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WBA0918_v1.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
ATENÇÃO, MEMÓRIA E 
APRENDIZAGEM: ASPECTOS TEÓRICOS 
E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Angela Oliveira Menezes 
Leitura crítica: Adriana Turchetti Pinto de Moura
A disciplina de Atenção, memória e aprendizagem: aspectos teóricos e 
instrumentos de avaliação apresenta conceitos teóricos, histórico do 
processo de reabilitação e das funções neuropsicológicas com ênfase 
nas funções de memória e aprendizagem considerando os aspectos 
biológicos, comportamentais e emocionais.
Essa explanação permite percorrer a evolução das funções 
neuropsicológicas, os instrumentos e os métodos de avaliação, assim 
como a necessidade de acompanhar e aplicar as mudanças necessárias 
e as novas teorias.
Esta disciplina aborda importantes teóricos e algumas descobertas 
apontadas pela neurociência, proporcionando uma reflexão acerca dos 
meios de intervenções e do funcionamento cerebral.
Além disso, ela levanta questões que permitem pensar no 
funcionamento normal e patológico e o processo que envolve as 
habilidades e dificuldades cognitivas.
É esperado que a disciplina ajude o aluno a avaliar funções de atenção, 
memória e aprendizagem, compreendendo a interação entre elas 
e o quanto uma está associada a outra, podendo uma função ser 
prejudicada de forma secundária, ou uma interferir no desempenho 
da outra, pois as áreas do cérebro não estão isoladas. Dentro desse 
contexto é esperado o conhecimento de testes psicométricos para 
realizar a avaliação de forma quantitativa e conhecimento de fatores 
qualitativos e ecológicos importantes.
3
É esperado que a disciplina ajude o aluno a entender os conceitos das 
funções, a inter-relação entre elas, assim como avaliar e reabilitar as 
funções prejudicadas por lesão, doença e outros aspectos que possam 
comprometer o funcionamento esperado das funções. A disciplina 
também proporciona reflexões acerca da complexidade do cérebro, 
das causas das alterações e da necessidade de estar sempre se 
atualizando sobre o assunto.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Processos atencionais e 
tipos de atenção
______________________________________________________________
Autoria: Angela Oliveira Menezes 
Leitura crítica: Adriana Turchetti Pinto de Moura
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
A atenção é uma função cognitiva essencial, base para o 
desempenho de outras funções. A atenção e a percepção operam 
em íntima unidade. Um processo depende do outro para que 
sejam efetivos. 
A qualidade da percepção do sujeito está associada à atenção no 
objeto no qual está focando. A percepção por si só pode perceber 
um estímulo, mas é a atenção que faz com que o sujeito consiga 
manter o foco no estímulo e percebê-lo de forma adequada.
De acordo com a psicologia cognitiva, a atenção é uma atitude 
psicológica que envolve esforço, concentração, interesse e 
focalização, sendo necessário um esforço para que ela se 
sustente. A percepção mobiliza a atenção e a atenção auxilia na 
acuidade perceptiva.
Luria (1981) afirma que a atenção é responsável pela seletividade 
da informação necessária ao sujeito. Em nossa vida recebemos 
muitas informações, mas o sujeito irá manter o foco na 
informação que é necessária para ele, ou seja, a atenção 
consegue direcionar o foco de acordo com o interesse do sujeito. 
Dentro da visão desse autor, pode-se considerar que a atenção 
assegura a seleção entre os estímulos na mente consciente, 
envolvendo outra função cognitiva. Nesse processo se observa a 
atuação da atenção na interação com outras funções psíquicas.
O processamento de informações pelo cérebro é limitado e 
entre os muitos estímulos que recebemos, só respondemos 
aqueles que correspondem aos nossos interesses, intenções ou 
tarefas imediatas. Uma das características da atenção voluntária 
é a dependência do interesse e da necessidade em relação a 
6
tarefa em questão. As tarefas que ativam centros encefálicos 
relacionados ao prazer são mais fáceis de manter o foco.
A atenção é influenciada e orientada por diversos aspectos. 
Vygotsky (1926) trouxe grande contribuição a partir de sua ótica 
que inclui o fator social cultural.
Vygotsky e Luria, fundadores da teoria sócio-histórica na qual 
dividem as funções como funções elementares e superiores, 
compartilhavam a ideia de que a função da atenção resulta da 
interação entre fatores biológicos e culturais.
Por sua vez, a atenção também possibilita a direção dos 
processos motores e processos racionais, implicando o processo 
dos pensamentos (LURIA, 1981). Nos animais, a atenção reflexa 
é involuntária. O objeto chama a atenção do animal e ele não 
direciona sua atenção para o objeto. No caso de bebês ocorre 
o mesmo processo, pois, eles não direcionam sua atenção 
diretamente ao objeto, o objeto que capta sua atenção. 
Segundo James (1890), a essência da atenção é constituída por 
três aspectos: concentração, focalização e consciência. 
Dentro desse conceito mais atual, pode-se conceber o conceito 
da atenção sendo o mecanismo pelo qual nos preparamos 
para processar estímulos e focar o que vamos processar, 
determinando o quanto será processado e a necessidade de uma 
ação. 
7
Figura 1 - Tipos e níveis de Atenção
Fonte: elaborada pela autora.
O sistema involuntário está ligado ao estado de alerta, o nível 
de consciência e de orientação também estão ligados a esses 
sistemas. Esses sistemas envolvem muito mais a participação das 
áreas parietais e do tronco encefálico.
O sistema de atenção voluntária está mais relacionado à área 
do córtex pré-frontal, trata-se de áreas que demoram mais para 
se desenvolver do ponto de vista do desenvolvimento, sendo 
assim, é muito mais difícil crianças pequenas intencionalmente 
direcionar a atenção para um determinado estímulo, diferente da 
atenção involuntária que se desenvolve nos primeiros meses de 
vida.
Outra área envolvida no estado de alerta é a área cerebral Locus 
Coerelus (faz parte do tronco encefálico) e o neurotransmissor 
noradrenalina que modula as áreas frontais e parietais.
É importante destacar que a atenção voluntária é seletiva. Dentro 
dos aspectos estruturais o tronco encefálico está relacionado 
ao estado de vigília, o córtex parietal se associa a separação de 
8
estímulos irrelevantes e o pré-frontal se associa a modulação 
executiva da atenção. A amigdala e o giro do cíngulo se associam 
à distribuição emocional das informações. 
O conceito de localização vem sendo revisado ao longo do tempo. 
Segundo Luria (1981), a atividade mental é um sistema complexo 
efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais 
funcionando em concerto. Atualmente, considera-se o fator 
da plasticidade que é a capacidade do cérebro após um dano 
se reorganizar e desempenhar as funções prejudicadas com o 
auxílio das áreas cerebrais remanescentes, o fisiologista Marie-
Jean-Pierre antecipou esse conceito.
Dentro de um contexto mais recente a respeito da atenção, James 
(1890) afirma que a essência da atenção é constituída por três 
aspectos: concentração, focalização e consciência.
Alterações de ordem atencional podem ocorrer por vários fatores, 
podendo ser decorrente de lesões em determinadas áreas do 
cérebro ou em decorrência de questões neurobiológicas, como 
acontece no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Na Avaliação Neuropsicológica é importante avaliar a função 
da atenção independente da queixa, já que a atenção está 
relacionada ao desempenho de outras funções superiores. É 
importante considerar vários fatores que podem comprometer 
os resultados como a fadiga, estresse, uso de substâncias 
psicoativas, álcool etc. 
