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1 XIV Simpósio Brasileiro de Farmacognosia Livro de Resumos Apresentações Orais e Pôsteres Universidade Federal do Maranhão - UFMA 23 a 26 de maio de 2023 São Luís - Maranhão - Brasil 2 Comissão Científica do XIV Simpósio Brasileiro de Farmacognosia COMITÊ CIENTÍFICO ESTADUAL Dra. Adriana Leandro Câmara - Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Dr. Aramys Silva dos Reis - Universidade Federal do Maranhão (UFMA – Campus Imperatriz) Dr. José Wilson Carvalho de Mesquita – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) Dra. Karla Frida Torres Flister - Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Dra. Ludmilla Santos Silva de Mesquita – Faculdade Anhanguera Dra. Luiza Helena Araújo do Carmo - Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Dra. Maria Cristiane Aranha Brito – Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) Dr. Nêuton da Silva Souza – Universidade Estadual do Maranhão (UFMA) Dr. Odair dos Santos Monteiro - Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Dra. Patrícia de Maria Silva Figueiredo - Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Dr. Tássio Rômulo Silva Araújo Luz – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC-PI) Dr. Wellyson da Cunha Araújo Firmo - Universidade CEUMA Me José Antônio Costa Leite – Faculdade Florence COMITÊ CIENTÍFICO NACIONAL Dra. Alessandra Valverde - Universidade Federal Fluminense (UFF) Dr. Leopoldo Baratto - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Dr. Davyson Moreira - Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JB/RJ) Dr. Luiz Carlos Klein Júnior/UNIVALI Dra. Denise Brentan - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Dr. Fernando Batista Costa - - Universidade de São Paulo (USP) Dra. Ivana Leal - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Dra. Sharon Santos Lima - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Dra. Silvana Zucolloto - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Dr. João Carlos Palazzo de Melo - - Universidade Estadual de Maringá (UEM) COMITÊ CIENTÍFICO INTERNACIONAL Dr. Gerardo Barbero - Universidad de Cadiz/Espanha Dr. Rogelio Pereda-Miranda - UNAM/México (Editor RBFarmacognosia) Dr. Fabio Boylan/Trinity College/Irlanda Dr. Anake Kijjoa - Universidade do Porto Dr. Murat Kartal - BEZMIALEM CENTER Dr. Manuel Agustín Minteguiaga Carbajal - Universidad de la República, Uruguai Dr. Sumon Sakolchai Burapha - Universidade Tailândia Dra Patrícia Rijo - Universidade Lusófona/Lisboa 3 Sumário Sessão Temática 1 - Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais.................................................................. 4 Sessão Temática 2 - Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo ............................................................ 22 Sessão Temática 3 - Controle de qualidade de matérias- primas vegetais e fitoterápicos .................................................. 127 Sessão Temática 4 - Tecnologia de fitoterápicos e fitocosméticos ........................................................................... 172 Sessão Temática 5 - Farmacobotânica..................................... 189 Sessão Temática 6 - Etnobotânica/Etnofarmacologia............... 206 Sessão Temática 7 - Produtos naturais marinhos................... 227 Sessão Temática 8 - Biotecnologia de produtos naturais: cultura de células vegetais in vitro e biotransformação............... 232 Sessão Temática 9 - Fitoterapia............................................... 236 4 Sessão Temática 1 Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais 5 Prospecção fitoquímica de espécies vegetais da família Lamiaceae Julianne Rocha de Araujo1; Ellen Gleyce Reis dos Santos1; Nadia Leticia Silva Chaves1; Romulo Fernandes de Aquino1; Ana Paula Muniz Serejo2; Maria Cristiane Aranha Brito2. juliannearaujorad@gmail.com 1Discentes do Curso de Farmácia - Centro Universitário Maurício de Nassau, São Luís - MA; 2Docentes do Curso de Farmácia – Centro Universitário Maurício de Nassau, São Luís – MA. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Na medicina popular, a família Lamiaceae ocupa o terceiro lugar em ordem de importância, com muitas espécies que possuem grandes variedades de metabólitos secundários. A espécie Ocimum gratissimum L., popularmente conhecida como manjericão, tem gerado muitas publicações que atestam suas propriedades antimicrobianas, fungicida e larvicida. Assim como a espécie Origanum vulgare L., popularmente denominada como orégano, possui atividades biológicas larvicidas e antibacterianas descritas na medicina tradicional. OBJETIVO: Realizar a padronização de extratos e a prospecção fitoquímica das espécies vegetais Ocimum gratissimum L. (manjericão) e Origanum vulgare L. (orégano). METODOLOGIA: As espécies vegetais foram obtidas por compra em lojas de produtos naturais no município de São Luís – MA, Brasil. Levadas para o laboratório de farmacotécnica do Centro Universitário Maurício de Nassau e utilizou- se como método extrativo a maceração durante 14 dias, com três hidromódulos diferentes, 1:6, 1:8 e 1:10 (m/v) e etanol à 70% como solvente. Posteriormente, os extratos foram submetidos aos testes de prospecção fitoquímica de acordo com a metodologia de Matos (2009). Os ensaios foram aplicados para avaliação dos seguintes metabólitos: alcaloides, fenóis, taninos e flavonoides. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através dos testes fitoquímicos, foi possível detectar na espécie O. gratissimum L., a presença moderada de alcaloides, elevado teor de taninos condensados e flavonoides, ressaltando que fenóis e taninos hidrolisados mostraram- se negativos nos 3 hidromódulos. A espécie O. vulgare L. mostrou-se com moderada presença de alcaloides no hidromódulo de 1:8 e nos hidromódulos de 1:6 e 1:10 com presença elevada. Em todos os hidromódulos os testes foram positivos para taninos condensados e flavonoides, porém negativos para fenóis. Em consideração ao descrito, devido à significante presença de compostos fenólicos, depreende-se provável ação antioxidante. A presença de alcaloides em ambas as espécies sugere atividades bactericidas, fúngicas e larvicidas, conforme dados publicados na literatura. Os resultados desta pesquisa, portanto, ratificam as atividades biológicas promissoras das espécies estudadas. CONCLUSÕES: Diante do exposto, conclui-se que ambas as espécies exibiram amplo potencial bioprospector e apresentaram leves variações de metabólitos com relação aos hidromódulos. Os resultados alcançados são favoráveis para estudos complementares sobre a atividade antioxidante das espécies. Palavras-chave: Bioprospecção, antimicrobiano, método extrativo, Origanum vulgare L., Ocimum gratissimum L. Agradecimentos: Centro Universitário Maurício de Nassau, São Luís – MA 6 Estudo químico e avaliação da atividade antioxidante de extratos e frações de Clusia lanceolata (Clusiaceae) Maria Carolina Anholeti1,2; Allana Danielle Anholetti Azeredo2; Nayara de Almeida Rodrigues Venancio2; Maria Raquel Figueiredo3, Maria Auxiliadora C. Kaplan4; Selma Ribeiro de Paiva2,5. mc_anholeti@id.uff.br 1Departamento de Farmácia e Administração Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, UFF; 2Laboratório de Botânica Estrutural e Funcional, Departamento de Biologia Geral, UFF; 3Far-Manguinhos, FIOCRUZ; 4Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais, UFRJ; 5Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde, UFF. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Clusia lanceolata Cambess é uma espécie arbustiva da Mata Atlântica. Apesar de amplamente empregada no paisagismo, há na literatura registros de propriedades medicinais como ação cicatrizante, no tratamento de doenças da pele e reumatismo. É uma espécie dioica, com grandes flores estaminadase pistiladas, sendo comum a presença de galhas em suas folhas, principalmente em indivíduos estaminados. Estudos quimiossistemáticos do gênero Clusia destacam a ocorrência de terpenos (principalmente sesqui- e triterpenos), benzofenonas poli-isopreniladas e flavonoides, com largo espectro de atividades biológicas. OBJETIVO: Avaliar o potencial antioxidante de extratos de caules, frutos, flores e folhas de indivíduos pistilados e estaminados (com e sem galhas) de Clusia lanceolata e de suas frações e avaliar a composição química de extratos e frações promissores. METODOLOGIA: Partes vegetativas e reprodutivas de indivíduos pistilados e estaminados foram coletadas no Parque Municipal de Marapendi, RJ. Os extratos brutos foram obtidos por maceração estática com etanol e acetona. Parte dos extratos etanólicos dos caules de indivíduos pistilados e das folhas de indivíduos pistilados e estaminados, com e sem galhas, foi submetida a fracionamento por partição líquido-líquido. A atividade antioxidante total (AAT) das frações foi avaliada por método espectrofotométrico baseado no sequestro do radical livre 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH). As absorbâncias foram lidas em triplicata, em 518nm, e monitoradas a cada 5 minutos até atingir o tempo máximo de reação (30 minutos). Como controle positivo foram utilizados butil-hidroxitolueno (BHT) e rutina. Os doseamentos de flavonoides (DFT) e terpenoides (DTT) totais foram determinados através de método colorimétrico. Extratos e frações de interesse tiveram sua composição investigada e componentes majoritários isolados e purificados utilizando métodos cromatográficos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos brutos de C. lanceolata apresentaram atividade sequestradora de radicais livres, destacando-se o extrato acetônico de frutos (cinética rápida) e o extrato etanólico de caules de indivíduos pistilados (cinética intermediária), com atividades à do BHT. A fração em acetato de etila obtida a partir do extrato etanólico de caules de indivíduos pistilados neutralizou 100% dos radicais livres nas concentrações de 125μg/mL (cinética intermediária) e 250μg/mL (cinética rápida). Os extratos etanólicos de folhas de indivíduos estaminados, as frações em acetato de etila das folhas sem galhas e em diclorometano das folhas galhadas apresentaram, respectivamente, os menores valores de CE50 e a melhor atividade antioxidante máxima entre as amostras analisadas. Estatisticamente, essas amostras se mostraram equivalentes ao padrão rutina (CE50 e atividade antioxidante máxima) e foram as únicas capazes de alcançar, na concentração de 50 μg/mL, decaimento de 50% na concentração inicial de DPPH nos 5 primeiros minutos de reação. O DFT nos extratos brutos revelou percentuais mais elevados nos extratos etanólico e acetônico de frutos. Não foi identificada correlação positiva entre a porcentagem de flavonoides e a AAT. A investigação química da fração em acetato de etila proveniente do extrato etanólico dos caules de indivíduos pistilados levou ao isolamento dos triterpenos epifriedelinol e friedelina. O fracionamento do extrato acetônico dos frutos resultou no isolamento do componente majoritário, o triterpeno lanosterol. O DTT no extrato etanólico das folhas não galhadas de indivíduos estaminados demonstrou teor de terpenoides superior ao de flavonoides. Os dados obtidos não são suficientes para afirmar que os terpenos sejam os responsáveis pela atividade antioxidante da espécie, entretanto, sua presença como componentes majoritários dos extratos de melhor desempenho pode sugerir que eles estejam contribuindo para esse resultado. Outra possibilidade é a ocorrência de possível efeito sinérgico entre essas substâncias e os próprios flavonoides e/ou benzofenonas. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam o potencial antioxidante de C. lanceolata representando importante fonte para obtenção de substâncias promissoras. Palavras-chave: Clusia, Produtos naturais, Propriedades medicinais, Flavonoides, Terpenoides. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 7 Validação estrutural do helianuol N por modelagem molecular: Cálculos teóricos de 1H e 13C RMN e Redes Neurais Alessandra L. Valverde (PQ) 1, Lucas H. Martorano (PG) 1, Rodolfo G. Fiorot (PQ) 1, Carlos Magno R. Ribeiro (PQ) 1, José W. M. Carneiro (PQ) 1, Fabio L. P. Costa (PQ)2, Fernando M. S. Junior (PQ)1. alessandravalverde@id.uff.br 1Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ; 2Instituto de Química, Universidade Federal de Jataí, Jataí, GO, Brasil. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: O uso da modelagem molecular, especialmente simulações de parâmetros de RMN, surge como uma ferramenta cada vez mais valiosa na química de produtos naturais. Atualmente, é vista como uma estratégia alternativa e conveniente para a elucidação estrutural, ao ponto de tais estudos serem rotineiramente encontrados na literatura de alto impacto. Com a aplicação de protocolos computacionais, é possível reproduzir parâmetros experimentais de RMN com alta e adequada precisão. Assim, além de ajudar a elucidar a estrutura de novos produtos naturais, os métodos computacionais têm encontrado grande utilidade em descobrir e, principalmente, revisar a estrutura de substâncias relatadas anteriormente na literatura. Este tópico está presente na família dos helianuois, sesquiterpenos naturais isolados principalmente da espécie Helianthus annuus (girassol).3 Dos 14 membros relatados na família, 3 já tiveram sua estrutura reassinalada: helianuois G, H, L. Além disso, vale ressaltar que o processo de elucidação estrutural dos membros da classe dos helianuois, na grande maioria dos casos, é incompleto e se baseia apenas em dados empíricos de RMN, através da comparação de dados de 1H e 13C com membros da classe previamente isolados. Assim, de acordo com nosso interesse em desenvolver e aplicar novas ferramentas para a elucidação estrutural de produtos naturais que apresentam um esqueleto complexo através de cálculos mecânicos quânticos de deslocamentos químicos de RMN, decidimos analisar computacionalmente a estrutura química proposta para o helianuol N, o único membro da classe dos helianuois isolado de um organismo marinho, o coral Pseudopterogorgia rigida, por Georgantea et al. em 2016. O helianuol N possui em sua estrutura um anel aromático ligado a um anel heterocíclico de 5 membros, cuja estrutura nunca foi confirmada por síntese. OBJETIVO: Avaliar se a estrutura proposta em 2016 por Georgantea et al. é compatível com os dados experimentais de RMN da amostra isolada através da combinação de redes neurais e da simulação dos deslocamentos químicos de RMN de 1H e 13C por modelagem molecular. METODOLOGIA: Os cálculos de deslocamentos químicos de RMN de 1H e 13C para helianuol N foram realizados usando a Teoria Funcional da Densidade (DFT) utilizando nível de teoria GIAO/mPW1PW91/6- 31G(d)//mPW1PW91/6-31G(d ) no pacote de software Gaussian 09. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores de desvio médio absoluto (MAD) e desvio médio quadrático (RMSD) apresentados foram: 0,22 e 0,31 (RMN de 1H) e 1,6 e 2,2 (RMN de 13C), respectivamente. Esses baixos valores obtidos para os descritores estatísticos demonstram que os dados de RMN simulados são muito similares aos dados experimentais, indicando que a estrutura proposta estaria correta. Para confirmar esse resultado, aplicamos a metodologia ANN-PRA, desenvolvida por Ariel Sarotti em 2013. ANN-PRA é um novo método de validação que combina cálculos de RMN com uma análise de reconhecimento de padrões por meio de redes neurais artificiais, classificando a estrutura avaliada como “correta” ou “incorreta”. Dito isto, obtivemos o seguinte resultado da análise: "A estrutura proposta parece CORRETA." CONCLUSÃO: As análises realizadas indicam que a estrutura proposta para o helianuol N está correta. Palavras-chave: Produtos Naturais, DFT, RMN, ANN-PRA. Agradecimentos:FAPERJ, CAPES e CNPq 8 Triterpenos isolados do extrato metanólico dos calos de Deguelia duckeana (Fabaceae) Priscila de Menezes Pinheiro1; Cristine Luciana de Souza Rescarolli1; Cecilia Veronica Nunez1. priscilapinheiro_@hotmail.com 1Laboratório de Bioprospecção e Biotecnologia, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, AM. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Deguelia duckeana A. M. G. Azevedo é conhecida como cipó-cururu ou timbó e possui características de ação ictiotóxica. Estudos realizados com extratos diclorometânicos (DCM) das raízes e hexânico dos caules da espécie forneceram onze flavonoides alguns destes, apresentando resultados inéditos que revelaram o potencial anticâncer de flavonoides isolados de extratos obtidos das raízes. A biotecnologia fornece algumas ferramentas com a finalidade de obter substâncias de interesse e uma delas é a técnica de Cultura de Tecidos Vegetais. A cultura de calos in vitro tem sido apontada como valioso instrumento para o estudo dos metabólitos primários e secundários, constituindo um sistema apropriado para a produção de substâncias farmacológicas importantes. OBJETIVO: Assim, o presente estudo visou fracionar o extrato metanólico obtido dos calos de D. duckeana a fim de isolar substâncias com interesse biológico. METODOLOGIA: Uma vez obtidos os calos, estes foram coletados, pesados e secos em liofilizador e então submetidos à extração onde, para cada 1 g de massa seca foi utilizado 10 mL do solvente. Foi utilizado hexano/acetato de etila (AcOEt) na proporção 1:1, após seco, o material vegetal foi extraído com metanol (MeOH). O extrato metanólico dos calos (14 g) foi primeiro submetido a uma partição líquido-líquido, sendo solubilizado em MeOH/água destilada (6:4), e extraídos por quatro vezes com AcOEt na proporção de 1:1. A fase AcOEt obtida (1,3 g) foi fracionada em coluna cromatográfica aberta (CCA) de vidro com altura da fase estacionária x diâmetro interno de 50 cm x 3 cm, usando Sephadex LH-20 como fase estacionária e eluição em sistema isocrático em MeOH. Após análise por Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCDC) as frações coletadas foram agrupadas e as frações 5-7 (161 mg) foram escolhidas para continuar o processo de purificação. Esta foi fracionada em CCA com 40 cm de altura por 2,5 cm de diâmetro e 16 g de sílica gel 60 (200-400 Mesh), usando gradiente de DCM 100%, DCM em acetona, acetona 100% até MeOH 100%. Após as análises por CCDC das 64 frações obtidas da CCA as frações 4-6 e 19-21 foram reunidas e submetidas a análise de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) uni e bidimensionais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao analisar o espectro de RMN de 1H da fração 4-6 observaram-se sinais característicos de triterpenoides, com vários sinais intensos com deslocamentos entre δH 0,65 e 2,35, sendo 7 metilas, e destacando-se a presença dos hidrogênios olefínicos da dupla ligação terminal entre δH 4,7 e 4,5. Nesta fração também foi observado um sinal em δH 9,6, correspondente ao sinal de hidrogênio de aldeído. Foram obtidos os espectros bidimensionais que possibilitaram identificar as substâncias lupeol e o betulinaldeído em mistura na fração 4-6. O espectro de RMN de 1H da fração 19-21 mostrou a presença de sinais de hidrogênios vinílicos de dupla ligação terminal em δH 4,68 e 4,65, característica dos triterpenos de estrutura lupano. Foram observados também sinais entre δH 0,65 e 1,70 referente às metilas. A comparação dos dados obtidos com os descritos na literatura permitiu concluir que este se tratava do 3β-hidroxi-lup-20(29)-en-28-oico (ácido betulínico). CONCLUSÕES: Pode-se verificar que o extrato metanólico dos calos de D. duckeana é rico principalmente em triterpenos, os quais possuem elevado potencial biológico relatado na literatura, principalmente por sua ação anticâncer, e por isso tem chamando à atenção da indústria farmacêutica nos últimos anos. Este é o primeiro relato da presença de betulinaldeído em cultura de calos de uma espécie vegetal. Palavras-chave: Triterpenos, Cultura de Tecidos Vegetais, Calo, Metabólitos Secundários. Agradecimentos: FAPEAM, CAPES e CNPq. 9 Estudo metabolômico não-alvo de múltiplas espécies da Restinga de Jurubatiba (RJ) usando a abordagem de Redes Moleculares Patricia H. B de Moura1; Carla M. Leal1; Elana Kysil2, Tatiana U. P. Konno3, Michelle F. Muzitano4, Ludger A. Wessjohann2, Ivana C. R. Leal1. patricia.homobono@ufrj.br.com 1Laboratório de Produtos Naturais e Ensaios Biológicos (LaProNEB), FF, UFRJ. 2Departamento de Química Bioorgânica (IPB – Halle, Alemanha). 3NUPEM, UFRJ. 4Laboratório de Produtos Bioativos (LPBio), UFRJ Macaé. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA Jurubatiba) é uma unidade de conservação ambiental criada com objetivo de proteger um resquício de restinga do norte fluminense. A flora dessas zonas costeiras é adaptada para suportar condições ambientais extremas, como a alta exposição solar, baixa oferta hídrica e substrato arenoso com alta concentração salina1. Estudos recentes apontaram grupos de metabólitos envolvidos em mecanismos adaptativos em ambientes extremos, como aminoácidos e polifenóis2. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi traçar o perfil dos metabólitos de cinco espécies endêmicas, e pouco estudadas, do PARNA Jurubatiba, através de uma abordagem FBMN (Feature-Based Molecular Networking) e de análises quimiométricas, na busca de possíveis similaridades e diferenças metabólicas. Folhas de Tocoyena bullata, Tapirira guianensis, Ocotea notata, Humiria balsamifera e Eremanthus crotonoides foram coletadas em triplicata, de diferentes espécimes. As partes vegetais foram secas em estufa de circulação e os extratos etanólicos (96%), obtidos por maceração estática, foram preparados de forma padronizada, e após evaporação foram liofilizados. As amostras (2 µL, 2,5 mg/mL - MeOH) foram injetadas em um Sistema ACQUITY I-Class UPLC (C18, 2,1 × 50 mm, 1,7 µm) a 40 °C, com eluição em gradiente (5% a 95%, 17 min - A: 0,3 mmol/L aq. formiato de amônio, B: acetonitrila), associado ao espectrômetro de massas Sciex TripleTOF 6600, em modo negativo, varredura na faixa m/z (65-1250). Os dados das triplicatas, controles de qualidade e dos brancos (*.wiff) foram convertidos no MSconvert para *.mzML. Em seguida, tratados no MZmine 2.53, e após as etapas do processamento dos dados obtidos (*.mgf e *.csv) foram carregados na plataforma do Global Natural Product Social Molecular Networking (GNPS) no modo FBMN (Tolerância de massa do íon precursor e do fragmento igual a 0,02, cosseno para 0,65 e topk 20). A rede molecular foi analisada no Cytoscape 3.9.1. Para os estudos quimiométricos, a tabela de quantificação (*.csv) foi carregada na plataforma do MetaboAnalyst 5.0. Foram detectadas 63 famílias espectrais, dentre estas destacou-se uma com 93 nodos com substâncias presentes em todas as cinco espécies analisadas. Tratam-se de derivados de flavonóis, principalmente glicosídeos de kaempferol e quercertina, como por exemplo: quercitrina [M-H]- 447,1005, quercetina 3-O-glicosideo-7-O-ramnosídeo [M-H]- 609,1214, reinutrina [M-H]- 433,0754. Dentre as substâncias citadas, os derivados da quercetina foram os mais presentes, dado concordante com a literatura sobre o papel dos flavonóis na proteção de plantas após a exposição aos raios ultravioleta e à luz intensa, com destaque a quercetina, uma vez que é sugerido que sua hidroxila adicional em orto, no anel B, em relação ao kaempferol, aumenta sua capacidade protetora contra os raios UVB3. O que também foi reforçado no estudo com espécies do deserto do Atacama2, que evidenciam os derivados de quercetina como fortes preditores metabólicos para resiliência climática extrema. Os dados de PCA (PC1 29,6%, PC2 19.8%) e PLS- DA (componente 1 27,9% e componente 2 10,9%)indicaram que as espécies com maior similaridade entre si foram T. guianensis, O. notata e H. balsamifera. Enquanto que E. crotonoides e T. bullata apresentaram as maiores diferenças entre todas as espécies estudadas, e os principais íons que apontaram esse perfil, pelo VIP-score e PLS loading, foram aqueles relacionados ao grupo de derivados do ácido quínico, lactonas sesquiterpênicas e iridoides glicosilados. Esses dados são importantes por descreverem o perfil químico das espécies do PARNA Jurubatiba, assim como para a química ecológica e na busca de compostos bioativos. Palavras-chave: GNPS, flavonois, metabolômica, molecular networking. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 10 Compostos fenólicos isolados das partes aéreas de Sida ciliaris L. (Malvaceae) Wallace Amorim Machado de Queiroz1; Yuri Mangueira do Nascimento1; Janderson Barbosa Leite de Albuquerque1; Abrahão Alves de Oliveira Filho2; Maria de Fátima Agra3; Maria de Fátima Vanderlei de Souza1. wallaceamorim@ltf.ufpb.br 1Programa de Produtos Naturais Sintéticos e Bioativos - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba (PPgPNSB/CCS/UFPB), João Pessoa, PB; 2Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos (UFPB/UFRN/UFC/UFRPE), João Pessoa, PB; 3Programa de Produtos Naturais Sintéticos e Bioativos - Centro de Biotecnologia - Universidade Federal da Paraíba (PPgPNSB/CBioTec/CCS/UFPB), João Pessoa, PB Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Os produtos naturais fazem parte da evolução de organismos terrestres e marinhos que se adaptaram a estresses abióticos e bióticos, se caracterizando, portanto, como compostos bioativos nas espécies que os produzem e atuam principalmente como mecanismos de defesa para garantir a sua perpetuação na natureza. Esses compostos biossintetizados desencadeiam respostas biológicas quando ingeridos por outros organismos vivos. Dentre estes recursos, pode-se destacar as plantas medicinais que são utilizadas com finalidades curativas, entre elas a espécie Sida ciliaris L. objeto dessa pesquisa, conhecida popularmente por “Escova peluda” e “Guanxuminha”, que se caracteriza como uma planta nativa e de elevada predominância no Nordeste brasileiro. Estudos anteriores dessa espécie relatam apenas uma triagem fitoquímica onde foram detectados a presença de alcaloides, esteroides e taninos. Devido a essa escassez de informações, é de grande relevância contribuir para o seu conhecimento científico através dos estudos fitoquímico, farmacológicos e/ou biológicos. OBJETIVO: Buscando-se corroborar com as informações científicas de Sida ciliaris, o presente estudo teve como objetivo realizar o seu estudo fitoquímico contribuindo com o enriquecimento quimiotaxônomico da família Malvaceae sensu lato. METODOLOGIA: As partes aéreas de S. ciliaris foram coletadas na zona urbana do município de Brejo do Cruz/PB, em abril de 2021. O material botânico foi seco em estufa com ar circulante a 40ºC e em seguida, submetido à trituração com o auxílio do moinho mecânico. A droga vegetal (1,8 Kg) foi submetida à maceração durante 72 horas, utilizando-se como líquido extrator etanol a 95%, resultando na solução extrativa, que foi filtrada e concentrada em evaporador rotativo, obtendo-se 81,9 g do Extrato Etanólico Bruto (EEB). Uma alíquota do EEB foi submetida a uma filtração em Amberlite XAD-2, eluída com água ultrapura, metanol, hexano, acetona e acetato de etila, sozinhos ou em misturas binárias, com gradiente decrescente de polaridade. Dessa filtração foram coletadas 7 frações que foram concentradas em evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se as frações H2O (100%), H2O:MeOH (7:3), H2O:MeOH (1:1), MeOH (100%), além das frações hexânica, acetona e acetato de etila. A fração MeOH (100%) (2,3 g) foi submetida à uma cromatografia em coluna utilizando como fase estacionária, sephadex LH-20 e fases móveis, metanol e clorofórmio sozinhos ou em misturas binárias (7:3) e (1:1), obtendo-se desse procedimento 65 frações que foram analisadas por CCDA e reunidas de acordo com a semelhança do perfil cromatográfico de eluição. As frações mais promissoras foram então submetidas à Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) analítica para analisar qualitativamente o perfil de compostos presentes na amostra e posteriormente uma CLAE preparativa para isolamento destes, utilizando como fase estacionária sílica de fase reversa (C-18) e como fases móveis metanol grau HPLC e água ultrapura acidificada com ácido fórmico em modo gradiente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi possível isolar três substâncias sendo dois flavonoides, e um composto fenólico, codificadas como Sc-01 (20,0 mg), Sc-02 (7,0 mg) e Sc-03 (2,0 mg), respectivamente. Para definir as estruturas químicas dos compostos isolados foram obtidos espectros por técnicas espectroscópicas. Após análises dos espectros de Ressonância Magnética Nuclear (RMN 1H e 13C), uni e bidimensionais e comparações com modelos da literatura foi identificado o composto Sc-01 como sendo a diosmetina, flavonoide já isolado em estudos anteriores com a espécie. A substância Sc-02 identificada como diosmetina 7-O-β-D-glicopiranosídeo e a substância Sc-03 que foi definida como ácido O-feruloil-4’-hidroxifenil láctico. CONCLUSÃO: Os compostos foram isolados, identificados e relatados pela primeira vez no gênero Sida. Palavras-chave: Sida ciliaris, Compostos fenólicos, Malvaceae. Agradecimentos: PROPESQ/UFPB e CAPES. 11 Primeiros compostos isolados das partes aéreas de Helicteres macropetala A. St.-Hill (Sterculiaceae) Wallace Amorim Machado de Queiroz1; Talita Medeiros Souto Maior2; Janderson Barbosa Leite de Albuquerque1; Maria de Fátima Agra1; Maria de Fátima Vanderlei de Souza1. wallaceamorim@ltf.ufpb.br 1Programa de Produtos Naturais Sintéticos e Bioativos - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba (PPgPNSB/CCS/UFPB), João Pessoa, PB; 2Iniciação Científica - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba - (IC/PIBIC/CNPq/CCS/UFPB), João Pessoa, PB Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: A humanidade busca o conhecimento dos efeitos terapêuticos e da toxicidade de espécies vegetais, assegurando o seu uso, sem causar danos à saúde. Nesse contexto, estudos que caracterizam, isolam e identificam os compostos químicos produzidos pelas plantas são fundamentais para o avanço no desenvolvimento de novas moléculas bioativas. A espécie Helicteres macropetala A. St.-Hill é conhecida popularmente por “Saca-rolha” e “Rosca”, endêmica do Brasil, está distribuída nos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. Não foram encontradas na literatura estudos que relatem quais os metabólitos primários ou secundários estão presentes na espécie H. macropetala, ressaltando a necessidade e a grande relevância de estudos que levem ao seu conhecimento fitoquímico, através do isolamento e elucidação estrutural. OBJETIVO: Buscando contribuir para esse enriquecimento científico, o presente estudo teve como objetivo realizar o estudo fitoquímico das partes aéreas de H. macropetala, enriquecendo o conhecimento quimiotaxônomico da família Malvaceae sensu lato. METODOLOGIA: As partes aéreas de H. macropetala foram coletadas pela professora Dr.ª Maria de Fátima Agra no município de Maturéia/PB, em abril de 2022. Esta espécie encontra-se cadastrada no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SiSGen) A568B8A. O material botânico (5,8 Kg) foi seco em estufa com ar circulante a 40ºC e em seguida, submetido à trituração com o auxílio do moinho mecânico. A droga vegetal foi submetida à maceração durante 72 horas, utilizando-se como líquido extrator etanol a 95%, resultando na solução extrativa, que foi filtrada e concentrada em evaporador rotativo, obtendo-se 260,0 g do ExtratoEtanólico Bruto (EEB). Uma alíquota do EEB (240,0 g) foi solubilizado em EtOH:H2O (7:3) com o auxílio de um agitador mecânico para obtenção da solução hidroalcoólica. Esta foi submetida à partição líquido-líquido, dando origem às fases hexânica (55,0 g), diclorometano (15,0 g), clorofórmica (500,0 mg), acetato de etila (12,0 g) e n-butanólica (15,0 g), além da fase hidroalcóolica (141,0 g). Após análise de RMN 1H, as fases hexânica, clorofórmica e acetato de etila foram submetidas isoladamente, a fracionamentos cromatográficos utilizando a mesma metodologia. Para as colunas cromatográficas utilizou-se como fase estacionária a sílica flash e como fases móveis, hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol sozinhos ou em misturas binárias, obedecendo um gradiente de polaridade. Do fracionamento da fase hexânica obteve- se as substâncias codificadas como Hm-1 (9,0 mg) e Hm-2 (5,0 mg). Frações oriundas da fase clorofórmica, após análise por CCDA foram cromatografadas em sephadex LH-20 como fase estacionária e metanol e clorofórmio sozinhos ou em misturas binárias nas proporções (7:3) e (1:1). Deste processo foi isolada a substância denominada como Hm-3 (14,0 mg). A fase acetato de etila submetida ao mesmo processo cromatográfico da fase clorofórmica levou ao isolamento da substância cognominada de Hm-4 (18,0 mg). Para a caracterização estrutural dos compostos isolados foram obtidos os espectros de Ressonância Magnética Nuclear (RMN 1H e 13C), uni e bidimensionais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após análises dos espectros e comparações com modelos da literatura identificou-se os compostos Hm-1 e Hm-2, como um álcool alifático decanol e o triterpeno lupeol, respectivamente. O composto codificado como Hm-3 foi identificado como o esteroide estigmasterol glicosilado e a substância Hm-4 foi identificado como o flavonoide canferol-3-O-β-D-(6’’-E-p-coumaroil) glicopiranosídeo, também conhecido como tilirosídeo. CONCLUSÃO: Essas substâncias foram relatadas anteriormente na família Malvaceae sensu lato, como também no gênero Helicteres, todavia isolados pela primeira vez na espécie. Palavras-chave: Helicteres macropetala, Metabólitos secundários, Malvaceae. Agradecimentos: PROPESQ/UFPB, CAPES e CNPq. 12 Ésteres naturais do ácido cafeoilquínico isolados de Pavonia malacophylla (Link & Otto) Garcke inéditos no gênero Pavonia Janderson Barbosa Leite de Albuquerque1; Yuri Mangueira do Nascimento1; Wallace Amorim Machado de Queiroz1; Maria de Fátima Vanderlei de Souza1. jandersonalbuquerque@ltf.ufpb.br 1Programa de Pós-graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos - Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba (PPgPSNB/CCS/UFPB), João Pessoa, PB Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos pela medicina tradicional assumem um papel fundamental para prevenção e recuperação da saúde, despertando assim interesse dos pesquisadores em conhecer seus constituintes químicos e avaliar suas atividades farmacológicas e/ou biológicas, com o objetivo de ratificar às atividades citadas pela medicina popular. Estudos fitoquímicos anteriores de Pavonia malacophylla (Link & Otto) Garcke (Malvaceae), espécie endêmica do Brasil, conhecida popularmente como “malva-rosa ou malva-veludo” e citada na literatura como antigripal, antitussígena e no combate à dores no coração, permitiram a identificação de metabólitos secundários como triterpenos, esteroides, substâncias porfirínicas, flavonoides e seus glicosídeos. OBJETIVO: Almejando ampliar o conhecimento dos constituintes químicos de Pavonia malacophylla, o presente estudo teve como objetivo realizar o estudo fitoquímico de suas partes aéreas contribuindo com o enriquecimento quimiotaxônomico da família Malvaceae. METODOLOGIA: As partes aéreas de P. malacophylla (5,5 kg) foram coletadas no município de Santa Rita/PB em junho de 2011. Esta espécie encontra-se cadastrada no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SiSGen) A568B8A. O material botânico foi desidratado em estufa com ar circulante à temperatura de 40ºC durante 96 horas, sendo em seguida triturado em moinho mecânico e submetido à maceração com etanol 95% para extração dos seus constituintes químicos. A solução extrativa obtida foi filtrada e concentrada em rotaevaporador sob pressão reduzida a 40ºC, fornecendo 203,0 g. Uma alíquota do EEB (160,0 g) foi solubilizada em uma solução de EtOH:H2O (7:3) com o auxílio de um agitador mecânico, obtendo-se assim uma solução hidroalcoólica que foi submetida a uma cromatografia líquido-líquido utilizando hexano, clorofórmio, e acetato de etila. As soluções resultantes foram concentradas sob pressão reduzida, fornecendo suas respectivas fases, além da fase hidroalcoólica. Após análise de RMN 1H, a fase clorofórmica (20,0 g) foi cromatografada em coluna, utilizando sílica flash como fase estacionária e hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol como fases móveis, sozinhos ou em misturas binárias, obedecendo um gradiente crescente de polaridade. As frações obtidas foram analisadas por Cromatografia em Camada Delgada Analítica (CCDA) e reunidas de acordo com o seu perfil de eluição utilizando, para tanto, a semelhança dos Fatores de Retenção (Rfs). A fração 53/63 (4,0 g) foi submetida a uma cromatografia em coluna utilizando como fase estacionária, sephadex LH-20 e fases móveis, metanol e clorofórmio sozinhos ou em misturas binárias nas proporções (7:3) e (1:1), obtendo-se desse procedimento 76 frações, analisadas por CCDA e reunidas seguindo a metodologia anterior, que resultou em cinco grupos de frações. O terceiro grupo (fração 21/37) (1,98 g) foi submetida à Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) com o objetivo de analisar o perfil de compostos presentes na amostra. Após análise qualitativa desses constituintes adotou-se uma CLAE preparativa para isolamento destes, utilizando como fase estacionária, sílica C-18 e como fases móveis, metanol grau HPLC e água ultrapura acidificada com ácido fórmico em modo gradiente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo fitoquímico das partes aéreas de P. malacophylla executado através de métodos cromatográficos levou ao isolamento de quatro substâncias que tiveram suas estruturas químicas identificada após análises dos espectros unidimensionais e bidimensionais de RMN 1H e 13C e comparações com modelos da literatura, definidas como os isômeros de posição de ésteres do ácido cafeoilquínico: ácido 1-O-cafeoilquínico etil éster (4,3 mg), ácido 3-O-cafeoilquínico etil éster (5,1 mg), ácido 4-O-cafeoilquínico etil éster (7,4 mg) e o ácido 5-O-cafeoilquínico etil éster (9,7 mg). CONCLUSÃO: As substâncias foram isoladas, identificadas e descritas pela primeira vez no gênero Pavonia, demonstrando assim o valor e importância para a Quimiotaxonomia da família Malvaceae. Palavras-chave: Pavonia malacophylla, Ácido cafeoilquínico, Malvaceae. Agradecimentos: PROPESQ/UFPB e CAPES. 13 Metabólitos especiais isolados do extrato foliar de Amburana acreana Ducke Clayton Queiroz Alves1; Adrianne Bastos Ferreira1; Jessica Lima de Souza1; Rosane Moura Aguiar2; Hugo Neves Brandão1; Rauldenis Almeida F. Santos3. cqalves@uefs.br 1Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais (PPGRGV) – UEFS; 2Programa de Pós- Graduação em Química (PGQUI) – UESB; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: A biodiversidade do bioma brasileiro proporciona ao país uma ampla variedade de plantas, algumas delas endêmicas e de composição química desconhecida. A espécie Amburana acreana, conhecida popularmente como ‘Cumaru-de-cheiro’ e ‘Cerejeira’, é nativa do Brasil e pode ser encontrada nas regiões dos estados de RO, AC, AM e MT. Espécies do gênero Amburana sãoutilizadas na medicina popular para o tratamento de doenças do sistema respiratório, com ação anti-inflamatória e analgésica. Embora estudos ressaltem o potencial terapêutico do gênero, ainda são incipientes as informações sobre a composição química da espécie. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi isolar, utilizando técnicas cromatográficas clássicas, os metabólitos especiais extraídos das folhas de A. acreana e, identificar estes metabólitos através da análise dos espectros de Ressonância Magnética Nuclear de ¹H e ¹³C, bem como comparação com dados descritos na literatura. METODOLOGIA: Aproximadamente 300 g de folhas de A. acreana foram coletadas no município de Ji-Paraná – RO, Brasil. O extrato bruto foi obtido através da remaceração a frio com etanol 94% em 4 ciclos de 24h, obtendo massa final de 88,3 g. O extrato bruto foi ressuspendido com metanol/água (9:1) e particionado com os solventes hexano (HAA), clorofórmio (CAA) e acetato de etila (AeAA), formando suas respectivas frações orgânicas. A fração CAA (14,7 g) foi submetida a coluna cromatográfica (CC), utilizando gel de sílica 60H (Acros, 0,063-0,200 mm) como fase estacionária e, fase móvel hexano/acetona, em gradiente de polaridade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Deste procedimento foi possível isolar 3 substâncias, as quais tiveram suas estruturas identificadas através da análise dos dados de RMN de ¹H e de ¹³C (uni e bidimensionais), obtidos em espectrômetros Bruker, modelos DRX-500, operando a 500 MHz (¹H) e 125 MHz (¹³C), utilizando como padrão de referência interna o TMS (Tetrametilsilano). Através da análise dos dados espectrométricos obtidos, aliados à comparação com dados descritos na literatura, foi possível identificar as substâncias isoladas como sendo a Cumarina [(1), 1,2-benzopirona)], Ácido p-hidroxibenzoico (2) e Amburosídeo B [(3; Vanilato de 4-O-β-D-glicopiranosil-benzila). CONCLUSÕES: Através deste trabalho foi possível isolar e identificar três metabólitos especiais produzidos por Amburana acreana. Estas substâncias foram também encontradas na espécie A. cearensis em trabalhos anteriores. Assim, este trabalho contribui para a quimiossistemática do gênero em questão. Palavras-chave: Camaru-de-cheiro, Amburosideo, Compostos fenólicos, Fitoquímica, Metabolitos secundários, Etnofarmacologia. Agradecimentos: UEFS, CAPES, CNPq e UFG. 14 Análise metabolômica de plantas medicinais da região tocantina do Maranhão Francisco Eduardo Aragão Catunda-Jr1; Italo de Souza Mendes2; Maira Victoria Santos Moura2; Paulo Arthur Santos de Macêdo2; Tiago Cunha Rocha2; Jan Schripsema3. catundajr@uemasul.edu.br 1Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnológicas (CCENT) – UEMASUL, Imperatriz, MA; 2Centro de Ciências Agrárias (CCA) – UEMASUL, Imperatriz, MA; 3Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) – UENF, Campos dos Goytacazes, RJ. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Metabolômica é a área de pesquisa que se esforça para obter impressões digitais metabólicas completas, para detectar diferenças entre eles e fornecer hipóteses para explicar essas diferenças. Mas obter impressões digitais metabólicas completas não é uma tarefa fácil. A extração de metabólitos é uma etapa fundamental durante esse processo e muita pesquisa foi dedicada para encontrar a melhor mistura de solventes para extrair o máximo de metabólitos possível. Um procedimento para análise de RMN de metabólitos polares e apolares é usar um sistema de extração bifásico. Os solventes D2O e CDCl3 são mais utilizados, e sua maior vantagem é que, para a identificação dos compostos, bancos de dados padrão podem ser usados porque D2O e CDCl3 são os solventes mais comumente usados para espectros de RMN de compostos puros. O procedimento permite a quantificação absoluta de componentes através da adição de padrões internos adequados. OBJETIVO: Obter impressão digital metabólica das espécies botânicas bordão de velho, canafístula e mucunã, através das análises de RMN 1H em sistema bifásico de solventes (D2O e CDCl3), de várias partes (folha, inflorescência e vagem) destas espécies. METODOLOGIA: O material vegetal seco (100mg) foi utilizado para realizar a extração em um tubo eppendorf de 2mL, então foi adicionado o volume 0,80 mL de D2O até que o material fique totalmente molhado, em seguida 0,80 mL de CDCl3 foram adicionados a este material molhado, a mistura foi agitada em vortex, e a extração da mistura foi acelerada por 10 minutos em aparelho ultrassom, após centrifugada a 13.500 rpm por 5 minutos, retirado eppendorf cuidadosamente da centrífuga, separadas as fases de extratos polar da apolar, transferidas para tubos de RMN e então feita aquisição dos espectros de RMN 1H (100-128 scans) em ambos os extratos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os espectros de RMN 1H foram obtidos de cada amostra de cada parte das três espécies botânicas nos solventes polar (D2O) e apolar (CDCl3), estão em análise de comparação com compostos já isolados na literatura. O espectro de extrato apolar da vagem de canafístula mostrou sinais de deslocamentos químicos majoritários entre 6,4 e 8 ppm característicos de compostos aromáticos, que em análise mais rigorosa, mostrou ser o ácido cinâmico. Os espectros de extratos polares das folhas de bordão de velho, bem como da vagem de mucunã mostraram deslocamentos químicos que merecem uma melhor atenção. CONCLUSÕES: Pela análise dos espectros de extratos polar e apolar de cada parte das espécies trabalhadas, pode-se propor um controle de qualidade, visto que na espectroscopia de RMN, a reprodutibilidade não é um problema, o que torna a comparação do conjunto de dados mais facilmente de se realizar. Palavras-chave: Metabolômica, Bordão de velho, Canafístula, Mucunã, RMN, Ácido cinâmico. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 15 Análise e caracterização preliminar de secreção paratóide de Rhinella ictérica (Spix, 1824), Bufonidae Nataly de Souza Alves1; Hélio Ricardo da Silva2; Douglas Siqueira de Almeida Chaves3. nataly-alvesufrrj@hotmail.com 1Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar) - UFRRJ; 2Departamento de Biologia Animal (DBA) - UFRRJ 3Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar) – UFRRJ Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Muitos anfíbios possuem mecanismos com o objetivo de evitar predadores. A secreção encontrada nas glândulas paratóides de Rhinella icterica conhecido como sapo-cururu, é um veneno de elevada toxicidade e complexa composição. Seu estudo é de grande interesse devido a possibilidade de descoberta de novas estruturas com potencial terapêutico. OBJETIVO: Obtenção e identificação de componentes químicos presentes em secreção paratóide de Rhinella icterica. METODOLOGIA: Dois sapos-cururu foram obtidos na Reserva Flona Mário Xavier, Seropédica/RJ. As secreções foram obtidas por compressão das glândulas paratóide de Rhinella icterica. Em seguida as secreções foram liofilizadas (secas), e testes de solubilidade foram realizadas utilizando MeOH e ACN. Extrações por ultrassom foram realizadas com potência de 50w por 10 min e pulso de 1min em triplicada. As extrações e esgotamento químico das toxinas foram avaliadas por cromatografia em camada delgada utilizando BAW 3:1:1 (n-butanol:água:ácido acético) como eluente e Anisaldeído Sulfúrico como revelador químico. Ressonância magnética nuclear monodimensional (1H e 13C) em MeOD foram realizadas visando obtenção de informações sobre a classe química presente e possíveis estruturas químicas. O trabalho foi autorizado pela CEUA/ICBS/UFRRJ no 23083.010529/2014-78. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As extrações apresentaram rendimentos de 6,13% e 12,78% respectivamente para MeOH e ACN. Na análise em cromatografia em camada delgada a amostra em metanol apresentou 3 substâncias com fatores de retenção (FR1:0,475; FR2:0,575; FR3:0,825) e coloração roxa e marrom-amarelado, quandorevelados com anisaldeído sulfúrico); em contrapartida a amostra em acetonitrila apresentou um único fator de retenção e uma coloração roxa (FR:0,692). Estes resultados iniciais sugeriram a presença de anéis esteroídicos na estrutura das substâncias presentes, isso porque, anisaldeído sulfúrico revela esteroides. De posse de dados da literatura, espécies da família Bufonidae apresentam muitos bufadienolidos em sua composição, sendo assim, podemos confirmar a presença destes (em mistura), nos espectros de RMN 1H e 13C. A análise dos dados de RMN apresentaram sinais compatíveis com lactonas de seis membros na região dos aromáticos (1H 6,0 – 8,0 ppm; e 13C 160 – 180ppm). Sinais de carbonos quaternários e terciários, além de CH2 e CH são visualizados na região de 0 – 125 ppm, condizentes com sinais de agliconas esteroidais. De posse de todos os dados cromatográficos e de ressonância, é possível afirmar a presença, em mistura, de duas ou mais estruturas de bufadienolidos para a espécies estudada. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados na cromatografia em camada delgada e na análise de dados de RMN nos confirmam a presença de uma mistura de três bufadienolidos, sendo necessário a purificação da toxina para confirmação da estrutura dos mesmos e futuros ensaios de possível atividade biológica. Palavras-chave: bufadienolido, toxina, Ressonância, sapo. Agradecimentos: UFRRJ, CNPq e LQBioN. 