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ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Prof.a Mariana Ardengue ATIVIDADES DE ACADEMIA Marília/SP 2023 “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 08 19 31 43 54 67 79 93 108 122 133 147 INTRODUÇÃO SOBRE A GINÁSTICA DE ACADEMIA CONSIDERAÇÕES SOBRE A GINÁSTICA DE ACADEMIA A FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NA GINÁSTICA DE ACADEMIA A MUSICALIDADES NAS AULAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA PRÁTICAS DE FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO EM GINÁSTICAS DE ACADEMIA PRÁTICAS RÍTMICAS DE GINÁSTICAS DE ACADEMIAS PRÁTICAS AERÓBICAS DE GINÁSTICAS DE ACADEMIA TREINAMENTO FUNCIONAL, CICLISMO INDOOR, PUMP E GINÁSTICA LOCALIZADA TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE - HIIT MODALIDADES AQUÁTICAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA PRÁTICAS DE COMBATE DE ACADEMIA CROSSFIT ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 SUMÁRIO CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 160 173 184 PERIODIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DE UMA AULA DE GINÁSTICA DE ACADEMIA METODOLOGIA DO ENSINO NA GINÁSTICA DE ACADEMIA GESTÃO E EMPREENDEDORISMO NA ACADEMIA DE GINÁSTICA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 INTRODUÇÃO Prezado aluno(a), seja bem vindo(a) ao estudo sobre a disciplina de atividades de academia! O livro da disciplina traz uma ampla abordagem sobre as atividades de academia. No livro foi abordado desde o histórico da modalidade, contemplando seu surgimento e os passos da ginástica de academia até os dias de hoje. Foram apresentadas sobre a musicalidade na ginástica de academia e as suas principais modalidades, trazendo sobre suas características,benefícios e formas de realização e execução de suas aulas. Abordamos os aspectos fisiológicos das ginásticas de academia, seu processo de elaboração de treinamento e montagem e organização das aulas. Por fim, foi abordado sobre a parte administrativa e de gerência de uma academia de ginástica. Desejo uma leitura muito produtiva e que ao final, seus conhecimentos sobre a modalidade sejam ampliados e melhorados, bons estudos! ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO SOBRE A GINÁSTICA DE ACADEMIA Olá aluno (a), para iniciarmos o estudo sobre as atividades de academia, neste primeiro capítulo falaremos sobre a história da Ginástica de academia. A história da ginástica de academia é fascinante e reflete a evolução das práticas físicas ao longo do tempo. Vamos explorar brevemente as origens, a evolução dos programas de treinamento e os principais métodos associados à ginástica de academia. As raízes da ginástica remontam à Grécia Antiga, onde o termo “gymnós” significava “nu” em grego, enfatizando a prática física despida de roupas. Os gregos valorizavam a harmonia entre o corpo e a mente. Os romanos também adotaram exercícios físicos, associando-os ao treinamento militar. Durante o Renascimento, houve um ressurgimento do interesse nas atividades físicas, que destacava a importância da educação física. No século XIX, surgiram também os movimentos ginásticos com as escolas de ginásticas. A ginástica de academia evoluiu de uma abordagem militar e rígida para uma variedade de métodos que atendem a diferentes necessidades e preferências. Hoje, as academias oferecem uma gama diversificada de programas, refletindo a compreensão crescente da importância da saúde física e mental. 1.1. Origem e histórico das ginásticas Iniciaremos nosso estudo sobre as ginásticas de academia, realizando um breve resgate histórico sobre a origem das ginásticas de academia, desde a prática da desta como aprimoramento dos componentes da aptidão física, até a prática conhecida atualmente. Contudo, antes de entrarmos nesta discussão, é importante entender a origem da expressão “academia de ginástica”, utilizada, aqui no Brasil, para designar estabelecimentos deste tipo. A palavra “academia” tem suas raízes na Grécia Antiga e remonta à escola fundada por Platão em 387 a.C. chamada de academia devido ao local ter um bosque que era chamado de “Academos” (GAARDER, 1995). Essa instituição era um centro ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 de aprendizado que abrigava filósofos, estudiosos e atletas onde juntamente com a educação do intelecto, o cuidado com o corpo e a boa forma faziam parte do pensamento da época. Já a expressão “ginástica” refere-se a um conjunto de exercícios físicos com o propósito de manutenção ou aprimoramento físico (FONTANA; REPPOLD FILHO, 2014). ANOTE ISSO Em 10 de Fevereiro de 1984 através da Resolução nº 104963 do Ministério do Trabalho, Publicada no Diário Oficial da União, fica estabelecido que: ACADEMIA pode ser conceituada como empresa que se dedica a ministrar cursos de ginástica, balé, danças, musculação, lutas e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados em cursos Superiores de Educação Física, além da aplicação de duchas, saunas e massagens, mediante orientação de médicos diplomados em Medicina Desportiva (CAPINUSSU; DA COSTA, 1989, p. 31). Desde sua origem, a ginástica teve como objetivo a melhora ou manutenção da saúde, destacando o movimento corporal como central. Em grego, o termo “ginástica” significa arte de exercitar o corpo nu, algo que pertence à história do homem. Na Pré-História, os movimentos básicos (correr, nadar, lutar, cavalgar, atirar, arremessar etc.) eram essenciais para a sobrevivência, mas ao longo do tempo, passaram a ter importância também para a estimulação da saúde física, rituais religiosos, preparação para a guerra, entre outros fins (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Na Grécia, desenvolveu-se o ideal de beleza humana, em que a ginástica era utilizada como preparação para esse tipo de corpo. Em Roma, o foco do exercício físico era a preparação militar. A ginástica, por muito tempo, foi praticada por diferentes povos com diversas abordagens (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). A estruturação da ginástica ou do exercício ocorreu a partir do século XVIII em quatro grandes escolas (alemã, sueca, francesa e inglesa), cada uma espalhando suas estruturas e métodos para outros lugares. Apesar de ideais distintos, essas escolas tinham em comum a finalidade de promover a melhora da saúde humana, não como meio de subsistência, mas para estimulação da saúde física, rituais religiosos, preparação para guerra, entre outros fins (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 1.1.1 As escolas de ginásticas No contexto histórico da ginástica, quatro escolas de ginásticas (alemã, sueca, francesa e inglesa) de diferentes países influenciaram na prática da ginástica, A seguir relembraremos brevemente algumas características das escolas, onde cada uma dessas teve um estilo de abordagemúnica para a ginástica e o exercício físico, refletindo as influências culturais, históricas e filosóficas de seus respectivos países. No contexto brasileiro, as escolas sueca e francesa foram as mais influentes, com destaque para a ginástica calistênica, que chegou ao Brasil por volta de 1893, nas proximidades da Associação Cristã de Moços (ACM) no Rio de Janeiro. A ginástica calistênica tinha objetivos educativos e higiênicos (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Escola Alemã: Era estruturada na ideia de ginástica natural, com corrida, saltos, arremessos e lutas, incluía a realização de trabalhos manuais e jogos sociais, utilizando-se de aparatos como barra de suspensão e envolvia a realização de exercícios militares com finalidade pedagógica (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Nota: Método Ginástico Escola Alemã Fonte: https://images.app.goo.gl/eorTvgDgPyd8J3mK6 https://images.app.goo.gl/eorTvgDgPyd8J3mK6 https://images.app.goo.gl/eorTvgDgPyd8J3mK6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Escola Sueca: Misturava literatura com exercício, enfatizando a força e coragem para a defesa do povo, era dividida em quatro estruturas: militar, médica, pedagógica e estética. Utilizava aparelhos como espaldar e banco sueco (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Nota: Método Ginástico Escola Sueca Fonte: https://images.app.goo.gl/qCs7QAGypGUQFj1V6 Escola Francesa: Apresentava uma estrutura militar com o objetivo de melhorar o potencial dos jovens, utilizando-se de aros, escadas de corda, máquinas para quantificar a força e trapézio. A prática de exercícios e ginásticas eram focadas na parte médica higienista. O Método Francês preconiza algumas formas de trabalho: jogos, flexionamentos, exercícios educativos, exercícios mímicos, aplicações, esportes individuais e coletivos (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Escola Inglesa: Dentre as escolas, a inglesa foi a menos difundida, enfatizando jogos coletivos como promotores da educação. A prática envolvia trabalho com organização, regras, técnicas e padrões de conduta (MARINHO, 1980; LIZ et al., 2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). https://images.app.goo.gl/qCs7QAGypGUQFj1V6 https://images.app.goo.gl/qCs7QAGypGUQFj1V6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Nota: Método Ginástico Escola Francesa Fonte: https://images.app.goo.gl/kFADqXGVQ9bksyQZ9 Nota: Método Ginástico Escola Inglesa. Fonte: https://images.app.goo.gl/1kxBYqb2c2wrybnj8 https://images.app.goo.gl/kFADqXGVQ9bksyQZ9 https://images.app.goo.gl/kFADqXGVQ9bksyQZ9 https://images.app.goo.gl/1kxBYqb2c2wrybnj8 https://images.app.goo.gl/1kxBYqb2c2wrybnj8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 1.2. As academias de ginásticas A história das academias de ginástica remonta ao século XIX na Europa, especificamente na Alemanha e na Bélgica. Esses espaços, inicialmente chamados de ginásios ou Turnkunst na Alemanha, tinham como objetivo educar e condicionar fisicamente homens e mulheres por meio de exercícios físicos e aparelhos específicos. No século XX, as academias se expandiram na Europa e nos Estados Unidos, com destaque para as práticas de halterofilismo e ginástica (CAPINUSSU; COSTA, 1989; ANDREASSON; JOHANSSON, 2014). Apesar do grande destaque que a ginástica recebeu no século XIX, em decorrência do movimento ginástico europeu foi no início do século XX, que dois fisiculturistas, Eugen Sandow (1867-1925) e Charles Atlas (1892- 1972), desempenharam um papel crucial na globalização da academia e da cultura fitness, através de palestras internacionais, revistas e materiais sobre técnicas e treinamento físico, esses atletas contribuíram para disseminar o movimento fitness globalmente (ANDREASSON; JOHANSSON, 2014). Nota: Eugen Sandow e Charles Atlas Fonte:https://images.app.goo.gl/F4sagSiycZ3C3WdQ7 / https://images.app.goo.gl/ZnFZveKqjL9ASYML8 O movimento ganhou força na década de 70 com as publicações da Federação Internacional de Bodybuilding e Fitness (IFBB) e o surgimento de figuras influentes como Arnold Schwarzenegger, bem como de franquias notáveis, como a Gold ‘s Gym. Paralelamente ao desenvolvimento do halterofilismo, na década de 70, os exercícios https://images.app.goo.gl/F4sagSiycZ3C3WdQ7%20/ https://images.app.goo.gl/ZnFZveKqjL9ASYML8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 aeróbicos sugeridos pelo pesquisador norte-americano Dr. Kenneth H. Cooper ganhou destaque. Esses exercícios inspiraram uma forma específica de ginástica, conhecida como Aerobic Dancing, que envolvia movimentos coreografados ao som de música. Essa forma de ginástica contribuiu para o surgimento das modalidades contemporâneas de ginástica de academia (SWANSON, 1996). Entre os anos 1980 e 1990, uma academia clássica consistia em uma sala com diversas máquinas e equipamentos de treinamento, espaço para pesos livres (barras, anilhas e halteres) e uma sala para atividades de ginástica em grupo. Atualmente, muitas academias seguem esse padrão, mas algumas oferecem espaços adicionais, como piscinas, tatames e quadras esportivas. Nota: Ginástica Aeróbica nos anos 80/90 Fonte: https://images.app.goo.gl/vadnTEpfZYESsj5k6 A expansão massiva das franquias de academias e modalidades de exercícios ocorreu a partir dos anos 90, impulsionando o crescimento da cultura fitness. Esse fenômeno é evidenciado pelo grande número de academias em todo o mundo, ultrapassando 201 mil, com cerca de 34 mil delas localizadas no Brasil até 2018. Esse crescimento demonstra o impacto significativo da cultura fitness na sociedade contemporânea (ANDREASSON; JOHANSSON, 2014; CORONA, 2018). https://images.app.goo.gl/vadnTEpfZYESsj5k6 https://images.app.goo.gl/vadnTEpfZYESsj5k6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 1.2.1 A prática das ginásticas de academia no Brasil A ginástica de academia no Brasil inicialmente, nas décadas de 1930 e 1940 tinha uma abordagem mais militarista. Com o tempo, os objetivos da ginástica foram modificados, e a prática começou a se concentrar nas academias, onde a abordagem inicial se assemelhava à ginástica localizada, com base em musculação e movimentos calistênicos. Nesse momento a ginástica passava por um período de manutenção sem grandes estímulos (MARINHO, 1980; AYOUB, 2004; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; LIZ et al.,2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). No início, o significado da ginástica se confundia com o de exercício, mas ao longo do tempo, dissociou-se dessa ideia. As aulas de ginástica foram influenciadas localmente pelas principais escolas que moldaram a cultura do exercício em diferentes países. A calistenia, que se refere a exercícios físicos que utilizam o peso do corpo, é considerada uma forma antiga de treinamento que remonta à Grécia Antiga. No entanto, a incorporação da música como parte integrante da prática da ginástica teve um papel significativo no desenvolvimento e popularização dessa atividade (VIDAL, 2018). O relato sobre a primeira academia de ginástica no Rio de Janeiro na década de 1930, sob a responsabilidade da professora Gretch Hillefeldm e fundamentada no método de ginástica analítica, destaca um marco importante na história da atividade física no Brasil. A introdução desse conceito inovador e adaptado às necessidades locais contribuiu para o crescimento das academias de ginástica em todo o país. É interessante notar que, mesmo com o surgimento dessas academias, os clubes esportivos e escolas ainda eram os locais preferidos para a prática de atividades físicas naquela época. Isso pode refletir as tradições estabelecidas e a preferência por ambientes mais consolidados para a prática esportiva. Ao longo do tempo, o cenário pode ter evoluído, e as academias de ginástica podem ter ganhado mais popularidade,desempenhando um papel significativo na promoção da atividade física e condicionamento físico. O desenvolvimento desses espaços reflete as mudanças nas atitudes em relação à saúde e ao condicionamento físico ao longo das décadas (NOVAES, 1991). Na década de 1960 e 1970, surgiram programas de treinamento que combinavam elementos da calistenia, como exercícios com o peso do corpo, com passos de dança e música. Essa abordagem tinha como objetivo não apenas promover a atividade física, mas também torná-la mais atrativa e envolvente para as pessoas. A introdução da música não só proporciona um ritmo e uma cadência aos exercícios, mas também ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 contribui para criar uma experiência mais prazerosa e motivadora. Essa fusão de elementos da calistenia, dança e música pode ter influenciado o surgimento de diferentes formas de ginástica aeróbica e programas de exercícios coreografados que se tornaram populares nas décadas seguintes. Essas práticas não apenas enfatizavam a melhoria da aptidão física, mas também a expressão artística por meio da dança e da música, proporcionando uma abordagem mais holística à atividade física (VIDAL, 2018). Na década de 1970 as ideias Revolucionárias de Kennedy Cooper impactaram o cenário da ginástica no Brasil proporcionando um grande aumento do número de academias no Brasil. Cooper enfatizava que todos os indivíduos poderiam realizar algum tipo de exercício, promovendo a atividade aeróbia para melhorias cardíacas, pulmonares e vasculares. Diante disto as academias passaram a ser vistas como centros de condicionamento físico, com profissionais habilitados para a prática de programas de exercício/ginástica. Entre o final da década de 1970 e o início da de 1980, a ginástica aeróbica ganhou grande destaque. Nesse momento a ênfase estava em melhorar a qualidade de vida dos praticantes, promovendo uma vida mais ativa e saudável. A ginástica aeróbica tornou-se popular com a promessa de alto gasto energético, aproximadamente 500 kcal por hora (MARINHO, 1980; AYOUB, 2004; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; LIZ et al.,2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). A ginástica de academia, especialmente nos anos 80, atraiu mais adeptos, principalmente mulheres, devido à popularização da ginástica aeróbica, divulgada por figuras como a atriz Jane Fonda. Esse panorama destaca como a ginástica no Brasil passou por transformações, desde uma abordagem mais militar até uma ênfase na atividade aeróbica e condicionamento físico nas academias, moldando-se de acordo com as influências globais e locais (MARINHO, 1980; AYOUB, 2004; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; LIZ et al.,2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). . O boom da ginástica aeróbica nas décadas de 1970 e 1980 foi, de fato, marcado por uma popularidade crescente em todo o mundo. Organizações internacionais desempenharam um papel crucial na promoção e regulamentação dessa modalidade, contribuindo para a criação de competições e eventos que destacaram talentos locais e internacionais (VIDAL, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 Nota: Competição de Ginástica aeróbica anos 1980 Fonte: https://images.app.goo.gl/SGBMQCFoctkBo7hz7 ISTO ESTÁ NA REDE A primeira competição de ginástica aeróbica no Brasil aconteceu em 1985, com a realização do campeonato nacional, o Cristal Live. Com o passar do tempo, o sucesso desses eventos, impulsionado por fortes patrocinadores, levou à conquista de espaço na mídia e nas academias. A ginástica aeróbica, conhecida como o “fenômeno ginástica aeróbica”, alcançou lares distantes do Brasil, conquistando um público leigo. A profissionalização dos atletas brasileiros e suas conquistas sucessivas em títulos mundiais contribuíram para elevar o status do Brasil nesse cenário, resultando na importação e imitação de suas características por outros países. https://www.libraf.com.br/2022web/aerobica.php A ginástica aeróbica envolveu coreografias dinâmicas, muitas vezes combinando elementos de dança, exercícios aeróbicos e música. O caráter energético e envolvente dessas práticas atraiu muitos praticantes, especialmente em academias de ginástica. No Brasil, assim como em outros lugares, atletas começaram a se destacar em https://images.app.goo.gl/SGBMQCFoctkBo7hz7 https://images.app.goo.gl/SGBMQCFoctkBo7hz7 https://www.libraf.com.br/2022web/aerobica.php ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 competições internacionais, elevando o status da ginástica aeróbica no país. O reconhecimento desses atletas e as competições internacionais contribuíram para a consolidação da ginástica aeróbica como uma modalidade popular e respeitada. O boom da ginástica aeróbica também reflete a crescente conscientização sobre a importância da atividade física para a saúde e o condicionamento físico, além da busca por formas de exercício mais dinâmicas e divertidas. Embora a popularidade da ginástica aeróbica tenha diminuído ao longo do tempo, seu impacto na cultura fitness e na diversificação das opções de exercícios físicos ainda é perceptível nas diversas modalidades de treinamento disponíveis atualmente (VIDAL, 2018). Com o tempo, as academias se transformaram em espaços especializados para a realização de atividades físicas, oferecendo uma variedade de equipamentos e programas de treinamento. Hoje, as academias desempenham um papel crucial na promoção da saúde e na busca pelo condicionamento físico, oferecendo espaços equipados, orientação profissional e uma variedade de opções para pessoas de diferentes idades e níveis de condicionamento físico. Elas continuam a ser centros importantes para o desenvolvimento e manutenção da aptidão física em muitas comunidades ao redor do mundo. (MARINHO, 1980; AYOUB, 2004; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; FURTADO, 2009; LIZ et al.,2010; OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012). Ao explorar esse capítulo sobre a ginástica de academia, conseguimos traçar uma linha histórica desde suas origens até o momento em que se tornou uma prática consolidada e popular. A modalidade evoluiu desde os primeiros métodos de ginástica analítica no Brasil na década de 1930, passando pela introdução da música nas décadas de 1960 e 1970, até o boom da ginástica aeróbica nos anos 1980. Destacamos o papel das academias como espaços centrais para a prática da atividade física, o surgimento de competições internacionais que impulsionaram a ginástica aeróbica. Além disso, a incorporação de elementos de dança, música e exercícios aeróbicos contribuiu para a popularidade e diversificação da ginástica de academia. É fascinante observar como essa modalidade continuou a se transformar ao longo do tempo, influenciando e sendo influenciada por tendências globais na área de fitness e bem-estar. O aprendizado sobre a história da ginástica de academia fornece insights sobre a evolução das práticas de exercício físico e destaca a importância da inovação e adaptação às necessidades e preferências do público ao longo das décadas. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 CAPÍTULO 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno, neste capítulo abordaremos sobre como os temas os temas “Fitness” e “Wellness” desempenham papéis fundamentais no contexto das academias de ginástica, indo além do simples condicionamento físico. Como mencionado anteriormente, o fitness não se limita à condição física, abrangendo também aspectos sociais, emocionais e intelectuais. Exploraremos agora a dimensão física do fitness, que envolve os componentes da aptidão física, destacando a importância de abordar a saúde de maneira holística. Além disso, o conceito de “Wellness” surge como uma extensão da ideia de academia, focando no desenvolvimento da aptidão física, mas com uma ênfase maior no bem-estar geral. Isso reflete uma abordagem mais abrangente em direção à saúde, considerandodiversos aspectos da vida dos indivíduos. A discussão sobre a evolução dos programas de treinamento ao longo do tempo e os principais métodos de ginástica de academia será valiosa para compreender como essas práticas foram se adaptando e incorporando novos conhecimentos e abordagens para atender às necessidades em constante mudança dos praticantes. 2.1 Os termos Fitness e Wellness A expansão da visão que antes estava restrita ao fitness para incorporar conceitos mais abrangentes de bem-estar é uma tendência importante na indústria do fitness. O termo “wellness” engloba não apenas a aptidão física, mas também outros aspectos do bem-estar, incluindo a saúde mental, emocional e social. Várias academias e profissionais do setor estão adotando essa abordagem mais holística para atrair e atender a uma gama mais ampla de clientes. A ideia de wellness considera que a saúde não é apenas a ausência de doenças, mas um estado de equilíbrio físico, mental e social. Isso levou ao desenvolvimento de programas e serviços que vão além do treinamento físico tradicional. Essa abordagem mais ampla visa não apenas atrair um público diversificado, mas também atender ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 às crescentes demandas por um estilo de vida saudável e equilibrado. O conceito de wellness reflete uma compreensão de que a saúde e o bem-estar são multidimensionais, e as academias estão ajustando suas ofertas para refletir essa perspectiva mais abrangente. 2.1.1 O Fitness O termo “fitness” é frequentemente utilizado para descrever a aptidão ou condicionamento físico de um indivíduo. No entanto, etimologicamente, o termo tem origem na língua inglesa e é composto pela palavra “fit”, que significa “apto” ou “adaptado”, e o sufixo “ness”, que forma substantivos abstratos de condição. Assim, “fitness” corresponde ao estado de estar apto (ter aptidão) para atender às necessidades individuais. Consequentemente, o conceito de fitness não está restrito apenas à condição física, abrangendo também aptidões emocionais, intelectuais e sociais (DANTAS et al., 2009). O fitness pode ser compreendido em várias dimensões, influenciadas pelo ambiente e pelas circunstâncias de vida, contribuindo para o estado geral de adaptação do indivíduo (ARMBRUSTER; GLADWIN, 2001). Essas dimensões incluem: Nota: Dimensões do fitness Fonte: a autora A aptidão física relacionada à saúde desempenha um papel crucial na motivação dos indivíduos para frequentar uma academia de ginástica, visando a manutenção ou ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 melhora da saúde e qualidade de vida (PORTUGAL et al., 2017; VILELA; ROMBALDI, 2015; TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003). A atividade física e a aptidão física estão associadas positivamente a fatores como longevidade e autonomia, além de reduzirem os riscos de doenças crônico-degenerativas associadas à inatividade (NAHAS, 2013). Os componentes da aptidão física relacionada à saúde incluem: • Aptidão Cardiorrespiratória: Refere-se à capacidade do organismo resistir à fadiga em esforços de média e longa duração, dependendo da captação e distribuição eficientes de oxigênio para os músculos durante o exercício. Baixos níveis deste componente estão relacionados a riscos elevados de morte prematura, especialmente por doenças cardiovasculares. • Força e Resistência Muscular: A força muscular é a quantidade de força externa que um músculo pode aplicar contra uma resistência, enquanto a resistência muscular é a capacidade de um músculo ou grupo muscular realizar repetidas contrações sem reduzir a eficiência do trabalho realizado. Ambas contribuem para a melhoria ou manutenção da massa óssea, tolerância à glicose, integridade musculotendínea, capacidade de realizar atividades diárias e massa livre de gordura. • Composição Corporal: Expressa como a porcentagem relativa dos tecidos adiposos e magros que compõem a massa corporal. O acúmulo excessivo de gordura corporal está associado a diversas doenças, enquanto baixos níveis de gordura corporal também representam risco à saúde. • Flexibilidade: Refere-se ao grau de amplitude nos movimentos de diversas partes do corpo, dependendo das estruturas articulares e da elasticidade de músculos e tendões. Preservar a flexibilidade facilita os movimentos, mantendo a independência funcional e o desempenho de atividades diárias. Os programas de exercícios físicos desenvolvidos em academias de ginástica são direcionados principalmente para promover esses componentes relacionados à saúde, embora também estimulem componentes relacionados à performance, como agilidade e equilíbrio, com menor ênfase. 2.1.2 O Wellness O conceito de wellness surge como uma extensão da ideia de fitness nas academias de ginástica. Inicialmente, as academias foram estabelecidas com o propósito de aprimorar ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 o condicionamento físico dos indivíduos, muitos dos quais eram atletas ou envolvidos em práticas corporais. Com o desenvolvimento das academias, a visão original, centrada na aptidão física, foi se ampliando para incorporar o ideal de saúde e bem-estar, especialmente a partir dos anos 70. Nesse contexto, o termo “wellness” ganha destaque. Etimologicamente, “wellness” é composto pela palavra “Well”, que significa “bem”, e o sufixo “Ness”, formador de substantivos abstratos de condição. Assim, “wellness” pode ser entendido como “estar bem” ou “bem-estar” (DANTAS et al., 2009). Proposto por Charles B. Corbin, o conceito de wellness implica na integração de todos os aspectos da saúde e do fitness, desenvolvendo o potencial para viver e trabalhar plenamente, contribuindo significativamente para a sociedade (SABA, 2006). Enquanto o foco inicial das academias era o aprimoramento físico, o wellness direciona a busca para a qualidade de vida. É fundamental ressaltar que o conceito de wellness não negligencia o condicionamento físico, mas atribui a ele valores relacionados à saúde e bem-estar. Essa abordagem mais holística reflete uma compreensão mais ampla e integrada da saúde, indo além do simples condicionamento físico para incluir outros elementos que contribuem para uma vida equilibrada e satisfatória. 2.2 A indústria do fitness Entre os diversos setores da economia mundial, a indústria do Fitness está relacionada ao entretenimento, estética e saúde. Indivíduos buscam academias por motivos como saúde, estética, diversão, socialização, entre outros. A conscientização sobre a relação entre atividade física e qualidade de vida é crescente, diante disso os clientes percebem a atividade física como um investimento na qualidade de vida, visando viver mais e com mais saúde, sendo assim a busca do fitness inclui academias de ginástica, serviços de qualidade, profissionais qualificados e tecnologia de ponta é evidente. O mercado de ios de Personal Trainer, estúdios de pilates, treinamento funcional, assessorias esportivas, centros de fitness em hotéis e clubes, além de profissionais de educação física e esportes. Esse setor é caracterizado por uma diversidade de estabelecimentos e profissionais, desde grandes redes até pequenas e médias academias. A prática de exercícios sob orientação profissional, em ambientes alegres e descontraídos, atrai um público cada vez mais amplo, abrangendo todas as faixas etárias, o que movimenta o mercado fitness (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). A busca por academias está relacionada à consciência de que a atividade física contribui diretamente para uma vida mais saudável e duradoura, diante disto os ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 clientes valorizam não apenas a oferta de atividades físicas, mas também a experiência proporcionada, incluindo a interação com profissionais qualificados, a atmosfera positiva e a qualidade dos serviços. No geral, o setor defitness está alinhado com a crescente valorização da saúde e do bem-estar, refletindo a busca por um estilo de vida ativo e saudável. Os dados apresentados na pesquisa IHRSA (2017) destacam a relevância do setor de fitness no cenário global, com ênfase nos Estados Unidos e no Brasil. Os Estados Unidos são líderes globais no segmento do fitness, refletindo a importância desse setor na cultura e no estilo de vida americano. O Brasil se destaca como o segundo país com o maior número de academias por habitantes, representando 61% do total global. Isso indica a significativa presença e popularidade das academias no país. O Brasil é responsável por mais da metade do número de academias na América Latina, apesar de apenas 4,6% da população frequentar estes estabelecimentos. Isso sugere que, embora muitos se matriculem, há uma taxa considerável de desistência ou inatividade. A pesquisa revela que a faixa etária predominante entre os frequentadores de academias é de 20 a 35 anos, indicando um forte apelo para adultos jovens. O tempo médio de permanência diária é de 90 minutos, e a frequência semanal média é de 2 vezes por semana. Esses números fornecem insights sobre os hábitos de exercício do público-alvo. Esses dados refletem não apenas a popularidade das academias de ginástica, mas também destacam alguns desafios, como a taxa de desistência e a baixa frequência semanal média. Isso sugere a importância de estratégias para manter o engajamento dos alunos e promover a consistência na prática de exercícios. Número de academias País 36.540 Estados Unidos 34.500 Brasil 12.376 México 8.648 Alemanha 7.910 Argentina 7.500 Itália 6.839 Coreia do sul 6.728 Reino Unido 6.156 Canadá 5.979 Japão Nota: Ranking dos dez maiores mercados mundiais em números de academias Fonte: Adaptado de IHRSA (2017) ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 De acordo com dados do conselho federal de Educação Física (CONFEF), em 04 de janeiro de 2022, o Brasil contava com 539.710 profissionais de Educação Física e 65.665 empresas cadastradas (academias, estúdios, clubes esportivos (CONFEF,2022). A indústria do fitness também é movida por novidades em serviços, produtos e modalidades, visando à atração de novos clientes e a retenção dos praticantes, bem como à competitividade e à lucratividade das empresas. O Colégio Americano de Medicina Esportiva (American College of Sports Medicine -ACSM), pesquisa todos os anos o setor do fitness, e os resultados apresentados direcionam os investimentos na área, refletindo diretamente nas tendências para este mercado. As 10 principais tendências do fitness em 2023 foram (THOMPSON, 2023). • Tecnologia Wearable (tecnologia vestível): Equipamentos como relógios e smartbands que monitoram diversos aspectos, como frequência cardíaca, calorias, tempo sentado, sono e atividades físicas. • Treinamento de Força com Pesos Livres: Foco no movimento adequado e na técnica de levantamento, utilizando barras, halteres e/ou kettlebells para melhorar a aptidão muscular. • Treinamento com Pesos Corporais: Enfatiza o uso do peso corporal como sobrecarga para o exercício, dispensando equipamentos. Técnicas que envolvem movimentos neuromotores e peso corporal como resistência primária. • Programas de Fitness para Idosos: Tendência que atende às necessidades de condicionamento físico de pessoas mais velhas, enfatizando a importância da saúde e da atividade física ao longo da vida. • Treinamento Físico Funcional: Programas que visam a melhora das capacidades físicas utilizadas no cotidiano, como força, resistência, flexibilidade, estabilidade e mobilidade. • Atividades ao ar livre: Oferece mais opções de atividades ao ar livre, como caminhadas em grupo, cavalgadas, eventos de um dia ou excursões planejadas, promovendo a conexão com a natureza. • Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Sessões repetidas de exercícios de alta intensidade intercaladas com períodos de descanso. Pode ser aplicado a várias atividades físicas. • Exercício para perda de peso: Incorpora programas de perda de peso com exercícios, combinando atividade física, treinamento e dieta para obter benefícios adicionais. • Profissionais de Fitness Certificados: Ênfase na contratação de profissionais de fitness certificados, buscando especialização e certificações em áreas específicas. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 • Treinamento Pessoal: Personal Training com metas, avaliação e acompanhamento individual, onde os personal trainers fornecem instruções técnicas, monitoram o progresso e ajustam os exercícios conforme necessário. Essas tendências refletem as demandas e interesses em constante evolução dos praticantes de atividades físicas, influenciando a forma como as empresas e profissionais do setor planejam e entregam seus serviços. 2.3 Objetivos das ginásticas de academias A ginástica coletiva é uma prática que atrai especialmente aqueles que preferem não realizar exercícios de forma solitária. Essa modalidade combina atividade física com diversão, exercendo um impacto significativo na retenção de alunos nas academias. Além disso, tem a capacidade de criar relacionamentos entre os participantes e motivá- los a continuar frequentando as aulas. A mesma oferece às academias a oportunidade de diversificar suas opções, inovar e, consequentemente, fidelizar os clientes. Sua implementação é vantajosa, pois o investimento é relativamente baixo, permitindo que muitos alunos participem da mesma aula. Para garantir uma maior adesão às aulas, é crucial proporcionar uma experiência adaptável a diferentes níveis de condicionamento físico e consciência corporal. As aulas devem ser projetadas para atender tanto homens quanto mulheres de diversas faixas etárias. O papel do professor é essencial para alcançar esses objetivos, podendo ministrar aulas no estilo livre, pré-coreografado ou pró-coreografado, de acordo com suas habilidades, características e competências. A flexibilidade nas abordagens permite uma maior inclusão e engajamento por parte dos alunos (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018) Nas aulas ministradas no estilo livre o professor é o próprio autor da mesma, onde ele deverá planejar a aula conforme as características, necessidades e objetivos de seus alunos. Nesse modelo de aula o professor tem autonomia para escolher as músicas, os exercícios que serão realizados, como será a coreografia, o número de repetições utilizadas nos exercícios/coreografias, as estratégias didáticas, os materiais utilizados entre outros fatores relacionados a construção da aula. Nas aulas pré-coreografadas o professor que ministra a aula não participa da montagem e elaboração da mesma, ele receberá então o material da aula que contém um vídeo, as músicas da aula e um roteiro que deve ser seguido, o mesmo ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 é bem detalhado e contém a ordem das músicas, os exercícios a serem realizados, a quantidade de repetições de cada exercício, bem como as coreografias já prontas, as estratégias didáticas das aulas, as dicas de execução e de instrução para reproduzi- las para seus alunos sem modificações. No estilo de aulas pró-coreografadas, segue a mesma base das aulas pré - coreografadas, onde o professor receberá um material a ser seguido, porém nessa modalidade o professor pode realizar alguns ajustes na dinâmica da aula e adequar a coreografia ou os exercícios de acordo com a realidade da turma. As aulas pré e pró coreografadas, de forma geral são comercializadas por empresas especializadas, como exemplo as empresas Les Mills e Body Systems, o professor deve realizar o treinamento de capacitação oferecido pelas empresas e com isso o mesmo se torna filiado a ela, após isso, a cada três meses o professor deverá realizar um curso de atualização onde receberá um novo kit de material para as aulas.Independente do estilo de aula a ser ministrada, as aulas de ginástica comumente são divididas de acordo com seus objetivos, sendo elas aulas neuromusculares; aulas aeróbicas e aulas zen também conhecidas como body and mind (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Nota: Imagem descritiva dos tipos de aula em cada estilo Fonte: a autora/adaptado de VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 2.3.1 Aulas neuromusculares Apresentam como objetivo principal o trabalho e desenvolvimento da força, a hipertrofia e a tonificação muscular (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). • Abdominal ou ABS: Aulas de 15 a 30, estruturadas exclusivamente na realização de exercícios que trabalhem a resistência muscular do abdômen. • Core: Aulas de 30 a 60 minutos que trabalhem a capacidade funcional do corpo e a melhora da força muscular e do equilíbrio. Nessa aula o foco é a ativação da musculatura estabilizadora. São realizados exercícios livres ou com acessórios comumente utilizados no treinamento funcional. • GAP (glúteo, abdômen e perna): Aulas de 45 a 60 minutos que trabalham exclusivamente a força e a resistência muscular localizada de membros inferiores e região abdominal. • Glúteos: Aula de 15 a 30 minutos que tem como objetivo o desenvolver a resistência muscular dos glúteos. • Ginástica localizada: Aulas de 45ª 60 minutos que trabalham o desenvolvimento da força e resistência muscular do corpo como um todo, utilizando o peso do corpo e sobrecarga externa com auxílio de acessórios como barras, anilhas, halteres entre outros. • Treinamento suspenso: Aulas de 45 a 60 minutos onde são realizados exercícios utilizando tiras suspensas (TRX) e o peso do próprio corpo, objetivando trabalhar a resistência, força, flexibilidade, equilíbrio e condicionamento corporal. Nota: Imagem de diferentes aulas neuromusculares Fonte: a autora ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 2.1.2 Aulas aeróbicas Apresentam como objetivo principal o condicionamento cardiovascular, o ritmo e a coordenação motora (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). • Aeróbica: Aulas de 45 a 60 minutos que tem como objetivo trabalhar o condicionamento cardiorrespiratório, o ritmo e a coordenação através de coreografias que combinam movimentos de baixo e alto impacto. • Ritmos: Aulas de 30 a 60 minutos estruturadas em coreografias com exercícios de baixo impacto estruturados em uma coreografia. A aula pode ser realizada utilizando apenas um único ritmo musical ou realizando uma mistura de diversos ritmos. Em uma aula de ritmos é comum encontrarmos coreografias com axé, sertanejo, funk, forró, hip-hop entre outros estilos musicais. • Aero Fight: Aulas de 45 a 60 minutos que é estruturada pela realização de movimentos de alto e baixo impacto com movimentos característicos do boxe ou outras lutas como chutes e socos. A aula pode ser realizada individualmente ou em duplas, e pode-se utilizar materiais característicos de modalidades de luta. • Ciclismo indoor: Aulas de 30 a 60 minutos, realizadas em uma bicicleta estacionária específica para a modalidade, onde são simulados trajetos e percursos com subidas e descidas, semelhantes a uma prova de ciclismo outdoor. • Circuito: Aulas de 30 a 60 minutos que objetivam o desenvolvimento do condicionamento físico geral. A aula é estruturada em estações, com exercícios aeróbicos ou mistos, trabalhando de forma alternada entre os estímulos aeróbicos e neuromusculares, pode-se utilizar diversos materiais em uma aula de circuito. • Jump: Aulas de 30 a 45 minutos que é estruturada em coreografias simples, utilizando movimentos específicos da modalidade que se baseiam em saltos e corridas estacionárias. A aula é realizada em cima de um minitrampolim. • Running: Aulas de 30 a 60 minutos, realizadas indoor, em esteiras, onde são realizados trajetos com subidas e retas simulando uma prova de corrida outdoor. • Step: Aulas de 45 a 60 minutos, realizada em uma plataforma ajustável, onde são realizadas coreografias em sua maioria de baixo impacto, com movimentos específicos da modalidade que se baseiam em movimentos de subida e descida da plataforma (step). • Street dance: Aulas de 45 a 60 minutos, estruturada em coreografias com músicas e passos do street dance (dança de rua) e do hip-hop. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 Nota: Imagem de diferentes aulas aeróbicas Fonte: a autora ISTO ESTÁ NA REDE A ginástica aeróbica é uma forma de exercício que combina elementos de dança, ginástica e movimentos técnicos, geralmente realizados em um ritmo acelerado e com uma demanda significativa de energia aeróbica. Essa prática tem diversos benefícios para a saúde e a forma física, como a melhora da função cardiopulmonar; a prevenção de doenças cardiovasculares; a redução de gordura corporal; a melhoria da forma corporal; o aumento da resistência à liberação de endorfinas e a melhoria da coordenação e agilidade. https://doi.org/10.1590/1517-8692202329012022_0670 2.1.2 Aulas zen Apresentam como objetivo principal trabalho da flexibilidade, a consciência postural, o equilíbrio e a concentração (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). • Alongamento: Aulas de 30 a 60 minutos que são estruturadas com exercícios de alongamentos, com ou sem material para os principais grupamentos musculares, enfatizando a melhora na manutenção da flexibilidade. https://doi.org/10.1590/1517-8692202329012022_0670 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 • Mat pilates: Aulas de 45 a 60 minutos, estruturada com exercícios realizados no solo, utilizando ou não acessórios específicos visando a consciência corporal, a reorganização postural global, a força e flexibilidade. • Ioga: Aulas de 45 a 60 minutos, estruturada em técnicas respiratórias e de meditação (asanas), visando a concentração, o autocontrole, a força e flexibilidade. Nota: Imagem de diferentes aulas zen Fonte: a autora Neste capítulo abordamos sobre os termos “Fitness” e “Wellness” e entendemos os significados amplos que vão além de simples conceitos físicos. O “Fitness” incorpora não apenas a aptidão física, mas também aspectos sociais, emocionais e intelectuais, proporcionando uma visão holística da saúde e do bem-estar. Por outro lado, o termo “Wellness” destaca a integração de todos os aspectos da saúde e do fitness, contribuindo para uma vida plena e significativa. Essa abordagem ampla reflete a compreensão de que a qualidade de vida não está apenas relacionada ao condicionamento físico, mas também à saúde mental, emocional e social. Vimos também sobre o crescimento do mercado fitness e o impacto da economia mundial sobre o mercado fitness. Além disso, ao mencionar a origem e expansão da modalidade de ginástica de academia, percebemos como essa prática evoluiu ao longo do tempo, integrando conceitos de fitness e wellness. A ginástica de academia não é apenas sobre exercícios físicos, mas também sobre proporcionar uma experiência abrangente que promova o bem-estar em vários aspectos da vida das pessoas. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 CAPÍTULO 3 A FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NA GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno (a), compreender a Ginástica de academia sob a ótica da fisiologia é fundamental para criar estratégias eficazes que maximizem os benefícios dos exercícios físicos. Neste capítulo vamos explorar alguns aspectos importantes relacionados aos sistemas de transferência de energia, monitoramento da intensidade e processo de recuperação, visto que ao considerar esses aspectos fisiológicos, é possível podem personalizar programas de treinamento em ginástica de academia de forma que atendam aos objetivos individuais dos praticantes, promovendo saúde, condicionamento físico e bem-estar geral. 3.1 Demanda e transferência de energia no exercício físico Existem diversas formasde manifestação de energia, como a energia elétrica, a mecânica e a química, e todas elas podem ser convertidas umas nas outras. Durante a realização do exercício físico, podemos observar esse fenômeno de troca de energia, quando as fibras musculares (células musculares) convertem a energia química, obtida dos macronutrientes advindos da alimentação (carboidratos, gorduras ou proteínas), em energia mecânica, empregada na realização do movimento (POWERS; HOWLEY, 2017). Esse processo de transferência de energia química para a mecânica, exige que diversas reações bioquímicas sejam realizadas, e as mesmas podem acontecer por três sistemas: o Sistema ATP-PCR, o Sistema glicolítico e o Sistema aeróbico. É importante lembrar que a energia advinda dos alimentos é utilizada e armazenada nas células na forma de um composto energético, denominado Trifosfato de Adenosina (ATP), e que, a degradação das moléculas de carboidratos, gorduras e proteínas, produzem quantidades distintas de moléculas de ATP, sendo a gordura o substrato mais rentável (McARDLE KATCH; KATCH, 2019). Como dito anteriormente, existem três sistemas de transferência, o ATP-PCR, o glicolítico e o aeróbico, cada qual atendendo de maneira específica às necessidades energéticas dos exercícios físicos. • Sistema ATP-PCR (Fosfagênio): é responsável por fornecer energia de forma imediata e rápida, sendo utilizado em atividades de curta duração e alta intensidade. Durante a atividade, as moléculas de ATP são quebradas para liberar energia imediata. Quando o ATP se esgota, o sistema creatina fosfato ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 (PCR) entra em ação, regenerando o ATP a partir de fosfocreatina. (McARDLE; KATCH; KATCH, 2019). • Sistema Glicolítico: é predominantemente anaeróbio e fornece energia para atividades de média intensidade e duração moderada. A glicólise, processo de quebra da glicose, ocorre no citoplasma, gerando ATP e ácido lático. O ácido lático é um subproduto que pode levar à fadiga muscular (McARDLE; KATCH; KATCH, 2019). • Sistema Aeróbico: é predominantemente utilizado em atividades de longa duração e baixa a moderada intensidade. Envolve o metabolismo aeróbico, no qual o oxigênio é utilizado para queimar completamente carboidratos, gorduras e, em menor medida, proteínas. Esse processo produz uma quantidade significativa de ATP (McARDLE; KATCH; KATCH, 2019). • Eficiência Energética dos Substratos: Carboidratos: São a fonte mais rápida de energia, mas sua reserva é limitada; Gorduras: Oferecem uma fonte de energia mais sustentável e eficiente, especialmente em atividades de longa duração; Proteínas: Contribuem minimamente para a produção de energia, geralmente sendo preservadas para funções estruturais e metabólicas (McARDLE; KATCH; KATCH, 2019). Nota: Gráfico da contribuição dos macronutrientes para o fornecimento de energia Fonte: A autora - Adaptado de McArdle, Katch e Katch (2019) ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 3.1.1 Sinergia dos sistemas de transferência de energia Algumas atividades físicas são, predominantemente, mantidas por um único sistema de transferência de energia. No entanto, a maioria delas é sustentada por mais de um sistema de transferência de energia, dependendo de suas intensidades e durações, como é o caso das modalidades de Ginástica de academia. Porém pensando em uma aula de Ginástica de academia com intensidade moderada a vigorosa e duração de uma hora, o sistema aeróbio contribui significativamente mais do que os sistemas anaeróbicos, sendo o sistema aeróbico responsável por aproximadamente 98% da energia, enquanto os sistemas anaeróbios contribuíram com cerca de 2%. Isso está alinhado com a ideia de que atividades de intensidade moderada a vigorosa e longa duração são predominantemente sustentadas pelo metabolismo aeróbico (POWERS; HOWLEY, 2017). Nota: Gráfico demanda de transferência de energias Fonte: Adaptada de McArdle, Katch e Katch (2019) 3.2 Monitoramento e modulação da intensidade do exercício físico aeróbico A intensidade de exercícios aeróbicos pode ser facilmente monitorada pela produção aeróbica de ATP, estimada pelo consumo de oxigênio (VO2). O VO2 constitui uma medida de referência por estar diretamente relacionado com a intensidade do esforço, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 visto que quanto maior o esforço, maior será o consumo de VO2, até chegar ao limite de produção de ATP pelo sistema aeróbico (McARDLE; KATCH; KATCH, 2018). Neste momento, é identificado o consumo máximo de oxigênio (VO2máx). Vale ressaltar que o VO2máx se correlaciona positivamente com a Frequência cardíaca máxima (FCmáx), ou seja, quando ocorre um aumento do VO2máx ocorre simultaneamente o aumento da FCmáx, permitindo assim que a mesma também seja utilizada como ferramenta de medida da intensidade do exercício físico aeróbico. Esta correlação acontece independentemente de sexo, raça, nível de aptidão física, idade ou, até mesmo, modalidade da atividade (McARDLE; KATCH; KATCH, 2018). Segue um exemplo de classificação da intensidade do exercício em: muito leve, leve, moderada, vigorosa e próxima da máxima ou máxima, considerando os valores de consumo de oxigênio e frequência cardíaca, correspondentes a cada categoria: Nota: Classificação da intensidade do exercício físico aeróbico de acordo com o percentual do consumo de oxigênio e a frequência cardíaca Fonte: adaptada de Garber et al. (2011). A ideia de categorizar a intensidade em níveis como muito leve, leve, moderada, vigorosa e próxima da máxima ou máxima é uma maneira eficaz de orientar o controle da intensidade durante o exercício. Isso facilita a prescrição e o monitoramento do esforço de acordo com os objetivos do treinamento. A consideração de fatores como frequência, intensidade, tempo e tipo de exercício na dose-resposta do exercício físico é crucial para o planejamento de programas de treinamento eficazes. A consciência da variabilidade na percepção da intensidade entre indivíduos, devido a fatores como idade, sexo e nível de aptidão física, são observações importantes. Isso destaca a necessidade de uma abordagem personalizada ao ajustar a intensidade do exercício para atender às características individuais dos participantes (POWERS; HOWLEY, 2017) . ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 Considerando estes fatores, observamos que a Intensidade é o fator que mais pode ser controlado pelo professor, que deverá elaborar a sua aula com base no objetivo de intensidade a ser atingido; a Frequência é um fator que depende exclusivamente do aluno e de sua participação nas aulas; a Duração (em média 60 minutos), geralmente, é determinada pela organização dos horários da academia; e o Tipo de exercício corresponde à própria modalidade da aula (Step, Ciclismo indoor, entre outros). Diante disso é importante pensar: “Como posso controlar a intensidade da minha aula?” e “Qual o esforço ideal a ser exigido dos meus alunos?” Antes de nos aprofundarmos para responder esses questionamentos, é fundamental ter em mente que o grau de intensidade é relativo, ou seja, para indivíduos diferentes pode haver múltiplas percepções para um mesmo estímulo. Esta variedade pode acontecer devido a fatores como idade, sexo e nível de aptidão física. 3.2.1 Monitoramento da intensidade da aula Atualmente existem diferentes tipos de ferramentas que permitem que seja realizado o monitoramento e controle da intensidade dos exercícios, porém nem todas são de fácil acesso e aplicabilidades, pensando nisso abordaremos duas delas: a escala de percepção de esforço e o monitor de frequência cardíaca, ambas de fácil acesso e aplicação. • Escala de Percepção de Esforço (EPE) - Escala de Borg: Desenvolvida por Gunnar Borg, a Escala de Borg é uma maneira subjetiva de avaliar a intensidade doexercício com base na percepção do praticante. Quando a EPE é utilizada corretamente, ela demonstra ter grande precisão, cujo esforço percebido coincide com as medidas objetivas da sobrecarga fisiológica, como os percentuais do VO2máx e da FCmáx. A escala varia de 6 a 20 (ou 0 a 10 em uma versão modificada), representando a percepção de esforço, onde 6 ou 0 é nenhum esforço e 20 ou 10 é um esforço extremo. Para responder os praticantes são instruídos a escolher um número que melhor descreva a intensidade percebida durante a realização do exercício ou aula. A EPE é uma ferramenta validada cientificamente, de fácil acesso e aplicação, sendo uma excelente escolha para o uso em aulas coletivas (McARDLE; KATCH; KATCH, 2018; KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 Nota: Escala de percepção de esforço de Borg Fonte: https://images.app.goo.gl/J7gUNErGnUkmoMWE6/ • Monitor de Frequência Cardíaca (FC): Os monitores de frequência cardíaca são dispositivos que medem a frequência cardíaca do praticante em tempo real, eles geralmente consistem em uma faixa peitoral que detecta os batimentos cardíacos e transmite as informações para um relógio ou aplicativo, além da faixa, atualmente existem relógios de pulsos ou smartwatch que possibilitam a medida da FC, sendo estes meios muito comuns de uso em academias. A frequência cardíaca é uma medida objetiva da intensidade do exercício e está correlacionada com o consumo de oxigênio (VO2). A zona-alvo de frequência cardíaca pode ser determinada com base nos objetivos do treino (por exemplo, treino aeróbico, queima de gordura, melhoria do condicionamento cardiovascular) (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). Nota: Monitor de frequência cardíaca em smartwatch Fonte: https://images.app.goo.gl/yZY7eGjKvQZzrzrT6 https://images.app.goo.gl/J7gUNErGnUkmoMWE6/ https://images.app.goo.gl/J7gUNErGnUkmoMWE6/ https://images.app.goo.gl/yZY7eGjKvQZzrzrT6 https://images.app.goo.gl/J7gUNErGnUkmoMWE6/ https://images.app.goo.gl/yZY7eGjKvQZzrzrT6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 ISTO ESTÁ NA REDE Apesar de indicado para a medição da frequência cardíaca, os smartwatches, em geral, não medem diretamente o consumo de oxigênio (VO2) e dependem de métodos indiretos para calcular o gasto calórico. Os principais métodos incluem a medição da frequência cardíaca, o uso do GPS para calcular a velocidade e, por vezes, tabelas equivalentes de gasto calórico. A precisão desses dispositivos na estimativa do gasto calórico pode variar significativamente. O erro mencionado, que varia de 27% a 92%, destaca a importância de interpretar essas informações com cautela. Vários fatores podem contribuir para a imprecisão, incluindo variações individuais na resposta fisiológica, qualidade dos sensores nos dispositivos, algoritmos de cálculo e o tipo de atividade física realizada. Lembrando que a recomendação de uso para a marcação da FC pelo smartwatch é confiável e recomendada para fins de cálculos de prescrição de zona de treinamento. https://doi.org/10.3390/jpm7020003 Uma prescrição de exercício deve considerar a intensidade adequada para o mesmo estabelecendo zonas de frequência cardíaca de treinamento, considerando limites inferiores (mínimo) e superiores (máximo) que precisam ser respeitados durante o exercício físico (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). Para determinar esses limites, podemos utilizar o Método da reserva da frequência cardíaca ou Método Karvonen (FOSS; KETEYIAN, 2000). A reserva da frequência cardíaca é uma medida que reflete a amplitude do trabalho cardíaco disponível para esforço físico. Ela é frequentemente utilizada para determinar as zonas de treinamento com base na intensidade relativa em relação à FCmáx. Por exemplo, a zona-alvo de treinamento pode ser determinada multiplicando a reserva da FC por uma porcentagem desejada e adicionando a FCrepo. Isso pode ser útil ao prescrever exercícios em intensidades específicas para atingir objetivos de treinamento, como melhorar a capacidade aeróbica, queimar gordura, ou aumentar a resistência cardiovascular (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). A reserva da frequência cardíaca representa a diferença entre a frequência cardíaca de repouso (FCrep) e a FCmáx. A frequência cardíaca de repouso (FCrep) é o número de batimentos cardíacos por minuto (BPM) quando o corpo está em repouso e relaxado. Já a FCmáx corresponde ao valor mais alto da frequência cardíaca que um indivíduo pode atingir, num esforço máximo até o ponto de exaustão. A reserva da frequência cardíaca, e a frequência cardíaca máxima são calculadas respectivamente pelas seguintes fórmulas: https://doi.org/10.3390/jpm7020003 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 ReservadaFC=FCmax−FCrep FCmáx = 220 – Idade (anos) O cálculo dos limites inferior e superior da zona de frequência cardíaca de treinamento (FCT) é feito por meio da seguinte fórmula: FCT = FCrep + % do limite inferior ou superior x (FCmáx - FCrep). Para facilitar a visualização do uso dessas fórmulas, vejamos um exemplo. Imagine que, em uma aula de JUMP, uma aluna, que possui um smartwatch com monitor de frequência cardíaca, pergunta: “Professor, qual deve ser a minha frequência cardíaca durante a aula?” Para responder, adequadamente, o professor seguiu algumas etapas. Primeiramente, o professor verificou a FCrepo da aluna pelo monitor de frequência cardíaca que, após alguns minutos de repouso, informou 60 batimentos por minuto (bpm). Em seguida, sabendo que a idade da sua aluna era 20 anos, ele estimou FCmáx da seguinte maneira: FCmáx = 220 – Idade (anos) FCmáx = 220 – 20 FCmáx = 200 bpm Antes de determinar a zona de FCT, o professor estipulou os percentuais inferior e superior em 50% e 85%, respectivamente. Aqui, é importante destacar que esses percentuais (50% e 85%) são, frequentemente, utilizados na prescrição do exercício físico (FOSS; KETEYIAN, 2000), modulando a intensidade entre leve e vigorosa. Contudo estes valores podem ser alterados, conforme a necessidade de cada indivíduo. Com essas as informações em mãos, ele determinou os limites inferior e superior de frequência cardíaca de treinamento, conforme os cálculos que se seguem. Calculando o limite inferior: FCT inferior = FCrep + % do limite inferior x (FCmáx - FCrep) FCT inferior = 60 + 0,50 x (200 - 60) FCT inferior = 60 + 0,50 x 140 FCT inferior = 60 + 70 FCT inferior = 130 bpm Calculando o limite superior: FCT superior = FCrep + % do limite superior x (FCmáx - FCrep) FCT superior = 60 + 0,85 x (200 - 60) ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 FCT superior = 60 + 0,85 x 140 FCT superior = 60 + 119 FCT superior = 179 bpm Concluindo o raciocínio, o professor orientou a aluna para que, ao longo da aula, mantivesse uma frequência mínima de 130 bpm; que nos momentos mais fortes eleva se a frequência para próximo a 179 bpm; e que procurasse dosar o esforço para permanecer nesta zona de treino. 3.2.2 Modulação da intensidade da aula É interessante observar que a eficácia da Ginástica de academia vai além do simples movimento físico, envolvendo aspectos como coordenação, intensidade e até mesmo a influência verbal durante as sessões. A abordagem desse tipo de exercício se baseia em alcançar benefícios específicos, como melhoria na composição corporal e aptidão cardiorrespiratória. A intensidade do exercício é um componente crucial para atingir esses objetivos. A faixa de 60% a 90% da frequência cardíaca máxima é destacada como ideal para obter resultados positivos. Isso corresponde a uma intensidade que varia de moderada a vigorosa. Portanto, é essencial que as modalidades de Ginástica de academia sejam planejadas e executadas de maneira a proporcionar esforços dentro dessa faixa para garantir que os praticantes colham os benefícios desejados (FOSS; KETEYIAN,2000; GARBER et al., 2011) A modulação da intensidade durante as aulas ocorre por meio dos movimentos realizados e da maneira como são executados. Movimentos complexos, que exigem coordenação de diferentes segmentos corporais simultaneamente, aumentam o esforço exigido, enquanto movimentos simples demandam menos vigor. Além disso, a velocidade e a amplitude dos movimentos também desempenham um papel crucial, influenciando a quantidade de energia necessária para realizá-los. Surpreendentemente, a influência verbal também é mencionada como um fator importante na modulação da intensidade do exercício. Comandos verbais, como incentivos a aumentar a força, acelerar, respirar fundo e manter o ritmo, desempenham um papel motivador e podem influenciar diretamente o esforço que os alunos dedicam às atividades (GOMES, 2009). 3.3 Recuperação após o exercício Qualquer exercício físico produz um estresse agudo na homeostase do indivíduo em repouso. As exigências metabólicas e desequilíbrios fisiológicos gerados são reajustados ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 por processos que acontecem durante a recuperação, nesse momento, o consumo de oxigênio permanece elevado por um intervalo de tempo, que pode variar de acordo com o esforço realizado. Esse consumo adicional de oxigênio, acima da quantidade normal do repouso, é denominado consumo excessivo de oxigênio, após o exercício ou EPOC (do inglês excess post-exercise oxygen consumption). Esse fenômeno é subdividido em dois componentes: o rápido, relacionado à ressíntese de ATP e fosfocreatina, e o lento, resultante da remoção do lactato acumulado e restauração das reservas de glicogênio (FOSS; KETEYIAN, 2000; KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013). O EPOC não é exclusivamente determinado pela atividade anaeróbica, mas é influenciado por vários fatores fisiológicos. Estes incluem o reequilíbrio de íons, restauração da frequência cardíaca e temperatura corporal, ação de hormônios como cortisol, insulina e norepinefrina, ressíntese de hemoglobina e mioglobina, além da atividade do sistema nervoso simpático. É importante ressaltar também que diferentes intensidades do exercício afetam o EPOC, visto que o exercício leve resulta em um pequeno déficit de oxigênio, com uma recuperação rápida, enquanto o exercício moderado a vigoroso gera um déficit maior, prolongando o período de recuperação (FOUREAUX; PINTO; DAMASO, 2006). Nota: Gráfico consumo excessivo de oxigênio após o exercício ou EPOC Fonte: https://images.app.goo.gl/CHi6A1QE9no4jkQh7 https://images.app.goo.gl/CHi6A1QE9no4jkQh7 https://images.app.goo.gl/CHi6A1QE9no4jkQh7 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 3.3.1 Intervalo de recuperação entre sessões de exercício Com base nos apontamentos anteriores sobre a recuperação após exercícios moderados a exaustivos, especialmente em relação aos substratos energéticos e ao tempo necessário para uma recuperação adequada. Aqui estão algumas observações com base no conteúdo discutido: • Restauração dos Substratos Energéticos: Durante os primeiros três a cinco minutos da recuperação, ocorre a restauração das reservas de ATP e fosfocreatina depletadas durante o exercício. A restauração do glicogênio muscular e hepático pode levar dias, sendo crucial uma ingestão adequada de carboidratos durante esse período (FOSS; KETEYIAN, 2000. • Velocidade de Restauração do Glicogênio: A velocidade de restauração do glicogênio varia com o tipo de exercício físico. Para exercícios contínuos de 60 minutos, a reparação é de 60% em 10 horas e completa em 46 horas. Em exercícios intermitentes de curta duração, a reparação é de 53% em 5 horas, completando-se totalmente em 24 horas (SILVA et al., 2013). • Importância da Recuperação Pós-Exercício: Além da restauração de substratos, o organismo busca eliminar resíduos do metabolismo e restabelecer diversos sistemas fisiológicos, incluindo o nervoso, cardio respiratório, endócrino e estrutural dos músculos. Negligenciar o tempo necessário para a recuperação pode resultar em redução de desempenho e aumento do risco de lesões (SILVA et al., 2013). 3.3.1.1 Para refletir Uma crença comum entre alunos praticantes de ginásticas de academias é de que “quanto mais, melhor” é aplicável ao exercício físico. Muitos participantes frequentam duas ou mais aulas intensas de Ginástica de academia consecutivas, acreditando que isso acelerará o alcance de seus objetivos. Contudo, será que isso é verdade? Tal questão levanta a reflexão sobre a eficácia de participar de múltiplas aulas intensas consecutivas. A resposta a essa pergunta pode ser contextualizada considerando o tempo necessário para recuperação fisiológica, a restauração adequada dos substratos energéticos e a prevenção de lesões. Nesse sentido é fundamental reconhecer a importância do equilíbrio entre o estímulo do exercício e o tempo dedicado à recuperação. Participar de várias aulas intensas consecutivas pode sobrecarregar o corpo, comprometendo a eficácia do treinamento ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 e aumentando o risco de lesões. Um programa de exercícios bem planejado deve incluir períodos adequados de descanso e recuperação para otimizar os benefícios do treinamento e manter a saúde a longo prazo. Neste capítulo abordamos a discussão sobre a fisiologia no contexto da ginástica de academia que oferece pensamentos valiosos sobre como o corpo humano responde aos estímulos proporcionados pelos exercícios físicos. A abordagem prática de discutir não apenas a execução dos exercícios, mas também a resposta fisiológica do corpo aos estímulos, fornece uma visão holística do treinamento na Ginástica de academia. Isso permite que os praticantes compreendam não apenas como realizar os movimentos, mas também como otimizar seu esforço para atingir metas específicas, respeitando os princípios fundamentais da fisiologia do exercício. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 CAPÍTULO 4 A MUSICALIDADES NAS AULAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno (a), neste capítulo abordaremos sobre a integração da música na Ginástica de academia, que é de fato um elemento crucial para criar uma experiência envolvente e motivadora. A música desempenha diversos papéis importantes nesse contexto como a estruturação das coreografias, a música também está diretamente associada à motivação e energização da aula e dos alunos, além de estar diretamente associada também a modulação da intensidade e da marcação temporal. Para uma harmonia eficaz entre a música e o exercício, é fundamental ter um conhecimento dos elementos básicos da música, como ritmo, tempo, melodia e dinâmica. Além disso, os instrutores de ginástica precisam ser sensíveis às preferências e necessidades dos praticantes, adaptando a escolha da música de acordo com o grupo e os objetivos da sessão. A utilização consciente da música na ginástica de academia não só contribui para o aspecto físico do treinamento, mas também para a experiência global, tornando-a mais prazerosa e motivadora. 4.1 Elementos básicos da música A música é descrita como a sucessão de sons e silêncio, arranjados de forma cuidadosa durante o tempo determinado. A música apresenta elementos básicos como ritmo, melodia, harmonia, timbre, duração e a intensidade que são capazes de sensibilizar o organismo humano de maneira psicológica e física, fazendo com que o receptor da música responda corporalmente de maneira efetiva (FERREIRA, 2005). Abaixo encontra-se os elementos básico da música e uma breve explicação: • Ritmo: O ritmo é a organização temporal dos sons e do silêncio. Ele é percebido através de padrões regulares e recorrentes de durações, criando uma sensação de pulsação. O ritmo é um elemento fundamental para a música e pode influenciar a resposta corporal e emocional. ATIVIDADES DE ACADEMIAPROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 • Melodia: A melodia é a organização de diferentes notas musicais para criar uma sequência agradável de sons. Ela dá sentido musical à peça, proporcionando uma linha principal de destaque que guia a experiência auditiva. • Harmonia: A harmonia refere-se à combinação de dois ou mais sons (notas musicais) tocados simultaneamente, resultando em acordes. Ela atua como uma ponte entre a melodia e o ritmo, contribuindo para a riqueza sonora da música. • Timbre: O timbre é a característica que distingue os sons. Ele permite identificar a fonte emissora do som, diferenciando, por exemplo, entre instrumentos musicais. O timbre é crucial para a variedade e a expressividade na música. • Duração: A duração do som se refere ao período de tempo durante o qual o som se estende. Pode ser curto ou longo e está relacionada à organização temporal da música. A harmonia entre movimento e som é alcançada quando a duração do som se alinha com o movimento físico. • Intensidade: A intensidade está relacionada à energia desprendida na produção do som. Pode variar entre forte e fraco, contribuindo para a expressividade musical. Reconhecer a intensidade dos sons é importante para identificar os tempos fortes e fracos na música. Esses elementos, quando combinados de maneira habilidosa, criam a riqueza e a complexidade que tornam a música uma forma de arte poderosa e envolvente. Na ginástica de academia, a compreensão desses elementos é fundamental para criar coreografias harmoniosas e motivadoras 4.1.1 Estrutura musical e atividade rítmica Tendo entendido os elementos básicos da música, continuaremos abordando sobre os elementos que compõem a estrutura musical que são essenciais no desenvolvimento de atividades rítmicas nas modalidades de ginástica de academia. Agora abordaremos sobre a métrica, o pulso, o andamento e a frase musical (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 4.1.1.1 Métrica A Métrica é entendida como medida fundamental para a contagem musical. Ela divide o tempo musical em partes iguais, proporcionando uma estrutura para medir o tempo entre a repetição de movimentos. Na ginástica de academia, a métrica é usada para guiar a sequência de movimentos, tornando a prática mais organizada e ritmada (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 4.1.1.2 Pulso O pulso é a marcação ou batida da música. Nas aulas de ginástica de academia, os movimentos são sincronizados com o pulso da música. Ele desempenha um papel crucial na direção dos movimentos e na identificação de outros elementos musicais, como andamento e compasso (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 4.1.1.3 Andamento O andamento refere-se à velocidade da música. Ele é determinado pelo espaço de tempo entre os pulsos e é medido em batimentos por minuto (BPM). O metrônomo é o dispositivo tradicional para medir o andamento, mas atualmente, metrônomos digitais e aplicativos também são amplamente utilizados. O andamento da música pode influenciar a intensidade da atividade física, sendo possível adaptar a velocidade conforme a necessidade da aula. Hoje em dia é possível utilizar metrônomos on line, ou aplicativos de metrônomos. As classificações comuns de andamento da música são incluem vagaroso/lento (40-76 BPM), moderado (76-120 BPM) e rápido (120-208 BPM). As aulas de ginástica de academia geralmente variam de 100 a 160 BPM, com variações dentro da mesma aula para se adequar às diferentes fases do treino (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Classificação Características Batimento por minuto (BPM) Vagaroso Muito lento/ Lento/ Pausado 40 a 60 Brevemente pausado/ De um modo calmo, sem pressa 61 a 76 Moderado De um modo fluente, como quem caminha 77 a 108 Moderado/ Um pouco rápido 108 a 120 Rápido Rápido/ Vivo 120 a 168 Muito rápido/ O mais rápido possível 168 a 208 Nota: Classificação do andamento Fonte: adaptado de Artaxo e Monteiro (2003). 4.1.1.4 Compaso O compasso organiza os pulsos em grupos, indicando a distribuição rítmica da música. Ele é expresso por uma fração, onde o numerador representa o número de pulsos por compasso, e o denominador indica o tipo de nota que recebe uma pulsação. O compasso é crucial para criar uma estrutura rítmica consistente na qual os movimentos podem ser coreografados. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 Para entender melhor sobre o compasso é preciso entender que o tempo da música (ou batida) é cada unidade marcada pela cadência (ou ritmo). O tempo é caracterizado quando a batida da música é média ou forte, quando a batida é fraca é chamada de contratempo. Quanto mais próximas forem essas batidas, maior será a velocidade da música. O compasso pode ser classificado em binário, quando apresenta duas batidas, uma de tempo (moderada ou forte) e uma de contratempo (fraca)(VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Nota: Exemplo de um compasso binário Fonte: a autora Pode ser classificado em ternário, quando apresenta três batidas, sendo uma de tempo de duas de contratempo: Nota: Exemplo de um compasso ternário Fonte: a autora Pode ser classificado em quaternário, quando apresenta três batidas, sendo uma de tempo de três de contratempo. As aulas de ginástica de academias, as músicas devem ser editadas para ficarem em compassos binários ou quaternários, que originaram as oitavas: ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 Nota: Exemplo de um compasso quaternário Fonte: a autora Oitava ou oito musical: É a combinação de quatro compassos binários ou dois compassos quaternários, totalizando oito tempos. Nota: Exemplo de uma oitava ou oito musical Fonte: a autora 4.1.1.4 Frase musical A frase musical é um grupo de compassos que formam uma unidade coesa. Ela é caracterizada por uma sensação de completude musical, semelhante a uma frase na linguagem falada. Na Ginástica de academia, a compreensão das frases musicais pode ajudar na criação de sequências de movimentos que se alinham de maneira natural com a estrutura da música. A frase musical é formada pela união de 4 oitavas ou 32 tempos. Reconhecer e entender esses elementos proporciona uma base sólida para a criação de coreografias envolventes e eficazes, garantindo uma integração fluida entre a música e os movimentos na prática da ginástica de academia (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Como observado, dominar os elementos estruturantes da música é essencial para o processo de elaboração da aula de ginástica de academia. Assim sendo, que tal praticar um pouco essa sincronia entre música e movimento? Clique no link e escute a música, procurando identificar o pulso forte e o andamento. Essa é uma música em compasso quaternário. Repare que, a cada frase musical, há a adição de um instrumento musical ou efeito diferente (por exemplo as palmas). https://www.youtube.com/watch?v=66rqabsdC_s 4.1.1.5 Vamos praticar Tendo ouvido a música e identificado as frases musicais, vamos adicionar movimento a ela, tente ouvir a música e praticar os seguintes movimentos. • Step touch: O step touch é um movimento realizado lateralmente. Na sua preparação o peso corporal está apoiado sobre uma das pernas. O movimento é iniciado com um passo lateral da perna contrária a de apoio. Rapidamente, o peso corporal é transferido para a perna que se deslocou. Em seguida, a outra perna é trazida junto da primeira. Este movimento todo é repetido para retornar à posição inicial. Nota: Explicação do movimento step touch Fonte: a autora https://www.youtube.com/watch?v=66rqabsdC_s ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 • Elevação de pernas para trás: A elevação de pernas para trás é um movimento realizado lateralmente. Assim como no step touch, na sua preparação o peso corporalestá apoiado sobre uma das pernas. O movimento é iniciado com um passo lateral da perna contrária à de apoio. Rapidamente, o peso corporal é transferido para a perna que se deslocou. Em seguida, o joelho da outra perna é flexionado elevando o pé para trás. Este movimento continua alternando a perna de apoio e a fletida. • Elevação de pernas para trás: A elevação de pernas para trás dupla é uma variação, onde, a mesma perna flexiona e estende o joelho duas vezes seguidas, antes da troca para o apoio. Nota: Explicação do movimento elevação de pernas para trás Fonte: a autora Tendo entendido os movimentos, agora vamos realizá-los no compasso da música, para ficar mais fácil vamos utilizar a nota coreográfica apresentada abaixo. Observe que a mesma está dividida em duas grandes colunas, uma com as características da música e a outra com as do exercício físico. A coluna da música encontra-se subdividida em mapeamento que identifica as partes que compõe a música; instrumento/efeito que representa o instrumento ou efeito que marca o início da parte ou frase musical e contagem que corresponde ao número que representam batidas, que aqui serão simbolizadas como “2x8” que são 16 pulsos. Essa representação “2x8” é comumente utilizada pois facilita a identificação do número de frases musicais. A coluna referente ao exercício físico é dividida em movimento, que identifica o exercício realizado naquele ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 momento da música; tempo que corresponde à duração do movimento, do seu início ao seu fim, em número de batidas e repetição que representa o número de vezes que o movimento foi realizado. Música Exercício Físico Mapeamento Instrumento/ efeito Contagem Movimento Tempo Repetição Introdução Baixo e caixa 2x8 Preparação para o step touch 16t Verso 1 Teclado 2x8 Step touch 4t 4x Órgão 1 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 4x Órgão 2 2x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Pausa Bumbo e caixa 2x8 Step touch 4t 4x Verso 2 Baixo e órgão 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 4x Órgão 2 3x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Elevação de pernas para trás 4t 2x Pausa Bumbo e caixa 2x8 Step touch 4t 4x Verso 3 Baixo e caixa 2x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Órgão 2 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 2x Encerramento Redução do volume 2x8 Step touch 4t 2x Nota: Nota coreográfica Fonte: a autora Como foi a experiência na prática? Você conseguiu realizar a contagem de forma correta: encaixar os movimentos na contagem da música? Mas fique tranquilo (a), a sincronia fluída entre música e movimento é adquirida e aprimorada ao longo do tempo. Nesse momento o mais importante é perceber o ajuste entre os elementos musicais e os exercícios, bem como a sinergia entre a melodia da música e a característica do movimento. Perceba que nos momentos de pausa da música, onde traz uma ideia de tranquilidade, foi realizado o movimento step touch, que não exige um grande esforço. Lembre-se que a prática leva a perfeição, então tente ouvir outras músicas, identificar os tempos, encaixar movimentos, esse exercício é fundamental para que essa prática se torne simples e fluida. 4.2 O uso da música nas aulas de ginástica Existem duas formas de realizar a contagem dos tempos em uma aula de ginástica (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 • Contagem rápida que considera todos os tempos e contratempos, sendo a mais utilizada durante o planejamento das aulas, pois evita a confusão na montagem da coreografia ou no seu ensino, já que nenhum tempo é desprezado. • Contagem lenta: normalmente é utilizada durante a aula para a marcação rítmica do movimento. Por ser abreviada possibilita uma melhor instrução e respiração do professor, pois apenas os tempos são considerados e contados. É recomendado que durante a aula o professor utilize a contagem apenas como recurso didático e não fique contando todos os passos em todas as músicas da aula, pois isso impossibilita o mesmo de dar informações importantes, fazer correções, estimular a turma, entre outros. Dentro das modalidades de ginásticas de academia existem peculiaridades com relação a utilização das músicas e montagem das coreografias. As aulas coreografadas a música que vai determinar a velocidade de realização dos movimentos servindo de base para a construção da coreografia. Nas aulas neuromusculares a frase musical além de determinar a velocidade de execução dos movimentos, auxilia na contagem de repetições, com isso, o professor poderá se preocupar mais com o andamento da aula, do que com a contagem dos movimentos realizados. Utilizando a contagem a seu favor, o professor saberá que utilizando uma música de velocidade lenta (4 batidas na fase concêntrica e 4 batidas na fase excêntrica), em uma frase musical terão 4 repetições de movimento. Nesse tipo de aula, caso o professor tenha dificuldade de utilizar a contagem, ele poderá trabalhar com tempo, por exemplo, realização ou repetição do movimento por 1 minuto. Porém ainda sim, os movimentos devem ser realizados dentro da batida da música. Nas aulas zen e circuitadas as músicas não precisam encaixar na contagem, pois não são aulas coreografadas e com repetições realizadas pela batida da música, nessas aulas a música aparece mais como um fundo musical ou como motivação, e não como elemento da aula, devido a isso é mais fácil que o professor consiga encontrar músicas que se encaixam no objetivo da aula, sem precisar se preocupar com o encaixe da coreografia. Nas aulas de ciclismo indoor a música é fundamental pois determina o ritmo do giro do pedal, conhecido como rotações por minuto (RPM), considerando que uma rotação equivale a um giro completo do pedal. Existe uma relação dos RPM com as BPM, ou seja, músicas de batidas fortes são utilizadas em rotações lentas (60-80 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 rpm), músicas que consideramos o tempo e o contratempo são utilizadas em rotações mais rápidas (80-100 rpm). 4.3 Música e motivação A música como um poderoso motivador durante a prática de exercícios físicos, especialmente em aulas de ginástica de academia. Seguem alguns pontos que reforçam esse sentimento de motivação advindo da música (DEUTSCH, 2005; NAKAMURA; DEUTSCH; KOKUBUN, et al., 2008). • Diálogo com os sentimentos: A música é capaz de se comunicar com os sentimentos, despertar desejos, evocar lembranças e sensações, além de estimular ações. • Melhora no desempenho: A seleção musical adequada pode contribuir significativamente para a melhora do desempenho dos praticantes de exercícios físicos, independentemente de seus objetivos. • Motivação e prazer: A música deve ser escolhida de forma a contribuir para a motivação e o prazer durante o exercício, tornando o ambiente mais agradável. • Desvio da atenção do cansaço: A música pode desviar a atenção das sensações de cansaço durante o exercício, proporcionando uma resposta mais positiva por parte do praticante. • Estímulo externo e interno: A influência da música pode ocorrer por meio de estímulos externos, como o ritmo musical que se alinha aos movimentos corporais, e estímulos internos, como sensações motivadoras evocadas pela música. • Sincronização com movimentos: Músicas com compassos bem marcados são escolhidas estrategicamente para auxiliar na sincronização dos movimentos dos alunos, facilitando o acompanhamento das coreografias. • Conexão com o conhecido: Músicas que possuem ou já possuíram sucesso são preferidas, pois são conhecidas pelos alunos, podendo despertar lembranças motivadoras. Esses pontos destacam como a escolha cuidadosa da trilha sonora pode criar um ambiente mais favorável e estimulante para a prática de exercícios, contribuindo não apenas para o desempenho físico, mas também para a satisfação e motivação dos participantes.O processo de escolha da música é muito importante visto que ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 cada música desempenha um papel específico na aula de ginástica de academia, contribuindo para a atmosfera, energia e objetivos específicos daquela parte da aula, esse propósito específico, possivelmente alinhado aos objetivos da parte da aula em que é utilizado pode influenciar o ritmo, a intensidade e a motivação dos participantes. ISTO ESTÁ NA REDE A música é destacada como desempenhando um papel significativo no sucesso das sessões de atividade física. Isso sugere que a presença de música pode ter impactos positivos na experiência geral das mulheres durante o exercício. A escolha de uma seleção musical apropriada é mencionada como um fator que pode contribuir para a motivação das mulheres durante a atividade física. A música pode ser um estímulo motivador, influenciando o ritmo, a energia e o ânimo durante o exercício. Além da motivação, a música é citada como um elemento que pode contribuir para o prazer de estar naquele ambiente. Isso sugere que a escolha de músicas agradáveis pode tornar a prática de atividade física mais atraente e satisfatória para as participantes. https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1241/945 Neste capítulo abordamos sobre a compreensão dos elementos musicais, como andamento e compasso, e seu papel na condução dos movimentos e na modulação da intensidade é crucial para uma experiência eficaz e motivadora. Apresentamos o efeito motivador da música e como ela influencia os praticantes de exercícios é fundamental para entender como a escolha cuidadosa das trilhas sonoras pode impactar positivamente a prática física. https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1241/945 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 CAPÍTULO 5 PRÁTICAS DE FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO EM GINÁSTICAS DE ACADEMIA Caro aluno, neste capítulo abordaremos sobre as práticas de flexibilidade e alongamento. A flexibilidade, refere-se à capacidade de um músculo ou grupo muscular de se alongar, sendo um componente vital da aptidão física e está intimamente relacionada ao desempenho muscular. A busca pela flexibilidade torna-se um objetivo-chave em programas de treinamento baseados em exercícios de alongamento. A flexibilidade está intrinsecamente ligada à mobilidade articular, destacando a necessidade de um sistema articular íntegro e funcional para alcançar um bom nível de flexibilidade. Isso ressalta sua relevância tanto em programas de treinamento para melhorar o desempenho quanto em programas de reabilitação. Os exercícios de alongamento têm como propósito alongar as fibras musculares, visando aumentar a flexibilidade musculotendínea, melhorar a amplitude de movimento e a função musculoesquelética, além de prevenir lesões. Existem várias técnicas de alongamento, cada uma com características distintas, incluindo ativa, passiva, estática, dinâmica, balística, isométrica, entre outras. A escolha da técnica dependerá dos objetivos específicos do treinamento e das necessidades individuais. O alongamento pode influenciar a performance muscular de várias maneiras, dependendo da abordagem utilizada. A aplicação de uma força para superar a resistência do tecido conjuntivo sobre a articulação é fundamental para ampliar a amplitude do movimento. É importante destacar que os exercícios de alongamento podem ser aplicados de forma aguda, em uma única sessão, ou de forma crônica, por meio do treinamento contínuo. A abordagem escolhida dependerá dos objetivos específicos do treinamento e das necessidades individuais do praticante. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 5.1 Conceitos iniciais A definição de flexibilidade na área da educação física está relacionada à amplitude articular, ou seja, à capacidade de realizar movimentos voluntários em sua máxima amplitude sem causar lesões. É uma capacidade física passível de treinamento, e o meio utilizado para manter ou aumentar a flexibilidade é o alongamento. Flexibilidade e alongamento não são sinônimos, mas sim termos inter-relacionados. Flexibilidade é considerada uma capacidade física, enquanto o alongamento é o meio utilizado para alcançar a flexibilidade desejada. A intensidade do exercício de alongamento, entendida como a amplitude músculo-articular, é um fator determinante para o ganho ou manutenção da flexibilidade (RUBINI, 2010). O sistema muscular é descrito como plástico e elástico em relação à intensidade do exercício de alongamento aplicado. Plástico porque pode assumir uma maior extensão e elástico porque tem a capacidade de retornar à extensão de repouso após cessar a tensão aplicada. Além dos músculos, outros componentes anatômicos também influenciam a mobilidade de uma articulação, incluindo ossos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. A contribuição desses componentes para a flexibilidade varia, sendo que a cápsula articular contribui com 47%, os músculos com 41%, os tendões com 10%, e a pele com 2%. (DANTAS, 1991; BADARO; SILVA; BECHE, 2007). Portanto, para compreender plenamente a flexibilidade, é essencial entender o papel de cada componente anatômico e reconhecer que o treinamento adequado, por meio do alongamento, é fundamental para alcançar e manter uma boa flexibilidade, respeitando sempre os limites morfológicos e evitando lesões. 