onde passavam os ônibus / ele chegou na hora quando ela ia falar / não sei o modo como ele foi tratado aqui). As locuções adverbiais são geralmente constituídas de preposição + substantivo - à direita, à frente, à vontade, de cor, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de repente, de vez em quando, em breve, em mão (em vez de "em mãos") etc. São classificadas, também, em função da circunstância que expressam. Quanto ao grau, apesar de pertencer à categoria das palavras invariáveis, o advérbio pode apresentar variações de grau comparativo ou superlativo. Comparativo: igualdade - tão + advérbio + quanto superioridade - mais + advérbio + (do) que inferioridade - menos + advérbio + (do) que Superlativo: sintético - advérbio + sufixo (-íssimo) analítico - muito + advérbio. Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior. As formas mais bem e mais mal são usadas diante de particípios adjetivados. (Ele está mais bem informado do que eu). Melhor e pior podem corresponder a mais bem / mal (adv.) ou a mais bom / mau (adjetivo). Quanto ao emprego: três advérbios pronominais indefinidos de lugar vão caindo em desuso: algures, alhures e nenhures, substituídos por em algum, em outro e em nenhum lugar; na linguagem coloquial, o advérbio recebe sufixo diminutivo. Nesses casos, o advérbio assume valor superlativo absoluto sintético (cedinho / pertinho). A repetição de um mesmo advérbio também assume valor superlativo (saiu cedo, cedo); quando os advérbios terminados em -mente estiverem coordenados, é comum o uso do sufixo só no último (Falou rápida e pausadamente); muito e bastante podem aparecer como advérbio (invariável) ou pronome indefinido (variável - determina substantivo); otimamente e pessimamente são superlativos absolutos sintéticos de bem e mal, respectivamente; adjetivos adverbializados mantêm-se invariáveis (terminaram rápido o trabalho / ele falou claro). As palavras denotativas são séries de palavras que se assemelham ao advérbio. A Norma Gramatical Brasileira considera-as apenas como palavras denotativas, não pertencendo a nenhuma das 10 classes gramaticais. Classificam-se em função da idéia que expressam: adição: ainda, além disso etc. (Comeu tudo e ainda queria mais); afastamento: embora (Foi embora daqui); LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 47 afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente (Ainda bem que passei de ano); aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de etc. (É quase 1h a pé); designação: eis (Eis nosso carro novo); exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão, sequer, apenas etc. (Todos saíram, menos ela / Não me descontou sequer um real); explicação: isto é, por exemplo, a saber etc. (Li vários livros, a saber, os clássicos); inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive etc. (Eu também vou / Falta tudo, até água); limitação: só, somente, unicamente, apenas etc. (Apenas um me respondeu / Só ele veio à festa); realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque etc. (E você lá sabe essa questão?); retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes etc. (Somos três, ou melhor, quatro); situação: então, mas, se, agora, afinal etc. (Afinal, quem perguntaria a ele?). PREPOSIÇÃO: É a palavra invariável que liga dois termos entre si, estabelecendo relação de subordinação entre o termo regente e o regido. São antepostos aos dependentes (objeto indireto, complemento nominal, adjuntos e orações subordinadas). Divide- se em: essenciais (maioria das vezes são preposições): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás; acidentais (palavras de outras classes que podem exercer função de preposição): afora, conforme (= de acordo com), consoante, durante, exceto, salvo, segundo, senão, mediante, visto (= devido a, por causa de) etc. (Vestimo-nos conforme a moda e o tempo / Os heróis tiveram como prêmio aquela taça / Mediante meios escusos, ele conseguiu a vaga / Vovó dormiu durante a viagem). As preposições essenciais regem pronomes oblíquos tônicos; enquanto preposições acidentais regem as formas retas dos pronomes pessoais. (Falei sobre ti/Todos, exceto eu, vieram). As locuções prepositivas, em geral, sãoformadas de advérbio (ou locução adverbial) + preposição - abaixo de, acerca de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, perto de, até a, a par de, devido a. Observa-se que a última palavra da locução prepositiva é sempre uma preposição, enquanto a última palavra de uma locução adverbial nunca é preposição. Quanto ao emprego, as preposições podem ser usadas em: combinação: preposição + outra palavra sem perda fonética (ao/aos); contração: preposição + outra palavra com perda fonética (na/àquela); não se deve contrair de se o termo seguinte for sujeito (Está na hora de ele falar); a preposição após, pode funcionar como advérbio (= atrás) (Terminada a festa, saíram logo após.); trás, atualmente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas (por trás, para trás por trás de). Quanto à diferença entre pronome pessoal oblíquo, preposição e artigo, deve-se observar que a preposição liga dois termos, sendo invariável, enquanto o pronome oblíquo substitui um substantivo. Já o artigo antecede o substantivo, determinando-o. As preposições podem estabelecer as seguintes relações: isoladamente, as preposições são palavras vazias de sentido, se bem que algumas contenham uma vaga noção de tempo e lugar. Nas frases, exprimem diversas relações: autoria - música de Caetano lugar - cair sobre o telhado, estar sob a mesa tempo - nascer a 15 de outubro, viajar em uma hora, viajei durante as férias modo ou conformidade - chegar aos gritos, votar em branco causa - tremer de frio, preso por vadiagem assunto - falar sobre política fim ou finalidade - vir em socorro, vir para ficar instrumento - escrever a lápis, ferir-se com a faca companhia - sair com amigos / meio - voltar a cavalo, viajar de ônibus matéria - anel de prata, pão com farinha posse - carro de João oposição - Flamengo contra Fluminense conteúdo - copo de (com) vinho preço - vender a (por) R$ 300, 00 origem - descender de família humilde especialidade - formou-se em Medicina destino ou direção - ir a Roma, olhe para frente. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 48 INTERJEIÇÃO: São palavras que expressam estados emocionais do falante, variando de acordo com o contexto emocional. Podem expressar: alegria - ah!, oh!, oba! advertência - cuidado!, atenção afugentamento - fora!, rua!, passa!, xô! alívio - ufa!, arre! animação - coragem!, avante!, eia! aplauso - bravo!, bis!, mais um! chamamento - alô!, olá!, psit! desejo - oxalá!, tomara! / dor - ai!, ui! espanto - puxa!, oh!, chi!, ué! impaciência - hum!, hem! silêncio - silêncio!, psiu!, quieto! São locuções interjetivas: puxa vida!, não diga!, que horror!, graças a Deus!, ora bolas!, cruz credo! CONJUNÇÃO: É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em: Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes (coordenadas), ou dois termos que exercem a mesma função sintática dentro da oração. Apresentam cinco tipos: aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda; adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo contrário), não obstante, apesar disso; alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer; conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso; explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto. Subordinativas - ligam duas orações dependentes, subordinando uma à outra. Apresentam dez tipos: causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que; Palavra que liga orações basicamente, estabelecendo entre elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As conjunções classificam-se em: comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que; condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos que; consecutivas (conseqüência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que; conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como; concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda que, mesmo que; temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até que; finais - a fim de que, para que, que; proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos); integrantes - que, se. As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordinadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes. Exercícios 1. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sentidos podem ser modificados pelo advérbio são: a) adjetivo – advérbio – verbo. b) verbo – interjeição – conjunção. c) conjunção – numeral – adjetivo. d) adjetivo – verbo – interjeição. e) interjeição – advérbio – verbo. 2. Das palavras abaixo, faz plural como “assombrações” a) perdão. b) bênção. c) alemão. d) cristão. e) capitão. 3. Na oração “Ninguém está perdido se der amor…”, a palavra grifada pode ser classificada como: a) advérbio de modo. b) conjunção adversativa. c) advérbio de condição. d) conjunção condicional. e) preposição essencial. 4. Marque a frase em que o termo destacado expressa circunstância de causa: LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 49 a) Quase morri de vergonha. b) Agi com calma. c) Os mudos falam com as mãos. d) Apesar do fracasso, ele insistiu. e) Aquela rua é demasiado estreita. 5. “Enquanto punha o motor em movimento.” O verbo destacado encontra-se no: a) Presente do subjuntivo. b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. c) Presente do indicativo. d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. e) Pretérito imperfeito do indicativo. 6. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido: a) O soldado amarelo falava muito bem. b) Havia muito bichinho ruim. c) Fabiano era muito desconfiado. d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão. e) Muito eficiente era o soldado amarelo. 7 . A flexão do número incorreta é: a) tabelião – tabeliães. b) melão – melões c) ermitão – ermitões. d) chão – chãos. e) catalão – catalões. 8. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o: a) pôr. b) adequar. c) copiar. d) reaver. e) brigar. 9. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no presente do indicativo é: a) reavejo (reaver). b) precavo (precaver). c) coloro (colorir). d) frijo (frigir). e) fedo (feder). 10. A classe de palavras que é empregada para exprimir estados emotivos: a) adjetivo. b) interjeição. c) preposição. d) conjunção. e) advérbio. 11. Todas as formas abaixo expressam um tamanho menor que o normal, exceto: a) saquitel. b) grânulo. c) radícula. d) marmita. e) óvulo. 12. Em “Tem bocas que murmuram preces…”, a seqüência morfológica é: a) verbo-substantivo-pronome relativo-verbo- substantivo. b) verbo-substantivo-conjunção integrante- verbo-substantivo. c) verbo-substantivo-conjunção coordenativa- verbo-adjetivo. d) verbo-adjetivo-pronome indefinido-verbo- substantivo. e) verbo-advérbio-pronome relativo-verbo- substantivo. 13. A alternativa que possui todos os substantivos corretamente colocados no plural é: a) couve-flores / amores-perfeitos / boas- vidas. b) tico-ticos/ bem-te-vis / joões-de-barro. c) terças-feiras / mãos-de-obras / guarda- roupas. d) arco-íris / portas-bandeiras / sacas-rolhas. e) dias-a-dia / lufa-lufas / capitães-mor. 14. “…os cipós que se emaranhavam…” . A palavra sublinhada é: a) conjunção explicativa. b) conjunção integrante. c) pronome relativo. d) advérbio interrogativo. e) preposição acidental. 15. Indique a frase em que o verbo se encontra na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo: a) Faça o trabalho. b) Acabe a lição. c) Mande a carta. d) Dize a verdade. e) Beba água filtrada. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 50 16. Em “Escrever é alguma coisa extremamente forte, mas que pode me trair e me abandonar.”, as palavras grifadas podem ser classificadas como, respectivamente: a) pronome adjetivo – conjunção aditiva. b) pronome interrogativo – conjunção aditiva. c) pronome substantivo – conjunção alternativa. d) pronome adjetivo – conjunção adversativa. e) pronome interrogativo – conjunção alternativa. 17. Marque o item em que a análise morfológica da palavra sublinhada não está correta: a) Ele dirige perigosamente – (advérbio). b) Nada foi feito para resolver a questão – (pronome indefinido). c) O cantar dos pássaros alegra as manhãs – (verbo). d) A metade da classe já chegou – (numeral). e) Os jovens gostam de cantar música moderna – (verbo). 18. Quanto à flexão de grau, o substantivo que difere dos demais é: a) viela. b) vilarejo. c) ratazana. d) ruela. e) sineta. 19. Está errada a flexão verbal em: a) Eu intervim no caso. b) Requeri a pensão alimentícia. c) Quando eu ver a nova casa, aviso você d) Anseio por sua felicidade. e) Não pudeste falar. 20. Das classes de palavra abaixo, as invariáveis são: a) interjeição – advérbio – pronome possessivo. b) numeral – substantivo – conjunção. c) artigo – pronome demonstrativo – substantivo. d) adjetivo – preposição – advérbio. e) conjunção – interjeição – preposição. 21. Todos os verbos abaixo são defectivos, exceto: a) abolir. b) colorir. c) extorquir. d) falir. e) exprimir. 22. O substantivo composto que está indevidamente escrito no plural é: a) mulas-sem-cabeça. b) cavalos-vapor. c) abaixos-assinados. d) quebra-mares. e) pães-de-ló. 23. A alternativa que apresenta um substantivo invariável e um variável, respectivamente, é: a) vírus – revés. b) fênix – ourives. c) ananás – gás. d) oásis – alferes. e) faquir – álcool. 24. “Paula mirou-se no espelho das águas”: Esta oração contém um verbo na voz: a) ativa. b) passiva analítica. c) passiva pronominal. d) reflexiva recíproca. e) reflexiva. 25. O único substantivo que não é sobrecomum é: a) verdugo. b) manequim. c) pianista. d) criança. e) indivíduo. 26. A alternativa que apresenta um verbo indevidamente flexionado no presente do subjuntivo é: a) vade. b) valham. c) meçais. d) pulais. e) caibamos. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 51 27. A alternativa que apresenta uma flexão incorreta do verbo no imperativo é: a) dize. b) faz. c) crede. d) traze. e) acudi. 28. A única forma que não corresponde a um particípio é: a) roto. b) nato. c) incluso. d) sepulto. e) impoluto. 29. Na frase: “Apieda-te qualquer sandeu”, a palavra sandeu (idiota, imbecil) é um substantivo: a) comum, concreto e sobrecomum b) concreto, simples e comum de dois gêneros. c) simples, abstrato e feminino. d) comum, simples e masculino e) simples, abstrato e masculino. 30. A alternativa em que não há erro de flexão do verbo é: a) Nós hemos de vencer. b) Deixa que eu coloro este desenho. c) Pega a pasta e a flanela e pole o meu carro. d) Eu reavi o meu caderno que estava perdido. e) Aderir, eu adiro; mas não é por muito tempo! 31. Em “Imaginou-o, assim caído…” a palavra destacada, morfologicamente e sintaticamente, é: a) artigo e adjunto adnominal. b) artigo e objeto direto. c) pronome oblíquo e objeto direto. d) pronome oblíquo e adjunto adnominal. e) pronome oblíquo e objeto indireto. 32. O item em que temos um adjetivo em grau superlativo absoluto é: a) Está chovendo bastante. b) Ele é um bom funcionário. c) João Brandão é mais dedicado que o vigia. d) Sou o funcionário mais dedicado da repartição. e) João Brandão foi tremendamente inocente. 33. A alternativa em que o verbo abolir está incorretamente flexionado é: a) Tu abolirás. b) Nós aboliremos. c) Aboli vós. d) Eu abolo. e) Eles aboliram. 34. A alternativa em que o verbo “precaver” está corretamente flexionado é: a) Eu precavejo. b) Precavê tu. c) Que ele precavenha. d) Eles precavêm. e) Ela precaveu. 35. A única alternativa em que as palavras são, respectivamente, substantivo abstrato, adjetivo biforme e preposição acidental é: a) beijo-alegre-durante b) remédio-inteligente-perante c) feiúra-lúdico-segundo d) ar-parco-por e) dor-veloz-consoante GABARITO 1 A / 2 A / 3 D / 4 A / 5 E / 6 B / 7 E / 8 E / 9 D / 10 B / 11 D / 12 A / 13 B / 14 C / 15 D / 16 D / 17 C / 18 C / 19 C / 20 E / 21 E / 22 C / 23 A / 24 E / 25 C / 26 D / 27 B / 28 D / 29 D / 30 E / 31 C / 32 E / 33 D / 34 E / 35 C LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 52 FRASE E ORAÇÃO Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido completo e termina com uma pausa pontuada. Não é necessário haver verbo para a formação de uma frase quando o que foi enunciado tem sentido completo. Exemplos: • Silêncio! • E agora, José? • Choveu. • Não sei o que dizer ... As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos. Oração A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. As orações podem ou não ter sentido completo. Exemplos: • Acabamos, finalmente! • Levaram tudo. • É provável. • Estamos indo ... TERMOS DA ORAÇÃO Termos Essenciais da Oração As orações são estruturadas em torno de um sujeito e de um predicado que, juntos, são denominados termos essenciais da oração. Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno desses dois elementos que as orações são estruturadas. O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na estrutura da oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por sua vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito. Para fixar! Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa. Predicado = o que se declara sobre o sujeito. Na oração, sujeito e predicado funcionam assim: Exemplo 1: As ruas são intransitáveis. Sujeito: as ruas Verbo: são Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai entender o porquê!) Exemplo 2: Os alunos chegaram atrasados novamente. Sujeito: os alunos Verbo: chegaram Predicado: chegaram atrasados novamente Sujeito Núcleo do sujeito Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica. Exemplo: O garoto logo percebeu a festa que o esperava. Sujeito: O garoto Núcleo do sujeito: garoto Predicado: logo percebeu a festa que o esperava O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo ou qualquer palavra substantivada.LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 53 Exemplo de substantivo: A casa foi fechada para reforma. Sujeito: A casa Núcleo do sujeito: casa Predicado: foi fechada para reforma. Exemplo de pronome substantivo: Eles não gostam de carne vermelha. Sujeito: Eles Núcleo do sujeito: Eles Predicado: não gostam de carne vermelha. Exemplo de numeral substantivo: Três excede. Sujeito: Três Núcleo do sujeito: Três Predicado: excede. Exemplo de palavra substantivada: Um oi foi expresso rapidamente. Sujeito: Um oi Núcleo do sujeito: oi Predicado: foi expresso rapidamente. Tipos de sujeito O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou inexistente. Sujeito simples Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só substantivo ou um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada. Exemplo: O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada. Sujeito: O desenho em nanquim Núcleo: desenho Predicado: será sempre uma expressão admirada. Sujeito composto Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas por mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada ou mais de uma oração substantivada. Exemplo: Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal. Sujeito: Cristina, Marina e Bianca Núcleo: Cristina, Marina, Bianca Predicado: fazem balé no Teatro Municipal. Sujeito oculto Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo. Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou implícito. Exemplo: Estávamos à espera do ônibus. Sujeito oculto: nós Desinência verbal: estávamos Sujeito indeterminado O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento identificado de maneira clara. É observado em três casos: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito; quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se); quando o verbo está no infinitivo pessoal. Sujeito inexistente A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo. Exemplo: Choveu muito em Manaus. Predicado: Choveu muito em Manaus Predicado O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal. Predicado Verbal O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos. Exemplo: O entregador chegou. Predicado verbal: chegou. Predicado Nominal O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito. Exemplo: O entregador está atrasado. Predicado nominal: está atrasado. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 54 Predicado Verbo-nominal O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou intransitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. Exemplo: A menina chegou ofegante à ginástica. Sujeito: A menina Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica. Termos Constituintes da Oração Os termos constituintes da oração são as palavras que compõem ou estruturam os discursos linguísticos. São classificados em: Termos essenciais (sujeito e predicado) Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva) Termos acessórios (adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e vocativo) Termos Essenciais da Oração O nome já indica que não há oração sem a existência do sujeito e do predicado, vistos que correspondem aos termos essenciais da construção frasal. Sujeito O sujeito é a pessoa responsável pela ação, ou seja, é o termo o qual se declara ou enuncia algo. Tipos de Sujeito Os sujeitos são classificados em: Sujeito Simples: formado por um único núcleo, por exemplo: Maria andava na praia. (um sujeito responsável pela ação) Sujeito Composto: formado por dois ou mais núcleos, por exemplo: Maria, João e Manuel foram fazer compras. (três sujeitos que compõem a ação) Sujeito Oculto: também chamado de "sujeito elíptico ou desinencial", o sujeito oculto não aparece declarado na frase, porém existe uma pessoa que desenvolve a ação, por exemplo: Fui comprar óleo para fritar as batatas. (Segundo a conjugação verbal, fica fácil determinar qual pessoa é responsável por aquela ação, nesse caso, “eu” fui comprar óleo para fritar as batatas.) Sujeito Indeterminado: nesse caso não é possível determinar o sujeito da ação. Ocorre geralmente nas orações que apresentam verbos na 3ª pessoa do plural sem referência ao elemento anterior, por exemplo: Fizeram acusações sobre você; ou nas orações compostas por verbos na 3ª pessoa do singular + partícula “se” (índice de indeterminação do sujeito), por exemplo: Acredita-se na conscientização da população. Sujeito Inexistente: são chamadas de “orações sem sujeito”, uma vez que não há qualquer elemento ao qual o predicado se refere. Esse tipo de sujeito pode ocorrer nas frases que apresentem verbos impessoais, ou seja, o “verbo haver” com significado de existir, acontecer e indicando o tempo passado, por exemplo, Houve muitos comentários; o “verbo ser” indicando tempo (horas, datas, etc.) e distâncias, por exemplo, São três horas; ou nas orações que possuam “verbos indicativos” de fenômenos da natureza (chover, nevar, garoar, entardecer, anoitecer, etc.), por exemplo, Chuviscou o dia todo. Predicado O predicado corresponde às informações sobre o sujeito os quais concordam com ele em número (singular ou plural) e pessoa (eu, tu, ele, nos, vós, eles). Em outras palavras, o predicado é o termo que se refere ao sujeito constituído de verbos e complementos. Entenda a relação entre Sujeito e Predicado. Tipos de Predicado Os predicados são classificados em: Predicado Nominal: orações formadas por verbos de ligação (indicam estado), donde o núcleo corresponde a um nome (predicativo do sujeito), por exemplo: As pessoas permanecem caladas. Note que o predicativo do sujeito designa o termo responsável por exprimir o estado ou modo de ser do sujeito, de modo que destaca uma característica ou atributo do sujeito. Predicado Verbal: expressa ação, sendo o núcleo um verbo que podem ser: transitivo direto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI), por exemplo: Luana viajou (verbo intransitivo), A menina gosta de vestidos novos (verbo transitivo indireto). Predicado Verbo-Nominal: Nesse caso, o predicado é formado por dois núcleos, ou seja, um nome e um verbo, por exemplo: A menina chegou atrasada na escola (o verbo “chegar” com o predicativo “atrasada” uma vez que refere-se e complemente diretamente o sujeito “menina”, sendo, portanto, predicativo do sujeito). Termos Integrantes da Oração Os termos integrantes complementam os termos essenciais da oração (sujeito e predicado), são eles: os complementos verbais, ou seja, o objeto direto e indireto, o complemento nominal e o agente da passiva, embora alguns estudiosos classifiquem o agente da passiva como um termo acessório. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 55 Complemento Verbal Os complementos verbais constituintes da oração são classificados em: Objeto Direto: termo não regido por preposição o qual completa o sentidodo verbo transitivo direto (VTD); pode ser trocado por o, as, os, as, por exemplo: Bianca esperava o namorado. Objeto Indireto: termo regido por preposição o qual completa o sentido do verbo transitivo direto (VTI), por exemplo: Marcela gosta de chocolates. Complemento Nominal O complemento nominal corresponde aos termos que complementam os nomes por meio de preposição, que podem ser substantivos, adjetivos e advérbios, por exemplo: Joana tem orgulho do filho. Agente da Passiva Termo utilizado para determinar o praticante da ação na voz verbal passiva, donde o sujeito é denominado “paciente”, ou seja, recebe a ação expressa pelo verbo. Geralmente são acompanhados por preposição (por, pelo ou de), por exemplo: A casa foi arrumada pelo filho (agente da passiva). Termos Acessórios da Oração Termos que apresentam função secundária na construção das orações, posto que são utilizados em determinados contextos sendo dispensáveis em outros. Os termos acessórios possuem a função de determinar os substantivos exprimindo circunstâncias, são eles: adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e vocativo. Adjunto Adverbial O Adjunto Adverbial corresponde ao termo que se refere ao verbo, ao adjetivo e ao advérbio. São classificados em: modo, tempo, intensidade, negação, afirmação, dúvida, finalidade, matéria, lugar, meio, concessão, argumento, companhia, causa, assunto, instrumento, fenômeno da natureza, paladar, sentimento, preço, oposição, acréscimo, condição, por exemplo: Felizmente a noiva chegou (adjunto adverbial de modo). Adjunto Adnominal O adjunto adnominal é o termo que indica o agente da ação, de forma que caracteriza, modifica, determina ou qualifica o nome ao qual se refere (substantivo); por exemplo: As duas crianças pequenas brincaram. Aposto O aposto é o termo encarregado de explicar ou detalhar melhor o nome ao qual se refere, por exemplo: Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 60. Vocativo Termo independente da oração (não se relaciona com o sujeito ou predicado) que indica o “chamamento” ou a “invocação” de uma pessoa ou de um ser (interlocutor), sendo isolado por vírgulas, por exemplo: Pessoal, vamos para a festa. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 56 Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome concordam em gênero e número com o substantivo. - A pequena criança é uma gracinha. - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra geral mostrada acima. a) Um adjetivo após vários substantivos 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Ela tem pai e mãe louros. - Ela tem pai e mãe loura. 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural. - O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais próximo. Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco. 2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estavam feridos o pai e os filhos. Estava ferido o pai e os filhos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. d) Pronomes de tratamento - sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa Santidade esteve no Brasil. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado - Concordam com o substantivo a que se referem. As cartas estão anexas. A bebida está inclusa. Precisamos de nomes róprios. Obrigado, disse o rapaz. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural. Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. g) É bom, é necessário, é proibido - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante. Canja é bom. / A canja é boa. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida. h) Muito, pouco, caro 1- Como adjetivos: seguem a regra geral. Comi muitas frutas durante a viagem. Pouco arroz é suficiente para mim. Os sapatos estavam caros. 2- Como advérbios: são invariáveis. Comi muito durante a viagem. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos. i) Mesmo, bastante 1- Como advérbios: invariáveis Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. 2- Como pronomes: seguem a regra geral. Seus argumentos foram bastantes para me convencer. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 57 j) Menos, alerta - Em todas as ocasiões são invariáveis. Preciso de menos comida para perder peso. Estamos alerta para com suas chamadas. k) Tal Qual - “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o consequente. As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. l) Possível 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. A mais possível das alternativas é a que você expôs. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade. m) Meio 1- Como advérbio: invariável. Estou meio (um pouco) insegura. 2- Como numeral: segue a regra geral. Comi meia (metade) laranja pela manhã. n) Só 1- apenas, somente (advérbio): invariável. Só consegui comprar uma passagem. 2- sozinho (adjetivo): variável. Estiveram sós durante horas. ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ ____________________________________________________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 58 SINONÍMIA, ANTONÍMIA, HOMONÍMIA, PARONÍMIA SINONÍMIA A sinonímia lexical é uma relação entre dois itens onde ocorre uma identidade de significação. Ex.: Levar / conduzir; subir / elevar; limpar / purificar; lento / lerdo; liso / plano; rápido / ligeiro / ágil / lépido; medroso / temeroso; áspero / rude / tosco / grosseiro. Antônio Houaiss a define como sendo uma “relação de sentido entre dois vocábulos que têm significação muito próxima, permitindo que um seja escolhido pelo outro em alguns contextos, sem alterar o sentido literal da sentença como um todo”. Mattoso Câmara acrescenta que tal relação pode-se estabelecer entre “dois ou mais termos” e que este “é um fato essencialmente sincrônico, pois diz respeito à significação dos termos num estado linguístico dado”. Segundo ele, a significação da palavra é o conjunto dos contextos linguísticos em que esta pode ocorrer, logo é impossível encontrar dois sinônimos perfeitos. Palavras consideradas sinônimas sempre passam por algum tipo de especificação, seja de sentido ou de uso, que irá determinar a escolha do locutor. A escolha é uma procura pela “palavra exata”, uma vez que duas expressões não são igualmente adequadas a um determinado fim. São antigos os argumentos contra a existência de sinônimos perfeitos, que fariam com que existissem duas línguas em uma mesma língua. Na maioria dos sinônimos há uma ideia geral, que é comum a todos, e ideias especiais que os especificam. Porém, há palavras que são realmente equivalentes, que apenas se diferenciam pela forma, por questões sociais ou geográficas, conforme “tangerina / mexerica”. Logo, existem sinônimos perfeitos. Nos caso de sinônimos “imperfeitos” – aqueles que contêm algum traço de diferenciador - a escolha vocabular pode se dar a partir da exigência de um campo semântico, especificado pelo contexto; ou da preocupação do locutor em respeitar determinado nível de fala; ou, ainda, para acrescentar juízo à informação. Por exemplo, percebe-se nos vocábulos “lento” e “lerdo” que foi acrescido a este último um juízo pejorativo. ANTONÍMIA Antônio Houaiss define antonímia como sendo uma “relação de sentido que opõe dois termos”. Segundo ele, esta oposição pode se dar sob a forma de uma gradação (grande / pequeno; jovem / velho), ou numa reciprocidade (comprar / vender, perguntar / responder), ou, ainda, numa complementaridade (ele não é casado / ele é solteiro). Mattoso Câmara, recorrendo à morfologia, opta por fazer uma abordagem da antonímia sob três aspectos diferentes: 1. palavras de radicais diferentes; ex.: bom / mau; 2. palavras de uma mesma raiz, numa das quais um prefixo negativo cria oposição com a raiz da outra, negando-lhe o semantema; ex.: feliz / infeliz; 3. palavras de mesma raiz que se opõem pelos prefixos de significação contrária; ex.: excluir / incluir. Diz-se que um café está “amargo”, em oposição a doce. Às laranjas que não estão doces, diz-se que estão “azedas”. A água dos rios é – a princípio – insípida, porém, em oposição à água salgada do mar, se diz que os rios têm água “doce”. Logo, a aplicabilidade de alguns adjetivos se dá a partir da relação com o seu antônimo. No caso da palavra “doce”, tem-se como antônimo “amargo” ou “azedo” ou “salgado”, de acordo com o contexto em que esta ocorre. HOMONÍMIA Antônio Houaiss define a homonímia como sendo uma “relação entre formas linguísticas que, com significados diferentes, têm a mesma forma gráfica e fônica ou apenas fônica”. Na definição dada por Manoel P. Ribeiro, consta que a forma gráfica das palavras homônimas não é necessariamente a mesma: “vocábulos que, geralmente, se pronunciam da mesma forma, mas cujo sentido e, às vezes, a ortografia são diferentes”. O mesmo autor apresenta duas distinções para os homônimos quanto às grafias: Os que possuem pronúncia e grafia iguais, classificam-se como homônimos perfeitos: lima (ferramenta) / lima (fruta). Os que são iguais na pronúncia, mas diferentes na grafia, chamam-se homônimos homófonos: seção / cessão / sessão; apreçar (fazer o preço) / apressar (acelerar). Porém, Mattoso Câmara nega a existência de homônimos homófonos, como em colher (verbo) e colher (substantivo), apoiando-se no argumento de que há uma diferença fonológica nesses casos. No exemplo dado, o primeiro vocábulo apresenta vogal fechada e, o segundo, vogal aberta. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 59 A definição dada por Mattoso Câmara acrescenta às dos demais autores estudados que a homonímia é a “propriedade de duas ou mais formas inteiramente distintas, pela significação ou função, terem a mesma estrutura fonológica”. Para ele, a homonímia se diferencia da polissemia pela maneira como os morfemas aparecem nos vocábulos e os vocábulos nas sentenças. Quando a distribuição for diferente, tem- se a homonímia. Quando for igual, tem-se a polissemia. Por exemplo, canto (substantivo) / canto (verbo) são homônimos, uma vez que nos padrões das sentenças se distribuem de maneira diferente: Um canto alegre / Canto alegremente. PARONÍMIA Diante dos enunciados que seguem, analisemos: A pessoa que estava ao seu lado demonstrou ser um cavalheiro. A carreata seguiu adiante acompanhada dos cavaleiros trajados a rigor. Constatamos a presença de dois vocábulos que se mostram semelhantes, tanto no som quanto na grafia. Entretanto, quando analisadas de modo contextual, retratam significados divergentes, haja vista que na primeira oração o sentido se refere a uma atitude cordial, educada. Já na segunda, o sentido se atém a um determinado grupo que, supostamente, saiu em cavalgada rumo a um determinado lugar. Mediante tal ocorrência, deparamo-nos com uma particularidade linguística, ora caracterizada pela paronímia – relacionada à Semântica – estabelecendo uma estreita relação com o significado das palavras de acordo com o contexto em que se inserem. Não somente os casos evidenciados acima, mas também tantos outros representam a classe a qual denominamos de parônimos. Vejamos a seguir uma relação destes: CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas as formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma língua, os quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal da palavra, expressão ou enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou enunciado. Vejamos mais detalhadamente cada um deles: DENOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados de umalíngua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras. De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal. Exemplos: • A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia. • A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu. • O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto para a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores. • Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais. CONOTAÇÃO Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em situações e contextos LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 60 particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as. De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes. Exemplo: Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa: Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís Vaz de Camões, séc. XVI) FIGURAS DE SINTAXE, DE PENSAMENTO E DE LINGUAGEM FIGURAS DE SINTAXE As Figuras de Sintaxe ou Figuras de Construção correspondem a um grupo das figuras de linguagem - ao lado das figuras de pensamento, figuras de palavras e figuras de som. São utilizadas para modificar um período, ou seja, interferem na estrutura gramatical da frase, com o intuito de oferecer maior expressividade ao texto. Assim, as figuras de sintaxe operam de diversas maneiras na frase, seja na inversão, repetição ou na omissão dos termos. Elipse A elipse é a omissão de um ou mais termos, os quais não foram expressos anteriormente no discurso, entretanto, que são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Exemplo: Estávamos felizes com o resultado dos exames. (Neste caso, a conjugação do verbo “estávamos”, propõe o termo oculto “nós”.) Zeugma A zeugma é um tipo de elipse, uma vez que há omissão de um ou mais termos na oração, sendo um recurso utilizado para evitar a repetição de verbo ou substantivo. Exemplo: Fabiana comeu maçã, eu (comi) pera. Hipérbato ou Inversão O hipérbato é caraterizado pela inversão da ordem direta dos termos da oração, segundo a construção sintática usual da língua (sujeito + predicado + complemento). Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do sujeito surge antes do nome “Manuela”, que na construção sintática usual seria: Manuela estava triste). Silepse Na silepse há concordância da ideia e não do termo utilizado. São classificadas em: Silepse de Gênero, quando ocorre discordância entre os gêneros (feminino e masculino); Silepse de Número, quando ocorre discordância entre o singular e o plural; Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo, que surge na primeira pessoa do plural. Exemplos: São Paulo é suja. (silepse de gênero) LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 61 Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam assustadas. (silepse de número) Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) preparados para o jogo. (silepse de pessoa) Assíndeto Síndeto corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coordenadas. Feita essa observação, a figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela ausência de conjunções. Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para fazer suco. Polissíndeto Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é caracterizado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo). Exemplo: Dolores brigava, e gritava, e falava. Anáfora A anáfora é a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada pelos escritores na construção dos versos a fim de dar maior ênfase à ideia. Exemplo: Se eu amasse, se eu chorasse, se eu perdoasse. (A repetição do termo “se” enfatiza a condicionalidade que o emissor do discurso quer propor). Anacoluto O anacoluto altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no discurso. Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa sequência lógica, teríamos: “Esses políticos de hoje não são confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos de hoje.) Pleonasmo Repetição enfática ou redundância de um termo que soa “desnecessário” no discurso, o qual pode ser utilizado intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de linguagem, ou por desconhecimento das normas gramaticais (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de linguagem. Exemplo: A noite escura da Amazônia. (Note que a noite já pressupõe escuridão.) FIGURAS DE PENSAMENTO As Figuras de Pensamento fazem parte de um dos grupos das figuras de linguagem, ao lado das figuras de palavras, das figuras de sintaxe e das figuras de som. Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação, as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, pensamentos. Gradação ou Clímax Na gradação os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem crescente ou decrescente) Exemplo: As pessoas chegaram à festa, sentaram, comeram e dançaram. Neste caso, a gradação vai ao encontro com o clímax, ou seja, o encadeamento dos verbos se faz na ordem crescente, e por isso trata-se de uma gradação crescente: chegaram, sentaram, comeram e dançaram. Por outro lado, se a gradação é decrescente, é denominada de “anticlímax”, por exemplo: Estava longe, hoje perto, agora aqui. Prosopopeia ou Personificação Consiste na atribuição de ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracionais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.) Eufemismo Atenua o sentido das palavras, suavizando as expressões do discurso. Exemplo: Ele foi para o céu. (Nestecaso, a expressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) Hipérbole ou Auxese A hipérbole é uma figura de linguagem baseada no exagero intencional do locutor, isto é, expressa uma ideia de forma exagerada. Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Sabemos que a pessoa tinha o intuito de enfatizar que ligou muitas vezes, entretanto, não chegou a 1 milhão, num pequeno espaço de tempo, ou seja, durante uma tarde.) Litote Assemelha-se ao eufemismo, uma vez que atenua a ideia do enunciado mediante a negação do contrário, sendo portanto, a figura de linguagem que se opõe à hipérbole. Exemplo: Aquela bolsa não é cara (Pela expressão, podemos concluir que o locutor enfatizou que a bolsa é barata, ou seja, a negação do contrário: não é cara.) LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 62 Antítese Corresponde à aproximação de palavras contrárias, que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e a amor andam de mãos dadas. (Neste caso, o termo “ódio” está utilizado ao lado de seu termo “oposto” na frase: amor.) Paradoxo ou Oxímoro Diferente da antítese, que opõem palavras, o paradoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) Ironia Produz um efeito contrário com intenção sarcástica, maliciosa e/ou de crítica, uma vez que as palavras são utilizadas em sentido diverso ou oposto. Exemplo: Ele é um santinho mesmo! (Dependendo do discurso dos falantes fica claro que a palavra “santinho”, foi utilizada em sentido oposto, ou seja, não tem nada de santo, é malcriado.) Apóstrofe Caracterizam as expressões de chamamento ou apelo, função que se assemelha ao vocativo. Exemplo: Ó Deus! Ó Céus! Porque não me ligou? (O chamamento utilizado antes, enfatiza a indignação do locutor com a falta do telefonema.) FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita. Elas são classificadas em Figuras de palavras ou semânticas Figuras de pensamento Figuras de sintaxe ou construção Figuras de som ou harmonia Figuras de Palavras Metáfora Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na frase. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.) Comparação Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação (como, assim, tal qual). Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas. Metonímia Transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra. Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.) Catacrese Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica. Exemplo: Embarcou há pouco no avião. Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 63 Sinestesia Associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes. Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. A frieza está associada ao tato e não à visão. Perífrase Substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique. Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.) "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo" ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 64 LETRA E FONEMA Fonema e letra 1) O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê). 2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x. Exemplos: Zebra Casamento exílio 3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar: - o fonema sê: texto - o fonema zê: exibir - o fonema chê: enxame - o grupo de sons ks: táxi 4) O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas. Exemplos: tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5) As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: Compra conta Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n. 6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. Exemplos: hoje fonemas: ho / j / e / letras: h o j e 1 2 3 1 2 3 4 Letras e fonemas apresentam conceitos distintos, letra é representação gráfica do fonema; já o fonema é a representação sonora. Fonologia é a parte da Gramática que estuda o fonema. Fonema é a unidade mínima sonora que é capaz de estabelecer diferenciação entre um vocábulo e outro. Ex: bola / bota. Como se vê a diferenciação entre as duas palavras acima é marcada pelos fonemas /l/ e /t/. Fonemas e letras apresentam conceitos distintos: - fonema é a representação sonora; - letra é a representação gráfica do fonema; - sílaba é um conjunto de fonemas transmitidos num só impulso. Numa palavra, nem sempre há o mesmo númerode letras e fonemas. A palavra táxi, por exemplo, possui: - quatro letras (t-á-x-i) - cinco fonemas (t-á-k-s-i) A palavra hora possui: - quatro letras (h-o-r-a) - três fonemas (o-r-a) Na palavra canta temos: -cinco letras (c-a-n-t-a) -quatro fonemas (c-ã-t-a) LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 65 Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. Vejamos aqui alguns empregos: 1. Vírgula (,) É usada para: a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu. Nessa oração, a vírgula separa os verbos. b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer! c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião. d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto: 1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal) 2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial) e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc. f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009. g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava. A vírgula entre orações É utilizada nas seguintes situações: a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção: 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."