Alguns testes utilizados na avaliação da atenção são:
• Teste d2 de atençãoconcentrada, esse teste fornece 
diversos tipos de resultados, tornando possível avaliar 
separadamente a agilidade, os acertos e a quantidade de 
atenção e a flutuação.
9
• Teste de Stroop que avalia atenção seletiva e controle 
inibitório e alguns testes computadorizados etc.
Referências
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos 
e Científicos Editora S.A., 1981. 
JAMES, W. Principles of Psychology (Volumes I and II). Nova Iorque: Holt, 
1890.
VYGOTSKY, L. S. (1926). A educação estética. In: VYGOTSKY, L. S. Psicologia 
pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 323-363.
PARA SABER MAIS 
Você sabia que enxergamos com os olhos e com o cérebro?! Existem 
áreas do cérebro que estão envolvidas no processamento visual. 
Os olhos e o encéfalo trabalham sobrepondo as imagens de forma 
construtiva.
Há uma alteração neurológica chamada Heminegligência, esse tipo 
de negligência hemiespacial é um quadro de desatenção a estímulos 
situados no lado oposto de uma lesão cerebral. Essa falha atencional 
costuma ocorrer com pessoas que sofreram um AVC ou em função 
de outras lesões no cérebro. Esse tipo de lesão na área parietal 
resulta na negligência unilateral. Quando a pessoa sofre uma lesão 
nessa área, ela perde a capacidade de perceber visualmente o lado 
esquerdo. Essa alteração se estende para percepção do próprio 
corpo. Nesses quadros, é comum a pessoa também apresentar 
um quadro de prosopagnosia (alteração na qual a pessoa perde a 
capacidade de reconhecer rostos), podendo apresentar um quadro 
de anosognosia que é a incapacidade dá pessoa perceber as 
alterações causadas pelo quadro. 
10
No quadro de heminegligência, o neuropsicólogo pode recorrer ao 
teste do relógio para avaliar a disfunção. Caso o avaliado tenha esse 
comprometimento, ele irá negligenciar um lado do relógio.
Na prosopagnosia, a pessoa consegue identificar o outro pela voz, 
mas não pelo rosto. Na alteração de anosognosia é comum a pessoa 
que não está andando falar que anda.
Todas essas alterações estão relacionadas à função da atenção 
que, por sua vez, está intimamente ligada às percepções. É possível 
minimizar esses impactos por meio do processo de reabilitação 
com atividades que estimule a consciência do lado negligenciado e 
orientações pontuais para os cuidadores e familiares.
Como se pode observar, o cérebro é um órgão interessante 
que abarca um universo de conteúdo infinito a ser explorados e 
descobertos.
TEORIA EM PRÁTICA
Considerando que a atenção é a base para que as outras funções 
aconteçam, após avaliação neuropsicológica de rastreio é 
observado qualitativamente e quantitativamente comprometimento 
importante da atenção.
Reflita: será que um paciente com déficit importante de atenção tem 
condições de ser reabilitado do ponto de vista motor e funcional, 
considerando bom prognóstico das funções motoras?
Qual o papel do neuropsicólogo no processo de reabilitação do 
paciente que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), tendo 
como sequela déficit importante da atenção e heminegligência?
11
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo indicado fala sobre a importância dos estudos acerca da 
neuropsicologia somados à avaliação clínica. Os autores fazem uma 
atualização acerca dos principais achados identificados em pessoas 
com o transtorno de TDAH, como a importância de algumas tarefas 
neuropsicológicas e as observações em relação às comorbidades e 
aspectos de personalidade.
Indicações de leitura
12
WAGNER, F.; ROHDE, L. A. de ; TRENTINI, C. M. Neuropsicologia do 
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH): modelos 
neuropsicológicos e resultados de estudos empíricos. Psico-USF, 
Bragança Paulista, v. 21, n. 3, p. 573-582, 2016. 
Indicação 2
O artigo indicado expõe aspectos acerca das alterações no cérebro 
e nos proporciona uma reflexão sobre a vida de uma pessoa com 
lesão adquirida, condição na qual a pessoa passa a habitar no 
mundo de forma prejudicada, sendo necessário buscar estratégias 
compensatórias para minimizar o impacto das alterações em sua vida.
LOPES, E. M. C. et al. O desenvolvimento psicológico do adulto com 
deficiência adquirida: contribuições de A. R. Luria na obra O homem 
com um mundo estilhaçado. Fractal: Revista de Psicologia, [s. l.], v. 28, 
n. 1, p. 63-68, jan./abr. 2016.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da 
questão.
13
1. Sabemos que a função da atenção faz parte de uma função 
superior fundamental para que as outras funções cognitivas 
possam desempenhar seu papel de forma eficaz. Qual a 
estrutura do sistema cerebral responsável pelo estado de vigília e 
qual é o principal neurotransmissor envolvido com a atenção? 
a. Quiasma óptico e glutamato.
b. Hipocampo e noradrenalina.
c. Cerebelo e ocitocina.
d. Tronco encefálico e dopamina. 
e. Corpo caloso e trifosfato de adenosina.
2. Não enxergamos somente com os olhos, pois o cérebro participa 
de alguns aspectos relacionados ao processo visual. Diante de 
algumas lesões ou doenças neurológicas podem ocorrer uma 
disfunção no cérebro, na qual a pessoa passa a negligenciar o 
lado contralateral da lesão ou ter dificuldade em reconhecer 
rostos e reconhecer seu quadro e suas alterações. Qual o nome 
dessas alterações neurológicas?
a. Heminegligência, prosopagnosia e anosognosia.
b. Afasia de Broca, afasia mista e afasia de Wernicke.
c. Disartria, dislalia e dislexia.
d. Apraxia ideatória, apraxia ideomotora e apraxia construtiva.
e. Agrafias apráxica, agrafias calosas e hipergrafismo.
GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: A alternativa “quiasma óptico e glutamato” está 
incorreta, pois, o quiasma óptico não faz parte da estrutura do 
sistema cerebral responsável pelo estado de vigília e o glutamato 
não seria neurotransmissor envolvido na atenção.
14
A alternativa “hipocampo e noradrenalina” está incorreta, pois 
o hipocampo não faz parte da estrutura do sistema cerebral 
responsável pelo estado de vigília e a noradrenalina não seria 
neurotransmissor envolvido na atenção.
A alternativa “cerebelo e ocitocina” está incorreta, pois, o cerebelo 
não faz parte da estrutura do sistema cerebral responsável 
pelo estado de vigília e a ocitocina não seria neurotransmissor 
envolvido na atenção.
A alternativa “tronco encefálico e dopamina” está correta, pois 
corresponde às bases biológicas do processo de atenção, 
sendo o tronco encefálico responsável pelo estado de vigília e o 
neurotransmissor envolvido na atenção é de dopamina.
As alternativas “corpo caloso e trifosfato de adenosina” está 
incorreta, pois o corpo caloso não faz parte da estrutura do 
sistema cerebral responsável pelo estado de vigília e o trifosfato 
de adenosina não seria neurotransmissorenvolvido na atenção.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: : A alternativa correta é “Heminegligência, 
prosopagnosia e anosognosia”.
A alternativa “Afasia de Broca, afasia mista e afasia de Wernicke” 
está incorreta, pois são alterações da linguagem.
A alternativa “Disartria, dislalia e dislexia” está incorreta, pois são 
alterações da fala.
