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Os movimentos ocorridos nesses séculos resultaram em uma mudança no 
status social das populações de diferentes países, que começaram a refletir 
sobre a importância da escolha dos governantes e a responsabilidade que ela 
acarreta. 
Essas mudanças não foram exclusivas da Europa. Do outro lado do oceano 
Atlântico, os Estados Unidos, após sua independência, publicaram sua Constitui-
ção em 1787, que dividia o governo federal em três poderes: Executivo, Legislati-
vo e Judiciário. Também definia que os integrantes do Congresso e o presidente 
deveriam ser eleitos por meio do voto (apenas de pessoas brancas, ricas e alfa-
betizadas) e delimitava suas funções. Além disso, determinava que a Suprema 
Corte seria a guardiã da Constituição e dava legitimidade para a nação como uma 
república federal, que garantiria os direitos civis e políticos de todos os cidadãos. 
Nesse contexto, surgiram os primeiros modelos de democracia represen-
tativa, em que os representantes políticos são responsáveis por administrar a 
vida pública. A democracia representativa é o sistema político vigente no Brasil.
APURANDO O OLHAR
 A democracia representativa criada nos Estados Unidos no século 
XVIII trouxe inovações com relação à democracia direta de Atenas. 
Considerando essas inovações, faça as atividades a seguir.
a) Pesquise as principais características de dois tipos de democra-
cia: direta (ateniense) e representativa (século XVIII). Reproduza 
o quadro a seguir no caderno e preencha-o com as informações 
pesquisadas.
TIPO DE DEMOCRACIA DIRETA REPRESENTATIVA
Forma de participação dos cidadãos
Condições para cidadania
b) Apresente aos colegas as informações obtidas na pesquisa e 
anote as descobertas deles que diferem das suas. 
c) Terminadas as apresentações, retomem novamente o quadro do 
item a e, juntos, completem-no com as características levantadas 
por todos os estudantes e com as quais todos estejam de acordo.
d) Compare o quadro preenchido na lousa com o que vocês preen-
cheram previamente no caderno. Analise as semelhanças e di-
ferenças entre as respostas. Destaque as diferenças e escreva 
quais foram os argumentos levantados para que essas mudanças 
ocorressem e o que o fez mudar de ideia e concordar com eles.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO;
RESPONDA NO CADERNO
Essa atividade visa consolidar 
os conteúdos trazidos pelo texto 
teórico que serão importantes 
para a compreensão mais ampla 
deste projeto, incluindo a criação 
do produto �nal. Além disso, ela 
também desenvolve as compe-
tências socioemocionais rela-
cionadas às tarefas em grupo, 
como capacidade de ouvir, de se 
posicionar, de liderar e de atuar 
colaborativamente. Para orienta-
ções mais detalhadas, consulte o 
Manual do Professor.
TIPO DE DEMOCRACIA DIRETA REPRESENTATIVA
Forma de participação 
dos cidadãos
Os cidadãos participavam diretamente das deci-
sões administrativas e políticas da pólis e da apro-
vação das leis, por meio das assembleias.
Os cidadãos escolhiam, por meio do voto, repre-
sentantes para atuar nos órgãos políticos e para 
legislar.
TIPO DE DEMOCRACIA DIRETA REPRESENTATIVA
Condições para cidadania
Em Atenas, ser homem, com mais de 18 anos, ser �lho de pai 
e mãe atenienses, além de cumprir as obrigações militares para 
com a cidade-Estado.
Ser homem e proprietário de terras.
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Liberdade, igualdade e respeito: 
pré-requisitos para a democracia
No Brasil, a democracia é representativa, ou seja, o povo escolhe seus representantes políticos para 
governar o país. Assim, parte dos debates políticos ocorre em espaços destinados para isso, como nas 
assembleias legislativas e câmaras municipais. As assembleias legislativas reúnem os deputados esta-
duais, representantes do Poder Legislativo estadual. São eles que fiscalizam o Poder Executivo (nesse 
caso, o governador) e elaboram as leis estaduais. Já as câmaras municipais têm um papel similar, 
porém atuam no município e são compostas de vereadores, os quais fiscalizam o prefeito e suas ações.
A forma de se eleger um representante também foi muito modificada. 
Atualmente, de acordo com a Constituição brasileira, todos os 
brasileiros têm direito ao voto e, para garantir a proteção 
dos eleitores, as eleições são realizadas em seções 
eleitorais protegidas pela segurança pública.