16 Influência sazonal na composição química de geoprópolis produzida por Melipona scutellaris coletada em Mata de São João – BA Jéssica Lima de Souza1; Adrianne Bastos Ferreira2; Clayton Queiroz Alves2; Ícaro Gonçalves de Lima2; Danielle Figuerêdo da Silva1; Hugo Neves Brandão1. jessica_uefs2011@hotmail.com 1Departamento de Saúde – UEFS, Brasil; 2Departamento de Exatas – UEFS, Bahia, Brasil Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: A geoprópolis é um produto com potencial econômico e terapêutico encontrado em colmeias de abelhas sem ferrão. As abelhas produzem a geoprópolis essencialmente a partir de resinas vegetais, misturando-as com barro e depositando em suas caixas para diferentes finalidades, dentre elas, atuar contra insetos, formigas, bactérias e fungos. A fitogeografia disponível para coleta das resinas pelas abelhas define a composição química e biológica da geoprópolis presente nas colmeias. OBJETIVO: Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do período de coleta no rendimento e composição química da geoprópolis obtida em Mata de São João – BA. METODOLOGIA: As coletas foram realizadas no município Mata de São João – BA, no período entre janeiro e dezembro (2021). Foram utilizadas 10 g das amostras, que posteriormente foram trituradas e submetidas à extração por maceração em etanol 70% por 48h. A quantificação dos compostos fenólicos foi realizada através da técnica espectrofotométrica, com o reagente de Folin-Ciocalteau (ʎ=760 nm) e flavonoides através da complexação com cloreto de alumínio 2% (ʎ=415 nm). O perfil cromatográfico foi obtido através da CLAE-DAD, em coluna LiChroCART Purospher StaR® RP18 e a fase móvel consistiu de um gradiente de eluição (metanol e ácido acético 1%. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e para comparações entre as médias dos índices de atividade, utilizou-se o teste de Tukey. As diferenças foram consideradas estatisticamente significantes quando p < 0,05 com auxílio do programa Graph Pad Prisma® (9.5.0). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os rendimentos variaram entre 8,04 ± 0,19% a 19,16 ± 0, 92%. Os meses com maiores rendimentos foram janeiro, março, abril, junho e novembro, respectivamente. Percebe-se que os períodos secos apresentaram maiores teores de resina vegetal. Para o teor de fenólicos totais foram encontrados valores entre 3,20 ± 0,19 a 8,58 ± 0,32 g ACG.100g- 1, com destaque para as amostras coletadas em fevereiro, março, maio, junho julho, agosto, setembro, outubro e novembro, respectivamente. O teor de flavonoides totais variou entre 1,12 ± 0,01 a 3,08 ± 0,06 g QE.100g - 1. Através da análise cromatográfica foram detectadas 7 substâncias com áreas que variaram entre 2,9691 ± 0,75 a 329,0567 ± 0,5 mAU/min. Quando avaliados estatisticamente , os resultados apresentaram diferença estatística entre os períodos de coleta evidenciando que a sazonalidade influencia o rendimento e composição fenólica da geoprópolis produzida por M. scutellaris. CONCLUSÕES: Percebe-se a importância em avaliar a influência da sazonalidade na coleta da geoprópolis, uma vez que, os resultados evidenciam a diferença na composição química e rendimento dos materiais coletados nos diferentes períodos do ano. Através dos dados obtidos pode-se propor o período do ano que favorece a coleta de resinas vegetais pelas abelhas com melhores características químicas. Para as amostras coletadas no município Mata de São João – BA, sugere- se que a coleta seja realizada nos meses com maiores precipitações de chuvas (maio, junho e julho). Palavras-chave: Flavonoides, Fenólicos, Espectrofotometria, Folin-Ciocalteau Agradecimentos: UEFS, CAPES e CNPq. 17 Estudo da Rede molecular de Fitoesteróis em extratos de flores, frutos e galhos de Avicennia schaueriana, do manguezal fluminense Catharina E. Fingolo1 ; Amanda L. S. Pontes1,2; Gabriela C. M. Silva1; Ester B. Oliveira1; Antonio J. R. Silva2; Filipe O. Chaves3; Maria A. C. Kaplan2. catharina.fingolo@uerj.br 1Laboratório de Tecnologia em Produtos Naturais (LTPNat) - UERJ-ZO; 2Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais (IPPN) – UFRJ;3Núcleo de Estudos em Manguezais (NEMA) – UERJ. Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: O ecossistema manguezal é fundamental para regiões costeiras, pois além de protegê-las, também interage com outros ecossistemas. Avicennia schaueriana, uma espécie vegetal do manguezal fluminense, pertence a família Acanthaceae. Dentre os metabólitos especiais registrados na literatura para o gênero Avicennia, os triterpenos são considerados biomarcadores em manguezais. Os Fitoesteróis são originados da mesma via biossintética dos triterpenos, com estrutura molecular ciclopenta[a]fenantreno tetracíclica. Os fitoesteróis mais encontrados na natureza são: o sitosterol, o estigmasterol e o campesterol. Estudos comprovaram que os fitoesteróis previnem doenças cardiovasculares (reduzindo o LDL-c circulante), atuam como cardioprotetores, o β-sitosterol alivia sintomas de Alzheimer. Atenua cânceres: de mama, próstata, fígado, pulmão, estômago e ovário através da inibição do crescimento, da multiplicação, da invasão e da metástase em células cancerígenas, e induz a apoptose nessas células. A ferramenta computacional de rede molecular (Molecular Networking) ajuda na visualização e interpretação de dados complexos decorrentes da análise de Espectrometria de Massas. Nessa rede molecular são identificadas semelhanças entre todos os espectros EM/EM dentro do conjunto de dados e pode-se propagar a anotação para moléculas desconhecidas, porém relacionadas. OBJETIVO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a rede molecular de fitoesteróis construída no GNPS (Global Natural Product Social) a partir de dados complexos de Espectrometria de Massas associada à Cromatografia com Fase Gasosa (CG-EM), dos extratos metanólicos de flores, frutos e galhos de Avicennia schaueriana. METODOLOGIA: O material vegetal foi coletado na Reserva Biológica Estadual de Guaratiba. Cada parte da planta foi seca separadamente, fragmentada e extraída por maceração estática com metanol. Os extratos brutos foram analisados por CG-EM. Após o tratamento, todos os dados obtidos foram submetidos à deconvolução no GNPS, os espectros comparados com a biblioteca pública do GNPS e a rede molecular foi construída pelo software Cytoscape. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após o tratamento dos dados obtidos por CG-EM, foram feitas tabelascom as áreas percentuais dos fitoesteróis detectados. O γ-sitosterol foi detectado com maior área percentual nas flores (7,90), nos galhos (3,53), nos frutos (1,15). Seguido do estigmasterol: flores (2,27), galhos (1,06), frutos (0,31). Foram detectados somente nas flores o diidroergosterol (0,61) e o 24-metileno ciclo-artanol (0,96). A 4,22- estigmastadieno-3-ona (1,15) somente nos galhos, e a sitostenona nas flores (4,81) e galhos (5,16). A rede molecular da classe de triterpenos englobou em sua maior composição fitoesteróis, dentre estes o sitosterol e o estigmasterol, comuns a biblioteca NIST (National Institute of Standards and Technology MS database) do equipamento de CG-EM. Entretanto, foram identificados na rede molecular fitoesteróis diferentes dos encontrados na biblioteca NIST, como: campesterol, lanosterol, diidrolanosterol, estigmasterona, dentre outros. Além de: sesquiterpeno, diterpenos, triterpenos e a vitamina A. Essa correlação dos espectros é esperada, pois os terpenos possuem fragmentação comum aos fitoesteróis, por serem oriundos da mesma via Biosintética, e dessa forma relacionados na mesma família molecular. Ao comparar os dados da biblioteca NIST do equipamento, a biblioteca pública no GNPS mostram a maior capacidade e eficiência na anotação e estudo de substâncias por essa ferramenta, pois fornece gratuitamente dados de referência de 19.808 espectros para 19.708 padrões, com capacidade 29% maior em relação às bibliotecas públicas gratuitas 7. CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos conclui-se que as flores e galhos de Avicennia schaueriana produzem mais fitoesteróis quando comparados aos frutos. A rede molecular mostrou a familiaridade entre a fragmentação dos fitoesteróis e triterpenos, além de maior eficiência na anotação das substâncias detectadas. Estes resultados apontam para futuras pesquisas em relação às atividades cardioprotetoras e anticancerígenas dos extratos de A. schaueriana pela presença de fitoesteróis. Palavras-chave: Acanthaceae, Molecular Networking, Mangue, sitosterol, sitostenona, campesterol. Agradecimentos: FAPERJ, CNPq, NEMA/UERJ, IPPN/UFRJ e UERJ-ZO. 18 Prospecção de metabólitos potencialmente ativos contra protozoários do gênero Leishmania sp em espécies de Annonaceae Marcos V. T. e Silva1, Brendo A. Gomes1,5, Thamirys S. da Fonseca1, Hagatha B. M. Pereira1, Fernanda de L. F. Assis1, Tamires F. de Alencar1, Adriana Q. Lobão2, Marcus T. Scotti3, Gilda G. Leitão4, Ivana C. R. Leal1, Suzana G. Leitão1. mvtoledosilva@gmail.com 1Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ; 2Universidade Federal Fluminense, UFF, São Domingos, Niterói – RJ; 3Laboratório de Quimioinformática, Departamento de Química, Centro de Ciências Exatas e da Natureza/UFPB, Castelo Branco – João Pessoa – PB; 4Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais (IPPN),Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Ilha do Fundão, Rio de Janeiro – RJ; 5Programa de Biotecnologia Vegetal, Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Ilha do Fundão, Rio de Janeiro – RJ Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada de evolução clínica severa e debilitante, podendo levar o paciente ao óbito. Embora haja tratamentos disponíveis, estes apresentam eficácia limitada e bastantes efeitos adversos, o que compromete o sucesso do tratamento. Portanto, novos fármacos são necessários para melhorar as perspectivas dos pacientes acometidos por esta doença. Historicamente, os produtos naturais se apresentam como uma fonte promissora de novas substâncias biologicamente ativas, uma vez que diversos fármacos se originaram de produtos naturais ou de seus esqueletos químicos. A busca de novos tratamentos para a leishmaniose entre os produtos naturais já é descrita na literatura, sendo que há espécies da família Annonaceae com potencial efeito antileishmania. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil químico de espécies da família Annonaceae em busca de substâncias ativas contra protozoários do gênero Leishmania sp. METODOLOGIA: Foi realizado um levantamento das espécies de Annonaceae com registro de ocorrência no Rio de Janeiro através de consulta no herbário virtual do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Após o levantamento, foi solicitado ao SisBio a autorização de coleta para as espécies selecionadas. Em seguida, procedeu-se à coleta de partes aéreas de cinco espécies, com um mínimo de três indivíduos por espécie. Folhas e galhos foram separados e secos ao ar livre. As folhas foram trituradas e extraídas com etanol 96 °GL, até a exaustão. Os extratos etanólicos foram analisados por cromatografia líquida de ultra-alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos e espectrômetro de massas (UHPLC-DAD-ESI-MS/MS), fornecendo os dados necessários para a realização da desreplicação dos extratos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com o levantamento realizado e com os critérios estabelecidos para a coleta, cinco espécies foram selecionadas para o trabalho: Anaxagorea dolichocarpa, Annona dolabripetala, Annona parviflora, Guatteria australis e Xylopia langsdorffiana, totalizando 16 indivíduos. Os extratos foram analisados por UHPLC-DAD-ESI-MS/MS, e os resultados processados no software mzMine v2.53. Os dados foram, então, submetidos à desreplicação na plataforma Global Natural Products Social Molecular Networking (GNPS). De acordo com os critérios de análise, foram anotados três alcalóides - isocoridina, reticulina e tembetarina. A espécie G. australis apresentou os três alcaloides em seus extratos, enquanto a reticulina foi observada também em A. parviflora e X. langsdorffiana. A presença das referidas substâncias sugere potencial atividade biológica para esses extratos frente ao protozoário, já que há relatos na literatura desta atividade para as substâncias isocoridina e reticulina. No entanto, experimentos para isolamento dessas substancias e posterior avaliação in vitro tornam-se necessários para confirmar a atividade. CONCLUSÕES: A presença dos três alcaloides anotados corrobora os relatos observados na literatura sobre a atividade de espécies da família Annonaceae contra protozoários do gênero Leishmania sp, reiterando a importância da continuidade dos estudos para a descrição do perfil químico das espécies estudadas e a busca das substâncias eventualmente envolvidas com a atividade desejada. Palavras-chave: Annonaceae, CLAE-EM/EM, Leishmania sp, Alcaloides Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 19 Atividade antifúngica e uso da plataforma GNPS das amostras sazonais de extratos de Mimosa caesalpiniifolia Marcelo José Dias Silva1; Ana Caroline Zanatta2; Norberto Peporine Lopes2; Geraldo Alves da Silva1; Amanda Latercia Trances Dias3; Marcelo Ap. da Silva1; Wagner Vilegas4 marcelofarmadias@gmail.com 1Departamento de Alimento e Medicamentos - UNIFAL-MG; 2Departamento de Ciencias Biomoleculares - USP;3Instituto de Ciências Biomédicas - UNIFAL-MG; 4Instituto de Biociências do Campus do Litoral Paulista - UNESP Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: O uso de plantas da flora brasileira como fonte de princípios ativos tem se mostrado cada vez mais eficaz na busca de medicamentos. Entretanto, pouco tem sido realizado para transformar este potencial em desenvolvimento de novos produtos e patentes no país. A espécie Mimosa caesalpiniifolia Benth. (Fabaceae), conhecida popularmente como “sabiá” e “cerva viva”, é uma planta arbórea encontrada na caatinga nordestina brasileira, amplamente utilizada pela população na forma de infusões para o tratamento de feridas, bronquites e anti-inflamatório e banho de acento pela população do nordeste. OBJETIVO: Avaliar a atividade antifúngica dos extratos de Mimosa caesalpiniifolia (EHM)frente aos períodos de verão, outono, inverno e primavera coletadas as 14h00 e o perfil químico dessas amostras, através da plataforma GNPS. METODOLOGIA: O perfil químico dos extratos de EHM das amostras sazonais de EHM foi obtido pela análise por HPLC-ESI-MS/MS com modo de ionização negativa. Os dados foram convertidos e inseridos na plataforma GNPS seguindo o fluxo de trabalho para gerar a rede molecular. As avaliações/determinações dos valores de concentrações inibitórias foram realizadas segundo a metodologia de microdiluição em caldo conforme documento M27-S4 para leveduras. Todas as amostras recebidas foram solubilizadas na concentração de 0,5% usando DMSO como diluente. As amostras foram diluídas em meio Muller Hinton na concentração inicial de 250 μg/mL, a partir da qual as demais concentrações foram obtidas por diluição. O meio de cultura utilizado foi caldo Mueller Hinton e as amostras dos EHM foram avaliadas nas concentrações (μg/mL): 250; 125; 62,5; 31,25; 15,625; 7,81; 3,9 e 1,95. Os ensaios foram realizados sobre o isolado padrão Candida glabrata ATCC 90030, isolado para o qual o extrato EHM já havia se mostrado ativo em publicações anteriores. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise da rede molecular para EHM indicou que esta planta é uma rica fonte de flavonoides O-glicosilados (derivados da quercetina) e C,O-diglicosilados e C-diglicosilados (derivados da apigenina e luteolina), procianidinas [monômero, dímero e derivados galato da (epi)catequina] e outros fenóis. A partir das análises dos dados LC-MS, verificamos o perfil químico qualitativo de cada amostra coletada nas 4 estações (outono, inverno, primavera e verão); esta análise nos permitiu observar que as amostras apresentavam padrão semelhante de metabólitos secundários, diferindo principalmente em algumas intensidades de bandas cromatográficas. A estação do verão evidenciou uma produção maior de flavonoides. A produção desses metabólitos pode ser atribuída ao mecanismo de defesa da planta. Os flavonoides atuam como antioxidantes para reduzir o estresse oxidativo causado pelas espécies reativas de oxigênio que podem se formar devido às condições de alta temperatura e radiação solar que ocorrem durante o verão. Em relação a atividade fungistática para os extratos no período do verão, apresentou uma concentração de inibição de 125 μg/mL, quando comparado a outras estações do ano, o que podemos correlacionar com as substâncias desses flavonoides no desempenho da atividade antifúngica. CONCLUSÕES: Com o uso da plataforma GNPS, contribuiu de maneira rápida e segura no estudo da variabilidade da coleta nos períodos das estações do ano pode afetar o teor de alguns princípios ativos das folhas de EHM, sendo por isso importante investigar esses parâmetros para a padronização dos extratos vegetais e para o desenvolvimento de fitomedicamentos. Os resultados do presente estudo são promissores, tanto para o perfil químico quanto para o tratamento as infecções resistentes causadas por Candida spp. especialmente espécies de Candida não albicans. Palavras-chave: Sazonalidade, Mimosa caesalpiniifolia, GNPS, Flavonoides. Agradecimentos: FAPEMIG, FAPESP 20 Composição química do óleo essencial de quatro espécies de Porophyllum de ocorrência no Rio Grande do sul Iana de Carvalho Maia1; Sérgio A.L. Bordignon1; Miriam A. Apel1; Gilsane L. von Poser1 ianamaia52@gmail.com 1Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, UFRGS, Porto Alegre, RS Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Dentre as plantas utilizadas pela população, muitas pertencem às Asteraceae. A essa família pertence Porophyllum sp., gênero abordado nesse trabalho, cujas espécies se caracterizam pela presença de óleos voláteis. O gênero tem representantes utilizados na medicina tradicional para o tratamento de diversas doenças. Além disso, algumas espécies, principalmente Porophyllum ruderale, são apreciadas como condimento em países como México, Bolívia e Peru. OBJETIVO: Realizar a extração de óleos voláteis das espécies Porophyllum ruderale, Porophyllum lanceolatum, Porophyllum angustissimum e Porophyllum curticeps, de ocorrência no Rio Grande do Sul, utilizando o método de hidrodestilação, determinar o rendimento e a composição química dos óleos voláteis obtidos através de cromatografia gasosa e espectrometria de massas. METODOLOGIA: As partes aéreas de Porophyllum ruderale e Porophyllum lanceolatum, foram coletadas no município de Barão do Triunfo. Amostras de Porophyllum angustissimum e Porophyllum curticeps foram coletadas em Balneário Pinhal e em Porto Alegre, respectivamente. As espécies foram coletadas e identificadas pelo botânico Dr. Sérgio Augusto de Loreto Bordignon. O óleo essencial das diferentes espécies em estudo foi obtido a partir do material vegetal fresco, reduzido com auxílio de um triturador mecânico e submetido à hidrodestilação em aparelho Clevenger, durante 4 horas. A determinação do rendimento foi realizada pela leitura do volume de óleo coletado. Para a análise química, os óleos voláteis obtidos foram diluídos em éter etílico na razão de 2:100 (v/v). As análises qualitativa e quantitativa foram realizadas em cromatógrafo a gás acoplado a um detector de massas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os rendimentos (Peso/Volume) obtidos foram em torno de 0,2%, exceto Porophyllum curticeps, cujo rendimento foi de 0,024%. Os óleos das espécies mostraram como compostos majoritários E-β-ocimeno (49,92%) em Porophyllum ruderale, n-decanal (60,24%) em Porophyllum lanceolatum, β-pineno (37,74%) em Porophyllum angustissimum e limoneno (28,16%) em Porophyllum curticeps. O óleo de Porophyllum lanceolatum é rico em decanal (60,24%), componente também encontrado no coentro (Coriandrum sativum) o que justifica o intenso aroma verificado nas folhas da planta. CONCLUSÕES: Verificou-se que o óleo essencial de Porophyllum angustissimum apresentou, entre as quatro amostras analisadas, maior percentual de monoterpenos hidrocarbonados e oxigenados. A amostra do óleo essencial de Porophyllum lanceolatum se mostrou rica em aldeídos alifáticos. O óleo essencial de Porophyllum ruderale e Porophyllum curticeps apresentou monoterpenos hidrocarbonados como o grupo preponderante, sendo E- β-ocimeno e limoneno os compostos majoritários, respectivamente. Os resultados obtidos no desenvolvimento desse trabalho demonstram que este gênero inclui representantes com potencial e abre caminhos para novos estudos com espécies de Porophyllum. Palavras-chave: Porophyllum sp., Óleos essenciais, Monoterpenos, Hidrodestilação. Agradecimentos: PPGCF, UFRGS, CAPES e CNPq 21 Caracterização química do óleo essencial da casca dos frutos de Garcinia cochinchinensis (Clusiaceae) Sandra Grzygorczyk1; Cássia Gonçalves Magalhães1. cgmagalhaes@uepg.br 1Departamento de Química, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR Sessão temática: Isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais INTRODUÇÃO: Espécies do gênero Garcinia (Clusiaceae) são fontes de óleos essenciais, benzofenonas poli-isopreniladas e outros metabólitos secundários com expressivo potencial biológico. G. cochinchinensis, conhecida popularmente como mangostão amarelo, apresenta uma variedade de compostos fenólicos, tais como flavonoides, flavanonas e flavonóis. Esses metabólitos exibem atividades antimicrobiana, anticancerígena, antioxidante, anti-HIV e anti-inflamatória. Apesar de se tratar de uma fonte relevante de metabólitos secundários de interesse científico, são escassos os relatos a respeito do óleo essencial dessa espécie. Óleos essenciais podem ser obtidos a partir de diferentes partes do vegetal, empregando-se também diferentes metodologias, como a extração assistida por ultrassom. As vantagens dessa técnica estão na redução da quantidade de reagentes utilizados, assim como a redução do tempo de extração, sendo um métodoalternativo e mais verde. OBJETIVO: Extrair o óleo essencial dos frutos de G. cochinchinensis pela técnica de extração assistida por ultrassom e identificar os compostos presentes nessa amostra. METODOLOGIA: Os frutos de G. cochinchinensis foram coletados de um exemplar localizado no campus da Universidade Estadual de Londrina, em Londrina, Paraná. As cascas desses frutos (26 g) foram retiradas manualmente, e, em seguida, foram armazenadas em recipiente plástico sob refrigeração. Posteriormente, as cascas foram colocadas submetidas a extração com 400 mL de etanol, sendo realizada em triplicata. As misturas (cascas e solvente) foram levadas ao sonicador durante 30 minutos com frequência de ondas de 25kHz, temperatura média de 38°C e amplitude de 25%. Em seguida, o conteúdo extraído foi filtrado. Para obtenção do óleo essencial propriamente dito, foi utilizado hexano como contra-fase. A fase orgânica foi concentrada por destilação a pressão reduzida em um evaporador rotatório, a aproximadamente 50°C. As amostras foram submetidas à análise por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas. A identificação dos compostos foi feita com base no banco de dados disponível no software do aparelho. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Por meio da técnica de extração assistida por ultrassom, foi possível obter 16,5 mg de óleo essencial. O rendimento foi de 0,06%, resultado consideravelmente bom, comparado a outras espécies do gênero Garcinia, de acordo com a quantidade de material vegetal utilizado para extração (média de 26g), uma vez que para obtenção de óleo essencial de outras espécies de Garcinia a quantidade de material vegetal usada foi maior, como na obtenção do óleo essencial da G. mangostana, da qual se utilizaram 250g de material vegetal para um rendimento de 0,16% de óleo. A amostra estudada apresentou quatorze constituintes principais, sendo encontrados principalmente ésteres graxos. Os constituintes em maior proporção foram oleidato de etila (12,95%), estearato de etila (11,87%) e palmitato de etila (8,87%). Esse último exibe atividades biológicas anti-inflamatória e anti-fibrótica. Cabe ressaltar o uso do palmitato de etila como marcador químico para o consumo crônico de álcool, sendo aplicado nas análises clínicas e ciências forenses. Dessa forma, sugere-se que o óleo essencial de G. cochinchinensis possa ser avaliado em relação a seu potencial anti-inflamatório. CONCLUSÕES: A técnica de extração assistida por ultrassom foi eficiente na extração do óleo essencial da casca dos frutos de G. cochinchinensis. Uma vez que a metodologia escolhida para a extração de óleos pode afetar a qualitativa e quantitativamente o perfil da amostra, é de grande importância realizar a extração por outros métodos, como a hidrodestilação, a fim de se constatar a técnica mais vantajosa em relação ao rendimento e a composição química da amostra extraída. Palavras-chave: Óleo essencial, G.cochinchinensis, Ésteres graxos Agradecimentos: Fundação Araucária, CAPES e CLABMu-UEPG. 22 Sessão Temática 2 Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo 23 Ex vivo anti-Helicobacter pylori activity of hydroalcoholic extract of Limonium brasiliense rhizomes Eloisa Lorenzi da Silva1; Ana Carolina Guidi1; Mariana Nascimento de Paula1; Raquel Isolani Luvizotto1; João Carlos Palazzo de Mello1; Augusto Santos Borges2. mello@uem.br 1Department of Pharmacy, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brazil; 2Department of Pharmacy, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, Espírito Santo, Brazil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUCTION: The infection caused by the Helicobacter pylori (Hp) bacterium has a high prevalence rate in the world, especially in developing countries. About 50% of the world's population is affected by the bacterium., In Brazil, its prevalence reaches 60% of the population. Hp is a Gram-negative, bacillary, or curved shape bacterium, which settles in the stomach. To survive the acidic environment of the stomach, the bacterium uses the urease enzyme, which converts urea into ammonia, which makes it possible to neutralize the local pH. Usually, the infection is asymptomatic, but in some people, it may present inflammation in gastric mucosa, peptic ulcers, and cancer. As a form of treatment, a proton pump inhibitor is associated with two or more antibiotics. However, resistance mechanisms can be developed by Hp, leading to therapeutic failure. Thus, the plant species Limonium brasiliense (Lb), which has a well-known anti-inflammatory and antioxidant action, may be a new source of anti-Hp drugs. OBJECTIVE: To evaluate the ex vivo anti-Hp activity of Lb rhizome crude extract (CE), through the rapid urease test (RUT) and histological evaluation of Hp-infected mice stomachs treated with Lb. METHODOLOGY: 70% (v/v) hydroalcoholic CE from dried and fragmented Lb rhizomes, obtained through the turbo-extraction method, was used. The stomachs of C57BL/6 mice, previously infected with Hp and treated with CE, were sectioned in half, dividing it into two parts: one of the parts was directed to the RUT and the other part to the histological analysis. It was observed the preservation of the gastric epithelium, the presence of inflammatory infiltrate, and the presence of bacteria. The samples (n=21) were divided into groups (n=7 each group): uninfected and untreated (C-), infected and untreated (C+), and infected and treated with CE at a dose of 50 mg/kg (T1). RESULTS AND DISCUSSION: The mice’s stomachs treated with CE showed about 70% of negative results for RUT. Also, for the histological analysis, about 70% of mice's stomachs showed preservation of the epithelium, reduction or absence of inflammatory infiltrate, and absence of Hp bacteria, indicating the possible anti-Hp activity of CE. These reductions may occur due to the known anti-inflammatory activity of the plant species since Hp virulence factors lead to increased inflammation. In addition, the antioxidant potential of Lb favors the neutralization of free radicals generated by neutrophils, which reduces one of the main aggravations caused by the infection, gastric cancer. CONCLUSIONS: The crude extract of Lb has anti-Hp potential, due to reduced positivity for RUT and histological presentation of mice’s stomachs within normal limits, reducing the number of inflammatory infiltrates. Keywords: Pharmacognosy, Limonium brasiliense, Helicobacter pylori, inflammation. Acknowledgment: Universidade Estadual de Maringá, Laboratório Palafito, CAPES, Fundação Araucária and CNPq. 24 Uso racional de alecrim (Rosmarinus officinalis L.): Revisão sistemática e metanálise do efeito hipoglicemiante em modelos animais Virginia Moura Oliveira; Caroline Pereira Domingueti; Renê Oliveira do Couto; virginiamouraufsj@gmail.com 1Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO; Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Rosmarinus officinalis Linn., Lamiaceae, comumente conhecida como alecrim, é uma erva aromática com usos estabelecidos na culinária e medicina tradicional, devido à sua complexa composição fitoquímica e ações bioativas. Investigações pré-clínicas reportam a eficácia como antihiperglicmiante em modelos animais de diabetes mellitus. Visando a compreensão da segurança e promoção de seu uso racional, é relevante também avaliar seu efeito hipoglicemiante em animais saudáveis. OBJETIVO: Realizar revisão sistemática da literatura e metanálise do efeito hipoglicemiante de extratos vegetais de R. officinalis em modelos de animais normoglicêmicos. METODOLOGIA: O estudo foi realizado conforme as diretrizes PRISMA. A pesquisa foi realizada em duplicata nas plataformas PubMed (MEDLINE), Scopus, ScienceDirect, Web of Science(Science Citation Index), e Virtual Health Library (VHL) até dezembro de 2022, além da leitura das citações e Google Acadêmico para literatura cinza. Nenhuma restrição foi definida para idioma e data de publicação. A ferramenta SYRCLE e a lista de verificação CAMARADES foram usadas, respectivamente, para avaliar o risco de viés e a qualidade científica. Cada autor ficou cego com durante a seleção e avaliação dos estudos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: 13 estudos preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídos na análise qualitativa; dez (10) foram submetidos à meta-análise (n=156). As doses variaram de 50 a 200 mg/kg, sendo que dois artigos avaliaram o uso de rações enriquecidas com alecrim, variando de 0,05% a 10%. Nos animais normoglicêmicos, os vários extratos de alecrim indicaram redução significativa nos níveis de glicose plasmática em jejum (9 estudos, n = 122; MD, -21.06 [95% CI, -32.24, -9.89]); aumento da liberação de insulina (3 estudos, n = 34; MD, 1.57 [95% CI, 0.41, 2.73])), em comparação com o grupo não tratado. Com base nesses resultados, a redução da glicemia plasmática foi significativa, mas dentro de um limite seguro, pois em média os níveis de redução na glicemia obtidos não ultrapassam os preconizados para a condição de hipoglicemia (< 70 mg/dL). Também, não foram reportadas mortes, efeitos adversos, ou alterações histopatológicas do rim e do fígado dos grupos tratados com alecrim. A avaliação de viés dos estudos indicou um alto risco no que concerne à alocação e cegamento, bem como falta de cálculo amostral, o que pode resultar em falhas de validade e generalização de dados; a avaliação de qualidade dos artigos indicou um índice metodológico médio, no valor de 5,5. Importante ressaltar que a falta de padronização analítica dos extratos foi outra limitação deste estudo. CONCLUSÕES: Rosmarinus officinalis foi capaz de reduzir significativamente os níveis séricos de glicose em jejum e aumentar a insulina sérica em ratos normoglicêmicos, sem acarretar em alterações comportamentais e/ou efeitos adversos. De forma geral, o alecrim deve ser utilizado com cautela em indivíduos que são passíveis de crises hipoglicêmicas, seja por uso de medicamentos ou condições fisiológicas, ou em atividade física intensa. Apesar das baixas qualidades dos artigos, presença de vieses e falta de padronização dos extratos usados nos estudos selecionados, esses resultados corroboram para a segurança do uso sistêmico do alecrim e apoiam seu potencial uso como agente terapêutico para certas condições de saúde. Palavras-chave: Rosmarinus officinalis L.; Segurança; Revisão sistemática; Metanálise; Estudos pré-clínicos, Hipoglicemia. Agradecimentos: UFSJ, FAPEMIG/PIBIC (Código 21092), CAPES (001) e CNPq. 25 Avaliação da composição química, atividade antidiabética e toxicidade de Annona tomentosa R. E. Fr. Aglaete de Araújo Pinheiro1; Marcelino Santos do Rosário2; Aldilene da Silva Lima1; Josivan Regis Farias3; Mayara Cristina Pinto da Silva3; Rosane Nassar Meireles Guerra3; Odair dos Santos Monteiro¹; Cláudia Quintino da Rocha¹. aglaete.araujo@discente.ufma.br 1Departamento de Química (DEQUI) - UFMA; 2Departamento de Bioquímica e Química Orgânica – IQ, Araraquara – UNESP; 3Departamento de Patologia (DPAT) – UFMA. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que resulta de um distúrbio progressivo na produção ou ação da insulina. Na prática clínica, parte do tratamento antidiabético para a redução da glicemia pós-prandial é o uso de agentes orais. Contudo, o tratamento convencional pode apresentar uma gama de efeitos colaterais e alto custo. Desse modo, novas estratégias terapêuticas naturais têm sido exploradas, a partir de plantas medicinais, visando uma ação significante, mas com efeitos adversos e toxicidade menores. Assim, como uma possível fonte promissora de compostos bioativos para o tratamento do DM, tem-se então a espécie Annona tomentosa, popularmente conhecida como “araticum”, já utilizada pela população nativa do Maranhão para diversas enfermidades, como infecções, dores e inflamação. OBJETIVO: Avaliar a composição química, o potencial antidiabético e a toxicidade in vivo do extrato metanólico de A. tomentosa (EM-AT). METODOLOGIA: A caracterização química foi realizada por Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). A aquisição de dados foi realizada no modo positivo de ionização, com fragmentação em múltiplos estágios (MS2 e MS3). Os dados brutos foram analisados usando o software Data Analysis 4.3 (Bruker). Uma rede molecular foi criada usando o fluxo de trabalho online no site GNPS. As análises das redes moleculares podem ser acessadas em: https://gnps.ucsd.edu/ProteoSAFe/status.jsp?task=b34b9047da9e4bd08a109df98c870874. A atividade antidiabética foi avaliada a partir da capacidade de inibição enzimática de α-glicosidase. Em uma microplaca de 96 poços, foram utilizados volumes fixos de 20,0 µL do EM-AT nas concentrações crescentes de 0,82– 52,63 µg/mL, e do controle positivo Acarbose, na concentração de 10,0 mg/mL. O experimento foi realizado em triplicata e o valor da concentração inibitória média (CI50) foi determinado por regressão não linear com o programa GraphPad Prism 8. A avaliação da toxicidade aguda do EM-AT foi realizada em modelo invertebrado (Tenebrio molitor L.). Para a definição dos grupos teste foram selecionadas larvas em condições favoráveis de peso, cor e aspecto morfológico, sendo estabelecido n=10 de larvas para cada grupo e testados em concentrações variando de 1,0 – 100,0 μg/Kg. A sobrevivência foi monitorada durante 7 dias e a morte das larvas foi avaliada através da resposta ao toque, sendo observado à falta de motilidade e a presença de melanização. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da plataforma GNPS, foi possível anotar quinze compostos presentes no EM-AT, pertencentes as classes dos flavonoides, terpenos e alcaloides, sendo a maioria deles relatados pela primeira vez na espécie. Em relação a capacidade de inibição enzimática de α- glicosidase, o EM-AT apresentou inibição acima de 95%, maior que a da Arcabose, nas concentrações de 52,63 e 26,31 μg/mL. A inibição enzimática pode estar associada principalmente a presença de compostos fenólicos, como a catequina e procianidinas, que foram anotadas para o EM-AT, e das hidroxilas dessas moléculas. Na avaliação da toxicidade aguda em larvas de T. molitor, os grupos controle e o EM-AT não apresentaram nenhum efeito tóxico no período determinado da pesquisa, atingindo 100% da sobrevida. A toxicidade aguda foi apresentada somente pelos grupos controle de letalidade (CH3OH) em 24h, demonstrando a viabilidade das larvas e o potencial do extrato para o desenvolvimento de um produto seguro e eficaz. CONCLUSÕES: O trabalho revela que a espécie A. tomentosa apresenta características típicas da família Annonaceae, com compostos ricos em atividades farmacológicas de interesse clínico, sendo promissores como futuro alvo terapêutico para o tratamento de doenças, como a Diabetes Mellitus. Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Atividade Antidiabética, Toxicidade, GNPS. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 26 Potencial antioxidante e antiglicante de extratos vegetais de embaúba - Cecropia pachystachya Trécul Pedro Henrique Santos de Freitas1; Maria Fernanda Fernandes1; Elita Scio1. elita.scio@ufjf.br 1Laboratório de Produtos Naturais Bioativos, Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora - MG, Brasil. Sessão temática: 2 - Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Cecropia pachystachya Trécul, denominada popularmente de Embaúba, é uma espécie vegetal nativa do Brasil. Extratos vegetais oriundos das folhas desta espécie, apresentam uma vasta constituição química, com a presença deácidos fenólicos e flavonoides, além de uma série de atividades biológicas, comumente atribuídas a essas substâncias. Esses dados incentivam o desenvolvimento de novos extratos vegetais com o intuito de buscar novas ações biológicas para a espécie. OBJETIVO: Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante e antiglicante de extratos vegetais produzidos a partir das folhas de Embaúba. METODOLOGIA: As folhas de C. pachystachya foram secas e trituradas, sendo submetidas a dois processos extrativos distintos: a) O material vegetal foi submetido à maceração estática com etanol por quatro dias, sendo filtrado e rotaevaporado, dando origem ao extrato etanólico (EE); b) O material vegetal foi submetido à extração com etanol e água (75:25 v/v), aquecido e filtrado, rotaevaporado e liofilizado, fornecendo o extrato hidroetanólico (EH). Posteriormente, ambos os extratos foram empregados nos ensaios biológicos propostos, a se considerar: atividade antioxidante pelo método do sistema β-caroteno/ácido linoleico e potencial antiglicante pelo ensaio de glicação com albumina de soro bovino (BSA). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O rendimento do processo extrativo foi de 10,37 % para o EE e 14,08 % para o EH, sendo a solução hidroetanólica mais efetiva na extração de fitoconstituintes, principalmente relacionadas às substâncias mais polares, como os ácidos fenólicos e flavonoides, como descreve a literatura. Além disso, o emprego de soluções hidroetanólicas extratoras é sempre preconizado, devido à característica desses solventes de aumentarem a permeabilidade das membranas celulares vegetais, permitindo, assim, a extração de constituintes de polaridade alta a intermediária. Cabe ressaltar também que esses solventes são menos nocivos para o meio ambiente, do que os solventes orgânicos comumente utilizados. No que concerne à atividade antioxidante, na concentração de 37 µg/mL, o EH (65,18 ± 5,82 %) mostrou-se mais ativo na técnica do descoramento pelo sistema β-caroteno/ácido linoleico do que o EE (50,82 ± 0,65 %), além de ser estatisticamente semelhante à quercetina (71,28 ± 3,42 %). Este método é capaz de avaliar a atividade antioxidante de compostos lipofílicos, inferindo que as variações encontradas entre os extratos, possam estar relacionadas com os tipos de constituintes químicos extraídos. Esperava-se que o EE fosse mais eficaz neste ensaio, visto que possui maior propensão à extração de compostos apolares, mas esse dado não foi evidenciado. Entretanto, salienta-se que apesar da variação, ambos os extratos apresentaram uma notável atividade antioxidante em uma baixa concentração. Em relação ao potencial antiglicante, também na concentração de 37 µg/mL, o EH (~ 82 %) apresentou uma melhor atividade do que o EE (~ 75 %), sendo capaz de inibir cerca de duas vezes mais o processo de glicação, quando comparado à substância de referência utilizada, a aminoguanidina (~ 40 %). Estudos relatam que o estresse oxidativo está diretamente envolvido no surgimento dos produtos finais de glicação avançada (AGE’s). O surgimento e/ou agravamento de enfermidades, como a diabetes mellitus e doenças cardiovasculares, além do envelhecimento cutâneo, estão relacionados com a presença dos AGE’s. Dessa forma, a neutralização e/ou eliminação de radicais livres, como o linoleato produzido no método do sistema β-caroteno/ácido linoleico, pode ser também um mecanismo proposto para a inibição da glicação. CONCLUSÕES: Diante do exposto, conclui-se que os extratos de C. pachystachya, principalmente o EH, apresenta uma notável atividade antioxidante e antiglicante, sendo passível de ser empregado em formulações farmacêuticas empregadas com o objetivo de reduzir a oxidação e a glicação celular. Palavras-chave: Embaúba, Cecropia, Antioxidante, Produtos finais de glicação avançada. Agradecimentos: CAPES, CNPq, FAPEMIG e UFJF. 27 Avaliação do efeito da variação sazonal e ciclo circadiano do óleo essencial de Pectis brevipedunculata sobre carrapatos Rhipicephalus microplus Isabelle S. Soares1; Marcos B. P. Camara1; Aldilene S. Lima1; Cláudia Q. da Rocha1;Cáritas de Jesus S. Mendonça2; Livio M. Costa-Junior3; Caio P. Tavares3. isabelle.soares@discente.ufma.br 1Departamento de Química – UFMA; Laboratório de Química de Produtos Naturais, São Luís, MA. 2Departamento de Química – UFMA. 3Laboratório de Controle de Parasitos – UFMA. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Pectis brevipedunculata é uma planta de pequeno porte, encontrada em regiões tropicais e subtropicais, rica em óleo essencial (OE) e com grande potencial biofarmacológico. A infestação por Rhipicephalus microplus é um dos principais fatores que afeta a produção da bovinocultura no Brasil e o OE de P. brevipedunculata tem demonstrado ação carrapaticida sobre o R. microplus, devido a presença de terpenos. No entanto, variações ambientais podem interferir na composição química e atividade biofarmacológica do OE. OBJETIVO: Nesse sentido, o presente trabalho buscou avaliar o efeito da variação sazonal e o ciclo circadiano no óleo essencial de P. brevipedunculata e a ação carrapaticida contra larvas de R. microplus. METODOLOGIA: A composição química do óleo essencial foi avaliada por meio de Cromatografia em Fase Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas. Avaliação carrapaticida foi realizada por meio do teste de imersão de larvas, este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da UFMA sob número 23.115.008186/2017-18. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O OE de P. brevipedunculata apresentou um maior rendimento nos meses de janeiro, maio e outubro. As concentrações dos componentes majoritários do OE apresentaram variações ao longo do ano, o α-pineno apresentou maior concentração no mês de agosto (19.8%); o limoneno demonstrou a mesma concentração nos meses de março e maio (9.4%); a maior concentração do composto neral ocorreu no mês de janeiro (33.2%). Dentre os componentes majoritários do OE da planta, o geranial foi o componente que apresentou maior teor, chegando a 42.7% no mês de janeiro. No estudo do ritmo circadiano a porcentagem foi (2,0%) às 18h, na estação chuvosa e (1,2%), estação seca às 18h. O óleo essencial testado contra larvas de R. microplus apresentou variação da CL 50 durante os meses do ano, tendo as menores CLs50 nos meses de março (1,28mg/mL), abril (1,17mg/mL) e outubro (1,27mg/mL). CONCLUSÕES: O óleo essencial de P. brevipedunculata exibiu variações no rendimento e nos seus componentes majoritários durante os meses do ano. Além disso, o óleo essencial exibiu alta atividade carrapaticida, demonstrando um potencial promissor do óleo essencial de P. brevipendulata para incorporação em uma formulação farmacêutica de ampla ação carrapaticida, sobretudo contra o R. microplus. Palavras-chave: Carrapaticida, Sazonal, Circadiano, Terpenos. Agradecimentos: UFMA, FAPEMA e PIBIC. 28 Citotoxicidade e capacidade antioxidante do óleo resina de Carapa guianensis Aubl (Andiroba) Hildegardo Seibert França1,2; Plucia Franciane Ataide Rodrigues 2; Iasmini Nicoli Galter 2; Silvia Tamie Matsumoto2; Tainara de Araújo Ataide Wanzeler2 hildegardo.franca@ifes.edu.br 1Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Vila Velha, Vila Velha,ES; 2Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O óleo de Carapa guianensis Aubl é utilizado para inúmeras indicações populares, frequentemente as comunidades usam esse óleo puro e extraído de forma tradicional, sendo considerada uma das espécies mais valiosas pelos ribeirinhos da região amazônica com comprovadas atividades biológicas, como ação analgésica, antibacteriana, anti-inflamatória, antifúngica, antialérgica, sendo eficaz contra feridas, hematomas, reumatismo, infeções de ouvido e repelente de insetos.OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade antioxidante in vitro, a citotoxicidade do óleo vegetal de andiroba, assim como a composição química. METODOLOGIA O óleo vegetal de C. guianensis foi adquirida na Cooperativa dos Produtos da Amazônia (CAMAIPI), no município de Mazagão-AP, lote 02/2020. Para os testes de capacidade antioxidante foram realizadas pelos métodos de DPPH e ABTS nas concentrações 75, 100, 150, 200, 250 e 300 mg/mL. Já a atividade citotóxica foi pelo ensaio colorimétrico por MTT usando células epiteliais CHO-K1com o óleo diluído em 1% Tween 80 nas concentrações 50, 100, 200, 250, 300, 350, 400 mg/mL. Análises químicas foram realizadas pela quantificação de fenóis totais, além da prospecção fitoquímica por cromatografia em camada delgada (CCD) e identificação pela cromatografia de fase gasosa acoplada ao espectrômetro de massa (GC/EM). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O óleo de C. guianensis apresentou IC50 de 254,2 ± 10 mg/mL e 274,9 ± 6,19 mg/mL para DPPH e ABTS, respectivamente. Trabalhos com capacidade antioxidante são demostrados por diversas pesquisas A análise da citotoxidade do óleo vegetal de andiroba não resultou perda significativa da função mitocondrial em comparação ao controle negativo, já que os tratamentos apresentaram alta porcentagem de células viáveis variando de 82 a 127% da viabilidade celular. Estes resultados estão de acordo com experimentos semelhantes conduzidas com outras células saudáveis para avaliar a segurança do uso do óleo de Andiroba. Ao analisar os fenóis totais obteve- se um valor de 80,0 ± 0,01 mg TE/ g -1 do óleo de andiroba in natura. Nas prospecções fitoquímica pode-se observar somente a presença de ácidos graxos com mancha no mesmo Rf do padrão de ácido oleóico. Os compostos identificados por GC/EM foram derivados de ácidos graxos, como o ácido oléico, ácido palmítico, ácido esteárico e o ácido linoléico com área relativa de 32,85; 26,06; 13,28; 11,79 %, respectivamente. Santos et al. (2022), também indicaram a predominância dos ácidos oleico e palmítico na composição do óleo de andiroba, seguida de outros ácido graxos minoritários, dentre eles os ácidos linoléico, esteárico, palmitoleico, mirístico e láurico. Algumas variações encontradas geralmente estão relacionadas ao processo de extração e às características naturais desses recursos, como amadurecimento dos frutos, origem geográfica e condições climáticas durante o cultivo. CONCLUSÕES: Com esse trabalho concluímos que o óleo vegetal de andiroba apresenta atividade antioxidante in vitro, baixa citotoxidade em células epiteliais CHO-K1 e o ácido oléico e palmítico representando mais de 50% da composição química do óleo. Palavras-chave: DPPH, ABTS, ácidos graxos, cromatografia. Agradecimentos: FAPES, CAPES e CNPq. 29 Variação sazonal da composição química e das atividades biológicas de Polygala boliviensis A.W. Benn (Polygalaceae) Danielle Figuerêdo da Silva1, Glaucia Laís Pereira Lima Neco1, Diego Mota da Costa1, Camila Santiago Hohenfeld2, Clayton Queiroz Alves1, Hugo Neves Brandão1 dfsilva@uefs.br 1Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA; 2Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Espécies do gênero Polygala são utilizadas popularmente em diferentes partes do mundo. A Polygala boliviensis é encontrada no Nordeste brasileiro, nos domínios da Caatinga e Mata Atlântica, e estudos realizados pelo grupo de pesquisa demostram potencial fitoterapêutico da espécie. Dentre as atividades avaliadas, a espécie demonstrou através de extratos e substâncias isoladas ação antioxidante, anticolinesterásica, antiplasmodial, imunomoduladora, antiedematogênica e antinociceptiva. Quanto a composição química foram isolados xantonas, cumarinas e esteroides. A P. boliviensis é encontrada na cidade de Feira de Santana – Ba, onde predomina o clima semiárido, que não apresenta as estações bem definidas, sendo caracterizado por períodos chuvosos e secos, implicando em forte variação climática que pode alterar a produção dos metabólitos secundários nos vegetais. OBJETIVO: Avaliar a composição química e atividades biológicas de P. boliviensis nas estações seca e chuvosa. METODOLOGIA: As coletas foram realizadas em agosto e novembro, nos anos de 2016, 2017 e 2018, no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Feira de Santana, BA). A identificado foi realizada pelo botânico Dr. Floriano Bârea Pastore, comparando o material coletado com a exsicata (HUEFS168956) depositada no herbário da mesma universidade. A autorização de acesso ao patrimônio genético vegetal foi obtida junto ao Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (A790968). Os extratos foram obtidos por maceração com metanol e submetidos à análise do perfil químico, identificação e quantificação dos componentes por CLAE-DAD. Para avaliação biológica, foram realizados os testes do sequestro do radical livre DPPH•, inibição da auto oxidação do β-caroteno e letalidade frente à Artemia salina. A correlação de Pearson e HCA foram utilizadas para avaliar a relação entre a composição química, atividades biológicas, elementos climáticos e períodos de coleta. