Prévia do material em texto
Aluno(a): Sede: Turmas ITA/IME QUÍMICA Volume 1 | Química Geral Prof. Gabriel Amgarten Esta apostila tem como objetivo lhe auxiliar na aprovação nos vestibulares militares do ITA e IME, assim como lhe dar os alicerces necessários para realizar qualquer outro exame. Este material encontra-se entre uma apostila e um livro didático. Por entender a dificuldade do estudante em encontrar um livro didático voltado para escolas militares (há excelentes livros e autores brasileiros, mas que se encontram em níveis inferiores ou superiores ao necessário), procurei aprofundar a teoria em muitos pontos, sem perder a objetividade que uma apostila preza. Nos conteúdos teóricos, procurei frisar os principais tópicos, mas sua participação é essencial na construção deste material, visto que muitas páginas estão incompletas e necessitam das anotações em sala, o que é uma maneira de lhe manter atento para da aula. Intercalada com a teoria, existem exemplos e exercícios de fixação (ao lado). Os exemplos serão realizados durante a teoria de maneira a fixar os conteúdos mais relevantes vistos. Os exercícios são questões extras que não serão resolvidas em sala, mas que possuem a mesma temática do exemplo. Como muitas das aulas tardam mais de uma semana para serem ministradas, os exercícios são uma maneira de fixar o conteúdo, mesmo que incompleto. Cada exercício possui um QR Code no final do capítulo com a resolução detalhada em vídeo. Uma orientação: se você não teve problemas para resolver o exercício, não é necessário acessar o vídeo, já que seria um tempo que poderia ser melhor aproveitado. Cheque, embaixo dos QRCodes, os gabaritos dos exercícios, para assim direcionar o vídeo que vale a pena ser assistido. Ainda, se surgir uma grande dificuldade no exercício, procure rever a teoria e o exemplo anterior; assista a resolução em último caso. Ao final de cada capítulo, os exercícios finais procuram abranger os tópicos da aula. Estão divididos em exercícios de nivelamento, com questões mais básicas, contudo necessárias para fixar o alicerce do conteúdo. Os exercícios de aprofundamento iniciam numa seção vestibulares, sendo questões selecionadas de um nível mais elevado; por fim, a seção ITA/IME compila todas as questões que já apareceram do assunto da aula entre os anos de 1980 e 2021, e geralmente são os problemas mais complexos da aula. Caso necessário e o assunto for de grande incidência, uma terceira seção, desafios, será colocada, com problemas de olimpíada para, realmente, lhe fazer quebrar a cabeça. Qualquer dúvida a respeito do nosso material, estou à disposição. Neste ano, vamos fazer por onde atingir a sonhada aprovação! Estamos juntos! Prof. Gabriel Amgarten A reprodução deste material é autorizada apenas para a circulação interna do Colégio Objetivo – Teresina, PI – Ano 2022 Ao contrário, é expressamente proibida a reprodução deste material, seja de forma parcial ou total; conforme Lei 9610/09 (sobre Direitos Autorais). Como usar este material Constantes Constante de Avogadro (𝑁𝐴) = 6,02 · 10#$ 𝑚𝑜𝑙−) Constante de Faraday (𝐹) = 9,65 · 10+ 𝐶 𝑚𝑜𝑙−) = 9,65 · 10+ 𝐴 𝑠 𝑚𝑜𝑙−) = 9,65 · 10+ 𝐽 𝑉−) 𝑚𝑜𝑙−) Volume molar de gás ideal = 22,4 𝐿 (𝐶𝑁𝑇𝑃) Carga elementar = 1,6 · 10−)3 𝐶 Constante dos gases (𝑅) = 8,21 · 10−# 𝑎𝑡𝑚 𝐿 𝐾−) 𝑚𝑜𝑙−) = 8,31 𝐽 𝐾−) 𝑚𝑜𝑙−) = 1,98 𝑐𝑎𝑙 𝐾−) 𝑚𝑜𝑙−) Constante gravitacional (𝑔) = 9,81 𝑚 𝑠−# Constante de Planck (ℎ) = 6,63 · 10−$+ 𝑚# 𝑘𝑔 𝑠−) Velocidade da luz no vácuo = 3,0 · 10< 𝑚 𝑠−) Número de Euler (𝑒) = 2,72 Definições Pressão: 1 𝑎𝑡𝑚 = 760 𝑚𝑚𝐻𝑔 = 2,01325 · 10? 𝑁 𝑚−# = 760 𝑇𝑜𝑟𝑟 = 1,01325 𝑏𝑎𝑟 Energia: 1 𝐽 = 1 𝑁 𝑚 = 1 𝑘𝑔 𝑚# 𝑠−# = 6,24 · 10)< 𝑒𝑉 Condições normais de temperatura e pressão (CNTP): 0 𝐶𝑜 𝑒 760 𝑚𝑚𝐻𝑔 Condições ambientes: 25 𝐶𝑜 𝑒 1 𝑎𝑡𝑚 Condições padrão: 1 𝑏𝑎𝑟; concentração das soluções = 1 𝑚𝑜𝑙 𝐿−) (rigorosamente: atividade unitária das espécies); sólido com estrutura cristalina mais estável nas condições de pressão e temperatura em questão. (𝑠) = sólido. (𝑙) = líquido. (𝑔) = gás. (𝑎𝑞) = aquoso. (𝑐𝑜𝑛𝑐) = concentrado. (𝑢𝑎) = unidades arbitrárias. 𝑢.𝑚. 𝑎 = unidade de massa atômica. [𝑋] = concentração da espécie química X em 𝑚𝑜𝑙 𝐿−) ln𝑋 = 2,3 log𝑋 Massas molares Elemento Químico Número Atômico Massa molar (g·mol-1) Elemento Químico Número Atômico Massa molar (g·mol-1) H C N O F Na Al S Cl Ar 1 6 7 8 9 11 13 16 17 18 1,01 12,01 14,01 16,00 19,00 22,99 26,98 32,06 35,45 39,95 K Ca Cr Mn Fe Ga Br Xe Ce Pb 19 20 24 25 26 31 35 54 58 82 39,10 40,08 52,00 54,94 55,85 69,72 79,90 131,29 140,12 207,19 Matéria, substâncias puras e misturas 1. Definições Inicialmente, para introduzir ao estudo da Química, faz-se necessário compreender o conceito de matéria: Possivelmente, o entendimento do que é matéria é aquele mais próximo do nosso cotidiano: basicamente tudo que nos cerca, independente do peso ou dimensões, é matéria, como o vidro, madeira, o ar atmosférico, a água, ... Neste contexto, define-se corpo como uma porção limitada de matéria, ao passo que um objeto é um corpo com determinada finalidade. Por exemplo, um bloco de mármore é um corpo, mas uma pia de mármore já caracteriza um objeto, visto que o corpo foi moldado e adequado para determinada finalidade. Estes conceitos, apesar de claros, muitas vezes são usados de forma indistinta, sem uma preocupação formal com o significado de cada um deles. 2. Propriedades da matéria 2.1. Propriedades gerias da matéria As propriedades gerais da matéria consistem em um conjunto de propriedades (características comuns) que toda a matéria possui. As principais são: § Massa: todo material possui massa, propriedade atrelada com a quantidade de matéria que um corpo ou objeto possui. Não confunda massa com peso, que é uma força associada com a atração gravitacional terrestre sob um corpo (�⃗� = 𝑚𝑎 ). § Extensão: está atrelada com a o espaço ocupado por um corpo. Ao medir este espaço, estamos determinando o volume do material (que, no SI, é medido em 𝑚$). § Impenetrabilidade: esta propriedade garante que dois corpos não possam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. § Divisibilidade: está atrelada a capacidade que os materiais possuem em serem divididos em porções menores por meio de processos físicos – aqui, desconsideramos processos químicos por simplicidade. § Compressibilidade: esta propriedade está associada, principalmente, aos gases, e garante que o volume ocupado por um gás pode ser modificado caso seja aplicada uma força externa sobre ele. Neste caso, considera-se que os líquidos e os sólidos são praticamente incompressíveis. § Descontinuidade: o fato de a matéria ser descontínua implica que nela existem espaços vazios (poros) que não são visíveis a olho nu. § Elasticidade: esta propriedade garante que, se um material (geralmente na fase sólida) for esticado ou comprimido pela ação de forças externas, sem rompimento estrutural, este será capaz de voltar à sua forma original. Naturalmente, existem materiais com maior ou menor elasticidade, e muitos deles possuem uma elasticidade tão pequena que é imperceptível a observadores. § Inércia: a inércia é uma propriedade atrelada com a primeira Lei de Newton, e garante que um objeto tende a manter sua tendência natural de movimento caso haja ausência de uma força externa. (a) (b) (c) (d) Fig. 1.1. (a) Segundo fontes históricas, Arquimedes iniciou o desenvolvimento da teoria do empuxo ao entrar em uma banheira e ver parte da água transbordar, fenômeno associado com a impenetrabilidade dos materiais; (b) é possível dividir um minério em pedaços menores pela ação de um agente externo, graças à divisibilidade; (c) é possível comprimir o gás contido em uma seringa pela açãode uma força externa; (d) materiais elásticos são capazes de retornar ao seu estado original após a aplicação de uma força. 2.2. Propriedades específicas da matéria As propriedades específicas são únicas e características para cada material, e são subdivididas em propriedades organolépticas, funcionais, químicas e físicas. As propriedades funcionais são propriedades intermediárias entre as organolépticas e químicas, como acidez, basicidade e salinidade, não sendo necessário um maior aprofundamento. A) Propriedades organolépticas São as propriedades perceptíveis por qualquer um dos cinco sentidos: visão, olfato, paladar, tato ou audição. Por exemplo, é possível diferenciar cloreto de prata (um sólido branco) de iodeto de chumbo (um sólido amarelo) por meio de sua coloração, percebida pela visão. A amônia pode ser identificada pelo seu odor pungente, assim como o gás sulfídrico pelo seu característico cheiro de ovo podre. Ácidos possuem, usualmente, um sabor azedo, ao passo que bases possuem sabor adstringente, identificados pelo paladar. Aula 01 Matéria é tudo que possui massa (m) e ocupa um lugar no espaço, isto é, possui um volume V. Note que, para um químico, a percepção dos sentidos é, de fato, essencial para uma boa caracterização do material que está sendo estudado. B) Propriedades químicas. Um fenômeno químico é aquele que altera a composição fundamental do material, ou seja, a sua estrutura atômica ou molecular. Reações químicas, evidentemente, são fenômenos químicos; por exemplo, a combustão completa da gasolina, composta por octano, muda sua estrutura molecular convertendo-a em dióxido de carbono e água: C<H)<(𝑙) + 25 2 O#(𝑔) → 8CO#(𝑔) + 9H#O(𝑔) Acima, representou-se uma equação química, e não uma reação. A reação é o processo em si, mas a equação química é a maneira que os químicos encontraram de representar, graficamente, através de reagentes e produtos separados por uma seta, como ocorre a reação. C) Propriedades físicas. São propriedades cujos valores são constantes físicas para cada material, e suas medições não envolvem a modificação na estrutura atômica do material e, portanto, não envolvem nenhum fenômeno químico. § Pontos de fusão e de ebulição As temperaturas de fusão e ebulição são características para cada tipo de material, e são parâmetros físicos que podem ser utilizados para determinar sua natureza. Estas grandezas físicas possuem dependência com a pressão atmosférica. Quando medido a 1 atm, pode-se omitir a pressão e indicar os valores como sendo ponto de fusão normal e ponto de ebulição normal. Por exemplo, o ponto de fusão normal da água pura é 0 oC, ao passo que o ponto de ebulição normal da água pura é 100 oC. § Densidade A densidade (ou massa específica, veja quadro a seguir) é a relação entre a massa de um material (m) e o volume que ele ocupa (V): 𝜌 ≡ 𝑚 𝑉 No SI, a unidade de densidade é kg · m−$, visto que [𝑚] = kg e [𝑉] = m$. Contudo, outras unidades são convenientemente usadas, como g · cm−$. Algumas conversões importantes: 1 g · cm−$ = 1 g · mL−) = 1 kg · L−) = 1000 kg · m−$ Assim, ao informar que a densidade do ouro a 20 oC é 19,3 g · cm−$, entende-se que o volume de 1 cm$ de ouro possui massa de 19,3 g. Por outro lado, a densidade do chumbo é 11,3 g · cm−$. A diferença nas densidades do ouro e do chumbo deve-se, em parte, a suas diferentes massas atômicas e ao seu arranjo cristalino, que descreve o quão empacotados estão os átomos. Quanto melhor o empacotamento, mais átomos existem por unidade de volume e maior sua densidade. Estes cálculos de densidade com base na estrutura cristalina serão abordados futuramente em química do estado sólido. A densidade é uma propriedade intensiva da matéria, ou seja, independe da quantidade de material tomada para análise. Portanto, a densidade de 1 g de água líquida e de 1 kg de água líquida, numa mesma temperatura, é a mesma. Note a importância de ressaltar que a análise é feita numa mesma temperatura, visto que a densidade varia com a temperatura de um material. Isto ocorre porque, apesar da massa independer da temperatura, o material pode sofrer dilatações e contrações, alterando seu volume e, portanto, sua densidade. A densidade relativa de um material é um valor que expressa a razão entre a densidade do material estudado e a densidade de uma substância conhecida e tomada como referência. A densidade de uma substância A em relação à substância B é escrita como 𝜌𝐴,𝐵 e definida como 𝜌𝐴,𝐵 ≡ 𝜌𝐴/𝜌𝐵, naturalmente medidas numa mesma temperatura. Por exemplo, sabendo que, a 20 oC, 𝜌KL = 13,55 g · cm−$ e 𝜌MNOK = 0,79 g · cm−$, então a densidade relativa do mercúrio (Hg) em relação ao álcool etílico (EtOH), a 20 oC, é: 𝜌KL,MNOK(20 ℃) = 𝜌KL(20 ℃) 𝜌MNOK (20 ℃) = 13,55 0,79 ∴ 𝝆𝐇𝐠,𝐄𝐭𝐎𝐇(𝟐𝟎 ℃) = 𝟏𝟕,𝟏𝟓 O valor obtido é, naturalmente, adimensional, já que é resultado da divisão de duas grandezas com mesma unidade. As densidades de algumas substâncias a 20 oC estão mostradas a seguir Tabela 1.1. Densidade de algumas substâncias a 20 oC. Tabela adaptada de David Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker, “Fundamentals of Physics” Substância Ouro Chumbo Cobre Ferro Alumínio Magnésio Água Etanol Ar Densidade 𝝆 (𝟏𝟎𝟑 𝐤𝐠 · 𝐦−𝟑) 19,3 11,3 8,92 7,86 2,70 1,75 1,00 0,79 0,0012 O ponto de fusão é a temperatura na qual o material sofre mudança de estado físico de sólido para líquido. O ponto de ebulição é a temperatura na qual o material sofre mudança de estado físico de líquido para vapor. Observação Densidade versus Massa específica Densidade e massa específica, inicialmente, são conceitos similares, e ambos correspondem a razão da massa pelo volume de um material. A diferença é que a massa específica se refere a um material, ao passo que a densidade se refere a um corpo. Para exemplificar, considere duas esferas de ferro, de mesmo raio, uma sendo feita de ferro maciço, A, e outra sendo de ferro oco (ou seja, há apenas uma casca esférica), B: Como a massa específica refere-se ao material, faz sentido referir-se a massa específica do ferro. Para calcular este valor, divide- se a massa do ferro pelo volume ocupado pelo ferro. Assim, a massa específica da esfera A é calculada dividindo a massa da esfera pelo volume da esfera, já que é completamente feita por ferro. Por outro lado, a massa específica da esfera B é calculada dividindo a massa da esfera pelo volume do ferro, que é apenas o volume da casca esférica. Os valores, naturalmente, serão idênticos. De maneira simplificada, para calcular a massa específica, não levamos em conta os “buracos” no material. Agora, as densidades das esferas serão diferentes. A densidade da esfera A é dada pela razão entre a massa da esfera e o seu volume, mesmo cálculo efetuado pela esfera B, já que o cálculo da densidade assume que os espaços vazios, na verdade, são preenchidos. Note que o cálculo é exatamente o mesmo, mas os valores obtidos serão diferentes, já que as massas das esferas são diferentes (a B é, evidentemente, mais leve). Para fins práticos, vamos calcular os valores: Para a esfera A: 𝑟 = 1 cm e 𝑚𝐀 = 33,07 g; para a esfera B: 𝑟abNacde = 1 cm e 𝑟fdNacde = 0,9 cm, 𝑚𝐁 = 1,28 g. Calcule a massa específica do ferro, a densidade da esfera A e a densidade da esfera B. O volume de uma esfera é 𝑉 = + $ 𝜋𝑟$. Esfera A Esfera B Cálculos com densidade I (UNESP – Adaptada) Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, desenvolveram folhas de ouro da espessura de dois átomos deste elemento. Considerando que a densidade do ouro seja 19 g · cm−$, que 1 nm = 10−3 m e que uma possível folha retangular de ouro tenha 2 átomos de espessura e demais dimensões iguais a 5 cm de largura e 10 cm de comprimento, a massa de ouro nessa folha será da ordem de Dado: Raio atômico do ouro, 𝑟(Au) = 0,1175 nm. a) 10−? g b) 10−# g c) 10−) g d) 10−$ g e) 10−+ g EXERCÍCIO 1.1 Sob pressãode 1 atm, a densidade da água líquida a 4 oC (água gelada) é 1,00 g · cm−$ e a densidade da água sólida a −4 ℃ (gelo) é 0,91 g · cm−$. Sendo assim, quando 1 kg de água líquida, inicialmente a 4 oC, é congelada, atingindo a temperatura de −4 ℃, deve-se observar a) uma diminuição de volume de 100 cm3, aproximadamente. b) uma diminuição de volume de 10 cm3, aproximadamente. c) que o volume permanece inalterado. d) um aumento de volume de 100 cm3, aproximadamente. e) um aumento de volume de 10 cm3, aproximadamente. Esfera A Esfera B Fe Fe espaço vazio EXEMPLO 1 Cálculos com densidade II (FUVEST) Uma amostra sólida, sem cavidades ou poros, poderia ser constituída por um dos seguintes materiais metálicos: alumínio, bronze, chumbo, ferro ou titânio. Para identifica-la, utilizou-se uma balança, um recipiente de volume constante e água. Efetuaram-se as seguintes operações: 1) pesou-se a amostra; 2) pesou-se o recipiente completamente cheio de água; 3) colocou-se a amostra no recipiente vazio, completando seu volume com água e determinou-se a massa desse conjunto. Os resultados obtidos foram sumarizados na figura ao lado. Dadas as densidades da água e dos metais, pode-se concluir que a amostra desconhecida é constituída de Note e adote: Densidades (g · cm−$): água = 1,0; alumínio = 2,7; bronze = 8,8; chumbo = 11,3; ferro = 7,9; titânio = 4,5. a) alumínio. b) bronze. c) chumbo. d) ferro. e) titânio. EXERCÍCIO 2.1 Uma usina de reciclagem de plástico recebeu um lote de raspas de 2 tipos de plásticos, um deles com densidade 1,10 kg · L−), e outro com densidade 1,14 kg · L−). Para efetuar a separação dos dois tipos de plásticos, foi necessário preparar 1000 L de uma solução de densidade apropriada, misturando-se volumes adequados de água (densidade = 1,00 kg · L−)) e de uma solução aquosa de NaCl disponível no almoxarifado da usina, de densidade 1,25 kg · L−). Esses volumes, em litros, podem ser, respectivamente, a) 900 e 100. b) 800 e 200. c) 500 e 500. d) 200 e 800. e) 100 e 900. EXERCÍCIO 2.2 Um cubo de alumínio sólido (𝜌ij = 2,7 g · cm−$) possui um volume de 0,2 cm$. Quantos átomos de alumínio este cubo contém? Dado: a massa de 6,02 · 10#$ átomos de alumínio é 27g. § Ductibilidade Propriedade associada a capacidade que um material tem em ser moldado em fios. Esta propriedade está fortemente associada com metais que, de maneira geral, são dúcteis. Por exemplo, o cobre é utilizado em cabos elétricos porque, dentre outras ótimas propriedades, ele possui uma excelente ductibilidade e é facilmente moldado. § Maleabilidade Também geralmente associada aos metais, a maleabilidade indica a capacidade que um material tem em ser transformado em lâminas. O ouro é um dos materiais mais dúcteis e maleáveis conhecidos: 1 g de ouro podem ser convertidos em 2000 m de fio ou lâminas de aproximadamente 1 m2 com 0,0001 mm de espessura. (a) (b) (c) Fig. 1.2. (a) O cobre é usado para fazer bobinas de indução enetromagnética, onde se encontra na forma de finos fios; (b) finas folhas de ouro podem ser usadas como adorno em alimentos e, se feitas de ouro puro, chegam a ser comestíveis devido a inércia do ouro; (c) satélites usam folhas de ouro para recobrir algumas superfícies. EXEMPLO 2 § Dureza A dureza de um material refere-se à resistência que sua superfície possui ao risco. Mais de um século atrás, o mineralogista Friedrich Mohs elaborou uma escala de dureza que inicia no talco, um material de dureza 1 (e, portanto, muito mole) e finaliza no 10, no diamante, o material mais duro conhecido. Esta é uma escala arbitrária que não indica a dureza exata do material. Por exemplo, um material de dureza 4 pode riscar qualquer material de dureza inferior, mas isto não implica que possui o dobro de dureza que um material com dureza 2. Apenas a título de informação, a tabela a seguir mostra os materiais que compõe a escala Mohs e os materiais que são usados como teste de dureza para definir as escalas relativas. Tabela 1.2. Tabela de escala Mohs com as ferramentas de teste de dureza. Adaptada de J. D. Lee, Concise Inorganic Chemistry Dureza Material Ferramentas de teste de dureza 1 Talco Mineral encontrado na crosta e possui uso em produtos cosméticos e de cuidado pessoal. Possui fórmula Mg$Si+O)k(OH)#. 2 Gipsita Conhecido popularmente como gesso e usado na composição do cimento. É o sulfato de cálcio dihidratado, CaSO+ · 2H#O. Unha (2,5) 3 Calcita É composta por carbonato de cálcio, CaCO$, vastamente encontrada em rochas sedimentares Moeda de cobre (3,5) 4 Fluorita É composta por fluoreto de cálcio, CaF#, usada na indústria siderúrgica e de obtenção de flúor. 5 Apatita É um mineral do grupo dos fosfatos de fórmula geral Ca?