Prévia do material em texto
Visite o canal: www.youtube.com/fisicabala TERMOMETRIA 1. NOÇÃO DE ESTADO TÉRMICO Ao entrar em contato com diversos sistemas, temos, através do tato, impressões subjetivas traduzidas habitualmente pelos termos quente, frio, gelado, morno, etc. Dizemos, então, que tais sistemas se encontram em estados térmicos diferentes, porque produzem sensações diferentes. No entanto, esse critério sensorial para caracterizar o estado térmico de um sistema é muito impreciso, pois depende do observador e, para um mesmo observador, depende das condições em que ele se encontrava anteriormente. Um bom exemplo disso é a seguinte experiência: coloca-se uma das mãos em um recipiente com água “quente” e a outra, em um recipiente com água “fria”; depois, coloca-se ambas as mãos num recipiente com água “morna”; nesse instante, cada uma das mãos terão uma sensação diferente numa mesma água. Por isso, procuramos estabelecer um critério mais exato para a avaliação do estado térmico de um sistema: utilizamos uma de suas propriedades macroscópicas (volume, pressão, resistência elétrica, etc.) que se modificam quando o estado térmico do sistema varia, isto é, se torna mais quente ou mais frio. O objetivo da Termometria é exatamente estabelecer relações entre as variações da propriedade escolhida, dita de agora em diante propriedade termométrica, e as variações do estado térmico do sistema. 2. TEMPERATURA A fim de caracterizar o estado térmico do sistema, devemos introduzir uma nova propriedade: a temperatura. Hoje em dia sabe-se que todos os corpos possuem partículas, que estão em constante movimento, isto é, em agitação térmica. Na Mecânica, estuda-se que qualquer corpo em movimento possui energia cinética. Chamando-se de energia térmica a soma das energias cinéticas das partículas de um corpo, define-se temperatura como se segue: TEMPERATURA: medida do nível de agitação térmica das partículas ou medida do nível da energia térmica média por partícula de um corpo ou sistema físico. MAIOR AGITAÇÃO MAIOR TEMPERATURA MENOR AGITAÇÃO MENOR TEMPERATURA 3. CALOR Quando dois corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato térmico (não necessariamente contato mecânico), nota-se uma diminuição da temperatura do corpo mais “quente” e um aumento da temperatura do corpo mais “frio”. Ou seja, há uma perda de energia térmica do mais “quente” e um ganho de energia térmica do corpo mais “frio”. Tal energia térmica que flui no sentido indicado é denominado calor. CALOR: energia térmica em trânsito devido à diferença de temperatura; flui do sistema de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa. Calor Mais quente Mais frio Atenção: Pode-se falar em energia térmica de um corpo, porém jamais em calor de um corpo, pois o calor não pode estar contido num corpo. Quando dois corpos, A e B, com temperaturas TA e TB iguais estão em contato térmico, diz-se que estão em equilíbrio térmico. EQUILÍBRIO TÉRMICO: temperaturas iguais, isto é, mesmo nível de agitação térmica; não significa mesma energia térmica. Corpo A Corpo B T T TA A B TB= A e B estão em equilíbrio térmico 4. LEI ZERO DA TERMODINÂMICA Dois sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro estão em equilíbrio térmico entre si. Corpo A Corpo A Corpo B Corpo B Corpo C T TT T T T T A AA A B B B T T T T C B C C = = = T T g v Recipiente com gelo em fusão Recipiente com água em ebulição Temperatura do ponto de gelo Temperatura do ponto de vapor Visite o canal: www.youtube.com/fisicabala 5. TERMÔMETRO Geralmente as propriedades macroscópicas do sistema não são facilmente mensuráveis, dificultando sobremaneira a medida direta de sua temperatura. Dessa forma utilizamos um sistema auxiliar que permite a avaliação indireta da temperatura do outro sistema. Esse sistema auxiliar é chamado de termômetro ou sistema termométrico. 