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Secretaria Estadual de Saúde 
de Pernambuco - SES-PE 
 
Assistente em Saúde (Comum 
Todos os Cargos e Especialidades) 
 
 
Língua Portuguesa 
Língua e Linguagem. ........................................................................................................................................................... 1 
Norma culta e variedades linguísticas. ............................................................................................................................ 8 
Semântica e interação. Significação das palavras. Denotação e conotação. ........................................................... 15 
Funções da Linguagem. ................................................................................................................................................... 18 
Textualidade (coesão, coerência e contexto discursivo). .......................................................................................... 21 
Morfossintaxe Estudo dos verbos e sua relação com as formas pronominais. ..................................................... 25 
Sintaxe do período e da oração e seus dois ‐ eixos: coordenação e subordinação. .............................................. 31 
Sintaxe de Concordância. ................................................................................................................................................ 42 
Sintaxe de Colocação. ....................................................................................................................................................... 46 
Sintaxe de Regência. ......................................................................................................................................................... 47 
Análise Sintática ............................................................................................................................................................... 52 
Estudo das classes gramaticais (incluindo classificação e flexão): Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, 
Advérbio, Conjunção, Preposição, Interjeição, Conectivos. ...................................................................................... 53 
Formas variantes emprego das palavras. Ortografia e acentuação. ........................................................................ 75 
Estudo de Textos interpretação de textos. .................................................................................................................. 81 
Tópico frasal e sua relação com ideias secundárias. .................................................................................................. 84 
Elementos relacionadores. ............................................................................................................................................. 84 
Pontuação. ......................................................................................................................................................................... 86 
Conteúdo, ideias e tipos de texto. .................................................................................................................................. 88 
O texto literário: tema, foco narrativo, personagens, tempo. ................................................................................... 95 
Coexistência das regras ortográficas atuais com o novo acordo ortográfico. ....................................................... 96 
 
Conhecimentos Gerais do SUS 
Legislação de Saúde: Constituição Federal de 1988 (seção I – disposições gerais: artigo 37 e seção II - da saúde: 
do artigo 196 ao 200 ............................................................................................................................................................ 1 
Lei 8.080/1990 ..................................................................................................................................................................... 3 
Decreto Presidencial nº 7.508/2011 ............................................................................................................................. 12 
Lei 8.142/1990 .................................................................................................................................................................. 16 
Portaria GM nº 399/2006: I Pacto pela vida, II Pacto em defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS) ................. 17 
Portaria GM/MS nº. 1.863/2003 - Política Nacional de Atenção às Urgências ...................................................... 19 
Redes de Atenção à Saúde ............................................................................................................................................... 21 
Humanização do atendimento ........................................................................................................................................ 30 
Bioética e Ética profissional ............................................................................................................................................ 39 
Biossegurança e controle de infecção hospitalar ........................................................................................................ 42 
Riscos ocupacionais e sua prevenção ............................................................................................................................ 61 
Controle social e gestão participativa: conselhos e conferências de saúde ............................................................ 73 
Controle social e gestão participativa: conselhos e conferências estaduais de saúde .......................................... 79 
Plano Estadual de Saúde 2016 a 2019........................................................................................................................... 79 
Plano Diretor de Regionalização da Saúde de Pernambuco ...................................................................................... 80 
Educação Permanente em Saúde.................................................................................................................................... 83 
Trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinaridade ............................................................................... 85 
Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco (Lei estadual nº 6.123/1968). ........................ 86 
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assim como sua aquisição não garante a inscrição do candidato ou mesmo o seu ingresso na carreira 
pública. 
 
O conteúdo dessa apostila almeja abordar os tópicos do edital de forma prática e esquematizada, 
porém, isso não impede que se utilize o manuseio de livros, sites, jornais, revistas, entre outros meios 
que ampliem os conhecimentos do candidato, visando sua melhor preparação. 
 
Atualizações legislativas, que não tenham sido colocadas à disposição até a data da elaboração da 
apostila, poderão ser encontradas gratuitamente no site das apostilas opção, ou nos sites 
governamentais. 
 
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concursos, assim como a distribuição gratuita do material retificado, na versão impressa, tendo em vista 
que nossas apostilas são elaboradas de acordo com o edital inicial. Porém, quando isso ocorrer, inserimos 
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para consultar alterações legislativas e possíveis erratas.Também ficam à disposição do adquirente o telefone (11) 2856-6066, dentro do horário comercial, 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código 
Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 1 
 
 
 
LÍNGUA FALADA E ESCRITA 
 
Não devemos confundir fala com escrita, pois são dois 
meios de comunicação distintos. A escrita representa um 
estágio posterior da fala, pois a língua falada é mais 
espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua 
totalidade. 
Existem usos diferentes da língua devido a diversos 
fatores. Dentre eles, destacam-se: 
 
Fatores regionais 
É possível notar a diferença do português falado por um 
habitante da região nordeste e outro da região sudeste do 
Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no 
uso da língua. No Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há 
diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na 
capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do Estado. 
 
Fatores culturais 
O grau de escolarização e a formação cultural de um 
indivíduo também são fatores que colaboram para os 
diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a 
língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve 
acesso à escola. 
 
Fatores contextuais 
Nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que 
nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, 
não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos 
discursando em uma solenidade de formatura. 
 
Fatores profissionais 
O exercício de algumas atividades requer o domínio de 
certas formas de língua chamadas línguas técnicas. 
Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso 
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, 
químicos, profissionais da área de direito e da informática, 
biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas. 
 
Fatores naturais 
O uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores 
naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua 
da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem 
infantil e linguagem adulta.1 
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua 
escrita precisa seguir algumas regras. A língua falada é a mais 
natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua 
escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a 
língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que 
falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. 
Portanto, requer mais atenção e conhecimento de quem fala. 
Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo 
do tempo, não tem o caráter temporário da língua falada. 
 
 
 
 
 
1 www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman3.php 
Diferenças existentes entre a língua falada e a escrita 
 
Língua Falada 
- Palavra sonora; 
- Requer a presença dos interlocutores; 
- Apresenta vivacidade; 
- É espontânea e imediata; 
- Uso de palavras-curinga, de frases feitas, gírias; 
- É repetitiva e redundante; 
- O contexto extralinguístico é importante; 
- A expressividade permite retirar certas regras; 
- A informação é permeada de subjetividade e influenciada 
pela presença do interlocutor; 
- Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, 
entorno físico e psíquico. 
 
Língua Escrita 
- Palavra gráfica; 
- É mais objetiva; 
- Não precisa de interlocutor; 
- É mais resumida; 
- A redundância é um recurso estilístico; 
- Comunicação unilateral; 
- Apresenta permanência; 
- Mais correção na elaboração das frases; 
- Evita a improvisação; 
- Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais 
de pontuação; 
- É mais precisa e elaborada; 
- Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos; 
- O contexto extralinguístico tem menos influência. 
 
Registros da língua falada 
Há pelo menos dois níveis de língua falada: a culta ou 
padrão e a coloquial ou popular. A linguagem coloquial 
também aparece nas gírias, na linguagem familiar, na 
linguagem vulgar e nos regionalismos e dialetos. 
Essas variações são explicadas por vários fatores: 
- Diversidade de situações em que se encontra o falante: 
uma solenidade ou uma festa entre amigos. 
- Grau de instrução do falante e também do ouvinte. 
- Grupo a que pertence o falante. Este é um fator 
determinante na formação da gíria. 
- Localização geográfica: há muitas diferenças entre o falar 
de um nordestino e o de um gaúcho, por exemplo. Essas 
diferenças constituem os regionalismos e os dialetos. 
 
Atenção: o dialeto é a variedade regional de uma língua. 
Quando as diferenças regionais não são suficientes para 
constituir um dialeto, utiliza-se os termos regionalismos ou 
falares para designá-las. E as pichações têm características da 
linguagem falada. 
 
A língua falada como recurso literário 
A transcrição da língua falada é um recurso cada vez mais 
explorado pela literatura graças à vivacidade que confere ao 
texto. 
Observe, no trecho seguinte, algumas das características 
da língua falada, tais como o uso de gírias e de expressões 
populares e regionais; incorreções gramaticais (erros na 
conjugação verbal e colocação de pronomes) e repetições. Ex.: 
 
“– Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu não falava, 
mas a ti eu digo. Eu não sei que gosto tem esse bicho de mulher. 
Eu vi Aparício se pegando nas danças, andar por aí atrás das 
outras, contar histórias de namoro. E eu nada. Pensei que fosse 
doença, e quem sabe não é? Cantador assim como eu, Bentinho, 
Língua e Linguagem. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 2 
é mesmo que novilho capado. Tenho desgosto. A voz de 
Domício era de quem falava para se confessar: 
– Desgosto eu tenho, pra que negar?...” 
(Pedra Bonita, de José Lins do Rego) 
 
Registros da língua escrita 
Além dos dois grandes níveis - língua culta e língua 
coloquial -, os registros escritos são tão distintos quanto as 
necessidades humanas de comunicação. Destacam-se, entre 
outros, os registros jornalísticos, jurídicos, científicos, 
literários e epistolares (cartas). 
 
Questões 
 
01. (CRQ 18º Região - Advogado - Quadrix/2016) 
 
 
(www.humorcomciencia.com) 
 
A palavra “se”, que aparece no último quadrinho, tem um 
uso, no contexto em que aparece, muito típico da linguagem 
falada. Trata-se da palavra "se" usada como: 
(A) conjunção subordinativa adverbial condicional. 
(B) pronome pessoal oblíquo átono. 
(C) partícula expletiva ou de realce. 
(D) conjunção integrante. 
(E) pronome reflexivo recíproco funcionando como objeto 
direto. 
 
02. (CISMEPAR/PR - Técnico Administrativo - 
FAUEL/2016) “Todos os seres humanos nascem livres e iguais 
em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, 
devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. 
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha 
do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho 
e à proteção contra o desemprego”. 
 
O trecho acima foi extraído da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. A respeito da linguagem empregada nesse 
texto, é correto afirmar quese trata: 
(A) de linguagem informal e escrita, como uma fala entre 
pessoas com bastante familiaridade. 
(B) de linguagem formal e falada, inacessível à 
compreensão dos cidadãos. 
(C) de linguagem formal e escrita, respeitando a norma 
padrão da língua portuguesa. 
(D) de linguagem informal e oral, acessível à compreensão 
de qualquer cidadão. 
 
03. (TJ/AL - Técnico Judiciário - Área Judiciária - 
FGV/2018) Observe a charge abaixo. 
 
 
 
A frase do menino na charge – “naum eh verdade” – mostra 
uma característica da linguagem escrita de internautas que é: 
(A) a sintetização exagerada; 
(B) o desrespeito total pela norma culta; 
(C) a criação de um vocabulário novo; 
(D) a tentativa de copiar a fala; 
(E) a grafia sem acentos ou sinais gráficos. 
 
04. (IF/SP - Professor Língua Portuguesa - 
FUNDEP) “Você fala direito? Aposto que sim. Mas aposto 
também que, no calor de uma conversa animada, você já se 
flagrou engolindo o r" de um verbo no modo infinitivo. A 
letra s, quando indica plural, costuma ser devorada nas 
rodas mais finas de bate-papo – especialmente em São 
Paulo. Já os mineiros (até os doutores!) traçam sem 
piedade o d" que compõe o gerúndio. No país todo, come-
se às toneladas o primeiro a" da preposição para. A 
primeira sílaba de todas as formas do verbo estar, então, 
essa já é uma iguaria difícil de achar." 
Disponível em: < 
http://super.abril.com.br/ciencia/lingua-portuguesa-
lingua-solta-446334.shtml.> Acesso em:11 mar.2014 
 
Sobre o texto, é CORRETO afirmar que 
(A) reconhece a influência das variações dialetais 
inclusive na linguagem dos falantes cultos. 
(B) defende a pronúncia de algumas regiões do Brasil 
que não diferenciam a língua falada da escrita. 
(C) contrasta a língua falada nas diferentes regiões 
contrastando o diversificado vocabulário brasileiro. 
(D) demonstra preconceito linguístico, pois associa a 
supressão de letras à falta de escolarização. 
 
05. (DPE/RO - Analista da Defensoria Pública - FGV) 
Observe a charge abaixo: 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 3 
A charge poderia ser ilustração do seguinte item do 
conteúdo programático desta prova: 
(A) variação linguística; 
(B) marcas de textualidade; 
(C) língua falada e língua escrita; 
(D) redação oficial; 
(E) o esquema da comunicação linguística. 
 
06. (TRT 21ª REGIÃO - Analista Judiciário - 
FCC/2017) Além do ato instintivo, inconsciente, 
automático, puramente reflexo, evitação do sentimento 
doloroso, ocorre a infindável série dos gestos intencionais, 
expressando o pensamento pela mímica, convencionada 
através do tempo. Essa Signe Language, Gebärdensprache, 
Langue per Signes, Language per Gestes, tem merecido 
ensaios de penetração psicológica, indicando a 
importância capital como índices do desenvolvimento 
mental. 
Desta forma o homem liberta e exterioriza o 
pensamento pela imagem gesticulada, com áreas mais 
vastas no plano da compreensão e expansão que o idioma. 
Primeira forma da comunicação humana, mantém sua 
prestigiosa eficiência em todos os recantos do mundo. As 
pesquisas sobre antiguidade e valorização de certos 
gestos, depoimentos insofismáveis de certos 
temperamentos pessoais e coletivos, índices de moléstias 
nervosas, apaixonam estudiosos. 
A correlação dos gestos com os centros cerebrais, 
ativando-lhes a capacidade criadora, e não esses àqueles, 
possui, presentemente, alto número de defensores. 
Esclarecem-se, atualmente, a antiguidade e potência 
intelectual da Mímica como documento vivo, milenar e 
contemporâneo, individual e coletivo. 
Não havendo obrigatoriedade do ensino mas sua 
indispensabilidade no ajustamento da conduta social, 
todos nós aprendemos o gesto desde a infância e não 
abandonamos seu uso pela existência inteira. Os desenhos 
paleolíticos registram os gestos mais antigos, de mão e 
cabeça, e toda literatura clássica, história, viagem, teatro, 
poemas, mostra no gesto sua grandeza de expressão 
insubstituível. 
Não existe, logicamente, a mesma tradução literal para 
cada gesto, universalmente conhecido. Na famosa estória 
popular da Disputa por Acenos, cada antagonista entendia 
o gesto contrário de acordo com seu interesse. Negativa e 
afirmativa, gesto de cabeça na horizontal e vertical, têm 
significação inversa para chineses e ocidentais. Estirar a 
língua é insulto na Europa e América, é saudação 
respeitosa no Tibete. Vênias, baixar a cabeça, curvar os 
ombros, ajoelhar-se, elevar a mão à fronte, são universais. 
A mecânica da adaptação necessária a outras finalidades 
de convívio explica a multiplicação. 
(Adaptado de: CASCUDO, Câmara, “Prefácio”, em 
História dos Nossos Gestos. Edição digital. Rio de Janeiro: 
Global, 2012) 
 
Ao utilizar de diferentes línguas para referir-se à 
expressão do pensamento pela mímica (1°parágrafo), o 
autor 
(A) confere um caráter particular à linguagem de 
sinais, em oposição à universalidade das línguas que usam 
um mesmo alfabeto. 
(B) ilustra a diversificação da linguagem de sinais, que 
muda em consonância com a língua falada em cada lugar. 
(C) representa a infindável série dos gestos 
intencionais, muito embora decodificáveis 
independentemente da língua das pessoas. 
 
2 SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói: 
Impetus, 2007. 
(D) subentende a ligação intrínseca da linguagem de 
sinais e do idioma falado por quem a utiliza. 
(E) sugere que o interesse por esse assunto não é 
exclusividade sua; ao contrário, está disseminado entre os 
mais diversos povos. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.C / 03.E / 04.A / 05.A / 06.E 
 
FIGURAS DE LINGUAGEM2 
 
Também chamadas Figuras de Estilo. Podemos classificá-
las em quatro tipos: 
- Figuras de Palavras (ou tropos); 
- Figuras de Harmonia; 
- Figuras de Construção (ou de sintaxe); 
- Figuras de Pensamento. 
 
Figuras de Palavra 
 
São as que dependem do uso de determinada palavra com 
sentido novo, incomum. São elas: 
 
Metáfora: É um tipo de comparação (mental) sem uso de 
conectivos comparativos, com utilização de verbo de ligação 
explícito na frase. 
Exemplo: 
“Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves) 
 
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido 
próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos 
usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da 
associação de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que 
já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. 
 
Exemplos: 
Batata da perna Azulejo vermelho 
Pé da mesa Cabeça de alho 
 
Comparação ou Símile: é a comparação entre dois 
elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega 
uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que 
nem. 
Exemplo: “Como um anjo caído 
 Fiz questão de esquecer...” (Legião Urbana) 
 
Sinestesia: É a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos 
físicos. 
Exemplos: 
“De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar 
Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato 
Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato 
E forte e cego e tenso fez saber - Visão 
Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana) 
 
Antonomásia: quando substituímos um nome próprio 
pela qualidade ou característica que o distingue. 
Exemplos: O Águia de Haia (= Rui Barbosa) 
 O Pai da Aviação (= Santos Dumont) 
 
Metonímia: Troca-se uma palavra por outra com a qual ela 
se relaciona. Ocorre a metonímia quando empregamos: 
 
- o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler 
Jorge Amado (observe que o nome do autor está sendo usado 
no lugar de suas obras). 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 4 
- o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida 
com o suordo meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está 
sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). 
- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma 
caixa de doces. (= doces). 
- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A 
velhice deve ser respeitada. (= pessoas velhas). 
- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele 
é bom volante. (= piloto ou motorista). 
- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar 
um Porto. (= a cidade do Porto). 
- o símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os 
revolucionários queriam o trono. (= império, o poder). 
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os 
necessitados. (= a casa). 
- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o 
judas do grupo. (= espécie dos homens traidores). 
- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal 
racional. (o singular homem está sendo usado no lugar do 
plural homens). 
- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os 
mortais somos imperfeitos. (= seres humanos). 
- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. 
(= moeda). 
 
Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome 
de Sinédoque. 
 
Sinédoque: Troca que ocorre por relação de compreensão 
e que consiste no uso do todo pela parte, do plural pelo 
singular, do gênero pela espécie, ou vice-versa. 
Exemplo: O mundo é violento. (= os homens) 
 
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão 
que facilita a sua identificação. 
Exemplo: O país do futebol acredita no seu povo. (país do 
futebol = Brasil) 
 
Figuras de Harmonia 
 
São as que reproduzem os efeitos de repetição de sons, 
ou ainda quando se busca representa-los. São elas: 
 
Aliteração: Repetição consonantal fonética (som da letra) 
geralmente no início da palavra. 
Exemplo: “Sonhei que estava sonhando um sonho 
sonhado...” (Martinho da Vila) 
 
Assonância: Repetição da mesma vogal no decorrer de um 
verso ou poema. 
Exemplo: “Sou Ana, da cama 
 Da cana, fulana bacana 
 Sou Ana de Amsterdã.” (Chico Buarque) 
 
Paronomásia: Reprodução de sons semelhantes através 
de palavras de significados diferentes. 
Exemplos: “Berro pelo aterro pelo desterro 
 Berro por seu berro pelo seu erro 
 Quero que você ganhe que você me apanhe 
 Sou o bezerro gritando mamãe...” 
 (Caetano Veloso) 
 
Figuras de Construção 
 
Dizem respeito aos desvios de padrão de concordância 
quer quanto à ordem, omissões ou excessos. Dividem-se em: 
 
 Omissão 
- Assíndeto: Ocorre por falta ou supressão de conectivos. 
Exemplos: 
a) "Saí, bebi, enfim, vivi." (Nel de Moraes) 
b) "Vim, vi e venci." (Júlio César) 
- Elipse: Supressão de vocábulo(s) que são facilmente 
identificável(is). 
Exemplos: 
a) "(Eu) Queria ser um pássaro dentro da noite." 
b) "No céu, (há) estrelas que brilham indômitas." 
- Zeugma: Elipse especial que consiste na supressão de um 
termo já, anteriormente, expresso no contexto. 
Exemplos: 
a) "Nós nos desejamos e (nós) não nos possuímos." 
b) "Foi saqueada a vila, e (foram) assassinados os 
partidários dos Filipes." (Camilo Castelo Branco) 
 
 Repetição 
- Anáfora: É a repetição intencional de palavras, no início 
de um período, frase ou verso. 
Exemplos: "Eu quase não saio 
 Eu quase não tenho amigo 
 Eu quase não consigo 
 Ficar na cidade sem viver contrariado." 
 (Gilberto Gil) 
 
- Polissíndeto: Repetição enfática de conjunções 
coordenativas (geralmente e). 
Exemplos: "E saber, e crescer, e ser, e haver 
 E perder, e sofrer, e ter horror." 
(Vinícius de Morais) 
 
- Pleonasmo: Repetição da ideia, isto é, redundância 
semântica e sintática, divide-se em: 
1) Gramatical: com objetos direto ou indireto redundantes, 
chamam-nos pleonásticos. 
Exemplos: 
a) "Perdoo-te a ti, meu amor." 
b) "O carro velho, eu o vendi ontem." 
2) Vicioso: deve ser evitado por não acrescentar 
informação nova ao que já havia sido dito anteriormente. 
Exemplos: Subir para cima; descer para baixo; repetir de 
novo; hemorragia sanguínea; protagonista principal; 
monopólio exclusivo. 
 
 Ruptura 
- Anacoluto: A construção do período deixa um ou mais 
termos sem função sintática. Dê atenção especial porque o 
anacoluto é parecido com o pleonasmo, ou melhor, na 
tentativa de um pleonasmo sintático, muitas vezes, acaba-se 
por criar a ruptura. 
Exemplo: 
"Os meus vizinhos, não confio mais neles." - a função 
sintática de os meus vizinhos é nula, não há; entretanto, se 
houvesse preposição (Nos meus vizinhos, não confio mais 
neles), o termo seria objeto indireto, enquanto neles seria o 
objeto indireto pleonástico. 
 
Inversão 
- Anástrofe: Inversão sintática leve. 
Exemplos: 
a) "Tão leve estou que já nem sombra tenho." (ordem 
inversa) (Mário Quintana) 
b) "Estou tão leve que já não tenho sombra." (ordem 
direta) 
 
- Hipálage: Inversão de um adjetivo (uma qualidade que 
pertence a um é atribuída a outro substantivo). 
Exemplos: 
a) A mulher degustava lânguida cigarrilha. 
Lânguida = sensual, portanto lânguida é a mulher, e não a 
cigarrilha como faz supor. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 5 
b) "Em cada olho um grito castanho de ódio." (Dalton 
Trevisan) 
 Castanhos são os olhos, e não o grito. 
 
- Hipérbato: Inversão complexa de termos da frase. 
Exemplos: "Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas 
nas cabeças pôr de rosas." (Camões) 
'Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de 
rosas na cabeça.' 
 
- Sínquise: Há uma inversão violenta de distantes partes 
da oração. É um hipérbato "hiperbólico". 
Exemplos: “...entre vinhedo e sebe 
 corre uma linfa e ele no seu de faia 
 de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe." 
 (Alberto de Oliveira) 
'Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu 
Tarro escultado, de faia, ao pé do Alfeu.' 
 
- Quiasmo: Inversão de palavras que se repetem. 
Exemplos: "Tinha uma pedra no meio do meu caminho /no 
meio do meu caminho tinha uma pedra." 
(G. D. Andrade) 
 
 Concordância Ideológica 
- Silepse: É a concordância feita pela ideia, e não através 
das prerrogativas das classes das palavras. São três: 
 
- De Gênero: masculino e feminino não concordam. 
Ex.: "A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa 
quanto à reação da população." 
Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus 
adjetivos lindo e temerosa a 'atenção' devida, por quê? Isso se 
deve à ideia de que os substantivos sobrecomuns designam 
ambos os sexos, e não ambos os gêneros, portanto, por 
questões estilísticas, o autor do texto preferiu a ideia à regra 
gramatical rígida que impõe que adjetivos concordem em 
gênero com o substantivo, não em sexo. 
 
- De Número: singular e plural não concordam entre si. 
Ex.: "O esquadrão sobrevoaram o céu azul daquela manhã 
de verão." 
 
Ocorre algo semelhante na silepse de número, apenas se 
ressalve que nesses casos o 'desprezo' se dá quanto à 
concordância verbal, afinal, esquadrão é palavra de natureza 
coletiva (coletivo de aviões) e, mais uma vez por questões 
estilísticas, o autor preferiu à regra, na qual se baseia a 
Gramática Normativa, o livre voar de suas ideias. 
 
- De Pessoa: sujeito e verbo não concordam entre si. 
Ex.: A gente não sabemos escolher presidente. 
 A gente não sabemos tomar conta da gente." 
 (Ultrajea Rigor) 
Nos casos de silepse de pessoa há, por parte do autor, uma 
clara intromissão, característica do discurso indireto livre, 
quando, ao informar, o emissor se coloca como parte da ação. 
 
Figuras de Pensamento 
 
São recursos de linguagem que se referem ao aspecto 
semântico, ou seja, ao significado dentro de um contexto. 
 
Antítese: É a aproximação de palavras de sentidos 
contrários, antagônicos. 
Exemplos: "Onde queres prazer, sou o que dói 
 E onde queres tortura, mansidão 
 Onde, queres um lar, Revolução 
 E onde queres bandido, sou herói." 
(Caetano Veloso) 
Paradoxo ou Oximoro: É mais que a aproximação 
antitética; é a própria ideia que se contradiz. 
Exemplos: 
a) "O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa) 
b) "Mas tão certo quanto o erro de seu barco a motor é 
insistir em usar remos." (Legião Urbana) 
 
Apóstrofe: É a evocação, o chamamento. Identifica-se 
facilmente na função sintática do VOCATIVO. 
Exemplos: "Ó lindo mar verdejante, 
 tuas ondas entoam cantos, 
 és tu o dono reinante 
 das brancas marés espumantes ... " 
(Nel de Moraes) 
 
Perífrase: Designação dos objetos, acidentes geográficos, 
indivíduos e outros que não queremos simplesmente nomear. 
Exemplos: 
a) "Última Flor do Lácio, inculta e bela, 
 és a um tempo esplendor e sepultura." 
(Olavo Bilac) 
Flor do Lácio (= Língua Portuguesa) 
 
b) Cidade Luz [z: Paris) 
c) Veneza Brasileira (= Recife) 
d) Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) 
e) Rei dos Animais (= leão) 
 
Gradação: É uma sequência de palavras ou ideias que 
servem de intensificação numa sequência temporal. 
Ex.: "Dissecou-a a tal ponto, e com tal arte, que ela, 
Rota, baça, nojenta, vil." 
(Raimundo Corrêa) 
 
Ironia: Consiste em dizer o oposto do que se pensa, com 
intenção sarcástica ou depreciativa. 
Exemplos: 
a) "A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de 
criança." (Monteiro Lobato) 
b) "Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho quebrou minhas 
vidraças." 
 
Hipérbole: É a figura do exagero, a fim de proporcionar 
uma imagem chocante ou emocionante. 
Exemplos: 
a) "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac) 
b) "Existem mil maneiras de preparar Neston." 
 
Eufemismo: Figura que atenua ideias desagradáveis ou 
penosas. 
Exemplos: 
a) "E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir 
Deus lhe pague." (Chico Buarque) 
Paz derradeira = morte 
 
b) "Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se 
(ladrão) indevidamente dos meus pertences." (roubou) 
 
Disfemismo: Expressão grosseira em lugar de outra, 
suave, branda. 
Ex.: Você não passa de um porco ... um pobretão. 
 
Personificação ou Prosopopeia: Consiste em dar vida a 
seres inanimados. 
Exemplos: 
a) "O vento beija meus cabelos 
 As ondas lambem minhas pernas 
 O sol abraça o meu corpo." 
(Lulu Santos - Nelson Motta) 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 6 
b) "Sob o sol respira o mar, 
 dedilhando as ondas, belo olhar. 
 Faiscando espumas, lágrimas 
 saúdam sereias amantes: 
 Te escutam, te amam, te lambem." 
(Nel de Moraes) 
 
Reificação: Consiste em 'coisificar' os seres humanos. 
Ex.: "Tia, já botei os candidatos na lista." 
 
Lítotes: Consiste em negar por afirmação ou vice-versa. 
Exemplos: 
a) "Ela até que não é feia." -logo, é bonita! 
b) "Você está exagerando. Não subestime a sua 
inteligência." - porque ela é inteligente. 
 
Questões 
 
01. (IF/PA - Assistente em Administração - 
FUNRIO/2016) “Quero um poema ainda não pensado, / que 
inquiete as marés de silêncio da palavra ainda não escrita nem 
pronunciada, / que vergue o ferruginoso canto do oceano / e 
reviva a ruína que são as poças d’água. / Quero um poema para 
vingar minha insônia.” (Olga Savary, “Insônia”) 
 
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes 
figuras de linguagem: 
(A) silepse e zeugma 
(B) eufemismo e ironia. 
(C) prosopopeia e metáfora. 
(D) aliteração e polissíndeto. 
(E) anástrofe e aposiopese. 
 
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - 
FUNRIO/2016) “Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e 
o rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, 
meu Pará.” (Pe. Fábio de Melo, “Eu Sou de Lá”) 
 
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, 
encontramos a seguinte figura de linguagem: 
(A) antítese. 
(B) eufemismo. 
(C) ironia 
(D) metáfora 
(E) silepse. 
 
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem 
– IDHTEC/2016) 
 
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) 
 
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama 
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos! 
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da 
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia 
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras 
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias 
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a 
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos 
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas 
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende 
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente 
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, 
formando, anunciando - o dia da humanidade. 
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) 
 
O poema, Mamã Negra: 
 
3 www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil12.php 
(A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um 
país africano que foi colonizado e teve sua população 
escravizada. 
(B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da 
escravização dos povos africanos. 
(C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um 
país libertado depois de séculos de escravidão. 
(D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na 
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador. 
(E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o 
poder por meio da opressão foi “ninado “ela Mamã Negra. 
 
04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
FEPESE/2016) Analise as frases abaixo: 
 
1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” 
2. A mulher conquistou o seu lugar! 
3. Todo cais é uma saudade de pedra. 
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. 
 
Assinale a alternativa que corresponde correta e 
sequencialmente às figuras de linguagem apresentadas: 
(A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia 
(B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora 
(C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia 
(D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora 
(E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora 
 
05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho -
IBFC/2016) Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que 
indica a figura de linguagem presente no texto: 
 
Amor é fogo que arde sem se ver 
Amor é fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer; 
(Camões) 
 
(A) Onomatopeia 
(B) Metáfora 
(C) Personificação 
(D) Pleonasmo 
 
Respostas 
 
01.C / 02.D / 03.A / 04.C / 05.B 
 
VÍCIOS DE LINGUAGEM 
 
Os vícios de linguagem3 costumam ocorrer por descuido, 
ou ainda por desconhecimento das regras por parte do 
emissor. Observe: 
 
Pleonasmo Vicioso ou Redundância 
Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se 
pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma 
informação na frase. 
 
Exemplos: 
Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer. 
Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada. 
Encontraremos outra alternativa para esse problema. 
 
