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MORFOLOGIA E GÊNESE DO SOLO Natalia de Souza Pelinson Água no solo Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar qual a importância da água para as plantas, sua distribuição no planeta e a porcentagem consumida pela agricultura. � Descrever tensão superficial, ascensão capilar, conteúdo de água no solo e como o conteúdo pode ser determinado. � Analisar a energia da água no solo, como ela se movimenta e qual sua relação com o potencial da água no solo. Introdução A água circula entre os compartimentos ambientais e é distribuída con- forme as condições e propriedades dos solos, considerando as condições para infiltração, retenção e transmissão da massa aquosa nesse impor- tante reservatório. O movimento da água entre a biosfera, a hidrosfera, a atmosfera e, finalmente, a litosfera pode ser estudado considerando inúmeras variáveis. As forças e os potenciais presentes no meio poroso dos corpos naturais de distintos tipos de solos regem as muitas dinâmicas possíveis e viabilizam a concentração e o uso de água pelos organismos que vivem na litosfera, em especial às plantas. Neste capítulo, você vai estudar a importância da água para as plantas e a quantidade desse recurso destinado às áreas agricultáveis. Vai ver, entre outros temas, a distribuição da água na Terra, seus fluxos, movi- mentos e como os potenciais são observados na natureza. Por fim, vai ler sobre o armazenamento de água no meio poroso do solo e as forças que atuam nesses processos. 1 A importância da água: distribuição e usos em produção agrícola A água é um recurso natural valioso, e a água doce, de maneira geral, é escassa (OSMAN, 2003). A água é necessária para animais e plantas para inúmeras funções fisiológicas e, devido à sua importância, precisa de um gerenciamento cauteloso e responsável. A Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997) já abarcava os diversos usos múltiplos para a água e a priorização da água para consumo humano. As sociedades humanas têm explorado e utilizado a água seja pela esca- vação de poços ou pelo armazenamento da água que flui superficialmente (GROTZINGER; JORDAN, 2013), e esse uso requer quantidade e qualidade adequadas. Há evidência direta do movimento da água sob a superfície com a disponibilidade desse recurso para a utilização. Em um contexto de distribuição dos componentes da superfície da Terra, a água ocupa, aproximadamente, 75% da superfície da Terra e pode ser consi- derada o constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva, integrando também cerca de dois terços do corpo humano e podendo atingir até 98% da constituição corpórea de alguns animais aquáticos e/ou vegetais (LIBÂNIO, 2010). Libânio (2010) apresenta ainda que a distribuição de água superficial nos continentes ocorre da seguinte forma: 46% nas Américas, 32% na Ásia, 9% na África, 7% na Europa e 28% na Oceania. A quantidade total de água na Terra, cerca de 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos (km3), é distribuída entre vários reservatórios; apesar de haver fluxo entre os diferentes armazenamentos, há uma variação nas proporções de volume, porém com o total constante (GROTZINGER; JORDAN, 2013). Observe, na Figura 1, uma estimativa das proporções da distribuição de água. Em intervalos de tempo geologicamente curtos (dias, meses ou mesmo anos), não é observado aumento ou perda líquida de água entre as diferentes geosferas terrestres. Água no solo2 Figura 1. Volume de água e sua distribuição na Terra. Fonte: Grotzinger e Jordan (2013, p. 476). Grotzinger e Jordan (2013) explicam que os principais reservatórios para a água que flui em uma bacia hidrográfica são os poros, fraturas no solo e no substrato rochoso, mesmo em solos com baixa porosidade — ou seja, o solo apresenta a importante função de drenar e armazenar água. A quantidade de espaço poroso nas rochas, nos solos ou em sedimentos compõe o parâmetro que chamamos de porosidade, e esse volume total pode ser ocupado por água e/ou ar. A água subterrânea é formada quando a porção de água precipitada se infiltra no solo (precipitação efetiva) até atingir camadas que funcionam como reservatórios, podendo transferir ou não as massas de água, formando aquíferos ou aquitardes, respectivamente (FREEZE; CHERRY, 1979). Segundo Bear (1972), um aquífero é uma formação geológica que contém água e permite que a água se mova através de seu meio poroso em condições de campo (BEAR, 1972). Grotzinger e Jordan (2013) destacam que as águas superficiais formadas a partir de precipitação atmosférica mais recente são conhecidas como águas meteóricas (do grego metéoron, em referência aos fenômenos que ocorrem “no céu”). Os processos básicos desse ciclo natural da água podem ser observados na Figura 2. 