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Tópico 07 Química Geral e Inorgânica Reações Químicas 1. Introdução A Química é a ciência da transformação. Boa parte da atividade dos químicos consiste em estudar as propriedades das substâncias e as transformações químicas (reações químicas) das quais elas podem (ou não) tomar parte. Esse módulo oferece a você uma visão geral dos principais tipos de reações químicas envolvendo substâncias inorgânicas. É importante lembrar que: Uma reação química (ou transformação química) é um acontecimento em que uma ou mais substâncias se transformam em uma ou mais novas substâncias. Equação química é a representação gráfica de uma reação química. Lembre-se também que: Para escrever corretamente uma equação química, devemos, primeiramente, escrever as fórmulas dos reagentes (antes da seta) e dos produtos (depois da seta). Tais fórmulas devem conter os índices de atomicidade corretos. Finalmente, devemos fazer o balanceamento da equação, que consiste em colocar os coeficientes da equação de tal modo que o número de átomos de certo elemento seja igual em ambos os membros. 2. Tipos de reação Adição ou síntese Os flashes fotográficos usados nos primórdios da fotografia envolviam a combustão do magnésio. Neles, uma chama desencadeava a reação entre pó de magnésio metálico e gás oxigênio, que produz óxido de magnésio. Simultaneamente, é produzida intensa luz branca, usada para iluminar a cena fotografada. 2 Mg (s) + O (g) → 2 MgO Uma reação que apresente dois ou mais reagentes e apenas um produto é denominada reação de adição ou síntese. Decomposição ou análise Ao aquecer o dicromato de amônio, (NH ) Cr O sólido, ele se transforma em gás nitrogênio, trióxido de dicrômio sólido e vapor de água. É liberada uma luz alaranjada característica, que, por lembrar a erupção de um vulcão, fez com que essa experiência ficasse conhecida como o “vulcãozinho de dicromato”. Nota: Em uma equação química: (s) indica sólido; (l) indica líquido; (g) indica gasoso; (aq) indica aquoso 2 4 2 2 7 A reação em questão pode ser representada pela seguinte equação química: (NH ) Cr O (s) → N (g) + Cr O (s) + 4 H O (g) Uma reação que apresente um só reagente e dois ou mais produtos é classificada como reação de decomposição ou análise. Deslocamento ou simples troca Adicionando um pedaço de ferro em um tubo de ensaio com solução aquosa de HCl, verifica-se a liberação de bolhas de gás hidrogênio e a gradual corrosão do ferro, que vai “desaparecendo”. Esse processo pode ser equacionado da seguinte maneira: Em uma reação de deslocamento ou simples troca, há dois reagentes e dois produtos. Entre os dois reagentes, um é substância inorgânica simples e o outro é uma substância inorgânica composta; com os produtos acontece o mesmo. Dupla troca Ao misturar uma solução aquosa de nitrato de chumbo (II), Pb(NO ) , e uma de iodeto de potássio, KI, ambas incolores, ocorre a reação equacionada a seguir: 4 2 2 7 2 2 3 2 3 2 Diz-se que uma reação é de dupla troca quando há dois reagentes e dois produtos, todos substâncias inorgânicas compostas, e ocorre uma espécie de “troca”, conforme indicam as setas na equação do exemplo anterior. Classificando as reações da chuva ácida Considere um grande centro urbano. A chuva nesses locais contém ácidos, que aparecem como consequência da poluição de veículos automotores e de indústrias. Um desses ácidos é o sulfúrico (H SO ), que se forma a partir da queima de carvão mineral ou dos derivados do petróleo. A presença de H SO na chuva pode causar inúmeros problemas, entre os quais a corrosão do ferro e do mármore. Tal corrosão se deve às reações do ácido com o ferro metálico (Fe) e com o carbonato de cálcio (CaCO ), principal constituinte do mármore. Finalmente, o ácido carbônico produzido nesta última reação, que é instável, sofre decomposição. 