Observação:o pleonasmo é considerado vício de 
linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, 
quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura 
de linguagem. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 7 
Barbarismo 
É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis: 
 
1) Pronúncia 
a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. 
Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica) 
 
b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. 
Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas) 
 
c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra. 
Exemplos: 
Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei) 
O segurança deteu aquele homem. (deteve) 
 
2) Morfologia 
Exemplos: 
Se eu ir aí, vou me atrasar. (for) 
Sou a aluna mais maior da turma. (maior) 
 
3) Semântica 
Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de 
casa. (cumprimentou) 
 
4) Estrangeirismos 
Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de 
palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou 
expressão correspondente na língua. 
Exemplos: 
O show é hoje! (espetáculo) 
Vamos tomar um drink? (drinque) 
 
Solecismo 
É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes 
níveis: 
 
 
1) Concordância 
Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia) 
 
2) Regência 
Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao) 
 
3) Colocação 
Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me 
em pé. (não me aguentei em pé) 
 
Ambiguidade ou Anfibologia 
Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de 
sentido da frase. 
Exemplos: 
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O 
namorado é de Ana ou da amiga?) 
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído 
no chão? Pai ou filho?) 
 
Cacofonia 
Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase 
provoca som desagradável ou palavra inconveniente. 
Exemplos: 
Uma mão lava outra. (mamão) 
Vi ela na esquina. (viela) 
Dei um beijo na boca dela. (cadela) 
 
Eco 
Ocorre quando há palavras na frase com terminações 
iguais ou semelhantes, provocando dissonância. 
Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou 
comoção na população. 
 
Hiato 
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando 
dissonância. 
Exemplos: 
Eu a amo. 
Ou eu ou a outra ganhará o concurso. 
 
Colisão 
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou 
semelhantes, provocando dissonância. 
Por Exemplo: Sua saia sujou. 
 
Questões 
 
01. (Enem) 
 
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim 
de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal 
publicou a seguinte manchete: 
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO 
ESTADO ENTRA EM NOVA FASE 
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o 
entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse 
problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: 
(A) Campanha contra o governo do Estado e a violência 
entram em nova fase. 
(B) A violência do governo do Estado entra em nova fase 
de Campanha. 
(C) Campanha contra o governo do Estado entra em nova 
fase de violência. 
(D) A violência da campanha do governo do Estado entra 
em nova fase. 
(E) Campanha do governo do Estado contra a violência 
entra em nova fase. 
 
02. 
Todas as sentenças a seguir apresentam duplo sentido, 
exceto: 
(A) Maria pediu a Márcia para sair. 
(B) O advogado disse ao réu que suas palavras 
convenceriam o juiz. 
(C) Crianças que comem doce frequentemente têm cáries. 
(D) A mala foi encontrada perto do banco. 
(E) A mãe pediu que o filho dirigisse o carro dela. 
 
03. (Enem) 
Carnavália 
Repique tocou 
O surdo escutou 
E o meu corasamborim 
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por 
mim? 
[...] 
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento). 
 
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a 
junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo 
tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à 
situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, 
com o coração no ritmo da percussão. 
 
Essa palavra corresponde a um: 
(A) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos 
originados em outras línguas e representativos de outras 
culturas. 
(B) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos 
mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. 
(C) gíria, que compõe uma linguagem originada em 
determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em 
uma comunidade mais ampla. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 8 
(D) regionalismo, por ser palavra característica de 
determinada área geográfica. 
(E) termo técnico, dado que designa elemento de área e de 
atividade. 
 
04. Assinale a sequência correta: 
I. O pleonasmo consiste em intensificar o significado de um 
elemento do texto por meio da redundância, isto é, da 
repetição da ideia já expressa por esse elemento. 
II. A ambiguidade não pode ser considerada um vício de 
linguagem, já que não provoca qualquer tipo de dificuldade 
para a interpretação de um texto. 
III. O neologismo é um fenômeno linguístico que consiste 
na criação de novas palavras ou expressões e não pode ser 
considerado como um vício de linguagem, já que pode ser 
empregado com intenções artísticas. 
IV. O arcaísmo consiste no emprego de palavras ou 
expressões cuja utilização seja menos frequente na 
modalidade escrita e na modalidade oral. É o oposto do 
neologismo, pois está na contramão do movimento criador de 
palavras. 
V. Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da 
frase com relação à gramática normativa do idioma. Podem 
subverter as normas da concordância, da regência e da 
colocação. 
(A) I, II e III. 
(B) II e IV. 
(c) I, III, IV e V. 
(D) I, II, IV e V. 
(E) III e V. 
Gabarito 
 
01.E / 02.E / 03.B / 04.C 
 
 
 
NORMA CULTA E LÍNGUA PADRÃO 
 
Norma Culta e Língua-Padrão 
 
De acordo com M. T. Piacentini4, mesmo que não se 
mencione terminologia específica, é evidente que se lida no 
dia-a-dia com níveis diferentes de fala e escrita. É também 
verdade que as pessoas querem “falar e escrever melhor”, 
querem dominar a língua culta, a correta, a ideal, não importa 
o nome que é atribuído. 
O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é 
aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de 
uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais, 
textos científicos e publicações oficiais; em resumo, é a que 
circula nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas 
esferas de pesquisa e trabalhos acadêmicos. 
Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua 
circulante que é correta, mas diferente da língua ideal e 
imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da 
gramática. Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o 
ideal: a língua concreta com todas suas variedades de um lado, 
e de outro um padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e 
“correto”, o que conformaria, no seu entender, uma língua 
artificial, situada num nível hipotético. 
 
4 http://www.portalentretextos.com.br/materia/norma-culta-e-lingua-padrao-
i,12242 
5 BAGNO, Marcos. Língua, história e sociedade: breve retrospecto da norma-padrão 
brasileira. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 
2002. 
Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há 
diferenças: um praticamente de difícil acesso, representado 
nas normas pela gramática tradicional, que comporta as 
irregularidades da língua, e outro concreto, o utilizado pelos 
falantes cultos, qual seja, a “linguagem concretamente 
empregada pelos cidadãos que pertencem as partes mais 
favorecidas da nossa população”, segundo Marcos Bagno5. 
Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística 
somente a pessoa que tiver formação universitáriacompleta 
será caracterizada como falante culto (urbano). 
Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos 
que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos 
científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a 
língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem 
sempre se juntam com as regras rígidas impostas pela 
gramática normativa, divulgada na escola e em outras 
instâncias (de repressão linguística) como o vestibular. 
Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele 
fazer a distinção entre as duas modalidades e os dois termos 
que as descrevem? 
Para os linguistas, a língua-padrão se estabelece nas 
normas e convenções agregadas num corpo chamado de 
gramática tradicional e que tem o desejo de servir de modelo 
de correção para toda e qualquer forma de expressão 
linguística. 
Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de 
acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não 
pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta 
uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos 
igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente 
a culto). 
Em resumo, há uma realidade heterogênea que, por 
abrigar diferenças de uso que refletem a dinâmica social, 
exclui a possibilidade de imposição ou adoção como a única 
língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por 
sua vez, está baseada nos grandes escritores da língua, 
sobretudo os clássicos, sendo pois conservadora. E justamente 
por se valer de escritores é que as prescrições gramaticais se 
impõem mais na escrita do que na fala. 
O que de acordo com Faraco “A cultura escrita, associada 
ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um 
processo fortemente unificador (que vai alcançar basicamente 
as atividades verbais escritas), que visou e visa uma relativa 
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e 
controlar a mudança. Ao resultado desse processo, a esta norma 
estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou 
língua-padrão”.6 
Rodrigues entra na discussão e afirma que: 
“Frequentemente o padrão ideal é uma regra de 
comportamento para a qual tendem os membros da sociedade, 
mas que nem todos cumprem, ou não cumprem integralmente”. 
Mais adiante, ao se referir à escola, Rodrigues comenta que 
nem ele e nem mesmo os professores de Língua Portuguesa 
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo 
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la 
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu 
grupo profissional”.7 
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há 
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não 
fale assim: 
 
– Me conta como foi o fim de semana… 
– Te enganaram, com certeza! 
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi 
mandado embora? 
6 FARACO, Carlos Alberto. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São 
Paulo, SP: Parábola Editorial, 2008. 
7 RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Problemas relativos à descrição do português 
contemporâneo como língua padrão no Brasil. In: BAGNO, Marcos (org.). 
Lingüística da norma. São Paulo: Loyola, 2002. 
Norma culta e variedades 
linguísticas. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 9 
Ou mesmo assim: 
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem 
machucados. 
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. 
– Acho que já lhe conheço, rapaz. 
 
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm 
acesso às regras padronizadas, incutidas no processo de 
escolarização, se exprimem desse modo, essa é a norma culta. 
Já as formas propugnadas pela gramática tradicional e que 
provavelmente só se encontrariam na escrita (conta-me como 
foi /enganaram-te / explica-me uma coisa / pois os encontrei 
/ conheço-a há tempos / acho que já o conheço) configuram a 
norma-padrão ou língua-padrão. 
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma 
polarização entre a norma-padrão (também denominada 
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das 
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no 
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os 
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, 
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a 
norma culta.8 
 
Norma culta9, norma padrão e norma popular 
 
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao 
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando 
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A 
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas 
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na 
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de 
classes, poder, acesso à educação escrita, e não da qualidade 
da forma da língua. 
Há um conceito amplo e um conceito estreito de Norma. No 
primeiro caso, ela é entendida como um fator de coesão social. 
No segundo, corresponde concretamente aos usos e 
aspirações da classe social de prestígio. 
Num sentido amplo, a norma corresponde à necessidade 
que um grupo social experimenta de defender seu veículo de 
comunicação das alterações que poderiam advir no momento 
do seu aprendizado. 
Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e 
atitudes de determinado seguimento da sociedade, 
precisamente aquele que desfruta de prestígio dentro da 
Nação, em virtude de razões políticas, econômicas e culturais. 
Segundo Lucchesi, considera-se que a realidade linguística 
brasileira deve ser entendida como um contínuo de normas, 
dentro do quadro de bipolarização do Português do Brasil. 
A existência da civilização dá-se com o surgimento da 
escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. 
Sendo esta importante nos documentos formais que exigem a 
correta expressão do Português para que não haja mal 
entendido algum. Ela nada mais é do que a modalidade 
linguística escolhida pela elite de uma sociedade como modelo 
de comunicação escrita e verbal. 
A Norma Culta é uma expressão empregada pelos 
linguistas brasileiros para designar o conjunto de variantes 
linguísticas efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos 
falantes cultos, sendo assim, classificando os cidadãos 
nascidos e criados em zonas urbanas e com grau de instrução 
superior completo. “Fundamentam-se as regras da Gramática 
Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja 
linguagem a classe ilustrada põe o seu ideal de perfeição, 
porque nela é que se espelha o que o uso idiomático e 
consagrou” Rocha Lima. 
Dentre as características que são pertinentes à Norma 
Culta podemos citar que é: a variante de maior prestígio social 
 
8 http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.php?id=840 
9 https://centraldefavoritos.wordpress.com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-
padrao/(Adaptado) 
na comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos 
membros do grupo social de padrão cultural mais elevado; 
cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada 
pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que 
há maior formalidade aproximando-a dos padrões da 
prescrição da gramática tradicional; a mais empregada na 
literatura e também pelas pessoas cultas em diferentes 
situações de formalidade; indicada precisamente nas marcas 
de gênero, número e pessoa; usada em todas as pessoas 
verbais, com exceção, talvez, da 2ª do plural, sendo utilizada 
principalmente na linguagem dos sermões; empregada em 
todos os modos verbais em relação verbal de tempos e modos. 
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa 
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua 
língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, 
um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar. 
Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma 
Padrão está vinculada a uma línguamodelo. 
 Segue prescrições representadas na gramática, mas é 
marcada pela língua produzida em certo momento da história 
e em uma determinada sociedade. Como a língua está em 
constante mudança, diferentes formas de linguagem que hoje 
não são consideradas pela Norma Padrão, com o tempo podem 
vir a se legitimar. 
Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua 
idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo 
uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e 
raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência 
para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal 
a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido 
de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a 
Norma Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do 
Português no Brasil. 
Bagno10 propõe, como alternativa, uma triangulação: onde 
a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma 
Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as 
duas anteriores servindo como um ideal imaginário e 
inatingível. A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e 
Coloquial. 
- A Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, 
que segue rigidamente as regras gramaticais, essa 
linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante tem mais 
tempo para se pronunciar de forma refletida como porque é 
supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o que 
está escrito. 
- A Padrão Coloquial é a versão oral da língua culta e, 
por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de 
liberdade e está menos presa à rigidez das regras 
gramaticais. Entretanto, a margem de afastamento dessas 
regras é estreita e, embora exista, a permissividade com 
relação às transgressões é pequena. 
Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes 
traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o arroz 
e não te falei que você iria conseguir? Inadmissíveis na língua 
escrita. 
O falante culto, de modo geral, tem consciência dessa 
distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente as 
construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita. 
Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos e 
muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas 
mesmo na linguagem oral. 
- A Norma Popular é aquela linguagem que não é 
formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem 
popular, falada no cotidiano. 
O nível popular está associado à simplicidade da utilização 
linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e 
semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do 
10 Idem 2 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 10 
discurso oral e da natural economia linguística. É utilizado em 
contextos informais. 
Dentre as características da Norma Popular podemos 
destacar: 
- economia nas marcas de gênero, número e pessoa. 
- redução das pessoas gramaticais do verbo. 
- mistura da 2ª com a 3ª pessoa do singular. 
- uso intenso da expressão a gente em lugar de eu e nós. 
- redução dos tempos da conjugação verbal e de certas 
pessoas. 
- como a perda quase total do futuro do presente e do 
pretérito-mais-que-perfeito no indicativo. 
- do presente do subjuntivo. 
- do infinitivo pessoal. 
- falta de correlação verbal entre os tempos. 
- redução do processo subordinativo em benefício da frase 
simples e da coordenação. 
- maior emprego da voz ativa em lugar da passiva. 
- predomínio das regências verbais diretas. 
- simplificação gramatical da frase. 
- emprego dos pronomes pessoais retos como objetos. 
Na visão de Preti (1999), os falantes cultos “até em 
situação de gravação consciente revelaram uma linguagem 
que, em geral, também pertence a falantes comuns”. Sendo 
mais espontânea e criativa, a Norma Popular se afigura mais 
expressiva e dinâmica. Temos, assim, alguns exemplos: estou 
preocupado (Norma Culta); tô preocupado (Norma Popular); 
tô grilado (gíria, limite da Norma Popular). 
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; 
urge conhecer a língua popular, captando-lhe a 
espontaneidade, expressividade e enorme criatividade para 
viver, necessitando conhecer a língua culta para conviver. 
 
Variação Linguística 
 
“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se 
um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade; 
se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador 
errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)” 
 
Todas as pessoas que falam uma determinada língua 
conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento 
podem sofrer variações devido à influência de inúmeros 
fatores. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e 
outras vezes bastante evidentes, recebem o nome genérico de 
variedades ou variações linguísticas. 
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os 
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. 
Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para 
traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contexto. 
Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir: 
 
Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz 
tempo. 
Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos. 
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois 
enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sentido, 
mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que 
o segundo é de uma pessoa mais “estudada”. 
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber 
dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que existem 
muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos 
chamam de variações linguísticas. 
As variações que distinguem uma variante de outra se 
manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico, 
morfológico, sintático e lexical. 
 
 
 
 
Variações Fônicas 
 
São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons 
constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são 
abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios 
em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma 
variante e outra. Entre esses casos, podemos citar: 
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na 
linguagem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de 
curtir), compô. 
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me 
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem 
clássica, hoje frequentes na fala caipira. 
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, 
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na 
linguagem oral coloquial. 
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis 
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas 
típicas de pessoas de baixa condição social. 
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das 
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio 
Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na 
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, 
pastel; faróu, farór, farol. 
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, 
preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa 
condição social. 
 
Variações Morfológicas 
 
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. 
Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são tão 
numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são 
desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: 
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar 
o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da 
linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de 
humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), 
um carro hiperpossante (em vez de possantíssimo). 
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos 
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se 
ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser). 
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de 
irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia). 
- uso de substantivos masculinoscomo femininos ou vice-
versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha 
(o champanha), tive muita dó dela (muito dó ,)mistura do cal 
(da cal). 
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e 
adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os 
livro indicado, as noite fria, os caso mais comum. 
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero 
que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas 
eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; 
Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que 
eu. 
 
Variações Sintáticas 
 
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. 
No domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas 
as diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, 
podemos citar: 
- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não 
a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não 
irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em 
vez de ti) e ele. 
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez 
de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem. 
- a ausência da preposição adequada antes do pronome 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 11 
relativo em função de complemento verbal: são pessoas que 
(em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que 
(em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em 
que) eu mais confio. 
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome 
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” 
com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a 
família dele (em vez de cuja família eu já conhecia). 
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo 
quando se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero 
falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em 
vez de tua) voz me irrita. 
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles 
chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou 
naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios. 
 
Variações Léxicas 
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes 
do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito 
numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em 
confronto com outra. Eis alguns, entre múltiplos exemplos 
possíveis de citar: 
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito 
para formar o grau superlativo dos adjetivos, características 
da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; 
maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado. 
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, 
às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de 
lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo 
que no Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila 
no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã em 
Portugal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz 
o mesmo que chamamos de suéter, malha, camiseta. 
 
Designações das Variantes Lexicais: 
 
- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por 
isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e envelhecida. 
É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década 
de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz 
gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito era um 
pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo nome 
físico; um bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de 
refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade 
excelente, era supimpa. 
 
- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de 
palavras recém-criadas, muitas das quais mal ou nem 
entraram para os dicionários. A moderna linguagem da 
computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, 
printar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são 
mixar (fazer a combinação de sons), robotizar, robotização. 
 
- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras 
emprestadas de outra língua, que ainda não foram 
aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, 
há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica, 
tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, 
mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo 
próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente, 
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, 
“impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia (“com 
sua permissão”). 
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight 
(compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), 
feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing 
(conjunto de informações básicas), jingle (mensagem 
publicitária em forma de música). 
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda 
não se aportuguesaram, mas há ocorrências: hors-concours 
(“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête 
(palestra particular entre duas pessoas), esprit de corps 
(“espírito de corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la 
carte (cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle 
(aparência adequada à caracterização de um personagem). 
 
- Jargão: é o vocabulário típico de um campo 
profissional como a medicina, a engenharia, a 
publicidade, o jornalismo. No jargão médico temos uso 
tópico (para remédios que não devem ser ingeridos), apneia 
(interrupção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral 
(derrame cerebral). No jargão jornalístico chama-se de gralha, 
pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão de 
uma letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma 
notícia ou reportagem, onde se apresenta sucintamente o 
assunto ou se destaca o fato essencial. Quando o lide é muito 
prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo é notícia dada em 
primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. 
Entre os jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como 
transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia de renúncia! (esse 
uso é considerado errado pela gramática normativa). 
 
- Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não 
deseja ser entendido por outros grupos ou que pretende 
marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de 
grupos marginalizados, de grupos jovens e de segmentos 
sociais de contestação, sobretudo quando falam de atividades 
proibidas. A lista de gírias é numerosíssima em qualquer 
língua: ralado (no sentido de afetado por algum prejuízo ou 
má-sorte), ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-
se irremediavelmente), cara ou cabra (indivíduo, pessoa), 
bicha (homossexual masculino), levar um lero (conversar). 
 
- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico 
excessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em vez 
de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez 
de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em 
vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de 
casamento); chufa (em vez de caçoada, troça). 
 
- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso 
de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o caso de 
quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), 
se ferrou (em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de 
cheirar mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz). 
 
Tipos de Variação 
 
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as 
variantes linguísticas um sistema de classificação que seja 
simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as 
diferenças que caracterizam os múltiplos modos de falar 
dentro de uma comunidade linguística. O principal problema é 
que os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez 
de atuarem isoladamente. 
As variações mais importantes, para o interesse do 
concurso público, são os seguintes: 
 
- Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser percebido 
com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a seguinte frase: 
 
“Tá na cara queeles não teve peito de encará os ladrão.” 
(frase 1) 
 
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos 
caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um advogado? 
Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um 
garimpeiro? Um repórter de televisão? 
E quem usaria a frase abaixo? 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 12 
“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.” 
(frase 2) 
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes 
a grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que, 
muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, 
quando muito, fizeram-no em condições não adequadas. 
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que 
tiveram possibilidades sócio-econômicas melhores e 
puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a 
escola, com a leitura, com pessoas de um nível cultural mais 
elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de 
utilização da língua. 
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita 
acima está bastante simplificada, uma vez que há diversos 
outros fatores que interferem na maneira como o falante 
escolhe as palavras e constrói as frases. Por exemplo, a 
situação de uso da língua: um advogado, num tribunal de júri, 
jamais usaria a expressão “tá na cara”, mas isso não significa 
que ele não possa usá-la numa situação informal (conversando 
com alguns amigos, por exemplo). 
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que 
as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, 
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma 
mesma língua. A elas damos o nome de variações sócio-
culturais. 
 
- Geográfica: é ,no Brasil, bastante grande e pode ser 
facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguístico, 
que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, 
timbre, intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se 
notam principalmente na pronúncia. Ao conjunto das 
características da pronúncia de uma determinada região dá-se 
o nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, 
sotaque gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na 
pronúncia, pode também ser percebida no vocabulário, em 
certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que 
algumas palavras podem assumir em diferentes regiões do 
país. 
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho 
abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, recria 
a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas: 
 
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado 
Mangolô!]. 
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não 
faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu era 
moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, 
foras d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta 
de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não, estou 
percurando é sossego...” 
 
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. 
Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a 
forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. 
Essas alterações recebem o nome de variações históricas. 
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de 
Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, 
mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele 
fala das palavras de antigamente e, no texto II, fala das palavras 
de hoje. 
 
Texto I 
 
Antigamente 
 
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram 
todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; completavam 
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo 
rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas 
ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o 
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra 
freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, 
saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela de não 
apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e 
mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou 
sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se 
metiam em camisas de onze varas, e até em calças pardas; não 
admira que dessem com os burros n’agua. 
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos 
queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a 
mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a 
tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a 
desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que 
seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram 
mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da 
igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias. 
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os 
meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam 
ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, 
mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. 
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora. 
 
Texto II 
 
Entre Palavras 
 
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – 
circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há 
trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento 
impõe-se tornar conhecimento de novas palavras e 
combinações. 
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma 
palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la. 
Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu 
avô; talvez ele não entenda o que você diz. 
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, 
a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, 
a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940? 
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a 
motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, 
o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a 
apartheid, o som pop, as estruturas e a infraestrutura. 
Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, 
a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, 
o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem. 
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o 
servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a 
Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a 
Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU. 
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o 
conglomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM, 
a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra 
elétrica. 
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra 
tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, 
filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, 
carnet da girafa, poluição. 
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos 
fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa 
microrranhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos 
super congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV 
Rodoviária. Argh! Pow! Click! 
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, 
ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas começam a 
aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para 
consumo geral. A enumeração caótica não é uma invenção 
crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre 
palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, 
finalmente, mas com que significado? 
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 13 
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) 
 
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas 
alterações das circunstâncias em que se desenrola o ato de 
comunicação. Um modo de falar compatível com determinada 
situação é incompatível com outra: 
 
Ô mano, ta difícil de te entendê.Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em 
situação informal, não tem cabimento se o interlocutor é o 
professor em situação de aula. 
Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme 
em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes da 
linguagem culta, que servem invariavelmente de uma 
linguagem formal, sendo, por isso mesmo, considerados 
excessivamente formais ou afetados. 
São muitos os fatores de situação que interferem na fala de 
um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele discorre (em 
princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças religiosas 
como falaria de um jogo de futebol ou de uma briga que tenha 
presenciado), o ambiente físico em que se dá um diálogo (num 
templo não se usa a mesma linguagem que numa sauna), o 
grau de intimidade entre os falantes (com um superior, a 
linguagem é uma, com um colega de mesmo nível, é outra), o 
grau de comprometimento que a fala implica para o falante 
(num depoimento para um juiz no fórum escolhem-se as 
palavras, num relato de uma conquista amorosa para um 
colega fala-se com menos preocupação). 
As variações de acordo com a situação costumam ser 
chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de 
estilo e são classificadas em duas grandes divisões: 
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de reflexão 
sobre o que se diz, bem como o estado de atenção e vigilância. 
É na linguagem escrita, em geral, que o grau de formalidade é 
mais tenso. 
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala com 
despreocupação e espontaneidade, em que o grau de reflexão 
sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral íntima e 
familiar que esse estilo melhor se manifesta. 
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um 
pequeno trecho da gravação de uma conversa telefônica entre 
duas universitárias paulistanas de classe média, transcrito do 
livro Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. As 
reticências indicam as pausas. 
 
Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, tem 
dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara rachada? Fica 
assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo, lê?! Um 
menino lá que faiz pós-graduação na, na GV, ele me, nóis ficamo 
até duas hora da manhã ele me explicando toda a matéria de 
economia, das nove da noite. 
 
Como se pode notar, não há preocupação com a pronúncia 
nem com a continuidade das ideias, nem com a escolha das 
palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um trecho da 
gravação de uma aula de português de uma professora 
universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Dinah 
Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio de Janeiro. As 
pausas são marcadas com reticências. 
 
o que está ocorrendo com nossos alunos é uma 
fragmentação do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo... e 
fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele não 
sabe vincular a realidade nenhuma de seu idioma... isto é válido 
também para a faculdade de letras... ou seja... né? há uma série... 
de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos e sofisticados... 
mas que... na hora de serem empregados... deixam muito a 
desejar... 
 
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau 
de formalidade e planejamento típico do texto escrito, mas 
trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da 
menina ao telefone. 
 
Questões 
 
01. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - 
FEPESE/2016) Assinale a alternativa que apresenta 
incorreção na regência verbal de acordo com a norma 
culta: 
(A) Quero a Pedro. 
(B) Custou-lhe aceitar a verdade 
(C) Eles se referiram sobre o outro governo. 
(D) Esta é a cidade com a qual sonhamos. 
(E) Assisti à conferência e não gostei. 
 
02. (EMSERH - Fisioterapeuta - FUNCAB/2016) 
 
O embondeiro que sonhava pássaros 
 
Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma 
memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, 
seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por 
razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O 
vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. 
Chamavam-lhe o passarinheiro. 
Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos 
carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava 
aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir 
de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, 
os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do 
vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer 
as janelas: 
- Mãe, olha o homem dos passarinheiros! 
E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se 
intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O 
homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas 
melodias. O mundo inteiro se fabulava. 
Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles 
abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos - aquele 
preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem 
autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não 
e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os 
pássaros tão encantantes que são - insistiam os meninos. Os 
pais se agravavam: estava dito. 
Mas aquela ordem pouco seria desempenhada. 
[...] 
O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com 
os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era 
preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida 
não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a 
vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria 
de pensar. 
No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. 
Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia 
aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas 
cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico 
mundo. O vendedor se anonimava, em humilde 
desaparecimento de si: 
- Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas 
todas de fora. 
Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele 
tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já 
desbravado os mais extensos matos? 
O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os 
senhores receavam as suas próprias suspeições - teria aquele 
negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de 
acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir-lhe os méritos: o 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 14 
tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam 
aos bichos silvestres, concluíam. 
Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos 
pequenos, a verdade é que, aos pouco-poucos, o passarinheiro 
foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi 
enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se 
comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. 
Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que 
aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros 
desautenticavam os residentes, estrangeirando-lhes? [...] O 
comerciante devia saber que seus passos descalços não 
cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela 
desobediência, acusando o tempo. [...] 
As crianças emigravam de sua condição, desdobrando-se 
em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes 
aparentes. [...] 
Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita 
alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem 
mais. Correram-se as cortinas, as casas fecharam suas 
pálpebras. 
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto - 
1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 - 71. 
(Fragmento). 
 
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição 
pronominal realizada que feriu a regra de colocação foi: 
(A) " Os brancos se inquietavam com aquela 
desobediência” = Os brancos inquietavam-se com aquela 
desobediência. 
(B) " O remédio, enfim, se haveria de pensar." = O remédio, 
enfim, haver-se-ia de pensar. 
(C) " Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” =Eles igualam-se aos bichos silvestres, concluíam. 
(D) "O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro 
fabulava-se. 
(E) "Chamavam-lhe o passarinho."= Lhe chamavam o 
passarinheiro. 
 
03. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - 
FUNCAB/2016) 
 
A Repartição dos Pães 
 
Era sábado e estávamos convidados para o almoço de 
obrigação. Mas cada um de nós gostava demais de sábado para 
gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez 
feliz e ficara com a marca do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós 
ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos 
obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu 
não queria a ninguém. Quanto a meu sábado - que fora da 
janela se balançava em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-
lo mal, fechá-la na mão dura, onde eu o amarfanhava como a 
um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde 
do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você 
que eu quero, dizia nosso olhar sem umidade, e soprávamos 
devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o 
sábado, ia pouco a pouco roendo e avançando como ferrugem, 
até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior. 
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para 
usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto, cujo coração já 
conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer 
mais e mais? Não se impacientava sequer com o grupo 
heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só 
esperava como pela hora do primeiro trem partir, qualquer 
trem - menos ficar naquela estação vazia, menos ter que 
refrear o cavalo que correria de coração batendo para outros, 
outros cavalos. 
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a 
bênção da fome. E foi quando surpreendidos deparamos com 
a mesa. Não podia ser para nós... 
Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o 
conviva realmente esperado e que não viera? Mas éramos nós 
mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a 
quem? E lavava contente os pés do primeiro estrangeiro. 
Constrangidos, olhávamos. 
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a 
toalha branca amontoavam-se espigas de trigo. E maçãs 
vermelhas, enormes cenouras amarelas [...]. Os tomates eram 
redondos para ninguém: para o ar, para o redondo ar. Sábado 
era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem 
primeiro chegasse. 
Junto do prato de cada mal convidado, a mulher que lavava 
pés de estranhos pusera - mesmo sem nos eleger, mesmo sem 
nos amar - um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes 
ardentes ou uma talhada vermelha de melancia com seus 
alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se 
adivinhava nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como 
se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos penhascos. 
Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de 
barro. Tudo diante de nós. Tudo limpo do retorcido desejo 
humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e 
todo. Assim como existe um campo. Assim como as montanhas. 
Assim como homens e mulheres, e não nós, os ávidos. Assim 
como um sábado. Assim como apenas existe. Existe. 
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de 
ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós pouco a pouco a 
par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, 
à altura da vida possível. Então, como fidalgos camponeses, 
aceitamos a mesa. 
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido 
quanto nós queríamos comê-lo. Nada guardando para o dia 
seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia 
sentir. Era um viver que eu não pagara de antemão com o 
sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está 
perto da comida. Porque agora estávamos com fome, fome 
inteira que abrigava o todo e as migalhas. [...] 
E não quero formar a vida porque a existência já existe. 
Existe como um chão onde nós todos avançamos. Sem uma 
palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o 
meu. Nós somos fortes e nós comemos. 
Pão é amor entre estranhos. 
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: 
Rocco, 1999. 
 