Câmara municipal de João 
Pessoa (PB), em 2019.
Escola em Itapevi (SP) preparada 
para eleições majoritárias, em 2018.
No ano de 1964, a 
população brasileira foi 
impedida de votar para 
presidente, pois um decreto 
definia que somente os 
membros do Congresso 
Nacional poderiam votar. 
Na foto, vemos uma das 
manifestações a favor do 
direito ao voto, que ficaram 
conhecidas como Diretas Já, 
em 1984, em São Paulo (SP).
O ato de votar, no entanto, é apenas uma parte do exercício democrático praticado pelos cidadãos. A 
participação dos cidadãos ultrapassa o período eleitoral em que são escolhidos os políticos responsá-
veis pelas decisões sobre a vida da população. A participação política é um exercício diário, que envolve 
o respeito ao espaço público e aos demais indivíduos e a fiscalização da administração pública e da 
atuação dos representantes eleitos.
A democracia também é exercida para além das eleições e da participação política ativa. Para um 
país alcançar a plena democracia, todos os cidadãos devem contribuir com o espaço político, participar 
dele e, além disso, exercer seus deveres e ter seus direitos garantidos.
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Há muitas formas de se exigir o respeito aos direitos e o cumprimento das 
leis, além de manifestações nas ruas. As iniciativas de grupos ativistas e or-
ganizações não governamentais também buscam a igualdade de direitos e o 
cumprimento das leis, mas de outras formas, como em abaixo-assinados, de-
núncias à imprensa e campanhas à população.
Manifestações democráticas envolvem a livre expressão de opiniões e de 
ideias. Espaços públicos abertos a artistas e seus públicos são sinais de tole-
rância e liberdade, mesmo em países que não possuem um sistema democrá-
tico plenamente consolidado. 
A democracia é um modo de se buscar a soberania 
popular. Por isso, é fundamental que toda a comuni-
dade, incluindo os jovens que ainda não são eleito-
res, pratiquem a cidadania e atuem, no dia 
a dia, como membros de uma socie-
dade democrática. Praticar a cida-
dania significa ter liberdade para 
expressar as próprias opiniões e 
desfrutar do espaço público.
Liberdade de expressão
A busca por igualdade de direitos e pelo bem-estar de toda a população 
é constante em Estados democráticos. Essa busca leva a diferentes tipos de 
manifestação por parte de vários grupos sociais, que exigem o respeito e a efe-
tivação dos direitos estabelecidos na Constituição brasileira. 
Ato contra homofobia em 
estação de metrô na cidade 
de Salvador, em 2018. 
O slam é uma manifestação popular e 
artística em que os integrantes participam 
de uma “batalha” poética. Na foto, 6a edição 
do Campeonato Brasileiro de Poesia Falada 
em São Paulo (SP), em 2019.
Manifestação contra as 
queimadas na Amazônia 
em Goiânia (GO), em 2019.
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APURANDO O OLHAR
1. Leia o texto a seguir.
Diálogos entre acervos: arte e política no contexto brasileiro
Para parte da sociedade e dos veículos de comunicação, a chamada “arte política” aborda conteúdos 
e temas que são transmitidosao espectador para lhe tornar consciente ou “doutrinado” pela mensagem 
do artista. Essa é uma visão limitada, pois, tendo a obra de arte uma espécie de jogo de significação em 
suspenso entre a intenção do artista e a compreensão do espectador, tanto os possíveis significados 
ativados pela arte como as interpretações do público são campos abertos e amplos. Desse modo, a arte 
desperta a sensibilidade e a reflexão por meio da experiência estética e, assim, possivelmente impulsio-
na a consciência e o senso crítico do público.
SATOU, Danilo. Diálogos entre acervos: arte e política no contexto brasileiro. Disponível em: http://centrocultural.sp.gov.
br/2020/03/06/arte-e-politica-no-contexto-brasileiro-e-no-acervo-do-centro-cultural-sao-paulo/. Acesso em: 22 out. 2020.
 A mensagem transmitida por uma obra de arte pode variar conforme o repertório de quem a 
vê. Sabendo disso, faça o que se pede.
• Observe as duas obras de arte a seguir e leia suas legendas. Na sua opinião, quais são as 
mensagens que elas lhe transmitem? Resposta pessoal.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO;
RESPONDA NO CADERNO
Grafite do artista Banksy em Dover, no Reino Unido, feito em 2017. A obra mostra um trabalhador retirando uma 
das doze estrelas da bandeira comunitária, em referência à saída do Reino Unido da União Europeia.
