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303 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i 9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . 12. A meia-vida do polônio-218 é 3 min. Qual é o tempo necessá- rio para que uma amostra desse nuclídeo se reduza à quarta parte do inicial? Resolução Partindo inicialmente de 1, após uma meia-vida, teremos 1/2 e, após outra meia-vida, restará 1/4 da amostra. 1 ####$ 1 2 ####$ 1 4 Assim, o tempo total transcorrido será de 6 min. 13. O isótopo 3215P, cuja meia-vida vale 14 dias, é usado por certos laboratórios no estudo de alguns processos que ocorrem dentro de células vivas. Se um laboratório recebeu uma amos- tra de 20 g desse isótopo, quanto restará após 70 dias? 14. A meia-vida do estrôncio-90 vale 28 anos. Quanto tempo é necessário para que restem 12,5% de uma amostra desse isótopo? 15. Após 40 dias, uma amostra com 1,6 g de iodo-131 se reduz a 50 mg. Qual a meia-vida desse radionuclídeo? 16. Quantas meias-vidas devem transcorrer para que 93,75% de um certo radionuclídeo sofra decaimento nuclear? 17. Cobalto-60, usado em medicina, possui t1/2 & 5 anos. Dentro de uma cápsula lacrada foi colocada uma amostra desse radionuclídeo e, aberta após 20 anos, revelou conter 750 mg dele. Qual a quantidade colocada inicialmente na cápsula? 18. Um relógio feito há 25 anos foi fabricado com ponteiros que contêm, entre outras coisas, trítio. Qual a massa de trítio colocada no relógio quando de sua fabricação, sabendo que hoje ele contém 1,7 mg desse isótopo, cuja meia-vida vale 12,5 anos? 19. Sabe-se que o bário-140 so- fre a seguinte seqüência de decaimentos nucleares 140 56Ba $ 140 57La $ 140 58Ce Foi levantado o gráfico para uma amostra de bário-140, inicialmente isenta dos ou- tros dois nuclídeos. a) Que partícula é emitida em cada transformação? b) Associe as curvas aos nuclídeos em questão. 3 min 3 min Q ua nt id ad e do nu cl íd eo Tempo A B C 20. Represente a seguinte equação nuclear, substituindo a (?) pelo símbolo correto: 19 9F " (?) $ 22 11Na " 1 0n Resolução Representando a partícula que falta pelo símbolo AZX, po- demos descobrir A e Z. Números de massa: 19 " A & 22 " 1 ⇒ A & 4 Cargas: 9 " Z & 11 " 0 ⇒ Z & 2 Assim, a equação fica: 19 9F " 4 2α $ 2211Na " 10n 21. Há três isótopos do hidrogênio na natureza: o hidrogênio leve ou prótio (11H), o hidrogênio pesado ou deutério ( 2 1H) e o trítio ou tritério (31H). a) Quantos nêutrons possui cada um deles? b) Qual deles toma parte na seguinte transmutação? 23 11Na " (?) $ 24 12Mg " 1 0n 22. O trítio pode ser obtido industrialmente pelo processo as- sim equacionado: (?) " 10n $ 3 1H " 4 2α Identifique o símbolo do nuclídeo de partida. 23. Uma equipe de cientistas acredita ser possível sintetizar um elemento químico não-natural bombardeando bismuto com zinco, de acordo com a equação: 20983Bi " 64 30Zn $ A ZX " n. a) Determine os valores de A e Z. b) A que grupo da tabela periódica X deve pertencer? 24. A e B são dois dentre os quatro elementos cisurânicos não encontrados na natureza. Eles puderam ser sintetizados por meio da seguinte seqüência de reações nucleares. I. 23290Th " 2 1H $ X " 7 1 0n II. X $ α " Y III. Y $ α " A IV. A $ α " B a) Qual(is) dessas etapas é(são) de transmutação nuclear? b) Calcule os números atômico e de massa dos nuclídeos A e B. Procure na tabela periódica os nomes e símbolos verdadeiros de ambos. c) A etapa IV tem uma meia-vida de 0,025 s. Quanto tempo leva para que 87,5% de uma amostra de A se transforme em B? (Por aí se percebe como são complicados os estu- dos de elementos artificiais.) d) B se transforma em 20782Pb mediante a emissão de partícu- las α e β. Represente a equação dessa reação. 5. ALGUMAS APLICAÇÕES DA RADIOATIVIDADE 5.1. Método da datação com carbono-14 Na natureza existem três isótopos do carbono: o 126C, com abundância de 98,9%, o 136C, com abundância de 1,1%, e o 14 6C, com abundância de 0,000001%. O menos abundante deles, o carbono-14, é radioativo; ele emite partí- culas beta. Dizer que o teor de carbono-14 é 0,000001% equivale a dizer que em cada bilhão (109) de átomos de carbono, dez são de carbono-14. Isso é o mesmo que dizer que há 10 ppb (ou seja, 10 partes por bilhão) de carbono-14. Questõespara fixação Resolva em seu caderno Capitulo_11 6/22/05, 8:44303 304 R ep ro du çã o pr oi bi da .A rt .1 84 do C ód ig o P en al e Le i9 .6 10 de 19 de fe ve re iro de 19 98 . Esse