2 4 2 4 3 3. Condições de ocorrência de reações de deslocamento envolvendo metais É possível observar reações químicas entre o ácido clorídrico e o zinco e entre o ácido clorídrico e o ferro (esquerda). Tais reações não ocorrem com os metais cobre e ouro (direita). Condições de ocorrência de reações de deslocamento envolvendo metais. A análise microscópica dos experimentos à esquerda indica a ocorrência de uma reação de deslocamento (simples troca). Nos experimentos à direita, não ocorre reação de deslocamento. Por que o cobre e o ouro não conseguem deslocar o hidrogênio do ácido? A resposta está na baixa reatividade do cobre e do ouro quando comparada com a reatividade do hidrogênio. Vamos chamar de reatividade de um elemento a capacidade que ele possui para deslocar outro em uma reação de deslocamento. Por meio de muitas experiências desse tipo, os químicos puderam construir uma fila de reatividade envolvendo os metais e o hidrogênio. Podemos dizer, então, que a condição para que ocorra uma reação de deslocamento é que seja obedecida a fila de reatividade. Por exemplo: Zn + NiSO → Ni + ZnSO Reatividade: Zn > Ni Zn + CuSO → Cu + ZnSO Reatividade: Zn > Cu Ni + ZnSO → Não ocorre Reatividade: Ni < Zn Ni + CuSO → Cu + NiSO Reatividade: Ni > Cu Cu + ZnSO → Não ocorre Reatividade: Cu < Zn Cu + NiSO → Não ocorre Reatividade: Cu < Ni 4. Condições de ocorrência de reações de deslocamento envolvendo não – metais O cloro (Cl ) é uma substância amarelo-esverdeada gasosa nas condições ambientes. Sua solução, de coloração amarelo-clara, é chamada de água de cloro. 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 O bromo (Br ) é uma substância castanha, líquida nas condições ambientes. Sua solução aquosa, de cor alaranjada, é denominada água de bromo. Observe os experimentos a seguir. 1º experimento: Dissolveu-se o sólido branco brometo de sódio em água, obtendo-se uma solução incolor. A ela, adicionou-se água de cloro. Observou-se o aparecimento de uma coloração alaranjada. Uma análise química detalhada revelou que o cloro foi consumido e que bromo foi formado. Condições de ocorrência de reações de deslocamento envolvendo não – metais. A interpretação dada pelos químicos é de que o cloro desloca o bromo, numa reação que pode ser assim equacionada: 2 A ocorrência de reação indica que o cloro é mais reativo que o bromo. 2º experimento: Dissolveu-se o sólido branco cloreto de sódio em água, obtendo- se uma solução incolor. A ela, adicionou-se água de bromo. Nenhuma evidência de reação foi observada e, de fato, uma análise química revela que não ocorreu nenhuma transformação química. Nenhuma evidência de reação foi observada. A não ocorrência de reação indica que o bromo é menos reativo que o cloro. Fundamentados em experiências como as apresentadas, os químicos construíram uma fila de reatividade para os não – metais. Resumindo As leis que regem as reações de deslocamento se resumem em duas filas de reatividade: a dos metais e a dos não – metais. Lembre-se de que: Um membro de uma dessas filas, se for mais reativo, desloca outro elemento, membro da mesma fila. Um membro de uma fila nunca deslocará um membro da outra. Reações relevantes envolvendo a fila de reatividade dos metais são dos tipos: Metal 1 + sal 1 → metal 2 + sal 2 Metal + ácido → H + sal Reações relevantes envolvendo a fila dos não-metais são do tipo: Não-metal 1 + sal 1 → não-metal 2 + sal 2 Metais que reagem com água Os metais alcalinos e alcalinos terrosos (exceto o Mg) reagem rapidamente com a água, à temperatura ambiente, produzindo hidrogênio gasoso e liberando muito calor: 2 O magnésio e os metais mais comuns em nosso cotidiano (o zinco e o ferro, por exemplo), aquecidos, reagem com o vapor de água, formando óxido e liberando hidrogênio. Mg (s) + H O (g) → MgO (s) + H (g) Zn (s) + H O (g) → ZnO (s) + H (g) 3 Fe (s) + 4 H O → Fe O (s) + 4 H (g) Metais nobres, como o ouro, por exemplo, não reagem com a água nem quando aquecidos. 