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DESENHO TÉCNICO 
ARQUITETÔNICO
Fabiana Galves
Mahlmann
 
Materiais e instrumentos 
de desenho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os materiais e os instrumentos para realização de dese-
nhos técnicos.
 � Identificar a utilização de materiais e instrumentos adequados para 
o desenho técnico.
 � Avaliar a importância da utilização dos materiais e instrumentos na 
realização de desenho técnico.
Introdução
Na arquitetura, a figura humana e a utilização de elementos textuais são 
pontos importantes na concepção dos projetos. Esses fatores proporcio-
nam uma real compreensão das proporções e das dimensões do projeto.
A elaboração de um projeto arquitetônico envolve muitas etapas e 
maneiras de expressar a sua concepção, seja pelo modo manual, com os 
equipamentos e materiais técnicos ou pelos métodos modernos, com os 
equipamentos eletrônicos e softwares de última geração.
O processo de criação é desenvolvido a partir de uma solicitação 
para um problema ou um desafio, por meio de desenhos, plantas e 
detalhamentos em pranchas, que serão utilizadas depois para a sua 
materialização.
Neste capítulo, você verá as etapas nas quais irá reconhecer, identificar 
a utilização e avaliar a importância dos materiais no desenvolvimento do 
desenho técnico.
Características do desenho técnico
O desenvolvimento de um projeto arquitetônico ocorre por meio de diversas 
etapas, desde suas primeiras ideias, seguindo para o desenvolvimento dos 
problemas e até chegar ao projeto, que será a referência na construção. Para que 
o profissional desenvolva um projeto, são necessários instrumentos técnicos, 
materiais específicos que irão fornecer as informações necessárias e auxiliar 
nessa criação. O projeto arquitetônico é um documento, com informações 
técnicas relativas a uma obra.
O método tradicional do desenho técnico utiliza lápis (grafite); caneta 
nanquim; réguas; esquadros; compassos; escalímetros; papel (pranchas) 
em diferentes tamanhos, tipos e gramaturas (espessuras); entre outros. O 
profissional deve ter o conhecimento sobre os materiais e as técnicas de 
desenho necessárias para o processo de criação manual. Embora, atualmente, 
todo o processo seja realizado com o uso de softwares próprios para esse 
segmento da arquitetura, esse conhecimento é necessário também para a 
aplicação virtual. 
Os croquis servem como um estudo, uma avaliação do que o profissional 
começou a pensar para atingir o seu objetivo, atendendo ao que foi solicitado 
pelo seu cliente. Mesmo com as mudanças tecnológicas que vem ocorrendo, 
em que os instrumentos manuais foram alterados para softwares, não podemos 
esquecer que os elementos do desenho técnico mantêm as mesmas caracte-
rísticas e a representação gráfica realizada por meio dos softwares deverá 
transmitir todas as informações necessárias para a materialização do projeto.
Para que todos os profissionais consigam entender e ler o desenho técnico, 
desde a sua criação até a materialização, eles devem “falar” a mesma lingua-
gem, portanto, existem as normas técnicas, cuja função é determinar as regras 
e os conceitos da representação gráfica do projeto. O projeto arquitetônico é 
o conjunto de documentos e desenhos que, após aprovado, dará a condição 
de materializações de um empreendimento.
O desenvolvimento do projeto arquitetônico é um longo processo, envolvendo 
várias etapas. Podemos definir as etapas de um projeto da seguinte maneira:
1. definição do programa de necessidades do projeto;
2. levantamento/visita ao local;
3. estudo preliminar;
4. anteprojeto;
5. projeto legal;
6. projeto executivo.
Materiais e instrumentos de desenho2
Essa é a estruturação simplificada de um projeto arquitetônico, mas é ne-
cessário sempre entender que cada projeto é único e individual, podendo haver 
variações nesse processo de criação. A criação de um projeto arquitetônico 
envolve uma junção de questões técnicas com criatividade, proporcionado a 
satisfação do cliente.
Materiais e instrumentos adequados para o 
desenho técnico
O desenho é uma forma de comunicação utilizado desde o início das ci-
vilizações. Em sua evolução, os desenhos foram mudando, por meio deles 
foram sendo traduzidas as características das pessoas, as ideias que queriam 
transmitir e as sensações. Isso possibilitou o surgimento do desenho técnico, 
com a intenção de representar objetos e construções, o mais fiel possível ao 
que foi materializado. 
Segundo Francis Ching (2012), os materiais e equipamentos proporcionam 
que o trabalho seja prazeroso. Embora a mão e a mente controlem o desenho 
acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar 
agradável, facilitando, em longo prazo, a obtenção de um trabalho de qualidade 
(CHING, 2012).
O desenho técnico segue normas internacionais, sob a supervisão da In-
ternational Organization for Standardization (ISO), para a sua representação, 
mas cada país também tem as suas próprias normas adaptadas e regidas 
pela ISO. No Brasil, as normas são editadas pela Associação Brasileiras de 
Normas Técnicas (ABNT), e a norma brasileira (NBR) que regulamenta a 
representação de projetos de arquitetura é a NBR nº 6.492. Nessa norma, 
estão todas as determinações para esses desenhos, sua criação e execução 
(ASSOCIAÇÃO..., 1994). Segundo Schuler e Mukay (2018), a normatização 
do desenho por meio da NBR é essencial, pois:
A normatização para desenhos de arquitetura tem a função de estabelecer 
regras e conceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia 
específica e pré-determinada, possibilitando ao desenho técnico atingir o ob-
jetivo de representar o se quer tornar real (SCHULER; MUKAY, 2018, p. 03).
Para o desenvolvimento das etapas de um projeto, precisamos de alguns 
materiais específicos. A seguir, você verá a descrição de cada um desses 
materiais. 
3Materiais e instrumentos de desenho
Os lápis ou lapiseiras permitem o lançamento de ideias e concepções, 
proporcionando a colocação de diferentes tipos de traços e espessuras, cada um 
com um significado. O desenho a lápis pode apresentar diferentes espessuras 
e tons de traço (Figura 1), e é classificado por letras, números, ou ambos, de 
acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). O grafite 
apropriado para cada uso varia conforme a combinação de números e letras.
 � Grau do grafite: varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente 
macio). 
 � Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero for 
um papel, mais duro deverá ser o grafite utilizado. 
 � Superfície de desenho: quanto mais dura for a superfície, mais macio 
deverá ser o grafite. 
 � Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza 
aparente do grafite.
 Figura 1. Lápis para desenho realista.
Fonte: Desenho e Pintura (2018a, documento on-line).
Atualmente, as lapiseiras são mais utilizadas do que os lápis pela sua 
praticidade, também devem ser observados a espessura (normalmente de 
0,5 mm e a de 0,9 mm) e o grau de dureza do grafite. Tanto os lápis como as 
lapiseiras podem gerar desenhos com uma excelente qualidade. 
A borracha deve ser macia, limpa e de boa qualidade para evitar danificar 
a superfície do desenho. O esquadro, como você pode observar na Figura 2, 
é um conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, com ângulos 
de 30°, 45°, 60° e 90°. São utilizados para o traçado de linhas verticais e 
outros ângulos, combinados também com a régua paralela, para a execução 
dos desenhos.
Materiais e instrumentos de desenho4
Figura 2. Esquadro para desenho técnico.
Fonte: Desenho e Pintura (2018b, documento on-line).
O escalímetro é o instrumento de forma triangular usado para a marcação 
de medidas na escala do desenho. Não deve ser utilizado para o traçado de 
linhas, como a régua. Veja exemplos de escalímetros e régua na Figura 3.
Figura 3. Réguas e escalímetros.
Fonte: Brito (2013, documento on-line); Ching (2017, p. 12)
5Materiaise instrumentos de desenho
O compasso é o instrumento utilizado para traçar circunferências ou arcos. 
Tem um formato triangular, uma ponta uma agulha (também conhecida como 
a ponta seca) e um grafite na outra extremidade. Segurando o compasso pela 
parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento 
de rotação até completar a circunferência. 
Os gabaritos, representados na Figura 4, são peças com elementos vazados, 
que permitem a reprodução desses nos desenhos. Para curvas de raio variável 
usa-se a “curva francesa”. 
Figura 4. Exemplo de gabarito.
Fonte: Ching (2017, p. 9).
A régua paralela tem como objetivo o traçado de linhas horizontais paralelas 
entre si no sentido do comprimento da prancheta, e serve de base para o apoio 
dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. 
A régua paralela deve ser um pouco menor do que o tamanho da prancheta. 
A prancheta, demonstrada na Figura 5, é uma mesa, normalmente em ma-
deira, com inclinação do seu tampo, onde se fixam os papéis para os desenhos.
Materiais e instrumentos de desenho6
Figura 5. Mesa para desenho técnico com régua paralela.
Fonte: Desenho e Pintura (2018c, documento on-line).
O desenho técnico é apresentado dentro de prancha/papel padronizadas, 
com margens e selos, em que constam todas as informações do que está contido 
na prancha. A folha na qual o projeto arquitetônico será apresentado chama-se 
prancha. Essas pranchas devem seguir os tamanhos determinados pela ABNT 
nº 10.068, conforme apresentado na Figura 6 (ASSOCIAÇÃO..., 1987). 
Figura 6. Norma ABNT nº 10.068.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1987, p. 02).
7Materiais e instrumentos de desenho
A partir da prancha A0, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 
corresponde à metade da A0). 
Qualquer prancha é apresentada dobrada no formato A4, e pode ser en-
caixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida para os arquivos 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). 
As escalas são um recurso de representação gráfica que permite reprodu-
zir, proporcionalmente, objetos em diferentes tamanhos em relação as suas 
dimensões reais. No desenho técnico, as dimensões dos objetos ou constru-
ções podem ser mantidas, reduzidas ou aumentadas, sempre mantendo a sua 
proporção original. 
A escala natural é aquela em que as dimensões representadas no desenho 
técnico são exatamente as mesmas do objeto real. É indicada por uma abre-
viatura da palavra escala (ESC) seguida por 1:1 (lê-se um para um). Na escala 
de redução, as dimensões representadas no desenho técnico são menores que 
as do objeto real, por exemplo, ESC 1:20, o que significa que as dimensões 
no desenho técnico são 20 vezes menores que as dimensões reais do objeto. 
A escala de ampliação é a escala em que as dimensões representadas no 
desenho técnico são maiores que as do objeto real, por exemplo, ESC 2:1, em 
que as dimensões no desenho técnico são duas vezes maiores que as dimensões 
reais do objeto.
Uma cota pode indicar: comprimentos, larguras, alturas e profundidades; 
raios e diâmetros; ângulos; coordenadas; etc. Uma cota indica as medidas de 
um projeto. Ao cotar um projeto, deve-se observar para que sejam marcadas 
as cotas parciais e as cotas totais do projeto, as medidas que são realmente 
necessárias para deixar a comunicação mais clara e rápida. 
No desenho arquitetônico, são gerados os documentos necessários para 
as construções, obedecendo as normas técnicas. Ler e interpretar um projeto 
arquitetônico não é difícil, aquelas grandes folhas de papel, conhecidas como 
pranchas, expressam a representação gráfica de uma edificação, por meio 
de símbolos e representações que indicam a presença de vários elementos 
construtivos.
Importância da utilização dos materiais e 
instrumentos na realização de desenho técnico
O mais importante é entender a filosofia das tendências modernas que acom-
panham não só a indústria da construção, mas também os demais setores 
econômicos ou sociais nos dias atuais, como o consumo consciente, a economia 
Materiais e instrumentos de desenho8
e a otimização dos recursos naturais, a sustentabilidade, a saúde e a segurança 
aos trabalhadores e usuários de bens e serviços, a humanização dos processos, 
entre outras. Segundo Firmino (2000), os avanços tecnológicos trouxeram 
muitas mudanças em vários segmentos:
Os profundos e continuados avanços tecnológicos, em todas as esferas da 
sociedade contemporânea vêm proporcionando novas formas de produção, 
novos padrões de vida, isto é, uma profunda transformação na reprodução da 
própria sociedade, denunciando urgentes necessidades para a compreensão 
de diversos fenômenos trazidos por estas transformações, e em especial os 
responsáveis por novas características na configuração espacial (FIRMINO, 
2000, p. ix).
Lembre-se que, se tratando de tecnologia de materiais e processos, o estudo 
e a atualização constantes são requisitos fundamentais para o aprimoramento 
do conhecimento necessário ao exercício de qualquer profissão.
A importância da utilização dos materiais e instrumentos disponíveis 
para a realização do desenho técnico é imprescindível, pois um projeto ar-
quitetônico é um desenho de precisão, devendo ser fiel ao que será executado 
quando o projeto se materializar. O uso de novas tecnologias nos projetos tem 
desempenhado um papel fundamental na arquitetura contemporânea. Com 
a redução do tempo de execução do processo manual para o processo com o 
uso de computadores (softwares gráficos), o profissional consegue apresentar 
ao seu cliente um projeto em um período de tempo muito menor. 
O projeto arquitetônico é considerado complexo, pois envolve muitos 
fatores no seu desenvolvimento, criando situações em que decisões devem 
ser tomadas de maneira rápida, proporcionando uma continuidade no seu 
processo. Segundo SILVA (1998), a definição para projeto arquitetônico é a 
seguinte: “Projeto arquitetônico é uma proposta de solução para um particular 
problema de organização do entorno humano, através de uma determinada 
forma construível, bem como a descrição desta forma e as prescrições para 
sua execução” (SILVA, 1998, p. 39).
Sabemos que um projeto arquitetônico visa buscar uma melhor utilização 
dos espaços, qualidade de vida e funcionalidades dos ambientes, ou seja, é a 
materialização da ideia para a resolução de um problema com o processo de 
criação do profissional. 
A linguagem gráfica exige o conhecimento do profissional para que seja 
representado de maneira correta para o perfeito desenvolvimento e mate-
rialização do projeto. Utiliza-se o conjunto de linhas, números, símbolos e 
indicações normalizadas internacionalmente, ou seja, em qualquer lugar é 
9Materiais e instrumentos de desenho
possível realizar a leitura de qualquer projeto. O desenho técnico é definido 
como uma linguagem gráfica universal, de acordo com normas que servem 
para padronizar os projetos. Veja um exemplo de representação gráfica de 
um projeto na Figura 7.
Figura 7. Representação gráfica digital de um objeto arquitetônico, caracterizando o tipo 
de superfície dos materiais e simulando o desempenho frente à luz.
Fonte: Payssé (2006) apud Vecchia e Silva (2007, documento on-line). 
Podemos concluir, então, que o uso dos materiais e instrumentos para a 
realização dos projetos arquitetônicos é extremamente importante e necessário, 
pois somente com esses recursos é que o projeto poderá ser desenvolvido de 
maneira técnica e precisa. Seja com o uso dos materiais e instrumentos manuais 
ou por meio de computação gráfica, o profissional deverá ter o entendimento 
dos instrumentos utilizados para desenvolver seu projeto da melhor maneira 
e atendendo às solicitações do seu cliente.
Materiais e instrumentos de desenho10
1. O desenvolvimento de um projeto 
é um processo de várias etapas. 
Quais das seguintes alternativas 
apresenta as etapas de uma 
estrutura simplificada de um 
projeto arquitetônico? 
a) Definição do programade 
necessidades do projeto; 
levantamento/visita ao local; 
estudo preliminar; projeto 
legal; projeto executivo.
b) Levantamento/visita ao local; 
estudo preliminar; anteprojeto; 
projeto legal; projeto executivo.
c) Definição do programa de 
necessidades do projeto; 
levantamento/visita ao local; 
estudo preliminar; anteprojeto; 
projeto legal; projeto executivo.
d) Definição do programa de 
necessidades do projeto; 
levantamento/visita ao local; 
estudo preliminar; anteprojeto; 
projeto executivo.
e) Definição do programa de 
necessidades do projeto; 
levantamento da região por 
meio de sistemas de GPS, 
sem a visita no local; estudo 
preliminar; anteprojeto; projeto 
legal; projeto executivo.
2. O desenho técnico segue normas, 
que no Brasil são editadas pela 
ABNT. Qual é a norma que 
regulamenta a representação 
projetos de arquitetura?
a) Representação Projetos 
de Arquitetura NBR 
nº 16.280:2015. 
b) Representação Projetos de 
Arquitetura NBR nº 9050:2015.
c) Representação Projetos de 
Arquitetura NBR nº 15575:2013. 
d) Representação Projetos de 
Arquitetura NBR nº 13532:1995.
e) Representação Projetos de 
Arquitetura NBR nº 6492:1994.
3. A correta utilização das 
lapiseiras proporciona clareza 
na demonstração das ideias e 
no traçado das representações 
técnicas. Sobre essa questão, 
assinale a alternativa correta.
a) Os grafites da série B conferem 
um traço mais fino e limpo 
para o desenho técnico.
b) Os desenhos a grafite não 
são de boa qualidade, por 
isso, os projetos devem ser 
entregues com representações 
feitas em computador.
c) Quanto mais áspero for um 
papel, mais macio deverá 
ser o grafite utilizado.
d) O desenho a lápis ou lapiseira 
permite o lançamento de 
ideias e concepções, mas não 
proporciona a colocação de 
diferentes representações 
de materiais, tipos de traços 
e espessuras, todos tem 
o mesmo significado.
e) O desenho a lápis é classificado 
por meio de letras, números, 
ou ambos, de acordo com 
o grau de dureza do grafite 
(também chamado de “mina”).
4. Na escala de ampliação, as 
dimensões representadas no 
desenho técnico são maiores 
que as do objeto real, e ela serve 
quando o profissional deseja mostrar 
11Materiais e instrumentos de desenho
algum detalhe importante do 
projeto que a ampliação irá auxiliar. 
Para representarmos um objeto 
15 vezes maior do que as suas 
dimensões reais, qual a descrição 
utilizada para esse desenho?
a) ESC 1:15.
b) ESC 15:1.
c) ESC 1:15.
d) ESC 1,5:1.
e) ESC 1:150.
5. Ao apresentar um projeto 
arquitetônico as pranchas deverão 
ser padronizadas de acordo 
com as normas e com todas as 
informações necessárias para sua 
compreensão. Entre as informações 
técnicas que devem estar presentes 
nessas pranchas podemos citar:
a) conjunto de plantas, cortes, 
fachadas, detalhamentos, 
orientação geográfica, 
cotas e áreas.
b) conjunto de plantas, cortes, 
fachadas, detalhamentos, 
orientação geográfica, cotas, 
áreas e representação carros.
c) conjunto de plantas, cortes, 
fachadas, detalhamentos, 
orientação geográfica, 
cotas, áreas e representação 
de figura humana.
d) conjunto de plantas, cortes, 
fachadas, detalhamentos, 
orientação geográfica, 
cotas, áreas e vegetação 
prevista e existente.
e) conjunto de plantas, cortes, 
fachadas, detalhamentos, 
orientação geográfica 
e representação de 
figura humana. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos 
de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT,1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068. Folha de desenho - 
Leiaute e dimensões - Padronização. Rio de Janeiro: ABNT,1987.
BRITO, N. Materiais que todo estudante de arquitetura deve ter. 02 ago. 2013. Disponível 
em: <http://welovearq.blogspot.com.br/2013/08/materiais-que-todo-estudante-de.
html>. Acesso em: 14 maio 2018.
CHING, F. Desenho técnico para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre, 2012.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
DESENHO E PINTURA. Esquadro para desenho técnico. 2018b. Disponível em: <https://
www.desenhoepintura.com.br/esquadro-para-desenho-tecnico/>. Acesso em: 14 
maio 2018.
Materiais e instrumentos de desenho12
DESENHO E PINTURA. Lápis para desenho realista. 2018a. Disponível em: <https://www.
desenhoepintura.com.br/lapis-para-desenho-realista/>. Acesso em: 14 maio 2018.
DESENHO E PINTURA. Mesa para desenho técnico com régua paralela. 2018c. Disponível 
em: <https://www.desenhoepintura.com.br/mesa-para-desenho-tecnico-com-regua -
paralela/#comment-4404>. Acesso em: 14 maio 2018.
FIRMINO, R. J. Espaços inteligentes: o meio técnico-científico-informacional e a cidade 
de São Carlos (SP). 2000. 267 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – 
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/
teses/disponiveis/18/18131/tde-26022002-093520/pt-br.php>. Acesso em: 14 maio 2018.
SCHULER, D.; MUKAY, H. Noções gerais de desenho técnico. Cascavel: FAG, 2018.
SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico. 2. ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1998.
VECCHIA, L. R. F.; SILVA, A. B. A. Representação gráfica digital durante o desenvolvimento 
do projeto arquitetônico. Curitiba: Graphica, 2007. Disponível em: <http://www.exatas.
ufpr.br/portal/docs_degraf/artigos_graphica/REPRESENTACAOGRAFICADIGITAL.
pdf>. Acesso em: 14 maio 2018.
Leituras recomendadas
BRAIDA, F.; FIGUEIREDO, J. Proporções, escalas e medidas. 2013. Disponível em: 
<http://www.ufjf.br/estudodaforma/files/2013/05/UFJF_DISCIPLINAS_ESTUDOda-
FORMA_20122_AULA08a_Propor%C3%A7%C3%B5es-escalas-e-medidas_v00.pdf>. 
Acesso em: 14 maio 2018.
CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Org.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
FREIRE, W. J.; BERALDO, A. L. (Coord.) Tecnologias e materiais alternativos de construção. 
3. ed. Campinas: Unicamp, 2013.
MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Blücher, 2001.
STOTT, R. A escala humana no desenho de arquitetura: do Modulor à desconstrução do 
corpo. 228 mar. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/784336/a-
escala-humana-no-desenho-de-arquitetura-do-modulor-a-desconstrucao-do- 
corpo>. Acesso em: 14 maio 2018.
UNWIN, S. Analysing architecture. 3. ed. Abingdon: Routledge, 2009.
XAVIER, S. Apostila de desenho arquitetônico: desenho arquitetônico. Rio Grande: 
FURG, 2011. Disponível em: <http://www.vidjaya.com.br/unicapital/Cad-EngCivil- 
Apostila_DA_V2-2012.pdf>. Acesso em: 14 maio 2018.
13Materiais e instrumentos de desenho
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DESENHO E 
PLÁSTICA
Marina Otte
Representação 
arquitetônica e 
artística do objeto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer técnicas e exercícios auxiliares para o desenvolvimento 
do desenho de observação.
  Construir um desenho de observação.
  Compor seu próprio passo a passo de desenho de observação.
Introdução
Os desenhos nas cavernas mostram o quão antiga é essa habilidade. Os 
rabiscos então representados retratavam o cotidiano a partir da obser-
vação do mundo de quem os executava.
Dessa forma, o desenho de observação caminha com a evolução do homem 
e é um dos processos iniciais do desenvolvimento da aptidão do desenhista. 
Assim, quanto mais praticado, mais o desenho de observação evolui e ajuda 
o profissional que depende dessa competência em seu trabalho. 
Neste capítulo, você vai conhecer formas complementares para 
desenvolver seus desenhos de observação, aliando-as com a melhor 
maneira de elaborá-los para, depois, realizar seu próprio processo com 
independência.
1 O exercício das técnicas de representação
O desenho é ferramenta básica para profi ssionais que precisam representar ideias 
concebidas no campo da imaginação e que devem ser concretizadas na sequên-
cia: “O desenho amplia suas possibilidades, criandoa fluência necessária para 
que o processo criativo seja mais intuitivo e dinâmico” (BAJZEK, 2019, p. 13).
Assim, o desenho pode ser uma simulação de uma ideia ou a representa-
ção de uma realidade; via de regra, em um primeiro momento, é mais fácil 
representar aquilo que já se conhece do que tentar descrever por meio de uma 
ilustração aquilo que está na mente de alguém.
Por isso, dentro do processo de aprendizagem de áreas que envolvem o 
desenvolvimento de desenhos para representar ideias, tem início a prática de 
representação pelo desenho de observação, que é uma das primeiras etapas 
de aprendizagem das técnicas de representação.
