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ISBN 978-65-5821-234-8
9 786558 212348
Código Logístico
I000987
Ergonom
ia, saúde e segurança ocupacional
Caroline M
artinello
Ergonomia, saúde 
e segurança 
ocupacional 
Caroline Martinello
IESDE BRASIL
2023
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2023 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: August_0802/shutterstock
23-82966 CDD: 620.82
CDU: 331.101.1
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
M335e
 Martinello, Caroline
 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional / Caroline Martinello. - 1. ed. -
Curitiba [PR] : IESDE, 2023. 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-65-5821-234-8
 1. Ergonomia. 2. Segurança do trabalho. 3. Saúde ocupacional. I. Título.
Gabriela Faray Ferreira Lopes - Bibliotecária - CRB-7/6643
14/03/2023 17/03/2023 
Caroline Martinello Mestra em Ciências da Saúde pela Universidade do 
Extremo Sul Catarinense (Unesc). MBA em Ergonomia 
pela Faculdade Inspirar. Graduada em Fisioterapia 
pela Unesc. Fisioterapeuta do trabalho, consultora e 
palestrante sobre saúde no trabalho e ergonomia.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
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Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
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SUMÁRIO
1 Introdução à saúde e segurança do trabalho 9
1.1 História da saúde e segurança do trabalho (SST) 10
1.2 Percepção de risco 14
1.3 Comportamento no ambiente de trabalho 21
1.4 Perigo x risco 23
1.5 Classificação dos fatores de risco ocupacionais 26
2 Fundamentos da ergonomia 40
2.1 História e conceito da ergonomia 40
2.2 Tipos de ergonomia 46
2.3 Iniciando a ergonomia nas empresas 52
3 Análise e avaliação ergonômica 57
3.1 NR-17 – Ergonomia 57
3.2 Fatores de riscos avaliados pela ergonomia 60
3.3 Realizando uma análise ergonômica 68
4 Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 73
4.1 Medidas de controle 74
4.2 Gestão de riscos 89
4.3 Doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) 93
4.4 Doenças psicossociais e cognitivas 98
4.5 Saúde do trabalho x produtividade 103
 Resolução das atividades 106
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Vídeos
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Tratar de ergonomia, saúde e segurança ocupacional é 
uma tarefa que abrange várias áreas de estudo: biomecânica, 
antropometria, saúde geral, saúde mental, métricas de móveis 
e equipamentos, fisiologia humana, entre tantas outras áreas 
que perceberemos ao longo desta obra. 
No primeiro capítulo adentraremos a história da saúde 
e segurança do trabalho, um assunto bem interessante 
que nos mostrará como tudo surgiu e por que tanto se 
fala que o trabalho gera doenças. Com esse entendimento, 
abordaremos assuntos específicos da saúde do trabalhador, 
como a percepção de riscos, o comportamento seguro 
no ambiente de trabalho, os conceitos de perigo e risco 
e quais as classificações mais conhecidas dos fatores de 
riscos ocupacionais. Finalizaremos entendendo a grande 
importância das ações preventivas e da responsabilidade de 
todos dentro das empresas. 
Já no segundo capítulo trataremos da ergonomia, sua 
história, quais são os tipos de ergonomia habitualmente 
conhecidos e como um ergonomista pode entrar em uma 
empresa para prestar seus serviços. Esses são temas bem 
amplos e que nos nortearão no mundo da ergonomia. 
No terceiro capítulo, um capítulo mais prático e 
exemplificativo – aprenderemos como realizar uma análise 
ergonômica. Aqui, usaremos a norma regulamentadora 
que todo ergonomista precisa conhecer muito bem: a 
NR-17. Aprenderemos com ela a identificar os fatores de 
risco que um ergonomista precisa avaliar e como fazer 
isso de acordo com cada ponto da avaliação. Passaremos 
pelos fatores avaliados pela ergonomia, como os fatores 
biomecânicos, organizacionais, mobiliários e ambientais. 
Então, ao final, realizaremos uma avaliação ergonômica 
com base em um exemplo que praticamente toda empresa 
possui, ajudando-nos a entender de maneira prática como 
é o trabalho de um ergonomista. 
APRESENTAÇÃOVídeo
8 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
No quarto e último capítulo veremos as ações de saúde e segurança do 
trabalho nas empresas, com uma abordagem prática cheia de exemplos, por 
meio da qual aprenderemos a identificar os perigos laborais e como evitá-los. 
Também incluiremos as medidas de controle para os riscos, como ruído, calor, 
frio, iluminação e agentes químicos. Depois, para aprendermos a identificar 
e controlar esses riscos, discutiremos sobre gerenciamento de riscos, tema 
muito importante e imprescindível dentro das empresas. Na sequência, 
aprofundaremos um tema muito encontrado nas empresas: as doenças 
osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT). Esse assunto será abordado 
para trabalhadores que atuam tanto presencial quanto remotamente (home 
office). Por fim, estabeleceremos uma correlação entre a saúde no trabalho 
e a produtividade da empresa para um melhor entendimento da grande 
importância desses conhecimentos abordados neste livro. 
Bons estudos!
Introdução à saúde e segurança do trabalho 9
1
Introdução à saúde e 
segurança do trabalho
As condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho são te-
mas bem importantes dentro de qualquer empresa, porém, muitas vezes, 
esses dados são ocultados e/ou burlados, deixando o assunto sendo con-
siderado um tabu dentro das indústrias.
No entanto, graças aos conhecimentos dos próprios trabalhadores, 
que estão cada vez mais atentos ao que é saúde e segurança do trabalho, 
há uma vigilância interna muito mais presente nas empresas em compa-
ração ao que ocorria há tempos atrás.
Ser um entendedor de saúde e segurança dentro do ambiente laboral é 
mais do que um dever, é uma obrigação de todos os trabalhadores, consi-
derando que quem está exposto aos riscos ocupacionais são eles próprios.
Sendo assim, este capítulo aborda conhecimentos básicos sobre o 
tema saúde e segurança do trabalho. Nele, conheceremos os principais 
conceitos utilizados dentro das empresas e indústrias quando o assunto 
é saúde e segurança do trabalho (SST).
Partindo do conhecimento histórico da SST, distinguiremos quando 
um risco vem do ambiente de trabalho ou da falta de conhecimento sobre 
os cuidados que um trabalhador deve ter no ambiente ocupacional.
O próximo passo é conhecermos quais os comportamentos que é 
preciso ter para que nenhum risco ocupacional ocorra com a saúde do 
trabalhador ou a do colega.
Após isso, aprenderemos os dois conceitos mais importantes da SST: 
o perigo e o risco ocupacional.
Por fim, realizaremos a classificação dos fatores de riscos ocupacio-
nais, sendo esse um item importante dentro de qualquer empresa que 
preze pelos cuidados com a saúde.
Agora, adentremos ao ambiente ocupacional com conhecimentos téc-
nicos importantes e de valia, inclusive, para a vida pessoal.
10 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• entender histórica e conceitualmente a saúde e segurança do 
trabalho;
• distinguir se o risco advém do ambientede trabalho ou da falta de 
conhecimento sobre os cuidados que devemos ter no ambiente de 
trabalho;
• reconhecer quais os comportamentos devemos ter no ambiente 
de trabalho;
• compreender o conceito de perigo e risco ocupacional;
• classificar os fatores de riscos ocupacionais.
Objetivos de aprendizagem
1.1 História da saúde e segurança 
do trabalho (SST) Vídeo
Hoje, sabemos que algumas atividades de trabalho são mais pro-
pensas a dar início a algumas doenças, como é o caso das doenças os-
teomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) em trabalhadores de 
escritório, ou então as doenças pulmonares em mineradores. Essa in-
terligação entre a atividade realizada pelo trabalhador e as prováveis 
doenças que ele pode adquirir são de amplo conhecimento por todos 
e bem descritas em inúmeros livros.
No entanto, essa percepção não era vista anteriormente. Confor-
me o número de adoecimentos semelhantes começou a surgir em um 
mesmo grupo de trabalhadores, deu-se início às primeiras conexões 
entre doença e trabalho.
Um dos primeiros estudos que temos vem de Hipócrates, o pai 
da medicina, que, no século IV a.C, em 370 a.C., identificou envene-
namento por chumbo em trabalhadores de mineração e metalurgia. 
Em seus textos, Hipócrates não deixava claro a associação, porém 
mantinha-as como um elemento necessário para a patologia em 
questão (MENDES, 2013).
Já no início da era cristã, Caio Plínio (23 – 79 d.C.), escritor e natu-
ralista, conhecido como o Velho, sugere os primeiros equipamentos 
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Estátua do físico Hipócrates 
apoiado sobre um cetro envolto 
por uma cobra, o que simboliza 
a medicina.
Introdução à saúde e segurança do trabalho 11
Ivan Smuk
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A Sych/S
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de proteção respiratória feitos com membranas de bexiga de ani-
mais, usados para atenuar a exposição a poeiras nocivas. Essa ideia 
surgiu após ele visitar alguns locais de trabalho, principalmente ga-
lerias de minas, nas quais identificou a exposição dos trabalhado-
res ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras (MENDES, 2013).
No ano de 1700, na Itália, o médico Bernardino Ramazzini, pu-
blicou o livro, considerado um marco histórico, De Morbis Artificum 
Diatriba (em português, Tratado sobre as doenças dos Trabalhadores). 
Nele, Ramazzini identificou produtos químicos, poeira e metais como 
agentes de doenças do trabalho. Inclusive, ele chegou a orientar al-
guns médicos a fazer a seguinte pergunta aos seus pacientes: qual o 
seu trabalho? Dando com isso importância ao trabalho na saúde do 
trabalhador e ficando conhecido como o pai da medicina ocupacional 
(MENDES, 2013; FACAS, 2021).
Já no ano de 1830, um dono de uma indústria têxtil estava ten-
do grandes gastos com os adoecimentos dos trabalhadores e resol-
veu chamar o seu médico particular para ir até sua empresa para 
conversar com os trabalhadores e descobrir o que estava aconte-
cendo. Depois de conversar e visualizar os trabalhadores em seus 
ambientes ocupacionais, o médico propôs medidas sanitárias de hi-
giene e medidas ergonômicas. Isso deu início ao surgimento do mé-
dico do trabalho, uma especialização médica dentro das empresas 
(MENDES; DIAS, 1991).
2
1
Menino descalço operando as máquinas sem nenhum equipamento de proteção.
Retrato de Caio Plínio, também 
chamado de Plínio, o ancião, 
renomado por ser tanto filósofo 
quanto um comandante do 
exército romano.
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12 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Seguindo para o final do século XVIII, a Revolução Industrial propa-
gou uma gama imensa de doenças e mortes nos locais de trabalho. A 
aglomeração humana em espaços inadequados propiciava a prolifera-
ção de doenças infectocontagiosas, ao mesmo tempo que as máquinas 
usadas nas indústrias eram responsáveis por mutilações e até mesmo 
mortes (DEJOURS, 1992; MENDES, 2013).
Apesar de diversos riscos em várias atividades já serem conhe-
cidos nessa época, as ações preventivas eram quase que nulas. O 
enfoque maior era dado sempre sobre as consequências dos adoeci-
mentos ou dos acidentes.
Falando agora de Brasil, em 1 de maio de 1943, foi publicada a 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), por meio do Decreto-Lei n. 
5.452 (BRASIL, 1943). Por isso, comemora-se o Dia do Trabalho no 
dia 1 de maio.
A CLT foi de grande importância, pois ela trouxe – em um único 
documento – os direitos à saúde e segurança nos ambientes ocupa-
cionais. Essa lei, no entanto, era baseada em ações corretivas e não 
preventivas, assim como as leis de outros países. No entanto, houve 
atualizações dessa lei e atualmente já existem artigos dentro dela que 
falam sobre saúde do trabalho de maneira preventiva.
No ano de 1966, foi criada a Fundação Centro Nacional de Segu-
rança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro), atualmente sob 
o nome Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do 
Trabalho. Ela tem como objetivo realizar estudos, análises e pesquisas 
relativas à higiene e medicina ocupacional. Ela também gera relatórios 
e dados de pesquisas usados até hoje como referência em ações de 
segurança e saúde dentro das empresas.
Além disso, ela é uma fundação pública vinculada ao Ministério de 
Trabalho e atua com (BRASIL, 1966):
 • o desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no 
trabalho;
 • a difusão de conhecimento, por meio de ações educativas, como 
cursos, congressos, seminários, palestras, produção de material 
didático e de publicações periódicas científicas e informativas;
 • a prestação de serviços à comunidade e assessoria técnica a ór-
gãos públicos, empresariais e de trabalhadores.
O filme Tempos modernos 
mostra, de maneira cômica 
e trágica, o que ocorreu 
no início da Revolução 
Industrial com a chegada 
das máquinas e com a 
colocação do trabalhador 
em um ambiente hostil e 
sem qualquer segurança 
durante a realização das 
atividades. Devemos notar 
as roupas usadas, ou a falta 
delas, assim como a falta 
de equipamentos de segu-
rança e, principalmente, o 
descaso com o bem-estar 
do trabalhador durante a 
realização das atividades.
Direção: Charles Chaplin. EUA: 
Charles Chaplin Productions, 1936.
Filme
Introdução à saúde e segurança do trabalho 13
Na sequência, em 1978, o Ministério do Trabalho regulamentou as 
28 Normas Regulamentadoras (NR) de Segurança e Saúde no Trabalho, 
publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sob a Portaria 
n. 3.214, de 8 de junho de 1978 (BRASIL, 1978).
Essas NR trouxeram medidas preventivas (MP) a serem postas em 
prática tanto pelas empresas quanto pelos trabalhadores. Nelas, há 
direitos e deveres que as empresas e os trabalhadoras devem seguir 
para que o mínimo de acidentes aconteça.
A partir de então, todas as NR e mesmo a CLT vêm sendo atuali-
zadas de tempos em tempos, gerando, assim, cada vez mais conheci-
mento e ações preventivas dentro das empresas. Atualmente, há 35 NR 
no Brasil que auxiliam os trabalhadores e as empresas a atuarem de 
forma segura e preventiva.
Veja a seguir a lista completa das NR. Percebam o quanto é ampla a 
atuação da SST e como algumas atividades, por serem mais perigosas, 
possuem uma NR somente para elas.
NR-1
Disposições gerais 
e gerenciamento de 
riscos ocupacionais
NR-3
Embargo e Interdição
NR-4
Serviços 
especializados 
em engenharia de 
segurança e em 
medicina do trabalho
NR-5
Comissão interna 
de prevenção de 
acidentes
NR-6
Equipamento de 
proteção individual 
(EPI)
NR-7
Programa de controle 
médico de saúde 
ocupacional
NR-8
Edificações
NR-9
Avaliação e controle 
das exposições 
ocupacionais a 
agentes físicos, 
químicos e biológicos
NR-10
Segurança em 
instalações e serviços 
em eletricidade
NR-11
Transporte, 
movimentação, 
armazenamento 
e manuseio de 
materiais
NR-12
Segurança no 
trabalho em 
máquinas e 
equipamentos
NR-13
Caldeiras, vasos de 
pressão e tubulações 
e tanques metálicos 
de armazenamentoNR-14
Fornos
NR-15
Atividades e 
operações insalubres
NR-16
Atividades e 
operações perigosas
NR-17
Ergonomia
NR-18
Segurança e 
saúde no trabalho 
na indústria da 
construção
NR-19
Explosivos
NR-20
Segurança e saúde 
no trabalho com 
inflamáveis e 
combustíveis
NR-21
Trabalhos a céu 
aberto
NR-22
Segurança e saúde 
ocupacional na 
mineração
NR-23
Proteção contra 
incêndios
NR-24
Condições sanitárias 
e de conforto nos 
locais de trabalho
NR-25
Resíduos industriais
NR-26
Sinalização de 
segurança
(Continua)
14 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
NR-28
Fiscalização e 
penalidades
NR-29
Norma 
regulamentadora de 
segurança e saúde no 
trabalho portuário
NR-30
Segurança e 
saúde no trabalho 
aquaviário
NR-31
Segurança e 
saúde no trabalho 
na agricultura, 
pecuária, silvicultura, 
exploração florestal e 
aquicultura
NR-32
Segurança e saúde 
no trabalho em 
serviços de saúde
NR-33
Segurança e saúde 
nos trabalhos em 
espaços confinados
NR-34
Condições e meio 
ambiente de 
trabalho na indústria 
da construção, 
reparação e 
desmonte naval
NR-35
Trabalho em altura
NR-36
Segurança e saúde 
no trabalho em 
empresas de abate 
e processamento de 
carnes e derivados
NR-37
Segurança e saúde 
em plataformas de 
petróleo
e se sujeitar às regras impostas pela empresa. Porém, atualmente não 
é assim que acontece a admissão de um trabalhador.
Com a evolução da consciência do que é atuar em uma empresa, foi 
preciso incluir atributos necessários para que uma determinada pes-
soa possa trabalhar em uma empresa. Nisso são incluídos os estudos 
básicos de educação escolar e os conhecimentos técnicos e práticos.
Na atualidade, para entrar em uma empresa é preciso muito mais 
do que a simples vontade. É preciso conhecimento e noções básicas 
sobre o que sabemos fazer de maneira especializada e que seja im-
portante para a empresa, e quais os conhecimentos extras temos, 
como os treinamentos já realizados. Partindo desse pressuposto, po-
demos ser admitidos.
Com isso, ao sermos admitidos em uma determinada empresa, são 
necessárias algumas orientações e apresentações sobre ela. Chama-
mos isso de integração. Esta é uma série de regras e cuidados que você 
precisa ter ao realizar suas atividades dentro de determinada empresa. 
Tudo isso é apresentado no primeiro dia de trabalho.
Dentro da integração, descobriremos quais atividades são rea-
lizadas na empresa e quais delas precisam de atenção durante a 
realização. É dada ao trabalhador uma série de recomendações e de 
treinamentos para que a sua saúde permaneça intacta do início ao 
fim do expediente.
O vídeo Napo in Safe Start 
foi criado pelo estúdio 
Napo para dar direcio-
namento às pessoas que 
estão começando dentro 
das empresas. É um ví-
deo divertido que mostra 
como devemos ou não 
agir nos primeiros dias 
de trabalho em uma 
nova empresa.
Disponível em: https://youtu.
be/7LjTvVKLWik. Acesso em: 7 
fev. 2023.
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A NR-2 (sobre inspeção prévia) e a NR-27 (sobre registro profissional 
do técnico de segurança do trabalho) não constam na lista, pois ambas 
foram revogadas.
Ao visualizarmos a quantidade e especificidade das NR que existem, 
concluímos que atuar dentro de uma empresa tornou-se uma ação de 
grande conhecimento técnico sobre o que é saudável e o que é perigo-
so ao trabalhador e à empresa.
Diferente do que ocorria, o setor SST dentro das empresas é o gran-
de aliado e responsável pelos índices de produção aumentarem ou 
baixarem. Por isso, é importante que os profissionais do setor SST e 
trabalhadores, de modo geral, sejam grandes estudiosos das NR exis-
tentes no Brasil, pois essas normas apresentam informações impor-
tantes a serem adotados nos casos em que há exposição aos riscos 
ocupacionais, atuando principalmente de maneira preventiva.
Por fim, entendamos que os lucros existentes em uma produção es-
tão ligados à saúde do trabalhador e à saúde da empresa de modo ge-
ral, pois trabalhadores saudáveis geram bons resultados na produção 
diária e, consequentemente, geram bons produtos dentro da empresa, 
os quais geram rendimentos positivos.
1.2 Percepção de risco 
Vídeo
Entrar em uma empresa está sendo cada vez mais uma atividade de 
extrema especialização. Revendo toda a nossa história, para trabalhar-
mos em uma empresa era somente preciso vontade, querer trabalhar 
https://youtu.be/7LjTvVKLWik
https://youtu.be/7LjTvVKLWik
Introdução à saúde e segurança do trabalho 15
e se sujeitar às regras impostas pela empresa. Porém, atualmente não 
é assim que acontece a admissão de um trabalhador.
Com a evolução da consciência do que é atuar em uma empresa, foi 
preciso incluir atributos necessários para que uma determinada pes-
soa possa trabalhar em uma empresa. Nisso são incluídos os estudos 
básicos de educação escolar e os conhecimentos técnicos e práticos.
Na atualidade, para entrar em uma empresa é preciso muito mais 
do que a simples vontade. É preciso conhecimento e noções básicas 
sobre o que sabemos fazer de maneira especializada e que seja im-
portante para a empresa, e quais os conhecimentos extras temos, 
como os treinamentos já realizados. Partindo desse pressuposto, po-
demos ser admitidos.
Com isso, ao sermos admitidos em uma determinada empresa, são 
necessárias algumas orientações e apresentações sobre ela. Chama-
mos isso de integração. Esta é uma série de regras e cuidados que você 
precisa ter ao realizar suas atividades dentro de determinada empresa. 
Tudo isso é apresentado no primeiro dia de trabalho.
Dentro da integração, descobriremos quais atividades são rea-
lizadas na empresa e quais delas precisam de atenção durante a 
realização. É dada ao trabalhador uma série de recomendações e de 
treinamentos para que a sua saúde permaneça intacta do início ao 
fim do expediente.
O vídeo Napo in Safe Start 
foi criado pelo estúdio 
Napo para dar direcio-
namento às pessoas que 
estão começando dentro 
das empresas. É um ví-
deo divertido que mostra 
como devemos ou não 
agir nos primeiros dias 
de trabalho em uma 
nova empresa.
Disponível em: https://youtu.
be/7LjTvVKLWik. Acesso em: 7 
fev. 2023.
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https://youtu.be/7LjTvVKLWik
https://youtu.be/7LjTvVKLWik
16 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Após essa integração, seremos apresentados aos colegas e supervi-
sores. Eles serão seus guias e – tendo qualquer dúvida – é para eles que 
precisaremos nos reportar. Com isso, a ideia é seguirmos ordens de 
execução das suas atividades de uma só pessoa e, com essa pessoa, ter 
um relacionamento seguro e de respeito. Tenha o seu gestor ou super-
visor como um grande mentor do que fazer e do que não fazer. Ele, por 
ter mais experiência, será o guia durante toda a jornada. Desse modo, 
é ideal prestarmos atenção no que ele faz e nas suas orientações.
Partindo para o dia a dia de trabalho, já teremos consciência das ati-
vidades realizadas na empresa. Também saberemos, por conta da in-
tegração, quais atividades são as mais perigosas. Sendo assim, alguns 
conceitos são de suma importância e nos ajudarão a ter mais seguran-
ça e confiança durante a realização das atividades.
O primeiro conceito é sobre percepção de risco, que diz respeito a 
“ter consciência de algum perigo que possa acontecer durante a reali-
zação de alguma atividade no ambiente de trabalho e agir de maneira 
segura” (MENDES, 2013, p. 1659-1660).
Em outras palavras, é a capacidade de identificar os riscos existen-
tes no ambiente de trabalho e agir para evitar a ocorrência de aciden-
tes. É, por exemplo, identificar o risco de ir para o trabalho alcoolizado, 
identificar o risco de não usar cinto de segurança ao utilizar um carro 
ou identificar o risco de dirigir em alta velocidade.
Para essa percepção é preciso de alguns conhecimentos, como: 
conhecer a planta da empresa, o processo de produção, as pro-
priedades físico-químicas dos produtos envolvidos, quais ativida-
des são realizadas pelos trabalhadorese quais os processos de 
produção existentes. (INTERSABERES, 2014, p. 172)
Portanto, é a maneira como cada indivíduo vê e avalia um risco. 
Isso depende inteiramente da própria subjetividade e experiência 
emocional.
Essa consciência de percepção de risco vem dos nossos conheci-
mentos adquiridos por meio de cursos, treinamentos, e dos nossos 
sentidos do corpo: paladar, audição, olfato, tato e visão (DANIELLOU 
et al., 2003). No entanto, como cada um desses sentidos nos ajudam?
Ao assistirmos ao docu-
mentário Percepção de 
risco: a descoberta de um 
novo olhar sobre a percep-
ção de risco e mudanças 
climáticas, entenderemos 
o quão importante é o 
conhecimento sobre 
a percepção de risco 
em grandes catástrofes 
naturais.
Direção: Sandra Alves; Vera Longo. 
Brasil: Secretária de Estado da 
Defesa Civil, 2012.
Documentário
Introdução à saúde e segurança do trabalho 17
Algumas atividades de trabalho são bem peculiares e exigem que o 
trabalhador prove algum tipo de substância. É o exemplo dos trabalha-
dores que atuam na indústria alimentícia ou de bebidas fazendo uso 
do paladar. Em algum momento da produção, eles precisarão provar 
o que está sendo fabricado e, caso eles percebam que algo não está 
adequado, deverão agir para corrigir a alteração encontrada.
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Quando o trabalhador possui o conhecimento de como uma máquina 
deve emitir barulho ou ruído por meio da sua audição fica fácil identifi-
car quando essa máquina está com alguma alteração. Entenda que al-
guns ruídos são normais, porém a irregularidade de alguns ruídos pode 
esconder algo mais perigoso, como uma peça solta em uma máquina. 