5. Condições de ocorrência de reações de dupla troca Ocorrem em três circunstâncias: Reagentes solúveis formando,ao menos, um produto insolúvel. Reagentes não voláteis formando, ao menos, um produto volátil. Reagentes muito dissociados/ionizados formando, ao menos, um produto pouco dissociado/ionizado. Reações de dupla troca com precipitação 1º experimento: Ao adicionarmos uma solução aquosa de AgNO , que é incolor, a uma solução aquosa de NaCl, que também é incolor, a observação macroscópica que se faz é que ocorre uma precipitação, isto é, a formação de uma substância insolúvel. 2 2 2 2 2 3 4 2 3 Essa substância é branca e uma análise de sua composição química revela que se trata do cloreto de prata. Uma maneira de equacionar a reação química ocorrida é mostrada a seguir. O NaNO é um composto solúvel em água e o AgCl, um composto insolúvel em água. Este último é o precipitado observado, o que se indica com ↓. Nessa reação de dupla troca, ocorre precipitação de AgCl. Outra maneira de se escrever a equação, mais completa, é com a indicação dos estados físicos: AgNO (aq) + NaCl (aq) → NaNO (aq) + AgCl (s) 2º experimento: Repetindo o procedimento do experimento anterior, porém utilizando uma solução aquosa de KNO no lugar de AgNO , a observação macroscópica que se faz é de que não ocorre precipitação, ou seja, não se forma produto insolúvel. O que se vê é simplesmente que dois líquidos incolores são misturados e, ao final, tem-se um único líquido incolor. Uma análise química mais detalhada revela que nenhuma nova substância foi formada, ou seja, não ocorreu reação química. Nesse segundo caso, a reação de dupla troca não acontece, porque, entre os possíveis produtos, nenhum é insolúvel, ou seja, nenhum precipita. Uma reação de dupla troca pode acontecer desde que tenhamos reagentes solúveis e, ao menos, um produto insolúvel. 3 3 3 3 3 Precipitados mais comuns Nas questões envolvendo reações de dupla troca, alguns dos precipitados mais comuns são: Agl AgBr AgCl Al(OH) BaCO BaSO CaCO CaSO Mg(OH) PbBr PbCl Pbl Hidróxidos de metais de transição Linhas gerais (e bem simplificadas) da solubilidade de sais em água São geralmente solúveis os sais contendo o ânion Exceções importantes (insolúveis) NO (nitrato) _ CH COO (acetato) _ Cl (cloreto) Se o cátion for Ag , Hg ou Pb Br (brometo) Se o cátion for Ag , Hg ou Pb I (iodeto) Se o cátion for Ag , Hg ou Pb SO (sulfato) Se o cátion for Ca , Sr , Ba , Hg ou Pb 3 3 4 3 4 2 2 2 2 3 – 3 – – + 2 2+ 2+ – + 2 2+ 2+ – + 2 2+ 2+ 4 2- 2+ 2+ 2+ 2 2+ 2+ Linhas gerais (e bem simplificadas) da solubilidade de sais em água São geralmente insolúveis os sais contendo Exceções importantes (solúveis) S (sulfeto) Se o cátion for NH , alcalino ou alcalino-terroso CO (carbonato) Se o cátion for NH ou alcalino PO (fosfato) Se o cátion for NH ou alcalino Reações de dupla troca com formação de substância volátil Adicionando uma solução aquosa de ácido sulfúrico diluído a uma de carbonato de sódio, observa-se imediatamente que se inicia a liberação de bolhas de gás, ou seja, começa uma efervescência, que prossegue por alguns segundos. Ao misturar as soluções, os íons H se combinam com os íons CO , formando ácido carbônico, H CO , que, sendo instável, se decompõe em gás