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Análise de matéria jornalística 
Tiras e charges são usadas até hoje como forma de denunciar por 
meio do humor algo que acontece no mundo. No período da ditadura 
militar no Brasil (1964-1985), os cartunistas valeram-se desse tipo de 
expressão. Isso ocorria porque nem sempre a mensagem nessas obras 
é claramente perceptível e, assim, muitos artistas, utilizando-se dessa 
linguagem, conseguiram burlar a censura e criticar o regime militar. 
No entanto, apesar de os jornais terem sido o veículo de comunicação 
no qual foram publicadas a maioria das tiras e charges que faziam críticas 
ao regime militar, a imprensa, por pressão ou convicção política, omitiu os 
abusos do regime e muitas vezes distorceu fatos. 
É evidente que a imprensa não parou de publicar notícias, mas elas 
não traduziam a verdadeira situação do país. Assim, a informação que era 
oferecida ao leitor desviava sua atenção dos graves desmandos do governo.
Se sob uma ditadura a falta de liberdade da imprensa é óbvia, sob um 
regime democrático é mais difícil identificar os critérios que os veículos 
de comunicação utilizam para decidir o que publicar e como fazê-lo. 
Ainda que os governos democráticos não interfiram diretamente no 
conteúdo publicado pelos veículos de notícias, a informação sempre 
passa, necessariamente, por uma escolha, por uma edição. Ou seja, existe 
alguém que, seguindo a orientação dos donos do meio de comunicação 
edita fotos e textos e define o que pode e o que não pode ser publicado. 
“Foi você, Maria, ou já começou a Lei de 
Imprensa?” (1966). Charge de Fortuna publicada 
no jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro (RJ). 
Durante o período da ditadura militar, muitas 
das críticas ao regime foram feitas por meio de 
tiras e charges como essa. 
Soldados norte-americanos 
dão água a um soldado 
iraquiano no sul do Iraque. 
Foto de 2003. Uma mesma 
imagem pode transmitir 
diferentes mensagens 
dependendo do recorte 
feito na foto.
Burlar: de acordo 
com o Dicionário 
Houaiss, enganar 
através de 
artimanhas; ludibriar.
Essa edição pode favorecer uma visão positiva de um fato ou pode estimular uma percep-
ção negativa dele. Para isso, não é preciso inventar nada; basta escolher o ângulo de uma foto 
que está mais em conformidade com o que o editor quer transmitir ou modificar os verbos e 
adjetivos de uma sentença para que o leitor entenda a notícia da perspectiva escolhida pela 
linha editorial do veículo de comunicação. 
Por isso, é preciso sempre estar atento às informações que recebemos. Sem um olhar crítico 
sobre elas, corremos o risco de julgar o mundo de uma perspectiva que não escolhemos, mas 
para a qual fomos inconscientemente induzidos. 
Como devemos então proceder para sermos capazes de filtrar a informação que nos é 
transmitida? Como tirar dela nossas próprias conclusões? Uma das maneiras possíveis é 
comparar as notícias, como veremos a seguir. 
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Objetivo
Pesquisar, selecionar e fazer uma análise comparativa 
de publicações jornalísticas sobre um tema escolhido.
Etapas
• Seleção do tema.
• Escolha dos veículos de comunicação.
• Pesquisa de notícias e/ou reportagens sobre o tema
selecionado nos veículos de comunicação escolhidos.
• Análise comparativa dos textos selecionados.
• Elaboração de um texto com os resultados da análise.
Procedimentos
• Seleção do tema. Selecione um tema que esteja rece-
bendo no momento ampla cobertura da imprensa (a 
aprovação de leis, algum evento da política nacional, 
cenário socioeconômico do país etc.).
• Escolhados veículos de comunicação. Escolha três veí-
culos de comunicação diferentes que tenham publicado 
notícias ou feito reportagens sobre o tema selecionado. 
Podem ser jornais impressos, revistas ou portais de no-
tícias da internet. Tome o cuidado de não selecionar veí-
culos diferentes de uma mesma empresa de informação 
(por exemplo, site e jornal impresso da mesma empresa).
• Pesquisa de notícias e/ou reportagens sobre o tema
selecionadonosveículosde comunicaçãoescolhidos.
Identifique em cada veículo de comunicação as notícias 
e/ou reportagens publicadas sobre o tema escolhido. De
forma geral, os veículos de comunicação trabalham com 
vários gêneros textuais, mas aqui você precisa identificar 
apenas dois deles: a notícia e a reportagem. A notícia é 
um texto informativo, que dá ao leitor o conhecimento 
de um fato, colocando-o a par do que aconteceu, como, 
Gênero textual
Relevância da 
notícia
Manchete Fotografia
Adjetivos e 
substantivos 
usados
Pontos 
de vista 
registrados
Posicionamento 
em relação aos 
fatos
Nome 
do 
veículo 
1 
Nome 
do 
veículo 
2
Nome 
do 
veículo 
3
quando e onde, quem foram os atores envolvidos e sua 
repercussão. Embora a notícia não seja assinada por 
um jornalista, dependendo de como a informação é 
transmitida, pode predispor o leitor a desenvolver um 
entendimento positivo ou negativo do fato. Já a repor-
tagem é sempre assinada pelo jornalista responsável e 
tem caráter mais analítico, procurando construir um 
entendimento amplo de um fato ou fenômeno social, 
político, econômico ou cultural. Assim, a reportagem 
busca colher diferentes pontos de vista sobre aquilo que 
é investigado e registrar a opinião de especialistas.
