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PHA3101 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA Antoine Lavoisier (1743 – 1794) Nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma Introdução � Os balanços de massa e de energia são ferramentas essenciais para a compreensão de sistemas ambientais � Permitem desenvolver modelos que explicam a produção, o transporte e o destino da matéria e da energia em sistemas naturais ou criados pelo ser humano; � Exemplo: volumes de escoamento de chuva, balanço de oxigênio na água, eficiência de processos térmicos, geração de resíduos sólidos, reações químicas em sistemas de tratamento de efluentes, etc. Introdução � Todo processo de engenharia que busca ser otimizado, aplica princípios de balanço de massa e energia para evitar desperdícios. � Cortar os desperdícios = poupar recursos = economizar dinheiro = aumentar a competitividade! Balanço de Massa Os balanços de massa nos ajudam a responder a perguntas sobre: � A taxa de acumulação de matéria em um sistema; � A concentração máxima que um constituinte pode atingir em um ponto de um rio após um lançamento a montante; � O tamanho de um reator para alcançar uma determinada eficiência de conversão; � Qual o tempo necessário para a conversão de um determinado constituinte em outro. Exemplo: Processo industrial CALDEIRA CALDEIRADESCARGA FUNDO CONDENSADO 630,72m³/d (79%) FÁB. FARINHA ÓLEOS, SUB-PRODUTOS GRAXARIA VAPOR 798,38m³/d COLETOR CERJU 12 ,3 4m ³/d 18 0, 0m ³/d RESERVATÓRIO LEGENDA ÁGUA FRIA ÁGUA QUENTE EFLUENTE VAPOR/GASES SETOR Estação de Tratamento de Efluentes Drenagem Acúmulo (V) Spray Ball Vazão de Lavagem (Qe) Água de Lavagem Vazão de Drenagem (Qs) Operação de lavagem de equipamentos Equação Fundamental: = - Equação Fundamental para sistemas sem reações químicas: Q = Vazão (volume por unidade de tempo = massa por unidade de tempo, quando se sabe a densidade) Ce = Concentração de Entrada Cs = Concentração de Saída Volume de Controle Ex em pl os d e Vo lu m es de Co nt ro le Equação Fundamental com a ocorrência de reações químicas: “O acúmulo de massa no sistema em função do tempo é igual à quantidade de massa que entra, menos a quantidade que sai, mais a quantidade que reage dentro do sistema” 푑푚 푑푡 = 푚 − 푚 ± 푚 Quem é esse mR? 푚R mR é a massa que reage dentro do volume de controle 푚 = 푟.푉 Quem é esse mR? r = equação que descreve a reação que acontece no volume de controle r pode ser: r = ± k (reação de ordemzero) r = ± kC (reação de primeiraordem) r = ± kC2 (reação de segundaordem) k = coeficiente de decaimento, ou de acréscimo, C = concentração Ou seja, a parte reativa pode significar uma perda OU um acréscimo de massa no sistema. 푚 = 푟.푉 Balanço de massa com reações químicas � Tipos de reatores: � Batelada, no qual o processo ocorre de forma intermitente e as condições no interior do reator variam com o tempo; � Mistura completa, no qual o processo ocorre de forma contínua e as condições no interior do reator não variam com o tempo; � Reator de fluxo pistonado, no qual o processo ocorre de forma contínua e as condições no interior do reator variam. Reatores em batelada Balanço de massa: � No sistema não ocorre entrada ou saída de massa. 푉. 푑퐶 푑푡 = 푟.푉 � " r ” é a cinética da reação, conforme indicado no slide 13; � Considerando-se uma cinética de primeira ordem para um composto é e consumido na reação, tem-se; 푑퐶 푑푡 = −푘.퐶 Reatores em batelada 푑퐶 푑푡 = −푘.퐶 푑퐶 퐶 = −푘 .푑푡 푑퐶 퐶 = −푘 푑푡 ln 퐶 퐶 = −푘. 푡 퐶 = 퐶 . 푒 . Reatores de mistura completa Balanço de massa em regime permanente: 푄.퐶 = 푄.퐶 + −푟 .푉 Para uma cinética de ordem 1, –rC = kC: 푄.퐶 = 푄.퐶 + 푘.퐶.푉 Dividindo-se os dois lados por Q: 퐶 = 퐶. (1 + 푘 푉 푄 ) Mas V/Q é o tempo espacial no reator (t): 퐶 = 퐶 1 + 푘휏 Reatores de fluxo pistonado Balanço no elemento de volume dV: 푄.퐶 = 푄 . 퐶 + 푑퐶 + (−푟 ) .푑푉 푄.퐶 = 푄.퐶 + 푄.푑퐶 + −푟 .푑푉 푄.푑퐶 = − −푟 .푑푉 Considerando-se uma cinética de ordem 1, -rC = k.C: Q. dC = −k. C. dV 푑퐶 퐶 = − 푘 푄 .푑푉 푑퐶 퐶 = − 푘 푄 . 푑푉 푙푛 퐶 퐶 = −푘. 푉 푄 Mas V/Q = t, assim : 퐶 = 퐶 . 