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DESCRIÇÃO
Discussão antropológica sobre as relações entre corpo, saúde e cultura.
PROPÓSITO
Apresentar a relação corpo/saúde, com base em discussões socioantropológicas, a fim de relacionar o
tema com o cotidiano do cuidado em saúde, levando a problematizar e compreender os determinantes
sociais e culturais envolvidos no campo da saúde.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, acesse um dicionário de Linguística para entender termos
específicos da área.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir corpo, cultura e subjetividade
MÓDULO 2
Descrever corpo estético, estética e sociedade com base nos padrões e valores
MÓDULO 3
Relacionar cultura com saúde, doença e cura
INTRODUÇÃO
O ser humano é um ser profundo e em evolução contínua. Sua maneira de perceber e entender seu
corpo não foi vista sempre da mesma forma. Ao longo da história da humanidade, foram identificadas
várias formas de compreender, utilizar e tratar o corpo. Da mesma maneira, o processo de descobrir,
regenerar e prevenir doenças ao corpo é muito complexo, e foi contemplado e alterado ao longo da
história, das civilizações e das culturas.
A Antropologia, então, contribui ao reconhecer os processos culturais misturados na maneira de captar o
corpo adoentado e cuidar dele, possibilitando um olhar para além da visão biomédica (que investiga as
causas fisiológicas das doenças). Entende o corpo enfermo em seus aspectos culturais, sociais,
psicológicos, emocionais, religiosos, entre outros.
Sobre as representações do corpo às concepções e práticas no campo da Antropologia da Saúde, este
tema poderá ajudá-lo a entender o corpo enfermo/saudável em seus mais diversos aspectos, tornando
as práticas em saúde cada vez mais humanas em nossa sociedade.
MÓDULO 1
 Definir corpo, cultura e a subjetividade
CORPO BIOLÓGICO X CORPO SUBJETIVO
Existe uma divisão entre o corpo biológico, orgânico, e o corpo subjetivo, formado por meio das
interações sociais e da cultura. Em relação à diferença entre corpo biológico e corpo subjetivo, leva-se
em consideração a separação entre corpo e mente. Com isso, podemos perceber a relação entre:
Corpo biológico/corpo subjetivo
Corpo/mente
Cura biomédica/cura simbólica
Os aspectos que formam a subjetividade são tirados da esfera abstrata dos atributos e das capacidades
específicas do ser humano e levados para a esfera corporal e biológica. As pessoas estariam sendo
moldadas e suas personalidades seriam definidas a partir das informações que seus corpos transmitem.
Assim, a subjetividade deixa de ser uma essência universal do ser humano e passa a ser vista como
uma combinação de fatores biológicos.
O corpo, entendido aqui como o fornecedor de informações, coloca-se como porta de entrada para
entender o homem e suas relações. Essas informações podem justificar nosso modo de ser e agir.
Foto: Shutterstock.com
DEFINIÇÃO DE CULTURA
A cultura está ligada a uma série de elementos que explicam e qualificam qualquer atividade mental ou
física, e não é determinada pela biologia, apresentando-se dividida por diferentes integrantes de um
grupo social. Trata-se de elementos sobre os quais os sujeitos criam significados para as ações e
convívio social efetivos e temporais, como também afirmam as maneiras sociais atuais, as instituições e
suas formas operacionais.
Estão incluídos na cultura os símbolos, valores, práticas e normas
(LANGDON; WIIK, 2010).
Langdon e Wiik (2010) destacam que a cultura deve ser aprendida, compartilhada e padronizada.
Afirmam que a cultura é aprendida porque não se pode explicar as diferenças do comportamento
humano somente pela biologia. A cultura reforça as necessidades e características biológicas e
corporais. Assim, a biologia serve de apoio para o comportamento, do mesmo jeito que fornece a
capacidade de elaboração e desenvolvimento humano.
 COMENTÁRIO
Além disso, a cultura é compartilhada pelas pessoas que compõem uma sociedade que transforma essas
capacidades em atividades específicas, diferenciadas e simbolicamente compreensíveis e comunicáveis.
A cultura é compartilhada e padronizada, já que consiste em uma criação do ser humano que fica
distribuída entre os diferentes grupos sociais. As formas materiais, a importância e os papéis simbólicos
relacionados à cultura são padronizados a partir das interações sociais efetivas dos indivíduos, como
também surgem das experiências em diferentes contextos e espaços, os quais podem ser
transformados, alternados e compartilhados por variados segmentos da sociedade (LANGDON; WIIK,
2010).
Por ser dinâmica e ter características político-ideológicas bem claras, a cultura e todos os outros
componentes que a representam são capazes de gerar transformações sociais ao longo da história da
civilização, seguindo sempre o sentido traçado pelos atores sociais que as utilizam para estabelecer
novos padrões socioculturais.
