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Cartas Paulins e Epístolas Católicas

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Linda Costa

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Questões resolvidas

Prévia do material em texto

EPÍSTOLAS CATÓLICASEPÍSTOLAS CATÓLICAS
Professor Esp. Érlon Migliozzi
CARTAS PAULINAS ECARTAS PAULINAS E
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Eduardo Alves de Oliveira 
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 André Oliveira Vaz 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
M634c Migliozzi, Éerlon
 Cartas Paulinas e Epístolas Católicas / Érlon Migliozzi.
 Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 106 p.: il. Color.
 1.Bíblia. N.T. Epístolas de Paulo. 2. Bíblia. N.T. Epístolas
 Católicas. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de
 Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 227.06
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
Professor Esp. Érlon Migliozzi
●	 Especialista	em	Empreendimentos	Educacionais	(UCB/RJ).
●	 Bacharel	em	Teologia	(UniFil).	
●	 Bacharel	em	Ciências	Econômicas	(FAFICOP).	
●	 MBA	em	Liderança	(UniFil).
●	 Mestrado	Livre	em	Liderança	Pastoral	Urbana	(STF/UniFil)
●	 Docente	do	curso	de	Teologia	EaD	(UniFatecie).
●	 Consultor	Educacional	da	UniFatecie.
Palestrante	e	ministrante	de	cursos	teológicos	livres	na	área	do	Velho	Testamento	
e	Escatologia.	Ministro	do	Evangelho	na	Igreja	Evangélica	Assembleia	de	Deus.	Consultor	
empresarial	pelo	Conselho	Regional	de	Economia	de	Curitiba/Pr.	Professor	de	Matemática	
e	Sistema	de	 Informações	Gerenciais	e	Ensino	Religioso	na	Rede	Estadual	do	Paraná.	
Além	de	possuir	experiência	em	sala	de	aula,	 tem	conhecimento	na	área	administrativa	
de	 instituições	 de	 ensino,	 onde	 assessorou	Pro-Reitoria	 de	Extensão	 e	Pós-Graduação	
e	 departamentos	 comerciais.	 É	 Consultor	 e	 Perito	 Judicial	 pelo	 Conselho	 Regional	 de	
Economia	de	Curitiba/PR.
CURRÍCULO LATTES:	http://lattes.cnpq.br/8601941430171375
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/8601941430171375 
4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a)	aluno(a),	é	sempre	muito	bom	ter	você	junto	conosco.	
A	 Bíblia	 é	 um	 livro	 fascinante,	 não	 somente	 pelas	 histórias,	 culturas,	 dados	 e	
relatos	que	alimentam	a	cultura	cristã,	mas,	também,	pelos	registros	dos	acontecimentos	
nas	primeiras	gerações	da	comunidade	cristã	e	pelo	cuidado	com	a	validação	das	ideias	
teológicas-cristãs.	
Sabemos	que	a	Bíblia	é	uma	organização	de	vários	livros	pertinentes	ao	cristianismo,	
onde,	fazem	parte	o	pentateuco	judaico,	livros	históricos	e	sapienciais,	proféticos,	ou	seja,	
todo	 o	 cânon	 do	 Velho	 Testamento.	Mas,	 nossa	 disciplina	 se	 volta	 agora	 para	 o	 Novo	
Testamento,	onde,	o	cânon	é	composto	pelos	Evangelhos,	o	Livro	de	Atos,	as	Epístolas	e	
o	Livro	de	Apocalipse.
Nossa	disciplina	 irá	 tratar	 sobre	as	Epístolas	em	especial.	Vamos	 falar	 das	que	
foram	escritas	pelo	apóstolo	Paulo,	sua	grande	maioria,	e	as	escritas	por	Pedro,	Tiago,	
João	e	Judas,	conhecidas	como	Epístolas	Gerais	ou	Católicas.
No	material	 que	 você	 irá	 ter	 contato,	 estaremos	 dividindo	 em	 quatro	 unidades,	
sendo,	a	primeira,	a	falar	da	ligação	entre	o	Livro	de	Ato	dos	Apóstolos	com	as	Epístolas	e	
tratando	da	carta	aos	Hebreus,	a	qual,	não	há	precisão	do	seu	autor.
Na	segunda	unidade,	destacaremos	os	escritos	de	Saulo	de	Tarso,	mais	conhecido	
como	Apóstolo	Paulo.	Vamos	falar	dos	fatores	que	influenciaram	a	vida	deste	apóstolo	tão	
importante	para	o	cristianismo.
Na	terceira	unidade,	vamos	dar	o	destaque	para	as	Epístolas	Gerais	ou	Católicas,	
explicando	sua	importância	e	necessidade	de	comporem	o	cânon	Bíblico.
Finalizando,	vamos	trazer	um	detalhamento	dos	assuntos	que	compõem	cada	Epístola,	
a	fim	de	apresentar	ao	aluno,	um	índice	de	assuntos	e	uma	fonte	de	recursos	para	estudo.
Será	muito	bom	estarmos	 juntos	estudando	uma	parte	 tão	 importante	da	Bíblia,	
afinal,	muitas	situações,	são	compreendidas	com	a	leitura	e	o	estudo	destes	relatos	ímpares	
para	o	meio	teológico-cristão.	Conto	com	você	nesta	jornada!!!
Vamos juntos? 
Bom estudo!
SUMÁRIO
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Plano de Estudos
 ● Característica Do Autor e do Livro de Atos;
 ● Pedro e a Sua Característica de Ministério Junto Aos Judeus;
 ● Tiago e Judas – Pioneirismo e Testemunho na Comunicação do 
Evangelho Além Fronteiras;
 ● João e a Escola Joanina – Uma Voz de Fidelização dos 
Princípios Cristãos para Todas as Gerações.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Conceituar e contextualizar a cronologia das Epístolas Paulinas e Gerais 
frente ao Livro de Atos dos Apóstolos.
 ● Compreender os tipos de Escritores e suas necessidades por de trás dos 
seus escritos.
 ● Estabelecer a importância das Epístolas para o Evangelho no seu tempo 
e nos dias atuais.
1UNIDADEUNIDADE
O ELO ENTRE O LIVRO DE O ELO ENTRE O LIVRO DE 
ATOS DOS APÓSTOLOS E AS ATOS DOSAPÓSTOLOS E AS 
EPÍSTOLAS DA BÍBLIAEPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Professor Especialista Érlon Migliozzi
7UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
INTRODUÇÃO 
Nesta	Unidade,	vamos	 falar	sobre	o	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos	como	um	“elo”	
entre	 as	Epístolas	Paulinas	e	Gerais	 (ou	Católicas).	Situar	 o	 aluno	na	geografia	bíblica	
é	 importante,	 mas,	 o	 tempo	 dos	 acontecimentos	 e	 a	 ordem	 cronológica	 dos	 fatos,	
acontecimentos	e	escritos,	mostra	porque	se	originaram	tais	escritas.	
Se	realmente	recriarmos	em	nossas	mentes,	o	ambiente	e	o	tempo,	as	necessidades,	
ao	qual	os	apóstolos	viviam,	teremos	uma	experiência	muito	profunda	com	um	Evangelho	
de	resultado.
No	primeiro	momento,	quero	falar	um	pouco	sobre	Lucas,	que	escreveu	um	dos	
Evangelhos	e	também	o	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos.	Como	Lucas	exerceu	seu	chamado	
ao	ser	o	relator	do	período	antes	e	pós-crucificação	de	Jesus,	antes	e	durante	a	expansão	
do	Evangelho.
Estaremos	 abordando	 a	 propensão	 de	 Pedro	 em	 buscar	 o	 bem	 de	 todos	 os	
envolvidos	em	levar	o	testemunho	de	Cristo	aos	judeus	e	não-judeus.
Também,	vamos	falar	de	Paulo,	o	apóstolo	que	não	conheceu	a	Cristo	pessoalmente,	
mas,	 exerceu	 seu	 ministério	 com	 tal	 propriedade	 que	 foi	 o	 responsável	 pela	 maior	
representação	do	Evangelho	entre	todos	da	sua	época.
Falaremos,	 também,	sobre	os	 irmãos	Tiago	e	Judas,	que	demonstram	em	suas	
atitudes	o	amor	que	Jesus	Cristo	tinha	pelas	almas.	Pela	responsabilidade	com	o	Evangelho	
e	pela	responsabilidade	com	o	ensino	acerca	da	Palavra.
Vamos	 concluir	 falando	 de	 João,	 da	 importância	 que	 este	 apóstolo	 exerceu	 na	
proclamação	da	mensagem	e	também,	na	constituição	da	igreja	primitiva.
Nosso	 intuito	 nesta	 primeira	 unidade	 é	 criar	 um	 ambiente	 que	 demonstre	 a	
necessidade	 das	 Epístolas,	 e	 que	 além	 de	 estarem	 no	 Novo	 Testamento	 por	 serem	
materiais	da	época,	também	são	extensões	dos	acontecimentos	que	explicam	e	completam	
acontecimentos	 importantes	 que	 deram	 rumo	 e	 forma	 para	 a	 igreja	 primitiva	 e	 para	 o	
Evangelho	que	conhecemos	hoje.	Lembre-se:	 você	é	uma	continuação	desta	história!!!!		
Shalom	Adonai!!!
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8UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
 1 CARACTERÍSTICA DO AUTOR E DO 
LIVRO DE ATOS 
TÓPICO
1.1 O Relatório do Dr. Lucas
O	ano	é	provavelmente	o	ano	de	3793	no	Calendário	Lunissolar	Judaico,	(lembrando,	
que,	somente	em	24	de	fevereiro	de	1582	d.C.	o	atual	calendário	Gregoriano	foi	promulgado	
oficialmente),	porém,	Júlio	César,	 Imperador	Romano,	 já	tinha	implantado	um	calendário	
cerca	de	46	a.C.	 que	era	 quase	 igual	 ao	 atual	 calendário	 de	origem	europeia	 do	Papa	
Gregório	XIII.	(INTER	GRAVISSIMAS,	2022).
Por	este	primeiro	parágrafo,	já	podemos	imaginar	como	foi	ficando	difícil	situar	e	
datar	os	manuscritos	que	dão	origem	ao	Cânon	Bíblico	atual.	Mesmo	com	características	
detalhistas	que	tinha	o	escritor	e	“doutor”	Lucas,	(doutor	considerando	a	fala	do	Apóstolo	
Paulo	em	sua	carta	aos	Colossenses,	referindo-se	a	ele	como	“médico	amado”	-	Saúda-vos	
Lucas,	o	médico	amado	[...]	(BÍBLIA,	2004,	COLOSSENSES,	4,	14).	A	importância	em	citar	
datas	e	períodos	no	momento	de	realizar	os	registros	se	tornara	uma	questão	sem	muita	
importância	para	o	propósito	do	Livro	de	Atos	(e	parece	que	 também	nos	Evangelhos	e	
Epístolas).	A	realidade	no	tempo	em	que	Atos	dos	Apóstolos	foi	escrito,	era	muito	difícil.	
Conforme	 nos	 descreve	 Lucas,	 no	 próprio	 Evangelho	 que	 escreveu,	 no	 capítulo	 14,	
versículos	12	ao	14,	em	que,	Jesus,	cita	“os	pobres,	os	aleijados,	os	mancos,	e	os	cegos.”
Além	das	dificuldades	internas,	as	comunidades	há	muito	tempo	enfrentavam	
várias	situações	de	sofrimento.	O	domínio	do	 império	 romano	 foi	marcado	
por	constantes	guerras	pelo	poder	e	por	inúmeros	impostos.	Muitas	pessoas	
ficaram	endividadas,	perderam	suas	terras	e	acabaram	tendo	que	trabalhar	
como	arrendatárias,	meeiras,	diaristas	ou	mesmo	sem	trabalho.	Vivendo	nes-
sa	realidade,	as	comunidades	cristãs	entraram	em	crise.	Eis	alguns	aconteci-
mentos	que	marcaram	profundamente	a	vida	dessas	comunidades:
9UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
-Em	64	d.C.,	Nero	começou	a	perseguir	os	cristãos	em	Roma.
-	Entre	os	anos	66	e	73	d.C.,	aconteceu	a	Guerra	Judaica,	tendo	como	con-
sequência	o	desaparecimento	de	vários	grupos	 influentes	na	vida	do	povo	
judeu.	Um	verdadeiro	massacre!
-	Por	volta	do	ano	70,	o	Templo	e	a	cidade	de	Jerusalém	foram	destruídos.	Os	
únicos	grupos	que	sobreviveram
foram	o	dos	fariseus	e	o	dos	cristãos,	que	fugiram	para	as	regiões	vizinhas.
-	Por	volta	de	85	d.C.,	começa	uma	perseguição	contra	os	grupos	de	judeus	
hereges,	 entre	 eles	 está	 o	 grupo	de	 cristãos,	 que	é	 expulso	 da	 sinagoga.	
(CENTRO	BÍBLICO	VERBO,	2013,	p.1)
Já	 imaginou,	 se	 ao	 iniciar	 e	 terminar	 um	 manuscrito	 os	 escritores	 do	 Novo	
Testamento	colocassem	a	data?	Seria	muito	mais	fácil	comprovar	a	veracidade	e	o	tempo	
dos	acontecimentos,	mas	não	foi	assim	que	aconteceu	e,	agora,	precisamos	entender	esta	
linha	do	tempo	da	escrita	dos	27	livros	que	formam	o	Novo	testamento.
Quem	nasceu	primeiro,	 ou	melhor,	 o	que	 foi	 escrito	primeiro:	Os	Evangelhos,	 o	
registro	de	Lucas	dos	Atos	dos	Apóstolos,	as	Cartas	de	Paulo	ou	as	Cartas	dos	demais	
Apóstolos?	
Há	muito	impasse	diante	das	linhas	e	métodos	de	pesquisa	das	datações	bíblicas,	
entre	 elas	 a	Teoria	Documental	 e	 a	Hipótese	das	Duas	Fontes,	 segundo	Schniedewind	
(2011).	 O	 que	 precisamos	 descaracterizar	 neste	momento	 é	 a	 impressão	 que	 se	 pode	
surgir	 em	 que	 os	 Escritos	 dos	 Evangelhos	 incentivaram	 a	 escrita	 do	 Livro	 de	Atos	 e,	
posteriormente,	o	Livro	de	Atos	incentivou	a	escrita	das	Cartas	(ou	Epístolas).	Que	o	Livro	
de	Apocalipse	está	lá	no	final	do	Cânon	Bíblico	porque	fala	do	“fim”	e	fim	de	todas	as	coisas.	
Também,	precisamos	entender	que	pode	ter	existido	outros	manuscritos,	mas,	não	foram	
preservados,	ou,	até	o	momento	não	foram	encontrados.	
O	que	podemos	ter	como	certo	é:	“Aquilo	que,	com	certeza,	não	foi	o	que	deveria	
ter	ocorrido”.	Pelos	estudos	 já	 realizados	através	da	Teoria	Documental	e	outros	 fatores	
arqueológicos	e	científicos,	muitas	coisas	já	foram	descartadas,	a	ponto	de	já	podermos	
findar	 as	 perspectivas	 acerca	de	novas	descobertas	 sobre	o	 assunto.	Por	 exemplo:	Há	
evidências	 que	Mateus	 tinha	 conhecimento	 do	 Evangelho	 de	Marcos,	 assim,	 podemos	
aceitar	que	Mateus	possa	ter	sido	influenciado	pela	leitura	do	Evangelho	de	Marcos.	Sabe-
se,	que	a	Carta	aos	Gálatas	e	a	Carta	de	Tiago,	 foram	escritas	antes	dos	Evangelhos.	
Sabe-se,	que,	por	unanimidade,	o	Livro	do	Apocalipse	foi	realmente,	dos	27	livros	arrolados,	
o	último	a	ser	escrito	(ver	Tabela	1).	
10UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
O	doutor	 Lucas	 não	 datou	 seu	manuscrito,	mas,	 descreveu	 um	destinatário,	 ou	
seja,	ele	escreveu	este	relatório	para	alguém	“ó	Teófilo”.	Não	é	uma	agenda	como	muitos	
acreditam.	 Talvez,	 se	 fosse	 escrito	 como	 uma	 agenda,	 teríamos	 datas	 e	 não	 apenas	
uma	ordem	dos	acontecimentos,	 na	 verdade,	 o	 Livro	 de	Atos	 é	 um	 relatório	 de	 fatos	 e	
acontecimentos.
A	maioria	dos	estudiosos	e	das	escolas	teológicas,	acreditam	que	a	confecção	do	
Livro	de	Atos,	ocorreu	logo	após	a	morte	de	Jesus	Cristo,	portanto	o	ano	33	d.C.	ou	3793	
para	3794	no	Calendário	Judaico.
Nós	não	 iremos	nos	atentar	 aos	meios,	 técnicas,	 confiabilidade	do	processo	de	
datação	nesta	disciplina,	até,	porque,	necessita	de	um	aprofundamento	e	um	espaço	maior	
e,	não	cabe	a	esta	disciplina	fazer	isto,	não	é	o	objetivo	maior,	mas,	é	importante	desconstruir	
um	modelo	que	resulta	de	uma	análisesimplista	da	formação	das	escrituras.
Vamos	 avançar	 um	 pouco	mais?	Quem	 era	Teófilo?	O	mesmo	 nome	 citado	 no	
início	do	Evangelho	escrito	pelo	mesmo	doutor	Lucas.	Segundo	Matthew	Henry,	em	seu	
comentário	bíblico	escrito	em	1706,	Teófilo	era	o	patrono	de	Lucas,	portanto	uma	pessoa,	
ao	passo,	 que	Albert	Barnes,	 em	suas	anotações	bíblicas	 feitas	em	1834,	 acredita	 que	
o	nome	possui	um	sentido	literal	e,	podemos	entender	como	Lucas	dizendo	“ó	amigo	de	
Deus”.	 Para	 o	Pai	 do	Metodismo,	 John	Wesley,	Teófilo	 era	 um	 importante	 personagem	
de	Alexandria,	 isto,	ele	escreveu	em	1754.	E	há	outras	 teorias	que	acreditam	que	seja,	
possivelmente,	um	oficial	romano	de	grande	importância.
Fonte:	COMMONS	WIKIMEDIA.	Disponível	em:	https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Evangelist_Lucas.
jpg.	Acesso	em:	15	jun.	2022.
FIGURA 1 - ESTAMPA DO EVANGELISTA LUCAS (1564-1637). CRIADO POR CRISPIJN VAN DE 
PASSE DE OUDE E MANTIDO NA BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE GHENT (BÉLGICA)
11UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Bem,	entendemos	que	Lucas	escreve	o	Livro	de	Atos	e	que	o	escreve	intencionalmente	
para	alguém	que	era	 importante	aos	seus	olhos,	mas,	quais	 ligações	existem	entre	este	
relatório	e	as	cartas	que	os	apóstolos	escreviam	para	as	comunidades	cristãs?
Conhecer	e	identificar	estes	pontos	de	ligação,	ou,	poderíamos	dizer	também,	pontos	
em	comum,	faz	que	a	nossa	visão	dos	acontecimentos	tenha	mais	consistência	e	coerência	
na	propagação	do	Evangelho,	das	lutas	e	vitórias,	conquistas	e	história	da	igreja	primitiva.
Quero,	 já	 de	 início,	 agregar	 uma	 fonte	 visual	 de	 informação,	 para,	 que	 você	
compreenda	a	linha	do	tempo	dos	manuscritos,	assim,	posteriormente	falaremos	um	pouco	
sobre	 as	 Cartas	 Paulinas	 e	Gerais,	 aliás,	 as	 Cartas	 Universais,	 são	 conhecidas	 como:	
Gerais,	Católicas	ou	Universais,	assim,	quando	você	ver	estes	termos	no	nosso	material,	
saberá	que	se	trata	do	mesmo	conteúdo	literário.
Veja	a	tabela	abaixo	e	observe	a	ordem	cronológica	dos	escritos:
TABELA 1 - ORDEM CRONOLÓGICA DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
	