(O selvagem - José de Alencar) d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..." Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..." e) separar as orações substantivas antepostas à principal. Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei. 2. Pontos 2.1 - Ponto-final (.) É usado ao final de frases para indicar uma pausa total: a) Não quero dizer nada. b) Eu amo minha família. E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs. 2.2 - Ponto de Interrogação (?) O ponto de interrogação é usado para: a) Formular perguntas diretas: Você quer ir conosco ao cinema? Desejam participar da festa de confraternização? LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 66 b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada situação: O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação) Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa) Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa) 2. 3 – Ponto de Exclamação (!) Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias: a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto: Iremos viajar! (entusiasmo) Foi ele o vencedor! (surpresa) Por favor, não me deixe aqui! (súplica) Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto) Seja rápido! (ordem) b) Depois de vocativos e algumas interjeições: Ui! que susto você me deu. (interjeição) Foi você mesmo, garoto! (vocativo) c) Nas frases que exprimem desejo: Oh, Deus, ajude-me! Observações dignas de nota: * Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe: Que que eu posso fazer agora?! * Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note: Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo. 3. Ponto e vírgula (;) É usado para: a) separar itens enumerados: A Matemática se divide em: - geometria; - álgebra; - trigonometria; - financeira. b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão. 4. Dois-pontos (:) É usado quando: a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala: Ele respondeu: não, muito obrigado! b) se quer indicar uma enumeração: Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à professora. 5. Aspas (“”) São usadas para indicar: a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09) b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”. 6. Reticências (...) São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando: a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa, O bem que neste mundo mais invejo? O brando ninho aonde o nosso beijo Será mais puro e doce que uma asa? (...) b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade... c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal... 7. Parênteses ( ) São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações. Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas). 8. Travessão (–) O travessão é indicado para: a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo: - Quais ideias você tem para revelar? - Não sei se serão bem-vindas. - Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 67 b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses: Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo. Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado. c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra: O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada. Gostaria de parabenizar a pessoaque está discursando – meu melhor amigo. EXERCÍCIOS DE PONTUAÇÃO 01. Assinale a opção que substitui corretamente os números por vírgulas. Para concluir (1) já que estamos falando em futuro (2) importa ressaltar que (3) o futuro não acontece espontaneamente (4) nem é mero fruto da tecnologia. a) 1 – 2 – 3 - 4 b) 1 – 2 – 3 c) 1 – 2 – 4 d) 2 – 4 e) 3 – 4 02. O segmento do texto que mostra um equívoco do editor do texto no emprego da vírgula é: a) “... a realidade do Judiciário e a necessidade de sua reforma foram, nos últimos meses, deformados...”; b) “...distribuição de Justiça em nosso Estado e vê-la reconhecida, senão por todos, ao menos pela maioria...”; c) “Recente pesquisa da OAB, mostrou que 55% da população mal conhece o Judiciário.”; d) “De resto, temos à disposição diversos mecanismos endógenos, eficazes, de controle...”; e) “...o pior de todos, com exceção dos outros...”. 03. “Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo...”; as vírgulas que envolvem o segmento sublinhado: a) marcam um adjunto adverbial deslocado; b) indicam a presença de uma oração intercalada; c) mostram que há uma quebra da ordem direta da frase; d) estão usadas erradamente porque separam o sujeito do verbo; e) assinalam a presença de um aposto. 04. “Vamos, por um momento que seja, cair na real...”; a regra abaixo que justifica o emprego das vírgulas nesse segmento do texto é: a) separar elementos que exercem a mesma função sintática; b) isolar o aposto; c) isolar o adjunto adnominal antecipado; d) indicar a supressão de uma palavra; e) marcar a intercalação de elementos. 05. Ele não costuma esquentar a vitrine por muito tempo. Alterando a ordem do trecho destacado, a pontuação correta fica: a) Ele não costuma, por muito tempo, esquentar a vitrine. b) Ele não costuma, por muito tempo esquentar a vitrine. c) Ele não costuma por muito tempo, esquentar a vitrine. d) Ele não costuma por, muito tempo, esquentar a vitrine. e) Ele não costuma por muito tempo esquentar a vitrine. 06. Na frase – O apresentador disse: tem certeza de que a resposta é essa? – os dois pontos foram usados para: a) introduzir a fala do interlocutor. b) apresentar um ponto de vista. c) expressar uma opinião. d) suscitar uma afirmação. e) provocar uma intimidação. 07. O segmento “A cada início de ano, é costume renovar esperanças e fortalecer confianças em relação ao futuro. Tempo de limpar gavetas, fazer faxinas e vestir cores que – acreditam muitos – ajudem a realizar antigos desejos e aspirações.” aparece entre travessões porque: a) marca urna opinião do autor do texto sobre o conteúdo veiculado; b) indica uma explicação de algum segmento anterior; c) assinala a necessidade de completar um pensamento suspenso; d) mostra a presença de um termo intercalado; e) dá destaque a uma expressão usada em sentido diverso do usual. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 68 08. “O recurso à palavra pomposa, o palavrão bonito da moda, é sintomático da velha doença brasileira da retórica”.. As vírgulas foram usadas no fragmento para: a) desfazer possível má interpretação. b) indicar a elipse de um verbo. c) intercalar o vocativo. d) separar o aposto do termo fundamental. e) assinalar o deslocamento de um termo. 09. “Depois de muita briga, o tema era „democraticamente imposto‟.” No período acima, as aspas têm por função: a) indicar que a expressão foge ao nível de linguagem em que o texto foi elaborado. b) evidenciar a intransigência típica de algumas pessoas. c) destacar a relação irônica estabelecida entre termos semanticamente opostos. d) sugerir que, mesmo na democracia, ocorre autoritarismo. 10. No período “Era fascinante, e ela sentia nojo”. O uso da vírgula: I. enfatiza semanticamente cada oração. II. decorre de uma relação de alternância entre as duas orações. III. justifica-se por separar orações coordenadas com sujeitos diferentes. A análise das assertivas nos permite afirmar corretamente que: a) apenas I é verdadeira. b) apenas II é verdadeira. c) I e II são verdadeiras. d) II e III são verdadeiras. e) I e III são verdadeiras. 11. Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes. I. Ouvi dizer de certa cantora que era um elefante que engolira um rouxinol / Ouvi dizer de certa cantora, que era um elefante, que engolira um rouxinol. II. A versão apresentada à imprensa é evidentemente falsa / A versão apresentada à imprensa é, evidentemente, falsa. III. Os freios do Buick guincham nas rodas e os pneumáticos deslizam rente à calçada / Os freios do Buick guincham nas rodas, e os pneumáticos deslizam rente à calçada. Com pontuação diferente ocorre alteração de sentido somente em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. 12. "Diz um conhecido provérbio nos países orientais que para se caminhar mil milhas é preciso dar o primeiro passo." O texto está corretamente pontuado em: a) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo. b) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas é preciso, dar o primeiro passo. c) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo. d) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo. e) Diz, um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo. 13. Assinalar a alternativa cujo período dispensa o uso de vírgula: a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens frente à nova situação. b) O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas com suas propriedades típicas. c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora examinava o documento. d) Suas palavras embora gentis continham um fundo de ironia. e) Tudo isto é muito válido mas tem seus inconvenientes. 14. Assinale O PAR de frases que apresenta falha(s), na pontuação. a) 1. As mulheres, dizem as feministas, aperfeiçoam os homens. 2. A voz de Gilka, está cheia de acentos nunca dantes escutados. b) 1. Nada, nos másculos versos de Francisca Júlia denuncia, a mulher. 2. Em TRÊS MARIAS, o esmagamento do personagem é mais contundente. c) 1. Em 1980, a autora, sai de cena, discretamente, como sempre viveu. 2. Agora, na residência deles, falou da viagem das irmãs. LÍNGUA PORTUGUESA Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 69 d) 1. A garota, sentia-se como única responsável pela caçula. 2. O olhar, iluminava sua face, com um sorriso doce. e) 1. Menina, venha cá. Vamos nadar? 2. Durante 10 anos, o governo holandês ocupou a ilha. 15. Identifique a alternativa em que se corrige a má estruturação do texto a seguir: "Ele chegou cansado do trabalho. Parecendo mesmo desanimado. Assistindo à televisão a família não o notou." a) Uma vez chegado do trabalho, cansado, parecia até mesmo desanimado. A família não o notou enquanto assistia à televisão. b) Tendo chegado do trabalho cansado, parecia mesmo desanimado. A família assistia à televisão. Não o notaram. c) Desde que chegou cansado do trabalho, parecia mesmo desanimado. Como assistisse à televisão, a família não o notou. d) Chegou cansado do trabalho, parecendo mesmo desanimado. A família, que assistia à televisão, nem o notou. e) Parecia mesmo desanimado, porque chegava do trabalho cansado. Enquanto que a família nem o notara, assistindo à televisão. 16. Em "ACORDEI PENSANDO EM RIOS – QUE DÃO SEMPRE UM TOQUE FEMININOA QUALQUER CIDADE – E ME DIZENDO QUE O ÚNICO POSSÍVEL DEFEITO DO RIO DE JANEIRO É NÃO TER UM RIO." o autor usou o travessão para: a) ligar grupos de palavras. b) iniciar diálogo. c) substituir parênteses. d) destacar um aposto. e) destacar um adjunto adnominal explicativo. 17. Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes. I. Pedro, o gerente do banco ligou e deixou um recado. Pedro, o gerente do banco, ligou e deixou um recado. II. De repente perceberam que estavam brigando à toa. De repente, perceberam que estavam brigando à toa. III. Os doces visivelmente deteriorados foram postos na lixeira. Os doces, visivelmente deteriorados, foram postos na lixeira. Com a alteração da pontuação, houve mudança de sentido SOMENTE em a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. GABARITO 1. C 2. C 3. E 4. E 5. A 6. D 7. D 8. D 9. C 10. E 11. D 12. D 13. B 14. D 15. D 16. E 17. D ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1 1. Tópicos relevantes e atuais relativos à área de saúde, tais como: políticas de saúde, investimentos em saúde, educação em saúde, segurança em saúde, uso da tecnologia em saúde, energia, endemias, epidemias e pandemias. POLÍTICAS DE SAÚDE Governo reativa políticas de saúde nos primeiros 100 dias A queda das coberturas vacinais, o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde e o represamento nas filas de cirurgias eletivas foram alguns dos problemas diagnosticados pelo grupo de transição que mapeou as prioridades na saúde do país para o início do novo governo. Ao fazer um balanço dos 100 dias da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República e de Nísia Trindade Lima assumir o Ministério da Saúde, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) veem avanços e acertos nos primeiros passos, mas apontam um longo caminho para reverter perdas dos últimos anos. Em entrevista á Agência Brasil, representantes das duas entidades ressaltam que o governo tem concentrado esforços na reconstrução de políticas que estavam enfraquecidas. O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, destaca a reaproximação do Ministério da Saúde com o conselho, que é a principal instância de controle social das políticas públicas de saúde no país. Ele foi convidado a integrar o grupo de trabalho temático sobre saúde da transição de governo e o primeiro escalão do ministério voltou a participar de reuniões do colegiado, no qual tem assento ao lado de representantes da sociedade civil. ―A ministra, o secretário executivo e todas as secretárias e secretários estiveram na reunião ordinária do conselho, que acontece todo mês, coisa que não acontecia no governo anterior. A interlocução era muito difícil. E, muito pelo contrário, tudo aquilo que o conselho indicava não era levado em consideração. E o Ministério da Saúde fazia questão de tirar financiamento, fazer enfrentamentos ao conselho e tentar desgastar o Conselho Nacional de Saúde‖, compara Pigatto, que representa a Confederação Nacional de Associações de Moradores no CNS. ―As ações dos primeiros 100 dias são ações que, como o próprio presidente Lula falou, têm sido para reintroduzir programas e fortalecer políticas públicas que foram abandonadas e sofreram retrocesso no último período. Nossa avaliação é positiva‖. 1.1 Credibilidade O vice-presidente da Abrasco, o médico sanitarista Rômulo Paes de Sousa, vê como muito importante a recuperação da credibilidade do Ministério da Saúde como autoridade sanitária nacional, posição que ele avalia que ficou muito prejudicada no governo passado. ―Isso não é pouca coisa. Em uma pandemia, o governo federal perdeu a credibilidade porque não era previsível, porque não sustentava sua narrativa no conhecimento científico, era errático e tinha uma ação desagregadora em relação aos outros entes responsáveis pela operacionalização do SUS. Essa recuperação da credibilidade do serviço público na área da saúde foi uma primeira contribuição dessa gestão para a área da saúde, mas também para o serviço público brasileiro como um todo‖, afirma Paes de Sousa, que também é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e epidemiologista. ―As várias iniciativas que o ministério tomou em relação, por exemplo, à crise com os yanomami, às questões referentes às filas para cirurgias eletivas, ao movimento de vacinação, e à reorganização do Mais Médicos, são conjuntos de iniciativas que são restituidoras no sentido de que a agenda de políticas públicas possa responder às necessidades da população‖. A Abrasco também considera que o governo federal voltou a atuar de forma a coordenar os estados e municípios, em vez de criar conflitos entre os diferentes níveis responsáveis por fazer o SUS funcionar. Rômulo Paes de Sousa critica que essa postura do governo anterior foi além da resposta à pandemia, na qual o ex-presidente atacou medidas de prevenção implementadas por governadores e prefeitos, e afetava questões como a saúde reprodutiva e a saúde de populações vulnerabilizadas. ―O nível de conflito que foi operado a partir do nível federal atrapalhou muitas questões importantes‖. No cenário internacional, Paes de Sousa avalia que o Brasil voltou a colaborar com os debates em que era historicamente engajado na área da saúde em fóruns multilaterais, como acesso a medicamentos. ―O fomento de narrativas alternativas ao conhecimento científico levou o país a um isolamento. O Brasil passou a não cumprir acordos internacionais e repudiar protocolos internacionais. Não apenas na pandemia, mas em outros temas. O Brasil era um país que vinha de uma grande tradição na área da saúde, de implementar políticas de qualidade, e voltou a ocupar essa posição no novo governo‖. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 2 Recuperar a confiança na coordenação do Ministério da Saúde foi um dos pontos destacados por Nísia Trindade Lima quando participou da entrega do relatório final do GT de saúde do gabinete de transição, em 30 de dezembro do ano passado, ainda antes de sua posse no Ministério da Saúde. ―Isso só é possível com o aprofundamento nas análises dos dados, e também com esse processo de gestão participativa, de diálogo com a sociedade‖, destacou na época. Três meses depois, ao participar da aula inaugural da Fiocruz no ano letivo de 2023, em 31 de março, a ministra da saúde ainda listou a recuperação dessa capacidade de coordenação como um objetivo a ser alcançado e acrescentou outros desafios que estão entre suas prioridades à frente da pasta, como a necessidade de investimentos contínuos em ciência, tecnologia e inovação; a descentralização da produção de bens de saúde como vacinas e medicamentos; o aprofundamento da relações entre ciência e democracia por meio da comunicação; e o de fortalecimento dos sistemas de saúde e proteção social. A ministra também destaca desde antes de sua posse a necessidade de fortalecer a produção de insumos de saúde no Brasil, reduzindo sua dependência em relação a importações, que somam 20 bilhões de dólares. Na semana passada, foi criado o Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS), com 20 órgãos públicos sob a coordenação dos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O governo descreve que no caso do de insumos farmacêuticos ativos, por exemplo, mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil para produção de vacinas e medicamentos é importada. Na área de equipamentosmédicos, a produção nacional atende 50%, e, entre os medicamentos prontos, o percentual é de cerca de 60%. Com o fortalecimento do complexo, a meta é atingir média de 70% de produção local no setor em 10 anos. 1.2 Movimento pela vacinação A queda das coberturas vacinais registradas pelo Programa Nacional de Imunizações desde 2015 e a baixa adesão às doses de reforço e a vacinação de crianças contra a covid-19 levaram o Ministério da Saúde a lançar o Movimento Nacional pela Vacinação, uma das políticas tratadas como prioritárias pelo governo. Para o vice-presidente da Abrasco, o cenário a ser enfrentado é mais complexo do que aquele em que o país se tornou referência global de vacinação, com o enfrentamento dos grupos antivacinistas que se fortaleceram ao longo da pandemia de covid-19. ―O governo anterior não enfrentou esse problema e contribuiu para a disseminação de informações falsas a respeito da vacinação‖, critica. ―As atitudes recentes desse governo, a campanha pela vacinação e a própria presença do presidente [Lula] sendo vacinado faz parte dessas políticas restitutivas. O Brasil voltou a fazer aquilo que tradicionalmente fazia. Esse primeiro grande esforço precisa ser um esforço muito grande de recuperação. E ele está sendo feito‖. No lançamento do movimento nacional, o vice- presidente Geraldo Alckmin vacinou o presidente Lula com a dose de reforço bivalente contra a covid- 19, demonstrando publicamente o apoio à vacinação e a confiança na segurança da vacinas. Um dos obstáculos ao sucesso do movimento é justamente a ação de grupos antivacinistas que espalham mentiras com o objetivo de causar hesitação na população que precisa se vacinar. Para a ministra da saúde, essa ação é criminosa. ―Temos enfrentado uma forte campanha, desde 27 de fevereiro, de fake news envolvendo a vacina bivalente. Isso é extremamente sério e eu tenho destacado que não se trata de desinformação, se trata de ação criminosa‖, declarou a ministra. O presidente do Conselho Nacional de Saúde vê o fortalecimento desses grupos negacionistas diretamente ligado às ações e declarações anticiência do governo anterior, mas ressalta que a ameaça de retorno de doenças como a poliomielite é um problema mais antigo, devido às sucessivas quedas da cobertura vacinal desde 2015. Ele avalia que o movimento nacional pela vacinação é uma prioridade que está sendo bem encaminhada pelo governo. ―Esse movimento é fundamental. A gente acredita que está em um bom caminho e a gente tem que ampliar ainda mais. A própria Conferência Nacional de Saúde está tratando disso, e a gente acredita que vai ser possível a gente reverter o quadro atual, em que os índices de vacinação são muito baixos‖. Representante de uma categoria diretamente envolvida na vacinação, o membro do Conselho Federal de Enfermagem Daniel Menezes vê como positivo que a recuperação das coberturas vacinais seja considerada uma prioridade. ―É um movimento que tem nosso apoio e conta com nosso trabalho, especialmente na saúde pública e na atenção básica‖. 1.3 Piso da enfermagem Menezes ressalta que a prioridade para a categoria neste momento é a garantia do piso salarial, previsto em lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada no governo anterior, porém suspenso em liminar do Supremo Tribunal Federal após uma ação das empresas privadas do setor. A decisão do ministro Luís Roberto Barroso atendeu ao ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 3 pedido devido à falta de uma fonte pagadora para o cumprimento do piso, o que aguarda solução. O conselheiro avalia que o diálogo com o governo federal tem sido positivo para que parta do Executivo a solução do problema, com uma medida provisória que atenda a esse requisito e possibilite o pagamento de acordo com o piso. A expectativa, porém, era de que essa solução fosse mais célere, afirma ele. ―Avaliamos que está muito demorada a concretização disso tudo que está sendo ventilado publicamente pelo próprio presidente e inclusive pela ministra da saúde e pelo ministro-chefe da casa civil. A enfermagem, de forma geral, está preocupada com a demora para que essa medida seja encaminhada. Nossa avaliação é positiva, mas com esse porém". A lei aprovada no ano passado prevê o pagamento de, no mínimo, um salário de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem, e de R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem. O presidente do Conselho Nacional de Saúde concorda que a garantia do piso nacional da enfermagem é uma medida prioritária o suficiente para ter sido concretizada nos primeiros 100 dias de governo. Pigatto defende que a questão seja resolvida nos próximos dias. ―O piso nacional de enfermagem estava para nós colocado para o horizonte de ação dos primeiros 100 dias. Esperamos que aconteça a assinatura da medida provisória até a próxima semana, porque, para nós, isso é fundamental. O posicionamento do Conselho Nacional de Saúde é de que essa é uma prioridade que precisa se materializar na vida real‖. 