• Análisecomparativadostextosselecionados. Leia aten-
tamente os textos, considerando os seguintes aspectos:
1.Relevância dada ao tema: ele foi destacado em man-
chete? Está acompanhado por fotografia? Que lugar 
da página foi reservado para ele? Quanto espaço foi 
dedicado ao texto?
2.A fotografia, se existe, causa que impressão no leitor? 
Qual é o conteúdo da legenda? 
3.O texto usa termos que sugerem ou afirmam categorica-
mente algo (por exemplo, utiliza “o suposto assassino” 
ou “o assassino”? Usa “o suspeito” ou “o criminoso”? )?
4 Que substantivos e adjetivos são usados para fazer 
referência aos atores envolvidos no caso (por exem-
plo, “jovens” ou “menores”? “Manifestantes” ou 
“vândalos”?)?
5.O texto manifesta um posicionamento ou deixa o 
leitor livre para fazer seu próprio julgamento?
6.Ao informar o fato, buscou-se registrar o ponto de 
vista de todos os atores envolvidos nele?
• Elaboraçãodeumtexto comos resultadosdaanálise.
Copie em seu caderno o quadro abaixo e preencha-o de 
acordo com aquilo que observou na etapa anterior. Com 
base no quadro-síntese, escreva um texto comparando a 
maneira como os três veículos estudados apresentaram 
os mesmos acontecimentos. 
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Pesquisa
Você alguma vez já se perguntou sobre o que, afinal, 
nos faz tão diferentes dos outros animais que habitam 
o planeta? 
Talvez a característica mais importante da nossa 
espécie seja a capacidade de refletir sobre o mundo 
ao redor, questionando-o e buscando compreendê-lo. 
Não sabemos exatamente em que momento nossos 
antepassados desenvolveram o pensamento abstrato, 
mas existem indícios arqueológicos de que essa capa-
cidade jáestava plenamente desenvolvida há 40 mil 
anos. Sabemos, também, que com essa capacidade de 
pensar desenvolvemos muitos conhecimentos: técnicas 
de fabricação de artefatos, estratégias de caça, mitos, 
tratamentos para doenças e ferimentos, entre outros.
A princípio, esses conhecimentos eram adquiridos 
pela experiência, por meio de acertos e erros, e cada 
nova descoberta integrava e ampliava o repertório de 
saberes acumulados, cuja preservação dependia de sua 
memorização e contínua transmissão para as gerações 
seguintes. Até a aparição do primeiro sistema de escrita, 
por volta de 3300 a.C., todo conhecimento adquirido era 
passado oralmente das pessoas mais velhas para as mais 
jovens. Com a invenção da escrita, a capacidade humana 
de preservar e transmitir conhecimento aumentou ex-
traordinariamente.
Como consequência do desenvolvimento da escrita, 
atualmente é impossível reter na memória todo o conhe-
cimento produzido pelo ser humano. Então, para acessar 
as informações de que necessitamos, a pesquisa é uma 
saída. Para isso, é necessário localizar as fontes onde elas 
estão registradas e selecionar aquilo que nos interessa. 
Assim, pesquisar tornou-se uma atividade fundamen-
tal para a aprendizagem e para o exercício de qualquer 
atividade profissional em um mundo em que o conhe-
cimento se multiplica e cresce continuamente. Vamos 
aprender uma das formas de fazer uma pesquisa?
O melhor de Calvin (1987), tirinha de Bill Watterson.
Objetivo
Apresentar procedimentos para a realização de uma 
pesquisa, como seleção e uso de fontes.
Etapas
• Definição do objetivo da pesquisa.
• Levantamento das fontes disponíveis.
• Seleçãodas fontes relevantes de acordo comosobjetivos
definidos.
• Identificação e seleção da informação que vai ao encon
tro do objetivo definido.
•Organização das informações selecionadas e suas arti
culações.
• Formatação da pesquisa.
Procedimentos
•Definição do objetivo da pesquisa. Provavelmente 
sua pesquisa foi motivada por algum problema ou por 
alguma curiosidade. Antes de começar a pesquisar, você 
precisa ter muita clareza sobre o que o moveu à pesqui-
sa. Afinal, o que você está procurando conhecer? Sem 
isso, você não conseguirá identificar o que é realmente 
relevante em meio ao imenso volume de informações 
que encontrará sobre o tema pesquisado.