3Água no solo Figura 2. Ciclo natural da água na crosta terrestre, atmosfera e hidrosfera (em milhões de quilômetros cúbicos por ano). Fonte: Grotzinger e Jordan (2013, p. 477). A água subsuperficial pode ser dividida verticalmente em zonas, depen- dendo da proporção relativa do espaço poroso ocupado pela água, uma zona de saturação em que todos os poros são preenchidos com água e uma zona de aeração na qual os poros contêm ar, vapor de água e água (BEAR, 1972). A zona geológica entre a superfície da terra e as águas subterrâneas consiste em um material insaturado que delimita a zona insaturada, vadosa, vadose ou ainda zona de aeração (BEAR, 1972; FETTER; BOVING; KREAMER, 2017). Na zona não saturada, a água se infiltra verticalmente ao longo do gradiente do potencial máximo de umidade do solo quando o relevo é suave (APPELO; POSTMA, 2005). A zona de saturação pode se estender a certa distância acima do lençol freático, onde pode ocorrer variação da pressão, dependendo do tipo de solo. A disponibilidade, qualidade e sustentabilidade no uso de água são assuntos de grande importância e devem ser levados em consideração na gestão dos recursos hídricos, no uso e na ocupação da terra. A Política Nacional de Recur- sos Hídricos (BRASIL, 1997) define que a gestão da água deve proporcionar o uso múltiplo das águas, sendo organizada em unidades territoriais (bacias hidrográficas) de forma descentralizada e conta com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades. Água no solo4 Você sabe como é delimitada a unidade territorial para gerenciamento dos recursos hídricos no Brasil? A bacia hidrográfica (Figura 3) é a área definida topograficamente por divisores d’água, drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’água tal que toda a vazão efluente seja descarregada por uma simples saída (delta ou exutório). A cobertura do solo e o relevo da área podem ser fatores que interferem na velocidade da água drenada superficialmente em uma bacia. Figura 3. Bacia hidrográfica e seus componentes formativos. Fonte: Adaptada de stihii/Shutterstock.com. Sobre os usos da água, diversos consumos precisam ser considerados para que haja a compatibilidade na disponibilidade de água. Os usos múltiplos podem ser consuntivos ou não consuntivos, e isso é definido pelo coeficiente de retorno da água ao meio ambiente. A Agência Nacional de Águas (ANA) (BRASIL, 2017) define que um uso consuntivo ocorre quando a água reti- rada é consumida, parcial ou totalmente. O consumo pode ser direto, pela evaporação, evapotranspiração, transpiração, ou indireto, por incorporação a produtos, entre muitos outros. Dos principais usos consuntivos da água no Brasil, os principais irrigação, agropecuária, consumo humano (rural e urbano), indústria, produção de energia (termelétrica) e mineração, como mostra a Figura 4. Outros usos humanos, como geração de energia hidrelétrica e navegação, são exemplos de usos não consuntivos, ou seja, em que não há perda de água no processo. 5Água no solo Os coeficientes de consumo correspondem à diferença entre o volume captado para uso e o volume que retorna aos corpos hídricos. Alguns usos,como o abastecimento humano, apresenta cerca de 80% de água retornado (em sua maioria, na forma de esgoto), enquanto a irrigação apresenta menos de 25% de retorno. Além de uma maior incorporação de água nos produtos agrícolas e da ocorrência da evapotranspiração das plantas, há ainda uma fração perdida por desperdício durante a irrigação, quando não realizado o manejo adequado dos sistemas (BRASIL, 2016). Figura 4. Vazões de usos múltiplos da água: vazões de retirada, consumo e fração de retorno do ano de 2017 no Brasil. Fonte: Brasil (2019a, documento on-line). Água no solo6 O rendimento de muitas culturas pode ser reduzido significativamente devido ao estresse hídrico (OSMAN, 2013; BRASIL, 2017). O excesso de água, aplicada ou natural, deve ser removido por drenagem artificial para o cultivo da maioria das culturas (OSMAN, 2013). Portanto, a irrigação deve ser aplicada bem antes da possibilidade de ocorrer estresse hídrico e nos estágios de crescimento (Figura 5), quando a água é urgentemente necessária (BRASIL, 2016). Osman (2013) observa que, às vezes, a irrigação excessiva também pode afetar adversamente o rendimento das culturas. Figura 5. Necessidade hídrica de vegetais ao longo dos estágios de desenvolvimento. Fonte: Brasil (2019b, documento on-line). Observando a Figura 5, você pode perceber que uma mesma cultura pode apresentar demandas diferentes ao longo do ciclo do vegetal, e essa sazonalidade pode interferir nos processos que ocorrem no solo. Portanto, o manejo da irriga- ção deve ter um monitoramento contínuo durante todo o cronograma agrícola. Weil e Brady (2017) reiteram que a nutrição das plantas também está associada à 7Água no solo disponibilidade de água, os compostos inorgânicos mineralizados estão contidos na solução aquosa e são biodisponibilizados para a nutrição das plantas. Como delimitar o que é água no solo e o que é água subterrânea? Os fluxos subsuperfi- ciais de água no solo são divididos em movimentos na zona não saturada (ou vadosa) e