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Exigências edafoclimáticas e cultivares de soja
Acadêmica: Iandra Karoline Rodrigues Bahia Período: 8
1) Como a radiação solar interfere no desenvolvimento e na produtividade da soja?
A quantidade de radiação solar interceptada pela planta interfere no desenvolvimento e na produtividade pelo fato da produção da soja ser em função da taxa fotossintética do dossel, que depende da máxima quantidade de radiação solar interceptada (95%), ou seja, quanto mais rápido o fechamento do dossel maior será a interceptação de luz e permitindo que a mesma tenha uma grande expansão da área foliar, influenciando diretamente na produção de fotoassimilados. Maior interceptação de radiação solar no interior do dossel da planta, proporciona maior frutificação tendo-se então maior incremento na produtividade de grãos. Outro fator é a IAF que é condicionado pela temperatura e fotoperíodo e depende da latitude, época de semeadura e características do genótipo, sendo a mesma de 3,5 a 4,0 em R1.
2) O que é fotoperíodo? Em quais processos do desenvolvimento da soja ele interfere? Como a planta de soja se classifica em relação ao fotoperíodo? 
O fotoperíodo é a duração do dia em relação à noite em um tempo de 24 horas, ou seja, o número de horas de luz por dia. Interfere nos processos sendo o fator mais importante para determinar a proporção relativa entre os períodos vegetativos e reprodutivos, além de influenciar diretamente no grau de indução floral. Afeta o crescimento, maturação, altura de plantas, peso de sementes, no de ramificações, no de vagens por planta e produtividade. A planta de soja é classificada como planta de dias curtos, ou seja, só floresce quando exposta a fotoperíodo menor ou igual ao fotoperíodo crítico máximo da cultivar. Cultivares de soja são adaptadas a estreitas faixas de latitude.
3) Como a latitude interfere no fotoperíodo e na recomendação de cultivares de soja? 
A latitude interfere no fotoperíodo crítico da soja, pois conforme muda a latitude muda o fotoperíodo dependendo da estação do ano que se encontra, então quanto maior a latitude maior a variação da duração do dia e da noite, quanto mais próximo da linha do equador menor será a variação. Logo, quando se encontra em altas latitudes e época de solstício de verão, os dias são mais longos, uma vez que a soja é classificada como planta de dias curtos, mesmo as de PJC, tem seu florescimento prolongado por conta do fotoperíodo maior, e por conta desse processo a planta se desenvolve muito bem e alcança alta produtividade. Em baixas latitudes (cerrado brasileiro), na época de solstício de verão, os dias são mais curtos do que em regiões de latitudes maiores (região Sul), o que proporciona o florescimento mais rápido das plantas de soja. Entretanto as plantas de soja de PJL demoram mais para florescer, o que dá tempo para um bom desenvolvimento vegetativo e alto potencial produtivo dessas plantas. Cultivo no cerrado é antieconômico, pois o potencial produtivo não é atingido porque floresce antes de completar seu desenvolvimento vegetativo. Cultivares adaptados às altas latitudes têm “fotoperíodos críticos” maiores que cultivares adaptados às baixas latitudes. 
4) O que são plantas de período juvenil curto? Qual a região mais indicada para seu cultivo no Brasil? Por quê?
Período juvenil curto (PJC): são plantas que a percepção fotoperiódica ocorre a partir do estádio V1 (1ª folha unifoliolada), é a Soja “original”, são variedades desenvolvidas em regiões de latitudes elevadas (China, EUA). Quando fotoperíodo for menor ou igual ao fotoperíodo crítico, o florescimento irá ocorrer entre 15 e 20 dias após a indução (estádios V3 e V4). As regiões mais indicadas são aquelas com latitudes acima de 20° (Sul do País), por que em altas latitudes, na época de solstício de verão, os dias são mais longos. Assim, como são plantas de dias curtos, as plantas de soja, mesmo as de PJC, tem seu florescimento estendido por conta do fotoperíodo maior, alcançando bom desenvolvimento vegetativo e alto potencial produtivo. O Cultivo no cerrado é antieconômico, pois o potencial produtivo não é atingido porque floresce antes de completar seu desenvolvimento vegetativo.
5) O que são plantas de período juvenil longo? Qual a região mais indicada para seu cultivo no Brasil? Por quê? 
Plantas de período juvenil longo (PJL): são as plantas insensíveis ao fotoperíodo, possui indução ao florescimento a partir da 5ª a 7ª folha trifoliolada. A região mais indicada para seu cultivo no Brasil são as com latitudes menores que 20° (cerrado brasileiro), isso deve-se as baixas latitudes, na época de solstício de verão, os dias são mais curtos do que em regiões de latitudes maiores (região Sul), o que proporciona o florescimento mais rápido das plantas de soja. Entretanto as plantas de soja de PJL demoram mais para florescer, o que dá tempo para um bom desenvolvimento vegetativo e alto potencial produtivo dessas plantas.