Por isso, é importante verificar e solucionar o mais rápido possível a 
alteração do ruído.
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O uso do olfato no ambiente de trabalho auxilia na percepção de riscos, 
como fumaça e/ou cheiro de algum produto químico de maneira exage-
rada, como em laboratórios. Ao menor sinal de alteração quanto a isso, 
deve-se procurar identificar de onde vem o cheiro estranho e agir de 
modo a controlar o risco. yu
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Por meio do nosso maior órgão do corpo, a pele, é que encontramos 
células que nos proporcionam a percepção do tato. Por toda a pele é 
possível sentir quando algo está encostado ou mesmo próximo dela. 
No dia a dia em uma empresa, com o tato, é possível identificar quando 
uma máquina está superaquecida, ou mesmo molhada, por exemplo, 
devido à alguma goteira no teto. Porém, tocar em tudo não é o indicado. 
É preciso conhecimento técnico do produto ou processo para se saber 
onde é possível tocar. Caso seja percebida alguma alteração, é necessá-
rio identificá-la e solucioná-la o mais rápido possível.
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A visão mostra que algo pode estar errado no ambiente de trabalho. Por 
exemplo, por meio da visão, é possível identificar que um objeto caiu no 
chão e, caso permaneça ali, algum trabalhador pode pisar, tropeçar ou 
até mesmo cair. É necessário ficar atento a tudo durante as atividades e, 
caso seja percebido algo no lugar errado, deve-se corrigir imediatamen-
te. Além disso, evitar durante sua estadia na empresa, andar de cabeça 
baixa ou mesmo andar olhando para os lados ou para o celular. Afinal, 
essas ações podem gerar grandes riscos de acidentes.
 yu
su
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em
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i/S
hu
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ck
18 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Desse modo, no ambiente laboral é muito importante ter essas per-
cepções, pois constantemente você estará exposto a diversos perigos. 
Vejamos dois exemplos sobre isso.
Uma pessoa que está andando de 
moto, cai e quebra uma perna. A pro-
babilidade dessa pessoa ver um risco 
nessa atividade de andar de moto é 
maior do que uma outra pessoa que 
também anda de moto, porém nunca 
se machucou. Logo, a percepção de 
risco para a pessoa que já caiu de 
moto é maior e, consequentemente, 
diferente da pessoa que nunca caiu. 
Por isso, a percepção de risco é dita 
como subjetiva.
Exemplo 1
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Ar
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Você está caminhando pela sua 
empresa e sente um cheiro forte de 
fumaça. A sua percepção de risco 
diz que algo pode estar queimando e 
imediatamente você toma uma atitu-
de: vai apagar o fogo. O que você teve 
foi uma percepção de risco ao sentir 
o cheiro de fumaça e, devido a essa 
percepção de risco, você assume 
uma ação corretiva e consciente.
Exemplo 2
Ainda dentro do conceito de percepção de risco, temos alguns fa-
tores que diminuem a nossa percepção de risco durante a realização 
das atividades. Elencamos sete exemplos de atitudes que prejudicam a 
nossa percepção de risco (MENDES, 2013; INTERSABERES, 2014).
Para ter um trabalho seguro, você não 
pode trabalhar com pressa ou mes-
mo pulando etapas. A pressa faz com 
que você se esqueça das normas de 
segurança e das boas práticas de 
trabalho. Portanto, atue com cautela 
e calma.
Exemplo 1
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ck
Introdução à saúde e segurança do trabalho 19
A autoconfiança muitas vezes é 
percebida em trabalhadores que já 
fazem determinada tarefa há muito 
tempo. Isso traz uma autoconfiança 
que, se extrapolada, pode causar 
acidentes. Alguns comportamentos 
demostram essa autoconfiança, 
como é o caso do excesso de brin-
cadeiras no ambiente de trabalho, a 
não utilização de equipamentos de 
proteção (EPI) ou simplesmente o 
descumprimento dos procedimentos 
de segurança.
Exemplo 2
Ki
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ck
Toda atividade especial de operação 
de maquinários ou veículos exige 
habilitação para atuar. Essa habili-
tação garante que o condutor tenha 
conhecimento necessário para atuar 
de maneira segura. Sendo assim, 
somente realize operações com 
habilitação adequada. Além disso, 
somente realize alguma atividade 
mediante a autorização de seu ges-
tor ou supervisor.
Exemplo 3
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ve
br
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Existem muitos acidentes com cor-
tes de partes do corpo ou mesmo 
atropelamentos por máquinas in-
dustriais dentro das empresas. Uma 
falta de isolamento faz com que o 
trabalhador chegue muito perto de 
partes perigosas de máquinas, levan-
do a acidentes graves. Veja a lâmina 
da serra parcialmente protegida, 
evitando futuros acidentes ao traba-
lhador. Isso é um isolamento entre a 
máquina e o homem, proporcionando 
segurança durante a atuação.
Exemplo 4
Ha
cK
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Sh
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20 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Exemplo 5
ro
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rjz
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tte
rs
to
ck
Ainda sobre o isolamento, mantenha 
distância das máquinas, das empilha-
deiras e dos veículos em geral. Cuidado 
também ao acessar áreas destinadas 
às máquinas e sempre utilize as faixas 
e as áreas de circulação destinadas 
aos pedestres, como é o caso das fai-
xas de segurança no trânsito.
A faixa de segurança é uma área 
que as pessoas usam para atraves-
sar a rua, na empresa ou na cidade, 
sendo assim já se sabe que ali terão 
pessoas atravessando a rua, e o 
condutor já espera isso. Porém, atra-
vessar fora da faixa é uma ação que 
o condutor não está esperando e que 
pode gerar um grave acidente, como 
é o caso de atropelamentos.
Exemplo 6
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al
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to
ck
Desrespeitar os limites, seja ele de 
velocidade ou de peso, acarreta 
riscos. Dentro de grandes indústrias 
há locais específicos, nos quais há 
movimentação de empilhadeiras, 
por exemplo. Essa movimentação 
deve respeitar os limites de veloci-
dade descritos por cada empresa. 
Esse respeito ao limite dá condições 
do operador atuar de forma segura e 
sem colocar em risco a sua vida ou 
de seus colegas.
Da mesma forma, cada máquina ou pessoa possui um limite de peso/carga da qual ela suporta. 
Esse limite é dado pelo fabricante do equipamento e deve ser respeitado, porque uma carga 
além do peso indicado não terá garantia de segurança e pode provocar um grande acidente, 
como a quebra de um maquinário e danos no piso, gerando buracos.Já em pessoas esse dano 
por excesso de levantamento de peso é percebido em casos de lesões na coluna e nos ombros.
Introdução à saúde e segurança do trabalho 21
Exemplo 7
Lu
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 C
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ck
Improvisar ou fazer uso de ferra-
mentas e EPI inadequados à tarefa 
é um tipo de atitude muito comum. 
O que acontece é que o trabalha-
dor acredita que usar algum tipo 
de ferramenta improvisada pode 
resolver sua atividade. Esse tipo de 
ferramenta é frequentemente a vilã 
de acidentes, isso porque elas não 
são testadas, não são feitas para 
suportar níveis de pressão ou de 
peso, ou seja, não são feitas para o 
devido fim utilizado.
Diante disso, chame seu gestor ou supervisor e sugira a compra de alguma ferramenta que 
possa auxiliar sua atividade. Afinal, usar equipamentos adequados para a sua atividade evita 
acidentes. Um exemplo disso é o sapato inadequado que não irá proteger os dedos do traba-
lhador caso caia uma ferramenta sobre seu pé ou, então, a falta da luva de proteção das mãos.
Esses são alguns cuidados que precisamos ter ao atuar em uma em-
presa sem ocasionar riscos a ninguém. Quem não tem percepções de 
risco não tem condições de escolher a maneira mais segura de agir e 
corre o risco de ocasionar um acidente.
1.3 Comportamento no ambiente de trabalho 
Vídeo
O comportamento humano não é previsível, pois pessoas dife-
rentes podem adotar comportamentos diferentes numa mesma 
situação. Porém, ele é previsível em termos de probabilidade. Al-
guns comportamentos favorecem, mais que outros, os acidentes de 
trabalho. Portanto, ao agirmos de maneira segura diminuímos, com 
isso, a probabilidade de ocorrer acidentes no ambiente de trabalho 
(DANIELLOU et al., 2013).
Então, como que seria o comportamento seguro?
Para evitarmos acidentes, precisamos unir a percepção de risco ao 
comportamento seguro por meio dos conhecimentos sobre nossas 
ações, ou seja, precisamos saber o que vai fazer e o que suas ações 
podem gerar caso algo dê errado (DANIELLOU et al., 2013).
22 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
A seguir elencamos sete dicas para um comportamento seguro.
Antes de começar qualquer tarefa, observar o local de trabalho e per-
guntar: quais riscos há nesse local durante a realização da atividade a 
ser feita?
11
Quais medidas de segurança devemos adotar? Nelas está incluso o uso 
de equipamentos de proteção individual, os EPI. Cada um desses EPI 
tem uma função de proteger uma parte do corpo.
22
Caso haja algum acidente durante o seu trabalho, sabemos o que fazer 
para amenizar ou mesmo parar a causa do incidente? Por exemplo, 
faremos alguma atividade com fogo ou que tenha faíscas. Observe no 
local onde está o extintor. Além disso, sabemos o que fazer caso ocorra 
alguma queimadura? Se não tivermos essas respostas, devemos relatar 
ao gestor e pedir treinamentos ou chamar alguém com experiência para 
nos substituir nessa atividade.
33
Proteger os locais que podem causar algum risco. Por exemplo, prote-
ger áreas das máquinas que podem ocasionar danos aos trabalhadores, 
como os motores; proteger áreas com produtos químicos; e isolar áreas 
que podem pegar fogo e áreas que podem dar choques elétricos.
44
Usar somente máquinas e ferramentas em bom estado de conservação 
e com as devidas manutenções em dia. Nisso está inclusa a gestão 
da equipe em realizar constantemente manutenções preventivas nos 
equipamentos, nas ferramentas e no maquinário da empresa.
55
Manter o ambiente de trabalho limpo e organizado. Um ambiente de 
trabalho desorganizado pode levar ao risco, pois não visualizaremos 
corretamente as partes do ambiente que são perigosas, possibilitando, 
por exemplo, quedas ou cortes.
66
Não tomar decisões por impulso. O ideal é parar, analisar e conver-
sar com o gestor. Juntos é possível achar a forma mais segura de 
realizar a tarefa.
77
O filme Uma noite no 
museu mostra o quanto 
as ações seguras são im-
portantes para que nada 
saia errado, abordando 
também as questões dos 
equipamentos de prote-
ção individual.
Direção: Shawn Levy. EUA: 20th 
Century Fox; Ingenious Film 
Partners; 1492 Pictures, 2006.
Filme
Por meio da produção 
do estúdio Napo, po-
demos assistir ao vídeo 
Napo in... safe moves, no 
qual são apresentados 
alguns comportamentos 
seguros e não seguros 
no ambiente trabalho.
Disponível em: https://youtu.
be/DeVJmPMsOIw. Acesso em: 7 
fev. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/DeVJmPMsOIw
https://youtu.be/DeVJmPMsOIw
Introdução à saúde e segurança do trabalho 23
Com essas dicas junto à percepção de riscos e de comportamentos 
seguros, podemos evitar acidentes.
1.4 Perigo x risco 
Vídeo
Essas duas palavras são a chave para um bom conhecimento so-
bre SST. Para entendermos de forma precisa, iremos utilizar a NR-1 
que relata sobre as disposições gerais e gerenciamento de riscos 
ocupacionais.
É com base nessa norma que todas as empresas começam a atuar 
de modo seguro nos seus ambientes de trabalho. Ela dará todo o co-
nhecimento teórico para uma atuação segura.
O primeiro termo é perigo. Segundo a NR-1 (BRASIL, 1978, p. 12), 
esse termo é a “fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à 
saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem 
o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde”.
Em outras palavras, perigo é tudo aquilo que, se não houver cuida-
do, pode ocasionar algum dano a você ou alguém próximo. É a fonte 
geradora do acidente.
Fazendo uma equação para facilitar o entendimento, temos:
Perigo + Atividade = Risco
Ou seja, há um perigo (uma fonte potencial de acidente) somado 
à exposição do trabalhador a essa fonte de acidente – essa somatória 
pode representar um risco.
Qualquer objeto, condição ou efeito com potencial de causar danos 
em uma determinada atividade, juntos, têm a probabilidade de causar 
algum acidente. Vejamos dois exemplos.
A iluminação inadequada no ambiente de traba-
lho pode gerar algum dano, correto? Sim, o fato 
de haver uma iluminação inadequada no local 
é caracterizado como perigo, podendo gerar 
algum risco ao trabalhador. Então, tudo aquilo 
que pode acontecer, mesmo que seja algo im-
provável de acontecer, será caracterizado como 
um perigo, pois há a chance de algo dar errado.
Exemplo 1
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tte
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É recomendada a 
leitura do item 1.1 até 
o item 4.4.1 da Norma 
Regulamentadora n. 1. 
Publicada originalmente 
em 1978, mas atualizada 
em 2020, essa norma é 
a chave principal para 
ser um bom agente de 
segurança do trabalho.
Disponível em: https://www.gov.br/
trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-
a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/
arquivos/normas-regulamentadoras/
nr-01-atualizada-2020.pdf. Acesso 
em: 7 fev. 2023.
Leitura
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf
24 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Um trabalhador atua em uma empresa de fabricação de 
papel. Como em todo o ambiente de trabalho há muito ba-
rulho, nafábrica especificamente há o ruído causado pelo 
funcionamento das máquinas. Esse ruído é caracterizado 
como um perigo, pois ele pode ocasionar danos auditivos 
ao trabalhador.
Exemplo 2
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co
le
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Agora vamos ver o que a NR-1 fala sobre o que é risco, sendo ele 
a “combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde 
causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exi-
gência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo 
à saúde” (BRASIL, 1978, p. 12).
Resumidamente, risco é a combinação das chances de algo acon-
tecer, caso a exposição a algum agente nocivo venha a acontecer, seja 
essa exposição frequente ou não; ou seja, risco é determinado pelo 
quanto interagimos com o perigo sem os cuidados necessários.
Trazendo o Exemplo 1 sobre iluminação de volta, caso seja compro-
vada a iluminação inadequada, isso é considerado um risco. Por quê? 
Porque uma iluminação inadequada poderá causar danos aos traba-
lhadores. Quais danos? Pode ocasionar, por exemplo, cansaço nos 
olhos, erro de leitura devido à iluminação baixa do ambiente, e isso 
gera uma série de problemas futuros, ou então um tropeço, levando a 
pessoa a cair no chão ao caminhar em local mal iluminado.
Já no Exemplo 2, sobre o ruído das máquinas de papel, só podemos 
considerar que o ruído é um risco a partir do momento que foram fei-
tas as medições dos decibéis no ambiente de trabalho, permitindo-nos 
dizer se há ou não um risco nesse ambiente. Caso o nível de ruído seja 
alto, isso será considerado um risco ao trabalhador. E qual risco? Audi-
tivo, como a diminuição da sua percepção auditiva.
Existe um grupo de trabalhadores que faz 
todos os dias a retirada de caixas contendo 
frutas de um caminhão que chega na doca 
do supermercado e, após isso, guarda essas 
caixas no supermercado. Algum trabalhador 
pode se machucar ao manusear essas caixas? 
Sim, isso é um perigo, pois há uma fonte gera-
dora de acidente – o manuseio de cargas.
Exemplo 3
kl
ya
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hu
tte
rs
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ck
O vídeo Napo in risky 
business do estúdio Napo 
apresenta os riscos no 
trabalho e como evitá-los 
por meio de algumas 
situações-exemplo.
Disponível em: https://youtu.be/
bTbonpb6hZE. Acesso em: 7 fev. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/bTbonpb6hZE
https://youtu.be/bTbonpb6hZE
Introdução à saúde e segurança do trabalho 25
Tendo em vista o Exemplo 3, podemos nos questionar: há risco nes-
se manuseio de cargas? Esses trabalhadores podem sofrer de dores 
nos ombros, pois as caixas são pesadas. Além disso, eles podem ma-
chucar a coluna ao levantá-las. Portanto, há riscos.
Tratando somente dos riscos em manusear as caixas no supermer-
cado, podemos avaliar esses riscos e classificá-los como risco baixo, 
médio ou alto. Para isso precisamos avaliar vários fatores: o tempo de 
exposição a essa atividade; a distância percorrida com as caixas nos 
braços; o estado do piso onde eles fazem essa movimentação; se há 
obstáculos durante o percurso, entre outros.
Depois de uma boa avaliação é que podemos falar se há risco ou 
não. No entanto, se a caixa ou o objeto for pequena, de fácil manuseio, 
o peso seja extremamente leve, o local de deslocamento é pequeno 
e não há obstáculos que levem esses trabalhadores a cair, podemos 
dizer que o risco é baixo ou mesmo inexistente.
Vejamos uma comparação (Quadro 1) sobre perigos e riscos para 
entendermos melhor essa diferença.
Quadro 1
Comparativo entre as características de perigo e risco
Perigos
 • Fonte que pode ocasionar alguma lesão.
 • Condição do trabalho.
 • Ele é identificado. Há ou não perigo.
Riscos
 • Exposição à fonte – então se bloqueada a exposição à fonte, 
o risco diminui ou ele é eliminado.
 • É a combinação entre a probabilidade de algo acontecer com 
a severidade, ou seja, o quanto grave ele é.
 • Classificado como baixo, médio e alto.
Fonte: Elaborado pela autora.
Vejamos o Exemplo 4.
Ação: dirigir por um trajeto dentro da empresa usando 
uma empilhadeira carregada de caixas.
Resultado esperado: levar as caixas até o destino com 
segurança.
Perigos: não saber dirigir uma máquina empilhadeira (não 
ter o treinamento), dirigir em alta velocidade, não respeitar 
os locais exatos de movimentação da empilhadeira, não 
realizar a manutenção preventiva da empilhadeira etc.
Risco: acidente de trânsito, como atropelamento ou colisão.
Exemplo 4
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St
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O quinto episódio da série 
Napo, Risky combination, 
mostra algumas com-
binações arriscadas no 
ambiente de trabalho.
Disponível em: https://youtu.be/
aJZdrYN0ok0. Acesso em: 7 fev. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/aJZdrYN0ok0
https://youtu.be/aJZdrYN0ok0
26 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
O risco e o perigo sempre existirão juntos. Afinal, o risco existe 
quando o perigo está presente.
Enfim, o que precisamos entender é que o risco está ligado ao com-
portamento humano e a todo o suporte que a empresa dá ao trabalha-
dor para que esse risco não ocorra.
Agora, sobre o suporte que a empresa dá aos trabalhadores, po-
demos exemplificar alguns itens: ter uma boa iluminação no local; ter 
um piso adequado; realizar a divisão de tarefas entre os trabalhado-
res; disponibilizar equipamentos de proteção individual; disponibili-
zar treinamentos sobre as atividades realizadas; entre outros tantos 
cuidados (ARAÚJO, 2010).
Além disso, segundo Araújo (2010, p. 165),
a análise de riscos nos locais de trabalho deve, necessariamente, 
incorporar a vivência, o conhecimento e a participação dos traba-
lhadores, já que eles realizam o trabalho cotidiano e sofrem seus 
efeitos e, portanto, possuem um papel fundamental na identifi-
cação, eliminação e controle dos riscos.
Sendo assim, o modo como uma empresa é administrada condiz 
com as suas responsabilidades em diminuir ou até mesmo eliminar os 
riscos laborais. Afinal, é por meio do gerenciamento dos perigos que a 
empresa deve agir para minimizar ou mesmo eliminar os riscos. Uma 
vez que é a falta de controle dos perigos que faz com que os riscos te-
nham uma maior probabilidade de ocorrer.
Quando os perigos são vistos de maneira preventiva, uma fonte de 
perigo pode se tornar um risco aceitável e controlável. Afinal, o traba-
lho dentro de uma empresa deve ser levado a sério porque quem está 
na linha de frente é um ser humano, é uma vida.
1.5 Classificação dos fatores de 
risco ocupacionais Vídeo
Dentro das empresas há diversos perigos que podem levar ao adoe-
cimento ou acidente do trabalhador. Conhecê-los é de extrema impor-
tância por dois motivos.
Lembre-se que tudo isso 
descrito são as fontes de 
algum risco que possa 
vir a acontecer caso o 
trabalhador se exponha, 
durante sua atividade, a 
esses perigos.
Atenção
Introdução à saúde e segurança do trabalho 27
Para poder prevenir o adoecimento do trabalhador, precisamos conhecer o que 
pode levar o trabalhador a tal adoecimento, quais os perigos daquele ambiente de 
trabalho.11
Para poder comprovar que algum acidente de trabalho ou exposição a algum agente 
levou ao adoecimento do trabalho, como ocorre em ações trabalhistas, precisamos 
saber sobre riscos ocupacionais. Nesse caso, o técnico saberá dizer se o trabalho foi 
ou não o causador da doença que o trabalhador possui.
22
Um outro aspecto a se observar é que os riscos podem propor-
cionar efeitos de curto prazo ao trabalhador e também efeitos de 
longo prazo. Por exemplo, os efeitos de curto prazo podem ser um 
corte ao manusear uma faca durante o trabalho de abate de ani-
mais. Já os efeitos de longo prazo podem vir de anos de trabalho em 
um local com exigência de movimentos repetitivos, como é o caso 
de costureiras que permanecem anos e anos sentadas, mexendo os 
pés e mãos em movimentos de poucas mudanças ao longo do dia.
Por isso, a prevenção está cada vez mais ligada a saúde e segurança 
do trabalho (SST). É por meio da prevenção que os profissionais atuam 
para reduzir os danos do trabalho no trabalhador.
Seguindo nosso raciocínio, osriscos ocupacionais possuem clas-
sificações de riscos. Cada um deles é separado por cores conforme a 
classificação disposta a seguir.
An
dr
ew
 K
ra
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ii/
Sh
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te
rs
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ck
Físicos
1
Químicos
2
Biológicos
3
Mecânicos
4
Ergonômicos
5
O risco físico é a primeira classificação encontrada na NR-1 (BRASIL, 
1978, p. 11), que define esse risco como “qualquer forma de energia 
que, em função de sua natureza, intensidade e exposição, é capaz de 
causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibra-
Odua Images/Shutterstock
28 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
ções, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizan-
tes, radiações não ionizantes”.
É necessário fazer a avaliação quantitativa do ruído para considerá-
-lo como risco, ou seja, é preciso saber quanto de ruído há no ambiente 
de trabalho para poder dizer se há ou não esse risco. Para Mendes 
(2013, p. 352), “ruído é um som indesejável e predominante em uma 
variedade de atividades laborais. E para se medir esses sons, podemos 
usar equipamentos especiais, como o decibelímetro”. Por conta disso, 
a medida precisa ser feita em decibéis (dB), segundo o Anexo n. 1 da 
NR-15 (BRASIL, 1978) e a NHO 01 (FUNDACENTRO, 2001).
E como são realizadas essas mensurações? Primeiro, precisamos 
saber qual atividade o trabalhador executa e, então, posicionarmos o 
decibelímetro ao lado do trabalhador e o levarmos até próximo à sua 
orelha. Essa é uma medição pontual realizada para um trabalhador. In-
dependente da atividade, essa medição pode ser realizada para todos 
os trabalhadores. Caso o trabalhador realize atividades em localização 
distinta, é importante avaliarmos todos os locais de atuação e, durante 
a descrição dessa atividade, mencionarmos exatamente em que local 
da empresa foram realizadas essas medições.
Como base de análise, utilizamos o Anexo n. 1 (Quadro 2) da NR-15 
(BRASIL, 1978), que descreve os limites de tolerância para ruído contí-
nuo e intermitente durante as jornadas de trabalho para as atividades 
e operações insalubres, os níveis de ruídos podem variar de 85 dB até 
115 dB conforme o tempo de permanência na devida atividade.
Quadro 2
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
In
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ck
Ilustração de um decibelímetro
(Continua)
Introdução à saúde e segurança do trabalho 29
NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Brasil, 1978.
Já para ambientes internos onde são executadas atividades que exi-
jam manutenção da solicitação intelectual e atenção constante, o limite 
é de até 65dB, conforme o artigo 17.8.4.1.2 da NR-17 (BRASIL, 1978).
E quais os danos que o ruído pode ocasionar aos trabalhadores? 
O excesso de ruído pode ocasionar danos ao aparelho auditivo, seja 
ele temporário ou permanente. O dano temporário é a alteração 
transitória do limiar auditivo, já o permanente é a perda parcial ou 
total da audição.
Vejamos o Exemplo 1 que trata sobre esse tipo de dano.
Exemplo 1
Fo
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st
ic
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Quando você vai a um show de música e volta com aquele 
zumbido ou mesmo achando que está escutando menos, 
e no outro dia já está escutando melhor, isso é um dano 
temporário do aparelho auditivo. Com essa exposição 
repetida ao ruído, essa lesão temporária pode se tornar 
permanente. Além das questões de audição, o ruído pode 
causar outras lesões, como é o caso da irritabilidade, 
cefaleia (dores de cabeça), mal-estar geral e a falta de 
concentração (ARAÚJO, 2010).
