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Fundamentos Teóricos eFundamentos Teóricos e Práticos do Ensino dePráticos do Ensino de CiênciasCiências AUTORIA Flávio Fraquetta Bem vindo(a)! As demandas da Educação Básica se alteram na medida em que a sociedade evolui e isso exige que os pro�ssionais que nela atuam busquem constante aperfeiçoamento. Não podemos deixar de discutir nesse cenário educacional a importância da utilização no Ensino de Ciências de metodologias que provocam a aprendizagem cientí�ca de uma forma mais envolvente e atualizada, que leve o aluno ao centro do processo de ensino e de aprendizagem. Com isso, caro aluno, o foco nesse momento de estudo é oferecer a você procedimentos metodológicos para o Ensino das Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, promovendo uma análisedas relações entre os conhecimentos cientí�cos e o dia a dia dos alunos, buscando discutir como a alfabetização cientí�ca pode contribuir para o desenvolvimento de posturas e valores pertinentes às relações entre os seres humanos, o conhecimento e o ambiente. Nesse sentido, esse material está dividido em quatro unidade no intuito de ofertar subsídios necessários para uma atuação de excelência ao futuro docente da disciplina de Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na unidade I tratremos sobre a “Ciência: Características, classi�cação e métodos”, fazendo-se necessário uma percepção acerca “das ciências e os métodos cientí�cos”, “etapas do método experimental” e “conhecimento cotidiano, �losó�co, teológico e cientí�co”. Pretendemos na unidade IIpromover um estudo sobre o “Currículo”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca do “Currículo como plano de experiência a ser desenvolvida na escola”, do “Currículo como instrumento de descrição e melhoria das classes de alunos” e “do Projeto cultural da escola”. Ainda, na unidade III, tratremos sobre os “Recursos para as aulas de ciências”, promovendo uma percepção acerca do “Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências e das “Concepções epistemológicas do professor como um dos determinantes do processo de ensino e de aprendizagem”. Por �m, na unidade IV, abordaremos os “Parâmetros Curriculares Nacionais”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca da “Estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os objetivos do Ensino Fundamental”, um “Breve histórico do ensino de Ciências Naturais”, os “Parâmetros Curriculares Nacionais e as Ciências Naturais e os Temas Transversais” e a “Avaliação da Aprendizagem e os Recursos Alternativos de Avaliação”. No �nal de cada unidade, você aluno, encontra indicações de livros e �lmes que ajudarão na aprendizagem dos conhecimentos a cerca dos temas abordados, ou outros materiais relacionados ao assunto proposto. Com isso, nossa pretensão é que esse material seja capaz de oferecer ferramentas essenciais para o aprendizado e a compreensão dos conceitos relacionados ao desenvolvimento de novas metodologias para o Ensino de Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Muito obrigado e bom estudo! Unidade 1 Ciência: Características, Classi�cação e Métodos AUTORIA Flávio Fraquetta Introdução Para o desenvolvimento da sociedade atual, é indispensável não pensarmos na produção do conhecimento humano. Não conseguimos pensar hoje em um mundo onde não haja a nossa disposição a energia elétrica, a água encanada, os meio de locomoção, o avança da medicina, os dispositivos móveis e seus amplos aplicativos, até mesmo as ferramentas tecnológicas que permeiam no ensino a distância, por exemplo. Nesse sentido, vale ressaltar que a Ciência tem como um de seus objetivos, suprir cada vez mais as necessidades da vida hoje, de forma limpa e consciente. Com isso, caro aluno, nesse capítulo tratremos sobre a “Ciência: Características, classi�cação e métodos”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca “das ciências e os métodos cientí�cos”, “etapas do método experimental” e “conhecimento cotidiano, �losó�co, teológico e cientí�co”. Nosso primeiro tópico tratará da conceitualização do que é Ciência, assim como diferenciar o conhecimento cientí�co do senso comum, apresentando os tipos de Ciências e os diferentes métodos cientí�cos. Em seguida, o segundo tópico abordará as etapas do método experimental, sobretudo apresentando sua importância e sua aplicação. O terceiro tópico discorrerá sobre os quatro níveis que conhecimento humano pode apresentar, o conhecimento cotidiano, o conhecimento �losó�co, o conhecimento teológico e conhecimento cientí�co. Senso assim, essa Unidade propõe mostrar a você, aluno, as características do conhecimento cientí�co e do conhecimento do cotidiano e as diferenças pertinentes a essas duas formas de conhecimento quando aplicadas no ensino de Ciências. Para contribuir ainda mais com seus estudos, essa Unidade conta com textos complementares assim como material complementar que enriqueceram seus conhecimentos. Bons estudos! As Ciências e os Métodos Cientí�cos AUTORIA Flávio Fraquetta O homem desde o início dos tempos procura interpretar os acontecimentos que os cercam, buscando conhecer e explicar o meio a qual está inserido, assim como os fenômenos de seu dia a dia. Nesse sentido, a Ciência, em sua dimensão, tem como �nalidade formular esclarecimentos cada vez mais con�áveis de como o mundo natural funciona. Quando falamos em Ciências, o mais comum entre as pessoas é pensar em experiência, em laboratório, na natureza, no meio ambiente, alguém que fala com autoridade, que inventa coisas, nas fórmulas e problemas, ou até mesmo em tecnologia. Porém, faz se necessário esclarecer o signi�cado de Ciências. Para Trujillo (1974, p. 11), a “Ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar”. Os estudos de Armstrong e Barboza (2012, p. 24) apontam que “a Ciência é uma forma de conhecimento sistemática que busca explicar os fundamentos da natureza por meio de um trabalho racional, […] mediante instrumentos, técnicas e procedimentos[…]”. Nessa perspectiva, o conhecimento é a forma com qual o homem explica a realidade, entende a si mesmo e interpreta o mundo e tudo o que ocorre ao seu redor. Logo, se a Ciência é uma forma de conhecimento, devemos sobretudo, independentemente das várias formas para explicar o processo do conhecimento, conhecer os dois tipos essenciais que são “o conhecimento do senso comum” e o “conhecimento cientí�co”. Dentre muitos autores que compartilham das ideias de senso comum, Aranha e Martins (1993, p. 127) consideram que, o senso comum é “um conhecimento espontâneo, é um saber resultante das experiências levadas a efeito pelo homem ao enfrentar os problemas da existência”. Assim, o senso comum, também chamado de “saber popular” é composto de saberes produzidos pela manifestação do conhecimento cotidiano, como por exemplo, às ervas medicinais, as crendices, à culinária, aos artesanatos. Tais conhecimentos é passado de geração para geração sem necessitar de comprovações cientí�cas. O conhecimento cientí�co também conhecido como “saber crítico”, na concepção de Chalmers (1993, p.23) “é o conhecimento provado. As teorias cientí�cas são derivadas de maneira rigorosa da obtenção dos dados da experiências adquiridos por observação e experimentos. Com isso, o Quadro 1 abaixo proposta por Marconi e Lakatos (2007, p. 77), apresenta um comparativo entre o conhecimento cientí�co e o senso comum (conhecimento popular): Para Fraquetta (2015), diferente do saber do senso comum, derivado das experiências primeiras e formulado em uma linguagem comum, a ciência produz um tipo exclusivo de saber, o saber cientí�co. Assim sendo, para construir o saber cientí�co se adentram novos conceitos, se estabelecem hipóteses e leis e, em último interesse, se constroem teorias provindas das práticas cientí�cas, com a pretensão de que elas darão conta deesclarecer a realidade. Com isso, a apropriação do conhecimento cientí�co pode ser considerada, não mais que, o alvo intelectual da humanidade. De acordo com Chaui (2000, p. 329) a “Ciência, no singular, refere-se a um modo e a um ideal de conhecimento, já a Ciências, no plural, refere-se às diferentes maneiras de realização do ideal de cienti�cidade”. Quadro 1 - Conhecimento Cientí�co e Senso Comum Conhecimento cientí�co Conhecimento popular real – lida com fatos. valorativo – baseado nos valores de quem promove o estudo. contingente – sua veracidade ou falsidade é conhecida através da experiência. re�exivo – não pode ser reduzido a uma formulação geral. sistemático – forma um sistema de ideias e não conhecimentos dispersos e desconexos. assistemático – baseia-se na organização de quem promove o estudo, não possui uma sistematização das ideias que explique os fenômenos. veri�cável ou demonstrável – o que não pode ser veri�cado ou demonstrado não é incorporado ao âmbito da ciência. veri�cável – porém limitado ao âmbito do cotidiano do pesquisador ou observador. falível e aproximadamente exato – por não ser de�nitivo, absoluto ou �nal. Novas técnicas e proposições podem reformular ou corrigir uma teoria já existente. falível e inexato – conforma-se com a aparência e com o que ouvimos dizer a respeito do objeto ou fenômeno. Não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas. FONTE: Marconi; Lakatos, 2007, p. 77. Com isso, é possível compreender o surgimento de certos campos das ciências, onde cada um dos diferentes campos se especializou em uma área de estudo, utilizando um método que fosse mais adequado para a sua modalidade. Essa a�rmação foi constatada na investigação realizada por Marconi e Lakatos (2000) que apontam as Ciências classi�cadas em ciências formais, que se refere aos estudo das ideias, e as ciências factuais, que se refere aos estudo dos fatos. Segue abaixo a Imagem 1, de acordo com o estudo das autoras mencionadas anteriormente: Figura 1 - Classi�cação das Ciências FONTE: Marconi; Lakatos, 2000, p. 28. Em função disso, podemos a�rmar que as ciências tidas como formais, constroem seus próprios objetos de estudos, preocupando-se com demonstrações de enunciados, números, símbolos e teoremas. Enquanto, as ciências tidas como factuais, divididas em natural e cultural, estudam os fatos que ocorrem ao nosso redor, seus signi�cados e os processos pelos quais se desenvolvem, tendo como método de estudo a observação e/ou a experimentação (ARMSTRONG; BARBOZA, 2012). Vale ressaltar que para um conhecimento ser tido como cientí�co, faz se necessário identi�car as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua veri�cação (GIL, 2008). Ainda, a investigação cientí�ca necessita de um conjunto de procedimentos de técnicas para que seus propósitos sejam alcançados. Temos então “os métodos cientí�cos”. Segundo Galliano (1986, p. 32), método cientí�co é um instrumento utilizado pela ciência “na sondagem da realidade e formado por um conjunto de procedimentos, mediante os quais os problemas cientí�cos são formulados, e as hipóteses cientí�cas são examinadas”. Assim sendo, Prodanov e Fraitas (2013, p. 26) contribuem dizendo que podemos entender por método “a forma de abordagem em nível de abstração do fenômeno”, “é o conjunto de processos ou operações mentais empregados na pesquisa”. Podemos classi�car como método as seguintes abordagens: método dedutivo, método indutivo, método hipotético-dedutivo e método dialético. A Figura 2 a seguir retrata a exempli�cação dos métodos: Figura 2 - Métodos de Abordagens e suas Características FONTE: elaborado pelo autor. De acordo com Prodanov e Fraitas (2013, p. 26-27) “o método dedutivo relaciona-se ao racionalismo; o indutivo, ao empirismo; o hipotético-dedutivo, ao neopositivismo; o dialético, ao materialismo dialético”. Etapas do Método Experimental AUTORIA Flávio Fraquetta O método experimental consiste, especialmente, em submeter os objetos de estudo à in�uência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto (GIL, 2008, p. 35). Ainda para Gil (2008), o emprego do método experimental pode ser considerado como o método por excelência das ciências naturais. Uma vez boa parte dos conhecimentos obtidos nos últimos três séculos se deve a esse método. O método experimental proposto por Francis Bacon (1561-1626), ressalta serem essenciais a observação e a experimentação dos fenômenos reiterando que a verdade de uma a�rmação só poderá ser proporcionada pela experimentação. Hoje em dia usado, principalmente pelas ciências naturais, o método experimental é procedente do trabalho de vários estudiosos, como Francis Bacon, René Descartes, Galileu Galilei, Robert Boyle e Antoine Laurent Lavoisier. De acordo com esses precursores do método experimental, a busca pelo conhecimento basear-se em experimentações e lógicas matemáticas, com medições bem precisas e exatas, bem como com a repetição intensiva de vários SAIBA MAIS Bacon é um dos ícones do empirismo e considerado, junto a Descartes, um dos fundadores da �loso�a moderna graças a sua defesa do método experimental contra a ciência especulativa clássica. Em contrapartida ao racionalismo cartesiano, contudo, o empirismo representa uma tradição �losó�ca que, tomando como lema a frase aristotélica “nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”, acredita que todo conhecimento resultaria de percepções sensíveis, desenvolvendo-se a partir desses dados. O empirismo é uma forma de autonegação: deixe o objeto falar por si só, a partir disso a verdade é acessível. Bacon visava a uma reforma �losó�ca que garantisse o progresso das ciências contra a escolástica. Assim, seu pensamento crítico tinha como objetivo libertar o homem de preconceitos, fantasias e superstições que impediriam a construção do verdadeiro conhecimento. Fonte: Guia do estudante (2017). experimentos para provar as ideias. Para Cotrim (2002, p. 240), “o método cientí�co apresenta, de modo geral, uma estrutura lógica que se manifesta nas etapas a serem percorridas para a solução de um problema”. Para a validade do método experimental, é necessário seguir rigorosamente algumas etapas para que seja elucidado um fato. As etapas do método experimental são: a observação, o levantamento de hipóteses, a experimentação e a conclusão. A Figura 1 a seguir retrata essas etapas: Figura 1 - Etapas do Método Experimental FONTE: Manual da química (2019). É necessário, pois, analisar que Armstrong e Barboza (2012, p.120), destacam que o método cientí�co “tem o propósito de esclarecer os questionamentos acerca dos processos que promovem o desenvolvimento do conhecimento cientí�co”. E ainda, “dessa maneira, consagrou o uso da experiência como técnica de busca do conhecimento, além de demonstrar a importância da observação como processo investigativo”. Nesse sentido podemos de�nir as etapas do método experimental da seguinte forma: Observação: Consiste na escolha do fenômeno a ser estudado. Para que haja um aprofundamento no estudo do fato énecessário a formulação de um problema, ou seja, uma pergunta a ser respondida sobre o fenômeno selecionado; Hipótese: Trata-se de uma suposição, ou seja, uma possível explicação para determinado fenômeno e deve ser testada para que haja a sua veracidade; Experimentos: Consistem em vários testes realizados para comprovar a hipótese. As experimentações são realizadas de forma bem criteriosa, envolvendo aspectos qualitativos e quantitativos; Lei: Uma lei só pode ser formulada após a realização de repetidas observações semelhantes, já que possui a característica de descrever eventos que se manifestam de forma invariável e uniforme; Teoria: Uma hipótese testada por vários experimentos pode gerar uma teoria ou modelo, caso a hipótese seja con�rmada. O relato de Armstrong e Barboza (2012, p. 122) propõe que a sequência ordenadadessas etapas “constitui o método cientí�co e é utilizada o trabalho das ciências experimentais, desempenhando um papel importante para que o conhecimento cientí�co seja alcançado”. REFLITA O uso de experimentos no ensino de ciências é uma importante ferramenta principalmente para que o aluno construa o conhecimento estabelecendo uma relação com a teoria e a prática. O experimento deve ser utilizado para além de comprovar a teoria ou como uma receita a ser seguida. Para ser efetivo no ensino precisa oferecer condições para que os alunos