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O objetivo das atividades desta seção é demonstrar aos estudantes como a ampliação do repertório de uma pessoa é capaz de modificar 
seu modo de pensar e de ler o mundo que a cerca. Este é um exercício tanto para despertar a criticidade dos jovens, como para preparar o 
olhar deles para a seleção das imagens que farão na Parte 2 deste projeto e que incorporarão no produto final a ser elaborado na Parte 3. É 
fundamental que, ao final da atividade, eles passem a questionar o significado por trás de cada imagem.
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http://centrocultural.sp.gov.br/2020/03/06/arte-e-politica-no-contexto-brasileiro-e-no-acervo-do-centro-cultural-sao-paulo/
http://centrocultural.sp.gov.br/2020/03/06/arte-e-politica-no-contexto-brasileiro-e-no-acervo-do-centro-cultural-sao-paulo/
2. Observe novamente as obras de arte da página ao lado e acima. Ma-
rielle Franco era vereadora da cidade do Rio de Janeiro quando foi 
assassinada, em 2018. Já o mural de Banksy foi pintado em um porto 
que liga o Reino Unido à França e faz alusão à saída do Reino Unido 
da União Europeia, conhecida como Brexit. 
a) Sabendo disso, pesquise a biografia dos artistas que criaram as 
obras e os acontecimentos em torno da morte de Marielle Franco 
e do Brexit.
b) Diante dessas novas informações, sua forma de interpretar as 
duas obras mudou? Se sim, qual é a nova visão que você tem 
sobre elas? Respostas pessoais.
3. Compartilhe com os colegas suas impressões e ouça as interpreta-
ções que eles tiveram sobre as duas obras de arte. Juntos, identi-
fiquem quais são as semelhanças entre elas e dialoguem sobre as 
diferenças encontradas nas interpretações. Respostas pessoais. 
4. Após essa experiência, vocês consideram que essas obras fazem 
uma crítica política? Por quê?
5. Na opinião de vocês, uma pessoa que nunca tivesse ouvido falar 
sobre Marielle Franco ou o Brexit consideraria essas obras de arte 
como políticas? Por quê? Converse com os colegas e o professor.
6. A relação entre arte e política é antiga. Muitos artistas criam obras 
que denunciam situações sociais e políticas como formas de protes-
tos ou reforçam o apoio às ideologias dominantes. Para aprenderem 
um pouco mais sobre esse assunto, sigam as orientações. 
a) Forme um grupo com cinco colegas. 
b) Pesquisem músicas, pinturas, filmes, livros e outros produtos 
artísticos que vocês gostem e apresentem críticas sociais ou po-
líticas. 
c) Com base no que descobriram, elaborem uma apresentação, 
para a data combinada com o professor, com as informações 
principais sobre a obra, o contexto em que ela foi produzida e 
quais são as críticas realizadas ou as ideologias defendidas.
d) Após a apresentação, conversem com os colegas e o professor 
sobre a importância da arte e da liberdade de expressão em uma 
sociedade. 
2. a) Espera-se que os 
estudantes encontrem em 
suas pesquisas a carac-
terística de crítica social 
presente nas obras tanto 
de Cildo Meireles como de 
Banksy. Também é espera-
do que encontrem, durante 
a pesquisa, informações 
sobre o contexto político 
da morte de Marielle Fran-
co, assim como as reper-
cussões políticas e sociais 
sobre a saída do Reino 
Unido da União Europeia.
4. Espera-se que os es-
tudantes respondam que 
essas obras fazem uma 
crítica política por estarem 
contextualizadas em si-
tuações especí�cas e que 
causaram grande reper-
cussão social e política.
5. Espera-se que os es-
tudantes respondam que 
essa pessoa não teria visto 
essas obras de arte como 
críticas à situação políti-
ca por não conhecer os 
contextos nos quais elas 
foram produzidas.
Uma das intervenções de Cildo Meireles envolve o 
uso das cédulas de dinheiro para produzir obras 
de arte. Ao lado, obra do artista, que carimbou o 
rosto de Marielle Franco em notas de dois reais 
no mesmo ano da morte da vereadora, em 2018.
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A resposta vai depender da pesquisa dos alunos.
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E quando não há democracia?