A alternativa “Apraxia ideatória, apraxia ideomotora e apraxia 
construtiva” está incorreta, porque são alterações da atividade 
gestual.
A alternativa “Agrafias apráxica, agrafias calosas e hipergrafismo” 
está incorreta, porque são alterações da escrita.
Sistemas e tipos de memória 
______________________________________________________________
Autoria: Angela Oliveira Menezes 
Leitura crítica: Adriana Turchetti Pinto de Moura
TEMA 2
16
DIRETO AO PONTO
Wilson (2011, p. 21) define a memória como uma “habilidade de 
adquirir informações, armazenar e evocar”. 
A memória é dividida em subgrupos de acordo com seu 
funcionamento e aspectos neurobiológicos. Os processos de 
memorização também se relacionam às emoções, nível de 
consciência e estado de ânimo. Além disso, a memória é um processo 
neural resultante de mudanças na força de interações sinápticas entre 
os neurônios nas redes neurais.
Em relação as regiões da memória, deve-se considerar que não existe 
uma estrutura única, pois, o sistema envolve uma complexidade de 
interações. Sendo as três estruturas principais no processamento da 
memória:
• Hipocampo.
• Amigdala.
• Córtex frontal.
Por meio do caso H. M. foi possível descobrir o papel do hipocampo 
no processo de memória. Segundo Squire & Kandel (2003), o 
hipocampo tem papel importante na consolidação da memória 
explicita, pois, células presentes nessa região são suscetíveis à 
potencialização a memória de longa duração.
• Doenças e lesões que causam danos a memória
O hipocampo tem participação importante no armazenamento 
de informações. A demência é uma das causas que apontam para 
perda de memória com quadros de amnésia que impactam de forma 
significativa a vida do indivíduo acometido e da família que precisa 
17
lidar com as alterações comportamentais e o fato do ente querido 
não ser capaz de reconhecê-la. Dentre os quadros de demência, o 
mais comum é o de Alzheimer. O diagnóstico de Alzheimer é feito por 
meio de dados da história clínica dos sintomas com auxílio de exames 
que permitem identificar alterações cerebrais e análise do líquor para 
verificar acúmulo da proteína beta-amiloide, porém a constatação 
definitiva só pode ser feita após autópsia.
O processo de demência tem diversas causas, inclusive as decorrentes 
de perturbações senil. Apesar da demência estar quase sempre 
associada ao processo do envelhecimento, deve-se elucidar os casos 
ocasionados por lesões encefálicas e doenças que se manifestam 
precocemente como a demência fronto-temporal, doença de 
Parkinson e etc.
Geralmente, os quadros de demência apresentam 
comprometimento da linguagem, memória, desorientação 
espacial, confusão mental, alteração comportamental, entre outras 
manifestações de ordem cognitiva. Nesse processo, o sujeito 
acometido fica vulnerável, dependente. A degeneração pode levar o 
sujeito ao esvaziamento de si.
A perda de memória ocorre em outros quadros, como anóxia, 
acidente vascular cerebral, traumatismo craniano e em doenças como 
esclerose múltipla e etc.
• Tipos de Memória
18
Figura 1 – Demonstração de uma imagem cuja 
resolução foi aumentada
Fonte: elaborada pela autora. 
Para avaliação da Memória é importante uma anamnese apurada 
dos dados que levaram a tal quadro. Ter o máximo de informações a 
respeito da vida do avaliado pré-mórbidos e pós a perda de memória. 
Entender quais os impactos e seu cotidiano, assim como buscar, 
reconhecer as habilidades que estão preservadas.
A avaliação pode ser feita com testes quantitativos, testes de 
laboratório (ressonância magnética e tomografia) e observações 
qualitativas. A aplicação ecológica auxilia tanto na avaliação quanto no 
processo de reabilitação. 
No processo de reabilitação é possível estruturar tarefas por meio de 
estratégias compensatórias, visando diminuir o impacto na vida do 
avaliado, buscando proporcionar meios que possibilite uma melhora 
19
na qualidade de vida. Segundo Wilson (2011), a reabilitação tem como 
objetivo diminuir, compensar ou reduzir os déficits.
Referências 
SQUIRE, L. R.; KANDEL, E. R. Da mente às moléculas. In: SQUIRE, L. R.; KANDEL, 
E. R. Da mente às moléculas: memória. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 13-33.
WILSON, B. A. Compreendendo a Memória e as Dificuldades Mnemônicas 
Reabilitação de Memória integrando teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 
2011.
PARA SABER MAIS
Existe uma doença que causa amnésia anterógrada chamada 
Síndrome de Wernicke-Korsakoff (SWF), uma desordem 
neuropsiquiátrica associada ao alcoolismo e a deficiência 
nutricional da vitamina B1 (tiamina). Ela pode ocorrer em 
decorrência de trauma crânio encefálico, encefalite herpética, 
intoxicação pelo monóxido de carbono, traumas cranianos, os 
mais comuns são os casos decorrente de alcoolismo, pois, o 
excesso de álcool dificulta a absorção de tiamina.
Em 1881, Carl Wernicke descreveu essa doença como uma 
patologia de início súbito, caracterizada por paralisia dos 
movimentos oculares, ataxia na marcha e confusão mental. Tais 
sintomas foram analisados em três pacientes, dois alcoolistas 
e um paciente com sintomas de vômito após ingestão de ácido 
sulfúrico. Wernicke descreve as alterações patológicas como 
hemorragias na substância cinzenta e ao redor do terceiro e 
quarto ventrículo e do aqueduto de Sylvius. 
As manifestações decorrentes de perda de memória só foram 
descritas em 1852 por Magnus Huss, ilustrado mais tarde pelo 
psiquiatra russo S. Korsakoff, que associou a polineuropatia e a 
20
desordem de memória, como manifestação da mesma doença. 
Korsakoff relatou as alterações da memória em pacientes 
alcoólatras em diversos artigos. Em 1897, Murawieff sugeriu que 
essas síndromes apresentavam origem comum, determinando a 
denominação atual nos anais de medicina. 
Os sintomas apresentados são agravados na fase aguda, 
podendo prejudicar o quadro motor pela ataxia. Em quadros mais 
brandos, ela apresenta lentidão motora (deambulação e postura 
instável). Em relação aos problemas mentais, os mais comuns 
são a confabulação, desorientação (temporoespacial), apatia e 
desinteresse.
A SWF é caracterizada pela amnésia anterógrada (é a deficiência 
em formar novas memórias) e retrógada (não consegue lembrar 
de eventos posteriores à doença-lesão) com comprometimento 
do aprendizado de memória de curto prazo, enquanto a memória 
imediata não é afetada.
O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e 
complementares como exame de sangue, urina, líquido 
cefalorraquidiano, tomografia computadorizada e ressonância 
magnética.
Quanto ao tratamento, ele é feito por meio da reposição de 
tiamina que possibilita resgate do estado de alerta, evitando 
o desenvolvimento da síndrome de Wernicke Korsakoff. O 
objetivo é reduzir a progressão dos danos cognitivos. Lembre-
se que o tratamento não é capaz de reverter totalmente os 
comprometimentos prévios. Além disso, alguns pacientes não 
respondem ao tratamento padrão, sendo revisto o protocolo 
inicial e aumentando a dosagem de tiamina. 
21
Os quadros da síndrome que apresentam estado de letargia, 
embora sejam estados raros, se não forem tratados podem 
evoluir para morte. 
Um estudo feito em um mostra de pacientes com a síndrome que 
aponta para questão da mortalidade em casos diagnosticados e 
tratados é de 15% e de 77% de morte nos casos sem tratamento. 