6) Como a umidade do solo interfere na cultura da soja e qual sua condição ideal?
A umidade do solo é importante para germinação da semente, por isso interfere no crescimento vegetativo, IAF, taxa fotossintética e duração da área foliar, além de criar um ambiente adequado para a fixação de N, que também pode ser reduzida pelo déficit hídrico, interfere também no florescimento e enchimento de grãos. Entretanto a umidade excessiva no final do ciclo pode favorecer a ocorrência de doenças na soja. Sua condição ideal é de 50 e 85% da CC de água no solo. Necessidade de 450 a 800 mm/ciclo, é importante para germinação da semente (absorção de 50% do peso da semente em água).
7) Como as temperaturas do ar e do solo interferem na cultura da soja? Quais são as condições ideais para a cultura?
Afetam no acúmulo de fitomassa e na duração dos vários estádios de crescimento e desenvolvimento da espécie. As condições ideais são germinação e emergência em torno de mais ou menos 30°C (ótima), o crescimento e desenvolvimento em temperaturas entre 20 e 30°C, para a floração temperaturas mais altas, ocorre floração precoce e maturação acelerada e temperaturas baixas mais alta umidade na colheita: haste verde e retenção foliar. Temperaturas abaixo de 24°C retardam o florescimento, 2 a 3 dias para cada 0,5°C, para a fixação biológica a temperatura ótima é 27 ºC, não pode passar de 33 ºC, pois já se torna prejudicial. Altas temperaturas mais elevada umidade na colheita prejudicam a qualidade da semente, assim como no armazenamento. E no conteúdo de óleo e proteína, o que afeta são as temperaturas mais altas, ocorrendo assim maior conteúdo de óleo e menor conteúdo de proteína.
8) Quais são as características do solo consideradas como ideais para a instalação da cultura da soja?
As características do solo consideradas como ideais são a textura, como solos muito arenosos ou muito argilosos devem ser evitados, a estrutura que é facilmente modificada pela erosão, operações de preparo do solo, tratos culturais, manejo da gleba, drenagem e teor de matéria orgânica, a cor que é importante na descrição do tipo de solo, teor de matéria orgânica e fertilidade natural, e que irá indicar a presença de matéria orgânica, que possui cor mais escura, a presença de óxidos de Fe, com cor avermelhada e amarelada, a presença de óxidos de Mn, com cor preta, a presença de carbonatos de Ca e Mn, com cor esbranquiçada. Como também a porosidade, que são fundamentais para o solo, em geral, práticas que melhoram a estrutura também beneficiam a aeração do solo (rotação de culturas, elevação do teor de matéria orgânica, etc), a profundidade, pois solos muito rasos devem ser evitados ou corrigidos, a compactação deve ser evitada pois proporciona menor aeração, menor fluxo de água e maior resistência à penetração de raízes e por fim a topografia que influencia diretamente o processo de erosão e a viabilidade de mecanização.
9) Quais fatores devem ser considerados para a recomendação de cultivares de soja? Por que apenas cerca de 25% das cultivares de soja disponíveis no Brasil são amplamente utilizadas?Quais as consequências disso? Como resolver?
Para a recomendação de cultivares, são considerados fatores muito dependentes da luminosidade, do fotoperíodo, umidade, temperatura, época de semeadura, latitude, altitude, fertilidade do solo e outros fatores. Pelo fato de as mesmas possuírem adaptação a estreitas faixas de latitude e para cada região existe um grupo de cultivares mais adaptadas, sendo então recomendadas para o cultivo. Como consequência nem sempre as cultivares mais semeadas são as mais produtivas em sua região de cultivo. O problema está principalmente em regiões onde o cultivo não é tradicional, assim faz-se necessário assim a realização de ensaios locais para recomendação de cultivares.
10) Quais as principais características das cultivares de soja que devem ser observadas para sua recomendação? 
PERÍODO JUVENIL PARA INDUÇÃO FLORAL: Período juvenil curto: Época de semeadura é bastante limitada e plantio no inverno não é recomendado. Período juvenil longo: Época de semeadura mais ampla, podendo ser cultivadas inclusive no inverno.
RESISTÊNCIA A DOENÇAS: Grande número de cultivares resistentes a doenças lançadas pelos programas de melhoramento; Aumento da área de cultivo → aumento da importância de novas doenças; Principais resistência a doenças → pústula bacteriana, fogo selvagem, cancro da haste, mancha olho-de-rã, oídio, míldio, mancha alvo, vírus da necrose da haste, vírus do mosaico comum, nematóides das galhas e nematóides do cisto, ferrugem asiática.
