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LOGÍSTICA INTERNACIONAL
2
Johny Henrique Magalhães Casado
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 LOGÍSTICA INTERNACIONAL
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Alcimar Roberto Kowalski
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Casado, Johny Henrique Magalhães
Logística internacional / Johny Henrique Magalhães 
Casado. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 
2022.
44 p.
ISBN 978-65-5356-255-4
1. Cenário internacional. 2. Distribuição física 
internacional. 3. Cargas internacionais. I. Título.
CDD 355.411
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
C334l 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina ___________________________________ 05
Modais da logística internacional e principais entidades _____ 07
Estratégias para otimização de custos logísticos _____________ 19
Aspectos operacionais do transporte marítimo ______________ 30
Padronização nas negociações internacionais ________________ 42
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
5
Apresentação da disciplina
A globalização causou o aumento da competitividade no ambiente 
organizacional, tem sido cada vez mais comum que as empresas 
busquem o mercado internacional para aumentar sua possibilidade 
de conquistar novos mercados ou, ainda, para se posicionar no 
comércio internacional com seus produtos, serviços e marcas. Ao optar 
por internacionalizar seus negócios, evidenciamos que as empresas 
encontram muitos problemas pela frente, tornando-se necessário que 
elas busquem conhecer as oportunidades existentes para que possam 
ter um bom resultado nessa empreitada.
Um dos fatores de maior complexidade para quem opta por atuar no 
comércio internacional é compreender que essa atuação demanda 
uma série de conhecimentos específicos. Por exemplo, as áreas de 
transportes, armazenagem e até de embalagens utilizadas no mercado 
internacional também precisam ser adaptadas em comparação com as 
que as empresas utilizam no mercado nacional. Então, surge a logística 
internacional como uma extensão da área logística, voltada para atender 
a todas as necessidades e expectativas das empresas e profissionais que 
pretendem atuar no comércio exterior e levar seus produtos e serviços 
para outros países.
Nesta disciplina vamos apresentar uma série de elementos fundamentais 
que são necessários para a realização das operações logísticas de 
mercadorias enviadas e recebidas no mercado internacional. Espera-
se preparar os futuros profissionais para que eles saibam atuar com 
o mercado internacional, realizando todas as operações e planejando 
sua atuação, bem como proporcionando a máxima eficiência para as 
operações de comércio exterior das mais variadas empresas.
6
Como forma de dividir e organizar os conhecimentos relacionados a 
esta disciplina, vamos iniciar nosso material apresentando os principais 
aspectos operacionais da logística internacional e as principais entidades 
que atuam para organizar suas operações a nível mundial, e suas 
características. O segundo tema da disciplina apresentará os custos 
das operações logísticas, como esses custos são influenciados em cada 
tipo de operação, seja exportação ou importação, e como esses custos 
podem afetar também a competitividade das organizações que desejam 
atuar no comércio exterior.
Na terceira parte desta disciplina vamos apresentar de forma 
detalhada as operações relacionadas ao modal de transporte marítimo, 
que concentra aproximadamente 90% de todos os transportes de 
mercadorias internacionais, o qual será mais bem detalhado ao longo 
deste material. Por fim, a última unidade apresentará as principais 
condições de negociação existentes no comércio internacional, em 
especial as cláusulas contratuais denominadas Incoterms, cuja função 
primordial é organizar e padronizar as operações logísticas entre os 
países envolvidos em uma negociação internacional.
Esta disciplina, portanto, apresentará conceitos, operações e estratégias 
que são utilizadas na logística internacional; assim, é importante 
compreendê-la em todos os seus detalhes.
Bons estudos!
7
Modais da logística internacional 
e principais entidades
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado
Leitura crítica: Alcimar Roberto Kowalski
Objetivos
• Conhecer as principais especificidades da logística 
internacional.
• Avaliar quais são as principais características das 
operações logísticas no comércio exterior.
• Entender quais são os principais modais utilizados 
nos transportes internacionais.
8
1. Conhecendo a logística internaciona
O desenvolvimento econômico da sociedade sempre esteve atrelado 
ao comércio internacional, pois, por mais que as nações e territórios 
produzam uma enorme quantidade de mercadorias que são 
utilizadas para a subsistência das suas populações, nem sempre é 
possível produzir a totalidade de itens necessários. Assim, sempre se 
fez importante o processo de troca e comercialização de produtos 
entre as nações e territórios, e com o desenvolvimento das grandes 
embarcações, em especial no século XVI, os países lançaram ao 
mar inúmeras expedições em busca de levar os seus excedentes de 
produções e encontrar fontes de mercadorias que mais desejavam.
Inúmeros novos territórios, em especial nos continentes americanos 
e africanos, foram descobertos com o crescimento das grandes 
navegações. Entretanto, é importante avaliar que o comércio 
internacional foi o responsável por um grande ciclo de desenvolvimento 
e crescimento de inúmeras regiões em todo o mundo. Assim, revelamos 
que inúmeros países da Europa, por exemplo, passaram a ter seu 
desenvolvimento atrelado ao comércio internacional e, principalmente, 
ao modal de transporte marítimo, que naquela época já era considerado 
o principal meio de transporte do comércio internacional.
A logística internacional está em franco desenvolvimento; e após o 
período das grandes navegações ocorridas ao longo dos séculos, ainda 
novos modais passaram a se desenvolver. Primeiramente, com o 
desenvolvimento de novos tipos de motores e a criação das linhas férreas, 
observou-se que o modal ferroviário começou a chamar a atenção 
para o transporte de mercadorias. Entretanto, é necessário avaliar que 
esse modal impunha um grande investimento na construção de linhas 
que pudessem conduzir as composições, o que acabava por limitar o 
desenvolvimento e a utilização do modal ferroviário em todo o mundo.
9
A chegada do século XX e o desenvolvimento dos primeiros veículos 
automotores proporcionaram a utilização desse tipo de transporte, 
e logo esses veículos passaram a ser utilizados não somente 
para o transporte de pessoas, mas também para o transporte de 
mercadorias para curtas, médias e longas distâncias. Obviamente que o 
desenvolvimento do modal terrestre dependia de estradasde qualidade 
e das devidas ligações existentes entre as principais regiões, entretanto, 
como as atividades comerciais passaram a ser desenvolvidas em larga 
escala, os próprios governos se responsabilizaram por construir a 
infraestrutura necessária que favorecesse o modal rodoviário.
Por fim, é importante avaliar que o desenvolvimento dos primeiros 
aviões também ajudou na consolidação de um dos quatro principais 
modais da logística internacional. O sonho de voar sempre fez parte 
das ambições humanas, por isso, quando foi possível desenvolver 
as primeiras aeronaves, inicialmente para o transporte de pessoas e 
posteriormente para o transporte de mercadorias, evidenciou-se que a 
logística internacional ganhou mais uma importante forma de concluir 
seus objetivos mais básicos.
Obviamente que o estudo da logística internacional não pode ser 
realizado considerando apenas as questões relacionadas aos diferentes 
de modais de transporte, por isso, é necessário que todas as empresas e 
profissionais envolvidos entendam também como ocorrem as operações 
logísticas, quais são seus principais documentos e, principalmente, como 
ocorre o processo de padronização necessário para que empresas nos 
mais diversos países se entendam e realizem operações de transporte 
de suas mercadorias.
A importância do comércio internacional é algo inegável, portanto, 
governos e grandes organizações sempre demandaram que essas 
operações fossem organizadas de forma a garantir que uma maior 
quantidade de negociações pudesse ser feita. Salienta-se, ainda, a 
necessidade de padronização de documentos, atividades e conceitos 
10
que são utilizados nas operações de comércio exterior para que se 
tornasse possível facilitar a realização de exportações e importações 
entre as diferentes empresas.
A busca pela internacionalização de empresas é algo incentivado pelos 
países, pois, com o aumento do fluxo das operações internacionais, 
é possível fortalecer negócios locais, gerar mais renda, proporcionar 
mais empregos, aumentar a arrecadação de impostos e oportunizar 
o desenvolvimento de novos negócios. Assim, é necessário avaliar 
que a existência de grandes entidades internacionais com foco no 
desenvolvimento do comércio exterior entre as nações também seja 
uma realidade presente e que influencia a logística internacional. Logo, 
é preciso conhecer quais são essas entidades e como elas atuam na 
logística internacional e a influenciam.
1.1 Globalização como fator-chave do desenvolvimento 
do comércio internacional
Com a integração de mercados e recursos, surge então a necessidade das 
empresas instaladas em países em desenvolvimento de competirem com 
esses novos concorrentes globais, conforme Bartoto et al. (2007, p. 180):
Ao caracterizarmos a globalização como um fenômeno, esta deve ser 
entendida como obra humana, e como resultado de vários processos 
políticos e econômicos, tornando-se cada vez mais uma forma de 
organização e condução da sociedade humana. Particularmente no 
âmbito econômico, se constituem em novas estruturas entrelaçadas de tal 
maneira que tornam os países interdependentes.
As relações internacionais é o campo que países e entidades 
representativas do capital utilizam para discutir suas demandas e 
necessidades de expansão. Com isso, ganham ainda mais importância 
nas discussões internas de qualquer país a necessidade de se 
estabelecer um mercado consumidor para suas exportações, a abertura 
11
de novos mercados a busca por fornecedores de matéria-prima e 
tecnologia para o desenvolvimento de novos negócios.
Observa-se cada vez mais empresas tentando influenciar as tomadas 
de decisão de Estados no campo das relações internacionais, seja 
influenciando a assinatura de acordos internacionais ou participando de 
missões e feiras comerciais.
A formação de blocos comerciais entre os países e o estabelecimento 
de acordos comerciais bilaterais ou multilaterais tem sido pauta nas 
discussões entre países no campo das relações internacionais. Entre os 
principais blocos comerciais existentes destacam-se:
• União Europeia – 27 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, 
Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, 
Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, 
Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República 
Tcheca, Romênia e Suécia.
• Mercosul (Mercado Comum do Sul) – 5 países-membros efetivos 
e 5 membros associados: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai 
e Venezuela. Tem como países associados Chile, Bolívia, Peru, 
Colômbia e Equador.