Fonte:	Bíblia	Peshitta	(2018,	p.	1747).
Data 
(d.C.) Livro/Carta Escritor Categoria Destinatário
Assunto 
Lógico Local
1 45 Tiago Tiago Universal
As 12 Tribos 
dispersas
1ª 
Universal 
por falar 
aos Judeus
Jerusalém 
(provável)
2 50 1 Tessalonicenses Paulo Escatológicas
para a Igreja 
de 
Tessalônica
Corinto para 
Tessalônica
3 51 2 Tessalonicenses Paulo Escatológicas
para a Igreja 
de 
Tessalônica
Corinto para 
Tessalônica
4 51-57 Gálatas Paulo Soteriologia
as Igrejas da 
Galácia
(T.G.S) 
Antioquia da 
Síria
5 55 1 Coríntios Paulo Soteriologia
para a Igreja 
em Corinto
Éfeso para 
Corinto
6 56 2 Coríntios Paulo Soteriologia
para a Igreja 
em Corinto
Macedônia 
para Corinto
7 56 Romanos Paulo Soteriologia
aos que estão 
em Roma
1ª em 
tamanho
Corinto para 
Roma
8 60 Marcos Marcos Evangelho Evangelho
9 60 Efésios Paulo
Cartas da 
Prisão
aos santos de 
Éfeso
Roma para 
Éfeso
1
0
60 Filemon Paulo
Cartas da 
Prisão
para Filemon 
(cooperador)
de Roma para 
Colossos
1
1
60-61 Colossenses Paulo
Cartas da 
Prisão
aos 
Colossenses
Roma para 
Colossos
1
2
63 Lucas Lucas Evangelho Evangelho
1
3
63 Filipenses Paulo
Cartas da 
Prisão
aos Filipenses
Roma para 
Filipos
1
4
63-64 1 Timóteo Paulo Pastorais para Timóteo
Macedônia 
para Éfeso
1
5
64 Atos Lucas Histórico Teófilo (*)
expansão 
da Igreja
Jerusalém, 
Judéia, 
Samaria, Roma
1
6
64 1 Pedro Pedro Universal Universal
Roma 
(provável)
1
7
64-67 2 Timóteo Paulo Pastorais para Timóteo
Roma para 
Éfeso
1
8
65 Mateus Mateus Evangelho Evangelho
1
9
65 Tito Paulo Pastorais para Tito
Grécia (talvez 
Corinto)
2
0
66 2 Pedro Pedro Universal
aos que 
alcançam a fé
Roma 
(provável)
2
1
68-70 Hebreus ???? Universal Universal
entre 
Paulinas e 
Católicas
Desconhecido
2
2
70 Judas Judas Universal
aos 
santificados
Desconhecido
2
3
85 João João Evangelho Evangelho
2
4
90 1 João João Universal aos filhinhos
Éfeso 
(provável)
2
5 90 2 João João Universal
para Senhora 
Eleita
Éfeso 
(provável)
2
6 90 3 João João Universal
ao amado 
Gaio
Éfeso 
(provável)
2
7 95 Apocalipse João Profético Revelação
Fala da 
parousia 
(2ª vinda) Ilha de Patmos
12UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
1.2 Os Atos dos Apóstolos – Uma Obra Organizada e Sistematizada
Os	apóstolos	tiveram	a	incumbência	de	levar	o	Evangelho	para	até	os	confins	da	
terra,	 assim,	 não	 fica	 difícil	 dimensionarmos	 as	 etapas	 descritas	 no	 relatório	 de	 Lucas,	
sendo:	a)	O	Evangelho	em	Jerusalém,	b)	O	Evangelho	em	Samaria	e,	c)	O	Evangelho	até	
os	confins	da	terra.
Consequentemente,	 podemos	 analisar	 as	 etapas	 como:	 a)	 Estabelecimento,	 b)	
Extensão,	c)	Expansão	e	d)	Explanação.	A	época	da	Expansão	e	Explanação,	ocorre	entre	
os	Gentios,	com	Paulo,	dentro	do	Império	Romano	e	tem	um	tempo	de	duração,	em	torno	
de	14	anos.	O	tempo	em	torno	de	Jerusalém,	na	Judéia	e	Samaria	é	por	volta	de	13	anos	
e	em	Jerusalém,	com	os	Judeus,	por	volta	de	apenas	2	anos.	Assim,	temos	um	período	de	
30	a	32	anos	relatados	no	Livro	de	Atos.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	2004,	p.	1030).
1.3 Paulo é o Agente de Expansão e Explanação aos Gentios
No	 início	dos	 relatos,	 Lucas	descreve	a	 capacidade	que	os	apóstolos	 recebem,	
agora,	em	nível	de	experiência	espiritual,	através	do	derramar	do	Espírito	Santo.	Também,	
fica	claro,	no	capítulo	primeiro	do	seu	relato,	que,	Jesus	já	havia	dado	o	início	do	plano	de	
expansão	do	cristianismo	aos	seus	discípulos,	quando,	pede	para	que	fiquem	em	Jerusa-
lém.	(BÍBLIA,	2004,	ATOS	DOS	APÓSTOLOS,	1,	1-8).
Nos	primeiros	anos	em	Jerusalém,	os	apóstolos	se	organizam,	constituem	as	regras	
e	características	que	deverão	reger	a	continuação	da	proclamação	de	Jesus	como	o	Messias,	
tão	esperado	pelos	Judeus.	(BÍBLIA,	2004,	ATOS	DOS	APÓSTOLOS,	1:12-21	e	6:1-7).
Pedro	 é	 o	 apóstolo	 que	 está	 à	 frente	 das	 ações	 e	 através	 dele	 são	 realizados	
milagres	 e	 discursos	 para	 grandes	 multidões,	 às	 quais,	 se	 agregam	 aos	 apóstolos	 e	
discípulos	de	Cristo.	Porém,	é	neste	mesmo	espaço	de	tempo	que	os	judeus	se	levantam	
contra	 o	 movimento	 e	 provocam	 uma	 perseguição	 aos	 apóstolos,	 fazendo	 o	 primeiro	
mártir	da	igreja,	Estevão,	que	foi	apedrejado	e	morto	por	defender	a	fé	em	Cristo.	Assim,	
a	igreja	começa	a	crescer	e	também	a	se	dispersar,	contribuindo	para	a	segunda	fase	da	
evangelização	global,	 levando	as	Boas	Novas	aos	arredores	de	Jerusalém,	na	Judéia	e	
Samaria.	(BÍBLIA,	2004,	ATOS	DOS	APÓSTOLOS,	2:14-40).
É	neste	tempo	que	surge	a	história	de	Saulo	de	Tarso.	O	Império	Romano	e	os	Judeus	
estavam	bastante	incomodados	com	a	Igreja	Primitiva,	já	se	passavam	cerca	de	uma	década	
de	conversões,	novas	comunidades	se	formando	na	fé	cristã,	na	época,	conhecidos	como	
os	“do	Caminho”,	como	registrado	pelo	próprio	Lucas	em	Atos	capítulo	nove,	versículo	dois.	
Era	ato	de	traição,	abandonar	a	tradição	judaica	para	ser	um	adepto	do	Caminho.	Saulo	de	
Tarso	é	um	dos	homens	que	está	incumbido	de	desarticular	a	propagação	deste	Evangelho	
13UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
e,	ao	adquirir	autonomia	dos	sacerdotes	 judeus	para	perseguir	os	cristãos,	se	dirige	em	
viagem	para	Damasco	e,	antes	de	sua	chegada,	tem	uma	experiência	sobrenatural	com	
Jesus,	o	qual,	ele	nunca	conhecera,	mas,	o	mesmo	Jesus	muda	a	vida	e	o	comportamento	
de	Paulo.	Esta	história	é	relatada	em	todo	o	capítulo	nove	do	Livro	de	Atos.
FIGURA 2 - ESTÁTUA DO APÓSTOLO SÃO PAULO SEGURANDO UMA ESPADA QUEBRADA E UM 
LIVRO COM A INSCRIÇÃO PEDESTAL BORGO, NA PONTE SANT'ANGELO, ROMA, ITÁLIA. A 
ESCULTURA FOI DO INÍCIO DA RENASCENÇA ITALIANA PAOLO ROMANO
Paulo	 passou	 vários	 dias	 com	 os	 apóstolos,	 mas,	 ao	 sair	 em	 Damasco	 e	 em	
Jerusalém,	se	expondo	para	os	cristãos,	foi	tido	como	perseguidor	de	cristãos	(rótulo	de	
suaspráticas	 anteriores).	Assim,	 após	 uma	 forte	 tentativa	 de	 homicídio,	 Paulo	 vai	 para	
Antioquia	e	fica	ali	por	cerca	de	12	anos,	estudando	e	sendo	preparado	para	a	pregação	do	
Evangelho,	aparentemente,	sem	estar	fora	da	Escola	de	Antioquia.
Foi	durante	um	período	de	muita	oração,	 jejum	e	adoração	que	o	Espírito	Santo	
separou	Paulo	e	Barnabé,	para	a	obra	de	expansão	do	Evangelho.	(BÍBLIA,	2004,	ATOS	
DOS	APÓSTOLOS,	13:1-3).
É	a	partir	do	capítulo	treze	do	Livro	de	Atos,	que	o	doutor	Lucas	passa	a	relatar	o	
ministério	da	expansão,	tendo	como	principal	agente	o	apóstolo	Paulo.	Pedro	e	a	fidelização	
do	Evangelho	em	Jerusalém	e	seus	arredores,	passa	a	não	ser	citado	mais.	
As	viagens	missionárias	de	Paulo,	as	novas	comunidades,	os	novos	líderes	levantados	
nestas	viagens,	passam	a	figurar	no	contexto	do	relatório	de	Lucas.	A	importância	deste	relatório	
14UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
está	na	apresentação	das	comunidades	e	personagens	que	são	formados	desde	então.	Se	não	
fosse	o	Livro	de	Atos,	não	entenderíamos	o	que	Paulo	estaria	fazendo	na	prisão,	por	exemplo,	
também,	não	saberíamos	quem	era	Apolo,	Priscila	e	Áquila.	Não	entenderíamos	a	Geografia	
Bíblica	do	Novo	Testamento,	principalmente,	não	entenderíamos	a	ligação	dos	apóstolos	com	
as	 igrejas	 e	 comunidades	 citadas	 nas	 cartas	 paulinas	 e	 gerais.	As	 sete	 igrejas	 do	 livro	 de	
Apocalipse,	seriam	um	fato	novo	e	desconhecido	para	o	leitor	de	João.
Aconselho,	neste	momento	do	estudo,	a	releitura	do	Livro	de	Atos,	assim,	muitos	
pontos	são	situados	e	compreendidos	mais	facilmente.
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
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. 
15UNIDADE 2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
 2PEDRO E SUA CARACTERÍSTICA DE 
MINISTÉRIO JUNTO AOS JUDEUS
TÓPICO
Ao	 lermos	os	Evangelhos	e	os	primeiros	capítulos	do	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos,	
passamos	a	ter	a	impressão	que	o	apóstolo	Pedro,	era	impulsivo,	criativo	e	cheio	de	energia.	
Às	vezes,	nos	parece	um	apóstolo	inflexível,	sanguíneo	no	seu	trato.	Também	ficamos	com	a	
certeza	de	ter	sido	uma	pessoa	que	fracassou	ao	negar	Jesus	e	anteriormente,	em	cortar	a	
orelha	de	um	soldado,	ter	sido	repreendido	por	Jesus	em	ter	sido	instrumento	de	Satanás,	no	
episódio	de	Mateus	16:23	e,	principalmente	por	ter	literalmente	afundado	em	Mateus	14:22-33.
Mas,	 embora	 tudo	 tenha	 sido	 real,	 frustrações	 e	 acontecimentos,	 Pedro	 traz	
consigo,	uma	história	de	superação.	É	ele	quem	se	torna	um	porta	voz	dos	apóstolos	nos	
primeiros	atos	após	a	ressurreição	de	Jesus	Cristo.	Não	foi	ocasionalmente,	ou	só	por	sua	
característica	que	ele	se	lançou	a	falar	e	proclamar	o	Evangelho	entre	os	judeus.	Pedro	se	
tornou	um	líder	não	oficial	dos	discípulos.	
Pedro,	não	atuou	somente	junto	com	Pedro	e	Tiago,	enquanto	Jesus	estava	entre	
eles.	Ele	tem	forte	presença	na	fidelização	do	Evangelho	em	Jerusalém,	durante	os	primei-
ros	dois	anos	após	Jesus	ter	comissionado	seus	discípulos.	
Pedro	 recebe	 um	 verdadeiro	 aprendizado	 de	 Jesus,	 quando,	 no	 Evangelho	 de	
João,	no	capítulo	21,	Jesus	o	comissiona	a	cuidar	de	sua	igreja.	De	forma	direta	Jesus	diz	
nos	versículos	15	ao	17:	“Cuide,	Pastoreie	os	cordeiros	e	ovelhas	do	rebanho.”
Depois	de	comerem,	Jesus	perguntou	a	Simão	Pedro:	"Simão,	filho	de	João,	
você	me	ama	 realmente	mais	do	que	estes?	 "	Disse	ele:	 "Sim,	Senhor,	 tu	
sabes	que	te	amo".	Disse	Jesus:	"Cuide	dos	meus	cordeiros".
16UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Novamente	Jesus	disse:	"Simão,	filho	de	João,	você	realmente	me	ama?	"	
Ele	respondeu:	"Sim,	Senhor,	tu	sabes	que	te	amo".	Disse	Jesus:	"Pastoreie	
as	minhas	ovelhas".
Pela	terceira	vez,	ele	lhe	disse:	"Simão,	filho	de	João,	você	me	ama?	"	Pedro	
ficou	magoado	por	Jesus	lhe	ter	perguntado	pela	terceira	vez	"Você	me	ama?	
"	e	lhe	disse:	"Senhor,	tu	sabes	todas	as	coisas	e	sabes	que	te	amo".	Disse-
-lhe	Jesus:	"Cuide	das	minhas	ovelhas.	(BÍBLIA-NVI,	2004,	EVANGELHO	DE	
JOÃO,	21,	15-17)
Pedro,	fez	sua	tarefa	quando	observou	que	entre	os	mais	íntimos	de	Jesus	Cristo,	
ele,	era	quem	estava	preparado	para	manter	viva	as	palavras	de	Jesus,	assim,	exerceu	um	
papel	importante	na	preservação	dos	princípios	cristãos	e	foi	um	importante	orientador	da	
igreja	nos	seus	primórdios.	
FIGURA 3 - PAISAGEM COM O APÓSTOLO PEDRO. ELE TEM UM LIVRO EM UMA MÃO, A 
CHAVE NA OUTRA
Muitos	conhecem	o	Apóstolo	Pedro	com	uma	“chave”	nas	mãos	e,	algumas	outras	
figurações	aparecem	com	uma	chave	em	uma	das	mãos	e	na	outra	um	“livro”.	Você	já	se	
perguntou	qual	o	motivo?	Justamente	pelo	que	está	escrito	em	Mateus,	palavras	de	Jesus:	
“Eu	te	darei	as	chaves	do	Reino	dos	Céus:	tudo	o	que	ligares	na	terra	será	ligado	nos	céus,	
e	tudo	o	que	desligares	na	terra	será	desligado	nos	céus”	(BÍBLIA,	2004,	MATEUS,	16,	19).
17UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Esta	literalidade	que	existe	ao	descrever	o	apóstolo	com	chaves	nas	mãos	não	é	
algo	produzido	sem	um	nexo,	mas,	algo	que	retrata	a	incumbência	dele	perante	a	igreja	
primitiva.	Contudo,	por	que	o	“livro”	surgiu	na	outra	mão?	Da	mesma	forma,	há	um	sentido	
para	tal:	Pedro	também	tinha	a	Palavra	em	si.	E	também	era	redator	de	escritos	que	faziam	
o	Evangelho	ser	aplicado	de	forma	coerente	em	várias	comunidades,	a	exemplo	temos	as	
Epístolas	de	Primeira	 e	Segunda	Pedro.	Acredita-se,	 que	houve	muitos	outros	escritos,	
mas,	como	não	há	outros	relatos	ou	descobertas,	torna-se	apenas	especulações	no	meio	
eclesiástico.
O	que	precisa	ser	enfatizado	neste	momento:	
a)	Pedro	pregou	o	Evangelho	aos	Judeus	nos	primeiros	anos	da	igreja;
b)	Por	atuar	em	um	espaço	mais	restrito	(Jerusalém)	pode-se,	assim,	entender,	que	
não	houve	tanta	necessidade	do	envio	de	cartas	aos	seus	discípulos;
c)	 A	 ênfase	 do	 Evangelho,	 após	 o	 comissionamento	 de	 Paulo	 e	 Barnabé	 em	
Antioquia,	para	expansão	além	de	Jerusalém,	Judéia	e	Samaria,	indo	para	os	confins	da	
terra,	passa	a	ser	em	Paulo	e	nas	viagens	missionárias.	Assim,	Pedro	não	é	comentado,	
isto,	não	quer	dizer	que	ele	não	tenha	produzido	até	sua	morte.	(Pela	tradição,	Pedro	pode	
ter	morrido	no	ano	de	65	d.C.,	com	a	perseguição	desencadeada	contra	os	cristãos,	por	
Nero	em	Roma).	
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . 
. 
 3 TIAGO E JUDAS - PIONEIRISMO 
E TESTEMUNHO NA 
COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO 
ALÉM FRONTEIRAS 
TÓPICO
UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA 18
3.1 Tiago e sua Influência no Campo Missionário da Judéia e Samaria
Inicialmente,	nos	situamos	a	respeito	da	ordem	cronológica	dos	escritos	que	compõem	
o	Novo	Testamento.	Em	seguida,	falamos	um	pouco	sobre	Pedro	como	sendo	o	primeiro	líder	
entre	os	apóstolos.	Logo	após	a	morte	de	Jesus,	a	igreja	primitiva	se	organizou	dentro	dos	
dois	primeiros	anos	em	Jerusalém,	e	Pedro,	dirigiu	os	principais	discursos	aos	judeus.
Agora,	vamos	falar	sobre	os	atos	apostólicos	que	levaram	o	Evangelho	de	Jesus	
para	além	de	Jerusalém,	ou	seja,	para	seus	arredores,	a	saber,	a	Judéia	e	Samaria.
A	 primeira	 carta	 que	 forma	 o	 cânon	 bíblico	 do	 Novo	 Testamento,	 em	 ordem	
cronológica,	seria	a	carta	de	Tiago,	escrita,	acredita-se,	em	45	d.C.	 (BÍBLIA	PESHITTA,	
2018,	 p.	 1747).	 Esta	 carta	 é	 muito	 importante,	 porque	 demonstra	 que	 o	 Evangelho	 já	
estava	fora	de	Jerusalém,	e	não	somente	fora,	mas,	requisitando	líderes	para	dar	corpo	ao	
movimento.	
No	capítulo	15	de	Atos	dos	Apóstolos,	isto,	fica	claro:
Alguns	homens	desceram	da	Judéia	para	Antioquia	e	passaram	a	ensinar	
aos	irmãos:	"Se	vocês	não	forem	circuncidados	conforme	o	costume	ensina-
do	por	Moisés,	não	poderão	ser	salvos".
Isso	levou	Paulo	e	Barnabé	a	umagrande	contenda	e	discussão	com	eles.	
Assim,	Paulo	e	Barnabé	foram	designados,	juntamente	com	outros,	para	irem	
a	Jerusalém	tratar	dessa	questão	com	os	apóstolos	e	com	os	presbíteros.
A	 igreja	 os	 enviou	 e,	 ao	 passarem	 pela	 Fenícia	 e	 por	 Samaria,	 contaram	
como	os	gentios	tinham	se	convertido;	essas	notícias	alegravam	muito	a	to-
dos	os	irmãos.	(BÍBLIA,	2004,	ATOS	DOS	APÓSTOLOS,	15:1-3).
19UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
O	papel	de	Tiago	é	preponderante	para	a	resolução	de	um	impasse	gerado	logo	
no	 início	 da	 expansão	 do	 Evangelho.	 No	mesmo	 capítulo	 15	 de	Atos	 dos	Apóstolos,	 é	
Tiago	quem	dá	a	direção	para	resolução	da	problemática,	criando,	as	regras	bases	para	
o	cristianismo	entre	os	gentios.	Note:	entre	os	judeus,	o	problema	era	crença	em	Jesus,	
mas,	entre	os	gentios,	era,	primeiramente	adaptá-los	ao	ambiente	de	um	Deus	Semita	e	
posteriormente,	apresentar	a	Jesus,	como	Filho	de	Deus	e	Salvador	da	humanidade.	
Abro	 um	 parêntese	 aqui:	 na	 disciplina	 do	 Pentateuco,	 lançamos	 uma	Atividade	
Prática,	em	que	tratamos	sobre	este	assunto	de	forma	contemporânea.	Missionários	que	
evangelizaram	uma	 tribo	 indígena	e	não	concluíram	com	a	exposição	de	Jesus	como	o	
Cristo	e,	como,	sacrifício	vivo	em	lugar	dos	pecadores.	Agora,	estamos	vendo	como	um	fato	
real	e	que	é	certo	de	ocorrer,	quando	a	liderança	não	trabalha	todos	os	pontos,	do	início	ao	
fim.	Fica	a	moral:	Antes	de	começar,	saiba	como	você	vai	concluir	sua	exposição.)
Qual	 era	 o	 problema?	Homens	 da	 Judéia,	 haviam	 tido	 uma	 experiência	 com	 o	
Evangelho,	mas,	pregavam	uma	associação	completa	com	a	Lei	de	Moisés.	Assim,	para	ser	
um	cristão,	precisaria	seguir	os	ritos	que	Jesus	também	participou,	entre	eles,	à	circuncisão.	
Como	Tiago	ajudou	a	resolver?
Quando	terminaram	de	falar,	Tiago	tomou	a	palavra	e	disse:	"Irmãos,	ouçam-
me.
Simão	nos	expôs	como	Deus,	no	princípio,	voltou-se	para	os	gentios	a	fim	de	
reunir	dentre	as	nações	um	povo	para	o	seu	nome.
Concordam	com	isso	as	palavras	dos	profetas,	conforme	está	escrito:
‘Depois	disso	voltarei	e	reconstruirei	a	tenda	caída	de	Davi.	Reedificarei	as	
suas	ruínas,	e	a	restaurarei,
para	que	o	restante	dos	homens	busque	o	Senhor,	e	todos	os	gentios	sobre	
os	quais	tem	sido	invocado	o	meu	nome,	diz	o	Senhor,	que	faz	estas	coisas’
conhecidas	desde	os	tempos	antigos.
"Portanto,	julgo	que	não	devemos	pôr	dificuldades	aos	gentios	que	estão	se	
convertendo	a	Deus.
Pelo	 contrário,	 devemos	 escrever	 a	 eles,	 dizendo-lhes	 que	 se	 abstenham	
de	 comida	 contaminada	 pelos	 ídolos,	 da	 imoralidade	 sexual,	 da	 carne	 de	
animais	estrangulados	e	do	sangue.
Pois,	 desde	 os	 tempos	 antigos,	 Moisés	 é	 pregado	 em	 todas	 as	 cidades,	
sendo	lido	nas	sinagogas	todos	os	sábados".
Então	os	apóstolos	e	os	presbíteros,	com	toda	a	igreja,	decidiram	escolher	
alguns	dentre	eles	e	enviá-los	a	Antioquia	com	Paulo	e	Barnabé.	Escolheram	
Judas,	chamado	Barsabás,	e	Silas,	dois	líderes	entre	os	irmãos.
20UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Com	eles	enviaram	a	seguinte	carta:	Os	irmãos	apóstolos	e	presbíteros,	aos	
cristãos	gentios	que	estão	em	Antioquia,	na	Síria	e	na	Cilícia:	Saudações.	
(BÍBLIA,	2004,	ATOS	DOS	APÓSTOLOS,	15:13-23).
Tiago	 demonstra	 sua	 centralidade	 e	 consistência	 a	 respeito	 da	 Fé.	 Tiago	 é	
considerado	o	meio-irmão	de	Jesus	Cristo,	principalmente,	pelos	relatos	bíblicos	descritos:	
“Não	é	este	o	filho	do	carpinteiro?	O	nome	de	sua	mãe	não	é	Maria,	e	não	são	seus	irmãos	
Tiago,	José,	Simão	e	Judas?”	(BÍBLIA,	2004,	MATEUS,	13:55)	e	“o	único	outro	apóstolo	
que	vi	naquela	ocasião	foi	Tiago,	irmão	do	Senhor.”	(BÍBLIA,	2004,	GÁLATAS,	1:19).
Neste	momento,	preciso	que	você	entenda	o	papel	de	Tiago	na	proclamação	do	
Evangelho:
a)	Tinha	autoridade	por	ser	Apóstolo	e	não	por	ser	familiar,	apenas,	de	Jesus	Cristo;
b)	Era	apóstolo	“ativo”,	estava	atento	às	necessidades	do	campo	missionário;
c) Sua	influência	foi	tamanha	que	a	Igreja	Ortodoxa	o	reconhece	como	Patriarca	da	
Igreja	na	Síria	e	região.
3.2 Judas, um Testemunho da Obra Salvífica de Jesus Cristo
Temos	 em	 Judas	 outro	 exemplo	 de	 apóstolo	missionário.	 Primeiramente,	 Judas	
não	se	declara	apóstolo.	Sua	epístola	foi	escrita	cerca	do	ano	70	d.C.	Como	irmão	de	Tiago,	
portanto,	meio-irmão	de	Jesus	Cristo.	Judas	é	um	nome	muito	citado	na	Bíblia,	mas,	quem	
foi	o	Judas	que	escreveu	a	Epístola	que	leva	o	seu	nome?	Veja	no	quadro	abaixo:
QUADRO 1 - OS “JUDAS” DA BÍBLIA 
Fonte: Bíblia	Peshitta	(2018).
1 2 3 4 5 6
Judas
(Iscariotes) 
O traidor
Judas
(Irmão de Jesus 
Cristo)
Judas
(Filho 
de Tiago)
Judas
(Galileu)
Judas
(emprestou sua 
capa para Paulo)
Judas
(Líder da 
Igreja em 
Jerusalém)
Mateus 10:4
João 7:5 – Atos 
1:14
Lucas 6:16 –
Mateus 10:3
Atos 5:37 Atos 9:11 Atos 15:22
O Traidor
Conhecido 
também por 
“Tadeu” ou 
“Labeu”
Um dos 
Apóstolos
Incitou uma 
Revolta
Auxiliou Paulo Barsabás
21UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Sim,	 este	 Judas	 é	 o	 irmão	 de	 Jesus.	 Judas,	 não	 participou	 do	 ministério	 de	
Jesus	 antes	 de	 tê-lo	 visto	 crucificado	 e	 ressurreto.	 Judas	 passou	 por	 uma	 experiência	
transformadora	em	sua	vida	e	se	entregou	ao	auxílio	e	expansão	do	Evangelho	entre	as	
primeiras	comunidades	cristãs.	
O	teor	da	Epístola	de	Judas	revelará	um	apóstolo	crítico	com	práticas	hereges	e	
possíveis	desvios	da	ética	cristã.	Sua	carta	registra	o	amor,	ao	qual	todo	cristão	deveria	
tratar	a	Obra	de	Deus,	o	zelo	pelos	quais	Jesus	havia	sofrido.
Nesta	unidade,	queremos	trazer	uma	ligação	dos	Atos	apostólicos	com	os	personagens,	
a	obra	e	posteriormente	as	cartas	que	fazem	parte	do	acervo	bíblico	que	dispomos	no	cânon	
do	Novo	Testamento.	Pode	parecer	simples,	mas,	ao	nos	depararmos	com	um	estudo	mais	
aprofundado,	sem	entender	as	principais	características	ou,	quem	é	o	escritor,	diferenciando-
os	dos	seus	homônimos,	pode	provocar	dúvidas	e	erros	de	interpretação.	
Sabemos	agora	que	Tiago	e	seu	irmão	Judas	são	importantes	para	o	crescimento	e	
expansão	do	Evangelho	por	terem	sido	um	dos	poucos	apóstolos,	a	se	saber,	que	estavam	
atuantes	nos	bastidores	da	proclamação	da	Boa	Nova.
Suas	principais	características	eram	a	aplicação	da	 razão,	amor	e	empatia	para	
com	os	novos	convertidos,	mas,	a	exigência	de	um	aperfeiçoamento	espiritual	contínuo,	
baseado	na	verdadeira	Fé.		
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 
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. 
 4 JOÃO E A ESCOLA JOANINA - 
UMA VOZ DE FIDELIDADE DOS 
PRINCÍPIOS CRISTÃOS PARA 
TODAS AS GERAÇÕES 
TÓPICO
UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA 22
Já	 falamos	sobre	personagens	 importantes	para	o	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos,	
para	 os	 Evangelhos,	 para	 as	 Cartas	 Universais	 e	 Paulinas,	 enfim,	 quase	 todo	 o	 Novo	
Testamento.	Mas,	há	um	personagem	que	marca	o	Livro	de	Ato	dos	Apóstolos	e	é	alguém	
que	ajuda,	tanto,	na	fidelização	do	Evangelho	em	Jerusalém,	como	na	sua	expansão	para	
as	principais	Igrejas	entre	os	gentios.	Estamos	falando	de	João,	o	apóstolo	João,	que	andou	
junto	 de	 Pedro	 nos	 primeiros	momentos	 da	 igreja	 primitiva,	 realizando	milagres,	 sendo	
perseguido,	ajudando	na	constituição	da	base	missionária	em	Antioquia	e	nas	comunidades	
recém	convertidas.	
João	 era	 filho	 de	 Zebedeu	 e	 provavelmente	 de	 Salomé	 (BÍBLIA,	 Marcos	 1:19;	
16:1,2;	Mateus	27:56).	João	também	tem	algo	peculiar	em	sua	biografia,	ele	já	era	seguidor	
de	João	Batista	 (BÍBLIA,	2004,	JOÃO,	1:35-37).	Ele	 também	participou	de	 três	grandes	
acontecimentos	bíblicos.	A	ressurreição	da	filha	de	Jairo,	quando	Jesus	esteve	no	Getsêmani	
e	no	monte	da	transfiguração	(BÍBLIA,	2004,	MARCOS,	5:37;	9:2;	14:33).
João	 desenvolve	 um	 forte	 trabalho	 de	 contenção	 dasheresias	 que	 ocorreram	
na	época	em	que	o	Evangelho	era	anunciado	 fora	de	Jerusalém.	 (BÍBLIA,	2004,	 	 I,	 II	e	
III	João).	Até	hoje,	não	se	pode	afirmar	se	suas	cartas	são	de	sua	total	autoria,	ou,	são	
produzidas	pelos	seus	discípulos.	João,	fixou-se	em	Éfeso,	cidade	estratégica	ao	centro	
das	sete	principais	igrejas,	também,	as	mesmas	sete	igrejas	citadas	em	Apocalipse.	Éfeso,	
onde	hoje	é	território	turco,	era	estratégica	pela	 localização	central	e	por	receber	muitos	
viajantes.	(BÍBLIA,	2004,	APOCALIPSE,	2:1-7)
23UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
É	com	o	livro	da	revelação,	o	livro	de	Apocalipse,	que	João	contribui	com	a	parte	
conclusiva	do	elo	entre	o	Livro	de	Atos,	as	Epístolas	e	a	conclusão	de	todas	as	coisas,	ou,	
o	fim	de	todas	as	coisas.
Vamos	 falar	muito	 sobre	 este	 apóstolo	 na	 última	 unidade,	 pois,	 João,	 em	 suas	
três	Epístolas	Gerais,	traz	resolução	a	conflitos	que	igualmente	vivemos	nos	dias	de	hoje,	
quanto	às	atitudes	distorcidas	e	hereges	que	o	Evangelho	sofre	ao	longo	dos	séculos.
	
Você	já	observou	em	Atos	dos	Apóstolos,	como	as	situações	de	conflito,	resultaram	
em	crescimento	e	expansão	do	Evangelho	e,	consequentemente,	da	Fé	em	Cristo	Jesus?	O	
que	marca	o	Livro	de	Atos,	são	os	feitos,	que,	primeiramente	trouxeram	grande	sofrimento	aos	
apóstolos	e	posteriormente	uma	“volta	por	cima”,	uma	superação.	Será	que	isto	seria	só	uma	
coincidência	ou	um	efeito	psicológico	natural?	Na	verdade,	não!	Realmente	toda	a	história	
que	ocorre	até	aos	anos	100	d.C.,	com	a	igreja	primitiva,	é	uma	história	de	lutas	e	superações.	
Parece	ser	o	método	que	prepondera	no	meio	do	Povo	de	Deus.	A	fala	dos	Apóstolos	era	
realisticamente,	uma	fala	“contra	a	corrente”.	Eles	eram	rejeitados	pelas	maiorias.
O	 que	 faziam	 as	 pessoas	 aderirem	 ao	 “Caminho”?	 Por	 que,	mesmo	 sendo	 tão	
contrário	aos	interesses	dos	governantes,	o	Evangelho	se	expandiu	de	forma	impressionante?	
Simples:	Cristo	é	a	fonte	do	Evangelho,	assim,	o	trabalho	que	estiver	ligado	a	fonte	certa,	
produzirá	bons	frutos!!!
Fonte:	O	Autor	(2022).
	
24UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
Homens	 se	 destacaram	 com	 feitos	missionários:	Pedro,	Tiago,	 João,	Paulo.	Na	
contemporaneidade,	 há	 nomes	 que	 expandem	 a	 cobertura	 do	 Evangelho.	 Quem	 você	
colocaria	neste	rol?	Por	qual	motivo?
Fonte: O	Autor	(2022).
Não	podemos	provar	quem	foi	Teófilo.	Não	podemos	provar	que	Lucas	era	médico.	
Tampouco,	 não	 sabemos	 qual	 o	 “Espinho	 na	 Carne”	 de	 Paulo.	 E	 a	 autenticidade	 dos	
manuscritos	Bíblicos?	O	que	estas	incertezas	provocam	na	sua	espiritualidade?
Fonte:	O	Autor	(2022).
	
25UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta	Unidade,	falamos	sobre	o	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos	como	um	“elo”	entre	
as	Epístolas	Paulinas	e	Gerais	(ou	Católicas).	Nosso	propósito	foi	situar,	de	forma	genérica,	
o	aluno	na	ordem	cronológica	dos	fatos,	acontecimentos	e	escritos,	mostrando,	porque	se	
originaram	tais	cartas.	
Destacar	 algumas	 características	 e	 necessidades	 dos	 autores	 e	 personagens	
principais	das	narrativas	do	médico	Lucas,	teve	o	propósito	de	orientar	a	leitura	do	Livro	de	
Atos	de	uma	forma,	além,	de	espiritualizada,	voltada	para	a	realidade	da	obra	missionária	
nos	primórdios	da	igreja	cristã.
No	primeiro	momento,	abordei	um	pouco	sobre	Lucas,	escritor	de	um	dos	Evangelhos	
e	também	o	Livro	de	Atos	dos	Apóstolos.	Lucas,	por	ter	acompanhado	o	Apóstolo	Paulo	em	
grande	parte	do	 tempo,	 também,	pela	sua	experiência	ao	se	converter	ao	Caminho,	 faz	
uma	literatura	que	tramita	entre	os	tempos	de	Jesus	Cristo,	antes	de	sua	ressurreição,	os	
primórdios	da	expansão	do	Evangelho	e	a	alocação	da	igreja	nas	cidades	gentílicas.
Ao	 abordarmos	 sobre	 Pedro,	 demonstramos	 como	 foi	 empírica,	 aos	 olhos	 menos	
apercebidos,	a	forma	em	que	se	organizou	os	primeiros	movimentos	cristãos	de	massa,	os	primeiros	
discursos,	sabendo	que	o	espiritual	estava	sob	a	responsabilidade	do	próprio	Jesus	Cristo.
Também,	procuramos	demonstrar	o	apóstolo	Paulo,	o	qual,	foi	transformado	para	
um	fim	específico,	o	de	levar	o	Evangelho	para	os	confins	da	terra	e	gerar	material	escrito	
e	testemunho	para	todas	as	gerações	posteriores.
Quando	 falamos	 de	 Tiago	 e	 Judas,	 demonstramos	 não	 somente	 dois	 homens	
que	têm	suas	Epístolas,	mas,	o	comprometimento	com	uma	obra	sadia	e	respeitadora	do	
propósito	original	do	Evangelho,	salvar	as	almas	perdidas.
Citando	o	Apóstolo	João,	concluímos	a	exposição	dos	principais	personagens	das	
Epístolas	do	Novo	Testamento,	fechando	o	“elo”	que	se	estabelece	entre	o	motivo	da	Igreja,	
até	o	seu	fim,	destinado	à	glória	eterna.
Nosso	 intuito	 nesta	 primeira	 unidade	 foi	 criar	 um	 ambiente	 que	 falasse	 dos	
bastidores	da	implantação	e	expansão	do	Evangelho	de	Jesus	Cristo.	Através	dos	homens	
que	acompanharam	Jesus	e	das	gerações	que	vieram	logo	após	a	sua	morte.
	 Este	 ambiente	 que	 ainda	 existe	 e	 é	 continuado	 pela	 igreja	 de	 “hoje”,	 uma	
igreja	que	existe	e	precisa	de	homens	missionários	como	Tiago,	Judas,	Pedro,	Paulo,	João.	
É	você	a	continuação	desta	história!!!!		Shalom,	Shalom!!!
26UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
 LEITURA COMPLEMENTAR
ALGUMAS PALAVRAS MADURAS PARA UM JOVEM APRENDIZ
Toda	vez	que	leio	a	segunda	carta	de	Paulo	a	Timóteo,	lembro-me	de	que	consiste	
numa	 conversa	 da	 prisão.	 É	 por	 isso	 que	 as	 palavras	 soam	 com	 tal	 paixão	 e	 ternura.	
Curvado	 e	 cheio	 de	 cicatrizes,	 mas	 estranhamente	 satisfeito,	 Paulo	 está	 ali	 sentado,	
algemado	 e	 sozinho.	 Procure	 o	 quanto	 quiser	 e	 não	 vai	 encontrar	 sequer	 um	 traço	 de	
autopiedade,	culpa	ou	amargura	no	tom	do	apóstolo	exausto.	Ele	não	expressa	qualquer	
pesar.	O	 tempo	 é	 precioso	 e	 ele	 sabe	 disso.	A	 iminência	 da	 sua	 execução	 só	 permitia	
que	escrevesse	uma	carta	direta,	na	qual	passasse	o	bastão	do	ministério	a	Timóteo.	Sua	
ternura,	entretanto,	evidenciava-se	em	toda	a	epístola.	Fico	também	impressionado	com	
o	 fato	de	Paulo	não	mostrar	qualquer	evidência	de	estar	vivenciando	privações.	Ele	 faz	
menos	de	cinco	referências	específicas	ao	seu	sofrimento	na	prisão,	não	nega	nenhuma	
vez	a	realidade	da	sua	situação	nem	diminui	o	seu	significado.	Charles	Erdman	escreve:	
“Nenhuma	das	outras	cartas	do	Novo	Testamento	faz	possivelmente	um	apelo	tão	terno	e	
comovente.	Cada	parágrafo	está	imerso	em	emoção,	cada	sentença	pulsa	com	as	batidas	
de	um	coração	humano.	Paulo,	o	herói	missionário	intrépido,	fundador	das	igrejas	na	Ásia	
Menor	e	na	Europa,	é	agora	um	prisioneiro	envelhecido	em	Roma,	sofrendo,	abandonado,	
desprezado,	condenado	e	em	breve	levado	a	uma	morte	cruel”.
Como	você	 talvez	 não	 tenha	oportunidade	de	 visitar	 essa	 cela	 romana,	 terá	 de	
imaginar	o	corpo	fragilizado	de	um	homem	que	aparenta	mais	idade	do	que	tem	ferido	pelas	
torturas	do	passado,	com	as	cicatrizes	dos	espancamentos,	apedrejamentos	e	naufrágios,	
sentado	no	escuro.	Seu	cabelo	e	barba	brancos	são	como	a	neve.	Ele	se	agacha	sob	a	
grade	que	oferece	alguns	raios	tênues	luz	da	rua	lá	em	cima.	Ele	escreve	ali,	com	a	mão	
deformada,	uma	carta	pungente	para	o	seu	mais	querido	amigo,	o	seu	filho	na	 fé.	Mais	
tarde,	entregaria	essa	terna	epístola	nas	mãos	de	Lucas,	que	assegura	a	sua	remessa	a	
Éfeso.	Ele	endereçou-a	afetuosamente:	“Ao	amado	filho	Timóteo”.	A	finalidade	da	carta	de	
Paulo	é	palpável.	Dias	depois,	Timóteo	sufocou	as	lágrimas	ao	ler	as	palavras	escritas	de	
próprio	punho	pelo	seu	conselheiro:	“Quanto	a	mim,	estou	sendo	já	oferecido	por	libação,	e	
o	tempo	da	minha	partida	é	chegado”	(2	Timóteo	4:6).
Charles	Ryrie	está	certo	ao	 resumir	as	palavras	afetuosas	e	ardentes	do	homem	
mais	importante	na	vida	de	Timóteo.	“Paulo	sabia	que,	desta	vez,	não	seria	 liberto,	e	 isso	
27UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRODE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
era	verdade.	Não	mais	cruzaria	o	Mediterrâneo.	Não	haveria	outra	visita	a	qualquer	 igreja	
que	fundara	nem	a	algum	lugar	onde	nunca	tivessem	ouvido	o	evangelho.	Não	por	Paulo.	
Sua	vida	estava	sendo	derramada	como	uma	oferta	de	bebidas	e	o	tempo	da	sua	partida	é	
chegado”.	Só	os	que	experimentaram	o	difícil	passar	do	tempo	na	cela	da	morte	sabem	de	fato	
o	que	significa	aguardar	a	morte	certa	por	execução.	Não	é	de	admirar	que	Paulo	escrevesse	
uma	súplica	apaixonada,	convidando	seu	amado	companheiro	de	ministério:	“Apressa-te	a	vir	
antes	do	inverno”.	Ninguém	quer	morrer	só,	mesmo	os	que	estão	mais	seguros	do	céu,	nem	
sequer	o	grande	apóstolo	Paulo.	Não	sabemos	se	Timóteo	chegou	antes	do	inverno	ou	se,	
ao	chegar,	encontrou	um	túmulo	novo	sob	a	neve.	Sabemos	que	Paulo	esteve	virtualmente	
sozinho	nessas	últimas	horas	—	só	o	Dr.	Lucas	se	encontrava	por	perto.	Ninguém	mais.	O	
antes	fiel	Demas	o	abandonara,	atraído	pela	sedução	de	lealdades	menores	“do	presente	
século”	(4:10).	Os	detalhes	a	esse	respeito	são	deixados	para	a	imaginação	dos	pregadores.	
Tito	e	Marcos	estão	 também	ocupados.	Os	seus	únicos	pedidos	ao	 jovem	Timóteo	 foram	
para	que	chamasse	João	Marcos	e	que	também	levasse	alguns	pertences	pessoais,	como	o	
manto	de	Paulo,	que	sem	dúvida	deixara	em	Trôade	no	tumulto	da	prisão.	Mais	do	que	uma	
coberta	para	o	frio,	aquele	velho	manto	continha	as	evidências	de	seus	árduos	esforços	por	
Cristo.	Guardando	o	cheiro	de	salmoura	do	Mediterrâneo	e	do	seu	sangue	derramado	em	
Listra,	a	capa	simbolizava	o	seu	compromisso	fiel	ao	chamado	e	a	sua	brava	determinação	
-	graça	e	firmeza.	Essa	capa	fiel	seria,	em	breve,	trocada	por	um	manto	glorioso	e	celestial.	
Ele	 fez	mais	 um	 pedido:	 “Não	 esqueça	 os	 livros,	 especialmente	 os	 pergaminhos”.	 Paulo	
queria	os	seus	 rolos	pessoais	das	Escrituras.	Devia	continuar	manuseando	a	Verdade.	O	
velho	cavalheiro	foi	um	estudioso	até	o	fim.	Os	comentários	de	Paulo	no	último	capítulo	de	2	
Timóteo	estabelecem	a	estrutura	de	toda	a	carta.	Raramente	se	lê	o	final	de	uma	carta	antes	
do	começo,	mas	aqui	seria	uma	abordagem	sensata	para	compreender	as	últimas	palavras	
do	homem.	Abandonado,	acorrentado,	mas	ainda	destemido,	Paulo	permaneceu	 forte	até	
o	último	dia	da	sua	vida.	Ele	escreveu	com	o	mais	profundo	sentimento,	desde	a	sua	terna	
saudação	até	a	sua	despedida	caracteristicamente	graciosa.
Fonte:	Série	Heróis	da	Fé,	Paulo	–	Um	Homem	de	Coragem	e	Graça.	Charles	Swindoll,	
São	Paulo.	Thomas	Nelson,	2002.	Pg.	380-384.
	
28UNIDADE 1 O ELO ENTRE O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS E AS EPÍSTOLAS DA BÍBLIA
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Introdução ao Novo Testamento
Autor: CARSON, D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, L.
Editora: Vida Nova, 1997.
Sinopse: D. A. Carson, Douglas J. Moo e Leon Morris são os 
autores desta obra valiosa, moderna e de rigor acadêmico. 
Escrita em 1992, aborda os principais tópicos das introduções 
(data, autoria, local de origem, destinatários, texto). Discute os 
principais problemas do texto grego e informa como se deu a 
aceitação dos livros da Bíblia, dedicando um capítulo inteiro ao 
cânon do Novo Testamento.
 
FILME/VÍDEO 
Título: Os Apóstolos de Jesus Cristo.
Ano: 2007
Sinopse: A única dramatização que usa as palavras originais da 
Bíblia.
Viaje com o médico Lucas (Dean Jones, ator lendário de clássicos 
da Disney como se meu Fusca Falasse) e veja como ele narra a 
envolvente história de perigos, lutas e triunfos que marcaram 
o nascimento da igreja cristã. Compartilhe este tempo de 
mistério e milagres que segue à ressurreição de Jesus Cristo. 
Caminhe com o Senhor ressuscitado. Viva o momento em 
que Ele ascende ao Céu. Experimente o poder transformador 
de Pentecostes. Capture o fogo que Deus infunde em Paulo 
(James Brolin, de Traffic e Prenda-me se for capaz) e João (André 
Jacobs) para espalhar a chama da fé por Jerusalém e o mundo. 
A poderosa narrativa de Lucas traz vida ao amor e à compaixão 
que unem os cristões de todos os tempos.
Link: https://youtu.be/x9sc3kymnUU
	
WEB 
O vídeo a seguir aborda temas fortes e impactantes do 
capítulo 2 de Tiago. Começando com o favoritismo dos ricos e 
a discriminação dos pobres, associando com nossa forma de 
julgar pelos critérios errados na igreja. 
Link: https://youtu.be/xF6OeB88ZJs
 
https://youtu.be/x9sc3kymnUU
https://youtu.be/xF6OeB88ZJs
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Plano de Estudos
• Quem foi Saulo de Tarso;
• A cidade de Tarso;
• Os Gregos, o Helenismo e os Romanos;
• As Sete Igrejas do Apocalipse?.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar as peculiaridades principais das Epístolas 
Paulinas;
• Compreender a necessidade de Paulo por trás dos seus escritos;
• Estabelecer a importância das Epístolas para o Evangelho no seu tempo 
e nos dias atuais.
2UNIDADEUNIDADE
AS EPÍSTOLAS PAULINAS - A HÍSTÓRIA AS EPÍSTOLAS PAULINAS - A HÍSTÓRIA 
CRISTÃS GENTÍLICASCRISTÃS GENTÍLICAS
Professor Especialista Érlon Migliozzi
DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADESDE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES
30UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
INTRODUÇÃO 
Estamos	 na	 segunda	 unidade	 de	 nosso	material	 sobre	 as	 Epístolas	 Paulinas	 e	
Católicas.	O	propósito	nesta	unidade	é	 falar	um	pouco	mais	sobre	as	 influências	que	o	
Apóstolo	Paulo	recebeu,	mostrar	um	pouco	de	sua	história	e	posteriormente,	tirar	algumas	
conclusões	sobre	as	cartas	Paulinas.
No	primeiro	 tópico,	queremos	abordar	a	pessoa	de	Saulo	de	Tarso,	seu	caráter,	
sua	procedência	e	sua	conversão	ao	cristianismo.	Muito	já	se	sabe	sobre	sua	vida,	mas,	é	
necessário	conhecer	sua	tendência	filosófica.	Será	que	ele	era	quem	ele	dizia	ser?
É	sobre	esta	tendência	filosófica,	ou	melhor,	a	formação	daquele	que	expandiu	o	
Evangelho	aos	gentios,	que	vamos	abordar	no	segundo	tópico,	iniciando,	pela	sua	cidade	
natal,	as	influências	que	ela	exerceu	no	comportamento	de	Paulo.
No	terceiro	tópico,	vamos	fazer	um	pano	de	fundo	da	filosofia	que	estava	característica	
no	meio	em	que	Paulo	vivia.	Sua	educação,	sua	formação	e	sua	aptidão	para	a	escrita.
Vamos	relembrar	um	pouco	sobre	a	Grécia	Antiga,	o	período	Helênico	e	a	influência	
de	Roma	no	período	Neotestamentário.
Para	finalizarmos,	vamos	mostrar	porque	as	cartas	das	sete	igrejas	do	apocalipse,	
não	compõe	as	cartas	Paulinas	e	Católicas.
Esta	 unidade,	 como	 um	 todo,	 vem	 para	 referenciar	 o	 aluno	 no	 ambiente	 das	
Epístolas,	logo,	ela	é	fundamental	para	um	bom	desenvolvimento	daquilo	que	virá	a	compor	
as	demais	unidades.	
Podemos	dizer	que	Paulo	foi	o	autor	das	Epístolas	Paulinas,	mas,	porque	essas	
cartas	fazem	parte	do	cânon	Bíblico,	como	elas	tem	complementado	o	ensino	a	respeito	da	
igreja	cristã.	Qual	a	influência	delas	nas	comunidades	cristãs	de	hoje.
Como	as	Epístolas	Paulinas	contribuem	para	o	seu	conhecimento	a	 respeito	do	
Evangelho	e	de	Jesus?	
Você	ficará	empolgado	em	estudar	os	escritos	que	precedem,	até	mesmo,	alguns	
dos	Evangelhos	e	o	próprio	livro	de	Atos.
Lembre-se: A Igreja de hoje está ativa!!! ShalomAdonai!!!
	
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31UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
 1 QUEM FOI SAULO TARSO 
TÓPICO
É	isto	mesmo!!!	A	imagem	que	abre	este	tópico	é	uma	litografia	de	1880,	que	mostra	
o	apedrejamento	de	Estevão.	A	primeira	referência	que	temos	de	Saulo	de	Tarso	na	Bíblia,	
é	na	morte	do	Apóstolo	Estevão.	
Mas	Estêvão,	cheio	do	Espírito	Santo,	levantou	os	olhos	para	o	céu	e	viu	a	
glória	de	Deus,	e	Jesus	de	pé,	à	direita	de	Deus,	e	disse:	"Vejo	o	céu	aberto	
e	o	Filho	do	homem	de	pé,	à	direita	de	Deus".	Mas	eles	taparam	os	ouvidos	
e,	 gritando	 bem	 alto,	 lançaram-se	 todos	 juntos	 contra	 ele,	 arrastaram-no	
para	fora	da	cidade	e	começaram	a	apedrejá-lo.	As	testemunhas	deixaram	
seus	mantos	aos	pés	de	um	jovem	chamado	Saulo.	Enquanto	apedrejavam	
Estêvão,	este	orava:	"Senhor	Jesus,	recebe	o	meu	espírito".	Então	caiu	de	
joelhos	 e	 bradou:	 "Senhor,	 não	 os	 consideres	 culpados	 deste	 pecado".	E,	
dizendo	isso,	adormeceu.	(BÍBLIA,	2004,	Atos	dos	Apóstolos,	7,	55-60)
Falar	sobre	o	“grande”	Saulo	de	Tarso,	é	retratar	um	homem	que	viveu	o	melhor	
de	um	 “Grande	 cidadão	Romano	e	 Judeu”	 aos	olhos	 da	 sociedade	e	 passou	a	 ser	 um	
“pequeno”	 homem	na	 sociedade,	 ao	 se	 apropriar	 de	 seu	 cognome	Paulo.	 (SWINDOLL,	
2003,	p.	10).	É	comum,	no	meio	cristão,	você	ouvir	alguns	dizerem	que	Saulo	herdou	o	
lugar	de	Estevão,	por	ter	presenciado	sua	morte	e	por	ter	ficado	com	seu	manto,	ou	capa,	
como	muitos	 traduzem.	Mas,	 ao	 observarmos	 o	 texto,	 vemos	 que	 não	 era	 o	manto	 de	
Estevão	e	sim	dos	homicidas	que	Saulo	cuidava.	Digo,	 isto,	porque	a	história	de	Saulo	
de	Tarso	é	muito	coerente	para	nos	mostrar	que	o	homem	acaba	vivendo	a	aquilo	que	é	
próprio	seu,	ou	seja,	não	há	uma	missão	e	vário	substitutos	possíveis;	há	uma	missão	e	
vários	desempenhados,	cada	um	em	seu	papel,	para	realização	desta	missão.	Saulo	viveu	
sua	missão	e	não	a	missão	de	outra	pessoa.
32UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
Este	era	o	pensamento	de	Saulo.	Ele	sabia	de	seu	papel	e	sua	missão.	Era	íntegro	
em	cumprir	as	ordens	que	 recebia.	Assim,	quero	 lhe	dizer	que	Saulo	não	 tinha	em	sua	
imagem,	as	marcas	de	um	cristão,	seus	traços	eram	o	traço	de	um	império	hostil,	bruto,	
implacável,	que	não	poupava	seus	contrários.	(SWINDOLL,	2003,	p.	12).
É	 interessante	 que	 um	 homem	 assim,	 tenha	 escrito	 a	 Epístola	 aos	 Romanos,	
Coríntios	e	Gálatas,	onde	lemos	as	mais	belas	e	fiéis	descrições	do	amor,	em	que,	o	amor	
“Ágape”	foi	criado	com	o	intuito	de	diferenciar	o	amor	de	Deus	(que	não	espera	nada	em	
troca)	pelos	mais	diferentes	tipos	de	amor,	Eros,	Philia,	Storge,	Philautia,	Pragma,	Ludus.	
(que	existem	com	intenção	de	reciprocidade).	(BÍBLIA,	2004,	1	Coríntios	13:4-7)
Saulo	de	Tarso	tinha	características	marcantes:	Ódio	de	Jesus	e	dos	cristãos.	Era	
literalmente	bem	titulado	na	sociedade.	Possuía	instrução	que	o	privilegiava	frente	aos	seus	
contrários.	Não	demonstrava	sentimento	e	sim,	compromisso.
1.1 A Cidade de Tarso
Mas,	vamos	falar	um	pouco	sobre	a	cidade	de	Saulo,	a	cidade	de	Tarso.	
A	 cidade	 de	Tarso	 é	 uma	 das	mais	 antigas	 do	Oriente	Médio.	 Tem	 sua	 cultura	
influenciada	 pelos	 assírios,	 persas,	 caldeus,	 macedônios	 e	 até	 dos	 hititas,	 sendo,	 por	
último,	conquistada	pelo	Império	Romano.	Seu	ponto	mais	preponderante	era	sua	escola	
filosófica,	a	qual,	chegou	a	superar	Atenas,	Alexandria	e	 todas	as	escolas	no	mundo	da	
época.	(TOGNINI,	2020)	
Com	tanta	riqueza	cultural,	uma	localização	estratégica	e	muito	bem	estruturada	
belicamente	com	a	entrada	do	Império	Romano,	esta	cidade	era	um	emblema	no	peito	de	
Saulo,	um	passaporte	dentro	do	próprio	Império	Romano.
1.2 A Dupla Nacionalidade de Paulo
Tudo	nos	leva	a	crer	que	o	pai	de	Saulo	era	um	cidadão	participante	de	um	grupo	
judeu	muito	 influente	em	Tarso,	da	Tribo	de	Benjamin	e,	portanto,	 recebeu	cidadania	do	
Imperador,	a	cidadania	Romana,	transmitindo-a	para	Saulo.	
Enquanto	o	amarravam	a	fim	de	açoitá-lo,	Paulo	disse	ao	centurião	que	ali	
estava:	"Vocês	têm	o	direito	de	açoitar	um	cidadão	romano	sem	que	ele	tenha	
sido	condenado?	"
Ao	ouvir	isso,	o	centurião	foi	prevenir	o	comandante:	"Que	vais	fazer?	Este	
homem	é	cidadão	romano".
33UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
O	comandante	dirigiu-se	a	Paulo	e	perguntou:	"Diga-me,	você	é	cidadão	ro-
mano?	"	Ele	respondeu:	"Sim,	sou".
Então	o	comandante	disse:	"Eu	precisei	pagar	um	elevado	preço	por	minha	
cidadania".	Respondeu	Paulo:	 "Eu	a	 tenho	por	direito	de	nascimento".	 (BÍ-
BLIA,	2004,	Ato	dos	Apóstolos,	22:25-28)
Atente-se	a	isto:	Saulo	não	precisava	ser	cidadão	romano	para	frequentar	a	escola	
de	Gamaliel,	a	qual	 frequentou	por	cinco	anos.	Gamaliel,	era	rabino	 judeu,	da	ortodoxia	
farisaica.	Saulo	 estudou	a	 Lei	Oral	 (posteriormente	 a	Torá	 e	 o	Talmud)	 e	 estava	 sendo	
preparado	para	ser	um	rabino,	na	maior	tradição	judaica.	(TOGNINI,	2020).
Todos	 os	 atos	 de	Saulo,	 frente	 ao	movimento	 cristão,	 foram	motivados	 por	 sua	
identidade	 judaica	principalmente.	Muitos	colocam	a	posição	de	perseguidor,	como	uma	
função	 destinada	 pelo	 Império	Romano,	mas,	 se	 bem	 lembramos,	 o	 próprio	 Imperador,	
havia	sido	quem	lavou	as	mãos	em	relação	aos	assuntos	da	Lei	judaica.	
1.3 A Conversão de Saulo
Podemos	dizer	que	a	conversão	de	Saulo	de	Tarso	foi	um	marco	para	a	expansão	
do	cristianismo.	Um	marco	que	reafirmava	visivelmente	o	poder	de	Cristo	e	sua	existência.	
Um	marco	 que	 demonstra	 a	 conversão	 de	membros	 do	 alto	 escalonamento	 judaico	 ao	
cristianismo.	E	principalmente,	foi	uma	prova	aos	cristãos,	para	acreditarem	realmente	na	
conversão	do	homem,	pois,	não	era	só	a	libertação	de	espíritos	demoníacos,	mas,	de	uma	
libertação	intelectual	do	homem	que	ocorria	com	Saulo	de	Tarso.
Enquanto	isso,	Saulo	ainda	respirava	ameaças	de	morte	contra	os	discípulos	
do	Senhor.	Dirigindo-se	ao	sumo	sacerdote,	pediu-lhe	cartas	para	as	sinago-
gas	de	Damasco,	de	maneira	que,	caso	encontrasse	ali	homens	ou	mulheres	
que	pertencessem	ao	Caminho,	pudesse	levá-los	presos	para	Jerusalém.
Em	sua	viagem,	quando	se	aproximava	de	Damasco,	de	repente	brilhou	ao	
seu	redor	uma	luz	vinda	do	céu.	Ele	caiu	por	terra	e	ouviu	uma	voz	que	lhe	
dizia:	"Saulo,	Saulo,	por	que	você	me	persegue?	"Saulo	perguntou:	"Quem	és	
tu,	Senhor?	"	Ele	respondeu:	"Eu	sou	Jesus,	a	quem	você	persegue.	Levan-
te-se,	entre	na	cidade;	alguém	lhe	dirá	o	que	você	deve	fazer".	Os	homens	
que	viajavam	com	Saulo	pararam	emudecidos;	ouviam	a	voz,	mas	não	viam	
ninguém.	Saulo	levantou-se	do	chão	e,	abrindo	os	olhos,	não	conseguia	ver	
nada.	E	eles	o	levaram	pela	mão	até	Damasco.	Por	três	dias	ele	esteve	cego,	
não	comeu	nem	bebeu.	(BÍBLIA,	2004,	Atos	dos	Apóstolos,	9:1-9)
34UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
FIGURA 1 - A CONVERSÃO DE PAULO, NA IGREJA DE SÃO CIRILO METÓDIO. POR SG RUDL 
(1896) - PRAGA, REPÚBLICA CHECA - 17 DE OUTUBRO DE 2018.
Fique atento:	 Nenhum	 texto	 bíblico	 irá	 dizer	 que	 Saulo	 “caiu	 do	 cavalo”,	 esta	
expressão	 surge,	 porque,	 se	 imaginava	 que	 Paulo	 estava	 andando	 a	 cavalo.	 Também,	
o	 texto	deixa	claro	que	Paulo	ficou	em	jejum	total	durante	os	 três	dias	que	seguiram.	O	
nome	“Saulo”,	quer	dizer	“o	grande”	no	hebraico	(embora,	haja	outras	variações,	todas	são	
sinônimas).	Com	o	evento	da	conversão,	ele	adota	um	nome	em	 latim,	Paulo,	que	quer	
dizer	“pequeno”	e,	é	assim,	que	ele	quer	ser	conhecido	entre	os	apóstolos	de	Jesus,	pois,	
ele	não	havia	visto	Jesus	pessoalmente,	não	havia	participado	do	seu	ministério	e	era	o	
último	a	chegar	entre	eles.	(TOGNINI,	2020)
1.4 O Conhecimentoe as Informações que Paulo Tinha Acesso
Quero	 trazer	 uma	 nota	 bem	 pessoal	 neste	 tópico,	 com	 base	 no	 conhecimento	
bíblico	e,	você	também	pode	fazer	e	chegar	a	estas	conclusões.
a)	 Paulo	 conhecia	 a	 geografia	 do	 mundo	 em	 que	 vivia.	 Vemos	 que	 Paulo	
recebeu	cartas	para	viajar	a	qualquer	ponto	para	perseguir	os	cristãos	e	em	Atos	9,	vemos	
que	ele	estava	no	caminho	de	Damasco.	Foi	ele	o	escolhido	por	Deus	para	ser	o	viajante	
missionário	que	iria	expandir	o	Evangelho.
35UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
b)	 Paulo	era	conhecedor	da	ciência	geral.	Em	Atos	27,	quando	Paulo	naufraga	
próximo	 à	 Ilha	 de	 Malta,	 vemos	 que	 ele	 conhece	 a	 navegação,	 demonstrando	 alto	
conhecimento.
c)	 Paulo	tinha	disciplina	militar	e	conhecimento	hierárquico.	Precisava	ser	alguém	
com	o	conhecimento	que	Paulo	 tinha	para	se	dirigir	aos	 líderes	do	 Império.	Ele	sabia	a	
quem	recorrer	e	a	quem	eles	obedeciam,	assim,	se	privilegiava	no	avanço	do	Evangelho,	
discursando	em	locais	que	eram	inacessíveis	para	outros	apóstolos.
d)	 Sua	dupla	cidadania	era	estratégica	para	avançar	e	se	resguardar.	São	várias	
as	 ocasiões	 que	 vemos	Paulo	 se	 beneficiando,	 em	Atos	 22,	 por	 exemplo,	 como	 lemos	
anteriormente.
Após,	você	observar	estes	quatro	tópicos,	concluo	trazendo	uma	reflexão	ao	aluno	
que	quer	uma	linha	lógica	no	plano	ministerial:	a)	conheça	o	mundo	no	qual	você	está.	b)	a	
sabedoria	humana	tem	o	seu	lugar.	c)	precisamos	ser	disciplinados	e	reconhecer	a	hierarquia	
que	está	ao	nosso	redor.	d)	temos	dupla	cidadania:	somos	cidadãos	da	terra	e	dos	céus.
	
