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Obesidade e 
Síndrome 
Metabólica
NUTRIÇÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Apresentação 
2
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
Apresentação 
3
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
INTRODUÇÃO
 “Obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter 
multifatorial decorrente de balanço energético positivo que favorece 
o acúmulo de gordura, associado a riscos para a saúde devido à sua 
relação com complicações metabólicas, como aumento da pressão 
arterial, dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos e resistência 
à insulina. 
 Entre suas causas, estão relacionados fatores biológicos, históricos, 
econômicos, sociais, culturais e políticos”. 
Introdução 
OBESIDADE
PRIMÁRIA
interação de fatores genéticos (400 genes 
conhecidos), ambientais e comportamentais 
95% dos casos
SECUNDÁRIA
alteração do metabolismo tireoidiano, gonadal, 
hipotálamo-hipofisário = alteram funcionamento de 
centros reguladores do metabolismo energético, 
tumores, síndromes genéticas, drogas 
(glicocorticóides, ácido valpróico, carbamazepina, 
fenotiazínicos)
Apresentação 
6
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
Transição 
nutricional 
As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, 
revelam que:
Crianças entre 5 – 10 anos:
16,33% estão com sobrepeso; 
9,38% com obesidade;
5,22% com obesidade grave. 
Adolescentes:
18% apresentam sobrepeso; 
9,53% são obesos; 
3,98% têm obesidade grave.
Apresentação 
10
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
Definição: fisiopatologia
Mudanças ocorridas no estilo de vida e nos hábitos alimentares, com o aumento do sedentarismo 
e o maior consumo de alimentos de alta densidade energética, explicam esse fato. 
A obesidade é uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial e resulta de balanço 
energético positivo. O seu desenvolvimento ocorre, na grande maioria dos casos, pela 
associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. 
BALANÇO 
ENERGÉTICO 
POSITIVO
PRINCIPAIS 
SINALIZADORES 
DO APETITE
Existem mais de 400 genes já 
isolados, que codificam 
componentes que participam 
da regulação do peso 
corporal. Entre esses 
componentes, alguns agem 
preferencialmente na 
ingestão alimentar, outros no 
gasto energético e ainda 
existem aqueles que atuam 
nos dois mecanismos ou 
modulam essas ações.
BALANÇO ENERGÉTICO
GET = GEB + TA + GEAF
 GEB = varia de acordo % MM, taxa de ativ. metabólica 
celular, idade, sexo, hormônios do crescimento e tireóide
 TA = calor gerado pela oxidação e metabolização dos 
nutrientes ingeridos
 GEAF = mais variável e facilmente incrementado
FUTURO
 30% das crianças 
obesas tornam-se 
adultos obesos
 Pai + mãe obesos 
= criança obesa 
(80%)
 Pai ou mãe obesos 
= criança obesa 
(40-50%)
Teoria da normalização visual
 Como tamanhos corporais 
maiores tornaram-se comuns, 
houve uma “recalibração” 
da percepção visual para a 
faixa de tamanhos de corpos 
que são percebidos como 
"normais" e aumentaram o 
limiar visual para o que 
constitui "excesso de peso".
Overweight but unseen: a review of the underestimation of weight status and a visual normalization theory
Teoria da normalização visual
 Conclusão: apesar do 
aumento da prevalência de 
obesidade em faixas 
pediátricas, as mães têm 
dificuldade de perceber 
adequadamente o estado 
nutricional de seus filhos,
o que pode comprometer o 
encaminhamento para 
programas de tratamento.
Alvos potenciais 
para a prevenção 
da obesidade na 
infância e na 
adolescência
Apresentação 
20
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
Diagnóstico 
 O diagnóstico de 
obesidade é clínico, 
baseado na história 
clínica e nutricional 
(quantitativa e 
qualitativa), no exame 
físico detalhado, que 
busca sinais 
relacionados a 
distúrbios nutricionais, e 
em dados 
antropométricos. 
