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 As reformas sociais
A colonização não conseguiu resolver satisfa-
toriamente a questão agrária. A nobreza se enri-
quecia rapidamente, intensificando a exploração 
da terra e adotando um estilo de vida inspirado 
no luxo. Como resposta, os conflitos sociais se 
generalizaram. A participação do homem comum 
na guerra acentuou ainda mais essa crise social. 
Tornando-se elemento importante nas batalhas, 
passou a contestar os privilégios tradicionais da 
aristocracia guerreira, pondo em xeque o seu sis-
tema de valores [doc. 3].
“Naquela época o regime era oligárquico em todos os 
seus demais aspectos, e particularmente os pobres (eles 
próprios mais as mulheres e os filhos) tornavam-se escravos 
dos ricos. [...] eles cultivavam os campos dos ricos (uma 
minoria detinha todas as terras) e, caso não pagassem os 
arrendamentos, eles próprios mais seus filhos eram passíveis 
de cativeiro.” 
Aristóteles. A Constituição de Atenas. 
São Paulo: Hucitec, 1995. p. 17.
A instituição do direito escrito foi uma das 
respostas dadas pelas cidades-Estado à crise so-
cial e política que abalava a ordem aristocrática. 
Costumava-se atribuir sua origem a legisladores 
lendários, como Licurgo, em Esparta, e Drácon, em 
Atenas. Um dos mais importantes foi Sólon, que 
viveu em Atenas no século VI a.C. Aristocrata enri-
quecido por meio do comércio, em 594 a.C. Sólon foi 
convidado a formular leis para controlar a tensão 
social que tomava conta da pólis.
 A colonização grega
O surgimento da pólis não resolveu os proble-
mas sociais enfrentados pelos gregos. A divisão 
das propriedades rurais foi diminuindo o tamanho 
das terras cultiváveis necessário para manter as 
famílias e satisfazer as necessidades da população, 
que crescia progressivamente e se empobrecia. 
Uma das manifestações da crise social do período 
foi o crescimento da escravidão por dívidas.
Pequenos proprietários passaram a contrair 
empréstimos dos aristocratas. Impossibilitados de 
quitar suas dívidas, muitos se tornavam escravos 
dos credores. À medida que a aristocracia ampliava 
sua parcela de dependentes, também cresciam a 
extensão e o volume de propriedades rurais que ela 
concentrava. A colonização, desse modo, era uma 
válvula de escape para a crise social que ameaçava 
as póleis gregas.
A expansão colonial pelas terras do Mar Negro 
e do Mar Mediterrâneo ocorreu entre os séculos 
VIII e VI a.C. [doc. 2]. Apesar do nome, as colônias 
gregas não eram feitorias comerciais nem man-
tinham dependência política em relação às suas 
cidades-mães. Nas terras ocupadas, os gregos 
construíam estabelecimentos agrícolas e busca-
vam viver autonomamente, segundo os costumes 
trazidos da pólis de origem. 
De modo geral, enquanto a pólis fornecia ser-
viços e manufaturas às colônias, estas forneciam 
cereais e matérias-primas. Os gregos estabelece-
ram relações diversas com as populações nativas 
das colônias: em alguns casos fizeram acordos 
amigáveis; em outros, escravizaram as populações 
conquistadas.
Fonte: HILGEMANN, W.; KINDER, H. 
Atlas historique: de l’apparition de 
l’homme sur la terre à l’ère atomique. 
Paris: Perrin, 1992. p. 46.
 
 
 
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 MAR MEDITERRÂNEO 
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Áreas de colonização grega
Grécia peninsular
Grécia insular
Grécia continental
Colônias gregas
Cidades-mães
Ólbia
 A colonização gregaDOC. 2
360 km
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 Sólon e a cidade ateniense
Conheça algumas medidas da reforma social e 
política promovida por Sólon em Atenas.
• Abolição da escravidão por dívidas. Proibiu a 
escravidão por dívidas, o que fez crescer a venda e 
a compra de escravos. Além disso, cancelou as hi-
potecas sobre as propriedades e limitou o tamanho 
da propriedade que cada indivíduo podia possuir.