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36UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
 2A CIDADE DE TARSO 
TÓPICO
Há	uma	definição	que	precisamos	ter	neste	momento,	embora,	já	pode	estar	claro	
para	o	leitor,	o	ponto	que	devemos	compreender	é:	Tarso	não	é	Társis.
Parece	uma	redundância	ou	algo	sem	sentido,	mas,	é	um	indutivo	que	nos	faz	criar	
um	conceito	prévio	sobre	Saulo	e	sua	característica	de	perseguidor	da	igreja	cristã.
A	cidade	de	Társis	nos	é	apresentada	biblicamente	nos	seguintes	textos:
37UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
TABELA 1 - TÁRSIS NA BÍBLIA
	Fonte:	Bíblia	NVI	(2004).	
Vamos	entender	que	ao	associar	Saulo	de	Tarso,	como	alguém	que	é	de	Társis,	nos	
traz	a	certeza	de	estarmos	falando	de	alguém	que	possa	achar	natural	atos	que	demonstram	
um	certo	“barbarismo”	ou,	também,	um	fanatismo	na	defesa	dos	seus	interesses.	
Referência Texto Relação
Gênesis 10:4
Estes foram os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Rodanim.
Genealogia
1ª Crônicas 
1:7
Estes foram os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Rodanim.
Genealogia
1ª Crônicas 
7:10
O filho de Jediael foi Bilã. Estes foram os filhos de Bilã: Jeús, Benjamim,
Eúde, Quenaaná, Zetã, Társis e Aisaar. Genealogia
Ester 1:14
e eram muito amigos do rei: Carsena, Setar, Adamata, Társis, Meres,
Marsena e Memucã;
Genealogia
Salmos 48:7
Foste como o vento oriental quando destruiu os navios de Társis.
Ação contra nação ímpia.
Salmos 72:10
Que os reis de Társis e das regiões litorâneas lhe tragam tributo; os reis
de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes.
Sentença contra uma 
nação ímpia.
Isaias 23:1
(1 ao 14)
Advertência contra Tiro: Pranteiem, navios de Társis! Pois Tiro foi
destruída e ficou sem casa e sem porto.
Advertência contra uma 
nação ímpia.
Isaias 60:9
Pois as ilhas esperam em mim; à frente vêm os navios de Társis,
trazendo de longe os seus filhos, com prata e ouro, para a honra do
Senhor
Referência a uma nação 
opressora.
Isaias 66:19
"Estabelecerei um sinal entre elas, e enviarei alguns dos sobreviventes
às nações: a Társis, aos líbios e aos lídios, famosos flecheiros
Referência a uma nação 
opressora.
Jeremias 10:9
Prata batida é trazida de Társis, e ouro, de Ufaz. A obra do artesão e do
ourives é vestida de azul e de vermelho; tudo não passa de obra de
hábeis artesãos.
Referência a uma nação 
pagã.
Ezequiel 
27:12 e 25
Társis fez negócios com você, tendo em vista os seus muitos bens; eles
deram prata, ferro, estanho e chumbo em troca de suas mercadorias.
Referência a uma nação 
mercenária.
Ezequiel 
38:13
Sabá e Dedã e os mercadores de Társis e todos os seus povoados dirão
a você: "Você veio para tomar despojos?
Referência a uma nação 
mercenária.
Jonas 1:3
Mas Jonas fugiu da presença do Senhor, dirigindo-se para Társis. .... Referência de uma 
cidade sem a presença 
de Deus.
Jonas 4:2
Ele orou ao Senhor: "Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda
estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis.
Referência de uma 
cidade sem a presença 
de Deus.
38UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
Acredite,	muitos	pensam	assim,	ainda	mais	quando	se	 lê	que	a	cidade	de	Tarso	
(acreditando	ser	Társis)	tinha	uma	vantagem	bélica	e	filosófica	diante	das	demais	cidades	
no	seu	tempo.
Afinal,	 dado	 todo	o	 subsídio	 para	não	haver	 confusão	e	 também,	 ter	 falado	um	
pouco	sobre	Tarso	no	tópico	anterior,	o	que	mais	nos	resta	aprender	da	cidade	natal	do	
Apóstolo	Saulo?	Foi	em	Tarso	que	Paulo	recebeu	influência	direta	de	filósofos,	os	quais,	
serviram	de	parte	integrante	na	formação	de	Saulo	de	Tarso,	veja:
Em	Tarso,	 sua	 cidade	natal,	 havia	 escolas	 filosóficas	 ligadas	aos	estoicos	
e	cínicos,	e	 também	escolas	de	educadores	como	Atenodoro,	que	nasceu	
também	em	Tarso	e	 foi	professor	e	amigo	do	 imperador	Augusto.	Algumas	
vezes,	 Paulo	 utiliza	 frases	 desse	 educador:	 “Para	 toda	 criatura,	 a	 sua	
consciência	é	Deus”	(Rm	14,22a);		ou:	“Guarde	para	você,	diante	de	Deus,	
a	consciência	que	você	tem”,	ou	ainda:	“Comporte-se	com	o	próximo	como	
se	Deus	visse	você,	e	fale	com	Deus	como	se	os	outros	ouvissem	você”	(1Ts	
2,3-7).	(ROSSI,	2019,	p	6)
Tarso	era	estratégica	para	a	formação	cultural	em	um	Império	em	ascensão:
Tarso	 era	 um	 conhecido	 centro	 de	 cultura,	 filosofia	 e	 educação.	 Estrabão	
conhecia	 suas	 escolas	 como	 superiores	 às	 de	 Atenas	 e	 Alexandria	 e	
seus	 alunos	 como	 cilícios	 nativos,	 não	 estrangeiros.	Atenodoro	 Cananita,	
filósofo	 estoico	 e	 professor	 do	 imperador	 Augusto,	 retirou-se	 para	 lá	 em	
15	a.C.	e	recebeu	a	tarefa	de	revisar	os	processos	democráticos	e	civis	da	
cidade.	 Outros	 filósofos,	 estóicos	 e	 epicuristas	 também	 se	 estabeleceram	
e	 ensinaram	 ali.	 Romanos	 famosos	 visitaram	 Tarso:	 Cícero,	 Júlio	 César,	
Augusto,	Marco	Antônio	e	Cleópatra.	Por	 isso,	o	Paulo	descrito	por	Lucas,	
em	Atos	dos	Apóstolos,	pode	gabar-se	de	ser	um	“cidadão	de	uma	cidade	
insigne”.	(ROSSI,	2019,	p.	13).
Tarso,	 também	 é	 importante	 na	 formação	 de	 Saulo	 porque	 favorecia,	 não	 só	 a	
educação,	como,	também,	o	ofício	aos	seus	habitantes:
Saulo	nasceu	em	Tarso,	com	toda	probabilidade	nos	últimos	anos	do	reinado	
de	Herodes	ou	nos	primeiros	de	seu	filho	Arquelau.	Por	meio	do	pai.	judeu	
rigoroso	 da	 tribo	 de	 Benjamim,	 ele	 recebeu	 o	 grande	Ministério	 de	 Paulo	
privilégio	 da	 cidadania	 romana.	 Segundo	 o	 costume,	 ensinaram-lhe	 uma	
profissão,	a	de	fazer	tendas,	e	recebeu	boa	instrução	aos	pés	de	Gamaliel.	
(PACKER,	2018,	p	32)
Assim,	a	cidade	de	tarso	é	citada	na	Bíblia	nos	seguintes	versículos,	sendo,	somente	
em	Atos	e	pela	pessoa	de	Saulo:
39UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
TABELA 2 - TARSO NA BÍBLIA
Fonte:	Bíblia	NVI	(2004).	
O	que	podemos	entender	claramente	é	que	Saulo,	levava	seu	sobrenome	“Tarso”,	
porque	tinha	orgulho	por	tudo	o	que	o	havia	recebido	de	sua	cidade	natal.	Isto	nos	mostra	
o	grau	de	relacionamento	comJesus,	quando,	ele	não	deseja	mais	ser	conhecido	por	isto,	
mas,	por	ser,	agora,	Paulo,	o	menor	entre	todos	os	apóstolos.	
Referência Texto Relação
Atos 9:11
O Senhor lhe disse: "Vá à casa de Judas, na rua chamada Direita,
e pergunte por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está
orando;
Referência
Atos 9:30
Sabendo disso, os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram
para Tarso.
Cidade amistosa
Atos 11:25 Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo. Cidade amistosa
Atos 21:39
Paulo respondeu: "Sou judeu, cidadão de Tarso, cidade
importante da Cilícia. Permite-me falar ao povo".
Local Respeitado
Atos 22:3
“Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade.
Fui instruído rigorosamente por Gamaliel na lei de nossos
antepassados, sendo tão zeloso por Deus quanto qualquer de
vocês hoje.
Cidade - Berço 
promissor.
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 3 OS GREGOS, O HELENISMO E OS 
ROMANOS 
TÓPICO
UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS 40
Sabemos	que	existe	um	período	intertestamentário,	em	que	pouca	coisa	nos	vem	
do	período	seguinte	ao	sexto	século	antes	de	Cristo.	Os	escritos	judaicos	deste	período,	em	
grande	parte,	são	desconsiderados	em	sua	veracidade.	Muitos	destes	escritos,	são	mais	
helenistas	que	judaicos.	(PACKER,	2018,	p.	52)
Mas,	o	que	é	o	Helenismo	mesmo?	De	um	modo	bem	resumido,	podemos	dizer	que	
é	um	“mix”	da	cultura	grega,	com	culturas	orientais	(judaísmo	em	sua	maioria),	realizado	entre	
o	período	de	conquistas	de	Alexandre	Magno,	ou,	mais	conhecido	como	Alexandre	O	Grande.
Os	judeus	foram	fortes	em	manter	suas	tradições	frente	aos	seus	conquistadores.	
Temos	 a	 “Diáspora”,	 por	 exemplo,	 em	 que	 os	 judeus	 se	 dispersaram	 pelos	 continentes	
próximos	e	formaram	comunidades,	tornaram-se	influentes	e	disseminaram	a	cultura	judaica.
Estabeleceu-se	 em	 Alexandria,	 no	 Egito,	 uma	 comunidade	 judaica	 um	
tanto	grande,	na	época	dos	Ptolomeus.	Estes	asseguraram-se	de	que	sua	
Alexandria	 fosse	 um	 centro	 de	 cultura	 helenística	 igual	 a	 Atenas.	 Havia	
em	 abundância,	 nessa	 cidade	metropolitana,	 obras	 de	 arte	 e	 literatura.	A	
arquitetura	de	Alexandria	era	famosa	—	desde	o	imponente	farol	de	Faros,	à	
entrada	do	porto	oriental,	até	ao	museu	da	cidade	e	a	grande	biblioteca.	Os	
Ptolomeus	coletaram	grande	quantidade	da	literatura	da	época.	O	ar	seco	do	
deserto	do	Egito	ajudou	a	preservar	esse	 importante	conjunto	da	 literatura	
antiga.	(PACKER,	2018,	p.	55).
Os	 judeus	 se	 beneficiavam	 de	 sua	 influência	 e	 posições	 que	 alcançavam	 na	
sociedade,	assim,	faziam	sua	história	particular,	dentro	das	nações	onde	habitavam.
41UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
Uma	 destacada	 realização	 literária	 sob	 os	 Ptolomeus	 foi	 a	 tradução	 das	
Escrituras	 hebraicas	 para	 o	 grego	 coiné.	 A	 tradução	 foi	 chamada	 de	
Septuaginta.	Diz-se	que	o	projeto	de	tradução	foi	patrocinado	por	Ptolomeu	11	
Filadelfo	cerca	do	terceiro	século	a.C.	De	acordo	com	a	tradição,	72	eruditos	
judeus	(6	de	cada	tribo)	foram	convocados	para	a	execução	do	projeto	e	a	
obra	foi	concluída	em	72	dias;	os	eruditos	judeus	foram	então	dispensados,	
havendo	recebido	muitos	presentes.	Esta	história	pode	não	passar	de	lenda;	
mas	a	tradução	resultou,	deveras,	da	determinação	alexandrina	de	preservar	
em	grego	os	grandes	escritos	da	época.	(PACKER,	2018,	p.	55).
É	importante	observar	que	a	influência	de	culturas	externas,	fez	o	judaísmo	criar	
formas	 de	 expansão	 cultural,	 com	 o	 intuito	 de	 preservar	 seu	 passado	 e	 para	 isto,	 foi	
necessário	trabalhar	os	acontecimentos	da	era	cristã.
A	Septuaginta	constituiu-se	em	ponte	entre	os	pensamentos	e	o	vocabulário	de	
ambos	os	Testamentos.	A	língua	do	Novo	Testamento	não	é	o	coiné	do	grego	
cotidiano,	mas	o	coiné	dos	judeus	que	viviam	em	ambientes	gregos.	Homens	
instruídos	em	toda	a	região	do	Mediterrâneo	tomaram-se	familiarizados	com	
a	Septuaginta.	Ao	tempo	do	Novo	Testamento,	era	a	mais	amplamente	usada	
edição	do	Antigo	Testamento.	Os	judeus	alexandrinos	adotaram	o	grego	coiné	
como	sua	 língua.	Em	seu	esforço	por	persuadir	os	vizinhos	gentios	de	que	
o	Deus	dos	judeus	era	o	único	Deus	verdadeiro,	eles	usavam	o	vocabulário	
coiné,	os	padrões	literários	helenísticos,	e	as	formas	gentias	de	pensamento.	
Tudo	isso	se	reflete	na	Septuaginta	e	em	muitos	outros	escritos	judaicos,	tais	
como	Contra	Flaco	e	Embaixada	a	Calíguta,	de	Filão.	O	helenismo	também	
influiu	na	redação	de	Segundo	e	Terceiro	Macabeus	e	do	Novo	Testamento.	
O	escritor	judaico	Filão,	o	judeu,	foi	a	principal	pensador	filosófico	da	época.	
Disse	ele	que	o	Deus	de	Israel	era	o	Deus	dos	filósofos.	(PACKER,	2018,	p	57)
Em	Atos	6:1	e	9:29,	alguns	cristãos	são	chamados	de	“helenistas”,	não	se	sabe	ao	
certo	o	que	se	refere	integralmente	a	este	termo,	mas,	sabe-se,	(inclusive	é	utilizado	em	
algumas	versões),	que	estes,	eram	de	fala	grega.	
O	 fato	 relatado	 nestes	 textos	 é	 a	 distribuição	 do	 alimento	 aos	 pertencentes	 da	
comunidade	 cristã,	 conhecida	 como	Primeira	 Igreja,	 ou,	 Igreja	Primitiva.	A	 tensão	 entre	
estes	helenistas	e	os	judeus	desencadeou	uma	reação	positiva	dos	apóstolos,	a	nomeação	
de	diáconos,	sendo,	Estevão,	“o	helenista”,	um	entre	os	diáconos.
Outra	importante	influência	helenista	no	Novo	Testamento,	foi	na	vida	do	apóstolo	Paulo.
Parece	que	Paulo	assimilou	considerável	soma	de	sabedoria	grega	enquanto	
viveu	 em	Tarso,	 pois	 foi	 capaz	 de	 expressar	 o	 evangelho	 em	 termos	 que	
a	 mente	 grega	 pudesse	 entender	 prontamente.	 Por	 intermédio	 de	 suas	
epístolas,	 Paulo	 procura	 articular	 "as	 profundezas	 de	 Deus"	 (1	 Coríntios	
2:10).	Com	 frequência	 ele	 usou	 os	 conceitos	 filosóficos	 gregos	 para	 esse	
fim.	 Por	 exemplo,	 descreveu	 como	 Cristo	 uniu	 gentios	 e	 judeus	 em	 "um	
novo	homem"	que	podia	ter	Comunhão	com	Deus	(Efésios	2:15).	Falou	de	
Cristo	que	"subsistindo	cm	forma	de	Deus",	não	obstante	assumiu	"a	forma	
de	servo"	(Filipenses	2:6-7)	ou	sendo	"a	 imagem	(i.e.,	a	expressão	visível)	
do	 Deus	 invisível"	 (Colossenses	 1:15).	 Essas	 declarações	 inflamavam	 as	
mentes	dos	leitores	gregos	que	estavam	bem	familiarizados	com	os	ensinos	
de	Platão	acerca	das	formas	visíveis	e	dos	ideais	invisíveis.	Às	vezes,	Paulo	
interpretava	os	eventos	do	Antigo	Testamento	de	maneira	alegórica,	 como	
geralmente	o	faziam	os	escritores	judeus	helenistas.	O	melhor	exemplo	é	a	
interpretação	que	ele	dá	a	história	de	Sara	e	Hagar.	(PACKER,	2018,	p	57)
42UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
De	um	modo	bem	geral,	é	 importante	saber	que	as	culturas	anteriores	ao	novo	
testamento,	fizeram	sim,	papel	na	expansão	do	Evangelho,	 tanto,	no	modo	como	 foram	
utilizadas,	como,	influenciaram	na	expansão	da	Obra,	entre	os	gentios.	É	possível	entender	
neste	momento,	que	Pedro,	por	exemplo,	não	conseguiria	abranger	as	comunidades	que	
Paulo	alcançou.	Podemos	dizer	que:	sim,	para	Deus	não	há	 impossíveis,	mas,	entendo	
que	Deus	já	tinha	um	plano	em	utilizar	Paulo	para	a	sua	Obra,	afinal,	seria	desnecessário	
transformar	alguém,	sendo,	que	já	existe	uma	pessoa	com	as	características	necessárias.	
Assim,	fica	uma	dica:	Deus	utiliza	profetas	do	“meio”	para	falar	aos	seus,	pelo	menos,	é	isto	
que	a	história	bíblica	está	nos	mostrando	até	este	ponto.	
E	os	Romanos?	Em	que	entram	suas	influências?
O	povo	 romano	 criou	 uma	grande	 civilização	 no	mundo	antigo.	Expandiu-se	 da	
região	 da	 Itália	 para	 toda	 a	 extensão	 continental.	 Eles	 influenciaram	 profundamente	 a	
Palestina	na	era	Intertestamentária	e	Neotestamentária.	
Depois	 que	 a	 Judéia	 caiu	 em	poder	 dos	 romanos	 em	63	 a.C.,	 o	Egito	 foi	
o	único	remanescente	dos	reinos	helenísticos.	O	Egitodurou	como	estado	
soberano	 até	 31	 a.C.,	 quando	os	 generais	 romanos	Otaviano	 (Augusto)	 e	
Marco	Antônio	 travaram	 a	 batalha	 de	 Ácio.	Marco	Antônio	 casara-se	 com	
Cleópatra,	rainha	ptolomaica;	dessa	maneira,	sua	derrota	colocou	o	Egito	sob	
o	efetivo	controle	de	Roma.	As	forças	romanas	trouxeram	unidade	militar	e	
governamental	ao	fragmentado	império	helenístico.	Roma	tornou-se	o	centro	
do	governo.	A	nomeação	formal	de	Augusto	como	imperador	romano	em	27	
a.C.	assinalou	o	fim	do	período	helenístico	e	o	começo	do	período	imperial	
romano.	(PACKER,	2018,	p	60)
A	história	romana	e	sua	influência	no	Novo	Testamento,	especificamente,	ficou	mais	
fácil	de	ser	descrita	com	a	existência	de	Flávio	Josefo,	estadista	e	soldado	judeu,	que	escreveu	
“História	das	Guerras	Judaicas”.	O	historiador	Flávio	Josefo,	viveu	entre	37	e	103	d.C.	e	era	
filho	de	sacerdote	judeu,	muito	bem	preparado	para	a	escrita	e	relato	fiel	da	história.
43UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
FIGURA 2 - A GRAVURA ROMANTIZADA DE FLÁVIO JOSÉ APARECENDO NA TRADUÇÃO DE 
WILLIAM WHISTON DE SUAS OBRAS
Fonte:	WIKIMEDIA	COMMONS.	Disponível	em:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/
Josephus.jpg.	Acesso	em:	11	jul.	2022.
O	 que	 precisamos	 entender	 sobre	 os	 romanos	 e	 sua	 influência	 no	 período	
Neotestamentário,	 é	 o	 fato	 de	 ser	 um	 terceiro	 poder,	 em	 que,	 o	 predominante	 era	 o	
aperfeiçoamento	daquilo	que	já	existia	e	era	considerado	bom	pelos	romanos.	Para	você	
não	ficar	à	deriva	nesta	última	frase,	vou	exemplificar:	os	romanos	imprimiam	sua	marca	
nas	culturas	que	conquistavam.	Uma	visível	demonstração	está	na	arquitetura,	onde,	os	
gregos	tinham	suas	colunas	estruturais	em	suas	edificações,	porém,	os	romanos,	faziam	
com	uma	beleza	superior	e	assim,	construíam	um	império	melhorando	o	que	já	existia	e	
incorporando	as	ideias	que	julgavam	serem	apropriadas.	Podemos	dizer	que	os	romanos	
não	 criavam	 algo	 novo,	 mas,	 se	 preocupavam	 em	 se	 apossar,	 em	 todos	 os	 aspectos,	
conquista	 e	apropriação	 intelectual	 nas	 culturas	que	 subjugavam.	Na	política,	 a	 disputa	
interna,	proporcionaria	episódios	que	formariam	o	pano	de	fundo	do	Novo	Testamento.	A	
participação	na	pacificação	e	unificação	das	culturas	conquistadas	é	demonstrada	nos	atos	
que	envolvem	os	fariseus,	saduceus,	o	Egito	e	principalmente	nas	lideranças	judaicas	da	
44UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
época,	que	eram	influenciadoras	e	iam	de	encontro	aos	preceitos	de	Roma	e,	principalmente,	
dos	articuladores	do	Império	Romano.	(PACKER,	2018,	p	62-102)
Assim,	já	podemos	entender	que	temos	uma	linha	para	uma	análise	mais	apurada	
das	Epístolas	Paulinas	e	Católicas	ou	Universais.	Temos	um	Saulo,	vindo	de	uma	cidade	
chamada	Tarso.	Homem	de	berço	nobre	e	judeu,	mas,	que	experimentou	a	cultura	judaica,	
helenista	e	romana.	Concomitante	a	Paulo,	temos	um	grupo	de	apóstolos,	alguns	de	raízes	
helenistas,	outros,	puramente	de	 raiz	 judaica.	Experiências	diversas	conjecturando	para	
disseminarem	uma	cultura	 “contra	a	corrente”	daquilo	que	estava	em	alta	e,	 retornando	
o	pensamento	e	a	prática,	para	algo	já	conhecido,	algo	que	tinha	ficado	esquecido	diante	
do	contexto	de	tantas	mudanças,	algo	que	podemos	dizer	“Deus	levantou	em	Abraão	uma	
nação	para	ser	diferente	das	outras”,	mas,	ela,	novamente	estava	se	mesclando	as	demais	
e	perdendo	sua	identidade.
Os	dizeres	contidos	nas	cartas	Paulinas,	são	regras	que	precisam	ser	observadas	
ao	longo	dos	tempos,	por	todas	as	comunidades	cristãs.	
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 4AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE?
TÓPICO
UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS 45
Que	 interessante	 termos	 um	 tópico	 como	 uma	 pergunta.	 E	 tem	 muito	 sentido.	
Literalmente,	estamos	falando	de	passado,	presente	e	futuro	das	comunidades	cristãs.	O	
apocalipse,	que	pode	ser	chamado,	também,	de	Livro	da	Revelação,	ou,	a	Divina	Revelação	
por	Apóstolo	João.	Retrata	um	ponto	em	uma	linha	futurista	no	tempo	das	comunidades	
que	seriam	trabalhadas	pelos	apóstolos	no	período	dos	Atos.	O	livro	demonstra	como	as	
comunidades	estavam	caminhando	e,	para	que	estavam	caminhando,	no	sentido	daquilo	
que	 seriam	perante	 o	Evangelho.	Trata-se	 das	 igrejas	 que	 se	 situavam	na	Ásia-Menor.	
Vamos	 tratar	 estas	 igrejas	 literalmente,	 sem	 espiritualizarmos	 para	 o	 contexto	 de	 um	
apocalipse	geral	e	final.
46UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
FIGURA 3 - AS SETE IGREJAS DA ÁSIA
Fonte:	WIKIMEDIA	COMMONS.	Disponível	em:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/
Seven_churches_of_asia-es.svg.	Acesso	em:	11	jul.	2022.
As	 Igrejas	 citadas	 em	 Apocalipse	 estão	 em	 Apocalipse	 1:11:	 Éfeso,	 Esmirna,	
Pérgamo,	Tiatira,	Sardes,	Filadélfia	e	Laodiceia.	Estas	igrejas	não	são	as	únicas	da	época,	
por	exemplo:	faltou	a	igreja	de	Colossos.	Então	porque	estas	igrejas	apenas	são	relacionadas	
e	citadas?		Se	buscarmos	uma	evidência,	fora	do	contexto	de	terem	sido	relacionadas	por	
Cristo	ao	Apóstolo	João,	e	a	questão	do	número	“sete”	representar	totalidade	e	completude,	
podemos	observar	que	estas	igrejas	tinham	alguma	coisa	em	comum:	a)	Eram	interligadas	
por	boas	estradas	romanas.	B)	estavam	próximas	de	si,	por	volta	de	55	km	de	distância	
uma	das	outras.	C)	Havia	em	cada	uma,	uma	“Corte	Romana”.
47UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
Na	prática,	temos	Éfeso,	como	uma	cidade	que	o	apóstolo	Paulo	escreveu	carta.	
Também,	é	a	região	central	entre	as	sete	igrejas	e	foi	o	local	escolhido	pelo	apóstolo	João,	
para	ser	o	seu	local	de	estadia	fixa,	por	ser	estratégica	no	envio	de	cartas	e	orientações	
durante	o	período	de	crescimento	da	igreja.
É	interessante	que	embora	o	apóstolo	João	tenha	ficado	um	bom	tempo	por	lá,	é	
a	carta	de	Paulo	que	existe	e	está	compondo	o	Novo	Testamento.	A	carta	aos	Efésios	foi	
escrita	por	volta	de	60	d.C.	e	a	revelação	de	João	por	volta	de	95	d.C.
Embora	sejam	“cartas	às	Igrejas”,	na	verdade	fazem	parte	de	um	único	livro,	uma	
única	escrita	e	não	cartas	diversas	como	se	imagina.	
Estas	cartas	não	fazem	parte	das	Epístolas	Universais,	pelo	seu	caráter	profético	e	
futuristas,	também,	por	não	possuírem	um	término	em	si	mesmas.
Embora	sejam	comunidades	cristãs,	o	caráter	destas	sete	cartas	dadas	às	sete	
igrejas,	 elas	 seguem	 um	 padrão	 único	 comum	 a	 todas:	 Trazem	 uma	 saudação,	 uma	
auto-apresentação	de	Cristo,	um	motivo	de	aprovação	e	outro	motivo	de	reprovação,	uma	
advertência,	uma	exortação	e	uma	promessa.	É	diferente	do	contexto	das	Epístolas,	que	
traziam	motivos	específicos	para	terem	sido	escritas.
Enfim,	este	tópico	traz	um	esclarecimento	sobre	as	cartas,	igrejas	e	comunidades	
relatadas	nas	cartas	do	apocalipse.	Assim,	entendemos	que	elas	não	configuram	cartas	
gerais	ou	Paulinas	e	não	estão	no	contexto	de	Epístola.
	
48UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
Em	Antioquia,	Paulo	 tornou-se	o	 porta-voz	e	 criou-se	um	padrão	 conhecido	por	
todos.	Alguns	criam	em	sua	mensagem	e	se	regozijavam;	outros	a	rejeitavam	e	provocavam	
oposição.	Aconteceu	 pela	 primeira	 vez	 em	Antioquia,	 depois	 em	 Icônio.	 Em	 Listra	 ele	
foi	 apedrejado	e	dado	por	morto	 (Atos	14:19),	mas	sobreviveu	e	pôde	prosseguir	 até	à	
cidade	de	Derbe.	A	visita	de	Paulo	e	Barnabé	a	Derbe	completou	a	sua	primeira	viagem.	
Logo,	Paulo	resolveu	percorrer	de	novo	a	difícil	rota	sobre	a	qual	ele	tinha	vindo,	a	fim	de	
fortalecer,	encorajar	e	organizar	os	grupos	cristãos	que	ele	e	Barnabé	haviamestabelecido.	
Nisto	discernimos	o	plano	de	Paulo	de	estabelecer	congregações	nas	principais	cidades	
do	Império.	Ele	não	deixava	seus	convertidos	desorganizados	e	sem	liderança	capaz,	mas,	
pelo	mesmo	motivo,	não	permanecia	muito	tempo	num	só	lugar.
Fonte: O	Mundo	do	Novo	Testamento	–	Editora	Vida,	2018.	Pg.	161.
Porque	o	salário	do	pecado	é	a	morte,	mas	o	dom	gratuito	de	Deus	é	a	vida	eterna,	
por	Cristo	Jesus	nosso	Senhor.	(BÍBLIA,	2004,	Romanos	6:23).
Quem	nos	separará	do	amor	de	Cristo?	A	tribulação,	ou	a	angústia,	ou	a	perseguição,	
ou	a	fome,	ou	a	nudez,	ou	o	perigo,	ou	a	espada?	(BÍBLIA,	2004,	Romanos	8:35).
49UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos	a	segunda	unidade	de	nosso	material	sobre	as	Epístolas	Paulinas	e	
Católicas.	O	 propósito	 desta	 unidade	 foi	 falar	 um	 pouco	mais	 sobre	 as	 influências	 que	
o	Apóstolo	Paulo	sofreu	na	sua	formação,	antes	do	 início	de	seu	ministério.	Mostrar	um	
pouco	de	sua	história	e	posteriormente,	tirar	algumas	conclusões	sobre	suas	Epístolas.
Falamos	o	essencial	sobre	o	Apóstolo	Paulo.	O	“porque”	que	Saulo	de	Tarso	é	o	
nome	real	do	Apóstolo	Paulo.	Paulo	é	um	nome	que	referencia	o	apóstolo,	como,	um	novo	
cristão	convertido.	Trouxemos	algumas	conclusões.
No	 segundo	 tópico,	 falamos	da	 cidade	de	Tarso,	 procurando	desvincular	 ela	 da	
possível	impressão	que	esta	cidade	possa	adquirir	com	a	Társis	do	Antigo	Mundo.
No	terceiro	tópico,	fizemos	um	pano	de	fundo	da	filosofia	que	estava	característica	
no	meio	em	que	Paulo	vivia.	Sua	educação,	sua	formação	e	sua	aptidão	para	a	escrita,	
filosofia	(a	mais	alta	reflexão	da	época)	e,	sua	tendência	em	defesa	do	Evangelho.
Falamos,	também,	brevemente	sobre	o	Helenismo	e	a	Grécia	Antiga,	sua	influência,	
não	só	no	mundo,	mas,	direta	no	apóstolo	Paulo.
Para	finalizarmos,	mostramos	porque	as	cartas	das	sete	igrejas	do	apocalipse,	não	
compõem	as	cartas	Paulinas	e	Católicas.
Toda	 esta	 unidade	 veio	 para	 referenciar	 o	 aluno	 na	 pré-história	 das	 Cartas	
Paulinas,	ou,	Epístolas	de	Paulo,	assim,	podemos	avançar	um	pouco	mais	na	conquista	do	
entendimento	que	essas	cartas	trazem	para	as	comunidades	cristãs	da	atualidade.	
Descobrindo,	 agora,	 que	 as	 Epístolas	 Paulinas	 são	 indispensáveis	 para	 a	
compreensão	do	modo	como	o	Evangelho	estava	se	propagando	por	todo	o	mundo	e	suas	
razões	para	tal,	nos	demonstra,	o	quanto,	podemos	esperar	de	embates	nos	dias	atuais,	
referente	ao	evangelismo	e	a	concretização	de	comunidades	sadias	e	em	conformidade	
com	a	Palavra	de	Deus.	
O	teólogo,	também	é,	um	instrumento	do	Espírito	Santo,	que	fomenta	o	verdadeiro	
entendimento	e	aplicação	das	Escrituras.		Shalom	Adonai!!!
50UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Impossível	 saber	 ao	 certo	 quando	 foram	 coligidas	 as	 epístolas	 paulinas.	 Nos	
meados	do	século	II,	Justino	mártir	dá-nos	a	entender,	que,	no	"dia	do	sol",	se	liam	à	hora	
do	culto	os	Evangelhos,	 juntamente	com	as	Escrituras	do	Velho	Testamento.	Mas,	muito	
antes	de	terem	sido	publicados	os	Evangelhos,	 já	eram	lidas	as	epístolas	de	Paulo	pelo	
menos	nas	igrejas,	a	quem	se	dirigiam.	Quanto	à	união	dessas	cartas	dispersas	é	muito	
possível	que	tenhamos	de	admitir	uma	data	muito	recuada.	
Se	admitirmos	que	Simão	Pedro	é	o	autor	da	2ª	Pedro,	então	é	fácil	concluir	que	
cerca	do	ano	67	já	se	encontravam	reunidas	as	epístolas	de	Paulo,	segundo	2Pe	3.16	nos	
sugere.	Ignora-se,	todavia,	o	número	de	cartas	que	faziam	parte	dessa	coleção.	
No	 ano	 de	 140,	 aproximadamente,	 o	 herege	Marcião	 preparou	 e	 organizou	 um	
Cânon	do	Novo	Testamento,	que	continha	as	epístolas	de	Paulo,	com	exceção	das	Pastorais.	
Tal	Cânon,	porém,	era	muito	limitado	pois	apenas	continha	um	Evangelho,	o	de	Lucas,	e	
mesmo	esse	muito	 truncado.	Marcião	não	pode	ser	considerado	como	um	porta-voz	da	
opinião	da	Igreja	Ortodoxa	do	seu	tempo,	mas	seu	Cânon	parece	provar	que	na	primeira	
metade	do	século	 II	os	próprios	hereges	 tinham	por	autênticas	as	epístolas	de	Paulo,	e	
estas	já	se	encontravam	reunidas	num	volume.	O	Cânon	Muratoriano,	datado	de	cerca	do	
ano	180,	faz	menção	a	uma	coleção	de	epístolas	paulinas	em	número	de	treze,	já	nesse	
tempo	conhecidas	da	Igreja	de	Roma	e	até	de	outras	Igrejas.
No	dizer	de	um	autor	consagrado	as	epístolas	paulinas	"diferem	das	mensagens	
das	simples	folhas	de	papiro	do	Egito,	não	como	cartas,	mas	simplesmente	como	cartas	de	
Paulo".	É,	na	realidade,	espantosa	a	diferença,	já	que	Paulo	como	amanuense	e	intérprete	
do	Espírito	Santo	anunciava	nas	suas	epístolas	as	verdades	eternas.	Essas	epístolas	fazem	
parte	da	Palavra	de	Deus,	do	Deus	que	vive	e	permanece	para	sempre.	
Mas,	enquanto	se	destinam	à	edificação	dos	crentes	e	só,	 raramente,	 revestem	
o	caráter	de	tratados	teológicos,	(como	no	caso	da	epístola	aos	Romanos),	as	epístolas	
são	 escritas	 com	 toda	 a	 liberdade	 da	 correspondência	 epistolar,	 revelando,	 por	 isso,	 a	
personalidade	do	autor,	que	assim	poderíamos	resumir:	Tato	e	presença	de	espírito;	ternura	
e	 simpatia;	 retidão	 de	 consciência	 e	 integridade;	 ação	 de	 graças	 e	 oração;	 coragem	 e	
perseverança.	Só	pela	leitura	das	epístolas	não	é	difícil	verificar	que	todas	estas	qualidades	
são	apanágio	do	grande	Apóstolo.	O	fato	mais	chocante	acerca	do	temperamento	de	Paulo,	
tal	como	no-lo	descrevem	as	epístolas,	é	aquele	misto	de	austeridade	e	de	ternura	que	tanto	
51UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
o	caracterizam.	Vejamos	a	dureza	com	que	por	vezes	se	dirige	aos	gálatas	e	aos	coríntios	
na	segunda	carta!	Nesta	última	epístola	revela-se	também	profundamente	sensível	perante	
a	 ingratidão	e	a	apostasia	de	alguns	convertidos	menos	satisfeitos;	e	de	 tal	modo,	que	
poderíamos	 afirmar	 que	 essa	 epístola	 deixava	 entrever	 a	 fina	 sensibilidade	 de	Paulo	 e	
constitui	uma	agitada	autodefesa	dum	coração	ferido	e	amoroso	perante	a	ingratidão	e	o	
erro	de	almas	ainda	não	totalmente	perdidas.	Mesmo	que	por	vezes	não	deixasse	de	ser	
áspero	e	desabrido	para	com	os	promotores	de	desordens	e	devassos	de	algumas	das	
suas	Igrejas,	podia	ainda	garantir	que	tratará	carinhosamente	os	tessalonicenses,	"como	
a	ama	que	cria	os	seus	filhos"	(1Ts	2.7)	e	comporta-se	com	cada	um	deles	"como	o	pai	a	
seus	filhos"	(1Ts	2.11).	Em	suma,	na	alma	do	Apóstolo	a	lógica	e	o	sentimento,	a	paixão	e	
a	severidade	fundiam-se	numa	combinação	de	flexibilidade,	que	formavam	uma	ternura	e	
um	vigor	sem	par.	
Paulo	revela-se	nas	epístolas	como	uma	alma	cristocêntrica.	Para	ele	"o	viver	é	
Cristo"	(Fp	1.21),	e	a	vida	"vivo-a	na	fé	do	Filho	de	Deus"	(Gl	2.20).	Como	ele	se	eleva	nas	
asas	do	entusiasmo	ao	apresentar-nos	a	glória	soberana	do	Filho	de	Deus!	A	propósito	
da	palavra	 "Senhor"	que	aparece	mais	de	vinte	vezes	em	1Ts,	uma	das	suas	primeiras	
cartas,	houve	quem	ousasse	afirmar	que	"nunca	a	sonda	do	dogma	descera	tão	fundo;	nem	
subiram	tão	alto	as	asas	da	adoração".	E	agora,	numa	das	últimas	cartas,	precisamente	
aos	colossenses,	descreve-nos	o	Cristo	"que	é	a	imagem	do	Deus	invisível,	o	primogênito	
de	 toda	a	criação"	em	quem	foram	criadas	 todas	as	coisas	e	por	quem	todas	as	coisas	
subsistem	(cfr.	Cl	1.15-17).	Mas	tal	doutrina	já	se	encontra	implícita	em	cartas	anteriores,	
bem	 como	 na	 revelação	 do	Filho	 de	Deus	 nele	 (Gl	 1.16),	 quando	 "o	Senhor	 da	 glória"	
(1Co	2.8)	 lhe	 falou	da	"excelente	glória"	que	vem	a	ser	a	Sua	morada	eterna.	Há	ainda	
outro	contraste	a	frisar	na	mentalidade	e	no	pensamento	de	Paulo.	É	que	ele	era	não	só	o	
maior	dos	teólogos	cristãos,	mas	também	o	mais	profundo	dos	moralistas	do	Cristianismo.	
Em	estreita	relação	com	a	doutrina	teológica	pululam	as	exortações	a	uma	vida	santa,	a	
demonstrar	que	o	Apóstolo	não	era	um	teórico,	nem	um	sonhador.	Com	os	pés	emterra	
firme,	não	deixa	de	ser	consistente	com	a	sã	doutrina,	que	anda	sempre	aliada	à	santidade	
da	 vida.	 Por	 outro	 lado,	 a	moralidade	 será	morta,	 se	 não	mergulhar	 profundamente	 as	
raízes	na	terra	firme	da	sã	doutrina.	
Era	de	fato	extraordinária	a	mentalidade	deste	"gênio	de	amor",	que	tão	humanamente	
se	dedicava	às	almas.	Pensemos	nas	muitas	saudações	aos	seus	amigos	de	Roma	(Rm	
16);	não	são	meras	 formalidades,	 inexpressivas	e	 frias,	mas	algumas	delas	 reveladoras	
duma	profunda	ternura.	Cultivando	a	simpatia	pessoal,	vemo-lo	à	procura	de	Tito,	apesar	
52UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
de	perder	uma	oportunidade	de	pregar	o	Evangelho	em	Trôade:	"Não	tive	descanso	no	meu	
espírito,	porque	não	achei	ali	meu	irmão	Tito"	(2Co	2.13).	Na	sua	última	carta,	ouvimo-lo	
lamentar-se	amargamente	"porque"	-dizia	ele-	"os	que	estão	na	Ásia	todos	se	afastaram	
de	mim"	(2Tm	1.15)	e	até	Demas	acabou	por	desampará-lo	(2Tm	4.10).	Comovedor	o	seu	
último	apelo:	"Procura	vir	ter	comigo	depressa...	
“Procura	vir	antes	do	inverno"!	(2Tm	4.9,21).	Finalmente	lembrem-se	as	lágrimas	
deste	coração	sensível	(At	20.19,31;	2Co	2.4;	Fp	3.18),	lágrimas	viris,	que	só	se	derramam	
nos	grandes	momentos	duma	vida!
Fonte:	O	Novo	Comentário	da	Bíblia.	Francis	Davidson,	São	Paulo.	Vida	Nova,	1997.	Pg.	2091-2093.
	
53UNIDADE 2 AS EPÍSTOLAS PAULINAS – A HISTÓRIA DE SAULO DE TARSO E DAS COMUNIDADES CRISTÃS GENTÍLICAS
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: O Mundo do Novo Testamento.
Autor: J. I. Packer; Merrill C. Tenney & William White Jr.
Editora: Vida.
Sinopse: O livro O Mundo do Novo Testamento apresenta um 
estudo muito enriquecedor sobre os tempos do nascimento da 
igreja e de seu crescimento, bem como do contexto em que a 
segunda parte do cânon sagrado foi escrita.
	
FILME/VÍDEO 
Título: Os Atos dos Apóstolos.
Ano: 1952.
Sinopse: Os Atos dos Apóstolos para oferecer um relato confiável 
aos seus leitores. O livro é dirigido a uma pessoa específica, 
Teófilo. Mas, Lucas o escreveu para que pudesse ser lido por 
muitos. Um dos mais emocionantes filmes já produzidos sobre 
a história do Cristianismo.
Link do vídeo: https://youtu.be/TIwUWUf9-A4
	
WEB 
Indico a vocês à pregação do pastor Felipe Seabra sobre Paulo e 
Silas na prisão pelo link abaixo:https://youtu.be/xeQDMGb2bU8
Sinopse: Apesar de serem guiados pelo Espírito, Paulo e Silas 
foram parar no meio da prisão. O Espírito Santo tem sua 
própria agenda. Não está sujeito a nossa vontade, métodos e 
campanhas, mas de repente…
https://youtu.be/TIwUWUf9-A4
https://youtu.be/xeQDMGb2bU8
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Plano de Estudos
• Referências Sobre as Cartas Universais – Como se Tornaram as Epístolas 
Católicas;
• A Escola Joanina;
• Introdução às Epístolas Católicas De Judas, Tiago, Pedro e João;
• Canônica e Sem Autor Definido, mas, Com Uma Mensagem Relevante: 
Carta aos Hebreus.
Objetivos da Aprendizagem
• Relacionar a Teologia na Prática da Evangelização Eficiente;
• Demonstrar a Teologia Sendo Aplicada na Igreja Primitiva;
• Expor os Motivos que Levaram os Escritos dos Apóstolos de Jesus a Serem 
Considerados Epístolas Católicas.
3UNIDADEUNIDADE
APROFUNDANDO-SE NAS APROFUNDANDO-SE NAS 
Professor Especialista Érlon Migliozzi
EPÍSTOLAS CATÓLICAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS 
(UNIVERSAIS/GERAIS)(UNIVERSAIS/GERAIS)
55UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
INTRODUÇÃO 
Olá,	estamos	na	 terceira	Unidade	do	material	sobre	Epístolas	Paulinas	e	Cartas	
Católicas!!!	 Muitos	 imaginam	 a	 Bíblia	 como	 sendo	 um	 livro	 apenas,	 mas	 já	 temos	 o	
entendimento	que	ela	é	um	Cânon,	ou	seja,	uma	coletânea	de	escritos	com	o	teor	voltado	
para	o	mesmo	propósito.	
Nesta	terceira	unidade,	vamos	falar	de	modo	simples	sobre	as	Epístolas	Gerais	ou	
Católicas,	como	são	mais	comumente	conhecidas.	São	cartas	que	não	tem	a	autoria	do	
Apóstolo	Paulo,	mas,	dos	demais	apóstolos	de	Jesus	Cristo:	Pedro,	Tiago,	João	e	Judas	
(meio	irmão	de	Jesus).
No	tópico	de	número	um,	vamos	citar	porque	estes	escritos	se	tornaram	Epístolas	
e	vamos	entender	a	importância	que	exercem	no	conjunto	de	todo	o	material	bíblico.
No	segundo	tópico,	vamos	destacar	a	influência	que	o	apóstolo	João	exerceu	na	
comunidade	cristã	da	época.	Como	foi	que	o	apóstolo	orientou	os	discípulos	e	defendeu	o	
Evangelho.
No	terceiro	tópico,	vamos	introduzir	os	fundamentos	de	Pedro,	Tiago	e	Judas,	nas	
suas	escritas	e	qual	foi	o	papel	deles	na	pregação	do	Evangelho	dentro	das	comunidades	
cristãs	de	origem	judaica	e	gentílica.
Finalizando,	vamos	referenciar	a	Epístola	aos	Hebreus,	que	divide	opiniões	quanto	
à	sua	autoria,	pois,	algumas	correntes	de	pensamento	avaliavam	ser	um	escrito	de	Paulo,	
outros,	atribuem	a	Barnabé	e	outros	só	podem	afirmar	que	não	são	de	Paulo.
Enfim,	 vamos	 trabalhar	 estas	 cartas	 fora	 do	 contexto	 da	 vida	 de	 Paulo,	 vamos	
conhecer	a	vida	de	outros	apóstolos	que	também	interagiram	de	forma	direta	no	crescimento	
e	expansão	do	Evangelho,	dando	orientação	e	criando	material	de	altíssima	qualidade	para	
enriquecer	a	leitura	de	quem	quiser	entender	mais	sobre	ser	cristão	e	como	agir.
Será	uma	apostila	que	trará	informações	principais	sobre	o	tema	e	procurará	instigar	
o	aluno	a	buscar	mais	conteúdo	para	seus	estudos.
Venha,	 vamos	 aprender	 juntos	 sobre	 este	 conteúdo	 rico	 e	 direto	 no	 sentido	 de	
fornecer	informações	sobre	a	vida	cristã!!!
Shalom!!!!
	
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56UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
 1 REFERÊNCIAS SOBRE AS 
CARTAS UNIVERSAIS - COMO 
SE TORNARAM AS EPÍSTOLAS 
CATÓLICAS 
TÓPICO
O	que	é	uma	Epístola	Católica?	Ao	contrário	das	Epístolas	escritas	por	Paulo,	as	
Epístolas	Católicas	 (ou	Universais),	 levam	 este	 nome	 porque	 não	 tem	 um	 destinatário.	
Eusébio	de	Cesareia	em	263	d.C.,	foi	o	primeiro	a	nominá-las	desta	forma.	São	escritas	que	
não	estão	direcionadas	a	uma	comunidade,	ou	pessoa,	ou	um	determinado	grupo,	mas,	
seus	assuntos	podem	ser	aplicados	a	qualquer	cristão.	
Na	antiguidade,	tratados	filosóficos	eram	colocados	em	forma	de	carta.	Não	
são	cartas	de	fato;	na	verdade	a	carta	era	uma	arte	literária.	Exemplos	para	
isso	 são	 as	 cartas	 de	 Sêneca	 ou	 de	Cícero.	 Para	 essa	 forma	 literária	 foi	
se	cristalizando	o	nome	epístola.	Ela	deriva	da	palavra	grega	epistole,	que	
significa	carta.	Como	forma	literária,	no	entanto,	epístola	não	significa	uma	
carta	verdadeira,	mas	uma	carta	simulada.	(HÖRSTER,	1996,	p.	47).
O	Cânon	do	Novo	Testamento,	 em	síntese,	 é	 a	 união	de	escritos	 fundamentais	
para	o	público	cristão.	Na	sua	formação,	ou	melhor,	em	sua	organização,	os	livros	foram	
colocados	primeiramente	em	ordem	de	importância	e	cronológica,	em	segundo	plano.	As	
cartas	ou	Epístolas,	não	são	exceção,	mas,	no	caso	das	cartas	universais,	a	saber:	Tiago,	
Judas,	João	e	Pedro,	 tornaram-se,	não	somente	 referências	históricase	 literárias,	mas,	
doutrina	para	uma	grande	parte	dos	cristãos.	
Estas	cartas,	na	Igreja	Ortodoxa,	por	exemplo,	fazem	parte	das	diretrizes	doutrinárias	
deste	 segmento	 católico	 cristão.	 Não	 obstante	 a	 isto,	 Tiago,	 Judas,	 João	 e	 Pedro,	 são	
patriarcas	da	igreja	e	recebem	um	lugar	maior	no	ensino	religioso.	
57UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
A	influência	destes	apóstolos	é	considerada,	não	somente	pelas	cartas	do	cânon,	
mas,	pelas	comunidades	que	surgiram	de	suas	ações	diretas	na	evangelização	do	primeiro	
século	da	Era	Cristã	(HÖRSTER,	1996).
Assim,	podemos	deduzir	 que	quando	 falamos	de	Cartas	Paulinas,	 estamos	nos	
voltando	mais	para	a	Igreja	Romana	e	ao	falarmos	de	Epístolas	Universais,	nos	voltamos	
mais	para	as	doutrinações	da	Igreja	Ortodoxa.	Isto,	pelo	fato	da	origem	das	igrejas	em	sua	
geografia	também.	
Então,	 Paulo	 esteve	mais	 influente	 no	meio	 de	 Roma	 e	 Tiago,	 Judas,	 Pedro	 e	
João,	 mais	 influentes	 na	 Igreja	 do	 Oriente	 Médio.	 Isto	 é	 importante	 para	 entendermos	
determinadas	posições	da	igreja	e	da	linha	adotada	por	alguns	teólogos	denominacionais.
Ao	lermos	as	Epístolas	Universais,	observamos	algumas	características	primordiais	
em	seu	contexto:	a)	A	ausência	de	um	destinatário.	É	por	este	motivo	que	são	arroladas	
como	Universais;	assuntos	que	 interessam	a	todos	os	cristãos.	b)	São	escritas	para	um	
povo	em	transição,	ou	melhor	definindo,	um	público	em	conversão,	assim,	os	judeus	são	
um	público	mais	beneficiado	na	época,	pelas	cartas.	c)	São	mais	normativas	e	voltadas	para	
a	prática	coletiva,	porém,	focando	na	individualidade	de	cada	cristão.	d)	Todas	elas	estão	
situadas	nas	duas	últimas	décadas	do	primeiro	século	e	nas	duas	primeiras	décadas	do	
segundo	século	de	nossa	Era.	e)	Elas	são	importantes	porque	mostram	como	a	segunda	e	
terceira	geração	de	cristãos	entenderam	e	conduziram	sua	fé	em	Cristo	(HÖRSTER,	1996).
1.1 A Importância das Cartas Católicas
Conforme	 vamos	 adentrando	 nos	 estudos	 e	 na	 leitura	 destas	 cartas,	 vamos	
descobrindo	que	elas	descrevem	de	forma	bem	profunda	os	primórdios	da	hierarquia,	da	
doutrina	e	do	culto	cristão.
Elas	são	bem	originais	ao	falarem	sobre	a	unção	dos	enfermos,	descida	de	cristo	
ao	 inferno	e	a	consumação	definitiva	dos	elementos.	Também,	 fazem	muita	alusão	ao	
Antigo	Testamento.
Na	carta	de	Tiago,	fala-se	mais	de	50	vezes	sobre	o	Antigo	Testamento.	Na	primeira	
carta	de	Pedro,	40	vezes	e	na	segunda	carta	de	Pedro	20	vezes.	Na	carta	de	Judas,	fala-se	
13	vezes.	Possivelmente,	esta	alusão	maior	ao	Antigo	Testamento,	se	dê	por	conta	dos	
confrontos	e	novas	situações	religiosas	e	seus	desafios.	(HÖRSTER,	1996,	p.61)
58UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
Porém,	 frente	 às	 Cartas	 Paulinas,	 aos	 destaques	 que	 elas	 trazem,	 as	 Cartas	
Católicas	acabaram	tendo	um	momento	em	que	ficaram	quase	em	segundo	plano.	Porém	
os	 elementos	 doutrinários	 tratados	 nas	 Cartas	 Católicas,	 são	 de	 primeiro	 plano	 e	 nos	
oferecem	ensinamentos	de	vida	importantes:
A	maioria	destas	cartas	pertencem	a	“corrente	petrina”,	que	conta,	além	das	
duas	cartas	que	trazem	o	nome	do	apóstolo	Pedro,	com	as	cartas	de	Tiago	e	
Judas.	Cinco	são	deuterocanônicas,	isto	é,	só	foram	admitidas	no	cânon	do	
Novo	Testamento	em	um	segundo	momento.	(HÖRSTER,	1996,	p.137).
Haviam	 questões	 que	 faziam	 que	 as	 referidas	 cartas	 estivessem	 no	 centro	 de	
questionamentos	e	faziam	que	as	cartas	paulinas	tivessem	um	apreço	melhor.	Por	exemplo,	
particularidades	 como	 na	Segunda	Carta	 de	Pedro,	 em	que	 alegava-se	 a	 falta	 de	 uma	
doutrina	característica	e	a	presença	de	questões	já	em	desuso.	Em	Tiago,	era	a	questão	
da	identificação	do	autor,	acreditava-se	em	um	falsário.	A	carta	de	Judas	trazia	a	suspeita	
de	ter	sido	influenciada	pelo	livro	apócrifo	de	Henoc.	A	Segunda	e	Terceira	carta	de	João,	
trazia	uma	questão	de	conteúdo	doutrina	nulo,	brevidade	de	escrita.	
O	processo	da	formação	do	cânon	só	chega	ao	seu	final	no	século	IV.	A	igreja	
do	oriente	declara	como	canônicos,	por	meio	da	39ª	carta	pascal	de	Atanásio	
(367	d.C.),	os	27	 livros	que	hoje	 temos	no	Novo	Testamento.	Nessa	carta,	
o	 termo	cânon	é	usado	pela	primeira	vez	para	denominar	os	critérios	para	
os	 livros	aceitos	pela	 igreja.	Pela	 intervenção	de	Jerônimo,	essa	definição	
é	 aceita	 pela	 igreja	 do	 ocidente	 nos	 sínodos	 de	Hipona	Régia	 (393)	 e	 de	
Cartago	(397),	ocasião	em	que	a	carta	aos	Hebreus	não	é	colocada	entre	as	
cartas	de	Paulo.	(HÖRSTER,	1996,	p.	120).
Como	 vemos,	 o	 processo	 de	 conclusão	 do	 cânon	 do	Novo	Testamento	 não	 foi	
tão	simples,	mas,	podemos	dizer	que	 incluiu	as	Epístolas	Gerais,	com	a	certeza	de	sua	
veracidade	e	propósito	para	o	cristianismo.	
Este	processo	auxiliou	as	gerações	futuras,	pois,	determinando	autor,	importância	e	
contexto,	nos	faz	compreender	melhor	o	propósito	para	as	quais	existem	na	nossa	Bíblia.	O	
motivo	pelas	quais	foram	escritas,	encontra	sentido	nas	atuais	gerações	de	cristãos,	quando	
nos	identificamos	com	os	ensinos	que	elas	trazem.	As	Epístolas,	são	uma	demonstração	da	
sabedoria	e	inspiração	divina	para	o	crescimento	e	propagação	do	Evangelho.	(BÍBLIA	DO	
EXECUTIVO,	2004,	p.1115).
Muitos	textos	que	utilizamos	no	dia-a-dia	para	encorajar,	exortar,	dar	compreensão	
e	sentido	aos	acontecimentos	espirituais,	são	extraídos	das	Epístolas.
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59UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
 2 A ESCOLA JOANINA
TÓPICO
	O	Apóstolo	João	se	caracteriza	por	nos	fornecer	um	material	rico	e	bem	elaborado,	
principalmente	nos	fundamentos	que	nortearam	a	igreja	primitiva,	contra	os	falsos	mestres	
que	surgiam.	É	uma	sequência	de	escritos	incomuns	às	demais	Epístolas.
A	estrutura	incomum	já	mencionada	se	caracteriza	pela	apresentação	tripla	
de	cada	tema	importante	da	carta:	a	comunhão	com	Deus,	a	vitória	sobre	o	
pecado,	o	amor	a	Deus	e	a	obediência	aos	mandamentos,	o	amor	ao	irmão,	
a	vitória	sobre	o	mundo,	o	anticristo	e	a	declaração	de	fé	sobre	Jesus.	Isso	
aparece	logo	após	o	prólogo	em	três	sequências	repetidas	dos	temas	citados.	
(HÖRSTER,	1996,	p.106).
O	escritor	é	capaz	de	apresentar	a	estrutura	temática	de	sua	carta	sem	repetir	os	
temas,	de	forma	proposital,	visando	um	aprofundamento	nos	assuntos.	Veja	a	divisão	da	
Primeira	Epístola	de	João:
60UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
Fonte:	Hörster	(1996,	p.107)
O	Evangelho	de	João	e	suas	Epístolas,	possuem	uma	característica:	adotam	uma	
posição	contra	a	heresia	gnóstica.	Ou	seja,	João	e	seus	seguidores	e	auxiliares,	combatem	
a	desvirtuação	do	conhecimento	em	Cristo.	O	que	realmente	Cristo	significa	para	o	todo	da	
criação.	Veja	como	Gerhard	Hörster,	exemplifica:
Na	 profissão	 de	 fé	 no	 Filho	 de	 Deus	 encarnado	 é	 possível	 reconhecer	 o	
verdadeiro	 cristão,	 como	 também	 é	 possível	 reconhecer	 o	 anticristo	 pela	
negação	da	encarnação	do	Filho	de	Deus	(4.15;	5.1,5).	Somente	pelo	fato	de	
o	Filho	de	Deus	ter	se	tornado	homem,	foi	possível	que,	pela	sua	morte,	se	
tornasse	o	nosso	salvador;	portanto,	também	aquele	que	nos	liberta	de	toda	
a	culpa	(1.7;	2.1s;	3.16).	Todo	aquele	que	experimentou	o	amor	de	Deus	por	
meio	de	Jesus	Cristo	e	encontrou	a	salvação	pela	fé	em	Jesus,	obedece	aos	
mandamentos	de	Deus	por	amor,	como	também	ama	os	seus	irmãos	na	fé	
(2.9-11;	3.7,10,17;	4.20).	(HÖRSTER,	1996,	p.108).
Tabela 1 – Divisão de Assuntos
CAPÍTULO DIVISÃO VERSÍCULOS-CHAVE
1.1-4 Prólogo
Testemunhas oculares transmitem a revelação de Deus em Jesus Cristo
1.5—2.27 A primeira sequência de temas
1.5-7 Comunhão com Deus
1.8—2.2 Vitória sobre o pecado 1.8s; 2.1s
2.3-6 O amor a Deus e a obediência aos seus mandamentos
2.7-11 O amor ao irmão
2.12-17 Vitória sobreo mundo 2.17
2.18-27 O anticristo e a declaração de fé sobre Jesus 2.22
2.28—4.6 A segunda sequência de temas
2.28—3.2 Comunhão com Deus 3.1s
3.3-10 Vitória sobre o pecado 3.8
3.11-18 O amor ao irmão
3.19-24 Comunhão com Deus e a obediência aos seus mandamentos 3.19s
4.1-3 O anticristo e a declaração de fé sobre Jesus 4.2s
4.4-6 A vitória sobre o mundo
4.7—5.12 A terceira sequência de temas
4.7-10 O amor de Deus por nós por meio de Jesus Cristo 4.10
4.11-21 O amor de Deus e amor ao irmão 4.16-19,21
5.1-5 O amor a Deus e a obediência aos seus mandamentos 5.4
5.6-12 O testemunho de Deus sobre o Filho
5.13-15 Comunhão com Deus e oração
5.16-18 Vitória sobre o pecado
5.19-21 Vitória sobre o mundo
61UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
Esta	ênfase	teológica	que	João	traz	é	um	desafio	atual	para	a	Igreja	de	Jesus	Cristo,	
pois,	desafia	a	mesma	a	professar	de	forma	inequívoca	a	fé	no	seu	Salvador.	Logo,	nos	
tempos	em	que	vivemos,	o	“ser	cristão”,	tem	tomado	rumos	paralelos	ao	original	proposto	
pelo	Evangelho,	assim,	ser	cristão	tem	sido	algo	diferente	de	uma	dependência	total	pela	
salvação,	que,	só	há	em	Cristo	Jesus.
João,	também,	trabalha	em	seus	escritos	de	forma	a	exemplificar	o	final	daqueles	
que	não	andam	segundo	a	essência	do	Evangelho,	ele	 relata	que	nas	comunidades	as	
quais	sua	carta	está	sendo	endereçada,	já	houve	divisões	e	elas	são	um	exemplo	ruim	de	
um	conjunto	de	heresias	e	mostra	o	distanciamento	destes	hereges	do	verdadeiro	cristão.
Já	em	Segunda	e	Terceira	João,	podemos	observar	diferenças	no	estilo	de	carta	da	
época,	ambas	são	do	tamanho	de	uma	folha	de	papiro.	Foram	escritas	com	dois	objetivos	
claros,	 o	 primeiro,	 combater	 aqueles	 que	 pregavam	que	Cristo	 não	 havia	 encarnado	 e,	
segundo,	na	verdade,	na	Terceira	Epístola,	o	objetivo	era	prestigiar	os	que	recebiam	com	
hospitalidade	aqueles	que	vinham	de	longe	pregar	o	Evangelho.
Com	 toda	 certeza,	 as	 cartas	de	 João	 são	um	conteúdo	 ímpar	 dentro	de	 todo	o	
conteúdo	do	Novo	Testamento.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	2004,	p.1198).
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 3 INTRODUÇÃO ÀS EPÍSTOLAS 
CATÓLICAS DE JUDAS, TIAGO 
PEDRO E JOÃO
TÓPICO
UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS) 62
3.1 A Carta de Tiago
Talvez	uma	das	cartas	mais	importantes	a	ser	observada,	pois,	ao	contrário	daquilo	
que	Paulo	falava	na	defesa	da	fé	genuína,	alegando	que	a	salvação	vem	pela	fé,	Tiago,	
traz	 a	 situação	da	 fé	 sem	obras,	 a	 qual,	 é	morta	 e	 ineficaz.	Este	 assunto	 foi	 polêmico,	
principalmente	durante	a	Reforma	Protestante,	mas	acabou	sendo	um	assunto	resolvido	e	
superado.	Outra	particularidade	ocorre	por	ser	a	carta	mais	antiga	escrita	entre	todas,	cerca	
de	45	d.C.	
Talvez	a	maior	polêmica	ao	redor	desta,	seja	a	autoria,	porém,	muitos	estudiosos,	
desde	150	d.C.,	atribuem	ao	Tiago	irmão	de	Jesus.	Ele	iniciou	como	apóstolo	e	após	as	
viagens	de	Pedro	para	visitar	as	novas	comunidades,	passou	a	bispo	em	Jerusalém.	
Foi	Tiago	que	concluiu	o	Concílio	de	Jerusalém,	o	primeiro	da	Igreja	Cristã.	Também,	
Tiago	se	encontrou	várias	vezes	com	Paulo	em	Jerusalém.	Tiago	foi	morto	a	espada	em	62	d.C.
Tiago,	em	sua	Epístola,	traz	algo	muito	importante	no	contexto	em	que	a	comunida-
de	cristã	estava	vivendo.	Ele	combate	o	pensamento	de	que	os	ricos	não	são	condenados	
pelo	Evangelho.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	p.1180)
Este	Tiago,	enfatiza	a	comunhão	entre	irmãos,	quer	seja	rico	ou	pobre,	ninguém,	
aja	com	egoísmo,	opressão	ou	ganância.
63UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
3.2 A Carta de Judas
A	Epístola	de	Judas	traz	como	temas,	a	condenação	aos	falsos	mestres,	a	exortação	
aos	cristãos	e	uma	rica	doxologia.	Judas,	parece	ir	de	encontro	a	corrigir	os	cristãos	que	
receberam	os	ensinos	de	Paulo,	mas,	estavam	perdendo	a	razão	na	sua	crença.	
Segundo	parece,	Judas	planejava	um	tratado	diferente	quando	os	avanços	
de	 um	 gnosticismo	 incipiente	 passaram	 a	 ameaçar	 os	 cristãos	 aos	 quais	
escrevia.	 Era	 provavelmente	 uma	 forma	 de	 antinomismo	 que	 interpretava	
erroneamente	 com	 a	 licenciosidade	 a	 doutrina	 de	 Paulo,	 a	 respeito	 da	
liberdade	cristã.	(WILLIAMS,	2000,	p.	198).
A	carta	é	um	incentivo	a	perseverança,	a	não	se	deixar	contaminar	com	os	falsos	
ensinos,	a	crescer	na	fé	e	a	buscar	as	experiências	de	ser	um	verdadeiro	cristão.	De	uma	
forma	bem	simples,	Judas,	meio	irmão	de	Jesus,	incentiva	a	fé	em	uma	comunidade	que	
parece	sofrer	com	a	heresia	e	a	tentativa	de	retroceder	na	caminhada	cristã.	(BÍBLIA	DO	
EXECUTIVO,	2004,	p.	1208).
Esta	é	a	carta	que	cita	Enoque,	no	Novo	Testamento,	de	maneira	a	apresentar	a	
comunhão	com	Deus,	sendo,	uma	caminhada	até	o	fim	da	vida	e	não	apenas	um	encontro	
transformador.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	2004,	p.	1031).
Gosto	de	 ler	a	Epístola	de	Judas	porque	ela	traz,	de	maneira	resumida	e	direta,	
o	 destino	 daqueles	 que	 seguem	o	Evangelho	 e	 daqueles	 que	 se	 opõem	aos	 princípios	
estabelecidos.	
É	em	Judas	que	encontramos	a	mais	bela	doxologia	de	todas	as	cartas:
Àquele	que	é	poderoso	para	impedi-los	de	cair	e	para	apresentá-los	diante	da	
sua	glória	sem	mácula	e	com	grande	alegria,	ao	único	Deus,	nosso	Salvador,	
sejam	glória,	majestade,	poder	e	autoridade,	mediante	Jesus	Cristo,	nosso	
Senhor,	 antes	 de	 todos	 os	 tempos,	 agora	 e	 para	 todo	 o	 sempre!	Amém.	
(BÍBLIA,	JUDAS,	1:24-25)
Na	Unidade	IV,	vamos	trabalhar	um	pouco	mais	sobre	o	emprego	da	Epístola	de	
Judas,	no	tocante	ao	seu	testemunho	pessoal	de	aceitação	do	Evangelho	de	Cristo.	Embora	
esta	carta	tenha	apenas	um	capítulo	e	vinte	e	cinco	versículos,	traz	uma	profundidade	no	
chamado	à	perseverança.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	p.	1209).
64UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
3.3 As Cartas de Pedro
A	Primeira	Epístola	de	Pedro	é	dirigida	para	cinco	províncias,	é	o	maior	grupo	
de	 destinatários	 do	 Novo	 Testamento.	 Ela	 traz	 em	 seu	 centro	 o	 viver	 cristão	 em	
santificação,	razão	pela	qual	todos	devem	aguentar	as	provações	e	dificuldades,	zelando	
pelo	 relacionamento	e	dando	graças	por	 tudo	o	que	o	ato	de	Cristo	na	Cruz	produziu,	
principalmente	a	libertação	do	pecado.
Já	a	Segunda	Epístola	vem	como	um	relato	de	testemunho	sobre	aqueles	que	não	
seguem	a	Cristo	de	maneira	verdadeira,	aqueles	que	se	fazem	prontos	para	a	condenação,	
deixando	os	ensinos	corretos	para	trás.
O	chamado	de	Pedro	aos	cristãos	é	para	serem	reconhecidos	como	“Pedras	Vivas”,	
pois,	a	Igreja	é	formada	de	pedras,	que	regimentam	um	sólido	local	de	adoração,	assim,	
não	são	mortos	ou	sem	vontade,	mas,	sua	vida	e	sua	vontade	é	viver	para	Deus	e	fazer	a	
vontade	de	Deus.
Pedro	 é	 o	 mesmo	 homem	 descrito	 no	 Evangelho,	 de	 posição	 forte	 e	 muito	
comunicativo,	um	exortador,	assim,	em	suas	cartas,	ele	sempre	procede	uma	exortação	
aos	 cristãos.	A	 exortação	 a	 santidade	 é	 a	mais	 preponderante	 entre	 todas.	 Pedro	 quer	
um	povo	santo,	pois,	sem	a	santidade	requerida	por	Deus,	ninguém	o	verá.	(BÍBLIA	DO	
EXECUTIVO,	2004,	p.1187).
Nosso	propósito	nesta	Unidade	é	apenas	 trazer	pontos	principais	das	Epístolas.	
Na	unidade	seguinte,	vamos	trazer	um	material	produzido	com	foco	em	tópicos	das	cartas.
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 4 CANÔNICA E SEM AUTOR 
DEFINIDO, MAS COM UMA 
MENSAGEM RELEVANTE: CARTA 
AOS HEBREUS 
TÓPICO
UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS) 65
Talvez	nenhuma	outra	carta	representa	tanto	o	contexto	de	uma	época	em	que	foi	
escrita,	ou,	a	necessidade	para	qual	foi	escrita.	Sem	um	autor	definido,	esta	carta	de	70	
d.C.,	data	provável,	conforme	seu	capítulo	10,	versículo	32	ao	34,	está	direcionadapara	
cristãos	que	enfrentaram	perseguições	físicas	e	sociais	de	gentios	e	judeus.	
Trata-se	 de	 uma	 carta	 que	 exorta	 à	 perseverança,	 renovando	 a	 confiança	 no	
sacrifício	de	Cristo.	A	 intenção	maior	 da	 carta	era	prevenir	 os	 cristãos	de	uma	volta	ao	
judaísmo.	A	afirmação	do	autor,	durante	 todo	o	escrito,	era	conscientizar	os	 leitores	que	
Jesus	Cristo	havia	cumprido	a	Lei	e	todas	as	profecias	do	Antigo	Testamento,	com	relação	
ao	Messias.	Podemos	afirmar	que	ela	é	dirigida	para	o	público	de	judeus	cristãos.	(BÍBLIA	
DO	EXECUTIVO,	2004,		p.	1166).
A	Carta	aos	Hebreus	apresenta	afirmações	que	são	chave	para	o	contexto	explicado	
no	seu	todo.	Veja	o	quadro	abaixo:
QUADRO 1 - AFIRMAÇÕES-CHAVE
●	 Havendo	Deus,	outrora,	falado,	muitas	vezes	e	de	muitas	maneiras,	aos	pais,	
pelos	 profetas,	 nestes	 últimos	dias,	 nos	 falou	 pelo	Filho,	 a	 quem	constituiu	 herdeiro	 de	
todas	as	coisas,	pelo	qual	também	fez	o	universo.	Hebreus	1.1-2
●	 Porque	não	temos	sumo	sacerdote	que	não	possa	compadecer-se	das	nossas	
fraquezas,	antes	foi	ele	tentado	em	todas	as	coisas,	à	nossa	semelhança,	mas	sem	pecado.	
Acheguemo-nos,	portanto,	confiadamente,	 junto	ao	trono	da	graça,	a	fim	de	recebermos	
misericórdia	e	acharmos	graça	para	socorro	em	ocasião	oportuna.	Hebreus	4.15-16
66UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
●	 Ora,	a	fé	é	a	certeza	de	coisas	que	se	esperam,	a	convicção	de	fatos	que	se	
não	vêem.	Hebreus	11.1
●	 Jesus	Cristo	ontem	e	hoje	é	o	mesmo,	e	o	será	para	sempre.	Hebreus	13.8
Fonte:	O	Autor.
A	grande	 incógnita	está	em	descobrir	quem	escreveu	esta	carta,	pois,	ao	mesmo	
tempo	que	traz	traços	Paulinos,	também,	há	um	pouco	de	Lucas	e	estilos	linguísticos	diversos.
Orígenes,	escritor	da	igreja	primitiva,	disse	certa	vez	que	só	Deus	sabia	quem	
escreveu	a	carta.	Ele	próprio	cria	que	os	pensamentos	seriam	de	Paulo,	mas	
não	 as	 palavras,	 e	 disse	 que	 alguns	 a	 atribuíam	 a	 Lucas.	 Tertuliano	 cria	
que	fora	escrita	por	Barnabé.	Muitos	de	fato	defenderam	a	autoria	paulina,	
especialmente	os	líderes	alexandrinos,	resultando	na	aceitação	da	epístola	
com	o	Escritura	canônica.	Durante	o	período	da	Reforma,	Erasmo,	Calvino	e	
Lutero	duvidaram	da	autoria	paulina;	Lutero	sugeriu	Apoio,	ideia	que	agrada	
muitos	estudiosos	de	hoje.	(WILLIAMS,	2000,	p.	154)
Podemos	 identificar	 que	 o	 autor	 era	 alguém	 que	 via	 o	 cristianismo	 como	 uma	
revelação	perfeita,	algo	que	suplantava	qualquer	crença,	mas,	não	era	suplantado.	Além	
de	ter	como	personagem	principal	e	irrepreensível,	o	próprio	Jesus	Cristo,	na	posição	de	
sacerdote	supremo.	
Falar	da	Epístola	aos	Hebreus	merece	uma	atenção	um	pouco	melhor,	pois,	não	será	
citada	com	tanta	frequência	por	não	ser	de	origem	Paulina	ou	uma	Epístola	puramente	católica.
Qual é o desenvolvimento da Epístola?
Primeiramente	 o	 autor	 apresenta	 a	missão	 dos	 profetas	 do	Antigo	 Testamento,	
apresentando-os	 como	 fundamentais	 no	 processo	 de	 santificação	 do	 povo,	 mas,	 não	
obtiveram	êxito,	necessitando	do	Plano	Divino	para	a	redenção	da	humanidade.	O	autor	
apresenta	Jesus	Cristo	como	Senhor	e	Salvador,	um	ministro	supremo	e	que	passa	a	ser	o	
principal	caminho	para	a	posse	da	herança	que	é	reservada	aos	Filhos	de	Deus.
O	autor	apresenta	Cristo	como	aquele	que	vem	para	corrigir	nossas	falhas	e	não	
para	aceitá-las	como	parte	de	nosso	caráter.	De	maneira	bem	clara,	ele	demonstra	que	
Cristo	 venceu	 a	 tentação	 e,	 portanto,	 nós	 também	 podemos	 vencer,	 se	 andarmos	 no	
caminho	que	nos	é	proposto	pelo	Evangelho.	
Ele	 também	 trabalha	 a	 questão	 da	 fé	 genuína,	 aquela	 que	 não	 depende	 de	
circunstâncias	para	persistir	diante	das	tribulações.	É	um	ponto	chave	no	pensamento	cristão.	
Todas	estas	coisas,	podemos	observar	no	quadro	4.1	–	Afirmações	chaves,	logo	acima.	
67UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
Sugiro	que	o	aluno	leia	o	livro	que	citamos	no	material	de	apoio,	pois,	é	importante	
lembrar	que	o	Apóstolo	Paulo	não	trabalhou	sozinho	em	Antioquia,	antes	das	suas	viagens	
missionárias,	 outros	 apóstolos	 estiveram	 com	 ele,	 inclusive,	 Barnabé,	 que	 possivelmente	
pode	ser	o	autor	da	Carta	aos	Hebreus,	afinal,	Barnabé	conviveu	com	Paulo	por	bastante	
tempo	e	pode	ter	assimilado	um	pouco	de	seu	estilo	literário,	o	que	dá	este	ar	paulino	a	carta.
Um	 personagem	 do	 Antigo	 Testamento	 que	 volta	 a	 ser	 mencionado	 no	 Novo	
Testamento,	 e	 em	 especial	 na	Carta	 aos	Hebreus,	 é	 o	 sacerdote	Melquisedeque.	 Este	
primeiro	rei	e	sacerdote	citado	na	Bíblia,	nos	lembra	que,	mesmo	Abraão,	que	era	escolhido	
com	um	propósito	grandioso	na	humanidade,	dependia	de	Deus	e,	foi	por	Deus	que	Abraão	
conseguiu	vitória	sobre	os	quatro	reis	que	se	apossaram	de	seu	sobrinho	Ló.
O	destaque	principal	desta	carta,	não	deixa	de	ser	outro,	o	destaque	a	Jesus	Cristo	
como	supremo	mediador	entre	Deus	e	a	humanidade.	Outro	destaque,	é	que	o	Evangelho,	é	
o	cumprimento	do	judaísmo	no	Antigo	Testamento.	(BÍBLIA	DO	EXECUTIVO,	2004,	p.	1166).
	