(PO+)$𝑋, onde X pode ser OH −, F− ou Cl−. Lâmina de canivete (5,5) 6 Feldspato É um mineral do grupo dos silicatos, extremamente abundante na crosta terrestre e de fórmula KAlSi$O<. Prego de aço (6,5) 7 Quartzo É a conhecida sílica na forma cristalina e obtida a partir da crosta terrestre, sendo o SiO#. 8 Topázio É um neosilicato de fórmula Al#(F, OH)#SiO+, sendo extensamente usado em joalheria como uma pedra preciosa. Broca de alvenaria (8,5) 9 Coríndor É um mineral cristalino composto por óxido de alumínio, Al#O$, podendo assumir várias cores; por exemplo, o coríndor vermelho é o rubi. 10 Diamante É uma forma alotrópica do carbono, C𝑛, sendo o material mais duro conhecido. § Tenacidade A tenacidade é uma propriedade física associada a resistência que um material apresenta ao choque mecânico, quando submetido a um impacto. Um material com baixa tenacidade é popularmente chamado de quebradiço. É importante ressaltar que um material duro não necessariamente é um material tenaz, já que são características referentes à diferentes propriedades dos materiais (risco vs ruptura). O diamante, por exemplo, é o material mais duro conhecido, mas não possui alta tenacidade e, portanto, um cristal de diamante pode sim ser rompido por choque mecânico. 2.3. Propriedades intensivas e extensivas § Propriedade extensiva Uma propriedade extensiva é aquela que depende da quantidade de material estudada. Por exemplo, massa, volume e quantidade de matéria (mol) são propriedades extensivas, já que seus valores se alteram conforme alteramos a quantidade de material. § Propriedade intensiva Uma propriedade intensiva é aquela que não depende da quantidade de material estudada. Por exemplo, densidade, temperatura de fusão, temperatura de ebulição calor específico são grandezas que caracterizam um material, independente da quantidade de material. 3. Substâncias puras e misturas A matéria pode ser classificada de acordo com a sua composição microscópica, isto é, as unidades que formam este material. Desta maneira, a matéria classifica-se em dois grandes grupos: as substâncias puras e as misturas. Ao citarmos uma substância pura, nos referimos a um material com todas suas propriedades físico-químicas bem definidas, determinadas e invariáveis nas mesmas condições de temperatura e pressão. Dessa maneira, é possível identificar uma substância pura com base em certas propriedades, como densidade, ponto de fusão, viscosidade, dentre outras várias. Dentro das substâncias puras, classificamos como substâncias puras simples àquelas que possuem apenas um elemento (não necessariamente apenas um átomo, podendo ser diversos, mas do mesmo elemento). Por exemplo, H#(𝑔),S<(𝑠), P+(𝑠) e O#(𝑔) são substâncias simples. Ainda, as formas alotrópicas constituem diferentes substâncias simples formadas pelos mesmos elementos. As substâncias puras simples não podem ser rompidas em duas ou mais substâncias diferentes por processos químicos. Muitas vezes, define-seo conceito de atomicidade para o número de átomos que constituem uma substância pura simples. Dessa maneira, N# é uma molécula diatômica, O$ é uma molécula triatômica e o P+ é uma molécula tetratômica. Os pontos a seguir sumarizam como os principais elementos da tabela periódica existem na forma de substâncias simples: • Metais no geral são representados apenas pelo símbolo da tabela periódica do metal: sódio metálico é Na(s), ferro metálico é Fe(s) e ouro metálico é Ag(s). • As principais substâncias puras que existem na forma de moléculas monoatômicas são os gases nobres: He(𝑔), Ne(𝑔),… , Xe(𝑔). Ainda, o carbono é usualmente representado como C, mas neste caso há uma dependência na forma alotrópica do elemento. • Os elementos nitrogênio, oxigênio e halogênios existem na forma de moléculas diatômicas: N#(𝑔),O#(𝑔), F#(𝑔), Cl#(𝑔),… , I#(𝑠). O oxigênio possui uma forma alotrópica triatômica, o ozônio, O$(𝑔). • O fósforo branco existe na forma de moléculas tetratômicas, P+(𝑠), enquanto as substâncias simples mais estáveis do enxofre existem na forma de moléculas octatômicas, S<(𝑠) (a menos que seja dito o contrário, pode-se escrever o enxofre puro em reações químicas como S(s), visto que o enxofre é geralmente formado num estado amorfo). As substâncias puras compostas são àquelas que possuem dois ou mais elementos distintos. A halita (Fig. 1.2) é constituída por NaCl, formado pelos elementos sódio e cloro e, portanto, distintos. Vale ressaltar que substâncias compostas, a depender de sua natureza, podem ser desdobradas em duas ou mais substâncias diferentes por processos químicos, como é o caso da eletrólise ígnea do cloreto de sódio: NaCl(𝑠) → Na(𝑠) + 1/2 Cl#(𝑔) Por outro lado, quando um material não possui todas as propriedades bem definidas ou quando as propriedades do material variam em sua extensão, nas mesmas condições de pressão e temperatura, dizemos que este material é uma mistura, a qual é constituída por mais um tipo de substância pura. O petróleo é um ótimo exemplo de mistura: é constituído de inúmeras substâncias como o metano, etano, eteno, hexano, isoctano, dentre diversos outros. O ar atmosférico é uma mistura gasosa constituído por 78% de nitrogênio, aproximadamente 20% de gás oxigênio e traços de argônio, gás carbônico e vapor de água, em volume. (a) (b) (c) (d) Fig 1.3. (a) Enxofre rômbico, S8, uma substância pura simples; (b) Halita (NaCl, considerado puro), uma substância pura composta; (c) Petróleo, uma mistura formada por uma enorme variedade de alcanos; (d) Ar atmosférico, uma mistura gasosa. Uma substância pura é todo corpo material homogêneo com composição química definida (possui uma fórmula ou representação simbólica) e, portanto, possui propriedades específicas, como densidade, solubilidade, reatividade, etc… muito bem definidas sob determinadas condições Por sua vez, as misturas podem ser classificadas quanto ao seu número de fases. Uma fase é um aspecto microscopicamente homogêneo de um sistema, isto é, uma região do espaço em que as características físicas de determinada matéria são uniformes. Quando a mistura possui apenas uma fase, esta é classificada como homogênea, que também podem ser denominadas de soluções. O álcool etílico é miscível com a água e sua solução comercial é uma mistura homogênea. Por outro lado, quando a mistura possui mais de uma fase, esta é classificada como heterogênea, como é a água e óleo. Sumarizando: Substâncias puras simples, compostas e misturas Considere as figuras pelas quais são representados diferentes sistemas contendo determinadas substâncias químicas. Nas figuras, cada círculo representa um átomo, e círculos de tamanhos diferentes representam elementos químicos diferentes. A respeito dessas representações, é correto afirmar que os sistemas a) 3, 4 e 5 representam misturas. b) 1, 2 e 5 representam substâncias puras. c) 2 e 5 representam, respectivamente, uma substância molecular e uma mistura de gases nobres. d) 6 e 4 representam, respectivamente, uma substância molecular gasosa e uma substância simples. e) 1 e 5 representam substâncias simples puras. EXERCÍCIO 3.1 (FUVEST) Bronze, “gelo seco” e diamante são, respectivamente, exemplos de: a) mistura, substância simples e substância composta. b) mistura, substância composta e substância simples. c) substância composta, mistura e substância simples. d) substância composta, substância simples e mistura. e) substância simples, mistura e substância composta. Matéria EXEMPLO 3 4. Estados da matéria e transições de fase 4.1. Descrições das fases Neste ponto de conceitos fundamentais nos debruçaremos sobre os estados da matéria. Estes estados podem ser definidos tanto para substâncias puras quanto para misturas. Contudo, por simplicidade, faremos um tratamento para substâncias puras inicialmente. Um estado da matéria pode ser caracterizado por diversos parâmetros, mas os mais comuns são aqueles que tangem a proximidade das moléculas e forças intermoleculares. Os estados mais conhecidos são sólido, líquido e gasoso; contudo, com o advindo da física quântica, diversos outros estados já foram caracterizados (quadro). Os parâmetros que melhor caracterizam cada estado da matéria podem ser sumarizados na tabela a seguir: 4.2. Mudanças de fase Os três estados da matéria de uma substância pura podem se converter por mudanças de temperatura, T, ou pressão, P, e estas mudanças são descritas por meio de um diagrama de fases, tópico abordado na físico-química. O esquema a seguir introduz as nomenclaturas para as transições de fase. Sólido Líquido Gasoso Forma Volume Forças intermoleculares Compressibilidade Entropia padrão, 𝑺𝒐 Movimentação molecular Estado sólido Estado líquido Estado gasoso Estados de agregação da matéria e mudança de fase (UNICAMP) “Quem tem que suar é o chope, não você”. Esse é o slogan que um fabricante de chope encontrou para evidenciar as qualidades de seu produto. Uma das interpretações desse slogan é que o fabricante do chope recomenda que seu produto deve ser ingerido a uma temperatura bem baixa. Pode-se afirmar corretamente que o chope, ao suar, tem a sua temperatura a) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente. b) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua. c) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua. d) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente. EXERCÍCIO 4.1 No sistema mostrado na figura ao lado, um frasco aberto contendo éter etílico está inserido em um béquer maior, termicamente isolado, contendo álcool etílico. Considerando as temperaturas de ebulição e de fusão mostradas na tabela abaixo e que o sistema descrito na figura esteja, inicialmente, à temperatura de 30 °C e, ainda, que não haja evaporação do etanol, esboce uma curva que descreva, qualitativamente, a variação da temperatura do etanol, em função do tempo, monitorada durante o processo de evaporação do éter etílico, até metade do seu volume. Ponto de fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) Éter etílico – 115 34 Etanol – 115 78 4.3. Gráficos de mudança de fase É de interesse físico monitorar como a temperatura de um corpo é modificada com o tempo conforme fornecemos ou retiramos calor dela. Ao monitorar o aquecimento ou resfriamento de uma substância pura, idealmente, obtemos gráficos que se assemelham aos seguintes. Aquecimento de uma substância pura sólida Resfriamento de uma substância pura gasosa As regiões na qual há variação de temperatura conforme o tempo progride são regiões na qual o calor trocado é calor sensível, que pode ser calculado como 𝑄𝑆 = 𝑚· 𝑐 · ∆𝑇, onde m é a massa da substância, c sua capacidade calorífica e ∆𝑇 a variação de temperatura sofrida no processo. Por outro lado, nas regiões na qual a temperatura não varia conforme o tempo progride são regiões na qual o calor trocado é calor latente, que pode ser calculado como 𝑄𝐿 = 𝑚 · 𝐿, onde m é a massa da substância e L é o calor latente de mudança de fase. EXEMPLO 4 t, min T, oC t, min T, oC Vamos analisar um diagrama de aquecimento: partindo do estado sólido, ao fornecer calor, as distâncias internucleares praticamente não se modificam, ocorrendo apenas uma maior agitação das moléculas. Assim, a energia transmitida possui um papel de aumentar a energia cinética das moléculas, sem alterar significativamente a energia potencial do sistema. Como a energia cinética aumenta, ocorre um aumento da temperatura até que seja atingida a temperatura de fusão. Neste ponto, o calor fornecido provoca uma diminuição na intensidade das forças intermoleculares e, portanto, modificando a energia potencial do sistema, já que a separação média das moléculas aumenta, rompendo a estrutura cristalina do sólido. Como o calor fornecido não modifica substancialmente a energia cinética média das moléculas, a temperatura se mantém constante durante toda a fusão, onde coexistem as fases sólida e líquida. No fim da fusão, todo o sólido se converte em líquido e mais um ciclo de aquecimento é iniciado, até que, na temperatura de ebulição, todo o calor fornecido rompe as interações intermoleculares do líquido e provoca a vaporização. Durante a vaporização, analogamente, a temperatura não se modifica e coexistem as fases líquida e sólida. Por fim, o vapor agora pode ser aquecido continuamente. Um padrão observado no gráfico é que Veremos, em seguida, que misturas no geral não possuem esta característica. Assim, temperatura de fusão e de ebulição são propriedades específicas das substâncias e permitem diferenciar uma substância pura de uma mistura. Observação Sobrefusão e superaquecimento Um fenômeno usual ocorre durante o resfriamento de líquidos até solidificarem. A 1 atm, água pura solidifica numa temperatura de 0 oC. Contudo, para que ocorra a solidificação, deve haver uma diminuição da entropia do sistema e consequente organização das moléculas de água de maneira a formar um retículo cristalino. Na prática, este processo pode acontecer com um certo retardo e a água pode manter- se líquida abaixo de 0 oC, sendo necessária uma diminuição adicional da temperatura para que haja o congelamento. Neste caso, por exemplo, a água pode estar líquida ainda a −10 ℃, onde finalmente os primeiros cristais são formados e servem como um “molde” para que outros cristais de gelo sejam formados e efetivamente ocorra a solidificação. No momento em que a cristalização de fato ocorre, há um aumento da temperatura até 0 ℃, mantendo-se constante até o fim da solidificação. Este fenômeno no qual os líquidos podem manter-se no estado líquido mesmo em temperaturas inferiores à de solidificação é conhecido como líquido super-resfriado (um caso particular de metaestabilidade, neste caso denominado de sobrefusão). Ainda, há como promover a solidificação de um líquido super- resfriado pela agitação do sistema (ou qualquer outra perturbação): neste caso, estaremos perturbando a metaestabilidade do sistema e o arranjo das partículas será alterando iniciando a cristalização. A curva de resfriamento, no caso de super-resfriamento, toma o formato ao lado. Também é possível uma substância existir no estado líquido numa temperatura maior que sua temperatura de ebulição, fenômeno conhecido como superaquecimento. O superaquecimento pode ocorrer quando o aquecimento é feito de maneira uniforme e sem turbulências que facilitam a ebulição, como no caso do aquecimento de água em micro-ondas. Neste caso, o líquido pode ser aquecido em temperaturas superiores à de ebulição e qualquer perturbação no sistema provoca sua rápida e violenta vaporização. Por outro lado, misturas usuais não possuem o mesmo padrão de aquecimento de substâncias puras. Neste caso, as misturas se enquadram em três casos relevantes: Substâncias puras possuem temperatura de fusão e temperatura de ebulição constantes. t, min T, oC t, min T, oC t, min T, oC t, min T, oC Gás Líquido Sólido Tf esperada Gráficos de aquecimento e resfriamento de substâncias e misturas (ITA) Assinale a opção que contém a afirmação errada relativa à curva de resfriamento apresentada a seguir. a) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura eutética. b) A curva pode representar o resfriamento de uma substância sólida, que apresenta uma única forma cristalina. c) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura azeotrópica. d) A curva pode representar o resfriamento de um líquido constituído por uma substância pura. e) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura de duas substâncias que são completamente miscíveis no estado sólido. EXERCÍCIO 5.1 Considere três materiais A, B e C que, na temperatura de 25 oC, são líquidos e imiscíveis entre si. Cada um deles passou, em separado, por dois experimentos para construção de curvas de aquecimento, conforme detalhado a seguir. Experimento 1: A, B e C, inicialmente no estado sólido, foram submetidos, isoladamente, ao aquecimento gradual, partindo da mesma temperatura e condição de pressão. As curvas obtidas nesse experimento estão representadas no gráfico ao lado. Experimento 2: as condições iniciais do Experimento 1 foram mantidas, porém, aumentando-se em três vezes o volume do material C em relação ao que foi utilizado. De novo, os três materiais foram aquecidos gradualmente. Baseando-se na análise dos experimentos e no seu conhecimento sobre as propriedades dos materiais, analise as assertivas a seguir: I. A temperatura de fusão do material C foi maior no experimento 2 do que no 1. II. A variação da temperatura com o tempo no objeto C para o experimento 2 foi menor do que no experimento 1. III. Os três materiais são substâncias puras. IV. O material A é aquele que possui maior temperatura de fusão dentre os três analisados. V. C é uma mistura eutética com menor temperatura de fusão do que B. Estão corretas, apenas, a) II, IV e V. b) II, III e IV. c) I e III. d) II e V. e) IV e V. EXEMPLO 5 Te m pe ra tu ra / o C Tempo / min Te m pe ra tu ra / o C Tempo / min Material A Material B Material C Experimento 1 Anotações 01. As propriedades físicas nos permitem classificar e identificar substâncias no mundo da matéria. Estas podem ser divididas em propriedades gerais e propriedades específicas. Das propriedades descritas abaixo, não seria considerada uma propriedade geral o(a) a) massa. b) densidade. c) impenetrabilidade. d) inércia. e) volume. 02. Os diversos compostos químicos apresentam uma série de propriedades que podem, de certo modo, fazer a distinção dos diferentes materiais usados no mundo da química. As propriedades da matéria dividem-se em geral, específica e funcional. Das três, somente as específicas são empregadas para identificar cada tipo de substância individualmente. Abaixo são fornecidas algumas propriedades da matéria: 1. calor específico 2. massa 3. extensão 4. ponto de ebulição 5. coeficiente de solubilidade As opções que contêm propriedades que poderiam diferenciar uma substância de outra são a) 1 e 3. d) 3 e 4. b) 1 e 5. e) 3 e 5. c) 2 e 4. 03. A tabela abaixo apresenta os valores de algumas propriedades físicas de 3 substâncias: Substância Temperatura de fusão (℃) Temperatura de ebulição (℃) Densidade (𝐠 · 𝐜𝐦−𝟑) Álcool - 114,5 78,4 0,789 Acetona - 94,8 56,2 0,791 Naftalina 80,2 218,5 1,145 Analisando-se os dados contidos na tabela, é correto afirmar-se que a) a acetona evapora mais dificilmente que o álcool.b) as 3 substâncias encontram-se no estado líquido a 60 oC. c) a pressão normal, 1kg de água entraria em ebulição com maior dificuldade que 1kg de álcool. d) a densidade é a propriedade mais adequada, para distinguir o álcool da acetona. e) a naftalina, a temperatura ambiente, ficaria boiando na superfície da água. 04. (UNIFESP) Considere as seguintes propriedades dos materiais: massa, volume, dureza, densidade, cor, transparência, permeabilidade, temperatura de fusão e condutividade elétrica. a) Quais dessas propriedades são consideradas propriedades gerais dos materiais? Justifique sua resposta. b) Quais dessas propriedades devem, necessariamente, ser levadas em consideração para a escolha de um material a ser utilizado na confecção de panelas? 05. Segundo estudos conduzidos por uma equipe multidisciplinar da UNICAMP (Universidade de Campinas), o excesso de fluoreto (F−) contido nas pastas dentais comuns pode provocar em crianças, com idades inferiores a 7 anos de idade, a fluorose, doença caracterizada por manchas esbranquiçadas ou opacas nos dentes em formação, devido à reação com a hidroxiapatita (Ca)k(PO+)r(OH)#), um sólido presente nas camadas superficiais dos dentes, aumentando a porosidade nos dentes, facilitando a quebra e o fingimento dos dentes, este último pela absorção de corantes alimentícios. De acordo com as informações fornecidas, qual propriedade da matéria é comprometida pelo uso continuado de pastas fluoretadas na faixa etária citada? a) Elasticidade. d) Extensão b) Inércia. e) Massa c) Tenacidade. 06. (UESPI) Muitas substâncias moleculares são líquidas à pressão atmosférica e à temperatura ambiente. Uma propriedade dos líquidos é não possuírem forma definida, adaptando-se à forma dos recipientes que os contêm. Essa propriedade dos líquidos é devida: a) ao fato de as moléculas dos líquidos não terem forma definida. b) à facilidade de rompimento das ligações covalentes entre os átomos das moléculas. c) à grande compressibilidade dos líquidos. d) às fortes interações entre moléculas do líquido e do recipiente. e) às fracas interações intermoleculares existentes nos líquidos. 