armazenamento e/ou transmissão na zona saturada (águas subterrâneas). Basicamente, as zonas de um solo (Figura 6) são divididas a partir da ocupação da porosidade do meio: os poros da zona vadosa são ocupados com ar e água, englobando a camada de horizonte O (mais fértil) e, geralmente, a zona radicular; por outro lado, a zona saturada apresenta uma região com saturação, ou seja, ocupação completa dos poros por água. Figura 6. A divisão de um perfil de solo em zonas permite que sejam entendidos os comportamentos das complexas dinâmicas que podem ocorrer na subsuperfície terrestre. Fonte: Adaptado de Collischon e Dornelles (2013). Água no solo8 Diante da difícil gestão da água, respeitando os múltiplos usos demandados por uma sociedade, é necessário que desperdícios como os relacionados à irrigação sejam reduzidos. Isso se torna mais viável à medida que o produtor rural conhece as capacidades de retenção e fornecimento de água de seu solo de cultivo, podendo então estabelecer uma gestão mais adequada, essencial para o uso racional de água sem perdas por percolação profunda, por exemplo. 2 Água no solo: tensão superficial, capilaridade e armazenamento No solo, a água é mantida nos poros e nas partículas de várias formas e sob di- ferentes forças (OSMAN, 2013). O solo armazena e fornece água com nutrientes às plantas por meio, basicamente, dos processos de adsorção e capilaridade. A potencialidade de extração (maior ou menor facilidade) para atender às necessidades das plantas varia conforme a disponibilidade hídrica no meio, uma vez que, à medida que o solo seca, a força de retenção é intensificada e há diminuição da disponibilidade hídrica no solo. Sendo assim, nem toda água armazenada no solo está disponível para as plantas. Collischon e Dornelles (2013) explica que, para quantificar a teor de umi- dade do solo, pode ser utilizada a relação entre o volume da amostra e o volume de água contido na amostra, como mostra a Equação 1: (1) onde: � VA: volume de água (cm3). � VT: volume total de solo (cm3). Assim, θ é o conteúdo de água no solo e é um parâmetro adimensional. No caso de solos em ponto de saturação, os meios têm poros ocupados por água, então, o teor de umidade é correspondente à porosidade total do material. 9Água no solo A capacidade da água de interferir em tantos processos do solo é deter- minada, principalmente, pelas propriedades estruturais da molécula de água, apesar da simplicidade do composto com suas moléculas individuais, contendo apenas um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio, relativamente muito menores (WEIL; BRADY, 2017). Os elementos estão ligados covalentemente, e cada átomo de hidrogênio compartilha seu único elétron com o oxigênio. A molécula de água apresenta polaridade, alinhando simetricamente os átomos de oxigênio em um arranjo em 105°, como pode ser observado na Figura 7. Figura 7. Polaridade da molécula de água determinada pela sua configuração: eletronegativa em sua região com os átomos de oxigênio e eletropositiva nas extremidades de hidrogênio. Fonte: VectorWeb/Shutterstock.com. A polaridade das moléculas de água faz com que o lado em que os átomos de hidrogênio estão localizados seja mais eletropositivo e o lado oposto seja mais eletronegativo (WEIL; BRADY, 2013). Há possibilidade de haver polimerização da água, com junção de diversas moléculas devido à polaridade apresentada. A polaridade explica ainda como a água é atraída por íons carregados ou superfícies coloidais: cátions como hidrogênio (H+), sódio (Na+), potássio (K+) e cálcio (Ca2+) podem ser hidratados por sua atração pela extremidade (negativa) de oxigênio das moléculas de água. De forma análoga, as superfícies de argila carregadas negativamente podem atrair a água, por interação com a extremidade (positiva) de hidrogênio da molécula (OSMAN, 2013; WEIL, BRADY, 2017). Água no solo10 As forças de adesão e coesão permitem que determinado solo retenha água e possa controlar sua movimentação e utilização. Weil e Brady (2013) enfatiza que as duas forças básicas de retenção e movimentação da água no solo podem ser definidas pelas pontes de hidrogênio que são estabelecidas: a coesão em que diferentes moléculas de água estabelecem uma atração umas pelas outras (forças moleculares de London-van der Waals de coesão) e a adesão (ou adsorção) das moléculas de água atraídas pelas superfícies sólidas do solo. As forças que atuam nas superfícies de contorno dos líquidos são diretamente responsáveis pelos fenômenos capilares e têm sua origem nas atrações coesivas e adesivas exercidas entre as moléculas (RICHARDS, 1931). Matematicamente, uma densidade superficial uniforme de energia livre é equivalente a uma tensão uniforme na superfície, e, para alguns propósitos, é mais conveniente expressar as propriedades físicas de uma superfície ar–líquido em termos de tensão superficial. A interação entre essas forças (ligações de hidrogênio, adsorção e coesão) pode ser representada como mostrado na Figura 8. Figura 8. Forças de coesão e adesão agindo no meio poroso do solo. Fonte: Adaptada de Weil e Brady (2017). 