Do ponto de vista da norma culta, a única 
substituição/mudança que poderia ser feita, sem alteração de 
valor semântico e linguístico, seria: 
(A) ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia 
sentir.” = ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que fazia-me 
sentir. 
(B) "Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava 
nos limões verdes.” = Tudo cortado pela acidez espanhola que 
adivinhava-se nos limões verdes. 
(C) "Mas cada um de nós gostava demais de sábado para 
gastá-lo com quem não queríamos.” = Mas cada um de nós 
gostava demais de sábado para o gastar com quem não 
queríamos. 
(D) "Só a dona casa não parecia economizar o sábado para 
usá-lo numa quinta de noite.” = Só a dona da casa não parecia 
economizar o sábado para usar-lhe numa quinta de noite. 
(E) "Quanto a meu sábado - que fora da janela se balançava 
em acácias e sombras - eu preferia, a gastá-lo mal.” = Quanto a 
meu sábado - que fora da janela se balançava em acácias e 
sombras - eu preferia, do que gastá-lo mal. 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 15 
04. (CODEBA - Guarda Portuário - FGV/2016) 
 
 
 
O texto do cartaz apresenta numerosos erros segundo a 
norma culta da Língua Portuguesa. 
Assinale a opção em que o segmento retirado do texto está 
correto. 
(A) “O lixo eletrônico contém". 
(B) “material radioativo que causam danos". 
(C) “causam danos a saúde". 
(D) “a saúde e ao meio ambiemte". 
(E) “esse material fique jogado por ai". 
 
05. (SEDU/ES - Professor - Língua Portuguesa - 
FCC/2016) Assim, a expressão norma culta deve ser 
entendida como designando a norma linguística praticada, em 
determinadas situações (aquelas que exigem certo grau de 
formalidade), por aqueles grupos sociais mais diretamente 
relacionados com a cultura escrita, em especial por aquela 
legitimada historicamente pelos grupos que controlam o 
poder social. [...] A cultura escrita, associada ao poder social, 
desencadeou também, ao longo da história, um processo 
fortemente unificador, que visou e visa uma relativa 
estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e 
controlar a mudança. Ao resultado desse processo, a essa 
norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão 
ou língua padrão. 
(FARACO, 2002, p.40) 
 
Depreende-se da leitura do texto que a 
(A) norma culta é a língua falada pelos que, detendo maior 
prestígio social, buscam impô-la aos menos favorecidos. 
(B) norma culta e a norma–padrão são expressões 
sinônimas, pois ambas neutralizam as variedades incultas e 
populares. 
(C) norma-padrão é escrita e refratária à variação 
linguística, pois busca estabilizar a língua, normatizando-a. 
(D) norma-padrão restringe-se às situações comunicativas 
sociais em que o falante tem reconhecido poder social. 
(E) norma-padrão é aquela falada pela maioria da 
população em situações que exijam formalidade discursiva. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.A / 05.C 
 
 
 
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
 
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, 
que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida 
como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, 
juntamente com a ideia associada a este conjunto. 
Sinônimos 
 
São palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo: 
- Alfabeto, abecedário. 
- Brado, grito, clamor. 
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir. 
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial. 
Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo 
pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os 
sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por 
matizes de significação e certas propriedades que o escritor 
não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais 
amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrúpede); uns são 
próprios dafala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao invés, 
pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou 
poética (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e 
cinéreo). 
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, 
em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos: 
- Adversário e antagonista. 
- Translúcido e diáfano. 
- Semicírculo e hemiciclo. 
- Contraveneno e antídoto. 
- Moral e ética. 
- Colóquio e diálogo. 
- Transformação e metamorfose. 
- Oposição e antítese. 
O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se 
sinonímia, palavra que também designa o emprego de 
sinônimos. 
 
Antônimos 
 
São palavras de significação oposta. Exemplos: 
- Ordem e anarquia. 
- Soberba e humildade. 
- Louvar e censurar. 
- Mal e bem. 
 
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido 
oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, 
simpático/antipático, progredir/regredir, 
concórdia/discórdia, explícito/implícito, ativo/inativo, 
esperar/desesperar, comunista/anticomunista, 
simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial. 
 
Homônimos 
 
São palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a 
mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos: 
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo). 
- Aço (substantivo) e asso (verbo). 
Só o contexto é que determina a significação dos 
homônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por 
isso é considerada uma deficiência dos idiomas. 
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto 
fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: 
 
Homógrafos Heterofônicos 
 
Iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade 
das vogais. 
- Rego (substantivo) e rego (verbo). 
- Colher (verbo) e colher (substantivo). 
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo). 
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo). 
- Para (verbo parar) e para (preposição). 
- Providência (substantivo) e providencia (verbo). 
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo). 
Semântica e interação. 
Significação das palavras. 
Denotação e conotação. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 16 
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de 
per+o). 
 
Homófonos Heterográficos 
 
Iguais na pronúncia e diferentes na escrita. 
- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir). 
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar). 
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de 
consertar). 
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar). 
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar 
(acelerar). 
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar). 
- Censo (recenseamento) e senso (juízo). 
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar). 
- Paço (palácio) e passo (andar). 
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo). 
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = 
anular). 
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão 
(tempo de uma reunião ou espetáculo). 
 
Homófonos Homográficos 
 
Iguais na escrita e na pronúncia. 
- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo). 
- Cedo (verbo), cedo (advérbio). 
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir). 
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar). 
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr). 
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir). 
 
Parônimos 
 
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: Coro e 
couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetânico e titânico, 
atoar e atuar, degradar e degredar, cético e séptico, prescrever 
e proscrever, descrição e discrição, infligir (aplicar) e infringir 
(transgredir), osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede 
(verbo ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, 
dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), 
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso 
(volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso 
(congestionado: rosto vultuoso). 
 
Polissemia 
 
Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato 
linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos: 
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as 
plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de 
gado. 
- Pena: pluma, peça de metal para escrever; punição; dó. 
- Velar: cobrir com véu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao 
véu do palato. 
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras 
polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que 
têm dezenas de acepções. 
 
Sentido Próprio e Figurado das Palavras 
 
Pela própria definição acima destacada podemos perceber 
que a palavra é composta por duas partes, uma delas 
relacionada a sua forma escrita e os seus sons 
(denominada significante) e a outra relacionada ao que ela 
 
11 www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justica-tjm-sp/lingua-
portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-palavras.html 
(palavra) expressa, ao conceito que ela traz (denominada 
significado). 
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-
se assim: 
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido comum 
que costumamos dar a uma palavra. 
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que 
podemos dar a uma palavra. 
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes 
contextos: 
1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil 
peçonhento) 
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável, 
que adota condutas pouco apreciáveis) 
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece 
muito sobre alguma coisa, “expert”) 
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum 
(ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido 
figurado. 
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte 
concreta) pode ter vários significados (conceitos).11 
 
Denotação e Conotação 
 
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o 
seu significado primitivo e original, com o sentido do 
dicionário; usada de modo automatizado; linguagem comum. 
Veja este exemplo: 
Cortaram as asas da ave para que não voasse mais. 
 
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido 
próprio, comum, usual, literal. 
- DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: trata-
se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu 
sentido dicionarístico. 
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o 
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou 
simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa linguagem 
rica e expressiva. Veja este exemplo: 
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que 
seja tarde mais. 
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma 
figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de 
ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento. 
 
Questões 
 
01. McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das 
mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia, 
implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um 
envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que 
terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o 
uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada 
transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim 
da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou 
grandes fraquezas morais ao julgamento da comunidade de 
que escolhemos participar. 
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, 
apenas em número de atualizações nas páginas e na 
capacidade dos usuários de distinguir essas variações como 
relevantes no conjunto virtualmente infinito das 
possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no 
labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a 
habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a 
extrair informações relevantes de um conjunto finito de 
observações e reconhecer a organização geral da rede de que 
participam. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 17 
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes 
sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos 
recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens 
a esses dispositivos é a “nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem 
conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o 
sentimento de pânico experimentados por um número 
crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo 
móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa 
informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir 
os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto 
um veneno para o espírito. 
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP) 
 
As expressões destacadas nos trechos - meter o bedelho 
/ estimar parâmetros / embotar a razão - têm sinônimos 
adequados respectivamente em: 
(A) procurar / gostar de / ilustrar 
(B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer 
(C) interferir / propor / embrutecer 
(D) intrometer-se / prezar / esclarecer 
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar 
 
02. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os 
combatentes contemplavam-nos entristecidos. 
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punha-
lhes adiante, naquele armistício transitório, uma legião 
desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais 
duro que o das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que 
toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos 
casebres bombardeados durante três meses. Contemplando-
lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos 
molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e 
escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de 
súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com 
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos 
de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento 
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e 
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, 
num longo enxurro de carcaças e molambos... 
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma 
arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: 
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças 
envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, 
escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris 
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos 
aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; 
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de 
velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e 
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. 
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio 
de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) 
 
Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de 
sinônimos? 
(A) Armistício - destruição 
(B) Claudicante - manco 
(C) Reveses - infortúnios 
(D) Fealdade - feiura 
(E) Opilados - desnutridos 
 
03. Atento ao emprego dos Homônimos, analise as 
palavras sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA: 
(A) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é 
crime! 
(B) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente. 
(C) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão 
agora expiar seus crimes. 
(D) Em todos os momentos, para agir corretamente, é 
preciso o bom censo. 
(E) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de 
tomate. 
04. Assinale a alternativa em que as palavras podem servir 
de exemplos de parônimos: 
(A) Cavaleiro (Homem a cavalo) - Cavalheiro (Homem 
gentil). 
(B) São (sadio) - São (Forma reduzida de Santo). 
(C) Acento (sinal gráfico) - Assento (superfície onde se 
senta). 
(D) Nenhuma das alternativas. 
 
05. Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, 
seja no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por 
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada 
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, 
grafias diferentes, denomina-se homônimo homófono. 
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram 
nesse caso. 
(A) taxa, cesta, assento 
(B) conserto, pleito, ótico 
(C) cheque, descrição, manga 
(D) serrar, ratificar, emergir 
 
06. 
A fuga dos rinocerontes 
Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da 
maneira mais radical possível – pelo céu. 
 
Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados 
da África, pois sua espécie é uma das preferidas pelo turismo 
de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que 
ainda restam na natureza, duas ONG ambientais apelaram 
para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de 
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para 
remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada um – de seu 
habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da 
África do Sul, e transferi-los para a província de Lampopo, no 
norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão 
longe dos caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de 
carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24 quilômetros. 
Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso 
acordassem), os rinocerontes foram içados pelos tornozelos e 
voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os 
responsáveis pela operação dizem que, além de mais eficiente 
para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o 
procedimento é mais gentil. 
 (BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes Superinteressante, 2011.) 
 
A palavra radical pode ser empregada com várias 
acepções, por isso denomina-se polissêmica. Assinale o 
sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima. 
(A) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa. 
(B) Brusco; violento; difícil. 
(C) Que não é tradicional, comum ou usual. 
(D) Que exige destreza, perícia ou coragem. 
 
07. O gavião 
 
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco 
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a 
lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais 
sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata 
pombas. 
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à 
contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das 
pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros 
(qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar 
o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na 
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com 
que a pomba come seu grão de milho. 
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das 
pombas e também o lance magnífico em que o gavião se 
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Língua Portuguesa 18 
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-
Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar 
com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador. 
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente 
o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, 
pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro 
homem. 
 (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999.) 
 
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no 
texto – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em 
outro homem. –, é empregado com sentido 
(A) próprio, equivalendo a inspiração. 
(B) próprio, equivalendo a conquistador. 
(C) figurado, equivalendo a ave de rapina. 
(D) figurado, equivalendo a alimento. 
(E) figurado, equivalendo a predador. 
 
08. CONTRATEMPOS 
 
Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem 
mais horas do que coisas para se fazer com elas. Sempre faltou 
tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou 
dia para tanto sol, faltou domingo para tanta praia, faltou noite 
para tanto filme, faltou ano para tanta vida. 
Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa 
que tempo e aspessoas com mais tempo que coisas para fazer 
com o tempo. 
As pessoas com menos tempo que coisa são as que 
buzinam assim que o sinal fica verde, e ficam em pé no avião 
esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras 
para entrar primeiro no vagão do trem, e leem livros que 
enumeram os “livros que você tem que ler antes de morrer” ao 
invés de ler diretamente os livros que você tem de ler antes de 
morrer. 
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando 
onde é a festa, e chega à festa querendo saber onde é a 
próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e 
chega à outra percebendo que era melhor ter ficado na 
primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o 
trabalho. 
Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre 
teve tempo de sobra, por isso sempre leu romances longos, e 
passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda 
temporada de “Grey’s Anatomy” mas, por ter tempo demais, 
acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma 
hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas 
que nem sabiam que estavam brigadas com ela, ou escrever 
cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o 
país, ou culpar o sol ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos 
infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo quando na 
verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse 
tanto tempo não teria nem tempo para falar do tempo. 
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava 
correr atrás do tempo porque o tempo sempre vai correr mais 
rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar 
menos, e pensar menos é uma maneira de ser feliz, e ambos 
perceberam que a felicidade é uma questão de tempo. Questão 
de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante 
para perceber que essa felicidade não faz o menor sentido. 
 (Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. ) 
 
É correto afirmar que o título do texto tem sentido 
(A) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem 
encontra quando depara com o tempo. 
(B) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às 
atitudes das personagens. 
(C) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco 
importando as consequências de subestimá-lo. 
(D) figurado, indicando o contraste na maneira como as 
personagens se relacionam com o tempo. 
(E) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado 
a “ela”, pois se trata do tempo real. 
 
09. A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os 
combatentes contemplavam-nos entristecidos. 
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, 
punhalhes adiante, naquele armistício transitório, uma legião 
desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais 
duro que o das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que 
toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos 
casebres bombardeados durante três meses. Contemplando-
lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos 
molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e 
escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de 
súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com 
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos 
de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento 
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e 
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, 
num longo enxurro de carcaças e molambos... 
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma 
arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: 
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças 
envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, 
escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris 
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos 
aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; 
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de 
velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e 
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. 
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio 
de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) 
 
Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão 
em sentido conotativo? 
(A) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora” 
(B) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender 
uma arma, nem um peito resfolegante...” 
(C) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão 
luxuosos gastos de combates...” 
(D) “...os arcabouços esmirrados e sujos...” 
(E) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, 
andar cambaleante” 
 
10. O termo (ou expressão) em destaque, que está 
empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em: 
(A) Estou morta de cansada. 
(B) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É 
uma cobra. 
(C) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. 
(D) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena 
finalmente saiu de casa ontem. 
(E) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! 
 
Gabarito 
 
01.B\02.A\03.C\04.A\05.A\06.C\07.E\08.D\09.E\10.D 
 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
A linguagem vai muito além do que imaginamos, pois 
apresenta determinadas funções dentro do processo 
comunicativo, consoante o propósito, a intenção do usuário da 
língua. A título de curiosidade, quem discriminou tais 
Funções da Linguagem. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 19 
objetivos da linguagem foi um homem chamado Roman 
Jakobson. 
As funções da linguagem tratam do relevo dado a um dos 
seis elementos da comunicação, que acabamos de ver, a 
depender da proposta ou intento do texto. É certo também que 
um texto pode apresentar mais de uma função da linguagem 
que concorre com a função predominante. Organizamos a 
linguagem de tal modo a atender nossa finalidade. Uma dica: 
para cada elemento da comunicação, há uma função da 
linguagem.12 
 
A linguagem serve para informar: 
- Função Referencial. 
- o referente é o centro da mensagem. 
- o assunto da mensagem é o objeto, sempre de forma clara 
e objetiva. 
- marcas gramaticais e discursivas, impessoalidade, 
denotação, frases declarativas, e uso da 3ª pessoa. 
- esta função é encontrada em textos jornalísticos, 
científicos, didáticos. 
Ex: “Estados Unidos invadem o Iraque” 
 
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre 
um acontecimento do mundo. 
A função informativa da linguagem tem importância 
central na vida das pessoas, consideradas individualmente ou 
como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer 
o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo de 
conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio 
dessa função, a linguagem modela o intelecto. 
É a função informativa que permite a realização do 
trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem 
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender. 
A função informativa costuma ser chamada também de 
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com 
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as 
coisas ou os eventos a que fazem referência. 
 
A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: 
- Função Conativa 
- O receptor é o centro da mensagem, na qual ele é 
estimulado, provocado, seduzido, amparado etc. 
- Normalmente o interlocutor é conduzido a adotar uma 
determinada postura. 
- É um texto normalmente claro e objetivo que visa à 
persuasão. 
 - Algumas marcas gramaticais: verbos e pronomes de 2ª 
pessoa (ou 3ª pessoa – você), vocativos, imperativos, 
perguntas ao interlocutor etc. 
- É a linguagem das músicas e dos poemas românticos, das 
propagandas e afins. 
Ex: “Vem pra Caixa você também.” 
 
A linguagem serve para expressar a subjetividade: 
- Função Emotiva 
- centro da mensagem é o “eu”, aparece os sentimentos. 
- expressão de emoções, sentimentos, atitudes. 
- pessoalidade e subjetividade. 
- verbos e pronomes de1ª pessoa, exclamação, interjeições, 
vocativos, reticências. 
- linguagem romântica e poemas. 
Ex: “Eu fico possesso com isso!” 
 
A linguagem serve para criar e manter laços sociais: 
- Função Fática 
- centro da mensagem (contato) 
- estabelece ou encerra o contato entre o emissor e o 
receptor (cumprimentos, saudações, etc) 
 
12 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier.2011. 
- ocorre interação verbal. 
- marcas linguísticas: “Boa tarde. Oi. Tudo bem. Tchau”. 
 
A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem: 
- Função Metalinguística 
- comunicação é o centro da mensagem, usa-se um signo para 
explicar a si próprio, ele é instrumento de explicação. 
- esclarecedora, reflexiva, discute o processo discursivo, usa-
se a linguagem para falar sobre ela própria. 
- encontramos em poemas que falam sobre o fazer poético 
(metapoema), sambas que abordam esse gênero musical, 
filmes que discutem o cinema, palavras usadas para explicar 
outras em dicionários, narradores que refletem sobre a arte de 
narrar (metanarração) etc. 
Exemplo: 
– “Samba, / Eterno delírio do compositor / Que nasce da alma, 
sem pele, sem cor (...)” 
(Fundo de Quintal) 
 
A linguagem serve como fonte de prazer: 
- Função Poética 
- destaque na forma construída, criativa e inusitadamente. 
- utiliza vários recursos gramaticais: figuras de linguagem, 
conotação, neologismos, construções estruturais não 
convencionais, polissemia etc. 
- É a linguagem dos poemas e prosas poéticas (literária), 
da publicidade criativa e afins.13 
 
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os 
sons são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. 
Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas 
extrairmos satisfação. 
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz 
“Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase 
shakespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta 
Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito 
gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o 
seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco 
quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em 
dois sentidos: “móvel comprido para sentar-se” e “casa 
bancária”. Também está empregado em dois sentidos o termo 
fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”. 
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, 
com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio 
Guimarães: 
 
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu 
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer 
bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de 
consciência e bata em retirada.” 
(Folha de S. Paulo) 
 
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente 
ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para 
informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No 
segundo, para produzir um efeito prazeroso de descoberta de 
sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz, 
pois o sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos 
sons, pela disposição das palavras, etc. 
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de 
Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, 
/b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: 
 
E o bosque estala, move-se, estremece... 
Da cavalgada o estrépito que aumenta 
Perde-se após no centro da montanha... 
 
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. 
13 Idem, 1. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 20 
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos. 
 
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos 
ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos 
cavalos aumenta. 
Quando se usam recursos da própria língua para 
acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se 
que estamos usando a linguagem em sua função poética. 
 
Para melhor compreensão das funções de linguagem, 
torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação. 
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era 
desenvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - 
alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro 
escuta em silêncio, etc). Exemplo: 
 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Emissor emite, codifica a mensagem 
Recepto
r 
recebe, decodifica a mensagem 
Mensage
m 
conteúdo transmitido pelo emissor 
Código conjunto de signos usado na 
transmissão e recepção da mensagem 
Referent
e 
contexto relacionado a emissor e 
receptor 
Canal meio pelo qual circula a mensagem 
 
Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu 
certa modificação, pois, chegou-se a conclusão de que ao se 
tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que 
é um veículo democrático (observe a função fática), assim, 
admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução 
(diálogo interativo): 
 
Locutor quem fala (e responde) 
Locutário quem ouve e responde 
Interlocução diálogo 
 
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, 
faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. 
As atitudes e reações dos comunicantes são também 
referentes e exercem influência sobre a comunicação 
 
Lembramo-nos: 
 
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” 
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função 
está, por norma, a poesia lírica. 
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de 
mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este 
assuma determinado comportamento; há frequente uso do 
vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é 
frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade. 
- Função metalinguística: função usada quando a língua 
explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de 
um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou 
semânticos). 
- Função informativa (ou referencial): função usada 
quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma 
realidade, ou acontecimento. 
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção 
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos 
publicitários (centra-se no canal de comunicação). 
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem 
com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos 
agradáveis, etc. 
 
Também podemos pensar que as primeiras falas 
conscientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos 
evoluiram para o que podemos reconhecer como 
“interjeições”. As primeiras ferramentas da fala humana. 
 
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que 
mais profundamente distingue o homem dos outros animais. 
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função 
cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação 
da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a 
par do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica 
facial. 
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada 
e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais, 
desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em 
diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre 
surdos, mas também para utilizar em situações especiais, 
como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se 
encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem 
observar entre si. 
 
Questões 
01. 
Alô, alô, Marciano 
Aqui quem fala é da Terra 
Pra variar, estamos em guerra 
Você não imagina a loucura 
O ser humano tá na maior fissura porque 
Tá cada vez mais down o high society [...] 
 
LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: 
http://www.vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014. 
 
Os dois primeiros versos do texto fazem referência à 
função da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas 
estabelecer ou manter contato de comunicação com seus 
receptores. Nesses versos, a linguagem está empregada em 
função 
(A) expressiva.(B) apelativa. 
(C) referencial. 
(D) poética. 
(E) fática. 
 
02. 
SONETO DE MAIO 
(Vinícius de Moraes) 
 
Suavemente Maio se insinua 
Por entre os véus de Abril, o mês cruel 
E lava o ar de anil, alegra a rua 
Alumbra os astros e aproxima o céu. 
Até a lua, a casta e branca lua 
Esquecido o pudor, baixa o dossel 
E em seu leito de plumas fica nua 
A destilar seu luminoso mel. 
Raia a aurora tão tímida e tão frágil 
Que através do seu corpo transparente 
Dir-se-ia poder-se ver o rosto 
Carregado de inveja e de presságio 
Dos irmãos Junho e Julho, friamente 
Preparando as catástrofes de Agosto... 
Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br 
 
Em um poema, é possível afirmar que a função de 
linguagem está centrada na: 
(A) Função fática. 
(B) Função emotiva ou expressiva. 
(C) Função conativa ou apelativa. 
(D) Função denotativa ou referencial. 
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Língua Portuguesa 21 
03. O exercício da crônica 
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, 
como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual 
este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, 
azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a 
coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha 
através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato 
qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da 
véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa 
injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de 
olhar em torno e esperar que, através de um processo 
associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos 
e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela 
concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao 
assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no 
ato de escrever, pode surgir o inesperado. 
 
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e 
poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. 
 
Predomina nesse texto a função da linguagem que se 
constitui 
(A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista. 
(B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista. 
(C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica. 
(D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da 
crônica. 
(E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio 
de uma crônica. 
 
04. Sempre que há comunicação há uma intenção, o que 
determina que a linguagem varie, assumindo funções. A função 
da linguagem predominante no texto com a respectiva 
característica está expressa em: 
(A) referencial - presença de termos científicos e técnicos 
(B) expressiva - predominância da 1ª pessoa do singular 
(C) fática - uso de cumprimentos e saudações 
(D) apelativa - emprego de verbos flexionados no 
imperativo 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.B / 03.E / 04.D 
 
 
 
COERÊNCIA E COESÃO 
 
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: 
introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que 
se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte 
constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo às 
normas de coerência e coesão. Antes de tudo, é necessário 
definir os termos: coerência diz respeito à articulação do texto, 
à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, a seu 
conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao nível 
gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vocabulário. 
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de 
produção e compreensão do texto, a coesão contribui para a 
coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta 
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente 
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em 
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem 
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário correto, 
mas apresentar ideias disparatadas, sem nexo, sem uma 
sequência lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, 
um texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, 
sem que no plano da expressão, as estruturas frasais sejam 
gramaticalmente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. 
Na obra de Oswald de Andrade, por exemplo, 
encontram-se textos coerentes sem coesão, ou textos coesos, 
mas sem coerência. Em Carlos Drummond de Andrade, há 
inúmeros exemplos de textos coerentes, sem coesão 
gramatical no plano sintático. A linguagem literária admite 
essas liberdades, o que não vem ao caso, pois na linguagem 
acadêmica, referencial, a obediência às normas de coerência e 
coesão são obrigatórias. Ainda assim, para melhor 
esclarecimento do assunto, apresentam-se exemplos de 
coerência sem coesão e coesão sem coerência: 
 
“Cidadezinha Qualquer” 
 
Casas entre bananeiras 
mulheres entre laranjeiras 
pomar amor cantar: 
 
Um homem vai devagar 
Um cachorro vai devagar. 
Um burro vai devagar 
 
Devagar.. as janelas olham. 
Eta vida besta, meu Deus." 
(Andrade, 1973, p. 67) 
 
Apesar da aparente falta de nexo, percebe-se nitidamente 
a descrição de uma cidadezinha do interior: a paisagem rural, 
o estilo de vida sossegado, o hábito de bisbilhotar, de vigiar das 
janelas tudo o que se passa lá fora. No plano sintático, a 
primeira estrofe contém apenas frases ou sintagmas nominais 
(cantar pode ser verbo ou substantivo - os meu cantares = as 
minhas canções); as demais, não apresentam coesão - uma 
frase não se relaciona com outra, mas, pela forma de 
apresentação, colaboram para a coerência do texto. 
 
“Do outro lado da parede” 
 
Meu laço de botina. 
Recebi a tua comunicação, escrita do beiral da viragem 
sempieterna. Foi um tiro no alvo do coração, se bem que ele já 
esteja treinado. 
A culpa de tudo quem tem-na é esse bandido desse coronel 
do Exército Brasileiro que nos inflicitou. 
Reflete antes de te matares! Reflete Joaninha. 
Principalmente se ainda é tempo! És uma tarada. 
Quando te conheci, Chez Hippolyte querias falecer dia e 
noite. Enfim, adeus. 
Nunca te esquecerei. Never more! Como dizem os corvos." 
João da Slavonia (Andrade, O., 1971, p. 201-202) 
 
Embora as frases sejam sintaticamente coesas, nota-se 
que, neste texto, não há coerência, não se observa uma linha 
lógica de raciocínio na expressão das ideias. Percebe-se 
vagamente que a personagem João Slavonia teria recebido 
uma mensagem de Joaninha (Recebi a tua comunicação), 
ameaçando cometer suicídio (Reflete antes de te matares!). A 
última frase contém uma alusão ao poema "O corvo", de Edgar 
Alan Poe. 
 
A respeito das relações entre coerência e coesão, 
Guimarães diz: 
 
"O exposto autoriza-nos a seguinte conclusão: ainda que 
distinguiveis (a coesão diz respeito aos modos de interconexão 
dos componentes textuais, a coerência refere-se aos modos como 
os elementos subjacentes à superfície textual tecem a rede do 
sentido), trata-se de dois aspectos de um mesmo fenômeno - a 
Textualidade (coesão, 
coerência e contexto 
discursivo). 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 22 
coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices 
no processamento da articulação do texto." 
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela 
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem 
nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada 
pessoa, aliada à competência linguística, que permitirá a 
expressão das ideias percebidas e organizadas, no processo de 
codificação referido na página... Deduz-se daí que é difícil, 
senão impossível, ensinar coerência textual, intimamente 
ligada à visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. 
A coesão, porém, refere-se à expressão linguística, aos 
processos sintáticos e gramaticais do texto. 
 
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão: 
Coerência é a relação semântica que se estabelece entre as 
diversas partes do texto, criandouma unidade de sentido. Está 
ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação 
daquilo que se ouve ou lê. Enquanto a coesão está para os 
elementos conectores de ideias no texto, a coerência está para 
a harmonia interna do texto, o sentido. 
Coesão é a ligação entre as partes do texto (palavras, 
expressões, frases, parágrafos) por meio de determinados 
elementos linguísticos.14 
 
Coerência 
 
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; 
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão 
conceitual; 
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, 
com o aspecto global do texto; 
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. 
 
Coesão 
 
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; 
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão 
sequencial; 
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as 
partes componentes do texto; 
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das 
frases. 
 
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade 
ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem 
parágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamento 
das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem ser 
coerentes e gramaticalmente corretas, no que respeita à 
sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado e essa adequação 
só se consegue pelo conhecimento dos significados possíveis 
de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de redaçao -
sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao mau 
emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função ligar 
uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos de 
impropriedade do vocabulário, colhidos em redações sobre 
censura e os meios de comunicação e outras. 
"Nosso direito é frisado na Constituição." 
Nosso direito é assegurado pela Constituição. 
 
"Estabelecer os limites as quais a programação deveria 
estar exposta." 
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria 
estar sujeita. 
 
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.” 
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias 
sensacionalistas ou punir os meios de comunicação que 
veiculam tais notícias. 
 
14 PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos. Elsevier. 2011. 
“Retomada das rédeas da programação.” 
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que 
diz respeito a programação. 
 
“Os meios de comunicação estão sendo apelativos, 
vulgarizando e deteriorando indivíduos.” 
Os meios de comunicação estão recorrendo a expedientes 
grosseiros vulgarizando o nível dos programas e 
desrespeitando os telespectadores. 
 
“A discussão deste assunto é inerente à sociedade.” 
A discussão deste assunto é tarefa da sociedade (compete 
à sociedade). 
 
“Na verdade, daquele autor eles pegaram apenas a 
nomenclatura...” 
Na verdade, daquele autor eles adotaram (utilizaram) 
apenas a nomenclatura... 
 
“A ordem e forma de apresentação dos elementos das 
referências bibliográficas são mostradas na NBR 6023 da ABNT” 
(são regulamentadas pela NBR 6023 da ABNT). 
 
O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas 
vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, 
empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo 
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimentos 
linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o significado 
de determinada palavra, mas não sabe empregá-la 
adequadamente, isso ocorre frequentemente com o emprego 
dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta saber 
que as preposições ligam nomes ou sintagmas nominais no 
interior das frases e que as conjunções ligam frases dentro do 
período; é necessário empregar adequadamente tanto umas 
como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o 
emprego inadequado dos conectivos remete aos problemas de 
regência verbal e nominal. 
 