No que diz respeito à padronização do comportamento humano, a cultura é decisiva e tem uma
atribuição de destaque, uma vez que o indivíduo é socializado de acordo com a cultura na qual está
inserido. Com isso, ele tem crenças, valores e comportamentos compatíveis com sua cultura que irão
moldar suas atitudes na direção daquilo que é visto como normal e aceitável dentro do meio em que
vive, com o intuito de atender às necessidades impostas.
E a cultura e o meio em que uma pessoa está inserida influenciam diretamente na maneira como esta
enxerga sua imagem corporal. Essa visão de sua imagem envolve aspectos afetivos, cognitivos, sociais
e culturais, tendo o processo de desenvolvimento sido influenciado pelos determinantes da cultura. A
elaboração da aparência faz parte da identidade da sociedade capitalista, que tenta a todo momento
implantar o sonho do corpo perfeito.
Todas as culturas, não importando a época, influenciam as noções e os comportamentos relacionados
ao corpo e a seus cuidados. Os julgamentos culturais em relação ao corpo, e como utilizá-lo, fazem com
que as pessoas sigam um padrão determinado, afetando como esse corpo age e se expressa: como se
vestir e o que vestir, a maneira de andar, como segurar objetos, entre outros.
Outro exemplo que podemos citar é a busca sem fim pelo corpo ideal a partir da valorização da
magreza, na qual as pessoas tentam incessantemente alcançar esse padrão preestabelecido
socialmente. Porém, para muitos, esse padrão de beleza é inalcançável e, quando não atingido, pode
resultar em graves problemas quanto à insatisfação corporal, ocasionando uma autoimagem negativa e
repercussões psicológicas. Além de influenciar a imagem corporal que os sujeitos têm de si, esses
padrões também influenciarão a maneira de perceber o mundo ao redor.
Logo, podemos relacionar as questões do corpo e da imagem corporal à própria construção da
subjetividade.
RELAÇÃO DA CULTURA COM O CONTEXTO
HISTÓRICO
A cultura está atrelada a um conjunto associado aos padrões de comportamento de uma coletividade
que são característicos de uma sociedade. Dessa forma, reforça a maneira como diversos indivíduos se
comportam e expressam seus valores, suas crenças e seus saberes em determinado período histórico.
 ATENÇÃO
A forma e o estilo de vida das pessoas dentro de uma sociedade representam como é construída sua cultura,
compreendendo reações, características e condutas de cada pessoa nas diversas situações. As formas que
são comuns a todos os sujeitos formam o modo de viver da cultura e das pessoas. Além disso, é preciso
considerar o momento histórico.
A evolução histórica do corpo se destaca dentro de uma ordem cronológica, reforçando a forma como o
corpo é concebido ao longo dos tempos. Cada sociedade ou cada grupo social deixa marcas em seus
membros, seja por meio de expressões físicas (por exemplo, tatuagem), estéticas (por exemplo, roupas)
e comportamentos (VÍCTORA, 2000).
O fato de estar integrado a um grupo social pode causar conforto psicológico ao sujeito. As relações
sociais que se constituem por meio da identificação entre os participantesviabilizam a criação de uma
rede de apoio social que é capaz de ofertar maior coerência para a própria existência.
Como vimos anteriormente, a sociedade capitalista tenta, a todo momento, implantar o sonho do corpo
perfeito, permitindo o desenvolvimento cultural e a cultura de massa. Os filmes, as novelas e,
particularmente, a publicidade contribuíram para espalhar e popularizar os padrões de beleza e
comportamento. Nesse caso, começamos a perceber que a construção da identidade de uma pessoa e
a própria percepção de si e do mundo relacionam-se diretamente com aquilo que a população consome
e ostenta (MIWA,2015).
Propaganda
De um lado está a propaganda, com motivações claramente mercadológicas.

Consumidor
Do outro, o consumidor, com o desejo de consumir os produtos ofertados.
Nesse sentido, o corpo passou a atrair interesses econômicos de grandes empresas que investem na
moda e nas propagandas publicitárias, passando a exigir o corpo magro e atlético como padrão de
beleza. A busca pelo corpo bonito, malhado, representa a conquista sobre a natureza. O que antes era
motivo para se constranger, agora é reconhecido, tornando-se orgulho para as pessoas. Logo, a cultura,
que se mostra poderosa, vem passando como valor desejado a conquista de um corpo magro e levanta
reflexões como:
 COMENTÁRIO
O corpo tomou posse de um valor cultural, o qual tanto coloca o indivíduo dentro de grupos como também o
diferencia do restante.
Atualmente, as pessoas acabam sendo responsabilizadas e vistas como fracassadas pela condição do
próprio corpo. Porém, isso tem a ver com uma cultura rotuladora da forma física, discriminando as
pessoas doentes, uma vez que o ideal é produzir um tipo físico perfeito, sendo a aparência fundamental
para que o indivíduo seja reconhecido na sociedade.
Em uma sociedade sobrecarregada de vários referenciais e valores sociais, as marcas acalmam seus
consumidores dando-lhes referências e valores de bom gosto e estilo pessoal. Logo, ao utilizar um
logotipo, a pessoa não quer ficar acima dos outros, mas também não quer ficar abaixo de ninguém.
