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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 332 
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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Animal 
 
PLANTAS FORRAGEIRAS E PASTAGENS 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A forragem representa a mais barata fonte de nutrientes para grande parte 
dos animais de produção, e o Brasil possui aproximadamente 180 milhões de hectares 
de pastagens. No entanto, a produção e a utilização do pasto nem sempre se dão de 
maneira racional, em função do desconhecimento da fisiologia das plantas forrageiras, 
No que diz respeito especificamente ao crescimento e a composição nutricional, além 
de fatores associados ao próprio manejo das passagens. 
A passagem constitui a unidade de manejo de pastejo, fechada e separada 
de outras áreas por cerca ou barreira. A passagem é formada por plantas forrageiras, 
que são aquelas que apresentam potencial de utilização na alimentação animal. O 
termo forragem podem ser definido como as partes aéreas de uma população de plan-
tas herbáceas, as quais serão utilizadas na alimentação dos animais. A forragem en-
contra-se disponível aos animais para o pastejo ou podem ser cortadas e fornecidas 
em cochos ou comedouros quanto do uso de capineira Ao serem expostas ao forte, 
podem ser fornecidas diretamente na forma de forragem fresca ou podem ser subme-
tidas a métodos de conservação para posterior utilização na forma de feno ou silagem. 
Quanto ao crescimento, as plantas forrageiras podem ser classificadas em cespitosas, 
que possuem hábito de crescimento ereto (formando touceiras), ou estoloníferas, com 
hábito de crescimento rasteiro ou prostrado no estabelecimento da passagem, a es-
pécie escolhida deve estar adaptada ao pastoreio. Ainda, a escolha da espécie deve 
estar pautada não somente na capacidade produtiva, mas também na distribuição da 
produção ao longo do ano, no valor nutricional, na persistência da passagem e na 
tolerância a pragas e doenças. 
O desempenho animal está diretamente associado a qualidade da forragem o 
valor nutritivo da forragem relaciona-se com a concentração de energia disponível e 
sua eficiência de utilização, determinada pela concentração e digestibilidade dos nu-
trientes a qualidade da forragem produzida também é determinada pela idade da 
planta, respeitosamente o estágio de crescimento destas no momento da colheita pelo 
animal ou no corte para ser fornecida no cocho. Além do estágio de desenvolvimento 
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da planta, o manejo de cortes ou pastejo e adubação são fatores determinantes do 
valor nutricional da forragem. 
Atenção deve ser dada para o potencial adaptativo da planta forrageira esco-
lhida ao local onde está plantada. A capacidade de adaptação da planta escolhida as 
condições e da sua edafoclimáticas da região será determinante para o sucesso na 
produção de forragem e, consequentemente, para o desempenho animal. 
 
 
2. A ESCOLHA DA ESPÉCIE FORRAGEIRA 
 
A escolha adequada da espécie forrageira constitui um dos principais fatores 
determinantes do sucesso na implantação e manutenção de passagem. 
O potencial de adaptação dos cultivares às diferentes condições 
edafoclimáticas será determinante para o planejamento do sistema de 
produção. 
Dentre as gramíneas de clima tropical que se consolidaram como alternativas 
forrageiras efetivamente utilizadas no Brasil destacam-se as do gênero Brachiaria, 
Pennisetum, Panicum e Cynodon. 
Quanto as leguminosas as espécies que apresentam maior potencial de uso 
são Arachis pintoi, Stylosantes guianensis, Desmodium ovalifolium, Pueraria phaseo-
loides e Calopogonio muconoides. Entre as leguminosas e as arbóreas ou arbustivas 
merecem destaque Leucaena leucocephala, Cajanus cajans e Gliricidia serpium. 
Dentre as capitas forrageiras podem destacar as dos gêneros Oputia e Nopa-
lea, bastante utilizadas na alimentação animal no semiárido brasileiro. 
 
