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cas e de gênero, por serem resultantes das interações das pessoas no espa-
ço geo gráfico e ao longo do tempo histórico, são elementos fundamentais 
para o entendimento das culturas juvenis.
Territórios virtuais
As novas territorialidades não se limitam ao uso dos espaços físicos, mas 
também estendem seus domínios a espaços virtuais como o ciberespaço, 
isto é, o território digital virtual. Elas são expressas por grupos que atuam 
em redes sociais variadas. Nesses territórios virtuais, como no território ma-
terial, as pessoas também lutam por espaço, formam grupos e comunidades. 
Muitas buscam ganhar seguidores, comentários, likes e ter seus conteúdos 
vistos e compartilhados por um número expressivo de pessoas, o que acon-
tece com alguns, conhecidos como influenciadores digitais. Pessoas com 
valores e comportamentos semelhantes associam-se, formam grupos e dão 
apoio mútuo de acordo com o código de cada rede social, onde isso mais se 
desenvolve. Alguns buscam afirmação e reconhecimento, assumem uma 
postura de oposição ao outro e se especializam em criticar, perseguir e sabo-
tar outras pessoas, opiniões ou grupos. São os haters (“odiadores”).
Boa parte dessas comunidades virtuais 
tem jovens entre seus integrantes, e muitas 
delas são exclusivamente formadas por jo-
vens. Isso se justifica, em parte, pelo fato de o 
jovem, em geral, ter mais habilidade para lidar 
com as novas tecnologias. Entretanto, as re-
des sociais são dinâmicas. Algumas tornam-
-se tão populares que os jovens não as reco-
nhecem mais como seu território. Isso porque, 
quando tais redes se popularizam, passam a 
ser utilizadas por pessoas mais velhas, que 
não compartilham a linguagem, os compor-
tamentos e os valores dos jovens, que come-
çam a usar outras ferramentas dentro da rede 
ou então migram para outras redes sociais. 
Isso também ocorre se as redes sociais vir-
tuais servirem para a afirmação, apropriação 
ou mesmo embate e disputa por territorialidades físicas.
1. Como vocês fazem uso das redes sociais? Vocês se sentem mais à vontade em 
alguns ambientes virtuais que em outros? Conseguem sentir essa noção de 
territorialidade citada no texto e ficam desconfortáveis quando alguém que não 
pertence ao grupo “invade” o “território” de vocês?
2. E que estratégias vocês adotam para se protegerem de eventuais pessoas 
mal-intencionadas nas redes sociais, como perfis falsos, haters e possíveis 
tentativas de golpes e assédio sexual? Veja as respostas no Manual do Professor.
Conversa
Os atuais aparelhos de celular, os smartphones, são verdadeiros 
computadores portáteis que possibilitam aos indivíduos acessar 
conteúdo e publicá-los nas redes sociais. Entretanto, seu uso 
fornece informações sobre seus hábitos para as empresas, deixam 
os usuários suscetíveis a golpes e a ter contato com discursos de 
ódio, caso não tomem cuidado.
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Protagonismo juvenil
O direito de ser jovem
Em 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te (ECA), criado pela Lei n. 8 069, de 13 de julho 
de 1990, completou trinta anos. O ECA reconhece 
que a criança e o adolescente são pessoas em de-
senvolvimento físico, mental, moral e social. 
Essa qualificação especial deveria garantir as 
condições necessárias para o indivíduo ter o direi-
to de ser jovem, ampliar seu leque de experiências 
e fazer suas escolhas, de modo a se formar como 
um sujeito autônomo, consciente de si e do mundo 
à sua volta, protagonista de sua história.
A sociedade e as instituições devem pensar nos 
jovens como sujeitos em formação, que precisam 
investir parte de seu tempo em projetos de vida 
futuros. Entretanto, a vida do jovem não pode ser 
entendida apenas como um “vir a ser”. O jovem tem 
necessidades e desejos no presente, como todos, 
crianças, adultos e idosos, e o conceito de protago-
nismo juvenil implica considerar o jovem o principal 
autor de sua vida, por isso os projetos e processos 
não devem ser apenas pensados para os jovens, 
mas também com eles. Assim, é o próprio jovem 
quem deve protagonizar seu processo de forma-
ção, sendo acolhido e cuidado pelo mundo adulto 
em seu processo de aprendizagem e socialização.
A socialização é o processo pelo qual todo in-
divíduo aprende a viver em sociedade, aprende os 
valores e as regras da cultura que o habilitam a 
ser um cidadão e o integram à coletividade. A so-
cialização é um movimento contínuo e para toda 
a vida: inicia-se com a família, depois prossegue 
com a escola, o trabalho e todos os outros grupos 
de referência que nos formam e são formados por 
nós até o fim de nossa existência.
São muitos os tipos de jovens. Eles variam em idade, gostos musicais e estéticos, valores e comportamentos, classes sociais, local 
de moradia, etc. Mas quase todos buscam pertencer a um grupo, uma turma, uma “tribo”. Por isso é melhor falar em juventudes.
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As sociedades contemporâneas, porém, têm 
frequentemente falhado em incluir socialmente 
os jovens em atividades que façam sentido e que 
permitam a plena vivência juvenil. Na falha parcial 
ou total dos espaços institucionais, a música tem 
se apresentado na maioria dos territórios como 
a principal oportunidade de socialização desses 
jovens, uma das poucas possibilidades de serem 
protagonistas de sua história.
Para Juarez Dayrell, 
professor da Universi-
dade Federal de Minas 
Gerais (UFMG), o rap e o funk, por exemplo, por 
não demandarem uma complexa aparelhagem 
técnica para sua criação e reprodução, favorecem 
a transformação dos jovens de consumidores em 
produtores de bens culturais. Essa experiência de 
mudança de expectador da vida para sujeito ativo 
criou formas particulares de viver a juventude. A 
música, que pode assumir uma dimensão mais 
política, possibilita aos jovens não só um meio 
de se divertirem e se expressarem, mas também 
uma forma de ter sua existência notada diante de 
uma sociedade que os massifica e os transforma 
em anônimos.
Mesmo assim, são inúmeros os caminhos mu-
sicais que têm sido escolhidos pelos jovens, como 
música clássica, chorinho, samba, pagode, serta-
nejo, músicas regionais, de rock, pop rock, gospel, 
entre outros.
Sobre o rap e o funk, como manifestações cul-
turais que são, absorvem influências dos meios 
de comunicação e se remodelam de acordo com 
as vivências dos indivíduos e grupos em cada ter-
DAYRELL, Juarez. O rap e 
o funk na socialização da 
juventude. Belo Horizonte: 
Humanitas, 2005. p. 107.
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