11Água no solo A tensão superficial pode colaborar para o fenômeno da capilaridade e determinar o movimento e a retenção de água no solo. O termo capilaridade se referia, inicialmente, à ação de líquidos em tubos finos, mas passou a ser utilizado em conexão com uma ampla variedade de fenômenos, incluindo, sob certas condições, o fluxo de líquidos através de meios porosos do solo (RICHARDS, 1931). Segundo Weil e Brady (2017), a tensão superficial evidenciada nas interfaces ar–líquido poderia gerar uma maior atração das moléculas de água umas pelas outras (coesão). A atração relativamente alta das moléculas de água uma pela outra seria a justificativa para a água apresentar uma tensão superficial alta, comparando-a com outros líquidos (RICHARDS, 1931; WEIL; BRADY, 2017). A região do espaço poroso emsolos, independentemente da predominância de areia ou argila, forma um sistema complexo com configuração distinta, que atua quando apenas parte desse espaço é preenchida com um líquido. Se a condição de umedecimento é cumprida, o líquido se espalha sobre a superfície sólida e forma uma configuração contínua e conectada (RICHARDS, 1931). Richard (1931) explica que, por causa da ação da tensão superficial, o líquido tende a se acumular em pequenos corpos no interior dos microporos ou onde as partículas do meio estão próximas umas das outras. O tamanho desses corpos e a espessura que os conectam depende da quantidade de líquido presente no meio. É a partir dessa configuração conectada, delimitada de um lado pelos filmes adsorvidos em contato com o sólido e de outro pela interface curva ar–líquido, que ocorre o fluxo capilar. O líquido que ocupa essa região será chamado de líquido capilar (RICHARDS, 1931). A altura de elevação em um tubo capilar é inversamente proporcional ao raio do tubo (WEIL; BRADY, 2017). A elevação capilar também é inversa- mente proporcional à densidade do líquido e é diretamente proporcional à tensão superficial do líquido e ao grau de sua atração adesiva à superfície do solo (Figura 9). Para que a água capilar atinja a pressão correta de equilíbrio em deter- minada altura, o teor de umidade do meio muda até que a curvatura tenha o valor correto (RICHARDS, 1931). Se a densidade da água for considerada constante e igual à unidade, o potencial se torna numericamente igual à pres- são. E quando a pressão é determinada pela tensão superficial e curvatura da interface ar–líquido, será chamada de potencial capilar. Richards (1931) define que, para dado valor da pressão ou potencial capilar, a quantidade de umidade presente em um meio depende da ocupação dos espaços porosos. Água no solo12 Figura 9. Capilaridade do solo: a pressão aumenta conforme diminui a umidade no solo. (a) A equação da capilaridade representada graficamente da ascensão em relação ao raio interno do tubo. (b) A elevação da água no solo é variável conforme o tamanho e a variação dos poros do solo. (c) A textura do solo tem o comportamento da elevação total da água acima de um lençol freático livre. Fonte: Adaptada de Weil e Brady (2017). A Figura 9 ilustra como a capilaridade é consideravelmente maior quando há microporosidade. Nesse sentido, solos com menores tamanhos de partículas sólidas desempenham maior força de retenção de água, visto que têm maiores áreas superficiais ativas. De forma complementar, existem quatro constantes de umidade no solo: o coeficiente higroscópico, a capacidade máxima de retenção de água, a capa- cidade de campo e o ponto de murcha permanente. Embora sejam chamados de “constantes”, tais parâmetros são altamente variáveis de solo para solo e no mesmo solo sob diferentes manejos. Esses parâmetros definem o conteúdo de água do solo em situações específicas e podem ser afetados por textura do solo, estrutura do arranjo do solo, porosidade do meio, distribuição do tamanho dos poros, coloides orgânicos e inorgânicos, declividade e manejo, incluindo lavoura, drenagem, cobertura superficial e irrigação (LUSK; TOOR, 2017). A quantidade de água retida entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente é a quantidade de água disponível da planta no solo (OSMAN, 2013). A quantidade de água retida no solo quando todos os poros, pequenos e grandes, são preenchidos com água é chamada de capacidade máxima de retenção de água (WEIL; BRADY, 2017; LUSK; TOOR, 2017) — é a quantidade de água a 100% de saturação. 