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Vias metabólicas GLICEMIA • GLICEMIA NORMAL: entre 70 e 99 mg/dl. • HIPOGLICEMIA: atinge 3 níveis o Nível 1: está tudo ok, é o intervalo entre uma refeição e outra. o Nível 2: entre 50-54, clinicamente importante o Nível 3: hipoglicemia grave com sérios riscos. O sistema nervoso possui células altamente seletivas, ele necessita de glicose para ter energia e funcionar corretamente. • HIPERGLICEMIA • Hiperglicemia com célula vazia de glicose -> baixo nível intracelular de ATP • Hiperglicemia de jejum: nível de glicose alta, após jejum de 8 horas. o Após muitas horas sem comer • Hiperglicemia pós-prandial: nível de glicose alta, 1 ou 2 horas após a alimentação. o É normal, ocorre pós alimentação HORMÔNIOS PANCREÁTICOS • O pâncreas é uma glândula mista, secreta tanto enzimas digestivas como amilase (porção exócrina) e possui células alfa e beta em sua porção endócrina, as quais ficam nas ilhotas de Langherans. As células delta fazem a regulação deles através da somatostatina. • O pâncreas é altamente sensível por causa de sua vascularização, permitindo assim, que se ative insulina e que se passe glicose para as células dos tecidos. INSULINA • Hormônio hipoglicemiador -> como a taxa glicêmica está alta é necessário que diminua, com isso se coloca glicose para dentro da célula. • Permeabiliza a membrana das células -> ela não abre os canais, mas faz sinalização para GLUT • Permite a entrada de glicose • Promove a hipoglicemia o Ex: paciente diabético com hiperglicemia e que possui diabetes tipo 2. É necessário dar insulina de ação rápida porque ele já tem glicose no sangue e a célula precisa de ATP. • Insulina promove transdução de sinal: promove cascata de reação, com ativação de enzimas MARCA PASSO. Fosforila proteínas da membrana e ativação de enzimas GLUCAGON • Hormônio hiperglicemiador -> promove elevação da taxa glicêmica • Permeabiliza a membrana das células -> manda a reserva do fígado para fora basicamente. • Permite a saída de glicose (reservas) • Promove a hiperglicemia • Glucagon é um hormônio catabólico -> por isso não se pode ir à academia em jejum, senão degrada células e não constrói músculo. SITUAÇÃO DE HIPERGLICEMIA 1. RESPIRAÇÃO CELULAR/GLICOLISE a. Objetivo: quebrar glicose para produzir ATP. 2. GLICOGENESE: objetivo de reserva de glicose 3. VIA DAS PENTOSES: não é via energética 4. LIPOGÊNESE: síntese de lipídeos SITUAÇÃO DE HIPOGLICEMIA 1. GLICOGENÓLISE a. Quebra glicogênio para gerar energia através do glucagon, é de dentro para fora 2. GLICONEOGÊNESE a. Quando acabaram as reservas de glicogênio quebram outras substâncias como proteínas, lipídeos, lactato. b. Síntese de nova glicose 3. LIPÓLISE 4. PROTEÓLISE 5. Então: em hipoglicemia (baixa glicose no sangue) se ativam vias hiperglicemiadoras através do hormônio glucagon. GLICÓLISE: PRIMEIRA ETAPA DA RESPIRAÇÃO • A glicólise está dentro da etapa de respiração celular. • Uma molécula de glicose fornece aproximadamente 36 ATP. O atp é fabricado a partir da quebra de compostos orgânicos. Toda vez que é quebrado se fornecem elétrons. ATP é energia, são prótons. É fabricado a partir de reações de quebra de compostos orgânicos, que quando quebrados liberam elétrons. Esses elétrons formam ATP e se ficarem soltos formam radicais livres, os quais danificam a célula. • A glicólise é a quebra de molécula de glicose (molécula com 6 carbonos). Ao quebrar essa molécula de glicose se produzem 2 compostos de 3 carbonos. Existe um transportador que é uma coenzima (vitamina+enzima) conhecida como NADH. O rendimento energético é de 2 ATP. • Para iniciar a reação se utilizam 2 ATP. A molécula de glicose ao passar pela membrana recebe 1 fosfato, e vira glicose 6 fosfato, sendo ativada e presa no citoplasma. Ou seja, ao adicionar 1 fosfato