Dessa forma, as marcas acabam realizando certa função de inclusão social (MIWA,2015).
No entanto, não podemos esquecer que uma marca, mesmo sendo capaz de possibilitar certas
experiências aos seus consumidores, jamais conseguirá possibilitar um sentindo à existência para seus
usuários e tampouco garantir a satisfação e felicidade deles. O filósofo Edgar Morin (1997) afirma que a
felicidade é uma fantasia e, por isso, é difícil alcançá-la. Para ele, cada cultura cria as próprias
definições sobre o que é felicidade e, se trouxermos isso para a nossa cultura de massa, identificaremos
DOIS tipos de felicidade:
UM QUE PRIVILEGIA O INSTANTE IDEAL NA PROJEÇÃO
IMAGINÁRIA, OUTRO QUE ESTIMULA O HEDONISMO DE
TODOS OS INSTANTES DA VIDA VIVIDA.
(MORIN, 1997)
Primeiro tipo
A pessoa coloca sua felicidade em algo — só será feliz quando se casar, quando conhecer determinado
país, quando conseguir tal emprego.

Segundo tipo
A felicidade seria encontrada na força com que se vive, cada segundo é uma oportunidade para ser feliz.
Essa busca sem fim pela felicidade faz com que muitos não aceitem a culpa, o fracasso, o
envelhecimento, as tragédias e até mesmo a morte, buscando cada vez mais recursos que deixem
essas zonas de desconforto escondidas, como o uso abusivo de remédios, drogas e álcool. Outra
maneira de lidar com os sofrimentos gerados pela realidade é voltar a atenção para o próprio corpo.
Sentimentos de inadequação ou frustrações podem fazer com que as pessoas ataquem seus corpos ou
tentem modificá-los, desenvolvendo uma percepção distorcida da própria aparência.
CULTURA NA ATUALIDADE
Na contemporaneidade, podemos observar os mais variados questionamentos em relação ao corpo
humano, independentemente da área científica. Seja por sua complexidade subjetiva, relacionada ao
tempo e ao espaço em que se contextualiza, pela associação aos fatores socioculturais ou
simplesmente pela fragilidade que se evidencia pelas doenças ou pela própria iminência da morte
(ANTÉRIO; SILVA, 2011).
 ATENÇÃO
A discussão é focada nessa relação entre o corpo e o sujeito, na qual devemos ter em mente a subjetividade
corporal e que o ser humano não tem uma subjetividade única. Ela é formada por fragmentos e identidades,
sem que haja necessariamente uma ligação entre as partes. Assim, a relação corpo-mente não é uma
unidade fixa e estável, e sim uma relação dinâmica (ANTÉRIO; SILVA, 2011).
A subjetividade é o perfil de um modo de ser que restringe o interior e o exterior de uma pessoa. É
consequência da relação do indivíduo com influências socioculturais, sendo moldada de acordo com os
comportamentos, valores e sistemas políticos e econômicos de cada sociedade. A reprodução da
subjetividade ocorre na interação com o mundo e com as outras pessoas, todos imersos em um mesmo
contexto e em determinado período sócio-histórico. O processo de criação da subjetividade sofre a
influência da cultura por meio dos modos de linguagem, hábitos, costumes e padrões de
comportamentos e valores, incluindo os padrões estéticos, resultando na nossa relação de aprendizado
na família, na escola, com os amigos e pelos meios de comunicação.
A mídia tem uma forte influência na imposição dos padrões estéticos, éticos e políticos. A influência
ocorre por meio de inúmeras estratégias de marketing para criar desejos, anseios e angústias,
estimulando o consumo de produtos de forma excessiva.
Mas quem determina se algo é bonito ou feio? Quem determina as regras da estética? O que faz uma
pessoa se sentir feia? Muitas são as questões que envolvem esse debate. Vimos que a conquista da
felicidade na cultura de massas é somente um sonho. A felicidade, apesar de ser ilusória, é muito
valorizada, e falhar não é uma opção a ser considerada. As pessoas que não conseguem consumir
como queriam, ou aquelas que não conseguem se encaixar em determinado padrão, ficam cara a cara
com a decepção e a frustração.
CORPO, CULTURA E SUBJETIVIDADE
A especialista Carine Sena fala sobre a influência da cultura no comportamento humano.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever corpo estético, estética e sociedade com base nos padrões e valores.
CORPO ESTÉTICO
O corpo é uma criação cultural e cada sociedade vai se manifestar de forma diferente por meio de
corpos diferentes. Assim, se olharmos uma mesma cultura em diferentes épocas, vamos perceber que o
ideal de beleza é criado, modificado e recriado, delimitando a compreensão que se tem do que é “feio” e
“bonito”.
O termo “estética” é formado pela derivação de “aisth” — que significa “sensação”, “sentir” —; e “etos”
—,que significa “costume”, “moral”. Logo, podemos dizer que corpo estético significa a criação moral ou
o costume da sensação e de sentimento de uma pessoa.
