Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ 
 CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
CAMILA OLIVEIRA DE LUIZ – 1986135 
EVELYN ALBUQUERQUE - 1889023 
MICHELY NOVAIS DE JESUS - 1983029 
MURILO HENRIQUE DE OLIVEIRA – 1894192 
NAIARA TAUANE LUCAS SILVA - 1968088 
NICOLAS BIANCHI PUGA - 1895029 
RAFAELA DA SILVA MONDINE -1886711 
SOPHIA ARAÚJO DA SILVA - 1886711 
 
 
 
 
 
TEMA: O FAMILIAR DO PORTADOR DE SOFRIMENTO MENTAL: SOBRECARGA 
CORRESPONSABILIZAÇÃO E PARCERIA; INTERVENÇÕES DE ORIENTAÇÃO E 
ACOLHIMENTO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
 2023 
CAMILA OLIVEIRA DE LUIZ 
EVELYN ALBUQUERQUE 
MICHELY NOVAIS DE JESUS 
MURILO HENRIQUE DE OLIVEIRA 
NAIARA TAUANE LUCAS SILVA 
NICOLAS BIANCHI PUGA 
RAFAELA DA SILVA MONDINE 
SOPHIA ARAÚJO DA SILVA 
 
 
 
 
 
TEMA: O FAMILIAR DO PORTADOR DE SOFRIMENTO MENTAL: SOBRECARGA 
CORRESPONSABILIZAÇÃO E PARCERIA; INTERVENÇÕES DE ORIENTAÇÃO E 
ACOLHIMENTO. 
 
 
 
 
Experiência de aprendizagem entregue como 
parte das exigências da disciplina de Prevenção 
e promoção da saúde mental, apresentada ao 
curso de Psicologia do Centro Universitário 
Barão de Mauá. Profa. Dra. Ana Paula 
Casagrande Silva Rodrigues. 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2023 
 
Introdução: O que é família e abordagem psicossocial? 
Família é um conceito amplo e complexo. Antes de realizar qualquer trabalho ou intervenção 
relacionado à esta temática, é necessário ter o cuidado de entender que cada família é única dentro de 
sua própria complexidade. Sendo assim, não existe um conceito simplista e reducionista de configuração 
familiar. Cada família se configura de modo singular, em um habitat diferente, montando suas estruturas 
com suas próprias regras de convivência, modo de significar as coisas e modo de estabelecer vínculos. 
Apesar dessas singularidades, podemos dizer que as famílias compartilham de uma 
característica em comum: todas elas se situam conectadas com as demais estruturas que compõem a 
sociedade. Toda família encontra-se condicionada a refletir os valores socioeconômicos e culturais do 
contexto onde ela encontra-se estabelecida. 
Foi pensando nessa intersecção que as famílias fazem com a sociedade que a abordagem 
psicossocial foi inserida instrumento de manejo familiar. Esta abordagem visa atender sujeitos que 
estejam enfrentando demandas vindas da dificuldade em lidar com o contexto social e socioeconômico 
em que estão inseridos. 
Essa é uma estratégia que tem sido usado amplamente nos CREASs e nos NASFs. O CREAS 
surgiu com a intenção de atender a demanda governamental de atender pessoas em risco pessoal e social 
em função de questões socioeconômicas, como abandono, violência (seja de natureza psíquica, física ou 
sexual), uso de substancias psicoativas etc. Já o NASF, inserido no SUS, vêm com a intenção de atender 
a demanda de aumentar a atenção na saúde básica e atender grupos específicos de pessoas. 
 
