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DOC. 1 Fachada do 
palácio-convento de Mafra, 
Portugal, em foto recente.
 Objetivos
 Apreciar a produção 
artística do período da 
mineração, em especial 
a literatura e as artes 
plásticas.
 Desenvolver uma 
atitude de valorização 
do patrimônio histórico 
e artístico do Brasil.
 Termos e conceitos
• Arte
• Religião
• Barroco mineiro
Seção 16.3
A religiosidade e a cultura do barroco
 O barroco mineiro
No século XVIII, a relativa prosperidade do Império Português permitiu 
a construção de grandes obras não só em Portugal [doc. 1], mas também no 
Brasil. Muitas dessas realizações tiveram como berço as próprias Minas Gerais 
e notabilizaram artistas nascidos na região. Esses homens eram, muitas vezes, 
artesãos, trabalhadores braçais encarregados de obras corriqueiras como 
retábulos, altares, imagens religiosas e quadros a óleo que deviam ser parte 
das igrejas. Outros eram magistrados e proprietários de terras e escravos 
que, em busca de boas posições na política, dedicavam-se à composição de 
obras literárias.
Arte e religião
Os artistas plásticos costumam ser agrupados como representantes 
de um estilo barroco típico das Minas Gerais [doc. 2]. A arte barroca é uma 
forma de expressão densa, rebuscada, detalhada, fortemente impactante já 
à primeira vista. De forte teor católico, essa arte seria também uma maneira 
de a sociedade que a produzia mostrar publicamente suas desigualdades, 
exibi-las como aspectos naturalizados, não necessariamente como atributos 
negativos. Ao contemplar uma expressão artística barroca, o membro dessa 
sociedade aprenderia a respeitar esse modo de vida.
A própria prática pública da fé católica nas Minas Gerais do século XVIII é 
prova disso: nas missas e cerimônias realizadas dentro das igrejas, as pessoas 
agrupavam-se de acordo com sua posição social, estando os lugares mais 
próximos do altar reservados aos estratos mais altos. Quando as cerimônias 
ou festas religiosas ocorriam nas ruas, as mesmas hierarquias eram mantidas, 
com os lugares da audiência e do próprio desfile ordenados segundo a posição 
social. Havia igrejas – e isso em todo o Brasil – reservadas aos escravos e seus 
descendentes, menos suntuosas, e igrejas frequentadas pelos estratos mais 
ricos da população, luxuosamente decoradas e ornamentadas com ouro.
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Arte e sociedade
Política, hierarquia social, religião e cultura con-
viviam lado a lado, não só nas Minas Gerais, mas em 
toda a América portuguesa. Não havia uma estrita se-
paração entre cada um desses elementos, tampouco 
a possibilidade de que todas as pessoas pensassem 
da mesma maneira, proferissem a mesma fé ou, ainda, 
que fossem todas religiosas. Ao estudar o barroco 
mineiro, um pesquisador dos dias atuais encontrará 
convenções típicas de uma época bastante religiosa, 
assim como as marcas de uma sociedade dinâmica 
e contraditória.
Artes plásticas
Muitos artistas trabalharam na América durante 
os séculos de colonização portuguesa, mas os de 
Minas Gerais do século XVIII foram os mais notáveis. 
Quando se fala em barroco mineiro, o primeiro nome 
que vem à mente é o do escultor Antonio Francisco 
Lisboa, conhecido como Aleijadinho [doc. 3]. Tam-
bém merecem destaque os pintores marianenses 
Bernardo Pires da Silva, Antonio Martins da Silveira, 
João Batista de Figueiredo e o mais famoso de todos 
esses, Manuel da Costa Athaíde (1762-1830), autor 
de magníficas obras existentes até hoje em igrejas 
mineiras [doc. 4].
DOC. 4 Nossa Senhora da Conceição, pintura 
realizada por Manuel da Costa Athaíde no teto 
da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro 
Preto (MG). Foto de 2003.
 O barroco e a Contrarreforma
“O fenômeno artístico do setecentos em Minas não 
se explica autonomamente. Emerge ele de uma sociedade 
que se inscreve originária e culturalmente sob o signo do 
barroco, vivendo-o nas inquietações místico-existenciais 
que prolongam a Contrarreforma e expressando-o, con-
comitantemente, em estilo criativo que não esconde as 
suas raízes formais e ideológicas.”
ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco. 
3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1994. p. 46.
DOC. 2
 O mestre Aleijadinho
“Aleijadinho nasceu na década de 30 do século XVIII no 
seio de uma família de artistas. Seu pai, Manuel Francisco 
Lisboa, arquiteto português, já tinha granjeado alguma fama 
quando, de uma sua escrava de origem africana, teve um 
filho mulato que viria a tornar-se no seu grande continuador. 
[...] Se os seus primeiros passos no mundo da criação artística 
se deram no período da grande produção aurífera, será, no 
entanto, já no decorrer da segunda metade do século XVIII 
e princípios da centúria seguinte que a força criadora deste 
gênio da arte colonial brasileira irá desabrochar com todo 
o esplendor. Tal se deve à existência, nas principais cidades 
mineiras, de uma clientela ávida de afirmação perante uma 
sociedade que cada vez mais se ia enraizando – os membros 
das confrarias, irmandades e ordens terceiras.”
TEDIM, José Manuel. Aleijadinho. In: SILVA, Maria Beatriz 
Nizza da (Coord.). Dicionário da história da colonização 
portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1991. p. 38-39.