• Organização censitária da sociedade. Os cida-
dãos foram divididos em quatro categorias, de acor-
do com a faixa de renda anual à qual pertenciam. 
A participação política de cada cidadão passou a 
depender de sua riqueza agrícola e não mais de sua 
linhagem familiar. Os estrangeiros, os escravos e 
as mulheres estavam excluídos da cidadania.
• Criação de um Conselho (Bulé). Composto de 
quatrocentos membros que elaboravam as leis a 
serem votadas pela Assembleia (Eclésia). 
As reformas de Sólon não conseguiram conter as 
agitações sociais. A aristocracia estava descontente 
com a perda de privilégios; as camadas populares 
queriam mais poder de decisão. Em 546 a.C., auxiliado 
por uma tropa de mercenários, o general Pisístrato 
tomou o poder em Atenas e instalou a tirania.
 A tirania
Pisístrato, o primeiro tirano de Atenas, confiscou 
terras da aristocracia e as distribuiu entre os pe-
quenos proprietários, concedeu empréstimos aos 
agricultores mais pobres e impulsionou o comércio 
marítimo financiando a construção naval. 
Na produção artística e cultural, ele incentivou 
grandes obras arquitetônicas, promoveu festivais 
de teatro e, segundo o que se acredita, ordenou a 
compilação da Ilíada e da Odisseia.
A tirania, no entanto, não foi exclusiva de Atenas. 
Outras cidades, como Corinto, Mileto, Sícion, Samos, 
Mitilene e as colônias da Ásia Menor, também conhe-
ceram tiranias nesse período.
 Vocabulário histórico
Tirania
Forma de governo em que uma pessoa conquista o poder 
de modo ilegítimo, como um golpe de Estado. A tirania 
atendia, geralmente, a vontade do povo. Com o tempo, o 
termo adquiriu sentido depreciativo. Provavelmente, essa 
mudança tenha ocorrido por causa das tiranias exercidas 
pelos filhos de Pisístrato, que se apropriaram do poder 
para seu próprio benefício.
DOC. 3
Fonte: SOUZA, Marcos Alvito Pereira de. A guerra na Grécia antiga. São Paulo: Ática, 1988. p. 30-33.
 A falange hoplítica
A falange era constituída de fileiras cerradas de 
soldados, dispostas de tal forma que o escudo (hoplon, 
daí a denominação hoplitas dada aos soldados) de cada 
soldado protegia simultaneamente uma parte do corpo 
do soldado ao lado. Na falange, o combate individual dos 
heróis homéricos foi substituído pelo combate coletivo 
e pelo espírito de grupo. A função guerreira deixava de 
ser exclusividade dos nobres e passava para as mãos 
do demos (o povo). Os pequenos proprietários de terra e 
os artesãos, que compunham o demos, eram integrados 
ao exército e, consequentemente, passavam a exigir 
maior participação nas decisões políticas da pólis.
O aulete era o flautista que 
coordenava a movimentação 
do grupo. O som da flauta 
ditava o ritmo da marcha dos 
hoplitas e estimulava os 
soldados no combate.
Suas lanças eram muito compridas, 
podendo medir entre dois e três metros, 
com ponta de ferro e uma coronha de 
bronze, pois o ataque em grupo requeria 
um golpe no inimigo a uma certa distância.
Caso um hoplita fosse ferido ou 
morto, o guerreiro imediatamente 
atrás o substituiria, para manter 
a unidade do grupo.
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Fonte: MACDONALD, Fiona.Como seria minha vida 
na Grécia antiga? São Paulo: Scipione, 1996. 
(Coleção Como seria sua vida?)
Cidadãos. Categoria formada 
pelos homens adultos e livres, 
filhos de mães e pais atenienses. 
Calcula-se que, no século V a.C., havia 
cerca de 30 mil cidadãos em Atenas. 