JOÃO	 EM	 PATMOS.	 A	 VISÃO	 DE	 JESUS	 GLORIFICADO.	 MENSAGEM	 ÀS	
IGREJAS	DA	ÁSIA
Eu,	João,	que	também	sou	vosso	irmão	e	companheiro	na	aflição,	e	no	Reino,	e	na	
paciência	de	Jesus	Cristo,	estava	na	ilha	chamada	Patmos,	por	causa	da	palavra	de	Deus	
e	pelo	testemunho	de	Jesus	Cristo.	Eu	fui	arrebatado	em	espírito,	no	dia	do	Senhor,	e	ouvi	
detrás	de	mim	uma	grande	voz,	como	de	trombeta,	que	dizia:	O	que	vês,	escreve-o	num	
livro	e	envia-o	às	sete	igrejas	que	estão	na	Ásia:	a	Éfeso,	e	a	Esmirna,	e	a	Pérgamo,	e	a	
Tiatira,	e	a	Sardes,	e	a	Filadélfia,	e	a	Laodicéia.	E	virei-me	para	ver	quem	falava	comigo.	
E,	virando-me,	vi	sete	castiçais	de	ouro;	e,	no	meio	dos	sete	castiçais,	um	semelhante	ao	
Filho	do	Homem,	vestido	até	aos	pés	de	uma	veste	comprida	e	cingido	pelo	peito	com	um	
cinto	de	ouro.	E	a	sua	cabeça	e	cabelos	eram	brancos	como	lã	branca,	como	a	neve,	e	os	
olhos,	como	chama	de	fogo;	e	os	seus	pés,	semelhantes	a	latão	reluzente,	como	se	tivesse	
sido	refinado	numa	fornalha;	e	a	sua	voz,	como	a	voz	de	muitas	águas.	
Fonte:	BÍBLIA,	2004,	Apocalipse	1:9-15.
68UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
Se	dissermos	que	não	temos	pecado	nenhum,	nós	mesmos	nos	enganamos,	e	a	
verdade	não	está	em	nós.	Se	confessarmos	os	nossos	pecados,	ele	é	fiel	e	justo	para	nos	
perdoar	os	pecados	e	nos	purificar	de	toda	injustiça.
Fonte: BÍBLIA,	2004,	1ª	João	1:8-9.
Se,	todavia,	alguém	pecar,	temos	advogado	junto	ao	Pai,	Jesus	Cristo,	o	justo;	e	ele	
é	a	propiciação	pelos	nossos	pecados,	e	não	somente	pelos	nossos	próprios,	mas	ainda	
pelos	do	mundo	inteiro.	
Fonte: BÍBLIA,	2004,	1ª	João	2:1.	
69UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com	o	término	desta	Terceira	Unidade	de	nossa	apostila	sobre	a	disciplina	Cartas	
Paulinas	e	Epístolas	Católicas,	chegamos	ao	ponto	de	saber	 todos	os	pontos	principais	
sobre	o	pano	de	fundo,	autores,	dados	históricos	e	geográficos	que	são	necessários	para	a	
compreensão	do	valor	destas	Epístolas	no	Cânon	Bíblico.
Nesta	terceira	unidade,	demos	uma	tratativa	bem	resumida,	mas,	com	foco	específico	
na	formação	das	Epístolas	Católicas.	Trouxemos	os	fatos	atuais	e	significativos	que	permeiam	
os	escritos	de	Pedro,	Tiago,	João	e	Judas,	para	a	comunidade	cristã	e	para	a	teologia.
No	primeiro	tópico,	citamos	fatos	que	contribuem	para	a	autenticidade	das	cartas	
no	Cânon,	a	importância	específica	que	elas	adquirem	em	algumas	comunidades,	como,	a	
Igreja	em	Roma,	a	Igreja	Ortodoxa.
No	segundo	tópico,	falamos	um	pouco	sobre	um	Apóstolo	que	traz	uma	verdadeira	
linha	do	tempo	dentro	do	cristianismo:	o	Apóstolo	João,	responsável	pela	escrita	de	um	dos	
Evangelhos,	pelas	cartas	–	significativas	no	contexto	cristão	–	e	pelo	livro	de	Apocalipse.
Falamos	na	terceira	parte	sobre	os	Apóstolos	Pedro,	Tiago	e	Judas,	particularmente,	
primordiais	em	seus	escritos,através	do	testemunho,	conceito	teológico	e	propriedade	na	
defesa	da	sã	doutrina	apostólica	cristã.
Finalizando,	citamos	a	carta	aos	Hebreus,	embora,	sem	um	autor	completamente	
definido,	 ela	 traz	 um	conteúdo	muito	 relevante	 e	 complementar	 aos	demais	 escritos	 do	
Novo	Testamento.
Vamos	partir	agora	para	uma	nova	Unidade	dentro	do	nosso	estudo.	Vamos	partir	
para	uma	experiência	fundamental	dentro	da	Teologia,	a	criação	de	conteúdo,	algo	que	esta	
ciência	nos	exige,	pois,	o	conteúdo	teológico	tem	o	mesmo	significado,	mas,	sua	aplicação,	
pode	proporcionar	experiências	inovadoras.	Convido	a	você,	a	participar	desta	nova	unidade,	
deixando	um	pouco	de	lado,	os	autores	e	referências	já	conhecidas	no	meio	teológico.
Venha,	 vamos	 aprender	 juntos	 sobre	 este	 conteúdo	 rico	 e	 direto	 no	 sentido	 de	
fornecer	informações	sobre	a	vida	cristã!!!		Shalom!!!!	
70UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
LEITURA COMPLEMENTAR
O MATERIAL DA TRADIÇÃO
Nas	 cartas	 do	 NT	 encontramos	 em	 muitas	 passagens	 profissões	 de	 fé,	 hinos,	
fórmulas,	 indicações	 sobre	 o	 culto	 e	 exortações	 da	 vida	 da	 igreja	 do	 NT	 que	 o	 autor	
menciona	 no	 seu	 escrito.	 Denominamos	 isso	 de	material	 da	 tradição.	 Encontramos	 as	
seguintes	formas	de	tradição:
Hinos.	São	os	cânticos	da	igreja	primitiva.	Podemos	reconhecê-los	na	sua	estrutura	
de	estrofes	e	de	ritmos.	Infelizmente	nos	faltam	as	melodias	para	poder	cantá-los.
Exemplos: Filipenses	2.6-11;	Colossenses	1.15-20;	Efésios	1.3-14;	5.14;	1Timóteo	
3.16;	1Pedro	2.22-24.
Profissões	 de	 fé.	 São	 frases	 curtas	 e	 marcantes	 que	 resumem	 as	 convicções	
básicas	da	fé	cristã.	A	humanidade	de	Jesus,	a	morte	vicária	e	a	ressurreição	são	assim	
professadas.
Exemplos:	Romanos	1.3s;	1Coríntios	15.3-5;	1Pedro	1.18-21;	3.18-22.
Palavras	da	ceia.	Em	frases	curtas	e	marcantes	é	resumida	a	 interpretação	que	
Jesus	deu	à	ceia.	Em	geral	estão	no	contexto	de	um	relato	sobre	a	instituição	da	ceia.
Exemplos: Marcos	14.22-25;	Mateus	26.26-28;	Lucas	22.15-20;	1Coríntios	11.23-25.
Nas	igrejas	do	cristianismo	primitivo	havia	instrução	clara	e	segura	para	uma	vida	
pela	fé.	Nas	cartas	temos	registradas	ainda	outras	formas	de	tradição:
Listas	de	virtudes	e	vícios.	Estas	são	encontradas	não	somente	no	cristianismo,	
mas	também	no	judaísmo	primitivo,	principalmente	na	seita	de	Qumran.	Aparecem	também	
no	estoicismo	grego.	Os	autores	das	cartas	do	NT	não	as	adotaram	simplesmente,	mas	as	
relacionaram	com	a	mensagem	de	Jesus	Cristo.
Exemplos de listas de vícios:	Romanos	1.29-31;	13.13;	1Coríntios	5.10s;	6.9s;	
Gálatas	5.19-21;	Efésios	4.31;	5.3-5;	Colossenses	3.5-8;	1Timóteo	1.9s;	2Timóteo	3.2-4.
Exemplos de listas de virtudes: Gálatas	5.22s;	Filipenses	4.8;	Colossenses	3.12-
14;	6.11;	2Timóteo	2.22;	1Pedro	3.8;	2Pedro	1.5-7.
Admoestações	 aos	membros	 da	 casa.	 Com	 isso,	 denominamos	 as	 orientações	
para	os	diferentes	grupos	de	pessoas	como	casados,	pais	e	filhos,	escravos	e	senhores.	
Esse	tipo	de	tradição	também	encontra	paralelos	no	judaísmo	(como	em	Josefo	e	Filo)	e	
71UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
no	estoicismo	(Epíteto	e	Sêneca).	Essas	listas	de	admoestações	também	não	são	simples-
mente	adotadas	pelo	NT,	mas	reinterpretadas	com	base	na	mensagem	cristã.
Exemplos:	Efésios	5.22—6.9;	Colossenses	3.18—4.1;	1Timóteo	2.8-15;	Tito	2.1-
10;	1Pedro	2.13—3.12.
Listas	de	obrigações.	São	listas	em	que	encontramos	orientações	sobre	os	pré-re-
quisitos	e	obrigações	dos	obreiros	das	igrejas	cristãs.	Na	antiguidade	encontramos	esse	
tipo	de	listas	nos	requisitos	para	oficiais	do	estado.	No	NT	essas	listas	de	obrigações	são	
aplicadas	aos	que	têm	responsabilidades	na	igreja	cristã.
Exemplo:	1Timóteo	3.1-7;	Tito	1.7-9;	1Timóteo	5.17-19;	Tito	1.5s;	1Timóteo	3.8-13;	
5.3-16.
Além	do	material	da	tradição	descrito	até	aqui,	que	é	citado	com	mais	ou	menos	deta-
lhes	no	NT,	há	ainda	declarações	breves	que	denominamos	fórmulas.	Vejamos	alguns	tipos.
Homologia.	São	fórmulas	ou	declarações	com	que	Deus	é	aclamado	e	anunciado.	
Elas	são	o	fundamento	das	profissões	de	fé	e	dos	hinos	que	já	descrevemos.
Exemplos: 1Coríntios	8.6;	Efésios	4.5s;	1Timóteo	2.5;	Filipenses	2.11;	1Coríntios	
12.3;	Romanos	10.9.
Declarações	de	 fé.	São	 frases	que	 formulam	os	aspectos	da	 salvação	em	Jesus	
Cristo,	como	a	morte	vicária	de	Jesus	(Rm	5.8;	14.15;	1Co	8.11;	Gl	2.20;	3.13),	a	ressurreição	
de	Jesus	dos	mortos	(Rm	8.11;	10.9;	1Co	6.14;	1Co	4.14;	Gl	1.1;	Ef	1.2;	Cl	2.12;	1Ts	1.10;	At	
3.15;	4.10;	5.30;	10.40	e	outros)	e	a	morte	e	ressurreição	de	Jesus	(Rm	8.34;	14.9;	2Co	5.15;	
1Ts	4.14).	Provavelmente	foram	usados	na	igreja	primitiva	na	pregação	e	no	catecismo.
Doxologias.	São	frases	curtas	com	que	Deus	é	exaltado.	O	seu	pano	de	fundo	são	
as	orações	do	 judaísmo	primitivo	no	AT.	A	sua	característica	cristã	é	a	denominação	de	
Deus	como	Pai	de	Jesus	Cristo.	Em	muitos	casos,	começam	com	a	expressão	“louvado	
seja	Deus	…”
Exemplos: 2Coríntios	1.3;	Efésios	1.3;	1Pedro	1.3;	Romanos	1.25;	9.5;	2Coríntios	
11.31.
Às	vezes,	são	declarações	de	louvor	no	final	de	um	hino	longo	de	louvor	ou	de	uma	carta.
Exemplos:	Romanos	11.36;	Efésios	3.21;	Romanos	16.27;	Filipenses	4.20;	2Timóteo	
4.18.	As	doxologias	nos	abrem	a	cortina	para	os	cultos	da	igreja	primitiva.
Fonte: Hörster,	1996,	p.48-49.	
72UNIDADE 3 APROFUNDANDO-SE NAS EPÍSTOLAS CATÓLICAS (UNIVERSAIS/GERAIS)
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Escritos joaninos e cartas católicas - vol. 8.
Autor: Josep Oriol Tuñi (Autor), Xavier Alegre (Autor)• Editora:
Vida.
Sinopse: Introdução atualizada e competente ao Evangelho de 
João às Cartas joaninas ao Apocalipse e às Cartas de Tiago Pedro 
e Judas estudadas a partir das perspectivas literária teológica e 
social e histórica possui ampla bibliografia que permite ampliar 
as questões tratadas a partir de outras perspectivas.
	