Referências
FERNANDES, J. et al. Aspectos clínicos e neuropatológicos da síndrome de 
Wernicke-Korsakoff. Revista Saúde, [s. l.], 30 dez. 1996.
TEORIA EM PRÁTICA
O paciente busca acompanhamento neuropsicológico, visando 
trabalhar aspectos pertinentes a sua reabilitação cognitiva. Traz 
como queixa a dificuldade de memóriade curta duração, a qual gera 
impacto direto em seu cotidiano. 
Reflita sobre os limites do processo de reabilitação em pacientes 
que apresentam perda de memória imediata com possibilidade 
de aprendizado estruturado. Como você minimizaria o impacto da 
alteração de memória de curto prazo na vida do paciente, buscando 
melhora na qualidade de vida, autonomia e independência. Qual 
recurso poderia ser oferecido a esse paciente? 
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
22
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Leia o capítulo Viver com demência: relato de um acompanhamento 
terapêutico, no livro indicado. Este capítulo pode aguçar e ampliar o 
seu olhar a respeito do processo do envelhecimento e os processos de 
demência sobre a ótica da psicanálise, que atribui a perda de memória 
a um estado psíquico, podendo os sintomas serem entendidos como 
uma defesa do ego.
CHERIX, K. Viver com demência: Relato de um acompanhamento 
terapêutico em instituição. In: BARBIERI, A. N.; BAPTISTA, D. G. C.; 
GODFATO C. D. Travessias do tempo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 
2013. p. 139-151. 
Indicações de leitura
23
Indicação 2
Leia o capítulo Quando a arte de esquecer não é possível: pacientes 
amnésicos da obra indicada. Este capítulo fala de algumas doenças que 
causam demência e a necessidade de compreendermos os sintomas 
manifestados, incluindo alteração comportamental, ressaltando a 
importância de não perdermos de vista a vulnerabilidade do sujeito 
que está impotente perante o mundo e a sua própria vida.
IZQUIERDO, I. Cérebro e memória: a arte de esquecer. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Vieira Lent, 2010. p. 86-89.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da 
questão.
1. O estudo de H. M. trouxe grande contribuição para 
neurociências, por meio desse caso se descobre uma das 
principais regiões envolvida no processo de memória. De acordo 
com a descoberta feitas por meio desse caso, indique a região 
responsável pelo processo de memória que foi retirada de H. M. 
comprometendo sua memória. 
a. A região referida ao caso de H. M. é o córtex parietal.
24
b. A região referida ao caso de H. M. é o Hipocampo.
c. A região referida ao caso de H. M. é o giro do cíngulo.
d. A região referida ao caso de H. M. é o cerebelo.
e. A região referida ao caso de H. M. é a amígdala.
2. De acordo com Wilson (2011, p. 21), a definição de memória 
de forma simples e clara é a: 
Fonte: WILSON, B. A. Compreendendo a Memória e as 
Dificuldades Mnemônicas Reabilitação de Memória 
integrando teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2011.
a. Habilidade de captar a informação, consolidar e aplicar.
b. Habilidade de registrar o estímulo, armazenar e consolidar.
c. Habilidade de adquirir informações, armazenar e evocar.
d. Habilidade de diferenciar, decodificar e representar as 
informações.
e. Habilidade de gerenciar as informações, consolidar e 
organizar.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A alternativa correta é “A região referida ao caso de 
H. M. é o Hipocampo”. 
A alternativa “A região referida ao caso de H. M. é o córtex 
parietal” está incorreta, porque o córtex parietal não fez parte do 
processo de memória do caso de H. M.
A alternativa “A região referida ao caso de H. M. é o giro do 
cíngulo” está incorreta, porque essa região não fez parte do 
processo de memória do caso de H. M.
25
A alternativa “A região referida ao caso de H. M. é o cerebelo” 
está incorreta, pois o cerebelo não faz parte do processo de 
memória no caso de H. M.
A alternativa “A região referida ao caso de H. M. é a amígdala” 
está incorreta, porque a amígdala não faz parte da memória no 
caso de H. M.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: A alternativa correta é a “Habilidade de adquirir 
informações, armazenar e evocar”, pois é a definição que a 
autora faz para evidenciar o processo de memória.
A alternativa “Habilidade de captar a informação, consolidar 
e aplicar” está incorreta, porque não faz parte do conceito de 
memória da autora.
A alternativa “Habilidade de registrar o estímulo, armazenar 
e consolida” está incorreta, pois não faz parte do conceito de 
memória da autora.
A alternativa “Habilidade de diferenciar, decodificar e 
representar as informações” está incorreta, porque não faz 
parte do conceito de memória da autora.
A alternativa “Habilidade de gerenciar as informações, 
consolidar e organizar” está incorreta, pois, não faz parte do 
conceito de memória da autora. 
Aprendizagem como processo 
final de memorização
______________________________________________________________
Autoria: Angela Oliveira Menezes
Leitura crítica: Adriana Turchetti Pinto de Moura
TEMA 3
27
DIRETO AO PONTO
Há muitos conceitos acerca da aprendizagem por se tratar de um 
tema multifatorial, que, ao longo do tempo, vem sendo estudado 
e repensado por diversos pesquisadores no âmbito da filosofia, 
Psicologia e neurociência.
O processo de aprendizagem acontece por meios neurológicos, 
ambientais e interação com o mundo. De acordo com Rosa Neto 
(2014) e Tabaquim (2014), o processo do desenvolvimento ocorre 
em quatro estágios:
• 1. Desenvolvimento físico: mudança do corpo ao longo da 
vida.
• 2. Desenvolvimento neurológico: integridade do sistema 
nervoso central.
• 3. Desenvolvimento psicomotor: aquisição de habilidades 
motoras.
• 4. Desenvolvimento psicossocial: interação com o meio no 
âmbito cognitivo e social.
Fonseca (2014) e Tabaquim (2014) trazem o conceito de informação 
sensorial, esse conceito explica o processo de input e output. Nesse 
conceito, a informação é captada através dos sentidos, sendo 
compreendida e possibilitando a identificação da resposta certa a 
qual implica na complexidade da integração das informações no 
cérebro. Nesse processo existe o mecanismo (input), responsável 
por receber informações do ambiente externo ativando o córtex 
cerebral, promovendo a integração sensorial pela memória de 
curto prazo. No processo de evocação há uma seleção de dados 
28
relevantes e irrelevantes, após esse processo ocorre o (output), 
execução da resposta e consolidação da aprendizagem.
Segundo Relvas (2011), o cérebro interage no processo de 
aprendizagem por meio das vivências, modificando a estrutura 
do cérebro no aspecto anatômico, biológico e outros. Diante 
dessa constatação é imprescindível que educadores entendam a 
contribuição do cérebro e seu funcionamento para entender como 
ocorre a aprendizagem. 
A década de 1990 teve grande evolução em função da 
neuroimagem. Inicialmente, os estudos eram focados em lesões 
com o tempo esses recursos foram estendidos a outras áreas, 
como a educação, sendo uma transdisciplina conhecida como 
Neuroeducação.
Buscando um olhar dos processos de aprendizagem dentro das 
diferentes abordagens, pode-se destacar:• Behaviorismo: modelo teórico que acredita na mudança de 
comportamento, sendo o aprendizado pelo reforço negativo e 
positivo.
• Cognitiva: modelo que observa os processos de informação, 
estilo de pensamento e organização mental.