5.2 Métodos de treinamento de flexibilidade 5.2.1 Método passivo O desenvolvimento da flexibilidade pode ocorrer por meio de diversos métodos, e a escolha do melhor método está diretamente relacionada aos objetivos e necessidades do aluno. Um dos métodos mencionados é o método passivo, que envolve o uso de forças externas para promover o alongamento. Nesse método, a flexibilidade é desenvolvida com a ajuda de implementos como paredes, espaldares, toalhas, cordas, elásticos, barras, entre outros, ou até mesmo com a assistência de outra pessoa. Esse tipo de alongamento pode ser estático, onde a posição da articulação é modificada lentamente até atingir uma determinada ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 amplitude, e o aluno permanece nessa posição sem movimento, ou dinâmico, onde a articulação é movida lentamente até uma determinada amplitude, ocorrendo uma tensão, e em seguida, retorna-se à posição inicial (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). No método passivo, a presença de ajuda externa facilita o ajuste do membro corporal em uma boa posição, especialmente quando o aluno apresenta encurtamento muscular. No entanto, é necessário cuidado ao realizar o alongamento em dupla, garantindo que o parceiro que auxilia respeite os limites do aluno que está sendo alongado e siga as orientações do professor quanto à postura. Quando são utilizados recursos como toalhas, cordas, entre outros, o professor deve orientar para evitar compensações, garantindo que o aluno não modifique a postura sugerida para compensar grupos musculares menos flexíveis com grupos mais flexíveis. O alongamento estático, quando realizado de forma passiva, pode facilitar a aprendizagem das posições, contribuindo para o desenvolvimento da flexibilidade. Nota: alongamento método passivo Fonte: https://images.app.goo.gl/HMXt8LiR9PLhogpT7 5.2.2 Método ativo O método ativo para desenvolver a flexibilidade envolve a ação muscular do próprio indivíduo, utilizando a contração dos músculos agonistas (músculos que realizam o movimento desejado) e o relaxamento dos grupos antagonistas (músculos opostos ao movimento). Isso significa que, no método ativo, a musculatura alongada corresponde ao antagonista do movimento executado. Por exemplo, para alongar a musculatura peitoral, pode-se realizar a abdução horizontal dos ombros, contraindo a musculatura dorsal, que é o antagonista desse movimento (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). https://images.app.goo.gl/HMXt8LiR9PLhogpT7https://images.app.goo.gl/HMXt8LiR9PLhogpT7 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 O alongamento no método ativo pode ser estático ou dinâmico. No entanto, ao realizar o alongamento de forma dinâmica, é importante controlar a velocidade de execução, pois as terminações primárias do fuso muscular são sensíveis a esse tipo de estímulo, podendo gerar o reflexo de alongamento. Se negligenciado, isso pode levar a lesões, conforme mencionado por Achour Junior (2009). Esse método não é tão comumente utilizado em aulas de alongamento nas academias, pois a contração muscular existente limita a flexibilidade, e na forma estática, pode exigir resistência muscular para se manter em uma posição específica. No entanto, o método ativo é frequentemente empregado na fase de aquecimento de aulas coletivas, pois, além de trabalhar a amplitude articular, contribui para o aumento da circulação sanguínea, elevando a temperatura corporal. Nota: alongamento método ativo Fonte: https://images.app.goo.gl/ZP7mikEjzb2wdzFh7 5.2.3 Método balístico O método balístico é um tipo de alongamento ativo que envolve uma sequência de movimentos rápidos e repetitivos, usando a força muscular dos agonistas (músculos que realizam o movimento desejado). Nesse método, a velocidade é crucial para alcançar a maior amplitude muscular-articular possível. Geralmente, o método balístico está associado a movimentos pendulares e de balanceio (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). No entanto, é importante destacar que realizar alongamentos em velocidade ou de maneira abrupta, como no método balístico, pode aumentar a tensão no músculo alongado. A cada movimento dinâmico realizado, os fusos musculares podem ser https://images.app.goo.gl/ZP7mikEjzb2wdzFh7 https://images.app.goo.gl/ZP7mikEjzb2wdzFh7 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 ativados, desencadeando o reflexo de alongamento. Esse reflexo pode aumentar o risco de lesões, especialmente em indivíduos destreinados (MONTEIRO, 2006). Devido ao potencial de lesões associado ao método balístico, ele não é amplamente utilizado em aulas de ginástica coletiva. Em vez disso, é mais característico do seu uso em esportes, principalmente durante a fase de aquecimento. A cautela ao aplicar esse método é crucial, e sua utilização pode ser mais apropriada em contextos específicos e sob a supervisão adequada de profissionais qualificados. Nota: alongamento método balístico Fonte: https://images.app.goo.gl/UpyggnKD3H6YZMoe7 https://images.app.goo.gl/UpyggnKD3H6YZMoe7 https://images.app.goo.gl/UpyggnKD3H6YZMoe7 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 5.2.4 Método de facilitação neuromuscular proprioceptivo (FNP) O Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo (FNP) é uma abordagem que se baseia na influência recíproca entre o fuso muscular e o Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), visando alcançar o relaxamento muscular através da estimulação dos proprioceptores. Essa técnica combina alternadamente contração e relaxamento para promover o alongamento. Vale ressaltar que, embora todo método FNP seja passivo, nem todo método passivo é considerado FNP, pois este requer a presença de uma força externa. De acordo com Achour Junior (2009b), o Método FNP é reconhecido por sua eficácia no desenvolvimento da flexibilidade em um tempo relativamente menor em comparação com outros métodos. Existem várias técnicas dentro do FNP, sendo duas delas mencionadas: Contração e Relaxamento (CR): • O músculo a ser alongado é levado até a amplitude máxima, permanecendo o mais relaxado possível. • Em seguida, é realizada uma contração isométrica desse músculo, com resistência geralmente oferecida por outra pessoa que auxilia no movimento. • Essa contração dura de 5 a 10 segundos. • Após a contração, há um período de relaxamento de 2 a 5 segundos. • A pessoa que auxilia move lentamente o segmento até uma nova amplitude possível, permanecendo nessa posição por cerca de 30 segundos. • Se possível, o procedimento pode ser repetido algumas vezes, sempre respeitando os limites músculo-articulares do executante. Contração-Relaxamento e Contração Agonista (CRAC): • Semelhante ao CR, mas após a contração isométrica do músculo a ser alongado, o indivíduo realiza uma contração concêntrica do grupo agonista. • O professor ou auxiliar inverte o ponto de resistência e, após isso, desloca-se passivamente até a nova amplitude desejada. Essas técnicas de FNP visam tirar proveito dos reflexos neuromusculares para alcançar uma maior flexibilidade, promovendo a inibição dos fusos musculares e facilitando o alongamento muscular. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 Nota: alongamento método FNP Fonte: https://images.app.goo.gl/bZLMospwPmCCeWD86 5.3 Alongamento O alongamento é uma prática que envolve movimentos de alongamento dinâmico ou estático, podendo ser realizado com ou sem o uso de recursos materiais. Seus objetivos principais são proporcionar aos praticantes uma maior compreensão de seus corpos, aumentar a consciência corporal e flexibilidade, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida por meio do aprimoramento da capacidade funcional. Os benefícios do alongamento incluem: • Desenvolvimento e manutenção da flexibilidade: O aumento da amplitude de movimento e flexibilidade é alcançado por meio de exercícios que atendem a esse propósito. Diferentes métodos de treinamento podem influenciar a extensão dessa capacidade física, sendo o alongamento passivo um exemplo que pode proporcionar aumentos significativos (ROSÁRIO, et al., 2008). • Melhora da postura e alívio das dores: Pessoas com pouca flexibilidade podem enfrentar dificuldades em manter diversas posturas corporais, resultando em estresse nos músculos da coluna vertebral. O alongamento contribui para o equilíbrio musculoesquelético, reduzindo dores associadas a desequilíbrios de forças, como lombalgias e ciatalgias (ALMEIDA,JABUR, 2006). • Melhora da consciência corporal: O alongamento promove uma consciência mais intensa do corpo, envolvendo o uso da respiração, relaxamento muscular e contração controlada durante os movimentos (DANTAS, 1999). • Melhora da qualidade de vida: Exercícios de alongamento auxiliam na restauração dos níveis de mobilidade articular em casos de lesões ou limitações na amplitude articular. A prática consciente e orientada pode reduzir as tensões musculares, https://images.app.goo.gl/bZLMospwPmCCeWD86 https://images.app.goo.gl/bZLMospwPmCCeWD86 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 resultando em uma melhor mecânica articular e, consequentemente, melhor qualidade de vida (ALMEIDA; JABUR, 2006). • Descontração muscular e relaxamento: Após um dia agitado, uma sessão de alongamento pode proporcionar uma sensação imediata de bem-estar, caracterizada pela diminuição da tensão muscular, especialmente após o alongamento estático (RUBINI, 2010). Portanto, a inclusão regular de práticas de alongamento na rotina pode trazer uma série de benefícios para a saúde física e mental, contribuindo para uma vida mais equilibrada e saudável. ISTO ESTÁ NA REDE Além dos benefícios apresentados, o alongamento é muito eficaz e traz muitos benefícios em indivíduos com diversas doenças, entre elas a fibromialgia. A fibromialgia (FM) é uma síndrome crônica reumatológica que impacta significativamente a capacidade funcional e qualidade de vida dos indivíduos, causando dores musculoesqueléticas generalizadas, além de sintomas como irregularidades do sono, fadiga, cefaléia, ansiedade e alterações na memória. Pacientes com FM tendem a ser menos ativos fisicamente, demonstrando capacidade funcional abaixo do normal e desempenho físico prejudicado em comparação com o grupo de controle por idade. O alongamento, como forma de exercício, destaca-se na busca pela melhoriada saúde de indivíduos com FM. https://simposiodepesquisa.animaeducacao.com.br/doc_pro/poster_ apresentacao_6375877530af3.pdf 5.3.1 Estrutura da aula A estrutura da aula de alongamento pode seguir as seguintes diretrizes, considerando uma duração de 30 a 60 minutos. A aula deve ser iniciada com um breve aquecimento, seguida da parte principal e parte final. Antes do início da aula deve-se fornecer orientações sobre a importância da consistência na prática de alongamento, destacando os benefícios e incentivando a conscientização corporal fora da aula. É importante adaptar a estrutura conforme a necessidade e nível dos participantes, incentivando a moderação na intensidade dos exercícios para evitar lesões. Além disso, a progressão gradual ao longo das aulas pode ser implementada para melhorar a flexibilidade ao longo do tempo (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). https://simposiodepesquisa.animaeducacao.com.br/doc_pro/poster_apresentacao_6375877530af3.pdf https://simposiodepesquisa.animaeducacao.com.br/doc_pro/poster_apresentacao_6375877530af3.pdf ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62 Parte Inicial (Até 5 minutos): Neste momento deve-se realizar uma sequência de movimentos de alongamento dinâmico para preparar os músculos e articulações para o alongamento estático os movimentos utilizados são rotações e circunduções; alongamentos de pequena amplitude; exercícios respiratórios de soltura para a parte superior do corpo; técnicas de massagem para relaxar a musculatura. Nota: Exemplos de exercícios de alongamento utilizados na parte inicial de aula/ aquecimento Fonte: https://images.app.goo.gl/uPG1qPhtJTGFfrWE8 Parte Principal (20 a 50 minutos): Nesse momento deve-se enfatizar áreas específicas a serem trabalhadas na aula, como membros inferiores e superiores. Manter cada posição de alongamento por 10 a 30 segundos e manter a contração por aproximadamente 06 segundos, conforme a recomendação de Rubini (2010). Evitar ultrapassar esse tempo, buscando um leve desconforto em vez de dor, realizar de três a quatro repetições de cada exercício para o mesmo grupo muscular • Movimentos Utilizados: exercícios para principais grupamentos musculares; realizar intensidade progressiva, respeitando o limite articular de cada aluno; realizar combinação de exercícios em sequências; variando entre alongamento passivo, ativo e técnicas de FNP; pode-se adotar estratégias variadas (individual, em duplas, com ou sem material, auto massagem, técnicas de massagem) e realizar adaptações dos movimentos para respeitar as limitações individuais. • Estratégias de Variação: pode-se realizar exercícios individuais com ou sem materiais; exercícios em duplas com ou sem material ;exercícios individuais com https://images.app.goo.gl/uPG1qPhtJTGFfrWE8 https://images.app.goo.gl/uPG1qPhtJTGFfrWE8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 automassagem ;exercícios em duplas com técnicas de massagem e exercícios individuais com técnicas de relaxamento. • Uso de Massagem: pode ser aplicada no início, durante a parte principal (intercalando com os exercícios) ou ao final da aula; podendo ser realizada pelo próprio aluno (automassagem) ou por outro aluno, utilizando as mãos ou implementos como bolinhas de tênis, bastões, bambus. • Recursos Adicionais: pode utilizar de técnicas de respiração e relaxamento utilizados para relaxar mente e corpo, diminuir ansiedade, melhorar concentração e bem-estar geral, essas técnicas podem ser aplicadas no início da aula, durante a mesma ou ao final, realizando exercícios respiratórios para desenvolver maior conscientização corporal. • Ambiente e Estímulos Visuais: pode-se fazer o uso de locais ou cores que transmitam sensação de tranquilidade, prazer e harmonia. Nota: Exemplos de exercícios de alongamento utilizados Fonte: https://images.app.goo.gl/YDAr2xLG4DBxsSbNA https://images.app.goo.gl/YDAr2xLG4DBxsSbNA https://images.app.goo.gl/YDAr2xLG4DBxsSbNA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 Parte Final (3 a 5 minutos): • Movimentos Utilizados: exercícios respiratórios; exercícios de soltura; exercícios de relaxamento; exercícios de compensação muscular e nesse momento é importante dar uma atenção especial para a região lombar, no caso de alunos que apresentem algum tipo de encurtamento. • Esta estrutura permite uma abordagem completa, considerando o aquecimento, a parte principal com foco no alongamento progressivo, estratégias variadas para manter a motivação, o uso de massagem para relaxamento e recursos adicionais para promover uma experiência holística. Nota: Exemplo de exercícios respiratórios no relaxamento Fonte: a autora ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 5.3.2 Materiais utilizados Nas aulas de alongamento pode-se optar pela utilização de materiais como colchonete, step, bolinhas de tênis, barra, bastão, toalha, fitball, corda, bambu e até massageadores. O uso dos materiais não é para diversificar a aula, mas para auxiliar o aluno a chegar na intensidade adequada, ou também para auxiliar aqueles que têm encurtamento . Portanto, é importante que na montagem da aula o professor realize os exercícios para compreender melhor o que está pedido para que os alunos façam na aula e com isso poder explorar e auxiliar a realização do movimento com o máximo de segurança. Nota: Exemplos de alongamento com bastão e com fitball Fonte: a autora 5.3.3 Considerações importantes Ao trabalhar exercícios em dupla é fundamental manter o controle da sala com orientações claras e precisas, a fim de evitar o risco de acidentes e lesões. Alunos que estão suados e molhados é importante orientar que se sequem, pois em caso de aulas em duplas, a pele molhada pode acarretar acidentes. Em dias frios, por ser uma aula de baixo impacto e baixa demanda energética, é importante que os alunos mantenham os corpos quentes, com vestimentas adequadas, pois o frio pode gerar tensões musculares (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Alunos com frouxidão ligamentar ou hipermobilidade articular devem ter cuidado ao praticar o método passivo, evitando movimento passivo elásticos e dando preferência ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 para movimentos de baixa tensão e curta duração, pois o excesso de flexibilidade pode não ser interessante e saudável, sendo assim em alguns casos deve-se evitar a prática (ACHOUR, 2009b; RUBINI, 2010). Neste capítulo abordamos sobre a definição da flexibilidade e sua importância no dia a dia, abordamos conceitos e formas de se realizar alongamentos, quando eles são indicados e como devem ser realizados, vimos também sobre movimentações básicas e como estruturar uma aula de alongamento de forma efetiva. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 CAPÍTULO 6 PRÁTICAS RÍTMICAS DE GINÁSTICAS DE ACADEMIAS Caro aluno (a), as práticas rítmicas na ginástica de academia, enfatizam que a expressão artística através da dança e dos movimentos rítmicos têm desempenhado um papel significativo ao longo da história, transcende barreiras culturais e sociais. Além disso, a crescente procura pela dança em academias reflete uma compreensão cada vez maior dos benefícios associados a essas práticas. Os movimentos rítmicos oferecem uma abordagem física que vai além do condicionamento, beneficiando não apenas a saúde física, mas também a mental. A prática regular dessas atividades pode melhorar o condicionamento físico geral, promover o controle e equilíbrio postural e contribuir para a saúde mental. A busca pela dança em academias por pessoas de todas as idades e sexos sugere que essas práticas não são apenas uma forma de exercício, mas também uma maneira de promover o bem-estar holístico. Sendo assim, neste capítulo abordaremos sobre as práticas rítmicas de academia.Isso pode envolver a combinação de diferentes estilos de dança, técnicas de movimento e elementos musicais para criar uma experiência envolvente e eficaz. A diversidade de práticas rítmicas permite adaptar as aulas para atender a diversos objetivos e preferências dos praticantes. Em resumo, a dança e os movimentos rítmicos não são apenas formas de exercício, mas também expressões artísticas que oferecem benefícios abrangentes para a saúde física e mental. O aumento da popularidade dessas práticas em academias destaca a crescente conscientização sobre a importância do bem-estar holístico e da interconexão entre corpo e mente. 6.1 Os benefícios das práticas ritmadas de ginástica de academia As práticas rítmicas não apenas proporcionam benefícios à saúde geral, mas também oferecem uma abordagem integrada que combina exercícios de academia com coreografias de dança, tornando a atividade física mais envolvente e motivadora para os praticantes. A composição corporal é significativamente afetada pela prática regular dessa atividade, resultando em mudanças positivas, como a redução da gordura ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 corporal e um estímulo para o aumento da massa magra, mesmo que em proporções moderadas (HAAS; GARCIA, 2006; LEITE et al.,2009; CÉSAR et al., 2013). A função cardiorrespiratória é um componente essencial nas práticas rítmicas, já que envolvem atividades altamente aeróbicas, como saltos, giros e deslocamentos laterais. Esse enfoque promove um condicionamento cardiovascular eficaz, enquanto os exercícios respiratórios maximizam a capacidade do diafragma, contribuindo para a redução do risco cardiovascular e do sedentarismo. A tonificação muscular é outro benefício crucial dessas modalidades, abrangendo exercícios localizados para membros superiores, inferiores, glúteos e abdome. A inclusão de movimentos coordenados com as coreografias, bem como o uso de halteres e caneleiras, proporciona uma abordagem abrangente para a tonificação muscular e a possível hipertrofia (SHEPHARD, 1995; NIEMAN, 1999; LEITE, 2009;DE QUEIROZ, 2023). A abordagem da flexibilidade nas aulas de práticas rítmicas, focando no ponto de equilíbrio muscular, destaca a importância de combinar exercícios de fortalecimento muscular com atividades de alongamento. Essa abordagem ampla visa não apenas fortalecer os músculos, mas também melhorar a elasticidade, resultando em um aumento da amplitude de movimento. A realização de exercícios com ou sem implementos proporciona uma variedade de estímulos para o corpo, promovendo força e flexibilidade simultaneamente (SOARES, 2002; DE QUEIROZ, 2023). O processo de aprendizado para os praticantes inicia-se com exercícios básicos e coreografias de baixa complexidade. Conforme as sessões de treinamento progridem, a complexidade aumenta, desafiando os praticantes a desenvolverem agilidade e coordenação motora. A abordagem gradual permite que os praticantes adquiram habilidades de forma consistente, tornando os movimentos mais desafiadores realizados de maneira aparentemente sem esforço (VALSILJEV, 2022). Apesar dos inúmeros benefícios que a atividade física proporciona ao corpo e à mente, a busca por uma academia de ginástica é influenciada por uma série de fatores motivacionais. Metas individuais, intenções pessoais e interesses específicos desempenham um papel crucial nesse processo. A disciplina do praticante é fundamental, pois, além dos fatores intrínsecos, como a busca por saúde e bem-estar, há também motivações externas, como a busca por resultados estéticos, sociais ou outros benefícios tangíveis. A interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos destacam a complexidade da motivação para a prática da atividade física. Compreender e alinhar ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 esses fatores pode ser fundamental para garantir a adesão contínua e o sucesso a longo prazo na busca por uma vida ativa e saudável (GRITZ; SANTOS, 2022). A busca por atividades rítmicas muitas vezes está relacionada à necessidade de reduzir o estresse gerado pela rotina diária. As pessoas encontram nas atividades físicas uma maneira eficaz de relaxar e, em alguns casos, até mesmo de se desconectar temporariamente das demandas diárias. Este efeito positivo está associado à liberação de endorfinas no cérebro durante o exercício, contribuindo para melhorias na qualidade do sono e no controle do estresse. A prática regular de atividades rítmicas pode, portanto, desempenhar um papel significativo na promoção do bem-estar mental (BARBOSA, 2009). Além disso, as práticas rítmicas têm a característica de promover a socialização entre as pessoas. Participar dessas atividades não apenas oferece benefícios físicos, mas também cria oportunidades para interação social e construção de relacionamentos. A sensação de pertencimento a um grupo e a aceitação por parte dos colegas podem ter impactos positivos na autoestima do praticante. A formação de laços sociais durante as aulas de práticas rítmicas contribui para um ambiente positivo e encorajador (LAZIER, 2012). A formação de amizades é uma propriedade comum das atividades físicas em geral, e isso se estende às práticas rítmicas. Compartilhar experiências, superar desafios juntos e desfrutar da expressão artística através do movimento cria laços significativos entre os praticantes. Essas relações de amizade muitas vezes se estendem para além das sessões de treinamento, criando uma comunidade coesa que oferece suporte mútuo e incentivo (LAZIER, 2012). Em resumo, além dos benefícios físicos evidentes, as atividades rítmicas desempenham um papel crucial na promoção do bem-estar mental, na redução do estresse e na construção de relações sociais positivas. Essa abordagem holística contribui para uma experiência enriquecedora e sustentável para aqueles que buscam não apenas aprimorar a forma física, mas também melhorar a qualidade de vida de maneira global. 6.1.1 O benefício da música nas práticas ritmadas de ginástica de academia A presença da música é uma característica específica das práticas rítmicas de academia e existem diversos benefícios associados à essa integração. De acordo com Terry e Karageorghis (2006) e Murdock e Higgins (2009), alguns desses benefícios incluem: Melhora do Humor: A música tem o poder de influenciar positivamente o estado de ânimo, proporcionando uma experiência mais agradável durante a atividade física. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 Ativação do Sistema Nervoso: A presença da música ativa o sistema nervoso durante a atividade e contribui para o relaxamento pós-atividade, oferecendo uma transição suave entre a intensidade do exercício e o descanso. Redução da Percepção de Dor e Fadiga: Especialmente durante o exercício aeróbico, a música pode ajudar a diminuir a percepção de dor e fadiga, tornando a prática mais sustentável e agradável. Aumento do Desempenho por Sincronização: A sincronização da música com o movimento pode melhorar o desempenho, proporcionando uma espécie de guia auditivo para os movimentos físicos. Melhora da Habilidade Motora: A coordenação da música com os padrões de movimento necessários pode resultar em uma melhoria da habilidade motora, aprimorando a execução dos exercícios (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018). Além disso, o texto destaca que os exercícios nas práticas rítmicas de academia, quando combinados com música, adquirem uma dimensão estética específica. A escolha dos exercícios, sua sequência coreografada e a harmonização com a música buscam não apenas benefícios físicos, mas também uma experiência visualmente atraente. O elemento central da música, o ritmo, é apresentado como algo inerente ao ser humano, associado ao movimento da natureza e às ações motoras humanas. O ritmo é descrito como um componente interno, mas também suscetível a alterações por estímulosexternos. Destaca-se que o ritmo está vinculado às percepções temporal, espacial e proprioceptiva, enfatizando sua influência abrangente sobre as experiências humanas (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018). A literatura destaca que ouvir música é uma experiência sensorial que desencadeia reações físicas conectadas ao cérebro. Quando essa audição é intencional, especialmente durante atividades físicas, pode induzir a experiência de “flow”, um estado de profundo envolvimento com a tarefa em execução. O “flow” é caracterizado por um estado de consciência aumentada e foco intenso, conforme descrito por Csikszentmihalyi (1996) e Terry e Karageorghis (2006). O “flow” é um estado mental positivo associado ao desempenho otimizado, concentração aprimorada e uma sensação geral de realização durante uma atividade específica. No contexto das práticas rítmicas de academia, a música desempenha um papel crucial ao criar um ambiente propício para a experiência de “flow”. Isso sugere que a escolha consciente da música pode potencializar não apenas os benefícios físicos, mas também a experiência mental e emocional do praticante durante o exercício (CSIKSZENTMIHALYI, 1996; TERRY, KARAGEORGHIS, 2006). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 6.2 Características específicas das aulas ritmadas As práticas rítmicas de academia têm características distintas, embora compartilhem alguns elementos em comum, como a presença de exercícios de moderada a alta intensidade, aumento da capacidade cardiorrespiratória, tonificação muscular, união da dança com coreografias elaboradas e diversos ritmos musicais são características presentes em todas as modalidades rítmicas. Além dessas características físicas, é importante destacar os aspectos sociais, como as relações pessoais entre os praticantes. Essas relações são consideradas como contribuintes para a “higiene mental” dos indivíduos, destacando o impacto positivo das interações sociais no bem- estar mental. O principal objetivo dessas práticas envolvem a promoção da saúde, melhora da aptidão física e indução a um estado de relaxamento e baixo nível de estresse. Na figura abaixo são apresentadas as caracterísitcas comuns às práticas rítmicas de ginástica de academia (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020) Nota: características comuns às práticas rítmicas de ginástica de academia Fonte: a autora - adaptado de JUNIOR, 2020. 6.3 Modalidades rítmicas de ginásticas de academia 6.3.1 Ritmos A aula de ritmos é descrita como uma prática que combina exercícios aeróbicos com danças, incorporando uma variedade de ritmos mundiais, nacionais e regionais. Alguns dos estilos mencionados incluem axé, funk, reggaeton, forró, sertanejo, pop e ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 samba, entre outros. A duração típica da aula varia de 45 a 60 minutos. As principais características e benefícios dessa modalidade incluem: variedade de ritmos: a aula oferece uma diversidade de ritmos musicais, proporcionando uma experiência musical rica e envolvente; exercícios aeróbicos: a prática inclui exercícios aeróbicos que visam melhorar a função cardiopulmonar, promovendo benefícios para a saúde cardiovascular; coreografias dinâmicas: os participantes realizam coreografias dinâmicas, o que contribui para tonificar os músculos e aprimorar a coordenação motora; benefícios Físicos e coordenação motora: além de melhorar a aptidão física, a prática também tem como objetivo aprimorar a coordenação motora dos participantes; a prática é indicada para diversão: A aula de ritmos é recomendada para aqueles que desejam dançar ao som de suas músicas favoritas e mais atuais, proporcionando uma experiência divertida e envolvente (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020) Nota: Imagem de uma aula de ritmos Fonte: https://images.app.goo.gl/Fjhz3K9UaXMfJ2358 6.3.2 Zumba A Zumba é uma modalidade de atividade física que tem suas raízes no desenvolvimento da ginástica aeróbica, combinando elementos de dança com ginástica, mas com a distintiva incorporação de músicas latinas, como salsa e merengue. Esta prática foi criada por volta de 1990 pelo professor de aeróbica e personal trainer colombiano Beto Perez. A história da Zumba tem início de maneira casual, quando Beto Perez improvisou movimentos de danças latinas em uma de suas aulas, pois havia esquecido o material planejado para a aula. Surpreendentemente, ele percebeu que essa abordagem improvisada era altamente eficaz, tanto em termos de melhoria do https://images.app.goo.gl/Fjhz3K9UaXMfJ2358 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 condicionamento físico quanto na motivação dos praticantes. Ao aprimorar e formalizar essa abordagem de treinamento, Beto Perez lançou o formato de aula, introduzindo-o nos Estados Unidos em 1999, e desde então tornou-se uma prática global, presente em mais de 150 países (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). As principais características e benefícios da zumba envolvem a combinação de dança e ginástica, já que as coreografias da zumba são estruturadas combinando esses elementos proporcionando uma experiência de treinamento que é ao mesmo tempo divertida e desafiadora. Uma característica única da Zumba é a incorporação de músicas latinas, como salsa e merengue, que adicionam um ritmo animado e envolvente à prática. A prática emergiu de maneira improvisada, o que contribuiu para sua autenticidade e eficácia, sua eficácia é bem nítida na na melhoria do condicionamento físico, pois combina coreografias de dança que aumentam o trabalho cardiopulmonar com variações de exercícios fitness que possibilitam o treino muscular (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020) Devido à sua origem latina, a Zumba enfatiza coreografias com muitos movimentos de quadril em grande amplitude, proporcionando uma experiência de dança. Desde sua introdução nos Estados Unidos, a Zumba se tornou uma prática global, sendo apreciada por pessoas em todo o mundo principalmente por proporcionar uma abordagem única e divertida para o condicionamento físico, incorporando música e movimentos latinos para criar uma experiência energizante e motivadora para os praticantes (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 6.3.3 Body jam e Sh’bam O Body Jam e o Sh’Bam são modalidades de fitness que fazem parte do sistema Body System, desenvolvido pela rede de academias Les Mills, originada na Nova Zelândia na década de 1980. No Brasil, essas modalidades foram introduzidas em 1997. O Body Jam foi lançado em 2001, inicialmente com influências de músicas latinas e ritmos animados, semelhantes à Zumba. No entanto, ao longo do tempo, o Body Jam evoluiu para incorporar estilos de música mais variados, passando a incluir música de “balada” com passos mais complexos e desafiadores (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Uma aula típica de Body Jam é composta por dois momentos de alta intensidade, cada um dividido em cinco fases, com sequências de exercícios coreografados. Os estilos musicais abrangem techno, hip-hop, house, jazz e eletro, com coreografias que apresentam movimentos mais intensos e “agressivos”. A duração média da aula ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 varia entre 45 e 60 minutos. Para lidar com a diminuição da clientela, a Les Mills introduziu inovações no Body Jam, como a inclusão de músicas pop e atuais, bem como coreografias mais simples (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Por outro lado, o Sh’Bam foi criado como uma alternativa mais leve e divertida, utilizando músicas pop e atuais, com coreografias mais simples. O nome “Sh’Bam” é uma gíria do mundo dos dançarinos profissionais, significando algo como “uau”. Essa modalidade é conhecida por sua intensidade e alto gasto calórico, proporcionando uma opção mais acessível para os praticantes.Ambas as modalidades, Body Jame Sh’Bam, seguem o modelo de aulas pré-coreografadas, com novas coreografias lançadas a cada três meses. Isso pode contribuir para a fidelização dos praticantes, oferecendo uma experiência consistente e atualizada. No entanto, essa abordagem também limita a individualização e a criatividade por parte dos instrutores (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). ISTO ESTÁ NA REDE A empresa de ginástica da academia Les Mills foi fundada em 1968, pelo atleta Olímpico Les Mills, onde a primeira academia era Auckland, Nova Zelândia. Foi uma operação simples para uma pequena comunidade de atletas. Agora, 50 anos depois, é considerado o centro de uma revolução global - um destino vibrante, onde os melhores talentos fitness do mundo criam maneiras de entrar em forma, combinando música com movimento e depois distribuindo para o mundo. Hoje em dia, a Les Mills oferece tudo, desde yoga a ciclismo, dança, artes marciais, HIIT e muito mais. A empresa trabalha com aulas e treinos em formato on line, presenciais em academias parceiras da marca e também com programas de treinamento e capacitação de professores. https://www.youtube.com/@LesMillsBrasil https://www.lesmills.com/br/ 6.3.3 Jump As aulas de jump são uma forma popular de exercício aeróbico que envolve o uso de um minitrampolim elástico. Essa modalidade de exercício visa melhorar a resistência cardiovascular, fortalecer os músculos das pernas e glúteos, além de proporcionar uma experiência divertida e dinâmica. As aulas de jump são realizadas em mini trampolins elásticos específicos para essa atividade, os mesmos oferecem https://www.youtube.com/@LesMillsBrasil https://www.lesmills.com/br/ ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 um suporte flexível que absorve o impacto, tornando o exercício de alto impacto mais suave para as articulações. Geralmente, as aulas de jump têm uma duração média entre 30 e 40 minutos, visto que esse período é suficiente para proporcionar um treino cardiovascular eficaz e divertido. Durante a aula, os participantes executam uma variedade de movimentos coreografados que incluem corridas no lugar, polichinelos, agachamentos, sequências de saltos e movimentos dançantes, esses movimentos são frequentemente sincronizados com a música, proporcionando uma experiência energizante (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). A música desempenha um papel crucial nas aulas de jump, as coreografias são frequentemente desenvolvidas para se alinhar com o ritmo e a energia das músicas escolhidas. Isso não apenas torna o exercício mais divertido, mas também ajuda a manter o ritmo durante a atividade. As aulas de jump oferecem benefícios como melhoria da saúde cardiovascular, aumento da resistência, tonificação muscular, melhoria da coordenação e queima de calorias. Vale ressaltar que as aulas podem ser adaptadas para diferentes níveis de condicionamento físico, tornando-as acessíveis a uma variedade de participantes, desde iniciantes até praticantes mais avançados. Isso torna a modalidade uma excelente opção para aqueles que buscam uma forma divertida e eficaz de exercitar o corpo inteiro, com a vantagem adicional de serem realizadas em grupo, proporcionando um ambiente social e motivador (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020) Nota: Imagem de uma aula de JUMP Fonte:https://images.app.goo.gl/GThDVbc7gTDSGmiR8 https://images.app.goo.gl/GThDVbc7gTDSGmiR8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 6.3.3 Fitdance O Fitdance é uma modalidade criada pelo dançarino baiano Fábio Duarte em 2013, é um canal de dança no YouTube que se tornou muito popular. Este canal apresenta diversas técnicas de dança com coreografias simples e de fácil assimilação, especialmente desenvolvidas para se integrar aos exercícios realizados em academias. Os ritmos brasileiros, como o axé e o funk carioca, servem como pano de fundo para as coreografias, proporcionando uma experiência dinâmica e culturalmente rica. O principal objetivo do Fitdance, segundo Fábio Duarte, é tornar a vida das pessoas mais divertida por meio da dança. A metodologia do Fitdance é baseada nos chamados 5 “D”: dinâmico, dançante, divertido, democrático e desafiador. Esses princípios visam criar uma experiência de dança inclusiva, acessível e estimulante para os praticantes (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Uma característica interessante do Fitdance é a interação contínua com sua comunidade de praticantes. Os seguidores podem acompanhar as novidades através das redes sociais e do canal do YouTube, onde novas coreografias de ritmos nacionais e internacionais são divulgadas diariamente. Essa abordagem permite que praticantes e professores interajam com a modalidade, sugerindo novas músicas e coreografias, criando uma comunidade participativa em torno do Fitdance (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Apesar de ser um canal do youtube, com o crescimento do mesmo a marca fitdance abriu estúdios atualmente oferece capacitações para professores que desejam dar aulas dessa modalidade, então atualmente é comum academias que oferecem aulas de fit dance com professores capacitados e licenciados pela marca, com permissão para trabalharem as coreografias da mesma e aulas de ginástica de academias. 6.3.4 Ballet fitness O ballet fitness é uma modalidade de exercício criada no Brasil pela bailarina Betina Dantas. Essa prática inovadora combina movimentos de balé clássico com exercícios típicos de academia, proporcionando uma abordagem única para o condicionamento físico. Ao contrário de outras modalidades rítmicas, o foco principal do ballet fitness está no uso de exercícios funcionais para desenvolver resistência e força muscular, especialmente nos membros superiores e inferiores (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 Nota: Imagem de uma aula de ballet fitness Fonte: https://images.app.goo.gl/w4ZVeTXouvdWgp1C6 As características do ballet fitness incluem: Intercalação de Movimentos: A modalidade alterna entre movimentos inspirados no balé clássico e exercícios tradicionais de academia, criando uma combinação equilibrada de elementos graciosos e funcionais. Enfoque em Exercícios Funcionais: O ballet fitness utiliza movimentos como agachamentos, flexões e abdominais para trabalhar os grupos musculares, empregando cargas e repetições para promover resistência e força muscular. Objetivos de Treino de Resistência: A abordagem do ballet fitness é semelhante aos treinos de resistência, visando fortalecer o corpo por meio de exercícios específicos. Utilização de Técnicas do Balé Clássico: A inclusão de técnicas do balé clássico não apenas adiciona elegância aos movimentos, mas também contribui para melhorar a flexibilidade, equilíbrio e controle postural dos praticantes (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). A prática do ballet fitness pode evocar memórias afetivas daqueles que praticaram balé na infância, proporcionando uma experiência que vai além do condicionamento físico, elevando a autoestima e promovendo um vínculo emocional com a atividade. Para aqueles que têm experiência anterior em balé, o ballet fitness oferece uma maneira de continuar desfrutando dos benefícios do balé de uma forma mais adaptada às necessidades de condicionamento físico. Essa modalidade inovadora reflete a diversidade de abordagens no mundo do fitness, oferecendo uma alternativa que combina a graça do balé com os benefícios dos exercícios funcionais, proporcionando https://images.app.goo.gl/w4ZVeTXouvdWgp1C6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 uma experiência de treino única e holística (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Como observado ao longo do capítulo o objetivo final das aulas com práticas rítmicas de academia é que os praticantes percebam os benefíciosadquiridos por meio dessas práticas rítmicas, se sintam inspirados e motivados a continuar adotando um estilo de vida ativo e saudável. A ênfase na experiência positiva pode contribuir para que as pessoas não vejam o exercício apenas como uma obrigação, mas sim como uma parte integrante de uma vida equilibrada e gratificante. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 CAPÍTULO 7 PRÁTICAS AERÓBICAS DE GINÁSTICAS DE ACADEMIA Caro aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre a ginástica aeróbica e suas variações, como o jump e o step-training, e como tais modalidades oferecem uma variedade de benefícios para os praticantes, tornando-se uma escolha popular em programas de exercícios. Essas modalidades destacam-se pelos aspectos motivacionais, estéticos e pela flexibilidade em se adaptar à rotina diária, com treinos geralmente durando até 60 minutos. Abaixo, são apresentados alguns dos benefícios, formas de elaboração de aulas e características específicas dessas práticas, no contexto de academias e clubes de esportes. 7.1 Ginástica aeróbica: das academias para os clubes A ginástica aeróbica (GA) é uma forma de exercício físico que visa melhorar a aptidão cardiorrespiratória, promover a saúde geral e alcançar benefícios estéticos por meio de movimentos rítmicos e vigorosos. Essa modalidade abrange uma ampla variedade de técnicas e elementos, tornando sua definição desafiadora devido à sua natureza abrangente e multifacetada. Conceitualmente, a ginástica aeróbica incorpora diversos objetivos e componentes como a aptidão cardiorrespiratória, o ritmo e a música, a utilização de passos de dança, está associada a melhora do condicionamento físico além dos benefícios estéticos alcançados com a prática da mesma (SILVA et al.,2019b). A ginástica aeróbica engloba diversas modalidades, como aerojazz, step aeróbico, ginástica rítmica, entre outras, cada uma com suas características específicas, mas compartilhando o foco na atividade aeróbica. Em resumo, a ginástica aeróbica é uma abordagem holística para o exercício físico, que vai além da simples busca por aptidão cardiorrespiratória. Sua natureza inclusiva, incorporando elementos de dança, música e expressão corporal, faz com que seja uma opção atraente para aqueles que buscam não apenas melhorar sua condição física, mas também desfrutar de uma atividade dinâmica e envolvente (SILVA et al.,2019b). Com base nas definições e abordagens apresentadas por diferentes autores, a ginástica aeróbica (GA) pode ser compreendida como uma atividade física aeróbica, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 executada com movimentos ritmados e orientada por um ritmo musical. Essa modalidade abrange uma gama diversificada de elementos, incluindo dança, exercícios, música e outros componentes, proporcionando uma abordagem holística para o condicionamento físico e o bem-estar. Ceas et al. (1987) definiram a GA como uma atividade física orientada por um ritmo musical, enfatizando a sincronização dos movimentos com a música. Wells (1991) ampliou a definição, considerando a GA como a combinação de movimentos da dança, exercícios e música, incorporando aspectos mais abrangentes. Blyth e Goslin (1985) Acrescentaram a possibilidade de aulas de GA contemplarem alongamentos e exercícios localizados, ampliando ainda mais a abordagem da modalidade. A partir das perspectivas apresentadas, é possível ter um olhar mais amplo sobre a GA, conceituando-a como uma atividade física aeróbica que incorpora exercícios ritmados, utiliza a música como elemento-chave (por meio de coreografias e passos de dança) e oferece diversos benefícios para os praticantes. Esses benefícios incluem melhora da aptidão física, flexibilidade, coordenação motora, autoestima, bem-estar e redução do estresse (ROCHA, 2008; SILVA et al., 2019b). A GA praticada em academias incorpora elementos motivacionais, como convívio social, proporcionando uma experiência positiva e encorajadora. A modalidade é frequentemente associada à perda de peso e melhoria do condicionamento físico, atendendo a objetivos estéticos e de saúde. A música desempenha um papel fundamental, não apenas como um elemento ritmado, mas como um componente motivacional que enriquece a experiência da prática (FRANZ; NASCIMENTO, 2018; SILVA et al., 2019a). As aulas podem incluir uma variedade de exercícios, como séries e rotinas baseadas em coreografias, incorporando movimentos da dança e exercícios de calistenia. A GA, conforme praticada nas academias, oferece uma abordagem diversificada para o condicionamento físico, integrando elementos de dança, exercícios variados e música, criando uma experiência completa e atraente para os praticantes (FRANZ; NASCIMENTO, 2018; SILVA et al., 2019a). 