FILME/VÍDEO 
Título: Pedro O Sacrifício De Um Homem - Omar Sharif.
Ano: 2005.
Sinopse: Um dos principais eventos de todos os tempos: a di-
fusão do Cristianismo em Roma e por todo o Império romano. 
Como romanos e judeus reagiram a este acontecimento, do 
ponto de vista político e religioso, além da enorme dificuldade 
que o Cristianismo enfrentou antes de se espalhar. Pedro, um 
simples pescador que mais tarde se tornaria num dos pilares 
da Igreja Católica. Um homem que conseguiu agregar o que 
estava dividido e mostrar como a amizade, com São Paulo, dois 
homens capazes de amar e compreender um ao outro. Esta é a 
história de uma comunidade da qual nasceu uma nova religião 
que se espalhou pelo mundo afora. A história de uma cidade e 
seus habitantes em um momento crítico da história humana.
Link do vídeo: https://www.amazon.com.br/JO%C3%83O-
-disc%C3%ADpulo-Ap%C3%B3stolo-Jesus-Livro-ebook/dp/
B08G6KBFD6
	
WEB 
Série de mensagens na carta de Tiago, Capítulo 1. O livro de 
Tiago fala sobre o papel da provação, as promessas referentes 
a perseverança, a cobiça que nos leva à morte, e o papel e a 
importância de praticar a palavra de Deus. 
Link do site: https://youtu.be/PmlptHiOXEA
	
https://www.amazon.com.br/JO%C3%83O-disc%C3%ADpulo-Ap%C3%B3stolo-Jesus-Livro-ebook/dp/B08G6KBFD
https://www.amazon.com.br/JO%C3%83O-disc%C3%ADpulo-Ap%C3%B3stolo-Jesus-Livro-ebook/dp/B08G6KBFD
https://www.amazon.com.br/JO%C3%83O-disc%C3%ADpulo-Ap%C3%B3stolo-Jesus-Livro-ebook/dp/B08G6KBFD
https://youtu.be/PmlptHiOXEA 
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Plano de Estudos
• Características das Cartas Paulinas;
• Características das Cartas Católicas;
• Um exemplo de Ministração à Luz das Cartas de Paulo;
• Um exemplo de Ministração à Luz das Cartas Católicas.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar as Epístolas de Paulo e as Católicas para uma prédica eficiente;
• Compreender os recursos disponíveis nas Epístolas;
• Exemplificar um modelo de ministração à Luz destas Epístolas.
4UNIDADEUNIDADE
 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - A LUZ DAS EPÍSTOLAS - 
Professor Especialista Érlon Migliozzi
 RECURSOS PARA UMA PRÉDICA RECURSOS PARA UMA PRÉDICA 
 EFICIENTE PARA A VIDA E O EFICIENTE PARA A VIDA E O
 MINISTÉRIO CRISTÃO MINISTÉRIO CRISTÃO 
74UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
INTRODUÇÃO
Nesta	 Unidade	 IV,	 após	 conhecermos	 detalhes	 dos	 autores,	 dos	 locais,	 das	
comunidades	e	o	propósito	das	Epístolas,	queremos	apresentar	um	recurso	para	os	alunos	
no	momento	 em	 que	 necessitam	 de	 orientação	 e	 auxílio	 para	montarem	 seus	 esboços	
e	sermões,	ou	quando	precisam	de	buscar	orientação	para	um	aconselhamento	ou	uma	
posição	diante	de	alguma	situação	espiritual	ou	prática	para	o	cristão.
No	Primeiro	tópico,	vamos	trazer	um	resumo	das	Cartas	de	Paulo.	Utilizando	dos	
melhores	 comentários	 bíblicos,	 vamos	 demonstrar	 o	 formato	 de	 cada	 Epístola	 Paulina,	
servindo	de	índice	para	estudo.
No	Segundo	tópico,	vamos	agir	da	mesma	maneira,	como	no	primeiro	tópico,	mas,	
com	as	Epístolas	Gerais.
Já	no	Terceiro	tópico	e	Quarto	tópico,	vamos	fazer	duas	ministrações,	ou,	algumas	
ministrações,	utilizando-se	de	referência,	os	quadros	desenvolvidos	nos	tópicos	anteriores.
Qual	a	finalidade	de	desenvolver	esta	Unidade	assim?
Dar	 aos	 teólogos	 um	 modelo	 de	 ministração,	 através	 das	 Epístolas	 e,	
consequentemente,	 demonstrar	 que	 a	 vivência	 dos	 Apóstolos	 era	 administrar	 as	
comunidades	cristãs,	através	da	ministração	e	proclamação	do	Evangelho.	Parece	óbvio,	
mas	conheço	muitos	estudantes	que	terminam	seus	estudos	e	ficam	presos,	exclusivamente,	
as	 revelações	 do	Evangelho,	 do	Apocalipse	 e	 do	Antigo	Testamento,	mas,	 não	 são	 tão	
familiares	com	as	Epístolas,	acreditando	que	eram	manuais	para	as	comunidades	cristãs	
da	época	apenas.
Convido	você	a	buscar	e	desejar	aprender	mais	com	esta	Unidade,	afinal,	acredito,	
que	ela	seja	o	motivo	principal	do	estudo	das	Epístolas:	gerar	fé	e	convicção	aos	cristãos	
da	atualidade.
Vem comigo!!!
Shalom Adonai!!!
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75UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
 1 CARACTERÍSTICAS DAS CARTAS 
PAULINAS 
TÓPICO
1.1 Romanos 
QUADRO 1 - QUADRO GERAL DA CARTA AOS ROMANOS
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1067).
Ao	 estudarmos	 Romanos,	 temos	 uma	 linha	 de	 desenvolvimento	 que	 vai	 da	
Condenação	da	humanidade,	passando	pela	redenção,	santificação	e	glorificação	e	sendo	
manifesta	através	da	aplicação	do	favor	de	Deus	na	vida	do	regenerado.
A	carta	trata	os	extremos	entre	o	pecado	e	a	salvação,	fala	da	soberania	de	Cristo	
e	do	comportamento	daqueles	que	vivem	na	prática	do	Evangelho.
A	doutrina	que	permeia	toda	a	obra	é	a	verdade	do	Evangelho	na	vida	do	cristão	e	
a	transformação	proporcionada	pelo	conhecimento	desta	verdade.
FOCO Os Problemas e a 
provisão da Justiça
O poder da 
justiça
O Programa da justiça A prática da Justiça
Referência 1 ao 5 6 ao 8 9 ao 11 12 ao 16
Tópicos Condenação e 
Justificação
Santificação e 
Glorificação
Vindicação Aplicação
Pecado e Salvação Crescimento 
Espiritual
Soberania O comportamento e o 
Evangelho
Doutrina: Verdade Prática: 
Transformação
Local Enviada de Corinto para Roma
Tempo 57 d.C
76UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.2 I Coríntios
QUADRO 2 - QUADRO GERAL DE I CORÍNTIOS
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1083).
Sem	dúvida,	a	Epístola	de	Primeira	Coríntios	é	uma	carta	de	repreensão	e	resposta	
à	Igreja	sobre	problemas	de	convívio	entre	eles.	Problemas	de	divisão	e	disciplina	geraram	
discussões	e	desordem	na	fé	dos	cristãos	em	Corinto.
Esta	carta	trata	problemas	cotidianos,	de	forma	direta,	como	resposta	de	Paulo	aos	
problemas	relatados	para	ele	anteriormente.
FOCO Repreensões à Igreja Respostas à Igreja
Referência 1 ao 4 5 
a
o 
6
7 ao 11.1 11.2 ao 16
Tópicos Divisões D
is
ci
p
li
n
a
Discussão Desordem e incredulidade
Condenação Conselho
Quatro problemas: 
facções, incesto, 
processos legais, 
imoralidade sexual
Quatro perspectivas: casamento, comida oferecida aos ídolos, 
culto público, ressurreição
Local Enviada de Éfeso para Corinto
Tempo 55 d.C.
77UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.3.2 Coríntios
QUADRO 3 - QUADRO GERAL DE 2 CORÍNTIOS
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1098).
Paulo	utiliza	esta	carta	para	falar	de	seu	testemunho.	Inicia	falando	de	seu	caráter	
e	evolui	para	suas	credenciais.	Testemunho,	prática	e	defesa	do	seu	ministério,	com	o	foco	
de	atingir	uma	minoria	rebelde	ao	Evangelho	e	arregimentar	uma	maioria	arrependida.
FOCO Conduta e caráter de Paulo A 
colet
a de 
Paulo
As credenciais de Paulo
Referência 1 ao 7 8 ao 
9
10 ao 13
Tópicos Explanação Exort
ação
Vindicação
Testemunho P
r
á
ti
c
a
Defesa
Relato A
p
e
l
o
Resposta
Dirigidos à maioria arrependida Dirigidos à minoria rebelde
Local Enviada da Macedônia (ou talvez Filipos) para Corinto
Tempo 55 d.C.
78UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.4 Gálatas
QUADRO 4 - QUADRO GERAL DA CARTA AOS GÁLATAS
	
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004),	pg.	1109.
O	 foco	 de	 Paulo	 nesta	 carta	 é	 a	 Fé.	 Paulo,	 foca	 em	 defender	 os	 gálatas,	 dos	
hereges	que	surgiram	no	meio	da	comunidade	cristã.	A	epístola	é	uma	verdadeira	exposição	
teológica	sobre	o	poder	da	fé	no	Evangelho	de	Jesus	Cristo.
FOCO Argumento Biográfico Argumento 
Teológico
Argumento Moral
Referência 1 ao 2 3 ao 4 5 ao 6
Tópicos Defesa da justificação pela fé Explanação 
da 
Justificação 
pela fé
Aplicação da justificação pela fé
Explanação pessoal Exp
osiç
ão 
dou
trin
ária
Exortação prática
Validade do Evangelho: Apostolado Vin
dic
açã
o 
do 
Eva
nge
lho: 
Ape
lo
Vitória do Evangelho: Aplicação
Legalismo versus liberdade Vida de liberdade
Local Teoria da Galácia do Sul: provavelmente escrita em Antioquia na Síria
Teoria da Galácia do Norte: Provavelmente escrita em Éfeso ou na Macedônia
Tempo Teoria da Galácia do Sul: 49 d.C.
Teoria da Galácia do Norte: 53-55 d.C.
79UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.5 Efésios
QUADRO 5 - QUADRO GERAL DA CARTA AOS EFÉSIOS
FONTE: BÍBLIA	NVI	(2004),	pg.	1115.
Paulo	é	mais	detalhista	nesta	carta,	embora,	com	menos	capítulos,	ele	trata	da	conduta	
do	Corpo	de	Cristo,	realizado	através	de	uma	justificativa	do	chamado	ao	qual	foi	constituído.
O	 chamado	 à	 responsabilidade	 através	 da	 exortação	 para	 um	 comportamento	
genuinamente	cristão	é	o	ponto	máximo	desta	Epístola.
1.6 Filipenses
QUADRO 6 - QUADRO GERAL DA CARTA AOS FILIPENSES
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1123).
FOCO O chamado do corpo A conduta do corpo
Referência 1 ao 3 4 ao 6
Tópicos A riqueza Espiritual A Caminhada Espiritual
Ser: Quem nós somos Fazer: Como devemosagir.
Verdade posicional: Fé Verdade prática: Comportamento
Doutrina: Não há ordens Exortação: 35 ordens
Privilégios do crente Responsabilidades do crente
Local Enviada de Roma para Éfeso
Tempo 60 – 62 d.C.
FOCO Questões pessoais Apelos 
práticos
Realização Prometida Atitudes Apropriadas
Referência 1 2 3 4
Tópicos Experiência Exemplos Exposição Exortação
Circunstâncias Chamado 
para unidade 
e 
humanidade
Desafio contra o legalismo Conselho e 
consentimento
Situação e 
sofrimento
Submissão e serviço P
r
o
t
e
ç
ã
o
e
s
a
l
v
a
ç
ã
o
Santificação e 
compartilhamento
Local Enviada de Roma para Filipos
Tempo 62 d.C
80UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Filipenses	é	considerada	a	carta	da	alegria,	pois,	é	a	palavra	que	mais	aparece	na	
Epístola.	É	uma	das	cartas	escritas	na	prisão	de	Paulo.	Paulo	trabalha	muito	as	adversidades,	
enfrentadas	por	ele	e	por	Cristo,	porém,	demonstra	que	o	sofrimento	também	faz	parte	da	
vida	cristã	e	é	um	obstáculo	superado	na	cruz	de	Cristo.
1.7 Colossenses
QUADRO 7 - QUADRO GERAL DA CARTA AOS COLOSSENSES
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1132).
Colossenses	é	a	carta	que	traz	a	maior	centralidade	na	pessoa	de	Cristo.	Traz	o	
exemplo	de	Barnabé,	o	qual	seu	nome	significa	“filho	do	encorajamento”.
É	uma	carta	que	possui	um	alto	recurso	para	alimentar	a	fé	dos	líderes,	trazendo-os	
ao	foco	do	Evangelho:	o	sacrifício	de	Cristo	pela	humanidade.
1.8.1 Tessalonicenses
QUADRO 8 - QUADRO GERAL DE 1ª TESSALONICENSES
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1138).
FOCO Experiências Pessoais Exortações Práticas
Referência 1.1 ao 10 2.1 ao 16 2.17 ao 3.13 4.1 ao 12 4.13 ao 5.11 5.12 ao 28
Tópicos Elogio Caráter Preocupação Mandamentos Consolo Conduta
Retrospectiva Prospectiva
A salvação dos tessalonicenses A santificação dos tessalonicenses
Implantação Irrigação
Local Enviada de Corinto para Tessalônica
Tempo 51 d.C
FOCO A pessoa de Cristo Buscando a Cristo
Referência 1 ao 2 3 ao 4
Tópicos O caráter de Cristo
A soberania de Cristo
Crença: Doutrina
“...pleno conhecimento da vontade de 
Deus, com toda a sabedoria e 
entendimento espiritual” (1.9)
Nossa conduta em Cristo
Nossa submissão à Cristo
Comportamento: Prático
“...para que vocês vivam de maneira digna do 
Senhor...” (1.10)
Local Enviada de Roma para Colossos
Tempo 60-62 d.C
81UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
É	uma	fonte	de	 inspiração	e	recurso	para	os	 líderes	de	discipulado,	pois	ensina	
que	não	é	só	o	ato	da	conversão	o	momento	principal	do	crente	em	Cristo,	mas,	todo	um	
caminhar,	uma	jornada	nova,	com	aquele	que	é	o	agente	de	salvação.
1.9.2 Tessalonicenses
QUADRO 9 - QUADRO GERAL DE 2ª COLOSSENSES
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1140).
Esta	carta	também	é	uma	fonte	de	referência	aos	 líderes,	alertando-os	sobre	as	
heresias	que	surgem	no	meio	do	rebanho.	Mais	voltada	aos	líderes,	pois	Paulo	trata	de	líder	
para	líder	as	situações	descritas	na	carta.	Não	é	encaminhada	diretamente	para	membros,	
mas,	para	aqueles	que	têm	o	ministério	do	apascentamento.
FOCO Cristãos desanimados Cristãos 
confusos
Cristãos desobedientes
Referência 1.1 ao 1.2 2.1 ao 2.17 3.1 ao 3.18
Tópicos Elogio e Conforto Confusão e 
correção
Confiança e comentário
Encorajamento aos perseguidos Expli
caçã
o aos 
perpl
exos
Exortação aos improdutivos
Apreciação Agita
ção
Admoestação
Intervenção e intercessão Instrução e 
identificação
Ordens e preguiça
Local Enviada de Corinto para Tessalônica
Tempo 51 a 52 d.C.
82UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.10.1 Timóteo
QUADRO 10 - QUADRO GERAL DA 1ª CARTA À TIMÓTEO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1146).
A	Epístola	de	1ª	Timóteo	é,	também,	voltada	para	os	líderes	espirituais,	pois	trata	
muito	a	respeito	de	doutrina,	modo	de	procedimento	e	conduta,	como	administrar	posses	e	
manter	a	integridade	em	um	mundo	corrompido.
FOCO Le
m
br
et
es
Regulamentos Responsabilidades
Referência 1.
1 
ao 
20
2.1 ao 3.16 4.1 ao 16 5.1 ao 25 6.1 ao 21
Tópicos D
o
ut
ri
na
Orientações Defesa Responsabilidades
A
dv
er
tê
nc
ia
Adoração Sabedoria Viúvas Riqueza
O
r
d
e
m
Igreja Conselho e conduta
Local Enviada da Macedônia para Éfeso
Tempo Cerca de 63-65 d.C.
83UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.11.2 Timóteo
QUADRO 11 - QUADRO GERAL DA 2ª CARTA À TIMÓTEO
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1153).
A	Epístola	de	2ª	Timóteo	é	uma	carta	que	 traz	uma	amostra	do	 relacionamento	
de	Paulo	 com	Timóteo,	 assim,	 torna-se	 um	exemplo	 de	 conduta	 do	 discipulador	 com	o	
discipulado,	como	agir	em	um	mundo	que	é	regido	pelo	espiritual.
FOCO O 
po
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nsa
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do 
Eva
ng
elh
o
Os alvos do ministro do 
Evangelho
A proteção do Evangelho A Proclamação do 
Evangelho
Referência 1 2 3 4
Tópicos Le
mb
ret
e
Requisitos Resistência Pedidos
Cor
age
m
Caráter Precaução Declaração
R
e
t
r
o
s
p
e
c
t
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v
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Perspectiva Prospectiva
Local Enviada de Roma para Éfeso
Tempo 67-68 d.C.
84UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.12 Tito
QUADRO 12 - QUADRO GERAL DA EPÍSTOLA DE TITO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1159).
Esta	epístola	fala	acerca	dos	requisitos	para	consagração	de	anciãos	e	trabalha	a	
sã	doutrina	em	seus	princípios	elementares.
FOCO Protegendo a sã doutrina Preg
ando 
a sã 
doutr
ina
Praticando a sã doutrina
Referência 1 2 3
Tópicos Conduta da liderança Cond
uta 
do 
grup
o
Conduta geral
Organização e ofensores O
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Obediência
Batalha C
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Crença
Anciãos e erros Exem
plo
Esforço
Local Enviada da Grécia (talvez Corinto) para Creta
Tempo 63-65 d.C.
85UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
1.13 Filemon
QUADRO 13 - QUADRO GERAL DE FILEMON
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1163).
De	 uma	 mensagem	 breve,	 esta	 mensagem	 resulta	 naquilo	 que	 deve	 ocorrer	
na	vida	do	cristão	que	 tem	um	 relacionamento	 com	Deus.	Expressa	o	 resultado	de	um	
relacionamento	 vertical	 com	 Deus,	 consequentemente,	 transforma	 o	 relacionamento	
horizontal	do	cristão	com	os	demais	cristãos.
Essa	lista	de	tópicos	é	um	auxílio	para	encontrar	nas	treze	Cartas	Paulinas,	assuntos	
que	são	específicos	para	o	teólogo	e,	para	demonstrar,	a	verdadeira	arquitetura	literária	que	
Paulo	utilizou	em	seus	escritos,	ou	melhor,	seu	estilo	literário,	muito	bem	fundamentado.
	