• Construtivismo: modelo no qual o aprendizado tem o 
professor como mediador e a participação do aluno.
• Sócio-histórica: modelo que considera aspectos sociopolítico 
e cultural. 
• Conectivíssimo: modelo que acredita que a aprendizagem 
ocorre em redes.
29
Os teóricos que se destacaram foram Piaget e Vygotsky. Piaget 
(1969), em sua teoria a qual explica que o processo de aprendizagem 
ocorre pelo processo de adaptação, assimilação e acomodação. 
Já Vygotsky (1926) tem o conceito de Zona de desenvolvimento 
proximal (ZPD). A base de sua teoria está na mediação com o outro 
para que o processo de aprendizagem ocorra.
• A importância da memória na aprendizagem
Figura 1 – Tipos de ruídos: (a) branco, (b) marrom e (c) rosa
Fonte: Dos Santos (2015, [n. p.]).
A aprendizagem está associada a memória, por meio dela 
registramos e retemos o que aprendemos para evocar quando 
necessário. 
30
Em doenças que acometem o encéfalo, como no caso de E.P, um 
senhor de 70 anos, que tem seu cérebro danificado pelo vírus da 
herpes, sua memória é comprometida e para ele resta viver no 
momento presente do imediato, pois ela só dura segundos, seu 
passado é confuso e seu futuro vazio pela incapacidade de projetar 
seus pensamentos para o amanhã. 
Esse caso ajuda a associar o impacto do processo de memória para 
que ocorra a aprendizagem.
Cada vez mais, os pesquisadores se dedicam aos estudos 
neurobiológicos, pois está comprovado cientificamente a 
importância de algumas proteínas no processo sináptico para 
a plasticidade proporcionando a formação de novas memórias 
explícitas e em decorrência da memória o aprendizado. Verificou-
se também que mutações dos genes nesse processo favorece a 
prevalência de síndromes que comprometa o desenvolvimento 
cognitivo, resultando em atraso mental. 
• Transtorno de aprendizagem
O DSM-V especifica o transtorno de aprendizagem como transtorno 
do neurodesenvolvimento biológico, incluindo fatores genéticos 
sendo fator determinante para as anomalias cognitivas associados 
aos fatores comportamentais. Nesse contexto, o biológico inclui 
a interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que 
interferem na estrutura do cérebro e comprometem a capacidade 
de perceber ou processar as informações verbais ou não verbais de 
maneira íntegra.
O transtorno de aprendizagem não tem uma única origem, sendo 
possível hipóteses sobre suas manifestações.
31
Então, deve-se considerar o processo de maturação, pois ele é 
fundamental para integração de todas as áreas do cérebro que 
estão envolvidas no processo de aprendizagem. A disfunção de 
qualquer região pode culminar em atraso ou disfunção de forma 
qualitativa ou quantitativa no processo das informações pelo 
cérebro.
Entre os distúrbios de aprendizagem, os mais comuns são:
• Dislexia: dificuldade com a fluência correta na leitura e 
por dificuldade em decodificar e soletrar. Esses fatores, 
geralmente, estão associados ao déficit na área fonológica da 
linguagem. Esse distúrbio acomete 3 vezes mais meninos do 
que meninas. As manifestações podem ser observadas através 
da leitura de sílaba lenta com troca, processo de alfabetização 
difícil, escrita com troca de letras e omissões, dificuldade de 
escrever em linhas e margem, pula linha e confunde palavras.
• Disgrafia: é um problema percepto-motor na formação da 
letra e números.
• Disortografia: está associada a organização de palavras, 
frases e textos.
• Discalculia: dificuldade nas operações de matemática, 
compreensão do enunciado do problema e na execução 
de estratégia para solução, dificuldade na automação para 
contagem, dificuldade de entender os símbolos e na percepção 
visual etc.
Para realizar a avaliação desses transtornos de aprendizagem é 
importante a equipe interdisciplinar composta por fonoaudiólogo, 
pedagogo, psicólogo, neuropsicólogo, neuropediatra, professor e 
terapeuta ocupacional
32
O teste usado para verificar a curva de aprendizagem é o Teste de 
Aprendizagem Auditivo – Verbal de Rey (RAVLT). Ele é composto por 
uma lista de 15 palavras, a qual o aprendizado pode ser favorecido 
pela repetição
Referências
FONSECA, V. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na 
aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista de 
Psicopedagogia, São Paulo, v. 31, n. 96, 2014.
MALLOY-DINNIZ, L. F.; PAULA. J. J. RAVLT - Teste de Aprendizagem Auditivo - 
Verbal de Rey. São Paulo: Vetor, 2018.
PIAGET, J. Tratado de psicologia experimental: a inteligência. Tradução: 
Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Forense, 1969. v. 7.
RELVAS, M. P. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas 
eficiências para uma educação inclusiva. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011.
ROSA NETO, F. Desenvolvimento infantil. In: RODRIGUES, S. D.; AZONI, C. A. S.; 
CIASCA, M. C. Transtornos de Desenvolvimento: da identidade precoce às 
estratégias de intervenção. Ribeirão Preto: Booktoy, 2014.
TABAQUIM, M. L. M. Desenvolvimento Neurocognitivo. In: RODRIGUES, S. 
D.; AZONI, C. A. S.; CIASCA, M. C. Transtornos de Desenvolvimento: da 
identidade precoce às estratégias de intervenção. Ribeirão Preto: Booktoy, 
2014.
VYGOTSKY, L. S. (1926). A educação estética. In: VYGOTSKY, L. S. Psicologia 
pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 323-363.
PARA SABER MAIS
Existe um processo de aprendizagem motora que ocorre pela prática 
mental denominado como a Imagética do Movimento. “A prática 
mental é entendida como a forma de imaginar a realização de um ato 
motor na ausência de movimento” (ADEGBESAN, 2009; MAGILL, 1998; 
RICHARDSON, 1967). 
33
Nessa técnica de aprendizagem, o indivíduo imagina a realização de 
uma ação motora. Ela é utilizada em reabilitação física, sua inserção na 
Reabilitação foi entre o final da década de 1980 e o início dos anos 1990 
(CABRAL et al., 2010).
A imagética motora visual acontece pela percepção visual do 
movimento imaginado, como a representação de uma cena mental.
Segundo Siqueira e Barbosa (2013), estudos evidenciam o treino mental 
como uma influência positiva na evolução da parte motora. Uma 
lesão no cérebro tem a recuperação lenta e imprevisível, o processo 
de estimulação cognitiva pode favorecer uma evolução positiva. 
Segundo Gaspar, Hotta e Souza (2011), por meio da estimulação os 
neurônios espelhos são ativados podendo proporcionar o processo de 
neuroplasticidade.
Essa técnica aplicada em pacientes com membro plégico permite 
manter mentalmente o programa motor ativo, “facilitando à execução 
futura dos movimentos” (LAMEIRA et al., 2008).
Diante de alguns resultados positivos, pode-se concluir que essa técnica 
pode auxiliar de forma positiva no processo do aprendizado motor. A 
representação mental pode ser aplicada na área da neuropsicologia 
para estimular processos perceptuais. Em casos de comprometimento 
visuoespeacial e heminegligência, pode-se pedir para o sujeito 
visualizar um relógio mentalmente e depois buscar reproduzir na folha 
o desenho. Com esse treino é possível estimular funções relacionadas a 
percepção.
Referências
ADEGBESAN, O. A. Use of imagery by athletes in Nigeria. Perceptual and 
Motor Skills, Missoula, v. 108, p. 43-50, 2009.