30 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Falando sobre vibração, Mendes (2013, p. 382) diz que ela é um 
fenômeno “caracterizado pela oscilação de um corpo sólido em torno 
de uma posição de referência”. Além disso, ele também a define como
Um movimento periódico repete-se igualmente em um inter-
valo de tempo denominado período. A frequência do movi-
mento é fornecida pelo inverso do período e, portanto, pode 
ser expressa como um número de ciclos do movimento por 
segundo. A medida da frequência em ciclos por segundo (cps) 
é chamada de Hertz.
A vibração pode ser dividida em: vibração de mãos e braços (VMB) e 
vibração de corpo inteiro (VCI).
A VMB ocorre nos trabalhadores que operam algum maquinário 
motorizado manualmente e que a vibração é absorvida pelo membro 
superior (mãos e braços). Por exemplo, uma britadeira, uma serra elé-
trica, entre outras. E quais as lesões podem ocorrer? São elas vascu-
lares, neurológicas e músculo-esqueléticas de membros superiores. 
Pode acontecer também a parestesia (formigamento) e lesões infla-
matórias em músculos, como bursites e tendinites (MENDES, 2013; 
FUNDACENTRO, 2013a, 2013b).
Já a VCI é a vibração absorvida ou pelo eixo central do corpo, ou 
pelos pés caso o trabalhador esteja de pé em cima de alguma plata-
forma que vibra, ou pelo quadril caso o trabalhador esteja sentado. 
Por exemplo, atividades de motorista de trator, trem, caminhão, entre 
outros. Por consequência disso, as lesões que você pode observar são 
lesões musculares na coluna vertebral, a mais comum é a dor lombar.
Para ambas as avaliações, conforme o Anexo n. 1 da NR-9 (BRASIL, 
1978), primeiramente é necessário realizarmos uma avaliação prelimi-
nar da exposição às VMB e VCI, considerando os seguintes aspectos.
a) ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição;
b) características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos 
de trabalho;
c) informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração ge-
rados por ferramentas, veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos 
na exposição, quando disponíveis;
(Continua)
Introdução à saúde e segurança do trabalho 31
d) condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equi-
pamentos e ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de iso-
lamento e amortecimento que interfiram na exposição de operadores ou 
condutores;
e) características da superfície de circulação, cargas transportadas e velo-
cidades de operação, no caso de VCI;
f) estimativa de tempo efetivo de exposição diária;
g) constatação de condições específicas de trabalho que possam contri-
buir para o agravamento dos efeitos decorrentes da exposição;
h) esforços físicos e aspectos posturais;
i) dados de exposição ocupacional existentes; e
j) informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médi-
cos relacionados aos trabalhadores expostos.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previ dencia/pt-br/composicao/orgaos-es-
pecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regula-
mentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 7 fev. 2023.
Caso a avaliação preliminar não seja suficiente, impedindo a to-
mada de decisão quanto à necessidade de implantação de medidas 
preventivas e corretivas, devemos proceder à avaliação quantitativa da 
exposição, a qual deve seguir as NHO n. 9 e 10 da Fundacentro – assun-
to esse disponibilizado para técnicos específicos dessa área.
É importante ressaltarmos que a avaliação preliminar já dará muitas 
informações para atuarmos diariamente no seu ambiente de trabalho.
Segundo as NHO n. 9 e 10 (FUNDACENTRO, 2013a; 2013b), algumas 
medidas já podem ser adotadas de maneira preventiva informando os 
trabalhadores sobre:
 • os riscos decorrentes da exposição à vibração em mãos e braços;
 • os cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da 
exposição; por exemplo, dentro de condições seguras, utilizar o 
mínimo de força de preensão na sustentação e no deslocamento 
daferramenta;
 • buscar ajuda médica sempre que sentir nas mãos, de maneira 
contínua, formigamentos, dormências intensas ou dor;
 • as eventuais limitações de proteção das medidas de controle, sua 
importância e o seu uso correto;
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf
32 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
 • informar seus superiores sempre que observar níveis anormais 
de vibração durante o uso das ferramentas.
Seguindo com os riscos físicos, as radiações ionizantes são as que 
têm potencial para produzir a ionização dos átomos nos corpos com os 
quais elas têm contato. A radiação, ao atingir um átomo, tem a capa-
cidade de subdividi-lo em duas partes elétricas carregadas: os íons. O 
exemplo mais conhecido disso é o raio X (MENDES, 2013).
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ck
Quem trabalha com raio X e radioterapia são pessoas potencial-
mente expostas à radiação ionizante. Resumidamente, essas lesões 
podem ser agudas ou crônicas, localizadas ou disseminadas pelo corpo 
inteiro. Isso tudo depende do tipo de exposição que o trabalhador teve.
A lesão aguda pode ser a radiodermite, ou seja, a queimação na 
pele. Já a lesão crônica é relacionada a doses menores de radiação, 
porém, por um período maior, pode resultar em câncer. Por isso, é 
tão importante que as salas de raio X sejam protegidas e isoladas, 
como é visto nos hospitais. Isso tudo para evitar que as pessoas 
que trabalham nesse tipo de ambiente sejam afetadas por essas 
radiações (MENDES, 2013).
Já as radiações não ionizantes são aquelas que não têm poten-
cial de produzir a ionização nos corpos com os quais elas têm conta-
to, porém, quando absorvidas, aumentam a excitação dos átomos, 
Introdução à saúde e segurança do trabalho 33
aumentando sua energia interna (MENDES, 2013). Para efeitos da 
NR-15, as micro-ondas e os ultravioletas são consideradas radiações 
não ionizantes.
Os raios ultravioletas vem do sol (UVA e UVB). Sendo assim, as lesões 
mais comuns são aquelas de pele causadas pela exposição frequente 
ao sol, encontradas em trabalhadores expostos ao sol em ambientes 
ao ar livre, sem cobertura, telhado ou abrigo. Exemplos desses traba-
lhadores são os da agricultura, pecuária e florestais; os marinheiros e 
pescadores; os da construção civil; e os guardas de trânsito.
Já as micro-ondas são produzidas em estações de radar, radiotrans-
missão e em alguns processos industriais e medicinais. Causam, em sua 
maioria, um aquecimento localizado na pele.
Outro risco é o calor, ou melhor, trabalhadores expostos a fontes 
de calor, sejam elas naturais ou artificiais. A fonte natural é o Sol. Já a 
fonte artificial vem de algum maquinário que gera o calor, como um 
forno, uma caldeira, uma secadora de roupa industrial, entre outros.
O calor vindo de algum maquinário é um risco que obrigatoriamen-
te tem que ser mensurado para que você o classifique como risco ou 
não. E quais as medidas precisam ser realizadas? São elas: o índice de 
bulbo úmido termômetro de globo médio (IBUTG) e a taxa metabóli-
ca média (M). Esses dois dados irão compor um quadro de avaliação 
realizado pelo técnico, juntamente de outras informações descritas no 
Anexo n. 3 da NR-15 (BRASIL, 1978).
3.1 A caracterização da exposição ocupacional ao calor deve ser objeto de 
laudo técnico que contemple, no mínimo, os seguintes itens:
a) introdução, objetivos do trabalho e justificativa;
b) avaliação dos riscos, descritos no item 3.2 do Anexo III da NR-09; (altera-
da pela Portaria MTP n.º 426, de 07 de outubro de 2021)
c) descrição da metodologia e critério de avaliação, incluindo locais, datas 
e horários das medições;
d) especificação, identificação dos aparelhos de medição utilizados e res-
pectivos certificados de calibração conforme a NHO 06 da Fundacentro, 
quando utilizado o medidor de IBUTG;
sirtravelalot/Shutterstock
(Continua)
34 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
e) avaliação dos resultados;
f) descrição e avaliação de medidas de controle eventualmente já adota-
das; e
g) conclusão com a indicação de caracterização ou não de insalubridade.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-es-
pecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-re-
gulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 7 fev. 2023.
De acordo com Araújo (2010) e Mendes (2013), quais as lesões que 
o calor pode trazer ao trabalhador? São elas: a desidratação ocasio-
nada pelo excesso de suor; as lesões de pele, como urticária do calor; 
as queimaduras de pele; as câimbras, os espasmos e os edemas pelo 
calor; a sensação excessiva de calor; a exaustão física e mental.
O próximo risco físico é o frio, ou seja, ambientes com exposição 
ao frio em ambientes artificiais, como câmaras frias que armazenam 
comida em supermercados ou indústrias de alimentos, como carne 
(MENDES, 2013).
O que se pode esperar de lesões para esse trabalhador são as quei-
maduras pelo frio; a hipotermia, que é a redução de temperatura cor-
poral; e a irritabilidade das vias aéreas (ARAÚJO, 2010; MENDES, 2013).
O último risco físico são as pressões atmosféricas anormais, ou 
seja, trabalhadores que atuam com mergulho, como trabalhadores de 
plataformas de petróleo e trabalhadores que utilizam câmeras pneu-
máticas (MENDES, 2013).
As lesões mais comuns nesse risco são (ARAÚJO, 2010; MENDES, 
2013): as descompressões ou compressões muito rápidas, como o ba-
rotrauma 1 ; embolia traumática; lesões dos seios da face; intoxicação 
por gás, como o oxigênio ou outros gases; entre outros.
Por fim, para conhecimento de segurança no trabalho, esses são os 
principais riscos físicos encontrados nas indústrias do Brasil; apesar de 
existirem outros, buscamos enfatizar os riscos mais frequentes.
Sobre o risco químico, que também consta na NR-1 (BRASIL, 1978, 
p. 12), ele é descrito como a
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Definido como uma 
síndrome ocasionada pela 
dificuldade de equilibrar a 
pressão no interior de uma 
cavidade pneumática do 
organismo – pode ser da 
orelha, dos pulmões, den-
tal, gastrointestinal, entre 
outros –, ocorre quando a 
pressão do meio ambiente 
está em variação. 
1
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf
Introdução à saúde e segurança do trabalho 35
substância química, por si só ou em misturas, quer que seja 
em seu estado natural, quer seja produzida, utilizada ou gera-
da no processo de trabalho, que em função de sua natureza, 
concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo 
à saúde do trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira 
mineral contendo sílica cristalina, vapores de tolueno, névoa 
de ácido sulfúrico.
Sendo assim, é fundamental possuirmos informações adequadas 
sobre as propriedades perigosas e medidas de controle desses produ-
tos químicos ao longo de seu ciclo de vida, para que a produção, o 
transporte, o uso e a disposiçãopossam ser gerenciados adequada-
mente, como um modo de proteger a saúde humana e o meio ambien-
te (MENDES, 2013).
Os riscos químicos podem ser absorvidos via inalação, inges-
tão ou por absorção cutânea. Para avaliarmos esses riscos, alguns 
produtos precisam ser medidos de maneira quantitativa, para que a 
quantidade possa ser medida de modo exato. Já para outros produtos, 
basta a existência deles no ambiente de trabalho para serem classifica-
dos como risco (MENDES, 2013).
O grande impasse dessa avaliação é a quantidade gigantesca de 
produtos químicos que existem. O indicado é verificarmos a ficha 
técnica do produto e seguir as orientações do fabricante e, então, 
saber quais os efeitos desse produto no trabalhador, quais as doses 
deve-se usar, qual a dose letal, mecanismos de absorção e como 
tem que ser feito o atendimento de emergência em caso de intoxi-
cação (ARAÚJO, 2010).
De modo geral, segundo a orientação em Avaliação Qualitativa de 
Riscos Químicos (FUNDACENTRO, 2012), há lesões gerais que podem 
acontecer, como os danos por contato com os olhos e com a pele; 
os enjoos; as tonturas; e os danos respiratórios, como a sensação de 
abafamento.
Além disso, há também na NR-15 informações que tratam das ativi-
dades e operações insalubres.
A terceira classificação dos riscos é o biológico, que na NR-1 (BRA-
SIL, 1978, p. 11) está descrito como:
marvent/Shutterstock
36 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Micro-organismos, parasitas ou materiais originados de orga-
nismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, 
são capazes de acarretar lesão o agravo à saúde do trabalha-
dor. Exemplos: bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da 
célula T humana, príon agente de doença de Creutzfekt-Jakob, 
fungo Coccidioides immitis.
É fácil imaginarmos que pessoas que trabalham em laboratórios e/
ou hospitais são mais propensas a esse risco, porém isso não é exclusi-
vo a esses trabalhadores. Quem atua com plantas e animais também 
pode sofrer com esses riscos, porque plantas e animais adoecem e po-
dem contaminá-los. Outro exemplo disso são os trabalhadores de in-
dústrias de alimentos e indústrias de biotecnologias. Há também os 
trabalhadores que atuam com limpeza de ambientes, que trabalham 
em serviços gerais nas limpezas de banheiros e aqueles que atuam na 
limpeza dos sistemas de ventilação.
Os riscos biológicos podem gerar doenças contagiosas, como o 
vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o vírus da Hepatite B (HBV) 
e o vírus da Hepatite C (HCV); intoxicações alimentares; entre outros 
(ARAÚJO, 2010; MENDES, 2013).
Devido a essas contaminações que dentro das empresas há sem-
pre diálogos de segurança acerca desses temas que tratam sobre 
vírus, por eles serem altamente contagiosos e poderem levar o indi-
víduo à morte.
A quarta classificação é o risco mecânico. Também conhecido 
como risco de acidentes. Por exemplo, é o armazenamento incor-
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Introdução à saúde e segurança do trabalho 37
reto de materiais tóxicos que podem interagir com outros produ-
tos e pegar fogo; a sujeira e a bagunça no ambiente de trabalho; 
as máquinas e os equipamentos sem proteção (INTERSABERES, 
2014). Em outras palavras, é qualquer fator que coloque o traba-
lhador em uma situação vulnerável e possa afetar sua integridade 
e seu bem-estar físico e psíquico.
Na operação de máquinas, o risco de acidentes é apresentado de 
duas maneiras (MENDES, 2013).
O ponto de operação no qual se processa a transformação da peça tra-
balhada, seja corte, dobra, moldagem, entre outros.11
Sistemas de transmissão nos quais há a transferência de energia me-
cânica para os elementos da máquina realizarem a operação, tais como 
roldanas, polias, correias, volantes, entre outros.
22
As lesões mais comuns encontradas são cortes, lacerações, amputa-
ções, perfurações, choques, entre outros (MENDES, 2013).
Por fim, os riscos ergonômicos são todo fator que possa interferir 
nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando descon-
forto ou afetando diretamente sua saúde (COUTO; COUTO, 2020). Em 
outras palavras, os riscos ergonômicos são itens que afetam o bem-es-
tar dos trabalhadores, tanto itens físicos, mentais ou organizacionais 
(INTERSABERES, 2014).
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Uma má postura 
devido ao tipo 
de maquinário 
disponibilizado 
ao trabalhador.
Um mobiliário ruim, 
que não permite 
ajustes de altura 
ao trabalhador.
Um ritmo excessivo 
de trabalho.
Necessidade de 
levantamento de 
peso durante 
o trabalho.
Necessidade de 
realização de 
ações musculares 
repetitivas durante 
a realização 
de uma ação.
Nesse aspecto ergonômico, os danos se dão das mais variadas ma-
neiras, entre elas temos (MENDES, 2013; COUTO; COUTO, 2020):
No vídeo feito pelo 
estúdio Napo, Napo in... 
Dust at work, vemos vários 
exemplos de poeiras 
que podem prejudicar o 
trabalhador durante suas 
atividades e quais cuida-
dos devemos ter.
Disponível em: https://youtu.be/
zsyPtsmV7XA. Acesso em: 7 fev. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/zsyPtsmV7XA
https://youtu.be/zsyPtsmV7XA
38 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
 • os danos posturais como lesões em coluna são comumente 
encontrados;
 • os danos psicossociais, atualmente em grande visibilidade devido 
ao grande número de atestados médicos por Burnout, estresse 
no trabalho, cansaços mentais e assédios no trabalho;
 • as lesões em braços e coluna devido ao excesso de peso manu-
seado pelo trabalhador e/ou falta de equipamentos que o auxi-
liem na realização das atividades;
 • as mais variadas lesões inflamatórias em dedos, mãos, punhos, 
principalmente pela repetitividade das ações em uma produção.
Desse modo, os riscos ergonômicos estão presentes no compor-
tamento humano e no processo produtivo da empresa, além dos as-
pectos mobiliários, das ferramentas, dos equipamentos e do conforto 
tanto luminoso quanto térmico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É por meio da intensidade ou mesmo da concentração dos riscos 
encontrados no ambiente de trabalho somados ao tempo de exposição 
que esses riscos causarão danos leves ou graves à saúde do trabalhador.
Os cuidados com a prevenção desses riscos são o ponto-chave 
relacionado à saúde e segurança do trabalho (SST). Com isso, enten-
der como o trabalho funciona, ou seja, ter conhecimento técnico e 
saber quais as medidas de controle para os riscos desse trabalho são 
considerados os melhores mecanismos de defesa que temos para os 
ambientes laborais.
Desse modo, agir de forma responsável e segura é dever de todo tra-
balhador, assim como é dever da empresa proporcionar todos os meios e 
medidas que atenuem a exposição aos riscos, como é o caso dos equipa-
mentos de proteção individual (EPI).
ATIVIDADES
Atividade 1
Descreva no mínimo três comportamentos que atrapalham a 
nossa percepção de risco.
No segundo episódio da 
série Napo, Job rotation, 
vemos algumas das ações 
que geram dores muscu-
lares aos trabalhadores.
Disponível em: https://youtu.be/
zaGvb7qiAZg. Acesso em: 7 fev. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/zaGvb7qiAZg
https://youtu.be/zaGvb7qiAZg
Introdução à saúde e segurança do trabalho 39
Atividade 2
Descreva dois comportamentos seguros que você deve ter ao 
trabalhar em uma empresa.
Atividade 3
Como são classificados os riscos ocupacionais? Cite pelo menos 
um exemplo de cada tipo.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, W. T. Manual de segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: DCL, 2010.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Rio de Janeiro, 9 ago. 1943.
BRASIL. Lei n. 5.161, de 21 de outubro de 1966. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 out. 1966.
BRASIL. Portaria n. 423, de 7 de outubro de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 out. 2021.
BRASIL. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jul. 1978.
COUTO, H. A.; COUTO, D. C. Ergonomia 4.0: dos conceitos básicos à 4ª Revolução Industrial.1. ed. Belo Horizonte: Ergo, 2020.
DANIELLOU, F. et al. Fatores humanos e organizacionais da segurança industrial: um estado 
de arte. Toulouse: Foncsi, 2013.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de Psicopatologia do trabalho. 5. ed. São Paulo: 
Cortez, 1992.
FACAS, E. P. PROART: riscos psicossociais relacionados ao trabalho. Porto Alegre: Fi, 2021.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
Avaliação qualitativa de riscos químicos: orientação básica para controle da exposição a 
produtos químicos. Brasília, DF: Fundacentro, 2012.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 01: avaliação da exposição ocupacional ao ruído. Brasília, DF: Fundacentro, 2001.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 06: avaliação da exposição ocupacional ao calor. Brasília, DF: Fundacentro, 2017.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 09: avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro. Brasília, DF: 
Fundacentro, 2013a.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 10: avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. Brasília, DF: 
Fundacentro, 2013b.
INTERSABERES (org.). Saúde e Segurança. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.
MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde 
Pública, v. 25, n. 5, p. 341-349, out. 1991.
MENDES, R. Patologia do trabalho. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013.
40 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
2
Fundamentos da ergonomia
O momento é de conhecer um novo tema: ergonomia. Nele, apresen-
tamos a história e conceitos gerais da ergonomia, incluindo como iniciar 
os serviços de ergonomia nas empresas.
Com isso, distinguiremos os tipos de ergonomia usados diariamente 
nas empresas e a utilização de cada um deles, conforme a necessidade. 
Por fim, saberemos como os ergonomistas fazem para introduzir esse 
tema dentro das empresas, por meio dos órgãos técnicos e grupos espe-
cíficos de agentes de saúde e segurança do trabalho.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• entender a história da ergonomia e o seu conceito;
• compreender quais os tipos de ergonomia podemos utilizar dentro 
de uma empresa;
• introduzir a ergonomia nas empresas.
Objetivos de aprendizagem
2.1 História e conceito da ergonomia 
Vídeo
Apesar de a origem do termo ergonomia ser datada em 1857, quan-
do o polonês Jartrzebowski nomeou uma de suas obras de Esboço da 
ergonomia ou ciência do trabalho baseada sobre as verdadeiras avaliações 
das ciências da natureza (WACHOWICZ, 2012), a origem oficial da ergo-
nomia é estabelecida pelo engenheiro e psicólogo inglês Kenneth Frank 
Hywel Murrell, mediante a criação da primeira sociedade de ergonomia 
do mundo, a Ergonomic Research Society, no ano de 1949.
O objetivo da sociedade de Murrell era denominar as atividades 
que os pesquisadores desenvolviam a serviço da Defesa Nacional Bri-
tânica, durante a Segunda Guerra Mundial. Serviço esse inicialmente 
voltado para a criação de aviões adaptados às características de um 
número maior de pilotos, e não de maneira personalizada, atendendo 
somente um piloto.
Fundamentos da ergonomia 41
Essa primeira sociedade de ergonomia contava com profissionais 
de diferentes áreas – psicologia, fisiologia, engenharia – e de pesquisa-
dores interessados nas questões relacionadas à adaptação do trabalho 
ao homem (SILVA; PASCHOARELLI, 2010; DUL; WEERDMEESTER, 2012; 
WACHOWICZ, 2012).
Ainda nesse período da Segunda Guerra Mundial, a ergonomia co-
meçou a surgir também como disciplina de estudo, quando se agrava-
va o conflito entre o homem e a máquina e, por outro lado, falhavam 
as formas tradicionais de resolução desses conflitos: a seleção e o 
treinamento das equipes de trabalho (DUL; WEERDMEESTER, 2012; 
WACHOWICZ, 2012).
Percebamos que já ouvimos bastante sobre a palavra prevenção, 
porém provavelmente não víamos isso como algo importante, assim 
como os treinamentos e a seleção dos trabalhadores. No entanto, hoje, 
os treinamentos são realizados para os colaboradores de maneira 
contínua, presente inclusive em normas regulamentadoras (NR), como 
peça fundamental para que haja saúde e segurança nos ambientes la-
borais de maneira preventiva.
Após o período de guerra, os ergonomistas voltaram a sua atenção 
para as centenas de máquinas que cercam nosso cotidiano. Foi então 
que eles descobriram que muitos dos mesmos erros de projetos que 
atormentavam marinheiros, soldados e aviadores da guerra existiam 
– e ainda existem – nas fábricas, nas estradas, na sinalização urbana, 
nos automóveis e mesmo em um eletrodoméstico (MENDES, 2013).
Já no Brasil, com todos esses problemas ergonômicos vindo à tona, 
as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) come-
çaram a surgir com bastante relevância na década de 1980, por exem-
plo, nos trabalhos repetitivos, como os dos digitadores e os bancários 
(MENDES, 2013).
Nessa época, os trabalhadores tinham metas exageradas de produ-
ção de conteúdo e não havia pausas de descanso. Não existiam a noção 
de cuidado com os móveis e o conhecimento de que eles influenciavam 
a saúde desses trabalhadores. Não havia também qualquer cuidado 
com os equipamentos utilizados, como as máquinas de datilografar, as 
quais exigiam dos trabalhadores uma força nos dedos muito maior do 
que os nossos computadores de hoje em dia.
kojala/Shutterst
ock
42 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Tudo isso, somado ao pouco conhecimento de questões sobre lide-
rança e gerenciamento de equipe, foi levando um número muito gran-
de de trabalhadores ao adoecimento e afastamentos por DORT. Além 
das questões físicas, com certeza havia questões psicológicas, que colo-
cavam esses trabalhadores em estresse mental constantemente.
O que é ergonomia?
Para a Associação Internacional de Ergonomia (IEA, 2000), a pala-
vra ergonomia significa: “a disciplina científica preocupada com a com-
preensão das interações entre seres humanos e outros elementos de 
um sistema, e a profissão que aplica teoria, princípios, dados e mé-
todos para projetar e otimizar o bem-estar humano e o desempenho 
geral do sistema”.
Já para a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2000), er-
gonomia significa: “estudo da adaptação do trabalho às características 
fisiológicas e psicológicas do ser humano”.
Por fim, para Dul e Weerdmeester (2012), “a ergonomia se aplica ao 
projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo 
de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho”.
Resumidamente, a ergonomia é a ciência que estuda as melhores 
formas do homem atuar em seu ambiente de trabalho, levando sem-
pre em consideração a sua saúde física e mental.
Logo, proporcionar um ambiente laboral saudável e eficiente, em 
termos de produção, é o foco principal da ergonomia. Para isso, os er-
gonomistas precisam estar atentos e atualizados em diversos assuntos, 
temas, leis e critérios específicos para cada tipo de ambiente de trabalho.
De uma forma geral, a ergonomia estuda e é aplicada a vários as-
suntos e temas. Vejamos alguns exemplos deles.