A observação direta e desenho do real “[...] é certamente um dos exercícios 
mais prazerosos e enriquecedores que alguém pode buscar no campo das 
artes” (BAJZEK, 2019, p. 141). Diante disso, é conveniente que o profissional 
de design, arquitetura, paisagismo, entre outros, esteja inteirado de técnicas 
e exercícios que o auxiliem no processo de representação. 
Vários exercícios e técnicas ajudam a melhorar esse processo e, por isso, 
inúmeros autores descrevem técnicas específicas. A seguir, veremos algumas 
dessas técnicas, especificamente as de desenho de contorno, desenho de 
contorno às cegas, desenho de contornos modificados e formatos positivo e 
negativo.
Desenho de contorno
A percepção do espaço e dos objetos ocorre por meio da visualização dos 
limites desses elementos, que, ao serem replicados, são representados por seus 
contornos. Por isso, é muito importante a conscientização das linhas que os 
formam e as várias maneiras de executar o seu desenho.
Conforme descreve Ching (2012), o desenho de contornos favorece a acui-
dade visual e, de certa forma, a sensibilidade do tato, visto que observamos 
a partir do nosso olho a forma a ser reproduzida e desenhamos com a mão 
tocando uma superfície, deslizando sobre o papel e estimulando o tato.
Para praticar esse desenho, deve-se observar muito aquilo que será retratado. 
A fim de estimular o início do trabalho, é interessante escolher algo de que 
se goste muito, mas mais simples; por exemplo, uma árvore isolada ou uma 
garrafa solitária. A partir disso, separa-se um lápis bem apontado ou uma 
caneta e, considerando os limites da inspiração, reproduz-se da forma mais 
simples somente o contorno principal (Figura 1).
Representação arquitetônica e artística do objeto2
Figura 1. Desenho do contorno de uma palmeira a partir da observação do real.
Fonte: fotomak/Shutterstock.com; LivDeco/Shutterstock.com.
Escolha um objeto bem iluminado e com contraste com o fundo para facilitar a de-
finição do limite.
Desenho de contorno às cegas
A partir da consciência da existência e da observação dos contornos, é possível 
praticar outros exercícios. O desenho de contorno às cegas consiste em eliminar 
um gesto automático: olhar para a execução da ilustração.
Para esse exercício, deve-se fixar o olho no objeto que está sendo reprodu-
zido, acompanhar seus contornos e, na mesma hora, desenhar no papel sem 
olhar para ele. Caso se sinta necessidade, pode-se girar o corpo em um ângulo 
diferente da cabeça para retirar o papel do campo de visão.
É preciso observar lentamente cada curva do objeto e apoiar o lápis ou 
a caneta sobre o papel, acompanhando com a mão o percurso que os olhos 
fazem. O objetivo não é a reprodução exata, mas, sim, a tomada de consciência 
3Representação arquitetônica e artística do objeto
sobre as texturas e nuances que, às vezes, perdem-se ao mudar o olho entre 
o objeto real e a reprodução na folha.
Não é preciso pensar, apenas sentir e reproduzir no mesmo instante que 
se visualiza. O desenho, ao final, terá proporções estranhas e provavelmente 
algumas linhas ficarão sobrepostas, mas o que se deve observar é a reprodução 
das texturas, formas e volumes parciais (Figura 2).
Figura 2. Desenho às cegas com olho fixo no objeto real e como resul-
tado desenho sem proporção, mas com reprodução de formas e texturas.
Fonte: Ching (2012, p. 19).
Desenho de contornos modificados
O desenho de contornos modifi cados é uma segunda etapa do desenho de 
contornos às cegas. Inicia-se com o contorno às cegas, mas se determina 
intervalos de conferência e ajustes ao desenho — é importante que seja uma 
segunda etapa, para que se treine a percepção e o poder de observação de 
formas diferenciadas.
Representação arquitetônica e artística do objeto4
Uma dica é, por exemplo, no desenho de uma folhagem com várias flores, 
determinar a cada flor o intervalo de conferência; depois, passar esses períodos 
de conferência para as folhagens e, então, para o vaso. Os detalhes e a maneira 
como a forma se configura vão ficando cada vez mais observáveis (Figura 3).
Nesse sentido, é importante o que Ching (2012, p. 20) destaca: “Não se 
preocupe com as proporções do conjunto. Com experiência e prática, em 
determinado momento desenvolvemos a habilidade de registrar cada contorno 
de nosso tema, de guardar uma imagem dessa linha em nossa mente, de 
visualizá-la na superfície de desenho e de, então, registrá-la”.
Figura 3. Desenho de contornos modificados: há algumas 
semelhanças especialmente com o formato das pétalas.
Fonte: Ching (2012, p. 20).
Desenho de formatos positivos e negativos
Quando observamos uma fi gura, há uma relação entre ela e o fundo diante do 
qual está disposta. Essa relação entre fi gura, fundo e seus contrastes facilita a 
determinação dos limites do objeto, a partir dos quais acabamos desenhando.
5Representação arquitetônica e artística do objeto
Tão importante quanto a figura, conhecida como “positivo”, é o fundo, 
conhecido como “negativo”. Para esse exercício, o foco está nos vazios, ou 
seja, nos negativos. Para executá-lo, deve-se procurar no local de estudo um 
objeto que tenha partes vazadas em sua superfície.
Na Figura 4, temos como exemplo uma cadeira. Não se deve olhar para as 
partes de madeira, mas, sim, para os espaços em branco do fundo. Pode-se começar 
desenhando, em vez do encosto, cada um dos 4 triângulos que formam o vazio do 
espaldar. Na sequência, pode-se desenhar o retângulo abaixo dos triângulos ainda 
no encosto e, depois, cada um dos retângulos que se formam entre cada um dos pés.
Figura 4. Vazios a serem observados para o desenho 
do negativo.
Fonte: photka/Shutterstock.com.
Nesta seção, a partir das técnicas de treino de desenhos, você pôde perceber 
como é importante observar o objeto, o fundo, seus contornos — todos esses 
elementos fazem parte do processo de desenvolvimento da capacidade de desenho 
à mão livre e de melhoria da percepção dos objetos, cenários e composições.
A seguir, você verá detalhes específicos para o desenvolvimento do desenho 
de observação.
Representação arquitetônica e artística do objeto6
2 As bases do desenho de observação
Um desenho de observação é a reprodução de uma imagem real sob o ponto 
de vista do desenhista. Segundo Gouveia (1998, documento on-line), trata-
-se de um desenho que “[...] tende a ser considerado como representação 
mimética da realidade visiva; [...] diferente de uma representação analógica 
direta, mecânica, como, por exemplo, a fotografi a, manifesta-se como uma 
análise e uma seleção dos aspectos inerentes ao lugar, enquanto possibili-
dades projetivas”.
Em um primeiro momento, pode-se considerar que tirar uma foto seria 
bem mais rápido e eficiente para reproduzir uma imagem, mas “[...] a câmera 
não edita uma imagem para mostrar o que é importante ao olho humano. Ela 
é limitada pela maneira na qual a imagem foi enquadrada e pelo tipo de lente 
utilizada” (WATERMAN, 2011, p. 114).
Antes de mais nada, um dos significados da palavra observar, segundo o 
Dicionário Dicio Online, é analisar (OBSERVAR, 2020). Um bom desenho 
de observação começa com uma análise profunda da composição que será 
reproduzida. Ao longo da reprodução, essa análise vai gerando novos olhares 
e entendimentos sobre a imagem que está sendo reproduzida.
A percepção do que será retratado é essenciale, com o tempo, o olhar se 
torna diferente e passa a perceber elementos das formas que não percebia até 
então. Nesse processo, algumas dicas são essenciais para a construção de um 
desenho de observação.
Primeiro, é importante escolher os materiais: um papel de tamanho A3 ou 
A4, carvão ou lápis ou caneta e um apoio são itens básicos para os primeiros 
desenhos de observação. No entanto, escolher um material que ajude a linha 
que será desenhada a fluir é bastante pessoal. 
Apesar de a maneira para segurar o equipamento de desenho também ser 
pessoal, pode-se tentar variadas empunhaduras. A primeira dica é não deixar 
o braço apoiado sobre a mesa: o cotovelo deve ficar solto para permitir um 
movimento mais amplo e solto. A empunhadura tradicional (Figura 5a) é a 
mesma da escrita com a mão apoiada sobre o papel: limita os movimentos, 
mas pode ser usada. Outra empunhadura faz com que somente um ou dois 
dedos toquem no papel (Figura 5b), dando mais liberdade para a execução 
dos desenhos (CURTIS, 2015).
7Representação arquitetônica e artística do objeto
Figura 5. (a) Empunhadura tradicional e (b) empunhadura com a mão mais livre.
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com.
O apoio do desenho é importante: pode ser uma mesa, uma mesa inclinada 
(prancheta) ou um cavalete, que tem uma grande vantagem essencial para o 
desenho de observação, um novo olhar. “Ficar de pé também possibilita que 
você se afaste periodicamente do seu desenho [...]. A simples mudança na 
posição relativa permite a você que olhe para seu desenho e o avalie com um 
surpreendente novo olhar” (CURTIS, 2015, p. 17).
Por outro lado, ao realizar o desenho em si, é essencial manter-se em uma 
posição fixa para enxergar os mesmo ângulos e detalhes do cenário escolhido: “A 
composição de uma cena em perspectiva implica nos posicionarmos em um ponto 
de vista favorável e decidir como enquadrar o que vemos” (CHING, 2017, p. 226).
Para os primeiros desenhos de observação, pode-se começar com pequenos 
objetos de casa. Depois, começa-se a compor um cenário com mais de um 
objeto, colocando-os a, no mínimo, um braço de distância do papel em que 
se vai desenhar.
Para construir o desenho de observação, começa-se desenhando as linhas 
gerais dos objetos, percebendo seus limites. Nesse ponto e ao longo de toda 
a execução do desenho de observação, é preciso observar o relacionamento 
entre os objetos: qual objeto está na frente, nos lados, no fundo, a distância 
entre eles e as linhas — a partir do desenho de um deles, pode-se iniciar o 
desenho do próximo objeto.
Na Figura 6, veja que o topo da jarra menor à esquerda está na altura da 
alça da jarra maior. Essas relações ajudam a manter a proporção do desenho 
ao longo de sua execução.
Depois, pode-se começar a preencher os detalhes dos objetos; se for um pão, por 
exemplo, é o momento de desenhar a espessura da casca. Captando a essência dos 
objetos, não é preciso reproduzir todos os detalhes, enquanto outros são essenciais 
para caracterizá-los — e isso também faz parte do processo de observação.
Representação arquitetônica e artística do objeto8
Na sequência, faz-se o preenchimento dos objetos, que podem ser sombras 
neles mesmos, mas também deve-se avaliar e representar as texturas. 
Figura 6. Sequência de desenho de observação: note a textura dada para o pão parecer 
rugoso e as jarras parecerem lisas.
Fonte: Cernecka Natalja/Shutterstock.com.
O desenho de observação é uma construção com alguns elementos in-
dispensáveis, mas, ainda sim, é possível fazer escolhas para sua realização. 
Tanto os materiais quanto a posição de execução e o conceito final podem ser 
adaptados a peculiaridades do executor da ilustração. É importante ressaltar 
que o exemplo apresentado na Figura 6 não é fixo: é muito comum que o 
desenhista desenvolva o seu passo a passo, que será discutido a seguir.
A percepção é uma experiência unificada e se dá por meio dos sentidos — não é algo 
concreto, mas é essencial para o desenvolvimento dos desenhos. Saiba mais sobre a 
percepção no link a seguir.
https://qrgo.page.link/3Li84
9Representação arquitetônica e artística do objeto
3 A individualidade no desenho de observação
Nas áreas de atuação profi ssional criativas, o desenho de observação também 
se diferencia de uma foto por ter a possibilidade de deixar a marca registrada 
de quem os executou. É comum, dentro das possibilidades de execução, que 
o profi ssional crie seu próprio passo a passo.
Para individualizar o desenho de observação, é importante, depois de treinar 
a representação com objetos ou conjunto de objetos, passar a desenhar temas 
sobre sua área de atuação. Paisagistas, designers de interiores e arquitetos 
desenham grandes espaços, e essa característica determinará algumas escolhas.
Para isso, deve-se escolher primeiro o material de preferência pessoal, mas, 
para essas áreas, devido à necessidade de precisão, na maioria das vezes, lápis 
ou caneta são utilizados. O carvão, por exemplo, não é um material muito 
preciso — não é errado utilizá-lo, mas, em um primeiro momento, pode difi-
cultar a representação. A cor também pode ser um elemento essencial nessas 
áreas, mas nem todo o desenho precisa ser colorido.
A escolha pela coloração também ajuda a individualizar o desenho e, por 
isso, é importante testar materiais e possibilidades e escolher algo que agrade, 
decidindo quando colorir ou não. 
Alguns dos materiais mais comuns para uso da cor nos desenhos são giz pastel, lápis 
de cor, aquarela e hidrocores.
O papel em formato A3 é o ideal pelo tamanho das cenas a serem represen-
tadas em áreas como design de interiores, arquitetura e paisagismo, e o tipo 
de papel a ser escolhido depende do material que será utilizado no desenho. 
Para o uso posterior com aquarela, por exemplo, deve-se utilizar um papel de 
maior gramatura, que aceite água sem enrugar.
Representação arquitetônica e artística do objeto10
Uma grande questão nesse contexto é o apoio: se for um espaço interno, 
é possível desenhar em um cavalete de pé, mas estudando a possibilidade 
de fazê-lo em áreas externas. Em relação a isso, é comum que o desenhista 
dessas áreas opte por uma prancheta simples e prática para poder levar com 
mais facilidade aos locais externos.
As proporções para desenhos nessas áreas são essenciais, e o desenhista 
pode fazer uso de dois recursos: uma moldura, para decidir o enquadramento 
e observar as proporções, e um lápis para medir. A moldura ou visor é de 
simples confecção, conforme descreve Ching (2012, p. 29):
[...] pode ser construído cortando-se cuidadosamente um retângulo de 8 × 
10 cm no meio de uma folha de papelão de 21 × 29,7 cm (formato A4) cinza- 
-escuro ou preta. Divide-se a abertura ao meio, vertical e horizontalmente, 
com dois fios escuros fixados com fita adesiva. O visor criado nos ajuda a 
compor uma vista e a estimar a posição e a direção dos contornos. O mais 
importante é que, olhando através desta abertura retangular com apenas um 
olho, a imagem ótica efetivamente se achata, o que nos torna mais cientes 
da unidade entre os formatos positivos da matéria e os formatos negativos 
dos espaços.
Neste ponto, é importante decidir que enquadramento se deseja dar ao 
desenho: pode-se preencher o papel como um todo, com a cena completa ou 
preenchê-lo inteiramente com um detalhe da cena. É possível, ainda, deixar 
um espaço em branco entre o limite do papel e o desenho, dando a sensação 
de totalidade da imagem representada — isso também será uma decisão do 
desenhista e incrementará seu passo a passo.
Além disso, para medir os elementos da cena a ser desenhada, é possível 
utilizar o comprimento do lápis: basta segurar o lápis com a mão e estender 
bem o braço, de modo que se garanta que a forma de medir permanecerá a 
mesma, ou seja, terá a mesma proporção. O lápis vai estar perpendicular à 
linha de visão e a medida do objeto estará entre a ponta do lápis e o dedão, 
que pode ser movimentado até que se encaixe a medida pretendida — fecharum dos olhos ajudar a aumentar a precisão (Figura 7).
11Representação arquitetônica e artística do objeto
Figura 7. Lápis como elemento de medição.
Fonte: Daniel Besik/Shutterstock.com.
Ao enquadrar, é importante verificar se o desenho será na horizontal ou 
na vertical, o que terá conexão direta com as proporções da cena. O desenho 
de uma igreja, que, geralmente, passa uma sensação de verticalidade e impo-
nência, terá essa sensação potencializada com o papel na vertical, tipo retrato.
Algumas cenas pedem o uso do papel na horizontal ou formato paisagem. 
Esse tipo de arranjo dá mais amplitude lateral e mais sensação de estabilidade, 
e, por vezes, a decisão de passar a sensação é do próprio desenhista, pois 
“[...] outras cenas terão proporções que dependerão daquilo que decidirmos 
enfatizar na imagem” (CHING, 2017, p. 226).
Com o enquadramento feito e o início da medição com o lápis, deve-se 
decidir que tipo de linha utilizar, pois se trata de um elemento primário e 
importante no desenvolvimento de desenhos de observação. Basicamente, 
existem dois tipos de linhas: a gestual e a descritiva (BAJZEK, 2019). A linha 
descritiva define o contorno da forma de maneira narrativa e precisa, é firme 
contínua e constante, além de clara e direta — é ótima para representar elemen-
tos arquitetônicos, detalhes de decoração e é utilizada quando a importância 
real do objeto é maior que o restante da cena. Já a linha gestual é mais usada 
quando se pretende dar ênfase às conexões entre os elementos; é uma linha 
mais leve e solta e pode ter aspecto irregular (BAJZEK, 2019) (Figura 8).
Representação arquitetônica e artística do objeto12
Figura 8. (a) Desenhos com linhas gestuais em preto e branco; (b) desenho com linha 
descritiva e colorido.
Fonte: Leggitt (2004, p. 24).
Essas grandes áreas representadas em desenhos de observação de design 
de interiores, arquitetura e paisagismo dependem muito do posicionamento do 
autor e da escolha do recorte da cena. Por isso, “[...] é extremamente importante 
manter a posição de observação fixa durante todo o processo de desenho a fim 
de criar representações precisas de recuos planos com os instrumentos para 
medir ângulos” (CURTIS, 2015, p. 56).
Neste capítulo, você viu maneiras de treinar seus desenho e dicas básicas 
para o desenvolvimento de desenhos de observação, uma aptidão que pode 
ser desenvolvida e aprimorada. Esse desenvolvimento é processual, e cada 
etapa é importante, deve ser cumprida e levará o desenhista à excelência em 
sua profissão.
13Representação arquitetônica e artística do objeto
BAJZEK, E. Técnicas da ilustração à mão livre: do ambiente construído à paisagem urbana. 
São Paulo: Gustavo Gili, 2019.
CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CURTIS, B. Desenho de observação. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. E-book.
GOUVEIA, A. P. S. O croqui do arquiteto e o ensino do desenho. 1998. Tese (Doutorado em 
Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade 
de São Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponi-
veis/16/16131/tde-03052010-090659/pt-br.php. Acesso em: 27 fev. 2020.
LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.
OBSERVAR. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível 
em: https://www.dicio.com.br/observar/. Acesso em: 27 fev. 2020.
WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2011.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Representação arquitetônica e artística do objeto14
PROJETO DE 
ARQUITETURA E 
URBANISMO II
Anicoli Romanini
Representação gráfica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Listar os instrumentos de desenho técnico.
 � Analisar as normas do desenho técnico.
 � Perceber os elementos em planta baixa, corte e elevação.
Introdução
Ter bons instrumentos de desenho é importante, mas saber utilizá-los 
para a representação adequada do projeto é fundamental. Por isso, o 
projetista deve conhecer os padrões e as normas básicas utilizadas para 
a elaboração dos desenhos técnicos, aplicando-os como ferramentas de 
apoio ao desenvolvimento de seus projetos. 
Neste capítulo, você entenderá a importância do desenho técnico 
na representação gráfica de projetos arquitetônicos, pelo método tradi-
cional e com o auxílio do computador. Vai conhecer algumas normas de 
desenho técnico disponíveis para a aplicação dos padrões necessários, 
identificando como esses elementos são utilizados na representação de 
plantas baixas e cortes.
Desenho técnico
O desenho técnico é a representação gráfica do projeto em um ou mais pla-
nos, elaborados de acordo com normas técnicas e padrões que possibilitam 
a leitura universal dos objetos. Ele pode ser elaborado manualmente, a partir 
dos instrumentos de desenho, ou com o auxílio do computador, apoiado em 
softwares de desenho, como AutoCad, IntelliCad, Revit, entre outros. Inde-
pendentemente do meio de execução do desenho, as regras e orientações são 
as mesmas, pela compreensão unânime que ele deve passar. 
Ching (2017, p. 17) afirma que “[…] desenhar com o auxílio de réguas, 
esquadros, gabaritos, compassos e escalímetros é o meio tradicional de desenho 
e representação gráfica em arquitetura, e ainda é relevante em um mundo 
cada vez mais digital”. Traçar uma linha à mão, segundo o autor (2017, p. 17), 
“[…] realimenta a mente e reforça a estrutura da imagem gráfica resultante”. 
Ao elaborar qualquer desenho, é importante considerar a espessura das 
linhas em função da hierarquia que a ela está associada. Linhas mais finas são 
empregadas para a representação dos desenhos iniciais, linhas de chamada, 
linhas de cota, desenhos complementares, pisos, equipamentos, mobiliário, 
entre outros. As linhas grossas sugerem forma e substância, representam as 
paredes, cortadas ou em vista, bem como a estrutura da obra, a marcação da 
linha do corte, entre outros.
A partir dessas definições, diferentes instrumentos de desenho afetarão 
a hierarquia de linhas. Canetas nanquim ou lapiseiras de ponta fina (0.3), 
com o uso de grafite de mina mais dura (H ou HB) no caso das lapiseiras, 
proporcionarão esse efeito. Para o desenvolvimento de linhas mais espessas, 
são utilizadas as canetas nanquim ou lapiseiras de pontas mais grossas 
(0.7 ou 0.9) com o uso de grafite de mina macia (B ou 2B). As lapiseiras 
de espessura média (0.5) são utilizadas para os desenhos complementares 
e para a elaboração dos textos. Ching (2017) apresenta uma classificação 
bastante interessante sobre a dureza das minas de grafites disponíveis para 
a utilização nos desenhos, fazendo recomendações quanto ao seu melhor 
uso (Figura 1).
Representação gráfica2
Figura 1. Recomendações quanto à dureza das minas de grafite.
Fonte: Ching (2017, p. 3).
Independentemente do método de trabalho, à mão ou no computador, a 
base do desenho é constituída pelas linhas, cuja essência é a continuidade. 
Assim, quando desenvolvidas manualmente, as linhas e suas informações 
complementares (textos, números e imagens) necessitam do auxílio de certos 
materiais. A seguir, são apresentados alguns.
3Representação gráfica
 � As lapiseiras permitem o desenho dos elementos com qualidade. Para a 
execução de linhas nítidas e finas (construção do desenho, mobiliário e 
equipamentos fixos, cotagem, entre outros), utilize aquelas com menor 
espessura, 0.3 ou 0.5, com um grafite mais duro (H ou HB). Paralinhas 
relativamente espessas e mais fortes (representação final das paredes, 
linhas de marcação do corte, entre outros), utilize as lapiseiras 0.7 ou 
0.9 com um grafite mais macio (B ou 2B).
 � A régua paralela (traçados de linhas horizontais, fixada na prancheta), 
juntamente com os esquadros de 45°, 30º e 60º (traçados de linhas 
verticais e em ângulo), permite o desenvolvimento de desenhos com 
mais rapidez e precisão.
 � O escalímetro é uma régua com diferentes medidas, ou escalas, utilizada 
para reduzir ou ampliar os desenhos. 
 � Com compasso, curvas francesas e transferidor, é possível elaborar 
linhas curvas. Os gabaritos de formas geométricas, como, por exemplo, 
o gabarito de circunferências, chamado carinhosamente de bolômetro, 
e os gabaritos de blocos de equipamentos sanitários/hidráulicos e/ou 
mobiliários complementam as informações do desenho. Todos eles 
possuem aberturas específicas para guiar os traçados.
Se o desenho for realizado no computador, alguns softwares deverão ser 
instalados para a sua elaboração. Da AutoDesk, dois programas dominam 
escritórios e escolas de arquitetura e urbanismo. O mais antigo é o AutoCad. 