no carbono 6 não permite que retorne ao sangue- cadeado bioquímico. E recebe uma serie de modificações por causa de enzimas até que se transforma numa frutose. A molécula de glicose tem formato de pirano e não pode quebrar ao meio porque fica desigual e por isso se transforma numa frutose para que possa ser quebrada no meio. Por isso a glicose 6 fosfato torna-se uma frutose 6 fosfato. Na frutose se adiciona 2 fosfatos, uma na posição 1 e outro no 6, tornando-se frutose 1,6 difosfato. A glicólise possui 2 fases: 2 FASES: uma de preparação da molécula e outra de pagamento • FASE PREPARATORIA: glicose passa através da membrana, gasta 2 ATP, ganha fosfato e adiciona esse fosfato no sexto carbono, vira glicose 6 fosfato com um cadeado bioquímico. Para ser quebrada ela precisa modificar sua conformação, com isso se torna uma frutose (furano). Na frutose se adiciona 2 fosfatos, um na posição 1 e outro no 6, tornando-se frutose 1,6 difosfato para poder ser quebrada ao meio, vira uma furanose. Nesse ponto tem uma enzima marca-passo, a mais importante da via, conhecida como fosfofrutoquinase. • A frutose 1,6 difosfato é quebrada em 2 moléculas de 3 carbonos, fabricando diidroxicetona e gliceraldeído. Porém o nosso organismo converte toda diidroxicetona em gliceraldeído, portanto segue com 2 moléculas de gliceraldeído. • FASE DE PAGAMENTO: começa com 2 moléculas de gliceraldeído até formar 2 moléculas de piruvato no final. • ATP -> ADP + PI o Indica que houve gasto, consumiu ATP • ADP+ PI = ATP o Produziu energia • A insulina liga-se a um receptor das células e promove a entrada de glicose para todas as células. O GLUT4 é um dos mais importantes e se encontra no músculo, gordura, coração, é um transportador dependente de insulina. Se encontra dentro de bolsões proteicos. • O receptor para insulina é ativado e vai ativando kinases, emitindo a mensagem para que os bolsões proteicos se desloquem e vão em direção a membrana, para se aderir a membrana e abrir canais. É necessário o GLUT ativado pela insulina e suas kinases (enzimas que dão sinais químicos). COENZIMAS NAD E FAD • Potencial redox. Quando separa elementos químicos ficam livres elétrons, para que não cause dano na membrana tem que ser capturados por NAD e FAD por exemplo, são antioxidantes. Estão relacionados a transporte o Hidrogênio é radical livre, tem que se unir a NAD. o ELETRONS: provenientes da quebra de compostos orgânicos. • NAD: grande transportador de prótons e eletrons-> base química é de niacina, que é vitamina B3. o NAD+ -> oxidado porque doou o NADH -> reduzido porque recebeu o Complexo B3 -> niacina: coenzima NAD • Complexo B2 -> riboflavina: coenzima FAD Fad possui riboflavina, possui um potencial redox menor, ou seja, uma menor capacidade de transportar. GLICÓLISE: PONTOS PRINCIPAIS • A glicólise é a sequência de dez reações que metaboliza uma molécula de glicose em duas de piruvato, com a produção concomitante de duas moléculas de ATP. • Via catabólica-> via de quebra de glicose • Principal via de metabolismo da glicose. • Ocorre no citosol de todas as células -> qualquer célula viva que tenha citosol faz glicólise. o Citosol: complexo multienzimatico. • Papel central no metabolismo o Se produz glicogênio, ATP, lipídio. É uma interconversão de vias. • A glicólise começa no citoplasma e se tiver oxigênio segue para dentro da mitocôndria, terminando com o ciclo de Krebs, e se não tiver oxigênio segue no citoplasma com formação de lactato. • HEXOQUINASE: é importante porque coloca um cadeado na glicose, tornando-a glicose 6 fosfato. • FOSFOFRUTOCINASE: é a mais importante. • A primeira etapa irreversível é quando a glicose passa através da membrana e se adiciona 1 fosfato através da enzima hexoquinase, convertendo-se em glicose 6 fosfato. Isso impede que a molécula