A postura dos movimentos corpo-
rais ao estar sentado, em pé, empur-
rando, puxando e levantando cargas.
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Exemplo 1
Fundamentos da ergonomia 43
Criação de máquinas, equipamen-
tos e as próprias instalações pre-
diais, pensando na eficácia, precisão 
e segurança do trabalhador.
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Exemplo 2
A interação dos fatores ambientais 
com o trabalhador, como os ruídos, 
vibrações, iluminação, clima e agen-
tes químicos.
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Exemplo 3
As relações entre cargos e tarefas. 
A relação do trabalhador com os 
líderes, com os colegas e as ativi-
dades que realizam.
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Exemplo 4
A ergonomiaé considerada uma disciplina de ação, ou seja, toda 
intervenção de ergonomia não se contenta em produzir somente um 
conhecimento sobre as situações de trabalho, mas visa uma ação ne-
cessária. Com isso, a ação ergonômica leva em conta a saúde dos ope-
radores e a eficácia da ação produtiva (DANIELLOU et al., 2013).
Sendo assim, a atuação de um ergonomista, segundo a IEA (2000), 
deve seguir alguns princípios inerentes à profissão com base em cinco 
valores sociotécnicos.
Trabalhadores como o ponto principal da análise.1
Tecnologia como ferramenta para ajudar esses trabalhadores.
(Continua)
2
44 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Promoção da qualidade de vida.3
Respeito pelas diferenças individuais.4
Responsabilidade para todas as partes interessadas.5
Resumindo, a ergonomia visa proporcionar que os locais de traba-
lho sejam saudáveis para os trabalhadores e que a empresa alcance os 
seus objetivos financeiros.
E atuar como ergonomista requer muitos conhecimentos e 
técnicas diversas, que abrangem desde temas provenientes das 
graduações de: administração, economia, psicologia, fisioterapia, 
engenharia e medicina.
Para tal, a ergonomia abrange muitas áreas de conhecimento, 
como antropometria, biomecânica, fisiologia, psicologia, engenharia 
mecânica, desenho industrial, informática, gestão industrial, entre ou-
tras (DUL; WEERDMEESTER, 2012). Esses conhecimentos gerais são ad-
quiridos por meio da formação na área.
Fora isso, o ergonomista também precisa saber os métodos de aná-
lise ergonômicas, como realizar coleta de dados, técnicas de entrevis-
tas com os colaboradores e técnicas de observação.
Por fim, antes de entrar e até mesmo durante a entrada em uma 
nova empresa, o ergonomista precisa estudar sobre o processo de 
produção da empresa. Saber os detalhes e saber entender como se 
chega ao produto que a empresa quer entregar, sendo esse o maior 
desafio, pois, a cada nova empresa, há novos processos e produtos a 
serem aprendidos.
Com isso, a ergonomia pode atuar de diferentes formas. Vejamos 
a seguir uma demonstração de algumas intervenções que um ergono-
mista pode fazer.
Fundamentos da ergonomia 45
Intervenções nos produtos – 
melhorar ferramentas e máquinas, 
assim como móveis. Por exemplo, 
mudar a pega de uma ferramenta, a 
altura de uma máquina e uma ban-
cada de trabalho.
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Intervenções nos locais de traba-
lho – melhorar o ambiente físico do 
trabalhador para que a interação ho-
mem x máquina seja a mais saudável 
possível, sem perder a qualidade na 
geração do produto e na produção 
em si. Por exemplo, melhoramento 
no ruído, na iluminação, na ventilação 
e no próprio prédio da empresa. Ol
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Intervenções posturais no trabalhador – 
atuar com a biomecânica do movimento 
humano gerado pela atividade exercida 
pelo trabalhar, traz mais noções de como 
deve-se executar as atividades com o 
mínimo de desgastes para o trabalhador, 
como ocorre nos treinamentos de como 
usar equipamentos de mesa de com-
putador, como posicionar as cadeiras, 
como realizar os movimentos de puxar, 
empurrar e levantar objetos. M
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Intervenções organizacionais – 
atuar de maneira que o tempo exigido 
para se realizar uma atividade seja 
o mais eficiente para a produção, 
levando em conta as características 
físicas dos trabalhadores e incluindo 
pausas e rodízios de atividades.
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46 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Com todos esses conhecimentos, o ergonomista pode contribuir 
para a prevenção de erros, melhoramento do desempenho dos traba-
lhadores e diminuição de acidentes de trabalho, além de dar aos traba-
lhadores consciência de qual maneira é mais saudável de se trabalhar 
sem gerar tantos desgastes corporais (físicos) e mentais.
Desse modo, percebamos que a atuação do ergonomista está vol-
tada ao bem-estar do trabalhador e ao bem-estar de toda a empresa. 
Poucas são as disciplinas que atuam com esse duplo objetivo. Entenda-
mos que esses objetivos nem sempre convivem em perfeita harmonia. 
O ergonomista precisa ter em mente todo conhecimento técnico bem 
claro, para poder analisar e diferenciar o que são questões reais das 
questões exageradas ou falsas. Para que, no final de uma análise, não 
haja interferência de uma das partes, empresa ou trabalhador.
2.2 Tipos de ergonomia 
Vídeo
Segundo a IEA (2000), o ergonomista deve contribuir para “o plane-
jamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, 
ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as necessidades, 
habilidades e limitações das pessoas”. Assim como intervir com base 
em uma compreensão abrangente na abordagem do trabalho, levando 
em conta considerações “de ordem física, cognitiva, social, organizacio-
nal, ambiental e outros aspectos relevantes”.
Sendo assim, a atuação da ergonomia abrange três áreas.
Ergonomia 
física
Ergonomia 
cognitiva
Ergonomia 
organizacional
Essa classificação é apenas didática para compreensão dos conceitos.
Atenção
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Fundamentos da ergonomia 47
Ergonomia física
A ergonomia física projeta seu olhar para as características da anato-
mia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação com 
a atividade física (corporal) do trabalho (IEA, 2000; VIDAL; MASCULO, 2021).
Afinal, trabalhar requer do trabalhador uma variação de posturas 
do corpo ao longo do dia e, por conta disso, a ergonomia física procu-
ra adequar essas exigências corporais aos limites e às capacidades do 
corpo do trabalhador para que o relacionamento homem x máquina 
seja o mais saudável possível. Com isso, estamos falando de trabalhar 
com menos gastos de energia, sem sobrecarregar articulações e sem 
lesionar músculos e tecidos articulares.
Segundo Vidal e Masculo (2021), para ser realizada a ergonomia físi-
ca é necessária uma infinidade de conhecimentos sobre o corpo huma-
no e o ambiente físico da empresa no qual a atividade do trabalhador é 
desenvolvida, sobretudo conhecimentos em antropometria, fisiologia e 
sobre o ambiente de trabalho.
Antropometria – ciência que estuda as medidas do corpo humano – 
estatura, comprimento dos membros, alcances mínimos e máximos e 
capacidades de movimentação são alguns aspectos observados pelo 
ergonomista. Sendo assim, o posto de trabalho, ferramentas, equipa-
mentos e máquinas precisam estar de acordo com as características 
do trabalhador para que futuras doenças não ocorram, pois essas ina-
dequações produzem desequilíbrios no corpo humano podendo causar 
DORT e outras tantas lesões músculo esqueléticas.
Fisiologia – tudo que diz respeito a como os músculos e sistemas do 
corpo funcionam estão incluídos nessa matéria. Com isso, entendemos 
melhor o que e como nossos músculos conseguem ter energia para ca-
minhar, correr, ter forças, assim como os desgastes, os cansaços e as 
fadigas acontecem, ou seja, todo o metabolismo humano.
Ambiente de trabalho – o estudo do ambiente em que o trabalhador 
atua e como esse ambiente conversa com as atividades realizadas 
nesse local e com os trabalhadores que ali estão. Encontramos diver-
sos temas, por exemplo, os estudos das temperaturas, dos ruídos, da 
iluminação, sentidos de odores e sabores e suas consequências para o 
corpo humano. Esses fatores são importantes no contexto de trabalho, 
pois podem gerar incômodos ou desconfortos.
48 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Durante a atuação da ergonomia física, nosso olhar estará voltado 
para diferentes questões, como a postura no trabalho, manuseio de ma-
teriais, movimentos repetitivos, projetos de postos de trabalho, seguran-
ça e saúde durante a atuação laboral (VIDAL; MASCULO, 2021; IEA, 2000).
Dentro da ergonomia física há pelo menos quatro tipos de ati-
vidades que o ergonomista pode realizar (WACHOWICZ, 2012; LIDA; 
BUARQUE, 2016).
Ergonomia de correção – atua modificando elementosgeradores de 
riscos ergonômicos aos trabalhadores, de forma corretiva. Por exem-
plo, corrigir um posto de trabalho que está levando os trabalhadores ao 
afastamento por dores na coluna.
11
Ergonomia de concepção – atua diretamente no projeto de criação do 
ambiente físico da empresa e na evolução de toda a cadeia produtiva 
dos produtos dessa empresa. Por exemplo, evita futuros riscos exis-
tentes, ou seja, atua na elaboração dos projetos de empresas ou de 
produtos, pensando de maneira preventiva.
22
Ergonomia de conscientização – atua com a educação dos funcionários 
e da própria empresa sobre o tema ergonomia. Por exemplo, sua atuação 
pode ser por meio de treinamentos (por exemplo, de primeiros socorros, 
uso de EPI, entre outros), palestras ou pela própria ação do ergonomista 
no dia a dia da empresa, realizando mudanças visíveis na empresa.
33
Ergonomia participativa – atua com a criação de comitês de ergonomia 
dentro das empresas, como o Comitê de Ergonomia (Coergo). Inclui-se 
nesse comitê equipes de líderes da empresa, assim como trabalhadores 
e o ergonomista, e tem o intuito de trazer o tema para todas as áreas 
da empresa de maneira eficaz na produção de resultados e na saúde 
do trabalhador.
44
De modo resumido, a ergonomia é uma disciplina extremamen-
te ampla, abrange muitos aspectos do trabalhador e do ambiente de 
trabalho e está focada em proporcionar ao trabalhador condições de 
trabalho seguro, que tragam saúde e não doenças a ele, além de pro-
porcionar eficiência na produção à empresa.
Fundamentos da ergonomia 49
Ergonomia organizacional
A ergonomia organizacional observa as estruturas, as políticas e os 
processos organizacionais, como a comunicação entre os trabalhadores, 
o gerenciamento de recursos, a organização do tempo de trabalho, a 
gestão da qualidade dos produtos, entre outros elementos (IEA, 2000).
Os conteúdos observados dentro da ergonomia organizacional são 
inúmeros; por conta disso, a seguir elencamos quatro itens que geral-
mente podemos observar como ergonomistas.
Como é a repartição de tarefas entre os colaboradores versus o tem-
po para a execução de cada tarefa – horários, cadência de produção, 
pausas, horas extras, rodízios de atividades, turnos de trabalho.
11
Como são as maneiras que se dão as comunicações entre colabora-
dores x colaboradores, entre colaborador x líder, líder x gerência – tudo 
isso atrelado à produção da empresa.22
Como são as maneiras de exigências da empresa, como são realiza-
das as cobranças por resultados, como são realizados os padrões de 
desempenho dos colaboradores, como são realizados os controles e 
a supervisão das atividades laborais.
33
Como são os métodos de capacitação e treinamentos realizados den-
tro da empresa.44
Saber como se dá todo o processo de produção de uma empresa 
e como ele interage com o trabalhador é o que a ergonomia organi-
zacional vai investigar. O ergonomista precisa distinguir entre o que é 
cobrado do trabalhador e o que se espera que ele produza, para então 
entender o que a empresa faz para auxiliar o trabalhador, a fim de que 
ele consiga cumprir sua tarefa corretamente.
Ergonomia cognitiva
A ergonomia cognitiva surgiu com a necessidade de lidar com as 
dificuldades que os trabalhadores tinham ao exercer funções que exi-
50 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
giam um maior esforço mental. Nesse ponto, o que o ergonomista faz 
é compreender como os processos mentais do trabalhador se expres-
sam nas situações em que estão envolvidas decisões que levam a ações 
(MENDES, 2013). Resumidamente, é preciso saber como os trabalhado-
res entendem e organizam as informações que recebem.
A ergonomia cognitiva olhará para os aspectos mentais do trabalha-
dor em relação à produtividade da empresa, ou seja, atenção, percep-
ção, memória e tomada de decisão (MENDES, 2013).
Tendo isso em vista, vejamos detalhadamente cada um dos quatro 
aspectos mentais observados pela ergonomia cognitiva conforme 
apontado por Mendes (2013).
Atenção – a atenção pode ser traduzida como a capacidade de ficar 
alerta por um determinado período. Essa atenção é necessária em to-
dos os ambientes de trabalho, evitando-se erros e acidentes. Porém, 
algumas atividades requerem mais atenção do que outras. Por exemplo, 
motoristas de carros e/ou caminhões precisam de atenção constante 
durante seus deslocamentos. Isso exige do trabalhador uma carga 
mental maior e por um longo período. Podemos também mencionar 
os casos em que o trabalhador precisa executar várias atividades ao 
mesmo tempo, exigindo uma atenção constante dele.
11
Percepção – é um conhecimento e/ou competência de algo que nos 
permite tomar decisões com base nesse conhecimento. A percepção é 
algo que devemos respeitar sob o aspecto de sensação. É a sua percep-
ção de risco que fará com que tomemos alguma ação de maneira cor-
reta e rápida para se evitar acidentes. Saber identificar se o trabalhador 
está com sua percepção de risco coerente às suas atividades é o ponto 
central da avaliação do ergonomista.
22
Memória – processo de armazenamento de informações para uso poste-
rior. Lembrar de etapas de um processo de trabalho é função da memória. 
Há algumas atividades que são compostas por inúmeras etapas, e o tra-
balhador deve ser capaz de guardar em sua mente o que fazer em cada 
etapa do processo, pois qualquer erro pode gerar um acidente.
33
Fundamentos da ergonomia 51
Tomada de decisão – resultado de todo o processo de atenção, per-
cepção e uso da memória, que resultará na ação que tomaremos. Ou 
então, a falta de autonomia para a tomada de decisões, algo normal em 
empresas em que os líderes não deixam seus colaboradores tomarem 
decisões importantes.
44
Sendo assim, esse tipo de ergonomia estuda e interpreta a carga 
mental dos trabalhadores, como são as tomadas de decisões, o estres-
se no trabalho, os treinamentos existentes na empresa, entre outras 
situações (IEA, 2000). Nesse ponto, o ergonomista compreenderá como 
o trabalhador percebe as informações do ambiente de trabalho e como 
ele age com base nessa percepção.
Atualmente, é sabido o quanto é importante abordar sobre esse 
assunto nas empresas, pois há grandes desgastes e distúrbios que po-
dem ser gerados devido aos aspectos mentais dos trabalhadores.
Por exemplo, as responsabilidades que um líder tem exige dele pró-
prio a tomada de decisões muitas vezes de maneira rápida e precisa. 
Esse constante pedido de atenção, por exemplo, pode levar à sobrecar-
ga mental e desencadear inúmeras doenças.
Sendo assim, de maneira geral, a ergonomia cognitiva exige conhe-
cimentos sobre psicologia e fisiologia humana do profissional ergo-
nomista. Com base na análise cognitiva da tarefa, o ergonomista tem 
capacidades de melhoramento da organização do trabalho, deixando 
a atividade laboral mais segura para a saúde mental do colaborador.
Logo, avaliar e analisar a ergonomia cognitiva é, hoje em dia, uma das 
atividades mais difíceis do ergonomista. Isso porque é difícil perceber 
todas essas questões tão pessoais durante uma análise ergonômica.
No entanto, é necessário construirmos uma relação entre o colabo-
rador e o ergonomista, para que, pelo menos, alguns aspectos sejam 
avaliados. Também é importante lembrarmo-nos de que a atuação do 
ergonomista não é resolver nenhum problema entre o trabalhador e a 
empresa dentro de diagnósticos psicológicos.
52 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Na verdade, a função do ergonomista é apenas identificar se há ou não 
algum aspecto que pode ser tratado de maneira mais ampla, não tão pes-
soal, por meio da passagem de conhecimentos e técnicas de como lidar 
com esses casos. O que geralmente acontece é a introdução desses temas 
da ergonomia cognitiva nos diálogos de segurança ou, então, de palestras.
Como podemos perceber, a ergonomia abrange vários aspectos do 
ser humano e de sua interação com o seu trabalho e o seu ambiente. 
Portanto, por ser uma ciência ainda nova, ela conta também com um 
órgão importanteaqui no Brasil: a Associação Brasileira de Ergonomia 
(Abergo), criada em 1983.
2.3 Iniciando a ergonomia nas empresas 
Vídeo
Adentrar em uma empresa para realizar a prestação dos serviços 
de ergonomia pode acontecer de várias maneiras, porém a maneira 
mais comum é por meio da equipe de saúde e segurança do trabalho, 
já existente dentro das empresas de maneira mais consolidada.
Geralmente, as empresas maiores possuem no seu quadro de fun-
cionários um ergonomista próprio que vai executar todas as atividades 
pertinentes ao cargo, além de auxiliar a equipe de saúde e segurança 
nas ações do setor.
Por outro lado, as empresas menores costumam contratar um ergo-
nomista para executar projetos. Primeiro, é feita uma análise dos postos 
e setores. Segundo, são executadas as ações de melhoria. Por fim, há a 
execução dos treinamentos e das palestras da área de ergonomia.
Essas duas formas são as mais comuns. Fora isso, há outros motivos 
que fazem uma empresa chamar um ergonomista. Elencamos alguns 
deles a seguir.
Conscientização que há 
necessidade de melhorias 
ergonômicas para a 
produção da empresa e 
para a manutenção da 
saúde do trabalhador.
Necessidade legal de 
realizar a avaliação 
ergonômica preliminar 
(AEP) e/ou a análise 
ergonômica do trabalho 
(AET), conforme a NR-
1, que descreve quais 
empresas são obrigadas 
a realizarem esses 
procedimentos.
Necessidade de cumprir 
alguma exigência do 
Ministério do Trabalho 
devido à alguma 
ação trabalhista ou, 
simplesmente, à visita dos 
auditores na empresa.
A Associação Brasileira 
de Ergonomia (Abergo) 
norteia muitas das 
ações dos ergonomistas 
brasileiros, e seu site 
traz conteúdos atuais e 
discussões sobre temas 
pertinentes ao tema.
Disponível em: https://www.
abergo.org.br/. Acesso em: 15 
mar. 2023.
Site
https://www.abergo.org.br/
https://www.abergo.org.br/
Fundamentos da ergonomia 53
Necessidade de adquirir 
alguns selos de qualidade, 
como a conhecida 
Organização Internacional 
de Padronização (ISO), que 
possuem como premissas 
a Análise Ergonômica 
do Trabalho (AET) e/ou 
a Avaliação Ergonômica 
Preliminar (AEP).
Necessidade de reduzir 
o número de doenças 
relacionadas ao trabalho, 
existentes na empresa por 
motivos ergonômicos.
Necessidade de reduzir o 
número de acidentes de 
trabalho ocasionados na 
empresa por questões 
ergonômicas.
Como podemos observar, há vários motivos que justificam introdu-
zir a ergonomia nas empresas.
Por sua vez, Couto e Couto (2020) fizeram uma divisão um pouco 
diferente sobre aquilo que norteia os ergonomistas a como evoluir 
nos trabalhos realizados em uma empresa com base em quatro itens.
Situações primitivas – há empresas que possuem postos de trabalho 
ainda muito rudimentares para os trabalhadores, o que gera muita dor, 
desconfortos e fadigas. Logo, a atuação da ergonomia nesses ambien-
tes melhora muito as condições de trabalho, sendo essa a primeira 
situação que necessita de intervenção.
11
Ambiente de trabalho – a preocupação do ergonomista é com as condições 
climáticas dos ambientes de trabalho, do conforto auditivo e da iluminação, 
temas fundamentais para instituir o conforto no ambiente de trabalho.22
Método de trabalho – aqui a preocupação é com as ferramentas usa-
das, dispositivos auxiliares, como carrinhos, paleteiras e elevadores. 
Todos eles são importantes para redução dos esforços musculares dos 
trabalhadores, além disso o uso correto deles proporciona uma redução 
dos acidentes e das DORT.
33
Organização do trabalho – a ergonomia vem para orientar sobre a me-
lhor maneira de coordenar os trabalhadores com relação a diferentes te-
mas, como a sobrecarga de trabalho, as pausas, o rodízio de atividades, 
o gerenciamento de equipe, a falta de manutenção dos equipamentos, a 
falta de pessoal para realizar a atividades, entre outros.
44
54 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Resumidamente, a introdução de um ergonomista é possível simples-
mente por meio da contratação de um funcionário para essa função ou 
da admissão de um terceiro para prestar esse serviço de modo pontual.
Independentemente de qual forma seja adotada, é importante in-
cluir na demanda a criação de um comitê de ergonomia para que atue 
de maneira contínua na empresa. Sendo esse comitê formado pelo er-
gonomista (interno ou externo), pelo técnico de segurança, engenhei-
ros, líderes e alguns trabalhadores.
Esse comitê terá como tarefas: instruir e introduzir a ergonomia em 
todos os setores e difundir os conceitos trazidos pelo ergonomista na 
forma de treinamentos, palestras ou mesmo uma conversa pessoal. O 
comitê também dará andamento às ações indicadas pelo ergonomista 
e colocará em prática a execução de todas as ações de melhorias indi-
cadas pelo ergonomista, caso seja necessário.
Essas ações ergonômicas precisam estar na pauta diária da empresa 
para que os resultados sejam positivos e produzam efeitos constantes. 
Lembremo-nos de que a ergonomia é uma ciência de ação. Afinal, nada 
adianta diagnosticar os problemas ergonômicos se eles não forem sanados.
Desse modo, a introdução da ergonomia nas empresas é uma das 
maneiras de se proporcionar qualidade de vida no trabalho. Pois, se-
gundo Couto e Couto (2020), esse argumento é sustentado pela de-
finição de qualidade de vida proposta pela Organização Mundial de 
Saúde (OMS), que dispõe 24 itens para se ter qualidade de vida, sendo 
que em alguns deles a ergonomia pode atuar como a ausência de dor 
e desconforto, a energia e a ausência de fadiga, a mobilidade, a capaci-
dade de trabalho e as relações pessoais, entre outros.
Portanto, a ação ergonômica, além de cuidar da saúde do tra-
balhador, pode também proporcionar melhorias nas condições 
ambientais da empresa, evitando riscos de acidentes e reduzindo o 
retrabalho e os absenteísmos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender como a ergonomia nasceu é também perceber que ela cami-
nha junto ao tema segurança do trabalho.
Fundamentos da ergonomia 55
Várias abordagens foram criadas mediante grandes perdas, como é o 
caso da Segunda Guerra Mundial. E foi somente após grandes desastres 
e acidentes que os cuidados foram mais constantes dentro das empresas.
Com isso, é importante ressaltarmos que, com muito trabalho, hoje 
em dia as empresas estão nascendo com um outro olhar. Afinal, a pre-
venção está muito atuante nas empresas atuais, e a ergonomia traz vários 
benefícios nesse aspecto.
Ser um ergonomista não é algo simples. Requer muitos conhecimen-
tos e estudos constantes. É preciso também entender que o ergonomista 
atua em duas frentes: a empresa e o trabalhador. E que muitas vezes 
ambas estão em conflitos.
Por isso, é importante termos bastante conhecimento técnico para po-
dermos embasar-nos e discutirmos com bastante propriedade todas as 
questões avaliadas durante uma análise ergonômica ou, inclusive, duran-
te uma consultoria ergonômica.
ATIVIDADES
Atividade 1
Sobre os conceitos de ergonomia por diversos autores, escreva um 
único período que pode ser usado como conceito de ergonomia.
Atividade 2
A ergonomia de conscientização está presente nas empresas por 
meio de treinamentos e palestras. Dê um exemplo de treinamento 
que uma empresa pode realizar com seus funcionários para evitar 
acidentes de trabalho.
Atividade 3
A ergonomia pode entrar dentro de uma empresa para resol-
ver inúmeras questões relacionadas à saúde do trabalhador. 
Por exemplo, se um ergonomista for contratado para resolver 
questões sobre o número de trabalhadores afastados por doenças 
ocupacionais, qual seria uma das atividades a ser realizada dentro 
dessa empresa?
56 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
REFERÊNCIAS
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. A certificação do ergonomista brasileiro. Rio 
de Janeiro: Abergo, 2000. (Editorial do Boletim 1/2000).
COUTO, H. A.; COUTO, D. C. Ergonomia 4.0: dos conceitos básicos à 4ª Revolução Industrial. 
1. ed. Belo Horizonte: Ergo, 2020.
DANIELLOU, F. et al. Fatores humanos e organizacionais da segurança industrial:um estado 
de arte. Toulouse: Foncsi, 2013.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2012.
IEA – International Ergonomics Association. IEA, 2000. Página inicial. Disponível em: https://
iea.cc/about/what-is-ergonomics/. Acesso em: 15 mar. 2023.