carbônico e água. Ao misturar as soluções, os íons H se combinam com os íons CO , formando ácido carbônico, H CO , que, sendo instável, se decompõe em gás carbônico e água. A reação de dupla troca pode ser assim equacionada: 2- 4 + 3 2- 4 + 4 3- 4 + + 3 2- 2 3 + 3 2- 2 3 E a decomposição do ácido carbônico: em que o símbolo ↑ indica saída da substância na fase gasosa. Assim, o processo total pode ser representado, de uma maneira mais completa, pela equação: H2SO4 (aq) + Na2CO3 (aq) → Na2SO4 (aq) + H2O (l) + CO2 (g) O exemplo discutido ilustra a seguinte generalização: Uma reação de dupla troca pode acontecer mesmo sem haver precipitação. Para isso, basta que tenhamos reagentes não- voláteis e, ao menos, um produto Substâncias voláteis importantes que você precisa conhecer H S (g) CO (g) – Se uma reação produz H CO , substitua-o por H O (l) + CO (g). HCN (g) SO (g) – Se uma reação produz H SO , substitua-o por H O (l) + SO (g). NH (g) – Se uma reação produz NH OH, substitua- o por NH (g) + H O (l). 2 2 2 3 2 2 2 2 3 2 2 3 4 3 2 Reações de dupla troca com formação de produto menos dissociado Há uma terceira situação em que também é possível ocorrer uma reação de dupla troca. No entanto, essa situação é mais difícil de entender que as duas anteriores, pois não apresenta evidência macroscópica visual de que tenha ocorrido reação. Considere a reação entre soluções de ácido clorídrico, HCl, e acetato de sódio, Na(CH COO). Na reação, os íons H+ e CH COO se combinam formando um ácido fraco CH COOH, pouco ionizado. O processo pode ser assim equacionado: Representando com os estados físicos, temos: HCl (aq) + Na(CH COO) (aq) → NaCl (aq) + CH COOH (aq) Apesar de não haver nenhuma evidência visual de que tenha ocorrido reação química, pode-se demonstrar que realmente ela aconteceu utilizando medidas de condutividade elétrica, pois, como você deve estar lembrado, um ácido forte (no caso, o HCl) em solução conduz melhor a corrente elétrica do que um ácido fraco (no caso, o CH COOH). Esse exemplo ilustra que: 3 3 – 3 3 3 3 Uma reação de dupla troca também pode ocorrer se, entre os produtos, figurar um eletrólito mais fraco que os reagentes, isto é, um ácido mais fraco ou uma base mais fraca. Utilidades do bicarbonato de sódio (NaHCO ) estão relacionadas com as reações de dupla troca Quando o bicarbonato de sódio reage com um ácido, ocorre a liberação de gás carbônico (efervescência): Você mesmo pode observar a efervescência adicionando bicarbonato de sódio sólido (adquirido em farmácias) a uma porção de vinagre ou suco de limão. A reação com ácidos explica por que o NaHCO pode ser usado em fermentos, extintores de incêndio e como antiácido estomacal. Antiácido estomacal: ao ser ingerido, o NaHCO reage com o HCl presente no estômago, combatendo a acidez estomacal e a azia. Fermento para massas: além do NaHCO contém também outro composto, de características ácidas. Na reação entre ambos, que ocorre quando dissolvemos o fermento em água ou leite, ocorre liberação de CO , que faz a massa se expandir e ficar fofa. Extintor de incêndio de “espuma química”: quando o extintor é virado de cabeça para baixo, o H SO contido num recipiente em seu interior entra em contato com o NaHCO , produzindo CO . O CO não é combustível e sai misturado com a solução, formando uma espuma, que é usada para apagar o fogo. A espuma contém íons dissolvidos, portanto, 3 3 3 3, 2 2 4 3 2 2 conduz a corrente elétrica. Assim, esse tipo de extintor não pode ser usado em equipamentos ligados à rede elétrica. 