de glicose volte para a correntesanguínea. Existe gasto de atp • A segunda etapa irreversível da glicólise é quando Fosfofrutoquinase/PFK ou FFK converte frutose 6 fosfato em frutose 1,6 bifosfato com gasto de ATP • Outra etapa irreversível é quando quebra fosfoenolpiruvato (3 carbonos) em piruvato através da enzima piruvatoquinase, originando também ATP e terminando a segunda etapa da glicólise. • Ao final do processo o saldo e de 2 ATP e 2 NAD • O objetivo da glicólise é gerar piruvato. • Se tiver oxigênio -> mitocôndria -> acetilCOA • Sem oxigênio o piruvato vira lactato através da fermentação láctica. DESTINOS DO PIRUVATO • Na presença de oxigênio ocorre a produção de mais ATP • sem oxigênio o piruvato continua no citoplasma e se converte em lactato, relacionado com fadiga muscular. A hemácia é o principal local de produção de lactato porque não tem mitocôndria, realizando apenas respiração anaeróbica. Quanto mais lactato menos oxigênio! FERMENTAÇÃO LÁCTICA • A fermentação é um processo de obtenção de energia que ocorre sem a presença de oxigênio (O2), portanto, trata-se de uma via de produção de energia denominada anaeróbia; é o processo metabólico no qual carboidratos e compostos relacionados são parcialmente oxidados, resultando em liberação de energia e compostos orgânicos, principalmente ácido láctico, sem qualquer aceptor de elétrons externo. • A fermentação láctica é comum em células musculares quando submetidas a um esforço intenso e prolongado. • dosagem da lactato desidrogenasa: converte piruvato em lactato. • Na ausência de oxigênio ocorre fermentação láctica, ou seja, se produz lactato com 3 carbonos e apenas 2 ATP’s. O NADH é consumido na conversão de piruvato a lactato. Essa etapa não faz parte da respiração celular. • ACIDOSE LÁCTICA o Concentrações elevadas de lactato no plasma. ▪ Colapso do sistema circulatório: infarto do miocárdio, embolia pulmonar, na hemorragia não controlada ou paciente em choque. ▪ Falha em levar quantidades adequadas de oxigênio aos tecidos resulta em prejuízo na fosforilação oxidativa e em diminuição na síntese de ATP. ▪ Para sobreviver, as células lançam mão do metabolismo anaeróbio como sistema auxiliar para a produção de ATP, produzindo ácido láctico como produto final. PRINCIPAIS SÍTIOS DE REGULAÇÃO NA GLICÓLISE • Principais enzimas regulatórias no músculo esquelético: o hexoquinase e fosfofrutoquinase-1 (PFK1) o Atividade da piruvato-desidrogenase na mitocôndíia determina se o piruvato é convertido a lactato ou acetilCoA. o A regulação mostrada para piruvato-quinase ocorre apenas para a isoenzima do fígado. • REPOUSO: alto nível de ATP. o Se a celula já estiver cheia de ATP não e necessário mais e por isso tem retroalimentação negativa. • DURANTE EXERCICIO: nível de ATP cai o tem que ativar glicólise para gerar mais ATP, regulando enzimas para produção de ATP intracelular • Conforme concentração se ativa glicólise para gerar maior concentração de ATP. • Entre musculo e tecido hepático: o Toda glicose que for utilizada dentro da célula: a concentração de ATP é quem regula • Regulação alostérica o Inibição alostérica é dada pela concentração de ATP intracelular. o Ocorre inibição enzimática também • Diabetes 2: existem mutações que diminuem a atividade da glicoquinase. Emite mensagens químicas para que enzimas funcionem, é como um painel de controle, promovendo ativação por proteínas através de sinalização celular. • Em diabetes: quando nível de insulina está desregulado não consegue ativar. • Na presença de insulina ocorre ativação das enzimas da glicólise. • Sem glicose suficiente não consegue fazer glicólise. • A insulina e o glucagon possuem ações antagônicas, apesar de serem classificados como normoglicemiadores. NORMOGLICEMIADORES INSULINA GLUCAGON • Age na permeabilidade da membrana • Entrada de glicose na célula • Hormônio hipoglicemiador • Ativa as enzimas marcapasso das vias hipoglicemiadoras. • Age na permeabilidade da membrana, promovendo saída de reservas de glicose • Hormônio hiperglicemiador • ativa as enzimas marcapasso das vias hiperglicemiadoras CASO CLÍNICO 1. Homem, 36 anos, admitido por úlceras infectadas nos braços e pernas, sendo iniciado Clavulin. Evoluiu com queda dos parâmetros eritrocitários e icterícia com sepse cutânea, sendo transferido para CTI, onde foi iniciado Ceftarolina e realizado hemotransfusão. Investigação de anemia evidenciou esfregaço do sangue periférico polimórfico, teste da Fragilidade Osmótica, eletroforese de hemoglobinas. Na deficiência enzimática, G6PD estava inalterada, porém dosagem de PK no limite inferior da normalidade. História pregressa de anemia hemolítica aos 15 anos com teste osmótico eritrocitário e biópsia da medula óssea inconclusivos. Úlceras cutâneas de repetição. Nega história familiar de anemia. Após estabilização do quadro clínico, paciente recebeu alta hospitalar com o diagnóstico de DPK e mantém acompanhamento hematológico. • Qual a consequência bioquímica causada pela deficiência da enzima piruvato quinase PK? o Não ocorre formação de piruvato e consequentemente de ATP. CASO CLÍNICO 2 2. Um artigo recente do New England Journal of Medicine abordou o estudo SMART (Isotonic Solutions and Major Adverse Renal Events Trial), que randomizou 15.802 pacientes admitidos em cinco UTIs em um único centro acadêmico. As unidades trocaram soluções salinas e cristaloides balanceados em meses pares e ímpares; ao longo do estudo de 1 de junho de 2015 até 30 de abril de 2017, 7.860 pacientes receberam SF 0,9% e 7.942 receberam Ringer lactato. a. 1)Qual a composição? 3. Qual a indicação deste medicamento? a. Indicado para reidratação e restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico, quando há perda de líquidos e de íons cloreto, sódio, potássio e cálcio, e para prevenção e tratamento de acidose metabólica. 4. Como funciona? a. Deste modo, o Ringer com Lactato pode ser utilizado para reposição de líquido e íons, em situações em que essas perdas acontecem, como também a proporcionar o aumento ligeiro do teor alcalino em líquidos extracelulares, agindo nos casos em que há um desvio do equilíbrio ácido-básico no sentido da acidose 5. Quando não deve ser utilizado? a. o é contraindicado para pacientes com acidose láctica (redução do pH com produção do ácido lático), alcalose metabólica (aumento do pH), hipernatremia (excesso de sódio no sangue), hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), hiperpotassemia (excesso de potássio no sangue), hipercloremia (excesso de cloro no sangue) e lesão nos hepatócitos (células fígado) com anormalidade do metabolismo de lactato e pacientes com insuficiência renal (falência dos rins) e ou cardíaca (falência do coração). CASO CLÍNICO 3 6. 1) Como a Covid-19 afeta o metabolismo aeróbico? a. há aumento do consumo de ATP, produzindo- se ainda mais lactato, o que sobrecarrega as vias hepáticas de metabolismo e leva ao aumento dos níveis circulantes de lactato e LDH. Além disso, a deficiente produção de ATP sob estado de hipóxia compromete diversos processos celulares no organismo, como a absorção de glicose pelas células, a decomposição do glicogênio hepático e a conversão de glicose em aminoácidos e ácidos graxos. Por isso, pacientes com infecção por COVID-19 apresentam hiperglicemia secundária à hipoxemia e queda do desempenho das funções a nível celular, além de comprometimento do sistema de proteção antioxidativo. glicemia Hormônios pancreáticos insulina glucagon glicólise: primeira etapa da respiração Coenzimas NAD e FAD GLICÓLISE: PONTOS PRINCIPAIS FERMENTAÇÃO LÁCTICA PRINCIPAIS SÍTIOS DE REGULAÇÃO NA GLICÓLISE