possam levantar e testar hipóteses e suposições sobre os fenômenos. Além disso, é uma oportunidade de se trabalhar a argumentação e dar início a alfabetização cientí�ca. Um aspecto importante de um experimento é o desa�o cognitivo que ela oferece ao aluno, ou seja, vai muito além do que o simples manuseio de equipamentos e vidrarias. É diferente de uma demonstração em que o professor faz tudo e os alunos observam, um experimento prioriza a participação dos alunos. Ou seja, que os alunos possam não apenas fazer as etapas do experimento, mas também propor quais combinações ou testes executaria para resolver determinado problema. Fonte: Guia do estudante (2017). Conhecimento Cotidiano, Filosó�co, Teológico e Cientí�co AUTORIA Flávio Fraquetta Para Gil (2008, p. 20), pela observação o ser humano adquire grande quantidade de conhecimentos. Valendo-se dos sentidos, recebe e interpreta as informações do mundo exterior. Olha para o céu e vê formarem-se nuvens cinzentas. Percebe que vai chover e procura abrigo. A observação constitui, sem dúvida, importante fonte de conhecimento. Na história da humanidade, o homem procurou, ao longo do tempo, adquirir conhecimentos que lhe permeiam entender o mundo que o cerca, criando meios de intervir na natureza, para compreendê-la e dominá-la, e, assim, torná-la mais adequada para atender as suas necessidades (ARMSTRONG; BARBOZA, 2012, p. 44- 45). Para Braga (2019), pelo conhecimento o homem penetra as diversas áreas da realidade para dela tomar posse, situando cada ente, fato ou fenômeno isolado dentro de um contexto mais amplo, em que se perceba seu signi�cado e função, sua origem e estrutura fundamental. O conhecimento humano pode apresentar quatro níveis, permitindo quatro espécies de consideração sobre uma mesma realidade: o conhecimento cotidiano, o conhecimento �losó�co, o conhecimento teológico e o conhecimento cientí�co. Segue Figura 1. Figura 1 - Os Quatro Níveis do Conhecimento FONTE: elaborado pelo autor. Nota-se, que o conhecimento pode ser classi�cado como sistemático ou assistemático. Contudo, o conhecimento sistemático apresenta sua base na re�exão, e busca ser a melhor tentativa de solução para os problemas. O conhecimento assistemático é adquirido ao acaso e sua construção não segue um procedimento de rigor técnico. É construído na medida em que as coisas e os fatos se apresentam. Nesse sentido, podemos de�nir cada nível da seguinte maneira conforme Armstrong (2008, p. 49): Conhecimento cientí�co: A ciência delimita o seu objeto de estudo ao se especializar em assuntos especí�cos; Conhecimento �losó�co: Aborda os mesmos pontos de estudos apropriados pela ciência, contudo, a �loso�a, com a sua visão de conjunto, considera o seu objeto sob o ponto de vista da totalidade; Conhecimento empírico/cotidiano: É fundamentado em experiências adquiridas do cotidiano do homem. Conhecimento religioso/teológico: É fruto da crença religiosa, em que não se con�rma nem se nega o que foi revelado por ele, baseando-se no que está escrito nos textos sagrados. No processo de entendimento da realidade do objeto, o sujeito que busca o conhecimento pode ingressar nas diversas áreas do conhecimento (MARCONI; LAKATOS, 2000). É importante ressaltar que os estudos de Hull (1975, p. 14) contribui nos dizendo que “a verdade de uma a�rmação cientí�ca é independente de sua fonte, pois nenhum método de descoberta pode garantir a verdade, e um enunciado cientí�co pode ser verdadeiro sem que se leve em conta o modo como foi gerado”. Os estudos de Trujillo (1974, p. 77-78), colaboram com a construção do Quadro 1 abaixo: Nesse sentido, o conhecimento pode ser considerado sob vários aspectos. Quando falamos em conhecimento cientí�co, faz-se necessário relacioná-lo a outras formas de conhecimento, bem como diferenciá-lo destas quanto às suas diversas interpretações acerca de um mesmo fenômeno e suas principais características (ARMSTRONG, 2008). Quadro 1 - O Conhecimento Humano POPULAR CIENTÍFICO FILOSÓFICO RELIGIOSO (TEOLÓGICO) valorativo real (factual) valorativo Valorativo re�exivo contingente racional Inspiracional assistemático sistemático sistemático Sistemático veri�cável veri�cável não veri�cável não veri�cável falível falível infalível infalível inexato aprox. exato exato exato FONTE: Trujillo, 1974, p. 77-78. Com os estudos e as re�exões propostas nessa Unidade, é evidente a importância das ciências aos dias de hoje, uma vez que o conhecimento cientí�co é forma de tratar os fenômenos que nos cercam na sua veracidade. Abordamos os conceitos que descrevem a ciência como um conhecimento que se evidencia diante de outras formas de conhecimentos e a sua classi�cação, bem como a construção do conhecimento cientí�co que exerce a comprovação dos fatos. Vimos que o senso comum é apenas uma das formas de interpretar a realidade. Estudamos também que, as Ciências podem ser classi�cadas em ciências formais, que se refere a matemática e alógica, e as ciências factuais, divididas em natural e cultural, se refere a física, a química, a biologia, a psicologia social, a economia e a sociologia, por exemplo. Discutimos ainda, que o método é o conjunto de processos ou operações mentais empregados na pesquisa, podendo ser classi�cado pelas seguintes abordagens: método dedutivo, método indutivo, método hipotético-dedutivo e método dialético. Relatamos que o método experimental consiste em submeter os objetos de estudo à in�uência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo investigador, e para a validade do método experimetal, é necessário seguir rigorosamente as suas etapas que consiste na observação, no levantamento de hipóteses, na experimentação e na conclusão (Lei/Teoria). Por �m, notamos que o conhecimento pode ser classi�cado como sistemático ou assistemático, podendo apresentar quatro níveis de consideração sobre uma mesma realidade: o conhecimento cotidiano, o conhecimento �losó�co, o conhecimento teológico e o conhecimento cientí�co. Conclusão - Unidade 1 SAIBA MAIS Fragmento da dissertação “DESENHANDO-ME COMO PROFESSOR DE CIÊNCIAS NATURAIS: CONCEPÇÃO ANTES E DEPOIS DO CONTATO COM A SALA DE AULA”. Segundo Lopes (1996), Gaston Bachelard nasceu em 27 de junho de 1884, na França campesina, e morreu em 16 de outubro de 1962, na Paris cosmopolita e industrializada. Professor de Física e Química vivenciou a ruptura entre o século XIX e o século XX, entre o campo e a cidade, e a vivência junto às Ciências, expressa em sua obra epistemológica. Gaston Bachelard foi um grande epistemólogo e historiador das Ciências, cuja obra instaura um marco não apenas na re�exão sobre a Ciência, mas também nas ideias acerca da construção do saber pelo aluno. O ponto de partida do pensamento é o conhecimento comum, o do homem absorvido no mundo. De acordo com Kuiava e Régnier (2012), o epistemólogo Bachelard mostra que possuir uma sólida formação cientí�ca exige consciência de como o conhecimento cientí�co vem sendo constituído, suas origens, processos de criação e inserção em outras áreas de saber. Como consequência disso, por exemplo, a elaboração de conceitos cientí�cos auxilia os indivíduos na formação de cidadãos capazes de agir e intervir no mundo de forma criativa e criadora. O pensamento de Bachelard permite pensar a educação sob um ponto de vista de uma racionalidade aberta, crítica e re�exiva. Trata-se de um modo de pensar livre e ao mesmo tempo comprometido com a formação. Ele defende uma nova interpretaçãodo saber produzido pela ciência, na qual a criatividade do investigador associa-se ao experimento, num processo dialético e dialógico de contínua reti�cação dos conceitos produzidos na busca da objetividade do conhecimento (KUIAVA; RÉGNIER, 2012). Lôbo (2007) sugere que a história de vida de Bachelard mostra sua preocupação constante com as questões referentes ao ensino de Ciências e à Educação, de modo geral, embora não tenha deixado obras especí�cas sobre este tema. A autora ainda descreve: sua trajetória como professor de Química e Física do ensino secundário levaram-no a situar essa Ciência dentro do debate �losó�co, colocando-se tanto contra as perspectivas dos �lósofos de sua época como contra a ausência de uma re�exão metafísica no trabalho dos cientistas (Lôbo, 2007, p.90). Para Bachelard, a ciência exige criatividade, senso crítico e, portanto, rejeição à aceitação passiva de teorias e interpretação. Isso envolve rupturas com senso comum e com conhecimentos anteriores, que são reestruturados quando uma ciência avança. Pode envolver, inclusive, mudanças na metodologia cientí�ca; os métodos, com o passar do tempo, tornam-se maus hábitos, que devem ser superados (LÔBO, 2007). Seguindo sua reinterpretação a cerca da ruptura sugerida por Bachelard entre o conhecimento cientí�co e o senso comum, Lôbo (2008), adverte: não deve levar à compreensão de que, no ensino de Ciências, o aprendiz deve abandonar os conhecimentos adquiridos em sua vida cotidiana, com os quais ele resolve os problemas do dia a dia, para adquirir uma nova cultura (a cientí�ca), aplicável à resolução de qualquer problema, independente do contexto em que ele aparece (LÔBO, 2007, p.93). Para Borges (2007), o conhecimento cienti�co é estabelecido tanto pela re�exão como pela experiência, mas essa última é necessariamente precedida por uma construção intelectual. Para planejar uma experiência, é preciso ter alguma ideia sobre o tema a investigar. Mas a ciência exige criatividade, senso crítico e, portanto, rejeição à aceitação passiva de teorias e interpretações. Isso envolve ruptura com o senso comum e com conhecimentos anteriores, que são reestruturados quando uma ciência avança. Pode envolver, inclusive, mudança na metodologia cienti�ca, o que permite a�rmar que os métodos, com o tempo, tornam-se maus hábitos, que devem ser superados. (BACHELARD, 2005 apud BORGES, 2007). Bachelard é um �lósofo da ciência que inaugura um modo novo de discursar, partindo da atualidade da ciência para re�etir o seu passado, cujo conceito está fundamentado numa epistemologia dialógica e crítica. A epistemologia de Bachelard enfatiza a história recorrente, que é a necessidade de conhecer o presente para, a partir dele, compreender o passado. Assim, para o �lósofo, recorrência histórica signi�ca rever o passado com os conhecimentos atuais, respeitando as respectivas visões de mundo. A doutrina de Gaston Bachelard está centrada na “Filoso�a do Não”. O conhecimento cientí�co é um permanente questionar, um permanente “não” (mas não no sentido de negação e sim no sentido de conciliação); cada “nova experiência diz não à experiência antiga” e assim avança o pensamento cientí�co. Nessa linha, o erro assume um papel importante, pois aprendemos com ele. (BORGES, 2007) Assim completamos que Bachelard, revolucionário para a época, surge travando verdadeiro combate aos pressupostos fundamentais da tradição cientí�co-�losó�ca, instaurando novas categorias que possibilitam uma compreensão mais clara e mais profunda da Ciência da sua época. FRAQUETTA, F. Desenhando-me como professor de ciências naturais: concepção antes e depois do contato com a sala de aula. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do Paraná UNESPAR/FAFIPA. Paranavaí, PR. 2015. Livro Filme Unidade 2 Currículo AUTORIA Flávio Fraquetta Introdução É impossível pensarmos hoje em um ensino meramente pautado em uma metodologia tradicional. Contudo, com o avanço das discussões acerca do processo de ensino e aprendizagemé inevitável não pensarmos na estrutura do currículo e implementação das novas metodologias, que estão cada vez mais evidentes. Nesse sentido, nos dia de hoje, não é mais possível tratarmos os alunos como apenas “receptores de conhecimento”, mais sim, como agentes cada vez mais participativos na construção do conhecimento. Para tal, é necessário pernsarmos nas inovações didático-metodogolócas para atender essa nova realidade escolar, onde o aluno é protagonista no processo de ensino e aprendizagem, e o professor é visto como o mediador desse conhecimento. Com isso, caro aluno, nesse capítulo tratremos sobre o “Currículo”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca do “Currículo como plano de experiência a ser desenvolvida na escola”, do “Currículo como instrumento de descrição e melhoria das classes de alunos” e “do Projeto cultural da escola”. Nosso primeiro tópico tratará da conceitualização do que é o Currículo e sua inserção no contexto escolar e no ensino de Ciência, assim como apresentar a de�nição de cultura escolar. Em seguida, o segundo tópico abordará o conhecimentodo Currículo como instrumento de descrição e o impacto oferecido nas classes de alunos. O terceiro tópico discorrerá sobre o Projeto cultural da escola, enfatizando sua aplicação no ambiente escolar, assim como a descrição das Feiras de Ciências e suas contribuições para o ensino de Ciências. Senso assim, essa Unidade propõe oferecer a você, aluno, uma re�exão a respeito da composição dos conhecimentos e estratégias necessários para o processo de ensino e aprendizagem signi�cante para o aluno e na sua contrução em sociedade. Para contribuir ainda mais com seus estudos, essa Unidade conta com textos complemetares assim como material complementar que enriqueceram seus conhecimentos. Bons estudos! Currículo como Plano de Experiência a ser Desenvolvida na Escola AUTORIA Flávio Fraquetta Sabe-se que o sujeito participa ativamente na construção da cultura escolar e que a escola necessita garantir que ele participe de novas culturas e que compreenda a existênciada diversidade cultural que os rodeiam. Se conseguimos realizar essa compreensão, podemos a�rmar que a aprendizagem será convertida em conhecimento. No currículo é apontado o que se ensina e aprende na prática, pois, inclui metodologia e os processos de ensinoadequados assegurando o que se deve ensinar ou aquilo que os alunos devem aprender. Nesse sentido, a escola é defendida como uma entidade socializadora que deve incorporar as diversas culturas, a�m de que haja um ambiente sociável onde todos possam manifestar seus ideais sem medo de serem tachados como antiéticos e serem discriminados pela cultura que estes manifestam ou pertencem (SILVA, 2019). Para Candau (2003) citado por Silva (2019), as escolas além de ser uma instituição educacional, ela também é uma instituição cultural, onde dentro delas estão inseridos diversos grupos sociais que não devem ser ignorados pelos educadores muito menos pela escola, mas sim valorizados, através de discussões e feiras, para que as culturas não tradicionais possam ser conhecido e reconhecidos quanto a suas ideologias e formas de ser. Candau e Anhorn (2000) a�rmam que: "[...] um currículo multicultural coloca aos professores o desa�o de encontrar estratégias e recursos didáticos para que os conteúdos advindos de variadas culturas sejam utilizados como veículo para: introduzir ou exempli�car conceitos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os alunos a compreender e investigar como os referenciais teóricos de sua disciplina implicam na construção de determinados conhecimentos; facilitar o aproveitamento dos alunos pertencentes a diferentes grupos sociais; estimular a auto-estima de grupos sociais minoritários ou excluídos; educar para o respeito ao plural, ao diferente, para o exercício da democracia, enfatizando ações e discursos que problematizem e enfraqueçam manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritárias, existentes em nossa nossas práticassociais cotidianas". Para uma melhor compreensão da inserção do currículo na escola e para compreendermos a sua importância no processo de ensino e aprendizagem, sobretudo no ensino de Ciências, faz-se necessário destacar o conceito e a de�nição do que é currículo. Com isso, podemos entender por currículo uma conexão entre cultura e a comunidade externa às instituições de educação. Ele é também uma ligação entre a cultura dos sujeitos, entre a sociedade de hoje e do amanhã, entre as possibilidades de conhecer e saber se comunicar, bem como se expressar em contraposição ao isolamento da ignorância (OLIVEIRA, 2019). Vale ressaltar que de acordo com Sacristan (2013), o currículo representa e apresenta aspirações, interesses, ideais e formas de entender sua missão em um contexto histórico e as in�uências sofridas por ele, o que evidencia a não neutralidade, as desigualdades entre os indivíduos e os grupos. De acordo com Vasconcelos (2000) deve haver sempre uma interação constante entre professor, aluno, objeto e realidade, ao passo que na metodologia expositiva há separação entre o aluno e o professor, ocorrendo apenas justa posição. Dentre muitos autores que compartilham das ideias de currículo, destacam-se signi�cativamente Veiga (2002) corroborando que Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito(VEIGA, 2002, p. 07). O currículo não deve ser organizado baseando-se em conteúdos fragmentados, pois vivemos em um mundo multifacetado, que não pode ser completamente explicado por uma única vertente, mas a partir de uma ampla visão, permeada nas mais CONCEITUANDO Com base em Pacheco (2005, p. 43) currículo “é um plano de ação pedagógica, ou como um produto que se destina à obtenção de resultados de aprendizagem organizados no âmbito da escola [...]”