• USMCA (sigla em inglês para United States – Mexico – Canada 
Agreement): desde 2017 substitui o Nafta, com diversas mudanças.
• Comunidade Andina – 4 países: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
• APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) – 21 países: 
Austrália, Brunei, Canadá, Singapura, Chile, China, Coreia do Sul, 
Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, 
México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Tailândia, 
Taiwan e Vietnã.
12
• ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) – 10 países: 
Brunei, Camboja, Singapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, 
Mianmar, Tailândia e Vietnã.
• SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) – 14 
países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do 
Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Ilhas Maurício, Moçambique, 
Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Entre as vantagens existentes para os países que participam de 
blocos econômicos destacam-se: redução ou eliminação das tarifas de 
importação de matéria-prima entre as nações do mesmo bloco; produtos 
com valores mais baixos; redução de taxas alfandegárias; facilitação nos 
processos comerciais; maior mobilidade entre as populações dos países 
participantes; redução dos custos de produção; aumento da receita com 
maior venda de produtos e serviços; novos mercados consumidores; e 
facilidade no envio e recebimento de recursos.
Existem também algumas desvantagens que aparecem quando um país 
assina um acordo internacional para ingressar em um determinado 
bloco econômico, entre elas estão: aumento da concorrência com 
empresas localizadas nos países intrablocos; aumento das barreiras 
comerciais para importação de produtos produzidos fora do bloco 
econômico; pode ocorrer também diminuição da produção nacional 
caso o país não tenha produtos competitivos o suficiente.
Segundo Campos e Canavezes (2007, p. 11), compreender o processo da 
globalização exige algumas reflexões de todos:
• Considerar que a globalização tem uma história que insere-se 
na trajetória do capitalismo e da economia de mercado, assim, 
compreender seus impactos impõe o desafio de entender também 
como ocorre a influência do capital na dinâmica dos países.
13
• Compreender que a globalização não é um fenômeno puramente 
econômico e tecnológico, é mais do que isso: é também um 
processo complexo e multidimensional, envolvendo diferentes 
atores e tocando diversos âmbitos da vida dos homens e mulheres 
contemporâneos.
• Analisar que a globalização não evolui de forma imparcial, pois 
seus impactos podem e devem ser discutidos em todos os espaços 
possíveis, desde a educação até a economia e gestão.
• Considerar que o processo da análise dos efeitos da globalização 
não devem ficar restritos apenas ao âmbito estatal, mas devem 
também fazer parte das interações sociais entre pessoas e 
empresas.
A Comissão Mundial sobre a Dimensão Social da Globalização define 
o termo como como uma força irresistível e benéfica que trará a 
prosperidade econômica a todos os habitantes do mundo. No outro 
extremo, vê-se nela a fonte de todos os males contemporâneos.
Independentemente de qual definição de globalização você desejar 
partir seus estudos, considere que para compreender a totalidade 
do processo da globalização você deverá enxergá-lo sob várias óticas 
possíveis. Não basta considerar a economia, a sociologia ou as relações 
internacionais;compreender a globalização é condição indispensável 
para qualquer profissional que pretenda ingressar no mercado de 
trabalho.
Levando em conta a intensificação do processo da globalização, 
é possível observar que empresas que contam com propensão a 
se internacionalizar acabam obtendo maiores vantagens em uma 
economia globalizada. Aproveitar-se dos acordos comerciais, da 
integração dos países entre blocos econômicos, da diminuição 
das taxas e tarifas de importação e da compra de matéria-prima e 
14
variedade de fornecedores faz com que essas empresas tenham seu 
caminho facilitado rumo à internacionalização.
1.2 A importância da logística internacional
A influência que o processo de globalização exerce nos negócios e na 
vida das pessoas já foi mencionada anteriormente na leitura da seção 
anterior, por isso, neste momento os estudos serão voltados para 
entender o que é e como a logística internacional tem se tornado peça 
fundamental no sucesso das operações de importação e exportação. 
Primeiramente, é importante avaliar que para a conclusão de qualquer 
processo no comércio internacional, é necessário que se tenha o 
transporte de mercadorias; assim, é interessante que os profissionais 
analisem quais são as características do transporte necessário e como 
ele pode se tornar mais eficiente.
Segundo, é importante avaliar também que os custos com transportes 
internacionais apresentam grande impacto nas operações de exportação 
e importação, portanto, é cada vez mais necessário que as organizações 
busquem formas de reduzir esses custos e tornar os transportes mais 
eficientes (CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013). Saber como a logística 
internacional deve ser conhecida no mercado internacional é preciso 
para empresas que buscam rentabilidade e lucratividade nesses tipos de 
operações para seus negócios.
Ao observar o significado da logística, temos que mesmo no ambiente 
interno ela tem uma grande relevância para que as empresas façam 
chegar seus produtos e serviços aos seus clientes. Assim, torna-
se natural pensar que a logística internacional demanda que os 
profissionais que conduzem seus processos entendam quais são os 
elementos fundamentais que poderão alterar as suas tomadas de 
decisões acerca dos seus processos. No Quadro 1 apresentado a seguir 
esses elementos estão mais bem detalhados:
15
Quadro 1 – Elementos influenciadores dos processos da logística 
internacional
Elemento Definição
Conhecimentos 
legais e tratados de 
comércio
A execução de uma operação de logística internacional envolverá 
uma complexidade burocrática e legal substancialmente maior 
que uma operação nacional. É usual a contratação de assessorias 
jurídicas ou consultorias especialistas nos processos de importação 
e exportação. No entanto, se as operações de comércio 
internacional fazem parte da estratégia de negócios da empresa, 
é natural que exista uma área específica para tratar de algumas 
questões, como desembaraço aduaneiro, verificação de requisitos 
legais no país de destino, impostos sobre importação ou exportação 
e modalidade de Incoterm contratada, entre outras variáveis.
Estratégias 
de transporte 
intermodais
A operação normalmente envolverá, pelo menos, dois diferentes 
modais de transporte. Dentro do país de origem, os transportes 
ferroviário e rodoviário são os mais comuns e costumam levar os 
itens até os portos ou aeroportos, de onde serão despachados 
via avião ou navio para o país de destino. Após o desembaraço 
aduaneiro, ainda podem ocorrer novas etapas de transporte no 
país de destino.
Alternativas de 
securitização de 
transporte
Como as distâncias são mais extensas e normalmente cruzam 
diversos países ou zonas territoriais, a contratação do seguro 
também é um aspecto pertencente ao escopo da logística 
internacional. A responsabilidade pelo seguro pode ser do 
comprador ou do vendedor, variando conforme contratação de 
Incoterm escolhida.
Alternativas de 
armazenamento
O transporte internacional ou mesmo um processo de produção 
com etapas em diferentes países.
Fonte: Giacomelli (2018, p. 21).
Os fatores que influenciam as decisões de transportes são inúmeros, e é 
muito importante que os profissionais reconheçam quais, de fato, poderão 
tornar os processos de escolha da sua logística internacional como algo 
de maior ou menor impacto em seus processos internos (MAIA, 2020). 
Um destes é o que se refere aos tipos de cargas que serão transportados, 
16
pois muitas das decisões da logística internacional são afetadas pelo tipo 
de cargas. Dessa forma, é essencial entender que basicamente uma carga 
pode ser categorizada em um dos dois tipos a seguir:
• Carga geral: esse tipo de carga é aquele que pode ser transportado 
em fardos, sacos, amarrados, em caixas diversas, ou ainda podem 
ser aquelas cargas soltas. Muitas das cargas gerais podem ser 
paletizadas – serão alocadas em estruturas de madeira que 
facilitam seu transporte até dentro do navio, avião, caminhão ou 
trem. Os contêineres também são de grande importância para 
o transporte deste tipo de carga, por isso, é importante que os 
profissionais reconheçam a sua importância e como os diferentes 
tipos de cargas podem ser alocados nos diferentes tipos de 
contêineres existentes.
• Cargas a granel: esse tipo de carga é aquele que geralmente 
necessita de uma estrutura especial para transporte. Divide-se em 
cargas sólidas e líquidas. Como cargas sólidas temos as formadas 
pelos diferentes tipos de grãos originados no agronegócio, e 
quando se utiliza o transporte internacional temos que esses 
grãos, além de diferentes tipos de minérios, vão alocados no 
convés do navio. Já em relação às cargas líquidas, temos que são 
compostas pelos transportes de combustíveis, e necessitam de 
estruturas especiais para poderem ser acondicionadas.
Os tipos de cargas podem influenciar também a forma como elas serão 
transportadas, assim, é de grande importância que os profissionais de 
logística avaliem corretamente como a carga que desejam transportar 
poderá influenciar as decisões que precisam ser tomadas em relação 
ao transporte internacional. Um exemplo são as cargas de dimensões 
extraordinárias, as quais geralmente não são transportadas em 
contêineres e demandam uma atenção especial em todas as fases dos 
transportes. Em casos mais específicos, essas cargas precisam de meios 
de transportes especiais para que sejam acondicionadas corretamente e 
com segurança (CORONADO, 2013).
17
1.3 Os modais na logística internacional
Os modais existentes no comércio internacional são praticamente os 
mesmos utilizados pelas empresas para operações de transporte no 
mercado nacional, entretanto, é importante destacar os quatro mais 
utilizados na grande maioria das operações de exportação e importação 
(CORONADO, 2013):
• Modal rodoviário: caracteriza-se pelas operações de transporte 
que são realizadas em caminhões que se deslocam entre os locais 
de carga e descarga. Geralmente esse modal transporta uma 
menor quantidade de carga por unidade de energia consumida. 
Em relação aos preços, esse modal apresenta preços médios 
de frete mais elevados que os modais ferroviário e hidroviário, 
assim, ele é mais utilizado no transporte de mercadorias com 
maior valor agregado ou cargas perecíveis (CATEORA; GILLY; 
GRAHAM, 2013). Esse modal permite o rastreamento da frota, por 
isso, ele é interessante para o acompanhamento do local exato 
onde a carga está.