13Água no solo Quando um solo saturado é permitido drenar livremente sob a força da gravidade, e se não houver perda de evaporação, o teor de umidade do solo atingirá um nível de equilíbrio após um tempo (WEIL; BRADY, 2017). A quantidade de água retida no solo após a drenagem livre pela gravidade é denominada capacidade de campo, ou seja, a umidade de campo natural. A capacidade de campo é o limite superior da disponibilidade de água no solo equivalente entre a percolação gravitacional (sem aplicação de pressões) e a capacidade de retenção máxima de água sob tais condições. Caso não ocorra mais entradas de água no solo, o conteúdo de água gradu- almente diminui, podendo haver drenagem (percolação profunda), absorção de plantas e ainda evapotranspiração (LUSK; TOOR, 2017). No momento em que o teor de água fica menor do que a força de retenção no solo e a sucção pelas raízes, haverá dificuldade de a planta extrair água presente no solo; esse teor de umidade é o ponto de murcha permanente. Observe, na Figura 10, como a produtividade pode ser diretamente afetada pela presença de água no meio poroso. Figura 10. Relação entre a tensão da água no solo e a produtividade. A capacidade de campo (CC), a tensão crítica (Tc) e o ponto de murcha (Pm) são observados em duas con- dições: (a) com plantas que não lidam bem com o solo encharcado; (b) com plantas que se desenvolvem bem em solo encharcado. Fonte: Adaptada de Calbo (2005, documento on-line). Água no solo14 Você sabe como mensurar a água presente no solo? Uma forma simples de aferir a umidade de um material qualquer é coletar uma amostra indeformada, com um recipiente de volume conhecido. Você pesa o recipiente antes da coleta, após a coleta (a diferença do valor das pesagens indica a massa da amostra coletada) e depois de seco em estufa. Entretanto, a umidade indica a quantidade de água, e não o comportamento e a capacidade do solo. Por este método gravimétrico de medição de conteúdo de água (Equação 2), a diferença de peso encontrada define a umidade: (2) onde: � Θ: teor de água no solo (adimensional). � Mu: massa do solo úmido (g). � Ms: massa da amostra de solo seca (g). � VT: volume total da amostra (cm3). � ρ: massa específica do líquido. Para melhor conhecer a capacidade de armazenamento de água em um solo, você pode obter uma curva de retenção de água desse material. Tal curva pode ser construída a partir de medidas diretas de campo ou de ensaios laboratoriais. Um dos métodos de laboratório é o das curvas a partir das câmaras de pressão de Richards. No método de Richards (Figura 11a), a amostra de solo indeformada é seca em estufa e depois completamente saturada. Após saturação, são aplicadas diferentes tensões para que o comportamento seja observado: máxima capacidade de retenção, tensão crítica e ponto de murcha. Metodologias em campo podem ser mais ou menos precisas, a depender dos equipamentos utilizados, como psicrômetros (Figura 11c) e sensores de umidade de diversos tipos, como os TDR (time domain reflectometry ou reflectometria no domínio do tempo), que mensuram a constante dielétrica “global” do solo. Equipamentos sim- plificados, como o Irrigas, patenteado pela Embrapa, não geram uma curva de retenção de água, mas auxiliam no manejo de irrigação. O medidor tipo Irrigas (Figura 11b) tem uma cápsula porosa, e o sistema passa a ser composto: um equipamento é inserido na zona de raízes e outro em profundidades maiores, para verificar se há perdas por percolação. 15Água no solo (a) (b) (c) Figura 11. Métodos de mensuração de água no solo com (a) câmaras de Richards; (b) medidores de pressão (tipo Irrigas); e (c) sensores de umidade de campo. Fonte: Adaptada de (a) Andrade Júnior et al. (2007); b) Albuquerque (2010, documento on-line); (c) studiomirage/Shutterstock.com. O teor de água saturada (θs) e o teor de água residual (θr) podem ser medidos experimentalmente (Figura 12). Por exemplo, o teor de água em solo muito seco é facilmente obtido, apesar de a porcentagem de água no ponto de saturação ser o mais facilmente e frequentemente obtido (VAN GENUCHTEN, 1980). Figura 12. Curva de retenção: relação entre a tensão da água no solo e a produtividade Fonte: Van Genuchten (1980, documento on-line). Água no solo16 Na Figura 12, pode ser destacado que as plantas mais tolerantes ou não às altasumidades estão sujeitas às tensões críticas e com risco de atingir o ponto de murcha permanente, sem recuperação mesmo após a reinserção de água no sistema. As curvas de umidade, a capacidade e o ponto de murcha variam conforme a textura, como você pode observar na Figura 13. Figura 13. Curvas de umidade versus sucção: uma perspectiva de comportamentos distintos conforme a textura predominante do solo. Fonte: Adaptada de Collischon e Dornelles (2013). Pela Figura 13, é possível perceber que solos mais argilosos têm maiores capacidades de retenção dos solos mais arenosos. Apesar dessas distintas observações de comportamento, sabemos que um solo pode apresentar uma combinação proporcional entre diferentes granulometrias, e, como já visto, a dinâmica entre as forças no solo não são simples e precisam ser mensuradas em cada solo específico. Essa observação corrobora para entendermos que cada solo é único e deve ser analisado separadamente. A partir das noções de tensões (sucção) no solo, propriedades de ascensão capilar e o conteúdo de água no solo, podem ser conhecidos os