• Levantamento das fontes disponíveis. Esse levanta-
mento pode ser dividido em: bibliografia (livros, en-
ciclopédias, dicionários, artigos de revistas e jornais); 
fontes visuais (fotografias); fontes materiais (observação 
de obras de arte e patrimônio arquitetônico); fontes 
orais (entrevistas); fontes audiovisuais (documentários, 
registros pessoais). Esse material pode ser encontrado 
em bibliotecas, instituições culturais ou na internet. 
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• Seleção das fontes relevantes de acordo com os
objetivos definidos. Hoje o volume de informação dis-
ponível é gigantesco. A facilidade técnica de produzir um 
livro multiplicou o número de editoras e a internet tor-
nou acessíveis bibliotecas, arquivos e coleções de todo 
o mundo. Por isso, o pesquisador precisa filtrar as fontes 
que realmente lhe serão úteis. Para fazer essa seleção, 
é importante definir critérios. Por exemplo, a língua em 
que você quer pesquisar, o subtema que lhe interessa, a 
profundidade da informação de que precisa. Além disso, 
deverá ter o cuidado de identificar as fontes confiáveis, 
principalmente se estiver utilizando a internet, uma vez 
que nessa plataforma há muito material publicado sem 
qualquer consistência. 
• Identificação e seleção da informação que vai ao
encontro do objetivo definido. Depois de selecionar
as fontes, leia-as atentamente. Tendo sempre em men-
te seu objetivo, destaque e registre em seu caderno as 
informações que lhe são úteis. Para organizar as leituras, 
sugerimos fazer seus registros segundo o modelo abaixo. 
Tipo de fonte:
Autor:
Título:
Local de publicação:
Editora (ou site):
Data de publicação:
Assunto:
Informações relevantes:
Indígena Pataxó usando o computador em uma escola 
da Aldeia Barra Velha, em Porto Seguro (BA). Foto de 2014. 
É recomendável sempre realizar pesquisas em sites de 
instituições de reputação reconhecida, como universidades, 
órgãos públicos e organizações internacionais ou nacionais que 
desenvolvam atividades relacionadas ao tema pesquisado.
2.Desenvolvimento. As informações coletadas deve-
rão ser utilizadas no meio do trabalho, ou seja, após 
a introdução e antes da conclusão. Não se esqueça 
de identificar sempre a origem das informações. Se 
você usou, por exemplo, informações de um gráfico 
encontrado no site da ONU, explicite isso; se está 
fazendo uso das ideias de um autor, não deixe de 
citá-lo. Lembre-se de que é isso que dará consistência 
à sua pesquisa e fará as pessoas saberem que você 
não inventou as informações nas quais se apoia. 
Se, além das informações, você optar pelo recurso 
audiovisual, as imagens e os registros fonográficos 
utilizados precisam ter suas fontes identificadas. 
3.Conclusão. Após todo o processo que envolveu a pes-
quisa, você provavelmente chegou a uma conclusão. 
Você deverá, portanto, comunicar de maneira clara e 
objetiva o que descobriu ao término de sua pesquisa, 
ou que solução propõe para o problema que motivou 
sua investigação. Sempre, ao final, indique detalha-
damente a origem das informações que subsidiaram 
seu trabalho. Livros, revistas, sites etc. devem ser 
apontados do modo mais completo possível. Em tra-
balhos escritos, há regras que devem ser seguidas para 
a indicação das referências. Consulte-as em <http://
dgi.unifesp.br/sites/comunicacao/pdf/entreteses/
guia_biblio.pdf>. Acesso em 9 fev. 2016. 
É importante não copiar toda informação considerada 
relevante. Para cada trecho da leitura, escreva o que enten-
deu com suas palavras. Apenas copie frases ou parágrafos 
que considerar extremamente significativos. 
•Organização das informações selecionadas e suas
articulações. Como sua pesquisa foi conduzida por um 
objetivo específico, você precisará reordenar as informa-
ções selecionadas em função dele. Portanto, será preciso 
sintetizar tudo o que você registrou. A elaboração do texto 
será facilitada se as informações estiverem em sequência. 
• Formatação da pesquisa. Há vários formatos para a 
apresentação da pesquisa: dissertação, seminário, docu-
mentário audiovisual, entre outros. Para cada uma dessas 
formas, você utilizará uma organização diferente, mas 
todas devem respeitar, basicamente, a seguinte estrutura:
1. Introdução. Você precisará colocar a pessoa que vai 
ler, ouvir ou assistir ao seu trabalho a par do assunto 
desenvolvido nele. Por isso, é importante fazer uma 
apresentação do que motivou sua pesquisa, das 
questões que a orientaram e do que será tratado na 
sequência do trabalho.