CABRAL, L. H. A. et al. Fatores associados ao retorno ao trabalho após um 
trauma de mão: uma abordagem qualiquantitativa. Revista Brasileira de 
Fisioterapia, São Carlos, v. 14, n. 2, p. 149-157, 2010. 
34
GASPAR, B. E.; HOTTA, T. T. H.; SOUZA, L. A. P. S. de. Prática mental na 
reabilitação de membro superior após acidente vascular encefálico – casos 
clínicos. ConScientiae Saúde, [s. l.], v. 10, n. 2, p. 319-325, 2011.
LAMEIRA, A. P. et al. Postura da mão e imagética motora: um estudo sobre 
reconhecimento de partes do corpo. Revista Brasileira de Fisioterapia, São 
Carlos, v. 12, n. 5, p. 379-85,set./out. 2008.
MAGILL, R. A. Motor learning: concepts and applications. Boston: WCB 
McGraw-Hill, 1998.
HASSE, V. G. Imagética motora: desenvolvimento, neuropsicologia e uso 
na reabilitação de crianças com paralisia cerebral hemiplégica. 2016. 100 f. 
Dissertação (Mestrado em Neurociências) - Universidade Federal de Minas 
Gerais, Belo Horizonte, 2016.
RICHARDSON, A. Mental practice: a review and discussion (Part 1). The 
Research Quarterly, Washington, v. 38, p. 95-107, 1967.
SIQUEIRA, A. O.; BARBOSA, R. de F. de M. Terapia por Contensão Induzida 
e Treino Mental na Função de Membro Superior Pós-AVC. Revista de 
Neurociência, [s. l.], v. 21, n. 2, p. 193-201, 2013.
TEORIA EM PRÁTICA
Quando uma criança é encaminhada para acompanhamento 
neuropsicológico para trabalhar questões relacionadas à dislexia, qual 
seria um plano eficaz de estratégia, tendo como a escola o principal 
agente de mediação da criança nesse processo?
Reflita sobre os limites do trabalho desse profissional e as possíveis 
intervenções para favorecer o processo de aprendizagem pertinentes 
ao processo de escolarização. 
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
35
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Esse estudo evidencia a importância da avaliação neuropsicológica 
no processo de identificar conteúdos que sejam condizentes ao 
transtorno de aprendizagem, a fim de complementar conhecimento 
e intervenção, contribuindo para formulação de estratégias eficazes 
fornecendo maiores subsídios para o diagnóstico.
LOPES, D. S.; ALMEIDA, R. O. Percepções sobre limites e 
possibilidades para adoção da interdisciplinaridade na formação de 
professores de ciências. Investigação em Ensino de Ciências, [s. l.], 
v. 24, n. 2, p. 137-162, 2019.
Indicações de leitura
36
Indicação 2
Esse estudo mostra a importância do lobo temporal no processo 
de armazenar e recuperação as informações. Valorizando o 
trabalho em equipe interdisciplinar para compreender o déficit de 
aprendizagem e o auxílio de exames de imagem de caráter funcional 
para entendimento dos mecanismos fisiopatológicos do distúrbio do 
desenvolvimento
PESTUN, M. S. V.; CIASCA, S.; GIMENES, V. M. A importância da equipe 
interdisciplinar no diagnóstico de dislexia do desenvolvimento. 
Relato de caso. Arquivos de Neuropsiquiatria, [s. l.], v. 60, n. 2-A, p. 
328-332, 2020.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. São muitos os conceitos acerca da aprendizagem por se tratar 
de um tema que envolve muitos aspectos do desenvolvimento e 
de fatores relacionados à interação com o meio. Considerando 
essas informações, pode-se afirmar que o processo de 
aprendizagem é: 
37
a. O processo de aprendizagem é apenas neurobiológico.
b. O processo de aprendizagem diz respeito apenas aos aspectos 
ambientais.
c. O processo de aprendizagem é multifatorial.
d. O processo de aprendizagem é apenas genético.
e. O processo de aprendizagem esta relacionados ao mediador, 
ou seja, aquele que ensina. 
2. Vygotsky teve importante destaque no campo da psicologia 
com sua teoria do desenvolvimento na esfera do processo 
de aprendizagem. Identifique qual foi a teoria desenvolvida 
por ele. 
a. Zona de desenvolvimento proximal.
b. Adaptação, acomodação e assimilação. 
c. Reforço positivo e negativo.
d. Cognitivo e responsivo.
e. Equilíbrio e assimilação. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: A alternativa “O processo de aprendizagem é 
multifatorial” está correta, pois, o processo de aprendizagem 
envolve vários aspectos, sendo considerado como um processo 
multifatorial.
A alternativa “O processo de aprendizagem é apenas 
neurobiológico” está incorreta, pois o processo de 
aprendizagem é multifatorial.
38
A alternativas “O processo de aprendizagem diz respeito 
apenas aos aspectos ambientais” está incorreta, pois, ela afirma 
que o processo de aprendizagem é multifatorial.
A alternativa “O processo de aprendizagem é apenas genético” 
está incorreta, pois o processo de aprendizagem é multifatorial.
A alternativa “O processo de aprendizagem esta relacionados 
ao mediador, ou seja, aquele que ensina” está incorreta, pois o 
processo de aprendizagem é multifatorial. 
Questão 2 - Resposta A
Resolução: A alternativa correta corresponde a pergunta, pois 
foi o conceito de Zona do desenvolvimento proximal foi criada 
por Vygotsky, as demais teorias não foram criadas pelo autor.
Inter-relação entre atenção, 
memória e aprendizagem 
______________________________________________________________
Autoria: Angela Oliveira Menezes 
Leitura crítica: Adriana Turchetti Pinto de Moura
TEMA 4
40
DIRETO AO PONTO
A compreensão do desenvolvimento humano e cognitivo possibilita 
observar a inter-relação das funções nos aspectos cerebrais e na 
interação com o meio. 
Os exames de neuroimagem e os estudos da biologia molecular 
estão possibilitando o conhecimento funcional das regiões e 
circuitos envolvidos nas funções cognitivas e a inter-relação das 
funções.
A cognição é um conceito associado as funções, como por exemplo 
a atenção, memória, aprendizagem, entre outros. Na teoria de 
Luria (1981), ele denomina o complexo de habilidades como 
funções nervosas superiores e dentro desse conceito ele engloba os 
aspectos das funções cognitiva, emocional e comportamental.
No processo do desenvolvimento, a relação com o meio modifica 
as estruturas do cérebro. A habilitação das funções possui uma 
ontogênese (processo do desenvolvimento biológico) associada a 
faixa etária, algumas funções são estabelecidas no nascimento e 
outras se estruturam ao longo da vida.
Na Antiguidade se fazia a correlação entre sistema nervoso e 
comportamento, mas, com o passar do tempo, esse fato foi 
reconhecido e aplicado na prática clínica.
Atualmente, a neuropsicologia busca entender como as bases 
neurobiológicas modulam nossas funções nervosas superiores. Os 
estudos acerca das funções cognitivas são contínuos, apesar das 
várias pesquisas sobre o assunto, ainda falta muito para se chegar 
à compreensão de como ocorre o processo natural e os processos 
que resultam em anomalias. 
41
Para a neurociência, o conhecimento acerca do processo como um 
todo possibilitará recursos mais eficazes para realizar a avaliação e a 
reabilitação.