O corpo estético na sociedade é exaltado pela mídia e pela propaganda com o objetivo de criar
indivíduos consumidores, porque a sociedade é composta pelo sistema econômico em que estamos
amarrados e pelos padrões que são impostos pela comunidade. Hoje existe a idolatria do corpo perfeito,
padrão estabelecido pela sociedade e que a grande dos indivíduos deseja alcançar, o que é impossível
muitas vezes.
Podemos dizer que o corpo sempre sofreu e continuará sofrendo diversos tipos de interdições e
modificações. A maneira de se comportar, falar, andar, sentir e pensar simboliza estilos de vida
diferentes, que são próprios de determinado grupo social. Por isso, existem várias culturas e, dentro de
cada uma, há costumes e hábitos específicos. Da mesma maneira, cada grupo apresenta concepções
diferentes em relação ao corpo e à beleza.
O homem tem o corpo como devoção há bastante tempo. Para os gregos, a estética e o físico eram tão
importantes quanto a inteligência. No século XXI, reforçamos as ideias de beleza impostas pela indústria
da moda e alimentadas pela mídia com extrema valorização do corpo perfeito. Atualmente,mais
pessoas consomem o que é ofertado com o objetivo de modificar o físico em busca da perfeição.
MASSIFICAÇÃO DO CONSUMO EM RELAÇÃO À
ESTÉTICA
Esse consumo de massa cobra uma padronização de relações e a excitação de certos discursos sobre
si. As mercadorias não são valorizadas pelo uso ou por seu valor de troca, elas têm conexões irreais e
simbólicas que causam encanto, tornando-as ainda mais atraentes (SANTOS et al., 2019).
A sociedade se qualifica em criar uma massa de consumidores que podem ser manipulados e
persuadidos por competentes técnicas de marketing. O surgimento da publicidade cria outro expressivo
mercado, que se encarrega de fortalecer a elaboração de falsas necessidades que são vendidas em
campanhas publicitárias com base na ideia de que a propaganda é a “alma do negócio” sem alma
(SANTOS et al., 2019).
Com o passar do tempo, a forma de consumo da sociedade foi se modificando, e hoje está atrelada à
satisfação de necessidades superficiais, superando o consumo de itens considerados de necessidade
básica. O indivíduo não consome itens que irão garantir sua subsistência, mas, sim, o que é divulgado
na mídia e o que está na moda, como forma de buscar sua inclusão social.
 COMENTÁRIO
Dessa forma, o corpo não sai ileso desse processo de massificação, tornando-se o objeto mais investido,
tanto no aspecto sexual, como também nos aspectos econômico, cultural e simbólico. Destruído e
reconstruído incessantemente, trabalhado a partir de elementos que oferecem prestígio, o corpo entra no
mercado simbólico.
A sociedade capitalista, a propaganda e a mídia impõem uma padronização das situações vivenciadas
por cada pessoa. É comum, nos dias de hoje, encontrarmos indivíduos que consomem remédios para
emagrecer ou anabolizantes e realizam algum tipo de cirurgia sem necessidade ou, ainda, indivíduos
com algum tipo de distúrbio alimentar, como bulimia, anorexia e vigorexia.
ESTÉTICA E SAÚDE
Hoje, o culto ao corpo atravessa todos os setores, classes sociais e faixas etárias, baseado em um
discurso ora voltado à questão estética ora voltado à preocupação com a saúde. Assim, a percepção do
corpo, na prática, é comandada pela existência de variados recursos visuais e técnicos que investem na
transformação corporal, projetando corpos perfeitos para a sociedade, de modo que não basta ser
saudável, é preciso ser belo, jovem e ativo e estar na moda (FIGUEIRA, 2005).
A garantia de uma longa vida com plena saúde é simples e direta: é buscar um equilíbrio na sua vida,
buscando comer com moderação, ter uma alimentação saudável e realizar atividade física regularmente.
O posicionamento científico é entendido, na visão de consumo, como comer pouco e malhar muito, o
que reforça um posicionamento errôneo e inadequado, uma vez que os indivíduos que não conseguem
se adequar à norma da boa forma e das práticas alimentares vistas como saudáveis são colocados na
categoria de rebeldes, não colaboradores e negligentes em relação ao autocuidado. Essas pessoas são
vistas como desajustadas e intratáveis e tendem a ser marginalizadas e ridicularizadas pelo grupo social
(SANTOS et al., 2019).
 ATENÇÃO
Nos atendimentos ambulatoriais, esses pacientes levam a fama de indisciplinados, resistentes aos
tratamentos e prescrições e contrários às recomendações dos educadores em saúde. Por apresentarem essa
personalidade, segundo a visão dos profissionais de saúde, essas pessoas precisam ser “colocadas na
linha”, ou, na melhor das hipóteses, conquistadas, adestradas e disciplinadas. Resumindo, precisam ser
doutrinadas para que aceitem a verdade trazida pela ciência contemporânea como uma regra de bem viver
(SANTOS et al., 2019).