07. Seja 𝜌ij a densidade do alumínio metálico e 𝜌sa a densidade do ferro metálico. Encontre o raio de uma esfera de alumínio sólido que equilibra uma esfera de ferro sólido com raio 𝑟sa em uma balança de pratos. Dado: o volume de uma esfera de raio r é 𝑉 = + $ 𝜋𝑟$. 08. Diamante e grafite são variedades alotrópicas do elemento carbono cujas densidades são 𝜌(Ctfuv) = 3,5 g · cm−$ e 𝜌wCLcuxy = 2,3 g · cm−$. Em um experimento hipotético, um anel de diamante de 1,75 quilates (unidade de massa utilizada em joalheria) e volume 𝑉 é convertido EXERCÍCIOS FINAIS Matéria, Substâncias puras e Misturas01 EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO completamente em grafite. O volume final do grafite obtido é a) 0,4𝑉 d) 2,3𝑉 b) 0,7𝑉 e) 3,5𝑉 c) 1,5𝑉 09. (FUVEST) Uma postagem de humor na internet trazia como título “Provas de que gatos são líquidos” e usava, como essas provas, fotos reais de gatos, como as reproduzidas aqui. O efeito de humor causado na associação do título com as fotos baseia-se no fato de que líquido Note e adote: Considere temperatura e pressão ambientes. a) metálicos, em repouso, formam uma superfície refletora de luz, como os pelos dos gatos. b) têm volume constante e forma variável, propriedade que os gatos aparentam ter. c) moleculares são muito viscosos, como aparentam ser os gatos em repouso. d) são muito compressíveis, mantendo a forma mas ajustando o volume ao do recipiente, como os gatos aparentam ser. e) moleculares são voláteis, necessitando estocagem em recipientes fechados, como os gatos aparentam ser. 10. Qual dos itens seguintes não descreve um fenômeno químico? a) Dissolução do açúcar em água. b) Fermentação da glicose (CrH)#Or). c) Formação de ferrugem num prego de ferro. d) Respiração. e) Crescimento de uma planta. 11. Qual dos itens seguintes não descreve um fenômeno físico? a) “Desaparecimento” de pedras de naftalina quando deixadas em repouso por um tempo suficiente. b) Separação do cloreto de sódio da água do mar. c) Fundição de ferro. d) Escurecimento de objetos de prata com o uso. e) Ruptura de um vaso de vidro. 12. A respeito do estado sólido, é incorreto afirmar que: a) Possuem forma e volume definidos. b) Suas partículas elementares (átomos, íons ou moléculas) estão em completo repouso. c) São, de maneira geral, rígidos. d) Sofrem difusão com baixíssima velocidade. e) São incompressíveis. 13. Qual dos itens seguintes não descreve uma propriedade intensiva da matéria? a) Temperatura de ebulição. d) Calor cedido. b) Temperatura de fusão. e) Calor latente de fusão. c) Densidade. 14. (ESPCEX) Considere a tabela de temperaturas de fusão (𝑇𝑓𝑢𝑠) e temperaturas de ebulição (𝑇𝑒𝑏) de algumas substâncias hipotéticas, todas sujeitas às mesmas condições de pressão. Material 𝑇𝑓𝑢𝑠 (°C) 𝑇𝑒𝑏 (°C) Alpha – 101 – 34 Bravo – 116 35 Charlie 41 182 Delta 3550 4827 Echo – 95 110 Acerca desta tabela e de seus dados, são feitas as seguintes afirmativas: I. À temperatura de 25 °C, o material Alpha está no estado sólido. II. À temperatura de 50 °C, os materiais Bravo e Delta estão no estado líquido. III. À temperatura de 30 °C, os materiais Charlie e Echo estão no estado gasoso. IV. À temperatura de 145 °C, os materiais Alpha, Bravo e Echo estão no estado gasoso. V. À temperatura de 1450 °C, o material Delta está no estado sólido. Das afirmativas feitas, estão corretas apenas a) I e II. d) II, III e IV. b) III e IV. e) I, IV e V. c) IV e V. 15. (ENEM) A água sofre transições de fase sem que ocorra variação da pressão externa. A figura representa a ocorrência dessas transições em um laboratório. Tendo como base as transições de fase representadas (1 a 4), a quantidade de energia absorvida na etapa 2 é igual à quantidade de energia a) liberada na etapa 4. d) absorvida na etapa 1. b) absorvida na etapa 3. e) liberada na etapa 1. c) liberada na etapa 3. 16. Em uma cozinha, levando-se uma panela, aberta, com água ao fogo, e iniciando o aquecimento, percebe-se que a temperatura nunca ultrapassa os 100 oC. Isso ocorre porque: a) as mudanças de fase ocorrem à temperatura constante. b) ao atingir essa temperatura, a água passa a perder exatamente a mesma quantidade de calor que está recebendo, mantendo assim sua temperatura constante. c) ao atingir essa temperatura, a água perde sua capacidade de absorver calor. d) ao atingir essa temperatura, a água começa a expelir oxigênio e outros gases nela dissolvidos. e) ao atingir esta temperatura, a água inicia o processo de fusão. 17. Observe o gráfico (temperatura x tempo) de aquecimento e analise as afirmativas abaixo. I. Trata-se de um sólido a 40°C. II. O gráfico representa uma mistura eutética. III. Entre 10 e 20 minutos de aquecimento, é observado sólido e líquido. IV. Entre 20 e 30 minutos de aquecimento tem-se equilíbrio das fases líquida e gasosa. V. A temperatura de fusão é 60°C. VI. A ebulição ocorre a 100°C e dura 10 minutos. Assinale a opção correta. a) Apenas as afirmativas I, III, V e VI são verdadeiras. b) Apenas as afirmativas I, III e V são verdadeiras. c) Apenas as afirmativas I, III e VI são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas I, V e VI são verdadeiras. e) Apenas as afirmativas III e V são verdadeiras. 18. Um estudante propôs a separação dos plásticos descartados em sua escola para reciclagem. Para isso, ele recolheu embalagens de biscoitos, copos descartáveis e garrafas de refrigerante. Para fazer a identificação do tipo de plástico presente no material recolhido, ele fez o seguinte experimento: colocou dois pedaçosde 1 cm# de cada tipo de plástico em dois béqueres – no primeiro havia 200 g de água, cuja densidade é 1,00 g · cm−$ e, no segundo, 200 g de uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl), cuja densidade é 1,14 g · cm−$. Ele obteve os seguintes resultados: Material Água (𝝆 = 𝟏,𝟎𝟎 𝐠 · 𝐜𝐦−𝟑) Solução de NaCl (𝝆 = 𝟏,𝟏𝟒 𝐠 · 𝐜𝐦−𝟑) Embalagem de biscoito Flutua Flutua Copo descartável Afunda Flutua Garrafa de refrigerante Afunda Afunda Sabendo que os tipos de plástico contidos nestas amostras podem ser polipropileno (PP, 𝜌 = 0,9 g · cm−$), poliestireno (PS, 𝜌 = 1,05 g · cm−$) ou politereftalato de etileno (PET, 𝜌 = 1,35 g · cm−$), assinale a afirmativa CORRETA: a) A embalagem de biscoito é feita de PS. b) O PS flutua na água. c) A garrafa de refrigerante é feita de PS. d) O PP afunda na água. e) O copo descartável é feito de PS. 19. (ENEM – Adaptada) Usando um densímetro cuja menor divisão da escala, isto é, a diferença entre duas marcações consecutivas, é de 5,0 · 10−# g · cm−$, um estudante realizou um teste de densidade: colocou este instrumento na água pura e observou que ele atingiu o repouso na posição mostrada. Em dois outros recipientes A e B contendo 2 litros de água pura, em cada um, ele adicionou 100 g e 200 g de NaCl, respectivamente. Quando o cloreto de sódio é adicionado à água pura ocorre sua dissociação formando os íons Na+ e Cl− Considere que esses íons ocupam os espaços intermoleculares na solução. Faça um esboço (como o anterior) da posição de equilíbrio do densímetro, atentando-se para o valor das marcações. 20. (FUVEST) Cinco cremes dentais de diferentes marcas têm os mesmos componentes em suas formulações, diferindo, apenas, na porcentagem de água contida em cada um. A tabela a seguir apresenta massas e respectivos volumes (medidos a 25 oC) desses cremes dentais. Marca de creme dental Massa (g) Volume (mL) A 30 40 B 60 42 C 90 75 D 120 80 E 180 120 Supondo que a densidade desses cremes dentais varie apenas em função da porcentagem de água, em massa, contida em cada um, pode-se dizer que a marca que apresenta maior porcentagem de água em sua composição é Dado: a densidade da água a 25 oC é 1,00 g · cm−$ a) A b) B c) C d) D e) E 01. Analise o gráfico abaixo, que representa o aquecimento e o resfriamento de uma substância. Sobre esse gráfico, é correto afirmar que: a) em A e J, há sistemas bifásicos. b) em E e F, coexistem substâncias nos estados sólido e líquido. c) em B há a liquefação da substância. d) se trata de uma substância pura. e) entre 𝑡) e 𝑡# coexistem três estados físicos. 02. (UFRGS) Uma hipótese para o acidente com o voo AF447, na rota Rio-Paris, é de que tenha havido erro de leitura nos indicadores de velocidade, devido ao congelamento dos sensores denominados tubos de Pitot. No momento do acidente, a aeronave atravessava uma forte tempestade, fato que pode ter ocasionado condições atípicas de temperatura e de pressão, que teriam levado à formação de água super-resfriada. Essa água super-resfriada teria congelado instantaneamente ao encontrar a superfície metálica dos tubos de Pitot. Estima-se que a temperatura externa da aeronave no momento do acidente estava em torno de – 40 oC. O termo “água super-resfriada” corresponde a uma situação metaestável na qual a água se encontra a) no estado sólido em uma temperatura abaixo do seu ponto de congelamento. b) no estado líquido em uma temperatura superior e próxima ao seu ponto de congelamento. c) no estado líquido em uma temperatura abaixo do seu ponto de congelamento. d) no estado sólido em uma temperatura superior e próxima ao seu ponto de congelamento. e) nos estados sólido, líquido e gasoso, simultaneamente, em uma temperatura abaixo do seu ponto de congelamento. 03. (FUVEST) Ácido acético e bromo, sob pressão de 1 atm, estão em recipientes imersos em banhos, como mostrado na figura adiante. Nessas condições, qual é o estado físico preponderante de cada uma dessas substâncias? Dados: o ácido acético apresenta temperatura de fusão igual a 17 °C e temperatura de ebulição a 1 atm igual a 118 °C. O bromo apresenta temperatura de fusão igual a – 7 °C e temperatura de ebulição a 1 atm igual a 59 °C. a) ácido acético sólido e bromo líquido. b) ácido acético líquido e bromo gasoso. c) ácido acético gasoso e bromo sólido. d) ácido acético sólido e bromo gasoso. e) ácido acético gasoso e bromo líquido. 04. (UNIFESP) Numa síntese química, foi obtido um sólido, que se supõe ser uma substância pura X. Na determinação do ponto de fusão do sólido, observou-se que: I. O processo de fusão iniciou-se numa temperatura bem inferior à tabelada para a substância pura X. II. O intervalo de temperatura medido entre o início e o térmico do processo de fusão é grande. Com base nessas observações, pode-se concluir corretamente que a) o sólido obtido contém no mínimo duas substâncias. b) o sólido obtido é constituído apenas por cristais da substância pura X. c) a quantidade de sólido utilizado na determinação foi menor que a necessária. d) a quantidade de sólido utilizado na determinação foi maior que a necessária. e) a pressão atmosférica local é maior do que a pressão ao nível do mar. 05. O gráfico abaixo apresenta as curvas de aquecimento de 2 líquidos puros (I e II), inicialmente a 25 oC e 1,0 atm, até a completa vaporização. Analisando o gráfico, é CORRETO afirmar: a) Aquecendo maior volume do líquido I, o segmento AC terá uma maior inclinação. b) O líquido I apresenta interações intermoleculares menos intensas que o líquido II. c) O líquido II apresenta uma massa molar maior do que a massa molar do líquido I. d) Os líquidos I e II podem corresponder a mesma substância, desde que o volume de líquido utilizado seja diferente. e) Nenhuma das anteriores. EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO SEÇÃO VESTIBULARES 06. (FUVEST) Qual dos seguintes procedimentos é o mais indicado quando se quer distinguir entre uma porção de água destilada e uma solução de água açucarada, sem experimentar o gosto? a) Filtrar os líquidos. b) Determinar a densidade. c) Medir a condutividade elétrica. d) Usar papel de tornassol. e) Decantar os líquidos. 07. (UEG) Observe o gráfico a seguir. A figura mostra valores comparativos dos calores de fusão (barras cinza-escuras) e vaporização (barras cinza- claras), ambos à pressão constante para três substâncias diferentes. Com base nas informações, responda aos seguintes itens: a) Explique por que o calor de fusão de qualquer substância é geralmente mais baixo do que o calor de vaporização. b) (Extra) Explique a ordem para os calores de vaporização apresentados no gráfico. 08. (UNESP) O ácido esteárico, cuja fórmula é CH$(CH#))rCOOH, é uma molécula anfifílica, isto é, possui uma porção hidrofóbica e uma porção hidrofílica. Ao dispersar cuidadosamente uma solução (em solvente orgânico) de ácido esteárico sobre água pura, uma mancha irá se formar na superfície, que corresponde a um filme de ácido esteárico sobre a superfície, como esquematizado. Nesse filme, de composição de uma única camada molecular, as moléculas anfifílicas irão se organizar se dispondo perpendicularmente à superfície, onde a parte hidrofílica irá se voltar para o líquido e a porção hidrofóbica para o ar. A espessura do filme (t) corresponde à dimensão de uma única molécula. No experimento, uma gota de volume 𝑉 = 0,1 mL de uma solução com concentração 2 · 10−$ g · mL−) de ácido esteárico foi disperso sobre água formando o filme esquematizado. A mancha circular (base do filme) possui raio 𝑟 = 20 cm A densidade do filme é a mesma do ácido esteárico (𝜌 = 0,85 g · mL−)) . a) Qual grupo do composto no filme irá se voltar para a água? b) Calcule a dimensão deuma molécula desse composto em nanômetros (nm). 09. (FUVEST) Água e etanol misturam-se completamente, em quaisquer proporções. Observa-se que o volume final da mistura é menor do que a soma dos volumes de etanol e de água empregados para prepará-la. O gráfico a seguir mostra como a densidade varia em função da porcentagem de etanol (em volume) empregado para preparar a mistura (densidades medidas a 20 ºC). Se 50 mL de etanol forem misturados a 50 mL de água, a 20 ºC, o volume da mistura resultante, a essa mesma temperatura, será de, aproximadamente, a) 76 mL b) 79 mL c) 86 mL d) 89 mL e) 96 mL 10. (UNESP - Adaptada) A alpaca é uma liga metálica constituída por cobre (61%), zinco (20%), e níquel (19%). Essa liga é conhecida como “metal branco” ou “liga branca”, razão pela qual muitas pessoas a confundem com a prata. A tabela fornece as densidades dos metais citados. A determinação da densidade pode ser utilizada para se saber se um anel é de prata ou de alpaca? Justifique sua resposta apenas por meio da comparação de valores, sem recorrer a cálculos. Metal Densidade (𝐠 · 𝐜𝐦−𝟑) Ag 10,5 Cu 8,9 Ni 8,9 Zn 7,1 11. (ITA 2000) O fato de um sólido, nas condições ambientes, apresentar um único valor de massa específica em toda sua extensão é suficiente para afirmar que este sólido: I. É homogêneo. II. É monofásico. III. É uma solução sólida. IV. É uma substância simples. V. Funde a uma temperatura constante. Das afirmações feitas, estão corretas a) apenas I e II. b) apenas I, II e III. c) apenas II, III e V. d) apenas IV e V. e) todas. 12. (ITA 2005) Assinale a opção que contém a afirmação errada relativa à curva de resfriamento apresentada a seguir. a) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura eutética. b) A curva pode representar o resfriamento de uma substância sólida, que apresenta uma única forma cristalina. c) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura azeotrópica. d) A curva pode representar o resfriamento de um líquido constituído por uma substância pura. e) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura de duas substâncias que são completamente miscíveis no estado sólido. 13. (ITA 2009) Num experimento, um estudante verificou ser a mesma temperatura de fusão de várias amostras de um mesmo material no estado sólido e também que esta temperatura se manteve constante até a fusão completa. Considere que o material sólido tenha sido classificado como: I. Substância simples pura. II. Substância composta pura. III. Mistura homogênea eutética. IV. Mistura heterogênea. Então, das classificações acima, está(ão) errada(s): a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas III. d) apenas III e IV. e) apenas IV. 14. (ITA 2010) A figura abaixo apresenta a curva de aquecimento de 100 g de uma substância pura genérica no estado sólido. Sabe-se que o calor é fornecido a uma velocidade constante de 500 cal min-1. Admite-se que não há perda de calor para o meio ambiente, que a pressão é de 1 atm durante toda a transformação e que a substância sólida apresenta apenas uma fase cristalina. Considere que sejam feitas as seguintes afirmações em relação aos estágios de aquecimento descritos na figura: I. No segmento PQ ocorre um aumento da energia cinética das moléculas. II. No segmento QR ocorre aumento da energia potencial. III. O segmento QR é menor que o segmento ST porque o calor de fusão da substância é menor que o seu calor de vaporização. IV. O segmento RS tem inclinação menor que o segmento PQ porque o calor específico do sólido é maior que o calor específico do líquido. Das afirmações acima, está(ão) errada(s): a) apenas I. d) apenas III. b) apenas I, II e III. e) apenas IV. c) apenas II e IV. 15. (ITA 2015) Uma mistura de metanol e água a 25 oC apresenta o volume parcial molar de água igual a 17,8 cm$ · 𝑚𝑜𝑙−) e o volume parcial molar do metanol igual a 38,4 cm$ · 𝑚𝑜𝑙−). Com base nestas informações e sendo a massa específica do metanol de 0,791 g · cm−$ e a da água igual a 1,000 g · cm−$, assinale a opção CORRETA do volume total (em cm$) quando se adicionam 15 cm$ de metanol em 250 cm$ de água nessa temperatura. a) 250 b) 255 c) 262 d) 270 e) 280 SEÇÃO ITA/IME 1980 - 2021 Te m pe ra tu ra / o C Tempo / min EXERCÍCIO 1.1 EXERCÍCIO 2.1 EXERCÍCIO 2.2 EXERCÍCIO 3.1 EXERCÍCIO 4.1 EXERCÍCIO 5.1 EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B B C * C E * C B A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D B D C E A B E * C 04. a) Das propriedades citadas no enunciado da questão são gerais (comuns a qualquer material): massa e volume. b) Propriedades que devem, necessariamente, ser levadas em consideração para a escolha de um material a ser utilizado na confecção de panelas, entre outras: temperatura de fusão, permeabilidade e dureza. 07. Raio da esfera de alumínio: 𝑟ij = 𝑟sa √ 𝜌sa 𝜌ij } 19. Esboço da posição do densímetro: EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 D C E A B B * * E * 11 12 13 14 15 A B E E C 07. a) A fusão envolve rompimento parcial das forças intermoleculares ao passar do estado sólido para o estado líquido. Por outro lado, na vaporização, praticamente todas as forças intermoleculares do líquido devem ser rompidas para que as moléculas passem para o estado gasoso e, portanto, mais energia é necessária, já que mais interações devem ser rompidas. b) a água realiza ligações de hidrogênio, sendo a substância de maior calor de vaporização, visto que devem ser rompidas forças intermoleculares mais intensas. O éter dietílico é pouco polar e, por fim, o butano é apolar, possuindo as interações intermoleculares menos intensas e mais fáceis de serem rompidas. 