Família e sofrimento psíquico: o desafio do protagonismo família 
No Brasil, os primeiros pacientes que foram internados e reclusos da sociedade, eram aqueles 
que eram inferiorizados pela sociedade, ou seja, pessoas em situação de rua, negros, dependentes 
químicos, e também, haviam aqueles que não aceitaavam os princípios morais impostoas pela sociedade 
e acabam “deformando a imagem da família tradicional”. Então a institucionalização, era a forma que 
as autoridades encontraram para silenciá-los e privá-los. 
Em decorrência a esses fatos expostos, muitas marcas acabaram permanecendo na assistência 
psiquiátrica, pois, a numeração de pacientes crônicos que foram abandonados por suas famílias, 
representam uma numeração significativa até os dias atuais de moradores de hospitais psiquiátricos. 
A reforma psiquiátrica brasileira, trouxe grandes contribuições na forma de perceber a família 
no contexto de saúde mental. Antes disso, a forma que as pessoas em sofrimento psíquico eram tratadas, 
era baseada no isolamento e exclusão, deixando esses indivíduos privados de contato com a família e 
O FAMILIAR DO PORTADOR DE SOFRIMENTO MENTAL: SOBRECARGA CORRESPONSABILIZAÇÃO E PARCERIA; INTERVENÇÕES DE ORIENTAÇÃO E 
ACOLHIMENTO.
toda sociedade. A família não era vista como um investimento na mobilização de participantes 
importantes para o tratamento, já que essas pessoas em sofrimento, eram vistas como doentes. 
A principal diretriz da Política Nacional de Saúde Mental, inspirada na reforma psiquiátrica 
brasileira, vai consistir na redução de forma gradual e planejada de leitos em hospitais psiquiátricos, 
priorizando a implantação de serviços e ações de saúde mental de base comunitária, que serão capazes 
de atender esses pacientes que necessitam de serem assistidos. Segundo ROSA, 2004, dentro dessa 
perspectiva, a família é vista como parceira dos novos serviços e reafirmada como um dos possíveis 
espaços de fornecimento de cuidado. Sendo assim, a família tem um grande papel, sendo necessária e 
aliada no cuidado com o familiar que está em sofrimento psíquico. 
Desta maneira, não se espera que os cuidados com esse paciente fique sob responsabilidade total 
de seus familiares ou por conta própria, espera-se que se tenha o estabelecimento de sua cidadania, ou 
seja, respeito a sua singularidade e subjetividade tornando-o como sujeito de seu próprio tratamento sem 
a ideia de cura como o único horizonte. Espera-se, assim, a autonomia e a reintegração do sujeito à 
família e à sociedade” (GONÇALVES; SENA, 2001, p. 51). 
Para os profissionais de Saúde, o que geralmente eles espera, é que a família aceite e cuide da 
pessoa em sofrimento psíquico, porém, não se dão conta que muitas das vezes, esse familiar não foi 
orientado adequadamente, ou vão perceber o familiar apenas como um informante da situação do 
paciente, e que deve seguir as prescrições de tratamento. Sendo assim, vai se falar que considerar a 
família também como um protagonista, será um desafio. No momento que se acolhe as demandas e 
dificuldades do convívio dessa família com uma pessoa em sofrimento psíquico intenso, o papel do 
profissional vai ser de promover o suporte possível para as demandas presentes (COLVERO et. al., 
2004). 
Essas famílias irão apresentar diversas demandas, sendo elas a dificuldade de lidar com as 
situações de crise, com os conflitos familiares emergentes, com a culpa, com o pessimismo por não 
conseguir vislumbrar saídas para os problemas, pelo isolamento social a que ficam sujeitos, pelas 
dificuldades materiais da vida cotidiana, pelas complexidades do relacionamento com esse familiar, pela 
expectativa frustrada de cura e pelo desconhecimento da doença propriamente dita (COLVERO et. al., 
2004). 
Fica nítido que é fundamental a consideração de que o cuidado da pessoa em sofrimento 
psíquico, juntamente com a participação ativa de seus familiares, é um trabalho de muita complexidade, 
que historicamente foi um papel retirado da família e que atualmente está sendo restituído. Esse cuidado 
necessitará de disponibilidade, esforço, compreensão, capacitação mínima, inclusive para que os 
cuidadores encontrem estratégias para lidar com frustrações, sentimentos de impotência e culpa, ou seja, 
com suas próprias emoções. 
 
Abordagem psicossocial com possibilidade interativa 
A abordagem psicossocial é uma perspectiva que reconhece a interação entre fatores 
psicológicos e sociais na compreensão e intervenção em questões de saúde mental e bem-estar. Essa 
abordagem oferece uma visão holística das pessoas, considerando não apenas os aspectos individuais, 
mas também os contextos sociais em que estão inseridas. 
Uma abordagem psicossocial com possibilidade interventiva busca identificar e abordar os 
fatores psicológicos e sociais que contribuem para o problema de uma pessoa. Por meio de intervenções 
psicossociais, como aconselhamento, terapia cognitivo-comportamental, apoio social e educação, busca-
se promover mudanças positivas no indivíduo e em seuambiente. 
Essa abordagem enfatiza a importância de compreender as influências sociais, como a família, 
a comunidade e os sistemas institucionais, na saúde mental das pessoas. Além disso, busca fortalecer a 
capacidade das pessoas para lidar com desafios e promover a inclusão social e a autonomia. 
Ao adotar uma abordagem psicossocial com possibilidade interventiva, profissionais de saúde 
mental, assistentes sociais e outros envolvidos no cuidado das pessoas são encorajados a trabalhar em 
colaboração, identificando recursos e desenvolvendo estratégias que abordem tanto os aspectos 
psicológicos como os sociais dos problemas. 
 