A conduta do profissional em saúde acaba por reforçar essas normas, que são naturalizadas durante a
formação acadêmica e consolidadas na atuação profissional. Dessa forma, ao ouvirmos afirmações
como “o consumo excessivo de açúcar causa graves danos à saúde”, podemos fazer uma conexão
direta com um discurso perfeitamente aceitável, reconhecendo-o como um problema a ser extinto nas
práticas desenvolvidas com a população vulnerável à obesidade e ao diabetes mellitus.
Fazer com que as pessoas tenham consciência de seus erros e de suas extravagâncias alimentares
torna-se algo muito desejável, sendo a modificação de comportamento o objetivo a ser alcançado. Não
se leva em consideração se os valores, crenças e atitudes que a pessoa traz em seu contexto cultural e
social a levam a pensar que o melhor é comer de tudo, evitando o desperdício, ou que uma refeição rica
em calorias é a que realmente sustenta e satisfaz as necessidades diárias, discursos que perpassam as
camadas populares (SANTOS et al., 2019).
Também é ignorado o fato de que os avanços tecnológicos impactaram e modificaram as mudanças de
hábitos, favorecendo um estilo de vida sedentário e uma cultura que vai na contramão dos que
defendem a boa saúde. Há uma exaltação ao sedentarismo e ao consumo de alimentos pouco
saudáveis; dorme-se cada vez menos, para que se invista mais tempo no ato de produzir e consumir
sem parar. Em vez de consumir para viver, o tema é viver para consumir (SANTOS et al., 2019).
A estetização da saúde é destacada como um evento cultural no qual a pressão social pela busca da
saúde por meio da realização de atividades físicas, dietas e procedimentos estéticos é associada à
saúde de uma forma errônea.
É interessante que até as próprias políticas públicas de saúde parecem se aproximar dessa
padronização, já que os conceitos de “autoestima”, “autoconfiança”, e “autocuidado” fazem parte de
políticas e programas utilizados pelo Estado. Isso tem como base os princípios de organismos,
instituições internacionais e políticas/programas nacionais — a chamada “fórmula da saúde”, sobre a
qual se reforça a importância corporal e a individualidade nos cuidados com a saúde (NOGUEIRA,
2011).
É com base na condição socioeconômica e cultural do capitalismo que podemos pensar sobre os
diversos conceitos de saúde, entre eles a estetização da saúde.

Isso porque o conhecimento sobre saúde e sua interação com a aparência precisa ser localizado e
relacionado ao controle da sociedade sobre os modos de sentir e cuidar do corpo. O mercado, ao ditar
regras de “boa saúde”, baseia-se na estética do corpo (NOGUEIRA, 2011).
É difícil entender um estado que coloca os indivíduos como responsáveis por sua condição de saúde,
reforçando a tendência de enxugamento de gastos com políticas públicas, o que facilita uma possível
aproximação das atuais políticas de saúde com o fenômeno da estetização da saúde.
 EXEMPLO
Temos, por exemplo, a Política Nacional de Promoção da Saúde e a Política Nacional de Atenção Básica,
que destacam a necessidade de realização de atividade física, alimentação saudável e modos de vida
saudável. O Ministério da Saúde, por sua vez, tem lançado recomendações e orientações sobre como
promover saúde, ressaltando que o indivíduo precisa ter um peso saudável, se exercitar e se alimentar
melhor para manter/recuperar a qualidade de vida.
Essas propostas, além de promoverem uma alteração individual de comportamento, colocam o
enfrentamento à obesidade e ao sedentarismo como um dos eixos de ações.

Por outro lado, é necessário ter a consciência de que culpabilizar a pessoa pela maneira como ela se
alimenta é desconsiderar os aspectos socioeconômicos e culturais envolvidos nessa questão.
Com base em toda a discussão realizada até aqui, a estetização da saúde é um fenômeno que está
conectado aos diferentes interesses e à subjetividade das pessoas e que segue as leis da “saúde em
forma” impostas pelo mercado. Primeiramente, como já vimos, o capital fortalece a indústria do bem-
estar, a qual, além de alcançar lucros alarmantes, fornece produtos e itens “da saúde” na promessa de
que, ao adquiri-los, a pessoa terá um estilo de vida saudável e, assim, irá garantir uma boa saúde (LUZ,
2003).
Esse movimento cultural da exaltação ao corpo e à saúde da sociedadecontemporânea envolve as
práticas de atividades físicas além de dietas, cirurgias plásticas, uso de produtos cosméticos, enfim, tudo
o que responda à preocupação de se ter um corpo bonito e/ou saudável. E esses aspectos podem ser
identificados no dia a dia das pessoas, em que elas se veem obrigadas a seguir padrões e adquirir itens
com o intuito de obter “saúde” (LUZ, 2003).