08. a) os grupos polares (-COOH) estarão voltados para a água. b) 𝑙 = 1,87 nm 10. Sim. Justificativa: o cobre é o metal em maior porcentagem presente na alpaca (61%) como sua densidade (8,9 g · cm−$) é menor do que a densidade da prata (10,5 g · cm−$) e os outros metais não apresentam densidade superior a 8,9 g · cm−$ conclui-se que a determinação da densidade pode ser utilizada para se saber se um anel é de prata ou de alpaca. GABARITO dos EXERCÍCIOS Matéria, Substâncias puras e Misturas01 RESOLUÇÕES EM VÍDEO DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA AULA 01 GABARITO DOS EXERCÍCIOS FINAIS DA AULA 01 Métodos de separação de misturas 1. Dispersões Quando um material não possui todas as propriedades bem definidas ou quando as propriedades do material variam em sua extensão, nas mesmas condições de pressão e temperatura, dizemos que este material é uma mistura. Além disso, no estudo das misturas, classificamos o sistema de análise como homogêneos ou heterogêneos. Um sistema homogêneo (frequentemente chamado de solução) possui as mesmas propriedades em toda sua extensão, ao passo que um sistema heterogêneo é aquele que não apresenta as mesmas propriedades em alguma parte de sua extensão. Usualmente no referimos a sistemas homogêneos àqueles que possuem apenas uma fase, enquanto sistemas heterogêneos possuem duas ou mais fases, visto que fase são diferentes porção homogêneas de um material limitadas por superfícies de separação. É interessante frisar que existem misturas que visualmente aparentam ser homogêneas, como o sangue. Contudo, ao usar um instrumento ótico, como um ultramicroscópio, é possível notar que o sangue possui um aspecto desigual em sua extensão e, portanto, constituído de mais de uma fase. Assim, classificamos o sangue como uma mistura heterogênea. Dentro do contexto das misturas, ainda, utiliza-se o termo dispersão para todo sistema no qual uma ou mais substâncias estão disseminadas sob a forma de pequenas partículas em outra substância, de maneira mais ou menos uniforme. Esta substânciadisseminada é o disperso, ao passo que a substância que dissolve o disperso é o dispersante ou dispergente. De acordo com as características das dispersões, podemos classifica-las como soluções verdadeiras, dispersões coloidais e suspensões, cujas características sumarizam-se na seguinte tabela. Soluções Verdadeiras Dispersões Coloidais Suspensões Tamanho das partículas Natureza das partículas Homogeneidade Sedimentação das partículas Separação por filtração Exemplos Aula 02 2. Descrição das vidrarias e utensílios de laboratório Vidraria Nome e aplicações Vidraria Nome e aplicações Balão de Fundo redondo Utilizado para realizar destilações, aquecimento de líquidos, reações com desprendimento de gases e processos em geral Kitassato É constituído de um vidro espesso e um orifício lateral utilizado para efetuar filtrações a vácuo. O orifício lateral é ligado a uma bomba de vácuo por uma mangueira e o filtro ajustado à boca do kitassato. A bomba, quando ligada, diminui a pressão no interior do kitassato, e essa diferenc ̧a entre a pressão externa (atmosférica) e a interna (kitassato) facilita a passagem da fase líquida pelo material filtrante. Balão Volumétrico Recipientes de vidro que permitem medir com precisão volumes fixos de líquidos. É rigorosamente calibrado a determinada temperatura, não podendo ser aquecido ou submetido a mudanças bruscas de temperatura. São utilizados para a preparação das soluções de reagentes em concentrações exatas, particularmente soluções-padrões. Funil de Buchner Usado em conjunto com o kitassato para efetuar filtrações a vácuo. Béquer É de uso geral em laboratório. Recipiente de diversos volumes usados em reações, para dissolução, pesagem ou aquecimento de substâncias, podendo ser de vidro ou plástico. A sua medição é imprecisa. Quando feito de vidro pyrex refratário o bécher pode ser utilizado em uma ampla faixa de variação de temperatura. Funil de Vidro Utilizado nas operac ̧ões envolvendo líquidos, na transferência, na retenc ̧ão de partículas sólidas através de filtração e como suporte para papel de filtro Erlenmeyer Frascos de vidro, empregados na dissolução de substâncias, em titulações, aquecimento de líquidos e em reações químicas. Sua capacidade é variável. Seu diferencial em relação ao béquer é que este permite agitação manual, devido ao seu afunilamento, sem que haja risco de perda do material agitado. Papel filtro É um tipo de papel que é bastante utilizado quer para filtrações simples, quer para filtrac ̧ões a pressão reduzida. Os papéis de filtro distin guem- se uns dos outros pela sua capacidade de filtragem ou, por outras palavras, pela dimensão dos seus poros. Proveta É empregada nas medições aproximadas de volumes de líquidos (precisão de até 0,5%). Não deve ser aquecida. Funil de separação ou decantação É usado para separar líquidos imiscíveis. Geralmen- te usada no processo de extrac ̧ão líquido-líquido, no qual se usam solventes de diferentes polaridades. Vidraria Nome e aplicações Vidraria Nome e aplicações Pipeta volumétrica As pipetas são utilizadas para transferências (precisas ou não) de volumes de líquidos. Em especial, as pipetas volumétricas volumétricas só permitem pipetar um volume único de líquido, mas este volume é medido com maior precisão Bureta É um instrumento laboratorial cilíndrico, de vidro e graduado. Possui na extremidade inferior uma torneira para dispensa de volumes rigorosamente conhecidos em tarefas como a titulação de soluções, juntamente com o Erlenmeyer. Pipeta graduada Como toda pipeta, é usado para transferir líquidos. No caso da pipeta graduada, vários volumes de líquidos podem ser medidos, mas são medidos com menor precisão em comparação à pipeta volumétrica. Suporte universal Utilizado juntamente com garras para suportar balões, condensadores, funis, dentre várias outras vidrarias. É de uso geral. Pipeta de Pasteur Usada para pipetar volumes grosseiros de líquidos. Esta pipeta possui um bulbo em sua extremidade, não é graduada e permite medir volumes sem precisão (geralmente usa-se a aproximação que 20 gotas ≈ 1 mL). Funil de Adição É um instrumento de vidro com a forma de uma ampola com torneira de doseamento, usada para adição de líquidos. Pisseta Usada para guardar e despejar solventes, sem precisão. Usualmente está preenchida com água ou etanol. Tubo de Ensaio Empregado para fazer reações em pequena escala, principalmente em testes de reação em geral. Pode ser aquecido com movimentos circulares e com cuidado diretamente sob a chama do Bico de Bunsen. Placa de Petri Recipiente de vidro ou plástico muito utilizado para cultura de bactérias, mas também para preparos em geral. Vidro de Relógio Um vidro de relógio é um pequeno recipiente côncavo de vidro com formato semicircular. Sua principal função é a pesagem de pequenas quantidades de sólidos, entretanto pode ser usado também em análises e evaporações de pequena escala. Vidraria Nome e aplicações Vidraria Nome e aplicações (a) (b) (c) Condensadores Os três condensadores têm como finalidade condensar vapores gerados pelo aquecimento de líquidos. O condensador de tubo reto (a), ou de Liebig, é usado em destilações, enquanto os outros dois (de bola (b) e de serpentina (c)) são usados em refluxos. Balança Aparelhos usados para fazer pesagens. É importante mantê-las em superfícies planas e sem oscilações, para que haja o mínimo de interferência possível nas medições. Podem ser classificados em 2 tipos: semianalíticas (podem ter precisão de 2 a 3 casas decimais e geralmente suportam capacidades maiores) ou analíticas (precisão de 4 casas decimais. Balão de fundo chato Utilizado como recipiente para adicionar líquidos ou soluções, ou mesmo fazer reações com desprendimento de gases. Pode ser aquecido. Almofariz e pistilo É usado para trituração de sólidos. O sólido é adicionado no almofariz e amassado com o pistilo. Bico de Bunsen Fonte de aquecimento mais utilizada em laboratórios. Atualmente, vem sendo substituído por chapas de aquecimento. Possui um orifício para a entrada de oxigênio. Quanto maior a entrada de oxigênio, maior será a combustão e mais azul será sua chama. Cadinho de porcelana Usado para calcinação (aquecimento a seco e muito intenso) de substâncias. Pode ser aquecido diretamente na chama do Bico de Bunsen, apoiado sobre triângulo de porcelana, platina, amianto etc. Tripé e Tela de Amianto O tripé é um sustentáculo utilizado em aquecimento de soluções em vidrarias diversas de laboratório. É utilizado em conjunto com a tela de amianto, um suporte para as peças a serem aquecidas. O amianto tem a função de distribuir uniformemente o calor recebido pelo bico de Bunsen, mas atualmente está em desuso devido à problemas de saúde decorrentes do uso do amianto. Dessecador Sua principal função é a de diminuir a umidade de alguma substância (via uso de um dessecante, como a sílica gel). A tampa possui uma resina vedante. A desidratação de um analito ou reagente é feito da seguinte forma: no dessecador são postos a sílica e a substância. A partir desse momento, com o recipiente tampado, a água, por diferença de pressão, ao sair da condição de solvente (pois hidrata o sólido em questão) e evaporar, tende a solvatar os cristais de sílica (que possui propriedades higroscópicas). Chapa e manta de aquecimento Realizam o aquecimento por um dispositivo elétrico, que aquece uma resistência interna. A manta se adapta ao formato do recipiente (usualmente balão de fundo redondo) e é comumente usado em destilações CentrífugaInstrumento que acelera o processo de decantação. Adiciona- se uma substância no interior da centrífuga e, por rotação, ocorre rápida deposição do material mais denso no fundo do tubo. Vidraria Nome e aplicações Vidraria Nome e aplicações Densímetro É um material cuja finalidade é medir a densidade relativa de um líquido. Possui um peso na extremidade inferior. Mergulha-se o densímetro no líquido a se determinar a densidade. O nível que a marcação do líquido faz com o densímetro corresponde à sua densidade (relativa, geralmente à água). Tubo de Thielle É um instrumento utilizado para determinar o ponto de fusão de amostras. Não usa métodos eletrônicos para a visualização da amostra. Coloca-se um líquido de alto P.E. dentro do tubo, juntamente com a amostra a ser analisada em um capilar, ao lado de um termômetro. Aquece-se a parte lateral do tubo e espera-se ocorrer a fundição do sólido. Extrator Soxhlet Aparelho comumente usado para a extração contínua com um solvente quente. Neste sistema, apenas uma quantidade relativamente pequena de solvente é necessária para uma extração eficiente. Voltímetro de Hoffman Consiste em um aparelho utilizado para recolha de gases produzidos durante a eletrólise de um líquido. No início de uma experiência, as suas extremidades são completamente cheias com o eletrólito, por abertura das torneiras. Estas são, então, fechadas e a corrente é ligada. Os gases que se libertam nos elétrodos são recolhidos no cimo deste aparelho, onde podem ser medidos. Eppendorf Tubo de plástico, com tamanhos diversos, empregado em pesagens de reagentes sólidos (alguns gramas no máximo), na prática da reação de polimerização em cadeia PCR, no armazenamento e conservação de pequenas quantidades de materiais (incluindo células), podendo também, servir de recipiente para centrifugação. Pipetador Utilizados acoplados à pipeta para sugar e expelir líquidos, importante no manuseio de substâncias corrosivas e perigosas. Agitador Magnético Auxilia na mistura de soluções. Também conhecida como “peixinho”, a barra é recoberta com teflon protegendo-a contra a corrosão de substâncias usadas na solução. A mistura é feita com a utilização de um agitador magnético, que por sua vez, possui um ímã giratório que faz com que a barra magnética no recipiente gire e misture a solução. Dedo Frio Usado para purificar um sistema por sublimação. O sólido que sublima é aquecido e encontra a parte inferior do dedo frio, onde há circulação de água. Os vapores, ao encostarem na superfície, passam diretamente para a fase sólida Coluna de Vigreux ou Coluna de Fracionamento Utilizada no sistema de destilação fracionada. Cada ranhura interna consiste em um prato teórico, onde ocorrerá um ciclo de condensação- vaporização, tornando o vapor mais puro no componente mais volátil. Quanto mais complexa a mistura a ser separada, maior deve ser o tamanho da coluna de fracionamento. Capela Equipamento usado para exaustão de gases tóxicos ou de vapores nocivos provenientes de soluções. É importante lembrar que a capela não cria um ambiente asséptico e, portanto, não deve ser usada para trabalhos como cultura de células etc. Vidrarias de laboratório A coluna I, a seguir, apresenta uma relação de utensílios de laboratório, e a coluna II, os nomes das operações realizadas com cinco desses utensílios. Associe adequadamente a coluna II à I. COLUNA I COLUNA II 1. Almofariz ( ) trituração 2. Balão volumétrico ( ) filtração 3. Bureta ( ) preparo de soluções 4. Condensador ( ) destilação 5. Béquer ( ) titulação 6. Funil 7. Proveta EXERCÍCIO 1.1 A extração de substâncias químicas – com as que apresentam atividade farmacológica, obtidas a partir de qualquer material de origem natural, seja ele vegetal ou animal – envolve diversas operações em laboratório. Nesse sentido, numere a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando as operações de laboratório com os respectivos equipamentos utilizados. COLUNA I COLUNA II 1. Secagem ( ) funil de Büchner 2. Filtração à vácuo ( ) proveta 3. Destilação ( ) estufa 4. Medição de volumes de líquidos ( ) almofariz e pistilo 5. Trituração ( ) condensador 6. Filtração A sequência numérica correta é: a) 6 – 4 – 1 – 5 – 3 b) 2 – 4 – 1 – 5 – 3 c) 1 – 5 – 3 – 2 – 4 d) 1 – 5 – 3 – 6 – 4 e) 6 – 4 – 3 – 5 – 1 EXERCÍCIO 1.2 O procedimento mais adequado para a leitura do nível de uma determinada solução aquosa contida numa bureta é a) alinhar o nível dos olhos com o fundo do menisco. b) alinhar o nível dos olhos com o topo do menisco. c) observar o menisco em uma posição intermediária entre o topo e o fundo. d) calcular o valor médio das leituras do topo e do fundo do menisco. EXERCÍCIO 1.3 Com relação aos aparelhos de laboratório, faça a associação adequada da coluna da esquerda com a coluna da direita, em que são listados seus usos mais freqüentes na separação de componentes de mistura: 1. Proveta I – Medidas precisas de volumes fixos de líquidos. 2. Bureta II – Medidas aproximadas de volumes de líquidos. 3. Pipeta volumétrica III – Medidas volumétricas precisas de líquidos. Marque a sequência correta, de cima para baixo. a) 1 – II; 2 – III; 3 – I b) 1 – I; 2 – III; 3 – II c) 1 – I; 2 – II; 3 – III d) 1 – II; 2 – I; 3 – III EXEMPLO 1 3. Métodos de separação de misturas Com o escopo de separar misturas das mais diferentes naturezas, métodos laboratoriais (e industriais) foram desenvolvidos, cujo processo usualmente denominamos de análise imediata. A depender da natureza dos componentes e do tipo de mistura formada, os métodos de separação de misturas podem ser subdivididos nas seguintes classes, sumarizadas a seguir: A) Métodos de separação de misturas heterogêneas 3.1. Catação | Sólido-sólido Método rudimentar de separação, feito manualmente. Usada para separar sólidos baseados na sua diferença de tamanho. A mistura de feijão com grãos estragados é comumente separada por catação, mas outras aplicações são encontradas em plantas de reciclagem para selecionar os materiais que serão, efetivamente, reciclados. A separação de enantiômeros, quando cristalizados no estado sólido, pode ser efetuada também por catação. Este método é incomum, mas possui uma importância histórica, já que foi o método usado por Louis Pasteur para separar os enantiômeros de sais de ácido tartárico obtidos em tonéis de vinhos. Como as moléculas de enantiômeros são imagens especulares uns dos outros, quando cristalizados, os cristais também são imagens no espelho, podendo ser mecanicamente separados com uma pinça (e muita paciência). (a) (b) Fig 2.1. (a) Catação dos grãos de feijão; (b) cristais de enantiômeros do ácido tartárico (e de outros enantiômeros cristalizados) também são, visualmente, imagens no espelho um do outro, e podem ser separados por catação. 3.2. Ventilação | Sólido-sólido A ventilação separa misturas de sólidos com base nas suas diferentes densidades: usando uma corrente de ar passada sobre a mistura, o componente menos denso (mais “leve”) é arrastado, enquanto o componente mais denso permanece. A separação de grãos de café das suas folhas é o exemplo mais clássico de ventilação. Fig 2.2. Separação de grãos de café de suas folhas, menos densas 3.3. Levigação | Sólido-sólido A levigação separa misturas de sólidos conforme a diferença em suas densidades, mas, diferentemente da ventilação, usa- se agora uma corrente de água que arrasta o componente menos denso, e o componente mais denso se deposita no fundo de uma rampa ou bacia (usualmente denominada de bateia). A levigação é utilizada como método principal de obtenção de ouro a partir do processo de garimpo. Em leitos de rios, o ouro encontra-se na forma de pequenas pepitas, mais densasque a terra à qual está misturada, e por isso pode- se separá-lo por levigação. Contudo, é difícil isolar as pequenas pepitas de ouro e, por isso, em garimpos eram utilizadas amálgamas do ouro com o mercúrio: a capacidade que o mercúrio tem de amalgamar com outros metais faz com que as pepitas se aglomerem e possam ser mais facilmente separados, já que há a formação de grãos maiores. Para separar o ouro amalgamado com o mercúrio, basta esquentar a liga, provocando a vaporização do mercúrio, metal mais volátil que o ouro. Contudo, este processo é perigoso tanto para o garimpeiro, que inalará vapores de mercúrio, mas também para o meio ambiente, já que o mercúrio sofre magnificação trófica. Fig 2.3. Levigação efetuada com o auxílio de uma bateia (objeto preto) 3.4. Separação magnética | Sólido-sólido Faz-se uso da separação magnética quando um dos componentes de uma mistura é atraído por um campo magnético (i.e., ímã), enquanto outros componentes da mistura não. Recorde-se que para que o metal seja atraído por um ímã, deve ser ferro, cobalto ou níquel, materiais ferromagnéticos. Fig 2.4. Para separar ferro de enxofre, faz-se uso de uma separação magnética 3.5. Peneiração ou tamisação | Sólido-sólido A peneiração ou tamisação é um método que separa sólidos por diferença em seus tamanhos (diferentes granulações). Ao usar-se uma peneira, os poros permitem a passagem de sólidos menores, mas retém os sólidos maiores. Pode ser usada para separar a areia de pedregulhos. Naturalmente, pode ser usada para separar sólidos e líquidos, desde que o sólido seja suficientemente grande; neste caso, costuma-se fazer uso de uma filtração. 3.6. Dissolução fracionada | Sólido-sólido A dissolução fracionada baseia-se no processo de separar dois sólidos com base na sua diferença de solubilidade em relação a um solvente comum. Por exemplo, para separar sal e areia, basta adicionar água, no qual o sal é solúvel e a areia é insolúvel. Posteriormente, a areia é separada por filtração enquanto a mistura de sal e água é separada por evaporação. Fig. 2.5. Uso de uma dissolução fracionada para separar sal de areia. Ao adicionar água, o sal é solubilizado, mas a areia não. 3.7. Flotação | Sólido-sólido O objetivo da flotação (também denominada de sedimentação fracionada) é separar materiais de diferentes densidades, fazendo-se uso de um líquido que possua densidade intermediária entre eles. Uma mistura de areia e pó de madeira pode ser separada com este método: Fig. 2.6. Flotação usada para separar serragens de areia usando água. Este processo é extremamente utilizado em laboratório para separar polímeros plásticos de diferentes densidades. 3.8. Fusão fracionada | Sólido-sólido A fusão fracionada faz uso da diferença dos pontos de fusão dos componentes sólidos na mistura (é análogo com a destilação, mas para a fusão). O aquecimento progressivo da amostra faz com que o componente de menor ponto de fusão sofra fusão, separando-se da fase sólida restante. É importante frisar que misturas eutéticas não conseguem ser separadas por este método. 3.9. Decantação | Sólido-líquido A decantação é um dos métodos mais rudimentares de separação. Espera-se o sólido sedimentar por gravidade, onde posteriormente o líquido é separado apenas vertendo-o em outro recipiente. 3.10. Centrifugação | Sólido-líquido A centrifugação é um método análogo à decantação, mas faz uso de uma centrífuga que acelera o processo. Em muitos casos, esta aceleração do processo é necessária visto que, dependendo da mistura, apenas a ação da gravidade não seria suficiente para que o sólido decantasse num tempo razoável. A centrífuga é composta por suportes onde são colocados tubos adequados que são postos a girar em altíssimas velocidades. A intensa rotação cria um efeito centrífugo que promove a sedimentação do sólido para o fundo do tubo, que pode posteriormente ser separado por uma decantação usual. 