comportamentos de diferentes solos quanto à movimentação e ao armazenamento da água nesse importante reservatório. À medida que a energia se transforma, diferentes potenciais podem influenciar na movimentação de massas de água no solo. 17Água no solo 3 A energia da água no solo: movimento e potencial A água natural é um solvente que está em contato com vários materiais do solo e, como resultado, contém naturalmente cátions e ânions dissolvidos, além de algum material inorgânico não iônico (BEAR, 1972; FETTER; BOVING; KREAMER, 2017). Os componentes químicos presentes na água também podem indicar a qualidade da água e informações sobre a geologia local. A água se move continuamente entre a biosfera, a atmosfera, a litosfera e a hidrosfera da Terra; esse ciclo da água é chamado de ciclo hidrológico. O ciclo hidrológico envolve vários componentes de armazenamento de água e fluxos com diferentes velocidades. No entanto, a quantidade de água é considerada inalterada, não havendo perdas significativas nos processos, apenas variação proporcional em seus estados e compartimentos (OSMAN, 2013). O ciclo hidrológico ou ciclo natural da água engloba um conjunto de pro- cessos que envolvem a circulação da água na superfície terrestre e atmosfera. Entre os componentes do ciclo hidrológico, podem ser destacados a precipita- ção; a precipitação efetiva (porção da precipitação que efetivamente infiltra no solo); a interceptação vegetal; a infiltração; a evaporação (quando não há cobertura vegetal, no solo ou em corpos hídricos); a evapotranspiração; a percolação profunda; e os escoamentos superficial e subsuperficial (no interior do maciço e das águas subterrâneas). Observe, na Figura 14, alguns desses principais componentes do ciclo da água. Há elementos não naturais que têm interface com o ciclo natural: a irrigação, a criação de reservatórios, bacias de retenção superficial e ainda práticas de plantio, que contribuem para uma maior infiltração de água no solo, como o terraceamento. Em geral, a precipitação, seja ela sólida (neve), seja líquida (chuva), é considerada como o início do ciclo hidrológico terrestre. A água infiltrada promove a umidificação do solo e, após atingir a capacidade de retenção do solo, continua a percolar profundamente, sendo possível haver recargas de águas subterrâneas, a depender das unidades hidrogeológicas regionais. Água no solo18 O potencial da água no solo é a quantidade de energia livre que a água do solo tem e é a força motriz da água no solo (LUSK; TOOR, 2017). A água se move na direção do gradiente do potencial da água no solo, e a taxa de movimento é proporcional à diferença de potencial (Δy) entre os dois pontos e a condutividade hidráulica do solo. A água se move ao longo da via solo– raiz–caule–folha–ar porque existe um gradiente de potencial hídrico ao longo da interface solo–planta–atmosfera. Figura 14. Os inúmeros processos que podem ser considerados no ciclo da água. Fonte: Adaptada de Brasil (2017). Em um meio poroso é comum que sejam executados ensaios in situ para determinação de uma velocidade média de infiltração de água. Sabe-se que mesmo que haja uma média apresentada, a velocidade da água varia con- forme a porosidade do material (Figura 15a), que pode tornar os caminhos mais curtos ou mais longos e, consequentemente, com maiores ou menores velocidade (FETTER; BOVING; KREAMER, 2017). Há uma observação geral de que os líquidos em um meio poroso não assumem uma única direção, sendo possível enfatizar múltiplos trajetos para o preenchimento dos espaços vazios (Figura 15b). 19Água no solo Figura 15. Velocidade de líquidos em meios porosos. Em diferentes arranjos há uma combinação entre partículas que forma trajetórias múltiplas, que afetam a velocidade (a) e fazem com que o fluxo ocorra por múltiplos caminhos (b). Fonte: Adaptada de Fetter, Boving e Kreamer (2017). A tensão observada naturalmente nos poros do solo também é chamada de sucção ou potenciais. Tal energia se refere ao estado ativo da água, que propicia a retenção e o movimento da água no solo (LEPSCH, 2011). Lepsch (2011) destaca ainda que os potenciais no solo não saturado podem ter vários valores e dinâmicas distintas, entre eles os potenciais matriciais que apresentam valores negativos e são decorrentes das forças de atração pela matriz do solo. Dessa forma, a umidade se move pela zona vadosa (não saturada) devido a um potencial que é a soma do potencial de capilaridade (elevação) e do potencial matricial (FETTER; BOVING; KREAMER, 2017). Nesse caso, o potencial matricial é uma função do teor volumétrico de água e depende de o solo ter passado por umedecimento ou secagem. O conceito de potencial matricial serve para classificar os diferentes estados da água do solo, expressando a energia que pode ser retida em termos quantitativos. Potencial hídrico é a quantidade de trabalho que uma quantidade unitária infinitesimal de água em equilíbrio é capaz de realizar quando se move (OSMAN, 2013). Alternativamente, o potencial da água é o potencial químico ou a energia livre específica da água. O potencial da água no solo se refere à energia potencial contida na água do solo. É uma medida da energia potencial relativa da água no solo em comparação com a da água livre. Teoricamente, esse potencial é obtido deduzindo-se a energia livre da água do solo (OSMAN, 2013). A água livre Água no solo20 tem o maior potencial hídrico e seu valor é 0, logo, toda a água natural de superfície tem um potencial hídrico negativo (OSMAN, 2013). As forças primárias que atuam na água do solo mantidas em um solo rígido sob condições isotérmicas podem ser convenientemente agrupadas da seguinte forma (WEIL; BRADY, 2017; OSMAN, 2013): � forças matriciais resultantes de interações da fase sólida com as fases líquida e gasosa; � forças osmóticas devido a diferenças de composição química da solução do solo; � forças induzidas por campos de força gravitacionais e outros campos de força inerciais (centrífugas). Consequentemente, o potencial total, ψT, pode ser expresso como a soma algébrica dos potenciais componentes correspondentes aos diferentes campos que atuam na água do solo, como mostra a Equação 3 (OSMAN, 2013): (3) onde: � ψm: potencial matricial resultante dos efeitos combinados da capilaridade e forças de adsorção na matriz do solo. � ψs: potencial osmótico resultante dos efeitos osmóticos dos sais dissolvidos. � ψp: potencial de pressão resultante da pressão externa na água. � ψg: potencial gravitacional. O potencial matricial ou mátrico (ψm) é a parte do potencial hídrico que pode ser atribuída à atração da matriz do solo pela água. O potencial matricial costumava ser chamado apenas de potencial capilar (LEPSCH, 2011), uma vez que o potencial matricial ocorre em grande parte devido à ação capilar. No entanto, à medida queo conteúdo de água diminui em um material poroso, a água retida nos poros devido à capilaridade se torna insignificante quando comparada à água retida diretamente nas superfícies das partículas. O termo potencial matricial, portanto, abrange fenômenos além da capilaridade (OS- MAN, 2013). O potencial de pressão (ψp) é a energia potencial devido ao peso da água em um ponto considerado ou à pressão do gás, que é diferente da pressão exis- 21Água no solo tente na posição de referência (WEIL; BRADY, 2017). Às vezes, essa energia potencial de pressão é dividida em dois componentes separados: o potencial de pressão do ar, que ocorre em condições insaturadas quando o solo tem uma fase do ar, e o potencial de pressão hidrostática, que ocorre quando o solo está saturado e existe uma pressão hidrostática (OSMAN, 2013). O potencial osmótico (ψs) varia conforme a cultura vegetal presente na unidade de solo. O potencial gravitacional (ψg) é o potencial associado à gravidade. A altura ou o dado de referência atribuído pode variar de acordo com a ne- cessidade, e geralmente é baseado na utilidade. O nível de referência normal- mente depende da direção do movimento, da infiltração ou da percolação da água. A diferença no potencial de água por unidade de distância do fluxo é o gradiente de potencial de água que determina a taxa de movimento da água no solo (OSMAN, 2013). Sob condições saturadas e não salinas, componentes importantes do poten- cial da água no solo são o potencial de pressão e o potencial gravitacional. A diferença na soma desses dois potenciais, chamada de diferença da linha piezométrica, governa o fluxo de água no solo (OSMAN, 2013). A condutividade hidráulica é um parâmetro que é utilizando para ca- racterizar o movimento de água em um meio poroso. O valor máximo de condutividade é observado quando o solo se encontra saturado (condutividade hidráulica do solo saturado; Ksat). Um solo saturado pode conduzir água pro- porcionalmente à sua porosidade total, enquanto o solo não saturado transporta água utilizando parcialmente esse volume, por meio dos filmes de água que envolvem as partículas (COLLISCHONN; DORNELLES, 2013). Sendo assim, o solo não saturado conduz menos água do que um solo em estado de saturação. Collischon e Dornelles (2013) explica que, se o movimento da água em um meio poroso saturado for considerado, é possível descrevê-lo pela lei de Darcy — na Figura 16, mais adiante, é apresentado um modelo do experimento realizado para determinação dos princípios considerados. A equação de Darcy (Equações 4 e 5) representa a quantidade de água que é transmitida por unidade de tempo em uma área através de um meio poroso, sendo proporcional ao gradiente hidráulico do solo. O gradiente hidráulico representa a variação de carga hidráulica de um ponto para outro em função da unidade de distância que separa tais cotas. Nesse experimento foi considerado um cilindro contendo um material poroso saturado e submetido a uma diferença de potencial (h1 − h2). A vazão é dependente da área do meio poroso transversal ao escoamento e da carac- terística intrínseca do meio, denominada condutividade hidráulica. Água no solo22 (4) (5) onde: � Q: vazão (fluxo) de água (volume/tempo, como, por exemplo, cm3/s). � A: área que está sendo considerada para a análise (cm2). � q: vazão específica, ou seja, o fluxo de água por unidade de área que varia por unidade de tempo (cm/s). � K: condutividade hidráulica (cm/s). � h: carga hidráulica (cm). � x: distância considerada na análise (cm), sendo, no caso do experimento, a camada L. Figura 16. Experimento da lei de Darcy para cálculo da água em meios porosos. Fonte: Adaptada de Collischon e Dornelles (2013). 