Com ele, é possível elaborar desenhos em 2 ou 3 dimensões, com escala, 
precisão e detalhamento, conforme a necessidade do projeto. Entretanto, nos 
últimos tempos, o Revit tem ganhado bastante espaço pelo uso da tecnolo-
gia BIM (Building Information Model), ou Modelagem da Informação da 
Construção ou, ainda, Modelo da Informação da Construção, que possibilita 
a criação de um conjunto de informações geradas e mantidas durante todo o 
ciclo de vida de um edifício.
Representação gráfica4
A seguir, são apresentados dois templates de trabalho a partir dos softwares AutoCad 
e Revit. 
Fonte: Architectural renovation ([201-?]; Sync with central edited ([2019]).
Para mais informações sobre as opções para o desenvolvimento de seus trabalhos, 
entre no site da Autodesk e pesquise sobre os programas. 
https://qrgo.page.link/znmoU
5Representação gráfica
Normas do desenho técnico
O desenho técnico é a representação gráfica do projeto em um ou mais planos 
elaborados de acordo com normas técnicas e padrões que possibilitam sua 
leitura universal, ou seja, por qualquer pessoa em qualquer lugar. Assim, 
não é utilizado apenas por exigência de uma equipe de profissionais ou para 
satisfazer as preferências de um desenhista ou de um cliente, por exemplo, 
mas pelo sentido de ordem e unificação que apresenta.
No Brasil, sem força de lei, as normas técnicas são editadas e elaboradas 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que, desde 1940, 
busca estabelecer códigos para instituir parâmetros de qualidade, segurança e 
normalidade, regulando as relações entre produtos, consumidores e profissio-
nais de diversas áreas. Como o desenho técnico possui uma linguagem gráfica 
padronizada, algumas normas técnicas foram surgindo como uma espécie 
de guia, para facilitar a compreensão dos desenhos de diferentes naturezas. 
Assim, algumas normas foram elaboradas, como: NBR 10582 (apresentação 
da folha para desenho técnico), NBR 8402 (execução de caracteres para escrita 
em desenhos técnicos), NBR 8403 (aplicação das linhas em desenhos, tipos, 
larguras), NBR 8196 (emprego de escalas), NBR 12298 (representação de área 
de corte por meio de hachuras em desenhos), NBR 8404 (indicação do estado 
de superfície em desenhos técnicos), NBR 6158 (sistemas de tolerâncias e 
ajustes), NBR 8993 (representação convencional de partes roscadas em desenho 
técnico), NBR 10125 (cotagem em desenho técnico). 
A NBR 6492 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
1994) é a norma técnica que trata diretamente da representação de projetos 
em arquitetura. Em sua parte inicial, a norma faz a definição dos diferentes 
níveis de desenho entregues em um projeto executivo: planta de situação, 
planta de locação, planta de edificação, cortes, fachadas, elevações, detalhes 
ou ampliações, juntamente com conceituação de escala, programa de neces-
sidades, memorial justificativo, discriminação técnica, especificações, lista 
de materiais e orçamento. Posteriormente, conceitua e caracteriza as fases 
do projeto: programa de necessidades, estudo preliminar, anteprojeto, projeto 
executivo, projeto como construído, informando quais elementos devem ser 
representados, quais documentos típicos devem ser entregues em cada etapa 
e quais documentos eventuais complementam a informação em cada etapa, 
indicando as escalas de desenho mais adequadas. 
Representação gráfica6
Com base na NBR 10068 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1987), que estabelece diretrizes para as folhas de desenho, leiaute 
e dimensões, além de padronização, a Norma 6492 apresenta os tipos de papéis 
utilizados nos desenhos com suas respectivas legendas (selo) e dobramentos. 
No Quadro 1, são descritos os tipos de linhas do desenho. Segundo Farrely 
(2011, p. 72), para indicar distintos graus de solidez e permanência nos desenhos 
(plantas cortes, fachadas, detalhamentos), diferentes variações de espessuras 
de linhas são utilizadas: 
Uma linha grossa sugere mais permanência ou o material pesado (assim, pode 
ser empregada para representar uma parede de alvenaria), enquanto uma linha 
fina indica uma condição mais provisória ou um material leve (sugerindo um 
móvel temporário, por exemplo).
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1984).
Tipo Emprego
Grossa
1
 
Arestas e contornos 
visíveis.
2 Linha de corte.
Fina
3
 
Arestas e contornos 
não visíveis.
4
 
Linha de ruptura curta.
5
 
Linhas de cota e de 
extensão; hachuras; 
linhas de chamada.
6
 
Eixos de simetria 
e linhas de centro; 
posições extremas 
de peças móveis.
7
 
Linha de ruptura longa.
Quadro 1. Tipos e empregos das linhas segundo as normas técnicas
7Representação gráfica
Além dos tipos de linhas, letras e números, são utilizadas, nas representa-
ções, juntamente com as escalas, indicação de norte, de linhas de chamada, 
de sentido, em escadas e rampas. Essas indicações, além de complementar 
o desenho, permitem entender as relações da edificação com o seu terreno 
e orientação.
A conceituação e o emprego das cotas, cotas de nível e marcações, de 
coordenadas para eixos de estruturas, cortes gerais e detalhes construtivos 
também são apresentados pela norma de maneira bastante detalhada. 
Sobre as cotas, a norma recomenda que elas sejam desenhadas sempre 
em metros, que estejam localizadas fora do desenho (salvo alguma impossi-
bilidade), representando o máximo de medidas possíveis, mas evitando a sua 
duplicação. A norma sugere, ainda, como desenvolver a indicação e numeração 
dos títulos dos desenhos, designação das portas e esquadrias, além do quadro 
geral de áreas, esquadrias e acabamentos, trazendo, inclusive, uma convenção 
de materiais que pode ser adotada. 
As normas técnicas são elaboradas pela ABNT. Como do-
cumento técnico, elas são vendidas pelo site da associação, 
e as suas cópias não são autorizadas. 
Para saber mais, acesse o link ou código a seguir.
https://qrgo.page.link/4bvvR
Elementos do desenho técnico
No desenho técnico, o maior nível de informações e detalhes é bem-vindo, 
porque é com base nos elementos desse desenho (paredes, lajes, vigas, pilares, 
esquadrias, desníveis, escadas, cotas e cotas de nível, telhados, entre outros) 
que o anteprojeto e o projeto executivo são elaborados para a futura execução. 
Representação gráfica8
Segundo Farrely (2011, p. 70), a planta “[…] é uma projeção ortogonal de 
um objeto tridimensional tomada a partir de um plano de corte horizontal”. A 
planta é uma vista superior do objeto desenhado, que inclui todas as exigên-
cias do programa de necessidades, espaços e formas apresentadas às funções 
associadas, com as condições físicas e ambientais do local implantado. Ela 
é composta por uma série de cômodos conectados entre si e por acessos e 
circulações. 
As plantas podem ser: do pavimento térreo (demonstra a entrada daedifi-
cação e sua relação com os espaços externos), dos demais pavimentos ou do 
pavimento tipo (quando se tratar de edifício em altura, sempre demonstrará 
as conexões verticais), da cobertura (indicando os caimentos dos planos de 
cobertura), de situação (apresentando a edificação no contexto de seu terreno 
ou entorno imediato) ou de localização (indicando o contexto da edificação 
e do terreno em relação aos terrenos vizinhos e sobre as vias, os passeios, 
entre outros).
Conforme afirma Farrely (2011, p. 78), “[…] o corte é uma projeção orto-
gonal de um objeto tridimensional sobre um plano vertical que o secciona”. 
Desenhados posteriormente às plantas, ou de forma paralela, os cortes apre-
sentam as dimensões verticais da obra, bem como as suas relações entre o 
interior e o exterior, podendo ser longitudinais e transversais, em quantidade 
que o arquiteto, engenheiro ou projetista julgar necessária para o adequado 
entendimento do projeto.
A planta baixa e o corte da edificação são sessões ou cortes realizados nos 
desenhos, respectivamente, de modos horizontal e vertical (Figuras 2 e 3). 
Na planta baixa (Figura 2), são representados todos os elementos visíveis 
horizontalmente a uma altura de 1,20 cm do piso. Logo, são representados 
a estrutura da edificação, as paredes externas e internas (com suas devidas 
espessuras), todas as aberturas (portas e janelas), as escadas, as lareiras, os 
equipamentos fixos da cozinha e do banheiro, por exemplo, as diferenças 
de níveis existentes na edificação, os tipos de pisos, os acessos (principais, 
de serviço, de garagem), o norte (e sua orientação solar) e todos os demais 
elementos que o projetista achar necessário. Na planta, são demarcadas todas 
as dimensões, cotas, necessárias para a sua execução.
9Representação gráfica
Figura 2. Representação dos elementos em planta baixa.
Fonte: Ching (2017, p. 51).
O corte (Figura 3), elaborado a partir da planta baixa, possui também a 
representação de todos os elementos necessários para o entendimento das 
alturas da edificação. São representados a estrutura da edificação, inclusive 
as fundações, as paredes externas e internas (com suas devidas espessuras), 
todas as aberturas (portas e janelas), as escadas, as lareiras, os equipamentos 
fixos da cozinha e do banheiro, por exemplo, as diferenças de níveis existentes 
na edificação e o telhado. No corte, somente as dimensões verticais, cotas 
verticais, são representadas.
Representação gráfica10
Figura 3. Representação dos elementos em corte.
Fonte: Ching (2017, p. 70).
A estrutura da obra é composta por fundação, lajes, pilares e vigas, po-
dendo ser de madeira, metálica ou de concreto. A fundação é a parte inferior 
da construção, que transmite as cargas da construção ao terreno. As cargas 
podem ser sapatas isoladas, blocos pré-moldados, feitas por meio de estacas, 
entre outras opções.
11Representação gráfica
As paredes são os elementos verticais da obra que fazem o fechamento 
externo da edificação e as subdivisões internas. Podem ser de alvenaria de 
vedação ou estrutural (tijolo cerâmico ou bloco de concreto), de madeira, em 
drywall (gesso acartonado ou placas cimentícias) ou de woodframe (chapas 
de OSB).
As escadas, utilizadas em edificações com mais de um pavimento, fazem 
a ligação vertical entre os pavimentos. Possuem as mais variadas formas, 
quadrada, retangular, redonda, helicoidal, mistas, com degraus vazados, 
fechados, enfim, conforme o desejo dos clientes. As rampas e os elevadores 
complementam as possibilidades de deslocamento vertical: as primeiras ga-
rantem a acessibilidade de todos, independentemente da sua condição física, 
enquanto os segundos, além da acessibilidade universal, permitem o acesso 
mais confortável aos locais mais altos.
As esquadrias fazem os fechamentos dos vãos. São portas e janelas que 
podem ser de madeira, ferro, alumínio ou PVC. O telhado é a cobertura da 
edificação. Pode ser de uma, duas, três, quatro, cinco ou mais águas, depen-
dendo do projeto, com diferentes inclinações e tipos de telhas (barro, concreto, 
metálica, zinco e fibrocimento). Sua estrutura pode ser de madeira ou metálica. 
Todos os desenhos apresentados fazem parte do projeto arquitetônico para 
demonstração de sua existência. Especificações e detalhamentos são desen-
volvidos em plantas específicas.
ARCHITECTURAL renovation. [201–?]. 1 desenho técnico. Disponível em: https://www.
quadrasol.co.uk/uploads/images/features-images/architecture/renovation.jpg. Acesso 
em: 29 maio 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492:1994: Representação de 
projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403:1984: Aplicação de linhas 
em desenhos — Tipos de linhas — Larguras das linhas — Procedimento. Rio de 
Janeiro, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068:1987: Folha de desenho 
— Leiaute e dimensões — Padronização. Rio de Janeiro, 1987.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
Representação gráfica12
FARRELY, L. Técnicas de representação. Porto Alegre: Bookman, 2011.
SYNC with central edited. [2019]. 1 desenho técnico. Disponível em: https://www.
autodesk.com/bim-360/app/uploads/2019/02/Sync-with-central-edited.jpg. Acesso 
em: 29 maio 2019.
13Representação gráfica
REPRESENTAÇÃO 
GRÁFICA 
Sílvia Eidt Monteiro
Instrumentos de 
representação gráfica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os instrumentos de representação gráfica.
 � Descrever a utilização dos instrumentos para os desenhos.
 � Praticar a representação gráfica com o uso dos instrumentos.
Introdução
Embora os avanços tecnológicos tenham alterado significativamente o 
processo de desenho, os padrões para representar graficamente projetos 
seguem as mesmas diretrizes do processo manual. Por isso, é fundamental 
você conhecer o desenho à mão antes de utilizar as ferramentas digitais.
Para desenvolver um desenho técnico manual, você precisa conhecer 
as ferramentas existentes. Assim, vai conseguir representar graficamente 
uma ideia por meio de plantas, cortes, vistas, perspectivas, detalhamento, 
etc. A correta representação gráfica de um projeto é importante para a 
sua legibilidade, bem como para a compreensão do cliente e de quem 
vai executar o que foi planejado.
Neste capítulo, você vai conhecer os materiais utilizados para traçar 
linhas, os instrumentos existentes para guiá-las e as superfícies adequa-
das para receber o desenho. Também vai aprender a manusear esses 
instrumentos para produzir elementos gráficos em superfícies de papel 
e ver como praticar a representação.
Instrumentos de representação gráfica
Para começar o estudo deste capítulo, é recomendável que você se faça uma 
pergunta: o que é representação gráfica? Para Ching e Juroszek (2001), re-
presentação gráfica é o ato de desenhar como processo ou técnica de 
representação de algo — um objeto, uma cena ou uma ideia — por meio de 
linhas em uma superfície. Podem ser desenhos de apresentação, utilizados 
para persuadir o observador quanto aos méritos de uma proposta, ou ainda 
podem ser desenhos construtivos ou de detalhamento, que geram instruções 
gráficas para a execução de projetos.
Partindo dessa definição, você pode perceber que a linha é o elemento 
inerente a todo tipo de desenho. A representação gráfica se baseia no poder 
de uma composição de linhas para transmitir uma ideia. Embora as ferramen-
tas digitais possam aprimorar as técnicas tradicionais, o processo tátil de se 
desenhar no papel é o meio mais sensível para você aprender a linguagem 
gráfica (CHING, 2017).
Por isso, você vai ver inicialmente os instrumentos utilizados para traçar 
linhas e composições. Depois, vai conhecer os instrumentos de apoio ao 
desenho e os papéis mais adequados a cada caso.
Instrumentos para o desenho — traço e composição
O lápis é um ótimo aliado para o desenho à mão livre,pois a espessura da mina 
do grafite varia durante o uso e o traço se modifica conforme a pressão aplicada. 
O lápis precisa ser apontado, é relativamente barato e indicado para croquis.
Já a lapiseira é indicada para o desenho técnico. Cada lapiseira aceita uma 
espessura de mina de grafite que varia de 0,3 mm a 2 mm. As minas de grafite 
de até 0,9 mm não precisam ser apontadas e mantêm uma precisão maior 
quanto à espessura do traço, conferindo uniformidade à linha. No desenho 
técnico, são utilizadas lapiseiras com espessuras variadas para representar 
os diferentes elementos do projeto (CHING, 2017).
Tanto nos lápis como nas lapiseiras, as minas de grafite variam entre 9H (extremamente 
duras) a 6B (extremamente macias). Para traços mais fortes e grossos, utilize minas mais 
macias. Já para traços mais leves e finos, utilize minas mais duras.
Instrumentos de representação gráfica2
A caneta bico de pena é a precursora de todas as canetas. Possui ponta 
metálica com um orifício ligado à ponta por um recorte, que serve de canaleta 
para a tinta escorrer aos poucos, conforme o uso. Você deve mergulhar a caneta 
na tinta nanquim para usá-la. A evolução dessa caneta é a caneta-tinteiro. 
Ela possui um reservatório interno para uma tinta à base de água, alimentada 
por uma ponta de metal, por capilaridade. Ambas são muito interessantes 
para a caligrafia artística, já que o traço varia conforme a pressão exercida 
(CHING, 2017).
A caneta nanquim possui uma ponta tubular e é ideal para a representação 
de projetos, pois produz uma linha precisa e uniforme, sem a necessidade de 
aplicar pressão. A caneta nanquim clássica é recarregável, utiliza tinta à base 
de água e possui espessuras que variam entre 0,1 mm e 2 mm. Já existem no 
mercado várias marcas de canetas nanquim descartáveis, que não precisam ser 
recarregadas e limpas após o uso, com as mais variadas espessuras. O traço 
dessas canetas pode ser apagado em papel vegetal (CHING, 2017).
Há outras canetas mais conhecidas e amplamente utilizadas no dia a dia. A 
caneta esferográfica é hoje a mais popular para a escrita cotidiana. Ela desliza 
facilmente devido à sua tinta à base de óleo, sendo ideal para uso prolongado. 
A evolução da esferográfica é a caneta roller-ball. Sua tinta líquida à base de 
água tem melhor absorção pelo papel. A caneta à gel, como o próprio nome 
diz, possui uma tinta espessa e opaca, com pigmento suspenso em um gel à 
base de água. Já a caneta hidrográfica possui a ponta de feltro com os mais 
variados formatos para trabalhos artísticos (CHING, 2017).
Inúmeras são as maneiras de colorir um desenho. Entre elas: lápis de cor, 
caneta hidrográfica, aquarela e giz pastel. O lápis de cor mais adequado 
é o aquarelável, que confere homogeneidade maior à superfície da pintura. 
Existem canetas hidrográficas coloridas com várias pontas que se adequam 
a cada necessidade: ponta chanfrada, em pincel, etc. A aquarela é a maneira 
mais tradicional de pintura com o uso de pincel. O giz pastel pode ser utilizado 
direto no papel ou espalhado com os dedos (DOYLE, 2007).
Instrumentos de apoio ao desenho
A régua T e a régua paralela são utilizadas juntamente à mesa de desenho 
— que deve ser de material liso e bem-acabado — para traços paralelos e para 
apoiar os esquadros e demais instrumentos. Ambas possuem funcionamento 
semelhante. A régua T, embora de grande dimensão, é portátil. Ela possui 
uma barra transversal que desliza ao longo de um apoio encaixado na borda 
3Instrumentos de representação gráfica
da mesa. Já a régua paralela é fixa à mesa por meio de um sistema de cabos 
e roldanas, que permite a ela deslizar livre e paralelamente à superfície 
(CHING, 2017).
Os esquadros, assim como as réguas, são instrumentos fundamentais para 
o desenho técnico. São utilizados para apoiar o traçado de linhas verticais 
e linhas em ângulos específicos. Recomenda-se a utilização de um jogo 
composto por dois esquadros, de material transparente, um de 45°–45° e 
outro de 30º–60º. Existe também um tipo de esquadro que é regulável por 
meio de um braço móvel, porém ele não é tão utilizado quanto os clássicos 
(CHING, 2017).
O escalímetro é essencial para você fazer medições com precisão e deixar 
o desenho em escala. O mais conhecido tem o formato triangular e seis lados 
com seis escalas. O escalímetro de arquitetura possui as seguintes escalas: 
1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Serve somente para marcações e não para 
apoiar o traçado, como os esquadros e réguas. O transferidor é normalmente 
composto de material transparente e também serve somente para marcação, 
porém de ângulos (CHING, 2017).
Para círculos, formas geométricas e curvas, você pode utilizar o compasso, 
os gabaritos e a curva francesa. O compasso é fundamental para desenhar 
círculos. Ele possui uma ponta metálica que marca o centro do círculo e, na 
outra extremidade, possui um local para fixar o grafite, a lapiseira ou a caneta, 
dependendo do modelo. Os gabaritos são compostos de material transparente 
com aberturas vazadas para guiar o traçado de formas predeterminadas, como 
círculos e outras formas geométricas. Já a curva francesa é um instrumento 
utilizado para guiar o traço de curvas irregulares (CHING, 2017).
Outros materiais muito utilizados são a borracha, para apagar os erros, e 
os pincéis ou escovas, para “varrer” os restos de grafite e borracha de cima do 
desenho sem esfregar e borrar. Para apagar a tinta nanquim do papel vegetal, 
há um líquido especial que deve ser usado em pouca quantidade para não 
amolecer o papel demasiadamente.
Superfícies de desenho — tipos de papel
Os papéis transparentes são ideais para sobreposições e permitem fazer cópias 
e correspondências entre desenhos. Para o desenho técnico, os mais utilizados 
são o papel vegetal e o papel manteiga, que possuem variações na transpa-
rência e na qualidade de acabamento. Você deve escolhê-los de acordo com 
a finalidade de uso.
Instrumentos de representação gráfica4
O papel manteiga é mais barato, mas rasga mais facilmente com minas de 
grafite mais duras. Assim, é mais utilizado para croquis e estudos simples. 
O papel vegetal possui uma transparência mais nítida, é mais espesso, mais 
resistente, permite raspagens e correções. Por isso, é utilizado para entregas 
finais de projeto.
O papel pode, ainda, ser fabricado com fibras de algodão ou com fibras 
de madeira, ambas com boa durabilidade. São comercializados por diferentes 
marcas comerciais e em diferentes gramaturas — que significa o peso de 
uma folha de 1 m² expresso em gramas —, com superfícies lisas ou rugosas 
(CHING, 2017).
Para o desenho técnico, prefira papéis lisos com gramatura média, de 
maneira a permitir que o papel seja enrolado ou dobrado. Todos esses papéis 
podem ser encontrados em bloco, folha avulsa e rolo. 
A textura e a porosidade do papel afetam a sensação de dureza ou maciez de um 
grafite. As superfícies porosas absorvem melhor o desenho do que as extremamente 
lisas e densas, borrando menos. Já as superfícies mais ásperas, com texturas, tendem 
a fazer grafites mais macios borrarem mais.
Como utilizar os instrumentos de desenho
Você sabe como adquirir ou desenvolver sua técnica para utilizar os instru-
mentos de desenho? A habilidade de utilizar esses instrumentos só é adquirida 
com a prática contínua. A boa execução vem com muito treino. Por isso, é 
fundamental você trabalhar corretamente desde o começo. Aqui, você vai 
conhecer as técnicas fundamentais para a representação gráfica por meio dos 
instrumentos descritos na seção anterior.
Inicialmente, preste atenção na superfície que vai receber o desenho. O 
papel deve estar sempre fixado à mesa de desenho ou à prancheta com fita-
-crepe, fita mágica ou tachas. Não utilize fitas com a cola muito forte ou de 
baixa qualidade, pois elas deixam resíduos no papel. Você deve fixar a folha 
pensando em não danificá-la na hora da sua retirada. Além disso, a folha deve 
5Instrumentos de representação gráfica
estar alinhadacom a régua T ou a régua paralela. Caso contrário, o desenho 
ficará torto. Uma boa maneira de evitar isso é sempre iniciar o desenho traçando 
primeiro uma margem para a folha, o que obriga você a observar as arestas.
Lembre-se de que a linha é o elemento principal do desenho. Por isso, o 
modo como você a desenha merece uma atenção especial. Utilize as lapiseiras 
ou as canetas nanquim — que são os instrumentos adequados para o desenho 
técnico — da maneira mais reta possível, para assim respeitar sua espessura, 
o que não acontecerá se os planos forem demasiadamente inclinados. Você 
deve desenhar a linha em um único traço, com paciência, sem pressa, em ritmo 
constante, exercendo a mesma pressão na quase totalidade de sua extensão, 
exceto no início e no fim, em que pode aplicar uma pressão levemente maior. 
Assim, evite redesenhar traços sobre os anteriores e apagá-los. Sempre puxe 
a caneta ou a lapiseira ao longo do esquadro ou régua, nunca a empurre de 
maneira arrastada. O ponto a se visualizar durante o traçado é o ponto de 
chegada e não o de partida. As canetas e lapiseiras possuem uma longa ponta 
revestida de metal justamente para vencer a espessura do esquadro e da régua 
sem manchá-los e deslizar sobre eles (CHING, 2017).