3.11. Filtração simples | Sólido-líquido A filtração simples é o método mais geral de separação de misturas heterogêneas sólido-líquido. Adiciona-se a mistura heterogênea a um filtro contendo um papel poroso, que deixa passar o líquido, mas retém as partículas maiores do sólido. O líquido que é coletado é denominado de filtrado, enquanto o sólido retido é o resíduo. Existem diversas maneiras de realizar a dobra do papel filtro que visam otimizar o processo de separação. Fig. 2.7. Esquema de uma filtração simples 3.12. Filtração à vácuo | Sólido-líquido A filtração a vácuo nada mais é do que um método para acelerar uma filtração simples usual. Algumas vezes, uma filtração comum produziria o mesmo resultado, e é usada uma filtração a vácuo para acelerar o processo. Contudo, há casos que o sólido insolúvel não é muito grande ou quando forma uma pasta que obstrui os poros do filtro e, assim, é necessária uma filtração mais eficiente. O frasco coletor é o kitassato, de formato similar a um erlenmeyer, mas com maior espessura e uma saída lateral. Nessa saída lateral, faz-se vácuo. Este vácuo pode ser feito usando uma bomba de vácuo, técnica mais cara, ou também usando uma trompa d’água que, apesar de barata, gasta altos volumes de água para promover o vácuo e, por isso, não é recomendada seguindo os preceitos da Química Verde. Acoplado ao kitassato encontra-se um funil de Buchner, de porcelana, que suporta um papel filtro que receberá a mistura. Por diferença de pressão, o líquido é forçado a adentar para o kitassato, restando apenas o sólido no filtro. Fig. 2.8. Esquema de uma filtração à vácuo Pó de madeira Areia 3.13. Separação com funil de separação (líquido- líquido) Este método é usual para separar os componentes de uma mistura heterogênea líquido-líquido fazendo uso de um funil de decantação, funil de separação ou funil de bromo. Espera- se a separação de fases, abre-se a torneia e deixa-se escorrer o líquido mais denso. No momento de encontro das fases, fecha-se a torneira e o outro líquido restante no balão é despejado pela cavidade superior do balão. Fig. 2.9. Separação de dois líquidos imiscíveis num funil de separação Anotações Aprofundamento Recristalização Primeiramente, o termo cristalização consiste em formar cristais de determinada substância que se encontra inicialmente dissolvida em algum solvente. A cristalização pode ser atingida, por exemplo, baixando a temperatura da solução, o que provoca um abaixamento na solubilidade da substância, que passa a precipitar. A problemática reside no caso da substância de desejo, A, encontrar-se dissolvida juntamente com impurezas, B, na solução. Para efetuar a cristalização prioritária de A, uma recristalização é efetuada. Para isso, escolhe-se um solvente que dissolva muito bem a substância de interesse A quando se encontra a quente (aquecido), ao passo que a solubilidade de A neste mesmo solvente é substancialmente menor a frio (solvente resfriado). Caso a impureza B seja solúvel neste solvente numa grande faixa de temperaturas, a separação é possível (mesmo se não for, mas as impurezas estiverem em quantidades muito pequenas, a separação ainda é eficiente). Inicialmente, dissolve-se a mistura no solvente e realiza-se o aquecimento até que o produto de interesse esteja dissolvido. Neste instante, promove-se uma filtração a quente, de maneira que as impurezas ficam retidas no filtro e a solução com o produto de interesse passe pelo papel filtro. Como a solubilidade de A no solvente a frio é menor, deixa-se a solução resfriar lentamente até que os cristais de A sejam formados. Note que, no momento em que os primeiros cristais de A são formados, outros cristais, de mesma natureza, são gerados ao redor deste cristal, permitindo obter o produto com maior pureza. O esquema a seguir exemplifica uma recristalização.Aquecimento do solvente Dissolva o sólido a ser purificado no solvente aquecido Filtre a solução a quente Deixe resfriar a solução até temperatura ambiente Coloque a solução em um banho de gelo para intensificar o resfriamento Divirta-se com seus cristais recém- formados. Separação de misturas I – Misturas heterogêneas (ITA) Qual das opções a seguir contém a associação correta dos procedimentos de laboratório, listados como 1, 2, 3, 4 e 5, com suas respectivas denominações a, b, c e d? 1. Adição de 20 mL de água a uma solução aquosa saturada em cloreto de sódio e com um grande excesso de sal sedimentado, tal que ainda permaneça precipitado após a adição de mais solvente. 2. Adição de 20 mL de água a uma solução aquosa não saturada em cloreto de sódio. 3. Retirada de fenol, solúvel em água e em éter etílico, de uma solução aquosa, por agitação com uma porção de éter etílico seguida por separação da fase orgânica da fase aquosa. 4. Dissolver glicose em água e a esta solução juntar etanol para que surjam novamente cristais de glicose. 5. Adição de 20 mL de água a nitrato de potássio cristalino. I. Dissolução. II. Extração. III. Diluição IV. Recristalização a) 1a; 2c; 3b; 4d; 5a. d) 1c; 2a; 3b; 4b; 5c b) 1c; 2c; 3a; 4b; 5a. e) 1a; 2a; 3c; 4d; 5c c) 1a; 2a; 3a; 4d; 5c. EXERCÍCIO 2.1 O técnico de uma ourivesaria, diante de uma mistura de pequenos pedaços de ferro e ouro, deseja separar o ouro. Para realizar essa tarefa, que opção(ões) o técnico pode escolher? I. Dissolver a mistura em água II. Empregar um eletroímã para remover o ferro. III. Dissolver o ferro com uma solução de ácido sulfúrico. IV. Realizar uma catação. V. Realizar uma levigação. Quais as escolhas corretas? a) I. b) I, II e IV. c) III e V d) II, III e IV. e) IV. EXEMPLO 2 B) Métodos de separação de misturas homogêneas 3.14. Evaporação | Sólido-líquido A evaporação é usualmente utilizada para separar misturas sólido-líquido no qual não é necessária a recuperação do líquido, já que este é totalmente evaporado. O método não necessita de nenhuma vidraria especial, basta deixar a mistura homogênea sendo aquecida, usualmente sob o sol ou sobre uma fonte de aquecimento, como uma chapa. A obtenção de sal a partir da água do mar faz uso do processo de evaporação. 3.15. Destilação simples (sólido-líquido) A destilação simples é um dos métodos mais comuns de separação de misturas homogêneas, usualmente utilizada para separar um sólido de um líquido. Nesta destilação, os componentes a serem separados devem possuir pontos de ebulição relativamente distantes, por volta de 100 oC. Note, portanto, que esta destilação pode ser utilizada para separar uma mistura homogênea de líquidos, contanto que haja grande diferença nos pontos de ebulição. Introduz-se a mistura a ser destilada num balão de destilação (atualmente, é mais recomendável fazer uso de um balão de fundo redondo acoplado a um condensador de Claisen), juntamente com pedras de ebulição. As pedras de ebulição têm a função de evitar superaquecimento do líquido, fenômeno no qual o líquido não entra em ebulição mesmo com sua temperatura superando a temperatura de ebulição a pressão ambiente (por exemplo, água líquida a 110 ℃ e 1 atm). Durante o superaquecimento, o aumento de temperatura, em certo momento, pode gerar uma ebulição abrupta e violenta, que pode interferir o progresso da destilação. As pedras de ebulição são materiais porosos feitos de vidro ou porcelana que funcionam como zonas de nucleação, isto é, locais onde pode ocorrer formação das bolhas de gás (ebulição do líquidi) e evitam o fenômeno da ebulição turbulenta. Durante o progresso da destilação, o componente mais volátil, de maior pressão de vapor, é inicialmente vaporizado e sua temperatura é medida pelo termômetro que se encontra próximo a entrada do condensador. O vapor do componente mais volátil é conduzido para o destilador, que é resfriado com um fluxo externo de água, permitindo a condensação do vapor, que é recolhido como um líquido no frasco coletor. A destilação deste componente ocorre sob temperatura constante; quando todo o componente destila, a temperatura sobe novamente e aí detectamos que praticamente todo o destilado já vaporizou e condensou. O líquido de maior temperatura de ebulição é conhecido como resíduo, aquele que resta no balão. Numa destilação, nunca deve ser aquecido o resíduo até a secura, ou seja, não é recomendado que o balão de destilação chegue ao ponto de não conter líquido. Fig. 2.10. Esquema de uma destilação simples 3.16. Destilação fracionada (líquido-líquido) A destilação fracionada é utilizada para separar componentes de misturas mais complexas, com mais de uma substância, cada uma podendo ter temperatura de ebulição mais próximas. A diferença primordial da destilação fracionada em relação à simples é que na fracionada acopla-se ao balão de destilação uma coluna de fracionamento ou coluna de Vigreux. Nesta coluna existem pratos teóricos que permitem a ocorrência de vários ciclos de condensação e vaporização, deixando sempre o vapor mais rico no componente mais volátil, otimizando a separação. Quanto mais complexa a mistura, maior a altura da coluna e mais pratos teóricos são necessários para uma boa separação dos componentes. Este é o método físico utilizado para separar os diferentes componentes do petróleo. É importante frisar que a destilação (seja simples ou fracionada) não é capaz de separar misturas em sua composição azeotrópica. Por exemplo, etanol em água cuja concentração de etanol é 95% em volume é uma mistura azeotrópica que, consequentemente, entra em ebulição numa temperatura constante. Neste ponto, não possível separar mais os componentes da mistura por destilação, visto que na temperatura de ebulição da mistura, tanto o etanol quanto a água vaporizam numa proporção constante. O quadro seguinte expõe maneiras de se obter álcool com uma maior pureza após ser feita uma destilação Suporte universal Termômetro Balão de destilação Manta de aquecimento Condensador Frasco coletor Fig. 2.11. Esquema de uma destilação fracionada Separação de misturas II - Destilações O esquema a seguir representa um método de separação de uma mistura formada por água (𝑇𝑒𝑏 = 100 ℃) e acetona (𝑇𝑒𝑏 = 56 ℃) à pressão de 1 atm. Considerando-se a possibilidade de se retirarem amostras do resíduo e do destilado durante o processo de separação, é correto afirmar que a a) pressão de vapor do resíduo é maior que a do destilado nas amostras recolhidas. b) temperatura de ebulição do destilado é maior que a do resíduo ao final da destilação. c) pressão de vapor das amostras do resíduo torna-se menor no término da destilação. d) temperatura de ebulição das amostras do destilado sofre alteração, à medida que a destilação prossegue. e) temperatura de ebulição do destilado se iguala à do resíduo nas primeiras amostras removidas após o início da destilação. EXERCÍCIO 3.1 (FUVEST) Uma determinada quantidade de metano (CH+) é colocada para reagir com cloro (Cl#) em excesso, a 400 oC, gerando HCl(𝑔) e os compostos organoclorados H$CCl, H#CCl#,HCCl$, CCl+, cujas propriedades são mostradas na tabela. A mistura obtida ao final das reações químicas é então resfriada a 25 oC e o líquido, formado por uma única fase e sem HCl, é coletado. Composto Ponto de fusão (oC) Ponto de ebulição (oC) Solubilidade em água a 25 oC (g/L) Densidade do líquido a 25 oC (g/mL) H$CCl −97,4 −23,8 5,3 - H#CCl# −96,7 39,6 17,5 1,327 HCCl$ −63,5 61,2 8,1 1,489 CCl+ −22,9 76,7 0,8 1,587 A melhor técnica de separação dos organoclorados presentes na fase líquida e o primeiro composto a ser separado por essa técnica são: a) decantação; H$CCl d) destilação fracionada, H#CCl# b) destilação fracionada; CCl+ e) decantação, CCl+ c) cristalização; HCCl$ Suporte universal Termômetro Balão de fundoredondo Manta de aquecimento Condensador Frasco coletor Coluna de Vigreux ou de fracionamento EXEMPLO 3 3.17. Destilação a pressão reduzida | Líquido-líquido A destilação à pressão reduzida é recomendada quando a temperatura de ebulição dos componentes a serem separados é maior que uma temperatura T na qual há degradação ou decomposição de algum deles. Portanto, é necessário que ocorra um abaixamento da temperatura de ebulição para que o líquido seja destilado sem que se decomponha. Isto pode ser feito acoplando ao sistema de destilação simples uma bomba de vácuo (naturalmente, todo o sistema deve estar vedado), que faz com que a temperatura de todos os componentes diminua para uma temperatura menor que T, sendo possível destilá-lo sem que ocorra decomposição. 3.18. Destilação por arraste de vapor | Líquido-líquido Todas as destilações anteriores têm o fito de separar misturas homogêneas. Contudo, a destilação por arraste de vapor faz uso de um sistema no qual os dois líquidos não são mutuamente miscíveis. Vamos a um exemplo prático: com o intuito de separar o componente ativo de um vegetal (seu óleo essencial), realiza-se uma destilação por arraste de vapor. O óleo essencial se decompõe em temperaturas muito altas e, por isso, uma destilação comum não pode ser realizada. Para extrair o óleo de uma mistura orgânica (contida no balão de três bocas), gera-se vapor d’água que é encaminhado para o balão. Como a água não é miscível com o óleo essencial, a pressão de vapor da mistura total é dada apenas pela soma das pressões parciais individuais do óleo essencial e da água no balão. Por isso, a temperatura de ebulição do óleo essencial da mistura torna-se inferior do que do óleo essencial puro, ou da água pura (veja a leitura complementar). Ao entrar em ebulição, vapores de água e do óleo essencial são encaminhados para o condensador, que promove a liquefação da mistura, coletando o destilado num balão. Como a mistura possui componentes imiscíveis, para separá-los basta realizar uma decantação num funil de separação. Note que, usando este método, não é necessário um aquecimento tão intenso da mistura orgânica, visto que a introdução do vapor d’água diminui a temperatura de ebulição da mistura como um todo, acarretando numa vaporização do óleo numa temperatura menor que a esperada. Fig. 2.12. Esquema de uma destilação por arraste de vapor 3.19. Liquefação seguida de destilação fracionada | Gás-gás Este é o método utilizado para separar os componentes do ar atmosférico. Inicialmente, resfria-se a mistura gasosa até uma temperatura na qual todos seus componentes se liquefazem (geralmente são temperatura abaixo de – 200 oC), obtendo uma mistura líquida (no caso do ar atmosférico, esta mistura é principalmente composta por N#(𝑙), O#(𝑙) e Ar(𝑙)). Esta mistura é então aquecida e os componentes são separados por destilação. Balão gerador de vapor Bico de Bunsen Balão com a mistura a ser separada Fonte de aquecimento Condensador Balão coletor em banho de gelo Separação de Misturas III Considere uma mistura heterogênea constituída de acetona, água, sal de cozinha, areia, limalha de ferro e óleo. Essa mistura foi submetida ao seguinte esquema de separação: Com relação às técnicas usadas nas operações 1 a 5, assinale a alternativa que contém a sequência correta utilizada na separação dos diferentes componentes da mistura: a) Separação magnética, filtração, decantação, destilação simples e destilação fracionada. b) Levigação, decantação, destilação simples, filtração e destilação fracionada. c) Separação magnética, filtração, destilação fracionada, decantação e destilação simples. d) Levigação, filtração, dissolução, destilação simples e decantação. e) Separação magnética, filtração, decantação, destilação fracionada e destilação simples. EXERCÍCIO 4.1 Em um experimento, preparou-se uma solução aquosa com uma quantidade excessiva de um soluto sólido. Após um período de repouso, observou-se a formação de um depósito cristalino no fundo do recipiente. Para recuperar todo o sólido inicialmente adicionado, é necessário a) aquecer e filtrar a solução. b) deixar a solução decantar por um período mais longo. c) evaporar totalmente o solvente. d) resfriar e centrifugar a solução. e) adicionar à solução inicial outro solvente no qual o soluto seja insolúvel. EXERCÍCIO 4.2 Em seu laboratório, um técnico em química foi incumbido de tratar um resíduo, evitando seu descarte direto no meio ambiente. Ao encontrar o frasco, observou a seguinte informação: “Resíduo: mistura de acetato de etila e água”. Considere os dados do acetato de etila: - Baixa solubilidade em água; - Massa específica = 0,9 g · cm−$ - Temperatura de fusão = − 83 ℃ - Pressão de vapor maior que a da água. A fim de tratar o resíduo, recuperando o acetato de etila, o técnico deve a) evaporar o acetato de etila sem alterar o conteúdo de água. b) filtrar a mistura utilizando um funil comum e um papel de filtro. c) realizar uma destilação simples para separar a água do acetato de etila. d) proceder a uma centrifugação da mistura para remover o acetato de etila. e) decantar a mistura separando os dois componentes em um funil adequado. EXEMPLO 4 Anotações 01. Em um béquer, sob agitação constante em temperatura ambiente, são misturados 2 mL de solução aquosa de NaCl (d = 1,1 g/cm3), 2 mL de CCl4 (d = 1,6 g/cm3) e 1 mL de C8H18 (d = 0,7g/cm3). Assinale a alternativa que melhor representa a distribuição e a composição das fases líquidas no béquer após um período adequado de repouso. a) d) b) e) c) 02. Constituem materiais adequados para a montagem de um aparelho de destilação simples no laboratório: a) balão volumétrico, condensador, kitassato. b) erlenmeyer, termômetro, pipeta. c) balão de fundo redondo, bureta, béquer. d) balão com saída lateral, termômetro, condensador. e) bureta, condensador, baqueta. 03. No laboratório, o equipamento conveniente para medir e transferir volumes de líquidos é: a) balão de fundo chato. d) funil de decantação. b) tubo de ensaio. e) condensador. c) proveta. 04. O bico de Bunsen é um aparelho ligado ao gás, utilizado para o aquecimento de materiais não inflamáveis, que possui em sua base um regulador de entrada de ar para controlar o tipo de chama. Em relação a esse aparelho, assinale a alternativa falsa. a) A chama obtida em bico de Bunsen pode ser dividida em três zonas: zona neutra, zona redutora e zona oxidante. b) Aumentando-se a entrada de ar através do regulador, a chama torna-se azul, mais quente, com um cone interior distinto, mais frio. c) A zona oxidante fica na parte mais externa da chama. É a região de maior temperatura da chama, onde os gases sofrem combustão completa d) A zona neutra fica próxima da saída do bico de Bunsen. É a região de menor temperatura da chama, onde ocorre combustão incompleta. e) Na maioria das vezes o bico de Bunsen é utilizado em conjunto com o tripé de ferro e a tela de amianto, para que o calor seja distribuído uniformemente pelo recipiente. 05. Os sistemas água-óleo e água-areia podem ser separados, respectivamente, por a) sedimentação fracionada e filtração. b) imantação e decantação. c) decantação e filtração. d) decantação e destilação. e) destilação e filtração. 06. Indique a técnica de laboratório incorreta. a) A solução sulfocrômica deve ser utilizada com frequência para manter a vidraria limpa. b) Deve-se olhar pela linha tangente horizontal ao menisco para ler o nível de um líquido em um tubo estreito. c) Para a transferência de sólidos utiliza-se uma espátula. Para líquidos utiliza-se um funil de vidro ou uma baqueta. d) É comum expressar a concentração de soluções líquidas em gramas da substância dissolvida (soluto) por litro de solução e não desolvente. e) O refluxo é utilizado quando uma transformação química ocorre em temperatura maior que o ponto de ebulição de uma das substâncias participantes. 07. Para separar os componentes de uma mistura foi realizada a sequência de operações ao lado. Esse procedimento é recomendado para a seguinte mistura E: a) areia, açúcar e sal. b) carvão, areia e açúcar. c) ferro, enxofre e álcool. d) enxofre, gasolina e ferro. e) iodo, sal de cozinha e areia. EXERCÍCIOS FINAIS Métodos de separação de misturas02 EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO Aquecimento Adição de água e filtração Evaporação 08. (UNICAMP-Adaptada) Os gases nitrogênio, oxigênio e argônio, principais componentes do ar. Indique o principal método industrial para separar os componentes do ar, justificando sua resposta e a ordem de obtenção dos componentes. Dado que: 𝑇𝑒𝑏(1 atm): Argônio = −186 ℃; Nitrogênio: −196 ℃; Oxigênio: −183 ℃. 