Assim, podemos verificar a ampla divulgação da estetização da saúde, que está arraigada no dia a dia
das pessoas e alimenta essa necessidade de os sujeitos adotarem um estilo de vida saudável.
As determinações para o surgimento e o alcance desse fenômeno estão diretamente relacionadas aos
processos econômicos e culturais da fase atual do capitalismo, que ditam os padrões de saúde e beleza
a serem seguidos, cada vez mais associados ao culto ao corpo e ao individualismo.
 RESUMINDO
Tudo o que foi discutido neste módulo evidencia a pressão social e cultural pela busca incessante do corpo
perfeito e “saudável”, sob o discurso da “saúde”, bem como suas repercussões sobre esta, que precisam ser
debatidas e enfrentadas, sobretudo no campo das políticas públicas.
A RELAÇÃO ENTRE A CULTURA, PADRÕES E
VALORES DE UMA SOCIEDADE
A especialista Carine Sena fala sobre a influência da cultura nos padrões e valores de uma sociedade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Relacionar cultura com saúde, doença e cura
A RELAÇÃO DA CULTURA COM A CONCEPÇÃO
DE DOENÇA
Vimos como os aspectos socioculturais podem interferir nos corpos e na compreensão sobre eles. Os
integrantes de uma cultura, além de elaborar valores e padrões dos corpos físicos, também constroem
concepções e parâmetros sobre o que é ser saudável ou doente (LANGDON; WIIK, 2010).
Discutimos também como a cultura e os elementos que a caracterizam atuam como fontes mediadoras
de transformações sociais, fortemente politizadas, apropriadas, modificadas e manipuladas por grupos
sociais ao longo da história da civilização. Cada grupo se relaciona com um ambiente físico específico, e
a sua cultura determina como sobreviver nesse espaço, modificando-o para poder se adaptar a ele.
Compreender o comportamento humano permite um maior entendimento dos sistemas de interpretação
criados pela imaginação do próprio homem, que nos colocam em um lugar simbólico, que é
característico da nossa existência tanto quanto o nosso corpo físico. A cultura auxilia no exercício da
nossa liberdade, mas, ao mesmo tempo, nos limita.
De um lado, as pessoas não são apenas agentes passivos, mas atores ativos da cultura.

Do outro, a cultura pode ser uma forma de opressão social (SILVA; LEITE; PAULINO, 2016).
A habilidade de questionar seus próprios padrões de comportamento e alterá-los é comum na
sociedade. As sistematizações culturais são um processo contínuo de modificação, como os padrões de
comportamento moral, de beleza e até mesmo as questões relacionadas à saúde.
Cada cultura se comporta de forma diferente ao conceituar, vivenciar e elaborar instituições para lidar
com as questões de saúde, doença, morte e cura. Os conceitos de saúde e doença formam um binômio
que tem sua base pautada nas características econômicas, políticas e culturais. Podemos deduzir que
cada pessoa adota um conceito sobre o que é saúde, e esse conceito varia de acordo com a idade do
indivíduo, sua crença religiosa, seus valores pessoais, a classe social na qual está inserido, entre outros
fatores (BERGER; LUCKMANN, 2002).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de saúde tem como base um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doenças e patologias. Desse
modo, tudo o que foi especificado pela OMS passa a fazer parte dos termos determinantes para a
sistematização da saúde.
SAÚDE E DOENÇA SOB O PONTO DE VISTA DA
CULTURA
A Antropologia da Saúde compreende o corpo do paciente, que busca auxílio médico pautado em sua
experiência de vida e cultural. Esse paciente vivencia as múltiplas oportunidades de se tornar um ser
humano a partir dos aspectos culturais oferecidos.
Assim, a corporeidade passa a ser não somente biológica, mas também religiosa, histórica, emocional,
cognitiva e artística, desviando o foco da questão da cura para além da tentativa de apenas eliminar algo
indesejado (gordura, tumor, vírus, bactéria etc.) e observando-a a partir da transformação da pessoa ao
longo do processo de cura (CSORDAS, 2008).
 COMENTÁRIO
A relação entre o doente e o agente de cura não pode ser analisada somente por meio da demanda aos
atendimentos biomédicos porque tais relações também agrupam processos místicos, religiosos, crenças
populares, automedicação, entre outros (KLEINMAN,1986).
O cuidado informal é caracterizado por ser praticado por pessoas leigas, ou seja, por pessoas que não
são especialistas da área da saúde. Esse é o cuidado realizado por familiares, amigos, vizinhos e ocorre
por meio da troca de conselhos, informações e experiências. Por não ser remunerado, esse tipo de
cuidado informal pode ser desvalorizado. Também é difícil estabelecer limites e o alcance desse tipo de
cuidado. Todos nós, em algum momento, somos beneficiados por esse cuidado informal, assim como
muitos de nós somos ou seremos cuidadores (MIWA,2015).