A marcação de uma distância é realizada com o escalímetro apoiado na 
régua T ou na régua paralela para as medidas horizontais, e no esquadro para as 
medidas verticais. A marcação de uma medida de raio no compasso também 
é feita com base no escalímetro apoiado, ou você pode realizar previamente 
a marcação do raio no papel. Fixe a ponta metálica do compasso no centro 
do raio e gire a outra haste, exercendo certa pressão para desenhar o círculo. 
O compasso, os gabaritos e a curva francesa são os instrumentos utilizados 
para traçar círculos ou curvas. Já o transferidor não serve para essa finalidade; 
serve somente para marcar ângulos (CHING, 2017).
Os esquadros também são apoiados sobre a régua T ou a régua paralela, 
deslizando sobre ela. Evite arrastá-los sobre traços recém-feitos para não 
borrar — é necessário planejar o desenho. O esquadro deve ser segurado de 
maneira firme durante o traçado da linha. Na Figura 1, observe uma forma 
de utilização dos esquadros, a sobreposição para compor diferentes ângulos 
(CHING, 2017).
Instrumentos de representação gráfica6
Figura 1. Sobreposição dos esquadros comuns de 45°–45° e 30°–60° para formar ângulos 
de 15° e 75°.
Fonte: Ching (2017, p. 26).
Todos os instrumentos devem ser levantados, e não arrastados, para evitar 
que borrem o desenho. Pelo mesmo motivo, mantenha as mãos e os equipa-
mentos sempre limpos. Você pode proteger parte da superfície do desenho com 
papel manteiga, deixando visível somente a parte em que está trabalhando, 
evitando danificá-la.
Para aumentar a vida útil dos instrumentos, os manuseie com o máximo 
cuidado possível e os armazene sempre em seus estojos após a limpeza. Nunca 
utilize o escalímetro como régua para traçar linhas, pois a ponta metálica da 
lapiseira e da caneta estragam o equipamento. Tampouco utilize a borda dos 
esquadros e do escalímetro para cortar papel com estilete. Para isso, utilize 
uma régua metálica própria para corte. 
Você deve considerar ainda a correta iluminação. Ela é fundamental 
para evitar o sombreamento causado pela mão do projetista. Seja a ilumi-
nação natural ou artificial, ela deve estar localizada no topo, ou no lado 
contrário da mão utilizada para desenho — no caso de destros, deve estar 
localizada à esquerda. Luminárias articuladas fixadas à mesa de desenho 
permitem posicionar a luz da maneira mais favorável, de acordo com a 
necessidade.
7Instrumentos de representação gráfica
Acesse o link a seguir para assistir a um vídeo sobre o posicionamento do papel na 
mesa, o uso correto da régua T, de esquadros, escalímetro e lapiseiras.
https://goo.gl/CfNyJH
Representação gráfica com o uso dos 
instrumentos
Agora que você já sabe quais são os instrumentos de representação gráfica e 
a forma de utilização de cada um, que tal colocar em prática o que aprendeu? 
Aqui, você vai estudar a linguagem do desenho técnico, iniciando por linhas 
paralelas e perpendiculares, figuras geométricas e ângulos, linhas curvas e, 
por último, desenhos em perspectiva e croqui.
Segundo Ching (2017, p. 6), “[...] o desenho não é simplesmente uma questão 
de técnica; é também um ato cognitivo que envolve percepção visual, avaliação 
e raciocínio de dimensões e relacionamentos espaciais”. Ou seja, é o desenho 
e todo o processo intelectual nele envolvido que levam ao ato projetual.
Linhas paralelas e perpendiculares
Para sugerir profundidade nos desenhos técnicos, as linhas sofrem uma 
gradação no traçado em função do plano em que se encontram. As linhas 
em primeiro plano, mais próximas do observador, são sempre mais grossas 
e escuras. Já as do segundo plano, mais afastadas do observador, são mais 
finas e claras.
Pratique conforme a Figura 2. Com lapiseira 0,9 mm, utilize uma mina de grafite mais 
macia (a 2B, por exemplo) para traçar a linha de cima. Troque o grafite para o HB e H 
para notar a diferença. Para as demais linhas, vá utilizando lapiseiras 0,7 mm, 0,5 mm 
e 0,3 mm, alternando entre grafites mais e menos macios.
Instrumentos de representação gráfica8
No caso da utilização de caneta nanquim, você pode utilizar a 0,9 mm com tinta 
de cor preta para desenhar a linha de cima. Vá alternando a espessura das canetas 
nanquim utilizadas até a 0,05 para a última linha. Caso deseje o traço mais fino ainda 
mais claro, utilize a caneta com tinta cinza.
Figura 2. Gradação no traçado, linhas mais grossas e mais escuras no topo até linhas mais 
finas e mais claras. 
Fonte: Ching (2017, p. 20).
Pratique também o encontro de duas linhas perpendiculares com lapiseira 
e caneta nanquim de diferentes espessuras e durezas de grafite. Essas linhas 
devem sempre se tocar no seu encontro, porém sem se passarem demais, 
mantendo uma relação lógica do início ao fim do desenho. Lembre-se: as 
linhas horizontais são traçadas com régua T ou régua paralela, e as verticais, 
com esquadros.
9Instrumentos de representação gráfica
Figuras geométricas e ângulos
Agora que você já sabe como fazer linhas de diferentes espessuras e tonalidades, 
veja, a seguir, uma aplicação dessa diferenciação. Na Figura 3, as linhas mais 
claras são chamadas de linhas guias. Elas são essenciais para a construção de 
desenhos mais complexos, como o pentágono.
Pratique conforme a Figura 3, utilizando os instrumentos já conhecidos. Com o esca-
límetro, defina uma medida para as laterais do quadrado e trace a linha com o apoio 
do esquadro e da régua. Utilize o esquadro de 30°–60° para desenhar o triângulo 
equilátero, com ângulos internos de 60°. Utilize o compasso para delimitar as arestas 
do pentágono. Não é necessária fórmula matemática para desenhá-lo.
Observe que, para o desenho da figura geométrica, é utilizada uma espessura mais 
grossa e escura a fim de realçá-la bem. As linhas guias ficam quase imperceptíveis.
Figura 3. Ilustração de três figuras geométricas comuns: um triângulo equilátero, um 
quadrado e um pentágono. 
Fonte: Ching (2017, p. 26).
Instrumentos de representação gráfica10
Linhas curvas
Agora, você vai praticar linhas em forma de arco ou circunferência e retas 
em um mesmo desenho. Utilize o mesmo peso na caneta ou lapiseira para as 
linhas curvas e as demais linhas que compõem o desenho, pois aqui as curvas 
não são somente guias.
Para traçar uma tangente contínua a uma curva, conforme a Figura 4, 
desenhe primeiro a curva desejada com o compasso, marque onde a tangente 
deve encontrá-la e depois desenhe a linha reta. Isso é importante para evitar 
um desenho desencontrado (CHING, 2017).
Para desenhar um arco entre tangentes, utilize linhas paralelas como guias para 
determinar o centro do arco, sendo que a distância entre as linhas é o raio desejado. 
Já para desenhar dois círculos que sejam tangentes entre si, trace uma linha que 
vai do centrode um círculo até o outro, ambos no mesmo eixo (CHING, 2017).
Figura 4. Desenho de linha tangente ao arco, arco entre tangentes e círculos tangentes 
entre si.
Fonte: Ching (2017, p. 28).
11Instrumentos de representação gráfica
Desenho em perspectiva e croqui
Até agora, você utilizou os conhecimentos que adquiriu em representação 
gráfica para desenhos em duas dimensões. Na Figura 5, você pode observar 
a evolução do desenho em projeção ortogonal — vista bidimensional — à 
projeção perspectiva, passando pela projeção oblíqua.
Figura 5. Projeção ortogonal, projeção oblíqua e projeção perspectiva.
Fonte: Ching (2017, p. 30).
Instrumentos de representação gráfica12
Para praticar o desenho técnico de perspectiva isométrica de um prisma, com a 
utilização de prancheta, esquadro e caneta, assista ao vídeo disponível no link a seguir.
https://goo.gl/AHGJpS
Para finalizar este capítulo, mas não menos importante, que tal fazer 
uma composição tridimensional à mão livre, utilizando lápis ou lapiseira? 
Observe, na Figura 6, a evolução de um croqui em etapas: primeiro, es-
tabeleça uma estrutura para a composição com linhas principais; depois, 
aplique textura com tonalidade e sombreamento; por último, adicione os 
detalhes significativos.
13Instrumentos de representação gráfica
Figura 6. Evolução do desenho em croqui.
Fonte: Ching (2001, p. 97).
Instrumentos de representação gráfica14
1. Inúmeros são os instrumentos à 
venda no mercado para o traçado 
de linhas. O profissional deve saber 
identificar qual é o mais adequado 
para cada situação. Qual é a 
caneta ideal para a representação 
gráfica em um desenho técnico 
à mão e bidimensional?
a) Esferográfica.
b) Nanquim.
c) Roller-ball.
d) Hidrográfica.
e) Tinteiro.
2. A representação gráfica se baseia 
no poder de uma composição 
de linhas para transmitir uma 
ideia, sendo a linha o item mais 
básico de um desenho. Quais 
instrumentos de apoio servem 
para traçar linhas paralelas e 
perpendiculares entre si?
a) Esquadro e lapiseira.
b) Régua T e escalímetro.
c) Caneta e régua paralela.
d) Transferidor e esquadro.
e) Régua paralela e esquadro.
3. Por vezes, é necessário compor 
linhas em forma de arco ou 
circunferência e retas em um 
mesmo desenho. No caso do 
desenho de um arco entre 
tangentes, que recurso pode 
ser utilizado para determinar 
o centro do arco?
a) Linhas perpendiculares 
às tangentes.
b) Transferidor, para descobrir 
o ângulo mais aproximado 
do raio interno.
c) Linhas paralelas às tangentes; 
o encontro delas será 
o centro do arco.
d) Qualquer raio pode ser utilizado.
e) Régua T e esquadro 
para definir o ponto.
4. As diferentes espessuras de linhas e 
intensidades de traço servem para 
diferenciar os objetos de acordo 
com a distância do observador 
e os materiais que representam. 
Quais são a espessura de mina de 
grafite e a dureza mais adequadas 
para traços grossos e marcados?
a) 0,9 mm e 2B.
b) 0,9 mm e HB.
c) 0,9 mm e B.
d) 0,7 mm e 2B.
e) 0,7 mm e HB.
5. Na representação gráfica, há 
instrumentos que servem de apoio 
ao traçado de linhas retas, de 
linhas curvas e de circunferências. 
Por vezes, as linhas possuem 
inclinação, não são paralelas ou 
perpendiculares entre si. Quais dos 
instrumentos a seguir podem ser 
utilizados para precisar um ângulo?
a) Esquadros e transferidor.
b) Transferidor e gabaritos.
c) Escalímetro e esquadros.
d) Gabaritos e régua T.
e) Transferidor e escalímetro.
15Instrumentos de representação gráfica
CHING, F. D. K. Representação Gráfica em Arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookmann, 2017.
CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Representação gráfica para desenho e projeto. Barcelona: 
Gustavo Gili, 2001.
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas 
e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. 
Leitura recomendada
NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa, apartamento, jardim. 2. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2008.
Instrumentos de representação gráfica16
Conteúdo:
EXPRESSÃO 
PLÁSTICA 
Vanessa Guerini Scopell
Expressões plásticas 
bi e tridimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar materiais, técnicas e suportes relacionados com os aspectos 
inerentes à expressão plástica na sua vertente bidimensional.
 � Relembrar materiais, técnicas e suportes relacionados com os aspectos 
inerentes à expressão plástica na sua vertente tridimensional.
 � Aplicar a bidimensionalidade e a tridimensionalidade ao design de 
interiores.
Introdução
Na arquitetura, as formas e os volumes das edificações, antes de saírem 
do papel, são compostos por pontos, linhas e planos. Esses elementos de 
estruturação espacial e expressão plástica são a base para a concepção 
dos projetos, juntamente à ação de desenhar, que permite ao arquiteto 
demonstrar as suas ideias. Tanto os desenhos de duas dimensões como 
os de três dimensões têm suas funções no design de interiores, podendo 
ser usados para representar diferentes situações e ideias.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de bidimensionalidade 
e tridimensionalidade. Vai verificar as diferenças entre eles e ver exemplos 
de aplicações dessas tipologias gráficas nos projetos de interiores.
Desenhos bidimensionais
Os projetos de design de interiores estão sempre vinculados a propostas que 
são demonstradas e representadas graficamente por meio de desenhos. Para o 
arquiteto Lúcio Costa, o processo projetual e criativo é de extrema importância 
para a expressão da arte plástica. Essa representação de ideias e intenções é de 
Expressões plásticas bi e tridimensional2
grande valia para a solução de problemas específicos, que serão resolvidos a 
partir de soluções plásticas condizentes com a realidade de cada caso, com o 
objetivo de cada ambiente e com a intenção de uso de cada material.
Nesse sentido, você pode considerar que a intenção plástica de cada projeto 
ou obra de interiores é que de fato diferencia uma boa arquitetura de uma 
construção qualquer. A plástica refere-se tanto à compreensão das formas 
arquitetônicas, que surgem por meio de pontos, linhas e planos, como às 
expressões de intenções demonstradas pelos meios de representação que 
ressaltam traços, cores, texturas e materiais. Isso se dá por meio das demons-
trações bidimensionais, que podem ser transformadas em representações de 
três dimensões.
Sempre que você elabora um projeto, traça ou esboça alguma ideia, o 
conteúdo visual dessa comunicação é composto por uma série de elementos. 
Tanto o ponto como a linha e o plano são aspectos conceituais que você 
consegue visualizar em sua mente e, a partir disso, iniciar um desenho. Para 
Ching (2013), é possível perceber um ponto no encontro de duas retas, em 
uma reta marcando o contorno de um plano, em um plano delimitando um 
volume ou em um volume de um objeto que ocupa espaço. “Cada elemento é 
primeiramente considerado como conceitual e, a seguir, como um elemento 
visual no vocabulário do projeto de arquitetura. Como elementos conceituais, 
o ponto, a reta, o plano e o volume não são visíveis, exceto em nossas mentes. 
Embora eles não existam de fato, sua presença é sentida por nós” (CHING, 
2013, p. 16).
Esses elementos constituem a substância básica daquilo que se vê. 
São muitos os pontos de vista a partir dos quais se pode analisar qualquer 
manifestação visual, mas um dos mais reveladores é decompor a mani-
festação nos elementos que a constituem, de forma a compreender melhor 
o todo. Assim:
Quando são visíveis aos olhos no papel ou no espaço tridimensional, esses 
elementos se tornam forma com características de matéria, formato, tama-
nho, cor e textura. À medida que experimentamos essas formas em nosso 
ambiente, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência 
dos elementos primários do ponto, da reta, do plano e do volume (CHING, 
2013, p. 16).
Conforme Ching (2013), o ponto pode ser considerado a menor parte de 
uma composição visual, tornando-seo centro de atração da composição. Esse 
3Expressões plásticas bi e tridimensional
elemento não apresenta comprimento, profundidade ou largura. Ele marca 
uma posição no espaço, mas é estático e sem direção. Assim, um ponto pode 
servir para marcar duas extremidades de uma reta, a intersecção de duas 
retas, o encontro de retas na quina de um plano ou volume ou o centro de um 
campo. Mesmo que o ponto não tenha uma forma, ele começa a ser percebido 
quando está situado dentro de um campo visual. Quando está posicionado em 
um espaço, ele passa a organizar seus elementos circundantes e a ser uma 
referência. Observe a Figura 1, a seguir.
Figura 1. O ponto percebido no espaço.
Fonte: Ching (2013, p. 4).
Já para formar uma linha, é preciso que existam dois pontos no espaço e 
que eles estejam unidos:
Dois pontos estabelecidos no espaço por colunas ou formas centralizadas 
podem definir um eixo, um recurso ordenador utilizado ao longo da história 
para organizar as formas e os espaços edificados. […]
Considerando que a ligação de dois pontos no espaço ou que um ponto 
estendido se torna uma linha, constata-se que a linha tem comprimento, 
mas assim como o ponto, ela não tem largura ou profundidade. Já enquanto 
um ponto é estático, a linha é capaz de expressar visualmente direção, 
movimento e crescimento. Uma reta é um elemento essencial na formação 
de qualquer construção visual. Ela pode servir para: unir, conectar, sus-
tentar, circundar ou interseccionar outros elementos visuais, descrever as 
arestas dos planos e dar formato a elas e destacar as superfícies dos planos 
(CHING, 2013, p. 7).
Na Figura 2, a seguir, você pode ver um exemplo de formação de uma linha.
Expressões plásticas bi e tridimensional4
Figura 2. Formação de uma linha.
Fonte: Ching (2013, p. 6).
Como uma linha apresenta apenas uma dimensão, sua representação deve 
conter alguma espessura a fim de torná-la visível. A linha é reconhecida pelo 
fato de seu comprimento dominar sua largura. Assim, para formar um plano 
bidimensional (Figura 3), é preciso que haja duas linhas paralelas. Conforme 
destaca Ching (2013), quanto mais próximas essas linhas estiverem entre si, 
mais forte será a sensação de plano criada por elas. Portanto, o plano é um 
exemplo de desenho bidimensional, ou seja, que apresenta duas dimensões, 
pois é composto por uma altura e um comprimento, porém ainda não tem 
profundidade.
Figura 3. Formação de um plano.
Fonte: Ching (2013, p. 18).
Para Ching (2013), em uma composição de uma construção visual, o plano 
serve para definir os limites ou fronteiras de um volume. Como a arquitetura 
é uma arte visual que se ocupa especificamente da formação de elementos 
5Expressões plásticas bi e tridimensional
tridimensionais — volumes de massa ou espaço —, o plano, formado por 
linhas, pode ser considerado um elemento-chave nas fases iniciais do projeto 
de arquitetura. Assim, o desenho bidimensional se estabelece por meio de 
uma superfície plana sem profundidade. Esse desenho é entendido como uma 
representação em que há linhas em duas dimensões (comprimento e largura), 
que fazem os contornos e delimitam o desenho. Veja:
A superfície e as marcas tomadas em conjunto revelam um mundo bi-
dimensional que difere completamente do mundo de nossa experiência 
cotidiana. O mundo bidimensional é essencialmente uma criação humana. 
O desenho, a pintura, a impressão, o tingimento ou mesmo a escrita são 
atividades que levam diretamente à formação do mundo bidimensional 
(WONG, 1998, p. 237).
Segundo Wong (1998), na maioria das vezes as coisas tridimensionais são 
vistas como bidimensionais. Um exemplo é uma paisagem apreciada apenas 
por sua beleza em um quadro pintado. Hoje, com o progresso da tecnologia, 
uma câmera prontamente transforma tudo o que está na frente de suas lentes 
em uma imagem plana, e a televisão transmite instantaneamente imagens 
em movimento para uma superfície determinada. Assim, as imagens planas 
são essenciais para a compreensão do mundo, dos espaços e das propostas de 
arquitetura. Sua representação é necessária e, quando percebida pela visão 
humana, pode ser interpretada sob diversos pontos de vista.
Desenhos tridimensionais
Para iniciar uma representação gráfica, os elementos básicos — ponto, reta 
e plano — são fundamentais. É a partir deles que um desenho bidimensional 
surge e, se ele for desenvolvido, pode se tornar uma figura tridimensional 
(Figura 4). Para Ching (2013, p. 56):
Na transição dos formatos dos planos para as formas dos volumes se encontra o 
domínio das superfícies. A superfície se refere, em primeiro lugar, a qualquer 
figura que tiver apenas duas dimensões, como um plano. No entanto, o termo 
também pode fazer alusão a um lugar geométrico curvo e bidimensional de 
pontos que definem o limite de uma figura tridimensional.
Expressões plásticas bi e tridimensional6
Figura 4. Figura plana tridimensional.
Fonte: Ching (2013, p. 42).
Ching e Juroszek (2012) destaca que as pessoas vivem em um mundo 
tridimensional de objetos no espaço. Esses objetos sólidos ocupam espaço, 
dão forma e definem seus limites. O espaço, por sua vez, envolve e dá vida à 
visão dos objetos. Segundo o autor, “[...] um dos maiores desafios ao desenhar 
é a representação de objetos tridimensionais no espaço por meio de linhas, 
formatos e valores tonais, em uma superfície plana e bidimensional” (CHING; 
JUROSZEK, 2012, p. 81). Para a representação tridimensional, é necessário que 
o objeto seja demonstrado em três dimensões. Assim, o volume é o elemento 
que representa esse tipo de expressão:
O volume se relaciona à extensão tridimensional do objeto ou da região do 
espaço. Conceitualmente, um volume é delimitado por planos e tem três di-
mensões: largura, altura e profundidade. Ao desenhar, nos esforçamos para 
expressar a ilusão tridimensional de volumes sólidos e do espaço em uma 
superfície bidimensional. Todos os objetos preenchem um volume no espaço. 
Mesmo os objetos lineares e delgados ocupam espaço. Podemos segurar um 
pequeno objeto e girá-lo em nossas mãos. Cada volta do objeto revela um for-
mato diferente, uma vez que muda a relação entre o objeto e nossos olhos. Ao 
ver o objeto de diferentes ângulos e distâncias, nossa visão reúne os formatos 
na forma tridimensional (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 67).
Para Ching e Juroszek (2012), um desenho que apresenta uma vista de 
determinado ângulo e determinada distância apenas consegue ilustrar um 
7Expressões plásticas bi e tridimensional
único momento da percepção. Se for uma vista frontal, que apenas mostra a 
largura e a altura, a imagem ficará achatada. Mas, se o volume for rotacionado, 
a terceira dimensão (a profundidade) será revelada e a forma ficará mais clara. 
Segundo o autor, prestar atenção em formatos planos ajuda a ver como eles se 
combinam para expressar a tridimensionalidade do volume.
Por meio do desenho à mão e com base em uma superfície bidimensional, 
é possível criar profundidade nos desenhos com a aplicação de sombras. As 
diferentes tonalidades do sombreamento transformam o desenho de duas para 
três dimensões e o posicionam no espaço, demonstrando a característica de 
cada superfície. Para criar esse efeito tridimensional, é necessário utilizar 
transições graduais de tons claros e escuros. Considere o seguinte:
Os objetos não apenas ocupam um volume no espaço; eles também se or-
ganizam no espaço, uns em relação aos outros e ao entorno. Assim como 
as figuras e seus fundos compreendem uma unidade de opostos em uma 
superfície bidimensional, as massas sólidas e os volumes espaciais jun-
tos constituem a realidade tridimensional do nosso ambiente (CHING; 
 JUROSZEK, 2012, p. 82).
Na Figura 5, a seguir, você pode ver um exemplo de figura plana 
tridimensional.
Figura 5. Figura plana tridimensional.
Fonte: Ching (2013, p. 44).
Expressões plásticas bi e tridimensional8
Conforme Ching e Juroszek (2012), a relação entre as massas e volumes 
espaciais nos projetos de arquitetura pode serverificada em diversas escalas. 
Veja a seguir.
 � Na escala de um objeto, a relação entre cheios e vazios existe entre a 
forma de uma massa sólida e o volume do espaço ocupado pelo objeto 
ou nele contido.
 � Na escala de um cômodo, a relação entre cheios e vazios ocorre entre 
a forma do espaço delimitado por paredes, teto e piso e as formas dos 
objetos nele contidos.
 � Na escala de uma edificação, a relação entre cheios e vazios é percebida 
nas configurações de paredes, tetos e pisos, bem como nos tipos de 
espaço que esses elementos definem.
 � Na escala urbana, a relação entre cheios e vazios surge entre a forma 
da edificação e o contexto espacial no qual ela se insere. O entorno 
pode dar continuidade ao tecido urbano existente de um lugar, formar 
um pano de fundo para outros prédios, definir um espaço urbano ou 
permanecer isolado no espaço, como um objeto.