09. Um sistema heterogêneo bifásico é formado por três líquidos diferentes A, B e C. Sabe-se que: A e B são polares, enquanto C é apolar. B tem menor pressão de vapor que A. Com base nessas informações, os métodos mais adequados para separar os três líquidos são: a) centrifugação e decantação. b) decantação e fusão fracionada. c) filtração e centrifugação. d) filtração e destilação fracionada. e) decantação e destilação fracionada. 10. A destilação é uma técnica laboratorial muito utilizada no processo de purificação de líquidos. Tal técnica baseia-se na diferença de pressão de vapor que existe entre os componentes da mistura. Dadas as seguintes misturas homogêneas a 25 oC: I. água + metanol (𝑇𝑒𝑏(CH$OH) = 54,1 ℃). II. água + cloreto de sódio (𝑇𝑒𝑏(NaCl) = 1413 ℃). III. água + etanol (𝑇𝑒𝑏(CH$CH#OH) = 78,4 ℃). IV. metanol + álcool etílico. É correto afirmar que a) A separação dos componentes, por destilação simples, não é possível na mistura II. b) Destilando-se uma quantidade da mistura III, haverá maior quantidade de etanol no destilado do que na mistura residual (destilando). c) Partindo-se de misturas de mesma proporção de I e III, destilando uma quantidade da mistura I e a mesma quantidade da mistura III, deveremos encontrar menos metanol na água do destilado I que etanol na água do destilado III. d) A separação total dos componentes da mistura IV é possível somente por destilação simples. e) Uma quantidade destilada de IV terá maior fração de etanol do que a mistura residual (destilando). 11. A mescalina é uma substância de baixa polaridade, solúvel em solventes orgânicos. Para obter a mescalina a partir de folhas (sua fonte natural), é necessário ferver com solução aquosa de HCl 5%, e2. a seguir neutralizar com solução aquosa de NaOH. Indique a alternativa que apresenta a sequência de procedimentos posteriores mais indicada para o isolamento da mescalina. a) Filtrar; evaporar a água; destilar. b) Centrifugar; extrair com água; filtrar. c) Filtrar; extrair com água; decantar. d) Extrair com éter; filtrar; evaporar o solvente. e) Filtrar; extrair com diclorometano; evaporar o solvente. 12. O principal processo industrial utilizado na produção de fenol é a oxidação do cumeno (isopropilbenzeno). No final desta síntese, os produtos são fenol e acetona. Considerando as características físico-químicas dos insumos formados, o método utilizado para a separação da mistura, em escala industrial, é a a) filtração. d) evaporação b) ventilação. e) destilação fracionada. c) decantação. 13. Para separar um sistema heterogêneo composto por água, acetona e tetracloreto de carbono, os métodos mais adequados, sequencialmente, são a) Decantação e fusão fracionada. b) Filtração e decantação. c) Centrifugação e decantação. d) Decantação e destilação fracionada. e) Filtração e destilação fracionada. 14. Analise as seguintes vidrarias de laboratório: Com base nas imagens e nos conhecimentos sobre vidrarias de laboratório, considere as afirmativas a seguir: I. A vidraria A é utilizada para separar os componentes de uma mistura constituída por dois líquidos miscíveis. II. Para separar a água dos demais componentes da água do mar, sem a areia, é utilizada a vidraria B. III. Ao passar uma solução aquosa de sulfato de cobre e sem corpo de fundo pelo aparato C, com papel de filtro, o filtrado resultante será incolor. IV. A vidraria D é utilizada na determinação de concentração de uma solução ácida. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. d) I, III e IV. b) I e III. e) II, III e IV. c) II e IV. 15. Um resíduo industrial sólido, contendo uma mistura de fluoreto de cálcio, antraceno, ácido cítrico e ácido palmítico, foi tratado por meio de métodos de separação, com o objetivo de recuperar os componentes isolados dessa mistura. O quadro abaixo lista os componentes do resíduo e dos solventes (água e etanol, apenas) utilizados no tratamento e algumas propriedades. Substância Temp. Ebulição / oC Solubilidade em água Solubilidade em álcool Fluoreto de cálcio 2533 insolúvel insolúvel Antraceno 340 insolúvel solúvel Ácido cítrico 175 solúvel solúvel Ácido palmítico 351 insolúvel solúvel Água 100 - miscível Etanol 78 miscível - Ao resíduo, inicialmente, foi adicionado água até a dissolução completa dos componentes solúveis. Em seguida, foi realizada uma filtração, de modo a separar o sólido (Fração 1) da parte líquida (Fração 2). Ao sólido separado, foi adicionado etanol até a dissolução completa dos componentes solúveis. Uma nova filtração foi realizada, separando um sólido (Fração 3) do filtrado (Fração 4). A rota de separação está esquematizada no fluxograma a seguir. a) Qual(is) substância(s) está(ão) presente(s) na Fração 1? b) Qual(is) substância(s) está(ão) presente(s) na Fração 3? c) Ao término dessa rota de separação, não foi possível a separação de todos os componentes do resíduo. Quais componentes continuam misturados e em qual fração? Justifique sua resposta. d) Na fração 4, o solvente etanol permanece juntamente com o(s) componente(s) do resíduo. Qual técnica de separação é adequada para separação e coleta do solvente dessa mistura? Justifique sua resposta. 16. Diferentes operações básicas são usadas em laboratórios de pesquisa. Considere os seguintes procedimentos e marque a opção CORRETA: a) Utilizando extração líquido-líquido é possível obter etanol de uma amostra contendo 10% de etanol e 90% de água. b) Para aproveitar a água do mar, pode-se usar a destilação simples, separando a água do sal. c) Uma mistura homogênea de líquido e sólido pode ser separada através da filtração. d) Numa mistura homogênea de sólidos, a determinação do ponto de fusão não poderia ser usada como indicativo de quantos sólidos diferentes estão presentes na amostra. e) Uma mistura homogênea de líquidos pode ser separada pelo processo de filtração. 17. Aprendemos que “substância é um tipo particular de matéria”. Marque a única alternativa que define plenamente uma substância. a) Apresenta ponto de fusão constante. b) Tem densidade, cor e odor bem definidos. c) Não permite identificar seus componentes pela observação. d) Apresenta unidades estruturais quimicamente iguais entre si. e) Nenhuma das anteriores. 18. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol combustível do mundo, tendo fabricado bilhões de litros em 2010. Em uma etapa de seu processo de produção, o etanol forma uma mistura líquida homogênea com a água e outras substâncias. Até uma determinada concentração, o etanol é mais volátil que os outros componentes dessa mistura. Industry Statistics: World Fuel Ethanol Production. Disponível em: ethanolrfa.org. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado). Nesta faixa de concentração, a técnica física mais indicada para separar o etanol da mistura é a a) filtração. b) destilação. c) sublimação. d) decantação. e) centrifugação.19. As etapas envolvidas nas estações de tratamento da água das grandes metrópoles são a) filtração e cloração, somente. b) decantação e filtração, somente. c) floculação e decantação, somente. d) sublimação, decantação e filtração. e) floculação, decantação, filtração e cloração. 01. (UNICAMP) A forma cristalina de um fármaco é fundamental para seu uso como medicamento. Assim, a indústria farmacêutica, após a síntese de determinado fármaco, deve verificar se ele se apresenta como uma única forma cristalina ou se é uma mistura polimórfica. Uma das formas de purificar um fármaco nessas condições é utilizar um processo de recristalização: dissolução do material sintetizado, seguida da cristalização da substância desejada. Observe na tabela abaixo os dados de solubilidade em água de uma dada forma de insulina. Temperatura (oC) Solubilidade (mg·mL-1) 15 0,30 25 0,63 35 0,92 A partir dessas informações, caso se queira purificar uma amostra dessa insulina, seria recomendado dissolver essa amostra em quantidade suficiente de água a) a 35 oC e resfriar lentamente a solução até 15 oC, promover uma filtração a 15 oC e recuperar o sólido; toda a insulina seria recuperada. b) a 15 oC e aquecer lentamente a solução até 35 oC, promover uma filtração a 35 oC e recuperar o sólido; uma parte da insulina permaneceria em solução. c) a 35 oC e resfriar lentamente a solução até 15 oC, promover uma filtração a 15 oC e recuperar o sólido; uma parte da insulina permaneceria em solução. d) a 15 oC e aquecer lentamente a solução até 35 oC, promover uma filtração a 35 oC e recuperar o sólido; toda a insulina seria recuperada. 02. O café é uma das bebidas mais consumidas mundialmente. Para fazer um café de forma convencional, adiciona-se água fervente sobre uma certa quantidade de café em pó e recolhe-se o líquido contendo a fração solúvel do café. Com base nos processos da cadeia produtiva do café, analise as afirmações a seguir. I. O processo de separação das frações solúvel e insolúvel é denominado de liquefação. II. Após a colheita dos frutos do café, o processo utilizado para a sua separação de folhas e galhos é realizado por aeração ou ventilação. III. A presença de compostos orgânicos aromáticos como benzeno é responsável pelo aroma característico dos frutos do café após a torrefação e moagem. IV. O líquido resultante da passagem da água fervente sobre o pó do café, seguido da adição de açúcar e solubilização do mesmo, gera uma solução. V. Um dos principais constituintes químicos do café e que compõe seu princípio ativo é um alcaloide. VI. Considerando-se que cerca de 1,0% (m/m) em média do fruto moído do café é constituído de cafeína e considerando-se que para fazer o café líquido utilizou- se 10,0 g de pó de café, que se passou pelo pó 1,0 L de água fervente e que toda a água e a cafeína passaram completamente para a fração solúvel que foi recolhida em um bule, a concentração de cafeína na fração solúvel resultante será de 0,1 (m/V). Estão corretas a) I, II e III. b) I, III e V. c) II, IV e VI. d) II, IV e V. e) III, V e VI. 03. (UNESP) Parte das areias das praias do litoral sul do Espírito Santo é conhecida pelos depósitos minerais contendo radioisótopos na estrutura cristalina. A inspeção visual, por meio de lupa, de amostras dessas areias revela serem constituídas basicamente de misturas de duas frações: uma, em maior quantidade, com grãos irregulares variando de amarelo escuro a translúcido, que podem ser atribuídos à ocorrência de quartzo, silicatos agregados e monazitas; e outra, com grãos bem mais escuros, facilmente atraídos por um ímã, contendo óxidos de ferro magnéticos associados a minerais não magnéticos. As fórmulas químicas das monazitas presentes nessas areias foram estimadas a partir dos teores elementares de terras raras e tório e são compatíveis com a fórmula Cek,+3+ $+ Lak,#+ $+ Ndk,#k $+ Thk,k? ++ (PO+ $−). (Flávia dos Santos Coelho et al. “Óxidos de ferro e monazita de areias de praias do Espírito Santo”. Química Nova, vol. 28, no 2, março/abril de 2005. Adaptado.) a) Qual o nome do processo de separação de misturas utilizado para separar as partes escuras das claras da areia monazítica? Com base na fórmula química apresentada, demonstre que a monazita é eletricamente neutra. b) O principal responsável pela radioatividade da areia monazítica é o tório-232 um emissor de partículas alfa. Escreva a equação que representa essa emissão e calcule o número de nêutrons do nuclídeo formado. 04. Uma das etapas do tratamento de água para consumo da população é a adição de floculantes que atraem a sujeira, formando partículas insolúveis de densidade maior que a da água, que se depositam no fundo de um recipiente. Um desses floculantes é um cloreto de ferro (FeCl𝑥) que contém 65,5% de cloro em sua composição. a) Qual o nome do processo físico de separação descrito no texto? Explique por que o ferro adicionado a essa etapa de separação não é prejudicial à água distribuída para a população. b) Determine o número de oxidação do ferro no cloreto de ferro utilizado como floculante. EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO SEÇÃO VESTIBULARES 05. (FUVEST) Um corante, cuja fórmula estrutural está representada na figura, foi utilizado em um experimento. Sabe-se que sua solução aquosa é azul e que, com a adição de um ácido à solução, ela se torna vermelha. O experimento foi realizado em três etapas: Etapa 1: Colocou-se uma solução aquosa do corante em um funil de separação. Em seguida, um volume igual de diclorometano foi também adicionado a esse funil, agitando-se o conteúdo em seguida. Após algum tempo, observou-se separação em duas fases. Etapa 2: Recolheu-se a fase superior (solução azul) obtida na etapa 1 em um béquer e adicionou-se a ela uma solução aquosa de ácido sulfúrico, até a solução se tornar vermelha. A seguir, colocou-se essa solução em um funil de separação limpo, ao qual também foi adicionado igual volume de diclorometano. Agitou-se o conteúdo e, após algum tempo, observou-se separação de fases. Etapa 3: A solução vermelha obtida (fase inferior) foi recolhida em um béquer limpo, ao qual foi adicionada, em seguida, uma solução aquosa de hidróxido de sódio, observando-se nova mudança de cor. O conteúdo do béquer foi transferido para um funil de separação limpo, agitou-se o conteúdo e, após algum tempo, observou-se separação de fases. O esquema a seguir mostra os resultados obtidos nas três etapas do experimento. Com base nesses resultados, pergunta-se: a) Se a um funil de separação forem adicionados água e diclorometano, qual é a fase da água (superior ou inferior)? b) Escreva a equação química que representa a transformação que ocorreu com o corante na etapa 2. O produto orgânico dessa etapa é mais solúvel em água ou em diclorometano? Explique com base nos resultados experimentais. c) Qual é a cor de cada uma das fases na etapa 3? Explique com base nos resultados experimentais. Note e anote: Densidade (g/mL): Água = 1,00; diclorometano = 1,33. 06. (FUVEST) Em um experimento, determinadas massas de ácido maleico e acetona foram misturadas a 0 oC, preparando-se duas misturas idênticas. Uma delas (X) foi resfriada a – 78 oC, enquanto a outra (M) foi mantida a 0 oC. A seguir, ambas as misturas (M e X) foram filtradas, resultando nas misturas N e Y. Finalmente, um dos componentes de cada mistura foi totalmente retirado por destilação. Os recipientes (marcados pelas letras O e Z) representam o que restou de cada mistura após a destilação. Nas figuras, as moléculas de cada componente estão representadas por retângulos ou triângulos. Tanto no recipiente M como no recipiente X, estão representadas soluções _____I_____ de _____II_____, cuja solubilidade _____III_____ com adiminuição da temperatura. A uma determinada temperatura, as concentrações em M e N e em X e Y são ___IV___. Em diferentes instantes, as moléculas representadas por um retângulo pertencem a um composto que pode estar _____V_____ ou no estado _____VI_____. As lacunas que correspondem aos números de I a VI devem ser corretamente preenchidas por: Note e adote: Composto Temp. de fusão (oC) Temp. de ebulição (oC) Ácido maleico 138 202 Acetona - 95 56 Considere que não houve perda do solvente durante a filtração. a) I - saturadas; II - acetona; III - aumenta; IV - diferentes; V - sólido; VI - líquido. b) I - homogêneas; II - ácido maleico; III - diminui; IV - iguais; V - dissolvido; VI - líquido. c) I - saturadas; II - ácido maleico; III - diminui; IV - iguais; V - dissolvido; VI - sólido. d) I - heterogêneas; II - acetona; III - aumenta; IV - diferentes; V - sólido; VI - sólido. e) I - saturadas; II - ácido maleico; III - diminui; IV - iguais; V - sólido; VI - líquido. 07. O processo de separação de uma substância é uma etapa de rotina no isolamento e purificação do produto de uma síntese. A extração ácido-base, por exemplo, é uma metodologia bem estabelecida para separação de tolueno e ácido benzoico em éter etílico. Nesse processo, a adição de uma solução aquosa de NaOH transforma seletivamente o ácido benzoico no composto A (esquema mostrado) e, devido à adição de água da solução aquosa, ocorre a formação de duas fases. O composto A solúvel na fase aquosa é separado da fase orgânica, enquanto o tolueno, solúvel na fase orgânica, permanece sem sofrer transformação. A adição de HCl na fase aquosa regenera o ácido benzoico, o qual precipita e pode ser separado. a) Desenhe a estrutura química do composto A. b) Na formação de duas fases mencionada no texto, indique qual é a fase superior e qual é a fase inferior. Justifique. c) Elabore um texto sucinto citando qual ou quais técnicas seriam adequadas para separar o ácido benzoico recuperado após adição de HCl. Justifique o uso da(s) técnica(s) citada(s), baseando-se no fundamento da técnica ou das técnicas. 08. Os quatro sistemas a seguir são utilizados ou percebidos no dia das pessoas. A seguir são feitas afirmações sobre os sistemas: I. água e óleo II. propanona (C3H6O) III. oxigênio (O2) IV. água e etanol 1. Os sistemas I, II, III e IV são, respectivamente, mistura heterogênea, substância composta, substância simples e mistura homogênea. 2. Para separar os componentes do sistema IV, deve-se usar o processo de destilação fracionada. 3. Se misturarmos os componentes do sistema I e IV resultará uma mistura heterogênea trifásica. 4. Para separar os componentes do sistema I, deve-se usar o processo de decantação. 5. Uma mistura do sistema III com nitrogênio, pode ser separada usando-se uma câmara de poeira. As afirmações que estão corretas a respeito dos sistemas são: a) 1, 2, 4 b) 1, 2, 3 c) 2, 3, 5 d) 3, 4, 5 e) 1, 4 09. Tem-se, num béquer, uma mistura de areia – considere apenas SiO# –, água salgada – considere apenas NaCl(𝑎𝑞) – e gasolina – considere apenas C<H)<. a) Redija um texto, descrevendo a melhor maneira de separar cada um dos componentes citados na referida mistura, tendo em vista as seguintes informações: • Métodos físicos utilizados e funcionamento detalhado de todos eles; • Propriedades predominantemente envolvidas em cada processo utilizado e a razão dessa escolha; • Aparelhos ou vidrarias necessárias para a realização de cada método usado e o que ocorre em cada um deles. b) Identifique, por meio de desenhos, as unidades de repetição das substâncias SiO#(𝑠),NaCl(𝑠) e C<H)<. 10. Uma mistura formada por água, CCl+ e sal de cozinha passou por dois processos físicos com o objetivo de separar todos os seus componentes. Considere o fluxograma e as afirmações sobre as características dos referidos processos: I. O processo de separação II é uma filtração. II. A mistura restante é uma solução homogênea. III. O processo de separação I corresponde a uma decantação. IV. As substâncias puras II e III correspondem a dois líquidos à temperatura ambiente. São corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV. e) I, II, III e IV. Constantes Físicas Ác. benzoico Tolueno Éter etílico Água Densidades (g mL-1) 1,32 0,87 0,71 1,00 Temp. de fusão (oC), 1 atm 122 - 93 -116 0 Temp. de ebulição (oC), 1 atm 249 110 35 100 11. Um sistema heterogêneo H é constituído por uma solução verde claro e um sólido marrom. Esse sistema foi submetido ao seguinte esquema de separação: Ao destilar-se o líquido Q sob pressão constante de 1 atmosfera, verifica-se que sua temperatura de ebulição variou entre 115 oC e 130 oC. Considerando o esquema acima, assinale a afirmação verdadeira. a) A operação 1 é uma destilação simples. b) O sistema heterogêneo G tem, no mínimo, 4 componentes. c) A operação 2 é uma decantação. d) O líquido incolor Q é uma substância pura. 12. Em um laboratório, encontram-se os frascos A, B e C. Sabe-se que eles contêm acetato de etila, uma mistura de acetona com água 50% (v/v) e uma solução aquosa de cloreto de sódio na concentração de 10% (m/v) porém, os rótulos não permitem a identificação do conteúdo de cada frasco. a) Indique uma propriedade física que possa ser utilizada para distinguir os líquidos contidos nos frascos A, B e C. b) Depois de identificar o frasco que contém a mistura de água e acetona, apresente e descreva um processo que resulte na separação dos componentes da mistura. 