A partir do século XVIII, os princípios de liberdade e de igualdade se firmaram como valores funda-
mentais em muitos países, e, em sua maioria, cada um deles seguindo seu processo histórico, torna-
ram-se democráticos. 
Além da democracia, existem outras formas de governo, como os governos ditatoriais. Leia a defini-
ção a seguir.
Antes de tudo, podemos defi nir ditadura como um regime político, uma forma de governo. Como tal, é 
sempre um conceito relacionado à própria ideia de Estado. [...] a ditadura existe por oposição à democracia. 
Desde o século XIX, com a ascensão da sociedade burguesa e dos Estados liberais no Ocidente, a democra-
cia passou a ser considerada a melhor forma de governo, principalmente por ser oriunda do projeto político 
vencedor, o projeto político burguês. Daí em diante, o termo ditadura passou a designar todos os governos 
não democráticos, assumindo, para a sociedade ocidental, um signifi cado negativo, visto que, para os valores 
burgueses, um regime positivo seria a democracia, o regime de governo da maioria.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 
3. ed. São Paulo: Contexto, 2014. p. 105-106.
A principal característica de um governo ditatorial é a imposição unilateral das decisões políticas, 
sem a participação popular. Ao longo da história, esse sistema de governo foi adotado de diferentes 
formas, mas é possível identificar outras características, além da imposição das decisões políticas. Os 
sistemas ditatoriais também têm as seguintes características:
• concentração de poder e uso arbitrário dele (o líder ou o grupo que está no poder considera-se 
acima de qualquer direito jurídico);
• desrespeito à divisão dos poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo); 
• coerção sobre os meios de comunicação e partidos políticos (quando não, a extinção deles);
• constantes violações dos direitos humanos, aplicadas, especialmente, aos opositores do governo.
Alguns governos ditatoriais, para tentar legitimar-se, mantêm sistemas eleitorais. Essa caracte-
rística pode gerar algumas dúvidas, porém, nesses casos, é possível identificar a incidência do regime 
ditatorial quando:
• os governantes são eleitos em processos eleito-
rais fraudulentos;
• a eleição acontece com um partido único ou 
por partidos que se submetem a 
um único, não dando à popu-
lação uma possibilidadede 
escolha real;
• as eleições ocorrem ape-
nas em níveis locais;
• não há um parlamento 
autônomo para legislar.
A Primavera Árabe foi um evento que ocorreu 
em diversos países do Oriente Médio em 2011, 
quando a população começou a questionar e exigir 
mudanças de seus governos ditatoriais. Na foto, 
manifestação no Cairo, no Egito.
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NÃO ESCREVA NESTE LIVRO;
RESPONDA NO CADERNOAPURANDO O OLHAR
1. A ditadura é um sistema de governo antidemocrático. Porém, há outros sistemas políticos 
que também são antidemocráticos. Dividam-se em seis grupos para pesquisar sobre três 
deles: autoritarismo, despotismo e totalitarismo (dois grupos para cada sistema político). 
Cada grupo deverá levantar as seguintes informações: definição, principais características, 
indicação de países que atualmente vivem sob esse regime e exemplos de como as liberdades 
individuais são afetadas.
2. Terminadas as pesquisas, cada grupo deverá apresentar os resultados aos colegas na data 
combinada com o professor. Os dois grupos que pesquisaram sobre o mesmo tema poderão 
trocar informações para complementar a pesquisa em uma roda de conversa.
Contrato social, direitos e cidadania
Em 11 de novembro de 1947, o político britânico Winston Churchill proferiu 
as seguintes palavras no Parlamento: “A democracia é a pior forma de governo, 
à exceção de todos os outros já experimentados ao longo da história”. A demo-
cracia não é um sistema de governo perfeito, mas é considerada a melhor for-
ma encontrada até o momento de fazer os governantes administrarem o poder 
público em benefício da coletividade. 
O bem-estar da comunidade, no entanto, não se sobrepõe aos direitos individu-
ais de cada cidadão. Um dos princípios fundamentais da democracia moderna é o 
estabelecimento do contrato social entre os cidadãos e o Estado. Esse “contrato” 
estabelece que, em uma democracia representativa, os cidadãos exercem seus 
direitos políticos ao escolher representantes para governar, e cabe a esses repre-
sentantes a função de garantir que o Estado zele pelos direitos dos cidadãos.