LIDA, I.; BUARQUE, L. Ergonomia projeto e produção. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2016.
MENDES, R. Patologia do trabalho. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013.
SILVA, J. C. P.; PASCHOARELLI, L. C. (org.). A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus 
pioneiros. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
VIDAL, M. C.; MASCULO, F. S. Ergonomia: trabalho adequado e eficiente. São Paulo: Gen LTC, 2021.
WACHOWICZ, M. C. Segurança, saúde e ergonomia. Curitiba: InterSaberes, 2012.
https://iea.cc/about/what-is-ergonomics/.
https://iea.cc/about/what-is-ergonomics/.
Análise e avaliação ergonômica 57
3
Análise e avaliação ergonômica
Neste capítulo conheceremos a NR-17, responsável pela legalização 
de todo o serviço e orientadora de todas as ações dos ergonomistas. 
Entre as principais obrigações das empresas em relação à NR-17, estão a 
realização de avaliações ergonômicas do ambiente de trabalho, a imple-
mentação de medidas preventivas e corretivas para corrigir as condições 
inadequadas, a adequação dos equipamentos e mobiliários utilizados 
pelos trabalhadores, a promoção de pausas e descansos para reduzir a 
fadiga e o estresse. Entenderemos, de maneira prática, quais fatores 
de risco (perigos) a ergonomia avalia, vendo cada um deles detalhada-
mente e com vários exemplos. 
Por fim, aprenderemos como avaliar um posto de trabalho e como 
propor melhorias ergonômicas, ou seja, será um capítulo no qual coloca-
remos em prática tudo aquilo que aprendemos até agora.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• entender a norma regulamentadora (NR) mais importante da ergo-
nomia brasileira: a NR-17;
• identificar quais os fatores de risco e de perigos a ergonomia avalia;
• avaliar um posto de trabalho e propor soluções.
Objetivos de aprendizagem
3.1 NR-17 – Ergonomia 
Vídeo
A norma regulamentadora n. 17 foi aprovada pela Portaria MTb 
n. 3.214 (BRASIL, 1978) pela primeira vez. Após isso, foi atualizada seis 
vezes pelos seguintes documentos:
Portaria MTPS n. 3.751
23 de novembro de 1990
Portaria DSST/SIT n. 8
30 de março de 2007
(Continua)
58 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Portaria DSST/SIT n. 9
30 de março de 2007
Portaria DSST/SIT n. 13
21 de junho de 2007
Portaria MTb n. 876
24 de outubro de 2018
Portaria MTP n. 423
7 de outubro de 2021
MTPS – Ministério do Trabalho e Previdência Social
DSST – Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho
SIT – Sistema Integrado de Transferências
MTb – Ministério do Trabalho
MTP – Ministério do Trabalho e Previdência
A NR-17 busca nortear o serviço dos ergonomistas para que atin-
jam os objetivos da ergonomia: proporcionar conforto, segurança, 
saúde e desempenho eficiente no trabalho a todos os trabalhado-
res (BRASIL, 1978).
Para que o ergonomista atinja os objetivos da ergonomia pela 
portaria, a NR-17 traz obrigações que cada empresa deve cumprir 
para que haja a adaptação das condições de trabalho às caracte-
rísticas psicofisiológicas dos trabalhadores. Ou seja, o trabalho 
deve ser planejado, disposto e disponibilizado conforme as carac-
terísticas do trabalhador.
Veja que essa foi uma questão bem discutida até poucos anos 
atrás. Porém, atualmente, é consenso que, sim, o trabalho deve ser 
adaptado ao trabalhador, às características dele, para que tenha o 
melhor resultado na execução de suas tarefas e para que não se ma-
chuque durante a realização de suas atividades laborais.
E o que são essas condições de trabalho avaliadas pela ergono-
mia? A NR-17 traz cinco aspectos referentes a isso. Eles são cinco te-
mas que nortearão o ergonomista durante a avaliação de cada posto 
de trabalho e de cada atividade que o trabalhador realiza durante o 
seu dia a dia. Vejamos cada um desses cinco aspectos e com o que 
estão relacionados:
É essencial conhecer 
a NR-17, e sua leitura 
também é ideal para com-
plementar o conteúdo 
abordado neste capítulo.
Disponível em: https://www.gov.br/
trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-
a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/
normas-regulamentadora/normas-
regulamentadoras-vigentes/norma-
regulamentadora-no-17-nr-17. 
Acesso em: 10 mar. 2023.
Leitura
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-17-nr-17
Análise e avaliação ergonômica 59
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Levantamento, 
transporte e descarga 
de materiais
Mobiliário dos postos 
de trabalho
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Trabalho com máquinas, 
equipamentos e 
ferramentas manuais
M
anop Boonpeng/Shutterstock
Condições de conforto no 
ambiente de trabalho
Organização do 
trabalho
Por fim, lembremo-nos de que toda avaliação ergonômica deve ser 
usada tanto para identificar os perigos quanto para avaliar os riscos 
– itens estudados por nós.
Importante ressaltarmos que todas as situações encontradas devem 
ser registradas pela empresa e arquivadas como documento para futu-
ras auditorias, sejam esses aspectos positivos ou negativos, assim como 
se as melhorias já foram ou não realizadas. Tudo deve ser registrado.
Após o ergonomista finalizar a avaliação de um posto de trabalho, ele 
deve incluir nessa análise um plano de ação para a empresa. Nesse plano 
devem estar previstas ações de melhorias como sugestão para que a em-
presa deixe esse posto de trabalho com condições de atingir os objetivos 
da ergonomia, ou seja, para que esse posto possa trazer ao trabalhador 
conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
É um trabalho bem minucioso e completo. Nada pode escapar do 
olhar técnico do ergonomista. Todas as ações sugeridas devem ser 
eficientes ao ponto de eliminar os riscos encontrados, porém muitas 
vezes não há essa possibilidade de eliminação dos riscos, então o ergo-
nomista deve pelo menos controlá-los.
60 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
3.2 Fatores de riscos avaliados pela ergonomia 
Vídeo
Para futuras auditorias e compreensão de todos, inicialmente o er-
gonomista precisa descrever e justificar o uso dos métodos e/ou ferra-
mentas usados durante a análise.
Cada avaliação precisa ter uma metodologia adequada e validade 
para isso, ou seja, para afirmarmos que o trabalhador está correndo 
um risco ao levantar alguma caixa durante suas atividades, precisamos 
validar essa informação demostrando, por exemplo, ferramentas 
queauxiliem o levantamento de caixas. Além disso, por meio de 
cálculos podemos justificar o porquê de o posto ser considera-
do um risco para o levantamento de cargas.
Outro item importante é que a empresa deve garantir que 
os empregados sejam ouvidos durante todo o processo de ava-
liação ergonômica, conforme prescreve a NR-17. Esse processo de 
ouvir o trabalhador é de suma importância pelo simples fato de ser 
o trabalhador quem está diariamente executando essa atividade. 
Aqueles que estão ao redor podem imaginar como é, por exem-
plo, realizar uma atividade de montagem de peças mecânicas. 
Porém, o único que sabe o quanto isso é ou não desgastante ao 
corpo é o trabalhador.
Ao fim de toda avaliação ergonômica, devemos proporcio-
nar à empresa um diagnóstico geral e emitir recomendações, 
conforme descrevemos na sequência.
1 Diagnóstico geral da situação ergonômica
Esse diagnóstico é dado ao final de toda avaliação, na qual o ergo-
nomista, após realizar todas as análises, dirá se o posto é considerado 
com risco baixo, médio ou alto por meio de matriz de risco, confor-
me ilustrado na Figura 1.
An
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Eakrin Rasadonyindee/Shutterstock
Análise e avaliação ergonômica 61
Figura 1
Matriz de risco
Impacto
Pr
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da
de
Alto Alto Alto
AltoRazoável
Razoável
Razoável
RazoávelBaixo
Baixo
Baixo Baixo
Baixo Razoável Alto
Dz
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hu
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ck
De maneira geral, é essa a avaliação, porém cada ergonomista possui 
seu método e essa nomenclatura pode mudar.
2 Recomendações para as situações de trabalho encontradas
O ergonomista vai propor melhorias para os aspectos encontrados e 
avaliados como risco baixo, médio ou alto. Por exemplo, para o trabalha-
dor que atua carregando caixas o dia inteiro, o ergonomista pode propor 
um carrinho que o auxilie na execução dessas atividades.
Por fim, o relatório da avaliação ergonômica deve ficar à disposi-
ção na empresa pelo prazo de vinte anos. Esse documento pode ser 
solicitado em futuras auditorias e é visto como um instrumento que 
demonstra todas as melhorias ergonômicas que a empresa realizou.
Agora, para melhor entender os fatores de riscos avaliados pela ergo-
nomia, dividiremos os itens em quatro fatores e seus respectivos aspectos:
Biomecânicos Organizacionais Mobiliários Ambientais
bs
d 
st
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io
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hu
tte
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to
ck
62 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
3.2.1 Fatores biomecânicos
Dividiremos a avaliação dos fatores biomecânicos em duas par-
tes, para melhor compreensão: levantamento, transporte e descar-
ga individual de cargas; e trabalho com máquinas, equipamentos e 
ferramentas manuais.
Levantamento, transporte e 
descarga individual de cargas
Na avaliação ergonômica desse aspecto, o ergonomista deve per-
guntar ao trabalhador se durante suas atividades ele faz algum tipo de 
movimentação de cargas de modo manual. Caso a resposta seja positi-
va, a avaliação é iniciada.
Segundo a NR-17 (BRASIL, 2022), o ergonomista deve observar os 
seguintes itens:
Os locais para a pega e depósito das cargas devem ser organizados de modo 
que cargas, acessos, espaços para movimentação, alturas de pega e depósito 
não obriguem o trabalhador a efetuar flexões, extensões e rotações excessivas do 
tronco, assim como qualquer tipo de movimentação forçada ou nociva ao corpo.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-espe-
cificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regula-
mentadoras/nr-17-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 13 mar. 2023.
São muitos itens a serem observados. Por isso, é de extrema impor-
tância o ergonomista permanecer um bom tempo observando e acompa-
nhando o trabalhador durante suas atividades de levantamento de cargas.
Vamos separar cada item que o ergonomista deve avaliar em car-
gas, acessos e espaços, e altura das pegas e depósito, conforme des-
crevemos na sequência.
Devemos observar que tipo de carga o trabalhador vai movimen-
tar e qual o seu peso. Se é uma caixa, um rolo, um balde, uma lata de 
tinta. Independentemente de qual carga o trabalhador esteja movi-
mentando, é preciso perguntar e avaliar qual é o peso, qual é o tipo de 
pega (se ele abraça a caixa e se há um local para pega, como uma alça).
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https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2022.pdf
Análise e avaliação ergonômica 63
Devemos perguntar e observar se há acessos e espaços para mo-
vimentação para que o trabalhador pegue e deposite esse objeto e se 
os acessos dos corredores estão livres. Há objetos pelo caminho? Há es-
paço suficiente para o trabalhador se movimentar com o objeto em 
mãos? Lembrar de que objetos no caminho podem gerar um risco de 
queda ao trabalhador durante o transporte manual de cargas.
Devemos observar e analisar qual a altura da pega dos objetos e 
do depósito, se o trabalhador precisa esticar os braços, se a coluna 
precisa ser dobrada, se o trabalhador precisa subir em alguma plata-
forma, tanto para pegar o objeto quanto para realizar o depósito. A 
postura do trabalhador é um item que pode gerar futuramente algum 
tipo de contratura, entorse ou mesmo lesão musculoesquelética.
Observemos que analisamos qual atividade corporal o trabalhador 
precisa executar para realizar sua tarefa.
Há alguns dados bem importantes que precisamos coletar: a dis-
tância da pega, o ângulo de rotação do tronco, a altura da pega, a 
altura de deslocamento do objeto e a frequência do levantamento. To-
dos esses dados dão ao ergonomista um resultado numérico que pro-
porcionará o resultado de risco, ou não, na realização dessa atividade.
Para contrabalancearmos essa atividade, durante essa avaliação 
pode haver itens que serão vistos como controladores de risco, ou seja, 
equipamentos e ferramentas utilizados pelos trabalhadores para que o 
manuseio manual de cargas seja o mínimo possível. Então, durante a 
análise devemos observar e perguntar ao trabalhador se há equipa-
mentos auxiliares para o manuseio de cargas. Alguns desses equipa-
mentos são carrinhos, empilhadeiras, paleteiras, entre outros.
Realizar a análise do levantamento de carga demanda muito estudo 
e muita atenção durante as atividades do trabalhador. O que precisa-
mos ter em mente é o quanto essas atividades podem lesionar ou não o 
trabalhador. O peso geralmente é o maior vilão, porém a repetitividade 
das ações também costuma ser um elemento bem prejudicial.
Trabalho com máquinas, equipamentos 
e ferramentas manuais
Nesta etapa da avaliação ergonômica, analisamos as diversas máqui-
nas, equipamentos e ferramentas manuais utilizadas pelos trabalhadores.
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64 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Existe uma infinidade desses objetos que podemos encontrar den-
tro de uma mesma empresa. O importante é sempre preservar a saúde 
e segurança do trabalhador, sendo assim analisar aspectos como o 
tempo de uso de cada equipamento, máquina ou ferramenta; o tipo 
de posição corporal que o trabalhador precisa executar para utilizar a 
máquina, equipamento ou ferramenta; e, por fim, se há na empresa 
ferramentas que auxiliam no uso de equipamentos, máquinas e ferra-
mentas manuais.
Vejamos cada um desses objetos separadamente. Para que 
o trabalhador utilize uma máquina, é sempre importante ob-
servar se os comandos utilizados estão em um bom acesso. 
Se os painéis de comando são seguros com relação à visua-
lização da informaçãodos processos executados e qual a po-
sição corporal do trabalhador durante o uso dessas máquinas.
Por exemplo, para utilizar uma empilhadeira o trabalhador 
atua quanto tempo sentado? Ele possui pausas para descanso? Ele 
precisa ficar rotacionando o tronco? Há uma boa visualização do 
ambiente de trabalho, de modo que o trabalhador possa se movi-
mentar com essa máquina sem se machucar ou machucar outra 
pessoa? O piso do local está adequado para a movimentação 
dessa empilhadeira? Essas são algumas perguntas que deve-
mos levar em consideração para poder avaliar se há ou não 
um risco de acidente.
Nessa avaliação devemos observar se os equipamentos 
utilizados pelo trabalhador estão em condições de mobilidade 
para permitir o ajuste de tela, evitando reflexos e futuros erros de 
execução. Já para os trabalhadores que utilizam computador portátil 
( notebook), devem ser analisados se há suporte para ajustes de al-
tura desse equipamento, se há teclado e mouse independentes que 
proporcionam o melhor uso, evitando futuras lesões nos punhos e 
antebraços.
Durante a análise das ferramentas manuais, o ergonomista 
deve avaliar se o uso das ferramentas está sendo realizado de ma-
neira correta (posição dos punhos, ombros, antebraços) e se essas 
 ferramentas possuem um design adequado a fim de evitar compres-
sões da palma da mão ou dos dedos.
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ure/Shutterstock
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umemories/Shutterstock
Análise e avaliação ergonômica 65
Outro aspecto a ser observado é se há equipamentos que susten-
tam o uso de algumas ferramentas manuais. Por exemplo, durante o 
uso constante de furadeira ou parafusadeira, algumas empresas dispo-
nibilizam um equipamento (balancim) que sustenta o uso dessas ferra-
mentas, fazendo com que o trabalhador não precise segurá-las.
Dentro da avaliação biomecânica é importante observarmos to-
dos os movimentos corporais que o trabalhador realiza, analisando 
se esses movimentos são adequados, se estão dentro dos parâmetros 
normais de angulação e, principalmente, se esses movimentos que se 
repetem ao longo dos dias de trabalho podem ou não levar a alguma 
doença ocupacional.
São muitos os detalhes de uma avaliação ergonômica, por isso o 
tempo ao lado do trabalhador é algo precioso. Portanto, estar atento, 
estar preparado para ouvir e possuir um conhecimento técnico atuali-
zado são algumas das características de um bom ergonomista.
3.2.2 Fatores organizacionais
Os fatores organizacionais observados e analisados pelos ergono-
mistas devem ser relatados na análise ergonômica seguindo quatro 
critérios mencionados na NR-17 (BRASIL, 2022):
Descrever as normas de produção do posto – nisso estão incluídas 
as normas da empresa. Como exemplo temos os horários de entrada e 
saída do trabalhador, assim como os horários das pausas.
11
Descrever o modo operatório do posto – ou seja, a tarefa que o traba-
lhador executa detalhadamente.22
Descrever a exigência de tempo no posto – ou seja, o quanto o traba-
lhador deve produzir em determinado tempo.33
Descrever o ritmo de trabalho do posto – o ergonomista avaliará qual 
a velocidade das ações do trabalhador para cumprir suas atividades.44
M
um
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Sh
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to
ck
Exemplo de um balancim (em 
inglês, spring balancer).
66 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Cada parte dessa análise muda conforme a empresa e a atividade 
de cada trabalhador. O importante é descrevermos, de maneira geral, 
como os fatores organizacionais acontecem. Pode ser feito separada-
mente em itens ou pode ser em um texto corrido.
Além disso, também é essencial avaliarmos e tentarmos observar 
quais elementos podem prejudicar o trabalhador. Por exemplo, uma 
empresa que possui uma linha de produção sem pausas e com movi-
mentos repetitivos do trabalhador sem alternar as posturas pode levar 
a algum tipo de doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT).
O ergonomista necessita sempre avaliar a atividade realizada 
para ter argumentos para prescrever pausas durante o período de 
trabalho, alternância de posturas entre as atividades e algum equi-
pamento que auxilie o trabalhador durante os processos, como uma 
cadeira semissentada para pequenos descansos da coluna e pernas.
Devemos entender que uma empresa não realizará as mudanças 
necessárias pelo simples fato de um ergonomista recomendar. Portan-
to, a importância dos estudos é imprescindível para podermos argu-
mentar e justificar essas recomendações.
3.2.3 Fatores mobiliários
Durante a avaliação dos mobiliários utilizados pelo trabalhador, o 
ergonomista tem que ter em mente que esses mobiliários são usados 
por várias pessoas, e que todas são diferentes em altura, compri-
mento dos braços e das pernas. Por isso, alguma parte dos mobi-
liários precisa ter regulagens que podem ser, por exemplo, na 
forma de uma cadeira com regulagem de altura, plataformas ou 
um apoio de pé.
Já para os trabalhos realizados na postura sentada é importante 
 observarmos se abaixo da mesa ou bancada há espaço suficiente para 
as pernas do trabalhador para que ele consiga realizar movimentos 
com as pernas e os pés.
Os espaços utilizados pelo trabalhador em sua bancada de traba-
lho precisam estar dentro da zona de alcance do trabalhador, ou seja, 
evitando que o trabalhador realize movimentos excedentes da colu-
na para, por exemplo, alcançar algum objeto. Por isso, convém deixar 
de fácil acesso todas as ferramentas e objetos utilizados com frequência.
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Análise e avaliação ergonômica 67
As cadeiras usadas pelos trabalhadores que atuam na maior parte 
do tempo sentados precisam ter regulagens de altura do assento e 
do encosto. Isso proporciona ao trabalhador uma maior adapta-
ção à postura correta durante suas atividades, o que não é visto 
em cadeiras sem ajustes dessas alturas.
Desse modo, o ergonomista, durante a avaliação, precisa enten-
der todo o processo de produção e tentar adaptar o posto avaliado 
para o maior número de pessoas, sempre pensando em quais movi-
mentos os trabalhadores precisam realizar para executar suas funções.
3.2.4 Fatores ambientais
Os fatores ambientais observados durante uma análise ergonômi-
ca devem seguir algumas orientações da NR-17 (BRASIL, 2022) quanto 
à iluminação.
17.8.1 Em todos os locais e situações de trabalho deve haver iluminação, 
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especi-
ficos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/2021/
portaria-mtp-no-423-nova-nr-17.pdf/view. Acesso em: 10 mar. 2023. 
Como descrito na NR-17, nossa análise para esse fator será com 
base nos padrões da NHO 11 (FUNDACENTRO, 2018), que fornece ao 
ergonomista os números corretos que cada ambiente de trabalho deve 
ter. Tendo alguma irregularidade, o ergonomista deve agir indicando 
qual a medida luminosa adequada para o posto adequado.
Já com relação ao ruído, avaliaremos de onde vem o ruído local e 
quais medidas de controle a empresa adota, como o uso de protetores 
auriculares, barreiras de proteção dos motores e isolamentos de má-
quinas ruidosas.
Para a avaliação da temperatura, o ergonomista deve observar 
quais são as fontes de calor e frio, assim como as medidas de con-
trole. Inclusive, deve constar a padronização da temperatura para o 
ar-condicionado, o uso de ventiladores industriais e o uso de roupas 
adequadas para o calor ou o frio.
Serg64/Shutterstock
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/2021/portaria-mtp-no-423-nova-nr-17.pdf/view
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/2021/portaria-mtp-no-423-nova-nr-17.pdf/view
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/2021/portaria-mtp-no-423-nova-nr-17.pdf/view68 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
O profissional ergonomista precisa ter em mente que esses as-
pectos de conforto ambiental causam bastante discussão dentro 
de cada ambiente de trabalho. A indicação é sempre seguir os pa-
râmetros que as normas nos dão e adotar medidas individuais de 
proteção. Por exemplo, dentro de um escritório o ar-condicionado 
precisa ficar entre 18 e 25 ºC.
No entanto, existem aqueles que sentem mais frio. Portanto, a 
indicação é deixar o ambiente dentro dos parâmetros e recomen-
dar o uso de roupas para o frio para os trabalhadores que sentem 
mais frio.
3.3 Realizando uma análise ergonômica 
Vídeo
Chegamos ao ponto prático da nossa aula. Foi escolhido um posto 
bem comum encontrado em todas as empresas para realizarmos uma 
análise ergonômica completa.
Na sequência de cada análise serão sugeridas ações de melhorias 
para a empresa, para que o trabalhador tenha em seu posto de tra-
balho conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente, sendo 
esses os objetivos da ergonomia.
O primeiro passo é conhecermos um pouco o nosso trabalhador.
Esse é João. Ele atua em um escritório de contabilidade das 8 
às 17h. Possui um horário de almoço de uma hora, das 12 às 
13h. Toda a atividade de trabalho do João acontece em frente 
ao computador e sentado em uma cadeira.
James Francis/Shutterstock
Exemplo
Agora, analisaremos os aspectos organizacionais, biomecânicos, mo-
biliários e ambientais desse exemplo.
Aspectos organizacionais
Podemos registrar quatro aspectos:
Análise e avaliação ergonômica 69
Ritmo de trabalhoModo operatório
Normas de produção
Como vimos na descrição, João possui um horário 
de trabalho das 8 às 17h, com uma hora de 
almoço, das 12 às 13h. João não possui pausas 
definidas de trabalho, apenas pode levantar-se 
sempre que quiser para ir ao banheiro e tomar um 
café. Durante suas atividades, segue ordens do seu 
líder, que todos os dias passa quais são as tarefas 
que deve executar. Para executar suas atividades, 
João possui um notebook sobre a mesa.
Exigência de tempo
Caso João não consiga realizar suas atividades 
em tempo, ele precisa fazer horas extras no 
escritório, o que acontece com frequência. 
Para isso, João não ganha nada a mais, pois 
essas atividades são de sua responsabilidade.
A tarefa de João é realizar o balanço de 
entradas e saídas de gastos, o imposto de 
renda e gerar alguns tributos de uma série 
de empresas de sua responsabilidade.
Como João possui um número elevado de 
clientes sob sua responsabilidade, poucos 
são os dias que consegue levantar para 
descansar e tomar um café.
Como sugestões de melhoria, proporemos que a empresa tenha 
pausas formalizadas, duas vezes ao dia, de 15 minutos cada, uma no 
período da manhã e outra no período da tarde. Isso dará a João um 
descanso físico e mental, além de proporcionar uma interação com 
seus colegas de trabalho. Além disso, proporemos a contratação de 
um auxiliar para João, evitando com isso as horas extras e o grande 
acúmulo de tarefas.
Aspectos biomecânicos
Para realizar suas atividades, João não precisa fazer nenhum tipo 
de movimentação de carga, mas faz uso de um equipamento em sua 
mesa: um notebook.
Esse notebook não possui suporte para regulagem de altura, 
nem teclado e mouse independentes, deixando João com a coluna 
curvada para poder visualizar o computador, e a falta de teclado e 
mouse independentes deixa os punhos de João sem o apoio adequa-
do na mesa de trabalho.
Como sugestão de melhoria, proporemos que a empresa disponi-
bilize a João um suporte para notebook com regulagem de altura, um 
mouse e um teclado, ambos independentes, para que João consiga re-
70 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
gular a altura de visualização do notebook e para que ele melhore o 
posicionamento dos seus punhos e antebraços sobre a mesa, com isso 
evitando lesões, como as DORT.