O cuidado informal também pode ser realizado por pessoas conhecidas pela população como
curadores, mas que não fazem parte do sistema médico convencional. Esses curadores têm
conhecimentos específicos sobre certas doenças e tratamentos, como é o caso dos curandeiros, xamãs
e benzedeiras (HELMAN,2009).
Os curandeiros, por pertencerem às classes mais populares, são capazes explicar a doença ao paciente
utilizando uma linguagem mais acessível à população, proporcionando um sentido ao mal que está
sendo vivido. Isso faz com que, muitas das vezes, a população prefira consultar o curandeiro em vez de
procurar ajuda médica, mas esse comportamento não significa uma rejeição à Medicina oficial.
 ATENÇÃO
Há uma gama de tratamentos não biomédicos disponível, porém esses tratamentos não são conhecidos. No
entanto, pesquisas referentes aos tratamentos alternativos demonstram um bom índice de cura. Na
atualidade, a crença pautada em algo que não seja o modelo biomédico é desvalorizada tanto pelo discurso
que desvaloriza o não biomédico como pela idolatria dos conhecimentos científicos, que, por sua vez, carece
do entendimento da complexidade e diversidade do ser humano em sua completude (SILVA; LEITE;
PAULINO, 2016).
Além disso, as diversas terapias alternativas apresentam índices expressivos de cura e manutenção a
saúde, como florais, cristais, reiki, acupuntura etc. Outros tratamentos religiosos, como passes espíritas,
círculos de oração, johrei, entre outras tantas possibilidades de tratamentos não biomédicos, podem ser
capazes de integrar o ser humano dentro da sua complexidade, descobrindo e compreendendo os
diversos mecanismos que possam ser eficientes na cura, reforçando a harmonia com a natureza e a
manutenção da saúde (SILVA; LEITE; PAULINO, 2016).
O processo que engloba a doença e a cura é um ritual de saúde e transformação. Do ponto de vista
antropológico, todos os pré-requisitos biomédicos para a cura são um início de separação. A nossa
prática asséptica, a higienização corporal e a dieta geralmente são prescritas no início dos tratamentos e
auxiliam nessa função simbólica de separação entre os momentos de doença e saúde. Com isso, o foco
da cura passa a não ser apenas a eliminação da doença, mas todo o processo de transformação da
pessoa (LARRUBIA; JÚNIOR; FREITAS, 2019).
Apesar de ser um ator ativo na busca por serviços de saúde, o indivíduo transita entre significados
conhecidos e desconhecidos de sua própria cultura e costumes. O corpo e a aparência saudáveis são,
especialmente no Brasil, um autêntico capital social, essa “natureza cultivada” representa um corpo
saudável, trabalhado, e sua aparência deve ser perfeita. Assim, a aparência corporal se apresenta comoum dos parâmetros de posição social. Pensando desse modo, a doença se coloca como uma desordem
corporal e relacionada a uma desordem social (LARRUBIA; JÚNIOR; FREITAS, 2019).
SISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE
O sistema de atenção à saúde engloba todos os elementos existentes em uma sociedade em relação à
saúde, incluindo o que se sabe sobre origens, causas e tratamentos das doenças, as técnicas
terapêuticas, os papéis, os padrões e agentes ativos nesse cenário. São incluídos nesses elementos as
relações de poder e as instituições destinadas à restauração ou à manutenção da saúde. Esse sistema
é mantido por esquemas de figuras que se expressam por meio de práticas, interações e instituições;
todos adequados à cultura do grupo, cultura essa que irá definir, explicar e classificar os fenômenos
percebidos e classificados como doença.
O sistema de atenção à saúde não se desassocia de outros aspectos gerais da cultura, da mesma forma
que um sistema social não se distancia da organização social de um grupo.
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Logo, a maneira de pensar e organizar de determinado grupo social influenciará diretamente a maneira
como seus integrantes manterão sua saúde e os ajudará a enfrentar episódios de doença.
Existem diversos e complexos sistemas de atenção à saúde de acordo com cada cultura. No Brasil, o
sistema médico legitimado é o biomédico, denominado Sistema Único de Saúde. Porém, a população
procura a medicina popular, sistemas médico-religiosos ou o misto deles durante o processo de doença
e cura (SILVA; LEITE; PAULINO, 2016).
Sistema de atenção à saúde
Se apresenta tanto como um sistema cultural quanto como um sistema social de saúde. É composto por
instituições ligadas à saúde, por organização das funções específicas de cada profissional da saúde
envolvido e por regras de interação, assim como as relações de poder presentes.
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Sistema de cura biomédico
Está atrelado ao corpo social composto pela universalidade dos desejos, como se os desejos dos
indivíduos estivessem em consenso, formando um bloco único (FOUCAULT, 1979).
Podemos identificar uma semelhança entre o corpo biológico e a cura biomédica. O indivíduo, visto
como corpo biológico precisa ser minuciosamente analisado e tratado pela Medicina Biomédica,
direcionada somente para o corpo biológico.