Anamnese: destacam-se, além dos dados 
comumente coletados, os seguintes fatores
✓ História da obesidade
✓ Antecedentes pessoais 
✓ Antecedentes familiares 
✓ Uso de drogas, álcool (1 g=7 
kcal) e tabaco (para que essa 
informação seja obtida, é 
importante que o adolescente 
esteja confiante e à vontade no 
momento da consulta, muitas 
vezes sem a presença da 
família)
✓ Antecedentes alimentares 
✓ Hábitos alimentares 
✓ Comportamento e estilo de vida: Deve-se lembrar que 
são cada vez mais frequentes os distúrbios psicossociais, 
como ansiedade, compulsão e depressão. 
✓ Investigar bullying. 
REPERCUSSÕES PSICOSSOCIAIS
 Vulnerabilidade à depressão
 Baixa auto-estima
 Discriminação
 Ambiente familiar x fatores socioeconômicos = inadequada 
troca de amor, afeto e estimulação cognitiva
busca excessiva do alimento como compensação 
Obesidade e bullying
Antropometria: peso e estatura
 O diagnóstico de obesidade é feito com a utilização de métodos antropométricos. 
 Com os dados de peso e estatura, calcula-se o índice de massa corpórea (IMC), o qual 
apresenta boa correlação com a quantidade de gordura corpórea.
 IMC = peso (kg)/estatura2 (m)
Percentil Escore-z Classificação 
0-<5 anos
Classificaçã
o
5 a 19 anos
>85 e ≤97 ≥ +1 e ≤ +2 Risco de 
sobrepeso
Sobrepeso
>97 e ≤99,9 ≥ +2 e ≤ +3 Sobrepeso Obesidade 
>99,9 > +3 Obesidade Obesidade 
grave
IMC/Idade 
Outras medidas 
recomendadas
 Prega cutânea tricipital (PCT) 
e circunferência do braço 
(CB). A OMS considera a 
aferição das dobras cutâneas 
como complemento do peso 
e da estatura para a 
estimativa de adiposidade: 
PCT > p90. 
Distribuição em percentis da 
prega cutânea tricipital 
segundo gênero e idade
COMPOSIÇÃO CORPORAL
 A espessura das dobras cutâneas 
é uma importante ferramenta 
para avaliar a distribuição da 
gordura corporal e seu possível 
risco de agravo à saúde infantil
 Uma revisão da literatura 
apontou que existem diversas 
fórmulas utilizadas que estimam a 
quantidade de gordura corporal 
sendo que o uso das sobras 
tricipital e subescapular são as 
mais citadas.
 Por meio do uso dessas fórmulas é 
possível calcular a gordura 
corporal em kg e em percentual, 
e a massa livre de gordura em kg. 
Os pontos de corte usados para 
excesso de gordura são de 25% 
para meninos e 30% para 
meninas.
SBP, 2019
DOBRAS CUTÂNEAS
CIRCUNFERÊNCIA DA 
CINTURA OU 
ABDOMINAL
 Para a sua realização 
deve-se marcar, 
inicialmente, o ponto 
médio entre a última 
costela fixa (décima) e a 
borda superior da crista 
ilíaca, local onde a fita 
inextensível será colocada. 
Essa medida serve para a 
avaliação indireta da 
gordura visceral
 Estadiamento puberal 
PERCENTIS DE CIRCUNFERÊNCIA DA 
CINTURA
 Em crianças e adolescentes, devido as 
modificações da composição corporal 
em função do sexo, idade e maturação 
sexual, é necessário o emprego de 
pontos de corte específicos. 
 Alguns estudos podem ser destacados 
nesta área, entre eles de Freedman et 
al em que avaliaram a relação entre a 
circunferência abdominal e valores de 
lipídios e insulina séricos em 2996 
crianças e adolescentes entre 5-17 
anos, e estabeleceram o percentil 90 
de cintura como indicador de 
alteração metabólica.
EXAMES BIOQUÍMICOS
 Lipidograma completo
 Glicemia
 Insulina sérica HOMA-IR = glicemia jejum (mmol/L) X insulinemia jejum (uU/ml)
22,5
ÍNDICE QUE AVALIA RESISTÊNCIA INSULÍNICA 
VALORES DE HOMA-IR > 3,45 = RI
QUANTO MAIOR VALOR DE HOMA-IR MAIOR É O GRAU DE RI
EXAMES 
BIOQUÍMICOS
SPB,2019
PRESSÃO ARTERIAL
 Nos jovens com sobrepeso eobesidade a 
prevalência de hipertensão varia entre 
3,8% e 24,8%. Sendo que quanto maior o 
índice de massa corporal, maior a 
prevalência de hipertensão (HAS).