1.4 Represamento de cirurgias Fernando Pigatto também avalia como positiva a inclusão do programa de redução de filas de cirurgias eletivas entre as prioridades encaminhadas nos primeiros 100 dias de governo, porque o problema atinge um grande número de pessoas e provoca o agravamento de condições de saúde. O conselho vê, porém, que é necessário priorizar as unidades públicas de saúde com os recursos do programa que serão encaminhados às unidades federativas. ―A gente sabe que o sistema é complexo. A gente sabe que, em alguns lugares, o sistema da iniciativa privada e filantrópica tem uma força muito grande, mas a gente acredita que tem que, aos poucos, ir ajustando para que cada vez mais os recursos públicos sejam direcionados para as instituições públicas, que tenham o acompanhamento e a regulação pública. Para que esses recursos sejam bem aplicados‖, opina. ―Consideramos positiva a iniciativa. Achamos importantes já destinar recursos para o enfrentamento das filas. Sabemos que os problemas não vão ser resolvidos neste ano. E, por isso, os programas precisam cada vez mais ser aperfeiçoados e ter o olhar do controle social, não só na fiscalização, mas em como esses recursos vão ser investidos‖. Um montante de R$ 600 milhões em recursos foi garantido para a iniciativa pela PEC da Transição, e a primeira remessa, cerca de R$ 200 milhões, será destinada apenas às cirurgias eletivas. Além dos procedimentos cirúrgicos, o programa vai atender em um segundo momento à demanda represada por exames e consultas especializadas. Para o vice-presidente da Abrasco, já há resultado positivo nesse tema devido ao trabalho de coordenação do governo federal em relação às outras instâncias do SUS. ―Por causa da escala em que as políticas da saúde ocorrem, elas rapidamente são percebidas pela população. Elas são vivenciadas. Por que não se conseguiu melhorias significativas antes? Porque, para conseguir, é preciso que seja uma prioridade, se mobilize a competência técnica disponível e é preciso que o SUS funcione em seus vários níveis. E por que não se fez antes? Porque havia uma agenda confusa, que não priorizava os temas essenciais da saúde e estava dispersa em disputas ideológicas e políticas, e, por ser desagregadora, não conseguia se articular com os estados e municípios‖. 1.5 Mais Médicos O relançamento do programa Mais Médicos também é uma medida destacada pelo vice- presidente da Abrasco, que aponta que o programa foi adequado para o cenário atual, em que já há um número maior de médicos no país do que quando foi lançado pela primeira vez, em 2013. Mesmo assim, o desafio de manter médicos em regiões do interior e nas periferias de grandes cidades é grande, avalia. ―A proposta ainda vai sofreradequações necessárias para que possa apresentar resultados. Mas nós tivemos uma experiência bem sucedida da primeira vez, então, a nossa expectativa é de que essa versão atualizada também consiga aumentar e muito a oferta de atenção à saúde para as populações que hoje carecem da presença, não apenas, dos médicos nessas localidades, embora acabe sendo muito marcante a ausência desse profissional especificamente‖. No último dia 20, o governo federal anunciou a retomada do programa. Até o final de 2023, serão 28 mil profissionais em todo o país, com prioridade nas áreas de extrema pobreza. A estimativa do governo é que mais de 96 milhões de brasileiros poderão ser atendidos por esses médicos na atenção primária. Para o Conselho Nacional de Saúde, o relançamento do programa foi muito importante para ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 4 substituir o Médicos pelo Brasil, implementado no governo anterior. Pigatto afirma que o programa não atingiu os objetivos, e o país, pelo contrário, perdeu médicos em regiões cujas populações tinham menos acesso à saúde, como os povos indígenas. Procurado pela Agência Brasil, o Conselho Federal de Medicina afirmou que está elaborando propostas que serão encaminhadas ao Congresso Nacional visando o aperfeiçoamento da medida provisória que prevê incentivos para capacitação de participantes do Mais Médicos. Ao formular a medida, o governo federal justificou que 41% dos participantes do Mais Médicos desistem de trabalhar nos locais mais remotos e saem em busca de oportunidades de capacitação e qualificação. Diante disso, a proposta prevê incentivo a esses profissionais, como indenização por fixação em locais de difícil acesso e formação lato sensu e mestrado profissional para os participantes. O CFM defende que o governo considere apenas a participação de médicos com CRM, ou seja, com diplomas revalidados. O conselho argumenta que aprovação nesse exame é uma medida que traz segurança aos pacientes, garantindo que apenas pessoas que comprovem conhecimento, habilidades e atitudes especificas da medicina possam fazer o diagnóstico de doenças e a prescrição de tratamentos. Na Medida Provisória 1165, de 21 de março de 2023, o governo prevê dispensa do médico intercambista da obrigação de revalidar seu diploma enquanto exercer a medicina exclusivamente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão do Mais Médicos. Além disso, o CFM reivindica que qualquer iniciativa do tipo deve prever a garantia de oferta aos profissionais de condições de trabalho adequadas, como acesso a leitos, equipamentos, exames, equipe multiprofissional e rede de referência e contrarreferência, além de oferta de remuneração compatível com a dedicação e responsabilidade exigidos. 1.6 Orçamento do SUS O presidente do CNS destaca que um tema em debate no conselho é a nova regra fiscal apresentada pelo governo federal, que será discutida em um seminário nacional nos dias 18 e 19 de abril. Pigatto vê como essencial a substituição do teto de gastos, que provocou muitas perdas no SUS. "A emenda constitucional 95 retirou do SUS mais de R$ 60 bilhões. Isso significa morte. Isso significa adoecimento, isso significa tristeza e dor das famílias. Isso significa as pessoas esperarem por um exame, não terem um remédio, não terem uma cirurgia". Para a Abrasco, o arcabouço fiscal avança ao retirar o SUS do sufocamento provocado pelo teto de gastos que vigorou nos últimos anos. Além de reduzir o orçamento da saúde, aponta Paes de Sousa, o teto de gastos impactou a renda e o acesso aos programas sociais, aumentando a demanda da população sobre a saúde pública e gratuita. ―A PEC 95 estava fadada ao fracasso, porque o grau de restrição que ela impôs ao orçamento público não era sustentável. Os prazos e a rigidez desse modelo seriam pouco prováveis que sobrevivessem, e ainda bem que não vão sobreviver. Na saúde, o efeito foi brutal‖, afirma. ―Se abstrairmos o investimento que foi feito direcionado para a pandemia, tivemos restrição orçamentária na área da saúde‖. O sanitarista destaca que demandas crescentes cobram investimentos na área da saúde, cuja inflação específica é sempre mais intensa que a inflação geral. ―A recomposição do orçamento da saúde é sempre mais crítica. E na proposta do ministro Haddad, é muito importante a preservação da área da saúde. O teto de gasto é o tipo de definição que vai precisar ser revista logo adiante. Alguma coisa haveria de surgir para substituir aquele modelo, que não seria sustentável. O grau de asfixiamento do orçamento público seria de tal ordem que seria inviável‖. VIVA O SUS 2. Reconstrução de políticas públicas é prioridade da nova gestão da Saúde Ações prioritárias foram pontuadas pela ministra Nísia Trindade em coletiva de imprensa nesta terça (10) - Foto: Cláudio Kbene Farmácia Popular, Rede Cegonha, políticas públicas de saúde mental, ações voltadas à saúde da mulher estão entre os programas do Sistema Único de Saúde (SUS) que serão retomados e ampliados. As ações foram pontuadas pela ministra Nísia Trindade em entrevista coletiva nesta terça-feira (10). Antes de conversar com a imprensa, a ministra se reuniu com o presidente Lula e debateu as ações prioritárias dos primeiros cem dias de gestão no Ministério da Saúde. ―Estamos em uma fase de falarmos claramente de desmontes e dificuldades, não vendermos a ilusão de facilidades, mas, ao mesmo tempo, [trabalhamos] com muita determinação e com algo que o Sistema ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 5 Único de Saúde tem, que é o trabalho em redes‖, frisou. No âmbito do Farmácia Popular, uma das principais propostas é a ampliação dos medicamentos ofertados diretamente pelo Governo Federal e o reforço da rede conveniada através da estratégia ‗Aqui tem farmácia popular‘. Criado em 2004, o programa é o principal braço da assistência farmacêutica do SUS, componente fundamental para a garantia do direito básico e universal do acesso à saúde garantido pela Constituição Cidadã. Dentre as demais ações estratégicas que devem ser retomadas, está a Rede Cegonha. Instituído em 2011, o programa visa garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres antes, durante e depois do parto. ―O Brasil aumentou os seus índices de mortalidade materna, eu considero isso inaceitável. Então, uma das ações importantíssimas que nós vamos fazer é a recuperação da Rede Cegonha que vinha demonstrando um efeito muito positivo na redução da mortalidade materna‖, exemplificou Trindade. Outras áreas que devem ser recuperadas são as políticas de saúde mental, os programas voltados para a saúde da mulher como um todo, as ações para a adolescência, além do fortalecimento do complexo econômico e industrial da saúde. Questionada sobre a vocação mais técnica ou política de sua gestão, a ministra foi taxativa ao esclarecer que, ainda que amparada pela excelência técnica e científica, exercer um programa de governo é, essencialmente, exercer uma inclinação política. ―No caso da Saúde, é um programa que visa o fortalecimento do SUS, ao acesso de qualidade, ao cuidado com a população‖, reforçou. E finalizou dizendo que a recuperação do SUS que pretende encampar à frente do Ministério da Saúde não será feita apenas no gabinete. ―Muita coisa, eu tenho certeza, que nós vamos poder recuperar vendo também o fortalecimento da participação social, da questão interfederativa‖, declarou. Jéssica Gotlib Ministério da SaúdeATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 6 investimentos em saúde, Governo anuncia R$ 200 milhões para saúde mental em 2023 Anúncio foi feito na 17ª Conferência Nacional de Saúde A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta segunda-feira (3) duas portarias que instituem a recomposição financeira para os serviços residenciais terapêuticos (SRT) e para os centros de atenção psicossocial (Caps), totalizando mais de R$ 200 milhões para o orçamento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no restante de 2023. Ao todo, o recurso destinado pela pasta aos estados será de R$ 414 milhões no período de um ano. O anúncio foi feito durante a 17º Conferência Nacional de Saúde, que acontece até a próxima quarta-feira (5) em Brasília. O evento reúne representantes da sociedade civil, entidades e movimentos sociais para debater temas prioritários para o sistema público de saúde, incluindo a saúde mental. O montante anunciado representa um aumento de 27% no orçamento da rede, no intuito de aumentar a assistência à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS). O repasse será direcionado para um total de 2.855 Caps e 870 SRT existentes no país. Todas as instituições, de acordo com o ministério, terão recomposição do financiamento e os recursos serão incorporados ao limite financeiro de média e alta complexidade de estados, do Distrito Federal e dos municípios com unidades habilitadas. Nísia lembrou que, durante os encontros preparatórios para a conferência nacional, nos estados e municípios, surgiram dois pontos de consenso: o reforço do SUS e da democracia. ―Nesse contexto, a saúde mental tem lugar especial‖, destacou, ao citar retrocessos e o que ela mesma chamou de negacionismo identificados no país ao longo dos últimos anos. ―Um descaso com o sofrimento, agravado pela pandemia de covid-19. A pauta de saúde mental é hoje discutida em todo o mundo. Não está referida só ao efeito da pandemia. Tem muito a ver com a solidão com que as pessoas vivem hoje, com o individualismo crescente que, muitas vezes, se manifesta na dificuldade de ter relações sociais, nisso que hoje se chama de efeito tóxico da comunicação só pelas redes sociais.‖ 2.1 Assista na TV Brasil 2.2 Novas habilitações Desde março, 27 novos Caps, 55 SRT, quatro unidades de acolhimento e 159 leitos em hospitais gerais – a maioria em estados do Nordeste – foram habilitados pela pasta. Os novos serviços estão localizados nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Este ano, o ministério criou o departamento de Saúde Mental, responsável pela retomada da habilitação de novos serviços e por iniciar estudos para a recomposição do custeio dos Caps e dos SRT. Segundo a pasta, diversos estudos acadêmicos reiteram que a ampliação da oferta de serviços comunitários em saúde mental diminui a demanda por hospitalização, assegurando mais qualidade de vida à população. ―A criação do departamento foi algo que nos dedicamos com afinco porque já vinha sendo apontado, durante a equipe de transição, com muita força esse tema. Acreditamos na sua importância. E é também um tema permanente nas discussões do Conselho Nacional de Saúde‖, avaliou Nísia. 2.3 Entenda Os Caps são serviços de saúde de caráter aberto e comunitário voltados ao atendimento de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, drogas e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial. Nesse tipo de estabelecimento, atuam equipes multiprofissionais que empregam diferentes intervenções e estratégias de acolhimento, como psicoterapia, seguimento clínico em psiquiatria, terapia ocupacional, reabilitação neuropsicológica, oficinas terapêuticas, medicação assistida, atendimentos familiares e domiciliares. Já os SRT são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves. 2.4 Conferência A Conferência Nacional de Saúde acontece a cada quatro anos, desde 1986, para definição e construção conjunta de políticas públicas do SUS. Gestores, fóruns regionais, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e outros atores se reúnem durante o evento, organizado pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo ministério. A edição deste ano tem o lema Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia. De acordo com a pasta, mais de 2 milhões de pessoas participaram das etapas preparatórias e cerca de 6 mil são esperadas durante essa semana em Brasília. Serão debatidas diretrizes e um total de ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7 329 propostas que devem auxiliar a nortear as decisões do governo federal para a rede pública de saúde ao longo dos próximos anos. ―A conferência é um instrumento constitucional que existe desde que foi criado o Ministério da Educação em Saúde. Mas, no início, só participava a alta cúpula do ministério. Essa ideia de uma participação social ativa, como é hoje, muito maior e mais diversa, vem do processo de redemocratização do Brasil em 88. Realmente é retomar esse espírito, que é o espírito do SUS e da democracia, com muita participação social‖, concluiu Nísia. Dia Mundial da Saúde 2023 traz o tema “Saúde para todos” Organização das Nações Unidas (ONU) e Mercocidades celebram a data com São Paulo e a cidade argentina de Rosário No Dia Mundial da Saúde, a Vice-presidência de Desenvolvimento Social e Saúde da rede internacional Mercocidades quer enfatizar a importância da campanha ―Saúde para Todos‖, temática escolhida pela ONU para celebrar a data em 2023, que vai ao encontro do lema "Não deixar ninguém para trás‖ da Agenda 2030. Após três anos desde o início da pandemia da Covid-19, se observou o quão essencial é garantir que toda pessoa tenha acesso às políticas públicas de saúde que valorizem a vida e o bem-estar, e por isso neste 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, lembramos das desigualdades que marcam as diferentes experiências das pessoas com os sistemas de saúde. É marcante em nossas cidades, em regiões com alta e baixa renda, as diferenças encontradas em indicadores de qualidade e expectativa de vida, mortalidade infantil e por causas evitáveis além do nível de atenção médica. Com isso, unir desenvolvimento social e saúde para todos implica diretamente em universalizar o saneamento básico, despoluir rios, reduzir as emissões de carbono e outros gases, oferecer acesso à informação, cobertura vacinal, medicamentos, esporte, segurança alimentar e saúde mental. Enquanto recupera-se social e economicamente da pandemia, deve-se redobrar os esforços para universalizar medidas de medicina preventiva, acesso a equipamentos de proteção, cobertura vacinal e, essencialmente, à informação, combatendo assim a desinformação que desacreditam a ciência e as instituições com competências no assunto, como vem trabalhando a gestão Ricardo Nunes, na capital mundial da vacina. As Mercocidades incentivam as cidades parceiras da rede a continuarem promovendo mudanças qualitativas no planejamento, desenho e execução das políticas de saúde, que reflitam acordos organizacionais e institucionais para a promoção e garantia de direitos em condições de maior equidade e universalidade. Na liderança por cidades diversas, verdes e resilientes, as Mercocidades reforçam o compromisso com a Agenda 2030 e a aplicaçãodos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas suas comunidades, assegurando a implementação de políticas públicas que universalizem a dignidade e o acesso a serviços, trabalhando por saúde e desenvolvimento sustentável para todos. Em 2023 a OMS também comemora seu 75º aniversário associando a celebração ao Dia Mundial da Saúde, uma oportunidade única de reforçar e dar visibilidade global à importância dos territórios e das autarquias locais para abordar o lema saúde para todos. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 8 Educação Em Saúde INTRODUÇÃO Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde define-se por um estado dinâmico de bem-estar físico, mental, espiritual e social e não apenas a ausência de doenças, ou seja, observa-se a saúde do individuo de forma integral, compreendendo sua complexidade e analisando-a sistematicamente. De acordo com a Lei Orgânica de Saúde (Lei nº 8.080/1990), define em seu artigo 3º que a saúde tem como fatores determinantes, dentre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Analisada e conceituada a expressão saúde, podemos concluir que seu conceito pode ser compreendido de forma ampla e não meramente apenas ausência de doenças, ou seja, existem fatores diversos, sejam eles: intrínsecos ou extrínsecos ao ser humano que definem o estado de saúde de cada indivíduo. Um fator determinante da saúde, que merece destaque, é consideravelmente a educação, uma vez que associada à saúde remete quanto à importância de serem justapostas permitindo criar ações pedagógicas no processo de educação em saúde ao indivíduo, família e comunidade. Com isso, realizando um processo de despertar dos indivíduos em relação a seu auto cuidado, consciência crítica e garantia dos seus direitos sociais. Sendo assim, este trabalho de abordagem qualitativa; realizado pesquisa bibliográfica visa ressaltar a importância dos profissionais de saúde, quanto sua atuação de produção em educação e saúde. Os objetivos deste estudo, além disso, compreendem a analise das técnicas de abordagem de ensino e mecanismos metodológicos que efetivamente são utilizadas atualmente nas praticas educativas voltadas à saúde. Esse estudo justifica-se pela necessidade de promover massiçamente uma educação continuada e permanente em saúde, proporcionando uma reflexão sobre os hábitos saudáveis de vida, tais como alimentação equilibrada, prática esportiva, lazer, ações sanitárias etc. Até porque é impossível falar de saúde sem deixar de falar nas condições de moradia, saneamento básico, meio ambiente e entre outros. A necessidade de abordar este assunto provém da falta de conhecimento de muitos indivíduos a cerca do seu papel como sujeito social e referente ao seu auto cuidado. Esta falta de esclarecimento infelizmente ainda é consideravelmente significativa, o que gera indivíduos pouco conscientes de hábitos saudáveis e de ações sanitárias, refletindo na qualidade de saúde da população. Pois um indivíduo educado em saúde é um agente transformador da sociedade. Em um país em que a grande maioria das pessoas possui a visão e ação de remediar, ao invés de prevenir, por isso se faz necessário a inclusão da educação em saúde tanto para jovens quanto para adultos, especialmente para os jovens e as crianças, visto que sua formação como indivíduo compreende esta etapa da vida. Uma criança e um jovem politicamente educado quanto aos aspectos que compreendem a saúde, consequentemente este será um adulto consciente referente às ações sanitárias, encarando a saúde como um direito e uma prioridade social. A educação para a saúde pode ser compreendida como fator de promoção e proteção à saúde e estratégia para a conquista dos direitos de cidadania. Sua inclusão na sociedade responde a uma forte demanda social, num contexto em que a tradução da proposta constitucional em prática requer o desenvolvimento da consciência sanitária da população e dos governantes para que o direito à saúde seja encarado como prioridade. EDUCAÇÃO EM SAÚDE Segundo a Constituição Federal de 1988, a saúde é vista como um direito de todos e um dever do Estado, visto que se faz necessário a elaboração e implantação de políticas públicas voltadas á saúde, para melhor atender à população (BRASIL, 1998). Neste contexto de saúde, é importante ressaltar a construção de uma integração e um paralelo ao que se refere à educação, objetivando um processo de educação em saúde, visando suscitar nos indivíduos uma construção de consciência sanitária afim de, reverter o quadro da saúde da população enfatizando a participação popular nas políticas públicas exercendo dessa forma, sua autonomia como sujeito; além da democracia e cidadania. A educação em saúde é compreendida como um processo, onde se estabelece trocas de saberes e experiências entre os indivíduos. Sendo assim, realizando combinações referentes às experiências de aprendizagem conducentes a saúde. Pode ser também definida como um processo que abrange a participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas das pessoas sob risco de adoecer (CANDEIA, 1997). O binômio saúde e educação são considerados interfaces que articulam entre si, e que de nenhuma forma podem se dissociarem, pois ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 9 caminham juntas na realidade das práticas sociais. Nesta perspectiva de educação em saúde, configura-se a presença dos profissionais de saúde que atuam como colaboradores, atores e responsáveis no desenvolvimento da prática educativa. Para que o profissional de saúde possa atingir com excelência seu desempenho nas práticas educativas, requer que o mesmo possua proximidade com a realidade com a qual será objeto de trabalho, além de possuir visão crítica da sua atuação, bem como reflexão do seu papel como educador (FERNANDES et al., 2010). De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a educação em saúde denomina-se como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de vida e de saúde dos indivíduos. A discussão a cerca deste tema, é de grande relevância, pois se for discutido e abordado para com a sociedade, pode ser entendida como um mecanismo estratégico, afim de, estabelecer e fortalecer o vinculo entre o profissional de saúde e a população de forma geral. Este elo proporciona a consciência do indivíduo como protagonista da sua história, bem como sujeito de sua própria autonomia desenvolvendo uma visão crítica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Historicamente o processo evolutivo da educação em saúde, compreende desde o marco das disputas dos modelos assistenciais de saúde, no final do século XIX, perpassando pelo movimento da Reforma Sanitária que objetivava transformações no contexto da saúde no Brasil, assim como a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), até os modelos atuais de políticas públicas vigentes em nosso país (PAIM, 2003). Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Atualmente, a temática educação em saúde configura um dos assuntos mais debatidos e questionados ora pela saúde pública, ora pelos profissionais da área de saúde. Com isso discute-se sobre a interação entre educadores e educandos; ressaltando a troca de experiências e conhecimentos entre os mesmos a fim de capacitar a população de forma geral, quanto à promoção de hábitos saudáveis (PAIM, 2003). De acordo com Paulo Freire (1996, p. 47), educar é saberque ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua criação. Na perspectiva que a prática educativa é considerada também um processo político em que os mecanismos metodológicos e as técnicas pedagógicas, propiciam as transformações, assim como desalienação e emancipação dos sujeitos envolvidos. Por isso a educação em saúde não tem por objetivo meramente informativo, entretanto trata-se de uma prática educativa que busca conduzir os indivíduos a uma reflexão sobre as bases sociais da vida, fazendo-os perceber que a saúde é um direito social e não uma concessão (SOARES et al., 2009). De acordo com Paulo Freire (2004), a sua concepção de educação resume-se a: ―ato sociopolítico e uma situação gnoseológica aonde as pessoas, mediadas pela realidade histórica social, em relação dialógica, umas com as outras e em permanente leitura analítico-crítico daquela realidade superavam a pobreza política e a consciência ingênua construindo até a morte, a consciência política pela rejeição a todas as formas de opressão‖ (FREIRE, 2004, p: 59). Os profissionais de saúde podem ser representados por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, cirurgiões-dentistas, psicólogos, nutricionistas e outros que atuam de forma multidisciplinar. Juntos devem atuar de acordo com os seus saberes específicos, porém é necessário somar todos esses saberes para obter respostas satisfatórias, efetivas a problemática que envolve a perspectiva de viver com qualidade (SOARES et al., 2009). Sem dúvida a troca de conhecimentos entre sociedade, profissionais da saúde e autoridades competentes realiza um trabalho conjunto, resultando na produção de saúde. Práticas Educativas As práticas educativas são consideradas relevantes no processo em saúde, visto que o objetivo primordial da educação em saúde baseia-se na melhoria das condições de vida e saúde da população. Para atingir este objetivo é necessário que as práticas educativas estejam voltadas para a realidade da população à qual se destina, destacando seus reais problemas, bem como a etiologia dos mesmos (KRUSCHEWSKY et al., 2008). Para tanto é imprenscídivel ir ao encontro dos interesses da sociedade, ou seja, dos educandos; proporcionando-os contéudos e práticas que estejam em consonância com suas necessidades. partindo deste pressuposto as intervenções poderão ser efetivamente desenvolvidas e aplicadas. Para que haja eficiência e qualidade na aplicação das atividades educativas, é importante caracterizar e analisar o público-alvo à qual se pretende atingir, desde pessoas saudáveis, como também pessoas saudáveis, porém expostas a risco de contrair doenças e pessoas com doenças instaladas e ou crônicas. Após esta análise, segue se a identificação da fase do ciclo, a exemplo da infância, adolescência, adulto e idoso. Em seguida observa-se qual nível de atenção a ser abordado, seja primário, secundário ou terciário. Após isso deve se apropriar de u embasamento teórico para a prática ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10 pedagógica em saúde, ou seja, quais teorias melhor se aplicam a realidade de derteminada comunidade (KRUSCHEWSKY et al., 2008). Os profissionais da área de saúde são educadores por natureza, visto que desempenha funções voltadas a prevenção de doenças e promoção da saúde. Neste contexto atuam desenvolvendo atividades de educação em saúde, atendendo às necessidades socias, de forma a orientar, respeitando o nível de instrução escolar e o contexto social em que vivem, adequando a uma linguagem e abordagem específica a cada indivíduo, grupo ou comunidade (BORDENAVE et al., 2002). Embora todos os profissionais de saúde sejam educadores por natureza, é necessário que os mesmos desenvolvam suas atividades pedagógicas, aperfeiçoando suas técnicas teórico e pedagógicas. Para que a educação em saúde tenha qualidade e atue atendendo as necessidades e anseios da sociedade se faz necessário que haja estratégias de ensino e aprendizagem, utilizando-se de artifícios didáticos que valorizem o educando como um ser singular e capaz de participar ativamente do seu processo educacional (BORDENAVE et al., 2002). Existem inúmeras vertentes ou modelos a serem trabalhados nas atividades educativas em saúde. Os modelos pedagógicos de certa forma refletem ideologias distintas referente à conduta individual e coletiva. Destacam-se alguns, entre les a pedagogia de transmissão ou tradicional e a pedagogia da problematização, crítica e libertadora. A pedagogia tradicional baseia-se na importância das ideias e conhecimentos, e a figura do aluno é de receber essas novas ideias e conhecimentos feitos uma página em branco; deixando de desenvolver seu crescimento e participação ativa. Já a pedagogia problematizadora possibilita uma prática educativa em saúde mais participativa, proporcionando transformação social (LOPES et al., 2009). Logo a pedagogia tradicional visa apenas à transmissão de informação e conhecimento, enquanto a teoria problematizadora de Freire objetiva despertar a consciência política e critica, por meio da educação popular (LOPES et al., 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS A atuação dos profissionais da área da saúde voltados à educação em saúde, mediante práticas educativas e/ ou pedagógicas, são consideradas fundamentais para o processo de formação reflexiva e crítica da sociedade. É por meio da educação que se atinge objetivos satisfatórios tais como o despertar da consciência dos indivíduos quanto ao seu auto- cuidado, bem como consciência das ações sanitárias, garantia dos direitos e entre outros. A educação em saúde perpassa pela importância da promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde dos indivíduos. Além disso, promove a aplicação de hábitos de vida saudáveis, proporcionando assim melhor qualidade de vida para a população, pois uma sociedade bem orientando e conscientizada desenvolve suas competências, habilidades e ações sanitárias com qualidade e eficiência. Há de se ressaltar também que a aplicação e instrumentalização das praticas pedagógicas se dá por meio de inúmeros modelos pedagógicos. Um dos modelos mais utilizados e que se aplica de acordo com as reais necessidades do público–alvo a de se atingir, compreende a teoria problematizadora, crítica e libertadora, que analisa o indivíduo como sujeito de sua própria autonomia, trabalhando o desenvolvimento do seu pensamento crítico e reflexivo, bem como agente transformador da sociedade. Segurança em Saúde ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 11 A segurança no trabalho Quando falamos em segurança no trabalho, estamos nos referindo às medidas que devem ser adotadas para se preservar o bem-estar do trabalhador e proteger a sua vida de possíveis acidentes no ambiente laboral. A segurança, portanto, tem natureza preventiva — e este é o seu traço mais característico. Desse modo, são medidas de segurança: a preocupação com as instalações, para que não apresentem riscos de acidentes; a orientação sobre os procedimentos adotados para impedir situações de risco; a indicação de práticas seguras, como metodologias mais adequadas e os equipamento de proteção necessários para cada atividade. Essas atribuições — analisar, orientar e decidir sobre segurança no trabalho — são restritas ao Engenheiro de Segurança do Trabalho e ao Técnico em Segurança do Trabalho. O principal documento para a elaboração de medidas de segurança da empresa é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais — o famosoPPRA, cuja realização e implementação são obrigatórias de acordo com Norma Regulamentadora n.º 9 (NR9) da Legislação Trabalhista. O PPRA é um instrumento valioso para a segurança no ambiente laboral. Isso porque ele traz recomendações para a prevenção dos riscos ambientais existentes em cada função da empresa, incluindo os agentes físicos, químicos e biológicos. Com este programa em mãos, a empresa consegue reconhecer, avaliar e controlar os riscos por meio da minimização dos agentes causadores, quando possível, ou pela recomendação do uso de Equipamentos de Proteção Coletivos ou Individuais (EPCs e EPIs) Outro mecanismo que auxilia na manutenção da segurança no ambiente de trabalho é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), constituída por membros representantes dos empregados, eleitos por meio de votação secreta dos colaboradores e, também, por membros representantes dos empregadores. A CIPA deve ser ativa no ambiente de trabalho, com reuniões frequentes — preferencialmente mensais — e atuando na promoção da segurança dos colaboradores. Algumas das atribuições da Comissão são: identificar riscos de processo nas variadas funções da empresa; elaborar um plano de trabalho com ações preventivas de segurança; implementar medidas de prevenção de riscos; avaliar prioridades de ações no ambiente de trabalho; fazer vistorias periódicas em todos os setores da empresa, com intuito de atualizar o plano de ações preventivas de segurança. Além dessas, uma das atribuições mais importantes da CIPA é realizar anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), prevista pela Norma Regulamentadora n.º 5 (NR5) da Legislação Trabalhista. O principal objetivo da SIPAT é promover a reflexão e a conscientização acerca da segurança no trabalho. A saúde no trabalho A saúde no trabalho, por sua vez, está diretamente relacionada às possíveis doenças ocupacionais e profissionais. Mais do que isso, ela também diz respeito à preservação da qualidade de vida do trabalhador, considerando sua saúde física, mental e social. A saúde no trabalho deve incluir a avaliação da capacidade laborativa do funcionário e suas condições de saúde ao iniciar suas atividades na empresa, assim como ao sair. Esse objetivo é alcançado por meio da realização de: exames ocupacionais admissionais; exames ocupacionais periódicos; exames ocupacionais de mudança ou retorno de função; exames ocupacionais demissionais. Essas avaliações geralmente incluem uma análise clínica, uma audiometria tonal e exames laboratoriais específicos, dependendo dos riscos ambientais de cada função. Tudo isso está previsto no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), o mais importante instrumento para a manutenção da saúde no trabalho, cuja execução está prevista na Norma Regulamentadora n.º 7 (NR7) da Legislação Trabalhista. Assim como o PPRA, o PCMSO é de elaboração e implementação obrigatória para todas as empresas com pelo menos um funcionário, e deve ser atualizado todos os anos. Quem realiza este ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 12 programa são os Médicos do Trabalho ou outras pessoas capazes de desenvolver o que está previsto na NR7, de acordo com o SESMT. Outro importante documento da saúde no trabalho é a Análise Ergonômica, estabelecida pela Norma Regulamentadora n.º 17 (NR17), que tem como principal objetivo identificar as funções e os objetos do profissional, observando a existência de riscos ergonômicos. Também consta a avaliação dos níveis de ruídos, de luminosidade e de temperatura do ambiente que podem afetar a saúde dos funcionários — não só física como mental. Isso porque condições adversas podem trazer impactos negativos ao emocional do colaborador, tão graves quanto os impactos físicos. Cabe ao empregador zelar pela integridade mental de seus funcionários, buscando estabelecer um ambiente que traga apoio e conforto e evitando sentimentos como tristeza, culpa ou incapacidade. A relação entre segurança e saúde no trabalho Segurança e saúde no trabalho atuam juntas e se complementam, buscando garantir um ambiente profissional melhor, mais seguro e mais saudável. E agora que você já sabe quais são as atribuições de cada uma, vamos comentar sobre a dinâmica existente entre elas. Para começar, é a partir da junção entre segurança e saúde no trabalho que a empresa garante uma série de vantagens, como: redução dos riscos de acidentes de trabalho; promoção de um ambiente mais adequado ergonomicamente; redução dos casos de doenças ocupacionais; estabelecimento de melhores condições físicas e psicológicas de trabalho para os colaboradores; aumento da organização da empresa com a elaboração de planos de riscos; diminuição dos gastos com pagamento de multas ou indenizações devido ao descumprimento de normas trabalhistas; aumento da qualidade de vida no ambiente de trabalho e, com isso, maior produtividade por parte dos colaboradores. Esses objetivos não podem ser alcançados se não forem obedecidas as Normas Regulamentadoras previstas na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Atualmente, existem 36 NRs aprovadas na legislação, sendo que as mais importantes para a segurança e saúde no trabalho são: NR5, que prevê a formação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); NR6, que torna obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) NR7, que regulamenta o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); NR9, que regulamenta o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); NR17, que regulamenta a Análise Ergonômica. O descumprimento das NRs de segurança e saúde no trabalho por parte do empregador acarreta uma série de consequências — como o pagamento de multas, processos judiciais e, até mesmo, a interdição do imóvel ou paralisação das atividades. Na empresa, cabe a todos o zelo por um ambiente mais seguro e saudável, mas o empregador é totalmente responsável pela adoção de medidas de manutenção da segurança e, também, de preservação da saúde de seus funcionários. A empresa deve não somente garantir a presença de Técnicos de Segurança do Trabalho, psicólogos, médicos e enfermeiros, como investir na devida comunicação entre equipes e da CIPA para com todos os funcionários. No entanto, os colaboradores também têm papel fundamental na questão de sua própria qualidade de vida no ambiente de trabalho, devendo colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos por meio da SIPAT, além dos treinamentos de segurança e campanhas de saúde promovidos pela empresa. Também é papel do funcionário obedecer às normas e, principalmente, fazer uso dos Equipamentos de Proteção quando estes forem necessários para a realização das suas atividades. Um colaborador que não acata aos procedimentos de segurança da empresa pode até ser dispensado por justa causa. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 13 De modo geral, segurança e saúde no trabalho só existem se todos os envolvidos se dedicarem igualmente — empregador, funcionários e profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. São os profissionais do SESMT que avaliam, por exemplo, se determinada atividade de um trabalhador da empresa se enquadra nas previsões normativas para a percepção do adicional de insalubridade ou de periculosidade. Quando determinada função é considerada insalubre, isto é, quando o funcionário é exposto a agentes de risco além dos limites recomendados pelo Ministério do Trabalho, ele deve receber um valor adicionalao salário base, que pode ser de 10, 20 ou 40% — a depender do grau de insalubridade, conforme a Norma Regulamentadora n.º 15 (NR15). Essa é mais uma questão que coloca a segurança e a saúde lado a lado, e que não pode ser ignorada na construção de um ambiente laboral saudável. Podemos dizer, por fim, que esses dois fatores se relacionam principalmente porque a preocupação com ambos aspectos é o que garante a qualidade de vida do trabalhador e seu bem-estar dentro da ambiente de trabalho, proporcionando uma série de benefícios à empresa. Apesar de serem diferentes e terem cada um os seus devidos mecanismos de intervenção, instrumentos de aplicação e atribuições, ambos estão interligados e não existem um sem o outro dentro de uma empresa. Uso da tecnologia em saúde, Gênese do Conceito Difícil será falar da gênese do conceito ‗tecnologia‘ sem referir o conceito de ‗técnica‘. Difícil também será separar o que a história reuniu: técnica e tecnologia na produção de ‗trabalho‘. No campo da saúde, observa-se uma redução usual da tecnologia a equipamentos, e mais, a equipamentos médicos. No entanto, a tecnologia deve ser compreendida como conjunto de ferramentas, entre elas as ações de trabalho, que põem em movimento uma ação transformadora da natureza. Sendo assim, além dos equipamentos, devem ser incluídos os conhecimentos e ações necessárias para operá-los: o saber e seus procedimentos. O sentido contemporâneo de tecnologia, portanto, diz respeito aos recursos materiais e imateriais dos atos técnicos e dos processos de trabalho, sem, contudo, fundir estas duas dimensões. Além disso, dado o grande desenvolvimento do saber técnico-científico dos dias atuais, este componente saber da tecnologia ganha qualidade estatuto social adicionais. Ao buscar precisar melhor estas condições, para explorá-las no trabalho em saúde, os estudos de Lilia B. Schraiber referem-se à tecnologia como saber que, se já tem a grande qualidade de propiciar atos técnicos (transformações das coisas por sua intervenção manual), é construído, valorizado e visto, sobretudo, pelo que possui de conhecimento complexo: ―um conhecimento do tipo teoria. Diremos: uma teoria sobre práticas ou modos de praticar (...)‖ (Schraiber et al., 1999). Alguns autores chamam este saber de teoria científica das técnicas ou tecnologia – a ciência das técnicas (Gama, 1986; Lenk, 1990); outros, simplesmente ciência, sem diferenciar as ciências tecnológicas das ciências básicas, em razão da grande aproximação histórica entre ciência e técnica (Granger, 1994). Técnica (techné), dirá Ricardo L. Novaes (1996), é o termo grego para designar uma ‗ordem de produção‘ que pressupõe um engendramento, uma criação de modos de fazer, ‗engenho e arte‘. Trata- se, assim, de um saber-fazer que é simultaneamente um fazer e um saber. Embora juntos na técnica, estas esferas foram alvo de valorização e desenvolvimento desigual ao longo da história, conferindo à própria técnica ora um sentido maior de saber, ora de produzir algo, sem nunca deixar de ser uma ação manual do homem. No primeiro sentido, técnica é tomada na qualidade de engenho humano: ―faculdade da arte, de criação daquilo que ela própria (a Natureza) não engendra, não importando os motivos pelos quais não o faz‖ (Novaes, 1996, p. 25). O saber, neste caso, está diretamente ligado à própria obra a ser criada (saber poiético). Atualizando-se na modernidade como saber do tipo científico, essa mudança irá conferir à técnica o sentido de uma intervenção manual cujo fundamento passa de um saber mais imediato e prático para, principalmente, um saber ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 14 progressivamente complexo e produzido para o mundo prático, mas não imediatamente neste mundo prático: a Ciência moderna e seu modo de produzir conhecimentos com o estatuto de verdade. Em um segundo sentido, quando se toma a técnica da perspectiva de um fazer, é valorizada por produzir produtos, um ‗ofício‘, um fazer que é gasto de energia do homem, e, pois, trabalho. É dele que deriva o produto ou ―uma obra exterior ao agente, ainda que intelectualmente maquinada‖ (Novaes, 1996, p. 26). A partir dos séculos XV e XVI, com a valorização do trabalho (ato de produzir produtos) e, enquanto parte do desenvolvimento histórico do capitalismo, ocorrem mudanças das relações entre a filosofia e a ciência, o trabalho manual e o intelectual, a teoria e a técnica, culminando com o abandono da concepção de ciência como verdade desinteressada em prol de sua acepção de conhecimento que nasce para o atendimento das coisas necessárias à vida (Rossi, 1989), resultando, no século XIX, na enorme importância do trabalho para a conformação da vida econômica e social. Essa rearticulação ciência-técnica corresponde ao movimento que redispõe socialmente os artistas, os experimentadores e engenheiros, os médicos, em especial os cirurgiõesbarbeiros, os artesãos e os trabalhadores manuais, camponeses e posteriormente fabris, estabelecendo novas configurações e hierarquias entre as artes mecânicas e as liberais. Ao mesmo tempo, os saberes técnicos são apropriados como conhecimento erudito até que a ciência moderna, já nos séculos XVIII e XIX, separa e rejeita o saber prático, restando o trabalhador manual da grande indústria, por exemplo, como um agente de trabalho sem saber (‗útil‘) (Schraiber et al., 1999). De tal modo este caráter técnico ficou associado à ciência (na noção científico-tecnológica), que tanto mais valorizamos a ciência quanto mais represente uma aplicação, uma razão tecnológica regendo a produção de conhecimento (Ayres, 1995). Neste processo, sobretudo a partir do grande desenvolvimento dos equipamentos na segunda metade do século XX, a própria técnica revestiu-se de ciência (conhecimento complexo), tendencialmente expulsando saberes de outro tipo (Habermas, 1990). Esta associação atual da técnica com a ciência evita valorizarmos saberes práticos, ou artes (técnicas) diversas da técnica científica moderna. No campo da saúde, todo este movimento de reorientação e nova qualificação da técnica dirá respeito à emergência do trabalho médico moderno, e corresponde, na esfera do trabalho manual em sua conexão com a técnica, à transformação dos ofícios, ofícios das ‗artes de curar‘. Surge a ‗terapêutica clínica‘ que reúne diagnose com intervenção manual, quando a medicina da modernidade, como nos aponta Roberto Passos Nogueira (1977), forja o médico clínico, seja este o da clínica médica ou da clínica cirúrgica, ao integrar cirurgiões-barbeiros com os físicos (os praticantes da medicina interna), unificando, respectivamente, artesãos de um ofício com médicos da erudição e da diagnose. Este movimento também é o do saber médico, quando a medicina das espécies patológicas passa a ser a clínica anatomopatológica (Foucault, 1977), um conhecimento sobre o corpo voltado à sua (útil) reparação. Os médicos clínicos passam a ser também agentes de uma técnica e a usarem, além da erudição e do raciocínio para o diagnóstico, suas mãos. Este movimento tecnificador dá aos médicos novos sentidos para o uso de equipamentos: alguns, oriundos das precedentes