. Ainda, o currículo pressupõe um processo dividido em três momentos principiais: elaboração, implementação e avaliação, tudo se conjugando numa racionalização dos meios em função dos objetivos e dos resultados (PACHECO, 2005). diversi�cadas áreas do conhecimento. A organização do currículo deve assegurar a livre comunicação entre todas as áreas como a interdisciplinaridade, a contextualização e transdisciplinaridade. De acordo com Oliveira, Oliveira e Jó�li (2009), o currículo e o ensino de ciências devem expressar uma ciência que propicie a compreensão do meio através de diferentes leituras de mundo e da interação com os fenômenos naturais, percebidos numa perspectiva interdisciplinar, sistêmica e problematizadora e considerando o contexto sócio-cultural no qual estes ocorrem, que, por sua vez, representa o cenário do seu objeto de estudo. Os conteúdos de ensino devem enfocar os conceitos, os procedimentos didáticos e a formação de atitudes através de uma abordagem contextualizada, interdisciplinar e problematizadora sobre temas centrais, relacionados a questões que favoreçam a SAIBA MAIS A Constituição de 1988 já prevê a adoção do currículo escolar por todas as instituições de ensino do país — pelo menos no nível fundamental. A medida visa garantir que todos os estudantes do Brasil tenham acesso a uma série de conteúdos �xos, que são considerados mínimos para a formação básica.Depois dela, o próximo passo aconteceu em 1996, quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu uma série de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que deveriam guiar a elaboração dos currículos das escolas no ensino fundamental e também no ensino médio, onde a de�nição dos conteúdos a serem estudados passou por uma pesquisa intensa e de longa duração, com debate entre educadores e outros pro�ssionais da área.Mais recentemente, em 2014, a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) colocou como meta a elaboração de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para todo o Brasil. Sua intenção é a de elevar os padrões de ensino em todas as regiões, reduzindo a desigualdade no desempenho dos alunos em exames de cunho nacional — como o ENEM.Esse longo processo tem por objetivo democratizar o ensino no país e aumentar a participação de pais, professores e alunos de todas as regiões nas decisões envolvendo a educação. FONTE http://novosalunos.com.br/entenda-a-importancia-de-um-curriculo-escolar-diferenciado-na-formacao-do-aluno/ realização, pelos educandos, de diferentes leituras sobre os contextos sócio-culturais e sobre os fenômenos naturais, permitindo-lhes intervenções signi�cativas nas questões do seu cotidiano (ZABALA, 1999). Nesse sentido, pensar numa proposta curricular para as Ciências Naturais pressupõe, antes de tudo, conceber a Ciência como algo dinâmico, complexo e real, centrada na construção do conhecimento através de atividades nas quais o aprendiz mobilize a esfera da cognição, evitando ações mecânicas e sendo, com isso, agente ativo na construção do seu próprio saber. Para esse ensino devem ser considerados contextos diversos e signi�cativos, impregnados de sentido e comprometidos com um ser que é social, cultural, político e histórico, objetivando a formação integral do educando (OLIVEIRA; OLIVEIRA; JÓFILI, 2009). O Currículo por ser uma proposta norteadora do processo educativo, se transforma no eixo principal da escola, o espaço central em que atuamos. Haja vista que é com base no currículo escolar que planejamos nossas práticas educativas, objetivando oportunizar aos educandos alcançar uma educação de qualidade em que sejam permitidos facilitar todo o processo educacional que visa a sua formação integral preparando-os para os desa�os educacionais, sociais, morais, culturais e econômicos. Diante do exposto percebemos o currículo como um instrumento norteador do processo educativo, com regras que nos levam a planejar mediações do ensinar conhecimentos sistemáticos articulados de forma necessária para atender ás exigências educacionais contidas na LEI de Diretrizes e Bases da Educação (DAMASCENO; MESQUITA, 2015). Assim, para a construção de um currículo integrado para o ensino de Ciências é importante selecionar os conteúdos a serem tratados a ser relevantes na formação, intreligados com as outras disciplinas do currículo escolar. Ainda, a solução de problemas devem demandar a participação dos educandos para a contrução do conhecimento, atrelando o conteúdo a sua realidade. Currículo como Instrumento de Descrição e Melhoria das Classes de Alunos AUTORIA Flávio Fraquetta Podemos compreender, com base em Sacristán (2000, p. 35) que o aprendizado do aluno na instituição educacional é composto em função de uma proposta cultural para a escola, sendo esta organizada para uma modalidade ou nível, isto é, “o currículo é uma seleção de conteúdos relacionados e organizados de acordo com a cultura e estes são codi�cados de forma única”. A escola é vista como um ambiente adequado para a construção do saber e a construção de valores. Tem a orientação educacional da gestão que determina as formas para que aconteça a estruturação da qualidade do ensino (BARRETO, 2000). A instituições escolar apresentam como objetivo possibilitar que o aluno se relacione de maneira ética com o meio ambiente e perceba-se como parte do mesmo, aprendendo os modos de produção, as relações existentes no trabalho e reconhecendo a sua qualidade social; fazendo parte da cultura e valorizando a diversidade cultural; utilizando-se de varias formas de comunicação apropriando-se destas de maneira crítica (BARRETO, 2000, p. 32). Sendo assim, salientamos que para Silva (2009) um currículo e uma escola que buscam a libertação precisam socializar o conhecimento já acumulado e investigar a realidade social do aluno, estabelecendo dessa forma articulação entre o conhecimento e a realidade, o que vai viabilizar que se ampliem aspossibilidades dentro da escola e do próprio aluno. Nesta perspectiva, o currículo não se refere a um simples rol de listagens de conteúdo a serem ministrados nos diferentes níveis de ensino, mas ao assumir que a educação é política, entende-se que a seleção dos conteúdos dos currículos das escolas precisa ser compreendida “como objeto de análise, de re�exão, uma vez que passa, necessariamente, pelo que o elaborador do currículo entende como fundamental” (SILVA, 2009, p. 3). De acordo com Saviani (2008), na concepção de currículo se faz presente várias ideias, tais como a de conjunto de matérias, disciplinas e programas; conjunto de atividades e experiências efetuadas no ambiente escolar; conjunto de conhecimentos acumulados culturalmente selecionados e organizados tendo por �nalidade o processo de ensino e aprendizagem, sendo este o saber escolar. Silva(2009) expõe que o aluno deve ter a compreensão da realidade da qual se insere, a interpretando e contribuindo para sua transformação. De fato, o ambiente escolar tem papel importante para a formação humana e este terá cumprido com seus objetivos ao assumir uma postura ética, crítica, estética, econômica e política, visto que o currículo não deve ser visto como uma simples lista de conteúdos a serem aplicados. Contudo, ressalta Fracalanza (1986): O ensino de ciências, entre outros aspectos, deve contribuir para o domínio das técnicas de leitura e escrita; permitir o aprendizado dos conceitos básicos das ciências naturais e da aplicação dos princípios aprendidos a situações práticas; possibilitar a compreensão das relações entre a ciência e a sociedade e dos mecanismos de produção e apropriação dos conhecimentos cientí�cos e tecnológicos; garantir a transmissão e a sistematização dos saberes e da cultura regional e local(FRACALANZA, 1986, 26-27). A partir dessa re�exão, podemos dizer que “para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em ciências deve ser desenvolvido, de modo a fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos" (DELIZOICOV; ANGOTTI, 1990, 56). REFLITA O termo Alfabetização Cientí�ca (AC) tem cada vez mais alcançado maior repercussão nos ambientes escolares, que vão desde a formação do professor até sua atuação em sala de aula. Contudo, o rótulo AC abrange um espectro muito amplo de signi�cados. Segundo CHASSOT, o termo representa “o conjunto de conhecimentos que facilitariam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem” (Chassot, 2000), já de acordo com FURIÓ, são as “possibilidades de que a grande maioria da população disponha de conhecimentos cientí�cos e tecnológicos necessários para se desenvolver na vida diária, ajudar a resolver os problemas e as necessidades de saúde e sobrevivência básica, tomar consciência das complexas relações entre ciência e sociedade”. E segundo HURD “envolve a produção e utilização da Ciência na vida do homem, provocando mudanças revolucionárias na Ciência com dimensões na democracia, no progresso social e nas necessidades de adaptação do ser humano” (Hurd, 1998). FONTE https://www.infoescola.com/educacao/alfabetizacao-cientifica-no-processo-de-ensino-aprendizagem/ Projeto Cultural da Escola AUTORIA Flávio Fraquetta As mudanças apresentadas na organização do ensino de Ciências traz por intuito a melhoria nas condições da formação da consciência cientí�ca dos alunos em vista das circunstâncias histórico-culturais da sociedade. Essas adaptações procuram localizar a ciência e o seu ensino na relevânciado homem entender e agir cienti�camente no mundo por meio de um conhecimento que, de modo geral, está além do senso comum. Nas palavras de Hernández (1998), os projetos constituem um lugar entendido em sua dimensão simbólica, que pode permitir: I) o tratamento da informação; II) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio (HERNÁNDEZ, 1998, p. 37). Muitos dos objetivos propostos para o ensino de ciências naturais na educação fundamental se referem à efetiva aprendizagem dos conteúdos dessa disciplina e a à capacidade dos alunos de desenvolvê-lo em seu cotidiano. Isso porque a capacidade de perceber a importância do ensino de ciências para a sua realidade fará com que o aluno não apenas aprenda um conteúdo, mas também tenha a capacidade de aplicá-lo no seu dia a dia (ARMSTRONG; BARBOZA, 2012, p. 24). Segundo os PCNs (1997), O ensino de qualidade que a sociedade demanda atualmente expressa-se aqui como a possibilidade de o sistema educacional vir a propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem (PCNs, 1997). Os estudos de Girotto (2005) defende que “uma via metodológica alternativa, como o ensino por projetos, pode corroborar e superar o processo de ensinar e aprender fragmentado, disciplinar, descontextualizado, unilateral e direcionador, que se constata na maioria das escolas”. Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas, desenvolvendo uma atividade complexa, na qual se apropria, ao mesmo tempo, de um determinado objeto de conhecimento cultural, formando-se como sujeito cultural (BARCELOS; JACOBUCCI; JACOBUCCI, 2010). A Figura 1 apresentada abaixo, retrata a estratégia de projetos que pode ampliar os espaços de aprendizagemalém dos muros da escola, favorecendo o trabalho com sentimento de pertencimento e respeito com o externo. Figura 1 - Estratégia de Projetos e Educação em Valores FONTE: Disponível aqui Para Barcelos (2001), o ensino por projetos envolve planejar, desenvolver e avaliar as atividades envolvidas, podendo estar estruturadas em três fases, como segue o Quadro 1 abaixo: http://cristianebdias.blogspot.com/2011/10/semana-07-video-aula-26-estrategia-de.html Dentre as possibilidades de desenvolver um trabalho baseado no ensino por projetos, destaca-se “As Feiras de Ciências” que se constituem um evento escolar que provoca a participação de muitas pessoas da comunidade escolar e de outros espaços para sua realização. Como qualquer outra atividade de ensino-aprendizagem que envolve criatividade e investigação na busca de soluções para uma situação problematizadora, a realização de uma Feira Cientí�co-cultural requer um pré-projeto, visto que um evento dessa natureza depende de uma série de medidas e providências que devem ser pré- programadas (BARCELOS; JACOBUCCI; JACOBUCCI, 2010). De acordo com estudos de Mancuso (2000) é na década de 1960, no Brasil, surgem as primeiras Feiras Escolares que tinham basicamente o papel de familiarizar os alunos e a comunidade escolar com os materiais existentes nos laboratórios, antes inacessíveis à grande parte das comunidades escolares e, portanto, pouco utilizados na prática pedagógica. Quadro 1 - Fases Estruturais do Projeto PROBLEMATIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO VIABILIZAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO CONSOLIDAÇÃO E AVALIAÇÃO Alunos e professores percebem, de forma conjunta, que existe algo no cotidiano que pode ser explorado, e, dessa forma, discutem sobre as necessidades e os motivos para a realização de um projeto. Ocorre a de�nição do tema geral do projeto, dos objetivos, das disciplinas e dos professores que devem estar envolvidos no projeto, além das datas para preparação e apresentação das atividades previstas. De�nição dos problemas a serem estudados pelos grupos ou pela classe. Há uma busca pela metodologia de trabalho mais adequada para resolver o problema do tema proposto, com de�nição de procedimentos e estratégias viáveis.Ocorre o desenvolvimento das ações planejadas e de outras que não foram inicialmente planejadas, a organização dos dados para apresentação à comunidade escolar, e, �nalmente, a elaboração de um relatório �nal que deve contemplar a autoavaliação dos envolvidos e a avaliação do projeto pelos alunos, professores e demais participantes. FONTE: BARCELOS; JACOBUCCI; JACOBUCCI, 2010. Com isso, desde então, o movimento das feiras de Ciências ganhou força no Brasil, sendo integrante das estratégias educacionais de grande parte dos Estados. Os eventos têm a característica de representarem a Ciência como um conhecimento dinâmico, por muitas vezes apresentando um caráter interdisciplinar e contextualizado de acordo com a realidade das comunidades escolares (SOBREIRA JÚNIOR, 2016). Nesse sentido, a realidade presente na vida da escola se transforma no conteúdo de sala de aula e na inspiração das pesquisas estudantis, devendo permear a conduta de cada professor, ao longo dos bimestres, sem a preocupação de que sejam trabalhos produzidos apenas para um evento especí�co (a feira ou mostra), mas fazendo parte, efetivamente, da rotina docente (MORAES; MANCUSO, 2005). Por meio de tais estudos, o ensino de ciências por meio de projetos proporciona ao professor um olhar diferenciado em relação aos alunos, sobre seu trabalho e sobre o rendimento escolar. Nessa perspectiva, as Feiras de Ciências resulta em uma possibilidade para o avanço de metodologias que bene�ciem o prática de planejar, desenvolver e avaliar (BARCELOS, 2001). Farias (2006) sendo citado por Barcelos, Jacobucci e Jacobucci (2010), acredita que as Feiras de Ciências podem contribuir para a socialização e troca de experiências de ensino-aprendizagem-conhecimentos com a comunidade, possibilitando uma ampliação da visão de mundo dos participantes, expositores e visitantes da Feira, permitindo a divulgação dos resultados das