푒 . Balanço de Energia Energia Potencial Energia Cinética Energia Química Energia = capacidade de Realizar Trabalho Útil Energia térmica Aplicações � Trocas Térmicas (aquecimento / resfriamento) � Fenômenos convectivos � Energia armazenada em produtos � Produção de Energia � Avaliação da Eficiência de Combustíveis Equação Fundamental Q =푈2 − 푈1± 푊 � O calor absorvido (ou removido) (J) é equivalente à diferença de energia interna nos momentos 1 e 2 e o trabalho realizado nessa transição; � Esta equação, também conhecida como a primeira lei da Termodinâmica, explica que a energia não pode ser criada ou destruída, apenas transformada de uma forma para outra; � Para sistemas incompressíveis não ocorre variação de volume, portanto, não é realizado trabalho, assim: Q =푈2 − 푈1 Equação geral do balanço de energia em processos � É baseada no balanço do fluxo de calor em um sistema; � = 푄 − 푄 ± 푄 � Na qual: � QE = Calor que entra no sistema � QS = Calor que sai do sistema � QR = Calor de reação Em processos básicos � Os tipos de calor envolvidos são: � Calor sensível, devido à variação de temperatura da matéria em função de sua capacidade calorífica; � Calor de reação relacionado à variação da entalpia dos produtos e dos reagentes; � Calor latente de vaporização, associado à entalpia necessária para que o material passa da fase líquida para vapor; � Calor latente de fusão, associado à entalpia necessária para que o material passe da fase sólida para líquida. Unidade térmica de energia ■ A energia pode se apresentar em diversas formas, como: – Térmica, mecânica, cinética, potencial, elétrica e química. ■ A unidade mais comum utilizada para a energia térmica no sistema métrico é a caloria (cal), que é a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 14,5° para 15,5 °C; ■ No Sistema Internacional, 1 cal equivale à 4,186 Joules; ■ Associado ao conceito da unidade térmica de energia, foi definida uma propriedade térmica das substâncias, calor específico; ■ O calor específico é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama de uma substância em um grau e a sua unidade é o kJ.kg-1.k-1. Calor específico de algumas substâncias Substância Calor específico (kJ.kg-1.K-1) Ar (a 293,15 K) 1,00 Alimínio 0,95 Carne bovina 3,22 Cimento Portland 1,13 Concreto 0,93 Cobre 0,39 Milho 3,35 Solo seco 0,84 Ser humano 3,47 Gelo 2,11 Ferro fundido 0,50 Aço 0,50 Carne de frango 3,35 Água (288,15 K) 4,186 Madeira 1,76 Conceito de entalpia ■ A entalpia é definida como uma combinação da energia interna (U) de um sistema e o fluxo de trabalho, representada pela expressão abaixo: ■ Nos processos sem mudança de fase e sem variação de volume, a variação da energia interna é dada por: 퐻 = 푈 + 푃∀ ∆푈 = 푚. 푐 .∆푇 H = entalpia (kJ); U = energia interna ou energia térmica (kJ); P = pressão do sistema (kPa); ∀ = volume (m³); ∆푈 = variação de energia interna; m = massa; 푐 = calor específico em volume constante; ∆푇= variação de temperatura. Conceito de entalpia ■ No processo onde não ocorre mudança de fase e sem variação de pressão, a variação da entalpia é definida pela seguinte expressão: ∆퐻 = 푚. 푐 .∆푇 ∆퐻 = variação de energia interna; 푐 = calor específico em pressão constante. ■ Para o caso de sólidos e líquidos, que são praticamente incompressíveis, as transformações não resultam em trabalho, assim a variação em P∀ é zero, o que resulta em: – cp = cv e ∆U = ∆퐻. Conceito de entalpia ■ Com base nos fundamentos apresentados, o balanço de energia em qualquer sistema pode ser elaborado utilizando-se o digrama apresentado abaixo: Q H1 H2 푄 = 퐻 − 퐻 푄 = 푚. 푐 .푇 −푚. 푐 .푇 푸 = 풎. 풄풑. (푻ퟐ − 푻ퟏ) ■ Nestas equações hv e hs, se referem às entalpias de vaporizaçãoe solidificação, respectivamente; ■ Os valores de hv e hs são tabelados para cada tipo de substância existente e são obtidas em tabelas que apresentam as suas propriedades termodinâmicas. Conceito de entalpia 푄 = 푚. ℎ 푄 = 푚. ℎ ■ Nos processos de mudança de fases das substâncias, o fluxo de calor resultante é dado pelo produto de sua massa pela entalpia de vaporização ou condensação.