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Elaboração de esquemas para estudo
Os organizadores gráficos, mais conhecidos como es
quemas, são formas de ordenar conteúdos visualmente.Com eles, é possível organizar as principais informações 
sobre determinado assunto, facilitando sua compreensão.
Por meio dos esquemas você pode ordenar a sequência 
de um processo, sistematizar relações de causa e efeito, 
estabelecer comparações, classificar etc. Além disso, os 
esquemas permitem um melhor entendimento das rela-
ções entre os diversos conceitos ou acontecimentos que 
formam a base do tema. 
Objetivo
Elaborar um esquema para sintetizar conteúdos estu-
dados, facilitando a compreensão deles. 
Etapas
• Escolha do texto que será estudado.
• Leitura integral do texto.
• Destaquedas principais informações, utilizandopalavras
-chave relacionadas a conceitos e pontos fundamentais. 
• Seleção do organizador gráfico (esquema)mais adequa
do para sintetizar o conteúdo.
•Organização das informações selecionadas no formato
mais apropriado.
Procedimentos
• Escolha do texto que será estudado. Selecione o con-
teúdo que vai estudar: um capítulo do livro didático, um 
artigo, textos relacionados a uma pesquisa (tomando os 
devidos cuidados com a seleção das fontes – ver “Técni-
cas de trabalho: pesquisa”). 
• Leitura integral do texto. Antes de resumir ou esque-
matizar um texto, você precisa conhecê-lo. Por isso, o 
ideal é fazer a leitura integral do material para identificar 
o assunto e conhecer o conteúdo. 
•Destaque das principais informações, utilizando
palavras-chave relacionadas a conceitos e pontos
fundamentais. Separe as informações essenciais para 
a identificação do texto: título, autor, data, número de 
página e/ou capítulo. Depois, releia omaterial destacan
do palavras-chave relacionadas aos conceitos e às ideias 
fundamentais. Organize o que destacou em tópicos. 
• Seleção do organizador gráfico (esquema) mais
adequado para sintetizar o conteúdo. Há diferen-
tes formatos de organizadores gráficos (esquemas). 
Cada um deles é mais adequado a determinado tipo de 
conteúdo ou de informação. Veja exemplos de alguns 
tipos de esquema a seguir.
Constituição 
de 1934
Constituição 
de 1988
Forma de 
governo
Chefe de Estado
Modelo de voto
Secreto e facultativo 
para todos os brasileiros 
maiores de 18 anos, com 
exceção de mulheres sem 
profissão remunerada, 
mendigos, analfabetos e 
padres.
Secreto e 
obrigatório 
para todos 
os brasileiros 
entre 18 e 70 
anos.
1. Comparação. Nesse formato, comparam-se diferentes 
aspectos de dois ou mais conceitos ou acontecimentos.
2.Rede de tópicos. Utilizado quando existe uma ideia 
central que conecta outras ideias diferentes. 
3.Relação de causa e efeito. Apresenta uma relação 
de causa e efeito.
4.Processo. Sequência de caixas conectadas por setas, 
indicando fatos que se sucedem.
•Organização das informações selecionadas no for
matomais apropriado.Depois de selecionar omodelo
mais apropriado, organize o esquema com as principais 
ideias do texto. 
Imagine-se explicando o esquema montado para 
alguém. Ao fazer isso, ao mesmo tempo que confere o 
esquema, estará estudando o conteúdo. Se conseguir 
explicar o esquema, significa que compreendeu o que foi 
estudado. Caso tenha dificuldades, retome as anotações 
e avalie se o tipo de organizador gráfico selecionado é 
realmente o mais adequado.
Desestabilização
do sistema
feudal
Fome Diminuição 
demográfica
Peste
Guerra
Crise social e 
econômica
Revoltas 
camponesas 
e urbanas
Queda da 
Bastilha
República 
Jacobina
Monarquia 
Constitucional
Diretório
18 
Brumário
Regimes totalitários
O Estado exerce um rígido controle 
sobre a cultura, as organizações de 
trabalhadores e de estudantes, os meios 
de comunicação e o ensino.
O Estado utiliza a 
força para oprimir 
as minorias e a 
oposição.
O Estado controla todos os aspectos do 
cotidiano, inclusive a vida familiar.
Exaltação da figura 
do líder, o grande 
“pai” da nação.
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Seminário
Em qualquer área do conhecimento, é sempre considerá-
vel o número de profissionais versados em um mesmo tema. 
Porém, a produção de conhecimento é muito dinâmica e, 
para que todos estejam sempre atualizados e possam esta-
belecer uma relação de troca e diálogo, é necessário lançar 
mão de estratégias que favoreçam a intercomunicação. 
O seminário é uma técnica de aprendizagem e comuni-
cação muito eficiente para o estabelecimento do diálogo e 
da colaboração entre os profissionais de uma área. Ele inclui 
a pesquisa, a discussão e o debate sobre fontes, métodos, 
resultados etc. É especialmente útil à atividade escolar e 
acadêmica, permitindo que grupos de alunos compartilhem 
seus conhecimentos e suas análises de textos. 