• Modal ferroviário: utiliza trens que têm como principal 
característica o transporte de cargas de soja, milho, fertilizantes, 
minério de ferro, carvão mineral, produtos siderúrgicos, 
derivados do petróleo etc. dentro do território nacional. No 
continente europeu, devido à infraestrutura disponível, o modal 
ferroviário é muito utilizado também para o transporte de cargas 
internacionais.
• Modal aéreo: esse modal tem como principal característica 
transportar cargas pela aviação civil. Geralmente as cargas 
transportadas são pequenos volumes com alto valoragregado, 
e perecíveis para longas distâncias (CATEORA, GILLY, GRAHAM, 
2013). Esse modal realiza transporte rápido, de maneira segura e 
com o máximo conforto, entretanto, os custos são maiores do que 
os dos outros modais.
18
• Modal marítimo: esse modal se caracteriza pelas formas de 
navegação: longo curso, cabotagem e navegação interior. 
Transporta cereais, granéis sólidos e líquidos, compostos químicos, 
areia, carvão etc. (LUDOVICO, 2018, p. 181).
Quando uma organização está escolhendo o modal de logística 
internacional, ela precisa analisar uma série de indicadores que possam 
indicar o sucesso de suas operações, logo, realizar o planejamento 
adequado ao longo deste processo é condição de grande necessidade 
para o sucesso de qualquer operação (CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013).
Referências
BARTOTO, A. C. et al. Comércio exterior: teoria e gestão. São Paulo: Atlas, 2007.
CATEORA, P. R.; GILLY, M. C.; GRAHAM, J. L. Marketing Internacional. 15. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
CAMPOS, L; CANAVEZES, S. Introdução à globalização. Instituto Bento Jesus Caraça 
Departamento de Formação da CGTP-IN. Disponível em: https://dspace.uevora.
pt/rdpc/bitstream/10174/2468/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20
Globaliza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 29 ago. 2022.
CORONADO, O. Logística Integrada: modelos de gestão. 5. reimpressão. São 
Paulo: Atlas, 2013.
GIACOMELLI, G. Logística internacional. Porto Alegre: Grupo A, 2018.
MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior. 16. ed. São Paulo: Atlas, 
2020.
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/2468/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Globaliza%C3%A7
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/2468/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Globaliza%C3%A7
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/2468/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Globaliza%C3%A7
19
Estratégias para otimização de 
custos logísticos
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado
Leitura crítica: Alcimar Roberto Kowalski
Objetivos
• Conhecer os principais custos logísticos.
• Analisar as estratégias utilizadas para redução dos 
custos.
• Compreender os elementos influenciadores dos 
custos.
20
1. Custos da logística internacional
A busca pela competitividade é um dos maiores direcionadores que as 
empresas e profissionais têm na gestão dos seus negócios, por isso, é 
essencial buscar formas de melhorar o posicionamento das empresas 
no mercado em que elas atuam, bem como abrir novos mercados. 
Assim, tem se tornado comum que as empresas busquem na entrada no 
mercado internacional uma grande oportunidade para aumentar suas 
vendas e garantir bons resultados.
A logística internacional, portanto, atua como um importante suporte 
para empresas que buscam iniciar suas exportações e importações, o 
que faz com que essa área acabe ganhando uma enorme relevância 
no processo de internacionalização das empresas. Portanto, se faz 
necessário que os gestores e profissionais compreendam quais são 
os custos logísticos para uma importação e exportação e quais são as 
principais estratégias utilizadas para reduzir esses custos, além de ser 
preciso que analisem quais são os itens do seu negócio que podem 
influenciar os custos da logística internacional.
1.1 Principais custos da logística internacional
A área da logística internacional tem se desenvolvido muito nos últimos 
anos, assim, é comum que novas formas de transportar mercadorias 
sejam inseridas para facilitar o trânsito das exportações e importações. 
Sabe-se também que a escolha do modal de transporte tem uma grande 
influência nos custos da logística internacional, o que acaba por impactar 
diretamente a competitividade das empresas que desejam ingressar no 
comércio internacional (SEGRE et al., 2018).
Aos profissionais da área logística é fundamental compreender como 
cada modal de transporte pode agregar em termos de vantagens ou 
desvantagens para o seu negócio, sendo possível garantir uma escolha 
21
mais eficaz (LUDOVICO, 2018). Entre os quatro principais modais de 
transportes, cada um deles acaba gerando vantagens e desvantagens 
que impactam diretamente os preços, conforme apresenta o Quadro 1:
Quadro 1 – Avaliação dos modais logísticos e dos aspectos
Modal Detalhamento
Marítimo
Vantagens: pode transportar uma grande quantidade de cargas, assim, 
em termos de volume é comum que esse modal acabe se destacando 
perante os demais. É um modal que permite o transporte a grandes 
distâncias, além de realizar o transporte de praticamente quase todos os 
tipos de cargas.
Desvantagens: depende da existência de uma infraestrutura portuária 
para que funcione, então geralmente as cargas precisam ser levadas 
até os portos para que sejam carregadas. As embalagens precisam ser 
pensadas para esse tipo de modal, pois os contêineres ficam expostos 
ao sol, chuva e demais intempéries do clima. Pode enfrentar problemas 
devido ao uso das infraestruturas portuárias, como greves, filas para 
descarregamento e problemas com a gestão local.
Aéreo
Vantagens: a rapidez é sem dúvida alguma a principal vantagem 
desse modal, pois a maior parte das nações contam com aeroportos 
internacionais com capacidade para receber grandes aeronaves de cargas, 
o que facilita a entrega de mercadorias para todas os compradores. 
Devido às condições em que são transportadas, essas mercadorias não 
exigem uma embalagem mais reforçada, o que acaba diminuindo o custo.
Desvantagens: devido ao tamanho das aeronaves nem sempre é 
possível transportar cargas especiais com grandes dimensões, assim, é 
necessário avaliar que esse modal não serve para todas as empresas. 
O custo do transporte via modal aéreo também é o maior entre todos 
os outros, o que acaba inviabilizando muitas das tentativas de uso. Esse 
modal também depende de uma grande infraestrutura aeroportuária 
para funcionar. 
22
Ferroviário
Vantagens: esse modal é um dos mais adequados para longas distâncias, 
entretanto, ele necessita ser integrado com outros modais: desde que os 
trilhos se conectem a aeroportos, portos e grandes rodovias, é possível 
maximizar o seu uso. Esse modal apresenta um dos menores custos de 
frete e baixo custo de seguro.
Desvantagens: nem todos os países têm ferrovias, então é importante 
avaliar que isso dificulta sua ampla utilização no comércio internacional. 
Apenas a Europa conta com grandes ferrovias que ligam diversos países 
e que são utilizadas para transporte de mercadorias também. Este modal 
pode apresentar uma menor flexibilidade do que os demais. 
Rodoviário
Vantagens: a utilização deste modal é mais adequada para pequenas 
e médias distâncias. Embarque e desembarque são facilitados, pois a 
mercadoria é embarcada no exportador e depois desembarcada no 
importador, o que acaba facilitando e reduzindo os custos. Oferece 
maior agilidade, maior frequência e pode ser adaptada às condições da 
negociação. Em caso de acidente, o veículo pode ser facilmente substituído.
Desvantagens: é o modal mais poluente que se tem, pois utiliza 
combustíveis fósseis. Dependendo do tipo de operação o valor do frete 
pode desestimular o uso deste modal. Oferece uma menor capacidade de 
carga, portanto, em algumas situações são necessários vários caminhões 
para transportar uma exportação. Não é o modal ideal para ser utilizado 
em grandes distâncias. 
Fonte: elaborado pelo autor.
Ao observar o Quadro 1 é possível compreender que os modais 
de transporte, por si só, já impactam muito os custos da logística 
internacional. Assim, é de grande importância que os profissionais 
avaliem todas as perspectivas relacionadas a como essa escolha 
impactará a competitividade de sua operação internacional (SEGRE et 
al., 2018). Entretanto, não é somente a escolha do modal que integra 
a composição dos custos da logística internacional, e é necessário 
23
que os profissionais conheçam os seguintes elementos que também 
influenciam os custos destas operações:
• Custos relacionados ao local de origem: custos com os tiposde 
embalagens utilizadas, o acondicionamento da mercadoria e sua 
expedição acabam influenciando muito as operações logística. A 
logística não fica restrita apenas aos transportes, mas também tem 
relação com a estocagem e o armazenamento das mercadorias 
(MAIA, 2020). Como exemplo, pode ser utilizada uma carga de 
produtos refrigerados, ou seja, carnes e laticínios líquidos que 
necessitam de uma temperatura ideal para manter sua qualidade. 
Neste caso, é importante considerar que o local de origem em que 
essa mercadoria ficará armazenada ofereça todas as condições 
necessárias para seu correto armazenamento.
• Transporte interno: com exceção do uso do transporte rodoviário, 
que facilmente pode se deslocar do local do exportador até o local 
do importador, é comum que o uso de outros modais dependam 
também de transporte para levar as mercadorias até aviões, navios 
e vagões de trem. É essencial levantar quais serão os custos deste 
tipo de transporte para que sejam somados aos custos totais de 
transporte de uma exportação ou importação (MAIA, 2020).
• Custos de alfândega do vendedor: nem sempre quando uma 
mercadoria chega na alfândega, ou seja, chega na fronteira entre 
os países, ela será imediatamente liberada para seguir viagem. 
Em muitos casos, as alfândegas são estruturas do governo em 
que são fiscalizadas a entrada e a saída das mercadorias, por 
isso, é comum que esse processo leve um tempo (SEGRE et al., 
2018). Esse tempo em que a mercadoria ficará parada poderá 
gerar custos para o exportador, pois geralmente a mercadoria fica 
em espera em armazéns ou pátios de portos e aeroportos que 
acabam cobrando pelo espaço e tempo utilizado. Obviamente que 
o modelo ideal de funcionamento da alfândega deveria ter um 
fluxo contínuo, mas essa é uma situação rara, portanto, esse tipo 
24
de custo também deve ser contabilizado e calculado para compor 
os custos da logística internacional (LUDOVICO, 2018). Podem ser 
cobradas taxas diversas na alfândega, além, é claro, dos impostos 
de exportação e importação.