RESISTÊNCIA A PRAGAS: Método mais desejável e economicamente correto de controle; Relacionada principalmente às lagartas da soja e aos percevejos; IAC 100 → primeira cultivar resistente lançada no Brasil (Nezara spp e Anticarsia gemmatalis);
TOLERÂNCIA A HERBICIDAS: Tracy-M → tolerância a metribuzin; Liberty Link → tolerância ao glufosinato de amônia, Soja RR → tolerância ao glifosato; Liberada no Brasil em 2005; Mais de 90% da soja cultivada no Brasil atualmente.
TIPO DE CRESCIMENTO: Determinado (inflorescência racemosa no final da haste principal); Semideterminado (crescem mais 30% após o florescimento); Indeterminado (crescem por longo tempo após o florescimento);
PORTE: Ereto → ramos laterais em inclinação menor que 30° em relação à haste principal; Semiereto → 30 a 60°; Horizontal → > 60°;
ALTURA DA PLANTA E DA INSERÇÃO DA 1a VAGEM: Interferem na produtividade de grãos e eficiência da colheita mecanizada; Pode variar em função da cultivar, época de semeadura, espaçamento e população de plantas, umidade e fertilidade do solo; Altura da planta → varia de 20 a 150 cm (50 a 60 é ideal); Inserção da 1a vagem → 0 a 30 cm (12 a 15 cm é ideal).
RESISTÊNCIA AO ACAMAMENTO: Relacionada com a altura de plantas e da inserção da 1a vagem; Plantas muito altas e de caules mais finos tendem ao acamamento, aumentando as perdas na colheita; Ajustes no espaçamento e na população de plantas podem ser suficientes para garantir boa produtividade e resistência ao acamamento;
RESISTÊNCIA A DEISCÊNCIA DAS VAGENS: Três semanas no campo sem abertura das vagens, até alcanças umidade de colheita.
PRODUÇÃO DE PROTEÍNA E ÓLEO: Produção de óleo e farelo: 40% de proteína e 20% de óleo; Variações de 30 a 53% de proteína e 13 a 28 % de óleo; Maior teor de óleo em ambientes mais quentes
SOJA PARA ALIMENTAÇÃO HUMANA: Toda soja cultivada para produção de óleo e farelo pode ser destinada para a alimentação humana; Algumas cultivares apresentam melhor qualidade do grão e características visuais → preferências do consumidor.
CICLO DA CULTIVAR: Pode variar de 70 a 200 dias, dependendo do local e da época de semeadura; Cultivares de ciclo precoce → porte baixo e dificuldade de colheita mecanizada; Cultivares de ciclo muito longo → plantas mais altas, podendo ocasionar acamamento que interfere na eficiência da colheita; A maioria das cultivares adaptadas para as condições brasileiras apresenta o ciclo em torno de 90 a 150 dias.
11) O que são grupos de maturação de cultivares de soja? Qual sua importância na recomendação de cultivares? Quais são os grupos de maturação recomendados para as diferentes regiões produtoras de soja do Brasil?
Grupo de maturação de cultivares de soja é a duração do ciclo de desenvolvimento da soja (semeadura até a maturidade fisiológica), sendo determinada pela resposta ao fotoperíodo, práticas de manejo e área geral de adaptação das cultivares de soja. São 13 grupos de maturação da soja, Grupos: 000 (Cultivares mais precoces), 00, 0, I, II. III. IV, V, VI, VII, VIII, IX e X (Cultivares mais tardias). A maioria das cultivares pertencentes a cada grupo geralmente é adaptada a uma faixa de latitude de 160 a 240 km na direção norte-sul. Os grupos são importantes por que devido à sensibilidade da soja ao fotoperíodo, a adaptabilidade de cada cultivar varia à medida em que se desloca o seu cultivo em direção ao sul ou ao norte, ou seja, quando se varia a latitude, sendo assim, cada cultivar tem uma faixa limitada de adaptação em função do seu grupo de maturidade.
Grupos de maturação no Brasil:
RS, SC e PR → V, VI e VII;
SP → VI, VII e VIII;
MS e MG → VI, VII, VIII e IX;
GO e DF → VII, VIII e IX;
MT, RO, TO, BA e MA → VIII e IX;
PA e RR → IX e X;
12) Como é feita a recomendação de cultivares de soja com base nas “Macrorregiões sojícolas” e em “regiões edafoclimáticas” no Brasil? Cite exemplos de cultivares de soja que poderiam ser recomendadas para o Norte de Minas Gerais e suas épocas de plantio.
Considerando a diversidade de ecossistemas e tipos de solo e de clima do país foram estabelecidas cinco regiões macrorregiões sojícolas (MRS) e 20 regiões edafoclimáticas, com ensaios de VCU e indicação de cultivares e respectivas épocas de semeadura. Exemplo de cultivares de soja para o Norte de Minas são:
Rec 304, com época de plantio que vai de setembro/outubro, novembro e dezembro.
Rec 303, plantio de setembro/outubro, novembro e dezembro.

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