Outra sugestão é a realização anual de treinamento sobre ergono-
mia. Aqui João terá conhecimento de como posicionar corretamente 
seu notebook, qual a altura adequada, qual a distância adequada e, por 
fim, como posicionar corretamente os punhos e antebraços na mesa 
para evitar futuras lesões.
Aspectos mobiliários
O mobiliário utilizado por João é uma mesa e uma cadeira. A mesa 
está em altura adequada, porém, como a maioria das mesas, não 
 possui regulagem no ajuste da altura. O que nos leva a observar outro 
equipamento utilizado por João: a cadeira.
Sua cadeira possui rodízios adequados, que podem facilitar a movi-
mentação de João pela mesa. Ela possui um estofado adequado, que 
lhe dá conforto, e possui ajustes de altura do assento e do encosto. 
Porém, para apoiar os pés, João precisa utilizar os pés da cadeira. Caso 
contrário, não apoia completamente os pés no piso.
Como sugestão de melhoria, proporemos à empresa a dispo-
nibilização de um suporte para os pés, com regulagem de alturas, 
assim João pode apoiar seus pés nesse suporte a modificar sua 
posição das pernas.
Aspectos ambientais
Na sala de João há um ar-condicionado, uma iluminação adequada, 
conforme prescreve a NHO 11, e não há muito ruído.
O único problema visualizado foi que as janelas refletem a luz solar 
na tela do notebook de João em todo o período da tarde, deixando-o 
com os olhos cansados, o que muitas vezes dificulta sua visualização. 
Isso ao longo do dia deixa João com dificuldades de realizar suas tare-
fas, inclusive cometendo alguns erros.
Como sugestão de melhoria, proporemos a colocação de persianas 
na sala de João para que todo final de tarde ele possa fechá-las, evitan-
do que o reflexo solar atrapalhe sua visualização na tela do notebook.
Posto de trabalho é o 
espaço ocupado por um 
trabalhador. Já ambiente 
é algo mais amplo, pois 
em um mesmo ambiente 
pode haver vários postos 
de trabalho. Por exemplo, 
um escritório é um am-
biente com vários postos.
Atenção
Análise e avaliação ergonômica 71
Essa foi nossa análise do exemplo. Percebemos que tanto o am-
biente quanto o posto de trabalho foram avaliados, bem como o 
trabalhador e suas tarefas. Isso é algo que não se repetirá, pois cada 
análise ergonômica é única.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo tivemos a oportunidade de adentrar com muita pro-
priedade o mundo da ergonomia.
Aprendemos sobre a NR-17 e quais são seus objetivos, assim como 
quais análises um ergonomista precisa fazer para alcançar esses objeti-
vos. Também vimos os fatores de riscos avaliados pela ergonomia e como 
cada um deles deve ser avaliado. Por fim, realizamos uma análise ergonô-
mica completa de um posto de trabalho, sugerindo medidas de melhoria 
ao final. Por meio dessa abordagem prática podemos perceber o quão 
complexo é a ergonomia.
Desse modo, o ambiente laboral apresenta-se como um campo vasto 
e que merece toda a atenção e cuidado dos responsáveis pelas empresas 
e por todos os trabalhadores que ali estão. Portanto, todos possuem um 
grau de responsabilidade que se tratada com seriedade pode evitar gran-
des acidentes no ambiente de trabalho.
ATIVIDADES
Atividade 1
Após ler sobre os objetivos da ergonomia, elabore uma frase que 
pode ser usada como objetivo geral da ergonomia.
Atividade 2
Quando o ergonomista entra em uma empresa avalia vários 
fatores da atividade do trabalhador. Dê um exemplo do que um 
ergonomista pode avaliar dentro de uma empresa. Depois disso, 
classifique esse exemplo como fator biomecânico, organizacional, 
mobiliário ou ambiental.
72 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Atividade 3
O ergonomista pode entrar em uma empresa para resolver inúme-
ras questões relacionadas à saúde do trabalhador. Por exemplo, 
se um ergonomista fosse contratado para resolver o número de 
trabalhadores afastados por doenças ocupacionais, vindas do 
excesso de peso levantado, qual seria uma recomendação de 
melhoria a ser realizada dentro dessa empresa?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Norma regulamentadora n. 17. Diário Oficial da União, Brasília, 20 dez. 2022.
BRASIL. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 6 jul. 1978.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 11: avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho. Brasília: 
Fundacentro, 2018.
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 73
4
Ações de saúde e segurança 
do trabalho nas empresas
Aprender algumas medidas de controle mais usadas dentro das em-
presas para combater os riscos ocupacionais é essencial no contexto 
atual. Isso inclui ter conhecimento sobre as medidas de controle contra 
diferentes riscos, por exemplo: o ruído ocupacional, o calor, o frio, a ilumi-
nação e os agentes químicos.
Além disso, é ideal aprender sobre como gerenciar esses riscos quan-
do eles estão presentes nas empresas, deixando o ambiente de trabalho 
mais seguro e propício a gerar saúde e não doenças aos trabalhadores.
Há também as doenças osteomusculares ocupacionais (DORT), sendo 
necessário aprender sobre elas e sobre quais são as melhores medidas 
de controle, tanto para os trabalhadores que atuam dentro das empresas 
quanto para os trabalhos home office, tão comuns atualmente.
Junto às DORT há outro item importante: o aprendizado sobre as 
doenças psicossociais mais comuns nos ambientes de trabalho e quais 
medidas de controle são usadas atualmente dentro do ambiente laboral.
Por fim, devemos compreender o porquê de ser tão importante cuidar 
da saúde do trabalhador e quais são os benefícios que esses cuidados 
geram para a produtividade das empresas.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender sobre ruído, calor/frio, iluminação e agentes quími-
cos ocupacionais, bem como quais são as melhores medidas de 
controle para evitar os riscos ocupacionais (NR-6 e NR-9);
• gerenciar os riscos existentes dentro da empresa;
• identificar quais são as doenças osteomusculares ocupacionais 
e quais são as medidas de controle a serem adotadas, tanto nas 
organizações quanto no home office;
(Continua)
Objetivos de aprendizagem
74 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
• identificar as principais doenças psicossociais e cognitivas e quais 
são as medidas de controle usadas nas empresas;
• compreender a importância de cuidar da saúde do trabalha-
dor e quais são os benefícios que esses cuidados geram para a 
produtividade.
4.1 Medidas de controle 
Vídeo
De modo geral, devemos ter em mente que as medidas de controle 
não são somente ações esporádicas, mas sim ações diárias e que fa-
zem parte do dia a dia da empresa. Para isso, vejamos o que o item b 
do subitem 1.4.1 da NR-1 (BRASIL, 1978) fala sobre medidas de controle 
de forma geral dentro das empresas:
b) informar aos trabalhadores:
I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
II. as medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou redu-
zir tais riscos;
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de 
diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; e
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de 
trabalho.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-es-
pecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-re-
gulamentadoras/nr-01-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 9 fev. 2023. 
Portanto, manter um ambiente de trabalho seguro requer estudos 
e uma visão ampla de todas as ações que podem gerar algum tipo de 
risco ao trabalhador.
Sendo assim, existem duas ações necessárias impostas na NR-1 
(BRASIL, 1978):
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 75
Ne
at
lyn
at
ly/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Processo de 
identificação de perigos
Avaliação de riscos 
ocupacionais
Ainda conforme a NR-1 (BRASIL, 1978), dentro do processo de iden-
tificação de perigos, devemos incluir as seguintes etapas:
Ne
at
lyn
at
ly/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Descrição dos perigos 
e possíveis lesões ou 
agravos à saúde
São identificados quais 
perigos existem no 
ambiente de trabalho e 
quais consequências esse 
perigo pode gerar, como 
lesões a que o trabalhador 
está exposto.
Identificação das fontes 
ou circunstâncias 
É necessário identificar de 
onde vem o perigo, se é do 
ambiente, de uma máquina 
ou de um comportamento 
imposto pela empresa.
Identificação do grupo 
de trabalhadores 
sujeitos aos riscos
São identificados quais 
trabalhadores estão 
expostos a esses perigos, 
se é a empresa toda, ou 
somente um setor, ou 
uma área específica da 
empresa.
Já para a avaliação de riscos ocupacionais, a NR-1 (BRASIL, 1978, p. 5) 
indica que a empresa deve indicar “o nível de risco ocupacional, que é 
determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões ou 
agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência”. 
Nessa etapa, usamos uma matriz de risco, conforme a figura a seguir.
Figura 1
Matriz de risco Impacto
Pr
ob
ab
ili
da
de
Alto Alto Alto
AltoRazoável
Razoável
Razoável
RazoávelBaixo
Baixo
Baixo Baixo
Baixo Razoável Alto
Dz
m
1t
ry
/S
hu
tte
rs
to
ck
76 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Com todas essas informações em mãos, a empresa precisa agir de 
maneira contínua para eliminar, reduzir ou controlar os riscos exis-
tentes, conforme descrito na NR-1 (BRASIL, 1978).
Todas as ações de melhorias dentro das empresas atuarão para 
realizar essas ações continuamente, sempre pensando em primeiro 
eliminar o risco. Após isso, caso não seja possível eliminar, pensa-se 
em reduzir o risco e, por fim, controlar o risco.
Sendo assim, há três locais em que as medidas de controle devem 
ser aplicadas (ARAÚJO, 2010; INTERSABERES, 2014; MENDES, 2013):
lla
m
am
am
a/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Na origem/
fonte com 
potencial de 
causar danos
Ao longo do 
percurso entre 
a origem e o 
trabalhador, 
ou seja, no 
ambiente de 
trabalho
No receptor, 
ou seja, no 
trabalhador
Devemos agir nessa mesma ordem, seguindo a hierarquia 
apresentada.
Como primeira ação a ser observada e colocada em prática está a 
eliminação dos agentes que podem provocar os riscos, ou seja, elimi-
nar a fonte.
Por isso, precisamos encontrar maneiras de não utilizar certos equi-
pamentos, certos produtos ou evitar certas ações para que o trabalha-
dor não se exponha à fonte causadora do risco.
Com isso, busca-se evitar que um agente potencialmente perigo-
so ou tóxico seja utilizado, formado ou liberado no ambiente de tra-
balho. Em conjunto com isso, entra a ação de substituir a fonte 
caso exista algum produto ou ação que possa ser substituída.
Uma situação-exemplo disso é eliminar o manuseio manual de cai-
xas pelo mecânico, extinguindo com isso a fonte do perigo. Ou seja, ao 
invés de o transporte de caixas ser feito manualmente pelo trabalha-
dor, a empresa pode adquirir uma paleteira manual.
Siwakorn1933/Shutte
rst
oc
k
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 77
Como segunda alternativa, caso a primeira não seja possível, deve-
mos encontrar maneiras de conter a substância de modo que ela não 
se propague para o ambiente. Em outras palavras: isolar, conter, en-
clausurar a fonte. É importante observarmos que, nessa fase, precisa-
mos ter conhecimentos técnicos de como cada agente em potencial de 
provocar danos se propaga para só então agirmos visando incluir bar-
reiras de contenção.
Um exemplo bem aplicado disso está nos laboratórios, onde os 
trabalhadores utilizam equipamentos de contenção de odor e/ou de 
produtos químicos que se propagam pelo ar.
Se a alternativa anterior também não for possível, devemos encon-
trar alternativas para diluir a substância a níveis seguros de saúde, ou 
seja, procurar métodos para que esse agente com potencial de causar 
danos seja amenizado.Resumindo: amenizar, reduzir a propagação 
da fonte de perigo.
Como exemplo, temos as grades de proteção encontradas em al-
guns maquinários que servem para que o trabalhador não chegue 
muito perto e se machuque, bem como as telas de acrílico visando à 
proteção do colaborador.
Por fim, bloqueie as vias de entrada do seu organismo para que o 
agente com potencial de causar danos não entre em contato com seu 
corpo. Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) e realizar 
controles administrativos são as ações mais utilizadas.
E o que são esses controles administrativos? São aqueles feitos pela 
empresa para diminuir o contato dos trabalhadores com os agentes 
potencialmente causadores de danos, como a diminuição do tempo de 
exposição de cada trabalhador à fonte.
Seguindo essa hierarquia de proteção contra agentes ocupacio-
nais, as chances de algo acontecer serão menores.
É necessário entendermos, também, que as ações não devem ser 
realizadas de maneira individual. Essa hierarquia deve ser usada de 
maneira conjunta, ou seja, utilizando o máximo de ações para pro-
teger a saúde do trabalhador. Portanto, se for necessário, devemos 
utilizar todas elas.
Comaniciu Dan/Shutterst
ock
Dusan Petkovic/Shutterstock
78 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
4.1.1 Ruído ocupacional
Explorando mais especificamente alguns riscos, discorreremos so-
bre as medidas de controle dos ruídos ocupacionais.
São exemplos de fonte de propagação de ruído: uma parafusadeira, 
uma britadeira, uma secadora de roupa industrial, máquinas de corte, 
um motor, entre outras.
Além disso, Wachowicz (2012) explica, por exemplo, que quem uti-
liza uma ferramenta manual elétrica está sempre próximo à fonte de 
ruído, podendo esse ruído causar danos, seja ele de audição ou mesmo 
dificultando a comunicação entre os trabalhadores. Caso essa ação de 
conversar entre os trabalhadores seja prejudicada devido ao ruído, isso 
representa um ponto a se cuidar bastante – significa que o ruído am-
biente, causado pela máquina, está acima do normal.
Relembrando que devemos agir dentro dos três locais de medidas 
de controle (MENDES, 2013):
lla
m
am
am
a/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Fonte 
sonora
Trajetória 
e meio de 
propagação
Receptor
Dito isso, vejamos algumas ações que podemos realizar quanto ao 
ruído ocupacional.
Minimizando a fonte sonora
Realizar a manutenção das ferramentas ruidosas – essa ação 
pode ser realizada de forma preventiva a cada três meses ou con-
forme a indicação do fabricante.
 • Apertar os parafusos e as porcas, afiar as ferramentas, lubrificar 
os rolamentos, colocar óleo e graxa nas peças (MENDES, 2013).
Praphan Jampala/Shutte
rst
oc
k
Em mais um episódio da 
série Napo do estúdio 
homônimo, é possível ter 
algumas noções sobre 
como agir no ambiente de 
trabalho de modo seguro 
para os seus ouvidos.
Disponível em: https://youtu.be/
IKQmSLRAO7A. Acesso em: 9 fev. 2023.
Vídeo
Piotr Wytrazek/Shutterst
ock
https://youtu.be/IKQmSLRAO7A
https://youtu.be/IKQmSLRAO7A
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 79
 • Realizar a manutenção pode ser visto também como uma tarefa 
corretiva, realizada assim que o trabalhador identificar um baru-
lho estranho na ferramenta e/ou máquina.
Adquirir ferramentas com baixo ruído – hoje há no mercado 
uma infinidade de ferramentas e máquinas das mais diferentes 
formas.
 • Adquirir aquelas que possuem um nível de ruído mais baixo, 
evitando, assim, que algum trabalhador venha a adqui-
rir alguma doença ocupacional relacionada aos altos ruídos 
(INTERSABERES, 2014).
Preferir ferramentas elétricas às pneumáticas – ferramentas 
elétricas costumam ser mais silenciosas do que as pneumáticas 
(COUTO; COUTO, 2020).
Fechar as partes das máquinas que geram muito ruído – é im-
portante conversar com os trabalhadores para perceber se essa 
ação não vai prejudicar a operação e a produção.
 • Verificar se essa ação não superaquecerá a máquina. Por isso, é 
interessante conversar com os trabalhadores e escolher junto de-
les a melhor maneira de minimizar o ruído (INTERSABERES, 2014; 
MENDES, 2013).
Minimizando a trajetória e o meio de propagação do ruído
Separar a ação ruidosa das demais atividades – usar anteparos 
que isolam o ruído, fazendo com que ele se propague menos pelo 
ambiente. Por exemplo, algumas empresas usam chapas de acrílico 
(MENDES, 2013).
Isolar a tarefa ruidosa – caso seja possível, realizar a atividade com 
a ferramenta ruidosa em um ambiente longe dos outros trabalha-
dores. Assim, apenas um trabalhador estará exposto a esse risco 
(MENDES, 2013; COUTO; COUTO, 2020).
Billion Photos/Shutte
rst
oc
k
Afotosvet/Shuttersto
ck
80 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Minimizando o ruído no receptor sonoro (o trabalhador)
Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) de boa qua-
lidade – há dois tipos mais comuns de EPIs para ruído: os pinos plug 
e as conchas auditivas.
 • Prestar atenção na validade de cada EPI e realizar a higieniza-
ção adequada conforme o fabricante indica. Assim, garante-
-se ter equipamentos de proteção adequados por mais tempo 
(INTERSABERES, 2014).
Separar os trabalhadores que utilizam muito o telefone – deixar 
os trabalhadores que utilizam muito o telefone em ambientes sepa-
rados e/ou usar barreiras para atenuar esses ruídos.
 • Esse ruído de fala dos trabalhadores é um dos responsáveis por 
cansaço mental e por constantes irritações.
 • Há também chance de erros pelas pessoas estarem em um am-
biente com muito ruído por conta das falas (COUTO; COUTO, 2020).
Tendo em mente todos esses cuidados, garantimos um ambiente 
ocupacional mais saudável para todos. Portanto, unir estudos e conver-
sas abertas com os próprios trabalhadores da área fará do ambiente 
de trabalho um local seguro.
4.1.2 Calor e frio
Entrando em uma área bastante comum, a partir daqui veremos os 
agentes causadores de calor e frio no ambiente de trabalho, aos quais 
os trabalhadores podem estar expostos.
Podem ser uma fonte de propagação de calor um forno, uma caldei-
ra, máquinas muito grandes de corte de papel, uma cozinha industrial, 
entre outros. Já exemplos de fontes de propagação de frio são as câma-
ras frigoríficas e similares.
Após sabermos quais fontes emitem calor ou frio, precisamos agir 
com base nos três locais das medidas de controle: fonte, ambiente e 
receptor. Vejamos quais são as medidas mais comuns indicadas pela 
NHO 06 (FUNDACENTRO, 2017).
Afotosvet/Shutterst
ock
FOTO Eak/Shutterst
ock
O vídeo da série Napo 
mostra uma condição 
de trabalho com calor 
causado por máquina e 
suas consequências.
Disponível em: https://youtu.be/
pphveldl_nU. Acesso em: 10 jan. 2023.
Vídeo
https://youtu.be/pphveldl_nU
https://youtu.be/pphveldl_nU
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 81
Minimizando a fonte geradora de calor
Isolar ou manter afastadas as fontes de calor – o isolamento de má-
quinas geradoras de calor pode reduzir tanto a elevação da tempera-
tura do ar no local de trabalho quanto os efeitos da radiação. Essa é 
uma maneira eficaz de proteger os trabalhadores do estresse térmico.
 • Colocar telas e barreiras que protejam o trabalhador da fonte ge-
radora de calor (INTERSABERES, 2014).
Realizar periodicamente o monitoramento do calor do sol e/ou 
gerado por máquinas – o monitoramento é importante para toma-
das de decisão (MENDES, 2013).
 • Diminuir o tempo de exposição dos trabalhadores nos locais 
quentes.
 • Realizar controles nas máquinas que exalam calor.
Minimizando a trajetória e o meio de propagação do calor
Evitar o trabalho pesado para os trabalhadores expostos ao ca-
lor – mecanize algumas ações para que o trabalhador não tenha 
desgastes físicos excessivos (COUTO; COUTO, 2020).
Aumentar a velocidade do ar – aumentar a ventilação natural é 
uma maneira de fazer o calor se dissipar e, consequentemente, a 
exposição ao calor diminuir.
Incluir sistemas de exaustão – com um exaustor local, o ar quen-
te pode sair e minimizar a exposição dos trabalhadoresao calor 
(MENDES, 2013; COUTO, 2020).
Incluir isolantes para telhas – isso diminui o calor interno do am-
biente de trabalho. Essa ferramenta é muito comum e pode trazer 
bons resultados ao ambiente.
 • Introduzir uma barreira isolante entre a telha e a área de trabalho 
reduz o calor interno.
Incluir pintura refletiva nas telhas – cores claras nas telhas absor-
vem menos calor e diminuem a absorção de calor para o ambiente.
Resfriar o ambiente – incluir ar-condicionado e ventiladores 
em ambientes internos, reduzindo o calor neles (MENDES, 2013; 
COUTO; COUTO, 2020).
FOTO Eak/Shutterst
ock
Suranto W/Shutterst
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Naypong Studio/Shutte
rst
oc
k
82 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Minimizando o calor no receptor/trabalhador
Utilizar EPI especiais para contenção do calor – óculos de segu-
rança com lentes especiais para retenção da radiação e vestimentas 
adequadas ao calor (INTERSABERES, 2014; MENDES, 2013; COUTO; 
COUTO, 2020).
Disponibilizar aos trabalhadores áreas de redução de calor – uma 
prática comum são salas de descanso com ar-condicionado e água à 
disposição, proporcionando descanso e hidratação em um ambiente 
com temperatura regulada e amena (COUTO; COUTO, 2020).
Reduzir a exposição ao calor – proporcionar um rodízio entre ati-
vidades com exposição ao calor e atividades sem essa exposição, 
reduzindo o contato do trabalhador com o calor.
 • Introduzir pausas frequentes para que o trabalhador possa se 
restabelecer (WACHOWICZ, 2012; INTERSABERES, 2014).
Disponibilizar protetor solar – item cada vez mais comum aos 
trabalhadores expostos ao sol durante suas atividades. Isso mere-
ce atenção e cuidado, pois as lesões de pele são comuns nesses 
trabalhadores.
Realizar treinamentos para os trabalhadores sobre o risco calor 
– disseminar conhecimento sobre os riscos ao corpo gerados pelo 
calor e sobre condutas adequadas em casos de desmaios e outros 
sintomas de calor excessivo.
Agora falando sobre o frio – como no caso de indústrias de pro-
teínas animais –, as variações de temperatura fazem parte da rotina. 
Quase todos os ambientes são artificialmente climatizados de acordo 
com os processos e as normas que os regulam.
Vejamos a seguir quais são as medidas de controle mais usadas 
para garantir as condições de saúde e segurança desses trabalhadores.
Minimizando a fonte geradora de frio
Isolar ou manter afastadas as fontes de frio – como usualmente 
já é feito, pois as fontes de frios em indústrias já são realizadas des-
sa forma. Por exemplo, as câmaras frias são por si só isoladas das 
demais áreas.
New Africa/Shutterst
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Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 83
Minimizando a trajetória e o meio de propagação do frio
Não há muito o que fazer, porque geralmente as câmaras frias já 
são isoladas e fechadas para contenção do frio, o que gera um am-
biente frio de maneira que os produtos possam ser manuseados e/ou 
armazenados dessa forma. Tirar o frio, nesse caso, implicaria perder a 
qualidade desses produtos.
Minimizando o frio no receptor/trabalhador
Utilizar EPI especiais para contenção do frio – durante todo o pro-
cesso de manipulação, por exemplo, de proteínas animais, há tem-
peraturas baixas a serem mantidas visando à qualidade do produto.
 • Fornecer os itens essenciais, como agasalhos. Outros EPI usados 
são vestimentas térmicas que envolvem todo o corpo, luvas tér-
micas, máscara de segurança facial, capuz, respiradores com fil-
tros específicos, botas e meias térmicas. Todos esses itens têm 
por finalidade diminuir as lesões que o frio pode ocasionar, assim 
como manter a temperatura do corpo normal (INTERSABERES, 
2014; MENDES, 2013).
Disponibilizar aos trabalhadores áreas de redução do frio – 
uma prática comum são salas de descanso, proporcionando des-
canso e manutenção da temperatura corporal de maneira amena 
– as chamadas pausas térmicas, que duram em média 20 minutos 
(MENDES, 2013).
Reduzir a exposição ao frio – proporcionar rodízio entre ativida-
des com e sem exposição ao frio, reduzindo o contato do trabalha-
dor com o frio (INTERSABERES, 2014; MENDES, 2013).
Em suma, o calor e o frio são agentes que requerem uma atenção 
especial de toda a equipe de SST. Esses agentes são responsáveis por 
desequilíbrios no nosso corpo, tanto de maneira aguda quanto crôni-
ca. A forma aguda seria com a sensação do momento, seja de calor ou 
frio. Já a forma crônica aparece por meio de desequilíbrios em nossos 
órgãos ou tecidos após longos anos de contato com o calor ou frio. Por-
tanto, agir sobre esses agentes é combater os males que eles podem 
desencadear.
Prieto/Shutterst
ock
84 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
4.1.3 Iluminação
A iluminação é um fator importante nas boas práticas dentro de um 
ambiente de trabalho.
Segundo o item 17.8.1 da NR-17 (BRASIL, 2021, p. 8), que fala sobre 
as condições de conforto no ambiente de trabalho, “em todos os locais 
e situações de trabalho deve haver iluminação, natural ou artificial, ge-
ral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade”.
Para sabermos exatamente qual é a iluminação adequada a 
cada ambiente, a própria NR-17 indica que seja utilizada a NHO 11 
(FUNDACENTRO, 2018), que fala sobre os níveis de iluminamento em 
ambientes internos de trabalho.