6. Reações de neutralização Reações de neutralização total Vamos considerar o cloreto de sódio (sal) como primeiro exemplo. Em laboratório, verifica-se que é possível produzi-lo por meio da reação química entre uma solução aquosa de HCl e outra de NaOH. Ao misturar ambas as soluções, também se verifica que, dependendo das quantidades de HCl e NaOH presentes nas soluções misturadas, a solução resultante pode ser ácida, básica ou neutra. Neste momento, vamos nos ater a uma dessas três situações. Imagine que a quantidade de moléculas de HCl presentes numa dessas soluções misturadas seja exatamente igual à quantidade de partículas de NaOH presentes na outra. Nesse caso, verifica-se que a solução resultante é neutra. Mais do que isso, se deixarmos a água evaporar completamente, verificaremos que restará um resíduo sólido branco no recipiente. Uma análise química desse resíduo mostra que se trata de cloreto de sódio. Uma análise química desse resíduo mostra que se trata de cloreto de sódio. Quando misturamos as duas soluções conforme descrito acima, ocorre uma reação entre os íons H eOH , formando água. Essa reação é chamada de neutralização: Como você pode perceber, a neutralização faz com que os íons H+ e OH- presentes em solução se transformem em água e, dessa forma, permaneçam em solução apenas os íons Na+ e Cl-. A reação em questão pode ser representada pela seguinte equação química: Se, após a mistura das soluções, evaporarmos completamente a água, restará no fundo do recipiente um sólido branco, cuja fórmula é NaCl. Esse composto pertence ao grupo de substâncias chamadas de sais. Outros exemplos de neutralização total podem ser assim equacionados: Reação entre ácido sulfúrico e hidróxido de sódio na proporção 1 : 2 . + – Reação entre ácido clorídrico e hidróxido de cálcio na proporção 2 : 1 . Em uma neutralização total ácido-base, todos os H provenientes do ácido e todas as OH provenientes da base reagem formando H O. Reações de neutralização parcial As reações de neutralização que discutimos até aqui são chamadas de reações de neutralização total. No entanto, há também outras, que denominaremos reações de neutralização parcial. Na neutralização parcial, nem todos os hidrogênios ionizáveis do ácido ou nem todas as hidroxilas da base são neutralizadas. Neutralização parcial do ácido Como já vimos, para ocorrer a neutralização total, deve haver uma proporção adequada entre a quantidade dos participantes, proporção que é indicada pelos coeficientes da equação química corretamente balanceada. Quando o H SO e NaOH tomam parte em uma reação de neutralização total e a água é evaporada da solução final, obtém- se um sólido cristalino, o sulfato de sódio, Na SO . Se esse processo for repetido, porém reduzindo-se à metade a + – 2 2 4 2 4 quantidade de NaOH inicialmente presente na solução básica, verifica-se que o resíduo sólido final tem fórmula NaHSO . Reação entre ácido sulfúrico e hidróxido de sódio na proporção na proporção 1 : 1. Quando H2SO4 e NaOH reagem na proporção 1 : 1, há neutralização parcial do ácido, que forma um hidrogeno-sal. Veja outros exemplos: Neutralização parcial do H2CO3 pelo NaOH: H2CO3 (aq) + NaOH (aq) → NaHCO3 (aq) + H2O (l) Neutralização parcial do H3PO4 pelo KOH: H3PO4 (aq) + KOH (aq) → KH2PO4 (aq) + H2O (l) Então, após esses exemplos, podemos conceituar: Na neutralização parcial de um ácido por uma base, nem todos os hidrogênios ionizáveis reagem com OH . O sal formado, um hidrogeno-sal, conterá hidrogênio (s) ionizável (is). Neutralização parcial da base Se realizarmos a reação de neutralização total entre HCl e Ca(OH) e, ao final, evaporarmos a água da solução, obteremos o sólido cloreto de cálcio, CaCl . Porém, repetindo esse 4 – 2 2 procedimento com metade da quantidade de ácido, verifica-se que o sólido cristalino obtido tem composição Ca(OH)Cl. Reação entre ácido clorídrico e hidróxido de cálcio na proporção 1 : 1. Quando HCl e Ca(OH) reagem na proporção de 1 : 1, há neutralização parcial da base, que forma um hidroxi-sal. Assim, podemos dizer que: Na neutralização parcial de uma base por uma ácido, nem todas as hidroxilas reagem com H . O sal formado, um hidroxi- sal, conterá hidroxila (s). 