Exemplos: 
 
“Coação aos meios de comunicação” tem o sentido de atuar 
contra os meios de comunicação; os meios de comunicação 
sofrem a ação verbal, são coagidos. 
“Coação dos meios de comunicação” significa que os meios 
de comunicação é que exercem a ação de coagir. 
 
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, 
interação. 
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos 
fatos, estar informada. 
 
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar. 
“Ir ao encontro” quer dizer concordar. 
 
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias” 
significa a liberdade não é ameaça; 
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias", 
isto é, a liberdade fica ameaçada. 
 
“A princípio” indica um fato anterior (A princípio, ela 
aceitava as desculpas que Mário lhe dava, mas depois deixou 
de acreditar nele). 
“Em princípio” indica um fato de certeza provisória (Em 
princípio, faremos a reunião na quarta-feira quer dizer que a 
reunião será na quarta-feira, se todos concordarem, se houver 
possibilidade, porém admite a ideia de mudar a data). 
“Por princípio” indica crença ou convicção (Por princípio, 
sou contra o racismo). 
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Língua Portuguesa 23 
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um 
dicionário de verbos e regimes, pois muitos verbos admitem 
duas ou três regências diferentes; cada uma, porém, tem um 
significado específico. Lembre-se, a propósito, de que as 
dúvidas sobre o emprego da crase decorrem do fato de 
considerar-se crase como sinal de acentuação apenas, quando 
o problema refere-se à regencia nominal e verbal. 
Exemplos: 
O verbo assistir admite duas regências: 
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar 
assistência (O médico assiste o doente): 
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao 
jogo da seleção). 
 
Inteirar o/a (transitivo direto) significa completar (Inteirei 
o dinheiro do presente). 
Inteirar do (transitivo direto e indireto), significa informar 
alguém de..., tomar ou dar conhecimento de algo para alguém 
(Quero inteirá-la dos fatos ocorridos...). 
 
Pedir o (transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi o 
jornal do dia). 
Pedir que - contém uma ordem (A professora pediu que 
fizessem silêncio). 
Pedir para - pedir permissão (Pediu para sair da classe); 
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu 
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo 
a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode 
significar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem 
aumento de salário). 
 
O mau emprego dos pronomes relativos também pode 
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, 
emprega-se no qual ou ao qual em lugar do -que, com prejuízo 
da clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário 
ou inadequado. Barbosa e Amaral (colaboradora) apresentam 
os seguintes exemplos: 
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim 
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que 
(o qual) estava sem remetente). 
 
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da 
sensibilidade...” 
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas 
(palavras cheias de sensibilidade). 
 
“Dentro do envelope havia apenas um papel em branco 
onde atribui muitos significados”: havia apenas um papel em 
branco ao qual atribui muitos significados (onde significa lugar 
no qual). 
 
“Havia recebido um envelope em meu nome e que não 
portava destinatário, apesar que em seu conteúdo havia uma 
folha em branco. ( .. )” 
Não se emprega apesar que, mas apesar de. E mais: apesar 
de não ligar corretamente as duas frases, não faz sentido, as 
frases deveriam ser coordenadas por e: não portava 
destinatário e em seu interior havia uma folha ou: havia 
recebido um envelope em meu nome, que não portava 
destinatário, cujo conteúdo era uma folha em branco. 
 
Essas e outras frases foram observadas em redações, 
quando foi proposto o seguinte tema:“Imagine a seguinte situação: 
- hoje você está completando dezoito anos. 
- Nesta data, você recebe pelo correio uma folha de papel em 
branco, num envelope em seu nome, sem indicação do 
remetente. 
- Além disso, você ganha de presente um retrato seu e um 
disco. Reflita sobre essa situação. 
A partir da reflexão feita, redija um texto em prosa, sem 
ultrapassar o espaço reservado para redação no caderno de 
respostas." 
 
Como de costume, muito se comentou, até nos jornais da 
época, a falta de coerência, as frases sem clareza, pelo mau 
emprego dos conectivos, como as seguintes: 
“Primeiramente achei gozado aqueles dois presentes, pois 
concluo que nunca deveria esquecer minha infância.” 
Há falta de nexo entre as duas frases, pois uma não é 
conclusão da outra, nem ao menos estão relacionadas e gozado 
deveria ser substituído por engraçado ou estranho. 
 
“A folha pode estar amarrada num cesto de lixo mas o disco 
repete sempre a mesma música.” 
A primeira frase não tem sentido e a segunda não se 
relaciona com a primeira. O conectivo “mas” deveria sugerir 
ideia de oposição, o que não ocorre no exemplo anterior. Não 
se percebe relação entre “o disco repete sempre a mesma 
música” e a primeira frase. 
 
“Mas, ao abrir a porta, era apenas o correio no qual viera 
trazer-me uma encomenda.” 
Observa-se o emprego de no qual por o qual, melhor ainda 
ficaria que, simplesmente: era apenas o correio que viera 
trazer-me uma encomenda. 
 
Por outro lado, não mereceram comentários nem 
apareceram nos jornais boas redações como a que se segue: 
“A vida hoje me cumprimentou, mandou-me minha 
fotografia de garoto, com olhos em expectativa admirando o 
mundo. Este mundo sem respostas para os meus dezoito anos. 
Mundo - carta sem remetente, carta interrogativa para moço 
que aguarda o futuro, saboreando o fruto do amanhã. 
Recebi um disco, também, cuja música tem a sonoridade de 
passos marchando para o futuro, ao som de melodias de 
cirandas esquecidas do menino-moço de outrora, e do 
moço-homem de hoje, que completa dezoito anos. 
Sou agora a certeza de uma resposta à carta sem remetente 
que me comunica a vida. Vejo, na fotografia de mim mesmo, o 
homem que enfrentará a vida, que colherá com seu amor à luta 
e com seu espírito ambicioso, os frutos do destino. 
E a música dos passos-futuros na cadência do menino que 
deixou de ser, está o ritmo da vitória sobre as dificuldades, a 
minha consagração futura do homem, que vencerá o destino e 
será uma afirmação dentro da sociedade." C. G. 
Exemplo de: (Fonseca, 1981, p. 178) 
 
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das 
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões 
para o emprego correto dos articuladores sintáticos 
(conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções 
conjuntivas). 
Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação 
sintática se faz por meio de conjunções adversativas: mas, 
porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto (nunca no 
entretanto). 
Podem também ser empregadas as conjunções concessivas 
e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição 
aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de, ainda 
que, conquanto, posto que, a despeito de, não obstante. 
A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de 
conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por isso 
que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser 
empregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por 
causa de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência 
de, por motivo de, por razões de. 
O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o 
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também 
expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso, 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 24 
contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. 
O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum 
de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros 
para que a economia se estabilize” ou para a economia se 
estabilizar. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” 
Há outros articuladores que expressam finalidade: afim de, 
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com o 
objetivo de, com o fito de, com o intuito de. 
A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos 
articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por 
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para 
introduzir mais um argumento a favor de determinada 
conclusão emprega-se ainda. Os articuladores, aliás, além do 
mais, além disso, além de tudo, introduzem um argumento 
decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para 
justificar de forma incontestável o argumento contrário. 
Para introduzir esclarecimentos, retificações ou 
desenvolvimento do que foi dito empregam-se os 
articuladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A 
conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o 
desenvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informação 
nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura 
repetição e deve ser evitada. 
Alguns articuladores servem para estabelecer uma 
gradação entre os correspondentes de determinada escala. No 
alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; outros 
situam-se no plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no 
mínimo. 
 
Questões 
 
01. (CONAB - Contabilidade - IADES) Assinale a 
alternativa que preserva as relações morfossintáticas e 
semânticas do período “Diante de sua rápida adaptação ao solo 
e ao clima, o produto adquiriu importância no mercado, 
transformando-se em um dos principais itens de exportação, 
desde o Império até os dias atuais.” (linhas de 3 a 6). 
(A) Em face de sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o 
produto adquiriu importância no mercado, porém 
transformou-se em um dos principais itens de exportação, 
desde o Império até os dias atuais. 
(B) O produto, em virtude de sua rápida adaptação ao solo 
e ao clima, adquiriu importância no mercado e transformou-se 
em um dos principais itens de exportação, desde o Império até 
os dias atuais. 
(C) O produto, por sua rápida adaptação ao solo e ao clima, 
adquiriu importância no mercado, todavia, desde o Império 
até os dias atuais, transformou-se, consequentemente, em um 
dos principais itens de exportação. 
(D) Face sua rápida adaptação ao solo e ao clima, o produto 
adquiriu importância no mercado, e, conquanto, transformou-
se em um dos principais itens de exportação, desde o Império 
até os dias atuais. 
(E) O produto transformou-se, desde o Império até os dias 
atuais, em um dos principais itens de exportação por que sua 
adaptação ao solo e ao clima foi rápida. 
 
02. (TJ/PA - Médico Psiquiatra - VUNESP) Leia o trecho 
do primeiro parágrafo para responder à questão. 
 
Meu amigo lusitano, Diniz, está traduzindo para o francês 
meus dois primeiros romances, Os Éguas e Moscow. Temos 
trocado e-mails muito interessantes, por conta de palavras e 
gírias comuns no meu Pará e absolutamente sem sentido para 
ele. Às vezes é bem difícil explicar, como na cena em que 
alguém empina papagaio e corta o adversário “no gasgo”. 
 
Os termos muito e bem, em destaque, atribuem aos termos 
aos quais se subordinam sentido de: 
(A) comparação. 
(B) intensidade. 
(C) igualdade. 
(D) dúvida. 
(E) quantidade. 
 
03. (TJ/PA - Médico Psiquiatra - VUNESP) Assinale a 
alternativa em que a seguinte passagem – Mas o vento foi mais 
ágil e o papel se perdeu. (terceiro parágrafo) - está reescrita 
com o acréscimo de um termo que estabelece uma relação de 
conclusão, consequência, entre as orações. 
(A) mas o vento foi mais ágil e, contudo, o papel se perdeu. 
(B) mas o vento foi mais ágil e, assim, o papel se perdeu. 
(C) mas o vento foi mais ágil e, todavia, o papel se perdeu. 
(D) mas o vento foi mais ágil e, entretanto, o papel se 
perdeu. 
(E)mas o vento foi mais ágil e, porém, o papel se perdeu. 
 
04. (Pref. de Paulista/PE - Recepcionista - UPENET) 
Observe o fragmento de texto abaixo: 
 
"Mas o que fazer quando o conteúdo não é lembrado 
justamente na hora da prova?" 
 
Sobre ele, analise as afirmativas abaixo: 
I. O termo "Mas" é classificado como conjunção 
subordinativa e, nesse contexto, pode ser substituído por 
"desde que". 
II. Classifica-se o termo "quando" como conjunção 
subordinativa que exprime circunstância temporal. 
III. Acentua-se o "u" tônico do hiato existente na palavra 
"conteúdo". 
IV. Os termos "conteúdo", "hora" e "prova" são palavras 
invariáveis, classificadas como substantivos. 
 
Está CORRETO apenas o que se afirma em: 
(A) I e III. 
(B) II e IV. 
(C) I e IV. 
(D) II e III. 
(E) I e II. 
 
05. (Pref. de Osasco/SP - Motorista De Ambulância - 
FGV) 
 
Dificuldades no combate à dengue 
 
A epidemia da dengue tem feito estragos na cidade de São 
Paulo. Só este ano, já foram registrados cerca de 15 mil casos 
da doença, segundo dados da Prefeitura. 
As subprefeituras e a Vigilância Sanitária dizem que existe 
um protocolo para identificar os focos de reprodução do 
mosquito transmissor, depois que uma pessoa é infectada. Mas 
quando alguém fica doente e avisa as autoridades, não é bem 
isso que acontece. 
 (Saúde Uol). 
 
“Só este ano...” O ano a que a reportagem se refere é o ano 
(A) em que apareceu a dengue pela primeira vez. 
(B) em que o texto foi produzido. 
(C) em que o leitor vai ler a reportagem. 
(D) em que a dengue foi extinta na cidade de São Paulo. 
(E) em que começaram a ser registrados os casos da 
doença. 
 
06. (Pref. De Osasco/SP - Motorista De Ambulância - 
FGV) “Se uma dupla com roupas que parecem de astronauta 
tocar a campainha da sua casa, não se assuste.” 
 
Nesse texto, o termo sublinhado tem por antecedente ou se 
refere a: 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 25 
(A) dupla. 
(B) astronauta. 
(C) campainha. 
(D) roupas. 
(E) casa. 
 
07. (CEFET/RJ - Revisor De Textos – CESGRANRIO) Em 
qual dos períodos abaixo, a troca de posição entre a palavra 
sublinhada e o substantivo a que se refere mantém o sentido? 
(A) Algum autor desejava a minha opinião sobre o seu 
trabalho. 
(B) O mesmo porteiro me entregou o pacote na recepção 
do hotel. 
(C) Meu pai procurou uma certa pessoa para me entregar 
o embrulho. 
(D) Contar histórias é uma prazerosa forma de aproximar 
os indivíduos. 
(E) Grandes poemas épicos servem para perpetuar a 
cultura de um povo. 
 
08. (Polícia Militar/SP - Oficial Administrativo - 
VUNESP - adaptada) Leia o seguinte trecho do texto para 
responder à questão. 
Se as pessoas insistem em ignorar as conclusões de tais 
estudiosos e não se importam de reduzir suas mentes à 
condição de apêndice de um aparelho, talvez se assustem ao 
saber que o smartphone também as atinge em algo que ainda 
devem valorizar: o corpo. 
 
O pronome as, em destaque no trecho, retoma a seguinte 
expressão: 
(A) as pessoas. 
(B) as conclusões. 
(C) tais estudiosos. 
(D) apêndice de um aparelho. 
(E) o smartphone. 
 
09. (Metrô/SP - Técnico Segurança do Trabalho - FCC - 
adaptada) O criador da mais conhecida e celebrada canção 
sertaneja, Tristeza do Jeca (1918), não era, como se poderia 
esperar, um sofredor habitante do campo, mas o dentista, 
escrivão de polícia e dono de loja Angelino Oliveira. Gravada 
por “caipiras” e “sertanejos”, nos “bons tempos do cururu 
autêntico”, assim como nos “tempos modernos da música 
‘americanizada’ dos rodeios”, Tristeza do Jeca é o grande 
exemplo da notável, embora pouco conhecida, fluidez que 
marca a transição entre os meios rural e urbano, pelo menos 
em termos de música brasileira. 
Num tempo em que homem só cantava em tom maior e voz 
grave, o Jeca surge humilde e sem vergonha alguma da sua 
“falta de masculinidade”, choroso, melancólico, lamentando 
não poder voltar ao passado e, assim, “cada toada representa 
uma saudade”. O Jeca de Oliveira não se interessa pelo meio 
rural da miséria, das catástrofes naturais, mas pelo íntimo e 
sentimental, e foi nesse seu tom que a música, caipira ou 
sertaneja, ganhou forma. 
“A canção popular conserva profunda nostalgia da roça. 
Moderna, sofisticada e citadina, essa música foi e é igualmente 
roceira, matuta, acanhada, rústica e sem trato com a área 
urbana, de tal forma que, em todas essas composições, haja 
sempre a voz exemplar do migrante, a qual se faz ouvir para 
registrar uma situação de desenraizamento, de dependência e 
falta”, analisa a cientista política Heloísa Starling. 
Acrescenta o antropólogo Allan de Paula Oliveira: “foi 
entre 1902 e 1960 que a música sertaneja surgiu como um 
campo específico no interior da MPB. Mas, se num período 
inicial, até 1930, ‘sertanejo’ indicava indistintamente as 
músicas produzidas no interior do país, tendo como referência 
 
15 Idem, 1. 
o Nordeste, a partir dos anos de 1930, 'sertanejo' passou a 
significar o caipira do Centro-Sul. E, pouco mais tarde, de São 
Paulo. Assim, se Jararaca e Ratinho, ícones da passagem do 
sertanejo nordestino para o ‘caipira’, trabalhavam no Rio, as 
duplas dos anos 1940, como Tonico e Tinoco, trabalhariam em 
São Paulo”. 
(Adaptado de: HAAG, Carlos. “Saudades do Jeca no século XXI”. In: Revista 
Fapesp, outubro de 2009, p. 80-5.) 
 
Os pronomes “que” (1º parágrafo), “sua” (2º parágrafo) e 
“a qual” (3º parágrafo), referem-se, respectivamente, a: 
(A) exemplo - Jeca - composições 
(B) fluidez - Jeca - voz exemplar do migrante 
(C) Tristeza do Jeca - homem - canção popular 
(D) exemplo - homem - voz exemplar do migrante 
(E) fluidez - homem - canção popular 
 
10. (DP. Rio De Janeiro/RJ - Técnico Superior 
Especializado Em Biblioteconomia - FGV) “Se você quiser ir 
mais longe”; a única forma dessa frase que NÃO apresenta um 
equivalente semântico corretamente expresso é 
(A) caso você queira ir mais longe. 
(B) na hipótese de você querer ir mais longe. 
(C) no caso de você querer ir mais longe. 
(D) desde que você queira ir mais longe. 
(E) conquanto você queira ir mais longe. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.B / 03.B / 04.D / 05.B / 06.D / 07.D / 08.A / 09.B 
/ 10.E 
 
 
 
Verbo 
 
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, 
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros 
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); 
ocorrência (nascer); desejo (querer).15 
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus 
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, 
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns 
verbos mencionados acima; não apresentam, porém ,todas as 
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. 
 
Estrutura das Formas Verbais 
 
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode 
apresentar os seguintes elementos: 
 
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado 
essencial do verbo. Por exemplo: 
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) 
 
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a 
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r 
 
São três as conjugações: 
1ª - Vogal Temática - A - (falar) 
2ª - Vogal Temática - E - (vender) 
3ª - Vogal Temática - I - (partir) 
 
 
Morfossintaxe Estudo dos 
verbos e sua relação com as 
formas pronominais. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 26 
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o 
tempo e o modo do verbo. 
Por exemplo: 
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) 
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) 
 
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a 
pessoa do discurso ( 1ª ,2 ª ou 3ª )e o número (singularou 
plural .) 
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) 
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) 
 
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados 
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a 
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de 
haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas 
do verbo: põe, pões, põem, etc. 
 
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas 
 
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos 
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com 
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no 
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas 
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas 
sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. 
 
Classificação dos Verbos 
 
Classificam-se em: 
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências 
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca 
alterações no radical. 
 
Por exemplo: 
canto cantei cantarei cantava cantasse 
b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações 
no radical ou nas desinências. 
Por exemplo: faço fiz farei fizesse 
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam 
conjugação completa. Classificam-se em impessoais, 
unipessoais e pessoais. 
 
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. 
Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os 
principais verbos impessoais são: 
a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
se ou fazer (em orações temporais). 
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) 
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) 
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) 
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) 
 
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) 
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. 
Era primavera quando a conheci. 
Estava frio naquele dia. 
 
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza 
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, 
amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, 
“Amanheci mal-humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em 
sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em 
sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. 
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) 
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) 
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) 
 
d) São impessoais, ainda: 
 
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando 
tempo. Ex.: Já passa das seis. 
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, 
indicando suficiência. Ex.: 
Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, 
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência 
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, 
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, 
então, pessoais. 
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser 
possível”. Por exemplo: 
Não deu para chegar mais cedo. 
Dá para me arrumar uns trocados? 
 
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se 
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. 
A fruta amadureceu. 
As frutas amadureceram. 
 
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como 
verbos pessoais na linguagem figurada: 
Teu irmão amadureceu bastante. 
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes 
de animais; eis alguns: 
bramar: tigre 
bramir: crocodilo 
 
Os principais verbos unipessoais são: 
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, 
ser (preciso, necessário, etc.). 
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos 
bastante.) 
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.) 
É preciso que chova. (Sujeito : que chova) 
 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos 
da conjunção que. 
 
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de 
fumar.) 
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo 
Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia) 
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. 
 
- Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos 
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: 
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do 
indicativo falo , fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que 
provavelmente causaria problemas de interpretação em 
certos contextos. 
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente 
do indicativo computo, computas, computa - formas de 
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos 
gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso 
efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: 
exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o 
desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido 
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas. 
 
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma 
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno 
costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas 
regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as 
chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe: 
 
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular 
Anexar Anexado Anexo 
Dispersar Dispersado Disperso 
Eleger Elegido Eleito 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 27 
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical 
em sua conjugação. 
Por exemplo: 
 
Ir Pôr Ser Saber 
vou 
vais 
ides 
fui 
foste 
ponho 
pus 
pôs 
punha 
sou 
és 
fui 
foste 
seja 
sei 
sabes 
soube 
saiba 
 
 
f) Auxiliares 
São aqueles que entram na formação dos tempos 
compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando 
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas 
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. 
 
 Vou espantar as moscas . 
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo) 
 
Está chegando a hora do debate. 
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio) 
 
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e 
haver. 
 
Conjugação dos Verbos Auxiliares 
 
SER - Modo Indicativo 
 
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. 
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, 
vós éreis, eles eram. 
Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós 
fomos, vós fostes, eles foram. 
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido. 
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós 
fôramos, vós fôreis, eles foram. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido. 
Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, 
nós seríamos, vós seríeis, eles seriam. 
Futuro do Pretérito Composto: terei sido. 
Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós 
seremos, vós sereis, eles serão. 
Futuro do Pretérito Composto: Teria sido. 
 
SER - Modo Subjuntivo 
 
Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós 
sejamos, que vós sejais, que eles sejam. 
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, 
se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido. 
Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando 
ele for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles 
forem. 
Futuro Composto: tiver sido. 
 
SER - Modo Imperativo 
 
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós ,sede 
vós ,sejam eles. 
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não 
sejamos nós ,não sejais vós ,não sejam eles. 
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por 
sermos nós, por serdes vós, por serem eles. 
 
 
 
 
SER - Formas Nominais 
 
Formas Nominais 
Infinitivo: ser 
Gerúndio: sendo 
Particípio: sido 
 
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos 
nós, serdes vós, serem eles. 
 
ESTAR - Modo IndicativoPresente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós 
estais, eles estão. 
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós 
estávamos, vós estáveis, eles estavam. 
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele 
esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram. 
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu 
estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles 
estiveram. 
Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado 
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele 
estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão. 
Futuro do Presente Composto: terei estado. 
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele 
estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam. 
Futuro do Pretérito Composto: teria estado. 
 
ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo 
 
Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que 
nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam. 
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se 
ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles 
estivessem. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado 
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, 
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós 
estiverdes, quando eles estiverem. 
Futuro Composto: Tiver estado. 
 
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, 
estai vós, estejam eles. 
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não 
estejamos nós ,não estejais vós ,não estejam eles. 
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar 
ele, por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. 
 
Formas Nominais 
Infinitivo: estar 
Gerúndio: estando 
Particípio: estado 
 
ESTAR - Formas Nominais 
 
Infinitivo Impessoal: estar 
Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, 
estardes, estarem. 
Gerúndio: estando 
Particípio: estado 
 
HAVER - Modo Indicativo 
 
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, 
eles hão. 
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós 
havíamos, vós havíeis, eles haviam. 
Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele 
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Língua Portuguesa 28 
houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. 
Pretérito Perfeito Composto: tenho havido. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu 
houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles 
houveram. 
Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido. 
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele 
haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão. 
Futuro do Presente Composto: terei havido. 
Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele 
haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam. 
Futuro do Pretérito Composto: teria havido. 
 
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo 
 
Modo Subjuntivo 
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós 
hajamos, que vós hajais, que eles hajam. 
Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se 
ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles 
houvessem. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido. 
Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres, 
quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós 
houverdes, quando eles houverem. 
Futuro Composto: tiver havido. 
 
Modo Imperativo 
Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós, 
hajam eles. 
Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não 
hajamos nós ,não hajais vós ,não hajam eles. 
Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver 
ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles. 
 
HAVER - Formas Nominais 
 
Infinitivo Impessoal: haver, haveres, haver, havermos, 
haverdes, haverem. 
Infinitivo Pessoal: haver 
Gerúndio: havendo 
Particípio: havido 
 
TER - Modo Indicativo 
 
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, 
eles têm. 
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós 
tínhamos, vós tínheis, eles tinham. 
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, 
nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram. 
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu 
tiveras, ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido. 
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, 
nós teremos, vós tereis, eles terão. 
Futuro do Presente: terei tido. 
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, 
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam. 
Futuro do Pretérito composto: teria tido. 
 
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo 
 
Modo Subjuntivo 
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que 
nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. 
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele 
tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. 
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido. 
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele 
tiver, quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles 
tiverem. 
Futuro Composto: tiver tido. 
 
Modo Imperativo 
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, 
tende vós, tenham eles. 
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não 
tenhamos nós ,não tenhais vós ,não tenham eles. 
Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por 
termos nós, por terdes vós, por terem eles. 
 
g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com 
os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma 
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais 
acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no 
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: 
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com 
os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: 
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-
se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já 
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: 
Arrependi-me de ter estado lá. 
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) 
tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela 
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do 
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula 
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com 
o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia 
reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. 
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e 
respectivos pronomes): 
Eu me arrependo 
Tu te arrependes 
Ele se arrepende 
Nós nos arrependemos 
Vós vos arrependeis 
Eles se arrependem 
 
 - 2 . Acidentais : são aqueles verbos transitivos diretos em 
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto 
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do 
sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele 
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos 
diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes 
mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por 
exemplo : Maria se penteava. 
 A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode 
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria 
penteou-me. 
 
Observações: 
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes 
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função 
sintática. 
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes 
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente 
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, 
os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à 
do sujeito, exercem funções sintáticas. 
Por exemplo: 
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me 
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular 
 
Modos Verbais 
 
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo 
verbo na expressãode um fato. Em Português, existem três 
modos: 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 29 
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por 
exemplo: Eu sempre estudo. 
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por 
exemplo: Talvez eu estude amanhã. 
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por 
exemplo: Estuda agora, menino. 
 
Formas Nominais 
 
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas 
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, 
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. 
Observe: 
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo 
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de 
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) 
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) 
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente 
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por 
exemplo: 
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 
 
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três 
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não 
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do 
impessoal; nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: 
 
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) 
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) 
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) 
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem 
(eles) 
 
Por exemplo: 
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. 
 
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou 
advérbio. Por exemplo: 
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de 
advérbio) 
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) 
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; 
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: 
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. 
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. 
 
- d) Particípio: quando não é empregado na formação dos 
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado 
de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e 
grau. Por exemplo: 
Terminados os exames, os candidatos saíram. 
Quando o particípio exprime somente estado, sem 
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função 
de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: 
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. 
 
Tempos Verbais 
 
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a 
ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. 
Veja: 
 
1. Tempos do Indicativo 
 
- Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: 
Eu estudo neste colégio. 
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num 
momento anterior ao atual, mas que não foi completamente 
terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi 
interrompido. 
- Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido 
num momento anterior ao atual e que foi totalmente 
terminado. Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite. 
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve 
início no passado e que pode se prolongar até o momento 
atual. Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames. 
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido 
antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha 
estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma 
composta) Ele já estudara as lições quando os amigos 
chegaram. (forma simples) 
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve 
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. 
Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã. 
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que 
deve ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já 
terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de 
bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste. 
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode 
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por 
exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. 
- Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que 
poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato 
passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria 
viajado nas férias. 
 
2. Tempos do Subjuntivo 
 
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento 
atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame. 
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas 
posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que 
ele vencesse o jogo. 
 
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas 
construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. 
Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do 
campeonato. 
 
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato 
totalmente terminado num momento passado. Por exemplo: 
Embora tenha estudado bastante, não passou no teste. 
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode 
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por 
exemplo: Quando ele vier à loja, levará as encomendas. 
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que 
indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à 
loja, levará as encomendas. 
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato 
posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro 
fato futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, 
nós o visitaremos. 
 
Presente do Indicativo 
 
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência 
 pessoal 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantO vendO partO O 
cantaS vendeS parteS S 
canta vende parte - 
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 
cantaIS vendeIS partIS IS 
cantaM vendeM parteM M 
 
Pretérito Perfeito do Indicativo 
 
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjug . / Desin.pessoal 
CANTAR VENDER PARTIR 
canteI vendI partI I 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 30 
cantaSTE vendeSTE partISTE STE 
cantoU vendeU partiU U 
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 
cantaSTES vendeSTES partISTES STES 
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM 
 
Pretérito mais-que-perfeito 
 
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. 
 1ª/2ª e 3ª conj. 
CANTAR VENDER PARTIR - - 
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø 
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S 
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø 
cantáRAMOS-vendêRAMOS-partíRAMOS - RA MOS 
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS 
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M 
 
Pretérito Imperfeito do Indicativo 
 
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantAVA vendIA partIA 
cantAVAS vendIAS partAS 
CantAVA vendIA partIA 
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS 
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS 
cantAVAM vendIAM partIAM 
 
Futuro do Presente do Indicativo 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantar ei vender ei partir ei 
cantar ás vender ás partir ás 
cantar á vender á partir á 
cantar emos vender emos partir emos 
cantar eis vender eis partir eis 
cantar ão vender ão partir ão 
 
Futuro do Pretérito do Indicativo 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantarIA venderIA partirIA 
cantarIAS venderIAS partirIAS 
cantarIA venderIA partirIA 
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS 
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS 
cantarIAM venderIAM partirIAM 
 
Presente do Subjuntivo 
 
Para se formar o presente dosubjuntivo, substitui-se a 
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do 
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou 
pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). 
 
1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess 
 1ª conj. 2ª/3ª conj. 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantE vendA partA E A Ø 
cantES vendAS partAS E A S 
cantE vendA partA E A Ø 
cantEMOS- vendAMOS-partAMOS E A MOS 
cantEIS vendAIS partAIS E A IS 
cantEM vendAM partAM E A M 
 
 
 
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo 
 
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a 
desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, 
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse 
tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número 
e pessoa correspondente. 
 
1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal 
 1ª /2ª e 3ª conj. 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantaSSE- vendeSSE- partiSSE SSE Ø 
cantaSSES-vendeSSES-partiSSES SSE S 
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø 
cantáSSEMOS-vendêSSEMOS-partíssemos SSE MOS 
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS 
cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M 
 
Futuro do Subjuntivo 
 
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência 
-STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a 
desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa 
correspondente. 
 
1ª conj./2ª conj./3ª conj./Des. temp./Desin. pess 1ª /2ª e 3ª 
CANTAR-VENDER-PARTIR 
cantaR – vendeR - partiR Ø 
cantaRES-vendeRES-partiRES R ES 
cantaR – vendeR - partiR R Ø 
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS 
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES 
cantaREM vendeREM PartiREM R EM 
 
Imperativo 
 
Imperativo Afirmativo 
 
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do 
presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda 
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais 
pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: 
 
Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo 
Eu canto --- Que eu cante 
Tu cantas CantA tu Que tu cantes 
Ele canta Cante você Que ele cante 
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos 
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis 
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem 
 
Imperativo Negativo 
 
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a 
negação às formas do presente do subjuntivo. 
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo 
Que eu cante --- 
Que tu cantes Não cantes tu 
Que ele cante Não cante você 
Que nós cantemos Não cantemos nós 
Que vós canteis Não canteis vós 
Que eles cantem Não cantem eles 
 
Observações: 
 
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa 
(singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido 
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se 
fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 31 
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê 
(tu), sede (vós). 
 