2.1 Gramíneas forrageiras 
 
As gramíneas compõem uma vasta família de angiospermas (plantas com flo-
res fruto), tecnicamente designada Poaceae (ou Gramineae), de distribuição cosmo-
polita. A diversidade de espécies que pertencem a esse grupo é enorme, distribuindo-
se por cerca de 650 gêneros. As gramíneas forrageiras representam uma alternativa 
bastante viável na alimentação animal, em virtude de seu Alto potencial de produção 
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e, relativamente, baixo custo. No entanto, a implantação de alguns conceitos associ-
ados ao manejo será determinante para garantir um produto de alto valor nutricional 
e máximo animal. 
 
2.2 Cana-de-açúcar 
 
A cana-de-açúcar é cultivada a quatro séculos no Brasil, inicialmente no litoral 
do Nordeste. Pelo estímulo para a produção de biocombustíveis, notadamente o ál-
cool etílico, essa cultura disseminou-se por quase todos os estados brasileiros, esta-
belecendo-se nos mais diferentes tipos de solo. É uma planta da família das gramí-
neas, ereta, perene, e forma touceiras. 
Dentre as gramíneas forrageiras, a cana-de-açúcar se 
destaca pela alta produção de matéria seca/hectare e pela ca-
pacidade de manutenção do potencial energético durante o pe-
ríodo seco. Além disso, o seu replantio se faz necessário ape-
nas a quatro ou cinco anos funciona como reserva de nutrien-
tes, notadamente energia para ser utilizada. 
Em momento oportuno a cana-de-açúcar possui baixa os teores de proteína 
bruta e altos teores de carboidratos solúveis, e deve estar associada a outros alimen-
tos na composição da dieta dos animais não sendo recomendável o seu uso como 
alimento Exclusivo em função das suas limitações 
A cana-de-açúcar pode produzir até 120 toneladas de matéria seca por hec-
tare em um único corte considerando toda a planta. As pontas da planta correspondem 
a 20 a 30% desse Total. A colheita pode ser manual ou mecânica, e deve acontecer 
quando a planta estiver madura, indicado pelo seu teor de açúcar, medido em graus 
brix. A colheita coincide com o período da seca, quando maior será o teor de açúcar 
e melhor o valor nutricional da forrageira. A cana não deve ser cortada durante a fase 
de crescimento, ou seja, no período das chuvas. 
Independentemente da forma de colheita, a cana deve ser cortada a gente ao 
solo, e, uma vez submetido ao corte, pode ser armazenada na sombra, por até 3 dias. 
No entanto, após cortada, deve ser imediatamente utilizada, visando 
reduzir os efeitos negativos da fermentação sobre o consumo dos ani-
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O valor nutricional da cana-de-açúcar está diretamente associado ao seu alto 
teor de açúcares (40 a 50%, com base na matéria seca), uma vez que possui baixo 
teor de proteína bruta (aproximadamente 3,5% da matéria seca) e de fósforo (0,06% 
da matéria seca). Possui ainda limitações associadas a fração de carboidratos da pa-
rede celular, altamente lignificada, resultando em baixa digestibilidade da dieta, con-
tribuindo para a redução do consumo potencial pelos animais. Dessa forma, é bas-
tante comum o uso da cana-de-açúcar associada a suplementos, com o objetivo de 
melhorar o valor nutricional da dieta. 
O uso da ureia (fonte de nitrogênio não proteico) em dietasà 
base de cana para os animais ruminantes visa atender às exigências 
nutricionais de nitrogênio para os microrganismos do rúmen, resultando 
em melhor consumo e utilização de nutrientes pelo animal hospedeiro, 
com maximização da síntese de proteína microbiana e do desempenho. 
A cana-de-açúcar pode ser tratada (hidrolisada) com o objetivo de minimizar 
os efeitos da lignina presente na parede celular. O processo de hidrólise permite me-
lhorar a digestibilidade da cana e o aumento na ingestão da dieta em até 25%. A cana 
pode ainda ser utilizada para confecção de silagem de cana, aproveitando o excesso 
de produção da época das águas. Porém, em função da composição da cana, ob-
serva-se uma elevada produção de ácido acético e álcool, prejudicando o consumo 
pelos animais. A adição de ureia (0,5% da matéria natural) juntamente com o rolão de 
milho (10% a 12% da matéria natural) contribui para melhorar o consumo de silagem 
de cana pelos animais. O bagaço de cana-de-açúcar representa o principal resíduo 
da indústria de cana. É um subproduto de baixo valor nutricional, pois possui reduzido 
teor de proteína bruta e alto teor de fibra, resultando em baixa de digestibilidade e 
disponibilidade de nutrientes para os animais. 
 