FOCO O caráter de Filemon A 
conv
ersão 
de 
Filem
on
A confiança de Paulo
Referência 1 ao 7 8 ao 
16
17 ao 25
Tópicos Fé Perd
ão
Amizade
Oração A
p
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Propósito
Louvor P
e
d
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d
o
Promessa
Gratidão G
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a
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Privilégio
Local Enviada de Roma para Colossos
Tempo 60-62 d.C.
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86UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
 2 CARACTERÍSTICAS DAS CARTAS 
CATÓLICAS 
TÓPICO
Da	mesma	forma	como	fizemos	quadros	que	demonstram	os	assuntos	das	Cartas	
Paulinas,	vamos,	agora,	fazer	das	Epístolas	Gerais	ou	Católicas:
2.1 Tiago
QUADRO 14 - QUADRO GERAL DA CARTA DE TIAGO
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1180).
Tiago,	faz	de	sua	Epístola,	um	verdadeiro	manual	da	fé,	em	que	ele	apresenta	uma	
fé	que	é	visível	por	ter	ação,	algo	que	nos	instiga	a	buscarmos	o	serviço	da	obra	de	Deus.	
Tiago	fala	com	bastante	prática,	que	a	fé	sem	obras	é	morta.
FOCO O caráter da Fé O controle da fé Os conflitos da fé A consumação da fé
Referência 1.1 ao 2.26 3.1 ao 3.18 4.1 ao 5.6 5.7 ao 5.20
Tópicos Palavrase atos Palavras e 
sabedoria
O mundanismo e as 
riquezas
Espera e integridade
Testes Língua Tensões Triunfo
“Sejam todos 
prontos para 
ouvir”
“tardios para 
falar”
“e tardios para irar-se” (1.19)
Local Jerusalém, provavelmente
Tempo Cerca de 40-50 d.C.
87UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
2.2.1 Pedro
QUADRO 15 - QUADRO GERAL DA 1ª EPÍSTOLA DE PEDRO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1186).
FOCO Salvação Submis
são
Sofrimento
Referência 1.1 ao 2.12 2.13 ao 
3.12
3.13 ao 5.14
Tópicos Esperança e santidade Harmo
nia
Dificuldades e humildade
Realizações dos crentes A
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Atitudes e ações dos crentes
“Para isso vocês foram chamados” “
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“deixando-lhes exemplo, para que sigam os 
seus passos” (2.21)
Chamado e caráter Conduta
Local Roma Provavelmente
Tempo Cerca de 60-64 d.C.
88UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Esta	Epístola	nos	mostra	que	somos	“peregrinos”	em	uma	terra	que,	a	cada	tempo,	
torna-se	mais	hostil	aos	que	buscam	se	aperfeiçoar	na	Palavra	de	Deus.
Pedro	mantém	 suas	 características	 de	 líder	 ao	 falar	 de	 salvação,	 submissão	 e	
sofrimento,	integrados	ao	caráter	e	conduta	do	cristão.
2.3.2 Pedro
QUADRO 16 - QUADRO GERAL DA 2ª EPÍSTOLA DE PEDRO
Fonte: BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1194).
FOCO Santidade Here
sia
Esperança
Referência 1 2 3
Tópicos Crescimento na verdade Denú
ncia 
do 
erro
Dia do Senhor
Confiança C
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Consumação
Caminhando e testemunhando A
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Esperando
Progresso P
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Vinda prometida
Local Roma Provavelmente
Tempo Cerca de 64-68 d.C.
89UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Esta	epístola	trata	dos	problemas	que	surgem	com	a	oposição	interna	e	o	uso	de	
heresias	para	manipulação	da	massa,	ou	seja,	para	manipulação	do	povo.
Tem	o	foco	de	não	deixar	o	cristão	se	tornar	cético	diante	de	uma	fé	que	precisa	ser	
exercitada	constantemente.
2.4.1 João
QUADRO 17 - QUADRO GERAL DA 1ª EPÍSTOLA DE JOÃO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1198).
A	 Escola	 de	 João,	 através	 dos	 discípulos	 que	 ele	 discipulou,	 trabalhou	 com	 o	
mesmo	método	que	João	traz	desde	a	escrita	do	Evangelho	que	leva	o	seu	nome.	Com	
simplicidade,	mas,	 com	uma	grande	profundidade.	A	advertência	é	colocada	através	de	
bons	exemplos,	para	que	os	mesmos	não	sejam	deixados	ao	longo	da	caminhada	cristã.
2.5.2 João
QUADRO 18 - QUADRO GERAL DA 2ª EPÍSTOLA DE JOÃO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1204).
FOCO o significado da comunhão A manifestação da comunhão
Referência 1.1 ao 2.14 2.15 ao 2.27 2.28 ao 4.21 5.1 ao 5.21
Tópicos Permanecendo na Luz de Deus Permanecendo no 
amor de Deus
Permanecendo na 
vida de Deus
O fundamento da comunhão A expressão da comunhão
Condições Precauções Características Confirmação
Fundamento Falsidade Cumprimento Fé
Local Éfeso Provavelmente
Tempo Cerca de 90 d.C.
FOCO Comunhão com Deus: Permanecer Comunhão com falsos mestres: Evitar
Referência 1 ao 3 4 ao 6 7 ao 11 12 ao 13
Tópicos Elogio e ordem Precaução Conclusão
Ideias preliminares Praticando a 
verdade
Protegendo a 
verdade
Pensamentos finais
Andando com Cristo Vigiando para evitar impostores
Permanecendo na 
verdade
Aplicando o amor 
de Deus
Evitando falsos 
mestres
Visita esperada
Local Éfeso Provavelmente
Tempo Cerca de 90 d.C.
90UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Outra	carta	de	encorajamento	de	João.	Este	é	o	encorajamento	a	andar	com	Deus	
em	amor,	através	do	serviço	comum	ao	próximo	e	a	comunidade	cristã.	Advertindo	contra	
os	falsos	mestres	e	como	é	a	persuasão	dos	mesmos.
2.6.3 João
QUADRO 19 - QUADRO GERAL DA 3ª EPÍSTOLA DE JOÃO
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1206).
Aqui,	 o	Apóstolo	 Pedro	 vai	 defender	 a	 hospitalidade	 e	 a	 união	 dos	 cristãos.	 o	
trabalho	missionário	e	de	expansão	e	consolidação	do	Evangelho,	também	são	defendidos	
por	João	perante	a	comunidade	ao	qual	escreve.
FOCO Elogio a Gaio Condenação de Diótrefes
Referência 1 ao 4 5 ao 8 9 ao 11 12 13 ao 14
Comunhão Fidelidade Infidelidade Fidelidade Despedida
Atitude de Servo Egoísmo
Andando com Cristo Andando no erro
Elogio da Hospitalidade Problema da Arrogância
Local Éfeso Provavelmente
Tempo Cerca de 90 d.C.
91UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
2.7 Judas
QUADRO 20 - QUADRO GERAL DA EPÍSTOLA DE JUDAS
Fonte:	BÍBLIA	NVI	(2004,	p.	1208).
Finalmente	a	última	Epístola	do	Novo	Testamento,	a	Epístola	de	Judas.	Esta	carta	
une	o	estilo	de	seu	irmão	Tiago	com	a	mensagem	de	2ª	Pedro.	É	uma	demonstração	do	
espiritual	atuando	no	secular.	 Judas	mostra	como	é	 importante	o	engajamento	contra	o	
engano,	a	heresia	e	a	imoralidade.	Judas	instiga	o	leitor	a	não	se	acomodar	na	prática	da	fé.
FOCO Anúncio da Apostasia Anato
mia 
da 
Apost
asia
Antídoto contra a Apostasia
Referência 1 ao 4 5 ao 
16
17 ao 25
Tópicos Propósito da Carta Retra
to 
dos 
falsos 
mestr
es
Prática da verdade
Argumentação C
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Consumação
Ocasião O
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Esperando
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Exortação e encorajamento
Local Desconhecido
Tempo Cerca de 60-65 d.C.
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. 
 3UM EXEMPLO DE MINISTRAÇÃO À 
LUZ DAS CARTAS DE PAULO 
TÓPICO
UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO 92
Ao	 analisarmos	 as	 Cartas	 de	 Paulo,	 após	 conhecer	 sua	 história	 e	 aquilo	 que	
influenciou	 sua	 trajetória	 no	 Evangelho,	 podemos	 dizer	 que,	 em	 algumas	 cartas	 em	
específico,	a	característica	paulina	é	mais	perceptível.
Quando	lemos	a	carta	aos	gálatas,	vemos	um	estilo	literário,	uma	estrutura	e	um	
enredo,	desenvolvidos	com	uma	finalidade	específica:	Argumentar	a	respeito	da	Fé.	Porém,	
as	Epístolas	possuem	uma	 trama	muito	bem	arquitetada	e	 completa,	um	eixo	principal,	
que,	está	muito	bem	fundamentado,	assim,	o	propósito	do	apóstolo	para	com	o	seu	leitor,	
é	atingido	e	fidelizado.
Vamos	nos	inspirando	na	Carta	de	Paulo	aos	Gálatas,	entender	o	propósito	de	Paulo	
ao	escrevê-la,	vamos	 fazer	um	breve	estudo	utilizando	esta	Epístola,	assim,	 facilmente,	
estaremos	criando	um	modelo	para	estudarmos	 individualmente	as	demais	Epístolas	do	
Novo	Testamento.
3.1 Foco da Epístola de Gálatas
Primeiro	foco	de	Paulo	é	o	“argumento	biográfico”,	que	está	nos	capítulos	1	e	2.	
Paulo	 inicia	sua	apresentação	apresentando	aquele	que	o	enviou,	 Jesus	Cristo,	
exaltando	a	soberania	de	seu	mandatário.
Paulo,	apóstolo	enviado,	não	da	parte	de	homens	nem	por	meio	de	pessoa	
alguma,	mas	por	Jesus	Cristo	e	por	Deus	Pai,	que	o	ressuscitou	dos	mortos,	
e	todos	os	irmãos	que	estão	comigo	[...]	(BÍBLIA	NVI,	2004,	Gálatas	1:1-2)	
93UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Logo	após,	o	 foco	biográfico	continua	com	a	exaltação	do	 “Evangelho”,	em	que	
Paulo	defende	ser	o	único	e,	também,	o	motivo	de	todas	as	considerações	que	ele	está	
para	fazer.
Como	 já	 dissemos,	 agora	 repito:	 Se	 alguém	 lhes	 anuncia	 um	 evangelho	
diferente	daquele	que	já	receberam,	que	seja	amaldiçoado!	Acaso	busco	eu	
agora	a	aprovação	dos	homens	ou	a	de	Deus?	Ou	estou	tentando	agradar	
a	 homens?	 Se	 eu	 ainda	 estivesse	 procurando	 agradar	 a	 homens,	 não	
seria	servo	de	Cristo.	 Irmãos,	quero	que	saibam	que	o	evangelho	por	mim	
anunciado	não	é	de	origem	humana.
Não	o	recebi	de	pessoa	algumanem	me	foi	ele	ensinado;	pelo	contrário,	eu	o	recebi	
de	Jesus	Cristo	por	revelação.	(BÍBLIA	NVI,	2004,	Gálatas	1:9-12).
Paulo,	também,	reforça	a	sua	pessoa	e	o	seu	chamado	como	apóstolo,	assim,	ele	
faz	 uma	 conexão	 completa	 na	 apresentação	 dos	 envolvidos	 e	 interessados	 em	uma	 fé	
sadia	dos	gálatas:	O	próprio	Jesus	Cristo,	o	Evangelho	e	o	próprio	apóstolo	Paulo.	Esta	
conexão	é	concluída	com	o	capítulo	dois,	onde,	ele	demonstra	sua	importância	entre	os	
apóstolos,	os	quais,	entendem	que	Paulo	está	no	exercício	do	seu	chamado.
Paulo,	no	capítulo	2,	a	partir	do	versículo	11,	vai	concluir	sua	autoridade	diante	da	
comunidade	cristã	de	Gálatas,	relembrando	aos	mesmos,	o	episódio	ocorrido	em	Antioquia,	
o	qual,	repreendeu	o	próprio	Apóstolo	Pedro.	Qual	foi	a	finalidade	de	expor	este	caso	neste	
momento?	Dizer,	que,	mesmo	sendo	considerado	experiente	na	fé,	é	preciso	manter	a	vigi-
lância	para	não	tropeçar	e	retroceder	nas	práticas	cristãs,	pois,	Paulo	quer	que	os	gálatas	
tenham	uma	identidade	única	e	bem	firmada,	quanto	a	sua	crença	em	Cristo,	como,	salvador	
dos	gentios.
Quando,	porém,	Pedro	veio	a	Antioquia,	enfrentei-o	face	a	face,	por	sua	atitude	
condenável.	Pois,	antes	de	chegarem	alguns	da	parte	de	Tiago,	ele	comia	
com	os	 gentios.	Quando,	 porém,	 eles	 chegaram,	 afastou-se	 e	 separou-se	
dos	gentios,	temendo	os	que	eram	da	circuncisão.	Os	demais	judeus	também	
se	uniram	a	ele	nessa	hipocrisia,	de	modo	que	até	Barnabé	se	deixou	levar.	
Quando	vi	que	não	estavam	andando	de	acordo	com	a	verdade	do	evangelho,	
declarei	a	Pedro,	diante	de	todos:	"Você	é	judeu,	mas	vive	como	gentio	e	não	
como	judeu.	Portanto,	como	pode	obrigar	gentios	a	viverem	como	judeus?	
(BÍBLIA	NVI,	2004,	Gálatas	2:11-14).
Aplicação	do	ensino	do	Apóstolo	Paulo	com	o	seu	argumento	bibliográfico:
a)	Não	podemos	esquecer	que	é	o	próprio	 Jesus	Cristo	que	proporciona	nosso	
comissionamento	na	proclamação	do	Evangelho,	ele	é	soberano	e	sua	vontade	é	que	vai	
prevalecer.
94UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
b)	Não	existe	um	 “Evangelho	descaracterizado”,	existe	um	 “Não	Evangelho”,	ou	
seja,	se	não	for	o	Evangelho	de	Jesus	Cristo,	tal	qual,	os	apóstolos	apresentaram,	não	deve	
ser	considerado	pelos	cristãos.
c)	Não	existe	uma	regressão	na	fé,	existe,	sim,	uma	falta	de	constância	e	falta	de	
vigilância,	para	com	o	proceder	cotidianamente	na	 fé.	Paulo	queria	demonstrar	que	não	
esquecemos	o	que	aprendemos	como	certo,	só,	deixamos	de	nos	 importar	em	fazer	da	
maneira	correta,	agindo	displicentemente.
3.2 Argumento Teológico
Paulo,	 como	 bom	 discípulo	 de	Gamaliel,	 não	 apenas	 aponta	 algo	 errado,	mas,	
regimenta	seu	apontamento,	de	forma	a	não	deixar	dúvidas,	assim,	se	estamos	falando	de	
fé,	nada	melhor	em	apresentar	argumentos	teológicos	para	tal.
Quais	são	os	pontos	que	Paulo	dá	ênfase?
a)	 Fé	ou	obediência	à	Lei	(Cap.	3:1-14).
b)	 A	Lei	e	a	promessa	(Cap.	3:15-25).
c)	 Quem	são	os	“Filhos	de	Deus”	(Cap.	3:26-29	e	4:1-7).
d)		O	Exemplo	de	Sara	e	Hagar	(Cap.	4:21-31).
Paulo	 faz	 uma	 verdadeira	 apresentação	 sobre	 “justificação	 pela	 fé”,	 através	 de	
uma	exposição	doutrinária	muito	bem	consistente	e	apelativa.	É	neste	ponto	que	Paulo,	
normalmente	 em	 suas	Epístolas,	 derruba	 toda	 resistência	 do	 leitor,	 a	 fim	de	 conquistar	
inteiramente	os	mesmos	e	poder	colocar	seu	ponto	de	vista.	Afinal,	Paulo	derruba,	de	iní-
cio,	todos	os	argumentos	que	poderiam	surgir	ao	longo	de	sua	escrita.	É	um	modelo	que	
os	teólogos	precisam	entender,	pois	Paulo	se	apresenta	como	um	obreiro	aprovado,	que	
maneja	bem	a	Palavra	da	verdade.	Em	uma	aplicação	pessoal:	Será	que	entendemos	que	
precisamos	ter	os	argumentos	teológicos	de	forma	incontestável?
3.3 Argumento Moral
A	teologia	é	uma	ciência	que	visa	não	somente	apresentar	a	Deus	como	soberano,	
entender	 os	 feitos	 divinos,	 tampouco,	 ficar	 somente	 em	 argumentos	 teológicos	 bem	
estruturados,	mas,	ela	não	é	completa,	sem	ter	um	foco	prático	para	quem	está	diante	dela.	
Neste	caso,	o	argumento	moral,	é	o	que	Paulo	utiliza	para	selar	seu	recado	aos	gálatas.
95UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Paulo	fala	da	“liberdade”	em	Cristo,	de	uma	“vida	pelo	Espírito”	de	“Fazer	o	bem	
indistintamente”	e	conclui	sua	carta	com	um	exemplo	atual	para	os	gálatas:	a	circuncisão	
foi	substituída	por	uma	vida	regenerada	na	Cruz	de	Cristo.
Bem,	o	intuito	deste	tópico	de	estudo	é	demonstrar	que	as	Epístolas	possuem	uma	
finalidade	específica,	não	são	apenas	uma	soma	de	ideias	ou	um	texto	sem	um	propósito	
e	sem	uma	característica.	
Nos	dois	primeiros	tópicos,	apresentamos	quadros	gerais	das	referidas	Epístolas,	
com	o	intuito	de	demonstrar	a	linha	de	desenvolvimento	e	lógica	em	cada	uma	das	cartas.
Neste	 terceiro	 tópico,	 escolhemos	apenas	uma	Epístola,	 para	 demonstrar	 como	
devemos	fazer	o	desenvolvimento	dos	quadros	que	apresentamos,	assim,	o	estimado	leitor,	
aluno	de	teologia,	de	posse	deste	material,	pode	desenvolver	vários	sermões	e	ou	estudos	
bíblicos	e	temáticos	de	forma	a	aproveitar	melhor	as	Epístolas.	
É	importante	uma	observação	que	quero	deixar	agora:	
Quando	 estudamos	 as	 Epístolas,	 estamos,	 não	 só	 reconhecendo	 os	 estilos,	
métodos,	argumentos	e	fundamentos	da	fé,	que	os	apóstolos	utilizavam,	como,	estamos	
tendo	 contato	 com	 escrituras	 que	 vão	 nos	 fazer	 se	 identificar	 com	 um	 estilo,	 ao	 qual,	
vamos	procurar	reproduzir	em	nossa	carreira	como	teólogos.	Afinal,	o	estudo	não	só	traz	
conhecimento,	mas,	molda	nossos	pensamentos	e	dá	ênfase	às	nossas	características.	
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . 
. . . . . 
. 
 4 UM EXEMPLO DE MINISTRAÇÃO À 
LUZ DAS CARTAS CATÓLICAS 
TÓPICO
UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO 96
Fazer	uma	exegese	nas	Cartas	Paulinas	é	algo	que	nos	 traz	uma	 infinidade	de	
exemplos	e	recursos	teológicos.	Nas	Epístolas	Católicas,	não	é	diferente,	mas,	acredito	que	
surpresas	podem	ser	mais	constantes	nos	escritores	gerais,	Pedro,	João,	Tiago	e	Judas.
Neste	tópico,	vamos	analisar	a	Carta	de	Judas,	como	fizemos	com	a	Epístola	aos	
Gálatas	no	tópico	anterior.
Sabemos	que	Judas,	escritor	desta	Epístola,	é	meio	irmão	de	Jesus	e	de	Tiago.
Judas,	servo	de	Jesus	Cristo	e	 irmão	de	Tiago,	aos	que	 foram	chamados,	
amados	por	Deus	Pai	e	guardados	por	Jesus	Cristo.	Misericórdia,	paz	e	amor	
lhes	sejam	multiplicados.	(BÍBLIA	NVI,	2004,	Judas	1:1).
Judas	tinha	um	foco	em	sua	Epístola:	A	Apostasia.
Embora	 seja	 uma	 carta	 de	 um	 único	 capítulo,	 ela,	 também,	 tem	 uma	 linha	 de	
desenvolvimento	bem	clara	e	definida:	
a)	Anúncio	da	apostasia	(versículos	1	ao	4);
b)	Anatomia	da	apostasia	(versículos	5	ao	16);
c)	Antídoto	contra	a	apostasia	(versículos	17	ao	25).
Como	Judas	anuncia	a	apostasia?	Ele	começa	seu	discurso	demonstrando	que	
queria	muito	falar	de	algo	bom,	mas,	não	seria	isto	o	que	iria	fazer:
97UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Amados,	 embora	 estivesse	 muito	 ansioso	 por	 lhes	 escrever	 acerca	 da	
salvação	 que	 compartilhamos,	 senti	 que	 era	 necessário	 escrever-lhes	
insistindo	que	batalhassem	pela	fé	uma	vez	por	todas	confiada	aos	santos.	
Pois	certos	homens,	cuja	condenação	já	estava	sentenciada	há	muito	tempo,	
infiltraram-se	 dissimuladamente	 no	 meio	 de	 vocês.	 Estes	 são	 ímpios,	 e	
transformam	a	graça	de	nosso	Deus	em	libertinagem	e	negam	Jesus	Cristo,	
nosso	único	Soberano	e	Senhor.	(BÍBLIA	NVI,	2004,	Judas	1:3,4).
Judas	 tem	um	 jeito	de	chamar	a	atenção	do	 leitor	e	 também,	em	se	firmar	com	
autoridade	para	tratar	o	assunto.	Ele	traz	o	assunto	da	apostasia,	como	algo	que	os	leitores	
não	percebiam	que	existiano	meio	deles.
Baseando-se	 no	 princípio	 de	 Judas	 estar	 apresentando	 um	 fato	 importante	 aos	
destinatários	de	sua	Epístola,	ele	não	só	vai	dizer	o	problema,	mas,	vai	detalhar	como	ele	ocorre:
Embora	vocês	já	tenham	conhecimento	de	tudo	isso,	quero	lembrar-lhes	que	
o	Senhor	libertou	um	povo	do	Egito,	mas,	posteriormente,	destruiu	os	que	não	
creram.	E	aos	anjos	que	não	conservaram	suas	posições	de	autoridade,	mas	
abandonaram	sua	própria	morada,	ele	os	 tem	guardado	em	trevas,	presos	
com	correntes	eternas	para	o	 juízo	do	grande	Dia.	De	modo	semelhante	a	
estes,	Sodoma	e	Gomorra	e	as	cidades	em	redor	se	entregaram	à	imoralidade	
e	 a	 relações	 sexuais	 antinaturais.	 Estando	 sob	 o	 castigo	 do	 fogo	 eterno,	
elas	servem	de	exemplo.	Da	mesma	forma,	estes	sonhadores	contaminam	
seus	próprios	corpos,	rejeitam	as	autoridades	e	difamam	os	seres	celestiais.	
Todavia,	 esses	 tais	 difamam	 tudo	 o	 que	 não	 entendem;	 e	 as	 coisas	 que	
entendem	por	instinto,	como	animais	irracionais,	nessas	mesmas	coisas	se	
corrompem.	Ai	deles!	Pois	seguiram	o	caminho	de	Caim,	buscando	o	lucro,	
caíram	no	 erro	 de	Balaão	 e	 foram	destruídos	 na	 rebelião	 de	Corá.	Esses	
homens	são	rochas	submersas	nas	festas	de	fraternidade	que	vocês	fazem,	
comendo	com	vocês	de	maneira	desonrosa.	São	pastores	que	só	cuidam	de	
si	mesmos.	São	nuvens	sem	água,	impelidas	pelo	vento;	árvores	de	outono,	
sem	frutos,	duas	vezes	mortas,	arrancadas	pela	raiz.	São	ondas	bravias	do	
mar,	espumando	seus	próprios	atos	vergonhosos;	estrelas	errantes,	para	as	
quais	estão	reservadas	para	sempre	as	mais	densas	trevas.	Essas	pessoas	
vivem	se	queixando	e	são	descontentes	com	a	sua	sorte,	seguem	os	seus	
próprios	desejos	impuros;	são	cheias	de	si	e	adulam	os	outros	por	interesse.	
(BÍBLIA	NVI,	2004,	Judas	1:5-16)
Judas,	 não	 será	 como	 Paulo	 em	 seus	 argumentos,	 não	 utilizará	 argumentos	
teológicos	 para	 firmar	 sua	 autoridade	 no	 assunto,	 pelo	 contrário,	 ele	 fará	 um	 apelo	 à	
perseverança,	uma	defesa	da	vida	cristã	pura	e	irrepreensível,	apresentando	o	benefício	
máximo	dos	fiéis	em	Cristo:	ser	impedido	de	cair	e	serem	salvos	pela	Glória	de	Cristo.
98UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Todavia,	amados,	 lembrem-se	do	que	 foi	predito	pelos	apóstolos	de	nosso	
Senhor	 Jesus	 Cristo.	 Eles	 diziam	 a	 vocês:	 "Nos	 últimos	 tempos	 haverá	
zombadores	que	seguirão	os	seus	próprios	desejos	ímpios".	Estes	são	os	que	
causam	divisões	entre	vocês,	os	quais	seguem	a	tendência	da	sua	própria	
alma	e	não	têm	o	Espírito.	Edifiquem-se,	porém,	amados,	na	santíssima	fé	
que	vocês	têm,	orando	no	Espírito	Santo.	Mantenham-se	no	amor	de	Deus,	
enquanto	esperam	que	a	misericórdia	de	nosso	Senhor	Jesus	Cristo	os	leve	
para	 a	 vida	 eterna.	 Tenham	 compaixão	 daqueles	 que	 duvidam;	 a	 outros,	
salvem-nos,	arrebatando-os	do	 fogo;	a	outros	ainda,	mostrem	misericórdia	
com	temor,	odiando	até	a	roupa	contaminada	pela	carne.	(BÍBLIA	NVI,	2004,	
Judas	1:17-23).
A	mais	 bela	 doxologia	 (uma	 forma	 litúrgica	 de	 engrandecer	 e	 louvar	 a	Deus)	 é	
Judas	quem	faz.	Ele	a	faz	de	forma	responsiva,	em	que	a	grandeza	e	glória	divina	são	tão	
amplas,	que	interferem	na	nossa	vida	de	forma	perceptível.
Àquele	que	é	poderoso	para	impedi-los	de	cair	e	para	apresentá-los	diante	da	
sua	glória	sem	mácula	e	com	grande	alegria,	ao	único	Deus,	nosso	Salvador,	
sejam	glória,	majestade,	poder	e	autoridade,	mediante	Jesus	Cristo,	nosso	
Senhor,	 antes	 de	 todos	 os	 tempos,	 agora	 e	 para	 todo	 o	 sempre!	Amém.	
(BÍBLIA	NVI,	2004,	Judas	1:24,25).
Diante	 desta	 linha	 de	 desenvolvimento,	 vamos	 observar	 que	 o	 apóstolo	 trata	 a	
emergência,	 faz	 um	 retrato	 dos	 falsos	 mestres,	 traz	 conselhos	 e	 exorta	 e	 encoraja	 os	
leitores	a	permanecerem	no	verdadeiro	Evangelho	que	receberam	dos	demais	Apóstolos.
Judas,	é	uma	carta	muito	bem	elaborada	e	fundamentada	no	propósito	de	defesa	
do	verdadeiro	Evangelho	e,	assim,	preservar	o	cristão	de	erros	irreparáveis.	
99UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Graça	e	paz	vos	sejam	multiplicadas,	pelo	conhecimento	de	Deus,	e	de	Jesus	nosso	
Senhor;	Visto	como	o	seu	divino	poder	nos	deu	tudo	o	que	diz	respeito	à	vida	e	piedade,	
pelo	conhecimento	daquele	que	nos	chamou	pela	sua	glória	e	virtude;	Pelas	quais	ele	nos	
tem	dado	grandíssimas	e	preciosas	promessas,	para	que	por	elas	fiqueis	participantes	da	
natureza	divina,	havendo	escapado	da	corrupção,	que	pela	concupiscência	há	no	mundo.
Fonte:	BÍBLIA,	2004,	2ª	Pedro	1:2-4.
	
E	não	sede	conformados	com	este	mundo,	mas	sede	transformados	pela	renova-
ção	do	vosso	entendimento,	para	que	experimenteis	qual	seja	a	boa,	agradável,	e	perfeita	
vontade	de	Deus.
Fonte: BÍBLIA,	2004,	Romanos	12:2
Assim	que,	se	alguém	está	em	Cristo,	nova	criatura	é;	as	coisas	velhas	já	passaram;	
eis	que	tudo	se	fez	novo.
Fonte:	BÍBLIA,	2004,	2ª	Coríntios	5:17.
100UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos às considerações finais sobre nossa disciplina. 
Nosso	intuito	desta	última	unidade	foi	exatamente	colocar	em	suas	mãos,	um	recurso	
para	conhecer	melhor	o	conteúdo	das	Epístolas	Paulinas	e	Católicas.	Não	conheço	o	melhor	
método	para	trazer	os	assuntos	em	forma	organizada	e	em	ordem	de	desenvolvimento.
Na	 primeira	 unidade,	 trouxemos	 os	 assuntos	 das	 Epístolas	 Paulinas.	O	 foco,	 a	
referência	e	os	tópicos	abordados	em	cada	escrito	do	Apóstolo	Paulo.
Na	segunda	unidade,	trabalhamos	da	mesma	forma,	mas,	nas	Epístolas	Católicas,	
afinal,	elas	têm	um	direcionamento	geral,	diferente	de	Paulo,	que	direcionava	suas	cartas	
para	comunidades	e	pessoas	em	específico.
O	nosso	intuito	não	era	fazer	uma	exegese	dos	Epístolas,	afinal,	é	um	conteúdo	
muito	amplo.	Nosso	intuito	maior	foi	demonstrar	ao	aluno	como	ele	pode	usufruir	dos	quadros	
apresentados	nas	unidades	anteriores	e	como	é	o	desenvolvimento	prático	de	cada	autor.
Repetidamente,	na	última	unidade,	desenvolvemos	o	foco	de	Judas	em	sua	carta,	
apresentando	o	problema	que	o	mesmo	estava	enfrentando	na	época	em	que	escreveu	sua	
Epístola,	a	apostasia.
Cremos	que	você	tenha	aprendido	o	que	são	estas	ricas	e	importantes	escrituras	
do	Novo	Testamento,	chamadas	de	Epístolas,	agora,	você	tem	um	desafio	em	sua	carreira	
teológica	e	até	mesmo,	cristã:	buscar	desenvolver	aos	assuntos	contidos	nas	Epístolas	de	
forma	a	se	tornarem	recursos	teológicos	para	você	também.
A	teologia	é	viva	e	não	para	de	se	complementar.	É	uma	ciência	que	participa	desde	
os	primórdios	da	humanidade	e	influencia	gerações.	Descobrir	novos	caminhos	dentro	das	
Epístolas	será	algo	maravilhoso	para	seu	crescimento	teológico.
Desejo	que	você	tenha	o	desejo	de	buscar	mais	recursos	e	conhecimento	acerca	
desta	disciplina.
Ótimos estudos!!!! Shalom, Shalom!!!
101UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
CURIOSIDADES DA EPÍSTOLA DE JUDAS.
A	Epístola	de	Judas	 traz	características	únicas	que	não	encontramos	em	outros	
locais	da	Bíblia,	veja	uma	delas:
1) Por que estavam Miguel e Satanás disputando pelo corpo de Moisés (Judas 9)?
Judas	versículo	9	refere-se	a	um	evento	que	não	é	encontrado	em	nenhum	outro	
lugar	nas	Escrituras.	Miguel	teve	de	lutar	ou	disputar	com	Satanás	pelo	corpo	de	Moisés,	mas	
o	que	isso	implicava	não	é	descrito.	Uma	outra	luta	angelical	é	relatada	por	Daniel,	o	qual	
descreve	um	anjo	vindo	a	ele	em	uma	visão.	Este	anjo,	chamado	Gabriel	em	Daniel	8:16	e	
9:21,	diz	a	Daniel	que	ele	foi	"resistido"	por	um	demônio	chamado	"príncipe	da	Pérsia"	até	o	
arcanjo	Miguel	vir	em	seu	auxílio	(Daniel	10:13).	Assim,	podemos	aprender	com	Daniel	que	
os	anjos	e	demônios	lutam	batalhas	espirituais	pelas	nações	e	almas	dos	homens,	e	que	os	
demônios	resistem	aos	anjos	e	tentamimpedi-los	de	fazer	a	vontade	de	Deus.	Judas	nos	diz	
que	Miguel	foi	enviado	por	Deus	para	lidar	de	alguma	forma	com	o	corpo	de	Moisés,	o	qual	o	
próprio	Deus	havia	enterrado	depois	da	sua	morte	(Deuteronômio	34:5-6).
Várias	teorias	têm	sido	formuladas	quanto	ao	que	esta	luta	sobre	o	corpo	de	Moisés	
era.	Uma	delas	é	que	Satanás,	o	acusador	do	povo	de	Deus	(Apocalipse	12:10),	pode	ter	
tentado	evitar	que	Moisés	tivesse	a	vida	eterna	devido	ao	pecado	de	Moisés	em	Meribá	
(Deuteronômio	32:51)	e	ao	seu	assassinato	do	egípcio	(Êxodo	2:12).
Alguns	 supõem	que	a	 referência	em	Judas	 seja	a	mesma	que	a	passagem	em	
Zacarias	3:1-2:	"Ele	me	mostrou	o	sumo	sacerdote	Josué,	o	qual	estava	diante	do	anjo	do	
Senhor,	e	Satanás	estava	à	sua	mão	direita,	para	se	lhe	opor.	Mas	o	anjo	do	Senhor	disse	a	
Satanás:	Que	o	Senhor	te	repreenda,	ó	Satanás."	Entretanto,	as	objeções	a	essa	hipótese	
são	óbvias:	(1)	A	única	semelhança	entre	as	duas	passagens	é	a	expressão:	'O	Senhor	te	
repreenda,	ó	Satanás!'	(2)	o	nome	"Miguel"	não	é	mencionado	na	passagem	em	Zacarias.	
(3)	Não	há	qualquer	menção	ou	alusão	feita	do	"corpo	de	Moisés"	em	Zacarias.
102UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
Também	tem	sido	suposto	que	Judas	esteja	citando	um	livro	apócrifo	que	continha	
esta	 narrativa	 e	 que	 isso	 serve	 para	 confirmar	 que	 a	 narrativa	 é	 verdadeira.	 Orígenes	
(c.	185-254),	um	estudioso	e	 teólogo	cristão	primitivo,	menciona	o	 livro	 "A	Assunção	de	
Moisés"	como	existente	em	seu	tempo,	contendo	essa	mesma	narrativa	sobre	a	disputa	
entre	Miguel	e	o	diabo	pelo	corpo	de	Moisés.	Esse	livro,	agora	perdido,	era	um	livro	judeu	
grego	e	Orígenes	supôs	que	esta	era	a	fonte	da	narrativa	em	Judas.
A	questão	essencial	 é,	 então,	 se	a	história	 é	 "verdadeira".	Qualquer	 que	 seja	a	
origem	da	narrativa,	 Judas	de	 fato	 aparenta	 referir-se	 à	 disputa	 entre	Miguel	 e	 o	 diabo	
como	verdadeira.	Ele	 fala	dela	da	mesma	 forma	em	que	 teria	 feito	se	 tivesse	 falado	da	
morte	de	Moisés	ou	de	quando	ele	feriu	a	rocha.	E	quem	pode	provar	que	não	é	verdade?	
Qual	a	evidência	de	que	não	é?	Há	muitas	alusões	aos	anjos	na	Bíblia.	Sabemos	que	o	
arcanjo	Miguel	é	 real,	há	menção	 frequente	do	diabo	e	há	 inúmeras	afirmações	de	que	
os	anjos	bons	e	maus	fazem	parte	de	transações	importantes	na	terra.	Como	a	natureza	
dessa	disputa	particular	sobre	o	corpo	de	Moisés	é	totalmente	desconhecida,	a	conjectura	
é	inútil.	Não	sabemos	se	houve	uma	discussão	sobre	a	posse	do	corpo,	o	enterro	do	corpo	
ou	qualquer	outra	coisa.
No	 entanto,	 há	 duas	 coisas	 que	 sabemos	 com	 certeza:	 primeiro,	 a	 Escritura	
é	 inerrante.	A	 inerrância	 das	 Escrituras	 é	 um	 dos	 pilares	 da	 fé	 cristã.	 Como	 cristãos,	
temos	o	objetivo	de	nos	aproximar	das	Escrituras	com	 reverência	e	oração,	e	quando	
encontramos	algo	que	não	entendemos,	oramos	mais,	estudamos	mais	e,	se	a	resposta	
ainda	nos	escapa,	humildemente	reconhecemos	nossas	próprias	limitações	em	face	da	
perfeita	palavra	de	Deus.
Segundo,	 Judas	 9	 é	 a	 suprema	 ilustração	 de	 como	 os	 cristãos	 devem	 lidar	 com	
Satanás	e	seus	demônios.	O	exemplo	de	Miguel	se	recusando	a	pronunciar	uma	maldição	
sobre	Satanás	deve	ser	uma	 lição	para	os	cristãos	em	como	se	relacionar	com	as	forças	
demoníacas.	Os	crentes	não	devem	enfrentá-los,	mas	sim	buscar	o	poder	de	intervenção	do	
Senhor	contra	eles.	Se	um	ser	tão	poderoso	quanto	Miguel	deixou	que	o	próprio	Deus	lidasse	
com	Satanás,	quem	somos	nós	para	tentar	censurar,	expulsar	ou	comandar	os	demônios?
Fonte:	Got	Questions	Ministries	(2022).
	
103UNIDADE 4 A LUZ DAS EPÍSTOLAS - RECURSOS PARA UMA PRÉDICA EFICIENTE PARA A VIDA E O MINISTÉRIO CRISTÃO
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Box Paulo para todos
Autor: N.T. Wright (Autor), Hilton Figueredo (Tradutor), Marson 
Guedes (Tradutor), Marília Acorsi Peçanha (Tradutor), Pedro 
J.M. Bianco (Tradutor)
Editora: Thomas Nelson Brasil; 1ª edição (15 de outubro de 
2021).
Sinopse: Utilizando todo seu conhecimento erudito, mas escre-
vendo em um estilo acessível e anedótico, Wright nos mostra 
a sabedoria e o desafio dos escritos de Paulo, destacando a 
sensibilidade pastoral e a profunda perspicácia que tornam 
esta coleção uma das principais referências das realizações de 
Paulo.
	
FILME/VÍDEO 
Título: Maria Madalena.
Ano: 2018.
Sinopse: é a “apóstola dos apóstolos”, a prostituta apedrejada, 
atormentada por sete demônios.
A história de uma das figuras mais enigmáticas e incompreen-
didas da história bíblica: Maria Madalena (Rooney Mara). Em 
busca de uma nova maneira de viver, contrariando as pressões 
da sociedade, sua família e o machismo de alguns apóstolos, a 
jovem pescadora junta-se a Jesus de Nazaré (Joaquin Phoenix) 
em sua incansável missão de propagar a fé.
Link: https://youtu.be/_CF1peZFt7o
	
WEB 
A Vida de Jesus no Novo Testamento | Dr. Rodrigo Silva
O Dr. Rodrigo Silva fala o que a arqueologia bíblica descobriu 
sobre o tempo do novo testamento, e também aborda alguns 
detalhes teológicos importantes.
 https://youtu.be/OwuxUy-of5Q
	
https://youtu.be/_CF1peZFt7o
 https://youtu.be/OwuxUy-of5Q 
104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BÍBLIA.	Português.	Bíblia	do	Executivo	–	Nova	Versão	
Internacional/organizado	por	Sid	Buzzell;	Tradução	Valdemar	Kroker.		São	Paulo:	Editora	
Vida,	2004.
BÍBLIA.	Português.	Bíblia	Peshitta.	Edição	em	língua	portuguesa	do	texto	da	Peshitta.	1ª	
ed.	Niterói/RJ:	BV	Films	Editora,	2018.
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106
CONCLUSÃO GERAL
Caro(a) Aluno(a) Chegamos ao Final, Parabéns! 
Que	bom	que	você	chegou	até	aqui.	A	experiência	em	estudar	as	Cartas	Paulinas	
e	Epístolas	Católicas	é	muito	importante	para	o	aluno	de	Teologia,	pois	são	os	primeiros	
momentos	 da	 Igreja	Cristã.	 Foram	os	 primeiros	 embates,	 as	 primeiras	 dificuldades	 que	
o	Evangelho	conheceu,	assim,	que	os	apóstolos	 começaram	a	exercer	o	 chamado	que	
receberam	de	Jesus	Cristo.
Vimos	que	não	foram	somente	as	lutas	relatadas	nos	Evangelhos	e	no	Livro	de	Ato	
dos	Apóstolos,	mas,	também,	houve	toda	uma	organização	na	proclamação	do	Evangelho.	
Percebemos	uma	parte	mais	administrativa,	quando	lemos	as	Epístolas.	
Entendemos	que	o	Evangelho	foi	muito	bem	defendido	nas	primeiras	gerações	de	
cristãos	e,	até	hoje,	dependemos	dos	ensinos	estabelecidos	naquela	época.	
	 Chegamos	 a	 um	momento,	 onde	 nos	 perguntamos	 se	 realmente	 estamos	
tendo	uma	propagação	que	possua	o	mesmo	nível	e	fidelidade	tal	qual	os	apóstolosfizeram.	
Além	de	conhecimento,	são	modelos	para	um	bom	ministério.
Convido	você	a	buscar	mais	conteúdo	e	conhecimento,	afinal,	é	vasto	o	material	
teológico	derivado	das	Epístolas.	Há	sempre	um	novo	entendimento,	uma	nova	compreensão,	
uma	nova	contribuição	dos	escritos	apostólicos	no	dia	de	hoje.
A	 grande	 contribuição	 que	 você	 também	 pode	 tirar	 desta	 disciplina	 é	 saber	 que	
obstáculos	podem	ser	superados	e	as	lutas,	também,	e	alicerçam	a	crença	do	cristão.	E	é	sua	
missão,	também,	propagar	os	ensinamentos	apostólicos	de	forma	correta	e	fiel	ao	original.
Peço	a	você	aluno(a)	que	cresça	em	conhecimento	e,	no	final	deste	curso	teológico,	
você	se	 lembre	desta	disciplina	e	tenha	a	certeza	que	você	poderia	reescrevê-la	melhor	
ainda	e	contribuir	com	a	excelência	das	ciências	da	Fé!!
Muito obrigado! Lute por aquilo que você acredita!
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 CEP 87702 - 320
 Paranavaí - PR - Brasil 
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