• Terminal aeroportuário ou portuário: portos e aeroportos que 
executam as atividades de logística internacional são grandes 
infraestruturas (Figura 1) que demandam muitos investimentos. 
Por isso, é natural que os custos destas operações acabem 
sendo repassados aos usuários na forma de taxas e serviços 
que são prestados (MAIA, 2020). Os exportadores devem 
calcular exatamente as possíveis taxas que serão cobradas 
da estrutura utilizada para que formem os custos da logística 
internacional corretamente. Entre os valores cobrados por portos 
e aeroportos, os principais são: custos com armazenagem da 
mercadoria (também denominado demurrage), taxas portuárias 
e aeroportuárias diversas e os custos com capatazia que, 
basicamente, refere-se aos custos de movimentação das cargas 
desde a sua chegada até o embarque.
Figura 1 – Movimentação de cargas em uma estrutura portuária
Fonte: bfk92/ iStock.com. 
25
• Frete internacional: o cálculo do frete internacional compreende 
uma série de elementos e fatores essenciais nas operações 
de exportação e importação. Primeiramente, é importante 
avaliar que esses valores são compostos pelas taxas cobradas 
pelo transportador principal e pelos demais custos que são 
contabilizados para que a mercadoria seja colocada dentro do 
navio ou aeronave (LUDOVICO, 2018). Geralmente, a empresa 
que realiza o transporte apresenta o valor do frete de transporte 
informando valores de taxas que podem ou não ser cobradas 
dependendo do tipo de operação que está sendo realizada.
Ao analisar todos os custos apresentados anteriormente é possível 
supor que os profissionais também deverão saber que quando a 
mercadoria chegar no país de destino ela terá de pagar os mesmos 
custos de quando saiu a exportação, pois ela chegará no porto ou 
aeroporto de destino e deverá pagar as taxas existentes; existirá a 
taxa da alfândega do país importador e necessidade de transportar a 
mercadoria do porto ou aeroporto até o local destinado pelo importador 
(MAIA, 2020). Enfim, os custos da logística internacional acabam 
impactando o processo de exportação e importação de forma intensa, 
por isso, é importante que esses custos sejam levantados previamente, 
para comporem a precificação correta dos produtos.
1.2 Estratégias para a redução de custos
A globalização trouxe muitas facilidades para os processos de gestão, 
novas teorias e ferramentas foram desenvolvidas e passaram a ser 
utilizadas em variadas situações. Outro componente importante é que 
a tecnologia também tem contribuído para facilitar os processos de 
gestão. O setor logístico tem adotado essas tecnologias em busca de 
melhorar sua eficiência e eficácia. Um bom processo de gestão demanda 
o conhecimento da realidade em que a empresa se encontra, e para isso 
é necessário ouvir os colaboradores e saber o que os clientes e todos os 
demais agentes que têm algum nível de relacionamento com a empresa 
26
pensam a seu respeito. Portanto, deve-se conhecer conceitos que são 
importantes para o negócio da empresa (CORRÊA, 2019).
Em relação à eficiência, esse conceito está relacionado à virtude ou 
à característica de (alguém ou algo) ser competente, produtivo, ou 
ainda de conseguir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou 
dispêndios. Em relação à eficácia, esse conceito caracteriza a virtude ou 
poder de (uma causa) produzir determinado efeito, ou seja, a eficácia 
está relacionada com o resultado da ação. A eficácia tem relação direta 
com a qualidade ou caráter do que é eficaz dentro das organizações. 
As empresas devem incorporar esses conceitos em seus processos de 
gestão, bem como implementá-los em todos os seus processos logísticos.
Quando se pensa em um negócio, seja a venda de um produto ou a 
comercialização de um serviço, nem sempre as pessoas param para 
pensar em como esse produto chegou em suas mãos, ou ainda, quais 
foram os processos necessários para que esse produto chegasse para 
o seu consumo (GONÇALVES, 2018). Quando um profissional escolhe 
trabalhar em uma organização, ele precisa conhecer quais são os processos 
essenciais desse seu negócio, e para isso é necessário que saiba diferenciar 
os tipos de processos essenciais da empresa em que trabalha.
O termo eficiência é de grande importância para os profissionais 
de logística, por isso, ele precisa estar muito claro para todos os 
profissionais. Importante considerar, ainda, que quando as empresas 
tratam de eficiência elas estão buscando uma visão focada em custos, 
ou melhor, na redução de custos de todas as suas atividades a fim de 
que se tornem mais competitivas (CAPARROZ, 2019). Uma boa gestão de 
custos é essencial para todos os negócios, pois:
• Custo é fazer corretamente: quando as empresas buscam 
melhorar os recursos, reduzir os erros e diminuir as falhas em seus 
processos elas automaticamente estão reduzindo os seus custos.
27
• Custo é melhorar a produtividade: quando as empresas buscam 
melhorar a produção e a sua prestação de serviços, eles 
diminuíram os custos.
• Custo é oferecer mais benefícios: quando as empresas oferecem 
aos seus clientes mais benefícios elas estarão vendendo mais, e 
isso proporcionará um ganho de escala que também reduz os seus 
custos totais.
• Custo é evitar desperdício: criar programas para evitar o desperdício 
em seu ambiente organizacional ajuda a reduzir custos.
Ao longo do processo de todas as atividades logísticas as empresas 
buscam uma maior efetividade em todos as suas ações, e essa, por sua 
vez, somente é alcançada quando todos os profissionais que atuam 
em seu setor tenham uma compreensão exata do que é efetividade. A 
efetividade está relacionada à maneira que as tomadas de decisões têm 
de ser eficientes e eficazes, portanto, efetividade é a capacidade de fazer 
uma coisa (eficácia) da melhor maneira possível (eficiência). Segundo 
Longa Industrial (2019, [s. p.]), “não há uma receita pronta de eficiência 
logística e que cabe a cada empresa identificarsuas necessidades e 
trabalhar seus próprios planos e metas para se chegar a um nível ideal 
em sua operação”. Então, alguns fatores são imprescindíveis e devem 
ser levados em consideração no momento de se buscar a eficiência na 
logística em todos os seus negócios.
1.3 Reduzindo os custos
A redução dos custos na logística internacional é uma busca constante 
de todos os profissionais que atuam com exportações e importações, 
então é natural que essa preocupação acabe impactando também a 
estratégia global da empresa. A busca por investimentos, auxílios e por 
encontrar formas de melhorar a logística internacional é algo cada vez 
mais frequente no setor da logística, e tem levado os profissionais a 
28
reavaliarem seus processos internos e externos. Em linhas gerais, as 
empresas buscam, em seus processos internos relacionados à logística, 
atingir quatro objetivos principais, relacionados a:
• Encurtamento de distâncias: procurar deixar os produtos próximo 
às áreas de expedição ou processamento. Muitas empresas optam 
por construir centros de distribuição perto de portos e aeroportos 
como forma de diminuir os custos de armazenagem, o que resulta 
em um impacto menor em suas operações.
• Armazenamento eficiente: é armazenar os materiais de acordo com 
seus fluxos de vendas e de comercialização. Para isso, é importante 
que os departamentos que realizam as vendas trabalhem de maneira 
alinhada com os profissionais que cuidam dos estoques. É comum, 
por exemplo, que as empresas procurem melhorar o processo de 
armazenagem como forma de garantir melhores resultados para os 
seus negócios, então, o uso de novas tecnologias é algo que tem se 
tornado cada vez mais comum.
• Utilizar embalagens mais adequadas a cada tipo de produto: 
observar as informações da embalagem para saber a melhor 
forma de manusear e empilhar as mercadorias. Os custos com 
embalagem devem ser muito bem pensados, pois eles podem 
afetar os resultados das empresas em termos operacionais; muita 
embalagem ou pouca embalagem pode fazer com que os produtos 
sejam mais ou menos expostos aos riscos dos transportes, além de 
afetar os custos com esses itens.
• Evitar inutilizar as mercadorias: é possível deixando-as em pallets, 
facilitando o transporte em maiores quantidades. As perdas de 
mercadorias é algo que deve ser evitado pelos profissionais que 
atuam no comércio internacional, pois são custos assumidos em 
geral pelos exportadores, assim, planejar o processo logístico e 
resguardar a carga de qualquer perigo é de extrema importância.
29
A elaboração de uma estratégia logística que seja vantajosa e esteja 
alinhada às necessidades da empresa é algo de grande importância para 
melhorar a competitividade internacional do negócio. Muitas empresas, 
ao buscar o comércio internacional como alternativa para o seu negócio, 
acabam se dedicando apenas a questões comerciais de negociação, 
compra e venda, esquecendo de que a operacionalização da exportação 
ou da importação também pode impactar seus resultados internacionais.
Os profissionais que estiverem elaborando a logística internacional 
de um negócio devem alinhar as expectativas da empresa, bem como 
proporcionar que ela cumpra com o acordado com seus clientes, 
possibilitando contar com o comércio exterior como uma fonte de 
clientes e negócios para a sua operação. A logística internacional é uma 
área em constante evolução, com isso, ela tem proporcionado muitas 
inovações para as empresas que atuam neste tipo de negócio
Referências
CAPARROZ, R. Comércio internacional e legislação aduaneira esquematizado. 6. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração 
na era da Indústria 4.0. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. Barueri, SP: 
Manole, 2018.
LONGA INDUSTRIAL. 7 passos para sua empresa atingir eficiência logística. 
Longa Industrial, 19 mar. 2019. Disponível em: https://blog.longa.com.br/
eficiencia-logistica/#:~:text=Normalmente%2C%20considera%2Dse%20uma%20
log%C3%ADstica,uma%20forma%20muito%20mais%20ampla. Acesso em: 18 maio 
2022.
LUDOVICO, N. Logística internacional: um enfoque em comércio exterior. 4. ed. 
São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior. 16. ed. São Paulo: 
Atlas,2020.