13. No tratamento de esgotos, o método utilizado para a remoção de poluentes depende das características físicas, químicas e biológicas de seus constituintes. Na Região Metropolitana de São Paulo, as grandes estações de tratamento de esgotos utilizam o método de lodos ativados, em que há uma fase líquida e uma fase sólida. A figura representa as etapas de tratamento da fase líquida dos esgotos. No tanque de aeração, o ar fornecido faz com que os micro-organismos ali presentes multipliquem-se e alimentem-se de material orgânico, formando o lodo e diminuindo, assim, a carga poluidora do esgoto. (http://site.sabesp.com.br. Adaptado.) a) Tendo por base as propriedades físicas dos constituintes de esgotos, como ocorre a separação desses constituintes nas grades e no decantador primário? b) Por que a água proveniente do decantador secundário não pode ser considerada potável? 14. O esquema a seguir representa um método de separação de uma mistura formada por água (𝑇𝑒𝑏 = 100 ℃) e acetona (𝑇𝑒𝑏 = 56 ℃) à pressão de 1 atm. Considerando-se a possibilidade de se retirarem amostras do resíduo e do destilado durante o processo de separação, é correto afirmar que a a) pressão de vapor do resíduo é maior que a do destilado nas amostras recolhidas. b) temperatura de ebulição do destilado é maior que a do resíduo ao final da destilação. c) pressão de vapor das amostras do resíduo torna-se menor no término da destilação. d) temperatura de ebulição das amostras do destilado sofre alteração, à medida que a destilação prossegue. e) temperatura de ebulição do destilado se iguala à do resíduo nas primeiras amostras removidas após o início da destilação. 15. O tratamento de águas provenientes de mananciais para consumo humano envolve diversos processos para deixar a água potável. As etapas são: pré-cloração, pré- alcalinização, coagulação, floculação, decantação, filtração, pós-alcalinização, desinfecção e fluoretação. Na etapa de coagulação é adicionado sulfato de alumínio ou cloreto férrico para desestabilizar eletricamente as partículas de sujeira para, em seguida, na etapa de floculação, permitir que estas partículas tornadas instáveis se agreguem. Qual das alternativasabaixo apresenta a explicação correta para o fenômeno de floculação? a) Formação de mistura homogênea entre o solvente e o coloide. b) Precipitação de um coloide em meio aquoso. c) Processo de dissolução de um coloide em meio aquoso. d) Formação de agregados de partículas não dissolvidas no solvente. e) Processo de estabilização elétrica de um coloide em meio catiônico. 16. A destilação permite a separação de várias frações de hidrocarbonetos constituintes do petróleo. Dessa forma, ao se levar em conta as propriedades dos compostos e das misturas, bem como o processo de separação das frações do petróleo, pode-se afirmar que a) a destilação do petróleo, à pressão atmosférica, permite separar os hidrocarbonetos através de um processo químico. b) as forças intermoleculares predominantes nos hidrocarbonetos saturados do petróleo são do tipo dispersão de London. c) devido à alta concentração de eletrólitos na água do mar, esta solubiliza o petróleo em maior proporção que a água pura. d) as frações de destilado que contêm o butano e o propano são obtidas com destilação à pressão reduzida do petróleo. e) o propano e o 2-metilpropano são gases à temperatura ambiente sendo que o 2-metilpropano tem maior momento de dipolo devido à ramificação da cadeia carbônica. 17. Considere as substâncias abaixo e responda às questões relacionadas a elas. a) Em um laboratório, massas iguais de éter etílico, benzeno e água foram colocadas em um funil de decantação. Após agitação e repouso, mostre, por meio de desenhos, em um funil de decantação, como ficaria essa mistura, identificando cada substância, considerando a miscibilidade de cada uma delas. Dados de densidades (g/mL) água = 1,00; benzeno = 0,87; éter etílico = 0,71. b) Que procedimento permitiria a separação de uma mistura de iguais volumes de éter etílico e cicloexano? Justifique sua resposta. (Dados: ponto de ebulição: éter etílico = 35 oC, cicloexano = 80,74 oC). Em um laboratório, existem três frascos contendo compostos puros, identificados por A, B e C. O quadro abaixo apresenta algumas informações sobre esses compostos. c) Com base nessas informações, indique quais dos compostos representados pelos números de 1 a 6 correspondem aos rótulos A, B e C. Dê uma justificativa, em termos de interação intermolecular, para o ponto de ebulição do composto com o rótulo A ser superior. d) O composto orgânico butanoato de etila confere o aroma de abacaxi a alimentos e pode ser obtido a partir do ácido butanoico (5). Equacione a reação que permite obter esse composto e escreva o nome dessa reação. 18. Recentemente, foi preparado um composto A que é insolúvel em água. No entanto, quando misturado com água saturada de gás carbônico, forma-se uma solução que contém o íon B. Quando a solução resultante é aquecida, o gás carbônico é eliminado, e se formam duas camadas, uma de água e outra de composto A. Essas transformações reversíveis podem ser representadas pela seguinte equação química: O composto A está sendo testado em um novo processo de extração do óleo de soja. No processo atual, utiliza-se hexano para extrair o óleo dos flocos de soja, formando uma solução. Em seguida, o hexano é separado do óleo de soja por destilação. O novo processo, utilizando o composto A em vez de hexano, pode ser representado pelo seguinte esquema: Rótulo Ponto de ebulição /°C Solubilidade em água Informações adicionais A 163,0 solúvel Reage com solução de NaHCO3 B 76,7 imiscível Mais denso que a água C - 47,7 imiscível Reage com água de bromo a) Descreva o que deve ser feito nas etapas X e Y para se obter o resultado mostrado no esquema. b) Explique por que, no processo de extração do óleo de soja, é vantajoso evitar a destilação do solvente hexano. 19. A fenolftaleína apresenta propriedades catárticas e por isso era usada, em mistura com monoidratada, na proporção de 1:4 em peso, na formulação de um certo laxante. Algumas das propriedades dessas substâncias são dadas na tabela. Solubilidade (g/100 mL) Substância Ponto de fusão (℃) água etanol Fenolftaleína 260 − 265 pratic. insolúvel 6,7 a 25 ℃ 𝛼-lactose·H2O 201 − 202 25 a 25 ℃ 95 a 80 ℃ pratic. insolúvel Deseja-se separar e purificar essas duas substâncias, em uma amostra de 100 g da mistura. Com base nas informações da tabela, foi proposto o procedimento representado no fluxograma acima. a) Supondo que não ocorram perdas nas etapas, calcule a massa de lactose que deve cristalizar no procedimento adotado. b) Com relação à separação / purificação da fenolftaleína: • explique se o volume de etanol proposto é suficiente para dissolver toda a fenolftaleína contida na mistura. • usando seus conhecimentos sobre a solubilidade do etanol em água, explique por que a adição de água à solução 20. (ITA 1987) O petróleo, abstraindo componente minoritários, é essencialmente uma mistura de hidrocarbonetos. Em relação a esta matéria prima, discuta os dois pontos seguintes: a) Como e com base em que princípios físico-químicos, o petróleo é desdobrado em frações designadas gasolina, querosene, óleo diesel, etc? b) Como e com base em que princípios físico-químicos, uma refinaria é capaz de produzir quantidades adicionais de frações “mais leves” ou “mais pesadas” do que a proporção originalmente presente no petróleo? No caso em que estejam envolvidas reações químicas, deixe claro a sua natureza e as condições de operação que desloquem os equilíbrios em jogo no sentido desejado. 21. (ITA 1987) Associe cada um dos fenômenos listados de I ate V, com a atividade correspondente entre as listadas de a até f. I. Diluição IV. Ionização II. Floculação V. Precipitação III. Flotação a. Cerca de 0,1 kg de açúcar é misturado com 1 L de água. b. Galena bruta fragmentada, após adição de um pouco de óleo, é colocada em um tanque de água, pelo qual se borbulha ar. c. Cerca de 0,1 kg de carbonato de sódio é misturado com 1 L de água “dura”. d. Numa câmera de baixa pressão, metano é bombardeado com elétrons acelerados. e. Um balde de uma solução de salitre do chile é jogado num lago recém-formado. f. Sulfato de alumínio e carbonato de sódio são misturados com água de rio. I II III IV V a) c b f e a b) e f b d c c) e f c a b d) f b e d c e) a c b d f 22. (ITA 1987) Num balão de vidro temos uma certa quantidade de: limalha de níquel, solução a 10% de cloreto de sódio em água e solução a 10% de naftaleno em hexano. Descreva, detalhadamente, uma sequência de procedimentos que resulte numa separação de cada um destes componentes da mistura, de tal forma que se obtenha num recipiente cloreto de sódio, noutro hexano puro, etc. Para cada etapa do seu procedimento, indique: a) aparelhagem e nome do método ou técnica empregada (por exemplo, filtração com emprego de funil de Büchner, etc); b) drogas auxiliares eventualmente necessárias (por exemplo, solvente, secante, etc.) c) princípios físico-químicos em jogo (por exemplo, diferenças de volatilidade ou de densidade, etc.) -lactoseα SEÇÃO ITA/IME 1980 - 2021 23. (ITA 1988) Acetato de n-butila (PE = 126,5 oC) pode ser preparado aquecendo-se, durante várias horas, uma mistura de álcool n-butílico (PE = 117,7 oC) e ácido acético (PE = 118,1 oC), usando como catalisador ácido sulfúrico. O material apropriado para realizar essa experiência é: a) bécher, bureta, tripé, tela com amianto e bico de Bunsen. b) frasco de Kitassato, funil de Büchner, proveta, balão e condensador. c) balão de fundo redondo, tela com amianto, suporte com garras, mufas e anel, bico de Bunsen. d) frasco de Erlenmeyer, suporte com garras, tela de amianto, funil de Büchner. e) balão, banho de gelo e sal, filtro para separar os cristais formados, bico de Bunsen. 24. (ITA 1988)Considere as aparelhagens de laboratório I, II e III representadas nas figuras, em que se omitiram garras, suportes, fontes de aquecimento, etc.; as flechas indicam circulação de água Associe a cada aparelhagem, respectivamente, ao uo que dela se pode fazer: a. Filtração, com sucção, da suspensão dum sólido num líquido. b. Extração de uma substância dissolvida num líquido por outro líquido imiscível com o primeiro. c. Concentração de uma solução por destilação contínua do solvente e concomitante adição de solução. d. Filtração contínua da suspensão dum sólido num líquido. e. Separação contínua de uma mistura azeotrópica em seus componentes por destilação e adição contínua da mistura. f. Sublimação de uma substância sob pressão reduzida. a) I-a II-b III-e b) I-f II-d III-c c) I-b II-a III-f d) I-f II-d III-e e) I-c II-e III-a 25. (ITA 1989) Dentro do espaço disponível, discuta tudo o que você sabe sobre o Bico de Bunsen. Sua discussão deve abranger os seguintes tópicos: como o bico de Bunsen é construído, como ele é regulado e o que se observa no seu funcionamento. Na discussão da queima, deixe claro como e por que a luminosidade e a temperatura da chama podem ser alteradas. Ilustre sua discussão com esquemas e, na medida do possível, procure interpretar o que se passa nas diferentes regiões em termos de reações químicas e/ou processos físicos. Na sua exposição discuta, também, se um mesmo bico de Bunsen pode ser utilizado tanto na queima de metano como na queima de outro gás, como butano. Sim ou não? Por quê? 26. (ITA 1989) Deseja-se preparar 100 cm3 de uma solução aquosa 0,100 molar de sulfato de sódio, a partir de água destilada e cristais de sal hidratado Na#SO+ · 10H#O puro. Descreva detalhadamente os cálculos e procedimentos experimentais que devem ser empregados no preparo desta solução. Como é pedida uma concentração final com erro (desvio) relativo de 1%, sua resposta deve deixar claros detalhes dos tipos seguintes: b. Com que precisão e em que tipo de balança convém fazer a pesagem? c. O volume de líquido precisa ser medido bom balão volumétrico e/ou pipeta, ou basta um cilindro graduado de 100 cm3? d. Devemos medir o volume do solvente antes do acréscimo do sal, ou o volume final da solução? e. O controle da temperatura é crítico? Sim ou não? Por quê? 27. (ITA 1995) Em cinco frascos de 250 mL providos de rolha e numerados de I a V, são colocados 100 mL de tetracloreto de carbono, 100 mL de água e 2 g da substância indicada a seguir. I. Iodo. II. Cloreto de sódio. III. Benzeno. IV. Açúcar. V. Cloreto de prata. Essas misturas, agora com três componentes, são agitadas. Uma vez estabelecido o equilíbrio, é falso afirmar que: a) em I a maior parte do iodo estará dissolvido na fase orgânica. b) em II praticamente todo cloreto de sódio estará dissolvido na fase aquosa. c) em III praticamente todo o benzeno estará dissolvido no tetracloreto de carbono. d) em IV praticamente todo o açúcar estará dissolvido na fase orgânica. e) em V praticamente todo o cloreto de prata estará na forma de uma terceira fase sólida. 28. (ITA 1996) Um copo contém uma mistura de água, acetona, cloreto de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona e o cloreto de sódio estão numa mesma fase sólida. Descreva como podemos realizar, em um laboratório de química, a separação dos componentes desta mistura. De sua descrição devem constar as etapas que você empregaria para realizar esta separação, justificando o(s) procedimento(s) utilizado(s). 29. (ITA 2003) Descreva o processo que possa ser utilizado na preparação de álcool etílico absoluto, 99,5% (m/m), a partir de álcool etílico comercial, 95,6% (m/m). Sua descrição deve conter: I. A justificativa para o fato da concentração de álcool etílico ser 95,6% (m/m). II. O esquema da aparelhagem utilizada e a função de cada um dos componentes desta aparelhagem. III. Os reagentes utilizados na obtenção do álcool etílico absoluto. IV. As equações químicas balanceadas para as reações químicas envolvidas na preparação do álcool etílico absoluto. V. Sequência de etapas envolvidas no processo de obtenção do álcool etílico absoluto. EXERCÍCIO 1.1 EXERCÍCIO 1.2 EXERCÍCIO 1.3 EXERCÍCIO 2.1 EXERCÍCIO 3.1 EXERCÍCIO 4.1 Gab: B Gab: A Gab: A Gab: D Gab: D Gab: C EXERCÍCIO 4.2 Gab: E EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C D C D C A E * E B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 E E D C * B D B E 08. Destilação fracionada do ar. Primeiramente obtemos nitrogênio, depois argônio e por fim oxigênio. 15. a) Fração 1: fluoreto de cálcio, antraceno e ácido palmítico. b) Fração 3: fluoreto de cálcio. c) Na fração 4 permanecem antraceno e ácido palmítico. d) Separação por destilação fracionada. EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C D * * * C * E * C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B * * C D B * * * * 21 22 23 24 25 26 27 28 29 B * C B * * D * * 03. a) Separação magnética. b) Th3k #$# + α#+ → Ra<< ##< , o nuclídeo possui 140 nêutrons. 04. a) Nome do processo físico de separação descrito no texto: sedimentação com posterior decantação. O ferro adicionado a essa etapa de separação (na forma de floculante) não é prejudicial, pois é sedimentado e não se mistura à água destinada à população. b) 𝑁𝑂𝑋(Fe) = +3 05. a) b) onde identificamos o produto formado na última etapa, que é mais solúvel em diclorometano 02 GABARITO dos EXERCÍCIOS Métodos de separação de misturas RESOLUÇÕES EM VÍDEO DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA AULA 02 GABARITO DOS EXERCÍCIOS FINAIS DA AULA 02 c) Após a separação de fases, na etapa 3 a cor da fase superior será azul (solução aquosa do corante) e a cor da fase inferior será incolor (diclorometano; mais denso). 07. a) b) De acordo com as informações e o esquema fornecido no enunciado, conclui-se que o tolueno, que apresenta a menor densidade em comparação com o ácido benzoico formará a fase superior e a solução aquosa do composto A, oriundo do ácido benzoico, formará a fase inferior. c) Como o ácido benzoico precipitou, ele pode ser separado da fase aquosa por uma filtração à baixa pressão (“filtração a vácuo”), pois se trata de uma mistura sólido-líquido. 09. a) A areia, a água salgada e a gasolina formam uma mistura heterogênea. Primeiro método: decantação (devido à ação da gravidade) seguida de sifonação (utilização de uma mangueira), pois a gasolina (apolar) é imiscível em água (polar) e menos densa do que a água salgada. Após este processo restará a água salgada e a areia. Propriedades: diferença de densidade e imiscibilidade. Segundo método: filtração utilizando erlenmeyer, funil comum e papel de filtro para reter a areia e deixar passar a água salgada. Propriedades: imiscibilidade. Terceiro método: destilação simples utilizando um aquecedor, um balão de destilação, um condensador, um recipiente de recolhimento e um termômetro. Propriedades: temperaturas de ebulição e de condensação. b) SiO#(𝑠): NaCl(s): Na+ e Cl- C8H18 (isoctano): 12. a) Uma propriedade física que pode ser utilizada para distinguir os líquidos contidos nos frascos A, B e C: temperatura de ebulição. Outras propriedades: densidade, temperatura de congelamento, etc. b) Um processo que resulte na separação dos componentes da mistura: destilação fracionada seguido de destilação simples. A mistura é aquecida e passa por uma coluna de fracionamento. O componente mais volátil (acetona) condensa e é recolhido em recipiente adequado. O líquido restante (mistura homogênea de água e sal) é aquecido novamente e uma destilação simples provoca a condensaçãoda água. A substância restante é o sal. 13. a) Nas grades são retirados materiais sólidos como papel, plástico, madeira, etc. (peneiração). Porém, o esgoto ainda não sofre tratamento nesta etapa. No decantador primário ocorre a sedimentação das partículas mais densas. b) No decantador secundário o material sólido que restou do decantador primário sedimenta, porém, mesmo após a aeração (processo no qual o ar provoca a multiplicação de micro-organismos que se alimentam do material orgânico) esta água ainda não sofreu desinfecção. 17. a) b) O procedimento adequado seria a destilação fracionada, pois tem-se uma mistura homogênea de dois líquidos com pontos de ebulição distantes c) d) 18. a) b) No processo de destilação do solvente hexano pode ocorrer maior consumo de energia e contaminação do óleo de soja com este hidrocarboneto. Além disso, no processo sugerido o composto A é reaproveitado. 19. a) b) O volume de etanol proposto (350 mL) dissolve até 23,45 g de fenolftaleína, logo é suficiente para dissolver toda a fenolftaleína (20 g) contida na mistura. A adição de água à solução alcoólica provoca a cristalização da fenolftaleína, pois a água faz ligações de hidrogênio (pontes de hidrogênio) muito intensas com o etanol, e consequentemente, provoca diminuição da quantidade de solvente disponível (neste caso o etanol) para interagir com a fenolftaleína. 20. a) O procedimento é a destilação fracionada, baseada na diferença dos pontos de ebulição dos componentes do petróleo. b) Com base no processo de craqueamento, “quebram-se” frações maiores do petróleo em frações menores. Este processo é químico, podendo ser térmico ou catalítico. 22. Primeiramente, usa-se filtração simples para separar o níquel (sólido) da mistura líquida. Adiciona-se o filtrado num funil de decantação para separar a fase aquosa (H#O + NaCl) da fase orgânica (Hexano + Naftaleno). A cada uma das fases, realiza-se uma destilação. À fase aquosa, basta uma destilação simples para separar a água do sal. Com a fase orgânica, efetua-se uma destilação fracionada para separar o hexano do naftaleno. 25. O bico de Bunsen é utilizado para fazer aquecimento de substâncias com o uso de uma chama originária da queima de um gás combustível (butano, propano, ...) que sofrem injeção de oxigênio. A entrada de oxigênio é regulada na parte inferior do bico, por meio de um anel giratório capaz de limitar ou liberar a entrada do gás comburente. Quanto maior o fluxo de oxigênio, mais completa é a combustão e a chama vai mudando de coloração. Chamas resultantes da baixa entrada de oxigênio são alaranjadas, ao passo que chamas resultantes da entrada de mais oxigênio são azuladas devido a combustão completa do combustível. Portanto, as chamas azuis são mais quentes que as chamas amareladas. Outra consequência é que, para aquecimentos brandos, faz-se uso da chama amarelada, enquanto para aquecimento intenso, faz-se uso da chama azul. 