7.1.1 Ginástica aeróbica desportiva A Ginástica Aeróbica Esportiva (GAE) é uma das oito modalidades reconhecidas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Essas modalidades incluem ginástica para todos, ginástica artística masculina, ginástica artística feminina, ginástica rítmica, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 ginástica acrobática, trampolim, parkour e, claro, ginástica aeróbica. A GAE se destaca por sua combinação única de exercícios aeróbicos, elementos de dificuldade da ginástica, transições originais, colaborações e interações entre membros da equipe (FIG, 2019a). Principais características da Ginástica Aeróbica Esportiva são: • Origem e Desenvolvimento: A GAE teve origem nas décadas de 1970 a 1980 e evoluiu como uma fusão de exercícios aeróbicos e elementos da ginástica. Sua abordagem original e criativa a diferencia das demais modalidades. • Sequências e Transições: As rotinas de GAE consistem em sequências de exercícios aeróbicos entrelaçadas com elementos de dificuldade da ginástica. A capacidade de realizar transições suaves entre esses componentes é uma habilidade essencial. • Musicalidade: Assim como na ginástica aeróbica praticada em academias, a GAE valoriza a musicalidade. As rotinas são inspiradas e executadas em sincronia com o ritmo e a melodia, adicionando um elemento artístico e coreográfico. • Diversidade de Modalidades: A GAE oferece várias modalidades e plataformas de competição, incluindo participação individual, duplas mistas, trios e grupos de 5 ou 8 participantes. • Movimentos no Solo e no Ar: Os ginastas, em todas as categorias da GAE, são desafiados a realizar movimentos tanto no solo quanto no ar, utilizando toda a extensão da arena de competição. • Representação Brasileira: O Brasil destaca-se como um grande representante na GAE, com atletas como Lucas Barbosa e Tamires Silva ocupando posições de destaque no ranking mundial em diversas modalidades individuais e de duplas mistas. • Não Participação nos Jogos Olímpicos: Apesar de sua popularidade e presença marcante em competições internacionais, a GAE não faz parte dos Jogos Olímpicos A GAE proporciona uma experiência atlética única, combinando elementos de esforço físico intenso com expressão artística e criatividade. Seus praticantes são desafiados não apenas em termos de aptidão física, mas também na execução de rotinas coreografadas e inovadoras (FIG, 2019a). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 Nota: Competição de ginástica aeróbica Fonte: https://images.app.goo.gl/UovXdieTy9LxV5fA8 7.1.2 Ginástica aeróbica nas academias Para além da prática da ginástica aeróbica desportiva, como já mencionado e explicado, a mesma é comumente praticada em academias nas aulas de ginásticas de academias, onde geralmente são trabalhadas objetivando melhorias cardiovasculares, ritmo e coordenação motora. Neste capítulo, abordaremos as modalidades de step e jump como modalidades aeróbicas de ginásticas de academias. Apesar da modalidade jump já ter sido abordada no capítulo anterior, a mesma se enquadra emmais que uma especificação de ginásticas de academia, nesse momento a modalidade será abordada como uma prática de ginástica aeróbica. 7.1.3 Step training/Body step O step-training é uma modalidade de exercício físico que utiliza uma plataforma elevada semelhante a um degrau. Essa prática teve sua origem na década de 1980 e, desde então, ganhou destaque e popularidade no cenário fitness. A proposta inovadora do step-training conquistou adeptos ao longo dos anos, tornando-se uma das principais https://images.app.goo.gl/UovXdieTy9LxV5fA8 https://images.app.goo.gl/UovXdieTy9LxV5fA8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83 modalidades a serem incorporadas em espaços destinados à prática de atividade física (PEREIRA; MONTEIRO, 2017). Nota: Aula de step training Fonte: https://images.app.goo.gl/5Tk9KxxcgAAhMkxf8 7.1.3.1 Características e benefícios da modalidade step O step-training é reconhecido por seus benefícios significativos para a melhora da aptidão cardiorrespiratória e é classificado como uma modalidade aeróbica. A prática consiste em subir e descer plataformas com alturas reguláveis, sendo conduzida ao ritmo de música e coreografias durante as aulas. Essa modalidade tem sido recomendada pelo American College of Sports Medicine (ACSM) como uma forma eficaz de melhorar o condicionamento físico (ACSM, 2014; BOM; PORTO, 2016; PEREIRA; MONTEIRO, 2017). A prática coletiva do step-training, assim como na ginástica aeróbica (GA), proporciona uma oportunidade valiosa para o convívio social durante as aulas. Essa dimensão social não apenas torna a experiência mais agradável, mas também contribui para a motivação e a consistência na participação nas atividades físicas. As principais características e benefícios de step training são (ACSM, 2014; BOM; PORTO, 2016; PEREIRA; MONTEIRO, 2017). https://images.app.goo.gl/5Tk9KxxcgAAhMkxf8 https://images.app.goo.gl/5Tk9KxxcgAAhMkxf8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 • Utilização de Plataformas Reguláveis: A execução da modalidade envolve o uso de plataformas com alturas ajustáveis, permitindo a adaptação do treino de acordo com o nível de condicionamento físico de cada indivíduo. • Ritmo Musical e Coreografias: A música e as coreografias são elementos essenciais nas aulas de step-training, ajudando a marcar o ritmo e tornando a prática mais dinâmica e envolvente. • Melhora da Aptidão Cardiorrespiratória: O step-training é projetado para elevar a frequência cardíaca de forma sustentada, promovendo a melhora da capacidade aeróbica e respiratória do praticante. • Efeito Protetor para Doenças: Estudos indicam que a prática regular de step- training pode ter efeitos protetores contra doenças como depressão, diabetes e hipertensão, contribuindo para a saúde mental e física. • Perda de Peso: A natureza aeróbica e desafiadora do step-training contribui para a queima de calorias, sendo eficaz no auxílio à perda de peso quando praticado regularmente. • Melhora da Autoestima: O progresso alcançado ao longo das aulas, a superação de desafios e a conquista de metas individuais podem resultar em uma melhora significativa da autoestima. • Redução do estresse: A prática regular de exercícios aeróbicos, como o step- training, é associada à liberação de endorfinas, neurotransmissores responsáveis por promover uma sensação de bem-estar e redução do estresse. • Melhora da Coordenação Motora: Os movimentos coreografados e a execução precisa dos passos no step-training contribuem para o desenvolvimento e aprimoramento da coordenação motora. • Desenvolvimento da força muscular: A realização de movimentos como subidas e descidas na plataforma step exige esforço muscular, resultando no fortalecimento dos músculos inferiores e contribuindo para o desenvolvimento da força. 7.1.3.2 Estrutura de uma aula de step Como já abordado no capítulo 03, o controle da intensidade das aulas de ginástica é fundamental para proporcionar um treinamento seguro e eficaz. Em uma aula de step training os professores podem empregar métodos não invasivos, de baixo custo e fáceis de aplicar como o monitoramento da frequência cardíaca, a utilização de escalas de percepção de esforço assim como se atentar a coreografia da música, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85 visto que a complexidade da coreografia associada à música desempenha um papel importante no controle da intensidade. Movimentos mais rápidos e intensos, juntamente com a escolha de músicas mais aceleradas, podem aumentar a carga de trabalho, além da intensidade da música e dos movimentos, algumas plataformas de step têm a opção de ajustes de altura. O aumento da altura da plataforma pode aumentar a intensidade do exercício, pois requer mais esforço muscular para subir e descer (PEREIRA; MONTEIRO, 2017). Com alunos iniciantes, é essencial começar com movimentos simples, como marcha, corrida, flexão de quadril, flexão de joelho, passo em V e passo em L. À medida que os alunos ganham confiança e condicionamento, o professor pode gradualmente introduzir movimentos mais complexos e coreografias intensas e divertidas. O uso dessas estratégias permite que os professores personalizem as aulas de step-training de acordo com o nível de condicionamento de cada aluno, garantindo um treinamento seguro e adaptado às capacidades individuais (PEREIRA; MONTEIRO, 2017). A progressão pedagógica no step-training, começando com movimentos simples e progredindo para movimentos mais complexos, é essencial para facilitar o aprendizado da coreografia e manter os alunos motivados. Os passos mais complexos, que envolvem a dissociação de movimentos, representam uma etapa avançada e exigem coordenação motora mais refinada, além da progressão adequada é importante entender a heterogeneidade nas turmas de ginástica de academia, onde na mesma aula é comum que tenham alunos de diferentes níveis de experiência e idades. Para lidar eficazmente com essa diversidade e garantir a motivação e segurança dos praticantes, cabe aos professores adotarem estratégias específicas para o bom andamento da aula. Essas estratégias incluem manter contato visual, especialmente com os alunos iniciantes, entender as habilidades, limitações e necessidades individuais de cada aluno, fornece orientações sobre o calçado correto para a prática do step-training, garantindo apoio adequado e minimizando o risco de lesões nos pés e tornozelos, enfatizar a importância do aquecimento e alongamento antes da aula, monitorar e controlar a velocidade dos movimentos durante a coreografia, ensinar e reforçar técnicas de execução corretas para minimizar a possibilidade de lesões, considerar os limites de batidas por minuto (bpm) como um guia (PEREIRA; MONTEIRO, 2017). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86 7.1.3.3 Movimentos básicos Uma peculiaridade do step é a alternância da perna líder, que marca o movimento sincronizado com a batida forte no início do compasso da música. Existem movimentos com liderança simples (sem troca da perna líder) e movimentos com liderança alternada (troca da perna líder), caracterizando padrões unilaterais e bilaterais (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018).. O Passo Básico do step consiste em subir e descer da plataforma, onde a perna que inicia a subida é a primeira a descer, durante a realização do movimento o corpo deve-se manter alinhado ao eixo longitudinal, com movimentos de balanço natural dos braços. Este passo básico é a base para muitos movimentos na coreografia de uma aula de step. Todas as variações dos passos utilizados no step partem do passo básico (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). A seguir, apresento exemplos de movimentos utilizados na prática do step: • Movimentos de Marcha: Semelhantes à marcha estacionária, podem ser executados no chão ou sobre o step. Mantêm o corpo alinhado ao eixolongitudinal, com balanço fluido dos braços. • Movimentos de Elevação das Pernas: Podem ser realizados pela flexão do quadril ou da articulação do joelho. Exemplos incluem o movimento Superman, onde a perna suspensa é elevada junto com os braços, e o movimento Calcanhar para Trás, onde o pé é elevado para trás. • Movimentos de Cruzar por Cima: Realizados tanto com a plataforma na horizontal quanto na vertical. Na posição horizontal, consiste em atravessar o step ao longo do seu comprimento, podendo incluir caminhada lateral, corrida e movimento de pêndulo. Na posição vertical, os movimentos atravessam o step em sua largura, incluindo variações do passo básico. 7.1.3.5 Recomendações de segurança Em uma aula step é fundamental que medidas de segurança sejam tomadas a fim de evitar acidentes na. Por isso é indispensável subir e descer apoiando todo o pé sobre o step e amortecer a descida apoiando todo o pé no solo. É necessário atenção com relação à distância da plataforma ao descer, pois distâncias longas podem dificultar a subida ao step novamente. Nas coreografias, nunca realize movimentos de descer de frente e subir de costas para o step, os saltos também devem sempre ser de baixo para cima e nunca de cima para baixo pois podem comprometer a integridade física e segurança do aluno. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87 7.1.4 Jump A modalidade JUMP além de se enquadrar em uma modalidade ritmada, como observado no capítulo 06, também a caracteriza como uma modalidade aeróbica. Neste tópico abordaremos sobre os aspectos aeróbicos da modalidade jump. A aula de jump é uma modalidade de exercício aeróbico que envolve movimentos realizados em um minitrampolim, que confere mais segurança articular, devido à sua capacidade de reduzir, em até 80%, o impacto (GROSSL et al., 2008). O mini trampolim utilizado na Ginástica de academia tem o formato circular e é constituído, basicamente, por molas e uma lona que compõem a superfície elástica. Os movimentos sobre a superfície elástica são realizados entre o centro e a costura da borda da lona. Sendo o centro a região que oferece maior impulsão e, próximo à borda, o local mais rígido. Nota: Minitrampolim utilizado na aula de jump Fonte: a autora 7.1.4.1 Benefícios da modalidade Jump Esse tipo de atividade oferece benefícios semelhantes aos de outras modalidades aeróbicas discutidas anteriormente. Um estudo realizado por Furtado, Simão e Lemos (2004) analisou variáveis metabólicas relacionadas à aula de jump, como frequência cardíaca, consumo máximo de oxigênio, produção de dióxido de carbono, quociente respiratório, equivalente metabólico e dispêndio energético por meio da espirometria. Os resultados indicaram que a modalidade contribui para o aumento da resistência cardiorrespiratória, o que, por sua vez, pode melhorar a qualidade de vida dos praticantes. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88 A aula de jump é composta por uma variedade de movimentos, incluindo saltos, corridas e coreografias, proporcionando uma experiência motivante e estimulante para os praticantes (PERANTONI et al., 2009). Além de melhorar a resistência cardiorrespiratória, a prática regular desta modalidade também pode contribuir para a melhora da aptidão cardiorrespiratória e, consequentemente, promover benefícios para a saúde. Em resumo, a aula de jump é uma opção dinâmica e eficaz para aqueles que buscam melhorar a saúde cardiovascular, aumentar a resistência física e desfrutar de uma forma divertida de exercício aeróbico. O controle adequado da intensidade durante a aula de jump é crucial para garantir os benefícios decorrentes da prática desse exercício. Diferentes técnicas podem ser empregadas para mensurar e regular essa intensidade. Entre as opções destacadas por Miguel et al. (2017), estão o volume máximo de oxigênio, limiares ventilatórios e de lactato, percepção de esforço e frequência cardíaca. No entanto, as duas últimas, percepção de esforço e frequência cardíaca, são as mais utilizadas devido à sua praticidade, especialmente em aulas voltadas para grandes grupos. 7.1.4.2 Estrutura de uma aula de jump A estrutura típica de uma aula de jump compreende aproximadamente 50 a 55 minutos, divididos em três fases: aquecimento, parte principal e volta à calma ou relaxamento. O ritmo das músicas desempenha um papel importante, devendo estar sincronizado com cada fase. Durante o aquecimento, que geralmente começa fora do mini trampolim, as músicas devem ser escolhidas para preparar os participantes para a atividade mais intensa. A parte principal da aula deve incluir músicas com diferentes intervalos de intensidade, variando entre leve, moderada e intensa. Cabe ao professor conduzir os exercícios de acordo com esses intervalos, ajustando a intensidade conforme necessário (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). A última fase da aula é dedicada aos alongamentos específicos e exercícios de respiração, proporcionando uma transição suave para o relaxamento. O professor desempenha um papel fundamental em orientar os participantes durante todas as fases da aula, garantindo uma prática segura e eficaz. Ao seguir essa estrutura e manter o controle da intensidade, a aula de jump pode oferecer uma experiência completa e benéfica para os praticantes. A coreografia desempenha um papel significativo em uma aula de jump, proporcionando uma variedade de estímulos que tornam a prática mais prazerosa para os alunos (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89 7.1.4.3 Movimentos básicos No jump, os movimentos podem ser classificados em Classe 1 e Classe 2 o que ajuda a distinguir os diferentes tipos de movimentos realizados no mini trampolim. Aqui está uma descrição mais detalhada de cada classe: • Classe 1: Características Gerais: ataque alternado dos pés à superfície elástica; manutenção do contato contínuo com a lona durante os movimentos; coluna alinhada ao eixo longitudinal. • Classe 2: Características Gerais: ataque simultâneo dos pés à lona, com uma breve fase aérea durante os saltos; leve inclinação para frente do tronco durante os movimentos. Essa classificação ajuda a organizar os movimentos com base em suas características fundamentais, facilitando o entendimento e a progressão na prática do jump. É importante que os praticantes estejam cientes das diferenças entre as classes e escolham os movimentos adequados de acordo com seu nível de habilidade e condicionamento físico (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Mesmo com a diferenciação entre as classes no jump, algumas características fundamentais permanecem consistentes. Independentemente da classe (Classe 1 ou Classe 2) o ataque é feito sempre com toda a planta do pé, com a força sendo aplicada para baixo. A seguir serão apresentados alguns movimentos que podem ser utilizados em uma coreografia de jump (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). • Corrida: Simula uma corrida, envolvendo movimentos dos membros inferiores e superiores. Variações, como pré corrida e sprint, podem ser incorporadas. • Calcanhar à frente: Um dos calcanhares é projetado para frente ou para trás da linha do corpo, enquanto o outro pé permanece em contato com a plataforma. Pode se assemelhar a um “chute” curto. • Calcanhar atrás: Flexão de joelho com o calcanhar movendo em direção aos glúteos. Variações incluem movimentos duplos ou simples e a possibilidade de envolver os membros superiores em um “galope”. • Elevação de joelho: Flexão de quadril associada a uma flexão de joelho. Variações de velocidade e possibilidade de realizar o movimento isoladamente ou com associação dos membros superiores. • Corrida alta (hop): Similar à elevação de joelhos, mas mais intensa, com maior coordenação, incluindo movimentos de braços e quadris. Pode envolver movimentos duplos ou alternar entre movimentos duplos e simples. ATIVIDADES DEACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90 • Chinelo: Movimentação semelhante ao polichinelo, com pequenos saltitos com os pés juntos no centro da cama elástica e saltitos com os pés afastados lateralmente. Variações incluem movimentos duplos e alternância entre saltitos simples e duplos. • Cowboy: Envolve um saltito com leve abdução do quadril e flexão do joelho, visando trazer a parte interna do pé para cima. Pode ser realizado em amplitudes baixas ou altas, com repetições simples ou duplas. • Twist: Nessa movimentação, os saltitos são combinados com movimentos de rotação do tronco. Geralmente, os pés ou as pernas apontam para uma direção, enquanto o tórax e a cabeça estão voltados para o lado oposto. Esse movimento pode envolver a associação de movimentos dos membros superiores, com saltitos duplos para o mesmo lado, além de variações entre saltitos simples e duplos. • Tcha-Tcha: Essa movimentação consiste em um deslocamento lateral, onde o primeiro passo é realizado para abrir a distância entre os pés, e o segundo passo os aproxima. Em seguida, ocorre a abertura para o outro lado da cama elástica, repetindo o movimento. O Tcha-Tcha proporciona uma dinâmica de deslocamento lateral, adicionando variedade à coreografia. • Salto tesoura: O salto tesoura é um movimento caracterizado pelo movimento alternado das pernas, onde um pé toca a superfície elástica à frente do corpo, enquanto o outro toca atrás. Esses movimentos oferecem diversidade à aula de jump, promovendo não apenas benefícios físicos, mas também tornando a prática mais interessante e motivadora para os participantes. O professor desempenha um papel crucial ao guiar e coordenar esses movimentos durante a coreografia. 7.1.4.4 Recomendações de segurança As recomendações de segurança são fundamentais ao praticar exercícios no mini trampolim, especialmente quando se trata de movimentos de Classe 2 que envolvem saltos mais elevados, sendo assim evite realizar saltos superiores a 10 centímetros. Saltos excessivamente altos podem aumentar o risco de lesões e comprometer a estabilidade. Ao descer do mini trampolim, faça-o sempre de costas, dando um passo para trás. Isso ajuda a manter o equilíbrio e reduz o risco de quedas. Indivíduos com problemas de instabilidade nas articulações do quadril, joelho e tornozelo devem evitar a prática de exercícios sobre superfícies instáveis, como o mini trampolim. Pessoas com ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91 labirintite devem evitar aulas no mini trampolim, pois a instabilidade pode aumentar os sintomas e causar desconforto. Gestantes também devem evitar a prática de exercícios no mini trampolim, pois os movimentos podem gerar desconfortos na região abdominal e no assoalho pélvico, além de representar um risco à proteção do bebê. Lembrando que, antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é aconselhável consultar um profissional de saúde para avaliar a adequação e segurança da prática, especialmente para indivíduos com condições médicas pré-existentes. A segurança deve ser sempre a principal prioridade ao praticar atividades físicas. O reconhecimento da heterogeneidade da turma é crucial para o sucesso de qualquer aula de ginástica de academia, incluindo as aulas de step, jump e ginástica aeróbica (GA). O professor deve ser versátil e capaz de adaptar as metodologias de ensino para atender às diferentes habilidades e níveis de condicionamento dos alunos. Isso pode incluir variações nos movimentos, oferecendo opções mais simples para iniciantes e desafiadoras para alunos mais avançados. Especialmente com alunos iniciantes, é fundamental que o professor tenha a habilidade de mensurar e ajustar a intensidade das atividades de acordo com a capacidade física de cada aluno. Iniciar com exercícios mais simples e progredir gradualmente é uma abordagem eficaz. Os mesmos princípios e técnicas de ensino podem ser aplicados, adaptados conforme necessário. Isso inclui explicar claramente os movimentos, fornecer demonstrações eficazes, dar feedback construtivo e criar uma atmosfera motivadora. O professor desempenha um papel crucial na motivação, aderência e permanência dos alunos em um programa de atividade física. Criar um ambiente positivo, encorajador e inclusivo contribui significativamente para o sucesso da turma. Uma aula bem planejada, com uma coreografia bem estruturada, é fundamental. Isso inclui a escolha adequada de exercícios, uma sequência lógica de movimentos e transições suaves entre as partes da aula. Estabelecer uma boa relação entre o professor e os alunos é essencial para criar um ambiente de aprendizado positivo. Isso contribui para a confiança dos alunos no professor e, por consequência, para a eficácia da aula. Fazer com que a aula seja prazerosa é fundamental para manter a motivação dos alunos. Isso pode envolver a seleção de músicas motivadoras, variação nos movimentos e desafios adequados. Lembrando sempre que, além da técnica, a empatia e a compreensão das necessidades individuais dos alunos são essenciais para garantir uma experiência positiva e eficaz na prática de ginástica de academia. Profissionais qualificados e experientes ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92 desempenham um papel vital nesse processo, assegurando um ambiente seguro e propício ao desenvolvimento físico e bem-estar dos alunos. ISTO ESTÁ NA REDE Dentre as diversas modalidades ofertadas pela empresa Les Mils, temos a oferta do Power Jump e do Bodystep, com algumas características diferentes e únicas da marca, as modalidades são oferecidas em aulas de 30 ,45 ou 60 minutos (power jump) e 30, 45 e 55 minutos (body step). A empresa trabalha com aulas e treinos em formato on line, presenciais em academias parceiras da marca e também com programas de treinamento e capacitação de professores. Uma academia só pode oferecer aulas da Les Mils se tiver algum professor capacitado e com licenciamento para ofertar tal modalidade. https://www.lesmills.com/br/programas/aula-coletiva/powerjump/ https://www. lesmills.com/br/programas/aula-coletiva/bodystep/ https://www.youtube.com/ watch?v=KkSKOPfrTF0 Neste capítulo abordamos sobre as modalidades aeróbicas de ginástica de academia, ressaltando que os três diferentes métodos apresentados são práticas que demandam profissionais com conhecimento e experiência específicos para ministrar as aulas.a Uma aula de ginástica bem planejada, com uma coreografia envolvente e uma boa relação entre o professor e os alunos, pode ser uma estratégia altamente eficaz para aprimorar o condicionamento físico de forma prazerosa. Ao criar uma aula que combine elementos de desafio, variedade, suporte social e prazer, é mais provável que os alunos continuem a participar regularmente. A satisfação derivada de uma experiência agradável pode aumentar a adesão ao programa de exercícios, contribuindo para o aprimoramento do condicionamento físico a longo prazo. https://www.lesmills.com/br/programas/aula-coletiva/powerjump/ https://www.lesmills.com/br/programas/aula-coletiva/bodystep/ https://www.lesmills.com/br/programas/aula-coletiva/bodystep/ https://www.youtube.com/watch?v=KkSKOPfrTF0 https://www.youtube.com/watch?v=KkSKOPfrTF0 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93 CAPÍTULO 8 TREINAMENTO FUNCIONAL, CICLISMO INDOOR, PUMP E GINÁSTICA LOCALIZADA Caro(a), aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre modalidades como o treinamento funcional, o ciclismo indoor (ou spinning) , o pump e a ginástica localizada ganharam destaque nas academias devido aos benefícios proporcionados e à crescente demanda por atividades físicas específicas. Os benefícios dessas modalidades incluem melhoria da resistência cardiovascular, aumento da força muscular, desenvolvimento da progressão motora e promoção da socialização, especialmente nas aulas em grupo. A variedadee a hidratação derivam dessas práticas conservadoras para a adesão e a manutenção de um estilo de vida ativo. Neste capítulo vamos explorar um pouco sobre cada uma delas e discutir aspectos importantes relacionados a essas modalidades. 8.1 Treinamento funcional De fato, o papel social do profissional de educação física passou por transformações significativas ao longo dos anos, influenciado por mudanças na compreensão da importância da atividade física para a saúde e pelo surgimento de abordagens mais abrangentes e especializadas, como o treinamento funcional (TF ). Esse movimento, que teve início nos anos 2000, trouxe consigo uma nova perspectiva sobre o papel do profissional de educação física em diferentes contextos, incluindo escolas, academias e programas de treinamento. A definição do treinamento funcional (TF) apresentada por Michael Boyle (2018) destaca sua origem na medicina esportiva e sua evolução para se tornar uma prática mais ampla, voltada não apenas para a reabilitação de atletas, mas também para a manutenção e melhoria da saúde em geral. A compreensão do TF como um treinamento esportivo geral, e não algo específico para determinada modalidade esportiva, é um ponto crucial destacado pelo autor. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94 Boyle destaca alguns pontos importantes em relação ao treinamento funcional, dentre dele o propósito e finalidade da prática enfatizando que o treinamento funcional deve ser realizado com um propósito específico. Isso implica que cada exercício e atividade têm uma finalidade clara, seja para melhorar a funcionalidade do corpo, promover a saúde ou atender aos objetivos específicos do praticante. A modalidade teve origem na medicina esportiva onde a raiz do TF nas clínicas de fisioterapia revela sua associação inicial com a reabilitação de atletas. Essa base em medicina esportiva destaca a importância do movimento funcional na recuperação e prevenção de lesões (BOYLE, 2018). O autor aponta ainda sobre o uso equivocado do termo treinamento funcional, especialmente quando adicionado a ideias como “específico para o esporte”. Ele ressalta que o treinamento específico para o esporte ocorre em ambientes esportivos específicos, enquanto o TF é mais amplo, abrangendo um treinamento esportivo geral (BOYLE, 2018) 8.1.1 O treinamento funcional no treinamento esportivo A definição proposta por Boyle enfatiza que o TF deve ser encarado como um treinamento esportivo geral. Isso implica que os benefícios do TF não se limitam a uma única modalidade esportiva, mas têm aplicações mais amplas, melhorando a melhoria das capacidades físicas e da funcionalidade do corpo como um todo (BOYLE, 2018). Essa abordagem mais abrangente do treinamento funcional, destaca a importância de uma compreensão holística e adaptativa do exercício físico. O profissional de educação física desempenha um papel fundamental ao aplicar esses conceitos de forma personalizada, considerando as necessidades individuais e os objetivos específicos de cada pessoa, seja em ambientes escolares, acadêmicos ou programas de treinamento funcional (BOYLE, 2018) O treinamento funcional (TF), de acordo com a perspectiva apresentada por Boyle, tem como uma de suas funções básicas a preparação do atleta para a prática de sua modalidade. No entanto, é importante destacar que esta preparação não se baseia exclusivamente na replicação de movimentos específicos de uma modalidade, mas sim em uma abordagem mais abrangente (LUSTOSA et al., 2010; BOYLE, 2018). Alguns pontos-chave sobre a função do treinamento funcional são: • Preparação geral do atleta: A função primordial do TF é preparar o atleta de forma mais ampla, não se limitando a movimentos específicos de uma modalidade ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95 esportiva. O objetivo é desenvolver habilidades que contribuam para uma prática esportiva mais eficiente. • Utilização do próprio peso: A modalidade busca ensinar os alunos a se exercitarem melhor utilizando o próprio peso corporal em diferentes planos de movimento. Isso inclui trabalhos de equilíbrio e propriocepção, com ênfase em exercícios unilaterais. • Melhoria da flexibilidade, mobilidade e força: O TF tem como meta melhorar não apenas a força, mas também a flexibilidade, mobilidade e equilíbrio. A busca é por um equilíbrio entre diferentes padrões de movimento, promovendo uma abordagem mais holística para o desenvolvimento físico. • Intenção de equilibrar padrões de movimento: A ênfase não está na força de movimentos particulares, mas sim na promoção do equilíbrio entre diversos padrões de movimento. Isso implica que o TF busca abordar uma variedade de movimentos que o corpo humano é capaz de realizar. • Evolução de elementos como velocidade, força e potência: O TF incorpora conceitos de especialistas, técnicos esportivos e pesquisadores para evoluir elementos como velocidade, força e potência. Essa abordagem visa melhorar o desempenho e/ou a qualidade de vida do praticante, além de reduzir os riscos de lesões. • Abordagem individualizada: Boyle destaca que o TF não deve ser aplicado de maneira genérica, mas sim de forma individualizada. Cada aluno requer uma análise específica e a aplicação de um programa de exercícios adaptado às suas necessidades e objetivos particulares. Portanto, o treinamento funcional, conforme conceituado por Boyle, é uma abordagem ampla e holística que vai além da mera reprodução de movimentos esportivos específicos. Sua aplicação requer uma compreensão profunda dos princípios envolvidos e uma abordagem personalizada para cada indivíduo, buscando promover um equilíbrio e desenvolvimento completo das capacidades físicas (LUSTOSA et al., 2010; BOYLE, 2018). 8.1.2 O treinamento funcional na melhoria da saúde e qualidade de vida Os principais movimentos destacados no treinamento funcional são agachamento, avanço, levantamento de terra, empurrar e puxar (e suas variações), esses movimentos são escolhidos devido à sua funcionalidade, uma vez que replicam padrões de movimento ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96 presentes em atividades cotidianas. Por exemplo, o agachamento é comparado a levantar-se da cama, enquanto o levantamento terra pode ser associado a abaixar-se para pegar uma caixa. Essa abordagem, focada em movimentos naturais, visa não apenas ao desempenho esportivo, mas também à promoção de qualidade de vida para os praticantes. A ideia é preparar o corpo para realizar as atividades diárias de maneira mais eficiente e com menor risco de lesões (BOYLE, 2018). O autor ressalta a importância do desenvolvimento da mobilidade articular, destacando que a perda de mobilidade no tornozelo e no quadril pode levar a dores no joelho e na lombalgia, respectivamente. O TF incorpora manobras de mobilidade para preservar e melhorar a amplitude de movimento dessas articulações. Para além do desenvolvimento da mobilidade o TF também trabalha com o desenvolvimento da força muscular, visto que a mesma é fundamental nas tarefas do dia a dia, contribuindo para a capacidade das pessoas de realizar suas atividades com menor esgotamento fisiológico. Níveis adequados de força e resistência muscular são indicados como fatores de prevenção para diversos tipos de doenças (KENDALL; MCCREARY, 1986; MONTEIRO, 2004, BOYLE, 2018). A ideia de que níveis adequados de força e resistência muscular atuam como fatores de prevenção para diversas doenças está aprovada com a literatura científica, que destaca a importância da atividade física na promoção da saúde e na prevenção de condições como doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose. Essa abordagem do treinamento funcional, ao integrar movimentos naturais, mobilidade articular e fortalecimento muscular, busca não apenas melhorar o desempenho esportivo, mas também proporcionar benefícios substanciais paraa saúde e a qualidade de vida dos praticantes. Esses princípios refletem uma compreensão mais holística e funcional do exercício físico, alinhada com as necessidades e demandas do cotidiano das pessoas (KENDALL; MCCREARY, 1986; MONTEIRO, 2004, BOYLE, 2018). Estudos citados por Whitehurst et al. (2005) e Krebs, Scarborough e McGibbon (2007) fornecem evidências consistentes sobre os benefícios do treinamento funcional, especialmente em populações mais idosas. Esses resultados reforçam a ideia de que o TF não apenas melhorou os níveis de força, mas também têm resultados positivos na velocidade de marcha, mobilidade, flexibilidade, funcionalidade e qualidade de vida dos praticantes. Krebs, Scarborough e McGibbon (2005) ressaltam que idosos praticantes de TF apresentam melhorias nos níveis de força em membros inferiores além de melhorias ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97 na velocidade de marcha e torque máximo do joelho e apresentou maior controle e coordenação do equilíbrio dinâmico em tarefas diárias, apresentando assim uma melhoria na funcionalidade do corpo proporcionando uma melhoria na autonomia e qualidade de vida. Isso destaca a relevância do TF não apenas para o fortalecimento muscular, mas também para a capacidade funcional e a realização das atividades cotidianas. Whitehurst et al. (2005) evidenciaram que o treinamento em circuito com exercícios funcionais resulta em uma redução significativa na oscilação corporal, uma variável relacionada ao risco de quedas. Essa redução indica ganhos de flexibilidade, mobilidade e estabilidade, aspectos cruciais para a saúde e prevenção de lesões, especialmente em populações mais idosas, tal fato contribui para uma maior liberdade desses indivíduos, em realizar suas tarefas cotidianas com maior tranquilidade. A importância da liberdade é ressaltada, pois as pessoas com os melhores níveis de liberdade apresentam menor incidência de lesões durante atividades intensas. A falta de flexibilidade em áreas como tronco e quadril está associada a um maior risco de desenvolver problemas posturais. Em conjunto, esses estudos reforçam a visão abrangente do treinamento funcional, destacando sua eficácia na melhoria não apenas dos aspectos físicos, como força e flexibilidade, mas também na funcionalidade e qualidade de vida, especialmente em populações mais idosas. Essa abordagem holística do TF pode ser benéfica para promover o envelhecimento ativo e saudável. A associação do treinamento funcional com uma variedade de benefícios adicionais destaca sua abrangência e relevância em diversas áreas, incluindo desempenho esportivo e promoção da qualidade de vida. Além dos benefícios já mencionados, o TF está relacionado a melhorias significativas em diferentes aspectos, conforme indicado por Coelho Netto e Aptekmann (2015) e Lustosa et al. (2010). O TF é reconhecido por contribuir para o aprimoramento do equilíbrio. Os exercícios que envolvem movimentos multifuncionais e desafios posturais podem fortalecer os músculos estabilizadores e melhorar a capacidade do corpo de manter o equilíbrio em diferentes situações. O treinamento funcional pode ser projetado para incluir componentes cardiovasculares, como exercícios de alta intensidade e intervalados. Isso contribui para o aumento da resistência cardiovascular, beneficiando o sistema circulatório e as doenças (COELHO NETTO; APTEKMANN, 2015; LUSTOSA et al., 2010). A execução de movimentos explosivos e funcionais no TF promove o desenvolvimento da potência muscular. A potência é crucial em diversas atividades, incluindo esportes ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98 que desativam a explosividade e ações rápidas. O TF, ao combinar exercícios de força, resistência e movimentos funcionais, pode influenciar dependendo da composição corporal. Isso inclui a redução da gordura corporal e o aumento da massa magra, promovendo um perfil corporal mais saudável. A prática do TF, que frequentemente envolve a execução de movimentos complexos e cooperativos de diversas partes do corpo, pode ter benefícios cognitivos. Estudos indicam que o exercício físico regular está associado a melhorias na função cognitiva e na saúde cerebral (COELHO NETTO; APTEKMANN, 2015; LUSTOSA et al., 2010). Essa gama de benefícios reforça a posição do treinamento funcional como uma ferramenta abrangente, aplicável tanto a atletas que buscam melhorar seu desempenho quanto a indivíduos que buscam aprimorar sua qualidade de vida. A capacidade do TF de integrar diferentes componentes do condicionamento físico e adaptar-se a diferentes níveis de condicionamento faz com que seja uma escolha versátil e eficaz para uma variedade de públicos (COELHO NETTO; APTEKMANN, 2015; LUSTOSA et al., 2010). Nota: Imagem exercícios realizados em uma aula de treinamento funcional Fonte: https://images.app.goo.gl/CWxwm117pzM1wnYL8 8.2 Ciclismo in door ou spinning O ciclismo indoor ou spinning é uma modalidade praticada em local fechado (indoor), como em salas de ginástica de academia, e tem como instrumento principal a bicicleta https://images.app.goo.gl/CWxwm117pzM1wnYL8 https://images.app.goo.gl/CWxwm117pzM1wnYL8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99 estacionária (VILARINHO et al., 2009). A atividade é considerada como estimulante, devido a elementos como a interação entre música e aula, estímulos/incentivos por parte do professor e interação entre os alunos. A estrutura de uma sala de spinning deve conter bicicletas específicas para a prática e aparelhos de som. Outros elementos ligados à ambientação da sala são iluminação, luzes e flashes também são necessários, os mesmos muitas vezes fazem que com a sala pareça uma boate, sendo esse um dos pontos que chamam a atenção dos praticantes nas aulas (LIMA; OLIVEIRA; VILELA, 2013; SILVA; OLIVEIRA, 2002). Nota: Bicicleta de spinning Fonte: A autora Nota: Aula de spinning Fonte: https://images.app.goo.gl/5UYzfLNvGwj1YawMA https://images.app.goo.gl/5UYzfLNvGwj1YawMA https://images.app.goo.gl/5UYzfLNvGwj1YawMA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100 8.2.1 Histórico da modalidade O método de spinning teve sua origem com o atleta sul-africano de ciclismo Johnny G., que, buscando continuar seus treinamentos mesmo em períodos de chuva, adaptou uma bicicleta para realizar exercícios em ambientes fechados. Isso se deveu às limitações das bicicletas estacionárias da época em suportar as demandas de seu treinamento. Uma bicicleta adaptada foi fabricada e comercializada posteriormente com o nome de Spinner, possivelmente originando o nome da modalidade. Além do spinning, outros métodos foram desenvolvidos ou aprimorados a partir do método de Johnny G. Esses métodos incluem o programa de spinning, RPM, Power Bike, Ciclo Reebok e Power Pacing, oferecendo variedade e opções aos praticantes (SILVA; OLIVEIRA, 2002; LIMA; OLIVEIRA; VILELA, 2013). A popularização do spinning pode ser atribuída, em parte, à violência crescente, especialmente nos grandes centros urbanos. Isso levou as pessoas a procurarem atividades em locais mais seguros e restritos, encontrando nas academias de ginástica uma alternativa que oferece segurança e conforto. A combinação de uma prática de exercício eficaz com um ambiente controlado pode ter contribuído para a conveniência e disseminação do spinning como uma modalidade popular de atividade física (SILVA; OLIVEIRA, 2002; LIMA; OLIVEIRA; VILELA, 2013). O spinning, inserido no contexto das academias, surge como uma alternativa de atividade aeróbica externa para a promoção da manutenção ou melhoria da aptidão cardiorrespiratória. Isso é alcançado por meio de um programa de exercício contínuo ou intervalado. A praticidade do spinning é evidente, pois, em apenas 30 a 50 minutos, é possível realizar uma atividade prazerosa que proporciona alteraçõescardiovasculares significativas, tornando-se uma opção atrativa para indivíduos com rotinas corridas (SILVA; OLIVEIRA, 2002). No entanto, é crucial que os professores que conduzem as sessões de fiação tomem cuidados específicos para evitar lesões. Recomenda-se o uso de acessórios complementares, como frequencímetro, toalha e bermuda acolchoada. O frequencímetro é especialmente importante para monitorar a frequência cardíaca dos participantes, permitindo que a intensidade do exercício seja ajustada de acordo com os objetivos individuais. As toalhas, por sua vez, desempenham um papel essencial na secagem de mãos e braços, contribuindo para evitar possíveis escorregões durante a prática da atividade. Assim, esses acessórios não são apenas considerados luxos ou sofisticações, mas desempenham um papel crucial na segurança e eficácia da prática do spinning, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101 garantindo que os participantes possam desfrutar dos benefícios do exercício físico sem correr riscos desnecessários de lesões (SILVA; OLIVEIRA, 2002). 