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi observado que o rendimento e perfil químico dos extratos por CLAE-DAD não foram alterados com o período de coleta, porém houveram variações quantitativas dos metabólitos analisados. Apenas nas amostras de 2017 foi identificado o ácido gálico, enquanto rutina, poligaleno, aurapteno e mais 7 picos majoritários desconhecidos (D1-D7) foram identificados em todas as amostras. De acordo com as análises de espectro no UV, D1 apresentou banda característica de ácido fenólico; D3 e D4 bandas características de flavonoides; D5 apresentou quatro bandas na região característica para xantonas; D2 e D6 apresentaram bandas de absorção próximas às encontradas para o aurapteno e poligaleno, o que é um indicativo que essa substância seja uma cumarina; já D7 apresentou banda de absorção relacionado a outras classes de aromáticos, porém pelo tempo de retenção e revisão de literatura, pode ser atribuída às estirilpironas, sendo essas três últimas classes bastante comuns no gênero Polygala. A correlação de Pearson indicou que o maior teor de D1 aumenta a atividade antioxidante pelo teste de sequestro do radical livre DPPH•; maiores teores de D4, D5 e D7, aumenta a atividade pelo teste de inibição da auto oxidação do β-caroteno; e maiores teores de D1, D2, D3 e D6, aumenta a letalidade frente à A. salina. Além disso, a HCA mostrou que o período seco apresenta maiores teores de poligaleno e D3. Em contrapartida o período chuvoso demonstra maior produção de D4 e D6, menor atividade antioxidante pelo teste de sequestro do radical livre DPPH• e maior letalidade frente à A. salina. CONCLUSÕES: Esse estudo contribui com a caracterização química de P. boliviensis, tendo em vista que é o primeiro relato de ácido gálico e rutina nesta espécie. Além disso, permite concluir que os elementos climáticos e a sazonalidade influenciam na composição química e atividades biológicas dos extratos avaliados. Assim, o conhecimento dessa influência serve como base para estudos que visem o desenvolvimento de produtos fitoterapêuticos com P. boliviensis, facilitando a determinação do período de coleta ou condições ideais de cultivo para a espécie, de acordo com a finalidade pretendida. Palavras-chave: CLAE-DAD, Metabolismo secundário, Sazonalidade, Semiárido brasileiro. Agradecimentos: FAPESB, CAPES e CNPq. 30 In vitro evaluation of essential oils and their binary mixtures against the blacklegged ticks Ixodes scapularis (Acari: Ixodidae) Luís Adriano Anholeto1; Sophia Blanchard1, Ana Carolina de Souza Chagas2, Neil Kirk Hillier1, Nicoletta Faraone1. luis.anholeto@acadiau.ca 1Acadia University, Wolfville,Nova Scotia, Canada; 2Embrapa Southeastern Livestock, São Carlos, São Paulo, Brazil. Thematic section: Biological activities of natural products: in vitro and in vivo INTRODUCTION: Ixodes scapularis ticks are known to transmit several infectious agents that cause illness in humans. The most important agent is the bacterium Borrelia burgdorferi responsible of causing Lyme disease. In the absence of effective vaccines against major tick-borne diseases, controlling tick population using acaricides and repellent products remain the main method to protect animals and humans. Synthetic acaricides are commonly used for tick control. However, new active ingredients for tick management have been explored, such as essential oils (EOs). Previous studies have demonstrated that mixtures of different plant secondary metabolites have synergistic effect against target pest. Lemongrass (Cymbopogon flexuosus) and geranium (Pelargonium x asperum) EOs exert significant repellent activity against ticks, while thyme (Thymus saturejoides) and white thyme (Thymus zygis) EOs are effective acaricides. OBJECTIVE: In this study we explored the acaricidal effect of selected EOs (lemongrass, geranium, thyme, and white thyme) alone and in binary mixture against I. scapularis adult ticks. In addition, we studied the effects of interactions (synergistic, additive, or antagonistic) of mixtures against ticks, when equal concentrations of two EOs were combined. METHODOLOGY: EO samples were analyzed via gas chromatography-mass spectrometry (GC–MS) to determine chemical composition. An in vitro bioassay (Adult Immersion Test) using I. scapularis unfed female ticks was carried out to determine the lethal concentration 50 (LC50) of each EO alone. Binary combinations of EOs were prepared by mixing equal concentrations, ranging from 0.25-, 0.5-, 1-, 2-, and 4-fold of their respective LC50 value. The CompuSyn software was used to make qualitative assessments of the effects (synergistic, additive, and antagonistic) by calculating the combination index value (CI). RESULTS AND DISCUSSION: Significant acaricidal activity was reported against I. scapularis female adult ticks, particularly for thyme and white thyme EOs with an LC50 of 28.0 and 11.0 μg/μL, respectively. Lemongrass and geranium EOs reported a LC50 of 49.0 and 39.7 μg/μL, respectively. The significant acaricidal activity observed might be related to the presence of carvacrol (26.05%) and thymol (53.6%) in the thyme and white thyme EOs composition, respectively. The acaricidal activities of carvacrol and thymol have been reported to be effective against Amblyomma cajennense, Dermacentor nitens, Rhipicephalus microplus and R. sanguineus. The chemical analysis of lemongrass and geranium indicated geranial (48.4%) and citronellol (54.4%) as major components, respectively. These active ingredients are known to be effective repellents against arthropods. The interaction of EO compounds can lead to different outcomes, such as additive, antagonistic, or synergistic effects. An additive effect occurs when the combined effect is equal to the sum of the individual effects. Antagonism is observed when the effect of one or both compounds is less when they are applied together than when individually applied. A synergistic effect is observed when the combined effect is greater than the sum of the individual effects. Among the combination of two EOs in the dose-response study, lemongrass + geranium (LC50: 61.3 μg/μL) and geranium + thyme (LC50 89.5 μg/μL) resulted to have an antagonist interaction. Interestingly, the combinations of thyme + white thyme (LC50: 40.2 μg/μL), lemongrass + thyme (LC50:59.7 μg/μL), and geranium + white thyme (LC50: 33.1 μg/μL) showed synergism only in the 0.5xLC50 concentration. The combination of lemongrass + white thyme (LC50: 14.1 μg/μL) indicated synergistic interaction in the 0.25-, 0.5-, 1-, and 2-LC50 concentrations. When a synergistic combination is observed, it may offer a valid alternative to reduce the concentration of the individual substances and yet maintaining the same level of pest control. Presented results particularly for the combination of lemongrass and white thyme may be used as a reference for the development of future acaricide formulations. CONCLUSION: Among the tested EOs, thyme and white thyme had a significant acaricide effect on I. scapularis unfed female adult ticks. These compounds could be employed for the development of formulation with acaricidal and repellent activities that may contribute to control the spread of tick-borne diseases. Keywords: terpenoids, essential oils, synergistic, antagonistic, LC50. 31 Atividade citotóxica e apoptótica do extrato de Guatteria sp.em células MDA-MB-231 E MCF-10A Pablo de Carvalho Domingues1; Anuska Saraiva1, Sergio A. Frana2, Mateus L.B. Paciencia1, Ivana Barbosa Suffredini1,2. pablocarvalhodomingues@hotmail.com 1PPG Patologia Ambiental e Experimental, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, SP, Brasil; 2Núcleo de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, SP, Brasil Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Entre as linhas de estudos relacionados à terapia antitumoral destacam-se as ligadas à morte celular programada, muito relevante para essa doença que apresenta como principal característica o crescimento celular desordenado em qualquer tipo de tecido. Essas células sofrem mutações e adquirem características específicas de alta resistência aos sinais de homeostase. A via da apoptose é um alvo primordial para a ação de fármacos antitumorais, em particular, aqueles oriundos de fontes naturais OBJETIVO: Avaliar a citotoxicidade e a capacidade de indução à apoptose de extratos vegetais de Guatteria sp. E suas frações frente às células MDA-MB-231 e MCF-10A e sua capacidade de interromper o ciclo mitótico. METODOLOGIA: O extrato vegetal obtido de Guatteria sp. (autorização CGen/MMA12A/2008) foi submetido à separação em fases de partição clorofórmica (fase de partição CHCl3), butanólica (fase de partição BuOH) e aquosa (fase de partição H2O). Os tratamentos foram submetidos à avaliação da atividade citotóxica às células de tumor de mama metastática MDA-MB-231 e células normais de mama MCF-10A, no modelo de viabilidade celular do sulforrodamina B (SRB), nas concentrações de 50 µg/mL, 100 µg/mL e 200 µg/mL, realizados em 6 h, 12 h e 24 h. Por citometria de fluxo foram realizados ensaios para analisar parada do ciclo celular e identificar o percentual de indução de apoptose, necrose e morte das células. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No modelo de viabilidade celular do SRB verificou-se que a fração H2O foi a mais citotóxica 95%, seguida da fase de partição CHCl3 15% e da fase de partição BuOH 10% de letalidade respectivamente. Observou-se que as 6 horas posteriores ao tratamento são muito significativas para o aumento da porcentagem de apoptose observada nas células tratadas com o extrato bruto e suas fases de partição, em relação à curcumina, substância natural usada como referência, já na menor concentração testada, de 50 μg/mL, ao passo que, para necrose, os dados mais significativos ocorreram em 24 h para as células normais de mama. Nos outros tempos observados, verificou-se diminuição na porcentagem de apoptose induzida nas células tratadas com extrato e fases de partição, embora ainda maiores que a porcentagem de apoptose observada para curcumina. A fração de partição BuOH destaca-se pela elevada indução à apoptose em todos os tempos e concentrações testados. CONCLUSÕES: Em todos os tempos e concentrações observa-se uma significativa diminuição nas porcentagens de células vivas, o que indica que, por conta dos tratamentos, as células encontram-se em apoptose, necrose ou mortas. Palavras-chave: Cultura Celular, Morte Celular, Célula Tumoral, Floresta Amazônica, Metástase ,Citometria de Fluxo, Agradecimentos:UNIP, CAPES, FAPESP e CNPq. 32 Genética apoptótica em células MDA-MB-231 e MCF-10A na terapia antitumoral in vitro com o extrato de Guatteria sp. Pablo de Carvalho Domingues1; Anuska Saraiva1, Sergio A. Frana2, Mateus L.B. Paciencia2, Ivana Barbosa Suffredini1,2. pablocarvalhodomingues@hotmail.com 1 PPG Patologia Ambiental e Experimental, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, SP, Brasil; 2 Núcleo de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, SP, Brasil Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Na oncogenêse, vários eventos celulares podem ser desregulados. Há um aumento do crescimento e proliferação celular, maior resistência ao mecanismo de morte celular e maior suscetibilidade a instabilidade genômica e mutações, possibilitando as células tumorais a acumularem alterações em seu DNA. Essa desregulação é um reflexo de alterações na atividade ou expressão das proteínas constituintes das vias de sinalização celular. Um melhor entendimento da participação das vias de sinalização celular na progressão do câncer é um passo primordial para o desenvolvimento de metodologias terapêuticas para essa doença. Estudos com extratos de plantas são extremamente relevantes na descoberta de novos agentes químicos, em especial por conta da potencialidade de se identificar novos mecanismos de ação como agentes antitumorais. Guatteria sp. apresenta um grande potencial para a descoberta de novas moléculas naturais que apresentem atividade antitumoral. Pesquisa anterior demonstrou que o extrato dessa planta desencadeia morte celular por apoptose em células de câncer de mama OBJETIVO: Avaliar a expressão dos genes pró- apoptóticos BAX, BAD e BID, anti-apoptóticos BCL-2 e MCL-1 e do oncogene P53, envolvidos no processo apoptótico pela via intrínseca mitocondrial, por PCR Real Time e quantificar as proteínas de apoptose inicial, JNK, AKT, PT53, Caspase-8 e Caspase-9 envolvidas na cascata apoptótica, que são ativadas ou inibidas pelos genes pró-apoptóticos e anti-apoptóticos, por ensaio imunoenzimático de células de tumor de mama metastátivo MDA-MB-231 e de mama normais MCF-10A após tratamento com o extrato bruto de Guatteria sp. e três fases de partição, clorofórmica (FP.CHCl3), butanólica (FP.BuOH) e aquosa (FP.H2O). METODOLOGIA: Após os tratamentos com os extratos e suas fases de partição FP.CHCl3, (FP.BuOH) e (FP.H2O), as células foram coletadas e armazenadas em RNA later e foram analisadas quanto à expressão dos genes pró-apoptóticos BAX e BID, e anti-apoptóticos BCL2, MCL1, envolvidos no processo intrínseco mitocondrial de apoptose, e do oncogene P53, envolvido no processo de morte celular por apoptose na presença de falha gênica. Técnicas de RT-PCR, extração de RNA, DNAfree, transcrição reversa – cDNA, e de avaliação imunoenzimática foram empregadas para proteínas da apoptose precoce e avaliação dos genes expressos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o gene BCL-2 está mais expresso nas células MCF-10A em 6h, ao passo que fica expresso constantemente na célula tumoral, nos três tempos avaliados. Os genes BAX, BID e MCL-1 ficam muito estimulados nas células MCF-10A tratadas com Extrato Bruto em 6h, ao passo que as fases de partição CHCl3 e H2O estimulam a expressão deste gene para a célula tumoral. O gene TP53 está muito estimulado nas células normais, sendo que muito estimulada após tratamento de 6h com o extrato bruto em 6h e com as FP.CHCl3 e FP.BuOH em 24h. Já para as células MDA-MB-231, observa- se pouco estímulo, porém pouco mais elevado para a FP.H2O em 6h, e FP.CHCl3 e FP.BuOH em 12 h e extrato bruto em 24h. Observa-se que JKT está expressada após o tratamento das células MCF-10A com a FP.H2O, após 6 h de tratamento. A proteína BAD encontra-se mais evidente após 12 h dos tratamentos, independentemente de quais sejam, e para a FP.H2O, após 24h, nas células MCF-10A para as células MDA- MB-231, esta proteína está em maior quantidade nas células tratadas com os extratos e fases de partição, após todos os tempos analisados, sendo que após 6h, foi mais expressada após tratamento com a FP.H2O; as FP.BuOH e FP.H2O estimularam a expressão de BAD após 12 h e 24 h. A presença da proteína BCL-2 ocorreu mais nas células MCF-10A, após tratamento com a FP.CHCl3, em 6 h de tratamento. Nas células MDA-MB-231, esta proteína foi mais observada após tratamento com FP.BuOH e FP.H2O, após 12 h e 24 h do tratamento, além da FP.H2O tratamento de 6 h também ter sido observada em maior quantidade. CONCLUSÕES: Os genes pró-apoptóticos BCL-2, BAX, BID e MCL-1 encontram-se superexpressos na célula metastática, assim como as proteínas BAD, Caspase-9 e p53, em relação às células de mama normais Palavras-chave: DNA, Célula Tumoral, Floresta Amazônica, BCL-2, BAX, BID, BAD Agradecimentos: UNIP, CAPES, FAPESP e CNPq. 33 Potencial farmacológico do extrato e frações de Clusia grandiflora Amanda de Jesus Alves Miranda1; Aldilene da Silva Lima1; Josivan Régis Faria2; Marcelino dos Santos Rosário2; Ana Letícia Pires dos Santos3; Vinicyus Teles Chagas4; Rosane Nassar Meireles Guerra2; Cláudia Quintino da Rocha1; miranda.amanda@discente.ufma.br 1Doutorado em Química - Laboratório de Química de Produtos Naturais – Universidade Federal do Maranhão (UFMA); 2Laboratório de Imunofisiologia – Universidade Federal do Maranhão; 3Núcleo de Bioensaios Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP; 4Laboratório de Fisiologia Experimental – Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vivo e in vitro INTRODUÇÃO: A Clusia é o maior gênero neotropical entre as Clusiaceae, com cerca de 300 espécies em todo o planeta. Os principais constituintes bioativos do gênero são representados por xantonas, terpenos, cumarinas, biflavonoides e benzofenonas polipreniladas que despertam grande interesse biofarmacológico, devido a sua complexidade estrutural e várias atividades biológicas, como atividades antioxidantes, antimicrobianas, antibacterianas, antitumorais e anti-inflamatórias. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo investigar o potencial antioxidante do extrato etanólico e avaliar o potencial antimicrobiano do extrato e frações (diclorometano e aquosa) do fruto de Clusia grandiflora. METODOLOGIA: O extrato etanólico (EBCG) foi obtido pelo método da maceração com etanol: água (7:3) e particionado com diclorometano,obtendo a fração aquosa (FACG) e a diclorometano (FDCG). A atividade antioxidante do extrato e das frações foram avaliadas pela eliminação do radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH). As cepas padrão utilizadas para avaliação do potencial antimicrobiano foram as Staphylococcus aureus (ATCC®25923™), Escherichia coli (ATCC®25922™) e Candida albicans (ATCC®10231™), cedidas pelo laboratório de Imunofisiologia da Universidade Federal do Maranhão e o padrão testado foi o antibiótico Imipenem (IMP) . RESULTADOS E DISCUSSÃO: A atividade antioxidante do extrato, na concentração de 1000 µg.mL-1, demonstrou um percentual de 94,27% do potencial de inibição, e um IC50 = 22 µg.mL-1. O extrato bruto e a fração diclorometano mostraram-se ativas para os três microorganismos testados. O extrato apresentou concentração inibitória mínima (CIM) de 4,17 ± 1,80 µg.mL-1, menor que a do fármaco IMP (10,4 ± 3,61 µg.mL-1) contra bactérias gram positivas (Staphylococcus aureus), para a gram (-) a CIM de 2,08 ± 0,90 µg.mL-1, comparado ao fármaco IMP (41,7 ± 14,4 µg.mL-1). A fração diclorometano exibiu a CIM de 10,4 ± 3,61 µg.mL-1 para a gram (+), valor semelhante ao controle IMP e para a gram (-) a CIM de 16,7 ± 7,22 µg.mL-1, valor menor que o fármaco IMP (41,7 ± 14,4 µg.mL-1). CONCLUSÕES: Os resultados obtidos a partir deste estudo evidenciam o potencial biológico dos frutos de Clusia grandiflora como possívelagente farmacológico contra radicais livres e microorganismos. Palavras-chave: Frutos, Clusiaceae, Benzofenonas polipreniladas Agradecimentos: CAPES; FAPEMA, LQPN e a UFMA. 34 Avaliação da segurança in vitro de frações ricas em saponinas isoladas do resíduo de Agave sisalana pela técnica de cultura celular em 3D Flavia Scigliano Dabbur1; Patrícia Santos Lopes2; Jessica Nascimento da Silva Pinto2; Elissa Arantes Ostrosky3; Marcio Ferrari3. fladabbur@gmail.com1 1Faculdade de Farmácia – Cento Universitário Cesmac, Maceió - AL; 2Laboratório de Imunologia e Biologia Celular de Protozoários e Fungos da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, São Paulo - SP; 3Departamento de Farmácia – LACOS, Natal - RN. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A Agave sisalana (sisal) é originária no México e um dos metabólitos especiais de seu resíduo são as saponinas. Esses metabólitos são pertencentes à classe dos terpenoides e que têm como característica a presença de uma estrutura química formada por um esqueleto carbônico, ligado a resíduos de açúcar. Essa característica torna essas moléculas com propriedades anfifílicas, anfóteras ou tensoativas com ação detergente e emulsificante, como tensoativos naturais com potencial de inovação nas matérias- primas cosméticas de higiene pessoal. Estabelecer a segurança de um novo ingrediente cosmético envolve muitas etapas como identificação da composição química, propriedades físico-químicas e avaliações de segurança específicas in vitro e in vivo, que são recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Food and Drug Administration (FDA) e European Comission. Dentre os testes de segurança in vitro a técnica de cultura de células bidimensional (monocamada) é a mais utilizada, mas por sua vez alguns novos ingredientes possuem características que não são favoráveis à sua aplicação, como por exemplo as saponinas que apresentam atividade hemolítica. Por sua vez o modelo de cultura celular 3D por meio de um sistema de levitação baseado em nanopartículas magnéticas utiliza células humanas e conseguem evitar um núcleo necrótico oferecendo resultados mais congruentes. OBJETIVO: Avaliar a segurança in vitro de frações ricas em saponinas isoladas a partir de resíduo de A. sisalana pela técnica de cultura celular 3D (esferoides). METODOLOGIA: Foi proposto um modelo 3D in vitro de células Hacat (linhagem de queratinócitos humanos), de acordo com as metodologias in vitro de citotoxicidade descritos respectivamente pela International Standard Organization (ISO) 10993-5 (2009) e pela Organization for Economic Co-operation and Development (OECD) 129 (OECD, 2010) com o intuito oferecer um sistema que mimetizasse melhor o epitélio humano para avaliação in vitro de segurança de amostras de frações (FR6 e FR8) de saponinas com o objetivo de novo ingrediente cosmético. Cada uma das amostras foi testada em 3 diferentes concentrações (0,074, 0,0375 e 0,01875 mg/mL) e nomeadas (1), (2) e (3) respectivamente. O controle positivo utilizado foi o Triton-X e o como controle negativo não foi colocado amostra nas microplacas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das frações FR6 e FR8 demonstraram que todas as amostras apresentaram viabilidade celular (VB) superior ao controle positivo Triton-X. Nas amostras da FR8 foram obtidos valores de VB superiores ao da amostra FR6 em até 14,0%. Foi observado também que na menor concentração (0,01875 mg/mL) de ambas as amostras, FR6(3) e FR8(3), proporcionaram maior viabilidade celular quando comparadas às outras concentrações, 72,65% e 86,49% respectivamente o que faz sentido, ou seja, quanto menor a concentração maior a VB. Em outra pesquisa com fração obtida de resíduo de A. sisalana, onde continha 18,0% de saponinas dentre outros compostos, foi concluído por meio do teste in vivo pelo modelo de Caenorhabditis elegans que a fração estudada não apresentou toxicidade. CONCLUSÕES: Com base nos resultados obtidos nos testes in vitro de citotoxicidade em esferoides concluiu-se que as frações FR6 e FR8 são seguras e viáveis para serem utilizadas como biossurfactantes em produtos cosméticos. Palavras-chave: Avaliação de segurança, Saponinas, Agave sisalana, Fitocosmético, Fitoquímica. Agradecimentos: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN – Natal/RN) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP - São Paulo/SP). 35 Desenvolvimento de formulação tópica sob a forma de spot-on com bioativos microemulsionados para controle de pulgas em animais Ingrid Lins Raquel de Jesus1; Taynara Monsores e Silva1; Fernando Rocha Miranda1; Mathias Pittizer Silva2; Camyla Nunes e Silva2 ; Alice Ortega do Nascimento2; Isabelle Vilela Bonfim1; Anna Julia Bessa Fernandes1; Diefrey Ribeiro Campos1; Yara Peluso Cid3. raquellingrid@gmail.com 1Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, UFRRJ; 2Graduação em Farmácia, UFRRJ; 3Docente, Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar)UFRRJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O aumento da proximidade entre humanos e animais, levou ao aumento da preocupação em torno da saúde e bem-estar desses animais, como o controle da pulga Ctenocephalides felis felis, um ectoparasito de grande importância na área veterinária, cujo controle é feito com produtos sintéticos. Com o aumento de relatos de resistência dos parasitos ao tratamento e frente aos riscos que a exposição prolongada a estes produtos pode causar aos animais e tutores, além da contaminação ambiental, os produtos naturais correspondem a uma alternativa com atividade antiparasitária descrita na área veterinária. OBJETIVO: O presente trabalho visou desenvolver uma microemulsão para posterior incorporação em formulação sob a forma de spot-on, contendo associação de eugenol e carvacrol para o controle de adultos de Ctenocephalides felis felis, realizar sua caracterização físico-química, estabilidade preliminar; e avaliar sua eficácia residual e efeito knock down através de bioensaios in vitro. METODOLOGIA: As microemulsões foram desenvolvidas contendo mistura de tensoativos, co-solvente e bioativos em associação, preparando-se 9 combinações de fase oleosa e tensoativos, variando de 90:10 a 10:90, tituladas com água destilada até atingir o ponto de turvação, sendo possível determinar o máximo de água que cada combinação suporta para formar uma microemulsão translúcida. A partir da viscosidade da microemulsão, tamanho de gotícula e índice de polidispersão, prosseguiu-se o estudo apenas com a combinação 90:10, que foi deixada sob agitação por um período de 2 horas, para posterior incorporação à formulação final, que consistia na microemulsão com os bioativos em associação a 10% cada, antioxidantes, tensoativos, agentes acidificante e quelante, promotor de penetração, agente filmogênico, co-solvente e veículo, que foram submetidas aos testes de características organolépticas, pH, centrifugação, ciclo de congelamento e aquecimento, tamanho de gotícula, índice de polidispersão, índice de refração, condutividade elétrica e microscopia óptica. Para a realização dos bioensaios in vitro, utilizou-se o método de impregnação de papel filtro e na avaliação do efeito knock down, as avaliações foram realizadas nos tempos de 15, 30, 45 e 60 minutos, 2, 4, 6, 8 e 24 horas, analisando-se os mesmos indivíduos; para a eficácia residual, as análises foram realizadas diariamente, até não se observar mais mortalidade, substituindo-se os indivíduos após cada avaliação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Obteve-se uma formulação líquida com coloração amarelada translúcida, homogênea, sem precipitação, com média viscosidade, apresentando um tamanho médio de 310,38 nm com índice de polidispersão médio de 0,27, permanecendo estável por 60 dias, com as características necessárias para aplicação tópica em cães, como pH dentro da faixa de 5,5a 7,0, sem alteração quando submetida a centrifugação e ao ciclo de congelamento e aquecimento. Quando realizada a microscopia, foi possível observar gotículas esféricas sugerindo uma microemulsão do tipo óleo em água, dispersa em uma formulação água em óleo, devido à proximidade dos valores de índice de refração e condutividade da formulação com os bioativos isolados. Quanto ao efeito knock down frente a pulgas, a formulação spot-on apresentou 100% de mortalidade após 30 minutos do início da exposição, permanecendo com tal atividade durante as 24 horas de análise. Durante a avaliação da eficácia residual, a formulação apresentou atividade máxima nos primeiros 8 dias de análise, conforme o preconizado pela Agência Europeia de Medicamentos para registro de formulações pulicidas, sendo que a partir do 12º dia esta mortalidade ficou abaixo de 95%, reduzindo para 17% no 43º dia de análise. CONCLUSÃO: A formulação desenvolvida por meio da incorporação dos bioativos microemulsionados apresenta as características físico-químicas adequadas para aplicação tópica em animais de companhia e estabilidade por 60 dias, apresentando atividade pulicida com resultados promissores para prosseguimento dos ensaios in vivo, após avaliação da segurança e irritação dérmica destas. Palavras-chave: Ectoparasiticidas, Produtos naturais, Delineamento de formulações, Sistema microemulsionado. Agradecimentos: FAPUR e CNPq. 36 Estudo químico e avaliação das atividades antioxidante e antifúngica de extratos de folhas de Pleroma granulosum Raquel Maria Ferreira de Sousa1; Thaywane Azevedo Marques1; Anna Lívia Oliveira Santos2; Carlos Henrique Gomes Martins2; Carla de Moura Martins3. rsousa@ufu.br 1Instituto de Química e 2Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia-UFU, Uberlândia, MG; 3Instituto Federal Goiano, Campus Morrinhos, Morrinhos, GO. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O Brasil é um país que abriga uma grande diversidade de espécies vegetais e estudos têm sido realizados demonstrando a importância dos produtos naturais no desenvolvimento de novos medicamentos. Diante desse contexto, uma planta que é amplamente distribuída e de fácil acesso é a Pleroma granulosum (Desr.) D. Don, popularmente conhecida como Quaresmeira. Pertencente à família Melastomataceae, esta espécie possui poucos estudos, mas sabe-se que espécies do mesmo gênero têm apresentado atividades antioxidantes, anti-inflamatória e antimicrobiana. Nesse contexto, se faz necessário o estudo de atividades associadas à essa planta. OBJETIVO: Identificar os constituintes químicos e avaliar as atividades antioxidante e antifúngica de extratos das folhas da Pleroma granulosum (Desr.) D. Don. METODOLOGIA: A coleta do material vegetal foi realizada no município de Morrinhos, localizado na região sul de Goiás. Os extratos etanólicos e hexânicos das folhas foi realizado por maceração à temperatura ambiente até exaustão. A atividade antioxidante foi realizada pelos métodos sequestro do radical 2,2-difenil- 1-picril-hidrazil (DPPH) dado o resultado em concentração eficiente (CE50), e capacidade de redução de metal (FRAP) dado o resultado em µmol de Trolox equivalente/g de amostra. Foi realizado o teor de fenóis totais pelo método de Folin-Ciocalteau e o resultado expresso em mg equivalente de ácido gálico (EAG) por grama de extrato. A atividade antifúngica foi realizada pelo método de microdiluição em caldo contra espécies de Candida albicans, C. tropicalis e C. glabrata, e o resultado foi dado em Concentração Inibitória Mínima (CIM). Os metabólitos presentes nos extratos vegetais foram identificados através de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS-Q-TOF-Modo negativo e positivo). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato etanólico apresentou o maior teor de fenóis totais (193 mg EAG g-1), justificando a elevada atividade antioxidante determinada pelos métodos DPPH (CE50 6,07±0,28 µ gmL-1) e FRAP (1212,87± 14,05 ET µmol g- 1). Quanto à atividade antifúngica, o extrato etanólico apresentou excelente resultado, com CIM de 2,93 µg mL- 1 para C. albicans e C. glabrata, e 23,44 µg mL-1 para C. tropicalis. A prospecção fitoquímica indicou a presença de terpernos, esteroides, açúcares e compostos fenólicos. Na análise por espectrometria de massas foi possível anotar compostos da classe dos flavonoides como Catequina e Quercetina (glicosilada e não glicosilada), Luteolina e Isorhamnetina glicosilada, Rhamnocitrina; Proantocianidinas do tipo B e trímeros; Ácidos fenólicos como Ácido gálico, Ácido protocatecuico e Ácido 3-O-cafeoilquínico; Ácidos graxos como ácido tri-hidroxioctadecadienoico e ácidohidroxioctadecadienoico. CONCLUSÕES: Os resultados mostraram que o extrato etanólico das folhas da espécie P. granulosum apresenta grande quantidade de compostos fenólicos, destacando os flavonoides, o que pode justificar a elevada atividade antioxidante observada. Somado a isso, esse extrato se mostrou muito eficiente quando a atividade antifúngica, indicando que essa espécie de planta, embora normalmente utilizada apenas em ornamentações, pode ser muito promissora quanto à atividade biológica. Palavras-chave: Atividade biológica, Antioxidante, Espectrometria de massas, Caracterização química, Flavonoides, Quaresmeira. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPq, UFU, IF GOIANO e PPGQUI. 37 Comparação do eucalipto sobre Trypanosoma cruzi extraído à frio e por ultrassom sobre espécies de Candida Cibele da Silva Lira dos Santos1, Juliana Luna Bilheiro Peixoto2, Glaucia Sayuri Arita2, Isis Regina Grenier Capoci2, Danielly Chierrito de Oliveira Tolentino2, Daniela Cristina de Medeiros Araújo2, Ana Paula Margioto Teston2*. apmteston@gmail.com 1Departamento de Farmácia – UNINGÁ – PR, Brasil; 2Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá, PR, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: O óleo de semente de uva é um produto natural obtido a partir da prensagem das sementes da uva e/ou outros métodos extrativos. Possui uma série de propriedades benéficas para a saúde, incluindo atividade antimicrobiana. Dentre os microrganismos que são estudados frente ao óleo de semente de uva, destaca-se o gênero Candida, que inclui espécies de fungos patogênicos para os seres humanos. Estudos têm investigado o efeito do óleo de semente de uva sobre espécies de Candida, avaliando sua capacidade de inibir o crescimento e a formação de biofilmes desses microrganismos. Tais pesquisas indicam que o óleo de semente de uva pode ser uma alternativa natural para o tratamento de infecções causadas por Candida, apresentando potencial terapêutico e contribuindo para a busca por terapias mais eficazes e seguras. OBJETIVO: Comparar o efeito do óleo de semente de uva extraído por prensagem frio e por ultrassom sobre espécies de Candida. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa experimental in vitro utilizando óleo de semente de uva comercial, extraído a frio por prensagem (OPF) de acordo com o protocolo informado pelo fabricante; comparado com óleo de semente de uvas orgânicas, extraído por ultrassom (OUS) (Elmasonic, modelo P120). As alíquotas de óleos foram testadas em concentrações de 0,04% a 25%, por diluição seriada, em cepas de Candida parapsilosis, Candida albicans e Candida tropicalis cedidas pela Micoteca do Laboratório de Micologia Médica, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foram testadas duas amostras clínicas extraídas de unhas das mãos (Comitê de Ética - UEM, processo nº 2.748.843) e uma cepa padrão (American Type Culture Collection - ATCC22019) de cada espécie, estocadas a -20ºC. Foi avaliado a capacidade fungicida e/ou fungistática do óleo de semente uva in vitro, por meio da concentração inibitória mínima (CIM) com base no método de microdiluição em caldo. O inóculo das espécies de Candida foi ajustadoem 0,5x103 a 2,5x103 UFC/ml, em RPMI 1640 (Gibco). A CIM foi determinada após 24 horas de incubação a 35 ºC, por leitura visual. Para a avaliação da atividade fungicida dos óleos de sementes de uvas, alíquotas de 3 μl da CIM foram transferidas para placas de Ágar Saboraud (SDA), isento de drogas antifúngicas, e incubadas a 35°C por 24hs. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O óleo de semente de uva OPF, mostrou inibição mínima com concentrações iguais ou superiores a 25%, somente para C. parapsilosis e C. albicans, mas nenhuma atividade para cepas ATCC. Para o óleo OUS, notou-se atividade inibitória em concentrações a partir de 1,56% para a cepa padrão de C. parapsilosis, 25% para C. albicans e C. tropicalis e 3,12% para as cepas clínicas de C. parapsilosis, 6,25% para C. albicans e 25% para C. tropicalis. Quando as alíquotas foram transferidas para o Ágar Saboraud, o óleo de semente de uvas OUS impediu o crescimento de C. parapsilosis e C. albicans em concentrações muito menores do que o óleo OPF. Para C. tropicalis o óleo OPF não mostrou efeito algum, enquanto que o óleo OUS mostrou impedimento no crescimento em 25%. Tais fatos podem estar associados ao método de extração, ao tempo de armazenamento e/ou a variedade da uva da qual foi extraído o óleo. A produção e concentração de ativos flavonóides e demais compostos fitoquímicos, variam de acordo com a variedade e espécie da uva utilizada para a extração do óleo. CONCLUSÕES: O óleo de semente de uva OUS apresentou atividade fungicida frente a C. parapsilosis, C. tropicalis e C. albicans, agentes infecciosos que podem ser observados em vários isolados de infecção micóticas. A relevância do método empregado para extração de óleos deve ser considerada, mesmo que não levem ao melhor rendimento, mas podem refletir na melhor extração de ativos fitoquímicos com potencial farmacológico. Palavras-chave: Candida albicans, Candida parapsilosis, Candida tropicalis. Extração por ultrassom, Óleo de semente de uvas, Prensagem a frio. Agradecimentos: Uningá e Laboratório de Micologia Médica da Universidade Estadual de Maringá. 38 Efeito in vitro de óleo essencial de Eucalyptus globulus sobre Trypanosoma cruzi Bruna Medina Volpato1, Ana Paula de Abreu2, Marcella Paula Mansano Sarto2, João Carlos Palazzo Mello2, Thalita Prates da Silva2, Emilly Isabelli Teodoro da Silva2, Arney Eduardo do Amaral Ecker1, Daniela Cristina de Medeiros Araújo1, Max Jean de Ornelas Toledo2, Ana Paula Margioto Teston1*. apmteston@gmail.com 1Departamento de Farmácia – UNINGÁ – PR, Brasil; 2Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá, PR, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: Trypanosoma cruzi é o parasito causador da doença de Chagas (DCh), que é uma doença negligenciada e um sério problema de saúde pública mundial. Devido a um arsenal terapêutico restrito e inúmeros efeitos colaterais, tem-se a necessidade da busca por novas alternativas de tratamento. OBJETIVO: Avaliar o efeito tripanocida in vitro do óleo essencial de eucalipto (Eucalyptus globulus). METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa experimental in vitro, na qual foi utilizado óleo essencial de eucalipto (E. globulus) extraído por hidrodestilação por meio de arraste a vapor, sobre epimastigotas de T. cruzi. Foi utilizada a espécie de E. globulus cultivadas no Núcleo de Agronomia Experimental da Uningá. Foi utilizado inóculo de 1×106/mL de epimastigotas de Trypanosoma cruzi, derivados de cultura, pertencente a cepa Y, obtida do banco de cepas no Laboratório de Doença de Chagas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), mantidas em meio LIT em estufa B.O.D. a 28ºC, por 72 h. As epimastigotas foram incubadas em placas de 24 poços de fundo chato onde as diluições seriadas do óleo essencial foram aplicadas posteriormente nas concentrações finais de 100 µg/mL, 50 µg/mL, 10 µg/mL, 5 µg/mL e 1 µg/mL, por placa, em triplicata. Após 72h de tratamento com as diluições do óleo de eucalipto (E. globulus), foi adicionado formalina a 4% para imobilização dos parasitos sobreviventes. Uma alíquota foi retirada dos poços e colocada em câmara de Neubauer para a contagem das formas evolutivas. A partir da contagem de formas, foi calculada a concentração de óleo essencial necessária para inibir 50% das formas parasitárias (IC50) sendo calculada através das diluições do óleo em relação ao percentual de inibição. Os dados foram tabelados em Excel e a análise estatística realizada no software Biosestat 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Efeito tripanocida do óleo essencial de E. globulus foi maior nas concentrações de 5 µg/mL (54% de inibição) e 10 µg/mL (48% de inibição) (p<0,05). No entanto, apenas na concentração de 5 µg/mL alcançou o IC50. Outros achados mostraram que o efeito tripanocida é dose-dependente, enquanto que outros relataram ausência de atividade nas concentrações estudadas. Observaram que concentrações muito altas não apresentam efeitos tripanocidas. Como a análise foi realizada por microscopia convencional apenas para a contagem de parasitos, não foram utilizadas microscopias eletrônicas de varredura e de transmissão para que fosse possível inferir sobre o aspecto celular do parasito em relação ao tratamento. Porém, outros estudos sugerem que a ação dos óleos essenciais ocorre a nível citoplasmático, mas depende da permeabilidade da membrana celular. Tais informações podem justificar o fato de que a concentração de 5 µg/mL tenha sido a única a atingir a IC50, por ser mais permeável à membrana plasmática e atingir níveis celulares que promoveram a morte dos parasitos. CONCLUSÕES: O óleo essencial de E. globulus mostrou resultado satisfatório frente às formas epimastigotas de T. cruzi, especialmente na concentração de 5 µg/mL, quando alcançou a IC50. Os óleos essenciais podem ser considerados alternativas promissoras para tratamento de doenças parasitárias, como a doença de Chagas. Perspectivas futuras apontam para maiores estudos com outros modelos experimentais, como os estudos in vivo e com outras cepas de T. cruzi, assim como a avaliação de compostos isolados e combinados dos óleos essenciais que apresentaram maiores percentuais inibitórios. Palavras-chave: Epimastigotas, Eucalyptus globulus, Óleo essencial, Trypanosoma cruzi. Agradecimentos: Uningá e Laboratórios de Doença de Chagas e Laboratório Palafito da Universidade Estadual de Maringá. 39 Composição química de extratos da Própolis verde e avaliação in vitro na interação com a proteína Spike:ACE2 Debora Baptista Pereira1; Nataly de Souza Alves2; Neide Mara de Menezes Estefânio2; Mariana Freire Campos4,5; Rosane Nora Castro3; Yara Peluso Cid2; Gilda Guimarães Leitão6, Diego Allonos4, Suzana Guimarães Leitão4; Douglas Siqueira de Almeida Chaves1,2. debora.d94@hotmail.com 1Instituto de Química, Programa de pós-graduação em Química – UFRRJ, Seropédica/RJ; 2 Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Ciências Farmacêuticas – UFRRJ, Seropédica/RJ;3 Instituto de Química, Departamento de Química Orgânica – UFRRJ, Seropédica/RJ; 4Departamento de Produtos Naturais e alimentos, Faculdade de Farmácia – UFRJ; 5Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal – CCS – UFRJ; 6Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais – UFRJ; Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Entre os inúmeros produtos naturais, os ácidos fenólicos e flavonóides representam uma fonte importante de substâncias que possuem atividade antiviral contra vários tipos de vírus. Essas substâncias estão presentes em alguns tipos especiais de própolis, principalmente a verde, que tem sua atividade biológica associada à presença da artepilina C, seu marcador químico, além de ácido p-cumárico, drupanina e bacarina. Os constituintes presentes na própolis verde podem atuar bloqueando/inibindo a entrada do vírus ou mesmo atuando diretamente sobre ele, além de auxiliarnas inflamações e danos nos tecidos pulmonares causados pelo SARS-CoV-2, uma vez que a própolis verde apresenta propriedades que auxiliam no combate às inflamações pulmonares e na reparação aos danos do tecido pulmonar. OBJETIVO: Avaliar a composição química de extratos quantificados (fenóis totais, flavonoides e potencial antioxidante) de própolis verde, identificação de seus principais constituintes e sua eficácia na inibição da interação entre a proteína Spike e o receptor ACE2. METODOLOGIA: Foram preparados extratos de própolis por percolação (PP), maceração (PM) e ultrassom (PU) utilizando etanol a 70% (H) e metanol (Met) e estes foram submetidos a extração líquido-líquido com água e solventes de polaridade crescente tais como hexano (FH), acetato de etila (FAC) e n-butanol (FB). Os fenóis totais e os flavonoides foram quantificados por métodos espectrofotométricos (Folin-Ciocalteau e Cloreto de alumínio, respectivamente); e a atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos DPPH e FRAP. A investigação preliminar do mecanismo de ação dos extratos e frações foi realizado com o kit comercial Lumit™ SARS-CoV-2 Spike RBD:hACE2 Immunoassay. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos que apresentaram melhores teores na quantificação de fenólicos, flavonóides, FRAP e DPPH foram PPMet e PUH (45,12 e 19,45mg de gálico/100 mg de extrato, 109,57 e 37,12mg de quercetina/100 mg de extrato, 1263,22 e 807,15 mmol Fe(II)/100 mg de extrato e CE50 4,93 e 4,37 µg mL-1 respectivamente). Em relação às substâncias identificadas, os majoritários em todos os extratos, FH e FAC foram ácido p-cumárico (12;18%), drupamina (11;33%), bacarina (2;21%) e artepilina C (23;33%), onde PPH, PUM e FAC tiveram maior concentração de artepilina C (30.84%, 23.43% e 27.90% respectivamente). Com base nesses resultados, foi realizado teste com o kit comercial e extratos, onde os resultados de inibição da interação entre o domínio de ligação ao receptor (RBD) e o receptor ACE2 foram superiores a 75%, com exceção de FB (26,42%). CONCLUSÕES: Levando em consideração as variáveis envolvidas, é sugerido que a extração por percolação com metanol/etanol 70% seja a mais indicada para obtenção da artepilina C e a extração por ultrassom a mais indicada pelo custo e rapidez do processo. As frações enriquecidas e a utilização do kit indicaram que um ou mais constituintes têm potencial ação sobre o mecanismo de entrada do vírus em células hospedeiras, e dentre eles o marcador químico. Palavras-chave: Farmacognosia, própolis verde, Sars-Cov-2, artepilina C. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES, CNPq e Apis Vida. 40 Capacidade antioxidante e citotoxicidade in vitro de extrato padronizado das folhas de Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg em linhagem tumoral de glioblastoma U87-MG Virginia Moura Oliveira1; Luiza Sousa Honorato1; Edilene Santos Alves de Melo1; Dionys Souza Almeida2; Marx Osório Araújo Pereira2; Eric Sousa Gil2; Élson Alves Costa2; Rosy Iara Maciel Azambuja Ribeiro1; Renê Oliveira do Couto1; virginiamouraufsj@gmail.com 1Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO); 2Universidade Federal de Goiás (UFG). Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: As folhas de Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg são utilizadas na medicina complementar brasileira por suas propriedades diuréticas e no tratamento de dores no corpo, reumatismo, asma, cólicas, dispepsia, infecções urinárias e diabetes mellitus. Estudos recentes demonstraram que os extratos das folhas exibem propriedades antissecretória gástrica, gastroprotetora, anti-inflamatória, analgésica e antiproliferativas contra células tumorais de cólon e útero, o que tem sido atribuído à presença de fitoativos antioxidantes, como flavonoides, fenilpropanoides e terpenos. Não há evidências na literatura quanto à citotoxicidade de extratos de C. iguanaea em modelos de glioblastomas. Esses são um tipo de tumores cerebrais primários agressivos e que proporcionam baixa taxa de sobrevida. OBJETIVO: Determinar a capacidade antioxidante e avaliar a citotoxicidade in vitro do extrato acetato de etila padronizado das folhas de Celtis iguanaea (EAcCI) em linhagem tumoral de glioblastoma U87-MG. METODOLOGIA: O EAcCI foi obtido por Soxhlet (10 % m/v, 72 h) e rotaevaporado (40°C) sob vácuo até 150 mg/mL. O teor de flavonoides totais (FT, % m/m; equivalentes de rutina) foram determinados por espectrofotometria. Para a avaliação da atividade antioxidante foi usado o método do radical livre DPPH, determinando o IC50 do EAcCI. O perfil e termodinâmica de óxido-redução do EAcCI foram determinados por voltametria de pulso diferencial (DPV) e voltametria de onda quadrada (SWV), que renderam o índice eletroquímico (IE) da amostra. Em ambos os casos, o ácido ascórbico (AA) foi o padrão comparativo. A linhagem celular humana de glioblastoma U87 foi gentilmente cedida pelo Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital do Câncer de Barretos. As células foram cultivadas em meio DMEM com 1% de solução antibiótica, suplementada com soro fetal bovino (SFB), e mantido em estufa de CO2 a 37oC. As células foram semeadas (5 x 103 células/poço) em placas de 96 poços e tratadas com concentrações do EAcCI (0, 5, 25, 50,75 e 100 μg/mL) em DMSO (1%) e DMEM (sem FBS). O veículo foi utilizado como controle. A viabilidade celular foi determinada pela redução do MTT para formazan em 570 nm nos tempos de 24h e 72h. O IC50 foi estimado pela análise de regressão não-linear. Dados de duas populações foram comparados por Teste T pareado. Na análise do efeito dose-resposta, os dados foram comparados por ANOVA segundo dois critérios (concentração e tempo de exposição). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O teor de FT no EAcCI foi 0,49 ± 0,01%. No ensaio de DPPH, os IC50 obtidos foram de 236,7 ± 1,32 µg/mL e 7,9 ± 0,01 µg/mL para o EAcCI e AA, respectivamente (p < 0,05). A atividade antioxidante total evidenciou 5 picos anódicos para o EAcCI na análise de DPV (Ep1a = 0,015 V, Ep2a = 0,254 V, Ep3a = 0,37 V, Ep4a = 0,844 V e Ep5a = 1,06 V) e a SWV revelou 2 picos anódicos e 1 pico catódico (Ep1a e Ep1c = 0,254 V). Para o AA, foi observado um único pico anódico (Ep1a = 0,273 V). O resultado do IE para o EAcCI foi de 42,64 μA/V, i.e., 2,6 vezes maior do que o obtido para o AA (16,33 μA/V). Na avaliação da citotoxicidade, os IC50 obtidos para o EAcCI em 24h e 72h de tratamento foram 255,8 μg/mL e 324,9 μg/mL, respectivamente. Em maior concentração e tempo de tratamento, o EAcCI exerceu efeito proliferativo (p < 0,05). CONCLUSÕES: O EAcCI apresenta capacidade antioxidante apreciável e baixa citotoxicidade (> 100 μg/mL) frente a linhagem celular humana de glioblastoma U87-MG. Seu efeito na proliferação celular será o alvo de novos estudos do nosso grupo de pesquisa, e.g., em modelos de cicatrização de feridas. Palavras-chave: Celtis, Flavonoides, Antioxidantes, Glioblastoma. Agradecimentos: FAPEMIG (APQ-00584-22), UFSJ, CAPES (001) 41 Estudo farmacocinético do sal sódico do ácido perílico, um monoterpeno derivado do óleo essencial de cítrico Thais de Sousa Rolim1; Antonio Carlos Siani1; José Luiz Mazzei1; Francisco José Roma Paumgartten2, Davyson de Lima Moreira1,3. thais.rolim94@gmail.com 1Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 2Laboratório de Toxicologia Ambiental, ENSP, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 3Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O óleo essencial de laranja é rico em limoneno, um monoterpeno que pode ser bio-oxidado por leveduras específicas para produzir ácido perílico (PA), uma substância que vem sendo investigada quanto à citotoxicidade sobre linhagens celulares cancerígenas.1,2 PA também é o principal metabólito encontrado no plasma de animais após administração oral do agente antitumoralálcool perílico. O presente trabalho apresenta o estudo do perfil farmacocinético do sal perilato de sódio (PNA), obtido pela neutralização do ácido S-(-)-perílico com metóxido de sódio. O fundamento desta opção foi o ganho de solubilidade da molécula em água devido ao seu caráter iônico, o que contribuiria para sua maior biodisponibilidade. De fato, a atividade citotóxica do PNA foi superior a PA sobre linhagens HT-29 e HCT-116 (adenocarcinoma de cólon humano) (dados não publicados). Esses resultados apontam o PNA como um potencial candidato a fármaco anticâncer, o que leva à busca em aprofundar as investigações farmacológicas com essa molécula. O presente estudo estabelece dados farmacocinéticos em roedores para avaliar os parâmetros relacionados à dosagem e posologia de PNA em sistemas fisiológicos. A primeira etapa envolveu o desenvolvimento e a validação de um método cromatográfico a ser aplicado na determinação, em CLAE-DAD, de PNA no plasma sanguíneo de camundongos. OBJETIVO: Avaliar o perfil farmacocinético in vivo do monoterpenoide ácido perílico na forma do sal sódico. METODOLOGIA: O método para analisar PNA no plasma foi desenvolvido previamente em CLAE-DAD,4 sendo validado num Equipamento Shimadzu Nexera XR, utilizando uma coluna RP-fenil 250 mm × 4,6 mm × 5 μm, com leitura em 218 nm, e fase móvel isocrática 45:55 (v/v) de acetonitrila/ ácido acético glacial (pH 3,0), em 50 ºC e fluxo de 1ml/min. As amostras de plasma foram obtidas de camundongos Swiss machos, com idade entre 6 e 8 semanas, tratados por via oral com 30 mg de PNA (dissolvido em água destilada). Os intervalos de coleta de sangue foram de 5, 10, 15, 30, 60, 90 e 120 min após a administração a grupos com 5 animais cada. O sangue foi retirado por punção cardíaca em frascos heparinizados, com o plasma separado por centrifugação, sendo submetido à precipitação de proteínas, seguindo protocolo desenvolvido no laboratório de Toxicologia Ambiental.O sobrenadante foi separado e analisado por CLAE. A permissão para experimentação animal está registrada no CEUA/Fiocruz sob no. LW- 60/19. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo do perfil farmacocinético do PNA indicou boa absorção oral. A concentração máxima (Cmax) no plasma de 500 μg/mL do PNA foi atingida em 15 min (tmax) após a administração. A Cmax diminui para 260 μg/mL em 30 min. Após 120 min, a Cmax aproximou-se do Limite de Quantificação (3 μg/mL). Esse perfil farmacocinético sugere que o PNA é rapidamente absorvido e eliminado. Os animais não demonstraram nenhum desconforto após a administração da substância. CONCLUSÕES: Os resultados demonstram que PNA, como potencial candidato a fármaco, tem rápida disponibilidade por via oral. A próxima fase do trabalho consiste em determinar o perfil farmacocinético em outros roedores e analisar os metabólitos plasmáticos por CLAE-EM. Palavras-chave: Farmacocinética, Monoterpenoide, Ácido Perílico, CLAE-DAD. Agradecimentos: CAPES, PROEP/FAR/Fiocruz/CNPq 440023/2022-0, LABTOX/ENSP/Fiocruz. 42 Desenvolvimento de formulações sob a forma de spray contendo óleos essenciais contra pulgas em animais de companhia Camyla Nunes e Silva1, Ingrid Lins Raquel de Jesus2; Fernando Rocha Miranda2; Mathias Pittizer Silva1; Alice Ortega do Nascimento1; Diefrey Ribeiro Campos2; Yara Peluso Cid3. raquellingrid@gmail.com 1Graduação em Farmácia, UFRRJ; 2Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, UFRRJ; 3Docente, Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar),UFRRJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Os humanos e animais possuem um vínculo milenar, desde a caça até a domesticação dos animais de companhia. Devido esse laço cada vez mais estreito e a maior importância dos animais para seus tutores, surge uma preocupação relacionada à saúde desses animais, como as infecções causadas por ectoparasitos que podem infestar estes animais, muitos inclusive com caráter zoonótico. Os ativos sintéticos normalmente utilizados para tratar estas infestações, apresentam toxicidade ao animal, à saúde humana e ao meio ambiente. Para contornar esse problema, estudos com produtos de origem natural ganharam importância, dentre eles os óleos essenciais, que apresentam características ecofriendly e mostram ampla atividade inseticida contra diversos insetos. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma formulação tópica sob a forma de spray contra a pulga do gato Ctenocephalides felis felis, realizar análises físico-químicas; testes de estabilidade preliminar; e de eficácia residual in vitro. METODOLOGIA: Para o desenvolvimento da formulação spray, foram utilizados fitoinsumos; antioxidantes; agentes de acidificação e de tamponamento, promotor de penetração; tensoativo, quelante e veículo. Foram feitas três formulações, sendo um placebo, uma contendo óleo essencial de Illicium verum (anis estrelado) e uma contendo óleo essencial de Pelargonium graveolens (gerânio). Após preparo, as formulações foram armazenadas em frasco de vidro âmbar e transparente e ambos foram submetidos aos estudos de estabilidade, avaliando-se as características organolépticas, pH, centrifugação e ciclo de congelamento/aquecimento. O teste de eficácia residual in vitro foi realizado através da técnica de impregnação de papel filtro, em que impregna-se 200μL da formulação spray em tiras de papel filtro com 10cm², inseridas em tubos contendo 5 casais de pulgas adultas não alimentadas. Após 24 horas, avaliou-se a mortalidade das pulgas, substituindo as mesmas por 5 novos casais, realizando o procedimento diariamente até não se observar mais mortalidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após preparo, as formulações desenvolvidas contendo Illicium verum e Pelargonium graveolens apresentaram-se líquidas, sem coloração, translúcidas e homogêneas; e quando submetidas a centrifugação por 30 minutos a 3000 rpm e por 5 horas a 3800 rpm, permaneceram homogêneas, sem presença de precipitados ou separação de fases. Quando realizado o ciclo de congelamento/aquecimento, as formulações permaneceram inalteradas, sem observação de oxidação após aquecimento e incidência constante de luz. As formulações de Illicium verum e Pelargonium graveolens apresentaram pH de 6,08 ±0,13 e 6,49 ±0,23, dentro da faixa adequada para aplicação tópica em animais, que corresponde a faixa de 5,5 a 7,0. A caracterização físico-química foi realizada pelo período de 3 meses, mantendo as mesmas características de quando elaboradas. Quanto à eficácia, a formulação contendo óleo essencial de Illicium verum apresentou eficácia residual por 23 dias, levando aproximadamente 13 dias para reduzir sua atividade em 50%, sendo que no 18º dia a mesma ainda possuía 40% de atividade; a formulação contendo óleo essencial de Pelargonium graveolens por sua vez, apresentou eficácia residual por 12 dias, reduzindo sua atividade a metade após o 8º dia de análise. CONCLUSÃO: Com isso, conseguiu-se desenvolver uma formulação sob a forma de spray, com as características necessárias para a aplicação tópica nos animais de companhia e com atividade pulicida in vitro, apresentando potencial para uso no controle de infestações causadas pela pulga Ctenocephalides felis felis. Palavras-chave: Bioensaios in vitro, Produtos naturais, Ectoparasiticidas. Agradecimentos: FAPUR e CNPq. 43 Perfil fitoquímico e avaliação da atividade antimicrobiana in vitro de extratos etanólico de rasuras comerciais de Matricaria recutita L. Natasha Alves Rocha1; Letícia Geovanna Cartonilho Siqueira1; William da Silva Sousa1, Girlene Soares de Figueirêdo2, Johnnatan Duarte de Freitas3, Ticiano Gomes do Nascimento4, Yáscara Lopes de Oliveira1, Laécio Santos Cavalcante1, Beneilde Cabral de Moraes1; Valdiléia Teixeira Uchôa1. natashalvesrocha@gmail.com 1Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) - UESPI; 2Departamento de Parasitologia e Microbiologia, Universidade Federal do Piauí – UFPI; 3Departamentode Química, Instituto Federal de Alagoas – IFAL; 4Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A Matricaria recutita L., popularmente conhecida como camomila, é uma das plantas medicinais mais consumidas mundialmente. Seu amplo consumo ocorre devido a ação de seus compostos químicos bioativos, em especial aos compostos fenólicos apigenina e quercitrina, que se relacionam a atividade antifúngica e antibactericida. OBJETIVO: Diante disso, o presente trabalho propôs a realização do perfil fitoquímico de extratos etanólicos provenientes de nove rasuras comerciais de M. recutita, assim como a avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos frente as bactérias Staphylococcus aureus (ATCC- 25923) e Escherichia coli (ATCC-25922) e ao fungo Candida albicans (ATCC -10231). METODOLOGIA: Foram obtidas nove amostras de rasuras de camomila com diferentes fornecedores de produtos naturais na cidade de Teresina-PI. As amostras foram codificadas de A à I e, em seguida, foram preparados extratos etanólicos das rasuras em uma proporção de 2:10. Os extratos foram submetidos a verificação do perfil fitoquímico por meio da prospecção fitoquímica preliminar e da análise de nove compostos fenólicos com o auxílio de um Cromatograma Líquido de Ultra Eficiência (UPLC). Por fim, através da técnica de microdiluição seriada, determinou-se a concentração inibitória mínima dos extratos frente S. aureus, E. Coli e C. albicans. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com base nos resultados obtidos, podemos verificar que todos os extratos etanólicos de camomila apresentam compostos bioativos, incluindo taninos, flavonoides, catequinas e cumarinas. Os extratos etanólicos analisados exibiram os nove padrões previamente caracterizados. Dentre os nove padrões, os bioativos vitexina, amentoflavona e crisina mostraram-se como os componentes minoritários dos extratos referentes às amostras A, B, C, E (vitexina), D, F, H, I (amentoflavona), C e H (crisina). Embora tenham apresentado concentrações baixas, a acacetina e a pinocembrina demonstraram possuir percentuais estatisticamente consideráveis (>1 µg/mL) nos extratos etanólicos de M. recutita referentes aos codificados como B, D, E, F, G e H. Os bioativos apigenina, quercitrina, luteolina e catequina mostraram-se em maior concentração em todos os extratos, em especial na amostra F, com a concentração de 23,47µg/mL de quercitrina e na amostra D, com 24,30µg/mL de apigenina. Além disso, foi possível verificar a ação antimicrobiana dos extratos, que possuíram a ação de inibição antimicrobiana com a Concentração Inibitória Mínima para as bactérias e para os fungos igual a 6,25x103 µg/mL. CONCLUSÕES: Os extratos etanólicos de camomila indicaram uma rica variedade de compostos bioativos, incluindo taninos, flavonoides, catequinas e cumarinas, possuindo os derivados de flavonas apigenina, quercitrina, luteolina e catequina em maior concentração. A presença de tais flavonas comumente relacionadas a ação antimicrobiana justifica a atividade inibitória encontrada frente aos microrganismos S. aureus, E. coli e C. albicans, sugerindo um potencial uso em terapias antimicrobianas e como fonte de compostos bioativos para aplicações terapêuticas e nutricionais. Palavras-chave: Camomila, Antibactericida, Antimicrobiana, Compostos fenólicos. Agradecimentos: UESPI, UFPI, IFAL, UFAL e CAPES. 44 Estudo in silico e in vitro de chalconas sobre Helicobacter pylori Rodrigo Rezende Kitagawa1; Iago Tavares Spadeti1; Campili Mendes2; Ricardo Pereira Rodrigues1; Reginaldo Bezerra dos Santos3. rodrigo.kitagawa@ufes.br 1Departamento de Ciência Farmacêuticas - UFES, Vitória, ES; 2Programa de Pós-Graduação em Química – UFES, Vitória, ES; 3Departamento de Química – UFES, Vitória, ES Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O Helicobacter pylori é uma bactéria Gram-negativa, microaerofílica e urease positiva, que coloniza exclusivamente o epitélio gástrico humano de cerca da metade da população mundial, sendo que sua distribuição é maior nos países em desenvolvimento. A infecção por esse patógeno é considerada como principal agente etiológico de gastrite, úlcera péptica e carcinoma gástrico. Adicionalmente, H. pylori é classificado como carcinogênico de classe I pela organização mundial de saúde (OMS) para desenvolvimento de câncer gástrico. A prevalência global de Helicobacter pylori se deve aos fatores da sua virulência, aumento de resistência contra antibióticos amplamente prescritos e falta de adesão ao tratamento devido ao custo e possíveis efeitos colaterais, com isso, a busca por novas opções terapêuticas anti-H. pylori tornou-se prioridade em estudos científicos, no sentido de encontrar novas drogas eficazes e seguras. Neste contexto, no âmbito da descoberta de novos fármacos, as chalconas podem ser uma alternativa para encontrar novos inibidores mais potentes dada a sua diversidade estrutural e potencial atividade biológica. OBJETIVO: Avaliar o potencial anti-Helicobacter pylori de uma série de chalconas sintéticas através de estudos in silico e in vitro. METODOLOGIA: Foi realizada uma triagem virtual de 22 estruturas de chaconas obtidas por síntese orgânica para a seleção de um alvo biológico contra H. pylori, utilizando a Predição de Espectros de Atividade para Substâncias (PASS), servidor on-line, além da análise da similaridade de Tanimoto. Através desses estudos foram selecionadas 5 chalconas pela comparação de melhor valor, tanto pelo programa PASS, quanto pela similaridade de Tanimoto, e, posteriormente, docking molecular para avaliar interação das chalconas no sítio ativo da fumarato redutase, enzima que demonstrou no PASS alta probabilidade de atividade. Além disso, para a validação de modelo in silico das chalconas selecionadas, foi avaliado a atividade anti-H. pylori in vitro através de ensaio de microdiluição em caldo, a fim de determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida Mínima (CBM). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Infere-se que de todas as chalconas avaliadas no PASS, apenas cinco apresentaram probabilidade de atividade e/ou um alvo de ação anti-H. pylori, sendo promissoras inibindo a enzima fumarato redutase, tendo o valor de probabilidade de atividade (Pa) variando de 0,437 à 0,541. Assim, buscou-se na literatura inibidores reportados para fumarato redutase ao qual foi encontrada licochalcona A, no sentido de realizar a similaridade de Tanimoto comparando com o PASS das 5 chalconas com resultado promissoras, a saber: Benzalacetofenona (PASS - 0,541 / Tanimoto - 0,49); 2,4-metoxichalcona (PASS - 0,418 / Tanimoto - 0,8); 2-Metoxichalcona (PASS - 0,437 / Tanimoto - 0,7); 3-Metoxichalcona (PASS - 0,500 / Tanimoto - 0,55) e 4-Metoxichalcona (PASS - 0,532 / Tanimoto - 0,64). O resultado de atividade anti-H. pylori in vitro aponta as chalconas mais ativas, Benzalacetofenona e 2-Metoxichalcona, ambas mostraram CIM de 8 (µg/ml), seguidos da 3-Metoxichalcona com CIM de 16 (µg/ml), sendo que 2,4-metoxichalcona e 4-Metoxichalcona não apresentaram resultados satisfatórios. No entanto, nenhuma das chalconas ativas exibiram valor de CBM nas concentrações testadas, sugerindo atividade bacteriostática. Adicionalmente, docking molecular mostrou atividade promissora para Benzalacetofenona, 2-Metoxichalcona e 3-Metoxichalcona de interagirem no sítio ativo de furamato redutase mimetizando a ligação de hidrogênio com o resíduo de aminoácido Arg404.CONCLUSÕES: Os achados in silico indicam um potencial de interação com a enzima fumarato redutase para as três chalconas mais ativas in vitro, podendo estas serem candidatas a um futuro desenvolvimento de novos fármacos contra H. pylori. Palavras-chave: Anti-Helicobacter pylori, Furamato reductase, Chalconas, Triagem virtual, Docking molecular Agradecimentos: FAPES, CAPES e CNPq.45 Avaliação da eficácia no uso de solidagenona, obtida a partir da Solidago chilensis, no combate a esquistossomose Maria Clara Teixeira Cerri1; Ricardo Luís Nascimento de Matos2; Jéssica Bassetto Carra3; Andressa Maria Rorato Nascimento de Matos4; Breno Cézar da Silva5; Lizandra Guidi Magalães6 Ana Paula Frederico Rodrigues Loureiro Bracarense7; Janice Aparecida Rafael Arakawa8; Nilton Syogo Arakawa9; macerri2002@gmail.com 1Departamento de Ciência Farmacêuticas – UEL; Departamento de Ciência Exatas – UEL; 2 Departamento de Medicina Veterinário Preventiva – UEL; 3Laboratório de Pesquisa em Parasitologia – UNIFRAN4. Sessão temática: Atividades Biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença parasitária tropical causada pelo Schistosoma mansoni. O tratamento atual com praziquantel apresenta efeitos adversos como urticária, vômito e fraqueza. A Solidago chilensis, ou arnica brasileira, é uma planta pertencente à família Asteraceae foi demonstrado que o seu extrato bruto promoveu atividade contra o S. mansoni adulto. A solidagenona, um diterpeno furano lábdano, é um dos principais compostos bioativos da planta, encontrada em inflorescências, raízes e rizomas. Estudos indicam que a solidagenona apresenta diversos efeitos biológicos, incluindo atividade anti-inflamatória, gastroprotetora, anti-tumoral e leishmanicida in vitro e in vivo. Além disso, a solidagenona é uma molécula extremamente versátil que apresenta uma grande diversidade de análogos obtidos por modificações estruturais induzidas por microorganismos e/ou por semi-sintese. OBJETIVO: Avaliar a eficácia na motilidade/viabilidade in vitro de adultos de S. mansoni em resposta a diversas concentrações de solidagenona isolada a partir das raízes e rizomas de S. chilensis. METODOLOGIA: As raízes e rizomas da S. chilensis foram colhidas durante a floração e a exsicata foi depositada no Herbário da UEL (FUEL 54685) e registrado no SIGEN sob o código A14A92F. As partes subterrâneas foram secas em estufa a 37 °C e trituradas em moinho de facas para obtenção do extrato bruto diclorometânico. Este extrato foi submetido a cromatografia líquida a vácuo em gradiente crescente de polaridade, resultando em 9 frações. A fração 3 (4:1 hexano; acetato de etila) apresentou um precipitado branco que foi lavado e posteriormente submetido ao processo de recristalização. Os cristais obtidos foram avaliados por RMN 1H e 13C e HRMS. Após a identificação da solidagenona, o composto foi submetido a testes in vitro para avaliar a mobilidade dos vermes adultos de S. mansoni. Para isso, os vermes adultos foram cultivados e transferidos para placas de 24 poços contendo meio de cultura e incubados por 24 horas para aclimatação. Em seguida, 56 casais foram submetidos ao teste de mobilidade, utilizando 8 casais para cada tratamento: DMSO 0,5% (controle negativo), praziquantel (PZQ) (controle positivo) e cinco concentrações diferentes (3,125; 6,25; 12,5; 25 e 50 µM) de solidagenona. As análises foram realizadas em microscópio invertido em três tempos distintos (24, 48 e 72 horas) a fim de avaliar a mobilidade dos vermes, conforme escala de 0 a 3, de acordo com a mobilidade: 3 para vermes normais; 2 para movimentos lentos; 1 para movimentos severamente reduzidos; 0 para nenhum movimento, durante 2 minutos de observação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados dos parâmetros espectroscópicos dos cristais quando comparados a literatura, confirmaram que fora isolado 232 mg de solidagenona que possui massa de 316 g/mol e deslocamentos químicos característicos O diterpeno testado apresentou efeito redutor na mobilidade dos vermes adultos em 29,63%, 33,33% e 35,19% após 24, 48 e 72 horas, respectivamente na concentração de 50 µM. Quando comparado a literatura, outros compostos que possuem o anel furano mostraram atividade anti-esquistossomose in vitro, tais como: o ácido (-)-poliático e o ácido ent-hardwickiico, diterpenos, labdano e clerodano respectivamente. Ambos os compostos possuem um grupamento carboxílico e uma dupla ligação em parte de sua estrutura. O ácido ent-copalico, outro labdano que não possui o anel furano e apresenta um grupamento carboxílico e uma dupla ligação, contudo, sem indicar o efeito anti-esquistosoma, o que sugere a importância do grupo furano para o efeito esquistossomicida. CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, observa-se que a solidagenona isolada de Solidago chilensis reduz a viabilidade dos vermes adultos, portanto estudos com análogos contendo o anel furano devem ser realizados a partir dos processos de semi-síntese ou biotransformação, além da possibilidade do uso de ancoragem molecular ou ensaio in sílico, visando a melhoria de seu efeito esquistossomicida. Palavras-chave: Anel furano, Solidagenona, Solidago chilensis, Schistosoma mansoni, lábdano diterpeno. Agradecimentos: Fundação Araucária, CNPq, FAPESP, SETI -PR 46 Efeitos da suplementação de curcumina na doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica Odara Champoudry da Silva1; Maysa Souza de Alencar1; Lucas Martins França2; Bruno Araújo Serra Pinto2; Perla Lopes de Freitas2; Marisa Cristina Aranha Batista3; Karla Frida Torres Flister1. oc.silva@discente.ufma.br 1Departamento de Farmácia/ 2Departamento de Ciências Fisiológicas - Universidade Federal do Maranhão (UFMA); 4,5Coordenação do Curso de Enfermagem, Centro de Ciências de Pinheiro/UFMA, Pinheiro, MA. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (DHGADM) é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura hepática (5-10% nos hepatócitos), que ocasiona desde uma esteatose hepática simples, podendo evoluir para esteatose hepatite não alcoólica, levando a quadros mais graves ,como fibrose e carcinoma hepatocelular. A DHGADM é o distúrbio hepático de maior prevalência mundialmente, porém ainda há uma escassez de tratamentos eficazes na fisiopatologia dessa doença. Desse modo, a curcumina, um polifenol isolado da Curcuma longa L. , revela-se como um importante candidato para terapia da DHGADM. OBJETIVO: Investigar os principais efeitos terapêuticos da curcumina no tratamento da doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura com inclusão de pesquisas epidemiológicas e experimentais publicadas nos últimos 5 anos. Os descritores utilizados foram “non-alcoholic fatty liver disease” AND “curcumin”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A DHGADM tem como principais alterações metabólicas a resistência à insulina e o aumento da disponibilidade de ácidos graxos (AG) ao fígado. O excesso de AG no fígado promove estresse oxidativo que acarreta morte celular e inflamação hepática. Nesse sentido, estudos apontam a curcumina como uma potencial opção terapêutica para a DHGADM, devido suas ações antioxidante, anti-inflamatória e hipolipemiante. O efeito anti-inflamatório da curcumina envolve a redução de citocinas pró-inflamatórias, proteína C reativa e produtos da peroxidação lipídica. Enquanto sua atividade antioxidante promove o aumento da atuação de enzimas antioxidantes: glutationa peroxidase (GPX), da superóxido dismutase (SOD), heme oxigenase-1 (HO-1), sobretudo da homocisteína, que inibe a síntese do radical ânion superóxido. É importante ressaltar que além das atividades antioxidante e anti-inflamatória, a curcumina é capaz de retardar a progressão da DHGADM para fibrose, devido sua capacidade de inibir a síntese e induzir a apoptose das células estreladas hepáticas. Nessa perspectiva, é importante enfatizar que a suplementação com curcumina (1500 mg/dia por 8 semanas) ocasionou reduções significativas nos níveis de alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) de pacientes com DHGADM, indicando a redução de danos nos hepatócitos. Outrossim, a curcumina mostrou-se capaz dereduzir a hipertrigliceridemia, visto que esse polifenol atua regulando negativamente as enzimas e receptores envolvidos na lipogênese, tais como Acetil-CoA carboxilase, colesterol aciltransferase, 3-hidroxi-3- metilglutaril-coenzima, apolipoproteína B-100 e colesterol-aciltransferase,e por sua vez esse efeito também previne as complicações cardiovasculares da DHGADM. Entretanto, é importante enfatizar que a curcumina apresenta baixa biodisponibilidade oral, devido a sua baixa dissolução, requerendo um tratamento com doses de até 1,5g/dia por pelo menos 8 semanas para promover seus efeitos sobre a DHGADM, entretanto altas doses (>8g/dia) podem causar dor no estômago e náuseas e devem ser evitadas. CONCLUSÕES: A suplementação com curcumina é uma alternativa promissora para o tratamento da DHGADM por meio de distintos mecanismos de ação promovendo uma melhora significativa na progressão dessa doença. Palavras-chave: Curcumina, Fitoterapia, Hepatopatia gordurosa não alcoólica. Agradecimentos: Universidade Federal do Maranhão-UFMA. 47 Caracterização química e avaliação in vitro e in silico da atividade hipoglicemiante de Clusia grandiflora (Clusiaceae) Samuel dos Santos Soares Buna1, Amanda de Jesus Alves1, Aldilene da Silva Lima1, Cláudia Quintino da Rocha1. samuel.buna@discente.ufma.br 1Laboratório de Química de Produtos Naturais - UFMA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A prevalência de diabetes vem aumentando nos últimos anos, o que contribui para uma grave ameaça à saúde humana. Nesse sentido, surge a busca de hipoglicemiantes advindos de origem natural, os quais podem propiciar ótima ação farmacológica e com provável redução de toxicidade, efeitos colaterais e custos. Clusia grandiflora pertence à família Clusiaceae e é conhecida popularmente como “cebola berrante”, encontrada frequentemente no estado do Maranhão. Assim, tendo em vista a riqueza fitoquímica e biológica de espécies da família Clusiaceae e a utilização tradicional destas para diabetes, se propôs a realização deste estudo com Clusia grandiflora, haja vista seu potencial químico. OBJETIVO: Caracterizar os metabólitos secundários presentes no extrato dos frutos de Clusia grandiflora e avaliar seu potencial hipoglicemiante in vitro e in silico. METODOLOGIA: Os frutos foram secos, triturados e usados para preparação do extrato hidroetanólico, por percolação com etanol 70% (v/v). Em seguida, foi realizado o fracionamento do extrato por partição líquido/líquido usando diclorometano/metanol/água. As frações diclorometânica e aquosa, e extrato bruto, foram diluídas em acetonitrila grau HPLC para a obtenção dos perfis cromatográficos. A caracterização química foi feita através da Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). A avaliação do potencial hipoglicemiante foi feita in vitro, a partir do efeito inibitório da enzima α-glucosidase, utilizando a arcabose como inibidor padrão. A avaliação in silico foi realizada a partir de docagem molecular com o pacote AutoDock Vina. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a utilização da técnica LC-MS foram identificadas, no extrato bruto, dez substâncias pertencentes à classe das benzofenonas. No ensaio enzimático, o extrato bruto e a fração aquosa mostraram inibição sobre à enzima α-glucosidase. O extrato bruto foi capaz de inibir a atividade da enzima nas concentrações de 500, 250 e 125 µg/mL, com inibição maior que 50%, em comparação a arcabose (10 mg/mL) que apresentou inibição de 45%. O estudo in silico demonstrou o potencial de inibição da enzima α-glucosidase dos compostos identificados por LC-MS, havendo destaque para os compostos nemorosona, propolona C e garcinol, que tiveram representativa interação do complexo (enzima + proteína) e da proteína. O garcinol, através da dinâmica molecular apresentou menor variação durante os 42 ns, o qual manteve uma estabilidade e consequentemente uma melhor interação com o alvo. CONCLUSÕES: A partir deste trabalho, foi possível caracterizar metabólitos presentes no extrato e identificar a presença de diferentes compostos com potencial ação hipoglicemiante, conforme os ensaios enzimáticos e computacionais. No entanto, baseado no potencial químico, estudos mais detalhados como, interações sinérgicas e isolamentos de compostos deverão ser realizados para melhorar o potencial biofarmacológico da espécie. Palavras-chave: Diabetes, Frutos, Benzofenonas. Agradecimentos: UFMA, FAPEMA e CAPES 48 Inibição enzimática de SARS-CoV-2 Mpro e PLpro por fenólicos de Antiviral Medicinal Plants and Natural Products Database (avMpNp DB) Daniela Quadros de Azevedo1; Mateus Sá Magalhães Serafim2,3. Thaís Helena Maciel Rachel Oliveira Castilho1; Vinícius Gonçalves Maltarollo1; Anthony J. O’Donoghue2. daniquadrosazevedo@gmail.com 1Departamento de Produtos farmacêuticos - Faculdade de Farmácia (Fafar) – UFMG; 2Skaggs School of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences - University of California San Diego (UCSD); 3Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); 5Departamento de Matéria Prima , Faculdade de Farmácia, (UFRGS). Sessão temática: Atividade biológica de produtos naturais in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: A investigação por potenciais antivirais para o tratamento da COVID-19 e outras viroses entre plantas medicinais e substâncias isoladas da biodiversidade brasileira e outros ecossistemas mundiais, é uma relevante perspectiva para busca de novas opções terapêuticas. Há resultados de plantas medicinais e substâncias isoladas com atividade antiviral obtidos por vários grupos de pesquisa, e que devem ser ainda mais estudadas. A reunião desses resultados em BD para auxiliar a própria comunidade científica a alavancar suas pesquisas por meio do conhecimento que já existe, converte-se em uma ferramenta relevante para o desenvolvimento de novos fármacos e medicamentos. Nesse sentido, foi desenvolvido o banco de dados avMpNp DB (Antiviral Medicinal Plants and Natural Products database). avMpNp DB desempenha papel relevante como fonte de aquisição, organização e distribuição de conhecimentos voltados para a resolução de questões tão urgentes, como a busca de novos fármacos para COVID-19 e outras infecções virais. Suas informações já possibilitaram a seleção racional de substâncias promissoras para estudos in vitro e in vivo, as quais podem ser possíveis protótipos para o desenvolvimento de medicamentos, inicialmente para a COVID-19 e para outros vírus de impacto sobre a saúde pública. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é a avaliação da inibição enzimática in vitro de fenólicos promissores apontados por avMpNp DB, frente às enzimas Mpro e PLpro de SARS-CoV-2. METODOLOGIA: SARS-CoV-2 Mpro recombinante foi expressa em E. coli e purificada, enquanto a SARS-CoV-2 PLpro foi obtida da Acro Biosystems, PAE-C5184. A inibição enzimática das substâncias fenólicas foi avaliada na concentração de 20 μM. A IC50 foi avaliada para substâncias que inibiram a atividade enzimática em 50% ou mais. Os valores de IC50 foram calculados por regressão não linear e o desvio de cada ponto foi inferior a 10%. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após avaliação e curadoria das informações de substâncias bioativas com potencial antiviral selecionadas do avMpNp DB, os ácidos caféico, clorogênico, ferúlico, gálico e p-cumárico foram selecionados para ensaios de inibição enzimática in vitro. Entre os compostos inicialmente testados, ácido cafeico e ácido gálico inibiram pelo menos 50% da atividade do SARS-CoV-2 Mpro. Quanto aos ensaios de inibição enzimática com SARS- CoV-2 PLpro, com exceção do controle positivo GRL-0617, nenhuma das substâncias testadas inibiu pelo menos 50% da enzima a 20 µM. A IC50 obtida para os ácidos caféico e gálico frente a Mpro foi bastante promissora, revelando valores de 15.795 ± 0.155 μM e 6.308 ± 0.296 μM, respectivamente. O ácidocafeico é um dos componentes da matriz química de Baccharis dracunculifolia, uma planta nativa do Brasil, da qual se obtém a própolis verde. Estudos que investigaram o potencial da própolis verde contra os mecanismos de infecção pelo SARS-CoV-2 indicaram os efeitos inibitórios contra a ACE2 (enzima conversora de angiotensina 2) e TMPRSS2, que são importantes para a entrada viral na célula do hospedeiro. Além disso, a atividade antiviral da própolis verde para diversas viroses já foi in vitro e in vivo com resultados promissores. CONCLUSÕES: Das substâncias avaliadas, obtidas de avMpNp DB, frente à inibição das enzimas Mpro e PLpro de SARS-CoV-2, o ácido cafeico e o ácido gálico mostraram-se potencialmente promissores para novos estudos para o desenvolvimento de novos fármacos para o SARS_CoV-2. Adicionalmente, o desenvolvimento e manutenção de um sistema computacional online, avMpNp DB, alimentado com informações sobre produtos naturais e plantas medicinais com atividade antiviral foi uma ferramenta que forneceu informações químicas e biológicas de substâncias potenciais, para estudos de candidatos a fármacos antivirais. Palavras-chave: Antiviral, Banco de Dados, Inibição Enzimática, Produtos naturais, Plantas medicinais. Agradecimentos: CAPES. 49 Anti-leishmanial screening, cytotoxicity, and chemical composition of essential oils of two Lavandula species Ana Clara B. Maria1; Aline de S. Ramos1; Airton de J. Silva1; Maria Athana M. da Silva1; Jefferson Rocha de A. Silva2; Kamila M. Sette3; Igor A. Rodrigues3; Ana Claudia F. Amaral1. anaclarabm@gmail.com 1 Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 2Departamento de Química, UFAM, Manaus, AM; 3Departamento de Produtos Naturais e Alimentos, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUCTION: Leishmaniasis is a group of diseases classified as Neglected Tropical Diseases (NTD) and caused by protozoa from more than 20 species of the genus Leishmania, which lead to various health, social and biological problems. There are no vaccines against human leishmaniasis, but there are a number of drugs available for the treatment, but they present high toxicity and a series of side effects. As an alternative, the study of medicinal plants and their derivatives have been highlighted due to the complexity and presence of bioactive substances. In this context, there are two species of the genus Lavandula: L. dentata and L. sp, which are not native to Brazil, but have good adaptation. The compositions of the essential oils vary greatly depending on climatic conditions and collection sites, therefore establishing the chemical profile is important. OBJECTIVE: Obtain the EOs of L. dentata and L. sp, establish their chemical compositions, and evaluate their cytotoxicity and anti-leishmanial activities. METHODOLOGY: EOs were obtained through hydrodistillation using Clevenger aparattus for 2 hours and the chemical analysis were conducted by Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry (GC-MS) equipped with a DB-5 column (30 m X 0.25, 0,255 µm film thickness) and column temperature program starting at 40 °C, increasing to 300 °C at 5 °C/min. Helium was the carrier gas (1mL/min). The substances were identified by Wiley data system library of the equipment. The complementary assay of cytotoxicity in VERO cell lines were conducted by the MTT method with different concentrations and tested to calculate the cytotoxic concentration for 50% of cells in culture (CC50). Cell suspension and 1% DMSO were used as a positive control and 10% Tween 80 solution was used as a negative control. The anti-leishmanial screening was performed with promastigotes of Leishmania amazonensis by colorimetric assay using resazurin and the mean inhibition concentration (IC50) values were calculated and expressed in µg/mL. The species Lavandula sp. is under botanical identification process. RESULTS AND DISCUSSION: The chemical analysis of the EOs showed as major constituent of L. dentata, the monoterpene 1,8-cineol (45,14%), which is consistent with the literature data, while L. sp. presented endo- borneol (40.23%) as the main component. Both EOs showed proliferative and non-cytotoxic activity at concentrations ≥ 25 µg/mL, and it was not possible to calculate CC50 values. According to the results shown in the anti-leishmanial assay, it was also not possible to calculate the IC50 of the L. dentata EO as it failed to reach 50% cell inhibition, while the EO from L. sp. resulted in a positive inhibition above 300 µg/mL. CONCLUSIONS: The main compounds found in the EOs of L. dentata and L. sp. grown in Brazil are classified as monoterpenes. The evaluated EOs were not cytotoxic. L. dentata did not exhibit anti-leishmanial activity in this preliminary study, while L. sp. exhibited low activity. Keywords: Essential oil, Lavender, Leishmania, Monoterpenes, Cytotoxicity. Acknowledgment: PROEP/ CNPq 440011-2022-1. 50 Chemical profile and anti-leishmanial activity of the aqueous extract and fractions of Alpinia zerumbet ‘variegata’ leaves Thiago M. M. Freitas1; Jefferson D. da Cruz1; Maria Athana M. da Silva1; Ana Clara B. Maria1; Jefferson Rocha de A. Silva2; Kamila Marques Sette3; Igor A. Rodrigues3; Ana Claudia F. Amaral1. tmmfreitas99@gmail.com 1Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ; 2 Departamento de Química, UFAM, Manaus, AM; 3Departamento de Produtos Naturais e Alimentos, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUCTION: Alpinia zerumbet (Pers.) B. L. Burtt & R. M. Smith is a species from East Asia well adapted to Brazil and used in folk medicine, cooking and cosmetic products. In its chemical composition, the presence of flavonoids, aromatic hydrocarbons, phenolic acids, and terpenoids, among others, is noted. A variegation in the leaves of this species caused by the absence of chlorophyll in certain parts botanically designated it as Alpinia zerumbet (Pers.) B. L. Burtt & R. M. Smith 'Variegata' and increased its use as an ornamental plant. Despite the increase in the number of studies for the genus, the potential of A. zerumbet variegation remains unexplored, requiring further phytochemical and pharmacological studies. In addition, A. zerumbet 'Variegata' has few studies regarding its chemical composition and biological activities, as it is often treated as A. zerumbet. However, some studies indicate that despite their genetic proximity, they show differences in terms of chemical constituents. OBJECTIVE: Evaluate the chemical composition of the liquid liquid partition of the aqueous extract obtained from the leaves of A. zerumbet 'Variegata' and its anti leishmanial activity. METHODOLOGY: The aqueous extract of A. zerumbet 'Variegata' leaves was obtained through hydrodistillation in the Clevenger apparatus for 2 hours. The aqueous extract was submitted to liquid-liquid partition with hexane, dichloromethane and ethyl acetate, subsequently. The hexane fraction was analyzed by Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry (GC-MS) equipped with a DB-5 column (30 m X 0.25, 0,255 µm film thickness) and column temperature program starting at 40 °C, increasing to 300 °C at 5 °C/min. Helium was the carrier gas (1mL/min). The substances were identified by Wiley data system library of the equipment and data from literature. The anti-leishmanial assays were performed with the promastigotes forms of Leishmania amazonensis. RESULTS AND DISCUSSION: The chemical profile by TLC (silica gel) of hexane, dichloromethane, and ethyl acetate fractions showed, after using chemical reagents, mainly terpenoids and phenolic compounds. The analysis of the hexane and dicloromethane fractions by GC-MS presented two kavalactonesas major compounds: dihydro 5,6- dehydrokawain and 5,6-dehydrokawain, that are also found in A. zerumbet without variegation and have important associated biological activities. Both fractions exhibited anti-leishmanial activity with values of IC50 between 60 and 90 µg/mL. CONCLUSIONS: This study presents the chemical classes of A. zerumbet 'Variegata' by TLC profile and GC-MS analysis. The reported method to obtain the aqueous extract and consequently the organic fractions proved to be effective for quickly obtaining kavalactones as major compounds. Other studies are underway to evaluate the amastigote forms of L. amazonensis and cytotoxic activity of the bioactive fractions and compounds of this plant. Keywords: Alpinia, Hexane extract, Leishmania, Chromatography, Variegation. Acknowledgement: CNPq, FIOCRUZ, PIBIC. 51 Uso da quercetina na profilaxia da doença periodontal canina: atividade antimicrobiana e desenvolvimento de formulação Taynara Monsores e Silva1; Ingrid Raquel Lins de Jesus1; Giovanna P. V. Santos2; Matheus Eduardo C. da Silva2; Karen K. S. de Lima2; Mayara Gomes Oliveira2; Thereza Cristina C. Patricio1; Shana de Mattos de Oliveira Coelho3; Yara Peluso Cid4. taynaramonsores@hotmail.com 1Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias - UFRRJ; 2Graduação em Farmácia - UFRRJ; 3Departamento de Microbiologia e Imunologia Veterinária (DMIV) - UFRRJ; 4Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCFar) - UFRRJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A doença periodontal (DP) advém de uma inflamação progressiva devido ao acúmulo de placa bacteriana nos dentes e nos tecidos gengivais. Estudos de prevalência demonstram que mais de 70% dos cães adultos dispõem da doença. Porém, devido a ação da saliva e as atividades mecânicas, o tratamento disponível no mercado pode ser prejudicado. A inovação no desenvolvimento de formulações bucais é extremamente relevante devido à alta capacidade de absorção da cavidade oral. Além disso, a aplicação localizada reduz significativamente a possibilidade de efeitos colaterais e potencializa a eficácia terapêutica. O uso de plantas medicinais pode oferecer uma alternativa aos produtos sintéticos e ao combate da resistência bacteriana, tornando-se uma opção considerável para a higiene bucal em animais. A quercetina (QRC) é um flavonóide encontrado em diferentes espécies botânicas, e tem sido amplamente estudada por sua eficácia contra bactérias suscetíveis e resistentes. Além disso, possui atividade regenerativa dos tecidos moles e duros, os mesmos presentes na mucosa oral. Deste modo, a QRC se apresenta como uma molécula propícia para o desenvolvimento de uma formulação com propriedades mucoadesivas e tempo de residência prolongado, visando a prevenção da DP. OBJETIVO: O objetivo do trabalho foi determinar a concentração inibitória mínima (MIC) e a concentração bactericida mínima (CBM) de QRC frente a cepas bacterianas. Bem como, estimar a concentração do flavonóide a ser incorporada na formulação, desenvolve-la e caracteriza-la preliminarmente. METODOLOGIA: Para os ensaios de MIC e CBM, foram preparadas 9 soluções com concentrações na faixa de 31,25µg/mL à 500µg/mL de QRC solubilizada em dimeltilsulfóxido. Sua atividade foi testada frente a cepas sensíveis e resistentes de E. coli, S. aureus, S. pseudointermedius, Pseudomonas e Streptococcus. Já no desenvolvimento da formulação foi empregada a técnica de Solvent Casting, com uma etapa de secagem em estufa com circulação de ar à 60 °C por 24h. Seus ensaios preliminares dispuseram de análise de aspecto visual, espessura, pH de superfície, grau de intumescimento em saliva artificial (pH=8) e uniformidade de peso. Todas as análises foram realizadas em triplicata.RESULTADOS E DISCUSSÕES: Nos ensaios microbiológicos foi obtida MIC de 31,25µg/mL para todas as cepas testadas. A CBM para E. coli e S. aureus sensíveis foi obtida em 31,25µg/mL. Enquanto, para as demais seria necessária uma concentração acima de 500µg/mL. Estes resultados sugerem que a utilização de QRC em uma formulação é viável, uma vez que o valor de MIC é baixo para todas as cepas, incluindo as resistentes. Assim, foi possível o desenvolvimento de um filme com a seguinte composição: polímero formador de filme (4%), agente reticulante (0,6%), promotor de penetração (10%), solução conservante (5%), agente plastificante (5%) e ativo (0,5%). O produto apresentou coloração amarela e exibiu-se sem a presença de cristais, demonstrando que não houve precipitação de nenhum dos componentes. A espessura do filme obtida foi de 3 ± 1 mm, revelando- se apropriada para formulação oral, pois uma camada fina reduz o incomodo durante a aplicação. O pH de superfície apresentou valor médio de 6 ± 0,3, ou seja, próximo a neutralidade, sendo incapaz de induzir lesões na mucosa. Quanto a uniformidade de peso, análise que está diretamente associada a padronização da dose, foram obtidos valores de 0,0360 ± 0,0029 g/cm2.. No que se refere ao grau de intumescimento, em 5 minutos atingiu-se 202,8 ± 19,18 %. Estes valores estão em concordância com os parâmetros definidos na literatura, onde prevê que valores acima de 100% são adequados para auxiliar na capacidade de mucoadesão do filme e na liberação do ativo. CONCLUSÃO: Portanto, os testes até aqui realizados sugerem que a formulação contendo QRC apresenta características convenientes do ponto de vista microbiológico e farmacotécnico. Podendo ser considerada uma alternativa promissora para profilaxia da DP. Palavras-chave: Formulação veterinária, Atividade antibacteriana, Doença periodontal, Quercetina. Agradecimentos: CAPES, CNPq e FAPUR. 52 Caracterização química e biológica de óleos essenciais de quatro Plectranthus amboinicus Pedro Augusto de Souza¹; Cristiano Medri¹; Victor Hugo Montini²; Sérgio Paulo Dejato da Rocha²; Nilton Syogo Arakawa3; Ligia Erpen-Dalla Corte4; Luís Henrique Tutida Yokota4; Hideraldo Zampar Junior4; Onaur Ruano5. pedroaugusto.souza@uel.br ¹Departamento de Biologia Animal e Vegetal (BAV) – UEL; ²Departamento de Microbiologia (MIC) – UEL; 3Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) – UEL; 4Departamento de Agronomia (DA) – UEL; 5Pacha Mama Agroecologia, Ibiporã, PR. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A busca por antibióticos mostra-se cada vez mais necessária dada ao surgimento de mecanismos de resistência em microrganismos. Assim sendo, as plantas são uma fonte muito promissora de biomoléculas com diversas atividades biológicas: em especial as plantas aromáticas que, desde tempos antigos, são usadas como condimentos e remédios. Dentre as diversas plantas utilizadas, o gênero Mentha se mostra comum em usos populares. Logo, a espécie Mentha x piperita, muito utilizada industrialmente, produz diversos compostos voláteis que podem ser obtidos na forma de óleo essencial. Entretanto, uma variação genotípica é esperada dentro da espécie, podendo se observar distintas composições e teores em seus extratos e óleos essenciais. Dessa forma, explorar os vários quimiótipos conhecidos quanto a substâncias presentes e sua possível ação biológica podem ser uma alternativa viável para o descobrimento de novas aplicações para espécies comercialmente conhecidas. OBJETIVOS: Cultivo e obtenção dos óleos essenciais de quatro variedades de M. x piperita; determinação da composição dos óleos essenciais obtidos; e avaliação das atividades inibitória e bactericida dos óleos essenciais obtidos. MÉTODOS: O plantio das quatro variedades de M. x piperita (determinadas, nesse trabalho, como V1, V2, V3 e V4) foi feito em sistema agroflorestal. Os óleos essenciais foram obtidos por arraste a vapor e analisados em cromatografia gasosa-espectrometria de massas (CG-EM) para detecção dos compostos extraídos. Para determinar a concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericidamínima (CBM) contra Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922 foi utilizado método de microdiluição em caldo utilizando inóculo final ajustado para 5×106 UFC mL-1. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos de Shapiro-Wilk, Bartlett e Tukey. RESULTADOS E DISCUSSÃO: a composição dos óleos essenciais, determinada por CG-EM, mostrou que V1 indica como os principais metabólitos o mentol (77,53%), isomentona (12,67%) e acetato de mentila (3,37%); V2 possui mentol (45,08%), isomentona (21,73%) e pulegona (18,27%); V3 se mostrou abundante em pulegona (69,92%); por fim, V4 mostrou elevados teores de p-mentan-1-ol (97,46%), um monoterpeno não usual. Os óleos de V1 e V2 apresentam teores de mentol e isomentona comumente descritas na literatura; V3, devido a seus altos teores de pulegona, composto potencialmente tóxico para uso interno, apresenta potencial para estudos com foco em formulações de uso externo; V4 apresentou uma composição praticamente pura de um monoterpeno incomum. Os resultados das CIM em E. coli mostraram que V2 se é mais efetiva na concentração aplicada (0,39%), seguido por V3 (0,78%), V1 (1,56%) e V4 (6,25%); para CIM em S. aureus, as concentrações encontradas foram as mesmas que as determinadas para E. coli, exceto para V3, que demonstrou uma maior concentração (1,56%). Em se tratando de CBM: para E. coli, V2 (0,78%) se mostrou mais efetiva, seguida por V1 e V3 (ambos com 3,12%), tendo V4 (6,25%) como o resultado menos promissor; em relação a S. aureus, os valores encontrados foram os mesmos que os detectados para E. coli, salvo V3 (1,56%), que apresentou menor concentração para atividade biológica. Os resultados de CIM e CBM mostram que as variedades V1, V2 e V3 apresentam alto potencial para aplicação como antimicrobianos, em especial V2 que, com a menor concentração, apresentou ação inibitória e bactericida contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. O óleo essencial de V4 precisou ser aplicado em concentrações maiores para que algum efeito pudesse ser observado. CONCLUSÕES: Desta forma, o presente trabalho concluiu que as variedades V1, V2 e V3 confirmam o teor e a composição de monoterpenos descritas na literatura. V4 pode ser explorada, em estudos futuros, visando elucidar potenciais atividades biológicas dessa biomolécula. Quanto aos estudos antimicrobianos: as variedades das espécies de M. x piperita confirmam a atividade antimicrobiana dos óleos essenciais descritas na literatura, concluindo-se que o p-mentan-1-ol não apresentou potencial como agente antimicrobiano. Palavras-chave: Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Cromatografia, Mentha x piperita, Óleo Essencial. Agradecimentos: CNPq, FAPESP, SETI PR. 53 Perfil metabólico e potencial anti-hiperglicêmico de Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) Larissa A. Marques¹; Nayara Trindade Filgueiras¹; Leticia de P. Chaiben¹. Fabíola D. Rocha¹ fabiola.rocha@ufjf.br ¹Faculdade de Farmácia, UFJF, Juiz de Fora, MG. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A diversidade de atividades biológicas atribuídas ao gênero Eugenia tem sido documentada ao longo dos últimos 30 anos, especialmente em relação à inibição de enzimas metabólicas e daquelas envolvidas no processo inflamatório, além das atividades anti-hipertensiva, antimicrobiana e antioxidante, bem como usos no controle da glicemia e da lipidemia. Em relação aos metabólitos micromoleculares, constata-se uma constituição química complexa e variada, sendo caracterizada pela presença de sesquiterpenos, esteroides e triterpenos, mas prevalecem os metabólitos polifenólicos, tais como flavonoides, taninos, bem como ácidos fenólicos simples e seus derivados, os quais são descritos para os diferentes órgãos das plantas. O diabete melito (DM) tem como principal característica o estado hiperglicêmico, resultante da deficiência na secreção de insulina ou da incapacidade da insulina em exercer seus efeitos corretamente, gerando sérias complicações. Dentre as diversas abordagens terapêuticas no controle do DM, podemos destacar o uso dos inibidores das enzimas α-amilase e α- glicosidase, as quais estão envolvidas no metabolismo de carboidratos. Assim, inibidores dessas enzimas contribuem diretamente na redução da hiperglicemia pós-prandial. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi analisar o perfil dos metabólitos micromoleculares presentes nos ramos e folhas de E. uniflora L. (pitangueira), bem como verificar seu potencial anti-hiperglicêmico. METODOLOGIA: O perfil metabólico dos extratos hidroetanólicos de ramos (EEAgEu) e folhas (EEAfEu) de E. uniflora foi avaliado quali e quantitativamente através, respectivamente, de CCD e pela determinação do conteúdo de metabólitos fenólicos totais (CMFT) e de flavonoides totais (CFT). O potencial anti-hiperglicêmico foi verificado por ensaios in vitro de inibição das enzimas digestivas α- amilase e α-glicosidase. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A caracterização química por CCD, empregando- se diferentes sistemas eluentes e reveladores diversos, sugere a presença de terpenos, flavonoides e taninos, com predominância dessas duas últimas classes. O CMFT, expresso como equivalente em ácido gálico, foi determinado em 341,67± 45,8 e 399,46 ±33,28 mg EAG/g de EEAgEu e EEAfEu, respectivamente. O CFT foi de 3,49 ±0,1212 (EEAgEu) e 47,49 ± 2,25 (EEAfEu) mg EQ/g de amostra, expresso como equivalente em quercetina. Esses resultados estão em consonância com a literatura específica, sendo observado uma prevalência e riqueza em metabólitos fenólicos, os quais são considerados como marcadores químicos de Eugenia spp. Adicionalmente, verifica-se que os flavonoides representam uma pequena parte dos metabólitos fenólicos que constituem a espécie, havendo maior destaque para os taninos. Em relação a atividade anti- hiperglicêmica, as CI50 sobre a enzima α-glicosidase para o EEAgEu e EEAfEu foram, respectivamente, 0,70 ±0,02 µg/mL e 0,14 ±0,002 μg/mL, enquanto para a enzima α-amilase foram estabelecidas CI50 de 24,15 ±1,46 μg/mL e 49,61 ±1,0 μg/mL. A cinética de inibição da enzima α-glicosidase pelo EEAgEu foi estudada através da análise da variação da concentração do inibidor, do tempo de reação e da concentração do substrato. A construção do gráfico de Lineweaver-Burk permitiu a avaliação dos parâmetros Km e Vmáx, revelando um modelo de inibição pelo EEAgEu predominantemente mista. A análise de correlação de Pearson da atividade dos extratos sobre as enzimas α-glicosidase e α-amilase foram ≥ 0,9, o que representa uma correlação positiva e muito forte sobre ambas as enzimas envolvidas no metabolismo dos carboidratos. Assim como o CMFT e a inibição de ambas as enzimas, para os extratos testados, demonstrou uma correlação positiva e forte entre eles. Tais achados fortalecem a hipótese de que os metabólitos polifenólicos estejam correlacionados com as atividades biológicas atribuídas às Eugenia spp. CONCLUSÕES: Dessa forma, pode-se sugerir que os extratos hidroalcóolicos de ramos e folhas de E. uniflora apresentam potencial como possíveis novos alvos terapêuticos para o controle da hiperglicemia, destacando-se, principalmente, por mostrarem possibilidade de efeitos múltiplos benéficos no combate do diabete melito, bem como das complicações relacionadas a ele. Palavras-chave: Eugenia uniflora, Diabete melito, anti-hiperglicêmico, α-glicosidase, α-amilase. Agradecimentos: PROGRAD-UFJF 54 Efeito do extrato hidroetanólico e frações de Trichilia silvatica sobre a liberação do Fator de Necrose Tumoral in vitro Vera Lúcia de Almeida¹, Denise de Oliveira Scoaris¹, Andréia Fonseca Silva2, Júlio César D. Lopes3, Cláudia Gontijo Silva¹, Marina Pereira Rocha4, Priscilla Rodrigues Valadares Campana4 veluca2002@gmail.com ¹Serviço de Fitoquímica e Prospecção Farmacêutica, Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, MG; 2Empresa de pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Belo Horizonte,MG, 3Nequim, Departamento de Química, UFMG, Belo Horizonte, MG, 4Departamento de Produtos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, UFMG, Belo Horizonte, MG. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Trichilia silvatica C. DC., conhecida como "catiguá", é uma árvore de porte médio, endêmica no Brasil, utilizada pela população no tratamento de artrite e reumatismo. Nos extratos das folhas de T. silvatica foram isolados sesquiterpenos, esteroides e triterpenos. Estudos recentes realizados pelo nosso grupo de pesquisa com o extrato hidroetanólico de galhos (TSG-E) indicaram a sua atividade antioxidante (AAO) nos modelos do sistema β-caroteno/ácido linoleico e potencial redutor do radical DPPH. OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo realizar o fracionamento preliminar de TSG-E e a caracterização fitoquímica do extrato e frações obtidas além de avaliar o efeito dessas amostras sobre a liberação do fator de necrose tumoral (TNF) in vitro e sua atividade antioxidante. METODOLOGIA: Os galhos de Trichilia silvatica foram coletados em São José de Almeida, MG (PAMG 56319). O extrato hidroetanólico (2,1g) obtido por percolação (TSG-E) foi solubilizado em EtOH: H2O (3:7) e particionado sequencialmente utilizando n-hexano (TSG-H), DCM (TSG-D), AcOEt (TSG-A) e n-BuOH (TSG-B). As frações foram concentradas e a fração hidroalcóolica final foi liofilizada (TSG-HA). Os perfis em CCD do extrato e das frações foram obtidos e avaliou-se o efeito desses sobre a liberação do mediador pró-inflamatório TNF em células THP-1 estimuladas por LPS. Além disso, a AAO foi avaliada utilizando os modelos de co-oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoleico e de potencial redutor empregando o radical DPPH. Ambos os modelos foram realizados utilizando a CCD. Foram consideradas ativas aquelas amostras que apresentaram resultado positivo nos dois ensaios. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No extrato TSG-E foi detectada a presença de terpenos, ácidos orgânicos e flavonoides. Nas frações TSG-A, TSG-B e TSG-HA foi observada a presença de antocianidinas por CCD empregando o revelador vanilina sulfúrica. As amostras TSG-E, TSG-A, TSG-B e TSG-HA apresentaram AAO nos dois modelos utilizados. As frações TSG-HA e TSG-A inibiram a liberação de TNF em 88,3 ± 1,3 e 70,8 ± 1,7 %, respectivamente, sugerindo que constituintes de polaridade média a alta, como os flavonoides e as antocianinas podem ser os responsáveis pela AAO e pelo potencial anti- inflamatório observado. CONCLUSÕES: Pode se concluir que os extratos TSG-HA e TSG-A foram as amostras que apresentaram maior porcentagem de inibição de liberação da citocina TNF, além de apresentarem AAO em CCD. Esses resultados estão em acordo com o uso popular da espécie Trichilia silvatica para tratamento de doenças inflamatórias e, futuramente, estes extratos serão avaliados em outros modelos in vitro e in vivo para confirmação de seu potencial anti-inflamatório, e fracionados buscando o isolamento das substâncias bioativas. Palavras-chave: Trichilia silvatica, Cromatografia de camada delgada, mediador pró-inflamatório TNF. Agradecimentos: FAPEMIG (Processo Nº APQ-00373-21) 55 Avaliação do potencial citotóxico de extratos de Cordia glabrata Mart. A.DC. (Boraginaceae) in vitro Luanne Karolyne Leal dos Santos1; Bryan Wender Debiasi1; Dênia Mendes de Sousa Valladão1; Marina Mariko Sugui1. marina.sugui@ufmt.br ¹Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Sinop, MT. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: As espécies do gênero Cordia spp. apresentam diversas propriedades biológicas, químicas e terapêuticas, sendo muito utilizadas pela medicina popular como anti-inflamatório, analgésico, antioxidante, antibiótico e antifúngico. Visto que na literatura existem poucos estudos relacionados aos efeitos biológicos e tóxicos da espécie Cordia glabrata (Mart.) A.DC. torna-se de extrema importância verificar a toxicidade presente em seu extrato, para identificar um possível efeito nocivo para a saúde da população. OBJETIVO: Avaliar o potencial citotóxico dos extratos de flor, folha e fração flavonoide de Cordia glabrata em cultura de células de rim de macaco verde africano (VERO e VERO E6). METODOLOGIA: Para a avaliação da atividade citotóxica in vitro, foi utilizado o teste de viabilidade celular por exclusão com azul de tripan, realizado em triplicata. Foram plaqueadas 0,25x 106/mL células VERO e VERO E6 por concentração testada (5.000, 2.500, 1.000, 200, 100 e 50 μg/mL) dos extratos. As células VERO e VERO E6 foram incubadas com o extrato da flor, folha e fração flavonoide de Cordia glabrata e mantidas em incubadora por 3 horas. A viabilidade celular foi verificada pelo teste de exclusão de tripan em câmara de Neubauer, as células não viáveis coram-se de azul. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos em cultura de células VERO mostram que o extrato da folha de Cordia glabrata foi significativamente citotóxico nas concentrações maiores (5.000, 2.500 e 1.000 μg/mL), não havendo a possibilidade de proliferação celular quando comparado com controle negativo. Por outro lado, não foram observados efeitos citotóxicos com o extrato da flor de Cordia glabrata em todas as concentrações testadas. Em relação aos resultados obtidos com cultura de células VERO E6, a fração flavonoide apresentou potencial citotóxico nas concentrações de 5.000 e 2.500 μg/mL, enquanto que o extrato da flor mostrou atividade semelhante as células VERO. Na literatura, estudos realizados referentes a citotoxicidade de outras espécies do gênero Cordia, mostram que algumas espécies também apresentam potencial citotóxico relevante in vitro. Embora extratos de Cordia glabrata apresentem a presença de compostos fenólicos e flavonoides, fatores ambientais podem interferir na concentração destes compostos, comprometendo assim suas propriedades biológicas. CONCLUSÕES: Nas condições realizadas, os extratos da folha e da fração flavonoide de Cordia glabrata apresentam efeito citotóxico sobre as células VERO e VERO E6, respectivamente, nas maiores concentrações. Contudo, o extrato da flor não mostrou potencial citotóxico em ambas linhagens celulares. Sendo assim, considerando a escassez de estudos que elucidem as atividades biológicas e tóxicas de Cordia glabrata, o estudo realizado ressalta a relevância na avaliação de risco quanto ao uso medicinal das flores e folhas da Cordia glabrata pela população. Palavras-chave: Cordia glabrata, Citotoxicidade, Células VERO, Células VERO E6. Agradecimentos: CNPq. 56 Efeito quimioprotetor de extrato de Callisthene fasciculata Mart. in vivo Mayara Verônica Dahmer1; Bryan Wender Debiasi1; Dênia Mendes de Sousa Valladão1; Marina Mariko Sugui1. marina.sugui@ufmt.br ¹Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Sinop, MT. Sessão temática: 2. Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Callisthene fasciculata Mart., conhecida como carvoeiro ou carvão-branco, é utilizada pela população para tratamento de hepatite, problemas estomacais e renais, icterícia e anemia. Por outro lado, há poucos relatos sobre o uso medicinal de Callisthene fasciculata na literatura, bem como estudos que assegurem o seu uso como agente terapêutico. OBJETIVOS: Avaliar a ação do extrato de Callisthene fasciculata sobre danos induzidos pelo N-etil-N-nitrosuréia (ENU) ao DNA de células da medula óssea de camundongos Swiss machos através do teste de micronúcleo, bem como a atividade citotóxica do extrato em cultura de células em teste in vitro. METODOLOGIAS: O extrato bruto de Callisthene fasciculata foi preparado a partir de folhas secas e maceração com etanol:água (70:30) por 7 dias, após foi utilizado rotoevaporador para obtenção do extrato seco. Para o teste do micronúcleo foram utilizadoscamundongos Swiss machos (6 animais/grupo; Protocolo no. 23108.992455/2018-80, CEUA/UFMT) que foram tratados, via gavagem, por 15 dias consecutivos com o extrato aquoso de Callisthene fasciculata e no 15º. dia receberam tratamento intraperitoneal com NaCl 0,9% ou ENU (50 mg/Kg). Após 24 horas do tratamento intraperitoneal, os animais foram sacrificados para coleta das células da medula óssea e avaliação da frequência de eritrócitos policromáticos micronucleados (MNPCE). Para o teste de viabilidade celular por exclusão com azul de tripan foram utilizadas as células de ovário de hamster chinês (CHO) tratadas por 3 horas com concentrações de 5000, 2500, 1000, 200, 100 e 50 µg/mL do extrato de Callisthene fasciculata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos mostram que o pré-tratamento com o extrato aquoso de Callisthene fasciculata reduziu significativamente (p ≤ 0,001) a frequência de MNPCEs induzidos pelo ENU quando comparado com o grupo controle positivo, apresentando efeito antimutagênico. Por outro lado, também foi observado efeito mutagênico no grupo tratado somente com o extrato aquoso de Callisthene fasciculata. O teste de citotoxicidade pelo azul de tripan mostrou viabilidade celular em todas as concentrações avaliadas do extrato. A partir dos dados obtidos foi possível observar que o extrato aquoso de Callisthene fasciculata pode conter substâncias que se comportam como agente antigenotóxico ou genotóxico dependendo das condições utilizadas e que estudos fitoquímicos são necessários para elucidar a composição química da espécie estudada, principalmente compostos com potencial antioxidante. Por outro lado, o estudo realizado é o primeiro em avaliar o potencial antimutagênico de extrato aquoso de Callisthene fasciculata, já que não foram encontrados nenhum relato na literatura sobre o possível efeito quimioprotetor da espécie. CONCLUSÕES: Nas condições realizadas, o estudo sugere que o extrato aquoso de Callisthene fasciculata possui um efeito quimioprotetor para o câncer e sem potencial citotóxico, mas possuem compostos com possível ação genotóxica, ressaltando a importância de alguns cuidados para quem faz o uso terapêutico indiscriminado do carvoeiro. Palavras-chave: Callisthene fasciculata, Quimioprevenção, Genotoxicidade, Citotoxicidade, Micronúcleo. 57 Avaliação da atividade antibacteriana de Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze Thamyres Freitas Fernandes1; Carlos Alexandre Holanda2; Richard Pereira Dutra1,2; Victor Alves Carneiro4, Queli Cristina Fidelis1,3. qc.fidelis@ufma.br ¹Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia – CCSST/UFMA, Imperatriz, MA; 2Coordenadoria de Ciências Naturais – CCSST/UFMA, Imperatriz, MA. 3Coordenadoria de Ciência e Tecnologia CCBL/UFMA, Balsas, MA; 4Nucleo de Bioprospecção e Experimentação Molecular Aplicada – NUBEM, UNINTA, Sobral, CE. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Diversos estudos têm se concentrado no desenvolvimento de formulações mais efetivas para suprimir e eliminar microrganismos que podem causar doenças infecciosas. Isso ocorre devido à crescente resistência bacteriana aos antibióticos disponíveis, o que se tornou um problema de saúde pública. Portanto, a busca por novas alternativas é crucial e os recursos naturais podem ser uma boa opção para solucionar essa problemática. A espécie Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze é uma planta da família Lamiaceae, utilizada na região norte e nordeste do Brasil, principalmente pelo uso popular no tratamento de acidentes ofídicos. Estudos científicos preliminares já demonstraram atividade anti-inflamatória e moduladora do sistema imunológico, além da presença de ácido rosmarínico, rosmarinato de butila, ácido protocatecuico, ácido cafeico e aldeído protocatecuico, substâncias com potencial antibacteriano. OBJETIVO: O presente trabalho avaliou a atividade antibacteriana de frações da parte aérea de Marsypianthes chamaedrys in vitro e sua composição química. METODOLOGIA: O extrato etanólico da parte aérea da espécie foi obtido por maceração a frio, concentrado em rota-evaporador e seco a temperatura ambiente. Uma parte do extrato foi submetido a fracionamento por partição obtendo três frações, fração hexânica, diclorometano e acetato de etila. As três frações foram avaliada em ensaio de Concentração Inibitória Mínima (CIM) usando as cepas Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. A fração de maior atividade bacteriana foi analisada por espectrometria de massas sequencial para identificação de seus constituintes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A fração diclorometano apresentou efeito antibacteriano contra S. aureus e P. aeruginosa com um CIM de 200 μg.mL-1 para ambas as cepas, enquanto as demais frações não apresentaram CIM nas concentrações testadas. A análise de espectrometria de massas da fração em diclorometano revelou a presença de 18 compostos, sendo catorze ácidos fenólicos, dois flavonoides e dois ácido graxos. CONCLUSÕES: A fração em diclorometano apresentou atividade antibacteriana moderada, sendo o primeiro relato da ação antibacteriana para essa espécie. Entre os constituintes fenólicos identificados nessa fração, quatro são marcadores quimiotaxonômicos da família Lamiaceae. Palavras-chave: Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Lamiaceae, Compostos fenólicos, Flavonoides. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 58 Atividade Anti-inflamatório de frações das folhas de Gustavia augusta L. (Ericales: Lecythiaceae) Queli Cristina Fidelis1,2, Efraim Costa Pereira1,2, Aramys Silva dos Reis3, Richard Pereira Dutra4. qc.fidelis@ufma.br ¹Programa de Pós-graduação em Saúde e Tecnologia - CCSST/UFMA, Imperatriz, MA; 2Coordenadoria de Ciência e Tecnologia CCBL/UFMA, Balsas, MA; 3Coordenadoria de Medicina – CCSST/UFMA, Imperatriz, MA; 4Coordenadoria de Ciências Naturais – CCSST/UFMA, Imperatriz, MA. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A medicina tradicional de países como a Índia, Sri Lanka, Gana, Nigéria, Camarões e Brasil utiliza folhas, frutos e cascas do caule de várias espécies de Lecythidaceae para tratar principalmente dor, inflamação, feridas, ulceras e doenças parasitárias como malária e leishmaniose. No meio científico a família Lecythidaceae tem ganhado destaque por exibir uma potente ação anti-inflamatória. No Brasil, as Jeniparanas são espécies pertencentes ao gênero Gustavia, família Lecythidaceae, que apresentam propriedades medicinais como atividade anti-inflamatória ainda pouco estudada. OBJETIVO: O presente trabalho buscou determinar a atividade anti-inflamatória das folhas de Gustavia augusta L. METODOLOGIA: O extrato etanólico das folhas foi fracionado em coluna de gel de sílica (70-230 mesh) usando os solventes hexano (HEX), diclorometano (DCM), clorofórmio/metanol-7:3 (CFM-7:3), clorofórmio/metanol-1:1 (CFM-1:1) e metanol (MET), em ordem crescente de polaridade gerando cinco frações. Para avaliar a ação anti- inflamatória de extrato e frações utilizou a metodologia de determinação de níveis de nitrato/nitrito pela reação de Griess. Nesse ensaio macrófagos RAW 264.7 foram cultivados em placa de 96 poços com diferentes concentrações de extrato e frações em diferentes concentrações (100-400 μg /mL) a 37 °C e 5% de CO2. Após 48 horas, em uma nova microplaca foram adicionados 50 µL do sobrenadante e 50 µL de reagente de Griess em cada poço. Após 10 min à temperatura ambiente e protegida da luz a leitura da absorbância foi realizada em 550 nm usando o leitor de ELISA. Os resultados foram obtidos por interpolação das absorbâncias das amostras em relação a uma curva-padrão com nitrito de sódio. Os resultados foram convertidos em percentual de inibição e expressos como µg de nitrato/nitrito por mL. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A fração HEX apresentou a melhor ação anti-inflamatória ao inibir a produçãode Óxido Nítrico (NO) em mais de 90%. A fração CFM-7:3 foi capaz de inibir a produção de NO em 80%, sendo a segunda melhor ação inibitória na concentração de 400 µg/mL. No entanto as frações CFM1:1 e MET reduziram a produção de NO em aproximadamente 25%, na concentração de 400 µg/mL. CONCLUSÕES: A capacidade das frações apolares em reduzir a produção de NO corrobora os usos medicinais das espécies da família Lecythidaceae. Esse é o primeiro estudo biológico das folhas de G. augusta L. Palavras-chave: Extrato; Frações; Macrófagos; Óxido nítrico; Anti-inflamatório Agradecimentos: FAPEMA, CAPES e CNPq. 59 Análise fitoquímica de frações do extrato bruto de Echinodorus macroplhyllus e seu potencial antinociceptivo Bruna de Paiva Martins1, Daniele Corrêa Fernandes1, Carlos Roberto Machado Gayer1, Thayane Vieira de Sousa1, Lygia Silva Pereira Faustino Henrique1, Felipe Aprigio1, Rafaella Ferreira Alves1, Shirley Vânia de Moura Santos1, Marsen Garcia Pinto Coelho1. brunadepaivamartins@gmail.com ¹Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Bioquímica, IBRAG, Rio de Janeiro/RJ, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Echinodorus macrophyllus (Kunth) Mich., Alismataceae é uma planta medicinal, utilizada como ornamentação de aquários e no tratamento de diversas patologias e popularmente conhecida como chapéu de couro. Seus efeitos farmacológicos incluem ações diurética, depurativa e anti- inflamatória. OBJETIVO: Avaliar o potencial antinociceptivo e realizar a análise fitoquímica das frações obtidas do extrato bruto de E. macrophyllus. METODOLOGIA: Foi utilizado o modelo de hiperalgesia induzida por injeção suplantar de formalina em camundongos SW♂ (25-30 g). Os animais foram tratados (v.o.) com as frações de E. macrophyllus (25 e 50 mg/kg) e após injeção de formalina 2% em PBS pH 7,4 na pata traseira direita, o tempo (s) de lambidas e mordidas na pata foi considerado como resposta nociceptiva com duas fases: 1ª fase neurogênica (0–5 min) e 2ª fase inflamatória (15–25 min). Os controles positivos foram morfina (10 mg/kg) e dipirona (50 mg/kg). O extrato bruto de E. macrophyllus foi fracionado por extração líquido-líquido com solventes em ordem crescente de polaridade. Todas as frações e o extrato bruto de E. macrophyllus (EAEm) foram analisadas por Cromatografia em Camada Delgada de Alta Eficiência (CCDAE) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector arranjo de fotodiodo (CLAE-DAFD) e comparadas a padrões pertencentes a classe química dos flavonoides. Comitê de Ética do IBRAG - UERJ (CEUA-IBRAG) segundo Protocolos 36/2022 e 44/2022. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na fase 1 (neurogênica) as frações FAcE e FBut mostraram-se eficientes em diminuir os tempos (segundos) de lambidas e mordidas na dose de 25 mg/kg, bem como na dose de 50 mg/kg para a FBut. Na fase 2 (inflamatória) apenas a FBut foi eficiente na redução deste tempo na dose de 25 mg/kg. Portanto, a FAcE apresentou, neste modelo, efeito antinociceptivo neurogênico na menor dose. Por outro lado, a FBut mostrou um efeito tanto antinociceptivo neurogênico dose-dependente (fase 1) quanto potencial anti-inflamatório na menor dose (fase 2). Uma análise dos resultados farmacológicos sugere que as frações ativas, obtidas do extrato bruto de E. macrophyllus, possam apresentar substância(s) com ação antinociceptiva do tipo central, por apresentarem resultados positivos em metodologias experimentais de nocicepção de ação central, como na fase 1 do modelo de formalina, relacionada com a estimulação química direta dos nociceptores. Adicionalmente, sugere a presença de substância(s) antinociceptiva(s) com ação periférica na FBut (por apresentar positividade na fase 2 do teste de formalina), podendo estas substâncias estarem envolvidas em diferentes mecanismos específicos de ação periférica, como na inibição da ciclooxigenase. O extrato bruto de E. macrophyllus foi fracionado por extração líquido-líquido, resultando em cinco frações denominadas FHex, FDCM, FAcE, FBut e FAq residual com perfis fitoquímicos diferentes. A análise fitoquímica do EAEm e suas frações apresentou picos e bandas em diferentes regiões e valores de Rf variados, indicando ser o EAEm um extrato rico em diferentes substâncias, e as amostras ainda não purificadas, embora com importante ação farmacológica. As frações FAcE e FBut apresentaram uma banda amarela de Rf e coloração semelhantes, por revelação da CCDAE com NP-PEG, sugerindo a presença do mesmo tipo de flavonoide em ambas as amostras. A presença de flavonoides nas frações FAcE, FBut e FAq também é sugerida, por comparação com padrões, utilizando-se CCDAE e CLAE-DAFD. CONCLUSÕES: As frações FAcE e FBut, obtidas por fracionamento líquido-líquido do extrato bruto de E. macrophyllus, possuem uma atividade antinociceptiva para este modelo experimental e as análises fitoquímicas de todas as frações por CCDAE e CLAE-DAFD foram elucidativas. Palavras-chave:Farmacognosia, Farmacobotânica, Fitoquímica, Echinodorus macrophyllus, Fracionamento. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 60 Investigação de potenciais inibidores das proteases de SARS-CoV-2 e da interação Spike:ACE2 em espécies de Lippia (Verbenaceae) Beatriz A. C. de Oliveira1,2 Mariana F. Campos,1,5, Brendo A. Gomes1,5, Larissa E. C. Constant2, Thamirys S. da Fonseca¹, Stephany S. Costa², Giovanna B. Frensel², Gilda G. Leitão3, Diego Allonso2,4, Suzana G. Leitão1. beatrizalbuquerquee@ufrj.br 1Departamento de Produtos Naturais e Alimentos, DPNA, Faculdade de Farmácia - UFRJ; 2Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, IBCCF -UFRJ; ³Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais, IPPN, UFRJ; 4Departamento de Biotecnologia Farmacêutica, BiotecFar, Faculdade de Farmácia, UFRJ; 5Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, CCS, UFRJ. Sessão temática: Atividade Biológicas de Produtos Naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, afetou cerca de 760 milhões de pessoas em todo mundo e causou mais de 6,87 milhões de óbitos. Declarada como pandemia em 2020 pela Organização Mundial da Saúde, o desenvolvimento de medicamentos anti-COVID-19 ainda é uma prioridade de saúde global. Nesse contexto, as espécies vegetais são vistas como recursos promissores para pesquisa, e muitas já demonstraram grande potencial anti-SARS-CoV-2. Ensaios biológicos com o vírus são trabalhosos, caros e demorados, e requerem condições de Níveis de Biossegurança (NB) 3 e 4, o que encoraja o desenvolvimento de metodologias e abordagens diferenciais nas quais seja possível avaliar o potencial de inibidores virais, sem de fato utilizar a partícula viral íntegra. OBJETIVO: Dessa maneira, foram utilizados componentes virais como a proteína S pike e as proteases, visando prospectar inibidores naturais das proteases quimotripsina-like (3CLpro), papain- like (PLpro) e da proteína Spike (SP) do SARS-CoV-2 por meio de análises biológicas e métodos computacionais. METODOLOGIA: Extratos (em etanol e partições em hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol) preparados a partir de Lippia lacunosa, L. aristata, L. rubella, L. brasiliensis, L. rotundifolia e L. origanoides foram submetidos a análises in vitro através do imunoensaio (Lumit® PROMEGA) que mede a interação entre o domínio de ligação (do inglês, Receptor Binding Domain, RBD) e o enzima conversora de angiotensina humana (do inglês, Angiotensin- c onverting Enzyme 2, ACE2 e em ensaios de atividade de transferência ressonante de energia por fluorescência (do inglês, Fluorescence Resonance Energy Transfer, FRET) das proteases 3CLpro e PLpro. Todos os extratos foram analisados por UHPLC-ESI/APCI(+ /-)-IT3D-MS/MS, e os dados processados no software MZmine v. 2.53. O conjunto de dados resultante foi avaliado por diagrama de Venn (bioinformatics webserver) e ensaiosestatísticos multivariados (PLS-DA) utilizando o software The UnscramblerX v. 10.4 foram realizados. Esses dados também foram utilizados para construção de redes moleculares (Molecular Network - GNPS), e alguns íons de interesse puderam ser anotados utilizando a biblioteca de moléculas da plataforma GNPS. Posteriormente, os íons foram identificados experimentalmente comparando a massa unitária e os padrões de fragmentação com dados de uma biblioteca espectral personalizada e da plataforma GNPS. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram selecionados 3 extratos com percentuais de inibição acima de 50% do complexo RBD/ACE2, e 4 extratos com inibição das proteases em cerca de 50%. Os dados obtidos na análise por espectrometria de massas usando a fonte APCI no modo positivo de ionização permitiram obter o modelo com maior capacidade preditiva, uma vez que apresentou um R2 de 0,85 e Q2 de 0,51 e uma variância explicada de 66% usando apenas dois fatores, e 88% com todos os fatores. Após selecionar os VIPs e recalcular o modelo, a variância explicada permaneceu a mesma, enquanto os valores de R2 e Q2 foram de 0,75 para ambos. O modelo permitiu prever 13 íons, m/z [M+H]+ 301, 317, 402, 407, 409, 415, 433, 455, 476, 540, 589, 670 e 871 possivelmente associados à inibição de 3CLpro, PLpro e interação entre RBD:ACE2. As redes moleculares permitiram a anotação destes íons. Sendo assim, alguns nodos dos clusters de substâncias das classes flavonoides, fitoesteróis e triterpenos, puderam ser anotados como 6- metoxiluteolina, vitexina, apigenina 7-O-glicosídeo, campesterol e sitosterol. CONCLUSÃO: O modelo PLS baseado em APCI-MS (+) foi capaz de selecionar alguns íons possivelmente relacionados às atividades inibitórias nos três modelos testados. A construção de redes moleculares se mostrou uma técnica eficiente para predição qualitativa de íons associados às atividades investigadas, e para anotação dos íons a partir da comparação da similaridade dos fragmentos (MS2) com os dados disponíveis na biblioteca da plataforma GNPS. Além disso, os resultados permitiram determinar que espécies do gênero Lippia (Verbenaceae) são promissoras na busca por substâncias que possam auxiliar no combate a COVID-19. Palavras-chave: Quimioinformática, Quimiometria, Verbenaceae, Espectrofotometria de massas, Redes moleculares Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 61 Estudo do perfil fitoquímico e potencial farmacológico de subextratos de Pterodon polygalaeflorus Benth Rafaella Ferreira Alves1; Thayane Vieira de Sousa1; Daniele Corrêa Fernandes1, Carlos Roberto Machado Gayer1, Felipe Aprigio1, Lygia Silva Pereira Faustino Henrique1, Shirley Vânia de Moura Santos1, Marsen Garcia Pinto Coelho1. rafsalvesf@gmail.com ¹Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Bioquímica, IBRAG, Rio de Janeiro/RJ, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Pterodon polygalaeflorus Benth., popularmente conhecida como sucupira, pertence à família Fabaceae. O gênero Pterodon é conhecido por possuir diversas espécies sendo utilizadas na medicina popular. Além disso, são descritos efeitos anti-inflamatórios agudo e crônico para esta espécie. OBJETIVO: Avaliar o perfil fitoquímico dos subextratos obtidos após a hidrodestilação (Clevenger) dos frutos de P. polygalaeflorus, além de analisar seus efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório. METODOLOGIA: Após a hidrodestilação, onde as substâncias voláteis foram recrutadas para obtenção do óleo essencial de P. polygalaeflorus (OEPpg), os frutos utilizados foram macerados em etanol 100% ou metanol 100% obtendo- se os subextratos SEEtOH e SEMetOH, respectivamente. Em sequência, as amostras foram submetidas a análises fitoquímicas, realizadas por técnicas cromatográficas de cromatografia em camada delgada (CCD), cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas (CG-EM). Para avaliação in vivo das frações foi utilizado o modelo bifásico de formalina, onde a resposta nociceptiva é avaliada pelo tempo de lambidas/mordidas do animal na pata após a injeção de formalina, se dividindo em duas fases, a fase 1 (0-5 min), que avalia dor neurogênica e a fase 2 (15-30 min), que avalia dor inflamatória. Neste experimento foram utilizados camundongos SW ♂, tratados com as doses SEEtOH e SEMetOH (0,1; 1, 5; 25 e 50 mg/kg v.o.), dipirona (50 mg/kg v.o) ou morfina (10 mg/kg i.p.). CEUA-IBRAG, protocolos 35 e 42/2022. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise por CCD confirmou a presença de terpenos. Os cromatogramas por CLAE-DAD mostraram diferentes TR nos perfis entre as amostras e reprodutibilidade da técnica. Identificou-se por CG-EM a substância metil-6α,7β- dihidroxivouacapano-17β- oato em ambos os subextratos em comparação com a biblioteca do Instituto Nacional de Padrão e Tecnologia (NIST-5). No teste de formalina, os resultados para o SEEtOH mostraram redução na fase 1 para as doses 5 mg/kg (42%) e 50 mg/kg (51,7%), de 28,7% para a dipirona e de 62,9% para a morfina, e as doses 0,1; 1 e 25 mg/kg não apresentaram redução significativa. Já na fase 2, nenhuma das doses do SEEtOH apresentou redução significativa. As doses 5 e 50 mg/kg do SEMetOH apresentaram, na fase 1, redução de aproximadamente 57%, e as demais doses não demonstraram redução da dor neurogênica, a dipirona reduziu em 29,5% e a morfina em 54,4%. Na fase 2, apenas as doses 5 e 50 mg/kg do SEMetOH apresentaram redução de 62,9-66,6%, a dipirona apresentou redução de 50,6% e a morfina de 74%. CONCLUSÕES: Observou-se uma redução da ação nociceptiva nos animais tratados com o SEMetOH, em ambas as fases em relação ao controle negativo, indicando um potencial efeito analgésico e anti-inflamatório da amostra. Os resultados mostram que o SEEtOH possui atividade antinociceptiva por inibir a fase 1 do modelo de formalina. Palavras-chave: Farmacognosia, Farmacobotânica, Pterodon polygalaeflorus, Fitoquímica, Nocicepção. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 62 Análise fitoquímica e toxicidade frente à Artemia salina dos extratos de Remijia cf. amazonica K. Schum. (Rubiaceae) Fábio Geraldo de Souza1; Luana da Conceição Moreira1; Cecilia Veronica Nunez1. fgeraldodesouza@gmail.com ¹Laboratório de Bioprospecção e Biotecnologia (LABB) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: Rubiaceae é uma das famílias de Angiospermas mais importantes no mundo ocupando o quarto lugar em diversidade. Espécies da família são ricas em metabólitos secundários, apresentando terpenos, iridoides, antraquinonas e principalmente alcaloides, os quais são de grande interesse para bioprospecção, pois apresentam atividades anti-inflamatórias, antimicrobiana, antioxidante e antitumoral. Estudos com espécies do gênero Remijia indicam que é produtora de alcaloides, principalmente quinina e seus derivados. OBJETIVO: Considerando aspectos botânicos e escassez de estudos químicos com a espécie, o objetivo desse estudo foi identificar as classes químicas presentes nos extratos hexânicos e metanólicos de folhas e galhos de Remijia cf. amazonica e avaliar o potencial biológico frente à Artemia salina. METODOLOGIA: O material foi coletado, separado em partes (folhas e galhos), seco em estufa de circulação forçada a <50 °C, moído e extraído com solventes em ordem de polaridade crescente hexano e metanol. Para auxílio da extração dos constituintes foi utilizado banho de ultrassom durante 20 min, o material foi filtrado, e o processo foi repetido 3 vezes com cada solvente, totalizando 4 extratos, sendo 2 hexânicos e 2 metanólicos. Os extratos brutos foram analisados por Cromatografia em Camada Delgada Comparativa (CCDC) e Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H. Posteriormente, os extratos de Remijia cf. amazonica foram submetidos ao testede toxicidade frente ao microcrustáceo Artemia salina, para a determinação da CL50, nas concentrações de 1000, 500, 250, 125, 62,5, 31,25 µg/mL. O teste foi realizado em triplicata e após 24 horas foi realizada a contagem dos náuplios vivos e mortos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises em CCDC mostraram que os extratos hexânicos de folhas e galhos são ricos em terpenos e substâncias alifáticas (“graxas”), pois apresentaram manchas arroxeadas quando reveladas em sulfato cérico e azuis quando reveladas com anisaldeído. Ambos os extratos, quando revelados com KOH apresentou manchas rosas intensas, indicando possíveis indícios de antraquinonas, e manchas escuras quando reveladas com FeCl 3, indicando substâncias aromáticas, mas que não devem ser flavonoides pois não intensificaram com o revelador NP-PEG. Os espectros de RMN de 1H dos extratos hexânicos (folhas e galhos) mostraram a presença de hidrogênios característicos de substâncias alifáticas (“graxas”), pelos sinais observados em 1,25 ppm e diversos sinais comuns de metilas de terpenos entre 0,6 e 1 ppm. As análises em CCDC dos extratos metanólicos das folhas e galhos de Remijia cf. amazonica quando revelados com Dragendorff apresentaram manchas de coloração laranja, indicando a presença de alcaloides, principalmente no extrato metanólico das folhas que foram confirmados com os espectros de 1H, onde apresentaram sinais na região entre 10 e 11 ppm indicativo de H ligados a N presentes em alcaloides do tipo indólico. Além disso, os extratos metanólicos também indicaram a presença de flavonoides quando revelados com NP-PEG, pela intensificação da fluorescência em luz UV λ 365 nm, que foram confirmados com os espectros de 1H onde apresentaram sinais na região entre 6 e 8 ppm, característicos de hidrogênios aromáticos. O extrato hexânico de galhos apresentou letalidade de 100% de A. salina, nas concentrações de 1000 e 500 µg/mL, e mortalidade de 53,33% dos organismos na concentração de 250 µg/mL, quando comparados com o controle positivo dicromato de potássio. Ambos os extratos hexânicos e metanólicos de folhas, na concentração de 1000 µg/mL apresentaram uma taxa de mortalidade de 43% dos náuplios. A toxicidade frente a A. salina dos extratos, pode estar relacionado com a presença de terpenos, alcaloides que são reconhecidos na literatura cientifica, pela atividade antimicrobiana, antifúngica e antitumoral. CONCLUSÕES: Os resultados preliminares das análises dos extratos de Remijia cf. amazonica estimulam realizar o fracionamento cromatográfico a fim de isolar as substâncias presentes e avaliar frente a outras atividades biológicas. Palavras-chave: Alcaloides, Metabolitos secundários, Flavonoides, Terpenos. Agradecimentos: PPGBotânica-INPA, FAPEAM, CAPES e CNPq. 63 Avaliação in silico e in vitro de feniletanoides glicosilados: uma classe de inibidores de SARS-CoV-2 presentes em Lippia Thamirys S. Fonseca1; Caio F. de A. R. Cheohen2; Maria Eduarda A. Esteves3; Larissa E. C. Constant3, Fernanda de L. F. Assis1; Mariana F. Campos1,5; Diego Allonso1,3; Gilda G. Leitão6; Manuela L. da Silva2,3 e Suzana G. Leitão1,5. thamirysfonseca@ufrj.br ¹Faculdade de Farmácia, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ; 2Programa de Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas, Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade NUPEM, UFRJ, Macaé, RJ. 3Programa de Pós- graduação em Biologia Computacional e Sistemas, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ. 4Programa de pós-graduação em ciências biológicas (Biofísica), Rio de Janeiro, RJ. 5Programa de pós graduação em Biotecnologia Vegetal, Rio de Janeiro, RJ. 6Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Desde o advento da Covid-19, diversos produtos naturais foram investigados quanto às suas interações in silico com as proteases de SARS-CoV-2: 3CLpro e PLpro, dois importantes alvos farmacológicos para o desenvolvimento de antivirais. Os feniltanoides glicosilados (FGs) são uma classe de produtos naturais presentes em importantes plantas medicinais, como em espécies de Lippia, apresentando ampla diversidade de ações farmacológicas. Para espécies deste gênero, em especial L. rubella, já foram descritos diversos FGs como verbascosideo, isoverbascosideo e forsitosideo A, além dos recentemente descritos lippiarubelosideos A e B. Substâncias desta classe também estão presentes em importantes espécies vegetais utilizadas na medicina tradicional chinesa, como a Forsythia suspensa, que se apresenta na composição do medicamento Lianhuaqingwen, utilizado oficialmente na China para o tratamento da Covid 19, indicando o potencial de ação antiviral desta classe. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi a avaliação in silico de FGs frente à inibição das proteases de SARS-CoV-2: 3CLpro e PLpro, bem como a verificação desta atividade por ensaios in vitro. METODOLOGIA: Um banco de dados contendo as estruturas de 567 FGs foi construído a partir de revisões publicadas entre 1994 e 2020. A triagem virtual foi realizada por meio da avaliação de scores com base em funções de pontuação. Também foram analisados os parâmetros farmacocinéticos dos FGs potencialmente mais ativos e sua interação com resíduos de aminoácidos chave com as proteases. Os ensaios in vitro foram realizados utilizando a metodologia de transferência de energia de ressonância de fluorescência (FRET) na inibição das proteases frente aos FGs isolados e à partição em acetato de etila de Lippia rubella. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Noventa e oito substâncias foram identificadas por abordagens computacionais na inibição de PLpro e 80 FGs contra 3CLpro. Destes, quatro interagiram com resíduos catalíticos chave de PLpro, o que é um indicativo de atividade inibitória, e três com 3CLpro. Dentre estes FGs mais ativos, cinco ocorrem em plantas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a saber bacomosideo B1/B2, terngimnosideo B, cis-isoverbascosideo, calceolariosideo C e forsitosideo P, sendo estes dois últimos presentes em F. suspensa. Esta espécie é indicada em protocolos de tratamento de Covid-19 na China, além de constar em formulações também empregadas para este mesmo propósito. Apesar de ser relacionado a diversas atividades biológicas, padrões comerciais destes PGs não são comumente encontrados. Ademais, esta classe apresenta maior descrição de ocorrência em espécies asiáticas. Este fato torna urgente a descrição de PGs em outras espécies, como exemplares nativos brasileiros permitindo a realização de demais estudos acerca do perfil de atividade biológica de substâncias desta classe a partir de espécimes de nossa flora. Espécies de Lippia se mostram como importante fonte de substâncias desta classe e em ensaios in silico foi verificado um perfil multitarget, com atividade em ambos com os alvos, de 22 FGs, como o lippiarubelosideo A, isolado anteriormente da partição em acetato de etila de L. rubella. Visto este indicativo de atividade, foi verificado a ação desta partição apresentando inibição superior a 50% frente a PLpro na concentração de 100µg/mL. Ensaios in vitro da partição e dos FGs isolados frente ambas proteases estão sendo realizadas. CONCLUSÕES: Os dados aqui apresentados demonstram o potencial dos FGs tanto como inibidores seletivos quanto com múltipla ação frente importantes alvos terapêutico de SARS-CoV-2, além de reforçar a potencialidade de espécies nativas brasileiras nesta classe de substâncias. Palavras-chave: 3CLpro, PLpro, Molecular docking, Medicina Tradicional Chinesa, Covid-19 Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 64 Efeitos antitumorais da Brachydina G em linhagens celulares de câncer cervical humano relacionado ao HPV-16 e HPV-18 Rafael França Lima1; Monique Marques Martins1, Mayara Bottentuit Nogueira2, Laís Araújo Souza Wolff1, Karla Bianca da Silva Lima1, Victor Antônio Silva Lima3, Claudia Quintinoda Rocha3, Josélia Alencar Lima4, Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento4, Marcelo Souza de Andrade4. rafael.franca@discente.ufma.br ¹Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); 2Discente do Curso de Medicina UFMA, 3Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQUIM) - UFMA, 4Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto (PPGSAD) - UFMA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O câncer cervical, causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papiloma virus Humano (HPV), é um importante problema de saúde pública. Excetuando-se o câncer de pele não melanoma o câncer cervical é a terceira neoplasia mais frequente na população feminina, sendo uma das maiores causas de óbito de mulheres no Brasil e está entre os mais incidentes no Norte e Nordeste com cerca de 19 casos para cada 100 mil habitantes. O Maranhão é o segundo estado brasileiro com o maior número de casos de câncer cervical, com estimativa de mais 800 novos casos para o ano de 2023. Cerca de 95% dos canceres cervicais são relacionados ao HPV, sendo os HPV 16 e 18 os de maior oncogenicidade. Os produtos naturais, principalmente de plantas têm contribuição no campo da oncologia, tendo contribuído com a maioria (60%) dos fármacos anticâncer introduzidos na terapêutica nas últimas décadas. A Arrabidaea brachypoda é conhecida popularmente como cervejinha do campo ou cipó-una, e suas raízes são utilizadas popularmente na forma de chá para tratamento de pedras nos rins e dores articulares. A A. brachypoda é rica em flavonoides como as brachydinas B, C e G. Há relatos na literatura de que as brachydinas B e C inibem o crescimento de células tumorais de câncer de próstata humana (DU145), o que torna importante avaliar outros flavonoides dessa planta. OBJETIVO: Avaliar se a brachydina G é citotóxico em linhagens de câncer cervical humano relacionado ao HPV-16 (SiHa) e ao HPV-18 (HeLa). METODOLOGIA: Células foram cultivadas em meio DMEM suplementado com 10% SFB, em frascos de cultivo mantidos a 37°C e 5% de CO2. Após crescimento, as células foram semeadas (1x104 células/poço) em placas de 96 poços e, após aderência, tratadas com concentrações de 10 – 300 µM de brachydina G, por 24, 48 e 72 h, com cada experimento realizado em triplicata. A citotoxicidade foi determinada pelo teste colorimétrico com brometo de 3-4,5-dimetil-tiazol-2-il-2,5- difeniltetrazólio (MTT). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O composto brachydina G inibiu a viabilidade celular de um modo dependente da concentração e do tempo de exposição, em ambas as linhagens celulares, com IC50 = 49,62 ± 2,36 µM para a HeLa e IC50 entre 40-60 µM para SiHa. Estes resultados são bastante promissores, pois demonstram alta capacidade inibitória do flavonoide brachydina G em linhagens de câncer cervical ainda não relatadas na literatura. CONCLUSÕES: O composto brachydina G apresenta atividade citotóxica para as linhagens tumorais de câncer cervical, parecendo reduzir a viabilidade celular de HeLa e SiHa de forma equipotente. Serão realizados em breve os ensaios de formação de colônias e migração celular. Palavras-chave: Arrabidaea brachypoda, Brachydina G, Câncer cervical, Câncer do colo do útero, HeLa, SiHa. Agradecimentos: FAPEMA, UFMA, CAPES e CNPq 65 Análise química e avaliação de citotoxicidade e atividade antioxidante de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Samara Araújo Bezerra1; Tássio Rômulo Silva Araújo Luz2; Nathalia Oliveira do Nascimento1; José Antonio Costa Leite2; Edilene Carvalho Gomes Ribeiro1; Flavia Maria Mendonça do Amaral1; Denise Fernandes Coutinho1. nathalia.on@discente.ufma.br ¹Laboratório de Farmacognosia II – Universidade Federal do Maranhão; 2 – Curso de Farmácia- Faculdade Florence São Luís-MA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Plectranthus amboinicus é uma espécie da família Lamiaceae, conhecida popularmente como hortelã-da-folha-grossa, malvariço e orégano-francês, que é amplamente utilizada na prática popular no tratamento de diversas patologias. No Brasil, seu uso é baseado em tradições locais, o que destaca a importância de estudos para comprovar a eficácia e segurança da espécie, validando seu uso terapêutico. OBJETIVO: Realizar avaliação da composição e efeitos biológicos do óleo essencial das folhas de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. METODOLOGIA: O vegetal foi coletado no Horto Medicinal Berta Langes de Morretes, no município de São Luís - MA, localizado na Universidade Federal do Maranhão - Campus Bacanga. O óleo essencial foi obtido através do processo de hidrodestilação. Para a identificação dos constituintes, o óleo essencial foi submetido à técnica de cromatografia gasosa (CG), acoplada com espectrometria de massas (GC/MS), comparando seus dados com os de substâncias autênticas existentes em bibliotecas de referência. A avaliação da toxicidade foi realizada com o bioensaio de Artemia salina Leach, utilizando as concentrações de 10, 100, 250, 500 e 1000 μg/mL, com duração de 24 horas; O controle negativo foi 2 ml de salina sintética e 20 μL de DMSO, já o controle positivo foi realizado com dicromato de potássio (K2Cr2O7). O resultado do bioensaio foi expresso em dose letal 50% (DL50). A atividade antioxidante foi realizada pelo método fotocolorimétrico in vitro utilizando o radical livre estável 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH) utilizando as concentrações 10, 25, 50 e 100 μg/mL. Os resultados desde teste foi expresso em concentração inibitória 50% ((IC50) RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir do processo de extração, obteve-se o rendimento de 1,66% de óleo essencial, de odor característico e cor amarelo intenso. A análise por CG/EM permitiu a identificação de seis compostos, totalizando 98,93% da composição do óleo. O componente majoritário foi o carvacrol (87,94%), seguido de isocariofileno (4,82%) e trans-alfa-Bergamoteno (2,55%). Esta análise permitiu identificar esse óleo como de padrão terpênico, sendo o carvacrol, um monoterpeno oxigenado e o isocariofileno, um sesquiterpeno. Estes constituintes são descritos na literatura com potencial antibacteriano e anti-inflamatório. No bioensaio de letalidade das larvas de Artemia salina, determinou-se a CL50, dose letal capaz de matar 50% das larvas, expostas, com limite de confiança de 95%, pelo método de regressão linear, através do gráfico do logaritmo da concentração das amostras versus a percentagem de mortos. O óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. foi testado em três concentrações: 10, 100 e 1000 μg/mL, apresentando uma CL50 igual à 11 μg/mL, sendo considerado altamente tóxico, o que já alerta para o seu uso sem os devidos cuidados. Na avaliação antioxidante o óleo essencial apresentou inibição significante da oxidação do DPPH (IC50 = 10,84 µg/mL), o que demonstra esta atividade comparado com os dados da literatura. CONCLUSÕES: A espécie Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. apresentou bom rendimento de óleo essencial e a sua análise química demonstrou a presença de carvacrol como constituinte majoritário. Embora tenha demonstrado potencial para uso como antioxidante, o bioensaio com A. salina demonstrou potente ação tóxica, havendo necessidade de teste complementares que comprovem a segurança desse produto para uso terapêutico. Palavras-chave: Malva, Hortelã da folha grossa, Artemia salina, DPPH. Agradecimentos: UFMA. CNPQ e FAPEMA. 66 Composição química e atividade larvicida do óleo essencial de Origanum vulgare L. frente Aedes aegypti L. Tássio Rômulo Silva Araújo Luz1,2; Jadimilly Lopes Sampaio2; Samara Araújo Bezerra2; José Antonio Costa Leite2; Daniella Patrícia Brandão Silveira2; Ludmilla Santos Silva de Mesquita2; José Wilson Carvalho de Mesquita2; Elizabeth Regina de Castro Borba2; Flavia Maria Mendonça do Amaral2; Denise Fernandes Coutinho2. jadimilly.lopes@discente.ufma.br¹Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC – PI; 2Laboratório de Farmacognosia II – DEFAR - Universidade Federal do Maranhão Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais INTRODUÇÃO: Aedes aegypti L. é um inseto que nas últimas décadas tem gerado grandes problemas de saúde pública no mundo, sendo transmissor de diversas doenças como Dengue, Zika e Febres: Chikungunya e Amarela. De acordo com as Agências de Saúde de vários países, a melhor forma de prevenir esta doença é baseada no controle vetorial. O uso de produtos sintéticos com essa finalidade tem demonstrado problemas relacionados a resistência dos mosquitos e toxicidade ambiental, sendo necessários estudos que possam viabilizar o desenvolvimento de produtos mais seguros e eficazes. Os produtos vegetais são uma abordagem promissora por serem uma mistura complexa de diversos compostos. Origanum vulgare L. é uma espécie vegetal aromática que possui uso bastante difundido na cultura popular. OBJETIVO: Avaliar a composição química e atividade larvicida do óleo essencial de Origanum vulgare frente larvas de Aedes aegypti. METODOLOGIA: A espécie em estudo foi coletada no município de São Luís, Maranhão, Brasil, nas primeiras horas da manhã, no mês de setembro de 2018 (período seco). A exsicata encontra-se depositada no Herbário do Maranhão (MAR), sob o número 11.084. A extração do óleo essencial foi realizada com material seco e pulverizado, pelo método de hidrodestilação, empregando o aparelho de Clevenger. As folhas foram secas à temperatura ambiente e pulverizadas em moinho de facas, em seguida o pó foi submetido ao processo de hidrodestilação por arraste a vapor para obtenção do óleo essencial. A composição química foi analisada por Cromatografia gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM). O bioensaio de atividade larvicida foi realizado com larvas de 3º estágio, sendo imersas 10 larvas em soluções teste com óleo essencial, água mineral e solução de DMSO (Dimetilsulfóxido) a 0,1%, em concentrações de 20 a 400 μg/mL. A verificação de mortalidade foi realizada 24 horas após o início do teste, sendo expresso em valores de CL 50 e CL90. Foi utilizado Sumilarv® (Pyriproxyfen) a 1 μg/mL como controle positivo e DMSO a 0,1% como controle negativo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise química evidenciou Terpinoleno (27,89%), γ-terpineno (19,03%), Carvacrol (14,28%) e Terninen-4-ol (13,75%) como compostos majoritários, compostos que são descritos na literatura como agentes com potencial larvicida. Ao entrar em contato com a solução as larvas se mostraram agitadas em primeiro momento e logo em seguida letárgicas, realizando movimentos desordenados até ficarem imóveis no fundo dos frascos de teste, e morrerem,O óleo estudado apresentou CL50= 95,6 µg/mL e CL90= 178,3 µg/mL, confirmando efeito larvicida quando comparados com a literatura. CONCLUSÕES: O óleo essencial de Origanum vulgare, apresentou considerável atividade larvicida, demonstrando ser um potencial candidato para o controle das populações de Aedes aegypti. Para garantir sua utilização é recomendado ensaios toxicológicos e farmacotécnicos para o desenvolvimento de formulações. Palavras-chave: Orégano, Terpineol, Terpinoleno, Carvacrol; Arboviroses. Agradecimentos: UFMA, CAPES e FAPEMA. 67 Quimiometria aplicada à análise cromatográfica e ensaio antioxidante de Pouteria caimito Radlk Ana Flávia Alvarenga Bitencourt1; Rafael Christian de Matos1,2; Alexsandro Davi Mantovani de Oliveira1; Vanessa Rodrigues Prado1; Júlia Mara Pacheco1, Rachel Oliveira Castilho1; Renes de Resende Machado1; Marina Scopel1,2. afabitencourt@gmail.com 1Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; 2Centro Especializado em Plantas aromáticas Medicinais e Tóxicas - CEPLAMT, Belo Horizonte, MG Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Pouteria caimito Radlk possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias relatadas pelo uso tradicional, mas poucas evidências científicas são voltadas para a averiguação de tais aplicações. Para a avaliação de variações sazonais e de cultivo, ferramentas estatísticas multivariadas podem ser empregadas. Destas, pode-se citar a quimiometria que possibilita a distinção e correlação entre amostras por meio de comparações constitucionais instrumentais. OBJETIVO: Utilizar quimiometria como ferramenta probabilística para comparação de extratos das folhas de P. caimito e suas correlações com atividade antioxidante. METODOLOGIA: Foram coletadas folhas de P caimito nas estações do inverno, primavera e verão. Estas, foram pulverizadas e extraídas em banho ultrassônico com diferentes solventes: água (AQ); solução hidroetanólica a 80% (ETOH80), e hexano (HEX). A atividade antioxidante de todos os extratos produzidos foi realizada pelo método de redução de DPPH radicalar (517 nm) em microplacas, na concentração final de 50 ug/ml. Os extratos também tiveram seu perfil químico obtido utilizando cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), em coluna de fase reversa, detector de arranjo de diodos (370 nm) e sistema de eluição em modo gradiente de 80 min. Por fim, fez-se a análise quimiométrica dos resultados (análise dos componentes principais - PCA, análise hierárquica de clusters - HCA e análise discriminante com calibração multivariada por mínimos quadrados parciais - PLS-DA). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos nove extratos avaliados no método de redução de DPPH radicalar, foram considerados ativos os extratos AQ (faixa de 27,84-33,60% de inibição) e os extratos ETOH80 (faixa de 54,25-86,84%). Após a análise cromatográfica 76 picos foram encontrados e apresentaram variação quali e quantitativa, sendo possível observar uma maior riqueza de constituintes nos extratos AQ e ETOH80 indo de encontro aos melhores resultados obtidos pelo método de DPPH. Quanto à composição química, são observados picos cromatográficos com espectros de ultravioleta (UV) equivalentes à flavonoides e ácidos fenólicos. Na PCA foi possível predizer a formação de dois grupos distintos, sendo um referente aos extratos ativos (AQ e ETOH80) e o outro, aos não ativos (HEX). Tal diferenciação foi confirmada pela HCA que formou dois grandes clusters, separando novamente os extratos por sua atividade. No cluster referente aos extratos ativos, aquele produzido com as folhas coletadas no verão ETOH80 (86,84% de inibição) ficou isolado dos demais em um subcluster, justificado pela riqueza cromatográfica observada. Na PLS-DA, o pico cromatográfico com maior poder de predição de VIP Score está relacionado a não atividade, apresenta espectro de absorção no UV de 224/538 nm (VIP de ~ 8), tempo de retenção (TR) de 65 min. e é vinculado a todos os extratos HEX. O segundo pico preditivo de atividade está correlacionado com uma das substâncias que apresenta máximos de absortividade nos comprimentos de onda 206/265/349 nm (VIP de ~ 2,5) e TR de 25 min., que pode corresponder a um flavonoide. Este resultado pode predizer um possível marcador intrasazonal, bem como tem potencial de avaliar quais substâncias ou grupos de substâncias em sinergismo são responsáveis pelas propriedades antioxidantes da espécie. CONCLUSÕES: Os achados demonstram que a atividade antioxidante dos extratos das folhas de P. caimito sofre influência sazonal, com possível marcador a ser elucidado. A resposta antioxidante se deu de forma mais pronunciada no verão, o que pode vir a ser um guia para a coleta e extração de material vegetal nesta estação. Não obstante, são necessárias avaliações instrumentais que incluam a estação do outono e identificação dos metabólitos para a compreensão da composição química dos seus extratos. Palavras-chave: Pouteria caimito Radlk., Sazonalidade, Atividade antioxidante, Quimiometria, CLAE. Agradecimentos: UFMG, CAPES, CNPQ, FAPEMIG e Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte. 68 Tilirosídeo dePavonia malacophylla (Link & Otto) Garcke inibe a interação entre a proteína Spike de SARS-CoV-2 e o receptor ACE2 in vitro Mariana Freire Campos1,5*; Janderson Barbosa Leite de Albuquerque2; Diégina Araújo Fernandes3; Beatriz A. Custódio de Oliveira1; Maria de Fátima Vanderlei de Souza2; Gilda Guimarães Leitão3; Diego Allonso4; Suzana Guimarães Leitão1 *ccamposmariana@gmail.com 1Departamento de Produtos Naturais e Alimentos, Faculdade de Farmácia – UFRJ; 2Programa de Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos – CCS, UFPB; 3Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais (IPPN) – UFRJ; 4Departamento de Biotecnologia Farmacêutica, Faculdade de Farmácia – UFRJ; 5Programa de Pos- Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, CCS, UFRJ Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Diversos produtos naturais têm demonstrado potencial anti-SARS-CoV-2 e, dentre as classes de metabólitos secundários apontadas como mais promissoras, destacam-se os flavonoides. Essas substâncias podem interferir no ciclo do virus, tendo demonstrado sua capacidade de inibir alvos virais críticos, tais como as proteases, a polimerase (RdRp) e a proteína Spike (S). A entrada do SARS-CoV-2 nas células hospedeiras acontece através da formação do complexo entre a proteína S, em seu domínio de ligação ao receptor (RBD), e o receptor ACE2, presente na membrana celular. Apesar da inibição enzimática viral ser o principal mecanismo de ação da maioria dos agentes antivirais atualmente disponíveis e em desenvolvimento, o bloqueio da interação da proteína S com ACE2 tem se tornado uma ação atrativa da nova geração desses agentes antivirais, dado seu potencial de impedir o reconhecimento viral e a infecção, prevenir a propagação viral dentro do organismo, bem como contribuir para a redução da taxa de mutação e, portanto, aparecimento de novas variantes. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial inibitório da interação entre a proteína Spike de SARS-CoV-2 e a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) promovido por flavonoides isolados de Pavonia malacophylla (Link & Otto) Garcke (Malvaceae). METODOLOGIA: O extrato etanólico das partes aéreas de P. malacophylla foi submetido a diversos procedimentos cromatográficos, utilizando-se tanto colunas cromatográficas abertas de gel de sílica 60, eluídas com hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol puros, ou em misturas binárias, como cromatografia de permeação em gel do tipo Sephadex LH-20 e eluíção com metanol e clorofórmio puro ou em misturas binárias nas proporções (7:3) e (1:1). A elucidação estrutural das substâncias foi realizada através da análise dos espectros de RMN 1H e 13C, uni e bidimensionais a 400MHZ e comparações com dados da literatura. O potencial inibitório da interação entre a proteína Spike e ACE2 foi primeiramente avaliado pelo kit Lumit™ (Promega) a 10 µM (estoque de 5 mM, em DMSO). Na mesma concentração, a substância mais ativa foi ensaiada em um modelo de binding e uptake de células endoteliais humanas (HUVEC-C), tratadas com o ectodomínio da proteína Spike recombinante, através de citometria de fluxo. A toxicidade celular foi avaliada através do ensaio colorimétrico de MTT. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O fracionamento do extrato etanólico bruto de P. malacophylla resultou no isolamento de 3 flavonoides: a 5,8-dihidroxi-7,4’-di-O-metil-flavona, a 5,7-dihidroxi-3,8,4’-tri-O-metil-flavona e o canferol-3-O- β-D-(6’’-E-p-coumaroil)-glicosídeo (tilirosídeo). Das substâncias testadas, o tilirosídeo reduziu em 63% a interação entre RBD:ACE2, contra 43% da 5,7-dihidroxi-3,8,4’-tri-O-metil-flavona e 24% da 5,8-dihidroxi-7,4’- di-O-metil-flavona. O tilirosídeo, quando testado no modelo celular de endotélio demonstrou ser capaz de reduzir a ligação e internalização da proteína Spike neste modelo mais complexo. Adicionalmente, o índice CC50 do tilirosídeo nas células endoteliais está acima de 100 µM, demonstrando que não há redução da viabilidade celular na concentração investigada. CONCLUSÕES: Considerando-se que a inibição da interação entre a proteína Spike de SARS-CoV-2 e ACE2 está diretamente ligada ao início do mecanismo de entrada do vírus nas células, os dados apresentados aqui fornecem indícios de que o tilirosídeo é uma substância com potencial ação anti-SARS-CoV-2. Estudos adicionais estão sendo conduzidos pelo grupo para aprofundar o entendimento da ação observada. Palavras-chave: Flavonoides; COVID-19; Malvaceae; Malva-rosa. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 69 Avaliação da toxicidade oral aguda do extrato etanólico da casca da raiz de Mimosa tenuiflora em camundongos Swiss Carlos Mário Freitas de Oliveira1,2; Rita de Cassia de Lima Sousa1,2; Maurício Pires de Moura do Amaral1,2 carlosmario920@gmail.com 1Laboratório Interdisciplinar de Neurociências e Toxicologia - LINT- UFPI; 2Departamento de Farmácia-UFPI. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A Mimosa tenuiflora (M. tenuiflora), uma planta encontrada no Nordeste brasileiro é utilizada na preparação de bebidas empregadas em rituais religiosos indígenas. Seu uso religioso deve-se a presença de alcaloides alucinógenos entre seus metabólitos secundários, dentre eles, destaca-se o N, N – dimetiltriptamina (DMT). Assim como outros alucinógenos indólicos (ex.LSD), o DMT possui a capacidade de se ligar a receptores serotoninérgicos do tipo 5-HT2A no sistema nervoso central (SNC). A alcaloides indólicos, semelhantes ao DMT, tem sido creditado atividades farmacológicas como antidepressivas e ansiolíticas. Contudo, tão importante quanto a investigação de sua possível aplicação terapêutica é a investigação da segurança no seu uso. Algo ainda não realizado em extratos obtidos da casca da raiz da M. tenuiflora, parte da planta onde, segundo a literatura, o DMT é encontrado em maior quantidade OBJETIVO: Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a toxicidade aguda do extrato etanólico da casca da raiz da M. tenuiflora (EEMt) em camundongos fêmeas swiss METODOLOGIA: O protocolo utilizado foi o preconizado pela OECD 423. Portanto, camundongos swiss fêmeas (n=3), foram divididas em 5 (cinco) grupos: Veículo (NaCl, 0,9%), DMSO 1%, EEMt 300 e 2000 mg/kg. As administrações foram realizadas por via oral (v.o.). Após a administração foi realizado análise comportamental (sinais de toxicidade), registro de peso e de quantidade de ração consumida diariamente durante um período de 14 dias. RESULTADO: Foi constatado a ausência de morte e de sinais de toxicidade em todos os animais submetidos ao protocolo. Porém, foi perceptível uma diminuição significativa (***p<0,001) na variação de peso corporal e no consumo de ração pelos roedores em relação ao grupo veículo. CONCLUSÃO: Portanto, o extrato pode ser classificado como não tóxico, sendo inserido na categoria 5 do Sistema Globalmente Harmonizado (GHS) de produtos químicos que causam toxicidade aguda, porém, sugere-se a continuidade da investigação da toxicidade do EEMt com protocolos de exposição prolongada. Palavras-chave: Toxicidade aguda, OECD, Administração oral, Camundongos. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Universidade Federal do Piauí (UFPI). 70 Avaliação da toxicidade subcrônica do extrato etanólico da casca da raiz da Mimosa tenuiflora L. em camundongos Swiss Rita de Cássia de Lima Sousa1,2; Carlos Mário Freitas de Oliveira1,2; Mauricio Pires de Moura do Amaral1,2. ritinhalima240000@gmail.com 1 Laboratório Interdisciplinar de Neurociências e Toxicologia -LINT 2 Departamento de Farmácia-UFPI. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo . INTRODUÇÃO: A Mimosa tenuiflora, popularmente conhecida como jurema preta, é uma planta arbórea, perene e semidecídua quena fase adulta pode atingir 7 m de altura e 30 cm de diâmetro, exibe uma cor castanho e um aspecto rugoso e grosseiro. Esta planta é encontrada no Nordeste, predominantemente no bioma da caatinga. O uso etnofarmacológico da M. tenuiflora visa o seu emprego no tratamento de bronquite, úlceras externas e acne. A casca da sua raiz contém alcalóides indólicos como o N, N -dimetil-triptamina (DMT), sendo a principal matéria-prima na fabricação de uma bebida usada em rituais religiosos indígenas de nome “vinho Jurema”. Apesar do seu uso popular, poucos estudos foram desenvolvidos para determinar a segurança do extrato retirado da casca da raiz. OBJETIVOS: Determinar o grau de segurança toxicológica do extrato etanólico da casca da raiz de M. tenuiflora (EEMt) nas doses de 150 e 250 mg/kg através do protocolo de toxicidade subcrônica de administração oral repetida por 28 dias em camundongos Swiss. METODOLOGIA: O protocolo de toxicidade oral de dose repetida por 28 dias foi realizado de acordo com a OECD 407 de 2008. A amostra das cascas das raízes de mimosa tenuiflora para a realização do teste foi coletada no município de Picos-PI (S 06° 59′ 30′′, W 41° 08′ 15′′, altitude 247 m) entre os meses de fevereiro/março de 2022. A espécie foi identificada pela bióloga Profa.Dra. Gardene Maria de Sousa da Universidade Federal do Piauí - UFPI e a exsicata encontra-se depositada no Herbário Graziela Barroso, Piauí, Brasil, com o número de registro 3.253 e número do cadastro AAB530D no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen). No teste foram utilizados camundongos Swiss fêmeas e machos com peso entre 25-35 g, oriundos do Biotério do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí (CCA/UFPI). Os animais foram habituados durante 7 dias, em temperatura de 22 ± 3ºC e umidade relativa de (60 ± 2º UR) sob um ciclo claro/escuro de 12 por 12 horas, com livre acesso à comida e água (“ad libitum”). Todos os protocolos foram submetidos à comissão de ética no uso de animais (CEUA/UFPI) estando estes aprovados sob registro 720/22. Durante o trabalho, registou- se semanalmente o consumo de ração e o peso dos animais que receberam EEMt nas doses de 150 e 250 mg/kg, assim como o grupo do veículo (NaCl 0,9%) e DMSO 1%. Após o término do protocolo os animais foram eutanasiados e foram retirados os seguintes órgãos: coração, fígado, rins e o cérebro para a análise macroscópica. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando comparado os grupos do EEMt nas doses de 150 e 250 mg/kg em relação ao grupo controle não houve mudança nos aspectos comportamentais como agitação, letargia, sono e coma, alterações na pele e pelagem, alterações nos olhos e mucosas, tremores, convulsões, salivação, diarreia. Foi feita a análise do peso e do consumo de ração. Quando comparados os grupos do EEMt nas doses de 150 e 250 mg/kg com o grupo veículo, estes não apresentaram alterações significativas. Os órgãos não apresentaram mudanças significativas em relação ao peso dos órgãos do grupo veículo. CONCLUSÃO: Conclui que o EEMt nas doses 150, 250 mg/Kg não causou sinais de intoxicação nos camundongos machos e fêmeas referente ao peso semanal e consumo de ração diário, assim como não houve alteração macroscópica dos órgãos: coração, fígado, rins e cérebro. Palavras-chave: Toxicidade, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Swiss. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – FAPEPI; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Universidade Federal do Piauí (UFPI). 71 Avaliação da atividade anticoagulante in vitro do óleo essencial de Schinus molle L. Yasmin Barros Azevedo1; Douglas Siqueira de Almeida Chaves1; Flávia Serra Frattani Ferreira2. yasmin.barros.yba@gmail.com 1Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar) – UFRRJ, Seropédica,RJ; 2Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas (DACT) - UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro. INTRODUÇÃO: Doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no mundo, decorrentes de desordens no sistema hemostático, no qual a agregação plaquetária e a coagulação estão envolvidas. As terapias atuais não apresentam a eficácia esperada, além de produzir efeitos colaterais adversos, motivando a busca por novas fontes para serem utilizadas. Os óleos essenciais possuem propriedades biológicas importantes relacionadas ao sistema sanguíneos e podem ser uma alternativa interessante na busca de fármacos para prevenção. OBJETIVO: Avaliar a atividade do óleo essencial das folhas de S. molle, aroeira branca, sobre a hemóstase (coagulação sanguínea). METODOLOGIA: folhas (100g) de S. molle foram secas em estufa com demanda de ar forçada por 48h e em seguida pulverizadas e submetidas a hidrodestilação usando aparelho do tipo Clevenger por 4 h. Após a extração foi feito o cálculo do rendimento. Os ensaios de Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa) e Tempo de Protrombina (TP) foram utilizados para avaliar a ação anticoagulante do óleo essencial. O tempo de coagulação do plasma foi avaliado (em segundos) utilizando o coagulômetro, equipado com um sistema de agitação e aquecimento para indicar o tempo decorrido desde o início da reação de coagulação até a formação do coágulo. O plasma pobre em plaquetas (PPP) liofilizado foi ressuspenso com água destilada. A Cefalina Ativada foi utilizada como reagente de TTPa e a tromboplastina tecidual cálcica como reagente de TP. Utilizou-se a heparina de alto peso molecular como controle. Os ensaios iniciaram com o controle (tampão trisNaCl: TBS). Depois foram testadas as concentrações do OE de 38, 58 e 115 mg.µL-1 nos ensaios de TP e TTPa em triplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O rendimento da extração foi de 0,28% (m/m), estando abaixo do valor encontrado a literatura (1 a 3%). O presente trabalho obteve rendimento abaixo do esperado, o que pode ser devido ao tempo de armazenamento da planta ou variações ocorridas durante o processo de obtenção do óleo essencial. O óleo essencial não apresentou atividade anticoagulante significante para o TTPa (responsável pela via intrínseca da cascata de coagulação). Observa-se que em sua maior concentração (115 mg.µl-1) atingiu o tempo de coagulação de 43,5s, que se comparado ao controle (41,5s) não é um resultado estatisticamente significativo. O tempo de protrombina (TP) é usado para avaliar as vias extrínseca (fator VII) e comum (fatores X, V, II e I). O óleo essencial apresentou atividade no ensaio de TP (44,1s), ao se comparado com o controle (19,1s). Sugerindo que o OE atua especificamente sobre fatores e processos envolvidos com a via extrínseca da coagulação sanguínea. CONCLUSÕES: O óleo essencial apresentou baixo rendimento, sendo necessário otimizar o processo de extração para obtenção e maior quantidade do óleo essencial. Estes resultados são preliminares para o tratamento anticoagulante, entretanto, pode-se observar que a química presente neste óleo essencial é de grande interesse para a continuidade dos estudos com os fatores que fazem parte da via extrínseca, quanto para os testes posteriores no sistema plaquetário, o qual também está envolvido com o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Palavras-chave: Aroeira, Anacardiaceae, Anticoagulante, Óleo essencial. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 72 Potencial antibacteriano de extratos de Aspergillus sp. 1IP2F1, um fungo endofítico associado à espécie vegetal Bromelia balansae Mez Luana Bonifácio Sanches1; Fernanda Motta Ribeiro da Silva2; Nadla Soares Cassemiro3; Denise da Silva Brentan4. luanabonifacio85@gmail.com 1Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição (FACFAN) – UFMS; ²Laboratório de Produtos Naturais e Espectrometria de Massas – UFMS; ³Laboratório de Produtos Naturais e Espectrometria de Massas – UFMS; 4Laboratóriode Produtos Naturais e Espectrometria de Massas – UFMS; Sessão temáticas: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Os microrganismos como fungos e bactérias possuem grande participação no desenvolvimento de candidatos a fármacos devido a sua capacidade de produção de moléculas bioativas. Dentre estes microrganismos, destacam-se os fungos endofíticos que são microrganismos que colonizam o interior dos tecidos das plantas sem causar danos, resultando em uma relação simbiótica entre elas. Devido à grande diversidade estrutural de produtos naturais bioativos encontrados em seus extratos os endófitos se apresentam como uma fonte promissora na busca por metabólitos de elevado valor terapêutico e que possuam potencial biotecnológico para o desenvolvimento de bioprodutos. OBJETIVO: Dessa maneia, o presente trabalho teve como objetivo realizar a determinação e anotação dos componentes presentes nos extratos obtidos do cultivo do fungo endofítico Aspergillus sp. 1IP2F1 através de CLAE-DAD-EM, a obtenção das redes moleculares desses compostos e também analisar sua atividade antibacteriana. METODOLOGIA: O fungo endofítico Aspergillus sp. 1IP2F1 foi isolado das folhas de Bromelia balansae Mez (Bromeliaceae) coletada no Pantanal (MS) e identificado através do sequenciamento da região ITS do rDNA, utilizando os primers ITS-1 (forward) e ITS-4 (reverse). O microrganismo foi cultivado em meio de Batata Dextrose Ágar (BDA) e em meio de cultura líquido em Caldo de Batata e Dextrose (CBD), os quais foram submetidos a extração para obtenção de extratos brutos (EB) com acetato de etila com 1% de ácido fórmico para o EB de BDA, enquanto para o CBD foi realizado duas extrações sendo com acetato de etila e metanol 1:1 para o sobrenadante e acetato de etila com 1% de ácido fórmico para obtenção do EB dos micélios. Dessa forma dois extratos EB foram obtidos do cultivo em meio líquido provenientes dos micélios (EBmic) e sobrenadante (EMsob), além disso também foi obtido o EB a partir do cultivo em meio sólido (EB BDA). Esses extratos foram analisados por CLAE-DAD-EM e os dados foram utilizados apara a anotação utilizando a plataforma Global Natural Products Social Molecular Networking (GNPS) e também para a obtenção da rede molecular. As avaliações antibacterianas foram realizadas frente a Staphylococcus aureus ATCC 25904 e as concentrações inibitórias mínimas (CIM) foram determinadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato micelial EBmic apresentou CIM de 32 µg/mL, enquanto que EB BDA revelou CIM de 125 µg/mL e EBsob foi inativo contra S. aureus. Diversos componentes foram anotados a partir desses extratos de Aspergillus sp. 1IP2F1. A partir do extrato mais ativo EBmic, compostos diméricos de ácidos secalônicos foram anotados e apresentaram-se em um cluster formado por esses componentes como, por exemplo, quatro isômeros do ácido secalônico D de m/z 639,1702 [M+H]+ (C32H30O14) e além de outros. Também foram anotados a partir de EBmic alcaloides como meleagrine e asperparalina A. CONCLUSÕES: O presente trabalho possibilitou a ampliação do conhecimento da biodiversidade de endófitos do Pantanal, a qual é escassamente estudada até o momento, bem como a anotação de diversos componentes a partir do isolado Aspergillus sp. 1IP2F1 de B. balansae, incluindo compostos diméricos de ácidos secalônicos e alcaloides. Além disso, demonstramos o potencial da cepa isolada em produzir compostos antibacterianos. Palavras-chave: Bioprospecção, Fungo Endofítico, Aspergillus sp., Espectrometria de Massas, CLAE-DAD-EM. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 73 Antioxidant activity of Pyrostegia venusta flowers Clara Beatriz de Lima1; Daniela Cristina de Medeiros Araújo2; Danielly Cherrito2; Mariana Nascimento de Paula1; João Carlos Palazzo de Mello1. mello@uem.br 1Pharmacy Department (DFA) Pharmaceutical Biology Laboratory – PALAFITO – State University of Maringá (UEM), Maringá, Brazil; 2Department of Pharmacy (DFA) Uningá University Center, Maringá, Brazil Thematic session: Biological activities of natural products: in vitro and in vivo INTRODUCTION: The formation of reactive oxygen species (ROS) can occur from endogenous sources (mitochondria) and also from exogenous sources (radiation and air pollutants). ROS levels in a biological system are determined by their production rates, and also by the presence and activities of cellular antioxidant defences. The ROS produced in some oxidative processes may be related to the development of physiological and pathophysiological processes, at lower concentrations they regulate intracellular signalling and body homeostasis, but when they are in high concentrations they can cause damage to proteins, lipids and DNA. Antioxidants can be used to decrease ROS levels or inhibit oxidative damage, which can bring benefits to the balance of ROS in the human body, as their imbalance can increase the chances of skin cancer. OBJECTIVE: The objective of this work was to analyse the antioxidant capacity of the ethyl acetate: n-butanol (6:1) (AcEt:n- But (6:1)) fraction and the mixture of isolated substances (acteoside + β-OH-acteoside (Act+ β-OH-Act)), from Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers flowers, using different methodologies. METHODS: To determine the antioxidant activity by the DPPH method and through the xanthine/luminol/xanthine oxidase system, a linear absorbance curve of the different sample dilutions (1.5625 to 100 μg/mL) was performed, obtaining the equation of the straight line. The results were expressed in the antioxidant capacity of the samples to reduce 50% of the DPPH radical (IC50) or inhibit 50% of the enzyme xanthine oxidase. For the ABTS and iron reduction (FRAP) assays, the determination of the total antioxidant activity was performed using the Trolox calibration curve (20 to 600 μM) and the equation of the straight line obtained from the absorbances of the different sample dilutions. The results were expressed in samples' antioxidant capacity equivalent to Trolox (TEAC). RESULTS AND DISCUSSION: For DPPH assay the Act+ β-OH-Act was the best among the samples, managing to reduce 50% of the DPPH radical at a concentration of 3.27 μg/mL ± 0.11, compared to the standard (quercetin) that presented IC50 of 2.99 μg/mL ± 0.15. The AcEt:n-But fraction (6:1) showed an IC50 of 6.57 μg/mL ± 0.11 for antioxidant capacity. In the ABTS assay, it was possible to observe for the AcEt:n-But fraction (6:1) 2.36 mmol TEAC/g ± 0.058, and for the Act+β-OH-Act 2.63 mmol TEAC/g ± 0.10, both showed a significant difference from the standard, which was 7.15 mmol TEAC/g ± 0.29, but these samples are capable of scavenging the ABTS+ radical anion. In the iron reduction assay (FRAP), Act+β-OH-Act showed the highest antioxidant activity among the samples, 6.09 mmol TEAC/g ± 0.25 and the AcEt:n-But fraction (6:1) was 3.44 mmol TEAC/g ± 0.017, values close to the standard of 15.41 mmol TEAC/g ± 0.66, however with a significant difference. In the xanthine oxidase analysis, the AcEt:n-But fraction (6.1) and the Act+β-OH-Act fraction, showed more significant enzyme inhibition capacity in relation to quercetin, a flavonoid known for its antioxidant capacity, used as standard. In all analyses, the AcEt:n-But (6:1) and Act+ β-OH-Act fraction showed a meaningful antioxidant capacity compared to the standard, in the enzymatic inhibition technique these samples showed better results than the standard used. CONCLUSIONS: It is possible to propose that the AcEt:n-But (6:1) fraction and the Act+β-OH-Act of P. venusta flowers, compared to quercetin, may have the ability to prevent, reduce or repair damage induced by ROS, and may be a source of natural antioxidants. Keywords: Pharmacognosy, antioxidant, ROS, Pyrostegia venusta. Acknowledgment: Fundação Araucária, CAPES and CNPq. 74 Evaluation of the ability of Pyrostegia venusta flowers to reduce ROS induced by UVBClara Beatriz de Lima1; Daniela Cristina de Medeiros Araújo2; Danielly Cherrito2; Mariana Nascimento de Paula1; João Carlos Palazzo de Mello1. mello@uem.br 1 Pharmacy Department (DFA) Pharmaceutical Biology Laboratory – PALAFITO – State University of Maringá (UEM), Maringá, Brazil; 2Department of Pharmacy (DFA) Uningá University Center, Maringá, Brazil Thematic session: Biological activities of natural products: in vitro and in vivo INTRODUCTION: Ultraviolet radiation (UV) is divided into UVA, UVB, and UVC. UVB radiation is considered the most intense and can cause severe sunburn, in addition to the formation of reactive oxygen species (ROS) that cause cell and DNA damage. The generation of ROS can be neutralized with the help of antioxidant substances, preventing, reducing or repairing the induced damage. Currently, substances with the ability to combat ROS have been sought, and a great source of these substances are the natural products. A plant species to be considered is Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers, Bignoniaceae, popularly known as São João flower. This species is an alternative due to the presence of metabolites that have known antioxidant and anti-inflammatory properties. P. venusta is found in several regions of Brazil and its flowers, leaves, stems, and roots are popularly used to treat various diseases, due to the metabolites. OBJECTIVE: The objective of this work was in vitro evaluation of extracts and fractions of P. venusta flowers ability to reduce ROS. METHODOLOGY: The in vitro assays were carried out with fibroblasts from the cell line clone L929 (ATCC® CCL1™). The cells were maintained in DMEM medium (Dulbecco's Modified Eagle Medium), supplemented with 10% (v/v) fetal bovine serum (FBS) and 1% (v/v) antibiotics (100 μg/mL of streptomycin sulfate and 100 IU/mL of penicillin), and incubated at 37.0 ºC, 5.0% CO2, and 95% humidity. For the cellular cytotoxicity assay, the cells were plated (2.5×105 cells/mL) in a 96-well microplate for 24 h, after which the medium was removed and different concentrations of the ethyl acetate fraction: n-butanol (6 :1) (AcEt:n-But (6:1)) and a mixture of substances acteoside + β-OH-Acteoside (Act+β-OH-Act) from P. venusta flowers were added at concentrations of 100, 50 , 25, 12.5, 6.25, 3.125, and 1.5625 μg/mL. After 24 h toxicity was assessed using neutral red (NV) method. Subsequently, the irradiated cytotoxicity analysis was carried out in which the cells were plated and treated according to the cytotoxicity methodology, but after 1 h of treatment the cells were subjected to UVB irradiation up to the intensity of 600 mJ/cm2. After 24 h the measurement were doneusing the NV methodology. In the ROS determination assay, cells were cultured in 96-well black plates for 24 h, after being treated for 1 h at concentrations of 6.25, 3.125, and 1.5625 μg/mL, incubated with H2DCF-DA and UVB irradiated, fluorescence was immediately measured in a microplate reader and protein concentrations were quantified by the Bradford method. RESULTS AND DISCUSSION: In the NV assay, it was observed that the AcEt:n-But (6:1) fraction did not have a cytotoxic effect on L929 up to a concentration of 25 µg/mL. On the other hand the mixture of substances Act+β-OH-Act exhibited a cytotoxic effect only at the highest concentration tested (100 µg/mL), showing significant cell growth compared to the control. This may indicate a possible healing activity. In the irradiated cytotoxicity test, the irradiated group had a 45% decrease in cell viability when compared to the control group (CN) that was not irradiated. The AcEt:n-But fraction (6.1) demonstrated cell protection mainly at concentrations of 6.25; 3.125, and 1.5625 µg/mL showing an increase in cell viability of 1.05, 3.69, and 6.19%, respectively, while quercetin (positive control) showed an increase of 3.35%. Act+β-OH-Act at all concentrations (50 to 1.5625 µg/mL) increased viability from 9.46 to 14.31%. CONCLUSIONS: It is possible to affirm that the AcEt:n-But fraction (6.1) and the Act+β-OH-Act have a significative potential to reduce the ROS formed by UVB radiation. It would be a great benefit to the pharmaceutical and cosmetic industry, a substance of natural origin with the ability to reduce ROS, avoiding damage to DNA or cellular proteins, and low cellular toxicity in addition. Keywords: Pharmacognosy, ROS, Pyrostegia venusta, UVB. Acknowledgmentt: Fundação Araucária, CAPES, and CNPq. 75 Triagem fitoquímica e atividade antimicrobiana de Handroanthus spongiosus Talita Lorena Nascimento Gonçalves1; Jéssica Mileny de Andrade Souza Magalhães2,3; Yuri Kelvin Silva Camacho Tavares2,3; Marcia Marilia de Souza Silva3; Cauê Barbosa Coelho3; Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1-3; Ana Paula de Oliveira3-4; talitalorenagoncalves@gmaill.com 1Colegiado de Farmácia, Universidade Federal do Vale do São Francisco – Petrolina - PE, Brasil; 2Programa de Pós-graduação em Biociências, Universidade Federal do Vale do São Francisco – Petrolina - PE, Brasil; 3Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina - PE, Brasil; 4Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano – IFSertãoPE - Campus Petrolina, Petrolina - PE, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Handroanthus spongiosus, conhecida como ipê-amarelo ou ipê-cascudo, é uma espécie arbórea encontrada no nordeste brasileiro e pertencente à família Bignoniaceae. Diversas espécies do gênero Handroanthus são utilizadas para o tratamento de doenças dermatológicas, inflamações, infecções e os canceres de útero e próstata. Entretanto, apesar da importância etnofarmacológica das espécies do gênero, registros de estudos que reportem o perfil fitoquímico e de atividades biológicas para H. spongiosus não foram encontrados na literatura, demonstrando desta forma a necessidade e urgência de estudos neste sentido. OBJETIVO: Avaliar o perfil fitoquímico e a atividade antibacteriana in vitro de extratos e frações de Handroanthus spongiosus. METODOLOGIA: O material vegetal foi coletado na cidade de Petrolina-PE, em julho de 2021 (SisGen #A12ED98), em seguida foi seco, pulverizado e submetido a macerações exaustivas com hexano e metanol. As soluções extrativas foram submetidas à evaporação sob pressão reduzida, para obtenção dos Extrato Hexânico Bruto (EHB) e Extrato Metanólico Bruto (EMB), respectivamente. EMB foi fracionado por meio da cromatografia líquida sob vácuo para a obtenção das frações hexânica (Fr-HEX), clorofórmica (Fr-CHCl3), acetato de etila (Fr-AcOET) e metanólica (Fr-MeOH). Extratos e frações foram submetidos a Cromatografia em Camada Delgada Analítica (CCDA), para realização da triagem fitoquímica preliminar, onde foram investigadas a presença das classes de flavonoides, alcaloides e antraquinonas, com sistemas de eluição e reveladores adequados para cada classe. A confirmação da presença das classes de compostos nos extratos e fases se deu a partir da avaliação qualitativa da intensidade da coloração das manchas nas placas. A avaliação da atividade antibacteriana foi realizada a partir do método de microdiluicão, para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos e frações frente as cepas ATCCs de Staphylococcus aureus (MRSA 8536), Enterococcus faecalis (ATCC 19433) e Serratia marcescens (ATCC 13880). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os flavonoides foram detectados em EMB, Fr-CHCl3, Fr-AcOET, Fr- MeOH. Os alcaloides por sua vez, apresentaram resultado positivo para EMB, Fr-CHCl3, Fr-AcOET enquanto as antraquionas foram verificadas em EMB, Fr-AcOET e Fr-MeOH. Fr-CHCl3 mostrou forte atividade antibacteriana frente a cepa gram positiva de S. aureus, inibindo o seu crescimento em todas as concentrações testadas. Para E. faecalis foram observados baixo/moderados potenciais antibacterianos com valoresde CIM flutuando entre 195 – 6250 ug.mL-1 e este resultado pode estar relacionado a maior variabilidade de classes de metabólitos secundários identificados na fração. Para a espécie gram-negativa (S. marcescens), os extratos apresentaram CIM > 12500 ug.mL-1. CONCLUSÕES: A triagem fitoquímica preliminar permitiu verificar a presença dos flavonoides, alcaloides e antraquinonas em diferentes extratos e frações de H. spongiosus. Estas classes estão distribuídas de maneira distinta, resultando em potenciais de atividade antibacteriana particular para cada amostra. Tendo em vista o expressivo potencial antibacteriano da Fr-CHCl3 frente a S. aureus estudos futuros que identifiquem e permitam isolar os compostos responsáveis pelos resultados observados são necessários. Palavras-chave: Ipê- amarelo, Bignoniaceae, Estudo Fitoquímico, Concentração Inibitória Mínima. Agradecimentos: UNIVASF, IFSertaoPE, CAPES e CNPq. 76 Quantificação de fenóis e flavonoides totais de Handroanthus spongiosus e avaliação da atividade antioxidante in vitro Talita Lorena Nascimento Gonçalves1; Jéssica Mileny de Andrade Souza Magalhães2,3; Yuri Kelvin Silva Camacho Tavares2,3; Marcia Marilia de Souza Silva2,3; Cauê Barbosa Coelho3; Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1,3; Ana Paula de Oliveira3,4. talitalorenagoncalves@gmaill.com 1Colegiado de Farmácia, Universidade Federal do Vale do São Francisco – Petrolina - PE, Brasil; 2Programa de Pós graduação em Biociências, Universidade Federal do Vale do São Francisco – Petrolina - PE, Brasil; 3Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina - PE, Brasil; 4Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano - Campus Petrolina, Petrolina - PE, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: As espécies reativas de oxigênio (EROS), conhecidas como radicais livres estão diretamente relacionadas a incidência de inúmeras patologias. Os compostos fenólicos, incluindo os flavonoides, são vastamente explorados pelo seu potencial antioxidante. A espécie Handroanthus spongiosus pertence à família Bignoniaceae, e é popularmente conhecida como ipê-amarelo. A família é amplamente explorada pelos seus teores de flavonoides e antraquinonas, entretanto, não há registro de estudos fitoquímicos e atividades biológicas desenvolvidas com a espécie, o que valida a importância de estudos que atuem neste sentido. OBJETIVO: Quantificar os teores de fenóis e flavonoides totais, bem como avaliar a atividade antioxidante dos extratos e frações das folhas de Handroanthus spongiosus. METODOLOGIA: O material vegetal foi coletado na cidade de Petrolina-PE em julho de 2021 (SisGen #A12ED98), seco, pulverizado, e submetido a macerações exaustivas com hexano e metanol. Em seguida, foram submetidas à evaporação sob pressão reduzida, para obtenção dos Extrato Hexânico Bruto (EHB) e Extrato Metanólico Bruto (EMB), respectivamente. EMB foi fracionado por meio da cromatografia líquida sob vácuo para a obtenção das frações hexânica (Fr-HEX), clorofórmica (Fr-CHCl3), acetato de etila (Fr-AcOET) e metanólica (Fr-MeOH). A quantificação de fenóis totais foi feita pelo método de Folin-Ciocalteu, utilizando ácido gálico como padrão, à medida que, para flavonoides totais foi utilizado o método de avaliação dos complexos formados entre alumínio e os flavonoides, utilizando a curva de calibração da quercetina. A atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos de sequestro do radical livre DPPH e inibição da auto-oxidaçãodo β caroteno, utilizando ácido ascórbico, BHA e BHT como padrões. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos na quantificação de fenóis totais demonstraram que a Fr-MeOH apresentou maiores teores de compostos fenólicos com 138,63 mg de Eq.AG/g, seguido do EMB com 122,3, Fr-AcOET com 80,63 e Fr CHCl3 com 61,96 mg de Eq.AG/g. A análise de flavonoides totais resultou na quantificação de 45,91 mg de Eq.Q/g para o EMB, 34,31, 14,49 e 4,33 mg de Eq.Q/g para as Fr-MeOH, Fr-CHCl3 e Fr-AcOET. Os resultados do teste com DPPH foram expressos em CE50, e variaram de 36,88 ± 0,82 a 382,4 ± 113,6 μg/mL, sendo a Fr-MeOH que apresentou os menores valores (CE50= 36,88 ± 1,94), enquanto a Fr-CHCl3 apresentou o maior valor de CE50 (382,4 ± 113,6 μg/mL). A atividade antioxidante no sistema β-caroteno/ácido linoleico foi expressa como percentual de atividade antioxidante (AA%), sendo que o EHB apresentou maior valor de AA% (87,28), seguido de EMB (69,08), Fr-MeOH (56,07), Fr-AcOET (54,91) e Fr-CHCl3 (8,96). Os resultados da atividade antioxidante demonstram que a espécie possui atividade de caráter hidrofílico e lipofílico, o que é corroborado com os resultados de fenóis e flavonoides totais. CONCLUSÕES: Os resultados observados constam que a espécie Handroanthus spongiosus possui um conteúdo significativo de fenóis e flavonoides totais, sendo que o EMB e a Fr-MeOH obtiveram os maiores teores, podendo ser justificado pela seletividade do solvente utilizado, uma vez que, seu caráter polar permite uma melhor extração dessas classes de compostos. Os valores mais significativos de atividade antioxidante foram verificados na Fr-MeOH e EHB, nos testes de DPPH e β-caroteno respectivamente. Este é o primeiro estudo químico e biológico para a espécie em questão, sendo de extrema importância para o conhecimento e identificação de compostos bioativos de espécies da Caatinga. Palavras-chave: Química de produtos naturais, Ipê-amarelo, Bignoniaceae. DPPH; βcaroteno. Agradecimentos: UNIVASF, IFSertaoPE, CAPES e CNPq. 77 Atividade antiviral das folhas de Physalis angulata e compostos isolados frente a arbovírus epidemiológicos Allana Martins dos Santos Ataide1; Beatriz de Nazaré dos Reis Rodrigues1; Rayane Rodrigues Reis1; Alice Rhelly Veloso Carvalho1; Ariane Coelho Ferraza2; Marília Bueno da Silva Manegatto2; Rafaela Lameira Souza Lima2; José Carlos de Magalhães2; Cíntia Lopes de Brito Magalhães2; Consuelo Yumiko Yoshioka e Silva1. martins.allana48@gmail.com 1Faculdade de Farmácia, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil; 2Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: As infecções virais podem causar desde sintomas leves (p.e, febre e dores no corpo) até doenças graves (p.e, encefalite e febre hemorrágica). Dentre os agentes causadores desta última condição estão os arbovírus, um grupo de vírus transmitidos a humanos e animais por vetores artrópodes. Nessa conjuntura, das buscas por medidas de cuidado e prevenção, estudos científicos a partir de fontes naturais, como as plantas, têm se tornado um campo bastante exitoso. Dentre essas, a espécie Physalis angulata (Solanaceae) é uma planta bastante utilizada na medicina tradicional para tratar várias doenças, como febre, inflamação e infecções respiratórias. OBJETIVO: Avaliar a atividade antiviral do extrato etanólico das folhas de P. angulata e de seus compostos isolados frente a arbovírus epidemiológicos. METODOLOGIA: O extrato etanólico das folhas de P. angulata e quatro fisalinas isoladas (D, G, B e isoB) foram avaliados pelo método colorimétrico de MTT frente à atividade antiviral dos arbovírus Chikungunya (CHIKV), Mayaro (MAYV), Oropouche (OROV) e Zika (ZIKV) a partir dos valores de índice de concentração eficaz com 50% de efeito antiviral (CE50) e o índice de seletividade dos compostos com ação antiviral (IS50). Previamente, uma análise citotóxica (linhagem celular CCL-81™, ATCC) foi realizada para estimar-se a concentração citotóxica para 50% de células (CC50). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os índices de CC50 para o extrato foi de 25,06±2,18 µg.mL-1 e 2,48±0,24µg.mL-1 para a isofisalina B, enquanto para os demais compostos foi >300 µg.mL-1. Considera-se imprescindível que as concentrações testadas sejam menores que o CC50 para garantir que o efeito observado nas células infectadas seja decorrente da ação viral e não dos efeitos tóxicos das drogas testadas. Frente à avaliação de atividade antiviral, o extrato expressou atividade segura somente para MAYV (CE50= 9,88±0,35 µg.mL-1), sendo que para os demais vírus não se observou viabilidade celular maior que 40%. Os vírus MAYV e CHIKV possuem algumas características comuns, como a forma de multiplicação e proteínas congêneres; entretanto a inibição só foi observada para o primeiro e isso sugere um mecanismo de inibição bem específico. Em relação aos compostos isolados, somente as fisalinas B e isoB exibiram atividades promissoras para pelo menos um dos quatro arbovírus testados: a fisalina B foi eficaz em proteger as células diante dos vírus MAYV e ZIKV em até 60%, cujos índices de CE50 foram iguais a 39,54±0,59 µg/mL para MAYV e 9,94±0,42 µg/mL para ZIKV. A isofisalina B foi capaz de proteger as células da infecção viral contra todos os arbovírus testados (CE50 = 1,11±0,10 µg.mL-1[MAYV]; 1,58±0,48 µg.mL-1 [CHIKV]; 1,05±0,09 µg.mL-1[OROV] e 0,67±0,29 µg.mL-1[ZIKV]). Contudo, da mesma forma que o extrato, ambos os compostos isolados também apresentaram uma única concentração em que a viabilidade celular foi ≥50 % para todos os vírus testados, o que sugere que a proteção celular resultante da atividade antiviral é limitada. Quanto ao índice IS50, o extrato apresentou baixa seletividade (IS50= 2,54), enquanto para a fisalina B observou-se um IS50 de 7,59 para MAYV e 30,18 para ZIKV, sendo este último considerado seguro para ensaios in vivo. Para a isofisalina B, observou-se baixa seletividade (IS50<2) para MAYV, CHIKV e OROV, embora para ZIKV seja relativamente mais seletivo (IS50= 3,73). Embora haja divergência entre um valor aceitável para IS50, é consenso que o IS50 é um parâmetro importante de ser mensurado devido fornecer informações sobre a segurança da droga, isto é, a janela terapêutica entre a dose efetiva e a dose citotóxica. CONCLUSÕES: Esse estudo relata pela primeira vez a atividade antiviral de P. angulata e compostos isolados frente a arbovírus bastante negligenciados e para os quais ainda não se tem tratamento específico ou vacina licenciada, sendo dois deles (CHIKV e ZIKV) com ciclo urbano instalado e desencadeadores de problemas de saúde pública no Brasil. Dessa maneira, espera-se futuros estudos possam explorar o potencial antiviral dessa espécie a fim de desenvolver fitofármacos com ação terapêutica antiviral. Palavras-chave: Physalis angulata, Fisalinas, Arbovírus, Ensaio in vitro. Agradecimentos: UFPA, UFOP, CAPES, CNPq. 78 Efeitos antitumorais do extrato de Geissospermum vellosii em linhagens de câncer cervical humano relacionado ao HPV-16 e HPV-18 Lila Teixeira de Oliveira1; Karla Bianca da Silva Lima1; Vicktor Bruno Pereira Pinto2; Laís Araújo Souza Wolff1; Monique Marques Martins1; Andressa Bianca Reis Lima3; Lidilhone Hamerski4; Marcelo Souza de Andrade2; Joselia Alencar Lima2; Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento2. lila.to@discente.ufma.br 1Curso de Ciências Biológicas – UFMA; 2Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto (PPGSAD) – UFMA; 3Curso de Medicina – UFMA; 4Instituto de Pesquisa em Produtos Naturais (IPPN) – UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O câncer cervical representa um importante problema de saúde pública no mundo, sendo a quarta causa de óbito em mulheres no Brasil e terceiro tipo de câncer mais comum no estado do Maranhão. Cerca de 95% dos canceres cervicais são relacionados ao Papiloma virus Humano (HPV), sendo os HPV 16 e 18 os de maior oncogenicidade. As opções terapêuticas apresentam eficácia limitada e os efeitos colaterais significativos. Por esses motivos, muitos estudos baseados em plantas têm buscado obter compostos com atividades antiproliferativas e/ou citotóxicas que possam servir como protótipo para o desenvolvimento de novos agentes antineoplásicos. O Geissospermum vellosii, comumente conhecido por Pau-pereira, é nativa do Brasil, e rica em alcaloides indólicos. O extrato das cascas do caule do pau-pereira (PP), além das reconhecidas atividades anticolinesterásica, antinociceptiva e anti-inflamatória, tem demonstrado atividades antitumorais em modelos pré-clínicos de câncer de próstata, e em linhagens celulares de câncer de pâncreas humano (PANC-1, AsPC-1; HPAF-II, BxPC-3 e MiaPaCa-2), de câncer ovariano (OVCAR-5, OVCAR-8; SHIN- 3). Mas, ainda não há relatos de estudos com extrato das cascas do caule do PP em células de câncer cervical humano. OBJETIVO: Avaliar a citotoxicidade do extrato da casca do caule de pau-pereira (PP) em linhagens celulares de câncer cervical HPV-positivo 18 (HeLa) e 16 (SiHa), a capacidade de formação de colônias e a migração celular dessas linhagens, na presença do extrato de PP. METODOLOGIA: Células foram cultivadas em meio DMEM suplementado com 10% SFB, em frascos de cultivo mantidos a 37°C e 5% de CO 2. Após crescimento, as células foram semeadas (1x104 cél/poço) em placas de 96 poços e, após aderência, tratadas com concentrações de 5 – 120 µg/mL de PP, por 24, 48 e 72h, com cada experimento realizado em triplicata. A citotoxicidade foi determinada pelo teste colorimétrico com brometo de 3-4,5-dimetil-tiazol-2-il-2,5- difeniltetrazólio (MTT). Na formação de colônias, células foram semeadas (500 cél/poço) em placas de 24 poços, tratadas por 72h com a concentração que inibiu 50% (IC50) da viabilidade celular, e após a retirada do tratamento, foram deixadas em cultivo até que as colônias dos poços controle (sem tratamento) estivessem confluentes. Para o teste de migração celular, as células foram semeadas (1.5x105 cél/ poço) em placas de 24 poços e, após confluência, foram feitos a ranhura na monocamada de cada poço, e em seguida o registro fotográfico dos poços (tempo zero). Após, foram adicionadas diferentes concentrações de PP aos poços. Registros fotográficos foram realizados 48h após o tratamento, e a porcentagem de fechamento das ranhuras foram determinadas com o software ImageJ. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O PP inibiu a viabilidade celular de maneira tempo e concentração-dependente em ambas linhagens celulares, com IC50 de 25,46 ± 2,18; e 53,08 ± 2,45 µg/mL, para HeLa e SiHa, respectivamente. Mesmo após dez dias da retirada do tratamento, não se observou aumento da expansão clonal de células SiHa tratadas com PP (53 µg/mL). PP inibiu a migração celular de um modo dependente da concentração em ambas as linhagens, com porcentagem de fechamento da ranhura, após 48h de exposição ao tratamento, de 22% (60 µg/mL), 38% (40 µg/mL) e 70% (20 µg/mL), para a SiHa; e 20% (60 µg/mL), 26% (40 µg/mL), 47% (20 µg/mL) para a HeLa. Assim, o extrato do PP se mostrou altamente eficaz em inibir a viabilidade, a proliferação e a migração celular em ambas as linhagens celulares. CONCLUSÃO: Estes resultados são bastante animadores, pois demonstram que o extrato do PP tem alta atividade antitumoral nestes dois tipos celulares altamente oncogênicos. Em se confirmando outros testes com esse extrato, a próxima etapa será de isolamento e avaliação dos alcaloides do extrato do PP. O ensaio clonogênico com a HeLa está em andamento. SisGen do G. vellosii: ACADBDD. Palavras-chave: Câncer Cervical, Câncer de colo do útero, Geissospermum vellosii, Pau-pereira, HeLa, SiHa. Agradecimentos: FAPEMA, UFMA, CAPES, CNPq E PPGSAD. 79 Efeitos antitumorais do extrato do Geissospermum vellosii (Pau- pereira) em células de câncer de mama humana, MCF-7 e MDA-MB-231 Danrley Moraes Teixeira1; Ana Luiza de Araújo Butarelli2; Lila Teixeira de Oliveira3; Monique Marques Martins3; Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento1; Lidilhone Hamerski4;Ana Paula Silva de Azevedo-Santos1,2; Josélia Alencar Lima1. lylla.de.oliveira@gmail.com 1Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto (PPGSAD) - UFMA;2Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – UFMA; 3Curso de Ciências Biológicas – UFMA; 4Instituto de Pesquisa em Produtos Naturais (IPPN) – UFRJ - Rio de Janeiro, RJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O Brasil deverá registrar 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), com maior frequência para câncer de mama (73.610 casos), próstata (71.730 casos), cólon e reto (45.630 casos), pulmão (32.560 casos) e estômago (21.480 casos). Em 2022, foram registrados 3.610 novos casos de câncer de mama feminina, correspondendo a 30,1% dos cânceres, e 17.825 óbitos (16,5%). Cerca de 67% dos cânceres de mama são receptores hormonais positivos e respondem razoavelmente bem ao tratamento com quimioterápicos como o tamoxifeno. Mas, há o tipo de câncer de mama triplo negativo (15% dos casos), um tipo mais agressivo e invasivo, com opções limitadas de tratamento e alta taxa de recidiva pós-tratamento. Portanto, continua sendo crucial obter agentes potencialmente ativos contra os vários tipos de câncer de mama. O Geissospermum vellosii, comumente conhecido por Pau-pereira, é nativa do Brasil, e rica em alcaloides indólicos. O extrato das cascas do caule do Pau-pereira (PP), além das reconhecidas atividades anticolinesterásica, antinociceptiva e anti-inflamatória, tem demonstrado atividades antitumorais em modelos pré-clínicos de câncer de próstata, e em linhagens celulares de câncer de pâncreas humano (PANC-1, AsPC-1; HPAF-II, BxPC-3 e MiaPaCa-2), de câncer ovariano (OVCAR-5, OVCAR-8; SHIN-3). Mas, ainda não há relatos de estudos com extrato das cascas do caule do Pau-pereira em células de câncer de mama. A hipótese do trabalho é que metabólitos secundários do PP possuem atividade antitumoral efetiva para o câncer de mama, com potencial para tratamento do tipo triplo negativo. OBJETIVO: Avaliar se o extrato da casca do PP é citotóxico em linhagens de câncer mamário humano, receptor de estrógeno dependente (MCF-7) e triplo negativo (MDA-MB-231). METODOLOGIA: Células foram cultivadas em meio DMEM suplementado com 10% SFB, em frascos de cultivo mantidos a 37°C e 5% de CO2. Após crescimento, as células foram semeadas (1x104 células/poço) em placas de 96 poços e, após aderência, tratadas com concentrações de 5 – 120 µg/mL de PP, por 24, 48 e 72 h, com cada experimento realizado em triplicata. A citotoxicidade foi determinada pelo teste colorimétrico com brometo de 3-4,5-dimetil-tiazol-2-il-2,5-difeniltetrazólio (MTT). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nossos resultados mostram que o PP inibiu a viabilidade celular de um modo tempo e concentração-dependente em ambas as linhagens celulares, com IC50 de 35,63 ± 2,71 µg/mL e 10-20 µg/mL, para as linhagem MCF-7 e MDA-MB-231, respectivamente. Estes resultados demonstraram que o extrato do PP tem a capacidade de redução da viabilidade dessas linhagens tumorais, mostrando uma melhor atividade para a linhagem triplo negativa. CONCLUSÕES: PP apresenta atividade citotóxica para as linhagens tumorais de mama, com maior efeito nas células triplo negativo, quando comparadas com as células receptor estrógeno-dependente. Os dados se referem a etapa de triagem inicial tendo os ensaios de formação de colônia e migração celular em andamento. A se confirmarem nossas expectativas, o extrato de PP terá seus constituintes químicos isolados e testados contra essas duas linhagens de referência para estudos oncológicos de mama. SisGen do G. vellosii: ACADBDD. Palavras-chave: Geissospermum vellosii, Pau-pereira, MCF-7, MDA-MB-231, Câncer, Câncer de mama. Agradecimentos: FAPEMA, UFMA, CAPES e CNPq 80 Extratos vegetais de plantas brasileiras ativas contra Listeria monocytogenes José Rodrigo de Arruda1; Pablo de Carvalho Domingues1; Karen Cristina Comin Maldonado2, Ivana Barbosa Suffredini1,2. ivana.suffredini@docente.unip.br 1Programa de Pós Graduação em patologia Ambiental e Experimental da Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, SP; 2Núcleo de Pesquisas em Biodiversidade da universidade Paulista - UNIP, NPBio-UNIP, São Paulo, SP. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Listeria monocytogenes, bactéria Gram positiva que se encontra disseminada na natureza, pode ser encontrada no solo, água, fezes de animais e nichos onde vivem, e em função do tipo de manipulação ambiental ou animal envolvida, pode causar doença ao ser humano, sendo considerada uma doença zoonótica conhecida como listeriose. Novos fármacos para serem usados em listeriose são necessários, e a biodiversidade brasileira é fonte potencial de princípios ativos naturais. OBJETIVO: Esse trabalho teve como objetivo identificar extratos vegetais ativos entre os 2.280 obtidos de plantas brasileiras que constam da Extratoteca do NPBio. METODOLOGIA: Os extratos vegetais foram obtidos de diferentes órgãos vegetais, segundo sua disponibilidade de biomassa, por maceração em diclorometano:metanol (1:1) seguida de maceração com água, ambas de 24h. Os extratos vegetais liofilizados foram triados com o teste de disco difusão em ágar (DDA) na concentração de 100 mg/mL e os que apresentaram atividade foram testados novamente nesse teste para obtenção do diâmetro do halo de inibição, e foram testados no teste de microdiluição em caldo (MDC) para obtenção da concentração inibitória mínima (CIM). Foram utilizados discos de antibióticos como controle, como ampicilina 10, cloranfenicol 30, estreptomicina 10, gentamicina 10 e tetraciclina 30, para os testes de DDA, além de clorexidina 1% em solução, para os testes de MDC. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 2.280 extratos testados, apenas 12 apresentaram atividade contra L. monocytogenes, o que corresponde a um rendimento de 0,53% de extratos ativos. Os extratos ativos foram obtidos de espécies vegetais pertencentes às famílias Flacourtiaceae (Salicaceae), Clusiaceae, Rubiaceae, Piperacee, Fabaceae, Convolvulaceae, Annonaceae e Simaroubaceae, sendo três extratos obtidos de espécies de Clusiaceae, dois de Salicacecae e dois de Piperaceae, e os outros cinco extratos obtidos de espécies vegetais pertencentes às outras famílias. Ao considerarmos os órgãos vegetais dos quais os extratos foram obtidos, cinco extratos foram obtidos de órgãos aéreos, quatro foram obtidos de folhas, dois foram obtidos de caule e um de frutos. Entre os 12 extratos, nove dos ativos são extratos orgânicos e três, aquosos. CONCLUSÕES: O trabalho demonstrou que extratos vegetais podem ser usados como fonte potencial de agentes antimicrobianos contra L. monocytogenes, particularmente aqueles obtidos de espécies pertencentes às famílias Clusiaceae, Flacourtiaceae (Salicaceae) e Piperaceae, e que os órgãos vegetais que apresentam maior potencial de terem substâncias ativas são as folhas e os órgãos aéreos. Palavras-chave: Listeriose, Floresta Amazônica, Epidemiologia, Teste de Sensibilidade, Triagem em Larga Escala. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 81 Estudo comparativo da atividade antioxidante e perfil químico entre óleos essenciais e seus hidrolatos Andréa Bezerra da Nóbrega1, Lilian Rodrigues Braga2, Eliane Gomes Fabri33; Daniel Luiz Reis Simas4, Ellen Tanus Rangel5. pdi@hajeorganic.com 1Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos, Farmanguinhos, Fiocruz; 2Pesquisadora UnB e Professora UNIP-DF/BRASÍLIA,3Centro de Horticultura - Instituto Agronômico IAC/APTA/SAA/SP, Campinas/SP; 4Bio Assets SA; Laboratório de Análise Fitoquímica, IPPN – UFRJ; 5Pesquisadora Haje Insumos Orgânicos, Anápolis/GO e Professora UNIP-DF/BRASÍLIA. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Os óleos essenciais (OE) e hidrolatos (HL) são obtidos doresultado da destilação por arraste a vapor de plantas aromáticas. Os OE são misturas complexas de compostos naturais bastante voláteis, de caráter hidrofóbico e líquidos a temperatura ambiente, já o hidrolato (HL) é a fração aquosa do OE, sua composição química é geralmente constituída pelos mesmos componentes químicos da fração oxigenada dos OE correspondentes. A enorme variedade de compostos químicos confere aos OE e HL odores característicos e diversas funções terapêuticas. Os OE são utilizados pela humanidade desde a antiguidade, já os HL por muito tempo foi considerado como um subproduto descartável da produção de OE, mas atualmente vêm sendo estudados e fornecendo resultados promissores com várias atividades. OBJETIVO: O objetivo deste estudo consiste na comparação da caracterização química e da avaliação antioxidante de quatro OE e seus HL extraídos na Haje Insumos Orgânicos. METODOLOGIA: Os OE e HL utilizados foram obtidos pelo processo de destilação por arraste a vapor obtidos das folhas das espécies: Melaleuca - ME (Melaleuca alternifolia), Manjericão - MA (Ocimum basilicum), Erva baleeira - EB (Varronia curassavica), Gerânio - GE (Pelargonium graveolens) em dornas de aço inoxidável. Para a caracterização química os OE e os HL foram analisados em CG/EM, os OE analisados diretamente dos HL foram recuperados por extração líquido-líquido com éter etílico e saltting in. Para avaliação da atividade antioxidante (AA) empregou-se o método de DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazil) onde foram adicionados 50 µL de amostra (OE ou HL), em triplicata, nos epedorff, e acrescentados 1950 mL de DPPH·0,03 mol/L etanólico, seguido de homogeneização e repouso por 60 minutos ao abrigo de luz. O controle foi composto por etanol puro. As leituras após reação foram realizadas em 517 nm e a AA de cada amostra foi expressa pela capacidade do sequestro do radical DPPH como percentual de inibição da oxidação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos resultados obtidos o OEMA e o HLMA foram os de maior destaque, pois ambos obtiveram excelente AA (102,4 ± 0,2% e 68,7 ± 0,3%, respectivamente); quanto ao perfil químico o linalol foi majoritário ressaltando que o hidrolato é considerado bem mais diluído com rendimento orgânico de apenas 0,05%. A atividade antioxidante dos óleos OEGE (98,7 ± 0,1%) e OEME (94,0 ± 0,1%) também foram bastante relevantes; porém seus hidrolato não apresentaram o mesmo perfil antioxidante HLGE (27,3% ± 2,3) e HLME (22,0 ± 1,0%). Apesar de quimicamente os majoritários dos OEGE e HLGE serem os mesmos, a AA não se manteve o que pode estar relacionado a concentração do hidrolato. No do caso do perfil químico do OEME e HLME, o majoritário principal é o terpinen-4-ol que se mantém para ambos, porém no OE temos os terpinenos também como majoritários, contudo, não aparece no HL. O OEEB apresentou a menor AA (61,0 ± 1,0%) comparado aos outros OE, inclusive por apresentar menor atividade que a do HLMA. Por sua vez, o HLEB (22,5 ± 0,3%) mostrou atividade próxima ao HLME (22,0±1,0%); do ponto de vista químico, a OE de erva baleeira é a que mais se difere dos outros OE e entre o seu OE e HL. A atividade antioxidante dos OE pelo método DPPH já é bem consolidada, mostrando que esses óleos podem ser usados como aditivos antioxidantes; mas essa atividade se estendeu ao hidrolatos, em especial, HLMA com considerável ação antioxidante quando comparado ao seu OE. CONCLUSÕES: Pode-se verificar que o hidrolato (HLMA) foi o que apresentou significativo potencial de ação antioxidante comparado ao seu OE e as demais espécies estudadas. Assim a perspectiva do uso não só do óleo essencial como insumo antioxidante natural, mas também de hidrolatos, tende a contribuir nas formulações de cunho cosmético, alimentício e farmacêutico. Palavras-chave: Óleo essencial, Hidrolato, Antioxidante, Insumos natural. Agradecimentos: UNIP/DF, HAJE PDI, FAPDF e UnB. 82 Avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro do extrato e das frações obtidas das folhas de Calophyllum brasiliense Guilherme Moreschi Gerhardt1; Larissa Benvenutti1; Otto Mauricio Santos Gerlach1; Ruth Meri Lucinda da Silva1; Nara Lins Meira Quintão1; José Roberto Santin1; Valdir Cechinel Filho1; Luiz Carlos Klein- Júnior1. guilherme.gerhardt@univali.br 1Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) – Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Itajaí, SC. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: Calophyllum brasiliense, também conhecida popularmente como guanandi, é a espécie mais abundante de seu gênero na América Latina, característica de florestas pluviais do Brasil. Derivados obtidos desta planta são usados na medicina popular como analgésico e para tratamento de inflamações, provavelmente devido à presença de diversas substâncias bioativas, como xantonas, cumarinas, cromonas e flavonoides. Apesar deste uso terapêutico potencial, o tema ainda carece de estudos para avaliar as vias pelas quais extratos de C. brasiliense podem exercer tal efeito. OBJETIVO: O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade anti-inflamatória in vitro do extrato bruto e de 3 frações obtidas a partir das folhas de Calophyllum brasiliense. METODOLOGIA: As folhas de C. brasiliense foram coletadas (SisGen A7EBEE2), secas, moídas e extraídas com metanol por maceração estática. O solvente foi evaporado e o extrato bruto obtido foi suspenso em água/metanol (1:1) para partição líquido-líquido com diclorometano e acetato de etila. Dessa forma, avaliou-se inicialmente o potencial citotóxico através de MTT e a atividade anti-inflamatória do extrato bruto, da fração diclorometano, fração acetato de etila e fração residual metanol/água. Células RAW 264.7 foram cultivadas em placas de 96 poços por 24 h e estimuladas com LPS (5µg/mL) e tratadas com amostras nas concentrações de 1, 10 e 100 µg/mL para determinação de nitrito, dosagem de IL-6 e TNF no sobrenadante. Para avaliar o efeito do extrato e frações na migração de neutrófilos in vitro foi utilizado um ensaio de quimiotaxia em agarose e o efeito do tratamento na resolução de inflamação foi determinado pelo ensaio de eferocitose, sendo avaliado a fagocitose de neutrófilos apoptóticos por macrófagos e a produção de IL-10 e TNF. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato seco apresentou rendimento de 8,8%. As frações diclorometano, acetato de etila e resíduo metanol/água apresentaram rendimento de 12,7g, 3,1g e 8,0g, respectivamente. A viabilidade celular das células tratadas com extrato e frações não apresentou redução significativa. A dosagem de nitrito em células RAW 264.7 demonstrou que todas as concentrações testadas do extrato e frações foram eficazes em reduzir a liberação de nitrito de forma significativa. Na menor concentração testada de 1µg/mL, a fração metanol/água obteve a melhor resposta, com inibição de 67,4 ± 5,4%. Em relação às citocinas, a fração residual de metanol/água teve melhor resposta para dosagem de TNF com inibição de 18,8 ± 3,3% e a fração acetato de etila para dosagem de IL-6, com inibição de 64,9 ± 4,8%. Na avaliação da quimiotaxia, a migração de células após 4 horas foi comparada entre as frações e extrato bruto na menor concentração dos testes anteriores (1 µg/mL) e a melhor resposta foi da fração metanol/água, com inibição de 38,1 ± 4,3% da quimiotaxia. Por fim, a fração de metanol/água apresentou maior taxa de eferocitose, de 58% com redução de TNF (inibição de 16,2%) e concomitante aumento de IL- 10 (fold increase de 77,5%). CONCLUSÕES: O extrato das folhas de Calophyllum brasiliense apresenta potencial anti-inflamatório in vitro. A fração residual metanol/água foi a que apresentou melhores resultados frente aos testes realizados. Novos ensaios serão realizados para os compostos isolados e subfrações obtidas ao longo do estudo. Palavras-chave: Guanandi, Inflamação, Macrófago. Agradecimentos: Universidade do Vale do Itajaí, FAPESC, CNPq e Sr. Rubens Szpilman (Serra/MT).83 Bioprospecção de extrato de sementes de Persea americana Mill: Potencial biológico (antioxidante, antimicrobiana e larvicida) Ana Paula Muniz Serejo1; Ana Patricia Matos Pereira1; Julianne Rocha de Araújo2; Nádia Leticia Silva Chaves3; Rômulo Fernandes Aquino3; Maria Cristiane Aranha Brito2; Gustavo Oliveira Everton3; Claudia Quintino da Rocha4, Flavia Maria Mendonça do Amaral1,5; Denise Fernandes Coutinho1,5 1Doutorado em Biotecnologia (Renorbio-UFMA), 2Uninassau – São Luís, 3Doutorado em Química- UFMA, 4Programa de Pós-graduação em Química/Departamento de Química-UFMA, 5Programa de Pós-graduação Saúde e Ambiente/ Departamento de Farmácia- UFMA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O mercado de fruticultura está em constante crescimento, o Brasil ocupa terceira posição no ranking mundial. Como consequência nota-se uma relevante geração de lixo orgânico. Sabe-se que os frutos da espécie vegetal Persea americana Mill. (abacate) são comercialmente significativos e apresentam elevado valor nutricional. No entanto as sementes, são considerados subprodutos da agroindústria com alto potencial poluidor, pelo volume e descarte impróprio. Logo o reaproveitamento desses subprodutos pode contribuir de forma expressiva com a movimentação da economia e minimizar o impacto ambiental. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo avaliar o perfil químico e as ações biológicas do extrato de sementes de Persea americana Mill. METODOLOGIA: Os frutos de Persea americana foram adquiridos por fornecedor local na cidade de São Luís, encaminhados para identificação botânica no Herbário do Maranhão (UFMA). As sementes foram separadas e secas da polpa do fruto, com auxílio de martelo (devidamente higienizado) foram fragmentadas e posteriormente trituradas em liquidificador. Material resultante foi submetido a extração por maceração com etanol a 70% em hidromódulo (1:4) durante 7 dias, posteriormente foi filtrado e concentrado em rotaevaporador. A caracterização química foi realizada por Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). A determinação da atividade antioxidante foi executada pelos métodos de descoloração do radical ABTS, DPPH e R-OH e a determinação do potencial antimicrobiano pelo Método de Difusão de Disco (MDD) e Diluição em Caldo para obtenção da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida Mínima (CBM), utilizando cepas de Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Salmonella typhi. Para a atividade larvicida frente Aedes aegypti, utilizou-se o método da OMS, obtendo concentração letal 50% (CL50), calculados por regressão linear. estatística por método Probit. Já o teste de toxicidade para organismos não-alvos foi verificado pelo bioensaio com Artemia salina L. Vale ressaltar por se tratar de teste com animais invertebrados não há necessidade de submissão ao comitê de ética. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato revelou os seguintes constituintes químicos: Perseitol, Ácido cafeoilquinico, Cinamtannin B1 (procianidina trímero A isômero), isômero de Ácido cafeoilquinico, Ácido hidroxiabscísico glicosídeo e Quercetina-3-O-glicosideo. Estas substâncias pertencem a classe de fenóis e procianinas, descritos na literatura com ação antiflamatória. Pode-se relacionar a sua atividade antioxidante que obteve resultados significativos com IC50 pelo método ROH de 211,00 (mg L-1), pelo método ABTS, de 158,69(mg L-1) e pelo método DPPH, de 186,30 (mg L-1). Estes dados representam grande potencial sequestrador de radicais livres, já que quanto menor o valor expresso em IC50, melhor é a propriedade antioxidante do extrato. Quanto a ação antimicrobiana, o extrato não exibiu resultados expressivos contra as cepas de E. coli, S. aureus, P. aeruginosa e S.a typhi. Em contrapartida a atividade larvicida apresentou a CL50 de 181.72 mg L-1 com 95% de intervalo de confiança, evidenciando moderada ação larvicida, porém com menor potencial de letalidade, exigindo maior concentração do extrato para obter a morte de 50% das larvas. E no ensaio de toxicidade o extrato demonstrou baixa toxicidade a organismos não alvos. CONCLUSÕES: Os compostos químicos presentes nas sementes de P. americana como perseitol, quercetina e ácido cafeoilquínico podem ter grande impacto no mercado alimentício e farmacêutico por serem grande sequestradores de radicais livres como o superóxido. Podendo ser também uma ferramenta de combate ao mosquito Aedes aegypti e ser um mecanismo sustentável no reaproveitamento de resíduos orgânicos, promovendo minimização da problemática dos aterros sanitários. Palavras-chave: resíduos orgânicos; perseitol; quercetina; Aedes aegypt; arboviroses. Agradecimentos: CAPES e CNPQ. 84 Potenciais biológicos de extrato hidroetanólico de sementes de Theobroma grandflorum Willd. ex Spreng. Ana Paula Muniz Serejo1; Ana Patricia Matos Pereira1; Julianne Rocha de Araújo2; Nádia Leticia Silva Chaves2; Rômulo Fernandes Aquino2; Maria Cristiane Aranha Brito2; Gustavo Oliveira Everton3 ;Cláudia Quintino da Rocha4, Flavia Maria Mendonça do Amaral1,5; Denise Fernandes Coutinho1,5. apsmuniz1@gmail.com 1Doutorado em Biotecnologia (Renorbio-UFMA), 2Uninassau – São Luís, 3Doutorado em Química- UFMA, 4Programa de Pós-graduação em Química/Departamento de Química-UFMA, 5Programa de Pós-graduação Saúde e Ambiente/ Departamento de Farmácia- UFMA Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O mercado da agroindústria de frutas movimenta intensamente a economia do Brasil e do mundo, no entanto é responsável por um grande volume de resíduos alimentares descartados que além de representar um grande desperdício alimentar, também pode provocar transtornos ambientais pela eliminação inadequada, gerando grande volume de lixo. Dentre as frutas exploradas economicamente em nosso país, podemos destacar o cupuaçu, fruto da espécie vegetal Theobroma grandflorum Willd. ex Spreng, bastante apreciado na alimentação humana, mas também com potencial de uso na cosmética. OBJETIVO: Neste estudo investigou os principais constituintes químicos e atividades biológicas (antioxidante, antimicrobiana e larvicida) do extrato hidroetanólico da semente dos frutos de Theobroma grandflorum Willd. ex Spreng.) METODOLOGIA: Os frutos de cupuaçu foram obtidos de um produtor local da cidade de São Luís-MA. As sementes foram separadas da polpa de maneira manual, com auxílio de tesouras, em seguida, as sementes foram trituradas em liquidificador. As sementes fragmentadas foram submetidas a extração por maceração com etanol 70%, elaborado hidromódulo na diluição 1:6, durante 7 dias e posteriormente foram filtrados e concentrados em rotaevaporador. A caracterização química foi realizada por Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). A determinação da atividade antioxidante foi executada pelos métodos de descoloração do radical ABTS, DPPH e R-OH e a determinação do potencial antimicrobiano pelo Método de Difusão de Disco (MDD) e Diluição em Caldo para obtenção da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida Mínima (CBM), utilizando cepas de Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Salmonella typhi. Para a atividade larvicida frente Aedes aegypti, utilizou-se o método da OMS, obtendo concentração letal 50% (CL50), calculados por regressão linear. estatística por método Probit. Já o teste de toxicidade para organismos não-alvos foi verificado pelo bioensaio com Artemia salina L. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram evidenciados 10 constituintes químicos: ácido quínico, procianidina B1, epi-catequina, clovamida, quercetina-glucoronídeo, luteolina-glucoronídeoa, kaempferol 3-glucoronideo, isorhaminetina3-glucoronídeo, quercetina-3-O-desoxihexosil pentosídeo e theograndina II. Ressalta-se que a maioria dos componentes pertencem a classe de flavonoides, que podem apresentardiversas atividades biológicas, destacando alta capacidade de sequestrar radicais livres, o que foi evidenciado na avaliação antioxidante do extrato, com IC50 pelo método ROH de 295,40 (mg L-1), pelo método ABTS, de 222,17(mg L- 1) e pelo método DPPH, de 260,82 (mg L-1). Estes resultados demonstram potente ação antioxidante logo quanto menor o valor expresso em IC50, melhor é a capacidade antioxidante do extrato. Já na ação antimicrobiana, no qual foram testadas atividades contra as bactérias E. coli, S. aureus, P. aeruginosa e S.a typhi, o extrato não demonstrou efeitos significativos em nenhuma das cepas analisadas. Por outro lado, na atividade larvicida, a CL50 foi de 35,018 mg L-1 com 95% de intervalo de confiança, evidenciado uma ação larvicida relevante. Ressalta-se também que o extrato não apresentou toxicidade no ensaio com Artemia salina L. CONCLUSÕES: Nota-se que o reaproveitamento dos resíduos oriundos da exploração econômica de T. grandiflorum, como a semente do seu fruto (cupuaçu), demostra ser um estratégia promissora, tanto na redução de acúmulo de resíduos orgânicos nos aterros sanitários, bem como uma alternativa no controle de vetores de arboviroses transmitidas por A. aegypti , além de obtenção de produtos alta capacidade antioxidante e possível baixa toxicidade, tanto para indústria alimentícia como cosmética e farmacêutica. Palavras-chave: resíduos orgânicos; Aedes aegypti; flavonoides; antioxidante; arboviroses. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 85 Eficácia residual e repelência das dos óleos essenciais de Baccharis trimera (Less. DC) e Mimosa verrucosa Benth contra Ctenocephalides felis felis Nayana de Figueiredo Pereira1; Bianca Augusto de Souza2; Diefrey Ribeiro Campos2; Nathalia Camargo1; Daniel Falcão Lopes Princisval Carlos2; Cristiano Jorge Riger1, Yara Peluso Cid2; Douglas Siqueira de Almeida Chaves1. nayanafpereira@hotmail.com 1Departamento de Química – UFRRJ; 2Departamento de Ciências Veterinárias - UFRRJ. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Óleos essenciais têm se mostrado promissores no controle de ectoparasitas de importância animal. Para evitar os possíveis efeitos negativos dos repelentes comerciais, como resistência, produtos naturais à base de plantas, podem ser uma alternativa como ectoparasiticidas. OBJETIVO: Analisar a composição química, e potencial pulicida e repelente dos óleos essenciais de espécies brasileiras B. trimera e M. verrucosa, e caracterizar seu efeito residual. METODOLOGIA: As análises químicas foram realizadas em um Cromatógrafo Gasoso, equipado com um detector de ionização de chama e massas. Os experimentos biológicos utilizaram pulgas adultas (CEUA/IV nº 4313110419). A eficácia residual dos OEs foi avaliada pela técnica de impregnação contendo pulgas adultas. A cada 24h por 6 dias, as pulgas vivas foram contadas e novas adicionas. Os testes foram realizados em concentrações de 40000 μg.mL -1 para B. trimera e 100000 μg.mL-1 para M. verrucosa. O bioensaio de atividade repelente contra pulga foi realizado para determinar a resistência de pulgas aos inseticidas utilizando DEET como controle positivo, por meio da impregnação do papel com soluções dos OEs de B. trimera e M. verrucosa a concentrações de 5000, 20000 e 40000 μg.mL-1. Os resultados foram avaliados após 1, 3, 6, 12, 24 e 48 h. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os compostos majoritários para B. trimera foram acetato de carquejila (33,0%) e álcool cariofileno (6,9%) e para M. verrucosa foram β-pineno (14,2%) e γ-himachaleno (8,1%). Os melhores resultados de eficácia repelente foram encontrados para o OE de B. trimera em concentrações de 20000 e 40000 μg.mL-1, sendo que a maior concentração manteve uma eficácia de repelência em 84,6% por 12 h. OE de M. verrucosa na concentração de 40000 µg/mL, 1 h de avaliação, atingiu 83,1% e em 12 horas 37,8% de repelência. O OE de B. trimera atingiu taxa de 83,3% de mortalidade no 2º dia de exposição, e no 4º dia ainda foi capaz de eliminar 18,3% dos pulgas. OE de B. trimera apresentou menor concentração capaz de promover 80% de mortalidade, mas sendo eficaz por 4 dias, um período maior que o OE de M. verrucosa, que não apresentou nenhuma atividade no 4º dia. CONCLUSÕES: O efeito residual e a atividade repelente para o OE de B. trimera apresentou melhor eficácia e durabilidade quanto comparados aos dados referente ao OE de M. verrucosa, apresentando mortalidade por 4 dias e repelência por 12 horas, sendo uma espécie em potencial para seguimento aos estudos e possível formulação, visto que se os OEs permanecem ativos no hospedeiro após o uso, são evitadas reinfestações pelas pulgas, o que é interessante para o desenvolvimento de produtos para a medicina veterinária. Palavras-chave: Óleos essenciais, Repelência, Efeito residual, Pulgas. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CAPES 86 Avaliação da atividade antibacteriana de extratos metanólicos de fungos endofíticos de Deguelia duckeana Lesliê de Azevedo Gomes1,2; Weison Lima da Silva1; Cecilia Veronica Nunez1. leslieagomes.28@gmail.com 1Laboratório de Bioprospecção e Biotecnologia (LABB) – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA, AM; 2Depto. de Química, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Os fungos endofíticos têm se destacado por produzirem uma rica variedade de metabólitos secundários, representando um espaço químico valioso e diversificado de produtos naturais. Esses metabólitos podem ser isolados e testados quanto às suas propriedades antibacterianas, o que pode levar à descoberta de novos agentes terapêuticos para o tratamento de diversas doenças infecciosas, visto que as doenças antibacterianas são um problema mundial. OBJETIVO: Avaliar a atividade antibacteriana dos extratos metanólicos de 3 fungos endofíticos isolados de Deguelia duckeana. METODOLOGIA: Os fungos identificados como Diaporthe oculi e Diaporthe sp. e Colletotrichum sp., foram repicados em placas de Petri e meio sólido batata-dextrose e ágar. Após o crescimento dos micélios, quatro fragmentos foram inoculados no meio líquido Czapek acrescido de 0,2% de extrato de levedura. Em seguida, foram acondicionados em agitador orbital shaker a 120 rpm na temperatura de 30 °C, por 20 dias. Posteriormente, os micélios foram submetidos à extração com MeOH usando banho ultrassom. Após isso, os extratos foram concentrados em evaporador rotatório a 40 oC. Para avaliar a atividade antibacteriana dos extratos fúngicos utilizou-se a técnica de microdiluição em caldo, de acordo com o método CLSI, 2015. Neste ensaio utilizaram-se as seguintes cepas: Acinetobacter baumannii (CBAM 0664), Pseudomonas aeruginosa (CBAM 0519) e Staphylococcus aureus (CBAM 0026). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os três extratos fúngicos apresentaram atividade antibacteriana, sendo que o extrato metanólico de Colletotrichum sp. foi ativo sobre Staphylacoccus aureus (13,2%), o extrato metanólico de Diaporthe sp. foi ativo sobre Pseudomonas aeruginosa (24,4%) e o destaque foi para Diaporthe oculi que foi ativo sobre Acinetobacter baumannii (11,6%), Pseudomonas aeruginosa (44,9%) e sobre Staphylococcus aureus (55,3%), todos na concentração de 1000 µg/mL. A literatura relata que espécies tanto do gênero Diaporthe como Colletotrichum, são produtoras de substâncias com atividade antibacteriana, especialmente sobre Staphylacoccus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Também já foi constatada na literatura a atividade antibacteriana no extrato da planta hospedeira frente a Staphylacoccus aureus. Diante disso, pode-se considerar a possibilidade da planta hospedeira e seus fungos endofíticos sintetizarem as mesmas substâncias detentoras de atividade antibiótica. CONCLUSÕES: Portanto, os resultados obtidos neste estudo indicam que os extratos avaliados dos fungos endofíticos isolados da espécieDeguelia duckeana apresentam potencial antibacteriano, mostrando-se promissores para futuras pesquisas visando isolar as substâncias ativas. Palavras-chave: Deguelia duckeana, fungos endofíticos, metabólitos secundários, potencial antibacteriano. Agradecimentos: FAPEAM, CAPES e CNPq. 87 Avaliação da atividade antipromastigota e citotóxica do Xylodiol obtido das folhas de Xylopia langsdorffiana St.Hilaire & Tulasne Julyanne Maria Saraiva de Sousa1,3; Airton Lucas Sousa dos Santos1,3; Francisco Alex da Rocha Coelho3; Raiza Raianne Luz Rodrigues1,3; Vanessa Maria Rodrigues de Souza1,3; Yasmim Alves Aires Machado2,3; Maria Gabrielly Gonçalves da Silva Sousa2,3; Josean Fechine Tavares4; Klinger Antonio da Franca Rodrigues3,5. julyannesaraiva@gmail.com 1Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) – Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Parnaíba, PI; 2Graduação em Biomedicina – UFDPar; 3Laboratório de Doenças Infecciosas (LADIC) – UFDPar; 4Laboratório de Tecnologia Farmacêutica – Universidade Federal da Paraíba (UF PB); 5Docente no curso de Medicina – UFDPar. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: As leishmanioses são um conjunto de doenças infecciosas zoonóticas endêmicas que constituem um grave problema de saúde pública. São causadas por parasitos do gênero Leishmania, os quais são transmitidos aos hospedeiros vertebrados através do repasto sanguíneo de flebotomíneos fêmeas infectadas. A atual terapêutica contra as leishmanioses oferece poucas opções de tratamento para uma doença presente em grande parte do globo. Tais fármacos estão associados a muitas limitações relevantes como falha terapêutica, alto custo, toxicidade, emergência de cepas resistentes e administração parenteral prolongada. Nesta conjuntura, novos agentes terapêuticos estão sendo investigados, dentre eles, produtos naturais, como o xilodiol, um composto orgânico denominado de diterpeno encontrado como metabólito secundário das folhas de Xylopia langsdorffiana St.Hilaire & Tulasne. OBJETIVO: Avaliar a atividade antileishmania in vitro do composto xylodiol contra a espécie de Leishmania (Leishmania) amazonensis, bem como sua citotoxicidade contra macrófagos J774A.1. METODOLOGIA: Folhas secas de Xylopia langsdorffiana foram extraídas exaustivamente com etanol 95% rendendo um extrato verde escuro. A fração hexânica do extrato foi submetida a cromatografia em camada fina (TLC) em coluna com sílica gel e eluída com hexano/acetato de etila em gradiente de polaridade crescente, obtendo o xilodiol e as demais frações. Para avaliação da atividade antileishmania, promastigotas de Leishmania amazonensis foram cultivados em placa de 96 poços na quantidade de 1 x 106 por poço com meio Schneider contendo diluições seriadas (100 – 1,56µM) de xylodiol e acondicionados a 26° C em incubadora de demanda biológica de oxigênio por 72 h. A inibição de crescimento foi avaliada através do ensaio de MTT. Para avaliação da citotoxicidade, macrófagos da linhagem J774A.1 foram cultivados em placa de 96 poços na quantidade de 1 x 105 células por poço contendo meio RPMI 1640 mantidos na estufa a 37°C e 5% CO2 durante 72 h. A viabilidade celular foi avaliada através do ensaio de MTT. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O xylodiol apresentou atividade antileishmania, inibindo o crescimento de formas promastigotas de L. amazonensis resultando em uma inibição de 37,28 %, 58,05 %, 77,8 %, 78,42 %, 79,18 %, 82,09 % e 83,5 % nas concentrações seriadas de 1,56 a 100 µM, respectivamente. A concentração que inibe 50% do crescimento (CI 50) foi de 2,93 + 0,12 µM; valor abaixo de substâncias consideradas como potenciais agentes antileishmania para formas promastigotas demonstradas na literatura. Quando se compara aos compostos naturais da mesma classe (diterpenos), o xylodiol também apresenta superioridade em sua atividade antileishmania. Quanto à citotoxicidade em macrófagos J774A.1, a concentração citotóxica para 50% dos macrófagos (CC50), foi de 279,5 ± 3,1 µM em macrófagos J774A. O índice de seletividade (IS) avalia o quão o composto é mais seletivo para o parasito quando comparado a células. A anfotericina B, fármaco de referência utilizado neste estudo, apresentou-se apenas 1,05 vezes mais seletivo contra o parasito quando comparado a macrófagos J774A.1. O xylodiol, por sua vez, apresentou-se 95,39 vezes mais seletivo (IS) para o parasito do que para células fagocitárias, apresentando melhor seletividade comparado ao fármaco de referência e sendo considerado um promissor candidato a testes in vivo. CONCLUSÕES: O xylodiol apresentou potencial atividade antileishmania em baixas concentrações contra formas promastigotas de L. amazonensis. Além disso, exibiu toxicidade contra células apenas em altas concentrações apresentando um bom índice de seletividade e promissora atividade antileishmania e possível composto a ser usado no desenvolvimento de uma nova terapêutica para as leishmanioses. Palavras-chave: Xylodiol, Leishmania amazonensis, Antileishmania, Promastigota, Citotoxicidade. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 88 Avaliação da atividade antileishmania do Xylodiol em modelo de infecção in vitro por Leishmania (Leishmania) amazonensis Julyanne Maria Saraiva de Sousa1,3; Airton Lucas Sousa dos Santos1,3; Francisco Alex da Rocha Coelho3; Raiza Raianne Luz Rodrigues1,3; Vanessa Maria Rodrigues de Souza1,3; Yasmim Alves Aires Machado1,3; Josean Fechine Tavares4; Klinger Antonio da Franca Rodrigues3,5. julyannesaraiva@gmail.com 1Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) – Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Parnaíba, PI; 2Graduação em Biomedicina – UFDPar; 3Laboratório de Doenças Infecciosas (LADIC) – UFDPar; 4Laboratório de Tecnologia Farmacêutica – Universidade Federal da Paraíba (UF PB); 5 Docente no curso de Medicina – UFDPar.. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: As leishmanioses são um grupo de doenças infecciosas causadas por parasitos da ordem Kinetoplastidae, família Trypanossomatidae e do gênero Leishmania. São consideradas problema de saúde pública mundial e pertencem a lista das chamadas Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), que são doenças que afetam principalmente populações residentes em regiões de extrema pobreza e com carência de saneamento básico. Apesar da relevância epidemiológica, o tratamento farmacológico segue o mesmo padrão há mais de um século, com medicamentos cardiotóxicos, nefrotóxicos e hepatotóxicos e, além disso, nos últimos anos foi observado um grande aumento de parasitas resistentes aos tratamentos convencionais. Portanto, é necessário a pesquisa por um tratamento alternativo eficaz com menos toxicidade aos pacientes. O xylodiol é um diterpeno atisano, composto orgânico encontrado nas folhas de Xylopia langsdorffiana St.Hilaire & Tulasne com poucos relatos de atividade biológica na literatura. OBJETIVO: Avaliar a atividade antileishmania do xylodiol contra formas amastigotas de L. amazonensis em modelo de infecção in vitro. METODOLOGIA: Folhas secas de Xylopia langsdorffiana foram extraídas exaustivamente com etanol 95% rendendo um extrato verde escuro. A fração hexânica do extrato foi submetida a cromatografia em camada fina (TLC) em coluna com sílica gel e eluída com hexano/acetato de etila em gradiente de polaridade crescente, obtendo o xilodiol e as demais frações. Em placa de 24 poços contendo lamínulas de 13 mm estéreis, macrófagos J774A.1 foram cultivados em 1 mL de meio RPMI 1640 suplementado com soro fetal bovino, na quantidade de 1 x 105 células por poço. Após 3 h de adesão a 37°C e 5% CO2, foi adicionado um novo meio contendo 10 promastigotas para cada macrófago e a placa incubada por mais 4 h. A cultura infectada foi então tratada por 72 h com xylodiol nas concentrações de 1,56 μM, 3,12 μM, 6,25 μM e 12,5 μM. Decorrido o tempo, aslamínulas foram removidas, fixadas e coradas utilizando o kit de coloração panótico rápido. Por fim, as lamínulas foram analisadas por microscopia óptica e foram contados 300 macrófagos. Os dados foram avaliados utilizando a variância one-way (ANOVA), seguida do teste de Tukey, com o valor de p<0,05 como nível mínimo necessário para significância estatística. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O xylodiol foi capaz de induzir uma redução da infecção comparado ao controle negativo, com uma redução de 43,36 %, 78,22 %, 98,3 % e 100 % nas concentrações de 1,56 μM, 3,12 μM, 6,25 μM e 12,5 μM, respectivamente. O xylodiol apresentou concentração efetiva para 50% das amastigotas (EC50) de 1,68 + 0,06 μM e o antimoniato de meglumina apresentou um EC50 de 526,4 + 23 μM, demonstrando que o composto apresentou melhores resultados quando comparado ao fármaco de referência. Além disso, neste trabalho, foi possível observar que houve uma diminuição do número de amastigotas por macrófagos infectados em 50,28 %, 66,7 %, 91,6 % e 100 % nas concentrações de 1,56 μM, 3,12 μM, 6,25 μM e 12,5 μM. Este modelo experimental simula a maneira de como ocorre a infecção no hospedeiro vertebrado, desse modo o xylodiol apresenta resultados iniciais promissores, tendo em vista que a eficácia na redução da infecção promove diminuição da multiplicação do parasita e consequentemente de manifestações clínicas. CONCLUSÕES: O xylodiol apresenta atividade antileishmania contra formas amastigotas intramacrofágicas de L. amazonensis, reduzindo a porcentagem de infecção e o número de amastigotas por macrófago, sendo um provável candidato a avaliação de atividade in vivo em modelo de leishmaniose tegumentar para desenvolvimento de um novo agente antileishmania. Palavras-chave: Xylodiol, Leishmaniose, Tratamento, Antileishmania, Amastigota. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 89 Potencial antifúngico do óleo essencial de Origanum vulgare frente a cepas de Malassezia spp. isoladas de cães com otite externa Giovanna Pereira do Valle Santos1; Taynara Monsores e Silva2; Isabelle Vilela Bonfim2; Anna Julia Bessa Fernandes2; Matheus Eduardo Costa da Silva1; Karen Kuhfuss da Silva de Lima1; Águida Aparecida de Oliveira3; Yara Peluso Cid4. giovannadovalle@ufrrj.br 1Graduação em Farmácia - UFRRJ; 2Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV) - UFRRJ; 3Departamento de Microbiologia e Imunologia Veterinária (DMIV) - UFRRJ; 4Departamento de Ciência Farmacêuticas (DCFar)- UFRRJ Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O gênero Malassezia spp. compreende leveduras que estão presentes na microbiota natural de humanos e animais. Este gênero encontra-se principalmente no canal auditivo de cães, podendo causar doenças dermatológicas como a otite externa. A otite é uma afecção do epitélio que reveste o conduto auditivo resultando no acúmulo de cerúmen de odor característico, prurido excessivo e hiperemia. O tratamento baseia-se no uso de agentes chamados ceruminolíticos, que amolecem e dissolvem o cerúmen, e de sua associação com fármacos anti-inflamatórios e antifúngicos tópicos. Contudo, a inovação na terapêutica torna- se necessária tendo em vista a ocorrência do aumento de casos de resistência fúngica, urgindo assim a busca por novas substâncias. Neste contexto, o uso do óleo essencial (OE) da planta Origanum vulgare surgiu como substância alternativa. OBJETIVO: O presente trabalho visou avaliar o potencial antifúngico do OE de Origanum vulgare frente a cepas de Malassezia spp isoladas do canal auditivo de cães. METODOLOGIA: As leveduras de Malassezia spp. foram coletadas do conduto auditivo canino usando um swab estéril e depois semeadas em Ágar Sabouraud Dextrose durante 6 dias (37º C) para o crescimento das colônias. O OE de Origanum vulgare foi obtido da empresa Quinari e sua concentração inibitória mínima (MIC) foi determinada a partir da técnica de microdiluição em caldo. O meio utilizado foi o Roswell Park Memorial Institute (RPMI) - 1640 com L-glutamina, sem bicarbonato de sódio e com vermelho de fenol como indicador de pH. Para o teste, foram utilizadas placas Elisa estéreis de 96 poços. No primeiro poço de cada linha adicionou-se 200 μL dos ativos com concentrações pré-determinadas, sendo eles: Itraconazol (32 µg/mL), Nistatina (16 µg/mL) e o OE de Origanum vulgare puro (4628 µg/mL) e também diluído com dimetilsulfóxido (2777 µg/mL). Posteriormente, realizou-se a transferência de uma alíquota de 100 μL para a coluna seguinte realizando a diluição seriada. Após a diluição, foram adicionados 100µL de solução salina contendo as leveduras em todos os poços, exceto na última coluna correspondente ao controle negativo. Ao final, as placas foram incubadas em uma estufa a 37ºC por 24 horas para em seguida realizar a leitura. A MIC foi determinada visualmente (com auxílio de lupa) como a menor concentração do ativo capaz de inibir o crescimento fúngico. A concentração fungicida mínima (CFM), ou seja, a menor concentração do OE que impediu o crescimento visível do cultivo, foi determinada a partir de cada inóculo do teste de MIC que não apresentou crescimento, além dos poços de controle (negativo e positivo). Os inóculos foram cultivados em placas de Ágar Sabouraud Dextrose, onde após 24 horas de incubação a 37ºC, realizou-se leitura, para observar o crescimento das colônias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados deste estudo indicaram que o OE é capaz de inibir o crescimento da Malassezia spp., obtendo inclusive um efeito fungicida. Tanto a MIC quanto a CFM do OE apresentaram-se na concentração de 1157 µg/mL para o óleo puro e na concentração de 694,25 µg/mL para o óleo diluído. Os antifúngicos Itraconazol e Nistatina não tiveram ação fungicida, esse resultado pode ser justificado pelo fato de que ambos os ativos não são utilizados em formulações comerciais para tratamento de otite. CONCLUSÃO: Desse modo, conclui-se que o OE de Origanum vulgare representa uma substância com alto potencial antifúngico e fungicida, podendo ser associado a agentes ceruminolíticos para uma futura formulação otológica no tratamento de otite externa, visando diminuir a frequência de tratamento, além de atuar na problemática da resistência aos antimicrobianos. Palavras-chave: Malassezia, Otite, Antifúngico, Óleo essencial. Agradecimentos: FAPUR, CAPES e CNPq. 90 Bebida probiótica mista reduz a disseminação polimicrobiana para o sangue Tatielle Gomes Dias1; David Samuel Silva Madeira1, Priscila Mendonça Mendes2, Josivan Regis Farias2 Valério Monteiro Neto2, Rosane Nassar Meireles Guerra2, Ana Lúcia Fernandes Pereira1, Aramys Silva Reis1, Márcia Cristina Gonçalves Maciel3. tatielle.dias@discente.ufma.br 1Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Medicina, Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia, Imperatriz, Maranhão, Brasil, 2Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Patologia, São Luís, Maranhão, Brasil. 3Universidade de Brasília, Departamento de Biologia Celular, Brasília, Distrito Federal, Brasil. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A microbiota intestinal é essencial para a saúde do indivíduo. Logo, situações que geram desequilíbrio homeostático nesta, possibilitam a adesão e proliferação de microrganismos potencialmente patogênicos. A sepse altera a composição do microbioma intestinal, levando a translocação microbiana, na qual micróbios intestinais e/ou seus produtos disseminam para outros locais, como a corrente sanguínea, contribuído para a patogênese da doença. Desta forma, a reversão a disbiose intestinal, através da modulação do microbioma é uma estratégia alternativa de tratamento para sepse. Essa restauração da população benéfica pode ser realizada pelos probióticos, microrganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas, promovem efeitos positivos na saúde do hospedeiro.OBJETIVO: Assim, esse trabalho alberga como objetivo investigar o efeito da Bebida Mista Probiótica elaborada com frutos do semiárido maranhense (BPM) na disseminação polimicrobiana para o sangue. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo in vivo em camundongos Swiss, tratados por 15 dias com 200µL da BPM, diariamente contendo Lacticaseibacillus casei (8 log/ UFC/mL). Em seguida, foi estabelecida a sepse pelo método de Ligadura e Punção Cecal (CLP). Depois de 24 horas, os animais foram anestesiados e o sangue retro-orbital coleto e semeado nos meios em Ágar Mueller Hinton e Ágar MacConkey por 24 horas a 37ºC, com posterior análise quanto as Unidades Formadoras de Colônias (UFC) nos grupos testados: infecção (CLP), Tratamento com bebida mista probiótica sem infecção (BPM) e Tratamento com bebida mista probiótica com infecção (CLP+BPM). O estudo foi realizado após aprovação pela CEUA n° 23115.031277/2019-19. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A CLP promove uma intensa carga microbiana no lavado peritoneal, que é o foco da infecção devido à disseminação de micróbios residentes do lúmen intestinal. Nossos dados confirmaram esse fato. No entanto, outros fatores também podem contribuir para a disseminação sistêmica de microrganismos durante a sepse, como a barreira intestinal prejudicada. Em nossos estudos o tratamento com BPM reduziu significativamente as UFC no sangue, demonstrando uma redução na disseminação polimicrobiana em resposta a sepse. A hipótese é que isso se deve a diminuição da translocação de microrganismo. Estudos similares demonstraram que a administração de probióticos reduz a translocação de bactérias patogênicas em modelos in vivo. A sepse altera diretamente a população da microbiota, causando disbiose e alterações na barreira intestinal, o que promove a passagem de micróbios para outros tecidos, como linfonodos mesentéricos e sangue. A BPM reestabeleceu o equilíbrio perdido na sepse e auxiliou de maneira preventiva uma composição benéfica da microbiota. CONCLUSÕES: A administração oral profilática da bebida probiótica mista elaborada com frutos do semiárido maranhense reduziu a translocação polimicrobiana para o sangue, indicando que é um promissor produto de origem não láctea para a manutenção de uma microbiota saudável e um tratamento alternativo complementar para a sepse. Palavras-chave: Probiótico, Bebida probiótica, Sepse, Translocação microbiana. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 91 Avaliação da atividade virucida do extrato de Cordia glabrata (Mart.) A. DC. frente ao vírus HSV-1 Cristiangela Silva Santos1; Suzy Hellen Alves Dourado2; Bryan W. Debiasi3; Dênia Mendes de Sousa Valladão1,3; Elton Brito Ribeiro1; Carla Regina Andrighetti1,2. crandrei20@yahoo.com.br 1Curso de Farmácia; 2Programa de Pós-Graduação em Ciências em Saúde; 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais - UFMT. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1) e o tipo 2 (HSV-2) são patógenos humanos altamente prevalentes com prevalência mundial de cerca de 67% e 13%, respectivamente. O HSV-1 normalmente está associado às infecções orofaciais, entretanto, existem relatos descritos para um aumento das infecções genitais desencadeadas por este sorotipo, enquanto que o HSV-2 é geralmente responsável por infeções da região genital. Estudos sugerem também, uma ligação entre a infecção por HSV-1 e doenças neurodegenerativas, entre elas a doença de Alzheimer. Além disso, a infecção por estes vírus aumenta o risco dos indivíduos portadores se infectarem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). OBJETIVO: Avaliar a potencial atividade antiviral e virucida do extrato etanólico das folhas de Cordia glabrata (Mart.) A. DC. contra o vírus HSV-1 cepa KOS. METODOLOGIA: As folhas de Cordia glabrata (Mart.) A.DC. foram colhidas em Cuiabá (56°03’44.6”O 15°36’30.5”S) e a exsicata foi depositada no Herbário Centro-Norte Matogrossense (CNMT 7364). O material botânico foi seco em estufa de circulação de ar forçado, moido e submetido a extração por maceração com etanol absoluto, por sete dias, a temperature ambiente. O solvente foi eliminado por rotaevaporação obtendo-se o extrato etanólico bruto das folhas de C. glabrata (EBC). A triagem fitoquimica preliminar do extrato obtido foi realizada por cromatografia de camada delgada. A avaliação da citotoxicidade do extrato EBC frente as células Vero E6 foi realizada através do Ensaio colorimétrico do MTT e a avaliação das atividades antiviral e virucida contra o vírus HSV-1 cepa KOS foram realizadas pelo ensaio de redução de placas de lise. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo fitoquímico preliminar do extrato EBC por cromatografia de camada delgada demonstrou a presença de flavonoides, taninos e terpenos. A citotoxicidade do extrato EBC foi determinado pelo Ensaio do MTT e apresentou um valor de concentração citotóxica a 50% (CC50) igual a 87,43 ± 17,26 μg.mL-1, contra as células Vero E6. O extrato EBC apresentou somente 17,72 ± 2,79 % de inibição da replicação do HSV-1 cepa KOS, na concentração máxima não tóxica de 50 μg.mL-1, através do ensaio de redução de placas de lise. Entretanto, este extrato apresentou atividade virucida apresentando um valor de concentração virucida a 50% (CV50) < 0,78 μg.mL-1 e um Índice de Seletividade (IS = CC50 / CV50) maior que 112. Os agentes virucidas são materiais que inativam as partículas virais fora da célula (vírions). Em geral, isso é realizado ao danificar as proteínas do capsídeo ou a substância penetra e destrói o material genético. A busca de agentes que apresentem uma ação virucida é uma das maneiras para evitar a transmissão do HSV. Estudos anteriores demonstraram que o extrato EBC também apresentou atividade virucida contra o vírus HSV-2 cepa 333 e manteve a atividade virucida quando incorporado em microemulsões. CONCLUSÕES: O extrato etanólico bruto das folhas de C. glabrata não inibiu a replicação do virus HSV-1, mas apresentou atividade virucida contra este virus. Por causa da importante associação entre HSV e HIV, bem como a recorrência de lesões genitais produzidas por infecção com HSV-1 a identificação de agentes profiláticos contra esses vírus são de grande interesse para os sistemas de saúde pública em todo o mundo. Palavras-chave: Virucida, Herpes Simplex Vírus, Plantas medicinais Agradecimentos: UFMT e CNPq. 92 Avaliação da atividade antifúngica de Libidibia ferrea frente a Aspergillus flavus Jeyse Rani de Sales Nascimento1; Emanuel Pereira Silva1; Gessymara Cainã Sales da Silva1; Widson Michael dos Santos2; Fillipe de Oliveira Pereira1; Francinalva Dantas de Medeiros1. jeyse.rani@estudante.ufcg.edu.br 1Unidade Acadêmica de Saúde - CES/UFCG; 2Centro de Biociências - UFPE. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: A espécie Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz, conhecida popularmente como Jucá ou pau-ferro, é uma espécie nativa do Brasil, com ocorrência principalmente no Nordeste sendo na caatinga e mata atlântica. Essa espécie tem grande importância terapêutica com base nas suas indicações na medicina popular, sendo as principais atividades atribuídas, antiinflamatória, antibacteriana, analgésica e antifúngica, despertando o interesse de pesquisadores por explorar seu potencial biológico, tendo em vista que as infecções fúngicas vem se mostrando cada vez mais recorrentes, resistentes e tolerantes aos agentes já existentes. É importante salientar que a Caesalpinia ferrea, sinonímia botânica, compõe a relação de plantas medicinais RENISUS. OBJETIVO: Avaliar a atividade antifúngica de diferentes formas de extração hidroalcoólica de L. ferrea frente a diferentes cepas de Aspergillus flavus. METODOLOGIA: Os frutos de L. ferrea foram coletados no Centro de Educação (CES) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no município de Cuité-PB. Aespécie foi identificada pelo botânico Prof. Dr. Carlos Alberto Garcia Santos (UFCG - Cuité), a exsicata depositada no Herbário do CES/UFCG, com o nº de registro 2151. O processo de extração foi realizado seguindo planejamento experimental, de modo a selecionar as condições que resultem na melhor atividade microbiana frente a A. flavus. O planejamento foi realizado com as seguintes variáveis: técnica de extração (turbólise por 15 minutos, maceração por 5 dias e ultrassom por 1 hora) e concentração do solvente (soluções hidroalcoólicas a 50, 70 e 90% v/v). Os extratos foram secos por spray dryer, com temperatura de entrada de 120 ºC, temperatura de saída entre 90 e 95 ºC e fluxo de alimentação de 8 mL.min- 1. Para a análise da atividade antifúngica in vitro, foram utilizadas 6 cepas, sendo elas AS27, AS29, AS35, AS101, AS103, AS118. A determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi realizada pela técnica de microdiluição seriada em razão de 2, utilizando microplaca de 96 poços estéril, em cada poço foi adicionado 100 µL do RPMI 1640, em seguida adicionado na primeira linha 100 µL do extrato na concentração de 8192 µg/mL e por fim foi adicionado em cada poço 100 µL do inóculo previamente preparado (2-5 x 105 UFC/mL), seguidamente a placa foi incubada a 28ºC por 72 horas. Após o período de incubação, a menor concentração capaz de inibir visivelmente o crescimento do microrganismo corresponde a CIM. Para determinação da Concentração Fungicida Mínima (CFM), 10 µL do material nos poços da placa, indicada anteriormente, em que não houve crescimento do microrganismo foram semeadas em placa de Petri estéreis, contendo Ágar Sabouraud Glicose, e incubadas a 28°C por 72h. A CFM consiste na concentração de extrato mais baixa que não resulta no crescimento de colônias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos obtidos por maceração, turbólise e ultrassom com etanol a 50% (v/v), obteve-se CIM a partir da concentração máxima, sendo 4096 µg/mL, para todas as cepas. Já para os extratos obtidos por ultrassom, com solvente a 70% (v/v), observou- se CIM para as linhagens AS27, AS29, AS103. Com relação a CFM, todos os extratos, para as concentrações testadas, não foi possível determinar efeito fungicida frente às cepas utilizadas (CFM > 4096). Estudos realizados por Venâncio e colaboradores (2020) constatou que a vagem de L. ferrea vem se mostrando promissora frente a outros a outros microrganismos como Streptococcus mutans, Lactobacillus casei, Streptococcus salivarius, assim também como a C. albicans, em altas concentrações. CONCLUSÕES: Com isso, foi possível observar que os extratos de L. ferrea obtidos utilizando etanol a 50% (v/v) inibiu o crescimento do A. flavus na concentração máxima, assim como a extração realizada por meio da técnica de ultrassom 70% v/v inibiu, na concentração 4096 µg/mL, as cepas AS27, AS29, AS103, sendo promissora a avaliação da atividade antifúngica, para verificar seus efeitos por completo, sendo necessário a realização de novos estudos. Palavras-chave: Libidibia ferrea, Atividade biológica, Fitoquímica. 93 Potential effects of trans-nerolidol in triple-negative breast cancer: a mini review and in silico study Letícia Barbosa Santos1; Felipe Augusto Pedroz Lima1; Rachel Oliveira Castilho1. leticiabsantos@ymail.com 1Faculdade de Farmácia, Departamento de Produtos Farmacêuticas - UFMG; Sessão temática: Atividade biológica de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUCTION: Despite the availability of chemotherapeutic drugs, cancer remains the leading cause of death worldwide due to limited effectiveness and drug resistance. Therefore, there is an urgent need for new cancer treatments with efficacy and low side effects. Medicinal plants have emerged as a promising source of effective anti-cancer agents. Our research group has investigated the essential oil of native Piper species which showed significant cytotoxicity against triple negative breast cancer cells (MDA-MB-231) with IC50 values of 5 µg/mL. Further analysis using gas chromatography and mass spectrometry revealed that trans-nerolidol makes up 98% of this oil. AIM: The aim of this study was to gather and integrate existing data from studies exploring the impacts of trans-nerolidol on MDA-MB-231 cell lines. Additionally, an in silico analysis was carried out to investigate the effects of trans-nerolidol on the same cell lines and a comparison was made between the outcomes of the two approaches. METHODS: In order to identify relevant studies reporting the effects of trans-nerolidol on MDA-MB-231 cell lines, a mini review was conducted using various scientific databases, including PubMed, Google Scholar, Scopus, Web of Science, and Embase, until April 2021.The main search terms were (“nerolidol” OR “trans-nerolidol OR “E-nerolidol” OR “3,7,11-trimethyldodeca-1,6,10-tried-3-ol”) AND (“cancer” OR “cancer cell” OR “tumor” OR “in vitro”) AND (“MDA-MB-231”). In addition, an in silico analysis was performed to assess the interaction between trans-nerolidol and the target protein 3krr in MDA- MB-231 cells. This analysis involved preprocessing the ligant and target protein, followed by docking using the Autodock software. RESULTS AND DISCUSSION: A total of 3 studies were included in the final analysis and all of them assessed the cytotoxic effects of trans-nerolidol over MDA-MB-231 cell lines. In addition, two of these studies investigated the antiproliferative effects of trans-nerolidol, while the third explored the activation of apoptosis signaling pathways in cancer cells in vitro. To measure the viability of trans-nerolidol-treated cancer cells, different colorimetric assays were employed, and apoptosis was assessed using the annexin V/PI flow assay. Western blot was used to assess the expression of various proteins, including alfa-tubulin, caspase-3, p53, Bax, ICAM-1, p-FAK - Tyr397, N-cadherin, E-cadherin, CD44 andcatenin. The ability of the cancer cells to migrate was tested using the x-CELLigence system and Matrigel Invasion. The analysis revealed that trans-nerolidol significantly affects the viability in MDA-MB-231 cancer cells (ES, 78.53) with high heterogeneity (I2 = 99.98%). The result of apoptotic factors showed that trans-nerolidol mediate their effects through caspase-3 dependent apoptosis. This substance also reduce the invasiveness of these cells and increased E-cadherin expression. Furthermore, the molecular docking studies suggested that trans-nerolidol has the potential to bind to the active side of 3Krr and form a stable protein-ligant complex. This biding is facilitated by the formation of hydrogen-bond and other important interactions with key binding residues, which are critical for the stability and specificity of the complex. The 3Krr-signal transducers and activators of transcription signaling pathway play a significant role in breast cancer cell proliferation, targeting anti-apoptotic proteins as well as cell cycle regulatory molecules and proteins associated with mitochondrial apoptosis, including Bax, Bak, and Caspase 3. Thus, the review and docking results are consistent with each other, as the review indicates that trans-nerolidol induces caspase-3 dependent apoptosis, and the docking show that this substance binds to a protein that activates the same pathway. CONCLUSIONS: The results of the mini- review and the in silico study indicates that trans-nerolidol has potential for the development of a drug for the treatment of cancer and to be used as a prototype for molecular optimization. Nevertheless, additional research is required to establish the safety of using trans-nerolidol for medicinal purposes, particularly through in vivo studies. There investigations are critical for determining the potential side effects and toxicity of the compound, as well as its effectiveness as a therapeutic agent. Palavras-chave: Trans-nerolidol, MDA-MB-231, Câncer, In silico Agradecimentos: CAPES e CNPq.94 Avaliação da atividade anti-inflamatória aguda de um gel a base de Momordica charantia L. em modelos animais Naara Quaresma de Carvalho1; Francisco Assis dos Santos Moreira2; Brenda Lois Barros dos Santos2; Alda Cássia Alves da Silva2; Clailson da Silva Pinheiro2; Francisco de Assis Oliveira2; Melânia Lopes Cornélio3. naaraquaresma@gmail.com 1Graduanda do Curso de Farmácia - UFPI; 2Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Plantas Medicinais - UFPI; 3Laboratório de Tecnologia Cosmética, Departamento de Engenharia Química - UFPB. Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo. INTRODUÇÃO: A inflamação trata-se de um processo desencadeado pelo sistema imunológico, após estimulação de algum agente potencialmente nocivo ao organismo, como forma de defesa. A fim de minimizar os efeitos deletérios do processo inflamatório, desenvolveu-se diversos medicamentos sintéticos, ditos convencionais que são disponibilizados pelo mercado farmacêutico. Porém, devido aos eventos adversos e colaterais provocados por tais medicamentos e a grande diversidade de plantas, têm-se estudado novas opções terapêuticas derivadas de plantas. A Momordica charantia L., conhecida como “Melão São Caetano” ou “Melão amargo” faz parte da família Cucurbitaceae, apresenta grande relevância médica, devido às suas atividades biológicas encontradas, como antioxidante, antidiabética entre outras. OBJETIVO: Avaliar o efeito do extrato da planta Momordica charantia L. veiculada em gel no edema de pata induzido por carragenina, dextrana, histamina e prostaglandina em ratas Wistar (Rattus norvegicus) por via tópica e determinar a toxicidade aguda dérmica e DL50 in vivo em ratas Wistar. METODOLOGIA: No presente trabalho, investigou se o potencial anti-inflamatório de uma formulação gel à base de extrato glicólico de Momordica charantia L (Gel MCH) na concentração de 15% em ratos. Inicialmente, foi realizado o ensaio de toxicidade em ratas, em que a formulação foi aplicada uniformemente sobre a pele limpa do animal na dose de 2000mg/kg de massa corporal. Em seguida, foram avaliadas asações antiedematogênica e anti- inflamatória em modelos de edema de pata (n=8) induzido por carragenina, dextrana, histamina e prostaglandina em ratos, onde foi avaliado a espessura do edema com paquímetro digital. A aprovação para desenvolvimento da pesquisa foi obtida pelo CEUA sob o número de protocolo nº 697/21. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados não demonstraram toxicidade dérmica com a administração por via tópica da formulação Gel MCH até a dose de 2000mg/kg. Não foram observadas mortes dos animais ou mesmo perda de massa corporal significativa. Na análise das lâminas histológicas confeccionadas após os 14 dias de realização do teste não houve sinis de infiltração leucocitária, hemorragia cutânea, hiperemia ou presença de outros indicativos de resposta inflamatória. Ao observar os edemas induzidos por carragenina, dextrana, histamina e prostaglandina, notou se uma redução significativa com o pré-tratamento do Gel MCH. À luz disso, o pré-tratamento com Gel MCH (v.t.) reduziu significativamente o edema de pata induzido por carragenina nas 6 horas de observação na dose de 200 mg/kg comparada ao grupo controle. Também foi observada redução significativa na dose de 100 mg/kg, noentanto a redução foi observada apenas nas horas 2, 3, 4 e 5 aspecto similar observado na dose de 50 mg/kg. O pré-tratamento com Gel MCH (200 mg/kg, v.t.) atenuou significativamente o edema na pata dos camundongos nos três primeiros tempos de observação no edema de pata induzido por dextrana (1% 50µL,i.pl.) quando comparado ao grupo veículo. Já em relação a indução do edema por prostaglandina E2(0,01% 50µL, i.pl.) comparado ao grupo negativo, o pré-tratamento com Gel MCH (200 mg/kg, v.t.) reduziu de maneira significativa o edema, assim como, o grupo positivo. O pré- tratamento com Gel MCH (200 mg/kg, v.t.) reduziu de maneira significativa o edema na pata traseira direita dos animais em todos os tempos de observação do protocolo experimental de edema de pata induzido por histamina (1% 50µL, i.pl.) em comparação ao grupo veículo. CONCLUSÃO: O tratamento com Gel MCH (2000 mg/kg) não desenvolveu sinais de toxicidade dérmica ou irritação cutânea visíveis macro ou microscópicamente. A formulação Gel MCH (200 mg/kg) foi capaz de reduzir o edema induzido por carragenina, histamina, dextrana e prostaglandina E2, comprovando seu potencial anti-inflamatório e indicando mecanimo de ação envolvendo os mediadores histamina e prostaglandina E2. Palavras-chave: Momordica charantia L., Formulação tópica, Gel. Agradecimentos: UFPI, UFPB, CAPES e CNPq. 95 Atividade antileishmania do ácido morólico sobre formas promastigotas e amastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis Yasmim Alves Aires Machado1,2; Nicolle Barreira Maciel1; Vanessa Maria Rodrigues de Sousa2,3; Julyanne Maria Saraiva de Sousa2,3; Airton Lucas Sousa dos Santos2,3; Raiza Raianne Luz Rodrigues2,3; Klinger Antonio da Franca Rodrigues2,4. machado03@ufpi.edu.br 1Graduação em Biomedicina – Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Parnaíba, PI; 2Laboratório de Doenças Infecciosas (LADIC) – UFDPar; 3 Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) – UFDPar); 4Docente no curso de Medicina – UFDPar. Sessão temática: 2. Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as leishmanioses estão presentes na lista de doenças tropicais negligenciadas (DTNs) que afetam países subdesenvolvidos. São causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidas durante o repasto sanguíneo do inseto vetor. Ainda que a sua relevância clínica seja de grande importância, os tratamentos são escassos e têm poucos medicamentos disponíveis no mercado, que apesar de eficazes, são drogas altamente tóxicas, o que resulta na limitação de seu uso. A utilização de compostos naturais tem se mostrado promissora na busca de novas alternativas terapêuticas, com isso, metabólitos secundários de plantas como os triterpenos vêm sendo estudados devido a biodiversidade de suas moléculas. O ácido morólico é um triterpeno do tipo oleanano derivado do germanicol que ainda é pouco abordado na literatura, sendo considerado um composto a ser melhor explorado em atividades biológicas. OBJETIVO: O presente estudo investigou a efetividade do ácido morólico, um triterpeno pentacíclico, sobre promastigotas e amastigotas de L. amazonensis. METODOLOGIA: O composto, ácido morólico, C3OH48º3, 97% de pureza, foi adquirido pela BioCrick. Formas promastigotas e amastigotas axênicas foram cultivadas em placas de 96 poços com meio de Schneider completo, com 1 × 106 parasitas/mL e concentrações seriadas de ácido morólico (100 –1,56 μL). As placas foram incubadas em estufa de demanda biológica a 26 °C para formas promastigotas e 32 °C para amastigotas por 72 h. Após esse tempo, os efeitos do ácido morólico sobre a inibição de crescimento das diferentes formas foram avaliados utilizando o método colorimétrico do MTT e então realizada uma leitura em espectrofotômetro a um comprimento de onda de 540 nm. O ensaio de citotoxicidade foi realizado cultivando em placa de 96 poços macrófagos da linhagem J774A.1 na quantidade de 1 x 105 células por poço contendo meio RPMI 1640 mantidos em estufa a 37°C e 5% CO2 por 72 h. Foi utilizado MTT para observação da viabilidade celular. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nas concentrações de 100 µM – 12,5 µM, o composto foi capaz de inibir o crescimento das formas promastigotas em 100 %, seguido de inibições de 83,3 %, 57,85 % e 57,61 % para as concentrações de 6,25 µM 3,12 µM e 1,56 µM, obtendo-se um CI50 de 1,13 ± 0,04 µM. Na avaliação da atividade antileishmania sobre formas amastigotas axênicas foi observada uma inibição de crescimento significativo promovido pelo ácido morólico, com taxas de inibição de 34,12 %, 68,6 %e 76,4 % nas concentrações de 1,56 μM, 3,12 μM e 6,25 μM, respectivamente, chegando a inibir totalmente o crescimento 100 % nas quatro maiores concentrações (100 μM – 12,5 μM), apresentando um CE50 de 2,74 ± 0,03 µM. A atividade antileishmania encontrada para o composto foi mais acentuada que outros triterpenos relatados na literatura e considerados potenciais agentes leishmanicidas, como o ácido ursólico, com um CI50 de 14,1 µg/mL para promastigotas e 2,24 µg/mL para amastigotas axênicas de L. amazonensis, e o Lupeol com CI50 39,06 µg/mL sobre promastigotas e um 44,1 501 µg/mL para formas amastigotas de L. amazonensis. Outro importante critério na busca por novos compostos que apresentem atividade antileishmania são os ensaios de citotoxicidade, pois uma das maiores problemáticas do atual tratamento é a alta toxicidade dos fármacos, pois para desenvolvimento de novos fármacos é interessante que o composto seja seletivo ao parasito em baixas concentrações e não tóxico as células. Em relação à citotoxicidade, o triterpeno obteve um CC50 de 68,61 ± 2,46 µM para macrófagos, demonstrando ser 60,7 vezes mais seletivo ao parasito do que para macrófagos. CONCLUSÕES: Baseado nos resultados encontrados pode-se inferir que o ácido morólico foi seletivo e eficaz no controle de formas promastigotas e amastigotas axênicas de L. amazonensis. Os achados suportam a conclusão de que o ácido morólico é um potencial candidato antileishmania, encorajando futuros estudos in vivo no desenvolvimento de novos agentes antileishmania. Palavras-chave: Ácido morólico, Leishmania amazonensis, Triterpenos. Agradecimentos: CAPES e CNPq. 96 Avaliação de atividade antioxidante de um gel à base de Mormodica charantia L. em modelos animais Francisco Assis dos Santos Moreira1; Francisco de Assis Oliveira1; Melânia Lopes Cornélio2; Maria Beatriz Leal dos Santos2; Brenda Lois Barros dos Santos2; Alda Cássia Alves da Silva¹; Clailson da Silva Pinheiro1. beatrizzlds@gmail.com 1Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Plantas Medicinais- UFPI; 2 Laboratório de Tecnologia Cosmética, Departamento de Engenharia Química – UFPB; 3Graduanda em Farmácia – UFPI Sessão temática: Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Por ser uma doença inflamatória autoimune sistêmica que leva à destruição e incapacidade de articulações pela erosão óssea da cartilagem, por formação de autoanticorpos, a artrite reumatoide (AR) afeta de 1 a 3% da população mundial. O tratamento da AR é com base no uso anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), glicocorticoides (GC), e antirreumáticos modificadores da doença (DMARDS). Por mais que eficazes, esses fármacos apresentam várias reações adversas. Nesse sentido, mostra-se relevante a aparição de novas opções terapêuticas, que visam a produção de formulações à base de plantas medicinais, não só sendo mais seguras, como apresentando uma menor taxa de efeitos adversos. Várias plantas medicinais têm sido estudadas ao longo dos anos com terapêutica eficiente e avaliada, dentre elas a Momordica charantia L. na qual vários estudos já relacionaram o uso da espécie à atividades como antiviral, antitumoral, antidiabética, anti-HIV e antioxidante. OBJETIVO: Objetiva-se com a presente pesquisa verificar o potencial antioxidante de uma formulação em gel à base do extrato glicerinado fluido de Momordia charantia L. (Gel MCH). METODOLOGIA: Os animais tiveram monoartrite induzida por Adjuvante Completo de Freund (CFA) na articulação tibiotársica, foram divididos em 4 grupos de 8 animais, seguido de um tratamento tópico de 14 dias com gel de carbopol (controle negativo), diclofenaco (4,5 mg/kg), Acheflan (10mg/kg) ou Gel (MCH), após o período de tratamento foram coletadas amostras de sangu para doseamento de nitrito (NO2 - ), mieloperoxidase (MPO), glutationa reduzida (GSH), e espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) através de espectofotometria em cumprimento de onda específico para cada marcador. A aprovação para desenvolvimento da pesquisa foi obtida pelo CEUA sob o número de protocolo nº 697/21. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os animais tratados com o Gel MCH (200mg/kg) apresentaram melhora nos níveis séricos de GSH e redução do tempo de MPO, TBARS e Nitrito. O sistema antioxidante de glutationa (GSH) atua em conjunto com três enzimas, reduzindo a quantidade de radicais livres. A formulação foi capaz de aumentar de forma significativa os níveis séricos de glutationa reduzida em comparação com a concentração no grupo veículo, indicando um aumento da atividade no sistema antioxidante endógeno desempenhado pela essa enzima. O grupo apresentou redução significativa de MPO em comparação ao grupo controle, sugerindo uma menor taxa de infiltração neutrofílica e menor produção de espécies reativas de oxigênio. O doseamento de MPO funciona como uma marcação indireta para os níveis de infiltração neutrofílica. A formulação também reduziu significativamente o nitrito sérico em comparação ao grupo veículo, demonstrando uma menor concentração do radical óxido nítrico durante os dias de tratamento. O doseamento de nitrito é uma marcação indireta da produção de óxido nítrico, que em condições inflamatórias tem sua produção estimulada pela expressão da enzima iNOS. Com relação aos níveis de produtos da peroxidação lipídica, reação em cadeia que acontece com os lipídeos de membrana das células ao qual resulta na formação de radicais livres e dano celular, o doseamento de TBARS fornece informações acerca da concentração de malonaldeído, um produto originado da peroxidação lipídica utilizado como marcador. A formulação Gel MCH demonstrou redução significativa das TBARS quando comparado ao grupo veículo, indicando uma menor taxa de peroxidação lipídica. CONCLUSÕES: O estudo realizado em modelo subcrônico demonstra a atuação do gel MCH na diminuição das concentrações de nitrito, TBARS e MPO, com aumento significativo de GSH, podendo esta ser uma formulação com potencial anti-inflamatório atuando pela diminuição de estresse oxidativo. Palavras-chave: Momordica, Artrite, Antioxidante, Formulação, Gel. Agradecimentos: UFPI, CAPES e CNPq. 97 Predição de metabólitos de espécies de Siparuna potencialmente inibidoras da 3CLpro, PLpro e da interação RBD:ACE2 de SARS-CoV-2 Brendo A. Gomes1,5, Diégina A. Fernandes², Mariana F. Campos¹, Larissa E. C. Constant³, Simony C. Mendonça¹, Stephany S. Costa³, Giovanna B. Frensel³, Gilda G. Leitão², Diego Allonso3,4, Suzana G. Leitão¹. brendoo.bc@gmail.com 1Departamento de Produtos Naturais e Alimentos (DPNA), Faculdade de Farmácia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Instituto de Pesquisas Produtos Naturais (IPPN) – UFRJ; 3Instituto de Biofísica (IBCCF) - UFRJ; 4Departamento de Biotecnologia Farmacêutica (BiotecFar), Faculdade de Farmácia – UFRJ; 5Programa de Pos-Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, CCS, UFRJ. Sessão temática: Atividade Biológicas de Produtos Naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: Produtos naturais têm se mostrado como importante fonte de substâncias bioativas frente ao SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Esta doença culmina, principalmente, em casos graves de insuficiência cardiorrespiratória, e até a morte. Até o momento, há cerca de 761 milhões de casos confirmados em todo o mundo e 6,9 milhões de mortes, e mesmo com o avanço na vacinação, o desenvolvimento de medicamentos anti-COVID-19 ainda é uma prioridade de saúde global. Espécies do gênero Siparuna são utilizadas na medicina popular brasileira para o tratamento e profilaxia de diversas doenças virais, como a gripe, e seus sintomas como febre e tosse. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo a predição computacional de substâncias presentes nos extratos de cinco espécies de Siparuna como potenciais agentes antivirais contra o SARS-CoV-2. METODOLOGIA: Extratos etanólicos de S. cristata, S. decipiens, S. glycycarpa, S. reginae e S. sarmentosaforam submetidos a partição com diferentes solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano, acetato de etila e n-butanol), e ensaiados in vitro frente à interação entre o domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína spike de SARS-CoV-2 e a enzima conversora de angiotensina II (Lumit® PROMEGA), e em ensaios de atividade de transferência ressonante de energia por fluorescência das proteases 3CLpro e PLpro. Além disso, os extratos foram analisados por UHPLC-IT-MS/MS, usando as fontes ESI e APCI nos modos negativo e positivo de ionização. Os dados foram processados no software MZmine v. 2.53, e avaliados por ensaios estatísticos multivariados utilizando o software The UnscramblerX v. 10.4. Estes dados também foram utilizados para construção de redes moleculares e anotação de alguns íons de interesse ambos utilizando a plataforma GNPS. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diferentes extratos apresentaram atividade na inibição da 3CLpro, PLpro e interação RBD:ACE2, mostrando o potencial de algumas espécies. Os resultados estatísticos dos dados de APCI(-)-MS/MS apresentaram maior capacidade classificatória e preditiva. A PCA teve uma variância explicada de 75%, indicando uma diferença química expressiva de S. cristata e S. glycycarpa das demais espécies. O modelo PLS apresentou R2 de 0,83, Q2 de 0,72, RMSE de 0,1 e uma variância explicada de 84% permitindo uma predição confiável dos íons potencialmente associados a inibição multitarget das proteínas avaliadas. O extrato em diclorometano de S. cristata possui o maior potencial para inibir Spike (RBD:ACE2), 3CLpro e PLpro conjuntamente. Nesta análise, foi possível predizer oito íons em comum para os extratos ativos em todos em ensaios: m/z [M-H]- 313, 329, 343, 357, 384, 388, 415 e 500. As redes moleculares permitiram um assinalamento preliminar destes íons, indicando-os como pertencentes à classe de flavonoides metoxilados, como a kumatakenina, a 3,3',4'-tri-O- metil-quercetina e a retusina. CONCLUSÃO: Os resultados computacionais destas espécies amazônicas ratificam trabalhos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa, que já mostraram a atividade de algumas das substâncias anotadas na inibição da replicação in vitro do SARS-CoV-2. O modelo PLS baseado em APCI(-)-MS/MS foi capaz de predizer 8 íons possivelmente relacionados às atividades inibitórias e a construção de redes moleculares se mostrou uma técnica eficiente para predição qualitativa e anotação dos íons preditos. Os resultados obtidos encorajam a continuação deste estudo na busca de substâncias que possam auxiliar no enfrentamento da COVID-19. Palavras-chave: Espectrometria de massas, Quimiometria, Quimioinformática, Redes Moleculares, Siparunaceae, COVID-19. Agradecimentos: FAPERJ, CAPES e CNPq. 98 Efeitos do extrato de Euterpe oleracea Mart. em modelo tumoral sólido de Ehrlich Laís Araújo Souza Wolff1; Katia Regina Assunção Borges 2; Marcelo Antonio Pascoal Xavier3; Maria do Carmo Lacerda Barbosa4; Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento5; João Ernesto de Carvalho6; Marcos Antonio Custódio Neto da Silva7. laiswolff19@gmail.com 1Núcleo de Imunologia Básica e Aplicada (NIBA) – UFMA; 2Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (RENORBIO) – UFMA; 3Instituto René Rachou (IRR), FIOCRUZ - Belo Horizonte, MG; 4Departamento de Medicina I – UFMA - São Luís, MA; 5Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto (PPGSAD) – UFMA; 6Faculdade de Ciências Farmacêutica (FCF) – UNICAMP - Campinas, SP; 7Departamento de Medicina – UFMA - Imperatriz, MA. Sessão temática: Atividade Biológicas de Produtos Naturais: in vitro e in vivo INTRODUÇÃO: O câncer de mama é um problema de saúde pública, sendo a doença com maior incidência e mortalidade no mundo entre as mulheres e estima-se em 73.610 casos novos para o triênio de 2023-2025. Apesar dos avanços terapêuticos, o tratamento do câncer ainda é um desafio. A Euterpe oleracea Mart. (EO) conhecida como açaí, é uma palmeira nativa da Amazônia rica em propriedades fitoquímicas que apresentam diversas atividades farmacológicas presentes na casca, polpa e sementes. Nesse sentido, estudos evidenciam a importância dos produtos naturais como fontes de compostos bioativos que possam atuar na quimioprevenção do câncer. A EO possui componentes como os polifenóis com atividades antioxidantes, além de ácidos fenólicos, lignanas e flavonoides com atividades anti-inflamatória e antitumoral. OBJETIVO: Avaliar a atividade antitumoral do extrato da semente do açaí rico em flavonoides em modelo in vivo de tumor sólido de Ehrlich como esquema preventivo. METODOLOGIA: A coleta do fruto foi realizada no Parque da Juçara (Maracanã, São Luís, Maranhão). O extrato de EO foi obtido e caracterizado através de análise fitoquímica. O tumor de Ehrlich é um adenocarcinoma mamário de camundongos agressivo que encontramos de forma ascítica e sólida. O modelo experimental utilizou-se /camundongos Swiss machos (Certificado 07/2021) que foram divididos em 5 grupos (n=4/grupo): Grupo controle negativo (tratamento com salina), Grupo controle positivo (tratamento com ciclofosfamida 20 mg/Kg após inoculação do tumor), Grupo preventivo 100 mg/Kg (tratado com extrato de EO), Grupo preventivo 300 mg/Kg (tratado com extrato EO), Grupo preventivo 1000 mg/Kg (tratado com extrato de EO). O tratamento preventivo com extrato de açaí iniciou 30 dias antes da inoculação, assim como o controle negativo com salina por gavagem. As células do inóculo com tumor sólido de Ehrlich foram preparadas com densidade de 2,5 x106 células/60μL/animal em PBS (inóculo no dorso). Após o inóculo, o tratamento preventivo foi mantido por 15 dias de gavagem do extrato de EO, assim com o controle negativo por gavagem de salina. O controle positivo iniciou aos demais dias com o tratamento quimioterápico a ciclofosfamida, via intraperitoneal. Posteriormente, o 16º dia ocorreu a eutanasia, coletando amostras de sangue parâmetros hematológicos, tecido tumoral para avaliação histopatológica e imunohistoquímica, remoção de órgãos (rim, baço e fígado) para avaliação de toxicidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que o extrato de EO não demonstrou toxicidade, assim como não houve variação de peso e nem peso dos órgãos (rim, baço e fígado) após indução com tumor sólido de Ehrlich. No entanto, no grupo controle positivo houve redução de peso, assim como reduções de leucócitos totais, neutrófilos e linfócitos devido ao efeito citotóxico proveniente do quimioterápico tratado com ciclofosfamida. Também houve o aumento de TNF nos grupos preventivos 100 e 1000 mg/Kg. O extrato de EO mostrou uma redução significativa no tamanho do tumor no grupo preventivo com tratamento na concentração 1000 mg/Kg, desta forma evidenciando a efetividade em efeitos antiproliferativos e antitumorais com o açaí. CONCLUSÕES: Com isso, o extrato de EO apresentou em sua composição uma grande quantidade de flavonoides e antocianinas que contém o potencial farmacológico terapêutico promissor no tratamento adjuvante do câncer de mama. Palavras-chave: Euterpe oleracea Mart., Açaí, Câncer de mama, Tratamento preventivo. Agradecimentos: FAPEMA, UFMA, UNICAMP, IRR, LIAC, NIBA, CAPES e CNPq. 99 Atividade antileishmania e ativação de macrófagos pelo ácido morólico Yasmim Alves Aires Machado1,3; Ana Joérica Lopes Vieira1,3; Nicolle Barreira Maciel1; Vanessa Maria Rodrigues de Sousa2,3; Julyanne Maria Saraiva de Sousa2,3; Raiza Raianne Luz Rodrigues2,3; Airton Lucas Sousa dos Santos2,3; Klinger Antonio da Franca Rodrigues3,4. machado03@ufpi.edu.br 1Graduação em Biomedicina – Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Parnaíba, PI; 2Pós- graduação em Biotecnologia – Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Parnaíba, PI; 3Laboratório de Doenças Infecciosas (LADIC) – UFDPar; 4 Docente no curso de Medicina – UFDPar. Sessão temática: 2. Atividades biológicas de produtos naturais: in vitro e in vivo.