Diante da complexidade dos processos cognitivos, essa correlação 
não está direcionada para uma única região e sim para as diversas 
áreas que atuam de forma integrada. 
Luria (1981) contribui com seu conceito de sistema funcional 
sistematizando em unidades. A atividade consciente acontece com a 
participação das três unidades funcionais dentro de uma estrutura 
hierarquizada que atuam em pelo menos três zonas corticais. Em 
síntese, o funcionamento ocorre da seguinte forma: 
Figura 1 - UnidadeFuncional
Fonte: elaborada pela autora. 
42
• Avaliação e Testes
A avaliação é composta de uma anamnese com o paciente e 
cuidador/familiar. De acordo com os dados colhidos e observações 
de relatos clínicos, os testes são direcionados para a compreensão 
do funcionamento cerebral atual.
Para a avaliação infantil é importante uma anamnese com os pais 
para entender a queixa. Caso a criança esteja frequentando a escola 
é fundamental dialogar com o professor. Muitas vezes, a equipe 
interdisciplinar pode ajudar a compor e estruturar o processo de 
“habilitação” ou reabilitação.
• Teste Wisc- IV
• Aplicado individualmente .
• Faixa etária: 6 anos até os 16 anos e 11 meses.
• Subtestes: 10 principais e 5 complementares.
• Índices Fatoriais: índice de compreensão verbal (ICV); índice de 
organização perceptual (ICP); índice de memória operacional 
(IMO); índice de velocidade de processamento (IVP) e QI Total.
Diante de casos que necessite avaliar hipótese de dislexia, o teste 
Prolec é um dos testes indicados.
• Teste - Prolec
• Aplicação Individual composta por diferentes tarefas com a 
intenção de explorar todos os processos que impactam na leitura 
observando dados complexos e simples. Além de possibilitar 
identificar as estratégias que cada criança utiliza na leitura e os 
mecanismos preservados para o desempenho da atividade.
43
As provas são divididas em blocos:
• Reconhecimento de letras.
• Processos léxicos.
• Processos sintáticos.
• Processos semânticos.
Para avaliação de adultos, no Brasil utilizamos a bateria Escala de 
inteligência Wechesler (WAIS-III).
• Escala de inteligência Wechesler (WAIS-III)
• Aplicada individualmente a partir dos 17 anos.
Teste Wais-III:
• Aplicado individualmente. 
• Faixa etária: a partir dos 17 anos.
• Subtestes: 14.
• Índices Fatoriais: índice de compreensão verbal; índice de 
organização perceptual, índice de memória operacional e índice 
de velocidade de processamento. 
• QI: Verbal, QI de Execução e QI Total.
Ao realizar a avaliação, pode-se identificar se uma função prejudica a 
outra de forma secundária, às vezes, a queixa pode ser de memória 
e na avaliação ser constatado prejuízo atencional que impacta na 
memória.
44
A atenção é base para as outras funções cognitivas, por meio dela 
se capta a informação para que ocorra a etapa de armazenamento, 
quando o processo de atenção não consegue realizar sua função 
de forma eficaz acaba comprometendo o desempenho de outras 
funções. No processo de aprendizagem, a primeiro momento, se 
forma a memória de curto prazo e com a memória de longo prazo 
se consolida a aprendizagem (a informação é armazenada e pode 
ser evocada). 
O caso de H. M. ilustra a importancia da memória declarativa para a 
aprendizagem. Nesse caso, ele tinha preservado a memória implicita 
e era capaz de adquirir habilidades, nas quais os processos são pela 
a ação.
Squire e Kandel (2003) referem que sem o armazenamento não 
adquirimos conhecimento, pois nosso conhecimento é construído 
na relação com o mundo e esse aprendizado só é possível se 
tivermos a capacidade de armazenar e evocar. De acordo com essa 
afirmação, perder a memória é perder a capacidade de aprender. 
Por exemplo, nos casos de demência, como no Alzheimer, Kandel 
e Squire (2003) evidenciaram que a primeira parte a ser acometida 
é o córtex entorrinal, essa região fornece sinais de entrada para 
o hipocampo e acaba sofrendo perda significativa das células 
no início da doença, essa degeneração compromete a função da 
memória. Outro local atingido pela doença é o núcleo basal, região 
que contém importante número de neurônios colinérgios, esses 
neurônios são moduladores e têm participação importante na 
função da atenção. Em consequência dessas perdas, o processo 
de atenção, memória e aprendizagem, de forma gradativa, perde a 
capacidade de manter o desempenho das funções.
No relato de uma filha que acompanhou o quadro de demência de 
sua mãe, ela afirma que perder a memória é perder a vida, pois ela 
45
sabia que uma hora sua mãe esqueceria dela, de sua história e, até 
mesmo, de como contrair os músculos, então, seu coração pararia.
Segundo Mesulam (2000), as doenças que acometem o sistema 
nervoso cerebral ou em casos de lesão encefálica é comum ter 
a função da atenção comprometida, independentemente da 
localização, pois essa função está associada às diversas redes de 
conexões do córtex. A dificuldade atencional pode ser percebida 
no cotidiano, já que a pessoa não consegue captar as informações, 
esse comprometimento pode repercurtir com danos na autoestima, 
afetando a segurança e, até mesmo, sua qualidade de vida.
Quanto ao processo de Reabilitação, deve-se considerar 
diversos fatores, como idade, dados pré-mórbidos, aspectos da 
personalidade, comportamento, extensão da área acometida pela 
doença ou lesão, entre outros.
De acordo com Gomez (2012), os programas de reabilitação 
holísticos visam a melhora da consciência tendo como objetivo 
minimizar as dificuldades cognitivas se beneficiando de estratégias 
compensatórias. Tendo em vista que as evidências da reabilitação 
da atenção são empobrecidas, deve-se buscar intervenções que 
possibilite a funcionalidade do paciente em sua vida diária. O 
terapeuta ocupacional é um profissional que pode auxiliar na 
estrutura da rotiana e funcionalidade do paciente.
Alguns fatores relacionados a atenção são fatores impeditivos 
para evolução, como percepção, pois o paciente não consegue 
compreender e perceber suas dificuldades, não conseguindo ser 
ativo no processo. Diante desses casos, a família deve ser orientada 
de forma que possa auxiliar o paciente com supervisão durante 
a execução de uma atividade, sendo importante sistematizar 
estratégias e se utilizar de comandos verbais como processo 
mediador. 
46
O neuropsicólogo que atua em equipe interdisciplinar terá a tarefa 
de buscar recursos facilitadores para equipe conseguir intervir de 
forma efetiva na reabiltiação motora, pois, essa é primordial para 
evolução motora. Em muitos casos, o paciente tem bom prognóstico 
motor, porém o déficit de atenção inviabiliza o processo, já que o 
paciente não será capaz de armazenar as informações para manter 
o aprendizado. 
Existe também a reabilitação em grupo que pode ser um recurso 
para facilitar o processo de identidade, reconhecimento e 
partilhamento. As trocas de experiências podem facilitar os registros 
por meio da memória emocional, embora não se tenha evidência 
ciêntífica de tal armazenamento, podemos nos valer da experiência 
clínica.
A estimulação voltada à prática diária tem alcançado exito com os 
pacientes, já que a atenção está relacionada à motivação de acordo 
com o interesse de cada um. Nos casos de pacientes que gostam de 
cozinhar, por sua vez, se estabelecem atividades para permitir que 
o paciente consiga concluir a atividade de cozinhar, esse processo é 
benéfico, porque o paciente pode se beneficiar das habilidades da 
memória implicita e recorrer as estratégias para memória explícita 
com o objetivo final de realizar e aprender.