A lógica da atenção básica à saúde 
 
A estratégia Saúde da Familia (ESF) adota um abordagem integral e sistêmica 
considerando a família como espaço de desenvolvimento individual e grupal. O vinculo entre 
os profissionais de saúde, a família e a comunidade é fundamental para promover a saúde da 
população, fortalecido através da escuta e do acolhimento. 
 
No trabalho das equipes ESF, o cadastramento das familias e o diagnostico da situação 
de saude permitem uma atenção diferenciada às famílias em situação de risco e vulnerabilidade, 
incluindo aquelas com membros em sofrimento psíquico e usuarios de substâncias. As visitas 
mensais possibilitam alcançar as pessoas em maior risco, que muitas vezes não buscam ajuda. 
O prontuario familiar facilita o acesso às informações relevantes da família, enquanto as 
reuniões de equipe e o acolhimento promovem a abordagem interdisciplinar e humanizada. 
 
É importante garantir a participação da familia no processo de cuidado, assim como 
estimular sua contribuição para as políticas de saúde mental. A educação permanente e o apoio 
familiar são estrategias de suma importancia para os profissionais e promover intervenções 
baseadas na abordagem familiar. 
 
A família na política pública 
Nos dias de hoje, a família tem sido o foco das políticas públicas de saúde e assistência 
social, o que pede que as ações dessas políticas sejam dirigidas na família. Vê-se que o objetivo 
principal é a prevenção e preservação das relações familiares. Por isso a política de Atenção 
Básica à Saúde tenta proteger a saúde e prevenir pioras do sujeito acometido, além de reduzir 
danos que podem comprometer o bem-estar das pessoas (sujeito afetado, família, amigos). 
Outro fundamento importante é a promoção da saúde por meio da educação junto com as 
famílias, com a intenção de prevenir doenças e abordar questões como violência e uso de 
drogas. 
É recomendado que os atendimentos às famílias nas instituições de Assistência Social e 
na Atenção Básica à Saúde, sejam realizados em grupo. É importante que se criem protocolos 
de atendimento com temas bem definidos, como alguns países de língua inglesa, que possuem 
manuais descritivos de operação, que são avaliados constantemente. O planejamento das 
atividades do grupo deve ser adequado aos recursos da instituição em que esse atendimento 
ocorrerá, com objetivos claros. Por isso, é necessário realizar um levantamento das 
necessidades e dos recursos disponíveis na comunidade, a fim de enriquecer as atividades. Esse 
planejamento prévio é essencial para evitar possíveis dificuldades num contexto comunitário. 
A modalidade de grupo conhecida como GM (Grupo Multifamiliar) surgiu como uma 
adaptação da técnica de grupo ao tratamento de famílias de pacientes psicóticos na década de 
1950, onde estudos mostraram que as famílias se sentiam mais à vontade e interagiam de 
maneira melhor quando estavam reunidas em grupo. Essas famílias apresentavam mudanças 
mais rápidas em comparação com famílias tratadas individualmente. Os grupos eram abertos, 
onde a entrada e saída das famílias são permitidas conforme se faça necessário, as sessões eram 
feitas semanalmente com uma equipe terapêutica composta por terapeuta, coterapeutas 
(participantes de famílias que já alcançaram mudanças e funcionam como modelos, motivando 
o grupo) e observadores. Os participantes do grupo são famílias que possuem problemas 
semelhantes ou aleatoriamente, o que vai enriquecer a discussão por meio de pontos de vistas 
diferentes. 
As famílias aprendiam novos comportamentos por meio da pressão ou aprovação do 
grupo. Elas presenciavam os conflitos de outras famílias semelhantes e aprendiam novas 
soluções encontradas por outros pais e mães. É observada a quebra do código rígido familiar, 
pois as famílias conviviam com outras famílias no grupo, o que facilitava novas interações. 
Cada encontro do GM tem uma duração média de 3 horas e ocorre quinzenalmente. A 
sessão é dividida em três momentos: aquecimento, discussão e conclusão. 
• Aquecimento: tem o objetivo de integrar o grupo e estimular a discussão 
do tema do dia. Feito por jogos dramáticos. 
• Discussão: aprofunda a conversa sobre o tema, melhorando a capacidade 
de reflexão por meio de perguntas reflexivas e acolhendo o sofrimento psicológico sobre 
o tema. Formados subgrupos por faixa etária. 
• Conclusão: resume o que foi falado sobre o tema, avalia a aprendizagem 
e oferece sugestões às famílias. Aqui os subgrupos se juntam e compartilham suas 
discussões sobre o tema do dia. 
A escolha do tema é feita em conjunto, considerando as demandas das famílias e os 
aspectos conflitantes observados pelos profissionais da instituição. Por serem temas que podem 
ser considerados difíceis e podem trazer sofrimento aos participantes, é preferível que se usem 
de brincadeiras para abordar o tema. 
 