 Devido à forte associação entre pressão 
alta e obesidade é recomendado que 
todas as crianças e adolescentes com 
idade igual ou superior a 3 anos e que 
sejam obesas devem ter a pressão 
arterial aferida em todas as consultas 
médicas.
PRESSÃO ARTERIAL
MÉTODO 
DIETÉTICO
História dietética
Registro estimado de 
alimentos
Questionário de frequência 
de consumo alimentar
Complicações
da obesidade
REPERCUSSÕES DERMATOLÓGICAS
 Estrias
 Infecções fúngicas (regiões das dobras)
 Acantose nigricans = escurecimento e 
espessamento da pele (pescoço e axila) = 
hiperestimulação dos melanócitos pelo
aumento da insulina
ACANTOSE 
NIGRICANS
 Não é patognomônico
de hirperinsulinemia
mas associa-se a esta 
condição 
frequentemente e na 
obesidade. Para o 
tratamento deve-se 
primeiro tratar a causa 
associada, como a 
obesidade
REPERCUSSÕES METABÓLICAS
 Doença gordurosa do fígado não-alcoólica (DGFNA)
 ↑ TG e AGL circulantes = acúmulo de gordura no fígado = esteatose hepática
 mecanismos combinados resistência insulínica + estresse oxidativo
Todas as crianças com sobrepeso e 
obesidade devem ser submetidas a 
uma avaliação da função hepática, 
do perfil lipídico e a uma 
ultrassonografia hepática para 
investigação de DGFNA
REPERCUSSÕES 
METABÓLICAS
 Síndrome dos ovários policísticos
 manisfestações clínicas:
 Hiperandrogenismo = hirsutismo, acne, 
irregularidade menstrual 
 RI = obesidade central, acantose nigricans
 morfologia ovariana policística
 A obesidade é reconhecida como um achado comum e 
agravante da SOP, pois o hiperinsulinismo compensatório da 
obesidade estimula a produção de andrógenos ovarianos. Por 
outro lado, o hiperandrogenismo pode levar à RI e inflamação 
sistêmico.
 Diagnóstico de SOP na adolescência permanece controverso, 
principalmente porque muitos dos critérios patológicos usados 
em mulheres adultas, como acne, irregularidade menstrual e 
morfologia ovariana policística, são eventos fisiológicos da 
puberdade.
REPERCUSSÕES METABÓLICAS
Obesidade 
central
X
DCV
↑ LDL-C ↑ TG-T
HAS
RI, hiperinsulinismo,
intolerância à glicose ou DM2
↓ HDL-C
DEFINIÇÃO DE SM EM 
CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES
A SM é diagnosticada pela 
presença de obesidade 
abdominal associada a 2 ou mais 
critérios clínicos
Estes critérios apresentam 
ressalvas, como não levar em 
conta a resistência periférica à 
insulina, não inclui crianças 
menores de 6 anos e não 
diferencia adolescentes maiores 
e adultos.
Síndrome Metabólica
SBD, 2019/2020
Apresentação 
48
Introdução 
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Diagnóstico
Promoção, Prevenção e Tratamento (Atenção Nutricional) 
Considerações Finais
MANEJO DA OBESIDADE 
ESTÁGIO 1
•Dieta (aumento consumo de frutas e vegetais) + atividade física (limitar atividades sedentárias)
• Se não houver melhora no IMC em 3-6 meses = próximo estágio
ESTÁGIO 2
•Dieta balanceada com ingestão de alimentos com baixa densidade calórica
•Atividade física supervisionada (mínimo 60 min/dia)
•1 hora ou menos de tempo de tela/dia
•Acompanhamento mensal com nutricionista
ESTÁGIO 3
•Contato mais próximo com profissionais de saúde (semanal nas 1ª 8-12 semanas) = equipe multiprofissional
•Uso de mais estratégias comportamentais e monitoramento
•Resposta inadequada a este estágio, risco aumentado à saúde e baixa motivação = estágio 4
ESTÁGIO 4
•Dieta de baixa caloria
•Uso de medicação e/ou cirurgia
TRATAMENTO 
MEDICAMENTOSO
 Os recursos 
farmacológicos hoje 
disponíveis são ainda 
restritos para utilização 
em crianças e 
adolescentes. Pode ser 
que logo surjam 
medicamentos 
eficientes e seguros, 
mas possivelmente eles 
não serão capazes de 
promover perda de 
peso e impedir que a 
pessoa volte a engordar 
se não houver 
mudanças permanentes 
de estilo de vida. 