7. Reações de oxirredução Uma maneira simples de obter hidrogênio em laboratório é por meio da reação entre zinco metálico e uma solução aquosa e ácido clorídrico. Nessa reação, a corrosão do zinco ocorre porque átomos desse metal, presentes no sólido, ao perderem elétrons para os íons H (aq), transformam-se em íons Zn (aq), que deixam o sólido e migram para a solução, provocando a corrosão da lâmina. 2 + + 2+ O conceito de oxidação e o de redução Denomina-se redução o ganho de elétrons por uma espécie química. Por exemplo, cada íon H (aq) ganha 1 elétron: 2 H (aq) + 2 e → H (g) Em Química, há vários processos que, como o equacionado anteriormente, envolvem a transferência de elétrons. Denomina-se oxidação a perda de elétrons por uma espécie química. Por exemplo, na reação com H+, cada átomo de zinco perde 2 elétrons; Zn (s) → Zn (aq) + 2 e Já o processo oposto ao da oxidação é denominado redução. Denomina-se redução o ganho de elétrons por uma espécie química. Por exemplo, cada íon H (aq) ganha 1 elétron: 2 H (aq) + 2 e → H (g) Oxidação (agente redutor) A entidade química que perde elétrons sofre oxidação e o valor do seu Nox se torna maior. Uma vez que essa entidade química doa os seus elétrons para outra, ela provoca uma redução e, por isso, a substância em que ela se encontra é um agente redutor ou substância redutora. Redução (agente oxidante) + + – 2 2+ – + + – 2 A entidade química que ganha elétrons sofre redução e o valor do seu Nox se torna menor. Uma vez que essa entidade química recebe elétrons de outra, ela provoca uma oxidação e, por isso, a substância em que ela se encontra é considerada um agente oxidante ou substância oxidante. 1º exemplo: Tome nota Oxidação e redução ocorrem ao mesmo tempo, não existindo uma sem a outra, pois o total de elétrons perdidos por uma espécie química deve ser igual ao total de elétrons ganhos por outra espécie, ou seja, o número de elétrons permanece inalterado. 2° exemplo: 3º exemplo: Auto – oxirredução ou desproporcionamento Reações em que uma mesma entidade de determinada substância sofre, em parte, oxidação e, em parte, redução. Exemplo: O Cl perdeu elétrons, logo, sofreu oxidação; O Cl ganhou elétrons, logo, sofreu redução; O KClO3 é o agente redutor ou substância redutora, pois provocou a redução; O KClO3 é o agente oxidante ou substância oxidante, pois provocou a oxidação. Método redox de balanceamento de equações químicas Esse método, também chamado método de variação do número de oxidação, baseia-se no seguinte princípio: Tome nota O número de elétrons perdidos pelo agente redutor é igual ao número de elétrons ganhos pelo agente oxidante. Às vezes, aparecem equações iônicas. Nesse caso, o procedimento é o mesmo. Ao final do balanceamento, poderão ser utilizadas as cargas dos íons, as quais serão úteis para conferir se a carga do 1º membro está igual à carga do 2º membro (Princípio da Conservação da Carga), ou mesmo para determinar algum coeficiente. Algumas vezes, ocorrem equações de autorredox. Nesse caso, só serão tomadas as substâncias do 2º membro, ou seja, o cálculo do Δt será feito no produto oxidado e no produto reduzido. Se, na equação, átomos de um mesmo elemento aparecem “fora da linha de redox”, deverá ser calculado o Δt somente naquele átomo que apresentar Nox diferente dos demais átomos desse elemento. Procedimentos para o balanceamento: Em primeiro lugar, observar os elementos cujos átomos apresentam variação do Nox; Em seguida, calcular a variação total do Nox (Δt) do átomo do elemento oxidado ou reduzido. Use a fórmula seguinte: Fixados os coeficientes por redox, isto é, pelos valores dos Δt encontrados, prosseguir o balanceamento, usando o “método das tentativas” até o seu final. Exemplo 1: 1- Primeiramente, determinamos a variação do Nox dos elementos que sofreram oxidação e redução do 1º para o 2º membro. 