8.2.2 Características e benefícios da modalidade Existem alguns elementos em comum entre a prática do spinning com outras modalidades aeróbicas da academia, como aulas coletivas e turmas heterogêneas. O spinning tem ganhado popularidade devido à sua variedade de estímulos e benefícios associados, oferecendo uma variedade de intensidades e desafios durante uma sessão, o que pode manter os participantes engajados e motivados. O ciclismo indoor é considerado seguro para pessoas sedentárias e com sobrepeso ou obesidade. A baixa carga nas articulações torna essa atividade uma opção viável para aqueles que podem ter limitações ao realizar exercícios de impacto (VILARINHO et al., 2009; DAMAZIO et al., 2019;). A prática regular de spinning pode contribuir para a melhora da composição corporal, auxiliando na perda de peso e tonificação muscular, além disso a prática é uma excelente maneira de melhorar a saúde cardiovascular, promovendo o aumento da capacidade cardiorrespiratória, ademais a prática do ciclismo indoor contribui para o desenvolvimento da resistência de membros inferiores, visto que o maior estímulo da aula é focado nos membros inferiores (VILARINHO et al., 2009; DAMAZIO et al., 2019;). A comunicação é vital para o sucesso de uma aula de spinning. Além dos comandos de treinamento, é importante que o professor forneça orientações claras sobre as diferentes posições ou pegadas que os alunos devem adotar durante a aula destacando a importância não apenas da intensidade do exercício, mas também da postura correta durante as diferentes fases da aula. Esses detalhes são essenciais para uma prática mais segura e eficaz, promovendo o máximo aproveitamento dos benefícios da aula (SILVA; OLIVEIRA, 2002). Um ponto muito importante em uma aula de ciclismo indoor são as posições ou pegadas que serão realizadas em determinados momentos da aula, de acordo com os comandos do professor (SILVA; OLIVEIRA, 2002). São três as pegadas principais utilizadas em uma aula: • Pegada 1 (Sentado): Essa é a posição mais comum, em que o aluno está em contato com o selim (banco da bicicleta). Geralmente, essa pegada é utilizada quando se busca uma pedalada mais estável e controlada. É uma posição adequada para momentos de menor intensidade ou recuperação durante a aula. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102 • Pegada 2 (Sentado ou em Pé): A pegada 2 oferece inovações, permitindo que o aluno utilize tanto na posição sentada quanto em pé. Isso proporciona uma postura mais verticalizada, o que pode ser benéfico para manter a estabilização, especialmente quando o aluno está fora do banco. Essa posição pode ser empregada em diferentes partes da aula, dependendo dos objetivos do treino. • Pegada 3 (Em Pé): A pegada 3 está reservada para a posição em pé. Essa pegada assume uma postura mais avançada e pode ser associada a momentos de maior intensidade, simulação de subidas ou sprints. No entanto, é recomendado que essa posição possa aumentar a curvatura cervical se realizada na posição sentada, destacando a importância da execução correta para evitar desconfortos ou lesões. Nota: Posição das mãos de acordo com a pegada/posição Fonte: Adaptado de Novo (2020). 8.3 Pump/Body pump O Body Pump é uma modalidade aeróbica que utiliza exercícios resistidos com barras e anilhas como implementos. Essa prática segue os princípios do treinamento com peso livre, adaptados para treinamento em grupo, mudando o trabalho de resistência localizado por meio de alto volume de repetições em cada exercício. Uma aula típica é composta por faixas musicais de 4 a 6 minutos, cada uma focada em um grupo muscular específico (FERRARI; FERREIRA, 2007; GUGLIELMO et al., 2009). A abordagem descrita para as aulas de Body Pump, baseada em faixas musicais que combinam a diferentes grupos musculares, é consistente com a natureza dinâmica e diversificada dessa modalidade de exercício. A consideração de uma turma heterogênea é crucial, pois os participantes podem ter níveis variados de condicionamento físico e experiência. A manipulação das cargas, é uma estratégia eficaz para adaptar a intensidade do treino às necessidades individuais. Reduzir as cargas para aqueles ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103 que estão começando ou têm menor resistência muscular pode ajudar a proporcionar uma experiência mais acessível e confortável (FERRARI; FERREIRA, 2007; GUGLIELMO et al., 2009). Além disso, ajustar o volume de treinamento é uma prática comum em aulas coletivas, e no body pump não é diferente. Instruir os participantes a não executarem todas as repetições ou a se exercitarem até onde se sentirem confortáveis é uma maneira de permitir que cada pessoa ajuste a intensidade de acordo com suas próprias capacidades e limitações. Essas adaptações esportivas podem ajudar a tornar as aulas de Body Pump inclusivas e acessíveis, promovendo a participação ativa e segura de todos os praticantes, independentemente de seu nível de condicionamento físico (FERRARI; FERREIRA, 2007; GUGLIELMO et al., 2009). Nota: Aula de body pump Fonte: https://images.app.goo.gl/9XzLcBg1fCPuWTkL6 8.3.1 Benefícios do body pump A prática do body pump é reconhecida por promover melhorias em diversos aspectos relacionados à aptidão física, desempenhando um papel importante na prevenção, reabilitação e melhoria do condicionamento físico, como indicado por Guglielmo et al. (2009). O treinamento com exercícios resistidos, como o body pump, demonstra a capacidade de melhorar a capacidade aeróbica, aumentar a resistência muscular localizada, promover adaptações neuromusculares, reduzir o percentual de gordura corporal e aumentar a massa muscular. Esses benefícios sugerem que essas atividades https://images.app.goo.gl/9XzLcBg1fCPuWTkL6 https://images.app.goo.gl/9XzLcBg1fCPuWTkL6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104 são abrangentes, impactando positivamente em diferentes componentes de natureza física e saúde. O reconhecimento desses efeitos pode estar contribuindo para a popularidade crescente dessas modalidades nas academias. Estudos como o de Greco et al. (2011), destacam melhorias nos níveis de força muscular, contração voluntária isométrica máxima, diminuição dos níveis de lactato sanguíneo e frequência cardíaca após o agachamento, além do aumento dos níveis de estresse metabólico durante um programa de treinamento de 12 semanas de body pump. Outra pesquisa citada, realizada por Guglielmo et al. (2009), examinou os efeitos de 10 semanas de treinamento em mulheres, observando resultados positivos como aumento da resistência muscular localizada, diminuição da gordura corporal (3,4% de redução) e aumento da massa muscular (2,79 kg). Esses resultados indicam que o body pumppode ser eficiente para melhorar a capacidade aeróbica, composição corporal e resistência muscular localizada. 8.3.2 Estrutura de uma aula de body pump Uma aula de body pump é baseada em exercícios de tonificação e condicionamento muscular com pesos, nos quais os participantes seguem uma sequência de música e coreografia. O material utilizado é um step, uma barra de 1,25 quilogramas (KG) e anilhas de diferentes pesos (1, 2, 2,5 e 5 KG). As sessões podem durar 45 minutos se forem utilizadas oito músicas, ou 60 minutos se forem utilizadas dez músicas, assumindo que cada música, com duração entre 4 e 6 minutos, tenha um objetivo específico na sessão. Determinando os grupos musculares que serão exercitados e a velocidade do movimento, resta aproximadamente um minuto entre cada música, o que permite modificar o peso para o próximo exercício (O’CONNOR; LAMB, 2003; GRECO et al., 2011; BERTHIAUME et al., 2015). Em uma única sessão de 60 minutos, são realizadas um total de 800 a 1000 repetições. Esta modalidade de ginástica de academia apresenta características de um treinamento focado em resistência muscular com elevado número de repetições, que exige que os participantes utilizem cargas extremamente baixas, sendo a intensidade de aproximadamente 20% do peso de uma repetição máxima (RM) (O’CONNOR; LAMB, 2003; GRECO et al., 2011; BERTHIAUME et al., 2015). A estrutura da aula é sempre a mesma e durante uma sessão de 60 minutos, a primeira música é voltada para o aquecimento, com exercícios que envolvem os ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105 principais grupos musculares, além de preparar o corpo para os demais exercícios. As músicas seguintes trabalham sempre os grupos musculares na mesma ordem, pernas (música nº 2), peitorais (música nº 3), parte superior, média e inferior das costas (música nº 4), tríceps (música nº 5), bíceps (música nº 6), pernas (música nº 7), deltoides (música nº 8) e abdominais (música nº9). A música nº 10 é usada para acalmar e alongar (O’CONNOR; LAMB, 2003; GRECO et al., 2011; BERTHIAUME et al., 2015). 8.4 Ginástica localizada - GAP (glúteo, abdômen e pernas) A ginástica localizada é entendida como um método de condicionamento físico, que visa desenvolver, principalmente, a resistência muscular de um músculo específico ou de um grupo muscular. Para isso, são utilizadas séries múltiplas, numerosas repetições e intervalos curtos, de exercícios resistidos (PRESTES et al., 2016). Diferentemente do PUMP a ginástica localizada - GAP é exclusivamente focada em exercícios de membros inferiores (pernas e glúteo) e abdômen. Como são exercícios resistidos, os principais materiais utilizados, nessa aula, são as barras, as anilhas, os halteres e as caneleiras. Contudo outros equipamentos, como o kettlebell, as resistance band e os steps podem ser igualmente utilizados, porém os movimentos também podem ser realizados com o peso apenas do próprio corpo, sem a utilização de carga externa. 8.4.1 Benefícios da prática de ginástica localizada Os benefícios da prática dessa modalidade incluem o desenvolvimento e aprimoramento da resistência e da força muscular localizada, melhora da postura e da tonicidade muscular, desenvolvimento e melhora do ritmo, da coordenação e da consciência corporal. A prática também está associada a melhora na aptidão cardiorrespiratória, fortalecimento do core, o que pode contribuir para a redução de lesões em outros esportes. Além de todos esses benefícios, a prática da ginástica localizada promove hipertrofia nos membros inferiores e contribui para a redução da gordura corporal, por ser uma prática de alto gasto calórico (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106 ISTO ESTÁ NA REDE A ginástica localizada é uma prática abrangente, capaz de promover benefícios holísticos para a saúde e o bem-estar dos praticantes, contribuindo para a melhora na qualidade de vida dos praticantes, combinando os benefícios físicos, psicológicos e sociais tornando-se assim uma prática que proporciona uma experiência positiva e saudável. https://encurtador.com.br/nGITV 8.4.2 Estrutura de uma aula de ginástica localizada A ginástica localizada pode ser realizada na forma de circuito, repetições por séries múltiplas ou por tempo dos movimentos ou até mesmo com coreografias. Os exercícios normalmente envolvem: Exercícios abdominais , prancha, agachamento, agachamento sumô, levantamento terra, stiff, flexão de quadril, elevação pélvica, afundo, adução e abdução de quadril, exercícios isolados de glúteo com caneleiras entre outros. O número de séries e repetições dos exercícios de uma aula de ginástica localizada deve estar alinhada com o objetivo da aula. Se o objetivo for trabalhar força, as séries deverão ter poucas repetições, com cargas mais altas, caso o objetivo seja a resistência muscular deve-se trabalhar com cargas mais baixas e repetições e mais altas (DE PAOLI, 2005). Segue um exemplo de uma aula em circuito: faça cada um dos exercícios abaixo por 30 segundos, sem intervalo entre eles. Quando terminar os oito movimentos, inicie novamente a sequência, sem descansar —caso precise muito, dê uma pausa bem breve (no máximo 30 segundos) para recuperar o fôlego. Repita o circuito 5 vezes. Exercícios: • Agachamento • Elevação pélvica • Abdominal infra alternado • Afundo -faça 30 segundos com cada perna • Elevação pélvica unilateral (30 segundos com cada perna) • Abdominal remador • Abdução de quadril (30 segundos com cada perna) • Prancha reta https://encurtador.com.br/nGITV ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107 Nota: Exercício com resistance band Fonte: https://images.app.goo.gl/cGCHMfP9JPRxQHSp8 8.4.3 Recomendações de segurança Assim como qualquer outra modalidade, o exercício na ginástica localizada deve ser praticado, preconizando a mecânica correta do movimento e os diversos níveis de condicionamento físico. Por segurança, indivíduos iniciantes, intermediários e avançados, realizam os movimentos com diferentes amplitudes e cargas. Como observado ao longo do capítulo o objetivo final das modalidades apresentadas envolvem modalidades que incluem melhoria da resistência cardiovascular, aumento da força muscular, desenvolvimento da progressão motora e promoção da socialização, especialmente nas aulas em grupo. De forma geral, nas aulas de ginásticas de academia, independente da modalidade, objetiva-se que os praticantes percebam os benefícios adquiridos por meio dessas práticas, se sintam inspirados e motivados a continuar adotando um estilo de vida ativo e saudável. A ênfase na experiência positiva pode contribuir para que as pessoas não vejam o exercício apenas como uma obrigação, mas sim como uma parte integrante de uma vida equilibrada e gratificante. https://images.app.goo.gl/cGCHMfP9JPRxQHSp8 https://images.app.goo.gl/cGCHMfP9JPRxQHSp8 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108 CAPÍTULO 9 TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE - HIIT Caro(a) aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) que é uma modalidade de exercício que ganhou destaque nos últimos anos devido à sua eficácia e eficiência em melhorar o condicionamento físico. Este método de treinamento envolve alternar entre períodos de alta intensidade de exercício e períodos de recuperação ou baixa intensidade. A popularidade do HIIT tem crescido, em parte, devido aos seus benefícios, como aumento do desempenho de resistência, redução do tempo dedicado ao exercício e maior adesão ao treinamento. Entre as vantagens destacadas do HIIT está o alto gasto calórico associado a esse tipo de exercício. A intensidade dos exercícios faz com que o corpo leve várias horas para se recuperar do estresse, resultando em um metabolismo acelerado durante esse período. Isso significaque o corpo continua a queimar calorias em níveis elevados mesmo após o término da sessão de exercícios, proporcionando um efeito de queima de gordura prolongada. Além do aspecto do gasto calórico, o HIIT tem se mostrado eficiente no desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório. Estudos demonstram que essa modalidade de treinamento pode melhorar a capacidade aeróbica e anaeróbica, proporcionando benefícios para a saúde cardiovascular. Surpreendentemente, o HIIT também tem sido aplicado com sucesso em indivíduos não treinados, tornando-se uma opção acessível para pessoas de diferentes níveis de condicionamento físico. No entanto, é importante ressaltar que o HIIT não é adequado para todos e pode exigir uma adaptação progressiva, especialmente para iniciantes ou pessoas com condições médicas pré-existentes. Além disso, a prescrição adequada do HIIT envolve considerar diversas variações, como a intensidade, duração dos períodos, frequência e tipo de exercícios. Neste capítulo, esperamos que você aprenda sobre as principais características do HIIT, bem como as variáveis de controle e os métodos de prescrição dessa modalidade de treinamento. Isso permitirá uma compreensão mais aprofundada dos benefícios e das considerações associadas ao treinamento intervalado de alta intensidade. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109 9.1 Características do HIIT O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é reconhecido como um método altamente eficaz para melhorar a função cardiorrespiratória e metabólica, resultando em melhorias significativas no desempenho físico dos praticantes. Essa abordagem de treinamento envolve séries repetidas de exercícios de alta intensidade, alternadas com períodos de recuperação. O HIIT tem uma longa história, sendo utilizado por atletas desde o século passado (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013). Paavo Nurmi, um corredor de média e longa distância, já aplicou alguma forma de HIIT em sua preparação na década de 1920. Emil Zatopek, outro corredor renomado, contribuiu para a popularização desse formato de treinamento na década de 1950. As rotinas de HIIT frequentemente incluem sprints de curta duração (3 a 7 segundos), seguidos por períodos de recuperação geralmente inferiores a 60 segundos. No entanto, as variações são possíveis, incluindo sprints mais longos intercalados com períodos de recuperação maiores (2 a 4 minutos). A duração total das sessões de treinamento com HIIT pode variar consideravelmente, desde treinos muito curtos, com duração de 4 a 7 minutos, até sessões mais longas que podem chegar a 40 a 45 minutos. A flexibilidade neste aspecto torna o HIIT adaptável a diferentes necessidades e preferências individuais (BILLAT, 2001). Nota: Realização de um protocolo de HIIT na corrida Fonte: https://images.app.goo.gl/KCseYUCDeY2p1pts5 https://images.app.goo.gl/KCseYUCDeY2p1pts5 https://images.app.goo.gl/KCseYUCDeY2p1pts5 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110 Ao longo das décadas, vários estudos científicos consolidaram uma base para a eficácia do HIIT. Experimentos pioneiros, como os de Hill na década de 1920, seguidos por Åstrand et al. na década de 1960 e Balsom et al. na década de 1990, desenvolveu para estabelecer o HIIT como um método eficaz de treinamento. Essas pesquisas revelaram que os protocolos de HIIT podem levar a aumentos na coleta máxima de oxigênio (VO2máx.), sem limites de lactato e na potência aeróbica. Em resumo, o HIIT não é apenas uma prática moderna, mas tem raízes históricas sólidas e uma base científica bem estabelecida. Seus benefícios para a saúde cardiovascular, capacidade aeróbica e metabolismo têm contribuído para sua popularidade e são acessíveis generalizadamente como uma abordagem eficaz para o treinamento físico. Os protocolos de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) oferecem a capacidade de manter a coleta de oxigênio em níveis máximos ou submáximos por períodos prolongados durante as sessões de exercício. Isso ocorre devido aos estímulos potentes provocados pelo HIIT, os quais desencadeiam adaptações nos sistemas centrais e periféricos do corpo, envolvendo a captação, transporte e utilização de oxigênio. Essas adaptações culminam na melhoria do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), que é um indicador crucial da capacidade cardiorrespiratória (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013). Uma das vantagens notáveis do treinamento intervalado em relação aos métodos de treinamento que envolvem esforços contínuos e moderados é a eficiência no tempo dedicado aos exercícios. O HIIT permite realizar grandes quantidades de exercícios de alta intensidade em períodos relativamente curtos. Essa eficiência temporal torna o HIIT atraente para aqueles que têm restrições de tempo, mas desejam obter benefícios para a saúde e o condicionamento físico, além disso, o HIIT oferece manipulação de sobrecarga gratuita, permitindo adaptações de acordo com as necessidades individuais de cada atleta (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013). Essa capacidade de ajuste pode incluir: • Aumento do número total de séries: Realize mais séries de exercícios para aumentar a carga total de treinamento. • Intensidade de cada série: ajuste a intensidade de cada série para fornecer um desafio adicional. • Tempo sob Esforço em cada série: Varie a duração do esforço em cada série para modificar a carga de trabalho. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111 • Diminuição do intervalo entre as séries: Reduzir o tempo de recuperação entre as séries para intensificar o treinamento. Essas descobertas tornam o HIIT uma abordagem adaptável e personalizável para atender às metas e capacidades individuais de cada praticante. A capacidade de gerar sobrecarga de maneira flexível é uma característica fundamental que contribui para a eficácia e popularidade do treinamento intervalado de alta intensidade (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013). O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) possui várias subdivisões e protocolos que podem ser adaptados de acordo com diferentes simulações de intensidade de trabalho e duração da série (BATACAN et al., 2017). Algumas categorias comuns de protocolos HIIT incluem: Nota: Categorias comuns de protocolos HIIT Fonte: A autora Além disso, os protocolos HIIT podem ser classificados com base no volume de trabalho, considerando o tempo total de duração da sessão (BATACAN et al., 2017): ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112 Nota: Volume de trabalho de protocolos HIIT Fonte: A autora Em termos de periodização, a duração da intervenção HIIT também pode ser categorizada como de longo prazo (≥ 12 semanas) ou de curto prazo (< 12 semanas). Essa distinção considera o planejamento a longo prazo do treinamento, onde o HIIT pode ser incorporado como parte de um programa de condicionamento físico mais abrangente. Uma variedade de protocolos HIIT oferece liberdade aos praticantes e treinadores, permitindo a personalização de acordo com metas individuais, preferências e níveis de condicionamento físico (BATACAN et al., 2017). Certamente, o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), apesar de ter suas raízes no treinamento de corredores, pode ser adaptado e aplicado a uma ampla variedade de modalidades esportivas e tipos de exercícios. Suas descobertas o tornam uma opção viável para atletas de diferentes esportes e para pessoas envolvidas em diversas formas de atividade física. Além da corrida em esteira ou pista, e do ciclismo em bicicleta ergométrica, o HIIT pode ser implementado com sucesso em diversas outras modalidades, incluindo exercícios calistênicos, artes marciais, gestos esportivos específicos e treinamento em circuitos (CAO; QUAN; ZHUANG, 2019). A adaptabilidade do HIIT permite que ele seja ajustado para atender às necessidades e objetivos específicos de cada atleta ou praticantede exercícios. A variação de exercícios e a aplicação de diferentes modalidades mantêm o treinamento interessante e desafiador. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113 9.1.1 Benefícios do HIIT Quando avaliada a melhoria da condição cardiorrespiratória comparado ao treinamento contínuo moderado, o HIIT apresentou melhores resultados em termos de efetividade e eficiência. A prática desse estilo de treinamento também está associada ao controle glicêmico e melhora da aptidão cardiorrespiratória, redução do índice de massa corporal, peso corporal e gordura total em indivíduos com diabetes tipo 2. Em indivíduos hipertensos ou pré - hipertensos e em indivíduos com insuficiência cardíaca, o HIIT também apresentou melhores resultados para redução da pressão e aumento da aptidão cardiorrespiratória, quando comparado com o treinamento contínuo moderado. Além desses benefícios o HITT apresenta excelentes resultados em indivíduos com apneia obstrutiva do sono, sendo inclusive utilizado como tratamento não farmacológico da mesma (KARLSEN et al., 2017; COSTA et al., 2018; GOMES NETO et al., 2018; CAO; QUAN; ZHUANG, 2019; LIU et al., 2019). ISTO ESTÁ NA REDE A associação entre atividade física e redução das chances de distúrbios do sono é uma descoberta significativa. A prática regular de atividade física, especialmente de intensidade vigorosa, tem sido consistentemente relacionada a uma variedade de benefícios para a saúde, incluindo melhorias no sono. 10.1136/bmjsem-2016-000155 9.1.2 Variáveis de controle do HIIT A prescrição do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) envolve a manipulação de diversas variáveis para adaptar o programa às necessidades e objetivos específicos de cada indivíduo. A personalização dessas variações é fundamental para maximizar os benefícios do treinamento e garantir a segurança e eficácia (VIANA- GOMES et al., 2016). Aqui estão algumas das principais variáveis que podem ser manipuladas na prescrição do HIIT: • Intensidade do esforço: Refere-se à intensidade durante os períodos de trabalho. Pode ser ajustado com base nas taxas de esforço percebido, frequência cardíaca, velocidade, carga ou outros indicadores específicos de cada modalidade de exercício. https://doi.org/10.1136%2Fbmjsem-2016-000155 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114 • Intensidade e duração do intervalo de trabalho: Determina o tempo e a intensidade dos esforços realizados durante o HIIT. Intervalos curtos e intensos podem ser intercalados com intervalos mais longos e menos intensos, dependendo do protocolo escolhido. • Intensidade durante o intervalo de Recuperação: Estabelece a intensidade dos períodos de descanso ou recuperação entre os esforços. A duração e a intensidade desses intervalos afetam a capacidade de recuperação e adaptação fisiológica. • Duração da recuperação: Define o tempo dedicado à recuperação entre os esforços. Pode variar de curto a longo prazo, influenciando a intensidade do treino e a capacidade de manter a qualidade do esforço ao longo da sessão. • Modalidade de exercício: Refere-se ao tipo de atividade realizada durante os períodos de trabalho. Pode incluir corrida, ciclismo, exercícios calistênicos, natação, entre outros, dependendo das preferências e objetivos do praticante. • Número de repetições em Cada Série: Define quantos ciclos de trabalho e recuperação compõem uma série. Variações no número de repetições podem afetar a intensidade total do treino. • Número de séries: Determina a quantidade total de séries realizadas em uma sessão de treinamento. Pode ser ajustado com base na carga total desejada. • Tempo para recuperação entre as séries: Estabelece o tempo dedicado à recuperação entre as séries. Pode influenciar a capacidade de manter a intensidade ao longo da sessão. A manipulação dessas variáveis permite que o HIIT seja adequado para atender a diferentes objetivos, níveis de condicionamento físico e preferências individuais. A entrega personalizada é crucial para otimizar os benefícios do treinamento e minimizar o risco de lesões (VIANA-GOMES et al., 2016). 9.1.2 Variáveis a serem consideradas no planejamento de uma sessão de HIIT 9.1.2.1 Modalidade A modalidade de exercício refere-se ao tipo específico de atividade física realizada em uma sessão de treinamento. A escolha da modalidade é uma parte crucial do processo de prescrição do treinamento, pois influencia diretamente a adaptação fisiológica, a motivação do praticante e a eficácia geral do programa de exercícios. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115 Ao planejar uma sessão de treinamento, a modalidade deve ser selecionada levando em consideração diversos fatores, como o nível de exigência, preferências individuais, experiência, limitações físicas, potencialidades e a natureza específica da modalidade esportiva, quando aplicável. 9.1.2.2 Intensidade do esforço A intensidade do esforço é uma variável crucial no treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), sendo considerada a principal característica dessa modalidade. Controlar a intensidade é essencial para atingir os níveis desejados de estímulo fisiológico que promovem adaptações benéficas ao exercício, enquanto ainda garante que o praticante consiga completar a sessão de treinamento com um risco mínimo de lesão devido ao esforço excessivo. 9.1.2.3 Duração do tempo de esforço A duração do esforço, ou seja, o tempo em que ocorre a atividade física intensa durante cada momento de exercício, é uma variável essencial na prescrição do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Diferentes protocolos de HIIT podem ser ajustados em termos de duração do esforço, períodos de recuperação e número total de repetições, permitindo adaptações específicas para diversos objetivos. Quando o objetivo do treinamento é aumentar a potência aeróbica e o consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), a literatura científica geralmente sugere que o tempo de trabalho deve ser superior a 60 segundos em cada estímulo. Isso está alinhado com o conceito de HIIT de longa duração, que envolve períodos mais extensos de exercício intenso seguidos por interrupções de recuperação. Esses protocolos de longa duração podem ser particularmente eficazes para melhorar a capacidade aeróbica e a resistência. É importante notar que diferentes estudos e pesquisas podem usar variações nos protocolos de HIIT, e as especificações específicas podem variar. Além disso, a individualização da prescrição é fundamental, pois as respostas ao treinamento podem variar de pessoa para pessoa. 9.1.2.4 Intensidade do esforço durante a recuperação O período de descanso durante o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é uma variável que pode ser modulada de acordo com os objetivos específicos de ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 116 cada sessão de treinamento. Essa flexibilidade no protocolo permite a adaptação do HIIT para diferentes propósitos, como melhorar a resistência, aumentar a potência aeróbica ou promover adaptações específicas. O descanso pode ser dividido em duas abordagens principais: equilíbrio passivo e descanso ativo. Repouso Passivo: Durante o descanso passivo, o praticante se abstém de qualquer atividade física e permite que o corpo se recupere completamente. Isso geralmente envolve descanso total entre os períodos de esforço. O repouso passivo permite uma recuperação mais completa, mas pode resultar em sessões de treinamento mais longas. Repouso Ativo: No descanso ativo, o praticante realiza uma atividade de baixa intensidade, como caminhada leve ou pedalada suave, durante os intervalos de recuperação. Isso mantém um fluxo sanguíneo ativo, auxilia na remoção de metabólitos e facilita uma transição mais suave para o próximo período de esforço. O repouso ativo é frequentementeutilizado para otimizar o tempo de treinamento e promover uma recuperação mais dinâmica. Ao utilizar a frequência cardíaca como meio de controle de intensidade, estabelecer uma faixa específica de lesões cardíacas durante o intervalo de recuperação é uma estratégia eficaz. Isso garante que a recuperação não seja total, mantendo uma carga fisiológica constante ao longo da sessão de treinamento. Ao longo das repetições dentro de uma série, é esperado que a intensidade e o grau de esforço sejam progressivamente maiores, promovendo assim adaptações fisiológicas. 9.1.2.5 Duração do intervalo de repouso A duração do intervalo, ou seja, o tempo de descanso entre os períodos de esforço durante o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), é uma variável crítica que afeta a intensidade global da sessão de treinamento. A relação entre trabalho e descanso é um componente essencial na prescrição do HIIT, e diferentes relações podem ser utilizadas com base nos objetivos, no nível de condicionamento físico e nas características dos indivíduos dos praticantes. A proporção de trabalho e segurança geralmente recomendada para o HIIT é de 1:1, o que significa que o tempo de descanso é igual ao tempo de esforço. Por exemplo, se um período de trabalho intenso dura 30 segundos, o período de repouso também seria de 30 segundos. No entanto, para sujeitos iniciantes, não adaptados a treinamentos de alta intensidade ou para objetivos específicos, a proporção entre trabalho e descanso pode ser ajustada. É comum aplicar proporções como 1:2 ou ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117 1:3, o que significa que o tempo de repouso é duas ou três vezes maior que o tempo de esforço, respectivamente. Essas situações mais longas de recuperação ajudam a reduzir a intensidade percebida e fornecem um período mais amplo para recuperação entre os esforços intensos. No exemplo específico de usar a frequência cardíaca como meio de controle, o tempo de segurança padrão é o necessário para que a frequência cardíaca atinja aproximadamente 120 a 130 batimentos por minuto. Essa abordagem garante que a recuperação seja suficiente para manter a intensidade desejada durante os períodos de esforço subsequentes. É importante ajustar a duração do intervalo de acordo com os objetivos individuais, a resposta ao treinamento e a capacidade de recuperação de cada pessoa. A manipulação de cuidados com essas variáveis contribui para a individualização eficaz do programa de HIIT, maximizando os benefícios do treinamento e minimizando o risco de lesões ou fadiga excessiva. 9.1.2.6 Número de séries O número de séries reflete a quantidade de repetições de esforços realizados em uma única sessão de treinamento HIIT, sendo esta uma variável crucial que influencia diretamente o volume total de trabalho e a intensidade percebida ao longo de uma sessão de treinamento. A manipulação do número de séries é uma estratégia importante para adaptar o protocolo de treinamento com base nos objetivos específicos, no nível de condicionamento do atleta e nas respostas individuais ao estímulo. Alguns exemplos de manipulação do número de séries incluem: Séries com estímulos curtos e intervalos maiores: Uma série pode consistir em vários estímulos curtos (por exemplo, 20 segundos) seguidos por um intervalo de recuperação mais longo (por exemplo, 40 segundos). Esse formato é comum em protocolos de HIIT de curta duração. Séries com estímulos longos e intervalos mais curtos: Para protocolos de HIIT de longa duração, uma série pode envolver estímulos mais longos (por exemplo, 2 minutos) com intervalos de recuperação mais curtos (por exemplo, 1 minuto). O número de séries afeta diretamente o nível de fadiga acumulada ao longo da sessão de treinamento. Aumentar o número de séries pode resultar em uma carga de trabalho total mais elevada, promovendo adaptações fisiológicas mais intensas. No entanto, é importante equilibrar o volume de treinamento com a capacidade de recuperação individual, evitando o risco de overtraining. A escolha do número de séries também dependerá dos objetivos específicos do treinamento, como melhoria da resistência aeróbica, aumento da capacidade anaeróbica ou otimização da queima de gordura. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118 9.1.2.7 Duração das séries A programação da duração das séries no treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é uma parte crucial do processo de planejamento da sessão de treinamento. O HIIT é conhecido por ser uma modalidade de treinamento curta, geralmente concluída em poucos minutos. A manipulação adequada da duração das séries, juntamente com outras variáveis de tempo, é essencial para estabelecer o tempo total da sessão e garantir que os objetivos de treinamento sejam alcançados. A duração das séries pode variar dependendo dos protocolos específicos do HIIT adotados, dos objetivos individuais e do nível de condicionamento físico do praticante. 9.1.2.8 Tempo entre as séries A duração entre as séries é uma variável importante no treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) e desempenha um papel crucial na recuperação do organismo para enfrentar um novo estímulo de alta intensidade. O ritmo entre as séries é projetado para permitir que o praticante recupere uma quantidade adequada de energia e reduza o cansaço antes de iniciar a próxima série. A prática comum é estabelecer um tempo de recuperação entre as séries que seja maior do que o tempo entre os exercícios individuais. Essa abordagem ajuda a garantir uma recuperação mais completa e a manutenção de uma intensidade de esforço desejada durante cada série. A manipulação de cuidados dessa variável é fundamental para melhorar o desempenho ao longo da sessão de treinamento. 9.1.2.9 Intensidade de recuperação entre as séries O papel do treinamento de recuperação nos protocolos de intervalo de alta intensidade (HIIT) é uma análise crucial para melhorar as adaptações ao treinamento. O estudo referenciado, realizado por Schoenmakers, Hettinga e Reed em 2019, examina a literatura existente para entender como a duração da recuperação influencia as respostas agudas e o impacto a longo prazo na adaptação ao HIIT. Os resultados do estudo indicaram que a duração da recuperação teve um papel significativo nos protocolos HIIT, com implicações diferentes para diferentes modalidades de exercício, como corrida, ciclismo e natação. Aqui estão alguns pontos-chave destacados pelo estudo: • Treinamento de Sprint Repetido (RST) e Treinamento Intervalado de Sprint (SIT): Intervalos de recuperação mais longos (≥ 80 segundos) facilitam cargas de trabalho mais altas em intervalos de trabalho subsequentes. No entanto, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119 interrupções de recuperação mais longas podem reduzir o estímulo aeróbico da sessão de treinamento. • Treinamento Intervalado Aeróbico (AIT): Na modalidade AIT, a tensão fisiológica totalmente suportada pelo protocolo de treinamento parece não ser modulada pelos intervalos de recuperação, a menos que a duração da recuperação seja muito curta. Esses resultados sugerem que a duração da recuperação é uma variável importante na prescrição do HIIT e que sua manipulação pode ter implicações específicas para os diferentes objetivos de treinamento. A individualização do protocolo, considerando a modalidade de exercício e os objetivos do praticante, é essencial para melhorar os benefícios do HIIT. 9.1.3 Métodos de prescrição do HIIT A prescrição do exercício HIIT é de fato complexo, e a individualização é crucial para atender às necessidades específicas de cada atleta. Para simplificar e padronizar, são adotadas nomenclaturas comuns. De acordo com Weston, Wisloff e Coombes (2014), os dois tipos básicos de treinamento intervalado são: • Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Definidopor esforços “submáximos” realizados em intensidades acima de 80% da frequência cardíaca máxima. Esse tipo de HIIT envolve períodos de trabalho de alta intensidade seguidos por períodos de recuperação ou exercícios menos intensos. Podem incluir diferentes modalidades de exercício, como corrida, ciclismo, natação e exercícios calistênicos. • Treinamento Intervalado de Sprints (SIT): Caracterizado pela realização de exercícios em intensidades iguais ou superiores ao ritmo de corrida associado ao VO2 máximo. Esses esforços são descritos como “supra máximos”, indicando uma intensidade que vai além do esforço máximo sustentável por um longo período. As interrupções de trabalho são frequentemente muito curtas, com períodos de recuperação relativamente mais longos. A distinção entre HIIT e SIT é baseada principalmente na intensidade do esforço e no ritmo associado ao VO2 máximo. Ambas as formas de treinamento intervalado demonstraram eficácia em melhorar o condicionamento físico, aumentar a capacidade ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 120 aeróbica e promover adaptações metabólicas positivas. É importante que os protocolos de treinamento sejam adaptados às características individuais dos atletas, levando em consideração o nível de condicionamento físico, as metas específicas de treinamento e a tolerância ao esforço. Essa abordagem individualizada maximiza os benefícios do HIIT para cada praticante (MACINNIS; GIBALA, 2017). Como mencionado anteriormente, o Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) não possui protocolos fixos ou obrigatórios, com tempos de esforço, descanso ou exercícios específicos. O principal objetivo é atingir alta intensidade durante os períodos de esforço e garantir a recuperação adequada após cada série de exercícios. Abaixo, estão alguns dos protocolos mais usados atualmente, tanto por atletas como por praticantes recreativos: • Protocolo Tabata (TABATA et al.,1996): Criado por Izumi Tabata. Consiste em 8 ciclos de esforço em intensidade máxima, durante 20 segundos. Intervalo de recuperação de 10 segundos entre cada ciclo. • Protocolo Gibala (LITTLE et al.,2010): Desenvolvido por Martin Gibala. Compreende 8 a 12 ciclos de esforço máximo, durante 60 segundos cada. Intervalo de recuperação de 75 segundos entre cada ciclo. • Protocolo Wisloff (WISLOFF et al.,2007): Consiste em 4 séries de 4 minutos de estímulo em intensidade de 90 a 95% da frequência cardíaca máxima. Intervalo de recuperação de 3 minutos entre cada série. • Protocolo Wingate: Desenvolvido na década de 1970 no Instituto Wingate, em Israel (BAR-OR, 1987). Realizado exclusivamente em um cicloergômetro. Duração de 30 segundos, onde o indivíduo pedala o mais rápido possível contra uma resistência fixa. Cada protocolo tem suas próprias características, como duração dos períodos de esforço, intensidade e tempo de recuperação. A escolha do protocolo dependerá dos objetivos específicos do treinamento, das preferências individuais e do nível de condicionamento físico. É sempre aconselhável adotar os protocolos com base nas necessidades e capacidades individuais, e a supervisão de um profissional de saúde ou treinador é recomendada ao iniciar qualquer programa de treinamento HIIT. A questão do risco de lesões em programas de treinamento é crucial e a literatura científica destaca a importância de abordagens equilibradas para minimizar o risco de supertreinamento (overtraining). O supertreinamento pode levar a lesões e outros ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121 problemas de saúde, e a prevenção é fundamental para a segurança e eficácia a longo prazo. Essas estratégias visam promover um treinamento seguro e sustentável, minimizando o risco de lesões associadas ao supertreinamento. É sempre preciso consultar profissionais de saúde ou treinadores ao desenvolver e ajustar programas de treinamento, garantindo uma abordagem personalizada e segura para cada indivíduo. Conforme abordado no capítulo, o HIIT é um método de treinamento que tem se demonstrado muito efetivo altamente na promoção da saúde e no aumento do desempenho, destacando-se também pela sua efetividade, visto que praticando o HIIT de forma adequada, pequenos períodos de treinamento são suficientes para promover adaptações. Diante disso, o profissional de educação física possui no HIIT uma excelente forma de treinamento, que quando prescrito de forma correta, certamente trará resultados positivos para seus alunos. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 122 CAPÍTULO 10 MODALIDADES AQUÁTICAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre a prática de atividades físicas em ambientes aquáticos, começando pela história na evolução humana, remontando aos tempos primitivos. Inicialmente, o homem primitivo nadava por necessidade, seja para garantir a sobrevivência, buscar alimentos e caça, ou mesmo para escapar de perigos em terra firme (CATTEU, 1990). Ao longo do tempo, especialmente nas antigas civilizações grega e romana, o ambiente aquático adquiriu novos significados e usos. Nessa época, a água começou a ser amplamente utilizada para atividades recreativas e medicinais (SKINNER; THOMPSON, 1985). Essa transição reflete uma mudança na percepção e no papel da água na vida cotidiana, passando de um elemento essencial para a sobrevivência para um ambiente que também proporciona prazer e benefícios terapêuticos. A prática de atividades físicas na água tem vantagens únicas devido às propriedades físicas desse meio. A resistência da água oferece um desafio adicional aos exercícios, fortalecendo os músculos de maneira diferente em comparação com atividades terrestres. Além disso, a flutuação proporciona suporte ao corpo, reduzindo o impacto nas articulações e permitindo a participação de pessoas com diferentes níveis de condicionamento físico. No contexto contemporâneo, as atividades aquáticas tornaram-se uma parte integrante de programas de exercícios em muitos lugares, sendo praticadas não apenas por razões recreativas, mas também como uma forma eficaz de reabilitação e condicionamento físico. Piscinas e ambientes aquáticos são frequentemente utilizados para aulas de natação, hidroginástica, hidroterapia e outras modalidades que aproveitam os benefícios únicos desse meio. 10.1 Hidroginástica A hidroginástica é uma modalidade de exercício físico praticada em meio aquático, geralmente em piscinas, e combina elementos de ginástica, alongamento e movimentos ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123 aeróbicos. Sua origem histórica remonta às décadas de 1950 e 1960, quando os benefícios do exercício aquático começaram a ser reconhecidos. A prática da hidroginástica oferece diversas vantagens em relação aos exercícios em terra firme. A resistência da água proporciona um ambiente de baixo impacto, o que reduz o risco de lesões articulares e musculares. Além disso, a água proporciona suporte, permitindo que pessoas com diferentes níveis de condicionamento físico participem da atividade. A estruturação de uma aula de hidroginástica segue uma sequência comum, composta por aquecimento, parte principal e volta à calma. O aquecimento inclui exercícios de alongamento para preparar o corpo para a atividade física. A parte principal da aula pode envolver treinamento aeróbio, com movimentos que aumentam a frequência cardíaca, e treinamento localizado, visando fortalecer grupos musculares específicos. A volta à calma inclui relaxamento e alongamento final para promover o relaxamento muscular e a flexibilidade. A metodologia para o planejamento das aulas de hidroginástica deve ser segura, criativa e eficaz. É importante adaptar os exercícios de acordo com o nível de condicionamento físico dos participantes e garantir que a prática seja inclusiva para diferentes gruposde pessoas. É relevante destacar que a hidroginástica geralmente não apresenta contra indicações significativas, sendo uma opção acessível para uma ampla variedade de públicos. Estudos têm demonstrado a eficácia dessa modalidade em benefícios como melhora na resistência cardiovascular, fortalecimento muscular e promoção da saúde geral. Portanto, a hidroginástica é uma alternativa interessante para quem busca uma atividade física que combine os benefícios do exercício com a segurança proporcionada pelo meio aquático. 