SEGRE, G. et al. Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
https://blog.longa.com.br/eficiencia-logistica/#:~:text=Normalmente%2C%20considera%2Dse%20uma%20log%
https://blog.longa.com.br/eficiencia-logistica/#:~:text=Normalmente%2C%20considera%2Dse%20uma%20log%
https://blog.longa.com.br/eficiencia-logistica/#:~:text=Normalmente%2C%20considera%2Dse%20uma%20log%
30
Aspectos operacionais do 
transporte marítimo
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado
Leitura crítica: Alcimar Roberto Kowalski
Objetivos
• Analisar os aspectos operacionais do transporte 
marítimo.
• Entender os principais aspectos documentais do 
comércio exterior.
• Compreender especificidades de embalagens, 
multimodalidade e intermodalidade no comércio 
internacional.
31
1. Aspectos operacionais do transporte 
marítimo
A logística internacional é uma atividade normatizada e regulamentada, 
e todos os profissionais que atuam com processos relacionados a ela 
precisam conhecer todas as especificidades a ela relacionadas e quais 
são essas regulamentações que impactam diretamente o ganho de 
eficiência ao longo dos processos. Ressalta-se ainda, que dentre todos 
os modais de transporte existentes, compete ao modal marítimo a 
absorção de cerca de 90% de todos os transportes que são realizados 
em termos de exportações e importações em todo o mundo, então, 
é natural que esse modal acabe também canalizando a maioria da 
atenção em termos de desenvolvimento de novos processos, atividades 
e elementos normatizadores em toda a logística internacional existente.
Ao longo desta unidade serão abordados algumas das principais 
características existentes em relação ao modal marítimo, e o objetivo 
é capacitar você a conhecer um pouco mais das especificidades 
relacionadas ao uso desta importante forma de transporte. Devido ao 
fato de o Brasil ter um extenso litoral, é possível que as empresas de 
praticamente todos os estados se utilizem das saídas portuárias para 
levar suas mercadorias ao exterior ou trazer mercadorias de outros 
países. Nesta unidade serão apresentados aspectos dos principais 
documentos utilizados na logística internacional, sua função e finalidade, 
além de conceitos relacionados às embalagens, multimodalidade e 
intermodalidade no comércio exterior.
1.1 O modal marítimo e suas especificidades
A logística internacional é uma atividade que se encontra em franco 
desenvolvimento em todo o mundo, muitos países estão em busca 
de melhorar os seus processos de comércio internacional e estão 
32
realizando grandes investimentos em infraestrutura portuária para 
melhorar os resultados das suas empresas locais. As empresas também 
têm de compreender a importância de mais eficiência nesses processos, 
pois, ao se focar a eficiência nos processos logísticos, é possível realizar 
entregas mais rápidas e mais baratas, o que ajuda a construir uma 
melhor relação comercial com seus clientes internacionais.
Em termos de importância, é necessário avaliar que todos os modais 
logísticos são relevantes, e cada um tem características próprias que 
influenciam em mais eficiência para alguns tipos de cargas. Entretanto, 
é preciso reconhecer que o modal marítimo tem uma importância 
fundamental, já que ele é utilizado pela maior parte dos transportes de 
cargas internacionais, assim, aproximadamente cerca de 90% de toda a 
logística internacional mundial é realizada pelo modal marítimo.
A respeito do modal marítimo é importante avaliar que ele seja 
operacionalizado são necessárias grandes estruturas portuárias. No Brasil, 
existem hoje mais de 40 portos que realizam o transporte de cargas por 
esse modal,o que ajuda a reforçar ainda mais a relevância do modal para 
as empresas nacionais. Há no nosso país uma série de discussões que 
tratam da busca por mais eficiência em sua infraestrutura portuária, pois 
como grande parte dela é administrada por órgãos públicos acaba sendo 
cara, ineficiente e, muitas vezes, burocrática.
Conhecer como uma infraestrutura portuária é administrada auxilia 
empresas e profissionais a mensurarem qual será o nível de eficiência 
que poderá ser encontrado nela, logo, é importante compreender que 
em termos de administração portuária temos quatro modelos distintos: 
Modelo service port, Modelo tool port, Modelo landlord port e, por 
fim, Modelo private port. No Quadro 1 é possível conhecer como esses 
modelos funcionam e qual sua relação com o setor público e privado.
33
Quadro 1 – Principais características da gestão portuária
Elemento da análise Service Port Tool Port
Landlord 
Port
Private Port
Investimento em 
infraestrutura portuária
Público Público Público Privado
Investimento em 
superestrutura
Público Público Privado Privado
Investimento em 
Equipamentos
Público Público Privado Privado
Operação portuária Público Privado Privado Privado
Administração do porto Público Público Público Privado
Propriedade dos ativos Público Público Público Privado
Fonte: adaptado de Word Bank (2007).
A partir do processo de análise dos modelos de gestão da estrutura 
portuária é possível avaliar que a gestão dos portos “pode afetar 
significativamente a agilidade na capacidade de resposta de prestadores 
de serviços, sua orientação para o mercado, eficiência e autonomia 
na tomada de decisões” (WORD BANK, 2007, p. 11, tradução nossa). 
Observa-se que cada país adota um ou mais modelos de gestão que 
mais se adeque aos seus interesses. No Brasil, por exemplo, há diversos 
modelos de gestão em operação, o que faz com que infraestruturas 
portuárias diferentes acabem concorrendo entre si, gerando mais 
diversidade e oportunidade para empresas e profissionais.
A análise a respeito do melhor tipo de gestão portuária para o Brasil 
deve levar em consideração a existência de quatro grandes grupos 
de interesse: o poder público, os operadores portuários, a classe de 
trabalhadores e, por último, os usuários (empresas e profissionais). 
Cada um desses blocos tem interesses particulares em termos da 
34
operacionalização da infraestrutura portuária, e é necessário que eles 
participem das discussões acerca de construções de novos portos, 
ou ainda, da privatização da infraestrutura que hoje se encontra 
administrada pelo Estado brasileiro. Em se tratando de infraestrutura 
portuárias no Brasil, é sabido que o país conta com grandes portos, e 
entre os maiores destacam-se os seguintes:
1. Porto de Santos (SP) com administração do poder público.
2. Porto de Paranaguá (PR): com administração do poder público.
3. Porto Itapoá (SC): com administração do poder privado.
4. Portonave (SC): com administração do poder público.
5. Porto de Rio Grande (RS): com administração do poder público.
6. DP World Santos (SP): com administração do poder público.
7. Porto Chibatão (AM): com administração do poder público.
8. Porto de Suape (PE): com administração do poder público.
9. Porto de Itajaí (SC): com administração do poder público.
10. Porto de Rio de Janeiro (RJ): com administração do poder público.
Tratar do modal marítimo brasileiro atualmente é impossível sem avaliar 
a importância e a relevância do Porto de Santos, localizado no estado 
de São Paulo, infraestrutura considerada uma das maiores do mundo 
em termos de movimentação de cargas. Segundo estimativas do setor, 
aproximadamente 25% de todo o fluxo do comércio internacional 
realizado por empresas brasileiras passa pelo Porto de Santos em suas 
mais diferentes operações (PORTO DE SANTOS, [s. d.]). Em relatório 
publicado no mês de fevereiro de 2022 a administração do Porto de 
Santos apresenta os números mostrados no esquema da Figura 1.
35
Figura 1 – Principais estatísticas do Porto de Santos para fevereiro 
de 2022
Fonte: Porto de Santos ([s. d.], p. 4).
A busca das empresas pelo Porto de Santos também pode ser explicada 
pela proximidade da estrutura dos principais polos industriais do estado 
de São Paulo – em logística, quanto menor a distância maior será a 
eficiência do transporte, por isso, é natural que os profissionais que 
atuam na área aproveitem a estrutura próxima ao seu estado.
Quando se observa a infraestrutura portuária mundial, avaliamos que a 
Ásia hoje é a região que concentra os maiores portos do mundo, então 
é natural que ela tenha também a maior movimentação de cargas e 
navios, e as rotas comerciais mais disputadas. Em recentes pesquisas 
divulgadas, temos que 15 dos 20 maiores portos mundiais são de 
origem asiática. No Quadro 2 é possível conhecer um pouco mais dos 
cinco maiores portos do mundo:
36
Quadro 2 – Os 20 maiores portos mundiais em 2018
Porto Característica
Porto de Xangai, 
China, com 
42,01 milhões de 
contêineres
O Porto de Xangai é o porto mais movimentado do mundo desde 
2010, quando ultrapassou Singapura para ganhar o título. Em 2016, 
o porto movimentou 37 milhões de TEUs – um recorde mundial na 
época, e o maior administrado por qualquer porto em um ano. 
Porto de Singapura, 
Singapura, com 
36,6 milhões de 
contêineres
Até ser ultrapassado pelo Porto de Xangai, Singapura foi o porto 
mais movimentado do mundo de 2005 a 2010. Atualmente, o 
Porto de Singapura oferece conexões para mais de 600 outros 
portos em 123 países em seis continentes, com 130 mil navios. 
Porto de Shenzhen, 
China, com 
27,74 milhões de 
contêineres
O Porto de Shenzhen é o terceiro maior porto do mundo e o 
segundo maior da China. A região de Shenzhen na China é um 
centro de tecnologia global líder e é muitas vezes referido como o 
Vale do Silício da China. 
Porto de Ningbo-
Zhoushan, China, 
com 26,35 milhões 
de contêineres
Porto originado da fusão de dois portos, Ningbo e Zhoushan, 
acabou se tornando o atual quarto maior porto do mundo – o 
Porto de Ningbo-Zhoushan. 
Porto de Guangzhou, 
China, com 
21,87 milhões de 
contêineres
O Porto de Guangzhou movimentou cerca de 21,87 milhões de 
TEUs registrados em 2018, marcando um aumento de 7,4% em 
relação ao desempenho de 2017. Permitiram-se impulsionar 
acima do porto de Busan e do vizinho porto de Hong Kong. Ele é 
responsável por mais de 70% do volume total de contêineres no 
Porto de Guangzhou. 
Fonte: adaptado de IContainers ([s. d.]).