Uma das maiores vantagens de um seminário é permitir 
a participação mais ativa dos estudantes, deixando para 
trás o formato de aula em que o professor é o único que 
fala e os alunos limitam-se à condição de ouvintes. 
Para organizar um seminário, siga as orientações a seguir.
Objetivo
Favorecer a troca de conhecimentos e criar um am
biente propício à discussão e ao debate.
Etapas
• Formação dos grupos de trabalho.
• Definição do tema geral.
• Definição dos subtemas.
• Realização da pesquisa.
• Preparação dos slides de apresentação.
• Apresentação das pesquisas ou leituras.
• Discussão dos resultados.
Procedimentos
• Formaçãodosgruposde trabalho. Você deve juntar-se 
a um grupo de alunos de quatro ou cinco membros. 
• Definição do tema geral. No seminário, os grupos farão 
pesquisas sobre o mesmo tema, mas focando em diferen-
tes aspectos dele. Assim, por exemplo, se o tema for “A 
mulher na Primeira Guerra Mundial”, um grupo poderá 
pesquisar “A mulher nos acampamentos de atendimento 
médico”, enquanto outro estudará “O impacto da guerra 
na constituição da família”. Atente-se para não trabalhar 
aspectos do tema de outro grupo da sala. 
•Definição dos subtemas. Depois de estabelecido o
tema geral, devem ser definidos os subtemas – os re-
cortes dentro do tema maior. Esses recortes podem ser 
preestabelecidos pelo(a) professor(a) ou vocês podem 
fazer algumas leituras prévias e sugerir o aspecto do 
tema geral pelo qual se interessam mais. 
• Realização da pesquisa. O seminário pode partir de 
um texto-base escolhido pelo(a) professor(a) ou o 
grupo pode ficar responsável por pesquisar as fontes 
que guiarão o trabalho. Caso seu grupo tenha recebido 
um texto-base, vocês deverão fazer, além da leitura e 
dos registros das informações mais importantes, o le-
vantamento das questões que o texto propõe e buscar 
contradições, lacunas ou pontos que não foram sufi-
cientemente trabalhados na análise do autor. Se o seu 
grupo ficou responsável por pesquisar as fontes, vocês 
devem recorrer às orientações de todas as etapas da 
investigação feitas em “Técnicas de trabalho: pesquisa”.
• Preparação dos slides de apresentação. Feita a pes
quisa ou a leitura, é preciso transportar as informações 
a serem comunicadas para uma apresentação de slides, 
a fim de dar mais agilidade e objetividade à exposição. 
Para isso, destaquem:
1.A questão central que norteou o trabalho ou a leitura.
2.As informações principais identificadas.
3.Problemas ou questões levantadas pela leitura ou 
pelas pesquisas.
4.Conclusão do grupo.
5.Fontes consultadas.
A função dos slides é conduzir tanto a fala de quem 
se apresenta quanto auxiliar a escuta do público. Por essa 
razão, é muito importante que não sejam visualmente 
poluídos nem contenham muito texto. Além disso, tenham 
a certeza de que o corpo das letras usadas nos slides é sufi-
cientemente grande para os textos serem lidos a distância 
e de que eles possuem cores neutras, pois cores muito 
fortes turvame cansam a visão do público.
 Um slide com muito texto pode confundir o expositor 
na consulta de algum dado, bem como desviar a atenção 
da audiência diante da impossibilidade de ler e prestar 
atenção em quem fala ao mesmo tempo.
•Apresentação das pesquisas ou leituras. Em um dia 
previamente agendado, os grupos farão a exposição da 
leitura do texto-base ou dos resultados das pesquisas 
para a sala. A exposição não deve ser excessivamente 
longa (deve ocupar entre 15 e 20 minutos) e as falas 
devem ser feitas com desenvoltura, sem a leitura de 
informações longas escritas em papéis, fichas ou no 
próprio slide. Não há problema, contudo, em ler informa-
ções pontuais, como dados numéricos, datas ou nomes. 
Durante a exposição, lembrem-se de olhar para o público
e de falar em voz alta e pausada, sem gesticular demais.
•Discussão dos resultados. Após a exposição, deve-se 
reservar um tempo para perguntas e debates. 
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Caso opte por organizar um seminário, avalie o grau de autonomia dos alunos. Se julgar que a sala ainda depende muito da sua intervenção, talvez seja 
interessante oferecer um texto-base para cada grupo com um roteiro de leitura. Porém, se considerar que os alunos estão suficientemente maduros, 
é interessante deixar que façam a pesquisa das fontes com mais liberdade.
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Elaboração de uma dissertação
Muitas vezes, ao iniciarmos um texto, temos a sensação de que sabemos o que queremos 
transmitir, mas não como fazê-lo. Por onde começar? Como escolher as palavras certas? Que 
caminho tomar no desenvolvimento do raciocínio? As respostas para essas questões poderão 
ser encontradas mais facilmente se você entender o gênero textual que deverá produzir: a 
dissertação, que pode ser expositiva ou argumentativa.