Segundo Couto e Couto (2020), dois fatores merecem destaque para 
se obter iluminação correta dentro dos ambientes de trabalho: (i) a in-
tensidade da iluminação, expressa em lux; e (ii) a luminância ou brilho.
Esses dois fatores podem gerar para o trabalhador a sensação de 
má iluminação ou de ofuscamento, atrapalhando os trabalhos diários, 
principalmente para aquelas pessoas que atuam com a utilização de 
computadores (WACHOWICZ, 2012).
Trabalhar em um local mal iluminado pode causar vários danos ao 
trabalhador e à produção. Segundo Couto e Couto (2020), há duas con-
sequências que podem afetar o trabalhador nesse sentido:
Queda de rendimento – observada principalmente nos trabalhadores 
para os quais a visão é fundamental no desenvolvimento das atividades, 
como nas linhas de montagem fina e nos trabalhos com documentos ou 
com o computador.
11
Fadiga visual – observada nos mesmos grupos de trabalhadores, cos-
tuma aparecer por meio de alguns sinais, como ardor nos olhos, ver-
melhidão, lacrimejamento, fotofobia (intolerância à claridade), diplopia 
(visão dupla), cefaleias e até mesmo vertigens.
22
Já em ambientes industriais, a falta de iluminação pode gerar erros 
e até mesmo acidentes – por exemplo, colocar a mão em um local pe-
rigoso da máquina, não enxergar um degrau e cair, não ver uma parte 
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 85
defeituosa da máquina –, podendo gerar, com isso, outros erros e ris-
cos (INTERSABERES, 2014).
Ao contrário do que vimos até agora, as medidas de controle para 
iluminação não são para minimizar a fonte de luz, mas para viabilizar 
que a luz chegue de maneira adequada à superfície de trabalho do co-
laborador e/ou no ambiente de trabalho. Por isso, mudamos a nomen-
clatura que adotamos até então, porém a ideia de agir nas medidas de 
controle segue a mesma.
Desse modo, vejamos as medidas de controle para que uma ilumi-
nação em ambientes industriais e administrativos seja adequada.
Maximize a fonte geradora de iluminação
Disponibilizar luz natural nos ambientes de trabalho – a luz na-
tural é a fonte de luz mais barata que existe. Logo, utilizar essa fonte 
e economizar energia elétrica promove um bem tanto para os tra-
balhadores quanto para o meio ambiente.
 • Cuidar com o excesso de luz natural, pois ele pode gerar refle-
xos em telas de computadores. É importante posicionar a mesa 
de uma maneira que os reflexos não atrapalhem a visualização 
(WACHOWICZ, 2012).
Maximize a trajetória e o meio de propagação da iluminação
Manter os vidros limpos – apesar de parecer ser uma atitude 
estranha, muitos locais de trabalho produzem uma quantidade 
grande de poeira ou qualquer outro resíduo que, com o tempo, 
pode deixar os vidros dasjanelas opacos, diminuindo a incidên-
cia de luz solar.
Trocar o local das máquinas e mesas de trabalho para próximo 
de janelas – deixar o local de atuação do trabalhador próximo das 
janelas é deixar a visão do trabalhador mais iluminada.
 • Cuidar com as incidências de reflexos em telas e mesas (COUTO; 
COUTO, 2020).
Usar cores claras para paredes e tetos – as cores claras deixam o 
ambiente mais bem iluminado, pois refletem melhor a iluminação, 
além de trazerem mais calma e tranquilidade (WACHOWICZ, 2012).
zhu difeng/Shutterst
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Zastolskiy Victor/Shutterst
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86 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Retirar obstáculos – há empresas que colocam estantes com ob-
jetos em frente às janelas, obstruindo a incidência da luz solar ou a 
iluminação das lâmpadas.
Maximize a iluminação no receptor/trabalhador
Instalar luminárias próximo ao local exato de trabalho – pois 
muitos locais de trabalho dispõem de paredes altas, assim como 
o teto, onde ficam as lâmpadas. Essas lâmpadas funcionam para 
iluminar o local, porém muitas atividades precisam de uma ilumi-
nação focal (MENDES, 2013).
Realizar exames periódicos nos trabalhadores – para verificar a 
acuidade visual, sendo que, se houver necessidade de óculos, eles 
também devem ser providenciados (MENDES, 2013; COUTO 2020).
Em suma, a iluminação é o agente causador de riscos que está 
presente em todos os ambientes de trabalho. Porém, por ser sim-
ples, muitas vezes não é mensurada de modo adequado, causando 
futuras lesões ao trabalhador. Portanto, providenciar uma ilumina-
ção apropriada pode eliminar acidentes e futuras lesões oculares aos 
trabalhadores.
4.1.4 Agentes químicos
Os produtos químicos estão presentes na produção de alimentos, 
medicamentos e inúmero outros produtos produzidos nas empresas. 
Sendo assim, o uso constante de produtos químicos pode ferir os tra-
balhadores de diferentes formas. Alguns dos produtos mais comuns 
usados nas empresas são: tintas, solventes, removedores, ácidos, 
pesticidas e gases (MENDES, 2013).
Essa exposição aos produtos químicos, além de prejudicar o traba-
lhador, pode também prejudicar o meio ambiente, por isso é importan-
te saber como guardá-los, manuseá-los e eliminá-los.
Vejamos as medidas de controle existentes para esses produtos, 
seguindo o mesmo pensamento: agir na fonte, na trajetória e no re-
ceptor (FUNDACENTRO, 2012; MENDES, 2013).
Photoroyalty/Shutterst
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Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 87
Minimize a fonte geradora do agente químico
Utilizar produtos químicos menos perigosos – há no mercado 
uma infinidade de produtos usados para o mesmo fim, então deve-
-se escolher aquele menos agressivo aos trabalhadores e ao meio 
ambiente (MENDES, 2013).
Colocar rótulos em todos os produtos químicos perigosos – é essen-
cial deixá-los visíveis aos trabalhadores. Caso seja necessário transferir 
os produtos para outros recipientes, deve-se rotular esse novo recipien-
te, afinal uma sinalização adequada é fundamental (WACHOWICZ, 2012).
Disponibilizar aos trabalhadores instruções – por exemplo, como 
usar cada produto químico, inclusive usando instruções por escrito 
e com ilustrações, principalmente que estejam no idioma do traba-
lhador, pois muitos produtos são de outros países (MENDES, 2013).
Manter os produtos químicos em recipientes fechados, isolan-
do-os – de modo que os trabalhadores não sejam expostos a eles 
(MENDES, 2013).
Manter o local de guarda dos produtos químicos distante do lo-
cal de trabalho e em locais fechados – deve haver um local de 
guarda específico e bem-sinalizado. Além disso, esse local precisa 
ser bem iluminado, organizado e ventilado.
Utilizar símbolos para identificação de produtos químicos – essa 
é mais uma maneira de chamar a atenção dos trabalhadores, além 
de ser de rápida identificação (WACHOWICZ, 2012).
Garantir que o piso seja resistente e de fácil limpeza – principal-
mente em locais de guarda dos produtos químicos (MENDES, 2013).
Minimize a trajetória e o meio de propagação 
do agente químico
Disponibilizar aos trabalhadores treinamentos sobre como 
usar, armazenar e descartar os agentes químicos – é ideal rea-
lizar a prática da atividade para que o trabalhador não fique com 
nenhuma dúvida e entenda a importância de cada procedimento. 
Ainda, muitos produtos químicos não são detectados pelos sentidos 
humanos, por isso, nesses casos, os cuidados precisam ser maiores.
chemical industry/Shuttersto
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PRODUTO INFLAMÁVEL
CORROSIVO
Photo smile/Shutterst
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anut21ng Stock/Shutte
rst
oc
k
88 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
 • Elaborar procedimentos, por escrito, para o manuseio de produ-
tos químicos e fazer treinamentos e práticas de como realizar as 
atividades (WACHOWICZ, 2012).
Disponibilizar sistemas de exaustão – para os trabalhadores que 
utilizam produtos químicos, diminuindo a exposição a esses produ-
tos (COUTO; COUTO, 2020).
Manter uma boa ventilação – principalmente nos locais de manu-
seio e guarda de produtos químicos, diluindo a concentração dos 
agentes químicos no ar (MENDES, 2013).
Limpar periodicamente os ambientes de trabalho – diminuindo 
a exposição a grandes quantidades de produtos químicos.
Estabelecer sistemas de alarme – para mensurar e avisar quan-
do as concentrações de alguns agentes químicos ultrapassarem o 
ideal. É importante ter sistemas de alarme que notifiquem qualquer 
tipo de excesso desses agentes químicos no ar.
Minimize o agente químico no receptor/trabalhador
Fornecer os EPI – os EPI, como roupas de proteção, óculos, luvas, 
respiradores e botas, são necessários aos trabalhadores que man-
têm contato com produtos químicos (MENDES, 2013).
Manter uma rotina de checagem dos equipamentos de segu-
rança e quanto a vazamentos dos produtos químicos – essa roti-
na pode ser realizada de maneira preventiva e/ou corretiva.
Minimizar o tempo de exposição dos trabalhadores aos produ-
tos químicos – por meio de pausas, rodízios e alternâncias de ativi-
dades (MENDES, 2013).
Realizar acompanhamento médico periódico – importante ação para 
a verificação da saúde do trabalhador exposto a agentes químicos.
Disponibilizar chuveiro e lava-olhos – pensando em casos de al-
gum tipo de contaminação, é importante ter por perto um chuveiro 
e lava-olhos, pois ações rápidas podem prevenir lesões mais graves.
De maneira geral, os agentes químicos são aqueles com os quais 
as empresas costumam ter mais cuidado. Portanto, caso estejamos 
David Fuentes Prieto/Shut
ters
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Zephyr_p/Shutterst
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Andrey_Popov/Shutterst
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Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 89
4.2 Gestão de riscos 
Vídeo
A gestão de riscos é uma ação necessária para que toda empresa possa 
sobreviver de maneira segura, deixando seus colaboradores com saúde.
Para isso, é necessário um gerenciamento de modo sistemático e 
seguindo as regras ditadas por inúmeros documentos existentes nas 
nossas leis e nas normas regulamentadoras.
De uma forma geral, a gestão dos riscos dentro das empresas deve 
proteger a segurança e saúde de todos por meio da prevenção contra 
riscos, degradação da saúde e doenças relacionadas ao trabalho.
Para tanto, é importante que façam parte dessa gestão não somen-
te os gestores de cargos altos, mas também o trabalhador da linha de 
frente, pois é ele que tem a vivência diária de todo o processo de pro-
dução da empresa (MENDES, 2013).
Segundo a Fundacentro (2005, p. 26), as empresas devem adotar 
medidas preventivas e de proteção:
a) eliminar o fator de risco (perigo) e riscos;
b) controlar o fator de risco (perigo) e risco na fonte com a adoção de me-
didas de controle de engenharia ou medidas organizacionais;
c) reduzir ao mínimo os fatores de risco (perigos) e riscos através da con-
cepção de sistemas seguros de trabalho que compreendam medidas 
administrativas de controle; e
d) se os fatores de risco (perigos) e riscos residuais não puderem ser con-
trolados por meio de medidas coletivas, o empregador deverá fornecer 
gratuitamenteequipamento de proteção individual apropriado, incluindo 
vestuário, e adotar medidas que assegurem o uso e a manutenção des-
ses equipamentos.
O vídeo O que é um pro-
grama de gerenciamento 
de riscos ocupacionais faz 
parte de um programa 
disponibilizado pela 
Fundacentro explicando 
como deve ser feito o 
gerenciamento de risco. 
Além dele, há outros 
quatro vídeos, todos 
complementares, sobre 
o tema abordado. Logo, 
é essencial assistir aos 
cinco vídeos como forma 
de entender de que 
modo são realizados os 
gerenciamentos de riscos 
em grandes empresas e 
como isso pode afetar o 
bom desenvolvimento de 
cada empresa.
Disponível em: https://www.
youtube.com/playlist?list=PLT47 
pQi4dNB2UODMZ8a9hlawgOg 
CzdJVH. Acesso em: 10 fev. 2023.
Vídeo
atuando nessa área, é importante lembrarmos o quanto é importante 
nos mantermos sempre atentos aos cuidados necessários para evitar-
mos acidentes dessa origem.
https://www.youtube.com/playlist?list=PLT47pQi4dNB2UODMZ8a9hlawgOgCzdJVH
https://www.youtube.com/playlist?list=PLT47pQi4dNB2UODMZ8a9hlawgOgCzdJVH
https://www.youtube.com/playlist?list=PLT47pQi4dNB2UODMZ8a9hlawgOgCzdJVH
https://www.youtube.com/playlist?list=PLT47pQi4dNB2UODMZ8a9hlawgOgCzdJVH
90 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Já no subitem 1.5.3.2 da NR-1 (BRASIL, 1978, p. 4-5) encontramos 
orientações sobre o gerenciamento de riscos, responsabilidades e de-
veres que toda empresa deve seguir:
a) evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho;
b) identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
c) avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco;
d) classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de 
adoção de medidas de prevenção;
e) implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de ris-
co e na ordem de prioridade estabelecida na alínea “g” do subitem 1.4.1 e;
f) acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-es-
pecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-re-
gulamentadoras/nr-01-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 10 fev. 2023. 
Os itens citados pela NR-1 já foram abordados quando falamos so-
bre os riscos de ruído, calor, frio e iluminação. Desse modo, temos con-
dições de realizar grande parte desse gerenciamento de risco, item tão 
importante para a saúde do trabalhador.
Para fazer toda essa gestão dos riscos, cada empresa precisa buscar 
meios que sejam eficazes e de fácil entendimento para todos. Cada 
empresa vai buscar a melhor maneira de monitorar, medir e registrar 
o desempenho da SST.
Segundo Mendes (2013), um dos métodos de gerenciamento de ris-
cos mais comuns e conhecidos é o PDCA.
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Planejar
Agir
Executar
Checar
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 91
Seguindo o desenvolvimento de uma ação aplicável e mais detalha-
da dentro de cada empresa, vejamos o que pode ser feito em cada uma 
das quatro fases do ciclo PDCA.
1 PDCA – Planejar
No planejamento, você pensará de maneira preventiva no geren-
ciamento de riscos. É a parte mais importante e a que precisa de mais 
atenção. Dentro dela, você pode realizar em cada local de trabalho as 
seguintes ações:
 • verificar quais perigos podem ocorrer;
 • avaliar os riscos que podem ocorrer;
 • implementar um plano de ação com medidas de controle;
 • estabelecer um cronograma anual para cada ação definida;
 • definir indicadores de desempenho para que você consiga definir 
o quanto essas ações estão evitando acidentes, e, caso eles ocor-
ram, o quão rápido esses acidentes se desfazem.
Com base no último item, vejamos alguns exemplos de indicadores:
 • reduzir o número de queixas no ambulatório;
 • reduzir o número de atestados médicos;
 • reduzir o número de acidentes de trabalho;
 • reduzir a taxa de gravidade das doenças ocupacionais;
 • reduzir o número de absenteísmos, entre outros.
2 PDCA – Executar 
Nessa etapa, você executará tudo o que colocou no papel durante o 
planejamento. Veja alguns exemplos do que você pode fazer:
 • implementar medidas de controle descritas no plano de ação;
 • realizar ações educativas, como treinamentos e simulações do 
que fazer durante um acidente;
 • implantar manuais de segurança com instruções de trabalho 
para as atividades de produção e manutenção – instruções são 
importantes porque colocam no papel tudo o que o trabalhador 
pode e não pode fazer durante suas atividades;
92 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
 • deixar claro e documentado todo o processo de trabalho é tão 
importante quanto esclarecer de maneira prática todo esse 
processo que o trabalhador precisa realizar;
 • implantar serviços especializados em engenharia de segurança 
e medicina do trabalho (SESMT) – que, segundo a NR-4, têm 
como finalidade promover a saúde e proteger a integridade 
do trabalhador no local de trabalho. Essa equipe multidiscipli-
nar pode ser composta por técnico de segurança do trabalho, 
engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do traba-
lho, auxiliar de enfermagem do trabalho e médico do trabalho 
(MENDES, 2013);
 • manter um almoxarifado de EPI à disposição da equipe – dei-
xar o trabalhador com EPI à disposição significa que, se algo 
acontecer com o EPI do trabalhador, ele não precisa esperar 
que haja a compra do produto, pois ele já está disponível na 
hora em que precisar.
3 PDCA – Checar
Nessa etapa, você verificará seus indicadores e analisará se você 
está ou não atingindo metas traçadas no plano de ação (MENDES, 
2013). Veja algumas das ações que você pode fazer:
 • avaliar a eficácia das medidas de controles implementadas na 
empresa;
 • revisar os documentos comprobatórios de todas as ações e acon-
tecimentos na empresa.
4 PDCA – Agir
Durante essa etapa, você agirá para que haja uma padronização das 
ações de sucesso e realizará correções nas ações que não foram bem-
-sucedidas (MENDES, 2013). Veja alguns exemplos do que fazer:
 • realizar ações corretivas nas quais houver indicadores que apon-
tem essa necessidade – exemplo: novos treinamentos;
 • realizar padronização das ações corretivas de sucesso.
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 93
Por fim, precisamos ter em mente que a gestão de risco na produ-
ção não pode ser analisada separadamente da gestão de riscos nas 
pessoas. As formas de gestão do trabalho assumem uma natureza 
agressiva e até violenta que estimula a competição entre trabalhado-
res e equipes, impondo metas e cargas cada vez maiores. Portanto, tal 
contexto apresenta desafios às intervenções que pretendem mudar os 
modelos de gestão para tornar o trabalho mais humano e sustentável.
4.3 Doenças osteomusculares 
relacionadas ao trabalho (DORT) Vídeo
A partir daqui saberemos mais sobre algumas doenças comuns no 
ambiente laboral: as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho 
(DORT). As DORT acometem os ossos e as estruturas musculares, 
os nervos, os tendões e os líquidos articulares do corpo humano, 
mas principalmente afetam os membros superiores (mãos, punhos, 
cotovelos e ombros), e estão relacionadas diretamente às atividades de 
trabalho. Tudo o que acontece com as estruturas osteomusculares dos 
trabalhadores e que advém do ambiente laboral é classificado como 
DORT (WACHOWICZ, 2012; COUTO; COUTO, 2020).
Segundo Couto e Couto (2020), as principais doenças osteomuscu-
lares relacionadas ao trabalho nos membros superiores, em ordem 
aproximada de frequência (roxo indica a maior frequência; vermelho, 
média; e laranja, menor), são as seguintes:
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am
a/
Sh
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Dor difusa em 
membros superiores, 
relacionadas com 
tensão excessiva e 
ausência de sinais 
clínicos de lesão, 
como as dores nas 
costas, nos ombros, 
nos cotovelos e nos 
punhos.
Fadiga de qualquer 
grupamento 
muscular envolvido 
em esforços 
estáticos, por 
exemplo, cansaço 
nos braços e 
antebraços.
Tensão cervical, 
sendoas dores 
no pescoço um 
exemplo comum.
Elencados na sequência, porém bem menos frequentes atualmen-
te, dispomos os quadros clínicos específicos:
94 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Tendinite 
de supra 
espinhoso 
Inflamação
dos tendões
dos músculos
do ombro.
Bursite 
de ombro 
Inflamação 
da bolsa 
subacromial
Epicondilite 
lateral 
Inflamação
dos tendões
dos músculos
do cotovelo.
Tendinite nos 
antebraços 
Inflamação
dos tendões
dos músculos do 
antebraço.
lla
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am
am
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1 2 3 4 5
Tenossinovite 
nos antebraços 
Inflamação das 
bainhas dos 
cotovelos e 
punhos.
E o que leva ao aparecimento das DORT? Para entendermos melhor, 
há inúmeras questões que podem ser ditas como causadoras dessas 
doenças. Porém, entendamos que o diagnóstico geralmente vem a par-
tir da associação de mais de uma causa, e isso pode ser visto pelos 
agentes causadores seguintes.
Repetitividade de ações nas atividades laborais
Uma atividade que exige do trabalhador a execução de ações repe-
tidas por longos períodos, como a montagem de pequenas peças.
Imaginemos uma esteira de linha de montagem, na qual o trabalha-
dor usa uma parafusadeira constantemente para parafusar uma peça. 
Ele realiza essa atividade rapidamente, enquanto a esteira vai trazendo 
a próxima peça já na sequência. Esse trabalhador realiza essa atividade 
o dia inteiro, usando sempre a mesma mão e com seu pescoço inclina-
do para baixo constantemente. Isso é configurado como uma atividade 
repetitiva (MENDES, 2013).
Aplicação de força excessiva com mãos
Imaginemos um trabalhador realizando a quebra de uma pare-
de com marreta. Ele usa uma força muito grande para poder que-
brar a parede, e essa ação demora o dia inteiro, pois ele tem um 
prazo para fazer isso e reformar o ambiente. Essa aplicação de for-
ça excessiva pode gerar, por exemplo, uma lesão inflamatória no 
cotovelo e no ombro.
Esforços estáticos e posturas estáticas
O esforço estático é aquele em que o corpo estabiliza um determi-
nado grupo muscular para que outra parte do corpo possa trabalhar. 
Acontece em trabalhos de montagem de alta precisão e na montagem 
Ground Picture/Shutterst
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Oleksandr Khmelevskyi/S
hutt
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Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 95
de peças das partes inferiores do carro, em que o trabalhador perma-
nece com os braços elevados para fazer a montagem.
Também temos os professores que utilizam a escrita no quadro o 
dia inteiro, os trabalhadores de cortes de carnes de frango que perma-
necem com os braços elevados enquanto os frangos vão chegando, 
além do trabalhador que permanece longos períodos trabalhando no 
computador, tanto no escritório quanto aqueles que trabalham em 
home office (MENDES, 2013).
Vibração ao usar ferramentas
Um bom exemplo aqui é o uso de ferramentas que emitem uma 
vibração forte, como britadeiras, parafusadeiras e marteletes de rebi-
tar. Se essa vibração é feita somente em poucos momentos, isso não é 
considerado um risco, porém, se a atividade é realizada constante-
mente, o risco existe (WACHOWICZ, 2012; MENDES, 2013).
Compressões mecânicas
É a compressão de partes do corpo durante o uso de equipamen-
tos de trabalho. Temos como exemplo os trabalhadores que utilizam 
ferramentas manuais, pois, durante o uso, muitas delas comprimem 
partes das mãos e acabam machucando tendões e nervos.
Outro exemplo são os trabalhadores que utilizam o computa-
dor com o apoio do antebraço na mesa ou no suporte de braço da 
cadeira, gerando uma compressão do cotovelo e deixando esses 
trabalhadores com dormência nas mãos, formigamentos e dores 
(COUTO; COUTO, 2020).
Tempo insuficiente de recuperação
Aqui entramos em um assunto essencial: as pausas para recupera-
ção. É importante ter em mente que o nosso corpo precisa de descan-
so para que a circulação sanguínea se restabeleça no local onde há 
muita contração, seja ela estática ou móvel. Para isso, a inclusão de 
pausas por tempos determinados é de grande importância (WACHO-
WICZ, 2012; COUTO; COUTO, 2020; MENDES, 2013).
Gorodenkoff/Shutterstock
ANDRIY B/Shutterst
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Andrey_Popov/S
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f zkes/Shutterstock
96 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Fatores organizacionais do trabalho
As mais comuns são: insuficiência de pessoal para execução das 
atividades e prazos curtos para a entrega de produtos, o que sobre-
carrega os colaboradores; e a falta de manutenção dos equipamentos, 
o que ocasiona tanto um esforço maior dos trabalhadores quanto re-
trabalhos por conta de erros. Todas essas questões geram sobrecarga 
muscular no trabalhador que pode levar às DORT (WACHOWICZ, 2012; 
MENDES, 2013).
Como podemos perceber, há inúmeras fontes do aparecimento das 
DORT, e essa lista é ainda maior, pois cada empresa acaba tendo uma 
relação única entre o trabalho e o trabalhador, gerando, assim, uma 
infinidade de fatores que podem gerar as DORT.
Dessa forma, para se ter uma empresa saudável, é preciso pessoas 
saudáveis e alinhadas, por isso é tão importante a equipe de saúde 
e segurança do trabalho (SST) dentro das empresas. É a partir dessa 
equipe que tudo vai começar a melhorar, sendo com base em um diag-
nóstico precoce ou mesmo na atuação rápida quando algum acidente 
acontece.
Por fim, devemos conhecer algumas medidas de controle para as 
DORT que a equipe de SST pode realizar.
1 Diagnóstico precoce
Quando ocorre o aparecimento de alguma dor muscular ao realizar 
o trabalho, a equipe médica precisa ser detalhista e abordar vários 
assuntos com o trabalhador a fim de descobrir de onde vem essa dor.
 • Acompanhar o trabalhador em sua jornada de trabalho dá ao mé-
dico um entendimento preciso de como é realizada a atividade 
diária e as possíveis causas do aparecimento da DORT (MENDES, 
2013; COUTO; COUTO, 2020).
2 Ação médica adequada
A partir do diagnóstico preciso, o médico deve agir para minimizar 
os sintomas que podem acarretar o afastamento do trabalhador. 