Infinitivo Impessoal 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
 
Infinitivo Pessoal 
 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
CANTAR VENDER PARTIR 
cantar vender partir 
cantarES venderES partirES 
cantar vender partir 
cantarMOS venderMOS partirMOS 
cantarDES venderDES partirDES 
cantarEM venderEM partirEM 
 
Questões 
 
01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos ___ 
esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos 
poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada 
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo .Assinale 
a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as 
lacunas do texto. 
(A) sejam … mantesse 
(B) sejam … mantivessem 
(C) sejam … mantém 
(D) seja … mantivessem 
(E) seja … mantêm 
 
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão 
apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução 
verbal em destaque expressa ação 
(A) concluída. 
(B) atemporal. 
(C) contínua. 
(D) hipotética. 
(E) futura. 
 
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar, 
mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações 
sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou 
crédito?”. Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de 
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. 
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. 
(C) adotar como referência de qualidade. 
(D) julgar de acordo com normas legais. 
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. 
 
Respostas 
 
1-B / 2-C / 3-E 
 
 
 
Oração 
 
É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, 
necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra uma 
frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período, 
 
16www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint3.php 
completando um pensamento e concluindo o enunciado 
através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns 
casos, através de reticências. 
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes 
elípticos - ocultos). Não têm estrutura sintática, portanto não 
são orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases 
como: 
 
Socorro! 
Com licença! 
Que rapaz impertinente! 
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como 
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou 
as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração 
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam 
dois grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara 
alguma coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma 
declaração (o predicado), e, excepcionalmente, só o 
predicado. Exemplo: 
 
O menino comprou uma bola. 
O menino – sujeito 
Comprou uma bola – predicado 
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) 
 
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em 
número e pessoa .É normalmente o ser de quem se declara 
algo, o tema do que se vai comunicar. 
 
O predicado é a parte da oração que contém “a informação 
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, 
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. 
 
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara 
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente à “o amor”, 
ou seja, o predicado, é eterno. 
 
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os 
rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda em 
número e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam 
futebol”. 16 
 
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um 
substantivo, pronome ou verbo), algumas palavras podem ser 
o núcleo do sujeito e do predicado. Exemplo: 
 
 “O amigo retardatário do presidente prepara-se para 
desembarcar.” (Aníbal Machado) 
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias 
plumas. 
 
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados 
em três grandes níveis: 
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. 
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal 
e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e 
Agente da Passiva). 
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, 
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. 
 
 Termos Essenciais da Oração 
Dois termos fundamentais da oração: sujeito e predicado. 
 
Sujeito Predicado 
Felicidade é estar satisfeito. 
Os jovens compraram os doces. 
Um carro fortetombou nas ruas. 
Sintaxe do período e da 
oração e seus dois ‐ eixos: 
coordenação e subordinação. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 32 
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que 
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma 
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto 
semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto 
estilístico (o tópico da sentença). Já que o sujeito é 
depreendido de uma análise sintática, vamos restringir a 
definição apenas ao seu papel sintático na sentença: aquele 
que estabelece concordância com o núcleo do predicado. 
Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um 
verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um 
nome. 17Então têm por características básicas: 
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; 
- apresentar-se como elemento determinante em relação 
ao predicado; 
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo 
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. 
Exemplo: 
 
O banco está interditado hoje. 
está interditado hoje: predicado nominal 
interditado: nome adjetivo = núcleo do predicado 
O banco: sujeito 
Banco: núcleo do sujeito - nome masculino singular 
 
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo 
determinante, ao passo que o predicado é o termo 
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em 
relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser 
possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas 
nunca uma sentença sem predicado. 
Exemplo: 
 
As formigas invadiram minha casa. 
as formigas: sujeito = termo determinante 
invadiram minha casa: predicado = termo determinado 
 
Há formigas na minha casa. 
há formigas na minha casa: predicado = termo 
determinado 
sujeito: inexistente 
 
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma 
nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse 
nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o 
sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto 
(eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira 
pessoa, sua representação pode ser feita através de um 
substantivo, de um pronome substantivo ou de qualquer 
conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na sentença, como 
um substantivo. 
Exemplos: 
Eu acompanho você até o guichê. 
eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa 
Vocês disseram alguma coisa? 
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa (tu) 
Marcos tem um fã-clube no seu bairro. 
Marcos: sujeito = substantivo próprio 
Ninguém entra na sala agora. 
ninguém: sujeito = pronome substantivo 
O andar deve ser uma atividade diária. 
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa 
oração 
 
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir 
de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de 
oração substantiva subjetiva: 
 
É difícil optar por esse ou aquele doce... 
 
17 www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/sujeito 
É difícil: oração principal 
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva 
subjetiva 
 
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou 
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: 
 
O sino era grande. 
Ela tem uma educação fina. 
Vossa Excelência agiu com imparcialidade. 
 
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um 
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer 
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, 
etc.). 
 Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma 
voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) 
 
Classificação dos Sujeitos 
Simples - tem um só núcleo, no singular ou plural: O 
cachorro tem uma casinha linda. 
Composto - apresenta mais de um núcleo: O garoto e a 
menina brincavam alegremente. 
 Expresso - está explícito, enunciado: Eu trabalharei 
amanhã. 
Oculto (ou elíptico) - está implícito, não está expresso, 
funciona como algo que não está claro, porém, no texto está o 
significado dele: Trabalharei amanhã. (deduz “eu” a partir da 
desinência do verbo). 
Agente - ação expressa pelo verbo da voz ativa: O garoto 
chutou a bola. 
Paciente - recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo 
passivo: A bola é chutada pelo menino. Construíram-se 
açudes. (= Açudes foram construídos.) 
Agente e Paciente - quando o sujeito realiza a ação 
expressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe 
os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; 
Regina trancou-se no quarto. 
Indeterminado - quando não se indica o agente da ação 
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem 
atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a 
atropelou.); Come-se bem naquele restaurante (quem come).18 
 
Observações: 
- Não confunda sujeito indeterminado com sujeito oculto. 
- Sujeito formado por pronome indefinido não é 
indeterminado, mas expresso: Ninguém lhe telefonou. 
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o 
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente 
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com 
admiração. “De qualquer modo, foi uma judiação matarem a 
moça .” 
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo 
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. 
O pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do 
sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos. 
Aqui paga-se bem. 
Devagar se vai ao longe. 
Quando se é jovem, a vida é vigorosa. 
 
- o verbo no infinitivo impessoal, ocorre a indeterminação 
do sujeito. Ex. É legal assistir a estes filmes clássicos. 
 
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a 
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa 
língua. Ex. Da casa próxima apareceu aquela moça. / É difícil 
está situação. 
 
18 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 33 
Sem Sujeito - são enunciados através do predicado, o 
verbo não é atribuído a nenhum sujeito. Construídas com 
verbos impessoais na 3ª pessoa do singular: Havia gatos na 
sala. / Choveu durante a festa. 
 
São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir, 
acontecer, realizar-se, decorrer). 
 Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo. 
Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, 
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos. 
 
Predicado - é a soma de todos os termos da oração, exceto o 
sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara na oração 
referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta 
um verbo.19 Exemplos: 
Victor conhece os amigos do rei. 
sujeito: Victor = termo determinante 
predicado: conhece os amigos do rei = termo determinado 
 
No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome, 
quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, 
ou um verbo (ou locução verbal). 
Predicado nominal - (seu núcleo significativo é um nome, 
substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo 
de ligação) 
Predicado verbal - (seu núcleo é um verbo, seguido, ou 
não, de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num 
mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância, 
ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de 
predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: 
um verbo e um nome). Exemplos: 
 
Victor era jogador 
predicado: era jogador 
núcleo do predicado: jogador = atributo do sujeito 
tipo de predicado: nominal 
 
Predicativo do sujeito - é o nome dado ao núcleo do 
predicado nominal, é atribuído uma qualidade ou 
característica ao sujeito. Os verbos de ligação (ser, estar, 
parecer, etc.) são a ligação entre o sujeito e o predicado. 
 
A prefeituracomprou várias coisas na licitação. 
predicado: comprou várias coisas na licitação. 
núcleo do predicado: comprou = nova informação sobre o 
sujeito 
tipo de predicado: verbal 
 
Os meninos jogavam bola contentes. 
predicado: jogavam bola contentes. 
núcleos do predicado: jogavam = nova informação sobre o 
sujeito; contentes = atributo do sujeito 
tipo de predicado: verbo-nominal 
 
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é 
responsável também por definir os tipos de elementos que 
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho 
basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros 
casos é necessário um complemento que, juntamente com o 
verbo, constituem a nova informação sobre o sujeito. De 
qualquer forma, esses complementos do verbo não interferem 
na tipologia do predicado. 
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, 
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por 
estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: 
 
 
19 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011. 
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes 
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo 
é depois de algozes) 
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da 
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe) 
 
Predicação verbal - tem como núcleo um verbo que 
transmite ideia de ação, pode ser um locução verbal (dois 
verbos) Alguns verbos, por natureza, tem sentido completo, 
podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos 
de predicação completa denominados intransitivos. 
Exemplo: 
 
A planta nasceu. 
Os meninos correm. 
 
Outros verbos, que tem predicação incompleta (sentido 
incompleto) conhecido como transitivos (precisam de 
complemento) Exemplos: 
 
Paulo comprou cinco pães. 
A casa pertence ao Júlio. 
 
Observe que, sem os seus complementos, os verbos 
comprou, pertence, não transmitiriam informações 
completas: comprou o quê? Pertence a quem? 
Os verbos de predicação completa denominam-se 
intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os 
verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos, 
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos 
(bitransitivos). 
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem 
encerram uma noção definida, um conteúdo significativo, 
existem os de ligação, verbos que entram na formação do 
predicado nominal, relacionando o predicativo com o sujeito. 
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: 
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, 
pois têm sentido completo. 
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis) 
 
Observações: Os verbos intransitivos podem vir 
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um 
predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos 
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido. 
As orações formadas com verbos intransitivos não podem 
“transitar” (= passar) para a voz passiva. 20 
Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos 
quando construídos com o objeto direto ou indireto. 
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do 
Nascimento) 
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís 
Jardim) 
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves 
Dias) 
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo 
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) 
 
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, 
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, 
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. 
 
Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, ou seja, 
sempre um complemento sem preposição. Alguns verbos 
deste grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, 
designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: 
Comprei um terreno e construí a casa. 
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de 
Maricá) 
20 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 34 
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os 
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o 
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: 
Consideramos a situação difícil. 
Fernando trazia os documentos. 
 
Em geral, os verbos transitivos diretos sao usados na voz 
passiva. 
Podem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, 
as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as. 
Podem ser construídos acidentalmente com preposição, a 
qual lhes acrescenta novo sentido: arrancar da espada; puxar 
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir 
com o dever; 
Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher, 
avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar, 
desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, 
imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, 
ter, unir, ver, etc. 
 
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um 
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto. 
Exemplos: 
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma 
adolescente.” (Ciro dos Anjos) 
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e 
neutros.” (Érico Veríssimo) 
 
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos 
importa distinguir os que se constroem com os pronomes 
objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a 
preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, 
desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos 
transitivos indiretos importa distinguir os que não admitem 
para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construindo-
se com os pronomes retos precedidos de preposição: aludir a 
ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele, 
investir contra ele, não ligar para ele, etc. 
 
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam 
a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e 
pouco mais, usados também como transitivos diretos: João 
paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado, 
obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como 
atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma 
preposição, sem mudança de sentido. Outros mudam de 
sentido com a troca da preposição, como nestes exemplos: 
Trate de sua vida. (tratar=cuidar). É desagradável tratar com 
gente grosseira. (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, 
dispor, servir, etc., variam de significação conforme sejam 
usados como transitivos diretos ou indiretos. 
 
Transitivos Diretos e Indiretos: utilizam com dois 
objetos: um direto, outro indireto, ao mesmo tempo. 
Exemplos: 
A jornalista fornece informações para os concorrentes. 
Oferecemos rosas a nossa amiga. 
Ceda o carro para sua mãe. 
 
De Ligação: ligam ao sujeito o predicativo, uma palavra. 
Esses verbos, formam o predicado nominal. Exemplos: 
A casa é feia. 
A carroça está torta. 
A menina anda (=está) alegre. 
A vizinha parecia uma mulher virtuosa. 
 
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de 
anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais 
 
21 Idem, 7. 
se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por 
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto 
transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está 
doente. (aspecto transitório). Muito desses verbos passam à 
categoria dos intransitivos em frases como: Era =existia) uma 
vez uma princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; 
Anda com dificuldades.; Parece que vai chover.21 
 
Os verbos, relativamente à predicação, não fixos. Variam 
conforme apresentado na fras, a sua regência e sentido podem 
pertencer a outro grupo. 
 Exemplos: 
O homem anda. (intransitivo) 
O homem anda triste. (de ligação) 
 
O cego não vê. (intransitivo) 
O cegonão vê o obstáculo. (transitivo direto) 
 
Predicativo: expressa estado, qualidade ou condição do 
ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo. Dois predicativos 
são apontados. 
 
Predicativo do Sujeito: exprime um atributo, estado ou 
modo de ser do sujeito, aparece com verbo de ligação, no 
predicado nominal. Exemplos: 
O aluno é estudioso e exemplar. 
A casa era toda feita de pedras raras. 
 
Outro tipo de predativo, aparece no predicado verbo-
nominal. Exemplos: 
José chegou cansado. 
Os meninos chegaram cansados. 
 
O predicativo subjetivo pode estar preposicionado; 
Pode o predicativo ser antes do sujeito e do verbo: 
São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; 
Completamente feliz ninguém é. 
 
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto 
de um verbo transitivo. Exemplos: 
As paixões tornam os homens felizes. 
Nós julgamos o fato estranho. 
 
Observações: O predicativo objetivo, pode estar regido de 
preposição. 
É facultativa, as vezes. O predicativo objetivo em geral se 
refere ao objeto direto. 
Casos especiais, pode referir-se ao objeto indireto do verbo 
chamar. Chamavam-lhe poeta; Podemos antepor o 
predicativo a seu objeto: O advogado considerava 
indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo inoportuna essa 
viagem.; “E até embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha 
estendida a seus pés uma planta rústica da cidade.”; “Sentia 
ainda muito abertos os ferimentos que aquele choque com o 
mundo me causara.” 
 
Termos Integrantes da Oração 
Complementam o sentido de certos verbos e nomes para 
que a oração fique completa, são chamados de: 
 
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); 
- Complemento Nominal; 
- Agente da Passiva. 
 
Objeto Direto: complementa o sentido de um verbo 
transitivo direto, não regido por preposição. Dica: faça as 
perguntas “o quê ?” ou “quem ?”. Exemplos: 
O menino matou o passarinho. (o menino matou quem ?) 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 35 
Geraldo ama Andressa. (Geraldo ama o quê ?) 
 
Características do obejto direto: 
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; 
- Normalmente, não vem regido de preposição; 
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um 
verbo ativo: Caim matou Abel. 
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto 
por Caim. 
 
O objeto direto pode ser constituído: 
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O 
lavrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. 
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: 
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao 
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a 
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; 
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar 
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” 
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na 
loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de 
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas 
do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido 
nos meus escritos?” 
 
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, 
dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da 
mesma esfera semântica: 
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.” 
(Vivaldo Coaraci) 
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal 
Machado) 
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” 
(Machado de Assis) 
Em tais construções é de rigor que o objeto venha 
acompanhado de um adjunto.22 
 
Objeto Direto Preposicionado: antecipado por preposição 
não obrigatória. Exemplos: 
Identifiquei a vocês todos naquela foto (quem identifica, 
identifica a algo, o verbo não pede preposição). 
 
Em certos casos, o objeto direto, vem precedido de 
preposição, ocorre: 
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico: 
Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava 
mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto 
hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava 
o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”. 
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro 
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a 
todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo 
desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia 
manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade 
também temia, como todos ali”. 
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando 
que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo 
construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; 
“Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como 
a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro? 
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza 
e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos 
outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”; 
“Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”. 
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, 
principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da 
eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre 
 
22 Idem, 5. 
todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O 
estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”. 
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto 
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao 
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este 
confrade conheço desde os seus mais tenros anos”. 
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro 
caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a 
ambos...”. 
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes 
a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e 
odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes 
também aos outros.; A quantos a vida ilude!. 
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou 
arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, 
atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas 
de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da 
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a 
coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube 
do caso.” 
 
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a 
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A 
substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome 
oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) 
e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo 
(convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só 
ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três 
as razões ou finalidades do emprego do objeto direto 
preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a 
ênfase ou a força da expressão. 
 
Objeto Direto Pleonástico: aquele que se repete na 
sequência da frase. Quando queremos dar destaque ou ênfase 
à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da frase 
e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome 
oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-
se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: 
O pão, Paulo o trazia dentro da sacola. 
Seus cachorros, ele os cuidava em amor. 
 
Objeto Indireto: por meio de uma preposição obrigatória, 
completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Dica: faça 
às perguntas “para quê, em quê, de quê, ou preposição mais 
quem ?” 
Exemplos:Meu irmão cuidava de toda a sua casa. (cuidava 
de quê ?) João gosta de goiaba. (gosta do quê ?) 
 
- Transitivos Indiretos: Assisti ao filme; Assistimos à 
festa e à folia; Aludiu ao fato; Aspiro a uma casa boa. 
 
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou 
passiva): Dou graças a Deus; Dedicou sua vida aos doentes e 
aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.) 
 
O objeto indireto pode aindaacompanhar verbos de outras 
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente 
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; 
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe 
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. 
 
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois 
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a 
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para 
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto 
direto com o complemento nominal nem com o adjunto 
adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 36 
“Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque 
podem ser considerados adjuntos adverbiais. 
 
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa 
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes 
objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. 
Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. 
(=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); 
Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a 
preposição é expressa, como característica do objeto indireto: 
Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com 
pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; 
Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti 
agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de 
que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a 
conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As 
pessoas com quem conto são poucas. 
 
Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é 
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) 
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: 
a, com, contra, de, em, para e por. 
 
Objeto Indireto Pleonástico: sempre representado por um 
pronome oblíquo átono para dar ênfase a um objeto indireto 
que já tem na frase. Exemplos: 
A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o 
destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de 
se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.” 
 
Complemento Nominal: completa o sentido de um (nome) 
substantivo, de um adjetivo e um advérbio, sempre regido 
preposição. Exemplos: A defesa da pátria; “O ódio ao mal é 
amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah, 
não fosse ele surdo à minha voz!” 
 
Observações: O complemento nominal representa o 
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um 
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de 
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de 
músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no 
objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de 
complementar verbos, complementa nomes (substantivos, 
adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que 
requerem complemento nominal correspondem, geralmente, 
a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o 
próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente 
aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à 
pátria; etc.23 
 
Agente da Passiva: complementa um verbo na voz 
passiva. Sempre representa quem pratica a ação expressa pelo 
verbo passivo. Vem regido na maioria das vezes pela 
preposição por, e menos frequentemente pela preposição de: 
O vencedor foi escolhdo pelos jurados. 
O menino estava cercado pelo seu pai e mãe. 
 
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos 
ou pelos pronomes: 
O cão foi atropelado pelo carro. 
Este caderno foi rabiscado por mim. 
 
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na 
voz ativa: 
A menina foi penteada pela mãe. (voz passiva) 
A mãe penteou a manina. (voz ativa) 
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva) 
 
23 Idem, 5. 
24 AMARAL, Emília. Novas Palavras. Editora FTD.2016. 
 
Observações: 
Frase de forma passiva analítica sem complemento agente 
expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado e 
o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade. 
(Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas. 
(Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se 
declara o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele 
pelos pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as 
canções dele pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as 
canções dele nas ruas. (certo) 
 
Termos Acessórios da Oração 
 
Termos acessórios são os que desempenham na oração 
uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, 
determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. 
São três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, 
adjunto adverbial e aposto. 
 
Adjunto adnominal: é o termo (expressão) que se junta a 
um nome para melhor função específicar, detalhar ou 
caracterizar o sentido desse nome (substantivos).24 
Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu 
determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – 
vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto 
adnominal). 
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: 
água fresca, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as ruas; 
Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal, 
muitas rãs ,país cuja história conheço, que rua?; Pelos 
numerais: dois pés ,quinto ano; Pelas locuções ou expressões 
adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra 
especificação: 
- presente de rei (=régio): qualidade 
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença 
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem 
- fio de aço, casa de madeira: matéria 
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade 
 
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado 
por locução adjetiva com complemento nominal. Este 
representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a 
eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, 
empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de 
trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao 
próximo, etc. O adjunto adnominal formado por locução 
adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, 
qualidade de alguém ou de alguma coisa: o discurso do 
presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, 
empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de 
árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de 
petróleo, amor de mãe.25 
 
Adjunto adverbial: termo que exprime uma circunstância 
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que 
modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. 
Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na 
praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios: 
Cheguei tarde; Maria é mais alta.; Não durma na cabana.; Ele 
fala bem, fala corretamente.; Talvez esteja enganado.; Pelas 
locuções ou expressões adverbiais: Compreendo sem 
esforço.; Saí com meu pai.; Paulo reside em São Paulo.; 
Escureceu de repente. 
 
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes de 
adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não 
25 Idem, 5 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 37 
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No 
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De 
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de 
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto 
adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, 
companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber 
distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, de objeto 
indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); 
água do mar (adj.adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do 
mar (compl.nom.). 
 
Aposto: um termo ou expressão que associa a um nome 
anterior, explica ou esclarece, o sentido desse nome.Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois 
pontos, travessão e vírgula. 
Exemplos: 
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de estômago. 
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
O núcleo do aposto pode ser expressos por um substantivo 
ou um pronome substantivo: 
Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem 
se ausentar. 
 
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases 
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do 
sujeito: 
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. 
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de 
cores. 
 
Os apostos, em geral, tem pausas, indicadas, na escrita, por 
vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não 
haverá vírgula, como nestes exemplos: 
O romance Tóia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o 
Colégio Tiradentes, etc. 
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” 
(Graciliano Ramos) 
 
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às 
vezes, está elíptico. Exemplos: 
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. 
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da 
alma humana. 
 
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: 
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de 
tempestade iminente. 
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. 
 
Um aposto refere a outro aposto, às vezes: 
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do 
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) 
 
O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas, 
ou da preposição acidental como: 
 
Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile, 
não são banhados pelo mar. 
 
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento 
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: 
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. 
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das 
coisas.” (Raquel Jardim) 
 
 
26 Idem, 5. 
Vocativo: termo que exprime um nome, título, apelido, 
usado para chamar o interlocutor. 
 
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria 
de Lourdes Teixeira) 
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado 
de Assis) 
“Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela) 
Observação: Profere-se o vocativo com entoação 
exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo 
inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um 
chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª 
pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma 
coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos 
antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!): 
 
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano) 
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” 
(Graciliano Ramos) 
“Esconde-te, ó sol de maio ,ó alegria do mundo!” (Camilo 
Castelo Branco) 
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura 
da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.26 
 
Questões 
 
01. O termo em destaque é adjunto adverbial de 
intensidade em: 
(A) pode aprender e assimilar MUITA coisa 
(B) enfrentamos MUITAS novidades 
(C) precisa de um parceiro com MUITO caráter 
(D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes 
(E) assumimos MUITO conflito e confusão 
 
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há 
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são 
respectivamente: 
(A) sujeito – objeto direto; 
(B) sujeito – aposto; 
(C) objeto direto – aposto; 
(D) objeto direto – objeto direto; 
(E) objeto direto – complemento nominal. 
 
03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é 
objeto indireto. 
(A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário 
Quintana) 
(B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca 
teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” 
(Fernando Pessoa) 
(C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a 
sonhar / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” 
(Alphonsus de Guimarães) 
(D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a 
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para 
a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães 
Rosa) 
 
04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase 
o sujeito de “fez”? 
(A) o prêmio; 
(B) o jogador; 
(C) que; 
(D) o gol; 
(E) recebeu. 
 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 38 
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde 
há predicativo do sujeito: 
(A) como o povo anda tristonho! 
(B) agradou ao chefe o novo funcionário; 
(C) ele nos garantiu que viria; 
(D) no Rio não faltam diversões; 
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação. 
 
Gabarito 
01.D \ 02.C \ 03.D \ 04.C \ 05.A 
 
Período 
 
Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, 
que se encerra com ponto de exclamação, ponto de 
interrogação ou com reticências. 
O período é simples quando só traz uma oração, chamada 
absoluta; o período é composto quando traz mais de uma 
oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, 
oração absoluta.); Quero que você aprenda. (Período 
composto.) 
 
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há 
num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num 
período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as 
locuções verbais nele existentes. Exemplos: 
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) 
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações) 
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma 
oração) 
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas 
locuções verbais, duas orações) 
 
Há três tipos de período composto: por coordenação, por 
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo 
tempo (também chamada de período misto). 
 
Período Composto por Coordenação – Orações 
Coordenadas 
 
Considere, por exemplo, este período composto: 
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os 
tempos de infância. 
1ª oração: Passeamos pela praia 
2ª oração: brincamos 
3ª oração: recordamos os tempos de infância 
As três orações que compõem esse período têm sentido 
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência 
sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma 
relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende 
da outra sintaticamente. 
As orações independentes de um período são chamadas de 
orações coordenadas (OC), e o período formado só de 
orações coordenadas é chamado de período composto por 
coordenação. 
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas 
e sindéticas. 
 
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando 
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: 
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. 
 OCA OCA OCA 
 
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de 
Assis) 
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” 
(Antônio Olavo Pereira) 
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” 
(Coelho Neto) 
 
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando 
vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: 
O homem saiu do carro / e entrou na casa. 
 OCA OCS 
 
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de 
acordo com o sentido expresso pelas conjunções 
coordenativas que as introduzem. Pode ser: 
 
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não 
só... mas também, não só... mas ainda. 
Saí da escola / e fui à lanchonete. 
 OCA OCS Aditiva 
 
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma 
conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com 
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção 
coordenativa aditiva. 
 
O menino comprou pães e um leite. 
As crianças não griatavam e nem choravam. 
Os celulares não somente instruemmas também 
divertem. 
 
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, 
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. 
 
Estudei bastante / mas não passei no teste. 
 OCA OCS Adversativa 
 
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma 
conjunção que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou 
seja, por uma conjunção coordenativa adversativa. 
 
O aluno é estudioso, porém, suas notas são baixas. 
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) 
 
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, 
por isso, pois, logo. 
 
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão. 
 OCA OCS Conclusiva 
 
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma 
conjunção que expressa ideia de conclusão de um fato 
enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção 
coordenativa conclusiva. 
 
Vives mentindo; logo, não mereces fé. 
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. 
 
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... 
ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer. 
 
Seja mais educado / ou retire-se da reunião! 
 OCA OCS Alternativa 
 
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma 
conjunção que estabelece uma relação de alternância ou 
escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma 
conjunção coordenativa alternativa. 
 
Cale-se agora ou nunca mais fale. 
Ora colocava a luca, ora a retirava. 
 
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, 
porque, pois, porquanto. 
Vamos andar depressa / que estamos atrasados. 
 OCA OCS Explicativa 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 39 
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção 
que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação à 
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa 
explicativa. 
 
Nao comprei o carro, porque estava muito caro. 
Cumprimente-a, pois hoje é o seu aniversário. 
 
Questões 
 
01. Relacione as orações coordenadas por meio de 
conjunções: 
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões 
surgiram. 
(B) Não durma sem cobertor. A noite está fria. 
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. 
 
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o 
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: 
(A) causa 
(B) explicação 
(C) conclusão 
(D) proporção 
(E) comparação 
 
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração 
sublinhada pode indicar uma ideia de: 
(A) concessão 
(B) oposição 
(C) condição 
(D) lugar 
(E) consequência 
 
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, 
entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido. 
1. Correu demais, ... caiu. 
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. 
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. 
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com 
detalhes. 
 
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. 
(A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto 
(B) por isso, porque, mas, portanto, que 
(C) logo, porém, pois, porque, mas 
(D) porém, pois, logo, todavia, porque 
(E) entretanto, que, porque, pois, portanto 
 
05. Reúna as três orações em um período composto por 
coordenação, usando conjunções adequadas. 
 
Os dias já eram quentes. 
A água do mar ainda estava fria. 
As praias permaneciam desertas. 
 
Respostas 
 
01. 
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram. 
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. 
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los. 
 
02. E\03. C\04. B 
 
05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda 
estava fria, por isso as praias permaneciam desertas. 
 
 
 
 
Período Composto por Subordinação 
 
Observe os termos destacados em cada uma destas 
orações: 
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) 
Todos querem sua participação. (objeto direto) 
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de 
causa) 
 
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em 
orações com a mesma função sintática: 
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada 
com função de adjunto adnominal) 
Todos querem / que você participe. (oração subordinada 
com função de objeto direto) 
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração 
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) 
 
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma 
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, 
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo 
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a 
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele 
é classificado como período composto por subordinação. As 
orações subordinadas são classificadas de acordo com a 
função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas. 
 
Orações Subordinadas Adverbiais 
 
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas 
que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal 
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção 
subordinativa que as introduz: 
 
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração 
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, 
visto que. 
Não fui à escola / porque fiquei doente. 
 OP OSA Causal 
 
O tambor soa porque é oco. 
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. 
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. 
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de 
Sousa) 
 
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a 
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, 
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. 
Irei à sua casa / se não chover. 
 OP OSA Condicional 
 
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos 
ofensores. 
Se o conhecesses, não o condenarias. 
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond 
de Andrade) 
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência 
tenha êxito. 
 
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da 
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização. 
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais 
que, mesmo que. 
Ela saiu à noite / embora estivesse doente. 
 OP OSA Concessiva 
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que 
ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente. 
Embora não possuísse informações seguras, ainda 
assim arriscou uma opinião. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 40 
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo 
quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos 
critiquem. 
Por mais que gritasse, não me ouviram. 
 
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato 
com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. 
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado. 
 OP OSA Conformativa 
 
O homem age conforme pensa. 
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. 
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas. 
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de 
informação. 
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao 
que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, 
assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal 
(=assim que). 
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei. 
 OP OSA Temporal 
 
Formiga, quando quer se perder, cria asas. 
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se 
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” 
(Marquês de Maricá) 
Enquanto foi rico, todos o procuravam. 
 
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi 
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de 
que, porque (=para que), que. 
Abri a portado salão / para que todos pudessem entrar. 
 OP OSA Final 
 
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” 
(Marquês de Maricá) 
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. 
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = 
para que) 
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as 
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = 
para que não deixasse) 
 
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi 
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como 
(= porque), pois que, visto que. 
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade. 
 OP OSA Consecutiva 
 
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. 
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” 
(José J. Veiga) 
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais. 
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude 
prolongar minha viagem. 
 