A relevância da Ásia na disponibilização de uma ampla rede de portos 
denota a relevância da região. A China é atualmente a principal parceira 
comercial do Brasil, por isso, é importante avaliar todas as possibilidades 
logísticas existentes entre os dois países. O desenvolvimento dos 
contêineres possibilitou um grande desenvolvimento do transporte 
marítimo, e a conteinerização contribuiu para que o transporte marítimo 
ganhasse maior relevância no comércio internacional.
37
1.2 Os documentos na logística internacional
A logística internacional demanda diversos processos em que agentes 
públicos e privados acabam se envolvendo para que eles sejam 
concluídos, logo alguns documentos são necessários para garantir 
o cumprimento de regras e normas internacionais nos processos de 
exportação e importação. Os profissionais de logística internacional, por 
sua vez, devem conhecer quais são esses documentos, suas funções 
e principais características a fim de que conduzam esses processos 
logísticos no comércio internacional.
David (2016, p. 231) define que cada um desses documentos
deve ser preenchido de maneira muito específica, dependendo do país 
de destino, do tipo de mercadoria, do meio de transporte, da forma de 
pagamento escolhida pelo exportador e pelo importador, do(s) banco(s) 
envolvido(s) e assim por diante.
Entre os principais documentos utilizados na logística estão os seguintes:
• Fatura Comercial (Commercial Invoice): neste documentoconstam 
dados do exportador, importador, descrição exata do produto 
que está sendo negociado, termos do comércio internacional 
(Incoterm), condições de pagamento, moeda internacional 
utilizada, informações a respeito dos portos de origem e destino, 
endereços e outras.
• Certificado de Origem: documento com as informações que tratam 
da origem do produto, garantindo ao importador benefícios fiscais 
autorizados por acordos internacionais entre o país importador e o 
exportador.
• Packing List (Romaneio): documento que compõe a listagem 
de todos os produtos contidos nas embalagens que serão 
transportadas. Em alguns procedimentos em que as mercadorias 
38
são conferidas fisicamente, esse documento serve de base para a 
conferência e confrontação com o declarado pelo exportador.
• Conhecimento de Embarque (Conhecimento de Carga): o 
conhecimento de embarque é um documento de embarque 
internacional fundamental, usado no caso de transporte oceânico. 
Também é chamado conhecimento de embarque transoceânico; 
seu (quase) equivalente para embarque aéreo é chamado 
conhecimento aéreo (DAVID, 2016, p. 254). O conhecimento de 
embarque muda de nome de acordo com cada modal utilizado: 
para o modal rodoviário ele é chamado de CRT (Roadway Bill), 
para o aéreo ele é chamado de AWB (Airway Bill), para o modal 
ferroviário ele é chamado de TIF (Railway Bill) e para o modal 
marítimo ele é chamado de BL (Ocean Bill of Lading).
O conhecimento de embarque, independentemente do modal de 
transporte a qual ele esteja vinculado, tem um papel fundamental 
nas operações internacionais, e tem diversas funções, entre elas 
funcionar como um contrato dos serviços de transporte. Ele também é 
considerado um recibo da mercadoria, além de ser um certificado de 
título da mercadoria.
1.3 Conceitos dos transportes e embalagens
A logística internacional tem se moldado para atender às necessidades 
das empresas, e a todo momento surgem novos conceitos para 
atender às demandas dos negócios e gerar novas oportunidades. 
Multimodalidade e intermodalidade, por exemplo, são operações que 
utilizam mais de um modal de transporte para atingir a finalidade de 
transporte esperada pelas empresas.
O transporte multimodal pode ser compreendido como a utilização de 
vários modais de transporte como forma de ganhar maior eficiência, 
então uma mesma carga poderá ser transportada por navio, caminhão, 
39
avião e trem com o objetivo de ser entregue mais rapidamente. 
Geralmente, no transporte multimodal é emitido apenas um 
conhecimento de carga, o que torna o processo menos burocrático. Já 
em relação ao transporte intermodal, ele também utiliza no mínimo dois 
modais de transporte, entretanto, nele há a emissão de conhecimentos 
de embarque individuais que devem ser emitidos por cada companhia 
responsável pelo modal em questão.
Um aspecto muito relevante no processo do comércio internacional é a 
embalagem que será utilizada no processo de transporte. As embalagens 
utilizadas no transporte têm várias especificidades que precisam ser 
analisadas pelos profissionais. Veja o Quadro 3, em que constam os 
quatro tipos de embalagens utilizados para proteger produtos.
Quadro 3 – Tipos e especificações das embalagens utilizadas
Tipo de embalagem Definição
Embalagens primárias Esse tipo de embalagem é aquele que têm contato direto com o 
produto, e pode ser feito de papelão, plástico, vidro ou metais. 
Embalagens 
secundárias
Esse tipo de embalagem é utilizado para colocar um conjunto de 
produtos, e geralmente é feito de papelão ou madeira. 
Embalagens terciárias Esse tipo de embalagem é utilizado para acondicionar e 
transportar os produtos até o centro de distribuição. 
Embalagens 
quaternárias
Esse tipo de embalagem é desenvolvido para o transporte 
internacional, por exemplo, os contêineres.
Fonte: elaborado pelo autor.
As definições de embalagem utilizadas no comércio exterior são muito 
próximas aos tipos de embalagem utilizadas nas operações nacionais, 
entretanto, quando se trata de operações internacionais é esperado 
um investimento maior na qualidade das embalagens devido ao tipo de 
transporte, então é importante que elas sejam reforçadas.
O processo de escolha do melhor tipo de embalagem para cada 
organização deve levar em consideração também a existência de 
40
legislações e normas fundamentais para a escolha correta da embalagem 
para cada tipo de operação. Em relação aos aspectos legais, é importante 
que os profissionais de logística compreendam as seguintes leis:
• Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010: essa é a legislação que 
apresenta as normas que devem ser seguidas a respeito da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos e que afeta na escolha que as 
empresas fazem em relação às suas embalagens (BRASIL, 2010).
• Lei nº 9.974 de 6 junho de 2000: apresenta especificações acerca 
da
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o 
transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, 
a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e 
embalagens. (BRASIL, 2000, p. 2)
• Lei nº 9.832 de 14 de setembro de 1999: essa é a lei responsável 
por proibir que as empresas brasileiras façam, em seus produtos,
o uso industrial de embalagens metálicas soldadas com liga de chumbo 
e estanho para acondicionamento de gêneros alimentícios, exceto para 
produtos secos ou desidratados. (BRASIL, 1999, p. 1)
O processo de internacionalização de uma empresa deve envolver 
muitas especificidades acerca da escolha e do tipo de embalagem 
que vai ser utilizada para transportar o produto para o mercado 
internacional. Existem tipos de embalagens que devem ser pensadas 
pelos profissionais para realizar o transporte internacional, e isso 
influencia muito os custos logísticos. Questões relacionadas ao 
acondicionamento do produto ao longo do transporte internacional 
deve ser tema importante no processo de planejamento de exportações 
e importações, porque um produto que não tenha sido muito bem 
embalado pode perder qualidade durante o trajeto. Assim, é essencial 
avaliar todos os tipos de embalagens e como elas podem agregar valor 
às operações de transportes no comércio internacional.
41
Referências
BRASIL. Lei nº 9.832 de 14 de setembro de 1999. Proíbe o uso industrial 
de embalagens metálicas soldadas com liga de chumbo e estanho para 
acondicionamento de gêneros alimentícios, exceto para produtos secos ou 
desidratados. Brasília/DF, 1999. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9832.htm#:~:text=LEI%20No%209.832%2C%20DE,para%20produtos%20
secos%20ou%20desidratados. Acesso em: 20 maio 2022.
BRASIL. Lei nº 9.974 de 6 de junho de 2000. Altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 
1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem 
e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda 
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e 
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de 
agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Brasília/DF, 2000. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9974.htm. Acesso em: 20 
maio 2022. 
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Brasília/DF, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 17 jun. 2022.
DAVID, P. A. Logística internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
ICONTAINERS. Top20 ports in the world. IContainers, [s. d.]. Disponível em https://
www.icontainers.com/top-20-ports-in-the-world/. Acesso em: 20 maio 2022. 
PORTO DE SANTOS. Complexo portuário de Santos. Santos Porto Authority, [s. 
d.]. Disponível em: http://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-
santos/. Acesso em: 20 maio 2022. 
PORTO DE SANTOS. Mensário Estatístico.Fevereiro de 2022. Santos Porto 
Authority, [s. d.]. Disponível em: http://www.portodesantos.com.br/informacoes-
operacionais/estatisticas/mensario-estatistico/. Acesso em: 20 maio 2022. 
WORLD BANK. PortReform Tool Kit. Module 1. Frameworkfor Port Reform. 2007. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9832.htm#:~:text=LEI%20No%209.832%2C%20DE,para%20produtos
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9974.htm
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https://www.icontainers.com/top-20-ports-in-the-world/
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http://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-santos/
http://www.portodesantos.com.br/conheca-o-porto/o-porto-de-santos/
http://www.portodesantos.com.br/informacoes-operacionais/estatisticas/mensario-estatistico/
http://www.portodesantos.com.br/informacoes-operacionais/estatisticas/mensario-estatistico/
42
Padronização nas negociações 
internacionais
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado
Leitura crítica: Alcimar Roberto Kowalski
Objetivos
• Analisar a importância da Câmara de Comércio 
Internacional.
• Entender como a padronização de processos pode 
ser benéfica às operações de comércio internacional.
• Compreender o papel dos Incoterms nas operações 
de exportação e importação.
43
1. Padronizando as operações de comércio 
internacional
Empresas localizadas em todos os países buscam no comércio 
internacional uma grande oportunidade para aumentar o fluxo de 
operações nesse segmento, e é natural que essas empresas acabem 
se deparando com um ambiente de negócios distinto do qual estão 
acostumadas quando negociam internamente em seus países. No 
ambiente internacional é comum que cada país queira fazer valer as 
suas regras particulares em suas negociações, entretanto, essa pressão 
acaba criando um ambiente de instabilidade e, por isso, a padronização 
de processos, documentos e atividades no comércio internacional é algo 
que vem ganhando grande relevância nos últimos anos.