𝟐𝟔.𝑚�uj = 3,22 𝑔 a. Sendo o erro relativo de 1%, temos ∆𝑚 = 0,01 · 3,22 = ±0,03. Para uma precisão nesta casa, usamos uma balança analítica. b. É conveniente o uso de um balão volumétrico ou uma pipeta, mais precisa, e usualmente usada para preparo de soluções. c. Primeiramente adiciona-se o sal e, em seguida, acrescenta- se o volume de solvente necessário para completar um litro de solução. d. O controle da temperatura não é crítico, visto que o soluto é não volátil, e a concentração não depende fortemente da temperatura. Ainda assim, variações grandes de temperatura podem afetar a aferição do balão volumétrico, que pode dilatar o ou contrair, causando erro na medição feita. 28. Primeiramente filtra-se a mistura, onde o AgCl fica retido no filtro e a solução de água com cloreto de sódio e acetona passa pelo filtro. Posteriormente, realiza-se uma destilação fracionada (já que há presença de acetona). Primeiramente, a acetona é destilada, depois a água e finalmente o sal fica no balão como resíduo. 29. A destilação de uma mistura de etanol de água pode ser conduzida até que o teor do destilado seja 95,6% de etanol e 4,4% de água. A partir deste ponto, a mistura forma um azeótropo e não pode mais ser separada por destilação. Com o fito de obter álcool absoluto (99,5% em massa de etanol), adiciona-se uma substância capaz de reagir com a água e retirá-la da mistura. Usualmente, a substância é a cal virgem, que reage com água para formar cal hidratada: CaO + H#O → Ca(OH)# Ao álcool comercial, adiciona-se cal, e depois a mistura é destilada para obter o álcool absoluto. Alotropia 1. Definições A alotropia é o fenômeno pelo qual um mesmo elemento é capaz de formar mais de uma substância simples (Fig. 3.1), modificando o arranjo dos átomos em cada uma delas. Contudo, o conceito de alotropia é restrito a substâncias simples, existindo um fenômeno correlato e mais abrangente, o polimorfismo (Fig. 3.2). Alotropia Polimorfismo Fig. 3.1. Oito formas alotrópicas do carbono: (a) diamante, (b) grafite, (c) londsdaleíta, (b) Buckminster fulereno, (e) e (f) outros dois formatos de fulerenos, (g) carbono amorfo e (f) nanotubos de carbono. O grafeno, que forma uma única camada do grafite, não está representado no esquema. Monoclínico Tetragonal Cúbico Fig. 3.2. O óxido de zircônio (IV), ZrO2, ao ser aquecido, se converte em polimorfos com diferentes estruturas cristalinas. Perceba que este é um caso de polimorfismo, mas não de alotropia, visto que o ZrO2 não é uma substância simples. 2. Alotropia do carbono O carbono pode existir em diversas formas alotrópicas, sendo as mais importantes o diamante, o grafite e algumas moléculas discretas que são chamadas usualmente de fulerenos. Outros alótropos foram laboratorialmente desenvolvidos, como os nanotubos e o grafeno, na fronteira da ciência de materiais, e ainda existem os alótropos amorfos do carbono, como o coque e o carvão, mas que não fazem parte do escopo do nosso estudo. Tanto o grafite quanto o diamante sofrem combustão espontânea, de acordo com as equações: C(diamante) + O#(𝑔) → CO#(𝑔) ∆𝑟𝐻𝑜 = −395,4 kJ · mol−) C(grafite) + O#(𝑔) → CO#(𝑔) ∆𝑟𝐻𝑜 = −393,4 kJ · mol−) Contudo, a combustão não ocorre nas condições normais devido a alta barreira de ativação para os processos. Analisando as entalpias, conclui-se que, termodinamicamente, o diamante se transforma espontaneamente em grafite. Assim, o alótropo mais estável é o carbono grafite. Aula 03 1370 oC 2320 oC A) DIAMANTE B) GRAFITE Estrutura e Ligação Dureza Ponto de fusão Brilho característico Condutividade elétrica Condutividade térmica Solubilidade Usos C) FULERENOS A descoberta dos fulerenos ocorreu por volta de 1980 pelo método de aplicação de uma faísca elétrica entre eletrodos de carbono numa atmosfera inerte, formando grandes quantidades de C60 e menores quantidades de C70, C76 e C84. A aplicação de radiação laser em 𝑇 > 10000 𝐾 sob grafite também foi um dos métodos pioneiros na síntese de fulerenos (Kroto, Smalley). Incrivelmente, também foram encontrados traços de fulerenos com mais de 350 átomos de carbono por molécula. O formato dos fulerenos assemelham-se com bolas de futebol, e por isso é chamado usualmente de Bucky Ball ou Buckminster fullerene (estrutura abaixo). No geral, os fulerenos são solúveis em solventes apolares devido a serem estruturas que possuem interações coesivas do tipo forças de London. Estas moléculas consistem em sistemas fundidos de anéisde cinco e seis membros. Por exemplo, o Crk consiste em vinte anéis de seis membros e doze anéis de cinco membros, no qual todos os átomos de carbono são idênticos e hibridizados 𝑠𝑝#, cada um realizando três ligações sigmas com outros átomos de carbono, e os elétrons 𝜋 permanecem deslocalizados no sistema. Apesar de ter um leve caráter aromático, os elétrons 𝜋 possuem certa localização, o que permite que fulerenos sofram reações adição, por exemplo. Fig 3.3. (a) Estrutura do Crk obtida por difração de raios-X (M. F. Meidine et al. (1992) J. Chem. Soc., Chem. Commun., p. 1534). (b) Representação do Crk explicitando as insaturações D) NANOTUBOS DE CARBONO Os nanotubos de carbono foram descobertos em 1991 e consistem em “gaiolas” alongadas de carbonos, formando tubos de dimensões nanométricas, sendo sintetizados de maneira similar aos fulerenos. Diferentemente dos fulerenos, os nanotubos consistem em redes de anéis de 6 membros fundidos. Estes materiais são extremamente flexíveis, atuam como semicondutores e possuem alta resistência à tensão. Fig. 3.4. À esquerda: Micrografia de emissão eletrônica de varredura (SEM) de filamentos de nanotubos de carbono crescento em um suporte de sílica. À direita: Estrutura de um nanotubo de carbono. E) GRAFENO O grafeno é um dos alótropos mais modernos do carbono, sendo uma fronteira na nanotecnologia. O seu estudo e desenvolvimento deu, em 2010, o Prêmio Nobel de Física para Geim e Novoselov pela “fronteira no desenvolvimento de experimentos em folhas de grafeno bidimensionais”. O grafeno é uma folha simples da espessura de um átomo, resultante do corte de uma lâmina de carbono grafite (a título de curiosidade, o processo no qual camadas de um material multicamadas são separadas umas das outras é denominado de esfoliação). O grafeno possui propriedades físicas únicas: é quase que oticamente transparente, um semicondutor com um pequeno gap com resistividade extremamente baixa, sendo sua condutividade superior à do silício, usualmente utilizado. Fig. 3.5. Parte de uma folha de grafeno Alotropia do carbono (ITA 2007) Considere que sejam feitas as seguintes afirmações a respeito das formas cristalinas do carbono: I. As formas polimórficas do carbono são: diamante, grafite e fulerenos. II. O monocristal de grafite é bom condutor de corrente elétrica em uma direção, mas não o é na direção perpendicular à mesma. III. O diamante é uma forma polimórfica metaestável do carbono nas condições normais de temperatura e pressão. IV. No grafite, as ligações químicas entre os átomos de carbono são tetraédricas. Então, das afirmações anteriores, está(ão) CORRETA(S) a) apenas I, II e III. b) apenas I e III. c) apenas II e IV. d) apenas IV. e) todas. EXERCÍCIO 1.1 (USNCO) Três formas alotrópicas do carbono são o diamante, o grafite e o buckminsterfulereno (C60). a) Descreva, no espaço abaixo, a estrutura de cada um dos alótropos. b) Compare o diamante e o grafite com respeito a sua dureza e condutividade elétrica e explique suas diferenças com base nas estruturas em a. c) O grafite é mais estável que o diamante (em 2,9 kJ·mol-1) em temperatura e pressão ambientes. Explique porque os diamantes não se transformam rapidamente em grafite. d) Use o seguinte diagrama de fases para determinar que fase é mais densa, o diamante e o grafite. Explique seu raciocínio e sugira uma maneira de converter o grafite no diamante. 3. Alotropia do Oxigênio O oxigênio existe na forma de dois alótropos: o dioxigênio e o ozônio, sendo o dioxigênio, 𝐎𝟐, o alótropo mais estável. As suas características principais, a nível de prova, são sumarizadas no quadro a seguir. Alótropo Estrutura de Lewis Características Dioxigênio, O# Ozônio, O$ EXEMPLO 1 0 2000 4000 6000 102 104 106 grafite diamante líquido vaporPr es sã o, a tm Temperatura, oC 4. Alotropia do fósforo O fósforo existe em diversas formas alotrópicas, dentre as quais as principais são o fósforo branco, vermelho, preto e violeta, sendo os dois últimos os mais raros. O fósforo preto é a forma alotrópica mais estável do fósforo, mas o fósforo branco é aquele que possui entalpia padrão de formação zero, ∆𝑓𝐻𝑜 = 0. Tanto o fósforo preto quanto o fósforo vermelho podem ser formados, em condições adequadas, a partir do fósforo branco, como mostra o seguinte esquema: P𝑛 Fósforo preto P+ Fósforo branco (P+)𝑛 Fósforo vermelho ∆𝑟𝐻𝑜 = ∆𝑟𝐻𝑜 = (a) (b) (c) (d) Fig. 3.6. Alótropos do fósforo: (a) fósforo preto; (b) fósforo branco; (c) fósforo vermelho e (d) fósforo violeta Alótropo Estruturas de Lewis Características Fósforo branco P+ Fósforo vermelho (P+)𝑛 Fósforo preto P𝑛 Ligação covalente Forças de van der Walls Ligações covalentes Ligações covalentes 5. Alotropia do enxofre Os alótropos do enxofre usualmente ocorrem como moléculas de S8 formando uma estrutura em “coroa”. Estes alótropos são o rômbico e monoclínico, que diferem nas estruturas dos retículos cristalinos das unidades de S8, sendo o enxofre rômbico o alótropo mais estável. Macroscopicamente, o formato dos cristais de diferentes alótropos de enxofre também são diferentes, podendo ser visualmente diferenciados (Fig. 3.7). As principais características dos alótropos do enxofre estão sumarizados na tabela a seguir. Alótropo Estrutura de Lewis Estrutura dos cristais Características Enxofre rômbico ou enxofre 𝛼, S< Enxofre monoclínico ou enxofre 𝛽, S< (a) (b) Fig. 3.6. (a) À esquerda, cristais de enxofre rômbico; à direita, cristais de enxofre monoclínico, que existe na forma de finas agulhas. Ambas as formas contêm a unidade de S8 mostrada no esquema. (b) Cristais de enxofre rômbico se convertem em monoclínico numa temperatura de transição de fase de 96 oC. Alotropia do oxigênio, fósforo e enxofre. Acerca das características dos alótropos do oxigênio e fósforo, marque o item correto. a) o gás ozônio é molécula polar; o fósforo branco é molécula apolar. b) a molécula do gás ozônio é paramagnética; a do fósforo branco é diamagnética. c) a molécula do gás ozônio apresenta geometria tetraédrica; a do fósforo branco, trigonal plana. d) o gás ozônio e o fósforo branco são alótropos que apresentam ligações simples e dupla entre os seus átomos. e) o gás ozônio e o fósforo branco são alótropos de elementos químicos que pertencem ao mesmo grupo na tabela periódica. EXERCÍCIO 2.1 Marque as alternativas corretas (podendo ser mais de uma). a) O enxofre exibe alotropia enantiotrópica. b) O enxofre rômbico é estável à temperatura ambiente. c) Tanto o enxofre rômbico quanto o enxofre monoclínico são solúveis em CS2. d) Tanto o enxofre rômbico quanto o enxofre monoclínico contêm a molécula de S<. EXEMPLO 2 Anotações 01. O carbono é um dos elementos mais característicos da tabela periódica. Mesmo não sendo tão abundante quanto o oxigênio e o nitrogênio, é facilmente encontrado. Atente ao que se diz a seguir sobre o carbono e suas propriedades: I. O carbono ativado usado para a absorção de gases do organismo é obtido pela destilação da madeira. II. O diamante puro é transparente, formado por cristais coloridos e é bom condutor de calor. III. O mais novo alótropo do carbono descoberto é o buckminster fulereno cuja fórmula é C60. IV. O grafite, usado como lubrificante, risca materiais mais duros que ele como o papel, por exemplo. V. O isótopo do carbono utilizado na datação de fósseis possui oito nêutrons. Está correto o que se afirma somente em a) I e III. c) II, IV e V. b) I, III e V. d) II e IV. 01. As imagens abaixo foram capturadas de um vídeo quemostra a transformação de um bloco de estanho branco (metálico) sob a influência da redução da temperatura ambiente. Quando a temperatura cai para menos de 13 oC, o estanho branco torna-se uma versão mais frágil, o estanho cinzento (𝑃𝐹 = 13 ℃). No estanho branco, a ligação é um misto de ligação metálica e covalente, e a estrutura cristalina é tetragonal de corpo centrado. Por sua vez, o estanho cinzento possui estrutura cristalina cúbica e é um semicondutor. Disponível em: http://www.cienciadosmateriais.org/Acesso em: junho 2015. (Adaptado) Esse fenômeno exemplifica a) recristalizações do Sn. b) duas formas alotrópicas do Sn. c) reações entre átomos de metais diferentes. d) propriedades de elementos químicos distintos. e) transformação de uma substância molecular iônica. 02. O carbono apresenta dois alótropos de formas cristalinas distintas: o grafite e o diamante, como pode ser observado nas figuras a seguir: À temperatura ambiente e pressão atmosférica normal, o grafite é a forma estável do carbono. Assim, poderíamos considerar que o diamante, então, naturalmente, transformar-se-ia em grafite; no entanto, isso apenas ocorre à taxa zero ou a uma temperatura de 1500 ℃ sob vácuo, para felicidade dos possuidores desse material. Considerando as características desses alótropos, é CORRETO afirmar que a) o grafite e o diamante apresentam temperaturas de fusão baixas. b) o grafite e o diamante apresentam redes cristalinas covalentes. c) o cristal de grafite apresenta uma rede tridimensional irregular. d) os átomos de carbono, no diamante, estão unidos em hexágonos. e) Nenhuma das anteriores. 03. Acerca das características dos alótropos do oxigênio e fósforo, marque o item correto. a) o gás ozônio é molécula polar; o fósforo branco é molécula apolar. b) a molécula do gás ozônio é paramagnética; a do fósforo branco é diamagnética. c) a molécula do gás ozônio apresenta geometria tetraédrica; a do fósforo branco, trigonal plana. d) o gás ozônio e o fósforo branco são alótropos que apresentam ligações simples e dupla entre os seus átomos. e) o gás ozônio e o fósforo branco são alótropos de elementos químicos que pertencem ao mesmo grupo na tabela periódica. 04. A grafita é uma variedade alotrópica do carbono. Trata-se de um sólido preto, macio e escorregadio, que apresenta brilho característico e boa condutibilidade elétrica. Considerando essas propriedades, a grafita tem potência de aplicabilidade em: EXERCÍCIOS FINAIS Alotropia03 EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO a) Lubrificantes, condutores de eletricidade e cátodos de baterias alcalinas. b) Ferramentas para riscar ou cortar materiais, lubrificantes e condutores de eletricidade. c) Ferramentas para amolar ou polir materiais, brocas odontológicas e condutores de eletricidade. d) Lubrificantes, brocas odontológicas, condutores de eletricidade, captadores de radicais livres e cátodo de baterias alcalinas. e) Ferramentas para riscar ou cortar materiais, nanoestruturas capazes de transportar drogas com efeito radioterápico. 05. Qual das afirmativas a seguir é incorreta acerca do diamante? a) Cada átomo de carbono é tetraedricamente cercado por quatro átomos de carbono, cada um numa distância compatível com uma ligação 𝜎. b) A unidades tetraédricas estão unidas numa rede tridimensional extensa. c) A célula unitária possui uma estrutura cúbica de corpo centrado. d) Existem fortes ligações covalentes em todas as direções do espaço. 06. Mesmo que termodinamicamente favorável, a conversão do diamante em grafite não ocorre sob condições normais já que a) A energia de ativação do processo é muito alta. b) A energia de ativação do processo é muito baixa. c) A variação de entropia é nula. d) A variação de entalpia é nula. 07. A alta reatividade e do fósforo branco deve-se a) às unidades de P+ arranjadas tetraedricamente. b) à formação de triângulos equiláteros na sua estrutura. c) às fracas forças de van der Waals entre as unidades. d) à alta tensão angular inerentes às unidades tetraédricas. 08. O equilíbrio C(𝑑𝑖𝑎𝑚) ⇌ 𝐶(𝑔𝑟𝑎𝑓) com 𝜌(𝑑𝑖𝑎𝑚) = 3,5 g · cm−$ e 𝜌(𝑔𝑟𝑎𝑓) = 2,8 g · cm−$ , está deslocado para a esquerda (formação de C(𝑑𝑖𝑎𝑚)) sob condições de a) baixas temperaturas e altíssimas pressões. b) altas temperaturas e baixas pressões. c) altas temperaturas e altas pressões. d) baixas temperaturas e baixas pressões. 09. A hibridização dos átomos de carbono no grafite e a ordem de ligação de cada ligação carbono-carbono são, respectivamente, a) 𝑠𝑝, 1,5 b) 𝑠𝑝#, 1,5 c) 𝑠𝑝#, 1,33 d) 𝑠𝑝$, 1,5 10. Marque a alternativa incorreta a) O diamante é um dos melhores condutores de calor já conhecidos. b) O grafite age como um condutor na direção paralela às camadas, mas como um semicondutor na direção perpendicular às camadas. c) A ordem de ligação C – C no grafite é 1,5. d) O SiO não existe mas o CO é extremamente estável. 11. Marque a alternativa incorreta dentre as seguintes. a) O fósforo preto é, termodinamicamente, o alótropo mais estável do fósforo. b) O Fe(III) é termodinamicamente mais estável que o Fe(II). c) O grafite é termodinamicamente mais estável que o diamante. d) O fósforo branco é, cineticamente, o alótropo menos estável do fósforo, assim como é o grafite em comparação com o diamante. 12. Qual das seguintes formas alotrópicas do fósforo é mais estável, menos reativa, que possui uma estrutura análoga ao grafite e é um bom condutor de eletricidade? a) Fósforo branco b) Fósforo vermelho c) Fósforo preto d) Fósforo amarelo 13. Marque as alternativas corretas (podendo ser mais de uma). a) O enxofre exibe alotropia enantiotrópica. b) O enxofre rômbico é estável à temperatura ambiente. c) Tanto o enxofre rômbico quanto o enxofre monoclínico são solúveis em CS2. c) Tanto o enxofre rômbico quanto o enxofre monoclínico contêm a molécula de S<. 01. (ITA 1987) Forma-se um óxido sólido que se dispersa no ar, na forma de fumaça, na queima de a) Fósforo branco. d) Enxofre b) Diamante. e) Cloro c) Grafite. 02. (ITA 1989) Dentre as afirmações abaixo, assinale a que NÃO se aplica ao grafite. a) Nota-se forte anisotropia na condutividade elétrica. b) Nas condições ambientes, é mais estável que o diamante. c) É um polímero bidimensional com ligações de Van der Waals entre planos paralelos próximos. d) “Grafite” de lápis é uma mistura de grafite em pó e aglomerantes. e) É uma substância onde existem ligações híbridas tipo 𝑠𝑝$. 03. (ITA 2007) Considere que sejam feitas as seguintes afirmações a respeito das formas cristalinas do carbono: I. As formas polimórficas do carbono são: diamante, grafite e fulerenos. II. O monocristal de grafite é bom condutor de corrente elétrica em uma direção, mas não o é na direção perpendicular à mesma. III. O diamante é uma forma polimórfica metaestável do carbono nas condições normais de temperatura e pressão. IV. No grafite, as ligações químicas entre os átomos de carbono são tetraédricas. Então, das afirmações anteriores, está(ão) CORRETA(S) a) apenas I, II e III. b) apenas I e III. c) apenas II e IV. d) apenas IV. e) todas. 04. (IME 2016) Para o grafite, 𝜌 = 2250 kg∙m-3, Ho = 0 e So = 5,7∙10-3 kJ∙mol-1∙K-1. Para o diamante, 𝜌 = 3500 kg∙m-3, Ho ≠ 0 e So = 2,4∙10-3 kJ∙mol-1∙K-1. Na conversão do grafite em diamante, ∆Go = 2,900 kJ∙mol-1. Com base nestas informações, é correto afirmar que: a) Grafite e diamante são exemplos de carbono puro, mas não são formas alotrópicas de um mesmo elemento. b) Em altas pressões, o diamante é menos estável que o grafite. c) O diamante pode se transformar, de forma espontânea, em grafite. d) A conversão do grafite em diamante é exotérmica. e) Altaspressões favorecem a formação de grafite. EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO SEÇÃO ITA/IME 1980 - 2021 Anotações EXERCÍCIO 1.1 EXERCÍCIO 2.1 Res: vídeo Gab: a, b, c, d EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 B B B A A C A D C C 11 12 13 14 C B C * 14. Todas são corretas (a, b, c e d) EXERCÍCIOS DE NIVELAMENTO 01 02 03 04 B B B C 03 GABARITO dos EXERCÍCIOS Alotropia RESOLUÇÕES EM VÍDEO DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA AULA 03 GABARITO DOS EXERCÍCIOS FINAIS DA AULA 03 Anotações Anotações