10.1.1 Histórico e peculiaridades sobre a Hidroginástica A hidroginástica, também conhecida como ginástica aquática ou aquaeróbica, tem suas raízes na utilização recreativa e terapêutica de atividades aquáticas. Antigamente, esses movimentos eram realizados de forma informal, mas ao longo do tempo, evoluíram para se tornar uma modalidade específica de exercício. A prática da hidroginástica é caracterizada pelo uso do meio líquido para melhorar a aptidão física (FERNANDES, 2011). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124 Nota: Imagem de uma aula de Hidroginástica Fonte: https://images.app.goo.gl/JN6fdQSqkQrZGbAT A origem da hidroginástica remonta à civilização romana entre os anos 460 e 375 a.C., quando os banhos eram considerados sagrados e tinham propósitos terapêuticos, como forma de hidroterapia. Nos séculos XVIII e XIX, na Europa, os banhos mornos foram utilizados como hidroterapia para recuperação e alívio de espasmos musculares. Posteriormente, as temperaturas da água foram variadas, aprofundando o estudo sobre as propriedades físicas da água (FERNANDES, 2011). A hidroginástica derivou da hidroterapia, originada na Alemanha para atender pessoas que precisavam realizar exercícios físicos de maneira segura, sem risco de lesões. Inicialmente, as aulas eram semelhantes à ginástica aeróbica, introduzida no Brasil no final dos anos 1980, com os idosos sendo os primeiros participantes, atraídos pelo baixo risco de lesão. A diferença entre hidroterapia e hidroginástica reside no fato de que a hidroterapia é uma reabilitação individual para tratar lesões osteomusculares, enquanto a hidroginástica, além de herdar os fins terapêuticos da hidroterapia, possui um caráter descontraído, envolvendo música, diversão e prevenção de doenças (FERNANDES, 2011). https://images.app.goo.gl/JN6fdQSqkQrZGbATA https://images.app.goo.gl/JN6fdQSqkQrZGbAT ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125 Nota: Exercício realizado na prática da Hidroterapia Fonte: https://images.app.goo.gl/M4GTCxadmWmgB3QK9 Uma das principais particularidades da hidroginástica é o impacto direto das propriedades da água nos objetivos da prática. A ação muscular dentro da água é concêntrica, e a ocorrência de dor muscular pós-exercício é rara. Além disso, a redução do impacto permite a exploração de exercícios com saltos sem o estresse articular associado ao solo (GAlDI, 2004). A hidroginástica proporciona o aprimoramento da aptidão física, incluindo força, flexibilidade, resistência muscular localizada e coordenação. Além disso, promove a sociabilização, sendo uma atividade procurada por idosos devido aos benefícios, como redução da frequência cardíaca, aumento do VO2 máximo, massa muscular, amplitude articular, bem-estar físico e psíquico, e melhora da função cognitiva (SOUTO, 2016). Em resumo, a hidroginástica é hoje uma modalidade fundamentada no conceito de fitness, visando melhorias na saúde fisiológica, funcional, mental e no bem-estar geral, além de promover a socialização entre seus praticantes. 10.2 Hidrobike A Hidrobike, embora seja uma prática relativamente recente e pouco difundida nas atividades aquáticas brasileiras, oferece uma abordagem inovadora e eficaz para o exercício físico. Introduzida no Brasil no ano de 2002, essa modalidade utiliza uma bicicleta estacionária feita de aço inoxidável, sem regulagem de carga, com a intensidade do exercício https://images.app.goo.gl/M4GTCxadmWmgB3QK9 https://images.app.goo.gl/M4GTCxadmWmgB3QK9 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126 sendo determinada pela velocidade da pedalada. A água desempenha um papel crucial na Hidrobike, atuando como resistência ao movimento em conjunto com as pás das pedaleiras e o pedal da bicicleta. Conforme definido por Martinez (2007), a Hidrobike é uma aula coletiva de exercício físico na água, focada principalmente na tonificação muscular dos membros inferiores, com ações simultâneas nos membros superiores. Durante a aula, os participantes realizam exercícios sobre uma bicicleta especial, seguindo o ritmo da música e os movimentos indicados pelo instrutor, simulando o perfil de uma aula de ciclismo. De acordo com Robles e Sánchez (2010), a prática da Hidrobike na água aproveita as propriedades físicas desse meio, como a flutuação, a pressão hidrostática e a maior resistência ao movimento devido à densidade da água em comparação com o ar. Isso resulta em benefícios, como o fortalecimento da musculatura dos membros inferiores (principalmente pernas e glúteos), baixo risco de lesões articulares e musculares, melhora da capacidade respiratória e redução da sobrecarga, especialmente na coluna vertebral, joelhos e tornozelos. Além disso, a prática da Hidrobike contribui para a redução da frequência cardíaca em comparação com o mesmo esforço realizado fora da água, proporcionando um exercício cardiovascular eficaz com menor impacto. Em termos de gasto calórico, em 45 minutos de prática, estima-se uma perda de 250 a 400 calorias (MARTINEZ, 2007), o que a torna uma opção atrativa para aqueles que buscam a redução de peso. A hidrobike combina a eficácia do ciclismo com os benefícios únicos do ambiente aquático, oferecendo uma alternativa interessante e eficiente para o condicionamento físico e a tonificação muscular. Nota: Imagem de uma aula de Hidrobike Fonte: https://images.app.goo.gl/EPD8xDgAk73hWWZ68 https://images.app.goo.gl/EPD8xDgAk73hWWZ68 https://images.app.goo.gl/EPD8xDgAk73hWWZ68 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127 10.3 Hidrobike O Hidro Jump é uma adaptação da modalidade convencional de jump para o ambiente aquático. Essa prática compartilha os mesmos objetivos e proposta metodológica do jump fit, mas apresenta modificações nos exercícios para se adequar ao meio aquático. O diferencial do Hidro Jump reside na resistência oferecida pela água, que contrasta com o movimento, proporcionando uma abordagem única e desafiadora para o exercício. Conforme destacado por Anjos et al. (2006) e Anjos, Leite, Alonso, Gonçalves, & Padovani (2007), o Hidrojump mantém os objetivos gerais do jump fit, que incluem melhoria do condicionamento cardiovascular, fortalecimento muscular, coordenação motora e queima de calorias. No entanto, as modificações nos exercícios são necessárias para levar em consideração as características do ambiente aquático. Ao realizar o Hidrojump, os participantes utilizam mini trampolins dentro da água, e os movimentos são adaptados para aproveitar a resistência e as propriedades físicas da água, como flutuação e pressão hidrostática. Esses elementos adicionam um componente desafiador aos exercícios, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios específicos, como o fortalecimento da musculatura, especialmente nas pernas e no core, e a redução do impacto nas articulações (AQUATIC EXERCISE ASSOCIATION, 2014). O hidro Jump é uma alternativa dinâmica e eficaz para o exercício aquático, combinando a intensidade do jump fit com os benefícios únicos proporcionados pela água. Essa modalidade oferece uma opção divertida e desafiadora para aqueles que buscam uma abordagem diferenciada para o condicionamento físico, ao mesmo tempo em que desfrutam dos benefícios terapêuticos e de baixo impacto associados aos exercícios realizados na água. Nota: Imagem de uma aula deHidro Jump Fonte: https://images.app.goo.gl/LmTEe95cBE43K2877 https://images.app.goo.gl/LmTEe95cBE43K2877 https://images.app.goo.gl/LmTEe95cBE43K2877 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128 ANOTE ISSO A prática de atividades aquáticas oferece uma variedade de benefícios à saúde e ao bem-estar, tornando-a uma opção de exercício físico atrativo para pessoas de todas as idades. Dentre os inúmeros benefícios podemos destacar o baixo impacto nas articulações; a melhora na resistência cardiovascular; o fortalecimento muscular; o aumento da flexibilidade; o auxílio no controle de peso; a inclusividade por permitir que pessoas em diferentes níveis de aptidão física realizem exercícios em conjunto, além de todos esses benefícios, a prática de atividades aquáticas está associada a melhoras da saúde mental e todos esses benefícios são percebidas em todas as fases da vida, desde a infância até a velhice (AQUATIC EXERCISE ASSOCIATION- https://aeawave.org/Portals/0/Articles/Bergas_AquaticAllAges. pdf?ver=jORQwcqfDnfxVgKpS5EK3w%3d%3d×tamp=1692358186376 ) 10.4 Estrutura das aulas de ginástica aquática A elaboração do programa de ginástica aquática, se baseia nos princípios pedagógicos da Educação Física, com ênfase na melhoria do estado de saúde, aumento do tônus muscular, desenvolvimento e manutenção das qualidades físicas, bem como no aprimoramento do estado psicoemocional dos praticantes. Para atingir esses objetivos, é crucial adotar uma abordagem graduada e adaptável, considerando a diversidade de habilidades e condições dos participantes, com isso o programa de atividades aquáticas se tornará eficaz e abrangente, porém é necessário que o mesmo seja estruturado seguindo alguns pontos: • Individualidade e Diversidade: Reconhecer e respeitar as diferenças individuais em termos de habilidades físicas, experiência na água e condições de saúde. Adaptar as atividades de acordo com as necessidades específicas dos participantes, garantindo que todos possam progredir em seu próprio ritmo. • Progressão Gradual: Introduzir exercícios e técnicas de forma progressiva, começando com atividades mais simples e evoluindo para aquelas mais desafiadoras. Garantir que cada fase do programa prepare adequadamente os praticantes para os desafios subsequentes, construindo uma base sólida de habilidades. • Ênfase na Saúde Global: Integrar atividades que promovam não apenas o condicionamento físico, mas também o bem-estar mental e emocional dos participantes. Criar um ambiente positivo que incentive a interação social e o suporte emocional entre os praticantes. https://aeawave.org/Portals/0/Articles/Bergas_AquaticAllAges.pdf?ver=jORQwcqfDnfxVgKpS5EK3w%3d%3d×tamp=1692358186376 https://aeawave.org/Portals/0/Articles/Bergas_AquaticAllAges.pdf?ver=jORQwcqfDnfxVgKpS5EK3w%3d%3d×tamp=1692358186376 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129 • Variedade de Exercícios: Incorporar uma variedade de exercícios que abordam diferentes componentes do condicionamento físico, como resistência, força, coordenação e flexibilidade. Manter a diversidade para evitar monotonia, mantendo o interesse e a motivação dos praticantes. • Adaptação ao Meio Aquático: Colocar ênfase na adaptação ao meio aquático desde o início, incluindo atividades que desenvolvam habilidades de controle e equilíbrio na água. Permitir que os praticantes se familiarizem e se tornem confortáveis no ambiente aquático antes de progredir para exercícios mais desafiadores. • Acompanhamento Musical: A música é integrada à sessão para manter o interesse e facilitar a realização dos movimentos dentro do ritmo. • Avaliação Contínua: Implementar avaliações regulares para monitorar o progresso dos praticantes e ajustar o programa conforme necessário. Oferecer feedback construtivo para incentivar melhorias contínuas e manter a motivação. • Essa abordagem adaptável e progressiva contribui para a eficácia do programa de ginástica aquática, garantindo que seja acessível, motivador e benéfico para uma ampla gama de participantes, visto que a ginástica aquática é projetada para ser acessível a indivíduos com diferentes níveis de habilidade na natação. A ênfase na adaptação ao meio aquático permite a participação tanto de nadadores experientes quanto de iniciantes. Considera-se a inclusão de pessoas com diversos condicionamentos físicos, bem como aqueles com limitações devido a enfermidades que podem impedir a prática de atividades fora da água, especialmente devido ao impacto (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 10.4.1 Fases da Aula de Ginástica Aquática A aula de ginástica aquática é comumente estruturada em três fases sendo elas a parte preparatória, a parte principal e a parte final. A estruturação dessa abordagem em fases permite uma progressão lógica na aquisição de habilidades e adaptação ao meio aquático, contribuindo para uma experiência positiva e eficaz na ginástica aquática. A primeira fase, a parte preparatória é estruturada em aquecimento e adaptação onde o objetivo se baseia em permitir ao praticante adaptar-se às condições do meio aquático, formar reflexos específicos do aparelho cardiovascular e respiratório, além de auxiliar na termorregulação. Nessa fase é interessante que sejam trabalhadas atividades que abordem a execução de exercícios básicos de forma lenta e com ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130 grande amplitude de movimentos, com foco na facilitação da movimentação na água, proporcionando familiaridade com o ambiente e o desenvolvimento de reflexos e coordenação adaptados ao meio aquático. A segunda fase, a parte principal é o momento de intensificar a resistência, objetivando que o praticante realize uma adaptação e consequentemente um aumento das cargas físicas no meio aquático, aumentando a resistência e o gasto energético. Nessa fase são recomendados a realização de exercícios básicos com maior quantidade de repetições, aumento do ritmo e intensidade dos movimentos para criar uma maior área de resistência e desenvolvimento da capacidade de resistência e fortalecimento muscular. Ainda na segunda fase, é possível trabalhar com o treinamento e desenvolvimento do aluno, onde o objetivo pode ser estruturado para proporcionar treinamento específico para o desenvolvimento da força, flexibilidade, resistência e coordenação. Caso esse seja o objetivo é recomendado a realização de atividades que envolvam exercícios mais complexos que trabalhem diferentes grupos musculares, proporcionando o aumento do número de repetições, variações de ritmo e amplitude para intensificar o treinamento, dando enfoque na coordenação dos praticantes durante atividades mais desafiadoras, além de introduzir situações que promovam o desenvolvimento global das capacidades físicas. Na terceira fase, a parte final vai envolver a finalização gradual da aula, nesse momento é recomendado a realização de exercícios elementares e simples de baixa intensidade, onde deverá ocorrer uma redução do número de repetições para permitir um retorno gradual ao estado inicial. Nesse momento é importante também focar no relaxamento e no retorno do organismo a um estado de repouso, frisando a importância de promover um ambiente de relaxamento e bem-estar no final da aula (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018). Na figura abaixo temos um exemplo de organização de uma aula de ginástica aquática: Nota: Estrutura da aula de Ginástica Aquática Fonte: A autora - adaptado VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131 A parte musical da aula também deve acompanhar as fases da aula de ginástica, na figura a seguir seguem exemplos de exercícios seguindo o ritmo da música por batimentos por minutos (BPM). Note que na figura abaixo as partes de aquecimento, flexibilidade e relaxamento não ultrapassam os 120 BPM, enquanto na parteprincipal a maioria dos exercícios ultrapassam os 120 BPM. A batida da música, a intensidade, é muito importante para a estruturação da aula, visto que a música deve estar de acordo com o momento da aula em questão (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Nota: Ritmo do acompanhamento musical na aula de ginástica aquática Fonte: Vidal; Anic; Kerbej, 2018 10.4.1.1 Considerações a respeito da aula de ginástica aquática A prática de atividades físicas no meio aquático requer cuidados específicos, e o uso de vestimentas adequadas é fundamental. Sungas, maiôs e toucas são importantes não apenas por questões estéticas, mas também para proporcionar conforto e permitir a movimentação adequada no meio aquático. A ausência de acessórios como óculos e sapatilhas nas aulas de ginásticas aquáticas estão relacionadas à natureza da atividade. Em muitos casos, a água ajuda a suavizar os impactos nas articulações, tornando esses acessórios menos necessários. A temperatura da água é um fator crucial para garantir a eficácia e a segurança das atividades aquáticas. A faixa de temperatura recomendada de 28 a 31 graus Celsius é apropriada, pois temperaturas muito baixas podem dificultar a respiração e aumentar o risco de lesões, enquanto temperaturas muito altas podem levar à fadiga precoce. O ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132 uso de um banco ou outro acessório pelo professor para demonstrar os movimentos é uma prática comum em aulas aquáticas. Esses recursos auxiliam na clareza da instrução, permitindo que os participantes compreendam melhor os movimentos e realizem as atividades de forma mais eficaz (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Neste capítulo vimos sobre as práticas aquáticas de ginástica e como são versáteis e oferecem benefícios para uma ampla variedade de públicos. Ao compreender sua origem histórica, os elementos essenciais para a estruturação de aulas é possível criar experiências de exercícios aquáticos seguros, eficazes e inclusivos. O entendimento desses conceitos é vital para proporcionar a todos os praticantes uma abordagem personalizada e abrangente nas práticas aquáticas de ginásticas. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 133 CAPÍTULO 11 PRÁTICAS DE COMBATE DE ACADEMIA Caro aluno(a), neste capítulo será abordado sobre as práticas de combate em academia, trazendo desde os aspectos históricos das modalidades de combate até as aulas atuais. Será abordado os benefícios da modalidade, detalhamento de movimentos, e como estruturar uma aula dessa modalidade. Para iniciarmos é necessário ressaltar e entender sobre a prática de atividade física e a inatividade física. A relação entre a falta de atividade física e seus impactos negativos na saúde é um tema amplamente reconhecido. A rotina agitada, característica da vida moderna, muitas vezes leva as pessoas a negligenciar a prática regular de exercícios físicos, o que pode resultar em diversas consequências prejudiciais para a saúde física e mental. A redução da atividade física está associada a um aumento na incidência de obesidade e doenças cardiovasculares. Além disso, a saúde mental também é afetada, com a diminuição da autoestima, sociabilidade e o aumento de problemas como depressão, ansiedade e estresse. Esses impactos negativos ressaltam a importância de promover hábitos de vida mais saudáveis, incluindo a prática regular de atividades físicas. Dados do American College of Sports Medicine (ACSM) evidenciam a relação positiva entre a prática regular de exercícios físicos e uma melhor qualidade de vida, além de uma redução na taxa de mortalidade na população adulta. Isso destaca a importância de conscientizar as pessoas sobre os benefícios do exercício físico para a saúde global. Diante desse cenário, programas e campanhas de promoção da atividade física desempenham um papel fundamental ao encorajar as pessoas a adotarem um estilo de vida mais ativo. Essas iniciativas têm como objetivo conscientizar sobre os benefícios do exercício físico e incentivar a prática regular, seja em academias ou em espaços públicos. Nesse contexto, as práticas de combate em academia surgem como uma alternativa atrativa e envolvente para fidelizar e conscientizar os praticantes. Ao unir o exercício físico a uma atividade divertida e prazerosa, as academias de combate proporcionam uma abordagem que pode tornar a prática de exercícios mais acessível e motivadora ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 134 para um público mais amplo. Portanto, é essencial continuar investindo em programas e estratégias que incentivem a atividade física, visando não apenas a melhoria da saúde física, mas também o bem-estar mental e emocional da população. Em resumo, este capítulo destaca a relevância da atividade física, especificamente nas práticas de combate, oferecendo uma visão abrangente das modalidades disponíveis e orientações práticas para a produção de aulas eficazes. Ao compreender os benefícios físicos e mentais proporcionados pelas práticas de combate, é possível promover um estilo de vida ativo e saudável entre os praticantes. 11.1 Características e benefícios das práticas de combate 11.1.1 Lutas e práticas de combate: origens e atualidade As lutas e as práticas de combate, inicialmente concebidas como métodos de defesa pessoal, encontram-se presentes nas academias como uma forma de atividade física rica em benefícios (FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2011). Estas englobam não apenas atletas experientes, mas também oferecem uma alternativa atrativa para aqueles que buscam uma atividade física prazerosa, capaz de promover ganhos tanto na saúde física quanto na mental, enquanto proporciona uma oportunidade valiosa de socialização entre os praticantes (DOURIS ET AL., 2004; GARBER ET AL., 2011). 11.1.2 Objetivos e motivações para as práticas de combate Indivíduos procuram essas modalidades visando melhorias na saúde e no condicionamento físico, compreendido como o estado funcional do corpo para tolerar atividades específicas (JONES; MACKAY; PETERS, 2006). A aptidão física, um componente crucial, é aprimorada por meio de programas de exercícios planejados, intencionais e regulares (ROBERGS; ROBERTS, 2002). Este conceito abrange diferentes componentes inter-relacionados, como composição corporal, aptidão aeróbica, força muscular e flexibilidade, todos influenciando a saúde física e mental (ACSM, 2000). 11.1.3 Componentes da aptidão física e seus impactos na saúde A imagem a seguir destaca a relação entre os diversos componentes da aptidão física e a melhoria da saúde física e mental. Na dimensão morfológica, a atividade física regular contribui para melhorias na composição corporal, resultando em emagrecimento devido ao déficit calórico gerado por exercícios de moderada a alta intensidade. Além ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135 disso, a distribuição da gordura corporal é modificada, promovendo aumento da massa magra e muscular através de exercícios específicos. Nota: Fluxograma que relaciona a aptidão física com a saúde Fonte: Adaptada de Guedes e Guedes (1995) 11.1.4 Interconexão dos componentes de aptidão física Cada componente (composição corporal, aptidão aeróbica, força e resistência muscular e flexibilidade) desempenha um papel interdependente. Por exemplo, a melhoria na composição corporal contribui para o aumento da massa muscular, enquanto a aptidão aeróbica impacta diretamente a capacidade cardiorrespiratória. O entendimento dessa interconexão reforça a importância de abordagens integradas em programas de exercícios físicos. Em suma, as práticas de combate nas academias não apenas representam uma forma eficaz de atividade física, mas também oferecem um caminho para a melhoria da saúde física e mental, destacando a interdependência dos diversos componentes da aptidão física (GUEDES E GUEDES, 1995).ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136 11.1.5 Interconexão dos componentes de aptidão física Cada componente (composição corporal, aptidão aeróbica, força e resistência muscular e flexibilidade) desempenha um papel interdependente. Por exemplo, a melhoria na composição corporal contribui para o aumento da massa muscular, enquanto a aptidão aeróbica impacta diretamente a capacidade cardiorrespiratória. O entendimento dessa interconexão reforça a importância de abordagens integradas em programas de exercícios físicos. Em suma, as práticas de combate nas academias não apenas representam uma forma eficaz de atividade física, mas também oferecem um caminho para a melhoria da saúde física e mental, destacando a interdependência dos diversos componentes da aptidão física (GUEDES E GUEDES, 1995). 11.1.6 Benefícios cardiovasculares e funcionais da prática de combate As práticas de combate, em geral, estão intrinsecamente ligadas a melhorias na função cardiorrespiratória, uma dimensão funcional-motora essencial para a saúde geral. Esses ganhos fundamentam-se nos princípios de frequência, intensidade, duração e tipo de atividade, com foco em componentes de natureza aeróbica (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018). Independentemente da modalidade de combate escolhida, o trabalho na função cardiorrespiratória é uma constante, variando em intensidade. Modalidades como aero kickboxing ou body combat destacam-se por promoverem resistência cardiopulmonar. Essas práticas envolvem uma variedade de exercícios aeróbicos de moderada a alta intensidade, incluindo golpes de braço e pernas, saltos e marchas. Essa abordagem resulta na diminuição do risco cardiovascular e na eliminação do sedentarismo ((VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 11.1.7 Ganhos na função musculoesquelética Na dimensão funcional-motora, especificamente na função musculoesquelética, as práticas de combate oferecem ganhos significativos. A utilização de exercícios visa o desenvolvimento de força e resistência muscular, seguindo o princípio da sobrecarga. Isso implica aumentar a resistência ao movimento, manipular a frequência ou a duração de atividades específicas e incorporar exercícios dinâmicos ou estáticos (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). O treinamento de força nas práticas de combate demanda cargas maiores, com menor número de repetições, enquanto o treinamento de resistência exige cargas mais ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137 leves, mas com muitas repetições. Movimentos de socos, chutes, agachamentos e flexões são exemplos desses exercícios presentes nas modalidades de combate. O uso de halteres e caneleiras pode intensificar esses movimentos, contribuindo para o desenvolvimento muscular e aprimoramento do condicionamento físico (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000; VASILJEV, 2022). Portanto, ao participar de práticas de combate, os praticantes não apenas beneficiam a saúde cardiorrespiratória, reduzindo o risco cardiovascular, mas também promovem o fortalecimento e a resistência muscular, resultando em ganhos significativos na função musculoesquelética. Essa abordagem integrada destaca as múltiplas dimensões positivas dessas atividades para a saúde física e funcional geral. 11.1.8 Dimensão mental, saúde e qualidade de vida Na dimensão comportamental, as práticas de combate desempenham um papel significativo na saúde mental e na qualidade de vida. A estimulação do sistema nervoso central durante a prática libera endorfinas, proporcionando momentos de descontração aos praticantes. A redução dos sintomas de estresse e depressão é notável, contribuindo para uma melhoria geral no bem-estar emocional (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). A saúde, vista em um contexto mais amplo, está intrinsecamente ligada à qualidade de vida, que é moldada pela condição e estilo de vida das pessoas. A ideia de desenvolvimento sustentável, direitos humanos e sociais em relação à saúde, assim como padrões de conforto estabelecidos em cada sociedade, são elementos fundamentais da qualidade de vida. Minayo, Hartz e Buss (2000) enfatizam que a melhoria na qualidade de vida vai além do aspecto físico e inclui componentes sociais e psicológicos. (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 11.2 Características das modalidades de combate de academia As modalidades de combate presentes nas academias podem ser agrupadas em três categorias distintas: lutas, artes marciais e modalidades adaptadas fitness. Essa categoria combina elementos das lutas e artes marciais com música e coreografias, apresentando uma abordagem mais motivacional. As modalidades adaptadas fitness incluem desafios contínuos e exercícios coreografados, aumentando a complexidade das atividades. Essa integração torna o exercício mais dinâmico e atrativo, incentivando a adesão contínua e a participação ativa dos praticantes. Independentemente da categoria, todas essas modalidades compartilham benefícios similares. Exercícios ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 138 de moderada a alta intensidade melhoram a função cardiorrespiratória, promovem a tonificação muscular e possibilitam o aumento da hipertrofia. A interação social durante os treinos contribui para a sociabilização, criando um ambiente encorajador e motivador para os praticantes ((VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 11.2.1 Lutas: uma exploração da modalidade nas academia 11.2.1.1 Boxe O boxe, reconhecido como uma das mais antigas formas de luta, se concentra no uso estratégico de socos para derrotar o oponente. Limitado ao uso de braços, ombros e tronco, o boxe promove benefícios como tonificação muscular, queima calórica significativa e aprimoramento da postura e região lombar. O treino funcional, adaptado do boxe, intensifica a experiência, combinando intensidade com repetições ou variações de exercícios (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Nota: Imagem de uma aula de boxe Fonte: https://images.app.goo.gl/7gvrefiBC5NSj3xr6 11.2.1.2 Krav Maga O Krav Maga, de origem militar israelense, difere de outras lutas ao focar em situações reais de perigo, visando neutralizar ataques de forma eficaz. As aulas intensas https://images.app.goo.gl/7gvrefiBC5NSj3xr6 https://images.app.goo.gl/7gvrefiBC5NSj3xr6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 139 melhoram o condicionamento físico, força, resistência muscular e flexibilidade. Com um enfoque em coordenação, os praticantes desenvolvem habilidades fundamentais para autodefesa, promovendo, ao mesmo tempo, aumento da autoestima (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Nota: Imagem de uma aula de Krav maga Fonte: https://images.app.goo.gl/hW2WAp4Z1rL26gcS6 11.2.1.3 MMA (Mixed Martial Arts) O MMA, ou artes marciais mistas, incorpora técnicas de diversas modalidades, incluindo judô, muay thai e jiu-jítsu. Reconhecido por sua intensidade e combinação de lutas em pé e no solo, o MMA proporciona benefícios físicos diversos. Adaptando-se ao público geral, as aulas podem minimizar riscos de lesões, tornando-se uma opção para aqueles que buscam uma abordagem mais moderada (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020).. 11.2.1.4 Artes marciais tradicioanais As artes marciais, enraizadas em tradições orientais, como judô, jiu-jítsu, karatê, muay thai e kung fu, oferecem uma variedade de estilos. Além dos benefícios físicos, essas modalidades promovem saúde mental e emocional, com características específicas. A mudança de faixa destaca a evolução contínua, enquanto a hierarquia, disciplina e respeito são valores essenciais (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). https://images.app.goo.gl/hW2WAp4Z1rL26gcS6 https://images.app.goo.gl/hW2WAp4Z1rL26gcS6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 140 Nota: Imagem de uma aula de judô Fonte: https://images.app.goo.gl/FnjShpXRwVxvpzH16 11.2.1.5 Capoeira Originária da cultura brasileira,a capoeira combina elementos de dança e arte marcial. Com movimentos distintos de pernas e braços, a capoeira fortalece os membros inferiores e desenvolve equilíbrio e flexibilidade. Além disso, a prática incorpora música, ritmo e simulações de ataque e defesa, criando uma experiência única (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Nota: Imagem de uma aula de capoeira Fonte: https://images.app.goo.gl/SK3TtdexbRMMWANPA https://images.app.goo.gl/FnjShpXRwVxvpzH16 https://images.app.goo.gl/FnjShpXRwVxvpzH16 https://images.app.goo.gl/FnjShpXRwVxvpzH16 https://images.app.goo.gl/SK3TtdexbRMMWANPA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 141 Em resumo, as modalidades de luta presentes nas academias oferecem não apenas benefícios físicos, como tonificação muscular e melhoria do condicionamento, mas também promovem aspectos mentais, emocionais e sociais, contribuindo para uma abordagem holística na busca pela saúde e bem-estar. 11.2.2 Características das modalidades adaptadas nas academias 11.2.2.1 Aero kickboxing Adaptação do kickboxing que integra exercícios aeróbicos com as técnicas do kickboxing. Com movimentos ritmados pela música, o aero kickboxing oferece uma experiência intensa, mantendo o praticante em constante movimento, contribuindo para a melhoria do condicionamento físico (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Nota: Imagem de uma aula de aero Kickboxing Fonte: https://images.app.goo.gl/C8a8MPXerLVhGNfBA 11.2.2.2 Body combat Originário da Nova Zelândia, o body combat é parte do sistema body system, combinando diversas artes marciais em coreografias sem contato físico. Trabalhando todos os grupos musculares, o body combat oferece versatilidade ao incorporar elementos de capoeira, karatê, boxe e outros (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). https://images.app.goo.gl/C8a8MPXerLVhGNfBA https://images.app.goo.gl/C8a8MPXerLVhGNfBA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 142 ISTO ESTÁ NA REDE A popularidade crescente da prática das artes marciais entre adolescentes é um fator que tem chamado a atenção. Além disso, o número crescente de jovens interessados nas práticas de combate em academia também é outro ponto que tem chamado atenção. Estudos apontam a música associada à prática de combate como justificativa para esse aumento na procura. A literatura ressalta a importância da música na prática de atividades físicas, indicando que ela contribui para fatores motivacionais e melhora nos resultados de desempenho. https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/ view/41057/751375139224 11.2.2.3 Combat Similar ao body combat, o combat é uma alternativa aos exercícios aeróbicos tradicionais, mesclando diferentes artes marciais para aprimorar a aptidão física. Golpes precisos, movimentos amplos e posições de ataque e defesa fortalecem eficientemente os grupos musculares (JÚNIOR, 2020; VASILJEV, 2022). Nota: Imagem de uma aula de combat Fonte: https://images.app.goo.gl/AbNcDFT8s17zCZwUA 11.2.2.4 Benefícios das modalidades adaptadas 1. Segurança: A ausência de confronto direto entre participantes minimiza o risco de lesões, tornando as modalidades adaptadas uma opção segura para indivíduos https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/41057/751375139224 https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/41057/751375139224 https://images.app.goo.gl/AbNcDFT8s17zCZwUA https://images.app.goo.gl/AbNcDFT8s17zCZwUA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 143 de diferentes níveis de condicionamento físico ((VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 2. Diversificação e Motivação: A variedade de movimentos e a combinação com música e coreografias tornam as aulas motivadoras, proporcionando uma experiência dinâmica e desafiadora (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 3. Condicionamento Físico Global: O enfoque no treinamento funcional promove um condicionamento físico abrangente, trabalhando diferentes grupos musculares e aprimorando a aptidão física de forma integral (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 4. Adaptação de Exercícios: A não priorização do aprimoramento técnico facilita a assimilação dos exercícios, permitindo a participação de praticantes de diversos níveis de habilidade. As modalidades adaptadas de combate oferecem uma abordagem inclusiva e eficaz para a promoção da saúde e do condicionamento físico, combinando elementos motivacionais, segurança e diversidade de movimentos (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). 11.2.3 Movimentos básicos de uma aula de combat em academia Nas aulas de combates de academia percebemos nas coreografias a integração de movimentos básicos de lutas com elementos adicionais, como deslocamentos, corrida estacionária, imitação de movimentos de pular corda e de speedball do Boxe, em um combate ou treinamento de combate, é uma prática comum em várias modalidades de lutas e artes marciais. Esses elementos em conjunto não apenas aumentam a complexidade e a diversidade dos movimentos, mas também proporcionam benefícios adicionais para o praticante. Aqui estão alguns dos movimentos básicos utilizados nas aulas: 1. Posturas: • Base de Combate: Um pé à frente e outro atrás, formando uma “L”. Tronco ligeiramente voltado para o mesmo lado da perna de trás. Pernas ligeiramente flexionadas. Cabeça um pouco inclinada para baixo, olhar para frente. Braços em guarda de Boxe, mãos cerradas ao lado da mandíbula. • Base Frontal: Pés paralelos, a uma distância maior que a largura dos ombros Pernas ligeiramente flexionadas. Cabeça e braços mantêm o posicionamento semelhante à base de combate. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 144 2. Golpes com os Braços: • Jab: Soco rápido direcionado à região do nariz. Realizado com uma breve rotação medial da mão, mantendo o braço não totalmente estendido. Impulsionado por uma rotação discreta do tronco. • Direto: Soco com o braço de trás, atacando nariz e queixo. Rotação do quadril deixa o tronco voltado para frente. A perna de trás apoiada na parte anterior da planta do pé. Impulsionado pela rotação do quadril. 3. Golpes com as Pernas: • Chute Frontal: Utilizado para atacar ou criar espaço. Transferência do peso corporal para uma perna, inclinando o tronco para trás. Elevação do joelho da outra perna à frente, seguido pelo chute. Movimento controlado para manter integridade muscular e articular. • Chute Circular: Realizado apenas em base de combate. Fase preparatória obrigatória: posicionar o pé de trás mais próximo ao pé da frente. Transferência de peso para a perna de trás, tronco totalmente voltado para a lateral. Chute efetivado com a extensão da perna, seguido pelo retorno à base de combate. • Joelhada Frontal: Utilizada para golpear um alvo próximo à frente. Áreas alvo: coxa, virilha, estômago. Segue a mesma dinâmica do chute frontal, mas o ataque é feito apenas com o joelho, sem a extensão da perna. Braços permanecem em guarda de Boxe durante todo o movimento. 11.3 Elaborando uma aula prática de combate de academia Como em todas as outras modalidades de ginásticas de academia, a preparação de uma aula de combate deve levar em consideração o nível de aptidão física da turma e na medida do possível, estabelecer uma relação considerando as aptidões individuais dos alunos. De modo geral as aulas devem ser estruturadas em parte inicial, parte principal e relaxamento/volta a calma (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). A escolha dos exercícios para a elaboração da aula é muito importante e deve estar de acordo com o objetivo da mesma. Os exercícios específicos para cada grupamento muscular devem estar alinhados com a condição física dos praticantes, apresentando uma relação replicável entre os exercícios multiarticulares, o tipo de contração muscular (isotônica ou isométrica) e equipamentos utilizados,se for o caso (cordas, pesos livres, entre outros). ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 145 Fase Treino/ Duração Observações/ Objetivos Exercício Aquecimento 5 Minutos · Marcha estacionária · Marcha com elevação de joelhos · Marcha com elevação de joelhos e toque no calcanhar Parte principal 4 0 Minutos Elevação da frequência cardíaca (10 minutos) · Posição de guarda · Simulação de socos com deslocamento (frente e trás) · Posição de guarda · Simulação de socos com elevação dos joelhos (alternado) · Polichinelo Fortalecimento de braços e pernas (15 repetições cada exercício) · Flexão de braços em posição estática por 15 segundos, com posterior rolamento lateral em ambos os lados · Agachamento com braços e pernas abertos · Agachamento em posição estática na flexão dos joelhos · Flexão de braços em posição estática com um dos braços (15 segundos) Abdômen (15 repetições cada) · Deitado de costas com os joelhos flexionados, braços ao lado do corpo (posição inicial) · Abdominal · Pernas suspensas em posição estática (10 segundos) · Com uma bola apoiada na dorsal, pernas suspensas em posição estática (10 segundos) Relaxamento/ Alongamento 5 Minutos · Alongamento dorsal · Alongamento de braços e pernas · Exercícios de respiração Nota: Quadro exemplo de plano de aula de aero kickboxing Fonte: Adaptado Junior 2020 11.3.1 Recomendações de segurança As considerações sobre o controle corporal são pertinentes, especialmente em atividades que envolvem movimentos explosivos, como nas aulas de combate. Os movimentos explosivos exigem controle preciso para evitar lesões decorrentes de ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 146 alongamentos excessivos e tensão sobre as articulações. A atenção à técnica e ao controle é fundamental para prevenir lesões musculares, tendinosas e articulares. Pessoas com patologias articulares, como osteoartrite, ou instabilidade no quadril devem ser cautelosas e, se necessário, adaptar os movimentos para evitar riscos adicionais. É essencial garantir que haja espaço suficiente para a execução segura de golpes e deslocamentos. A possibilidade de atingir outros participantes ou objetos na sala pode resultar em lesões graves. Em ambientes com restrição de espaço, é crucial limitar o número de alunos para que todos possam realizar os movimentos com segurança (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018; JÚNIOR, 2020). Em salas de ginástica pequenas, considerar adaptações nos exercícios ou limitar o número de participantes por turma. A segurança dos alunos deve ser a prioridade, e ajustes devem ser feitos conforme necessário para garantir um ambiente de treinamento seguro. Manter uma supervisão constante durante as aulas para corrigir posturas inadequadas e garantir que todos estejam seguindo as diretrizes de segurança. Essas considerações são fundamentais para promover um ambiente seguro e eficaz durante as aulas de combate, contribuindo para uma experiência positiva e minimizando o risco de lesões. Neste capítulo observamos que práticas de combate nas academias oferecem uma abordagem alternativa e motivadora em comparação com as atividades mais tradicionais, como a musculação. O equilíbrio entre desafios físicos, diversão e interação social contribui para a eficácia dessas modalidades. A abordagem de tornar a aula divertida e prazerosa é crucial para incentivar os praticantes a continuarem suas práticas. Ao experimentar melhorias físicas e mentais, os praticantes são mais propensos a perceberem os benefícios da atividade e a adotarem um estilo de vida ativo. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 147 CAPÍTULO 1 CROSSFIT Caro aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre o CrossFit, que é uma modalidade de treinamento que ganhou popularidade significativa nas últimas décadas devido à sua abordagem única e eficaz para o condicionamento físico. Criado na década de 90 por Greg Glassman, o CrossFit rapidamente se consolidou como uma forma desafiadora e dinâmica de exercício. O CrossFit é conhecido por sua ênfase em treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Cada sessão de treinamento, também chamada de “WOD” (Workout of the Day), é projetada para desafiar diferentes aspectos do condicionamento físico. Em resumo, o CrossFit é uma modalidade de treinamento desafiadora e dinâmica que visa melhorar o condicionamento físico geral por meio de uma abordagem diversificada e intensa. Sua popularidade continua a crescer, atraindo pessoas que buscam eficiência e resultados em seus treinamentos. 