2- Multiplicamos o Δ de cada um deles pela atomicidade (nesse caso igual a 1): 3- Invertemos e colocamos o Δt do enxofre como coeficiente do nitrogênio e o Δt do nitrogênio como coeficiente do enxofre. 4- Usando o “método das tentativas”, efetuamos o balanceamento, inicialmente dos elementos que sofreram oxidação e redução e, posteriormente, dos demais elementos. Exemplo 2: 1- Primeiramente, determinamos a variação do Nox dos elementos que sofreram oxidação e redução do 1º para o 2º membro. 2- Multiplicamos o Δ de cada um deles pela atomicidade. Δt = 8 x 1 = 8 Δt = 3 x 1 = 3 3- Invertemos e colocamos o Δt do cobre como coeficiente do nitrogênio e o Δt do nitrogênio como coeficiente do cobre. 4- Usando o “método das tentativas”, efetuamos o balanceamento, inicialmente, dos elementos que sofreram oxidação e redução e, posteriormente, dos demais elementos. S NEntenda: 8. Conclusão As Reações Químicas são o resultado de ações entre substâncias que, geralmente, formam outras substâncias. Assim, as moléculas presentes nessas substâncias sofrem alterações, gerando novas moléculas. Por sua vez, os átomos dos elementos permanecem inalterados. As reações químicas (com presença de substâncias reagentes e resultantes) são classificadas de quatro maneiras, a saber: Reações de Síntese ou Adição (A+B → AB): corresponde à reação entre duas substâncias reagentes, gerando uma mais complexa, por exemplo: C + O → CO . Reações de Análise ou de Decomposição (AB → A+B): corresponde à reação onde uma substância reagente se divide em duas ou mais substâncias simples, por exemplo: 2HGO → 2HG + O . Essa decomposição pode ocorrer de três maneiras: pirólise (decomposição do calor), fotólise (decomposição da luz) e eletrólise (decomposição da eletricidade). 2 2 2 Reações de Deslocamento ou de Substituição ou de Simples Troca (AB+C → AC+B ou AB+C → CB+A): corresponde à reação entre uma substância simples e outra composta, levando à transformação da substância composta em simples, por exemplo: Fe + 2HCl → H + FeCl . Reações de Dupla-Troca ou de Dupla Substituição (AB+CD → AD+CB): correspondem às reações entre duas substâncias compostas que permutam entre si os elementos químicos, gerando duas novas substâncias compostas, por exemplo: NaCl + AgNO → AgCl + NaNO . Tem especial relevância no cotidiano também, as reações de neutralização e as reações que envolvem transferência de elétrons. 9. Referências 1. ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013 e edições anteriores. xxii, [110], 922 p. 2. BROWN, T. L.; LeMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012 e edições anteriores. 972p 3. KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. Química geral e reações químicas. Vol. 1. 9.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015 e edições anteriores. 4. KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. Química geral e reações químicas. Vol. 2. 9.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015 e edições anteriores 2 2 3 3 Parabéns, esta aula foi concluída! Mínimo de caracteres: 0/150 O que achou do conteúdo estudado? Péssimo Ruim Normal Bom Excelente Deixe aqui seu comentário Enviar