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com 
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, 
tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado 
com menos ou mais). 
Ela é bonita / como a mãe. 
 OP OSA Comparativa 
 
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o 
ferro.” (Marquês de Maricá) 
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. 
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. 
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à 
luz daquele olhar. 
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam 
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está 
subentendido o verbo ser (como a mãe é). 
 
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona 
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. 
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, 
quanto mais, quanto menos. 
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia. 
 OSA Proporcional OP 
 
À medida que se vive, mais se aprende. 
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. 
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai 
diminuindo. 
 
Orações Subordinadas Substantivas 
 
As orações subordinadas substantivas (OSS) são 
aquelas que, num período, exercem funções sintáticas 
próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas 
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser: 
 
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É 
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração 
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto) 
O grupo quer / que você ajude. 
 OP OSS Objetiva Direta 
 
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O 
mestre exigia a presença de todos.) 
Mariana esperou que o marido voltasse. 
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. 
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. 
 
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É 
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da 
oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto 
indireto) 
Necessito / de que você me ajude. 
 OP OSS Objetiva Indireta 
 
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua 
viagem.) 
Aconselha-o a que trabalhe mais. 
Daremos o prêmio a quem o merecer. 
Lembre-se de que a vida é breve. 
 
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela 
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. 
Observe :É importante sua colaboração. (sujeito) 
É importante / que você colabore. 
 OP OSS Subjetiva 
 
A oração subjetiva geralmente vem: 
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em 
construções do tipo é bom ,é útil ,é certo ,é conveniente, etc. 
Ex.: É certo que ele voltará amanhã. 
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. 
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, 
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e 
seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos 
participem da reunião. 
 
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é 
necessária.) 
Parece que a situação melhorou. 
Aconteceu que não o encontrei em casa. 
Importa que saibas isso bem. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 41 
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: 
É aquela que exerce a função de complemento nominal de um 
termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua 
inocência. (complemento nominal) 
Estou convencido / de que ele é inocente. 
 OP OSS Completiva Nominal 
 
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão 
dele.) 
Estava ansioso por que voltasses. 
Sê grato a quem te ensina. 
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão 
cedo.” (Graciliano Ramos) 
 
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela 
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração 
principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O 
importante é sua felicidade. (predicativo) 
O importante é / que você seja feliz. 
 OP OSS Predicativa 
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) 
Minha esperança era que ele desistisse. 
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. 
Não sou quem você pensa. 
 
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela 
que exerce a função de aposto de um termo da oração 
principal. Observe: Ele tinha um sonho :a união de todos em 
benefício do país. (aposto) 
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício 
do país. 
 OP OSS Apositiva 
 
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma 
coisa: a sua felicidade) 
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. 
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: 
de que virias a morrer...” (Osmã Lins) 
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum 
motivo oculto?” (Machado de Assis) 
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de 
dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à 
oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho 
recuperasse a saúde, tornou-se realidade. 
 
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as 
orações substantivas podem ser introduzidas por outros 
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: 
Não sei quando ele chegou. 
Diga-me como resolver esse problema. 
 
Orações Subordinadas Adjetivas 
 
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a 
função de adjunto adnominal de algum termo da oração 
principal. Observe como podemos transformar um adjunto 
adnominal em oração subordinada adjetiva: 
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) 
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada 
adjetiva) 
 
As orações subordinadas adjetivas são sempre 
introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, 
etc.) e podem ser classificadas em: 
 
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas 
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que 
se referem. Exemplo: 
 
27 Idem, 5. 
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. 
 OP OSA Restritiva 
 
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica 
o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não 
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º 
lugar. 
 
Pedra que rola não cria limo. 
Os animais que se alimentam de carne chamam-se 
carnívoros. 
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas 
escreveram. 
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário 
Mariano) 
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas 
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se 
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem 
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo: 
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um 
novolivro. 
 OP OSA Explicativa OP 
 
Deus, que é nosso pai, nos salvará. 
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. 
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. 
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. 
Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que 
na escrita se indicam por vírgulas.27 
 
Orações Reduzidas 
Observe que as orações subordinadas eram sempre 
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e 
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do 
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há 
outras que se apresentam com o verbo numa das formas 
nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: 
 
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. 
(infinitivo) 
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) 
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 
(particípio) 
 
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa 
das formas nominais são chamadas de reduzidas. 
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, 
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: 
colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao 
sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou 
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma 
classificação da oração desenvolvida. 
 
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. 
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de 
inglês. 
 OSA Temporal 
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial 
temporal, reduzida de infinitivo. 
 
Precisando de ajuda, telefone-me. 
Se precisar de ajuda, / telefone-me. 
 OSA Condicional 
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial 
condicional, reduzida de gerúndio. 
 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 42 
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o 
vestiário. 
 OSA Temporal 
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, 
reduzida de particípio. 
 
Observações: 
 
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de 
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas 
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de 
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa 
cidade. 
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem 
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. 
Exemplos: 
Preciso terminar este exercício. 
Ele está jantando na sala. 
Essa casa foi construída por meu pai. 
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma 
reduzida. Exemplo: 
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração 
coordenada sindética aditiva) 
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de 
gerúndio. 
Qual é a diferença entre as orações coordenadas 
explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas 
podem ser iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil 
estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como 
o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de 
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito. 
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a 
oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, 
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal. 
Essa noção de causa e efeito não existe no período composto 
por coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma 
surra. Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, 
visto que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito. 
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O 
período agora é composto por coordenação, pois a oração 
iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se 
revelou na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e 
efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é 
causa de ela ter chorado. 
 
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. 
OP OSA Comparativa OSA Condicional 
 
Questões 
 
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que 
estava para ser mãe”, a oração destacada é: 
(A) subordinada substantiva objetiva indireta 
(B) subordinada substantiva completiva nominal 
(C) subordinada substantiva predicativa 
(D) coordenada sindética conclusiva 
(E) coordenada sindética explicativa 
 
02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há 
reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na 
realidade.” A oração sublinhada é: 
(A) adverbial conformativa 
(B) adjetiva 
(C) adverbial consecutiva 
(D) adverbial proporcional 
(E) adverbial causal 
 
28 brasilescola.uol.com.br/gramatica/concordancia-verbal.htm 
03.“Esses produtos podem ser encontrados nos 
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com 
características adaptadas às dificuldades para mastigar e para 
engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus 
hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter 
sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em 
(A) para se encaixarem. 
(B) para seu encaixotamento. 
(C) para que se encaixassem. 
(D) para que se encaixem. 
(E) para que se encaixariam. 
 
04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir 
oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das 
orações seguintes? 
(A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão. 
(B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. 
(C) O aluno fez-se passar por doutor. 
(D) Precisa-se de operários. 
(E) Não sei se o vinho está bom. 
 
05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A 
oração sublinhada é: 
(A) subordinada substantiva completiva nominal 
(B) subordinada substantiva objetiva indireta 
(C) subordinada substantiva predicativa 
(D) subordinada substantiva subjetiva 
(E) subordinada substantiva objetiva direta 
 
Respostas 
 
01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B 
 
 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
 
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos 
referindo à relação de dependência estabelecida entre um 
termo e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os 
agentes principais desse processo são representados 
pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; e 
o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. 28 
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-
se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos 
“número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, 
temos: O aluno chegou. 
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do 
singular, pois faz referência a um sujeito, assim também 
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos 
chegaram atrasados. 
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. 
Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é 
eleger as principais ocorrências voltadas para os casos 
de sujeito simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, 
vejamos: 
 
Casos referentes a sujeito simples 
 
1) Sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em 
número e pessoa: O aluno chegou atrasado. 
 
2) o verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do 
singular, o verbo permanece na terceira pessoa do 
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. 
Sintaxe de Concordância. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 43 
Observação: 
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto 
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou 
poderá ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos 
gritos. 
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. 
 
3) Quando o sujeito é representado por expressões 
partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a 
metade de, uma porção de, entre outras”,o verbo tanto pode 
concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o 
substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. A 
maioria dos alunos resolveram ficar. 
 
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões 
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo 
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de 
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. 
 
5) Em casos em que o sujeito é representado pela 
expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais 
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. 
Observação: 
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou 
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, 
necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um 
aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de 
doação de alimentos. 
Mais de um formando se abraçaram durante as 
solenidades de formatura. 
 
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o 
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais 
trabalhar. 
 
7) asos relativos à concordância com locuções 
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, 
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 
nos atermos a duas questões básicas: 
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, 
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também 
concordar com o pronome pessoal: Alguns 
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. 
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso 
no singular, o verbo permanecerá, também, no 
singular: Algum de nós o receberá. 
 
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo 
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do 
singular ou poderá concordar com o antecedente desse 
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / 
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. 
 
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela 
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que 
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós 
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 
 
10) No caso de o sujeito aparecer representado por 
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará 
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa 
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da 
diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. 
Observações: 
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de 
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: 
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. 
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no 
singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da 
diretoria. 
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de 
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. 
 
11) Sujeito estiver representado por pronomes de 
tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira pessoa 
do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das 
homenagens. Vossas Excelência agiu com inteligência. 
 
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo 
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos 
que os determinam: 
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo 
ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo 
também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás 
Cubas é uma criação de Machado de Assis. 
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também 
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência 
mundial. 
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele 
nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos 
é uma potência mundial. 
 
Casos referentes a sujeito composto 
 
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas 
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando 
relacionado a dois pressupostos básicos: 
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as 
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. 
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 
2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. 
Tu e ele são primos. 
 
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer 
anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai 
e seus dois filhos compareceram ao evento. 
 
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao 
verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou 
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus 
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. 
 
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com 
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: 
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do 
mundo. 
 
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras 
sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo 
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha 
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu 
esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é 
fruto de meu esforço. 
 
Questões 
 
01. A concordância realizou-se adequadamente em qual 
alternativa? 
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior 
potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a 
China, em breve, o ultrapassará. 
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos 
que chegarão atrasados, tenho certeza disso. 
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode 
comê-las sem receio! 
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na 
janela do hotel! 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 44 
02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não 
posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New 
Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos 
nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos de 
todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato de 
vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos 
sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras 
tácitas e inibições está sempre governando as nossas 
interações cotidianas com os outros. 
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o 
fato de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles 
jogam com as suas próprias regras, com a sua própria lógica 
interna. Eles vivem em um universo paralelo e diferente do 
nosso - um universo que lhes concede liberdade de espírito e 
paixão pela vida enormemente atraentes para nós. Um 
cachorro latindo ao vento ou uivando durante a noite faz 
agitar-se dentro de nós alguma coisa que também quer se 
expressar. 
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para nós 
porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. 
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima do 
sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os 
cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma 
coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas 
emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que 
as sentem. 
 (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que late não morde. 
Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis, 2005. p 250) 
 
A frase em que se respeitam as normas de concordância 
verbal é: 
(A) Deve haver muitas razões pelas quais os cachorros nos 
atraem. 
(B) Várias razões haveriam pelas quais os cachorros nos 
atraem. 
(C) Caberiam notar as muitas razões pelas quais os 
cachorros nos atraem. 
(D) Há de ser diversas as razões pelas quais os cachorros 
nos atraem. 
(E) Existe mesmo muitas razões pelas quais os cachorros 
nos atraem. 
 
03. Uma pergunta 
 
Frequentemente cabe aos detentores de cargos de 
responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves 
consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para 
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e 
político italiano, propôs que se pergunte,antes de tomar a 
decisão: - Quem sofrerá? 
Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a 
se considerar. 
(Salvador Nicola, inédito) 
 
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no 
singular para preencher adequadamente a lacuna da frase: 
(A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de 
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. 
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre 
o peso de suas mais graves decisões. 
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) 
tomar decisões sem medir suas consequências. 
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... 
(costumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. 
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, 
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor 
humana. 
 
04. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando 
a constatação do satélite Kepler de que existem muitos 
planetas com características físicas semelhantes ao nosso, 
reafirmou sua fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que 
a vida complexa (animal) é um fenômeno não tão comum no 
Universo. 
Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo 
persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida 
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até 
em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na 
Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas, 
o que, se não permite estimar o número de civilizações extra 
terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas 
expectativas. 
Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da 
inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos 
complexos leva necessariamente à consciência e à 
inteligência? 
Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais 
matemático do que biológico: complexidade engendra 
complexidade, levando a uma corrida armamentista entre 
espécies cujo subproduto é a inteligência. 
Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para 
eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e 
coincidências que alguns animais transformaram a capacidade 
de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se 
rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o 
processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes 
as chances de não chegarmos a nada parecido com a 
inteligência. 
 
 (Adaptado de Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 28/10/2012) 
 
A frase em que as regras de concordância estão 
plenamente respeitadas é: 
(A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado, 
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos 
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose. 
(B) Cada um dos organismos simples que vivem na 
natureza sobrevivem de forma quase automática, sem se 
valerem de criatividade e planejamento. 
(C) Desde que observe cuidados básicos, como obter 
energia por meio de alimentos, os organismos simples podem 
preservar a vida ao longo do tempo com relativa facilidade. 
(D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio 
de dificuldades para obter a energia necessária a sua 
sobrevivência e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças. 
(E) A maioria dos organismos mais complexos possui um 
sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a 
mudanças ambientais, como alterações na temperatura. 
 
05. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, 
a concordância verbal está correta em: 
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois 
acabou os créditos. 
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis 
que executa diversos serviços para os clientes. 
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis 
para os passageiros que chegavam à cidade. 
(D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas 
lembranças que seu tio lhe deixou. 
(E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de 
táxi para bater um papo com o motorista. 
 
Respostas 
01. C\02. A\03. C\04. E\05. C 
 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos 
demais termos da oração para que concordem em gênero e 
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o 
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos 
também o verbo, que se flexionará à sua maneira. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 45 
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome 
concordam em gênero e número com o substantivo. 
- A pequena criança é uma gracinha. 
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. 
 
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra 
geral mostrada acima. 
 
a) Um adjetivo após vários substantivos 
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o 
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. 
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. 
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. 
 
2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o 
plural masculino ou concorda com o substantivo mais 
próximo. 
- Ela tem pai e mãe louros. 
- Ela tem pai e mãe loura. 
 
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai 
obrigatoriamente para o plural. 
- O homem e o menino estavam perdidos. 
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. 
 
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais 
próximo. 
Comi delicioso almoço e sobremesa. 
Provei deliciosa fruta e suco. 
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: 
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. 
Estavam feridos o pai e os filhos. 
Estava ferido o pai e os filhos. 
 
c) Um substantivo e mais de um adjetivo 
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. 
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 
2- coloca o substantivo no plural. 
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. 
 
d) Pronomes de tratamento 
1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. 
Vossa Santidade esteve no Brasil. 
 
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 
1 - Concordam com o substantivo a que se referem. 
As cartas estão anexas. 
A bebida está inclusa. 
Precisamos de nomes próprios. 
Obrigado, disse o rapaz. 
 
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) 
1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no 
singular e o adjetivo no plural. 
Renato advogou um e outro caso fáceis. 
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. 
 
g) É bom ,é necessário ,é proibido 
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier 
precedido de artigo ou outro determinante. 
Canja é bom. / A canja é boa. 
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. 
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é 
proibida. 
 
h) Muito, pouco, caro 
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. 
Comi muitas frutas durante a viagem. 
Pouco arroz é suficiente para mim. 
Os sapatos estavam caros. 
2- Como advérbios: são invariáveis. 
Comi muito durante a viagem. 
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. 
Comprei caro os sapatos. 
 
i) Mesmo, bastante 
1- Como advérbios: invariáveis 
Preciso mesmo da sua ajuda. 
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. 
 
2- Como pronomes: seguem a regra geral. 
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. 
 
j) Menos, alerta 
1- Em todas as ocasiões são invariáveis. 
Preciso de menos comida para perder peso. 
Estamos alerta para com suas chamadas. 
 
k) Tal Qual 
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com 
o consequente. 
As garotas são vaidosas tais qual a tia. 
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. 
 
l) Possível 
1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” 
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. 
A mais possível das alternativas é a que você expôs. 
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. 
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da 
cidade. 
 
m) Meio 
1-Como advérbio: invariável. 
Estou meio (um pouco) insegura. 
2- Como numeral: segue a regra geral. 
Comi meia (metade) laranja pela manhã. 
 
n) Só 
1- apenas, somente (advérbio): invariável. 
Só consegui comprar uma passagem. 
2- sozinho (adjetivo): variável. 
Estiveram sós durante horas. 
 
Questões 
 
01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou 
nominal: 
 
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. 
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam 
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. 
(C) Alguma solução é necessária, e logo! 
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a 
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido 
não pode prosperar. 
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. 
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição 
de Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil 
obter certa autonomia econômica. 
 
02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de 
gênero, número ou pessoa): 
 
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer 
a diferença.” 
(B) Todos sabemos que a solução não é fácil. 
(C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às 
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 46 
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de 
longe... 
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais 
compreensivo. 
 
03. A concordância nominal está INCORRETA em: 
(A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o 
envolvimento da empresa. 
(B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa 
desnecessária. 
(C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da 
empresa e a campanha. 
(D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa 
desnecessárias. 
 
04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos 
parênteses. 
(A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/ 
necessária) 
(B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas) 
(C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/ 
bastantes) 
(D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios) 
(E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino. 
(meio/ meia) 
 
05. Quanto à concordância nominal, verifica-se ERRO em: 
(A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos. 
(B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre 
o assunto. 
(C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e 
criança viciadas. 
(D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de 
parentes. 
 
Respostas 
 
01. D\02. D\03. B 
 
04. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio 
 
05. C 
 
 
 
Colocação dos Pronomes Oblíquos 
Átonos 
 
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi29, a 
colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais 
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se 
referem. 
 
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, 
lhes, nos e vos. 
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na 
oração em relação ao verbo: 
1. próclise: pronome antes do verbo 
2. ênclise: pronome depois do verbo 
3. mesóclise: pronome no meio do verbo 
 
Próclise 
 
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: 
 
29 Fontes: 
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php 
- Palavras com sentido negativo: 
Nada me faz querer sair dessa cama. 
Não se trata de nenhuma novidade. 
 
- Advérbios: 
Nesta casa se fala alemão. 
Naquele dia me falaram que a professora não veio. 
 
- Pronomes relativos: 
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. 
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. 
 
- Pronomes indefinidos: 
Quem me disse isso? 
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. 
 
- Pronomes demonstrativos: 
Isso me deixa muito feliz! 
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! 
 
- Preposição seguida de gerúndio: 
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais 
indicado à pesquisa escolar. 
 
- Conjunção subordinativa: 
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. 
 
Ênclise 
 
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não 
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A 
ênclise vai acontecer quando: 
 
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: 
Amem-se uns aos outros. 
Sigam-me e não terão derrotas. 
 
- O verbo iniciar a oração: 
Diga-lhe que está tudo bem. 
Chamaram-me para ser sócio. 
 
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da 
preposição “a”: 
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. 
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. 
 
- O verbo estiver no gerúndio: 
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de 
despreocupada. 
Despediu-se, beijando-me a face. 
 
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: 
Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no 
mesmo instante. 
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. 
 
Mesóclise 
 
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no 
futuro do presente ou no futuro do pretérito: 
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se 
realizará) 
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma 
proposta a você) 
 
 
 
http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm 
Sintaxe de Colocação. 
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Língua Portuguesa 47 
Questões 
 
01. Considerada a norma culta escrita, há correta 
substituição de estrutura nominal por pronome em: 
(A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço-
lhes antecipadamente. 
(B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do 
verbo fabricar se extraiu-lhe. 
(C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os. 
(D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria 
de conhecê-las. 
(E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela. 
 
02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em 
“Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo 
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser 
(A) Basta apresenta-lo. 
(B) Basta apresentar-lhe. 
(C) Basta apresenta-lhe. 
(D) Basta apresentá-la. 
(E) Basta apresentá-lo. 
 
03. Em qual período, o pronome átono que substitui o 
sintagma em destaque tem sua colocação de acordo com a 
norma-padrão? 
(A) O porteiro não conhecia o portador do embrulho – 
conhecia-o 
(B) Meu pai tinha encontrado um marinheiro na praça 
Mauá – tinha encontrado-o. 
(C) As pessoas relatarão as suas histórias para o registro 
no Museu – relatá-las-ão. 
(D) Quem explicou às crianças as histórias de seus 
antepassados? – explicou-lhes. 
(E) Vinham perguntando às pessoas se aceitavam a ideia 
de um museu virtual – Lhes vinham perguntando. 
 
04. De acordo com a norma-padrão e as questões 
gramaticais que envolvem o trecho “Frustrei-me por não ver o 
Escola”, é correto afirmar que 
(A) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que 
acompanha. 
(B) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para 
antes do verbo que acompanha. 
(C) a ênclise em “Frustrei-me” é facultativa. 
(D) a inclusão do advérbio Não, no inı́cio da oração 
“Frustrei-me”, tornaria a próclise obrigatória. 
(E) a ênclise em “Frustrei-me” é obrigatória. 
 
05. A substituição do elemento grifado pelo pronome 
correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: 
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu 
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os 
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la 
(D) que desviava a água = que lhe desviava 
(E) supriam a necessidade = supriam-na 
 
Respostas 
01. D/02. E/03. C/04. D/05. D 
 
 
 
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 
 
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que 
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. 
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras,criando 
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido 
desejado, que sejam corretas e claras. 
 
Regência Verbal 
Termo Regente: VERBO 
 
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre 
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos 
e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). 
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa 
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de 
conhecermos as diversas significações que um verbo pode 
assumir com a simples mudança ou retirada de uma 
preposição. 
Observe: 
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, 
contentar. 
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado 
ou prazer", satisfazer. 
 
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de 
"agradar a alguém". 
 
Saiba que: 
O conhecimento do uso adequado das preposições é um 
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e 
também nominal). As preposições são capazes de modificar 
completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os 
exemplos: 
Cheguei ao metrô. 
Cheguei no metrô. 
 
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo 
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração 
"Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o 
lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, 
sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem 
divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns 
verbos, e a regência culta. 
 
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de 
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é 
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes 
formas em frases distintas. 
 
Verbos Intransitivos 
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É 
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos 
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. 
a) Chegar, Ir 
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais 
de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para 
indicar destino ou direção são: a, para. 
Fui ao teatro. 
 Adjunto Adverbial de Lugar 
 
Ricardo foi para a Espanha. 
 Adjunto Adverbial de Lugar 
b) Comparecer 
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido 
por em ou a. 
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último 
jogo. 
 
Verbos Transitivos Diretos 
Os verbos transitivos diretos são complementados por 
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para 
o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses 
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, 
as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem 
Sintaxe de Regência. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 48 
assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais 
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas 
verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, 
quando complementos verbais, objetos indiretos. 
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, 
abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, 
adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, 
condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, 
estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, 
respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. 
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como 
o verbo amar: 
Amo aquele rapaz. / Amo-o. 
Amo aquela moça. / Amo-a. 
Amam aquele rapaz. / Amam-no. 
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. 
 
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos 
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos 
adnominais). 
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) 
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) 
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) 
 
Verbos Transitivos Indiretos 
Os verbos transitivos indiretos são complementados por 
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma 
preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os 
pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que 
podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para 
substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, 
as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os 
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se 
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em 
lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. 
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: 
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela 
preposição "em". 
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para 
todos. 
 
b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos 
introduzidos pela preposição "a". 
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. 
Eles desobedeceram às leis do trânsito. 
 
c) Responder - Tem complemento introduzido pela 
preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a 
quem" ou "ao que" se responde. 
Respondi ao meu patrão. 
Respondemos às perguntas. 
Respondeu-lhe à altura. 
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto 
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva 
analítica. Veja: 
O questionário foi respondido corretamente. 
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. 
d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos 
introduzidos pela preposição "com". 
Antipatizo com aquela apresentadora. 
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam 
para uma minoria privilegiada. 
 
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos 
Os verbos transitivos diretos e indiretos são 
acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem 
destaque, nesse grupo: 
 
 
 
Agradecer, Perdoar e Pagar 
São verbos que apresentam objeto direto 
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. 
Veja os exemplos: 
Agradeço aos ouvintes a audiência. 
 Objeto Indireto Objeto Direto 
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao 
pecador. 
 Objeto Direto Objeto 
Indireto 
Paguei o débito ao cobrador. 
 Objeto Direto Objeto Indireto 
 
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com 
particular cuidado. Observe: 
Agradeci o presente. / Agradeci-o. 
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. 
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. 
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. 
Paguei minhas contas. / Paguei-as. 
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. 
 
Informar 
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto 
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. 
Informe os novos preços aos clientes. 
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos 
preços) 
 
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as 
construções: 
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. 
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre 
eles) 
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os 
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. 
 
Comparar 
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as 
preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento 
indireto. 
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma 
criança. 
 
Pedir 
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na 
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de 
pessoa. 
Pedi-lhe favores. 
 Objeto Indireto Objeto Direto 
 
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. 
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva 
 Objetiva Direta 
 
Saiba que: 
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem 
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No 
entanto, é considerada correta quando a 
palavra licença estiversubentendida. 
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. 
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma 
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo 
(para ir entregar-lhe os catálogos em casa). 
2) A construção "dizer para", também muito usada 
popularmente, é igualmente considerada incorreta. 
 
Preferir 
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto 
indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo: 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 49 
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. 
Prefiro trem a ônibus. 
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem 
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um 
milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente 
no próprio verbo (pre). 
 
Mudança de Transitividade versus Mudança de 
Significado 
Há verbos que, de acordo com a mudança de 
transitividade, apresentam mudança de significado. O 
conhecimento das diferentes regências desses verbos é um 
recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a 
correta interpretação de passagens escritas, oferece 
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os 
principais, estão: 
 
AGRADAR 
1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, 
acariciar. 
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada 
quando o revê. 
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / 
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. 
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar 
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento 
introduzido pela preposição "a". 
O cantor não agradou aos presentes. 
O cantor não lhes agradou. 
 
ASPIRAR 
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar 
(o ar), inalar. 
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) 
2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter 
como ambição. 
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a 
elas) 
Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é pessoa, 
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas "lhe" e 
"lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o 
exemplo: 
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) 
 
ASSISTIR 
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar 
assistência a, auxiliar. Por Exemplo: 
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. 
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. 
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, 
presenciar, estar presente, caber, pertencer. 
 
Exemplos: 
Assistimos ao documentário. 
Não assisti às últimas sessões. 
Essa lei assiste ao inquilino. 
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é 
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de 
lugar introduzido pela preposição "em". 
Assistimos numa conturbada cidade. 
 
CHAMAR 
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, 
solicitar a atenção ou a presença de. 
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-
la. 
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. 
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode 
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere 
predicativo preposicionado ou não. 
A torcida chamou o jogador mercenário. 
A torcida chamou ao jogador mercenário. 
A torcida chamou o jogador de mercenário. 
A torcida chamou ao jogador de mercenário. 
 
CUSTAR 
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado 
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. 
Frutas e verduras não deveriam custar muito. 
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo 
ou transitivo indireto. 
Muito custa viver tão longe da família. 
 Verbo Oração Subordinada Substantiva 
Subjetiva 
 Intransitivo Reduzida de Infinitivo 
 
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela 
atitude. 
 Objeto Oração Subordinada Substantiva 
Subjetiva 
 Indireto Reduzida de Infinitivo 
 
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que 
atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por 
pessoa. Observe o exemplo abaixo: 
Custei para entender o problema. 
Forma correta: Custou-me entender o problema. 
 
IMPLICAR 
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: 
a) dar a entender, fazer supor, pressupor 
Suas atitudes implicavam um firme propósito. 
b) Ter como consequência, trazer como consequência, 
acarretar, provocar 
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de 
um povo. 
 
2) Como transitivo direto e indireto, 
significa comprometer, envolver 
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. 
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo 
indireto e rege com preposição "com". 
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. 
 
PROCEDER 
1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter 
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, 
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de 
adjunto adverbial de modo. 
As afirmações da testemunha procediam, não havia como 
refutá-las. 
Você procede muito mal. 
2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a 
preposição" de") e fazer, executar (rege complemento 
introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto. 
O avião procede de Maceió. 
Procedeu-se aos exames. 
O delegado procederá ao inquérito. 
 
QUERER 
1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter 
vontade de, cobiçar. 
Querem melhor atendimento. 
Queremos um país melhor. 
2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, 
estimar, amar. 
Quero muito aos meus amigos. 
Ele quer bem à linda menina. 
Despede-se o filho que muito lhe quer. 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 50 
VISAR 
1) Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, 
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. 
O homem visou o alvo. 
O gerente não quis visar o cheque. 
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como 
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a". 
O ensino deve sempre visar ao progresso social. 
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar 
público. 
 
Regência Nominal 
 
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, 
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa 
relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo 
da regência nominal, é preciso levar em conta que vários 
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de 
que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses 
casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o 
exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos 
regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja: 
Obedecer a algo/ a alguém. 
Obediente a algo/ a alguém. 
 
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da 
preposição ou preposições que os regem. Observe-os 
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses 
nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece. 
 
Substantivos 
 
Admiração a, por 
Devoção a, para, com, por 
Medo a, de 
Aversão a, para, por 
Doutor em 
Obediência a 
Atentado a, contra 
Dúvida acerca de, em, sobre 
Ojeriza a, por 
Bacharel em 
Horror a 
Proeminência sobre 
Capacidade de, para 
Impaciência com 
Respeito a, com, para com, por 
 
Adjetivos 
 
Acessível a 
Diferente de 
Necessário a 
Acostumado a, com 
Entendido em 
Nocivo a 
Afável com, para com 
Equivalente a 
Paralelo a 
Agradável a 
Escasso de 
Parco em, de 
Alheio a, de 
Essencial a, para 
Passível de 
Análogo a 
Fácil de 
Preferível a 
 
30 www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.phpAnsioso de, para, por 
Fanático por 
Prejudicial a 
Apto a, para 
Favorável a 
Prestes a 
Ávido de 
Generoso com 
Propício a 
Benéfico a 
Grato a, por 
Próximo a 
Capaz de, para 
Hábil em 
Relacionado com 
Compatível com 
Habituado a 
Relativo a 
Contemporâneo a, de 
Idêntico a 
Satisfeito com, de, em, por 
Contíguo a 
Impróprio para 
Semelhante a 
Contrário a 
Indeciso em 
Sensível a 
Curioso de, por 
Insensível a 
Sito em 
Descontente com 
Liberal com 
Suspeito de 
Desejoso de 
Natural de 
Vazio de 
 
Advérbios 
 
Longe de Perto de 
 
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir 
o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; 
paralelamente a; relativa a; relativamente a.30 
 
Questões 
 
01. (Administrador - FCC - adap.). 
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras 
ciências ... 
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o 
grifado acima está empregado em: 
A) ...astros que ficam tão distantes ... 
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... 
C) ...que nos proporcionou um espírito ... 
D) ...cuja importância ninguém ignora ... 
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... 
 
02. (Agente de Apoio Administrativo - FCC - adap.). 
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos 
do sueco. 
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de 
complementos que o grifado acima está empregado em: 
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... 
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? 
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... 
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... 
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento. 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 51 
 
03. (Agente de Defensoria Pública - FCC - adap.). 
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes 
desiguais... 
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o 
grifado acima está empregado em: 
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a 
extremos de sutileza. 
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos 
troncos mais robustos. 
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, 
não raro, quem... 
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na 
serra de Tunuí... 
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, 
mestre e colaborador... 
 