[...] o ideal democrático é tradicionalmente acompanhado por um discurso moral, que ressalta os valores 
liberdade e igualdade como fundamentais para o indivíduo e a sociedade. A democracia é colocada como 
instrumento em relação à liberdade e à igualdade, mas, como não pode ser concebida dissociada destas, 
acaba incorporando o conteúdo material desses valores e adquirindo com isso um valor intrínseco, e não 
meramente instrumental. [...]
O confronto entre a ideia e a realidade permite uma avaliação crítica em relação aos sentidos atribuídos 
aos ideais de liberdade e igualdade [...]. A importância dessa avaliação reside no fato de que o modo como se 
compreendem os mencionados valores refl ete diretamente, no caso da liberdade, os tipos de atividades sociais 
e condutas individuais que se consideram valiosos ou indesejados e que, por isso, devem ser protegidos ou 
combatidos. No caso da igualdade, tal avaliação refl ete o modo como se considera que deva ser feita uma 
distribuição justa dos recursos e benefícios que a vida em sociedade provê – de todas as espécies: políticos, 
econômicos etc. – e dos ônus e esforços necessários para a manutenção dessa vida em comum.
TEIXEIRA, Daniel Viana. Democracia, liberdade e igualdade: desconstrução e abertura de sentido. 
São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2014. E-book.
Atualmente não se concebe a ideia de democracia dissociada de liberdade e de participação de todos 
os cidadãos em busca de melhoria do bem-estar social. Toda a estrutura democrática de um Estado é 
formada em torno da participação política dos cidadãos, que precisam ter seus direitos civis, políticos e 
sociais garantidos para exercer com plenitude sua cidadania.
Espera-se que os estudantes identi� quem que em regimes antidemocráticos os governantes não têm respeito pelas leis nem 
pelas instituições, por isso tomam decisões de acordo com os próprios interesses ou apenas consultando os conselheiros mais 
próximos. Assim, estudos e análises políticas que, porventura, foram feitas por terceiros, podem não ser levadas em consideração, 
pois, para esse tipo de regime, não importam as normas jurídicas e sociais de uma nação. Elas podem ser aplicadas, se for de 
interesse dos governantes, ou serem ignoradas e/ou distorcidas, se eles assim o desejarem.
A proposta desta atividade é que cada grupo complemente a própria pesquisa com as informações adquiridas pelo 
outro grupo, de forma que todos os estudantes compreendam as características dos regimes antidemocráticos com 
maior profundidade.
Winston Churchill foi um 
importante primeiro-
-ministro britânico e 
teve papel crucial para o 
Reino Unido na Segunda 
Guerra Mundial.
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Os diretos sociais são aqueles que visam à melhoria das condições e da 
qualidade de vida dos cidadãos, como o direito à educação, à saúde, à moradia 
e ao transporte.
No Brasil, todos esses direitos são assegurados 
pela Constituição, que foi instituída em 1988 para 
atender às demandas dos cidadãos da épo-
ca e é atualizada constantemente por 
meio de emendas constitucionais.
Tipos de direito
Os direitos civis são originários do pensamento de John Locke e estão as-
sociados à garantia de respeito às liberdades individuais de cada ser humano, 
para que ele possa usufruir seu direito à vida. Além da liberdade individual, os 
direitos civis preveem também o direito à liberdade religiosa, à privacidade, à 
propriedade, entre outros.
Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação da população 
na política e buscam evitar abusos de um governo ao assumir o poder. O 
direito político mais conhecido é o direito ao voto, mas também 
estão inclusos nele o direito à iniciativa popular, à organi-
zação e participação em partidos, além da participação 
em plebiscitos e referendos.
A liberdade religiosa é um exemplo de direito civil. 
Na foto, festa de Iemanjá, orixá cultuada na umbanda e no 
candomblé, em 2019 em Salvador (BA).
Eleitora vota em urna eletrônica em colégio 
no Rio de Janeiro (RJ), em 2018. 
Escola municipal na Terra Indígena 
Pau Brasil, da etnia Tupiniquim, em 
Aracruz (ES). Foto de 2019.