Essas ações podem ser a indicação de medicamentos, o afastamen-
Viktor Gladkov/S
hutt
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Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 97
to por um período ou mesmo o afastamento definitivo, levando o 
trabalhador a realizar outra atividade e indicação de fisioterapia 
(COUTO; COUTO, 2020);
3 Ação ergonômica adequada
Aqui entra um ator importante dentro das empresas: o ergono-
mista. A função dele é verificar o posto de trabalho e adequar esse 
posto para que o trabalhador possa realizar sua atividade de manei-
ra confortável, segura e sem proporcionar desgastes à sua saúde. 
A ação do ergonomista pode gerar uma infinidade de medidas de 
controle dentro da empresa.
Tendo em mãos um diagnóstico de DORT, vejamos algumas dicas 
do que um ergonomista pode realizar.
3.1 Mudanças na organização da empresa – verificada a sobre-
carga dos trabalhadores em um determinado posto de traba-
lho, a indicação do aumento de mão de obra permite que os 
trabalhadores possam realizar suas atividades de uma manei-
ra mais calma e sem causar sobrecargas às suas articulações. 
Outra ação é incluir uma avaliação periódica dos equipamen-
tos utilizados, fazendo com que o trabalhador não exerça força 
excessiva na sua atividade (WACHOWICZ, 2012; COUTO; COU-
TO, 2020).
3.2 Incluir pausas – de maneira geral, é indicado que os trabalha-
dores com cargos de linha de montagem realizem uma pausa 
de dez minutos a cada duas horas. Esse tempo de pausa pode 
variar conforme a avaliação ergonômica, porém a pausa em al-
gum momento é necessária.
Deixar a musculatura descansar evita desgastes articulares, nutre 
os músculos e traz descanso mental (WACHOWICZ, 2012; COUTO; 
COUTO, 2020).
3.3 Compressões mecânicas – para os trabalhadores que utilizam 
ferramentas manuais, providenciar ferramentas com revesti-
mento macio (por exemplo, de borracha).
 Para os trabalhadores que utilizam tesouras, dispor os modelos 
com molas para auxiliar na abertura da tesoura e não comprimir 
nervos e tendões, como já acontece com os alicatesde jardim.
98 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Para os trabalhadores que utilizam o computador, disponibilizar 
um protetor de quina para que fique mais ameno o suporte do 
antebraço e não haja uma compressão de nervos do antebraço 
(COUTO; COUTO, 2020).
3.4 Esforços estáticos e posturas estáticas – para essas ativi-
dades estáticas, além das pausas e dos cuidados com ferra-
mentas, há também as mudanças de layout que proporcionam 
uma melhor postura durante a realização das atividades.
Para os trabalhadores que atuam na montagem de peças de au-
tomóvel na parte inferior do carro, usar equipamentos que dei-
xam o carro na diagonal em vez de deixá-lo suspenso. Isso evita 
que o trabalhador precise elevar os braços o tempo inteiro.
Para os trabalhos de cortes em linhas de abate, utilizar plata-
formas que modificam a altura do trabalhador de acordo com a 
parte do animal que está sendo cortada.
Para os trabalhadores que atuam com computador, tanto em 
escritório quanto em home office, disponibilizar um mousepad e 
coxim de apoio de teclado para minimizar o esforço estático dos 
punhos e antebraços (COUTO; COUTO, 2020).
Por fim, uma questão importante nas DORT é o relato do trabalha-
dor. Saber escutá-lo e entender como a atividade é realizada já pode 
dar a você uma ideia do que está causando as lesões para que, a partir 
daí, entre com medidas de controle adequadas. Portanto, a equipe de 
SST, quando já tem conhecimento técnico sobre as DORT, atua de ma-
neira preventiva, evitando que as lesões aconteçam.
4.4 Doenças psicossociais e cognitivas 
Vídeo
O ambiente de trabalho influencia significativamente a saúde do 
trabalhador, tanto de maneira positiva quanto negativa. Porém, nas 
últimas décadas, têm ocorrido mudanças significativas no mundo do 
trabalho relacionadas ao reconhecimento do trabalho como influen-
ciador direto na saúde psíquica do trabalhador: os riscos psicossociais, 
que podem conduzir a uma grave deterioração da saúde física e mental 
dos trabalhadores (MENDES, 2013).
No vídeo LER e o mundo 
do trabalho, a Fundacen-
tro resume o tema sobre 
as DORT e seus impactos.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=ou6Vj1JdQ6o. Acesso em: 
10 fev. 2023.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=ou6Vj1JdQ6o
https://www.youtube.com/watch?v=ou6Vj1JdQ6o
https://www.youtube.com/watch?v=ou6Vj1JdQ6o
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 99
Os riscos psicossociais geram estresse relacionado ao trabalho, o 
qual é desencadeado por inúmeras causas de doenças psicossociais, 
como exigências e pressões do trabalho que não são compatíveis com 
os conhecimentos e habilidades do trabalhador e que desafiam a sua 
capacidade de lidar com exigências internas e externas da relação entre 
o indivíduo e o ambiente (WACHOWICZ, 2012; COUTO; COUTO, 2020).
Outra questão que também tem ganhado cada vez mais espaço é o 
aparecimento de doenças, como a síndrome de Burnout. A Burnout tem 
sido definida na literatura como um estado de exaustão física, emocional 
e mental que resulta de um envolvimento de longo prazo em situações 
de trabalho emocionalmente exigentes. A pessoa tem uma depressão 
profunda, com baixíssimo ânimo vital (COUTO; COUTO, 2020).
Os fatores psicossociais são um conceito relativamente recente e se 
referem às condições presentes em situações laborais relacionadas à 
organização do trabalho, à hierarquia, à realização da tarefa e ao meio 
ambiente, que podem favorecer ou prejudicar a atividade laboral, bem 
como a qualidade de vida e a saúde dos trabalhadores.
Segundo Couto e Couto (2020), os riscos psicossociais podem es-
tar relacionados ao conteúdo do trabalho, à carga e ritmo de traba-
lho, ao horário de trabalho, ao controle e, por fim, à cultura e função 
organizacional.
Conteúdo do trabalho
A falta de variedade e complexidade das tarefas e a consequente 
monotonia ou repetibilidade delas pode ser fonte de sofrimento 
no trabalho, à medida que, na realização de trabalhos que envolvem 
múltiplas tarefas, o empregado tem maiores oportunidades de uti-
lizar as suas habilidades e competências. Essa questão diz respeito, 
ainda, à elevada incerteza e contínua exposição ao convívio com 
pessoas por meio do trabalho.
Tomando como exemplo a profissão de professor, é exigido aos 
docentes que se relacionem com alunos, pais ou responsáveis, cole-
gas e equipa técnica, relacionamentos esses que, em muitas ocasiões, 
podem ser ou se tornar conflituosos, uma vez que tais relações não 
são escolhidas pelos professores e, frequentemente, não são aceitos 
ou reconhecidos os esforços desses profissionais.
100 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Carga e ritmo de trabalho
Esse aspecto está relacionado à incapacidade de lidar com as exi-
gências da profissão, ou seja, se uma pessoa sentir que as exigências 
do trabalho são excessivas e que não consegue lidar com elas, essas 
exigências podem provocar estresse. Incluem-se nesse caso a quanti-
dade e a complexidade do trabalho.
Somam-se a essa questão as contínuas exigências de prazos difí-
ceis de cumprir, e com isso o trabalhador pode adoecer. Outro item 
que aumenta a carga de trabalho é a falta de recursos para realizar tal 
atividade. Nesse caso, a empresa exige um certo nível de qualidade, 
porém não disponibiliza ao trabalhador recursos suficientes para que 
o trabalho seja executado.
Horário de trabalho
As questões relacionadas ao horário de trabalho, como o trabalho 
por turnos, turnos noturnos, trabalho aos domingos, horários de tra-
balho rígidos e inflexíveis, são vistos como pouco compatíveis com a 
preservação do bem-estar e influenciam a disponibilidade temporal e 
emocional para as relações da esfera pessoal e familiar.
Controle
O nível de estresse de uma pessoa pode ser influenciado pelo nível 
de controle que essa pessoa possui sobre a carga e o ritmo de trabalho. 
Por exemplo, quando uma pessoa tem controle e influência sobre o 
modo como planeja e realiza o seu trabalho, isso ajuda-a a lidar com os 
desafios que se apresentam. Por outro lado, se uma pessoa não tem 
o controle, se são outras pessoas que determinam o ritmo ou a forma 
como trabalha, então isso pode levá-la a sentimentos de estresse.
Portanto, a baixa participação na tomada de decisões pode con-
tribuir para o estresse e impede que uma pessoa desenvolva e utilize 
novas competências, fazendo com que não tenha tanto compromisso 
com a organização.
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 101
Cultura e função organizacional
Refere-se aos baixos níveis de apoio e estímulo para a resolução 
de problemas e desenvolvimento pessoal. Isso também está relacio-
nado à má comunicação, à estrutura hierárquica e ao estilo de lide-
rança. Por isso que são essenciais o apoio e o feedback positivo, pois 
podem ajudar as pessoas a superar as dificuldades que predizem a 
satisfação com o trabalho
Exemplificando, uma das características centrais do bem-estar no 
trabalho é “o respeito dos superiores à liberdade de expressão dos 
empregados, isto é, o fato de os superiores permitirem que os empre-
gados expressem seus pontos de vista sem temer represálias” (SILVA; 
FERREIRA, 2013, p. 337).
Também podemos incluir a falta de reconhecimento no trabalho, 
como acontece em equipes cujo líder somente critica o grupo, exigindo 
sempre o melhor, mas que, quando há a conquista de algum objetivo, 
nunca elogia e/ou não parabeniza.
Para solucionar cada uma dessas questões, as empresas precisam 
ter uma visão mais ampla, e o gerenciamento desses riscos precisa de 
muita atenção, assim como respeito ao trabalhador.
E como a equipe do SST da empresa pode agir para melhorar todas 
essas questões? Como podem ser as medidas de controle? Vejamos, a se-
guir, algumas ações que já são usadas e que apresentam bons resultados.
Disponibilização de um canal de comunicação psicológico dentro da em-
presa, sem que a pessoa seja identificada. Incluir atendimentos on-line ou 
mesmo presencial, seja dentro ou fora da empresa, algo que é usadocom 
bastante frequência e possui inúmeras vantagens. Afinal, ter alguém que 
não seja um colega ou líder para poder escutar o trabalhador e, quem sabe, 
dar alguma ajuda imediata é de suma importância (MENDES, 2013).
Realizar, com frequência, um monitoramento da ocorrência de sobrecar-
gas mentais nas equipes. Aqui, há inúmeros métodos usados de maneira 
anônima para avaliar o clima organizacional, como é a relação com a che-
fia, entre outras tantas questões envolvendo esses riscos (MENDES, 2013).
Em mais um vídeo da série 
Napo são mostradas várias 
condições estressantes no 
ambiente de trabalho.
Disponível em: https://youtu.be/
BuzrH0tVTDM. Acesso em: 13 
fev. 2023.
Vídeo
(Continua)
https://youtu.be/BuzrH0tVTDM
https://youtu.be/BuzrH0tVTDM
102 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Após um bom monitoramento, incluir os aspectos avaliados e levar para 
discussão dentro de cada equipe. Muitas vezes, há ocorrência de bullying 
e de ações preconceituosas dentro de uma equipe de trabalho que podem 
ser eliminadas a partir do momento que todos ficam sabendo. Por exemplo, 
podem ser realizadas discussões sobre como agir e como não agir nos 
ambientes de trabalho (MENDES, 2013).
Realizar reuniões com a equipe e os líderes para discutir cada ação im-
portante e quem será responsável por cada etapa e, principalmente, se o 
número de trabalhadores é suficiente para dar conta da demanda do pro-
jeto. É importante garantir que as tarefas e funções de cada trabalhador 
sejam conhecidas por todos, bem como que as metas objetivadas sejam 
alcançáveis dentro do horário normal de trabalho (MENDES, 2013).
Pensar em incluir pausas ativas e pausas passivas. As pausas ati-
vas são as pausas em que o trabalhador sai do ambiente laboral para 
realizar alguma outra atividade recreativa, por exemplo, uma ginástica 
laboral. Já as pausas passivas são aquelas em que o trabalhador sim-
plesmente sai do ambiente laboral para descanso em outro ambiente 
(COUTO; COUTO, 2020).
Incluir treinamentos e cursos aos gestores/líderes e à equipe opera-
cional sobre bons comportamentos dentro da empresa, ensinando como 
trabalhar em equipe, como respeitar os colegas, como ser um líder e como 
lidar com estresse.
Incentivar a prática de atividades físicas. Item importante para que o 
trabalhador tenha um corpo físico saudável e disposto. Muitas empresas 
disponibilizam planos de academias para seus colaboradores, outras pre-
param recreações, como corridas e jogos de futebol aos finais de semana.
Cuidar dos equipamentos e maquinários da empresa, deixando-os sempre 
em bom estado e com os devidos cuidados para a saúde do trabalhador, 
incluindo a realização de manutenções dos equipamentos. Estar em uma 
empresa que cuida da saúde do trabalhador e se preocupa com ela dá ao 
colaborador uma sensação de respeito com a sua própria saúde.
Incluir a participação dos trabalhadores nas tomadas de decisões impor-
tantes, principalmente nas que são relacionadas ao processo de trabalho 
e aos prazos para entrega dos produtos. É importante realizar reuniões 
constantemente para definir objetivos e avaliar se os meios são suficientes 
para eles serem atingidos (MENDES, 2013; COUTO; COUTO, 2020).
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 103
Portanto, as causas dos riscos psicossociais podem vir de muitos aspec-
tos e cada caso deve ser estudado e analisado pela equipe de saúde e segu-
rança do trabalho (SST). Estar atento a isso e resolver essas questões com 
rapidez é considerado um grande desafio. Porém, a partir do momento em 
que a equipe de trabalho percebe que há essa preocupação dentro da em-
presa, as mudanças de comportamentos são bem mais fáceis de acontecer.
4.5 Saúde do trabalho x produtividade 
Vídeo
O que vimos até aqui foram diversas maneiras de deixar um tra-
balhador saudável ou doente em seu ambiente laboral. No entanto, o 
que todos esses riscos e perigos têm a ver com a produtividade da em-
presa? Ora, devemos concordar que um trabalhador doente não atua 
de maneira satisfatória, por isso é de grande importância manter sua 
saúde em bom estado.
Para isso, precisam ser disponibilizadas boas condições de trabalho, 
as quais são definidas por Dejours (1992, p. 25) como
ambiente físico (temperatura, pressão, barulho, vibração, irra-
diação, altitude etc), ambiente químico (produtos manipulados, 
vapores e gases tóxicos poeiras, fumaças etc), o ambiente bioló-
gico (vírus, bactérias, parasitas, fungos), as condições de higie-
ne, de segurança, e as características antropométricas do posto 
de trabalho.
De um ponto de vista prático, há algumas questões que nos dizem 
que a saúde da empresa está boa em relação à produtividade.
Bom clima organizacional – essa análise pode ser feita usando-se 
ferramentas já aceitas no mercado e que muitas vezes dão à empresa 
orientações sobre onde e como melhorar o clima organizacional; é um 
momento que o trabalhador pode falar sem ser identificado (COUTO; 
COUTO, 2020).
Ergonomia – os cuidados com a saúde física dos trabalhadores por 
meio da eliminação do risco ergonômico associado às tarefas geram 
satisfação no trabalhador e uma sensação de que a empresa tem cui-
dado com seus colaboradores (WACHOWICZ, 2012).
(Continua)
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104 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
Financeiro – refere-se aos ganhos financeiros obtidos em função do 
melhor aproveitamento da mão de obra, ou seja, por meio de boas po-
líticas de gerenciamento de riscos e perigos, pode-se obter ganhos na 
produtividade (COUTO; COUTO, 2020).
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Os cuidados da empresa com a saúde do trabalhador e a prevenção 
de acidentes proporcionam algumas melhorias: um ambiente seguro 
para a execução do trabalho e para o trabalhador; diminuição de doen-
ças como as DORT e a Burnout; e redução do número de absenteísmos 
e licenças por doenças.
Por fim, a visão do trabalhador sobre a empresa tende a ser mais 
positiva, gerando, com isso, retenção de talentos para ela.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos que um olhar atento na produção não significa somente 
olhar para o produto. Ele é somente a consequência de um bom trabalho 
em equipe, no qual cada trabalhador tem sua função essencial para que 
no final tudo corra da maneira mais satisfatória.
Incluir o tema saúde e segurança do trabalhador na pauta da empresa é 
sinal de inteligência e empatia com toda a equipe, dos grandes líderes até 
o operário final de uma linha de produção.
Lembrar que uma empresa é feita por pessoas e que essas pessoas 
são a parte mais importante na produção de qualquer produto dá à em-
presa um olhar mais humanizado e uma grande satisfação do trabalhador 
para com o trabalho. Assim, essa satisfação é o objetivo a ser alcançado, 
pois ele gera pessoas felizes com o trabalho que realizam.
ATIVIDADES
Atividade 1
Para a gestão de segurança, as empresas devem adotar medidas 
preventivas e de proteção, introduzidas em uma determinada 
ordem para que fique fácil e abranja a empresa de maneira geral. 
Qual é a devida ordem?
Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas 105
Atividade 2
Sobre as medidas de controle para ambientes com ruído, indique 
ao menos uma medida de controle aplicada na fonte, na trajetória 
e no receptor.
Atividade 3
Por que as pausas são tão importantes para os trabalhadores?
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, W. T. Manual de segurança do trabalho. São Paulo: DCL, 2010.
BRASIL. Portaria n. 423, de 7 de outubro de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 out. 2021.
BRASIL. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jul. 1978.
COUTO, H. A.; COUTO, D. C. Ergonomia 4.0: dos conceitos básicos à 4ª Revolução Industrial. 
Belo Horizonte: Ergo, 2020.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de Psicopatologia do trabalho. 5. ed. São Paulo: 
Cortez, 1992.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
Avaliaçãoqualitativa de riscos químicos: orientação básica para controle da exposição a 
produtos químicos. Brasília: Fundacentro, 2012.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
Diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. Brasília: Fundacentro, 2005.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 06: avaliação da exposição ocupacional ao calor. Brasília: Fundacentro, 2017.
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NHO 11: avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho. Brasília: 
Fundacentro, 2018.
INTERSABERES (org.). Saúde e segurança. Curitiba: Intersaberes, 2014.
MENDES, R. Patologia do trabalho. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013.
SILVA, C. A.; FERREIRA, M. C. Dimensões e indicadores da qualidade de vida e do bem-estar 
no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 29, n. 3, 2013.
WACHOWICZ, M. C. Segurança, saúde e ergonomia. Curitiba: Intersaberes, 2012.
Resolução das atividades
1 Introdução à saúde e segurança do trabalho
1. Descreva no mínimo três comportamentos que atrapalham a 
nossa percepção de risco.
A pressa, a autoconfiança, a falta de habilitação, a falta de isolamento 
das máquinas, desrespeito aos limites, improviso ou uso de 
ferramentas e EPI inadequados.
2. Descreva dois comportamentos seguros que você deve ter ao 
trabalhar em uma empresa.
Observar o local de trabalho, saber quais medidas de segurança 
adotar, saber como eliminar ou amenizar incidentes, proteger os locais 
que podem causar riscos, usar somente máquinas e ferramentas em 
bom estado de conservação, manter o ambiente de trabalho limpo e 
organizado e não tomar decisões por impulso.
3. Como são classificados os riscos ocupacionais? Cite pelo menos um 
exemplo de cada tipo.
a. Riscos físicos: ruído, vibração, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiação ionizante e radiação não ionizante.
b. Riscos químicos: fumaças, poeiras, vapores e névoas.
c. Riscos biológicos: micro-organismos, parasitas, bactérias, vírus 
e fungos.
d. Riscos ergonômicos: má postura devido ao mobiliário 
inadequado.
e. Riscos mecânicos: acidentes como explosões.
2 Fundamentos da ergonomia
1. Sobre os conceitos de ergonomia por diversos autores, escreva um 
único período que pode ser usado como conceito de ergonomia.
A ciência que estuda a adaptação do trabalho às características dos 
trabalhadores.
2. A ergonomia de conscientização está presente nas empresas por 
meio de treinamentos e palestras. Dê um exemplo de treinamento 
106 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
que uma empresa pode realizar com seus funcionários para evitar 
acidentes de trabalho.
Treinamentos de primeiros socorros, sobre o uso de EPI, como se 
sentar, como carregar peso, como se movimentar em uma empresa, 
como se comportar de forma segura, entre outros.
3. A ergonomia pode entrar dentro de uma empresa para resolver 
inúmeras questões relacionadas à saúde do trabalhador. Por 
exemplo, se um ergonomista for contratado para resolver 
questões sobre o número de trabalhadores afastados por doenças 
ocupacionais, qual seria uma das atividades a ser realizada dentro 
dessa empresa?
Avaliar os postos de trabalho que estão fazendo com que tenha 
afastamentos por doenças do trabalho e agir para que esses números 
diminuam, por meio de mudanças nos maquinários, no layout da sala, 
treinamentos, entre outros.
3 Análise e avaliação ergonômica
1. Após ler sobre os objetivos da ergonomia, elabore uma frase que 
pode ser usada como objetivo geral da ergonomia.
O objetivo da ergonomia é proporcionar ao trabalhador conforto, 
segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
2. Quando o ergonomista entra em uma empresa avalia vários 
fatores da atividade do trabalhador. Dê um exemplo do que um 
ergonomista pode avaliar dentro de uma empresa. Depois disso, 
classifique esse exemplo como fator biomecânico, organizacional, 
mobiliário ou ambiental.
 • Fator biomecânico – é o trabalhador que atua em uma linha de 
produção fazendo a mesma coisa o dia inteiro, sem grandes mudan-
ças nas posições do corpo, caracterizando um trabalho repetitivo.
 • Fator organizacional – é a falta de trabalhadores para executar as 
atividades, fazendo com que a empresa faça com frequência horas ex-
tras para dar conta dos pedidos. Em vez disso, a empresa pode contra-
tar mais trabalhadores, evitando horas extras e excesso de trabalho.
 • Fator mobiliário – é disponibilizar cadeiras com ajustes de altura 
do assento e do encosto para aqueles trabalhadores que atuam o 
dia inteiro sentados.
Resolução das atividades 107
 • Fatores ambientais – é proporcionar uma melhor iluminação ao 
ambiente de trabalho, evitando desgastes visuais.
3. O ergonomista pode entrar em uma empresa para resolver 
inúmeras questões relacionadas à saúde do trabalhador. Por 
exemplo, se um ergonomista fosse contratado para resolver o 
número de trabalhadores afastados por doenças ocupacionais, 
vindas do excesso de peso levantado, qual seria uma recomendação 
de melhoria a ser realizada dentro dessa empresa?
Adquirir um carrinho para facilitar esse transporte, ou uma paleteira, 
ou uma empilhadeira.
4 Ações de saúde e segurança do trabalho nas empresas
1. Para a gestão de segurança, as empresas devem adotar medidas 
preventivas e de proteção, introduzidas em uma determinada 
ordem para que fique fácil e abranja a empresa de maneira geral. 
Qual é a devida ordem?
 • Eliminar o perigo e riscos – esta é a primeira ação, tentar eliminar 
os perigos e riscos;
 • Controlar o perigo e risco na fonte – caso a primeira opção não 
dê certo, procurar controlar o perigo na fonte geradora;
 • Reduzir os perigos e riscos com medidas administrativas – se-
guir com medidas administrativas, como diminuição da exposição da 
fonte geradora, realizar rodízios e pausas ao longo do dia de trabalho;
 • Disponibilizar equipamentos de proteção individual – por fim, 
disponibilizar medidas de controle que possam proteger de modo 
individual o trabalhador do agente gerador de perigo.
2. Sobre as medidas de controle para ambientes com ruído, indique 
ao menos uma medida de controle aplicada na fonte, na trajetória 
e no receptor.
I. Na fonte do ruído:
 • manutenção de ferramentas geradoras de ruído;
 • aquisição de ferramentas com baixo ruído;
 • fechamento das partes das máquinas que geram ruídos.
II. Na trajetória do ruído:
108 Ergonomia, saúde e segurança ocupacional
 • isolar a parte da máquina que gera ruído;
 • isolar a atividade geradora de ruído das demais atividades da 
empresa.
III. No receptor do ruído:
 • utilizar EPI;
 • separar trabalhadores que utilizam bastante o telefone dos demais 
com anteparos e barreiras físicas, como painéis.
3. Por que as pausas são tão importantes para os trabalhadores?
As pausas são importantes para evitar desgastes articulares, nutrir os 
músculos e para o descanso mental do trabalhador. Isso é necessário 
para que o trabalhador possa trabalhar de maneira mais saudável 
e até mesmo de maneira segura, pois um corpo e mente cansados 
podem gerar erros. Além de evitar o aparecimento de doenças 
osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
Resolução das atividades 109
ISBN 978-65-5821-234-8
9 786558 212348
Código Logístico
I000987
Ergonom
ia, saúde e segurança ocupacional
Caroline M
artinello
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