DOC. 3
 Releia o texto, observe a imagem e comente algumas 
das características do barroco mineiro [docs. 2 e 4].
QUESTÃO
Literatura
Vários escritores ajudaram a notabilizar a litera-
tura do período: José Basílio da Gama (1741-1795), 
autor de um grande poema épico, O Uraguay (1769); 
Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema Ca-
ramuru (1781), ambientado no Brasil do século XVI; 
e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), nascido na 
cidade do Porto, em Portugal, e autor de Marília de 
Dirceu (1792) e, provavelmente, das famosas Cartas 
chilenas, um longo poema satírico em que criticava as 
autoridades metropolitanas de Minas Gerais.
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ATIVIDADES
InglaterraPortugal
vinhos
tecidos de 
lã e algodão
1 Explique as razões da grave crise econômica que atin-
gia o Império Português no século XVII e como o Brasil 
ajudou a contornar o problema.
6 Observe a escultura Santana mestra, de Aleijadinho. 
Destaque os elementos da obra que se relacionam com 
as características básicas do barroco mineiro.
7 O jesuíta italiano André João Antonil descreveu algu-
mas características que marcaram o início das ativida-
des mineradoras na colônia. Leia, a seguir, um trecho 
de sua obra de 1711 e responda às questões.
2 Relacione a extração de metais na região das minas no 
século XVIII ao processo de integração do território da 
América portuguesa.
3 Que mecanismos foram criados pelas autoridades me-
tropolitanas para garantir o controle e a lucratividade 
da extração aurífera no Brasil?
5 Segundo a historiadora Marina de Mello e Souza, as 
irmandades religiosas assumiram várias tarefas que 
normalmente deveriam ser atribuições do poder pú-
blico. Que atividades eram essas? Qual a importância 
dessas associações na região das minas?
4 Observe o esquema seguinte.
 Retomar conteúdos
 Ler textos e imagens
a) Que tratado assinado entre Portugal e Inglaterra foi 
representado no esquema? O que ele estabelecia?
b) Cite as implicações desse tratado para a economia 
de Portugal e da Inglaterra.
 O jesuíta italiano André João Antonil descreveu algu-
Santana mestra, 
escultura de Antonio 
Francisco Lisboa, o 
Aleijadinho,c. 1780.
Museu do Ouro, 
Sabará.
“Sendo a terra que dá ouro esterilíssima de tudo o 
que se há mister para a vida humana, e não menos estéril 
a maior parte dos caminhos das Minas, não se pode crer o 
que padeceram ao princípio os mineiros por falta de man-
timentos, achando-se não poucos mortos com uma espiga 
de milho da mão, sem terem outro sustento. Porém, tanto 
que se viu a abundância do ouro que se tirava, e a largueza 
com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fizeram estala-
gens e logo começaram os mercadores a mandar às minas 
o melhor que chega nos navios do reino e de outras partes, 
assim de mantimentos como de regalo e de pomposo 
para se vestirem, além de mil bugiarias de França que lá 
também foram dar. E a esse respeito, de todas as partes 
do Brasil se começou a enviar tudo o que dá a terra, com 
lucro não somente grande, mas excessivo.”
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas 
drogas e minas. São Paulo: Edusp, 2007. p. 234-235.
 
8 Leia o texto a seguir e responda às questões.
“O escravo mineiro vive com o senhor numa rústica 
cabana de palha [...] onde tudo é provisório. Esses casebres 
de chão batido podem abrigar ouro e diamantes, mas são 
miseráveis. Ninguém se preocupa com o conforto, pois o 
único pensamento do concessionário é enriquecer e retornar 
à Europa. [...] Para obter fortuna rápida, o concessionário da 
mina trata de burlar o fisco do rei. Nesse ponto parte uma 
engrenagem da qual o escravo terá dificuldade para sair: seu 
senhor lhe propõe uma espécie de associação incerta para 
as duas partes; de fato, basta que um escravo descubra uma 
pedra bem grande, ou então denuncie o contrabando feito 
por seu senhor para conquistar sua alforria, concedida pela 
autoridade administrativa. O senhor tem, portanto, interes-
se em manter boas relações com seu escravo. [...] Violência 
e concorrência reinam igualmente para senhores e escravos 
na mesma corrida furiosa ao ouro e aos diamantes. [...] A 
vida nos garimpos é, pois, tão rude quanto nas fazendas, para 
o escravo. Materialmente chega a ser ainda mais precária 
[...]. Mas o escravo é favorecido nas minas, pois tem uma 
esperança de alforria e nesse sonho de liberdade suporta 
sua dura labuta do nascer ao pôr do sol.”
MATTOSO, Kátia de Queirós. Ser escravo no Brasil. 3. ed. 
São Paulo: Brasiliense, 2003. p. 136-137.
 
a) Identifique e descreva o contraste vivido por escra-
vos e senhores na região das minas.
b) Segundo o texto, qual seria a “associação incerta” 
feita entre senhores e escravos nas minas?
c) Quais são as diferenças apontadas no texto entre 
os escravos das minas e os das fazendas?
a) Como Antonil descreveu a região das minas?
b) Segundo o autor, qual foi a grande mudança que 
ocorreu na região? O que estimulou essa alteração?
c) Por que as pessoas pagavam tão caro pelos produtos?
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