artes de cura, gregas ou medievais, são ‗reaproveitados‘; outros, novos, são criados ainda no século XIX. Mas também na medicina, dentro do movimento histórico mais global, será na segunda metade do século XX que se verifica a grande criação e incorporação de equipamentos e medicamentos. Constitui-se, então, a ‗tecnologia em saúde‘, que é, sobretudo, ‗tecnologia de curar‘. De sua origem na modernidade a seu estabelecimento como conceito já nos anos 70-80 do último século, a ‗tecnologia em saúde‘ é confundida com a própria tecnologiada medicina, e, num claro movimento de sobrevalorização da possibilidade de intervir, ou da criação desta possibilidade, até mais que a própria utilidade da técnica e seu produto, significou para muitos uma espécie de ‗bem em si mesmo‘, corporificado na existência de equipamentos e de medicamentos. Os primeiros, principalmente, passam a ser o grande referente da noção de tecnologia. Será somente quase ao final daquele século que se busca definir saúde em sua positividade, a fim de conhecer os procedimentos de sua promoção – ‗tecnologias de saúde‘ –, de forma separada, ainda que complementar e interdependente, dos procedimentos da medicina. voltar ao topo Desenvolvimento histórico do conceito A partir da década de 1980 do século XX, desenvolvem-se abordagens que enunciam dois segmentos da ‗tecnologia em saúde‘: os conceitos de ‗tecnologias de produto‘ (equipamentos, medicamentos) e ‗tecnologias de processo‘ (procedimentos). Estas abordagens constituem respostas à indiferenciação com que vinham sendo tratados esses componentes da tecnologia, mascarando a origem sócio-histórica das tecnologias de produto, que, conforme Novaes (2006), articulam- se de formas específicas em contextos históricos particulares, construindo processos complexos e ramificados em todas as etapas de sua criação e uso: pesquisa, desenvolvimento, inovação e incorporação e utilização nos serviços de saúde. Autores como ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 15 Bruno Latour (2000) rejeitam o que consideram uma abordagem reducionista no estudo das tecnologias que desconecta as contingências sociais da operacionalização técnica. No Brasil, os estudos de Maria Cecília F. Donnangelo (1975; Donnangelo & Pereira, 1976), dedicados à análise da medicina como prática técnica e social, abrem as oportunidades para a construção de um quadro teórico que não só examinará o proceder das intervenções nas práticas de saúde como perseguirá neles a historicidade e a socialidade dessas práticas, emergindo uma teoria do trabalho em saúde (Mendes Gonçalves, 1992). Voltada para o ‗processo de trabalho‘, primeiro em medicina e posteriormente em saúde pública, nesta, o conceito de ‗tecnologia em saúde‘ ganhará novo estatuto. Apontará Mendes Gonçalves, em sua tese de doutorado de 1986 e publicada em livro, em 1994, a necessidade referente às práticas de saúde tomadas como trabalho social de aprofundar o conhecimento das ‗características internas‘ (intra-técnica) dessas práticas, consubstanciadas com suas ‗características externas‘ (o contexto sócio-histórico de sua produção). E a tecnologia passa a ser entendida como ―o conjunto de saberes e instrumentos que expressa, no processo de produção de serviços, a rede de relações sociais em que seus agentes articulam sua prática em uma totalidade social‖ (Mendes Gonçalves, 1994, p. 32). Assim, da perspectiva da historicidade, este olhar, de referência marxista, contrapõe-se à tradição de conceber a medicina como prática tão antiga quanto a própria humanidade em seus propósitos e renovada, não pelos diferentes contextos sociais, mas tão-somente pela evolução dos conhecimentos e técnicas, consubstanciada essencialmente nos equipamentos. Já da perspectiva da socialidade, a teoria do trabalho em saúde rompe com a visão de que o modo de operar a prática e as relações correspondentes entre os indivíduos envolvidos seria situação derivada das tecnologias materiais. Ao contrário, o modo de vida em sociedade está inscrito no modo de ser das práticas em saúde, produzindo uma configuração geral de tais práticas, a qual é recriada em arranjos particulares nas especificidades das técnicas. Este lado ‗interno‘ são os processos de trabalho, arranjos da técnica em medicina na organização social da produção dos serviços de saúde e que dão conta das múltiplas determinações de seu trabalho como também social. Este ‗interno‘ são recriações, e não tão somente reflexos de seu ‗exterior‘ (as políticas de saúde, os mercados de trabalho, a economia política do complexo médico-industrial, as ideologias ocupacionais, corporativas e as culturas profissionais, os movimentos sociais de reivindicação de direitos, de acesso e de consumo etc). Tais recriações estão condensadas no saber que orienta esses modos de produzir, técnica e socialmente, os cuidados. Este saber é definido como saber tecnológico ou saber operante do trabalho médico. ‗Tecnologia em saúde‘ aparece, então, desdobrada em duas novas concepções: o saber que preside o modo de produzir os cuidados em saúde – ‗saber tecnológico‘ em saúde – e o arranjo dos elementos técnicos plasmado em um modo de produzir – os modelos tecnológicos de organização do trabalho ou, simplesmente, ‗modelos tecnológicos do trabalho‘ em saúde. Dessa formulação, deriva, em estudos voltados para a política de saúde, a noção de modelos tecno-assistenciais, ou, mais usual, modelos assistenciais em saúde. Encontra-se também na produção de Mendes Gonçalves a identificação de dois específicos saberes tecnológicos em saúde da modernidade. Trata-se da epidemiologia, saber tecnológico do trabalho de saúde pública, e da clínica, saber tecnológico do trabalho de assistência médica. De origem comum, são estes saberes recriações técnicas específicas de aproximação das necessidades de saúde (adoecimentos), na vertente populacional ou coletiva, o primeiro, e na vertente individual, o segundo (Mendes Gonçalves, 1994). Detalhando, no mesmo estudo de investigação histórica do trabalho em saúde pública em São Paulo, os modos de produzir intervenções correspondentes a diferentes contextos sócio- históricos, o autor identifica o controle do meio e das populações com a polícia sanitária e o campanhismo, como o primeiro ‗modelo tecnológico‘ da saúde pública paulista, presidida pelo ‗saber tecnológico‘ da epidemiologia de base bacteriológica, nos anos 1890- 1920. Um segundo ‗modelo tecnológico‘ se fará presente pelo privilegiamento do controle de doentes pelos dispensários e centros de saúde, tendo a educação sanitária como seu ‗saber tecnológico‘ maior, no período 1920-1960. Após 1960, o controle integrado do meio e dos doentes pela territorialização dos centros de saúde terá, na programação em saúde, uma tentativa de ‗saber tecnológico‘ da integração médico-sanitária, ao se introduzir a assistência médica como parte das atribuições das instituições de saúde pública (Schraiber, 1990). No estudo que explora o trabalho de assistência médica, publicado em 1993, Schraiber aponta as transformações históricas da ‗tecnologia médica‘, ao passar a medicina, de um ‗arranjo tecnológico do tipo artesanal, correspondente ao ‗modelo tecnológico‘ do pequeno produtor de consultório privado do período liberal de exercício da profissão, para um ‗modelo de medicina tecnológica‘, em arranjos de base progressivamente tecnicistas, com o empresariamento da assistência médica após os anos 60, no Brasil. Explorando, em estudo posterior, mais de perto a clínica como ‗saber tecnológico‘ (Schraiber, 1997), a autora demonstra sua passagem de um saber reflexivo e pouco aparelhado para um uso mais mecânico e repetitivo ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 16 do conhecimento científico. Nesse sentido, passagem da clínica engenho e arte para o algoritmo clínico dos protocolos contemporâneos. Apontando que a clínica mantém-se, não obstante a maior valorização do científico, como um duplo técnico, isto é, saber operante que combina, nos contextos de trabalho, o uso do conhecimento científico com aquele de ordem prática, a autora encontra na medicina contemporânea tanto a mecanização e arotinização da ação profissional, a que designa por ‗técnica- tecnológica‘, quanto a criação e a inovação, que seria a ‗técnica-arte‘. Uma outra terminologia classificatória para tratar essas características de rotinização versus criação, que remete também à distinção entre recursos materiais e saberes, encontra-se nos estudos de Emerson Elias Merhy (1997, 2002), ao propor: as ‗tecnologias leves‘, que associa a relações de produção de vínculo, autonomização, acolhimento e gestão; as ‗tecnologias leveduras‘, que seriam os saberes já estruturados, tais como a clínica médica, a clínica psicanalítica, a epidemiologia, o taylorismo e o fayolismo; e as ‗tecnologias duras‘, quais sejam, as máquinas, as normas e as estruturas organizacionais. voltar ao topo Emprego do conceito na área da saúde na atualidade Diversos são os desdobramentos dessas elaborações primeiras acerca da ‗tecnologia em saúde‘ no Brasil. De tal modo, porém, elas próprias e as produções que se tomam como seus desdobramentos são contemporâneos, que a partição entre o que é emprego atual e o que foi desenvolvimento histórico dessa ‗tecnologia em saúde‘ fica algo artificial. Contudo, tomou-se aqui a inflexão que se dá a partir da conceituação de tecnologia que passa a incluir os saberes e as possibilidades que daí emergem de criação do novo: as ‗inovações tecnológicas‘ em saúde, seja nas práticas da assistência médica, ou nas da saúde pública. Uma primeira dessas inovações surge exatamente na e para a articulação entre essas práticas: são as diversas elaborações em torno da noção de integralidade, com as conseqüentes ‗tecnologias de integração‘ das práticas de saúde. Cabe aqui uma observação, no sentido de que se toda inovação tecnológica tem por base um pensamento crítico acerca das práticas de saúde, nem todo pensamento crítico que se tece acerca dessas práticas configura-se como tecnologias ou resulta nelas. Assim, muito da reflexão acerca da integralidade dos cuidados ou dos próprios sentidos do cuidar em saúde pertence à esfera da filosofia ou da teoria crítica nas ciências humanas e sociais. Para ganhar sentido tecnológico, as proposições devem configurar concreta e materialmente arranjos de trabalho. Algumas o fazem, voltando-se, em particular, para a atenção primária em saúde, cuja necessidade de inovação está em sua inserção em uma dada forma de organização social da produção dos serviços (e de sua distribuição): o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, modelo tecnológico de grandes exigências de integralidade (Pinheiro & Mattos, 2001, 2003, 2005). Nesse empreendimento, surgem as noções de ‗tecnologias simplificadas‘ e ‗tecnologias próprias‘. A primeira noção corresponde à identificação da atenção primária como arranjo tecnológico convencional apenas desprovido de tecnologia material relevante, daí ser simplificado. Já as tecnologias próprias buscam denotar o específico dessa atenção, apontando o caráter complexo do ‗saber tecnológico da integração das ações‘ (Schraiber, Nemes & Mendes Gonçalves, 1996) e operando uma distinção entre a complexidade da tecnologia material e aquela assistencial, na produção dos cuidados. Há, ainda, as inovações correlatas ao trabalho gerencial, com seus saberes tecnológicos: o planejamento, a organização e administração, a avaliação dos serviços de saúde. São proposições tecnológicas buscadas na tríade planejamento- produção de informação-avaliação e que podem ser mais voltadas à organização da produção dos trabalhos ou mais voltadas às interações entre sujeitos ali presentes. Nesta última direção, destaca- se o estudo de Ricardo Rodrigues Teixeira (2003) com a proposição das ‗redes de conversações‘, tecnologia em que o autor insere o acolhimento como esfera interativa e comunicacional do trabalho em saúde. ENERGIA, ENDEMIAS, EPIDEMIAS E PANDEMIAS. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 17 Pandemia, epidemia e endemia: entenda a diferença A OMS classificou o coronavírus (covid-19) como pandemia Pandemia, epidemia e endemia: entenda a diferença (foto: Educa Mais Brasil) Até ontem (11), 118 mil casos do coronavírus, o covid-19, foram confirmados em 114 países, sendo 4.291 mortes por causa do vírus. Durante coletiva de imprensa, também ontem, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que "os números de casos de mortes e o número de países afetados devem ser ainda maior nos próximos dias e nas próximas semanas." Devido ao avanço da doença, a OMS declarou uma pandemia do covid-19. Continua depois da publicidade Ghebreyesus ressaltou, no entanto, que as orientações da OMS aos países com a presença da doença seguem como antes. A organização recomendou aos países que ampliassem a comunicação com a população a respeito dos riscos de contaminação, explicando como se proteger, além de mapear, isolar, testar e tratar os casos de coronavírus, rastreando todos os infectados e pessoas próximas a eles. Para o diretor-geral, "a palavra pandemia não deve ser usada de forma descuidada ou leviana. É uma palavra que, se mal empregada, pode despertar medo irracional ou a aceitação injustificável de que a luta acabou, levando a sofrimento e mortes desnecessárias." Mas, qual a diferença entre pandemia, epidemia e endemia? Pandemia: é definida quando uma doença infecciosa se propaga e atinge simultaneamente um grande número de pessoas em todo o mundo em 2009, por exemplo, a gripe suína que matou milhares de pessoas foi classificada como pandemia. Embora o termo pandemia possa assustar, vale ressaltar que não muda a maneira em que a doença seja proliferada. A classificação ocorre mais porque o vírus não afetou uma região específica no início, o coronavírus estava concentrado apenas em Wuhan, na China e se espalhou pelo globo. Além do covid-19, são exemplos de pandemias: AIDS, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola e tifo. O câncer, que provoca milhares de mortes em todo o mundo, não é classificado como uma pandemia por não ser uma doença transmissível. Epidemia: também classifica as doenças infecciosas e contagiosas, mas que ocorrem somente em uma comunidade e ou região específica. A nível municipal, por exemplo, uma epidemia ocorre quando vários bairros apresentam casos da doença; estadual quando ocorre em várias cidades e nacional em diversas regiões do país. Em resumo, são surtos de doenças em diversas regiões, sem propagação entre países, por exemplo. Podemos citar casos de epidemia quando a dengue acontece em várias cidades. Endemia: os casos de endemias não são classificados levando em conta o número de ocorrência. A doença é endêmica quando aparece com frequência em um local, não se espalhando por outras comunidades a chamada endêmica típica. A endemia também é classificada de modo sazonal. A febre amarela, comum na região amazônica, é uma doença endêmica. Coronavírus: tudo o que você precisa saber sobre a nova pandemia O primeiro caso da pandemia pelo novo coronavírus, SARS-CoV2, foi identificado em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro do último ano. Desde então, os casos começaram a se espalhar rapidamente pelo mundo: primeiro pelo continente asiático, e depois por outros países. Em fevereiro, a transmissão da Covid-19, nome dado à doença causada pelo SARS-CoV2, no Irã e na Itália ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 18 chamaram a atenção pelo crescimento rápido de novos casos e mortes, fazendo com que o Ministério da Saúde alterasse a definição de caso suspeito para incluirpacientes que estiveram em outros países. No mesmo dia, o primeiro caso do Brasil foi identificado, em São Paulo. Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o surto da doença como pandemia. Poucos dias depois, foi confirmada a primeira morte no Brasil, em São Paulo. No mesmo dia, outra paciente, do Rio de Janeiro, veio a óbito. Veja os números atualizados (17/03, às 16h): 290 casos* confirmados no Brasil, em 16 estados, com maior foco em São Paulo e no Rio de Janeiro; Duas mortes confirmadas no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro; Mais de 8 mil casos suspeitos no Brasil e mais de 1.800 descartados; Mais de 194 mil casos em cerca de 130 países e territórios; Mais de 6.000 casos graves; 7.888 mortes; Mais de 81 mil pessoas recuperadas. *Números divulgados por secretarias estaduais somam 314 casos no Brasil. 2.5 Abordagem do coronavírus 2.5.1 Definição de caso suspeito Febre¹ + pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) + nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas: residir em São Paulo, Rio de Janeiro ou Bahia ou histórico de viagem para área com transmissão local² ou histórico de contato próximo³ de caso suspeito para o coronavírus (Covid-19); OU Febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) + contato próximo³ de caso confirmado de coronavírus (Covid-19) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas. ¹ A febre pode não estar presente em alguns pacientes, como jovens, idosos, imunossuprimidos ou naqueles que usaram antitérmico. ² A lista de países com transmissão local tem passado por atualizações frequentes. Atualmente são: Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã, Camboja, Austrália, Filipinas, Malásia, Irã, Emirados Árabes e países europeus, além da China. No Brasil, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia são estados com transmissão local confirmada. ³ O contato próximo é aquela pessoa que esteve a aproximadamente dois metros de distância de um paciente com suspeita, por um período prolongado, dentro da mesma sala, sem equipamento de proteção individual. Os casos suspeitos, prováveis e confirmados devem ser notificados pelo profissional de saúde responsável pelo atendimento. As informações devem ser inseridas nesta ficha de notificação. Para os estados com número grande de casos, como São Paulo e Rio de Janeiro, porém, a orientação é que o tratamento de casos graves é mais importante que a notificação, por isso pessoas com síndrome gripal que não estejam graves são orientadas a não buscar um posto de emergência, realizando apenas o isolamento social. 2.5.2 Atendimento de caso suspeito ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 19 2.5.3 Tratamento de caso confirmado 2.5.4 Tratamento de casos graves 1. Administrar oxigenoterapia suplementar imediatamente a pacientes com SARI e dificuldade respiratória, hipoxemia ou choque. 2. Usar tratamento conservador de fluidos em pacientes com SARI quando não houver evidência de choque. 3. Prescrever antimicrobianos empíricos para tratar todos os patógenos prováveis que causam SARI. 4. Não administrar rotineiramente corticosteroides sistêmicos para tratamento de pneumonia viral ou SDRA, a menos que sejam indicados por outro motivo. Veja também: Coronavírus em Terapia Intensiva: orientações de abordagem do COVID-19 Insuficiência respiratória hipoxêmica e SDRA: 1. Reconhecer insuficiência respiratória hipoxêmica grave quando um paciente com dificuldade respiratória estiver com falha na oxigenoterapia padrão. 2. O oxigênio nasal de alto fluxo ou a ventilação não invasiva (VNI) devem ser usados apenas em pacientes selecionados com hipoxemia. 3. Em pacientes com SDRA grave, recomenda- se ventilação prona> 12 horas por dia. 4. Evitar desconectar o paciente do ventilador, o que resulta em perda de PEEP e atelectasia. Choque séptico: 1. Na ressuscitação do choque séptico em adultos, administrar pelo menos 30 mL/kg de cristaloide isotônico em adultos nas primeiras 3 horas. Não usar cristaloides hipotônicos para ressuscitar. 2. A ressuscitação com líquidos pode levar à sobrecarga de volume, incluindo insuficiência respiratória. Se não houver resposta à reposição e sinais de sobrecarga de volume (por exemplo, distensão venosa jugular, crepitações na ausculta pulmonar, edema pulmonar), reduzir ou interromper a administração de líquidos. 2.6 Linha do tempo da Covid-19, doença pelo novo coronavírus 2.6.1 Março 2020 – Primeira morte do Brasil é confirmada e São Paulo decreta estado de emergência O Ministério da Saúde confirmou, no dia 17, a primeira morte por Covid-19 no país. A informação foi dada após a confirmação do governador do Estado de São Paulo, onde o caso foi registrado. O homem, de 62 anos, estava internado em um hospital particular da capital paulista, e tinha como agravante histórico de hipertensão e diabetes. Sua evolução foi rápida, já que o diagnóstico foi dado no último dia 10. O estado registra mais de 150 casos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, e mais de 1.400 suspeitos. No Brasil, segundo o Ministério, são 290 pessoas com o vírus. Diante do crescimento no número de casos, o prefeito da cidade de São Paulo decretou estado de emergência. Ao final do mesmo dia, o estado do Rio de Janeiro também registrou uma morte pela doença. Uma mulher de 63 anos, após ter contato com sua ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 20 empregadora na capital, que havia ido à Itália, chegou grave ao hospital municipal de Miguel Pereira, onde testou positivo para Covid-19 e evoluiu para óbito rapidamente. O informe foi dado pela prefeitura local. – Novas orientações para tratamento Novos artigos são lançados, trazendo pontos importantes para a abordagem das doenças no período de epidemia, como as síndromes gripais e as pneumonias virais. Orientações para cuidados em UTI também foram divulgadas em artigo no JAMA e protocolos da AMIB. – OMS anuncia que Europa é o novo epicentro do coronavírus Em coletiva de imprensa no dia 13, o diretor-geral da OMS disse que os casos por dia da Europa ultrapassam a quantidade diária da China no pico da epidemia, por isso o continente deve ser considerado como novo epicentro da pandemia. Ministério da Saúde, também em coletiva de imprensa no dia 13, recomendou antecipação de férias nas escolas, suspensão de eventos e isolamento de viajantes internacionais. Além disso, confirmou casos de transmissão comunitária, quando não é possível identificar a fonte, nas capitais do Rio de Janeiro e São Paulo. Bahia possui transmissão local confirmada. – ANS anuncia que teste para coronavírus será coberto por qualquer plano de saúde No mesmo dia da declaração de pandemia, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que o exame para detecção do coronavírus será incluído no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a cobertura mínima obrigatória para os beneficiários de planos de saúde. – OMS declara pandemia de coronavírus No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde define o surto como pandemia. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a demora para a definição como pandemia se deu por ser uma palavra perigosa pelas interpretações que pode gerar, mas que o aumento em mais de 13 vezes do número de casos externos à China e as mais de 4 mil mortes justificam a nova classificação. Os dados apresentadospela organização apontam mais de 118 mil casos em 114 países, com 4.291 mortes. Apesar disso, 90% dos casos estão em apenas na China, Itália, Irã e Coreia do Sul, sendo que a China e Coreia do Sul já estão controlando o vírus. Ainda assim, é esperado que o número de casos continue crescendo no mundo, por isso o controle da transmissão é extremamente importante, e os países devem continuar trabalhando nisso. Leia também: Por dentro do surto de coronavírus: características e gravidade dos pacientes Desde o dia 9, o Ministério da Saúde passou a adotar novas recomendações da OMS: realizar testes de coronavírus em pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave em cidades que já possuem casos, mesmo sem histórico de viagem ou contato, e naqueles pacientes com síndrome gripal que forem atendidos em unidades da Rede Sentinela, que abrange mais de 114 unidades e postos de saúde no país. – Anvisa e Ministério da Saúde atualizam critérios para doação de sangue Diante do crescente número de casos, a Anvisa e o Ministério da Saúde atualizam os critérios para doação de sangue no país, mesmo que ainda não haja evidências de que o vírus seja transmitido via transfusional. A medida é preventiva e as orientações você encontra em nosso Portal. 2.6.2 Fevereiro 2020 – Epidemia se espalha e mais estudos são feitos No dia 26 de fevereiro, mais de 81.300 casos são confirmados em mais de 44 países, treze novos países em apenas dois dias. Estudos buscam entender a persistência do vírus no ambiente, chegando a conclusão de que podem ficar até nove dias, se as superfícies não forem adequadamente higienizadas. As orientações você pode conferir aqui! – Brasil tem primeiro caso confirmado No mesmo dia da alteração de definição de caso, dia 24, Brasil recebe um paciente com os sintomas depois de voltar da Itália, e os resultados são positivos para SARS-CoV2, como agora é oficialmente chamado o vírus causador da Covid-19. Diante da confirmação, o Whitebook libera os conteúdos de coronavírus em sua versão gratuita! – Casos de coronavírus fora da China crescem de forma rápida Até o dia 24, o número de casos externos cresce de forma estrondosa. Os países que tem o maior aumento são Itália, que passa de 79 casos para 222 em apenas dois dias, e Irã, que contabiliza 12 mortes e fecha as fronteiras. Ao todo, quase 80 mil casos são confirmados, sendo mais de 2 mil em outros 31 países, com 2.600 mortes, sendo 35 externas à China. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 21 OMS declara que países devem se preparar para uma possível pandemia. O Ministério da Saúde altera novamente a definição de caso e agora é considerado suspeito aquele paciente que tiver sintomas + histórico de viagem ou contato com quem viajou para: Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã, Camboja, Austrália, Filipinas, Malásia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes, além da China. – Transmissão local fora do epicentro e alteração de definição de caso Por volta do dia 20 de fevereiro, alguns casos começam a ser identificados em pacientes sem histórico de viagem à China. O número de casos ultrapassa 70 mil, com mais de 1.300 casos externos em 28 países. No dia 21 de fevereiro, o Ministério da Saúde inclui novos países na definição de caso suspeito. – OMS declara surto de coronavírus como controlado Com poucos casos externos à China, e o número de pacientes crescendo cada vez menos, a OMS define, no dia 14, o surto de coronavírus como controlado. – Divulgações de mais informações sobre a doença Até esse momento, diversos pesquisadores se envolveram para entender mais sobre a doença. Estudos apresentaram as principais características clínicas. Além disso, medidas de prevenção são amplamente divulgadas para profissionais de saúde e população, em geral. Até o dia 10 de fevereiro, mais de 40 mil casos são registrados, com 454 casos externos à China, em outros 24 países e nos três territórios independentes (Taiwan, Macau e Hong Kong). Das mais de 1 mil mortes, as duas primeiras fora da China foram em Hong Kong e nas Filipinas. – Whitebook lança conteúdos de coronaviroses Diante da situação, a equipe do Whitebook também preparou conteúdos sobre a doença para auxiliar os médicos e profissionais de saúde que assinam o aplicativo. Veja parte do conteúdo: Como diagnosticar a doença respiratória por coronavírus? 2.6.3 Janeiro 2020 – OMS define coronavírus como emergência de saúde internacional Em três dias, a OMS altera novamente a classificação da epidemia. No dia 30, o surto da doença respiratória aguda pelo coronavírus, agora com o nome definido como Covid-19, é uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC). Apesar de alguns membros do comitê discordarem, foi discutido que declarar PHEIC era importante para reconhecer as ações tomadas pela China e oferecer apoio ao país. Neste momento, o número de casos ultrapassa de 8 mil, com 171 mortes. Mas os casos externos à China ainda são a minoria. – OMS altera classificação para emergência de nível elevado No dia 27 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde alterou sua posição de que o surto do novo tipo de coronavírus seria uma emergência de risco moderado e passou a considerar de nível elevado. A OMS alterou também a definição de caso suspeito, incluindo qualquer pessoa com sintomas que tenha estado na China como um todo, e não apenas na cidade de Wuhan, como estava sendo considerado anteriormente. Com a nova definição, começam a aparecer casos suspeitos no Brasil. Até o dia 29 de janeiro, eram nove suspeitas, sem nenhuma confirmação. – Ministério da Saúde divulga informações de identificação do coronavírus Como a epidemia segue em uma crescente, com o primeiro caso nas Américas, o Ministério da Saúde divulga as informações de como identificar casos no Brasil, com definição de caso suspeito, fluxograma de atendimento e isolamento e como notificar. Nós do Portal, preparamos um podcast trazendo todas as informações até este momento que o profissional de saúde precisava saber. – Confirmação de transmissão humana e primeiro caso nas Américas Após o primeiro alerta sobre o surto, os casos quase triplicam e se estendem para outros sete países além da China, incluindo o primeiro caso nos Estados Unidos, anunciado no dia 21. Alguns dos casos são de pessoas que estiveram na China, mas não no mercado de Wuhan, confirmando a transmissão humana. No dia 24 de janeiro, o número de casos era maior que 800, com 25 mortes, incluindo a primeira fora da China. Diante do primeiro caso nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um comunicado alertando e pedindo que os profissionais de saúde se atualizem e estejam familiarizados com os sintomas da doença para agir de forma rápida quando casos suspeitos aparecerem. ATUALIDADES Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 22 – Alerta OMS No dia 12 de janeiro, a OMS faz o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus, chamado então de 2019-nCoV, para que os países se preparem para uma possível transmissão da doença. Neste momento, 41 casos foram confirmados na China, com uma morte, e dois casos externos foram identificados: um na Tailândia e um no Japão, ambos de pacientes que estiveram em Wuhan. A China compartilha o sequenciamento genético com outros países para que os casos passam ser identificados de maneira rápida. – Novo tipo de coronavírus Autoridades chinesas identificam a causa dos casos de pneumonia e/ou doenças respiratórias, que continuaram a aparecer no local, como uma nova cepa do coronavíruse realizam o sequenciamento genético do vírus no dia 7. Os pacientes tiveram resultados negativos para outros patógenos respiratórios, como gripe, gripe aviária, adenovírus, coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV), coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). A principal suspeita é que a infecção tenha ocorrido através de algum animal vendido no Mercado Municipal de Wuhan, que vende frutos do mar e animais silvestres. O mesmo já havia sido fechado para desinfecção no dia 1º. 2.6.4 Dezembro 2019 – Primeira notificação No dia 31 de dezembro foi identificado o primeiro caso de pneumonia de causa inespecífica em Wuhan, na China. Referências bibliográficas: http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/ https://coronavirus.jhu.edu/map.html https://bnonews.com/index.php/2020/02/the- latest-coronavirus-cases/ CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1 AGENTE DE COMBATE À ENDEMIAS – SESMA/PA 2023 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) ........................................................................................... 2 2. Promoção, prevenção e proteção à saúde ................................................................................................ 4 3. Noções de vigilância à saúde ..................................................................................................................... 14 4. Ações de educação em saúde na Estratégia Saúde da Família .............................................................. 17 5. Atribuições do Agente de Combate à Endemias ...................................................................................... 20 6. Noções de saneamento básico e do meio ambiente ................................................................................ 21 7. Processo saúde doença e seus determinantes ........................................................................................ 26 8. Uso de defensivos agrícolas e suas consequências para a saúde humana .......................................... 28 9. Doenças de notificação compulsória ......................................................................................................... 30 10. Doenças infecciosas e parasitárias.......................................................................................................... 35 11. Dengue: ....................................................................................................................................................... 37 Definição, agente causador, sinais e sintomas, modo de transmissão, períodos de incubação e transmissibilidade, diagnóstico e tratamento ..................................................................................................... 37 12. Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) ............................................................................... 40 13. Atividades de vigilância entomológica .................................................................................................... 42 14. Noções básicas de vigilância sanitária na área de alimentos e estabelecimentos de saúde de baixa complexidade ................................................................................................................................................... 43 15. Controle da raiva ........................................................................................................................................ 44 16. Atribuições/Atividades do Agente Comunitário de Saúde – ACE ......................................................... 47 Lei nº 11.350, de 05/10/2006 ............................................................................................................................. 47 Decreto nº 8.474, de 22 de junho de 2015 ......................................................................................................... 55 17. Noções de Ética e Cidadania .................................................................................................................... 57 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 2 A base legal do SUS está fundamentada em 3 documentos: constituição de 88 (na parte que fala de seguridade social), nas leis orgânicas de 90 (a 8080 e 8142). Os princípios do SUS ou princípios doutrinários são as bases que norteiam as diversas ações, representando os valores, a bandeira a ser constituída pelo sistema. Um exemplo é o princípio da universalidade que garante a todos o direito a saúde, sem qualquer exclusão ou padrão de escolha. Diretrizes do SUS ou princípios organizativos são aquelas que direcionam e definem os rumos dando a rota estratégica para as ações. A organização do SUS por meio da descentralização das ações com direção única é um meio de atingir os objetivos do SUS. Os princípios do SUS são: Princípios Doutrinários Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Princípios Organizativos Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS na prática. Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execuçãoda política de saúde. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 3 VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político- administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 4 PROMOÇÃO À SAÚDE Promoção da saúde consiste em políticas, planos e programas de saúde pública com ações voltadas em evitar que as pessoas se exponham a fatores condicionantes e determinantes de doenças, a exemplo dos programas de educação em saúde que se propõem a ensinar a população a cuidar de sua saúde. Além disso, incentiva condutas adequadas à melhoria da qualidade de vida, distinguindo-se da atenção primária ou ações da medicina preventiva que identificam precocemente o dano e ou controlam a exposição do hospedeiro ao agente causal em um dado meio-ambiente No dia 30 de março de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Promoção a Saúde, pela portaria de número 687, que validou o compromisso da atual gestão do Ministério da Saúde na ampliação das ações de promoção, nos serviços e na gestão do Sistema Único. Constituindo um instrumento de fortalecimento e implantação de ações transversais, integradas e intersetoriais que objetivam o diálogo entre as diversas áreas do setor sanitário, governamental, privado e sociedade geral, para compor redes de compromisso em que todos auxiliem na proteção e no cuidado com a vida.. Segundo Arouca cada um desses elementos é determinado por um conjunto de características que lhe são atribuídas, na "Historia Natural da Doença", como, por exemplo, em relação à história natural da sífilis adquirida: sendo os determinantes sociais ou condicionantes. • Fatores do Agente - características biológicas, pré-requisitos de unidade, baixa resistência; • Fatores do Ambiente - geografia, clima, instabilidade familiar, baixo ingresso, moradia, facilidades inadequadas de recreação, facilidades diagnósticas; personalidade, ética e educação sexual, promiscuidade, profilaxia. (Leavell & Clarck, 1965) O modelo teórico de explicação/intervenção denominado promoção da saúde substitui (redefinindo) aquele modelo triádico agente- hospedeiro-ambiente (tido como ecológico) por um esquema quadripolar constituído por: biologia humana, ambiente, estilo de vida e sistema de serviços de saúde. Mais eficaz, sobretudo para "dar conta" da elevação das doenças crônico - degenerativas ou não - transmissíveis que caracterizam o mundo moderno. ESTRATÉGIAS 1) Promoção de saúde através de políticas públicas: focalizando a atenção no impacto em saúde das políticas públicas de todos os setores e não somente do setor da saúde. 2) Criação de ambiente favorável através da avaliação do impacto em saúde do ambiente e evidenciar oportunidades de mudanças que conduzam à saúde. 3) Desenvolvimento de habilidades pessoais: ampliando a disseminação de informações para promover compreensão, e apoiar o desenvolvimento de habilidades pessoais, sociais e políticas que capacitem indivíduos a tomar atitudes de promoção de saúde. 4) Fortalecimento de ações comunitárias: apoiando ações comunitárias concretas e eficazes na definição de prioridades, tomada de decisões, planejamento de estratégias e implementá-las para atingir melhor padrão de saúde. 5) Reorientação de serviços de saúde: redirecionar o modelo de atenção da responsabilidade de oferecer serviços clínicos e curativos para a meta de ganhos em saúde. Segundo a Health Promotion Agency for Northern Ireland – HPA (2004), os principais modelos e teorias utilizados na promoção da saúde podem ser resumidos assim: 1-Teorias que tentam explicar comportamentos e mudanças comportamentais focalizando no indivíduo. 2-Teorias que explicam mudanças em comunidades e ações comunitárias para a saúde. 3- Modelos que explicam mudanças em organizações e a criação de práticas organizacionais que incentivem hábitos saudáveis. Outro ponto crucial que deve ser abordado é a necessidade da diferenciação entre os conceitos de promoção, prevenção eeducação em saúde que muitas vezes são utilizados simultaneamente como se fossem sinônimos, ocasionando confusões até mesmo entre os profissionais de saúde (SOUZA; GRUNDY, 2004). Esta diferenciação é bastante importante, pois, segundo Breilh (1997), na ciência, uma distorção mil vezes repetida acaba convertendo- se em ingrediente de uma interpretação da realidade. A principal diferença encontrada entre prevenção e promoção está no olhar sobre o conceito de saúde, na prevenção a saúde é vista simplesmente como ausência de doenças, enquanto na promoção a saúde é encarada como um conceito positivo e multidimensional resultando desta maneira em um modelo participativo de saúde na promoção em oposição ao modelo médico de intervenção. (FREITAS, 2003). Além disto, como observa CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 5 Czeresnia (2003), a compreensão adequada do que diferencia promoção de prevenção é justamente a consciência de que a incerteza do conhecimento científico não é simples limitação técnica passível de sucessivas superações; buscar a saúde é questão não só de sobrevivência, mas de qualificação da existência. Para que se perceba a diferença entre educação em saúde e promoção da saúde faz-se necessário o esclarecimento de tais conceitos, mesmo se reconhecendo as dificuldades inerentes a tal esclarecimento. Resumidamente, pode-se afirmar que se entende por educação em saúde quaisquer combinações de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à saúde, enquanto a promoção da saúde é uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e condições de vida conducentes à saúde (CANDEIAS, 1997). Deve-se destacar também que a promoção de saúde adota uma gama de estratégias políticas que abrange desde posturas conservadoras até perspectivas críticas ditas radicais ou libertárias. Sob a ótica mais conservadora, a promoção de saúde seria um meio de direcionar indivíduos a assumirem a responsabilidade por sua saúde e, ao assim fazerem, reduzirem o peso financeiro na assistência de saúde. Noutra via, reformista, a promoção da saúde atuaria como estratégia para criar mudanças na relação entre cidadãos e o Estado, pela ênfase em políticas públicas e ação intersetorial, ou ainda, pode constituir-se numa perspectiva libertária que busca mudanças sociais mais profundas - como são as propostas de educação popular (CASTIEL, 2004). É importante também, que se reflita com cuidado antes de se afirmar que a promoção da saúde é fantástica e fascinante como declara Saan (2001), pois ao mesmo tempo que pode ser em seus aspectos ideológicos, um empreendimento de natureza holística que, conectado a dinâmicas de transformação social, demanda estratégias articuladas às necessidades sentidas, percebidas e desejadas pela população (MELLO, 2000), pode também ser um instrumento de biopoder como afirma Guilam (2003), isto é, o grande foco da educação e promoção à saúde são os riscos relacionados aos chamados estilos de vida. Indivíduos identificados como de alto risco para uma doença em particular são encorajados a mudar aspectos de suas vidas e a monitorar seu comportamento. Este projeto é dirigido no sentido de maximizar a sua própria saúde e minimizar o “peso” que o indivíduo possa causar à sociedade (GUILAM, 2003). PREVENÇÃO A SAÚDE Prevenção e promoção da saúde são duas coisas diferentes embora estejam imbricadas, ligadas, ambas são estratégias de intervenção no processo saúde-doença, as ações de cada uma implicam na melhoria da saúde da população por isso, é interessante diferenciá-las para entender melhor nossas ações. A prevenção corresponde a medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar a resistência e o bem-estar geral dos indivíduos (comportamentos alimentares, exercício físico e repouso, contenção de estresse, não ingestão de drogas ou de tabaco), para que resistam às agressões dos agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuidados com o ambiente, para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes etiológicos (comportamentos higiênicos relacionados à habitação e aos entornos).” Frente ao exposto, podemos considerar ações preventivas às intervenções educativas direcionadas à população para evitar o surgimento de doenças, com a finalidade de reduzir sua incidência e prevalência na população, como por exemplo, prevenção do câncer de colo, de hipertensão, de obesidade. Tem como foco as doenças, sua prevenção e formas de tratamento. Já a promoção da saúde consiste em proporcionar às pessoas e comunidades os meios para melhorar a qualidade de vida e “tomar as rédeas de sua saúde”. “Promoção da Saúde é definida como a capacitação das pessoas e comunidades para modificarem os determinantes da saúde em benefício da própria qualidade de vida, segundo a Carta de Ottawa (1986), documento que se tornou referência para as demais Conferências Internacionais de Promoção da Saúde.” Tendo como base esse conceito explicitado acima podemos considerar como promoção eficaz da saúde ações que provocam mudanças nas condutas do indivíduo, no seu estilo de vida, bem como, nas suas condições sociais, econômicas e ambientais, bem como na melhoria na prestação de serviços, dentre outros. Nota-se que promoção da saúde tem um significado mais amplo, o termo doença, não aparece. É preciso aguçar nossa visão, para não cair na armadilha de fazermos da sala de espera um espaço apenas informativo, um espaço meramente preventivo. Daí a importância de esclarecer esses conceitos. O conceito de promoção de saúde vai além da prevenção. Podemos desenvolver ações para promover a saúde, no entanto, temos que ter a clareza de que isso não depende só de nossas ações e sim de um trabalho coletivo e Inter setorial, onde indivíduo, profissionais de saúde, comunidade, igrejas, comércio, escolas e autoridades trabalhem em prol da qualidade de vida de todos. Leavell & Clark (1976) descrevem a prevenção como uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença, a fim de tornar improvável o progresso posterior, apresentando três níveis de prevenção: CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 6 Prevenção Primária: Realizada no período de pré-patogênese, sendo que o conceito de promoção da saúde aparece como um dos níveis da prevenção primária definidos como medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima. Um segundo nível de prevenção primária seria a proteção específica contra agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente. Este nível de prevenção está ligado a todas as ações que visam diminuir a incidência de uma doença na população, ou seja, desenvolvimento de ações que impeçam a ocorrência de determinada patologia na população. Inclui-se aqui a promoção à saúde e à proteção específica. Alguns dos exemplos são: vacinação, tratamento de água para consumo humano, uso de preservativos, mudanças nos hábitos de vida (incentivo a uma boa alimentação, realização de exercícios físicos). Prevenção Secundária: A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis, o primeiro diagnóstico e tratamento precoce e o segundo limitação da invalidez. Visa um diagnóstico imediato e um tratamento para evitar a prevalência da doença no indivíduo. Prevenção Terciária: Por fim, a prevenção terciária diz respeito a ações de reabilitação, caracteriza-se por ações que tem como objetivo a reabilitação do indivíduo e redução de sua incapacidade. Prevenção primordial Objetivos: Evitar a emergência e estabelecer padrões de vida (sociais, econômicos e culturais) que aumentem o risco dedesenvolver doenças; Procedimento: ações dirigidas às populações ou grupos selecionados saudáveis; Consequências: efeitos múltiplos nas várias doenças e impacto na saúde pública; Exemplos: legislação sobre álcool, políticas antitabagismo e programas do exercício regular. Prevenção primária Objetivos: evitar fatores de risco, determinantes ou causas de doenças; Procedimento: atividades dirigidas a indivíduos, grupos ou população total saudável; Consequências: diminuição da incidência da doença, diminuição do risco médio de ocorrência da doença na população; Exemplo: Vigilância sanitária da água, vacinação, planejamento familiar e educação para prevenção de infecções de infecções de transmissão sexual. Prevenção secundária Objetivo: Promover a detecção precoce do processo patológico em doentes assintomáticos e posterior correção do desvio da normalidade (retorno ao estado saudável); Procedimento: Rastreio; Consequência: Diminuição da prevalência (diminuição da duração) e diminuição da morbilidade e da mortalidade; Exemplo: Vigilância da Pressão Arterial e da Glicemia, rastreio de neoplasias, rastreio de fenilcetonúria nos recém-nascidos. Prevenção terciária Objetivo: limitar a progressão da doença e evitar suas complicações; promover a adaptação as sequelas e a reintegração no meio; prevenir recorrências; Procedimento: medicina preventiva e curativa estreitamente associada; Consequência: aumento da capacidade funcional do indivíduo, reintegração (familiar/social), melhor gestão dos estados de doença; Exemplo: adaptação de infraestruturas, educação social, políticas de trabalho (de reintegração). Prevenção quartenária (recente classificação) Objetivos: evitar o excesso de intervencionismo médico e a iatrogenia; detectar indivíduos em risco de overmedicalisation; sugerir alternativa; capacitar os utentes quanto à aplicação de consumos impróprios; realizar análise das decisões clínicas. Para adquirir conhecimento frente à atuação na prevenção e promoção da saúde aos indivíduos cabe relembrar a História Natural da Doença e todos os fatores que estão envolvidos junto a ela, bem como os níveis de aplicação das ações de saúde. A doença passa por três fases: Pré-Patogênese, Fase clínica e sequelas. Estas três etapas dizem respeito à História Natural de uma doença, sendo importante o conhecimento dessas fases para enquadrar as ações na área da saúde, conforme representado abaixo: Deve-se identificar em qual dos estágios da doença o indivíduo está para assim permitir ações adequadas que contribuam realmente em sua reabilitação e/ou proporcionem uma melhor qualidade de vida a partir de seu conhecimento frente à doença e perspectivas. Esse trabalho envolve toda a equipe de saúde. Abaixo estão representados os níveis de aplicação das ações de saúde: 1º: Trabalhar com a doença antes que o indivíduo a contraia. Melhorar as condições de vida do indivíduo, de modo que as agressões ambientais sejam reduzidas ao mínimo. Com isso fomentamos a CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7 geração de indivíduos com melhor potencial genético. Diminuir fatores de riscos externos. 