A dissertação expositiva apenas apresenta um assunto e oferece uma série de informa-
ções ao leitor para que ele tome ciência de algo. Por exemplo, você pode dissertar sobre “As 
perspectivas na luta contra a dengue”. Para isso, precisará esclarecer o que é a dengue, explicar 
como ela é transmitida, ponderar sobre as maneiras de combatê-la e fazer um apanhado dos 
resultados das pesquisas em andamento. Em seu texto você não toma partido sobre o assunto, 
apenas oferece ao leitor dados sobre ele. 
A dissertação argumentativa é diferente na sua estrutura. Nela é feita a defesa de um 
ponto de vista. Isso significa que se deve argumentar para persuadir o leitor de uma visão 
particular sobre determinado assunto. Assim, suponhamos que você pretenda escrever sobre 
“Aquecimento global” e sustentar a ideia de que o aumento das temperaturas no planeta é 
resultado da ação dos seres humanos sobre o meio ambiente. Para isso, você precisará explicar 
brevemente o aquecimento global, citar estudos que determinam suas causas, associá-las 
ao desenvolvimento industrial dos últimos séculos e mostrar como medidas de proteção 
ambiental incidem sobre o clima. Seu leitor deverá chegar ao fim do texto convencido de 
que o homem é responsável pelas mudanças climáticas.
Objetivo
Apresentar procedimentos para a redação de uma dissertação que pode ser expositiva ou 
argumentativa.
Etapas
• Definição do tema central da sua dissertação.
• Escolha do tipo de texto: dissertação expositiva ou argumentativa.
• Pesquisa sobre o tema central da dissertação.
• Elaboração do texto de acordo com o tipo de dissertação escolhido.
• Revisão do texto para adequação da linguagem e do estilo.
• Reescrita da dissertação após a revisão e definição do título.
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Candidatos realizando 
a prova do Enem em 
São Luís (MA). Foto de 
2011. A redação é um 
dos componentes mais 
importantes da nota do 
aluno na prova do Enem. 
Para chegar à nota final 
da redação, os avaliadores 
do exame consideram se 
o aluno conseguiu, entre 
outras coisas, demonstrar 
domínio da norma culta da 
língua portuguesa e se ele 
compreendeu a proposta 
de redação e a desenvolveu 
corretamente.
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Procedimentos
•Definição do tema central da sua dissertação. Pense a respeito do assunto sobre o qual 
vai escrever e busque problematizá-lo: Quais são os pontos sensíveis dele? Que polêmicas 
o assunto desperta? 
• Escolha do tipo de texto: dissertação expositiva ou argumentativa. Em qualquer um 
dos casos, lembre-se de elaborar um texto objetivo e claro. O ideal é ser o mais racional 
possível e ter sempre a preocupação de fundamentar as ideias. Em uma dissertação, 
recomenda-se usar, preferencialmente, o verbo na terceira pessoa; contudo, é possível 
usar a primeira pessoa, especialmente em textos argumentativos, desde que se tome 
o cuidado para não cair em subjetivismos. No caso de se optar pela primeira pessoa, 
é importante evitar o emprego de expressões como “em minha opinião” ou “a meu 
ver”. É também indicado não fazer julgamento de valor e não empregar adjetivos como 
“bom”, “ruim”, “certo”, “errado”. Dessa forma, ao escrever uma dissertação, procure
sempre manter certo distanciamento do assunto do qual trata. Evite tom emotivo, que 
dramatize a abordagem. 
•Pesquisa sobre o tema central da dissertação. Tudo o que for afirmado deverá ser com-
provado. Para sustentar seus argumentos, você pode recorrer a evidências (por exemplo, 
tabelas com dados comparativos, gráficos, resultados de levantamentos qualitativos), 
citações de autores renomados e uso do raciocínio lógico (fazendo analogias, relações 
pertinentes de causa e efeito etc.). O importante é que suas afirmações não pareçam 
puro “achismo” e não provenham de vagos “ouvi dizer”. Tenha sempre a preocupação de 
buscar as informações de que necessita em fontes confiáveis (veja as orientações para as 
etapas da realização de uma pesquisa em “Técnicas de trabalho: pesquisa”).
• Elaboração do texto de acordo com o tipo de dissertação escolhido. Elabore frases 
curtas e diretas. Coloque-as em uma ordem que pareça lógica: uma ideia deve “puxar” a 
seguinte. Do ponto de vista estrutural, a dissertação deve passar por três etapas:
1. Introdução: é a apresentação do assunto, em que você coloca o leitor a par daquilo 
que será abordado no texto. Se a dissertação for argumentativa, você apresentará aqui 
a tese que defenderá. A introdução deve ser sempre simples e direta.