5.1 ESCALAS TERMOMÉTRICAS GRADUAÇÃO DO TERMÔMETRO Ao graduar o termômetro, fazendo corresponder a cada altura h uma temperatura T, estamos criando uma escala termométrica. Para a graduação do termômetro comum de mercúrio, escolhem-se dois sistemas cujas temperaturas sejam bem definidas e possam ser facilmente reproduzidas. Geralmente, a escolha recai no ponto de gelo (fusão do gelo) e no ponto de vapor (ebulição da água). Ao se atribuírem valores numéricos para as temperaturas desses sistemas, as demais temperaturas ficam automaticamente definidas. ESCALA CELSIUS (CENTÍGRADA) Ponto de gelo: 0 Ponto de vapor: 100 O intervalo entre o ponto de gelo e o ponto de vapor é dividido em 100 partes iguais, sendo cada divisão correspondente a 1 grau Celsius (1 ºC) ESCALA FAHRENHEIT Ponto de gelo: 32 Ponto de vapor: 212 O intervalo entre os dois pontos é dividido em 180 partes iguais, sendo cada divisão correspondente a 1 grau Fahrenheit (1 ºF) ESCALA KELVIN (ESCALA ABSOLUTA) Ponto de gelo: 273 Ponto de vapor: 373 O intervalo entre os dois pontos é dividido em 100 parte iguais, sendo cada divisão igual a 1 Kelvin (1 K). O zero absoluto: Em meados do séc XIX, o cientista inglês Thompson – Lord Kelvin – verificou empiricamente que ao ser resfriado de 0 ºC a –1 ºC, a volume constante, um gás tinha sua pressão diminuída de 1/273 do valor inicial. Sendo a pressão do gás uma conseqüência da agitação das partículas, Kelvin concluiu que a temperatura deveria diminuir de 273 ºC até que cessasse o movimento das partículas (estado de agitação nula) e adotou o valor – 273 ºC como origem da escala absoluta: 0 K (zero Kelvin) ou zero absoluto. Com mais precisão 0 K = – 273,15 ºC. Não há no mundo físico, temperatura abaixo desse valor. O zero absoluto é um estado térmico que existe teoricamente, mas na prática nunca foi atingido. Na realidade, ele é inatingível. 5.2 CONVERSÃO ENTRE AS ESCALAS A temperatura de um sistema físico pode ser convertida nas três escalas em estudo pelas expressões deduzidas a seguir: 0 ºC 32 ºF 273 K 100 ºC 212ºF 373 K T T TC F K Ponto do vapor Ponto do gelo Sistema Físico a b DEMONSTRAÇÃO TESTES DE SALA 01. (PUC-SP) No LHC (Grande Colisor de Hadrons), as partículas vão correr umas contra as outras em um túnel de 27 km de extensão, que tem algumas partes resfriadas a – 271,25°C. Os resultados oriundos dessas colisões, entretanto, vão seguir pelo mundo todo. A grade do LHC terá 60 mil computadores. O objetivo da construção do complexo franco-suíço, que custou US$ 10 bilhões e é administrado pelo Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, na sigla em francês), é revolucionar a forma de se enxergar o Universo. A temperatura citada no texto, expressa nas escalas fahrenheit e kelvin, equivale, respectivamente, aos valores aproximados de: a) – 456 e 544 b) – 456 e 2 c) 520 e 544 d) 520 e 2 e) – 456 e – 2 02. (UFPB) Durante uma temporada de férias na casa de praia, em certa noite, o filho caçula começa a apresentar um quadro febril preocupante. A mãe, para saber, com exatidão, a temperatura dele, usa um velho termômetro de mercúrio, que não mais apresenta com nitidez os números referentes à escala de temperatura em graus Celsius. Para resolver esse problema e aferir com precisão a temperatura do filho, a mãe decide graduar novamente a escala do termômetro usando como pontos fixos as temperaturas do gelo e do vapor da água. Os valores que ela obtém são: 5 gelo e 25 cm para o vapor. Com essas aferições em mãos, a mãe coloca o termômetro no filho e observa que a coluna de mercúrio para de crescer quando atinge a marca de 13 cm. Com base nesse dado, a mãe conclu temperatura do filho é de: a) 40,0 ºC b) 39,5 ºC c) 39,0 ºCd) 38,5 ºC e) 38,0 ºC 03. (IFCE) Um estudante de Física resolveu criar uma nova escala termométrica que se chamou NOVA ou, simplesmente, Escala N estudante usou os pontos fixos de referência da água: o ponto de fusão do gelo correspondendo ao mínimo (25° N) e o ebulição da água (100° C), correspondendo ao máximo (175° N) de sua escala, que era dividida em cem partes iguais. Dessa forma, uma temperatura de 55°, na escala N, corresponde, na escala Celsius, a uma temperatura de a) 10° C. b) 20° C. c) 25° C. d) 30° C. e) 35° C. Visite o canal: www.youtube.com/fisicabala Durante uma temporada de férias na casa de praia, em certa noite, o filho caçula começa a apresentar um quadro febril preocupante. A mãe, para