A padronização de operações na logística internacional vem ocorrendo 
desde o início do século XX; à medida que as vendas internacionais 
se intensificaram acabou se tornando comum que grandes entidades 
buscassem na padronização de processos uma forma de facilitar as 
negociações. Assim, surgiram termos que permitiram uma significativa 
melhora nos processos de comércio internacional entre as empresas. 
Ao longo desta unidade, será possível compreender como a Câmara 
de Comércio Internacional tem atuado na busca pela padronização 
dos processos, conceitos e atividades realizadas nas exportações e 
importações. Em especial, serão abordados os aspectos relacionados 
ao International Commercials Terms, ou como são mais conhecidos, 
Incoterms, que são fundamentais nas operações da logística 
internacional realizadas entre empresas de todos os países.
1.1 A atuação da Câmara de Comércio Internacional
O aspecto institucional sempre é muito importante no ambiente de 
negociação internacional; sabe-se que em termos de espaço para 
negociações diplomáticas é comum que os países criem instituições 
que representem os seus interesses, bem como que atuem no 
fortalecimento da sua presença no mercado internacional. Um exemplo 
44
é a Organização Mundial do Comércio, mais conhecida pela sigla 
OMC, criada para representar os interesses dos países no comércio 
internacional, a fim de ter uma representação institucional forte que 
realmente represente os interesses das inúmeras nações que atuam 
no comércio internacional. As empresas também buscavam um espaço 
para expor suas vontades e necessidades, e a Câmara de Comércio 
Internacional acabou catalisando esse processo.
A criação da Câmara de Comércio Internacional ocorreu em 1919, 
época em que existiam inúmeras empresas que atuavam no comércio 
internacional e estavam em busca de melhorar o seu ambiente de 
negócios internacionais, conquistar novos clientes e melhorar seu 
retorno financeiro. A principal missão desta instituição é facilitar o 
comércio internacional entre as empresas como forma de impulsionar o 
desenvolvimento dos países, o fortalecimento econômico e o atendimento 
aos desejos de crescimento dos países (CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013). 
Na Figura 1 é possível observar os quatro itens que compõem a missão da 
Câmara de Comércio Internacional desde a fundação:
Figura 1 – Aspectos da missão institucional da Câmara de Comércio 
Internacional
Fonte: adaptada de ICCWBO ([s. d.], [s. p.]).
45
Ao observar as informações apresentadas na figura é vemos que a 
missão da Câmara de Comércio Internacional está baseada na busca 
pelo fomento ao comércio internacional, pois umas das crenças da 
entidade é que o comércio internacional facilita o desenvolvimento entre 
os países (CHRISTOPHER, 2007). É possível observar que desde o ano da 
fundação da Câmara, a comunidade internacional passou por momentos 
turbulentos da sua história, principalmente em termos de guerras, além 
da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, e por todos os efeitos 
desses acontecimentos (CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013).
O desenvolvimento do comércio internacional promovido pela 
Câmara tem como intuito principal facilitar os processos para que 
mesmo empresas de pequeno porte realizem operações no comércio 
internacional, portanto, as ações realizadas por essa entidade têm 
abrangência mundial (CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013). Por ser uma 
entidade de nível mundial e que congrega empresas e instituições 
empresariais, as ações e projetos realizados pela Câmara acabam 
ganhando maior celeridade do que ações desenvolvidas por outras 
entidades que também comungam do mesmo objetivo.
A Câmara de Comércio Internacional ainda pode ser acessada pelas 
empresas em disputa no comércio internacional como uma entidade 
responsável
por arbitrar ações relacionadas as desavenças ocorridas no comércio 
internacional, ou seja, a entidade serve como campo de disputa para 
favorecer que eventuais problemas entre empresas possam ser resolvidos. 
(CATEORA; GILLY; GRAHAM, 2013, p. 33)
Esse tipo de ação é importante porque o campo do direito internacional 
nem sempre está preparado para resolver pendências ocorridas no 
comércio internacional entre empresas localizadas em diferentes países. 
A principal dúvida que surge nessas situações é a respeito de qual 
legislação utilizar para resolver a situação,
46
se a legislação do país comprador ou a legislação do país vendedor, por 
isso, é muito importante a atuação da Câmara de Comércio Internacional 
como entidade que funcione para arbitrar eventuais situações que possam 
prejudicar as ações de comércio internacional. (CHRISTOPHER, 2007, p. 22)
Em relação ao uso da Câmara como instrumento arbitral no comércio 
internacional é importante avaliar que:
A Arbitragem da ICC pode ser usada como o fórum para a determinação final de 
uma disputa após uma tentativa de solução por outros meios, como a mediação. 
As partes que desejam incluir em seus contratos uma cláusula de resolução 
de disputas em camadas combinando a Arbitragem da ICC com a Mediação da 
ICC devem consultar as cláusulas padrão relacionadas às Regras de Mediação 
da ICC. Outras combinações de serviços também são possíveis. Por exemplo, 
a arbitragem pode ser usada como um substituto para especialistas ou fóruns 
de disputas. Além disso, as partes que recorrem à Arbitragem da ICC podem 
desejar recorrer ao Centro Internacional de ADR da ICC para a proposta de um 
especialista se for necessária uma opinião de especialista durante a arbitragem. 
(ICCWBO, [s. d.], [s. p.])
A atuação da Câmara acabou por se expandir pelo mundo, e a abriu 
uma série de escritórios em vários países com o intuito de aumentar 
o fluxo comercialdas empresas. Atualmente, segundo dados 
apresentados pela própria entidade, é importante considerar que “a 
ICC é a representante institucional de mais de 45 milhões de empresas 
em mais de 100 países com a missão de fazer negócios funcionarem 
para todos, todos os dias e em todos os lugares” (INTERNATIONAL 
CHAMBER OF COMMERCE, [s. d.], [s. p.]). O Brasil conta com uma 
sede da Câmara de Comércio Internacional graças à mobilização das 
empresas nacionais, em especial a Federação das Indústrias de São 
Paulo, que vê a entidade como uma importante representante dos 
interesses empresariais no ambiente internacional.
A busca pela padronização nas operações de comércio internacional é 
a principal missão da Câmara de Comércio Internacional, e a entidade 
47
é a responsável pela criação dos Incoterms, termos utilizados nas 
negociações entre exportadores e importadores que são amplamente 
empregados nas operações de logística internacional. A todos os 
profissionais que estiverem atuando com esse tipo de operação, é 
fundamental conhecer o uso dos Incoterms e suas características.
1.2 Histórico dos Incoterms
O processo de evolução do comércio internacional sempre esteve 
atrelado ao conjunto de problemas e à complexidade que podem surgir 
do processo de negociação. Se hoje, com toda a tecnologia embarcada 
nos processos logísticos, ainda existem diferenças na interpretação 
de normas, antigamente esses problemas eram mais frequentes. 
Considerando essa situação, a Câmara de Comércio Internacional 
resolveu padronizar uma série de atividades e processos logísticos 
para facilitar as operações de comércio exterior, possibilitando aos 
empresários e profissionais realizar suas negociações de maneira 
tranquila e com o mínimo de problemas.
Segundo Noah (2021, p. 22),
as diferenças nas práticas comerciais e interpretações legais entre 
comerciantes de diferentes países necessitavam de um conjunto comum 
de regras, essas regras precisavam ser fáceis para todos os participantes 
para evitar mal-entendidos, disputas e litígios.
A existência de uma entidade como a Câmara ajudou na facilitação das 
operações de comércio exterior com instrumentos que simplificavam 
as operações de exportação e importação. Os Incoterms, criados pela 
Câmara de Comércio Internacional, surgiram então para auxiliar as 
empresas, e é importante avaliar os seguintes aspectos reunidos no 
Quadro 1 apresentado a seguir:
48
Quadro 1 – Aspectos históricos da criação dos Incoterms
Acontecimento Definição
1923: primeira 
sondagem 
acerca da criação 
de termos 
comerciais 
pela Câmara 
de Comércio 
Internacional
Após a criação do ICC em 1919, uma de suas primeiras iniciativas 
foi facilitar o comércio internacional. No início da década de 1920, 
a organização mundial de negócios começou a entender os termos 
comerciais usados pelos comerciantes. Isso foi feito por meio de 
um estudo limitado a seis termos comumente usados em apenas 
13 países. Os resultados foram publicados em 1923, destacando as 
disparidades na interpretação.
1928: melhorou 
a definição dos 
termos
Para examinar as discrepâncias identificadas no levantamento 
inicial foi realizado um segundo estudo. Desta vez, o escopo foi 
ampliado para a interpretação de termos comerciais usados em 
mais de 30 países.
1936: 
apresentação 
das primeiras 
diretrizes para 
profissionais 
do comércio 
internacional
Com base nos achados dos estudos, foi publicada a primeira versão 
das regras do Incoterms®. Os termos incluíam FAS, FOB, C&F, CIF, 
Ex Ship e Ex Quay.
1953: 
crescimento 
do transporte 
ferroviário e 
aumento da 
necessidade de 
padronizar os 
termos para esse 
modal também
Devido à Segunda Guerra Mundial, as revisões suplementares das 
regras dos Incoterms® foram suspensas, e não foram retomadas 
até a década de 1950. A primeira revisão das regras do Incoterms® 
foi então emitida em 1953. Ela trouxe três novos termos comerciais 
para transporte não marítimo. As novas regras incluíam DCP 
(Delivered Costs Paid), FOR (Free on Rail) e FOT (Free on Truck).
1974: aumento 
da importância 
do modal aéreo 
nas operações 
internacionais
O aumento do uso do transporte aéreo deu motivo para outra 
versão dos termos comerciais populares. Esta edição incluiu o novo 
termo FOB Airport (Free on Board Airport). Esta regra teve como 
objetivo dissipar a confusão em torno do termo FOB (Free on Board) 
ao significar o “navio” exato usado.