Na Antiguidade já se olhava para a inter-relação das funções. 
Com o passar do tempo, surgiu a teoria localizacionista, depois, 
a neuroplasticidade e a inter-relação da funções vem sendo 
compreendida por meio de estudos que demonstram que as 
funções não estão isoladas, mas conectadas entre si em sua 
funcionalidade, estrutura e bases biológicas.
A cognição envolve diversas funções corticais superiores, como a 
atenção, memória, aprendizagem, percepção, entre outras. Diante 
de um acometimento encefálico é comum observarmos alterações 
47
comportamentais, cognitivas e emocional. Como foi discorrido no 
texto, não temos como entender uma alteração isolada de todas 
as outras funções. A inter-relação entre as áreas está presente nos 
diferentes processos cerebrais. 
Por isso, os profissionais esperam que os métodos de avaliação e 
exames se renovem constantemente, fator que irá colaborar para 
novas descobertase compreensão da funcionalidade cerebral. Com 
as evidências atuais, pode-se concluir que questões relacionadas ao 
desenvolvimento e funcionamento cerebral não são determinantes e 
estão sempre sujeitas a ajustes, mudanças e novos entendimentos.
Referências 
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos 
e Científicos Editora S.A., 1981.
GOMEZ, J. A. (org.). Reabilitação neuropsicológica: abordagem interdisciplinar 
e modelos conceituais na prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2012.
MESULAM, M.-M. (ed.). Principles of behavioral and cognitive neurology. 2. 
ed. Oxford: University Press, 2000.
SQUIRE, L. R.; KANDEL, E. R. Da mente às moléculas. In: SQUIRE, L. R.; KANDEL, 
E. R. Da mente às moléculas: memória. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 13-33.
PARA SABER MAIS
Em 1948, um jovem americano sofreu um acidente tendo seu 
cérebro lesionado por uma barra de ferro que atravessou seu 
crânio. O jovem, Phineas Gage, não morreu, mas passou a 
manifestar alteração de comportamento, sua personalidade muda 
completamente. Após 3 meses hospitalizado, ele volta para casa de 
seus pais e, aos poucos, retorna para suas atividades.
A mãe dele percebe parte de sua memória comprometida. Tal 
observação não era condizente com o relato médico, o qual 
48
dizia que as funções motoras e cognitivas estavam preservadas. 
Com o passar do tempo, o comportamento de Gage mudou, era 
possível notar nitidamente alteração em seu comportamento; ele 
parecia ter perdido a habilidade social, ficou agressivo, explosivo 
e profano, rude e impulsivo. Gage tinha uma personalidade doce, 
se preocupava em fazer planos para o futuro, mas após a lesão, 
ele perde o emprego e passa a ser estudado pela medicina. Gage 
não se casou, voltou a trabalhar como cocheiro no Chile e, segundo 
relatos, por meio do trabalho retoma suas habilidades sociais. No 
ano de 1860, ele voltou para casa da sua mãe em decorrência de 
quadros convulsivos, no mesmo ano, ele morre. Sua família envia 
para o médico que o acompanhou seu crânio, que está no Warren 
Anatomical Museum da Universidade de Harvard.
O caso é pesquisado no âmbito da personalidade como fruto 
do cérebro, pois, se após a lesão no cérebro Gage muda sua 
personalidade, logo, se levanta tal questão. A partir de seu caso os 
cientistas se atentam para o funcionamento do lobo frontal como 
parte do cérebro relacionada aos aspectos da personalidade.
O caso de Gage foi estudado em 2004 por meio de simulação feita 
em computador. Nesse estudo, a reconstrução sinaliza o dano em 
dois lados do lado. Em análise mais recente em 3D, verificou-se que 
somente o lado esquerdo foi danificado. O estudo mais recente 
foi realizado em 2012, o qual prevê que, com o trauma, ele perdeu 
15% de massa encefálica, tendo parte do córtex e parte dos núcleos 
internos do cérebro arrancados. Esses dados justificam as alterações 
de comportamento e de comprometimento de memória.
Referências
SABBATINI, R. M. E. O espantoso caso de Phineas Gage. Revista Cérebro & 
Mente, [s. l.], jun. 1997. Disponível em: https://cerebromente.org.br/n02/
historia/phineas_p.htm. Acesso em: 24 set. 2021. 
49
TEORIA EM PRÁTICA
Quando um professor observa a dificuldade da criança na leitura 
e escrita, levante-se a hipótese de dislexia. O professor solicita 
ajuda do psicólogo na escola para compreender a dificuldade de 
aprendizagem. 
Reflita sobre as possibilidades de atuação do psicólogo junto ao 
professor para identificar a dificuldade da criança e criar recursos 
para auxiliar o professor no manejo do processo de aprendizagem 
dessa criança. 
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Indicações de leitura
50
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo indicado apresenta uma revisão que expõe a interação das 
funções, relaciona a memória, a cognição e o papel dessa interação 
no processo de aprendizagem traçando um paralelo com as emoções 
no funcionamento da memória. A revisão promove a discussão acerca 
da importância de estimular precocemente as habilidades cognitivas 
do nascimento até o fim da vida.
SOUSA, A. B.; SALGADO, T. D. M. Memória, aprendizagem, emoção e 
inteligência. Revista liberado, Novo Hamburgo, v. 16, p. 101-20, jul./
dez. 2015.
Indicação 2
O capítulo indicado traz a compreensão a respeito da importância da 
avalição de funcionalidade, propondo meios de elaborar e aplicar essa 
modalidade, tendo como base à avaliação da classificação internacional 
de funcionalidade (CIF), considerando fatores que permite olhar para o 
sujeito como um todo.
GOMES, A. et al. Avaliação da funcionalidade nos programas 
de reabilitação cognitiva. In: GOMES, A. et al. Reabilitação 
Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2012.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
51
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. A compreensão do desenvolvimento humano e cognitivo nos 
permite observar a interação das funções com dois aspectos. 
Assinale a alternativa que apresentam tais aspectos. 
a. Os aspectos estão relacionados aos aspectos sociais e escolar.
b. Os aspectos estão relacionados às funções cognitivas e as células 
da glia.
c. Os aspectos estão relacionados à inter-relação dos aspectos 
cerebrais com o meio.
d. Os aspectos estão relacionados à Inter-relação da atenção e 
memória.
e. Os aspectos estão relacionados à Inter- relação com as funções 
cognitivas e biológicas. 
2. O conceito de Luria (1981) sobre funções nervosas superiores 
engloba os seguintes aspectos: 
Fonte: LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Rio de 
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1981. 
a. O conceito de Luria de funções nervosas superiores engloba 
aspectos biológicos e interação com o meio.
b. O conceito de Luria de funções nervosas superiores engloba 
cognitivos, biológico e sociais.
c. O conceito de Luria de funções nervosas superiores engloba 
aspectos sensoriais, físicos e neurobiológicos.
52
d. O conceito de Luria de funções nervosas superiores engloba 
aspectos da atenção, memória e aprendizagem.
e. O conceito de Luria de funções nervosas superiores engloba 
aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: A alternativa correta corresponde a inter-relação dos 
aspectos cerebrais com o meio. 
Questão 2 - Resposta E
Resolução: A alternativa correta afirma que o conceito de 
Luria (1981) sobre funções nervosas superiores engloba 
aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais. 
BONS ESTUDOS!
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