saber, com exatidão, a temperatura dele, usa um velho termômetro de mercúrio, que não mais os números referentes à escala de temperatura em graus Celsius. Para resolver esse problema e aferir com precisão a temperatura do filho, a mãe decide graduar novamente a escala do termômetro usando como pontos fixos as temperaturas do gelo e do vapor da gua. Os valores que ela obtém são: 5 cm para o para o vapor. Com essas aferições em mãos, a mãe coloca o termômetro no filho e observa que a coluna de mercúrio para de crescer quando Com base nesse dado, a mãe conclui que a Um estudante de Física resolveu criar uma nova escala termométrica que se chamou Escala Escala N. Para isso, o estudante usou os pontos fixos de referência da o ponto de fusão do gelo (0° C), correspondendo ao mínimo (25° N) e o ponto de (100° C), correspondendo ao máximo (175° N) de sua escala, que era dividida em guais. Dessa forma, uma temperatura de , corresponde, na escala Celsius, a LEITURA COMPLEMENTAR I. A medida da temperatura corporal A avaliação da temperatura do corpo humano é de grande importância na Medicina, pois em muitas doenças ocorre sua variação. Quando temperatura corporal aumenta além de 37 ºC (que pode ser considerado um valor médio normal) dizemos que a pessoa está com feb hipertemia. Há também situações de anormalidade em que a temperatura diminui abaixo de 37 ºC, caracterizando uma hipotemia termômetros utilizados na medida de temperatura corporal são denominados termômetros clínicos Atualmente existe um grande a maior parte do tipo digital. Entretanto, ainda é muito difundido o termômetro clínico de mercúrio. Nele, junto ao bulbo, no início do tubo capilar, há um estreitamento, que não impede a movimentação da coluna líquida quando a temperatura sobe e o mercúrio se dilata. Entretanto, se a temperatura diminuir, o mercúrio não consegue voltar para o bulbo, continuando a indicar a maior temperatura que foi medida. Portanto, trata um termômetro de máxima. Para ser usado novamente, o termômetro deve ser vigorosamente sacudido, de tal maneira que o mercúrio retorne ao bulbo. (Ramalho Junior, Francisco; Os fundamentos da física II. Termômetro de resistência elétrica. A experiência revela que a resistor elétrico varia com a temperatura. Esse fato experimental permite que a resistência desempenhe a função da propriedade termométrica, sendo o termômetro que a adota chamado termômetro de resistência elétrica. Os termômetros digitais, geralmente baseados nas variações da resistência elétrica de um condutor com a temperatura. Visite o canal: www.youtube.com/fisicabala LEITURA COMPLEMENTAR A medida da temperatura corporal A avaliação da temperatura do corpo humano é de grande importância na Medicina, pois em muitas doenças ocorre sua variação. Quando temperatura corporal aumenta além de 37 ºC (que pode ser considerado um valor médio normal) dizemos que febre ou . Há também situações de anormalidade em que a temperatura diminui abaixo de 37 ºC, hipotemia. Os termômetros utilizados na medida de temperatura corporal são termômetros clínicos. Atualmente existe um grande número deles no mercado, a maior parte do tipo digital. Entretanto, ainda é muito difundido o termômetro clínico de mercúrio. Nele, junto ao bulbo, no início do tubo capilar, há um estreitamento, que não impede a movimentação da coluna líquida peratura sobe e o mercúrio se dilata. Entretanto, se a temperatura diminuir, o mercúrio não consegue voltar para o bulbo, continuando a indicar a maior temperatura que foi medida. Portanto, trata-se de um termômetro de máxima. Para ser usado novamente, ermômetro deve ser vigorosamente sacudido, de tal maneira que o mercúrio retorne ao bulbo. Os fundamentos da física – 8. edição – São Paulo: Moderna 2003) Termômetro de resistência elétrica. A experiência revela que a resistência elétrica de um resistor elétrico varia com a temperatura. Esse fato experimental permite que a resistência desempenhe a função da propriedade termométrica, sendo o que a adota chamado termômetro de termômetros digitais, geralmente baseados nas variações da resistência elétrica de um condutor com a