pesquisas, troca de experiências entre os pares, como forma de validação do conhecimento. No momento que o professor da área de ciências se dispõe a conhecer e aplicar a metodologia de ensino por projetos, esse, propicia aos seusaluno a desenvolver habilidades e capacidades, tais como: �exibilidade; organização; interpretação; coordenação de ideias; formulação de conceitos teóricos; capacidade de decisão; mudança de rumos; desvendamento do novo; ampliação do conhecimentos e garantia de inclusão na rede de saberes previamente adquiridos (BARBOSA; HORN, 2008, p. 88). Com isso, a metodologia de ensino por projetos estabelece uma oportunidade especial para o ensino de Ciências, pois abrange a sensibilização dos participantes, o planejamento da proposta, a implementação e a avaliação do trabalho, sendo que, em todas essas etapas, os professores se deparam com desa�os que precisam ser discutidos coletivamente. Com os estudos e as re�exões propostas nessa Unidade, é evidente a percepção de que o processo de ensino e aprendizagem hoje traz o aluno como ponto principal a ação do conhecimento. Com isso, faz-se necessário cada vez a implementação de novas metodologias que favoreçam essa nova dinâmica. Não podemos tratar de tais mudanças sem pensarmos no dinamismo e na in�uência da cultura e do currículo no ambiente escolar. Nessa Unidade abordamos conceitualização do que é o Currículo, e vimos que o Currículo é um plano de ação pedagógica, ou como um produto que se destina à obtenção de resultados de aprendizagem organizados no âmbito da escola. Também veri�camos que além de ser uma instituição educacional, as escolas também é uma instituição cultural, onde dentro delas estão inseridos diversos grupos sociais que não devem ser ignorados pelos educadores muito menos pela escola, mas sim valorizados, através de discussões e feiras, para que as culturas não tradicionais possam ser conhecido e reconhecidos quanto a suas ideologias e formas de ser. Estudamos que o ensino de ciências, entre outros aspectos, deve contribuir para O domínio das técnicas de leitura e escrita; Permitir o aprendizado dos conceitos básicos das ciências naturais e da aplicação dos princípios aprendidos a situações práticas; Possibilitar a compreensão das relações entre a ciência e a sociedade e dos mecanismos de produção e apropriação dos conhecimentos cientí�cos e tecnológicos; Garantir a transmissão e a sistematização dos saberes e da cultura regional e local. Estudamos também que, ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas, desenvolvendo uma atividade complexa, na qual se Conclusão - Unidade 2 apropria, ao mesmo tempo, de um determinado objeto de conhecimento cultural, formando-se como sujeito cultural, e que dentre as possibilidades de desenvolver um trabalho baseado no ensino por projetos, destaca-se “As Feiras de Ciências” que se constituem um evento escolar que provoca a participação de muitas pessoas da comunidade escolar e de outros espaços para sua realização. SAIBA MAIS Fragmento da dissertação “DESENHANDO-ME COMO PROFESSOR DE CIÊNCIAS NATURAIS: CONCEPÇÃO ANTES E DEPOIS DO CONTATO COM A SALA DE AULA”. A INTERDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES EM CIÊNCIAS Podemos considerar a curiosidade e a instiga, imergidas no cotidiano do aluno a abertura expressiva para a linguagem cientí�ca. O anseio de descoberta navega em suas experiências primeiras e aceita que um novo mundo se abra à medida que seu olhar desperta para ele. Assim sendo, a interdisciplinaridade indica a concretização de uma nova dinâmica nas aulas de Ciências, desligada dos seguimentos constituídos linearmente por boa parte dos livros didáticos. Para Fazenda (2003), numa proposta interdisciplinar, o professor de Ciências que não tivesse seu problema de domínio de conteúdo completamente resolvido, poderia adotar em sala de aula a postura de quem faz Ciências, ou seja, não ter todas as respostas prontas, mas apresentar disponibilidade intelectual para procurar soluções que envolvam outras esferas e pessoas que não seja a sala de aula e o professor. Permitir que cada aluno se transforme em um “cientista” signi�ca considerá-lo também como protagonista do processo de ensino e aprendizagem. O professor já não possui o papel de detentor de todas as possibilidades e nuances do saber. O conhecimento não é julgado estático, mas em constante transformação. Essa maneira de enxergar o trabalho com a área de ciências permite a compreensão e o estabelecimento de uma nova forma de olhar o conhecimento, o ensino e a aprendizagem (JOSÉ, 2012). A ideia de interdisciplinaridade, segundo Fazenda (1994), nasceu na Europa, mas especi�camente na França e na Itália, em meados da década de 60. Surgiu como resposta aos movimentos estudantis que reivindicavam um ensino mais voltado para as questões de ordem social, política e econômica da época, na crença que somente com a integração dos saberes seria possível resolver os grandes problemas. A interdisciplinaridade chegou ao Brasil no �nal da década de 60, exercendo in�uência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensi�cado mais ainda, com a LDB 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Para os PCNs, a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desa�a uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 1997, p. 88-89). Fazenda (1994) caracteriza a sala de aula interdisciplinar como um espaço onde a autoridade é conquistada e a obrigação é alternada pela satisfação; a arrogância, pela humildade; a solidão, pela cooperação; a especialização, pela generalidade; o grupo homogêneo, pelo heterogêneo; a reprodução, pela produção do conhecimento.[...] todos se percebem e gradativamente se tornam parceiros e, nela, a interdisciplinaridade pode ser aprendida e pode ser ensinada, o que pressupõe um ato de perceber-se interdisciplinar (FAZENDA, 1994, p.86-87). Logo, Fazenda (2002) evidencia que a interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender e dos aparentemente expressos, colocando-os em questão. A interdisciplinaridade pauta-se numa ação em movimento. Pode-se perceber esse movimento em sua natureza ambígua, tendo como pressuposto a metamorfose, a incerteza. Nessa discussão, o olhar atento de Miranda (2012) caracteriza que a atitude interdisciplinar: está intimamente ligada ao exercício de uma ação com intencionalidade conhecida. Penso, decido e parto para agir; isto é atitude. Está relacionada, também, aos movimentos ocorridos na história de vida, baseada em vivências, intuições, desejos, conceitos, crenças e relações estabelecidas cotidianamente, ou seja, está intimamente ligada a minha identidade pessoal (MIRANDA, 2012, p.199- 120). Ao revelarmos a interdisciplinaridade como atitude, esta nos convoca a re�etir sobre as possibilidades de uma ação que promova a parceria e a integração, e este movimento implica o difícil exercício do conhecer-se, porque impõe uma ação paradoxal de busca e posicionamento das questões existenciais, na tentativa de compreensão da relação entre os acontecimentos percebidos e seus re�exos no eu interior e, ainda, como devolvo tudo isso aos outros e à vida externa (MIRANDA, 2012). Especializado, restrito e fragmentado, o conhecimento passou a ser disciplinado e segregador. Estabeleceu e delimitou as fronteiras entre as disciplinas, para depois �scalizá-las e criar obstáculos aos que as tentassem transpor. Interdisciplinaridade é palavra nova que expressa antigas reivindicações e delas nascidas. Para alguns, surgiu da necessidade de reuni�car o conhecimento; para outros, como um fenômeno capaz de corrigir os problemas dessa fragmentação; outros ainda a consideram uma prática pedagógica. A prática interdisciplinar pressupõe uma desconstrução, uma ruptura com o tradicional e com o cotidiano tarefeiro escolar (TRINDADE, 2012). Muito embora a interdisciplinaridade não seja tão nova no universo teórico das discussões pedagógicas, para Maheu (2013) citando D’Ávila (2002), sua prática ainda se está concretizando na rotina diária das instituições de Ensino Superior. O número de instituições que se distanciaram dos antigos paradigmas que regem as aulas nas faculdades e universidades brasileiras é ín�mo, fazendo da fragmentação do conhecimento o principal suporte orientador da aprendizagem acadêmica. O desenvolvimento de projetos em parceria entre disciplinas, buscando o foco em comum, é praticamente desconhecido nos mais diversos cursos do universo acadêmico, a�rma Maheu (2013, p. 117-118). O autor ainda diz acreditar que se precisamos formar educadores que entendam melhor seus alunos e a si mesmos, é preciso fazê-lo de maneira mais contextualizada possível. A complexidade da tarefa faz da abordagem interdisciplinaridade, uma necessidade sem a qual corremos o risco de ver nossos alunos perceberem o currículo de pedagogia como uma lista de disciplinas desconexas, cujas relações com a prática são super�ciais e pouco signi�cativas. Neste contexto: não vejo outra maneira de fazer com que os alunos percebam as teorias e os conceitos das disciplinas da educação como ferramentas para fazer coisas relevantes para a prática docente, senão pela ótica interdisciplinar. Dirá até que uma pro�ssionalização docente e�ciente e adequada ao contexto contemporâneo passa por uma formação interdisciplinar (MAHEU, 2013, p.168-169). As discussões até aqui apresentadas representa uma reduzida parcela do universo sobre o estudo da interdisciplinaridade. Pode-se perceber que, permanecem várias vertentes conceituais, diversas percepções e enfoques sobre a questão da interdisciplinaridade. O estudo exposto neste capítulo trata-se de um recorte de estilo educacional do qual esperamos atender os objetivos desta pesquisa. É possível observar, que um trabalho interdisciplinar, antes de garantir associação temática entre diferentes disciplinas, ação possível, mas não imprescindível, deve buscar unidade em termos de prática docente, independentemente dos assuntos tratados em cada disciplina solitariamente. A interdisciplinaridade na escola vem integrar as disciplinas, indicando no conceito de conhecimento uma visão de totalidade, de forma que os alunos possam compreender que o mundo onde estão inseridos é combinado de vários fatores, que a soma de todos formam uma complexidade. FRAQUETTA, F. Desenhando-me como professor de ciências naturais: concepção antes e depois do contato com a sala de aula. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do Paraná UNESPAR/FAFIPA. Paranavaí, PR. 2015. Livro Filme Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=bVjhNaX57iA Unidade 3 Recursos para as Aulas de Ciências AUTORIA Flávio Fraquetta Introdução Com o avanço das discussões acerca dos métodos didáticos e sobre o processo de ensino e de aprendizagem, é imprescindível não tratarmos dos recursos didáticos em sala de aula. A ideia do aluno como sujeito passivo ao processo de ensino já não existe mais, pois hoje, o aluno é visto como agente atuante na construção do conhecimento, com isso, faz-se necessário a adoção de estratégias metodológicas que proporcione essa dinâmica Com isso, caro aluno, nesse capítulo tratremos sobre os “Recursos para as aulas de ciências”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca do “Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências e das “Concepções epistemológicas do professor como um dos determinantes do processo de ensino e de aprendizagem”. Nosso primeiro tópico tratará do processo de ensino de Ciência nas escolas, e abordará assim a experimentação e a investigação como recursos didáticos na disciplina de Ciências da Natureza. Em seguida, o segundo tópico apresentará a importância do planejamento das atividades no ensino de Ciência, assim como a utilização de recursos metodológicos diversi�cados para o processo de ensino e de aprendizagem, apresentado também a Base Nacional Comum Curricular e a Área de Ciências da Natureza para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. O terceiro tópico discorrerá sobre o papel do professor no processo de ensino e de aprendizagem e os saberes docentes, re�etindo a respeito da formação inicial desse pro�ssional. Senso assim, essa Unidade propõe oferecer a você, aluno, uma re�exão a respeito da composição dos conhecimentos e estratégias necessários para o processo de ensino e aprendizagem signi�cante para o aluno e na sua contrução em sociedade. Para contribuir ainda mais com seus estudos, essa Unidade conta com textos complemetares assim como material complementar que enriqueceram seus conhecimentos. Bons estudos! Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências I AUTORIA Flávio Fraquetta Um dos principal impasses hoje encontrados no cenário educacional, é fazer com que os alunos se mantenham motivados, interessados e engajados nas salas de aula. Por muito tempo as aulas expositivas corresponderam como um modelo de ensino explorado por muitas escolas, onde os alunos participa de forma passiva e o professor é o único responsável por conduzir a aula. Muitas das vezes, a disciplina de Ciência é tida como um excesso de conceitos memorizados, símbolos, fórmulas, cálculos e nomenclaturas. Com isso, é necessário utilizar métodos de ensino que ofereçam ajuda teórica e prática para o processo de ensino e de aprendizagem. O que se vê ainda na maioria das escolas são aulas de física, química e biologia meramente expositiva, presa às memorizações, sem laboratório e sem relação com a vida prática cotidiana do aluno. Essa maneira simplista, ultrapassada e, até mesma, autoritária de conceber o processo de ensino, certamente não deixa transparecera complexidade que caracteriza todo o ato de ensinar (NANNI, 2004, p. 01). A educação atual traz o aluno como o centro do processo de ensino e de aprendizagem nos levando a re�etir em métodos de ensino cada vez mais e�cazes que possibilite essa dinâmica. Então, o professor necessita oferecer, condições propícias à aprendizagem do aluno. Nesse sentido, Schnetzler (1992) relata que “a aprendizagem é um processo idiossincrático - é a maneira de ver, de sentir e de reagir, própria de cada pessoa - do aluno (e ele deve ser informado disso para se sentir responsável pelo seu próprio processo), nós, professores, não podemos garantir a aprendizagem do aluno, mas, sim, devemos pois esta é a nossa função social, criar condições para facilitar a ocorrência da aprendizagem signi�cativa em nos alunos” (SCHNETZLER, 1992, p. 18). É indispensável o professor transpassar as metodologias tradicionais e optar por métodos contextualizadores, interdisciplinares e problematizadores. Logo, várias ferramentas didáticas e estratégias de ensino podem ser desenvolvidas para ensinar ciências naturais. Os estudos de Armstrong e Barboza (2012) apontam que o professor mediador do processo de ensino-aprendizagem deve trabalhar os conteúdos de forma signi�cativa para os alunos, ou seja, deve levá-los ao desenvolvimento do espírito crítico e da cidadania. Aproximar os conteúdos da realidade dos alunos de forma re�exiva, crítica, participativa e dialógica promove a inserção do educando no contexto social (ARMSTRONG; BARBOZA, 2012, p. 142-143). Para uma maior compreensão dos métodos de ensino em ciências naturais que propiciam aos alunos a participação ativa na aprendizagem, trataremos da experimentação e da investigação como ferramenta metodológica. A Base Nacional Comum Curricular e a Área de Ciências da Natureza Com a implementação do documento norteador da educação, a Base Nacional Comum Curricular, a sugestão de progressão da aprendizagem se torna mais aberta, onde as habilidades estão sendo desenvolvidas ano a ano, com nível crescente de complexidade em todo o Ensino Fundamental, conservando muitos dos pressupostos que haviam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), mas com evidência e detalhamento diferentes. Nesse sentido, para Rico (2019), a �nalidade é ajustar aos alunos ao contato com processos, práticas e procedimentos da investigação cientí�ca para que eles sejam capazes de intervir na sociedade. Neste movimento, as experiências e interesses dos alunos sobre o mundo natural e tecnológico devem ser respeitados. A respeito de como tratar o ensino de Ciências da Natureza na Educação Infantil, no campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”, tratado na a Base Nacional Comum Curricular, é evidenciado como promover os conceitos do Ciências da Natureza nesse nível. De acordo com Brasil (2017): Os estudos de Tiriba (2012) contribuem a�rmando que se as crianças são seres da natureza, é necessário repensar e desenvolver uma rotina de trabalho que perpasse os espaços fechados e permita contato com o mundo que está para além das salas de atividades. Assim, para a autora, é “fundamental investir no propósito de desemparedar e conquistar os espaços que estão para além dos muros escolares, pois não apenas as salas de aula, mas todos os lugares são propícios às aprendizagens” (Tiriba, 2010, p.7). Com isso, para Véra (2017, p. 26), o contato com a terra e a grama, perceber diferentes texturas de folhas e árvores, sentir os aromas vindos de plantas e �ores favorece as crianças o estabelecimento de maior relação de valorização e respeito com o meio CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano. FONTE: Brasil, 2017, p. 42-43). ambiente. Trazer o cultivo de hortaliças, �ores, ervas medicinais e temperos enriquece o cotidiano e promove mais qualidade de vida aos sujeitos que ocupam os espaços das instituições. Assim, conviver na natureza para a criança é indispensável, principalmente na Educação Infantil, e a área de Ciências da Natureza pode possibilitar aos professores o planejamento e o desenvolvimento de técnicas que bene�ciem as crianças nesse contato com o meio ambiente. Para Brasil (2017, p. 231), debater e tomar posição sobre alimentos, medicamentos, combustíveis, transportes, comunicações, contracepção, saneamento e manutenção da vida na Terra, entre muitos outros temas, são imprescindíveis tanto conhecimentos éticos, políticos e culturais quanto cientí�cos. Isso por si só já justi�ca, na educação formal, a presença da área de Ciências da Natureza, e de seu compromisso com a formação integral dos alunos. Ainda: Portanto, ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza tem um compromisso com o desenvolvimento do letramento cientí�co, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências (BRASIL, 2017, p. 231). Nesse sentido, é indispensável que os alunos estejam progressivamente estimulados e amparados no planejamento e na concretização de atividades investigativas, bem como no compartilhamento dos resultados dessas investigações. Isso não signi�ca realizar atividades seguindo, necessariamente, um conjunto de etapas prede�nidas, tampouco se restringir à mera manipulação de objetos ou realização de experimentos em laboratório (BRASIL, 2017). Complementando, Brasil (2017, p. 322) descreve que o professor necessita estabelecer ocasiões de aprendizagem partindo de temas que sejam desa�adoras e, “reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade cientí�ca dos alunos e possibilitem de�nir problemas, levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções”. Assim, para nortear a preparação dos currículos de Ciências, as aprendizagens essenciais a ser certi�cadas neste componente curricular foram reunidas em três Unidades Temáticas que se repercutem ao longo de todo o Ensino Fundamental, sendo elas a Matéria e energia; Terra e Universo; Vida e evolução. Para uma melhor compreensão de como trabalhar as Unidades Temáticas no ensino de ciências da natureza, o Quadro 1, abaixo, apresenta os principais pontos dos três eixos e oferece exemplos de como trabalhá-los em sala de aula: Quadro 1 - Unidades Temáticas no Ensino de Ciências da Natureza MATÉRIA E ENERGIA: desenvolver a capacidade de entender a naturezada matéria e os diferentes usos da energia. Isso envolve compreender a origem, a utilização e o processamento de recursos naturais e energéticos. O que ensinar no Fundamental 1 - Considere esse um período para construir as primeiras noções sobre os materiais: usos, propriedades e interações com luz, som, calor, eletricidade, umidade e outros conceitos. - As crianças precisam ser preparadas para reconhecer a importância da água, em seus diferentes estados físicos, para a agricultura, o clima, a geração de energia elétrica e o equilíbrio dos ecossistemas. Elas devem conseguir discutir e propor maneiras sustentáveis de utilizar o recurso. Espera-se também que consigam construir propostas coletivas de consumo mais consciente e de descarte adequado ou reciclagem dos resíduos domésticos. - A unidade prevê aprendizagens ligadas ao autocuidado, como saber evitar acidentes domésticos (com objetos cortantes, eletricidade e produtos de limpeza etc) e os prejuízos da exposição ao som (poluição sonora, por exemplo) e à luminosidade excessiva (como radiação solar). TERRA E UNIVERSO: compreender as características (dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles) da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes, bem como os fenômenos relacionados a eles. Isso inclui construir conhecimentos sobre efeito estufa, camada de ozônio, vulcões, tsunamis, terremotos, clima e previsão do tempo, entre outros fenômenos. O que ensinar no Fundamental 1 - Neste período, a meta é desenvolver o pensamento espacial com base em experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos naturais a ele relacionados. O aprendizado deve incluir a compreensão dos benefícios do estudo desses fenômenos para a agricultura, a conquista de novos espaços, a construção do calendário, etc. VIDA E EVOLUÇÃO: Este eixo temático engloba o estudo de tudo que se relaciona com os seres vivos: características e necessidades, processo evolutivo, interação entre os seres vivos – principalmente a que o ser humano estabelece entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente – e preservação da biodiversidade. De acordo com Arce (2011, p. 83), “os pontos de partida podem ser muitos e devem, por isso mesmo, ser preparados pelo professor. Pode-se, por exemplo, partir de um livro de literatura infantil, ou levar as crianças a observar algo fomentando o questionar delas. Falamos em fomentar porque as questões não surgiram, em um primeiro momento, espontaneamente, o professor precisará desenvolver esta atitude de questionar, ou seja, voltamos ao que já a�rmamos: o ensino de Ciências colabora para a formação de uma atitude por parte das crianças perante o mundo: uma atitude investigativa. Para isso a condução do professor é imprescindível! (ARCE, 2011, p.83). Com isso, cabe ao docente em sua prática re�exiva sobre o processo de ensino e de aprendizagem pensar no planejamento e, situações que forneça condições para que os alunos se tornem mais autônomos e críticos, valorizando os conhecimentos prévio dos alunos, aproximando assim, os conteúdos abordados com as culturas locais, diversi�cando e enriquecendo a sua prática docente, atribuindo maior propriedade ao seu dia a dia nas atividades sugeridas. Também inclui o aprendizado sobre aspectos relativos à saúde individual e coletiva, inclusive no âmbito das políticas públicas. O que ensinar no Fundamental 1 - Nos anos iniciais, a expectativa é de que as crianças aprendam sobre os seres vivos (plantas e animais) do entorno delas, compreendendo suas características e também os elos nutricionais estabelecidos entre eles no ambiente natural. - Espera-se que consigam identi�car as partes do corpo humano, bem como descrever suas funções. A unidade também inclui identi�car e discutir as características físicas dos seres humanos para que o aluno constate, e respeite, a existência da diversidade étnico-cultural e faça conexões sobre sua relação com colegas, familiares e as demais pessoas com as quais convive. Também é necessário que entendam a importância da adoção de hábitos de higiene e de alimentação saudáveis para os cuidados com o próprio corpo e a prevenção de doenças causadas por microrganismos (como a cárie) ou transmitidas por vírus e bactérias (caso da gripe, por exemplo). FONTE: Rico, 2019. A Experimentação e a Investigação no Ensino de Ciências De acordo com Folmer (2007, p. 2), a respeito dessas metodologias [...] o sistema de ensino deveria alterar sua metodologia, abandonando a prática pura e simples da memorização do conhecimento em favor da compreensão do processo cientí�co, visando privilegiar a capacidade de atualização e auto-aprendizado do indivíduo. Apresentar a experimentação como uma opção metodológico é uma possibilidade para a aprendizagem signi�cativa e o professor necessita ser a ponte desse processo, oferecendo discussões e re�exões que consigamfacilitar a construção do conhecimento considerável e permanente. Nas revisões de literatura sobre o assunto, os estudos de Armstrong e Barboza (2012, p. 145) relatam que nas aulas experimentais, o professor poderá trabalhar, além do conhecimento cientí�co, os aspectos históricos, sociais e ambientais, dependendo do seu planejamento. É importante perceber as diferentes abordagens que se dá à experimentação para que possa contemplar as expectativas e os objetivos de cada professor.Malheiros (2016, p. 114) citando Ferreira (1978) vai mais além nessa discussão, classi�cado as diversas abordagens experimentais no ambiente laboratorial em: As atividades práticas podem assumir uma importância fundamental na promoção de aprendizagens signi�cativas em ciências e, por isso, consideramos importante valorizar propostas alternativas de ensino que demonstrem essa potencialidade da CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO Experiência de Cátedra: Tem por base delinear e auxiliar o educando na compreensão dos conceitos teóricos trabalhados em sala de aula ou simplesmente como evento estimulador para posterior trabalho teórico em classe. Nesse modelo, há maior participação dos alunos. Laboratório Tradicional: Tem por objetivo a possibilidade de averiguação de leis e fenômenos naturais, através do uso do método cientí�co para a produção do conhecimento. Laboratório Divergente: A participação dos alunos acontece em diversos estágios, desde a observação e realização de procedimentos pré-organizados pelo docente, até a�nal, adquirir competências e habilidades para de�nir e realizar os conteúdos a serem contemplados e os passos investigativos que devem ser dados para chegar ao objetivo �nal da atividade. Laboratório Aberto: O discente tem uma ampla mobilidade para utilização do espaço laboratorial, tanto com relação à montagem de um cronograma com o tempo que disponibilizará para implementação das atividades que deverá realizar, quanto para a presença de um monitor ou professor para o acompanhamento das atividades dos educandos. Laboratório a Disposição do Aluno: O ambiente laboratorial �ca inteiramente disponível para que o aluno tenha acesso a qualquer hora para produzir suas atividades. Obviamente que a tendência de o estudante participar das experiências que ali serão desenvolvidas, poderá aumentar substancialmente. Laboratório por Redescoberta: Tem como escopo fazer com que os alunos (re)descubram os fenômenos e/ou procedimentos já realizados pelos cientistas e que podem facilmente serem (re)descobertos pelos alunos na tentativa de que os mesmos tenham um aprendizado efetivo. FONTE: Malheiros, 2016, p. 114.: Malheiros, 2016, p. 114. experimentação: a de ajudar os alunos a aprender através do estabelecimento de inter-relações entre os saberes teóricos e práticos inerentes aos processos do conhecimento escolar em ciências (SILVA; ZANON, 2000, p. 134). Na interpretação de Ramos e Rosa (2008, p. 303) “as aulas experimentais podem ser usadas como uma ferramenta importante para estimular não só o aprendizado, mas também a convivência em grupo, propiciando trocas entre sujeitos” […]. ParaCarvalho (1999, 2007) o ensino por investigação é um modelo de proposta didática que privilegia a problematização, na qual o aluno é o sujeito do conhecimento e a construção desse conhecimento é realizada a partir de interações com outros sujeitos e com o meio circundante. Em função disso, Munford e Lima (2007) destacam que o ensino por investigação pode tornar o ensino mais interativo e dialógico, e que a partir dessas atividades os alunos poderão ser capazes de aceitar as explicações cientí�cas para além dos discursos autoritários, prescritivos e dogmáticos. Nesse sentido, Zompero e Laburú (2010), corroboram dizendo que o trabalho por meio da investigação pressupõe a apresentação de um problema inicial sobre o assunto estudado, cuja resposta o aluno desconhece. O problema, neste caso, tanto pode ser proposto pelo professor, como pelo aluno. A partir desse problema, os alunos levantam hipóteses, momento em que ocorre a interação entre professor e alunos. Neste instante, é possível a ativação e exposição das ideias prévias dos alunos. A exposição de suas ideias permite que re�itam e tomem consciência do que pensam sobre o problema proposto. De acordo com a natureza deste, a atividade pode ser desenvolvida de modo prático, ou por meio de pesquisas bibliográ�cas. Considerando a realização de um experimento, é possível que os alunos desenvolvam a atividade utilizando a observação, as quais devem ser registradas por meio de desenhos ou em tabelas, analisem os dados e obtenham uma conclusão. Antes de realizar a atividade prática, deve-se discutir com os estudantes a situação ou fenômeno que será estudado (ZOMPERO; LABURÚ, 2010, p. 15). São vários os fatores que as atividades investigativas devem favorecer ao aluno. Para uma melhor compreensão desses fatores segue a Figura 1 abaixo: Figura 1 - As Atividades Investigativas devem Favorecer FONTE: Campos; Nigro, 2009, 132 (adaptado). REFLITA A educação moderna ou construtivista foi inspirada nas ideias do biólogo Jean Piaget (1886-1980), onde a criança é a personagem principal, o construtor de sua aprendizagem e interage com o meio em que vive e assim aprende através da experimentação, da curiosidade, da pesquisa, de estímulos e de dúvidas. O foco está no desenvolvimento do raciocínio, no pensar, no fazer através de suas próprias vivências. O professor aqui é um mediador, um ajudador no processo de conquistas e aprendizagem. Roda de conversas, rodas de histórias e projetos vindos a partir de algum assunto abordado em sala que gerou curiosidade ou uma dúvida, são algumas características dessa abordagem. FONTE http://cacholadaaninha.com.br/tradicional-x-moderna-duas-vertentes-da-educacao-que-se-complementam/ Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências II AUTORIA Flávio Fraquetta A atuação docente procede de uma escolha de atividades que o professor necessita planejar na sua ação para que seja capaz de promover e impulsionar o processo de ensino e de aprendizagem e atingir o resultado esperado para esse intuito. A utilização de recursos didáticos diversi�cados na prática pedagógica do docente é ma forma de renovar suas aulas, fazendo com que se torne mais atrativo na visão do aluno, para mais, proporcionar que esse aluno entenda a aplicabilidade do conhecimento construído no seu cotidiano, promovendo a aprendizagem signi�cativa. Nesse sentido, o ato de planejar as atividades que orientarão os caminhos a serem percorridos para que os objetivos sejam alcançados é de grande importância na ação docente. Para Armstrong e Barboza (2012, p. 161), “o planejamento de ensino, como uma ferramenta auxiliadora do processo de ensino e de aprendizagem, é um procedimento que exige re�exão, organização, coordenação, sistematização e previsão” […]. Ao efetuar o planejamento de ensino das atividades a serem propostas, o docente necessitará considerar e analisar quais métodos e técnicas serão capazes de serem desenvolvidas com a �nalidade de atender as necessidades que possam ocorrer no transcorrer desse processo. Ramos (2012, p. 10) discute e destaca que [...] o desinteresse dos alunos hoje é um desa�o encontrado pelos professores para desenvolver suas práticas pedagógicas em sala de aula, cabe o professor inovar e construir meios capazes de transformar a suas aulas em um ambiente favorável que provoque o interesse e a participação dos alunos. Para somar ao ato de planejar da forma correta e adequada, é necessário o professor utilizar de ferramentas metodologias diversi�cadas para porporcionar ao aluno atividades atrativas, onde o aluno se fará presente no processo de ensino e de aprendizagem, além de explorar todos