Do mais pobre ferreiro ao mais rico 
proprietário de terras, todos os cidadãos 
podiam participar das atividades políticas.
Metecos. Eram os estrangeiros, 
que não tinham o direito de participar 
da vida política nem de possuir terras. 
Dedicavam-se a atividades como 
o comércio e o artesanato.
Escravos. Constituídos de 
prisioneiros de guerra ou filhos 
de escravos. Não possuíam direito 
à participação política e trabalhavam 
no artesanato, nas tarefas domésticas, 
nas minas e na agricultura.
 As divisões sociais em AtenasDOC. 4
Fonte: FERREIRA, Olavo Leonel. Visita à Grécia antiga. São Paulo: Moderna, 2003. p. 20. (Coleção Desafios)
Cidadãos divididos em dez tribos.
 A democracia atenienseDOC. 5
Bulé 
Conselho composto de quinhentos 
cidadãos (dez de cada tribo) 
escolhidos por sorteio numa lista 
de candidatos. A Bulé escolhe os 
assuntos a serem votados na Eclésia.
Estrategos 
Generais escolhidos pela 
Assembleia para o prazo de um 
ano. Comandavam o exército 
e acumulavam funções 
legislativas e executivas.
Helieia (Tribunal do Povo) 
Tribunal popular composto de 
6 mil cidadãos com mais de 30 anos
(seiscentos de cada tribo) eleitos 
por ano. Com as reformas de 
Clístenes, adquiriu poder para julgar.
Eclésia (Assembleia) 
Órgão central da democracia ateniense, responsável por discutir 
e aprovar todos os assuntos, civis e militares, da pólis ateniense.
Areópago 
Tribunal composto de 31 magistrados 
encarregados de julgar os crimes mais graves.
Na democracia moderna, que se costuma chamar de 
democracia “representativa”, os cidadãos escolhem, por 
meio do voto, os seus representantes. O governo efetivo 
não é exercido pelos cidadãos, mas está a cargo das 
instâncias de poder organizadas nos municípios, esta-
dos e em nível federal. Cabe aos cidadãos, teoricamen-
te, monitorar a atuação dos seus representantes. Em 
Atenas, ao contrário, havia uma democracia direta, ou 
seja, os cidadãos participavam diretamente do governo, 
cada um expressando suas posições.
 A democracia ateniense
Em 509 a.C., o aristocrata Clístenes assumiu o po-
der em Atenas. Atuando contra os interesses do seu 
próprio grupo, implementou uma reforma completa 
das leis que regiam a vida política ateniense. Clíste-
nes aboliu a divisão da sociedade em quatro classes 
conforme a renda agrícola de cada um e estabeleceu 
uma divisão de acordo com o local de residência. 
O objetivo da sua política era abolir as diferenças 
baseadas na origem familiar ou na fortuna pessoal e 
estabelecer a igualdade de todos os cidadãos perante 
a lei [doc. 4].
É importante ressaltar que a divisão da socie-
dade ateniense se referia ao estatuto jurídico das 
pessoas, ao fato de terem ou não seus direitos 
políticos assegurados, e não ao seu status socio-
econômico. Embora não fosse a regra, podia haver 
escravos ricos e letrados, assim como cidadãos 
pobres e incultos.
A reforma política de Clístenes foi de grande 
importância para a instituição da democracia em 
Atenas. Ele também definiu as instâncias de partici-
pação e decisão política em Atenas, em que a Eclésia 
ou Assembleia surgia como a autoridade suprema do 
Estado. Um sistema de sorteio permitia o rodízio dos 
cidadãos na Assembleia [doc. 5]. A reforma ampliou a 
participação política dos cidadãos, assegurando que 
estes pudessem, por meio do voto direto, debater e 
decidir sobre as questões importantes de interesse 
para a pólis. Embora, juridicamente, todos os cidadãos 
fossem iguais e pudessem participar ativamente da 
Assembleia, os cargos públicos mais elevados eram 
ocupados por uma elite intelectual e política cujo 
poder vinha da riqueza fundiária.
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