04. (Agente Técnico - FCC - adap.). 
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... 
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da 
frase acima se encontra em: 
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do 
verbo latino dirigere... 
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das 
sociedades... 
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela 
justiça. 
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações 
da justiça... 
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o 
sentimento de justiça. 
 
05. Leia a tira a seguir. 
 
 
Considerando as regras de regência da norma-padrão da 
língua portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está 
corretamente reescrita, e sem alteração de sentido, em: 
A) Ter amigos ajuda contra o combate pela depressão. 
B) Ter amigos ajuda o combate sob a depressão. 
C) Ter amigos ajuda do combate com a depressão. 
D) Ter amigos ajuda ao combate na depressão. 
E) Ter amigos ajuda no combate à depressão. 
 
06. (Escrevente TJ SP - Vunesp) Assinale a alternativa em 
que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho 
de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação. 
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, 
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais 
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em 
outros. 
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam 
rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o 
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um 
exemplo!, do que em outros. 
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam 
rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o 
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um 
exemplo, do que em outros. 
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam 
rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o 
avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um 
exemplo - do que em outros. 
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, 
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais 
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em 
outros. 
 
07. (Papiloscopista Policial - VUNESP). Assinale a 
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. 
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a 
responsabilidade pelo problema. 
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se 
perdido. 
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de 
um índio na porta do prédio. 
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se 
perdido de sua família. 
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à 
garotinha. 
 
08. (Analista de Sistemas - VUNESP). Assinale a 
alternativa que completa, correta e respectivamente, as 
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência. 
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já 
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem 
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. 
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a 
mídia pode exercer sobre os jovens. 
A) dos … na 
B) nos … entre a 
C) aos … para a 
D) sobre os … pela 
E) pelos … sob a 
 
09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças 
Públicas - VUNESP). Considerando a norma-padrão da língua, 
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão 
corretos quanto à regência, verbal ou nominal. 
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de 
dez mil tomadas. 
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver 
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. 
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar 
logotipos e negociar. 
D) O taxista levou o autor a indagar no número de 
tomadas do edifício. 
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor 
reparasse a um prédio na marginal. 
 
10. (Assistente de Informática II - VUNESP). Assinale a 
alternativa que substitui a expressão destacada na frase, 
conforme as regras de regência da norma-padrão da língua e 
sem alteração de sentido. 
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de 
direitos dos trabalhadores domésticos. 
A) da 
B) na 
C) pela 
D) sob a 
E) sobre a 
Respostas 
1.D / 2.D / 3.A / 4.A / 5.E / 6.D / 7.A / 8.C / 9.A / 10.C 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 52 
 
 
Caro(a) Candidato(a), os assuntos Oração e Período, já 
foram abordados nos decorrer da nossa apostila, então neste 
tópico abordaremos apenas o assunto de Frase. 
 
ANÁLISE SINTÁTICA 
 
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide 
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função 
sintática dos termos de cada oração. 
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são 
reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança o 
objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a 
comunicação com o ouvinte ou o leitor. 
Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, 
termo, função sintática e núcleo de um termo da oração 
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de 
qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de 
uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas 
em parágrafos minuciosamente construídos. 
 
Frase 
 
É todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer 
comunicação. Pode expressar um juízo, indicar uma ação, 
estadoou fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou 
exteriorizar emoções31. São exemplos de frases32: 
 
“Por favor!” 
“Bom dia, tudo bem com você?” 
 
Os sinais de pontuação sao as pausas especiais nas frases, 
e quando ocorre a inversão do sujeito + predicado, a sua 
compreensão depende do contexto. 
 
 Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o 
verbo. (constítuida apenas por nomes: substantivo, adjetivo, 
pronome) 
Exemplo: Cada louco com sua mania. 
 
- Tipos de frases 
 
Declarativas: anuncia algo de forma afirmativa ou 
negativa, um juízo acerca de alguma coisa ou alguém: 
Pedro estuda muito. (afirmativa) 
Jamais comprarei aquele carro. (negativa) 
 
Interrogativas: pergunta alguma coisa (com ponto de 
interrogação) ou de forma indireta (sem o ponto de 
interrogação) 
Por que quebraste o vidro? 
Gostaria de comprar uma casa. 
 
Imperativas: expressa uma ordem, pedido, pode ser 
afirmativa ou negativa. 
 “Silêncio! Respeite o professor.” (afirmativa) 
Não faça loucuras. (negativa) 
 
Exclamativas: expressa uma admiração, surpresa, 
arrependimento e etc. 
Como ela é inteligente! 
Não acertaram mais! 
 
 
 
31 OTHON, Garcia, Comunicação em Prosa Moderna. FGV.2011. 
Optativas: exprimir um desejo: 
Deus te acompanhe! 
Que você consiga passar no concurso. 
 
Imprecativas: uma imprecação (lançar uma praga, 
maldição): 
Não conseguindo atingir seu intento, dirigiu maldições 
contra seu desafeto. 
Maldito seja quem encontrar você. 
 
Algumas frases só podem ser entendidas quando 
compreendemos o contexto em que são empregadas, por 
exemplo, frases que contenham ironia, sarcasmo, deboche e 
escárnio. Acabam expressando o contrário do que 
aparentemente diz. 
Questões 
 
01. Marque apenas as frases nominais: 
(A) Que voz estranha! 
(B) A lanterna produzia boa claridade. 
(C) As risadas não eram normais. 
(D) Luisinho, não! 
 
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, 
exclamativa, optativa ou imperativa. 
(A) Você está bem? 
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho! 
(C) Que alívio! 
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado! 
(E) Você se machucou? 
(F) A luz jorrou na caverna. 
(G) Agora suma, seu monstro! 
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro. 
 
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o 
modelo: 
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) 
Lusinho, fique para trás. (imperativa) 
 
(A) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. 
(B) Luisinho procurou os fósforos no bolso. 
(C) Os meninos olharam à sua volta. 
 
04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm 
verbos. Assinale, pois, as frases verbais: 
(A) Deus te guarde! 
(B) As risadas não eram normais. 
(C) Que ideia absurda! 
(D) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos. 
(E) Tão preta como o túnel! 
(F) Quem bom! 
(G) As ovelhas são mansas e pacientes. 
(H) Que espírito irônico e livre! 
 
Respostas 
 
01. “a” e “d” 
 
02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) 
optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) 
declarativa 
 
03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, 
procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta! 
 
04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são 
 
 
 
Análise Sintática 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 53 
 
 
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL 
 
Flexão nominal 
 
Flexão de número 
 Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, 
admitem a flexão de número: singular e plural. 
Ex.: animal − animais 
 
Palavras simples 
1) Na maioria das vezes, acrescenta-se S. 
Ex.: ponte − pontes 
 bonito − bonitos 
 
2) Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES. 
Ex.: éter − éteres 
 avestruz − avestruzes 
Obs.: O pronome qualquer faz o plural no meio: quaisquer. 
 
3) Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES. 
Ex.: ananás − ananases, 
Obs.: As paroxítonas e as proparoxítonas são invariáveis. 
Ex.: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus 
 
4) Palavras terminadas em IL: 
a) átono: trocam IL por EIS. 
Ex.: fóssil − fósseis 
 
b) tônico: trocam L por S. 
Ex.: funil − funis 
 
5) Palavras terminadas em EL: 
a) átono: plural em EIS. 
Ex.: nível − níveis 
b) tônico: plural em ÉIS. 
Ex.: carretel − carretéis 
 
6) Palavras terminadas em X são invariáveis. 
Ex.: o clímax − os clímax 
 
7) Há palavras cuja sílaba tônica avança. 
Ex.: júnior − juniores; caráter − caracteres 
Obs.: A palavra caracteres é plural tanto de caractere 
quanto de caráter. 
 
8) Palavras terminadas em ÃO 
Fazem o plural em ÃOS, ÃES e ÕES. 
Veja alguns muito importantes. 
a) Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões. 
 
b) Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. 
Obs.: Os paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem 
o plural em ÃOS. 
 
c) Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães 
 
d) Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos, 
anões/anãos 
e) Em ões ou ães: charlatões/charlatães, 
guardiões/guardiães, cirugiões/cirurgiães 
 
f) Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, 
ermitões/ermitãos/ermitães 
 
9) Plural dos diminutivos com a letra z 
 Coloca-se a palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se 
zinhos (ou zinhas). 
 
Ex.: coraçãozinho 
 corações → coraçõe → coraçõezinhos 
 
 azulzinha 
 azuis → azui → azuizinhas 
 
10) Plural com metafonia (ô → ó) 
 
Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre 
da vogal o; outras, não. 
Veja a seguir. 
 
 Com metafonia 
 
singular ( ô )plural (ó) 
 coro - coros 
 corvo - corvos 
 destroço - destroços 
 forno - fornos 
 fosso - fossos 
 poço - poços 
 rogo - rogos 
 
Sem metafonia 
 
singular ( ô )- plural (ô) 
 adorno - adornos 
 bolso - bolsos 
 endosso - endossos 
 esgoto - esgotos 
 estojo - estojos 
 gosto - gostos 
 
11) Casos especiais: 
 aval − avales e avais 
 cal − cales e cais 
 cós − coses e cós 
 fel − feles e féis 
 mal e cônsul − males e cônsules 
 
Palavras compostas 
1) Os dois elementos variam. 
 Quando os compostos são formados por substantivo mais 
palavra variável (adjetivo, substantivo, numeral, pronome). 
Ex.: amor-perfeito − amores-perfeitos 
 couve-flor − couves-flores 
 segunda-feira − segundas-feiras 
 
2) Só o primeiro elemento varia. 
a) Quando há preposição no composto, mesmo que oculta. 
Ex.: pé-de-moleque − pés-de-moleque 
 cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor) 
 
b) Quando o segundo substantivo determina o primeiro 
(fim ou semelhança). 
Ex.: banana-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã) 
 navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola) 
 
 
 
Estudo das classes 
gramaticais (incluindo 
classificação e flexão): Artigo, 
Adjetivo, Numeral, Pronome, 
Verbo, Advérbio, Conjunção, 
Preposição, Interjeição, 
Conectivos. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 54 
Observações 
a) Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É 
uma situação polêmica. 
Ex.: mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas 
 
b) Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é 
uma situação polêmica, discutível, convém ter em mente que a 
questão do concurso deve ser resolvida por eliminação, ou 
seja, analisando bem as outras opções. 
 
3) Apenas o último elemento varia. 
a) Quando os elementos são adjetivos. 
Ex.: hispano-americano − hispano-americanos 
Obs.: A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjetivos se 
flexionam: surdos-mudos. 
b) Nos compostos em que aparecem os adjetivos GRÃO, 
GRÃ e BEL. 
Ex.: grão-duque − grão-duques 
 grã-cruz − grã-cruzes 
 bel-prazer − bel-prazeres 
 
c) Quando o composto é formado por verbo ou qualquer 
elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais 
substantivo ou adjetivo. 
Ex.: arranha-céu − arranha-céus 
 sempre-viva − sempre-vivas 
 super-homem − super-homens 
 
d) Quando oselementos são repetidos ou onomatopaicos 
(representam sons). 
Ex.: reco-reco − reco-recos 
 pingue-pongue − pingue-pongues 
 bem-te-vi − bem-te-vis 
 
Observações 
a) Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma 
alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. 
 
b) Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os 
dois no plural. 
Ex.: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas 
 
4) Nenhum elemento varia. 
 
a) Quando há verbo mais palavra invariável. 
Ex.: O cola-tudo − os cola-tudo 
 
b) Quando há dois verbos de sentido oposto. 
Ex.: o perde-ganha − os perde-ganha 
 
c) Nas frases substantivas (frases que se transformam em 
substantivos). 
Ex.: O maria-vai-com-as-outras − os maria-vai-com-as-
outras 
 
Observações 
a) São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, 
sem-teto e sem-terra. 
Ex.: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. 
 
b) Admitem mais de um plural: 
 pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos 
 padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos 
 terra-nova − terras-novas ou terra-novas 
 salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos 
xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate 
 
c) Casos especiais: palavras que não se encaixam nas 
regras. 
 o bem-me-quer − os bem-me-queres 
 o joão-ninguém − os joões-ninguém 
 o lugar-tenente − os lugar-tenentes 
 o mapa-múndi − os mapas-múndi 
 
Flexão de gênero 
Os substantivos e as palavras que o acompanham na frase 
admitem a flexão de gênero: masculino e feminino. 
Ex.: Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário. 
 Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação. 
 A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras. 
 
1) Com a troca de o ou e por a. 
Ex.: lobo − loba 
 mestre − mestra 
 
2) Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, 
muitas vezes com alterações do radical. 
 
Veja alguns femininos importantes. 
ateu − ateia 
bispo − episcopisa 
conde − condessa 
duque − duquesa 
frade − freira 
ilhéu − ilhoa 
judeu − judia 
marajá − marani 
monje − monja 
pigmeu − pigmeia 
 
Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou 
seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. 
Podem ser: 
1) Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo 
designar os dois sexos. 
Ex.: a pessoa, o cônjuge, a testemunha 
2) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, 
podendo então ser masculinos ou femininos. 
Ex.: o estudante − a estudante, o cientista − a cientista, o 
patriota − a patriota 
3) Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os 
animais. 
Ex.: O jacaré, a cobra, o polvo 
 
Observações 
a) O feminino de elefante é elefanta, e não elefoa. Aliá é 
correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. 
b) Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado 
epiceno. É algo discutível. 
c) Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas 
costumam trocar. Veja alguns que convém gravar. 
Masculinos - Femininos 
champanha - aguardente 
dó - alface 
eclipse - cal 
formicida - cataplasma 
grama (peso) - grafite 
milhar - libido 
plasma - omoplata 
soprano - musse 
suéter - preá 
telefonema 
 
d) Existem substantivos que admitem os dois gêneros. 
Ex.: diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc. 
 
Flexão de grau 
 
Por razões meramente didáticas, incluo, aqui, o grau entre 
os processos de flexão. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 55 
Alguns autores também o fazem, talvez pelo mesmo 
motivo. 
 
Grau do substantivo 
 
1) Normal ou positivo: sem nenhuma alteração. 
Ex.: chapéu 
 
2) Aumentativo 
 a) sintético: chapelão 
 b) analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc. 
 
3) Diminutivo 
 a) sintético: chapeuzinho 
 b) analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc. 
Obs.: Um grau é sintético quando formado por sufixo; 
analítico, por meio de outras palavras. 
 
Grau do adjetivo 
1) Normal ou positivo: João é forte. 
 
2) Comparativo 
a) de superioridade: João é mais forte que André. (ou do 
que) 
b) de inferioridade: João é menos forte que André. (ou do 
que) 
c) de igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como) 
 
3) Superlativo 
a) absoluto 
sintético: João é fortíssimo. 
analítico: João é muito forte. (bastante forte, forte demais 
etc.) 
 
b) relativo 
de superioridade: João é o mais forte da turma. 
de inferioridade: João é o menos forte da turma. 
 
Observações 
a) O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento 
do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo 
ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, 
demasiadamente, enorme etc. 
 
b) As palavras maior, menor, melhor e pior constituem 
sempre graus de superioridade. 
Ex.: O carro é menor que o ônibus. 
 menor (mais pequeno): comparativo de superioridade. 
 Ele é o pior do grupo. 
 pior (mais mau): superlativo relativo de superioridade. 
 
c) Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem 
apresentar dúvidas. 
acre − acérrimo 
amargo − amaríssimo 
amigo − amicíssimo 
antigo − antiquíssimo 
cruel − crudelíssimo 
doce − dulcíssimo 
fácil − facílimo 
feroz − ferocíssimo 
fiel − fidelíssimo 
geral − generalíssimo 
humilde − humílimo 
magro − macérrimo 
negro − nigérrimo 
pobre − paupérrimo 
sagrado − sacratíssimo 
sério − seriíssimo 
soberbo – superbíssimo 
Questões 
 
1) Assinale a alternativa que apresenta erro de plural. 
 a) o balãozinho – os balõezinhos, o júnior – os juniores 
 b) o lápis – os lápis, o projetil − os projéteis 
 c) o arroz – os arrozes, o éter – os éteres 
 d) o mel – os meles, o gol – os goles 
 
2) Está mal flexionada em número a palavra: 
 a) o paul − os pauis 
 b) o látex − os látex 
 c) a gravidez − as gravidezes 
 d) o caráter − os caráteres 
 
3) Assinale o item em que todas as palavras são 
masculinas. 
 a) dinamite, pijama, eclipse 
 b) grafite, formicida, omoplata 
 c) grama (peso), dó, telefonema 
 d) suéter, faringe, clã 
 
4) Marque a opção em que todas as palavras são femininas. 
 a) agravante, aguardente, libido 
 b) milhar, alface, musse 
 c) cataplasma, lança-perfume, champanha 
 d) cal, soprano, laringe 
 
Respostas 
1–B/ 2–D /3–C /4–A 
 
Flexão verbal 
 
1) Número: singular ou plural 
Ex.: ando, andas, anda → singular 
 andamos, andais, andam → plural 
 
2) Pessoas: são três. 
a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes 
eu (singular) e nós (plural). 
Ex.: escreverei, escreveremos 
 
b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos 
pronomes tu (singular) e vós (plural). 
Ex.: escreverás, escrevereis 
 
c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde 
aos pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural). 
Ex.: escreverá, escreverão 
 
3) Modos: são três. 
a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva, 
indubitável. 
Ex.: vendo 
 
b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira 
duvidosa, hipotética. 
Ex.: que eu venda 
 
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma 
ordem. 
Ex.: venda! 
 
4) Tempos: são três. 
a) Presente: falo 
 
b) Pretérito 
 perfeito: falei 
 imperfeito: falava 
 mais-que-perfeito: falara 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 56 
Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o 
imperfeito, uma ação que se prolongava num determinado 
ponto do passado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em 
relação a outra ação, também passada. 
Ex.: Eu cantei aquela música. (perfeito) 
 Eu cantava aquela música. (imperfeito) 
 Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito) 
 
c) Futuro 
 do presente: estudaremos 
 do pretérito: estudaríamos 
 
Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos 
simples, temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o 
futuro (sem divisão). Os tempos compostos serão estudados 
mais adiante. 
 
5) Vozes: são três 
 
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal. 
Ex.: O carro derrubou o poste. 
 
b) Passiva: o sujeito sofrea ação verbal. 
 analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar. 
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro. 
 sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se. 
Ex.: Derrubou-se o poste. 
 
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou 
partícula apassivadora) na sétima lição: concordância verbal. 
 
c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece 
um pronome reflexivo. 
Ex.: O garoto se machucou. 
 
Formação do imperativo 
1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo 
menos a letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo. 
Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber 
 Bebo → beba 
 bebes → bebe (tu) bebas 
 bebe beba → beba (você) 
 bebemos bebamos → bebamos (nós) 
 bebeis → bebei (vós) bebais 
 bebem bebam → bebam (vocês) 
 Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam. 
 
2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra 
não. 
Ex.: beba 
 bebas → não bebas (tu) 
 beba → não beba (você) 
 bebamos → não bebamos (nós) 
 bebais → não bebais (vós) 
 bebam → não bebam (vocês) 
 Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não 
bebais, não bebam. 
 
Observações 
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular, 
eu; a terceira pessoa é você. 
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do 
presente do indicativo. Eis o seu imperativo: 
afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam 
negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não 
sejam 
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode 
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos 
passar para tu, e vice-versa. 
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu) 
Peça agora a sua comida. (tratamento: você) 
d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo 
afirmativo, perder também a letra e que aparece antes da 
desinência s. 
Ex.: faze (tu) ou faz (tu) 
 dize (tu) ou diz (tu) 
e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego 
do imperativo. É assunto muito cobrado em concursos 
públicos. 
 
Tempos primitivos e tempos derivados 
 
1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira 
pessoa do singular sai todo o presente do subjuntivo. 
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc. 
 dizes 
 diz 
Obs.: Isso não ocorre apenas com os poucos verbos que não 
apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular. 
Ex.: eu sou → que eu seja 
 eu sei → que eu saiba 
 
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda 
pessoa do singular saem: 
 
a) o mais-que-perfeito. 
Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos, 
coubéreis, couberam 
 
b) o imperfeito do subjuntivo. 
Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse, 
coubéssemos, coubésseis, coubessem 
 
c) o futuro do subjuntivo. 
Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos, 
couberdes, couberem 
 
3) Do infinitivo impessoal derivam: 
 
a) o imperfeito do indicativo. 
Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam 
 
b) o futuro do presente. 
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, 
caberão 
 
c) o futuro do pretérito. 
Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos, 
caberíeis, caberiam 
 
d) o infinitivo pessoal. 
Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, 
caberem 
 
e) o gerúndio. 
Ex.: caber → cabendo 
 
f) o particípio. 
Ex.: caber → cabido 
 
Tempos compostos 
 
 Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar 
(ter ou haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar. 
 
1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais 
particípio do verbo principal. 
Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do 
indicativo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do 
subjuntivo 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 57 
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar 
mais particípio do principal. 
Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do 
indicativo 
 tivesse falado → mais-que-perfeito composto do 
subjuntivo 
 
3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar. 
Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é 
futuro do presente) 
 
Verbos irregulares comuns em concursos 
 
 É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. 
Eles estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos 
mais problemáticos. 
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem 
integralmente o verbo pôr. 
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc. 
 pus → compus, repus, expus etc. 
 
2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente 
o verbo ter. 
Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc. 
 tiveste → retiveste, mantiveste etc. 
 
3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem 
integralmente o verbo vir. 
Ex.: vierem → intervierem, provierem etc. 
 vim → intervim, convim etc 
 
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o 
verbo ver. 
Ex.: vi → revi, previ etc. 
 víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc. 
 
Observações 
a) Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado 
segue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo 
primitivo e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão 
origem a verbos derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. 
Para eles, vale a mesma regra explicada acima. 
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente 
se fala por aí) 
 
b) Requerer e prover não seguem integralmente os verbos 
querer e ver. Eles serão mostrados mais adiante. 
 
5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, 
cremos, crestes, creram. 
 
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo 
fechado em todos os tempos, inclusive o presente do 
indicativo. 
Ex.: A bomba estoura. (e não estóra, como normalmente se 
diz) 
 Eu inteiro (e não intéro) 
 
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, 
expelir, repelir: 
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, 
aderimos, aderem. 
 
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, 
adirais, adiram. 
 
Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na 
primeira pessoa do singular do presente do indicativo e em 
todas do presente do subjuntivo. 
 
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: 
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo, 
enxáguas, enxágua 
 
b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue, 
enxágues, enxágue 
 
9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi, 
arguimos, arguis, argúem 
 
10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do 
subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos, 
apazigueis, apazigúem 
 
11) Mobiliar: 
a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília, 
mobiliamos, mobiliais, mobíliam 
 
b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie, 
mobiliemos, mobilieis, mobíliem 
 
12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule, 
polimos, polis, pulem 
 
13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros 
terminados em ear) 
a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia, 
passeamos, passeais, passeiam 
b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie, 
passeemos, passeeis, passeiem 
 
Observações 
a) Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o 
ditongo ei nas formas risotônicas, mas apenas nos dois 
presentes. 
b) Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto. 
Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia 
 
14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares. 
Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam 
 
Observações 
a) Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas 
risotônicas. 
 
b) Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar, 
apesar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei. 
Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, 
medeiam, medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis, 
medeiem 
 
15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do 
presente do indicativo e, consequentemente, em todo o 
presente do subjuntivo.Ex.: requeiro, requeres, requer 
 requeira, requeiras, requeira 
 requeri, requereste, requereu 
 
16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito 
perfeito, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no 
futuro do subjuntivo e no particípio; nos demais tempos, 
acompanha o verbo ver. 
Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera; 
provesse, provesses, provesse etc. 
provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei, 
proverás, proverá etc. 
 
17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir, 
colorir, ressarcir, demolir, acontecer, doer são verbos 
defectivos. Estude o que falamos sobre eles na lição anterior, 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 58 
no item sobre a classificação dos verbos. 
Ex.: Reaver, no presente do indicativo: reavemos, reaveis 
 
Questões 
 
1) Marque o erro de flexão verbal. 
 a) Teus amigos só veem problemas na empresa. 
 b) Eles vêm cedo para o trabalho. 
 c) Se nós virmos a solução, a brincadeira perderá a graça. 
 d) Viemos agora tentar um acordo. 
 
2) Assinale a única forma verbal correta. 
a) Tudo que ele contradizer deve ser analisado. 
b) Se o guarda retesse o trânsito, haveria enorme 
engarrafamento. 
c) Carlos preveu uma desgraça. 
d) Eu não intervinha no seu trabalho. 
 
3) Aponte a frase sem erro no que toca à flexão verbal. 
a) Os funcionários reporam a mercadoria. 
b) Se ele manter a calma, poderá ser aprovado. 
c) Quando eu revesse o processo, acharia o erro. 
d) Àquela altura, já tínhamos intervindo na conversa. 
 
4) Assinale a frase com erro de flexão verbal. 
a) Eu já reouve meu relógio. 
b) Isso não condizeria com meus ideais. 
c) Enquanto depúnhamos, ele procurava novas provas. 
d) Quando contiverdes as emoções, sereis felizes. 
 
5) Assinale a opção que apresenta um verbo que não é 
defectivo. 
a) polir, abolir 
b) adequar, falir 
c) acontecer, doer 
d) precaver, reaver 
 
Respostas 
1-D / 2-D / 3-B / 4-A / 5-B 
 
Classes de Palavras 
 
Artigo 
 
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, 
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou 
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o 
gênero e o número dos substantivos.33 
 
Classificação dos Artigos 
 
Artigos Definidos: determinam os substantivos de 
maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. 
 
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de 
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu 
matei um animal. 
 
Combinação dos Artigos 
É muito presente a combinação dos artigos definidos e 
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma 
assumida por essas combinações: 
 
Preposições Artigos 
- o, os 
a ao, aos 
de do, dos 
em no, nos 
 
33 www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf31.php 
por (per) pelo, pelos 
a, as um, uns uma, umas 
à, às - - 
da, das dum, duns duma, dumas 
na, nas num, nuns numa, numas 
pela, pelas - - 
 
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o 
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida 
por crase. 
 
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se 
manifestam: 
 
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do 
numeral “ambos”: 
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. 
 
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do 
artigo, outros não: 
São Paulo, O Rio de Janeiro. 
 
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode 
indicar toda uma espécie: 
O trabalho dignifica o homem. 
 
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a 
ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do 
artigo: 
O Pedro é o xodó da família. 
 
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no 
plural, são determinados pelo uso do artigo: 
Os Maias, os Incas. 
 
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) 
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o 
artigo), o pronome assume a noção de qualquer. 
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) 
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. 
(qualquer classe) 
 
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é 
facultativo: 
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. 
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia 
de aproximação numérica: 
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. 
 
- O artigo também é usado para substantivar palavras 
oriundas de outras classes gramaticais: 
Não sei o porquê de tudo isso. 
 
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo 
cujo (e flexões). 
Este é o homem cujo amigo desapareceu. 
 
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no 
sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a 
menos que venham especificadas. 
Eles estavam em casa. 
Os marinheiros permanecem na terra dos anões. 
 
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de 
tratamento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona. 
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 59 
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome 
de revistas, jornais, obras literárias. 
Li a notícia em O Estado de S. Paulo. 
 
Morfossintaxe 
 
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas 
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua 
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal do 
substantivo a que se refere. Tal função independe da função 
exercida pelo substantivo: 
 
A existência é uma poesia. 
Uma existência é a poesia. 
 
Questões 
 
01. Determine o caso em que o artigo tem valor 
qualificativo: 
(A) Estes são os candidatos que lhe falei. 
(B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. 
(C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. 
(D) Os problemas que o afligem não me deixam 
descuidado. 
(E) Muito é a procura; pouca é a oferta. 
 
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade? 
(A) O Amazonas é um rio imenso. 
(B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto. 
(C) O Antônio comunicou-se com o João. 
(D) O professor João Ribeiro está doente. 
(E) Os Lusíadas são um poema épico 
 
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está 
substantivando uma palavra. 
(A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves. 
(B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as 
entrelinhas. 
(C) A navalha ia e vinha no couro esticado. 
(D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de 
Joana. 
(E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. 
 
Respostas 
1-B / 2-C / 3-D 
 
Adjetivo 
 
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou 
característica do ser e se relaciona com o substantivo. 
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, 
percebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode 
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso, 
moça bondosa, pessoa bondosa.34 
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, 
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, 
moça bondade, pessoa bondade. 
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. 
 
Morfossintaxe do Adjetivo: 
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro 
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando 
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou 
do objeto). 
 
Adjetivo Pátrio 
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. 
Observe alguns deles: 
 
34 www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.php 
Estados e cidades brasileiros: 
 
Alagoas alagoano 
Amapá amapaense 
Aracaju aracajuano ou aracajuense 
 
Adjetivo Pátrio Composto 
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro 
elemento aparecena forma reduzida e, normalmente, erudita. 
Observe alguns exemplos: 
 
África afro- / Por exemplo: Cultura afro-
americana 
Alemanh
a 
germano- ou teuto- / Por exemplo: 
Competições teuto-inglesas 
América américo- / Por exemplo: Companhia 
américo-africana 
 
Flexão dos adjetivos 
 
O adjetivo varia em gênero, número e grau. 
 
Gênero dos Adjetivos 
 
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se 
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos 
substantivos, classificam-se em: 
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino 
e outra para o feminino. 
 
Por exemplo: ativo e ativa, mau e má. 
 
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no 
feminino somente o último elemento. 
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-
americana. 
 
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino 
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher 
feliz. 
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no 
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença 
político-social. 
 
Número dos Adjetivos 
 
Plural dos adjetivos simples 
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com 
as regras estabelecidas para a flexão numérica dos 
substantivos simples. 
Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes. 
 
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça 
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra 
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um 
substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a 
palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se 
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. 
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. 
Veja outros exemplos: 
 
Motos vinho (mas: motos verdes) 
Paredes musgo (mas: paredes brancas). 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 60 
Adjetivo Composto 
 
É aquele formado por dois ou mais elementos. 
Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas 
o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; 
os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos 
elementos que formam o adjetivo composto seja um 
substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará 
invariável. Por exemplo : a palavra rosa é originalmente um 
substantivo, porém ,se estiver qualificando um elemento, 
funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por 
hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo 
adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por 
exemplo: 
 
Camisas rosa-claro. 
Ternos rosa-claro. 
Olhos verde-claros. 
 
Observe 
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer 
adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre 
invariáveis. 
- O adjetivo composto pele-vermelha têm os dois 
elementos flexionados. 
 
Grau do Adjetivo 
 
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a 
intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: 
o comparativo e o superlativo. 
 
Comparativo 
 
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída 
a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas 
ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, 
de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos 
abaixo: 
 
1) Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade 
No comparativo de igualdade, o segundo termo da 
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou 
quão. 
 
2) Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de 
Superioridade Analítico 
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois 
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A 
forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 
que” ou “mais...que”. 
 
3) O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de 
Superioridade Sintético 
 
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de 
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. 
 