isótopo forma-se na alta atmosfera, onde continuamente está ocorrendo uma transmutação nuclear causada pela colisão de nêutrons cósmicos (vindos do espaço) com átomos de nitrogênio do ar: 14 7N " 1 0n $ 14 6C " 1 1p O carbono-14 formado incorpora-se à atmosfera na forma de CO2. Por meio da fotossíntese, processo que utiliza CO2 da atmosfera, esses áto- mos de carbono-14 passam a fazer parte dos seres vivos fotossintetizantes e, através das cadeias alimentares, também dos demais seres vivos. Os cientistas descobriram que, com a mesma velocidade com que o carbono-14 se forma na alta atmosfera, ele se desintegra por meio de decaimento beta: 14 6C $ #1 0β " 147N t1/2 & 5.730 anos Desse modo, como ele se forma e se desintegra com a mesma veloci- dade, sua porcentagem no planeta permanece constante, sendo exata- mente a mesma na atmosfera e em todos os seres vivos (10 ppb). Ao examinar múmias, fósseis, ossos, pergaminhos e outros achados arqueológicos compostos por restos de antigos seres vivos, os cientistas encontraram neles teores de carbono-14 inferiores a 10 ppb, o que se deve ao decaimento β ocorrido durante os anos que se passaram desde a morte do ser vivo. No início da década de 1990, um cadá- ver de homem pré-histórico foi encontra- do numa geleira próxima à fronteira entre Itália e Áustria. Seu estado de conserva- ção era espantoso (havia provavelmente sido desidratado por ventos frios antes de congelar). Os cientistas usaram o método do carbono-14 para determinar que sua morte ocorreu há cerca de 5.300 anos. Há processos mais complexos de datação que permitem estimar a idade de rochas. (Eles envolvem outros radioisótopos, como potássio-argônio, urânio-chumbo, rubídio- estrôncio e samário-neodímio.) Usando tais métodos, os cientistas puderam esti- mar a idade da Terra em 4,6 bilhões de anos. As rochas lunares trazidas pelas mis- sões Apollo 11 e 17 apresentam idades entre 3,2 e 4,2 bilhões de anos. Isso torna possível, uma vez determinada a porcentagem de carbo- no-14 na amostra, calcular a sua idade, consultando a curva de decaimento radioativo. Esse processo é o método da datação pelo carbono-14. 5.2. Aplicações da radioatividade na Medicina e em outras áreas Como já vimos, a incidência de radiação sobre um tecido humano pode induzir o aparecimento de câncer. Então surge a dúvida: por que os médicos utilizam radiação no combate de casos evoluídos de câncer? Apesar de parecer uma incoerência, não é. As células cancerosas são mais fracas que as normais e, por esse motivo, uma dose controlada de radiação incidindo apenas sobre o local do tumor pode matar preferencial- mente as células cancerosas. Esse é o princípio da chamada radioterapia do câncer, uma das muitas aplicações pacíficas da radioatividade. Nela são usados os raios gama provenientes da desintegração de cobalto-60 (artifi- cialmente produzido) ou césio-137 (isolado do lixo nuclear de reatores). Ainda na área da Medicina, muitos outros radioisótopos possuem importantes aplicações no diagnóstico de doenças (tabela 3). Uma vez introduzidos no organismo, as emissões desses radionuclídeos podem ser detectadas por sensores apropriados, fornecendo valiosas informa- ções sobre o funcionamento dos órgãos. Não é apenas na Medicina que a radioatividade encontra aplicações práticas. Ela pode ser utilizada também para esterilizar alimentos em geral, detectar vazamentos em tubulações, analisar a espessura de cha- pas e estudar o mecanismo de reações químicas e bioquímicas. No dia da morte, um ser vivo apresenta 10 ppb de carbono-14 Dia da morteTeor de carbono-14 Com o passar dos anos, os restos do antigo ser vivo ficam mais pobres em carbono-14 devido ao seu decaimento radioativo 0 Uma meia-vida após a morte 5.730 anos Tempo Aplicação em Isótopo diagnósticos relacionados a 51Cr Glóbulos vermelhos 57Co Metabolismo da vitamina B12 59Fe Metabolismo do ferro 67Ga Tumores linfáticos 75Se Pâncreas 99Tc Pulmões, ossos, medula óssea, placenta, rins, fígado. 131I Glândula tireóide Tabela 3. Uso de radioisótopos em Medicina Fonte: Elaborada a partir de dados de: Blei, I. e Odian, G. General, Organic and Biochemistry. Connecting Chesmitry to your life. Freeman, New York, 2000. p. 266; Sackheim, G. I. e Lehman, D. D. Chemistry for the Health Sciences. 8. ed. Prentice Hall, New Jersey, 1998. p. 223-6. PA U L H A N N Y / G A M M A C ID Gráfico elaborado pelos autores. Capitulo_11 6/22/05, 8:44304