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Física 34 Descobrindo Agora Icebergs são massas de gelo que se formam a partir do despren- dimento de geleiras e são encontrados principalmente em regi- ões polares. Devido à sua natureza, a densidade de um iceberg é menor do que a da água do mar circundante. Isso significa que o empuxo exercido pela água sobre um iceberg é maior do que o seu peso. Como resultado, os icebergs flutuam parcialmente submersos, com a maior parte de sua massa escondida sob a superfície. A proporção visível do iceberg acima da água depende da diferença entre sua densidade e a densidade da água, seguin- do o princípio do empuxo de Arquimedes. No caso dos balões, que são objetos que podem flutuar no ar (que também é um fluído) temos um preenchimento com um gás mais leve que o ar, como o hélio. A densidade do gás dentro do balão é menor que a densidade do ar circundante, resultando em um empuxo maior que o peso do balão. Esse empuxo ascendente faz com que o balão flutue no ar. Quanto maior for a diferença de densidade entre o gás dentro do balão e o ar ambiente, maior será o empuxo exercido sobre o balão, permitindo que ele se eleve na atmosfera. Esse princípio é fundamental em atividades como aerostação e na criação de balões de ar quente. Navios A diferença de densidade entre a água e o aço de- sempenha um papel fundamental na compreensão do fenômeno de flutuação. A densidade do aço é maior do que a da água, portanto, se um bloco maciço de aço for lançado na água, ele afundará devido ao seu peso superar o empuxo exercido pela água. No entanto, quando se trata de navios, a situação é di- ferente. Embora os cascos dos navios sejam feitos de aço, eles não afundam; eles flutuam na água, permanecendo parcialmente submersos. Isso se deve ao fato de que os navios não são blocos maciços de aço. Eles possuem com- partimentos vazios e cavidades que reduzem sua densida- de média, tornando-a menor do que a densidade da água. Esses compartimentos vazios, como compartimentos de carga, tanques de lastro e espaços para passageiros, contribuem para diminuir a densidade do navio como um todo. A presença dessas partes ocas faz com que o peso total do navio seja distribuído em uma área maior, resul- tando em uma pressão média menor sobre a água. Essa distribuição de peso reduz o empuxo necessário para equi- librar o peso do navio, permitindo que ele flutue. Aplicações práticas 1. (Uscs - Medicina 2022) Um peixe de plástico, que é uti- lizado como enfeite em um aquário, tem volume de 20 cm3 e massa de 19 g. Quando colocado na água, cuja densidade é 1,0 g/cm3, esse peixe flutua com uma porcentagem de seu volume submerso igual a a) 90%. b) 75%. c) 85%. d) 60%. e) 95%. 2. (Unisinos 2021) Uma rã de massa m, semelhante à ilustrada na figura abaixo, encontra-se no interior de uma meia esfera de plástico, cujo diâmetro é igual a 6,00 cm e que está flutuando com todo seu volume abaixo da superfície de uma água turva de um lago. A massa específica desta água é de 1,00 g/cm3. Considerando- se que a massa da meia esfera de plástico seja desprezível, que o módulo da aceleração da gravidade local é |g| → = 10,0m/s2 e aproximando-se o valor da constante π por 3, a massa m da rã será a) 10,8 g b) 27 g c) 54 g d) 108 g e) 432 g VOLUME 4 | CIÊNCIAS DA NATUREZA e suas tecnologias 35 M ap ea nd o o sa be r Física 36 Hidrodinâmica Competência(s): 1, 5 e 6 Habilidade(s): 2, 3, 17 e 20 Aulas 51 e 52 1. Fluido em movimento O termo “fluido” abrange tanto líquidos quanto ga- ses. Na área da hidrodinâmica, esses dois estados da ma- téria são tratados em conjunto, uma vez que compartilham semelhanças quando estão em movimento. O movimento desses fluidos é denominado escoamento. Tipos de escoamento Escoamento Estacionário: No escoamento estacionário, o fluido flui de maneira suave e ordenada, seguindo traje- tórias definidas. As partículas do fluido movem-se em ca- madas paralelas, sem apresentar turbulências significativas. Esse tipo de escoamento é caracterizado por velocidades baixas e constantes, sem variação no tempo ou no espaço. Escoamento Turbulento: No escoamento turbulento, o fluido flui de forma caótica e desordenada. As partículas do fluido se misturam intensamente, criando vórtices e turbulências. Nesse tipo de escoamento, ocorrem flutua- ções rápidas e irregulares na velocidade e na pressão do fluido. O escoamento turbulento é caracterizado por alta velocidade e baixa viscosidade, e pode ocorrer em fluidos de alta velocidade ou em situações em que há obstáculos ou mudanças bruscas na geometria do fluxo. As trajetórias seguidas pelas partículas de um fluido durante o escoamento em regime estacionário são co- nhecidas como linhas de corrente. Além disso, no nosso estudo, consideraremos o fluido como ideal, ou seja, in- compressível (a densidade do fluido não varia ao longo do percurso) e não viscoso (o que significa que não há dissipação de energia ao longo do caminho percorrido pelo fluido). Em fluidos reais, a viscosidade surge devido ao atrito interno entre as diferentes partes do fluido, re- sultando em resistência ao movimento relativo entre elas fluxo estacionário e uMa de suas linhas de corrente. 2. Vazão e equação da continuidade Considere um tubo cilíndrico em que um fluido escoa em regime estacionário. Suponha que, em um intervalo de tempo Δt, um volume ΔV de líquido passe por uma seção transversal S desse tubo, como ilustra a figura a seguir: A vazão Z do fluido por meio da seção S do tubo é, por definição: Z t V T T= No Sl, a vazão é expressa em metros cúbicos por se- gundo. Assim, se 1 m3 = 103 L, tem-se: 1 m3/s = 103 L/s A vazão também pode ser dada em função da veloci- dade de escoamento. Considerando novamente o volume de líquido ΔV que passa pela seção S de área A, no inter- valo de tempo Δt, tem-se que esse volume pode ser dado pelo produto da área pela distância percorrida pelo fluido nesse intervalo de tempo. ΔV = A ∙ Δs Z t V t A. s A.vT T T T= = = Onde v é a velocidade de escoamento do fluido Se compararmos as vazões em áreas diferentes por onde flui um líquido, por exemplo, a equação resultante é conhecida como equação da continuidade, que expressa o fato de que a velocidade de escoamento de um fluido é inversamente proporcional à área da seção transversal do tubo. Por exemplo, se a área é reduzida, a velocidade de escoamento aumenta proporcionalmente, enquanto a va- zão do fluido permanece a mesma. Isso pode ser observa- do quando parcialmente bloqueamos a saída de água de uma mangueira com o dedo, resultando em um aumento na velocidade e no alcance da água.