São eles: 
bom-melhor 
pequeno-menor 
mau-pior 
 
Observe que: 
a) As formas menor e pior são comparativos de 
superioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, 
respectivamente. 
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas 
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas 
entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as 
formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais 
pequeno. 
Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de 
dois elementos. 
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas 
qualidades de um mesmo elemento. 
 
4) Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de 
Inferioridade 
Sou menos passivo (do) que tolerante. 
 
Superlativo 
 
O superlativo expressa qualidades num grau muito 
elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser 
absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: 
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um 
ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-
se nas formas: 
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras 
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O 
secretário é muito inteligente. 
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de 
sufixos. 
Por exemplo: 
O secretário é inteligentíssimo. 
 
Observe alguns superlativos sintéticos: 
 
benéfico beneficentíssimo 
bom boníssimo ou ótimo 
comum comuníssimo 
 
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um 
ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa 
relação pode ser: 
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. 
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. 
 
Note bem: 
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos 
advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., 
antepostos ao adjetivo. 
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas 
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de 
origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical 
do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou 
érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. 
A forma popular é constituída do radical do adjetivo 
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. 
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, 
precariíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem 
atual, as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem 
o desagradável hiato i-í. 
 
Questões 
 
01. Leia o texto a seguir. 
 
Violência epidêmica 
 
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora 
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes 
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características 
epidêmicas. 
A prevalência varia de um país para outro e entre as 
cidades de um mesmo país, mas, como regra, começa nos 
grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior. 
As estratégias que as sociedades adotam para combater a 
violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 61 
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços 
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras 
enfermidades. 
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações 
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências 
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades 
adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as 
frustrações de seus desejos. 
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que 
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável 
ao desenvolvimento psicológico pleno. 
A revisão de estudos científicos permite identificar três 
fatores principais na formação das personalidades com maior 
inclinação ao comportamento violento: 
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, 
humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida. 
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhestransmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e 
não lhes impuseram limites de disciplina. 
3) Associação com grupos de jovens portadores de 
comportamento antissocial. 
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de 
crianças que se enquadram nessas três condições de risco. 
Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à 
desigualdade social, esses fatores de risco criam o caldo de 
cultura que alimenta a violência crescente nas cidades. 
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a 
resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o 
criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver 
preso. 
Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e 
sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao 
mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e 
conexões mais sólidas com o mundo do crime. 
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. 
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, 
aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias 
continuarão superlotadas. 
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a 
criminalidade e tratar os que ingressaram nela. 
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. 
Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os 
policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que 
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e 
construir cadeias novas para substituir as velhas. 
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas 
preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão 
capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los 
na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das 
práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento 
artístico. 
 
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado) 
 
Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas 
corresponde a – características de epidemias. 
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo 
em destaque corresponde, corretamente, à expressão 
indicada. 
(A) água fluvial – água da chuva. 
(B) produção aurífera – produção de ouro. 
(C) vida rupestre – vida do campo. 
(D) notícias brasileiras – notícias de Brasília. 
(E) costela bovina – costela de porco. 
 
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto: 
(A) azul-celeste 
(B) azul-pavão 
 
35 Idem, 1. 
(C) surda-muda 
(D) branco-gelo 
 
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não 
estão no grau superlativo absoluto sintético: 
(A) Arquimilionário/ ultraconservador; 
(B) Supremo/ ínfimo; 
(C) Superamigo/ paupérrimo; 
(D) Muito amigo/ Bastante pobre 
 
Respostas 
1-B / 2-C / 3-D 
 
Pronome 
 
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele 
se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de 
alguma forma.35 
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! 
[substituição do nome] 
 
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! 
[referência ao nome] 
 
Essa moça morava nos meus sonhos! 
[qualificação do nome] 
Grande parte dos pronomes não possuem significados 
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de 
um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata 
daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no 
ato da comunicação. Com exceção dos pronomes 
interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por 
função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas 
se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no 
espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes 
apresentam uma forma específica para cada pessoa do 
discurso. 
 
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. 
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] 
 
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? 
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] 
 
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. 
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] 
 
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras 
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número 
(singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através 
do pronome seja coerente em termos de gênero e número 
(fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando 
este se apresenta ausente no enunciado. 
 
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile 
da nossa escola neste ano. 
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância 
adequada] 
[neste: pronome que determina “ano” = concordância 
adequada] 
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = 
concordância inadequada] 
 
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, 
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. 
 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 62 
Pronomes Pessoais 
 
São aqueles que substituem os substantivos, indicando 
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve 
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, 
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, 
“ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às 
pessoas de quem fala. 
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções 
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso 
oblíquo. 
 
Pronome Reto 
 
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, 
exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. 
Nós lhe ofertamos flores. 
 
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero 
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal 
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, 
o quadro dos pronomes retos é assim configurado: 
- 1ª pessoa do singular: eu 
- 2ª pessoa do singular: tu 
- 3ª pessoa do singular: ele, ela 
- 1ª pessoa do plural: nós 
- 2ª pessoa do plural: vós 
- 3ª pessoa do plural: eles, elas 
 
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como 
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele 
na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, 
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua 
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados 
os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, 
“Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. 
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome 
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias 
formas verbais marcam, através de suas desinências, as 
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto. 
Fizemos boa viagem. (Nós) 
 
Pronome Oblíquo 
 
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na 
sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto 
direto ou indireto) ou complemento nominal. 
 
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) 
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante 
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função 
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto 
marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o 
complemento da oração. 
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com 
a acentuação tônica que possuem, podendo ser 
átonos ou tônicos. 
 
Pronome Oblíquo Átono 
 
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são 
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca. 
Ele me deu um presente. 
 
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim 
configurado: 
- 1ª pessoa do singular (eu): me 
- 2ª pessoa do singular (tu): te 
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe 
- 1ª pessoa do plural (nós): nos 
- 2ª pessoa do plural (vós): vos 
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes 
 
Observações: 
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se 
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o 
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por 
acompanhar diretamente uma preposição, o 
pronome “lhe” exerce sempre a função de objetoindireto na 
oração. 
 
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos 
diretos como objetos indiretos. 
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como 
objetos diretos. 
 
Saiba que: 
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se 
com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, 
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas 
formas nos exemplos que seguem: 
 
- Trouxeste o pacote? - Não contaram a 
novidade a vocês? 
- Sim, entreguei-to ainda 
há pouco. 
- Não, no-la contaram. 
 
 
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; 
até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro. 
 
Atenção: 
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois 
de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -
z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo 
tempo que a terminação verbal é suprimida. 
Por exemplo: fiz + o = fi-lo 
 fazei + o = fazei-os 
 dizer + a = dizê-la 
 
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume 
as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: 
viram + o: viram-no 
repõe + os = repõe-nos 
retém + a: retém-na 
tem + as = tem-nas 
 
Pronome Oblíquo Tônico 
 
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre 
precedidos por preposições, em geral as 
preposições a, para, de e com. Por esse motivo, os pronomes 
tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. 
Possuem acentuação tônica forte. 
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim 
configurado: 
 
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo 
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo 
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela 
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco 
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas 
 
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico 
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais 
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. 
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes 
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 63 
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os 
pronomes costumam ser usados desta forma: 
Não há mais nada entre mim e ti. 
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. 
Não há nenhuma acusação contra mim. 
 
Atenção: 
Há construções em que a preposição, apesar de surgir 
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração 
cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter 
sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser 
do caso reto. 
 
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. 
Não vá sem eu mandar. 
 
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes 
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, 
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos 
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de 
companhia. 
Ele carregava o documento consigo. 
 
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas 
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são 
reforçados por palavras 
como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum 
numeral. 
 
Você terá de viajar com nós todos. 
Estávamos com vós outros quando chegaram as más 
notícias. 
 
Pronome Reflexivo 
 
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem 
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da 
oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa 
pelo verbo. 
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: 
 
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. 
Eu não me vanglorio disso. 
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. 
 
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. 
Assim tu te prejudicas. 
Conhece a ti mesmo. 
 
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. 
Guilherme já se preparou. 
Ela deu a si um presente. 
Antônio conversou consigo mesmo. 
 
- 1ª pessoa do plural (nós): nos. 
Lavamo-nos no rio. 
 
- 2ª pessoa do plural (vós): vos. 
Vós vos beneficiastes com a esta conquista. 
 
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. 
Eles se conheceram. 
Elas deram a si um dia de folga. 
 
A Segunda Pessoa Indireta 
 
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando 
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso 
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na 
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de 
tratamento, que podem ser observados no quadro seguinte: 
 
Pronomes de Tratamento 
 
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques 
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais 
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos 
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-
generais 
Vossa Magnificência V.Mag.ª(s) reitores de universidades 
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas 
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores 
Vossa Santidade V. S. Papa 
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso 
Vossa Onipotência V. O. Deus 
 
Também são pronomes de tratamento o senhor, a 
senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados 
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento 
familiar. Você e vocês são largamente empregados no 
português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso 
frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem 
uso restrito à linguagem litúrgica ,ultraformal ou literária. 
 
Observações: 
a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de 
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em 
relação à pessoa com quem falamos. 
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este 
encontro. 
Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa. 
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, 
o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. 
 
- Os pronomes de tratamento representam uma forma 
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao 
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, 
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado 
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa. 
 
b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-
se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª 
pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os 
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar 
na 3ª pessoa. 
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, 
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. 
 
c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou 
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do 
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, 
por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não 
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, 
verbo na terceira pessoa. 
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus 
cabelos. (errado) 
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus 
cabelos. (correto) 
 
Pronomes Possessivos 
 
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical 
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa 
possuída). 
 Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do 
singular) 
 
 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 64 
Observe o quadro: 
Número Pessoa Pronome 
singular primeira meu(s), minha(s) 
singular segunda teu(s), tua(s) 
singular terceira seu(s), sua(s) 
plural primeira nosso(s), nossa(s) 
plural segunda vosso(s), vossa(s) 
plural terceira seu(s), sua(s) 
 
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa 
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam 
com o objeto possuído. 
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquelemomento 
difícil. 
Observações: 
 
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da 
alteração fonética da palavra senhor. 
- Muito obrigado, seu José. 
 
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. 
Podem ter outros empregos, como: 
a) indicar afetividade. 
- Não faça isso, minha filha. 
b) indicar cálculo aproximado. 
Ele já deve ter seus 40 anos. 
c) atribuir valor indefinido ao substantivo. 
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. 
 
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o 
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. 
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? 
 
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo 
concorda com o mais próximo. 
Trouxe-me seus livros e anotações. 
 
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais 
oblíquos átonos assumem valor de possessivo. 
Vou seguir-lhe os passos( .= Vou seguir seus passos.) 
 
Pronomes Demonstrativos 
 
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar 
a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao 
contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no 
tempo ou discurso. 
 
No espaço: 
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o 
carro está perto da pessoa que fala. 
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro 
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que 
fala. 
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o 
carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem 
falo. 
 
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto 
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita 
de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o 
primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, 
em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar 
ambiguidade. 
 
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar 
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da 
universidade destinatária). 
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar 
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que 
envia a mensagem). 
 
No tempo: 
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere 
ao ano presente. 
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere 
a um passado próximo. 
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está 
se referindo a um passado distante. 
 
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou 
invariáveis, observe: 
 
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), 
aquela(s). 
Invariáveis: isto, isso, aquilo. 
 
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: 
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e 
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. 
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) 
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que 
te indiquei.) 
- mesmo(s), mesma(s): 
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. 
- próprio(s), própria(s): 
Os próprios alunos resolveram o problema. 
 
- semelhante(s): 
Não compre semelhante livro. 
- tal, tais: 
Tal era a solução para o problema. 
 
Note que: 
 
a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em 
construções redundantes, com finalidade expressiva, para 
salientar algum termo anterior. Por exemplo: 
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José 
Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! 
b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar 
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que 
aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou 
aposto.O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. 
c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente 
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, 
chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes 
de). 
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. 
d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa 
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em 
primeiro lugar. 
O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; 
aquele casado, solteiro este. [ou então: este 
solteiro, aquele casado] 
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação 
irônica. 
A menina foi a tal que ameaçou o professor? 
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com 
pronome demonstrativo : àquele ,àquela, deste, desta, disso, 
nisso, no, etc. 
Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) 
 
Pronomes Indefinidos 
 
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, 
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando 
quantidade indeterminada. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 65 
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
plantadas. 
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de 
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma 
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser 
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é 
desconhecida ou não se quer revelar. 
 
Classificam-se em: 
 
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do 
ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São 
eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, 
outrem, quem, tudo. 
Algo o incomoda? 
Quem avisa amigo é. 
 
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser 
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade 
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). 
Cada povo tem seus costumes. 
 
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora 
pronomes indefinidos adjetivos: 
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), 
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, 
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, 
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), 
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. 
 
Menos palavras e mais ações. 
 
Os pronomes indefinidos podem ser divididos 
em variáveis e invariáveis. Observe: 
 
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, 
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, 
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, 
nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, 
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, 
tantas, outras, quantas. 
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, 
cada. 
 
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, 
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem 
for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, 
tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. 
Cada um escolheu o vinho desejado. 
 
Indefinidos Sistemáticos 
 
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, 
percebemos que existem alguns grupos que criam oposição de 
sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido 
afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido 
negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, 
e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa; 
alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada, que se 
referem à coisa; certo, que particulariza, e qualquer, que 
generaliza. 
Essas oposições de sentido são muito importantes na 
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas 
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos 
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os 
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações de 
que fazem parte: 
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado 
prático. 
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são 
pessoas quaisquer. 
 
Pronomes Relativos 
 
São aqueles que representam nomes já mencionados 
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as 
orações subordinadas adjetivas. 
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um 
grupo racial sobre outros. 
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = 
oração subordinada adjetiva). 
O pronome relativo“que” refere-se à palavra “sistema” e 
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a 
palavra “sistema” é antecedente do pronome relativo que. 
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome 
demonstrativo o, a, os, as. 
Não sei o que você está querendo dizer. 
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem 
expresso. 
Quem casa, quer casa. 
 
Observe: 
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os 
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, 
quantas. 
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. 
 
Note que: 
a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, 
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser 
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu 
antecedente for um substantivo. 
 
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) 
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a 
qual) 
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) 
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as 
quais) 
 
b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente 
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente 
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que 
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. 
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por 
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: 
 
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o 
qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria 
ambiguidade.) 
 
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas 
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) 
 
c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se 
refere a uma oração. 
 
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a 
sua vocação natural. 
 
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, 
mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, 
das quais. 
 
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. 
 (antecedente) (consequente) 
e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por 
antecedente um pronome indefinido: tanto ( ou variações )e 
tudo: 
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Língua Portuguesa 66 
Emprestei tantos quantos foram necessários. 
 (antecedente) 
 
Ele fez tudo quanto havia falado. 
 (antecedente) 
 
f) O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre 
precedido de preposição. 
 
É um professor a quem muito devemos. 
(preposição) 
 
g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui 
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. 
A casa onde morava foi assaltada. 
 
h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em 
que. 
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no 
exterior. 
 
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as 
palavras: 
- como (= pelo qual) 
Não me parece correto o modo como você agiu semana 
passada. 
- quando (= em que) 
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame. 
 
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações 
numa só frase. 
O futebol é um esporte. 
O povo gosta muito deste esporte. 
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. 
 
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode 
ocorrer a elipse do relativo “que”. 
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, 
(que) fumava. 
 
Pronomes Interrogativos 
 
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas 
ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se 
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes 
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e 
variações). 
 
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. 
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas 
preferes. 
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos 
passageiros desembarcaram. 
 
Sobre os pronomes: 
 
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de 
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando 
desempenha função de complemento. Vamos entender, 
primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que 
função exerce. Observe as orações: 
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. 
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-
lo. 
 
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” 
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. 
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo 
função de complemento, e, consequentemente, é do caso 
oblíquo. 
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o 
pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a 
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se 
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). 
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego 
do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo 
intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar 
antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal 
(no caso “ajudar”) estiver no infinitivo ou gerúndio. 
Eu desejo lhe perguntar algo. 
Eu estou perguntando-lhe algo. 
 
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou 
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, 
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de 
preposição. 
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu 
estava fazendo. 
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que 
eu estava fazendo. 
 
Questões 
 
01. Observe as sentenças abaixo. 
I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam. 
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo-
nos inimigas desde aquele episódio. 
III. A criança cuja a família não compareceu ficou 
inconsolável. 
 
O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma 
culta da língua portuguesa em: 
(A) apenas uma das sentenças 
(B) apenas duas das sentenças. 
(C) nenhuma das sentenças. 
(D) todas as sentenças. 
 
02. Um estudo feito pela Universidade de Michigan 
constatou que o que mais se faz no Facebook, depois de 
interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que 
acabamos de conhecer. Se você gostar do perfil, adicionará 
aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No final, todo 
mundo vira amigo de todo mundo. Mas, não é bem assim. As 
redes sociais têm o poder de transformar os chamados elos 
latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente social, 
mas não são suas amigas) em elos fracos – uma forma 
superficial de amizade. Pois é, por mais que existam exceções 
_______qualquer regra, todos os estudos mostram que amizades 
geradas com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, do que 
aquelas que nascem e se desenvolvem fora dela. 
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito 
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo 
mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles 
transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe 
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando 
uma renovação de ideias que faz bem a todos os 
relacionamentos, inclusive às amizades antigas. O problema é 
que a maioria das redes na Internet é simétrica: se você 
quiser ter acesso às informações de uma pessoa ou mesmo 
falar reservadamente com ela, é obrigado a pedir a amizade 
dela. Como é meio grosseiro dizer “não” ________ alguém que 
você conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo. E 
isso vai levando ________ banalização do conceito de amizade. 
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, 
ficou diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social 
completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de 
“seguidores” e “seguidos” de alguém possam se comunicar de 
maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no 
Twitter, o sociólogo Nicholas Christakis, da Universidade de 
Harvard, percebeu que seus amigos tinham começado a se 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 67 
comunicar entre si independentemente da mediação dele. 
Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio Christakis 
acabaram ficando amigas. No Twitter, eu posso me interessar 
pelo que você tem a dizer e começar a te seguir. Nós não nos 
conhecemos. 
Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu 
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também 
podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você. 
Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as 
pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas 
entre si. 
Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-estamudando-
amizade-619645.shtml>. 
 
Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se 
estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a 
que se referem. 
I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a 
amizades. 
II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma 
superficial de amizade. 
III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós 
refere-se aos pronomes eu e você. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
03. Observe a charge a seguir. 
 
Em relação à charge acima, assinale a afirmativa 
inadequada. 
(A) A fala do personagem é uma modificação intencional 
de uma fala de Cristo. 
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a 
pessoas distintas. 
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no 
poder. 
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete 
a de Cristo na cruz. 
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos 
de forma equilibrada. 
 
Respostas 
01. A\02. E\03. B 
 
Advérbio 
 
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes 
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, 
tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de 
proximidade, contiguidade. 
 
Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no 
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias 
em que esse processo se desenvolve. 
 
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de 
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não 
é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também 
modifica o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns 
exemplos: 
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, 
você está até bem informado. 
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo 
alheio, representando uma qualidade, característica. 
 
O artista canta muito mal. 
 
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica 
outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos 
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra 
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar 
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim não 
deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chamamos 
de locução adverbial, representada por algumas expressões, 
tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de modo 
algum, entre outras. 
 
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das 
circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam 
em distintas categorias, uma vez expressas por: 
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, 
às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, 
desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a 
frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que 
terminam em -mente: calmamente, tristemente, 
propositadamente. 
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em 
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, 
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de 
todo, de muito, por completo. 
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, 
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, 
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, 
afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, 
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à 
tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de 
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em 
tempos, em breve, hoje em dia. 
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, 
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, 
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, 
afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a 
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, 
à esquerda, ao lado, em volta. 
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de 
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. 
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, 
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem 
sabe. 
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, 
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, 
indubitavelmente. 
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, 
somente, simplesmente, só, unicamente. 
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. 
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente. 
de designação: Eis. 
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo), 
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e 
intensidade), para quê?(finalidade) 
 
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Língua Portuguesa 68 
Locução adverbial 
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio . 
Exemplo: 
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) 
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) 
 
Há locuções adverbiais que possuem advérbios 
correspondentes. 
Exemplo: 
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente. 
 
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo 
são flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A 
única flexão propriamente dita que existe na categoria dos 
advérbios é a de grau: 
 
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - 
longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - 
inconstitucionalissimamente ,etc; 
Diminutivo: diminui a intensidade . 
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar - 
devagarinho, 
 
Questões 
 
01. Leia os quadrinhos para responder a questão. 
 
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. 
Volume Único) 
 
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque 
dois advérbios: AÍ e ainda. 
Considerando que advérbio é a palavra que modifica um 
verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando a 
circunstância em que determinado fato ocorre, assinale a 
alternativa que classifica, correta e respectivamente, as 
circunstâncias expressas por eles. 
(A) Lugar e negação. 
(B) Lugar e tempo. 
(C) Modo e afirmação. 
(D) Tempo e tempo. 
(E) Intensidade e dúvida. 
 
 
 
 
02. Leia o texto a seguir. 
 
Impunidade é motor de nova onda de agressões 
 
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas 
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade 
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de 
repercussões. 
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da 
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria 
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação 
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher. 
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma 
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens 
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a 
perna fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se 
aproximar, sem sucesso, de duas garotas que eram amigas dos 
rapazes que saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega 
que tudo não passou de um engano e que o rapaz teria 
fraturado a perna ao cair no chão. 
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz 
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se 
quebrou ao cair no chão. 
Em ambos os casos, as câmerasdos estabelecimentos 
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão 
ajudar a polícia na investigação. 
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se 
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões 
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que 
eles sejam julgados e condenados. 
A impunidade é um dos motores da onda de violência que 
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil 
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por 
outras substâncias) completa o mecanismo que gera 
agressões. 
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar. 
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o 
outro, aumento da tolerância à própria frustração e melhor 
controle sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) 
são alguns dos caminhos. 
 
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado) 
 
Assinale a alternativa cuja expressão em destaque 
apresenta circunstância adverbial de modo. 
(A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando 
ainda uma série de repercussões. 
(B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em 
plena balada… 
(C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem 
sucesso, de duas amigas… 
(D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou 
de um engano... 
(E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se 
quebrando por aí… 
 
03. Leia o texto a seguir. 
 
Cultura matemática 
Hélio Schwartsman 
 
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o 
ensino de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: 
podemos viver sem dominar o básico da matemática? Durante 
muito tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não 
simpatizavam muito com Pitágoras podiam simplesmente 
escolher carreiras nas quais os números não encontravam 
muito espaço, como direito, jornalismo, as humanidades e até 
a medicina de antigamente. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 69 
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios 
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se 
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o 
beabá da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido 
Joyce ou dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão 
olhares tão recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o 
nariz na manga da camisa. 
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a 
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida 
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com 
uma ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, 
mesmo para quem não pretende ser engenheiro ou seguir 
carreiras técnicas. 
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular 
as armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é 
difícil até posicionar-se de forma racional sobre políticas 
públicas sem assimilar toda a numeralha que idealmente as 
informa. 
Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-
requisito para compreender as novas pesquisas que trazem 
informações relevantes para nossa saúde e bem-estar. 
A matemática está no centro de algumas das mais 
intrigantes especulações cosmológicas da atualidade. Se as 
equações da mecânica quântica indicam que existem 
universos paralelos, isso basta para que acreditemos neles? 
Ou, no rastro de Eugene Wigner, podemos nos perguntar por 
que a matemática é tão eficaz para exprimir as leis da física. 
Releia os trechos apresentados a seguir. 
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras 
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os 
números não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo) 
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma 
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º 
parágrafo) 
 
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta 
e respectivamente, circunstâncias de 
(A) afirmação e de intensidade. 
(B) modo e de tempo. 
(C) modo e de lugar. 
(D) lugar e de tempo. 
(E) intensidade e de negação. 
 
Respostas 
1-B / 2-C / 3-B 
 
Preposição 
 
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar 
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, 
normalmente há uma subordinação do segundo termo em 
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na 
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e 
possuem valores semânticos indispensáveis para a 
compreensão do texto. 
 
Tipos de Preposição 
 
1. Preposições essenciais: palavras que atuam 
exclusivamente como preposições. 
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, 
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. 
 
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes 
gramaticais que podem atuar como preposições. 
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, 
senão, visto. 
 
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo 
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. 
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de 
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, 
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por 
trás de. 
 
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto 
pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer 
concordância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo 
por + a = pela 
 
Vale ressaltar que essa concordância não é característica 
da preposição, mas das palavras às quais ela se une. 
 
Esse processo de junção de uma preposição com outra 
palavra pode se dar a partir de dois processos: 
 
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. 
preposição a + artigos definidos o, os 
a + o = ao 
preposição a + advérbio onde 
a + onde = aonde 
 
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. 
 
Preposição + Artigos 
De + o(s) = do(s) 
De + a(s) = da(s) 
De + um = dum 
De + uns = duns 
De + uma = duma 
De + umas = dumas 
Em + o(s) = no(s) 
Em + a(s) = na(s) 
Em + um = num 
Em + uma = numa 
Em + uns = nuns 
Em + umas = numas 
A + à(s) = à(s) 
Por + o = pelo(s) 
Por + a = pela(s) 
 
Preposição + Pronomes 
De + ele(s) = dele(s) 
De + ela(s) = dela(s) 
De + este(s) = deste(s) 
De + esta(s) = desta(s) 
De + esse(s) = desse(s) 
De + essa(s) = dessa(s) 
De + aquele(s) = daquele(s) 
De + aquela(s) = daquela(s) 
De + isto = disto 
De + isso = disso 
De + aquilo = daquilo 
De + aqui = daqui 
De + aí = daí 
De + ali = dali 
De + outro = doutro(s) 
De + outra = doutra(s) 
Em + este(s) = neste(s) 
Em + esta(s) = nesta(s) 
Em + esse(s) = nesse(s) 
Em + aquele(s) = naquele(s) 
Em + aquela(s) = naquela(s) 
Em + isto = nisto 
Em + isso = nisso 
Em + aquilo = naquilo 
A + aquele(s) = àquele(s) 
A + aquela(s) = àquela(s) 
A + aquilo = àquilo 
 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 70 
Dicas sobre preposição 
 
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal 
oblíquo e artigo. Como distingui-los? 
 
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a 
um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um 
substantivo singular e feminino. 
A dona da casa não quis nos atender. 
Como posso fazer a Joana concordar comigo? 
 
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois 
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. 
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. 
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar 
um tratamento adequado. 
 
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar 
e/ou a função de um substantivo. 
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte 
da família 
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / 
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. 
 
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio 
das preposições: 
Destino = Irei para casa. 
Modo = Chegou em casa aos gritos. 
Lugar = Vou ficar em casa;Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. 
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. 
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. 
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o 
tratamento. 
Instrumento = Escreveu a lápis. 
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. 
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom. 
Companhia = Estarei com ele amanhã. 
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado. 
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco. 
Origem = Nós somos do Nordeste, e você? 
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume. 
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. 
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. 
 
Questões 
 
01. Leia o texto a seguir. 
 
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação 
 
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois 
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos 
preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, 
grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos 
em comum: tabuleiros e peças de xadrez. 
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma 
válvula de escape para as horas de tédio, tornou-se uma 
metáfora para o que pretendem fazer quando estiverem em 
liberdade. 
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que 
pensar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça 
errada, pode perder uma peça de muito valor ou tomar um 
xeque-mate, instantaneamente. Se eu for para a rua e 
movimentar a peça errada, eu posso perder uma peça muito 
importante na minha vida, como eu perdi três anos na cadeia. 
Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, afirma 
João Carlos. 
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos 
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto 
“Xadrez que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem 
praticar a atividade sob a orientação de servidores da 
Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, 
será realizado o primeiro torneio fora dos presídios desde que 
o projeto foi implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades 
participam da disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz 
que a vitória não é o mais importante. 
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não 
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras 
coisas devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, 
como estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio 
devido ao bom comportamento”. 
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido 
Venturin, o “ Xadrez que liberta ” tem provocado boas 
mudanças no comportamento dos presos .“ Tem surtido um 
efeito positivo por eles se tornarem uma referência positiva 
dentro da unidade, já que cumprem melhor as regras, 
respeitam o próximo e pensam melhor nas suas ações, 
refletem antes de tomar uma atitude ”. 
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a 
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João 
Carlos já faz planos .“ Eu incentivo não só os colegas, mas 
também minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei 
para a minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo 
mundo vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio 
familiar ”. 
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que 
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. 
Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O 
preso tem data para entrar e data para sair, então ele tem que 
sair sem retornar para o crime”, analisa o presidente do 
Conselho Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza 
Toledo. 
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-liberta-
estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado) 
 
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo 
mundo vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio 
familiar.– o termo em destaque expressa relação de 
(A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para 
falar do projeto “Xadrez que liberta”. 
(B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo 
de falar. 
(C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho 
para termos mais chances de vencer o torneio de xadrez. 
(D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou 
muito feliz, porque eu não esperava. 
(E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo 
conseguir a revisão da minha pena. 
 
02. Considere o trecho a seguir. 
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, 
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a 
estabilidade no emprego, vantagem________ que muitos 
trabalhadores sonham, é o que leva os integrantes do grupo a 
permanecerem na instituição. 
 
As preposições que preenchem o trecho, correta, 
respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são: 
(A) a ...com 
(B) de ...com 
(C) de ...a 
(D) com ...a 
(E) para ...de 
 
03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque 
expressa ideia de finalidade. 
(A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ 
957,70 para R$ 1.915,40. 
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APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 71 
(B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o 
bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para 
comprovar o crime. 
(C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito 
fazer o exame clínico”... 
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz 
Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas 
embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. 
(E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade 
policial de dizer quem está embriagado... 
 
Respostas 
 
1-B / 2-B / 3-B 
 
Conjunção 
 
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou 
dois termos semelhantes de uma mesma oração .Por exemplo: 
 
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as 
amiguinhas. 
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: 
 
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu 
as amiguinhas 
 
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: 
segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: 
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª 
oração: e mostrou 3ª oração : quando viu as amiguinhas. 
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a 
terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As 
palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. 
 
Observe: Gosto de natação e de futebol. 
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes 
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está 
ligando termos de uma mesma oração. 
 
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações 
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. 
 
Morfossintaxe da Conjunção 
 
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem 
propriamente uma função sintática: são conectivos. 
 
Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções 
Subordinativas 
 
Conjunções coordenativas 
Dividem-se em: 
 
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. 
Ex. Gosto de cantar e de dançar. 
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas 
também, não só...como também. 
 
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de 
oposição, de compensação. 
Ex. Estudei, mas não entendi nada. 
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, 
todavia, no entanto, entretanto. 
 
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. 
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. 
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, 
quer...quer, já...já. 
 
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. 
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar. 
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois 
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. 
 
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É 
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. 
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois 
(antes do verbo), porquanto. 
 
Conjunções subordinativas 
- CAUSAIS 
Principais

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