2.Desenvolvimento: esse é o “corpo” da dissertação. Nessa parte você fundamentará 
aquilo que afirmou na introdução ou desenvolverá a argumentação que sustenta 
sua tese. 
3.Conclusão: nela você deve explicitar o que concluiu sobre o assunto tratado ou des-
tacar o que foi mais relevante no raciocínio que você construiu. Portanto, não coloque 
nenhuma informação ou problematização nova na conclusão. 
•Revisão do texto para adequação da linguagem e do estilo. Pense se as palavras es-
colhidas traduzem exatamente o que você pretendia dizer. Veja se as frases curtas que 
você redigiu podem ser articuladas com conectivos (assim, entretanto, em decorrência de, 
porque, pois etc.). Verifique se você manteve o estilo do começo ao fim (uso de terceira ou 
primeira pessoa, singular ou plural). Jamais use gírias, expressões coloquiais, abreviações, 
linguagem própria de internet (como hashtag), clichês e termos de baixo calão. Além 
disso,evite usar palavras em sentido figurativo e não tente impressionar seu leitor com 
um texto muito rebuscado. 
•Reescrita da dissertação após a revisão e definição do título. Lembre-se de não repetir 
ideias. Se você achar que não foi claro o bastante na primeira tentativa, não volte à mesma 
ideia para esclarecê-la; reescreva-a. O título é a etapa final. Lembre-se de fugir do lugar 
comum e de não reproduzir títulos ou ideias de sites da internet.
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Análise de um filme
Muitas pessoas pensam que um filme só pode ser útil 
à história se abordar temas históricos. Entretanto, como 
qualquer produto da ação humana, ele pode ser utiliza-
do como fonte de pesquisa independentemente de seu 
conteúdo. Assim, costumes, crenças, visões de mundo, 
comportamentos e técnicas próprias de determinada 
época podem ser identificados em um filme, mesmo que 
a narrativa não seja ambientada em um tempo passado.
Além disso, mesmo os filmes históricos costumam nos 
dizer muito mais sobre o período em que foram produzi-
dos do que sobre o período que procuraram retratar. Até 
porque nenhum filme é produzido com a intenção de ser 
um documento de seu tempo ou um tratado de história. 
Sendo uma forma de arte, o cinema tem uma linguagem 
própria e atende a uma demanda artística, buscando mexer 
com a sensibilidade e os sentidos do espectador, distraindo-
-o, entretendo-o, exaltando determinados valores e vir-
tudes humanas ou denunciando nossos vícios e misérias.
Por essa razão, quando analisamos um filme, principal-
mente aqueles ambientados em épocas passadas, é preciso 
ter muito cuidado para não confundir cinema e história. 
Enquanto a história orienta-se por uma metodologia cien-
tífica e tem um compromisso com a objetividade, o cinema 
trabalha com representações, muitas vezes amparadas na 
subjetividade do diretor. Quer dizer, ele conta com liberdade 
para dar ao passado – no caso do filme histórico – um trata-
mento pessoal, que afasta a narrativa dos fatos históricos.
Portanto, para analisar um filme, é preciso atentar-se 
a certos passos, como os descritos a seguir.
Cena do filme Juventude 
transviada (1955), dirigido 
por Nicholas Ray. O 
comportamento rebelde de 
Jim Stark, o protagonista, 
e suas implicações sociais e 
familiares podem fornecer 
muitas informações sobre 
os valores e conflitos da 
sociedade norte-americana 
após a Segunda Guerra 
Mundial: o consumismo, 
a crise da família como 
instituição, os jovens de 
classe média ociosos etc.
Objetivo
Analisar um filme com a finalidade de compreender a 
produção cinematográfica como fonte histórica.
Etapas
• Pesquisa da ficha técnica do filme.
• Pesquisa sobre o diretor e o contexto em que o filme foi
produzido.
• Levantamento de informações sobre os fatos e a época
retratados no filme.
• Registro de suas observações em relação ao filme
assistido.
• Atribuição de um significado ao filme.
•Organização da análise e conclusões.
Procedimentos
• Pesquisa da ficha técnica do filme. Pesquise o nome do 
diretor, o elenco, o local e o ano de produção do filme. Essas 
são as informações básicas para o início do trabalho. 
•Pesquisa sobre o diretor e o contexto em que o
filme foi produzido. Há diretores, como o estaduni-
dense Quentin Tarantino, que utilizam elementos da 
cultura pop e abusam de uma violência estetizada 
em quase todos os trabalhos. Outros diretores, como 
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Caso essa seção seja trabalhada 
em sala de aula, sugerimos que a 
proposta seja feita em grupo, pois 
a diversidade de possibilidades in-
terpretativas e a discussão podem 
enriquecer muito a análise.