os campos de aquisição do conheciemto pelo aluno. Com isso, a Figura 1 abaixo, baseada nos estudos de Parra (1972, p. 32) demonstra a classi�cação mais difundida dos recursos audiovisuais, onde divide os materiais auxiliares do ensino e da aprendizagem em três categorias: recursos visuais: que se dirigem apenas pela visão; recursos auditivos: que se dirigem somente à audição; recursos audiovisuais: que reúnem os estímulos visuais e auditivos. Figura 1 - Recursos Audiovisuais FONTE: Parra, 1972, p. 32. Nesse sentido, ressaltamos que Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009, p. 37) coadunam-se com essas re�exões dizendo que O universo das contribuições paradidáticas, como livros, revistas, suplementos de jornais (impressos e digitais), videocassetes, CD-ROMs, TVs educativas e de divulgação cientí�ca (sinal a cabo ou antena parabólica) e rede web precisa estar mais presente e de modo sistemático na educação escolar. Mais do que necessário, é imperativo seu uso crítico e consciente pelo docente de Ciências naturais […] (Delizoicov; Angotti; Pernambuco, 2009, p. 37). A utilização de recursos audiovisuais oferece ao professor oportunidades de fazer com o aluno seja atuante e construtor do seu próprio conhecimento. Além disso, auxiliam o aprendizado, pois eles funcionam como uma ponte entre o conteúdo a ser aprendido e o aluno na função teoria e prática. Vale ressaltar que os museus, laboratórios abertos, planetários, parques especializados, exposições, feiras e clubes de ciências, �xos ou intinerantes, vistos como espaços de divulgação cientí�ca, devem fazer parte do processo de ensino de forma planejada, sistemática e articulada. É necessário que sejam incorporados na prática do cotidiano escolar, em favor da melhoria do ensino e da aprendizagem (Delizoicov; Angotti; Pernambuco, 2009, p. 37-38). De acordo com Souza (2007, p.112-113), [...] utilizar recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem é importante para que o aluno assimile o conteúdo trabalhado, desenvolvendo sua criatividade, coordenação motora e habilidade de manusear objetos diversos que poderão ser utilizados pelo professor na aplicação de suas aulas. Os estudos de Quirino (2011, p. 13) ressalta que “quando bem utilizados, não só em relação à sua mera utilização em sala, mas condizendo com vários aspectos relevantes às individualidades ou a determinados grupos de alunos, é que efetivamente o trabalho surtirá o efeito desejado”. Com isso, a implementação de recursos didáticos diferenciados nas aulas proporciona em uma melhor compreensão dos conteúdos abordados, contribuindo para o processo de ensino e de aprendizagem, e estimulando o senso crítico e a participação dos alunos nas aulas. SAIBA MAIS As metodologias ativas consistem na mudança do paradigma do aprendizado e da relação entre o aluno e o professor. O aluno passa então a ser o protagonista e transformador do processo de ensino, enquanto o educador assume o papel de um orientador, abrindo espaço para a interação e participação dos estudantes na construção do conhecimento. Nas metodologias ativas, as práticas pedagógicas são estruturadas com a �nalidade de fazer com que o estudante participe do seu processo de aprendizado. Além disso, essas metodologias estimulam a resolução de problemas práticos, contribuindo para o desenvolvimento de competências como o pensamento crítico. Os estudantestambém conseguem trabalhar a autonomia, a responsabilidade, a Proatividade, o trabalho em equipe e a independência. Isso signi�ca que essas metodologias podem contribuir com o desenvolvimento tanto da dimensão cognitiva quanto da Socioemocional dos estudantes. Isso porque os alunos aprendem a lidar com problemas devido ao trabalho da sua segurança e con�ança para enfrentar situações complexas, na escola quando e na vida. Os alunos desenvolvem mecanismos e aprendem a expor sua opinião e a respeitar pensamentos diferentes. FONTE https://www.somospar.com.br/metodologias-ativas-como-essa-tendencia-pode-beneficiar-as-praticas-pedagogicas/ As Concepções Epistemológicas do Professor como um dos Determinantes do Processo de Ensino e de Aprendizagem AUTORIA Flávio Fraquetta Nas re�exões hoje propostas sobre o papel e a ação do professor no contexto escolar, a primeira condição para que isso aconteça é a quebra do paradigma do professor como detentor de todo o saber. No contexto atual, o professor é tido como o mediador, onde o “mediar é facilitar o processo para que a informação se transforme em conhecimento e gere novas aprendizagens, não basta responder, é necessário fazer boas perguntas, considerar as experiências educativas que o aluno traz, entende-se aqui, a aprendizagem extrapolando a escola” (Souza, 2017, s/p). Em relação à formação de professores de Ciências, vale uma re�exão quanto ao papel das instituições de ensino superior nessa formação e se as mesmas estão preparadas para formar futuros docentes que atendam às necessidades da sociedade contemporânea (FRAQUETTA, 2015). Entre os professores há sempre o desejo de práticas e�cientes em sua atividade de ensino. Acredita-se que deve ser de interesse do professor compreender as representações dos estudantes para entender as construções e elaborações sobre o que eles aprendem. Isto implicaria no aproximar às distintas formas de pensar e representar o que sabemos. Ensinar não é o único objetivo do professor (ALBARRACÍN, 2012). Nesse sentido, ressaltamos que Tardif (2012) contribui dizendo que a docência é um trabalho interativo que requer a apropriação de vários conhecimentos cientí�cos, curriculares e pedagógicos, os quais se apreendem no âmbito da universidade e no exercício da pro�ssão. A qualidade da formação é vital para que o professor cumpra, com êxito, o seu trabalho, que consiste, dentre outras dimensões, na transmissão, reestruturação e constituição de conhecimentos e saberes. Tardif (2012), a�rma que o saber do professor é plural, porque “[...] é formado de diversos saberes provenientes das instituições de formação, da formação pro�ssional, dos currículos e da prática cotidiana, o saber docente é, portanto, essencialmente heterogêneo”. Com isso, o Quadro 1, apresentado abaixo, baseado nos estudos de Tardif (2012, p.63) evidencia a existência de quatro tipos diferentes de saberes implicados na atividade docente: I. os saberes da formação pro�ssional; II. os saberes disciplinares; III. os saberes curriculares; IV. os saberes experienciais. Assim, faz-se necessário que o docente venha dispor de formação de qualidade, que deverá ser pautada no domínio de conhecimentos cientí�cos articulados na teoria e prática, pautados em um ensino de excelência. Quadro 1 - Diferentes Tipos de Saberes SABER DEFINIÇÃO Saberes da Formação Pro�ssional Conjunto de saberes que, baseados nas ciências e na erudição, são transmitidos aos professores durante o processo de formação inicial e/ou continuada, transmitidos aos professores ao longo do seu processo de formação. Saberes Disciplinares São os saberes reconhecidos e identi�cados como pertencentes aos diferentes campos do conhecimento (linguagem, ciências exatas, ciências humanas, ciências biológicas, etc.). Esses saberes, produzidos e acumulados pela sociedade ao longo da história da humanidade. Saberes Curriculares São conhecimentos relacionados à forma como as instituições educacionais fazem a gestão dos conhecimentos socialmente produzidos e que devem ser transmitidos aos estudantes. Saberes Experienciais São os saberes que resultam do próprio exercício da atividade pro�ssional dos professores. Esses saberes são produzidos pelos docentes por meio da vivência de situações especí�cas relacionadas ao espaço da escola e às relações estabelecidas com alunos e colegas de pro�ssão. FONTE: Tardif, 2012, p.63. Com os estudos e as re�exões propostas nessa Unidade, é evidente a percepção do aluno como o centro do processo de ensino e de aprendizagem nos levando a re�etir em métodos de ensino cada vez mais e�cazes que possibilite essa dinâmica. Então, o professor necessita oferecer, condições propícias à aprendizagem do aluno. Com isso, é indispensável o professor transpassar as metodologias tradicionais e optar por métodos contextualizadores, interdisciplinares e problematizadores. Logo, várias ferramentas didáticas e estratégias de ensino podem ser desenvolvidas para ensinar ciências naturais. Nessa Unidade abordamos o processo de ensino de Ciência nas escolas, e vimos que as atividades práticas podem assumir uma importância fundamental na promoção de aprendizagens signi�cativas em ciências e, por isso, consideramos importante valorizar propostas alternativas de ensino que demonstrem essa potencialidade da experimentação. Também veri�camos a importância do planejamento das atividades no ensino de Ciência, e percebemos que ao efetuar o planejamento de ensino das atividades a serem propostas, o docente necessitará considerar e analisar quais métodos e técnicas serão capazes de serem desenvolvidas com a �nalidade de atender as necessidades que possam ocorrer no transcorrer desse processo. Conhecendo também a proposta da Base Nacional Comum Curricular na Área de Ciências da Natureza para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Ainda, conhecemos a importância da utilização dos recursos audiovisuais de várias estratégias didáticas que servem como auxiliares do ensino e da aprendizagem Estudamos que o professor é tido como o mediador, onde o mediar é facilitar o processo para que a informação se transforme em conhecimento e gere novas aprendizagens, não basta responder, é necessário fazer boas perguntas, considerar as experiências educativas que o aluno traz, entende-se aqui, a aprendizagem extrapolando a escola. Conclusão - Unidade 3 E ainda, a existência de quatro tipos diferentes de saberes que implicam na atividade docente propostas por Tardif (2012, p.63): os saberes da formação pro�ssional, os saberes disciplinares, os saberes curriculares e os saberes experienciais. SAIBA MAIS Fragmento do artigos “PIBID: ATIVIDADE INVESTIGATIVA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NAS AULAS DE CIÊNCIAS”. INTRODUÇÃO Ao se referir às atividades investigativas, parece iminente a ideia de experimentação. Na verdade, a experimentação no ensino de Ciências não resume todo o processo investigativo no qual os alunos estão envolvidos na formação e desenvolvimento de conceitos cientí�cos. Há que se considerar também que o processo de aprendizagem dos conhecimentos cientí�cos é bastante complexo e envolve múltiplas dimensões, exigindo que o trabalho investigativo dos alunos assuma, então, variadas formas que possibilitem o desencadeamento de distintas ações cognitivas, tais como: manipulação de materiais, questionamento, direito ao tateamento e ao erro, observação, expressão e comunicação, veri�cação das hipóteses levantadas. Pode-se dizer que esse também é um trabalho de análise e de síntese, sem esquecer a imaginação e o encantamento inerentes às atividades investigativas (ZANNON et al., 2007). Nos últimos tempos, o ensino e a aprendizagem de ciências através de atividades investigativas vêm ganhando espaço e importância, em função da retomada de projetos nacionais de revitalização da educação em ciências (FLICK; LEDERMAN, 2006 apud GOMES et al., 2008). Atividades investigativas, segundo Borges (2002), são atividades propostas aos estudantes que são desa�ados a encontrarformas de coletar dados e informações que os levem a propor soluções razoáveis. Gomes et al. (2008) citando Kuhn e colaboradores (2000), argumentam que investigações são atividades educacionais em que os estudantes, individualmente ou em grupo, investigam um conjunto de fenômenos, reais ou virtuais, e, a partir da realização de observações e experimentos, propõem conclusões e inferências. Segundo Hodson (1992) apud Gomes et al. (2008) as atividades práticas baseadas em investigações são apropriadas para trabalhar assuntos relacionados à natureza da atividade cientí�ca e contemplam, ao mesmo tempo, uma das dimensões do ensino de Ciências: as investigações tornam-se um método tanto para aprender Ciência como aprender sobre a Ciência. Pessoa (2005) argumenta que a investigação mostra que os estudantes aprendem mais sobre ciência e desenvolvem melhor seus conhecimentos conceituais quando participam de investigações cientí�cas, em que haja su�ciente oportunidade e apoio para re�exão. A autora citando Carvalho (1999) descreve a in�uência do professor num ensino em que o aluno faz parte da construção de seu conhecimento da seguinte maneira: é o professor que propõe problemas a serem resolvidos, que irão gerar ideias que, permitirão a ampliação dos conhecimentos prévios; promove oportunidades para a re�exão, indo além das atividades puramente práticas; estabelece métodos de trabalho colaborativo e um ambiente na sala de aula em que todas as ideias são respeitadas (PESSOA, 2005, p. 02). Mediante o exposto parte das re�exões no âmbito do PIBID foi recortada e segue apresentada neste artigo para fomentar o debate entre colegas bolsistas integrantes do referido programa em Ciências. A atividade aqui relatada foi realizada com os alunos da quinta e sexta séries do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Adélia Rossi Arnaldi, no município de Paranavaí, relatando o caso da dengue como uma enfermidade tropical. O papel das atividades investigativas na construção do conhecimento Uma atividade investigativa, não necessariamente uma experimentação no laboratório, é sem dúvida uma importante estratégia no Ensino de Ciências, e que “esse tipo de trabalho pode ser orientada para a consecução de inúmeros objetivos” (AZEVEDO, 2004, p.20). Para que uma atividade seja considerada investigativa, a ação do aluno não se deve limitar somente de observação, manipulação ou experimentação, ela deve assumir características especí�cas que desenvolva a re�exão, discussão, explicação, desenvolvimento de relatório, o que dará ao seu trabalho as características de um trabalho cientí�co. É fundamental, também, que uma investigação faça sentido para o aluno, de modo que ele tenha conhecimento do por que estar investigando um determinado fenômeno que a ele é apresentado, argumenta Azevedo (2004). Para tanto é fundamental a apresentação do problema em torno qual se insere a investigação. A colocação de um problema ou um tema em aberto como ponto de partida é, segundo Azevedo (2004, p. 21) um “aspecto fundamental para a criação de um novo conhecimento”. Para Bachelard (1996), todo conhecimento é resposta à uma questão (AZEVEDO, 2004). A aprendizagem decorrente de um trabalho investigativo dos procedimentos e atitudes torna-se tão importante quanto à aprendizagem de conceitos e/ou conteúdos. No entanto, cabe reforçar que somente ocorrerá aprendizagem e o desenvolvimento dos conteúdos/conceitos – envolvendo a ação e aprendizado de procedimentos – se houver a ação do estudante no sentido de re�etir, buscar explicações e participar com mais ou menos intensidade das etapas de um processo que leve à resolução de um problema proposto, enquanto o docente transforma sua postura, deixando sua ação como transmissor do conhecimento e passando a agir como um guia reforça Azevedo, (2004). Manford e Lima (2007) questionam três concepções que segundo as autoras são equivocadas: Primeiramente, é muito comum pessoas acreditarem que o ensino de ciências por investigação envolve necessariamente atividades práticas ou experimentais ou que se restringe a elas. No entanto, uma atividade experimental, muitas vezes, não apresenta características essenciais da investigação, e que atividades que não são práticas podem ser até mais investigativas do que aquelas experimentais, dependendo da situação. Em segundo lugar, as autoras a�rmam que é bastante difundida a noção “de que o ensino de ciências por investigação tem de ser necessariamente um ensino envolvendo atividades bastante abertas, nas quais os estudantes têm autonomia para escolher questões, determinar procedimentos para a investigação” e decidir como analisar seus resultados (MUNFORD; LIMA, 2007, p. 4) Finalmente, muitos acreditam que seria possível – e necessário – ensinar todo o conteúdo por meio de uma abordagem investigativa. A posição aqui defendida pelas autoras é de que alguns temas seriam mais apropriados para essa abordagem, enquanto outros teriam de ser trabalhados de outras formas. O ensino de ciências por investigação seria uma estratégia entre outras que o docente poderia selecionar ao procurar diversi�car sua prática de forma inovadora, concluem as autoras. Gil e Castro (1996) citados por Azevedo (2004) descrevem alguns aspectos da atividade cientí�ca que podem ser explorados numa atividade investigativa, ressaltando a importância dessas atividades. Assim transcrevemos alguns desses aspectos: 1. favorecer a re�exão e a relevância e possível interesse das situações problemas; 2. Potencializar análises qualitativas que ajudem a compreender e acatar as situações planejadas e formular perguntas operativas sobre o que se busca; 3. Considerar a elaboração de hipóteses como atividade central da investigação cientí�ca. 4. Considerar as análises, com atenção nos resultados, de acordo com os conhecimentos disponíveis, das hipóteses manejadas e dos resultados das demais equipes de estudantes. 