Abordagem Familiar: Ferramentas e Recomendações 
Segundo o caderno de atenção básica saúde mental, a Estratégia de saúde da família (ESF) a 
família é um eixo estruturante da atenção básica à saúde, e considera a família de forma integral e 
sistêmica, sendo assim para uma abordagem familiar não é necessário apenas conhecimentos médicos e 
científicos, mas também comunicação e empatia. É importante considerar também que as estruturas 
familiares têm mudado ao longo do tempo, além de levar em conta o meio social e cultural em que a 
família está inserida. 
Para a criação de estratégias adequadas para o manejo com as famílias existem critérios para a 
avaliação. É sugerido que as equipes multidisciplinares fortaleçam as competências da família em 
garantir a sobrevivência material de seus membros utilizando sua rede social primária, instituições e 
redes comunitárias, e suas relações afetivas e novas possibilidades de agir, pensar e conviver, isso pode 
ser feito oferecendo acolhimento, escutas regulares e periódicas, com grupos de orientação aos 
familiares, entre outros meios. 
Existem ferramentas usadas para o trabalho com a família, porém como cada família assim como 
cada indivíduo é singular, muitas vezes é necessário usar ou até mesmo criar outras ferramentas. 
1. Entrevista Familiar: caracterização do sistema familiar, sua estrutura, 
desenvolvimento, funcionamento, condições financeiras e de saúde dos integrantes. 
2. Genograma: É a representação gráfica da família, identifica suas relações e 
ligações dentro de um sistema multigeracional 
3. Ecomapa: identifica as relações e ligações da família com o meio onde ela vive. 
4. F.I.R.O (Fundamental interpersonal Relations Orientation): Busca compreender 
melhor o funcionamento da família estudando suas relações de poder, afeto e comunicação 
5. P.R.A.C.T.I.C.E: Avalia o funcionamento da família de um paciente específico. 
Fornecendo informações sobre a organização familiar e o posicionamento da família diante dos 
problemas. 
6. Discussão e Reflexão de casos clínicos: com a equipe multiprofissional 
7. Projeto terapêutico de cuidado com a família: É um conjunto de propostas de 
condutas terapêuticas elaboradas a partir da discussão em equipe interdisciplinar, com apoio 
matricial e com a participação da família na elaboração. 
 