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o estadunidense Woody Allen, preferem enfatizar o 
perfil psicológico das personagens. E ainda outros, 
como o dinamarquês Lars von Trier, lançam mão 
de muitas alegorias e simbolismos. Conhecendo as 
características de trabalho dos diretores, é possível 
ter uma ideia do que esperar dos seus filmes, o que 
facilita a observação. Também auxilia bastante saber 
quais eram as grandes questões em pauta quando da 
produção do filme. 
• Levantamentode informações sobreos fatos e a épo
ca retratados no filme. Dessa forma, você será capaz
de perceber mais facilmente qual é a interpretação do 
diretor e até que ponto ele fez uso da sua liberdade para 
criar situações ficcionais. 
•Registro de suas observações em relação ao filme
assistido. Considerar principalmente os seguintes 
aspectos:
1.Caracterização das personagens. Fique atento às
vestimentas, aos gestos, às expressões, aos compor-
tamentos e às características psicológicas. Reflita 
sobre a relação que o diretor procurou criar entre você 
(o espectador) e cada personagem do filme.
2.Cores usadas nas cenas. Identifique se as cores pre-
dominantes no filme são frias ou quentes. As diferen-
tes cores presentes na fotografia do filme estimulam 
diferentes sentimentos no espectador, como medo, 
tristeza, excitação.
3.Movimentos de câmera, enquadramento e ângulo
de filmagem. Observe se a câmera acompanha os 
movimentos nervosos das personagens de perto ou 
a distância, envolvendo menos o espectador; repare 
se há muitos zuns, ou seja, closes muito próximos de 
uma personagem ou de um acontecimento, se o en-
Cena do filme A vila (2004), 
do diretor indiano M. Night 
Shyamalan. Essa obra é um 
exemplo da influência do 
presente em um filme, já que 
ele só pode ser bem entendido 
se soubermos que o filme foi 
produzido no contexto da 
vigência da Doutrina Bush e 
da guerra contra o terrorismo, 
embora o enredo não aborde 
diretamente essas questões. 
quadramento “fragmenta” o que está sendo filmado 
ou se é centralizado etc.
4.Trilha sonora. Verifique que estilo de música o 
diretor usou. Que estado de espírito cada música 
favorece? Em que momentos a trilha sonora é mais 
importante para despertar emoções? 
5.Cenário e objetos relevantes. Espelhos, velas, livros 
ou qualquer objeto que tenha destaque ou apareça 
recorrentemente podem ter um significado especial. 
Fique atento a esse aspecto.
6.Iluminação. Atenção à incidência da luz, às cenas 
de penumbra e claridade, às áreas de sombra. A lu-
minosidade tanto interfere no sentimento que nos 
desperta quanto no jogo de ênfase/ocultação de
elementos presentes nas cenas.
7.Diálogos entre personagens. Qual é a importância 
dos diálogos para o filme? Eles são curtos ou longos? 
A linguagem é rebuscada ou informal? 
•Atribuição de um significado ao filme. Tente asso-
ciar os elementos do filme ao contexto histórico em 
que foi produzido e às características dos filmes do 
diretor. Pense, por exemplo, se as principais persona-
gens representam determinado grupo social, racial, 
étnico etc. Pense também se essas personagens são 
apresentadas como heróis ou vilões. Reflita sobre o 
ambiente criado pelo diretor, se é alegre, opressivo, 
melancólico. São muitos os elementos que podem ser 
considerados na sua análise!
•Organização da análise e conclusões. Depois de dar
significado a cenas, personagens, objetos etc., organize 
todas as observações e reflexões, articulando-as em uma 
dissertação (ler as orientações para a produção desseconteúdo em “Técnicas de trabalho: dissertação”).
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Um filme muito popular entre os adolescentes também pode ser usado para evidenciar a influência do contexto na 
produção fílmica: 300 (2007), dirigido por Zack Snyder. A obra se passa no contexto das Guerras Médicas, na Grécia 
No filme A vila, a pequena localidade onde moram as personagens do filme está construída em uma clareira no meio de um bosque onde vivem misterio-
sas e perigosas criaturas, denominadas “aqueles-de-quem-não-falamos” pelos moradores da vila. Esse outro representa para as personagens o medo 
daquilo que não conhecem, do que é diferente delas. A segurança da vila é garantida por um pacto de que os aldeões não entrarão no bosque e viverão 
isolados na vila. Assim, os próprios membros da comunidade se controlam e autovigiam. 
antiga, mas nos permite discutir muito 
mais a Guerra dos Estados Unidos con-
tra o chamado “Eixo do Mal” (que incluía 
Irã, Iraque e outros países que, segundo 
o governo de George W. Bush, estariam 
produzindo armas de destruição em 
massa e abrigando terroristas), na me-
dida em que é construído por uma visão 
maniqueísta que valoriza o militarismo e 
a civilização ocidental (representada pe-
los soldados espartanos) e desqualifica 
o mundo oriental (representado pelos 
persas, mostrados como a encarnação 
da tirania e da degradação dos valores 
ocidentais).
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