5. Ressaltar a dimensão coletiva do trabalho cientí�co, por meio de grupos de trabalho, que interajam entre si (GIL; CASTRO apud AZEVEDO, 2004, p. 23). O professor e o aluno numa proposta investigativa Diante das discussões efetuadas, �ca evidente que o papel da investigação é a mudança de atitude que essa metodologia deve proporcionar tanto aos alunos como para o professor na prática de sala de aula. Numa perspectiva que utilize a investigação com as características já descritas, o aluno de deixa o seu posto de observação nas aulas, na maioria das vezes expositivas, passando a ter uma in�uência sobre ela, argumentando, pensando, agindo, questionando, interferindo, sendo agente da construção de seu conhecimento. Tais ações permitem que os alunos deixem de ser somente conhecedor de conteúdos, passando a desenvolver atitudes e habilidades como argumentação, interpretação, entre outras (AZEVEDO, 2004). Numa proposta que utilize a investigação, o professor assumirá o papel de mediador e caberá a ele o encaminhamento de uma proposta de re�exão, estabelecendo de um modo geral o processo de validade dos resultados, promovendo o confronto de suas opiniões com as dos demais. Os problemas e a busca de uma solução permitirão uma rica elaboração mental e a explicitação das di�culdades nas respostas dadas pelos alunos constituirá num instrumento de troca e ampliação de níveis cognitivos, compreensão, análise, síntese e avaliação (MAIOR, 1987; LORENCINI, 1995 apud MELLO, 2005). Por �m, pode-se a�rmar que o intuito da construção do conhecimento faz com que o aluno sendo instigado pelo professor, exponha de forma singular o senso comum que o acompanha mediante ao fenômeno em questão, senso comum este, adquirido em seu processo social. Com isso estimula-se o aluno a pensar, re�etir, construir e formalizar conhecimentos antes tidos como conceitos básicos relacionados à sua vivência. Na visão de Paulo Freire, o conhecimento é produto das relações dos seres humanos entre si e com o mundo. Nestas relações, homens e mulheres são desa�ados a encontrar soluções para situações para as quais é preciso dar respostasadequadas. Para isto, precisam reconhecer a situação, compreendê-la, imaginar formas alternativas de responder e selecionar a resposta mais adequada (BARRETO, 1998). O processo de pensar, que é fruto dessa participação, faz com o que o aluno comece a construir também a sua autonomia (CARVALHO et al., 1998 apud MELLO, 2005). A cada resposta, novas situações se apresentam e outros desa�os vão se sucedendo. Estas respostas e suas consequências representam experiência adquirida e constituem o conhecimento das pessoas. São registradas na memória e ajudarão a construir novas respostas (BARRETO, 1998). FRAQUETTA, F.; CARMO, S. D. do; NAGASHIMA, L. A. Pibid: atividade investigativa na construção do conhecimento nas aulas de ciências. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/149222868/PIBID- ATIVIDADEINVESTIGATIVA-NA-CONSTRUCAO-DO-CONHECIMENTO- NAS-AULAS-DE-CIENCIAS>. Livro https://pt.scribd.com/document/149222868/PIBID-ATIVIDADEINVESTIGATIVA-NA-CONSTRUCAO-DO-CONHECIMENTO-NAS-AULAS-DE-CIENCIAS Filme Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=KT2kIaR250Q Unidade 4 Parâmetros Curriculares Nacionais AUTORIA Flávio Fraquetta Introdução A educação brasileira hoje, utiliza documentos básicos que orientam os processos de re�exão, planejamento e prática pedagógica em todas as escolas do país. Entre os principais documentos encontram-se os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN'S que trata dos referenciais que direcionam o estado, município, escolas e professores para a consolidação da educação de qualidade. A função dos Parâmetros Curriculares Nacionais é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual. Com isso, caro aluno, nesse capítulo trataremos sobre os “Parâmetros Curriculares Nacionais”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca da “Estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os objetivos do Ensino Fundamental”, um “Breve histórico do ensino de Ciências Naturais”, os “Parâmetros Curriculares Nacionais e as Ciências Naturais e os Temas Transversais” e a “Avaliação da Aprendizagem e os Recursos Alternativos de Avaliação”. Nosso primeiro tópico tratará da apresentação da estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os objetivos do Ensino Fundamental. Em seguida, o segundo tópico apresentará um breve histórico do ensino de Ciências Naturais dentro dos principais momentos do contexto história da educação brasileira. O terceiro tópico discorrerá sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Ciências Naturais e os Temas Transversais, e o último tópico, abordará a Avaliação da Aprendizagem e os Recursos Alternativos de Avaliação para o ensino de ciências naturais. Senso assim, essa Unidade propõe oferecer a você, aluno, uma re�exão a respeito da composição dos conhecimentos e estratégias necessários para o processo de ensino e aprendizagem signi�cante para o aluno e na sua construção em sociedade. Para contribuir ainda mais com seus estudos, essa Unidade conta com textos complementares assim como material complementar que enriqueceram seus conhecimentos. Estrutura Organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os Objetivos do Ensino Fundamental AUTORIA Flávio Fraquetta Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCNs, são documentos norteadores organizados no intuito de servir como ponto de partida para o trabalho docente, orientando as atividades concretizadas na sala de aula. Foram estabelecidos a partir da LDB 9394/96 e são referenciais para a educação em todo o país, e apresenta-se como uma sugestão �exível e não homogênea que busca atender as necessidades regionais em aspectos que envolvam a educação, a sociedade e a cultura. Os PCNs são documentos que apresentam a orientação quanto a rotina escolar e os principais conteúdos que devem ser abordados, a �m de oferecer suporte aos professores, para que suas práticas pedagógicas sejam da melhor qualidade, onde cada instituição deve adaptando esses conteúdos à realidade social da localidade onde está inserida, encaminhando os alunos rumo à aprendizagem. Para Brasil (1997, p. 13b) os “Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual” (BRASIL, 1997, p. 13b). Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm seu início no processo de elaboração com os estudos de propostas curriculares de Estados e Municípios brasileiros, da análise realizada pela Fundação Carlos Chagas sobre os currículos o�ciais e do contato com informações relativas a experiências de outros países. Os PCNssão uma referência nacional para o ensino fundamental, pois estabelecem uma meta educacional para a qual devem convergir as ações políticas do Ministério da Educação e do Desporto, tais como os projetos ligados à sua competência na formação inicial e continuada de professores, à análise e compra de livros e outros materiais didáticos e à avaliação nacional. Têm como função subsidiar a elaboração ou a revisão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de projetos educativos, assim como servir de material de re�exão para a prática de professores(BRASIL, 1997, p. 29b). Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam questões de tratamento didático por área e por ciclo, procurando garantir coerência entre os pressupostos teóricos, os objetivos e os conteúdos, mediante sua operacionalização em orientações didáticas e critérios de avaliação. Em outras palavras, apontam o que e como se pode trabalhar, desde as séries iniciais, para que se alcancem os objetivos pretendidos. Na Figura 1 abaixo, é apresenta a divisão por ciclos de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais. Figura 1 - Divisão por Ciclos FONTE: Brasil, 1997b, p. 71. A organização em ciclos é uma tentativa de superar a segmentação excessiva produzida pelo regime seriado e de buscar princípios de ordenação que possibilitem maior integração do conhecimento, além disso, favorece uma apresentação menos parcelada do conhecimento e possibilita as aproximações sucessivas necessárias para que os alunos se apropriem dos complexos saberes que se intenciona transmitir (BRASIL, 1997b). Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam os objetivos do Ensino Fundamental que são as grandes metas educacionais que orientam a estruturação curricular. Conforme o Quadro 1 a seguir, os PCNs indicam como objetivos do Ensino Fundamental que os alunos sejam capazes de: Quadro 1 - Objetivos do Ensino Fundamental Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a- dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar con�itos e de tomar decisões coletivas. Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País. Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando- se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classesocial, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais. Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identi�cando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente. Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de con�ança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania. Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. Utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, grá�ca, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação. Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a Tais objetivos compõem o ponto de partida para se re�etir sobre qual é a formação que se pretende que os alunos obtenham, sendo pontos de referência que devem orientar a atuação educativa em todas as áreas, ao longo da escolaridade obrigatória. Propõe-se a nortear a escolha dos conteúdos a serem estudados como meio para o desenvolvimento das competências e indicar as direções didáticas adequadas para que os conteúdos estudados façam sentido para os alunos. capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e veri�cando sua adequação. FONTE: Brasil, 1997b, p. 69. O Ensino de Ciências Naturais e o Breve Histórico AUTORIA Flávio Fraquetta A disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no currículo das escolas brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir conhecimentos cientí�cos provenientes de diferentes ciências naturais de referência já consolidadas no currículo escolar brasileiro (Paraná, 2008, p. 51). Para Fraquetta (2015) citando Ghiraldelli Jr (1991), de acordo com o documento o�cial, o currículo era organizado da seguinte forma: o chamado ensino secundário mantinha cinco anos na sua etapa fundamental, com mais dois anos na sua etapa complementar. A�rma ainda que os conhecimentos cientí�cos foram integrados na disciplina de Ciências Físicas e Naturais ofertadas nos dois primeiros anos da etapa fundamental (atuais 6o e 7o anos). Nos três últimos anos da etapa fundamental (atuais 8o e 9o anos), os conhecimentos cientí�cos eram abordados nas disciplinas de Física, Química e História Natural. De acordo com Paraná (2008, p. 51), na disciplina de Ciências, transmitiam-se informações gerais por meio de metodologia centrada na aula expositiva, não dialogada, que exigia a memorização da biogra�a de cientistas importantes e da divulgação dos conhecimentos provenientes de suas descobertas. Desse modo, privilegiava-se a quantidade de informações cientí�cas em prejuízo de uma abordagem de base investigatória. Os estudos de Barra e Lorenz (1986), a�rmam que em 1946 surgiu o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), instituição vinculada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) cujo objetivo era promover a melhoria da formação cientí�ca dos estudantes que ingressariam no ensino superior e, assim, contribuir de forma signi�cativa ao desenvolvimento nacional e, desse modo, melhorar a qualidade do ensino. Nesse contexto a Diretriz Curricular do Estado do Paraná (2008) declara que: com o IBECC, a realidade do ensino de Ciências sofreu mudanças signi�cativas, pois foram estimuladas discussões sobre os livros didáticos de Ciências, que até então re�etiam o pensamento pedagógico europeu para essa disciplina, estabeleceram-se também os conteúdos de ensino, bem como a metodologia a ser desenvolvida em sala de aula (PARANÁ, 2008, p. 51). De acordo com Canavarro (1999), a partir da Segunda Guerra Mundial, a ciência e a tecnologia transformaram-se num enorme empreendimento socioeconômico, trazendo uma maior preocupação com o estudo das ciências nos diversos níveis de ensino. Ainda, para FROTA-PESSOA et al. (1987), a partir dos anos 1950, as propostas educativas do Ensino de Ciências procuraram possibilitar aos estudantes o acesso às verdades cientí�cas e o desenvolvimento de uma maneira cientí�ca de pensar e agir. Para Krasilchik (2000, p. 86), tais movimentos contribuíram para que o Ensino de Ciências passasse por um processo de transformação no âmbito escolar, sob a justi�cativa da necessidade do conhecimento cientí�co para a superação da dependência tecnológica, ou seja, para tornar o país autossu�ciente com base numa “ciência autóctone”. Os apontamentos de Fraquetta (2015) e Paraná (2008), relatam que com a promulgação da Lei 4.024/61 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB) houve a ampliação da participação das Ciências no currículo escolar, tornando-a indispensável desde o primeiro ano do curso ginasial. As alterações e transformações no Ensino de Ciências, nessa década, foram ajustadas nos projetos curriculares. Competia ao Ensino de Ciências desenvolverem o espírito crítico dos estudantes, dando condições para que descobrissem a ciência, reproduzindo o trabalho do cientista. Prontamente: um dos avanços em relação às reformas educacionais de décadas anteriores foi a ampliação da participação da disciplina de Ciências Naturais no currículo escolar, ampliando para todas as séries da etapa ginasial a necessidade do preparo do indivíduo (e da sociedade como um todo) para o domínio dos recursos cientí�cos e tecnológicos por meio do exercício do método cientí�co (PARANÁ, 2008, p. 53). Os professores, por sua vez, davam grande destaque às atividades experimentais, seguindo rigidamente as etapas do método cientí�co, cuja in�uência visível, no Ensino de Ciências, fez com que fosse considerado por muitos professores como uma metodologia para essa área de ensino (FRAQUETTA, 2015). De acordo com Mello (2000), na segunda metade dessa década, a promulgação da Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) consolida uma profunda ressigni�cação do processo de ensinar e aprender, ao prescrever o paradigma curricular, em que os conteúdos de ensino deixam de ter importância em si mesma, e são entendidos como meio para produzir aprendizagem dos estudantes. Em 1998, o Ministério da Educação colocou à disposição da comunidade escolar, no documento intitulado Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), uma proposta de reorganização curricular coerente com o ideário presente na Lei n° 9394/96. Com os PCN, os conteúdos escolares das Ciências Naturais foram reorganizados em eixos temáticos, a saber: Terra e Universo; Vida e Ambiente; Ser Humano e Saúde; e Tecnologia e Sociedade (FRAQUETTA, 2015). Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais e Temas Transversais AUTORIA Flávio Fraquetta Para Santos e Mendes Sobrinho (2008, p. 52), nas séries iniciais é imprescindível o estudo de ciências naturais, pois assim a criança, desde o início de sua escolarização, poderá interagir com o conhecimento cientí�co, obtendo, dessa forma, uma compreensão mais profunda da natureza e da sociedade em que vive. Assim: A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a re�exão sobre questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnologia (BRASIL, 1997, p. 21-22a). A abordagem sobre o assunto de Brasil(1997, p. 22a) nos mostra que o ensino de Ciências Naturais também é espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparados. Ainda: É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas explicativos. Contrapor e avaliar diferentes explicações favorece o desenvolvimento de postura re�exiva, crítica, questionadora e investigativa, de não-aceitação a priori de idéias e informações. Possibilita a percepção dos limites de cada modelo explicativo, inclusive dos modelos cientí�cos, colaborando para a construção da autonomia de pensamento e ação(BRASIL, 1997, p. 21- 22a). Para os PCNs ao �nal do Ensino Fundamental (Brasil, 1997b), o ensino de ciências naturais deverá se organizar de forma que os alunos tenham as seguintes capacidades conforme o Quadro 1 a seguir: Nesse sentido, para que tais objetivos sejam alcançados, o professor necessita formar critérios na organização dos conteúdos que os atendam, fazendo uma escolha que possa a atender os interesses e as necessidades dos alunos, pois os conteúdos oferecidos devem ter a �nalidade de despertar nos alunos o interesse pelo que está sendo ensinado. Os PCNs com a intenção de relacionar os diferentes conceitos, atitudes, valores e procedimentos de cada etapa do processo escolar, apresentam quatro blocos temáticos enfatizando a importância do ato de aprender e de saber usar o conhecimento cientí�co. Assim, são propostos para o ensino fundamental os blocos temáticos: Ambiente; Ser humano e saúde; Recursos tecnológicos; e Terra e Universo. Sendo Quadro 1 - O Ensino de Ciências Naturais Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. Identi�car relações entre conhecimento cientí�co, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica. Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. Saber utilizar conceitos cientí�cos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida. Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações. Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva. Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem. FONTE: Brasil, 1997b, p. 31. Os três primeiros blocos se desenvolvem ao longo de todo o ensino fundamental, de acordo com cada nível; O bloco Terra e Universo só será destacado a partir do terceiro. De acordo com Brasil (1997a, p. 65), para estar em consonância com as demandas atuais da sociedade, é necessário que a escola trate de questões que interferem na vida dos alunos e com as quais se veem confrontados no seu dia-a-dia. As temáticas sociais vêm sendo discutidas e frequentemente são incorporadas aos currículos das áreas, especialmente nos de História, Geogra�a e Ciências Naturais, ou chegam mesmo, em alguns casos, a constituir novas áreas. Mais recentemente, algumas propostas sugerem o tratamento transversal de temáticas sociais na escola, como forma de contemplá-las na sua complexidade, sem restringi-las à abordagem de uma única área (BRASIL, 1997a, p. 65). Por envolverem problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional e até mesmo mundial, os PCNs apresentam como temas transversais a Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo. Nesse sentido, os conteúdos de cada tema transversal recebem um tratamento por blocos temáticos, isto é, foram organizados de forma a reunir os diversos conteúdos em função dos principais eixos de cada tema. Com isso, pretendeu-se garantir o equilíbrio e a coerência interna entre os conteúdos, apresentando-os dentro de um contexto que permita ao professor perceber as possíveis articulações e inter-relações existentes entre eles e, então, programá-los de acordo com a sua realidade. Assim, ainda que se incluam outros conteúdos, a presença desses eixos em qualquer proposta pode garantir que informações e discussões fundamentais sejam contempladas (BRASIL, 1997a). REFLITA A BNCC enfatiza o letramento cientí�co que, apesar de não ser uma novidade no ensino do componente curricular, quando atrelado a uma proposta que privilegia a investigação, assume a possibilidade de ser construído por meio de um novo encaminhamento metodológico. Além disso, assim como ocorre em todo o documento, a preocupação com a formação integral do educando é algo evidente. As competências gerais da Base possibilitam a construção de um currículo de Ciências da Natureza que favorece o protagonismo do estudante ao estabelecer itens como pensamento cientí�co, crítico e criativo; autoconhecimento e autocuidado; conhecimento, entre outros. FONTE https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/72/como-se-preparar-para-implementar-as-mudancas-da-bncc-para-ciencias Avaliação da Aprendizagem e Recursos Alternativos de Avaliação AUTORIA Flávio Fraquetta Sabe-se que a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos com relação à aprendizagem de conceitos, de procedimentos e de atitudes, atrelando à concepção de conteúdos e aos objetivos propostos. De acordo com Brasil (1997a, p. 30) a avaliação da aquisição dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo entendimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que interprete uma história, uma �gura, um texto ou trecho de texto, um problema ou um experimento. São situações semelhantes, mas não iguais, àquelas vivenciadas anteriormente no decorrer dos estudos. São situações que também induzem a realizar comparações, estabelecer relações, proceder a determinadas formas de registro, entre outros procedimentos que desenvolveu no curso de sua aprendizagem. Desta forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de procedimentos e atitudes estão sendo avaliadas (BRASIL, 1997a, p. 30). Para Armstrong e Barboza (2012), a avaliação é realizada com o propósito de orientar o ensino por meio da concepção do conteúdo ministrado ou da metodologia aplicada, bem como de acompanhar a aprendizagem e as di�culdades dos alunos, possibilitando, que o professor avalie sua prática pedagógica. Os apontamentos dos PCN (Brasil, 1997a) trazem que “é fundamental a utilização de diferentes códigos, como o verbal, o oral, o escrito, o grá�co, o numérico, o pictórico, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos alunos”. Considerando essas preocupações, conforme o Quadro 1 abaixo, os PCN apresentam como o professor pode realizar a avaliação, sendo por meio de: Ainda, para Haydt (2006), para avaliar a aquisição do conhecimento do aluno para determinado assunto, existem três técnicas básicas e uma grande variedade de instrumentos avaliação. A seguir, na Figura 2, são apresentados as técnicas e instrumentos de avaliação, propostos pro Haydt: Quadro 1 - Avaliação no Ensino de Ciências Naturais Observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas de controle, diário de classe e outros. Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas. Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de textos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, queenvolve desde os primeiros registros escritos, no caderno de lição, até os registros das atividades de outras áreas e das atividades realizadas especi�camente para esse aprendizado, além do texto produzido pelo aluno para os �ns especí�cos desta avaliação. Atividades especí�cas para a avaliação: nestas, os alunos devem ter objetividade ao expor sobre um tema, ao responder um questionário. Para isso é importante, em primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem comumente estruturadas em sala de aula, isto é, que não se diferenciem, em sua estrutura, das atividades que já foram realizadas; em segundo lugar, deixar claro para os alunos o que se pretende avaliar, pois, inevitavelmente, os alunos estarão mais atentos a esses aspectos. FONTE: Brasil, 1997b, p. 57. Figura 2 - Técnicas e Instrumentos de Avaliação FONTE: Haydt, 2006, p. 296. Os estudos de Hoffmann (1991, p. 67), a�rmam que “a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa”. Nesse sentido, a avaliação não é caracterizada somente no momento da realização das provas e testes, mas um processo contínuo e que ocorre dia após dia, visando a correção de erros e encaminhando o aluno para aquisição dos objetivos previstos. A con�guração avaliativa serve como um ambiente de conexão e motivação para o processo de ensino e de aprendizagem. Hoje, a avaliação é entendida não só como o resultado dos testes e provas, mas também os resultados dos trabalhos e/ou pesquisas que os alunos realizam. O importante é perceber que avaliar não incide apenas em realizar provas e atribuição de notas, avaliar é um procedimento pedagógico contínuo, que acontece dia após dia, procurando ajustar erros e estabelecer novos conhecimentos. SAIBA MAIS O processo avaliativo deve ser valorizado por todos os atores educacionais que nele estão envolvidos: gestão, docentes, estudantes, pais e responsáveis, valorizando-o não apenas como uma atividade-�m, mas como uma atividade-meio para que se alcance o melhor desempenho de todos – do aluno e, por consequência, do professor, da escola, etc. Como a elaboração e a correção de instrumentos avaliativos demandam tempo e energia do professor, muitas vezes, a entrega da nota parece �nalizar o processo avaliativo sem dar uma continuidade do trabalho de ensino. Em uma perspectiva de sequenciação dos objetos de aprendizado isso se torna ainda mais problemático, pois o educando passa a um novo conteúdo temático sem ter se apropriado do anterior. Dessa maneira, o ideal é que o �nal do processo avaliativo (elaboração-correção-entrega) gere um novo ciclo com a continuidade da aprendizagem e, assim, o professor dedique tempo para orientações individuais, se necessário, para que o estudante supere as di�culdades apresentadas. FONTE http://www.lerecompreendertextos.com.br/2018/05/avaliacao-e-as-diretrizes-da-bncc-na-pratica-pedagogica.html Com os estudos e as re�exões propostas nessa Unidade, percebe-se que os Parâmetros Curriculares Nacionais são vistos como documentos que tem apresentam a possibilidade de criar condições para que todos os alunos ampliem suas competências e estudem os conteúdos indispensáveis para estabelecer instrumentos de compreensão da realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais diversi�cadas, sendo essas, condições principais para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade democrática e inclusa. Nessa Unidade abordamos os Parâmetros Curriculares Nacionais, e vimos que Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCNs, são documentos norteadores organizados no intuito de servir como ponto de partida para o trabalho docente, orientando as atividades concretizadas na sala de aula. E também conhecemos quais são as capacidades esperadas dos alunos a partir dos objetivos do Ensino Fundamental. Estudamos que o Ministério da Educação colocou à disposição da comunidade escolar, no documento intitulado Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), uma proposta de reorganização curricular coerente com o ideário presente na Lei n° 9394/96. Com os PCN, os conteúdos escolares das Ciências Naturais foram reorganizados em eixos temáticos, a saber: Terra e Universo; Vida e Ambiente; Ser Humano e Saúde; e Tecnologia e Sociedade. Ainda, conhecemos os blocos temáticos e os temas transversais do ensino de ciências naturais, sendo: Blocos temáticos: Ambiente; Ser humano e saúde; Recursos tecnológicos; e Terra e Universo. Temas transversais: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo. Conclusão - Unidade 4 E ainda, vimos que a avaliação é realizada com o propósito de orientar o ensino por meio da concepção do conteúdo ministrado ou da metodologia aplicada, bem como de acompanhar a aprendizagem e as di�culdades dos alunos, possibilitando, que o professor avalie sua prática pedagógica. Livro Filme Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=OkTyMGWkDuk Com esse material, caro aluno, foi possível retratar questões essenciais para a atuação do professor de Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A�nal, sabemos da importância do ensino de Ciências para o aluno, que o oferece ferramentas que o ajudarão na resolução dos problemas que os cercam em uma sociedade cada vez mais dinâmica e tecnológica, promovendo assim, subsídios necessários que o faça tornar-se um sujeito crítico e re�exivo. Nesse sentido, é essencial que o professor de Ciências da Natureza utlize de ferramentas metodológicas e técnicas de ensino que faça como que o aluno assimile o conhecimento cientí�co proposto, para que, dessa forma, o aluno tenha uma aprendizagem signi�cativa que rompe os muros da escola. Com isso, no intuito de alcançar o objetivo central desse momento de estudo, evidenciamos oferecer a você, caro aluno, procedimentos metodológicos para o Ensino das Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, buscando oferecer um embasamento teórico-metodológico que fosse possível levá-lo a re�etir a respeito da prática docente, assim como a perceber a importância da utilização de metodologias pertinentes e adequadas para o processo de ensino e de aprendizagem do conhecimento cientí�co. Para tal, promovemos momentos de estudo a cerca de conteúdos necessários para que você, futuro docente, possa desenvolver uma prática docente de excelência. Mostramos o conceito do que é Ciência, assim como diferenciamos o conhecimento cientí�co do senso comum, apresentando os tipos de Ciências e os diferentes métodos cientí�cos. Abordamos as etapas do método experimental, sobretudo apresentando sua importância e sua aplicação, e estudamos sobre os quatro níveis que conhecimento humano pode apresentar, o conhecimento cotidiano, o conhecimento �losó�co, o conhecimento teológico e conhecimento cientí�co. Analisamos, ainda, o conceito de Currículo e sua inserção no contexto escolar e no ensino de Ciência, assim como apresentamos a de�nição de cultura escolar. Considerações Finais Retratamos o processo de ensino de Ciência nas escolas, e abordamos assim a experimentação e a investigação como recursos didáticos na disciplina de Ciências da Natureza. Promovemos um estudo sobre a importância do planejamento das atividades no ensino de Ciência, assim como a utilização de recursos metodológicos diversi�cados para o processo de ensino e de aprendizagem, apresentado também a Base Nacional Comum Curricular e a Área de Ciências da Natureza para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Finalmente, tratamos da estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os objetivos do Ensino Fundamental, discorrerendo sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Ciências Naturais e os Temas Transversais, e abordando a Avaliação da Aprendizagem e os Recursos Alternativos de Avaliação para oensino de Ciências Naturais. 00-capa 01-Introdução 1 02-As Ciências e os Métodos Científicos 03-Etapas do Método Experimental 04-Conhecimento Cotidiano, Filosófico, Teológico e Científico 05-Conclusão 1 06-Introdução 2 07-Currículo como Plano de Experiência a ser Desenvolvida na Escola 08-Currículo como Instrumento de Descrição e Melhoria das Classes de Alunos 09-Projeto Cultural da Escola 10-Conclusão 2 11-Introdução 3 12-Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências I 13-Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências II 14-As Concepções Epistemológicas do Professor como um dos Determinantes do Processo de Ensino e de Aprendizagem 15-Conclusão 3 16-Introdução 4 17-Estrutura Organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais e os Objetivos do Ensino Fundamental 18-O Ensino de Ciências Naturais e o Breve Histórico 19-Parâmetros Curriculares Nacionais_ Ciências Naturais e Temas Transversais 20-Avaliação da Aprendizagem e Recursos Alternativos de Avaliação 21-Conclusão 4 22-Considerações Finais