 ATENÇÃO
Também podemos perceber a interação entre corpo subjetivo e cura simbólica. O corpo subjetivo sofre
influência direta da cultura local e é rejeitado pelo corpo social formado mediante o discurso de poder
dominante. Da mesma maneira, a cura simbólica é percebida e divulgada por meio do próprio discurso e é
lançada no mesmo caminho de desvalorização e marginalização (SILVA; LEITE; PAULINO, 2016).
Precisamos reconhecer que o nosso corpo é um mero fruto da cultura e que a biologia tem o potencial
de transformar nossa compreensão tanto de corpo como da cultura. Por um lado, se o corpo pode se
colocar como base para existência da cultura e do sujeito em vez de o simples substrato biológico de
ambos, o caminho estaria livre para o entendimento do corpo como não somente biológico, mas
igualmente religioso, linguístico, histórico, cognitivo, emocional e artístico (CSORDAS, 2008, p. 37).
A RELAÇÃO ENTRE A SAÚDE E A DOENÇA
A especialista Carine Sena fala sobre a influência do padrão da saúde no processo saúde e doença.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos a relação da cultura com o corpo, com a imagem corporal e com a subjetividade. Discutimos
também a lógica do consumo e como ela pode contribuir para a formação de identidades, além de
também poder abalar o emocional das pessoas. Finalizamos abordando a importância do cuidado
informal somado ao cuidado biomédico com o objetivo de atender o indivíduo holisticamente.
Neste tema, vimos a relação da cultura com o corpo, com a imagem corporal e com a subjetividade.
Discutimos também a lógica do consumo e como ela pode contribuir para a formação de identidades,
além de abalar o emocional das pessoas.
Estudamos ainda a relação da construção do ser humano relacionada ao biológico de maneira
dominante. Porém, na atualidade, temos que considerar outras possibilidades de tratamento, além do
biomédico, para a cura de doenças físicas e mentais. Vimos também que, para a ciência biomédica,
mente e corpo, o subjetivo e o físico, são vistos a princípio como elementos separados, mas que se
interrelacionam no contexto sociocultural.
Por sermos sujeitos de variadas culturas, as intervenções e interpretações sobre os problemas
vivenciados pelas pessoas ou tratados pelos profissionais de saúde formados no sistema biomédico
precisam ser analisadas pela perspectiva do relativismo cultural, evitando, dessa maneira, adotar
posturas e análises individualistas por parte desses profissionais.
 PODCAST
Agora, a especialista Carine Sena encerra o tema falando sobre a importância do atendimento holístico
ao paciente, os riscos à saúde dos tratamentos baseados nos padrões da sociedade e a melhoria das
políticas de saúde pública no cuidado com o corpo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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subjetividade corporal. Revista Eletrônica de Ciências da Educação, v. 10, n. 1, 2011.
BERGER, P. L.; LUCKMAN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do
conhecimento. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
CSORDAS, T. Corpo, significado, cura. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
FIGUEIRA, M. A revista “Capricho” como uma pedagogia cultura: saúde, beleza e moda. In: XIV
Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. Anais. Porto Alegre, 2005.
FOUCAULT, M. A microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
HELMAN, C. G. Cultura, saúde e doença. Porto Alegre: Artmed, 2009.
KLEINMAN, A. Social origins of distress and disease: depression, neurasthenia and pain in modern
China. New Haven: Yale University Press, 1986.
LARRUBIA, B. C.; JÚNIOR, N. E. S.; FREITAS, I. M. Antropologia da saúde e doença: contribuições
para os serviços públicos de saúde. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 4,
n. 8, 2019.
LANGDON, E. J.; WIIK, F.B. Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura
aplicado às ciências da saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, n. 18, v. 3, 2010.
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contemporânea. Revista Brasileira Saúde da Família, v. 9, 2003.
MIWA, M. Fundamentos Socioantropológicos da Saúde. Rio de Janeiro: SESES, 2015.
MORIN, E. Cultura de massas no século XX: neurose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
NOGUEIRA, R. P. Higiomania: a obsessão com a saúde na sociedade contemporânea. In:
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saudável. Saúde Soc., v. 28, n. 3, 2019.
SILVA, H. P. F.; LEITE, G. S.; PAULINO, S. F. Doença e cura em uma perspectiva sócio-cultural.
Dinámica de la cultura de la ciudadanía y de la inclusión social, v. 20, n. 4, 2016.
VÍCTORA, C. G. Corpo, saúde e doença na Antropologia. In: Pesquisa qualitativa em saúde: uma
introdução ao tema. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2000.
EXPLORE+
Veja como os autores abordam o tema antropologia, saúde e doença:
No artigo Antropologia da saúde e doença: contribuições para os serviços públicos de saúde, de
Bruno Costa Larrubia, Nelson Edson da Silva Junior e Isadora Mascarenhas de Freitas.
Nos livros Corpo, significado, cura (CSORDAS, 2008) e Cultura, saúde e doença (HELMAN, 2009).
CONTEUDISTA
Andressa Fernandes David da Silva Gomes
 CURRÍCULO LATTES
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