Outra maneira de utilizar desenhos em três dimensões é aplicar as técnicas 
de perspectiva para representar os volumes. A perspectiva pode ser compreen-
dida como uma maneira de representar figuras tridimensionais que provoca a 
ilusão da espessura, da dimensão, do aspecto e da profundidade. Esse tipo de 
desenho, segundo Ching (2013), estimula diversos pontos de vista:
Sistemas de desenhos de vistas múltiplas, vistas de linhas paralelas ou pers-
pectivas cônicas englobam uma linguagem visual de comunicação de projeto. 
Devemos ter a capacidade de não apenas “escrever” nessa linguagem, mas 
também de a “ler”. Esse entendimento deve ser completo o bastante para que 
sejamos capazes de trabalhar confortavelmente e com distintos sistemas de 
desenho. Devemos ser capazes de transformar a bidimensionalidade de um 
desenho de vistas planas em uma vista tridimensional de linhas paralelas. 
Ao visualizar um conjunto de desenhos de vistas múltiplas, devemos ser 
capazes de imaginar e desenhar o que veríamos se estivéssemos parados em 
determinada posição dentro de uma planta (CHING, 2013, p. 211).
Na Figura 6, a seguir, você pode ver desenhos de materiais em três 
dimensões.
9Expressões plásticas bi e tridimensional
Figura 6. Desenhos de materiais em três dimensões.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 170).
Existem diversos tipos de perspectiva. Elas podem ser usadas conforme a 
facilidade do designer de se adequar a cada técnica. Todas elas são importan-
tes recursos de visualização tridimensional que podem ser expressos à mão. 
Para Wong (1998), assim como o desenho bidimensional, o tridimensional 
também busca estabelecer harmonia e ordem visual, ou gerar interesse visual 
intencional. 
O autor ressalta que representar tridimensionalmente um objeto é mais 
complicado porque vistas de ângulos deferentes devem ser consideradas 
simultaneamente. Além disso, muitas das relações espaciais são complexas, 
não podendo ser facilmente visualizadas no papel. Por outro lado, o desenho 
tridimensional é menos complicado do que o bidimensional porque lida com 
formas e matérias tangíveis no espaço real. Desse modo, todos os problemas 
presentes na representação ilusória de formas tridimensionais no papel (ou 
qualquer tipo de superfície plana) podem ser evitados.
Expressões plásticas bi e tridimensional10
O espaço pictórico é uma ilusão de espaço ou profundidade representada em uma 
superfície bidimensional por vários meios gráficos. Esse espaço pode ser plano, pro-
fundo ou ambíguo, mas, em todos os casos, não passa de uma ilusão. No entanto, 
certas combinações de linhas, formatos, valores tonais e texturas utilizadas em uma 
superfície de desenho podem provocar, no sistema visual humano, a percepção 
de um espaço tridimensional. Se você compreender o modo como infere formas e 
espaços tridimensionais daquilo que vê, pode utilizar essas informações para fazer 
a imagem desenhada do objeto parecer plana ou volumétrica. Você pode projetar 
a imagem para frente, na direção do observador, ou fazê-la retroceder muito na 
profundidade do desenho. Em uma superfície bidimensional, é possível determinar 
relações tridimensionais entre objetos (CHING; JUROSZEK, 2012).
Bidimensionalidade e tridimensionalidade no 
design de interiores
Nos projetos de arquitetura em geral, e especificamente nas propostas de 
design de interiores, a forma de representação é um recurso fundamental para 
a expressão das ideias e o entendimento de cada alternativa. Tanto os desenhos 
bidimensionais (plantas baixas) como os tridimensionais (perspectivas) são 
importantes aliados na expressão plástica dos projetos. Veja:
Toda forma pictórica começa com o ponto que se põe em movimento […] 
O ponto se move [...] e nasce a reta — a primeira dimensão. Quando a reta 
se desloca para formar um plano, obtemos um elemento bidimensional. No 
movimento do plano para os espaços, o encontro de planos dá surgimento 
ao corpo (tridimensional). Uma síntese de energias cinéticas que movem o 
ponto convertendo-o em reta, a reta que se converte em plano e o plano que 
se converte em uma dimensão espacial (CHING, 2013, p. 65).
Assim, todas as formas de representação têm por objetivo a distribuição das 
partes da proposta em relação ao todo. Para Ching e Eckler (2014), é possível 
utilizar qualquer sistema de desenho para analisar o contexto e gerar as ideias. 
Para diagramas em que é necessária a análise de um ponto específico ou não tão 
abrangente, o desenho bidimensional é um recurso suficiente. Porém, quando 
a representação e a demonstração exigirem mais detalhes, é importante haver 
um sistema de expressão tridimensional. Considere o seguinte:
11Expressões plásticas bi e tridimensional
Na arquitetura de interiores, os desenhos bidimensionais mais utilizados 
são a planta baixa e elevações, juntamente com os detalhamentos de mo-
biliários, paginação de piso, planta de forro e iluminação. Plantas e ele-
vações são representadas pela “principal face de cada vista de um volume 
retangular [que] é paralela ao plano do desenho” (CHING; JUROSZEK, 
2012, p. 121). 
Cada um deles é a projeção ortogonal de um aspecto particular de objetos 
ou construções. Essas vistas ortogonais são abstratas, uma vez que não cor-
respondem à realidade óptica. Elas são um modo conceitual de representação, 
baseado mais no que se sabe a respeito de alguma coisa e menos no que é visto 
a partir de determinado ponto no espaço. Não há referência ao observador, 
mas, se houver, os olhos do espectador estarão a uma distância infinitamente 
grande (CHING; JUROSZEK, 2012).
A planta baixa representa um corte horizontal do edifício, ou seja, mostra 
como ele seria visualizado se fosse cortado por um plano que o interceptasse. 
As plantas baixas demonstram o interior de uma edificação, revelando uma 
vista que, de outro modo, não seria visualizada. Elas demonstram relações 
horizontais e padrões que não são detectados facilmente quando se está no 
interior de uma edificação. Assim, “Em um plano horizontal de desenho, as 
plantas baixas são capazes de evidenciar a configuração de paredes e pilares, 
o formato e as dimensões do espaço, o padrão das aberturas (portas e janelas) 
e as conexões entre os cômodos internos e entre estes espaços e os externos” 
(CHING; JUROSZEK, 2012, p. 147). Observe a Figura 7, a seguir.
Já as elevações ou vistas internas (Figura 8) são projeções ortogonais de 
um objeto ou de uma construção em um plano de desenho vertical, paralelo a 
uma de suas faces. Segundo Ching e Juroszek (2012), as elevações diminuem 
a complexidade tridimensional de um objeto a uma representação bidimen-
sional, constituída de altura e largura ou comprimento. Ao contrário de uma 
planta, uma elevação imita a observação humana em posição ereta e oferece 
um ponto de observação horizontal. Considere o seguinte:
Ainda que as vistas em elevação das superfícies verticais de uma edificação 
estejam mais próximas da realidade sensorial do que as plantas ou os cortes, 
elas não conseguem representar a profundidade espacial de um desenho em 
perspectiva. Portanto, ao desenhar objetos e superfícies em elevação,devemos 
utilizar alguns recursos gráficos para representar profundidade, curvatura ou 
obliquidade (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 162).
Expressões plásticas bi e tridimensional12
Figura 7. Representação de planta baixa bidimensional.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 147).
13Expressões plásticas bi e tridimensional
Figura 8. Representação de elevação.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 162).
Os croquis (Figura 9) são outra tipologia plástica que pode ser utilizada 
tanto na representação em duas dimensões como na tridimensional. O desenho 
à mão livre “[...] é a linguagem, a forma de expressão que permite a fluidez 
entre o pensar e o gesto manual que executa tal pensamento. Ajuda na obser-
vação da arquitetura e na assimilação do conhecimento, bem como na sua 
forma construtiva e seus detalhes” (PAIXÃO, 2014, documento on-line). Na 
arquitetura de interiores, o desenho à mão livre pode ser expresso a partir de 
croquis. Segundo Pinhal (2009), um croqui pode ser definido como o
Expressões plásticas bi e tridimensional14
Primeiro esboço de um projeto arquitetônico. Um croquis (palavra francesa 
eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou 
rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de arquitetura, moda 
ou um esboço qualquer. Um croqui, portanto, não exige grande precisão, 
refinamento gráfico ou mesmo cuidados com sua preservação, diferente de 
desenhos finalizados. Costuma ser realizado em intervalos de tempo relati-
vamente curtos, como períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais 
importante no croqui é o registro gráfico de uma ideia instantânea, através 
de uma técnica de desenho rápida e descompromissada (PINHAL, 2009, 
documento on-line).
Figura 9. Croquis.
Fonte: Ching (2017, p. 245).
15Expressões plásticas bi e tridimensional
Já nos desenhos tridimensionais, as perspectivas são a forma mais re-
presentativa para o design de interiores. A perspectiva surgiu no período do 
Renascimento e, segundo Malheiros (2011), é uma técnica aplicada em desenhos 
e pinturas para conferir a eles profundidade e proximidade com o real. 
Atualmente, existem programas que conseguem gerar volumetrias em três 
dimensões e, consequentemente, perspectivas. Assim, esse tipo de desenho 
pode ser feito também por meio do computador, não somente à mão.
Você ainda deve notar que as tipologias de expressões plásticas, tanto em 
duas quanto em três dimensões, não se limitam à fase final de comunicação 
dos projetos de arquitetura de interiores. Elas têm importante função desde o 
início das propostas. Independentemente de a ideia ser expressa artística ou 
tecnicamente, todos os tipos de desenhos servem para comunicá-la e contribuem 
para facilitar o seu entendimento.
A projeção ortográfica é um meio de representar um objeto tridimensional em duas 
dimensões. Na arquitetura, a projeção ortográfica geralmente assume uma destas 
três formas: planta baixa, corte ou elevação. Uma planta baixa é o corte horizontal 
imaginado de um cômodo ou uma edificação a 1,2 m acima do solo ou do nível de 
piso acabado. Um corte consiste na seção vertical de uma edificação ou espaço. Uma 
elevação representa a vedação externa da edificação, isto é, sua face ou fachada.
As imagens tridimensionais transmitem ideias que não podem ser representadas 
por desenhos bidimensionais — plantas baixas, cortes e elevações. A representação 
das três dimensões confere profundidade a uma imagem, tornando-a mais realista. 
Enquanto algumas representações tridimensionais não passam de croquis, outras 
adotam abordagens mais precisas. As perspectivas axonométricas e isométricas, por 
exemplo, são construídas geometricamente (FARRELLY, 2014).
1. Todo desenho bi ou tridimensional 
se inicia a partir de elementos 
básicos, que, conforme são 
desenvolvidos, dão vida às ideias de 
cada designer. Sobre esses elementos, 
assinale a alternativa correta.
a) O ponto serve como uma 
referência, marcando 
uma posição no espaço, 
podendo ser percebido por 
meio de sua largura e seu 
comprimento idênticos.
Expressões plásticas bi e tridimensional16
b) Pode-se perceber a composição 
com plano, reta e ponto à 
medida que se experimenta 
as formas dos ambientes 
e das edificações.
c) Uma linha pode ser entendida 
como a conexão de dois 
pontos no espaço; sua largura 
e seu comprimento são uma 
marcação no espaço.
d) Um plano não apresenta 
profundidade, apenas altura e 
comprimento, sendo formado 
por suas perpendiculares.
e) A linha, assim como o ponto, 
não é estática e tem o poder 
de expressar visualmente o 
movimento e a direção.
2. Para iniciar uma representação 
gráfica, os elementos básicos 
— ponto, reta e plano — 
são fundamentais, pois é a 
partir deles que um desenho 
bidimensional é concebido. Sobre 
as representações bidimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Um desenho bidimensional 
é sinônimo de volume.
b) Um desenho bidimensional se 
estabelece por meio de uma 
superfície com profundidade.
c) Um desenho bidimensional 
é compreendido como 
uma expressão com 
comprimento e altura.
d) Um desenho bidimensional 
tem como principal exemplo 
o ponto e uma linha.
e) Um desenho bidimensional 
representa fielmente a 
experiência cotidiana.
3. Um desenho tridimensional se 
inicia a partir dos elementos 
básicos que formam, em um 
primeiro momento, os desenhos 
bidimensionais. Sobre as expressões 
plásticas tridimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Um quadrado e um 
círculo são exemplos de 
expressão tridimensional.
b) Para representá-las, é necessário 
saber a profundidade e a altura.
c) É possível representá-las 
por meio da aplicação 
de valores tonais.
d) Podem ser representadas 
pela variação abrupta 
de tons escuros.
e) São projeções ortográficas 
geradas por cortes 
horizontais ou verticais.
4. A técnica da perspectiva 
contribui para a expressão 
das ideias, sendo uma forma 
tridimensional de representação 
no design de interiores. Sobre 
esse tipo de desenho, assinale 
a alternativa correta.
a) A perspectiva estimula e instiga 
diversos pontos de vista.
b) A perspectiva ignora as 
dimensões de profundidade 
nos desenhos.
c) A perspectiva é uma 
técnica única que não 
apresenta variações.
d) A perspectiva é considerada a 
técnica mais simples para se usar.
e) A perspectiva estabelece 
relações espaciais básicas e fáceis.
5. O desenho, como linguagem 
fundamental na arquitetura, 
é uma forma de expressão de 
ideias e intenções. Assim, existem 
vários tipos de desenhos de 
duas ou três dimensões que 
são adequados a cada situação 
17Expressões plásticas bi e tridimensional
e a cada intenção. Sobre as 
representações bi e tridimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Os croquis requerem um nível 
alto de detalhamento com 
indicação de dimensões.
b) Um croqui pode ser definido 
como a planta baixa final 
do projeto, precisa e 
refinada tecnicamente.
c) As representações 
tridimensionais devem 
ser utilizadas em todos 
os casos e para todos os 
contextos e necessidades.
d) As representações 
bidimensionais são 
indicadas para representar 
pontos específicos e não 
tão abrangentes.
e) Tanto o croqui como as 
plantas baixas e elevações são 
elaborados exclusivamente 
pelo computador.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014.
CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2012.
FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MALHEIROS, T. Você sabe o que é perspectiva? Conexão arte e educação, 17 abr. 2011. 
Disponível em: <http://conexaoarteeducacao.blogspot.com/2011/04/voce-sabe-o-
-que-e-perspectiva.html>. Acesso em: 04 dez. 2018.
PAIXÃO, L. A importância do desenho à mão livre. Luciana Paixão, 11 jun. 2014. Dispo-
nível em: <https://www.aarquiteta.com.br/blog/carreira-de-arquitetura/importancia--desenho-a-mao-livre/>. Acesso em: 04 dez. 2018. 
PINHAL, P. O que é um croqui? Colégio de Arquitetos, 13 fev. 2009. Disponível em: <http://
www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-croqui/>. Acesso em: 
04 dez. 2018.
WONG, W. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Conteúdo:
DESENHO 
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
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Desenho de objetos 
tridimensionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar os materiais básicos, instrumentos e superfícies de desenho.
 � Escolher a posição mais adequada para desenhar e empunhar o lápis.
 � Identificar as habilidades para elaboração de desenhos e os elementos 
de sua composição.
Introdução
Desenhar é a capacidade de observar e compreender as relações entre 
os elementos da composição. Contudo, antes de começar a desenhar, é 
preciso escolher o material adequado de desenho.
Neste capítulo você irá conhecer os materiais básicos para desenhar, 
além de aprender sobre como a posição do desenhista e a pega do lápis 
podem interferir no resultado da composição. Ainda, verá a técnica mais 
utilizada no desenho artístico, o desenho de observação, bem como as 
cinco habilidades básicas para desenhar.
Materiais e superfícies de desenho
A escolha do material adequado certamente contribui para a confecção de 
um bom desenho. Os materiais para desenho podem ser classificados em três 
categorias: profissional, universitário e escolar. 
Os materiais escolares são especialmente produzidos para serem atóxicos, 
e a diferença de manejo entre os materiais profissionais e universitários é 
pequena, embora as linhas profissionais sejam mais extensas e duráveis.
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Materiais
Grafite
O grafite não era muito usado como instrumento de desenho até 1795, quando 
passou a ser fabricado na forma de lápis com corpo de madeira pelo francês 
Nicholas Conté. Além da forma de lápis, apresentada na Figura 1, o grafite 
também está disponível na forma de bastões retangulares maciços e sem re-
vestimento, conforme você pode observar na Figura 2, lápis cilíndricos “sem 
madeira” e em pó, podendo ser aplicada diretamente à superfície do desenho.
Os grafites são classificados pela sua dureza, do mais macio, que resulta na 
cor preta e é classificado como B, ao mais duro, que resulta em um acinzentado 
e é classificado como H.
Escala do grafite mais duro ao mais macio é:
9H > 8H > 7H > 6H > 5H > 4H > 3H > 2H > H > HB > B > 
2B > 3B > 4B > 5B > 6B > 7B > 8B > 9B
Para rafes, desenhos e projetos a mão livre, recomenda-se o uso de lápis 
macio do tipo B. 
Figura 1. Lápis.
Fonte: Xiuxia Huang/Shutterstock.com.
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Figura 2. Grafite em barra.
Fonte: Shoptime (c2017).
Carvão vegetal
O carvão é considerado o mais antigo instrumento de desenho e é, atualmente, 
comercializado em duas formas: carvão vegetal e carvão comprimido.
O carvão vegetal em barra, veja exemplo na Figura 3, é feito com o car-
bono seco que sobra após a queima da madeira. A barra de carvão vegetal 
de melhor qualidade é o carvão de videira, um material seco e farelento que 
borra facilmente e necessita de fixador para aderir ao papel. 
Já o carvão comprimido, em forma de lápis, também apresentado na Figura 
3, é um instrumento de desenho mais versátil, feito de carvão vegetal em pó 
misturado com aglutinante. O aglutinante ajuda na aderência do pigmento à 
superfície do papel e enriquece a cor preta.
Figura 3. Carvão vegetal e carvão comprimido.
Fonte: Burhan Bunardi/Shutterstock.com.
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Superfícies
O sistema moderno de formatos de papel International Organization for Stan-
dardization (ISO) se baseia em uma observação feita pelo professor de física 
alemão Georg Christoph Lichtenberg que, em 1786, percebeu as vantagens 
de os tamanhos de papel terem uma razão entre altura e largura, ou seja, um 
papel com a razão de Lichtenberg mantém sua proporção quando é cortado 
pela metade. No sistema ISO os formatos vão de A4 até A0.
Tamanho
O tamanho padrão dos papéis varia de A0 a A8, veja os diferentes tamanhos 
de papéis conforme sua classificação:
A0 – 84,0 × 118,8 cm
A1 – 59,4 × 84,0 cm
A2 – 42,0 × 59,4 cm
A3 – 29,7 × 42,0 cm
A4 – 21,0 × 29,7 cm
A Figura 4 apresenta um modelo para que você tenha ideia de proporção 
entre os diferentes tamanhos de papel.
Figura 4. Tamanhos de papel.
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Além da série de tamanhos A, existem tamanhos intermediários, da série 
B e C, que são utilizados para envelopes. O Canadá e os Estados Unidos são 
os únicos países industrializados que não utilizam o sistema ISO. 
Você pode saber mais sobre as séries, formatos e usos dos variados tamanhos de papel 
no livro Fundamentos de Design Criativo (AMBROSE; HARRIS, 2012).
Fibra
Os papéis mais comuns são fabricados com fibras de madeira, já os mais 
nobres com fibras de algodão puro. Papéis de fibras de algodão são duráveis e 
permanentes, ou seja, mantém suas propriedades originais após muitos anos. 
Os papéis de fibras de madeira, por sua vez, precisam ser tratados quimica-
mente para obter um PH neutro e evitar o amarelamento e a deterioração.
Gramatura
Refere-se à espessura do papel e é expressa em gramas, portanto, quanto 
maior for a gramatura do papel maior será a sua grossura. As gramaturas 
variam comumente entre 90, 120, 180, 210, 240, 320 g/m2, mas existem outras 
gramaturas disponíveis, dependendo da aplicação do papel.
Indicação de uso
Veja as indicações de uso para os diferentes tipos de papel:
 � Papel sulfite: papel liso, conforme apresentado na Figura 5, utilizado
para esboços.
 � Papel para técnicas secas: papel liso ou texturizado, ilustrado na Figura 6, 
usado para desenhos com grafite, carvão, nanquim, pastel seco e oleoso.
 � Papel para técnicas úmidas: papel texturizado ou liso, indicado para
técnicas úmidas como aquarela e tinta acrílica.
 � Papel para marcador: papel de alta-alvura, especialmente desenvolvido
para marcadores.
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 � Papel vegetal: papel liso e translúcido para grafite, marcadores, nan-
quim, etc.
Mecânica do desenho
A posição para desenhar interfere no resultado final do desenho, portanto, o 
desenhista deve estar afastado do objeto desenhado cerca de 60 cm – mais 
ou menos um braço seu de distância – para obter uma visualização clara do 
objeto desenhado.
O desenhista também deve se manter em uma posição fixa, para não perder 
o ponto de observação. A posição da mesa, prancheta ou suporte de desenho 
deve formar um ângulo de 90° em relação à linha de visão para que o desenho 
não se deforme, conforme você pode observar na Figura 5.
Figura 5. Desenho de observação.
Fonte: Curtis (2015, p. 20).
Além da posição correta para desenhar, a pega do lápis pode permitir ou não 
uma maior movimentação do instrumento de desenho sobre a superfície do papel 
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e, desse modo, possibilitar uma maior fluidez e expressão do traçado. Tenteuma 
empunhadura alternativa, conforme ilustrado na Figura 6, que proporcione um 
controle maior sobre a pressão da ponta do instrumento sobre o papel.
Figura 6. Desenho de observação. 
Fonte: Curtis (2015, p. 21).
Desenho de observação
O desenho de observação consiste na observação real do objeto tridimensional. 
Na técnica de observação in loco, apreendemos do objeto aquilo que é mais 
relevante, captamos a sua essência. Nesse processo, contamos com a ajuda 
dos posicionamentos corretos do papel e do desenhista e das habilidades de 
percepção necessárias para desenhar: percepção das bordas, dos espaços, dos 
relacionamentos, de luz e sombra e do todo.
O desenho de observação, além de propiciar o desenvolvimento de seu próprio 
traçado, produz um resultado personalizado, bem gestual e muito expressivo em 
todos os seus elementos, como as linhas, os preenchimentos, a luz e a sombra. 
Cinco habilidades básicas para desenhar
Segundo a autora Betty Edwards (2000), as cinco habilidades básicas para 
desenhar são: 
1. Percepção das bordas: os contornos dos objetos.
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2. Percepção dos espaços: as partes que preenchem os contornos e também 
as que ficam fora dele.
3. Percepção dos relacionamentos: as relações entre as partes do mesmo 
objeto, entre os objetos da cena ou, ainda, entre as figuras e o fundo, 
por exemplo, quando percebemos que a alça da xícara fica centralizada 
no seu bojo e que um dos alhos está na frente dos outros três.
4. Percepção de luz e sombra: é a percepção do claro – a parte que fica 
mais “para fora” dos objetos, e do escuro – a parte que fica mais “para 
dentro” dos objetos.
5. Percepção do todo: é a composição total da cena.
Observe, na Figura 7, essas habilidades básicas em um modelo de desenho.
Figura 7. Habilidades básicas de desenho.
Fonte: KUCO/Shutterstock.com.
Saiba mais sobre técnicas de preenchimento – tonalidade localizada, luz e sombra, 
hachura e textura – nos livros Desenho para Arquitetos, de Francis Ching (2012), e Desenho 
de Observação, de Brian Curtis (2015). 
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Evidenciando o elemento compositivo
A partir da técnica de observar, qualquer desenho pode ser construído com 
a utilização de linhas, superfícies e volumes, evidenciando mais ou menos o 
elemento compositivo, conforme você pode observar nas Figuras 8, 9 e 10. 
Figura 8. Desenho de Rembrandt, Pedro ao Leito de Morte de Tabitha (Kupferstichkabinett, 
Dresden) evidenciando linhas.