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NÃO ESCREVA NESTE LIVRO;
RESPONDA NO CADERNOAPURANDO O OLHAR
1. O contrato social é uma metáfora usada por filósofos para explicar as 
relações entre os indivíduos e o Estado. Trata-se, em linhas gerais, 
de uma espécie de acordo para garantir a segurança e o bem-estar 
dos cidadãos. Três filósofos contratualistas se destacaram no perío-
do da formação do Estado moderno: Thomas Hobbes (1588-1679), 
John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). 
a) Dividam-se em seis grupos. Dois grupos pesquisarão a teoria do 
contrato social sob a perspectiva de Hobbes, dois sob o olhar de 
Locke, e dois no entendimento de Rousseau. 
b) Cada grupo apresentará os resultados de suas pesquisas aos co-
legas de turma em forma de seminário na data combinada com o 
professor.
c) Após a apresentação, reúnam-se em uma roda de conversa para 
debater quais aspectos do contrato social concebido nos séculos 
XVII e XVIII ainda estão presentes na sociedade contemporânea. 
2. Forme um grupo com mais quatro colegas e leiam alguns direitos e 
deveres previstos no artigo 5o da Constituição brasileira. 
Art. 5o Todos são iguaisperante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi-
lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou de-
gradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; [...]
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 jan. 2020.
• Agora, respondam à questão: O artigo 5o da Constituição apresen-
ta quais princípios democráticos?
1. a) Espera-se que os 
estudantes relacionem 
a teoria de Hobbes com 
a necessidade de se ter 
um Estado forte para 
evitar conflitos entre os 
indivíduos, zelar pela segu-
rança das pessoas e pela 
proteção da propriedade 
privada; a teoria de Locke 
à ideia de que a sociedade 
deve eleger representan-
tes que zelem pelos direi-
tos naturais, pela liberdade 
e pelas propriedades dos 
cidadãos; e a teoria de 
Rousseau à necessidade 
de um Estado que garanta 
as liberdades civis e evite 
conflitos gerados pela 
propriedade privada.
1. b) Acompanhe os 
estudantes de forma a 
auxiliá-los na busca por 
mais informações sobre as 
ideias do filósofo de cada 
grupo e na elaboração do 
seminário.
1. c) Espera-se que os 
estudantes identifiquem 
que a sociedade demo-
crática em que vivemos 
atualmente é resultado de 
uma série de transforma-
ções iniciadas no século 
XVII. Entre os aspectos 
do contrato social ainda 
presentes, pode-se des-
tacar a responsabilidade 
do Estado em proteger os 
direitos individuais de seus 
cidadãos e a dos cidadãos 
em eleger representantes 
que garantam que esses 
direitos serão protegidos.
2. A resposta depende da 
conversa dos estudantes. 
Espera-se que eles identi-
fiquem no artigo 5o os prin-
cípios da igualdade jurídica 
e da proteção à liberdade 
individual dos cidadãos.
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Equador
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
0º
0º
M
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OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO
km
0 2400 4800
Livres
Parcialmente livres
Não livres
A liberdade na atualidade
Ao longo dos séculos XX e XXI, ditaduras surgiram em sociedades democráticas, assim como alguns 
ditadores foram destituídos do poder e nações adotaram outro regime político, como a democracia. 
Durante mais de um século, cientistas políticos e historiadores avaliam essa movimentação, assim 
como algumas instituições e organizações foram criadas para analisar constantemente esse cenário 
político no mundo. Uma delas é a Freedom House, uma organização sem fins lucrativos, sediada em 
Washington, nos Estados Unidos, que desde a década de 1940 realiza pesquisas e produz publicações 
com o objetivo de promover a democracia, o Estado de direito, a liberdade de expressão, o livre mercado 
e os direitos humanos.
Há mais de uma década, a Freedom House avalia o nível de liberdade de mais de 190 países, conside-
rando as condições que a população tem de acesso aos direitos políticos e às liberdades civis. Com base 
nessa pesquisa, a Freedom House dividiu os países do mundo em três categorias: livres, parcialmente 
livres e não livres. 
Observe o resultado no mapa a seguir.
Liberdade no mundo – 2019
Elaborado com base em: FREEDOM HOUSE. Freedom in the world 2019. p. 14. Disponível em: https://freedomhouse.
org/sites/default/files/Feb2019_FH_FITW_2019_Report_ForWeb-compressed.pdf. Acesso em: 9 jan. 2020.
Mas o que determina que um país seja plenamente livre, parcialmente livre ou não livre? Para res-
ponder a essa pergunta, vamos realizar as atividades a seguir, da seção Apurando o olhar.
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https://freedomhouse.org/sites/default/files/Feb2019_FH_FITW_2019_Report_ForWeb-compressed.pdf
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