2º: Proteger os indivíduos contra agressões específicas como, por exemplo, favorecer uma boa dieta alimentar. 3º Identificar o quanto antes o caso e iniciar o mais precocemente possível o tratamento. 4º Trabalhar com o indivíduo já portador da doença com ações efetivas para a recuperação, sem sequelas ou diminuir a incidência das mesmas. 5º Se o indivíduo foi surpreendido apenas no final da doença, gerando sequelas, as ações têm o objetivo de recuperá-las o mais rápido possível. As ações possíveis devem sempre seguir o objetivo de fazer com que o indivíduo não adoeça, no caso de adoecer trabalhar ao máximo para que o mesmo se restabeleça e sem a presença de sequelas. PROTEÇÃO À SAÚDE O desenvolvimento dos sistemas de saúde possui relação com a maior participação estatal no controle do que afeta a saúde. Os Estados se estruturaram para responder aos problemas de saúde dos indivíduos e da coletividade, consolidando estruturas voltadas à oferta de ações de saúde destinadas ao tratamento e reabilitação, bem como à prevenção das doenças e agravos e definição de regras para a atuação do setor produtivo – de alimentos, medicamentos, bens e serviços de saúde – ou de proteção do meio ambiente. Uma das principais inflexões no sistema de saúde brasileiro se deu com o movimento da Reforma Sanitária, cujo ponto alto foi a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que discutiu a saúde como direito e delineou seu futuro. Ao instituir o Sistema Único de Saúde (SUS), a Lei 8080/1990 definiu as vigilâncias sanitária e epidemiológica e a saúde do trabalhador. A Constituição Cidadã, consonante com a contemporaneidade, onde a maior proteção à saúde se dá quando incorporada como direito de cidadania, estabelece o direito à saúde como direito fundamental e uma das maneiras de cumprir o dever do Estado, é a formulação e implementação de políticas voltadas à redução do risco e à proteção da saúde. Os deveres de proteção a serem concretizados encontram-se embutidos no leque de ações do campo da saúde. Sua concretude se dá por normas penais de tutela de bens jurídicos conexos como vida, integridade física, ambiente, Saúde Pública e por normas administrativas do campo da Vigilância Sanitária, Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador. A proteção à saúde implica o direito de cidadania e necessita da atuação dos Estados Nacionais na garantia do seu acesso, de forma universal, e a regulação daquilo que interfere na saúde da população, considerando que esta não é mercadoria ou mero objeto de lucro. Na atualidade, no Brasil, as vigilâncias sanitária, epidemiológica, ambiental, e em saúde do trabalhador constituem práticas sanitárias que, em seu conjunto, visam promover, prevenir e proteger a saúde da população. Construídas em processos distintos e com representação em institucionalidades diversas, as vigilâncias foram definidas, por força de portaria ministerial, como integrantes da chamada Vigilância em Saúde. Este ensaio objetiva discutir os dois sistemas nacionais que se dedicam à proteção da saúde, o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, ressaltando-se a regulação sanitária efetuada por este último e seus constrangimentos, tendo em vista a atuação do poder Legislativo. As ações de Vigilância Sanitária, Epidemiológica e de Saúde do Trabalhador como determinação constitucional As vigilâncias são caracterizadas como um conjunto de ações e lidam com riscos ou fatores determinantes e condicionantes de doenças e agravos, realizam algum tipo de investigação, requerem análises laboratoriais6 e podem ser qualificadas como bens públicos do campo da saúde, de alta externalidade. As distinções entre elas se devem a um conjunto de causas que vão do seu desenvolvimento desigual, ao longo do tempo, à origem em períodos diversos e às diferenças nos seus processos de trabalho6, onde o mesmo conceito é operacionalizado de maneiras distintas, por exemplo, território e risco. Para a Vigilância Sanitária, p.e. o conceito de território como contexto é válido, mas na sua atuação é necessário observar a jurisdição para o exercício de seu poder-dever. Vistas como fragmentadas e não como ações distintas, a recomendação é a sua integração, que se tem realizado mediante a reforma dos organogramas das Secretarias de Saúde estaduais e municipais, com a criação de departamentos onde as vigilâncias são agrupadas, ainda que com variações nos estados e municípios. Em certas secretarias podem estar reunidas em uma subestrutura: as vigilâncias sanitária e ambiental; a epidemiológica e a ambiental; sanitária esaúde do trabalhador; ou estarem todas individualizadas em setores, e até agrupadas, por vezes, com zoonoses e controle de vetores, ou com a atenção básica. Reunidas, mas não necessariamente integradas ou suficientemente articuladas. Essas quatro vigilâncias se organizam em dois sistemas nacionais: o de Vigilância em Saúde e o de Vigilância Sanitária. A pretensão de constituição de um único sistema nacional para as vigilâncias do campo da saúde esbarrou em razões históricas e legais, que não podem ser desconsideradas sob pena de se perder o que de maior fortaleza existe em cada uma delas: suas especificidades. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 8 O Sistema Nacional de Vigilância em Saúde tem suas origens no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), formalizado em meados dos anos 1970, e no Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), criado em 1990, no âmbito da Fundação Nacional de Saúde, e transformado em Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), em 2003. O CENEPI passou, a partir de 2000, a ser também responsável pelo sistema de Vigilância em Saúde Ambiental. Discutido na 5a Conferência Nacional de Saúde e instituído mediante lei, o SNVE, continha uma divisão de trabalho entre os componentes federal e estadual, em sintonia com a formação federativa da época. No final dos anos 1990, iniciou-se a descentralização das ações de epidemiologia e controle de doenças, incluindo a Vigilância Epidemiológica para os municípios, estando o componente estadual minimamente estruturado. Com os Projetos VigiSUS I (Vigilância e Controle de Doenças) e II (Modernização do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde), a estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde foi técnica e financeiramente sustentada. Nesse ínterim, a criação da SVS/MS – após malograda tentativa de criação de uma agência federal em 2002 – consolidou, a partir de 2003, no âmbito do Ministério da Saúde, a área conhecida como Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD), chamada, a partir de então, de Vigilância em Saúde, mediante a reunião de: ações de vigilância, prevenção e controle de doenças; coordenação nacional de programas de prevenção e controle de doenças; programa nacional de imunizações; investigação e resposta aos surtos de doenças emergentes de relevância nacional; coordenação da rede nacional de laboratórios de saúde pública. A agregação da prevenção e do controle de doenças à Vigilância Epidemiológica é tradicional na América Latina. Em 2007, a coordenação das ações relativas à saúde do trabalhador, que integrou diversas secretarias e departamentos do Ministério da Saúde, passou a compor a SVS/MS, inserida no atual Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST). O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária instituiu-se com a mesma lei que criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a quem cabe coordená-lo. Na sua estruturação há desafios decorrentes da natureza das suas chamadas “ações típicas”; da complexidade do regime federativo brasileiro; e da necessidade que tem de, integrando o campo da saúde, intervir sobre tecnologias e atividades econômicas, consubstanciando-se como uma prática também de caráter regulatório, que, embora considerada regulação social – uma vez que protege o interesse público da saúde –, tem forte repercussão econômica. As ações típicas conferem caráter regulatório à vigilância sanitária e se manifestam mediante suas atividades normativas, autorizativas – concessão de registro, licenciamento, autorizações – e de inspeção e aplicação de sanções. O desempenho dessas ações típicas gera capacidade de intervenção, mas também conflitos. As vigilâncias em saúde do trabalhador e a ambiental em saúde, mormente quando aborda os fatores não biológicos, apresentam alto potencial de geração de conflitos, o que não é mitigado pelo fato de, constitucionalmente, o poder de polícia administrativa estar colocado em outros ministérios. De todo modo, três das quatro vigilâncias são “vigilâncias do conflito real ou potencial”: a dos processos de produção-trabalho (vigilância em saúde do trabalhador); a dos processos de produção- consumo (vigilância sanitária); e a da exposição a situações de risco, principalmente a vigilância ambiental, no tocante aos riscos não biológicos. Essas vigilâncias, de modo diverso da epidemiológica, se caracterizam pela necessidade de forte atuação intersetorial para a efetividade de suas ações. Os dois sistemas nacionais se desenvolveram desigualmente com base em concepções que variaram ao longo do tempo. De 1997 a 2006, predominou uma concepção de Vigilância em Saúde como Vigilância em Saúde Pública, que não incluía a Vigilância Sanitária, ou seja, a regulação dos riscos à saúde relacionados à prestação de serviços e ao consumo, produção e circulação de bens e produtos de interesse da saúde. Após 2007, a concepção de Vigilância em Saúde que inclui a Vigilância Sanitária, principalmente integrada à atenção básica e, posteriormente, às redes de atenção. Se é desejável uma aproximação da Vigilância Epidemiológica com os processos de atenção, as demais podem ter seu caráter regulatório subsumido nessa aproximação. No contexto em que se propõe um modelo de vigilância em saúde restritivo e com um financiamento típico de sistemas segmentados de saúde – em que o gasto público em saúde é inferior a 50% do gasto total, e se propõe o congelamento por 20 anos dos recursos da saúde, pelas sucessivas Emendas Constitucionais a partir de 2016 –, é que se pretende realizar a 1a Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. Em meio a uma crise financeira do Estado e a uma realpolitik que tem oportunizado a desconstrução do SUS, da seguridade e diminuição dos direitos sociais, se busca estabelecer a Política Nacional de Vigilância em Saúde priorizando sua aproximação com as redes de atenção, sem levar em conta que as vigilâncias representam a face universal do SUS. Desse SUS que, afora as vigilâncias, tem sofrido um processo de segmentação e privatização “por dentro” e “por fora” – com terceirização das atividades finalísticas e da gestão, e da quarteirização na área da atenção à saúde. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 9 A política que tem sido implementada não tem considerado que ao menos três dessas vigilâncias têm atuação para além das redes de atenção à saúde, especialmente quando defendem interesses sanitários e públicos, tendo em vista o conflito capital/trabalho, capital/consumo e capital/ambiente. As vigilâncias sanitária e epidemiológica, foram inscritas entre as competências do sistema de saúde brasileiro – dois anos antes da sanção da lei que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) – na Constituição Federal de 1988, ao lado da Saúde do Trabalhador, uma construção mais recente do Movimento da Reforma Sanitária. A Constituição enumera, além de outras atribuições do SUS, as relacionadas às vigilâncias. Essas atribuições apresentam uma gradação que abrange desde a execução direta de ações de vigilância epidemiológica, sanitária e da saúde do trabalhador à colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; incrementa, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. Esta concepção da época, reflete a responsabilidade direta do setor saúde, e reconhece a sua corresponsabilidade nas atribuições que, no desenho constitucional da estrutura do Estado brasileiro, encontram-se sob a responsabilidade de outros órgãos governamentais, por exemplo, o saneamento básico, o controle das substâncias tóxicas e radioativas, o meio ambiente, o ambientede trabalho. A clara determinação constitucional, que não foi deixada para lei específica dispor, não foi suficiente para motivar a estruturação, nas três esferas de governo, das ações e serviços para efetivar todos os quatro componentes do que veio a se chamar de Vigilância em Saúde, no Brasil. Ainda sobre a Constituição, é determinado que: cuidar da saúde é uma competência comum a todos entes federados; legislar sobre a proteção da saúde e do ambiente é competência concorrente da esfera federal, estadual e distrital; aos Estados são reservadas as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição; aos municípios cabe “prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população”. De forma coerente, a lei orgânica da saúde prevê que o município é o executor preferencial das ações de saúde. Além de definir as vigilâncias epidemiológica, sanitária e a saúde do trabalhador, a lei orgânica da saúde dispôs sobre a criação de comissões intersetoriais no âmbito do Conselho Nacional de Saúde (CNS), integradas pelos Ministérios e órgãos competentes, além de entidades representativas da sociedade civil, com a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do SUS, sendo nominadas as seguintes comissões: alimentação e nutrição, saneamento e meio ambiente, vigilância sanitária e farmacoepidemiologia, recursos humanos, ciência e tecnologia, saúde do trabalhador. Nos anos 1990, as normas operacionais – diversas entre si e mais ou menos negociadas entre os atores do SUS – instituíram repasses financeiros regulares e automáticos para estados e municípios e induziram a realização de ações, inclusive, das vigilâncias. As transferências regulares de recursos financeiros foram muito bem recebidas pelos gestores, mas a indução foi combatida como restrição à autonomia das esferas de governo. Além dos gestores, parte do movimento social manifestou- se contra o “carimbo” nas chamadas verbas do SUS, numa referência ao repasse de recursos financeiros federais destinados a finalidades específicas. Vários relatórios finais das Conferências de Saúde contêm recomendações para a extinção do “carimbo” e produziu-se considerável volume de bibliografia sobre o caráter tutelado ou incompleto da descentralização, mediante indução pelas normas e estímulos financeiros. Para as vigilâncias, contudo, essa indução pautou a vigilância sanitária na agenda dos municípios e fortaleceu os serviços estaduais de vigilância. Esses conflitos e a ênfase deslocada da municipalização das ações de saúde para a regionalização, resultaram no Pacto 2006. Entre outras coisas, ele mudou as regras gerais de financiamento do SUS, agregando os recursos destinados para certas ações em blocos de financiamento, dentre os quais, o de Vigilância em Saúde, formado por dois componentes: Vigilância em Saúde e Vigilância Sanitária. Houve perda relativa da capacidade de indução não só da Anvisa, mas também do SUS como um todo, e não se fez avançar, na medida desejada, a regionalização da atenção à saúde. Emitiu-se um decreto presidencial16 sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), seu planejamento e a assistência à saúde organizada em regiões de saúde, instituídas pelos estados federados, em articulação com os Municípios, podendo ser interestaduais, que serviriam como referência para a distribuição de recursos entre os entes federados, desde que contivessem, “ações e serviços de atenção primária; urgência e emergência; atenção psicossocial; atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e Vigilância em Saúde”. A adesão dos entes subnacionais ao instrumento proposto foi baixa, e as regiões de saúde têm se estruturado desigualmente, com a Vigilância em Saúde cada vez mais próxima da atenção à saúde e mais distante do seu caráter regulatório real (Vigilância Sanitária) e potencial (Vigilância em Saúde do Trabalhador e Ambiental em Saúde). CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10 Vigilância Sanitária: atividade regulatória e constrangimentos na proteção da saúde A Vigilância Sanitária caracteriza-se por ser uma área de promoção e, sobretudo, de proteção à saúde, cujas ações, realizadas desde o século XIX, mudam de forma a se adequar às alterações dos modelos econômicos e com o desenvolvimento social. Consideram-se quatro funções principais dos sistemas de saúde, o financiamento, a prestação de serviços, a gestão e a regulação, as quase têm seu desenvolvimento influenciado pelas relações políticas e econômicas, manifestas pelos interesses dos atores envolvidos com os sistemas de saúde. A regulação em saúde é feita em três níveis de atuação: sobre sistemas de saúde, na atenção à saúde e no acesso à assistência. O primeiro nível de atuação inclui a elaboração de normas e verificação do seu cumprimento, por meio de distintas ações, tais como: monitoramento, fiscalização, controle e avaliação19. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) considera como objetivo da política regulatória a certificação de que a regulação responde ao interesse público, ajudando a definir a relação entre Estado, cidadão e interesse econômico. A regulação pela Vigilância Sanitária é efetuada por meio do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, pela Anvisa e por serviços estaduais e municipais, com o auxílio dos laboratórios oficiais. Ela se justifica frente à notória necessidade de se equilibrar as falhas existentes no mercado da saúde21, especialmente no que diz respeito a: 1. não racionalidade no consumo de bens e serviços de saúde; 2. possibilidade de ocorrência de eventos adversos oriundos do consumo de bens e da prestação de serviços de saúde; 3. incapacidade do consumidor escolher entre as opções disponíveis, por não conhecer o mercado; 4. decisão do consumo de bens e serviços de saúde intermediada por profissionais de saúde; e 5. existência de oligopólios ou monopólios de empresas, que resultam no estabelecimento de preços sem presença de competição. A regulação da Vigilância Sanitária é, em última instância, um dever de proteção à saúde, por meio da intervenção estatal, que visa impedir possíveis danos, agravos ou riscos à saúde da população e proporcionar maior segurança a esta. Por outro lado, em razão da característica do setor produtivo submetido, ainda que de maneira secundária à regulação da Vigilância Sanitária, são produzidos efeitos no desenvolvimento social e econômico do país, por meio de regulamentações, controle e fiscalização. Esse caráter regulatório foi enfatizado com a criação da Anvisa como uma agência social, isso faz com que o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária tenha importante responsabilidade no equilíbrio entre os interesses econômicos e sanitários. Ao considerar os atores envolvidos no campo da produção e do consumo de bens de saúde e a existência de inúmeras falhas de mercado, a Vigilância Sanitária torna-se peça chave na proteção da saúde e no estabelecimento de relações éticas entre produção e consumo. As agências reguladoras, no Brasil, foram criadas com autonomia administrativa, financeira e técnica e além da correção das falhas de mercado, objetivam o monitoramento dos agentes econômicos relevantes, a garantia da efetividade de políticas públicas de Estado, edição e monitoramento do cumprimento de normas de caráter técnico, por distintas ações. A regulação realizada pela Anvisa é de importância para a estruturação do Sistema Único de Saúde, pois suas ações impactam no desenvolvimento de setores produtivos, na regulação das indústrias do complexo industrial da saúde, na prevenção de riscos à saúde da população e na organização do mercado da saúde. Entretanto, a criação