1980: ajustes dos 
Incoterms para o 
aumento do uso 
dos contêineres
Com a expansão do transporte de mercadorias em contêineres e 
novos processos de documentação, surgiu a necessidade de mais 
uma revisão. Esta edição introduziu o termo comercial FRC (Free 
Carrier...Named at Point), que previa mercadorias não realmente 
recebidas pelo costado do navio, mas em um ponto de recepção em 
terra, como um pátio de contêineres.
49
1990: revisão 
completa dos 
Incoterms e 
ajustes à nova 
realidade do 
mercado
A quinta revisão simplificou o termo Free Carrier, excluindo regras 
para modos de transporte específicos (ou seja, FOR; Free on Rail, 
FOT; Free on Truck e FOB Airport; Free on Board Airport). Considerou-
se suficiente usar o termo geral FCA (Free Carrier… at Named Point). 
Outras provisões foram responsáveis pelo aumento do uso de 
mensagens eletrônicas.
2000: ajustes nos 
Incoterms para 
contemplar as 
obrigações de 
desembaraço 
aduaneiro
A seção “Licença, Autorizações e Formalidades” das regras FAS e 
DEQ Incoterms® foram modificadas para cumprir com a forma 
como a maioria das autoridades alfandegárias trata as questões de 
exportador e importador registrado.
2010: ajustes 
refletindo as 
alterações 
existentes 
no comércio 
internacional
Esta versão consolidou a família D de regras, removendo DAF 
(Delivered at Frontier), DES (Delivered Ex Ship), DEQ (Delivered Ex Quay) 
e DDU (Delivered Duty Unpaid), e adicionando DAT (Delivered at 
Terminal) e DAP (Delivered no lugar). Outras modificações incluíram 
uma maior obrigação de comprador e vendedor de cooperar no 
compartilhamento de informações e mudanças para acomodar 
“vendas de sequências”.
Fonte: ICCWBO ([s. d.], [s. p.]).
O processo de evolução dos Incoterms sempre ocorreu de modo a 
representar o atendimento às novas necessidades dos profissionais da 
logística internacional, com termos bem definidos e aceitos por todos, 
tornando possível definir as responsabilidades que cada parte terá ao 
longo do transporte internacional.
1.3 Incoterms 2020
Em relação aos Incoterms, é importante avaliar que esses termos 
têm especificidades acerca do seu funcionamento, por exemplo, eles 
não podem ser utilizados às legislações aplicáveis a pontos alheios 
a sua abrangência, e não são utilizados para definir as questões de 
pagamento das operações de comércio internacional. Já em relação ao 
que é regulamentado pelos Incoterms, avaliam-se a distribuição dos 
documentos, as condições de entrega da mercadoria e as distribuições 
dos custos da operação, além da distribuição dos riscos das operações 
de exportação e importação. No ano de 2020 foi publicada a última 
50
versão dos Incoterms, atualizada para atender às necessidades das 
empresas. Veja no quadro a seguir:
Quadro 2 – Definição dos Incoterms segundo a Camex
Incoterm Definição
EXW
EX WORKS (named place of delivery)
NA ORIGEM (local de entrega nomeado)
O vendedor limita-se a colocar a mercadoria à disposição do comprador 
no estabelecimento do vendedor, no prazo estabelecido, não se 
responsabilizando pelo desembaraço para exportação nem pelo 
carregamento da mercadoria em qualquer veículo coletor.
FCA
FREE CARRIER (named place of delivery)
LIVRE NO TRANSPORTADOR (local de entrega nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade 
quando entrega a mercadoria desembaraçada para a exportação ao 
transportador ou a outra pessoa indicada pelo comprador, no local 
nomeado do país de origem. Utilizável em qualquer modalidade de 
transporte.
FAS
FREE ALONGSIDE SHIP (named portof shipment)
LIVRE AO LADO DO NAVIO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações no momento em que a mercadoria 
é colocada, desembaraçada para exportação, ao longo do costado do 
navio transportador indicado pelo comprador, no cais ou em embarcações 
utilizadas para carregamento da mercadoria, no porto de embarque 
nomeado pelo comprador. Utilizável exclusivamente no transporte 
aquaviário (marítimo ou hidroviário interior).
51
FOB
FREE ON BOARD (named port of shipment)
LIVRE A BORDO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações e responsabilidades quando a 
mercadoria, desembaraçada para a exportação, é entregue, arrumada, a 
bordo do navio no porto de embarque, ambos indicados pelo comprador, 
na data ou dentro do período acordado. Utilizável exclusivamente no 
transporte aquaviário (marítimo ou hidroviário interior).
CFR
COST AND FREIGHT (named port of destination)
CUSTO E FRETE (porto de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB, o 
vendedor contrata e paga frete e custos necessários para levar a mercadoria 
até o porto de destino combinado. Utilizável exclusivamente no transporte 
aquaviário (marítimo ou hidroviário interior).
CIF
COST, INSURANCE AND FREIGHT (named port of destination)
CUSTO, SEGURO E FRETE (porto de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB, 
o vendedor contrata e paga frete, custos e seguro relativos ao 
transporte da mercadoria até o porto de destino combinado. Utilizável 
exclusivamente no transporte aquaviário (marítimo ou hidroviário 
interior).
CPT
CARRIAGE PAID TO (named place of destination)
TRANSPORTE PAGO ATÉ (local de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FCA, 
o vendedor contrata e paga frete e custos necessários para levar a 
mercadoria até o local de destino combinado.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
52
CIP
CARRIAGE AND INSURANCE PAID TO (named place of destination)
TRANSPORTE E SEGURO PAGOS ATÉ (local de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FCA, o 
vendedor contrata e paga frete, custos e seguro relativos ao transporte da 
mercadoria até o local de destino combinado.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
DAP
DELIVERED AT PLACE (named place of destination)
ENTREGUE NO LOCAL (local de destino nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade 
quando coloca a mercadoria à disposição do comprador, na data 
ou dentro do período acordado, em um local indicado no país de 
destino, pronta para ser descarregada do veículo transportador e não 
desembaraçada para importação. Utilizável em qualquer modalidade de 
transporte. Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em 
trechos do deslocamento.
DPU
DELIVERED AT PLACE UNLOADED (named place of destination)
ENTREGUE NO LOCAL DESCARREGADO (local de destino)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade 
quando a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na 
data ou dentro do período acordado, em local determinado no 
país de destino, descarregada do veículo transportador, mas não 
desembaraçada para importação.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do 
deslocamento.
Termo definido em substituição ao DAT, com a diferença que o DAT 
determinava a “entrega” exclusivamente em terminais de carga, podendo 
o DPU ser utilizado em terminais ou qualquer outro local determinado (por 
exemplo, o armazém do comprador).
53
DDP
DELIVERED DUTY PAID (named place of destination)
ENTREGUE COM DIREITOS PAGOS (local de destino nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade 
quando a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na data 
ou dentro do período acordado, no local de destino designado no país 
importador, não descarregada do meio de transporte. O vendedor, além 
do desembaraço, assume todos os riscos e custos, inclusive impostos, 
taxas e outros encargos incidentes na importação.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do 
deslocamento.
Fonte: adaptado de Camex (2020, p. 2).
A edição de uma resolução por um órgão como a Câmara de Comércio 
Exterior brasileira demonstra como os Incoterms são importantes para a 
logística internacional. Ainda é importante destacar que um órgão como 
a CAMEX busca propiciar um maior direcionamento aos empresários 
e profissionais brasileiros a respeito da utilização destas ferramentas 
(CORONADO, 2013). Um exemplo disso é a proibição de utilização do 
Incoterm DDP por importadores brasileiros dadas as proibições legais 
existentes em termos de desembaraço aduaneiro.
Referências
CATEORA, P. R.; GILLY, M. C.; GRAHAM, J. L. Marketing Internacional. 15. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR – CAMEX. Resolução nº 16, de 2 de 
março de 2020. Dispõe sobre Incoterms e estabelece que nas exportações e 
importações brasileiras serão aceitas quaisquer condições de venda praticadas 
no comércio internacional, desde que compatíveis com o ordenamento jurídico 
nacional. Disponível em: http://www.camex.gov.br/resolucoes-camex-e-outros-
http://www.camex.gov.br/resolucoes-camex-e-outros-normativos/58-resolucoes-da-camex/2669-resolucao-n
54
normativos/58-resolucoes-da-camex/2669-resolucao-n-16-de-2-de-marco-de-2020. 
Acesso em: 20 maio 2022. 
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 2. ed. 
São Paulo: Cengage Learning, 2007. 
CORONADO, O. Logística Integrada: modelos de gestão. 5. reimpressão. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE. Quem somos. ICCBrasil, [s. d.]. 
Disponível em: https://www.iccbrasil.org/icc-brasil/. Acesso em: 20 maio 2022. 
ICCWBO. Our mission. ICC, [s. d]. Disponível em: https://iccwbo.org/about-us/who-
we-are/our-mission/. Acesso em: 20 maio 2022.
NOAH, D. An Introduction to Incoterms. Shipping Solutions, 12 abr. 
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by,international%20trade%20events%20require%20attention. Acesso em: 20 maio 
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http://www.camex.gov.br/resolucoes-camex-e-outros-normativos/58-resolucoes-da-camex/2669-resolucao-n
https://www.iccbrasil.org/icc-brasil/
https://www.shippingsolutions.com/blog/beginners-introduction-to-incoterms#:~:text=Incoterms%20were%
https://www.shippingsolutions.com/blog/beginners-introduction-to-incoterms#:~:text=Incoterms%20were%
https://www.shippingsolutions.com/blog/beginners-introduction-to-incoterms#:~:text=Incoterms%20were%
55
	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Modais da logística internacional e principais entidades 
	Objetivos 
	1. Conhecendo a logística internaciona 
	Referências 
	Estratégias para otimização de custos logísticos 
	Objetivos 
	1. Custos da logística internacional 
	Referências 
	Aspectos operacionais do transporte marítimo 
	Objetivos 
	1. Aspectos operacionais do transporte marítimo 
	Referências 
	Padronização nas negociações internacionais 
	Objetivos 
	1. Padronizando as operações de comércio internacional 
	Referências

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