2.3 Leguminosas forrageiras 
 
As leguminosas podem ser utilizadas em consórcio com forrageiras, como 
banco de proteína, ou cortadas e oferecidas diretamente no cocho dos animais o uso 
das leguminosas na alimentação animal é bastante antigo. Os romanos faziam Apo-
logia do seu uso reconhecendo o valor das leguminosas como melhoradoras da ferti-
lidade do solo e do desempenho dos animais 
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A utilização de leguminosas adaptadas ao clima tropical contribui para mini-
mizar os efeitos da Baixa disponibilidade de nutriente no solo e os baixos teores de 
proteína bruta na dieta dos animais o cultivo de leguminosas permite a economia dos 
gastos com adubação nitrogenada, melhorando a qualidade do pasto, resultando em 
superior desempenho animal. Permite ainda recuperação de áreas de passagens de-
gradadas e maior cobertura e proteção do solo. 
 
2.4 Cactáceas forrageiras 
 
As cactáceas são plantas de metabolismo diferenciado e altamente adaptadas 
às condições limitantes do semiárido. Dentre as cactáceas que se destacam como 
suporte alimentação animal no semiárido brasileiro pode-se citar a palma forrageira. 
As espécies mais cultivadas são Opuntia ficus-indica Mill. e Nopalea cochenillifera 
Salm Dyck. 
O nordeste do Brasil é a região que possui a maior área de cultivo de palma 
forrageira do mundo, embora ela seja uma cultura de origem mexicana. Em épocas 
de estiagem mais severa, a planta de palma tem sido o único recurso vegetal dispo-
nível para alimentação animal. No entanto, a palma caracteriza-se como suporte for-
rageiro de alto valor nutricional e fontes de energia disponível aos rebanhos, indepen-
dentemente da época do ano. 
A palma é fornecida aos animais na maioria das vezes picada no cocho, e, 
em função do alto teor de umidade da planta (aproximadamente 90%), o consumo de 
palma irá suprir grande parte das exigências de água dos animais. 
A palma forrageira é bem adaptada às condições do semiárido, suportando 
grande período de estiagem, e possui bom rendimento em áreas de 400 a 800 milí-
metros anuais de chuva e umidade relativa acima de 40%. É exigente em termos de 
fertilidade do solo, que deve ser bem drenado, pois área sujeitas a encharcamento 
não se prestam ao cultivo de palma. 
Em cultivos mais adensados, a produção pode chegar a 30 toneladas de ma-
téria seca por hectare. É uma forrageira rica em carboidrato solúveis, suprindo grande 
parte da exigência energética dos animais. Com tudo, possui limitações quanto aos 
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teores de proteína bruta (aproximadamente 4%), sendo, portanto, necessária a suple-
mentação nitrogenada quando no fornecimento de grandes quantidades de palma for-
rageira. 
Vários estudos têm sido conduzidos com o objetivo de racio-
nalizar o uso da palma forrageira em sistemas de produção animal no 
semiário do brasileiro. É importante destacar, no entanto, que os cul-
tivos de palma foram dizimados pela praga da cochonilha-do-carmim. 
 