Fonte: Curtis (2015, p. 44).
Figura 9. Georges Seurat, Espetáculo Secundário do Circo (1887-1888, Museu Metropolitano 
de Arte de Nova York), evidenciando as superfícies do desenho.
Fonte: Curtis (2015, p. 288).
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Figura 10. William Hogarth, Absurdos de Perspectiva, 1754, gravura evidenciando volumes.
Fonte: Curtis (2015, p. 287).
A artista plástica e crítica de arte Fayga Ostrower (2013) em seu livro Universos da Arte 
apresenta vários exemplos de arte, arquitetura e design de trabalhos elaborados 
utilizando linhas, superfícies e volumes. Certamente, a escolha do material de desenho 
adequado, um bom grafite e um papel de qualidade, influenciam de forma positiva 
no resultado de uma composição. Porém, um desenho simples, elaborado somente 
tendo linhas como seu elemento primário, pode ser muito interessante e valoroso 
se for executado em um gesto livre, com um traço próprio e original. Um traçado 
personalizado pode ser adquirido com o exercício diário do desenho, experimentando 
técnicas e testando materiais.
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1. Avalie o desenho de observação de uma cafeteira a seguir e, depois assinale a
alternativa que apresenta o que devemos observar quando avaliamos um desenho 
de observação?
a) Observar se as formas elementares do objeto 
foram representadas no desenho. 
b) Observar se a reprodução do objeto desenhado é fidedigna. 
c) Observar se o acabamento do desenho final está perfeito. 
d) Observar o fator estético. 
e) Observar se as medidas condizentes com a realidade. 
2. Observe o desenho de observação de uma cafeteira do tipo italiana, a seguir.
Sobre as cinco habilidades básicas para desenhar relacionadas a esse desenho, é
correto afirmar que:
Fonte: Imagem cedida por Daniela Duarte Alves.
a) a percepção do todo está relacionada com a percepção das bordas, dos espaços, 
dos relacionamentos e da luz e sombra, além da proporção do objeto desenhado.
b) as bordas do desenho não interferem na proporção do objeto. 
c) a proporção do objeto independe da percepção do todo.
d) a observância dos relacionamentos é irrelevante na percepção do todo. 
e) a percepção espaços não alteram a proporção do objeto.
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3. O desenho de observação a seguir evidencia qual elemento compositivo?
Fonte: Nuh Ugur Karsli/Shutterstock.com.
a) A Linha. 
b) A superfície. 
c) O volume. 
d) O Ritmo.
e) A assimetria.
4. Sobre as cinco habilidades básicas para desenhar relacionadas aos desenhos de
observação a seguir, assinale a alternativa que demostra corretamente a percepção 
das bordas, espaços, relacionamentos, luz e sombra que o desenho apresenta.
Fonte: adaptada de psynovec/Shutterstock.com
a) 
b) 
c) 
d) 
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e) 
5. O desenho de observação a seguir evidencia, além do elemento compositivo,
um recurso compositivo que o torna interessante visualmente. Que elemento
compositivo e que recurso são esses?
Fonte: babayuka/Shutterstock.com. 
a) Linha e profundidade. 
b) Superfície e vazio. 
c) Volume e profundidade. 
d) Linha e vazio. 
e) Superfície e profundidade. 
AMBROSE, G.; HARRIS, P. Fundamentos de design criativo: uma introdução abrangente 
aos princípios do design criativo, apresentados por meio de explicações detalhadas 
e ilustrados com exemplos do design contemporâneo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2012.
CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CURTIS, B. Desenho de observação. 2. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015.
EDWARDS, B. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
OSTROWER, F. Universos da arte. Campinas: Unicamp, 2013.
SHOPTIME. Grafite em barra Caran D’ache Grafcube 015 mm 6b 0782.256. Rio de Janeiro, 
c2017. Disponível em: <https://goo.gl/ACcczb>. Acesso em: 22 nov. 2017
Leitura recomendada
OCVIRK, O. G. et al. Fundamentos de arte. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
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Gabaritos168
Para ver as respostas de todos os exercícios deste 
livro, acesse o link abaixo ou utilize o código QR 
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Gabaritos
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
GEOMETRIA
Cristiane da Silva
 
Representação de formas 
tridimensionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a evolução histórica da representação tridimensional, 
bem como os conceitos básicos pertinentes aos sistemas de projeção.
 � Classificar os sistemas de projeção e os tipos de perspectivas.
 � Desenvolver a habilidade de visualizar e expressar formas e espaços 
em três dimensões.
Introdução
A representação de objetos e formas tridimensionais é algo que vem 
desde a antiguidade, teve considerável evolução ao logo do tempo e, até 
hoje, é um tipo de representação muito importante e rico em detalhes. 
Este capítulo tem como propósito ampliar seus conhecimentos no que 
diz respeito à representação de formas tridimensionais.Neste capítulo, você perceberá a importância dos sistemas de pro-
jeção, conhecerá os conceitos básicos e a classificação desses sistemas. 
Para além de conceitos, você será convidado a desenvolver a habilidade 
de visualizar e expressar formas e espaços em três dimensões.
A representação tridimensional na antiguidade
Embora hoje se reconheça a importância da tridimensionalidade e das represen-
tações em perspectiva, nem sempre foi assim. Na antiguidade, considerava-se 
importante o ente representado, mas não a tridimensionalidade. Além disso, 
pessoas e objetos eram desenhados de acordo com sua relevância social. Não 
havia uma preocupação com o senso de distribuição e equilíbrio, e muitas 
pinturas tinham uma aparência achatada. Mais tarde, o Naturalismo grego e 
romano suavizaram as formas, mas o traçado com representação tridimensional 
ainda não era realizado (SANZI; QUADROS, 2014).
Com a Renascença, grandes transformações no modo de pensar passam a 
permear as ideias daqueles que viviam nessa época. As descobertas de Nicolau 
Copérnico, as grandes viagens marítimas e a ampliação do conhecimento de-
sencadearam uma nova forma de ver Deus, o homem e o mundo. A busca pelo 
conhecimento é uma grande marca do período. O pintor Giotto foi o primeiro 
a utilizar empiricamente o desenho de perspectiva em suas pinturas, inspirado 
pelo arquiteto Filippo Brunelleschi. Em 1511, o arquiteto Leon Baptista Alberti 
publicou seu primeiro desenho de perspectiva, chamado Della Pictura; depois, 
vieram Leonardo da Vinci, entre outros que são precursores atualmente no 
estudo da perspectiva (SANZI; QUADROS, 2014).
Veja, na Figura 1, o diagrama do experimento de Brunelleschi com 
perspectiva.
Figura 1. Experimento de Brunelleschi com perspectiva.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 10).
A Renascença foi um grande marco para a evolução dos desenhos. Vejamos 
uma pintura renascentista de Giorgio Vasari, na Figura 2, a seguir.
Representação de formas tridimensionais2
Figura 2. Pintura renascentista.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 10).
A perspectiva é uma forma de representação muito importante que, como 
vimos, teve seus primeiros estudos há muitos anos, na renascença — período 
em que houve grandes mudanças e em que a arte, o desenho e a ciência evo-
luíram expressivamente.
Sanzi e Quadros (2014, p. 11) definem perspectiva da seguinte forma:
Perspectiva é um desenho que representa a realidade tridimensional, ou 
seja, denota os objetos como os vemos, dando uma ilusão de profundidade. 
O desenho de perspectiva é um eficiente instrumento de estudo e avaliação 
de produtos. Na arquitetura, permite simular formas, percursos, espaços e 
pensar detalhes que ilustrará a concepção de uma edificação.
A perspectiva é muito utilizada no trabalho de arquitetos, engenheiros, 
projetistas e desenhistas. Por sua relevância e riqueza em detalhes, contribui 
para que o profissional possa expressar suas ideias de forma clara, exempli-
ficando a proposta do projeto ou desenho.
3Representação de formas tridimensionais
Sistemas de projeção 
Entende-se o desenho como uma operação gráfica, onde se utilizam linhas que 
ajudam a representar e a compor o objeto. Quando se desenha, representa-se 
a realidade em um plano. A essa operação gráfica dá-se o nome de sistemas 
de projeção (SANZI; QUADROS, 2014).
Um sistema de projeção é composto por três elementos básicos, que são 
os centros de projeção, as linhas projetantes e o plano de projeção. Sanzi e 
Quadros (2014) explicam que o centro de projeção é o lugar no espaço de onde 
saem as linhas projetantes que interceptam o objeto a ser representado. Já o 
plano de projeção é uma superfície ilimitada, onde o objeto projeta-se. Para 
entender melhor, vejamos um exemplo na Figura 3, onde temos o desenho da 
projeção de um ponto (objeto).
Figura 3. Sistemas de projeção.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 11).
Centro de projeção
Plano de projeção
Projeção
Objeto
Projetante
Vamos conhecer agora os dois tipos de sistemas de projeção: o cônico e 
o cilíndrico.
Representação de formas tridimensionais4
Projeção cônica
Na projeção cônica, as projetantes convergem para o centro de projeção, for-
mando uma superfície semelhante à de um cone. Isso ocorre porque o centro de 
projeção está a uma distância finita em relação ao plano de projeção. Vejamos 
a Figura 4, que exemplifica uma projeção cônica (SANZI; QUADROS, 2014).
Figura 4. Sistema de projeção cônica.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 12).
Centro de projeção
Plano de 
projeção
Projeção
Objeto
Projetantes
Projeção cilíndrica
Na projeção cilíndrica, as linhas projetantes são paralelas entre si e, além 
disso, o centro de projeção está a uma distância infinita em relação ao plano 
de projeção. Vejamos a Figura 5, que exemplifica uma projeção cilíndrica 
(SANZI; QUADROS, 2014).
5Representação de formas tridimensionais
Figura 5. Sistema de projeção cilíndrica.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 13).
Centro de projeção
Plano de 
projeção
Projeção
Objeto
Projetantes
Você pode saber mais sobre os tipos de projeções cônicas e cilíndricas consultando 
o capítulo 1 do livro Desenho de perspectiva (SANZI; QUADROS, 2014).
Tipos de perspectiva
Sanzi e Quadros (2014) explicam que o desenho de perspectiva origina-se de 
um sistema de projeções, e os dois tipos de projeções abordadas anteriormente 
(cônica e cilíndrica) dão origem a diversos tipos de desenho. Aqui, vamos 
observar o desenho de perspectivas paralelas e lineares exatas. Vejamos um 
quadro, elaborado por Sanzi e Quadros (2014, p. 14), com os sistemas de 
projeção e os tipos de desenho.
Representação de formas tridimensionais6
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 14).
Sistemas de 
projeção
Cilíndrico Projeções 
ortogonais
Geometria descritiva
Desenho técnico
Projeções 
oblíquas
Perspectivas 
axonométricas
Cavaleira
Isométrica
Cônico Perspectiva 
linear exata
Visuais dominantes
Três escalas
Pontos medidores
Perspectiva de observação
Quadro 1. Sistemas de projeção e tipos de desenho.
Sanzi e Quadros (2014) afirmam que, a partir do sistema de projeção 
cilíndrico, é possível desenhar uma perspectiva cujas retas projetantes são 
paralelas entre si, ou seja, produz-se uma perspectiva paralela. Veja a Figura 6.
Figura 6. Perspectiva paralela.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 16).
7Representação de formas tridimensionais
Já, se o sistema de projeção utilizado for o cônico, Sanzi e Quadros (2014) 
destacam que as retas projetantes serão convergentes e produzirão uma pers-
pectiva linear exata. Veja a Figura 7.
Figura 7. Perspectiva linear exata.
Fonte: Sanzi e Quadros (2014, p. 16).
Representações tridimensionais
Quando se representa um objeto, busca-se demonstrá-lo da forma mais clara 
e realista possível. É comum utilizar projeção ortográfica nas representa-
ções, pois, nelas, as linhas de projeção encontram o plano do desenho em 
ângulos retos, o que possibilita que se mantenha verdadeira em tamanho, 
formato e configuração. Isso evidencia a principal vantagem dos desenhos 
de vistas múltiplas, que é a possibilidade de posicionar os pontos de modo 
preciso, estimar o comprimento e a inclinação de retas e descrever o formato 
e a extensão de planos. Assim, pode-se comunicar as informações gráficas 
necessárias à descrição, à pré-fabricação e à execução de um projeto, por 
exemplo (CHING, 2012).
Representação de formas tridimensionais8
Um ponto importante destacado por Ching (2012) é que um único desenho 
de vistas múltiplas não expressa perfeitamente um objeto, porque falta a pro-
fundidade, a terceira dimensão fica achatada no desenho. Por isso, somente 
com a observação de vistas adicionais será possível um entendimento perfeito. 
Isso justifica a necessidade de uma série de vistas distintas e relacionadas para 
descrever a natureza tridimensional de uma forma.
Vejamos um exemplo de uma representação de um objeto por meio de uma 
projeção ortogonal na Figura 8.
Figura 8. Projeção ortogonal.
Fonte: Ching (2012, p. 136).Linhas de 
projeção
Plano do
desenho
Desenho Objeto
Veja, pela Figura 8, que, para construir uma projeção ortogonal, desenhamos 
linhas projetantes paralelas a partir de vários pontos do objeto de modo que 
elas incidam perpendicularmente ao plano do desenho. Depois, conectamos 
os pontos projetados na ordem adequada para obter a vista do objeto ou da 
edificação no plano do desenho. A imagem que resulta no plano do desenho 
é chamada de vista ortogonal (CHING, 2012).
9Representação de formas tridimensionais
Ching (2012) explica que existem duas convenções para regular a relação 
entre vistas ortogonais, que são: a) a projeção do primeiro ângulo, em que 
colocamos o objeto no primeiro quadrante e o projetamos para trás, como se 
projetássemos as sombras das faces internas dos planos do desenho — nesse 
caso, são projetados os aspectos do objeto mais próximos do observador; e 
b) a projeção do terceiro ângulo, em que o objeto é posicionado no terceiro 
quadrante e, uma vez que o plano do desenho encontra-se entre o objeto 
e o observador, projetam-se as imagens do objeto para frente do plano do 
desenho — nesse caso, desenhamos e vemos as imagens nas faces externas 
do plano do desenho.
Podemos encontrar nomenclaturas equivalentes de acordo com o livro que 
estivermos consultando. Por isso, cabe destacar que o primeiro quadrante pode 
ser entendido como primeiro diedro e, nesse mesmo raciocínio, terceiro qua-
drante pode ser entendido como terceiro diedro — são expressões equivalentes. 
Vejamos a Figura 9, que representa os quatro diedros, numerados de um a 
quatro no sentido horário, começando com o quadrante superior esquerdo. A 
Figura 9b ilustra as projeções do primeiro ângulo, e a Figura 9c, as projeções 
do terceiro ângulo (CHING, 2012).
Figura 9. (a) Quatro diedros. (b) Primeiro ângulo. (c) Terceiro ângulo.
Fonte: Ching (2012, p. 136).
(a) (b) (c)
Os planos principais são o horizontal, o frontal e o lateral. Veja o exemplo 
desses três planos principais na Figura 10.
Representação de formas tridimensionais10
Figura 10. Principais planos de projeção.
Fonte: Ching (2012, p. 137).
Plano horizontal
Pl
an
o 
lat
er
al
Plano frontal
Ar
es
ta
Ar
es
ta
Aresta
Ching (2012, p. 148) explica como organizar as vistas para facilitar a leitura 
e interpretação de um objeto tridimensional da seguinte forma:
A distribuição mais comum de uma planta e suas elevações constitui na trans-
posição do plano do desenho projetado sobre a caixa transparente em uma 
projeção de terceiro ângulo. Depois de cada vista ser projetada, giramos as 
vistas, a partir das arestas, sobre um único plano, representado pela superfície 
do desenho. A planta, ou vista superior, passa pra cima, no alto do desenho, 
e fica verticalmente alinhada com a vista, ou elevação frontal, enquanto a 
vista, ou elevação lateral, se alinha ao lado da frontal. O resultado é o conjunto 
coerente de vistas ortogonais relacionadas e separadas pelas arestas da caixa 
de projeção imaginária.
11Representação de formas tridimensionais
A Figura 11 demonstra a organização das vistas, conforme mencionado 
pelo autor.
Figura 11. Organização das vistas.
Fonte: Ching (2012, p. 138).
Plano horizontal
Plano frontal
Elevação frontal Elevação lateral
Planta
Plan
o la
teral
Aresta
Aresta
Representação de formas tridimensionais12
1. Em relação à representação de 
formas e objetos na antiguidade, 
é correto afirmar que:
a) sempre houve preocupação 
com o senso de distribuição 
e equilíbrio nas pinturas 
da antiguidade.
b) na antiguidade, considerava-se 
importante o ente representado, 
mas não a tridimensionalidade.
c) o naturalismo grego e romano, 
além de suavizar as formas, 
trouxe a representação 
tridimensional ao traçado.
d) na antiguidade, o ente 
representado era importante, 
mas sua condição social 
não tinha relevância 
para os desenhos.
e) desde a antiguidade, antes 
mesmo do Renascentismo, 
considerava-se importante 
a tridimensionalidade.
2. Sobre perspectiva, é 
correto afirmar que:
a) Leonardo da Vinci foi o 
primeiro a utilizar o desenho de 
perspectiva em suas pinturas.
b) é um tipo de desenho 
que foi importante apenas 
na antiguidade.
c) é um desenho tridimensional 
que dá uma ideia de ilusão, 
ou seja, não denota os 
objetos como os vemos.
d) é um desenho que representa 
a realidade tridimensional, 
ou seja, denota os objetos 
como os vemos, dando uma 
ilusão de profundidade.
e) o desenho de perspectiva não 
deve ser considerado como 
um instrumento eficiente de 
estudo e avaliação de produtos.
3. Sobre os sistemas de projeção, 
é correto afirmar que:
a) o centro de projeção, um dos 
elementos básicos de um sistema 
de projeção, é uma superfície 
limitada onde o objeto se projeta.
b) o plano de projeção, um dos 
elementos básicos de um 
sistema de projeção, é o lugar no 
espaço de onde saem as linhas 
projetantes que interceptam 
o objeto a ser representado.
c) são elementos básicos de um 
sistema de projeção: as linhas 
projetantes, as escalas e os 
objetos a serem representados.
d) um sistema de projeção é 
composto por três elementos 
básicos, que são os centros de 
projeção, as linhas projetantes 
e o plano de projeção.
e) são elementos básicos de um 
sistema de projeção: os centros 
de projeção, as escalas e os 
objetos a serem representados.
4. Sobre a projeção cônica, 
é correto afirmar que:
a) na projeção cônica, o centro 
de projeção está a uma 
distância finita em relação 
ao plano de projeção.
b) na projeção cônica, as linhas 
projetantes são paralelas entre si.
c) na projeção cônica, o centro 
de projeção está a uma 
13Representação de formas tridimensionais
CHING, F. D. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
SANZI, G.; QUADROS, E.S. Desenho de perspectiva. São Paulo: Érica, 2014. (Série Eixos).
distância infinita em relação 
ao plano de projeção.
d) na projeção cônica, as 
projetantes convergem para o 
centro de projeção, formando 
uma superfície semelhante 
a um prisma retangular.
e) a luz de uma vela que intercepta 
um objeto e produz sua sombra 
na parede não pode ser um 
exemplo de projeção cônica.
5. Sobre a representação de 
formas tridimensionais, é 
correto afirmar que:
a) embora procurem demonstrar 
um objeto da forma mais 
clara e realista possível, não 
podem comunicar informações 
gráficas necessárias à 
execução de um projeto.
b) para representar a profundidade 
de uma forma não é 
necessária uma série de vistas 
distintas e relacionadas.
c) com uma única vista já é 
possível descrever a natureza 
tridimensional de uma forma.
d) para descrever a natureza 
tridimensional de uma forma ou 
objeto, é necessária uma série de 
vistas distintas e relacionadas.
e) as projeções ortográficas não 
possibilitam manter o verdadeiro 
tamanho, formato e configuração 
do objeto a ser representado.
Representação de formas tridimensionais14
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
PERSPECTIVA 
DE INTERIORES
Marcos Antonio Leite 
Frandoloso
Representação gráfica 
dos métodos específicos 
do desenho tridimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Distinguir desenho tridimensional de desenho bidimensional.
 � Identificar os métodos dos desenhos tridimensionais.
 � Explicar a relevância da representação gráfica em desenhos 
tridimensionais.
Introdução
A maneira como as pessoas se relacionam com os objetos e os espaços 
abertos ou fechados está intimamente ligada ao sentido da visão, pois as 
coisas do mundo têm altura, largura e profundidade, as três dimensões.
Neste capítulo, você vai ver as diferentes formas de representar o 
processo de criação do projeto de design de interiores. A escolha de uma 
representação depende do que você pretende informar ao seu cliente e 
às equipes de execução de elementos, como mobiliário e revestimentos.Como você vai ver, é possível desenvolver desenhos em duas dimen-
sões — altura e largura (bidimensionais) — ou aliar a profundidade para 
compor desenhos tridimensionais.
U N I D A D E 3
Desenho tridimensional × desenho 
bidimensional
As diferentes formas de representação do design de interiores geram aborda-
gens distintas de cada um dos elementos do ambiente a ser projetado. Nesse 
sentido, as projeções em duas dimensões (bidimensionais) permitem apresentar 
informações para atender a objetivos relacionados com a execução. Isso ocorre 
pois essas projeções podem apresentar ao cliente e às equipes de execução 
medidas de alturas e larguras, por meio de especificações constantes em 
plantas baixas, cortes ou secções e vistas ou elevações.
Por outro lado, os desenhos tridimensionais permitem a visualização desses 
ambientes aliando a terceira dimensão, que é a profundidade. Assim, as pers-
pectivas (uma das formas de se fazer essa representação) mostram um edifício 
ou um espaço interno de modo mais aproximado daquilo que é percebido pelo 
olho humano a partir de determinado ângulo (LEGGIT, 2008, p. 44).
Na Figura 1, você pode ver as diferentes formas de representação bidi-
mensionais e tridimensionais. A tarefa central da arquitetura e do design de 
interiores é mostrar as formas, construções e ambientes — que por natureza 
são tridimensionais — em uma superfície bidimensional, como o papel ou a 
tela de um computador. Autores como Ching (2017, p. 37) e Ching e Bingelli 
(2013, p. 71) reforçam essa relação com desenhos de múltiplas vistas, paraline 
ou em linhas paralelas e perspectivas, constituindo uma linguagem gráfica 
que é governada por um conjunto de regras e princípios.
A forma de desenvolvimento das perspectivas pode ser bastante variada. 
Você pode fazer desenhos à mão livre ou croquis, com ou sem o auxílio 
de instrumentos como esquadros e escalímetros, ou mesmo por meio de 
programas computacionais. A simulação do ambiente poderia ser simpli-
ficada, assemelhando-se a uma fotografia desse ambiente ainda nas etapas 
de concepção e projeto, a fim de que se possa mostrar uma aproximação do 
resultado ao cliente.
Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional2
Figura 1. Representações bidimensionais e tridimensionais.
Fonte: Ching (2017, p. 31).
Métodos de desenho tridimensional
De acordo com as necessidades de representação dos objetos e dos ambientes 
internos ou externos, são empregadas distintas maneiras de apresentação 
gráfica tridimensional. Conforme a classificação de Ching e Bingelli (2013), 
além dos desenhos de múltiplas vistas ortogonais, que são as plantas baixas, 
cortes e vistas ou elevações, os desenhos tridimensionais do tipo paraline 
3Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional
ou de linhas paralelas utilizam as projeções axonométricas ou oblíquas. Já 
as perspectivas adotam um ou mais pontos de fuga. Você pode ver essas 
projeções na Figura 2.
Figura 2. Projeções ortogonais, oblíquas e em perspectiva.
Fonte: Ching (2017, p. 30).