12.1 Crossfit origem e evolução O crossfit é uma modalidade de treinamento considerada nova, principalmente quando comparados a alguns elementos que embasam seus métodos de treinamento. Registros apontam que atletas treinavam utilizando a metodologia do HIIT, muito utilizada nos treinamentos de crossfit, em meados de 1920, porém o crossfit surgiu apenas na década de 90, nos Estados Unidos, quando o ex ginasta Greg Glassman desenvolveu um método que atrelava a prática de levantamento de peso com barras e halteres, a ginástica, a bicicleta e a corrida, para melhora da força muscular e resistência física (GLASSMAN, 2002; GLASSMAN, 2005 ; GLASSMAN, 2007). Greg Glassman foi influenciado por sua própria experiência, visto que na infância, enfrentando os efeitos da poliomielite praticava treinamento em ginástica, que se tornou crucial para sua recuperação. Além deste aspecto Glassman, estava insatisfeito com os métodos tradicionais encontrados em academias de musculação e ginástica convencionais, devido a isso começou a desenvolver o que se tornaria a base do CrossFit, optando por exercícios simples e funcionais incorporando a utilização de uma variedade de equipamentos, como barras, halteres, anéis de ginástica, cordas de pular, ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 148 kettlebells, bolas medicinais, caixas de pliometria, bandas de resistência, máquinas de remo, entre outros. A combinação desses equipamentos resulta em séries específicas de exercícios combinados que hoje se reconhecem como característica principal da modalidade crossfit (GLASSMAN, 2002; GLASSMAN, 2005 ; GLASSMAN, 2007). Nota: imagem de uma aula de crossfit Fonte: https://images.app.goo.gl/sXAgaPQoD22czcQr6 A marca CrossFit Inc. foi registrada em 2000, e a primeira academia foi estabelecida em Santa Cruz, Califórnia, onde Glassman treinou o departamento de polícia. O crescimento foi notável, com 13 afiliadas em 2005, ultrapassando 3.000 em 2012 e atingindo mais de 10.000 academias licenciadas em 2014. Os dados do site oficial do CrossFit indicam uma presença global, com boxes (academias de CrossFit) em 142 países, abrangendo todos os sete continentes. Em janeiro de 2020, havia mais de 14 mil filiados ao CrossFit em todo o mundo, sendo que no Brasil são mais de 1.000 unidades (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). https://images.app.goo.gl/sXAgaPQoD22czcQr6 https://images.app.goo.gl/sXAgaPQoD22czcQr6 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 149 Nota: Localização das academias de crossfit no Brasil Fonte: Site oficial CrossFit https://www.crossfit.com/ O desenvolvimento do CrossFit ao longo dos anos destaca sua transição de uma metodologia inicialmente focada em treinamento de alta performance para militares e profissionais para uma abordagem mais abrangente, atendendo a diversas faixas etárias e condições físicas (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). Algumas mudanças e expansões notáveis incluem: • Inclusão de todas as faixas etárias: O CrossFit evoluiu para se tornar acessível a pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico. Ele não é mais exclusivo para atletas de elite, mas também atende àqueles que buscam um estilo de vida saudável, independentementede suas habilidades atléticas. • Treinamento para crianças: Atualmente notamos a existência de modalidades de treinos voltadas especificamente para crianças. Esses treinos são projetados para envolver atividades lúdicas, como correr, pular, empurrar, escalar e agachar, promovendo o desenvolvimento físico de maneira divertida e segura. • Adaptação para diferentes objetivos: Além do treinamento para a saúde e o condicionamento físico geral, o CrossFit se diversificou para atender a atletas profissionais de diferentes esportes. Ele oferece uma abordagem multidisciplinar, visando melhorar diversas habilidades físicas. https://www.crossfit.com/ https://www.crossfit.com/ ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 150 • CrossFit competitivo: A introdução do CrossFit competitivo é mencionada, destinado a atletas amadores e profissionais que participam de competições oficiais conhecidas como CrossFit Games. Esses jogos incluem ligas locais e uma competição mundial, proporcionando uma plataforma para os praticantes testarem suas habilidades em um ambiente competitivo. ISTO ESTÁ NA REDE O crossfit competitivo é umas das formas mais praticadas de CrossFit, além dos campeonatos realizados a níveis regionais pelas boxes de crossfit também acontecem os campeonatos a níveis nacionais e mundiais. Uma das competições mundiais é o crossfit games, uma competição anual que reúne alguns dos melhores atletas de CrossFit do mundo. Essa competição começou em 2007 e evoluiu ao longo dos anos, tornando-se um evento de destaque no cenário esportivo do CrossFit. https://games.crossfit.com/competitions Essas mudanças indicam a capacidade do CrossFit de se adaptar e evoluir para atender às crescentes demandas e interesses da comunidade fitness. A inclusão de crianças, a diversificação dos objetivos de treinamento e o desenvolvimento do CrossFit competitivo refletem uma abordagem holística que vai além do treinamento tradicional, transformando o CrossFit em uma modalidade versátil e abrangente (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019).De acordo com o site oficial da Crossfit: Ser “crossfit” é possuir uma capacidade física geral que se presta geralmente a toda e qualquer contingência: ao provável, ao improvável, ao conhecido, ao desconhecido. A aptidão do atleta crossfit fornece uma base sólida para a prática de qualquer esporte ou tarefa. O esporte crossfit destaca os feitos dos atletas comuns que aplicam essa capacidade física geral às demandas de suas vidas individuais e esportes escolhidos, juntamente com os crossfit games, o principal teste mundial de condicionamento físico geral e geral e seus eventos de qualificação (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019, documento on-line). O CrossFit transcende o mero treinamento físico para muitas pessoas, tornando-se um estilo de vida abrangente. Isso é evidenciado pela forma como os participantes se referem à participação em uma comunidade, destacando a dimensão social e de https://games.crossfit.com/competitions ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 151 apoio do CrossFit. Além disso, o programa promove não apenas a atividade física, mas também práticas alimentares saudáveis e um conjunto de valores que visam melhorar a saúde e o desempenho geral. Essa abordagem integrada busca criar uma mudança positiva e duradoura na vida dos praticantes, incentivando escolhas saudáveis não apenas nos treinos, mas em todos os aspectos de suas vidas (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019; (TURRI-SILVA et al., 2020). ANOTE ISSO O CrossFit é uma marca registrada, e as academias de treinamento, conhecidas como “boxes”, atuam por meio de franquias licenciadas. Isso significa que essas academias seguem os padrões e diretrizes estabelecidos pela CrossFit Inc., a empresa fundada por Greg Glassman. Para se tornar um instrutor, ou coach, de CrossFit, é necessário passar por um curso de aprimoramento oferecido pela CrossFit Inc. Esses cursos são projetados para capacitar qualquer pessoa interessada em fazer parte da equipe de treinadores. No Brasil, de acordo com a legislação, é obrigatório que um instrutor de CrossFit tenha formação em Educação Física. Isso destaca a importância de uma base educacional específica para atuar como instrutor na modalidade. Os cursos oferecidos pela CrossFit Inc. habilitam instrutores nos níveis 1 e 2. Além disso, existem níveis mais avançados, como os níveis 3 e 4, que podem ser alcançados por meio de avaliações adicionais. Esses níveis mais altos indicam um maior nível de especialização e experiência como instrutor de CrossFit. https://www.crossfit.com/ 12.2 Características do treinamento crossfit O CrossFit é um estilo de treinamento abrangente que visa melhorar o condicionamento físico geral por meio de uma combinação de movimentos funcionais, com alta intensidade e ampla variação, que as premissas principais dos fundamentos da prática. A abordagem técnica do treinamento funcional é enfatizada, destacando a complexidade dos movimentos e o estímulo de ações sinérgicas para promover uma resposta reflexiva e instabilidade controlada no tronco. (TURRI-SILVA et al., 2020). Segue alguns pontos importantes das premissas fundamentais do crossfit: • Movimentos Funcionais: Enfatiza exercícios que simulam atividades do dia a dia, sendo multiarticulares e relacionados a movimentos naturais. https://www.crossfit.com/ ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 152 • Alta Intensidade: Promove a realização dos exercícios em alta intensidade, visando desafiar o corpo de maneira eficiente e eficaz. • Ampla Variação: Proporciona uma variedade extensa de exercícios, tanto em termos de tipos quanto de intensidade e duração. Exercícios funcionais e suas características • Simulação de atividades diárias: Os exercícios funcionais são escolhidos com base em sua semelhança com atividades cotidianas, como correr, levantar objetos e subir em plataformas. • Multiarticulares e de complexidade variada: São movimentos que envolvem grandes grupos musculares, com complexidade variada, mas de realização simples e de fácil aprendizado. Treinamento funcional em termos técnicos: • Alavancas complexas de movimento: O treinamento funcional explora alavancas complexas de movimento, utilizando posturas específicas para promover instabilidade e contrações musculares essenciais. • Estímulo de ações sinérgicas: O treinamento funcional visa estimular ações sinérgicas, promovendo a estabilização isométrica do tronco de maneira reflexa, especialmente por meio de combinações de movimentos dinâmicos. Exercícios de alta intensidade: • Sequências desafiadoras: Os exercícios de alta intensidade são realizados preferencialmente em sequências desafiadoras, representando um maior desafio ao organismo. • Demanda energética elevada: A alta intensidade resulta em uma demanda energética significativa, levando a um gasto calórico elevado durante e após o exercício. Recuperação pós-alta intensidade • Metabolismo acelerado: Devido à alta intensidade, o organismo leva várias horas para se recuperar do estresse. Durante esse tempo, o metabolismo permanece acelerado, resultando em gasto energético aumentado mesmo após o término do exercício. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 153 Ampla variação de movimentos e exercícios: • Desafio à Homeostasia: Ao contrário de programas convencionais que seguem uma rotina estável, o CrossFit se baseia no desafio à homeostasia. A ampla variação de movimentos e exercícios em cada sessão mantém a novidade e desafio, quebrando a rotina e tornando o treinamento mais motivante. Estímulo de diversas valências físicas: • Estímulo Multifacetado: A variação contínua estimula diversas valências físicas em uma única sessão de exercícios, promovendo um condicionamento físico geral abrangente. Esses elementos ressaltam como o CrossFitse diferencia ao incorporar a alta intensidade, a ampla variação e desafio constante, proporcionando uma abordagem dinâmica e eficaz para o condicionamento físico. 12.3 Local de treinamento A designação dos espaços destinados à prática do CrossFit como “boxes” é uma característica distintiva dessa modalidade. Os boxes são configurados de maneira diversificada, mas geralmente compartilham uma variedade de equipamentos que permitem a execução de exercícios multifuncionais (CROSSFIT,2019). Aqui estão alguns dos equipamentos comuns encontrados em boxes de CrossFit: • Equipamentos de Musculação e Levantamento Olímpico: Pesos, Anilhas, Barras e Halteres: Esses equipamentos são essenciais para exercícios de levantamento de peso e musculação, incluindo movimentos como agachamentos, levantamento terra, arranco e arremesso. • Equipamentos de Ginástica Olímpica: Barras e Argolas Suspensas: Permitem a prática de exercícios de ginástica olímpica, como movimentos de barra fixa, argolas, e outras habilidades que envolvem força e coordenação. • Equipamentos para Escaladas: Superfícies Inclinadas ou Estruturas para Escaladas: Esses equipamentos possibilitam a prática de exercícios que simulam escaladas, promovendo força e agilidade. • Cordas: Utilizadas para exercícios como subidas de corda, promovendo resistência e coordenação. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 154 • Pneus: Podem ser usados em exercícios que envolvem levantamento, empurrões ou até mesmo virando-os, proporcionando uma variedade de movimentos. • Elásticos: Ferramentas versáteis para treino de resistência, ajudando a fortalecer e tonificar músculos específicos. • Caixas: Empregadas em exercícios como saltos, proporcionando uma superfície elevada para diferentes variações de altura. Essa diversidade de equipamentos reflete a natureza abrangente e funcional do CrossFit, onde os praticantes podem enfrentar uma ampla gama de desafios físicos em uma única sessão. A variedade de equipamentos permite a realização de exercícios que visam aprimorar diferentes capacidades físicas, como força, resistência, agilidade e flexibilidade (CROSSFIT,2019) Nota: Imagem de um box de crossfit Fonte: https://images.app.goo.gl/Uza9iDs1VWGM3fZcA O crescimento significativo do CrossFit no Brasil, evidenciado pela instalação de boxes em diversas regiões do país, destaca a popularidade e aceitação dessa modalidade de treinamento. O primeiro box de CrossFit no Brasil foi instalado em São Paulo em 2009, marcando o início da presença da modalidade no país, após isso, de 2009 a 2013, houve um aumento considerável no número de boxes, totalizando 20 nesse período. Até o ano de 2019, o crescimento foi notável, atingindo uma marca de mais https://images.app.goo.gl/Uza9iDs1VWGM3fZcA https://images.app.goo.gl/Uza9iDs1VWGM3fZcA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 155 de 1.200 boxes em diversas partes do Brasil. Atualmente o Brasil é apontado como o segundo país em número de filiados ao CrossFit, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que é o país de origem da modalidade e possui uma presença consolidada, com mais de 7.000 boxes (CROSSFIT,2019). 12.4 Divisão da sessão de treinamento As sessões de treinamento de CrossFit geralmente têm uma duração média de 45 a 60 minutos. Devido à alta intensidade predominante na realização dos exercícios durante o treino, os alunos iniciantes são aconselhados a intercalar entre dias de treino e dias de descanso para evitar riscos de lesão. O treino de alta intensidade pode demandar um período de adaptação antes de ser praticado diariamente. Alunos mais avançados não têm restrições quanto ao treino em dias consecutivos, desde que uma periodização adequada seja seguida, evitando sobrecarga de trabalho. A variação constante dos treinos contribui para a prevenção de fadiga específica. Mesmo para alunos mais avançados, a necessidade de dias de descanso e recuperação é destacada como parte integral da progressão em qualquer planejamento esportivo. A falta de descanso adequado pode levar à síndrome do over training (CROSSFIT,2019). A sessão de CrossFit é dividida em três partes: aquecimento, parte técnica e workout of the day (WOD). No aquecimento acontece a preparação do corpo para atividades mais intensas. Já na parte técnica é o momento de aprendizado ou aprimoramento de habilidades motoras específicas. No WOD (Treino do Dia) é o momento de intensidade e esforço na execução dos exercícios prescritos. Os WODs são prescritos por uma nomenclatura padrão que reflete o que deve ser cumprido. Eles representam o componente de alta intensidade da sessão. Essas estruturas de treino são comumente utilizadas em sessões de CrossFit, oferecendo variedade e desafios específicos. A escolha entre esses métodos pode depender dos objetivos do treino, do nível de condicionamento do indivíduo e da ênfase desejada em intensidade, resistência ou técnica (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). Segue alguns exemplos de WOD: • EMOM (every minute on the minute): os participantes executam uma sequência de exercícios em 1 minuto e, em seguida, descansam pelo restante do tempo até o próximo minuto iniciar. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 156 • AMRAP (as many rounds/repetitions as possible): os participantes tentam completar o máximo de rounds ou repetições possível de uma sequência de exercícios dentro de um tempo determinado. • RFT (rounds for time): os participantes têm como objetivo realizar uma quantidade predeterminada de rounds de uma sequência de exercícios no menor tempo possível. • RNFT (rounds not for time): os participantes executam uma quantidade predeterminada de exercícios, sem se preocupar com o tempo. A ênfase é na técnica e execução consistente. Os rounds podem ser entendidos como séries, onde cada round representa um exercício ou conjunto de exercícios realizados durante o WOD. No crossfit existem inúmeros movimentos realizados durante a prática e a nomenclatura desses movimentos são expressos em siglas que se referem a termos em inglês (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). Segue alguns exemplos mais comuns de siglas: • ATG (ass to grass): Representa um agachamento profundo em que o praticante se aproxima o máximo possível do chão, levando o quadril abaixo do nível dos joelhos. • Benchmark WOD: são treinos padronizados utilizados como referência para medir a evolução do condicionamento físico. O exemplo citado é o “Fran,” que consiste em 21-15-9 repetições de thruster (um movimento combinado de agachamento e press) e pull-up (barra fixa). • BW (body weight): Refere-se ao peso corporal do praticante. • DNF (did not finish): Indica que o atleta não completou todo o treino. • DU (double under):Representa um pulo de corda em que a corda passa duas vezes abaixo dos pés a cada salto. • HIIT (high intensity interval training): É um protocolo de treino intervalado de alta intensidade, com períodos alternados de esforço intenso e descanso. • LPO/WL (levantamento de peso olímpico ou weightlifting): Refere-se a uma categoria de movimentos que incluem o snatch e o clean jerk, dois levantamentos olímpicos. • PR (personal record): Indica um recorde pessoal em um determinado exercício ou treino. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 157 • RX: Indica a execução do movimento-padrão prescrito de movimentos e cargas, sem adaptações ou escalonamentos. • SC (scale): Refere-se à versão do CrossFit acessível a todos, permitindo a adaptação, escalonamento ou customização de qualquer treino de acordo com as capacidades individuais. Esses termos e siglas são parte integrante da linguagem específica do CrossFit, proporcionando uma maneira rápida e eficiente de comunicar movimentos, treinos e padrões entre os praticantes e treinadores. Como já mencionado, a essência do CrossFit residena sua diversidade e na constante variação de treinos. A amplitude de exercícios e a combinação de diferentes modalidades proporcionam uma abordagem holística ao condicionamento físico. Os WODs (Workouts of the Day) são, de fato, desafios propostos aos praticantes, e a natureza dinâmica do CrossFit faz com que seja impossível padronizar uma lista completa de todos os WODs existentes (OFFICIAL CROSSFIT AFFILIATE MAP, 2019). 12.5 Benefícios e risco da prática A literatura científica apresenta estudos que têm demonstrado que exercícios de alta intensidade podem ser tão ou até mais eficazes que os exercícios de intensidade moderada em diferentes aspectos do condicionamento físico. Abaixo estão alguns pontos relevantes sobre isso: • Força e Potência Muscular: Uchida et al., 2013, apoiam a ideia de que treinamentos em alta intensidade podem ser efetivos para o desenvolvimento de força e potência muscular. Treinos que envolvem levantamento de peso, exercícios explosivos e movimentos multi articulares são comuns em programas de alta intensidade, contribuindo para esses benefícios. • Capacidade Aeróbica: Buchheit e Laursen, 2013, destacam que os treinamentos em alta intensidade também podem ser benéficos para o aumento da capacidade aeróbica. Protocolos de treino intervalado de alta intensidade (HIIT) são conhecidos por proporcionar melhorias na função cardiovascular e na capacidade aeróbica. • Controle da Intensidade: A menção sobre o “adequado controle da intensidade durante o exercício” destaca a importância de garantir que os participantes ajustem a intensidade do treino de acordo com suas capacidades individuais. Isso é crucial para otimizar os benefícios do treinamento e reduzir o risco de lesões. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 158 O CrossFit, incorpora o conceito de HIIT em seus treinamentos, destacando-se por sua abordagem variada e funcional, integrando uma ampla gama de exercícios e movimentos em diferentes combinações e sequências. O objetivo é desenvolver o condicionamento físico geral, abrangendo resistência cardiovascular, força, potência, agilidade, entre outros. A literatura recente (Cao; Quan; Zhuang, 2019; Costa et al., 2018; Gomes Neto et al., 2018; Liu et al., 2019) fornece insights adicionais sobre os efeitos e a eficácia do treinamento intervalado de alta intensidade em diversas populações, incluindo atletas de alto nível e o público em geral. É fato que a prática do crossfit ajuda no desenvolvimento do condicionamento físico geral em diversos parâmetros, estando em conformidade com a filosofia original estabelecida por Greg Glassman, o fundador do CrossFit. Esses parâmetros, conhecidos como os “dez domínios do condicionamento físico”, refletem as diferentes áreas nas quais o CrossFit busca melhorar o desempenho, corroborando com a literatura mencionada, é fato que o crossfit promove sim uma melhora nos parâmetros dos “dez domínios do condicionamento físico” (GLASSMAN, 2002; Cao; Quan; Zhuang, 2019; Costa et al., 2018; Gomes Neto et al., 2018; Liu et al., 2019). • Resistência cardiovascular/respiratória: Capacidade do sistema cardiovascular e respiratório de fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos durante atividades prolongadas. • Resistência muscular: Capacidade dos músculos de realizar trabalho ao longo do tempo. • Força: A quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar. • Flexibilidade: A amplitude de movimento de uma articulação ou grupo de articulações. • Potência: A taxa na qual o trabalho é realizado ou a quantidade de trabalho feito por unidade de tempo. • Velocidade: A rapidez com que um movimento é executado. • Coordenação: A capacidade de movimentar diferentes partes do corpo de forma eficiente e harmoniosa. • Agilidade: A capacidade de mudar de direção ou posição rapidamente. • Equilíbrio: A capacidade de manter o centro de massa sobre uma base de suporte. • Precisão: A capacidade de controlar movimentos em uma direção específica ou a capacidade de atingir um alvo com precisão. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 159 O CrossFit utiliza uma abordagem abrangente e variada, incorporando exercícios de levantamento de peso, corridas, ginástica, entre outros, para atingir esses diferentes domínios do condicionamento físico. Essa diversidade é considerada uma das características distintivas do CrossFit, proporcionando aos praticantes um treinamento completo e holístico (MEYER; MORRISON; ZUNIGA, 2017). Assim como qualquer modalidade de treinamento existe um risco de lesão quando realizado a prática da mesma, e não é diferente no crossfit. Estudos relatam que uma porcentagem significativa de praticantes de CrossFit relatou ter sofrido algum tipo de lesão durante o treinamento, com 73,5% dos participantes indicando experiência de lesões. Os ombros, coluna, braços/cotovelos, mãos/punhos e joelhos foram identificados como os locais de maior incidência de lesões. Essas áreas muitas vezes correspondem às regiões mais solicitadas durante os exercícios de alta intensidade do CrossFit (HAK; HODZOVIC; HICKEY, 2013;SPREY et al., 2016). Um subconjunto das lesões (7,0%) exigiu intervenção cirúrgica, indicando que algumas lesões foram graves o suficiente para necessitar de tratamento médico mais intensivo. As taxas de lesões com o treinamento CrossFit foram comparadas com esportes como levantamento de peso olímpico, levantamento de peso e ginástica, sugerindo que as taxas de lesões eram semelhantes ou inferiores a essas modalidades, mas ainda assim eram consideráveis (HAK; HODZOVIC; HICKEY, 2013;SPREY et al., 2016). Neste capítulo vimos sobre a modalidade crossfit, abordando sobre o surgimento da mesma, sua origem e evolução, os números relativos ao crossfit na atualidade. Podemos observar e entender melhor sobre a estrutura de uma aula, assim como os principais movimentos utilizados e algumas das nomenclaturas características da modalidade. Embora o CrossFit tenha ganhado popularidade por seus benefícios de condicionamento físico, a preocupação com lesões é uma consideração crítica. Os riscos podem variar dependendo da intensidade do treinamento, técnica adequada, supervisão profissional e histórico de condicionamento físico dos praticantes. Práticas seguras, aquecimento adequado, progressão gradual e supervisão por profissionais qualificados podem ajudar a mitigar alguns desses riscos. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 160 CAPÍTULO 13 PERIODIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DE UMA AULA DE GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno(a), o treinamento esportivo é de fato um assunto que se concentra em aplicar conhecimentos científicos para melhorar o desempenho físico e a capacidade atlética. Quando aplicado à ginástica de academia, o objetivo principal é desenvolver os componentes da aptidão física relacionados à saúde. Neste capítulo abordaremos sobre os princípios do treinamento esportivo que são necessários para elaboração de uma aula de ginástica de academia, será abordado também sobre como planejar uma aula de ginástica de academia de forma eficiente. 13.1 Princípios do treinamento esportivo O processo de treinamento físico pode ser estruturado e baseado em elementos comumente conhecidos como princípios do treinamento esportivo, que deve ser compreendido e dominado pelo profissional de educação física para elaborar programas de treinamento, aulas de ginástica entre outros. Entre os diversos princípios do treinamento esportivo, abordaremos quatro que são essenciais para o planejamento de uma aula de ginástica: 1. Princípio da Especificidade (DANTAS, 1995) • Definição: O treinamento deve ser planejado de acordo com os requisitos específicos da performance esportiva, considerando aptidão física, sistema energético, segmento corporal e coordenações psicomotoras. • Aplicação na ginástica de academia: A estrutura da aula deverefletir as características do sistema predominante na modalidade (aeróbico ou anaeróbico), adaptando movimentos para promover a aptidão cardiorrespiratória ou o desenvolvimento de força e resistência muscular. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 161 2. Princípio da Sobrecarga (ACSM, 2018) • Definição: Estímulos do treinamento devem ser controlados para causar uma sobrecarga no organismo, forçando-o a se adaptar. Variáveis manipuladas incluem Frequência, Intensidade, Tempo, Tipo, Volume e Progressão. • Aplicação na ginástica de academia: Ajuste da intensidade, volume e progressão ao longo do treinamento para promover adaptações fisiológicas e melhorias no desempenho. 3. Princípio da Reversibilidade (BARBANTI,2010) • Definição: Modificações corporais adquiridas com o treinamento são transitórias; sem treinamento, o corpo retorna aos níveis iniciais. • Aplicação na ginástica de academia: A interrupção do treinamento pode levar à reversão dos ganhos. O princípio da sobrecarga é crucial para evitar estagnação e garantir adaptações contínuas. 4. Princípio da Individualidade Biológica (TUBINO, 1984). • Definição: Cada indivíduo é único, respondendo de maneiras diferentes ao treino devido a fatores como genética, idade biológica, aptidão física e repertório motor. • Aplicação na ginástica de academia: Não existe uma fórmula única de treinamento ideal. É essencial respeitar os diferentes tempos de aprendizagem e compreender a velocidade de evolução do desempenho de cada aluno. ANOTE ISSO Em resposta à sobrecarga, o sistema nervoso pode aumentar a ativação de unidades motoras, resultando em contrações musculares mais eficientes e potentes. O treinamento intenso pode desencadear a liberação de hormônios, como cortisol e hormônio do crescimento, que desempenham papéis cruciais na regulação do metabolismo e na adaptação ao estresse. Também pode fortalecer o sistema imunológico, proporcionando uma resposta mais eficaz contra invasores patogênicos. No entanto, exercícios extremos e falta de recuperação adequada podem comprometer temporariamente o sistema imunológico (WELCH, 1993). 13.2 Métodos de treinamento Para que os objetivos do treinamento sejam alcançados não basta escolher um exercício e estabelecer aleatoriamente sua duração e intensidade. Tendo escolhido o exercício é necessário estruturar de forma adequada a carga, a intensidade, a duração e o ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 162 tempo de recuperação da atividade (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). Nesse sentido, os métodos de treinamento são responsáveis pela estruturação dos componentes da carga de treinamento baseada no objetivo, considerando as vias metabólicas que serão priorizadas e que irão determinar o volume e intensidade do treino. Na classificação geral dos métodos de treinamento, dois deles recebem destaque, sendo o método contínuo variável e o método fracionado (intervalado). Nota: Métodos de treinamento e possibilidade de enquadramento das modalidades de ginástica de academia Fonte: a autora 13.2.1 Método contínuo O Método contínuo é definido pela execução contínua do trabalho sem intervalos de recuperação, aplicado essencialmente em exercícios cíclicos, trabalhados em intensidades relativamente baixas, sendo aplicadas de formas estável ou variável (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.2.2 Método contínuo estável O método contínuo estável é caracterizado por trabalhar em intensidade constante, frequentemente utilizada em treinos aeróbicos, onde há estabilidade de parâmetros ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 163 como a frequência cardíaca, mantendo-se abaixo do limiar anaeróbico (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.2.3 Método contínuo variável O método contínuo variável os exercícios são realizados com variação na intensidade, sem intervalos de recuperação, utilizado para melhorar a capacidade aeróbica e/ou anaeróbica. Nas ginásticas de academia é utilizado em modalidades que visam o aprimoramento da capacidade cardiorrespiratória devido à ausência de intervalos que permite variações de intensidade durante o exercício (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.2.4 Método fracionado repetitivo O método fracionado caracteriza-se principalmente por apresentar intervalos de recuperação, sendo utilizado para reproduzir grandes esforços semelhantes a algumas modalidades esportivas, diversificar estímulos e treinar em intensidades muito elevadas, podendo ser dividido em método repetitivo e método intervalado. Lembrando que de acordo com o objetivo do treinamento podem ocorrer mudanças na intensidade, duração e intervalos estipulados para o treino (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.2.5 Método fracionado São realizados exercícios com intensidade máxima ou próxima com curta duração, e intervalos relativamente extensos, que permitem que as séries de exercício sequentes sejam realizadas sem muita perda de rendimento, sendo utilizados normalmente em treinos anaeróbicos (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.2.5 Método fracionado intervalado Caracterizam-se por esforços alternados com intervalos incompletos de recuperação, podendo ser subdividido em método intervalado extensivo e intensivo. No método intervalado extensivo os exercícios são realizados com intensidade moderada, esforços extensos, períodos incompletos de recuperação, sendo o tempo de recuperação menor que o tempo de esforço. Na ginástica de academia é comumente utilizado em aulas aeróbicas, contribuindo para o desenvolvimento da resistência muscular, força e resistência anaeróbica lática. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 164 O método intensivo caracteriza-se por exercícios realizados em intensidade elevada, com tempo de esforço curto e períodos relativamente longos de recuperação. Devido às altas intensidades, é predominantemente usado em treinos anaeróbios láticos. Nas aulas de ginástica de academia o método intensivo geralmente é utilizado em treinos com predominância da via anaeróbia lática, visando o aprimoramento da resistência muscular. Em resumo, a escolha entre métodos contínuos e fracionados na ginástica de academia dependerá dos objetivos específicos do treino, enfatizando a importância da estruturação adequada dos componentes da carga para garantir coerência entre intensidade, duração e períodos de recuperação. Essa abordagem é essencial para otimizar os resultados do treinamento e atender às necessidades individuais dos praticantes (SAMULSKI; MENZEL; PRADO, 2013). 13.3 Planejamento e organização de uma aula de ginástica de academia O planejamento de uma aula e dos exercícios que serão realizados durante a mesma é uma atividade consciente, que envolve a previsão, a organização e coordenação da ação a ser executada que busca articular a teoria com a prática. Realizar um planejamento ajuda a evitar hesitação do professor na hora de realizar a aula oferecendo maior segurança na execução dos objetivos (SANT’ANA, 1998). Ao planejar uma aula de ginástica de academia é extremamente importante considerar os princípios e métodos específicos do treinamento esportivo, ao mesmo tempo em que é necessário realizar um planejamento abrangente, conhecido como periodização do treinamento esportivo. O planejamento é descrito como a periodização do treinamento esportivo. A periodização envolve a divisão do ciclo de treinamento em fases distintas, cada uma com objetivos específicos. 13.3.1 Periodização das aulas de ginástica de academia O termo periodização é derivado de “período” e envolve a divisão do tempo em pequenos segmentos. Isso é feito para permitir um melhor controle da sobrecarga e recuperação do treinamento. Em outras palavras, a periodização busca otimizar a distribuição do esforço ao longo do tempo. O objetivo da periodização é estruturar as fases do treinamento de forma a promovero condicionamento geral e específico dos diferentes componentes da aptidão física de maneira ideal. Isso sugere uma abordagem planejada para alcançar resultados específicos ao longo do tempo. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 165 A estruturação das fases do treinamento é realizada por meio de ciclos de treinamento. Esses ciclos podem ser divididos em macrociclo, mesociclos e microciclos. Cada um desses níveis de ciclos tem um propósito específico na periodização e na consecução dos objetivos do treinamento (BOMPA,2022). • Macrociclo: Representa um período mais amplo de tempo, muitas vezes abrangendo um ano inteiro. Nesta escala, objetivos de longo prazo são definidos. • Mesociclos: São subdivisões do macrociclo, geralmente com duração de algumas semanas a alguns meses. Cada mesociclo pode ter um foco específico, como desenvolvimento de força, resistência ou técnica. • Microciclos: São períodos mais curtos, muitas vezes de uma semana, com objetivos mais específicos e detalhados. Podem incluir variações diárias nas atividades de treinamento. A periodização implica a divisão das fases do treinamento em ciclos para permitir uma progressão lógica e estratégica. Cada fase contribui para o desenvolvimento geral dos participantes das aulas de ginástica de academia, deve-se sempre considerar o nível de aptidão física dos praticantes ao organizar os ciclos de treinamento. Nota: Ciclos de treinamento Fonte: a autora ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 166 Nas aulas de ginástica de academia é modelo de periodização mais utilizado é o ondulatório flexível, visto que o mesmo é uma opção que pode ser particularmente eficaz dentro da realidade de uma turma heterogênea, que é o que normalmente acontece (PRESTES, et al., 2016). Aqui estão alguns pontos-chave das vantagens em se utilizar o modelo ondulatório: • Variação frequente dos componentes do treinamento: No modelo de periodização ondulatório flexível, a variação dos componentes do treinamento é mais frequente, podendo ocorrer a cada microciclo e/ou sessão de treino, ou seja, a cada semana e/ou aula. • Adaptação da carga de treinamento: A flexibilidade desse modelo permite que a carga seja adaptada de acordo com o estado fisiológico ou psicológico do aluno. Isso sugere uma abordagem sensível às condições momentâneas do praticante. • Objetivo de Garantir Treino com Carga Apropriada: O modelo ondulatório flexível surge da necessidade de adequar o estado momentâneo do praticante à carga de treinamento, com o objetivo de garantir que ele treine sempre com a carga apropriada. Nota: Modelo de periodização ondulatória entre microciclos e sessões Fonte: a autora 13.3.2 Elaboração de uma aula de ginástica de academia Conforme explicado no tópico anterior, a menor estrutura de um plano de treino é a sessão de treino, nas modalidades de ginástica de academia as sessões de treinos ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 167 são as aulas das modalidades e podem ser estruturadas a partir do objetivo da sessão, dos exercícios a serem realizadas, da modalidade que será a aula, da relação entre volume e intensidade e do período de recuperação. Considerando a estrutura de uma aula de ginástica de academia, a mesma normalmente é dividida em quatro partes: A introdução, o aquecimento, a parte principal e a volta à calma. 13.3.2.1 Introdução A introdução à aula inclui a apresentação e as boas-vindas do professor, além disso, é o momento de explicar aos alunos os pontos de atenção e segurança, o funcionamento dos equipamentos (quando a modalidade exigir o uso dos mesmos), fornecer dicas para diferentes níveis de habilidade e motivar os participantes (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 13.3.2.2 Aquecimento O aquecimento prepara o corpo de forma fisiológica, metabólica e psicológica para os movimentos da aula. Ele redistribui o fluxo sanguíneo para os músculos ativos, aumenta o fornecimento de oxigênio e nutrientes, acelera a ressíntese de ATP, estimula o sistema nervoso central e periférico, lubrifica as articulações e aumenta a amplitude articular. O aquecimento é descrito como uma transição do organismo das condições de repouso para as exigidas durante a atividade física. Essa transição é essencial para evitar lesões, promover o desempenho eficiente e otimizar a resposta fisiológica do corpo ao exercício. Durante o aquecimento, a intensidade é mantida em um nível leve a moderado. Isso significa que os exercícios realizados não devem ser excessivamente exigentes, mas sim suficientes para elevar gradualmente a frequência cardíaca e preparar os sistemas do corpo para atividades mais intensas. Os movimentos realizados durante o aquecimento são descritos como simples. Esses movimentos são projetados para envolver todos os segmentos corporais, proporcionando uma preparação abrangente para a variedade de movimentos que podem ocorrer durante a atividade física principal(VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 13.3.2.3 Parte principal A parte principal da aula é planejada levando em consideração diversos fatores, como o perfil dos alunos (idade, aptidões e capacidades) e a modalidade específica da ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 168 ginástica de academia. Essa abordagem personalizada visa atender às necessidades e características individuais dos participantes. Nesse momento, são aplicados métodos de treinamento, como o contínuo variável ou o fracionado intervalado extensivo. Esses métodos são escolhidos com base nos objetivos específicos da aula, e a intensidade pode variar de moderada a vigorosa, dependendo do que está sendo buscado. A parte principal da aula é identificada como o momento em que a aprendizagem motora é estimulada. Isso implica que os participantes têm a oportunidade de aprimorar e aprender novos movimentos, seguindo uma progressão do simples ao complexo ou do fácil ao difícil. A execução dos movimentos nesse momento segue uma progressão, o que significa que os gestos motores são introduzidos de forma gradual (do mais simples para o mais complexo). Essa abordagem visa promover uma aprendizagem efetiva e o aprimoramento das habilidades motoras. Para garantir coerência e eficácia, os objetivos da aula devem estar alinhados com os objetivos dos ciclos do treinamento. Isso significa que o que está sendo executado na parte principal da aula deve ser consistente com o planejamento global e as metas de longo prazo (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 13.3.2.4 Volta à calma A fase de volta à calma tem como objetivo principal restabelecer os sistemas fisiológicos do corpo. Isso inclui a redução da frequência cardíaca, da frequência respiratória e da temperatura corporal para níveis mais próximos aos do estado de repouso. Os minutos finais da sessão são dedicados à redução da intensidade, promovendo a diminuição dos parâmetros fisiológicos que foram aumentados durante a atividade física. Normalmente, a volta à calma é feita com o alongamento da musculatura que foi mais solicitada durante a aula. O alongamento tem o propósito de relaxar os músculos e ajudar no retorno ao estado basal. Em algumas modalidades de ginástica de academia, destaca-se que exercícios de resistência muscular, frequentemente os abdominais, podem ser incluídos na fase de volta à calma, antes do alongamento. Isso sugere uma abordagem flexível, adaptada às características específicas da modalidade (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 13.3.2.5 Coerência com os objetivos Os objetivos da aula devem estar alinhados com os objetivos dos ciclos do treinamento para garantir coerência entre o planejamento e a execução. Essa estrutura abrangente ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 169 de organização de aula destaca a importância não apenas de abordar o componente físico, mas também de considerar a segurança,a motivação e a progressão adequada durante uma aula de ginástica de academia (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). 13.3.3 Organização e duração das partes de uma aula A duração padrão das aulas de ginástica de academia, normalmente, é de 60 minutos (dependendo da modalidade). Isso sugere que os professores buscam otimizar o tempo disponível para proporcionar uma experiência completa e equilibrada aos participantes. Durante o período da aula, todas as fases anteriormente mencionadas são incluídas, desde a introdução, passando pelo aquecimento e pela parte principal, até a volta à calma. Essa abordagem holística visa atender às necessidades fisiológicas, de aprendizagem e de segurança dos participantes. O tempo disponível é organizado de maneira eficiente para garantir que cada parte da aula receba a atenção necessária. Isso destaca a importância do planejamento cuidadoso para oferecer uma experiência completa e bem estruturada aos alunos. Claro que é necessário entender a modalidade e o tempo de aula que será aplicada, sendo assim algumas modalidades podem exigir ajustes nas proporções de tempo dedicadas a cada fase, dependendo de seus requisitos particulares. Considerando então uma aula com duração de 60 minutos, segue um modelo de organização de tempo de cada etapa da aula: Duração (60 minutos) 5 Minutos 5 Minutos 35 Minutos 15 Minutos Etapa Introdução Aquecimento Parte principal Volta à calma Nota: Modelo geral de organização de uma aula de ginástica de academia em função do tempo (60 minutos) Fonte: a autora Tendo entendido como dividir uma aula de 60 minutos considerando as quatro partes que compõem a mesma, agora vamos entender como fazer a divisão dessas partes conforme objetivo e intensidade, considerando a etapa, a música, a duração e o objetivo da música. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 170 Etapa Música Duração Objetivo da música Introdução 1 5 Minutos Chamar a turma/ boas-vindas/ explicações Aquecimento 2 5 Minutos Aquecimento Parte Principal 3 7 Minutos Treino Moderado 4 5 Minutos Treino Moderado 5 7 Minutos Treino Intenso 6 4 Minutos Recuperação 7 7 Minutos Treino Intenso 8 5 Minutos Treino Moderado Volta à calma 9 7 Minutos Treino Core 10 3 Minutos Treino core 11 5 Minutos Alongamento final Nota: Modelo geral de organização de uma aula de ginástica de academia com o método contínuo variável Fonte: a autora Estas são apenas duas formas possíveis de planejar/estruturar uma aula de ginástica de academia, lembrando que o mesmo pode ser alterado de acordo com o objetivo, as variáveis de carga e treino da sessão. 13.3.4 Nota de coreografia Como já destacamos nos capítulos anteriores a música tem uma grande importância na ginástica de academia, onde cada música representa uma parte da aula e tem seu próprio objetivo. A coreografia é definida como a junção harmoniosa entre a música escolhida e os movimentos característicos de cada modalidade de ginástica de academia. A nota de coreografia é uma ferramenta que auxilia no processo de estruturação da coreografia. O uso cuidadoso da música e a coreografia são elementos fundamentais na ginástica de academia, não apenas para a eficácia do treinamento físico, mas também para a experiência global dos participantes. A integração bem- sucedida desses elementos pode aumentar a motivação e o envolvimento durante as aulas. No capítulo três foi apresentado uma nota de coreografia onde foi proposto que vocês realizassem movimentos específicos dentro do tempo da música, agora utilizaremos novamente a mesma nota de coreografia, porém acrescentaremos uma coluna com anotações, para que vocês consigam visualizar melhor pontos que podem auxiliar na montagem de uma nota de coreografia. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 171 Música Exercício Físico Mapeamento Instrumento/ efeito Contagem Movimento Tempo Repetição Anotações Introdução Baixo e caixa 2x8 Preparação para o step touch 16t Não esquecer das recomendações de segurança Verso 1 Teclado 2x8 Step touch 4t 4x Pessoal! Abre e fecha a perna!” Órgão 1 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 4x Órgão 2 2x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Pausa Bumbo e caixa 2x8 Step touch 4t 4x Verso 2 Baixo e órgão 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 4x Órgão 2 3x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Elevação de pernas para trás 4t 2x Pausa Bumbo e caixa 2x8 Step touch 4t 4x Verso 3 Baixo e caixa 2x8 Elevação de pernas para trás dupla 4t 2x Órgão 2 2x8 Elevação de pernas para trás 4t 2x Encerramento Redução do volume 2x8 Step touch 4t 2x Nota: Modelo de nota de coreografia Fonte: a autora A coluna anotações é um espaço muito importante que pode ser utilizado para várias finalidades como acrescentar observações específicas sobre aquele momento da aula, aquela música ou sobre algum movimento específico, ou até mesmo dicas de comandos, lembretes de recomendações e orientações. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 172 Neste capítulo foi abordado sobre a periodização necessária para uma aula de ginástica de academia, foram apresentadas as informações sobre os métodos de treinamento e quais os mais indicados e utilizados em uma aula de ginástica de academia, assim como quais os passos necessários para elaborar uma aula de ginástica de academia. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 173 CAPÍTULO 14 METODOLOGIA DO ENSINO NA GINÁSTICA DE ACADEMIA Caro aluno(a), neste capítulo abordaremos sobre a metodologia do ensino da ginástica de academia, onde atualmente as aulas de, são estruturadas e organizadas seguindo a utilização da metodologia de ensino da teoria da aprendizagem significativa, visto que para que os alunos consigam participar efetivamente das aulas é necessário que o professor ensine a realização dos movimentos, onde a repetição e memorização do mesmo são colocadas em prática, garantindo uma participação mais efetiva dos alunos na aula. De acordo com Moreira (2021) a Teoria da Aprendizagem Significativa surge no contexto da educação tradicional, que por sua vez, gera uma aprendizagem mecânica dos conhecimentos, utilizando-se da repetição e memorização como metodologia de aprendizagem. Os estímulos buscam condicionar a uma resposta pré-estabelecida, que é tida como a resposta correta, no qual será feito todo o esforço para alcançá-la. Sendo assim, para proporcionar um treino de qualidade na Ginástica de academia, além de executar corretamente os movimentos, o professor deve se atentar a outras qualidades. (PÚBLIO, 1995; BODY SYSTEMS, 2004). 14.1 A execução física Um princípio fundamental na educação física, especialmente em aulas de ginástica, é a execução dos movimentos, nesse sentido o professor serve como referência para a execução correta dos movimentos pelos alunos (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018).Seguem alguns pontos importantes para uma execução física adequada: • Modelo de execução: O professor desempenha o papel de modelo para os alunos, demonstrando a correta execução técnica dos movimentos. Essa demonstração prática é crucial para que os alunos compreendam e repliquem os movimentos de forma eficaz. • Conhecimento técnico: O professor deve possuir um conhecimento sólido da técnica envolvida nos exercícios e atividades propostas. Isso implica entender os detalhes dos movimentos, garantindo uma abordagem técnica correta e segura. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 174 • Competência na Execução: A competência na execução dos movimentos é essencial. Isso não apenas ajuda na transmissão eficaz do conhecimento, mas também inspira confiança nos alunos, pois eles veem a aplicação prática das instruções fornecidas. • Aspectos de segurança: Além da técnica, o professor deve observar todos os aspectos relacionados à segurançadurante a execução dos movimentos. Isso inclui instruir os alunos sobre posturas adequadas, garantindo que os exercícios sejam realizados de maneira segura e minimizando o risco de lesões. • Boa Postura e controle: Manter uma boa postura e controle durante a execução dos movimentos é destacado como fundamental. Isso não apenas contribui para a eficácia do exercício, mas também serve como um exemplo positivo para os alunos, incentivando a adoção de práticas corretas. Em resumo, o professor desempenha um papel crucial como modelo e guia na prática de exercícios físicos. Sua competência técnica, postura exemplar e atenção à segurança são fundamentais para criar um ambiente de aprendizado eficaz e motivador. 14.2 Posicionamento do professor O posicionamento do professor na sala de ginástica durante a aula é um ponto muito importante e que contribui significativamente para o bom desenvolvimento da aula. O professor pode adotar três posicionamentos possíveis, sendo eles de frente para a turma, de costas para a turma e de frente para o espelho e de lado para os alunos. A escolha de qual posicionamento tomar é exclusiva do professor, adotando aquela que ele ache necessária no momento (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Segue uma explicação sobre os posicionamentos: • De frente para os alunos: é a posição comumente adotada na maior parte das aulas, pois permite um melhor contato visual e verbal com a turma, possibilitando assim maior interação e motivação com o grupo. Nessa posição o professor deve assumir a posição de “espelho” invertendo o seu lado de comando, ou seja, o lado direito do aluno corresponde ao seu lado esquerdo, lembrando que os alunos estarão vendo-o de frente, devido a isso, adotar essa estratégia diminui as chances de erros e confusões por parte dos alunos. • De costas para os alunos: essa posição permite uma melhor visualização do exercício e compreensão do movimento por parte do aluno, nessa posição não ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 175 se assume a técnica do “espelho”, sendo assim o aluno repetirá o movimento do mesmo lado que o professor está fazendo, facilitando a compreensão e execução em alguns casos. • De lado para os alunos: essa posição deve ser adotada apenas quando for a melhor opção de visualização e compreensão de um exercício ou movimento. É muito utilizada em aulas que apresentam movimentos laterais, como as práticas de combate em academias. Lembrando que no início de qualquer aula o professor deve estar posicionado de frente para os alunos, no decorrer da aula, o professor poderá ir mudando o seu posicionamento conforme necessidade, nesse momento também, quando a modalidade de ginástica permite, o professor poderá sair da posição e andar pela sala para realizar correções e incentivos aos alunos, desde que os alunos consigam seguir a aula sem a imagem do professor à frente deles. Nota: Exemplo de posicionamento do professor em uma aula de ginástica Fonte: https://images.app.goo.gl/wdNeCfcz8P38tBZCA 14.2.1 O comando O comando eficiente em uma aula de ginástica visa que além da ótima execução dos movimentos, é fundamental que o professor saiba instruir os alunos com eficiência. A instrução básica inclui uma demonstração e explicação eficaz sobre a técnica, além https://images.app.goo.gl/wdNeCfcz8P38tBZCA https://images.app.goo.gl/wdNeCfcz8P38tBZCA ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 176 disso também envolve o comando, eficientemente, nas mudanças de movimento, instruções verbais e visuais, bem como a correção da técnica do aluno. A instrução verbal é o processo de transmissão das informações por meio da fala, sendo o principal instrumento de comunicação entre o professor e os alunos. Para uma instrução verbal eficaz, alguns pontos de atenção devem ser considerados, como o tipo de vocabulário utilizado, a seleção dos comandos, a qualidade da voz e a correção da técnica (PÚBLIO,1995). Para além desta é muito importante que em uma aula de ginástica de academia o número de palavras técnicas utilizadas nos comandos sejam reduzidas, visto que tal fato auxilia a compreensão do que deve ser feito. Além disso, pode tornar a aula uma experiência mais emocional do que racional. Quando for necessário o uso de termos técnicos, devem ser sempre explicados no início da aula. Considerando que, numa interação entre indivíduos, apenas 35% do processo de comunicação é feito por meio de palavras (BIRDWHISTELL, 1985), a linguagem corporal consiste numa importante ferramenta de interlocução. Ela é a forma de comunicação não-verbal, na qual transmitimos a mensagem por meio de gestos, de expressões faciais, dos movimentos dos olhos, da postura, entre outros. Nesse contexto, a linguagem corporal pode potencializar a transmissão da mensagem e facilitar o entendimento do comando por parte do aluno. Nota: Linguagem não verbal em uma aula de ginástica de academia Fonte: a autora ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 177 As instruções verbais e não verbais também são utilizadas quando são notados movimentos incorretos, visto que é imprescindível que estes sejam melhorados. Mesmo sendo um caso isolado na sala, os comandos de correção devem ser dirigidos, em um primeiro momento, para todo o grupo e, depois, individualmente. Um método eficiente de correção, além das orientações verbais, é demonstrar o movimento incorreto, seguido da técnica correta. Como regra geral, os comandos de correção individual são feitos, inicialmente, com um contato visual e corporal direto, seguido de orientações com um tom de voz de cuidado. É muito importante não ofender o aluno com palavras inapropriadas e seu constrangimento direcionando a atenção do grupo para ele (VIDAL; RIBEIRO; KERBEJ, 2018). Uma intervenção para a correção deve conter três itens: Nota: itens da correção de intervenção Fonte: a autora Vale destacar que a correção da técnica do movimento envolve a aceitação, a conscientização corporal e o tempo para a sua assimilação. Desta forma, a mudança pode não ser instantânea e levar várias sessões para acontecer, contudo o esforço deve ser sempre elogiado e apoiado (PÚBLIO,1995; UGRINOWITSCH, 2003). 14.2.2 Antecipação Em aulas de ginástica de academia espera-se uma sincronia entre os movimentos dos professores e dos alunos, a condução de aula deve ser feita de forma que o aluno ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 178 não interrompa a realização do movimento para conseguir compreender um novo estímulo. Para que isso ocorra é necessário que o professor antecipe os movimentos que serão realizados em sequência, pois assim o aluno tem tempo hábil de processar a informação recebida e realizar o movimento de forma adequada. A antecipação é realizada por meio de instrução verbal e visual, utilizando a nomenclatura do próximo movimento, chamando a atenção da turma para a mudança de movimento e demonstrando o próximo ou por meio de contagem regressiva. Lembrando que a antecipação deve ser realizada dentro da última frase musical do movimento que está sendo realizado, isso garante que a informação não seja esquecida pelos alunos. A antecipação por meio da contagem pode ser feita de forma lenta onde serão utilizados 2 tempos musicais para cada contagem, ou de forma muito lenta onde serão utilizados 4 tempos musicais para cada contagem (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). Nota: contagem lenta- 2 tempos musicais Fonte: Vidal; Anic; Kerbej, 2018 Nota: contagem muito lenta- 4 tempos musicais Fonte: Vidal; Anic; Kerbej, 2018 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 179 14.2.3 Dramatização Um outro ponto importante em uma aula de ginástica em academia é a dramatização se refere à utilização da voz e da linguagem corporal para interpretar e projetar no aluno o sentimento da música. Quanto melhor for a conexãoentre o movimento e a emoção da música, maior é a experiência de divertimento e prazer que os alunos sentem (BODY SYSTEMS, 2004).Nesse contexto, as principais sensações da música, bem como da intencionalidade da coreografia são o ritmo, a força, a energia, o prazer e a paixão. Para poder realizar uma ótima dramatização é necessário realizar um estudo e ter domínio de cada detalhe dá para que se possa alinhar e harmonizar os movimentos e a interpretação com a melodia e frases musicais. Quando ela é executada com maestria, além de proporcionar diversão e prazer, ela auxilia o aluno a entender e visualizar o contraste dos movimentos (fortes e fracos, por exemplo). Nota: Intencionalidade da coreografia Fonte: a autora A apresentação visual do professor também é um elemento que complementa a interpretação na prática de exercícios físicos. Alguns pontos relevantes incluem: • Vestimenta adequada: A escolha da vestimenta é mencionada como um fator crucial. Utilizar roupas que representem o estilo da atividade ensinada pode criar um ambiente mais autêntico e próximo do que está sendo ensinado. Por exemplo, usar roupas características do Hip Hop em aulas de ritmos com esse estilo musical pode criar uma atmosfera mais envolvente e autêntica para os alunos. • Acessórios específicos: O uso de acessórios adequados é destacado como uma forma de conferir um diferencial. Por exemplo, o texto menciona o uso ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 180 de bandagens em aulas que envolvem golpes de lutas. Esse tipo de acessório não apenas contribui para a segurança durante a prática, mas também reforça visualmente a natureza da atividade. • Criação de cenário: A ideia de que a vestimenta e os acessórios podem contribuir para criar um cenário mais próximo do contexto da atividade é ressaltada. Isso pode aumentar a autenticidade da experiência para os alunos, tornando a prática mais envolvente e relevante. • Alinhamento com o Estilo da Atividade: A abordagem de alinhar a vestimenta e os acessórios ao estilo da atividade específica reforça a importância da consistência visual. Isso não apenas melhora a compreensão da atividade, mas também ajuda na criação de uma atmosfera que motive os alunos. 14.2.4 Hospitalidade Para além de dos comandos, das instruções, correções, a dramatização, as vestimentas, entre outros, a organização da sala de ginástica e a hospitalidade do professor são aspectos muito importante para a aula de ginástica de academia. a importância da prévia da sala de ginástica visa garantir uma aula sem contratempos, a boa hospitalidade e o relacionamento positivo entre o professor e os alunos trazem conforto para os alunos presentes na aula, diante disso, seguem alguns pontos importantes a serem considerados: • Checklist prévio: Antes do início da aula, é essencial realizar um checklist que inclui a verificação do sistema de som, iluminação, possíveis pontos molhados no chão e, principalmente, as faixas das músicas que comporão as coreografias. Chegar com antecedência permite resolver problemas potenciais ou encontrar alternativas. • Funcionalidade dos equipamentos: Além da sala em si, é crucial verificar se os equipamentos estão funcionais, apropriados e seguros para as exigências da aula. Isso contribui para a segurança e eficácia da prática. • Distribuição dos alunos: A organização da distribuição dos alunos na sala é fundamental para garantir que todos tenham espaço suficiente para praticar, contribuindo para a segurança e fluidez da aula. • Hospitalidade e relacionamento positivo: O texto destaca que um coaching de excelência vai além dos aspectos técnicos e deve incluir o relacionamento social entre o professor e os alunos. Criar laços por meio de atenção, zelo e respeito contribui para uma experiência mais significativa para todos. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 181 • Interações limitadas pela escassez de tempo: Reconhecendo as limitações de tempo devido a diversos motivos, o texto menciona que a interação entre professor e aluno muitas vezes se restringe à duração da aula. Isso destaca a importância de otimizar o tempo disponível para construir relacionamentos positivos, mesmo que breves. Pensando na escassez de tempo, é válido utilizar estratégias de interação e se possível manter um contato com o aluno em quatro momentos importantes, sendo eles o momento pré aula, a introdução da aula, a transição entre as músicas e o momento pós aula. A preparação cuidadosa do ambiente e dos elementos práticos da aula, aliada à atenção e respeito no relacionamento entre professor e alunos, contribui para criar uma experiência mais positiva, segura e significativa durante as práticas de ginástica. Vale ressaltar que o contato com os alunos e a boa acolhida dos mesmos pode auxiliar na conquista, confiança e fidelidade proporcionando um alto engajamento do grupo na aula. Nota: Estratégias de interação com os alunos Fonte: a autora 14.3 Considerações importantes Durante o capítulo foram destacadas a importância do professor de ginástica assim como alguns pontos importantes sobre o mesmo, ressaltando que o professor deve possuir um domínio tanto do conhecimento básico associado à prática quanto de ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 182 experiências e saberes próprios. Segue alguns pontos-chave relacionados a habilidades necessárias para um professor de ginástica de academia: • Domínio do conhecimento básico: O professor de ginástica deve possuir um conhecimento sólido e básico relacionado à prática. Isso inclui elementos comuns à formação na graduação em Educação Física, proporcionando uma base teórica e prática sólida. • Desenvolvimento de experiências e Saberes Próprios: Além do conhecimento básico, é enfatizado o desenvolvimento de experiências e saberes próprios. Isso sugere que o professor deve enriquecer sua prática por meio de vivências, reflexões e aprendizados específicos que contribuam para a sua abordagem única e eficaz no ensino da ginástica. • Organização e desenvolvimento de aulas: O professor é encorajado a organizar e desenvolver aulas com qualidade técnica e compromisso social. Isso implica não apenas na transmissão efetiva de habilidades técnicas, mas também na consideração do impacto social da prática, promovendo valores como autonomia, criatividade e independência nos alunos. • Visão do aluno como ser social e capaz: Destaca-se a importância de ver o aluno como um ser social, capaz, autônomo, criativo e independente. Essa abordagem coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem, reconhecendo suas habilidades e promovendo um ambiente de ensino que favorece o desenvolvimento integral. • Compromisso social: O compromisso social é mencionado como uma dimensão importante da atuação do professor de ginástica. Isso sugere que além dos aspectos técnicos, o professor deve considerar o impacto social da sua prática, promovendo valores como inclusão, respeito e responsabilidade social. ISTO ESTÁ NA REDE Além de todos os aspectos mencionados, um professor de ginástica deve sempre se manter atualizado em treinamentos e novidades sobre as modalidades que o mesmo oferece. A importância da busca contínua por conhecimento em sua área de atuação é vista como uma maneira de aprimorar habilidades e manter-se atualizado diante das evoluções na área. Esse compromisso com o aprendizado contínuo é visto como um meio de proporcionar um serviço de alta qualidade aos clientes. https://korppus.com.br/ https://www.lesmills.com/br/instrutores/ https://korppus.com.br/ https://www.lesmills.com/br/instrutores/ ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 183 Neste capítulo abordamos sobre a metodologia do ensino da ginástica de academia, trazendo pontos sobre como deve ser o posicionamento do professor em sala de aula, como ele deverealizar os comandos das turmas, como devem ser as instruções para que sejam claras e aproveitadas pelos alunos, resumindo apresentamos diversos pontos para que você consiga entender os passos metodológicos fundamentais para uma boa aula de ginástica de academia. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 184 CAPÍTULO 15 GESTÃO E EMPREENDEDORISMO NA ACADEMIA DE GINÁSTICA Neste capítulo abordaremos uma visão geral dos conceitos de organização, processo administrativo, modelos de estrutura organizacional e empreendedorismo. Os principais pontos abordados foram: o conceito de organização, o processo administrativo e os modelos de estrutura organizacional. Neste capítulo objetivamos proporcionar uma compreensão aprofundada dos elementos fundamentais do processo administrativo e do empreendedorismo, capacitando os alunos a entenderem e aplicarem esses conceitos em contextos organizacionais e empreendedores. 15.1 Administração e seus principais conceitos Atualmente nota-se a presença e influência das organizações em nossas vidas diárias, ressaltando que muitas de nossas atividades estão direta ou indiretamente relacionadas a práticas empresariais. Desde o café da manhã que tomamos antes de ir ao trabalho até o meio de transporte que escolhemos, nossas ações estão interligadas aos produtos e serviços oferecidos por empresas. Destacamos a importância de compreender alguns conceitos organizacionais para entender o funcionamento das empresas e as variáveis envolvidas nesse processo. Mesmo que alguém não esteja diretamente envolvido em atividades de administração, a prática da administração está presente no dia a dia de todos, seja no planejamento de atividades físicas para um cliente, na execução de projetos ou no controle das despesas domésticas. Maximiano (2011), define a organização como “um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo”. Além dos objetivos e recursos, as organizações possuem outros dois componentes essenciais: processos de transformação e divisão do trabalho. Essa visão ampla destaca a complexidade das organizações, que não são apenas estruturas físicas, mas sistemas dinâmicos que buscam atingir metas por meio da utilização eficiente de recursos, processos de transformação e distribuição de tarefas entre os membros da organização. Essa compreensão é fundamental para ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 185 qualquer pessoa, mesmo que não atue diretamente na área de administração, pois as organizações desempenham um papel significativo em vários aspectos de nossas vidas. Nota: Principais componentes das organizações. Fonte: Maximiano (2011). Toda organização é estabelecida com o propósito de satisfazer as necessidades e expectativas de seus consumidores, ao mesmo tempo em que busca alcançar seus próprios objetivos estratégicos. O objetivo principal de uma empresa, frequentemente denominado sua missão, é alcançado por meio dos produtos e serviços que ela oferece. Um exemplo citado é o objetivo de uma academia de ginástica, que é tornar seus clientes mais saudáveis. Esse propósito é atendido por meio da prestação de serviços de qualidade. Assim, a missão da academia é vinculada à melhoria da saúde dos clientes, e essa missão é realizada por meio dos serviços oferecidos, como aulas de ginástica, treinamento personalizado, entre outros. Os recursos desempenham um papel crucial no processo de desenvolvimento de produtos e serviços. Esses recursos não se limitam apenas a materiais, mas também incluem recursos humanos e financeiros. Os recursos são os insumos utilizados pela organização para operar e criar valor para os consumidores. Exemplos de recursos incluem matérias-primas, equipamentos, habilidades e conhecimentos dos funcionários, bem como os recursos financeiros disponíveis. Portanto, para atingir seus objetivos, as organizações devem gerenciar eficientemente esses recursos, garantindo que sejam alocados de maneira adequada para alcançar a missão e atender às necessidades dos consumidores. Essa abordagem destaca a importância de uma gestão eficaz dos recursos para o sucesso e a sustentabilidade das organizações. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 186 Nota: Recursos organizacionais Fonte: Oliveira (2012). Os dois últimos elementos importantes que compõe as atividades organizacionais são: • Processos de Transformação: A organização utiliza seus recursos para criar produtos e serviços por meio do processo de transformação. Esses recursos, conforme indicado na Figura 1, podem incluir uma variedade de elementos, como materiais, recursos humanos e financeiros. Os processos de transformação são essenciais para a produção eficiente e eficaz de bens e serviços. Exemplos mencionados incluem o processo produtivo, que envolve a transformação da matéria-prima, e os processos relacionados à administração de recursos humanos, como contratação, capacitação e desligamento de funcionários (OLIVEIRA, 2012). • Divisão do Trabalho: Conforme definido por Maximiano (2011b), a divisão do trabalho é o processo que supera as limitações individuais por meio da especialização. Ao dividir tarefas especializadas entre indivíduos ou grupos, é possível realizar produtos e serviços que seriam desafiadores ou impossíveis de serem realizados por uma única pessoa. A divisão do trabalho, portanto, possibilita a eficiência na produção e a criação de produtos ou serviços mais significativos ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 187 e complexos. Ao agrupar atividades especializadas, a organização pode otimizar seus recursos e melhorar a qualidade e a quantidade dos resultados. Em resumo, a combinação eficiente de processos de transformação e divisão do trabalho é crucial para o sucesso e a eficácia operacional de uma organização. Esses elementos são fundamentais para entender como as organizações operam, produzem e entregam valor aos consumidores, destacando a importância da cooperação e especialização dentro de uma estrutura organizacional. 15.2 Funções organizacionais As cinco principais funções organizacionais, conforme definido por Maximiano (2011b), são atividades especializadas realizadas pelos colaboradores de uma empresa. Essas funções desempenham papéis distintos, mas interconectados, na operação e sucesso global de uma organização. Aqui estão resumidas as características de cada uma dessas funções: • Produção (ou Operações): A função de produção tem como objetivo fundamental transformar insumos para fornecer produtos ou serviços à organização para seus clientes, usuários ou público-alvo. Existem três tipos principais de processos produtivos: em massa, contínuo e unitário. • Marketing: A função de marketing busca estabelecer e manter a conexão entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Tanto organizações lucrativas quanto não lucrativas realizam atividades de marketing para promover seus produtos ou serviços. • Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): A função de P&D tem como objetivo transformar informações de marketing, ideias originais e avanços científicos em produtos e serviços. Além disso, a P&D desempenha um papel na identificação e introdução de novas tecnologias. • Finanças: A função financeira cuida do dinheiro da organização, visando à proteção e utilização eficaz dos recursos financeiros. Isso inclui a maximização do retorno dos acionistas, no caso de empresas lucrativas. • Recursos Humanos: A função de recursos humanos, também conhecida como gestão de pessoas, tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas necessárias para a organização. Isso abrange atividades que começam antes da contratação de uma pessoa e se estendem após seu desligamento. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 188 Ressalto que praticamentetodas as organizações, independentemente do tamanho, possuem departamentos específicos dedicados a cada uma dessas funções. Essas funções são essenciais para o desenvolvimento e comercialização de produtos e serviços, destacando a importância da cooperação e especialização entre diferentes áreas dentro de uma organização. 15.3 Processo administrativo De acordo com Chiavenato (2014)l, considerado um dos principais pensadores da área administrativa, as organizações possuem seis funções básicas: • Funções Técnicas: Relacionadas com a produção de bens ou serviços da empresa. Envolvem atividades específicas relacionadas às operações essenciais da organização. • Funções Comerciais: Relacionadas com a compra, venda e permutação. Envolvem atividades ligadas às transações comerciais e relações com clientes e fornecedores. • Funções Financeiras: Relacionadas com a procura e gestão de capitais. Incluem atividades ligadas ao gerenciamento de recursos financeiros, investimentos e tomada de decisões financeiras. • Funções Contábeis: Relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. Englobam atividades contábeis essenciais para o registro e controle financeiro da organização. • Funções de Segurança: Relacionadas com a proteção e preservação de bens e pessoas. Envolvem atividades voltadas para garantir a segurança física e patrimonial da organização. • Funções Administrativas: Relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. Coordenam e sincronizam as demais funções (não administrativas) da empresa, atuando como uma supervisão e direção geral. Fayol também é mencionado como responsável pela criação do processo administrativo, que representa as atividades desempenhadas pelos administradores. Esse processo administrativo, segundo Sobral e Peci (2012), compreende cinco etapas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Esse modelo é destacado como ainda sendo adotado até os dias atuais. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 189 Essas funções e o processo administrativo representam uma estrutura conceitual fundamental para compreender as atividades e responsabilidades dentro de uma organização, destacando a diversidade e complexidade das atividades que os administradores enfrentam. O processo administrativo, uma estrutura conceitual fundamental na administração, pode, de fato, apresentar variações conceituais ao longo da evolução das teorias administrativas. No entanto, de maneira geral, ele é frequentemente sintetizado em quatro principais elementos: • Planejamento: O primeiro passo envolve a definição de metas e objetivos organizacionais e a formulação de estratégias para alcançá-los. O planejamento é uma atividade proativa que visa antecipar e preparar a organização para o futuro, ajudando a reduzir a incerteza. • Organização: Este elemento envolve a alocação de recursos, a definição de responsabilidades e a criação de estruturas organizacionais eficientes. A organização visa criar um ambiente em que as atividades possam ser executadas de maneira coordenada e eficaz para alcançar os objetivos estabelecidos no planejamento. • Direção: A direção refere-se ao processo de liderar e orientar os membros da organização para a realização das metas. Isso inclui a motivação, a comunicação eficaz, a coordenação de esforços e o gerenciamento de conflitos. A direção busca garantir que as atividades cotidianas estejam alinhadas com os objetivos organizacionais. • Controle: O controle é o último estágio do processo administrativo e envolve a avaliação do desempenho organizacional em relação aos padrões estabelecidos no planejamento. Se houver desvios significativos, são implementadas ações corretivas. O controle é uma atividade cíclica que fornece feedback para melhorar continuamente os processos organizacionais. Esses quatro elementos, planejamento, organização, direção e controle, são conhecidos como as funções clássicas da administração e formam a base do processo administrativo. Apesar das variações e adaptações nas abordagens teóricas ao longo do tempo, esses elementos continuam sendo fundamentais para o entendimento e a prática da administração nas organizações. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 190 O processo de planejamento, é considerado um dos mais cruciais na administração. Ele é fundamental porque orienta e influencia os demais processos administrativos, e se o planejamento for conduzido de maneira inadequada, há uma maior probabilidade de que as atividades subsequentes não atendam às expectativas estabelecidas. De acordo com Maximiano (2011c), o processo de planejamento é composto por três etapas: Nota: Etapas do processo de planejamento Fonte: adaptado Maximiano (2011c). 15.3.1 Organizar A fase de organização no processo administrativo, que ocorre após a etapa de planejamento. Nessa fase, os recursos necessários para implementar as ações planejadas são disponibilizados de maneira que facilite a execução das atividades planejadas. Maximiano (2011c) propõe que a fase de organização pode ser realizada em quatro, no entanto, o autor Chiavenato (2004) complementa, indicando três atividades- chave no processo de organização: • Especialização: Refere-se à divisão do trabalho em tarefas específicas, buscando aumentar a eficiência por meio da especialização e do desenvolvimento de habilidades específicas. • Departamentalização: Envolve a agrupação de tarefas relacionadas em unidades organizacionais chamadas departamentos. Essa abordagem facilita a coordenação e o gerenciamento eficaz das atividades. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 191 • Cargos e Tarefas: Implica na definição clara de funções, responsabilidades e autoridades de cada cargo dentro da organização. Isso ajuda a estabelecer uma estrutura organizacional clara e promove a eficiência na execução das atividades. Portanto, a fase de organização envolve a implementação de estruturas e processos que possibilitam a execução eficaz das ações planejadas. Essas atividades incluem a especialização para otimizar a divisão do trabalho, a departamentalização para agrupar atividades relacionadas e a definição clara de cargos e tarefas para estabelecer responsabilidades dentro da organização. Nota: Etapas da organização Fonte: adaptado Maximiano (2011c). 15.3.2 Dirigir A fase de direção no processo administrativo, que ocorre após o planejamento e a organização das atividades e dos recursos. Nessa etapa, as ações dos colaboradores são conduzidas conforme o planejamento estabelecido, sendo geralmente responsabilidade dos cargos de liderança orientar os colaboradores para alcançar os objetivos da organização. De acordo com Chiavenato (2004), o processo de direção pode ser compreendido como a função administrativa que trata das relações interpessoais entre os administradores e seus subordinados. Para que o planejamento e a organização ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 192 sejam eficazes, é necessário dinamizá-los por meio da orientação dada às pessoas, utilizando uma comunicação adequada e habilidades de liderança e motivação. Chiavenato (2004) ainda menciona que a direção pode ser realizada por três níveis de liderança: • Nível Global: Corresponde ao nível estratégico, normalmente ocupado pela diretoria. Nesse nível, as decisões são estratégicas e têm um impacto significativo em toda a organização. • Nível Departamental: Refere-se ao nível tático, geralmente liderado por gerentes. Nesse nível, a direção está mais focada nas operações diárias e na implementação das estratégias estabelecidas pelo nível global. • Nível Operacional: Correspondente ao nível de operações, liderado por supervisores e coordenadores. Nesse nível, a ênfase está na execução das tarefas e atividades diárias para alcançar os objetivos definidos pelosníveis superiores. A direção, portanto, envolve a condução eficaz das atividades e das pessoas para garantir a realização dos planos organizacionais, destacando a importância da comunicação, liderança e motivação nas relações interpessoais dentro da empresa. 15.3.3 Controlar O processo de controle tem como objetivo principal garantir que as atividades sejam realizadas de acordo com o que foi planejado e organizado nas fases anteriores do processo administrativo. De acordo com Chiavenato (2004), o processo de controle pode ser compreendido como um ciclo de quatro etapas: • Estabelecimento de Padrões: O ciclo de controle começa com a definição dos padrões ou critérios que as atividades devem seguir. Esses padrões servirão como referência para avaliar o desempenho. • Observação do Desempenho: Nesta etapa, o desempenho das atividades é mensurado e monitorado. Isso envolve a coleta de dados relevantes para avaliar se as atividades estão ocorrendo conforme o planejado. • Comparação com Padrões: Os resultados observados são comparados com os padrões estabelecidos na primeira etapa. Essa comparação revela se as atividades estão de acordo com o que foi planejado, identificando desvios e áreas que podem precisar de ajustes. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 193 • Ações Corretivas: Se for identificado que as atividades estão fora do padrão ou que os resultados não estão de acordo com as expectativas, a última etapa envolve a implementação de ações corretivas. Essas ações visam reestruturar as atividades e corrigir quaisquer desvios para garantir o alinhamento com os objetivos organizacionais. Nota: As quatro fases do controle Fonte: Chiavenato (2004). Essas etapas formam um ciclo contínuo, permitindo que a organização aprenda com os resultados e faça ajustes necessários para melhorar continuamente seu desempenho. O controle é essencial para garantir a eficácia e a eficiência das operações organizacionais, proporcionando a capacidade de adaptar-se às mudanças e alcançar os objetivos estabelecidos. 15.3.4 Estrutura organizacional Neis e Pereira (2015) e de Blenko, Mankins e Rogers (2010) destacam a importância crucial de uma estrutura organizacional consistente para o bom desempenho de uma organização. Essa perspectiva enfatiza a relevância da forma como as atividades e responsabilidades são organizadas e distribuídas dentro da empresa. Neis e Pereira ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 194 (2015) afirmam que uma estrutura organizacional consistente é um pré-requisito fundamental para o bom desempenho de uma organização. Isso sugere que a forma como uma empresa é organizada, incluindo suas hierarquias, departamentos e relações entre as unidades, desempenha um papel significativo no sucesso geral da organização. A crença de muitos executivos de que a estrutura organizacional, especialmente aquela representada nos organogramas, desempenha um papel determinante no desempenho das empresas. Isso reforça a ideia de que a configuração organizacional tem um impacto direto na eficiência e eficácia das operações da empresa. Com base nessas definições, torna-se evidente que a estrutura organizacional não é apenas um elemento formal, mas desempenha um papel fundamental em diversos aspectos do desempenho organizacional. Seja uma empresa grande ou pequena, em qualquer setor, uma estrutura organizacional bem definida é fundamental para garantir a coordenação eficaz das atividades, a tomada de decisões eficiente e a otimização dos recursos disponíveis. Portanto, compreender e projetar uma estrutura organizacional que se alinhe aos objetivos e necessidades da empresa é uma consideração estratégica importante para o sucesso e a sustentabilidade a longo prazo. Oliveira (2014) apresenta nove tipos de estruturas organizacionais sendo elas: funcional; por quantidade; por turno; localização geográfica; por clientes; por produtos ou serviços; por projetos; matricial; mista., cada uma com características, vantagens e desvantagens específicas. Apresentarei o resumo dos principais pontos sobre as estruturas funcional, por produtos ou serviços, e por projetos: 1. Estrutura Funcional: • Características: Divisão do trabalho por funções especializadas. Comum em organizações de pequeno porte. • Vantagens: Especialização do trabalho. Mais estabilidade para o funcionário. Economia por meio da produção em massa. • Desvantagens: Comunicação deficiente. Menos adequada para cumprimento de prazos. Dificuldade para desenvolver um ambiente de inovação. Indicada para: Empresas com atividades repetitivas, altamente especializadas e pouco integradas. 2. Estrutura por Produtos ou Serviços: • Características: Baseada no portfólio da empresa. Alocação de recursos específicos para cada produto ou serviço. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 195 • Vantagens: Coordenação de departamentos. Enfoque nos produtos e serviços. Favorece o ambiente de inovação. • Desvantagens: Atividades duplicadas entre linhas de produtos. Estrutura desestabilizada devido ao poder dos gerentes. 3. Departamentalização por Projetos: • Características: Gerente de projetos responsável por todo o projeto ou parte dele. Pessoal designado temporariamente para projetos. • Vantagens: Alta responsabilidade da equipe do projeto. Colaboradores com grande conhecimento das atividades do projeto. Equipes multidisciplinares. Cumprimento de prazos e orçamentos do projeto. Melhor atendimento das necessidades do cliente. • Desvantagens: Possíveis recursos ociosos e gastos excessivos se o coordenador não estiver atento à administração. Falhas no sistema de comunicação. Equipes muito grandes podem afetar a eficiência do projeto. Oliveira (2014) destaca a importância de escolher a estrutura organizacional alinhada com as estratégias, porte e cultura da empresa. Por exemplo, uma empresa que valoriza a inovação pode não se beneficiar da estrutura funcional mais rígida, pois ela pode não fornecer um ambiente propício para a inovação. ISTO ESTÁ NA REDE Durante o período de pandemia, com as normativas de isolamento e restrição de fluxo, muitas academias tiveram que se reinventar e adotar estratégias para se manterem abertas. Nesse momento muitas oportunidades empreendedoras foram criadas, com base na necessidade de adaptação ao momento. https://www.revistas.editoraenterprising.net/index.php/regmpe/article/ view/427/654 Este capítulo teve como propósito fornecer uma compreensão abrangente dos principais aspectos da administração, gestão e empreendedorismo, ressaltando a relevância desses processos nas atividades profissionais, independente do ramo de atuação, a parte administrativa é muito importante e necessária para atuação profissional. https://www.revistas.editoraenterprising.net/index.php/regmpe/article/view/427/654 https://www.revistas.editoraenterprising.net/index.php/regmpe/article/view/427/654 https://www.revistas.editoraenterprising.net/index.php/regmpe/article/view/427/654 ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 196 CONCLUSÃO Prezado aluno(a), espero que tenha gostado e aproveitado o estudo sobre a disciplina de atividades de academia! No decorrer dos capítulos abordamos sobre os pontos mais importantes que um bom professor de ginástica de academia deve entender e saber sobre a ginástica de academia. Espero que ao chegar aqui você tenha compreendido sobre musicalidade e como encaixar a música com os exercícios, criando uma excelente coreografia, espero que tenha entendido as características de cada modalidade apresentada, conseguindo identificar os benefícios de cada uma delas e como elaborar e executar as aulas referente a cada modalidade. É muito importante que ao chegar aqui, você também tenha aprendido sobre os aspectos históricos e fisiológicos das ginásticas de academia, tendo entendido tambéma importância do treinamento esportivo para a elaboração de um cronograma de aulas de ginástica, e que chegando aqui você consiga montar e executar uma aula respeitando todos os passos necessário. Lembre-se sempre da importância dos estudos e da atualização contínua dos conteúdos, aqui demos o primeiro passo para que você seja um excelente profissional. ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 197 ELEMENTOS COMPLEMENTARES LIVRO Título: Ginástica de academia, aprendendo a ensinar Autor: Andréa Ferreira Barros Vidal, Cibele Calvi Anic Ribeiro, Maria Helena Aita Kerbej Editora: Phorte Sinopse: Atualmente existe uma carência de profissionais de Educação Física efetivamente habilitados para atuar na área da ginástica coletiva em academias de todo o País, bem como de referências bibliográficas que abordam esse tema de modo consistente, aliando bem a teoria com a prática. O livro Ginástica de academia: aprendendo a ensinar busca contribuir para o preenchimento de ambas as lacunas. Para tanto, descreve as diferentes modalidades coletivas de ginástica, destacando os objetivos, os benefícios, os movimentos básicos característicos, a aplicabilidade, a estruturação e o modo de conduzir pedagogicamente cada uma delas. A sólida formação acadêmica das autoras e a sua ampla experiência prática possibilitam que esta obra sirva como base para estudantes e profissionais de Educação Física e professores acadêmicos que desejam atuar com excelência no segmento da ginástica coletiva. https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Andr%C3%A9a+Ferreira+Barros+Vidal&text=Andr%C3%A9a+Ferreira+Barros+Vidal&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Cibele+Calvi+Anic+Ribeiro&text=Cibele+Calvi+Anic+Ribeiro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Cibele+Calvi+Anic+Ribeiro&text=Cibele+Calvi+Anic+Ribeiro&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_3?ie=UTF8&field-author=Maria+Helena+Aita+Kerbej&text=Maria+Helena+Aita+Kerbej&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 198 FILME Título: fittest on earth Ano: 2018 Sinopse: O filme documenta os bastidores e declarações de Matt Fraser, Sara Sigmunsdóttir, Tia-Claire Toomey, Katrin Davidsdottir, Josh Bridges, Brent Fikowski, entre outros, os quais são atletas da elite do esporte. Todos participaram dos Crossfit Games 2016. Durante os cinco dias dos Crossfit Games, a evolução, superação e dores dos atletas foi documentada à medida que seus resultados apareciam e a agenda de provas progredia. WEB O site da Les mills disponibiliza diversos materiais sobre algumas modalidades de ginásticas de academia, nele podemos encontrar algumas aulas que servem como exemplo e visualização da modalidade, perguntas e respostas sobre as modalidades além de uma playlist com músicas atualizadas utilizadas nas aulas. https://www.lesmills.com/br/ https://www.lesmills.com/br/ ATIVIDADES DE ACADEMIA PROF.a MARIANA ARDENGUE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 199 REFERÊNCIAS AQUATIC EXERCISE ASSOCIATION et al. Fitness aquático: um guia completo para profissionais. 2014. ACSM. Diretrizes do American College of Sports Medicine para os testes de esforço e sua prescrição. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE et al. 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