 
3. CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS 
 
A utilização de forragem pelos animais, através do pastejo, é uma das formas 
mais econômicas para alimentação dos rebanhos. No entanto, a quantidade de forra-
gem disponível aos animais não é uniforme, considerando o período de um ano. Na 
época das águas, normalmente, observa-se a produção de maior massa forrageira. 
Porém, em períodos de estiagem, a disponibilidade de forragem fica bastante com-
prometida. 
Na maioria das áreas agrícolas do mundo, fatores climáticos impõem às for-
rageiras períodos de intenso crescimento alternados com períodos de baixa produção. 
Em determinadas épocas do ano, em períodos de crescimento intenso, é possível a 
obtenção do excedente de produção, o qual pode ser conservado para o fornecimento 
em época de escassez. Dentre as diferentes alternativas para a conservação da for-
ragem excedente destacam-se a fenação e a silagem. 
Os processos de ensilagem e fenação permitem o armaze-
namento de volumosos que podem ser fornecidos aos animais em 
épocas de escassez de alimento ou como complemento ao pastejo, 
ou, ainda, no caso de confinamento, como principal alimento dos 
animais. 
Várias espécies forrageiras apresentam potencial para afinação. Para confec-
ção de silagem, podem ser utilizadas a respeito sozinhas ou ainda combinadas. 
É importante compreender que a fenação e a ensilagem não são alternativas 
que concorrem entre si. Pelo contrário, devem ser complementares dentro do plane-
jamento do sistema racional de produção. No entanto, o uso de silagem apresenta-se 
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com maior frequência, uma vez que o processo de ensilagem é relativamente mais 
simples e sofre menos limitações dos fatores climáticos e topográficos quando com-
parados ao processo de fenação. 
 
3.1 Fenação 
 
A fenação é uma técnica de conservação de forragens por meio da desidrata-
ção, que pode ser natural (no campo) ou em secadores artificiais. Permite utilizar o 
excesso de forragem produzida na época das águas para a produção de feno. O feno 
pode representar um importante alimento volumoso para o rebanho. O bom feno é um 
alimento palatável, de alta digestibilidade e rico em nutrientes. O seu valor nutricional 
está na dependência da espécie forrageira escolhida, da idade do corte e do manuseio 
e armazenamento do produto. 
A fenação é uma boa alternativa para a conservação de forragens que apre-
sentam limitações associadas a excessiva unidade e baixa 
teor de carboidratos solúveis no momento do corte. Deve-se 
cortar a planta forrageira quando ela apresentar alto valor nu-
tritivo. Nas gramíneas, a melhor época é antes do início da 
floração, e nas leguminosas, logo após o início da floração o 
corte pode ser feito manualmente ou mecanicamente, nas primeiras horas da manhã, 
visando a maior desidratação ao final do dia. 
A viragem do material cortado contribuirá para maior perda de umidade, e 
deve ser realizada tantas vezes quanto possível. O material deve ser enleiradocaso 
ainda seja necessário a secagem no dia anterior, com o objetivo de minimizar os efei-
tos do orvalho. A umidade final deverá estar entre 10 e 20% para que se considere o 
material no “ponto de feno”. O feno que não desidrata o suficiente pode ser um exce-
lente meio para fungos, os quais podem causar problemas aos animais após a injeção. 
O processo de secagem artificial se dá por meio de ventilação forçada ou pelo uso de 
ar quente e, notadamente, requer alto investimento financeiro, o que pode tornar a 
prática inviável do ponto de vista econômico. O material será enfadado e armazenado 
adequadamente para uso posterior. 
O feno pode ser armazenado a campo ou em galpões. No método a campo, 
devem ser feitas metas a fim de diminuir ao máximo a superfície de exposição do 
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material as intempéries. Independentemente da forma de armazenamento, a boa ven-
tilação e a proteção contra a umidade são pontos a serem perseguidos. 
 