Nas projeções ortogonais, as linhas são projetadas paralelamente entre si 
e perpendicularmente ao plano do desenho. É necessário preservar o que se 
chama de verdadeira grandeza, pois a relação de dimensões em todos os 
planos é a mesma, sem apresentar distorções ou escorço.
Nas projeções oblíquas, as linhas projetadas são paralelas entre si, porém 
oblíquas ao plano de desenho, como você também pode ver na Figura 1. As 
diferenças entre cada um dos sistemas se devem aos distintos ângulos entre 
as faces e o plano de desenho:
Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional4
 � isométricas, em que os três eixos principais são representados com 
ângulos iguais ao do plano de desenho;
 � dimétricas, em que dois dos três eixos principais estão em ângulos 
iguais ao do plano de desenho;
 � trimétricas, em que os três eixos estão em ângulos diferentes.
Dependendo de cada uma das metodologias e tipos de representações 
oblíquas, são aplicados fatores de redução de algumas das projeções. A mais 
comum dessas representações axonométricas é a isométrica, pois é uma re-
presentação com todos os ângulos iguais e com a igualdade de medidas. Na 
Figura 3, você pode perceber essa aplicação em um conjunto de edifícios e 
em uma visão “explodida” ou expandida de elementos de um desses edifícios, 
que serve para a identificação de cada um dos componentes do ambiente.
Figura 3. Perspectiva isométrica de uma propriedade rural.
Fonte: Yee (2016, p. 185).
Por outro lado, nas projeções em perspectiva, também chamadas de 
perspectivas cônicas, as linhas projetadas convergem de um ponto central 
que coincide com o olho do observador. Dessa maneira, elas são uma forma 
mais realista de se representar o ambiente construído e a paisagem urbana. 
Nelas são aplicados métodos para a redução de dimensões de acordo com as 
5Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional
linhas convergentes. Yee (2016, p. 225) apresenta as vantagens de adotar as 
perspectivas de projetos preliminares e croquis à mão livre para demonstrar 
forma, escala, textura, iluminação, contornos e sombras, além da organização 
espacial. Como representação final, a perspectiva é uma aproximação bastante 
fiel do resultado proposto.
A escolha do sistema de representação a ser adotado depende do que você 
pretende demostrar no seu projeto. A representação é um ponto de vista, mas 
é por meio dela que o cliente pode compreender suas propostas de forma mais 
clara e direta.
A importância da representação gráfica em 
desenhos tridimensionais
As representações tridimensionais podem ser um recurso valioso para os 
profissionais do design de interiores. Elas permitem uma apresentação mais 
rápida das intenções projetuais por meio de croquis. Nelas, são perceptíveis 
as noções de escala e as proporções do projeto. Afinal, sempre são observadas 
relações geométricas nos desenhos e seus componentes, como paredes, pisos 
e tetos, no caso de ambientes internos.
Durante a criação do projeto, desde a sua conceituação geral, as repre-
sentações tridimensionais contribuem para a sua viabilização. Contudo, em 
um primeiro momento, não há a necessidade de utilizar muitos elementos ou 
detalhes. A ideia é auxiliar eficazmente o processo de tomada de decisões, 
inicialmente do(s) projetista(s). Com o avanço do processo projetual, o objetivo 
é promover a comunicação com os clientes e usuários, geralmente leigos e 
sem conhecimentos técnicos de visualização de esquemas e desenhos bidi-
mensionais, como plantas baixas e elevações.
Por meio de perspectivas, é possível desenvolver os elementos verticais e 
horizontais e suas associações. Além disso, é possível estudar os efeitos de 
cores no ambiente, ampliando ou reduzindo a percepção pelo usuário. Podem 
ser feitas representações bidimensionais e tridimensionais para a concepção 
de um ambiente e das relações entre espaços adjacentes.
Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional6
Na Figura 4, os projetistas exploram as relações internas e externas com 
o objetivo de atrair os clientes até a loja, inserida em um edifício histórico 
atrás de edifícios adjacentes.
Figura 4. Loja Katherine Hamnett em Londres, Foster + Partners, 1987.
Fonte: Higgins (2015, p. 31).
Na Figura 5, os projetistas utilizam a representação em perspectiva oblíqua 
para definir a integração entre os elementos e o mobiliário em um dormitório.
7Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional
Figura 5. Dormitório infantil em Paris, h2O Architects, 2009.
Fonte: Higgins (2015, p. 44).
As imagens que ilustram este capítulo mostram diferentes empregos das represen-
tações tridimensionais. Cabe a você definir em que etapa do processo projetual é 
mais importante usá-las e qual é o seu objetivo. Como você viu, é possível utilizá-las 
de forma esquemática e manual, em forma de croquis, ou em representações finais,com a adoção de instrumentos de desenho ou mesmo ferramentas computacionais.
Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional8
1. A representação axonométrica 
do tipo isométrica é uma 
das mais utilizadas no design 
de interiores. Qual é a sua 
principal característica?
a) Todos os ângulos são 
diferentes uns dos outros.
b) Dois ângulos são iguais.
c) Todos os ângulos são iguais.
d) Apresenta a visão do observador 
em um ponto de fuga.
e) Os três eixos são diferentes.
2. As representações expandidas 
são também uma forma de 
apresentar os componentes e 
elementos do ambiente. Em qual 
dos tipos elas podem ser melhor 
classificadas e visualizadas?
a) Cônica com dois pontos de fuga.
b) Bidimensional ortogonal.
c) Perspectiva com um 
ponto de fuga.
d) Oblíqua isométrica.
e) Obliqua trimétrica.
3. A representação gráfica é uma 
excelente ferramenta para 
auxiliá-lo no design de interiores. 
Em qual das etapas de projeto 
as perspectivas manuais podem 
contribuir para demostrar as 
intenções gerais do ambiente?
a) Na etapa de apresentação 
para o cliente.
b) Na etapa de criação 
e conceituação.
c) Nas etapas de criação e 
desenvolvimento da proposta.
d) Em todas as etapas.
e) Apenas na conceituação inicial.
4. Os desenhos são uma simulação 
dos objetos e ambientes 
desenvolvidos pelos profissionais 
de arquitetura e design de 
interiores. Nesse sentido, o que 
é verdadeira grandeza em uma 
representação bidimensional 
ou tridimensional?
a) É a aplicação de fatores de 
redução das proporções e 
medidas dos elementos.
b) Consiste em mostrar todos 
os componentes com 
suas dimensões reais.
c) É a projeção das proporções 
do objeto de acordo com a 
sua distância do observador.
d) Consiste em permitir que 
o observador escolha seu 
ponto de vista para perceber 
o espaço desenhado.
e) São as medidas reais do objeto 
representadas segundo a 
escala de desenho adotada.
5. É importante compreender as 
diferenças entre as características 
de uma planta baixa e de uma 
perspectiva. Qual é o principal 
elemento para a diferenciação 
entre os desenhos bidimensionais 
e tridimensionais?
a) A localização do observador 
em relação ao plano 
de desenho.
b) As plantas baixas apresentam 
distorções de proporções 
entre os seus elementos, 
enquanto as perspectivas 
sempre são representadas 
em verdadeira grandeza.
c) A etapa de desenvolvimento do 
processo de projeto de design 
de interiores a ser adotada.
9Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre: Book-
man, 2013. 
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
FERNANDO, P. H. L. et al. Desenho de perspectiva. Porto Alegre: Sagah, 2018.
HIGGINS, I. Planejar espaços para o design de interiores. São Paulo: GG, 2015.
LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam a tecnologia. Porto 
Alegre: Bookman, 2008.
YEE, R. Desenho arquitetônico: um compêndio visual de tipos e métodos. 4. ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 2016.
Leituras recomendadas
CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 
DOMINGUEZ, F. Croquis e perspectivas. Porto Alegre: Masquatro, 2011. 
GALESSO, L. Como desenhar perspectiva: aprenda a desenhar #3. ABRA — Escola de 
Arte, 17 maio 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=15RNlEtXuko>. 
Acesso em: 11nov. 2018.
KUBBA, S. A. A. Desenho técnico para construção. Porto Alegre: Bookman, 2014.
QUADROS, E. S.; SANZI, G. Desenho de perspectiva. São Paulo: Érica, 2014.
d) A forma como as projeções 
do objeto são representadas 
no plano de desenho.
e) O modo como as linhas axiais 
do objeto representado são 
percebidas pelo observador.
Representação gráfica dos métodos específicos do desenho tridimensional10
Conteúdo:
MODELAGEM 
DIGITAL 
Gabriel Lima Giambastiani 
Modelagem digital básica 
para representação 
tridimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever os tipos básicos de modelagem tridimensional.
 � Identificar as ferramentas de modelagem digital para a representação 
de objetos tridimensionais.
 � Usar técnicas de modelagem para a criação de objetos e ambientes 
em três dimensões.
Introdução
A modelagem tridimensional é uma técnica utilizada para a representação 
de um objeto em três dimensões. Essa modelagem pode ocorrer tanto 
em um ambiente real, como é o caso das maquetes físicas, quanto em um 
ambiente virtual. É desta última abordagem que este capítulo se ocupará.
A evolução da computação pessoal e a diminuição do custo de ar-
mazenamento e processamento possibilitaram o desenvolvimento de 
ferramentas para a construção de modelos complexos em ambientes 
computacionais. Dessa forma, artistas, arquitetos, designers e engenheiros 
dispõem de um grande número de ferramentas para modelar e repre-
sentar suas criações.
Neste capítulo, você irá reconhecer os tipos básicos de modelagem 
tridimensional e as diferenças entre as ferramentas disponíveis no mer-
cado. Além disso, você verá exemplos de como aplicar esses conceitos 
à criação de seus próprios modelos.
Tipos de modelagem tridimensional
Segundo Ching (2015), o principal objetivo do desenho de arquitetura é re-
presentar formas, construções e ambientes tridimensionais em uma superfície 
bidimensional. Já na modelagem tridimensional, o modelo do objeto represen-
tado é desenvolvido em um ambiente tridimensional, que pode ser tanto real 
quanto virtual. A modelagem tridimensional em um ambiente real é o caso 
das maquetes físicas, em que utilizamos materiais como papel, isopor, argila 
e plástico para criar um modelo (mobiliário, edificações, espaços internos). 
Este processo costuma ser feito em escalas reduzidas.
Existe, também, a modelagem desenvolvida em um ambiente virtual, utili-
zando programas especializados. Nesse caso, o desenho se aproxima bastante 
do desenho em duas dimensões, pois manipulamos uma representação de um 
ambiente tridimensional em uma tela.
Há uma grande variedade de programas para modelagem tridimensional no 
mercado, desde programas proprietários (3ds Max, Autodesk Inventor, Auto-
desk Maya, Autodesk Softimage, Cinema 4D, Gmax, Lightwave, MicroStation, 
Rhinoceros 3D, SketchUp, Solidworks, ZBrush) até opções de software livre 
(Art of Illusion, Blender, CB Model Pro, KPovModeler, Metasequoia, POV-Ray, 
Wings 3D). Apesar desta variedade, tais programas compartilham princípios 
em comum. Portanto, é importante compreender os fundamentos básicos da 
modelagem tridimensional, independente da ferramenta escolhida.
Software proprietário é aquele em que o proprietário restringe a redistribuição, cópia e 
modificação do programa. Um exemplo de software proprietário é o pacote Microsoft 
Office e seus componentes (PowerPoint, Excel, Word).
Software livre é aquele que é disponibilizado para ser usado, copiado, modificado 
e redistribuído livremente. Contudo, um software livre pode ser gratuito ou pago. 
Um exemplo de software livre é o Libre Office, com ferramentas semelhantes às do 
pacote Microsoft.
Modelagem digital básica para representação tridimensional2
Coward (2019) divide os programas de modelagem tridimensional em mo-
delagem poligonal e modelagem paramétrica. Segundo o autor, os programas 
de modelagem paramétrica são comumente utilizados na engenharia, enquanto 
os programas de modelagem poligonal são voltados para a área de artes. Essas 
categorias, no entanto, acabam se sobrepondo com frequência, motivo pelo qual 
essa distinção tem mais relevância a título de compreensão dos fundamentos 
da modelagem tridimensional do que em uma aplicação prática.
Modelagem poligonal
A modelagem poligonal (polygonal modeling, também chamada de mesh 
modeling) consiste na manipulação de uma malha, isto é, um conjunto de 
vértices, arestas e faces que definem a forma de um objeto poliédrico. Este, por 
sua vez,é um sólido de três dimensões com faces poligonais planas, arestas 
retas e vértices acentuados. A palavra poliedro (πολύεδρον) tem origem grega 
e resulta da junção entre “poli” (πολύς, “muitas”) e “hedra” (ἕδρα, “faces”). 
A Figura 1 ilustra um golfinho feito em malha poligonal.
Figura 1. Exemplo de malha poligonal representando um golfinho.
Fonte: Chrschn (2007, documento on-line).
3Modelagem digital básica para representação tridimensional
Na modelagem poligonal, o usuário trabalha como um escultor, manipu-
lando a matéria prima, subdividindo, aprofundando e extrudando, até chegar 
ao resultado pretendido. Nesse tipo de modelo, a precisão das medidas não é 
tão importante quanto o resultado obtido. Imagine que você deseja modelar 
um golfinho, como no exemplo da Figura 1. A dimensão exata da nadadeira 
do golfinho não é tão importante quanto a configuração do conjunto. Cabe a 
ressalva, no entanto, de que esse tipo de modelagem pode ser utilizado para 
representar projetos de arquitetura e engenharia, casos em que a precisão é 
imprescindível.
Veja, no link a seguir, como o software Zbrush é utilizado para o desenvolvimento de 
personagens e cenários e como passou a fazer parte da indústria do entretenimento.
https://qrgo.page.link/M5fu1
A modelagem poligonal atingiu um alto grau de desenvolvimento técnico, 
proporcionando que os personagens, objetos e cenários desenvolvidos com essa 
técnica sejam utilizados em indústrias como as de vídeo games, marketing e 
cinema. Além disso, o potencial artístico dessa técnica não deve ser desprezado, 
como demonstram os trabalhos do artista Ian Spriggs, na Figura 2.
Modelagem digital básica para representação tridimensional4
Figura 2. Retrato de Geoff Anderson. Imagem produzida pelo artista Ian Spriggs.
Fonte: Spriggs (2019, documento on-line).
Modelagem paramétrica
A primeira geração de programas de desenho para computador remonta à 
década de 1950 (SCHILLING; SHIH, 2015). Aqueles primeiros programas 
podiam ser comparados a equivalentes digitais de pranchetas de desenho. 
O desenvolvimento da computação pessoal e a diminuição do custo de arma-
zenamento e processamento foram fundamentais para a evolução do desenho 
assistido por computador, em inglês, computer aided design (CAD), favore-
cendo a criação de verdadeiros modelos digitais. A modelagem paramétrica 
e a indústria da construção se beneficiariam dessa evolução.
5Modelagem digital básica para representação tridimensional
Em um software de modelagem paramétrica, dimensões e outras caracterís-
ticas do objeto são definidas por variáveis, também chamadas de parâmetros. 
Suponhamos que você deseja modelar uma caixa. A largura, a profundidade 
e a altura dessa caixa são parâmetros, assim como sua origem, isto é, o ponto 
de referência para a criação do objeto.
Trazendo este exemplo para a área da arquitetura, a altura de uma parede 
é considerada um parâmetro. Assim, podemos alterar esse valor diretamente 
em programas de modelagem específicos para arquitetura e a altura do objeto 
parede será ajustada para a nova dimensão. A Figura 3 apresenta uma imagem 
da interface do software Archicad. No modelo está selecionada uma parede 
e é possível visualizar a caixa de diálogo em que informações como largura, 
altura, materiais e componentes podem ser ajustadas.
Figura 3. Interface do software Archicad, programa de modelagem BIM para arquitetura.
Modelagem digital básica para representação tridimensional6
Como já mencionado, as técnicas de modelagem paramétrica e modelagem 
poligonal podem se sobrepor, uma vez que muitos programas possibilitam 
manipular o modelo de maneira paramétrica ou modificando a malha poligonal 
diretamente.
Ferramentas de modelagem digital
Todo trabalho de modelagem envolve, em maior ou menor grau, um processo 
de abstração. Abstrair deriva do verbo latino trahere, que significa divergir, 
separar algo de sua totalidade. Visto que a modelagem é uma operação analítica, 
na medida em que se separa algo mentalmente em partes, esta é, também, um 
trabalho de abstração (GIAMBASTIANI, 2018). Dessa forma, a pessoa que 
modela deve, primeiramente, imaginar aquilo que deseja criar para, então, usar 
as ferramentas disponibilizadas pelo software de modelagem para representar 
aquilo que imaginou. No entanto, esse processo se retroalimenta, uma vez que, 
ao elaborar um modelo, você pode perceber que a solução imaginada não era 
a melhor, refinando a imagem mental que tinha anteriormente, que servirá 
de base para uma nova versão ou modificação do modelo que deu origem à 
revisão. Esse preâmbulo serve para salientar a importância do planejamento 
no processo de modelagem. É importante que você pesquise referências do 
objeto ou espaço que deseja modelar, assim como é igualmente importante 
ter uma ideia clara do modelo que deseja construir, ainda que essa ideia sofra 
correções ao longo do caminho.
A maioria dos programas de modelagem oferece uma série de ferramen-
tas, que serão os blocos básicos de construção de geometria, as geometrias 
primitivas (O’CONNOR, 2015). Esses objetos serão o ponto de partida para a 
construção de formas mais elaboradas. Não importa o grau de complexidade 
da forma, esta será o resultado de um conjunto de operações realizadas sobre 
uma geometria primitiva.
7Modelagem digital básica para representação tridimensional
Quais são estas geometrias primitivas? Isso pode variar, de acordo com o 
modelador utilizado. São comuns formas geométricas básicas como a linha, 
o círculo, o paralelepípedo e a esfera. O software SketchUp, por exemplo, 
apresenta a ferramenta retângulo, ilustrada na Figura 4. Com ela é possível 
criar um retângulo em qualquer um dos planos de um espaço tridimensional. 
Na Figura 4, um retângulo de lados iguais foi criado no plano XY. Esse pri-
mitivo pode ser modificado (cortado, dividido, subtraído, extrudado) para a 
criação de novas formas.
Figura 4. Primitivo retângulo criado no software SketchUp.
Uma das modificações mais comuns na criação de modelos 3D é a extrusão. 
Extrusão é um processo mecânico em que um material, comumente metal ou 
plástico, tem sua passagem forçada através de uma matriz. Ao final, o material 
adquire a forma da matriz pela qual foi forçado.
Modelagem digital básica para representação tridimensional8
Na modelagem tridimensional, uma forma pode ser extrudada no sentido 
de um eixo ou obedecendo a um caminho. Veja, na Figura 5, o retângulo da 
Figura 4 modificado (processos de subtração) e extrudado no sentido do eixo 
Z. O resultado é um volume, ou sólido, criado a partir do retângulo primitivo.
Figura 5. Extrusão de face no sentido do eixo Z.
Observe que as operações descritas foram feitas a partir de alterações 
diretas no objeto (retângulo, subtrações, extrusão). Se fosse necessário al-
terar a dimensão do retângulo original, não seria possível fazê-lo mantendo 
as alterações posteriores, pois seria necessário criar um novo retângulo e 
refazer os processos. Para resolver esse problema, alguns programas como 
o Rhinoceros possibilitam que você modele a partir de parâmetros. Veja, na 
Figura 6, que as caixas mostradas à esquerda orientam o programa a criar uma 
caixa (geometria primitiva) e dois parâmetros controlam a dimensão da base 
e a altura do objeto criado. Se for necessário alterar as dimensões da base, 
o modelador pode alterar o valor associado a esse parâmetro e o modelo é 
atualizado para a nova dimensão. Esse exemplo evidencia as diferenças entre a 
modelagem poligonal, no primeiro exemplo, com o uso da ferramenta SketchUp, 
e a paramétrica, neste segundo exemplo, utilizando o software Rhinoceros.
9Modelagem digital básica para representação tridimensional
Figura 6. Controle da forma a partir de parâmetros modificáveis, utilizando o software 
Rhinoceros.
O portal Archdaily publicou uma lista com os melhores e mais populares programas para 
arquitetura. Dentre eles, estão alguns modeladores, como 3D Studio Max, Rhinoceros, 
SketchUp. Veja esta lista no linka seguir.
https://qrgo.page.link/DBb9L
Aplicação das técnicas de modelagem para 
ambientes e objetos
Agora que você conhece as principais técnicas de modelagem e as diferenças 
entre elas, iremos usar este conhecimento para modelar uma sala simples, 
com uma janela e uma porta, conforme mostra a Figura 7.
Modelagem digital básica para representação tridimensional10
Figura 7. Planta do espaço a ser construído.
A representação de projetos de arquitetura, design de interiores e objetos deve ser 
precisa. Portanto, preste atenção à qualidade e à precisão dos desenhos que você 
utilizará como base para criar seu modelo tridimensional. Uma boa prática consiste 
em "limpar" o arquivo que servirá de base para a criação do modelo: remova objetos 
duplicados, linhas sobrepostas, confira medidas duvidosas, etc.
Como dito anteriormente, toda a forma, por mais complexa que seja, é criada 
a partir de uma geometria primitiva. Em nosso exemplo, poderíamos começar 
com um quadrado de 3 m de lado, seguido de um deslocamento com o valor da 
espessura da parede — usaremos 15 cm neste exemplo. Após o deslocamento, 
poderíamos executar uma extrusão com a altura do ambiente — usaremos 3 m 
neste exemplo. O resultado seria algo aproximado à imagem da Figura 8.
11Modelagem digital básica para representação tridimensional
Figura 8. Resultado das primeiras operações com os objetos primitivos.
A seguir, poderíamos trabalhar nas aberturas. A partir da planta é possível 
perceber que tanto a porta quanto a janela estão posicionadas no centro das 
paredes correspondentes. A Figura 9 ilustra como se chega a um mesmo resultado 
por caminhos diferentes na modelagem. Na primeira imagem, à esquerda, os 
vãos da porta e da janela foram modelados a partir de operações subtrativas; 
na segunda, à direita, os vão são o resultado de uma soma de duas caixas, uma 
formando a parede e, outra, a verga, no caso da porta. Para a janela, duas caixas 
formam a verga e o parapeito, sendo o espaço da janela o vão entre as duas.
Figura 9. Diferentes maneiras de modelar os vão de portas e janelas.
Modelagem digital básica para representação tridimensional12
Agora, suponha que você deve modelar um ambiente complexo, com 
muitos móveis, objetos e acabamentos. A tarefa exigiria um grande esforço, 
caso você tivesse que modelar todos os objetos. Por isso é bastante prático 
utilizar modelos criados previamente por terceiros na composição de seus 
modelos. Há muitos profissionais que se dedicam a criar modelos fiéis de 
peças famosas de mobiliário, além de marcas de materiais construtivos que 
disponibilizam versões digitais de seus produtos para que arquitetos e desig-
ners especifiquem-nos em suas criações. Em nosso exemplo, utilizaremos 
componentes prontos para a porta e a janela. A Figura 10 ilustra o resultado 
da adição de componentes prontos.
Figura 10. Adição de componentes prontos: porta e janela.
O exemplo da porta e da janela ilustra a importância de se montar uma 
biblioteca com os modelos mais utilizados em sua área de atuação. Com o 
tempo, o esforço de acumular bons modelos representa um ganho significativo 
em produtividade.
13Modelagem digital básica para representação tridimensional
Observe como, em poucos passos, é possível criar um modelo elaborado a 
partir de formas simples. Se quiséssemos, poderíamos seguir incrementando 
o modelo da sala com mobiliário, acabamentos, objetos de ambientação, etc. 
CHING, F. D. K. Architectural graphics. 6th ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 2015.
CHRSCHN. Dolphin triangle mesh. 2007. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/
File:Dolphin_triangle_mesh.png. Acesso em: 27 nov. 2019.
COWARD, C. A beginner's guide to 3D modelling: a guide to Autodesk Fusion 360. San 
Francisco: No Starch, 2019.