Algumas recomendações para o trabalho com família 
Trabalhar com família requer aperfeiçoamentoem alguns conceitos como: existência sem 
preconceitos, disponibilidade para os outros e a capacidade de se desfocar do problema. 
Existência sem preconceitos: Exige compreender o que ocorre em detrimento daquilo que se 
deseja, olhando a pessoa de modo completo e não a classificar por suas fraquezas ou doenças. 
Disponibilidade para os outros: Significa uma tolerância pessoal em relação ao tempo e lugares 
das pessoas e de sua família. 
Capacidade de se desfocar do problema: Significa não se centrar apenas no problema, mas sim 
nas possibilidades que as pessoas e as suas famílias tem a oferecer. Possibilitando a própria família a 
encontrar meios, estratégias para o enfrentamento desta situação. 
O texto aborda outros temas que auxilia no manejo com o trabalho em família como: 
• Colocar-se na situação da família, relembrando experiências pessoais em relação ao sofrimento 
psíquico e/ou uso de álcool e drogas de parentes, amigos e etc, no intuito de identificar sua reação diante 
dessa realidade, identificar seus valores, crenças. Fazer essa análise individual e em equipe de saúde. 
• Não julgar ou estigmatizar as famílias, possibilitando assim um bom desenvolvimento de 
estratégias e manejos para com eles. 
• Atendimentos de forma mais rápida para famílias com maiores dificuldades psicossociais. 
• Procurar a identificar pessoas para ajudar no processo, podendo ser pessoas que não pertencem 
ao grupo familiar de origem. 
• Observar como a família se comporta no espaço físico, observando se os papéis de cada 
membro da família são cumpridos da forma correta. 
• A comunicação é algo essencial para família, observar se essa comunicação é clara ou obscura, 
se necessários, auxilie a comunicação. 
• Trabalhar a expressão dos sentimentos com os familiares, que muitas vezes se sentem 
desesperançosos, culpados e perdidos diante as crises de pessoas com sofrimento psíquico. 
• Reconhecer e valorizar os meios estratégicos que a família encontrou para lidar com a pessoa 
em sofrimento psíquico. 
• O diálogo é sempre uma ótima alternativa para o relacionamento da família, com isso é sempre 
bom o promover, facilitando a troca de experiencias entre todos. Buscando um meio de todos terem a 
oportunidade de expor mudanças e compreender o que está acontecendo. Ampliando possibilidade de 
resultados eficazes. 
• Fazer anotações sobre cada atendimento realizado, discutir com colegas de equipe e 
compartilhar dúvidas, certezas, limites e possibilidades, promove ao profissional um melhor 
aproveitamento de seu serviço. 
• Não permitir que seus sentimentos possam ser percebidos diante determinadas ações que 
pessoas e famílias mobilizam. Nessas situações, melhor será adiar uma resposta ou conduta clínica e 
buscar ajuda de sua equipe de Saúde ou supervisão especializada. 
• Caso seu município possua Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Nasf ou equipes de Saúde 
Mental, busque discutir situações em que você tem mais dificuldade de manejo clínico. As equipes 
desses serviços, além de auxiliar na conduta clínica, também podem apoiar na organização e na 
realização de ações de saúde mental envolvendo a família no território. 
Visitas domiciliares são também importantes meios de cuidado para com a família, entre essas 
questões é importante que o profissional aborde os seguintes pontos: 
• Identificação de quem são os cuidadores das pessoas com sofrimento psíquico e/ou uso de 
álcool e drogas, e envolvê-las na conversa. 
• Elabore uma lista de cuidados que a pessoa com sofrimento psíquico e/ou uso de álcool e 
drogas recebe deles. 
• Organize a lista de cuidados de acordo com as prioridades discutida entre a equipe de saúde 
os familiares cuidadores. 
• Observe e registre os cuidados que estão faltando. 
• Dialogar com os familiares cuidadores, para juntos identificarem as dificuldades e procurarem 
uma melhor alternativa. 
 
Conclusão 
 
O trabalho do profissional da saúde com os sofrimentos subjetivos que ocorrem no 
âmbito familiar da pessoa em sofrimento mental é acometido de diversos desafios. Não há uma 
solução pronta para lidar com a dor vivenciada pela família, os meios para ajudar-los a mudar 
sua condição atual de vulnerabilidade é um campo aberto que necessita de um suporte que 
transgride ao trabalho convencional do Psicólogo, uma vez que, por mais que existam os 
conflitos internos em cada integrante, o modo de lidar não pode ser restringido ao campo de 
atendimento clínico. 
 
Entende-se que o fortalecimento da cidadania em cada integrante é um caminho viável 
para atuação na lida com as dificuldades presentes, aqui exalta-se seus recursos existentes. Esse 
olhar vai em contrapartida a excessiva atenção dada às faltas presentes no comboio familiar, a 
proposta de devolver protagonismo e corresponsabilidade para cada participante possibilita 
estruturar uma compreensão acerca de suas relações intersubjetivas e de seu local social, 
entendendo neste enfoque, portanto, suas possibilidades. 
 
Para tanto, notou-se a necessidade do desenvolvimento de uma intervenção psicossocial 
que vá de encontro com a integração de outras esferas da saúde, para obtenção de um suporte 
imediato e efetivo. A busca pela minimização dos efeitos é prioritariamente, no contexto de 
saúde mental, exercida através do acolhimento e observação do sofrimento ali exposto. É 
através da escuta que a equipe conseguirá oferecer suporte frente à demanda subjetiva e/ou 
material apresentada. Entretanto, a existência de múltiplas carências da população abre espaço 
para o repensar da prática psicológica e os modelos teóricos existentes que servem como base 
para o auxílio dos familiares no enfrentamento de seus percalços. Fica o incentivo as mudanças 
nas práticas de saúde e ao buscar de ações que propiciem a inclusão de pessoas em situação de 
vulnerabilidade social a um cuidado integral. 
 
 
Referências 
 
Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: saúde mental. 34. ed. Brasília: 
Departamento de Atenção Básica, 2013, p. 63-71. 
 
MURTA, S.; LEANDRO-FRANÇA; SANTOS, K. B.; POLEJACK, L. Prevenção e 
promoção em saúde mental: fundamentos, planejamento e Estratégias de intervenção. 
Novo Hamburgo: Sinopsys, 2015, p. 510-519.

Mais conteúdos dessa disciplina