3.2 Ensilagem 
 
O princípio de conservação da forragem no processo de ensilagem é a redu-
ção do pH (aumento da acidez) pela fermentação dos açúcares solúveis da planta 
forrageira. Ensilagem corresponde ao processo de cortar a forragem, colocá-la no silo, 
compactá-la e protegê-la com a vedação do silo para que haja a fermentação dos 
açúcares. À forragem verde, suculenta, conservada por meio de um processo de fer-
mentação anaeróbica dá-se o nome silagem. O silo é o local onde se armazena a 
silagem e ser de vários tipos; e os mais comuns são os do tipo trincheira ou de super-
fície. 
As melhores forrageiras para ensilagem são aquelas com elevado teor de açú-
car e solúveis, a exemplo do milho e do sorgo, que são conveniente-
mente as melhores culturas para confecção de silagem. O capim-ele-
fante representa uma exceção para produção de silagem, uma vez que 
os capins, de uma maneira geral, possuem baixo teor de açúcares, não 
sendo indicados. 
As leguminosas são resistentes ao aumento de acidez (têm alto poder tam-
pão). Assim, não são apropriadas para serem ensiladas sozinhas. Porém, em silagem 
de milho, sorgo ou capim-elefante pode-se adicionar até 20% de leguminosas para 
melhorar seu valor proteico. A cana-de-açúcar, embora tenha alto teor de carboidrato 
solúveis, geralmente não dá uma boa silagem, pois tende a possibilitar a fermentação 
alcoólica, havendo muita perda de material. No entanto, pode-se adicionar 20% de 
cana picada em silagem de capim-elefante maduro, com menos umidade, para me-
lhorar as condições de fermentação. 
Para confecção da silagem, a forragem é cortada no campo e picada em pe-
daços de 2 a 3 cm para posteriormente ser colocada no silo. A cada camada de forra-
gem colocada no silo, o material necessita ser compactado, com o objetivo de expul-
sar o ar de dentro da massa de forragem. A compactação bem feita será determinante 
para obtenção de uma boa silagem, uma vez que a presença de ar prejudica o pro-
cesso de fermentação. Nesse sentido, a vedação adequada também resultará em boa 
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qualidade do material obtido. Após a última camada de forragem, o material é coberto 
com a lona preta e, sobre esta, uma camada fina de terra para ajudar na compactação 
e expulsão do ar. 
Aproximadamente 40 dias após o fechamento do silo, a silagem es-
tará pronta para o uso. 
Por se tratar de um material fermentado, a silagem não é indicada como ali-
mento para pré-ruminantes. A silagem pode ser conservada por mais de um ano, 
desde que tenha sido confeccionada e que o silo permaneça fechado. Ao abrir o silo, 
uma camada uniforme de no mínimo 15 cm deverá ser retirada diariamente, visando 
a integridade do material que será fornecido aos animais. 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - Qual é a principal vantagem da forragem para os animais de produção no Brasil? 
a) Alto custo de produção 
b) Facilidade de importação 
c) Representa a mais barata fonte de nutrientes 
d) Difícil acesso nas regiões rurais 
 
2 - Quais gêneros de gramíneas se destacam como alternativas forrageiras no Brasil? 
a) Opuntia e Nopalea 
b) Brachiaria e Pennisetum 
c) Arachis e Stylosantes 
d) Leucaena e Cajanus 
 
3 - Qual é a técnica de conservação de forragem que envolve a desidratação? 
a) Ensilagem 
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e acesse o artigo “Conservação de forragem: fenação e silagem”. 
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b) Fermentação 
c) Hidrólise 
d) Fenação 
 
4 - Qual característica das cactáceas forrageiras é particularmente benéfica em regi-
ões semiáridas? 
a) Alta digestibilidade 
b) Baixo teor de água 
c) Alto teor de proteína bruta 
d) Adaptação às condições limitantes 
 
5 - A escolha da espécie forrageira deve levar em conta quais aspectos para garantir 
o sucesso na implantação e manutenção de pastagens? 
a) Apenas o custo da semente 
b) A adaptabilidade ao clima local e valor nutricional 
c) A cor e a textura da planta 
d) A preferência pessoal do produtor 
 
6 - Qual processo de conservação da forragem permite o armazenamento para uso 
durante a escassez de alimentos através da fermentação anaeróbica? 
a) Ensilagem 
b) Fenação 
c) Fermentação alcoólica 
d) Pasteurização 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) ANDRIGUETTO, José Milton et al. As bases e os fundamentos da nutrição ani-
mal. Reimpressão. São Paulo: Nobel, 2006. 
2) PESSOA, Ricardo Alexandre Silva. Nutrição animal: conceitos elementares. 1. ed. 
São Paulo: Editora Érica, 2014. 
3) TEIXEIRA, A. S. Alimentos e alimentação dos animais. Lavras: UFLA/FAEPE, 
1998. 
 
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