Estratégias 
Comportamentais 
para o 
Tratamento da 
Obesidade na 
Infância e 
Adolescência
COMO TRATAR??
 Restrição calórica rígida = perda 
de massa muscular e diminuição 
da velocidade de crescimento
REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
Escrivão, 2009; Lamounier, 2009
METAS PARA 
PERDA DE 
PESO
• 500g/semana = adolescentes que tiveram estirão do crescimento
• < 500g/semana = crianças e adolescentes que ainda estão em crescimento SBP, 2019
Redução: 
0,5kg/mês
0,9kg/mês
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
 VET 
 Usar fórmula EER (IOM)
 Bom senso no cálculo das necessidades:

 dietas restritivas ( micronutrientes): prejuízos para o crescimento e desenvolvimento.
 Planejamento: RDA- AI- UL
54
(IOM, 2000, VASCONCELOS et al., 2011)
DRI
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
 Normoprotéica
 Conforme idade/sexo (10 – 20% do VET)
 hiperprotéica = ↑ corpos cetônicos, lipídeos e colesterol
 Normoglicídica
 Cfm. idade/sexo (50 – 60% do VET)
 ↓ ingestão sacarose
 cuidar hipertrigliceridemia
 fibras
Deve-se restringir a ingestão de 
carboidratos simples e estimular 
a de ácidos graxos ômega-3, 
com o consumo de peixes ricos 
em DHA e EPA duas a três 
vezes/semana
INTERVENÇÃO 
NUTRICIONAL
 Normolipídica
 conforme idade/sexo
 até 30% VET
 gordura saturada até
10% (até 7% 
dislipidemia) 
Dislipidemia
HAS
 Atividade física e a 
dieta DASH são 
recomendados pelo 
novo protocolo de 
hipertensão da 
Academia Americana 
de Pediatria, como 
parte da terapia de 
perda de peso para os 
pacientes com 
múltiplos fatores de 
risco associados a 
obesidade.
A dieta recomenda a 
inclusão de alguns 
alimentos ricos em k, 
Ca e Mg na prevenção 
da disfunção endotelial 
e promoção do 
relaxamento da 
musculatura endotelial. 
Na = 
1500mg/
dia
ADOÇANTES DIETÉTICOS
 No Brasil, a Resolução n. 4/1988 do Conselho 
Nacional de Saúde é que regulamenta os 
adoçantes, entretanto não abrange sobre seu 
uso na infância e na adolescência
 Os adoçantes devem ser utilizados por 
pacientes diabéticos e pacientes com 
necessidade séria de perder peso e não deve 
ser utilizado de forma generalizada por toda a 
população.
 A exposição precoce e prolongada, pode 
alterar o paladar e aumentar os riscos de efeitos 
indesejados. Assim, o consumo moderado de 
adoçantes, tanto calóricos como não calóricos, 
permanece a melhor opção.
CLASSIFICAÇÃO DOS ADOÇANTES:
 Naturais e nutritivos: sacarose, 
frutose, maltodextrina, glicose, 
lactose e polióis (sorbitol, 
manitol e xilitol);
 Sintéticos e não-nutritivos: 
sacarina, ciclamato, 
aspartame, acessulfamo K, 
esteviosídeo, sucralose, alitame
e fruto-oligossacarídeo de 
acordo com a quantidade 
calórica
ADOÇANTES DIETÉTICOS
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
ETAPA 1 = ESCLARECIMENTOS
ETAPA 2 = AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO
ETAPA 3 = QUANTIDADE
ETAPA 4 = QUALIDADE
ETAPA 5 = MANUTENÇÃO
SBP, 2019
Adesão ao 
tratamento
Conduta 
individualizada
Equipe 
interdisciplinar
Envolvimento 
da família e
criança
SUCESSO

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