GIAMBASTIANI, G. Sistemacidade em arquitetura: conceito de sistematicidade em ar-
quitetura em três projetos escolares: Affonso Eduardo Reidy, Arne Jacobsen e Javier 
Garcia-Solera. Dissertação (Mestrado em Projeto de Arquitetura) – Faculdade de Ar-
quitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
O’CONNOR, R. Beginner’s guide to create models in 3ds Max® 2016. Scotts Valley: Create 
Space Independent Publishing Platform, 2015.
SCHILLING, P.; SHIH, R. Parametric modelling with SolidWorks 2015. Mission: SDC, 2015.
SPRIGGS, I. Portrait of Geoff Anderson. 2019. Disponível em: https://www.artstation.com/
artwork/rR5Y36. Acesso em: 27 nov. 2019.
Os links para sites da Web fornecidos neste livro foram todos testados, e seu funciona-
mento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede 
é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local 
e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre 
qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Modelagem digital básica para representação tridimensional14
PROPRIEDADE 
INTELECTUAL 
Cristiano Prestes Braga
Propriedade industrial: 
desenhos industriais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir desenho industrial perante a legislação.
 � Reconhecer as formas objeto de proteção como desenho industrial 
(bidimensional e tridimensional).
 � Declarar os requisitos que um pedido de desenho industrial deve 
atender para ser concedido.
Introdução
A propriedade intelectual é um direito que visa proteger direitos relativos à 
atividade intelectual humana aplicada no campo artístico e industrial. Neste 
capítulo, estudaremos o desenho industrial, forma de proteção de direitos 
imateriais regulada pela Lei da Propriedade Industrial e aplicada a produtos 
com diferencial competitivo, definindo o instituto, reconhecendo as formas 
de apresentação e declarando os requisitos necessários para a proteção legal.
Desenho industrial
A propriedade intelectual está dividida em:
 � direito autoral;
 � propriedade industrial;
 � direitos sui generis.
Ao contrário do direito autoral, o instituto da propriedade industrial tem 
como foco a regulação, por intermédio da Lei nº. 9.279, de 14 de maio de 1996, 
de direitos e obrigações relacionados com a atividade empresarial, atinentes 
à proteção de marcas, patentes, desenho industrial e concorrência desleal.
Desde que temos notícias de atividades industriais destinadas à venda de 
produtos, sabemos que um dos desafios do empresário sempre foi encontrar 
um diferencial que pudesse fazer o seu produto chamar mais a atenção do 
comprador do que o produto do concorrente. E uma das formas utilizadas 
para destacar o produto estava concentrada na forma de apresentação perante 
o público consumidor.
Com o acirramento da concorrência, que deixou de ser local e passou a 
ser mundial, cada vez mais investimos na criação de novas configurações 
visuais aplicadas a todo e qualquer tipo de produto, no intuito de diferenciá-
-lo da concorrência e, também, de gerar mais valor agregado a ele e à marca 
da empresa.
O Estado, para estimular os investimentos na inovação de produtos nos seus 
mais variados aspectos, estabeleceu o direito de uso exclusivo e temporário 
à inovação, a depender da análise e do preenchimento de certos requisitos 
predefinidos para garantir ao titular o direito de uso das ferramentas disponi-
bilizadas para o exercício efetivo e pleno do monopólio durante o prazo legal.
Entre essas inovações, está o desenho industrial, cuja regulação, no Bra-
sil, remonta ao início do século XX. Atualmente, está explicitado na Lei da 
Propriedade Industrial (BRASIL, 1996).
Considerando o grau de importância que o desenho industrial está adquirindo no 
âmbito da competição empresarial, precisamos ter bem claro o seu conceito, de modo 
que possamos reconhecer as formas passíveis de proteção e definir corretamente os 
requisitos legais que permitem proteger um produto sob o aspecto do desenho industrial.
Conceito de desenho industrial
É bastante comum encontrarmos conceitos de desenho industrial em alusão 
aodesign de produtos. Isso não está completamente errado, mas precisamos 
lembrar que a esfera de aplicação do design é muito mais ampla do que a 
limitada proteção do desenho industrial, conforme veremos a partir da análise 
dos conceitos legal e doutrinário sobre desenho industrial.
A Lei da Propriedade Industrial (BRASIL, 1996) define o desenho indus-
trial como a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental 
Propriedade industrial: desenhos industriais82
de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado 
visual novo e original na sua configuração externa, podendo servir de tipo 
de fabricação industrial. O conceito legal destaca claramente duas formas de 
desenho industrial sujeitas à proteção.
 A legislação inicia a definição do desenho industrial como a “forma plás-
tica ornamental de um objeto” (BRASIL, 1996). Analisando separadamente 
cada um dos termos dessa definição, podemos dizer que a forma plástica 
diz respeito à plasticidade, que é a capacidade de modificação do formato de 
um objeto, tanto acidental quanto intencional. O corriqueiro, inegavelmente, 
é que a modificação do formato deve ser sempre intencional, com base na 
estratégia que o empresário criou para vender o seu produto com um diferencial 
importante quando comparado ao da concorrência.
Outro termo utilizado na definição legal é ornamental, que deriva de 
ornamento. Se a forma plástica precisa de tal característica, significa dizer 
que o produto terá como destinação o uso como enfeite, decoração, adorno, 
entre outros.
O desenho industrial significa, em resumo, a modificação do formato de um objeto 
para que ele possa satisfazer o consumidor apenas em relação ao aspecto da confi-
guração visual.
Por outro lado, a legislação também define o desenho industrial como o 
“conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto” 
(BRASIL, 1996). Agora não falamos mais em forma plástica, mas em conjunto 
de linhas e cores que não precisa, necessariamente, ser aplicado à nova forma 
plástica, podendo, pois, ser concretizado em um objeto com um formato 
comum e não registrável.
É indispensável, porém, que essas duas formas de desenho industrial possam 
ser identificadas, de acordo com a legislação, como uma configuração externa 
do objeto/produto, desprendida de qualquer função técnica ou funcional.
Nesse exato sentido, a doutrina jurídica especializada na matéria conceitua 
desenho industrial como objetos de caráter meramente ornamental, “objetos 
de gosto”, como se dizia no passado (SILVEIRA, 2012). Essa forma, segundo 
a doutrina, entretanto, deve ser desvinculada da função técnica — não pode 
83Propriedade industrial: desenhos industriais
consistir em forma necessária para que o produto preencha a sua finalidade, 
hipótese em que seria o caso de um modelo de utilidade (SILVEIRA, 2012).
O motivo pelo qual o desenho industrial não pode estar vinculado à função 
técnica do produto está na previsão legal de proteção desse tipo de inovação 
por intermédio das patentes, bem como na expressa definição legal de que 
desenho industrial é a nova configuração externa de um produto — ou seja, 
está ligado, unicamente, ao aspecto visual.
Não é correto conceituar desenho industrial como unicamente o design de um produto, 
pois o design tem aplicação muito mais ampla do que o simples formato plástico ou 
conjunto de cores e linhas do desenho industrial, podendo, inclusive, criar novas 
funções técnicas para determinados produtos, cuja proteção será regida, nesse caso, 
pelas normas patentárias.
Limitações do desenho industrial
Evidentemente, não são todas as configurações visuais externas que podem 
ser registradas como desenho industrial. Existem limitações que precisam ser 
observadas e consideradas pelos interessados em buscar a proteção legal via 
desenho industrial. Uma das formas que não podem ser objeto de proteção é 
aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais, 
cuja proteção decorre de outras normas legais.
Quando um produto está protegido como patente, não significa que a função técnica 
afasta a possibilidade de proteção do produto via desenho industrial. Dependendo do 
tipo de produto, podemos identificar diversas formas de proteção concomitantemente, 
tal qual percebemos nos smartphones utilizados atualmente, os quais são protegidos 
por patentes, marcas e desenho industrial.
Propriedade industrial: desenhos industriais84
A Lei da Propriedade Industrial prevê, ainda, que tudo o que for contrário 
à moral e aos bons costumes não será registrado como desenho industrial, 
justamente para evitar constrangimentos ou desconfortos desnecessários nas 
relações sociais com objetos que possam chocar ou incomodar um determinado 
grupo de pessoas (BRASIL, 1996).
O desenho industrial aplicado ao produto não poderá ofender a honra ou 
a imagem de pessoas, evitando, com isso, o abuso e a infringência a outros 
direitos e garantias constitucionais que asseguram a indisponibilidade e a 
necessidade de autorização prévia para uso comercial, como o direito de 
imagem e o direito ao nome, protegidos pelo Código Civil brasileiro.
O desenho industrial também não poderá atentar contra a liberdade de 
consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito 
e veneração. Não é possível, por exemplo, proteger um objeto com a imagem 
de Jesus Cristo com características de um diabo ou de um demônio, devido ao 
respeito que deve ser mantido em relação àqueles que o cultuam e o veneram.
Não podemos, igualmente, registrar a forma comum, vulgar, necessária ou 
determinada pelas considerações técnicas ou funcionais de um produto. Uma 
armação de óculos, por si só, não recebe a proteção legal, a menos que esteja 
esteticamente apresentada de tal forma que a torne nova e original em relação 
às conhecidas no mercado em termos de forma, linhas e cores.
No mesmo sentido, a legislação não considera os produtos que guardam 
consigo padrões puramente artísticos, pois são requisitos para proteger um 
objeto por meio do desenho industrial sua viabilidade de reproduzi-lo em 
escala industrial para explorá-lo economicamente, e com exclusividade, e a 
criatividade empregada para dar um aspecto visual inovador.
Não basta que o produto esteja revestido de nova forma plástica ou novo conjunto 
de cores e linhas, haja vista que a lei estabelece limites para não infringência a outros 
direitos já protegidos pelo sistema jurídico brasileiro e estrangeiro.
85Propriedade industrial: desenhos industriais
Formas do desenho industrial
Definido o conceito e apresentadas as limitações para o registro de um objeto 
como desenho industrial, passamos às duas formas de desenho capazes de 
receber o certificado de registro da entidade estatal.
Na verdade, essas duas formas já foram analisadas quando trabalhamos o 
conceito legal de desenho industrial, mas elas são conhecidas, na prática e na 
doutrina especializada, como formas tridimensional e bidimensional do desenho.
A forma tridimensional nos remete a tudo o que é representado por uma 
superfície em três dimensões: altura, comprimento e largura. Um objeto que 
apresenta essas dimensões permite que possa ser materializado, tocado e 
visualizado na sua amplitude máxima de ângulos e relevo.
Quando a Lei da Propriedade Industrial considera o desenho industrial 
como a forma plástica ornamental de um objeto, está se referindo à forma 
tridimensional do desenho. Sempre que for requerido o pedido de registro de 
um desenho industrial na forma tridimensional, o interessado deverá demons-
trar essa condição mediante desenhos que permitam visualizar corretamente 
as dimensões, conforme o registro concedido para proteção da configuração 
ornamental aplicada em calçado representado na Figura 1.
Figura 1. Configuração visual aplicada em calçado.
Fonte: KKulikov/Shutterstock.com.
A forma bidimensional, por seu turno, simboliza aquele objeto que 
pode ser identificado em apenas duas dimensões:altura e largura. A sua 
Propriedade industrial: desenhos industriais86
característica visual, portanto, sempre estará apresentada em um ângulo 
plano por não portar a dimensão do comprimento, que dá a sensação de 
relevo ao objeto tridimensional.
A Lei da Propriedade Industrial também considera o desenho industrial 
como o conjunto ornamental de linhas e cores que possam ser aplicadas a um 
produto (BRASIL, 1996). Nesse caso, está se referindo à forma bidimensional 
do desenho, exemplificada na Figura 2, a qual demonstra, claramente, a forma 
plana em duas dimensões de um tapete composto pelo conjunto ornamental 
de linhas e cores.
Figura 2. Padrão ornamental aplicado em tapete.
Fonte: maffi/Shutterstock.com.
Reconhecer as duas formas de desenho industrial permite identificar um 
desenho industrial à luz da legislação, enquadrando-o corretamente na sua 
classificação para que não haja problemas no pedido de registro. Isso porque é 
necessário preencher o formulário de requerimento de registro com a indicação 
87Propriedade industrial: desenhos industriais
do que é reivindicado pelo interessado, sob pena de perder a oportunidade 
ao divulgar um objeto cuja proteção do seu aspecto visual externo estará 
limitada ao campo de aplicação indicado e às figuras que o ilustram e que 
serão anexadas ao pedido.
Logo, as formas bi e tridimensional de desenho industrial são as encontradas 
na legislação, sendo cruciais para identificar e aplicar corretamente o conceito 
analisado anteriormente.
Requisitos legais do desenho industrial
Agora que já conhecemos o conceito de desenho industrial e as duas formas 
de que pode ser aplicado a um produto, resta-nos analisar os requisitos legais 
que precisam ser preenchidos para que o interessado tenha sucesso no pedido 
de registro.
Antes, porém, verificaremos as formalidades do pedido de registro de 
um desenho industrial, de modo que tenhamos bem claro o fluxo das etapas 
que precisam ser vencidas até que os requisitos, enfim, sejam objeto de 
exame. Apontaremos, depois, os efeitos da concessão do registro para que 
o interessado compreenda, na totalidade, os benefícios de ser titular de um 
desenho industrial.
Forma de registro do desenho industrial
A Lei da Propriedade Industrial estabelece as etapas principais e necessárias 
que o interessado deverá observar quando for depositar o pedido de regis-
tro de um desenho industrial, ficando as especificidades do processo e do 
procedimento para o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a 
autarquia federal responsável pela análise, concessão, manutenção e extinção 
dos processos de registro de desenho industrial, bem como pela emissão das 
instruções normativas, indicando, detalhadamente, as orientações adicionais 
àquelas previstas na legislação.
O pedido de registro do desenho industrial pode ser requerido por qualquer 
pessoa, seja física ou jurídica. Basta que tenha legitimidade para ser titular 
do pedido de registro, ou seja, que seja quem efetivamente criou a forma 
estética aplicada a um produto ou quem adquiriu, regularmente e na forma 
da lei, os direitos sobre a forma tri ou bidimensional aplicada ao produto. Aos 
estrangeiros, também é garantido o direito de requerer o registro no Brasil, 
nos termos do acordado da Convenção da União de Paris (CUP).
Propriedade industrial: desenhos industriais88
O titular do desenho industrial poderá iniciar o processo de registro pes-
soalmente ou por intermédio de um procurador, o qual irá representá-lo, 
como mandatário, durante toda a tramitação do pedido, devendo efetivar o 
requerimento mediante peticionamento eletrônico junto ao INPI, contendo:
 � o relatório descritivo quando for necessário;
 � as reivindicações específicas quando for necessário (para proteger a 
combinação bidimensional de cores, por exemplo);
 � os desenhos representando o objeto no qual está aplicada a nova forma 
estética;
 � o campo de aplicação;
 � o comprovante de pagamento prévio da guia de retribuição para o ato 
do depósito.
Todos os documentos juntados com o requerimento de pedido de registro 
deverão estar em língua portuguesa.
O depositante precisa delimitar o campo de aplicação do 
desenho industrial de acordo com a Classificação Interna-
cional de Desenho Industrial, também conhecida como a 
Classificação Internacional de Locarno, que é um sistema 
administrado pela Organização Mundial da Propriedade 
Intelectual (OMPI) com a relação dos produtos e os seus 
respectivos códigos para uso nos pedidos de registro de 
desenho industrial, a qual está disponível para acesso no 
INPI neste link:
https://goo.gl/u7qovi
Feito o protocolo do pedido de registro, caberá ao INPI vistoriar o cor-
reto preenchimento do formulário, dos desenhos, do campo de aplicação, 
do pagamento da taxa correspondente e das demais exigências para, então, 
encaminhar o pedido de registro para o exame formal, no qual se verifica se 
o aspecto visual do desenho industrial é passível de registro (e se não consta 
alguma limitação legal) e se os requisitos foram atendidos pelo depositante. 
89Propriedade industrial: desenhos industriais
Tanto no exame preliminar quanto no exame formal, o INPI poderá intimar 
o depositante para corrigir e/ou complementar algum dado, documento ou 
pagamento que possa ter sido operacionalizado de forma deficiente dentro das 
regras da Lei da Propriedade Industrial e/ou das instruções do INPI.
Em termos gerais, essas são as etapas básicas que o depositante deverá 
superar até a concessão definitiva do registro do desenho industrial para gerar 
os efeitos e direitos decorrentes da proteção reconhecida pelo INPI.
Requisitos legais exigidos para o registro
Assim como os demais direitos de propriedade intelectual, o desenho industrial, 
para ser registrado, precisa preencher alguns requisitos legais específicos. 
São eles:
 � a novidade;
 � a originalidade;
 � a possibilidade de servir para a fabricação em escala industrial.
O requisito da novidade diz respeito ao desenho industrial que não estiver 
compreendido no estado da técnica, o qual, segundo a lei, é auferido por todo e 
qualquer meio de prova disponibilizado publicamente antes da data do depósito 
do pedido de registro, tanto no Brasil quanto no exterior. É preciso muito 
cuidado com a criação a ser protegida via desenho industrial, pois o produto 
poderá não obter o registro caso haja prova de que as formas do desenho já 
tenham sido publicizadas antes do protocolo do pedido de registro. Não são 
raros os exemplos de artistas que divulgam as suas criações em eventos, 
revistas ou sites antes mesmo de formalizar o pedido de registro. Isso acaba 
dando margem para que outras pessoas reproduzam a configuração visual e 
lhe retirem o aspecto da novidade e, consequentemente, a chance de auferir 
as vantagens conferidas pelo registro.
O requisito da originalidade, por sua vez, estará presente quando o dese-
nho industrial apresentar uma configuração visual distinta daquelas aplicadas 
em objetos anteriores. O objeto, para ser original, não precisa ser novo. Basta 
que acrescente novos elementos ao objeto que já existe ou faça uma combi-
nação de elementos já conhecidos, gerando um aspecto visual que possa se 
diferenciar daqueles que já estejam no estado da técnica.
Compreendida a diferença entre os requisitos referidos, podemos ficar em 
dúvida sobre como identificar a novidade e a originalidade de um desenho 
industrial. Investigar essa questão previamente ao pedido de registro é fun-
Propriedade industrial: desenhos industriais90
damental, sendo conhecida como busca de anterioridade, semelhante àquela 
realizada antes do pedido de registro de marcas e de patentes. É por meio dessa 
busca que o interessado no registro identificará e comparará a sua criação com 
outras já existentes e disponibilizadas ao público por intermédio de qualquer 
documento no Brasil ou no exterior ou com as já registradas junto ao INPI, 
sempre lembrando que a pesquisa deve considerar o campo de aplicaçãoda 
nova configuração visual.
Nem sempre o INPI vai analisar se o pedido de registro de desenho industrial preenche 
os requisitos da novidade e da originalidade, pois a Lei da Propriedade Industrial não 
dispõe sobre essa obrigatoriedade. Todavia, a legislação disponibiliza ao titular do 
pedido do registro a possibilidade de requerer o exame de mérito para que o INPI 
empregue os esforços necessários para averiguar se o desenho industrial é, de fato, 
novo e original. O exame de mérito geralmente é conferido ao titular interessado em 
dar maior relevância ao seu registro de desenho industrial e provar para eventuais 
parceiros ou concorrentes que a inovação aplicada ao seu produto tem potencial 
seguro para exploração comercial.
Por fim, o requisito da fabricação em escala industrial exige que o objeto 
possa ser facilmente multiplicado em termos de quantidade de unidades, sob 
pena de ser considerado uma obra de caráter unicamente estético, que não 
está contemplada do rol de possibilidades da Lei da Propriedade Industrial 
para obter a concessão do registro como desenho industrial.
Garantias do registro
Ultrapassadas as formalidades anteriormente analisadas, o INPI concederá o 
registro de desenho industrial ao titular depositante do pedido, estabelecendo, 
de acordo com a delimitação formalizada no requerimento inicial, as garantias 
conferidas pela legislação que poderão ser utilizadas dentro do período de 
vigência regular do desenho industrial.
Em posse do certificado de registro, o titular do registro de desenho indus-
trial terá assegurado o direito de uso exclusivo durante todo o prazo de validade 
do registro. Os terceiros interessados em reproduzir as formas de desenho 
industrial aplicado a um determinado produto protegido só o poderão fazer 
91Propriedade industrial: desenhos industriais
mediante autorização prévia do titular ou quando expirar o prazo de proteção. 
Caso contrário, apenas o titular poderá utilizá-lo e explorá-lo economicamente.
Com esse direito de uso exclusivo, o titular do registro de desenho industrial 
tem à sua disposição todos os mecanismos legais necessários para eliminar 
as cópias identificadas e impedir a fabricação, a comercialização, a oferta e 
outras maneiras de uso, total ou parcial, não autorizadas do desenho protegido.
Uma vez que está garantido ao titular do desenho industrial registrado a 
disponibilidade de uso, ele ainda poderá autorizar ou transferir os direitos de 
uso do desenho nos termos da legislação pertinente, permanecendo vigente, 
qualquer tipo de acordo, até o fim do prazo de validade do registro.
Abrangência, vigência e continuidade do registro
Afora a garantia de direitos ao titular do registro de desenho industrial, a con-
cessão ainda faz o balizamento do alcance da proteção para que seja possível 
criar as estratégias empresariais necessárias para o aproveitamento máximo 
desse monopólio temporário.
Após a concessão, o direito de uso exclusivo do desenho industrial terá 
um prazo de vigência de 10 anos, prorrogável por mais três períodos suces-
sivos de 5 anos cada, totalizando, assim, 25 anos de proteção. É importante 
ressaltarmos que o prazo de 25 anos só estará garantido se o titular efetuar 
o pagamento das taxas de anuidade obrigatórias para prorrogação dos três 
períodos disponibilizados após o transcurso do prazo base e inicial de 10 
anos. Gerenciar adequadamente o registro é condição fundamental para o 
titular não ver a sua criação ser replicada por terceiros em face da prematura 
extinção do registro.
Além disso, o desenho industrial também está alicerçado no princípio da 
territorialidade, garantindo, assim, a proteção, se requerida junto ao INPI, 
apenas no Brasil. Se o titular entender que a sua criação tem potencial para 
exploração econômica em outros países, ele poderá se beneficiar da CUP e 
requerer a prioridade unionista para assegurar a novidade do aspecto visual 
do seu objeto até a data da entrada na fase nacional dos países selecionados.
Algumas vantagens do desenho industrial registrado
O desenho industrial permite transformar um produto comum em um objeto 
de desejo, e muitas empresas têm investido na pesquisa e no desenvolvimento 
de novos conjuntos visuais para estarem sempre na frente da concorrência e 
no desejo de compra dos consumidores. No Brasil, a indústria de móveis e 
Propriedade industrial: desenhos industriais92
a de calçados são exemplos dessa postura, concentrando a maior parte dos 
pedidos nacionais de registro de desenho industrial.
Entretanto, o desenho industrial tem potencial para ser aplicado aos mais 
diferentes setores da indústria, agregando valor e competitividade a produtos 
como joias, alimentos, embalagens, brinquedos, roupas, automóveis, eletro-
domésticos, acessórios, entre outros.
No momento em que a empresa entende as formas e o processo de prote-
ção, conseguirá visualizar a importância que o desenho industrial registrado 
adquire na competição pela atenção do consumidor, desde que esteja alinhado 
ao propósito de posicionamento da empresa.
É inegável, contudo, que o certificado de registro de desenho industrial 
permitirá montar estratégias diferentes para exploração e até mesmo a criação 
de novos nichos de mercado, aproveitando o apelo do produto a partir deu 
aspecto visual novo e atraente, seja na forma tri ou bidimensional, gerando 
maior valor à marca, maiores receitas, maior competitividade e maior prazo 
de sobrevivência no mercado.
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Leituras recomendadas
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BRASIL. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Guia básico de desenho industrial. 
2017. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/desenho>. Acesso em: 
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93Propriedade industrial: desenhos industriais

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