23Água no solo A lei de Darcy foi desenvolvida para meios porosos saturados, porém, como a situação mais comum é que os solos não estejam saturados, há uma adaptação da condutividade hidráulica em função do conteúdo de água no solo e com a carga hidráulica expressa de forma a combinar o potencial gravitacional com o potencial mátrico (LIBARDI, 2012; COLLISCHON, 2013). A Equação 6 representa a equação de Darcy adaptada, que passou a ser conhecida por equação de Darcy-Buckingham (LIBARDI, 2012): (6) onde: � q: vazão específica (cm/s). � K(θ): condutividade hidráulica em solos não saturados (cm/s), uma carac- terística intrínseca ao material que varia conforme a umidade presente. � ψm: potencial mátrico do solo (cm). � ψz: potencial gravitacional, que considerada uma distância vertical z (cm). Uma forma muito comum de apresentar a variação do conteúdo de água no solo é levando em conta a equação da continuidade para fluxos verticais (Equação 7), que resulta em uma versão simplificada unidimensional dessa interpretação em um solo (Equação 8), a equação de Richards (RICHARDS, 1931; COLLISCHONN; DORNELLES, 2013): (7) (8) onde: � θ: conteúdo de água no solo (adimensional). � (θ): condutividade hidráulica em solos não saturados (cm/s). � ψm: potencial mátrico do solo (cm). � z: direção de análise vertical (cm). Água no solo24 Vale observar que a função do solo atuando como reservatório, filtro de proteção e meio de disponibilização de água envolve dinâmicas complexas de retenção e movimentação de grandes massas de água no meio poros, em condições de saturação ou de não saturação. Há muitas variáveis a serem observadas, e cada tipo de solo, por apresentar características únicas, se comportará de uma forma. Entretanto, há análises e manejos que podem ser adaptados e executados para embasar as ações e tornar acessível e proteger esse recurso natural essencial à vida terrestre. ALBUQUERQUE, P. E. P. Manejo da irrigação. Informe Agropecuário, v. 31, n. 259, p. 18–28, 2010. Disponível em: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/875096. Acesso em: 23 jun. 2020. APPELO, C. A. J.; POSTMA, D. Geochemistry, groundwater and pollution. 2. ed. Leiden: Balkema Publishers, 2005. BEAR, J. Dynamics of fluids in porous media. New York: Elsevier; Prentice-Hall, 1972. BRASIL. Agência Nacional de Águas. Atlas irrigação: uso da água na agricultura irrigada. Brasília, DF: ANA, 2017. Disponível em: http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/ AtlasIrrigacao-UsodaAguanaAgriculturaIrrigada.pdf. Acesso em: 23 jun. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2019: informe anual. Agência Nacional de Águas. Brasília, DF: ANA, 2019a. Disponível em: http://conjuntura.ana.gov.br/. Acesso em: 23 jun. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Águas. Manejo da irrigação: como, quando e quanto irrigar? Fortaleza: INOVAGRI/IFCE, 2016. Disponível em: https://capacitacao.ana.gov. br/conhecerh/handle/ana/275. Acesso em: 23 jun. 2020. BRASIL. Agência Nacional de Águas. Manual de usos consuntivos da água no Brasil. Brasília, DF: ANA, 2019b. Disponível em: http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de- -conteudos/central-de-publicacoes/ana_manual_de_usos_consuntivos_da_agua_ no_brasil.pdf. Acesso em: 23 jun. 2020. CALBO, A. G. Sistema Irrigas para manejo de irrigação: fundamentos, aplicações e desen- volvimentos. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2005. Disponível em: https://ainfo.cnptia. embrapa.br/digital/bitstream/item/102925/1/sistema-irrigas.pdf. Acesso em: 1 jul. 2020. COLLISCHONN, W.; DORNELLES, F. Hidrologia para engenharia e ciências ambientais. Porto Alegre: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2013. FETTER, C. W.; BOVING, T.; KREAMER, D. Contaminant hydrogeology. 3. ed. Illinois: Waveland Press, 2017. 25Água no solo Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. FREEZE,R. A.; CHERRY, J. A. Groundwater. Nova Jersey: Prentice-Hall, 1979. GROTZINGER, J.; JORDAN, T. Para entender a Terra. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. LEPSCH, I. F. 19 lições de pedologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. São Paulo: EDUSP, 2012. LUSK, M. G.; TOOR, G. S. Optimizing the hydrologic properties of urban soils. In: LAL, R.; STEWART, B. A. Urban soils: advances in soil science. 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